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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E AÇÕES COMUNITÁRIAS DEPARTAMENTO DE EXTENSÃO PROGRAMA DE INCLUSÃO, ACESSO E PERMANÊNCIA __________________________________________________________________________________________________________________________________ Disciplina: Geografia Geral Prof. Amiraldo Oliveira Cartografia: Conhecendo as principais projeções. O que vem a ser a cartografia, como ela é utilizada, qual a sua principal finalidade, os mapas têm relevâncias na sociedade atual? Muitas perguntas são feitas quando se fala sobre a Cartografia, porém poucas vezes são entendidas da maneira correta. Vejamos bem. A cartografia é a ciência responsável pela elaboração de mapas e para isso é necessário de alguns recursos, sendo o principal deles a projeção cartográfica. Vimos o conceito de Cartografia e começamos a falar sobre a projeção cartográfica (calma, não são as mesmas coisas). Então qual a finalidade da projeção cartográfica? A projeção cartográfica é utilizada para extrair ou minimizar as imperfeições do mapa (que em toda e qualquer hipótese está sujeito a imperfeições e distorções) desta forma, podemos dizer que as projeções cartográficas darão um rigor cientifico ao mapa. Vejamos alguns exemplos em relação as projeções: Projeção Cilíndrica, a base é o globo terrestre. Este tipo de projeção é mais usado para representar apenas a parte do globo terrestre. Caracteriza-se por um cone imaginário sobre o globo onde os paralelos formam círculos concêntricos e os meridianos são linhas retas convergentes para os polos. Disponível em: cursinhopreenem.com.br Projeção Cônica, este tipo de projeção é mais usado para representar apenas partes do globo terrestre. Caracteriza-se por um cone imaginário sobre o globo, onde os paralelos formam círculos concêntricos e os meridianos são linhas retas convergentes para os polos. Disponível em: cursinhopreenem.com.br Projeção Plana ou Azimutal, usada principalmente para representar os polos ou países posicionados na parte central do planeta, esse tipo de projeção consiste numa representação sobre um plano tangente à esfera terrestre. Os meridianos irradiam do polo e os paralelos são círculos concêntricos. _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRÓ-REITORIA DE … · no centro da cidade de Macapá no Estado do Amapá, será levantada uma série de hipóteses as ... que desde o uso do mapa

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E AÇÕES COMUNITÁRIAS

DEPARTAMENTO DE EXTENSÃO

PROGRAMA DE INCLUSÃO, ACESSO E PERMANÊNCIA __________________________________________________________________________________________________________________________________

Disciplina: Geografia Geral

Prof. Amiraldo Oliveira

Cartografia: Conhecendo as principais

projeções.

O que vem a ser a cartografia, como ela é

utilizada, qual a sua principal finalidade, os mapas

têm relevâncias na sociedade atual? Muitas

perguntas são feitas quando se fala sobre a

Cartografia, porém poucas vezes são entendidas

da maneira correta. Vejamos bem. A cartografia é

a ciência responsável pela elaboração de mapas

e para isso é necessário de alguns recursos,

sendo o principal deles a projeção cartográfica.

Vimos o conceito de Cartografia e

começamos a falar sobre a projeção cartográfica

(calma, não são as mesmas coisas). Então qual a

finalidade da projeção cartográfica? A projeção

cartográfica é utilizada para extrair ou minimizar as

imperfeições do mapa (que em toda e qualquer

hipótese está sujeito a imperfeições e distorções)

desta forma, podemos dizer que as projeções

cartográficas darão um rigor cientifico ao mapa.

Vejamos alguns exemplos em relação as

projeções:

Projeção Cilíndrica, a base é o globo terrestre.

Este tipo de projeção é mais usado para

representar apenas a parte do globo terrestre.

Caracteriza-se por um cone imaginário sobre o

globo onde os paralelos formam círculos

concêntricos e os meridianos são linhas retas

convergentes para os polos.

Disponível em: cursinhopreenem.com.br

Projeção Cônica, este tipo de projeção é mais

usado para representar apenas partes do globo

terrestre. Caracteriza-se por um cone imaginário

sobre o globo, onde os paralelos formam círculos

concêntricos e os meridianos são linhas retas

convergentes para os polos.

Disponível em: cursinhopreenem.com.br

Projeção Plana ou Azimutal, usada

principalmente para representar os polos ou

países posicionados na parte central do planeta,

esse tipo de projeção consiste numa

representação sobre um plano tangente à esfera

terrestre. Os meridianos irradiam do polo e os

paralelos são círculos concêntricos.

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Como podemos ver a superfície terrestre

pode ser vista e analisada de diversas formas, a

cartografia via analisar refazer alterações e criar

os mapas.

Os Mapas:

Há vários anos atrás nossos ancestrais

faziam desenhos nas arvores, nas areias, nas

paredes de cavernas, desenhos com o formato de

uma área, sua depressão se era possível explorar

alimento ou o cultivar, a esses desenhos

chamamos de Mapas Primitivos, afinal era a

representatividade do terreno sendo ele plano ou

não.

Aonde pretendemos chegar, vamos focar

principalmente no fato que atualmente existe uma

infinidade de mapas, também conhecidos como

carta geográfica, e ao longo dos anos passaram

assim como tudo por adaptações, interligadas a

interfaces inteligentes, tais como GPS e

sensoriamento remoto. E normalmente apresenta

quase tudo o que a superfície terrestre e aquática

apresenta como, golfo, península e povoados.

Existem ainda as cartas náuticas que servem

como referência para quem navega em mares e

rios do Brasil e do mundo.

Então podemos dizer que o mapa serve

pra localizarmos algo ou alguém? Na verdade não,

o mapa serve para análise, para montar uma

estratégia, para avaliar a situação de minérios se

é benéfico ou não a uma sociedade e não

“apenas” localizar.

Os mapas se dividem principalmente em

dois tipos, o Mapa Físico e o Mapa Político.

Mapa Físico, são aqueles responsáveis

por representar os acidentes naturais que ocorrem

ou ocorreram no terreno, tais como golfo,

península e montanhas.

Mapa Político, é aquele que comumente

apresenta os aspectos políticos de um território,

como as fronteiras de um país, suas capitais e

cidades mais importantes.

Essas são teoricamente as categorias de mapas

mais difundida em atlas e livros didáticos.

Como interpretar um mapa:

Existem vários meios e formas distintas de

se observar, analisar e chegar a uma conclusão

sobre o mapa, dependendo do ponto de vista e

para onde o mesmo é redirecionado, pode estar

certo, mas não de acordo como o especialista

pede.

Vejamos, se houver uma jazida de petróleo

no centro da cidade de Macapá no Estado do

Amapá, será levantada uma série de hipóteses as

quais chegariam a conclusão de que aquela área

geograficamente tem um potencial elevado a ser

explorado, seria feita uma análise novamente no

mapa e constaria de que era preciso de toda a

cidade para realizar a exploração, isso seria uma

interpretação a favor do capital, mas uma outra

analise mostraria como uma abertura de um poço

poderia poluir o rio amazonas na frente da cidade

e chegar a outros países causando uma grande

epidemia de doenças e dizimando a vida marinha,

seria uma nova analise as duas estão corretas,

porém cada uma a quem a interessa, daí a

necessidade de entender, ou saber interpretar um

mapa.

Para que possa ser feita uma análise

completa de um mapa com rapidez e certeza de

que analisou todos os dados de forma correta sem

se atrapalhar você deve ficar atento

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principalmente aos desenhos simbólicos que vem

ilustrados nos mapas, como uma linha azul

representando um rio, ou uma linha negra

simbolizando as estradas de ferro, existe uma

afinidade, cada um com uma característica, mas

basicamente com o mesmo objetivo, informar de

que forma as interpretações do mapa podem ser

feitas, além das linhas imaginarias que

representam trópicos, marco divisores, tratam e

dão ênfase aos planos cartográficos mostrando

sua importância e de que forma a alteração do

espaço vem ocorrendo, seja através do meio físico

com vulcões em erupção ou em terremotos que

causam desdobramentos do solo, além dos

desastres ocorridos em razão da ação humana.

Aspectos Gerais:

A estrutura da Terra Esse ramo da

Geografia analisa os elementos naturais do

planeta, como a evolução da Terra, dinâmica

climática, aquecimento global e outros problemas

ambientais.

Para entendermos como ocorre todo esse

processo em nosso planeta, devemos analisar os

seguintes aspectos. A parte rochosa da terra é a

Litosfera (Crosta Terrestre) na sua camada

superficial existe o solo, onde se manifestam as

ações do reino vivo da terra, seja ele vegetal, seja

ele animal. A terra conta ainda com uma camada

gasosa, a Atmosfera, e uma camada liquida a

Hidrosfera, esta que é formada por mares,

geleiras, rios e vapor d’água.

Fique atento as águas do oceano

cobrem cerca de ¾ da superfície do planeta,

estimativa esta que tende a mudar com os

fenômenos meteorológicos que vem

ocorrendo ao longo dos anos. Além disso a

terra comporta ainda a Biosfera, ou seja, é a

junção de onde há vida, inclui partes da litosfera,

da atmosfera e da hidrosfera. Os fatores abióticos

ou aqueles que tem uma relação direta com o

clima, fazem com que o sol dite a dinâmica da

terra, exercendo forte influência principalmente

nas ações da natureza. Ações essas que

começam com a importância da radiação solar,

que aquece a terra fazendo com que novos

fenômenos ocorram como a formação de nuvens,

a maior parte dessa luz é visível, aí começa a

importância para a realização da fotossíntese.

Placas tectônicas

As placas tectônicas são blocos com

dimensões extremamente grandes que compõem

a camada solida da terra do nosso planeta (a

litosfera). Sendo responsável por conter os

continentes e impedir que os mares e oceanos não

dominem o pouco da camada de solo que ainda

existe.

As principais placas do mundo se

empurram, movem-se, causam alguma atividade

que acaba afetando a estrutura geológica de

alguns lugares, causando tremores em outros e

fazendo até com que ondas gigantescas se

levantem causando catástrofes de caráter social,

político e principalmente econômico.

No mapa podemos perceber as mais

variadas formas de placas existentes em nosso

planeta, se observarmos com mais cautela,

poderemos perceber a presença de algumas setas

para direita, para a esquerda, para baixo e para

cima, as linhas pretas representam os limites das

placas e tem a presença de vários pigmentos que

são os vulcões ativos. Então as convergências

entre as placas tectônicas acabam provocando

esses fenômenos. Entre esses diversos

fenômenos podemos citar o atual contexto em que

os continentes são divididos, isso ocorreu ao longo

de milhares de ano e acabou configurando a forma

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atual dos continentes, e isso tudo ocorreu em um

processo conhecido como deriva continental.

Vejamos alguns conceitos

Tectonismo, são os lentos deslocamentos das

placas tectônicas, que podem ser verticais ou

horizontais. Quando é vertical (epirogênese),

levanta ou abaixa a crosta durante um prolongado

espaço de tempo. Quando o movimento de uma

placa em relação a outra é horizontal (Orogênese),

uma acaba entrando embaixo da outra resulta na

formação de cadeias de montanhas e de fossas.

Vulcanismo, os vulcões são fendas na crosta

terrestre por meio das quais o magma do manto

atinge a superfície. Existem dois tipos básicos de

vulcão: o explosivo, que aparece nos pontos de

encontros das placas tectônicas, e não explosivo,

como os do Havaí que fica bem no meio de uma

placa tectônica.

Abalos sísmicos, são tremores na superfície

terrestre causados pelo movimento da placa

tectônica ou em virtude da grande energia liberada

pelo vulcanismo. Eles se propagam em ondas a

partir do hipocentro (área de contato entre as

placas) as regiões do epicentro (ponto na

superfície da terra diretamente acima do local

onde se registra a maior intensidade).

Falhas Transformantes

São criadas por duas placas que deslizam uma ao

lado da outra. O atrito entre elas guarda muita

tensão, que pode causar terremotos destruidores.

Placas convergentes 1

São placas que vão uma de encontro a outra. A

placa mais densa mergulha para baixo da menos

densa como no choque entre uma placa oceânica

e outra continental.

Placas convergentes 2, quando as placas têm a

mesma densidade chocam-se e se comprimem o

Himalaia é resultado disso.

Placas divergentes, são aquelas que se afastam

pela falha aberta na crosta, pode escapar magma

dando origem a ilhas vulcânicas, esse tipo de

movimento provoca menos terremotos.

Erosão.

Exposição segundo o dicionário é o ato de

ficar exposto, sem proteção, mostrando sua parte

mais vulnerável. Então, qual a ligação entre

erosão e exposição, bom, muito simples a erosão

nada mais é do que a exposição prolongada a

agentes naturais que provocando o desgaste do

solo e das rochas, desta forma ocorre um

processo de desintegração das rochas e solos, e

seu material acaba sendo transportado para uma

outra área a partir de fatores naturais, como vento

e chuva.

Os principais elementos responsáveis pela

erosão são:

Ventos: Responsáveis por formarem dunas em

desertos e praias.

Ex.:

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Rios: Formam vales, cânions e planícies

Mares: O choque das ondas do mar em paredões

dá origens a falésias

Geleiras: Seu deslocamento desgasta e recorta

montanhas.

A partir dos exemplos podemos perceber o

quanto o planeta tem mudado, mas não podemos

dizer também que as erosões são causadas

apenas pelos fenômenos naturais citados, o

homem assim como a natureza é um dos

principais responsáveis pela erosão do solo

principalmente, por que em muitas ocasiões e sem

o estudo necessário este acaba tirando uma

vegetação de um lugar para cultivo ou para

criação de gado fazendo com que as ações

intempéricas possam atuar com ainda mais

facilidade provocando desta forma a erosão.

Intemperismo

Ao longo deste material é possível ir

percebendo como as modificações do nosso

mundo são realizadas, mas do que isso é possível

entender e explicar todo esse processo, chegando

a conclusões de cunho analítico e social provando

que desde o uso do mapa primitivo até os dias

atuais com o GPS, o mundo vem sofrendo com as

constantes alterações chegando a afirmar as suas

correlações entre os processos históricos da

humanidade que é degradado e reconstruído

diversas vezes com a prioridade de se reinserir na

sociedade.

Onde queremos chegar com isso? Vamos

chegar ao ponto em que as ações intempéricas

elas não tentam se reinserir no nosso meio, elas

são realidades tão bonitas, fascinantes, que nos

enchem os olhos e fazem com que a admiramos

por longas horas, seja de forma pessoal ou

através de fotos. Mas então que é esse

intemperismo que tanto falamos, bom o

intemperismo é o processo de degradação das

rochas provocados por fenômenos químicos e

físicos.

As degradações dessas enormes rochas

irão se tornar areia e com as ações do vento serão

transportadas a outros lugares formando praias e

até mesmo Dunas. O intemperismo químico

ocorre quando a rocha tem a sua química alterada

pelo efeito da água

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Clima

Nada mais é do que um padrão de diversos

elementos atmosféricos. Fenômenos como

frentes frias, tempestade, furacões. A climatologia

é uma especialização da pesquisa meteorológica

e geográfica dedicada ao estudo e investigação do

clima em seus múltiplos aspectos. Hoje é mais

difícil dar qualquer definição ao clima devido as

series temporais facilmente atribuídas as ações

antropogênicas. Existe uma série de fatores

climáticos e humanos capazes de influenciar as

características ou a dinâmica de um ou mais tipos

de clima, fatores esses em que cada um interfere

na interface do outro, são eles: Pressão

atmosférica: variações históricas das amplitudes

de pressões endógenas (magma) e exógenas

(crosta) do planeta Terra; Órbita - mudanças

cronológicas (geológicas e astrofísicas) nas

posições das órbitas terrestres (em graus,

minutos, segundos, décimos, centésimos e

milésimos de segundos) ocasionam maiores ou

menores graus de insolação que modificam as

variadas ações calorimétricas (ora incidentes ou

deferentes) no planeta Terra (dificilmente

perceptíveis aos humanos); Latitude - distância

em graus entre um local até a linha do equador;

Altitude - a distância em metros entre uma cidade

localizada em um determinado ponto do relevo até

o nível do mar (universalmente considerado como

o ponto ou nível médio em comum para medidas

de altitudes); Maritimidade - corresponde à

proximidade de um local com o mar;

Continentalidade - corresponde à distância de um

local em relação ao mar, permitindo ser mais

influenciado pelas condições

climáticas provenientes do próprio continente;

Massas de ar - parte da atmosfera que apresenta

as mesmas características físicas (temperatura,

pressão, umidade e direção), derivadas do tempo

em que ficou sobre uma determinada área da

superfície terrestre (líquida ou sólida); Correntes

marítimas - grande massa de água que apresenta

as mesmas características físicas (temperatura,

salinidade, cor, direção, densidade) e pode

acumular uma grande quantidade de calor e,

assim, influenciar as massas de ar que

sobrepõem; Relevo - presença e interferências de

montanhas e depressões nos movimentos das

massas de ar; Vegetação - emite determinadas

quantias de vapor de água, influenciando o ciclo

hidrológico de uma região. A presença de

megalópoles ou de extensas áreas rurais, as quais

modificaram muito a paisagem natural, como por

exemplo a Grande São Paulo, a Grande Rio de

Janeiro, influenciando o clima local. Existem

diversos tipos de clima, e todos tem uma

importância significativa em relação ao meio

ambiente, social e econômico para os diversos

tipos de variações climáticas. Clima Tropical:

Possuem o clima tropical os locais de regiões

intertropicais que são megatérmicas – com

temperatura elevada o ano todo, acima de 18 ºC-.

