Upload
hoangkhanh
View
222
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DO MAR
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MARINHAS TROPICAIS
MARINA TERESA TORRES RODRÍGUEZ
Streptococcus E Enterococcus ISOLADOS DE ÁGUAS MARINHAS E DE
GALERIAS PLUVIAIS NA COSTA DE FORTALEZA - PERFIL DE
RESISTÊNCIA A ANTIBIÓTICOS
FORTALEZA
2015
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Rui Simões de Menezes
R614s Rodriguez, Marina Teresa Torres.
Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias pluviais na
costa de Fortaleza: perfil de resistência a antibióticos / Marina Teresa Torres Rodriguez. –
2015.
143f.: il. color., enc. ; 30 cm.
Tese (doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Instituto de Ciências do Mar,
Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais, Fortaleza, 2015.
Área de Concentração: Utilização e Manejo de Ecossistemas Marinhos e Estuarinos.
Orientação: Profª. Drª. Regine Helena Silva dos Fernandes Vieira.
Co-Orientação: Profª. Drª. Oscarina Viana de Sousa.
1. Streptococcus. 2. Ambientes Aquáticos - Contaminação. I. Título.
CDD 579.355
MARINA TERESA TORRES RODRÍGUEZ
Streptococcus E Enterococcus ISOLADOS DE ÁGUAS MARINHAS E DE
GALERIAS PLUVIAIS NA COSTA DE FORTALEZA - PERFIL DE
RESISTÊNCIA A ANTIBIÓTICOS
Tese de Doutorado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Ciências Marinhas Tropicais da
Universidade Federal do Ceará como
requisito parcial para obtenção do
título de Doutor em Ciências
Marinhas Tropicais. Área de
concentração: Utilização e manejo
de ecossistemas marinhos e
estuarinos
Orientadora: Profa. Dra. Regine
Helena Silva dos Fernandes Vieira
Co-Orientadora: Profa. Dra. Oscarina
Viana de Sousa
FORTALEZA
2015
MARINA TERESA TORRES RODRÍGUEZ
Streptococcus e Enterococcus ISOLADOS DE ÁGUAS MARINHAS E DE
GALERIAS PLUVIAIS NA COSTA DE FORTALEZA - PERFIL DE
RESISTÊNCIA A ANTIBIÓTICOS
Tese de Doutorado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Ciências Marinhas Tropicais, da
Universidade Federal do Ceará,
como requisito parcial para a
obtenção do Título de Doutor em
Ciências Marinhas Tropicais. Área de
concentração: Utilização e manejo
de ecossistemas marinhos e
estuarinos
Aprovada em ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Profa. Dra. Regine Helena Silva dos Fernandes Vieira (Orientadora) Universidade Federal do Ceará (UFC)
________________________________________ Profa. Dra. Leda Cristina Santana Mendonça
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
______________________________________
Profa. Dra. Suzana Claudia Silveira Martins
Universidade Federal do Ceará (UFC)
________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Maggioni Universidade Federal do Ceará (UFC)
________________________________ Profa. Dra. Kamila Vieira Mendonça
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Dedicatória
A meus grandes amores:
Minha mãe e minha avó
Meu esposo e minha filha.
Obrigada a todos por ser o motor
que me ajuda a continuar lutando
pela vida.
Agradecimentos
À minha orientadora Profa Regine Helena Silva dos Fernandes Vieira que em
primeiro lugar acreditou em minha pessoa e aceitou-me no LAMAP ainda sem
me conhecer. Exemplo de profissional e pesquisadora. Obrigada pelo seu
apoio, ajuda, confiança e compreensão.
À minha co-orientadora Profa Oscarina Viana de Sousa, exemplo de
pesquisadora e professora. Obrigada por me brindar com todos seus
conhecimentos nos momentos certos. Exemplo de paciência e dedicação.
Obrigada por me permitir contar com sua ajuda, carinho e amizade.
À minha amiga Cristiane Teles de Carvalho pela sua amizade, apoio e carinho
e por estar presente em todo momento que eu precisei. Obrigada Cris!!!
À minha amiga Gleire Rodrigues por todo seu apoio, amizade, compreensão,
incentivo e conhecimentos no trabalho que tem sido de muita ajuda e alívio
para minha alma. Obrigada mesmo.
Ao meu amigo Daniel Rodrigues, obrigada pela sua amizade, ajuda e apoio no
desenvolvimento do meu trabalho.
À Rosa Rebouças, obrigada por sua amizade, apoio e carinho.
À Edirsana Carvalho, obrigada pela ajuda, por me ensinar e apoiar nos
primeiros passos no desenvolvimento do meu trabalho no LAMAP.
A todos os integrantes do LAMAP, que deles também tive o apoio,
conhecimentos, compreensão e carinho. Obrigada.
Muito obrigada ao LABOMAR por me permitir cursar a pós graduação.
Aos meus grandes amigos que ainda de longe fortalecem minha alma. Aos
meus ʺAngeles brasileirosʺ, obrigada pela cumplicidade e carinho. Aos meus
ʺAngeles cubanosʺ, obrigada por sua existência.
A todos que direta e indiretamente contribuíram para a realização desta
pesquisa.
Resumo
O termo estreptococos fecais abrange bactérias dos gêneros Streptococcus e
Enterococcus com diferentes significado sanitário e características de
sobrevivência. Enterococcus tem sido sugerido como indicador de
contaminação fecal em águas marinhas já que numerosos estudos relacionam
a exposição a águas com a presença dessas bactérias, a ocorrência de
doenças e a infecções em humanos. O aumento dessas bactérias em
ambientes aquáticos resistentes a antimicrobianos, resultado do amplo
emprego dessas substâncias na terapêutica humana e veterinária, é motivo de
preocupação. O objetivo desta pesquisa foi quantificar e identificar bactérias
contaminantes dos gêneros Streptococcus e Enterococcus em duas galerias
pluviais (Galeria Riacho Maceió-G1 e Galeria frente à praia do Meireles-G2) e
pontos de mar adjacentes a cada galeria (P1 e P2) na orla da cidade de
Fortaleza estabelecendo padrões de resistência a antimicrobianos. Foram
realizadas cinco coletas contínuas com periodicidade semanal nos quatro
pontos selecionados. Os valores das Contagens Padrão em Placas variaram
de ≤10 na galeria G2 a 192 x 102 UFC /100 mL na galeria G1 e para os pontos
de água de mar de 1x 102 em P2 a 94 x 102 UFC/ 100 mL em P1. Uma vez
realizadas as provas bioquímicas, 192 estirpes (86,45%) foram identificadas
como pertencentes ao gênero Enterococcus e 26 (13,54%) ao gênero
Streptococcus. Seis espécies de Enterococcus foram identificadas, sendo E.
faecium a espécie de maior frequência. Foi observada alta resistência (˃ 50%)
a ceftriaxone, clindamicina, cefotaxime e estreptomicina. A resistência
antimicrobiana (36 perfis) foi observada em 96,15% das cepas testadas. De
156 cepas testadas no antibiograma, 137 (87,88%) apresentaram
multirresistência (29 perfis). O maior valor de IRA (0,05) foi apresentado pelos
isolados de galeria. O índice MRA ≥ 0,2 foi encontrado em 131/150 cepas
resistentes (87,33%). Resistência associada a genes cromossômicos ou
indicativa de possível transferência plasmidial foi verificada nos isolados após
cura plasmidial. Alta diversidade genética dos isolados multirresistentes
analisados confirmou a necessidade da abordagem polifásica na identificação
de espécies ambientais.
Palavras-chave: Indicadores. Multirresistência. Ambientes aquáticos. Box-PCR.
Abstract
The term of faecal streptococci are represented by bacteria from Streptococcus
and Enterococcus genera with different sanitary significance and survival
characteristics. Enterococcus genera have been suggested as indicators of
fecal contamination in marine waters since numerous studies related to water
exposure with the presence of these bacteria and the occurrence of
gastrointestinal diseases and acute febrile respiratory illness. A motive to
concern in relation to the increase of the population of these bacteria in aquatic
environments resistant to antimicrobials resulting mainly from the widespread
use of these substances in human and veterinary therapy. The aim of this
research was to quantify and identify contaminating bacteria of the genera
Streptococcus e Enterococcus in water of two storm sewers (Riacho Maceió
gallery-G1 and the Gallery in front to Meireles beach-G2) and points of
adjacent sea to every gallery (P1 and P2) on the edge of the Fortaleza city,
establishing antimicrobial resistance patterns. There were 5 continuous
collections with a weekly periodicity in the four selected points. The values of
the standard plate counts ranged from ≤10 in G2 gallery to 192 x 102 UFC /100
mL in G1 gallery and the sea water points from ≤10 in P2 to 94 x 102 UFC/ 100
mL in P1. Once carried out the biochemical tests, 192 strains (86.45%) were
identified as belonging to the genus Enterococcus and 26 strains (13.54%) to
the genus Streptococcus. Six Enterococcus species were identified and E.
faecium was the higher frequency. It showed high resistance (˃ 50%) to
ceftriaxone, clindamycin, cefotaxime and streptomycin. Antimicrobial resistance
(36 profiles) was observed in 96.15% of the strains. Of the 156 strains tested in
antibiotic susceptibility test, 137 (87.88%) showed multidrug resistance (29
multidrug resistance profiles). The highest IRA value (0.05) was presented by
the gallery isolates. The MRA index ≥ 0.2 was found in 131/150 resistant strains
(87.33%). Resistance associated with chromosomal genes or indicative of
possible plasmid transfer was verified in isolated after plasmid cure. High
genetic diversity from multidrug resistant analyzed isolates confirmed the
necessity to polyphasic approach in order to identify environmental strains.
Key words: Indicators. Multidrug resistance. Aquatic environments. Box-PCR
Lista de ilustrações
Figura 1- Localização geográfica das galerias (G1 e G2) e dos
pontos de água do mar (P1 e P2) na cidade de Fortaleza-
CE.....................................................................................
63
Figura 2 - Fluxograma dos procedimentos para a quantificação de
Streptococcus e Enterococcus nas galerias G1 e G2 e
nos pontos de mar P1 e P2, em Fortaleza,
Ceará.................................................................................
65
Figura 3 - Caracterização fenotípica de bactérias dos gêneros
Streptococcus e Enterococcus baseada na fermentação
de carboidratos: manitol, sorbitol, arabinose, rafinose,
sacarose e lactose. (Fonte: LAMAP)................................
67
Figura 4 - Caracterização fenotípica de bactérias dos gêneros
Streptococcus e Enterococcus baseada na
descarboxilação da arginina. (Fonte: LAMAP)..................
68
Figura 5 - Prova de produção de pigmento amarelo para a
identificação de espécies de Enterococcus. (Fonte:
CONCEIÇÃO, 2008).........................................................
69
Figura 6 - Hemólises α, β ou Ƴ observadas em ágar sangue para a
identificação de espécies dos gêneros Streptococcus e
Enterococcus.
(Fonte:https://www.google.com.co/search?q=hemolises&
biw=1366&bih=608&source=lnms&tbm=isch&sa=X&sqi=
2&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMIvamWuoblxgIVzGk-
Ch0KLA_H).....................................................................
70
Figura 7 - Teste de produção da enzima pirrolidonil arilamidase
(PYR) para a identificação fenotípica de espécies dos
gêneros Streptococcus e Enterococcus. (Fonte:
LAMAP)............................................................................
71
Figura 8 - Teste de motilidade para a identificação fenotípica de
espécies dos gêneros Streptococcus e Enterococcus.
(Fonte: LAMAP)..................................................................
72
Figura 9 - Fluxograma da técnica do antibiograma realizado com os
isolados das amostras de água das galerias (G1 e G2) e
de água do mar (P1 e P2), em Fortaleza,
Ceará..................................................................................
73
Figura 10 - Fluxograma do procedimento de cura plasmidial,
realizado com os isolados de Enterococcus sp. e
Streptococcus sp. das amostras de água das galerias
(G1 e G2) e do mar (P1 e P2) em Fortaleza, Ceará...........
75
Figura 11 - Valores médios e intervalos de confiança (95%) das
contagens no maior valor contável para cada ponto de
coleta: galerias (G1 e G2) e pontos de água do mar (P1 e
P2) com e sem o emprego de caldo Todd-Hewitt, em
Fortaleza, Ceará................................................................
82
Figura 12 - Espécies identificadas nos isolados das amostras de
água das galerias (G1 e G2) e nos pontos de mar (P1 e
P2) analisados, em Fortaleza, Ceará................................
84
Figura 13 - Porcentagem de espécies de Streptococcus e
Enterococcus isoladas em cada tipo de amostra
analisada: galerias (G1 e G2) e pontos de água do mar
adjacentes (P1 e P2), em Fortaleza, Ceará.......................
85
Figura 14 - Percentual de suscetibilidade/resistência a diferentes
antimicrobianos de 156 cepas de Streptococcus e
Enterococcus isoladas das amostras de água das
galerias (G1 e G2) e nos pontos de mar (P1 e P2)
analisados, em Fortaleza, Ceará.......................................
88
Figura 15- Perfil de similaridade de cepas Streptococcus e
Enterococcus cepas de água de galerias e de ponto de
mar adjacente na cidade de Fortaleza-Ceará, baseado na
presença e ausência de bandas no gel de Box-
PCR....................................................................................
103
Figura 16- Avaliação do poder discriminatório das provas
bioquímicas nos isolados de Streptococcus e
Enterococcus analisados....................................................
105
Lista de tabelas
Tabela 1 - Iniciadores e condições de termociclagem utilizados na
investigação molecular das amostras de Streptococcus
e Enterococcus................................................................
76
Tabela 2- Composição e concentrações empregadas nas reações
na investigação molecular dos isolados de
Streptococcus e Enterococcus........................................
76
Tabela 3 - Parâmetros físico-químicos das amostras nos pontos
estudados: Amostras de água da Galeria Riacho Maceió
(G1), amostras de água da Jusante à saída da Galeria
do Riacho Maceió (P1), amostras de água da Galeria da
Praia do Meireles (G2), amostras de água da Jusante à
saída da Galeria da praia do Meireles (P2) em
Fortaleza-Ceará................................................................
78
Tabela 4 – Contagem Padrão em Placas (CPP) de UFC de
Enterococcus/ 100 mL nos pontos avaliados: Amostras
de água da Galeria Riacho Maceió (G1), amostras de
água do mar adjacente à Galeria do Riacho Maceió
(P1), amostras de água da Galeria da Praia do Meireles
(G2), amostras de água do mar adjacente à Galeria da
praia do Meireles (P2) em Fortaleza-Ceará.....................
80
Tabela 5 - Perfil de multirresistência de cepas de Streptococcus e
Enterococcus isoladas de galerias (G1 e G2) em
Fortaleza, Ceará.............................................................
95
Tabela 6 - Perfil de multirresistência de cepas de Streptococcus e
Enterococcus isoladas em pontos de mar (P1 e P2) em
Fortaleza, Ceará. ...........................................................
96
Tabela 7 - Resultados após tratamento de cura de plasmídio em
isolados de galeria (G1 e G2) e água do mar (P1 e P2)
em Fortaleza, Ceará......................................................
100
Tabela 8- Resultados para cada antimicrobiano testado após
tratamento de cura de plasmídio em isolados de galeria
(G1 e G2) e água do mar (P1 e P2) em Fortaleza, Ceará
101
Sumário
1 INTRODUÇÃO.............................................................................. 18
2 REVISÃO DA LITERATURA....................................................... 21
2.1 Particularidades dos gêneros Streptococcus e
Enterococcus................................................................................
21
2.1.1 Taxonomia................................................................................... 21
2.1.1.1 Taxonomia do gênero Streptococcus .......................................... 21
2.1.1.2 Taxonomia do gênero Enterococcus ........................................... 22
2.1.2 Características gerais................................................................ 23
2.1.2.1 Características gerais do gênero Streptococcus......................... 23
2.1.2.2 Características gerais do gênero Enterococcus.......................... 24
2.1.3 Identificação de espécies.......................................................... 24
2.1.3.1 Identificação de espécies do gênero Streptococcus................... 24
2.1.3.2 Identificação de espécies do gênero Enterococcus.................... 26
2.1.4 Patogenia e virulência............................................................... 27
2.1.4.1 Patogenia e virulência dos Streptococcus................................... 27
2.1.4.2 Patogenia e virulência dos Enterococcus.................................... 31
2.2 Bactérias do gênero Enterococcus em ambientes
aquáticos....................................................................................
34
2.2.1 Estressores ambientais............................................................ 34
2.2.1.1 Radiação solar............................................................................. 34
2.2.1.2 Salinidade.................................................................................... 35
2.2.1.3 Influência da variação espaço-temporal e de marés sobre das
densidades de bactérias indicadoras de poluição fecal..............
36
2.2.1.4 Eventos de Chuva........................................................................ 37
2.2.1.5 Predação...................................................................................... 38
2.2.1.6 Escassez de nutrientes e sobrevivência...................................... 39
2.3 Enterococcus como indicador de contaminação em águas
com fins recreativos .................................................................
41
2.4 Resistência antibiótica ............................................................. 46
2.4.1 Resistência antibiótica do grupo Streptococcus...................... 46
2.4.1.1 Estudos de resistência antibiótica e de mecanismos de
resistência em patógenos do gênero Streptococcus..................
51
2.4.2 Resistência antibiótica do grupo Enterococcus...................... 55
2.4.2.1 Resistência intrínseca................................................................. 55
2.4.2.2 Resistência extrínseca ............................................................... 57
2.4.2.3 Estudos de resistência antimicrobiana e de transferência de
resistência no grupo Enterococcus .............................................
58
3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................ 62
3.1 Contextualização da área de estudo........................................ 62
3.1.1 Características sócio-económicas do Bairro Meireles.......... 62
3.2 Georreferenciamento dos Pontos de coleta............................ 62
3.3 Procedimento de coleta............................................................ 63
3.3.1 Determinação dos parâmetros físico-químicos...................... 63
3.4 Quantificação de Streptoccus sp e Enterococcus sp............... 64
3.4.1 Análises estatísticas...................................................................... 65
3.5 Identificação de bactérias dos gêneros Streptococcus e
Enterococcus.................................................................................
65
3.5.1 Identificação em gênero............................................................. 65
3.5.2 Identificação em espécie............................................................ 66
3.5.2.1 Prova de fermentação de carboidratos......................................... 66
3.5.2.2 Prova da descarboxilação da arginina.......................................... 67
3.5.2.3 Prova de produção do pigmento................................................... 68
3.5.2.4 Prova de hemólises...................................................................... 69
3.5.2.5 Prova- PYR- Produção da enzima pirrolidonil arilamidase......... 70
3.5.2.6 Motilidade..................................................................................... 71
3.6 Teste de antibiograma através do método de difusão em
discos ........................................................................................
72
3.7 Cálculo do índice de resistência (IRA) e Determinação do
índice de múltipla resistência a antimicrobianos
(MRA)...........................................................................................
74
3.8 Técnica da cura de plasmídio.................................................. 74
3.8.1 Análises Estatísticas.................................................................... 75
3.9 Reação em Cadeia de Polimerase (PCR)................................ 75
3.9.1 Extracção de DNA cromossômico das cepas de
Streptococcus e Enterococcus....................................................
75
3.9.2. Condições de Box-PCR............................................................. 76
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................. 78
4.1 Parâmetros físico-químicos das amostras de galerias e do
mar ..............................................................................................
