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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E AÇÕES COMUNITÁRIAS
DEPARTAMENTO DE EXTENSÃO
PROGRAMA DE INCLUSÃO, ACESSO E PERMANÊNCIA __________________________________________________________________________________________________________________________________
Disciplina: Geografia Geral
Prof. Amiraldo Oliveira
Cartografia: Conhecendo as principais
projeções.
O que vem a ser a cartografia, como ela é
utilizada, qual a sua principal finalidade, os mapas
têm relevâncias na sociedade atual? Muitas
perguntas são feitas quando se fala sobre a
Cartografia, porém poucas vezes são entendidas
da maneira correta. Vejamos bem. A cartografia é
a ciência responsável pela elaboração de mapas
e para isso é necessário de alguns recursos,
sendo o principal deles a projeção cartográfica.
Vimos o conceito de Cartografia e
começamos a falar sobre a projeção cartográfica
(calma, não são as mesmas coisas). Então qual a
finalidade da projeção cartográfica? A projeção
cartográfica é utilizada para extrair ou minimizar as
imperfeições do mapa (que em toda e qualquer
hipótese está sujeito a imperfeições e distorções)
desta forma, podemos dizer que as projeções
cartográficas darão um rigor cientifico ao mapa.
Vejamos alguns exemplos em relação as
projeções:
Projeção Cilíndrica, a base é o globo terrestre.
Este tipo de projeção é mais usado para
representar apenas a parte do globo terrestre.
Caracteriza-se por um cone imaginário sobre o
globo onde os paralelos formam círculos
concêntricos e os meridianos são linhas retas
convergentes para os polos.
Disponível em: cursinhopreenem.com.br
Projeção Cônica, este tipo de projeção é mais
usado para representar apenas partes do globo
terrestre. Caracteriza-se por um cone imaginário
sobre o globo, onde os paralelos formam círculos
concêntricos e os meridianos são linhas retas
convergentes para os polos.
Disponível em: cursinhopreenem.com.br
Projeção Plana ou Azimutal, usada
principalmente para representar os polos ou
países posicionados na parte central do planeta,
esse tipo de projeção consiste numa
representação sobre um plano tangente à esfera
terrestre. Os meridianos irradiam do polo e os
paralelos são círculos concêntricos.
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Disponível em: cursinhopreenem.com.br
Como podemos ver a superfície terrestre
pode ser vista e analisada de diversas formas, a
cartografia via analisar refazer alterações e criar
os mapas.
Os Mapas:
Há vários anos atrás nossos ancestrais
faziam desenhos nas arvores, nas areias, nas
paredes de cavernas, desenhos com o formato de
uma área, sua depressão se era possível explorar
alimento ou o cultivar, a esses desenhos
chamamos de Mapas Primitivos, afinal era a
representatividade do terreno sendo ele plano ou
não.
Aonde pretendemos chegar, vamos focar
principalmente no fato que atualmente existe uma
infinidade de mapas, também conhecidos como
carta geográfica, e ao longo dos anos passaram
assim como tudo por adaptações, interligadas a
interfaces inteligentes, tais como GPS e
sensoriamento remoto. E normalmente apresenta
quase tudo o que a superfície terrestre e aquática
apresenta como, golfo, península e povoados.
Existem ainda as cartas náuticas que servem
como referência para quem navega em mares e
rios do Brasil e do mundo.
Então podemos dizer que o mapa serve
pra localizarmos algo ou alguém? Na verdade não,
o mapa serve para análise, para montar uma
estratégia, para avaliar a situação de minérios se
é benéfico ou não a uma sociedade e não
“apenas” localizar.
Os mapas se dividem principalmente em
dois tipos, o Mapa Físico e o Mapa Político.
Mapa Físico, são aqueles responsáveis
por representar os acidentes naturais que ocorrem
ou ocorreram no terreno, tais como golfo,
península e montanhas.
Mapa Político, é aquele que comumente
apresenta os aspectos políticos de um território,
como as fronteiras de um país, suas capitais e
cidades mais importantes.
Essas são teoricamente as categorias de mapas
mais difundida em atlas e livros didáticos.
Como interpretar um mapa:
Existem vários meios e formas distintas de
se observar, analisar e chegar a uma conclusão
sobre o mapa, dependendo do ponto de vista e
para onde o mesmo é redirecionado, pode estar
certo, mas não de acordo como o especialista
pede.
Vejamos, se houver uma jazida de petróleo
no centro da cidade de Macapá no Estado do
Amapá, será levantada uma série de hipóteses as
quais chegariam a conclusão de que aquela área
geograficamente tem um potencial elevado a ser
explorado, seria feita uma análise novamente no
mapa e constaria de que era preciso de toda a
cidade para realizar a exploração, isso seria uma
interpretação a favor do capital, mas uma outra
analise mostraria como uma abertura de um poço
poderia poluir o rio amazonas na frente da cidade
e chegar a outros países causando uma grande
epidemia de doenças e dizimando a vida marinha,
seria uma nova analise as duas estão corretas,
porém cada uma a quem a interessa, daí a
necessidade de entender, ou saber interpretar um
mapa.
Para que possa ser feita uma análise
completa de um mapa com rapidez e certeza de
que analisou todos os dados de forma correta sem
se atrapalhar você deve ficar atento
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principalmente aos desenhos simbólicos que vem
ilustrados nos mapas, como uma linha azul
representando um rio, ou uma linha negra
simbolizando as estradas de ferro, existe uma
afinidade, cada um com uma característica, mas
basicamente com o mesmo objetivo, informar de
que forma as interpretações do mapa podem ser
feitas, além das linhas imaginarias que
representam trópicos, marco divisores, tratam e
dão ênfase aos planos cartográficos mostrando
sua importância e de que forma a alteração do
espaço vem ocorrendo, seja através do meio físico
com vulcões em erupção ou em terremotos que
causam desdobramentos do solo, além dos
desastres ocorridos em razão da ação humana.
Aspectos Gerais:
A estrutura da Terra Esse ramo da
Geografia analisa os elementos naturais do
planeta, como a evolução da Terra, dinâmica
climática, aquecimento global e outros problemas
ambientais.
Para entendermos como ocorre todo esse
processo em nosso planeta, devemos analisar os
seguintes aspectos. A parte rochosa da terra é a
Litosfera (Crosta Terrestre) na sua camada
superficial existe o solo, onde se manifestam as
ações do reino vivo da terra, seja ele vegetal, seja
ele animal. A terra conta ainda com uma camada
gasosa, a Atmosfera, e uma camada liquida a
Hidrosfera, esta que é formada por mares,
geleiras, rios e vapor d’água.
Fique atento as águas do oceano
cobrem cerca de ¾ da superfície do planeta,
estimativa esta que tende a mudar com os
fenômenos meteorológicos que vem
ocorrendo ao longo dos anos. Além disso a
terra comporta ainda a Biosfera, ou seja, é a
junção de onde há vida, inclui partes da litosfera,
da atmosfera e da hidrosfera. Os fatores abióticos
ou aqueles que tem uma relação direta com o
clima, fazem com que o sol dite a dinâmica da
terra, exercendo forte influência principalmente
nas ações da natureza. Ações essas que
começam com a importância da radiação solar,
que aquece a terra fazendo com que novos
fenômenos ocorram como a formação de nuvens,
a maior parte dessa luz é visível, aí começa a
importância para a realização da fotossíntese.
Placas tectônicas
As placas tectônicas são blocos com
dimensões extremamente grandes que compõem
a camada solida da terra do nosso planeta (a
litosfera). Sendo responsável por conter os
continentes e impedir que os mares e oceanos não
dominem o pouco da camada de solo que ainda
existe.
As principais placas do mundo se
empurram, movem-se, causam alguma atividade
que acaba afetando a estrutura geológica de
alguns lugares, causando tremores em outros e
fazendo até com que ondas gigantescas se
levantem causando catástrofes de caráter social,
político e principalmente econômico.
No mapa podemos perceber as mais
variadas formas de placas existentes em nosso
planeta, se observarmos com mais cautela,
poderemos perceber a presença de algumas setas
para direita, para a esquerda, para baixo e para
cima, as linhas pretas representam os limites das
placas e tem a presença de vários pigmentos que
são os vulcões ativos. Então as convergências
entre as placas tectônicas acabam provocando
esses fenômenos. Entre esses diversos
fenômenos podemos citar o atual contexto em que
os continentes são divididos, isso ocorreu ao longo
de milhares de ano e acabou configurando a forma
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atual dos continentes, e isso tudo ocorreu em um
processo conhecido como deriva continental.
Vejamos alguns conceitos
Tectonismo, são os lentos deslocamentos das
placas tectônicas, que podem ser verticais ou
horizontais. Quando é vertical (epirogênese),
levanta ou abaixa a crosta durante um prolongado
espaço de tempo. Quando o movimento de uma
placa em relação a outra é horizontal (Orogênese),
uma acaba entrando embaixo da outra resulta na
formação de cadeias de montanhas e de fossas.
Vulcanismo, os vulcões são fendas na crosta
terrestre por meio das quais o magma do manto
atinge a superfície. Existem dois tipos básicos de
vulcão: o explosivo, que aparece nos pontos de
encontros das placas tectônicas, e não explosivo,
como os do Havaí que fica bem no meio de uma
placa tectônica.
Abalos sísmicos, são tremores na superfície
terrestre causados pelo movimento da placa
tectônica ou em virtude da grande energia liberada
pelo vulcanismo. Eles se propagam em ondas a
partir do hipocentro (área de contato entre as
placas) as regiões do epicentro (ponto na
superfície da terra diretamente acima do local
onde se registra a maior intensidade).
Falhas Transformantes
São criadas por duas placas que deslizam uma ao
lado da outra. O atrito entre elas guarda muita
tensão, que pode causar terremotos destruidores.
Placas convergentes 1
São placas que vão uma de encontro a outra. A
placa mais densa mergulha para baixo da menos
densa como no choque entre uma placa oceânica
e outra continental.
Placas convergentes 2, quando as placas têm a
mesma densidade chocam-se e se comprimem o
Himalaia é resultado disso.
Placas divergentes, são aquelas que se afastam
pela falha aberta na crosta, pode escapar magma
dando origem a ilhas vulcânicas, esse tipo de
movimento provoca menos terremotos.
Erosão.
Exposição segundo o dicionário é o ato de
ficar exposto, sem proteção, mostrando sua parte
mais vulnerável. Então, qual a ligação entre
erosão e exposição, bom, muito simples a erosão
nada mais é do que a exposição prolongada a
agentes naturais que provocando o desgaste do
solo e das rochas, desta forma ocorre um
processo de desintegração das rochas e solos, e
seu material acaba sendo transportado para uma
outra área a partir de fatores naturais, como vento
e chuva.
Os principais elementos responsáveis pela
erosão são:
Ventos: Responsáveis por formarem dunas em
desertos e praias.
Ex.:
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Rios: Formam vales, cânions e planícies
Mares: O choque das ondas do mar em paredões
dá origens a falésias
Geleiras: Seu deslocamento desgasta e recorta
montanhas.
A partir dos exemplos podemos perceber o
quanto o planeta tem mudado, mas não podemos
dizer também que as erosões são causadas
apenas pelos fenômenos naturais citados, o
homem assim como a natureza é um dos
principais responsáveis pela erosão do solo
principalmente, por que em muitas ocasiões e sem
o estudo necessário este acaba tirando uma
vegetação de um lugar para cultivo ou para
criação de gado fazendo com que as ações
intempéricas possam atuar com ainda mais
facilidade provocando desta forma a erosão.
Intemperismo
Ao longo deste material é possível ir
percebendo como as modificações do nosso
mundo são realizadas, mas do que isso é possível
entender e explicar todo esse processo, chegando
a conclusões de cunho analítico e social provando
que desde o uso do mapa primitivo até os dias
atuais com o GPS, o mundo vem sofrendo com as
constantes alterações chegando a afirmar as suas
correlações entre os processos históricos da
humanidade que é degradado e reconstruído
diversas vezes com a prioridade de se reinserir na
sociedade.
Onde queremos chegar com isso? Vamos
chegar ao ponto em que as ações intempéricas
elas não tentam se reinserir no nosso meio, elas
são realidades tão bonitas, fascinantes, que nos
enchem os olhos e fazem com que a admiramos
por longas horas, seja de forma pessoal ou
através de fotos. Mas então que é esse
intemperismo que tanto falamos, bom o
intemperismo é o processo de degradação das
rochas provocados por fenômenos químicos e
físicos.
As degradações dessas enormes rochas
irão se tornar areia e com as ações do vento serão
transportadas a outros lugares formando praias e
até mesmo Dunas. O intemperismo químico
ocorre quando a rocha tem a sua química alterada
pelo efeito da água
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Clima
Nada mais é do que um padrão de diversos
elementos atmosféricos. Fenômenos como
frentes frias, tempestade, furacões. A climatologia
é uma especialização da pesquisa meteorológica
e geográfica dedicada ao estudo e investigação do
clima em seus múltiplos aspectos. Hoje é mais
difícil dar qualquer definição ao clima devido as
series temporais facilmente atribuídas as ações
antropogênicas. Existe uma série de fatores
climáticos e humanos capazes de influenciar as
características ou a dinâmica de um ou mais tipos
de clima, fatores esses em que cada um interfere
na interface do outro, são eles: Pressão
atmosférica: variações históricas das amplitudes
de pressões endógenas (magma) e exógenas
(crosta) do planeta Terra; Órbita - mudanças
cronológicas (geológicas e astrofísicas) nas
posições das órbitas terrestres (em graus,
minutos, segundos, décimos, centésimos e
milésimos de segundos) ocasionam maiores ou
menores graus de insolação que modificam as
variadas ações calorimétricas (ora incidentes ou
deferentes) no planeta Terra (dificilmente
perceptíveis aos humanos); Latitude - distância
em graus entre um local até a linha do equador;
Altitude - a distância em metros entre uma cidade
localizada em um determinado ponto do relevo até
o nível do mar (universalmente considerado como
o ponto ou nível médio em comum para medidas
de altitudes); Maritimidade - corresponde à
proximidade de um local com o mar;
Continentalidade - corresponde à distância de um
local em relação ao mar, permitindo ser mais
influenciado pelas condições
climáticas provenientes do próprio continente;
Massas de ar - parte da atmosfera que apresenta
as mesmas características físicas (temperatura,
pressão, umidade e direção), derivadas do tempo
em que ficou sobre uma determinada área da
superfície terrestre (líquida ou sólida); Correntes
marítimas - grande massa de água que apresenta
as mesmas características físicas (temperatura,
salinidade, cor, direção, densidade) e pode
acumular uma grande quantidade de calor e,
assim, influenciar as massas de ar que
sobrepõem; Relevo - presença e interferências de
montanhas e depressões nos movimentos das
massas de ar; Vegetação - emite determinadas
quantias de vapor de água, influenciando o ciclo
hidrológico de uma região. A presença de
megalópoles ou de extensas áreas rurais, as quais
modificaram muito a paisagem natural, como por
exemplo a Grande São Paulo, a Grande Rio de
Janeiro, influenciando o clima local. Existem
diversos tipos de clima, e todos tem uma
importância significativa em relação ao meio
ambiente, social e econômico para os diversos
tipos de variações climáticas. Clima Tropical:
Possuem o clima tropical os locais de regiões
intertropicais que são megatérmicas – com
temperatura elevada o ano todo, acima de 18 ºC-.
Situam-se próximas aos trópicos de Câncer e de
Capricórnio. Clima Subtropical: Característico das
áreas de latitude entre 30° e 50° com temperaturas
médias anuais nunca superiores a 20 °C e em que
a temperatura mínima do mês mais frio nunca é
menor que 0 °C. Clima equatorial: é um dos tipos
climáticos das regiões intertropicais utilizado no
sistema de classificação climática de Köppen-
Geiger, no qual é denotado pelo grupo Af, para
classificar o clima das zonas geográficas
caracterizadas pela elevada temperatura média do
ar; entre 24 °C e 27 °C, com média mensal sempre
superior a 18 °C e alta pluviosidade ultrapassando
os 2000 mm de precipitação total anual e atinge
precipitação média mensal superior a 60 mm em
todos os meses do ano). Existem ainda outros
tipos de clima.
Esses climas devem ser analisados se houve
algum tipo de alteração e caso tenha ocorrido a
alteração ver com que frequência com que estes
mudaram.
Revolução Industrial
Quando falamos em revolução não
estamos falando no sentido de revolta, mas sim
em uma profunda e imensa transformação que
ocorreu no mundo que agitou a economia
(principalmente), a sociedade e as culturas.
