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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA MARCO ANTONIO BASILIO LINARD PERFIL MINERAL E PROTÉICO DO PLASMA SEMINAL DE COELHOS FORTALEZA 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS … · À minha banca, em especial a Profª Ana Carolina Landim Pacheco e o Profº ... e seminais do sêmen de coelhos da raça

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

MARCO ANTONIO BASILIO LINARD

PERFIL MINERAL E PROTÉICO DO PLASMA SEMINAL DE COELHOS

FORTALEZA

2013

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MARCO ANTONIO BASILIO LINARD

PERFIL MINERAL E PROTÉICO DO PLASMA SEMINAL DE COELHOS

Dissertação submetida à Coordenação do Curso de

Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade

Federal do Ceará, como requisito parcial para a

obtenção do título de Mestre em Zootecnia.

Orientadora: Profª. Drª. Ana Cláudia Nascimento

Campos

FORTALEZA

2013

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À Deus.

Aos melhores pais do mundo, Marcos Farias Linard e Olga Basilio Gonçalves Linard.

A minha namorada e companheira Mariana dos Santos Candido.

Aos meus irmãos, primos amigos e todos que acreditaram em mim.

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pela minha vida.

Aos meus pais, Marcos e Olga, pelo amor, apoio e incentivo durante toda minha

vida e meus irmãos Marlon e Mairon pela amizade e o apoio.

Aos meus avós, tios, primos e demais familiares que sempre estiveram ao meu

lado nessa caminhada. Em especial aos meus tios Ary e Lilia e meu primo Basilio que

são minha segunda família.

A minha namorada Mariana, pelo apoio, amor, ajuda e companhia.

À minha orientadora Profª. Ana Claudia Nascimento Campos que por muitas

vezes fez o papel de mãe, me passando conhecimentos e conselhos valiosos.

À Profª. Carla Renata Gadelha, pela co-orientação, apoio e por toda a ajuda.

À minha banca, em especial a Profª Ana Carolina Landim Pacheco e o Profº

Raimundo Bezerra da Costa, por aceitarem o convite.

A todos os meus amigos e companheiros. Em especial aos companheiros de

caminhada Gabriel e Assis Rubens, e suas namoradas Iana e Anne Maiane.

Aos todos integrantes e amigos do LERA que me ajudaram sempre que

necessário.

A todos os membros do NUGEN, pela a ajuda e amizade, em especial ao grande

amigo Ricardo e novamente o Profº Raimundo Bezerra da Costa.

À Universidade Federal do Ceará, em especial ao departamento de zootecnia e

todos os professores.

À CAPES/PROPAG, pela concessão da bolsa.

À FUNCAP, por financiar parte da pesquisa realizada.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1

Médias e desvio-padrão mensais das concentrações seminais

cloretos, sódio e ácido cítrico no plasma seminal de

coelhos............................................................................................ 41

Tabela 2

Médias e desvio-padrão das concentrações seminais de cloretos,

sódio e ácido cítrico no plasma seminal de coelhos, segundo a

cor e aspecto do ejaculado.............................................................. 42

Tabela 3

Correlações simples de Pearson para os parâmetros bioquímicos

e seminais do sêmen de coelhos da raça Nova Zelândia Branca

do nordeste do Brasil...................................................................... 42

Tabela 4 Distribuição de frequência das características qualitativas do

sêmen de coelhos............................................................................ 43

Tabela 5 Curva de focalização adotada......................................................... 62

Tabela 6 Composição da solução de gel-malha 15%.................................... 62

Tabela 7 Protocolo adotado na separação eletroforética das

proteínas.......................................................................................... 63

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Distribuição de frequência mensal dos spots em função do ponto

isoelétrico....................................................................................... 66

Figura 2 Distribuição de frequência mensal dos spots em função do peso

molecular....................................................................................... 67

Figura 3 Mapaeletroforético (2D – SDS PAGE) do plasma seminal de

coelhos…………………………………………………………... 68

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RESUMO

O plasma seminal representa a porção fluida do sêmen e sua presença afeta

positivamente a sobrevivência e os parâmetros de motilidade espermática em coelhos.

Este trabalho teve como objetivos (i) verificar as concentrações seminais de sódio,

cloretos e ácido cítrico em função do mês de coleta, da cor e do aspecto do ejaculado, e

encontrar a frequência de ejaculados com presença de fração gel, cor e aspecto do

sêmen de coelhos criados em clima tropical; (ii) conhecer os spots proteicos mensais e

suas possíveis correlações com parâmetros seminais e bioquímicos de coelhos. Foram

utilizados 20 coelhos da raça Nova Zelândia Branca, criados em sistema flat-deck,

alimentados com ração comercial. Os ejaculados foram coletados duas vezes por

semana, e logo avaliados quanto ao volume, cor, aspecto, vigor, motilidade e

concentração espermática. Após as avaliações os ejaculados foram centrifugados para

obtenção do plasma seminal, que foi acondicionado em tubos eppendorfs a -18 oC. Um

pool mensal de PS de cada animal foi feito para avaliação das concentrações de sódio,

cloretos, ácido cítrico e proteínas totais. Foram constatadas variações mensais

significativas (p<0,05) nas concentrações de sódio, cloretos e ácido cítrico no plasma

seminal de coelhos. Todos os constituintes minerais analisados sofreram influencia

significativa (p<0,05) da cor do ejaculado, e as concentrações mais elevadas foram

constatadas nos ejaculados de cor branco-amarelada. O estudo de correlações encontrou

associação alta e significativa entre as concentrações de sódio e vigor (r=0,80; p<0,001),

bem como entre a concentração espermática e o ácido cítrico (r=-0,64; p<0,02). A maior

parte dos ejaculados de coelhos não apresentaram a fração gel. Os resultados também

mostraram que o ejaculado de cor branca e de aspecto leitoso são os mais comuns nessa

espécie. Também foi verificado uma concentração média de 2,73 ±0,31 µg/dl de

proteínas totais nas amostras de plasma seminal. A partir da quantificação das proteínas

totais foram confeccionados dois géis de eletroforese bidimensional SDS-PAGE

corados com nitrato de prata, com gradiente de pH entre 3 – 10, malha de 15% e uma

concentração de 100 µg de proteínas por amostra, para cada mês. Os géis foram

analisados no software Image Master 2D Platinum 6.0. ®

. O gel que continha o maior

número de spots (555 spots) foi o do mês de maio, e o gel com menor número spots (71

spots) foi verificado em janeiro, mas não houve efeito do mês sobre a quantidade de

spots detectados. A maioria dos spots presentes no plasma seminal de coelhos tem pI

abaixo de 8 e, destes spots, cerca de 40% tem pI ácido, a distribuição dos spots em

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função do pI foi homogênea ao longo do ano. A distribuição dos spots em função do

peso molecular variou amplamente entre os meses. Com exceção de alguns os meses, a

maioria das proteínas apresentaram peso molecular acima de 100 kDa. O número de

spot proteicos correlacionaram-se moderada e positivamente com as proteínas totais

(r=0,57; p<0,05) e com o ácido cítrico (r=0,59; p<0,05). A análise in silico dos spots

encontrou 1.411 proteínas compatíveis com os bancos de dados Swiss-Prote e TrEMBL

(UniProtKB). Concluiu-se que a composição do plasma seminal de coelhos apresentou

ampla variação mensal e que ejaculados com alta concentração de ácido cítrico são

indesejáveis. Além disso, o perfil proteico de coelhos apresenta grande parte das

proteínas com afinidade a meio ácido e com alto peso molecular, não houve influencia

de meses do ano sobre a quantidade de spots proteicos detectados, e devido à ausência

de dados sobre coelhos, a ferramenta de análise bioinformática não ofereceu resultados

coerentes, mas permite uma estimativa das prováveis proteínas que podem ser

encontradas.

Palavras chave: plasma seminal, minerais, coelhos, ácido cítrico, proteínas, nitrato de

prata, proteoma 2D, análise in silico.

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ABSTRACT

Seminal plasma is the fluid portion of semen and its presence positively affects

the survival and parameters of sperm motility in rabbits. This study aimed (i) to verify

the seminal concentrations of sodium, chloride and citric acid as a function of collection

month, the color and aspect of the ejaculate, and to find the frequency of ejaculations

with the presence of gel fraction, color and aspect of the semen of rabbits on tropical

climate, (ii) to meet monthly protein spots and their possible correlation with seminal

and biochemical parameters in rabbits. 20 rabbits of New Zealand White, raised in the

flat-deck, fed commercial feed were used. The samples were collected twice a week,

and then evaluated for volume, color, aspect, vigor, motility and sperm concentration.

After the evaluations, the samples were centrifuged to obtain seminal plasma, which

was stored in eppendorfs tubes at -18 oC. A monthly seminal plasma pool of each

animal was made to evaluate the concentrations of sodium, chloride, citric acid and

proteins. Significant monthly variations were found (p <0.05) in the concentrations of

sodium, chloride and citric acid in the seminal plasma of rabbits. All mineral

constituents analyzed suffered significant influence (p <0.05) by the color of the

ejaculate, and the highest concentrations were found in the white-yellowish ejaculates.

Correlation studies found a high and significant association between concentrations of

sodium and vigor (r = 0.80, p <0.001), and between sperm concentration and citric acid

(r = -0.64, p <0.02). Most of the ejaculates of rabbits showed no gel fraction. The results

also showed that the white and milky ejaculate are the most common for the species. It

was also observed an average concentration of 2.73 ± 0.31 mg / dl total protein in

samples of seminal plasma. From the quantification of total protein were prepared two-

dimensional electrophoresis gels stained SDS-PAGE with silver nitrate, with a pH

gradient between 3 – 10, mesh 15% and a concentration of 100 mg of protein per

sample for each month. Gels were analyzed with the Image Master 2D Platinum 6.0. ®

software. The gel containing the most spots (555 spots) was the gel of the month of

May, and the gel with fewer spots (71 spots) was observed in January, but no effect of

month on the amount of spots was detected. The majority of spots present in seminal

plasma of rabbits have pI below 8, and these spots, about 40% have pI acid, the

distribution of the spots as a function of pI was homogeneous throughout the year. The

distribution of spots depending on the molecular weight widely varied between the

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months. Except of a few months, most of the protein had a molecular weight above 100

kDa. The number of protein spot positively and moderately correlated with total protein

(r = 0.57, p <0.05) and citric acid (r = 0.59, p <0.05). In silico analysis of 1411 protein

spots found compatible proteins with the Swiss-Prote database and TrEMBL

(UniProtKB). It is concluded that the composition of the seminal plasma of rabbits

showed a broad monthly variation and ejaculated with high concentrations of citric acid

are undesirable. In addition, the protein profile of rabbits has great affinity of the

proteins to acidic and high molecular weight, no influence of the months of the year on

the amount of protein spots identified were found and bioinformatics analysis tool does

not provide consistent results with those obtained gel electrophoresis, but it allows an

estimate of the probable proteins that can be found.

Key-word: seminal plasma, minerals, rabbits, citric acid, proteins, silver nitrate, two-

dimensional electrophoresis, bioinformatics.

