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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE CIRURGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIRURGIA
CAROLINA VANNUCCI VASCONCELLOS
MODELO EXPERIMENTAL DE PESQUISA DO LINFONODO SENTINELA EM
CANAL ANAL DE CADELA UTILIZANDO-SE TECNÉCIO E AZUL DE
METILENO
FORTALEZA – CEARÁ
2014
2
CAROLINA VANNUCCI VASCONCELLOS
MODELO EXPERIMENTAL DE PESQUISA DO LINFONODO SENTINELA EM
CANAL ANAL DE CADELA UTILIZANDO-SE TECNÉCIO E AZUL DE
METILENO
Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de
Pós-Graduação Stricto Sensu em Cirurgia da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal do Ceará como
requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em
Ciências Médico-Cirúrgicas
Orientador: Prof. Dr. Lusmar Veras Rodrigues.
FORTALEZA
2014
3
4
CAROLINA VANNUCCI VASCONCELLOS
MODELO EXPERIMENTAL DE PESQUISA DO LINFONODO SENTINELA EM
CANAL ANAL DE CADELA UTILIZANDO-SE TECNÉCIO E AZUL DE
METILENO
Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de
Pós-Graduação Stricto Sensu em Cirurgia da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal do Ceará como
requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em
Ciências Médico-Cirúrgicas.
Orientador: Prof. Dr. Lusmar Veras Rodrigues
Aprovada em ______/______/______
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Prof. Dr. Lusmar Veras Rodrigues
Orientador
_________________________________________
Profª. Drª. Sthela Maria Murad Regadas
Universidade Federal do Ceará – UFC
_________________________________________
Profª. Drª.Doryane Maria dos Reis Lima
Universidade Assis Gurgacz – FAG
5
“In God we trust. All others must bring data.”
(W. Edward Deming).
6
Dedico essa dissertação:
A Deus, pela presença viva e incontáveis
lições de fé e entrega para que possamos
aprender a aceitar o que não podemos mudar,
ter coragem para mudar o que podemos e
sabedoria para entendermos a diferença.
Aos meus pais, Laércio e Neice, pelo apoio
incondicional e por sempre me estimularem a
dar o melhor de mim.
À minha irmã, Mariana, por ser uma amiga e
companheira para todas as horas.
Aos meus filhos, Augusto e Vitor, pelo
carinho de todas as horas.
Aos meus avós, especialmente à Dona
Therezinha Vedolin (in memorian), cujo
exemplo me inspirou a lecionar para não só
propagar conhecimento, mas também para
aprender e se realizar.
Aos pesquisadores que motivam e acreditam
no potencial daqueles que estão iniciando a
prática científica.
Aos animais utilizados em pesquisas, que tanto
contribuem para o engrandecimento da
ciência.
Sem vocês, este trabalho não teria sido
possível.
7
AGRADECIMENTOS
Ao Professor LUSMAR VERAS RODRIGUES, Titular do Departamento de Cirurgia da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará e Vice-Coordenador do Programa
de Pós-Graduação em Cirurgia da Universidade Federal do Ceará, pelo imprescindível apoio e
por sua disponibilidade, competência, paciência e dedicação durante a orientação deste
trabalho.
Ao Professor PAULO ROBERTO LEITÃO DE VASCONCELOS, Titular do Departamento
de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará e Coordenador do
Programa de Pós-Graduação em Cirurgia do Departamento de Cirurgia da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal do Ceará, pela competência e disponibilidade durante
minha estadia no programa.
Ao Professor LUIZ GONZAGA PORTO PINHEIRO, Titular do Departamento de Cirurgia da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará e Coordenador do Laboratório de
Cirurgia Experimental Dr. Saul Goldenberg, pelo apoio e pela dedicação em partilhar seus
conhecimentos sobre o Linfonodo Sentinela e sua paixão pela Ciência.
À Professora MÁRCIA VALÉRIA PITOMBEIRA FERREIRA, Professora Associada da
Universidade Federal do Ceará, pela sua disponibilidade e dedicação durante o projeto de
pesquisa.
Ao Dr. RICARDO VALE ALBINO OLIVEIRA FILHO, médico nuclear, pela ajuda
inestimável durante os procedimentos experimentais e pela paciência de nos acompanhar e
ensinar durante nosso aprendizado.
À Srta. MAYARA ALVES, Farmacêutica, Pós-graduada em Citologia Esfoliativa e Onco-
hematologia pela Universidade Federal do Ceará e Doutoranda pelo Programa de Pós-
Graduação em Biotecnologia da Universidade Federal do Ceará; pela sua dedicação aos
experimentos laboratoriais e pelo companheirismo durante todo esse processo.
À Srta. RAÍSSA PONTES RODRIGUES, Graduanda do curso de Medicina da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal do Ceará e Monitora do Laboratório de Cirurgia
Experimental Dr. Saul Goldenberg, cuja disponibilidade e interesse também foram
fundamentais para o sucesso desse trabalho.
Ao Sr. SÉRGIO LUIZ ARARUNA DA SILVA, Graduando do curso de Medicina da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará e Bolsista de Iniciação Científica
em Cirurgia Experimental pela FUNCAP, pela participação nos experimentos e auxílio
durante a redação desta dissertação.
Às Sras. MARIA LUCIENE VIEIRA DE OLIVEIRA e MAGDA MARIA GOMES
FONTENELE, secretárias da Pós Graduação Strictu Sensu do Departamento de Cirurgia da
Universidade Federal do Ceará, pela inesgotável disposição em ajudar.
8
Ao Sr. RAIMUNDO ESTEVAM CAVALCANTE, funcionário do Laboratório de Cirurgia
Experimental Dr. Saul Goldenberg e tratador dos animais utilizados nessa pesquisa, pelo seu
carinho e dedicação para com esses animais.
À Sra. PATRÍCIA GIRÃO GARCIA, ex-gerente do Laboratório de Cirurgia Experimental
Dr. Saul Goldenberg, pela disponibilidade em sempre nos ajudar com as questões burocráticas
e imprevistos referentes aos experimentos.
À equipe do Laboratório de Cirurgia Experimental Dr. Saul Goldenberg pela admirável
dedicação para com a cirurgia experimental e à pesquisa oncológica.
À Clínica de Radiologia e Medicina Nuclear Omnimagem, que forneceu o 99mTc Fitato para
que nossos experimentos pudessem ser realizados.
9
RESUMO
Os benefícios da identificação do linfonodo sentinela no tratamento do câncer em vários
órgãos e locais já estão bem definidos, porém há uma carência de estudos em relação ao
câncer de canal anal, principalmente pela ausência de modelos experimentais com esse fim.
Neste estudo propôs-se um modelo para pesquisa do linfonodo sentinela no canal anal em
cães. Foram selecionados 13 cães mestiços da espécie Canis familiaris, fêmeas, com peso
aproximado de 10,9kg e idade variando de 12 a 24 meses, provenientes do Centro de Controle
de Zoonoses do Município de Fortaleza; distribuídas em dois grupos (I e II) de acordo com o
local de injeção dos marcadores no canal anal. Após anestesia geral, as cadelas do grupo I
receberam injeção de 0,5 ml de 99mTc e 5ml de azul de metileno 1% em região anterior do
canal anal, e as cadelas do grupo II receberam injeção dos marcadores na região posterior do
canal anal. Após 30 minutos da injeção do radiofármaco, as regiões inguinais foram
dissecadas em busca de linfonodos marcados com o corante vital ou radiofármaco através da
captação de radiatividade do linfonodo pelo aparelho Gamma-Probe. Posteriormente, foi
realizada laparotomia do animal em busca de linfonodos marcados em cadeias ilíacas e
pararretais. Todos os linfonodos marcados foram retirados e enviados para análise
histopatológica. No total, foram marcados 34 linfonodos em ambos os grupos. O método de
detecção com azul de metileno 1% corou 13,6 vezes mais linfonodos no grupo I e 15,8 mais
linfonodos no grupo II, com baixa concordância pelo coeficiente de Kappa. A curva ROC
comparando os dois métodos mostrou maior especificidade do radiocolóide. Ambos os
métodos encontraram mais linfonodos em cadeia ilíaca direita tanto no grupo I como no grupo
II. O grupo II mostrou maior marcação de linfonodos unilaterais pelo método de corante vital
com significância pelo teste exato de Fischer unicaudal (p=0,043), mas o tecnécio não tendeu
a mostrar diferença significante entre a marcação de linfonodos unilaterais ou bilaterais.
Apenas um linfonodo, marcado apenas com azul, não foi confirmado como tecido linfoide na
análise histopatológica. Conclui-se que o método de detecção do linfonodo sentinela de canal
anal na cadela pelo azul de metileno e o tecnécio é factível e possui um alto grau de acurácia.
Palavras-chave: Linfonodo Sentinela. Canal Anal. Cães.
10
ABSTRACT
The benefits of the sentinel node detection on the treatment of various neoplasms are already
well defined, but there’s a lack of studies regarding the anal canal cancer, especially due to
the lack of an experimental model specifically for that. This study aims to propose an
experimental model for the detection of the sentinel lymph node in the anal canal of dogs. The
experiment was performed at the Laboratory of Experimental Surgery Pr. Saul Goldenberg,
linked to the Department of Surgery, Faculty of Medicine of the Federal University of Ceará.
13 healthy bitches from the species Canis Familiaris with mean weight of 10,9kg and mean
estimated age between 12 and 24 months were selected through the Municipal Centre of
Zoonosis of Fortaleza (CCZ), distributed in two groups (I and II) defined by the site of
injection of the nodal markers in the anal canal. The bitches were anesthetized by a
veterinarian and then the animals from Group I received 0,5ml of 99mTc and 0,5ml of
methylene blue dye at the anterior region of the anal canal; and the Group II received the
same dosis of those markers at the posterior region of the anal canal. After 30 minutes, the
inguinal region was bilaterally incised to dissect marked nodes by blue dye and radioactive
irradiation with the help of a gamma-probe device. Then a laparotomy was performed to
search for marked nodes in iliac and pararretal region at the same way. All marked nodes
were sent to histological analysis. 34 nodes were found in both groups, and the methylene
blue dye marked 13,6 more nodes on group I and 15,8 more nodes on group II than the
radiocolloid, The Kappa coefficient confirmed a low agreement between the both methods,
and the ROC curve analysis pointed the radiocolloid as more specific than the methylene blue
dye. Both groups provided more marked nodes at the right iliac nodes. The group II had more
unilateral marked nodes than the group I. Only one node, marked only with methylene blue
dye, wasn’t confirmed as lymphoid tissue on histological analysis. Thus we concluded this
animal model of sentinel lymph node detection as feasible and accurate to the study of the
anal canal lymphatic drainage.
Keywords: Sentinel Lymph Node, anal canal.
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Aparelho de Anestesia veterinária Hipnos do Laboratório de Cirurgia Experimental
Dr. Saul Goldenberg – GEEON ............................................................................................... 33
Figura 2 - Gamma-probe NuclearLab DGC-II do Laboratório de Cirurgia Experimental Dr.
Saul Goldenberg – GEEON ...................................................................................................... 34
Figura 3 - Delineamento do experimento ................................................................................. 35
Figura 4 - Pontos de injeção dos marcadores no canal anal da cadela, onde A é o ponto de
injeção anterior (grupo I) e B é o ponto de injeção posterior (grupo II) .................................. 36
Figura 5 - Injeção do radiocolóide na região posterior de canal anal. ...................................... 36
Figura 6 - Injeção de corante na região posterior de canal anal. .............................................. 37
Figura 7 - Rastreamento do leito inguinomamário da cadela com Gamma-Probe ................... 37
Figura 8 - Detecção de área captante em dissecção inguinal ................................................... 38
Figura 9 – Detecção de linfonodo intra-abdominal com captação de marcador radioativo in
vivo. .......................................................................................................................................... 39
Figura 10- Linfonodo retirado de cadeia pararretal com captação positiva de marcador
radioativo ex vivo ...................................................................................................................... 39
12
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14
1.1. O Linfonodo Sentinela – Conceito e Histórico: ................................................................ 17
1.2. Métodos de detecção do Linfonodo Sentinela:.................................................................. 21
1.2.1. Mapeamento linfático por injeção de corante vital: .................................................. 22
1.2.2. Mapeamento linfático por contraste radiopaco: ....................................................... 23
1.2.3. Mapeamento por coloides radiomarcados e detecção de radiação gamma
intraoperatória: ...................................................................................................................... 23
1.2.4. Combinação do método de mapeamento linfático por corante vital e por coloides
radiomarcados: ....................................................................................................................... 25
1.3. Aplicação da técnica do Linfonodo Sentinela em neoplasias de canal anal:..................... 26
2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 31
2.1. Objetivos gerais ................................................................................................................. 31
2.2. Objetivos Específicos: ....................................................................................................... 31
3. MÉTODO ............................................................................................................................ 32
3.1. Critérios de inclusão dos animais: ..................................................................................... 32
3.2. Critérios de exclusão dos animais: .................................................................................... 32
3.3. Procedimento Anestésico: ................................................................................................. 33
3.4. Procedimento Experimental .............................................................................................. 34
3.4.1. Material para pesquisa dos linfonodos: ...................................................................... 34
3.4.2. Procedimento de marcação e biópsia do linfonodo sentinela: .................................. 35
3.5. Análise Estatística: ............................................................................................................ 40
4. RESULTADOS ................................................................................................................... 41
13
5. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 46
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 53
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 54
8. APÊNDICE: ........................................................................................................................ 63
14
1 INTRODUÇÃO
As neoplasias de canal anal são relativamente incomuns, contabilizando cerca de
2% das neoplasias do trato digestivo baixo. Em centros especializados, essa porcentagem
pode chegar a até 4% (CLARK, 2004).