78
4.2 Quantificação de Streptooccus sp e Enterococcus sp.............. 79
4.3 Identificação em gênero ............................................................ 83
4.4 Identificação em espécie.......................................................... 83
4.5 Susceptibilidade aos antimicrobianos.................................... 88
4.6 Cura plasmidial......................................................................... 99
4.7 Box-PCR ................................................................................... 102
5 CONCLUSÕES........................................................................... 106
REFERÊNCIAS.......................................................................... 107
ANEXO A - PRECIPITAÇÕES DIARIAS – LITORAL DE
FORTALEZA (MAIO – JUNHO/2013)........................................
144
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 18
1 INTRODUÇÃO
A água é um elemento vital para a existência de todos os
organismos vivos, mas esse recurso é colocado em risco devido ao
crescimento populacional com o consequente aumento da demanda desse
recurso para diferentes usos (CARR et al., 2010).
O crescimento das populações humanas em cidades costeiras nem
sempre é acompanhado da melhora da infraestrutura de saneamento básico, o
que constitui um problema ambiental e de saúde pública. Os esgotos
domésticos lançados diretamente ao mar, sem qualquer tipo de tratamento,
carregam uma variedade de microrganismos patogênicos que põem em risco a
saúde do homem e do ambiente (WHO, 1998; PINTO; OLIVEIRA, 2011). A
contaminação das águas recreacionais por material fecal pode conduzir a
problemas de saúde entre os usuários devido à presença de organismos
infecciosos (WHO, 2003).
Existem regulamentos de órgãos para vigiar as condições sanitárias
(qualidade microbiológica) de águas destinadas à recreação, identificar a fonte
de contaminação e proteger os usuários dos efeitos nocivos resultantes.
(DORFMAN; ROSSELOT, 2009).
Em águas recreacionais, os organismos utilizados como indicadores
de contaminação servem para classificar os corpos d’água quanto a sua
condição sanitária e o potencial risco à saúde dos usuários. Embora um
indicador individual não possa predizer significativamente a presença de todos
os patógenos na água, o acompanhamento a longo prazo desses organismos
proporciona uma forma segura de avaliar o grau de contaminação potencial por
patógenos nos corpos de água receptores, permitindo a avaliação de risco (WU
et al., 2011).
Enterococcus tem sido sugerido como indicador de contaminação
fecal em águas marinhas, uma vez que, numerosos estudos relacionam a
exposição a águas com a presença dessa bactéria e a ocorrência de doenças
gastrointestinais e doença respiratória aguda febril (FLEISHER et al., 1996;
PRUSS, 1998; WADE et al., 2003). É importante destacar que apesar das
limitações do uso de indicadores, a presença de bactérias de origem fecal em
corpos d’água implica um risco potencial sério à saúde dos usuários dessas
águas (PAYMENT; LOCAS, 2011).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 19
Embora os estreptococos e enterococos possam causar infecções
em humanos, na comunidade e nos hospitais, os enterococos não foram
reconhecidos como importantes agentes causais de infecções nosocomiais até
os anos 70. Com o incremento da resistência aos antimicrobianos de uso
comum, o grupo de bactérias pertencentes ao gênero Enterococcus foi
colocado como um dos principais desafios da terapêutica clínica em infecções
de alto risco (TEIXEIRA; MERQUIOR, 2013).
O emprego amplo dos antimicrobianos na terapêutica humana e
veterinária vem possibilitando a seleção e disseminação de bactérias com
capacidade de resistência a essas substâncias e que acabam sendo
introduzidas nos ambientes através de descarte de efluentes. Nesse cenário,
as bactérias Gram-positivas são motivo de grande preocupação entre a
comunidade científica, já que vêm se tornando um problema na terapêutica
antiinfecciosa (TAVARES, 2000).
Bactérias do gênero Enterococcus possuem resistência intrínseca a
várias drogas de uso comum e acumulam mutações e genes exógenos que
conferem resistência adicional (ARIAS; MURRAY, 2012). Embora as bactérias
do gênero Streptococcus sejam mais susceptíveis a ação de antimicrobianos
que os Enterococcus sp., elas possuem plasmídios relacionados a resistência
antibiótica que facilitam a transferência de material genético entre bactérias
(KATAJA et al., 1999; DHANARANI et al., 2009).
Embora a qualidade das águas recreacionais marinhas já seja
monitorada por programas implantados em vários estados brasileiros, e
existam critérios microbiológicos estabelecidos pela legislação vigente,
Resolução Nº. 274 (BRASIL, 2000) que define os critérios de balneabilidade,
cresce o interesse e a preocupação pelo controle e vigilância dos ambientes
marinhos costeiros que o homem dispõe e precisa utilizar de forma cada vez
mais segura ( FERREIRA; ANDRADE;COSTA, 2013; OLIVEIRA, 2010; VIEIRA
et al., 2011).
A beleza das praias de Fortaleza torna a cidade um importante
destino turístico nacional. Entretanto, como outras cidades costeiras, apresenta
uma precariedade do sistema de tratamento sanitário de esgotos que acaba
poluindo suas orlas (LOURENÇO et al., 2006; VIEIRA; OLIVEIRA; SOUSA,
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 20
2007) o que torna a exposição a essas águas com atividades de contato
primário um risco para seus frequentadores.
Nas capitais costeiras, um importante veículo de contaminação das
praias são as galerias pluviais, responsáveis, somente, pela coleta de águas da
chuva. Porém, muitas vezes os efluentes domésticos são lançados
clandestinamente nas mesmas. O efluente dessas galerias é lançado
diretamente no mar, sem tratamento prévio, alterando a qualidade das águas
(FERREIRA; ANDRADE; COSTA, 2013).
Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo quantificar e
identificar bactérias contaminantes (Streptococcus e Enterococcus), em duas
galerias pluviais (galeria Riacho Maceió e galeria em frente à Praia do
Meireles) e em dois pontos de água de mar adjacentes a cada galeria na orla
da cidade de Fortaleza estabelecendo padrões de resistência a
antimicrobianos.
Como objetivos específicos, citam-se:
(1) Quantificar bactérias entéricas dos gêneros Streptococcus e
Enterococcus em águas captadas em galerias pluviais na cidade de Fortaleza e
nas águas marinhas influenciadas pela descarga dessas galerias;
(2) Isolar e identificar, através de provas bioquímicas as estirpes de
Streptococcus e Enterococcus ;
(3) Determinar o perfil fenotípico de resistência a antibióticos das
estirpes de Streptococcus e Enterococcus isoladas;
(4) Verificar a relação entre perfis de resistência múltiplos
encontrados;
(5) Estabelecer a origem genotípica nos casos de multirresistência
através de procedimento de “cura” de plasmídios;
(6) Realizar PCR-Box para avaliar a similaridade genética entre
isolados ligados à multirresistência.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 21
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Particularidades dos gêneros Streptococcus e Enterococcus
2.1.1 Taxonomia
2.1.1.1 Taxonomia dos Streptococcus
O gênero Streptococcus pertence à ʺfamília streptococcaceaeʺ
possui uma grande diversidade de espécies com características biológicas e
exigências nutricionais muito variadas (HERNÁNDEZ; VIVANCO; SILVA,
2001).
A localização taxonômica da ʺfamília Streptococcaceaeʺ foi
questionada, e o número de espécies de estreptococos e de bactérias similares
a estreptococos foi aumentado. Foram realizadas várias modificações na
taxonomia dos estreptococos do grupo D, com a criação de um novo gênero,
Enterococcus e a descrição de várias espécies novas de origem humana e
animal, relacionadas genética e fenotipicamente com os enterococos
(KONEMAN et al., 2001).
Em anos recentes, a taxonomia dos estreptococos tem sofrido uma
grande revisão após o desenvolvimento de métodos moleculares de
identificação, prevalecendo diferenças de opiniões sobre a nomenclatura de
alguns estreptococos entre os sistemas de identificação do Reino Unido e os
dos Estados Unidos (UK STANDARDS FOR MICROBIOLOGY
INVESTIGATIONS, 2014).
Thompson et al. (2013) reconheceram 99 espécies de Streptococcus
muitas das quais estão associadas com doenças em humanos e animais.
Atualmente, a lista de nomes presentes na nomenclatura (LPSN, sigla em
inglês) apresenta 111 espécies com vinte e duas sub-espécies pertencentes a
esse gênero (LPSN, 2015) e a coleção germânica de micro-organismos
(DSMZ) reconhece 136 membros do gênero, 115 espécies e vinte e uma sub
espécies (DSMZ, 2015).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 22
2.1.1.2 Taxonomia dos Enterococcus
O termo enterococos foi utilizado por primeira vez na França por
Thiercelin, em 1899, para descrever o grupo de bactérias dispostas em cadeias
curtas, diplococos e com resposta positiva à coloração de Gram (PITA, 2002).
Em 1937, Sherman JM., divide o grupo Streptococcus em quatro
grandes grupos: pyogenes, láctico, viridans e enterococos. Dentro do grupo
dos enterococos observou que as bactérias possuíam facilidade de
crescimento a temperaturas altas e baixas, maior tolerância a sais e bílis
comparada com o resto dos outros grupos, ponto alto de morte térmica e maior
capacidade redutora e resistência ao azul de metileno.
Com os avanços a nível molecular a partir de evidências genéticas,
Schleifer e Kilpper – Balz (1984) propuseram transferir Streptococcus faecalis e
Streptococcus faecium que até então estavam dentro do gênero Streptococcus
para um gênero diferente: Enterococcus. A classificação taxonômica passou a
ser outra, ficando três gêneros: Streptococcus, Enterococcus e Lactococcus.
Embora tenha sido sugerida essa separação, a edição do Manual de
Bergey (1986) citou um único gênero, Streptococcus (com seis grupos) mais
por conveniência prática, do que por taxonomia. Os estreptococos recobrados
de fezes estavam agrupados em dois desses grupos (SINTON; DONNISON;
HASTIE, 1993).
A partir de então, um grupo de cocos taxonomicamente heterogêneo
associado com o trato gastrointestinal de humanos e animais de sangue quente
foi nomeado ʺestreptococos fecaisʺ. Este grupo abrange bactérias do gênero
Enterococcus, os estreptococos de fonte não humana, Streptococcus bovis e
Streptococcus equinus e estreptococos de fontes não fecais, pertencentes ao
grupo viridans como, por exemplo, S.mitis e S. salivarius (BITTON, 2005; LLEÓ
et al., 2005; PINTO et al., 1999).
Dos ʺestreptococos fecaisʺ, o grupo de bactérias pertencentes ao
gênero Enterococcus tem sido utilizado e proposto em sua regulamentação
com preferência como indicador de contaminação fecal em ambientes
aquáticos marinhos (ASBOLT; GRABOW; SNOZZI, 2001; WHO, 2006). Por
esta razão, no presente estudo o gênero Enterococcus foi abordado com maior
profundidade.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 23
Byappanahalli et al. (2012) descreveram 36 espécies dentro do
gênero Enterococcus originários de diferentes habitats e distribuídas em cinco
grupos: E. faecalis (6 espécies), E. faecium (11 espécies), E. avium (9
espécies), E. gallinarum (2 espécies), E. cecorum (2 espécies) e 6 espécies
sem agrupamento. Atualmente, a coleção germânica de micro-organismos
(DSMZ) apresenta 54 espécies conhecidas e duas sub-espécies pertencentes
a esse gênero (DSMZ, 2015).
2.1.2 Características gerais
2.1.2.1 Características gerais dos Streptococcus
As bactérias do gênero Streptococcus são bactérias gram-positivas,
que crescem aos pares ou em cadeias curtas, anaeróbias facultativas. Esses
micro-organismos são catalase-negativos e oxidase-negativos (KONEMAN et
al., 2001). Além disso, são imóveis e não formadores de esporos
(HERNÁNDEZ; VIVANCO; SILVA, 2001).
Os estreptococos são considerados fastidiosos, com crescimento
lento e podem necessitar de fatores nutricionais para seu isolamento e
caracterização (FACKLAM, 2002).
Estreptococos, enterococos e aerococos de importância médica são
homofermentadores (o único produto da fermentação da glicose é o ácido
láctico) (KONEMAN et al., 2001). Com exceção do Streptococcus pneumoniae
(S.pneumoniae), os estreptococos não são solúveis em bílis e não realizam a
liquefação da gelatina (HERNÁNDEZ; VIVANCO; SILVA, 2001).
Os estreptococos estão amplamente distribuídos na natureza. Uns
são parte da microbiota normal dos mamíferos e podem se comportar como
oportunistas. Espécies patógenas podem produzir diversas e variadas
infecções no homem e nos animais (FORBES; SAHM; WEISSFELD, 2007;
GOMES, 2013).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 24
2.1.2. 2 Características gerais dos Enterococcus
As bactérias do gênero Enterococcus são: de forma ovóide, podendo
aparecer como células únicas, agrupadas aos pares ou em cadeias curtas
(MURRAY, 1990). São bactérias Gram-positivas, não esporuladas e embora
possam apresentar uma pseudocatalase, em geral, são catalase negativa,
(HARDIE; WHILEY, 1997; MURRAY, 1990), podem ter mobilidade ou ser
imóveis (SHEWMAKER et al., 2011; De GRAEF et al., 2003; SUKONTASING
et al., 2007), a presença de pigmento amarelo também pode diferir entre
espécies (NASER et al., 2005; ŠVEC et al., 2001). Bactérias do gênero
Enterococcus compartilham inúmeros e diferentes habitats e assim pode-se
encontrar enterococos de origem humana (CARVALHO et al., 2006; TYRREL
et al., 2002), animal (FORTINA; MORA; MANACHINI, 2004; KOORT et al.,
2004; RAHKILA et al., 2011), de plantas (M ER et al., 2001; ŠVEC;
BRYNDOVÁ, 2012; ŠVEC et al., 2012), de insetos (ŠVEC et al., 2006; COX ;
GILMORE, 2007), do solo (COLLINS; FARROW; JONES, 1986; LAYTON et al.,
2010), de água potável (ŠVEC et al., 2006), de água superficial (ŠVEC et al.,
2001) e de água do mar (ŠVEC et al., 2005). Com o desenvolvimento de novos
métodos padronizados e menos laboriosos para a identificação de espécies
crescem o número de ambientes explorados e com ele o conhecimento de
novos habitats para esse gênero (BYANNAPAHALLI et al., 2012).
2.1.3 Identificação de espécies
2.1.3.1 Identificação de espécies de Streptococcus
Com o fim de criar uma classificação prática dos estreptococos,
diferentes características têm sido levadas em conta na sua identificação,
dentre elas: a morfologia das colônias e as reações hemolíticas; as
especificidades sorológicas da substância da parede celular (que indicam o
grupo) e outros antígenos de parede ou de cápsula; as reações bioquímicas e
de resistência a fatores químicos e físicos; e as características ecológicas.
Provas fenotípicas adicionais e ensaios moleculares têm sido realizados para o
estudo das relações das espécies entre si (HERNÁNDEZ; VIVANCO; SILVA,
2001).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 25
Sobre ágar sangue, as espécies de estreptococos podem apresentar
diferentes graus de hemólises (β-hemólise total, α -hemólise parcial) ou não
apresentar hemólise. Além disso, estreptococos hemolíticos, podem ser
caracterizados pelo sistema de agrupamento de Lancefield (UK STANDARDS
FOR MICROBIOLOGY INVESTIGATIONS, 2014). Os antígenos detectados por
esse sistema de agrupamento são polissacarídeos de parede celular
(estreptococos dos grupos A, B, C, F e G oriundos de humanos) ou ácidos
lipoteicóicos de parede celular (estreptococos do grupo D e espécies de
Enterococcus). Embora algumas cepas de estreptococos viridans possuam
antígenos similares que reagem de modo cruzado com antissoros específicos
do grupo dos estreptococos β-hemolíticos, os membros desse grupo não
possuem qualquer dos antígenos de Lancefield de parede celular conhecidos
(KONEMAN et al., 2001).
Provas fenotípicas básicas (FACKLAM; ELLIOT, 1995) podem
ajudar na identificação presuntiva de cocos Gram positivos catalase negativa
(estreptococos, grupo viridans e enterococos) como são a produção de
pirrolidonil-arilamidase (PYR, sigla em inglês), produção de leucina
aminopeptidase (LAP, sigla em inglês) e crescimento em 6,5% de NaCL
(RUOFF, 2002).
O uso de testes com substâncias fluorogênicas e cromogênicas para
a detecção de enzimas pré-formadas combinadas com mais testes bioquímicos
tradicionais tais como fermentação de carboidratos, esculina e hidrólise da
arginina têm sido úteis na identificação de espécies de Streptococcus,
particularmente do grupo viridans (KIKUSHI et al., 1995; HARDIE; WHILEY,
1997; BOSSHARD et al., 2004; SALVADOR et al., 2005; NHO et al., 2009).
Embora possível a diferenciação de Streptococcus e Enterococcus
bioquimicamente através de testes fenotípicos, as provas bioquímicas não
garantiam a identificação segura, de forma inequívoca ao nível de espécie
(BOSSHARD et al., 2004). Os métodos moleculares constituem uma das
ferramentas mais valiosas para a identificação e tipificação de isolados do
gênero Streptococcus tais como a tipificação em sequência multilocus (DUNNE
et al., 2011; SUN et al., 2005; JONES et al., 2003), PCR ( POYART et al.,
2007; BRITO; RAMIREZ; LENCASTRE, 2003; VITALI et al., 2002) e
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 26
eletroforese em gel de campo pulsado (CÔRREA et al., 2009; OLIVEIRA et al.,
2005; MOYO; MAELAND; BERG, 2002).
2.1.3.2 Identificação de espécies de Enterococcus
Os métodos para a identificação de espécies enterocócicas são
essencialmente, baseados em suas características fenotípicas (SHEWMAKER
et al., 2011). A forma mais fácil de identificar fenotipicamente o grupo
enterococos é mediante a utilização de chaves de provas bioquímicas
convencionais (FACKLAM; COLLINS, 1989).
A maior parte da identificação presuntiva dos enterococos tem sido
baseada nas respostas frente a diferentes provas bioquímicas: hidrólises da
esculina, crescimento em caldo Brain Heart Infusion (BHI) suplementado com
6,5% de NaCl e habilidade de crescer a 10°C e 45°C (FACKLAM ; ELLIOT,
1995; MURRAY, 1990). As provas presuntivas (incluindo entre elas a prova
com L-pirrolidonil-beta-naftilamida– PYR) apresentam vantagens sobre as
provas confirmatórias já que são menos complexas para sua execução e
menos dispendiosas (FACKLAM et al., 1982).
As provas bioquímicas utilizadas para a identificação confirmatória
de espécies de Enterococcus têm sido avaliadas em diferentes estudos prévios
(FACKLAM; COLLINS, 1989; KNUDTSON; HARTMAN, 1992; MANERO;
BLANCH, 1999) sendo dispostas em forma de tabelas ou chaves
classificatórias.