A Revolução Industrial ocorreu na
Inglaterra no século XVIII, dando início a era do
Capitalismo.
Mas por que a necessidade de uma
revolução industrial? Como era o trabalho naquela
época? Por caracterizar-se como uma era de
trabalhos artesanais, a revolução industrial á tinha
como principal ponto o aumento em suas
produções, para muitas pessoas isso significou
uma chance de começar uma nova vida frente ao
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capitalismo, porém não foi bem isso que ocorreu,
as fábricas não davam as mínimas condições
possíveis, então todo esse processo de
tecnologia, de grandes maquinários, trouxe
também uma superlotação de pessoas para os
grandes centros urbanos, havendo um processo
de marginalização da sociedade que ficavam as
margens da alta classe burguesa.
Por que na Inglaterra? Todos nós
sabemos que a revolução Industrial teve seu início
na Inglaterra, o que não sabemos é o motivo, foi
devido ao fato de que a Inglaterra naquela época,
era realmente um país a frente de seu tempo A
Inglaterra era um país que possuía muitas
reservas de carvão mineral, ou seja, tinham a
principal fonte de energia para que as máquinas e
as locomotivas à vapor funcionassem. Tinham
também a matéria-prima utilizada naquele
período, o minério de ferro. Além disso, a
burguesia inglesa tinha capital suficiente para abrir
fábricas, financiá-las, comprar o maquinário,
matéria-prima, e contratar empregados. Para
facilitar, a procura por emprego nas cidades
inglesas era muito grande, portanto a mão-de-obra
se tornava ainda mais barata porque era única
opção. Sem contar que tinham também um vasto
império colonial consumidor e fornecedor de
outras matérias-primas. Desta forma podemos
entender por que a Revolução ganhou tanto
ímpeto, e visão na Inglaterra.
Chegando ao ponto em que realmente
interessa que consistiu basicamente na 1ª etapa
com:
Tecnologia: Ferro e vapor
Setores de destaque: Têxtil, siderúrgica e
agrícola
Destaque: Europa Ocidental (Inglaterra, Bélgica e
França)
O artesanato é a forma mais simples de
indústria. Nele, todas as fases da produção são
realizadas pela mesma pessoa. Por exemplo: na
tecelagem, quem produzia fios também os tecia.
Como o artesão trabalhava em casa, auxiliado
apenas pela família, esse tipo de atividade
industrial é conhecido como sistema doméstico de
produção.
A manufatura representa um estágio mais
avançado da atividade industrial. Nela, um certo
número de trabalhadores é concentrado no local
da produção, onde ocorre uma divisão do trabalho
ou especialização: o processo produtivo é
segmentado e cada trabalhador passa a executai-
uma tarefa específica, sem precisar se deslocar ou
trocar de ferramentas. Com isso, há um ganho de
produtividade. As manufaturas surgiram na
Europa Ocidental durante a Baixa Idade Média,
impulsionadas pelo Renascimento Comercial e
Urbano.
A maquino fatura, que caracteriza a
Revolução Industrial, distingue-se pelo emprego
de máquinas, as quais substituem tanto as
ferramentas dos artesãos como os equipamentos
utilizados nas manufaturas.
Devemos, portanto, lembrar que a palavra
indústria pode, eventualmente, ser aplicada a
situações anteriores à Revolução Industrial. Claro
que, nesses casos, ela terá o sentido de
artesanato ou de manufatura – nunca o de
maquinofatura.
2ª Etapa a partir do século XIX
Foi então nesse período que vieram ainda
mais mudanças, principalmente com novas
tecnologias sendo empregadas, como o aço, o
petróleo e o surgimento da eletricidade, novos
setores começam a se destacar, se antes o setor
de exploração de recursos minerais era bastante
utilizado, nesse período (até os dias atuais)
começam a exploração de petróleo com a criação
de diversas petroquímicas, além de metalúrgicas
e as grandes fabricas de automóveis, localizadas
principalmente no EUA e Japão.
A única coincidência entre o marco inicial
no século XVIII e o século XIX, são as grandes
consequências causadas pela revolução
industrial, entre elas, econômicas, políticas,
sociais e ambientais.
Consequências econômicas:
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- Fortalecimento
- Crescimento econômica
- Trabalho assalariado
- Mudança do centro econômico
- Mediterrâneo/ Norte Europeu/ EUA
Política:
- Surgimento de teorias opostas ao capitalismo
- Desenvolvimento das ideias do liberalismo
econômico.
Sociais
- Êxodo Rural e urbanização
- Surgimento da classe operária
- Enfraquecimento dos laços operários
Ambientais:
- Poluição de recursos e do ar
- Maior Extração de matéria prima.
A 3ª Revolução Industrial
Foi e é uma das principais fases não só da
revolução, mas da própria história do capitalismo,
vejamos bem, essa terceira fase começou em
meados do ano de 1940, logo após o término da
segunda Guerra Mundial, conseguindo se manter
e estabilizando padrões e parâmetros até os dias
atuais.
A terceira revolução industrial é marcante
não pelo fato de ela utilizar os novos recursos
como fontes de energia, mas saber aproveitar os
antigos, fazendo com que a geração de energia
seja um detalhe em meio a produção, e não é
apenas isso, é perceptível que os países tentam
diminuir os indicies de gases poluentes, utilizando
diversas fontes de energia caracterizadas como
limpas.
O que resultou em um salto vertiginoso em
relação ao meio de produção foi a robótica, sendo
que esta, junto aos processos desenvolvedores da
informática foram as que mais cresceram e
geraram lucros para as grandes empresas,
alcançando o objetivo do capitalismo que foi
proposto ainda no século XVIII com a primeira
revolução.
Houve um número ainda maior no
processo de aceleração de produção de bens e
diminuição no tempo de fabricação, as indústrias
crescem a todo vapor. Uma nova versatilidade vai
adentrar no mundo durante o atual período da
terceira fase ou terceira revolução que é a questão
da Globalização,
Podemos então dizer que a questão de
monopólio comercial, industrial com as grandes
fabricas e com a grande troca entre os comércios,
que já vem datado a muito tempo, nada mais é do
que a própria revolução industrial do que uma
fonte de produção de bens materiais e que a
revolução industrial vai continuar a evoluir, pois é
a partir dela que o capitalismo, ou base do capital
consegue manter-se utilizando principalmente de
classe trabalhadora assalariada.
Consequências da Revolução Industrial.
Diminuição do trabalho artesanal e aumento da
produção de mercadorias manufaturadas em
máquinas; Criação de grandes empresas com a
utilização em massa de trabalhadores
assalariados; Aumento da produção de
mercadorias em menos tempo; Maior
concentração de renda nas mãos dos donos das
indústrias; Avanços nos sistemas de transportes
ferroviário e marítimo, à vapor; Desenvolvimento
de novas máquinas e tecnologias voltadas para a
produção de bens de consumo; Surgimento de
sindicatos de trabalhadores com objetivos de
defender os interesses da classe trabalhadora;
Aumento do êxodo rural (migração de pessoas do
campo para as cidades) motivado pela criação de
empregos nas indústrias; Aumento da poluição do
ar com a queima do carvão mineral para gerar
energia para as máquinas; Crescimento
desordenado das cidades, gerando problemas de
moradias; Aumento das doenças e acidentes de
trabalhos em função das péssimas condições de
trabalho nas fábricas; Uso em grande quantidade
de mão-de-obra infantil nas fábricas. Isso mostra
que apesar de ter mudado a vida de muitas
pessoas, principalmente dos detentores do meio
de produção e das forças de trabalho, mas
acarretou uma série de mudanças na vida das
pessoas que estavam mais ligadas ao chão das
fabricas, impondo-lhes uma maneira bruta da
forma que eles eram tratados.
Primeira Guerra Mundial
A disputa por espaço, a I Guerra Mundial.
O mundo sempre esteve envolvido com guerras,
habituados a mortes, cenas de tragédias entre
outras, mas nem uma guerra envolveu tantos
países e deixou tantas pessoas feridas como a I e
a II Guerra Mundial. A Revolução Industrial fez
com que países como Inglaterra e França
começassem a invadir territórios e coloniza-los,
isso fez com que estes se expandissem suas
colônias em busca de matéria-prima, essas
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invasões ocorriam principalmente na Ásia e na
África, isso devido ao fato de que estas
civilizações eram muito atrasadas em relação as
demais, e isso expressava-se como inferioridade.
A partir da metade do século XIX, novas potencias
começam a surgir, dentre estas, Estados Unidos,
Alemanha e Japão. Mesmo tendo entrado de
maneira atrasada na industrialização alguns
países conseguiram erguer um bom império, mas
a Alemanha por exemplo, não teve muito espaço
na partilha mundial de terras, que era dominada
por Inglaterra e França como países mais
industrializados e por Bélgica, Portugal e Espanha
que eram países que realizavam as grandes
navegações em busca de novas terras.
Antecedentes da Guerra O interesse em ampliar
mercados e o domínio sobre regiões de interesse
imperialista fez com que a Europa se
transformasse em um verdadeiro barril de pólvora.
A França desejava reconquistar a região
da Alsácia Lorena perdida para a Alemanha. Os
grupos nacionalistas balcânicos indispunham-se
com a dominação exercida pela Áustria e a
Rússia. Ao mesmo tempo, as tensões
diplomáticas entre Alemanha e Inglaterra pelo
domínio de regiões afro-asiáticas pioravam essa
situação. Dessa forma, a frustração em torno das
vias de negociação diplomática incentivou uma
grande corrida armamentista entre as nações
europeias. O incentivo na compra e fabricação de
armas agravou ainda mais as disputas
econômicas, pois os grandes gastos no setor
armamentista ampliavam a demanda por lucros e
matéria-prima.
Todo esse clima de tensão fez com se
formassem alianças político-militares, conhecidas
como Tríplice Entente, entre Reino Unido, França
e Rússia, e Tríplice Aliança, entre Alemanha,
Áustria-Hungria e Itália. Outro campo de disputas
concentrava-se na região do Bálcãs. A opressiva
dominação dos turcos na região era vista como
uma grande oportunidade onde, através de um
conflito armado, as nações industrialistas da
Europa poderiam ampliar seus negócios. Foi
quando em 1877, a Rússia, com apoio da Áustria,
resolveu declarar guerra contra o Império Turco.
Após derrotarem os turcos, os russos
reconquistaram antigos territórios perdidos na
Península Balcânica e a Áustria obteve controle
sobre a Bósnia-Herzegovina a hegemonia a
Rússia reorganizou as alianças na região. Em
1879, a Alemanha aliou-se secretamente à Áustria
caso ocorresse uma invasão russa que, em troca,
estaria livre de participar de um possível conflito
entre a França e a Alemanha. No ano de 1882, o
Tratado da Tríplice Aliança firmou um acordo de
cooperação militar reunindo Alemanha, Áustria e
Itália, todas essas manobras sinalizavam que o
mundo parecia ser “pequeno demais” frente a
tantas nações ansiosas em firmarem sua
supremacia econômica a qualquer custo. No final
do século XIX, a antiga hegemonia industrial
inglesa começou a ser ameaçada. Os alemães
conseguiram em um curto período formar um
parque industrial que começou a superar a
tradicional solidez industrial britânica. Sentindo-se
ameaçados, os britânicos saíram de seu
isolamento político-geográfico para firmarem
acordos com a França. Após resolverem suas
contendas, França e Inglaterra assinaram a
Entente Cordial, em 1904. Tempos depois, a
Rússia também se aproximou dos britânicos e
franceses.
A partir disso, estava formada a Tríplice
Entente. Dessa maneira, a Europa estava
politicamente dividida entre os dois grandes
acordos firmados na época. A Tríplice Entente e a
Tríplice Aliança perfilavam a rivalidade num
cenário bastante conturbado. A mobilização de
potências em blocos preparou boa parte das
condições necessárias para que ocorressem os
conflitos da Primeira Guerra Mundial. Os avanços
na tecnologia militar significaram na prática um
poder de fogo defensivo mais poderoso que as
capacidades ofensivas, tornando a guerra
extremamente mortífera. O arame farpado era um
constante obstáculo para os avanços da infantaria;
a artilharia, muito mais letal que no século XIX,
armada com poderosas metralhadoras. Os
alemães começaram a usar gás tóxico em 1915, e
logo depois, ambos os lados usavam da mesma
estratégia. Nenhum dos lados ganhou a guerra
pelo uso de tal artifício, mas eles tornaram a vida
nas trincheiras ainda mais miserável tornando-se
um dos mais temidos e lembrados horrores de
guerra. Numa nota curiosa, temos que no início da
guerra, chegando a primeira época natalícia, se
encontram relatos de os soldados de ambos os
lados cessarem as hostilidades e mesmo saírem
das trincheiras e cumprimentarem-se (trégua de
Natal).
Isto ocorreu sem o consentimento do
comando, no entanto, foi um evento único. Não se
repetiu posteriormente por diversas razões,
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vejamos: O número demasiado elevado de baixas
aumentou os sentimentos de ódio dos soldados e
o comando, dados os acontecimentos do primeiro
ano, tentou usar esta altura para fazer
propaganda, o que levou os soldados a desconfiar
ainda mais uns dos outros. A alimentação era
sobretudo à base de carne, vegetais enlatados e
biscoitos, sendo os alimentos frescos uma
raridade. Em 1917, a Rússia abandonou a guerra
em razão do início da Revolução de Outubro. No
mesmo ano, os Estados Unidos, que até então só
participavam na guerra como fornecedores, ao ver
os seus investimentos em perigo, entram
militarmente no conflito, mudando totalmente o
destino da guerra e garantindo a vitória da Tríplice
Entente A situação da Alemanha As imposições
do Tratado de Versalhes deixaram a Alemanha em
uma situação humilhante, o que acirrou na
população um sentimento revanchista,
fundamentado na defesa dos interesses
nacionais. Os problemas econômicos enfrentados
pelo país após o conflito, resultaram no
fechamento de muitas indústrias. Isso implicou o
aprofundamento de problemas sociais como
desemprego, inflação, concentração de renda e
empobrecimento das classes trabalhadoras.
Adolf Hitler, líder do partido nacional-
socialista (nazista) inspirado no fascismo italiano,
aproveitou-se do sentimento de baixa autoestima
que acometia o povo alemão para chegar ao
poderem 1933 e iniciar a retomada do projeto
militar do país.
Revolução Russa de 1917
O INÍCIO DA REVOLUÇÃO
Em agosto de 1914 a Rússia entrou na
Primeira Guerra Mundial contra a Alemanha e a
Áustria-Hungria. Nicolau II acreditava que por
meio da guerra pudesse expandir o Império Russo
e diminuir a insatisfação popular.
No entanto, o fato acentuou o
descontentamento e precipitou o processo
revolucionário. A guerra agravou a situação
econômica e social do país. Os soldados, mal-
armados e mal alimentados, foram dizimados em
derrotas sucessivas. Em dois anos e meio de
guerra, a Rússia perdeu 4 milhões de pessoas.
Em 1915, o czar Nicolau II decidiu assumir
pessoalmente o comando do Exército, deixando o
governo nas mãos de sua esposa, a Imperatriz
Alexandra, e de Rasputin, um monge que agia
como conselheiro do czar. Em 1917, a escassez
de alimentos era muito grande e provocou uma
série de greves. Em 27 de fevereiro desse mesmo
ano, uma multidão percorreu a capital do Império
pedindo pão e o fim da guerra. Os manifestantes
também criticavam o sistema monárquico.
A polícia e o exército, agora ao lado dos
manifestantes, não reprimiram o movimento.
Isolado, o czar abdicou, e um governo provisório
foi constituído, chefiado pelo príncipe George
Lvov. Esse governo, dominado pela burguesia
russa, decidiu continuar na guerra, com planos de
uma grande ofensiva contra a Áustria-Hungria.
A população russa, porém, discordava
dessa orientação. O governo, sem controle de
seus exércitos, não tinha forças para impedir as
deserções dos soldados. Havia ainda a constante
elevação dos preços dos gêneros alimentícios,
contra a qual o governo nada conseguia fazer.