O número de casos novos de câncer de cólon, reto e canal anal estimados para o
Brasil, no ano de 2008, é de 12.490 casos em homens e de 14.500 em mulheres. Esses valores
correspondem a um risco estimado de 13 casos novos a cada 100 mil homens e de 15 para
cada 100 mil mulheres (INCA, 2008). Porém, há poucas informações populacionais
especificamente a respeito do câncer de canal anal, tanto no Brasil como no mundo. Em um
estudo brasileiro, Nakajima e colaboradores analisaram 58 pacientes com câncer anal. A
média de idade foi de 61 anos, sendo a faixa etária mais acometida entre 60 e 64 anos. Quanto
ao gênero, 70,7% eram feminino e 29,3%, masculino, sendo a proporção de 2,4 mulheres para
cada homem (NAKAJIMA, 2001). Torres Neto e colaboradores conduziram um estudo no
Serviço de Coloproctologia da Universidade Federal de Sergipe, onde em análise
retrospectiva, foram avaliadas as principais características demográficas do câncer anal em
Sergipe. Foram estudados 91 pacientes, sendo 70 (76,9%) do gênero feminino e 21 (23,0%)
do gênero masculino. A média de casos novos ao ano no período estudado foi de 0,39 por
100.000 pessoas, com desvio padrão de ± 0,16. Houve uma oscilação na incidência e não um
crescimento significativo no período estudado embora estatísticas americanas venham
relatando um aumento na incidência do câncer anal nas últimas décadas (SIEGEL, 2011).
Maggard e colaboradores, analisando 4.841 pacientes entre 1973 e 1998, relataram em 2003
um aumento significativo da incidência de câncer anal, passando de 0,35 para 0,98 por
100.000 pessoas.
As neoplasias da região anal podem se originar do canal anal ou da margem anal.
Muitas lesões de pele perianal, porém, são erroneamente consideradas como lesões de canal
anal. Embora os cirurgiões colorretais sejam bem familiarizados com a anatomia anal, muitos
médicos não o são, o que gera muitas interpretações acerca da localização das lesões de pele
15
perianal, canal anal e da margem anal. As lesões intra-anais são lesões que não podem ser
visualizadas à inspeção estática, ou que podem ser vistas parcialmente quando as nádegas são
afastadas. Lesões perianais são visíveis externamente, mas estão dentro de um raio de 5cm da
borda anal quando as nádegas são afastadas. Por fim, as lesões de pele são as que se localizam
fora desse raio de 5cm da borda perianal. A diferenciação das lesões pela sua localização é
importante para a predição da gravidade da doença, uma vez que lesões intra-anais e perianais
tem comportamento biológico mais agressivo e muitas vezes necessitam de tratamento
neoadjuvante com radio e quimioterapia, enquanto que lesões de pele podem ser tratadas
satisfatoriamente com excisão local (RYAN, 2000; URONIS, 2007; BEMBENEK, 2007).
Considerando as lesões intra-anais, o conceito de ‘zona de transição’ explica a
presença de carcinomas epidermóides na região do reto baixo e até médio. Essa zona é uma
área de até 12mm que se inicia na linha pectínea; recoberta por um epitélio transicional
semelhante ao urotélio, ao invés do endotélio colunar usual do reto, e é semelhante em
estrutura ao epitélio transicional da cérvix uterina. Nesta região, assim como ocorre também
no colo do útero, pode existir a substituição do epitélio normal por metaplasia escamosa, que
pode se estender reto acima, e servir de sede para a infecção pelo HPV (em especial o tipo 16)
e albergar suas alterações epiteliais características (BENSON, 2004).
O HPV como fator de risco para câncer anal tem sido tema de interesse e estudo.
O HPV é um DNA papilomavírus e sua infecção é a doença sexualmente transmissível de
maior prevalência. Assim como no câncer cervical, as infecções por HPV, especialmente os
tipos 16 e 18, tem uma forte associação com neoplasias perianais e de canal anal.(BJØRGE,
2002). Em um estudo caso-controle de 1997, Frisch e colaboradores identificaram o HPV em
88% dos 388 pacientes portadores de câncer de canal anal. Vários estudos têm notado um
aumento da incidência de neoplasia anal, principalmente em pessoas jovens e em áreas
urbanas, sugerindo uma associação entre doenças sexualmente transmissíveis e câncer anal
(FRISCH et al, 1997). Outros fatores de risco incluem radioterapia prévia, fístula anal
crônica, esfregaço de Papanicolaou positivo, doença de Hodgkin, transplante renal, título
positivo para vírus herpes simples B, infecção por HIV, comportamento sexual de risco,
doenças sexualmente transmissíveis, câncer de colo uterino, doença de Crohn, tabagismo e
imunossupressão (GERVASONI et al, 2003).
16
Os principais tumores primários do canal anal são o carcinoma epidermoide e
mucoepidermoide, o carcinoma transicional-cloacogênico e o melanoma maligno. Com
exceção do melanoma, o comportamento clínico das neoplasias de canal anal parece ser
relativamente independente do subtipo morfológico quando comparado estadio por estadio e
grau por grau. Já os tumores de margem anal e pele perianal incluem o carcinoma de células
escamosas, doença de Bowen, doença de Paget e carcinoma basocelular (SAHAI, 2006).
Os sintomas mais comuns são sangramento, dor, sensação de massa, prurido,
corrimento mucoso, tenesmo ou mudança de hábito intestinal. Sangramento retal ocorre em
mais da metade dos pacientes, e a duração dos sintomas tem pouco significado prognóstico.
Queixas como corrimento anal, incontinência fecal, dor pélvica ou saída de gás pela vagina
sugere quadro avançado, e tenesmo sugere invasão esfincteriana. Os pacientes também podem
ser assintomáticos em até 25% dos casos. A apresentação do tumor muitas vezes é tardia, com
o tamanho médio do tumor entre 3 e 4 cm. Ocasionalmente, o paciente pode apresentar uma
massa na região inguinal, que é uma manifestação de metástase para linfonodos inguinais que
pode se manifestar antes que o tumor primário cause manifestações importantes (GRAHAM,
1990; MESKO, 1994; GERARD, 2001).
Os tumores de canal anal e margem anal são estadiados de acordo com o tamanho,
presença de linfonodos acometidos e de metástases à distância. A drenagem linfática desses
tumores se estende aos linfonodos inguinais e femorais, e daí para as cadeias linfonodais
externas e ilíacas comuns. A drenagem venosa vem da veia retal inferior. O acometimento
linfático tem relação com o tamanho e tipo histológico do tumor. Em um estudo, a incidência
de metástases inguinais foi de 0% em tumores menores que 2cm, 23% em tumores entre 2 a
5cm, e de 67% em tumores maiores que 5cm (PAPILLON, 1992).
O tratamento das lesões neoplásicas de canal anal depende de seu tamanho e
estadiamento. A ressecção local ampliada é uma opção viável em lesões in situ ou
classificadas como T1, mas quando aplicadas em tumores maiores está associada a altas taxas
de recorrência. Desde sua introdução na década de 1970, o tratamento radioterápico vem se
tornando cada vez mais importante no manejo de lesões de canal e margem anal. Em
pacientes com lesões T1 ou T2, a radioterapia e a excisão local ampliada têm a mesma taxa de
controle de recorrência; mas em lesões maiores a quimioterapia e radioterapia pré-operatórias
17
é o tratamento de escolha, mesmo em pacientes sem linfadenopatia inguinal metastática
(PAPILLON, 1992; TOUBOUL, 1995). Linfonodos pélvicos positivos também são tratados
por radioterapia com campos inguinais e pélvicos. As taxas de controle local de lesões de
canal anal através da radioterapia são de 50% a 100% para lesões T1, 60% a 100% para lesões
T2 e 37% a 100% para lesões T3 (CUMMINGS, 1986; JOHN, 1987; CUTULLI, 1988;
PEIFFERT, 1997).
Apesar do tratamento padrão de tumores de canal anal estar definido, o manejo de
linfonodos inguinais positivos, um possível sítio de metástases desse tipo de neoplasia,
permanece sob debate (DeNARDI, 2012). Apesar da drenagem linfática da região anal ter
vias complexas e intercomunicantes, a presença de linfonodos inguinais comprometidos é
vista em lesões abaixo da linha pectínea (RYAN, 2000; URONIS, 2007). Na ausência de
linfonodos inguinais suspeitos, as condutas podem variar: Algumas instituições recomendam
uma conduta expectante (MATTHEWS et al, 2011), enquanto outras preconizam a irradiação
profilática da região inguinal durante o tratamento radioterápico padrão. Já outros serviços
preconizam a irradiação da região inguinal de acordo com o tamanho do tumor (GERARD,
2001; GRAHAM, 1990; MESKO, 1994; PAPILLON, 1987;).
1.1. O Linfonodo Sentinela – Conceito e Histórico:
O sistema linfático representa uma das rotas por onde o fluido do espaço
intersticial pode retornar à corrente sanguínea. Mais importante ainda, é através desse sistema
que as proteínas e outras grandes partículas do interstício são removidas do terceiro espaço, o
que não pode ser feito por absorção direta dos capilares sanguíneos. Quase todos os tecidos do
corpo possuem canais de drenagem linfática; que transportam a linfa proveniente da maioria
dos tecidos e órgãos do corpo, confluindo para estruturas denominadas Iinfonodos, que se
organizam em cadeias que geralmente seguem o sistema venoso (GORDON, 1999).
Na região do canal anal, a drenagem linfática acima da linha pectínea é
responsabilidade das cadeias retais superiores, que seguem cranialmente para a cadeia
mesentérica inferior e lateralmente para os linfonodos ilíacos internos. Abaixo da linha
18
pectínea, a linfa é drenada principalmente para os linfonodos inguinais, femorais e ilíacos
externos, mas também pode seguir para os linfonodos retais inferiores ou superiores
(GRINNEL 1942).
Além da função de transporte de líquido intersticial e macromoléculas do terceiro
espaço, o sistema linfático tem a função de defesa por filtrar agentes estranhos (dentre eles:
vírus, bactérias, micróbios e outras células anormais). Virchow, no século XIX, foi o primeiro
a postular a teoria de que os linfonodos funcionariam como filtro das partículas sólidas
presentes na linfa (apud TANIS, 2001); conceito que Volkmann também aventou ao postular
que o envolvimento dos canais linfáticos por células neoplásicas seria um fator preponderante
no aparecimento de envolvimento muscular (apud HASLTED, 1894). A observação de uma
correlação entre o acometimento linfático e o aumento de recidivas locais pós-cirúrgicas
levou Halsted a planejar o esvaziamento das cadeias linfáticas axilar e supraclavicular junto
com a excisão radical da musculatura e fáscias da musculatura peitoral maior no
procedimento da mastectomia radical. L. R. Braithwaite relatou em 1923 o mapeamento de
uma cadeia linfonodal, ainda que por um achado acidental durante uma laparotomia por
apendicite aguda onde os linfonodos da cadeia ileocecal estavam enegrecidos e a trama
linfática delimitada até o duodeno e a artéria mesentérica superior. Ao encontrar a cadeia
corada por debris pigmentados do processo infeccioso, ele aventou a possibilidade de que se
os pigmentos podiam sair do apêndice até o duodeno, a infecção poderia fazer a mesma coisa.
Esse achado o levou a tentar repetir o fenômeno em modelos experimentais com a injeção de
corantes primeiro em gatos e depois em humanos, obtendo sucesso em vários casos. Durante
seus estudos, ele não só demonstrou a existência e a variabilidade da drenagem linfática dos
sítios de injeção, como também cunhou o termo “glândulas sentinelas” para os linfáticos
corados pelo corante injetados nos modelos experimentais.
Assim, entende-se hoje que o linfonodo sentinela seja o primeiro linfonodo da
cadeia linfática a receber drenagem a partir do sítio anatômico primário (CABANAS, 1977).
Por conseguinte, ele seria o primeiro linfonodo a ser envolvido em metástases tumorais por
disseminação linfática, apresentando então a capacidade de predizer se o restante da cadeia
linfática também estará acometida por células neoplásicas. Caso o linfonodo sentinela esteja
livre, a chance de comprometimento do restante da cadeia linfática seria quase nula e os
19
procedimentos de esvaziamento linfonodal da cadeia do sítio primário não seriam necessários,
o que diminui significativamente a morbidade e mortalidade de procedimentos oncológicos
(KRAG, 1998).
O conceito de linfonoodo sentinela, porém, veio principalmente da associação de
dados pré-existentes com esforços em responder questões específicas. Em 1938, o anatomista
J. H. Gray pesquisou extensivamente a anatomia e fisiologia das cadeias linfonodais através
de linfografia indireta pela injeção de dióxido de tório coloidal em espécimes cirúrgicos
frescos; suas conclusões de que os linfonodos locais seriam os sítios mais precoces e mais
prováveis de metástases glandulares estão entre as pioneiras dentro do que viria a ser o
conceito de linfonodo sentinela. Em meados da década de cinquenta, o uso de corante vital
azul para detecção das cadeias linfonodais de tumores gástricos e pulmonares se tornou
prática comum durante as cirurgias oncológicas, no intuito de evitar ressecções desnecessárias
(WEIMBERG, 1950).
