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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE INDÍGENA
REGIÃO: PASSO FUNDO, RIO GRANDE DO SUL – TURMA II.
INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA IDENTIFICAÇÃO DAS DOENÇAS
PARASITARIA INTESTINAIS MAIS FREQUENTES DA POPULAÇÃO
INDÍGENA ATENDIDA PELA EQUIPE VOLANTE DO POLO BASE PASSO
FUNDO, RIO GRANDE DO SUL.
Autor: Dr. Dario Borges Rivero.
Trabalho de Conclusão de curso,
apresentado ao Curso de Especialização
em Saúde Indígena, da Universidade
Federal de São Paulo.
Orientadora: Juliana Gonçalves Fidelis.
Rio Grande do Sul.
2017.
2
INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA A IDENTIFICAÇÃO DAS DOENÇAS
PARASITARIA INTESTINAIS MAIS FREQUENTES DA POPULAÇÃO
INDÍGENA ATENDIDA PELA EQUIPE VOLANTE DO POLO BASE PASSO
FUNDO, RIO GRANDE DO SUL.
Autor: Dr. Dario Borges Rivero.
Trabalho de Conclusão de curso
apresentado ao Curso de Especialização
em Saúde Indígena, da Universidade
Federal de São Paulo.
Orientadora: Juliana Gonçalves Fidelis.
Rio Grande do Sul.
2017.
3
AGRADECIMENTOS
❖ Primeiramente agradecer a Deus, minha família que tanto apoia nesta
tarefa em especial minha mãe, ao povo brasileiro, especialmente a
equipe de trabalho e o Polo Base Passo Fundo, por permitir trabalhar
tudo este tempo com eles, experiência única de trabalho.
❖ A minhas tutoras do curso, Thais, Katherine, Juliana por suas
preocupações e ajuda incondicional.
❖ E a todos que de forma direta ou indiretamente contribuíram para a
realização e culminação deste curso.
4
RESUMO
As enteroparasitoses constituem um grave problema de saúde pública,
principalmente em países em desenvolvimento. No Brasil a ocorrência destes
parasitos é bastante elevada, sobretudo nas populações de baixo nível
socioeconômico como é o caso das populações indígenas. As doenças
parasitarias constituem uns dos problemas de saúde com mais indecência
depois das IRA em minhas comunidades, fundamentalmente em crianças, que
de não ser tratada oportunamente poderia ocasionar sérios transtornos para a
saúde e nos casos graves ocasionar a morte.
Com meu trabalho pretendo fazer um projeto de intervenção educativa nas
comunidades indígenas de: Mato Castelhano, Campo do Meio, Faxinal e
acampamento de Aeroporto, todas elas da etnia Kaingang e pertencentes ao
Polo Base Passo fundo, Rio Grande do Sul. A aplicação deste projeto de
intervenção tem como principais objetivos identificar as parasitoses intestinais
presentes em nossas populações e desse modo planejar estratégias de
intervenção educativa para poder reduzir o índice de transmissibilidade, para
isso é importante ensinar as medidas de prevenção, educar e orientar a nosso
povo com medidas de prevenção simples para prevenir este tipo de infeções. O
universo estará constituído por o 100 por cento de todos os moradores de cada
uns dos acampamentos (incluindo as lideranças), equipe de trabalho e pessoas
convidadas, o trabalho será desenvolvido em 3 etapas.
Palavras chaves: Doenças parasitárias intestinais, prevenção em saúde,
higiene, educação em saúde.
5
LISTA DE SIGLAS
● DSEI – Distrito Sanitário Especial Indígena.
● EMSI – Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena.
● SIASI – Sistema de Informação de Atenção à Saúde Indígena.
● SUS – Sistema Único de Saúde.
● SESAI – Secretaria de Saúde Indígena.
● OMS – Organização Mundial da Saúde.
● FUNASA – Fundação Nacional da Saúde.
● IRA – Infeções Respiratórias Agudas.
● RS – Rio Grande do Sul.
● AISAN – Agente Indígena de Saneamento.
● IRA – Infeções Respiratórias Aguda.
● AIS – Agente Indígena de Saúde.
6
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Distribuição da população: gênero por acampamentos.----18
Quadro 2: Distribuição por faixa etária e sexo.--------------------------------18
Quadro 3: Cronograma. ------------------------------------------------------------24
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ciclo biológico das parasitoses intestinais-------------------------13
Figura 2- 3: sistemas de abasto de aguas de agua, acampamento Tijuco
Preto, município Mato Castelhano. Passo Fundo. RS. ---------------------34
Figura 4: banheiro comunitário, acampamento Tijuco Preto, município
Mato Castelhano, Passo Fundo. RS. --------------------------------------------35
Figura 5: Coletor de lixo, acampamento Tijuco Preto, município Mato
Castelhano, Passo Fundo, RS. ---------------------------------------------------35
Figura 6: Moradia do acampamentos Faxinal, município Agua Santa.
Passo Fundo, RS.---------------------------------------------------------------------36
Figura 7: Moradia do acampamentos Jonas, município Mato Castelhano.
Passo Fundo, RS.---------------------------------------------------------------------36
Figura 8: Equipe de trabalho em palestra.--------------------------------------37
Figura 9: Coleta de lixo inadequada, acampamento aeroporto, município
Passo Fundo. RS. --------------------------------------------------------------------37
Figura 10: fontes de abasto de agua, acampamento Aeroporto,
município Passo Fundo. RS. ------------------------------------------------------38
8
SUMÁRIO
➢ Introdução. ------------------------------------------------------------------------- 9
➢ Objetivo geral e objetivos específicos. --------------------------------------20
➢ Metodologia. -----------------------------------------------------------------------21
➢ Resultados esperados. ----------------------------------------------------------27
➢ Análises e considerações finais. ----------------------------------------------29
➢ Referências bibliográficas. -----------------------------------------------------31
➢ Anexos.