Nesse momento, grupos revolucionários já
desenvolviam intensa atividade nas cidades,
reativando os sovietes de trabalhadores, com o
objetivo explícito de tomar o poder. A ofensiva do
novo governou contra a Áustria-Hungria
fracassou. Isso agravou ainda mais a situação e
provocou uma grande manifestação no dia 17 de
julho de 1917, na capital do Império. Era o fim do
governo provisório de Lvov, substituído por
Alexander Kerenski. Naquele momento, três
grupos e três diferentes propostas políticas se
defrontavam pelo poder: O Partido Democrático
Constitucional, partido da burguesia e da nobreza
liberal, favorável à continuação da guerra e ao
adiamento de quaisquer modificações sociais e
econômicas.
Os bolcheviques - maioria, em russo -, que
defendiam o confisco das grandes propriedades, o
controle das indústrias pelos operários e a saída
da Rússia da guerra. Graças ao controle cada vez
maior que exerciam sobre os sovietes de
operários e soldados, sua força crescia
continuamente. Seus dois principais líderes eram
Vladimir Lenin e Leon Trotski.
Os mencheviques - minoria, em russo -, que,
embora contrários à guerra, não admitiam a
derrota da Rússia. Divididos internamente e
indecisos quanto aos rumos que o país deveria
tomar, foram perdendo importância política.
A TOMADA DO PODER
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A partir de agosto de 1917, os
bolcheviques passaram a dominar os principais
sovietes e a preparar a revolução.
No soviete Petrogrado, novo nome de São
Petersburgo, foi constituído o Comitê Militar para
a Realização da Revolução, sob o comando de
Trotski, no dia 25 de outubro, os bolcheviques
ocuparam os pontos estratégicos de Petrogrado e
o Palácio do Governo. Kerenski, abandonado por
suas tropas, foi obrigado a fugir. Na manhã do dia
seguinte, os sovietes da Rússia, reunidos em
Congresso, confirmavam o triunfo da revolução,
confiando o poder a um Conselho de Comissários
do Povo. O Conselho era presidido por Lenin.
As primeiras medidas do governo
revolucionário foram:
* retirada da Rússia da guerra;
* supressão das grandes propriedades
rurais, confiadas agora à direção de comitês
agrários;
* controle das fábricas pelos trabalhadores;
* criação do Exército Vermelho, com a
finalidade de defender o socialismo contra
inimigos internos e externos.
Logo depois, os bolcheviques adotaram o
sistema de partido único: Partido Comunista.
A DEFESA DA REVOLUÇÃO: TROTSKI E O
EXÉRCITO VERMELHO
Após a tomada do poder pelos
revolucionários, a Rússia viveu ainda três anos de
guerra civil. Nesse processo, a participação de
Leon Trotski, um dos mais importantes líderes da
revolução, foi fundamental, culto e com grandes
capacidades de persuasão, Trotski comunicava-
se bem tanto com operários e camponeses quanto
com uma plateia de intelectuais e diplomatas.
Quando irrompeu a guerra civil, a
organização das tropas de defesa, o Exército
Vermelho, ficou sob sua responsabilidade. Em
condições extremamente precárias, com o país
esgotado, recém-saído da Primeira Guerra
Mundial, Trotski conseguiu formar um exército
forte e eficiente. Com o apoio popular, as tropas
revolucionárias enfrentaram o Exército Branco,
composto por antigos oficiais do czar e
prisioneiros do exército austríaco. Além disso,
enfrentaram tropas de países europeus, que
temiam que a revolução socialista se espalhasse
pelo continente.
A CONSOLIDAÇÃO DA REVOLUÇÃO RUSSA
Sob a direção de Lenin e com um plano
que ficou conhecido como Nova Política
Econômica (NEP), os bolcheviques deram início à
recuperação da economia russa. Elaborada em
1921, a NEP procurou concentrar os
investimentos nos setores mais importantes da
economia. Entre as medidas adotadas
encontravam-se:
* produção de energias e extração de
matérias-primas;
* importação de técnica e de máquinas
estrangeiras;
* organização do comércio e da agricultura
em cooperativas;
* permissão para a volta da iniciativa
privada em diversos setores da economia, como o
comércio, a produção agrícola e algumas formas
de atividade industrial. Todos os investimentos
tinham o rígido controle do Estado, muitos deles
eram feitos em empresas estatais.
Vários Estados que tinha separado da
Rússia durante a revolução - como a Ucrânia -
voltaram a se integrar e formaram, em 1922, a
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS), um Estado federativo composto por
quinze repúblicas. Com a morte de Lenin, em
1924, Stalin (secretário-geral do Partido
Comunista) e Trotski passaram a disputar o poder.
Stalin defendia a ideia de que a União Soviética
deveria construir o socialismo em seu país e só
depois tentar levá-lo a outros países; Trotski
achava que a Revolução Socialista deveria ocorrer
em todo o mundo, pois enquanto houvesse países
capitalistas, o socialismo não teria condições de
sobreviver isolado. Stalin venceu a disputa. Trotski
foi expulso da URSS. A União Soviética ingressou,
então, na fase do planejamento econômico. Foi a
época dos planos quinquenais, inaugurada em
1928. Os planos se sucederam a transformaram a
União Soviética numa potência industrial.
Contudo, a violência foi amplamente empregada
pelo governo para impor sua política.
Confronto espacial no mundo, a II Guerra
Mundial.
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Foi uma Guerra que teve seu início em
1939 até 1945, envolveu todas as grandes
potências econômicas mundiais. Considera-se o
marco desta guerra a invasão da Polônia pela
Alemanha. O grupo do eixo era dividido da
seguinte forma: Alemanha, Itália e Japão
formavam a tríade a ser combatida. Os aliados
eram formados por Estados Unidos, União
Soviética e Reino Unido. A guerra acabou com a
vitória dos aliados em 1945, nesse mesmo período
foi criada a Organização das Nações Unidas
(ONU), para estimular a cooperação global e evitar
futuros conflitos. Períodos O período de 1939 a
1941, foi marcada por vitorias do eixo, lideradas
pela Alemanha, que começava seu processo de
expansão e anexação de territórios. De 1941 a
1945, ocorreram as derrotas do eixo, iniciadas
com as perdas no rigoroso inverno Russo.
Vale ressaltar que houve um pacto entre
URSS e Alemanha de pacto mutuo em que ambas
não se atacariam, mas a Alemanha quebrou a
aliança. Os Estados Unidos era outro que tinha
ficado neutro na Guerra, porem chegou a interver
pelos aliados, ganhando ainda mais força nas
frentes de batalha. O Brasil participa enviando
cerca de 25 mil soldados para dominar a região de
Monte Cassino na Itália. É nesse período ainda
que os Estados Unidos mostram toda a sua força
em combate, jogando duas bombas atômicas nas
principais cidades japonesas Hiroshima e
Nagasaki. Com fim da II Guerra Mundial, tem início
a Guerra Fria, a geopolítica do mundo bipolar,
tendo o mundo duas frentes econômicas, de um
lado o bloco Capitalista liderados por Estados
Unidos e de outro o bloco Socialista liderados pela
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Geopolítica: o mundo em conflito a Guerra
Fria!
Após o fim da Guerra os países conhecidos
como os três grandes (Estados Unidos, Grã-
Bretanha e União Soviética) participaram de um
encontro em que foi discutido sobre a
reorganização do espaço europeu de acordo com
seus interesses. Nesse período iniciaram as
corridas espaciais e armamentistas, a corrida
espacial foi um marco na disputa entre capitalistas
e socialistas. Os soviéticos foram os primeiros a
lançar um satélite e enviar um homem ao espaço,
as viagens tinham um papel de mostrar o quão
grande a tecnologia dos desses países tinha
ficado. A corrida armamentista que teve início com
o lançamento das bombas atômicas sobre o
Japão. Estados Unidos e União Soviética
esforçavam-se em produzir bombas nucleares
com poder de destruição cada vez maior, gerando
preocupação em todo mundo. Acreditava-se que o
ataque de um dos dois lados desencadearia uma
guerra total que poderia pôr em risco a própria
existência humana. Era o equilíbrio do terror. Por
esse motivo, as duas superpotências tentavam
manter os conflitos longe de suas fronteiras. Os
focos de tensão foram mudando ao longo do
tempo, sempre que algum país não deixava claro
a qual bloco estava aliado. Soviéticos e
estadunidenses financiaram grupos rebeldes,
partidos políticos e até artistas e intelectuais para
difundir suas ideologias, por isso, a Guerra Fria
não foi uma guerra no sentido militar, de combate
armado, mas uma guerra tecnológica, ideológica e
cultural. Em 1985, Mikhail Gorbatchev assumiu o
poder. Nos anos seguintes, ele iniciou um
processo de reestruturação econômica
(perestroika), com abertura política e com
transparência das ações do Estado (glasnost).
Entre as ações empreendidas por iniciativa do
líder soviético, destacaram-se os acordos entre os
dois blocos para diminuição do arsenal nuclear.
Desse modo, o equilíbrio pelo terror tornou-
se menos inquietante, começando o fim da Guerra
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Fria, onde os Estados Unidos despontavam como
única superpotência do planeta.
O mundo pós-guerra
A partir dos anos de 1980, o declínio do
sistema socialista estava ficando cada vez mais
comum. Os comunistas passavam por uma série
de problemas com o mercado e o dinheiro. Na
política, a população demonstrava
desapontamentos por causa da pouca
participação exercida pelo povo. Deu-se, então, o
desmembramento da União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas – URSS, agora, apenas
Rússia. O Exército Vermelho começou a
enfraquecer, prova disso, o recuo das tropas
soviéticas do território afegão. A cova da URSS já
estava quase pronta. Isso começou na década de
70, com as reformas políticas executadas por
Mikhail Gorbatchev, o Glasnost e a Perestroika. A
política de Karl Marx (socialismo) foi sendo
deixada de lado.
A antiga China Comunista aderiu ao
movimento capitalista – apenas na economia ela
era comunista com o pós-Guerra Fria, houve o
surgimento da expressão “Globalização” e os
Estados Unidos se transformaram numa potência,
praticamente inalcançável. No decorrer dos
conflitos entre os capitalistas e socialistas, cerca
de 60% da riqueza mundial estava em poder dos
norte-americanos, pois, eles dominavam sobre
todos os outros. As ditaduras militares foram
abolidas e a democracia começava a se instaurar
nos países. Os direitos humanos se sobressaem e
é o fim dos regimes totalitários. Poucas nações
continuaram com o sistema de economia
planificada, que foi o caso de Coreia do Norte,
Cuba e Mianmar. O restante “se libertou” e aderiu
à política capitalista. Na economia, não foi
diferente. Estabeleceram-se de vez as relações
comerciais através dos blocos econômicos, como,
por exemplo, UE – União Europeia; Mercado
Comum do Sul – Mercosul, Tratado Norte
Americano de Livre Comércio – Nafta;
Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico –
APEC, a Comunidade dos Estados Independentes
– CE, União Africana e outros. No ramo cultural, o
idioma inglês tornou-se uma língua universal, visto
que as tecnologias e estudos avançados estavam
todos em poder dos norte-americanos. Isso
aconteceu principalmente por meio da internet. O
cinema, com os mais famosos filmes de
Hollywood, complementa a expansão cultural dos
estadunidenses
O mundo pós-Guerra já caminhava por
outra ideologia, a da preocupação com o meio
ambiente. O aquecimento global se tornou pauta
dos debates mundiais. As crises no Oriente Médio
estouraram, o terrorismo tomou conta da região e,
novamente os Estados Unidos usaram da política
de intervenção, na tentativa de apaziguar.
Atualmente, o mundo possui uma multipolaridade
entre três potências mundiais, Estados Unidos,
Japão e Alemanha. Além disso, os países se
subdividiram em um mapa diferente dos
geográficos, separado por paralelos e meridianos.
Agora, começa a existir a divisão entre norte e sul,
entre países desenvolvidos e em
desenvolvimento. Esse avanço tantos nas
relações políticas, quanto econômicas, trouxe
alguns problemas como: o racismo, a xenofobia
(preconceito com imigrantes), as questões
climáticas e destruição do meio ambiente, o
desemprego, a fome, a exclusão e diversos outros
problemas sociais.
Globalização
Globalização é um conjunto de
transformações na ordem política e econômica
mundial visíveis desde o final do século XX. Trata-
se de um fenômeno que criou pontos em comum
na vertente econômica, social, cultural e política, e
que consequentemente tornou o mundo
interligado, uma Aldeia Global. O processo de
globalização é a forma como os mercados de
diferentes países interagem e aproximam pessoas
e mercadorias. A quebra de fronteiras gerou uma
expansão capitalista onde foi possível realizar
transações financeiras e expandir os negócios -
até então restritos ao mercado interno - para
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mercados distantes e emergentes. O complexo
fenômeno da globalização teve início na Era dos
Descobrimentos e se desenvolveu a partir da
Revolução Industrial. Foi resultado da
consolidação do capitalismo, dos grandes
avanços tecnológicos (Revolução Tecnológica) e
da necessidade de expansão do fluxo comercial
mundial.
As inovações nas áreas das
Telecomunicações e da Informática
(especialmente com a Internet) foram
determinantes para a construção de um mundo
globalizado. Globalização econômica O
surgimento dos blocos econômicos - países que
se juntam para fomentar relações comerciais, por
exemplo, Mercosul ou União Europeia - foi
resultado desse processo econômico. O impacto
exercido pela globalização no mercado de
trabalho, no comércio internacional, na liberdade
de movimentação e na qualidade de vida da
população varia a intensidade de acordo com o
nível de desenvolvimento das nações.
O período em que a globalização
econômica mais se intensificou foi em meados do
século XX, com a III Revolução Industrial
(conhecida também como "Revolução Técnico
Científica"). Globalização e o meio ambiente, com
a globalização, os impactos foram extremamente
agressivos e negativos para o meio ambiente. Os
interesses das corporativas capitalistas são
baseados nas explorações de matérias-primas da
natureza de maneira insustentável, poluindo e
contaminando os ambientes naturais. Um dos
princípios da globalização contemporânea é o
consumo. Para que sejam produzidos produtos
que correspondam a quantidade de consumidores
existentes atualmente, a quantidade de matéria-
prima extraída é enorme e, a maioria das
empresas, não faz este processo de extração com
responsabilidade ambiental. As consequências
são as alterações climáticas, catástrofes
ambientais e demais eventos que prejudicam a
vida do ser humano, como também por exemplo a
falta de água potável. Globalização do crime O
crime também tem passado pelo processo de
globalização, assim com a economia. Nos dias de
hoje, obstáculos, distâncias e fronteiras não têm a
mesma força, por influência da globalização e os
avanços tecnológicos que ela trouxe, tornando
mais fácil a movimentação de pessoas, de
informação e de capitais. A globalização não
existe só na economia mundial, também é
possível ver a sua marca em atividades ilegais
como a prostituição, pedofilia, tráfico de drogas,
armas e animais, aumento de organizações
criminosas, "lavagem de dinheiro" e consequente
aumento dos "paraísos fiscais".
O mundo globalizado enfrenta agora uma
nova ameaça, já que as facções criminosas não
têm barreiras geográficas que atrapalhem os seus
objetivos de cometer delitos para o seu próprio
bem. Esta é talvez uma das maiores
desvantagens da globalização: capacitou os
criminosos, que usaram a maior facilidade de
trânsito de mercadorias, serviços e pessoas entre
os países para cumprirem os seus propósitos
ilícitos. Vantagens e desvantagens da
globalização, como muitos outros fenômenos de
elevada complexidade, a globalização apresenta
pontos positivos e negativos. A globalização foi
importante no combate à inflação e ajudou a
economia ao facilitar a entrada de produtos
importados. O consumidor teve acesso a produtos
importados de melhor qualidade e mais baratos,
assim como produtos nacionais mais acessíveis e
de melhor qualidade. Outra vantagem é que a
globalização atrai investimentos de outros países,
traz desenvolvimento tecnológico, melhora as
formas de relacionamento com outros países,
alavanca as trocas comerciais internacionais, e
abre as portas para diferentes culturas. Por outro
lado, uma das maiores desvantagens da
globalização é a concentração da riqueza.
A maior parte do dinheiro fica nos países
mais desenvolvidos e apenas 25% dos
investimentos internacionais vão para as nações
em desenvolvimento, o que faz disparar o número
de pessoas que vivem em extrema pobreza. Com
menos de 1 dólar por dia. Alguns economistas
afirmam que nas últimas décadas, a globalização
e a revolução tecnológica e científica (que são
responsáveis pela automação da produção) são
as principais causas do aumento do desemprego.
