Upload
dangkhuong
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
0
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA
SAÚDE
THARCIANO LUIZ TEIXEIRA BRAGA DA SILVA
EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO DA L-ARGININA, DO EXERCÍCIO RESISTIDO E DA L-ARGININA ASSOCIADA
AO EXERCÍCIO RESISTIDO SOBRE A REATIVIDADE VASCULAR DA ARTÉRIA MESENTÉRICA DE RATOS
DIABÉTICOS
ARACAJU
2011
1
THARCIANO LUIZ TEIXEIRA BRAGA DA SILVA
EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO DA L-ARGININA, DO EXERCÍCIO RESISTIDO E DA L-ARGININA
ASSOCIADA AO EXERCÍCIO RESISTIDO SOBRE A REATIVIDADE VASCULAR DA ARTÉRIA MESENTÉRICA DE RATOS DIABÉTICOS
Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-Graduação em Medicina da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Márcio Roberto V. Santos
ARACAJU
2011
2
THARCIANO LUIZ TEIXEIRA BRAGA DA SILVA
EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO DA L-ARGININA, DO EXERCÍCIO RESISTIDO E DA L-ARGININA
ASSOCIADA AO EXERCÍCIO RESISTIDO SOBRE A REATIVIDADE VASCULAR DA ARTÉRIA MESENTÉRICA DE RATOS DIABÉTICOS
Aprovada em ____/___/____
__________________________________________________________
Orientador: Prof. Dr. Márcio Roberto Viana Santos Universidade Federal de Sergipe – Orientador
__________________________________________________________
1º Examinador: Profª. Dr. Anderson Carlos Marçal Universidade Federal de Sergipe – DMO/UFS
__________________________________________________________
2º Examinador: Prof. Dr. Daniel Badauê Passos Júnior Universidade Federal de Sergipe – DFS/UFS
PARECER
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-Graduação em Medicina da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Saúde.
3
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
S586e
Silva, Tharciano Luiz Teixeira Braga da Efeitos da administração da L-arginina, do exercício resistido e
da L-arginina associada ao exercício resistido sobre a reatividade vascular da artéria mesentérica de ratos diabéticos / Tharciano Luiz Teixeira Braga da Silva. – Aracaju, 2011.
85 f.
Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal de Sergipe, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Núcleo de Pós-Graduação em Medicina.
Orientador(a): Prof. Dr. Márcio Roberto Viana Santos.
1. Diabetes mellitus 2. L-arginina 3. Exercícios físicos 4.
Reatividade vascular I. Título.
CDU 613.72:616.379-008.64
4
Dedico este trabalho a todas as pessoas que valorizam o
próximo pelo seu potencial como ser humano e que
acreditam no amor e na perseverança como ferramentas
de trabalho e riqueza.
5
AGRADECIMENTOS
À Deus, pelo incrível dom da vida, a imensa vontade de amar e pela minha
alma feliz e inconquistável;
Às minhas mães Lorena, Walquíria (vovó) e Laís (vovó) e aos meus pais
João Luiz, Raimundinho (vovô) e Geraldo (vovô, in memorian). Obrigado
pelo amor incondicional, por todo suporte emocional, espiritual, financeiro
e, por fim, todo esforço para que eu me tornasse um PhD da vida;
Aos meus tios Pami, Beto e Jader e as minhas tias Ló, Mônica, Roseana,
Rosângela e Laissandra sem palavras para caracterizar o quanto vocês são
importantes para a minha vida. Aos primos Viví, Diego, Daví e jefinho
vocês não sabem o quanto contribuíram para realização deste sonho;
Aos meus irmãos Thales, Thaian, Maria Laís e, principalmente, ao meu
irmão Tharcísio (o verdadeiro Tatá), por ser companheiro, fiel, feliz,
compreensivo, amoroso, um grande exemplo de determinação e de
espiritualidade;
À minha amada namorada Renatinha (Tita), que sempre demonstrou ser
uma grande mulher em todos os momentos de confusão, sendo minha
bússola na incrível jornada do conhecimento. Você faz parte de mais uma
conquista!;
Aos meus sogros Durval e Dona Emília por sempre acreditarem em mim e
terem me dado mais uma família linda... Rodrigo, Tati, Lelinha, Lina,
Doug, Mí, Tia Lena...;
Aos meus irmãos da vida, Anderson (Laurinha), Arthur, Celsinho, Digão,
Luiz (Zéla), Rodolfo e Juquinha. De forma especial, ao meu amigo-irmão
Marcelinho, por sempre ser meu exemplo de seriedade, sobriedade,
imparcialidade, orientador e por ter me dado a minha afilhada Moana, meu
sobrinho Mauê, minha amiga “mais” linda (Dani), Dona Zú e Seu Rusinho;
6
Aos amigos, Arari, James, Luizota, Danilão, Beto, Nogueira, Raul
Meneleu, Marcelo Cobra, Paulinho, Hélio, Nay, Larissa, Luciano, Alan,
Sebá, Miriam Rosângela, Luís, Dudu, Alex, Isa, Câmara, Aida... Sintam-se
todos abraçados;
Aos amigos do laboratório que contribuíram com o desenvolvimento dessa
pesquisa, Paulinha Sans (PIBIC), Daniel, Barbosa, Luana, Paty (força
pequena!), Flavinha, Kátia, Polly, André, Vitinho, Brício, Carol, Ayslan e
Gabriela. Em especial, à Milene (Mí) pelo empenho, dedicação,
preocupação e por ter me ensinado muito enquanto fui seu “PIBIC”;
Aos amigos que fiz no mestrado, Cliomar (Dani), Diego, Alípio, Mirabor,
Aída, Luana, Polly, Paulo Márcio (Paulinho). Fica a certeza de um vínculo
científico, profissional e de amizade ao longo de nossas vidas;
Aos professores (pesquisadores) que despertaram o meu olhar científico,
Eduardo Seixas, Cameron, Coriolano, Francisco Igor, Chrystiane
Vasconcelos, Daniel Badauê, Léo (obrigado pela oportunidade!), Lucindo,
Walter, Anderson (valeu!), Cabral, Augusto Barreto, Enilton, Rodrigo Dias
(professor amigo!);
Ao meu professor e orientador Márcio Roberto Viana Santos, exemplo de
ética, professor, cientista, simplicidade, humildade, pai, marido, funcionário
público e cidadão. Sua história acadêmica é inspiradora, me motiva a
continuar e saber que posso ser muito feliz na carreira que escolhi.
Obrigado pela confiança e ensinamentos!;
Aos meus alunos... Gilson, Genival, Fernanda, Henrique, Carla e Carlão.
Gostaria de agradecer em especial a minha aluna mais dedicada e que
nunca deixou de acreditar na minha capacidade. Valeu Kaká!!;
Por fim, agradeço a pessoa que apesar de todas as adversidades nunca
desistiu, foi sempre perseverante, não perdeu a fé em Deus e sempre fez
com muito amor as suas obrigações. Obrigado ao meu corpo, a minha alma
e a minha mente pelo esforço de me manter firme nos meus objetivos!
7
SILVA T.L.T.B. EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO DA L-ARGININA, DO EXERCÍCIO RESISTIDO E DA L-ARGININA ASSOCIADA AO EXERCÍCIO RESISTIDO SOBRE A REATIVIDADE VASCULAR DA ARTÉRIA MESENTÉRICA DE RATOS DIABÉTICOS. 2011. 85p. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal de Sergipe, Aracaju.
RESUMO
O diabetes mellitus (DM) pode ser definido como um grupo heterogêneo de
distúrbios metabólicos caracterizados pela hiperglicemia, resultando em disfunção, e
última instância, insuficiência de vários órgãos, especialmente dos olhos, rins, nervos
e sistema vascular. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da L-
arginina (L-Arg), do exercício resistido (ER) e da associação entre L-Arg e o ER
sobre as alterações dos fatores relaxantes derivados do endotélio (EDRFs) em anéis
isolados da artéria mesentérica superior de ratos diabéticos induzidos por aloxano.
Ratos Wistar (250-300g) foram divididos em 7 grupos: Controle (CON, n = 4),
Estimulado Eletricamente (EE, n = 4), Controle Treinado (CT, n = 4), Diabético
Sedentário (DS, n = 5), Diabético L-arginina (DL-Arg, n = 5), Diabético Treinado
(DT, n = 5) e grupo Diabético Treinado + L-arginina (DT + L-Arg, n = 5). Os
animais dos grupos diabéticos receberam aloxano 2 semanas antes do início dos
protocolos de tratamento. O protocolo de ER consistiu em 3 séries de 10
agachamentos (no aparelho de Tamaki) com uma intensidade de 50% de uma
repetição máxima (1RM). Os animais tratados com L-Arg receberam 1,25 mg/ml
diariamente na água de beber. No final de 8 semanas, o vasorrelaxamento
dependente de endotélio foi obtido em anéis pré-contraídos com L-fenilefrina (FEN,
10 µM) pela adição à cuba de concentrações crescentes e cumulativas de acetilcolina
(ACh, 10-9 – 10-4 M). Após isto, curvas concentração-respostas foram construídas na
condição controle ou na presença dos inibidores da síntese do óxido nítrico (L-
NAME), da ciclo-oxigenase (INDO) e dos canais para potássio (TEA). Os
vasorrelaxamentos induzidos por ACh apresentaram uma redução significativa (p <
0,05) na resposta máxima (Rmax) do DS comparado com o CON. Além disso, foi
observado uma redução significativa (p < 0,001) da sensibilidade (pD2) (de 6,8 ±
0,12 para 6,2 ± 0,11) do DL-Arg quando comparado com o DS. Na presença do L-
NAME o DL-Arg apresentou uma redução (p < 0,001) dos vasorrelaxamentos
8
quando comparado com o DS. Após adição de L-NAME + INDO, o DT + L-Arg
apresentou uma redução significativa (p < 0,001) nos vasorrelaxamentos quando
comparado com o DS. Já na presença de L-NAME + INDO + TEA, o DT e DT + L-
Arg apresentaram uma redução significativa (p < 0,001) dos vasorrelaxamentos
quando comparados com o DS. Os resultados demonstram que apesar de não haver
melhora nos vasorrelaxamentos induzidos por ACh, foi observado uma modificação
na participação dos EDRFs em todos os grupos.
Palavras-Chave: Diabetes mellitus; L-arginina; exercício resistido; reatividade
vascular.
9
SILVA T.L.T.B. EFFECTS OF ADMINISTRATION OF L-ARGININE, RESISTANCE EXERCISE AND L-ARGININE COMBINED WITH RESISTANCE EXERCISE ON THE VASCULAR REACTIVITY OF MESENTERIC ARTERY OF DIABETIC RATS. 2011. 85p. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal de Sergipe, Aracaju.
ABSTRACT
Diabetes mellitus (DM) can be defined as a heterogeneous group of metabolic
disorders characterized by hyperglycemia, resulting in dysfunction, ultimately,
failure of various organs, especially the eyes, kidneys, nerves and vascular system.
This study aimed to evaluate the effects of L-arginine (L-Arg), resistance exercise
(RE) and the association between them on changes of endothelium-derived relaxing
factor (EDRF) in isolated rings of superior mesenteric artery of diabetic rats induced
by alloxan. Wistar rats (250-300g) were divided into 7 groups: Control (CON, n = 4),
Electrically Stimulated (ES, n = 4), Trained Control (TC, n = 4), Sedentary Diabetic
(SD, n = 5), L-arginine Diabetic (L-Arg + D, n = 5), Trained Diabetic (TD, n = 5)
and L-arginine + Trained Diabetic (L-Arg + TD, n = 5). The animals diabetic groups
received alloxan 2 weeks before the start of treatment protocols. The RE protocol
consisted of 3 sets of 10 squats (Tamaki apparatus) with an intensity of 50% of one
repetition maximum (1RM). Animals treated with L-Arg received 1.25 mg/ml daily
in drinking water. At the end of 8 weeks, vessel relaxation endothelium-dependent
was obtained in rings pre-contracted with L-phenylephrine (Phe, 10 mM) by addition
of increasing concentrations and cumulative acetylcholine (ACh, 10-9 – 10-4 M).
After this, concentration-response curves were constructed in control conditions or in
the presence of inhibitors of nitric oxide sintetase (L-NAME), cyclo-oxygenase
(INDO) and potassium channels blockers (TEA). The vessel relaxation induced by
10
ACh showed a significant reduction (p < 0.05) in the maximum response (Rmax) of
SD compared with CON. Furthermore, we observed a significant reduction (p <
0.001) in sensitivity (pD2) (6.8 ± 0.12 to 6.2 ± 0.11) of L-Arg + D compared with the
SD. In the presence of L-NAME the L-Arg + D showed a reduction (p < 0.001) of
vessel relaxation compared to the SD. After addition of L-NAME + INDO, the L-
Arg + TD showed a significant reduction (p < 0.001) in vessel relaxation compared
with the SD. The presence of L-NAME + INDO + TEA, the TD and L-Arg + TD
showed a significant reduction (p <0.001) of vessel relaxation compared with the SD.
The results show that although there was no improvement in vessel relaxation
induced by ACh, we observed a change in the participation of EDRF in all groups.
Keywords: Diabetes mellitus; L-arginine; resistance training; vascular reactivity.
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Principais vias endoteliais envolvidas na vasodilatação............................24
Figura 2: Estrutura química da L-Arg.......................................................................30
Figura 3: Produtos formados a partir do metabolismo da L-Arg..............................31
Figura 4: Produção do NO via L-Arg........................................................................32
Figura 5: Curvas concentração-resposta para acetilcolina (ACh: 10-9 – 10-4 M) em
anéis isolados da artéria mesentérica superior com endotélio funcional e pré-
contraídas com FEN (10 µM). Anéis obtidos de ratos dos grupos Controle (CON) e
Controle Treinado (CT)..............................................................................................55
Figura 6: Curvas concentração-resposta para acetilcolina (ACh: 10-9 – 10-4 M) em
anéis isolados da artéria mesentérica superior com endotélio funcional e pré-
contraídas com FEN (10 µM). Anéis obtidos de ratos dos grupos Controle (CON) e
Diabético Sedentário (DS)..........................................................................................55
Figura 7: Curvas concentração-resposta para acetilcolina (ACh: 10-9 – 10-4 M) em
anéis isolados da artéria mesentérica superior com endotélio funcional e pré-
contraídas com FEN (10 µM). Anéis obtidos de ratos dos grupos Diabético
Sedentário (DS), Diabético L-arginina (DL-Arg), Diabético Treinado (DT) e
Diabético Treinado + L-arginina (DT + L-Arg).........................................................56
Figura 8: Efeitos do L-NAME sobre as curvas concentração-resposta para
acetilcolina (ACh: 10-9 – 10-4 M) em anéis isolados da artéria mesentérica superior
com endotélio funcional e pré-contraídas com FEN (10 µM) dos grupos Diabético
Sedentário (DS), Diabético L-arginina (DL-Arg), Diabético Treinado (DT) e
Diabético Treinado + L-arginina (DT + L-Arg).........................................................57
12
Figura 9: Efeitos do L-NAME + INDO sobre as curvas concentração-resposta para
acetilcolina (ACh: 10-9 – 10-4 M) em anéis isolados da artéria mesentérica superior
com endotélio funcional e pré-contraídas com FEN (10 µM) dos grupos Diabético
Sedentário (DS), Diabético L-arginina (DL-Arg), Diabético Treinado (DT) e
Diabético Treinado + L-arginina (DT + L-Arg).........................................................58
Figura 10: Efeitos do L-NAME + INDO + TEA sobre as curvas concentração-
resposta para acetilcolina (ACh: 10-9 – 10-4 M) em anéis isolados da artéria
mesentérica superior com endotélio funcional e pré-contraídas com FEN (10 µM)
dos grupos Diabético Sedentário (DS), Diabético L-arginina (DL-Arg), Diabético
Treinado (DT) e Diabético Treinado + L-arginina (DT + L-Arg)..............................59
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Variação do peso corporal, glicemia e do teste de 1 RM dos ratos no início
e ao final de 8 semanas de protocolo experimental....................................................54
Tabela 2: Valores de pD2 and Rmax obtidos de curvas concentração-resposta para
acetilcolina (ACh: 10-9 – 10-4 M) em anéis isolados de artéria mesentérica superior de
ratos com endotélio intacto pré-contraídas com FEN (10 µM) antes e após o pré-
tratamento com L-NAME...........................................................................................57
Tabela 3: Valores Rmax obtidos de curvas concentração-resposta para acetilcolina
(ACh: 10-9 – 10-4 M) construídas na condição controle ou na presença dos seguintes
inibidores: L-NAME, L-NAME + INDO e L-NAME + INDO +
TEA.............................................................................................................................59
14
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AC- Adenilil ciclase
ACh- Acetilcolina
ADP- Adenosina disfosfato
ALX- Aloxano
ANG II- Angiotensina II
AT1- Receptor da angiotensina II
BH4- Tetrahidrobiopterina
BK- Bradicinina
BKCa- Canais para potássio sensíveis ao cálcio de grande condutância
[Ca2+] i- Concentração de cálcio intracelular
CGs- Ciclase da guanilil solúvel
DAG- Diacilglicerol
DE- Disfunção endotelial
DM- Diabetes mellitus
DM1- Diabetes mellitus tipo 1
DM2- Diabetes mellitus tipo 2
EA- Exercício aeróbio
EDCF- Fator contrátil derivado do endotélio
EDHF- Fator hiperpolarizante derivado do endotélio
EDRF- Fator relaxante derivado do endotélio
EF- Exercício físico
eNOS- Óxido nítrico sintase endotelial
ER- Exercício resistido
ET-1- Endotelina-1
FAD- Flavina adenina dinucleotídeo
FMN- Flavina mononucleotídeo
GMPc- Guanosina monofosfato cíclica
GTP- Guanosina trisfosfato
HIS- Histamina
15
IP3- Trisfosfato de inositol
K ir- Canais para K+ ativados pela despolarização da membrana
L-Arg- L-arginina
MLCK- Quinase da cadeia leve da miosina
Na+/K+-ATPase- Bomba de Na+/K+
NADPH- Nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (Forma reduzida)
NO- Óxido nítrico
NOS- Óxido nítrico sintase
PGI2- Prostaciclina
PGH2- Prostaglandina H2
PKA- Proteína quinase dependente de AMPc
PKC- Proteína quinase C
PKG- Proteína quinase G
PLC- Fosfolipase C
SERCA- Bomba de Ca2+
STZ- estreptozotocina
16
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 18
2 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................... 21
2.1 Diabetes Mellitus (DM)................................................................................................ 21
2.2 Função do EndotélioVascular....................................................................................... 22
2.2.1 Fatores envolvidos na regulação do tônus vascular............................................. 23
2.2.1.1 Fatores relaxantes derivados do endotélio (EDRFs)................................ 23
2.2.1.2 Fatores contráteis derivados do endotélio (EDCFs)................................. 27
2.3 Disfunção Endotelial (DE)........................................................................................... 28
2.3.1 Disfunção endotelial no Diabetes Mellitus........................................................... 29
2.4 L-arginina (L-Arg)........................................................................................................ 29
2.4.1 L-arginina e Função Vascular............................................................................. 33
2.4.1.1 Estudos Experimentais………………………………………………… 33
2.4.1.2 Estudos Clínicos...................................................................................... 35
2.5 Exercício Físico (EF).................................................................................................... 38
2.5.1 Exercício Físico e Função Vascular.................................................................... 39
2.5.1.1 Estudos Experimentais............................................................................ 39
2.5.1.2 Estudos Clínicos...................................................................................... 42
2.6 L-arginina, Exercício Físico e Função Vascular.......................................................... 44
3 OBJETIVOS..................................................................................................................... 47
3.1 Objetivo geral............................................................................................................... 47
3.2 Objetivos específicos.................................................................................................... 47
4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 48
4.1 Animais......................................................................................................................... 48
4.2 Drogas........................................................................................................................... 48
4.3 Delineamento experimental.......................................................................................... 48
4.4 Indução do diabetes...................................................................................................... 49
4.5 Tratamento com L-arginina.......................................................................................... 50
4.6 Tratamento com exercício resistido.............................................................................. 50
17
4.7 Avaliação do vasorrelaxamento dependente de endotélio............................................ 51
4.8 Análises estatísticas...................................................................................................... 51
5 RESULTADOS................................................................................................................. 53
5.1 Peso corporal................................................................................................................ 53
5.2 Glicemia........................................................................................................................ 53
5.3 Teste de uma repetição máxima................................................................................... 53
5.4 Vasorrelaxamento dependente de endotélio................................................................. 54
5.5 Efeito do L-NAME, INDO e TEA sobre o vasorrelaxamento induzido por ACh....... 56
6 DISCUSSÃO..................................................................................................................... 60
7 CONCLUSÕES................................................................................................................. 64
8 PERSPECTIVAS.............................................................................................................. 65
REFERÊNCIAS................................................................................................................... 66
ANEXO A - Aprovação do comitê de ética........................................................................... 84
ANEXO B- Comprovante de submissão do artigo............................................................... 85
18
1 INTRODUÇÃO
O diabetes mellitus (DM) pode ser definido como um grupo heterogêneo de
distúrbios metabólicos caracterizados pela hiperglicemia, causado por uma disfunção
na secreção da insulina ou na ação desta, ou por ambas as coisas, resultando em
disfunção, e última instância, insuficiência de vários órgãos, especialmente dos
olhos, rins, nervos e sistema vascular (ADA, 2008; GRAVES; FRANKLIN, 2006;
SBD, 2007). O número de pessoas com DM é crescente em todo o mundo e isto se
deve a vários fatores como o aumento da população, da faixa etária, da urbanização e
da prevalência de obesidade e inatividade física (WILD et al., 2004).