Situam-se próximas aos trópicos de Câncer e de

Capricórnio. Clima Subtropical: Característico das

áreas de latitude entre 30° e 50° com temperaturas

médias anuais nunca superiores a 20 °C e em que

a temperatura mínima do mês mais frio nunca é

menor que 0 °C. Clima equatorial: é um dos tipos

climáticos das regiões intertropicais utilizado no

sistema de classificação climática de Köppen-

Geiger, no qual é denotado pelo grupo Af, para

classificar o clima das zonas geográficas

caracterizadas pela elevada temperatura média do

ar; entre 24 °C e 27 °C, com média mensal sempre

superior a 18 °C e alta pluviosidade ultrapassando

os 2000 mm de precipitação total anual e atinge

precipitação média mensal superior a 60 mm em

todos os meses do ano). Existem ainda outros

tipos de clima.

Esses climas devem ser analisados se houve

algum tipo de alteração e caso tenha ocorrido a

alteração ver com que frequência com que estes

mudaram.

Revolução Industrial

Quando falamos em revolução não

estamos falando no sentido de revolta, mas sim

em uma profunda e imensa transformação que

ocorreu no mundo que agitou a economia

(principalmente), a sociedade e as culturas.

A Revolução Industrial ocorreu na

Inglaterra no século XVIII, dando início a era do

Capitalismo.

Mas por que a necessidade de uma

revolução industrial? Como era o trabalho naquela

época? Por caracterizar-se como uma era de

trabalhos artesanais, a revolução industrial á tinha

como principal ponto o aumento em suas

produções, para muitas pessoas isso significou

uma chance de começar uma nova vida frente ao

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capitalismo, porém não foi bem isso que ocorreu,

as fábricas não davam as mínimas condições

possíveis, então todo esse processo de

tecnologia, de grandes maquinários, trouxe

também uma superlotação de pessoas para os

grandes centros urbanos, havendo um processo

de marginalização da sociedade que ficavam as

margens da alta classe burguesa.

Por que na Inglaterra? Todos nós

sabemos que a revolução Industrial teve seu início

na Inglaterra, o que não sabemos é o motivo, foi

devido ao fato de que a Inglaterra naquela época,

era realmente um país a frente de seu tempo A

Inglaterra era um país que possuía muitas

reservas de carvão mineral, ou seja, tinham a

principal fonte de energia para que as máquinas e

as locomotivas à vapor funcionassem. Tinham

também a matéria-prima utilizada naquele

período, o minério de ferro. Além disso, a

burguesia inglesa tinha capital suficiente para abrir

fábricas, financiá-las, comprar o maquinário,

matéria-prima, e contratar empregados. Para

facilitar, a procura por emprego nas cidades

inglesas era muito grande, portanto a mão-de-obra

se tornava ainda mais barata porque era única

opção. Sem contar que tinham também um vasto

império colonial consumidor e fornecedor de

outras matérias-primas. Desta forma podemos

entender por que a Revolução ganhou tanto

ímpeto, e visão na Inglaterra.

Chegando ao ponto em que realmente

interessa que consistiu basicamente na 1ª etapa

com:

Tecnologia: Ferro e vapor

Setores de destaque: Têxtil, siderúrgica e

agrícola

Destaque: Europa Ocidental (Inglaterra, Bélgica e

França)

O artesanato é a forma mais simples de

indústria. Nele, todas as fases da produção são

realizadas pela mesma pessoa. Por exemplo: na

tecelagem, quem produzia fios também os tecia.

Como o artesão trabalhava em casa, auxiliado

apenas pela família, esse tipo de atividade

industrial é conhecido como sistema doméstico de

produção.

A manufatura representa um estágio mais

avançado da atividade industrial. Nela, um certo

número de trabalhadores é concentrado no local

da produção, onde ocorre uma divisão do trabalho

ou especialização: o processo produtivo é

segmentado e cada trabalhador passa a executai-

uma tarefa específica, sem precisar se deslocar ou

trocar de ferramentas. Com isso, há um ganho de

produtividade. As manufaturas surgiram na

Europa Ocidental durante a Baixa Idade Média,

impulsionadas pelo Renascimento Comercial e

Urbano.

A maquino fatura, que caracteriza a

Revolução Industrial, distingue-se pelo emprego

de máquinas, as quais substituem tanto as

ferramentas dos artesãos como os equipamentos

utilizados nas manufaturas.

Devemos, portanto, lembrar que a palavra

indústria pode, eventualmente, ser aplicada a

situações anteriores à Revolução Industrial. Claro

que, nesses casos, ela terá o sentido de

artesanato ou de manufatura – nunca o de

maquinofatura.

2ª Etapa a partir do século XIX

Foi então nesse período que vieram ainda

mais mudanças, principalmente com novas

tecnologias sendo empregadas, como o aço, o

petróleo e o surgimento da eletricidade, novos

setores começam a se destacar, se antes o setor

de exploração de recursos minerais era bastante

utilizado, nesse período (até os dias atuais)

começam a exploração de petróleo com a criação

de diversas petroquímicas, além de metalúrgicas

e as grandes fabricas de automóveis, localizadas

principalmente no EUA e Japão.

A única coincidência entre o marco inicial

no século XVIII e o século XIX, são as grandes

consequências causadas pela revolução

industrial, entre elas, econômicas, políticas,

sociais e ambientais.

Consequências econômicas:

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- Fortalecimento

- Crescimento econômica

- Trabalho assalariado

- Mudança do centro econômico

- Mediterrâneo/ Norte Europeu/ EUA

Política:

- Surgimento de teorias opostas ao capitalismo

- Desenvolvimento das ideias do liberalismo

econômico.

Sociais

- Êxodo Rural e urbanização

- Surgimento da classe operária

- Enfraquecimento dos laços operários

Ambientais:

- Poluição de recursos e do ar

- Maior Extração de matéria prima.

A 3ª Revolução Industrial

Foi e é uma das principais fases não só da

revolução, mas da própria história do capitalismo,

vejamos bem, essa terceira fase começou em

meados do ano de 1940, logo após o término da

segunda Guerra Mundial, conseguindo se manter

e estabilizando padrões e parâmetros até os dias

atuais.

A terceira revolução industrial é marcante

não pelo fato de ela utilizar os novos recursos

como fontes de energia, mas saber aproveitar os

antigos, fazendo com que a geração de energia

seja um detalhe em meio a produção, e não é

apenas isso, é perceptível que os países tentam

diminuir os indicies de gases poluentes, utilizando

diversas fontes de energia caracterizadas como

limpas.

O que resultou em um salto vertiginoso em

relação ao meio de produção foi a robótica, sendo

que esta, junto aos processos desenvolvedores da

informática foram as que mais cresceram e

geraram lucros para as grandes empresas,

alcançando o objetivo do capitalismo que foi

proposto ainda no século XVIII com a primeira

revolução.

Houve um número ainda maior no

processo de aceleração de produção de bens e

diminuição no tempo de fabricação, as indústrias

crescem a todo vapor. Uma nova versatilidade vai

adentrar no mundo durante o atual período da

terceira fase ou terceira revolução que é a questão

da Globalização,

Podemos então dizer que a questão de

monopólio comercial, industrial com as grandes

fabricas e com a grande troca entre os comércios,

que já vem datado a muito tempo, nada mais é do

que a própria revolução industrial do que uma

fonte de produção de bens materiais e que a

revolução industrial vai continuar a evoluir, pois é

a partir dela que o capitalismo, ou base do capital

consegue manter-se utilizando principalmente de

classe trabalhadora assalariada.

Consequências da Revolução Industrial.

Diminuição do trabalho artesanal e aumento da

produção de mercadorias manufaturadas em

máquinas; Criação de grandes empresas com a

utilização em massa de trabalhadores

assalariados; Aumento da produção de

mercadorias em menos tempo; Maior

concentração de renda nas mãos dos donos das

indústrias; Avanços nos sistemas de transportes

ferroviário e marítimo, à vapor; Desenvolvimento

de novas máquinas e tecnologias voltadas para a

produção de bens de consumo; Surgimento de

sindicatos de trabalhadores com objetivos de

defender os interesses da classe trabalhadora;

Aumento do êxodo rural (migração de pessoas do

campo para as cidades) motivado pela criação de

empregos nas indústrias; Aumento da poluição do

ar com a queima do carvão mineral para gerar

energia para as máquinas; Crescimento

desordenado das cidades, gerando problemas de

moradias; Aumento das doenças e acidentes de

trabalhos em função das péssimas condições de

trabalho nas fábricas; Uso em grande quantidade

de mão-de-obra infantil nas fábricas. Isso mostra

que apesar de ter mudado a vida de muitas

pessoas, principalmente dos detentores do meio

de produção e das forças de trabalho, mas

acarretou uma série de mudanças na vida das

pessoas que estavam mais ligadas ao chão das

fabricas, impondo-lhes uma maneira bruta da

forma que eles eram tratados.

Primeira Guerra Mundial

A disputa por espaço, a I Guerra Mundial.

O mundo sempre esteve envolvido com guerras,

habituados a mortes, cenas de tragédias entre

outras, mas nem uma guerra envolveu tantos

países e deixou tantas pessoas feridas como a I e

a II Guerra Mundial. A Revolução Industrial fez

com que países como Inglaterra e França

começassem a invadir territórios e coloniza-los,

isso fez com que estes se expandissem suas

colônias em busca de matéria-prima, essas

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invasões ocorriam principalmente na Ásia e na

África, isso devido ao fato de que estas

civilizações eram muito atrasadas em relação as

demais, e isso expressava-se como inferioridade.

A partir da metade do século XIX, novas potencias

começam a surgir, dentre estas, Estados Unidos,

Alemanha e Japão. Mesmo tendo entrado de

maneira atrasada na industrialização alguns

países conseguiram erguer um bom império, mas

a Alemanha por exemplo, não teve muito espaço

na partilha mundial de terras, que era dominada

por Inglaterra e França como países mais

industrializados e por Bélgica, Portugal e Espanha

que eram países que realizavam as grandes

navegações em busca de novas terras.

Antecedentes da Guerra O interesse em ampliar

mercados e o domínio sobre regiões de interesse

imperialista fez com que a Europa se

transformasse em um verdadeiro barril de pólvora.

A França desejava reconquistar a região

da Alsácia Lorena perdida para a Alemanha. Os

grupos nacionalistas balcânicos indispunham-se

com a dominação exercida pela Áustria e a

Rússia. Ao mesmo tempo, as tensões

diplomáticas entre Alemanha e Inglaterra pelo

domínio de regiões afro-asiáticas pioravam essa

situação. Dessa forma, a frustração em torno das

vias de negociação diplomática incentivou uma

grande corrida armamentista entre as nações

europeias. O incentivo na compra e fabricação de

armas agravou ainda mais as disputas

econômicas, pois os grandes gastos no setor

armamentista ampliavam a demanda por lucros e

matéria-prima.

Todo esse clima de tensão fez com se

formassem alianças político-militares, conhecidas

como Tríplice Entente, entre Reino Unido, França

e Rússia, e Tríplice Aliança, entre Alemanha,

Áustria-Hungria e Itália. Outro campo de disputas

concentrava-se na região do Bálcãs. A opressiva

dominação dos turcos na região era vista como

uma grande oportunidade onde, através de um

conflito armado, as nações industrialistas da

Europa poderiam ampliar seus negócios. Foi

quando em 1877, a Rússia, com apoio da Áustria,

resolveu declarar guerra contra o Império Turco.

Após derrotarem os turcos, os russos

reconquistaram antigos territórios perdidos na

Península Balcânica e a Áustria obteve controle

sobre a Bósnia-Herzegovina a hegemonia a

Rússia reorganizou as alianças na região. Em

1879, a Alemanha aliou-se secretamente à Áustria

caso ocorresse uma invasão russa que, em troca,

estaria livre de participar de um possível conflito

entre a França e a Alemanha. No ano de 1882, o

Tratado da Tríplice Aliança firmou um acordo de

cooperação militar reunindo Alemanha, Áustria e

Itália, todas essas manobras sinalizavam que o

mundo parecia ser “pequeno demais” frente a

tantas nações ansiosas em firmarem sua

supremacia econômica a qualquer custo. No final

do século XIX, a antiga hegemonia industrial

inglesa começou a ser ameaçada. Os alemães

conseguiram em um curto período formar um

parque industrial que começou a superar a

tradicional solidez industrial britânica. Sentindo-se

ameaçados, os britânicos saíram de seu

isolamento político-geográfico para firmarem

acordos com a França. Após resolverem suas

contendas, França e Inglaterra assinaram a

Entente Cordial, em 1904. Tempos depois, a

Rússia também se aproximou dos britânicos e

franceses.

A partir disso, estava formada a Tríplice

Entente. Dessa maneira, a Europa estava

politicamente dividida entre os dois grandes

acordos firmados na época. A Tríplice Entente e a

Tríplice Aliança perfilavam a rivalidade num

cenário bastante conturbado. A mobilização de

potências em blocos preparou boa parte das

condições necessárias para que ocorressem os

conflitos da Primeira Guerra Mundial. Os avanços

na tecnologia militar significaram na prática um

poder de fogo defensivo mais poderoso que as

capacidades ofensivas, tornando a guerra

extremamente mortífera. O arame farpado era um

constante obstáculo para os avanços da infantaria;

a artilharia, muito mais letal que no século XIX,

armada com poderosas metralhadoras. Os

alemães começaram a usar gás tóxico em 1915, e

logo depois, ambos os lados usavam da mesma

estratégia. Nenhum dos lados ganhou a guerra

pelo uso de tal artifício, mas eles tornaram a vida

nas trincheiras ainda mais miserável tornando-se

um dos mais temidos e lembrados horrores de

guerra. Numa nota curiosa, temos que no início da

guerra, chegando a primeira época natalícia, se

encontram relatos de os soldados de ambos os

lados cessarem as hostilidades e mesmo saírem

das trincheiras e cumprimentarem-se (trégua de

Natal).

Isto ocorreu sem o consentimento do

comando, no entanto, foi um evento único. Não se

repetiu posteriormente por diversas razões,

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vejamos: O número demasiado elevado de baixas

aumentou os sentimentos de ódio dos soldados e

o comando, dados os acontecimentos do primeiro

ano, tentou usar esta altura para fazer

propaganda, o que levou os soldados a desconfiar

ainda mais uns dos outros. A alimentação era

sobretudo à base de carne, vegetais enlatados e

biscoitos, sendo os alimentos frescos uma

raridade. Em 1917, a Rússia abandonou a guerra

em razão do início da Revolução de Outubro. No

mesmo ano, os Estados Unidos, que até então só

participavam na guerra como fornecedores, ao ver

os seus investimentos em perigo, entram

militarmente no conflito, mudando totalmente o

destino da guerra e garantindo a vitória da Tríplice

Entente A situação da Alemanha As imposições

do Tratado de Versalhes deixaram a Alemanha em

uma situação humilhante, o que acirrou na

população um sentimento revanchista,

fundamentado na defesa dos interesses

nacionais. Os problemas econômicos enfrentados

pelo país após o conflito, resultaram no

fechamento de muitas indústrias. Isso implicou o

aprofundamento de problemas sociais como

desemprego, inflação, concentração de renda e

empobrecimento das classes trabalhadoras.

Adolf Hitler, líder do partido nacional-

socialista (nazista) inspirado no fascismo italiano,

aproveitou-se do sentimento de baixa autoestima

que acometia o povo alemão para chegar ao

poderem 1933 e iniciar a retomada do projeto

militar do país.

Revolução Russa de 1917

O INÍCIO DA REVOLUÇÃO

Em agosto de 1914 a Rússia entrou na

Primeira Guerra Mundial contra a Alemanha e a

Áustria-Hungria. Nicolau II acreditava que por

meio da guerra pudesse expandir o Império Russo

e diminuir a insatisfação popular.