A globalização também pode desvalorizar
a cultura nacional de um determinado país,
quando países mais ricos se instalam em países
mais pobres, explorando a matéria prima e se
aproveitando da mão de obra barata. Globalização
segundo Milton Santos Milton Santos, famoso
geógrafo e intelectual brasileiro, abordou a
globalização nos seus últimos livros. Ele
mencionou seus aspectos econômicos, e analisou
o papel desempenhado pelas empresas na
internacionalização do capital, e também os fluxos
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financeiros e o impacto que estes causam na
cultura local. Milton Santos teorizou e criticou
algumas destas características do mundo de hoje,
e no final de sua vida, sugeriu uma globalização
solidária, que fosse centrada em valores que não
fossem ligados à hegemonia.
Desenvolvimento sustentável, o que é?
calvinsincero.com
A tirinha acima onde Calvin critica
veemente as ações do homem, demonstra a que
ponto chegou suas atitudes, onde o
desmatamento tornou-se algo comum, a
queimada e derrubada de florestas que prejudica
o planeta terra em si, só alcança números cada
vez mais alarmantes, extinguindo a vida de seres
nativos de uma determinada região, como já existe
uma enorme escala de animais em extinção, não
somente nas florestas mas no mundo subaquático
demonstrando que as ações em terra vão ter efeito
em toda a extensão do planeta terra.
A partir disso podemos concluir que
desenvolvimento sustentável é a capacidade de
suprir as necessidades atuais sem comprometer
as gerações futuras, como assim, é saber utilizar
os recursos naturais que o planeta oferece, como
agua, petróleo, carvão e gás natural (essa
definição surgiu na comissão mundial sobre meio
ambiente e desenvolvimento)
O que é preciso fazer para que o
desenvolvimento sustentável seja alcançado?
É preciso primeiramente que a população
no contexto mundial, saiba reconhecer que os
recursos naturais, mesmo que em abundancia se
não forem utilizados da melhor maneira possível e
sem desperdício ele pode se esgotar. Então é
necessário que as grandes empresas trabalhem
em conformidade com o meio ambiente, não
extraindo 100% de sua capacidade de uma única
vez, sabendo utilizar o recurso economicamente e
tendo consciência social também.
O que anseia o desenvolvimento
sustentável, não só anseia, como principalmente
sugere a qualidade ao invés da quantidade, ou
seja, utilizar o mínimo de recursos possíveis,
causando assim a diminuição da matéria prima e
o aumento da reciclagem.
Os modelos de desenvolvimento dos países
devem ser seguidos?
Para que os pequenos países possam
sonhar com uma melhoria no seu sistema social,
político e principalmente econômico é vital que a
aceleração de produção, o aumento de empregos
e a rotatividade salarial aumente, mas estes não
podem seguir o que os países á industrializados
fazem, primeiro pela inviabilidade, segundo devido
a sua força na economia.
Podemos então dizer que os países em
desenvolvimento, no caso países do Sul nunca
serão industrializados? Não, embora eles estejam
muito atrasados em relação ao Norte, eles podem
atingir o ápice industrial, porém utilizando dos
recursos de forma mais controlada e para que
estes possam atingir tal ápice, os países mais
industrializados teriam que frear as suas
produções, permitindo assim que os países em
desenvolvimento consigam novos investimentos e
aumentem, não apenas seus lucros, mas também
a qualidade de vida que é imprescindível.
Um outro fato muito marcante também se
revela principalmente as disparidades que vem
ocorrendo no mundo os crescimentos
populacionais e econômicos têm sidos marcados
por muitas disparidades, por exemplo, os países
do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto
da população do planeta, eles detêm quatro
quintos dos rendimentos mundiais e consomem
70% da energia, 75% dos metais e 85% da
produção de madeira mundial, a partir das mais
variadas formas podemos entender o
desenvolvimento sustentável e seus objetivos,
basta fazer uma simples analise.
Efeito estufa
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Definição - Efeito Estufa Natural Efeito
Estufa é um mecanismo natural do planeta Terra
para possibilitar a manutenção da temperatura
numa média de 15ºC, ideal para o equilíbrio de
grande parte das formas de vida em nosso
planeta. Sem o efeito estufa natural, o planeta
terra poderia ficar muito frio, inviabilizando o
desenvolvimento de grande parte das espécies
animais e vegetais. Isso ocorreria, pois, a radiação
solar refletida pela Terra se perderia totalmente. A
ação do homem e o aumento do efeito estufa
artificial O efeito estufa potencializado pela queima
de combustíveis fósseis tem colaborado com o
aumento da temperatura no globo terrestre nas
últimas décadas. Pesquisas recentes indicaram
que o século XX foi o mais quente dos últimos 500
anos.
Pesquisadores do clima afirmam que, num
futuro próximo, o aumento da temperatura
provocado pelo efeito estufa poderá ocasionar o
derretimento das calotas polares e o aumento do
nível dos mares. Como consequência, muitas
cidades litorâneas poderão desaparecer do mapa.
Como é gerado O aumento do efeito
estufa
É gerado pela derrubada de florestas e
pela queimada das mesmas, pois são elas que
regulam a temperatura, os ventos e o nível de
chuvas em diversas regiões. Como as florestas
estão diminuindo no mundo, a temperatura
terrestre tem aumentado na mesma proporção.
Um outro fator que está aumentando o efeito
estufa é o lançamento de gases poluentes na
atmosfera, principalmente os que resultam da
queima de combustíveis fósseis. A queima do óleo
diesel e da gasolina nos grandes centros urbanos
tem colaborado para o efeito estufa. O dióxido de
carbono (gás carbônico) e o monóxido de carbono
ficam concentrados em determinadas regiões da
atmosfera formando uma camada que bloqueia a
dissipação do calor. Outros gases que contribuem
para este processo são: gás metano, óxido nitroso
e óxidos de nitrogênio. Esta camada de poluentes,
tão visível nas grandes cidades, funciona como
um isolante térmico do planeta Terra. O calor fica
retido nas camadas mais baixas da atmosfera
trazendo graves problemas ao planeta. Problemas
futuros, pesquisadores do meio ambiente já estão
prevendo os problemas futuros que poderão
atingir nosso planeta caso esta situação persista.
Muitos ecossistemas poderão ser atingidos e
espécies vegetais e animais poderão ser extintos.
Derretimento de geleiras e alagamento de ilhas e
regiões litorâneas. Tufões, furacões, maremotos e
enchentes poderão ocorrer com mais intensidade.
Estas alterações climáticas poderão influenciar
negativamente na produção agrícola de vários
países, reduzindo a quantidade de alimentos em
nosso planeta.
A elevação da temperatura nos mares
poderia ocasionar o desvio de curso de correntes
marítimas, ocasionando a extinção de vários
animais marinhos e diminuir a quantidade de
peixes nos mares. Soluções e medidas tomadas
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contra o aumento do efeito estufa preocupados
com estes problemas, ONGs (Organizações Não
Governamentais) e governos de diversos países já
estão tomando medidas para reduzir a poluição
ambiental e a emissão de gases na atmosfera. O
Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, prevê a
redução de gases poluentes para os próximos
anos. Porém, países como os Estados Unidos tem
dificultado o avanço destes acordos. Os EUA
alegam que a redução da emissão de gases
poluentes poderia dificultar o avanço das
indústrias no país. Em dezembro de 2007, outro
evento importante aconteceu na cidade de Bali.
Representantes de centenas de países
começaram a definir medidas para a redução da
emissão de gases poluentes. São medidas que
deverão ser tomadas pelos países após 2012.
Em 12 de novembro de 2014, Estados Unidos e
China (maiores poluidores do mundo), assinaram
um acordo com metas mútuas, voltadas para a
redução da emissão dos gases geradores do
efeito estufa. Curiosidades: Atualmente, são
despejados no ar cerca de 5 bilhões de
toneladas de dióxido de carbono (um dos
principais gases causadores do efeito estufa)
por ano. Só para termos uma base de
comparação, há 100 anos atrás eram lançados
cerca de 60 milhões de toneladas deste gás
anualmente.
Estudos climáticos recentes demonstraram
que a temperatura do planeta Terra aumentou
cerca de 0,5°C nos últimos 170 anos. Este
aquecimento está diretamente relacionado com o
efeito estufa. Um aumento de 4ºC na temperatura
global, causado pelo efeito estufa e aquecimento
global, poderá provocar a extinção de milhares de
espécies animais no planeta. Os animais mais
afetados serão aqueles que vivem nas regiões
polares, pois este aumento de temperatura
provocará derretimento de gelo em grandes
proporções, afetando diretamente o habitat destas
espécies. Os recifes de corais também serão
muito afetados com o aumento da temperatura
das águas oceânicas.
Fontes de energia
Acredita-se que fontes de energia podem
ser classificadas em renováveis e não renováveis,
mas por que toda essa preocupação em relação
as fontes de energia?
Com o avanço da humanidade as fontes de
energia tornaram-se uma das principais formas de
poderem realizar algumas atividades por isso são
extremamente importantes para o homem isso por
que estes passaram a ter algumas necessidades
e as fontes de energia facilitam pois originam
combustíveis, e eletricidade que servem para a
iluminar, movimentar maquinas entre outras
aplicações. As principais fontes de energia são,
petróleo, energia hidrelétrica, carvão mineral e
biocombustível, além destes ainda temos: o gás
natural, energia nuclear, xisto betuminoso, lenha,
carvão vegetal, energia solar e energia eólica. O
que vem a ser o petróleo: é um minério fóssil onde
são processados subprodutos utilizados como
fonte de energia como a gasolina, óleo diesel,
querosene, e ainda é capaz de gerar energias nas
termoelétricas. Hidrelétrica: produz energia
elétrica gerada através de turbinas impulsionadas
por aguas de rios acumuladas em barragens.
Carvão Mineral: esse minério oferece calor para
os grandes fornos industriais siderúrgicos e
contribui para geração de eletricidade nas usinas
termelétricas. Biocombustível: correspondem ao
álcool e ao biodiesel seu uso é bastante difundido
no Brasil por ser utilizado em veículos
automotores desde a década de 70. Mas a final o
que são fontes de energias renováveis?
Corresponde a todo recurso que tem a capacidade
de se refazer ou não é limitada, nessas destacam
os biocombustíveis, hidrelétricas, energia solar,
eólica entre outras. No entanto, esses tipos de
fontes de energia não são isentos de provocar
impactos na natureza, os biocombustíveis
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produzem devastação ambiental no
desenvolvimento de culturas que servem de
matérias-primas tais como a cana-de-açúcar,
eucalipto, mamona entre outros, para o cultivo
dessas são necessárias imensas propriedades
rurais, denominadas de monoculturas, essa
prática retira as coberturas vegetais, sem contar o
uso de insumos agrícolas (fertilizantes, inseticidas,
herbicidas entre outras). No caso das hidrelétricas
os problemas na geração de energia estão na
construção das usinas, pois é necessário represar
uma grande quantidade de água cobrindo imensas
áreas de florestas, dessa forma coloca em risco a
fauna e a flora, além da emissão de gases
provenientes da decomposição de animais e
vegetais contidos no fundo das represas. As
energias solar e eólica produzem impactos quase
insignificantes e são pouco utilizadas no Brasil. As
fontes não-renováveis correspondem a todo
recurso natural que não tem capacidade de se
renovar ou refazer, ou seja, que podem acabar
(finitos). Dentre os recursos finitos com previsões
para esgotar totalmente em pequeno, médio e
longo prazo estão o petróleo, carvão, urânio, xisto
e muitos outros.
Os recursos energéticos classificados
como não renováveis geralmente produzem
poluentes superiores aos renováveis. Os impactos
podem surgir a partir da emissão de gases dos
veículos automotores, vazamentos em oleodutos,
vazamentos de navios petroleiros e muitos outros.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
O índice de desenvolvimento humano, foi
fundamentado por um programa das nações para
medir o quão rápido ou lento um país desenvolve-
se, a partir disso então obtiveram-se uma gama de
resultados, positivos e negativos, mas do que
medir a economia, medir a expectativa de vida, a
qualidade de vida, utilizando dos preceitos
estabelecidos para uma formação continuada e
que se estabeleça frente a uma nova ordem
política, econômica e social.
Essa forma de medida foi desenvolvida e
pensada pelo PNUD (Programa das nações
unidas para o desenvolvimento) com a finalidade
de que todas as nações atinjam um pico em seu
desenvolvimento econômico. Para chegar a dados
conclusivos acerca do IDH, é preciso fazer uma
análise em três passos:
Nível de escolaridade, média de anos de estudos
da população adulta e numero esperado de anos
de estudo
Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, baseada
na prioridade do poder de compra dos habitantes.
Nível de saúde obtido através da expectativa de
vida da população. Esse item é um reflexo da
qualidade dos serviços de saúde e saneamento
ambiental.
Então como se obtém a média? É um
processo muito simples, é feito uma soma entre os
três aspectos observados e no final divide por três,
uma conta bem simples e que traz em números se
os países sofreram alguma mudança nos últimos
anos.
O fator do IDH, é mais eficaz, ou tem uma
melhora mais acentuada a medida em que ele se
aproxima da média 1, o que quer dizer, que isso
demonstra se o país ou a nação está tendo uma
elevação de seus índices ou uma queda. Veja a
seguir uma lista com os principais países e seus
respectivos IDH’s
1. Noruega 0,938
2. Austrália 0,937
3. Nova Zelândia 0,907
4. Estados Unidos 0,902
5. Irlanda 0,895
6. Liechtenstein 0,891
7. Países Baixos 0,890
8. Canadá 0,888
9. Suécia 0,885
O Brasil figura na posição de 73º lugar do
ranking mundial com um IDH de 0,699.
Pobreza, fome e exclusão social
Os anos de Guerra Mundiais e de Guerra
Fria protagonizaram ao mundo o que seria o
futuro, ou os dias atuais, demonstrando ainda
mais como a questão de blocos econômicos que
demonstravam seus interesses e suas
necessidades.
O espectro da pobreza em todo o mundo é
aterrorizante, em alguns lugares, a pobreza chega
a níveis extremos, o que mais impressionam não
são os dados em si, mas as formas como eles são
colocadas e quase excluídas pelas grandes
superpotências mundiais.
A pobreza: até 2015 o número de pessoas
que vivem com cerca de 1 dólar por dia estava em
um índice muito acima do previsto para a época.
Em junho, um relatório das nações unidas,
constatou que nos 49 países mais pobres do
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mundo, principalmente na África mais do que
duplicou nos últimos 30 anos, chegando a 307
milhões de pessoas, ou seja, um número absurdo,
mas que com o passar dos anos tende a se tornar
menos descomplicada. Os dados ainda apontam
que em países da Ásia, embora o
desenvolvimento esteja a todo o vapor, o índice
social continua muito baixo e a quantidade
pessoas que continuam na miséria é muito
grande.
O Congo é o país que regista os piores
índices, com 90,5% da população vivendo com
menos de um dólar por dia. Na Ásia, o país em pior
situação é Mianmar, a antiga Birmânia, onde esta
taxa equivale a 52,3%.
O Brasil figura na posição de 73º lugar do
ranking mundial com um IDH de 0,699.
Pobreza, fome e exclusão social
Os anos de Guerra Mundiais e de Guerra
Fria protagonizaram ao mundo o que seria o
futuro, ou os dias atuais, demonstrando ainda
mais como a questão de blocos econômicos que
demonstravam seus interesses e suas
necessidades.
O espectro da pobreza em todo o mundo é
aterrorizante, em alguns lugares, a pobreza chega
a níveis extremos, o que mais impressionam não
são os dados em si, mas as formas como eles são
colocadas e quase excluídas pelas grandes
superpotências mundiais.
A pobreza: até 2015 o número de pessoas
que vivem com cerca de 1 dólar por dia estava em
um índice muito acima do previsto para a época.
Em junho, um relatório das nações unidas,
constatou que nos 49 países mais pobres do
mundo, principalmente na África mais do que
duplicou nos últimos 30 anos, chegando a 307
milhões de pessoas, ou seja, um número absurdo,
mas que com o passar dos anos tende a se tornar
menos descomplicada. Os dados ainda apontam
que em países da Ásia, embora o
desenvolvimento esteja a todo o vapor, o índice
social continua muito baixo e a quantidade
pessoas que continuam na miséria é muito
grande.
O Congo é o país que regista os piores
índices, com 90,5% da população vivendo com
menos de um dólar por dia. Na Ásia, o país em pior
situação é Mianmar, a antiga Birmânia, onde esta
taxa equivale a 52,3%.
Embora a globalização diminua as
barreiras do comércio internacional, deixa essa
grande lacuna social,
O gráfico deixa em evidencia, não somente
o quanto os países industrializados têm se
desenvolvido, mas principalmente como os
países.
