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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
AYSSON ROSAS FILHO
ESTRUTURA E CONDUTA DO SETOR MADEIREIRO DO ESTADO DO ACRE, 2008
Rio Branco
2009
Livros Grátis
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AYSSON ROSAS FILHO
ESTRUTURA E CONDUTA DO SETOR MADEIREIRO DO ESTADO DO ACRE, 2008
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Acre – UFAC. Área de concentração Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, para obtenção do título de mestre em Desenvolvimento Regional.
Orientador: Prof. Dr. Zenobio Abel Gouvêa Perelli da Gama e Silva
Rio Branco
2009
DEDICATÓRIA
Dedico à minha mãe, Regina de Araújo Rosas, pelo apoio e atenção que tem
dispensado a toda a minha vida.
À minha esposa, Suely Lemos Basto de Oliveira Rosas, pelo incentivo e
carinho dedicado ao longo de nossos 36 anos de convivência e amor.
Aos meus filhos, Isabelly Lemos Basto de Oliveira Rosas, Andrei Lemos
Basto de Oliveira Rosas e Andressa Lemos Basto de Oliveira Rosas, pelo apoio e
carinho.
Às minhas netas, Ana Beatriz Rosas e Maria Eduarda Miranda Rosas, pelo
carinho nos momentos de desânimo e tensão.
À nora, Maria Priscila Miranda Lopes Rosas, pelo carinho.
Ao meu Orientador, Professor Dr. Zenobio Abel Gouvêa Perelli da Gama e
Silva, pelo apoio, incentivo, profissionalismo, dedicação e compreensão com que
conduziu meu processo de pós-graduação.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus, por tudo que tem proporcionado à minha
vida e a de meus familiares.
Agradeço à minha mãe, pela presença constante e rezando para que todos os
nossos projetos sejam bem-sucedidos.
À minha esposa e filhos, que tanto colaboraram com minhas atividades, nos
momentos que mais necessitei de apoio, incentivando, dando força e coragem para
vencer os obstáculos que apareceram durante o curso.
Ao amigo Nelson Roberto de Araújo Guedes, que, por diversas vezes,
colaborou com o apoio técnico computacional à minha dissertação.
Ao amigo Alan dos Santos Barbosa, funcionário da Ufac, que, muitas e muitas
vezes, colaborou, auxiliando-me na informática.
Aos colegas professores da Universidade Federal do Acre, que deram muita
força e orientação quando necessitei.
Aos professores do Mestrado em Desenvolvimento Regional, pela paciência e
compreensão dispensadas ao longo do curso.
Aos colegas de mestrado, pelo carinho e amizade.
Aos colegas e amigos Eduardo Holanda e esposa Rosangela, pelo incentivo
dado nos momentos difíceis.
Ao meu coordenador, Professor Zenobio Abel Gouvêa Perelli da Gama e
Silva, pela dedicação, competência e amizade na condução deste estudo.
As três árvores Havia no alto de uma montanha três árvores que sonhavam o que seriam depois de grandes... A primeira, olhando as estrelas, disse: "Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros". A segunda, olhando o riacho, suspirou: "Eu quero ser um navio grande para transportar reis e rainhas". A terceira olhou para o vale e disse: "Quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto que as pessoas, ao olharem para mim, levantem os olhos e pensem em Deus". Muitos anos se passaram e certo dia três lenhadores cortaram as árvores que estavam ansiosas em ser transformadas naquilo que sonhavam. Mas os lenhadores não costumavam ouvir ou entender de sonhos... Que pena! A primeira árvore acabou sendo transformada em cocho de animais coberto de feno. A segunda virou um simples barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias. A terceira foi cortada em grossas vigas e colocada de lado num depósito. Então, desiludidas e tristes, as três árvores perguntaram: Por que isto? Entretanto, numa bela noite, cheia de luz e estrelas, uma jovem mulher colocou seu bebê recém-nascido naquele cocho de animais. E de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo. A segunda árvore estava transportando um homem que acabou por dormir no barco em que se transformara. E quando uma tempestade quase afundou o barco, o homem levantou-se e disse: "PAZ". E a tempestade acabou! Então, a segunda árvore entendeu que estava transportando o Rei do céu e da terra! Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. Logo se sentiu horrível e cruel. Logo eu? Mas, no domingo seguinte, o mundo vibrou de alegria. E a terceira árvore percebeu que nela havia sido pregado um homem para a salvação da humanidade e que as pessoas sempre se lembrariam de Deus e de seu Filho ao olharem para ela. As árvores haviam tido sonhos e desejos. Mas as realizações foram mil vezes maiores do que haviam imaginado. Portanto, não se esqueça: Deus tem um sonho para sua vida. E pode ser bem maior do que aquele que você imagina...! Basta crer! Os meus Sonhos te dou Senhor!!! O meu querer...Toda minha vida entrego em tuas mãos. (HTTP://mensagensvirtuais.com.br/mensagem / mensagem - As três - árvores/)
RESUMO
Este estudo aborda o mercado de madeiras tropicais no estado do Acre, tendo como objetivo contribuir com a geração de informações econômicas e técnicas sobre o mercado de madeira tropical, em atividade nesse estado, em 2008, para, assim, analisar o comportamento do mercado, abordando aspectos da estrutura e conduta. Os resultados alcançados levam às seguintes conclusões: (a) O setor madeireiro estudado apresenta-se com uma estrutura típica de um oligopólio, moderadamente concentrado e altamente competitivo na venda de madeira serrada; (b) O fornecimento de serviços especiais aos clientes, por meio de doação de brindes, as firmas promoviam a diferenciação de seus produtos; (c) O item que as firmas mais usam para diferenciar-se entre si, é a qualidade dos seus produtos; (d) A aquisição de matéria-prima madeireira, estoque preventivo de madeira em tora e disponibilidade de mão-de-obra funcionam como empecilho à entrada de novos concorrentes no mercado de madeira estudado; (e) A maioria das empresas define os preços dos seus produtos, em função do custo da produção mais o lucro; (f) Como instrumento de propaganda, o veículo mais usado para divulgar a produção é a lista telefônica; (g) O mercado madeireiro analisado encontra-se, de modo geral, apático em relação a publicidade de suas mercadorias, via canais de comunicação de massa; (h) Na estratégia de promoção, para melhorar as vendas de produtos madeireiros, os pontos de maiores destaques são: a venda pessoal via visitas a clientes, desconto ou financiamento das vendas, doações para entidades filantrópicas e comunidades carentes; (i) Os empresários dispensam bastante atenção, quando o assunto é planejamento; inovação e treinamento de funcionários no setor industrial; (j) O setor possui grande deficiência em relação a treinamento de pessoal, nos setores administrativos e de exploração e transporte de madeira; (k) Os empresários entrevistados se enquadram como praticantes de ações empreendedoras e inovadoras; (l) A participação, como visitante, em eventos nacionais, voltados para o segmento é uma ação adotada por todos os integrantes deste mercado; (m) A totalidade dos empresários disseram que pretendem investir para aumentar a produção, enquanto que mais da metade para melhorar qualidade dos produtos; (n) Os recursos para investimento serão, em sua maioria, obtidos com de agentes financeiros oficiais.
Palavras-chave: mercado madeireiro, análise estrutural do mercado, estado
do Acre.
ABSTRACT
This study approaches the market of tropical timber in the state of Acre. It aims to contribute, with the generation of economics and technical information on the market of tropical timber, in activity in the state of Acre, in 2008. The adopted method is the structural analysis of the market, approaching aspects of the structure and conduct of this market. The results obtained made possible the following conclusions: (a) The timber sector studied presents itself as a typical structure of an oligopoly, moderately concentrated and highly competitive in the sale of lumber; (b) The supply of special services to the customers, through donation of gifts, the companies promoted the differentiation of their products; (c) The item that the companies use to differentiate each other, is the quality of their products; (d) The acquisition of raw timber material, preventive stock of wood in log and labor availability works as difficulty to the entry of new competitive in the timber market studied; (e) Most of the companies define the prices of their products in function of the production cost plus margin profit; (f) As advertising, the most widely used vehicle to publish the production it is the telephone directory; (g) The timber market analyzed is, in general, apathetic in relation to publicity of their goods, through channels of mass communication; (h) In the promotion strategy, to improve the lumber products sales, the points of larger prominences are: the personal sale by visits to customers, discount or financing of the sales, donations for philanthropic entities and low income communities; (i) The entrepreneurs show plenty of consideration, when the subject is planning, and innovation and training of their employees at the industrial sector. (j) The timber sector has great deficiency on training people to administrative, exploitation and timber transport sectors; (k) The interviewed entrepreneurs as apprentices of enterprising and innovative actions; (l) The participation, as visitor, in national events, is an action adopted by all the members of this market; (m) A 100% of the entrepreneurs said that intend to invest to increase the production and 75% said that intend to improve the quality of the products; (n) The resources for investment will be, in your majority, obtained with official financial Agents.
Key-Words: Lumberman market, structural analysis of the market, state of the
Acre.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Os principais fluxos do comércio internacional de madeira tropical em tora,
2006 (milhões de m³) ..................................................................................17
Figura 2 - Os principais fluxos do comércio internacional de madeira tropical serrada,
2006 (milhões de m³) ..................................................................................18
Figura 3 – Os principais fluxos de comércio internacional madeira tropical em
compensado, 2006 (milhões de m³) ...........................................................19
Figura 4 - Mapa do Acre com destaque para os municípios objeto do estudo ..........39
Quadro 1- Identificação do total de áreas com cobertura florestal protegida no estado
do Acre .....................................................................................................20
Quadro 2- Características físicas dos municípios da Regional do Baixo Acre e Sena
Madureira, 2007 .......................................................................................40
Quadro 3 - Produto Interno Bruto (PIB) 2005 dos municípios pesquisados ..............43
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Indicativo para a classificação dos mercados ..........................................23
Tabela 2 - Estudo da estrutura de mercado ...............................................................28
Tabela 3 - Classificação do mercado segundo a ordem de competitividade das firmas
...............................................................................................................47
Tabela 4 - Nível de concentração de um segmento de mercado de acordo com o
volume total de madeira consumido ou comercializado .......................48
Tabela 5 - Critérios para classificar o mercado de acordo com o número de firmas .49
Tabela 6 - Produção e participação das serrarias no mercado de madeira serrada, da
Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008 ...........55
Tabela 7 - Produção e participação das serrarias no mercado de madeira serrada do
município de Rio Branco, em 2008 .......................................................56
Tabela 8 - Produção e participação das serrarias no mercado de madeira serrada do
município de Acrelândia, 2008 ..............................................................57
Tabela 9 - Apresenta produção e a participação das serrarias no mercado de
madeira serrada do município de Porto Acre, 2008 .............................58
Tabela 10 - Apresenta o nível de participação das serrarias no mercado de
madeireiro, da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira,
2008.......................................................................................................59
Tabela 11 - Serviços especiais no mercado madeireiro da Regional do Baixo Acre e
município de Sena Madureira, 2008 .....................................................60
Tabela 12 - Diferenciação dos produtos no setor madeireiro da Regional do Baixo
Acre e município de Sena Madureira, 2008..........................................61
Tabela 13 - Dificuldades para obtenção de madeira em tora, no setor madeireiro da
Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008 ...........62
9
Tabela 14 - Limitações da produção, em função da matéria-prima, no setor
madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira,
2008.......................................................................................................63
Tabela 15 - Limitações na estocagem da produção no setor madeireiro da Regional
do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008...........................63
Tabela 16 - Critérios adotados para formação de preços, no setor madeireiro da
Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008 ...........64
Tabela 17 - Estratégia de propaganda no setor madeireiro, no setor madeireiro da
Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008 ...........65
Tabela 18 - Estratégia de promoção de venda, no setor madeireiro da Regional do
Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008................................66
Tabela 19 - Planejamento e aperfeiçoamento da produção no setor madeireiro da
Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008 ...........67
Tabela 20 - Ação empreendedora e inovadora, no setor madeireiro da Regional do
Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008................................68
Tabela 21 - Políticas de preços e de promoções no setor madeireiro, da Regional do
Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008................................68
Tabela 22 - A situação do parque industrial madeireiro, da Regional do Baixo Acre e
município de Sena Madureira, 2008 .....................................................69
Tabela 23 - Plano de investimento para 2009, no setor madeireiro, da Regional do
Baixo Acre e município de Sena Madureira..........................................70
Tabela 24 - Recursos para investimento no setor madeireiro, da Regional do Baixo
Acre e município de Sena Madureira, 2008..........................................70
Tabela 25 - Participação em eventos pelo setor madeireiro, da Regional do Baixo
Acre e município de Sena Madureira, 2008..........................................71
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................12
1 OBJETIVOS..............................................................................................14
1.1 GERAL ............................................................................................................................................ 14
1.2 ESPECÍFICOS ............................................................................................................................... 14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................15
2.1 Comércio e mercado de madeiras tropicais mundial....................................................... 15
2.2 Mercado brasileiro de produtos florestais........................................................................... 16
2.3 O setor madeireiro acreano...................................................................................................... 20
2.4 MERCADO...................................................................................................................................... 21 2.4.1 Definições de mercado ....................................................................................................... 21 2.4.2 Estruturas de mercados...................................................................................................... 22
2.5 COMERCIALIZAÇÃO .................................................................................................................. 26 2.5.1 Estrutura do mercado.......................................................................................................... 28 2.5.2 Conduta de mercado ........................................................................................................... 33
3 MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................38
3.1 MATERIAL...................................................................................................................................... 38 3.1.1 Área de estudo ..................................................................................................................... 38
11
3.2 DADOS PRIMÁRIOS.................................................................................................................... 43 3.2.1 Identificação do mercado-alvo........................................................................................... 43 3.2.2 Coleta de dados ................................................................................................................... 43 3.2.3 Método de amostragem ...................................................................................................... 44
3.3 DADOS SECUNDÁRIOS............................................................................................................. 45
3.4 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DOS DADOS...................................................................... 45 3.4.1 Estrutura de mercado.......................................................................................................... 45 3.4.2 Conduta do mercado ........................................................................................................... 51
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................54
4.1 ESTRUTURA DE MERCADO..................................................................................................... 54 4.1.1 Grau de concentração......................................................................................................... 54 4.1.2 Grau de diferenciação dos produtos ................................................................................ 59 4.1.3 Grau de dificuldades à entrada de novas firmas no mercado..................................... 61
4.2 CONDUTAS DO MERCADO ...................................................................................................... 63 4.2.1 Políticas de formação de preços....................................................................................... 63 4.2.2 Políticas de promoção......................................................................................................... 64 4.2.3 Planificação e aperfeiçoamento do produto.................................................................... 66 4.2.4 Políticas de preço e de promoção dos concorrentes .................................................... 68 4.2.5 Políticas empreendedoras e inovadoras no mercado madeireiro .............................. 69
CONCLUSÃO...................................................................................................72
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................76
APÊNDICE .......................................................................................................83
INTRODUÇÃO
O mundo sempre observou a Amazônia legal como um dos mais importantes
ecossistemas devido à magnitude de sua biodiversidade. Nela, encontra-se a maior
reserva de madeira tropical do globo, com um potencial significativo para gerar
emprego e renda para a sociedade.
