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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR Faculdade de Economia, Administrao, Atuaria e Contabilidade
Mestrado Profissional em Controladoria
JOS GLAYSON NOGUEIRA BATISTA UMA CONTRIBUIO IMPLANTAO DO ORAMENTO
EMPRESARIAL EM UM SISTEMA INTEGRADO DE GESTO
FORTALEZA 2006
2
JOS GLAYSON NOGUEIRA BATISTA
UMA CONTRIBUIO IMPLANTAO DO ORAMENTO EMPRESARIAL EM UM SISTEMA INTEGRADO DE GESTO
Dissertao apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Controladoria da Universidade Federal do Cear como requisito parcial para obteno do titulo de mestre em Controladoria.
Orientador: Prof. Dr. Francisco de Assis Soares
Fortaleza 2006
3
JOS GLAYSON NOGUEIRA BATISTA
UMA CONTRIBUIO IMPLANTAO DO ORAMENTO EMPRESARIAL EM UM SISTEMA INTEGRADO DE GESTO
Dissertao submetida Coordenao do curso de
Mestrado Profissional em Controladoria, da Universidade
Federal do Cear, como requisito parcial para obteno do
ttulo de Mestre em Controladoria.
Aprovada em ___ / ___ / ___
BANCA EXAMINADORA
___________________________________ Prof. Dr. Francisco de Assis Soares (Orientador)
Universidade Federal do Cear UFC
___________________________________ Profa. Dra. Ma Naiula Monteiro Pessoa
Universidade Federal do Cear UFC (Membro)
___________________________________ Prof. Dr. Jos de Paula Barros Neto
Universidade Federal do Cear UFC (Membro)
4
DEDICATRIA
minha esposa, Ana Lucia, que sempre esteve ao meu lado, apoiando e incentivando. E aos meus pais, que sempre se esforaram para me dar educao. Estas pessoas foram os alicerces que possibilitaram a realizao e concluso desta pesquisa.
5
AGRADECIMENTOS Universidade Federal do Cear, pela oportunidade de participao neste Mestrado em Controladoria.
Coordenao do Curso pelo apoio ao longo do curso.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Francisco de Assis Soares, pela indispensvel orientao.
Aos demais professores, que muito contriburam para minha formao. Aos meus colegas mestrandos, pela agradvel convivncia.
A todos os que direta, ou indiretamente, de alguma forma contriburam para a realizao deste trabalho.
6
RESUMO
No cenrio competitivo atual, a informao o produto mais valioso das organizaes. A partir dela so originadas as tomadas de deciso sobre o que fazer, como, onde e quando fazer. Cabe ento aos gestores a utilizao de um sistema de informaes que lhes permita oportunamente recepo dessas informaes. Para tanto, faz-se necessrio investir em instrumentos que possibilitem a montagem desse sistema de informaes. No universo de instrumentos, dois so objetos de estudo desta pesquisa: O oramento empresarial e o sistema integrado de gesto, mais conhecido no mercado como sistema ERP. O objetivo geral deste trabalho apresentar uma contribuio, por meio de um modelo, implantao do oramento empresarial dentro de um sistema integrado de gesto. A pesquisa parte do pressuposto de que atualmente os sistemas integrados de gesto encontram-se carentes de estruturao para receber a ferramenta do oramento, necessitando, assim, de algumas adaptaes para disponibilizar essa funcionalidade. A pesquisa foi realizada a partir de um estudo de caso em uma empresa fabricante de bens de capital do Estado do Cear. O referencial metodolgico apresenta as principais caractersticas envolvidas, tanto com o oramento quanto com o sistema ERP. Foi desenvolvida a contribuio da pesquisa mediante um modelo de implantao do oramento empresarial no sistema integrado de gesto, tomando-se por base a realidade da empresa do estudo de caso . O modelo possibilitou, por intermdio de simulao, a utilizao do sistema ERP na elaborao e manuteno da ferramenta do oramento empresarial, abrindo assim uma perspectiva de maior integrao entre as duas referidas ferramentas de gesto, acarretando aos administradores maior agilidade e credibilidade das informaes necessrias tomada de deciso nas empresas.
7
ABSTRACT
In the present competitive scenary, information is the most valuable product of organizations. Based on it, decisions are made about what to do, how to do, where to do and when to do. Its the managers responsibility to use a system of information that provides the receiving of those pieces of information opportunely. To do so, its necessary to invest in instruments that allow the built of this system of information. Within the universe of available instruments, two of them are object of study of this research: business budget and integrated management system, better known as ERP system. The general goal of this study is to present a contribution to the implantation of the business budget within an integrated management system. The research is based on the presupposition that nowadays the integrated management systems are not satisfactoryly structured to the receival of the budget tool, therefore needing some adjustments to make this function available. The research was made from the study of a case in a capital stock company in the state of Ceara. The methodological reference presents the main characteristics involved both in budget and ERP system. The contribution of the research was developed through a model of implantation of the business budget in the integrated management system, based on the reality of the company in the case study. The model enabled, through a simulation, the use of the ERP system in the creation and maintenance of the tool of business budget, creating, in that way, a larger perspective of integration, if properly adjusted, between these two management tools, therefore bringing about to the managers more agility and credibility of the information necessary to the making of decisions in companies.
8
LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Interao da Organizao com Individuo na elaborao do Oramento............... 27
Figura 02 - Estrutura de Oramento......................................................................................... 32
Figura 03 - Oramento Global................................................................................................. 37
Figura 04 - Estrutura Tpica de um Sistema ERP.................................................................... 61
Figura 05 - Plano de Implementao de Projeto...................................................................... 67
Figura 06 - Adaptao de um Mdulo..................................................................................... 68
Figura 07 - Processo de Implementao.................................................................................. 69
Figura 08 - Participao Mundial dos Fornecedores e ERP.................................................... 71
Figura 09 - Participao Nacional Fornecedores e ERP.......................................................... 72
Figura 10 - Estrutura do Sistema Inteq.................................................................................... 77
Figura 11 - Hierarquia de Ordenao e Subordinao das Classes do Sistema........................77
Figura 12 - Infra-Estrutura de Classes do Sistema................................................................... 78
Figura 13 - Tela de Cadastro de Cliente.................................................................................. 81
Figura 14 - Tela de Cadastro de Fornecedor............................................................................ 82
Figura 15 - Tela de Cadastro de Recurso................................................................................. 82
Figura 16 - Tela de Pedidos de Venda..................................................................................... 83
Figura 17 - Tela de Pedidos de Compra .................................................................................. 83
Figura 18 - Tela de Relatrio Balancete por Contas Sintticas com D/C................................ 84
Figura 19 - Tela de Relatrio ltimas Compras por Recursos................................................ 84
Figura 20 - Estrutura de Classes da Movimentao................................................................. 87
Figura 21 - Estrutura de Classes da Movimentao de Produo............................................ 94
Figura 22 - Estrutura de Classes da Movimentao de Estoque.............................................. 97
Figura 23 - Estrutura de Classes da Movimentao de Investimento...................................... 99
Figura 24 - Demonstrao Externa da Implantao da Funcionalidade Oramento no ERP.101
Figura 25 Demonstrao Interna da Implantao da Funcionalidade Oramento no ERP. 102
Figura 26 - Criao da Classe de Lanamento Contbil.........................................................106
Figura 27 - Criao da Classe de Ttulo de Recebimento Oramento....................................106
Figura 28 - Criao da Classe dos Pedidos de Venda Oramento..........................................107
Figura 29 - Criao da Pessoa Cliente Estadual Oramento..................................................107
Figura 30 - Criao da Pessoa Cliente Interestadual Oramento...........................................108
Figura 31 - Criao da Pessoa Cliente Internacional Oramento..........................................108
Figura 32 - Cadastro do Produto A.........................................................................................109
9
Figura 33 - Pedido Venda Oramento.....................................................................................110
Figura 34 - Ttulos a Receber do Pedido Venda Oramento..................................................112
Figura 35 - Contabilizao do Pedido de Venda Oramento................................................. 113
Figura 36 - Criao da Data-Base Oramento........................................................................114
Figura 37 - Oramento de Receita e Impostos........................................................................115
Figura 38 - Comparativo Orado x Real.................................................................................116
Figura 39 - Criao da Classe Produo Padro Oramento..................................................116
Figura 40 - Criao da Classe Tit Pg Oramento..................................................................117
Figura 41 - Criao da Classe Tit Pg Oramento..................................................................117
Figura 42 - Criao da Classe Proviso de Despesa Oramento............................................118
Figura 43 - Criao da Classe Rep p Produo Oramento....................................................118
Figura 44 - Pedido do Oramento de Despesa do Setor de Fabricao..................................119
Figura 45 - Ttulos a Pagar do Pedido de Proviso de Despesa Oramento...........................120
Figura 46 - Contabilizao do Pedido de Proviso de Despesa Oramento...........................121
Figura 47 - Custo de Matria-Prima em Nvel Sinttico........................................................124
Figura 48 - Custo de Matria-Prima em Nvel Analtico na etapa Fabricar...........................125
Figura 49 - Pedido do Oramento de Despesa do Setor de Adm. Industrial..........................127
Figura 50 - Ttulos a Pagar do Pedido de Oramento de Despesa da Adm Industrial............128
Figura 51 - Criao da Classe Rep p Produo Oramento....................................................132
Figura 52 - Movimentao de Entrada da Produo no Estoque de Acabados......................133
Figura 53 - Posio dos Estoques Acabados com as Entradas.............................................134
Figura 54 - Movimentao de Entrada da Produo no Estoque de Acabados......................134
Figura 55 - Posio dos Estoques Acabados com as entradas e sadas.................................135
Figura 56 - Contabilizao da Movimentaes de Entrada do Estoque de Acabados............136
Figura 57 - Contabilizao da Movimentaes de Sada do Estoque de Acabados................136
Figura 58 - Pedido do Oramento das Despesas Comerciais..................................................137
Figura 59 - Ttulos a Pagar do Pedido de Oramento das Despesas Comerciais...................138
Figura 60 - Lanamento Contbil do Oramento das Despesas do CC Vendas.....................139
Figura 61 - Pedido do Oramento das Despesas Administrativas.........................................140
Figura 62 - Ttulos a Pagar do Pedido de Oramento das Despesas Administrativas............141
Figura 63 - Lanamentos Contbeis do Oramento das Despesas Administrativas...............141
Figura 64 - Comparativo Orado x Real das Despesas Comerciais........................................142
Figura 65 - Criao da Classe Req p Depreciao Oramento...............................................143