Os gráficos procuram deixar em evidencia
a seguinte questão, como o índice de mortalidade
infantil é elevado, principalmente no Saara e como
existe uma disparidade com relação aos países
desenvolvidos, outro dado preocupante, é o índice
de mortalidade muito acentuado também no Sul
da Ásia. Desta forma acaba tornando-se
conclusivo que essas condições de saúde aliada a
uma renda baixa, faz com que esses países
produzam ainda menos, tornando esse problema
ainda mais dificultoso.
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Uma nova problemática, a questão
demográfica mundial.
Hoje o mundo todo tem sentido o efeito do
aumento populacional no mundo, mas como
entender esse aumento?
A humanidade passou a se reproduzir de
uma forma muito intensa e com o avanço da
tecnologia dos meios de informação e
principalmente da medicina, fizeram com que os
índices de mortalidade daquela época caíssem e
assim o número de pessoas que nascia passou a
ser muito maior do que morria, o resultado disso
um inchaço populacional que ocasionou um alta
na taxa de criminalidade, um aumento na taxa de
desemprego, um aumento do uso espacial. Com
isso surgiu uma série de teorias, a principal delas:
A Teoria Malthusiana Concomitantemente ao
processo de industrialização e de urbanização,
provocado pela Revolução industrial, houve, de
maneira geral, um grande crescimento na
população absoluta mundial. No final do século
XVIII, o economista Thomas Malthus, preocupado
com esse crescimento, desenvolveu uma teoria
que assustava toda a humanidade. Ele dizia que o
crescimento da população, estava em uma
progressão geométrica enquanto a produção de
alimentos crescia de forma aritmética. Isso levaria,
dentro de alguns anos, a um quadro de fome
extremo em todo o mundo, onde não haveria
comida para toda a população.
Malthus baseou-se do desequilíbrio entre
as taxas de natalidade e as de mortalidade, o que
ocasionou um aumento do crescimento natural ou
vegetativo.
Segundo especialistas, esse desequilíbrio
indica um período de Transição demográfica. O
período dessa transição, verificado a partir do
século XIX, deveu-se ao processo de urbanização,
às melhorias nas condições de saneamento, e ao
avanço da tecnologia. Esses fatores
desencadearam uma acentuada queda nas taxas
de mortalidade. Como a taxa de natalidade não
estava aumentando, e a taxa de mortalidade
diminuindo, ouve um crescimento muito grande na
população.
A exclusão social.
A exclusão social é um problema que se
tornou ainda mais comum principalmente entre as
grandes nações europeias, em que a população
reprime fortemente a ida de migrantes, e acaba
demonstrando a exclusão social, a partir
principalmente dessas atitudes, passou a ser
utilizado principalmente o termo de xenofobia.
O termo é de origem grega e se forma a partir das
palavras “xénos” (estrangeiro) e “phóbos” (medo).
A xenofobia pode se caracterizar como uma forma
de preconceito ou como uma doença,
um transtorno psiquiátrico.
O preconceito gerado pela xenofobia é
algo controverso. Geralmente se manifesta
através de ações discriminatórias e ódio por
indivíduos estrangeiros. Há intolerância e aversão
por aqueles que vêm de outros países ou
diferentes culturas, desencadeando diversas
reações entre os xenófobos. Nem todas as formas
de discriminação contra minorias étnicas,
diferentes culturas, subculturas ou crenças podem
ser consideradas xenofobia. Em muitos casos são
atitudes associadas a conflitos ideológicos,
choque de culturas ou mesmo motivações
políticas. Como doença, a xenofobia é um
transtorno causado por um medo descontrolado
do desconhecido, que se transforma em
desequilíbrio. Quem sofre este transtorno
possivelmente passou por uma má experiência ao
estar exposto a uma situação desconhecida que
causou terror e deixou marcas que vão interferir na
sua vida diária. As pessoas com essa patologia
sofrem de angústia e extrema ansiedade, se
distanciam do convívio social, evitam o contato
com estranhos e, em alguns casos, podem ter
crises de pânico.
Xenofobia no Brasil
O Brasil é conhecido por ser um país que recebeu
e recebe muitos imigrantes de vários países com
diferentes culturas, sem graves demonstrações de
xenofobia. No entanto, no século XIX se verificou
no Brasil um fenômeno chamado lusofobia, que
resultou de um sentimento nacionalista de alguns
políticos brasileiros, que tinham como objetivo
reduzir a interação de indivíduos portugueses na
economia local.
Xenofobia na Europa
A existência de xenofobia é bastante comum na
Europa, principalmente nos países onde há um
grande fluxo de imigração, como a Inglaterra e
Suíça. Também em Portugal, alguns portugueses
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apresentam sentimentos xenófobos em relação a
brasileiros.
Xenofobia e racismo
Xenofobia e racismo são dois conceitos diferentes,
mas que muitas vezes se traduzem em atitudes
semelhantes de discriminação em relação a
alguém. A xenofobia está direcionada para alguém
que vem de outro país, mesmo que seja da mesma
etnia. Por outro lado, o racismo é a discriminação
fundamentada na existência de uma raça superior
às outras. É uma construção social que não
encontra eco na comunidade científica, sendo um
grave preconceito, e que pode ocorrer também a
uma pessoa que tenha nascido no mesmo país
daquela que comete o ato racista.
Fluxos migratórios
Os fluxos populacionais foram
incrementados a partir do desenvolvimento do
sistema de transporte (Rodoviário, hidroviário,
ferroviário e aéreo) e das telecomunicações, que
ofereceram maior mobilidade às pessoas em todo
mundo. Segundo a ONU (Organização das
Nações Unidas), aproximadamente 175 milhões
de pessoas vivem fora do país de origem.
Os fluxos populacionais entre países são
denominados de migrações internacionais, essas
podem ocorrer por atração ou por repulsão, a
primeira geralmente acontece quando as pessoas
vivem em países nos quais não há boas condições
de vida e de trabalho, são atraídas rumo a países
desenvolvidos, como Estados Unidos, países da
Europa desenvolvida e Japão, a segunda são
migrações onde o indivíduo deixa seu país devido
a problemas políticos, perseguições, guerras,
entre outros.
A maioria das migrações internacionais
ocorre pela busca de trabalho, as principais
correntes migratórias emergem de Latino-
Americanos, Africanos e Asiáticos em direção aos
EUA, Europa e Japão. Os trabalhadores migrantes
enviam dinheiro para sua terra natal, algumas
estimativas revelam que eles movimentam
anualmente cerca de 58 bilhões de dólares, o
Brasil, por exemplo, recebe anualmente cerca de
2,8 bilhões de dólares enviados por brasileiros que
vivem no exterior.
Os brasileiros por vários motivos saem do
país, o movimento de saída do país é chamado de
emigração, o de entrada de estrangeiro é
denominado de imigração. O que levam os
brasileiros a sair do país rumo a outro, são as
sucessivas crises econômicas, hoje existem cerca
de 2 milhões de brasileiros vivendo no exterior de
forma clandestina.
Outra modalidade de migração
internacional é a de fluxo de refugiados, indivíduos
que sofrem perseguições de ordem política,
religiosa ou étnica. Na década de 1970, havia
cerca de 2,5 milhões de refugiados, hoje esse
número chega aos 25 milhões, decorrentes de
acontecimentos geopolíticos como: o fim do
socialismo, a diminuição de ajudas financeiras e
humanitárias e principalmente pela expansão do
fundamentalismo Islâmico.
São considerados migrantes refugiados
cerca de 25 milhões de pessoas, que foram
obrigados a deixar seus lares devido a problemas
ambientais, como desmatamento, desertificação,
erosão dos solos e desastres químicos e
nucleares.
As origens dos refugiados são as mais
variadas, mas geralmente possuem algumas
características, como origem de países
subdesenvolvidos, no qual a renda per capita
média está abaixo de 500 dólares e há alto índice
de analfabetismo, governos ditatoriais que violam
os direitos humanos de determinada parcela da
população, na forma de perseguições políticas e
torturas, extermínio étnico e discriminações
religiosas e culturais.
Por fim, existe um fluxo, agora sem
agravante, que é o turístico, que são motivados
pela busca de lazer, cultura e religião, esse
processo motiva a comercialização de viagens em
grande escala a custos mais reduzidos (pacotes
de viagens), mas esse tipo de fluxo é privilégio de
uma restrita parcela da população mundial. Os
principais países que atraem turistas são
Alemanha, Japão e EUA, o volume do faturamento
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decorrente a atividade é de aproximadamente 4,5
trilhões de dólares, gerando cerca de 200 milhões
de empregos em todo o mundo.
Além da atual onda de migração, vários
fluxos migratórios tão importantes quanto o que
ocorre na Europa atingiram o continente nas
últimas décadas, como dos repatriados da Argélia
na França ou dos refugiados da guerra da ex-
Iugoslávia.
Veja os principais movimentos
populacionais que marcaram o fim da Segunda
Mundial (40 milhões de pessoas deslocadas na
Europa em maio de 1945, segundo a Agência das
Nações Unidas para os Refugiados):
- Os repatriados da Argélia: Os Acordos de Evian
(18 de março de 1962) marcaram o fim da guerra
na Argélia e cerca de 200.000 franceses da
Argélia deixam imediatamente sua terra natal, com
apenas algumas malas.
Em Paris, acreditava-se em um êxodo
temporário, convencidos de que a maioria dos
repatriados pediria a nacionalidade argelina. Isso
nunca aconteceu: o fluxo não parou de aumentar
até atingir um milhão de pessoas - judeus,
cristãos, muçulmanos nascidos na Argélia e
presentes neste país há várias gerações.
Depois da descolonização, o número total
de "repatriados" na França atingiu 1,45 milhão de
pessoas, incluindo 260.000 originários de
Marrocos, 180.000 da Tunísia, 15.500 da África
negra e Madagáscar, 44.000 da Indochina.
- Após a queda do comunismo e da implosão da
URSS (1990-1991), cerca de 2,5 milhões de
descendentes de alemães deixam a União
Soviética para recuperar a terra de seus
ancestrais (os "Aussiedler"). O pico da onda foi em
1994, quando 215 mil deles chegaram à
Alemanha.
A este fenômeno em massa, somou-se, no
início dos anos 90, a chegada de imigrantes
fugidos das guerras da ex-Iugoslávia e cujo
principal destino era a Alemanha. De acordo com
o demógrafo Francois Heran, os três anos de pico
para a chegada à UE de requerentes de asilo das
guerras da ex-Iugoslávia foram em 1990
(100.000), 1991 (226.000) e 1992 (173.000). O
destino de 3/4 deles foi a Alemanha.
O número de 800.000 requerentes de asilo
previsto pela Alemanha para o ano de 2015 já foi
atingido ou ultrapassado em 1992.
- Na queda do regime comunista na Albânia, a
partir de dezembro de 1990, cerca de 400.000
albaneses fugiram para a Grécia e Itália.
O movimento migratório durou vários anos.
- Portugal, antigo país de emigração, mas também
antiga potência colonial, vivenciou um importante
movimento de repatriados (cerca de 500.000
pessoas) durante a independência de
Moçambique (junho de 1975), de Angola
(novembro de 1975), mas também do Cabo Verde
e São Tomé.
- A Espanha, no início de 2000, experimentou um
fluxo de mais de 300.000 equatorianos, que
deixaram o seu país atingido pela dolarização
decidida por Quito.
Muitos deixaram o país anos depois com a crise
econômica na Península Ibérica.
- Os "boat people": após a queda de Saigon (30 de
abril de 1975), que terminou a Guerra do Vietnã, e
a tomada de Phnom Penh (17 de abril de 1975)
pelos Khmers Vermelhos, até 1,3 milhão de
pessoas buscaram refúgio no exterior.
Apesar de a grande maioria (800.000) ir para os
Estados Unidos, o fluxo também foi grande para a
Europa, principalmente na França: cerca de
130.000 cidadãos da antiga Indochina entraram
legalmente na França. Muitos mais entraram sem
o status de refugiado, mas todos em geral, foram
bem acolhidos.
Na imagem vemos um grupo de refugiados sírios
que vivem em um campo de concentração em
Zaatari. Nos dias atuais as pessoas têm destino
certo quando se fala em relação a migração que
seriam países como os ilustrados a seguir.
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Países europeus com um certo grau de
desenvolvimento, aí estão os principais fluxos
migratórios atuais.
Oriente médio: ASPECTOS GERAIS
O Oriente Médio abrange uma área de mais de 6
milhões de Km², formada por vários países do
Continente Asiático, como Arábia Saudita, Irã,
Afeganistão, Turquia, Iraque, Síria, Egito, entre
outros. Muitos estudiosos da geopolítica afirmam
que o Oriente Médio se localiza em uma posição
estratégica do planeta, entre a Europa, o restante
da Ásia e a África, cercado por importantes mares
e rios. Tal situação favoreceu o desenvolvimento
das civilizações antigas e da agricultura, além de
ter favorecido o contato com o restante do mundo.
Desde o início de sua ocupação, o Oriente Médio
vive muitos momentos de conflitos, envolvendo a
sua dominação por outras nações e a luta pela
formação e consolidação de territórios. No final da
Segunda Guerra Mundial, os países do Oriente
Médio se tornaram independentes. Entretanto os
conflitos não cessaram, principalmente com a
formação do Estado de Israel. Além disso, o
petróleo e questões religiosas também são as
causas de vários conflitos envolvendo as nações
dessa região. A população do Oriente Médio é
predominantemente árabe, mas também
encontramos na região turcos, judeus, persas,
armênios e curdos. A maioria dos habitantes
pratica a religião muçulmana, também conhecida
como Islamismo. A diversidade de seitas do
Islamismo favorece o surgimento de conflitos. Nas
últimas décadas, o Oriente Médio tem vivido a
“guerra contra o terror”, em que nações ocidentais,
sobretudo os Estados Unidos, justificam seus
ataques militares aos países do Oriente afirmando
a necessidade de combater organizações
terroristas. Entretanto interesses políticos e
econômicos, como o controle sobre as reservas de
petróleo, são as verdadeiras “causas” da
intensidade de conflitos. Vale ressaltar as riquezas
e belezas naturais do Oriente Médio, com o
predomínio de climas áridos e semiáridos, relevo
montanhoso, grandes reservas de petróleo e gás
natural. Mas a O Oriente Médio é uma região
marcada por muitas divergências políticas e
religiosas. Assim, é comum os países estarem
envolvidos em conflitos, sobretudo na disputa por
territórios e pelo poder do petróleo. Contudo é
importante conhecer outros aspectos dessa
região, que representam também riquezas
culturais e naturais, na maioria das vezes pouco
comentadas.
O Conflito Árabe-Israelense
A criação do Estado de Israel Em 1945,
com o fim da 2ª Guerra Mundial, os conflitos entre
judeus e árabes palestinos havia tornado a
situação da palestina britânica insustentável.
• A imigração judaica para Palestina não
parava de crescer.
• A simpatia pelo movimento sionista
crescia em todo mundo principalmente pelo
sofrimento dos judeus nas mãos dos nazistas
durante a guerra.
• Os árabes queriam garantir sua presença
na Palestina e para isto realizaram duas
conferências no Egito: em Alexandria, um 1944, e
no Cairo, em 1945, que resultaram na criação da
Liga dos Estados Árabes, cujo principal objetivo
era a defesa da presença árabe na Palestina.
• Em 1947 o Reino Unido entregou o
assunto a ONU que decidiu pela partilha da
Palestina entre judeus e árabes palestinos. Os
judeus ficariam com 57% enquanto os palestinos
ficariam 43% do território.
• A Liga Árabe não aceitou os termos da
partilha proposta pela ONU.
• Os exércitos do Egito, Jordânia, Iraque,
Síria e Líbano avançaram contra Israel que os
enfrentou e os expulsou. A população árabe
abandonou suas casas e terras e refugiou-se em
países árabes vizinhos.
• Em 1949, com aprovação da ONU, Israel
passou a ocupar cerca de 75% da Palestina. A
faixa de Gaza ficou para o Egito e a Cisjordânia
para a Jordânia. O estado árabe da Palestina tinha
sumido do mapa.
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• Milhares de palestinos deixaram suas
casas para morar em campo de refugiados
espalhados por países árabes como : Síria,
Jordânia, Líbano e na Faixa de Gaza.
• Surgiu uma nova geração de palestinos
no exílio ,educada em países árabes, mas com
uma lembrança e o crescente desejo de
restabelecer sua pátria na Palestina.