Diante desta realidade, Silva (2007) argumenta que a importância econômica,
social e ambiental das florestas tropicais tem sido, a cada dia, destacada por
diversos atores da sociedade. Aliada ao potencial florestal do setor madeireiro está a
necessidade de políticas públicas que fomentem o uso racional e num nível
sustentado das florestas na região.
Contudo, existe uma visão negativa, em relação à atividade madeireira, o que
se faz necessário reverter. Ao mesmo tempo em que deve ser formulada uma
política florestal para o estado, objetivando a melhoria de ações em diversas áreas
de influência, que contemple todas as etapas do processo produtivo: do manejo ao
reflorestamento, da extração à produção e da competitividade no mercado, sem
esquecer a questão ambiental.
Neste contexto, o estado do Acre tem uma participação reduzida no setor
produtivo madeireiro, em relação aos outros estados da região, respondendo com
menos que 1% da produção de madeira da Amazônia Legal. Além disso, a atividade
madeireira vem contribuindo de forma modesta na economia local, onde representa
menos que 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e responde com menos que 0,5% da
arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do
setor madeireiro primário e secundário. Outrossim, este setor gera, de forma direta,
aproximadamente 2.240 empregos na extração, transporte e processamento (ACRE,
2000).
13
Segundo Silva (2000), estudando o parque industrial fornecedor de produtos
madeireiros acreano, comenta sobre os impactos de subsídios necessários,
especialmente para planejamento e geração de ações econômicas e sociais
voltadas à exploração racional dos recursos florestais existentes na região.
Considerando, também, que o estado do Acre detém, ainda, 88%
(14.094.932,28ha) de suas florestas intactas, o mesmo possui recursos naturais
capazes de sustentar a expansão da atividade madeireira na região. Porém, para
que isso se concretize é mister o planejamento do seu crescimento, de modo
racional e sustentado, no sentido de se atingir a desconcentração econômica da
Regional do Baixo Acre em favor de outras regiões (ZEE-ACRE, 2006).
Diante exposto, exames avaliando a estrutura e a conduta do mercado
madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira apresentam
um potencial de gerar subsídios importantes, principalmente, no tocante a aspectos
de planejamento, tomadas de decisão, além de propor alternativas econômicas e
sociais para o uso sustentável dos recursos florestais existentes no estado do Acre.
No intuito de apresentar esta pesquisa, o presente estudo se subdivide do
seguinte modo: após a introdução ao tema em foco, no capítulo 1, elencam-se os
devidos objetivos desta pesquisa. Na sequência dos capítulos, apresenta-se a
revisão bibliográfica a partir da qual se estruturou a linha de pensamento para as
devidas conceituações e distintas definições dos autores referendados. No capítulo
3, é descrita a metodologia aplicada ao estudo, bem como de quais materiais se fez
uso para a aplicação nesta pesquisa. O capítulo 4 apresenta os resultados a partir
dos dados coletados, desenvolvendo, em concomitância, a discussão concernente
aos mesmos em confronto à pesquisa teórica. Por fim, destacam-se as principais
conclusões desta pesquisa, para tanto individuando-as quanto à - Estrutura do
mercado madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira e
Condutas do mercado do setor madeireiro estudado. Como fechamento do estudo,
são elencadas as sugestões referentes ao contexto analisado.
1 OBJETIVOS
1.1 GERAL
Contribuir, mediante a geração de informações relacionadas ao mercado de
madeira tropical no estado do Acre, para fomentar uso racional dos recursos
florestais regional.
1.2 ESPECÍFICOS
- Analisar a estrutura do mercado madeireiro local.
- Avaliar a conduta das firmas madeireiras regionais.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A revisão da literatura, aplicada para esta pesquisa, refere-se aos seguintes
pontos: (a) Setores madeireiros mundial, nacional e acreano; (b) Mercado, seus
conceitos e estruturas; (c) Análise estrutural do mercado; e (d) Aspectos
institucionais da comercialização.
2.1 COMÉRCIO E MERCADO DE MADEIRAS TROPICAIS MUNDIAL
Segundo a International Tropical Timber Organization – ITTO (2005), muitos
países incorrem em omissões significativas em seus dados de comércio,
especialmente, em contraste entre as importações e exportações de madeiras
tropicais. Outros países têm problemas estatísticos com suas importações e
exportações de madeiras tropicais, sendo comuns espécies e produtos florestais
classificados em outras categorias de controles fazendários. Algumas
discrepâncias se devem à falta de uniformidade e dos fatores de conversão
utilizados (alguns países utilizam pesos e/ou áreas no lugar de volumes) na
definição dos produtos. Em determinados casos, podem dar-se erros ao registrar-
se a informação sobre as importações destinadas à reexportação, solicitando que o
país importador não reconheça como sendo tropicais as reexportações dessas
madeiras.
ITTO (2005) acrescenta afirmando que o total das exportações dos membros
produtores ITTO cresceu de 50,4 para 53,6 milhões de metros cúbicos, entre 2003
e 2004, e esteve estável em 2005. Este fato foi em função da elevação nas
negociações internacionais da Ásia e América Latina. As vendas externas de bens
primários das duas regiões se somam ao incremento nas exportações de produtos
secundários (EPMS).
Os acontecimentos ocorridos em vários países consumidores,
provavelmente, afetem a demanda de madeiras tropicais em um futuro próximo.
Um exemplo desses acontecimentos foi o fato de que a União Europeia (EU) e o
Japão vêm estabelecendo mecanismos que impedem as importações de madeiras
extraídas de fontes ilegais (ITTO, 2005).
16
Em função desta realidade, é urgente a necessidade da criação de
mecanismos que ordenem a exploração do setor de madeiras tropicais, de forma a
racionalizar o uso de maneira contínua e sustentada para o bem-estar das atuais e
futuras gerações, diminuindo a desigualdade social entre as populações locais e
tradicionais (SILVA, 2000).
2.2 MERCADO BRASILEIRO DE PRODUTOS FLORESTAIS
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada
Mecanicamente - ABIMCI (2007), na Amazônia, está a maior floresta tropical do
mundo. Em termos econômicos, o seu mais relevante segmento é o madeireiro, o
qual produz 85% da madeira nativa do Brasil.
Lentini, Veríssimo e Pereira (2005) revelam que o setor madeireiro, na
Amazônia brasileira, gera uma receita bruta de 2,5 bilhões de dólares e cerca de
350 mil empregos diretos e indiretos, assim como participa com 4% do Produto
Interno Bruto. Para tal, nos últimos anos, 25 milhões de metros cúbicos de madeira
em tora foram explorados nesta região, o que gerou 10,4 milhões metros cúbicos
de madeira processada.
Complementando o tema sobre o mercado de produtos florestais, ITTO
(2007) ilustra, nas figuras 1, 2 e 3, apresentadas a seguir, os fluxos internacionais
da madeira em tora, serrada e compensada, respectivamente.
17
Figura 1 - Os principais fluxos do comércio internacional de madeira tropical em tora, 2006 (milhões de m³)
Fonte: ITTO (2007) (Traduzido pelo autor).
PAPUANOVA GUINER (2.0)
ILHA SALOMÃO-CHINA (0.7)
18
Figura 2 - Os principais fluxos do comércio internacional de madeira tropical serrada, 2006 (milhões de m³)
Fonte: ITTO (2007) (Traduzido pelo autor).
19
Figura 3 – Os principais fluxos de comércio internacional madeira tropical em compensado, 2006 (milhões de m³)
Fonte: ITTO (2007) (Traduzido pelo autor).
Pelos relatos de Lentini, Veríssimo e Pereira (2005), o estado do Pará é o
maior produtor do setor madeireiro da Amazônia, com 51% das firmas do setor e
gerando em torno de 50% dos empregos deste setor na região. Logo depois,
estão os estados do Mato Grosso e Rondônia, com 33% e 15%, respectivamente.
É oportuno mencionar que, conforme Perez e Bacha (2006), os maiores
importadores mundiais de madeira serrada brasileira, em 2004, foi China, Estados
Unidos, França e Espanha.
2.3 O SETOR MADEIREIRO ACREANO
Conforme ACRE (2000), o estado do Acre tem uma participação reduzida
no setor produtivo madeireiro em relação aos outros estados da região,
respondendo com menos que 1% da produção de madeira da Amazônia Legal.
Além disso, a atividade madeireira vem contribuindo de forma modesta na
economia local, onde representa menos que 3% do PIB e responde com menos
que 0,5% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) do setor madeireiro primário e secundário. Outrossim, este setor gera, de
forma direta, aproximadamente, 2.240 empregos na extração, transporte e
processamento.
O quadro 1 apresenta informações, sobre o estado do Acre, no que diz
respeito ao total de área protegida com cobertura florestal, áreas que podem ser
legalmente exploradas.
Gestão de Florestas Nacional
(FLONAS)
Florestas Estaduais
(FE)
Projetos de Assentamento
Agroextrativistas
Reservas Extrativistas
2,95% (472.500,50 ha)
2,13% (341.161,50 ha)
3,16% (506.136,20 ha)
16,28% (2.607.562,50 ha)
Quadro 1- Identificação do total de áreas com cobertura florestal protegida no estado do Acre
Fonte: ZEE-ACRE (2006), adaptado pelo autor.
As florestas do estado do Acre, conforme divulgado no ZEE-ACRE (2006),
estão divididas em 11 tipologias florestais, sendo que as 5 principais representam
21
83% da cobertura florestal. A grande maioria desses recursos naturais são
subtipos de florestas abertas, que possuem uma aptidão intermediária para a
atividade madeireira, com uma volumetria comercial média variando entre 7 e
12m3/ha. Salienta-se que a massiva adoção das práticas de manejo, nos últimos
anos, vem contribuindo para um melhor conhecimento da real capacidade
produtiva das florestas acreanas sob regime de produção sustentada.
De acordo com ZEE-ACRE (2006), 88% (14.094.932,28ha) das florestas do
estado do Acre encontram-se intactas. De forma geral, este estado possui reserva
florestal capaz de sustentar a expansão da atividade madeireira, sendo, porém,
importante o planejamento do seu crescimento, desse modo, objetivando a
desconcentração econômica da Regional do Baixo Acre em favor de outras
regiões.
Pelos números do quadro 1, verifica-se uma maior concentração de
florestas públicas na Regional Tarauacá/Envira, devido ao Complexo de Florestas
Estaduais do Rio Gregório (ZEE-ACRE, 2006). A Regional do Purus encontra-se
com 14,35% de suas florestas em Florestas Públicas e nenhuma Floresta
Estadual. Levando em consideração que esta regional representa a opção natural
para a extensão do parque industrial de Rio Branco.
Do ponto de vista do governo do Acre e considerando a chegada de novas
indústrias, a melhoria da infraestrutura e a ligação com os portos do Pacífico
através da Rodovia Transoceânica, que liga o Acre ao Pacífico, o ZEE-ACRE
(2006) projeta um crescimento anual médio de 15% da demanda madeireira para
os próximos 10 anos. Este cenário resultaria em um consumo de 1.537.372m³/ano
ao término do período. Este consumo iria exigir, para um suprimento de 80% da
demanda via Planos de Manejo (volumetria média de 10m³/ha), uma área total de
Planos de Manejo de 2.459.600ha (ciclo de corte de 20 anos).
2.4 MERCADO
2.4.1 Definições de mercado
22
Bilas (1981) menciona que o mercado responde às seguintes funções: (a)
Determinação de preços; (b) Organização da produção; (c) Distribuição do
produto; e (5) Previsão do futuro.
Hasenclever e Kupfer (2002) complementam afirmando que o mercado é
visto como um espaço abstrato, no qual os preços e quantidades das mercadorias
são transacionados e definidos pelos consumidores (demanda) e empresas
(oferta). Em cada mercado, prevalece certo padrão de concorrência determinado a
partir da interação entre características estruturais dominantes e as condutas
exercitadas pelas empresas que nele atuam.
Em conformidade com Kotler e Keller (2006), no passado, o mercado
definia-se como um local físico, onde compradores e vendedores se encontravam
para negociar seus produtos (comprar e vender). Agora, os economistas
conceituam o mercado como um conjunto de compradores e vendedores que
realizam transações relativas a determinado produto ou classe de produto
(exemplo: mercado agropecuário ou imobiliário).
2.4.2 Estruturas de mercados
Frenkel (1984) acrescenta que a análise das estruturas do mercado da
teoria microeconômica tradicional (baseada, principalmente, segundo as
características do produto e do número de produtores) realça a ocorrência dos
seguintes tipos de mercado: (1) concorrência perfeita ou pura; (2) concorrência
imperfeita ou monopolística; (3) monopólio e (4) oligopólio (puro ou diferenciado).
Por sua vez, Simonsen (1988) ressalta que, a depender da concorrência
entre os produtores, os mercados, normalmente, podem ser: (1) concorrência
perfeita; (2) monopólio; (3) oligopólio; (4) concorrência monopolística; e (5)
associação monopolística.
Gregory1, citado por Silva (2000), ressalta que o mercado é classificado
tanto pelas suas características como pela concentração na produção: (a)
1 GREGORY, G.R. Forest resource economics. New York: The Ronald Press, 1972.
23
Competição pura, (b) Duopólio, (c) Oligopólio com extremidade competitiva; e (d)
Competição monopolística.
Conforme Troster (2006), a oferta e a demanda interagem entre si e
apresentam resultados diferentes em cada mercado devido, principalmente, aos
seguintes pontos: (a) Características específicas do produto; (b) Condições
tecnológicas; (c) Acesso; e (d) Informação.
Mendes (1998) mostra, na tabela 1, uma forma de classificar os mercados,
então, considerando o número de firmas, tipo de produto e atividade da firma.
Tabela 1 – Indicativo para a classificação dos mercados
ATIVIDADE DA FIRMA NÚMERO DE
FIRMAS
TIPO DE PRODUTO VENDA COMPRA
Muitas Homogêneo Competição pura Competição pura
Muitas Diferenciado Competição monopolista Competição monopsonística
Poucas Homogêneo ou não Oligopólio Oligopsônio Uma Único Monopólio Monopsônio
Fonte: Mendes (1998).
2.4.2.1 Concorrência perfeita ou competição pura
Simonsen (1988) cita que um produto é vendido num mercado, sob
situação de concorrência perfeita, caso: (1) nesse mercado, exista um grande
número de firmas vendedoras, todas elas relativamente pequenas e atuando de
forma independente, o que faz com que nenhuma delas possa afetar
isoladamente o preço de mercado para esse produto; (2) o produto negociado seja
homogêneo e os compradores não distingam os vendedores por nenhum critério
de preferência que não seja o preço; (3) haja uma perfeita disseminação de
informação no mercado; e (4) seja livre a entrada de qualquer firma à produção.