9
INTRODUÇÃO
As enteroparasitoses constituem um grave problema de saúde pública,
principalmente em países em desenvolvimento (1). De acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS) (2) estima-se que no mundo 1,221
bilhão de indivíduos estejam infectados por Ascaris lumbricoides, 795 milhões
por Trichuris trichiura, 740 milhões por ancilostomídeos, cerca de 200 milhões
pelo complexo Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar e 400 milhões por
Giardia lamblia. No Brasil a ocorrência destes parasitos é bastante elevada,
sobretudo nas populações de baixo nível socioeconômico, sendo mais comuns:
entre os helmintos: A. lumbricoides, T. trichura e ancilostomídeos; entre os
protozoários: E. histolytica e G. lamblia que são patogênicos; entre os
comensais: Endolimax nana e Entamoeba coli. A frequência de giardiose sofre
variações quanto à distribuição mundial, ficando a taxa de incidência entre 11%
e 30%, Poli parasitismo em 13,1% (3).
Segundo a Fundação Nacional da Saúde (FUNASA), no Brasil vivem
pessoas que compartilham índices de saúde assustadores, só no ano 2001
foram registrados 88 mil casos de infecções intestinais e 87 mil de parasitoses
entre os 374 mil índios brasileiros. A taxa de mortalidade infantil nas três mil
aldeias do país foi nesse ano (2001) de 56 óbitos em mil nascidos vivos, sendo
muito acima da média brasileira que era de 29 por cada mil nascidos vivos (4).
O estudo realizado em índios Mbyá – Guarani da aldeia Cantangalo, no
município de Viamão-RS, apresentou os seguintes dados: das 82 amostras
analisadas, 56 (69,5%) estavam parasitadas e 87,5 % das casas possuíam
estruturas de taquara e cobertura com lona plástica (5). Em outro estudo
desenvolvido foram realizados exames coprológicos em 417 pessoas de uma
comunidade indígena de Pernambuco, os resultados constataram uma
prevalência de 82,4% de amebíase, 51,2% de ascaridíase e 62,0% de
giardíase (6).
Num estudo realizado numa comunidade indígena em Rio Grande do
Sul (Cacique doble) em crianças indígenas (de 4 a 12 anos), revelou as
10
parasitoses mais frequentes encontradas neste grupo examinado, como
resultado foi encontrado uma taxa de positividade de 67,2%, com pequena
variação quanto ao sexo. Os parasitas mais frequentes foram a Ascaris
Lumbricoides, Hymenolepis nana, Entamoeba coli, Iodamoeba butschliie os
Ancilostomídeos (7). De modo geral, as parasitoses intestinais ocorrem
principalmente nas áreas mais quentes, úmidas e desprovidas de saneamento
básico. Elas afetam mais as crianças e os adultos jovens, seja por
apresentarem maior exposição ou suscetibilidade. Em várias parasitoses, o
desenvolvimento de mecanismos de resistência a novas infecções torna os
adultos gradativamente menos suscetíveis. (8)
Caso de minha comunidade não tem estudos epidemiológicos de este
tipo feito, por esse motivo fiz referencia ao estudo realizado na comunidade de
Cacique Doble, RS, estas comunidades estão relativamente muito perto,
ademais que o fluxo migratório entre meus acampamentos e cacique doble é
bem grande. Também foram consultados outros estudos realizados no Brasil e
dados epidemiológicos que ajudam e orientam em nosso trabalho.
Os principais fatores de risco associados às infecções parasitárias são:
precárias condições sanitárias, educacionais, culturais, sociais, econômicas,
também as condições climatológicas e geográficas; tratamento inadequado das
águas; tratamento inadequado dos residuais líquidos e sólidos, elevado índice
de concentração de pessoas em espaços reduzidos; uso inadequado do solo e
contaminação deste e dos alimentos entre outros. Os danos que os
enteroparásitas podem causar a seus portadores incluem entre outros agravos
a obstrução intestinal (A. lumbricoides), a desnutrição (A. lumbricoides e T.
trichiura), anemia por déficit de ferro (ancilóstomo duodenal), e quadros de
diarreia e má absorção (E. histolytica e G. lamblia), sendo que as
manifestações clínicas são usualmente proporcionais á carga parasitária
albergada pelo indivíduo (9).
As parasitoses intestinais podem provocar sintomas como diarreia,
decaimento marcado, sonolência, perda do apetite, má absorção intestinal;
entre as principais complicações estão a obstrução intestinal, anemia, colites e
11
desnutrição, além de serem responsáveis por deficiência no aprendizado e no
desenvolvimento físico das crianças (10).
As alterações patológicas que ocorrem durante as infestações
parasitárias são diferentes para cada um dos indivíduos e parasitos. Nos
últimos anos foram desenvolvidos esforços consideráveis para entender os
aspectos fisiopatológicos do parasita ação direta ou produtos que libera, que
afetam a função digestiva. Efeitos patogénicos dos enteroparasitos são
importantes, tanto para as formas adulta que ocupam o lúmen ou a mucosa
intestinal, como as formas de migrantes. As principais manifestações clínicas
estão diretamente relacionadas com a resposta do hospedeiro a agressão ou
trauma causado por larvas migrantes ou parasitas adultas, os sinais e sintomas
dependem da fase de infestação e gravidade ou "virulência" do agente (11).