• Grande parte da comunidade árabe
continua não reconhecendo a existência de Israel,
considerando ilegítima essa divisão.
• A partir de 1965 Israel passou a
responder as provocações dos palestinos
atacando os Estados árabes que apoiavam esses
grupos.
• Foi a oportunidade que os Estados
árabes esperavam para começar uma guerra. •
Guerra dos seis dias :
• Em 1967, o Egito fechou o Golfo de
Ácaba, impedindo que os navios israelenses
circulassem. Israel atacou o Egito e destruiu sua
força aérea, ocuparam a Península do Sinai até o
Canal de Suez, além de Jerusalém Oriental, da
Cisjordânia e as colinas de Golan, na Síria
• Guerra de Yom Kippur (1973):
• Forças conjuntas de vários países árabes
atacam Israel no dia de Yom Kippur (dia do
perdão) , a data mais sagrada dos judeus. Mesmo
assim os judeus viraram o jogo e expulsaram os
árabes, provando a superioridade de seu exército.
Contavam também com o apoio dos EUA, que
forneciam armamento de última geração a Israel.
• Acordo de Camp David : Egito sela a paz
com Israel que devolve a Península do Sinai.
Acordo Israel-Egípcio. / 17 de setembro de 1978
• A ação política do Al-Fatah deu origem a
Organização para Libertação da Palestina (OLP),
em 1964, com o objetivo de lutar contra a
existência do Estado de Israel. Seus membros
propunham uma luta incansável pela conquista de
Jerusalém e da Palestina. Patrocinavam
atentados terroristas em locais públicos em Israel
ou em lugares onde houvesse concentração de
judeus.
• Em 1987 explode a Intifada, ou revolta
das pedras, movimento de resistência palestina
contra a ocupação israelense.
• 1988 – Proclamação do Estado da
Palestina (Em 29 de novembro de 2012, a
Assembleia Geral da ONU reconheceu o Estado
da Palestina).
• Evitando o uso de armas, a população
palestina praticou a desobediência civil: não
respeitava o toque de recolher do exército
israelense, saía as ruas para protestar, desfiando
de todas as formas o governo de Israel.
• Com a Intifada, o movimento palestino
ganhou simpatia da opinião pública internacional,
revelando um povo palestino que vive em
territórios ocupados por israelenses.
• Com a Intifada, a OLP passou a
considerar cada vez mais a opinião nos territórios
ocupados e seu desejo de encerrar a ocupação.
Grupos Terroristas
• Hamas- Sigla de Harakat Al-Muqawama
Al-Islamia (Movimento de Resistência Islâmico), o
Hamas é um grupo terrorista sócio-político da
Palestina fundado em 1987 por conta de uma
ramificação da Irmandade Muçulmana. Esta
organização foi fundada com o objetivo de libertar
a Palestina da subjugação israelense. Conhecido
por seus terroristas suicidas temerários, esse
grupo terrorista é expressivamente apoiado pelo
Hezbollah em questões contra o governo de Israel.
• Al-Qaeda- A Al-Qaeda é uma
organização fundamentalista islâmica
internacional fundada em 1989 por Osama Bin
Laden, uma figura misteriosa que, até o fatídico 11
de setembro de 2001, conseguiu se esquivar das
agências de inteligência de todo o mundo. A
estrutura organizacional do grupo, apesar da
notoriedade de sua rede integrada, é composta
por elementos desconhecidos. Indubitavelmente,
este é o maior nome do terror mundial.
Assassinato de Bin Laden em 02/05/2011.
• Hezbollah - Apoiado pelo Irã e pela Síria,
esse grupo terrorista baseado no Líbano emergiu
da guerra civil libanesa de 1982 e é considerado
como o maior inimigo de Israel e países árabes
sunitas. De acordo com um relatório da Agência
Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA),
esta organização abrange 41% da população
libanesa e está envolvida em várias atividades
sociais.
• Taliban (Talibã) - Derivado da palavra
‘estudantes’, o Talibã é conhecido pelo violento
governo que regeu formalmente o Afeganistão
entre 1996 e 2001, apesar de seu governo ter sido
reconhecido por apenas três países – Emirados
Árabes Unidos, Arábia Saudita e Paquistão.
Atualmente sua maior força ofensiva destaca-se
contra a OTAN (Organização do Tratado do
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Atlântico Norte) e os governos do Paquistão e
Afeganistão.
• 1993 – Acordo de Oslo : foi uma série de
acordos entre o governo de Israel e o Presidente
da OLP, Yasser Arafat mediados pelo então
presidente dos EUA, Bill Clinton. Se
comprometiam a unir esforços para a realização
da paz entre os dois povos. Estes acordos previam
o término dos conflitos, a abertura das
negociações sobre os territórios ocupados, a
retirada de Israel do sul do Líbano e a questão do
status de Jerusalém.
• 1995 – Primeiro Ministro de Israel,
Yitzhak Rabin, e o presidente da OLP, Yasser
Arafat, assinaram um documento estabelecendo
os princípios de transferência da Faixa de Gaza e
de parte do território e de parte do território da
Cisjordânia para que os palestinos formassem seu
próprio Estado.
• Desde então a OLP se transformou em
ANP (Autoridade Nacional Palestina), que seria
responsável pelo controle político do novo Estado.
• O acordo de Oslo não foi suficiente para
trazer paz à região: Rabin foi assassinado em
1995 por um extremista judeu.
• Grupos radicais islâmicos como o Hamas
e o Jihad não reconheceram os acordos
realizados pela OLP e pela sua sucessora ANP e
continuam a fazer atos de terrorismo contra Israel.
• Milhares de colonos israelenses juram que
jamais sairão das colônias da Cisjordânia, nem
que seja preciso criar milícias para substituir as
tropas israelenses.
• Diante do impasse explode uma nova
Intifada em setembro de 2000.
• A reação de Israel foi violenta: construiu
um muro separando os povos árabes das colônias
judaicas da Cisjordânia, impedindo a circulação
dos palestinos e enviou tropas para as principais
cidades palestinas.
• O líder Yasser Arafat se transformou em
prisioneiro em seu próprio quartel general,
cercado pelo exército de Israel, de onde só saiu
em 2004, gravemente enfermo. Morreu em 2004
Muro que separa árabes palestinos e judeus
• Em agosto de 2005 Israel decidiu
esvaziar todas as colônias judaicas da Faixa de
Gaza, depois de 38 anos de ocupação. Quatro
colônias da Cisjordânia também foram
desativadas e cerca de15 mil judeus foram
removidos.
• Apesar desta retirada ainda restam mais
de 100 colônias judaicas na Cisjordânia e o
governo de Israel não está disposto a continuar
com as remoções.
• Israel também não pretende abrir mão de
Jerusalém, reivindicada pelos palestinos para ser
a capital de seu futuro Estado.
• O Hamas já avisou que usará todas as
armas para lutar pela libertação da Cisjordânia e
de Jerusalém Oriental.
• Junho de 2009 : O ministro de Assuntos
exteriores de Israel, Lieberman, afirmou que o
governo israelense está disposto a iniciar um
diálogo com os palestinos : se referiu pela primeira
vez à criação de um “ Estado Palestino” , mas fez
uma série de requisitos à ANP, como por exemplo
que seja um território desmilitarizado.
• O presidente dos EUA, Obama, pediu
uma total paralisação das construções nas
colônias judias, um dos principais empecilhos no
processo de paz entre israelenses e palestinos.
• Extremistas da direita nacionalista
israelense anunciaram suas intenções de construir
nas próximas semanas 30 novas áreas judias na
Cisjordânia.
• Meir Bretler, membro do grupo “Lealdade
à Terra de Israel”, integrado por colonos judeus,
declarou que algumas áreas serão levantadas em
lugares onde não há assentamentos a fim de se
estender no território o máximo possível.
• O movimento islâmico Hamas condenou
o discurso feito pelo ministro israelense e
considerou inaceitáveis as condições impostas
para a criação de um “ Estado Palestino”.
• Segundo Ismail Radwan , um dos líderes
do Hamas: ele negou os direitos legítimos do povo
palestino, como o direito ao retorno dos refugiados
e o reconhecimento de Jerusalém como capital do
futuro Estado palestino“. O discurso é uma
bofetada na cara de todos aqueles que apostaram
na opção das negociações com Israel. Também
representa uma resposta aos árabes e palestinos
que defendem o diálogo de paz", disse. 2015
• O Exército israelense quer impedir o
lançamento de mais foguetes a partir de Gaza e
enfraquecer o grupo radical islâmico Hamas.
• Nas madrugadas destas terça-feira e
quarta-feira (09/07), Israel atacou centenas de
alvos do lado palestino, supostamente incluindo
casas de membros do Hamas. Além disso, a força
aérea disparou contra lançadores de foguetes e
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campos de treinamento, disse um porta-voz dos
militares.
• Antes disso, o Hamas havia reivindicado
a autoria dos ataques com foguetes vindos da
Faixa de Gaza.
• O que provocou as tensões atuais? No
dia 12 de junho, três jovens israelenses foram
sequestrados na Cisjordânia e encontrados
mortos duas semanas depois. O governo de Israel
acusa o Hamas como responsável pelo crime. Na
busca dos autores, seis palestinos foram mortos
pelo Exército e cerca de 420 foram presos, a
maioria deles membros do Hamas.
A questão da Palestina
Entre os autores que dão ao conflito um
aspecto eminentemente político, destaca-se a
jornalista e escritora brasileira, de origens
judaicas, Helenas Salem para quem “no momento
em que árabes matam árabes (no Líbano), em que
judeus discordam de judeus (em Israel e no resto
do 8 mundo em relação ao governo Begin) fica
mais do que evidente que a questão não é árabe
ou judia, muçulmana ou israelita, mas de fato
política” (SALEM, 1982). Segundo essa autora, a
convivência de forma mais ou menos pacífica
entre os povos “primos” de origem semita, seja na
Península Ibérica, no período medieval, ou na
Palestina há mais de um século, evidencia que a
questão palestina apresenta causas políticas,
sociais e econômicas precisas. Além disso, pontua
o início da disputa árabe/israelense com o
surgimento do sionismo no final do século XIX e
sua implementação na Palestina. Com isso, a
referida autora descarta qualquer motivo religioso
ou pseudo-racial para o conflito. Entre os que
destacam a disputa por terra na região como base
para o conflito palestino-israelense está Ariel
Finguerman, que apresenta como problema
adicional, o fato de ser a Terra Santa para ambos
os lados (FINGUERMAN, 2005). O próprio
sionismo, como movimento nacionalista judaico,
pode ser entendido sob diversos aspectos.
Segundo Aura Gomes, alguns autores defendem
que a motivação do movimento se deve ao medo
que alguns judeus tinham de serem assimilados
pelas sociedades no meio das quais viviam,
perdendo sua identidade como povo. Isso era
reforçado pela consideração de alguns grupos de
judeus ortodoxos de que o movimento sionista
seria o único meio de preservação da fé judaica
(GOMES, 2001, p.11). Outros analistas dividem o
sionismo em duas correntes: “ o sionismo burguês,
associado a Theodor Herzl, aproximou-se do
governo inglês, garantindo que iria criar um
‘bolsão de cultura européia’ no Oriente Médio,
uma ‘barreira contra a barbárie oriental’. O caráter
colonialista e etnocêntrico contra os povos árabes
parecia claro. Entretanto, havia também o
sionismo socialista, que queria ‘levar a revolução
socialista para a Palestina e de lá para todo o
Oriente Médio’ ” (SCHIMIDT, 2005, p. 616).
Mesmo autores de origem judaica apontam
elementos complicadores no movimento sionista,
como é o caso de Yoram Kaniouk para quem “a
pior calamidade do sionismo, no qual ainda
acredito, foi ter acreditado que com a redenção
dos judeus em sua terra traria progresso para os
árabes” (KANIOUK, 1997, p. 84). 9 Discutir os
fundamentos do sionismo é o interesse de autores
como Norman G. Finkelstein, que analisa o
“consenso ideológico” originário desse
pensamento. Para ele, a ideia de que a Palestina
deveria conter uma maioria judaica seria um dos
elementos centrais desse consenso. As três
tendências distintas do sionismo - política,
trabalhista e cultural -, defendiam essa ideia por
diferentes razões. Além disso, levar em conta a
violação dos direitos dos árabes desde 1948, os
erros estratégicos e a corrupção da liderança
palestina é importante para a compreensão do
conflito (FINKELSTEIN, 2005). O agravamento da
questão palestina também ocorre pelo interesse
das potências imperialistas no final do século XIX,
principalmente da Inglaterra, no Oriente Médio.
Segundo Salem, a Inglaterra utilizou a velha tática
de “dividir para reinar”, apoiando a imigração de
judeus para a palestina e reduzindo esse mesmo
apoio quando a tensão entre árabes e sionistas
atingia níveis elevados (SALEM,1982). Inglaterra
e França, que dividiam o que sobrava do império
otomano em fragmentação, determinaram o
destino da região (SOLIMAN, 1990). Um equívoco
do movimento sionista, apontado por Márcio
Scalercio, foi o fato de seus líderes priorizarem os
contatos com os dominadores britânicos na
Palestina, ignorando o povo que aí vivia mesmo
com o alerta de que as populações árabes aí
radicadas não aceitariam passivamente ceder
espaço para judeus recém-chegados
(SCALÉRCIO, 2003). Segundo Amnon Kapeliouk,
contraponto do movimento sionista é o movimento
nacionalista palestino no qual se destaca a figura
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de Iasser Arafat como núcleo principal da OLP
(Organização para a Libertação de Palestina)
(KAPELIOUK, 2004). Para Scalercio, porém, a
OLP foi fundada, em 1964, numa tentativa de
líderes de países árabes de manter sob controle o
potencialmente explosivo movimento palestino - já
então fragmentado em várias organizações, como
veremos no item seguinte (Confrontos Militares) -.
“Apenas após o ‘novo desastre’ representado pela
derrota na Guerra dos Seis Dias (1967) grupos
como o de Arafat se 10 inclinaram a se aproximar
e mesmo procurar assumir o controle da OLP”
(SCALERCIO, 2003, p. 101). 3. Os Confrontos
Militares Do ponto de vista militar das lutas na
Palestina, é importante traçar um quadro histórico
do conflito e suas conexões com o
fundamentalismo e o terrorismo no Oriente Médio,
através de uma análise reveladora sobre esses
dois povos condenados a conviver (SCALERCIO,
2003). Para esse autor, colocar essa disputa por
terra no campo religioso, principalmente na defesa
da legitimidade histórica, complica o problema da
Palestina. Isso porque, não é possível uma
resposta clara sobre qual grupo semita primeiro lá
se instalou. A profusão de profetas, característica
dos semitas, trazendo sempre uma “nova
verdade”, resultou em alguns bem-sucedidos que
se sedimentaram e outros, fracassados, que foram
esquecidos. “Os judeus dirão que saíram à força e
voltaram, os árabes responderão que jamais se
moveram da Palestina” (SCALERCIO, 2003, p.
20). Essa incapacidade de estabelecer pontos
razoáveis fez com que as armas se tornassem a
única forma de fazer prevalecer posições. A
fundação do Estado de Israel, em 1948, e a
rejeição árabe da Partilha da Palestina
demonstravam a preparação dos dois lados para
a guerra. Assim, segundo Scalercio, a análise do
conflito na região deve levar em conta a violência
como estratégia de concretizar projetos, e não
somente do ponto de vista moralista ou da luta de
classes ou da desigualdade social. A
superioridade bélica israelense enfraqueceu as
negociações baseadas na política e no
entendimento e levou os árabes palestinos a
abandonar a guerra convencional e adotar a
guerrilha. A partir da década de 1970, essas ações
passaram a ser qualificadas de terroristas, na idéia
de que de que “tudo era um alvo”. Passou-se a
aplicar no Oriente Médio a “Lei de Talião”. O que
emerge disso tudo “é que israelenses e palestinos
estão condenados a conviver” (SCALERCIO,
2003, p.). A obra desse autor parte do pressuposto
que “Histórias completas não existem”, mas é
possível compreender melhor o conflito árabe-
israelense. 11 Para iniciar a história do conflito sob
o aspecto militar, o autor propõe que, para
compreendê-lo melhor é necessário partir do
pressuposto “que Israel moderno é um Estado
Ocidental cravado no Oriente Médio”
(SCALERCIO, 2003, p. 29) o que, por si só, já é
um grande complicador. Além disso, alguns
líderes do chamado “sionismo revisionista” já
tinham consciência de que os palestinos não
cederiam pacificamente suas terras. Isso foi se
confirmando mesmo antes da criação do Estado
de Israel, quando entre 1936 e 1939 houve a
revolta dos palestinos contra os britânicos e
colonos judeus. Por outro lado, mesmo antes do
levante, os judeus organizaram as “forças de
defesa” unidas no Haganah. Judeus mais
extremistas criaram o Irgun e outros, mais
radicais, o Lehi que, juntamente com o movimento
palestino de protesto, deram início à escalada do
atualmente denominado “terrorismo” na região.