Existem dois tipos principais de DM, comumente denominados como DM
tipo 1 (DM1) e DM tipo 2 (DM2) (SBD, 2007). O DM1 é uma doença auto-imune
caracterizada pela destruição das células beta produtoras de insulina. O DM1 surge
quando o organismo deixa de produzir a insulina ou produz apenas uma quantidade
muito pequena. Já a etiologia específica do DM2 ainda não está claramente
estabelecida como no DM1. Ao contrário do DM1, a maioria dos pacientes apresenta
obesidade e existe uma contínua produção de insulina pelo pâncreas. O problema
está na incapacidade de absorção da glicose plasmática pelas células musculares e
adiposas caracterizando o quadro de resistência insulínica (ADA, 2008).
O DM está associado a complicações agudas em situações de extrema
deficiência da insulina ou na ação desta e a complicações crônicas, principalmente
envolvendo o sistema cardiovascular. As doenças macro e microvasculares são
frequentemente a principal causa de morbidade e mortalidade em pacientes com
DM1 e DM2 (NEGRÃO; BARRETTO, 2010). Em condições fisiológicas o
endotélio vascular sintetiza e libera substâncias que modulam o tônus vascular,
regulam a coagulação, a trombólise e a resposta inflamatória (BEHRENDT; GANZ,
2002). Essas substâncias vasoativas que modulam o tônus vascular são denominadas
de fatores relaxantes derivados do endotélio (EDRFs) e fatores contráteis derivados
do endotélio (EDCFs) (LUZ et al., 2005; TANG; VANHOUTTE, 2010).
O desequilíbrio entre os EDRFs e os EDCFs é um fenômeno sistêmico que
caracteriza a disfunção endotelial (DE) (LUZ et al., 2005). A relação entre DM1 e
doença cardiovascular é bem conhecida e tem sido atribuída à associação entre a
hiperglicemia crônica, inflamação crônica e a DE (SCHRAM et al., 2003). Entre os
19
mediadores responsáveis pela DE, foram constatados o aumento da expressão e/ou
atividade de agentes contracturantes como a angiotensina II (ANG II) e a Endotelina-
1 (ET1) associado a uma reduzida produção de óxido nítrico (NO) em leitos
vasculares, o principal fator vasorrelaxante derivado do endotélio (LUZ et al., 2005;
TANG; VANHOUTTE, 2010).
Terapias convencionais e novas abordagens terapêuticas são sugeridas para
melhorar a função vascular no estado diabético (POTENZA et al., 2009). Por este
motivo, muitos pesquisadores vêm investigando os papéis do exercício físico (EF) e
do aminoácido L-arginina (L-Arg) no tratamento da DE para minimizar os danos
cardiovasculares causados por este fenômeno sistêmico (HAMBRECHT et al., 2000;
MAIORANA et al., 2001; MAXWELL et al., 2001; WU; MEININGER, 2000).
O EF aeróbio promove efeitos benéficos à saúde, dentre eles a prevenção e a
melhora da DE, que está associado a uma maior biodisponibilidade de NO
(CHAKRAPHAN et al., 2005; HIGASHI et al.,1999; MYERS et al., 2002). O
estresse de cisalhamento promovido pelo exercício aeróbio, chamado de shear stress,
é um importante estimulador da produção de NO pelo endotélio, promovendo assim
a vasodilatação (DELP, 1995; DELP et al., 1993; FISHER et al., 2002). Esta
vasodilatação adaptativa do leito vascular é benéfica, uma vez que se contrapõem aos
fatores vasoconstritores usualmente presentes na DE (HIGASHI et al., 1999). No
entanto, não são bem compreendidos os efeitos na reatividade vascular promovida
pelo exercício resistido (ER) (CUNHA et al., 2005; FAHS et al., 2009; FIGARD et
al., 2006; MOTA, 2010).
Além dos efeitos do ER sobre a reatividade vascular, alguns estudos apontam
uma ação benéfica do tratamento com a L-Arg na reversão da DE no diabético e em
vários outros casos patológicos (KOHLI et al., 2004; ÖZÇELIKAY et al., 1999;
ÖZÇELIKAY et al., 2000; WU; MEININGER, 2000). A admininstração oral da L-
Arg demonstra ser eficaz em reverter o deficit do relaxamento dependente do
endotélio em ratos diabéticos (ÖZÇELIKAY et al., 1999; PIEPER et al., 1997).
Entretanto, alguns autores afirmam que são necessários mais estudos, pois o sucesso
deste tratamento depende das padronizações das variáveis metodológicas como, as
concentrações de L-Arg utilizada, o tempo de duração do tratamento, o local de
administração e o tempo da manifestação da patologia (BLUM et al., 2000;
20
CAMPBELL et al., 2006; MAXWELL et al., 2001; MAYHAN, 1997; WU;
MEININGER, 2000; WU et al., 2007).
Apesar dos benefícios que o EF e a L-Arg podem oferecer, as pesquisas
existentes acerca dos efeitos da L-Arg e do ER sobre a DE ainda não são
conclusivas. Similarmente, estudos comparando as alterações na reatividade vascular
em animais diabéticos submetidos a esses dois tipos de tratamentos, de forma isolada
e combinada, ainda são inconsistentes. Desta forma, se faz necessário o
desenvolvimento de estudos experimentais a fim de investigar as alterações na
reatividade vascular de ratos diabéticos submetidos ao tratamento com L-Arg e com
o ER de forma isolada e combinada.
21
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Diabetes Mellitus (DM)
O DM pode ser definido como um grupo heterogêneo de distúrbios
metabólicos caracterizados pela hiperglicemia, causado por uma disfunção na
secreção da insulina ou na ação desta, ou por ambas as coisas, resultando em
disfunção, e última instância, insuficiência de vários órgãos, especialmente dos
olhos, rins, nervos e sistema vascular (ADA, 2008; GRAVES; FRANKLIN, 2006;
SBD, 2007).
O DM é uma epidemia crescente. Em 1985, estimava-se que existissem 30
milhões de adultos com DM no mundo. Esse número cresceu para 135 milhões em
1995 e atingindo 173 milhões em 2002, com projeção de chegar a 300 milhões no
ano de 2030. Os custos diretos com DM variam entre 2,5% e 15% do orçamento
anual da saúde, dependendo de sua prevalência e do grau de sofisticação do
tratamento disponível (SBD, 2007). Estimativas do custo direto para o Brasil estão
em torno de 3,9 bilhões de dólares americanos, em comparação com 0,8 bilhão para a
Argentina e 2 bilhões para o México (BARCELÓ et al., 2003).
Existem dois tipos principais de DM, comumente denominados como DM1 e
DM2. O DM1, forma presente em 5% a 10% dos casos, é o resultado de uma
destruição das células beta pancreáticas com consequente deficiência na síntese e
secreção de insulina, usualmente por processo auto-imune ou menos comumente de
causa desconhecida (ADA, 2008; GROSS, 2002). O pico de incidência do DM1
ocorre dos 10 aos 14 anos de idade, havendo a seguir uma diminuição progressiva
deste acometimento até os 35 anos, de tal maneira que casos de DM1 diagnosticados
após esta idade é pouco frequente. Em geral, os pacientes apresentam índice de
massa corporal normal, mas a presença de obesidade não exclui o diagnóstico
(ATKINSON; MACLAREN, 1994; GROSS, 2002).
Já o DM2, mais comum do que o DM1, se faz presente em 90% a 95% dos
casos e caracteriza-se por disfunção na ação e na secreção da insulina. Em geral,
ambas as disfunções estão presentes quando a hiperglicemia se manifesta, porém
pode haver predomínio de uma delas (ADA, 2008; WHO, 1999). A etiologia
22
específica do DM2 ainda não está claramente estabelecida como no DM1. Ao
contrário do DM1, a maioria dos pacientes apresenta obesidade. A idade de início do
DM2 é variável, embora seja mais frequente após os 40 anos de idade, com pico de
incidência ao redor dos 60 anos (GROSS, 2002).
O DM1 está associado a complicações agudas em situações de extrema
deficiência da ação insulínica, como a cetoacidose diabética, e a complicações
crônicas, principalmente envolvendo o sistema cardiovascular (NEGRÃO;
BARRETTO, 2010). Dentre as complicações cardiovasculares mais comuns
podemos citar aumento do risco de infartos, acidentes vasculares cerebrais e doença
vascular periférica (GRAVES; FRANKLIN, 2006). As doenças macro e
microvasculares são frequentemente a principal causa de morbidade e mortalidade
em pacientes com DM1 e DM2 (COCCHERI, 2007; NEGRÃO; BARRETTO,
2010).
2.2 Função do Endotélio Vascular
O endotélio recobre internamente todos os vasos do organismo, possui uma
monocamada de epitélio pavimentoso localizado entre o sangue circulante e a
camada média do músculo liso vascular. Pode ser considerado um órgão endócrino
ativo que, em respostas a estímulos humorais, neurais e mecânicos, sintetiza
substâncias vasoativas que desempenham um papel fundamental na regulação da
circulação sanguínea (LUZ et al., 2005).
Em situações fisiológicas o endotélio sintetiza e libera vários fatores
envolvidos em numerosos processos fisiológicos, dentre os quais sintetiza e libera
substâncias que modulam o tônus vascular, regulam a coagulação, a trombólise e a
resposta inflamatória (BEHRENDT; GANZ, 2002). Estes fatores são secretados
principalmente quando o endotélio é ativado por agonistas que interagem com os
receptores específicos acoplados a proteínas G. Dentre os quais, podemos citar a
acetilcolina (ACh), a substância P (SP), a bradicinina (BK), a histamina (HIS), a
adenosina disfosfato (ADP) e a insulina (LUZ et al., 2005). Além dos estímulos
químicos, existe ainda um importante estímulo físico, o shear stress, ou estresse de
23
cisalhamento, o qual corresponde à força que o fluxo sanguíneo exerce nas células
endoteliais e que gera a síntese e liberação de mediadores vasorrelaxantes
(MATLUNG et al., 2009).
2.2.1 Fatores envolvidos na regulação do tônus vascular
O endotélio controla o tônus do músculo liso vascular pela produção de
mediadores que podem evocar vasodilatação ou vasoconstrição. O NO e os Fatores
Hiperpolarizantes Derivados do Endotélio (EDHFs), por exemplo, produzem
relaxamento vascular, enquanto que a endotelina-1 (ET-1) e a angiotensina II (ANG
II) são potentes vasoconstritores (LUZ et al., 2005). Essas substâncias vasoativas que
modulam o tônus vascular são denominadas de fatores relaxantes derivados do
endotélio (EDRFs) e fatores contráteis derivados do endotélio (EDCFs) (LUZ et al.,
2005; TANG; VANHOUTTE, 2010).
2.2.1.1 Fatores relaxantes derivados do endotélio (EDRFs)
Os EDRFs possuem três principais vias geradoras de vasodilatação. A via de
produção do NO, a via da prostaciclina (PGI2) e a via dos EDHFs. Agonistas tipo
ACh, SP, BK e ADP, estimulam o aumento da concentração intracelular do Ca2+
ativando as três vias. O relaxamento do músculo liso vascular ocorre através dos
segundos mensageiros AMPc, GMPc ou ainda, através da hiperpolarização da
membrana celular proveniente do aumento da condutância dos canais para potássio
(K+) (Figura 1).
24
Figura 1: Principais vias endoteliais envolvidas na vasodilatação. Figura adaptada de RATTMANN, 2009.
O NO é uma molécula sintetizada nas células endoteliais a partir do
aminoácido L-Arg por uma família de enzimas denominadas NO sintase (NOS). Três
isoformas de NO sintases foram identificadas em humanos e em outros organismos.
Duas destas isoformas são expressas constitutivamente: a neural (nNOS), também
conhecida como NOS-1, porque foi a primeira isoforma descoberta e a endotelial
(eNOS; NOS-3). Ambas as enzimas são reguladas pelo complexo cálcio-
calmodulina. A terceira isoforma é a induzível (iNOS; NOS-2), que é regulada por
estimulação de citocinas e produz grandes quantidades de NO, excedendo em muito
as quantidades produzidas pelas outras duas isoformas (FURCHGOTT;
ZAWADZKI,1980; LUZ et al., 2005; MONCADA et al., 1991).
A atividade celular da eNOS está localizada nas cavéolas, que são
invaginações microscópicas do endotélio (GOLIGORSKY et al., 2002; LUZ et al.,
2005). Os principais transportadores de íons cálcio (Ca2+) estão localizados na
cavéola e são canais ativados por agonistas químicos como a ACh ou por estímulos
físicos, como o shear stress (FISSLTHALER et al., 2000; NILIUS; DROOGMANS,
2001). Após a ligação do agonista ao seu receptor acoplado a proteína Gq/11, ocorre
ativação da fosfolipase C (PLC) para produzir diacilglicerol (DAG) e trifosfato de
25
inositol (IP3). O IP3 aumenta a concentração intracelular de íons (Ca2+), favorecendo
a interação Ca2+ -calmodulina e resultando na ativação da eNOS e produção de NO
(LUZ et al., 2005).
O NO difunde-se facilmente através das células da musculatura lisa adjacente,
estimula a ciclase da guanilil solúvel (CGs), que metaboliza a guanosina trifosfato
(GTP) e transforma em guanosina monofosfato cíclica (GMPc) (COHEN;
VANHOUTTE, 1995). O GMPc, por sua vez, ativa a proteína quinase G (PKG),
resultando em estimulação da bomba de Ca2+ no retículo sarcoplasmático (SERCA),
acelerando a recaptação de Ca2+ para os estoques intracelulares. Ocorre também a
abertura dos canais para K+, fechamento dos canais para Ca2+ sensíveis a voltagem e
a fosforilação da quinase da cadeia leve da miosina (MLCK), inativando-a
(CORNWELL, et al., 1991). Todos estes eventos levam a uma redução de [Ca2+] i e o
vasorelaxamento (FURCHGOTT, 1983; SCHINI-KERTH; VANHOUTTE, 1995).
Além desta via dependente de GMPc, alguns trabalhos têm demonstrado que o NO
também pode produzir seus efeitos por uma via independente de GMPc através da
ativação direta de canais para K+ sensíveis ao Ca2+ de grande condutância (BKCa)
(BOLOTINA et al., 1994; MISTRY; GARLAND, 1998).
O NO também medeia ativamente muitas das funções protetoras exercidas
pelo endotélio intacto, e em conjunto com a PGI2 exerce potente efeito
antiaterogênico e tromborresistencia, prevenindo adesão e agregação plaquetária
(LUZ et al., 2005). A PGI2 pode ser considerada um dos EDRFs porque possui
atividade vasodilatadora e a sua origem é primariamente endotelial. Apesar disso, a
importância fisiológica da PGI2 para a vasodilatação é usualmente pequena e a
inibição de sua síntese não altera níveis pressóricos (CARVALHO et al., 2001; LUZ
et al., 2005). Sua ação depende da presença de receptores específicos no músculo liso
vascular. A estimulação dos receptores da PGI2 leva a uma estimulação da adenilil
ciclase (AC) produzindo um aumento de AMP cíclico e estimulação da proteína
quinase dependente de AMP cíclico (PKA). A PKA tem um efeito semelhante à
PKG, podendo ativar canais para K+ sensíveis ao ATP induzindo assim, a
hiperpolarização e estimulação da saída de Ca2+ do citosol inibindo a maquinaria
contrátil (CARVALHO et al., 2001).
Além do NO e da PGI2, o endotélio vascular produz um terceiro fator
relaxante que gera hiperpolarização no músculo liso vascular. Embora o NO seja
26
reconhecido como o fator primário em nível das artérias de condutância, nos últimos
anos, aumentaram as evidências para o papel de outros vasodilatadores derivados do
endotélio conhecidos como EDHFs (FÉLÉTOU; VANHOUTTE, 2009; LUKSHA et
al., 2009). É relatado na literatura ainda que a importância dos EDHFs nos
vasorrelaxamentos aumenta na medida em que o diâmetro do vaso diminui
(SHIMOKAWA et al., 1996). Este relato confirma a predominância do NO como o
principal fator relaxante derivado do endotélio em artérias de condutância, tal como
aorta torácica, enquanto que em artérias de resistência, como a mesentérica e
femoral, os EDHFs tem maior participação no controle da circulação local (SHI et
al., 2006).
Apesar do importante papel fisiológico que desempenha no controle do tônus
vascular, a identidade química do EDHF até hoje é desconhecida e ocorre a
possibilidade da existência de vários EDHFs (FÉLÉTOU; VANHOUTTE, 2009).
Dentre os candidatos podemos citar os metabólitos do ácido araquidônico (Ciclo-
oxigenase e lipoxigenase), derivados do citocromo P450, peróxido de hidrogênio,
monóxido de carbono, sulfeto de hidrogênio, as espécies reativas de oxigênio,
peptídeos, K+, as vias mono-oxigenase, Na+/K+-ATPase ou comunicações via gap
junctions entre células endoteliais e musculares lisas (CAMPBELL, 1996;
FÉLÉTOU; VANHOUTTE, 2009; LUKSHA et al., 2009).
Esses fatores ativam diferentes famílias de canais para K+ e hiperpolarização
de células musculares lisas vasculares contribuem para os mecanismos que
conduzem para o seu relaxamento. Em geral, a hiperpolarização do músculo liso
vascular produz relaxamento por reduzir tanto a probabilidade de abertura de canais
para Ca2+ dependentes de voltagem, quanto à taxa de renovação de fosfatidilinositol
intracelular, diminuindo assim a [Ca2+] i (LUZ et al., 2005).
As respostas mediadas pelos EDHFs são iniciadas por um aumento na
concentração de [Ca2+] i endotelial, ocorrendo uma consequente ativação de canais
para K+ ativados por Ca2+ de baixa condutância (SKCa) e canais para K+ ativados por
Ca2+ de condutância intermediária (IKCa), os quais induzem a hiperpolarização da
célula endotelial (FÉLÉTOU; VANHOUTTE, 2009). A hiperpolarização pode se
difundir para as células do músculo liso vascular através das gap junctions
mioendoteliais ou pelo efluxo de K+ (Canais SKCa e IKCa) que induz a
hiperpolarização de miócitos por ativar canais Kir e/ou Na+/K+-ATPase (LUZ et al.,
27
2005). A proporção relativa de cada mecanismo dependerá de numerosos
parâmetros, incluindo o estado de ativação do músculo liso vascular, densidade de
gap junctions mioendoteliais, nível de expressão do citocromo P450 e isoformas
apropriadas de canais Kir e/ou Na+/K+-ATPase (BUSSE et al., 2002).
Apesar de alguns mecanismos sobre os EDHFs já terem sido identificados,
ainda faltam ferramentas farmacológicas e eletrofisiológicas específicas para elucidar
a importância, os efeitos e os benefícios dos EDHFs sobre a maquinaria contrátil.
Além disso, também devem ser cuidadosamente estudados os mecanismos
subjacentes aos EDHFs (FÉLÉTOU; VANHOUTTE, 2009).
2.2.1.2 Fatores contráteis derivados do endotélio (EDCFs)
Além da produção dos EDRFs, o endotélio é capaz de sintetizar substâncias
vasoconstritoras chamados de EDCFs (THORIN; WEBB, 2010). Os principais
EDCFs envolvidos nas contrações do músculo liso vascular são a ET-1, ANG II e em
menor proporção, o tromboxano A2 e a prostaglandina H2 (PGH2) (VANHOUTTE,
TANG, 2008).
As endotelinas são peptídeos de 21 aminoácidos produzidos por vários
tecidos e possuem três diferentes isoformas (ET-1, ET-2 e ET-3) (KEDZIERSKI;
YANAGISAWA, 2001). A ET-1 é secretada principalmente na direção abluminal e
atua de maneira autócrina e parácrina em células próximas, como células musculares
lisas, células do miocárdio e células do tecido conectivo (CARVALHO et al., 2001).
A ET-1 é o mais potente vasoconstritor descrito, tanto em vasos de maior calibre
quanto na microcirculação (FORTES, et al., 1989; YANAGISAWA et al., 1988).
As endotelinas possuem receptores que se ligam a proteínas G. Sua ativação
promove despolarização da membrana plasmática, aumento do [Ca2+] i, contração
vascular, liberação de fatores endoteliais, síntese de DNA e crescimento celular
(RUBANYI, G.M.; POLOKOFF, 1994). Alguns dados sugerem que a ET-1 se liga
de maneira quase irreversível aos seus receptores nas células do músculo liso
vascular, com consequente duração de suas ações vasoconstritoras e pressoras
(BOULANGER; LÜSCHER, 1990). Além disso, nas doenças cardiovasculares, é
28
descrita uma importante interação entre a ET-1 e a angiotensina II (ANG II), outro
importante vasoconstritor (D'ORLÉANS-JUSTE et al., 2008).
A ANG II é o peptídeo responsável pelas principais ações do sistema renina-
angiotensina, modulando a pressão arterial, a homeostase de sal e água, e o sistema
nervoso autônomo, entre outros (PEACH, 1977). Três subtipos de receptores para
ANG II são conhecidos: AT1A, AT1B e AT2. A maioria dos efeitos fisiológicos da
ANG II é mediada pela ativação de receptores do subtipo AT1, enquanto poucos
efeitos, geralmente opostos àqueles desencadeados pela ativação de AT1, têm sido
atribuídos à ativação de receptores AT2. Os receptores para ANG II também
pertencem à família de receptores acoplados a proteínas G e, no caso dos receptores
AT1, o acoplamento ocorre via proteínas Gq. Consequentemente, a estimulação de
receptores AT1 ativa a PLC, aumenta os níveis de DAG e IP3, eleva a [Ca2+] i e
promove ativação de várias quinases modulando as funções celulares levando a
ativação da maquinaria contrátil (CARVALHO et al., 2001).