Em 1960 Gould e colaboradores propuseram a excisão de linfonodos da cadeia
cervical (denominados por eles como “sentinelas”) para submetê-los à análise histológica por
congelação, com o intuito de decidir ou não pelo esvaziamento radical. Em 1963, Busch e
Sayesh observaram que a injeção de corante azul no testículo levava a coloração de
linfonodos inguinais, reconhecendo uma cadeia linfática “primária” que recebia a drenagem
da região testicular, assim como a variabilidade individual dessa drenagem e sua importância
no manejo cirúrgico dessas neoplasias. Da expansão desse estudo em 1965, se chegou até o
conceito de linfonodos “primários” e “secundários” na drenagem testicular, assim como a
observação de que a injeção do corante próximo ao sítio tumoral era mais eficiente em revelar
os linfonodos acometidos na cadeia inguinal do que a injeção pedal distante do tumor.
Haagensen e colaboradores reportaram em 1963 um estudo onde faziam a injeção de corante
vital na região subareolar da mama cerca de 18 horas antes da mastectomia radical, com o
objetivo de mapear os linfonodos e canais linfáticos para orientar a ressecção; mas
contraditoriamente desestimulava o uso rotineiro de linfografias pela sua dificuldade técnica e
por alegar risco de embolia neoplásica durante a injeção do corante vital.
Em seu trabalho de 1977, Ramon Cabanas cunhou o termo ao propor, em primeiro
lugar, “apresentar evidências da existência de um ‘linfonodo sentinela’ no sistema linfático da
20
região peniana”, e com base nisso recomendar a biópsia de rotina desses linfonodos nos
tumores de pênis e descrever a técnica a ser proposta para tal; com o intuito de avaliar a real
necessidade do esvaziamento inguinal nas cirurgias de ressecção de tumores de pênis. Com
base em seus resultados, Cabanas concluiu que a biópsia prévia do linfonodo sentinela
poderia indicar ou não a exploração inguinofemoroilíaca; na vigência do acometimento do
linfonodo sentinela, a exploração bilateral estaria indicada, e na sua ausência ela não é
necessária. O estudo também correlacionou a sobrevida dos pacientes em cinco anos com a
presença de acometimento do linfonodo sentinela; sendo ela acima de 90% quando o
linfonodo está livre de metástase e 70% quando ele está acometido sem acometimento
concomitante da cadeia inguinal. Embora a ideia demostrada por Cabanas não fosse nova
(GOULD, 1960), o grande mérito dessa publicação foi descrever e demonstrar os princípios
básicos para o entendimento do conceito do linfonodo sentinela, bem como demonstrar a ideia
de que a biópsia desses linfonodos poderia indicar ou não um modelo cirúrgico mais radical e
de maior morbidade (KRAG, 1998).
Após Cabanas, outros pesquisadores passaram a estudar diversas técnicas de
localização do linfonodo sentinela. Em 1979, Bethune e colaboradores publicaram um estudo
onde corante azul patente e coloides radioativos foram utilizados para mapear sítios de
drenagem in vitro em um modelo canino. Morton e colaboradores, em 1992, publicaram um
estudo preliminar mostrando os resultados da detecção de linfonodos sentintela em 223
pacientes portadores de melanoma com linofodos regionais clinicamente negativos utilizando
a injeção de corante vital, e os linfonodos foram identificados em 82% dos pacientes, com
índices de falso negativo de 1%. Em 1993, com a ajuda de um modelo experimental em
felinos, Krag introduziu o conceito da detecção intra-operatória do linfonodo sentinela pelo
uso de marcador radioativo, no caso o coloide de Tecnécio-99, e um gamma-probe como uma
maneira de aumentar a sensibilidade do método e facilitar a técnica de detecção; considerada
delicada e de difícil aprendizado, o que poderia interferir nos resultados e nos índices de
falso-negativos.
Em 1994, Giuliano e colaboradores descreveram pela primeira vez o mapeamento
da cadeia axilar em neoplasias mamárias com uso de azul patente para a detecção do
linfonodo sentinela. Nesse estudo, cento e setenta e quatro mapeamentos foram realizados
21
através da injeção do corante no sítio primário da neoplasia, com a identificação do linfonodo
sentinela em 65,5% dos casos, onde eles conseguiram predizer o acometimento da cadeia
axilar em 95,6% dos casos. Van der Veen e colaboradores, em 1994, testaram a detecção do
linfonodo sentinela em melanomas de estágio I usando a combinação da injeção de corante
vital e cirurgia guiada por gamma-probe; Albertini e colaboradfores, em 1996 e Veronesi, em
1997, testaram a realização de linfocintilografia indireta na detecção do linfonodo sentinela na
neoplasia mamária através da injeção de microcolóides de albumina marcada com
Tecnécio99m
Tc seguida de localização do linfonodo com uso de um gamma probe no ato
operatório.
Embora o conceito do linfonodo sentinela já esteja cientificamente bem
estabelecido e o seu valor preditivo para o restante da cadeia seja alto o suficiente para
contraindicar com segurança o procedimento de esvaziamento linfonodal se ele estiver livre,
um dos fatores cruciais da técnica é a ocorrência de falsos negativos. Em seu estudo de 1997,
Veronesi encontrou 2,5% de falsos negativos, que perfaziam também 5,4% dos casos de
linfonodos axilares negativos, atentando para o fato de que metade desses casos envolviam
tumores mamários multifocais. Em seu trabalho de 1994, Giuliano também observou a
ocorrência de falsos-negativos nas primeiras fases de seu estudo de 1994, que diminuíram
consideravelmente após a curva de aprendizado para o procedimento. Para os tumores
vulvares, o procedimento também apresenta boa acurácia com a técnica combinada (DE
HULLU, 2000), especialmente em tumores em estágios iniciais.
1.2. Métodos de detecção do Linfonodo Sentinela:
Atualmente, existem três métodos de detecção de linfonodos e cadeias
linfonodais disponíveis: A injeção de corante vital para visualização direta, a injeção de
contraste radiopaco para a detecção por radiografias e a injeção de coloides radioativos para a
detecção do linfonodo e da cadeia captante por meio de uma sonda ou probe radiossensível.
Esses agentes, por sua vez, também podem ser classificados de acordo com o método de
injeção: Se injetados diretamente no vaso linfático, o método de detecção se chama linfografia
22
direta; se injetados na região intersticial ou peritumoral, a detecção se chama linfografia
indireta (KRAG, 1998).
1.2.1. Mapeamento linfático por injeção de corante vital:
O mapeamento linfático com uso de corante vital destaca os linfonodos e vasos
linfáticos da área de drenagem do sítio primário, permitindo a visualização do linfonodo
sentinela dessa região. Hoje, a técnica para a detecção do linfonodo sentinela através do uso
do corante envolve a linfografia indireta através da injeção peritumoral ou peri-cicatricial de
pequenas quantidades (geralmente de 1 a 3ml) de corante vital, usualmente azul patente, azul
isossulfan ou azul de metileno (MORTON, 1992; KRAG, 1993 e GIULIANO, 1994). Cerca
de 10 a 15 minutos após a injeção do corante vital, o local marcado pela linfografia é incisado
para que se realize a exploração de linfonodos e vasos linfáticos destacados pelo corante vital.
Todos os linfonodos corados devem ser retirados. O intervalo entre a injeção do corante vital
azul e a incisão para a busca dos linfonodos é crítico: injeções muito precoces podem corar
um linfonodo secundário e deixar passar o linfonodo sentinela.
O azul patente, do qual deriva o azul de isosulfan, é comumente usado
isoladamente ou em combinação com radiofármaco para auxiliar na identificação do
linfonodo sentinela. Reações adversas com o azul patente podem ocorrer durante o
mapeamento do linfonodo sentinela. A maior parte das reações consiste de urticária, rash
generalizado ou prurido e se caracteriza pelo aparecimento de pápulas azuladas na pele, mas
existem casos relatados de reações anafiláticas ao azul patente (LEONG et al , 2000; GOYAL
et al, 2009).
O azul de metileno é utilizado como alternativa ao azul patente em mapeamentos
por corante vital, inclusive em rastreamentos de linfonodos sentinela em pacientes com
tumores colorretais (CHAN et al 2008), sendo uma alternativa tão eficiente quanto o azul
patente (SIMMONS, 2003) e muito mais barata e disponível; com a vantagem adicional de
um menor índice de reações anafiláticas associadas ao seu uso (CHAN et al, 2008).
23
1.2.2. Mapeamento linfático por contraste radiopaco:
Desde a década de trinta, a literatura já mostra relatos iniciais do uso de coloide de
dióxido de tório em injeções intersticiais para mapeamento do sistema linfonodal (GRAY,
1938). A linfocintigrafia por injeção de contraste radiopaco foi também utilizada para
documentar o sistema linfático de mãos e pés (KIMMOUTH, 1952). A técnica era bastante
popular para a detecção de metástases em linfonodos retroperitoneais antes do advento e
popularização da tomografia computadorizada, mas hoje está em desuso.
1.2.3. Mapeamento por coloides radiomarcados e detecção de radiação gamma
intraoperatória:
Quando injetados na região intersticial, os coloides são fagocitados e então
transportados até o sistema linfático, de onde são levados até os linfonodos regionais e ali
concentrados. Sabendo que a disseminação linfática tumoral segue o mesmo princípio, e de
posse do conhecimento de que os tumores são afetados pela radiação, Sherman e
colaboradores desenvolveram em 1953 uma técnica experimental que utilizava a injeção de
coloides radiomarcados para, segundo eles, irradiar seletivamente as metástases linfonodais
de tumores malignos.
Esta técnica, adaptada para doses não terapêuticas, foi também estudada em
tumores de colo uterino, próstata, reto, mama, pulmão, cabeça e pescoço. Utilizando a técnica
de injeção de coloide marcado por ouro 198, Hultborn e colaboradores avaliaram a drenagem
linfática da mama em 40 mulheres submetidas à mastectomia por neoplasia mamária em um
estudo de 1955; concluindo por meio de análise da peça cirúrgica que, mediante as diferentes
velocidades de drenagem de vários pontos da mama, a drenagem linfática da mama era
segmentar. Com o passar do tempo, refinou-se a técnica de injeção intersticial de coloide
radiomarcado para detecção de linfonodos da cadeia mamária e axilar.
24
Inicialmente, as imagens cintigráficas dos linfonodos marcados eram geradas com
a movimentação mecânica de um detector (gamma câmera) sobre a área de interesse, técnica
esta que evoluiu para o uso de medidores de radiação gamma portáteis empregados hoje. O
coloide marcado com Au 198 foi substituido pelo Tecnécio-99m
Tc, que apresenta melhor perfil
de segurança (KRAG, 1998). Ele apresenta meia vida de cerca de seis horas, baixas doses de
radiação para o paciente, boa capacidade de detecção e baixa emissão de radiação beta. Sua
propriedade de captação é diretamente afetada pelo tamanho da partícula ao qual é ligado, o
que determinará a categorização de diferentes agentes. Como fármaco, várias substâncias são
utilizadas, como a albumina humana, enxofre coloidal, fitato e dextran.
A introdução dos receptores gamma portáteis melhorou substancialmente a
técnica, uma vez que permitia uma avaliação mais detalhada do tecido através de um detector
portátil (gamma-probe) que é utilizado junto ao tecido. O aparelho, que consiste em um
detector portátil que contém um cristal de cintilação que emite luz ao se aproximar de fontes
de radiação, que é captada por um fotossensor ao qual o detector está ligado. A luz detectada é
quantificada e traduzida em uma unidade de medição e em um sinal sonoro que indica a
aproximação ou afastamento da área radiomarcada, diferenciando assim as áreas “quentes”
das áreas “frias”. A detecção gama intra-operatória permite melhor localização do tecido
radiomarcado com menos dissecção, tornando possível a realização do procedimento sob
anestesia local, como paciente externo. Para o diagnóstico de um tecido como ‘marcado’ pelo
radiofármaco, a leitura obtida pelo detector gamma portátil deve ser comparada entre a
estrutura marcada e o fundo in vivo. Preconiza-se que uma leitura considerada positiva seja
pelo menos três vezes maior do que a leitura obtida do fundo in vivo e dez vezes maior do que
o fundo ex vivo (OLIVEIRA FILHO, 1997). Após a remoção das estruturas captantes, o leito
operatório é novamente avaliado pelo detector portátil, esperando-se encontrar uma
diminuição marcada dos níveis de cintilação captados. Caso não haja diminuição dos níveis, a
pesquisa deve continuar até que outra estrutura captante seja encontrada.
Hoje, o mapeamento por coloides radiomarcados é feito pela linfocintigrafia
indireta pré-operatória, consistindo na injeção do coloide na região peritumoral, intradérmica
ou subcutânea, usualmente pelo serviço de Medicina Nuclear durante o pré-operatório, onde
existe o material necessário para o manejo seguro do radiofármaco tanto para o paciente
25
quanto para a equipe envolvida. Ainda assim, a emissão de radiação pelo radiofármaco é
considerada baixa: O paciente é exposto a uma dose de 0,32 mSv a cada procedimento, de
acordo com a International Commission of Radiological Protection. O staff envolvido no
procedimento também pode ser irradiado, em virtude da proximidade com o sítio de injeção
ou mesmo pelo contato direto com o radiofármaco através de contato acidental com a
substância em si ou com materiais contaminados (BARES et al , 1992). Waddington e
colaboradores apuraram que a medição de radiação a qual a equipe cirúrgica está submetida
durante um procedimento de detecção de linfonodo sentinela por mapeamento por
radiofármacos varia de 0,21 a 0,47 mSv, a depender do tempo de intervalo entre a injeção do
radiofármaco e a operação e da duração do procedimento total.