Segundo Melo (2002), no mercado de concorrência pura ou perfeita, devem
prevalecer as seguintes situações: (a) Grande número de produtores e
demandantes do produto; (b) Produtos homogêneos: não existe diferenciação
entre produtos ofertados pelas empresas concorrentes; (c) Livre entrada e saída
de empresas no mercado; e (d) Livre circulação da informação, mercado
24
transparente: todas as informações sobre lucros, preços, entre outras, são
conhecidas pelos participantes do mercado.
2.4.2.2 Monopólio
O monopólio existe, de acordo com Simonsen (1988), quando só uma firma
produza certo produto (pelo lado da compra, tem-se o monopsônio).
Em conformidade com Melo (2002), o monopólio é a estrutura em que há
um único produtor no mercado. A existência do monopólio tem várias causas que
podem ser, algumas, políticas; outras, econômicas ou técnicas. Assim, a teoria
econômica da escola neoclássica aponta as principais causas: (a) Propriedade
exclusiva de técnicas ou matérias-primas para a produção; (b) Patentes sobre
produtos ou processos produtivos; (c) Autorização governamental ou barreiras
para impedir a entrada de concorrentes e principalmente estrangeiros; e (d) O
monopólio natural, isto é, quando o mercado suporta somente uma única firma.
2.4.2.3 Oligopólio
No oligopólio, como relatam Blair e Kenny (1987), os vendedores podem
ser de tamanhos diferentes, porém, nenhum deles pode ser grande o suficiente
para controlar o mercado.
Mencionado por Simonsen (1988), o oligopólio trata-se de uma situação em
que a produção é distribuída entre um pequeno número de grandes firmas, no
qual a unidade primária de ação, em que os recursos são organizados, visa à
produção e ao aumento dos resultados que controlam a oferta do produto.
A noção fundamental subjacente ao oligopólio, segundo Troster (2006), é a
interdependência econômica. Se todos os produtores são importantes, ou
dominam parte considerável do mercado, as decisões sobre o preço e a produção
de equilíbrio são interdependentes, porque a decisão de um vendedor influi no
comportamento econômico dos outros vendedores.
25
2.4.2.4 Duopólio
Para Simonsen (1988), o duopólio é uma forma extrema de oligopólio, em
que dois vendedores podem distribuir, entre si, os consumidores. Sendo que, pelo
lado da demanda, tem-se o duopsônio, em que duas empresas dividem o
mercado.
2.4.2.5 Competição monopolística
Troster (2006) cita que a concorrência monopolística (chamada também de
concorrência imperfeita), embora como na concorrência perfeita, exibe uma
estrutura de mercado em que um grande número de empresas se caracteriza por
produzir produtos diferenciados, apesar de substitutos muito próximos. Apresenta-
se, assim, como uma estrutura bem mais próxima da realidade da concorrência
perfeita, supondo-se que todas as firmas produzam um produto homogêneo.
Na estrutura de concorrência monopolística, de acordo com Troster (2006),
cada empresa tem o poder de determinar preços, mas, devido à existência de
produtos que são substitutos próximos, permite aos consumidores escaparem de
aumentos de preços. A diferenciação de produtos pode ser por características
físicas, pela embalagem, ou pela condição de promoção de vendas.
2.4.2.6 Monopólio bilateral
O monopólio bilateral, para Troster (2006), ocorre quando se encontram um
monopolista e um monopsonista. Esta é uma situação típica quando o
monopolista quer vender certo volume de produto por um preço; e o
monopsonista, por sua vez, deseja comprar a mesma quantidade por um preço
diferente do que o primeiro quer vender. Diante disso, como ambas as posições
são conflitantes, somente uma negociação recíproca permite a definição do preço.
2.4.2.7 Associações monopolísticas
26
As associações monopolísticas, segundo Simonsen (1988), identificam-se
por darem várias formas de fusão entre rivais que, através de cartéis, ou outros
modos análogos, aumentam o lucro à custa da coordenação de suas ações.
2.5 COMERCIALIZAÇÃO
Os textos identificados sobre comercialização, e usados nesta revisão
teórica, estão resumidos a seguir.
• Comercialização e suas conceituações
A comercialização é a realização de serviços feitos através de empresas
junto aos mercados. O seu emaranhado e importância são por causa das falhas
do mercado que, além de impor várias atividades as firmas, tornam, assim, a
comercialização uma das metas mais importantes da produção (DUERR, 1972).
Brandt (1979) ressalta que a comercialização satisfaz às necessidades do
mercado segundo alguns fatores, tais como planejando a disponibilidade da
produção, transferindo a propriedade do produto, fornecendo os meios para sua
distribuição física e facilitando a operação de todo o processo de mercado.
Conforme Marques e Aguiar (1993) e Sandroni (1994), comercialização é o
conjunto de ações que afetam a transferência da propriedade, gerando a utilidade
de tempo, lugar e forma do produto.
A comercialização de produtos do setor florestal, por seu turno, segundo
Werner e Pontual (1994), atinge todas as fases do sistema produtivo, da escolha
do produto a ser plantado, chegando até o consumidor final.
• Análise da comercialização segundo o aspecto estrutural do mercado
Steele, Vera Filho e Welsh (1971) relatam que a análise estrutural objetiva
identificar e avaliar quem realiza as atividades de comercialização. Já, Braga
27
(1980) e Mendes (1994) argumentam que os conceitos-chave da estrutura de
mercado são: estrutura, conduta e desempenho (ou eficiência) do mercado.
A análise da estrutura de mercado, por Possas (1990), é da seguinte
maneira: (a) Segundo as formas de mercado; (b) De acordo com o modelo
estrutura-conduta-desempenho e as condições à entrada ou saída de firmas no
mercado; e (c) Pela evolução da estrutura do mercado em face das condições de
concorrência e o que provoca essa evolução.
A estrutura de mercado é definida por Koch2, citado por Marques e Aguiar
(1993), como sendo um grupo de elementos estratégicos do meio ambiente, os
quais são determinantes e influenciados pela conduta e desempenho da firma no
mercado em que atua. Tais pontos estão sintetizados na tabela 2, apresentada a
seguir.
2 KOCH, J.V. Industrial organization and prices. New Jersey: Prentice-Hall, 1980.
28
Tabela 2 - Estudo da estrutura de mercado
OFERTA DEMANDA Elasticidade (própria e cruzada) Elasticidade-preço Origem da matéria-básica Taxa de crescimento Tecnologia Elasticidade substituição cruzada Durabilidade do produto Tipo de mercado Valor/peso Método de compra Atitudes comerciais Caracteres cíclicos estacional Localização Localização Organização sindical
ESTRUTURA DE MERCADO Maturidade da indústria Barreiras à entrada Participação governamental Estrutura de custo Diferenciação do produto Integração vertical Distribuição e número de Vendedores e compradores
Economia de escala
CONDUTA DA EMPRESA Colusão Pesquisa e inovação Estratégia de preço Propaganda Estratégia de produtos Táticas legais Respostas a mudanças
DESEMPENHO E EFICIÊNCIA DAS EMPRESAS Produto Eficiência alocativa Crescimento do produto Eficiência-X Avanços tecnológicos Equidade Emprego
Fonte: Koch3, citado por Marques e Aguiar (1993).
2.5.1 Estrutura do mercado
Piza e Welsh (1968), Steele, Vera Filho e Welsh (1971) e Mendes (1989 e
1994) ressaltam que a análise estrutural de uma empresa abrange o grau de
concentração entre os participantes do mercado, o grau de diferenciação dos
produtos, bem como o grau de barreiras para a entrada ou saída de firmas no
mercado.
3 KOCH, J.V. op. cit., 1980.
29
Segundo Resende e Boff (2002), a estrutura de mercado desempenha
papel excepcional dentro do influente paradigma da estrutura-conduta-
desempenho. Portanto, a quantificação do componente estrutural, em termos de
medidas sintéticas, ainda, encontra ampla utilização na Economia Industrial.
Para Troster (2006), as estruturas de mercado são modelos que atraem
aspectos inerentes de como os mercados estão organizados. Cada estrutura de
mercado ressalta alguns aspectos fundamentais da interação da oferta e da
demanda, e se baseia em algumas hipóteses e no destaque de características
observadas em mercados existentes, como o tamanho das empresas, a
diferenciação dos produtos, a transparência do mercado, os objetivos dos
empresários, o acesso de novas empresas, entre outras.
2.5.1.1 Grau de concentração
Os fatores que aumentam a concentração, segundo Piza e Welsh (1968),
são: (a) De ordem tecnológica; (b) Relacionados com a promoção de vendas; (c)
Monopolísticos; (d) Ligados às barreiras à entrada de novas firmas; (e) De ordem
financeira; e (f) De caráter legal ou de política social. Por outro lado, esses
mesmos autores informam que os fatores que reduzem a concentração são: (a)
Fatores de ordem legal; (b) Fatores inerentes à soberania das firmas; e (c) Fatores
ligados ao crescimento do mercado.
Na organização industrial, conforme Labini (1984) e Kon (1994), aceita-se
que a razão de concentração pode ser analisada segundo a parcela que poucas
firmas têm na: (a) Venda total; (b) Geração de emprego; e (c) Propriedades de
ativos numa determinada indústria.
Clarke (1994) cita que Demsetz4 chamou de doutrina da concentração do
mercado uma alta concentração do mercado que favorece altos preços e lucros.
Resende e Boff (2002) argumentam que as medidas de concentração industrial
são úteis para indicar primeiramente os locais para os quais se deseja que o
poder de mercado seja significativo. No entanto, têm-se, no mínimo, três razões
para que esses indicadores, criados a partir de participações de mercado, não
4 DEMSETZ, H. The market concentration doctrine. [S.l.]: AEI-Hoover Policy Studies, 1973.
30
sejam completos nesse tocante: (a) Se a entrada no mercado for fácil, nenhuma
firma poderá exercer poder de mercado, não importando a amplitude de sua
participação; (b) Uma firma pode possuir uma parcela elevada não decorrente de
poder de mercado, mas proveniente de custos baixos ou de produtos de qualidade
superior; e (c) O cálculo de medidas de concentração pressupõe a delimitação de
mercado e implica ignorar a disciplina exercida por substitutos próximos,
comercializados em outros mercados.
Magalhães (2006), por sua vez, ressalta que o grau de concentração de
uma firma é utilizado como um indicador da grandeza relativa das principais
empresas em relação à indústria como um todo. Uma maneira geralmente usada
para auferir o grau de concentração é a chamada concentração de quatro
empresas, que se baseiam na concentração combinada de mercado das quatro
maiores empresas, como uma percentagem na indústria total. Quanto maior for a
razão de concentração maior é o poder de mercado das principais empresas.
• Relação de concentração (C)
A relação de concentração, conforme com Kon (1994), considera o mesmo
peso para todas as firmas, e não é afetada pelo número de firmas numa indústria.
Essa relação: (a) Não identifica a entrada ou saída de firmas pequenas; (b) Não
considera o número total de firmas da indústria; (c) Não indica a distribuição
relativa dos tamanhos entre as maiores firmas ou entre as menores firmas; e (d)
Não verifica a mobilidade do tamanho das firmas nas comparações intertemporais.
Para Magalhães (2006), a dominância de mercado é uma medida do poder
de uma marca, produto, serviço ou firma em relação às ofertas competitivas em
determinadas condições. Analisa-se até que ponto estas firmas dominam a sua
modalidade em uma área geográfica específica ou não.
• Índice Herfindahl-Hirschman (HH)
31
Boyes e Smyth5, citados por Resende e Boff (2002), alertam para o fato de
que uma correta correlação entre índices de concentração não requer perfeita
equivalência entre eles.
Silva, Graça e Nojimoto (1992) referem que o HH é útil para medições do
grau de concentração de uma distribuição. Kon (1994) ressalta que o índice
Herfindahl-Hirschman é um bom indicador de mercado em análises
intertemporais, além de considerar todas as firmas da indústria.
De acordo com Magalhães (2006), o HH mede o tamanho das empresas
em relação à indústria e é um referencial de competitividade. É determinado como
a soma dos quadrados das participações de mercado de cada empresa. Portanto,
pode variar entre 0 e 1, indo desde uma grande soma de empresas bastante
pequenas, até um único produtor monopolista. O aumento no HH, geralmente,
indica um acréscimo de poder de mercado e uma redução do nível concorrência.
2.5.1.2 Grau de diferenciação dos produtos
Conforme Braga (1980), com a diferenciação dos produtos, as firmas
podem ter incentivos para: (a) Fazer propaganda e promoção; (b) Moldar os
custos de produção às condições de demanda; e (c) Diversificar a apresentação e
qualidade do produto.
Para Mendes (1989 e 1994), o grau de diferenciação do produto, com
serviços especiais ao consumidor, com qualidade superior, prêmios e embalagens
especiais, possibilita às firmas tornarem a curva de demanda mais inelástica.
Rocha (2002) aduz que a heterogeneidade de produto pode se apresentar
como barreira à coordenação oligopolista de quatro maneiras: (a) Diferenciação
de produto; (b) Distinção geográfica; (c) Alteração das variáveis da qualidade do
produto; e (d) Complexidade dos produtos.
Porter (1986) confrontou a diferenciação clássica dos métodos econômicos,
apoiada em custo, a uma sugestão de diferenciação baseada em competências
estratégicas.
5 BOYES, W.J.; SMYTH, D.F. The Optimal Concentration Measure: Theory and Evidence for the
Canadian Manufacturing Industry, applied Economics, 11, 289-302, 1979.
32
2.5.1.3 Grau de barreiras à entrada de novas firmas no mercado
A barreira à entrada, como informa Bain6 e Braga (1980), é qualquer
vantagem que as firmas da indústria têm sobre as firmas que potencialmente
poderiam entrar no mercado. Para Stigler7, citado por Braga (1980), observa essa
barreira como o custo de produção que a nova firma deve tolerar, embora este
custo não incorra às firmas já instaladas no mercado.
No setor florestal, Pearse (1990) indica a exigência de uma grande
economia de escala e de uma extensiva área de floresta e um aporte considerável
de capital como elementos que criam barreiras à entrada das firmas madeireiras
no mercado.
As barreiras à entrada de uma nova firma no mercado, para Bain8, citado
por Possas (1990), podem ser medidas pelo grau com que as firmas, existente no
mercado, conseguem elevar seus preços acima de um nível competitivo, sem,
com isso, atraírem novas firmas a colocarem em uso maior capacidade produtiva
na indústria.
Segundo Kupfer (2002), os fatores que podem constituir fontes de barreiras
a entrada são: (a) A existência de vantagens absolutas de custos a favor das
empresas estabelecidas; (b) A existência de preferências dos consumidores pelos
produtos das empresas estabelecidas; (c) A existência de estruturas de custos
com significativas economias de escala; e (d) A existência de elevados
requerimentos de capital inicial.
Azevedo (2006) cita que as condições de entrada, em um mercado, podem
ser definidas como a margem que é possível ser permanentemente acrescida ao
custo médio de longo prazo, sem que haja entrada de novas firmas nesse
mercado.