É importante salientar que o tônus vascular basal fisiológico resulta da
interação de todos os fatores, vasoconstritores e vasodilatadores. Qualquer
desequilíbrio na liberação destes fatores resulta numa situação de disfunção
endotelial que está relacionada a fatores de risco predisponentes a aterosclerose,
como: hipercolesterolemia, obesidade, hipertensão, tabagismo e DM (BRITTEN et
al., 1999; NACCI et al., 2009).
2.3 Disfunção Endotelial (DE)
A DE é um fenômeno sistêmico e pode ser definida como o desequilíbrio
entre os EDCFs e EDRFs (LUZ et al., 2005). Este desequilíbrio inclui mudanças na
função do endotélio, aumento da agregação plaquetária, expressão de moléculas de
adesão, resposta vasodilatadora reduzida, ativação inflamatória exacerbada,
crescimento do músculo liso vascular e angiogênese (BAKKER et al., 2009;
FÉLÉTOU; VANHOUTTE, 2006; VANHOUTTE et al., 2009).
Assim, um ciclo é estabelecido, consequentemente contribuindo para a
trombose, remodelamento vascular e aterosclerose (TANG; VANHOUTTE, 2010).
29
No paciente diabético a DE tem sido sugerida como um evento precoce na
patogênese das complicações vasculares (CALLES-ESCANDON; CIPOLLA, 2001).
2.3.1 Disfunção endotelial no Diabetes Mellitus
As doenças micro e macrovasculares são as principais causas de
morbimortalidade em pacientes com DM (CALLES-ESCANDON; CIPOLLA,
2001). Sabe-se, que a hiperglicemia crônica é um importante preditor das
complicações micro e macrovasculares no paciente com DM1 (BAKKER et al.,
2009; NATHAN et al., 2005). A esta patologia tem sido atribuída à associação entre
a hiperglicemia crônica, inflamação crônica e DE (SCHRAM et al., 2003).
O comprometimento funcional do endotélio precede o desenvolvimento das
alterações morfológicas durante a progressão do diabetes. A redução da
biodisponibilidade NO ocorre principalmente devido a uma acelerada degradação
promovida pelas espécies reativas de oxigênio (CAI; HARRISON, 2000). Os
mecanismos propostos para explicar as alterações vasculares no diabetes incluem a
acelerada formação de produtos finais da glicação avançada, aumento da atividade da
proteína quinase C (PKC), sinalização inflamatória, ativação da via dos polióis e
estresse oxidativo (POTENZA et al., 2009).
As terapias convencionais para reduzir a hiperglicemia, dislipidemia e a
resistência à insulina podem efetivamente melhorar a função endotelial e retardar o
aparecimento de complicações vasculares. Novas abordagens terapêuticas destinadas
a inibir a formação de produtos finais da glicação avançada, reduzir a ativação da
PKC, diminuir os sinais inflamatórios e restaurar o balanço oxidativo do endotélio
podem ser indicadas para melhorar a função vascular no estado diabético
(POTENZA et al., 2009).
2.4 L-arginina (L-Arg)
A L-Arg (Figura 2) é um aminoácido catiônico nutricionalmente classificado
como semi-essencial, que foi descoberto em 1886 e participa de diversos processos
30
do metabolismo humano (APPLETON, 2002; CYLWIK et al., 2005). É considerado
um aminoácido semi-essencial porque pode ser proveniente da dieta ou produzido
endogenamente no organismo adulto saudável (APPLETON, 2002). Por outro lado,
quando sua síntese está diminuída, ou seu catabolismo aumentado, torna-se um
aminoácido nutricionalmente essencial (BRUNINI et al., 2005).
Figura 2: Estrutura química da L-Arg. Figura adaptada de Cynober et al., 1995.
Dentre as várias fontes alimentares onde a L-Arg é encontrada destacam-se os
frutos do mar, o suco de melancia, nozes, sementes, algas, carnes e isolados protéicos
de soja (HOU et al., 2008; KING et al., 2008; WU et al., 2009). Interessantemente,
no leite dos mamíferos é relativamente baixo o conteúdo da L-Arg (DAVIS et al.,
1994; WU; KNABE, 1994).
A síntese da L-Arg nos mamíferos ocorre a partir de processos complexos do
metabolismo protéico no intestino, fígado e rins. O aminoácido L-citrulina produzido
principalmente no intestino delgado a partir de aminoácidos como a prolina,
glutamina e glutamato é absorvido e transportado para os rins (DHANAKOTI,
1990). Nos túbulos renais proximais a L-citrulina é sintetizada em L-Arg pelas
enzimas argininosuccinato sintetase e argininosuccinato liase. O fígado também é
capaz de sintetizar consideráveis quantidades de L-Arg, porém, é completamente
31
reaproveitada no ciclo da uréia para que o fígado contribua pouco com o fluxo da L-
Arg no plasma (WATFORD, 1991).
O transporte de membrana celular da L-Arg ocorre por difusão facilitada, os
processos são mediados por proteínas e existem quatro sistemas de transportes: y+,
y+L, B0,+ e b0,+. O sistema y+ é específico para aminoácidos catiônicos e possui fraca
interação com aminoácidos neutros. Já os sistemas y+L, B0,+ e b0,+ são sistemas de
transportes da L-Arg que possuem alta afinidade e baixa capacidade no seu
transporte devido a uma grande interação com diversos substratos, incluindo
aminoácidos catiônicos e neutros (DEVÉS; BOYD, 1998).
A L-Arg é considerada um aminoácido muito versátil porque participa de
importantes processos biológicos (Figura 3) tanto nos humanos, quanto em animais
(MORRIS, 2006; WU et al., 2009).
Sabe-se também que a L-Arg possui efeitos significativos sobre a função
endócrina, em especial na glândula adrenal e pituitária. A administração de L-Arg
demonstrou que é capaz de estimular a liberação de catecolaminas, insulina,
glucagon, prolactina e hormônio do crescimento (DE CASTRO BARBOSA et al.,
2009; IMMS, 1969; PALMER et al., 1975). Apesar destes efeitos já terem sido
evidenciados, pouco se sabe sobre o mecanismo exato através do qual a L-Arg
exerce seus efeitos sobre o sistema endócrino.
Dentre os vários processos biológicos que envolvem a L-Arg, a síntese do
NO pelas células endoteliais desempenha um importânte papel no controle da
regulação do tônus e da homeostasia vascular (GREEN et al., 2004). Para a produção
de NO pela eNOS, são necessários os seguintes co-fatores: NADPH (nicotinamida
Figura 3: Produtos formados a partir do metabolismo da L-Arg. Figura adaptada de Morris, 2006.
Proteína
L-arginina
Uréia
NO
Prolina Glutamato
Creatina
Agmatina
Poliaminas
32
adenina dinucleotídeo fosfato, forma reduzida), O2, BH4 (tetrahidrobiopterina), FAD
(flavina adenina dinucleotídeo), FMN (flavina mononucleotídeo) e Ca+2 (essencial
para a atividade das formas constitutivas) (BREDT et al., 1991; STEVENS-TRUSS
et al., 1997). A eNOS possui em cada lado de sua estrutura molécular duas porções
funcionais. Na porção carboxiterminal, existe um domínio que recebe elétrons do
NADPH (Redutase) e na porção aminoterminal, existe o domínio que abstrai um
elétron da L-Arg (Oxigenase). Este último domínio possui sítios de ligação com o
grupo ferro heme, a BH4 e a L-Arg. As duas porções são unidas por um sítio de
ligação cálcio/calmodulina (Ca2+/CaM), essencial para o acoplamento funcional da
transferência de elétrons dos grupos flavina para o ferro heme (LUZ et al., 2005;
STUEHR et al., 2001).
Podemos então caracterizar que a produção do NO via L-Arg (Figura 4)
acontece após cinco passos (NAPH - FAD - FMN - Ca2+/CaM - Heme/O2 - L-
Arg/NO) que envolvem a transferência de elétrons. A transferência de elétrons para o
grupo ferro heme induz a sua ativação, com consequente ligação ao O2, e este
complexo catalisa a oxidação do nitrogênio guanidinotermial da L-Arg, resultando na
síntese de NO e o subproduto L-citrulina (LUZ et al., 2005).
Figura 4: Produção do NO via L-Arg. Figura adaptada de RATTMANN, 2009.
33
2.4.1 L-arginina e Função Vascular
2.4.1.1 Estudos Experimentais
Sabe-se que a redução da biodisponibilidade de NO contribui para o
surgimento da DE e que este fato ocorre em diversos estados patológicos (WU;
MEININGER, 2000). Devido a isto, o modelo animal de doença tem sido
amplamente utilizado em estudos que objetivam avaliar os efeitos do tratamento com
a L-Arg sobre a função vascular. Os estudos experimentais que avaliam a função
vascular em sua maioria são feitos in vitro e in vivo (CYLWIK et al., 2005). Para a
administração do tratamento com a L-Arg, os pesquisadores se utilizam do método
de gavagem, infusão venosa e a mais comum, a administração na água de beber
(ÖZÇELIKAY et al., 2000; WITTE et al., 2002; WU et al., 2007).
No decorrer da década de 1980, foi descoberto que a L-Arg era o precursor do
óxido nítrico (NO) (PALMER et al., 1988a; SCHMIDT et al., 1988). Em 1991
Schini e Vanhoutte, estudaram o vasorrelaxamento de anéis isolados de artéria aorta
de ratos saudáveis e demonstraram existir um aumento no vasorrelaxamento das
artérias quando pré-incubadas com L-Arg. O experimento foi realizado tanto na
presença, como na ausência do endotélio. Os resultados sugeriram a existência de
uma via metabólica L-Arg/NO também no músculo liso vascular.
Com isto, a L-Arg na década de 1990 passou a despertar um maior interesse
da comunidade científica para o seu potencial clínico como uma nova estratégia
nutricional para prevenir e tratar as desordens vasculares (CHEN; SANDERS, 1991;
CHEN et al., 1993; PIEPER, 1998). Um fato importante é que na mesma década a
administração oral de L-Arg in vivo e in vitro demonstrou restaurar as respostas aos
relaxamentos induzidos por ACh em artéria aorta de diferentes modelos animais de
hipertensão, hipercolesterolemia e diabetes (COOKE et al.,1992; CHEN;
SANDERS, 1991; CHEN et al., 1993; PIEPER; PELTIER, 1995; PIEPER et al.,
1996; PIEPER et al., 1997).
Em um estudo feito por Özçelikay e colaboradores (1999), foi avaliado o
efeito protetor do tratamento crônico com a L-Arg sobre a reatividade vascular da
artéria aorta de ratos com DM1 durante 12 semanas após a indução do diabetes. O
estudo mostrou que o tratamento crônico com a L-Arg (1 mg/mL na água de beber)
em ratos diabéticos previne a redução na reatividade vascular observada nos animais
34
diabéticos não tratados. Foi observado também, que o efeito da L-Arg sobre a
reatividade vascular pode ser resultado de uma diminuição do estresse oxidativo.
Apesar destes efeitos, o tratamento crônico com a L-Arg não foi capaz de causar
mudança significativa na insulina plasmática, glicose, colesterol e triglicerídeos dos
ratos diabéticos.
Em outro estudo do mesmo grupo, os autores demonstraram que o tratamento
com L-Arg (1,25 mg/mL na água de beber) durante 4 semanas em ratos com DM1 e
hipertensão crônica, foi capaz de reverter o efeito da resposta vascular reduzida a
ACh em artéria aorta e o estado hipertensivo dos animais. Estes resultados sugerem
que o tratamento com L-Arg aumentou a síntese de NO endotelial, aumentando a
vasodilatação associada a uma redução da pressão arterial (ÖZÇELIKAY et al.,
2000).
É relatado na literatura ainda que a importância do EDHFs no
vasorrelaxamento aumenta na medida em que o diâmetro do vaso diminui
(SHIMOKAWA et al., 1996). Este relato confirma a predominância do NO como o
principal fator relaxante derivado do endotélio em artérias de condutância, tal como
aorta torácica, enquanto que em artérias de resistência, como a mesentérica e
femoral, os EDHFs possuem uma maior participação no controle da circulação local
(SHI et al., 2006).
Diante disto, sabe-se que a artéria mesentérica superior de ratos o NO têm
uma menor participação nos vasorrelaxamentos quando comparada com a artéria
aorta (WALDRON; GARLAND, 1994). Apesar deste fato, evidências demonstram
que o NO é de fundamental importância para o vasorrelaxamento da artéria
mesentérica superior já que, ele é capaz de modular o aumento do potencial de
membrana e a liberação dos EDHFs (SIMONSEN et al., 1999; STANKEVICIUS et
al., 2006; WALDRON; GARLAND, 1994).
Sabendo da importância do NO para os vasorrelaxamentos da artéria
mesentérica, Ward e colaboradores (2000) avaliaram o tratamento agudo com L-Arg
(4 mg/kg/min, i.v.) em ratos saudáveis que sofreram isquemia do leito mesentérico
por 30 minutos e logo em seguida reperfusão por 4h. Eles observaram com este
método um aumento na produção de NO que resultou em redução na DE sistêmica
nos ratos que receberam o tratamento. Da mesma forma, Taha e colaboradores
(2010) trataram coelhos com L-Arg (100 mg/kg/min, i.v.) e constataram também que
35
o leito mesentérico que sofreu isquemia teve uma atenuação na resposta a DE
sistêmica.
Kohli e colaboradores (2004) observaram em células endoteliais da carótida
de ratos com DM1, que o tratamento com a L-Arg (1,51% na água de beber) por 14
dias foi capaz de reduzir a perda de peso corporal, diminuir a glicose plasmática e
aumentar a disponibilidade do BH4 reforçando a síntese endotelial de NO. A redução
da glicose plasmática encontrada neste estudo pode ser explicada através do achado
de Vasilijevic e colaboradores (2007) que sugere uma neogênese das células β do
pâncreas, retomando os valores normais de insulina e glicose no plasma ocasionado
pelo tratamento com a L-Arg (2,25% na água de beber) por 12 dias em ratos com
DM1. Apesar do estudo de Özçelikay e colaboradores (1999) não demonstrar
melhora nas variáveis metabólicas dos animais diabéticos, estes resultados citados
fornecem uma base bioquímica para o efeito benéfico do tratamento com a L-Arg na
prevenção da DE em indivíduos diabéticos.
Por fim, têm sido demonstrados que o tratamento em longo prazo com a L-
Arg é seguro e sem aparecimento de efeitos adversos por todo o período de
tratamento em suínos, ovelhas e ratos (WU et al., 2007). Com estas evidências
benéficas nos modelos animais de doenças o tratamento com L-Arg pode ser uma
nova estratégia para a terapêutica das patologias que desencadeiam a DE (obesidade,
hipertensão, síndrome metabólica e diabetes) (WU; MEININGER, 2000; WU et al.,
2009). O tratamento com L-Arg é seguro para animais e abre perspectivas para os
estudos que buscam a prevenção e o tratamento da DE em humanos (WU et al.,
2009).
2.4.1.2 Estudos Clínicos
Apesar das evidências de segurança e prevenção do tratamento com a L-Arg
sobre a função vascular em modelos animais, ainda não está totalmente elucidado
qual o verdadeiro papel da L-Arg frente às desordens vasculares tanto em animais
quanto em humanos. Muitos estudos avaliam os efeitos em curto prazo através de
infusão venosa e arterial da L-Arg em pacientes com hipercolesterolemia, doença
arterial coronariana, hipertensão e diabetes (CREAGER et al., 1992; LAUER et al.,
36
2008; NITENBERG et al., 1998; PANZA et al., 1993; TOUSOULIS et al., 1997). Da
mesma forma, o estudo em longo prazo com a L-Arg pode caracterizar a real
efetividade do tratamento, mas existe um enorme desafio em produzir estudos
prospectivos (com longos seguimentos), randomizados (Crossover), placebo
controlado e duplo-cego (BAI et al., 2009; PRELI et al., 2002).
Em uma recente meta-análise elaborada por Bai e colaboradores (2009),
foram selecionados 13 estudos randomizados e placebos controlados, que avaliaram
a função endotelial em diversos estados patológicos e leitos vasculares. Chegaram à
conclusão que indivíduos com DE são susceptíveis a ter um benefício sobre a função
vascular em curto prazo com a ingestão oral de L-Arg, este efeito não parece ser
dose-dependente quando a dose de L-Arg variou de 3 a 24 g/dia. Porém, pensando no
melhor método em longo prazo para a prevenção e tratamento das desordens
cardiovasculares que acometem o endotélio, ao invés de administração por infusão
venosa e arterial, a via oral parece ser a mais viável.
Apesar das dificuldades encontradas para desenvolver os estudos com
humanos, os cientistas vêm demonstrando que o vasorrelaxamento dependente do
endotélio da artéria braquial reduzido em hipercolesterolêmicos pode ser melhorado
através da administração oral de L-Arg (7 g 3x/dia) durante 4 semanas
(CLARKSON et al., 1996). Interessantemente, um estudo com barra nutritiva
contendo grandes quantidades de L-Arg (6-21 g/dia) consumida por pacientes com
hipercolesterolemia durante 7 dias (2 barras/dia), foi capaz de melhorar o
vasorrelaxamento dependente do endotélio da artéria braquial destes pacientes
(MAXWELL et al., 2000). Outro efeito importante demonstrado é que o tratamento
com L-Arg oral (8,4 g/dia) por 2 semanas reduz a adesão plaquetária encontrada em
pacientes hipercolesterolêmicos (WOLF et al., 1997).
Nos pacientes com a doença arterial coronariana estabelecida também é
observado uma redução da adesão plaquetária e melhora do vasorrelaxamento
dependente do endotélio da artéria braquial com a administração oral de L-Arg (7 g
3x/dia) durante 10 dias (ADAMS et al., 1997). Em outro estudo elaborado por Blum
e colaboradores (2000) em pacientes com doença arterial coronariana que
mantiveram o tratamento médico convencional, não observaram mudanças
significativas nas moléculas de adesão plaquetária e no vasorrelaxamento dependente
do endotélio da artéria braquial quando administrado oralmente a L-Arg (9 g/dia)
37
durante 4 semanas. Apesar destes resultados conflitantes, Yin e colaboradores (2005)
demonstraram que o tratamento oral com L-Arg (10 g/dia) durante 4 semanas em
pacientes com doença arterial coronariana foi capaz de melhorar o vasorrelaxamento
dependente do endotélio da artéria braquial e reduzir os marcadores do estresse
oxidativo. No entanto, não foi capaz de reduzir as concentrações séricas dos
marcadores inflamatórios. Estes resultados conflitantes demonstram que ainda existe
um longo caminho para compreender os efeitos da L-Arg sobre a doença arterial
coronariana.
Os efeitos da L-Arg sobre a hipertensão têm demonstrado que 6 g/dia de L-
Arg é capaz de promover um aumento do vasorrelaxamento da artéria braquial em
pacientes com hipertensão essencial (LEKAKIS et al., 2002). Recentemente tem sido
demonstrado que a administração oral (12 g/dia) reduz significativamente a pressão
arterial (sistólica e diastólica) com um forte efeito hipotensor observado após 4
semanas de tratamento (AST et al., 2010). Em pacientes hipertensos e com DM tipo
II o tratamento com N-acetilcisteína (600 mg/dia) associado a L-Arg (1,200 mg/dia)
durante 6 meses foi capaz de demonstrar um potencial para a terapia anti-
aterogênica. Neste estudo, foi demonstrado que o tratamento com a L-Arg melhorou
o vasorrelaxamento dependente do endotélio da artéria braquial e aumentou a
produção de NO via redução do estresse oxidativo (MARTINA et al., 2008).
Já em pacientes portadores somente do DM2 o tratamento oral com a L-Arg
(3 g 3x/dia) durante 4 semanas foi capaz de melhorar significativamente a via
NO/GMPc, entretanto, não melhorou a sensibilidade à insulina (PIATTI et al., 2001).
Lucotti e colaboradores (2006) demonstraram que quando associado uma dieta
hipocalórica, exercício físico e o tratamento oral com L-Arg (8,3 g/dia) por 21 dias,
os pacientes portadores do DM2 quando comparado com o grupo controle,
apresentaram uma redução significativa do peso corporal, da pressão arterial, do
estresse oxidativo e uma melhora significativa da sensibilidade à insulina e da função
endotelial.
O mesmo efeito sobre a função endotelial não pode ser observado em
pacientes portadores do DM1. Mullen e colaboradores (2000), acompanharam por 6
semanas pacientes portadores do DM1 que foram tratados com L-Arg (7 g 2x/dia) e
diferente dos resultados benéficos sobre aumento do vasorrelaxamento da artéria
braquial encontrados em pacientes com hipercolesterolemia, doença arterial
38
coronariana, hipertensão e DM2, o tratamento com a L-Arg não foi capaz de
melhorar a função endotelial da artéria braquial dos pacientes portadores do DM1.