De forma geral desde o ponto de vista fisiopatológico é muito importante
saber que existem vários conceitos que devemos compreender para interpretar
como é que funciona o micromundo das parasitas: hábitat (é o ecossistema
local ou órgão onde determinada espécie ou população vive), Hospedeiro (é o
organismo que alberga o parasito) parasita (a parasita, vive no corpo do outro,
denominado hospedeiro, do qual absorve alimentos), hospedeiro intermediário
(é aquele que apresenta o parasita em sua fase larvária ou de reprodução
assexuada), hospedeiro definitivo (é o que apresenta o parasita em sua fase de
maturidade ou em fase de reprodução sexuada) hospedeiro de transporte (é o
hospedeiro intermediário no qual o parasito não sofre desenvolvimento ou
reprodução, mas permanece viável até atingir novo hospedeiro) (8); cada
parasita tem um ciclo de vida natural na qual ela vai se desenvolver até
converter-se na forma adulta do parasito, que entre a parasita e o hospedeiro
se estabelecem relações de interdependência ou interespecíficas (parasitismo,
comensalismo e o mutualismo), cada uma delas com caraterísticas bem
especificas: no parasitismo tem um que se veneficia (parasita) e o outro fica
danado (hospedeiro), no comensalismo um se veneficia (parasita) e para o
outro é indiferente (hospedeiro), o seja não é danado e no mutualismo ambos
são beneficiados da relação que estabelecem (12).
12
Há duas formas principais de transmissão das parasitoses intestinais:
por meio da contaminação oral (ingestão das formas infectantes) e pela
penetração de larvas na pele. Para os helmintos, organismos multicelulares,
destaca-se a reprodução sexuada com produção de ovos. O ovo é embrionado,
gerando uma larva no seu interior. Essa larva pode ser liberada no ambiente,
fato que geralmente está associado às formas de transmissão por meio da
pele. Quando a larva permanece dentro do ovo, só há uma maneira de infectar
um novo hospedeiro: pela de ingestão em alimentos, água ou devido a mãos
contaminadas. Todos os protozoários enteroparasitas produzem cistos como
formas de resistência no meio externo. Os oocistos são produzidos apenas
pelos protozoários do gênero Cryptosporidium e por outros enteroparasitos do
mesmo grupo, os esporozoários. Esses organismos, além de reprodução
assexuada, reproduzem-se sexuada mente, originado os oocistos (8).
Faremos uma breve resenha das parasitoses mais comuns em nossa
área de assistência, tendo em conta que praticamente coincide muito as
estadísticas apresentadas no Brasil e o trabalho investigativo feito em
comunidades indígenas do Rio Grande do Sul. Os nemátodos também
conhecidos como nemátodos, nematóides e lombrigas, são um tipo de vermes
pseudocelomados, é comumente conhecido como lombrigas redondas devido à
forma do seu corpo em uma seção transversal. Representam o 90% de todas
as formas de vida no releve oceânico, o domínio numérico dos nemátodos,
muitas vezes com mais de um milhão de indivíduos por metro quadrado,
manifesta-se em 80% dos organismos de animais em todo o mundo são delas.
a diversidade de seus ciclos de vida e sua presença em tantos lugares apontar
para ter um papel muito importante em muitos ecossistemas, podem ser
encontrados dois tipos de ciclo de vida (13):
• Ciclo direto: Quando formas pre-parasitas encontram se livres no ambiente,
o seu desenvolvimento está dentro do ovo ou a sair dele.
• Ciclo indireto: Quando as larvas infectantes desenvolvem para o estágio
13
infeccioso dentro do hospedeiro intermediário; com a intermediação de outro
hospedeiro que em ocações é ele mesmo.
Os nemátodos intestinares que provocam infestação no homen são: Ascaris
lumbricoides, Trichuris trichiura, Ancylostoma duodenal, Necator americanus,
Strongyloides stercoralis, Anisakis, Enterobius.(13).
Figura 1. Ciclo biológico das parasitoses intestinais.
O áscaris lumbricoides é um vermes que apresenta ovos e formas larvais e
adultas, são longos, robustos e com extremidades afiladas. É uma parasita
monóxena, cujo ciclo se inicia com a contaminação oral, migração ascendente
das larvas na árvore respiratória e finaliza com o retorno o retorno das mesmas
no intestino. Sua infeção pode ser desenvolvida a traves da ingestão de agua e
alimentos contaminados como ovos contendo a forma larvária infetante. Esses
ovos fecundados são resistente a baixas temperaturas e sensíveis ao calor,
com morte em temperatura superior a 45 grãos. O ovo encontrado em
condições que viabilizem seu desenvolvimento, evolui para larva rabditoide, a
qual após de uma semana sofre modificações para uma segunda e terceira
larva rabditoide infectante. Os ovos larvados na forma infectante, ingeridos pelo
adulto e pelas crianças, passam pelo estomago onde são sensibilizados pelo
suco gástrico e eclodem no duodeno. As larvas infectantes atravessam a
mucosa intestinal, caem na corrente sanguínea e invade o fígado, coração
direito, pulmão, onde mudam para L4, rompem vasos sanguíneos, caem nos
14
alvéolos e sofrem uma nova muda para L5, migram para a faringe a traves da
arvore brônquica onde podem ser deglutidos, atravessando o estomago sem
sofrer danos, se fixam no intestino e desenvolve-se em adulto jovem, o ciclo
vital dos ascarídeos maduros é estimado de 1 a 2 anos (14).
A Trichuris Trichuris é uma parasita encontrada em todo o mundo,
principalmente em países de clima úmido e temperaturas quente como brasil.