6 BAIN, J. S. Barrier to new competition. Cambridge: Havard University Press, 1962. 7 STIGLER, G. G. The organization of industry. Homewood: R. D. Irwin, 1976. 8 BAIN, J. S. op. cit. 1962.
33
2.5.2 Conduta de mercado
De acordo com Bain9,10, Piza e Welsh (1968) e Braga (1980),
respectivamente, a conduta do mercado é padrão de comportamento que as
empresas adotam nas fases de adaptação ou ajuste aos mercados nos quais
atuam como vendedoras ou compradoras.
A conduta do mercado, para Piza e Welsh (1968), é influenciada pelos
seguintes fatores: (a) A fixação do preço; (b) A quantificação da produção; (c)
Políticas de planificação dos produtos e promoção de vendas; (d) Meios de
promover seu aperfeiçoamento; (e) Formas de como a firma se adapta às políticas
de preços, produção e promoção de venda de suas concorrentes; e (f) Pressão
intensa para dificultar a entrada de novas firmas.
Steele, Vera Filho e Welsh (1971) e Mendes (1994) inferem que a conduta
do mercado está relacionada ao comportamento da firma em relação às suas
concorrentes quanto à política de preços, produto e comportamento coercivo.
Conforme Mello (2002), as condutas anticompetitivas podem ser divididas
em horizontais e verticais. Horizontais são aquelas que diminuem a concorrência
entre as empresas de um mesmo mercado; verticais, aquelas que acontecem no
âmbito das relações entre empresas que se relacionam como compradoras e
vendedoras ao longo da cadeia produtiva.
2.5.2.1 Política de preço
As firmas do setor industrial não atuam para elevar ao máximo seu lucro,
trabalhando de forma a igualar a renda marginal ao custo marginal, de acordo com
a teoria econômica marginalista. Articulando o preceito do custo total, as
empresas decidem fixar o preço e não a quantidade, como recomenda a
microeconomia tradicional, de tal forma que o preço é definido através da margem
fixa sobre o custo variável médio (HALL; HITCH, 1939).
9 BAIN, J.S. Industrial organization. New York: John Wiley and Sons, 1959. 10 BAIN, J. S. op. cit. 1962.
34
Para Porter (1986), a entrada de uma empresa pode ser evitada se as
empresas instaladas decidirem ou forem forçadas pela concorrência a fixar seu
preço abaixo do preço dissuasivo de entrada.
Em relação à determinação de preço, Varian (1997) relata que, num
oligopólio, poderá existir a firma líder, aquela que define o seu preço ou nível de
produção por primeiro; e as firmas seguidoras, as que seguem o preço e o nível
de produção da líder.
Segundo Melo (2002), a distinção de preços é em função da renda dos
consumidores, das preferências, da localização e da facilidade de encontrar
substitutos para o produto.
De acordo com Azevedo (2006), a organização industrial, quando
analisada nas condições de entrada de concorrentes potenciais, em certo
mercado, pode aparecer como um determinante dos preços. Esse fator aparece
como um determinante dos preços dos oligopólios, uma vez que, diferentemente
de um monopólio puro, assim como concebibo pela microeconomia tradicional, a
elevação indiscriminada de preços pode atrair a entrada de firmas potencialmente
concorrentes no mercado.
2.5.2.2 Política de produto
As firmas praticam políticas de produtos, conforme Mendes (1994),
considerando: (a) Diferenciação do produto; (b) Gastos com propaganda; e (c)
Serviços adicionais com o produto.
Para Cabral (1998), é interessante distinguir dois tipos de diferenciação:
horizontal e vertical. A diferenciação horizontal refere-se à situação em que dois
ou mais prudutos são definidos como diferentes, não se observando, no entanto,
unanimidade entre os consumidores quanto à ordenação da disposição a pagar.
Sendo as características que fazem a diferença, por exemplo, o “design” do
produto.
Completando, Cabral (1998) cita que, na situação de diferenciação vertical,
verifica-se unanimidade entre os consumidores quanto à ordenação das
disposiçoes a pagar. Na verdade, na maioria dos mercados, encontra-se um misto
35
de diferenciação horizontal e vertical, também conhecidas como diferenciação de
variedade e diferenciação de qualidade.
Melo (2002) destaca que a definição-chave de competição monopolistica é
a diferenciação de produtos. A primeira os consumidores decidem que um certo
produto é diferente dos demais. A segunda porque os consumidores preferem os
produtos que têm características ou atributos diferenciados e estão dispostos a
pagar um prêmio para comprar estes produtos. No primeiro caso, a propaganda e
as técnicas de vendas desempenham um papel importante. No segundo,
condições como a localização geográfica ou condições técnicas de qualidade do
produto fazem a diferença.
Losekann e Gutierrez (2002) argumentam que, como a diferenciação de
produtos decorre de fatores subjetivos, qualquer relação das possibilidades de
diferenciação é incompleta. No geral, os produtos são diferenciados conforme os
seguintes fatores: especificações técnicas; desempenho ou confiabilidade;
durabilidade; ergonomia e “design”; estética; custo de utilização do produto;
imagem e marca; formas de comercialização; assistência técnicas (apoio ao
consumidor); e financiamento aos clientes.
Azevedo (2006) individua duas fontes de diferenciação de produto, que
são: produto real e informacional. A primeira é menos relevante para a
determinação de barreiras à entrada, consiste na diferença de atributos físicos ou
locacionais entre o produto de uma firma estabelecida e os produtos das firmas
entrantes. A diferenciação de produto real é especialmente importante na
concorrência entre marcas conhecidas dos consumidores, não sendo
característica tão interessante na concorrência entre uma firma estabelecida e os
concorrentes potenciais entrantes.
Para Kotler e Keller (2006), a maioria dos produtos pode ser ofertada com
variadas características, que complementam sua utilidade essencial. A empresa
pode, através de pesquisas com compradores novos, reconhecer e escolher
novas particularidades apropriadas para diferenciação de um produto. A indústria
deve planejar um grau adequado para o mercado alvo e para os níveis de
interpretação dos concorrentes. Ainda mais, a firma deve administrar a qualidade
de desempenho ao longo do tempo. A melhoria seguida de um produto pode
adicionar maiores retornos e aumento da parcela de mercado; enquanto que a
36
diminuição da qualidade para recuperar aumentos de custos acarreta graves
consequências. Quando as firmas aumentam a qualidade sem adicionar valor, a
qualidade torna-se um critério de diferenciação cada vez mais interessante.
2.5.2.3 Política coercitiva
Em conformidade com Mendes (1994), as firmas podem praticar “dumping”
de preços ou integração vertical, com isso podem aumentar as barreiras à entrada
de novas firmas no mercado e proporcionar mudança na estrutura do mercado
para enfraquecer ou eliminar os concorrentes.
As políticas coercitivas (ou de conluio), para Stead, Curwen e Lawler
(1996), são ações dos produtores que almejam, intencionalmente ou não, gerar
barreiras à entrada de firmas no mercado.
De acordo com Cabral (1998), as empresas, visando aumentar o seu poder
de mercado, comportam-se diminuindo o efeito da concorrência, fazendo a prática
designada de conluio.
Segundo Mello (2002), as politicas de defesa das concorrências, objetiva
limitar o poder de mercado, visto que as empresas que detêm poder a mais que
as outras podem prejudicar o processo competitivo. Porém, a lei antitruste não
torna o poder de mercado – nem os monopólios – ilegais, mas apenas tenta
dominar a forma pela qual esse poder é alcançado e mantido. Visto que, a lei
procura coibir o exercício abusivo de poder de mercado, e não o poder em si.
Kotler e Keller (2006) citam que o fabricante sinaliza com a redução de
investimentos ou finaliza o relacionamento se os intermediários não cooperarem,
num ato de coerção. Esse gesto poderá surtir efeitos se os intermediários forem
muito dependentes do produtor. No entanto, a ação do poder coercitivo gera
ressentimento e pode levá-los a organizar um poder contrário.
2.5.2.4 Políticas de promoção
Simões (1973) ressalta que devido à promoção ter composição muito
própria torna-se o elemento mais complexo na composição de marketing e o mais
37
difícil de ser executado com eficiência, elementos estes que são: (a) Veículos de
propaganda: (b) Mala direta; (c) Embalagem; (d) Mostruário; e (e) Venda pessoal.
Para Ryan (1974), o composto promocional é organizado por quantidades
variáveis de quatro fatores; (a) Propaganda; (b) Venda direta: (c) Promoção de
vendas; e (d) Publicidades e relações públicas.
A política de promoção, de acordo com Kotler (1994), acontece quando da
realização dos seguintes fatores: (a) Publicidade ou propaganda; (b) Promoção de
venda, no sentido lato da palavra; (c) Relações públicas; e (d) Venda pessoal.
A promoção de vendas, segundo Kotler e Keller (2006), é formada por um
conjunto de mecanismos de incentivo, visando estimular o consumidor ou o
comércio à compra mais rápida ou em maior quantidade de produtos ou serviços.
São atividades geralmente de curto prazo.
Conforme Kotler e Keller (2006), a promoção de vendas oferece um
incentivo, enquanto a propaganda oferece uma razão para comprar. O conceito de
promoção inclui instrumentos para promoção de consumo (amostras, cupons,
reembolso, descontos, brindes, prêmios, recompensas, testes gratuitos, garantias,
promoções combinadas, promoções cruzadas, displays de ponto de vendas e
demonstrações); promoção de comércio (descontos, concessões de propaganda,
e amostras grátis), e promoção setorial e para equipe de vendas (feiras comerciais
e convenções, concursos para vendedores e propaganda dirigida).
Para Urdan (2006), o alvo da promoção de vendas se situa no último
estágio do modelo de hierarquias de efeitos. As campanhas têm prazo de duração
definido, que não deve ser contínuo. Existem ações de promoção de vendas
estáveis, como propagandas compartilhadas entre fabricantes e atacadistas.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MATERIAL
3.1.1 Área de estudo
As Regionais do Baixo Acre e do Purus foram selecionadas para analisar a
estrutura e a conduta do mercado madeireiro. As áreas de estudo possuem
22.848km² e 25.278km² respectivamente. Aliado a esse fato, a 1ª regional é
composta pelos seguintes municípios: Rio Branco, Acrelândia, Senador Guiomard,
Capixaba, Bujarí, Plácido de Castro e Porto Acre. Já, na 2ª regional, foi escolhido
apenas o município de Sena Madureira. Em relação a estes municípios, serão
citadas as suas principais características.
A figura 4 apresenta o mapa do Estado do Acre, destacando os municípios
onde foram desenvolvidas as pesquisas referentes ao estudo em questão.
39
Figura 4 - Mapa do Acre com destaque para os municípios objeto do estudo
FONTE: IBGE (2009)
3.1.1.1 Características físicas
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2008) demonstra,
pela contagem populacional, que o município de Rio Branco, capital do estado do
Acre, possui a maior concentração populacional, industrial e comercial do estado.
A população total do estado do Acre atualmente é de 655.385 habitantes e a nova
área territorial de 164.164,27km².
Segundo o IBGE (2008), a população de Rio Branco, em 2007, era de
290.639 habitantes contra uma população, em 2006 (ACRE EM NÚMEROS,
2006), de 314.127 habitantes, apresentando uma redução da população de
aproximadamente 7,5%, ou melhor, 23.488 habitantes. O município possui uma
área territorial de 9.223km², representando 6% da área total do estado, limitando-
se, ao norte, com Porto Acre e Bujarí; ao sul, com Xapurí; a leste, com Senador
Guiomard e Capixaba; e a oeste, com Sena Madureira.
40
De acordo com o IBGE (2008), Sena Madureira é o primeiro município da
Regional do Purus, sendo o 3º mais desenvolvido e mais populoso do estado do
Acre, com 34.230 habitantes, com densidade demográfica de 1,35hab./km², sendo
que 47% da população encontram-se na zona rural.
A Regional do Baixo Acre limita-se, a norte, com o estado do Amazonas; ao
sul, com a Bolívia e com o município de Xapurí; pelo Leste, com a Bolívia; e oeste
com o município de Sena Madureira.
Sena Madureira situa-se às margens do rio Iaco, localizando-se a 144km de
Rio Branco e possui os seguintes limites: Boca do Acre no Amazonas, Assis
Brasil, Bujarí, Rio Branco, Brasiléia, Manoel Urbano e Peru.
O Quadro 2 apresenta as características físicas dos municípios da Regional
do Baixo Acre e Sena Madureira.
Município
Ano de Criação
Área km²
População
Percentual hab. em
relação ao Estado (%)
Percentual da área em
relação ao Estado
Densidade Demográfica
hab/km²
Acrelândia 1993 1.575 11.520 1,75 0,96 7,31 Bujarí 1993 3.468 6.543 0,99 2,11 1,89 Capixaba 1993 1.713 8.446 1,29 1,04 4,93 P. de Castro 1976 2.047 17.258 2,63 1,25 8,43 Porto Acre 1993 2.985 13.716 2,10 1,82 4,59 Rio Branco 1912 9.223 290.639 44,35 5.62 31,51 Senador Giomard
1993
1.837
18.863
2,88
1,12
10,27
Sena Madureira
1904
25.278
34.230
5,22
14,40
1,35
TOTAL 48.126 401.215 61,21 28,32 33,68 Quadro 2- Características físicas dos municípios da Regional do Baixo Acre e Sena
Madureira, 2007
Fonte: IBGE (2007)
3.1.1.2 Aspectos de infraestrutura
A Regional do Baixo Acre, onde está a capital acreana, possui a melhor
infraestrutura desse estado. Em Rio Branco, encontra-se o aeroporto internacional
do Estado e o Campus Universitário, onde funciona a Universidade Federal do
Acre – UFAC, com vários cursos de graduação e pós-graduação. Nessa região,
está localizada, também, várias faculdades particulares.
41
O serviço público de saúde, nesta regional, apresenta-se bastante
deficitário, e muito dependente da capital. Isso faz com que o município de Rio
Branco receba grandes demandas dos demais municípios da Regional e do
estado.
Com relação à infraestrutura educacional, verifica-se que a maioria dos
estabelecimentos de ensino do estado está nessa região, recebendo um
considerável fluxo migratório do interior.
O saneamento básico apresenta-se bastante precário, principalmente, ao
se considerar o intenso fluxo migratório do interior, aliado ao contínuo processo de
êxodo rural para as áreas urbanas, dessa forma, criando os bolsões de misérias
nas periferias das cidades, locais que não contam com nenhum tipo de
urbanização.
Os serviços de telecomunicação têm apresentado significativas melhorias,
tanto no que se refere à telefonia fixa convencional como também à móvel, são
várias as operadores instaladas nas regionais.
No tangente à energia elétrica, a Regional do Baixo Acre e o município de
Sena Madureira foram os que mais receberam investimentos do Governo Federal.
Recursos aplicados através das Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte)
e Companhia de Energia do Acre (Eletroacre), principalmente com a interligação
por linha de transmissão de todas as unidades da regional, e o município de Sena
Madureira melhorando significativamente a eletrificação rural e,
consequentemente, a qualidade de vida da população.