No entanto, o fato acentuou o

descontentamento e precipitou o processo

revolucionário. A guerra agravou a situação

econômica e social do país. Os soldados, mal-

armados e mal alimentados, foram dizimados em

derrotas sucessivas. Em dois anos e meio de

guerra, a Rússia perdeu 4 milhões de pessoas.

Em 1915, o czar Nicolau II decidiu assumir

pessoalmente o comando do Exército, deixando o

governo nas mãos de sua esposa, a Imperatriz

Alexandra, e de Rasputin, um monge que agia

como conselheiro do czar. Em 1917, a escassez

de alimentos era muito grande e provocou uma

série de greves. Em 27 de fevereiro desse mesmo

ano, uma multidão percorreu a capital do Império

pedindo pão e o fim da guerra. Os manifestantes

também criticavam o sistema monárquico.

A polícia e o exército, agora ao lado dos

manifestantes, não reprimiram o movimento.

Isolado, o czar abdicou, e um governo provisório

foi constituído, chefiado pelo príncipe George

Lvov. Esse governo, dominado pela burguesia

russa, decidiu continuar na guerra, com planos de

uma grande ofensiva contra a Áustria-Hungria.

A população russa, porém, discordava

dessa orientação. O governo, sem controle de

seus exércitos, não tinha forças para impedir as

deserções dos soldados. Havia ainda a constante

elevação dos preços dos gêneros alimentícios,

contra a qual o governo nada conseguia fazer.

Nesse momento, grupos revolucionários já

desenvolviam intensa atividade nas cidades,

reativando os sovietes de trabalhadores, com o

objetivo explícito de tomar o poder. A ofensiva do

novo governou contra a Áustria-Hungria

fracassou. Isso agravou ainda mais a situação e

provocou uma grande manifestação no dia 17 de

julho de 1917, na capital do Império. Era o fim do

governo provisório de Lvov, substituído por

Alexander Kerenski. Naquele momento, três

grupos e três diferentes propostas políticas se

defrontavam pelo poder: O Partido Democrático

Constitucional, partido da burguesia e da nobreza

liberal, favorável à continuação da guerra e ao

adiamento de quaisquer modificações sociais e

econômicas.

Os bolcheviques - maioria, em russo -, que

defendiam o confisco das grandes propriedades, o

controle das indústrias pelos operários e a saída

da Rússia da guerra. Graças ao controle cada vez

maior que exerciam sobre os sovietes de

operários e soldados, sua força crescia

continuamente. Seus dois principais líderes eram

Vladimir Lenin e Leon Trotski.

Os mencheviques - minoria, em russo -, que,

embora contrários à guerra, não admitiam a

derrota da Rússia. Divididos internamente e

indecisos quanto aos rumos que o país deveria

tomar, foram perdendo importância política.

A TOMADA DO PODER

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A partir de agosto de 1917, os

bolcheviques passaram a dominar os principais

sovietes e a preparar a revolução.

No soviete Petrogrado, novo nome de São

Petersburgo, foi constituído o Comitê Militar para

a Realização da Revolução, sob o comando de

Trotski, no dia 25 de outubro, os bolcheviques

ocuparam os pontos estratégicos de Petrogrado e

o Palácio do Governo. Kerenski, abandonado por

suas tropas, foi obrigado a fugir. Na manhã do dia

seguinte, os sovietes da Rússia, reunidos em

Congresso, confirmavam o triunfo da revolução,

confiando o poder a um Conselho de Comissários

do Povo. O Conselho era presidido por Lenin.

As primeiras medidas do governo

revolucionário foram:

* retirada da Rússia da guerra;

* supressão das grandes propriedades

rurais, confiadas agora à direção de comitês

agrários;

* controle das fábricas pelos trabalhadores;

* criação do Exército Vermelho, com a

finalidade de defender o socialismo contra

inimigos internos e externos.

Logo depois, os bolcheviques adotaram o

sistema de partido único: Partido Comunista.

A DEFESA DA REVOLUÇÃO: TROTSKI E O

EXÉRCITO VERMELHO

Após a tomada do poder pelos

revolucionários, a Rússia viveu ainda três anos de

guerra civil. Nesse processo, a participação de

Leon Trotski, um dos mais importantes líderes da

revolução, foi fundamental, culto e com grandes

capacidades de persuasão, Trotski comunicava-

se bem tanto com operários e camponeses quanto

com uma plateia de intelectuais e diplomatas.

Quando irrompeu a guerra civil, a

organização das tropas de defesa, o Exército

Vermelho, ficou sob sua responsabilidade. Em

condições extremamente precárias, com o país

esgotado, recém-saído da Primeira Guerra

Mundial, Trotski conseguiu formar um exército

forte e eficiente. Com o apoio popular, as tropas

revolucionárias enfrentaram o Exército Branco,

composto por antigos oficiais do czar e

prisioneiros do exército austríaco. Além disso,

enfrentaram tropas de países europeus, que

temiam que a revolução socialista se espalhasse

pelo continente.

A CONSOLIDAÇÃO DA REVOLUÇÃO RUSSA

Sob a direção de Lenin e com um plano

que ficou conhecido como Nova Política

Econômica (NEP), os bolcheviques deram início à

recuperação da economia russa. Elaborada em

1921, a NEP procurou concentrar os

investimentos nos setores mais importantes da

economia. Entre as medidas adotadas

encontravam-se:

* produção de energias e extração de

matérias-primas;

* importação de técnica e de máquinas

estrangeiras;

* organização do comércio e da agricultura

em cooperativas;

* permissão para a volta da iniciativa

privada em diversos setores da economia, como o

comércio, a produção agrícola e algumas formas

de atividade industrial. Todos os investimentos

tinham o rígido controle do Estado, muitos deles

eram feitos em empresas estatais.

Vários Estados que tinha separado da

Rússia durante a revolução - como a Ucrânia -

voltaram a se integrar e formaram, em 1922, a

União das Repúblicas Socialistas Soviéticas

(URSS), um Estado federativo composto por

quinze repúblicas. Com a morte de Lenin, em

1924, Stalin (secretário-geral do Partido

Comunista) e Trotski passaram a disputar o poder.

Stalin defendia a ideia de que a União Soviética

deveria construir o socialismo em seu país e só

depois tentar levá-lo a outros países; Trotski

achava que a Revolução Socialista deveria ocorrer

em todo o mundo, pois enquanto houvesse países

capitalistas, o socialismo não teria condições de

sobreviver isolado. Stalin venceu a disputa. Trotski

foi expulso da URSS. A União Soviética ingressou,

então, na fase do planejamento econômico. Foi a

época dos planos quinquenais, inaugurada em

1928. Os planos se sucederam a transformaram a

União Soviética numa potência industrial.

Contudo, a violência foi amplamente empregada

pelo governo para impor sua política.

Confronto espacial no mundo, a II Guerra

Mundial.

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Foi uma Guerra que teve seu início em

1939 até 1945, envolveu todas as grandes

potências econômicas mundiais. Considera-se o

marco desta guerra a invasão da Polônia pela

Alemanha. O grupo do eixo era dividido da

seguinte forma: Alemanha, Itália e Japão

formavam a tríade a ser combatida. Os aliados

eram formados por Estados Unidos, União

Soviética e Reino Unido. A guerra acabou com a

vitória dos aliados em 1945, nesse mesmo período

foi criada a Organização das Nações Unidas

(ONU), para estimular a cooperação global e evitar

futuros conflitos. Períodos O período de 1939 a

1941, foi marcada por vitorias do eixo, lideradas

pela Alemanha, que começava seu processo de

expansão e anexação de territórios. De 1941 a

1945, ocorreram as derrotas do eixo, iniciadas

com as perdas no rigoroso inverno Russo.

Vale ressaltar que houve um pacto entre

URSS e Alemanha de pacto mutuo em que ambas

não se atacariam, mas a Alemanha quebrou a

aliança. Os Estados Unidos era outro que tinha

ficado neutro na Guerra, porem chegou a interver

pelos aliados, ganhando ainda mais força nas

frentes de batalha. O Brasil participa enviando

cerca de 25 mil soldados para dominar a região de

Monte Cassino na Itália. É nesse período ainda

que os Estados Unidos mostram toda a sua força

em combate, jogando duas bombas atômicas nas

principais cidades japonesas Hiroshima e

Nagasaki. Com fim da II Guerra Mundial, tem início

a Guerra Fria, a geopolítica do mundo bipolar,

tendo o mundo duas frentes econômicas, de um

lado o bloco Capitalista liderados por Estados

Unidos e de outro o bloco Socialista liderados pela

União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Geopolítica: o mundo em conflito a Guerra

Fria!

Após o fim da Guerra os países conhecidos

como os três grandes (Estados Unidos, Grã-

Bretanha e União Soviética) participaram de um

encontro em que foi discutido sobre a

reorganização do espaço europeu de acordo com

seus interesses. Nesse período iniciaram as

corridas espaciais e armamentistas, a corrida

espacial foi um marco na disputa entre capitalistas

e socialistas. Os soviéticos foram os primeiros a

lançar um satélite e enviar um homem ao espaço,

as viagens tinham um papel de mostrar o quão

grande a tecnologia dos desses países tinha

ficado. A corrida armamentista que teve início com

o lançamento das bombas atômicas sobre o

Japão. Estados Unidos e União Soviética

esforçavam-se em produzir bombas nucleares

com poder de destruição cada vez maior, gerando

preocupação em todo mundo. Acreditava-se que o

ataque de um dos dois lados desencadearia uma

guerra total que poderia pôr em risco a própria

existência humana. Era o equilíbrio do terror. Por

esse motivo, as duas superpotências tentavam

manter os conflitos longe de suas fronteiras. Os

focos de tensão foram mudando ao longo do

tempo, sempre que algum país não deixava claro

a qual bloco estava aliado. Soviéticos e

estadunidenses financiaram grupos rebeldes,

partidos políticos e até artistas e intelectuais para

difundir suas ideologias, por isso, a Guerra Fria

não foi uma guerra no sentido militar, de combate

armado, mas uma guerra tecnológica, ideológica e

cultural. Em 1985, Mikhail Gorbatchev assumiu o

poder. Nos anos seguintes, ele iniciou um

processo de reestruturação econômica

(perestroika), com abertura política e com

transparência das ações do Estado (glasnost).

Entre as ações empreendidas por iniciativa do

líder soviético, destacaram-se os acordos entre os

dois blocos para diminuição do arsenal nuclear.

Desse modo, o equilíbrio pelo terror tornou-

se menos inquietante, começando o fim da Guerra

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Fria, onde os Estados Unidos despontavam como

única superpotência do planeta.

O mundo pós-guerra

A partir dos anos de 1980, o declínio do

sistema socialista estava ficando cada vez mais

comum. Os comunistas passavam por uma série

de problemas com o mercado e o dinheiro. Na

política, a população demonstrava

desapontamentos por causa da pouca

participação exercida pelo povo. Deu-se, então, o

desmembramento da União das Repúblicas

Socialistas Soviéticas – URSS, agora, apenas

Rússia. O Exército Vermelho começou a

enfraquecer, prova disso, o recuo das tropas

soviéticas do território afegão. A cova da URSS já

estava quase pronta. Isso começou na década de

70, com as reformas políticas executadas por

Mikhail Gorbatchev, o Glasnost e a Perestroika. A

política de Karl Marx (socialismo) foi sendo

deixada de lado.

A antiga China Comunista aderiu ao

movimento capitalista – apenas na economia ela

era comunista com o pós-Guerra Fria, houve o

surgimento da expressão “Globalização” e os

Estados Unidos se transformaram numa potência,

praticamente inalcançável. No decorrer dos

conflitos entre os capitalistas e socialistas, cerca

de 60% da riqueza mundial estava em poder dos

norte-americanos, pois, eles dominavam sobre

todos os outros. As ditaduras militares foram

abolidas e a democracia começava a se instaurar

nos países. Os direitos humanos se sobressaem e

é o fim dos regimes totalitários. Poucas nações

continuaram com o sistema de economia

planificada, que foi o caso de Coreia do Norte,

Cuba e Mianmar. O restante “se libertou” e aderiu

à política capitalista. Na economia, não foi

diferente. Estabeleceram-se de vez as relações

comerciais através dos blocos econômicos, como,

por exemplo, UE – União Europeia; Mercado

Comum do Sul – Mercosul, Tratado Norte

Americano de Livre Comércio – Nafta;

Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico –

APEC, a Comunidade dos Estados Independentes

– CE, União Africana e outros. No ramo cultural, o

idioma inglês tornou-se uma língua universal, visto

que as tecnologias e estudos avançados estavam

todos em poder dos norte-americanos. Isso

aconteceu principalmente por meio da internet. O

cinema, com os mais famosos filmes de

Hollywood, complementa a expansão cultural dos

estadunidenses

O mundo pós-Guerra já caminhava por

outra ideologia, a da preocupação com o meio

ambiente. O aquecimento global se tornou pauta

dos debates mundiais. As crises no Oriente Médio

estouraram, o terrorismo tomou conta da região e,

novamente os Estados Unidos usaram da política

de intervenção, na tentativa de apaziguar.

Atualmente, o mundo possui uma multipolaridade

entre três potências mundiais, Estados Unidos,

Japão e Alemanha. Além disso, os países se

subdividiram em um mapa diferente dos

geográficos, separado por paralelos e meridianos.

Agora, começa a existir a divisão entre norte e sul,

entre países desenvolvidos e em

desenvolvimento. Esse avanço tantos nas

relações políticas, quanto econômicas, trouxe

alguns problemas como: o racismo, a xenofobia

(preconceito com imigrantes), as questões

climáticas e destruição do meio ambiente, o

desemprego, a fome, a exclusão e diversos outros

problemas sociais.

Globalização

Globalização é um conjunto de

transformações na ordem política e econômica

mundial visíveis desde o final do século XX. Trata-

se de um fenômeno que criou pontos em comum

na vertente econômica, social, cultural e política, e

que consequentemente tornou o mundo

interligado, uma Aldeia Global. O processo de

globalização é a forma como os mercados de

diferentes países interagem e aproximam pessoas

e mercadorias. A quebra de fronteiras gerou uma

expansão capitalista onde foi possível realizar

transações financeiras e expandir os negócios -

até então restritos ao mercado interno - para

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mercados distantes e emergentes. O complexo

fenômeno da globalização teve início na Era dos

Descobrimentos e se desenvolveu a partir da

Revolução Industrial. Foi resultado da

consolidação do capitalismo, dos grandes

avanços tecnológicos (Revolução Tecnológica) e

da necessidade de expansão do fluxo comercial

mundial.

As inovações nas áreas das

Telecomunicações e da Informática

(especialmente com a Internet) foram

determinantes para a construção de um mundo

globalizado. Globalização econômica O

surgimento dos blocos econômicos - países que

se juntam para fomentar relações comerciais, por

exemplo, Mercosul ou União Europeia - foi

resultado desse processo econômico. O impacto

exercido pela globalização no mercado de

trabalho, no comércio internacional, na liberdade

de movimentação e na qualidade de vida da

população varia a intensidade de acordo com o

nível de desenvolvimento das nações.

O período em que a globalização

econômica mais se intensificou foi em meados do

século XX, com a III Revolução Industrial

(conhecida também como "Revolução Técnico

Científica"). Globalização e o meio ambiente, com

a globalização, os impactos foram extremamente

agressivos e negativos para o meio ambiente. Os

interesses das corporativas capitalistas são

baseados nas explorações de matérias-primas da

natureza de maneira insustentável, poluindo e

contaminando os ambientes naturais. Um dos

princípios da globalização contemporânea é o

consumo. Para que sejam produzidos produtos

que correspondam a quantidade de consumidores

existentes atualmente, a quantidade de matéria-

prima extraída é enorme e, a maioria das

empresas, não faz este processo de extração com

responsabilidade ambiental. As consequências

são as alterações climáticas, catástrofes

ambientais e demais eventos que prejudicam a

vida do ser humano, como também por exemplo a

falta de água potável. Globalização do crime O

crime também tem passado pelo processo de

globalização, assim com a economia. Nos dias de

hoje, obstáculos, distâncias e fronteiras não têm a

mesma força, por influência da globalização e os

avanços tecnológicos que ela trouxe, tornando

mais fácil a movimentação de pessoas, de

informação e de capitais. A globalização não

existe só na economia mundial, também é

possível ver a sua marca em atividades ilegais

como a prostituição, pedofilia, tráfico de drogas,

armas e animais, aumento de organizações

criminosas, "lavagem de dinheiro" e consequente

aumento dos "paraísos fiscais".