Sua infeção é responsável pela tricuriasis, uma doença parasita com importante
impacto universal. Essa parasita se alimenta de sangue e restos de tecidos do
hospedeiro. As infeções podem causa ao homem: anemias, ulceras intestinais
e até infeções secundarias causadas por outros microrganismos. A pessoa
parasitada pode apresentar ainda de perda de peso, fraqueza, cólicas
abdominais e diarreia com presença ou não de sangue. A transmissão e fecal-
oral, ocorrendo na maioria das vezes pela ingestão de agua ou alimentos
contaminados com ovos do verme, sendo seu período de incubação em torno
de 60 a 90 dias. Na maioria das infeções os portadores são assintomáticos (14).
A ancilostomíase é causada por três tipos de vermes: o necator americano
e outras duas espécies do gênero Ancylostoma (duodenalis e ceylanicum) que
infetam o ser humano a través da transmissão percutânea. A fémea, de acordo
com a espécie, põe entre quatro e 30.000 ovos por dia. Esses ovos são
liberados nas fezes , se as condiciones climáticas forem propicias, eclodem e
entre cinco dez dias tornam se larvas infectantes. A infeção ocorre quando a
larva atravessa a pele do individuo por meio do contato direito com terra
contaminada (exemplo: crianças que caminham sem chinelos na terra),
dependendo da quantidade de vermes, o infectado pode ou não desenvolver a
doença, os principais sintomas são a palidez (o que caracteriza o nome popular
de amarelão), desânimo, dificuldade de raciocínio, fraqueza. Com o tempo a
situação pode progredir e se agravar aparecendo dores musculares,
abdominais, hipertensão, sopro cardíaco, tonturas e ausência das
menstruações nas mulheres. A ancilostomoses é particularmente perigosa para
as gravidas, pois pode afetar o desenvolvimento do feto , e para as crianças
retardo (por vezes de modo irreversível) seu desenvolvimento mental e físico
15
(14 , 15)
Os protozoários, em sua grande maioria, apresentam vida livre e são
encontrados em diferentes ambientes aquáticos e úmidos. Existem, no entanto,
espécies que vivem em associação com outros organismos, como é o caso dos
parasitas, suas vias de contaminação são fundamentalmente hídrica, fecal –
oral e por objetos contaminados.
Entre as doenças humanas causadas por protozoários, podemos citar a
amebíase, tricomoníase, toxoplasmose, leishmaniose (visceral e tegumentar),
doença de Chagas e ,no caso destas últimas são bem infrequentes em minha
comunidade.(16)
A giárdia lamblia é um protozoário flagelado responsável por quadros de
diarreias dores abdominais, que adquire especial importância em pessoas
desnutridas, com imunodeficiências, com fibrose cística e, em geral, na idade
pediátrica, podendo ser encontrada em duas formas: cisto, forma inativa ou
trofozoíto, forma ativa esta é a forma infectante para o ser humano (17).
O ciclo da giardíases inicia se com a ingestão dos cistos maduros a
través do agua e alimentos contaminados que, ao chegar ao estomago sofrem
ação do meio ácido, desencistam e liberam os trofozoítos, iniciando o processo
de multiplicações sucessivas por fissão binária longitudinal e colonização ,
preferencialmente na mucosa do duodeno, pode também ser localizada no
jejuno, condutos biliares e vesícula biliar. Por outro lado finaliza com o
encistamento dos trofozoítos e subsequentemente com a eliminação desses
cistos contidos nas fezes para o meio externo (14).
Os sintomas da giárdia são: diarreia aquosa e dor abdominal, ou gradual
com sintomatologia crônica intermitente, por vezes debilitante, caraterizada por
dejeções moles ou diarreicas de odor fétidas, flatulência, distinção abdominal e
anorexia, sendo esta última associada ao comprometimento de absorção de
16
açúcares, gorduras e vitaminas lipossolúveis, podendo significar perda de
peso, crescimento inadequado e anemia (18)
A entamoeba coli é uma ameba cosmopolita, com maior incidência nas regiões
intertropicais, que vive em harmonia sem prejuízo para o hospedeiro, e é
transmitida por meio de agua e alimentos contaminados com material fecal
contendo cistos maduros. É um protozoário que por si só e incapaz de produzir
lesões, mas indica que há existência de contaminação do meio ambiente (agua
e alimentos) por material fecal (14 , 19).
A Endolimax nana é um tipo de ameba comensal, mesmo sendo
comensal, existe a possibilidade de sintomatologia quando considerada a faixa
etária ou presença de hiperinfecção, tendo como principais sintomas dores
abdominais, diarreias, flatulência, vômitos, e fatiga (14, 19, 20).
Para o diagnóstico das doenças parasitárias dos pacientes indígenas
dos acampamentos aos quais eu dou atendimento: eu brindo atendimento em 6
acampamentos indígenas distribuídos em 4 municípios: 3 aldeias no município
de Mato Castelhano ( Jonas, Mano e Tijuco Preto), uma aldeia no município de
Gentil (Campo do Meio), uma aldeia no município de Agua Santa (Faxinal) e
por ultimo uma aldeia no município de Passo Fundo (Aeroporto); cada
município tem um centro de saúde e laboratórios com todas as infraestruturas
para a identificação caso necessário das doenças parasitárias, é muito
importante fazer o destaque que além dos direitos que tem este grupo
populacional (índios), persistem muitas travas sociais que impedem ainda o
pleno disfrute de seus direitos: preconceitos, causas politicas, os índios são da
SESAI!! em fim muitas outras causas que dificultam um bom diagnostico e boa
toma de decisões para o tratamento dos pacientes, esta doença exige de um
diagnostico laboratorial direito para um bom tratamento, com exceção dos
casos que o medico consiga olhar a saída do parasito adulto por algum orifício
natural, ainda assim o medico deve exigir o exame laboratorial para descartar
poli parasitismo. A clinica, epidemiologia e os antecedentes em cada casso
podem nos orientar, mais o diagnostico laboratorial é muito necessário.