A Eletronorte é responsável pela geração de energia para o município de
Rio Branco, ao qual estão interligados os municípios de Bujari, Porto Acre,
Senador Guiomard e Plácido de Castro, Acrelândia, Capixaba e Sena Madureira,
enquanto que a Eletroacre é responsável pela distribuição e comercialização de
toda energia elétrica das Regionais.
A Regional do Baixo Acre comunica-se internamente com a capital pelas
vias terrestres, através das estradas: BR-364, BR-317, AC-01, AC-10 e AC-40,
todas asfaltadas. A interligação com o restante do Brasil e mundo pode ser feita
pelas vias Terrestres, Fluvial e Aérea, a partir de Rio Branco (IBGE, 2007).
42
3.1.1.3 Aspectos econômicos
A economia da Regional do Baixo Acre e Sena Madureira apresenta
maiores índices de desenvolvimento em relação às demais regiões, ainda não
alcançou a condição de dar um retorno positivo às demandas do estado, mesmo
considerando o alto potencial econômico da região e do estado (IBGE, 2007).
As principais produções agrícolas das regiões, tais como arroz, feijão,
milho, mandioca e outras, não conseguem atender o consumo interno. A
agricultura permanente, como banana, café, cítricos, entre outras, é quase
desprezível na economia do setor. O extrativismo vegetal (látex, castanha do
Brasil, carvão vegetal, madeira, lenha, entre outras), que, historicamente, definiu a
economia acreana, não tem recebido o apoio e o incentivo necessários para
alcançar melhores níveis de produtividade. Os preços pagos pela borracha são
incapazes de reanimar a produção. A madeira tem sido explorada de forma
seletiva, com poucos projetos de manejo, além de ser exportada quase toda como
matéria-prima (em toras), situação que não contribui de forma eficiente com a
geração de emprego e renda para as regiões, e tão pouco para o estado (IBGE,
2007).
A pecuária da região encontra-se em alta, na situação de livre da febre
aftosa, com vacinação, existe a prática de controle das principais doenças,
evitando risco de prejuízo para as exportações atuais e futuras. Apresenta-se
como um setor com bom desempenho na economia regional, abastecendo o
mercado interno com produtos de boa qualidade (carne, leite e derivados) e
produzindo, ainda, grandes excedentes para a exportação (IBGE, 2007).
Ao fazer a análise crítica da economia das Regionais, fica evidente a
necessidade de um redirecionamento do processo de desenvolvimento,
incorporando as questões ambientais, populações tradicionais e privilegiando a
geração de empregos e melhor distribuição de renda com os recursos naturais,
promovendo uma economia racional e mais sustentável (IBGE, 2007).
Ainda, segundo dados do IBGE (2005), o Produto Interno Bruto - PIB 2005,
dos sete municípios relacionados neste estudo, apresentava a seguinte
composição, conforme demonstrado no quadro 3, indicado a seguir.
43
Composição do PIB - Valor adicionado em mil reais Município Agropecuária Indústria Serviço Imposto PIB -2005 Rio Branco
90.284,00 336.240,00 1.664.739,00 280.043,0 2.371.307,00
Acrelândia 56.292,00 11.08,00 39.296,00 7.677,00 114.350,00 Bujari 49.2724,00 1.761,00 25.699,00 1.467,00 78.651,00 Capixaba 42.649,00 6.668,00 24.546,00 4.526,00 78.389,00 Plácido de Castro
70.520,00
5.811,00
58.688,00
4.795,00
139.814,00
Porto Acre 39.645,00 1.888,00 30.032,00 1.146,00 72.711,00 Senador Guiomard
40.093,00
20.304,00
67.004,00
10.217,00
137.618,00
Sena Madureira
103.831,00
11.494,00
109.796,00
9.260,00
234.381,00
Quadro 3 - Produto Interno Bruto (PIB) 2005 dos municípios pesquisados
Fonte: IBGE (2007)
3.2 DADOS PRIMÁRIOS
Fizeram parte da coleta dos dados primários os inventários feitos através
de formulários, nas serrarias das regiões em estudo. Um detalhamento dos
procedimentos adotados nestes levantamentos são, na continuidade,
apresentados.
3.2.1 Identificação do mercado-alvo
Os dados primários foram coletados nas serrarias do setor florestal
madeireiro, localizadas na Regional do Baixo Acre e no município de Sena
Madureira, o qual faz parte da Regional do Purus.
3.2.2 Coleta de dados
A coleta de dados seguiu as seguintes fases:
44
a) Formulação dos instrumentos de coleta de dados
Na coleta de dados primários, foi aplicado um formulário através de
entrevistas Face a Face com os empresários ou seus representantes legais nas
serrarias. Este procedimento seguiu sugestão indica por Sproull11, citado por Silva
(2007), e Gil (1995).
b) Conteúdo dos instrumentos de coleta de dados
O formulário, adotado nesta pesquisa, abordou os seguintes aspectos: (a)
Identificação da empresa e do proprietário; (b) Caracterização administrativa da
firma; (c) A produção; (d) A comercialização de madeira; (e) Mercado alvo; (g)
Serviços especiais e práticas de promoção de vendas; (h) Políticas de preço; e (i)
Políticas de inovação tecnológica na produção.
c) Pesquisa-piloto ou pré-teste
Antes da coleta definitiva de dados, foi efetuada uma pesquisa-piloto para
testar o formulário que seria adotado.
Gil (1995), assim como Marconi e Lakatos (2003), recomenda que se use
um formulário, no pré-teste, para anotar as dúvidas e reações do entrevistado, que
podem surgir na fase da entrevista (Questionário - Apêndice A) definitiva. Tais
dificuldades podem ser devido a entendimento, sua tendência a não responder
perguntas polêmicas ou “delicadas”, sua timidez com questões pessoais, entre
outras.
Finalizando, Marconi e Lakatos (2003) ressaltam que o pré-teste ajuda na
avaliação de futuros resultados, podendo, inclusive, modificar ou alterar a relação
entre hipóteses e variáveis.
3.2.3 Método de amostragem
11 SPROULL, N. L. Handbook of research methods: a guide for practitioners in the social
sciences. New Jersey: The Scarecrow Press, 1988.
45
Considerando-se que o número dos potenciais entrevistados era
relativamente pequeno (30 firmas), optou-se por se fazer um censo com todos os
empreendimentos objeto do estudo.
Salienta-se que esta coleta de dados primários atingiu, então, todas as 30
serrarias em atividade no setor florestal medeireiro da Regional do Baixo Acre e
Sena Madureira. Os dados sobre o número de serrarias foram obtidos junto aos
seguintes órgãos: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Instituto do Meio
Ambiente do Acre (Imac) e Sindicato das Indústrias Madeireiras do Acre
(Sidusmad).
3.3 DADOS SECUNDÁRIOS
Foram usados dados secundários gerados por Silva (2000, 2003, 2004 e
2007); Fontenelle (2006); Fortes (2007); Sousa (2007) e Fernandes Sobrinho
(2008), dados estes relacionados ao setor florestal madeireiro da Regional do
Baixo Acre e Sena Madureira, os quais permitiram comparar esse setor com
aquele atuando no ano de 2008.
Os documentos obtidos no Ibama, Imac e Sindusmad foram, também,
empregados para a análise da conduta do mercado madeireiro de Regional do
Baixo Acre e Sena Madureira.
3.4 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DOS DADOS
A comercialização de produtos madeireiros na Regional do Baixo Acre e
município de Sena Madureira foi analisada segundo as características estruturais
do mercado desses produtos nos citados municípios, de acordo com os
procedimentos, na sequência, definidos e caracterizados.
3.4.1 Estrutura de mercado
Por sugestões de Silva (2000), no estudo da estrutura do mercado do setor
florestal madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, foi
46
analisado o grau de concentração, a diferenciação dos produtos e barreiras à
entrada de novas firmas no mercado.
3.4.1.1 Grau de concentração
• Quantificação dos dados essenciais
Na sistematização dos dados referentes ao volume de madeira usada pelo
setor madeireiro em estudo, foram utilizados os seguintes procedimentos:
• Índices e técnicas empregados na análise do grau de concentração
Por propostas de Marques e Aguiar (1993) e Klemperer (1996), a
metodologia que foi usada para o estudo do grau de concentração, no uso dos
recursos madeireiros do segmento em questão, deu-se de acordo com o emprego
das seguintes técnicas: (a) Relação de Concentração; e (b) Índice de Herfindahl-
Hirschmam.
• Razão de concentração
A metodologia adotada para analisar a razão de concentração foi a
sugerida por Resende e Boff (2002), usando-se a seguinte fórmula.
∑=
=k
iiPC
1
onde:
C = relação de concentração para o consumo ou comercialização do
recurso madeireiro e
iP = participação da firma i entre n firmas analisadas.
47
Quanto maior o índice HH maior será o poder de mercado das k maiores
empresas (RESENDE; BOFF, 2002).
Para qualificar cada grupo de firmas analisado, entre os vários modelos
possíveis de mercado, confrontou-se o estado de concentração de cada nicho de
mercado, como ilustra a tabela 3.
Tabela 3 - Classificação do mercado segundo a ordem de competitividade das firmas
CLASSIFICAÇÃO DO MERCADO
SITUAÇÃO DE COMPETITIVIDADE DO MERCADO
Oligopólio Tipo I Caso as oito maiores firmas respondam por pelo menos 50% da produção ou venda de madeira serrada, com as vinte maiores contribuindo com um mínimo de 75% do total desses itens, e nenhuma firma sozinha detendo mais do que 10% a 15% da produção ou comercialização do mercado.
Oligopólio Tipo II Caso as oito maiores firmas respondam por pelo menos 33% da produção ou venda de madeira, com as vinte maiores contribuindo com um mínimo de 75% do total destes itens.
Indústrias não concentradas
As oito maiores firmas respondendo por menos do que 33% da produção ou comercialização.
Indústrias competitivas
As quatro maiores firmas respondendo por menos do que 10% da produção ou comercialização.
Fonte: Caves12, citado por Silva (2007) (adaptada pelo autor).
Usando proposta de Gregory13, citado por Silva (2007), enfocou-se a
participação das quatro maiores firmas pesquisadas, considerando os itens
citados na tabela 4.
De acordo com Silva, Graça e Nojimoto (1992), descreve-se, então, a
participação das firmas na produção ou comercialização nas amostras do
mercado estudado. Conforme a tabela 4.
12 CAVES, R.E. American Industry, structure, condutc and performance. Princeton: Princeton
University Press, 1982. 13 GREGORY, G.R. op. cit., 1987.
48
Tabela 4 - Nível de concentração de um segmento de mercado de acordo com o volume total de madeira consumido ou comercializado
GRAU DE CONCENTRAÇÃO
CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO
Extremamente concentrado
As quatro maiores firmas respondendo por 75% ou mais do consumo ou venda total de madeira serrada no segmento de mercado analisado
Altamente concentrado
As quatro maiores empresas respondendo entre 50 a 74% da produção ou comercialização total de madeira serrada no segmento de mercado pesquisado
Moderadamente concentrado
As quatro maiores firmas participando entre 25 a 49% do consumo ou venda de madeira total no segmento de mercado estudado
Concentração relativamente baixa
As quatro maiores empresas respondendo por 24% ou menos da produção ou comercialização total de madeira serrada no segmento de mercado em questão
Fonte: Gregory14, citado por Silva (2007) (adaptada pelo autor).
• Índice de Herfindahl-Hirschman (HH)
Espelhando-se em Kon (1994), Klemperer (1996), Mendes (1998), Resende
e Boff (2002), Santos e Santana (2002) e Silva (2007), o índice Herfindahl-
Hirschman foi usado, neste estudo, para medir a concentração da distribuição nos
mercados. Este índice foi calculado através da seguinte fórmula:
Sendo:
HH = O índice Herfindahl-Hirschman,
Pi = A parcela da firma i no mercado.
Para avaliar os resultados alcançados pelo índice Herfindahl-Hirschman
utilizou-se a classificação exposta por Klemperer (1996), Mendes (1998), Resende
e Boff (2002), Santos e Santana (2002) e Silva (2007).
14 Idem.
∑ =
=n
i ipPHH
1
2
49
a - O mercado será altamente competitivo na produção ou venda de
madeira caso o HH calculado for menor que 1.000.
b - O mercado será altamente concentrado na produção ou venda de
madeira se o HH obtido for superior a 1.800.
c - O mercado será considerado de baixa concentração na produção ou
venda de madeira quando o HH ficar entre 1.000 e 1.800.
d - O mercado tenderá a concorrência perfeita caso o HH tenda a 0.
e - Caso o HH obtido for igual a 10.000, o mercado será tido com um
monopólio.
A tabela 5 apresenta os critérios de diferenciação dos mercados em função
do número de suas firmas.
Tabela 5 - Critérios para classificar o mercado de acordo com o número de firmas
QUANTIDADE DE EMPRESAS CLASSIFICAÇÃO DO MERCADO Maior que 100 vendedores Concorrência perfeita De 20 a 100 vendedores Concorrência monopolística De 3 a 20 vendedores Oligopólio Dois vendedores Duopólio Um vendedor Monopólio
Fonte: Nautiyal15, citado por Silva (2000) (adaptada pelo autor).
• Codificação, no texto, das firmas analisadas
Distinguiram-se os participantes dos segmentos de mercados em duas
categorias: as quatro maiores firmas C4, denominadas de concentradoras e as
Outras4, chamadas de não-concentradoras.
Na classificação citada, adotou-se como firmas concentradoras as quatro
maiores firmas, ou seja, que possuem os maiores índices de concentração nos
empresas analisadas, como sugere Klemperer (1996).
15 NAUTIYAL, J. C. op. cit. 1988
50
3.4.1.2 Grau de diferenciação dos produtos
Por sugestão de Mendes (1994), o procedimento escolhido, nesta pesquisa,
enfocou o grau de diferenciação dos produtos, na análise das respostas que foram
obtidas a partir dos formulários, quanto aos seguintes pontos: (a) Pronta entrega
do produto; (b) Doações de prêmios em sorteio entre os seus clientes; (c) Garantia
de qualidade dos produtos; e (d) Frete grátis dos produtos para o cliente.
Por estímulo de Silva (2000), outra análise relacionada à diferenciação do
produto foi estudada a partir das respostas dos empresários: sobre quais os
pontos em que cada empresa se diferencia dos seus concorrentes. Para isso,
foram feitas perguntas enfocando os seguintes aspectos: (a) Preço do produto; (b)
Produto em si, diferenciado nos subitens, espécie madeireira utilizada e qualidade
do produto; (c) Fornecimento de serviços especiais; (d) Método de distribuição dos
produtos; (e) Realização de promoções de venda, entre outros.