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SUMÁRIO

CAPITULO I – REFERENCIAL TEÓRICO...................................................... 14

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 15

2. OBJETIVOS.................................................................................................... 17

2.1. OBJETIVO GERAL..................................................................................... 17

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................... 17

3. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................ 18

3.1. Cunicultura................................................................................................... 18

3.2. Reprodução de coelhos................................................................................. 19

3.3. Características do sêmen de coelhos............................................................ 20

3.4. Fração gel...................................................................................................... 21

3.5. Plasma seminal............................................................................................. 21

3.6. Motilidade..................................................................................................... 22

3.7. Volume e concentração espermática............................................................ 23

3.8. Cor e Aspecto............................................................................................... 23

3.9. Proteínas do plasma seminal......................................................................... 24

REFERÊNCIAS.................................................................................................. 26

CAPITULO II - CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS E BIOQUÍMICAS

DO SÊMEN DE COELHOS............................................................................... 35

RESUMO............................................................................................................. 36

ABSTRACT........................................................................................................ 37

1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 38

2. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................. 39

2.1. Local do experimento................................................................................... 39

2.2. Manejo dos animais experimentais e coleto de sêmen.............................. 39

2.3. Análises Bioquímica do Plasma Seminal..................................................... 40

2.4. Análise Estatística......................................................................................... 40

3. RESULTADOS............................................................................................... 41

4. DISCUSSÃO................................................................................................... 44

5. CONCLUSÃO................................................................................................. 48

REFERÊNCIAS................................................................................................. 49

CAPITULO III - MAPAS ELETROFORETICOS DO PLASMA SEMINAL

DE COELHOS..................................................................................................... 54

RESUMO............................................................................................................. 55

ABSTRACT........................................................................................................ 57

1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 58

2. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................. 60

2.1. Local do experimento................................................................................... 60

2.2. Manejo dos animais experimentais e coleto de sêmen................................. 60

2.3. Quantificação das proteínas totais................................................................ 61

2.4. Eletroforese 2D............................................................................................. 61

2.4.1. Reidratação das strips................................................................................ 61

2.4.2. Focalização Isoelétrica............................................................................... 61

2.4.3. Confecção do gel....................................................................................... 62

2.4.4. Equilíbrio das strips................................................................................... 63

2.4.5. Separação eletroforética das proteínas....................................................... 63

2.4.6. Coloração e revelação do gel..................................................................... 64

2.4.7. Digitalização e leitura do gel..................................................................... 64

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2.5. Análise estatística......................................................................................... 64

3. RESULTADOS............................................................................................... 66

4. DISCUSSÃO................................................................................................... 69

5. CONCLUSÃO................................................................................................. 73

6. PERSPECTIVAS FUTURAS......................................................................... 74

REFERÊNCIAS.................................................................................................. 75

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CAPITULO I – REFERENCIAL TEÓRICO

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15

1. INTRODUÇÃO

Os coelhos domésticos (Oryctolagus cuniculus) são descendentes do coelho

selvagem europeu, da ordem Lagomorpha, família Leporinae caracterizados por

possuírem um par de dentes incisivos superiores (BROWN, 2004; HARCOURT-

BROWN, 2002; ACBC, 2004). São animais monogástricos, herbívoros e bastante

prolíferos, cujo período de gestação é de apenas 30 dias (VIEIRA, 1981).

Segundo Hernández et al., (2000), quando comparada a carnes tradicionalmente

mais consumidas no Brasil, como às carne bovina, ovina, suína e frango, a carne de

coelho é considerada mais magra e saudável. Além disso, é altamente digerível,

saborosa, baixa em calorias, gorduras e colesterol, sendo frequentemente recomendada

pelos nutricionistas em regiões de maior produção dessa carne em detrimento das de

ruminantes.

A cunicultura é uma atividade estratégica, segundo Silva (2006), além da carne

de qualidade (branca, macia e saborosa), a rentabilidade da cunicultura comercial é

resultado da comercialização da pele (indústria de confecções, artesanato e cola), couro

(indústria de artefatos de couro), pêlo (feltros e artesanato), patas dianteiras e cauda

(confecção de chaveiros), cérebro (produção de tromboplastina e medicamentos),

orelhas (fabricação de gelatina), vísceras (farinha de carne em rações de animais),

urina e fezes (adubos orgânicos para outros animais), urina (veículo de perfumes) e

sangue (soro).

Segundo Carabaño et al. (2003), os coelhos não apresentam exigência de

grandes áreas para a sua criação, outro ponto positivo da criação de coelhos é a

possibilidade de inclusão de alimentos fibrosos como pastos de menor custo na sua

dieta. Scapinello et al. (2006), sitam como vantagens da criação de coelhos no Brasil o

clima favorável e a grande variedade de vegetais produzidos no pais que podem ser

utilizados na alimentação dos mesmos. Entretanto existem poucos estudos relacionados

à reprodução de coelhos, fato que torna a literatura desta área carente e necessitada de

mais pesquisas e aprofundamentos científicos, que vão aprimorar as praticas e o manejo

adotado na criação de coelhos.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Caracterizar o perfil mineral e protéico e verificar alterações durante o ano

no plasma seminal de coelhos Nova Zelândia Branco criados em clima

tropical.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Determinar as concentrações mensais e individuais de sódio, cloretos e ácido

cítrico;

Verificar associações entre as concentrações de sódio, cloretos e ácido cítrico

com os parâmetros seminais;

Avaliar a expressão protéica do plasma seminal de coelhos criados em clima

tropical e suas possíveis correlações com parâmetros seminais e bioquímicos

durante um ano;

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17

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Cunicultura

A cunicultura é a área da zootecnia destinada ao estudo e a produção de coelhos

domésticos. Dentre os produtos da cunicultura podemos citar a carne, pele, couro, pêlo,

patas dianteiras e cauda, cérebro, orelhas, vísceras, urina, fezes e sangue (SILVA,

2006). Entre os fatores da produção de coelhos que mais atraem os produtores podemos

citar a produção de proteína de origem animal, em um curto período de tempo e a custos

mínimos (ACBC, 2004).

A carne é o principal produto explorado comercialmente, é considerada de ótima

qualidade, apresentando na carcaça níveis de 20% de proteína bruta, e de 8% de

gordura, além de apresentar baixos teores de colesterol (55 mg/100g), o que representa

uma excelente opção de consumo de proteína animal (COMBES e DALLE ZOTTE,

2005).

O maior produtor mundial de coelhos é a China, com uma produção acumulada

de 500.000 toneladas no ano de 2005, que representa cerca de 40% da produção total

mundial, em seguida por vêm a Itália (225.000 ton.) e a Espanha (108.000 Ton.)

(XICCATO e TORCINO, 2007).

Segundo o IBGE-SIDRA (2011), existem no país 233.707 cabeças, a região com

o maior efetivo de coelhos é a região Sul com 175.045 cabeças, na região Nordeste se

encontram apenas 6.067 cabeças, sendo que 1.625 destes pertencem ao estado do Ceará.

O Brasil é um país de pouca tradição nesta atividade, contudo, principalmente

em regiões do sul e sudeste do país, já se percebem o surgimento de associações,

núcleos e cooperativas de criadores, além de preocupações com a formação técnica que

permita a utilização de tecnologias modernas de produção de coelhos (MACHADO et

al. 2011).

O fato de a cunicultura ser pouco desenvolvida no Brasil esta relacionada ao fato

de não haver tradição do consumo de carne de coelho, havendo dificuldades de inserir

esse produto no cardápio dos brasileiros. A criação de coelhos é uma atividade cujo

retorno do investimento é rápido, pois é possível produzir grande quantidade de carne

em um curto espaço de tempo devido ao seu rápido crescimento, sua prolificidade e seu

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curto período de gestação. Além disso, outras partes do animal podem ser

comercializadas (SOUZA, 2011). No Brasil a cunicultura pode ser uma alternativa

rentável para pequenas propriedades (SCAPINELLO et al., 2002). Segundo Starck

(2011), a utilização de forragem na alimentação de coelhos é economicamente viável.

A temperatura ambiente é um fator que influencia consideravelmente a

produtividade dos coelhos (CAMPS, 2002). Para que o coelho possa manter sua

homeostase térmica e se desenvolver com máxima eficiência, é necessário que ele seja

criado em temperatura termoneutra, compreendida entre 15 a 20ºC (MULLER, 1982;

CERVERA e CARMONA, 1998). A primeira reação do coelho a sua exposição a uma

situação de estresse térmico é a redução do consumo alimentar (BANI et al., 2005).

Além da redução do consumo de alimento, a exposição ao calor promove efeito direto

sobre o metabolismo do coelho, provoca aumento na freqüência respiratória,

inapetência, estresse fisiológico, diminuição da função imune e diminuição da

capacidade reprodutiva (BANI et al., 2005; FRANCI et al.,1996; SIMPLICIO et al.,

1991).

3.2. Reprodução de coelhos

A inseminação artificial é empregada em coelhos desde 1950 (MURPHREE et

al., 1951). A partir do inicio da técnica da inseminação começaram as pesquisas

voltadas principalmente para o armazenamento do sêmen, que vem sofrendo grande

evolução desde os anos 1960, quando começou a ser empregado (O’SHEA e WALES

1969). Além das técnicas de armazenamento para se obter sucesso nos programas de

inseminação artificial em coelhos é importante também o conhecimento dos

constituintes do sêmen e quais as funções exercidas pelos mesmos. Roca et al. (2000),

cita que o fator limitante da inseminação artificial na cunicultura se encontra na

conservação do sêmen.

A maturidade sexual é descrita como o momento em que a produção diária de

sêmen é estabilizada (LEBAS et al., 1996). Para que haja reprodução entre os coelhos, é

necessário que eles alcancem a maturidade sexual, que ocorre quando o animal atinge

80% do peso adulto (RIOS et al., 2011). Contudo, pode-se utilizar coelhos jovens para a

reprodução a partir da idade de 20 semanas, com bons resultados. As primeiras

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manifestações de comportamento sexual ocorrem entre 60 e 70 dias de idade (DELLA

PORTA et al., 1992).

Os principais fatores que afetam a fertilidade inerente a coelha são temperatura,

luminosidade e alimentação. Estes são os três principais causadores do efeito sazonal.

Porém há fatores relacionados ao macho que influenciam a fertilidade da fêmea e o

sucesso do programa de reprodução, sendo o principal é a qualidade do sêmen.

Há poucos relatos na literatura que afirmem que existe diferença na qualidade

seminal de coelhos conforme a mudança de estações do ano, embora, Theau-Clement et

al. (1991) afirmem que os ejaculados coletados na entrada da primavera sejam

superiores aos coletados no fim do outono.

O sucesso da criação de coelhos esta baseado na aplicação de boas práticas

reprodutivas, deve-se atentar para a utilização de bons reprodutores pertencentes a raças

melhoradas e capazes de transmitir suas boas qualidades a seus descendentes. Segundo

Rios et al. (2011) para escolha correta, os reprodutores devem possuir as seguintes

características: serem puros, pertencerem a uma raça aperfeiçoada para uma

determinada produção; ser sadios, com pelos brilhantes, em bom estado de nutrição e

musculosos; ser bem conformados; possuir órgãos sexuais externos perfeitos e que

funcionem normalmente; ser provenientes de ninhadas numerosas com número de

láparos maior que sete.