1.2.4. Combinação do método de mapeamento linfático por corante vital e por coloides
radiomarcados:
Um dos fatores mais importantes no emprego da técnica do linfonodo sentinela
em pacientes neoplásicos é o índice de falso negativo. Define-se por falso-negativo o paciente
que, apesar de não ter mostrado linfonodos acometidos nos sítios estudados, possuíam
acometimento na cadeia linfonodal subsequente, e por conseguinte não são submetidos ao
esvaziamento linfonodal indicado pelo achado de linfonodo sentinela positivo para neoplasia.
O risco é maior nos pacientes com tumores pequenos, considerados candidatos ideais para o
emprego da técnica. Embora um índice de falsos negativos de 5% seja considerado aceitável,
várias séries relataram índices entre 10-19% (McMASTERS, 2000)
No estudo de Morton em 1992 onde ele propunha o estudo da cadeia linfonodal
com corante vital e no de Krag em 1995 onde ele propunha o emprego de radioisótopos para o
mesmo fim, os índices de falsos-negativos eram influenciados pela curva de aprendizado da
técnica. Terui e colaboradores já tinham demonstrado em 1982 que os linfonodos metastáticos
tinham preferência pela captação de radiofármacos, e Van der Veen, em 1994, testou a
detecção do linfonodo sentinela em melanomas de estágio I usando a combinação da injeção
de corante vital e cirurgia guiada por gamma-probe.
26
O primeiro estudo randomizado comparando os métodos de mapeamento
linfonodal por corante vital e injeção de radioisótopos foi publicado por Morrow e
colaboradores em 1999, mostrando que ambas as taxas de detecção do método por corante
vital e por injeção de radioisótopo eram, respectivamente, 82 e 86%; mas as taxas de detecção
das técnicas combinadas não eram tão altas quando indicaria a literatura. Outros trabalhos
posteriores, porém, mostraram que a técnica combinada de detecção através do uso de azul
patente com o uso de radioisótopos apresentava resultados melhores do que as duas técnicas
isoladas (McMASTERS, 2000; KRAG, 1998, MEYER-ROCHOW, 2003 e HUNG, 2005).
1.3. Aplicação da técnica do Linfonodo Sentinela em neoplasias de canal anal:
Na maior parte das vezes, as metástases linfonodais das neoplasias colorretais e
de canal anal se encontram nas cadeias intra-abdominais (mesentérica inferior, para-aórticas,
retais e ilíacas). A metástase para linfonodos descendentes e da região inguinal por um
adenocarcinoma de reto primário é um evento relativamente raro, pois linfonodos inguinais
usualmente não são considerados sítios de drenagem comuns no câncer colorretal (HOJO,
1982). No câncer de canal anal, a metástase sincrônica para as cadeias inguinais é estimada
em 10% a 25% dos pacientes, enquanto que as metástases metacrônicas inguinais podem
acontecer de 5% a 25% dos casos (KLAS et al , 1999; GERARD et al , 2001; STEARNS et
al). Alguns trabalhos mostraram que tumores abaixo da linha pectínea tendem a drenar para
linfonodos inguinais e femorais, enquanto que tumores acima da linha pectínea tendem a
drenar para linfonodos ilíacos e pararretais. (RYAN, 2000; URONIS, 2007)
Os fatores de risco para o acometimento de linfonodos caudais e da região
inguinal ainda não estão claros. As teorias mais aceitas postulam, além do acometimento do
canal anal e da linha pectínea pelo tumor localmente avançado, a presença de um bloqueio na
drenagem linfática ascendente com disseminação retrógrada pelas cadeias linfonodais ilíacas
ou femorais; o que infere a presença de um tumor localmente avançado (GRINNEL, 1942);
ou, nos casos de ressecção colorretal prévia, a presença de recorrência pélvica (GILCHRIST,
1947; GRANFIELD, 1992). Em ambos os casos, a presença desse tipo de metástase
27
linfonodal sugere um prognóstico mais reservado (MESKO, 1994). Hamano e colaboradores
analisaram retrospectivamente 156 pacientes com tumores colorretais baixos; 25 pacientes
apresentavam invasão da linha pectínea e 7 desses pacientes possuíam invasão de linfonodos
inguinais. O estudo sugere que o tipo histológico da frente de invasão tumoral, quando
mucinoso ou mal-diferenciado, é um fator de risco importante para invasão de linfonodos
inguinais. O tamanho do tumor, sexo, presença de metástases mesentéricas e de linfonodos
laterais, grau de invasão circulatória e nervosa e o tipo histológico do corpo do tumor não
foram apontados como fatores de risco relevantes. Uma nova interpretação postula que a
metástase para linfonodos inguinais poderia representar uma via alternativa de drenagem
linfonodal de tumores colorretais baixos e muito baixos, a exemplo dos tumores de canal anal
(GRAHAM, 1990). Nesse caso, a presença desse tipo de acometimento linfático não
acarretaria necessariamente em um prognóstico ruim; ao contrário, poderia ser um sinal
precoce, e em alguns casos a primeira manifestação da doença (STERN, 1980).
O manejo de pacientes com tumores de canal anal e sem linfonodos inguinais
clinicamente acometidos ainda apresenta controvérsias. É sabido que a maioria dos pacientes
não apresenta sinais clínicos de metástases inguinais no momento do diagnóstico
(FUCHSCHUBER, 1997; PAPILLON 1987). Desde a instituição da químio e radioterapia
neoadjuvantes como terapia inicial (NIGRO, 1974), a maior parte dos casos de tumores de
canal anal não produz uma peça cirúrgica para o estudo de metástases linfonodais, logo o
estudo linfonodal da cadeia inguinal não é obtido de forma direta. Os linfonodos das cadeias
perirretais, apesar de frequentemente estarem acometidos, não representam um problema
porque a cadeia sempre é incluída no campo de radioterapia usual do esquema proposto por
Nigro, ao contrário das cadeias inguinais. Os linfonodos inguinais acometidos por neoplasias
também não são identificados com acurácia por exames de imagem. (RABBIT et al , 2003).
Apesar da tomografia computadorizada e da ressonância magnética mostrarem linfonodos
alargados, o tamanho do linfonodo não é um fator preditivo confiável para metástases. Wade
e colaboradores, num estudo analisando linfonodos metastáticos em neoplasia de canal anal,
observaram que em 44% dos casos os linfonodos acometidos tinham menos que cinco
milímetros de diâmetro; dado esse corroborado por De Nardi e colaboradores em 2011.
28
Também no estudo de Wade foi observado que linfonodos aumentados em tamanho eram
inflamatórios em 50% dos casos.
Para o manejo das cadeias inguinais, duas propostas são usualmente aceitas.
Como a dissecção de rotina dos linfonodos inguinais está contraindicada pela
morbimortalidade da técnica (GERARD, 2001), a maioria dos autores preconiza que
linfonodos clinicamente suspeitos devem ser ressecados e, no caso de serem positivos para
metástase linfonodal, a irradiação inguinal estaria indicada. Com essa abordagem, contudo,
estima-se uma taxa de até 20% de recorrência linfonodal, e que muitas vezes é de difícil
condução. Alguns estudos preconizam que a irradiação profilática da região inguinal reduz o
índice de metástases metacrônicas quando comparada com os resultados históricos de
pacientes tratados cirurgicamente (CUMMINGS, 1982; ROELOFSEN, 1998; MYERSON,
2001), mas a irradiação inguinal não está isenta de riscos. As complicações agudas da
irradiação inguinal afetam até 16% dos pacientes, a depender da dose total e do
fracionamento, e englobam desde reações cutâneas graves e linfedema crônico até necrose da
cabeça femoral. (RYAN, 2000; GERARD, 2001; CLARK, 2004). Além disso, há o risco
vitalício de desenvolvimento de complicações tardias decorrentes da radioterapia,
especialmente quando esta é combinada com a quimioterapia. (JUNG, 2001).
Nesse contexto, o mapeamento de linfonodo sentinela pode representar um
método objetivo de avaliação do acometimento de linfonodos inguinais nesses pacientes.
Spratt e colaboradores propuseram o uso da técnica em 2000, afirmando que a dissecção
profilática da região inguinal não seria necessária, mas poderia ser curativa em casos de
linfonodos inguinais alargados ou na presença de um linfonodo sentinela positivo na região.
Damin e colaboradores avaliaram prospectivamente a factibilidade do mapeamento de
linfonodo sentinela em pacientes com carcinoma de canal anal, provando que a técnica é
segura e altamente eficiente na detecção precoce de metástases inguinais em linfonodos
clinicamente normais. Em um estudo publicado em 2003, o mesmo grupo mapeou a presença
de linfonodos sentinela em região inguinal de 14 pacientes com adenocarcinomas de reto
baixo com invasão direta de canal anal, mas sem evidências clínicas diretas de acometimento
de cadeias linfonodais inguinais, através da injeção de tecnécio 99m na região peritumoral
cerca de 18 horas antes da cirurgia. Na sequência, os pacientes eram submetidos à
29
linfocintilografia pré-operatória, seguida de imageamento pélvico para identificação das
cadeias linfonodais e marcação dos mesmos na pele sobrejacente. Durante o procedimento
operatório, foi injetado corante vital na região peritumoral, e cerca de cinco minutos depois a
região marcada no pré-operatório foi escaneada com um gamma-probe para a identificação
dos pontos quentes, e neste local foi feita a dissecção da cadeia linfonodal tingida pelo corante
injetado. Em seguida, a cadeia era examinada por histopatologia usando coloração
hematoxilina-eosina. Em todos os pacientes estudados, foi possível a detecção e a remoção do
linfonodo sentinela. Não houve correlação entre o tamanho do tumor e o padrão de drenagem
inguinal encontrado. Foram removidos, no total, 23 linfonodos-sentinela e desses, 1 paciente
(7,1%) teve identificação positiva para metástase linfonodal. Não houve complicações, e o
método se mostrou seguro e eficaz para o estudo de linfonodos inguinais nos casos de tumores
de canal anal. Vários outros estudos realizados sobre a técnica demostraram que ela é factível
para a detecção de metástases linfonodais ocultas na região inguinal, a fim de selecionar os
pacientes a serem submetidos à radioterapia inguinal. Vários outros estudos (VAJDA et al ,
2001; MISTRANGELO, 2002; PELEY, 2002; RABBIT, 2002; BOBIN, 2003, ULMER,
2003; CASTRO, 2005; GRETSCHEL, 2008; MISTRANGELO, 2009; HIRCHE, 2010) e
duas revisões (DAMIN, 2006; MISTRANGELO, 2009) mostraram que a técnica de detecção
do linfonodo sentinela é factível nas neoplasias de canal anal, podendo ajudar a detectar
metástases inguinais ocultas em casos de linfonodos clinicamente negativos. Gretschel
indicou o procedimento especialmente em tumores de estádio T1 e T2, o contraindicando em
pacientes com tumores maiores ou manipulação prévia da região anal ou inguinal. Em 2010,
De Jong e colaboradores relataram um caso de recorrência tumoral por metástases inguinais
em um paciente com pesquisa de linfonodo sentinela negativa, recomendando o uso
selecionado da técnica para evitar que falsos negativos como o obtido por ele e seus
colaboradores nesse estudo interferissem na indicação de radioterapia inguinal de pacientes
com potencial benefício da técnica. Mas trabalhos posteriores e uma meta-análise de 2013
(MISTRANGELO, 2013) continuaram mostrando resultados promissores em relação à
localização de linfonodos metastáticos, poupando irradiações profiláticas da região inguinal.
Os estudos acima acenam para a grande importância no conhecimento e
determinação do linfonodo sentinela na vigência do câncer de um modo geral. No entanto,
30
com relação aos tumores no canal anal, há um percentual considerável de falso negativo,
conforme a técnica utilizada; além disso, a maioria dos estudos foi feita em animal nobill,
dificultando a reprodutibilidade dos dados.
Diante desse fato, a criação de modelo animal para o estudo do linfonodo
sentinela relacionado à drenagem linfática do canal anal em cães poderia solucionar de certa
forma esse impasse; ao fornecer um ambiente experimental com maior controle de variáveis
externas e fornecendo a possibilidade de controle do número de objetos estudados. Outras
perguntas também poderiam ser respondidas com o uso de um modelo animal, como a
sensibilidade e especificidade de diferentes métodos de detecção do linfonodo sentinela no
canal anal, a influência dos métodos de detecção e do local do tumor do canal anal em relação
ao sítio anatômico onde os linfonodos serão encontrados.
31
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivos gerais
Estabelecer um modelo experimental reprodutível para pesquisa do linfonodo
sentinela em canal anal de cães.
2.2. Objetivos Específicos:
Determinar a drenagem linfática do canal anal de cães pelo método de detecção gama
intra-operatória, utilizando um gama-probe específico, após injeção de Fitato Tecnécio
99mTc.