O mundo globalizado enfrenta agora uma

nova ameaça, já que as facções criminosas não

têm barreiras geográficas que atrapalhem os seus

objetivos de cometer delitos para o seu próprio

bem. Esta é talvez uma das maiores

desvantagens da globalização: capacitou os

criminosos, que usaram a maior facilidade de

trânsito de mercadorias, serviços e pessoas entre

os países para cumprirem os seus propósitos

ilícitos. Vantagens e desvantagens da

globalização, como muitos outros fenômenos de

elevada complexidade, a globalização apresenta

pontos positivos e negativos. A globalização foi

importante no combate à inflação e ajudou a

economia ao facilitar a entrada de produtos

importados. O consumidor teve acesso a produtos

importados de melhor qualidade e mais baratos,

assim como produtos nacionais mais acessíveis e

de melhor qualidade. Outra vantagem é que a

globalização atrai investimentos de outros países,

traz desenvolvimento tecnológico, melhora as

formas de relacionamento com outros países,

alavanca as trocas comerciais internacionais, e

abre as portas para diferentes culturas. Por outro

lado, uma das maiores desvantagens da

globalização é a concentração da riqueza.

A maior parte do dinheiro fica nos países

mais desenvolvidos e apenas 25% dos

investimentos internacionais vão para as nações

em desenvolvimento, o que faz disparar o número

de pessoas que vivem em extrema pobreza. Com

menos de 1 dólar por dia. Alguns economistas

afirmam que nas últimas décadas, a globalização

e a revolução tecnológica e científica (que são

responsáveis pela automação da produção) são

as principais causas do aumento do desemprego.

A globalização também pode desvalorizar

a cultura nacional de um determinado país,

quando países mais ricos se instalam em países

mais pobres, explorando a matéria prima e se

aproveitando da mão de obra barata. Globalização

segundo Milton Santos Milton Santos, famoso

geógrafo e intelectual brasileiro, abordou a

globalização nos seus últimos livros. Ele

mencionou seus aspectos econômicos, e analisou

o papel desempenhado pelas empresas na

internacionalização do capital, e também os fluxos

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financeiros e o impacto que estes causam na

cultura local. Milton Santos teorizou e criticou

algumas destas características do mundo de hoje,

e no final de sua vida, sugeriu uma globalização

solidária, que fosse centrada em valores que não

fossem ligados à hegemonia.

Desenvolvimento sustentável, o que é?

calvinsincero.com

A tirinha acima onde Calvin critica

veemente as ações do homem, demonstra a que

ponto chegou suas atitudes, onde o

desmatamento tornou-se algo comum, a

queimada e derrubada de florestas que prejudica

o planeta terra em si, só alcança números cada

vez mais alarmantes, extinguindo a vida de seres

nativos de uma determinada região, como já existe

uma enorme escala de animais em extinção, não

somente nas florestas mas no mundo subaquático

demonstrando que as ações em terra vão ter efeito

em toda a extensão do planeta terra.

A partir disso podemos concluir que

desenvolvimento sustentável é a capacidade de

suprir as necessidades atuais sem comprometer

as gerações futuras, como assim, é saber utilizar

os recursos naturais que o planeta oferece, como

agua, petróleo, carvão e gás natural (essa

definição surgiu na comissão mundial sobre meio

ambiente e desenvolvimento)

O que é preciso fazer para que o

desenvolvimento sustentável seja alcançado?

É preciso primeiramente que a população

no contexto mundial, saiba reconhecer que os

recursos naturais, mesmo que em abundancia se

não forem utilizados da melhor maneira possível e

sem desperdício ele pode se esgotar. Então é

necessário que as grandes empresas trabalhem

em conformidade com o meio ambiente, não

extraindo 100% de sua capacidade de uma única

vez, sabendo utilizar o recurso economicamente e

tendo consciência social também.

O que anseia o desenvolvimento

sustentável, não só anseia, como principalmente

sugere a qualidade ao invés da quantidade, ou

seja, utilizar o mínimo de recursos possíveis,

causando assim a diminuição da matéria prima e

o aumento da reciclagem.

Os modelos de desenvolvimento dos países

devem ser seguidos?

Para que os pequenos países possam

sonhar com uma melhoria no seu sistema social,

político e principalmente econômico é vital que a

aceleração de produção, o aumento de empregos

e a rotatividade salarial aumente, mas estes não

podem seguir o que os países á industrializados

fazem, primeiro pela inviabilidade, segundo devido

a sua força na economia.

Podemos então dizer que os países em

desenvolvimento, no caso países do Sul nunca

serão industrializados? Não, embora eles estejam

muito atrasados em relação ao Norte, eles podem

atingir o ápice industrial, porém utilizando dos

recursos de forma mais controlada e para que

estes possam atingir tal ápice, os países mais

industrializados teriam que frear as suas

produções, permitindo assim que os países em

desenvolvimento consigam novos investimentos e

aumentem, não apenas seus lucros, mas também

a qualidade de vida que é imprescindível.

Um outro fato muito marcante também se

revela principalmente as disparidades que vem

ocorrendo no mundo os crescimentos

populacionais e econômicos têm sidos marcados

por muitas disparidades, por exemplo, os países

do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto

da população do planeta, eles detêm quatro

quintos dos rendimentos mundiais e consomem

70% da energia, 75% dos metais e 85% da

produção de madeira mundial, a partir das mais

variadas formas podemos entender o

desenvolvimento sustentável e seus objetivos,

basta fazer uma simples analise.

Efeito estufa

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Definição - Efeito Estufa Natural Efeito

Estufa é um mecanismo natural do planeta Terra

para possibilitar a manutenção da temperatura

numa média de 15ºC, ideal para o equilíbrio de

grande parte das formas de vida em nosso

planeta. Sem o efeito estufa natural, o planeta

terra poderia ficar muito frio, inviabilizando o

desenvolvimento de grande parte das espécies

animais e vegetais. Isso ocorreria, pois, a radiação

solar refletida pela Terra se perderia totalmente. A

ação do homem e o aumento do efeito estufa

artificial O efeito estufa potencializado pela queima

de combustíveis fósseis tem colaborado com o

aumento da temperatura no globo terrestre nas

últimas décadas. Pesquisas recentes indicaram

que o século XX foi o mais quente dos últimos 500

anos.

Pesquisadores do clima afirmam que, num

futuro próximo, o aumento da temperatura

provocado pelo efeito estufa poderá ocasionar o

derretimento das calotas polares e o aumento do

nível dos mares. Como consequência, muitas

cidades litorâneas poderão desaparecer do mapa.

Como é gerado O aumento do efeito

estufa

É gerado pela derrubada de florestas e

pela queimada das mesmas, pois são elas que

regulam a temperatura, os ventos e o nível de

chuvas em diversas regiões. Como as florestas

estão diminuindo no mundo, a temperatura

terrestre tem aumentado na mesma proporção.

Um outro fator que está aumentando o efeito

estufa é o lançamento de gases poluentes na

atmosfera, principalmente os que resultam da

queima de combustíveis fósseis. A queima do óleo

diesel e da gasolina nos grandes centros urbanos

tem colaborado para o efeito estufa. O dióxido de

carbono (gás carbônico) e o monóxido de carbono

ficam concentrados em determinadas regiões da

atmosfera formando uma camada que bloqueia a

dissipação do calor. Outros gases que contribuem

para este processo são: gás metano, óxido nitroso

e óxidos de nitrogênio. Esta camada de poluentes,

tão visível nas grandes cidades, funciona como

um isolante térmico do planeta Terra. O calor fica

retido nas camadas mais baixas da atmosfera

trazendo graves problemas ao planeta. Problemas

futuros, pesquisadores do meio ambiente já estão

prevendo os problemas futuros que poderão

atingir nosso planeta caso esta situação persista.

Muitos ecossistemas poderão ser atingidos e

espécies vegetais e animais poderão ser extintos.

Derretimento de geleiras e alagamento de ilhas e

regiões litorâneas. Tufões, furacões, maremotos e

enchentes poderão ocorrer com mais intensidade.

Estas alterações climáticas poderão influenciar

negativamente na produção agrícola de vários

países, reduzindo a quantidade de alimentos em

nosso planeta.

A elevação da temperatura nos mares

poderia ocasionar o desvio de curso de correntes

marítimas, ocasionando a extinção de vários

animais marinhos e diminuir a quantidade de

peixes nos mares. Soluções e medidas tomadas

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contra o aumento do efeito estufa preocupados

com estes problemas, ONGs (Organizações Não

Governamentais) e governos de diversos países já

estão tomando medidas para reduzir a poluição

ambiental e a emissão de gases na atmosfera. O

Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, prevê a

redução de gases poluentes para os próximos

anos. Porém, países como os Estados Unidos tem

dificultado o avanço destes acordos. Os EUA

alegam que a redução da emissão de gases

poluentes poderia dificultar o avanço das

indústrias no país. Em dezembro de 2007, outro

evento importante aconteceu na cidade de Bali.

Representantes de centenas de países

começaram a definir medidas para a redução da

emissão de gases poluentes. São medidas que

deverão ser tomadas pelos países após 2012.

Em 12 de novembro de 2014, Estados Unidos e

China (maiores poluidores do mundo), assinaram

um acordo com metas mútuas, voltadas para a

redução da emissão dos gases geradores do

efeito estufa. Curiosidades: Atualmente, são

despejados no ar cerca de 5 bilhões de

toneladas de dióxido de carbono (um dos

principais gases causadores do efeito estufa)

por ano. Só para termos uma base de

comparação, há 100 anos atrás eram lançados

cerca de 60 milhões de toneladas deste gás

anualmente.

Estudos climáticos recentes demonstraram

que a temperatura do planeta Terra aumentou

cerca de 0,5°C nos últimos 170 anos. Este

aquecimento está diretamente relacionado com o

efeito estufa. Um aumento de 4ºC na temperatura

global, causado pelo efeito estufa e aquecimento

global, poderá provocar a extinção de milhares de

espécies animais no planeta. Os animais mais

afetados serão aqueles que vivem nas regiões

polares, pois este aumento de temperatura

provocará derretimento de gelo em grandes

proporções, afetando diretamente o habitat destas

espécies. Os recifes de corais também serão

muito afetados com o aumento da temperatura

das águas oceânicas.

Fontes de energia

Acredita-se que fontes de energia podem

ser classificadas em renováveis e não renováveis,

mas por que toda essa preocupação em relação

as fontes de energia?

Com o avanço da humanidade as fontes de

energia tornaram-se uma das principais formas de

poderem realizar algumas atividades por isso são

extremamente importantes para o homem isso por

que estes passaram a ter algumas necessidades

e as fontes de energia facilitam pois originam

combustíveis, e eletricidade que servem para a

iluminar, movimentar maquinas entre outras

aplicações. As principais fontes de energia são,

petróleo, energia hidrelétrica, carvão mineral e

biocombustível, além destes ainda temos: o gás

natural, energia nuclear, xisto betuminoso, lenha,

carvão vegetal, energia solar e energia eólica. O

que vem a ser o petróleo: é um minério fóssil onde

são processados subprodutos utilizados como

fonte de energia como a gasolina, óleo diesel,

querosene, e ainda é capaz de gerar energias nas

termoelétricas. Hidrelétrica: produz energia

elétrica gerada através de turbinas impulsionadas

por aguas de rios acumuladas em barragens.

Carvão Mineral: esse minério oferece calor para

os grandes fornos industriais siderúrgicos e

contribui para geração de eletricidade nas usinas

termelétricas. Biocombustível: correspondem ao

álcool e ao biodiesel seu uso é bastante difundido

no Brasil por ser utilizado em veículos

automotores desde a década de 70. Mas a final o

que são fontes de energias renováveis?

Corresponde a todo recurso que tem a capacidade

de se refazer ou não é limitada, nessas destacam

os biocombustíveis, hidrelétricas, energia solar,

eólica entre outras. No entanto, esses tipos de

fontes de energia não são isentos de provocar

impactos na natureza, os biocombustíveis

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produzem devastação ambiental no

desenvolvimento de culturas que servem de

matérias-primas tais como a cana-de-açúcar,

eucalipto, mamona entre outros, para o cultivo

dessas são necessárias imensas propriedades

rurais, denominadas de monoculturas, essa

prática retira as coberturas vegetais, sem contar o

uso de insumos agrícolas (fertilizantes, inseticidas,

herbicidas entre outras). No caso das hidrelétricas

os problemas na geração de energia estão na

construção das usinas, pois é necessário represar

uma grande quantidade de água cobrindo imensas

áreas de florestas, dessa forma coloca em risco a

fauna e a flora, além da emissão de gases

provenientes da decomposição de animais e

vegetais contidos no fundo das represas. As

energias solar e eólica produzem impactos quase

insignificantes e são pouco utilizadas no Brasil. As

fontes não-renováveis correspondem a todo

recurso natural que não tem capacidade de se

renovar ou refazer, ou seja, que podem acabar

(finitos). Dentre os recursos finitos com previsões

para esgotar totalmente em pequeno, médio e

longo prazo estão o petróleo, carvão, urânio, xisto

e muitos outros.

Os recursos energéticos classificados

como não renováveis geralmente produzem

poluentes superiores aos renováveis. Os impactos

podem surgir a partir da emissão de gases dos

veículos automotores, vazamentos em oleodutos,

vazamentos de navios petroleiros e muitos outros.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

O índice de desenvolvimento humano, foi

fundamentado por um programa das nações para

medir o quão rápido ou lento um país desenvolve-

se, a partir disso então obtiveram-se uma gama de

resultados, positivos e negativos, mas do que

medir a economia, medir a expectativa de vida, a

qualidade de vida, utilizando dos preceitos

estabelecidos para uma formação continuada e

que se estabeleça frente a uma nova ordem

política, econômica e social.

Essa forma de medida foi desenvolvida e

pensada pelo PNUD (Programa das nações

unidas para o desenvolvimento) com a finalidade

de que todas as nações atinjam um pico em seu

desenvolvimento econômico. Para chegar a dados

conclusivos acerca do IDH, é preciso fazer uma

análise em três passos:

Nível de escolaridade, média de anos de estudos

da população adulta e numero esperado de anos

de estudo

Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, baseada

na prioridade do poder de compra dos habitantes.

Nível de saúde obtido através da expectativa de

vida da população. Esse item é um reflexo da

qualidade dos serviços de saúde e saneamento

ambiental.

Então como se obtém a média? É um

processo muito simples, é feito uma soma entre os

três aspectos observados e no final divide por três,

uma conta bem simples e que traz em números se

os países sofreram alguma mudança nos últimos

anos.

O fator do IDH, é mais eficaz, ou tem uma

melhora mais acentuada a medida em que ele se

aproxima da média 1, o que quer dizer, que isso

demonstra se o país ou a nação está tendo uma

elevação de seus índices ou uma queda. Veja a

seguir uma lista com os principais países e seus

respectivos IDH’s

1. Noruega 0,938

2. Austrália 0,937

3. Nova Zelândia 0,907

4. Estados Unidos 0,902

5. Irlanda 0,895

6. Liechtenstein 0,891

7. Países Baixos 0,890

8. Canadá 0,888

9. Suécia 0,885

O Brasil figura na posição de 73º lugar do

ranking mundial com um IDH de 0,699.

Pobreza, fome e exclusão social

Os anos de Guerra Mundiais e de Guerra

Fria protagonizaram ao mundo o que seria o

futuro, ou os dias atuais, demonstrando ainda

mais como a questão de blocos econômicos que

demonstravam seus interesses e suas

necessidades.

O espectro da pobreza em todo o mundo é

aterrorizante, em alguns lugares, a pobreza chega

a níveis extremos, o que mais impressionam não

são os dados em si, mas as formas como eles são

colocadas e quase excluídas pelas grandes

superpotências mundiais.

A pobreza: até 2015 o número de pessoas

que vivem com cerca de 1 dólar por dia estava em

um índice muito acima do previsto para a época.

Em junho, um relatório das nações unidas,

constatou que nos 49 países mais pobres do

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mundo, principalmente na África mais do que

duplicou nos últimos 30 anos, chegando a 307

milhões de pessoas, ou seja, um número absurdo,

mas que com o passar dos anos tende a se tornar

menos descomplicada. Os dados ainda apontam

que em países da Ásia, embora o

desenvolvimento esteja a todo o vapor, o índice

social continua muito baixo e a quantidade

pessoas que continuam na miséria é muito

grande.

O Congo é o país que regista os piores

índices, com 90,5% da população vivendo com

menos de um dólar por dia. Na Ásia, o país em pior

situação é Mianmar, a antiga Birmânia, onde esta

taxa equivale a 52,3%.