Segundo Scalercio, a proposta da ONU da Partilha
da Palestina, de 1947, que desgostou árabes
palestinos e judeus, foi aceita por setores judaicos
para angariar a simpatia internacional, atribuindo
aos árabes o ônus de não aceitar a partilha, e
como ponto de partida para a criação do Estado
de Israel (SCALERCIO, 2003, p. 42- 44). Depois
da criação do Estado de Israel, a primeira guerra
árabe-israelense (1948-1949), foi considerada
pelos palestinos como uma catástrofe (nakba) e
como a Guerra da Independência pelos
israelenses. Scalercio afirma que a preparação
para esse conflito foi mais fraca e desorganizada
entre os árabes, onde se destacavam o Egito e o
reino Hashemita da Transjordânia. Os judeus,
organizados em torno do haganah (mais tarde
transformado na FDI – Força de Defesa
Israelense), juntavam armas e munição desde
1930. Após a II Guerra, muito material bélico se
tornou disponível e a Tchecoslováquia forneceu
armamentos a Israel. Na sequência da análise dos
confrontos armados, Scalercio afirma que, o fato
de Israel ter ganho a guerra de 1948/1949 contra
os árabes, fez com que perdesse sua paz. A
questão dos refugiados palestinos passou a ser
utilizada por ambos os lados como propaganda
para seus interesses. Os árabes, principalmente
dos países hospedeiros dos 12 refugiados,
atribuíam a Israel exclusiva responsabilidade pela
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situação e, por isso, deveria arcar com o ônus da
solução do problema. O governo israelense, por
sua vez, acusava os árabes de criarem o problema
por não aceitarem a Resolução da ONU sobre a
partilha da Palestina e que os palestinos se
retiraram por conta própria, pois os que
permaneceram em Israel tiveram garantido os
direitos de cidadania. Muitos autores, porém,
afirmam que os palestinos tenham o status de
“cidadãos de segunda categoria” em Israel.
“Costurar uma ideia de comunidade nacional entre
uma população espalhada e heterogênea,
enfrentar as desconfianças e as tentativas de
manipulação do movimento por parte dos
governos dos Estados hospedeiros e constituir
uma linha de ação que soubesse sensibilizar a
comunidade internacional eram tarefas
indispensáveis para dar corpo ao movimento
nacional palestino”. (SCALERCIO, 2003, p. 94).
Pela força militar e melhor capacidade de
organização, o Estado de Israel foi imposto aos
árabes. Por outro lado, através da violência dos
guerrilheiros palestinos (Fedayin) que ousavam
enfrentar um inimigo materialmente superior, “foi
iniciada a construção da lenda de luta do povo
palestino” (SCALERCIO, 2003, p. 95). A partir da
metade da década de 1950, a organização política
dos palestinos começa a se incrementar. A
formação da Al Fatah (“Conquista”), em 1959, por
Yasser Arafat e outros líderes originários de
famílias palestinas refugiadas, que pretendia
coordenar os vários esforços palestinos em todo o
Oriente Médio e organizar a luta armada, é um
exemplo disso. As dissidências desse grupo que
deram origem a outras organizações palestinas,
como a “Frente Popular para a Libertação da
Palestina” e a “Frente Democrática e Popular pela
Libertação da Palestina”, ligadas à ideologia
marxista-revolucionária, demonstram uma certa
intelectualizarão da luta palestina, principalmente
pela vivência acadêmica de jovens universitários,
que também se contrapunham à elite árabe. Por
outro lado, segundo Scalercio, a fragmentação
das 13 organizações palestinas desde sua origem
“em parte, é reflexo da própria dispersão da
comunidade palestina” (SCALERCIO, 2003, p.
99). A Guerra de Suez (1956) foi um conflito
inserido no contexto da Guerra Fria. Nesse
período, o poder de barganha dos árabes no
cenário internacional cresceu devido ao aumento
da importância do petróleo. Assim, as posições de
árabes e israelenses em relação às disputas na
Palestina, também se tornaram mais duras. As
disputas entre as duas superpotências mundiais à
época, também alcançaram a região. Scalercio
aponta como consequências dessa nova guerra: o
resgate da ideia do pan-arabismo, sob a liderança
de Nasser (Egito); a adoção de uma tática mais
ofensiva de Israel, alegando a defesa de seus
direitos; a queda da Inglaterra e da França ao nível
de potências militares de segunda categoria e o
aumento das dificuldades de reconhecimento e
autorização de “revisões de limites territoriais
mediante o uso da força” (SCALERCIO, 2003, p.
144). A crescente militarização dos países árabes
da região e de Israel fez com que a tensão na
Palestina levasse a uma nova guerra, uma década
mais tarde. Este novo conflito, a Guerra dos Seis
Dias (1967) agravaria ainda mais a situação na
região. Se, por um lado, Israel expandiu seu
território na Palestina, através da anexação do
Sinai, da Faixa de Gaza, de toda a Jerusalém e da
Cisjordânia, trazendo orgulho para seu povo, por
outro, impôs condições de vida precárias aos
palestinos que viviam nessas áreas. Assim, a cada
novo conflito armado, aumenta a escalada de
raiva, ódio, desconfiança, nacionalismos. “Para as
gerações de palestinos nascidos depois de 1967
nos campos de refugiados e nas cidades
controladas pela FDI, opor-se aos israelenses era
combater um exército de ocupação que
empunhava um poder opressor. (...) Com sua
conquista os israelenses trouxeram o problema
palestino das bordas das fronteiras para dentro de
casa. A ocupação e a opressão fertilizaram o solo
no qual cresceu uma forte identidade palestina,
militante e hostil. Pela segunda vez, Israel ganhara
a Guerra, mas perdera a paz” (SCALERCIO, 2003,
p. 169). Em 1973 se desenvolve um novo conflito
armado no qual, Egito e Síria atacaram Israel que
só conseguiu se defender com o apoio dos
Estados Unidos. Chamado de Guerra do Yom
Kippur (“Dia do Perdão” para os judeus), o conflito
terminou depois de dezenove dias de combate
com a assinatura de um acordo de paz e sem
mudanças territoriais. Segundo especialistas, na
década de 1970, houve uma transição na
estratégia de luta dos árabes na Palestina, da
guerra convencional para a guerrilha. As
organizações armadas palestinas, como o El
Fatah, ligado à OLP, após a ascensão de Yasser
Arafat à presidência da organização, e outros
grupos independentes, passaram a ter como base
os países árabes vizinhos a Israel. A partir dali,
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atacavam Israel, que retaliava, muitas vezes com
ações militares dentro desses países. Isso levou,
não só a novos conflitos armados com Israel, mas
dentro dos próprios países árabes, como a Guerra
Civil no Líbano, entre 1976 e 1991. Por outro lado,
o conflito no Oriente Médio teve um processo e
mundialização com ações de guerrilheiros
palestinos em outros lugares do mundo –
contando muitas vezes com o suporte técnico dos
serviços secretos soviéticos - como nas
Olimpíadas de Berlim, em 1972. Em 1982, um
grupo palestino feriu o embaixador israelense em
Londres, o que foi utilizado como pretexto por
Israel para invadir o já belicoso Líbano, na
chamada “Operação Paz para a Galileia”. A
aproximação cada vez maior de Israel com os
Estados Unidos durante o contexto da Guerra Fria
– embora não fosse unanimidade entre os
israelenses, entre os quais muitos tinham
convicções socialistas -, pode ser explicado pela
busca de recursos financeiros e tecnológicos para
fortalecer seu sistema de defesa. Nessa
aproximação deve ser levada em conta, a influente
e rica comunidade judaica americana. Isso gerou
uma relação de ambiguidade entre os norte-
americanos e os líderes muçulmanos: ao mesmo
tempo em que estes repudiavam o “imperialismo
sionista”, tinham necessidade de combaterem
ateus e comunistas para manter o poder
(SCALERCIO, 2003, p. 173). Como vimos, o caso
de Israel e Palestina sofre implicações das
relações instáveis entre os países árabes da
região e das suas relações 15 ambíguas com as
potências mundiais, ou destas com eles. Neste
particular, o Iraque se destaca, seja em sua guerra
com o Irã, na década de 1980, na crise e Guerra
do Golfo, no início da década de 1990 e na
presente Guerra do Iraque, iniciada em 2003.
Segundo alguns autores, a preocupação pública
de Saddan Hussein era que, após o
enfraquecimento da União Soviética no final da
década de 1980, os Estados Unidos passaram a
ser a única superpotência no Oriente Médio e que
esta tinha o interesse de aumentar a influência de
Israel na região (MILLER e MYLROIE, 1991). Com
a crise do Golfo (1990/91), os Estados Unidos
conseguiram atrair o apoio de vários países
árabes, como a Arábia Saudita, Emirados do
Golfo, Egito e Síria, que temiam a fortalecimento
de Saddan Husseim. Os palestinos, por sua vez,
apoiaram o governo do Iraque, principalmente
depois do ataque de mísseis que este fez a Israel.
Um confronto que pode, figurativamente, ser
comparado a uma edição às avessas e inconclusa
da história bíblica de Davi e Golias, ficou
conhecido como Intifada (“levante”), cuja primeira
ocorreu em 1987. A “guerra das pedras” teve início
na Faixa de Gaza, num funeral de palestinos
mortos em um acidente, no qual a ostensiva
mobilização de tropas israelenses irritou jovens
palestinos que começaram a atirar pedras em
tanques e soldados israelenses. Espalhando-se,
atingindo também a Cisjordânia, cidadãos
israelenses e automóveis passaram a ser alvos.
As imagens desse conflito passaram a ter um forte
apelo na mídia mundial e suas características de
“levante popular” e não “terrorista”, colocou em
cheque as forças de defesa de Israel. A Intifada
durou até 1993 e provocou boicote de
trabalhadores e de consumo de produtos
israelenses, além do desgaste das ações de Israel
frente à população civil palestina, principalmente
mulheres e crianças. Com a crise do Golfo, no
início da década de 1990, as imagens da Intifada
foram substituídas na mídia internacional pela
Guerra do Golfo. Isso, em parte, deve-se ao apoio
dos palestinos ao Iraque, no conflito, o que os
deixou meio isolados. Esses acontecimentos
provocariam mudanças na organização do poder
dentro do movimento político palestino. Surgiu o
Hamas (“zelo”) Movimento de Resistência
Islâmica, grupo religioso que cresceu favorecido
16 pela fúria popular que facilita o surgimento de
extremistas. Além disso, houve aumento de
representantes no PNC (Conselho Nacional
Palestino) que, em 1988, proclamou a criação de
um Estado Palestino. Desse ato surgiu a ANP
(Autoridade Nacional Palestina), chefiada por
Yasser Arafat, que obteve reconhecimento
internacional para negociar uma solução para o
problema palestino, embora não tenha efetivado o
Estado Palestino. Uma nova Intifada ocorreria em
2000 quando uma visita do primeiro-ministro
israelense num dos principais lugares santos
muçulmanos em Jerusalém, foi considerada um
gesto simbólico de provocação. Esse conflito,
ocorrido sete anos após o acordo de Paz de Oslo,
a não retirada prevista de tropas israelenses dos
territórios palestinos ocupadas em 1967,
novamente colocou Israel em xeque quanto à
proporcionalidade do uso da força contra os
palestinos. Neste tempo, já de mundo globalizado,
os efeitos e a preocupação com a mídia também
pesam. Segundo Marwan Bishara: “Em um mundo
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em que a câmera exerce um papel de importância
igual ao das armas, uma tarefa urgente se
impunha a Israel: reparar o mal causado à sua
imagem pela mídia. O governo de Barak devia
atenuar os efeitos das câmeras, que eram as
aliadas naturais dos fracos palestinos, dos Davis
armados de estilingues. Conscientes deste
problema, os israelenses lançaram uma
campanha de urgência, encarregada de remediar
a ‘desvantagem’ – de certa forma inevitável – de
sua força e da maneira como ela era apresentada
à opinião internacional nas telas de televisão. Já
os palestinos, em lugar de tomar partido das novas
ferramentas da globalização, fizeram a sua
Intifada, como de hábito, na mais completa
improvisação” (BISHARA, 2003, p. 38).
Os atentados às Torres Gêmeas, em 11 de
setembro de 2001, nos Estados Unidos,
acompanhadas ao vivo, pela televisão,
personificam a globalização, não só do conflito
palestino-israelense, mas da questão do Oriente
Médio como um todo e, mesmo, revela as tensões
e contradições entre o Ocidente e o Oriente. Visto
como um enclave ocidental no Oriente Médio,
Israel sofre uma campanha de ataques suicidas do
Hamas e Jihad Islâmica. No ano seguinte, em
represália aos ataques radicais palestinos, forças
de Israel sitiam Yasser Arafat em territórios
palestinos e destroem a infraestrutura da ANP. A
morte de Arafat, acometido e uma doença
misteriosa, em 2004, na França – onde recebeu
tratamento médico -, é visto por muitos como o
término de um longo ciclo no interminável conflito
palestino-israelense. 4. As Possibilidades de
Convivência Pacífica Depois desse quadro
pintado historicamente, parcialmente revelado nos
itens anteriores deste artigo e que nos apontam
grande complexidade e inúmeras nuances, cabe-
nos discutir se ainda existem possibilidades de um
fim para esse conflito. Que tentativas já se fizeram
para isso ao longo desse processo histórico e por
que falharam? A instabilidade no Oriente Médio
preocupou de forma mais aguda os demais países
do mundo, principalmente no início da década de
1970, com a crise do petróleo e a decorrente crise
econômica que se espalhou pelo mundo. Cerca de
1/3 da produção mundial de petróleo era
controlada pelos países árabes. A pressão
internacional para uma solução mais estável para
o conflito palestino-israelense aumentou,
principalmente após a guerra de 1973 (Yom
Kippur). Em 1974, a Liga Árabe reconheceu que a
OLP deveria liderar a constituição de uma
autoridade nacional palestina. A ONU também
aprovou uma resolução que reconhecia o direito
da autodeterminação do povo palestino. Israel,
porém, não aceitava negociar com a OLP, a quem
consideravam organização terrorista. As áreas
ocupadas por Israel e os assentamentos judaicos
em territórios palestinos, tornavam uma
negociação de paz muito na região muito difícil.
Envolto numa crise econômica,
aprofundada por uma experiência socialista que
não deu certo, o Egito buscou mais afoitamente,
acordos na região. Em 1975, em um acordo
parcial com Israel, conseguiu a devolução de
campos petrolíferos. Em 1978, sob a mediação
dos Estados Unidos, com grande rumor, assinava
os Acordos de Camp David. As discussões entre
Egito, Estados Unidos e Israel giraram em de dois
pontos, segundo Scalercio: a devolução de toda a
península do Sinai para o Egito e o destino da
Faixa de Gaza, da Cisjordânia, de Jerusalém e
dos árabes na Palestina. No final, ficou acordado
que os participantes se comprometiam em
resolver definitivamente o problema palestino em
todos os seus aspectos. Isso, porém, dependeria
de futuras negociações entre Egito e outros
Estados Árabes, com palestinos residentes em
territórios ocupados e a aprovação do Parlamento
Israelense (Knesset). Ao voltar para seu país, o
representante israelense Menachem Begin, foi
apoiado por movimentos pacifistas, mas
reprovado por grupos de judeus ortodoxos e
partidos de direita. Anwar Sadat, presidente
egípcio, foi expulso da Liga Árabe acusado de
negociar com o inimigo. Por fim, medidas tomadas
pelo governo israelense – como a proposta de
mudança nas leis que permitiriam a expropriação
de terras pertencentes a árabes -, provocaram
renúncias de autoridades comprometidas com os
acordos de Camp David, substituídas por outros
líderes da “linha dura”, intransigentes em relação
aos palestinos. Foi o fim do primeiro acordo de
Camp David. A Revolução Islâmica no Irã, em
1979, o início da Guerra entre Irã e Iraque, em
1980, o bombardeio de um reator nuclear
iraquiano pelos israelenses, o assassinado de
Sadat e a anexação das colinas de Golan por
Israel, em 1981, além da invasão do Líbano em
1982, não deixavam vislumbrar novas tentativas e
paz. A primeira Intifada, em 1987, parecia
corroborar com essa previsão. A repercussão
negativa da Intifada em âmbito mundial fez com
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que a liderança israelense apresentasse seus
próprios planos de paz, que retomava algumas
ideias de Camp David e propunha uma trégua
para negociações com palestinos, israelenses e
jordanianos. Como não garantia aos palestinos o
controle dos territórios ocupados e se omitia em
relação aos assentamentos, não agradou os 19
palestinos. Nem membros do governo israelense
e o Knesset apoiaram essa proposta, e a iniciativa
foi abandonada. Em 1991, com a Guerra do Golfo
e o fim da URSS, os Estados Unidos anunciam
uma nova iniciativa de Paz para a região. Um dos
motivos disso pode ser buscado no seguinte fato:
durante a crise do Golfo Saddan Husseim quis
minar as ações dos Estados Unidos no Oriente
Médio, acusando-o de adotar “dois pesos e duas
medidas” e declarou que aceitaria a Resolução da
ONU e deixaria o Kuwait, se Israel fizesse o
mesmo com os territórios palestinos ocupados.