Figura 66 - Criao da Classe Mov Dep Loc Ativos Oramento...........................................144
10
Figura 67 - Req p Depreciao Oramento.............................................................................144
Figura 68 - Lanamentos das Depreciaes do Oramento de Veculos................................145
Figura 69 - Oramento da Demonstrao do Resultado do Exerccio....................................146
Figura 70 - Oramento da Demonstrao do Resultado do Exerccio....................................147
Figura 71 - Oramento da Demonstrao do Fluxo de caixa (Sinttico) Em R$.................148
Figura 72 - Oramento da Demonstrao do Fluxo de caixa (Analtico) Em R$................149
Figura 73 - Oramento do Balano Patrimonial em 31/12/2009............................................150
Figura 74 - Oramento da Movimentao do Balano Patrimonial no Perodo.....................151
Figura 75 - Oramento do Balano Patrimonial em 31/01/2010............................................152
Figura 76 - Oramento do Balano Patrimonial Em R$ Mil...............................................153
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - Mix Total de Venda em Quantidade..................................................................... 43
Tabela 02 - Receita de Venda................................................................................................. 43
Tabela 03 - Tributos sobre Venda............................................................................................ 44
Tabela 04 - Receita Bruta......................................................................................................... 44
Tabela 05 - Mix de Produo em Quantidades........................................................................ 45
Tabela 06 - Custo de Fabricao.............................................................................................. 45
Tabela 07 - Posio dos Estoques............................................................................................ 46
Tabela 08 - Despesas Comerciais............................................................................................ 47
Tabela 09 - Despesas Administrativas..................................................................................... 48
Tabela 10 - Clientes................................................................................................................. 49
Tabela 11 - Investimento.......................................................................................................... 50
Tabela 12 - Depreciao Acumulada....................................................................................... 51
Tabela 13 - Fornecedores......................................................................................................... 51
Tabela 14 - Impostos................................................................................................................ 52
Tabela 15 - Provises............................................................................................................... 53
Tabela 16 - Oramento de Emprstimo................................................................................... 54
Tabela 17 - Fluxo de Caixa Direto........................................................................................... 55
Tabela 18 - Balano Patrimonial.............................................................................................. 56
Tabela 19 - Demonstrao do Resultado do Exerccio............................................................ 57
Tabela 20 - Mix de Venda Dentro do Estado Pedido de Venda.............................................. 89
Tabela 21 - Mix de Venda Interestadual.................................................................................. 89
Tabela 22 - Mix de Venda Internacional.................................................................................. 90
Tabela 23 - Mix de Venda para o Perodo em Quantidades....................................................109
Tabela 24 - Lista Bsica de Produtos.....................................................................................123
Tabela 25 - Calculo da Taxa Hora Direta por Setor...............................................................126
Tabela 26 - Clculo da Taxa Hora Indireta da Empresa.........................................................128
Tabela 27 - Clculo da Taxa Hora Total do Setor..................................................................129
12
Tabela 28 - Clculo dos Custos de Mo-de-Obra e Gastos Indiretos do Produto A...............130
Tabela 29 - Resumo da Ficha de Custo...................................................................................131
Tabela 30 - Custos Unitrio dos Produtos..............................................................................131
Tabela 31 - Custo Total dos Produtos.....................................................................................132
13
SUMRIO RESUMO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUO................................................................................................................. 15
1.1 Justificativa................................................................................................................... 15
1.2 Problematizao........................................................................................................... 19
1.3 Objetivos...................................................................................................................... 21
1.3.1 Objetivo geral............................................................................................................... 21
1.4 Pressuposto................................................................................................................... 21
1.5 Metodologia ................................................................................................................ 21
2 A FERRAMENTA DO ORAMENTO............................................................................. 25
2.1 Oramento como instrumento do planejamento estratgico........................................ 25
2.2 Evoluo, conceitos, objetivos e caractersticas do oramento.................................... 28
2.3 Vantagens e desvantagens do oramento..................................................................... 30
2.4 Estrutura do oramento................................................................................................ 31
2.5 Elaborao do oramento............................................................................................. 33
3 SISTEMAS ERP................................................................................................................ 59
3.1 Evoluo, conceitos, objetivos e caractersticas dos ERPs.................................. 59
3.2 O ciclo de vida do ERP................................ 64
3.3 Principais ERPs utilizados no Brasil................................ 70
3.4 Benefcios e dificuldades dos sistemas ERPs...............................................................72
3.5 Sistemas BI (Business Inteligence)..................................... 74
4. MODELO DE IMPLANTAO DO ORAMENTO NO SISTEMA
INTEGRADO DE GESTO............................................................................................. 76
4.1 Conhecendo o sistema ...................................................................................................... 76
4.2 Parametrizando o sistema ............................................................................................. 85
4.3 Customizando o sistema................................................................................................ 85
4.4 Modelo de incorporao do oramento empresarial no sistema
Integrado de Gesto Inteq .......................................................................................... 86
5. SIMULAO DO ORAMENTO EMPRESARIAL UTILIZANDO-SE DA FERRAMENTA DO SISTEMA INTEGRADO DE GESTO...................................103
5.1 Oramento de venda.......................................................................................................105
14
5.2 Oramento de produo.................................................................................................116 5.3 Oramento de estoque....................................................................................................132 5.4 Oramento da despesa operacional................................................................................137 5.5 Oramento de investimento...........................................................................................142 5.6 Oramento de desempenho............................................................................................145 5.7 Avaliao do modelo.....................................................................................................154 CONCLUSO........................................................................................................................156
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS....................................................................................158
APNDICE.............................................................................................................................160
Apndice A Passo a passo na elaborao do oramento empresarial..................................160
Apndice B Questionrio de pesquisas................................................................................201
15
1 INTRODUO
Neste captulo, sero apresentados a justificativa deste trabalho, a sua problematizao, os objetivos, a hiptese de interesse, as variveis envolvidas, a metodologia e a estrutura da dissertao.
1.1 Justificativa
No mundo competitivo atual, so freqentes as mudanas nas condies das
atividades empresariais. Elas so um reflexo da evoluo da estrutura geogrfica, poltica,
econmica, cultural e principalmente tecnolgica. Com o avano tecnolgico, principalmente
acentuado pela globalizao, a humanidade est passando por transformaes sem
precedentes na histria. Ento, As empresas precisam aprender a lidar com estas constantes
alteraes do contexto mundial. (FULLER, 1999, p.92). Para tanto, o planejamento
estratgico o ponto fundamental para nortear as organizaes nesse cenrio de evoluo
contnua. Segundo Porter (1997), uma empresa sem estratgia corre o risco de se transformar
numa folha seca que se move ao capricho dos ventos da concorrncia. Para o mesmo autor, ter
uma estratgia a nica forma de garantir uma posio diferenciada.
Para Lunkes (2003, p.13), o segredo desenvolver estratgias que apiam as
inovaes e o crescimento em tempos de grande incerteza. Para isso, faz-se necessrio tomar
decises com grande rapidez, ser mais flexvel, responder rapidamente s novas necessidades
dos clientes e estar bem preparado para antecipar as ameaas e oportunidades do ambiente.
Neste sentido, crescente a adeso de empresas de grande e mdio porte s ferramentas de
gesto que possibilitam aos administradores subsdios para a tomada de deciso. Entre essas,
duas se destacam por sua importncia; necessidade e potencialidade para o gerenciamento dos
negcios. A primeira representa uma das mais antigas ferramentas da Administrao,
conhecida como oramento. Sua origem uma herana da rea pblica, sendo utilizada pela
primeira vez em uma empresa privada em 1919, pelo ento gerente financeiro da Du pont de
Memours, nos Estados Unidos (ZDANOWICZ, 1989).
Segundo Welsch (1983, p.27), o oramento a expresso monetria das polticas,
planos, objetivos e metas estabelecidas pela alta administrao para a empresa como um todo,
bem como para uma das suas subdivises.
Para Maher (2001, p. 558), o oramento ajuda a planejar, controlar e coordenar as
atividades, a determinar os meios necessrios ao atingimento dos objetivos e a estabelecer
padres contra os quais se mede o desempenho. O alinhamento do plano oramentrio com o
16
planejamento estratgico auxilia a empresa a traar metas de vendas, econmicas e financeiras
mais consistentes e que contribuem para que a empresa atinja seus objetivos. Segundo
Lunkes (2003, p.16), o oramento tornou-se o elo principal na maioria dos sistemas de
gesto usados pelas empresas.
Administrar uma empresa compreende alinhar o esforo de todos na direo dos
objetivos pretendidos pela organizao. O oramento empresarial integrado uma ferramenta
de gesto que pode contribuir bastante, quando aplicado adequadamente, para o
administrador no processo gerencial alcanar o objetivo desejado. Sabe-se que no assim to
simples a sua utilizao, uma vez que o seu sucesso depende principalmente de uma atitude
comportamental das pessoas envolvidas e das ferramentas disponveis para a sua utilizao.