O Brasil figura na posição de 73º lugar do

ranking mundial com um IDH de 0,699.

Pobreza, fome e exclusão social

Os anos de Guerra Mundiais e de Guerra

Fria protagonizaram ao mundo o que seria o

futuro, ou os dias atuais, demonstrando ainda

mais como a questão de blocos econômicos que

demonstravam seus interesses e suas

necessidades.

O espectro da pobreza em todo o mundo é

aterrorizante, em alguns lugares, a pobreza chega

a níveis extremos, o que mais impressionam não

são os dados em si, mas as formas como eles são

colocadas e quase excluídas pelas grandes

superpotências mundiais.

A pobreza: até 2015 o número de pessoas

que vivem com cerca de 1 dólar por dia estava em

um índice muito acima do previsto para a época.

Em junho, um relatório das nações unidas,

constatou que nos 49 países mais pobres do

mundo, principalmente na África mais do que

duplicou nos últimos 30 anos, chegando a 307

milhões de pessoas, ou seja, um número absurdo,

mas que com o passar dos anos tende a se tornar

menos descomplicada. Os dados ainda apontam

que em países da Ásia, embora o

desenvolvimento esteja a todo o vapor, o índice

social continua muito baixo e a quantidade

pessoas que continuam na miséria é muito

grande.

O Congo é o país que regista os piores

índices, com 90,5% da população vivendo com

menos de um dólar por dia. Na Ásia, o país em pior

situação é Mianmar, a antiga Birmânia, onde esta

taxa equivale a 52,3%.

Embora a globalização diminua as

barreiras do comércio internacional, deixa essa

grande lacuna social,

O gráfico deixa em evidencia, não somente

o quanto os países industrializados têm se

desenvolvido, mas principalmente como os

países.

Os gráficos procuram deixar em evidencia

a seguinte questão, como o índice de mortalidade

infantil é elevado, principalmente no Saara e como

existe uma disparidade com relação aos países

desenvolvidos, outro dado preocupante, é o índice

de mortalidade muito acentuado também no Sul

da Ásia. Desta forma acaba tornando-se

conclusivo que essas condições de saúde aliada a

uma renda baixa, faz com que esses países

produzam ainda menos, tornando esse problema

ainda mais dificultoso.

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Uma nova problemática, a questão

demográfica mundial.

Hoje o mundo todo tem sentido o efeito do

aumento populacional no mundo, mas como

entender esse aumento?

A humanidade passou a se reproduzir de

uma forma muito intensa e com o avanço da

tecnologia dos meios de informação e

principalmente da medicina, fizeram com que os

índices de mortalidade daquela época caíssem e

assim o número de pessoas que nascia passou a

ser muito maior do que morria, o resultado disso

um inchaço populacional que ocasionou um alta

na taxa de criminalidade, um aumento na taxa de

desemprego, um aumento do uso espacial. Com

isso surgiu uma série de teorias, a principal delas:

A Teoria Malthusiana Concomitantemente ao

processo de industrialização e de urbanização,

provocado pela Revolução industrial, houve, de

maneira geral, um grande crescimento na

população absoluta mundial. No final do século

XVIII, o economista Thomas Malthus, preocupado

com esse crescimento, desenvolveu uma teoria

que assustava toda a humanidade. Ele dizia que o

crescimento da população, estava em uma

progressão geométrica enquanto a produção de

alimentos crescia de forma aritmética. Isso levaria,

dentro de alguns anos, a um quadro de fome

extremo em todo o mundo, onde não haveria

comida para toda a população.

Malthus baseou-se do desequilíbrio entre

as taxas de natalidade e as de mortalidade, o que

ocasionou um aumento do crescimento natural ou

vegetativo.

Segundo especialistas, esse desequilíbrio

indica um período de Transição demográfica. O

período dessa transição, verificado a partir do

século XIX, deveu-se ao processo de urbanização,

às melhorias nas condições de saneamento, e ao

avanço da tecnologia. Esses fatores

desencadearam uma acentuada queda nas taxas

de mortalidade. Como a taxa de natalidade não

estava aumentando, e a taxa de mortalidade

diminuindo, ouve um crescimento muito grande na

população.

A exclusão social.

A exclusão social é um problema que se

tornou ainda mais comum principalmente entre as

grandes nações europeias, em que a população

reprime fortemente a ida de migrantes, e acaba

demonstrando a exclusão social, a partir

principalmente dessas atitudes, passou a ser

utilizado principalmente o termo de xenofobia.

O termo é de origem grega e se forma a partir das

palavras “xénos” (estrangeiro) e “phóbos” (medo).

A xenofobia pode se caracterizar como uma forma

de preconceito ou como uma doença,

um transtorno psiquiátrico.

O preconceito gerado pela xenofobia é

algo controverso. Geralmente se manifesta

através de ações discriminatórias e ódio por

indivíduos estrangeiros. Há intolerância e aversão

por aqueles que vêm de outros países ou

diferentes culturas, desencadeando diversas

reações entre os xenófobos. Nem todas as formas

de discriminação contra minorias étnicas,

diferentes culturas, subculturas ou crenças podem

ser consideradas xenofobia. Em muitos casos são

atitudes associadas a conflitos ideológicos,

choque de culturas ou mesmo motivações

políticas. Como doença, a xenofobia é um

transtorno causado por um medo descontrolado

do desconhecido, que se transforma em

desequilíbrio. Quem sofre este transtorno

possivelmente passou por uma má experiência ao

estar exposto a uma situação desconhecida que

causou terror e deixou marcas que vão interferir na

sua vida diária. As pessoas com essa patologia

sofrem de angústia e extrema ansiedade, se

distanciam do convívio social, evitam o contato

com estranhos e, em alguns casos, podem ter

crises de pânico.

Xenofobia no Brasil

O Brasil é conhecido por ser um país que recebeu

e recebe muitos imigrantes de vários países com

diferentes culturas, sem graves demonstrações de

xenofobia. No entanto, no século XIX se verificou

no Brasil um fenômeno chamado lusofobia, que

resultou de um sentimento nacionalista de alguns

políticos brasileiros, que tinham como objetivo

reduzir a interação de indivíduos portugueses na

economia local.

Xenofobia na Europa

A existência de xenofobia é bastante comum na

Europa, principalmente nos países onde há um

grande fluxo de imigração, como a Inglaterra e

Suíça. Também em Portugal, alguns portugueses

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apresentam sentimentos xenófobos em relação a

brasileiros.

Xenofobia e racismo

Xenofobia e racismo são dois conceitos diferentes,

mas que muitas vezes se traduzem em atitudes

semelhantes de discriminação em relação a

alguém. A xenofobia está direcionada para alguém

que vem de outro país, mesmo que seja da mesma

etnia. Por outro lado, o racismo é a discriminação

fundamentada na existência de uma raça superior

às outras. É uma construção social que não

encontra eco na comunidade científica, sendo um

grave preconceito, e que pode ocorrer também a

uma pessoa que tenha nascido no mesmo país

daquela que comete o ato racista.

Fluxos migratórios

Os fluxos populacionais foram

incrementados a partir do desenvolvimento do

sistema de transporte (Rodoviário, hidroviário,

ferroviário e aéreo) e das telecomunicações, que

ofereceram maior mobilidade às pessoas em todo

mundo. Segundo a ONU (Organização das

Nações Unidas), aproximadamente 175 milhões

de pessoas vivem fora do país de origem.

Os fluxos populacionais entre países são

denominados de migrações internacionais, essas

podem ocorrer por atração ou por repulsão, a

primeira geralmente acontece quando as pessoas

vivem em países nos quais não há boas condições

de vida e de trabalho, são atraídas rumo a países

desenvolvidos, como Estados Unidos, países da

Europa desenvolvida e Japão, a segunda são

migrações onde o indivíduo deixa seu país devido

a problemas políticos, perseguições, guerras,

entre outros.

A maioria das migrações internacionais

ocorre pela busca de trabalho, as principais

correntes migratórias emergem de Latino-

Americanos, Africanos e Asiáticos em direção aos

EUA, Europa e Japão. Os trabalhadores migrantes

enviam dinheiro para sua terra natal, algumas

estimativas revelam que eles movimentam

anualmente cerca de 58 bilhões de dólares, o

Brasil, por exemplo, recebe anualmente cerca de

2,8 bilhões de dólares enviados por brasileiros que

vivem no exterior.

Os brasileiros por vários motivos saem do

país, o movimento de saída do país é chamado de

emigração, o de entrada de estrangeiro é

denominado de imigração. O que levam os

brasileiros a sair do país rumo a outro, são as

sucessivas crises econômicas, hoje existem cerca

de 2 milhões de brasileiros vivendo no exterior de

forma clandestina.

Outra modalidade de migração

internacional é a de fluxo de refugiados, indivíduos

que sofrem perseguições de ordem política,

religiosa ou étnica. Na década de 1970, havia

cerca de 2,5 milhões de refugiados, hoje esse

número chega aos 25 milhões, decorrentes de

acontecimentos geopolíticos como: o fim do

socialismo, a diminuição de ajudas financeiras e

humanitárias e principalmente pela expansão do

fundamentalismo Islâmico.

São considerados migrantes refugiados

cerca de 25 milhões de pessoas, que foram

obrigados a deixar seus lares devido a problemas

ambientais, como desmatamento, desertificação,

erosão dos solos e desastres químicos e

nucleares.

As origens dos refugiados são as mais

variadas, mas geralmente possuem algumas

características, como origem de países

subdesenvolvidos, no qual a renda per capita

média está abaixo de 500 dólares e há alto índice

de analfabetismo, governos ditatoriais que violam

os direitos humanos de determinada parcela da

população, na forma de perseguições políticas e

torturas, extermínio étnico e discriminações

religiosas e culturais.

Por fim, existe um fluxo, agora sem

agravante, que é o turístico, que são motivados

pela busca de lazer, cultura e religião, esse

processo motiva a comercialização de viagens em

grande escala a custos mais reduzidos (pacotes

de viagens), mas esse tipo de fluxo é privilégio de

uma restrita parcela da população mundial. Os

principais países que atraem turistas são

Alemanha, Japão e EUA, o volume do faturamento

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decorrente a atividade é de aproximadamente 4,5

trilhões de dólares, gerando cerca de 200 milhões

de empregos em todo o mundo.

Além da atual onda de migração, vários

fluxos migratórios tão importantes quanto o que

ocorre na Europa atingiram o continente nas

últimas décadas, como dos repatriados da Argélia

na França ou dos refugiados da guerra da ex-

Iugoslávia.

Veja os principais movimentos

populacionais que marcaram o fim da Segunda

Mundial (40 milhões de pessoas deslocadas na

Europa em maio de 1945, segundo a Agência das

Nações Unidas para os Refugiados):

- Os repatriados da Argélia: Os Acordos de Evian

(18 de março de 1962) marcaram o fim da guerra

na Argélia e cerca de 200.000 franceses da

Argélia deixam imediatamente sua terra natal, com

apenas algumas malas.

Em Paris, acreditava-se em um êxodo

temporário, convencidos de que a maioria dos

repatriados pediria a nacionalidade argelina. Isso

nunca aconteceu: o fluxo não parou de aumentar

até atingir um milhão de pessoas - judeus,

cristãos, muçulmanos nascidos na Argélia e

presentes neste país há várias gerações.

Depois da descolonização, o número total

de "repatriados" na França atingiu 1,45 milhão de

pessoas, incluindo 260.000 originários de

Marrocos, 180.000 da Tunísia, 15.500 da África

negra e Madagáscar, 44.000 da Indochina.

- Após a queda do comunismo e da implosão da

URSS (1990-1991), cerca de 2,5 milhões de

descendentes de alemães deixam a União

Soviética para recuperar a terra de seus

ancestrais (os "Aussiedler"). O pico da onda foi em

1994, quando 215 mil deles chegaram à

Alemanha.

A este fenômeno em massa, somou-se, no

início dos anos 90, a chegada de imigrantes

fugidos das guerras da ex-Iugoslávia e cujo

principal destino era a Alemanha. De acordo com

o demógrafo Francois Heran, os três anos de pico

para a chegada à UE de requerentes de asilo das

guerras da ex-Iugoslávia foram em 1990

(100.000), 1991 (226.000) e 1992 (173.000). O

destino de 3/4 deles foi a Alemanha.

O número de 800.000 requerentes de asilo

previsto pela Alemanha para o ano de 2015 já foi

atingido ou ultrapassado em 1992.

- Na queda do regime comunista na Albânia, a

partir de dezembro de 1990, cerca de 400.000

albaneses fugiram para a Grécia e Itália.

O movimento migratório durou vários anos.

- Portugal, antigo país de emigração, mas também

antiga potência colonial, vivenciou um importante

movimento de repatriados (cerca de 500.000

pessoas) durante a independência de

Moçambique (junho de 1975), de Angola

(novembro de 1975), mas também do Cabo Verde

e São Tomé.

- A Espanha, no início de 2000, experimentou um

fluxo de mais de 300.000 equatorianos, que

deixaram o seu país atingido pela dolarização

decidida por Quito.

Muitos deixaram o país anos depois com a crise

econômica na Península Ibérica.

- Os "boat people": após a queda de Saigon (30 de

abril de 1975), que terminou a Guerra do Vietnã, e

a tomada de Phnom Penh (17 de abril de 1975)

pelos Khmers Vermelhos, até 1,3 milhão de

pessoas buscaram refúgio no exterior.

Apesar de a grande maioria (800.000) ir para os

Estados Unidos, o fluxo também foi grande para a

Europa, principalmente na França: cerca de

130.000 cidadãos da antiga Indochina entraram

legalmente na França. Muitos mais entraram sem

o status de refugiado, mas todos em geral, foram

bem acolhidos.

Na imagem vemos um grupo de refugiados sírios

que vivem em um campo de concentração em

Zaatari. Nos dias atuais as pessoas têm destino

certo quando se fala em relação a migração que

seriam países como os ilustrados a seguir.

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Países europeus com um certo grau de

desenvolvimento, aí estão os principais fluxos

migratórios atuais.

Oriente médio: ASPECTOS GERAIS

O Oriente Médio abrange uma área de mais de 6

milhões de Km², formada por vários países do

Continente Asiático, como Arábia Saudita, Irã,

Afeganistão, Turquia, Iraque, Síria, Egito, entre

outros. Muitos estudiosos da geopolítica afirmam

que o Oriente Médio se localiza em uma posição

estratégica do planeta, entre a Europa, o restante

da Ásia e a África, cercado por importantes mares

e rios. Tal situação favoreceu o desenvolvimento

das civilizações antigas e da agricultura, além de

ter favorecido o contato com o restante do mundo.

Desde o início de sua ocupação, o Oriente Médio

vive muitos momentos de conflitos, envolvendo a

sua dominação por outras nações e a luta pela

formação e consolidação de territórios. No final da

Segunda Guerra Mundial, os países do Oriente

Médio se tornaram independentes. Entretanto os

conflitos não cessaram, principalmente com a

formação do Estado de Israel. Além disso, o

petróleo e questões religiosas também são as

causas de vários conflitos envolvendo as nações

dessa região. A população do Oriente Médio é

predominantemente árabe, mas também

encontramos na região turcos, judeus, persas,

armênios e curdos. A maioria dos habitantes

pratica a religião muçulmana, também conhecida

como Islamismo. A diversidade de seitas do

Islamismo favorece o surgimento de conflitos. Nas

últimas décadas, o Oriente Médio tem vivido a

“guerra contra o terror”, em que nações ocidentais,

sobretudo os Estados Unidos, justificam seus

ataques militares aos países do Oriente afirmando

a necessidade de combater organizações

terroristas. Entretanto interesses políticos e

econômicos, como o controle sobre as reservas de

petróleo, são as verdadeiras “causas” da

intensidade de conflitos. Vale ressaltar as riquezas

e belezas naturais do Oriente Médio, com o

predomínio de climas áridos e semiáridos, relevo

montanhoso, grandes reservas de petróleo e gás

natural. Mas a O Oriente Médio é uma região

marcada por muitas divergências políticas e

religiosas. Assim, é comum os países estarem

envolvidos em conflitos, sobretudo na disputa por

territórios e pelo poder do petróleo. Contudo é

importante conhecer outros aspectos dessa

região, que representam também riquezas

culturais e naturais, na maioria das vezes pouco

comentadas.

O Conflito Árabe-Israelense

A criação do Estado de Israel Em 1945,

com o fim da 2ª Guerra Mundial, os conflitos entre

judeus e árabes palestinos havia tornado a

situação da palestina britânica insustentável.

• A imigração judaica para Palestina não

parava de crescer.