3.3. Características do sêmen de coelhos

As características físicas e químicas do sêmen são fatores fundamentais na

avaliação da puberdade e da maturidade sexual. Todavia, no coelho, a determinação da

maturidade sexual baseada nas características do sêmen é um pouco controverso

(MACARI e MACHADO, 1978), visto que, diferentes fatores, tais como a frequência

de coleta, programa de luz, idade do macho e estado de saúde, bem como, as estratégias

alimentares, podem influenciar quantitativa e qualitativamente a produção espermática

(IRRG, 2005). Por outro lado, a avaliação do sêmen deve fornecer informações sobre a

capacidade fertilizante dos espermatozoides (IRRG, 2005; CASTELLINI, 2008).

Na Europa, a Inseminação Artificial em coelhos é amplamente empregada por

razões comerciais e operacionais (IRRG, 2005). Ao mesmo tempo, esta tecnologia tem

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contribuído para melhorar o conhecimento da fisiologia da fêmea e do macho, bem

como do metabolismo espermático (CASTELLINI et al., 2006a). Deve-se, portanto,

enfatizar que o sêmen é uma mistura de espermatozoides produzidos pelos testículos e

de plasma seminal secretado pelos epidídimos e por diferentes glândulas acessórias, que

se combinam no momento da ejaculação (EL-AZIM e EL-KAMASH, 2011). Todavia,

no coelho, o sêmen possui ainda duas partes principais, uma porção fluida e outra

gelatinosa, no plasma seminal (MUKHERJEE et al., 1951).

3.4. Fração gel

O gel é originado nas glândulas vesiculares (HOLTZ e FOOTE, 1978a; DEL

JESUS NIÑO et al., 1997) e o padrão de secreção do gel é androgênico dependente

(PARSON, 1950; BELL e MITCHEL, 1984). É composto de uma quantidade

significativa de substâncias estrogênicas (MUKHERJEE et al., 1951), além de alguns

constituintes seminais como o ácido cítrico e a frutose (pouca quantidade) (PARSON,

1950). Estudos posteriores demonstraram que a consistência do fluido contido nas

glândulas vesiculares varia de levemente viscoso a gelificado (HOLTZ e FOOTE,

1978a). Apesar de ser comum no sêmen de coelhos, nenhuma função foi encontrada

para o gel, além de prevenir a perda retrógrada de espermatozoides como nos roedores

(QUESENBERRY et al., 2004). Essa função também foi sugerida por Mukherjee et al.

(1951), pois especularam que logo após a ejaculação, o gel preencheria o lúmen vaginal

como um tampão de coagulação. Diante disso, o IRRG (2005) recomenda a remoção

imediata do gel logo após a coleta e antes que se realizem as avaliações do sêmen de

coelho.

3.5. Plasma seminal

Representa a porção fluida do sêmen e sua presença no meio diluidor afeta

positivamente a sobrevivência e os parâmetros de motilidade dos espermatozoides de

coelhos (CASTELLINI et al., 2000; HAGEN et al., 2002).

O plasma seminal contém constituintes tais como, carboidratos, lipídios,

proteínas e minerais (HOLTZ e FOOTE, 1978b; MÜLLER e KIRCHNER, 1978;

CASTELLINI et al., 2006b; ZANIBONI et al., 2004), que são importantes para o

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metabolismo espermático. Um importante constituinte seminal é a frutose que

representa um substrato para o metabolismo dos espermatozoides (MANN, 1946).

Outros constituintes importantes são as proteínas. Sendo geralmente aceita que a

ligação das proteínas do plasma seminal ao espermatozoide estabiliza os componentes

do plasmalema, mascara antígenos expostos na superfície das células e previne e reação

acrossômica prematura. No plasma seminal de coelhos pode ser encontrado Na, K, Ca,

Mg, Se e Zn (HOLTZ e FOOTE, 1978b; CASTELLINI et al., 2007), além de traços de

alguns elementos, tais como, Cu, Fe, Mn, Cd, Pb e Ni (LUKÁČ et al., 2009). Este fluido

também contém várias gotas e vesículas (grânulos secretórios prostáticos) de diferentes

tamanhos e origens, que desempenham papéis diferentes e parcialmente desconhecidos

(Castellini et al., 2006a). Mourvaki et al. (2010) sugeriram que os grânulos secretórios

prostáticos podem representar uma fonte de proteção para os espermatozoides contra o

estresse oxidativo in vitro por suprir o espermatozoide com endógenos alfa –tocoferóis.

3.6. Motilidade

Representa a percentagem de espermatozoides que se movem progressivamente

em linha reta (CHRENEK et al., 2007). Para espécies com fecundação interna, a

motilidade é importante para o transporte dos espermatozoides dentro do aparelho

reprodutivo feminino e para a penetração do ovócito (HOLT e VAN LOOK, 2004). A

estimação subjetiva da motilidade e a avaliação da morfologia espermática são os dois

testes laboratoriais mais amplamente usados para a avaliação do sêmen de coelhos nas

estações de inseminação (LAVARA et al., 2008). Imediatamente, após a coleta, a

motilidade espermática pode ser avaliada visualmente pelo operador, mas tal avaliação é

subjetiva (IRRG, 2005). A análise computadorizada de espermatozoides (CASA) foi

desenvolvida para uma avaliação objetiva da motilidade espermática. Este sistema

inclui um microscópio de contraste de fase equipado com placa aquecedora, conectado a

uma vídeo-câmera de alta resolução e um computador (IRRG, 2005). Entretanto este

sistema requer grande investimento.

Roca et al. (2000) classificaram a motilidade progressiva em espermatozoides de

coelhos usando uma escala arbitrária de 0 – 5 (0, 1, 2, 3, 4 ou 5, D 0–10, 10–25, 25–50,

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50–70, 70–90 ou 90–100%, respectivamente, dos espermatozoides mostrando

motilidade progressiva).

3.7. Volume e concentração espermática

O volume do ejaculado em coelhos pode variar de 0,3 a 0,6 mL e a concentração

espermática de 150 a 500 x 106 espermatozoides/mL, mas estes são susceptíveis de

variação (ADAMS e SINGH, 1981; LEBAS et al., 1997). Além do efeito de raça

(AMANN, 1966), outros fatores que podem fazer variar estes parâmetros são: dieta

alimentar (KAMEL e ATTIA, 2011), frequência de coleta (AMANN, 1966;

CASTELLINI et al., 2006c), idade (THEAU-CLEMENT et al., 2009), sequencia de

ejaculado e temperatura ambiental (FINZI et al., 1994) entre outros. O volume de sêmen

parece ser fortemente afetado pela temperatura (GARCIA-THOMAS et al., 2008;

ROCA et al., 2005), já a concentração pode aumentar devido à estimulação sexual sem

cópula, 1 a 2 minutos antes desta (LEBAS et al., 1997).

3.8. Cor e Aspecto

Alguns estudos afirmaram que o sêmen de coelho tem cor branca, cuja

intensidade depende da concentração espermática (ALVARIÑO, 1993; ALVAREZ et

al., 2006; BILBAO, 1996). Sêmen amarelado frequentemente é aquele contaminado

com urina, normalmente obtido quando a temperatura da vagina artificial está alta

(CHANG, 1959).

Vários trabalhos têm associado à cor e o aspecto como um único parâmetro

(MATAVELLI, 2011; EL-AZIM e EL-KAMASH, 2011). Um sêmen normal tem uma

aparência (aspecto) branca opalescente homogênea (IRRG, 2005). De acordo com

MATAVELLI (2011), os ejaculados são principalmente branco-leitoso, mas a melhor

qualidade (concentração espermática) é encontrada no sêmen branco-cremoso. Já

Arrebola e Fernandez (2011) afirmaram que o sêmen branco perolado é bom, e as outras

cores são classificadas como ruins. Assim também, um aspecto uniforme é o mais

procurado.

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3.9. Proteínas do plasma seminal

A composição protéica do plasma seminal (PS) de mamíferos varia entre as

diferentes espécies, e tem importantes efeitos sobre a função espermática

(VILLEMURE et al., 2003). Algumas proteínas do PS têm influência sobre a motilidade

espermática (HENRICKS et al., 1998), viabilidade e fertilização (BRANDON et al.,

1999). Várias proteínas do PS tem sido descritas como fatores de infertilidade em

eqüinos (BRANDON et al., 1999) e suínos (JONÁKOVÁ et al., 2007).

Desse modo, desempenham um importante papel na capacitação dos

espermatozoides, traduzido por um complexo processo que habilita a célula espermática

a penetrar, através da zona pelúcida, por meio da reação acrossômica (CALVETE et al.,

1994; JONAKOVA et al., 2000). Alguns autores descreveram que a habilidade

fertilizante do espermatozoide seria, em grande parte, determinada pelas proteínas

espermáticas localizadas no acrossoma e peça intermediária, conhecidas como fonte de

enzimas metabólicas especialmente ativas, cujas liberações em grandes quantidades

podem indicar danos na membrana plasmática do espermatozoide (BITTMAR e

KOSINIAK, 1992).

As proteínas do plasma seminal são compostas principalmente por albuminas e

globulinas e pequenas quantidades de peptídeos e aminoácidos não protéicos

(KULKARNI et al., 1998). Segundo Dhami et al. (1994), esses compostos são

responsáveis pela propriedades anfóteras das proteínas do plasma seminal e, portanto,

baixas concentrações de proteína no plasma seminal reduz a capacidade de

tamponamento e, consequentemente, a qualidade do sêmen. Strezek et al. (1985) ao

estudarem veados, relataram que a globulina é a principal proteína em atividade durante

o período reprodutivo e que o seu nível decresce gradativamente durante o período de

quiescência reprodutiva.

Okab (2007), estudando coelhos da raça Nova Zelândia Branca criados em clima

temperado, constatou que as concentrações de proteínas totais, albumina e globulina no

plasma seminal foram influenciadas de maneira significativa pela estação do ano. As

maiores concentrações desses metabólitos foram encontradas no verão, enquanto que na

primavera foram observadas as menores concentrações, sugerindo portanto, que a

qualidade do sêmen é melhor no verão devido ao aumento da concentração dessas

proteínas na sua composição (OKAB, 2007; STREZEK et al., 1995).

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As proteínas do PS parecem ser importantes para manutenção da motilidade em

touros e carneiros, pela melhoria da viabilidade espermática, e por protegerem a

membrana espermática dos espermatozoides de suínos e ovinos dos danos causados

pelas baixas temperaturas de preservação (BARRIOS et al., 2000; PÉREZ-PÉ et al.,

2001). Em eqüinos, o aumento da concentração de proteínas no sêmen pouco

concentrado diminuiu a congelabilidade do mesmo (BITTMAR e KOSINIAK, 1992).

Estudos também têm demonstrado que as algumas proteínas do plasma, tipo BSP, são

responsáveis por promoverem o efluxo de colesterol e fosfolipídios da membrana

espermática (MOREAU e MANJUNATH, 2000), mesmo quando adicionada a

espermatozoides do epidídimo (THÈRIEN et al., 1999). Por tudo isso, algumas

proteínas presentes no plasma seminal tem sido estudadas para serem utilizadas como

marcadores moleculares de fertilidade, uma vez que o sucesso do manejo reprodutivo

depende da escolha de bons reprodutores, ou como aditivos no processo de conservação

e industrialização do sêmen. Poucas proteínas foram identificadas no sêmen de bovinos

e não há relatos de estudos nessa área em coelhos. Um conhecimento mais detalhado

dessas proteínas poderia ajudar a compreender melhor os fenômenos fisiológicos

referentes à função espermática e a fertilidade nesta espécie.