Shewmaker et al. (2011) reavaliaram o posicionamento taxonômico
de algumas espécies dentro do gênero Enterococcus baseados na chave
classificatória proposta por Teixeira; Carvalho e Facklam (2007). Essa
classificação foi baseada na formação de ácido na presença de diferentes
substratos tais como: lactose, sacarose, manitol, arabinose, rafinose e sorbitol
entre outros. Também foi contemplada a hidrólise da arginina, a produção de
pigmento e a motilidade entre outros. Os autores concluíram sobre a
importância de testar diferentes isolados de Enterococcus procedentes de
diferentes fontes para uma ampla variedade de características bioquímicas que
facilitem a utilização de esquemas ou chaves mais abrangentes.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 27
Os métodos clássicos de identificação bioquímica dependentes da
atividade enzimática ou da utilização de determinados substratos consomem
muito tempo e às vezes não identificam todas as espécies, estabelecendo suas
próprias limitações (CHAMPAGNE et al., 2011). Para contornar essas
limitações, têm sido desenvolvidos métodos de tipificação e identificação
molecular tais como tipificação em sequência multilocus, PCR e eletroforese
em gel de campo-pulsado (FANG et al., 2012; KLIBI et al., 2012; MOHANIA et
al., 2008; MORAES et al., 2013; NALLAPAREDY et al., 2002; NASER et al.,
2005; RYU et al., 2013).
A distribuição das espécies varia em diferentes áreas geográficas
(FISCHER; PHILLIPS, 2009). Estudos realizados por Kuhn et al. (2003),
reportaram o predomínio de E. faecalis e E. faecium em amostras clínicas e
fontes ambientais na Espanha e o Reino Unido, já na Suécia a incidência de E.
hirae é superior a de E. faecium. A diversidade de espécies é menor entre
isolados de amostras clínicas que em isolados ambientais, sendo E. faecalis a
espécie de maior freqüência, o que pode ser atribuído aos fatores de virulência
que elas possuem. Outros autores destacam a presença de diferentes espécies
enterocócicas em diferentes ambientes (frutas, vegetais, água, solo e amostras
clínicas) assim como sua abundância (ABRIOUEL et.al., 2008; RIBOLDI et.al.,
2009).
2.1.4 Patogenia e virulência
2.1.4.1 Patogenia e virulência dos Streptococcus
Os estreptococos estão distribuídos como organismos comensais
causando uma série de enfermidades no homem e nos animais, sendo
saprófitos do leite e produtos lácteos. Espécies patogênicas e não patogênicas
estão presentes na pele, mucosas do trato digestivo, genital e respiratório
(GOMES, 2013).
A infecção estreptocócica no homem vai dar lugar a uma ampla
variedade de manifestações clínicas em dependência da espécie relacionada,
suas propriedades biológicas infectantes, do ponto de entrada da infecção, dos
tecidos infectados e da natureza da resposta do hospedeiro (HERNÁNDEZ;
VIVANCO; SILVA, 2001).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 28
Entre as principais espécies reconhecidas como agentes
patogênicos humanos estão: Streptococcus pyogenes (S.pyogenes - grupo A),
Streptococcus agalactiae (S.agalactiae - grupo B), espécies dos grupos C, G e
F, Streptococcus pneumoniae (S.pneumoniae), Streptococcus bovis (S.bovis) e
o grupo viridans (HERNÁNDEZ; VIVANCO; SILVA, 2001).
Alguns dos quadros clínicos mais importantes relacionados com o
gênero Streptococcus são: faringites estreptocócica (BINGEN et al., 2004),
otites média (ALONSO et al., 2013), amigdalites (HEIRSTRAETEN, et al.,
2012), pneumonia (YOSHIOKA et al., 2011), meningites (CAMILLI et al., 2008),
infecção do trato urinário (POULSEN et al., 2012), bacteremias ( REINERT et
al., 2001), endocardites ( GOULD et al., 2012), septicemia (HAMID; SAKI; ALI,
2015), etc.
A estrutura antigênica dos estreptococos é complexa. As espécies
patogênicas possuem várias características que contribuem para sua virulência
entre elas estão: antígenos de superfície - proteínas M, fator de opacidade
(antígeno de superfície celular associado à proteína M) e cápsula de ácido
hialurônico. Também são capazes de produzir vários produtos extracelulares:
toxinas eritrogênicas A, B e C, estreptolisinas (S e O), hialuronidase,
desoxirribonucleases e estreptoquinases. No caso particular do S.pneumoniae,
sua virulência está associada com sua capacidade de resistência à fagocitose,
resistência fundamentalmente relacionada com a cápsula polissacarídica. Entre
outros fatores relacionados com a virulência do pneumococo estão a produção
de adesina, pneumolisina e autolisina, assim como a proteína pneumocócica
de superfície – PspA (HERNÁNDEZ; VIVANCO; SILVA, 2001; KONEMAN et
al., 2001).
Diferentes estudos têm avaliado a presença de fatores de virulência
em diferentes espécies patogênicas:
Os genes de fatores de virulência de Streptococcus pyogenes,
estreptococo do grupo A (GAS, sigla em inglês) foram estudados por Dhanda;
Vohra e Kumar, (2011) de isolados de garganta de crianças com faringites e de
portadores assintomáticos. Foi comprovada a presença de fatores de virulência
por associação com o tipo emm (gene – proteína M) em faringites. Foram
obtidas combinações genotípicas variadas de fatores de virulência em isolados
de estreptococos do grupo A (GAS, sigla em inglês) de pacientes com infecção
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 29
na garganta de diferente severidade. Foi confirmado por Terao (2012) que
Streptococcus pyogenes está equipado com uma ampla variedade de fatores
de virulência para invadir os tecidos humanos comprometendo a imunidade do
hospedeiro.
Rojagopal (2009) revisou as funções de alguns fatores de virulência
bem caracterizados em Streptococcus agalactiae, estreptococos do grupo B
(GBS, sigla em inglês) com ênfase na regulação de sua expressão. Fatores
críticos para sua patogenia como toxinas formadoras de poros e
polissacarídeos capsulares foram revisados entre outros. A expressão
apropriada dos fatores de virulência em resposta ao ambiente do hospedeiro
proporciona uma vantagem de sobrevivência em estreptococos do grupo B
(GBS, sigla em inglês), portanto, uma infecção exitosa implica a expressão
apropriada dos produtos do gene em resposta ao ambiente do hospedeiro.
Rosa-Fraile, Dramsi e Spellerberg (2014) estudaram dois determinantes
fenotípicos β-hemolisinas/citolisinas e um pigmento vermelho utilizados no
diagnóstico microbiológico. A produção de hemolisinas e pigmento está
regulada por um sistema de dois componentes CovS/R que coordena a
expressão de fatores de virulência múltiplas em GBS.
Foram examinados três isolados de Streptococcus iniai, o maior
patógeno de peixes, com níveis variáveis de virulência. A aderência e invasão
de células ou a resistência a peptídios antimicrobianos não parecem
representar um passo crítico em enfermidades invasivas por S.iniae. A
capacidade de evitar o aclaramento fagocítico e a morte oxidativa parecem ser
os componentes críticos de virulência na patogênese (BUCHANAN et al.,
2008).
Napimoga et al. (2005) revisaram a transmissão e diversidade dos
fatores de virulência em diferentes genótipos de Streptococcus mutans
(S.mutans). Os principais fatores de virulência associados com a produção de
cáries dentais incluem a adesão (papel de S.mutans no biofilme dentário),
acidogenicidade e tolerância a ácidos. A diversidade genotípica, a frequência
de sorotipos e a detecção de mutacinas (bacteriocinas) em isolados de
S.mutans de indivíduos livres de cáries e com cáries ativas foram analisadas
por Braga et al. (2013). Diferentes mutacinas serviram a diferentes propósitos
durante o processo de colonização por S.mutans. O estudo destaca a maior
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 30
diversidade genotípica em indivíduos com cáries dentais e maior frequência do
sorotipo c e os genes de mutacinas I,III e IV na população estudada.
Isolados do grupo viridans (VGS, sigla em inglês) foram examinados
por Presterl et al. (2005) como potenciais produtores de biofilme em pacientes
com endocardites e sepsis. Foi comprovada a persistência do biofilme ainda
com exposição a concentrações definidas de penicilina, teicoplanina, e
moxifloxacina. A habilidade de formar biofilme pode ser um fator de virulência
do agente causal e contribui com a gravidade da enfermidade e a ausência de
resposta à terapia com antimicrobianos.
Anderson e Feldman (2011) estudaram os fatores de virulência
envolvidos nas estratégias do sistema imune do Streptococcus pneumoniae
observando as respostas do hospedeiro. A ocultação no biofilme por parte do
patógeno respiratório proporciona um ambiente que pode conduzir à adaptação
genética e ao incremento de sua virulência quando as defesas do hospedeiro
estão comprometidas. Outra conclusão foi abordada no estudo de Sánchez et
al. (2011). Os autores concluíram que o biofilme não contribui diretamente para
o desenvolvimento de infecções estreptocócicas invasivas, em vez disso, pode
conferir uma inatividade do crescimento durante a colonização.
Streptococcus suis (S.suis), o maior patógeno suíno, responsável
por importantes perdas econômicas, também surge como importante agente
em zoonoses de meningites e na síndrome do shock tóxico estreptocócico. A
potencial contribuição de seus fatores de virulência em cada passo da
patogenia foi examinada por Fittipaldi et al. (2011). S. suis é capaz de se aderir
às células epiteliais do trato respiratório superior de suínos e humanos.
Diferentes adesinas estão envolvidas nesse processo de adesão. A
sobrevivência de S.suis em sangue é fundamental para a enfermidade. A
cápsula polissacarídea e modificações dos componentes celulares protegem a
bactéria da fagocitose. Fatores presentes, principalmente na parede celular
bacteriana (tais como lipoproteínas), disparam a liberação de mediadores
inflamatórios do hospedeiro que conduzem à síndrome do schok tóxico
estreptocócico.
Wang et al. (2011) investigaram se a produção de biofilme formada
por S. suis poderia alterar a aderência, virulência, a expressão gênica e a
imunogenicidade. Mudança na estrutura da bactéria pode causar diferenças no
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 31
nível de expressão dos genes de virulência. As células do biofilme estão
envolvidas por um complexo polissacarídeo, o que poderia influenciar nos
fatores de virulência secretados pela bactéria.
2.1.4.2 Patogenia e virulência dos Enterococcus
Os enterococos são organismos comensais utilizados pela indústria
dos alimentos como probióticos trazendo benefícios sa de humana e animal
( R ES, 2014; REHAIEM et al., 2014). Embora muitas espécies
sejam consideradas comensais, patógenos oportunistas como E. faecalis e E.
faecium e outras espécies desse gênero têm sido de particular importância
como agentes causais de infecções nosocomiais (FARIÑAS ; TORRES, 2007;
PÉREZ; MARTÍNEZ; ZHURBENKO, 2010), incluindo bacteremias,
endocardites, infecções do trato urinário, e outras infecções (ÁLVAREZ et al.,
2007; ÁLVAREZ et al., 2008; PO; OH; TAN, 2006). Existem diferentes fatores
que determinam a virulência nas espécies de Enterococcus (FISHER;
PHILLIPS, 2009): (1) habilidade para penetrar (colonizar) o trato
gastrointestinal; (2) habilidade para se aderir a proteínas extracelulares; e (3)
habilidade de se aderir ao epitélio do trato urinário, epitélio da cavidade oral e
células embrionárias humanas dos rins. Acredita-se que a maioria das
infecções seja endógena, por translocação de bactérias por meio das células
epiteliais do intestino, causando infecção através dos nódulos linfáticos, assim
pode se espalhar por outras células dentro do organismo (FRANZ;
HOLPZAPFEL; STILES, 1999).
A maioria dos Enterococcus (ao contrário dos Streptococcus e
Staphylococcus) não produz um conjunto de toxinas inflamatórias potentes,
mas possuem muitos genes que codificam proteínas de adesão que podem
mediar a aderência aos tecidos do hospedeiro, o que tem sido consistente com
seu papel patogênico em casos de endocardite infecciosa (ARIAS ; MURRAY,
2012).
A produção de biofilmes é essencial como causa de infecções do
trato urinário e endodôntico, assim como em endocardites (FISHER; PHILLIPS,
2009). Existem fatores de virulência secretados pelas diferentes espécies de
Enterococcus: citolisinas, também chamadas hemolisinas (KOCH et al., 2004),
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 32
e enzimas hidrolíticas (hialuronidases, gelatinases, e proteases séricas
(MUNDY; SAM ; GILMORE, 2000; SEMEDO et al., 2003).
Os enterococos também produzem fímbrias de aderência
(conhecidas como fímbrias Ebp, ou pili da Endocardite e biofilme) que
poderiam intervir na aderência aos tecidos do hospedeiro (NALLAPAREDY et
al., 2006). Este componente tem sido detectado em cepas de enterococos
procedentes de água e alimentos (COBO et al., 2008).
Os enterococos não possuem fatores de virulência comumente
encontrados em muitas outras bactérias, mas a presença de determinados
fatores de virulência unida à resistência antibiótica intrínseca e adquirida em
associação com doenças e infecções em humanos explica a eficiência desse
grupo como patógeno oportunista (GIRAFFA, 2002).
Diferentes estudos têm avaliado a presença de fatores de virulência
em diferentes tipos de amostras:
Semedo et al. (2003) investigaram a presença de alguns fatores de
virulência (citolisinas, adesinas e enzimas hidrolíticas) em 164 isolados de
alimentos e clínicos (de origem humana e veterinária). Não foi detectada
atividade da hialuronidase. Foi observada uma alta incidência para os genes
que codificam adesão superficial. Na comparação da atividade gelatinase,
predominante nos isolados clínicos, lípases e DNAse foram detectadas
principalmente em isolados de alimentos, destacando sua menor importância
como determinantes de virulência. Foi concluído que as cepas clínicas
parecem estar associadas com um alto potencial de virulência. Cepas
ambientais, comensais e de alimentos carregam alguns determinantes de
virulência.
Creti et al. (2004) realizaram um estudo sobre os determinantes de
virulência (novos e conhecidos) em isolados de E. faecalis de diferentes fontes
(clínicas, de indivíduos saudáveis e do ambiente) com o objetivo de estudar a
possível correlação da presença dos fatores de virulência em cada cepa e sua
fonte de isolamento. Os autores concluíram que isolados de E.faecalis de
diferentes fontes possuíam padrões distintivos de fatores de virulência. Em
geral os isolados de endocardites e do ambiente estavam equipados com
menor número de fatores de virulência comparados com os de outras fontes
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 33
avaliadas. Os isolados do trato urinário foram os que apresentaram maior
número de fatores.
Uma coleção de enterococos, isolados de amostras clínicas, frutas e
vegetais, e água e solo foi investigada em relação à presença dos genes ebp
(pilis associado à Endocardite e biofilme). Isolados de E.faecalis de amostras
clínicas (94,59%) também como todos os isolados de frutas e vegetais e dois
dos três isolados de água e solo transportavam ebpA, ebpB e ebpC. A análise
molecular para E.faecium revelou que aproximadamente 81,81% dos isolados
de água e solo transportavam os três genes quando comparado com a baixa
incidência detectada entre isolados de vegetais (68.42%) e amostras clínicas
(33.33%). Foi sugerido pelos autores que populações enterocócicas de
ambientes específicos podem também diferir na sequência de genes que
codificam pili. Tais variações podem ser importantes para produzir pili funcional
podendo ter sérias implicações na capacidade dos isolados para a adesão e
colonização (COBO et al., 2008).
Trivedi, Cupakova e Karpiskova (2011) estudaram sete
determinantes de virulência e a susceptibilidade microbiana a oito antibióticos
em enterococos isolados de alimentos na República Tcheca. Eles encontraram
que 88,4% dos isolados portavam um ou mais genes de virulência. Foi
comprovada a hemólise em espécies diferentes de E. faecalis e E. faecium.
Também foi confirmado que espécies diferentes de E. faecalis e E. faecium
carregavam genes de virulência.
Ahmad, Dada e Usup (2014) realizaram a avaliação da persistência
de coliformes fecais cultiváveis contra a de isolados de enterococos de
diferentes origens: cepas com genes de virulência recuperadas de água de
praia, fezes humanas, isolados clínicos e com resistência à vancomicina. Os
isolados foram inoculados em águas marinhas e doces estéreis e incubados
durante cinco semanas. Os autores destacaram a persistência de todos os
isolados de enterococos à temperatura de 29˚C (até três semanas) em águas
marinhas e doces, mantendo seus genes de virulência, o que determina um
perigo potencial para a saúde pública.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 34
2.2 Bactérias do gênero Enterococcus em ambientes aquáticos
A segurança na qualidade microbiológica dos ambientes aquáticos
utilizados para fins recreacionais é um problema no mundo todo (LAYTON et
al., 2010).
Diferentes estudos (DUFOUR; WADE; KAY, 2012; COLFORD et al.,
2012; FLEISHER et al., 2010; WADE et al., 2003, 2006, 2010) destacam a
correlação positiva entre as densidades de enterococos e a incidência de
doenças e infecções em indivíduos expostos por atividades de contato primário
em águas doces e marinhas, indicando a eficácia dessas bactérias como
indicadores da possível presença de micro - organismos patógenos.
2.2.1 Estressores ambientais
A existência de fatores ambientais (bióticos e abióticos) tais como:
radiação solar, concentração de nutrientes no meio, salinidade, temperatura,
pH e outros, como inativadores de bactérias do gênero Enterococcus em
ambientes aquáticos têm sido citados em diferentes estudos:
2.2.1.1 Radiação solar
Davies-Colley, Bell e Donninson (1994) investigaram a inativação de
coliformes fecais e enterococos em efluentes de águas residuais diluídas em
água de mar. Os autores concluíram que os enterococos precisavam de duas a
três vezes mais radiação que os coliformes fecais para serem inativados.
Noble, Lee e Schiff (2004) estudaram os efeitos da temperatura, a
carga bacteriana, os sólidos totais em suspensão e a radiação solar sobre
bactérias indicadoras da qualidade microbiológica das águas (E. coli,
coliformes totais e enterococos) em água doce e marinha. Eles concluíram que
a inativação das bactérias indicadoras não depende da fonte original de
contaminação. Destacaram que os enterococos foram inativados mais
rapidamente que E. coli sob luz solar.
Dorsey et al. (2010) estudaram a redução de bactérias indicadoras
fecais (coliformes totais e fecais, enterococos e E.coli) em um pântano de água
de mar visando futuras implicações para a tomada de medidas de restauração
dessa zona, na Califórnia, Estados Unidos. Eles relataram que o pântano age
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 35
como fonte e dissipador de bactérias indicadoras fecais dependendo das
condições de maré e da exposição à luz solar.
2.2.1.2 Salinidade
Com relação à salinidade é importante assinalar o fato que bactérias
do gênero Enterococcus são capazes de tolerar altas concentrações de sais
(16,5%) comparada com E. coli e com os coliformes fecais, o que contribui para
sua melhor atuação como indicador de risco à saúde humana em ambientes
recreacionais marinhos do que membros do grupo coliforme
(BYAPPANAHALLI et al., 2012).
Alguns trabalhos têm comentado sobre a relação inversa entre a
detecção de enterococos e a salinidade (BERNARDO, 2007; PINTO;
PEREIRA; OLIVEIRA, 2012; STRADIOTTO, 2013).
Na Nova Zelândia, Sinton et al. (2002) mediante experimentos com
mesocosmos utilizando águas doces e marinhas inoculadas com água residual
ou com um inóculo de lagoa de estabilização de residuais, observaram maior
persistência dos enterococos em águas doces que em águas marinhas. Os
enterococos de esgotos brutos responderam de forma mais sensível à
salinidade que aqueles da lagoa de estabilização.
Anderson, Whitlock e Harwood (2005) pesquisaram a persistência e
a sobrevivência de bactérias indicadoras fecais (coliformes fecais, E. coli e
enterococos) em águas doces, marinhas e sedimentos, mediante experimentos
em mesocosmos. As taxas de diminuição de coliformes fecais foram,
significativamente, mais baixas que as de enterococos em águas doces, mas
não foram, significativamente, diferentes em águas marinhas.