• A simpatia pelo movimento sionista

crescia em todo mundo principalmente pelo

sofrimento dos judeus nas mãos dos nazistas

durante a guerra.

• Os árabes queriam garantir sua presença

na Palestina e para isto realizaram duas

conferências no Egito: em Alexandria, um 1944, e

no Cairo, em 1945, que resultaram na criação da

Liga dos Estados Árabes, cujo principal objetivo

era a defesa da presença árabe na Palestina.

• Em 1947 o Reino Unido entregou o

assunto a ONU que decidiu pela partilha da

Palestina entre judeus e árabes palestinos. Os

judeus ficariam com 57% enquanto os palestinos

ficariam 43% do território.

• A Liga Árabe não aceitou os termos da

partilha proposta pela ONU.

• Os exércitos do Egito, Jordânia, Iraque,

Síria e Líbano avançaram contra Israel que os

enfrentou e os expulsou. A população árabe

abandonou suas casas e terras e refugiou-se em

países árabes vizinhos.

• Em 1949, com aprovação da ONU, Israel

passou a ocupar cerca de 75% da Palestina. A

faixa de Gaza ficou para o Egito e a Cisjordânia

para a Jordânia. O estado árabe da Palestina tinha

sumido do mapa.

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• Milhares de palestinos deixaram suas

casas para morar em campo de refugiados

espalhados por países árabes como : Síria,

Jordânia, Líbano e na Faixa de Gaza.

• Surgiu uma nova geração de palestinos

no exílio ,educada em países árabes, mas com

uma lembrança e o crescente desejo de

restabelecer sua pátria na Palestina.

• Grande parte da comunidade árabe

continua não reconhecendo a existência de Israel,

considerando ilegítima essa divisão.

• A partir de 1965 Israel passou a

responder as provocações dos palestinos

atacando os Estados árabes que apoiavam esses

grupos.

• Foi a oportunidade que os Estados

árabes esperavam para começar uma guerra. •

Guerra dos seis dias :

• Em 1967, o Egito fechou o Golfo de

Ácaba, impedindo que os navios israelenses

circulassem. Israel atacou o Egito e destruiu sua

força aérea, ocuparam a Península do Sinai até o

Canal de Suez, além de Jerusalém Oriental, da

Cisjordânia e as colinas de Golan, na Síria

• Guerra de Yom Kippur (1973):

• Forças conjuntas de vários países árabes

atacam Israel no dia de Yom Kippur (dia do

perdão) , a data mais sagrada dos judeus. Mesmo

assim os judeus viraram o jogo e expulsaram os

árabes, provando a superioridade de seu exército.

Contavam também com o apoio dos EUA, que

forneciam armamento de última geração a Israel.

• Acordo de Camp David : Egito sela a paz

com Israel que devolve a Península do Sinai.

Acordo Israel-Egípcio. / 17 de setembro de 1978

• A ação política do Al-Fatah deu origem a

Organização para Libertação da Palestina (OLP),

em 1964, com o objetivo de lutar contra a

existência do Estado de Israel. Seus membros

propunham uma luta incansável pela conquista de

Jerusalém e da Palestina. Patrocinavam

atentados terroristas em locais públicos em Israel

ou em lugares onde houvesse concentração de

judeus.

• Em 1987 explode a Intifada, ou revolta

das pedras, movimento de resistência palestina

contra a ocupação israelense.

• 1988 – Proclamação do Estado da

Palestina (Em 29 de novembro de 2012, a

Assembleia Geral da ONU reconheceu o Estado

da Palestina).

• Evitando o uso de armas, a população

palestina praticou a desobediência civil: não

respeitava o toque de recolher do exército

israelense, saía as ruas para protestar, desfiando

de todas as formas o governo de Israel.

• Com a Intifada, o movimento palestino

ganhou simpatia da opinião pública internacional,

revelando um povo palestino que vive em

territórios ocupados por israelenses.

• Com a Intifada, a OLP passou a

considerar cada vez mais a opinião nos territórios

ocupados e seu desejo de encerrar a ocupação.

Grupos Terroristas

• Hamas- Sigla de Harakat Al-Muqawama

Al-Islamia (Movimento de Resistência Islâmico), o

Hamas é um grupo terrorista sócio-político da

Palestina fundado em 1987 por conta de uma

ramificação da Irmandade Muçulmana. Esta

organização foi fundada com o objetivo de libertar

a Palestina da subjugação israelense. Conhecido

por seus terroristas suicidas temerários, esse

grupo terrorista é expressivamente apoiado pelo

Hezbollah em questões contra o governo de Israel.

• Al-Qaeda- A Al-Qaeda é uma

organização fundamentalista islâmica

internacional fundada em 1989 por Osama Bin

Laden, uma figura misteriosa que, até o fatídico 11

de setembro de 2001, conseguiu se esquivar das

agências de inteligência de todo o mundo. A

estrutura organizacional do grupo, apesar da

notoriedade de sua rede integrada, é composta

por elementos desconhecidos. Indubitavelmente,

este é o maior nome do terror mundial.

Assassinato de Bin Laden em 02/05/2011.

• Hezbollah - Apoiado pelo Irã e pela Síria,

esse grupo terrorista baseado no Líbano emergiu

da guerra civil libanesa de 1982 e é considerado

como o maior inimigo de Israel e países árabes

sunitas. De acordo com um relatório da Agência

Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA),

esta organização abrange 41% da população

libanesa e está envolvida em várias atividades

sociais.

• Taliban (Talibã) - Derivado da palavra

‘estudantes’, o Talibã é conhecido pelo violento

governo que regeu formalmente o Afeganistão

entre 1996 e 2001, apesar de seu governo ter sido

reconhecido por apenas três países – Emirados

Árabes Unidos, Arábia Saudita e Paquistão.

Atualmente sua maior força ofensiva destaca-se

contra a OTAN (Organização do Tratado do

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Atlântico Norte) e os governos do Paquistão e

Afeganistão.

• 1993 – Acordo de Oslo : foi uma série de

acordos entre o governo de Israel e o Presidente

da OLP, Yasser Arafat mediados pelo então

presidente dos EUA, Bill Clinton. Se

comprometiam a unir esforços para a realização

da paz entre os dois povos. Estes acordos previam

o término dos conflitos, a abertura das

negociações sobre os territórios ocupados, a

retirada de Israel do sul do Líbano e a questão do

status de Jerusalém.

• 1995 – Primeiro Ministro de Israel,

Yitzhak Rabin, e o presidente da OLP, Yasser

Arafat, assinaram um documento estabelecendo

os princípios de transferência da Faixa de Gaza e

de parte do território e de parte do território da

Cisjordânia para que os palestinos formassem seu

próprio Estado.

• Desde então a OLP se transformou em

ANP (Autoridade Nacional Palestina), que seria

responsável pelo controle político do novo Estado.

• O acordo de Oslo não foi suficiente para

trazer paz à região: Rabin foi assassinado em

1995 por um extremista judeu.

• Grupos radicais islâmicos como o Hamas

e o Jihad não reconheceram os acordos

realizados pela OLP e pela sua sucessora ANP e

continuam a fazer atos de terrorismo contra Israel.

• Milhares de colonos israelenses juram que

jamais sairão das colônias da Cisjordânia, nem

que seja preciso criar milícias para substituir as

tropas israelenses.

• Diante do impasse explode uma nova

Intifada em setembro de 2000.

• A reação de Israel foi violenta: construiu

um muro separando os povos árabes das colônias

judaicas da Cisjordânia, impedindo a circulação

dos palestinos e enviou tropas para as principais

cidades palestinas.

• O líder Yasser Arafat se transformou em

prisioneiro em seu próprio quartel general,

cercado pelo exército de Israel, de onde só saiu

em 2004, gravemente enfermo. Morreu em 2004

Muro que separa árabes palestinos e judeus

• Em agosto de 2005 Israel decidiu

esvaziar todas as colônias judaicas da Faixa de

Gaza, depois de 38 anos de ocupação. Quatro

colônias da Cisjordânia também foram

desativadas e cerca de15 mil judeus foram

removidos.

• Apesar desta retirada ainda restam mais

de 100 colônias judaicas na Cisjordânia e o

governo de Israel não está disposto a continuar

com as remoções.

• Israel também não pretende abrir mão de

Jerusalém, reivindicada pelos palestinos para ser

a capital de seu futuro Estado.

• O Hamas já avisou que usará todas as

armas para lutar pela libertação da Cisjordânia e

de Jerusalém Oriental.

• Junho de 2009 : O ministro de Assuntos

exteriores de Israel, Lieberman, afirmou que o

governo israelense está disposto a iniciar um

diálogo com os palestinos : se referiu pela primeira

vez à criação de um “ Estado Palestino” , mas fez

uma série de requisitos à ANP, como por exemplo

que seja um território desmilitarizado.

• O presidente dos EUA, Obama, pediu

uma total paralisação das construções nas

colônias judias, um dos principais empecilhos no

processo de paz entre israelenses e palestinos.

• Extremistas da direita nacionalista

israelense anunciaram suas intenções de construir

nas próximas semanas 30 novas áreas judias na

Cisjordânia.

• Meir Bretler, membro do grupo “Lealdade

à Terra de Israel”, integrado por colonos judeus,

declarou que algumas áreas serão levantadas em

lugares onde não há assentamentos a fim de se

estender no território o máximo possível.

• O movimento islâmico Hamas condenou

o discurso feito pelo ministro israelense e

considerou inaceitáveis as condições impostas

para a criação de um “ Estado Palestino”.

• Segundo Ismail Radwan , um dos líderes

do Hamas: ele negou os direitos legítimos do povo

palestino, como o direito ao retorno dos refugiados

e o reconhecimento de Jerusalém como capital do

futuro Estado palestino“. O discurso é uma

bofetada na cara de todos aqueles que apostaram

na opção das negociações com Israel. Também

representa uma resposta aos árabes e palestinos

que defendem o diálogo de paz", disse. 2015

• O Exército israelense quer impedir o

lançamento de mais foguetes a partir de Gaza e

enfraquecer o grupo radical islâmico Hamas.

• Nas madrugadas destas terça-feira e

quarta-feira (09/07), Israel atacou centenas de

alvos do lado palestino, supostamente incluindo

casas de membros do Hamas. Além disso, a força

aérea disparou contra lançadores de foguetes e

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campos de treinamento, disse um porta-voz dos

militares.

• Antes disso, o Hamas havia reivindicado

a autoria dos ataques com foguetes vindos da

Faixa de Gaza.

• O que provocou as tensões atuais? No

dia 12 de junho, três jovens israelenses foram

sequestrados na Cisjordânia e encontrados

mortos duas semanas depois. O governo de Israel

acusa o Hamas como responsável pelo crime. Na

busca dos autores, seis palestinos foram mortos

pelo Exército e cerca de 420 foram presos, a

maioria deles membros do Hamas.

A questão da Palestina

Entre os autores que dão ao conflito um

aspecto eminentemente político, destaca-se a

jornalista e escritora brasileira, de origens

judaicas, Helenas Salem para quem “no momento

em que árabes matam árabes (no Líbano), em que

judeus discordam de judeus (em Israel e no resto

do 8 mundo em relação ao governo Begin) fica

mais do que evidente que a questão não é árabe

ou judia, muçulmana ou israelita, mas de fato

política” (SALEM, 1982). Segundo essa autora, a

convivência de forma mais ou menos pacífica

entre os povos “primos” de origem semita, seja na

Península Ibérica, no período medieval, ou na

Palestina há mais de um século, evidencia que a

questão palestina apresenta causas políticas,

sociais e econômicas precisas. Além disso, pontua

o início da disputa árabe/israelense com o

surgimento do sionismo no final do século XIX e

sua implementação na Palestina. Com isso, a

referida autora descarta qualquer motivo religioso

ou pseudo-racial para o conflito. Entre os que

destacam a disputa por terra na região como base

para o conflito palestino-israelense está Ariel

Finguerman, que apresenta como problema

adicional, o fato de ser a Terra Santa para ambos

os lados (FINGUERMAN, 2005). O próprio

sionismo, como movimento nacionalista judaico,

pode ser entendido sob diversos aspectos.

Segundo Aura Gomes, alguns autores defendem

que a motivação do movimento se deve ao medo

que alguns judeus tinham de serem assimilados

pelas sociedades no meio das quais viviam,

perdendo sua identidade como povo. Isso era

reforçado pela consideração de alguns grupos de

judeus ortodoxos de que o movimento sionista

seria o único meio de preservação da fé judaica

(GOMES, 2001, p.11). Outros analistas dividem o

sionismo em duas correntes: “ o sionismo burguês,

associado a Theodor Herzl, aproximou-se do

governo inglês, garantindo que iria criar um

‘bolsão de cultura européia’ no Oriente Médio,

uma ‘barreira contra a barbárie oriental’. O caráter

colonialista e etnocêntrico contra os povos árabes

parecia claro. Entretanto, havia também o

sionismo socialista, que queria ‘levar a revolução

socialista para a Palestina e de lá para todo o

Oriente Médio’ ” (SCHIMIDT, 2005, p. 616).

Mesmo autores de origem judaica apontam

elementos complicadores no movimento sionista,

como é o caso de Yoram Kaniouk para quem “a

pior calamidade do sionismo, no qual ainda

acredito, foi ter acreditado que com a redenção

dos judeus em sua terra traria progresso para os

árabes” (KANIOUK, 1997, p. 84). 9 Discutir os

fundamentos do sionismo é o interesse de autores

como Norman G. Finkelstein, que analisa o

“consenso ideológico” originário desse

pensamento. Para ele, a ideia de que a Palestina

deveria conter uma maioria judaica seria um dos

elementos centrais desse consenso. As três

tendências distintas do sionismo - política,

trabalhista e cultural -, defendiam essa ideia por

diferentes razões. Além disso, levar em conta a

violação dos direitos dos árabes desde 1948, os

erros estratégicos e a corrupção da liderança

palestina é importante para a compreensão do

conflito (FINKELSTEIN, 2005). O agravamento da

questão palestina também ocorre pelo interesse

das potências imperialistas no final do século XIX,

principalmente da Inglaterra, no Oriente Médio.

Segundo Salem, a Inglaterra utilizou a velha tática

de “dividir para reinar”, apoiando a imigração de

judeus para a palestina e reduzindo esse mesmo

apoio quando a tensão entre árabes e sionistas

atingia níveis elevados (SALEM,1982). Inglaterra

e França, que dividiam o que sobrava do império

otomano em fragmentação, determinaram o

destino da região (SOLIMAN, 1990). Um equívoco

do movimento sionista, apontado por Márcio

Scalercio, foi o fato de seus líderes priorizarem os

contatos com os dominadores britânicos na

Palestina, ignorando o povo que aí vivia mesmo

com o alerta de que as populações árabes aí

radicadas não aceitariam passivamente ceder

espaço para judeus recém-chegados

(SCALÉRCIO, 2003). Segundo Amnon Kapeliouk,

contraponto do movimento sionista é o movimento

nacionalista palestino no qual se destaca a figura

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de Iasser Arafat como núcleo principal da OLP

(Organização para a Libertação de Palestina)

(KAPELIOUK, 2004). Para Scalercio, porém, a

OLP foi fundada, em 1964, numa tentativa de

líderes de países árabes de manter sob controle o

potencialmente explosivo movimento palestino - já

então fragmentado em várias organizações, como

veremos no item seguinte (Confrontos Militares) -.

“Apenas após o ‘novo desastre’ representado pela

derrota na Guerra dos Seis Dias (1967) grupos

como o de Arafat se 10 inclinaram a se aproximar

e mesmo procurar assumir o controle da OLP”

(SCALERCIO, 2003, p. 101). 3. Os Confrontos

Militares Do ponto de vista militar das lutas na

Palestina, é importante traçar um quadro histórico

do conflito e suas conexões com o

fundamentalismo e o terrorismo no Oriente Médio,

através de uma análise reveladora sobre esses

dois povos condenados a conviver (SCALERCIO,

2003). Para esse autor, colocar essa disputa por

terra no campo religioso, principalmente na defesa

da legitimidade histórica, complica o problema da

Palestina. Isso porque, não é possível uma

resposta clara sobre qual grupo semita primeiro lá

se instalou. A profusão de profetas, característica

dos semitas, trazendo sempre uma “nova

verdade”, resultou em alguns bem-sucedidos que

se sedimentaram e outros, fracassados, que foram

esquecidos. “Os judeus dirão que saíram à força e

voltaram, os árabes responderão que jamais se

moveram da Palestina” (SCALERCIO, 2003, p.