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33

CAPITULO II - CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS E BIOQUÍMICAS DO

SÊMEN DE COELHOS

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34

RESUMO

Este estudo teve como objetivos verificar as concentrações seminais de sódio,

cloretos e ácido cítrico em função do mês de coleta, da cor e do aspecto do ejaculado, e

verificar a frequência destes parâmetros nos ejaculados com presença de fração gel, em

coelhos criados em clima tropical. Foram utilizados 20 coelhos da raça Nova Zelândia

Branca, criados em sistema flat-deck, alimentados com ração comercial. Os ejaculados

foram coletados duas vezes por semana, e logo avaliados quanto ao volume, cor,

aspecto, vigor, motilidade e concentração espermática. Após as avaliações os ejaculados

foram centrifugados para obtenção do plasma seminal, que foi acondicionado em tubos

eppendorfs a -18 oC. Um pool mensal de PS de cada animal foi obtido para avaliação

das concentrações de sódio, cloretos e ácido cítrico. Foram constatadas variações

mensais significativas (p<0,05) nas concentrações de sódio, cloretos e ácido cítrico no

plasma seminal de coelhos. Todos os constituintes minerais analisados sofreram

influencia significativa (p<0,05) da cor do ejaculado, e as concentrações mais elevadas

foram constatadas nos ejaculados de cor branco-amarelada. O estudo de correlações

encontrou associação alta e significativa entre as concentrações de sódio e vigor

(r=0,80; p<0,001), bem como entre a concentração espermática e o ácido cítrico (r=-

0,64; p<0,02). A maior parte dos ejaculados de coelhos não apresentaram a fração gel.

Os resultados também mostraram que o ejaculado de cor branca e de aspecto leitoso são

os mais comuns nessa espécie. Concluiu-se que a composição do plasma seminal de

coelhos apresentou ampla variação mensal e que ejaculados com alta concentração de

ácido cítrico são indesejáveis.

Palavras chave: minerais, plasma seminal, coelhos, ácido cítrico

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35

ABSTRACT

This study aimed to verify the seminal concentrations of sodium, chloride and

citric acid as a function of collection month, the color and aspect of the ejaculate, and to

check the frequency of ejaculations with the presence of gel fraction, color and aspect of

rabbit semen on tropical climate. 20 rabbits of New Zealand White, raised in the flat-

deck, fed commercial feed were used. The samples were collected twice a week, and

then evaluated for volume, color, aspect, vigor, motility and sperm concentration. After

the evaluations, the samples were centrifuged to obtain seminal plasma, which was

stored in eppendorfs tubes at -18 oC. A monthly PS pool of each animal was made to

evaluate the concentrations of sodium, chloride and citric acid. Significant monthly

variations were found (p <0.05) in the concentrations of sodium, chloride and citric acid

in the seminal plasma of rabbits. All mineral constituents analyzed suffered significant

influence (p <0.05) by the color of the ejaculate, and the highest concentrations were

found in the white-yellowish ejaculates. Correlation studies found a high and significant

association between concentrations of sodium and vigor (r = 0.80, p <0.001), as

between sperm concentration and citric acid (r = -0.64, p <0.02 .) Most of the ejaculates

of rabbits showed no gel fraction. The results also showed that the white and milky

ejaculates are the most common for the species. It is concluded that the composition of

the seminal plasma of rabbits showed a broad monthly variation and ejaculate with high

concentrations of citric acid are undesirable.

Key-words: minerals, seminal plasma, rabbits, citric acid.

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1. INTRODUÇÃO

O plasma seminal representa a porção fluida do sêmen e sua presença afeta

positivamente a sobrevivência e os parâmetros de motilidade espermática em coelhos

(CASTELLINI et al., 2000, HAGEN et al., 2002). Contém constituintes tais como,

carboidratos, lipídios, proteínas e minerais (HOLTZ e FOOTE, 1978b; MÜLLER e

KIRCHNER, 1978; CASTELLINI et al., 2006; ZANIBONI et al., 2004), que são

importantes para o metabolismo espermático. A frutose e a glicose são constituintes

seminais importantes para o metabolismo dos espermatozoides (MANN, 1946). Estudos

anteriores observaram que a concentração inicial de frutose no plasma seminal está

relacionada com a de testosterona (MANN e PARSON, 1947; OKAB, 2007). Todavia,

a concentração desse açúcar no sêmen de coelhos está bem abaixo do encontrado em

ruminantes (ANAND, 1973; MENDONZA et al., 1989; ROCA et al., 1993).

Outros constituintes importantes são as proteínas, cujos efeitos biológicos sobre

a função espermática são complexos e não completamente compreendida (STRZEŻEK

et al., 2005). Bem como, os minerais, tais como, o Na, K, Ca, Mg, Se e Zn (HOLTZ e

FOOTE, 1978b; CASTELLINI et al., 2007), além de alguns elementos traços tais como,

Cu, Fe, Mn, Cd, Pb e Ni (LUKÁČ et al., 2009). Holtz e Foote (1978b) relataram que as

concentrações seminais de sódio e o potássio foram encontrados em concentrações

similares (1:1), apesar disso, as concentrações dos minerais citados estão muito abaixo

do encontrado nas outras espécies (BLACKSHAW e SALISBURY, 1957). Sendo

assim, afirmou-se que os constituintes minerais contribuem pouco para manter a pressão

osmótica do sêmen, sugerindo-se que os componentes orgânicos são os principais

responsáveis por essa manutenção (HOLTZ e FOOTE, 1978b). O sódio seminal reduz

significativamente caso a glândula vesicular seja removida (DEL NIÑO JESUS et al.,

1997). Estudo anterior sobre o efeito de diferentes concentrações de cálcio, potássio e

cloreto no diluidor de sêmen lavado e não lavado demonstrou que esses não afetaram

significativamente a motilidade do espermatozoide de coelhos (BLACKSHAW, 1953).

Este estudo teve como objetivos verificar as concentrações seminais de sódio,

cloretos e ácido cítrico em função do mês de coleta, da cor e do aspecto do ejaculado,

bem como, verificar a frequência de ejaculados com presença de tampão gel, cor e

aspecto do sêmen de coelhos criados em clima tropical.

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37

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Local do experimento

O experimento foi conduzido nas instalações do Setor de Cunicultura do

Departamento de Zootecnia/UFC (Fortaleza, Ceará) e as análises foram realizadas no

Laboratório de Estudos em Reprodução Animal. O clima, segundo a classificação de

Koeppen, é do tipo AW, quente e úmido, suas médias térmicas são de 26 a 27 °C, com

máximas de 30 °C e mínimas de 19 °C, a umidade relativa do ar é de 82 % no litoral do

estado do Ceará/Brasil.

2.2. Manejo dos animais experimentais e coleto de sêmen

Vinte coelhos da raça Nova Zelândia Branco foram treinados para coleta de

sêmen usando uma vagina artificial de vidro italiana (DAL BOSCO et al., 1996) e uma

fêmea em estro foi usada como manequim. Os ejaculados foram obtidos duas vezes por

semana de cada macho durante um ano, totalizando 104 amostras de sêmen por animal.

A fração gel, quando presente, foi removida conforme recomenda o IRRG (2005).

Amostras de sêmen contendo urina foram desprezadas. Logo após a coleta, cada

ejaculado foi avaliado quanto ao volume, cor (branco, branco amarelado, branco-

perolado ou marfim) e aspecto (aquoso, cremoso ou cremo - leitoso). A concentração

espermática (x109sptz/mL) foi determinada por meio de câmara de Neubauer com

sêmen diluído (1:100) em solução tampão formol salina (IRRG, 2005). As amostras de

sêmen foram diluídas em solução fisiológica para avaliação subjetiva (microscopia

óptica; Olympus CX40) do vigor (escala de 0 a 5) e motilidade progressiva espermática

(0-100%). Em seguida, as amostras de sêmen de cada animal foram imediatamente

centrifugadas a 2.500g/20 min/+4°C. O sobrenadante (plasma seminal) foi congelado a -

18°C para posterior análise bioquímica. Devido ao pequeno volume de plasma seminal

obtido por coleta, ao final do período experimental, um “pool” foi feito a cada oito ou

nove ejaculados mensais por animal, de modo que resultou em uma amostra mensal por

animal, totalizando em 240 amostras para análise.

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38

2.3. Análises Bioquímica do Plasma Seminal

O plasma seminal foi analisado quanto às concentrações de cloretos (método

colorimétrico; SCHALES e SCHALES, 1941), sódio (método enzimático; BERRY et

al., 1988) e ácido cítrico (colorimétrico; SAFFRAN e DENSTEDT,1948).

As análises foram realizadas em espectrofotômetro seguinda a recomendação

dos kits industriais.

2.4. Análise Estatística

O experimento foi conduzido entre setembro de 2009 a agosto de 2010, foram

utilizados 20 coelhos. Para análise dos dados utilizou-se o programa estatístico SAS

versão 9.1 (2003). Procedeu-se ao estudo da análise de variância utilizando-se o

procedimento GLM do SAS para testar os efeitos de animal, mês de coleta do sêmen,

presença ou ausência de gel no ejaculado, da cor e do aspecto sobre os parâmetros

bioquímicos de coelhos.

Algumas variáveis que não atenderam o pressuposto para serem submetidas a

análise de variância sofreram as transformações necessárias, o ácido cítrico sofreu

transformação logarítmica, o cloreto transformação quadrática e o sódio foi elevado a

0,3. As médias mensais foram comparadas pelo teste Duncan com 5% de probabilidade

de erro. Procedeu-se ainda ao estudo das correlações simples de Pearson utilizando a

média mensal, para observação do grau de associação, entre aos parâmetros seminais e

bioquímicos de coelhos. Para verificar a distribuição de frequência entre mês de coleta

do sêmen, presença ou ausência de gel, da cor e do aspecto foi utilizado tabelas de

contingência. Para verificar a distribuição de freqüência entre mês de coleta do sêmen,

presença ou ausência de gel, da cor e do aspecto foi utilizado tabelas de contingência.

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39

3. RESULTADOS

As concentrações mensais médias de cloreto, sódio e ácido cítrico estão

expressas na tabela 1.

Tabela 1 – Médias e desvio-padrão mensais das concentrações seminais cloretos, sódio

e ácido cítrico no plasma seminal de coelhos.

Letras diferentes na mesma coluna diferem entre si para P<0,05.

Foram constatadas variações mensais significativas (p<0,05) nas concentrações

de sódio, cloretos e ácido cítrico no plasma seminal de coelhos.

Todos os constituintes minerais analisados sofreram influencia significativa

(p<0,05) da cor do ejaculado, e as concentrações mais elevadas foram constatadas nos

ejaculados de cor branco-amarelada (tabela 2).