Muitas das deficincias atribudas a programas de oramentos empresariais podem ser
diretamente associadas a atitudes imprprias da administrao, erros de comportamento e da
dificuldade de elaborao e manuseio deste instrumento. Evidentemente, a ferramenta de
oramento no pode, por si mesma, fazer coisa alguma, mas sim os indivduos que a utilizam
que determinam a qualidade de sua administrao. O principal fator do processo
administrativo o comportamental, ou seja, o inter-relacionamento de indivduos e grupos.
Uma funo-chave do administrador a motivao positiva de pessoas sob uma liderana
esclarecida. As aplicaes de um programa de oramento empresarial integrado em termos de
comportamento proporcionam tanto oportunidades quanto problemas.
Ao se projetar e administrar o programa oramentrio, a nfase deve orientar-se
para a maximizao das motivaes positivas dos administradores de todos os nveis. Ao se
focalizarem os efeitos em termos de comportamento, pode ser til se, de vez em quando, se
forem feitos distines entre os pontos de vistas de cada administrador e da empresa como um
todo. Cada um possui as prprias peculiaridades, motivaes e objetivos, que comumente no
caminham juntos com o da empresa. Assim, facilitar a utilizao do oramento dentro da
organizao forma de disponibilizar para os administradores mais uma ferramenta entre
muitas de que as empresas precisam para sobreviver neste mercado cada vez mais
competitivo.
A segunda ferramenta o sistema integrado de gesto, tambm conhecido como
ERP (enterprise resource planning) - planejamento de recursos empresariais. Esse sistema
foi resultante de freqentes evolues do sistema de gesto ao longo do tempo. O incio
ocorreu na dcada de 1970 quando as empresas buscavam a reduo de seus gastos de
fabricao, mais especificamente, com o surgimento do sistema de planejamento das
17
necessidades de materiais, chamado de MRP (material requiremernt planning). Com o
crescimento dos mercados, das empresas e da complexidade de suas linhas de produo, o
MRP tambm evolui nesse cenrio, e uma nova verso lanada nos anos de 1980, batizado
de MRPII (manufacturing resource planning) - planejamento de recursos de manufatura, o
qual nesse momento passa a controlar no s os materiais , como tambm todo o processo de
fabricao. E com a competio cada vez mais acirrada, surge na dcada de 1990 o ERP, com
o desenvolvimento por especialistas de softwares capazes de integrar todas as reas da
empresa, buscando o maior controle possvel das operaes internas.
As empresas reconheceram a necessidade de coordenar as atividades de sua cadeia
de valor, para eliminar desperdcio de recursos, reduzir custos e melhorar o tempo de
respostas s mudanas das necessidades de mercado.
O oramento e o ERP tm em comum o poder de integrar as empresas em todos os
seus departamentos. So as ferramentas ideais para os gestores que buscam informaes para
respostas rpidas, com projeo de curto prazo, normalmente de um ano. Assim esses
instrumentos tornam possvel a tomada de deciso que alinhe a empresa aos seus objetivos.
Para acompanhar essa velocidade, os administradores precisam basear-se em
informaes tempestivas e confiveis. As empresas necessitam ajustar constantemente os seus
processos, seus produtos e negcios. Buscar a reduo de custos, a eficincia e a eficcia
meta sempre presente no cotidiano atual das empresas. Assim o planejamento estratgico
reconhecido pela maioria dos autores como ponto fundamental para quem busca o sucesso.
No basta, no entanto, apenas ter um planejamento estratgico pois, necessrio p-lo em
prtica. O oramento empresarial um dos mais importantes instrumentos para a
operacionalizao das estratgias. Por meio do oramento, as empresas podem traduzir,
implementar, acompanhar, estruturar, motivar e controlar suas estratgias. por esse aspecto
que, apesar das presentes criticas feitas ao oramento, inegvel a sua importncia no
planejamento e no controle, principalmente quando os recursos so escassos para administrar.
Cabe ento aos profissionais aprimor-lo da melhor forma possvel, visando gerao de
informaes tempestivas e confiveis exigidas pelo cenrio atual.
Pensando nesse sentido, este trabalho pretende unir o oramento a outro
instrumento de gesto que vem crescendo em utilizao e importncia nos ltimos tempos o
sistema integrado de gesto ERP. As grandes e mdias empresas j no conseguem
funcionar adequadamente sem o emprego destas ferramentas. Os sistemas integrados de
gesto - ERP foram absorvidos pela cultura empresarial j h algum tempo. Eles vieram para
18
integrar completamente as empresas, eliminando as fronteiras departamentais, mediante de
nico banco de dados, no qual todos influenciam e so influenciados por ele simultaneamente,
fornecendo aos gestores informaes em tempo real das operaes realizadas na empresa, tais
como: venda, compra, pagamento, produo, estoque, lucro etc.
Os softwares de ERP no conseguiram ainda suprir as empresas em relao ao
sistema oramentrio. Silva (2004) relata, em seu relatrio de dissertativo mestrado, um
estudo de caso em duas grandes empresas, no haver muita divergncia quanto aos sistemas
computacionais utilizados na elaborao do oramento, tendo em comum a no-integrao do
sistema oramentrio com o sistema integrado de gesto. Outra semelhana foi a aplicao de
vrios softwares para a montagem do oramento, entre os quais esto o Visual Basic, banco
de dados Access, planilha eletrnica Excel e o prprio ERP, cada um contribuindo com uma
parte no oramento. Essa problemtica apresentada pelas duas empresas no estudo de caso
retrata bem como so montados os oramentos na atualidade, expondo a subutilizao dos
sistemas integrados de gesto na confeco do sistema oramentrio. Essa subutilizao
conseqncia em parte do desinteresse dos fornecedores, de desenvolverem em seus produtos
a funcionalidade do oramento e em parte pelos prprios clientes, que no tentam explorar
todas as funcionalidades e opes para a integrao desses dois sistemas, o que tornaria a
utilizao da ferramenta do oramento mais gil e confivel. Pensando nesta lacuna deixada
pelos softwares de ERP, surgem no mercado sistemas especialistas em oramentos que
prometem maximizar as potencialidades da utilizao do oramento, principalmente no que se
refere projeo e ou simulao de cenrios. So os chamados plannings. Em sua pesquisa,
Silva (2004) cita que a empresa B iniciou a implantao de uma nova ferramenta, fornecida
por terceiros, parcialmente integrada e, antes disso, tentou ativar o mdulo de controle
oramentrio do SAP R/3, mas as duas tentativas foram frustradas por perceberem que os
softwares no atendiam suas necessidades. J a empresa A, h algum tempo est avaliando
softwares de sistema de controle oramentrio (entre eles Cognos, Hyperion, Oracle), mas at
o presente momento no definiu qual ser a ferramenta utilizada.
Alm da pesquisa apresentada por Silva (2004), foi realizado tambm um
levantamento por meio de questionrio em outras empresas localizadas no Estado do Cear. O
universo foi as empresas pertencentes ao mesmo sindicato da empresa do estudo de caso,
SIMEC (Sindicato das Industrias Metalrgicas Mecnicas e de Materiais Eltricos do Estado
do Cear). A populao foi restrita s empresas que apresentavam o nmero de funcionrios
entre 150 a 500, no total de 08 empresas, e a amostra foi determinada pelo nmero de
19
questionrios respondidos, no total de 03 empresas.
O levantamento revelou o alto grau de importncia do sistema ERP e do
oramento empresarial na atual administrao das empresas, como tambm a relevncia de
uma possvel integrao entre essas duas ferramentas, tendo como justificativa a reduo do
custo de elaborao e manuteno do oramento empresarial; confiabilidade e agilidade das
informaes geradas pelo sistema ERP; maior flexibilidade para as reavaliaes necessrias
do oramento empresarial etc. Nenhuma das empresas, participantes do levantamento
entretanto, tinham conhecimento de algum sistema ERP que disponibilizasse em sua estrutura
a funcionalidade do oramento empresarial. Outro ponto apresentado pelo levantamento, vem
corroborar a pesquisa realizada por Silva (2004); a utilizao de softwares paralelos e
complementares ao ERP, como MS Excel, Visual Basic e banco de dados Access, como pode
ser verificado nos questionrios do apndice B deste trabalho.
Como existe deficincia na utilizao dos sistemas integrados de gesto no
tocante funcionalidade do oramento empresarial, levando as empresas a adquirirem
sistemas paralelos para a realizao de seus oramentos. Essa carncia, de integrao entre
essas duas ferramentas, motivou a realizao desta pesquisa, no sentido de apresentar um
modelo que venha a contribuir para a utilizao do sistema integrado de gesto no processo
oramentrio. Atualmente, percebem-se alguns avanos dos fornecedores dos sistemas ERPs
no que toca ao uso da funcionalidade do oramento. Ainda no disponibilizam, entretanto, de
forma satisfatria, essa ferramenta no sistema ERP, pois em alguns casos o sistema oferece
uma funcionalidade parcial para o oramento, no caso de oramento de despesa, resultado.
Em outros, casos essa ferramenta est disponvel em softwares especficos, mas paralelos ao
ERP.
1.2 Problematizao
Em decorrncia da velocidade com que os mercados esto se transformando, as
empresas esto sempre buscando responder o mais rpido possvel s novas necessidades dos
clientes, que continuamente surgem. Como anteriormente citado, a gesto estratgica
fundamental para o bom desempenho das empresas no cenrio atual. Para tanto, a informao
fator-chave nesse processo.