20). Essa incapacidade de estabelecer pontos

razoáveis fez com que as armas se tornassem a

única forma de fazer prevalecer posições. A

fundação do Estado de Israel, em 1948, e a

rejeição árabe da Partilha da Palestina

demonstravam a preparação dos dois lados para

a guerra. Assim, segundo Scalercio, a análise do

conflito na região deve levar em conta a violência

como estratégia de concretizar projetos, e não

somente do ponto de vista moralista ou da luta de

classes ou da desigualdade social. A

superioridade bélica israelense enfraqueceu as

negociações baseadas na política e no

entendimento e levou os árabes palestinos a

abandonar a guerra convencional e adotar a

guerrilha. A partir da década de 1970, essas ações

passaram a ser qualificadas de terroristas, na idéia

de que de que “tudo era um alvo”. Passou-se a

aplicar no Oriente Médio a “Lei de Talião”. O que

emerge disso tudo “é que israelenses e palestinos

estão condenados a conviver” (SCALERCIO,

2003, p.). A obra desse autor parte do pressuposto

que “Histórias completas não existem”, mas é

possível compreender melhor o conflito árabe-

israelense. 11 Para iniciar a história do conflito sob

o aspecto militar, o autor propõe que, para

compreendê-lo melhor é necessário partir do

pressuposto “que Israel moderno é um Estado

Ocidental cravado no Oriente Médio”

(SCALERCIO, 2003, p. 29) o que, por si só, já é

um grande complicador. Além disso, alguns

líderes do chamado “sionismo revisionista” já

tinham consciência de que os palestinos não

cederiam pacificamente suas terras. Isso foi se

confirmando mesmo antes da criação do Estado

de Israel, quando entre 1936 e 1939 houve a

revolta dos palestinos contra os britânicos e

colonos judeus. Por outro lado, mesmo antes do

levante, os judeus organizaram as “forças de

defesa” unidas no Haganah. Judeus mais

extremistas criaram o Irgun e outros, mais

radicais, o Lehi que, juntamente com o movimento

palestino de protesto, deram início à escalada do

atualmente denominado “terrorismo” na região.

Segundo Scalercio, a proposta da ONU da Partilha

da Palestina, de 1947, que desgostou árabes

palestinos e judeus, foi aceita por setores judaicos

para angariar a simpatia internacional, atribuindo

aos árabes o ônus de não aceitar a partilha, e

como ponto de partida para a criação do Estado

de Israel (SCALERCIO, 2003, p. 42- 44). Depois

da criação do Estado de Israel, a primeira guerra

árabe-israelense (1948-1949), foi considerada

pelos palestinos como uma catástrofe (nakba) e

como a Guerra da Independência pelos

israelenses. Scalercio afirma que a preparação

para esse conflito foi mais fraca e desorganizada

entre os árabes, onde se destacavam o Egito e o

reino Hashemita da Transjordânia. Os judeus,

organizados em torno do haganah (mais tarde

transformado na FDI – Força de Defesa

Israelense), juntavam armas e munição desde

1930. Após a II Guerra, muito material bélico se

tornou disponível e a Tchecoslováquia forneceu

armamentos a Israel. Na sequência da análise dos

confrontos armados, Scalercio afirma que, o fato

de Israel ter ganho a guerra de 1948/1949 contra

os árabes, fez com que perdesse sua paz. A

questão dos refugiados palestinos passou a ser

utilizada por ambos os lados como propaganda

para seus interesses. Os árabes, principalmente

dos países hospedeiros dos 12 refugiados,

atribuíam a Israel exclusiva responsabilidade pela

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situação e, por isso, deveria arcar com o ônus da

solução do problema. O governo israelense, por

sua vez, acusava os árabes de criarem o problema

por não aceitarem a Resolução da ONU sobre a

partilha da Palestina e que os palestinos se

retiraram por conta própria, pois os que

permaneceram em Israel tiveram garantido os

direitos de cidadania. Muitos autores, porém,

afirmam que os palestinos tenham o status de

“cidadãos de segunda categoria” em Israel.

“Costurar uma ideia de comunidade nacional entre

uma população espalhada e heterogênea,

enfrentar as desconfianças e as tentativas de

manipulação do movimento por parte dos

governos dos Estados hospedeiros e constituir

uma linha de ação que soubesse sensibilizar a

comunidade internacional eram tarefas

indispensáveis para dar corpo ao movimento

nacional palestino”. (SCALERCIO, 2003, p. 94).

Pela força militar e melhor capacidade de

organização, o Estado de Israel foi imposto aos

árabes. Por outro lado, através da violência dos

guerrilheiros palestinos (Fedayin) que ousavam

enfrentar um inimigo materialmente superior, “foi

iniciada a construção da lenda de luta do povo

palestino” (SCALERCIO, 2003, p. 95). A partir da

metade da década de 1950, a organização política

dos palestinos começa a se incrementar. A

formação da Al Fatah (“Conquista”), em 1959, por

Yasser Arafat e outros líderes originários de

famílias palestinas refugiadas, que pretendia

coordenar os vários esforços palestinos em todo o

Oriente Médio e organizar a luta armada, é um

exemplo disso. As dissidências desse grupo que

deram origem a outras organizações palestinas,

como a “Frente Popular para a Libertação da

Palestina” e a “Frente Democrática e Popular pela

Libertação da Palestina”, ligadas à ideologia

marxista-revolucionária, demonstram uma certa

intelectualizarão da luta palestina, principalmente

pela vivência acadêmica de jovens universitários,

que também se contrapunham à elite árabe. Por

outro lado, segundo Scalercio, a fragmentação

das 13 organizações palestinas desde sua origem

“em parte, é reflexo da própria dispersão da

comunidade palestina” (SCALERCIO, 2003, p.

99). A Guerra de Suez (1956) foi um conflito

inserido no contexto da Guerra Fria. Nesse

período, o poder de barganha dos árabes no

cenário internacional cresceu devido ao aumento

da importância do petróleo. Assim, as posições de

árabes e israelenses em relação às disputas na

Palestina, também se tornaram mais duras. As

disputas entre as duas superpotências mundiais à

época, também alcançaram a região. Scalercio

aponta como consequências dessa nova guerra: o

resgate da ideia do pan-arabismo, sob a liderança

de Nasser (Egito); a adoção de uma tática mais

ofensiva de Israel, alegando a defesa de seus

direitos; a queda da Inglaterra e da França ao nível

de potências militares de segunda categoria e o

aumento das dificuldades de reconhecimento e

autorização de “revisões de limites territoriais

mediante o uso da força” (SCALERCIO, 2003, p.

144). A crescente militarização dos países árabes

da região e de Israel fez com que a tensão na

Palestina levasse a uma nova guerra, uma década

mais tarde. Este novo conflito, a Guerra dos Seis

Dias (1967) agravaria ainda mais a situação na

região. Se, por um lado, Israel expandiu seu

território na Palestina, através da anexação do

Sinai, da Faixa de Gaza, de toda a Jerusalém e da

Cisjordânia, trazendo orgulho para seu povo, por

outro, impôs condições de vida precárias aos

palestinos que viviam nessas áreas. Assim, a cada

novo conflito armado, aumenta a escalada de

raiva, ódio, desconfiança, nacionalismos. “Para as

gerações de palestinos nascidos depois de 1967

nos campos de refugiados e nas cidades

controladas pela FDI, opor-se aos israelenses era

combater um exército de ocupação que

empunhava um poder opressor. (...) Com sua

conquista os israelenses trouxeram o problema

palestino das bordas das fronteiras para dentro de

casa. A ocupação e a opressão fertilizaram o solo

no qual cresceu uma forte identidade palestina,

militante e hostil. Pela segunda vez, Israel ganhara

a Guerra, mas perdera a paz” (SCALERCIO, 2003,

p. 169). Em 1973 se desenvolve um novo conflito

armado no qual, Egito e Síria atacaram Israel que

só conseguiu se defender com o apoio dos

Estados Unidos. Chamado de Guerra do Yom

Kippur (“Dia do Perdão” para os judeus), o conflito

terminou depois de dezenove dias de combate

com a assinatura de um acordo de paz e sem

mudanças territoriais. Segundo especialistas, na

década de 1970, houve uma transição na

estratégia de luta dos árabes na Palestina, da

guerra convencional para a guerrilha. As

organizações armadas palestinas, como o El

Fatah, ligado à OLP, após a ascensão de Yasser

Arafat à presidência da organização, e outros

grupos independentes, passaram a ter como base

os países árabes vizinhos a Israel. A partir dali,

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atacavam Israel, que retaliava, muitas vezes com

ações militares dentro desses países. Isso levou,

não só a novos conflitos armados com Israel, mas

dentro dos próprios países árabes, como a Guerra

Civil no Líbano, entre 1976 e 1991. Por outro lado,

o conflito no Oriente Médio teve um processo e

mundialização com ações de guerrilheiros

palestinos em outros lugares do mundo –

contando muitas vezes com o suporte técnico dos

serviços secretos soviéticos - como nas

Olimpíadas de Berlim, em 1972. Em 1982, um

grupo palestino feriu o embaixador israelense em

Londres, o que foi utilizado como pretexto por

Israel para invadir o já belicoso Líbano, na

chamada “Operação Paz para a Galileia”. A

aproximação cada vez maior de Israel com os

Estados Unidos durante o contexto da Guerra Fria

– embora não fosse unanimidade entre os

israelenses, entre os quais muitos tinham

convicções socialistas -, pode ser explicado pela

busca de recursos financeiros e tecnológicos para

fortalecer seu sistema de defesa. Nessa

aproximação deve ser levada em conta, a influente

e rica comunidade judaica americana. Isso gerou

uma relação de ambiguidade entre os norte-

americanos e os líderes muçulmanos: ao mesmo

tempo em que estes repudiavam o “imperialismo

sionista”, tinham necessidade de combaterem

ateus e comunistas para manter o poder

(SCALERCIO, 2003, p. 173). Como vimos, o caso

de Israel e Palestina sofre implicações das

relações instáveis entre os países árabes da

região e das suas relações 15 ambíguas com as

potências mundiais, ou destas com eles. Neste

particular, o Iraque se destaca, seja em sua guerra

com o Irã, na década de 1980, na crise e Guerra

do Golfo, no início da década de 1990 e na

presente Guerra do Iraque, iniciada em 2003.

Segundo alguns autores, a preocupação pública

de Saddan Hussein era que, após o

enfraquecimento da União Soviética no final da

década de 1980, os Estados Unidos passaram a

ser a única superpotência no Oriente Médio e que

esta tinha o interesse de aumentar a influência de

Israel na região (MILLER e MYLROIE, 1991). Com

a crise do Golfo (1990/91), os Estados Unidos

conseguiram atrair o apoio de vários países

árabes, como a Arábia Saudita, Emirados do

Golfo, Egito e Síria, que temiam a fortalecimento

de Saddan Husseim. Os palestinos, por sua vez,

apoiaram o governo do Iraque, principalmente

depois do ataque de mísseis que este fez a Israel.

Um confronto que pode, figurativamente, ser

comparado a uma edição às avessas e inconclusa

da história bíblica de Davi e Golias, ficou

conhecido como Intifada (“levante”), cuja primeira

ocorreu em 1987. A “guerra das pedras” teve início

na Faixa de Gaza, num funeral de palestinos

mortos em um acidente, no qual a ostensiva

mobilização de tropas israelenses irritou jovens

palestinos que começaram a atirar pedras em

tanques e soldados israelenses. Espalhando-se,

atingindo também a Cisjordânia, cidadãos

israelenses e automóveis passaram a ser alvos.

As imagens desse conflito passaram a ter um forte

apelo na mídia mundial e suas características de

“levante popular” e não “terrorista”, colocou em

cheque as forças de defesa de Israel. A Intifada

durou até 1993 e provocou boicote de

trabalhadores e de consumo de produtos

israelenses, além do desgaste das ações de Israel

frente à população civil palestina, principalmente

mulheres e crianças. Com a crise do Golfo, no

início da década de 1990, as imagens da Intifada

foram substituídas na mídia internacional pela

Guerra do Golfo. Isso, em parte, deve-se ao apoio

dos palestinos ao Iraque, no conflito, o que os

deixou meio isolados. Esses acontecimentos

provocariam mudanças na organização do poder

dentro do movimento político palestino. Surgiu o

Hamas (“zelo”) Movimento de Resistência

Islâmica, grupo religioso que cresceu favorecido

16 pela fúria popular que facilita o surgimento de

extremistas. Além disso, houve aumento de

representantes no PNC (Conselho Nacional

Palestino) que, em 1988, proclamou a criação de

um Estado Palestino. Desse ato surgiu a ANP

(Autoridade Nacional Palestina), chefiada por

Yasser Arafat, que obteve reconhecimento

internacional para negociar uma solução para o

problema palestino, embora não tenha efetivado o

Estado Palestino. Uma nova Intifada ocorreria em

2000 quando uma visita do primeiro-ministro

israelense num dos principais lugares santos

muçulmanos em Jerusalém, foi considerada um

gesto simbólico de provocação. Esse conflito,

ocorrido sete anos após o acordo de Paz de Oslo,

a não retirada prevista de tropas israelenses dos

territórios palestinos ocupadas em 1967,

novamente colocou Israel em xeque quanto à

proporcionalidade do uso da força contra os

palestinos. Neste tempo, já de mundo globalizado,

os efeitos e a preocupação com a mídia também

pesam. Segundo Marwan Bishara: “Em um mundo

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em que a câmera exerce um papel de importância

igual ao das armas, uma tarefa urgente se

impunha a Israel: reparar o mal causado à sua

imagem pela mídia. O governo de Barak devia

atenuar os efeitos das câmeras, que eram as

aliadas naturais dos fracos palestinos, dos Davis

armados de estilingues. Conscientes deste

problema, os israelenses lançaram uma

campanha de urgência, encarregada de remediar

a ‘desvantagem’ – de certa forma inevitável – de

sua força e da maneira como ela era apresentada

à opinião internacional nas telas de televisão. Já

os palestinos, em lugar de tomar partido das novas

ferramentas da globalização, fizeram a sua

Intifada, como de hábito, na mais completa

improvisação” (BISHARA, 2003, p. 38).

Os atentados às Torres Gêmeas, em 11 de

setembro de 2001, nos Estados Unidos,

acompanhadas ao vivo, pela televisão,

personificam a globalização, não só do conflito

palestino-israelense, mas da questão do Oriente

Médio como um todo e, mesmo, revela as tensões

e contradições entre o Ocidente e o Oriente. Visto

como um enclave ocidental no Oriente Médio,

Israel sofre uma campanha de ataques suicidas do

Hamas e Jihad Islâmica. No ano seguinte, em

represália aos ataques radicais palestinos, forças

de Israel sitiam Yasser Arafat em territórios

palestinos e destroem a infraestrutura da ANP. A

morte de Arafat, acometido e uma doença

misteriosa, em 2004, na França – onde recebeu

tratamento médico -, é visto por muitos como o

término de um longo ciclo no interminável conflito

palestino-israelense. 4. As Possibilidades de

Convivência Pacífica Depois desse quadro

pintado historicamente, parcialmente revelado nos

itens anteriores deste artigo e que nos apontam

grande complexidade e inúmeras nuances, cabe-

nos discutir se ainda existem possibilidades de um

fim para esse conflito. Que tentativas já se fizeram

para isso ao longo desse processo histórico e por

que falharam? A instabilidade no Oriente Médio

preocupou de forma mais aguda os demais países

do mundo, principalmente no início da década de

1970, com a crise do petróleo e a decorrente crise

econômica que se espalhou pelo mundo. Cerca de

1/3 da produção mundial de petróleo era

controlada pelos países árabes. A pressão

internacional para uma solução mais estável para

o conflito palestino-israelense aumentou,

principalmente após a guerra de 1973 (Yom

Kippur). Em 1974, a Liga Árabe reconheceu que a

OLP deveria liderar a constituição de uma

autoridade nacional palestina. A ONU também

aprovou uma resolução que reconhecia o direito

da autodeterminação do povo palestino. Israel,

porém, não aceitava negociar com a OLP, a quem

consideravam organização terrorista. As áreas

ocupadas por Israel e os assentamentos judaicos

em territórios palestinos, tornavam uma

negociação de paz muito na região muito difícil.