17
Os kaingang sua cultura desenvolveu-se à sombra dos pinheirais
(Araucária), há pelo menos dois séculos, em 1812, se iniciaram os primeiros
contatos. se tem referência dos assentamentos kaingang no território de Motto
Casthellano e Campo do Meio desde os anos 1850 que foram aldeados nestes
municípios , o tempo de contato com a sociedade data aproximadamente entre
os anos 1950 e 1960. A língua falada predominantemente é português, os
antigos ainda conversam na língua materna, mas as crianças estão sendo
reeducadas na sua língua nativa, principalmente por meio das escolas com a
alfabetização bilíngüe. O aspecto fundamental da organização social dos
Kaingang é a divisão nas metades exogâmicas, KAMÉ e KAIRU.
Os Kaingang não constroem aldeias circulares ou semicirculares, comuns a
todos os outros Jê e aos Bororo, e portanto não demarcam a oposição espacial
entre centro e periferia, masculino/feminino, público/privado, individual/coletivo
que se têm apresentado como característica dos demais Jê .
Sua organização política é centrada no Cacique, apoiado pela comunidade.
Dentre suas funções está a resolução de conflitos, organização de
empreendimentos, busca de soluções a problemas coletivos, como a saúde.
Os povos indígenas Kaingang mantêm suas identidades e se afirmam como
grupos étnicos diferenciados, portadores de tradições próprias.
O território que a equipe fornece atendimento é bem disperso, a equipe
multidisciplinar (EMSI) que brinda o atendimento é composta por médico,
odontólogo e enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes indígenas de
saúde e de saneamento básico que são os responsáveis pelo atendimento da
população das aldeias da área de abrangência. O Polo Base Passo Fundo
conta ainda com uma equipe da referência, composto por assistente social,
psicólogo, enfermeiro, nutricionista, odontólogo e médicos os quais fornecem
apoio direto na assistência e referencia dos pacientes aos diferentes níveis de
atenção hospitalar.
A população é constituída só por uma etnias, distribuídas em 6 aldeias,
contando com um total de 551 habitantes, deles 284 são homens e 267 são
mulheres, a major parte da população tem idades compreendidas entre 1 e 39
anos (população jovem); a população têm em média perto de 60 anos de
18
contato com a nossa sociedade.
Distribuição da população: gênero por acampamentos:
Aldeias Mulheres Homens Total
Campo do Meio 98 98 196
Mato Castelhano (3) 145 141 286
Faxinal. Agua Santa 12 9 21
Aeroporto 29 19 48
Total 284 267 551
Fonte: senso realizado pela equipe de trabalho volante de passo fundo. (2016) (Quadro # 1)
Distribuição por faixa etária e sexo:
Faixa etária Mulheres Homens
< 1 ano 5 6
1-4 30 29
5-9 38 40
10-14 45 35
15-19 40 32
20-24 28 31
25-29 24 22
30-34 24 21
35-39 19 21
40-44 6 8
45-49 9 6
50-54 3 4
55-59 6 4
+60 9 6
Total 286 265
Fonte: senso realizado pela equipe volante de passo fundo. (2016)
(Quadro # 2)
As principais atividades econômicas que eles realizam são a pesca,
cultivam a terra (estas atividades são esporádicas e reportam poucos recursos
alimentares devidos ao pouco espaço que tem para realizar lá, devido a que
moram em territórios bem reduzidos por a não demarcação das terras);
também fazem artículos artesanais (esta é uma das principais formas de
obtenção de dinheiro e de sustento de suas famílias) e poucas vesses a caça.
Muitos também são contratados em diferentes fábricas recebendo um salário e
criando uma forma de sustento da família. Agora no verão muitos dos
19
artesanatos, artículos e pinturas feitas por eles são vendidas no litoral de rio
grande do sul, Santa Catarina e são Pablo.
As principais fontes de água das aldeias é através do caminhão pipa da
instituição, outras recebem agua dos municípios correspondentes, ambas
constituem fontes de agua potável seguras para o consumo humano, evitando
desse jeito a propagação de doenças de transmissão hídrica e outros males
para a saúde; o saneamento é bastante deficiente e pouco organizado, a coleta
do lixo sólido é feita em todas as aldeias geralmente mensal, com exceção de
um acampamento a onde o lixo sólido é queimado (não tem coleta do lixo),
esse fato condicionas que muitas vezes o lixo seja removido por cachorros e
fique dispersos nas ruas e veredas perto dos acampamentos, e com eles a
proliferação de vectores, moscas e mosquitos, a coleta dos esgotos humanos e
animais é feito mediante a construção em cada um dos acampamentos de
banheiros coletivos, desse jeito não constituem condicionantes para o
desarrolho de doenças na comunidade ( todas as aldeias tem um banheiro
coletivo), os residuais líquidos de cada uma das casas ainda constituem um
problema para ser resolvido, as aguas das cozinhas e dos chuveiros são
expulsadas para fora de cada uns das casas e ficam ali até que são absorvida
pela terra, constituindo uma via de propagação para doenças; no caso da
alimentação na população indígena é muito diversa, com a interação cada vez
mais frequente com a sociedade moderna o índio fica cada dia mais
consumindo os alimentos industrializados, outras fontes de alimentação é
mediante a bolsa de família, mediantes suas atividades de caça e pesca; acho
que o fato de ficar sim terras muda muito todo o desenvolvimento e a vida
mesma das populações indígenas, já que a terra é uma fonte de alimentação
saudável e de trabalho; as condiciones de mora dia ainda continuam sendo
precárias por o próprio jeito do índio morar, de forma geral são construções de
madeira pequenas, todas as aldeias tem luz elétrica, agua potável, o índice de
pessoas por casa é muito alto, condição que predispõe á propagação de
doenças infeciosas digestivas e respiratórias.