Carr et al. (2010) avaliaram o uso combinado de enriquecimento
com a técnica da PCR para a detecção de Salmonella em águas costeiras e
sedimentos do Mississipi e a correlação da possível presença com níveis de
enterococos e variáveis climatológicas. Foi relatada uma correlação altamente
significativa entre a presença detectável de Salmonella e o valor médio na
contagem de enterococos. Foi observada uma relação inversa entre a
frequência de detecção e os níveis de salinidade, turbidez e radiação solar.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 36
2.2.1.3 Influência da variação espaço-temporal e de marés sobre a densidade
de bactérias indicadoras de poluição fecal
É conhecido que bactérias fecais variam numa escala de tempo
menor que 24 horas (um dia), com ciclos de marés e com a radiação solar
(BOEHM; WEISBERG, 2005; BOEHM, 2007).
A distribuição e os fatores que afetam o número de E.coli,
enterococos e Clostridium perfringens em água e solo num ambiente
subtropical influenciado por marés foram estudados por Desmarais, Solo-
Gabriele e Palmer (2002). E. coli e enterococos foram encontrados em baixos
níveis em sedimentos subsuperficiais ao contrário de C. perfringens. Nos
sedimentos, em locais mais distantes da costa, o número dessas bactérias
declinou sugerindo que o conteúdo da água desempenha um papel crítico na
habilidade desses indicadores em manter suas populações no ambiente.
Resultados experimentais revelaram um aumento significativo na multiplicação
de E.coli e enterococos com a simulação das marés em sedimentos úmidos.
Foi observado que com mudanças no estado da maré e ondas induzidas pelo
vento, esses microrganismos presentes na margem do rio, podem ser
carreados para a água, elevando seu número além daquele advindo de fezes.
Boehm e Wesberg (2005) exploraram o impacto das marés sobre os
níveis de bactérias indicadoras fecais em 60 praias do sudeste da Califórnia
para predizer a qualidade da água e deduzir informações sobre a localização
de bactérias indicadoras fecais (coliformes fecais, E. coli e enterococos) numa
praia em particular. As marés afetaram as concentrações de enterococos em
58/60 praias (97%). A concentração de enterococos foi mais elevada durante a
maré alta do que durante a maré baixa.
Converse et al. (2012) correlacionaram as medições de bactérias do
gênero Enterococcus por diferentes métodos (qPCR e método de cultivo) em
três praias do sul da Califórnia. Os autores também examinaram a influência da
hora do dia e variações sazonais na fonte de contaminação. As concentrações
de Enterococcus spp. variaram por método e por praia estudada. As
correlações foram significativamente superiores no período da manhã do que à
tarde. A hora do dia afetou a relação entre os resultados dos dois métodos
testados nas praias estudadas. Os resultados ratificaram o efeito inativador da
radiação solar sobre Enterococcus spp.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 37
A variação diurna na ocorrência de espécies do gênero
Enterococcus em águas marinhas oceânicas foi estudada por Maraccini,
Ferguson e Boehm (2012). Baseado em análises de similaridade foi observado
que a distribuição de espécies durante o dia era significativamente diferente
daquela da noite. Enterococcus sp. com pigmento amarelo, foram mais comuns
de dia que durante a noite indicando uma vantagem competitiva sob condições
de luz solar.
Um estudo foi conduzido por Enns et al. (2012) para determinar
como variações temporais e espaciais na coleta de amostras de água de praia
afetam nas decisões de gestão baseadas em medições de enterococos. Era
também objetivo dos autores determinar se a presença de enterococos poderia
predizer a presença de S. aureus, patógeno da pele. O estudo analisou 238
amostras. As medições de enterococos foram afetadas pelos locais das
coletas. Os níveis de enterococos nas águas superficiais (até 50 cm
profundidade) foram significativamente maiores que aqueles encontrados em
locais mais profundos. Com relação à variação temporal, as amostras foram
agrupadas em manhã, tarde e noite. Os níveis de enterococos encontrados na
manhã, coletados à profundidade do joelho, foram significativamente mais
baixos que os encontrados à noite. Foram encontradas variações em diferentes
horas da manhã (cedo e tarde). Não foram encontradas diferenças
significativas entre os níveis de enterococos encontrados à tarde e noite.
Somente duas amostras de S.aureus foram meticilina resistente. Foi concluído
que o tempo e o local, no momento da coleta de amostra, podem influenciar,
nos níveis de enterococos e, subsequentemente, nas decisões de
gerenciamento de praias.
2.2.1.4. Eventos de Chuva
A contaminação microbiológica das águas costeiras piora após
períodos de chuva (DWIGHT et al., 2011).
A avaliação da qualidade microbiológica da água de praia (medições
de bactérias indicadores fecais: coliformes fecais, E. coli e enterococos)
durante os eventos de clima úmido do sul da Califórnia foi realizada por Griffith
et al. (2009). Foram encontrados valores de concentrações de enterococos que
excediam os limites da qualidade da água (˃ 10 vezes) mais frequentemente
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 38
durante o período úmido do que no seco. As maiores ocorrências foram 24
horas após o evento de chuva, decaindo, significativamente, nos dias
seguintes.
Bordeaux et al. (2012) avaliaram os efeitos de chuva sobre a
concentração de bactérias indicadoras de contaminação fecal, enterococos
após 72 horas de eventos de chuva em duas praias com características
geográficas diferentes: uma praia completamente aberta com acesso ao
oceano e uma fechada, cujas águas não se misturavam com o oceano aberto.
Foram observadas concentrações de enterococos que superaram valores
limites em alguns locais na praia aberta após três dias de evento de chuva. Na
praia fechada, esses valores foram observados após cinco dias de evento de
chuva. Segundo os autores, as variações nas concentrações de enterococos
podem depender da circulação e transporte local da água.
Semenza et al. (2012) coletaram dados diários da qualidade
microbiológica da água (concentrações médias de enterococos) e de
precipitação no período que abrange seis anos em 78 praias no sul da
Califórnia. Os dados foram usados para elaboração de um modelo linear com
escala temporal. Foi encontrada associação positiva entre a precipitação e a
contaminação microbiológica da água (p˂ 0, 001). E também que a diminuição
relativa da contaminação das águas costeiras durante este século pode ter
implicações positivas para a incidência de doenças infecciosas entre os
usuários de águas recreacionais.
2.2.1.5 Predação
A infecção viral tem sido o mecanismo responsável pela eliminação
de uma grande parte da comunidade autóctone de diferentes ambientes
aquáticos (FUHRMAN; NOBLE, 1995; THINGSTAD, 2000). Estudos têm sido
realizados analisando ʺenterofagosʺ (bacteriófagos que infectam bactérias do
gênero Enterococcus) de diferentes amostras ambientais visando sua utilização
como indicador de fontes microbianas (BONILLA et al., 2010; PURNELL;
EBDON; TAYLOR, 2011). Em pesquisa de Byappanahalli et al. (2012), esses
vírus foram considerados um importante elemento predador das populações de
enterococos, enquanto Purnell, Ebdon e Taylor (2011) pesquisaram esses
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 39
bacteriófagos no ambiente visando seu potencial como indicador de fonte
microbiana.
A atividade de protozoários no ambiente aquático é considerada o
principal processo biológico de controle da densidade de bactérias alóctones
entre as quais se pode encontrar bactérias do gênero Enterococcus (BARCINA;
LEBARON; VIVES-REGO, 1997; SERVAIS et al., 2007).
Menon, Billen e Servais (2003) investigaram a mortalidade
bacteriana (bactérias autóctones e fecais) em águas marinhas e águas doces.
Nos dois ambientes, as taxas de mortalidade de diferentes bactérias fecais e
autóctones estiveram na mesma ordem de magnitude. A atividade protozoária
do plâncton foi o processo de mortalidade dominante nos dois ambientes,
sendo atribuída a essa atividade uma redução de 90% da população bacteriana
autóctone e fecal no rio e na área costeira. Anterior a este estudo, Andersson,
Larsson e Hagstrom, (1986), estudaram o efeito de um microflagelado
heterótrofo sobre a distribuição do tamanho de células bacterianas em água de
mar, reportando valores altos na redução do volume da célula bacteriana em
águas marinhas.
É importante destacar que algumas outras experiências têm
documentado a redução nas concentrações de enterococos pela presença de
protozoários em águas marinhas e doces (DAVIES et al., 1995; HARTKE et al.,
1998; MENON; BILLEN; SERVAIS, 2003).
2.2.1.6 Escassez de nutrientes e sobrevivência
Quando bactérias do gênero Enterococcus transitam de um
ambiente favorável e rico em nutrientes (trato gastrointestinal de animais) para
ambientes aquáticos oligotróficos, elas são expostas a fatores ambientais
abióticos dentre eles, a escassez de nutrientes, que reduz sua sobrevivência
no ambiente (BYAPPANAHALLI et al., 2012).
Para determinar se a resistência à escassez de nutrientes era
significativa na sobrevivência de bactérias liberadas no ambiente, Sinclair e
Alexandre (1984) realizaram um estudo com espécies que diferiam em sua
capacidade de resposta para suportar condições nutricionais desfavoráveis.
Foram utilizados isolados de água do lago, de pele e de boca de humanos. E.
faecalis, S. aureus, B.subtilis e Streptococcus sp. perderam facilmente sua
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 40
viabilidade na ausência de nutrientes orgânicos. Foi sugerido pelos autores que
bactérias susceptíveis à escassez de nutrientes não persistem em ambientes
pobres ou onde não conseguem competir por nutrientes orgânicos. Sendo
assim, a resistência à escassez de nutrientes é condição necessária, mas não
suficiente para a persistência em ambientes pobres ou que apoiam uma
intensa competição interespecífica.
O fenômeno denominado viável, mas não cultivável (VBNC, sigla em
inglês) descreve uma estratégia de sobrevivência na qual a bactéria, frente a
condições adversas, tem sua divisão celular impedida. Nesta fase a bactéria
perde sua habilidade para formar colônias em meios de cultura convencionais,
mas são ainda viáveis com atividade metabólica (LLEÓ; TAFI; CANEPARI,
1998), mantêm suas propriedades patogênicas (PRUZZO et al., 2002) e podem
retomar a divisão quando as condições forem restauradas (LLEÓ et al., 2001)
O estresse promovido pelo esgotamento de fontes de carbono e
glicose como fonte de energia e incubação em microcosmos oligotróficos
destacou a resistência apresentada por E. faecalis em situações de estresse
ambiental o que pode estar correlacionado com um incremento da síntese de
muitas proteínas (HARTKE et al., 1998; GIARD et al., 2000). Além disso, a
inanição a carboidratos pode aumentar a resistência a múltiplos estressores:
etanol, hipocloreto de sódio, pH ácido, estresse oxidativo, calor (HARTKE et al.,
1998; LAPLACE et al., 1997).
Diferentes estudos pesquisaram a existência do estresse nutricional
induzido em células viáveis, mas não cultiváveis, de bactérias do gênero
Enterococcus (HEIM et al., 2002; LLEÓ et al., 2005; LLEÓ; TAFI; CANEPARI,
1998).
Métodos moleculares devem ser aplicados na avaliação de
enterococos viáveis, mas não cultiváveis, uma vez que, estabelecem grandes
diferenças nas análises das densidades de enterococos em amostras
ambientais, se comparado aos métodos convencionais (LI et al., 2014;
VENIERI et al., 2011).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 41
2.3 Enterococcus como indicador de contaminação em águas com fins
recreativos
A necessidade de determinar quando um corpo de água está
contaminado com esgoto foi reconhecido uma vez que enfermidades
transmitidas por a água tais como febre tifoide, shigellosis, amebíases e cólera
constituíam uma ameaça diária e era conhecido o esgoto como fonte de
contaminação desses patógenos. Métodos confiáveis para a detecção e
isolamento de muitas destas bactérias patógenas não estavam disponíveis.
Quatro descobertas importantes conduziram ao presente sistema de avaliação
higiênica da qualidade da água baseada nas concentrações de bactérias fecais
( FUJIOKA, 1997):
1. Escherich em 1885 determinou que bactérias coliformes estavam em
elevado número e sempre eram detectadas em fezes e esgoto;
2. Klein e Houston em 1899 reportaram a possibilidade de diluir esgoto
mais de 10’ 000 vez e ainda detectar a presença de bactérias coliformes.
3. Scott em 1932 propôs como standard de qualidade da água marinha
para o banho uma concentração <1000 coliformes/100 mL.
4. Foi realizado por Stevenson em 1953, o primeiro estudo epidemiológico
nos Estados Unidos que reportou a associação entre concentrações
elevadas (˃2000/100 m ) de bactérias coliformes em praias de águas
doces e incidência elevada de enfermidades em banhistas. Importante
destacar que esta relação não foi observada para águas marinhas.
Uma vez reconhecida as limitações dos standards de coliformes, a
Agencia de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA, sigla em
inglês) iniciou em 1972 um projeto, com duração de dez anos, para
desenvolver prioritariamente testes específicos para vários indicadores,
incluindo E.coli, enterococos e Clostridium perfingens. Esses dados eram
necessários para completar um estudo epidemiológico e microbiológico
visando determinar as concentrações de nove indicadores microbiológicos
diferentes da qualidade da água marinha de praias em Nova York city,
Boston e Nova Orleans. Como resultado do estudo, de todos os
microrganismos avaliados, as concentrações de enterococos em águas
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 42
marinhas foram as únicas que correlacionaram com a incidência de
enfermidades diarreicas entre banhistas (FUJIOKA, 1997).
Diferentes critérios devem ser levados em conta antes que um
organismo indicador seja considerado confiável para prever risco à saúde
(HACH COMPANY, 2000):
1. O organismo deve ser exclusivamente de origem fecal e estar presente
em residual fecal fresco.
2. O organismo deve estar presente em maior número que o patógeno
associado.
3. O organismo deve ser mais resistente a condições de estresse
ambiental e persistir por maior tempo que o patógeno.
4. Não deve proliferar em grande extensão no ambiente.
5. O organismo indicador deve ser detectado, enumerado e identificado por
métodos simples, confiáveis e baratos.
Dentro dos microrganismos que se enquadram nestes critérios estão
os estreptococos fecais e enterococos (HACH COMPANY, 2000).
Dos estreptococos fecais, S. bovis e S. equinus podem ser
ocasionalmente detectados e não sobrevivem por largos períodos de tempo na
água pelo que provavelmente não podem ser quantificados. Assim, embora
possam ter outros habitats, os enterococos podem ser reconhecidos para
propósito de exame da água, como indicadores de contaminação fecal
(ASHBOLT; GRABOW; SNOZZI, 2001).
Os enterococos são recomendados pela Organização Mundial da
Saúde (WHO) e a Agência Ambiental dos Estados Unidos (EPA) como
indicadores preferenciais de contaminação na avaliação da qualidade
microbiológica de águas marinhas utilizadas para atividades recreacionais
(USEPA, 2012; WHO, 2006). O Canadá e a Austrália destacam o gênero
Enterococcus como indicador padrão na qualidade das águas marinhas
(GUIDELINES FOR CANADIAN RECREATIONAL WATER QUALITY, 2009;
NHMRC, 2008). O Brasil como outros países, tem incluído os enterococos
como um dos indicadores de contaminação, regulamentado para a avaliação
de águas recreacionais marinhas (BRASIL, 2000).
Águas destinadas à recreação incluem como fontes de enterococos
esgoto, residuais agrícolas e urbanos, águas pluviais, fezes de animais,
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 43
resíduos de banhistas, barcos, detritos vegetais (Ex: sargaço), água
subterrânea contaminada, solos, sedimentos e areias (BOEHM; SASSOUBRE,
2014)
Resultados interessantes na detecção de enterococos em ambientes
recreacionais têm sido apresentados por diversos autores (BACHOON et al.,
2010; KINZELMAN et al., 2003; PHILLIPS et al., 2011; SATO et al., 2005).
Com o objetivo de selecionar o melhor indicador na avaliação da
contaminação da água marinha foram analisados alguns indicadores
microbianos (coliformes totais e fecais, estreptococos fecais e colifagos) em
águas costeiras de praia por Hamzah et al. (2011) na Malásia. Foi obtido um
aumento no número de coliformes totais (98%), coliformes fecais (86%) e
estreptococos fecais (99%), o que os fêz concluir que esses três parâmetros
microbiológicos podiam ser utilizados na avaliação microbiológica dessas
águas.
Abualtayef et al. (2014) realizaram uma avaliação da qualidade
microbiológica (coliformes fecais, estreptococos fecais e Pseudomonas) em
águas costeiras destinadas à recreação na Faixa de Gaza, Palestina. Foi
utilizada a técnica de membrana filtrante. Os coliformes fecais apareceram em
apenas 61% e as pseudomonas em 31% das amostras analisadas. Os
estreptococos fecais estiveram presentes em 100% das amostras.
O estudo de Maipa, Alamanos e Bezirtzoglou (2001) investigou as
relações entre o número de coliformes totais, coliformes fecais, E. coli,
estreptococos fecais, localização, tempo e fatores sazonais por um período de
quatro anos em água do mar de praias (n=4) do noroeste da Grécia. Para a
detecção dos indicadores foi utilizada a técnica de membrana filtrante. Todos
os indicadores bacterianos apresentaram números elevados nos meses de
verão, mas neste estudo os coliformes fecais e E.coli apresentaram os
melhores resultados como indicadores sensíveis em águas marinhas.
Dionisio et al. (2001) avaliaram a qualidade microbiológica de água
de mar contaminada com esgoto de uma zona importante localizada em Rio
Farmosa (Algarve, Portugal). Os indicadores microbiológicos (coliformes totais,
coliformes fecais, E. coli, estreptococos fecais, colifagos, Pseudomonas
aeruginosa e C. albicans) foram enumerados por filtração com membrana. A
presença de coliformes totais em concentrações superiores às de
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 44
microorganismos indicadores de contaminação fecal (coliformes fecais e
estreptococos fecais) sugeriu que a contaminação presente na zona analisada
não era só de origem fecal.
Alm, Burke e Spain (2003) nos Estados Unidos avaliaram o potencial
de areia de água doce e úmida como reservatórios de bactérias intestinais. O
estudo esteve acompanhado da medição das densidades de populações
cultiváveis de bactérias indicadoras fecais na água e na areia a uma
profundidade de 20 cm. A enumeração de bactérias indicadoras em ambos
ambientes foi realizada mediante o uso da técnica de membrana filtrante. Os
enterococos foram mais numerosos no extrato de areias de 5-10 cm de
profundidade e a E. coli foi mais numerosa em 0-5 cm. A areia, em comparação
com a água, resultou mais acumulativa de enterococos do que de E.coli.
Em outro habitat aquático, Byappanahalli et al. (2003) examinaram o
crescimento potencial de E. coli e enterococos na macroalga Cladophora
(Chlorophita). As contagens de E. coli e enterococos foram realizadas mediante
a técnica de membrana filtrante. Foi concluído que os lixiviados de alga
continham substâncias capazes de favorecer o crescimento de E. coli e
enterococos. Os resultados indicaram que Cladophora proporcionou um
ambiente adequado para a persistência por periodos longos e o crescimento
em condições naturais de bactérias indicadoras de qualidade.
A quantificação de bactérias indicadoras fecais em sargaço de
praias marinhas ao longo da costa da California foi realizado por Imamura et al.