3.4.1.3 Grau de dificuldades à entrada de novas firmas no mercado
Para analisar as dificuldades à entrada de novos empreendimentos no
mercado, em consonância com Mendes (1989 e 1994), abordaram-se os
seguintes aspectos: (a) Controle de um fator estratégico, assim como um insumo
importante; e (b) Vantagens de custos (na compra de fatores, experiência e
tecnologia).
Os questionamentos aos entrevistados, sugeridos por Silva (2007),
referiram-se à existência ou não de dificuldades na obtenção de madeiras nas
serrarias quanto: (a) Capital; (b) Oferta de madeira em toras; (c) Mão-de-obra, (d)
Existência de empreiteiro, entre outros fatores.
Outro questionamento, sugerido por Silva (2007), foi atinente à incidência
de limitações na indústria a respeito de estocagem de toras. Assim, focalizaram-se
os seguintes tópicos: (a) Espaço; (b) Oferta de madeira; (c) Insetos e fungos, entre
outros.
Para o processo de industrialização questionou-se sobre a existência de
barreiras na produção, referente aos seguintes aspectos: (a) Equipamentos; (b)
Qualificação da mão-de-obra; (c) Qualidade da madeira, e outros.
51
Em função dos dados coletados relativo ao consumo ou produção de
madeira tropical em tora, foi calculada a área florestal de manejo necessária para
atender à atual produção da região de forma sustentável, para tanto usando-se as
seguintes fórmulas:
CPV TTC .=
VVA TC
c =
CAA c
a =
Sendo:
VTc - volume de madeira de tora em m³ por ciclo de corte
PT - produção de madeira de tora em m³ por ano
C – ciclo de corte da floresta em anos
Ac - área em hectares para atender o ciclo de corte
Aa - área em hectares anual
v – volumetria média de toras em m³ por hectares
Os dados usados, na referida fórmula, foram os seguintes:
PT = 180.250 m³/ano
C = 30 anos
v = 8 m³/ha
Salienta-se que tais dados foram, também, obtidos a partir das entrevistas
inerentes ao presente estudo.
3.4.2 Conduta do mercado
52
A conduta das firmas no mercado foi analisada, por sugestão de Steele,
Vera Filho e Welsh (1971) e Mendes (1974), enfocando: Políticas de preço;
Promoções; Planificação e aperfeiçoamento; e Políticas de investimentos.
3.4.2.1 Política de formação de preços
Em conformidade com Azevedo (2006), a organização industrial foi
analisada nas condições de entrada de concorrentes potenciais, em determinado
mercado. Esse fator aparece como um determinante dos preços dos oligopólios,
uma vez que, diferentemente de um monopólio puro, assim como concebibo pela
microeconomia tradicional, a elevação indiscrimada de preços pode atrair a
entrada de firmas potencialmente concorrentes no mercado.
Levando em consideração relatos de Silva (2007), para avaliar as políticas
de formação de preços, foram consideradas as respostas dos empresários do
setor madeireiro envolvidos na pesquisa, quanto à metodologia aplicada ao longo
do tempo, para a definição dos preços de seus produtos. Questionou-se, também,
quanto à existência de preços na venda de madeira na serraria e nos depósitos de
vendas (serrarias verticalizadas).
3.4.2.2 Políticas de promoção
A política de promoção, de acordo com Zober (1971) e Kotler (1994), foi
avaliada considerando os seguintes fatores: (a) Publicidade ou propaganda; (b)
Promoção de venda; (c) Relações públicas; e (d) Venda pessoal.
3.4.2.3 Planificação e aperfeiçoamento do produto
A avaliação da conduta do mercado, por sugestão Silva (2000), analisou as
respostas dos entrevistados relacionadas aos seguintes tópicos: (a) Planejamento
no processo de comercialização; (b) Inovação ou aperfeiçoamento das técnicas de
produção ou comercialização; (c) Cursos ou treinamentos; e (d) O proprietário ou
gerente participam de algum tipo de treinamento ou curso de reciclagem.
53
Seguindo Regers16, citado por Kubeczko e Rametsteiner (2002), o processo
de inovação de uma firma foi analisado de acordo com as fases do processo de
decisão de inovação, a seguir relacionados:
(a) Condições anteriores: prática prévia; sentir necessidades/problemas;
novidade e normas do sistema social; (b) Conhecimento - as características da
unidade que cria a decisão são: características socioeconômicas (educação, nível
social, orientação econômica); variável de personalidade (atitude para educação,
fatalismo, motivação de melhoria/evolução); maneira de comunicação (interligado,
buscas ativas de informação, contato de agente de mudança); (c) Persuasão –
relacionado às características percebidas da inovação: vantagem relativa;
compatibilidade; complexidade; julgamento; e notoriedade; (d) Decisão (adaptação
ou rejeição); (e) Implementação; e (f) Confirmação.
3.4.2.4 Ações para as políticas de preços e de promoção dos concorrentes
Aos empresários, foi questionado como reagem às políticas de preços e de
promoções de seus concorrentes.
3.4.2.5 Políticas de investimentos
Por sugestão de Silva (2007), a política de investimentos abordou os
seguintes pontos: (a) Quanto à existência de plano de treinamento de
funcionários; e (b) Plano de inovação tecnológica das máquinas e equipamentos.
É oportuno mencionar que, a avaliação dos resultados com respeito à
estrutura e à conduta do mercado, como sublinha Silva (2000), foi desenvolvida
considerando: (a) O segmento de mercado como um todo; (b) Parte do segmento
contendo só as firmas concentradoras; e (c) Parte do segmento contendo apenas
as firmas não-concentradoras.
16 ROGERS, E. M. Diffusion of Innovations. 4. ed. New York: The Free Press. 1995.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 ESTRUTURA DE MERCADO
4.1.1 Grau de concentração
O volume de madeira serrada em 2008, nas serrarias da Regional do Baixo
Acre e município de Sena Madureira, está sintetizado na tabela 6.
Os dados coletados na pesquisa e sistematizados na tabela 6 identificam o
mercado madeireiro de acordo com a competitividade das firmas, como oligopólio
tipo II. Informações também obtidas por Silva (2000) e Sousa (2007).
Pelo nível de concentração das quatro maiores firmas, o mercado de
madeira pode ser classificado como moderadamente concentrado em 2008.
O índice Herfindahl-Hirschman, calculado neste estudo, foi 566,13. Assim,
de acordo com critérios propostos por Mendes (1998), Santos e Santana (2003), é
possível classificar o mercado como altamente competitivo na produção de
madeira serrada, em 2008.
A classificação dos mercados em relação ao número de firmas é de
concorrência monopolística. Situação também identificada por Silva (2000) e
Sousa (2007).
55
Tabela 6 - Produção e participação das serrarias no mercado de madeira serrada, da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Firma
Produção de madeira serrada
(m³/ ano)
Participação Individual no Mercado (%)
Participação Acumulado
(%)
Índice de Herfindahl –
Hirschman (HH)01 10.000 11,09 11,09 123,1146 02 8.500 9,43 20,53 88,95028 03 7.500 8,32 28,85 69,25194 04 6.500 7,21 36,06 52,0159 05 6.000 6,65 42,72 44,32124 05 5.000 5,55 48,26 30,77864 07 4.000 4,44 52,70 19,69833 08 4.000 4,44 57,14 19,69833 09 3.750 4,16 61,30 17,31299 10 3.500 3,88 65,19 15,08153 11 3.500 3,88 69,07 15,08153 12 3.000 3,33 72,40 11,08031 13 2.500 2,77 75,17 7,69466 14 2.500 2,77 77,95 7,69466 15 2.200 2,77 80,72 7,69466 16 4.950 2,74 83,47 7,541537 17 2.250 2,49 85,96 6,232675 18 2.000 2,22 88,18 4,924583 19 2.000 2,22 90,40 4,924583 20 1.600 1,77 92,17 3,151733 21 1.500 1,66 93,84 2,770078 22 1.500 1,66 95,51 2,770078 23 1.500 1,66 97,17 2,770078 24 750 0,83 98,00 0,692519 25 800 0,55 98,55 0,307786 26 450 0,45 99,05 0,249307 27 400 0,44 99,50 0,196983 28 500 0,27 99,78 0,076947 29 400 0,22 100 0,049246 30 0 0 100 0
TOTAL 90.125 566,1277
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
A tabela 7 apresenta a participação das serrarias do município de Rio
Branco em relação à produção de madeira serrada, no ano de 2008.
56
Tabela 7 - Produção e participação das serrarias no mercado de madeira serrada do município de Rio Branco, em 2008
Firma
Produção de madeira serrada
(m³/ ano)
Participação Individual no Mercado (%)
Participação Acumulado
(%)
Índice de Herfindahl –
Hirschman (HH)01 10.000 19,39 19,39 375,9426 02 8.500 16,48 35,87 271,6185 03 4.000 7,75 43,62 60,15081 04 3.750 7,27 50,89 52,86693 05 3.500 6,79 57,68 46,05297 06 3.500 6,78 64,47 46,05297 07 3.000 5,82 70,28 33,83483 08 2.500 4,85 75,13 23,49641 09 2.500 4,85 79,98 23,49641 10 2.475 4,80 84,78 23,02883 11 2.250 4,36 89,14 19,03209 12 2.000 3,88 93,02 15,0377 13 1.500 2,90 95,93 8,458708 14 750 1,45 97,38 2,114677 15 500 0,97 98,35 0,939856 16 450 0,87 99,22 0,761284 17 400 0,77 100 0,601508 18 0 0 100 0
TOTAL 51.575 RC 1.003,487
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
Os resultados indicados na tabela 7, usando-se a classificação de Caves17,
citado por Silva (2007), revelam que o mercado, aqui abordado em função da
competitividade, é de oligopólio tipo II.
Em relação à concentração, de acordo com Gregory18, citado por Silva
(2007), o mercado de madeira do município de Rio Branco encontra-se altamente
concentrado.
Considerando-se, ainda, os dados desta tabela, verifica-se que o índice de
Herfindahl-Hirschman encontrado foi de 1.003,48. Tal fato indica que o setor
madeireiro do município de Rio Branco tem perfil de baixa concentração.
A tabela 8 apresenta a participação das serrarias do município de
Acrelândia atinente à produção de madeira serrada no ano de 2008.
17 CAVES, R.E. op. cit. 1982. 18 GREGORY, G.R. op. cit. 1987.
57
Tabela 8 - Produção e participação das serrarias no mercado de madeira serrada do município de Acrelândia, 2008
Firma
Produção de madeira serrada
(m³/ano)
Participação Individual no Mercado (%)
Participação Acumulado
(%)
Índice de Herfindahl –
Hirschman (HH)01 4.000 67,23 67,23 4.519,45 02 1.500 25,21 92,44 635,54 03 250 4,20 96,64 74,17 04 200 3,36 100 11,29
TOTAL 5.950 5.240,45
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
Os valores explícitos na tabela 8, de acordo com a classificação de
Caves19, citado por Silva (2007), mostram que o mercado madeireiro apresentava-
se, em relação à competitividade, como um exemplo de oligopólio tipo II.
Considerando os critérios quanto à concentração, proposto por Gregory20,
citado por Silva (2007), tem-se que este mercado de madeira podia ser
classificado como extremamente concentrado.
De acordo, ainda, com os valores da tabela 8, tem-se que o índice de
Herfindahl-Hirschman encontrado foi de 5.240,45. Assim sendo, o setor madeireiro
de Acrelândia caracterizava-se, em 2008, como altamente concentrado na venda
de madeira serrada.
A tabela 9 apresenta a participação das serrarias do município de Porto
Acre de acordo com a produção de madeira serrada, no ano de 2008.
19 CAVES, R.E. op.cit. 1982. 20 GREGORY, G.R. op. cit. 1987.
58
Tabela 9 - Apresenta produção e a participação das serrarias no mercado de madeira serrada do município de Porto Acre, 2008
Firma
Produção de madeira serrada
(m³/ano)
Participação Individual no Mercado (%)
Participação Acumulado
(%)
Índice de Herfindahl –
Hirschman (HH)01 5.000 40 40 1.600 02 2.500 19 59 361 03 2.000 16 75 256 04 1.600 13 88 169 05 1.500 12 100 144
TOTAL 12.600 2.530
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
Os valores ilustrados na tabela 9, utilizando-se o método classificatório de
Caves21, citado por Silva (2007), revelam que o mercado madeireiro de Porto Acre
apresenta-se, em relação à competitividade em 2008, como oligopólio tipo II.
Outrossim, considerando-se os critérios de concentração indicados por
Gregory22, citado por Silva (2007), o mercado de madeira de Porto Acre pode ser
classificado como extremamente concentrado.
Com os números da tabela 9, usando-se a classificação exposta por
Resende e Boff (2002), chegou-se ao índice de Herfindahl-Hirschman de
2.530,00, revelando que o setor madeireiro de Porto Acre encontra-se altamente
concentrado.
De acordo com Melo (2002), o mercado de madeira serrada do município
de Capixaba apresenta-se, em relação à competitividade, como monopólio, em
2008.
Quanto à concentração, segundo Gregory23, citado por Silva (2007), o
mercado de madeira de Capixaba pode ser classificado, em 2008, como
extremamente concentrado.
A concentração, segundo Gregory24, citado por Silva (2007), encontrado no
mercado de madeira de Sena Madureira, permite classificá-lo como extremamente
concentrado.
21 CAVES, R.E. op.cit. 1982. 22 GREGORY, G.R. op. cit. 1987. 23 Idem. 24 Idem.
59
A tabela 10, por seu turno, sumariza a participação no mercado madeireiro
de cada um dos municípios pesquisados, em 2008.
Tabela 10 - Apresenta o nível de participação das serrarias no mercado de madeireiro, da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Município Produção de madeira serrada (m³/ano)
Participação no mercado (%)
Rio Branco 51.575 57,00 Sena Madureira 14.000 15,50 Porto Acre 12.600 14,25 Capixaba 6.000 6,65 Acrelândia 5.950 6,60 TOTAL 90.125 100,00
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
O maior mercado madeireiro, no universo avaliado, encontra-se em Rio
Branco (seguido por Sena Madureira e Porto Acre), o qual participa com mais da
metade da produção de madeira.
Identificou-se, ainda neste estudo, que os municípios de Bujarí, Plácido de
Castro e Senador Guiomard Santos não tinham serrarias em atividade, em 2008.
4.1.2 Grau de diferenciação dos produtos
Os resultados sobre a oferta de serviços especiais fornecidos aos clientes
pelas firmas madeireiras pesquisadas, conforme o presente estudo, estão
dispostos na tabela 11.
Após análise das informações mostradas na tabela 11, observa-se que a
maioria dos entrevistados dispõe de produtos para pronta entrega. Portanto, este
item não diferencia uma das outras.
60
Tabela 11 - Serviços especiais no mercado madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Nível no mercado (%) Quesito C4 Outras4 Média geral
Pronta entrega 75,00 80,77 80,00 Brindes 25,00 34,61 33,33 Garantia de qualidade
100,00
100,00
100,00
Fretes grátis 50,00 57,70 63,33 Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
Complementando, de acordo com informações de Silva (2007), no período
de 2004-5, um quarto das firmas C4 e mais da metade das Outras4, possuem
produtos para pronta entrega, respectivamente.