Mês Sódio

(mg/dL)

Cloreto

(mEq/L)

Acido cítrico

(mg/dL)

Janeiro 106,85±10,84c 73,59±21,63

h 137,81±74,11

d

Fevereiro 77,24±27,46e 101,57±23,09

g 74,59±33,14

f

Março 98,42±17,45d 107,60±20,72

fg 152,73±52,08

cd

Abril 100,94±12,81cd

181,19±31,17a 155,78±41,26

c

Maio 95,16±23,96d 112,03±13,05

ef 411,77±180,60

b

Junho 62,22±25,58f 117,20±17,09

de 413,13±147,01

a

Julho 43,75±15,05g 122,89±27,85

d 152,61±67,81

c

Agosto 47,27±18,14g 141,88±27,54

b 131,41±53,64

d

Setembro 72,30±20,46e 134,08±26,31

c 150,35±66,26

cd

Outubro 57,28±15,43f 105,66±31,63

g 100,26±31,99

e

Novembro 156,69±20,72b 115,53±23,32

de 105,36±30,31

e

Dezembro 252,51±32,25 a 107,83±17,79

fg 100,68±37,72

e

Media Geral 95,44 ± 61,42 118,61± 35,03 171,42 ± 134,95

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Tabela 2 –– Médias e desvio-padrão das concentrações seminais de cloretos, sódio e

ácido cítrico no plasma seminal de coelhos, segundo a cor e aspecto do ejaculado.

Característica Cloreto

(mEq/L)

Sódio

(mg/dL)

Acido cítrico

(mg/dL)

Cor Branca 119,05±34,82b 97,84±64,21

ab 171,69±134,72

b

Bca-Amarela 130,91± 35,20a 96,42±29,25

a 246,65±184,19

a

Bca- perolada 107,98±42,37c 83,03±27,61

b 190,80±136,13

b

Marfim 115,16±32,50b 71,77±33,21

c 137,42±111,11

c

Aspecto Aquoso 112,13±37,85 90,53±48,24 160,29±122,90

Leitoso 120,46±33,99 96,84±64,64 174,59±138,09

Letras diferentes na mesma coluna diferem entre si para P<0,05

Os resultados deste experimento demonstraram que a presença da fração gel não

influenciou significativamente na concentração destes constituintes seminais analisados.

Tabela 3 – Correlações simples de Pearson para os parâmetros bioquímicos e seminais

do sêmen de coelhos da raça Nova Zelândia Branca do nordeste do Brasil.

CE Sódio Cloreto Ácido cítrico

Vigor 0,57567 0,80995* -0,38896 -0,06687

CE 0,48647 -0,55374 -0.64459*

Sódio 0,17576 0,21644

Cloreto 0,03673

CE: concentração espermática

O estudo de correlações encontrou associação alta e significativa entre o sódio e

vigor (r=0,80; p<0,001), bem como entre a concentração espermática e o ácido cítrico

(r=-0,64; p<0,02). Entretanto, não foi observada correlação entre os íons estudados e

nem com o volume de sêmen, volume de plasma e motilidade espermática.

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41

Tabela 4 – Distribuição de frequência das características qualitativas do sêmen de

coelhos.

Mês Fração Gel (%) Cor (%) Aspecto (%)

Ausente Presente B M BA BP L AQ

Janeiro 66,67

(68)

33,33

(34)

77,45

(79)

6,86

(7)

0,0

(0)

15,69

(16)

47,06

(48)

52,94

(54)

Fevereiro 70,89

(56)

29,11

(23)

57,52

(42)

38,56

(33)

1,96

(1)

1,96

(3)

46,84

(37)

53,16

(42)

Março 53,57

(30)

46,43

(26)

96,43

(54)

1,79

(1)

1,79

(1)

0,0

(0)

62,50

(35)

37,50

(21)

Abril 68,18

(60)

31,82

(28)

87,50

(77)

3,41

(3)

5,68

(5)

3,41

(3)

79,55

(70)

20,45

(18)

Maio 67,37

(64)

32,63

(31)

89,47

(85)

1,05

(1)

9,47

(9)

0,0

(0)

76,19

(64)

23,81

(20)

Junho 63,10

(53)

36,90

(31)

83,33

(70)

7,14

(6)

0,0

(0)

9,52

(8)

76,19

(64)

23,81

(20)

Julho 68,81

(75)

31,19

(34)

93,58

(102)

6,42

(7)

0,0

(0)

0,0

(0)

84,40

(92)

15,60

(17)

Agosto 68,75

(88)

31,25

(40)

84,38

(108)

10,16

(13)

1,56

(2)

3,91

(5)

82,81

(106)

17,19

(22)

Setembro 77,50

(62)

22,50

(18)

86,25

(69)

6,25

(5)

1,25

(1)

6,25

(5)

83,75

(67)

16,25

(13)

Outubro 59,17

(71)

40,83

(49)

98,33

(118)

0,83

(1)

0,83

(1)

0,0

(0)

88,33

(106)

11,23

(14)

Novembro 56,58

(43)

43,42

(33)

94,74

(72)

2,63

(2)

2,63

(2)

0,0

(0)

98,68

(75)

1,32

(1)

Dezembro 65,69

(67)

34,31

(35)

100

(102)

0,0

(0)

0,0

(0)

0,0

(0)

86,27

(88)

13,73

(14)

Total 65,86

(737)

34,14

(382)

87,40

(978)

7,06

(79)

1,97

(22)

3,57

(40)

77,84

(871)

22,16

(248)

B: branco; BP: branco-perolado; M: marfim; BA: branco-amarelado; L: leitoso e AQ:

aquoso.

A maior parte dos ejaculados de coelhos não apresentaram a fração gel (tabela

4), todavia, no mês de março a proporção entre ejaculados com e sem gel foi similar

(p>0,05). Os resultados também mostraram que o ejaculado de cor branca é o mais

comum nessa espécie, apenas em fevereiro é que foi observado um aumento na

frequência de ejaculados de cor marfim. No tocante ao aspecto do sêmen, ejaculados

leitosos foram mais frequentes, exceto nos meses de janeiro e fevereiro. Ejaculados de

aspecto cremo-leitosos foram raros (12 amostras) e por isso foram excluídos do

delineamento experimental.

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42

4. DISCUSSÃO

As concentrações seminais de ácido cítrico foram similares as encontradas por

Desjardins et al. (1968), Macari e Machado (1978) e Mann (1946), exceto nos meses de

maio e junho que foram comparáveis ao encontrado em ruminantes (CATUNDA et al.,

2011; HUMPHREY e MANN, 1949). Apesar disso, este metabólito sofreu ampla

variação mensal (Tabela 1), conforme também foi constatado por Macari e Machado

(1978). Nessa espécie, ácido cítrico é secretado principalmente pelas glândulas

vesiculares (HUMPHREY e MANN, 1949) e está associado com a maturidade sexual

(STRATTON et al., 1973) e maior acidez do sêmen (KAVANAGH, 1985). Segundo

Holtz e Foote, (1978a), as glândulas vesiculares produzem um fluido que varia de

levemente viscoso à consistência de gel e contribui com 45,6% do volume do ejaculado

do coelho (DEL NIÑO JESUS et al., 1997). Também é aceito que o ácido cítrico pode

estar envolvido com o fenômeno de gelificação, coagulação e subsequente liquefação

que normalmente ocorre no sêmen de certas espécies (HUGGINS e NEAL, 1942;

HUMPHREY e MANN, 1949; MANN, 1964).

Estudos anteriores enfatizaram que, no plasma seminal de coelhos, a maior parte

do ácido cítrico está concentrada na fração gel (HOLTZ e FOOTE, 1978a). Nesse

experimento, a fração gel não foi analisada quanto à concentração de ácido cítrico, mas

a presença de gel no sêmen analisado não indicou diferença entre os ejaculados.

Entretanto, o ácido cítrico também foi encontrado em maior concentração no sêmen

branco-amarelado (tabela 2), porém, sêmen com esta característica só representou

1,97% do total de ejaculados obtidos, além disso, em alguns meses do ano nenhum

ejaculado branco-amarelado foi observado (tabela 4). Outro achado importante foi que o

ácido cítrico correlacionou-se negativamente com a concentração espermática (r= -0,64,

p<0,05; tabela 3). Este resultado diferiu do encontrado por Holtz e Foote (1978b), em

que o ácido cítrico correlacionou-se com a aglutinação espermática e com o magnésio.

Diante do exposto é possível afirmar que ejaculados de cor branco-amarelado além de

apresentarem alta concentração de ácido cítrico podem ser indicativos de baixa

concentração espermática, sendo portanto indesejáveis.

No que se refere à concentração dos constituintes minerais do plasma seminal,

poucos relatos na literatura foram encontrados sobre o assunto. As concentrações de

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cloreto foram mais altas que os encontrados por Quinn et al. (1965) e à semelhança de

Ejellstrom e Kihlstrom (1975), também não foi encontrada correlação entre o sódio e o

cloreto. Além da variação mensal, o cloreto sofreu influencia da cor do ejaculado

(p<0,05), sendo significativamente mais elevado nos ejaculados de cor branco-

amarelado.

As concentrações seminais de sódio no plasma seminal também apresentaram

ampla variação mensal, e os valores ficaram bem abaixo do relatado por diversos

autores (DEL NIÑO JESUS et al., 1997; HOLTZ e FOOTE, 1978b; MACARI e

MACHADO, 1978; QUINN et al., 1965). No coelho, este íon parece ser secretado pelas

glândulas vesiculares, pois a remoção cirúrgica delas promoveu redução significativa do

sódio no plasma seminal (DEL NIÑO JESUS et al., 1997). Outro achado importante

observado pelos autores é que a vesiculoectomia também eliminou a incidência da

fração gel no sêmen. Este achado pode servir de base para justificar a baixa

concentração de sódio seminal verificada nesse experimento, pois foram encontrados

uma maior frequência de ejaculados sem a fração gel (tabela 4). Então, deve ser

lembrado que apesar das coletas de sêmen terem sido obtidas duas vezes por semana, as

amostras foram homogeneizadas para constituírem uma única amostra mensal por

animal; desse modo, acredita-se que as características bioquímicas do sêmen sem a

fração gel foram prestigiadas. No entanto, o sódio correlacionou-se positivamente com

o vigor (r=0,80995; p<0,05; tabela 3), semelhante ao constatado por Gusani et al. (1988)

no sêmen humano e diferente do encontrado por Kaya et al. (2002) no sêmen de

carneiro. Apesar da semelhança desse achado com o sêmen humano, deve ser ressaltado

que no homem o sódio é secretado pela próstata (KAVANAGH, 1985), diferente do

coelho que é pela vesícula seminal (DEL NIÑO JESUS et al., 1997). Nesse experimento

também foi verificado uma maior concentração de sódio no sêmen de cor branco-

amarelada.

No presente estudo, a maior proporção dos ejaculados foi da cor branca,

representando 87,40% do total de ejaculados. Todavia, no mês de fevereiro, a proporção

de sêmen de cor marfim aumentou em detrimento dos ejaculados de cor branca. Alguns

estudos afirmaram que o sêmen de coelho tem cor branca, cuja intensidade depende da

concentração espermática (ALVARIÑO, 1993; ALVAREZ et al., 2006).

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Já o aspecto predominante foi o leitoso representando 77,84% do total, seguido

pelo aspecto aquoso que foi 22,16%. Entretanto, a frequência de ejaculados leitosos e

aquosos foi similar nos meses de janeiro e fevereiro (tabela 4). Vários trabalhos tem

associado a cor e o aspecto como um único parâmetro (SCAPINELLO et al., 1997; EL-

AZIM e EL-KAMASH, 2011). Segundo o IRRG (2005), um sêmen normal tem uma

aparência (aspecto) branca opalescente homogênea. Alvarez et al. (2006) relataram que

o sêmen branco-leitoso é o melhor e predominante no coelho e representa um sêmen

normal com boa qualidade. Esta afirmativa foi confirmada no presente experimento. O

sêmen amarelado frequentemente é aquele contaminado com urina, normalmente obtido

quando a temperatura da vagina artificial está alta (CHANG, 1959). No estudo atual,

amostras de sêmen com urina foram descartadas, todavia, mais estudos necessitam ser

conduzidos para identificar a origem da pigmentação amarelada de alguns ejaculados de

coelhos. Algumas espécies podem apresentar sêmen de cor amarelada, tais como os

caprinos (CATUNDA et al., 2011; MENDONZA et al., 1989), porém a cor amarela esta

intimamente associada a presença de riboflavina e ácido cítrico no plasma seminal

(MENDONZA et al., 1989). Nos resultados desse estudo o ácido cítrico estava elevado

no sêmen branco-amarelado (tabela 2), o que pode justificar a menor qualidade dos

ejaculados encontrados.