Identificar a drenagem linfática do canal anal de cães após injeção do corante vital
azul de metileno a 1% e mapear conjuntamente com a detecção gama intra-operatória
o linfonodo sentinela
Determinar a localização dos linfonodos encontrados nas cadeias de drenagem
linfática do canal anal canino e correlacionar esta localização com o ponto de injeção
dos marcadores no canal anal e o método de detecção do linfonodo sentinela.
32
3. MÉTODO
O projeto de pesquisa foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa Animal
(CEPA) da Universidade Federal do Ceará (Protocolo n. 63/2011) e está de acordo com os
Princípios Éticos na Experimentação Animal adotados pelo Colégio Brasileiro de
Experimentação (COBEA) em 22 de novembro de 2006. O estudo foi realizado no
Laboratório de Cirurgia Experimental Prof. Saul Goldenberg, do Grupo de Educação e
Estudos Oncológicos (GEEON), em extensão com o Departamento de Cirurgia da
Universidade Federal do Ceará.
A amostra consistiu de 13 animais de espécie Canis familiaris do sexo feminino,
sem raça definida com peso entre 5 e 11kg e idade entre 12 e 24 meses, provenientes do Canil
do Centro de Controle de Zoonoses do município de Fortaleza. Permaneceram em quarentena
de 15 dias no biotério do Grupo de Educação e Estudos Oncológicos (GEEON), onde foram
mantidas em canis individuais sob umidade e temperatura naturais, até o dia do procedimento.
Os animais foram distribuídos em grupos I e II, conforme o local de injeção de
Tecnécio 99mT e corante azul de metileno na linha pectínea: grupo I - injeção em região
anterior da linha média do canal anal; grupo II – injeção em região posterior da linha média
do canal anal (Fig. 4).
3.1. Critérios de inclusão dos animais:
- Fêmeas
- Idade estimada por critérios clínicos (dentição, desenvolvimento de mamas e
genitália, paridade) entre 12 e 24 meses.
- Ausência de sinais clínicos de doenças.
3.2. Critérios de exclusão dos animais:
- Presença de sinais clínicos de doenças
- Sinais sugestivos de doenças intra-abdominais no intraoperatório
- Machos
33
3.3. Procedimento Anestésico:
As cadelas foram submetidos à anestesia geral por um profissional veterinário que
utilizou como medicação pré-anestésica tramadol 2mg/kg, diazepam 0,25mg/kg e cetamina
0,05mg/kg; procedendo após 10 minutos a indução anestésica com propofol 5mg/kg,
seguindo-se a intubação endotraqueal. O plano anestésico foi obtido com a parada dos
movimentos voluntários e perda do reflexo palbebral, mantendo a frequência e amplitude
respiratória normais, e mantido com isoflurano inalatório (Fig. 1) associado a repiques de
propofol. Os procedimentos duraram em média 60 minutos, não havendo no decorrer deles
falhas na manutenção da sedação anestésica.
Figura 1- Aparelho de Anestesia veterinária Hipnos do Laboratório de Cirurgia
Experimental Dr. Saul Goldenberg – GEEON
34
3.4 Procedimento Experimental
Os animais foram posicionados em decúbito dorsal em uma calha cirúrgica em V,
e então submetidos à tricotomia local, assepsia e antissepsia abdominal e pélvica com solução
de iodopovidine; com posterior colocação de campos estéreis, expondo-se o ânus e região
inguinal.
3.4.1. Material para pesquisa dos linfonodos:
- Tecnécio (99mTc): substância radioativa diluída em 0,5ml de solução de fitato
com um total de 0,5 milicurie em 0,2 ml com atividade de 19 Mega Becquerel a ser detectado
pelo aparelho Gama Probe - detector para cirurgia radioguiada, modelo NuclearLab DGC-II.
Este aparelho permite identificar focos de material radioativo (pontos “quentes”), inclusive
linfonodos sentinelas (Fig. 2).
Figura 2 - Gamma-probe NuclearLab DGC-II do Laboratório de Cirurgia Experimental
Dr. Saul Goldenberg – GEEON
35
- Corante azul de metileno 1% com um volume de 5ml para avaliação visual da
marcação de vias de drenagem linfáticas e linfonodos.
3.4.2. Procedimento de marcação e biópsia do linfonodo sentinela:
O procedimento de marcação do linfonodo sentinela se iniciou com a infiltração
de 0,5µCi de Fitato-Tecnécio no canal anal da cadela na região subcutânea da linha pectínea
com agulha intradérmica 13x4,5 26G1/2, com posterior espera de 30 minutos. Dez minutos
após a injeção do radiocoloide, injetou-se no mesmo local 5ml de corante azul de metileno.
Figura 3 - Delineamento do experimento
Início
•Injeção de 99mTc Fitato em região anterior (grupo I) ou posterior (grupo II) de canal anal.
•Medição de valores e irradiação na região anal e cervical
10 minutos •Injeção de 5ml de corante vital
30 minutos
•Medição das regiões inguinomamárias em busca de áreas captantes com o gamma-probe.
•Incisão cirúrgica para exploração inguinal bilateral.
•Retirada de todas as estruturas coradas ou marcadas.
•Medição de valores de irradiação in vivo e ex vivo.
40 a 50 minutos
•Laparotomia exploradora para exploração das cadeias ilíacas e pararretais.
•Retirada de linfonodos corados de azul e com valores de irradiação positivos.
•Medição de valores in vivo e ex vivo.
60 minutos (Fim)
•Fechamento da cavidade
•Eutanásia do animal.
•Envio das amostras coletadas para análise histopatológica.
36
Figura 4 - Pontos de injeção dos marcadores no canal anal da cadela, onde A é o ponto
de injeção anterior (grupo I) e B é o ponto de injeção posterior (grupo II)
Figura 5 - Injeção do radiocolóide na região posterior de canal anal.
37
Figura 6 - Injeção de corante na região posterior de canal anal.
Findo o período de espera, uma leitura basal foi feita com o gamma-probe em
região cervical. Em seguida, a região inguinal e mamária inferior da cadela foi rastreada com
o gamma-probe, avaliando as leituras em escala numérica e sinal sonoro, até que fossem
encontradas as regiões captantes ou quentes (Fig. 7).
Figura 7 - Rastreamento do leito inguinomamário da cadela com Gamma-Probe
38
Definidos os pontos concentrantes através do rastreamento com o gama-probe
transcutâneo da região inguino-mamária, foi feita incisão de 5cm com lâminas n° 15
paralelamente à dobra do flanco com identificação da drenagem linfática até o linfonodo
sentinela, que foram então rastreados in vivo na área cruenta através do probe transcutâneo.
(Fig. 8)
Figura 8 - Detecção de área captante em dissecção inguinal
Os linfonodos que apresentaram alteração de coloração e/ou alteração dos valores
de cintilação captados pelo gamma-probe pelo menos cinco vezes superiores ao leito não
marcado (região cervical) foram retirados e avaliados novamente “ex vivo” para confirmar a
captação de linfonodos “quentes”. Esses linfonodos foram postos em solução tamponada de
formalina a 10% e enviados para o Departamento de Patologia e Medicina Legal da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará para estudo anatomopatológico.
Posteriormente, os animais foram submetidos à laparotomia exploratória para
pesquisa da cadeia linfonodal inguinal e pararretal, e novamente os linfonodos que
apresentaram alteração de coloração e/ou alteração dos valores de captação pelo gamma-
probe pelo menos três vezes superiores ao leito não marcado foram retirados e avaliados “ex
vivo”, e também enviados para estudo anatomopatológico (fig. 9 e 10).
39
Figura 9 – Detecção de linfonodo intra-abdominal com captação de marcador radioativo
in vivo.
Figura 10- Linfonodo retirado de cadeia pararretal com captação positiva de marcador
radioativo ex vivo
40
Após a retirada dos linfonodos captantes, os leitos inguinais e abdominais foram
novamente avaliados até ser observada a queda drástica dos valores de captação,
aproximando-se ao valor basal de área não marcada. Em seguida, é feita a síntese da parede
abdominal.
Por fim os animais foram submetidos à eutanásia pela injeção de20ml de cloreto
de potássio a 10% por via endovenosa.
3.5. Análise Estatística:
Os dados foram tabulados no Microsoft Excel e exportados para o software de
análises estatísticas IBM Statistical Package for the Social Sciences version 21 for Windows,
no qual todas as avaliações foram realizadas. Utilizou-se o teste Exato de Fisher, cálculo de
índice de concordância kappa e mensuração de sensibilidade, especificidade e construção de
curvas ROC para avaliação do método de diagnóstico mais próximo do padrão-ouro
(avaliação in vivo e ex vivo).
Todas as avaliações foram realizadas considerando um intervalo de confiança de
95%.
41
4. RESULTADOS
Foram utilizadas 13 cadelas no experimento, sendo 7 pertencentes ao grupo I e 6
ao grupo II. O peso médio das cadelas foi de 10,9kg.
No total, foram coletadas 34 estruturas marcadas por corante vital, tecnécio ou
ambas as técnicas: 18 linfonodos nas cadelas pertencentes ao grupo I e 16 nas cadelas
pertencentes ao grupo II. Dos 34 linfonodos, 33 coraram com azul de metileno e 21 coraram
com tecnécio. Dos linfonodos corados com azul, 13 coraram apenas com azul, 20 coraram
com azul e captaram tecnécio e apenas um captou tecnécio sem captar o corante vital (Tabela
1).
Os resultados foram analisados quanto à concordância utilizando o índice de
concordância Kappa entre juízes, que varia de -1.0 a 1.0. No caso, obteve-se um valor de -
0.058 com p-valor de 1.000. Não houve diferença significante entre os dois métodos com
baixa concordância entre eles.
Tabela 1 - Avaliação da concordância dos dois métodos de marcação linfonodal
Tecnécio p-Valor kappa
Sim Não
Azul Sim 20 (60.6%) 13 (39.4%) 1.000 -0.058
Não 1 (100.0%) 0 (0.0%)
* p < 0.05, Teste Exato de Fisher
De acordo com as cadeias linfáticas, um linfonodo foi encontrado na cadeia
inguinal direita, três na cadeia inguinal esquerda, 19 na cadeia ilíaca direita, 6 na cadeia ilíaca
esquerda e cinco na cadeia pararretal. (gráfico 1).
Ao dividir os linfonodos de acordo com os grupos e locais de injeção dos
marcadores no canal anal, observou-se que, no grupo I, encontrou-se um linfonodo na cadeia
inguinal direita, dois na cadeia inguinal esquerda, 12 na cadeia ilíaca direita, três na cadeia
ilíaca esquerda e nenhum na cadeia pararretal. Já no grupo II, encontrou-se um linfonodo na
42
cadeia inguinal esquerda, nenhum na cadeia inguinal direita, 7 na cadeia ilíaca direita, três na
cadeia ilíaca esquerda e cinco na cadeia pararretal (gráfico 2).
Gráfico 1 - Distribuição anatômica dos linfonodos encontrados
Gráfico 2 - Detecção de linfonodos unilaterais ou bilaterais nos grupos experimentais
Ao se analisar a concordância entre os locais de injeção e os linfonodos quanto ao
sítio anatômico onde foram encontrados, observou-se que a maior parte dos linfonodos foi
captada em cadeia ilíaca direita, embora o Teste Exato de Fischer não mostre significância
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Inguinal D Inguinal E Ilíaca D Ilíaca E Pararretal
Grupo 1
Grupo 2
Total
0
2
4
6
8
10
12
unilateral bilateral
Grupo 1
Grupo 2
Total
43
entre a diferença dos sítios anatômicos nos Grupos I e II. Quanto à presença de linfonodos em
cadeias bilaterais, aplicando-se o teste Exato de Fisher bicaudal, o valor de p foi 0.052 (tabela
2). Pelo teste Exato de Fisher unicaudal (menos indicado) o p-valor foi 0.043, com diferença
estatisticamente significante entre os grupos, mostrando maior marcação ipsilateral pelo grupo
GII, com 11.8 (0.6 - 234.8) vezes mais marcação ipsilateral que o grupo GII.
Tabela 2 - Avaliação da concordância dos dois locais de marcação:
GI GII p-Valor
Local
Ilíaca Direita 12 (66.7%) 7 (43.8%) 0.109
Ilíaca Esquerda 3 (16.7%) 3 (18.8%)
Inguinal Direita 1 (5.6%) 0 (0.0%)
Inguinal Esquerda 2 (11.1%) 1 (6.3%)
Pararretal 0 (0.0%) 5 (31.3%)
Classificação dos
linfonodos
Ipsilaterais 13 (72.2%) 14 (100.0%) 0.052
Bilaterais 5 (27.8%) 0 (0.0%)
* p < 0.05, Teste Exato de Fisher
Na análise dos linfonodos, quanto ao método de detecção pelos quais foram
obtidos dos grupos I e II, observou-se que o corante vital captou 13,6 mais linfonodos do que
o tecnécio no grupo I e 15,8 vezes mais no grupo II (Tabela 3). O método de marcação do
azul de metileno captou 20,8 vezes mais linfonodos unilaterais do que bilaterais, enquanto não
houve diferença entre a captação entre o corante vital e o radiofármaco entre os linfonodos
bilaterais. Ao cruzar os dados da localização dos linfonodos de acordo com a localização
anatômica, vê-se que o método do corante vital marcou vinte vezes mais linfonodos na cadeia
ilíaca direita, o que indica que talvez essa cadeia seja muito sensível a esse método específico.