Finalmente, estudos através da infusão venosa e arterial da L-Arg em seres
humanos têm mostrado que a função endotelial é melhorada em sujeitos com
hipercolesterolemia, doença arterial coronariana, hipertensão e diabetes. Entretanto
sua eficácia ainda não foi comprovada no tratamento em longo prazo em diferentes
estados patológicos e até o momento parece que os pacientes com
hipercolesterolemia respondem melhor ao tratamento. O tratamento em longo prazo
com a L-Arg parece ser seguro, já que não foram observados efeitos adversos com 30
g de L-Arg na infusão venosa e na dose oral de 9 g/dia em adultos saudáveis (SHAO;
HATHCOCK, 2008). No entanto, doses orais mais elevadas são associadas
ocasionalmente com náusea, desconforto gastrointestinal e diarréia (GRIMBLE,
2007). Em contraste com os estudos em animais, os resultados em humanos são
variados, possivelmente devido aos pequenos tamanhos de amostra e o curto período
de tratamento. Desta forma, ainda existe a lacuna sobre os benefícios que o
tratamento com a L-Arg pode trazer para a saúde vascular nos diversos estados
patológicos em humanos.
2.5 Exercício Físico (EF)
Cada vez mais ocorre uma maior interação multidisciplinar entre o médico
especialista e os vários profissionais da área da saúde (educadores físicos,
nutricionistas e psicólogos). Profissionais estes que auxiliam o diabético facilitando a
adesão ao tratamento e, consequentemente, atenuando a progressão do diabetes e as
suas complicações (SBD, 2007).
Entre estas abordagens multidisciplinares o exercício físico regular (EF)
confere benefícios diretos e/ou indiretos que auxiliam na redução do risco
cardiovascular global dos pacientes diabéticos (LI et al., 2003; SBD, 2007). O EF
prioritariamente aeróbio (EA) é caracterizado pela realização de movimentos cíclicos
que demonstra provocar alterações benéficas no estado glicêmico, perfil lipídico, na
resistência a insulina, na função renal, na hemoglobina glicada, na função
autonômica e na função endotelial do paciente diabético (FUCHSJÄGER-MAYRL
39
et al., 2002; HORDERN et al., 2008; HOWLEY, 2001; HOWORKA et al., 1997;
JESSEN, N.; GOODYEAR, 2005; MOSHER et al., 1998; O'DONOVAN et al.,
2005).
Desta forma, para o tratamento não-medicamentoso do diabético é sugerido
EA regular. Recentemente, o exercício resistido (ER) popularmente chamado de
musculação, foi sugerido em diretrizes nacionais como uma alternativa para o
tratamento do DM (SBD, 2007). O ER proporciona o metabolismo energético
prioritariamente anaeróbio e caracteriza-se pela execução de movimentos
intermitentes em que os músculos de um segmento específico do corpo estão
contraídos contra uma força que se opõe ao movimento (HOWLEY, 2001).
Na literatura o ER demonstra ser benéfico na melhora da ação insulínica, no
ganho de massa muscular, na redução da massa gorda, no controle glicêmico e na
redução da pressão arterial em indivíduos com DM2 (CASTANEDA et al., 2002;
DUNSTAN et al., 2002; SIGAL et al., 2007). Entretanto, são pouco consistentes os
dados na literatura com relação aos benefícios do ER em pacientes com DM1 (DE
ANGELIS et al., 2006).
2.5.1 Exercício Físico e Função Vascular
2.5.1.1 Estudos Experimentais
Até a década de 90 não eram conhecidos quais os fatores que estariam
envolvidos nos efeitos benéficos do EF sobre o endotélio. Após a descoberta da
molécula de NO, diversos trabalhos foram realizados avaliando os efeitos do EF
sobre as células endoteliais. Foi observado que o aumento do fluxo sanguíneo na
parede das células endoteliais é o estímulo fisiológico ideal para a produção dos
EDRFs (DELP et al., 1993; HIGASHI et al., 1999; ROBERTS et al., 1999; SESSA
et al., 1994).
O endotélio está localizado em uma posição estratégica, entre o sangue e o
músculo liso vascular, e este responde às mudanças no estresse de cisalhamento
ocorrendo uma série de sinais químicos que produz EDRFs e os mesmos atuam
regulando o tônus do músculo liso vascular (JASPERSE; LAUGHLIN, 2006; PAN,
2009). O EF promove o aumento do shear stress melhorando a biodisponibilidade do
40
NO e estudos mostram que o shear stress induzido pelo EA é um poderoso estímulo
para a produção dos EDRFs (KINGWELL, 2000; KURU et al., 2002; WHYTE;
LAUGHLIN, 2010; ZAGO; ZANESCO, 2006).
Xiang e colaboradores (2005) observaram os efeitos do EA na função
microvascular de ratos Zucker obesos, um modelo experimental do DM2. Os ratos
treinaram o EA com uma rotina de 4-5x/semana, na velocidade de 24 m/min,
caracterizando um protocolo de curta duração. No grupo obeso EA quando
comparado com o grupo obeso sedentário apresentou redução plasmática da glicose
sanguínea, insulina, interleucina 6 e melhora nos vasorrelaxamentos da
microcirculação do músculo trapézio. Estes resultados sugerem que o EA de curta
duração pode melhorar a função vascular da microcirculação.
Um protocolo de EA com uma duração de 7 semanas, demonstrou que uma
intensidade moderada, 60 min, foi capaz de reduzir o estresse oxidativo, reduzir a
hiperglicemia e aumentar a biodisponibilidade de NO em artéria aorta de ratos com
DM2. Quando compararam os ratos DM2 treinados com os DM2 sedentários,
concluíram que o EA reverteu à DE promovida pelo diabetes e este efeito pode ter
sido provocado por uma maior biodisponibilidade de NO e redução do stress
oxidativo (MOIEN-AFSHARI, 2008). Em outro modelo de DM2 experimental, os
ratos Goto-Kakizaki foram submetidos ao EA durante 9 semanas, 5x/semana, por 60
min e com uma intensidade de 50% do consumo máximo de oxigênio (VO2Máx).
Verificaram que 9 semanas de EA foi capaz de elevar a expressão da eNOS e reduzir
o estresse oxidativo nas células endoteliais estudadas, corroborando com o estudo
citado anteriormente (GRIJALVA et al, 2008).
Estudos com protocolos de treinamento em longo prazo, 16 e 24 semanas,
corroboraram com os achados de outros estudos com protocolos de curta duração.
Sakamoto e colaboradores (1998) verificaram que o DM2 (Otsuka Long-Evans
Tokushima Fatty rat) reduziu os vasorrelaxamentos da aorta em ratos e que o EA de
16 semanas melhorou a função vascular dos ratos diabéticos. O treinamento também
aumentou a sensibilidade insulínica e reduziu os níveis plasmáticos de glicose. Outro
grupo constatou que a aorta torácica e a artéria mesentérica de ratos com DM2
(Otsuka Long-Evans Tokushima Fatty rat) tinham reduzido a resposta à ACh e
também tinham a produção endotelial de NO e EDHF reduzidas. O EA de 24
41
semanas aumentou o relaxamento para a ACh devido a uma maior produção de NO e
EDHF (MINAMI et al., 2002).
Até o momento o EA em curto e longo prazo parece modificar de forma
benéfica os parâmetros cardiovasculares e bioquímicos em ratos com DM2.
Entretanto, a falta de estudos sobre os efeitos do ER em modelos animais com DM2
deixa uma lacuna no conhecimento sobre o potencial terapêutico do ER frente às
complicações geradas pelo DM2. A administração de estreptozotocina (STZ) ou
aloxano (ALX) é frequentemente utilizado para a indução do DM1 (DE ANGELIS et
al., 2002b; LENZEN, 2008; SZKUDELSKI, 2001). Esses animais apresentam muitas
alterações semelhantes às observadas em humanos com DM1, tais como
hiperglicemia, deficiência na secreção de insulina, glicosúria, poliúria, perda de peso,
neuropatia, nefropatia e cardiopatia (LENZEN, 2008; VERSPOHL, 2002).
Em estudos com ratos induzidos ao DM1 com estreptozotocina (STZ) foi
verificado uma melhora nos vasorrelaxamentos da artéria basilar (reatividade
cerebrovascular) com 4 semanas de EA (MAYHAN et al., 2004). Em outro estudo,
também com ratos STZ, foi observado que o EA com intensidade moderada e 10
semanas de treinamento, melhorou os vasorrelaxamentos da microcirculação cutânea
dos ratos diabéticos treinados (HEIDARIANPOUR et al., 2007). Para reforçar estes
dados, alguns estudos utilizando o modelo de DM1 induzido por STZ demonstravam
que o EA por 10 semanas promoveu uma melhora nas alterações da freqüência
cardíaca intrínseca, no tônus vagal e no controle reflexo cardiovascular (barorreflexo
e quimiorreflexo) (DE ANGELIS et al., 2000; DE ANGELIS et al., 2002a; DE
ANGELIS et al., 2002b).
É visto também em protocolos de longa duração (24 semanas) com ratos STZ
que o EA de baixa intensidade, 5x/semana, por um período de 30 min/dia, reduz
significativamente os níveis de glicemia, pressão arterial, hipertrofia do ventrículo
esquerdo, adesão leucocitária nas células endoteliais e os índices de DE, por meio de
um aumento no fluxo sanguíneo e maior atividade antioxidante. Este estudo sugere
também, que o EA de baixa intensidade pode ser uma terapia preventiva frente às
complicações cardiovasculares do diabetes (CHAKRAPHAN, 2005).
Apesar de poucos estudos publicados, o ER parece promover benefícios para
os animais induzidos ao DM1. Farrell e colaboradores (1999) demonstraram que 8
semanas de ER em ratos com DM1 induzidos por STZ reduziu a glicemia associada
42
ao ganho de massa muscular nos animais tratados. Em estudos recentes do nosso
laboratório, pôde ser observado que ER de intensidade moderada, durante 8 semanas
e 3x/semana foi capaz de prevenir a hipertensão secundária, reduzir glicemia, pressão
sistólica, aumentar a sensibilidade barorreflexo e restaurar os vasorrelaxamentos
induzido por ACh em anéis isolados de artéria mesentérica superior em ratos com
DM1 induzidos por ALX (BARRETO, 2010; MOTA, 2010). Apesar destes achados,
são necessários mais estudos para compreender os mecanismos e os benefícios do
ER sobre a prevenção e o tratamento do animal induzido ao DM1.
2.5.1.2 Estudos Clínicos
Estudos em pacientes com hipertensão, hipercolesterolemia, doença arterial
coronária e diabetes, sugerem que a melhora da função endotelial pode ser um alvo
terapêutico para reduzir o desenvolvimento de sintomas da doença ou eventos
clínicos (IFRIM; VASILESCU, 2004; JIN et al., 2008; JOHN; SCHMIEDER, 2000;
POREDOS et al., 2006; SCHACHINGER et al., 2000). As mudanças no estilo de
vida tais como o EF, podem influenciar na função endotelial e por sua vez, reduzir o
risco cardiovascular. Tem sido demonstrado que o EF pode melhorar a função
endotelial em pacientes com insuficiência cardíaca crônica, hipercolesterolemia,
síndrome plurimetabólica, hipertensão e diabetes (FUCHSJÄGER-MAYRL et al.,
2002; HAMBRECHT et al., 1998; HIGASHI, et al., 1999; LAVRENCIC et al.,
2000; LEWIS et al., 1999).
A DE tem sido implicada na gênese da aterosclerose e no DM possivelmente
ocorre devido à consequências metabólicas provocadas pela doença e em particular
pela hiperglicemia crônica (BAKKER, 2009; BERTOLUCI et al., 2008;
WAJCHENBERG, 2002). Em pacientes com DM2, Hordern e colaboradores (2008)
demonstraram que o EA de intensidade moderada, feito 3x/semana e com duração de
4 semanas foi capaz de melhorar a aptidão cardiorrespiratória, o índice de massa
corporal e os triglicerídeos. Foi observada também uma redução significativa na
glicose plasmática e na hemoglobina glicada.
Em um recente estudo, elaborado por Sixt e colaboradores (2010), avaliou os
efeitos de uma intervenção multidisciplinar em curto e longo prazo com o foco no
43
EA em pacientes com DM2 e que possuíam doença arterial coronariana avançada.
Este estudo demonstrou que o EA feito em bicicleta ergométrica, 6x15 min/dia,
5x/semana, com uma intensidade leve, durante 4 semanas (curto prazo) não foi capaz
de alterar a função endotelial da artéria coronária, no entanto, foi encontrada uma
redução nos valores da glicose em jejum, hemoglobina glicada, proteína C reativa,
colesterol total e LDL. Já a intervenção feita com o período de 6 meses (longo
prazo), 30 min de esteira ergométrica/dia, 5x/semana, com uma intensidade leve e
mais 60 min de ginástica em grupo/semana melhorou significativamente a função
endotelial coronariana e todos os parâmetros metabólicos avaliados no protocolo de 4
semanas. Estes resultados sugerem que o EA é capaz de melhorar os parâmetros
metabólicos do paciente com DM2 em curto prazo e somente em longo prazo pode
alterar a função endotelial da artéria coronária de forma significativa.
É também documentado na literatura que quando associado o EA ao ER pelo
período de 8 semanas existe uma melhora na função endotelial da artéria braquial de
pacientes com DM2 (MAIORANA et al., 2001). O ER sozinho parece ser capaz de
melhorar também a ação da insulina, contribuir no ganho de massa muscular, reduzir
a massa gorda, controlar glicemia e reduzir a pressão arterial em indivíduos com
DM2 (CASTANEDA et al., 2002; DUNSTAN et al., 2002; IRVINE; TAYLOR,
2009; SIGAL et al., 2007).
Como o DM2 caracteriza-se predominantemente por resistência à insulina,
nesses pacientes observa-se mais facilmente o efeito benéfico dos exercícios sobre o
controle glicêmico (DE ANGELIS et al., 2006). Já nos pacientes com DM1 os
estudos são divergentes e na sua maioria demonstram que o EA não reduz de forma
efetiva a glicose plasmática e a hemoglobina glicada, apesar destas evidências,
constata-se melhora na resistência a insulina (DEFRONZO et al., 1982; RAMALHO
et al., 2006; WASSERMAN; ZINMAN, 1994; YKI-JÄRVINEN et al., 1984;
ZINMAN et al., 1984).
Em contraste, resultados benéficos sobre a hemoglobina glicada são
observados em adolescentes com DM1 após 12 semanas de atividades recreativas
vigorosas, por 30 min e 3x/semana (CAMPAIGNE et al., 1984). Resultados similares
foram demonstrados por Valério e colaboradores (2007), onde verificaram que o EF
por meio da participação em atividades esportivas está associado à melhora do
controle metabólico, avaliado pela hemoglobina glicada. Um estudo publicado por
44
Mosher e colaboradores (1998) demonstrou os efeitos benéficos sobre a hemoglobina
glicada, a resistência cardiorrespiratória, força muscular, perfil lipídico e a regulação
da glicose plasmática de 10 pacientes com DM1 após 12 semanas de EA em circuito
calistênico com ritmo vigoroso e frequência de 3x/semana.
Parece também que o EA no paciente com DM1 pode trazer benefícios
vasculares independente do nível de glicose no sangue e, aparentemente, não se
limita aos leitos vasculares próximos dos músculos exercitados. Fuchsjäger-Mayrl e
colaboradores (2002) estudaram 26 pacientes com DM1 durante 4 meses que
participaram de um programa de EA 3x/semana, com 60 a 70% da freqüência
cardíaca máxima e duração de 40 min/dia. Eles observaram que o EA após 4 meses
melhorou a função endotelial da artéria braquial e a rede vascular dos olhos,
entretanto não foi observada mudança significativa na hemoglobina glicada.
Deve-se ressaltar que não foi encontrado na literatura os benefícios
metabólicos e vasculares do ER na promoção da saúde em pacientes com DM1.
Entretanto, apesar do ER demonstrar um importante potencial terapêutico em
algumas doenças, o ER agudo e crônico em pessoas saudáveis induz aumento da
rigidez arterial (DEVAN et al., 2005; HEFFEMAN et al., 2007; MIYACHI et al.,
2004). No entanto, estes achados não têm sido consistentes.
Rakobowchuk e colaboradores (2005) não observaram aumento de rigidez
arterial da artéria carótida após 12 semanas de ER intenso com jovens do sexo
masculino. Os resultados sobre a rigidez arterial são controversos e necessitam de
mais investigações já que o ER tem demonstrado diversos benefícios em condições
saudáveis e em diferentes estados de doença, além do que, atualmente é sugerido
como um tratamento não-medicamentoso por diretrizes nacionais (DBH V, 2006;
DBH VI 2010; SBD, 2007).
2.6 L-arginina, Exercício Físico e Função Vascular
A L-Arg têm tido destaque no meio científico em relação ao seu efeito
promissor no aumento da biodisponibilidade de NO em diversos tecidos, de forma
mais substancial nos vasos sanguíneos. Existem evidências de que a L-Arg aumenta
a captação de glicose durante o EF prolongado, reduz lipólise e que o tratamento oral
45
de L-Arg pode interagir com o EF para aumentar os seus efeitos benéficos
(MCCONELL et al., 2007).
A eficiência do tratamento com a L-Arg em resposta ao EF vem sendo
demonstrada em diversos estados de doença. Sugere-se que o tratamento oral com L-
Arg melhora a capacidade aeróbia em pacientes com doenças cardiovasculares
coronariana, angina estável, hipertensão arterial pulmonar e insuficiência cardíaca
congestiva (CEREMUZYNSKI et al., 1997; CHENG; BALDWIN, 2001; NAGAYA
et al., 2001; RECTOR et al., 1996).
Doutreleau e colaboradores (2006) trataram com L-Arg por 6 semanas
pacientes com insuficiência cardíaca crônica e observaram um aumento na tolerância
ao EA prolongado, redução da frequência cardíaca e do lactato circulante. Os autores
sugerem que o tratamento com a L-Arg pode ser um complemento terapêutico, a fim
de melhorar a aptidão física do paciente. Em um estudo experimental, o tratamento
em longo prazo com L-Arg (6% na água de beber) aumentou a capacidade aeróbia
durante o exercício de esteira em camundongos hipercolesterolêmicos e esta melhora
possivelmente esteja ligada ao aumento de NO endotelial encontrado no estudo
(MAXWELL et al., 2001).
Foi demonstrado que 21 dias de tratamento oral com L-Arg (8,3 g/dia)
aumentou os efeitos benéficos da dieta hipocalórica e do programa de EA no
metabolismo da glicose, sensibilidade à insulina e nos marcadores de estresse
oxidativo em pacientes com DM2 (LUCOTTI et al., 2006). A redução do estresse
oxidativo vista neste estudo é benéfica já que quando as células endoteliais são
expostas a níveis excessivos de espécies reativas de oxigênio ocorre uma redução da
biodisponibilidade de NO endotelial, diminuindo o efeito de vasorrelaxante e
aumentado o efeito vasoconstritor (COSENTINO et al., 1994; MCINTYRE et al.,
1999).
É importante destacar que até o momento não foram encontrados na literatura
estudos que apontem os benefícios metabólicos e vasculares da associação do
tratamento oral com L-Arg e ER na promoção da saúde em pacientes com DM1 e
DM2. Entretanto, um estudo recente avaliou efeito do tratamento com L-Arg (7 g)
associado a uma única sessão de ER sobre a função vascular e as respostas
hemodinâmicas. Os resultados demonstraram que a L-Arg associada ao ER não teria
nenhum efeito sobre a resposta hemodinâmica e vascular de pessoas saudáveis. Os
46
autores sugerem que outras vias envolvidas na vasodilatação possam mascarar os
efeitos da L-Arg e possivelmente a via da L-Arg/NO contribua pouco para a
vasodilatação pós-exercício (FAHS et al., 2009). Poucas pesquisas foram realizadas
para examinar o efeito do tratamento com L-Arg sobre o metabolismo do EF. Mais
estudos são necessários para elucidar o potencial ergogênico e terapêutico da L-Arg
associado ao ER.
47
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Avaliar os efeitos da L-arginina (L-Arg), do exercício resistido (ER), e da L-
Arg associada ao ER, sobre a reatividade vascular em artéria mesentérica de ratos
diabéticos.
3.2 Objetivos específicos
Caracterizar as respostas vasculares relacionadas aos fatores relaxantes
derivados do endotélio (EDRFs) em anéis isolados da artéria mesentérica de ratos:
- Diabéticos induzidos por aloxano;
- Diabéticos tratados com a L-Arg e o ER, separadamente;
- Diabéticos tratados com a L-Arg associada ao ER.
48
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Animais
Foram utilizados 32 ratos Wistar machos (Rattus norvegicus), com idade de 3
meses, pesando entre 250g e 300g, provenientes do Biotério Central da UFS. Os
animais foram acomodados em número de 4 animais por caixa retangular grande,
mantidos sob condições ambientais de temperatura (22 ± 1ºC) e ciclo claro-escuro
de 12 horas, tendo livre acesso à alimentação e água. Os animais receberam água de
torneira e foram alimentados com ração específica para roedores, Labina (Purina®).
Todos os procedimentos descritos no presente trabalho foram aprovados pelo Comitê
de Ética em Pesquisa Animal da Universidade Federal de Sergipe, Brasil (protocolo
45/08).
4.2 Drogas
As drogas utilizadas foram: L-fenilefrina (FEN, agonista α1 adrenérgico),
cloreto de acetilcolina (ACh, agonista muscarínico não-seletivo), NG-nitro L-
arginina metil éster (L-NAME, inibidor da sintase do óxido nítrico endotelial),
indometacina (INDO, inibidor não-seletivo da ciclo-oxigenase), tetraetilamônio
(TEA, bloqueador de canais para K+ ativados por Ca2+ de alta condutância), aloxano
(ALX, agente diabetogênico) e L-arginina ≥ 98,5% (L-Arg, aminoácido precursor
do óxido nítrico) (Todos da Sigma Chemical Co, St Louis, MO, USA).