Somente 34,14% dos ejaculados de coelhos apresentarem a fração gel.

Resultados foram semelhantes foram observados por Del Niño Jesus et al. (1997). A

fração gel produzida pelas glândulas vesiculares é androgênica dependente (PARSON,

1950; BELL e MITCHELL, 1984). Consiste de quantidades significativas de

substâncias estrogênicas e ácido cítrico (PARSON, 1950; MUKHERJEE et al., 1951;

HOLTZ e FOOTE, 1978b). A fração gel costuma reduzir significativamente no segundo

ejaculado do dia (AMANN, 1966; AMANN e LAMBÍASE Jr, 1967; HOLTZ e

FOOTE, 1978b). Embora seja comum no ejaculado de coelhos, nenhuma função foi

encontrada para este gel, exceto de prevenir a perda retrógrada de sêmen em roedores

(QUESENBERRY et al., 2004). Esta função também tem sido sugerida para coelhos

por Mukherjee et al. (1951), que especularam que após a ejaculação o gel preenche o

lúmen vaginal, como tampão de coagulação. No entanto, o IRRG (2005) recomenda a

remoção do gel imediatamente após a coleta e antes da avaliação do sêmen de coelhos.

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5. CONCLUSÃO

Concluiu-se que a composição do plasma seminal de coelhos pode variar

amplamente segundo o mês de coleta, resaltando o fato de o experimento ter ocorrido

em um ano atípico. Concentrações seminais elevadas de ácido cítrico associadas à cor

de ejaculado branco amarelado podem ser um indicativo de sêmen de qualidade inferior

nessa espécie.

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CAPITULO III – MAPAS ELETROFORETICOS DO PLASMA SEMINAL DE

COELHOS

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RESUMO

Este estudo teve como objetivos conhecer o perfil protéico mensal do plasma

seminal de coelhos criados em clima tropical e suas possíveis correlações com

parâmetros seminais e bioquímicos de coelhos criados em clima tropical. Foram

utilizados 20 coelhos da raça Nova Zelândia Branca, criados em sistema flat-deck,

alimentados com ração comercial. Os ejaculados foram coletados duas vezes por

semana, e logo avaliados quanto ao volume, cor, aspecto, vigor, motilidade e

concentração espermática. Após as avaliações os ejaculados foram centrifugados para

obtenção do plasma seminal, que foi acondicionado em tubos eppendorfs a -18 oC. Um

“pool” mensal de PS de todos os animais foi feito para avaliação das concentrações de

proteínas totais. Foi verificado uma concentração média de 2,73 ±0,31 µg/dl de

proteínas totais nas amostras de plasma seminal. Foram confeccionados dois géis de

eletroforese bidimensional 2D-PAGE corados com nitrato de prata, com gradiente de

pH entre 3 – 10, malha de 15% e uma concentração de 100 µg de proteínas por

amostra, para cada mês. Os géis foram analisados no software Image Master 2D

Platinum 6.0. ®

. O gel que continha o maior número de spots (555 spots) foi o do mês

de maio, e o gel com menor número spots (71 spots) foi verificado em janeiro, mas

houve ampla variação mensal na quantidade de spots detectados. A maioria dos spots

presentes no plasma seminal de coelhos tem pI abaixo de 8 e, destes spots, cerca de 40%

tem pI ácido, a distribuição dos spots em função do pI foi homogênea ao longo do ano.

A distribuição dos spots em função do peso molecular variou amplamente entre os

meses. Com exceção dos meses de fevereiro, maio e novembro, a maioria das proteínas

apresentaram peso molecular acima de 100 kDa. O número de spot protéicos

correlaciona-se moderada e positivamente com as proteínas totais (r=0,57; p<0,05) e

com o ácido cítrico (r=0,59; p<0,05). A análise in silico dos spots encontrou 1.411

proteínas compatíveis com os bancos de dados Swiss-Prote e TrEMBL (UniProtKB).

Nas condições em que esse estudo foi desenvolvido pode-se concluir que o perfil

protéico de coelhos apresenta grande parte das proteínas com afinidade a meio ácido e

com alto peso molecular e a ferramenta de análise bioinformática não oferece resultados

coerentes com os obtidos em gel de eletroforese, mas permite uma estimativa das

prováveis proteínas que podem ser encontradas.

Palavras chave: Proteínas, nitrato de prata, eletroforese bidimensional, bioinformática

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ABSTRACT

This study aimed to identify the monthly protein spots typical in seminal plasma of

rabbits on tropical climate and its possible correlation with seminal and biochemical

parameters of rabbits raised in tropical climate. 20 rabbits of New Zealand White, raised

in the flat-deck, fed commercial feed were used. The samples were collected twice a

week, and then evaluated for volume, color, aspect, vigor, motility and sperm

concentration. After the evaluations, the samples were centrifuged to obtain seminal

plasma, which was stored in eppendorfs tubes at -18 oC. A monthly seminal plasma

"pool" of all animals was made for evaluation of total protein concentrations. It was

found an average concentration of 2.73 ± 0.31 mg / dl total protein in samples of

seminal plasma. From the quantification of total protein were prepared two-dimensional

electrophoresis gels stained SDS-PAGE with silver nitrate, with a pH gradient between

3 – 10, mesh 15% and a concentration of 100 mg of protein per sample for each month .

Gels were analyzed with the Image Master 2D Platinum 6.0. ® software. The gel

containing the most spots (555 spots) was the gel for the month of May, and the gel

with fewer spots (71 spots) was observed in January, but no effect of month on the

amount of spots was detected. The majority of spots present in seminal plasma of

rabbits have pI below 8, and these spots, about 40% have pI acid, the distribution of the

spots as a function of pI was homogeneous throughout the year. The distribution of

spots depending on the molecular weight varied widely between the months. Except the

months of February, May and November, the majority of proteins showed molecular

weight above 100 kDa. The number of spot protein positively and moderately correlated

with total protein (r = 0.57, p <0.05) and citric acid (r = 0.59, p <0.05). In silico analysis

of 1411 protein spots found compatible proteins with the Swiss-Prote database and

TrEMBL (UniProtKB). In the conditions in which this study was conducted it can be

concluded that the protein profile of rabbits has largely protein with affinity acidic and

high molecular weight, there was no influence of months of the year on the amount of

protein spots detected and the tool bioinformatics analysis does not provide consistent

results with those obtained in gel electrophoresis, but it allows an estimate of the

probable proteins that can be found.

Key-word: Proteins, silver nitrate, two-dimensional electrophoresis, bioinformatics.

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1. INTRODUÇÃO

As proteínas do PS exercem múltiplos efeitos sobre a função espermática e

desempenham um importante papel na capacitação dos espermatozoides, traduzido por

um complexo processo que habilita a célula espermática a penetrar, através da zona

pelúcida, por meio da reação acrossômica (CALVETE et al., 1994; JONAKOVA et al,

2000).

Alguns autores descreveram que a habilidade fertilizante do espermatozoide

seria, em grande parte, determinada pelas proteínas espermáticas localizadas no

acrossoma e peça intermediária, conhecidas como fonte de enzimas metabólicas

especialmente ativas, cujas liberações em grandes quantidades podem indicar danos na

membrana plasmática do espermatozoide (BITTMAR e KOSINIAK, 1992).

As proteínas do plasma seminal são compostas principalmente por albuminas e

globulinas e pequenas quantidades de peptídeos e aminoácidos não proteícos

(KULKARNI et al., 1996). Segundo Strezek et al, (1985) em veados, a globulina é a

principal proteína em atividade durante o período reprodutivo e que o seu nível

decresce gradativamente durante o período de quiescência reprodutiva.

Segundo Okab (2007), em coelhos da raça Nova Zelândia Branca criados em

clima temperado, as concentrações de proteínas totais, albumina e globulina no plasma

seminal foram influenciadas de maneira significativa pela estação do ano. As maiores

concentrações desses metabólitos foram encontradas no verão, enquanto que na

primavera foram observadas as menores concentrações, sugerindo portanto, que a

qualidade do sêmen é melhor no verão devido ao aumento da concentração dessas

proteínas na sua composição (OKAB, 2007; STREZEK, 1985).

As proteínas do PS parecem ser importantes para manutenção da motilidade em

touros e carneiros, pela melhoria da viabilidade espermática, e por protegerem a

membrana espermática dos espermatozoides de suínos e ovinos dos danos causados

pelas baixas temperaturas de preservação (BARRIOS et al., 2000; PÉREZ-PÉ et al.,

2001). Em eqüinos, o aumento da concentração de proteínas no sêmen pouco

concentrado diminuiu a congelabilidade do mesmo (BITTMAR e KOSINIAK, 1992).

Estudos também têm demonstrado que as algumas proteínas do plasma, tipo BSP, são

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responsáveis por promoverem o efluxo de colesterol e fosfolipídios da membrana

espermática (MOREAU e MANJUNATH, 2000), mesmo quando adicionada a

espermatozoides do epidídimo (THÈRIEN et al., 1999).

Por tudo isso, algumas proteínas presentes no plasma seminal tem sido estudadas

para serem utilizadas como marcadores moleculares de fertilidade, uma vez que o

sucesso do manejo reprodutivo depende da escolha de bons reprodutores, ou como

aditivos no processo de conservação e industrialização do sêmen. Há poucos relatos de

estudos nessa área em coelhos. Um conhecimento mais detalhado dessas proteínas

poderia ajudar a compreender melhor os fenômenos fisiológicos referentes à função

espermática e a fertilidade nesta espécie.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Local do experimento

O experimento foi conduzido nas instalações do Setor de Cunicultura do

Departamento de Zootecnia/UFC (Fortaleza, Ceará) e as análises foram realizadas no

Laboratorio de Estudos em Reprodução Animal situado a 3°45’02” de Latitude Sul,

38°32’35” de Longitude Oeste a 15.5 m acima do nível do mar. O clima, segundo a

classificação de Koeppen, é do tipo AW, quente e úmido, suas médias térmicas são de

26 a 27 °C, com máximas de 30 °C e mínimas de 19 °C, a umidade relativa do ar é de

82 % no litoral do estado do Ceará/Brasil.

2.2. Manejo dos animais experimentais e coleta do sêmen

Vinte coelhos da raça Nova Zelândia Branco foram treinados para coleta de

sêmen usando uma vagina artificial de vidro italiana (DAL BOSCO et al., 1996) e uma

fêmea em estro foi usada como manequim. Os ejaculados foram obtidos duas vezes por

semana de cada macho durante um ano, totalizando 104 amostras de sêmen por animal.

A fração gel, quando presente, foi removida conforme recomenda o IRRG (2005).