As demais cadeias não mostraram diferenças entre si pelo método de marcação.
44
Tabela 3 - Avaliação de dois diferentes métodos de marcação linfonodal:
Azul
(+/-)
Tecnécio
(+/-) p-Valor OddsRatio
Grupo de Estudo
GI 17/1 10/8 0.018 13.6 (1.5 - 125.4)
GII 16/0 11/5 0.043 15.8 (1.0 - 314.5)
p-Valor 1.000 0.497
Classificação dos
linfonodos
Unilaterais 26/1 15/12 <0.001 20.8 (2.4 - 176.3)
Bilaterais 5/0 4/1 1.000 ns
p-Valor 1.000 0.625
Local
Ilíaca Direita 18/1 9/10 0.003 20.0 (2.2 - 181.7)
Ilíaca Esquerda 6/0 4/2 0.454 ns
Inguinal Direita 1/0 0/1 1.000 ns
Inguinal Esquerda 3/0 3/0 1.000 ns
Pararretal 5/0 5/0 1.000 ns
p-Valor 0.937 0.081
Anátomo patológico
Linfonodo 32/1 21/12 0.001 18.3 (2.2 - 151.3)
Não-linfonodo 1/0 0/1 1.000 ns
p-Valor 1.000 0.382
Medição in vivo
Captura Positiva 21/1 21/1 1.000 ns
Captura Negativa 12/0 0/12 <0.001 625.0 (11.5 - 34070.0)
p-Valor 1.000 <0.001
Medição ex vivo
Captura Positiva 21/1 21/1 1.000 ns
Captura Negativa 12/0 0/12 <0.001 625.0 (11.5 - 34070.0)
p-Valor 1.000 <0.001
* p < 0.05, Teste Exato de Fisher.
+ = Marcação positiva pelo método Azul ou Tecnécio;
- = Marcação negativa pelo método Azul ou Tecnécio;
ns = oddsratio não significante.
Em relação à análise histopatológica dos linfonodos encontrados, dos 34
linfonodos analisados, 33 apresentaram resultados compatíveis com tecido linfonodal. Apenas
uma estrutura, ao ser analisada, não mostrou tecido linfonodal e sim a presença de tecido
conjuntivo, muscular, adiposo propriamente dito. Essa estrutura estava corada com corante
vital e apresentava valores de captação de irradiação consideradas negativas, retirada da
cadeia inguinal direita em um animal do grupo I.
45
Gráfico 3 - Curva ROC de sensibilidade e especificidade dos métodos de diagnóstico por
marcação com Azul e Tecnécio em relação à análise in vivo e ex vivo.
Após avaliação dos métodos de diagnóstico por marcação por Azul ou Tecnécio,
pôde-se observar uma elevada sensibilidade (1.000) e especificidade (1.000) do método
Tecnécio em relação à avaliação in vivo (A) e ex vivo (B), com uma área de curva ROC de
0.977±0.027.
Curva ROC Avaliação in vivo
Curva ROC Avaliação ex vivo
Especificidade Especificidade
Sen
sib
ilid
ade
Sen
sib
ilid
ade
Fonte da curva
Fonte da curva
Azul Tecnécio Referência
Azul Tecnécio Referência
46
5. DISCUSSÃO
O câncer de canal anal é uma neoplasia rara, que responde aproximadamente por
cerca de 1% a 2% dos tumores do trato gastrointestinal (RYAN, 2000), e sua incidência vem
aumentando devido à associação com fatores de risco como infecção por HPV, doenças
sexualmente transmissíveis, tabagismo e outros (SIEGEL, 2011). O tipo histológico de maior
prevalência é o carcinoma epidermoide (RYAN, 2000; INCA, 2008), e os fatores mais
importantes associados com o prognóstico incluem o local do tumor, seu tamanho e o
acometimento linfonodal. (EDGE, 2010; TOMASZEWSKI, 2012.) Desde a década de
setenta, o tratamento combinado com radioterapia e quimioterapia (NIGRO, 1974) se tornou o
padrão-ouro para tumores de canal anal, estando a cirurgia reservada para os casos de
recorrência local (RYAN, 2000, TOMASZEWSKI, 2012; ZILLI, 2012).
Os tumores do canal anal em geral enviam metástases para reto, linfonodos
inguinais superficiais e profundos, fígado e pulmões (LICITRA, 2002; CRUZ, 2000). A
drenagem linfática do canal anal pode seguir para as cadeias inguinais, femorais, ilíacas e
mesorretais/mesentéricas. Tumores abaixo da linha pectínea tendem a drenar para os
linfonodos inguinais e femorais, enquanto que tumores acima da linha pectínea tendem a
drenar para linfonodos da cadeia mesorretal e ilíacas (RYAN, 2000; URONIS, 2007,). Porém,
cerca de 10% a 35% dos pacientes com tumores de canal anal podem apresentar metástases
inguinais (BEMBENEK, 2007). Algumas teorias postulam que a presença de um bloqueio na
drenagem linfática ascendente por um tumor localmente avançado (GRINNEL, 1942) ou por
ressecção colorretal prévia (GILCHRIST, 1947, GRANFIELD, 1992) pode atuar como
fatores de risco para o acometimento de linfonodos inguinais em tumores colorretais baixos e
de canal anal.
Geralmente, metástases linfonodais ilíacas e pararretais estão incluídas no campo
de irradiação do tratamento primário, o que não é o caso das cadeias inguinais (WADE,
1989). O acometimento de linfonodos inguinais é um fator prognóstico independente para a
recorrência local e a sobrevida dos pacientes com neoplasia de canal anal (ORTHOLAN,
2012; CLARK, 1986), e o manejo dos pacientes com linfonodos inguinais clinicamente
negativos varia de centro para centro. A maioria dos pacientes com metástases inguinais não
47
apresenta sintomas no momento do diagnóstico (PAPILLON, 1992) e os linfonodos inguinais
metastáticos não são detectados com acurácia por exames de imagem (RABBIT, 2002) e nem
se relacionam de forma consistente com o tamanho dos linfonodos (WADE, 1989).
Alguns estudos validam a ressecção de linfonodos clinicamente suspeitos sem
submeter à irradiação rotineira pacientes com linfonodos inguinais negativos (BARTELINK,
1997; GERARD, 2001), mas outros preconizam a inclusão rotineira das cadeias inguinais
durante o tratamento radioterápico, uma vez que esta reduziu o índice de metástases
metacrônicas quando comparadas aos resultados históricos de pacientes tratados
cirurgicamente (CUMMINGS, 1982; ROELOFSEN, 1998; MYERSON, 2001). Porém a
irradiação inguinal não é isenta de riscos, levando a complicações agudas ou crônicas para
cerca de 3% a 16% dos pacientes (RYAN, 2000; GERARD, 2001; CLARK, 2004). Além
disso, estima-se que cerca de 75% dos pacientes seriam tratados desnecessariamente.
Acredita-se, porém que a não realização da irradiação profilática possa levar a uma
importante proporção de pacientes com metástases clinicamente indetectáveis e, por não
receber tratamento adequado, tenham altas taxas de recorrência (UKCCCR ANAL CANCER
TRIAL WORKING PARTY 1996; BARTELINK, 1997).
Nesse contexto, o mapeamento de linfonodos sentinelas no canal anal pode se
apresentar como um método objetivo para detectar linfonodos inguinais metastáticos
clinicamente indetectáveis. Vários estudos (VAJDA et al , 2001; MISTRANGELO, 2002;
PELEY, 2002; RABBIT, 2002; BOBIN, 2003, ULMER, 2003; CASTRO, 2005;
GRETSCHEL, 2008; MISTRANGELO, 2009; HIRCHE, 2010) e duas revisões (DAMIN,
2006; MISTRANGELO, 2009) mostraram que a técnica de detecção do linfonodo sentinela é
factível nas neoplasias de canal anal, podendo ajudar a detectar metástases inguinais ocultas
em casos de linfonodos clinicamente negativos. Mas De Jong mostrou em 2010 um caso de
recorrência local por metástases inguinais após uma pesquisa negativa para linfonodos
sentinelas, recomendando cautela no uso da técnica para excluir a radioterapia inguinal e
levantando o debate sobre o índice de falsos negativos da técnica.
Embora vários estudos clínicos tenham sido conduzidos em pacientes utilizando a
técnica, não existe um modelo animal específico para o estudo da drenagem do canal anal
utilizando o método de detecção do linfonodo sentinela. Modelos de estudo em melanoma
48
utilizaram felinos (KRAG, 1993), e o modelo canino já foi usado com sucesso para o estudo
de cadeias linfáticas de outros sítios anatômicos, como mama e vulva (PINHEIRO, 2003,
AQUINO, 2012); mas até o momento não há relatos em literatura de um modelo experimental
para o estudo específico do linfonodo sentinela no canal anal. O espécime Canis Familiaris
foi escolhido pela sua fácil obtenção, facilidade de manuseio e pela similaridade com a
drenagem linfática em humanos. Na cadela, a área perineal drena para os linfonodos
mamários inferiores, que correspondem aos linfonodos inguinais nos humanos, e pode drenar
também para as cadeias pélvicas ilíacas e pararretais (GETTY, 1975). Em nosso estudo
pudemos observar uma concordância entre a drenagem linfática da região do canal anal no
modelo e a drenagem linfática do canal anal humano.
A detecção do linfonodo sentinela está hoje bem estabelecida para o uso nos
tumores de mama (GIULIANO, 1994) e melanoma (KRAG, 1998), através do mapeamento
linfático por uso de injeção de corante vital através da linfografia indireta através da injeção
peritumoral de corante vital ou pela injeção peritumoral de coloides radiomarcados. A técnica
de marcação com corante vital foi primeiramente descrita por Morton e seus colaboradores
em 1991 em modelo felino, injetando variados corantes vitais na região intradérmica para
avaliação do padrão de drenagem. O azul de eossulfan, nesse experimento, mostrou o melhor
resultado como corante vital; mas com a aplicação clínica da técnica na detecção de
linfonodos sentinelas em melanomas o azul patente também obteve bons resultados
(MORTON, 1992). Em 1995, Krag e colaboradores combinaram o uso da marcação com o
corante vital com a injeção de coloide radioativo para detecção gama intra-operatória em 121
pacientes com melanoma maligno invasivo, conseguindo encontrar o linfonodo sentinela em
mais de 95% dos casos. O mapeamento com corante vital apresenta algumas desvantagens,
entre elas a curva de aprendizagem com certas dificuldades técnicas o que pode levar a um
índice de falha na detecção de até 20%. Pela dificuldade de se precisar com exatidão o local
do linfonodo sentinela antes da incisão, esta costuma ser ampla a ponto de interferir no
resultado estético da ressecção. Outra desvantagem é a coloração indevida de tecidos
próximos ao sítio de injeção, que pode ser especialmente desafiadora para patologistas que
irão analisar as áreas tumorais (BACHTER, 1998). Em relação a isso, a introdução do método
49
de linfocintigrafia com coloides radiomarcados apresenta a vantagem de permitir a melhor
localização do tecido captante, com menor dissecção e menor morbidade.
A combinação dos métodos de mapeamento linfático usando corante vital e
radioisótopo ganhou popularidade ao longo do tempo e com a publicação de vários trabalhos
mostrando que as duas técnicas juntas apresentavam resultados complementares entre si,
diminuindo o índice de falsos negativos, minimizando os índices aumentados obtidos por
cirurgiões no início de sua curva de aprendizado. (MCMASTERS, 2000). Em seu estudo de
1993 que empregou modelos experimentais felinos e comparou as taxas de detecção dos
linfonodos pela injeção de azul patente e marcador radioativo, Krag e colaboradores
encontraram uma alta taxa de concordância entre as duas técnicas (100%), e também
atestaram que o linfonodo marcado pelo radiofármaco podia ser identificado ainda antes da
incisão, podendo inclusive guiar o cirurgião no ato operatório com a ajuda do probe. O tempo
de absorção entre a injeção do radiofármaco e a sua detecção era de cerca de trinta minutos.
Além disso, o marcador não parecia migrar além do linfonodo sentinela marcado nem mesmo
após a passagem de algumas horas; e a presença do radiofármaco podia auxiliar também na
detecção de linfonodos residuais. Mas Morrow e colaboradores demonstraram em 1999 que as
taxas de detecção de linfonodos sentinela com as técnicas de marcação por corante vital e
radioisótopo apresentavam taxas de detecção diferentes, mas não com uma taxa maior de
detecção pela combinação das técnicas. Posteriormente foi demonstrado que a discrepância na
concordância das duas técnicas poderia, sim, aumentar a taxa de detecção dos linfonodos e
diminuir o índice de falsos-negativos (MCMASTERS, 2001), tanto no número de linfonodos
detectados pela combinação das duas técnicas como também nos índices menores de falsos
negativos do que os obtidos com cada técnica isolada. McMasters e seus colaboradores
também observaram em 2000 que, apesar de 72% dos linfonodos do grupo mapeado com as
técnicas combinadas estarem azuis, alguns eram identificados pela injeção de radioisótopo e
não pela coloração azul macroscópica e vice-versa; diminuindo os índices de falsos negativos
por uma técnica “descobrir” os linfonodos não detectados da outra. Outros estudos (MEYER-
ROCHOW, 2003 e HUNG, 2005) mostraram também uma taxa de identificação linfonodal
maior, mas com o índice de falsos negativos semelhantes entre o uso isolado de azul patente e
o uso combinado de corante vital com o radioisótopo, talvez pela maior sensibilidade do
50
método para a detecção linfonodal que também foi observado no presente estudo. Em um
estudo multicêntrico de 1998, Krag e colaboradores conduziram 443 casos utilizando apenas o
método de marcação com radioisótopos, com uma taxa de falsos negativos de 11,4%; o que os
levou a considerar a combinação da técnica com o mapeamento com azul patente. Em 1982,
Terui e colaboradores demonstraram que os linfonodos metastáticos tendem a ter preferência
por marcadores radiofármacos, onde os linfonodos “quentes” (isto é, captantes do
radiofármaco) estavam acometidos por metástases em 35% dos casos e os linfonodos “frios”
(ou não captantes) perfaziam apenas 3,8% dos casos.