O oramento o instrumento que possibilita a operacionalizao da gesto
estratgica. Conforme Hope (Apud LUUKES, 2003, p.21), o oramento deve funcionar como
uma ferramenta estratgica, devendo incluir as novas estratgias emergentes ou
20
direcionadores de valor, como: inovao, capital intelectual, produtividade, gesto do
conhecimento e informao, foco no mundo, entre outros.
Por outro lado, o oramento duramente criticado por vrios autores ao longo do
tempo. Entre as principais razes para esse questionamento, Hope e Frase apud Lunkes (2003,
p.19) destacam:
a) Eles so baseados na centralizao da gesto e assim atrapalham as tentativas
de mudana organizacional, como: gerenciamento em equipe, delegao e
empowerment;
b) Eles habituam os gestores a incrementar seus resultados fixando tetos para as
expectativas de crescimento e um cho para os custos, impossibilitando assim
melhoria continua de resultados;
c) Eles no incorporam a maioria dos direcionadores de valor, como
conhecimento e capital intelectual. Caractersticas como marcas fortes, pessoas
qualificadas, forte liderana, clientes leais esto fora das medidas
oramentrias;
d) Eles no prevem ao gestor nmeros seguros, pois geralmente metas so
previses que tornam-se rapidamente obsoletas;
e) Eles agem como barreiras na explorao de sinergia entre as unidades
empresariais. Cada gestor defende seus valores, esquecendo-se de atingir o
todo;
f) Eles so burocrticos e consomem muito tempo e dinheiro.
Apesar dessas duras criticas, Kaplan e Norton (2001, p. 292) ressaltam que, antes
de descartar inteiramente o velho oramento, faz-se necessrio substitu-lo por novos
sistemas e processos que cumpram os objetivos crticos pretendidos pelos oramentos. O
oramento atua em vrias funes vitais da empresa. Caso no possa ser utilizado, outra
tcnica ter de tomar seu lugar.
Para Lunkes (2003, p.14), o oramento indispensvel para a administrao de
qualquer empresa, seja qual for o seu tamanho ou sua natureza. Basta lembrar que empresa
sem oramento como navio sem rota definida ou avio sem plano de vo.
Visando a minimizar algumas das deficincias do sistema oramentrio
tradicional, principalmente em relao sua operacionalizao, esta pesquisa pretende por
meio de um modelo, responder seguinte pergunta: como implantar o oramento empresarial
no sistema integrado de gesto (ERP)?. Sua utilizao para a gerao do oramento
empresarial traria aos seus gestores informaes tempestivas e confiveis para a tomada de
deciso.
21
1.3 Objetivos
A presente pesquisa pretende aprofundar os conhecimentos a respeito da utilizao
do sistema integrado de gesto (ERP) na elaborao do oramento empresarial, identificando
os benefcios e dificuldades deste emprego, contextualizando a atual situao no mercado,
culminando no desenvolvimento de um modelo que venha a contribuir na implantao do
oramento empresarial no sistema integrado de gesto.
1.3.1 Objetivo geral
Este trabalho tem como objetivo geral propor um modelo de implantao do
oramento empresarial em um sistema ERP.
1.3.2 Objetivos especficos
Mostrar a relevncia do oramento empresarial, como pea fundamental no
sistema de informao, no contexto do planejamento das empresarial;
verificar o nvel de integrao entre o oramento e o ERP;
identificar e desenvolver as etapas necessrias consolidao do modelo de
implantao do oramento empresarial em um sistema ERP;
avaliar o modelo proposto atravs Simular o modelo em uma empresa do
Estado do Cear.
1.4 Pressuposto
Os Sistemas ERPs no esto satisfatoriamente estruturados para a recepo da
ferramenta do oramento empresarial. Entretanto, a pesquisa tem como pressuposto que os
sistemas ERPs se adaptam introduo da funcionalidade do sistema oramentrio, mantendo
as demais funcionalidades disponveis.
1.5 Metodologia
Visando ao reconhecimento de carter cientfico deste trabalho, busca-se atender
os requisitos bsicos necessrios na metodologia, tendo como objeto de estudo o oramento e
o sistema integrado de gesto (ERP).
Segundo Longaray (2000, p.79), os tipos de investigao que mais se adequam
rea de conhecimento da Contabilidade esto agrupadas em trs categorias: 1) quanto aos
objetivos, que contempla a pesquisa exploratria e descritiva; 2) quanto aos procedimentos,
que aborda o estudo de caso, o levantamento, a pesquisa bibliogrfica, a busca documental e
experimental e 3) quanto abordagem do problema, que compreende a pesquisa qualitativa e
22
a quantitativa.
Levando em considerao as tipologias ora apresentadas, este trabalho est
classificado da seguinte forma:
a) quanto aos objetivos, pode ser classificado como pesquisa exploratria, pois
se procura buscar maior conhecimento sobre o assunto, explorando-o com
profundidade para afluir uma contribuio, com achados novos, sobre o
assunto, a definio de um modelo a ser implantado com base em um estudo
de caso. De acordo com Longaray (2000,p.80), a caracterizao do estudo
como pesquisa exploratria normalmente ocorre quando h pouco
conhecimento sobre a temtica a ser abordada.
b) Quanto aos procedimentos, este trabalho est caracterizado como
bibliogrfico e tambm como estudo de caso, uma vez que parte de
levantamento bibliogrfico de um assunto contemporneo, com observaes
diretas e entrevistas sistemticas, at o desenvolvimento de um modelo a ser
aplicado em um estudo de caso de uma empresa fabricante de bens de capital
do Estado do Cear. Segundo Yin (2001), o estudo de caso o procedimento
preferido quando se colocam questo dos tipo como e por que, quando o
pesquisador tem pouco controle sobre eventos e quando o foco se encontra em
fenmenos contemporneos inseridos em algum contexto da via real. Para o
mesmo autor, utiliza-se essa estratgia de pesquisa quando em situaes que
incluem, entre outros, estudos organizacionais e gerenciais. De acordo com
Yin (2001), h trs casos tpicos para a realizao de um estudo de caso nico:
quando o caso representa todos os aspectos de uma teoria bem formulada;
quando representa um caso extremo; quando representa uma oportunidade
nica de estudo para um determinado pesquisador Neste trabalho, ser
utilizado o estudo de caso nico. O objetivo da utilizao do caso nico
analisar em profundidade o caso em questo: como implantar o oramento
empresarial no sistema integrado de gesto.
c) Quanto abordagem, este trabalho pode ser classificado como uma pesquisa
qualitativa, pois no necessita de tcnicas estatsticas para sua elaborao,
necessitando muito mais de anlise com certo grau de subjetividade.
Primeiramente, busca-se, por meio de levantamento bibliogrfico, um referencial
terico para a pesquisa, identificando os principais aspectos em relao ao oramento
23
empresarial e aos sistemas integrados de gesto, tais como: conceitos, histrico, evoluo,
benefcios, limitaes, utilizaes etc.
Posteriormente, foi realizada pesquisa, um estudo de caso nico, em uma empresa
de bens de capital do Estado do Cear. Os dados foram coletados utilizando-se de observaes
e entrevistas na empresa da pesquisa e no fornecedor do sistema. Foi aplicado tambm um
questionrio em trs empresas pertencentes ao mesmo ramo de atividade da empresa do
estudo de caso. O universo escolhido para aplicao do questionrio foi as empresas
integrantes do mesmo sindicato a que pertence a empresa do estudo de caso, que
apresentavam entre 150 a 500 funcionrios, visando a verificar a atual situao do emprego do
sistema integrado de gesto na elaborao do oramento. Em seguida foi desenvolvido um
modelo de implantao do Oramento Empresarial no sistema ERP, tomando-se por base o
sistema integrado de gesto da empresa do estudo de caso.
O modelo foi desenvolvido levando em considerao os conceitos e caractersticas
citados na literatura. De acordo com Vernadat apud Zancul (2000, pg. 54), Um modelo a
representao de algo. uma abstrao da realidade expressa em termos de um formalismo
especificado por mtodo de modelagem em funo dos objetivos de um usurio.
Para Martins (2000, p.06), A validade de um modelo no campo das cincias
fticas deve ser dar pela verificao confronto com os fatos. A verificao no converte o
modelo em verdadeiro, ou falso. O mesmo autor cita ainda: Os modelos no so
verdadeiros nem falsos, so apenas mais ou menos adequados para certos usos. Em relao
ao seu valor e importncia , Martins (2000, p.06) assevera que: O valor e a significncia de
um modelo no so dados por algo intrnseco: depender do campo no qual vai ser aplicado,
isto , no ser verdadeiro nem falso, mas sim til ou intil
Foi realizada uma simulao do oramento empresarial para o perodo de
jan/2010, utilizando-se do modelo proposto, tomando-se como saldo inicial os valores reais de
31/12/2005. Para realizar essa simulao, a empresa do estudo de caso disponibilizou uma
base de teste de seu sistema integrado de gesto, com as mesmas caractersticas e informaes
constantes na base real datada de 31/12/2005, permitindo, assim, os ajustes necessrios
requeridos pelo modelo, salvo aqueles que exigissem customizao do fornecedor sem uma
prvia autorizao da empresa.
Por outro lado, o fornecedor do sistema disponibilizou um canal de acesso junto
aos seus consultores, o que contribuiu para a realizao desta pesquisa. O modelo pode ser
24
aplicado em muitas outras empresas espalhadas em todas as regies do Pas, que utilizam o
mesmo sistema integrado de gesto da empresa do estudo de caso, como tambm pode servir
de parmetro para que outras empresas que trabalham com outros sistemas ERPs busquem a
incorporao da funcionalidade do oramento empresarial pelos sistema integrado de gesto.