Amostras de sêmen contendo urina foram desprezadas. Logo após a coleta, cada

ejaculado foi avaliado quanto ao volume, cor (branco, branco amarelado, branco-

perolado ou marfim) e aspecto (branco, aquoso ou cremo-leitoso). A concentração

espermática (x109sptz/mL) foi determinada por meio de câmara de Neubauer com

sêmen diluído (1:100) em tampão formol salina (IRRG, 1995). As amostras de sêmen

foram diluídas em solução fisiológica para avaliação subjetiva (microscopia óptica;

Olympus CX40) do vigor (escala de 0 a 5) e motilidade progressiva espermática (0-

100%). Em seguida, as amostras de sêmen de cada animal foram imediatamente

centrifugadas a 2.500g/20 min/+4°C. O sobrenadante (plasma seminal) foi congelado a -

18°C. Um “pool” mensal de PS de todos os animais foi feito para avaliação das

concentrações de proteínas totais.

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2.3. Quantificação das proteínas totais

A concentração das proteínas totais nos diferentes meses foi determinada através

do método do biureto, utilizando kit industrializado da Labtest, especifico para a

quantificação de proteínas. O procedimento foi realizado com o auxilio do

espectrofotômetro, modelo BEL Photonics SP 1105®

.

As amostras foram realizadas em duplicata e a média aritmética da duplicata foi

considerada a concentração mensal de proteínas totais.

2.4. Eletroforese 2D

2.4.1. Reidratação das strips

As strips utilizadas foram de 13 cm com gradiente de pH entre 3-10. A solução

de reidratação foi adicionada uma amostra de plasma seminal, equivalendo a 100 µg de

proteínas, essa solução composta, foi colocada em contato com a strip por um período

de aproximadamente 16 h em uma bandeja de reidratação Immobiline

DryStrip

Reswelling Tray®

, mantida em temperatura ambiente.

A solução de reidratação é composta por Uréia (1,26 g), Tiuréia (0,456 g),

CHAPAS (0,06 g), IPG Buffer 3-10 (15µL), Azul de Bromofenol 1 % (~ 6 µL), H2O

mili-Q (~ 3 mL) e DTT (0,0014 g/0,5mL).

Para cada mês em analise, foram utilizadas duas strips e consequentimente

foram confeccionados e analisados dois géis por mês.

2.4.2. Focalização Isoelétrica

Após o período de reidratação as strips foram levadas ao focalizador (ETTAN TM

IPGphor IITM®

), programado para seguir a curva de focalização descrita na tabela 5.

Ao final do período de focalização (07h 25min), as strips foram levadas a um

freezer (-80°C), por um período indeterminado.

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Tabela 5 – Curva de focalização adotada.

Passo Voltagem (V) Tempo (h:mm)

Step 500 1:30

Gradiente 1000 1:30

Gradiente 8000 3:00

Step 8000 1:25

Total - 7:25

2.4.3. Confecção do gel

A segunda dimensão da eletroforese foi realizada em gel vertical homogêneo de

poliacrilamida. Os géis foram confeccionados com malha de 15%. A solução do gel esta

na tabela 6.

Tabela 6 – Composição da solução de gel-malha 15%.

Solução A (Acrilamida + Bisacrilamida)......................................................... 43,75 mL

Acrilamida.............................................................................................. 150 g

Bisacrilamida.......................................................................................... 4 g

H2O destilada q.s.p................................................................................. 500 mL

Solução B (Tris + HCl)...................................................................................... 21,9 mL

Tris.......................................................................................................... 90,85 g

H2O destilada + HCl, ajustar o pH para.............................................. 8,8

H2O destilada q.s.p................................................................................ 500 mL

H2O destilada..................................................................................................... 20,5 mL

SDS 10%............................................................................................................. 875 µL

SDS.......................................................................................................... 1 g

H2O destilada.......................................................................................... 10 mL

Persulfato de Amônio (APS) 10%.................................................................... 394 µL

Persulfato de Amônio............................................................................ 0,1 g

H2O destilada.......................................................................................... 1 mL

TEMED............................................................................................................... 65,5 µL

Após a polimerização do gel, a cuba de eletroforese vertical foi mantida sobe

refrigeração em uma temperatura de 5° C.

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2.4.4. Equilíbrio das strips

Antes de serem colocadas em contato com o gel as strips sofreram o processo de

equilibro dividido em dois estágios com uma solução composta por: Uréia (18,025 g),

Solução B (2,5 mL), Glicerol (17,25 mL), SDS (1 g), Azul de Bromofenol 1 % (~ 6 µL)

e H2O q.s.p. (50 mL), no primeiro estagio de 15 min a solução de equilíbrio era

adicionada a 0,1 g de DTT e no segundo estagio, também de 15 min, a solução de

equilíbrio era adicionada a 0,25 g de Iodo Acetamida.

2.4.5. Separação eletroforética das proteínas

A separação eletroforética das proteínas foi feita em cuba de eletroforese

vertical, resfriada com a adição de bolsas de gelo, mantendo uma temperatura media de

10 ° C. A cuba foi conectada a uma fonte do modelo FB3000 Fisher Scientific®

, cuja

programação de corrida esta descrita na tabela 3.

Depois de equilibradas as strips foram colocadas sobre o gel de segunda

dimensão e cobertas com uma solução de agarose: Tris (0,1515 g), Glicina (0,72 g),

SDS (0,05 g), H2O q.s.p. (50 mL), Agarose (0,25 g) e Azul de Bromofenol 1 % (~ 6

µL). O tampão de corrida utilizado foi o Tris-glicina: Tris (60,0 g), Glicina (288,2 g),

SDS (20 g) e H2O q.s.p. (2 L).

Antes da adição da solução de agarose foi adicionado 3 µL de marcador

molecular embebido em um recorte pequeno de papel filtro, na extremidade acida da

strip.

Tabela 7 – Protocolo adotado na separação eletroforética das proteínas.

Fase Voltagem

(V)

Amperagem

(mA)

Potência Tempo (h: mm)

1 300 30 10 0: 30

2 500 40 30 3: 30

3 600 70 90 4: 00

2.4.6. Coloração e revelação do gel

O protocolo seguido foi o sugerido por Blum et al., (1987), modificado. Todos

os trabalhos nesta etapa foi realizado na ausência de luz.

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Ao final da separação eletroforética das proteínas os géis foram retirados das

placas para serem corados, as soluções foram preparadas instantes antes do uso e foram

utilizadas na seguinte sequência. Solução de Fixação (Etanol (160 mL), Ácido Acético

10% (40 mL) e H2O MILI-Q q.s.p. (400 mL)) por 16 h; Etanol 30% três vezes de

20min; H2O MILI-Q por 20 min; Solução de sensibilização (Tiossulfato de sódio (0,08

g) e H2O MILI-Q q.s.p. (400 mL)) por 1min; H2O MILI-Q três vezes de 20seg; Solução

de nitrato de prata 0,2% (Nitrato de prata (0,8 g), Formaldeído 37% (216 µL) e H2O

MILI-Q q.s.p. (400 mL)) por 20min; H2O MILI-Q três vezes de 20seg; Solução de

Revelação (Carbonato de sódio 3% (12g), Formaldeído 37% (540 µL), Tiossulfato de

sódio 0,02% (10 mL) e H2O MILI-Q q.s.p. (400 mL)) por 5min; H2O MILI-Q por

30seg; Solução de Parada (Glicina (2 g) e MILI-Q q.s.p. (400 mL)) por 5min; H2O

MILI-Q duas vezes de 10min.

2.4.7. Digitalização e leitura do gel

Os géis foram scaneados, utilizando um Image Scanner - Amersham

Biosciences®

e analisados no software Image Master 2D Platinum 6.0. ®

, para detecção

dos spots, a partir dos pesos moleculares e os pontos isoelétricos então foi realizada uma

análise in silico das possíveis proteínas nos bancos de dados UniProtKB/Swiss-Prot e

UniProtKB/TrEMBL, utilizando o programa Expasy tagldent tool®

(http://web.expasy.org/tagident/).

2.5. Analise estatística

O experimento foi conduzido entre setembro de 2009 a agosto de 2010, foram

utilizados 20 coelhos. Para análise dos dados utilizou-se o programa estatístico SAS

versão 9.1 (2003). Procedeu-se ao estudo da análise de variância utilizando-se o

procedimento ANOVA do SAS para testar o efeito do mês de coleta do sêmen sobre o

número de spots. As médias mensais foram comparadas pelo teste SNK com 5% de

probabilidade de erro.

Procedeu-se ainda ao estudo das correlações simples de Pearson utilizando a média

mensal, para observação do grau de associação, entre número de spots e parâmetros

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bioquímicos de coelhos. Para verificar o ponto isoelétrico e peso molecular dos spots

protéicos foram utilizados gráficos com as distribuições de freqüência.

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3. RESULTADOS

Foi verificado uma concentração média de 2,73 ±0,31 µg/dl de proteínas totais

nas amostras de plasma seminal. A partir desse valor foi calculada a quantidade de

amostra a ser colocada para reidratação das strips (tiras) de modo que cada uma

contivesse 100µg de proteínas na amostra. A quantidade média de amostra de plasma

seminal por tira ficou em torno de 5,31 µL.

O gel que continha a maior expressão (555 spots) foi o do mês de maio, e o gel

com menor expressão (71 spots) foi verificado em janeiro, houve efeito do mês sobre a

quantidade de spots detectados. Os resultados da frequência mensal dos spots protéicos

em função do pI e do peso molecular estão expressos nas figuras 1 e 2.

Pode-se perceber que houve uma repetição de 84,75% ±4,41 dos spots avaliados.

A maioria dos spots presentes no plasma seminal de coelhos tem pI abaixo de 8

e, destes spots, cerca de 40% tem pI ácido (figura 1), essa distribuição foi homogênea ao

longo dos meses.

Figura 1 – Distribuição de frequência mensal dos spots em função do ponto isoelétrico.

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A distribuição dos spots em função do peso molecular variou amplamente entre

os meses (figura 2). Com exceção dos meses de fevereiro, maio e novembro, a maioria

das proteínas apresentaram peso molecular acima de 100kDa.

Figura 2 – Distribuição de frequência mensal dos spots em função do peso molecular.

O gel na figura 3 ilustra o perfil protéico do plasma seminal de coelhos Nova

Zelândia Brancos. Nesse gel foram detectados 335 spots e aqueles com maior

intensidade foram observados em ponto isoelétrico ácido. Um grupo de 8 spots de 83.5

a 91,7 kDa e pI de 4,2 a 4,89 apresenta quase 26% do total de intensidade dos spots

(caixa 1), enquanto outro grupo de 20 spots de 27 a 46,5 kDa e pI de 5,3 a 8,5

corresponde a 37,3% do total de intensidade (caixa 2). Na caixa 3verifica-se um spot de

105,4 kDa com pI 4,78 que corresponde a 5% do total de intensidade dos spots. Esse

padrão foi verificado nos demais géis analisados.

O número de spot protéicos correlacionam-se moderada e positivamente com as

proteínas totais (r=0,57; p<0,05) e com o ácido cítrico (r=0,59; p<0,05).

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Figura 3 – Mapa eletroforético (2D – SDS PAGE) do plasma seminal de coelhos.