4.3 Delineamento experimental
Os animais foram divididos em 7 grupos:
1) Controle (CON, n = 4) – composto por animais saudáveis e sedentários
tratados somente com água da torneira;
49
2) Estimulado Eletricamente (EE, n = 4) – composto por animais saudáveis e
sedentários tratados somente com água da torneira e que foram estimulados
eletricamente sem executar o exercício;
3) Controle Treinado (CT, n = 4) - composto por animais saudáveis tratados
somente com água da torneira e que foram treinados com exercício resistido através
de estimulos elétricos;
4) Diabético Sedentário (DS, n = 5) - composto por animais diabéticos e
sedentários tratados somente com água da torneira;
5) Diabético L-arginina (DL-Arg, n = 5) - composto por animais diabéticos e
tratados com L-arginina;
6) Diabético Treinado (DT, n = 5) composto por animais diabéticos tratados
somente com água da torneira e que foram treinados com exercício resistido através
de estimulos elétricos;
7) Diabético Treinado + L-arginina (DT + L-Arg, n = 5) - composto por
animais diabéticos tratados com L-arginina e que foram treinados com exercício
resistido através de estimulos elétricos;
Os animais do CON, EE, DS e DL-Arg foram mantidos em suas caixas sem
exposição ao treinamento, enquanto que os animais do CT, DT e DT + L-Arg foram
submetidos a 8 semanas de exercício resistido.
4.4 Indução do diabetes
Para a indução do diabetes experimental, os ratos, depois de permanecerem
12 horas em jejum, foram anestesiados. Após constatar que o animal estava
anestesiado, foi administrado aloxano (ALX, 40 mg/kg de peso), dissolvida em
tampão citrato com 0,01 M e um pH de 4,5, injetada na veia dorsal do pênis. Os ratos
foram recolocados nas gaiolas com alimento e solução glicosada a 15% no primeiro
dia após o aloxano (CAVALLI et al., 2007; LUCIANO; LIMA, 1997; LUCIANO;
ROSTOM DE MELLO, 1998).
A comprovação do diabetes foi realizada uma semana após da administração
do ALX, através da determinação da glicemia. Foram selecionados como diabéticos,
ratos que apresentarem glicemia ≥ 200 mg/dL. Estes parâmetros foram medidos
50
utilizando a técnica de fitas reagentes (URIQUEST. CAT 100, LABTEST e ACCU-
CHEK Advantage II, Roche, respectivamente) (LUCIANO; ROSTOM DE MELLO,
1998).
4.5 Tratamento com L-arginina
Os grupos DL-Arg e DT + L-Arg receberam a L-Arg através da água de
beber na concentração de 1,25 mg/ ml durante as 8 semanas de tratamento
(ÖZÇELIKAY et al., 1999; ÖZÇELIKAY et al., 2000). Esta concentração é
considerada segura, pois a tolerância da administração oral para ratos é de 2,14 g/ kg
de peso corporal/ dia (WU et al., 2007). Os animais foram mantidos em caixas
coletivas com 4 animais, uma vez que não existem diferenças na ingesta da ração e
água entre caixas individuais ou coletivas de ratos tratados com L-Arg (CASTRO-
BARBOSA et al., 2006; KOHLI et al., 2004).
4.6 Tratamento com exercício resistido
O treinamento resistido foi realizado em aparelho de agachamento segundo
modelo de Tamaki et al., 1992. Os animais dos grupos CT, DT e DT + L-Arg, após 1
semana de habituação, foram treinados através de 3 séries de 10 repetições, com
intervalos de repouso de 60 s, e intensidade de 50% da carga estabelecida através do
teste de uma repetição máxima (1RM), 3 vezes por semana (SBD, 2007). A carga de
treinamento e a intensidade foram reajustadas a cada 2 semanas através de um novo
teste de 1RM. O grupo EE recebeu a mesma intensidade do estímulo e o mesmo
número de séries e repetições que os grupos treinados, mas sem carga de treinamento
e movimento do exercício. Os grupos CON, DS e DL-Arg foram manipulados e
fixados ao aparelho 3 vezes por semana, durante 5 min sem a aplicação de estímulo
elétrico.
Os parâmetros de estimulação elétrica foram realizados conforme descrito em
Barauna et al., 2005. Os animais foram estimulados a executar as séries através da
aplicação de estímulos elétricos (20 V, 0.3 s de duração, 3 s de intervalo) por
eletrodos (ValuTrode, Modelo CF3200, Axelgaard, Fallbrook, CA, EUA) fixados na
51
cauda e conectados a um eletroestimulador (BIOSET, Physiotonus Four, Modelo
3050, Rio Claro, SP, Brasil).
4.7 Avaliação do vasorrelaxamento dependente de endotélio
O vasorrelaxamento dependente de endotélio foi avaliado utilizando anéis de
artéria mesentérica superior de rato preparado conforme descrito em Menezes et al.,
2007. Após o sacrifício dos animais, anéis do primeiro segmento da artéria
mesentérica superior (1 - 2 mm) foram obtidos livres de tecido conjuntivo e adiposo,
e foram mantidos em cubas contendo 10 mL de solução de Tyrode (concentração em
mM: NaCl 158.3, KCl 4.0, CaCl2 2.0, NaHCO3 10.0, C6H12O6 5.6, MgCl2 1.05 and
NaH2PO4 0.42), a 37º C e gaseificada com uma mistura carbogênica (95% de O2 e
5% de CO2). Os anéis foram suspensos por linhas de algodão fixadas a um transdutor
de força (Letíca, Modelo TRI210, Espanha). As tensões isométricas foram
registradas através de um sistema de aquisição (BD-01, AVS, SP, Brasil). Cada anel
foi submetido a uma tensão constante de 0,75 g por um período de no mínimo 60
minutos (período de estabilização). A funcionalidade do endotélio foi verificada pela
habilidade medida em percentagem (%), de 10 µM de ACh em relaxar mais do que
75% os anéis pré-contraídos com 10 µM de FEN. A ausência ou valores menores do
que 75% do relaxamento à ACh foi considerado como prova de que os anéis eram
sem endotélio funcional (FURCHGOTT; ZAWADZKI, 1980).
O vasorrelaxamento dependente de endotélio foi obtido em anéis pré-
contraídos com FEN (10 µM) pela adição à cuba de concentrações crescentes e
cumulativas de ACh (10-9 - 10-4 M). Após isto, curvas concentração-respostas foram
construídas na condição controle ou na presença dos seguintes inibidores: L-NAME
(100 µM), L-NAME + INDO (10 µM) e L-NAME + INDO + TEA (1 µM).
4.8 Analíses estatísticas
Os valores foram expressos como a média ± erro padrão da média (E.P.M.).
Os valores de pD2 dos experimentos in vitro foram calculados pelo logarítmo
negativo da EC50 obtida através de regressão não-linear das curvas concentração-
52
resposta. Para avaliar a significância das diferenças entre as médias foram utilizados
os testes t de Student (pareado e não-pareado) e a análise de variância (ANOVA) de
uma via ou duas vias seguido do pós-teste de Bonferroni. Os valores foram
considerados estatisticamente significativos quando p < 0,05. Para todos estes
procedimentos foi utilizado o programa estatístico GraphPad Prism versão 3.02
(GraphPad Software, San Diego,CA, E.U.A.).
53
5 RESULTADOS
5.1 Peso corporal
O peso corporal dos animais no início do estudo foi similar em todos os
grupos (Tabela 1). Após as 8 semanas de estudo, apenas os animais do DS reduziram
significativamente (p < 0,001) seu peso corporal quando comparado ao CON. Uma
análise comparativa dos valores iniciais e finais entre todos os grupos demonstrou
que os animais do CON, EE e CT apresentaram um aumento significativo (p < 0,001
e p < 0,05; respectivamente) do peso corporal. Já os animais do grupo DS e DT
apresentaram uma redução significativa (p < 0,01 e p < 0,001) deste parâmetro. Além
disso, os animais tratados com L-Arg mantiveram seu peso corporal (Tabela 1).
5.2 Glicemia
As variações de glicemia antes e após as 8 semanas do experimento estão
mostradas na Tabela 1. No início do estudo, o DS apresentou um aumento
significativo (p < 0,001) da glicemia quando comparado com o CON. Após as 8
semanas de tratamento, não foram observadas variações nas glicemias dos animais
CON, EE, CT e DL-Arg (Tabela 1). Os animais DS e DT apresentaram um aumento
significativo (p < 0,01 e p < 0,05; respectivamente) em seus níveis glicêmicos. Além
disso, os animais DT + L-Arg apresentaram uma redução significativa (p < 0,01)
deste parâmetro.
5.3 Teste de uma repetição máxima
Como demonstrado na Tabela 1, no início dos experimentos foi observado
uma redução significativa (p < 0,05) nos níveis de força (carga de 1RM) do DS
quando comparado com o CON. Após as 8 semanas de estudo, apenas os animais do
grupo CT, DL-Arg e DT + L-Arg obtiveram um aumento significativo (p < 0,05; p <
0,05 e p < 0,01; respectivamente) nos níveis de força (Tabela 1).
54
Tabela 1- Variação do peso corporal, glicemia e do teste de 1 RM dos ratos no início e ao final de 8 semanas de protocolo experimental.
Rodapé: Grupo Controle (CON), Estimulado Eletricamente (EE), Controle Treinando (CT), Diabético Sedentário (DS), Diabético + L-arginina (DL-Arg), Diabético Treinado (DT) e Diabético Treinado + L-arginina (DT + L-Arg). O número de animais utilizados está representado entre parênteses. Os resultados foram expressos como média ± E.P.M. As diferenças estatísticas entre as médias foram determinadas pelo teste t de student pareado (intra-grupo) ou pela ANOVA de uma-via seguido do pós-teste de Bonferroni (inter-grupo). *p < 0,05 e ***p < 0,001 vs CON; a p < 0,05; b p < 0,01 e c p < 0,001 valores iniciais vs valores finais. 1 RM: Teste de uma repetição máxima.
5.4 Vasorrelaxamento dependente de endotélio
A ACh foi capaz de induzir vasorrelaxamento dependente da concentração
em anéis isolados de artéria mesentérica superior com endotélio intacto de todos os
grupos (Fig. 5, 6 e 7). Não foram observadas diferenças entre as pD2 (CON: 6,9 ±
0,11; CT: 6,7 ± 0,09), entretanto, existiu uma redução significativa (p < 0,05) na
Rmax do CT quando comparado ao CON (Fig. 5).
Grupos Semanas Peso corporal (g) Glicemia (mg/dL) 1 RM (g)
CON (4) 0 264 ± 20,4 82 ± 1,7 1525 ± 47,8
8 316 ± 21,2c 75 ± 5,3 1675 ± 103,0
EE (4) 0 262 ± 6,8 83 ± 2,3 1500 ± 105,4
8 306 ± 16,8a 77 ± 4,1 1625 ± 151,0
CT (4) 0 277 ± 8,3 72 ± 5,0 1550 ± 119,0
8 308 ± 14,5a 75 ± 3,1 2175 ± 47,8a
DS (5) 0 253 ± 7,4 411 ± 24,2*** 1037 ± 98,1*
8 219 ± 2,2***, b 478 ± 14,9b 1050 ± 56,7
DL-Arg (5) 0 256 ± 6,8 435 ± 30,7 967 ± 95,4
8 252 ± 3,9 477 ± 18,7 1166 ± 98,9a
DT (5) 0 252 ± 3,2 364 ± 22,1 1040 ± 18,3
8 211 ± 3,3 c 479 ± 24,7 a 1100 ± 52,7
DT+L-Arg (5) 0 250 ± 5,7 421 ± 45,5 1050 ± 84,6
8 246 ± 11,9 338 ± 37,9b 1250 ± 111,8b
55
Figura 5 – Curvas concentração-resposta para acetilcolina (ACh: 10-9 - 10-4 M) em anéis isolados da artéria mesentérica superior com endotélio funcional e pré-contraídas com FEN (10 µM). Anéis obtidos de ratos dos grupos Controle (CON) e Controle Treinado (CT). Os dados representam as médias ± E.P.M. para 5 - 8 experimentos em cada grupo. As diferenças estatísticas foram determinadas pelo teste t de student não pareado.
Da mesma forma, foi observada uma redução significativa (p < 0,05) na
Rmax do DS quando comparado com o CON (Fig. 6). Não foram observadas
diferenças entre as pD2 (CON: 6,9 ± 0,11; DS: 6,8 ± 0,12) (Fig. 6).
Figura 6 – Curvas concentração-resposta para acetilcolina (ACh: 10-9 - 10-4 M) em anéis isolados da artéria mesentérica superior com endotélio funcional e pré-contraídas com FEN (10 µM). Anéis obtidos de ratos dos grupos Controle (CON) e Diabético Sedentário (DS). Os dados representam as médias ± E.P.M. para 5 - 8 experimentos em cada grupo. As diferenças estatísticas foram determinadas pelo teste t de student não pareado.
456789
0
25
50
75
100
125
CON (Rmax= 114,2 ± 4.0%)
CT (Rmax= 98,39 ± 2,8%)
*
- Log [ACh] M
% d
e re
laxa
men
to
456789
0
25
50
75
100
125
CON (Rmax= 114,2 ± 4.0%)
DS (Rmax= 101,5 ± 3,2%)
*
- Log [ACh] M
% d
e re
laxa
men
to
56
Por outro lado, não foram observadas diferenças entre as pD2 (CON: 6,9 ±
0,11; DS: 6,8 ± 0,12) (Fig. 7). Além disso, foi observado uma redução significativa
(p < 0,001) da pD2 (de 6,8 ± 0,12 para 6,2 ± 0,11) do DL-Arg quando comparado
com o DS. Já os demais grupos diabéticos não apresentaram diferenças na pD2 (DT:
6,9 ± 0,09; DT + L-Arg: 6,7 ± 0,09) e nem na Rmax (Fig. 7).
Figura 7 – Curvas concentração-resposta para acetilcolina (ACh: 10-9 - 10-4 M) em anéis isolados da artéria mesentérica superior com endotélio funcional e pré-contraídas com FEN (10 µM). Anéis obtidos de ratos dos grupos Diabético Sedentário (DS), Diabético L-arginina (DL-Arg), Diabético Treinado (DT) e Diabético Treinado + L-arginina (DT + L-Arg). Os dados representam as médias ± E.P.M. para 5 - 8 experimentos em cada grupo. As diferenças estatísticas foram determinadas pelo teste ANOVA de duas-vias seguido do pós-teste de Bonferroni.
5.5 Efeito do L-NAME, INDO e TEA sobre o vasorrelaxamento induzido por
ACh
Como observado na tabela 2, o L-NAME (100 µM) foi capaz de reduzir
significativamente o vasorrelaxamento induzido por ACh em todos os grupos.
Porém, o grupo diabético tratado somente com L-Arg (DL-Arg), esta redução (p <
0,001) foi muito mais pronunciada quando comparado com o DS (Fig. 8).
456789
0
25
50
75
100
125
DS (Rmax= 101,5 ± 3,2%)
DL-Arg (Rmax= 100,9 ± 4,0%)
DT (Rmax= 101,7 ± 3,0%)
DT+L-Arg (Rmax= 108,9 ± 3,0%)
- Log [ACh] M
% d
e re
laxa
men
to
57
Tabela 2- Valores de pD2 e Rmax obtidos de curvas concentração-resposta para acetilcolina (ACh: 10-9 – 10-4 M) em anéis isolados de artéria mesentérica superior de ratos com endotélio intacto pré-contraídas com FEN (10 µM) antes e após o pré-tratamento com L-NAME.
Os anéis isolados foram obtidos de ratos dos grupos Diabético Sedentário (DS), Diabético + L-arginina (DL-Arg), Diabético Treinado (DT) e Diabético Treinado + L-arginina (DT + L-Arg). Experimentos foram realizados na ausência de L-NAME (ACh) e na presença de 100 µM de L-NAME (L-NAME). Os dados representam as médias ± E.P.M. As diferenças estatísticas entre as médias foram determinadas pelo teste t de student pareado. *p < 0,05; **p < 0,01 e ***p < 0,001 para valores ACh vs L-NAME. ---: os pontos não convergiram sobre a curva.
Figura 8- Efeitos do L-NAME sobre as curvas concentração-resposta para acetilcolina (ACh: 10-9 - 10-4 M) em anéis isolados da artéria mesentérica superior com endotélio funcional e pré-contraídas com FEN (10 µM) dos grupos Diabético Sedentário (DS), Diabético L-arginina (DL-Arg), Diabético Treinado (DT) e Diabético Treinado + L-arginina (DT + L-Arg). Os dados representam as médias ± E.P.M. para 5 - 8 experimentos em cada grupo. As diferenças estatísticas foram determinadas pela ANOVA de duas-vias seguido do pós-teste de Bonferroni.
Grupos Condição n pD2 Rmax (%)
DS ACh 7 6,8 ± 0,12 101,5 ± 3,2
L-NAME 7 6,0 ± 0,14*** 85,7 ± 4,9*
DL-Arg ACh 7 6,2 ± 0,11 100,9 ± 4,0
L-NAME 7 --- -2,9 ± 4,1***
DT
ACh 7 6,9 ± 0,09 101,7 ± 3,0
L-NAME 7 5,8 ± 0,20*** 75,3 ± 6,2**
DT + L-Arg
ACh 7 6,7 ± 0,09 108,9 ± 3,0
L-NAME 7 5,4 ± 0,14*** 69,2 ± 4,3***
456789
-25
0
25
50
75
100
DS (Rmax= 85,75 ± 4,9%)
DL-Arg (Rmax= -2,9 ± 4,1%)
DT (Rmax= 75,28 ± 6,2%)
DT+L-Arg (Rmax= 69,20 ± 4,3%)
*** ******
**
**
- Log [ACh] M
% d
e re
laxa
men
to
58
Após a adição de L-NAME + INDO (10 µM) o grupo DL-Arg apresentou não
somente um bloqueio, mas sim, uma reversão significativa (p < 0,01 e p < 0,001)
dos vasorrelaxamentos induzidos por ACh quando comparado com o grupo DS (Fig.
9). Além disso, o grupo DT + L-Arg apresentou uma redução significativa (p <
0,001) apenas na última concentração quando comparado com o DS (Fig. 9).
Figura 9- Efeitos do L-NAME + INDO sobre as curvas concentração-resposta para acetilcolina (ACh: 10-9 - 10-4 M) em anéis isolados da artéria mesentérica superior com endotélio funcional e pré-contraídas com FEN (10 µM) dos grupos Diabético Sedentário (DS), Diabético L-arginina (DL-Arg), Diabético Treinado (DT) e Diabético Treinado + L-arginina (DT + L-Arg). Os dados representam as médias ± E.P.M. para 5 - 8 experimentos em cada grupo. As diferenças estatísticas foram determinadas pela ANOVA de duas-vias seguido do pós-teste de Bonferroni.
Já a presença de L-NAME + INDO + TEA (1 µM) (Fig. 10), o grupo DL-Arg
apresentou na sua curva uma reversão significativa (p < 0,001) dos
vasorrelaxamentos induzidos por ACh quando comparado com o grupo DS. Os
grupos DT e DT + L-Arg apresentaram uma redução significativa (p < 0,001)
somente nas duas últimas concentrações quando comparados com o grupo DS (Fig.
10). O EE não apresentou modificações em seu vasorrelaxamento quando comparado
com o CON (Tabela 3).
456789
-25
0
25
50
75
100
DS (Rmax= 58,49 ± 11,68%)
DT (Rmax= 52,13 ± 12,40%)
DT+L-Arg (Rmax= 6,0 ± 3,0%)
***
DL-Arg (Rmax= -21,4 ± 7,1%)
*****
*
- Log [ACh] M
% d
e re
laxa
men
to
59
Figura 10- Efeitos do L-NAME + INDO + TEA sobre as curvas concentração-resposta para acetilcolina (ACh: 10-9 - 10-4 M) em anéis isolados da artéria mesentérica superior com endotélio funcional e pré-contraídas com FEN (10 µM) dos grupos Diabético Sedentário (DS), Diabético L-arginina (DL-Arg), Diabético Treinado (DT) e Diabético Treinado + L-arginina (DT + L-Arg). Os dados representam as médias ± E.P.M. para 5 - 8 experimentos em cada grupo. As diferenças estatísticas foram determinadas pela ANOVA de duas-vias seguido do pós-teste de Bonferroni.
Tabela 3- Valores Rmax obtidos de curvas concentração-resposta para acetilcolina (ACh: 10-9 – 10-4 M) construídas na condição controle ou na presença dos seguintes inibidores: L-NAME, L-NAME + INDO e L-NAME + INDO + TEA.
Os anéis isolados foram obtidos de ratos dos grupos Controle (CON) e Estimulado Eletricamente (EE). Experimentos foram realizados na presença de L-NAME (100 µM); na presença de L-NAME + INDO (10 µM) e na presença de L-NAME + INDO + TEA (1 µM). Os dados representam as médias ± E.P.M. As diferenças estatísticas entre as médias foram determinadas pelo teste t de student não pareado.
Condição CON
(n = 7) EE
(n = 7) ACh 114,2 ± 4,0 108,5 ± 4,3
L-NAME 16,7 ± 5,4 16,2 ± 5,1
L-NAME + INDO 0,5 ± 2,3 2,9 ± 4,2
L-NAME + INDO + TEA -1,5 ± 2,2 4,3 ± 3,0
456789
-25
0
25
50
75
100
DS (Rmax= 80,32 ± 6,9%)
DT (Rmax= 0,5 ± 3,4%)
******
DL-Arg (Rmax= -17,86 ± 1,3%)
DT+L-Arg (Rmax= -0,4 ± 2,3%)
*** ***
- Log [ACh] M
% d
e re
laxa
men
to
60
6 DISCUSSÃO
No presente estudo, os animais do grupo CT apresentaram uma melhora no
condicionamento físico, demonstrando a eficiência do ER na condição saudável.