20
OBJETIVOS
Geral:
● Desenhar um projeto de intervenção educativa para melhorar o nível de
conhecimento e reduzir a transmissibilidade das doenças parasitárias
intestinais na população indígena atendida pela equipe volante de Passo
Fundo, RS.
Específico:
● Incrementar ações de promoção de saúde com o objetivo de informar á
população e conscientizar sobre as vias de transmissão destas doenças,
e como podem ser evitadas com medidas de higiene pessoal e coletivas.
● Incrementar as labores de coletas de lixo individuais e coletivas de cada
um dos acampamentos, e estabelecer com os municípios
correspondentes um plano fixo de coleta, e desse jeito diminuir o grão
de infestação de vetores e a transmissibilidade destas doenças por eles.
● Envolver a equipe de saneamento do PB Passo Fundo e municípios
para melhorar a qualidade do agua de consumo dos acampamentos,
assim como do tratamento e coleta dos residuais líquidos.
21
METOLOGIA
Tipo de pesquisa:
Foi realizado um estudo de tipo transversal, retrospectivo dos dados
epidemiológicos com o objetivo de estudar e fazer um analise detalhado das
altas incidências das doenças infeto-parasitarias nos diferentes acampamentos
no ultimo ano.
O universo para o trabalho foi constituído pela população dos 6
assentamentos indígenas incluindo as lideranças de cada umas das aldeias,
distribuídos em 4 municípios com uma população geral de 551 habitantes,
todos da etnia Kaingang; também forma parte do universo da intervenção a
equipe de trabalho com todos seus integrantes ( medico, enfermeira, técnica de
enfermagem, agente indígena de saúde e agente indígena de saneamento
básico), os maestros de cada umas das escolas e funcionários convidados.
Se realizará um projeto de intervenção educativa para melhorar o grão
de conhecimento e reduzir a transmissibilidade das doenças infeto-parasitarias
intestinais na população indígena atendida pela equipe volante de Passo
Fundo, RS.
Para a realização e materialização do plano de intervenção educativa
em saúde, previamente foi realizado um Diagnóstico da Situação da Saúde dos
acampamentos envolvidos na atenção pela equipe volante de Passo Fundo no
período desejado (agosto 2016- dezembro 2016). Consultou-se a base de
dados do DSEI interior sul, também dados epidemiológicos do polo base, os
diferentes critérios dos AIS, revistas, publicações sobre o tema, Google
acadêmico, reportagens. Para a escolha do tema da intervenção, se tomo em
conta uma doença de acordo com as incidências que ela teve no período
estudado e dos dados epidemiológicos coletados no analises da situação de
saúde feito previamente na comunidade, com o estabelecimento de prioridades
dos problemas encontrados e sua repercussão nos moradores, seu estreito
vínculo com a cultura e modo de vida dos kaingang e dos indígenas em geral.
22
O projeto foi feito em 3 etapas:
Na primeira etapa foi feito a coleta dos dados epidemiológicos fornecidos pelo
DSEI interior sul e polo base Passo Fundo no período observado, do mesmo
jeito o análises de documentais e revisão bibliográfica das doenças infecto
parasitarias da etnia (Kaingang) nos acampamentos atendidos pela equipe
volante de Passo Fundo, sua repercussão e complicações em pacientes, assim
como os resultados de outros estudos realizados desta doença: nesta etapa a
equipe centrou sua preparação nas medidas de prevenção e promoção de
saúde; também foram selecionados os cenários onde foi feito as atividades
educativas com toda a população de cada uns dos acampamentos, para isso
previa coordenação com os caciques, lideranças e professores das escolas, foi
feito uma sugestão de fazer as atividades nas escolas devido a que nenhum
dos acampamentos indígenas tem estrutura para reunir tantas pessoas,
também por sua grande importância e repercussão do tema para a comunidade
em geral, se sugeriu ademais a participação do todo o povo em geral incluindo
as lideranças, os professores que em especial contribuem muito na formação
e educação das crianças e seus hábitos, por isso a importância que todo o os
moradores participem da atividade, se definiu:
-Universo: toda a população indígena em geral sem limite de idade, incluindo
lideranças, equipe de trabalho e os funcionários de outras instituições
convidados.
-Critérios de inclusão: Toda a população dos acampamentos sem limite de
idade, equipe da saúde, funcionários de outras instituições que estiveram
convidados e presentes em cada um dos acampamentos no momento da
intervenção que desejaram participar de forma voluntaria.
-Critérios de exclusão: Pessoas que não aceitem assistir da atividade
programada, pessoas idosas que não consigam caminhar ou tenham alguma
doença que impossibilite sua participação, pessoas que se encontrem no
momento de realizada a intervenção fora do acampamento.