A partir da tabela 11, pode-se referir, também, que, em 2008,
aproximadamente um terço das madeireiras pesquisadas deu brindes aos seus
clientes. Porém, nas firmas C4, somente um quarto distribuiu brindes. Enquanto,
dentre as Outras4, cerca de um terço doou brindes. Do exposto, é possível afirmar
que a doação de brindes pode ser considerada como um ponto diferenciador das
firmas no mercado pesquisado.
O item garantia da qualidade dos produtos madeireiros, por sua vez, não
pode ser usado como diferenciador das firmas amostradas. Tal afirmação se deve
ao fato de que todos os entrevistados responderam que o cliente tem total
garantia dos produtos adquiridos.
Vale salientar, segundo Silva (2007), que, nos anos de 2004-5,
aproximadamente, três quarto das serrarias estudadas davam garantia de
qualidade de seus produtos.
Complementando, no aspecto frete grátis para os clientes, verifica-se que a
metade das firmas madeireiras C4 e mais da metade das Outras4 responderam
que fornecem esse benefício.
Ainda sobre a diferenciação dos produtos, neste mercado, constatou-se
que três quarto das firmas diferenciam-se de seus concorrentes. Aliado a este
fato, o item que mais diferenciava as firmas dos concorrentes foram as
característica dos produtos. Quanto à diferenciação pela qualidade dos produtos,
61
observou-se que menos da metade das firmas Outras4 e média geral têm tal
prática (Tabela 12).
Tabela 12 - Diferenciação dos produtos no setor madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Nível no mercado (%) Quesito C4 Outras4 Média geral
Diferencial do concorrente 75,00 65,00 67,00 - No preço 0,00 12,00 10,00 - No produto 50,00 8,00 13,00 - Na espécie 0,00 0,00 0,00
- Na qualidade 25,00 46,00 43,00
- No método de distribuição 0,00 0,00 0,00 Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
Em 2004, a diferenciação de produtos mais adotada, entre concorrentes do
setor madeireiro analisado, foi na qualidade da madeira (SILVA, 2007).
4.1.3 Grau de dificuldades à entrada de novas firmas no mercado
O grau de dificuldades à entrada de novos empreendimentos no mercado
madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, em 2008,
mostrou os seguintes resultados, conforme dados expostos na tabela 13.
Os resultados mostram que todas dos grupos de firmas C4, assim como
mais da metade do universo total das madeireiras pesquisadas, têm dificuldades
para adquirir madeira em toras. Entre as dificuldades apontadas, estão: capital e
mão-de-obra.
Diante deste cenário, é importante citar Silva (2007), o qual observou, no
ano de 2004, que apenas um quarto das quatro maiores empresas madeireiras
acreanas tinha dificuldades para comprar matéria-prima madeireira em tora.
Um ponto oportuno a ser comentado sobre o suprimento de madeira em
tora é que, o estado do Acre possui 3.927.360,70ha de áreas com cobertura
florestal protegidas, fato indicado no quadro 1, e produção de madeireira expressa
62
na tabela 6, aliado aos índices de produtividade válidos para o setor em análise,
tendo capacidade de elevar o volume de madeira processado na região (indicado
na Tabela 6) em até 450%.
Tabela 13 - Dificuldades para obtenção de madeira em tora, no setor madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Nível no mercado (%) Quesito C4 Outras4 Média geral
Tem dificuldades na obtenção de toras 100,00 57,69 63,33 - Capital 25,00 23,07 23,33 - Oferta de toras 0,00 26,92 23,33 - Mão-de-Obra 75,00 7,70 16,66 - Empreiteiro 0,00 0,00 0,00 Usa estoque preventivo 100,00 99,80 83,33
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
Complementando, verificou-se que quase todas as firmas, do setor
madeireiro avaliado, fazem estoque preventivo de madeira em toras para
trabalhar, no mesmo ritmo, também, no período chuvoso.
Em 2004, em consonância com estudos de Silva (2007), as quatro maiores
firmas do setor madeireiro do Acre estocavam para trabalhar na época chuvosa.
Portanto, os dados apresentados, na tabela 13, demonstram que o item estoque
preventivo de madeira em toras continua funcionando como barreira à entrada de
novas empresas no mercado avaliado.
A tabela 14 apresenta as limitações no processo produtivo em função da
matéria-prima, como barreiras à entrada de novos concorrentes no mercado
madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira.
Observa-se, na tabela 14, que quase a metade das firmas madeireiras tem
limitações no processo produtivo, principalmente na mão-de-obra.
63
Tabela 14 - Limitações da produção, em função da matéria-prima, no setor madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Nível no mercado (%) Quesito C4 Outras4 Média geral
Existem limitações na produção 50,00 53,84 53,33 - Equipamentos 0,00 19,23 16,66 - Mão-de-obra 50,00 34,61 36,66 -Qualidade da madeira 0,00 0,00 0,00
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
A tabela 15 complementa listando as limitações enfrentadas pelo grupo das
serrarias analisadas para estocar a produção madeireira em 2008.
Tabela 15 - Limitações na estocagem da produção no setor madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Nível no mercado (%) Quesito C4 Outras4 Média geral
Existem limitações para estocar a produção 25,00 23,07 23,33 - Espaço 0,00 7,69 6,66 - Capital 25,00 11,54 13,33 - Degradação: inseto/fungo 0,00 3,84 3,33
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
Constata-se, pelas informações indicadas nesta tabela, que em torno de um
quarto das empresas tem limitação para estocar a produção madeireira. Tal
limitante deve-se quase que, totalmente, à falta de capital para investimento na
construção de armazéns.
4.2 CONDUTAS DO MERCADO
4.2.1 Políticas de formação de preços
A tabela 16 apresenta os critérios adotados para formação de preços dos
produtos madeireiros.
64
Tabela 16 - Critérios adotados para formação de preços, no setor madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Nível no mercado (%) Quesito C4 Outras4 Média geral
Custo de produção + margem de lucro 75,00 85,00 83,00 Tabela do sindicato 0,00 0,00 0,00 Sefaz – Pauta 25,00 8,00 10,00 Não respondeu 0,00 7,00 7,00
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
Os resultados observados nesta tabela demonstram que dois terços das
madeireiras responderam que definem os preços dos produtos em função do
custo de produção mais uma margem de lucro.
Esta pesquisa identificou uma pequena parcela das firmas madeireiras que
define os preços de seus produtos com base na pauta estabelecida pela
Secretaria da Fazenda do Estado do Acre (SEFAZ).
De acordo com Silva (2007), em 2004, a metade das madeireiras do estado
do Acre adota para definir os preços dos produtos o custo de produção mais
margem de lucro.
4.2.2 Políticas de promoção
A pesquisa do estudo do setor madeireiro da Regional do Baixo Acre e
município de Sena Madureira, sobre a estratégia de propaganda ou publicidade,
gerou os seguintes resultados, relacionados na tabela 17.
Através das informações sintetizadas na tabela 17, referente à propaganda
em revista ou jornal, no setor madeireiro aqui analisado, apenas um quarto das
firmas Outras4 e a média geral adotam essa estratégia. No tocante à divulgação
em rádio ou televisão, a pesquisa indicou que poucas firmas praticam.
Complementando, em relação à propaganda em cartazes ou placas do
mercado madeireiro analisado, os resultados foram insignificante. Quanto ao item
65
publicidade como forma de alcançar o cliente através da lista telefônica, quase
todas as firmas fazem.
Tabela 17 - Estratégia de propaganda no setor madeireiro, no setor madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Nível no mercado (%) Quesito C4 Outras4 Média geral
Revista/jornal 0,00 23,00 20,00 Rádio/televisão 0,00 15,00 13,00 Cartazes/placas 0,00 4,00 3,00 Lista telefônica 0,00 81,00 77,00 Publicidade: informativo à imprensa 0,00 38,00 33,00 Feiras e exposição 50,00 8,00 13,00 Informativo ao usuário 0,00 15,00 13,00
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
Concernentemente à participação em feiras e exposições como forma de
fazer propaganda dos produtos madeireiros, a metade das maiores firmas tem o
hábito desta prática. Já no item propaganda através de informativos aos usuários,
os resultados foram muito baixos, em 2008.
A conduta dos empresários do setor madeireiro acreano continua
inexpressível quanto à propaganda para divulgar a produção por meio dos
veículos de comunicação. Tal cenário foi encontrado, também, por Silva (2007).
A tabela 18 apresenta os resultados de 2008 no tocante às ações de
estratégias de vendas, aplicadas pelo setor madeireiro em análise.
De acordo com os dados dessa tabela, a metade das firmas praticou venda
através de visita pessoal aos clientes. Aproximadamente, dois terços das firmas
madeireiras possuíam amostra de produtos em pontos de venda aos clientes,
enquanto que as políticas de doações de brindes não eram muito adotadas no
setor madeireiro pesquisado.
66
Tabela 18 - Estratégia de promoção de venda, no setor madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Nível no mercado (%) Quesito C4 Outras4 Média geral
Amostra em pontos de venda 0,00 38,00 33,00 Venda pessoal: visitas 50,00 8,00 13,00 Brindes ou concurso 0,00 4,00 3,00 Desconto ou financia 75,00 69,00 70,00 Demonstração 0,00 31,00 27,00 Doações 75,00 85,00 83,00
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
Por sua vez, três quarto das firmas do setor de madeireiras avaliadas
adotam estratégias de vendas usando descontos ou financiamento. A prática de
demonstração dos produtos madeireiros aos clientes, como uma forma de
melhorar a venda, é realizada por um terço das firmas.
As informações da tabela 18 mostram que as doações de produtos
madeireiros são feitas à sociedade carente, associações de classe e entidades
beneficentes, de forma bem representativa, como modo de divulgar seus
produtos.
Usando como referencial os resultados gerados por Silva (2007), verificou-
se que as serrarias em 2004-5, em relação às políticas de promoção para venda,
tiveram o seguinte perfil: vendas pessoais 36%; brindes 36%; demonstração de
produtos 0%; desconto 75% das maiores firma e 50% das Outras4.
4.2.3 Planificação e aperfeiçoamento do produto
Os resultados da avaliação da conduta do mercado madeireiro da Regional
do Baixo Acre e município de Sena Madureira, quanto ao planejamento e
aperfeiçoamento dos produtos do setor madeireiro, são elencados na tabela 19.
Um primeiro ponto a salientar sobre as informações indicadas na tabela 19
é que todos os entrevistados afirmaram que planejam a produção madeireira.
Outro ponto a mencionar é que as quatro maiores empresas madeireiras inovaram
67
para aperfeiçoar a produção. Já, em termos de planejamento da comercialização,
constatou-se que quase todas as firmas pesquisadas planejam suas vendas.
Observa-se, ainda nesta tabela, que dois terços das firmas C4 buscam
aperfeiçoar a comercialização de bens madeireiros, a metade da média geral
inovam na comercialização. Além disso, todas as maiores firmas treinam seus
funcionários, e na média geral só um terço foi treinado. O treinamento aos
funcionários concentrou-se no setor industrial com três quarto no grupo das firmas
C4 , e em quase todos da média geral.
Tabela 19 - Planejamento e aperfeiçoamento da produção no setor madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Nível no mercado (%) Quesito C4 Outras4 Média geral
Planeja o processo produtivo 100,00 100,00 100,00 Inova ou aperfeiçoa a produção 100,00 50,00 57,00 Planeja a comercialização 100,00 85,00 87,00 Inova ou aperfeiçoa a comercialização 75,00 46,00 47,00 Os funcionários recebem treinamento 100,00 35,00 30,00 - Na administração/venda 25,00 4,00 7,00 - No setor industrial 75,00 58,00 93,00 - Exploração/transporte 0,00 4,00 3,00
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
A tabela 20 caracteriza práticas de condutas que podem ser consideradas
como empreendedora e inovadora no mercado do setor madeiro. De acordo com
os dados indicados na tabela que segue, tem-se que a totalidade do grupo das
maiores firmas C4 procura novos mercados.
Os resultados referentes à criação de produtos novos e correr riscos
moderados em novos investimentos mostram que três quarto do grupo das quatro
maiores firmas apresentam essa conduta. Referentemente à inovação nos
métodos produtivos, detectou-se que todas as quatro maiores firmas e a metade
das Outras4 firmas inovam na produção.
68
Tabela 20 - Ação empreendedora e inovadora, no setor madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Nível no mercado (%) Quesito C4 Outras4 Média geral
Procura novos mercados 100,00 73,00 77,00 Cria novos produtos 75,00 38,00 43,00 Corre riscos 75,00 54,00 57,00 Inova nos métodos produtivos 100,00 50,00 57,00 Tem autoconfiança 100,00 100,00 100,00 Tem automotivação 100,00 100,00 100,00 É persistente/assertividade 100,00 100,00 100,00 Tem capacidade de adaptação 100,00 100,00 100,00 Tem responsabilidade 100,00 100,00 100,00
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
No universo total das firmas madeireiras pesquisadas, para os itens a
seguir: autoconfiança, automotivação, persistência, capacidade de adaptação e
responsabilidade, todas responderam sim.
4.2.4 Políticas de preço e de promoção dos concorrentes
A tabela 21 indica informações sobre como as firmas pesquisadas reagiram
às políticas de preços de venda e de promoções de seus concorrentes em 2008.
Tabela 21 - Políticas de preços e de promoções no setor madeireiro, da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Concorrentes alteram os preços
Concorrentes alteram a política de promoção
C4 Outras4 Média geral
C4 Outras4 Média geral
Acompanha 0,00 38,00 33,00 0,00 4,00 3,00 Não acompanha 75,00 58,00 60,00 75,00 92,00 90,00 Não respondeu 25,00 4,00 7,00 25,00 4,00 7,00
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
69
Verifica-se, a partir da tabela 21, que, no grupo das firmas Outras4, um
pouco mais de um terço citou que acompanhou as alterações de preços de venda
dos produtos promovidas por seus concorrentes. Por outro lado, para os
empresários das quatro maiores firmas do setor madeireiro, as variações nos
preços de venda e na política de promoções praticadas pelos concorrentes são
indiferentes.
4.2.5 Políticas empreendedoras e inovadoras no mercado madeireiro
A política empreendedora e inovadora no mercado madeireiro,
considerando aspectos de investimentos do setor madeireiro da Regional do Baixo
acre e município de Sena Madureira, apresentou os seguintes resultados expostos
nas tabelas 22 a 25.
Os números da tabela 22 mostram que a totalidade dos entrevistados
revelou haver plano de manutenção preventiva e que faz alguma inovação
tecnológica. Em relação à idade dos equipamentos, a metade, entre as quatro
maiores firmas, declarou que seus equipamentos são novos.