Estes resultados estão de acordo com aqueles encontrados por Barauna e
colaboradores (2005). De maneira semelhante, os nossos animais diabéticos tratados
com L-Arg por 8 semanas também apresentaram uma melhora em seus níveis de
força máxima. Estudos também demonstram que a administração da L-Arg pode
influenciar no desempenho do teste de 1RM de indivíduos saudáveis (CAMPBELL
et al., 2006).
Nossos resultados demonstram que 8 semanas de ER não foram capazes de
prevenir a perda de peso corporal nos animais diabéticos. A falta de condicionamento
físico nestes animais pode ter sido um dos fatores que contribuíram para a redução
encontrada no peso corporal. Achados divergentes encontrados por Harthmann e
colaboradores (2007) demonstraram que o exercício aeróbio (EA) foi capaz de
aumentar o peso corporal dos animais diabéticos e este achado foi atribuído a uma
melhora metabólica induzido pelo treinamento.
Interessantemente, os grupos tratados com L-Arg não apresentaram variações
do peso corporal entre o início e o fim do estudo. A manutenção do peso corporal
apresentada por estes animais pode ser atribuída a uma possível redução do estresse
oxidativo ocasionada por este tratamento. Estudos clínicos e experimentais sugerem
que o tratamento com L-Arg reduz a lipoperoxidação no DM (LUBEC et al., 1997a;
LUBEC et al., 1997b)
Além da lipoperoxidação, o DM apresenta um quadro de degradação protéica
(FAGAN et al., 1987; GARLICK et al., 1981). Desta forma, a L-Arg também pode
ter contribuído para a manutenção do peso corporal devido a uma manutenção da
síntese protéica. Uma vez que, evidências apontam que a L-Arg possui um
importante papel na síntese protéica e na biosíntese de outros aminoácidos
(MORRIS, 2006; WU et al., 2009). Apesar destes efeitos, o tratamento crônico por
12 semanas com a L-Arg não foi capaz de causar mudança significativa na insulina
plasmática, colesterol, triglicerídeos e glicemia nos ratos diabéticos (ÖZÇELIKAY et
al., 1999).
61
É importante ressaltar que os dados na literatura em relação aos benefícios
metabólicos ER sobre a prevenção e o tratamento do DM1, ainda não são
consistentes. Farrell colaboradores (1999) demonstram que o tratamento com ER ao
final de 8 semanas reduz a glicemia de animais com DM1. Em nosso estudo, o ER
não foi capaz de reduzir os níveis plasmáticos da glicemia, possivelmente porque os
animais diabéticos treinados não conseguiram se condicionar com o protocolo de
treinamento adotado. Interessantemente, quando o ER foi associado ao tratamento
com L-Arg foi observado uma redução na glicemia acompanhada de uma melhora no
condicionamento físico dos animais.
Pela primeira vez, foi demonstrado que o modelo de treinamento adotado no
presente estudo pode ser usado para investigar os efeitos do ER sobre a reatividade
vascular, uma vez que o grupo EE não apresentou alterações nos vasorrelaxamentos
induzidos por ACh quando comparado com o grupo CON. Este resultado sugere que
a eletroestimulação não foi capaz de proporcionar alterações na reatividade vascular
em anéis isolados de artéria mesentérica superior de ratos. Os parâmetros de
eletroestimulação utilizados no presente estudo foram adotados porque, segundo
Barauna e colaboradores (2005), não foram observadas mudanças nos níveis
plasmáticos das catecolaminas, da atividade simpática e da hipertrofia adrenal.
Apesar disto, o grupo CT apresentou uma redução nos vasorrelaxamentos
induzido por ACh quando comparado com o grupo CON, mesmo sendo um dos
grupos que apresentou uma melhora no condicionamento físico. Algumas evidências
sugerem que o ER em pessoas saudáveis tem demonstrado induzir um aumento da
rigidez arterial (HEFFEMAN et al., 2007; MIYACHI et al., 2004). No entanto, estes
achados não têm sido consistentes. Rakobowchuk e colaboradores (2005) não
observaram um aumento da rigidez na artéria carótida após 12 semanas de ER em
indivíduos saudáveis.
Alguns estudos têm demonstrado que o DM promove alterações na
vasodilatação dependente do endotélio induzidas por ACh em diferentes leitos
vasculares (COSENTINO; LUSCHER, 1998; LASH; BOHLEN, 1991). Estas
alterações parecem ser causadas tanto pela hiperglicemia, quanto pela duração do
DM (SINGH et al., 2003). Nossos animais diabéticos sedentários apresentaram
redução nos vasorrelaxamentos induzidos por ACh após 8 semanas de hiperglicemia
62
severa. Isto pode ser explicado porque, de acordo com a literatura a hiperglicemia
inibe a eNOS, enzima catalisadora da síntese de NO (CAI; HARRISON, 2000).
Nossos resultados também demonstraram uma redução na sensibilidade
arterial a ACh somente no grupo diabético tratado com L-Arg. Esta redução pode ter
sido devido a uma menor participação na atividade dos receptores muscarínicos em
detrimento de outros receptores responsáveis também em ativar o NO, como por
exemplo, o NK1 e o B2, ativados pelos agonistas substância P e bradicinina
respectivamente (FÉLÉTOU; VANHOUTTE, 2009; FURCHGOTT, 1983).
Entretanto, outros experimentos são necessários para entender o efeito da redução na
sensibilidade a ACh em artéria mesentérica de ratos diabéticos.
Sabe-se que os vasorrelaxamentos induzidos por ACh ativa as cascatas
enzimáticas dos EDRFs, que são o NO, a prostaciclina (PGI2) e os fatores
hiperpolarizantes derivados do endotélio (EDHFs) (BUSSE et al., 2002;
MAIORANA et al., 2003; YANG et al., 2003). A participação do NO em nosso
estudo foi avaliada através das curvas concentração-resposta para ACh realizadas na
presença de L-NAME. Nesta condição experimental, foi observado que o L-NAME
foi capaz de inibir significativamente os vasorrelaxamentos induzidos por ACh de
todos os grupos, porém somente nos grupo diabéticos tratados por 8 semanas com L-
Arg (DL-Arg e DT + L-Arg) é que esta redução foi mais pronunciada. Isto demonstra
que o tratamento com L-Arg foi capaz de aumentar a participação do NO nos
vasorrelaxamentos dependentes de endotélio.
Em preparações pré-incubadas com L-NAME + INDO, os vasorrelaxamentos
induzidos por ACh no grupo diabético tratado com L-Arg, foi totalmente inibido.
Isto pode ser explicado pelo fato de que quando a eNOS e a ciclo-oxigenase se
encontram inibidas, os efeitos dos fatores contráteis derivados do endotélio são
acentuados (Shi et al., 2006). A associação do ER com a L-Arg foi capaz de
aumentar a participação da via da prostaciclina dos animais diabéticos submetidos a
esta combinação de tratamento, uma vez que em animais diabéticos a participação
desta via nos relaxamentos induzidos por ACh são reduzidos (HARRISON et al.,
1978).
Na presença dos inibidores (L-NAME + INDO + TEA), o DL-Arg apresentou
uma resposta similar a encontrada na ausência de TEA, que na concentração de 1 µM
torna-se um bloqueador seletivo de canais para K+ ativados por Ca2+ de alta
63
condutância (BKCa) (TRIGGLE et al., 2003). Além disso, foi observado que o grupo
DT demonstrou um aumento na participação dos canais BKCa. Da mesma forma,
Chen e colaboradores (2001) demonstraram que 8 semanas de EA em animais
saudáveis aumentou a participação dos canais BKCa no vasorrelaxamento em anéis
isolados de aorta e mesentérica superior. Sugerindo que tanto o EA quanto o ER são
capazes de aumentar a participação dos BKCa em artéria mesentérica.
Interessantemente, a presença dos três inibidores não foi capaz de bloquear o
vasorrelaxamento no grupo DS. Este fato ocorreu porque a concentração de TEA
adotada neste estudo é capaz de inibir somente os canais BKCa, podendo assim,
atribuir esta resposta a participação de outros tipos de canais para K+ existentes no
músculo liso vascular, como por exemplo, os canais para K+ sensíveis ao ATP
(KATP). Existem evidências demonstrando uma maior ativação destes canais como
característica das mudanças metabólicas promovidas pelo DM (CAMERON;
COTTER, 1992).
64
7 CONCLUSÕES
O presente estudo foi o primeiro a avaliar os efeitos da L-arginina (L-Arg),
do exercício resistido (ER), e da L-Arg associada ao ER, sobre a participação dos
fatores relaxantes derivados do endotélio em artéria mesentérica de ratos diabéticos.
Os resultados demonstram que:
1- Os tratamentos associados foram capazes de melhorar os níveis glicêmicos;
2- O tratamento com L-Arg foi capaz de evitar a perda de peso corporal
característico do DM1 e melhorar o condicionamento físico;
3- O ER demonstrou ser eficiente em melhorar o condicionamento dos animais
saudáveis;
4- Os resultados de reatividade vascular demonstraram que o protocolo de
exercício adotado reduziu os relaxamentos induzidos por ACh dos animais
saudáveis, possivelmente por um aumento do tônus vascular;
5- Apesar de não haver melhora nos vasorrelaxamentos induzidos por ACh, o
tratamento apenas com L-Arg apresentou uma maior participação do NO no
vasorrelaxamento e quando associado ao ER foi observado uma maior
participação da PGI2;
6- O tratamento somente com ER apresentou uma maior participação do
EDHFs;
No entanto, mais estudos são necessários para melhor compreender esses
efeitos.
65
8 PERSPECTIVAS
- Caracterizar as alterações na reatividade vascular para agentes contracturantes;
- Avaliar a redução da sensibilidade a ACh encontrada no DL-Arg;
- Estudar os envolvimentos de outros canais para K+ que possam estar contribuindo
para os vasorrelaxamentos do DS.
66
REFERÊNCIAS
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão- DBH V. Rev Bras Hipertens, 14 (4), 257-306, 2006.
VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão- DBH VI. Rev Bras Hipertens, 17 (1), 11-17, 2010.
ADAMS, M.R.; MCCREDIE, R.; JESSUP, W.; ROBINSON, J.; SULLIVAN, D.; CELERMAJER, D.S. Oral L-arginine improves endothelium-dependent dilatation and reduces monocyte adhesion to endothelial cells in young men with coronary artery disease. Atherosclerosis, 129 (2), 261-9, 1997.
AMERICAN DIABETES ASSOCIATION (ADA). Diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care, 31 (1): 55-60, 2008. APPLETON, J. Arginine: Clinical potential of a semi-essential amino acid. Alternative Medicine Review, 7 (6), 512-522, 2002. AST, J.; JABLECKA, A.; BOGDANSKI, P.; SMOLAREK, I.; KRAUSS, H.; CHMARA, E. Evaluation of the antihypertensive effect of L-arginine supplementation in patients with mild hypertension assessed with ambulatory blood pressure monitoring. Med Sci Monit, 16 (5), 266-71, 2010.
ATKINSON, M.A.; MACLAREN, N.K. The pathogenesis of insulin dependent diabetes. N Engl J Med, 331, 1428-36, 1994. BAI, Y.; SUN, L.; YANG, T.; SUN, K.; CHEN, J.; HUI, R. Increase in fasting vascular endothelial function after short-term oral L-arginine is effective when baseline flow-mediated dilation is low: a meta-analysis of randomized controlled trials. Am J Clin Nutr , 89 (1), 77-84, 2009.
BAKKER, W.; ERINGA, E.C.; SIPKEMA, P.; VAN HINSBERGH, V.W. Endothelial dysfunction and diabetes: roles of hyperglycemia, impaired insulin signaling and obesity. Cell Tissue Res, 335 (1), 165-89, 2009. BARAUNA, V.G.; JUNIOR M.L.B.; COSTA ROSA, L.F.; CASARINI, D.E.; KRIEGER, J. E.; DE OLIVEIRA, E.M. Cardiovascular adaptations in rats submitted to a resistance-training model. Clin Exp Pharmacol Physiol, 32, 249-254, 2005. BARCELÓ, A.; AEDO, C.; RAJPATHAK, S.; ROBLES, S. The cost of diabetes in Latin America and the Caribean. Bull World Health Organ , 81 (1), 19-27, 2003. BARRETO, A.S. Treinamento físico resistido previne hipertensão arterial e melhora modulação autonômica cardíaca em ratos diabéticos induzidos pela aloxona. 2010. 90f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de Sergipe, Aracaju. BEHRENDT, D.; GANZ, P. Endothelial function. From vascular biology to clinical applications. Am J Cardiol , 90 (10), 40-8, 2002.
67
BERTOLUCI, M.C.; CÉ, G.V.; SILVA, A.M.V.; PUÑALES, M.K.C. Disfunção endotelial no diabetes melito Tipo 1. Arq Bras Endocrinol Metab, 52, 416-427, 2008. BLUM, A.; HATHAWAY, L.; MINCEMOYER, R.; SCHENKE, W.H.; KIRBY, M.; CSAKO, G.; WACLAWIW, M.A.; PANZA, J.A; CANNON, R.O. Oral L-arginine in patients with coronary artery disease on medical management. Circulation , 101, 2160-2164, 2000. BOLOTINA, V.M.; NAJIBI, S.; PALACINO, J.J.; PAGANO, P.J.; COHEN, R.A. Nitric oxide directly activates calcium-dependent potassium channels in vascular smooth muscle. Nature, 368 (6474), 850-3, 1994.
BOULANGER, C.; LÜSCHER, T.F. Release of endothelin from the porcine aorta. Inhibition by endothelium-derived nitric oxide. J Clin Invest, 85 (2), 587-90, 1990.
BUSSE, R.; EDWARDS, G.; FÉLÉTOU, M.; FLEMING, I.; VANHOUTTE, P.M.; WESTON, A.H. EDHF: bringing the concepts together. Trends Pharmacol Sci, 23, 374-380, 2002. BREDT, D.S.; HWANG, P.M.; GLATT, C.E.; LOWENSTEIN, C.; REED, R.R.; SNYDER, S.H. Cloned and expressed nitric oxide synthase structurally resembles cytochrome P-450 reductase. Nature, 351 (6329), 714-718, 1991. BRITTEN, M.B.; ZEIHER, A.M.; SCHÄCHINGER, V. Clinical importance of coronary endothelial vasodilator dysfunction and therapeutic options. J Intern Med , 245, 315-327, 1999. BRUNINI, T.M.C.; RESENDE, A.C.; MOSS, M.B; SOARES DE MOURA, R.; MENDES RIBEIRO AC. L-arginine availability in essential hypertension, chronic renal and heart failure. Vascular Disease Prevention, 2, 37-51, 2005.
BUSSE, R.; EDWARDS, G.; FÉLÉTOU, M.; FLEMING, I.; VANHOUTTE, P.M.; WESTON, A.H. EDHF: bringing the concepts together. Trends Pharmacol Sci, 23 (8), 374-80, 2002. CAI, H.; HARRISON, D.G. Endothelial Dysfunction in Cardiovascular Diseases: the role of oxidant stress. Circ Res, 87, 840-844, 2000. CALLES-ESCANDON, J.; CIPOLLA, M. Diabetes and endothelial dysfunction: a clinical perspective. Endocr Rev, 22 (1), 36-52, 2001.
CAMERON, N.E.; COTTER, M.A. Dissociation between biochemical and functional effects of the aldose reductase inhibitor, ponalrestat, on peripheral nerve in diabetic rats. Br J Pharmacol, 107, 939-44, 1992. CAMPBELL, W.B. Identification of epoxyeicosatrienoic acids as endothelium-derived hyperpolarizing factors. Circ Res, 78, 415-423, 1996.
68
CAMPBELL, B.; ROBERTS, M.; KERKSICK, C.; WILBORN, C.; MARCELLO, B.; TAYLOR, L.; NASSAR, E.; LEUTHOLTZ, B.; BOWDEN, R.; RASMUSSEN, C.; GREENWOOD, M.; KREIDER, R. Pharmacokinetics, safety, and effects on exercise performance of L-arginine α-ketoglutarate in trained adult men. Nutrition , 22, 872-881, 2006. CAMPAIGNE, B.N.; GILLIAM, T.B.; SPENCER, M.L.; LAMPMAN, R.M.; STORK, MA. Effects of a physical activity program on metabolic control and cardiovascular fitness in children with insulin-dependent diabetes mellitus. Diabetes Care, 7, 57-62, 1984.
CARVALHO, M.H.C.; NIGRO, D.; LEMOS, V.S.; TOSTES, R.C.A.; FORTES, Z.B. Hipertensão arterial: o endotélio e suas múltiplas funções. Rev Bras Hipertens, 8, 76-88, 2001.
CAVALLI, V.L.L.O.; SORDI, C.; TONIN, K.; GRANDO, A.; MUNERON, T.; GUIGI, A.; JÚNIOR, W.A.R. Avaliação in vivo do efeito hipoglicemiante de extratos obtidos da raiz e folha de bardana Arctium minus (Hill.) Bernh. Rev Bras de Farmacognosia, 17, 64-70, 2007.
CASTANEDA, C.; LAYNE, J.E.; MUNOZ-ORIANS, L.; GORDON, P.L.; WALSMITH, J.; FOLDVARI, M. A randomized controlled trial of resistance exercise training to improve glycemic control in older adults with type 2 diabetes. Diabetes Care, 25, 2335-41, 2002. CASTRO-BARBOSA, T.; LOURENÇO-POYARES, L.; FABRES-MACHADO, U.; NUNES, M.T. Chronic oral administration of arginine induces GH gene expression and insulin resistance. Life Sci, 79, 1444-1449, 2006. CEREMUZYNSKI, L.; CHAMIEC, T.; HERBACZYNSKA-CEDRO, K. Effect of supplemental oral L-arginine on exercise capacity in patients with stable angina pectoris. Am J Cardiol , 80, 331-333, 1997.
CHAKRAPHAN, D.; SRIDULYAKUL, P.; THIPAKORN, B.; BUNNAG, S.; HUXLEY, V.H.; PATUMRAJ, S. Attenuation of endothelial dysfunction by exercise training in STZ-induced diabetic rats. Clin Hemorheol Microcirc , 32 (3), 217-26, 2005. CHEN, P.Y.; SANDERS, P.W. L-arginine abrogates salt-sensitive hypertension in Dahl/Rapp rats. J Clin Invest, 88 (5), 1559-67, 1991.
CHEN, P.Y.; ST JOHN, P.L.; KIRK, K.A.; ABRAHAMSON, D.R.; SANDERS, P.W. Hypertensive nephrosclerosis in the Dahl/Rapp rat. Initial sites of injury and effect of dietary L-arginine supplementation. Lab Invest, 68 (2), 174-84, 1993.
CHEN, S.J.; WU, C.C.; YEN, M.H. Exercise training activates large-conductance calcium-activated K+ channels and enhances nitric oxide production in rat mesenteric artery and thoracic aorta. J Biomed Sci, 8, 248-55, 2001. CHENG, J.W.; BALDWIN, S.N. L-Arginine in the management of cardiovascular diseases. Ann Pharmacother, 35, 755-764, 2001.
69
CLARKSON, P.; ADAMS, M.R.; POWE, A.J.; DONALD, A.E.; MCCREDIE, R.; ROBINSON, J.; MCCARTHY, S.N.; KEECH, A.; CELERMAJER, D.S.; DEANFIELD, J.E. Oral L-arginine improves endothelium-dependent dilation in hypercholesterolemic young adults. J Clin Invest, 97, 1989-1994, 1996.
COCCHERI, S. Approaches to prevention of cardiovascular complications and events in diabetes mellitus. Drugs, 67 (7), 997-1026, 2007.
COSENTINO, F.; LUSCHER, T.F. Endothelial dysfunction in diabetes mellitus. J Cardiovasc Pharmacol, 32, 54-61, 1998.
COSENTINO, F.; SILL, J.C.; KATUSIC, Z.S. Role of superoxide anions in the mediation of endothelium-dependent contractions. Hypertension, 23, 229-35, 1994.
COHEN, R.A.; VANHOUTTE, P.M. Endothelium-dependent hyperpolarization: Beyond nitric oxide and cyclic GMP. Circulation , 92 (11), 3337-49, 1995. COOKE, J.P; SINGER, A.H.; TSAO, P.; ZERA, P.; ROWAN, R.A.; BILLINGHAM, M.E. Antiatherogenic effects of L-arginine in the hypercholesterolemic rabbit. J Clin Invest, 90, 1168-1172, 1992.
CORNWELL, T.L.; PRYZWANSKY, K.B.; WYATT, T.A.; LINCOLN, T.M. Regulation of sarcoplasmic reticulum protein phosphorylation by localized cyclic GMP-dependent protein kinase in vascular smooth muscle cells. Mol Pharmacol, 40 (6), 923-31, 1991. CREAGER, M.A.; GALLAGHER, S.J.; GIRERD, X.J.; COLEMAN, S.M.; DZAU, V.J.; COOKE, J.P. L-arginine improves endothelium-dependent vasodilation in hypercholesterolemic humans. J Clin Invest, 90 (4), 1248-53, 1992.