O modelo foi submetido tambm s avaliaes, da empresa em que foi realizada a
pesquisa e do fornecedor do sistema ERP, para a identificao de possveis problemas ou
dificuldades da real utilizao do modelo. Essa avaliao muito importante no s para a
credibilidade e aperfeioamento deste modelo, como tambm para futuros trabalhos
relacionados ao tema.
1.5 Estrutura do Trabalho
A dissertao est estruturada da seguinte forma:
Captulo 1 Introduo. Contem a justificativa, a problematizao, os
objetivos, o pressuposto, a metodologia da pesquisa, organizao do trabalho.
Captulo 2 A Ferramenta do Oramento. Neste captulo, foi abordado o
oramento como instrumento do planejamento estratgico, a origem, conceitos,
evoluo, caractersticas, o ciclo oramentrio, as vantagens e desvantagens, a
estrutura do oramento global e o processo de elaborao do oramento.
Capitulo 3 Sistemas ERP. So apresentados a evoluo, conceitos,
objetivos, caractersticas, o ciclo de vida, principais ERPs utilizados no Brasil e
suas vantagens e desvantagens, uma abordagem sobre os sistemas EBP e a
atual situao da integrao do oramento empresarial ao ERP.
Captulo 4 Modelo de Implantao do Oramento Empresarial no ERP.
Compreende o desenvolvimento do modelo de implantao do oramento
empresarial no sistema integrado de gesto, utilizando-se como referncia a
empresa do estudo de caso e, a avaliao do modelo pela empresa do estudo de
caso e pelo fornecedor do sistema ERP.
Capitulo 5 Simulao do Oramento Empresarial da empresa do estudo
de caso, utilizando-se do modelo desenvolvido para a sua avaliao.
Concluso.
25
2 A FERRAMENTA DO ORAMENTO
De acordo com Catelli apud Lunkes (2003, p.48), O oramento pode ser
sumarizado como um plano de ao detalhado, desenvolvido e distribudo como um guia para
as operaes e como uma base parcial para subseqentes avaliao de desempenho avaliao
de desempenho.
Neste aspecto, o oramento deve estar alinhado aos objetivos da organizao e ao
seu plano estratgico de longo prazo.
2.1 Oramento como instrumento do planejamento estratgico
A estratgia, como muitos outros elementos de que os homens se beneficiam at
hoje. veio em decorrncia da guerra. Conforme Lunkes (2003), a palavra estratgia vem do
grego strategos, a qual uma juno de stratus com ag. A primeira palavra representa o
exercito e a segunda significa liderar. Assim a expresso tem a seguinte traduo: a funo
de general do exrcito. Desde ento vem sendo posto em prtica largamente no exrcito
como fator preponderante do sucesso contra o inimigo. Medidas as propores, percebeu-se
que o mundo dos negcios era uma guerra com batalhas interminveis. Ento, a partir da
Revoluo Industrial, a estratgia entra no contexto dos negcios para nunca mais sair.
Em vista da necessidade de se administrar os recursos sempre escassos da
humanidade, tanto o pensamento militar como o econmico buscaram o aprimoramento das
atividades estratgicas.
Segundo Tavares (2000, p.23), o planejamento evolui em trs distintas fases:
planejamento financeiro - que se deu por volta da metade do sculo XX,
nos Estados Unidos, com a crescente aceitao do oramento, sendo este o
principal dispositivo formal para fazer planos na empresa;
planejamento de longo prazo - a partir dos anos de1960, o planejamento
extrapolava o contexto organizacional por meio de avaliaes do impacto
das decises ativas no longo prazo. Nesta fase o oramento continuava a
formar a base para a implementao e controle de planos, apesar de ambos
- planejamento e oramento - seguirem caminhos prprios;
planejamento estratgico - apesar do termo estratgia ter surgido h muito
tempo nas cincias militares e ser absorvido pelo mundo dos negcios na
26
Revoluo Industrial, s a partir dos anos de1970, a estratgia empresarial
vivenciou os seus anos dourados. A proliferao de conceitos, de escolas de
Administrao, de empresas de consultoria estratgica e de staff de
planejamento refletia a ento crescente aceitao da teoria do planejamento
estratgico. Tais conceitos so aprimorados desde ento.
O planejamento estratgico pode ser conceituado como: na viso de Cunha apud
Lunkes (2003, p.29), o planejamento estratgico um processo que consiste na analise
sistemtica dos pontos fortes da empresa e das oportunidades e ameaas do meio ambiente.
O planejamento pode ser dividido, segundo Lere apud Lunkes (2003, p.30), em
trs tipos distintos:
a) planejamento estratgico - utilizado para perodo de tempo longo,
normalmente de cinco anos. O planejamento estratgico aborda os seguintes
aspectos:
onde a empresa pretende chegar;
avaliao do ambiente dentro do qual ela operar;
Desenvolvimento de estratgias para alcanar o objetivo
pretendido.
O planejamento estratgico est dividido nas fases: elaborao, implantao e
acompanhamento da estratgia;
b) planejamento ttico - normalmente, os planos intermedirios so objetivos na forma de relaes financeiras que sero alcanadas algum dia durante os
prximos trs a cinco anos (proporcionando aos gestores objetivos
quantitativos).
c) planejamento operacional - indica como devem ser administradas as operaes do dia-a-dia. um plano detalhado para as operaes.
2.1.1 Elaborao do Planejamento estratgico.
Na primeira fase do planejamento estratgico aparecem a cultura, os valores e as
relaes de poder. A cultura empresarial o conjunto de pressupostos bsicos que um grupo
inventou, descobriu ou desenvolveu para aprender a lidar com os problemas de adaptao
externa e de integrao interna, que funcionam bem o suficiente para serem considerados
vlidos e ensinados a novos membros como forma correta de perceber, pensar e sentir em
27
relao a esses problemas (SCHEIN, apud LUNKES,2003).
Segundo Lunkes (2003; p.30), a cultura empresarial envolve a histria e o contexto
social da empresa, tipos de pessoas que a empresa atrai, processo de trabalho, modalidade de
comunicao e exerccio da autoridade.
As relaes de poder envolvem a capacidade de uma subunidade, individuo ou
grupo de modificar a conduta de outras subunidades, indivduos ou grupos da organizao, de
uma maneira desejada, e prevenir que eles adotem uma conduta indesejvel.
De acordo com Anthony (2002, p.462), o planejamento estratgico precede a
elaborao do oramento e proporciona a estrutura na qual o oramento se apia.
A figura 01 demonstra a interao da organizao com o individuo, no
desenvolvimento do oramento.
Figura 01 Interao da Organizao com Individuo na elaborao do Oramento - Fonte: Maher (2001, P 560)
Conforme demonstrado na figura 01, a elaborao do oramento dinmica,
aglutinando objetivos, planos, decises e avaliao de desempenho de empregados. Assim,
numa viso global das foras que atuam no estabelecimento do oramento, apresenta-se de
um lado a organizao, com seus objetivos e estratgias, de outro, as pessoas com seus
valores, crenas e objetivos. Ento, traados os objetivos da organizao, estabelecido o plano
estratgico de longo prazo, elabora-se o oramento, levando em considerao as condies
projetadas para o seu perodo. Posteriormente sero mensurados os resultados reais e
Organizao
Objetivos da organizao
Plano estratgico de longo prazo
Condies projetadas p/ perodo de controle
Oramento
Resultados reais do perodo
Avaliao Estratgica
Indivduo
Avaliao do desempenho
Expectativas e crenas do indivduo
Objetivos e valores do indivduo
28
comparados com o oramento, fornecendo no final subsdios para os processos de avaliao
das estratgias estabelecidas por parte da organizao para a obteno de seus objetivos. Os
resultados reais serviro como feed-back para a organizao no alinhamento das estratgias e
ajustamento de seu plano estratgico de longo prazo, e, conseqentemente, no oramento.
Para os indivduos, os resultados reais serviro para a reavaliao de suas expectativas, que
afetaro as condies projetadas para o oramento, como tambm o prprio oramento.
2.2 Evoluo, conceitos, objetivos e caractersticas do oramento
Segundo Maher (2001, p.558), O oramento um dos componentes do plano global de um a organizao para o ano seguinte; o pano global compreende: (1) os objetivos da organizao, (2) o plano estratgico de longo prazo e (3) o oramento (o plano ttico, de curto prazo).
Para o mesmo autor, os objetivos da organizao nada mais so do que os
objetivos que os administradores estabelecem e os empregados procuram atingi-los. Eles
funcionam como filosofia, isto , a diretriz a ser seguida na realizao das operaes pela
empresa.
Segundo Maher (2001, p.559), Os objetivos fixados nos planos de longo prazo
so atingidos em etapas anuais. Esta etapa anual est representada pelo oramento, por meio
do plano para o ano seguinte, ou plano de lucro de curto prazo, como citam alguns autores.
Para Anthony (2002), o oramento apresenta as seguintes caractersticas:
estima o potencial de lucro;
apresentado em termos monetrios, embora as cifras possam ser
fundamentadas em valores no monetrios (como por exemplo; unidades
vendidas ou produzidas);
cobre geralmente o perodo de um ano;
um compromisso gerencial. Os executivos comprometem-se a aceitar a
responsabilidade de atingir os objetivos do oramento;
a proposta oramentria aprovada por autoridade mais alta do que os
responsveis pela execuo do oramento;
uma vez aprovado, o oramento s pode ser alterado sob condies
especiais;
o desempenho financeiro real comparado com o oramento e as variaes
so analisadas e explicadas.