Na pesquisa atual, observou-se que a maior parte dos linfonodos foi marcada pelo
corante vital, 13,6 vezes mais do que os marcados com tecnécio no grupo I e 15,8 vezes mais
no grupo II. Somente um linfonodo foi marcado apenas com tecnécio. A concordância entre
os métodos, expressada pelo coeficiente de Kappa, se mostrou baixa devido à alta
sensibilidade do método de detecção do corante vital; mas dos 34 linfonodos encontrados com
o uso combinado de ambas as técnicas, apenas um não foi confirmado pela análise
histopatológica, justamente um linfonodo corado apenas com corante vital.
A distribuição dos linfonodos nas respectivas cadeias linfáticas varia de acordo
com a localização dos tumores no canal, onde tumores abaixo da linha pectínea tendem a
drenar para linfonodos inguinais e femorais, enquanto que os tumores acima da referida linha
tendem a drenar para cadeias ilíacas e mesorretais. (RYAN, 2000; URONIS, 2007). Porém, os
linfonodos inguinais podem ser encontrados mesmo em tumores acima da linha pectínea
(BEMBENEK, 2007). A detecção ipsilateral e bilateral de linfonodos é descrita tanto na
neoplasia vulvar (DEHULLU, 2000) como nos estudos de neoplasia de canal anal (DAMIN,
2003); observando que a detecção linfonodal tende a ser ipsilateral em tumores laterais e
bilateral em tumores na linha média. No modelo proposto, foram encontrados 34 linfonodos
marcados com azul, tecnécio ou ambos; foram identificados linfonodos nas cadeias inguinais,
ilíacas e pararretais, resultado compatível com a drenagem linfática em humanos (tabela 2).
No presente estudo, a maior parte dos linfonodos foi marcada em cadeia ilíaca direita em
ambos os grupos de estudo (66,7%, grupo I e 43,8%, grupo II, tabela 2), seguido pela cadeia
ilíaca esquerda (16,7%, grupo I e 18,8%, grupo II), inguinal direita (5,6%, grupo I; 0, grupo
II), inguinal esquerda (11,1%, grupo I; 6,3%, grupo II) e pararretal (0, grupo I; 31,3%, grupo
51
II). Não houve significância estatística entre os valores detectados em cada cadeia em ambos
os grupos. Das treze cadelas estudadas, apenas duas apresentaram detecção bilateral de
linfonodos nas cadeias estudadas, estando ambas no grupo I.
Ao analisar a presença de linfonodos unilaterais ou bilaterais nos sujeitos
estudados pelos grupos definidos pelos pontos de injeção dos marcadores, observamos que
apenas duas cadelas do grupo I mostraram detecção de linfonodos bilaterais, sendo o restante
dos linfonodos detectados unilateralmente. A análise estatística mostrou que o Teste Exato de
Fischer Bicaudal não apontou significância estatística, mas na análise do Teste Exato de
Fischer Unicaudal (onde p=0,043), o grupo II mostrou maior marcação ipsilateral do que o
grupo I. O método do corante vital marcou 20,8 vezes mais linfonodos unilaterais enquanto
que o tecnécio tendeu a não mostrar diferença em relação à marcação de linfonodos
unilaterais ou bilaterais. A maior parte dos linfonodos foi encontrada na cadeia ilíaca direita,
tanto no Grupo I quanto no Grupo II, com maior sensibilidade para os linfonodos marcados
com corante vital, que marcou 20 vezes mais linfonodos na cadeia ilíaca direita. As demais
cadeias não apresentaram diferença significante entre si.
Dos 34 linfonodos retirados no procedimento experimental e enviados para
análise histopatológica, apenas um não apresentou histologia compatível com tecido
linfonodal, estando ele marcado apenas com corante vital e localizado na cadeia inguinal
direita. Assim sendo, os linfonodos foram os maiores responsáveis pela variação de
marcações observada na análise estatística, embora o único falso-positivo comprovado pelo
estudo histopatológico tenha vindo de um linfonodo corado apenas com corante vital. Por sua
vez, o método de detecção linfonodal utilizando o tecnécio mostrou menor detecção de
linfonodos, mas apresentou maior especificidade para marcação (100% dos linfonodos
encontrados), diferente do corante (96,9% dos linfonodos encontrados). Com relação presença
de captura do corante no linfonodo, pôde-se perceber que sempre que o linfonodo é positivo
in vivo, há captura do corante vital e do radiofármaco. No entanto, quando o linfonodo é
negativo, 100% das amostras coraram com azul, e nenhum corou com tecnécio, mostrando
que o azul dá 100% de falsos positivos, mostrando a baixa sensibilidade desse teste
(sensibilidade = 0) embora ele seja bem específico. No caso da captura negativa de irradiação
pelo gamma-probe, o p-valor <0.001 indica que o método marca o que deve ser marcado e
52
não marca o que não deve; diferente do corante que não mostrou diferença significante entre
os dois padrões de marcação. O mesmo padrão se manteve nas medições ex vivo. Numa
técnica de estudo de cadeias linfonodais, porém, a combinação das técnicas pretende unir o
método sensível ao específico, uma vez que a associação visa diminuir o índice de falsos
negativos na detecção do linfonodo sentinela; mas em análise estatística através de curvas
ROC, o método de tecnécio tanto é sensível como específico à avaliação de linfonodos, sendo
um método que possui 100% de compatibilidade com a avaliação in vivo e ex vivo. Por outro
lado, o método de coloração por Azul mostrou uma alta sensibilidade (1.000), porém
especificidade nula (0.000) em relação à avaliação in vivo e ex vivo, com uma área de curva
ROC de 0.477±0.104 (gráfico 3).
Assim, o modelo proposto teve sucesso em detectar linfonodos pelo o método de
rastreamento por linfocintigrafia indireta por injeção de corante vital e radiofármaco,
replicando a distribuição dos linfonodos nas mesmas cadeias linfonodais encontradas em
humanos. A diferença entre a distribuição desses linfonodos de acordo com os grupos de
injeção não mostrou significância estatística, o que sugere que para investigação futura o
método proposto pode indicar dados relevantes para esse questionamento com o aumento do
número de amostras experimentais. O método de detecção pelo corante se mostrou mais
sensível e menos específico do que o método de detecção através do 99mTc, que manteve
uma boa sensibilidade apesar de ter especificidade aumentada. Os indícios de uma elevada
sensibilidade do método de marcação do corante vital para a cadeia ilíaca direita sugerem que
o aprofundamento do estudo é necessário, também com o aumento da amostra.
53
6. CONCLUSÃO
Após análise dos resultados obtidos, chegou-se às seguintes conclusões:
1- O modelo proposto para a pesquisa das cadeias linfonodais em canal anal de canino
demarca com eficácia os linfonodos nas cadeias inguinais, ilíacas e para-retais.
2- O corante vital tem maior sensibilidade, porém menor especificidade na marcação dos
linfonodos quando comparado ao radiofármaco 99mTc fitato.
3- A distribuição dos linfonodos independe do local da injeção do radiofármaco ou
corante vital.
54
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63
APÊNDICE A
64
APÊNDICE B
Linfonodo Cadela Grupo Local Marcadores Medição In Vivo/Ex vivo Anatomopatologico
1 Piloto 1 Ilíaca Direita Azul NA Linfonodo
2 Piloto 1 Ilíaca Direita Azul NA Linfonodo
3 Piloto 1 Ilíaca Direita Tecnecio 450/150 Linfonodo
4 1 1 Ilíaca Direita Azul/Tecnecio 480/200 Linfonodo
5 1 1 Ilíaca Esquerda Azul/Tecnecio 667/300 Linfonodo
6 2 1 Inguinal Direita Azul Residual - 40/40 Não-Linfonodo
7 2 1 Inguinal Esquerda Azul/Tecnecio 1200/1000 Linfonodo
8 2 1 Ilíaca Esquerda Azul/Tecnecio 880/2269 Linfonodo
9 3 1 Inguinal Esquerda Azul/Tecnecio 171/96 Linfonodo
10 3 1 Ilíaca Esquerda Azul/Tecnecio 100/150 Linfonodo
11 4 1 Ilíaca Direita Azul NA Linfonodo
12 4 1 Ilíaca Direita Azul NA Linfonodo
13 4 1 Ilíaca Direita Azul/Tecnecio 200/80 Linfonodo
14 5 1 Ilíaca Direita Azul NA Linfonodo
15 5 1 Ilíaca Direita Azul NA Linfonodo
16 5 1 Ilíaca Direita Azul/Tecnecio 6000/4000 Linfonodo
17 6 1 Ilíaca Direita Azul NA Linfonodo
18 6 1 Ilíaca Direita Azul/Tecnecio 100/120 Linfonodo
19 7 2 Ilíaca Direita Azul NA Linfonodo
20 7 2 Ilíaca Direita Azul/Tecnecio 476/51 Linfonodo
21 7 2 Ilíaca Direita Azul/Tecnecio 286/150 Linfonodo
22 8 2 Ilíaca Direita Azul/Tecnecio 3000/1350 Linfonodo
23 8 2 Ilíaca Direita Azul/Tecnecio 3000/1450 Linfonodo
24 8 2 Pararretal Azul/Tecnecio 500/450 Linfonodo
25 9 2 Inguinal Esquerda Azul/Tecnecio 1548/1388 Linfonodo
26 9 2 Pararretal Azul/Tecnecio 3043/2456 Linfonodo
27 10 2 Ilíaca Direita Azul NA Linfonodo
28 10 2 Pararretal Azul/Tecnecio 1500/1000 Linfonodo
29 11 2 Ilíaca Esquerda Azul NA Linfonodo
30 11 2 Ilíaca Esquerda Azul/Tecnecio 3000/2000 Linfonodo
31 12 2 Ilíaca Direita Azul NA Linfonodo
32 12 2 Ilíaca Esquerda Azul NA Linfonodo
33 12 2 Pararretal Azul/Tecnecio 3000/3000 Linfonodo
34 12 2 Pararretal Azul/Tecnecio 3000/3000 Linfonodo
35 13 9h Ilíaca Esquerda Azul/Tecnecio 900/560 Linfonodo
36 13 9h Ilíaca Esquerda Azul/Tecnecio 2000/2000 Linfonodo
37 13 9h Pararretal Azul NA Linfonodo
38 13 9h Pararretal Azul NA Linfonodo
39 14 3h Pararretal Azul/Tecnecio 3000/3000 Linfonodo
40 14 3h Pararretal Azul/Tecnecio 900/1000 Linfonodo
65
APÊNDICE C
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA:
Data: 17/09/13 Cadela Piloto/ Grupo I Peso: 11kg Local de Injeção dos marcadores: 12h
1. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: -0-10
2. Injeção de corante
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
3. Após espera de 30 minutos:
- Região Inguinal Direita:Não encontrados linfonodos corados ou captantes Medição pré-dissecção: 20 Medição do leito após dissecção: 20 - Região Inguinal Esquerda: Não encontrados linfonodos corados ou captantes Medição pré-dissecção: 10 Medição do leito após dissecção: 10 - Região Ilíaca Direita: Medição pré-dissecção: 400
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul
In vivo Exvivo
1 - - SIM
2 - - SIM
3 450 150 NÃO
Medição do leito após dissecção:20-25 - Região Ilíaca Esquerda:Não foram encontrados linfonodos corados ou captantes. Captação residual. Medição pré-dissecção: Após ilíaca direita: 20-25 Medição do leito após dissecção: O mesmo - Região Pararretal:Não foram encontrados linfonodos corados ou captantes Medição pré-dissecção:10 Medição pós-dissecção: O mesmo Total de Linfonodos Retirados: 3 (2A e 1 T) Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo? 1 – S (X)N () 2 – S (X)N () 3 - S (X)N ()
66
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA: Data: 21/11/13 Cadela 1/ Grupo I Peso: 7,9kg Local de Injeção dos marcadores: 12h
1. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: -0-10
2. Injeção de corante
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
3. Após espera de 30 minutos:
- Região Inguinal Direita:Não encontrados linfonodos corados ou captantes Medição pré-dissecção: 10-20 Medição do leito após dissecção: 10-20 - Região Inguinal Esquerda: Não encontrados linfonodos corados ou captantes Medição pré-dissecção: 10-20 Medição do leito após dissecção: 10-20 - Região Ilíaca Direita: Medição pré-dissecção: >1000
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul
In vivo Exvivo
1 450 150 SIM
Medição do leito após dissecção:100 - Região Ilíaca Esquerda:Não foram encontrados linfonodos corados ou captantes. Captação residual. Medição pré-dissecção: 700
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul
In vivo Exvivo
2 667 300 SIM
Medição do leito após dissecção: 25-30 - Região Pararretal:Não foram encontrados linfonodos corados ou captantes Medição pré-dissecção:10 Medição pós-dissecção: O mesmo Total de Linfonodos Retirados: 2 (2A /T) Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo? 1 - S (X)N () 2 – S (X) N ()
67
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA: Data: 21/11/13 Cadela 2 / Grupo I Peso: 9,5kg Local de Injeção dos marcadores: 12h
2. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: 30
2. Injeção de Corante Vital
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
3. Após espera de 30 minutos:
- Região Inguinal Direita: Medição pré-dissecção: 50
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
1 40 40 SIM
Medição do leito após dissecção: 50 - Região Inguinal Esquerda: Medição pré-dissecção: 357
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
2 1200 1000 SIM
Medição do leito após dissecção: 20 - Região Ilíaca Direita:Não foram encontrados linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20 Medição do leito após dissecção:20 - Região Ilíaca Esquerda: Medição pré-dissecção
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
3 880 2269 SIM
Medição do leito após dissecção: - Região Pararretal: Não foram encontrados linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20 Medição pós-dissecção: O mesmo Total de Linfonodos Retirados: 3 (1A / 2AT) Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo?