Na segunda etapa da Intervenção, se programou atividades educativas em
23
saúde de promoção e prevenção destas doenças com a comunidade, foi feito
palestras com meios multiplex para que a informação chegue com mais
efetividade e de maneira mais simples a cada um dos moradores dos
acampamentos indígenas, e desse jeito poder orientar e ilustrar melhor as vias
de contaminação, medidas de higiene elementares para a prevenção das
doenças infeto parasitarias a nível individual, familiar e da comunidade em
geral (cartasses, vídeo projetores, participação e intervenção dos pacientes,
ilustrações); depois de cada exposição em cada uma das aldeias o povo
opinou sobre suas percepções de como melhorar as condições de higiene em
geral de cada um dos acampamentos (sempre respeitando seus critérios, olhar
e sua cultura), se estabelecerem prioridades para dar solução aos problemas
de maior necessidade e de maior impacto para a comunidade, por exemplos:
(foi no casso das famílias grandes que moram em casas pequenas com
crianças pequenas e pessoas idosas para em conjunto planejar as ampliações
de algumas das casas, e desse jeito diminuir o índice de pessoas por cada
uma delas, diminuindo a transmissibilidade de doenças infecciosas, outa
proposta muito importante foi para o incremento de ao menos um banheiro
mais por cada uns dos acampamentos, a drenagem dos residuais líquidos das
casas que ainda nenhuma das aldeias tem; nesta etapa foram citados para sua
participação representantes da saúde de cada uns dos municípios
correspondentes, vinculados com as labores de saneamento dos
acampamentos, assim com o pessoal de saneamento do polo base Passo
Fundo, e desse jeito foi feito uma união dos problemas existentes nas
comunidade e quais poderiam ser resolvidos e por quem; é muito importante a
integração de todos os envolvidos para juntos (o povo, a equipe
multidisciplinar, os município e o polo base como instituição) procurar e
implementar as melhores e mais eficazes medidas com o fim de melhorar o
estado da saúde do povo indígena, diminuir os índices de infestações por estas
doenças e melhorar a qualidade de vida e a existência mesma das pessoas em
cada umas das aldeias.
24
Uma terceira etapa que supervisiona as medidas implementadas a corto,
mediano e longo prazo, para isso a equipe em conjunto fez um acta de
presença em cada um dos acampamentos e as medidas para ser feitas em
cada um dos acampamentos caso precisara da execução de alguma obra, e o
prazo para ser executadas e por quem.
Cronograma:
Atividades Inicio Término Responsável
Revisão bibliográfica. 11/ 2016 01/ 2017 Autor
Elaboração do plano de intervenção.
01/ 2017 01/ 2017 Autor
Apresentação do plano no polo base.
01/ 2017 01/ 2017 Autor
Atividades educativas planejadas com a comunidade.
02/ 2017 03/ 2017 Autor
Analises e propostas pra dar solução ás deficiências encontradas.
04/ 2017 04/ 2017 Autor
Avaliação do cumprimento das medidas implementadas.
04/ 2017 05/ 2017 Autor
Elaboração do informe final.
06/ 2017 06/ 2017 Autor
Apresentação do informe.
06/ 2017 06/ 2017 Autor
Quadro 3: Cronograma.
-RERCURSOS MATERIAIS:
.Papelaria: lápis, borracha, canetas, corretor, marcadores.
.Impressora e tinta para impressora.
. Audiovisual: Datashow e caixas de som.
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.Infraestrutura: centros escolares das comunidades.
-Principais recursos humanos: médico geral, enfermeira, técnicos de
enfermagem, agente comunitários, demais convidados.
Outros recursos que podem ser necessários para dar solução aos
problemas existentes (inadequada drenagem dos residuais líquidos, coleta
inadequada dos residuais sólidos, melhoras no tratamento das aguas de
consumo entre outros)
Nestes casos já identificados os problemas em cada umas das aldeias,
se procederá a fazer a compilação das medidas para fazer executadas para
dar solução aos problemas que presente cada uns dos acampamentos e por
quem seria resolvida (o levantamento das necessidades de cada uns dos
acampamentos indígenas foi feito com participação ativa de todo o povo, o
mesmo povo que em conjunto com as necessidades identificadas vai participar
para a execução das obras nos casos que seja necessário) é muito importante
olhar que não só serão implementadas medidas educativas, também outros
componentes materiais e económicos envolvidos por os municípios e da
mesma instituição, por exemplo:
-Para a construção de novos banheiros para a comunidade. (recursos):
Humanos: pedreiros.
Materiais: areia, cimento, tijolo, brita.
-para a construção dum sistema de drenagem de residuais líquidos:
Tubarias plásticas, cola, engenheiros, torneiras entre outros. .
-Para a coleta adequada e em tempo dos residuais sólidos dos acampamentos:
Recursos humanos e camião ou associar a empresas terceirizadas.
-Para o melhor tratamento das aguas dos acampamentos:
26
Capacitação dos AISAN
Cloro para o tratamentos mantido das agua.
Fazer uma avaliação bioquímica da qualidade das agua de consumos dos
acampamentos, para isso se precisaria associar os municípios e pessoas
misturadas para dar certo com este tema.
-Outra medida que vai se sugerir é o melhoramento das estradas dentro dos
acampamentos, sendo estas de barro, o qual poderia ser substituídas por brita
ou algum outro material que evite a proliferação destes agentes patógenos.
27
RESULTADOS ESPERADOS
❖ Incrementar o grão de conhecimento de toda a população sobre que são
as doenças parasitarias intestinais e das medidas para ser aplicadas por
cada uns dos moradores, fazendo ênfases que a prevenção é a medida
mais importante para ser adoptadas nestas doenças:
- a nível individual: Lavar as mãos antes de ingerir qualquer alimento, uso
de calçado adequado ou chinelos para evitar a contaminação direta por
larvas e parasitos adultos que moram na terra, uso de roupas adequadas,
evitar ficar sentado em contato direto com a terra, cortar as unas
frequentemente, evitar defecar diretamente na terra e perto das veredas dos
rios.