29
Segundo Anthony (2002), a elaborao do oramento tem quatro finalidades
principais:
a) dar forma pormenorizada ao plano estratgico;
b) auxiliar a coordenao das vrias atividades da organizao;
c) definir a responsabilidade dos executivos, autorizar os limites de custos que
eles podem fazer e inform-los do desempenho que deles se espera;
d) obter o reconhecimento de que o oramento o instrumento de avaliao
do real desempenho dos executivos.
De acordo com Anthony (2002) as revises do oramento somente devem ser
justificadas por alteraes significativas das condies existentes, quando o oramento
original for aprovado.
Segundo Atkinson e Kaplan (2000), como em uma casa, o oramento nas
empresas reflete as condies quantitativas de como alocar recursos financeiros para cada
subunidade organizacional, com base em suas atividades e nos objetivos de curto prazo. O
mesmo autor assevera que os oramentos tambm provem meios para comunicar as metas de
curto prazo os seus membros.
O oramento empresarial, conforme descrevem Atkinson e Kaplan (2000), tem
como principal objetivo:
identificar os objetivos organizacionais e as metas de curto prazo;
desenvolver as estratgias de longo prazo e planos de curto prazo;
mensurar e avaliar o realizado versus o orado;
reavaliar e reprogramar os objetivos, metas, estratgias e planos.
Mensurar e avaliar o realizado e o orado em tempo hbil um dos grandes
complicadores da utilizao do oramento. Com a integrao do oramento ao ERP, ter-se-
essa avaliao em tempo real, potencializando, assim, os benefcios da ferramenta do
oramento empresarial na gesto das organizaes.
Para Garrison e Noreen (2001), o oramento um plano detalhado de aquisio e
do uso de recursos financeiros e de outra natureza, durante um perodo especificado.
Representa um plano para o futuro, expresso em termos quantitativos.
Atkinson e Kaplan (2000) explicam que o oramento nas empresas reflete as
condies quantitativas de como alocar recursos financeiros para cada subunidade
organizacional, com base em suas atividades e nos objetivos de curto prazo. Assim,
30
oramento a expresso quantitativa da entrada de dinheiro para determinar se um plano
financeiro atingir os objetivos organizacionais.
O oramento contribui para a integrao dos departamentos e de suas atividades,
possibilitando a harmonizao da empresa para a realizao de seus objetivos. Nesse sentido
Figueiredo e Carggiano (1997) relata que a funo do planejamento oramentrio coordenar
atividades de uma organizao para que os objetivos da empresa sejam alcanados, em vez de
ter somente objetivos departamentais ou divisionais.
O oramento representa um compromisso do executivo do setor orado perante seu
superior hierrquico. Significa um parmetro do desempenho real. Esse compromisso pode
ser alterado se as premissas presumidas no oramento se alterarem, porm o oramento um
excelente ponto de partida para a avaliao de desempenho (ANTHONY, 2002).
Ainda conforme Figueiredo e Carggiano (1997), o planejamento de longo prazo
envolve a determinao dos objetivos da empresa e o desenvolvimento de um plano
apropriado para atingir esses objetivos. O oramento representa, em termos financeiros e a luz
das condies correntes, a expresso destes planos.
O oramento mais til quando elaborado como parte integrante da anlise
estratgica de uma organizao, a qual estuda como a empresa pode combinar melhor suas
prprias capacidades com as oportunidades de mercado, com vistas a alcanar seus objetivos
gerais (HORNGREN, FOSTER E DATAR, 1997).
2.3 Vantagens e desvantagens do oramento
Os oramentos definem metas e objetivos que podem servir de nveis de referncia
para a subseqente avaliao.
Os oramentos coordenam as atividades de toda a organizao, por meio da
integrao dos planos das diversas partes. Alm disso, os oramentos fornecem um meio de
transmitir os planos da administrao a toda a organizao (GARRISON e NOREEN, 2001).
Por outro lado, o oramento vem sendo duramente criticado por vrios autores ao longo do tempo, entre as principais razes para esse questionamento, Hope e Frase apud Lunkes (2003, p.17) destacam sobre o oramento:
baseia-se na centralizao da gesto e assim atrapalha as tentativas de
mudana organizacional, com gerenciamento em equipe, delegao e
empowerment;
31
habitua os gestores a incrementar seus resultados, fixando tetos para as
expectativas de crescimento e um piso para os custos, impossibilitando
assim melhoria continua de resultados;
no incorpora a maioria dos direcionadores de valor, como conhecimento e
capital intelectual. Caractersticas como marcas fortes, pessoas
qualificadas, forte liderana, clientes leais esto fora das medidas
oramentrias;
no prevem para o gestor nmeros seguros, pois geralmente metas so
previses que se tornam rapidamente obsoletas;
agem como barreiras na explorao de sinergia entre as unidades
empresariais. Cada gestor defende seus valores, esquecendo-se de atingir o
todo;
so burocrticos e consomem muito tempo e dinheiro.
Segundo Gomes e Sallas (1997) ,os principais problemas apresentados pelos
oramentos so: os modelos preditivos so de pouca confiabilidade em funo da
instabilidade do meio ambiente; o alcance de curto prazo das medidas utilizadas;
desvinculao das medidas com o contexto social e cultural; sua utilizao como forma de
punio e no como reforo de comportamento positivo e correo de desvios.
2.4 Estrutura do oramento
Segundo Atkinson e Kaplan (2000) o oramento-mestre est dividido em dois
tipos principais: O oramento operacional e o Oramento financeiro.
O oramento global da empresa, quanto a sua estrutura, est dividido em duas grandes peas:
Oramento operacional est relacionado como as decises operacionais
visando a aquisio e o uso de recursos escassos, sendo constitudo dos
seguintes oramentos: Oramento de vendas, Oramento de Produo,
Oramento de Estoques e Oramento de Despesas. O oramento
Operacional, compreende as atividades operacionais da empresa, tais
como: vendas, compras e produo;
Oramento Financeiro est relacionado com os meios de obteno de
recursos necessrios no oramento operacional. Sendo constitudo dos
seguintes oramentos: Oramento de Investimento, Oramento de Caixa e
32
Oramento de Balano Patrimonial. O oramento financeiro, abrange as
conseqncias financeiras resultantes das atividades dos oramentos
operacionais. So eles: o balano patrimonial, a demonstrao do resultado
do exerccio e o fluxo de caixa.
A figura 02 demonstra uma estrutura de oramento segundo a viso de Figueiredo
e Carggiano (1997, p.109)
Figura 02 Estrutura do Oramento Fonte:Figueiredo e Carggiano (1997, p.109)
Oramento de Vendas
Oramento de Produtos Acabados
Oramento de Produo
Matria-Prima Mo de Obra
Direta Gastos Gerais
Fabricao
Relao Materiais
Compras
Oramento de Despesas De Vendas e de
Distribuio
Oramento de Caixa Lucro e
Balano
Oramento de despesa de
Investimento
Oramento de despesa de
P&D
33
2.5 Elaborao do oramento
Segundo Anthony (2002), os processos de elaborao do oramento podem
originar-se de cima para baixo, ou de baixo para cima. O mesmo autor assinala que o
processo de baixo para cima tem maior possibilidade de produzir o esforo para atingir as
metas oradas; contudo, a menos que seja cuidadosamente controlado, esse processo pode
resultar em metas muito fceis de alcanar, ou metas que no condigam com os objetivos
maiores da empresa. Para o mesmo autor, a forma adequada de elaborao de oramento
mistura os dois processos.
Para Anthony (2002), a experincia demonstra que a participao no oramento
(isto , um processo em que o pessoal do setor orado envolvido e influencia a definio
dos valores do oramento) tem efeitos positivos na motivao dos executivos, por duas
razes:
a) maior a possibilidade de aceitao das metas oramentrias se essas so
determinadas com a participao do pessoal e no impostas por ordem
superior. A participao leva a um maior empenho pessoal no cumprimento das
metas;
b) a elaborao do oramento com a participao do pessoal acarreta intercmbio
de informaes importantes. Os valores do oramento aprovados decorrem, em
parte, da experincia dos executivos dos setores orados, que esto realmente
participando das operaes. Alm disso, eles tem um entendimento mais claro
dos pormenores de seu trabalho, por meio da interao com seus superiores,
durante as fases de reviso e de aprovao.
Anthony (2002) ensina que o envolvimento da alta administrao fundamental
para que qualquer sistema oramentrio seja eficaz na motivao das unidades oradas. A alta
administrao deve participar da reviso e da aprovao dos oramentos, e a aprovao no
deve ser apenas uma aplicao de carimbo.
De acordo com Anthony (2002), as revises do oramento somente devem ser justificadas por alteraes significativas das condies existentes quando o oramento for aprovado. Entretanto, com a velocidade das mudanas apresentadas pelo atual cenrio, as revises devem ser realizadas com maior freqncia, o que refora a importncia da funcionalidade do oramento empresarial no sistema integrado de gesto, pois esta integrao possibilitaria essas reavaliaes com maior segurana e rapidez.
Um dos pontos fundamentais para o incio do processo oramentrio, a definio
34
dos responsveis pela administrao do oramento, dependendo do tamanho da empresa,
pode ou no ser um departamento.
Segundo Anthony (2002, p.470) os responsveis pelo oramento tm as seguintes
funes:
editar procedimentos e formulrios para elaborao do oramento;
coordenar e publicar anualmente as hipteses da matriz que devem ser
consideradas nos oramentos, como, por exemplo, as conjunturas sobre a
economia;
assegurar de que as informaes sejam adequadamente comunicadas a
todos os setores da organizao;
dar assistncia a todos os setores para a elaborao de seus oramentos;
examinar os oramentos propostos e fazer recomendaes, primeiramente
aos setores que os elaboram e, em seguida, alta administrao;
controlar o processo de reviso do oramento durante o ano;
coordenar o trabalho dos departamentos de oramento das unidades abaixo
da matriz;
comparar o desempenho real com o orado, interpretar resultados e
preparar resumos para a alta administrao.