(2011) assím como foi examinada a influência da presença de sargaço na
concentração das bactérias indicadoras fecais em sedimentos e água de mar.
A técnica de filtração por membrana foi utilizada para a enumeração de E. coli
e enterococos. Ficou demonstrado que o sargaço de praia é um importante
reservatório de bactérias indicadoras fecais uma vez que sua presença pode
aumentar os níveis dessas bactérias na água e sedimentos marinhos.
Também nos Estados Unidos, Mote, Turner e Lipp (2012)
investigaram a distribuição, persistência e possível crescimento de bactérias
enterocócicas em detritos e comunidades planctônicas em águas costeiras. Os
enterococos associados ao plâncton contribuíram com 95% dos enterococos
cultiváveis na amostra de água bruta. A densidade de enterococos variou
grandemente entre frações de plâncton e datas de coleta.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 45
Piggot et al. (2012) documentaram a presença de enterococos
associados com biofilmes em sedimentos em oito praias do sul da Flórida. Os
níveis de enterococos foram superiores nas areias da zona supratidal onde
eles apresentam uma relação não linear com polímeros extracelulares
excretados (SPE), componente primário do biofilme. Os níveis de enterococos
alcançaram um pico maior a níveis intermediários de SPE o que sugeriu que os
biofilmes promoveram a sobrevivência dos enterococos, mas também inibiram
os enterococos com o desenvolvimento do biofilme nas areias de praia.
Estudos com resultados interessantes na detecção de enterococos
em ambientes aquáticos marinhos no Brasil são particularizados:
Silva et al. (2008) avaliaram as condições higiênico sanitária das
praias de São Luis, estado do Maranhão, mediante a utilização de enterococos
como indicadores. Foi utilizada a técnica de fermentação em tubos múltiplos
para a enumeração de enterococos. Foram encontrados valores elevados de
enterococos (acima do valor máximo permitido) em todas as praias. Os
maiores valores de densidades de enterococos foram obtidos no período
chuvoso.
Oliveira e Pinhata (2008) avaliaram a densidade, a composição
por espécies e a resistência antimicrobiana de bactérias do gênero
Enterococcus em água de mar e areias de duas praias marinhas recreacionais
com diferentes níveis de contaminação no estado de São Paulo. As amostras
de água e de areia foram filtradas e suas membranas foram colocadas em
meio seletivo para sua análise. As duas praias (água e areia) apresentaram
como espécies predominantes E. faecalis e E. faecium. A areia seca
apresentou maiores densidades de Enterococcus sp. e maior frequência de
cepas resistentes do que areia úmida e água de mar.
Os resultados apresentados destacam o papel das diferentes fontes
de enterococos em águas recreacionais como reservatórios e disseminadores
de bactérias indicadoras em ambientes aquáticos.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 46
2.4 Resistência antibiótica
2.4.1 Resistência antibiótica dos Streptococcus
O tratamento com antibióticos pode ser considerado a maior
mudança no ambiente para os organismos comensais e patógenos
(CLAVERYS et al., 2000).
O gênero Streptococcus apresenta uma variedade de genes de
resistência antibiótica (especialmente a macrolídeos, tetraciclinas, cloranfenicol
e aminoglicosídeos) que podem ser levados por elementos genético tais como:
elementos conjugativos e integrativos (ICEs, sigla em inglês), transposons,
plasmídios, bacteriófagos e elementos quiméricos. Determinantes de
resistência antibiótica múltipla são com frequência observados em tais
elementos (VARALDO, MONTANARI; GIOVANETTI, 2009).
Embora não disponíveis mecanismos de resistência intrínsecos para
as diferentes combinações bactéria-antibiótico, a possibilidade na aquisição de
genes de resistência é suficiente no processo. As bactérias têm uma ordem
complexa de mecanismos para compartilhar e disseminar seus determinantes
de resistência úteis (RICE, 1998).
Os mecanismos de resistência variam para os diversos patógenos
representantes do gênero Streptococcus com os diferentes antibióticos. Embora
a resistência a β-lactâmicos continue crescendo, antibióticos como a penicilina
e as cefalosporinas continuam como antibióticos de seleção tradicionais
utilizados no tratamento terapêutico de suas infecções (LIÑARES et al., 2010;
BRENCIANI et al., 2014). Em pacientes com alergia β-lactâmicos,
macrolideos e lincosaminas constituem uma alternativa na terapêutica
(ARDANUY et al., 2010).
Embora uma resistência crescente, a penicilina continua
representando o tratamento de escolha para as infecções provocadas por
Streptococcus pneumoniae (SANDE-BRUINSMA et al., 2008; STEVENS, 2009;
WEBER; DIAS; COSTA, 2010).
A resistência a β-lactâmicos no pneumococo tem emergido com o
desenvolvimento de genes em mosaico codificando proteínas de união à
penicilina alterada (PBPs, sigla em inglês) com afinidade diminuída por
antibióticos β-lactâmicos (CHAMBERS, 1999; HAKENBECK et al., 1999).
Alterações múltiplas das proteínas que se ligam à penicilina são responsáveis
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 47
pelas diferenças na resistência de cepas de pneumococos à penicilina e às
cefalosporinas de terceira geração como cefotaxime e ceftriaxone (COFFEY et
al., 1995; DAVIES; SHANG; BUSH, 2006; HAKENBECK et al., 2012 ).
Em Streptococcus pneumoniae a transformação genética natural é
essencial para sua plasticidade. A captação do DNA pneumocócico assim
como DNA de espécies relacionadas presentes no mesmo nicho ecológico (ex.
estreptococos orais) é um mecanismo poderoso para a rápida evolução o que
pode contribuir para a variabilidade do genoma em Streptococcus pneumoniae.
(CLAVERYS et al., 2000).
Estreptococos orais resistentes à penicilina (Streptococcus oralis e
Streptococcus mitis) constituem o reservatório genético para a resistência a β-
lactâmicos em Streptococcus pneumoniae (BRYSKIER, 2002), provavelmente
como doadores de algumas das sequências que substituem partes de genes
"sensíveis" nos genes pbp mosaico de isolados pneumocócicos resistentes à
penicilina (HAKENBECK et al., 1999).
A seleção da resistência à penicilina em S.pneumoniae,
frequentemente, involve a aquisição de mutações em um sistema transportador
de ferro que incrementa a tolerância à acumulação de espécies reactivas do
oxigênio induzidas pelo antibiótico. Isso pode ser traduzido pelo aumento da
sobrevivência que permite a seleção de determinantes de resistência mais
importantes, tais como, a acumulação de mutações pontuais nas PBPs (FANI
et al., 2011).
O incremento da resistência a β-lactâmicos (penicilina e
cefalosporinas) por estreptococos do grupo viridans em pacientes
inmunocomprometidos (oncologia pediátrica e de adultos) tem sido bem
documentado (MARRON et al., 2001; REINERT et al., 2001). Dentro do grupo
viridans, Streptococcus mitis é o grupo que apresenta a maior taxa de
resistência à penicilina (GERSHON et al., 2002; HAN; KANAMA; ROLSTON,
2006; LYYTIKÄINEN et al., 2004).
Afortunadamente, resistência à penicilina não tem sido detectada em
Streptococcus pyogenes e Streptococcus agalactiae (REINERT et al., 2001)
possivelmente porque estes organismos falham em adquirir plasmídios que
levam um gene β-lactamase, ou o alto custo incorrido quando as proteínas de
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 48
união à penicilina envolvidas na síntese da parede celular sofrem mutações
que baixam a afinidade para a penicilina (HORN; ZABRISKIE, 1998).
Embora confirmada a união filogenética de Streptococcus pyogenes
e Streptococcus uberis (WARD et al., 2009), Haenni et al. (2010)
demonstraram que a susceptibilidade diminuída à penicilina pode se observar
em Streptococcus uberis (patógeno ambiental, causa comum de mastites
bovina) após tratamento repetido com concentrações incrementadas da droga
in vitro. A susceptibilidade diminuída foi correlacionada com mutações
específicas em genes que produzem PBPs.
Três mecanismos de resistência aos macrolídeos têm sido
documentados em isolados do gênero Streptococcus (ERGIN; ERCIS;
HAÇELIK, 2006):
(a) Modificação do sitio alvo mediada por metilases de resistência à
eritromicina e codificadas por genes erm(A) e genes erm(B) conferindo
resistência a macrolídeos, lincosamidas e estreptogramina B, expressando o
fenótipo MLSB , expressão que pode ser constitutiva ou induzível (SEPPÄLÄ et
al., 2003)
(b) Efluxo ativo da droga por proteína de efluxo unida à membrana e
codificada pelo gene mef(A) conferindo resistência a macrolídeos (14- e 15-
membros só) expressando o fenótipo M. Duas subclasses do gene mef(A) têm
sido caracterizadas: o gene mef(A) em Streptococcus pyogenes e o gene
mef(E) em Streptococcus pneumoniae . O elemento que carrega o gene mef(A)
é um transposon defectivo (Tn1207.1) e o elemento que contem o gene mef(E)
é um MEGA elemento com uma montagem genética para o efluxo do
macrolídeo (ERGIN; ERCIS; HAÇELIK, 2006).
(c) Mutação no sitio ribosomal 23S rRNA ou genes de proteína
ribosomal expressando fenótipo MS que confere resistência a macrolídeos e
estreptogramina B (SEPPÄLÄ et al., 2003).
Os maiores mecanismos de resistência a macrolídeos em
Streptococcus pneumoniae são a modificação do alvo e o efluxo da droga
(AMBROSE; NISBET; STEPHENS, 2005). A resistência aparece por presença
primariamente do gene erm(B) que tipicamente confere alto nível de resistência
a macrolídeos, lincosamidas e estreptogramina B (fenótipo-MLSB ) ou mef(A)
que confere baixo nível de resistência a macrolideos apenas (fenotipo-M)
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 49
(WIERZBOWSKI et al., 2007). Dos genes mef, a subclasse mef(A) é
amplamente disseminada em S.pneumoniae e S. pyogenes (MINGOIA et al.,
2015) e genes mef(E) são encontrados em S.pneumoniae e outros
estreptococos mas não são comuns em S.pyogenes (KLAASSEN; MOUTON,
2005). A subclasse mef(I), com 91,4% de homologia com mef(A) do transposon
Tn1207.1, também está presente em S.pneumoniae (COCHETTI et al., 2005).
Resistência à tetraciclina (tet(M)), cloranfenicol (cat) e macrolídeos
(erm(B) e/ou mef(A/E)) em S.pneumoniae, conferida pela aquisição de genes
específicos que estão associados por elementos genéticos móveis, incluindo as
famílias dos transposons Tn916 e Tn5252 (WYRES et al., 2013).
Genes erm(A), erm(B), mef(A) e mef(E) têm sido detectados em
Streptococcus agalactiae em diferentes estudos (CAI; KONG; GILBERT, 2007;
DUTRA et al., 2014). Uma variedade de genes de resistência à eritromicina,
tais como mef(A), emr(A), e o mais encontrado erm(B) têm sido associados
com genes de resistência à tetraciclina (VARALDO; MONTANARI;
GIOVANETTI, 2009).
Foi relatada transferência conjugativa de genes de resistência à
eritromicina e tetraciclina (ermA, ermB, mef, tetM and tetO) mediada por
transposon (cTns) pertencente à família Tn916 em estreptococos do grupo B
de isolados humanos e bovinos (PINTO et al., 2014).
Em estreptococos do grupo B, os genes conferindo resistência a
macrolídeos estão em elementos genéticos que resultam da inserção de
elementos transponíveis dentro do genoma de um profago portador
(VARALDO; MONTANARI; GIOVANETTI, 2009).
Em Streptococcus dysgalactiae subsp. equisimilis foi demonstrada a
presença do gene erm(T) levado por um plamídio quase idêntico ao encontrado
em S.pyogenes e S.agalactiae o que evidencia a transferência horizontal de um
plasmídio que leva erm(T) entre estreptococos (PALMIERI et al., 2013).
Três genes de resistência à eritromicina têm sido identificados em
Streptococcus pyogenes. O determinante erm(B), uma subclasse erm(A)
comumente referida como erm(TR) e um determinante menos conhecido
erm(T) (VARALDO; MONTANARI; GIOVANETTI, 2009). Enquanto erm(TR) e
erm(T) codificam para a resistência induzível à eritromicina, o gene erm(B)
pode codificar resistência constitutiva em alguns Streptococcus pyogenes e
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 50
induzível em outros (BRENCIANI et al., 2012). Em Streptococcus pyogenes
tem sido caracterizados uma variedade de elementos genéticos que levam erm
para transferir resistência à eritromicina, incluindo diversos elementos
integrativos e conjugativos (ICEs, sigla em inglês) levando erm(TR) (CAMILLI
et al., 2008; BRENCIANI et al., 2011; GIOVANETTI et al., 2012) e plasmídeos
estreitamente relacionados levando erm(T) (WOODBURY et al., 2008;
PALMIERI et al., 2013).
fago Фm46.1, comum em S.pyogenes, transporta os genes de
resistência mef(A) e tet(O) (BRENCIANI et al., 2010) e não tem sido relatados
em outras espécies mas é transferível in vitro entre isolados de S.pyogenes
(GIOVANETTI et al., 2003; DI LUCA et al., 2010). Experimentos de
transferência e retransferência do fago em S.pyogenes e S.suis demonstraram
que S.pyogenes é o hospedeiro natural e usual do fago Фm46.1 (GI VANE I
et al., 2015).
A distribuição de fenótipos resistentes a macrolideos entre
estreptococos viridans é semelhante aos encontrados em S.pyogenes, com
predominância do fenótipo M. O gene erm(B) que codifica para o fenótipo MLSB
é o mesmo no grupo dos estreptococos viridans que em S.pneumoniae.
(SEPPÄLÄ et al., 2003). O gene mef(E), transportado tipicamente por um mega
elemento, foi substituído por mef(G) em uma variante do mega elemento em
Streptococcus mitis (S.mitis) (BRENCIANI et al., 2014). mef(I) tipicamente
unido a catQ (gene que codifica resistência ao cloranfenicol) no elemento único
nomeado módulo Q (MINGOIA et al., 2015) foi substituído por mef(E) em
variantes do módulo IQ de diferentes espécies do grupo viridans (BRENCIANI
et al., 2014).
Determinantes de resistência em Streptococcus suis à tetraciclina,
macrolídeos, aminoglicosídeos, cloranfenicol, e sais de cádmio entre outras
drogas têm sido recentemente identificados. Os genes de resistência são
levados por elementos genéticos similares àqueles reportados em outros
patógenos como Streptococcus pneumoniae, Streptococcus pyogenes e
Streptococcus agalactiae, compartindo igual sitio de inserção no cromossomo
bacteriano (PALMIERI; VARALDO; FACINELLI, 2011).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 51
2.4.1.1 Estudos de resistência antibiótica e de mecanismos de resistência em
patógenos do gênero Streptococcus.
Um estudo multicêntrico de vigilância global de patógenos do trato
respiratório superior "PROTEKT" (sigla em inglês) foi realizado por Mendes et
al. (2003). Isolados de Streptococcus pneumoniae (518) e S.pyogenes (277)
entre outros, foram avaliados para sua susceptibilidade frente a diferentes
antimicrobianos (beta-lactâmicos, macrolídeos e glicopeptídeos entre outros),
em diferentes centros de Argentina, Brasil (Brasília, Florianópolis e São Paulo)
e México. Em todos os casos, Streptococcus pyogenes permaneceu
susceptível à penicilina. Consideráveis variações na resistência à penicilina
foram observadas entre os diferentes centros dos países participantes. No
Brasil, a resistência à penicilina variou de < 5% em três centros a 30% em
Brasilia. Alta prevalência de resistência a macrolídeos foi observada com
15,3% de resistência à eritromicina incluindo 6,5% relatada no Brasil (a mais
baixa em relação ao México-27,6% e Argentina-10,9%). Todos os isolados
foram susceptíveis a vancomicina e teicoplanina.
Megged et al. (2013) investigaram a incidência de mecanismos de
resistência a macrolídeos em isolados de estreptococos β-hemolíticos e
pneumococos em Israel. As taxas de resistência à eritromicina e clindamicina
foram 19,4% e 13,4% para S.pneumoniae e 4,7% e 1,6% para estreptococos
do grupo A (GAS, sigla em inglês), 17% e 17% para estreptococos do grupo B
(GBS, sigla em inglês), e 38,8% e 27,8% para estreptococos do grupo G (GGS,
sigla em inglês), respectivamente. O mecanismo de resistência mais comum
para todos os estreptococos foi MLSB constitutiva (cMLSB). A prevalência de
resistência a macrolídeos e a distribuição de mecanismos de resistência difere
entre estreptococos β-hemolíticos e S.pneumoniae, com GBS, GGS e
S.pneumoniae apresentando as mais altas taxas de resistência.
A resistência a macrolídeos e tetraciclina de 898 isolados de
estreptococos grupo A coletados de 1994-2006 na Espanha, foi estudada por
Rubio-López et al. (2012). Duzentos e noventa e cinco isolados (32.8%)
apresentaram resistência à eritromicina. O fenótipo mais comum de resistência
a macrolídeos foi o fenótipo M (76,9%) seguido do fenótipo constitutivo cMLSB
(20.3%), induzível iMLSB (2.7%) com envolvimento dos seguintes genes de
resistência: mef(A) (89.5%), msr(D) (81.7%), erm(B) (37.3%) e erm(A) (35.9%).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 52
Por outro lado, 61 isolados foram resistentes à tetraciclina. Os genes de
resistência à tetraciclina tet(O) e tet(M) foram similares a tet(M), alcançando
valores de cerca de 40%. Genes erm(B) e tet(M) estiveram representados em
quase todas as cepas, enquanto erm(A), mef(A) e tet(O) apareceram em
menos da metade delas.
A epidemiologia de isolados de estreptococos do grupo A (GAS,
sigla em inglês) assim como a caracterização dos mecanismos de resistência a
macrolídeos e seus fenótipos, foi motivo de estudo de Huang et al. (2014).
Foram testados onze antibióticos (penicilina, ceftriaxone, cefotaxima, cefepime
eritromicina, clindamicina, tigeciclina, tetraciclina, vancomicina, levofloxacina e
linezilida). Não foi observada resistência à penicilina, ceftriaxone e
vancomicina. As taxas de resistência à eritromicina, clindamicina e tetraciclina
foram de: 16.4%, 2,1% e 63,8%, respectivamente. A taxa de resistência à
tetraciclina foi superior em isolados resistentes à eritromicina (90,6%)
comparada com a de isolados sensíveis à eritromicina (77,0%). O fenótipo M
(70,9%) foi o fenótipo mais comum de resistência a macrolídeos em isolados
resistentes à eritromicina com todos os isolados, exceto um, apresentando
mef(A).
Nakamura et al. (2011) realizaram um estudo de 100 isolados
clínicos de Streptococcus agalactiae recobrados do trato genitourinário de
pessoas não grávidas no Rio de Janeiro durante o período de Janeiro/2008 a
Agosto/2009. Todos os isolados foram susceptíveis a ceftazidime, penicilina e
vancomicina. Foi observada resistência à clindamicina (5%), eritromicina (11%)
e tetraciclina (83%) e resistência intermediária à eritromicina (4%) e tetraciclina
(6%). Isolados com valores intermediários e de resistência à eritromicina
apresentaram os seguintes fenotipos: M (n = 3), resistência constitutiva (cMLSB
n = 5) e resistência induzível (iMLSB n = 7). Determinantes de resistência erm e
mef foram detectados em isolados apresentando os fenotipos MLSB and M,
respectivamente.