Quando foram realizadas as análises in silico dos spots no software Expasy

tagldent tool utilizando como base de busca o peso molecular (KDa) e os pontos

isoelétricos (pI) de cada spot nos bancos de dados Swiss-Prote TrEMBL, foram

encontradas 1.411 proteínas compatíveis com os bancos de dados. Dentre estas

proteínas estão, provavelmente, as apolipoproteínas AI e C4, glutationas, Acidic

Seminal Fluid Protein (aSFP), anidrase carbônica que estavam presentes em quase todos

os géis e parecem ter função importante no plasma seminal de coelhos.

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4. DISCUSSÃO

A gama de pH mais estreita aumenta o poder de resolução das proteínas, mas

como pouco se sabe do perfil protéico de coelhos utilizou-se um intervalo de pH maior.

A maior parte dos spots verificados na eletroforese bidimensional apresentava um perfil

ácido. Verificou-se nesse estudo correlação do número de spots com a concentração de

ácido cítrico. Pesquisa anterior mostrou que o pH do sêmen está fortemente

correlacionado com a presença de ácido cítrico, de forma que quanto maior a sua

concentração no plasma seminal menor se torna o pH (KAVANAGH, 1985). A maior

parte do ácido cítrico e das proteínas do plasma seminal é produzida e secretada pelas

glândulas vesiculares (HUMPHREY e MANN, 1949) e está associado com a

maturidade sexual (STRATTON et al., 1973). Também é aceito que o ácido cítrico pode

estar envolvido com o fenômeno de gelificação, coagulação e subsequente liquefação

que normalmente ocorre no sêmen de certas espécies (HUGGINS e NEAL, 1942;

HUMPHREY e MANN, 1949; MANN, 1964).

Grande parte das proteínas detectadas no gel de eletroforese possuía alto peso

molecular. O perfil protéico do plasma seminal de coelhos, quando comparado a de

outros mamíferos, mostra um padrão similar de distribuição de spots, mas o peso

molecular desses spots são mais altos quando comparados aos de bovinos

(MANJUNATH et al., 1993), homem (STARITA-GERIBALDI et al., 2001) e carneiro

(BERGERON et al., 2005).

Verificou-se que houve influência dos meses do ano na quantidade de spots

protéicos. Segundo Souza et al. (2009) fatores como pluviosidade pode afetar o

conteúdo protéico do sêmen de caprinos. Entretanto, Catunda et al. (2012) não

observaram diferenças na quantidade de proteínas no sêmen de caprinos quando

comparou a época seca com a chuvosa. O proteoma reflete o conjunto de proteínas

produzidas por uma célula em um determinado momento ou estado fisiológico do

organismo, sendo assim, pode haver modificações em diferentes situações.

Poucos estudos foram utilizados para caracterizar as proteínas do plasma

seminal dos coelhos, especialmente no que se refere a análise proteômica. A análise in

silico foi realizada no intuito de predizer as proteínas detectadas em gel de eletroforese.

Essa análise leva em consideração o ponto isoelétrico e o peso molecular dos spots no

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gel, em relação ao organismo de interesse. Ao selecionar um spot o programa busca na

base de dados proteínas já identificadas que estejam próximos aquele pI ou peso

molecular, oferecendo, muitas vezes, diversas opções de proteínas, devendo-se,

portanto, selecionar aquelas mais próximas do spot de interesse. Mesmo assim,

observou-se dados discrepantes daqueles obtidos pela eletroforese, como por exemplo

uma grande quantidade de prováveis proteínas de baixo peso molecular. Pelo programa

a proteína de maior peso molecular tem em torno de 70 KDa, enquanto pela análise do

gel observou-se que a maior parte das proteínas tem mais de 100 KDa. Acredita-se que

os escassos dados sobre proteômica de coelhos tenha contribuído para isso, uma vez que

os dados acessados possam equivaler não à espécie em questão, mas aos mamíferos em

geral, já que grande parte dos estudos sobre proteínas do plasma seminal é relacionada

com espécies de mamíferos domésticos como bovinos, suínos e ovinos ou com o

homem (PILCH e MANN, 2006).

Foram obtidas muitas proteínas em cada gel analisado. Percebeu-se proteínas

relacionadas ao processo de capacitação de espermatozoides, a mecanismos de proteção

da membrana plasmática, na prevenção do stress oxidativo e do ataque imunológico (

albumina, aSFP, clusterinas, chaperonas e outras), a reação acrossômica e interação

oócito-espermatozoide (fosfolipase A2 e osteopotina, por exemplo), associadas com a

interação e modulação de componentes da matriz extracelular (clusterinas, catepsinas e

metaloproteinases)e com a motilidade espermática. Dentre tantas, destacam-se as

apolipoproteínas AI e C4, glutationas, a proteína ácida do fluido seminal (aSFP)

eanidrase carbônica que foram verificadas em quase todos os géis analisados e já são

amplamente estudadas como componentes importantes do plasma seminal. É provável

que inúmeras outras proteínas relatadas tenham papel importante nos processos

reprodutivos de coelhos, mas tenham sido acessadas com nomenclatura diferente. Seria

realmente mais precisa a análise dos spots por espectrometria de massa para a

identificação confiável das proteínas e, em seguida, a utilização de ferramentas de

bioinformática para validação, busca de estrutura e função dessa proteína.

As Glutationas S-transferases, por exemplo, observadas em quase todos os géis,

são um grupo de proteínas do plasma seminal que desempenham um papel protetor

contra os danos espermáticos provocados pelo estresse oxidativo, visto que sua presença

no sêmen resulta em melhores taxas de concentração, motilidade e morfologia

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espermáticas, dessa forma, aumentando a capacidade fertilizante do sêmen (ALVAREZ

e STOREY, 1989; RAIJMAKERS et al., 2003; CHABORY et al., 2010). A glutationa é

um reservatório natural de poder redutor, o qual pode ser usado rapidamente pelas

células como uma defesa contra o estresse oxidativo (LUBERDA, 2005). Desse modo,

baixa capacidade defensiva do sêmen tem sido implicada como fator promotor de

infertilidade (STOREY, 1997). Além disso, em situação de estresse, a diminuição de

glutationa seminal reduz significativamente a qualidade do sêmen (ESKIOCAK et al.,

2005). Segundo Attia e Kamel (2012), o aumento de glutationa (glutathione peroxidase;

superoxide dismutase; glutathione S-transferase) no sêmen de coelhos resultou em

melhora significativa da qualidade seminal.

As apolipoproteinas também são conhecidas como clusterinas, e também foram

encontradas no plasma seminal de coelhos. Elas são responsáveis por controlar o

metabolismo de lipoproteínas em tecidos e células. Diversos tipos dessas proteínas tem

sido citados, as principais são apoE, apoB, apoA-I, apoA-II, apoA-IV, apoC-I, apoC-II,

e apoC-Ill (MAHLEY et al., 1984). O presente estudo sugere a presença de ApoA-I e

ApoC IV. A ApoA-I está associada a imunoglobulinas formando o complexo sperm

activating protein (SPAP), que ativam a motilidade espermática durante sua viagem

através do aparelho reprodutor feminino (LEIJONHUFVUD et al., 1997). Estudo

realizado em bovinos afirmaram que a ApoA-I presente nas lipoproteínas de alta

densidade contribuem para induzir o processo de capacitação espermática, em especial a

reação acrossômica (MANJUMATH et al., 1989; THERIEN et al., 1997).

A proteína ácida do fluído seminal bovino (aSFP) foi relacionadas à alta

congelabilidade do sêmen (JOBIM et al., 2009). Em touros, esta proteína é secretada

pelas vesículas seminais (EINSPANIER et al., 1991 e WEMPE et al., 1992), ampolas e

epidídimo (WEMPE et al., 1992). A aSFP também foi detectada em outros animais

como caprinos, ovinos, suínos, ratos, cães e humanos (EINSPANIER et al., 1994;

WENPE et al., 1992). Dostalova et al., (1994) verificaram que a aSFP liga-se somente à

superfície do espermatozoide ejaculado, porém, para que ocorra a fertilização in vitro, é

necessário a liberação desta proteína da membrana espermática. Este fato sugere que a

aSFP não atua como molécula de ligação à zona pelúcida e sim como fator

decapacitante do espermatozoide, desta forma, não possuindo papel na interação de

gametas. Schöneck et al., (1996) sugeriram que a aSFP pode ser responsável pela

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preservação da membrana do espermatozoide, possuindo um efeito antioxidativo na

peroxidação lipídica da membrana da célula espermática in vitro. O peróxido é

produzido e liberado pelas membranas das células mortas, em detrimento dos

espermatozoides vivos (SHANNON, 1978). Conseqüentemente, a presença da aSFP,

quantitativamente superior nos reprodutores de alta congelabilidade do sêmen, pode

explicar o poder de preservação da membrana do espermatozoide contra a peroxidação

(JOBIM et al., 2004).

Outra proteína que foi objeto de estudo foi anidrase carbônica. Porém, o papel

fisiológico desta enzima, em suas diferentes isoformas, ainda não está completamente

esclarecido. Estudos histoquímicos demonstraram a atividade da anidrase carbônica em

testículos, ductos eferentes, epidídimo, canal deferente, vesícula seminal e próstata em

algumas espécies, como ratos (COHEN et al., 1976; WALDEYER e HÄUSLER, 1959),

touros (GOYAL et al.,1980), javali (EKSTEDT et al., 1991; RODRIGUEZ-

MARTINEZ et al.,1990) e coelhos (EKSTEDT e RIDDERSTÅLE, 1992). A anidrase

carbônica foi aparentemente relacionada com a secreção do plasma seminal, uma vez

que, a injeção de inibidor especifico, a acetazolamida, causou uma diminuição na

secreção de fluido testicular. Harris e Goto (1984), utilizando diferentes doses de

acetazolamida em frangos de corte, encontraram correlação positiva significativa entre a

concentração de anidrase carbônica e a atividade dos testículos e ducto deferente,

volume total de sêmen, concentração espermática e o volume de plasma seminal

produzido. Setchell e Brown (1972) encontraram resultados semelhantes em ratos. Isto

enfatiza que as alterações no equilíbrio ácido-base exerce influência sobre a função

reprodutiva do macho. Por estar envolvida no metabolismo do CO2, a anidrase

carbônica apresenta influencia indireta na maturação, transporte ou motilidade dos

espermatozoides de frangos (HARRIS e GOTO, 1984).

Percebe-se, portanto a importância do estudo de proteínas do plasma seminal

para entender diversos aspectos do processo reprodutivo de machos e esse

conhecimento pode implicar na melhoria da fertilidade de um plantel e no incremento

das biotecnias da reprodução.

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5. CONCLUSÃO

Nas condições em que esse estudo foi desenvolvido pode-se concluir que o perfil

protéico de coelhos apresenta grande parte das proteínas com afinidade a meio ácido e

com alto peso molecular e a ferramenta de análise bioinformática (Expasy tagldent

tool®

) não oferece resultados coerentes com os obtidos em gel de eletroforese, mas

permite uma estimativa das prováveis proteínas que podem ser encontradas.

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6. PERSPECTIVAS FUTURAS

Espera-se a identificação das proteínas pela espectrometria de massa e a

validação das estimativas realizadas pela plataforma Expasy. A partir daí seria possível

orientar os estudos sobre proteínas do plasma seminal de coelhos que pudessem

futuramente auxiliar na obtenção de marcadores de fertilidade em machos cunícolas e

de melhores resultados na criopreservação do sêmen.

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71

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