Tabela 22 - A situação do parque industrial madeireiro, da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Nível no mercado (%) Quesito C4 Outras4 Média geral
Equipamentos são novos 50,00 38,00 40,00 Inovação tecnológica 100,00 77,00 80,00 Existe manutenção preventiva 100,00 88,00 90,00
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
A tabela 23, por sua vez, apresenta a conduta para investimento no setor
madeireiro para 2009. Através dos dados desta tabela, observa-se que todas as
quatro maiores firmas têm projeto de investimento no setor madeireiro para 2009,
enquanto, na média geral, dois terços também demonstram a intenção de investir.
A maioria dos investimentos no setor madeireiro, de acordo com as
respostas, será para aumentar a produção.
70
Observou-se, também, no grupo das maiores empresas do setor
madeireiro, que três quartos pretendem investir para: melhor a qualidade dos
produtos, atingir novos mercados, aplicar em tecnologia, comprar novos
equipamentos e capacitar mão-de-obra.
Tabela 23 - Plano de investimento para 2009, no setor madeireiro, da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira
Nível no mercado (%) Quesito C4 Outras4 Média geral
Existe plano para investimento 100,00 73,00 77,00 - Aumentar a produção 100,00 62,00 67,00 - Melhorar a qualidade dos produtos 75,00 58,00 60,00 - Lançar novos produtos 75,00 35,00 40,00 - Alcançar novos mercados 50,00 15,00 27,00 - Investir em tecnologia 75,00 42,00 47,00 - Adquirir equipamentos novos 75,00 35,00 43,00 - Capacitar mão-de-obra 75,00 46,00 50,00
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
Vale ressaltar que, de acordo com Silva (2007), três quartos dos
empresários das quatro maiores firmas têm intenção de investir para: melhorar a
qualidade dos produtos; alcançar novos mercados; aumentar a produção; criar
novos produtos; equipamentos e qualificar mão-de-obra.
Complementando, a tabela 24 lista e explicita a fonte de recursos para
investimento no setor madeireiro do mercado estudado.
Tabela 24 - Recursos para investimento no setor madeireiro, da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Nível no mercado (%) Quesito C4 Outras4 Média geral
Recursos próprios 25,00 35,00 33,00 Financiamentos 75,00 38,00 43,00
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
Em termos de fonte de recursos para financiar o investimento, verifica-se
que três quartos das maiores firmas do mercado madeireiro pesquisado
71
informaram que usarão agentes financeiros oficial, conforme dados apurados
(Tabela 24).
A tabela 25 revela o comportamento dos empresários do setor madeireiro
pesquisado referentemente à participação em eventos interessantes ao mercado
de madeira.
Tabela 25 - Participação em eventos pelo setor madeireiro, da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira, 2008
Nível no mercado (%) Quesito C4 Outras4 Média geral
Proprietário/gerente participa de eventos 100,00 92,00 93,00 Aonde: - Local 25,00 65,00 60,00 - Nacional 75,00 31,00 37,00 - Internacional 0,00 0,00 0,00 Qual a frequência: - Semestral 25,00 42,00 40,00 - Anual 25,00 11,00 13,00 - Eventual 50,00 38,00 40,00 Como: - Visitante 75,00 69,00 70,00 - Expositor 25,00 23,00 23,00
Fonte: Dados coletados e processados pelo autor.
Conforme os números dessa tabela, os empresários e dirigentes do setor
madeireiro pesquisado afirmaram que participam de eventos relacionados ao setor
de madeiras.
Complementando, verificou-se que a maioria das participações em eventos,
por parte dos empresários madeireiros analisados, foi em nível local e nacional,
com uma frequência eventual, como visitante.
CONCLUSÃO
Estruturas do mercado madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena Madureira.
Os números pesquisados e processados a respeito do setor madeireiro
atuante na Regional do Baixo Acre e Sena Madureira, em 2008, geraram
resultados, os quais permitiram as seguintes conclusões:
• Grau de concentração
O setor madeireiro estudado, de acordo com a competitividade, apresentou-
se como oligopólio tipo II.
Considerando o nível de concentração em relação às quatro maiores
empresas madeireira analisadas, o mercado de madeira encontra-se
moderadamente concentrado.
Pelo índice de Herfindahl-Hirschman calculado, é possível afirmar que o
mercado madeireiro pesquisado caracteriza-se como altamente competitivo.
A concentração do mercado de madeira estudado classifica-se, segundo o
número de firmas, como um exemplo de concorrência monopolística.
A maior concentração do mercado de madeira, do Estado do Acre,
encontra-se em Rio Branco, o qual detém 57% do volume comercializado no
estado, seguido por Sena Madureira, com 15,5%; e Porto Acre, com 14,25%.
• Grau de diferenciação dos produtos
73
Pelo fornecimento de serviços especiais aos clientes, tais como a doação
de brindes, as firmas promovem a diferenciação de seus produtos.
O quesito que as firmas mais usam para diferenciar-se entre si é a
qualidade dos seus produtos.
• Grau de dificuldade à entrada de novas firmas no mercado
A aquisição de matéria-prima madeireira, estoque preventivo de madeira
em tora e disponibilidade de mão-de-obra funcionam como empecilho à entrada
de novos concorrentes no mercado de madeira estudado.
As florestas da regional estudada têm potencial para disponibilizar madeira
em tora, num nível sustentável, para atender a atual produção da indústria na
região, ou mesmo, caso necessário, de elevar esta produção em até 450%,
contribuindo, com isso, na geração de emprego e renda para população local.
• Condutas do mercado do setor madeireiro estudado
Os dados coletados e processados na pesquisa originaram resultados que
conduziram a conclusões em relação à conduta do mercado madeireiro em foco,
atinentes ao ano de 2008.
• Política para formação de preços
A maioria dos empresários do setor madeireiro da Regional do Baixo Acre e
município de Sena Madureira define os preços de seus produtos em função do
custo da produção mais o lucro.
Os empresários não adotavam a tabela do sindicato, em 2008, para
determinar os preços de seus produtos.
A maioria das firmas comercializa a produção madeireira na serraria.
Dentre aqueles que vendem em depósitos, apenas uma pequena parcela tem
preços diferentes do praticado nas serrarias.
74
• Políticas de promoção
Como instrumento de propaganda, no setor madeireiro estudado, o veículo
mais usado para divulgar a produção é a lista telefônica.
Apenas a metade do grupo das quatro maiores firmas madeireira participa
de feiras e exposição para divulgar os seus produtos.
O mercado madeireiro analisado encontra-se, de modo geral, apático em
relação à publicidade de seus produtos nos canais de comunicação de massa.
No tocante à estratégia de promoção para crescer as vendas de madeiras,
os pontos de maior realce foram: venda pessoal via visitas a clientes; desconto ou
financiando nas vendas, e doações a entidades filantrópicas e comunidade
carente.
• Planificação e aperfeiçoamento do produto
Os empresários dispensam bastante atenção ao setor produtivo quando o
assunto é: planejamento, inovação e treinamento de funcionários.
O setor possui grande deficiência em relação a treinamento de pessoal nos
setores: administrativo; exploração; e transporte de madeira.
Todos empresários do setor madeireiro responderam que participam de
eventos voltados para o setor, sendo a maioria em nível nacional e como visitante.
• Políticas de investimento no setor madeiro
Mais de dois terços das firmas do setor madeireiro intencionam investir,
sendo mais da metade para aumentar a produção e a qualidade dos produtos.
Os recursos para investimento serão, em sua maioria, obtidos com agentes
financeiros oficiais.
Sugestões:
75
Considerando-se as conclusões diante dos resultados derivados do estudo
do mercado madeireiro da Regional do Baixo Acre e município de Sena
Madureira, pode-se sugerir algumas ações para fomentar políticas públicas e
privadas voltadas a melhorar o comportamento do mercado madeireiro no sentido
de aumentar a eficiência e diminuir os impactos na floresta.
- Em relação à concentração do mercado madeireiro, os gestores devem
incentivar o desenvolvimento de atividades madeireiras nos municípios que não as
exploram, assim, visando à geração de emprego e renda para as comunidades
urbanas e rurais de forma sustentável. Com isso, objetivando diminuir o impacto
no setor florestal dos municípios com maior concentração.
- Os empresários devem desenvolver políticas de marketing como forma de
melhor divulgar os produtos madeireiros no mercado local e global.
- Para aquisição do suprimento da matéria-prima faz-se necessário o
incentivo, por parte dos governantes locais, ao uso do manejo florestal.
- Evitar a criação de dificuldades para não gerar facilidades desnecessárias
na liberação da documentação, no que concerne aos organismos estatais.
- Os empresários do setor devem evitar a venda da produção como
matéria-prima, e sim agregar valor através do processamento.
- O poder público deve criar linhas de financiamento que gerem
investimentos em inovações tecnológicas e, desse modo, aumentar a
diversificação da produção por meio de novos produtos acabados.
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APÊNDICE
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CURSO DE MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL
ANÁLISE DA CONDUTA DO MERCADO E DO EMPRESÁRIO NOS PROCESSOS DE EXPLORAÇÃO, INDUSTRIALIZAÇÃO E
COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS MADEIREIROS NA REGIONAL DO BAIXO ACRE, 2008.
QUESTIONÁRIO
(Setor Produtivo e comercialização – Serrarias e depósitos)
Este documento é elemento de pesquisa no setor florestal da Regional do
Baixo Acre e cujas informações serão mantidas em sigilo.
1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA: 1.1 Nome:_________________________________ 1.2 Proprietário:__________________________________________ 1.3 Endereço:__________________ Bairro:_____________ Cidade:___________ 1.4 Telefone:______________ Fax:____________________ 1.5 Registros: CGC:_____________________IBAMA/IMAC_______________ 1.6 Ano de Instalação:_________ 1.7 Atividades: Serraria ( ) Depósito ( ) 1.8 Ano de Instalação:________ Entrevistado:____________________________________________________ Nome:___________________________________________________________ Cargo:______________________________ Data da entrevista: _____/______/_______
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2. CARACTERIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 2.1 O Proprietário participa de eventos do setor madeireiro?
Sim ( ) Não ( ) A que Nível? Local ( ) Nacional ( ) Internacional ( ) Qual a frequência? Anual ( ) Semestral ( ) Eventualmente ( ) Como? Expositor ( ) Visitante ( )
2.2 O Proprietário participa de reuniões da associação e sindicato do setor?
Sim ( ) Não ( ) 2.3 Os funcionários são treinados ou fazem cursos? Sim ( ) Não ( ) Nos setores: administrativo/venda ( ) industrial ( ) Exploração / transporte ( ) Qual a Frequência? Anual ( ) Semestral ( ) Eventualmente ( ) Existem outras necessidades? Quais:____________________________ 2.4 A firma/proprietário/dirigente, recebem informativos de atualização do setor? Quais? Revista ( ) Boletim ( ) Quais os assuntos mais interessantes: Produção ( ) Equipamento ( ) Mercado ( ) 2.5 O empresário realiza ou procura alguma das situações abaixo:
a) Procura novos mercados? Sim ( ) Não ( ) b) Cria novos produtos no mercado? Sim ( ) Não ( ) Quais?____________ c) Corre riscos? Sim ( ) Não ( ) Quais:_____________________________ d) Inova nos métodos produtivos? Sim ( ) Não ( ) Como:_______________ e) Tem autoconfiança? Sim ( ) Não ( ) f) Tem automotivação? Sim ( ) Não ( ) g) É persistente/ Assertividade? Sim ( ) Não ( ) h) Capacidade de adaptação? Sim ( ) Não ( ) i) Responsabilidade? Sim ( ) Não ( )
3 CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL 3.1 Matéria-prima 3.1.1 Consumo total de matéria-prima em tora (m³) em 2008:_______________ 3.1.2 Dificuldades na obtenção da madeira em toras: Não ( ) Sim ( ) Quais: Capital ( ) Oferta de toras ( ) Mão de obra ( ) Empreiteiro ( ) 3.1.3 Usa estoque preventivo para trabalhar na época chuvosa? Não ( ) Sim ( ) Obs:________________________________________ 3.2 Processos de industrialização 3.2.1 Existem limitações na produção? Não ( ) Sim ( ) Quais: Equipamento ( ) Mão de obra ( ) Qualidade da madeira. Quais os impactos finais:_______ 3.2.2 Existem limitações para estocagem de produto final? Não ( ) Sim ( ) Quais? Espaço ( ) Capital ( ) Degradação por insetos/fungos ( ) Outros:_________________________________________________
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4 COMERCIALIZAÇÃO 4.1 A produção é vendida aonde?
Serraria ( ) ____% Depósito próprio ( ) ____% 4.2 A madeira vendida na sua serraria e no seu depósito tem preços diferentes?
Sim ( )________% Não ( ) 4.3 Existem alguma dificuldade para atender as exigências do consumidor:
Sim ( ) Não ( ) Quais?______________________________________ 4.4 Como ocorrem à determinação do preço de venda produção?_________ ____________________________________________________________ 4.5 Vocês oferecem serviços especiais: Tipo de serviço Sim Não Observações Pronta entrega Brindes Garantia de qualidade Frete grátis
4.6 Promoção Estratégia/ Propaganda Sim Não Observações Revista/jornais Rádio/televisão Cartazes/placas Lista telefônica Amostras em pontos de venda Venda pessoal: Visitas Promoção de venda: Brindes/concurso Feiras/exposição Desconto/financia Demonstração Publicidade: Informativo à imprensa Doações Informativo ao usuário
5 DIVERSAS 5.1 A sua empresa procura diferenciar de seus concorrentes: Sim ( )Não ( ) Em função de: Preço ( ) Produto ( ) Espécie ( ) Qualidade ( ) Serviços especiais ( ) Método de distribuição ( ) Promoção ( ) De outra forma ( ) Qual?____________________________________________
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5.2 Para situações em que os concorrentes aumentam ou diminuem os preços de venda, qual a sua reação?_____________________________ 5.3 Para situações em que os concorrentes aumentam ou diminuem as políticas de promoção, qual a sua reação?________________________ 5.4 Como é que você planeja sua produção?_________________________ 5.5 Têm tentado inovar ou aperfeiçoar a produção?___________________ 5.6 Como é que você planeja sua comercialização?___________________ 5.7 Têm tentado inovar ou aperfeiçoar a sua comercialização?__________ 5.8 Os equipamentos são novos: Sim ( ) Não ( ) Qual a média de idade:________________________________________ 5.9 Ocorrem à inovação tecnológica dos equipamentos? Sim ( ) Não ( ) 5.10 Existem um plano de manutenção preventiva para máquinas e equipamentos? Sim ( ) Não ( ) 5.11 Existem Planos para Investimentos? Sim ( ) Não ( ) Qual a finalidade: ( ) Aumentar a Produção ( ) Melhorar a qualidade do Produto ( ) lançar Novos Produtos ( ) Acessar novos mercados ( ) Investir em tecnologia ( ) Adquirir equipamentos novos ( ) Capacitar o capital social outros:__________ 5.12 Os Recursos para investimentos serão: Próprios ( ); Agente Financeiro ( ); Quais Agentes:_________________ 6 COMENTÁRIOS GERAIS:________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
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