CUNHA, T.S.; MOURA, M.J.C.S.; BERNARDES, C.F.; TANNO, A.P.; MARCONDES, F.K. Vascular Sensitivity to Phenylephrine in Rats Submitted to Anaerobic Training and Nandrolone Treatment. Hypertension, 46, 1010-1015, 2005. CYLWIK, D.; MOGIELNICKI, A.; BUCZKO, W. L-arginine and cardiovascular system. Pharmacological Reports, 57, 14-22, 2005. CYNOBER, L.; BOUCHER, J.L.; VASSON, M.P. Arginine metabolism in mammals. J Nutr Biochem, 6 (8), 402-413, 1995.
DAVIS, T.A.; NGUYEN, H.V; GARCIAA-BRAVO, R. Amino acid composition of human milk is not unique. J Nutr , 124, 1126-1132, 1994.
DE ANGELIS K.; OLIVEIRA A.R.; DALL’AGO P.; PEIXOTO, L.R.; GADONSKI, G.; LACCHINI, S. Effects of exercise training on autonomic and myocardial dysfunction in streptozotocin-diabetic rats. Braz J Med Biol Res, 33, 635-41, 2000.
70
DE ANGELIS, K.; HARTHMANN, A.D.; PARENTE COSTA, L.; KRIEGER, E.M. IRIGOYEN, M.C. Improvement of circulation control in trained diabetic rats: role of baroreflex sensitivity and blood flow distribution. Hypertension, 40, 407, 2002a. DE ANGELIS, K.; SCHAAN, B.D.; MAEDA, C.Y.; DALL’AGO, P.; WICHI, R.B.; IRIGOYEN, M.C. Cardiovascular control in experimental diabetes. Braz J Med Biol Res, 35, 1091-100, 2002b. DE ANGELIS, K.; PUREZA, D.Y.; FLORES, L.J.F.; RODRIGUES, B.; MELO, K.F.S.; SCHAAN, B.D.; IRIGOYEN, M.C. Efeitos fisiológicos do treinamento físico em pacientes portadores de diabetes tipo 1. Arq Bras Endocrinol Metab, 50 (6), 1005-1013, 2006. DE CASTRO BARBOSA T.; DE CARVALHO, J.E.; POYARES, L.L; BORDIN, S.; MACHADO, U.F.; NUNES, M.T. Potential role of growth hormone in impairment of insulin signaling in skeletal muscle, adipose tissue, and liver of rats chronically treated with arginine. Endocrinology, 150 (5), 2080-6, 2009. DEFRONZO, R.A.; HENDLER, R.; SIMONSON, D. Insulin resistance is a prominent feature of insulin-dependent diabetes. Diabetes, 31, 795-801, 1982.
DELP, M.D. Effects of exercise training on endothelium-dependent peripheral vascular responsiveness. Med Sci Sports Exerc, 27, 1152-1157, 1995. DELP, M.D.; MCALLISTER, R.M.; LAUGHLIN, M.H. Exercise training alters endothelium dependent vasoreactivity of rat abdominal aorta. J Appl Physiol, 75, 1354-1363, 1993. DEVAN, A.E.; ANTON, M.M.; COOK, J.N.; NEIDRE, D.B.; CORTEZ-COOPER, M.Y.; TANAKA, H. Acute effects of resistance exercise on arterial compliance. J Appl Physiol, 98, 2287-91, 2005. DEVÉS, R.; BOYD, C.A.Transporters for cationic amino acids in animal cells: discovery, structure, and function. Physiol Rev, 78 (2), 487-545, 1998.
DHANAKOTI, S.N; BROSNAN, J.T; HERZBERG, G.R; BROSNAN, M.E. Renal arginine synthesis: studies in vitro and in vivo. Am J Physiol Endocrinol Metab, 259, 437-442, 1990.
DOUTRELEAU, S.; METTAUER, B.; PIQUARD, F.; ROUYER, O.; SCHAEFER, A.; LONSDORFER, J.; GENY, B. Chronic L-arginine supplementation enhances endurance exercise tolerance in heart failure patients. Int J Sports Med, 27 (7), 567-72, 2006. DUNSTAN, D.W.; DALY, R.M.; OWEN, N.; JOLLEY, D.; DE COURTEN, M.; SHAW, J. High-intensity resistance training improves glycemic control in older patients with type 2 diabetes. Diabetes Care, 25, 1729-36, 2002.
71
D'ORLEANS-JUSTE, P.; HOUDE, M.; RAE, G.A.; BKAILY, G.; CARRIER, E.; SIMARD, E. Endothelin-1 (1-31): from chymase-dependent synthesis to cardiovascular pathologies. Vascul Pharmacol, 49, 51-62, 2008.
FAGAN, J.M.; SATARUG, S.; COOK, P.; TISCHLER, M.E. Rat muscle protein turnover and redox state in progressive diabetes. Life Sci, 40, 783-90, 1987.
FAHS, C.A.; HEFFERNAN, K.S.; FERNHALL, B. Hemodynamic and vascular response to resistance exercise with L-arginine. Med Sci Sports Exerc, 41 (4), 773-9, 2009. FARRELL, P.A.; FEDELE, M.J.; HERNANDEZ, J.; FLUCKEY, J.D.; MILLER, J.L.; LANG, C.H.; VARY, T.C.; KIMBALL, S.R.; JEFFERSON, L.S. Hypertrophy of skeletal muscle in diabetic rats in response to chronic resistance exercise. J Appl Physiol, 87 (3), 1075-82, 1999.
FÉLÉTOU, M.; VANHOUTTE, P.M. Endothelial dysfunction: a multifaceted disorder. Am J Physiol Heart Circ Physiol, 291, 985-1002, 2006.
FÉLÉTOU, M.; VANHOUTTE, P.M. EDHF: an update. Clin Sci, 117 (4), 139-55, 2009.
FIGARD, H.; GAUME, V.; MOUGIN, F.; DEMOUGEOT, C.; BERTHELOT, A. Beneficial effects of isometric strength training on endothelial dysfunction in rats. Appl. Physiol. Nutr Metab , 31, 621-630, 2006. FISHER, A.B; AL-MEHDI, A.B; MANEVICH, Y. Shear stress and endothelial cell activation, Crit Care Med , 30, 192-197, 2002. FISSLTHALER, B.; DIMMELER, S.; HERMANN, C.; BUSSE, R.; FLEMING, I. Phosphorylation and activation of the endothelial nitric oxide synthase by fluid shear stress. Acta Physiol Scand, 168 (1), 81-8, 2000. FORTES, Z.B.; DE NUCCI, G.; GARCIA-LEME, J. Effects of endothelin-1 on arterioles and venules in vivo. J Cardiovasc Pharmacol, 13, 200-1, 1989. FUCHSJÄGER-MAYRL, G.; PLEINER, J.; WIESINGER, G.F.; SIEDER, A.E.; QUITTAN, M.; NUHR, M.J. Exercise training improves vascular endothelial function in patients with type 1 diabetes. Diabetes Care, 25, 1795-801, 2002. FURCHGOTT, R.F. Role of endothelium in responses of vascular smooth muscle. Circ Res, 53 (5), 557-73, 1983.
FURCHGOTT, R.F; ZAWADZKI, J.V. The obligatory role of endothelial cells in the relaxation of arterial smooth muscle by acetylcholine. Nature, 288, 373–76, 1980. GARLICK, P.J.; ALBERTSE, E.C.; MCNURLAN, M.A.; PAIN, V.M. Protein turnover in tissues of diabetic rats. Acta Biol Med Ger, 40, 1301-7, 1981.
72
GOLIGORSKY, M.S.; LI, H.; BRODSKY, S.; CHEN, J. Relationships between caveolae and eNOS: everything in proximity and the proximity of everything. Am J Physiol Renal Physiol, 283 (1), 1-10, 2002. GRIJALVA, J.; HICKS, S.; ZHAO, X.; MEDIKAYALA, S.; KAMINSKI, P.M; WOLIN, M.S; EDWARDS, J.G. Exercise training enhanced myocardial endothelial nitric oxide synthase (eNOS) function in diabetic Goto-Kakizaki (GK) rats. Cardiovasc Diabetol, 7, 34, 2008. GRIMBLE, G.K. Adverse gastrointestinal effects of arginine and related amino acids. J Nutr , 137, 1693-1701, 2007.
GRAVES, J.E.; FRANKLIN, B.A. Treinamento resistido na saúde e reabilitação. Rio de Janeiro, Livraria e editora Revinter Ltda, 2006. GREEN, D.J.; MAIORANA, A.; O’DRISCOLL, G.;TAYLOR, R. Effect of exercise training on endothelium derived nitric oxide function in humans. The Journal of Physiology, 61 (1), 1-25, 2004.
GROSS, J.L.; SILVEIRO, S.P.; CAMARGO, J.L.; REICHELT, A.J.; AZEVEDO, M.J. Diabetes Melito: Diagnóstico, Classificação e Avaliação do Controle Glicêmico. Arq Bras Endocrinol Metab, 46 (1), 16-26, 2002.
HAMBRECHT, R.; FIEHN, E.; WEIGL, C.; GIELEN, S.; HAMANN, C.; KAISER, R.; YU, J.; ADAMS, V.; NIEBAUER, J.; SCHULER, G. Regular physical exercise corrects endothelial dysfunction and improves exercise capacity in patients with chronic heart failure. Circulation , 98, 2709-2715, 1998.
HAMBRECHT, R.; HILBRICH, L.; ERBS, S.; GIELEN, S.; FIEHN, E.; SCHOENE N.; SCHULER G. Correction of Endothelial Dysfunction in Chronic Heart Failure: Additional Effects of Exercise Training and Oral L-Arginine Supplementation. JACC, 3, 706-13, 2000.
HARRISON, H.E.; REECE, A.H.; JOHNSON, M. Decreased vascular prostacyclin in experimental diabetes. Life Sci, 23, 351-355, 1978. HARTHMANN, A.D.; DE ANGELIS, K.; PARENTE, C.L.; SENADOR, D.; SCHAAN, B.D.; KRIEGER, E.M.; IRIGOYEN, M.C. Exercise training improves arterial baro- and chemoreflex in control and diabetic rats. Autonomic Neuroscience, 133, 115-120, 2007. HEFFEMAN, K.S.; COLLIER, S.R.; KELLY, E.E.; JAE, S.Y.; FEMHALL, B. Arterial stiffness and baroreflex sensitivity following bouts of aerobic and resistance exercise. Int J Sports Med, 28, 197-203, 2007. HEIDARIANPOUR, A.; HAJIZADEH, S.; KHOSHBATEN, A.; NIAKI, A.G; BIGDILI, M.R.; POURKHALILI, K. Effects of chronic exercise on endothelial dysfunction and insulin signaling of cutaneous microvascular in streptozotocin-induced diabetic rats. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil, 14 (6), 746-52, 2007.
73
HOU, Z.P; YIN, Y.L; HUANG, R.L. Rice protein concentrate partially replaces dried whey in the diet for early-weaned piglets and improves their growth performance. J Sci Food Agric, 88, 1187-1193, 2008. HOWLEY, E.T. Type of activity: Resistance, aerobic and leisure versus occupational physical activity. Med Sci Sports Exerc, 33, 364-369, 2001.
HOWORKA, K.; PUMPRLA, J.; HABER, P.; KOLLER-STRAMETZ, J.; MONDRZYK, J.; SCHABMANN, A. Effects of physical training on heart rate variability in diabetic patients with various degrees of cardiovascular autonomic neuropathy. Cardiovasc Res, 34, 206-14, 1997.
IFRIM, S.; VASILESCU, R. Early detection of atherosclerosis in type 2 diabetic patients by endothelial dysfunction and intima-media thickness. Rom J Intern Med, 42 (2), 343-54, 2004.
IMMS, F.J.; LONDON, D.R.; NEAME, R.L. The secretion of catecholamines from the adrenal gland following arginine infusion in the rat. J Physiol, 200, 55-56, 1969.
IRVINE, C.; TAYLOR, N.F. Progressive resistance exercise improves glycaemic control in people with type 2 diabetes mellitus: a systematic review. Aust J Physiother, 55 (4), 237-46, 2009.
JASPERSE, J.L.; LAUGHLIN, M.H. Endothelial function and exercise training: evidence from studies using animal models. Med Sci Sports Exerc, 38 (3), 445-454, 2006.
JESSEN, N.; GOODYEAR, L.J. Contraction signaling to glucose transport in skeletal muscle. J Appl Physiol, 99, 330-7, 2005.
JIN, S.M.; NOH, C.I.; YANG, S.W.; BAE, E.J.; SHIN, C.H.; CHUNG, H.R.; KIM, Y.Y.; YUN, Y.S. Endothelial dysfunction and microvascular complications in type 1 diabetes mellitus. J Korean Med Sci, 23 (1), 77-82, 2008.
JOHN, S.; SCHMIEDER, R.E. Impaired endothelial function in arterial hypertension and hypercholesterolemia: potential mechanisms and differences. J Hypertens, 18, 363-374, 2000.
KEDZIERSKI, R.M.; YANAGISAWA, M. Endothelin system: the double-edged sword in health and disease. Annu Rev Pharmacol Toxicol, 41, 851-76. 2001.
KING D.E.; MAINOUS, A.G.; GEESEY, M.E. Variation in L-arginine intake follow demographics and lifestyle factors that may impact cardiovascular disease risk. Nutr Res, 28, 21-24, 2008.
KINGWELL, B.A. Nitric oxide-mediated metabolic regulation during exercise: effects of training in health and cardiovascular disease. FASEB J, 14, 1685-96, 2000. KOHLI, R.; MEININGER, C.J.; HAYNES, T.E.; YAN, W.; SELF, J.T.; WU, G. Dietary L-Arginine Supplementation Enhances Endothelial Nitric Oxide Synthesis in Streptozotocin-Induced Diabetic Rats. J Nutr , 134, 600-608, 2004.
74
KURU, O.; SENTÜRK, U.K.; DEMIR, N.; YESILKAYA, A.; ERGÜLER, G.; ERKILIÇ, M. Effect of exercise on blood pressure in rats with chronic NOS inhibition. Eur J Appl Physiol, 87, 134-40, 2002. LASH, J.M.; BOHLEN, H.G. Structural and functional origins of suppressed acetylcholine vasodilation in diabetic rat intestinal arterioles. Circ Res, 69, 1259-1268, 1991.
LAUER, T.; KLEINBONGARD, P.; RATH, J.; SCHULZ, R.; KELM, M.; RASSAF, T. L-arginine preferentially dilates stenotic segments of coronary arteries thereby increasing coronary flow. J Intern Med , 264 (3), 237-44, 2008.
LAVRENCIC, A.; SALOBIR, B.G.; KEBER, I. Physical training improves flow-mediated dilation in patients with the polymetabolic syndrome. Arterioscler Thromb Vasc Biol, 20, 551-555, 2000.
LEKAKIS, J.P.; PAPATHANASSIOU, S.; PAPAIOANNOU, T.G.; PAPAMICHAEL, C.M.; ZAKOPOULOS, N.; KOTSIS, V.; DAGRE, A.G.; STAMATELOPOULOS, K.; PROTOGEROU, A.; STAMATELOPOULOS, S.F. Oral L-arginine improves endothelial dysfunction in patients with essential hypertension. Int J Cardiol , 86 (2-3), 317-23, 2002.
LENZEN, S. The mechanisms of alloxan- and streptozotocin-induced diabetes. Diabetologia, 51 (2), 216-226, 2008. LEWIS, T.V.; DART, A.M.; CHIN-DUSTING, J.P.; KINGWELL, B.A. Exercise training increases basal nitric oxide production from the forearm in hypercholesterolemic patients. Arterioscler Thromb Vasc Biol, 19, 2782-2787, 1999.
LI, S.; CULVER, B.; REN, J. Benefit and risk of exercise on myocardial function in diabetes. Pharmacological Research, 48, 127-132, 2003. LUBEC, B.; AUFRICHT, C.; AMANN, G.; KITZMÜLLER, E.; HÖGER, H. Arginine reduces kidney collagen accumulation, cross-linking, lipid peroxidation, glycoxidation, kidney weight and albuminuria in the diabetic kk mouse. Nephron, 75, 213-8, 1997a. LUBEC, B.; HAYN, M.; KITZMÜLLER, E.; VIERHAPPER, H.; LUBEC, G. L-Arginine reduces lipid peroxidation in patients with diabetes mellitus. Free Radic Biol Med, 22, 355-7, 1997b. LUCIANO, E.; LIMA, F.B. Metabolismo de ratos diabéticos treinados submetidos ao jejum e ao exercício agudo. Rev de Ciências Biomédicas, 18, 47-60, 1997. LUCIANO, E.; ROSTOM DE MELLO, M.A. Atividade física e metabolismo de proteínas em músculo de ratos diabéticos experimentais. Rev Paul Educ Fís São Paulo, 12, 202-09, 1998.
75
LUCOTTI, P.; SETOLA, E.; MONTI, L.D.; GALLUCCIO, E.; COSTA, S.; SANDOLI, E.P.; FERMO, I.; RABAIOTTI, G.; GATTI, R.; PIATTI, P. Beneficial effects of a long-term oral L-arginine treatment added to a hypocaloric diet and exercise training program in obese, insulin-resistant type 2 diabetic patients. Am J Physiol Endocrinol Metab, 291 (5), 906-12, 2006. LUKSHA, L.; AGEWALL, S.; KUBLICKIENE, K. Endothelium-derived hyperpolarizing factor in vascular physiology and cardiovascular disease. Atherosclerosis, 202 (2), 330-44, 2009. LUZ, P.L; LAURINDO, R.M; CHAGAS, A.C.P. Endotélio e doenças cardiovasculares. 10 ed., São Paulo, Editora Atheneu, 2005. MCCONELL, G.K. Effects of L-arginine supplementation on exercise metabolism. Curr Opin Clin Nutr Metab Care , 10 (1), 46-51, 2007.
MCINTYRE, M.; BOHR, D. F.; DOMINICZAK, A.F. Endothelial function in hypertension: The role of superoxide anion. Hypertension, 34, 539-545, 1999.
MAIORANA, A.; O`DRISCOLL, G.; CHEETHAM, C.; DEMBO, L.; STANTON, K.; GOODMAN, C.; TAYLOR, R.; GREEN, D. The effect of combined aerobic and resistance exercise training on vascular function in type 2 diabetes. J Am Coll Cardiol , 38, 860-6, 2001. MAIORANA, A.; O’DRISCOLL, G.; TAYLOR, R.; GREEN, D. Exercise and the nitric oxide vasodilator system. Sports Med, 33, 1013-1035, 2003. MARTINA, V.; MASHA, A.; GIGLIARDI, V.R.; BROCATO, L.; MANZATO, E.; BERCHIO, A.; MASSARENTI, P.; SETTANNI, F.; DELLA CASA, L.; BERGAMINI, S.; IANNONE, A. Long-term N-acetylcysteine and L-arginine administration reduces endothelial activation and systolic blood pressure in hypertensive patients with type 2 diabetes. Diabetes Care, 31 (5), 940-4, 2008.
MATLUNG, H.L.; BAKKER, E.N.; VANBAVEL, E. Shear stress, reactive oxygen species, and arterial structure and function. Antioxid Redox Signal, 11 (7), 1699-709, 2009.
MAXWELL, A.J.; ANDERSON, B.; ZAPIEN, M.P.; COOKE, J.P. Endothelial dysfunction in hypercholesterolemia is reversed by a nutritional product designed to enhance nitric oxide activity. Cardiovasc Drugs Ther, 14 (3), 309-16, 2000.
MAXWELL, A.J.; HO, H.V.; LE, C.Q.; LIN, P.; BERNSTEIN, D.; COOKE, J.P.L. Arginine enhances aerobic exercise capacity in association with augmented nitric oxide production. J Appl Physiol, 90, 933-938, 2001. MAYHAN, W.G.; PATEL, K.P.; SHARPE, G.M. Effect of L-arginine on reactivity of hamster cheek pouch arterioles during diabetes mellitus. Int J Microcirc , 17, 107-112, 1997.
76
MAYHAN, W.G.; SUN, H.; MAYHAN, J.F.; PATEL, K.P. Influence of exercise on dilatation of the basilar artery during diabetes mellitus. J Appl Physiol, 96 (5), 1730-7, 2004. MENEZES, I.A.C.; MOREIRA, I.A.J.; CARVALHO, A.A.; ANTONIOLLI, A.A.; SANTOS, M.R.V. Cardiovascular effects of the aqueous extract from Caesalpinia ferrea: Involvement of ATP-sensitive potassium channels. Vasc Pharmacol, 47, 41-47, 2007. MINAMI, A.; ISHIMURA, N.; HARADA, N.; SAKAMOTO, S.; NIWA, Y.; NAKAYA, Y. Exercise training improves acetylcholine-induced endothelium-dependent hyperpolarization in type 2 diabetic rats, Otsuka Long-Evans Tokushima fatty rats. Atherosclerosis, 162, 85-92, 2002. MISTRY, D.K.; GARLAND, C.J. Nitric oxide (NO)-induced activation of large conductance Ca2
+-dependent K+ channels (BK(Ca)) in smooth muscle cells isolated from the rat mesenteric artery. Br J Pharmacol, 124 (6), 1131-40, 1998.
MIYACHI, M.; KAWANO, H.; SUGAWARA, J.; TAKAHASHI, K.; HAYASHI, K.; YAMAZAKI, K.; TABATA, I.; TANAKA, H. Unfavorabl e effects of resistance training on central arterial compliance: a randomized intervention study. Circulation , 110, 2858-63, 2004.