Um total de 392 isolados de estreptococos grupo B, incluindo 363
cepas de humanos e 29 de origem bovino foram analisados por Pinto et al.
(2013) no Brasil. Todas as cepas foram susceptíveis à penicilina, vancomicina
e levofloxacina. Resistência a clindamicina (20.7%-bovino e 1.9%-humano),
cloranfenicol (1,5%-humano), eritromicina (27.6%-bovino e 4%-humano),
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 53
rifampicina (0,7%-humano) e tetraciclina (89.6%-bovino e 89.2%-humano) foi
observada. Entre as cepas resistentes à eritromicina foram detectados os
genes: mef(A)/(E), erm(A) e principalmente erm(B). Fenotipos MLSB
constitutivo e M foram igualmente distribuídos entre 23 isolados resistentes à
eritromicina. O fenótipo constitutivo MLSB prevaleceu nos isolados bovinos
(75%) e o fenótipo M prevaleceu entre os humanos (60%).
A prevalência e as bases genéticas da resistência a MLSB,
tetraciclina, cloranfenicol e kanamicina em 164 isolados de estreptococos do
grupo viridans (GVS, sigla em inglês) da microbiota humana foram estudadas
por Zolezzi et al. (2004). De 164 isolados, 125 foram identificados como
Streptococcus mitis, 28 Streptococcus oralis, 7 Streptococcus sanguinis, 3
Streptococcus salivarius e 1 foi identificado como Streptococcus anginosus. O
fenótipo M foi o prevalente entre VGS (59,15%). Único fenótipo encontrado
para Streptococcus sanguinis. O segundo fenótipo predominante foi MLSB
constitutivo com Streptococcus oralis exibindo a mais alta porcentagem
(46,43%). O fenótipo MLSB induzível foi o menos frequente entre GVS. O gene
erm foi detectado em todas as cepas com fenotipo MLSB constitutivo e
induzível. Este gene foi encontrado em combinação com o gene mef(A/E) em
45,76% dos isolados com fenótipo constitutivo MLSB e no 52,63% dos isolados
com fenotipo induzível MLSB. Nenhum dos isolados continha o gene erm(A),
subclasse erm(TR), erm(A), ou erm(C).
Isolados de estreptococos (99) (compreendendo S.pneumoniae
n=15, e do grupo viridans [n=84; por ex. Streptococcus salivarius (n=30),
Streptococcus mitis (n=17), Streptococcus sanguinis (n=11), Streptococcus
oralis (n=10), Streptococcus parasanguinis (n=6), Streptococcus gordonii (n=3),
Streptococcus infantis (n=3), Streptococcus cristatus (n=2), Streptococcus
anginosus (n=1) e Streptococcus australis (n=1)] ) resultados da expectoração
de 25 pacientes adultos com fibrose cística, foram examinados para avaliação
de resistência à eritromicina. Setenta e quatro por cento dos isolados foram
resistentes à eritromicina dos quais 25,3% apresentaram o gene erm(B), 1,0%
o gene mef(A), 75,8% mef(E) e erm(B)+mef(E) 11,1%. Pneumococcus foram os
mais susceptíveis à eritromicina (60% dos isolados resistentes). Organismos do
grupo viridans podem agir como reservatório de determinantes de resistência a
macrolídeos para outros patógenos (TAZUMI et al., 2009).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 54
Leclercq et al. (2005) estudaram 128 isolados identificados como
Streptococcus gallolyticus (Streptococcus bovis), incluindo isolados clínicos,
três isolados de gato e dois de cachorro coletados no período de 1994 – 2003.
Setenta e seis isolados (59,4%) apresentaram valores intermediários ou
resistentes à eritromicina. Entre eles, 64 (84,2%) apresentaram resistência
cruzada à eritromicina e clindamicina indicando um fenótipo induzível iMLSB.
Um isolado mostrou valores intermediários à eritromicina e susceptível à
clindamicina indicando fenótipo M. Foi observada alta resistência à tetraciclina
(77,7%). Com frequência foi detectada resistência combinada à eritromicina e
tetraciclina. Das 76 cepas resistentes à eritromicina, foi observada a presença
de genes erm(B) em 73, uma contendo mef(A) e duas erm(B)+mef(A). Entre os
isolados resistentes à tetraciclina (77,7%), o determinante mais comum foi
tet(M).
A susceptibilidade à penicilina, eritromicina, clindamicina e
telitromicina foi investigada em 155 isolados de estreptococos do grupo viridans
(VGS, sigla em inglês) e 18 isolados de Streptococcus bovis isolados de
sangue no período de 1998-2003. Dos 155 VGS, 72 isolados pertenciam ao
grupo Streptococcus mitis, outros grupos incluíam Streptococcus anginosus (49
isolados), Streptococcus sanguis (21 isolados), Streptococcus salivarius (11
isolados) e Streptococcus mutans (2 isolados). S.mitis mostrou a mais alta taxa
de resistência à penicilina, 45%. Além disso, de 13 cepas com alta resistência à
penicilina, 12 pertenciam ao grupo S.mitis e uma ao grupo S.salivarius. As
porcentagens de resistência à eritromicina e clindamicina foram de 45,6% e
27,7%, respectivamente. A resistência à eritromicina variou por espécies. Os
isolados do grupo S.bovis apresentaram as mais altas taxas de resistência à
eritromicina e clindamicina. Sessenta e um por cento dos isolados resistentes à
eritromicina apresentaram fenótipo constitutivo cMLSB (com fenótipo
predominante em S.anginosus e S.bovis), 35% com fenótipo M (fenótipo
predominante em S.sanguis e S.salivarius) e 4% de fenótipo induzível iMLSB.
Genes erm(B) estiveram presentes em todos os isolados do fenótipo
constitutivo e induzível MLSB e ausentes em todos os isolados com fenótipo M.
mef(A) foi detectado na maioria dos isolados com fenótipo M e em 8 isolados
com fenótipo constitutivo cMLSB. Estas cepas foram S.mitis (4), S.anginosus
(3) e S.bovis (1) (RODRIGUEZ-AVIAL et al., 2005).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 55
2.4.2 Resistência antibiótica dos Enterococcus
É cada vez mais frágil a barreira que separa o grupo Enterococcus
como grupo inofensivo de bactérias comensais do trato gastrointestinal de
animais de sangue quente, daquelas bactérias patógenas causais de sérias
infecções de importância clínica (GIRAFFA, 2002).
Depois da introdução com sucesso dos antimicrobianos na terapia
de diferentes infecções, numerosos patógenos têm apresentado diferentes
estratégias de resistência aos antimicrobianos incluindo modificação e
inativação da droga, exclusão do antibiótico e alteração do alvo (GROHMANN;
MUTH; ESPINOSA, 2003).
A plasticidade genética do gênero Enterococcus, sua habilidade em
adquirir e/ou desenvolver rapidamente resistência contra antimicrobianos de
importância clínica e transferir esses determinantes de resistência a outros
micro-organismos mais patogênicos tornam um desafio, o tratamento
terapêutico das infecções causadas por eles (KOCH et al., 2004).
A resistência no gênero Enterococcus pode ser dividida em dois
tipos gerais. A resistência inerente ou propriamente intrínseca, presente em
todas ou na maioria das espécies, e na resistência adquirida (MURRAY, 1990).
2.4.2.1 Resistência intrínseca
A resistência intrínseca é aquela codificada dentro do núcleo do
genoma (KRISTICH; RICE; ARIAS, 2014). Os enterococos possuem
resistência intrínseca a muitos antibióticos β-lactâmicos, cefalosporinas,
lincosamidas e em menor escala a aminoglicosídios (ARIAS; CONTRERAS;
MURRAY, 2010; TAVARES, 2000).
Dois mecanismos estão envolvidos na resistência a β-lactâmicos:
alterações das proteínas de união à penicilina e a produção de β-lactamase
(FONTANA et al., 1990; ARIAS ; M RRA , 2012). s antibióticos β-lactâmicos
inibem o crescimento bacteriano por servir de substrato suicida para as
proteínas ligadoras de penicilinas (PBPs). ma vez modificado o antibiótico β-
lactâmico, as PBPs são inativadas, evitando assim, a síntese contínua da
parede celular (KRISTICH; RICE; ARIAS, 2014). A maioria dos isolados
clínicos de E.faecium com resistência a β-lactâmicos estão associados a
mutações ou superprodução de PBPs (MURRAY, 2000)
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 56
O mecanismo associado a β-lactamases é raramente encontrado em
Enterococcus. Udo et al. (2003) realizaram um estudo de prevalência e
resistência antimicrobiana em isolados de enterococos de hospitais em Kuwait.
Foram analisados 415 isolados de amostras clínicas dos quais 12,5% foram
resistentes ampicilina, mas não foi detectada atividade β-lactamase.
Embora seja rara a resistência mediada por β-lactamases em
Enterococcus, esse fato já foi relatado em isolados clínicos de E.faecalis
(MURRAY; MEDERSKI-SAMAROJ,1983).
Em relação à ampicilina, é conhecida que modificações na PBP5
estão associadas ao aumento na expressão da resistência, mas a maioria dos
estudos que reportam esta associação tem sido realizada em isolados clínicos
não isogênicos, onde poderiam estar implicados outros fatores desconhecidos
além das PBP5 (KRISTICH; RICE; ARIAS, 2014).
A terapia bactericida de infecções enterocócicas, normalmente,
requer o uso combinado e sinérgico da adição de um aminoglicosídio a um β-
lactâmico (MAROTHI; AGNIHOTRI; DUBEY, 2005). As bactérias do gênero
Enterococcus apresentam um nível de resistência aos aminoglicosídios de
baixo a moderado o que está relacionado com o baixo nível de captação ou
permeabilidade desses agentes o que pode ser incrementado pela adição de
um β-lactâmico (CHO, 2000; SOOD et al., 2008).
Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium possuem resistência
intrínseca às cefalosporinas. É conhecido que um grupo de determinantes
genéticos intervém nesta resistência como, por exemplo, proteínas ligadoras de
penicilina (Pbp5) de baixa afinidade, dois componentes do sistema de
transdução de sinais e uma das enzimas envolvida na síntese de precursores
de peptidoglicano (Mur AA) entre outros. Por outro lado, os Enterococcus são
intrinsecamente resistentes à clindamicina, resistência mediada pelo produto
do gene 1sa, mas esta resistência é ainda pobremente definida (KRISTICH;
RICE; ARIAS, 2014).
Com relação à resistência a macrolídeos e a lincosaminas, os genes
erm e mef têm sido descritos, sendo erm(B) o predominante em enterococos
(88%). Um segundo mecanismo de resistência a lincosamidas tem sido
descrito em E. faecium, mecanismo mediado pela enzima lincosamida
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 57
nucleotidil transferase (linB), que cataliza a 3-(5´-adenilación) da lincomicina e
a clindamicina (ABRIOUEL et al., 2008).
2.4.2.2 Resistência extrínseca
A resistência adquirida pode ser por mutação no DNA já existente o
que ocorre durante o processo reprodutivo da bactéria e resulta em erros na
sequência de bases que formam o DNA cromossômico; ou pela aquisição dos
genes causadores do fenômeno, constituindo uma resistência transferível. Esta
resistência faz-se através dos mecanismos de transdução (mediada por
bacteriófagos), transformação (captação do DNA livre resultante de lise
bacteriana) e conjugação (contacto célula-célula com transferência de
plasmídios ou transposons) (COSTA; LOUREIRO; MATOS, 2013; BARBOSA ;
LEVI, 2000; LIVERMORE, 2003).
Os genomas de enterococos multirresistentes consistem em mais de
25% de elementos móveis, indicando a acumulação de elementos de
resistência a drogas e a fatores de virulência (PAULSEN et al., 2003).
Os Enterococcus, com frequência, adquirem resistência através do
intercâmbio de genes que codificam a resistência realizada sobre transposons
conjugativos, plasmídios responsáveis das ferromonas e outros plasmídios de
ampla gama de hospedeiros (HUYCKE; SAHM; GILMORE, 1998).
A resistência a glicopeptídeos está caracterizada pela presença dos
genes van, sendo os fenótipos VanA e VanB os de maior importância clínica e
com maior incidência em E.faecium. Os genes van estão localizados em
plasmídios ou transposons, o que facilita sua disseminação mediante
transferência horizontal (ABRIOUEL et al., 2008).
Elementos genéticos móveis estão frequentemente presentes no
grupo Enterococcus. Determinados plasmídios enterocócicos apresentam um
amplo espectro de hospedeiros entre bactérias Gram positivas, mas só são
expressos no acoplamento sobre superfícies sólidas. Outros plasmídios são
mais específicos de enterococos, cuja transferência eficiente pode se realizar
em caldo e codifica uma resposta a ferromonas produzidas pelo receptor
(CLEWELL, WEAVER, 1990).
Os transposons conjugativos (elementos não plasmidíais) estão
amplamente disseminados entre os enterococos e são elementos DNA móveis
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 58
codificando todas as funções necessárias para a transposição intracelular e a
conjugação intercelular (GROHMANN; MUTH; ESPINOSA, 2003).
Genes tet que expressam a resistência à tetraciclina, tet(K) e tet(L)
codificam para bombas de efluxo, sendo tet(L) o mais frequente em
enterococos, podendo estar localizado no cromossomo bacteriano ou em
plasmídios conjugativos. Por outro lado, genes tet(M), tet(O) y tet(S) codificam
para proteínas que proporcionam resistência a tetraciclina e a minociclina
mediante proteção do ribossomo, sendo tet(M) o mais comum em enterococos.
Geralmente está localizado no cromossomo associado a elementos
transponíveis do tipo Tn916 ou pode estar presente em plasmídios
conjugativos (ABRIOUEL et al., 2008).
2.4.2.3 Estudos de resistência antimicrobiana e de transferência de resistência
em Enterococcus
Gomes et al. (2008) avaliaram a prevalência de Enterococcus spp.
em alimentos no Brasil (leite pasteurizado e cru, produtos cárneos, queijos e
vegetais). Foram aplicados protocolos fenotípicos e de PCR para a
identificação das espécies. Foram realizadas provas de gelatinase, hemolisinas
e hidrólises dos sais biliares a todos os isolados de enterococos. Foram
comprovados os determinantes de virulência e a susceptibilidade
antimicrobiana em isolados de E. faecalis e E. faecium. Os isolados resistentes
aos antimicrobianos foram avaliados para a formação de biofilme e aderência a
células de mamífero. De 120 amostras de alimento analisados, 52,5% foram
positivos para enterococos (carne e queijo foram os alimentos mais
contaminados). E. faecium foi a espécie mais frequente. A resistência
antibiótica (gentamicina, tetraciclina e eritromicina) e os genes que codificam os
determinantes de virulência, foram mais frequentes em E. faecalis que em E.
faecium. Isolados de E. faecium e E. faecalis antibiótico resistentes foram
agrupados por amplificação aleatória de DNA polimórfico (RAPD-PCR, sigla em
inglês) e foi notada uma distribuição dispersa. A resistência não esteve
relacionada a um clone particular. A disseminação dos fatores de virulência e
da resistência das duas espécies em isolados e diferentes tipos RAPD,
destacou o potencial patogênico das duas espécies.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 59
O primeiro relato da ocorrência de isolados de E. faecium
vancomicina resistentes (VRE, sigla em inglês) em água potável, efluentes e
ambientes aquáticos, foi realizado por Morris et al. (2012). Duzentos e
dezessete (217) isolados de E. faecium foram enumerados (50 de efluente e
167 de outras fontes de água). Isolados de enterococos resistentes à
vancomicina foram detectados na saída da planta de tratamento de água
residual e em uma só amostra de água potável sugerindo uma potencial
transmissão a humanos através da contaminação ambiental.
Castillo-Rojas et al. (2013) determinaram os perfis bioquímicos e a
susceptibilidade antimicrobiana de isolados de E. faecalis e E. faecium de
amostras clínicas e ambientais (águas subterrâneas, água de pântano da
cidade de Xochimilco e águas tratadas da área Metropolitana da cidade de
México). Foram estudados 121 isolados, 30 de amostras clínicas e 90 de
amostras ambientais. A identificação de espécies foi realizada mediante o
ensaio Multiplex-PCR. Vinte e oito (28) cepas foram analisadas mediante
eletroforese de campo pulsante (PFGE, siglas em inglês). Os isolados clínicos
apresentaram maior resistência antimicrobiana que os isolados de água.
Embora algumas cepas parecessem estar relacionadas, isolados de humanos
e clínicos apresentaram alta diversidade genética em PFGE. Os autores
concluíram que os enterococos isolados de humanos e da água foram
geneticamente diferentes, mas a água poderia representar uma rota de
transmissão e uma fonte de genes de resistência que poderiam facilmente ser
transmitidos a outras espécies bacterianas diferentes.
Novais et al. (2005) analisaram isolados de enterococos
vancomicina resistentes de esgotos de hospitais e amostras de água de rio na
cidade de Porto, Portugal. Foram coletadas 26 amostras: doze de esgoto, de
água a montante dos hospitais, e 14 foram coletadas de águas à jusante das
instituições de saúde. Foi utilizado o ensaio Multiplex-PCR para a identificação
das espécies e da resistência antimicrobiana. Os isolados de enterococos
resistentes à vancomicina (VRE, sigla em inglês) foram genotipados mediante
eletroforese em gel de campo pulsante (PFGE, sigla em inglês) Foram
investigados os genes que codificam a resistência a aminoglicosídios,
estreptograminas e macrolídios assim como alguns determinantes de
virulência. Experimentos de conjugação foram realizados. Foram detectados
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 60
genes vanA, vanB e vanC1 nos isolados VRE de enterococos. A transferência
de vanA foi obtida em 54% dos isolados. Quatro dos transconjugantes
albergaram vanA, genes de alta resistência à gentamicina e eritromicina,
erm(B), aph(2) e determinantes de virulência. Foram identificados nove tipos
através de PFGE entre isolados VRE de esgoto e dois tipos de isolados VRE
do estuário. Os perfis de resistência antibiótica e de virulência variável entre
isolados de diferentes tipos PFGE sugeriram possíveis eventos de
transferência horizontal de múltiplos genes. Foi concluído que clones
particulares e elementos móveis levando genes de resistência e determinantes
de virulência associados a instituições de saúde poderiam estar contaminando,
continuamente, o ambiente comunitário através das águas residuais.
Em um estudo analisando a abundância e diversidade de bactérias
do gênero Enterococcus de amostras hospitalares na cidade de Porto Alegre
(RG, Brasil) foi constatada a maior frequência de E. faecalis (92,8%) entre os
isolados e a dominância de um clone, resistente a gentamicina, originário de
diferentes hospitais. Esses resultados sugeriram a existência de disseminação
intra e inter hospitalar de grupos clonais de E. faecalis carreando genes de
resistência (D A EVED ; DIAS; TEIXEIRA, 2006).
Maki et al. (2009) analisando a sequência nucleotídica completa do
plasmídio relacionado à resistência pKL0018R, extraído da bactéria patogênica
para peixes, Lactococcus garvieae, encontraram uma sequência de genes
estruturais de 12Kb (genes “backbone”) idêntica a do plasmídio pRE25 extraído
de bactérias E. faecalis isoladas de linguiças fermentadas cruas. Esse
resultado comprovou a relação direta entre os dois plasmídios e sua
capacidade de propagação no ambiente. Isso sugere que essa sequência
estrutural do plasmídio possui uma ampla gama de hospedeiros e que, por
isso, é capaz de disseminar elementos genéticos móveis contendo genes de
resistência no ambiente.