Envolto numa crise econômica,

aprofundada por uma experiência socialista que

não deu certo, o Egito buscou mais afoitamente,

acordos na região. Em 1975, em um acordo

parcial com Israel, conseguiu a devolução de

campos petrolíferos. Em 1978, sob a mediação

dos Estados Unidos, com grande rumor, assinava

os Acordos de Camp David. As discussões entre

Egito, Estados Unidos e Israel giraram em de dois

pontos, segundo Scalercio: a devolução de toda a

península do Sinai para o Egito e o destino da

Faixa de Gaza, da Cisjordânia, de Jerusalém e

dos árabes na Palestina. No final, ficou acordado

que os participantes se comprometiam em

resolver definitivamente o problema palestino em

todos os seus aspectos. Isso, porém, dependeria

de futuras negociações entre Egito e outros

Estados Árabes, com palestinos residentes em

territórios ocupados e a aprovação do Parlamento

Israelense (Knesset). Ao voltar para seu país, o

representante israelense Menachem Begin, foi

apoiado por movimentos pacifistas, mas

reprovado por grupos de judeus ortodoxos e

partidos de direita. Anwar Sadat, presidente

egípcio, foi expulso da Liga Árabe acusado de

negociar com o inimigo. Por fim, medidas tomadas

pelo governo israelense – como a proposta de

mudança nas leis que permitiriam a expropriação

de terras pertencentes a árabes -, provocaram

renúncias de autoridades comprometidas com os

acordos de Camp David, substituídas por outros

líderes da “linha dura”, intransigentes em relação

aos palestinos. Foi o fim do primeiro acordo de

Camp David. A Revolução Islâmica no Irã, em

1979, o início da Guerra entre Irã e Iraque, em

1980, o bombardeio de um reator nuclear

iraquiano pelos israelenses, o assassinado de

Sadat e a anexação das colinas de Golan por

Israel, em 1981, além da invasão do Líbano em

1982, não deixavam vislumbrar novas tentativas e

paz. A primeira Intifada, em 1987, parecia

corroborar com essa previsão. A repercussão

negativa da Intifada em âmbito mundial fez com

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que a liderança israelense apresentasse seus

próprios planos de paz, que retomava algumas

ideias de Camp David e propunha uma trégua

para negociações com palestinos, israelenses e

jordanianos. Como não garantia aos palestinos o

controle dos territórios ocupados e se omitia em

relação aos assentamentos, não agradou os 19

palestinos. Nem membros do governo israelense

e o Knesset apoiaram essa proposta, e a iniciativa

foi abandonada. Em 1991, com a Guerra do Golfo

e o fim da URSS, os Estados Unidos anunciam

uma nova iniciativa de Paz para a região. Um dos

motivos disso pode ser buscado no seguinte fato:

durante a crise do Golfo Saddan Husseim quis

minar as ações dos Estados Unidos no Oriente

Médio, acusando-o de adotar “dois pesos e duas

medidas” e declarou que aceitaria a Resolução da

ONU e deixaria o Kuwait, se Israel fizesse o

mesmo com os territórios palestinos ocupados.

Percebendo que, somente a vitória na Guerra do

Golfo não era solução política estável para o

Oriente Médio e que a questão árabe-israelense é

um componente importante nessa equação, os

Estados Unidos patrocinam essa iniciativa de paz.

Ocorre a Conferência Internacional de Paz em

Madri e as conversações bilaterais de paz entre

árabes e israelenses em Washington. A tensa e

conturbada Conferência de Madri, teve

continuidade nas conversações entre israelenses,

palestinos residentes e jordanianos em

Washington, mas avançavam com lentidão. Um

impasse nessas conversações foi provocado em

dezembro de 1992 com o sequestro de um guarda

e fronteira israelense pelo grupo fundamentalista

islâmico palestino Hamas. Isso, porém, não

inviabilizou a continuidade de reuniões entre

representantes palestinos e israelenses,

primeiramente em Londres e, mais tarde, através

de um fórum de negociações secretas, em Oslo,

na Noruega. Nesta etapa, participaram

representantes da OLP, até então não aceita

como interlocutor dos palestinos por Israel. Em

1993, foi selado os Acordos de Oslo, em

Washington que, entre outras coisas previa a

retirada de tropas israelenses de Gaza e Jericó,

onde seriam substituídas por uma Autoridade

Nacional Palestina (ANP) e uma força policial

palestina deveria manter a ordem nos territórios

liberados; convocação de eleições na Faixa de

Gaza e Cisjordânia para a formação do Conselho

Palestino, que teria todas as funções de governo,

menos a defesa e a guarda das fronteiras

(SCALERCIO, 2003, p. 266). Porém, dentro das

sociedades palestinas e israelenses as oposições

aos acordos eram muitas. Os palestinos

consideravam os ganhos muito 20 pequenos e

que renunciariam à luta pelos refugiados

palestinos e por Jerusalém. Do lado israelense,

partidos de direita, grupos religiosos ortodoxos e

colonos dos assentamentos lideraram a oposição

aos acordos. O assassinato do primeiro-ministro

israelense Yitzhak Rabin que, com Yasser Arafat,

foi signatário dos acordos, em novembro de 1995,

foi o mais duro golpe ao processo de paz. Além

dessas oposições e do assassinato de Rabin, as

mudanças no governo israelense – principalmente

a eleição de Benjamin Netanyahu, contrário aos

acordos -, as ações dos ataques de militantes

palestinos em Israel e as retaliações israelenses,

foram gradativamente pondo fim aos Acordos de

Oslo. Em julho de 2000 termina uma nova

Conferência de Camp David sem acordo para

questões importantes, como o controle da água, o

retorno dos refugiados palestinos, as fronteiras em

Gaza e Cisjordânia e os assentamentos judaicos.

Além disso, o futuro Estado palestino teria muitas

limitações em aspectos militares, de política

externa e teria uma certa “supervisão” de Israel

para alguns assuntos. Novamente, setores

palestinos e israelenses rejeitam mais esta

tentativa de acordo e, logo a seguir, eclode a

segunda Intifada. Segundo o analista palestino

Marwan Bishara, “em lugar de trazer a solução,

Oslo veio a constituir um problema. O objetivo

oficial de uma ‘paz justa, durável e global’

transformou-se em uma série de acordos injustos,

temporários e parciais que acarretaram a

insatisfação e a frustração entre os palestinos”

(BISHARA, 2003, p. 31). A Intifada de 2000 foi

uma ruptura com Oslo porque “os arranjos sobre

as questões de segurança, previstas pelos

acordos de Oslo, não podiam ser efetivos a partir

do momento em que a ANP se recusava a reprimir

as manifestações contra a ocupação” (BISHARA,

2003, p. 44). Durante o período em que Yasser

Arafat foi mantido cercado pelo exército israelense

na Cisjordânia – entre 2001 e 2004 -, um novo

plano de paz, conhecido como “Mapa da Estrada”,

foi proposto pelos Estados Unidos, apoiado pela

União Europeia, pela Rússia e pela ONU. Este

plano previa a criação de um Estado Palestino,

desde que os ataques terroristas 21 contra Israel

cessassem e que os israelenses deixassem as

colônias agrícolas em territórios ocupados. Além

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desses entraves ainda não resolvidos, esse plano

ainda enfrentou outro problema: a construção de

um muro com previsão de 650 km – 400 km já

construídos -, visando separar Israel da

Cisjordânia, dentro do território palestino. Para

alguns autores, existe um pessimismo quanto à

possibilidade de entendimento entre ambas as

partes envolvidas no conflito a curto e médio

prazo: “Enquanto existir o binômio Estado/Religião

em um país moderno não haverá possibilidade de

convivência pacífica multiétnica ou religiosa dentro

de suas fronteiras. A história do ocidente provou

que é necessário separar as esferas do poder das

verdades da fé. ”(...) “O problema não é religioso

ou a religião, pois o homem é um ser que busca e

necessita algo transcendental, e sim a utilização

que alguns radicais político-religiosos fazem do

Estado teocrático para seus próprios fins. Nem o

Corão nem a Torah defendem os massacres

perpetrados por ambas as partes. ” (COSTA,

2002). Há quem destaque que, para se construir

uma convivência pacífica na Palestina, é

necessária uma solução que aponte para - além

das estruturas políticas, econômicas e sociais – o

ser humano: “ se todos chegássemos a ver o ser

humano por trás do inimigo, seria mais fácil”

(KANIUK et HABIBI, 1997, p.78). Nesta obra, A

Terra das Duas Promessas, um judeu (Yoram

Kaniuk) e um palestino (Emil Habibi) escrevem

sobre o povo do outro e defendem a existência de

“um país, dois Estados, uma capital”. Para Emil

Habibi, “movimentos fundamentalistas, sejam

religiosos ou laicos, eles não têm qualquer futuro,

na medida em que se opõem radicalmente à

natureza humana, à fragilidade humana”. Para ele,

a defesa de ideais políticos ou religiosos, afasta e

opõe os dois povos e, somente o reconhecimento

da fragilidade poderia gerar a “humanização 22 do

inimigo” e a possibilidade de convivência pacífica.

Para Yoram Kaniuk, diferentemente de outros

países (Estados) que se desenvolveram

historicamente e foram se formando, Israel foi

fundado assim como não existia a Palestina no

espaço árabe. Essa característica agudiza as

relações já normalmente contraditórias de um

processo histórico. “O judaísmo é uma teoria de

sobrevivência na diáspora, mais do que um legado

da Terra de Israel. E então, os árabes dizem, aqui

viveram outrora seus antepassados – e daí?

Também os hititas viveram aqui, também os

canaanitas, assim como os egípcios e os

bizantinos, os romanos, os cruzados e os cristãos”

(KANIUK et HABIBI, 1997, p.191). Estudos

divulgados no início deste século vêm

demonstrando que tanto os judeus quanto os

palestinos não construíram suas culturas de forma

hermética, mas sofreram influências de outros

povos e culturas. Um exemplo é apresentado por

Ivan Esperança Rocha segundo o qual “muitos

elementos cananeus influenciaram a cultura

judaica e hoje alguns escritores nacionalistas

palestinos procuram vincular sua linhagem à dos

antigos canaanitas, o que evidencia novos

elementos que podem contribuir para amainar as

relações entre judeus e palestinos”. Segundo o

autor isso pode se dar porque “o fundamentalismo

judaico e palestino que tanto emperram as

negociações de paz perde consistência ao se

deparar com bases originais comuns” (ROCHA,

2004, p. 144).

Situação da Síria

ONU considera que a guerra civil na Síria

é a maior crise humanitária do século XXI. Hoje,

estima-se que o conflito vitimou ao menos 250 mil

pessoas, que mais de 4,5 milhões tenham saído

do país como refugiadas e que outros 6,5 milhões

foram obrigadas a se deslocar dentro da

Síria. Com a economia em frangalhos, quase 70%

dos sírios que permaneceram agora vivem abaixo

da linha de pobreza. Como começou tudo isso?

Março de 2011 na Síria. Um grupo de crianças em

Daraa, no sul da Síria, pichou frases com críticas

ao governo, e foi preso. Inconformadas, centenas

de pessoas saem às ruas da cidade para protestar

contra as restrições à liberdade promovidas pelo

governo do ditador Bashar Al-Assad. Num

primeiro momento, simpatizantes dos que se

rebelaram contra o governo começaram a pegar

em armas – primeiro para se defender e depois

para expulsar as forças de segurança de suas

regiões. Esse levante de pessoas nas ruas,

lutando por democracia, faz parte de um

movimento chamado Primavera Árabe.

O QUE FOI A PRIMAVERA ÁRABE?

A chamada primavera árabe foi um

fenômeno que aconteceu em países do Oriente

Médio e do norte da África, em que pessoas –

principalmente os jovens – tomaram as ruas

pedindo liberdade de expressão, democracia e

justiça social. Essas revoltas foram esperançosas

para grande parte desses países, que eram

ditaduras longevas – e, de fato, presidentes do

Egito, da Tunísia, da Líbia caíram

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Porém, cinco anos depois do início dessa

primavera, pode-se dizer que o único caso de

“sucesso” foi o da Tunísia, onde ocorreram

eleições diretas, foi aprovada a Constituição mais

progressista do mundo árabe e se elegeu um novo

governo. No resto dos países, esse clima de

tensão acirrou as disputas de poder entre milícias

e favoreceu a expansão de grupos terroristas. Isso

deu espaço a governos ainda mais autoritários

que os anteriores.

COMO A GUERRA SE INTENSIFICOU?

Após a represália do governo de Assad

contra os jovens que estavam se rebelando contra

o regime, alguns grupos foram formados a fim de

combater, de fato, as forças governamentais e

tomar o controle de cidades e vilas. A batalha

chegou à capital, Damasco, e depois a Aleppo em

2012. Mas desde que começou, o conflito mudou

muito.

O Estado Islâmico aproveitou o vácuo de

representação por parte do governo, a revolta da

sociedade civil e a guerra brutal que

acontece Síria para fazer seu espaço. Foi

conquistando territórios tão abrangentes, tanto na

Síria como no Iraque, que proclamou seu ‘califado’

em 2014. Para isso, tiveram de lutar contra todos:

rebeldes, governistas, outros grupos terroristas –

como se tivessem feito uma guerra dentro da

guerra.

Há evidências de que todas as partes

cometeram crimes de guerra – como assassinato,

tortura, estupro e desaparecimentos forçados.

Também foram acusadas de causar sofrimento

civil, em bloqueios que impedem fluxo de

alimentos e serviços de saúde, como tática de

confronto.

Agentes externos: EUA x Rússia

Pelo avanço do Estado Islâmico no ganho

de territórios, os Estados Unidos fizeram ataques

aéreos na Síria em tentativa de enfraquecê-lo,

evitando ataques que pudessem beneficiar as

forças de Assad – isso em 2014. Em 2015, a

Rússia fez o mesmo contra terroristas na Síria,

mas ativistas da oposição dizem que os ataques

têm matado civis e rebeldes apoiados pelo

Ocidente.

O resumo da obra em termos de apoio é

esse: a Rússia e os Estados Unidos querem o fim

do Estado Islâmico. Porém, os Estados Unidos

querem a queda do governo de Bashar Al-Assad

– por considerarem que seu regime não

democrático é prejudicial à Síria – e, por isso apoia

os rebeldes; por outro lado, a Rússia acredita na

força de Assad e está apoiando seu regime. A

Síria, então, é o território do fogo cruzado dessa

guerra fria.

GOVERNO SÍRIO E ALIADOS

O governo sírio é liderado pelo

ditador Bashar Al-Assad. Ele é sucessor de uma

família que está no poder desde 1970. O regime

no país era brutal com a população, de partido

único e laico – apesar de a família Assad ser xiita.

Apesar de não apoiarem o ditador, cristãos, xiitas

e até parte da elite sunita preferem ver Assad no

poder diante da possibilidade de ter um país

tomado pelos extremistas.

Quanto às alianças externas, Assad conta

com o apoio do Irã e do grupo libanês Hezbollah.

Juntos eles formam um “eixo xiita” – ou seja,

seguem essa interpretação da religião islâmica –

no Oriente Médio. O grupo se opõe a Israel e

disputa a hegemonia no Oriente Médio com as

monarquias sunitas, lideradas pela Arábia

Saudita. O principal aliado de fora é a Rússia, que

mantém uma antiga parceria com a Síria. Tanto o

apoio do Hezbollah e das milícias iranianas,

quanto os bombardeios mais recentes realizados

pelas forças russas têm sido fundamentais para a

sobrevivência do regime de Assad.

GRUPOS REBELDES

Uma das primeiras forças internas que se

rebelou contra o governo sírio foram os

grupos sunitas – Assad é xiita. São chamados de

“rebeldes moderados”, por não serem adeptos do

radicalismo islâmico. A organização está

envolvida com países da Europa e com os

Estados Unidos com o objetivo de derrubar o

governo de Assad. Três grandes potências no

Oriente Médio também colaboram com os

rebeldes: Turquia, Arábia Saudita e Catar,

relevando os interesses dos países próximos à

Síria, também.

EXTREMISTAS ISLÂMICOS

Entre os grupos que querem derrubar

Assad, há também facções extremistas islâmicas,

que estão fragmentadas em diversos grupos. Uma

das organizações que mais conquistaram terreno,

principalmente nos primeiros anos do conflito, foi

a Frente Al-Nusra, um braço da rede extremista

Al Qaeda na Síria. Posteriormente, a partir de

2013, o grupo terrorista Estado Islâmico (EI)

aproveitou-se da situação de caos criada pela

guerra civil e, vindo do Iraque, avançou de forma

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avassaladora e brutal, ocupando metade do

território sírio.

CURDOS

Os curdos são uma etnia de 27 a 36

milhões de pessoas no mundo que vivem em

diversos países, inclusive na Síria e em países

vizinhos. Eles reivindicam a criação de um Estado

próprio para o seu povo – o Curdistão. Desde o

início do conflito na Síria uma milícia formada para

defender as regiões habitadas pelos curdos no

norte do país, se fortaleceu. Para o regime de

Assad, tornaram-se bastante úteis, porque a

milícia se opõe aos rebeldes moderados e

também ao Estado Islâmico.

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