Alm da definio dos responsveis pela administrao do oramento, faz-se
necessrio a criao de uma comisso de oramento.
Conforme Anthony (2002), a comisso de oramento consiste em membros da alta
administrao, como executivo chefe, o diretor executivo e o diretor financeiro. Em algumas
empresas, o executivo chefe decide sem que exista uma comisso. Em grandes empresas
diversificadas, a comisso do oramento pode reunir-se apenas com a diretoria, para revisar o
oramento de uma unidade ou de um grupo de unidades. Em algumas dessas empresas, no
entanto, cada executivo de unidade se rene com a comisso de oramento e apresenta suas
propostas. Geralmente as comisses de oramento devem aprovar as principais revises do
oramento feitas durante o ano. Maher (2001, p.561) assegura que:
embora cada organizao tenha sua prpria forma de estabelecer seu oramento, esse
processo envolve alguns elementos que so comuns a todas as organizaes. Aps os
objetivos, as estratgias e os planos de longo prazo terem sidos estabelecidos, comea
o trabalho no oramento....
35
De acordo Anthony (2002), exista ou no um plano estratgico, o primeiro passo
do processo de elaborao do oramento a determinao de parmetros para essa elaborao
e a divulgao desses parmetros entre todos os executivos. Tais parmetros so aqueles
implcitos no plano estratgico, modificados esses pelos eventos que podem ter ocorrido aps
sua aprovao, especialmente o desempenho da empresa no ano em curso e suas perspectivas.
Como explicado anteriormente, antes do inicio do processo oramentrio, as
empresas preciso definir os seus objetivos organizacionais. Posteriormente as empresas
devero desenvolver a estratgia de longo prazo e os planos de curto prazo, como tambm
devem levar em considerao os ambientes macro e microeconmicos.
No ambiente macroeconmico esto as variveis que afetam os planos da
organizao e o comportamento dos elementos do micro-ambiente. So elas:
variveis demogrficas - so as caractersticas demogrficas do pblico que a
empresa pretende atingir, ou seja: idade, ..., sexo, localizao, ocupao, tamanho
da populao e outros dados estatsticos;
variveis econmicas - so os fatores que afetam o poder de compra e os padres
dos gastos do consumidor. Que dependendo da situao econmica do pas, pode
ser bastante conturbado, flutuando de acordo com o plano econmico para cima ou
para baixo;
variveis naturais - so os recursos naturais que a empresa utiliza na sua
produo e que afetam quando produz, principalmente hoje que h uma
preocupao genrica para que no se polua o ambiente natural;
variveis tecnolgicas - so as foras que geram oportunidades para criao de
novos produtos e que exigem da empresa adaptaes constantes ao ritmo acelerado
das mudanas tecnolgicas dos seus concorrentes;
variveis polticas - so as leis que influenciam e limitam a empresa;
variveis culturais - so as instituies e foras que afetam os valores bsicos, as
preocupaes, as preferncias e o comportamento da sociedade;
No ambiente Microeconmico esto os fatores estritamente relacionados com a
atividade operacional da empresa:
a empresa - conhecer a empresa nos seus detalhes, tais como: o seu ramo de
atividade, tamanho, nmero de funcionrio, faturamento, legislao a que est
subordinada, o grau de tecnologia a qual trabalha, o produto, etc;
36
clientes - so pessoas e organizaes que compram os produtos oferecidos, sobre
os quais a empresa obrigatoriamente deve ter profundo conhecimento, como
tambm manter um bom relacionamento aps a venda;
concorrentes conhecer o potencial de seus concorrentes;
os fornecedores - conhecer os fornecedores e sua capacidade de suprimento e as
condies oferecidas, tais como: preo, prazo, pontualidade, segurana, qualidade,
etc;
os intermedirios - so as pessoas fsicas ou jurdicas que ajudam a promover,
distribuir e vender o produto da empresa.
Outro ponto fundamental no processo do Oramento Empresarial a definio das
premissas bsicas que norteiam a sua elaborao, tais como:
a) Premissas de Mercado/Venda;
b) Premissas de Produo;
c) Premissas de Estoque;
d) Premissas de Compras;
e) Premissas de Clientes;
f) Premissas de Investimento;
g) Premissas de resultado.
Definidas as premissas, comea a montagem do oramento, o qual est dividido,
como visto anteriormente, em duas grandes peas. O oramento operacional e o oramento
financeiro.
O oramento operacional compreende todas as atividades operacionais da
empresa. Segundo Figueiredo e Carggiano (1997), o primeiro estgio do exerccio
oramentrio a determinao dos fatores chaves, ou restries, que impem os limites gerais
aos planos oramentrios. Entre estes fatores esto a capacidade produtiva da planta
operacional, os recursos financeiros disponveis e, naturalmente, as condies do mercado,
que impem os limites de sadas que a firma ser capaz de vender. A figura 03 apresenta a
estrutura do oramento empresarial (global), a qual servir de base para o desenvolvimento do
modelo de elaborao do oramento empresarial.
37
Figura 03 Oramento Global Fonte: Autor
2.5.1 Oramento operacional
2.5.1.1 Oramento de venda
A pea mais importante de todo o oramento operacional a previso de vendas.
Atravs do oramento de vendas, todos os demais oramentos sero montados. Da a
relevncia para a determinao do mix de venda, ou seja, o que vender? Para quem vender?
Quando vender e por quanto vender?
De acordo com Figueiredo e Carggiano (1997), normalmente do ponto de vista
gerencial, a questo crtica ; o que a firma capaz de vender no perodo oramentrio? Esta
questo resume todos os limites dos planos oramentrios. Por essa razo o oramento de
vendas , por sua vez, o ponto de partida e o suporte do na elaborao do oramento.
Para Atkinson e Kaplan (2000) os planos de vendas fornecem a base para outros
planos adquirirem os fatores necessrios produo.
Para a determinao do oramento de vendas, as empresas podem empregar
inmeros mtodos. Conforme Figueiredo e Carggiano (1997, p.110), existem vrios mtodos
de projeo de vendas, por exemplo:
o mtodo da composio da fora de vendas. Este mtodo responsabiliza os
vendedores individualmente pela elaborao de sua prpria projeo de
38
vendas. A vantagem desse mtodo que, se o oramento participativo
encorajado, o staff de vendas deve auxiliar na projeo de vendas;
a anlise do mercado e fatores setoriais. Esse mtodo reconhece a importncia
de fatores que no so de conhecimento da fora de vendas, como a projeo
do produto nacional bruto, renda percapita, nveis de emprego e de preos, etc;
uma anlise estatstica das flutuaes temporais. As vendas so geralmente
afetadas por quatro fatores bsicos: tendncias de crescimento, flutuaes
cclicas do negcio, flutuaes sazonais e variaes irregulares na demanda.
Uma anlise das sries temporais de vendas um mtodo estatstico de separar
o impacto desses vrios fatores nas vendas. O resultado dessa analise aplicado
a projeo das vendas um meio de se testar a qualidade desta projeo;
tcnicas matemticas de projeo de vendas. Nos anos recentes as tcnicas
matemticas tem sido aplicadas no estado do relacionamento entre as
tendncias econmicas e os padres de vendas da firma atravs do tempo, para
se chegar a projeo de vendas futuras. Essas tcnicas usualmente requerem o
uso de computadores. Uma dessas tcnicas conhecida por analise
exponencial, que na realidade uma projeo das vendas futuras baseada nos
dados histricos das vendas correntes, ponderados de maneira que as
informaes mais recentes de lucro tenham maior importncia.
Para Atkinson (2000), as empresas desenvolvem a previso de demanda de muitas
formas. Algumas usam pesquisas de mercado sofisticadas, administradas por peritos externos
ou por seu prprio pessoal de vendas. Outras empresas usam modelos estatsticos, que geram
previso de demanda, baseada em tendncias e previses das atividades econmicas na
economia, e a relao com os padres de vendas passadas, para essas atividades econmicas.
Outras empresas, simplesmente, assumem que a demanda crescer ou declinar, por alguma
taxa estimada, em funo dos nveis de demanda prvios.
Corroborando o que os outros autores afirmam, a importncia e dificuldade do
oramento de vendas, Maher (2001) reconhece que a previso de venda dos perodos
seguintes talvez seja o aspecto mais difcil da elaborao do oramento, dada a subjetividade
a envolvida.
Para Maher (2001, p.562), na elaborao do oramento de vendas, os
administradores podem utilizar vrios mtodos de determinao da previso de vendas, tais
como:
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equipe de vendas o pessoal de vendas encontra-se na posio
privilegiada de estar prximo aos clientes; por isso, pode ser o grupo que,
na companhia, detm melhores informaes sobre as necessidades
imediatas e de mdio prazo dos clientes;
equipe de pesquisa de mercado para checar as previses apresentadas
pela equipe de vendas, a administrao freqentemente recorre equipe de
pesquisa de mercado;
tcnica delphi mtodo de previso no qual as previses individuais dos
membros de um grupo so submetidas normalmente ao grupo, que as
avalia integralmente;
anlise de tendncias mtodo estatstico que varia de simples
extrapolao visual de pontos em um grfico at sofisticada anlise de
series temporais;
modelos economtricos mtodos estatstico de previso de dados
econmicos que utiliza modelos de regresso.