Essa proximidade com outros grupos bacterianos através da troca
de elementos genéticos móveis é uma característica apresentada pelos
Enterococcus e que tem relação com a maleabilidade genômica desse gênero.
A capacidade em adquirir e transferir determinantes de resistência e a
habilidade inerente de resistir a agentes antimicrobianos são atributos
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 61
determinantes na habilidade de adaptação dessas bactérias em ambientes
severos (ARIAS ; MURRAY, 2012).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 62
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Contextualização da área de estudo
3.1.1 Características sócio-económicas do Bairro Meireles
O bairro do Meireles com 2,58 Km2 de extensão possui uma
densidade populacional de 36,982 habitantes representando 1,5% da
população de Fortaleza, pertence à Secretaria Executiva Regional II. Bairro
verticalizado, considerado o mais rico de Fortaleza com uma renda média
anual de R$3659,54. Em relação à saúde, o bairro, não tem hospital distrital
nem Distrito de Saúde, mas possui a Escola Nacional de Saúde e uma grande
parte das unidades privadas vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) em
Fortaleza. Em relação ao abastecimento de água, esta é considerada excelente
com 96,73% dos domicílios conectados à rede de abastecimento pública.
Contudo, isso não quer dizer que neste bairro não existam problemas de
pobreza e desigualdade (IPECE, 2012 ).
Meireles, bairro elitizado e com alto atendimento pela rede de
esgotamento sanitário, apresenta problemas pelas ligações clandestinas de
suas galerias pluviais, já que em lugar de realizar o escoamento das águas de
chuva funciona como esgoto clandestino liberando diretamente no mar, e desta
forma contaminando a orla de Fortaleza (CAMILA, 2010; BENTO, 2011).
3.2 Georreferenciamento dos Pontos de coleta
Foram selecionadas duas galerias pluviais: Galeria Riacho Maceió
(G1) e galeria em frente à praia do Meireles (G2) e dois pontos de água do mar
adjacente a cada galeria (P1 e P2) respectivamente na cidade de Fortaleza,
Ceará (Figura 1). Os locais de coleta foram georreferenciados com o uso de
equipamento de geolocalização (GPS) Garmin III Plus. Os pontos de coleta nas
galerias G1 e G2 estão localizados nas coordenadas: lat. -3º 43' 21.9174” long.
-38º 29' 3.048” e lat. -3º 43' 21.6768” long. -38º 30' 17.2038”. As coordenadas
dos pontos de coleta nos pontos de água do mar (“P1 e P2) são: lat. -3º 43’
19.1712” long. -38º 29' 2.1588” e lat. -3º 43' 20.3766” long. -38º 30' 16.5852”,
respectivamente.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 63
Figura 1 – Localização geográfica das galerias (G1 e G2) e dos pontos de água do mar (P1 e
P2) na cidade de Fortaleza-CE.
3.3 Procedimento de coleta
Foram realizadas cinco coletas contínuas com periodicidade
semanal nos quatro pontos selecionados: galerias G1 e G2; pontos de água do
mar adjacentes a cada galeria (P1 e P2). Para sua análise, cada amostra foi
coletada em frasco de vidro âmbar estéril com capacidade de 1L e transportada
para o laboratório de Microbiologia Ambiental e do Pescado (LAMAP) do
Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará
(UFC), em um tempo inferior a 30 minutos. Todas as coletas foram realizadas
no período da manhã e com observações da ocorrência de chuva em dias
anteriores.
3.3.1 Determinação dos parâmetros físico-químicos
No momento da coleta foi conferida a temperatura das amostras de
água com auxílio de um termômetro (INCOTERM). Foram medidos em
laboratório a salinidade, através de um refratômetro de marca ATAGO S/MILL,
e o pH, utilizando-se um potenciômetro de marca MARCONI-PA 200P.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 64
Foram levados em conta os dados pluviométricos registrados pela
estação de Castelão (orla de Fortaleza), dois dias anteriores e no dia da coleta,
mediante consulta na página da WEB da Fundação Cearense de Meteorologia
(FUNCEME, 2015).
3.4 Quantificação de Streptococcus sp. e Enterococcus sp.
Bactérias dos gêneros Streptococcus e Enterococcus foram
quantificadas pelo método de Contagem Padrão em Placa (CPP) de acordo
com World Health Organization (WHO, 2000), utilizando- se a técnica da
membrana filtrante (APHA-AWWA-WPCF, 1992). Para favorecer o isolamento
e recuperação de bactérias do gênero Streptococcus, foi utilizado um
enriquecimento em caldo Todd-Hewitt (Composto) recomendado para a
estimulação do crescimento, uma vez que esses organismos crescem
lentamente e requerem fatores adicionais para seu isolamento e identificação
(FACKLAM, 2002).
Assim as amostras, após homogeneização, foram diluídas em salina
a 0,85% (10-1 a 10-5). Cada diluição foi preparada em duplicata e filtrada
utilizando-se membranas de Éster de celulose (45 µm de poro - 47 mm de
diâmetro). Uma membrana de cada diluição foi colocada em caldo Todd-Hewitt
por duas horas à temperatura ambiente para favorecer o crescimento. Todas
as membranas foram colocadas sobre a superfície de uma placa contendo
Ágar m-Enterococcus (BD-Difco) como meio seletivo, com incubação por 48 h
a 35ºC. Colônias com coloração vermelha, castanha ou rosa, foram
quantificadas e replicadas em caldo e Ágar Brain Heart Infusion (BHI - meio
composto) com incubação a 35°C ± 0,2oC por 24 h/cada para sua posterior
confirmação em gênero. As contagens foram expressas em Unidades
Formadoras de Colônias (UFC)/ 100 mL de amostra testada.
Os procedimentos descritos acima estão apresentados na forma de
esquema na figura 2
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 65
Figura 2 - Fluxograma dos procedimentos para a quantificação de Streptococcus e
Enterococcus nas galerias G1 e G2 e nos pontos de mar P1 e P2, em Fortaleza, Ceará.
3.4.1 Análises estatísticas
Na comparação dos maiores valores das contagens de
estreptococos e enterococos e no número de isolados por cada tipo de amostra
analisada com e sem a utilização do caldo Todd-Hewitt foi utilizada a prova não
paramétrica Wilcoxin Exato (FIELD, 2009).
3.5 Identificação de bactérias dos gêneros Streptococcus e Enterococcus
3.5.1 Identificação em gênero
Todos os isolados foram testados para as seguintes características
do gênero Enterococcus: cocos gram positivos, agrupados aos pares ou
cadeias curtas, catalase negativa, hidrólise da esculina, crescimento em caldo
BHI a 45ºC por 24 horas e em presença de 6,5% de NaCl (MANNERO;
BLANCH, 1999). Semelhantes características morfológicas e tintoriais, catalase
negativa, esculina variável, sem crescimento em caldo BHI a 45ºC por 24 horas
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 66
e em presença de 6,5% de NaCl foram consideradas positivas para o gênero
Streptococcus (FACKLAM; ELLIOT, 1995; KONEMAN et al., 2001).
3.5.2 Identificação em espécie
A identificação em espécies foi realizada por meio de testes
bioquímicos convencionais, segundo Mannero e Blanch (1999), baseados na
fermentação dos carboidrados: manitol (Difco, EUA), sorbitol (Merck,
Alemanha), arabinose (Inlab, Brasil), rafinose (Inlab, Brasil), sacarose
(Reagem, Brasil) e lactose (Inlab, Brasil); na descarboxilação da arginina
(Difco, EUA); detecção da produção de pigmento amarelo, hemólises em ágar
sangue e motilidade-SIM. A prova da hidrólise da L-pirrolidonil-β-naftilamida
(PYR- sigla em inglés) foi realizada e interpretada segundo especificações do
fabricante e conforme sugerido por Koneman et al. (2001). Na fermentação de
carboidratos e a descarboxilação da arginina foi utilizado o vermelho de fenol
(Merck-Germany) como indicador de pH.
3.5.2.1 Prova de fermentação de carboidratos
A fermentação dos carboidratos foi realizada utilizando-se uma
solução de vermelho de fenol (VF) como indicador (0,018 gramas de VF por
cada 100mL de água destilada). A base foi preparada a partir de componentes:
10g de bactopeptona (Difco, França); 3 g de extrato de carne (Difco, França);
um grama de dextrose (Difco, França) foi acrescida de cinco gramas de cada
carboidrato (Glicose, lactose, e manitol). Os carboidratos arabinose, rafinose e
sorbitol, foram filtrados com membranas de Ester de celulose (45 µm de poro -
47 mm de diâmetro). Tubos preparados com e sem (controle) carboidratos
foram inoculados com 100µl da bactéria a partir de uma cultura com 18-24
horas de crescimento, a 35°C. Os resultados foram acompanhados durante 5
dias em incubação a 35 ± 0,2°C e foi considerado positivo quando a cor do
meio alterava de rosa para amarelo intenso (Figura 3).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 67
Figura 3 -. Caracterização fenotípica de bactérias dos gêneros Streptococcus e Enterococcus
baseada na fermentação de carboidratos: manitol, sorbitol, arabinose, rafinose, sacarose e
lactose.
(Fonte: LAMAP)
3.5.2.2 Prova da descarboxilação da arginina
A fermentação da arginina foi realizada utilizando-se uma solução de
vermelho de fenol (VF) como indicador (0,02 gramas de VF por cada 100 ml de
água destilada). A base (1000 ml) foi preparada a partir de componentes: 10 g
de bactopeptona (Difco, França); 3 g de extrato de levedura (Difco, França); um
grama de dextrose foi acrescido de 5 gramas de D-arginina (Difco, França)..
Paralelamente, cada cepa foi inoculada em um tubo contendo o mesmo meio
basal, porém sem arginina (controle). Após a inoculação de 100µl da bactéria,
foi acrescentado, assepticamente, 1 mL de óleo mineral estéril, seguido por
incubação até 7 dias. O meio inoculado tem viragem para amarelo como
resultado da produção de ácido oriundo da glicose existente no meio basal.
Quando a reação positiva ocorre, o meio torna-se alcalino, de cor púrpura e, o
tubo controle permanece ácido, de cor amarela (Figura 4).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 68
Figura 4- Caracterização fenotípica de bactérias dos gêneros Streptococcus e Enterococcus
baseada na descarboxilação da arginina.
(Fonte: LAMAP)
3.5.2.3 Prova de produção do pigmento
A prova de produção de pigmento amarelo foi realizada em Ágar
Brain Heart Infusion (BHI - Difco, EUA) e o pigmento foi detectado com o
auxílio de um cotonete. As colônias que apresentaram uma coloração amarela
intensa foram consideradas positivas (presença do pigmento) e a ausência de
coloração ou presença de uma coloração creme ou amarela pálida foram
consideradas negativas (ausência do pigmento) (KONEMAN et al., 2001)
(Figura 5).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 69
Figura 5- Prova de produção de pigmento amarelo para a identificação de espécies de
Enterococcus..
(Fonte: CONCEIÇÃO, 2008)
3.5.2.4 Prova de hemólise
Sangue de carneiro desfibrinado (5mL por cada 100 ml de base) foi
acrescentado ao meio Blood ágar Base Nº. 2 (Difco, França). Placas de Ágar
sangue foram inoculadas por estrias para a observação de hemólises: β-
hemólise completa dos eritrócitos do sangue, α- hemólise parcial (observação
de zona esverdeada ao redor da estria) e Ƴ sem hemólises (MANNERO e
BLANCH, 1999) (Figura 6).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 70
Figura 6- Hemólises α, β ou Ƴ observadas em ágar sangue para a identificação de espécies
dos gêneros Streptococcus e Enterococcus.
(fonte:https://www.google.com.co/search?q=hemolises&biw=1366&bih=608&source=lnms&tbm
=isch&sa=X&sqi=2&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMIvamWuoblxgIVzGk-Ch0KLA_H)
3.5.2.5 Prova- PYR - Produção da enzima pirrolidonil arilamidase
O teste do PYR foi realizado utilizando-se um kit comercial (PYR
Teste Probac, Brasil). Através deste teste foi verificada a produção da enzima
pirrolidonil arilamidase que hidrolisa o substrato L-pirrolidonil-β-naftilamida.
Essa reação libera β-naphtylamida livre que produz uma coloração vermelho-
cereja na presença de p-dimetil 8 aminocinamaldeído a 0,01%. Conforme
instruções do fabricante, o disco de papel contendo o substrato foi umedecido
com água destilada estéril, em seguida foi feito um esfregaço da bactéria a ser
identificada com o auxílio de uma alça de platina. Após 5 minutos, adicionou-se
uma gota do PYR reagente (p-dimetil-aminocinamaldeído a 0,01%). O
desenvolvimento de uma cor vermelha-cereja caracterizou um resultado
positivo e a coloração amarela ou alaranjada um resultado negativo
(KONEMAN et al., 2001) (Figura 7).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 71
Figura 7- Teste de produção da enzima pirrolidonil arilamidase (PYR) para a identificação
fenotípica de espécies dos gêneros Streptococcus e Enterococcus.
(Fonte: LAMAP)
3.5.2.6 Motilidade
Para o teste de motilidade inoculou-se, com o auxílio de uma agulha
de níquel-cromo longa, tubos contendo o meio semi-sólido Sulfeto-Indol-
Motilidade (SIM) (Difco, França), que, em seguida foram incubados por 24
horas a 35oC. O teste foi considerado positivo quando foi detectada uma zona
difusa de crescimento projetada a partir da linha de inoculação sem produção
de H2S (KONEMAN et al., 2001) (Figura 8).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 72
Figura 8- Teste de motilidade para a identificação fenotípica de espécies dos gêneros
Streptococcus e Enterococcus.
(Fonte: LAMAP)
Foi calculada a frequência (porcentagem) de isolados
(Streptococcus e Enterococcus) em cada tipo de água analisada.
3.6 Teste de antibiograma
O teste de antibiograma foi realizado através do método de difusão
em discos (BAUER; KIRBY; SHERRIN, 1966).
Para o antibiograma foram utilizados os seguintes discos comerciais
com antimicrobianos pertencentes a diferentes famílias, das marcas BBL e
LABORCLIN: β-lactâmicos – ampicilina (BBL) – AMP (10g); penicilina (BBL)
– PEN (10UI) Aminoglicosídeos – gentamicina BBL) – GEN (10g);
estreptomicina (LABORCLIN) – EST (10mg); Cloranfenicol – cloranfenicol
(BBL) – C (30g); Tetraciclina – tetraciclina (BBL) – TET (30g);
Cefalosporinas de terceira geração – ceftriaxona (BBL) – CRO (30g);–
cefotaxima (LABORCLIN) - CTX (30g); Glicopeptídios – vancomicina
(LABORCLIN) – VAN (30g) – teicoplanina (LABORCLIN) – TEI (30g);
Macrolidios – eritromicina (LABORCLIN) – ERI (15g); Lincosamidas –
clindamicina (LABORCLIN) – CLI (2g). Os antimicrobianos e os valores de
corte foram selecionados e interpretados (respectivamente) segundo a
orientação técnica ditada pelo Clinical and Laboratory Standard Institute (CLSI,
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 73
2013). Os resultados foram visualizados após 24 horas de incubação a 35ºC
(Figura 9).
Para avaliar a resistência dos isolados frente aos antibióticos
testados, foram levados em conta os seguintes critérios:
a) Valores de resistência ˃ 50% foram considerados altos
b) Valores entre 25-50% foram considerados médios
c) Valores de resistência <25% foram considerados baixos.
Figura 9 - Fluxograma da técnica do antibiograma realizado com os isolados das amostras de
água das galerias (G1 e G2) e de água do mar (P1 e P2), em Fortaleza, Ceará.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 74
3.7 Cálculo do índice de resistência (IRA) e Determinação do índice de
múltipla resistência a antimicrobianos (MRA)
Os resultados do antibiograma foram utilizados para obtenção dos
índices de resistência das cepas aos antimicrobianos testados (IRA) (JONES et
al., 1986) e o de múltipla resistência (MRA) (KRUMPERMAN, 1983).
IRA = y/(n x)
onde:
y = Total do número de resistentes
n = número de isolados
x = número de antimicrobianos testados
MRA = a/b
onde:
a = número de antimicrobianos aos quais o isolado foi resistente.
b = número de antimicrobianos aos quais os isolados foram
expostos.
3.8 Técnica da cura de plasmídio
As cepas que apresentaram resistência a mais de um antibiótico de
famílias diferentes foram submetidas técnica de “cura” de plasmídio de
acordo com Molina-Aja et al. (2002) utilizando-se o caldo LB (Luria-Bertani –
Difco) suplementado com 0,85% de NaCl e tendo como agente de cura o
corante acridine-orange (SIGMA - A 6014) na concentração de 100μg/m . As
cepas crescidas nesse meio durante 24h a 35ºC, sob agitação constante,
foram novamente submetidas ao teste de antibiograma frente aos
antimicrobianos aos quais se mostraram resistentes (Figura 10).
Outro agente de cura foi testado em iguais condições do corante
acridine-orange, o detergente Sodium Dodecyl Sulfate (SDS, sigla em inglês)
nas concentrações de 0,5% e 1% (KEYHANI et al., 2006) visando comprovar
sua eficiência como agente curagênico.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 75
Figura 10 - Fluxograma do procedimento de cura plasmidial, realizado com os isolados de
Streptococcus sp. e Enterococcus sp. das amostras de água das galerias (G1 e G2) e do mar
(P1 e P2) em Fortaleza, Ceará.
3.8.1 Análises estatísticas
Na comparação da eficiência dos tratamentos de “cura” com os dois
agentes utilizados, foi aplicado o teste de McNemar (FIELD, 2009).
3.9 Reação em Cadeia de Polimerase (PCR)
3.9.1 Extração de DNA cromossômico dos isolados Streptococcus e
Enterococcus
A extração de DNA total foi realizada a partir de culturas crescidas
em caldo infusão cérebro coração (caldo BHI-Difco) a 37°C/72 h, e segundo o
protocolo estabelecido por Shankar et al. (1999). O BoxA1R foi utilizado como
iniciador na amplificação dos fragmentos 16S do DNA total (PCR)
(VERSALOVIC et al., 1994) que permite estabelecer o grau de similaridade
entre as estirpes. Os iniciadores foram sintetizados pela INVITROGEN (Tabela
1).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 76
Tabela 1- Iniciadores e condições de termociclagem utilizados na investigação molecular das
amostras de Streptococcus e Enterococcus.
Genes Sequência dos iniciadores (5’- 3’)
Ciclos Condições de Termociclagem
Amplicons (pb)
d
Fonte
BoxA1R 5’ctacggcaaggcgacgctgacg3’
1 95°C/2s
30
94°C/3s Versalovic
et al., (1994)
92°C/30s 400 a 2500
50°C/1min
65°C/8min Albufera et
al., 2009
1 65°C/8min
3.9.2 Condições de Box-PCR
A análise de similaridade entre as cepas foi baseada na presença ou
ausência de bandas específicas geradas a partir da amplificação com iniciador
específico BoxA1R. As diferenças e similaridades foram analisadas
visualmente de acordo com o comportamento de migração das bandas dos
produtos da reação de PCR .