Percebendo que, somente a vitória na Guerra do
Golfo não era solução política estável para o
Oriente Médio e que a questão árabe-israelense é
um componente importante nessa equação, os
Estados Unidos patrocinam essa iniciativa de paz.
Ocorre a Conferência Internacional de Paz em
Madri e as conversações bilaterais de paz entre
árabes e israelenses em Washington. A tensa e
conturbada Conferência de Madri, teve
continuidade nas conversações entre israelenses,
palestinos residentes e jordanianos em
Washington, mas avançavam com lentidão. Um
impasse nessas conversações foi provocado em
dezembro de 1992 com o sequestro de um guarda
e fronteira israelense pelo grupo fundamentalista
islâmico palestino Hamas. Isso, porém, não
inviabilizou a continuidade de reuniões entre
representantes palestinos e israelenses,
primeiramente em Londres e, mais tarde, através
de um fórum de negociações secretas, em Oslo,
na Noruega. Nesta etapa, participaram
representantes da OLP, até então não aceita
como interlocutor dos palestinos por Israel. Em
1993, foi selado os Acordos de Oslo, em
Washington que, entre outras coisas previa a
retirada de tropas israelenses de Gaza e Jericó,
onde seriam substituídas por uma Autoridade
Nacional Palestina (ANP) e uma força policial
palestina deveria manter a ordem nos territórios
liberados; convocação de eleições na Faixa de
Gaza e Cisjordânia para a formação do Conselho
Palestino, que teria todas as funções de governo,
menos a defesa e a guarda das fronteiras
(SCALERCIO, 2003, p. 266). Porém, dentro das
sociedades palestinas e israelenses as oposições
aos acordos eram muitas. Os palestinos
consideravam os ganhos muito 20 pequenos e
que renunciariam à luta pelos refugiados
palestinos e por Jerusalém. Do lado israelense,
partidos de direita, grupos religiosos ortodoxos e
colonos dos assentamentos lideraram a oposição
aos acordos. O assassinato do primeiro-ministro
israelense Yitzhak Rabin que, com Yasser Arafat,
foi signatário dos acordos, em novembro de 1995,
foi o mais duro golpe ao processo de paz. Além
dessas oposições e do assassinato de Rabin, as
mudanças no governo israelense – principalmente
a eleição de Benjamin Netanyahu, contrário aos
acordos -, as ações dos ataques de militantes
palestinos em Israel e as retaliações israelenses,
foram gradativamente pondo fim aos Acordos de
Oslo. Em julho de 2000 termina uma nova
Conferência de Camp David sem acordo para
questões importantes, como o controle da água, o
retorno dos refugiados palestinos, as fronteiras em
Gaza e Cisjordânia e os assentamentos judaicos.
Além disso, o futuro Estado palestino teria muitas
limitações em aspectos militares, de política
externa e teria uma certa “supervisão” de Israel
para alguns assuntos. Novamente, setores
palestinos e israelenses rejeitam mais esta
tentativa de acordo e, logo a seguir, eclode a
segunda Intifada. Segundo o analista palestino
Marwan Bishara, “em lugar de trazer a solução,
Oslo veio a constituir um problema. O objetivo
oficial de uma ‘paz justa, durável e global’
transformou-se em uma série de acordos injustos,
temporários e parciais que acarretaram a
insatisfação e a frustração entre os palestinos”
(BISHARA, 2003, p. 31). A Intifada de 2000 foi
uma ruptura com Oslo porque “os arranjos sobre
as questões de segurança, previstas pelos
acordos de Oslo, não podiam ser efetivos a partir
do momento em que a ANP se recusava a reprimir
as manifestações contra a ocupação” (BISHARA,
2003, p. 44). Durante o período em que Yasser
Arafat foi mantido cercado pelo exército israelense
na Cisjordânia – entre 2001 e 2004 -, um novo
plano de paz, conhecido como “Mapa da Estrada”,
foi proposto pelos Estados Unidos, apoiado pela
União Europeia, pela Rússia e pela ONU. Este
plano previa a criação de um Estado Palestino,
desde que os ataques terroristas 21 contra Israel
cessassem e que os israelenses deixassem as
colônias agrícolas em territórios ocupados. Além
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desses entraves ainda não resolvidos, esse plano
ainda enfrentou outro problema: a construção de
um muro com previsão de 650 km – 400 km já
construídos -, visando separar Israel da
Cisjordânia, dentro do território palestino. Para
alguns autores, existe um pessimismo quanto à
possibilidade de entendimento entre ambas as
partes envolvidas no conflito a curto e médio
prazo: “Enquanto existir o binômio Estado/Religião
em um país moderno não haverá possibilidade de
convivência pacífica multiétnica ou religiosa dentro
de suas fronteiras. A história do ocidente provou
que é necessário separar as esferas do poder das
verdades da fé. ”(...) “O problema não é religioso
ou a religião, pois o homem é um ser que busca e
necessita algo transcendental, e sim a utilização
que alguns radicais político-religiosos fazem do
Estado teocrático para seus próprios fins. Nem o
Corão nem a Torah defendem os massacres
perpetrados por ambas as partes. ” (COSTA,
2002). Há quem destaque que, para se construir
uma convivência pacífica na Palestina, é
necessária uma solução que aponte para - além
das estruturas políticas, econômicas e sociais – o
ser humano: “ se todos chegássemos a ver o ser
humano por trás do inimigo, seria mais fácil”
(KANIUK et HABIBI, 1997, p.78). Nesta obra, A
Terra das Duas Promessas, um judeu (Yoram
Kaniuk) e um palestino (Emil Habibi) escrevem
sobre o povo do outro e defendem a existência de
“um país, dois Estados, uma capital”. Para Emil
Habibi, “movimentos fundamentalistas, sejam
religiosos ou laicos, eles não têm qualquer futuro,
na medida em que se opõem radicalmente à
natureza humana, à fragilidade humana”. Para ele,
a defesa de ideais políticos ou religiosos, afasta e
opõe os dois povos e, somente o reconhecimento
da fragilidade poderia gerar a “humanização 22 do
inimigo” e a possibilidade de convivência pacífica.
Para Yoram Kaniuk, diferentemente de outros
países (Estados) que se desenvolveram
historicamente e foram se formando, Israel foi
fundado assim como não existia a Palestina no
espaço árabe. Essa característica agudiza as
relações já normalmente contraditórias de um
processo histórico. “O judaísmo é uma teoria de
sobrevivência na diáspora, mais do que um legado
da Terra de Israel. E então, os árabes dizem, aqui
viveram outrora seus antepassados – e daí?
Também os hititas viveram aqui, também os
canaanitas, assim como os egípcios e os
bizantinos, os romanos, os cruzados e os cristãos”
(KANIUK et HABIBI, 1997, p.191). Estudos
divulgados no início deste século vêm
demonstrando que tanto os judeus quanto os
palestinos não construíram suas culturas de forma
hermética, mas sofreram influências de outros
povos e culturas. Um exemplo é apresentado por
Ivan Esperança Rocha segundo o qual “muitos
elementos cananeus influenciaram a cultura
judaica e hoje alguns escritores nacionalistas
palestinos procuram vincular sua linhagem à dos
antigos canaanitas, o que evidencia novos
elementos que podem contribuir para amainar as
relações entre judeus e palestinos”. Segundo o
autor isso pode se dar porque “o fundamentalismo
judaico e palestino que tanto emperram as
negociações de paz perde consistência ao se
deparar com bases originais comuns” (ROCHA,
2004, p. 144).
Situação da Síria
ONU considera que a guerra civil na Síria
é a maior crise humanitária do século XXI. Hoje,
estima-se que o conflito vitimou ao menos 250 mil
pessoas, que mais de 4,5 milhões tenham saído
do país como refugiadas e que outros 6,5 milhões
foram obrigadas a se deslocar dentro da
Síria. Com a economia em frangalhos, quase 70%
dos sírios que permaneceram agora vivem abaixo
da linha de pobreza. Como começou tudo isso?
Março de 2011 na Síria. Um grupo de crianças em
Daraa, no sul da Síria, pichou frases com críticas
ao governo, e foi preso. Inconformadas, centenas
de pessoas saem às ruas da cidade para protestar
contra as restrições à liberdade promovidas pelo
governo do ditador Bashar Al-Assad. Num
primeiro momento, simpatizantes dos que se
rebelaram contra o governo começaram a pegar
em armas – primeiro para se defender e depois
para expulsar as forças de segurança de suas
regiões. Esse levante de pessoas nas ruas,
lutando por democracia, faz parte de um
movimento chamado Primavera Árabe.
O QUE FOI A PRIMAVERA ÁRABE?
A chamada primavera árabe foi um
fenômeno que aconteceu em países do Oriente
Médio e do norte da África, em que pessoas –
principalmente os jovens – tomaram as ruas
pedindo liberdade de expressão, democracia e
justiça social. Essas revoltas foram esperançosas
para grande parte desses países, que eram
ditaduras longevas – e, de fato, presidentes do
Egito, da Tunísia, da Líbia caíram
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Porém, cinco anos depois do início dessa
primavera, pode-se dizer que o único caso de
“sucesso” foi o da Tunísia, onde ocorreram
eleições diretas, foi aprovada a Constituição mais
progressista do mundo árabe e se elegeu um novo
governo. No resto dos países, esse clima de
tensão acirrou as disputas de poder entre milícias
e favoreceu a expansão de grupos terroristas. Isso
deu espaço a governos ainda mais autoritários
que os anteriores.
COMO A GUERRA SE INTENSIFICOU?
Após a represália do governo de Assad
contra os jovens que estavam se rebelando contra
o regime, alguns grupos foram formados a fim de
combater, de fato, as forças governamentais e
tomar o controle de cidades e vilas. A batalha
chegou à capital, Damasco, e depois a Aleppo em
2012. Mas desde que começou, o conflito mudou
muito.
O Estado Islâmico aproveitou o vácuo de
representação por parte do governo, a revolta da
sociedade civil e a guerra brutal que
acontece Síria para fazer seu espaço. Foi
conquistando territórios tão abrangentes, tanto na
Síria como no Iraque, que proclamou seu ‘califado’
em 2014. Para isso, tiveram de lutar contra todos:
rebeldes, governistas, outros grupos terroristas –
como se tivessem feito uma guerra dentro da
guerra.
Há evidências de que todas as partes
cometeram crimes de guerra – como assassinato,
tortura, estupro e desaparecimentos forçados.
Também foram acusadas de causar sofrimento
civil, em bloqueios que impedem fluxo de
alimentos e serviços de saúde, como tática de
confronto.
Agentes externos: EUA x Rússia
Pelo avanço do Estado Islâmico no ganho
de territórios, os Estados Unidos fizeram ataques
aéreos na Síria em tentativa de enfraquecê-lo,
evitando ataques que pudessem beneficiar as
forças de Assad – isso em 2014. Em 2015, a
Rússia fez o mesmo contra terroristas na Síria,
mas ativistas da oposição dizem que os ataques
têm matado civis e rebeldes apoiados pelo
Ocidente.
O resumo da obra em termos de apoio é
esse: a Rússia e os Estados Unidos querem o fim
do Estado Islâmico. Porém, os Estados Unidos
querem a queda do governo de Bashar Al-Assad
– por considerarem que seu regime não
democrático é prejudicial à Síria – e, por isso apoia
os rebeldes; por outro lado, a Rússia acredita na
força de Assad e está apoiando seu regime. A
Síria, então, é o território do fogo cruzado dessa
guerra fria.
GOVERNO SÍRIO E ALIADOS
O governo sírio é liderado pelo
ditador Bashar Al-Assad. Ele é sucessor de uma
família que está no poder desde 1970. O regime
no país era brutal com a população, de partido
único e laico – apesar de a família Assad ser xiita.
Apesar de não apoiarem o ditador, cristãos, xiitas
e até parte da elite sunita preferem ver Assad no
poder diante da possibilidade de ter um país
tomado pelos extremistas.
Quanto às alianças externas, Assad conta
com o apoio do Irã e do grupo libanês Hezbollah.
Juntos eles formam um “eixo xiita” – ou seja,
seguem essa interpretação da religião islâmica –
no Oriente Médio. O grupo se opõe a Israel e
disputa a hegemonia no Oriente Médio com as
monarquias sunitas, lideradas pela Arábia
Saudita. O principal aliado de fora é a Rússia, que
mantém uma antiga parceria com a Síria. Tanto o
apoio do Hezbollah e das milícias iranianas,
quanto os bombardeios mais recentes realizados
pelas forças russas têm sido fundamentais para a
sobrevivência do regime de Assad.
GRUPOS REBELDES
Uma das primeiras forças internas que se
rebelou contra o governo sírio foram os
grupos sunitas – Assad é xiita. São chamados de
“rebeldes moderados”, por não serem adeptos do
radicalismo islâmico. A organização está
envolvida com países da Europa e com os
Estados Unidos com o objetivo de derrubar o
governo de Assad. Três grandes potências no
Oriente Médio também colaboram com os
rebeldes: Turquia, Arábia Saudita e Catar,
relevando os interesses dos países próximos à
Síria, também.
EXTREMISTAS ISLÂMICOS
Entre os grupos que querem derrubar
Assad, há também facções extremistas islâmicas,
que estão fragmentadas em diversos grupos. Uma
das organizações que mais conquistaram terreno,
principalmente nos primeiros anos do conflito, foi
a Frente Al-Nusra, um braço da rede extremista
Al Qaeda na Síria. Posteriormente, a partir de
2013, o grupo terrorista Estado Islâmico (EI)
aproveitou-se da situação de caos criada pela
guerra civil e, vindo do Iraque, avançou de forma
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avassaladora e brutal, ocupando metade do
território sírio.
CURDOS
Os curdos são uma etnia de 27 a 36
milhões de pessoas no mundo que vivem em
diversos países, inclusive na Síria e em países
vizinhos. Eles reivindicam a criação de um Estado
próprio para o seu povo – o Curdistão. Desde o
início do conflito na Síria uma milícia formada para
defender as regiões habitadas pelos curdos no
norte do país, se fortaleceu. Para o regime de
Assad, tornaram-se bastante úteis, porque a
milícia se opõe aos rebeldes moderados e
também ao Estado Islâmico.
VESENTINI, J. William, VLACH, Vânia.
Projeto Teláris: Geografia. 1. ed. São Paulo: Ática,
2012
ALMEIDA, Rosângela D. de, PASSINI, Elza Y.O
espaço Geográfico: ensino e representação,
4ªed.- São Paulo: Contexto,1992.
PILATI, Anselmo; Pires, Ariel José. O
conflito palestino-israelense e o oriente médio.
In: anais da história moderna 2012, acessado em
10 de dez 2016, disponível em
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde
/arquivos/710-4.pdf
BIGOTTO, José Francisco et al. Geografia:
sociedade e cotidiano 3-espaço mundial, 1ª ed
São Paulo: Escala educacional, 2010.
SOUZA, Sonia Cunha de. Projeto Araribá-
geografia, 1ºed, São Paulo: Moderna, 2007
ALMEIDA, Lucia Marina; RIGOLLIN, Tercio
Barbosa. Fronteiras da globalização, São Paulo:
Ática 2010.