Lunkes (2003, p.61) afirma que o oramento de vendas a base para todas as
outras peas oramentrias; caso no seja preciso, as outras estimativas tambm sero
incertas. Para o mesmo autor, o oramento de vendas determinado aps profunda analise
dos fatores internos e externos. Dentre os fatores internos pode-se mencionar: capacidade
produtiva (localizao, tamanho e idade da planta, nvel de automao, logstica, qualidade,
produtividade, disponibilidade de matria prima e mo-de-obra, entre outros); P&D e
engenharia e gesto e finanas.
Entre os fatores externos, os mais mencionados so: mercado (potencialidade do
mercado, diferenciao do produto, sazonalidade, mercados cativos, lucratividade do setor,
nvel de renda dos clientes, entre outros); a economia e o governo (inflao, impacto das
mudanas externas, nvel salarial, disponibilidade de material e mo-de-obra, legislao e
impostos, entre outros); tecnolgicos (inovao, maturidade e volatilidade, necessidade de
P&D de produtos e processos, entre outros); a sociedade e a cultura (impactos ambientais,
cdigos de defesa do consumidor, mudanas demogrficas, qualidade e mercados
internacionais).
Estabelecido o mix de venda previsto para o oramento, com a definio dos
preos e prazos de entrega e recebimento, monta-se o oramento das receitas e dos impostos
sobre as vendas, conforme abaixo:
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a) Mix de venda (volume de vendas)
volume de venda dentro do Estado;
volume de venda fora do Estado;
volume de venda fora do Pais.
b) Preo de venda
preo de venda dentro do Estado;
preo de venda fora do Estado;
preo de venda fora do Pais.
c) Receita de vendas
receita de venda dentro do Estado;
receita de venda fora do Estado;
receita de venda fora do Pais.
d) Tributos (impostos e contribuies) sobre vendas
impostos e contribuies sobre venda dentro do Estado;
impostos e contribuies sobre venda fora do Estado.
e) Faturamento bruto
2.5.1.2 Oramento de estoques
Levando-se em considerao as polticas de vendas, produo e estocagem monta-
se o oramento do estoque. O qual dividido em:
estoque de matria-prima;
estoque de elaborao;
estoque de produtos acabados.
2.5.1.3 Oramento de produo
Definida as quantidades necessrias para atender ao mix de venda ao nvel de
estoque estabelecido nos oramentos anteriores, a rea de produo trabalham com o seu
oramento de produo.
2.5.1.3.1 Mix de produo
So as quantidade e os produtos a serem produzidas afim de satisfazer ao volume
programado das vendas e a poltica de estoque.
2.5.1.3.2 Oramento do custo de produo
Aqui sero orados os custos decorrentes da fabricao dos produtos do oramento
de produo, que dividido em:
41
custo da matria-prima;
custo da mo-de-obra direta;
custo da mo-de-obra indireta;
custo do material indireto;
gastos gerais de fabricao.
2.5.1.3.3 Despesa de produo
So todas as despesas da rea de produo (mo-de-obra direta, mo-de-obra
indireta, material indireto , gastos gerais de fabricao), ou seja o oramento de despesa do
setor industrial.
2.5.1.3.3 Horas/trabalho de produo
So as quantidade de horas trabalhadas dentro da fbrica para a produo do mix,
de acordo com o tempo padro estipulado para a fabricao de uma unidade de cada produto.
2.5.1.3.4 Estrutura de produo
So as estruturas e ndices indispensveis para a elaborao do oramento. O
primeiro passo a determinao da lista bsica de cada produto a ser fabricado, nesta esto os
recursos necessrios para a fabricao de uma unidade de cada produto. Normalmente esses
recursos so divididos nas etapas de produo em que cada produto est submetido. A
estrutura de produo apresenta os seguintes tpicos:
estrutura padro para a elaborao de uma unidade do produto. Composto das
quantidades de mo-de-obra e matrias-primas necessrias;
ndices das matrias-primas so as informaes exigidas para o
dimensionamento das compras/prazos/custos/impostos;
estrutura de compra representa o volume de matria-prima a ser adquirida
para atender ao mix de produo e premissa de estoque; o valor das compras de
matria-prima (tabela que demonstra o valor das compras), utilizando-se o volume
vezes (preo+frete+IPI); o valor dos impostos das compras (IPI, ICMS), e o valor
de custo das compras, a qual ser ingressado no estoque de matria-prima.
2.5.1.4 Oramento de despesa operacional
O oramento de despesa deve ser segmentado por departamento, passando assim, a
responsabilidade aos encarregados de cada setor na elaborao dos respectivos oramentos.
As despesas operacionais normalmente esto divididas em dois grandes grupos:
despesa comercial;
42
despesa administrativa.
2.5.2 Oramento financeiro
Conforme citado anteriormente oramento financeiro constitudo do oramento
de investimento e do oramento.de desempenho.
2.5.2.1 Investimento
O oramento de investimento representado pelas inverses necessrias a serem
realizada no perodo oramentrio, conforme o plano de investimento traado.
2.5.2.2 Desempenho
O oramento de desempenho representa o resultado final das transaes contidas
em todos os oramentos vistos anteriormente. Normalmente est representado pelas
demonstraes financeiras, conforme seguem:
demonstrao do resultado do exerccio
fluxo de caixa.
balano patrimonial
2.5.3 Exemplo da elaborao de um oramento empresarial
Apresenta-se a seguir um exemplo sinttico dos passos para a elaborao de um
oramento empresarial, com as principais peas que constitui um oramento dessa natureza.
No apndice A, o respectivo exemplo apresentado de forma analtica e completa, com todos
os passos e peas para a elaborao do oramento empresarial. As informaes contidas neste
exemplo so meramente ilustrativas, no tendo nenhuma relao com o modelo do oramento
da empresa do estudo de caso a ser apresentado no quarto captulo. Esse exemplo tem como
objetivo ilustrar a prtica da elaborao de um oramento empresarial, e contribuir para o
entendimento da utilizao dessa ferramenta.
2.5.3.1 Oramento de vendas
O oramento de venda o verdadeiro alicerce para um bom oramento
empresarial. O que explica a importncia de uma coerente previso de vendas por parte dos
responsveis da rea, que podem utilizar os mais vrios mtodos de previso..
2.5.3.1.1 Oramento do mix total de venda em quantidade
Aqui so oradas todas as quantidades de todos os produtos a serem
comercializados dentro do perodo em que abrange o oramento, ou seja o mix de venda que a
empresa pretende vender para atingir sua meta de resultado. Esse oramento de quantidades
deve ser segmentado entre as vendas a ser realizadas dentro do Estado e fora do Estado, uma
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vez que a legislao de ICMS trata diferente, em termos de alquota, essas duas operaes. Na
tabela 01, apresenta-se o mix total de venda em quantidade.
Tabela 01 Mix Total de Venda em Quantidade
Produtos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TotalA 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 600 B 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 480 C 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 360 D 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 240 E 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 120
Fonte: Autor
2.5.3.1.2 Oramento de preo de venda
O preo dos produtos do mix de venda deve ser pr determinado na constituio
de um oramento de venda, tanto dentro, como fora do Estado, pois o mesmo exerce uma
influncia fundamental na deciso de compra dos clientes, conseqentemente, na realizao
das previses de venda.
2.5.3.1.3 Receita de venda
A receita de vendas representa o somatrio, do produto do mix de venda pelo
respectivo preo, de todas as vendas realizadas pela empresa, ou seja, aquelas originadas
dentro e fora do Estado. A receita de venda apresenta na tabela 02.
Tabela 02 Receita de Venda
Produtos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
A 2.443 2.443 2.443 2.443 2.443 2.443 2.443 2.443 2.443 2.443 2.443 2.443 29.318
B 2.736 2.736 2.736 2.736 2.736 2.736 2.736 2.736 2.736 2.736 2.736 2.736 32.836
C 2.639 2.639 2.639 2.639 2.639 2.639 2.639 2.639 2.639 2.639 2.639 2.639 31.664
D 2.150 2.150 2.150 2.150 2.150 2.150 2.150 2.150 2.150 2.150 2.150 2.150 25.800
E 1.466 1.466 1.466 1.466 1.466 1.466 1.466 1.466 1.466 1.466 1.466 1.466 17.591
TOTAL 11.434 11.434 11.434 11.434 11.434 11.434 11.434 11.434 11.434 11.434 11.434 11.434 137.209
Fonte:Autor 2.5.3.1.4 Tributos sobre venda
Os tributos sobre venda correspondem ao somatrio dos impostos e contribuies
sociais incidentes sobre a receita de venda, conforme apresentado na tabela 03.
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Tabela 03 Tributos sobre Venda
Produtos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
A 677 677 677 677 677 677 677 677 677 677 677 677 8.127
B 759 759 759 759 759 759 759 759 759 759 759 759 9.102
C 731 731 731 731 731 731 731 731 731 731 731 731 8.777
D 596 596 596 596 596 596 596 596 596 596 596 596 7.152
E 406 406 406 406 406 406 406 406 406 406 406 406 4.876
TOTAL 3.170 3.170 3.170 3.170 3.170 3.170 3.170 3.170 3.170 3.170 3.170 3.170 38.034
Fonte:Autor 2.5.3.1.5 Receita bruta
Corresponde a receita de venda mais o valor do imposto de produtos
industrializados- IPI, ou seja, o valor a ser faturado e recebido do cliente, indicado na tabela
04.
Tabela 04 Receita Bruta
Produtos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
A 2.688 2.688 2.688 2.688 2.688 2.688 2.688 2.688 2.688 2.688 2.688 2.688 32.250
B 3.010 3.010 3.010 3.010 3.010 3.010 3.010 3.010 3.010 3.010 3.010 3.0