1- S ()N (x) 2- S (x)N () 3- S (x)N ()
1 – Tecido muscular, adiposo, esquelético e propriamente dito, corado com HE.
68
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA: Data: 26/11/2013 Cadela 3/ Grupo I Peso: 14,5kg Local de Injeção dos marcadores: 12h
1. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: 5-10
2. Injeção de corante vital
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
3. Após espera de 30 minutos:
- Região Inguinal Direita: Não foram encontrados linfonodos captantes ou corados Medição pré-dissecção: 10 Medição do leito após dissecção: 10 - Região Inguinal Esquerda: Medição pré-dissecção: 150
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
1 171 96 SIM
Medição do leito após dissecção: 30 - Região Ilíaca Direita: Não foram encontrados linfonodos captantes ou corados Medição pré-dissecção: 20 Medição do leito após dissecção:20 - Região Ilíaca Esquerda: Medição pré-dissecção: 100
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
2 100 150 SIM
Medição do leito após dissecção: 20 - Região Pararretal: Não foram encontrados linfonodos captantes ou corados Medição pré-dissecção:10 Medição pós-dissecção: 10 Total de Linfonodos Retirados: 2 Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo? 1 = S (X)N () 2 = S (X)N ()
69
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA: Data: 03/12/2013 Cadela 4/ Grupo I Peso: 14,6kg Local de Injeção dos marcadores: 12h
1. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: 5-10
2. Injeção de corante vital
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
3. Após espera de 30 minutos:
- Região Inguinal Direita: Não foram encontrados linfonodos captantes ou corados Medição pré-dissecção: 10-15 Medição do leito após dissecção: 10-15 - Região Inguinal Esquerda: Medição pré-dissecção: 15 Medição do leito após dissecção: 15 - Região Ilíaca Direita: Medição pré-dissecção: 150
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
1 - - SIM
2 - - SIM
3 200 80 SIM
Medição do leito após dissecção:20 - Região Ilíaca Esquerda: Não foram encontrados linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 29 Medição do leito após dissecção: 20 - Região Pararretal: Não foram encontrados linfonodos captantes ou corados Medição pré-dissecção:10 Medição pós-dissecção: 10 Total de Linfonodos Retirados: 2 Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo? 1 = S (X)N () 2 = S (X)N () 3 = S (X)N ()
70
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA: Data: 03/12/13 Cadela 5/ Grupo I Peso: 11,6kg Local de Injeção dos marcadores: 12h
1. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: -10-20
2. Injeção de Corante vital
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
3. Após espera de 30 minutos:
- Região Inguinal Direita: Medição pré-dissecção: 20-25 Medição do leito após dissecção: 20-25 - Região Inguinal Esquerda: Medição pré-dissecção: 20-25 Medição do leito após dissecção: 20-25 - Região Ilíaca Direita: Medição pré-dissecção: >2000
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
1 - - SIM
2 - - SIM
3 6000 4000 SIM
Medição do leito após dissecção:30 - Região Ilíaca Esquerda: Medição pré-dissecção: 30 Medição do leito após dissecção:25-30 - Região Pararretal: Medição pré-dissecção: 20 Medição pós-dissecção:20 Total de Linfonodos Retirados: 3 Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo? 1 - S (X)N () 2 - S (X)N () 3 - S (X)N ()?
71
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA: Data: 03/12/13 Cadela 6/ Grupo I Peso: 11kg Local de Injeção dos marcadores: 12h
1. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: 10
2. Injeção de corante vital
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
3. Após espera de 30 minutos:
- Região Inguinal Direita: Não foram encontrados linfonodos corados ou captantes Medição pré-dissecção: 10 Medição do leito após dissecção: 10 - Região Inguinal Esquerda: Não foram encontrados linfonodos corados ou captantes Medição pré-dissecção: 10 Medição do leito após dissecção: 10 - Região Ilíaca Direita: Medição pré-dissecção: 100-150
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
1 - - SIM
2 100 120 SIM
Medição do leito após dissecção: 10-20 - Região Ilíaca Esquerda: Não foram encontrados linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20 Medição do leito após dissecção: 20 - Região Pararretal: Não foram encontrados linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 10 Medição pós-dissecção:10 Total de Linfonodos Retirados: 2 (1A / 1AT) Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo? 1 - S (X)N () 2 – S (X)N ()
72
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA: Data: 05/12/13 Cadela 7/ Grupo II Peso: 9,7kg Local de Injeção dos marcadores: 6h
1. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: 5Ca-10
2. Injeção de Corante vital
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
3. Após espera de 30 minutos:
- Região Inguinal Direita: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20-25 Medição do leito após dissecção: 20 - Região Inguinal Esquerda: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20-30 Medição do leito após dissecção: O mesmo - Região Ilíaca Direita: Medição pré-dissecção: 200
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
1. - - SIM
2 476 51 SIM
3 286 150 SIM
Medição do leito após dissecção: 30 - Região Ilíaca Esquerda: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 30 Medição do leito após dissecção:20-30 - Região Pararretal: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20 Medição pós-dissecção: 20 Total de Linfonodos Retirados: 3 (1A / 2AT) Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo? 1 - S (X)N () 2 - S (X)N () 3 - S (X)N ()
73
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA: Data: 05/12/13 Cadela 8/ Grupo II Peso: 7,1kg Local de Injeção dos marcadores: 6h
1. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: 5-10 2. Injeção de Corante vital
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
3. Após espera de 30 minutos: - Região Inguinal Direita: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20-25 Medição do leito após dissecção: 20 - Região Inguinal Esquerda: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20-30 Medição do leito após dissecção: O mesmo - Região Ilíaca Direita: Medição pré-dissecção: 1000
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
1. 3000 1350 SIM
2 3000 1450 SIM
Medição do leito após dissecção: 30 - Região Ilíaca Esquerda: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 30 Medição do leito após dissecção:20-30 - Região Pararretal: Medição pré-dissecção: 400-500
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
1. 500 450 SIM
Medição pós-dissecção: 20-25 Total de Linfonodos Retirados: 3 (3AT) Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo? 1 - S (X)N () 2 - S (X)N () 3 - S (X)N ()
74
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA: Data: 12/12/13 Cadela 9/ Grupo II Peso: 5,5kg Local de Injeção dos marcadores: 6h
1. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: 5-10
2. Injeção de Corante vital
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
3. Após espera de 30 minutos:
- Região Inguinal Direita: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 25 Medição do leito após dissecção: 20 - Região Inguinal Esquerda: Medição pré-dissecção: <1000
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
1. 1548 1388 SIM
Medição do leito após dissecção: 30 - Região Ilíaca Direita: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20-30 Medição do leito após dissecção: 30 - Região Ilíaca Esquerda: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 30 Medição do leito após dissecção:20-30 - Região Pararretal: Medição pré-dissecção: >1000
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
2 3043 2456 SIM
Medição pós-dissecção: 30-40 Total de Linfonodos Retirados: 2 (2AT) Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo? 1 - S (X)N () 2 - S (X)N ()
75
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA: Data: 12/12/13 Cadela 10/ Grupo II Peso: 6,5kg Local de Injeção dos marcadores: 6h
1. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: 5-10 2. Injeção de Corante vital
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
3. Após espera de 30 minutos: - Região Inguinal Direita: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20-25 Medição do leito após dissecção: 20 - Região Inguinal Esquerda: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20-30 Medição do leito após dissecção: O mesmo - Região Ilíaca Direita: Medição pré-dissecção: 20
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
1. - - SIM
Medição do leito após dissecção: 30 - Região Ilíaca Esquerda: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 30 Medição do leito após dissecção:20-30 - Região Pararretal: Medição pré-dissecção: 1000
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
1. 1500 1000 SIM
Medição pós-dissecção: 40 Total de Linfonodos Retirados: 2 (1A / 1AT) Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo? 1 - S (X)N () 2 - S (X)N ()
76
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA: Data: 19/12/13 Cadela 11/ Grupo II Peso: 10,5kg Local de Injeção dos marcadores: 6h
1. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: 5-10
2. Injeção de Corante vital
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
2. Após espera de 30 minutos:
- Região Inguinal Direita: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20-25 Medição do leito após dissecção: 20 - Região Inguinal Esquerda: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20 Medição do leito após dissecção: 10-20 - Região Ilíaca Direita: Medição pré-dissecção: 20 Medição do leito após dissecção: 20 - Região Ilíaca Esquerda: >1000 Medição pré-dissecção: 30
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
1. - - SIM
2 3000 2000 SIM
Medição do leito após dissecção:20-30 - Região Pararretal: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20 Medição pós-dissecção: 10-20 Total de Linfonodos Retirados: 2 (1A / 1AT) Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo? 1 - S (X)N () 2 - S (X)N ()
77
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA: Data: 19/12/13 Cadela Piloto Lateral 1 Peso: 12,9kg Local de Injeção dos marcadores: 9h
1. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: 5-10
2. Injeção de Corante vital
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
2. Após espera de 30 minutos:
- Região Inguinal Direita: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20-25 Medição do leito após dissecção: 20 - Região Inguinal Esquerda: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20 Medição do leito após dissecção: 10-20 - Região Ilíaca Direita:Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20 Medição do leito após dissecção: 20 - Região Ilíaca Esquerda: >1000 Medição pré-dissecção: 30
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
1. 900 560 SIM
2 2000 2000 SIM
Medição do leito após dissecção:20-30 - Região Pararretal: Medição pré-dissecção: 20
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
3 - - SIM
4 - - SIM
Medição pós-dissecção: 10-20 Total de Linfonodos Retirados: 4 (2A / 2AT) Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo? 1 - S (X)N () 2 - S (X)N () 3 - S (X)N () 4 - S (X)N ()
78
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA:
Data: 19/12/13 Cadela 12/ Grupo II Peso: 8kg Local de Injeção dos marcadores: 6h
1. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: 5-10
2. Injeção de Corante vital
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
2. Após espera de 30 minutos:
- Região Inguinal Direita: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 10-20 Medição do leito após dissecção: 20 - Região Inguinal Esquerda: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20-30 Medição do leito após dissecção: 10-20 - Região Ilíaca Direita: Medição pré-dissecção: 20-30
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
1. - - SIM
Medição do leito após dissecção: 20 - Região Ilíaca Esquerda: Medição pré-dissecção: 30
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
2. - - SIM
Medição do leito após dissecção:20-30 - Região Pararretal: Medição pré-dissecção: >1000
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
3. 3000 3000 SIM
4 3000 3000 SIM
Medição pós-dissecção: 30-40 Total de Linfonodos Retirados: 4 (2A / 2AT) Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo? 1 - S (X)N () 2 - S (X)N () 3 - S (X)N () 4 - S (X)N ()
79
PESQUISA DE LINFONODOS SENTINELAS NO CANAL ANAL DA CADELA: Data: 19/12/13 Cadela Piloto Lateral 2 Peso: 13kg Local de Injeção dos marcadores: 3h
1. Injeção de Tecnécio
RÁDIO – TRAÇADOR (radioisótopo) (colóide) 99mTcFitato
DOSE 0,5 Ci em 0,2 ml (Milicurie)
ATIVIDADE 19 MBq (Mega Becquerel)
- Contagem de valores e irradiação no sítio de injeção do canal anal: >10000 - Contagem de valores e irradiação em região cervical: 5-10
2. Injeção de Corante vital
CORANTE VITAL -AZUL DE METILENO 1% Volume – 5 ml
2. Após espera de 30 minutos:
- Região Inguinal Direita: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20-25 Medição do leito após dissecção: 20 - Região Inguinal Esquerda: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20 Medição do leito após dissecção: 10-20 - Região Ilíaca Direita:Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 20 Medição do leito após dissecção: 20 - Região Ilíaca Esquerda: Sem linfonodos captantes ou corados. Medição pré-dissecção: 30 Medição do leito após dissecção:20-30 - Região Pararretal: Medição pré-dissecção: >1000
LINFONODOS 9mTc - Tecnécio Azul de metileno 1%
In vivo Exvivo
3 3000 3000 SIM
4 900 1000 SIM
Medição pós-dissecção: 40-50 Total de Linfonodos Retirados: (2AT) Análise Histopatológica: Confirma Linfonodo? 1 - S (X)N () 2 - S (X)N ()
80