MOIEN-AFSHARI, F.; GHOSH, S.; KHAZAEI, M.; KIEFFER, T.J.; BROWNSEY, R.W.; LAHER, I. Exercise restores endothelial function independently of weight loss or hyperglycaemic status in db/db mice. Diabetologia, 51 (7), 1327-37, 2008. MONCADA, S.; PALMER, R.M.; HIGGS, E.A. Nitric oxide: physiology pathophysiology and pharmacology. Pharmacol Rev, 43, 109-42, 1991. MORRIS, S.M. Arginine: beyond protein. Am J Clin Nutr , 83, 508-12, 2006.
MOSHER, P.E.; NASH, M.S.; PERRY, A.C.; LAPERRIERE, A.R.; GOLDBERG, R.B. Aerobic circuit exercise training: effect on adolescents with well-controlled insulin-dependent diabetes mellitus. Arch Phys Med Rehabil, 79, 652-7, 1998. MOTA, M.M. Efeitos do treinamento resistido sobre as alterações na reatividade vascular de ratos diabéticos induzidos por aloxano, 2010, 63f, Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de Sergipe, Aracaju. MULLEN, M.J.; WRIGHT, D.; DONALD, A.E.; THORNE, S.; THOMSON, H.; DEANFIELD, J.E. Atorvastatin but not L-arginine improves endothelial function in type I diabetes mellitus: a double-blind study. J Am Coll Cardiol , 36 (2), 410-6, 2000.
MYERS, J.; PRAKASH, M.; FROELICHER, V.; PARTINGTON, S.; ATWOOD, J.E. Exercise capacity and maortality among men referred for exercise testing. N Engl J Med, 346, 793-801, 2002.
77
NACCI, C.; TARQUINIO, M.; MONTAGNANI, M. Molecular and clinical aspects of endothelial dysfunction in diabetes. Intern Emerg Med, 4 (2), 107-16, 2009.
NAGAYA, N.; UEMATSU, M.; OYA, H.; SATO, N.; SAKAMAKI, F.; KYOTANI, S.; UENO, K.; NAKANISHI, N.; YAMAGISHI, M.; MIYATAK E, K. Short-term oral administration of L-arginine improves hemodynamics and exercise capacity in patients with precapillary pulmonary hypertension. Am J Respir Crit Care Med, 163, 887-891, 2001. NATHAN, D.M.; CLEARY, P.A.; BACKLUND, J.Y.; GENUTH, S.M.; LACHIN, J.M.; ORCHARD, T.J. Intensive diabetes treatment and cardiovascular disease in patients with type 1 diabetes. N Engl J Med, 353: 2643-53, 2005.
NEGRÃO, C.E.; BARRETTO, A.C.P. Cardiologia do exercício: do atleta ao cardiopata, 30ed., rer. e ampl., Barueri, São Paulo, Manole, 2010. NILIUS, B.; DROOGMANS, G. Ion channels and their functional role in vascular endothelium. Physiol Rev, 81 (4), 1415-59, 2001. NITENBERG, A.; PAYCHA, F.; LEDOUX, S.; SACHS, R.; ATTALI, J.R.; VALENSI, P. Coronary artery responses to physiological stimuli are improved by deferoxamine but not by L-arginine in non-insulin-dependent diabetic patients with angiographically normal coronary arteries and no other risk factors. Circulation , 97, 736-43, 1998.
O'DONOVAN, G.; KEARNEY, E.M.; NEVILL, A.M.; WOOLF-MAY, K.; BIRD, S.R. The effects of 24 weeks of moderate- or high-intensity exercise on insulin resistance. Eur J Appl Physiol, 95 (5-6), 522-8, 2005.
ÖZÇELIKAY, A.T.; TAY, A.; DINÇER, D.; MERAL, S.; YILDIZOGLU-ARI, N.; ALTAN, V.M. The effects of chronic L-arginine treatment on vascular responsiveness of streptozotocin-diabetic rats. General Pharmacology, 33, 299-306, 1999. ÖZÇELIKAY, A.T.; TAY, A.; GUNÇER, S.; TASYARAN, V.; YILDIZOGLU-ARI, N.; DINÇER, D.; ALTAN, V.M. Reversal effects of L-arginine treatment on blood pressure and vascular responsiveness of streptozotocin-diabetic rats. Pharmacol Res, 41, 201-209, 2000. PALMER, R.M.J.; REES, D.D.; ASHTON, D.S.; MONCADA, S. L-arginine is the physiological precursor for the formation of nitric oxide in endothelium-dependent relaxation. Biochem Biophys Res Commun, 153: 1251-1256, 1988a.
PALMER, J.P.; WALTER, R.M.; ENSINCK, J.W. Arginine stimulated acute phase of insulin and glucagon secretion. In normal man. Diabetes, 24, 735-740, 1975.
PAN, S. Molecular mechanisms responsible for the atheroprotective effects of laminar shear stress. Antioxid Redox Signal, 11, 1669-1682, 2009.
PANZA, J.A.; CASINO, P.R.; BADAR, D.M.; QUYYUMI, A.A. Effect of increased availability of endothelium-derived nitric oxide precursor on endothelium-dependent
78
vascular relaxation in normal subjects and in patients with essential hypertension. Circulation , 87 (5), 1475-81, 1993.
PEACH, M.J. Renin-angiotensin system: biochemistry and mechanisms of action. Physiol Ver, 57 (2), 313-70, 1977.
PIATTI, P.M.; MONTI, L.D.; VALSECCHI, G.; MAGNI, F.; SETOLA, E.; MARCHESI, F.; GALLI-KIENLE, M.; POZZA, G.; ALBERTI, K.G. Long-term oral L-arginine administration improves peripheral and hepatic insulin sensitivity in type 2 diabetic patients. Diabetes Care, 24 (5), 875-80, 2001.
PIEPER, G.M. Review of alterations in endothelial nitric oxide production in diabetes: protective role of arginine on endothelial dysfunction. Hypertension, 31 (5), 1047-60, 1998.
PIEPER, G.M.; PELTIER, B.A. Amelioration by L-arginine of a dysfunctional argininernitric oxide pathway in diabetic endothelium. J Cardiovasc Pharmacol, 25, 397-403, 1995.
PIEPER, G.M.; SIEBENEICH, W.; DONDLINGER, L.A. Short term oral administration of L-arginine reverses defective endothelium-dependent relaxation and cGMP generation in diabetes. Eur J Pharmacol, 317, 317-20, 1996.
PIEPER, G.M.; SIEBENEICH, W.; MOORE-HILTON, G.; ROSA, A.M. Reversal by L-arginine of a dysfunctional arginine nitric oxide pathway in the endothelium of the genetic diabetic BB rat. Diabetologia, 40, 910-5, 1997.
POREDOS, P.; KEK LJUBEC, A.; POREDOS, P.; VISNOVIC POREDOS, A. Endothelial dysfunction predictor of structural changes of arterial wall in type I diabetes. Int Angiol , 25 (3), 280-6, 2006.
POTENZA, M.A.; GAGLIARDI, S.; NACCI, C.; CARRATU', M.R.; MONTAGNANI, M. Endothelial dysfunction in diabetes: from mechanisms to therapeutic targets. Curr Med Chem, 16 (1), 94-112, 2009.
PRELI, R.B.; KLEIN, K.P.; HERRINGTON, D.M. Vascular effects of dietary L-arginine supplementation. Atherosclerosis, 162 (1), 1-15, 2002.
RAKOBOWCHUK, M.; MCGOWAN, C.L.; DE GROOT, P.C.; BRUINSMA, D.; HARTMAN, J.W.; PHILLIPS, S.M.; MACDONALD, M.J. Effect of whole body resistance training on arterial compliance in young men. Exp Physiol, 90 (4), 645-51, 2005.
RAMALHO A.C.; DE LOURDES LIMA, M.; NUNES, F.; CAMBUÍ, Z.; BARBOSA, C.; ANDRADE, A.; VIANA, A.; MARTINS, M.; ABRANTES, V.; ARAGÃO, C.; TEMÍSTOCLES, M. The effect of resistance versus aerobic training on metabolic control in patients with type-1 diabetes mellitus. Diabetes Res Clin Pract, 72 (3), 271-6, 2006.
RATTMANN, Y.D. Mecanismos endoteliais envolvidos nos efeitos vasculares da Dicksonia sellowiana (Presl.) Hook, 2009, Tese (Doutorado em Farmacologia)-Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
79
RECTOR, T.S.; BANK, A.J.; MULLEN, K.A.; TSCHUMPERLIN, L.K.; SIH, R.; PILLAI, K.; KUBO, S.H. Randomized, double-blind, placebo controlled study of supplemental oral L-arginine in patients with heart failure. Circulation , 93, 2135-2141, 1996.
ROBERTS, K.; BARNARD, R.J.; JASMAN, A.; BALON, T.W. Acute exercise increase nitric oxide synthase activity in skeletal muscle. Am J Physiol, 277, 390-394, 1999. RUBANYI, G.M.; POLOKOFF, M.A. Endothelins: molecular biology, biochemistry, pharmacology, physiology, and pathophysiology. Pharmacol Rev, 46, 328-415, 1994.
SAKAMOTO, S.; MINAMI, K.; NIWA, Y.; OHNAKA, M.; NAK AYA, Y.; MIZUNO, A.; KUWAJIMA, M.; SHIMA, K. Effect of exercise training and food restriction on endothelium-dependent relaxation in the Otsuka Long-Evans Tokushima Fatty Rat, a model of spontaneous NIDDM. Diabetes, 47, 82-86, 1998. SCHACHINGER, V.; BRITTEN, M.B.; ZEIHER, A.M. Prognostic impact of coronary vasodilator dysfunction on adverse long-term outcome of coronary heart disease. Circulation, 101, 1899-1906, 2000.
SCHINI, V.B.; VANHOUTTE, P.M. L-arginine evokes both endothelium-dependent and -independent relaxations in L-arginine-depleted aortas of the rat. Circ Res, 68 (1), 209-16, 1991. SCHINI-KERTH, V.B.; VANHOUTTE, P.M. Nitric oxide synthases in vascular cells. Exp Physiol, 80 (6), 885-905, 1995. SCHMIDT, H.H.H.W.; NAU H.; WITTFOHT, W.; GERLACH, J.; PRESCHER, K.E, et al. Arginine is a physiological precursor of endothelium-derived nitric oxide. Eur J Pharmacol, 154, 213-16, 1988.
SCHRAM, M.T.; CHATURVEDI, N.; SCHALKWIJK, C.; GIORGINO, F.; EBELING, P.; FULLER, J.H. Vascular risk factors and markers of endothelial function as determinants of inflammatory markers in type 1 diabetes: the EURODIAB Prospective Complications Study. Diabetes Care, 26, 2165-73, 2003. SESSA, W.C.; PRITCHARD, K.; SEYEDI, N.; WANG, J.; HINTZE, T.H. Chronic exercise in dog increase coronary vascular nitric oxide production and endothelial cell nitric oxide synthase gene expression. Circ Res, 74, 349-53, 1994. SHAO, A.; HATHCOCK, J.N. Risk assessment for the amino acids taurine, L-glutamine and L-arginine. Regul Toxicol Pharmacol, 50, 376-399, 2008.
SHI, Y.; KU, D.D.; MAN, R.Y.; VANHOUTTE, P.M. Augmented endothelium-derived hyperpolarizing factor-mediated relaxations attenuate endothelial dysfunction in femoral and mesenteric, but not in carotid arteries from type I diabetic rats. J Pharmacol Exp Ther, 318 (1), 276-81, 2006.
80
SHIMOKAWA, H.; YASUTAKE, H.; FUJII, K.; OWADA, M.K.; NAKAIKE, R.; FUKUMOTO, Y.; TAKAYANAGI, T.; NAGAO, T.; EGASHIRA, K.; FUJISHIMA, M.; TAKESHITA, A. The importance of the hyperpolarizing mechanism increases as the vessel size decreases in endothelium-dependent relaxations in rat mesenteric circulation. J Cardiovasc Pharmacol, 28, 703-71, 1996. SIGAL, R.J.; KENNY, G.P.; BOULÉ, N.G.; WELLS, G.A.; PRUD'HOMME, D.; FORTIER, M.; REID, R.D.; TULLOCH, H.; COYLE, D.; PHILLIPS, P.; JENNINGS, A.; JAFFEY, J. Effects of aerobic training, resistance training, or both on glycemic control in type 2 diabetes: a randomized trial. Ann Intern Med , 147 (6), 357-69, 2007. SIMONSEN, U.; WADSWORTH, R.M.; BUUS, N.H.; MULVANY, M.J. In vitro simultaneous measurements of relaxation and nitric oxide concentration in rat superior mesenteric artery. J Physiol, 516 (1), 271-282, 1999.
SINGH, T.P.; GROEHN, H.; KAZMERS, A. Vascular function and carotid intimal-medial thickness in children with insulin-dependent diabetes mellitus. J Am Coll Cardiol , 41, 661-665, 2003.
SIXT, S.; BEER, S.; BLÜHER, M.; KORFF, N.; PESCHEL, T.; SONNABEND, M.; TEUPSER, D.; THIERY, J.; ADAMS, V.; SCHULER, G.; NIEBAUER, J. Long- but not short-term multifactorial intervention with focus on exercise training improves coronary endothelial dysfunction in diabetes mellitus type 2 and coronary artery disease. Eur Heart J , 31 (1), 112-9, 2010. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD). Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes para o tratamento e acompanhamento do Diabetes Mellitus , 2007. STANKEVICIUS, E.; LOPEZ-VALVERDE, V.; RIVERA, L.; HUGHES, A.D.; MULVANY, M.J.; SIMONSEN, U. Combination of Ca2
+ -activated K+ channel blockers inhibits acetylcholine-evoked nitric oxide release in rat superior mesenteric artery. Br J Pharmacol, 149 (5), 560-72, 2006.
STEVENS-TRUSS, R.; BECKINGHAM, K.; MARLETTA, M.A. Calcium binding sites of calmodulin and electron transfer by neuronal nitric oxide synthase. Biochemistry, 36 (40), 12337-12345, 1997. STUEHR, D.; POU, S.; ROSEN, G.M. J Oxygen reduction by nitric-oxide synthases. J Biol Chem, 276 (18), 14533-6, 2001.
SZKUDELSKI, T. The mechanism of alloxan and streptozotocin action in B cells of the rat pancreas. Physiol Res, 50 (6), 537-46, 2001.
TAMAKI, T.; UCHIYAMA, S.; NAKANO, S. A weightlifiti ng exercise model for inducing hypertrophy in the hindlimb muscles of rats. Med Sci Sports Exerc, 24, 881-886, 1992.
81
TAHA, M.O.; MIRANDA-FERREIRA, R.; PAEZ, R.P.; SIMÕES, R.S.; BOIN, H.C.; MARTINS, I.A.; VERSAGE, P.F.; SILVA, H.F.; PENZO, L.D.; FAGUNDES, A.L.; OLIVEIRA, I.JR.; CARICATI-NETO, A.; MONTEIRO, H.P. Role of L-arginine, a substrate of nitric oxide biosynthesis, on intestinal ischemia-reperfusion in rabbits. Transplant Proc, 42 (2), 448-50. 2010. TANG, E.H.; VANHOUTTE, P.M. Endothelial dysfunction: A strategic target in the treatment of hypertension? Pflugers Arch, 459 (6), 995-1004, 2010. THORIN, E.; WEBB, D.J. Endothelium-derived endothelin-1. Pflugers Arch, 459 (6), 951-8, 2010.
TOUSOULIS, D.; DAVIES, G.; TENTOLOURIS, C.; CRAKE, T.; TOUTOUZAS, P. Coronary stenosis dilatation induced by L-arginine. Lancet, 349, 1812-3, 1997.
TRIGGLE, C.R.; HOLLENBERG, M.; ANDERSON, T.J.; DING, H.; JIANG, Y.; CERONI, L.; WIEHLER, W.B.; ELLA, N.G.; ELLIS, A.; ANDREWS, K.; MCGUIRE, J.J.; PANNIRSELVAM, M. The endothelium in health and disease: a target for therapeutic intervention. J Smooth Muscle Res, 39, 249-67, 2003. VALERIO, G.; SPAGNUOLO, M.I.; LOMBARDI, F.; SPADARO, R.; SIANO, M. Physical activity and sports participation in children and adolescents with type 1 diabetes mellitus. Nutr Metab Cardiovasc Dis, 17, 376-82, 2007. VANHOUTTE, P.M.; SHIMOKAWA, H.; TANG, E.H.; FÉLÉTOU, M. Endothelial dysfunction and vascular disease. Acta Physiol, 196, 193-222, 2009. VANHOUTTE, P.M.; TANG, E.H. Endothelium-dependent contractions: when a good guy turns bad! J Physiol, 586 (22), 5295-304, 2008.
VASILIJEVIC, A.; BUZADZIC, B.; KORAC, A.; PETROVIC, V.; JANKOVIC, A.; KORAC, B. Beneficial effects of L-arginine nitric oxide-producing pathway in rats treated with alloxan. J Physiol, 584 (3), 921-33, 2007.
VERSPOHL, E.J. Recommended testing in diabetes research. Planta Médica, 68, 581-590, 2002. WAJCHENBERG, B.L. Disfunção endotelial no diabetes do Tipo 2. Arq Bras Endocrinol Metab, 46, 514-9, 2002. WALDRON, G.J.; GARLAND, C.J. Contribution of both nitric oxide and a change in membrane potential to acetylcholine-induced relaxation in the rat small mesenteric artery. Br J Pharmacol, 112 (3), 831-6, 1994. WARD, D.T.; LAWSON, S.A.; GALLAGHER, C.M.; CONNER, W.C.; SHEA-DONOHUE, T. Sustained nitric oxide production via L-arginine administration ameliorates effects of intestinal ischemia-reperfusion. J Surg Res, 89 (1), 13-9, 2000.
WASSERMAN, D.H.; ZINMAN, B. Exercise in individuals with IDDM. Diabetes Care, 17, 924-37, 1994.
82
WATFORD, M. The urea cycle: a two compartment system. Essays Biochem, 26, 49-58, 1991.
WHYTE, J.J.; LAUGHLIN, M.H. The effects of acute and chronic exercise on the vasculature. Acta Physiol, 199 (4), 441-50, 2010. WILD, S.; ROGLIC, G.; GREEN, A.; SICREE, R.; KING, H. Global prevalence of diabetes: estimates for the year 2000 and projections for 2030. Diabetes Care, 27 (5), 1047-53, 2004. WITTE, M.B.; THORNTON, F.J.; TANTRY, U.; BARBUL, A. L-Arginine supplementation enhances diabetic wound healing: involvement of the nitric oxide synthase and arginase pathways. Metabolism, 51 (10), 1269-73, 2002.
WOLF, A.; ZALPOUR, C.; THEILMEIER, G.; WANG, B.Y.; MA, A.; ANDERSON, B.; TSAO, P.S.; COOKE, J.P. Dietary L-arginine supplementation normalizes platelet aggregation in hypercholesterolemic humans. J Am Coll Cardiol , 29 (3), 479-85, 1997.
WU, G.; BAZER, F.W.; DAVIS, T.A.; KIM, S.W.; LI P.; RHOADS, J.M.; SATTERFIELD, M.C.; SMITH, S.B.; SPENCER, T. E.; YIN, Y. Arginine metabolism and nutrition in growth, health and disease. Amino Acids, 37, 153-168, 2009.
WU, G.; BAZER, F.W.; CUDD, T.A.; JOBGEN, W.S.; KIM, S.W.; LASSALA, A.; LI, P.; MATIS, J.H.; MEININGER, C.J.; SPENCER, T.E. Pharmacokinetics and safety of arginine supplementation in animals. J Nutr , 137, 1673-1680, 2007. WU, G.; KNABE, D.A. Free and protein-bound amino acids in sow’s colos trum and milk. J Nutr, 124, 2437-2444, 1994.
WU, G.; MEININGER, C.J. Arginine nutrition and cardiovascular function. J Nutr , 130, 2626-2629, 2000. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Definition, diagnosis and classification of diabetes mellitus and its complications: report of a WHO consultation, Geneva, World Health Organization, 1999. XIANG L; NAIK J; HESTER RL. Exercise-induced increase in skeletal muscle vasodilatory responses in obese Zucker rats. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol, 288, 987-991, 2005. YANAGISAWA, M.; KURIHARA, H.; KIMURA, S.; TOMOBE, Y.; KOBAYASHI, M.; MITSUI, Y.; YAZAKI, Y.; GOTO, K.; MA SAKI, T. A novel potent vasoconstrictor peptide produced by vascular endothelial cells. Nature, 332: 411-5, 1988.
YANG, A.L.; JEN, C.J.; CHEN, H.I. Effects of high-cholesterol diet and parallel exercise training on the vascular function of rabbit aortas: a time course study. J Appl Physiol, 95, 1194-1200, 2003.
83
YIN, W.H.; CHEN, J.W.; TSAI, C.; CHIANG, M.C.; YOUNG, M.S.; LIN, S.J. L-arginine improves endothelial function and reduces LDL oxidation in patients with stable coronary artery disease. Clin Nutr , 24 (6), 988-97, 2005. YKI-JÄRVINEN, H.; DEFRONZO, R.A.; KOIVISTO, VA. Normalization of insulin sensitivity in type I diabetic subjects by physical training during insulin pump therapy. Diabetes Care, 7 (6), 520-7, 1984.
ZAGO, A.S.; ZANESCO, A. Óxido nítrico, doenças cardiovasculares e exercício físico. Arq Bras Cardiol , 87 (6), 264-270, 2006. ZINMAN, B.; ZUNIGA-GUAJARDO, S.; KELLY, D. Comparison of the acute and long-term effects of exercise on glucose control in type 1 diabetes. Diabetes Care, 7, 515-9, 1984.
84
ANEXO A
85
ANEXO B