- a família: Cozinhar bem os alimentos de consumo, evitar comer carnes
mal passadas, lavar bem as frutas e verduras antes de ser consumidos,
ferver o agua de consumo ou tratar antes de consumir, no caso das
crianças pequenas ferver seus utensílios antes de ser utilizados, evitar o
contato direto das crianças com fluidos e excrementos dos animais (saliva
dos cachorros, pele, excrementos), evitar a convivência em espaços
reduzidos, facilitando uma alta transmissibilidade das parasitoses, não
intercambiar os artículos de uso pessoal (escova de dentes, roupa íntima).
- a comunidade: Disposição adequada dos residuais líquidos e sólidos
(evitar o acúmulo de lixo, e com este a propagação de doenças
parasitarias), evitar tomar banho em aguas paradas, ou perto de onde criam
porcos e gados.
❖ Incrementar a percepção do risco na população destas doenças,
diminuindo a transmissibilidade e evitando as complicações, além de
incrementar a qualidade de vida dos moradores.
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❖ Articulação e construção dos sistemas de coleta de lixo regularmente
nas aldeias por parte dos municípios, fazendo ênfases na estabilidade
das coletas; incentivar as medidas individuais de higiene nas casas, o
lixo sólido deve ser colocado em sacolas e levados até os pontos de
coletas.
❖ Construção e ampliação das moradias já existente com o fim de evitar a
propagação e incrementos de doenças transmissíveis por parasitas e
outros agravo para a saúde.
❖ Construção de novos banheiros por acampamentos.
❖ Incrementar a qualidade das aguas de consumo em cada um dos
acampamentos.
❖ Lograr uma melhor articulação entre os municípios e cada um dos
acampamentos indígenas para a melhor resolução dos problemas
coletivos dos acampamentos.
❖ Construção dum adequado sistema de drenagem para coleta de
residuais líquidos de cada umas das moradias, evitando desse jeito a
propagação das aguas residuais dentro de cada um dos acampamento,
evitando a disseminação de este tipo de doenças.
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ANALISIS E CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Empregando o modelo de intervenção em minhas comunidades se
prevê a redução paulatina das incidências por doenças parasitarias assim
como as de transmissão hídrica, desse jeito as comunidades indígenas
atendidas pela equipe terão uma melhor qualidade de vida, evitando desse jeito
hospitalizações e complicações em idosos, crianças e povo em geral; é muito
importante fazer um destaque nos aspetos culturais dos índios, seus poucos
hábitos de higiene e cuidados com as manipulações de alimentos que ainda
continua sendo um ponto fraco nosso trabalho, fato que constitui um reto para
a equipe e demais pessoas envolvidas neste trabalho, uma coisa muito
importante e temos que destacar é a vontade do povo de adquirir cada dia
novos conhecimentos e aplicar lós no dia a dia para seu beneficio próprio e da
comunidade; a vontade incansável de trabalhar com pessoas necessitadas e
carentes, das lideranças por apoiar nossas iniciativas, considero que são
fortalezas de nossa intervenção; as costumes e culturas podem permanecer
paralelamente aos novos conhecimentos e técnicas que permitam sim deixar
no lado seus hábitos e costumes, uma melhor qualidade de vida e estado de
saúde de nossos povos indígenas, o dialogo se impõe na frente de problemas
que podem ser resolvido com ajuda de todos.
Nosso trabalho depende muito do apoio de cada uns dos municípios,
alguns deles ainda não reconhecem o índio como parte de seu entorno, como
pessoas que precisam da ajuda de cada uns de nós, esse trabalho também
pretende integrar e conscientizar as instituições de saúde dos municípios para
que ajudem na aplicação e execução dos projetos planteados, e não afastem
mais ao índio da sociedade; cada uns dos municípios tem tarefas assignadas e
seu complemento depende muito da vontade politica e desejo de cada umas
das pessoas envolvidas.
No meu olhar, não considero que uma sociedade seja desenvolvida, que
30
tenham tantas tecnologias e que ainda tenham seres humanos morando em
condições de pobreza ou extrema pobreza, onde morem uma comunidade é
essencial para sua sustentação saneamento básico, acesso agua potável,
atenção medica e educação; todos isso recursos exigem de investimento e
vontade politica para ser executados, neste casso mediante o projeto feito foi
identificado como o saneamento básico o ponto mais fraco, e que tem um
relacionamento direito para alcançar o êxito de nosso trabalho de intervenção.
De nossa parte como equipe fica a constante preparação e capacitação do
pessoal, assim como continuar na supervisão e controle da execução das
propostas feitas, a conscientização e sensibilização das pessoas para ajudar
aos pobres a viver com mais qualidade e com seus direitos elementares.
31
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34
FIGURAS
Figura 2- 3: sistemas de abasto de aguas de agua, acampamento Tijuco
Preto, município Mato Castelhano. Passo Fundo. RS.
35
Figura 4: banheiro comunitário, acampamento Tijuco Preto, município Mato
Castelhano, Passo Fundo. RS.
Figura 5: Coletor de lixo, acampamento Tijuco Preto, município Mato
Castelhano, Passo Fundo, RS.
36
Figura 6: Moradias do acampamento Faxinal, município Agua Santa. Passo
Fundo, RS.
.
Figura 7: Moradias do acampamento Jonas, município Mato Castelhano.
Passo Fundo, RS.
37
Figura 8: Equipe de trabalho em palestra.
Figura 9: Coleta de lixo inadequada, acampamento aeroporto, município Passo
Fundo, RS.
38
Figura 10: fontes de abasto de agua, acampamento Aeroporto, município
Passo Fundo. RS