Em todas as amplificações foram utilizadas como controle as
seguintes cepas de referência: Enterococcus faecalis 29212 Enterococcus
faecium INCQS 00071, Streptococcus sp. INCQS 00114 e Streptococcus
mutans INCQS 00446. O DNA total extraído foi amplificado por Box-PCR em
termociclador -Techne (Tabela 2).
Tabela 2- Composição e concentrações empregadas nas reações na investigação molecular
dos isolados de Streptococcus e Enterococcus.
Reagentes da reação (μ ) BOX-PCR
Tampão 10x 2,5 dN P’s (2,5 mM) 1,0 MgCl2 (25 mM) 2,0
Iniciador BoxA1R (99.300 ƿM) 1,0 aq polimerase (5 ⁄μ ) 0,25
DNA 1,0 Volume da reação 25,0
As amostras contendo o DNA amplificado foram analisadas em gel
de agarose 2% (Pronadisa; CONDA). A corrida foi realizada em uma cuba
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 77
horizontal de eletroforese (DIGEL; DGH12/DGH14) a 80V/400 mA com duração
de 5 h em solução tampão TBE 1 X. O gel de agarose foi corado com o
“RedGel" (concentração recomendada pelo fabricante) para possibilitar a
visualização dos produtos amplificados no transluminador (Espectroline-UV)
com luz ultravioleta. O gel foi documentado em sistema de fotodocumentação
digital Kodac EDAS290. Um marcador de tamanho molecular de 1kb (Sigma)
foi usado como padrão para o tamanho molecular dos genes.
Os perfis gerados pelo BOX-PCR foram analisados usando-se o
programa estatístico BioDiversity Professional Beta (MACALEECE et al., 1998).
Esses perfis facilitam a determinação de possíveis relações clonais entre os
isolados estudados.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 78
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Parâmetros físico-químicos das amostras de água das galerias e do
mar.
O pH das amostras variou de 6,86 a 8,25 na galeria G1 e de 7,59 a
8,22 na galeria G2. Os valores de salinidade oscilaram de 0 (para as galerias) a
40 (para água do mar- P2). A temperatura oscilou de 30ºC a 32ºC na galeria
G1 e de 28ºC a 31ºC na Galeria G2 (Tabela 3).
Tabela 3 - Parâmetros físico-químicos das amostras nos pontos estudados: Amostras de água
da Galeria Riacho Maceió (G1), amostras de água da Jusante à saída da Galeria do Riacho
Maceió (P1), amostras de água da Galeria da Praia do Meireles (G2), amostras de água da
Jusante à saída da Galeria da praia do Meireles (P2) em Fortaleza-Ceará.
COLETAS Parâmetros
físico-químicos
Riacho Maceió Praia do Meireles
G1 P1 G2 P2
1°
pH 7,29 7,39 7,59 7,48
Salinidade 0 30 7 40
Temperatura 32°C 31°C 29°C 30°C
2°
pH 6,70 6,94 7,88 7,25
Salinidade 0 29 0 31
Temperatura 31°C 30°C 29°C 29°C
3°
pH 8,25 7,55 8,22 7,56
Salinidade 0 38 0 36
Temperatura 30°C 30°C 28°C 30°C
4°
pH 7,38 7,33 8,05 7,43
Salinidade 0 37 3 40
Temperatura 30°C 31°C 29°C 31°C
5°
pH 6,86 7,15 7,72 7,32
Salinidade 0 38 1 36
Temperatura 32°C 31°C 31°C 30°C
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 79
Os valores de pH conferidos nas águas de mar, avaliadas,
apresentaram-se dentro da faixa de aceitação (7,0 – 8,0) proposta pelo
CONAMA (BRASIL, 2000).
As contagens de bactérias obtidas nas galerias G1 e G2 com valores
de pH de 8,25 e 8,22, respectivamente, ratificam o critério de que bactérias
pertencentes ao gênero Enterococcus são capazes de crescer a pH de 9,6
(CETESB, 2012).
Silva et al. (2008) encontraram variação de 7,0 a 8,0 no pH na água
do mar das praias do litoral do estado do Maranhão quando estudavam sua
contaminação por Enterococcus. Monteiro (2013) identificou Enterococcus
avaliando algumas praias do litoral cearense, e os valores detectados de pH
nas águas do mar variaram de 7,60 à 8,40, os de salinidade de 36 a 39 e as
temperaturas entre 27ºC e 28ºC.
4.2 Quantificação de Streptococcus sp. e Enterococcus sp.
Os valores de CPP de estreptococos e enterococos variaram de ≤10
na galeria G2 (coleta 4) a 192 x 102 UFC /100 mL (coleta 2) na galeria G1 e
para os pontos de água de mar de ≤10 (coleta 5) a 94 x 102 UFC/ 100 mL
(coleta 2) em P1 (Tabela 4) .
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 80
Tabela 4 – Contagem Padrão em Placas (CPP) de UFC de Streptococcus e Enterococcus/ 100
mL nos pontos avaliados: Amostras de água da Galeria Riacho Maceió (G1), amostras de água
do mar adjacente à Galeria do Riacho Maceió (P1), amostras de água da Galeria da Praia do
Meireles (G2), amostras de água do mar adjacente à Galeria da praia do Meireles (P2) em
Fortaleza-Ceará.
COLETAS
Caldo Todd-
Hewitt
Riacho Maceió Praia do Meireles
G1 P1 G2 P2
1o + 62 x 102 76 x 102
90 x 102
36 x 102 4x102
- 79 x 102 41 x 102 11 x 102
2o + 116 x 102 94x 102 41 x 102 61 x 102
- 192 x 102 58 x 102 114 x 102 33 x 102
3o + 170 x 102 2 x 102 54 x 102 16 x 102
- 35 x 102 2 x 102 31 x 102 3 x 10 2
4o + 18 x 10 2 2 x 102 27 x 102 8 x 10 2
- 10 x 102 ≤10 ≤10 2 x 102
5o + 81 x 102 ≤10 36 x 102 6 x 102
- 83 x 102 ≤10 29 x 102 1 x102
+: enriquecimento com caldo Todd-Hewitt; -: Sem enriquecimento com caldo Todd-Hewitt
Na presente pesquisa foram encontradas quantidades de
Enterococcus/100 mL acima do permitido pela legislação (Brasil, 2000) para
amostras de água do mar (P1 e P2). A legislação brasileira considera as águas
impróprias para balneabilidade quando os valores de Enterococcus estão
acima de 100 UFC/100 mL em duas ou mais amostras, durante o período de
cinco semanas.
Os resultados ratificam a informação de que bactérias pertencentes
ao gênero Enterococcus podem sobreviver por mais tempo em águas marinhas
devido a sua capacidade de tolerar altas concentrações de sais (HARWOOD;
WHILOOK; WHITHINGTON, 2000). Graves e Weaver (2010) afirmaram que a
distribuição dessas bactérias pode mudar devido a fatores ambientais e a
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 81
distanciamento de fontes de esgoto. Carvalho et al. (2014) encontraram
maiores quantidades de Enterococcus nas amostras coletadas próximo a um
emissário submarino, do que em pontos mais distantes da costa de Fortaleza.
Embora Ruoff (2002) detalhe a intolerância a sais no grupo viridans
como característica fenotípica para sua identificação, Facklam (2002) destaca a
possibilidade de uma resposta variável por parte de outros representantes do
gênero Streptococcus ante a presença de NaCL.
As maiores contagens nas águas das galerias (G1 e G2) e nos
pontos de água de mar adjacente (P1 e P2) foram observadas na segunda
coleta (Tabela 2). Segundo registros, a coleta foi precedida de chuva intensa e
de grande atividade antropogênica pelo início das obras de recuperação do
mercado de Mucuripe. Com relação aos dados pluviométricos, é importante
destacar que não existe uma estação perto dos pontos de coleta analisados,
mas, coincidentemente, a estação do Castelão-orla de Fortaleza (ANEXO - A)
registrou 3,8 mm de chuva nesse mesmo horário e dois dias antes (2,1 mm), o
que poderia apoiar os valores das contagens encontradas para essa coleta.
Deve-se levar em conta a distância que existe entre os pontos de coleta na orla
de Fortaleza, e as estações de registro dos níveis de precipitações diários mais
próximas, a fim de se evitar possíveis erros nas interpretações da influência
dos eventos de chuva sobre a concentração de enterococos nas águas
costeiras estudadas.
Estudos prévios têm demonstrado a influência dos eventos de chuva
no aumento das concentrações de bactérias indicadoras fecais carregadas
pelas galerias (ELMIR et al., 2007; RATHNAYAKES; HARGREAVES;
HUYGENS, 2011). A zona litorânea e a zona de lavagem (zona que pode
submergir na maré alta) podem estar associadas com muitas fontes (animais e
humanos) favorecendo a sobrevivência de bactérias indicadoras de
contaminação (SHIBATA et al., 2004).
As concentrações de Streptococcus e Enterococcus (níveis baixos e
altos) encontradas nas análises das amostras de água das galerias e do mar
podem ter sido influenciadas pela interação de fatores ambientais tais como as
marés, radiação solar e as chuvas, entre outros (ENNS et al., 2012).
Não foram observadas diferenças significativas (p ˃0,05) nos valores
das contagens de Streptococcus e Enterococcus em UFC/100 mL para cada
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 82
ponto de coleta sem e com o uso do caldo Todd-Hewitt como meio de
enriquecimento (Figura 11). Embora o caldo Todd-Hewitt seja indicado e
utilizado com sucesso como caldo de enriquecimento seletivo para
microrganismos fastidiosos tais como os estreptococos em amostras clínicas,
(DÍAZ; NIEVES, 2008; BOSH-MESTRES; MARTÍN-FERNÁNDEZ; ANTA-
LOSADA, 2003) os resultados da presente pesquisa destacam a importância
dos fatores ambientais (salinidade, radiação solar entre outros) afetando o
desenvolvimento e sobrevivência do grupo ʺestreptococos fecaisʺ.
Figura 11 - Valores médios e intervalos de confiança (95%) das contagens no maior valor
contável para cada ponto de coleta: galerias (G1 e G2) e pontos de água do mar (P1 e P2) com
e sem o emprego de caldo Todd-Hewitt, em Fortaleza, Ceará.
A metodologia empregada utilizando-se a técnica de filtração
(APHA-AWWA-WPCF, 1992) com utilização de Agar m-Enterococcus como
meio seletivo e incubação por 48 horas a 35°C, resultou eficiente na detecção e
quantificação de Streptococcus e Enterococcus nas amostras analisadas.
Estudos para a enumeração de estreptococos fecais e Enterococcus têm
empregado igual procedimento nas análises de amostras ambientais (ALM;
BURKE; SPAIN, 2003, LIPP et al., 2001; POTE et al., 2009).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 83
4.3 Identificação em gênero
De um total de 296 isolados (universo) foi possível identificar 192
cepas, das quais duas estirpes pertenciam ao gênero Streptococcus (0,67 %) e
64,19% (190 estirpes) pertenciam ao gênero Enterococcus.
Similares testes para a discriminação de bactérias dos gêneros
Streptococcus e Enterococcus têm sido utilizados por diferentes autores e
agências regulatórias (APHA-AWWA-WPCF, 1992; FERGUSON et al., 2005;
MONTEIRO, 2013; UK STANDARDS FOR MICROBIOLOGY
INVESTIGATIONS, 2014).
A porcentagem de isolados identificada como não enterococos nas
águas analisadas (17,5% nas galerias e 7,69% nos pontos de água de mar) é
similar aos valores relatados por Ferguson et al. (2005) de 11,4% – 25,5% de
recuperação de não- Enterococcus em águas marinhas. Ryu et al. (2013)
determinaram abundância e distribuição de espécies de Enterococcus em
fezes de quatro animais domesticados, 13 espécies de vida selvagem e sete
espécies aviárias, assim como de água de estuários na Califórnia e de um rio
em Porto Rico. De 439 isolados ambientais, 91% foram identificados como
Enterococcus spp. e 7% como não-Enterococcus ou bactérias não
classificadas (2%).
Embora não tenha sido possível realizar a identificação de todos os
isolados não enterocócicos, está bem documentado que bactérias dos gêneros
Aerococcus, Pediococcus, Lactococcus e Leuconostoc podem crescer em
meios convencionais para a avaliação de Enterococcus (FACKLAM; HOLLINS;
COLLINS, 1989; FERGUSON et al., 2005; RYU et al., 2013).
4.4 Identificação em espécie
Uma vez realizadas as provas bioquímicas para a identificação das
espécies, vinte e seis estirpes apresentaram resposta negativa frente à prova
PYR (gênero Streptococcus – 13,54 %), das quais duas foram identificados
como S. mutans e o restante (24 estirpes) foram agrupadas como
Streptococcus ou outros gêneros afins. Cento e sessenta e seis estirpes (86,45
%) apresentaram resultados positivos na prova PYR (gênero Enterococcus),
sendo isolados: E. faecium (n = 67; 34, 89%), E. gallinarium (n = 29 ; 15,10%),
Enterococcus spp. (n = 28; 14,58%); E. mundtii (n = 15; 7,81%), E. raffinosus (n
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 84
= 12; 6,25%) E. casseliflavus (n =11; 5,72%) e E. faecalis (n = 4;
1,93%).(Figura 12).
Figura 12 - Espécies identificadas nos isolados das amostras de água das galerias (G1 e G2) e
nos pontos de mar (P1 e P2) analisados, em Fortaleza, Ceará.
Em relação à identificação de S. mutans em amostras de águas,
diferentes autores reportam a aparição dessa espécie e de outras do gênero
Streptococcus em águas marinhas (FERGUSON et al., 2013; MARACCINI;
FERGUSON; BOEHM, 2012).
No presente estudo seis espécies de Enterococcus foram
identificadas, sendo E. faecium a espécie de maior frequência e E. faecalis a
com menor número de isolados. Resultados similares em relação à espécie
dominante (E. faecium) foram encontrados em um estudo sobre a distribuição
estacional de E. coli e Enterococcus em areias de duas praias na cidade de
Indiana, Estados Unidos (BYAPPANAHALLI et al., 2006). Ferguson et al.
(2013) também reportaram E. faecium (44%) como espécie dominante em
isolados de Enterococcus de águas marinhas e águas residuais mediante a
utilização do Método 1600 da Agência de Proteção Ambiental dos Estados
Unidos (método de filtração com membrana).
Outros estudos relatam uma grande diversidade de espécies
encontradas em ambientes aquáticos. Alipour et al. (2014) publicaram a
descoberta de quatro espécies (E. faecalis, E. faecium, E. gallinarum e E.
casseliflavus) em águas de río e costeiras do nordeste do Irã, mas E. faecium e
E. faecalis foram as espécies de maior frequência. E. faecalis e E. casseliflavus
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 85
foram identificadas por Mote, Turner e Lipp (2012) em plâncton e águas
marinhas. Importante destacar que a prevalência de espécies em águas
receptoras vai depender de fatores ambientais, incluindos a área geográfica e
as fontes potenciais, entre outros (MOORE; GUZMAN; McGEE, 2008).
Este estudo permitiu identificar bactérias dos gêneros Streptococcus e
Enterococcus em duas fontes potenciais de contaminação e dois pontos
adjacentes (receptores) de águas costeiras, facilitando a identificação da
distribuição das espécies isoladas em cada tipo de amostra analisada.
Na comparação da distribuição de espécies por tipo de amostra
analisada (galeria e ponto de mar), o número total de isolados (Streptococcus e
Enterococcus) utilizados para o cálculo da frequência em cada tipo de amostra
foi de 114 para galerias e 78 para água do mar (Figura 13).
Figura 13 - Porcentagem de espécies de Streptococcus e de Enterococcus isoladas em cada
tipo de amostra analisada: galerias (G1 e G2) e pontos de água do mar adjacentes (P1 e P2),
em Fortaleza, Ceará.
Dos isolados identificados em galerias, a ordem de maior a menor
frequência das espécies foi a seguinte: E. faecium ˃ Streptococcus sp.
Enterococcus sp. ˃ E. gallinarum ˃ E.mundtii ˃ E. raffinosus ˃ E.casseliflavus
˃ E. faecalis. E. gallinarum e espécies pigmentadas como E. casseliflavus e E.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 86
mundtii, possuem diferentes habitat: humanos, animais, plantas e solo
(BYAPPANAHALLI et al., 2012).
Isolados Streptococcus sp. foram identificados em maior número nas
galerias (20 - 17,54%) que nos pontos de água de mar (6 - 7,69%). É
importante destacar que na diferenciação de cocos Gram (+), isolados do
gênero Streptococcus (representantes do grupo viridans, S. bovis e não
viridans) e de gêneros afins (Lactococcus e Leuconostoc) têm sido reportados
com resposta variável ao crescimento frente a 6,5% de NaCL (FACKLAM;
HOLLINS; COLLINS, 1989; FACKLAM; ELLIOT, 1995; FACKLAM, 2002).
Maschieto et al. (2004) trabalhando com isolados de Enterococcus
do trato intestinal de pacientes de um hospital universitário, no Brasil,
identificaram E.faecium com maior frequência em relação a espécies também
isoladas: E. faecalis, E. gallinarum e E. casseliflavus, entre outras.
O percentual 15,8% de isolados identificados somente como
Enterococcus sp. pode ser atribuído a resultados de provas ambíguas com
baixo poder discriminatório. A identificação taxonômica dos estreptococos e
enterococos torna- se problemática já que são grupos diversos de cocos gram-
positivos que compartilham características fenotípicas comuns com outros
gêneros afins (M ER et al., 2001; UK STANDARDS FOR MICROBIOLOGY
INVESTIGATIONS, 2014). Castillo-Rojas et al. (2013) compararam E. faecalis
e E. faecium de isolados de água e amostras clínicas e concluíram que esses
isolados podem diferir, já que as chaves bioquímicas tradicionais estão,
geralmente, baseadas em respostas obtidas de micro-organismos provenientes
de amostras clínicas.
Bactérias pertencentes aos gêneros Globicatella, Aerococcus e
Lactococcus com produção da enzima pirrolidonil arilamidase são capazes de
crescer em caldo com 6,5% de NaCL, hidrolizar a esculina e crescer a 45°C o
que faz difícil sua diferenciação (FACKLAM; ELLIOT, 1995; UK STANDARDS
FOR MICROBIOLOGY INVESTIGATIONS, 2014). Isolados de A.viridans têm
sido frequentemente reportados como falsos positivos na avaliação e
distribuição de espécies de Enterococcus em águas marinhas (FEERST;
HOVENDON; ATHERHOLT, 2002; MOORE; GUZMAN; McGEE, 2008;
FERGUSON et al., 2013).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 87
Os pontos de água de mar exibiram outra distribuição de espécies:
E. faecium ˃ E. gallinarum ˃ Enterococcus sp.˃ Streptococcus sp.> E. mundtii>
E. raffinosus > E. casseliflavus ˃ E. faecalis.
Espécies pigmentadas como E. casseliflavus e E. mundtii possuem
vantagens competitivas sobre espécies de Enterococcus não pigmentadas em
águas marinhas porque o pigmento exerce um efeito protetor à inativação solar
(MARACCINI; FERGUSON; BOEHM, 2012). No estudo, esta vantagem não foi
evidenciada, sendo E.casselifavus e E.mundtii espécies encontradas entre as
de menor número em águas pluviais e em águas marinhas receptoras. Os
resultados obtidos destacam a importância do aporte da fonte contaminante
(galeria) ao corpo receptor marinho na distribuição de espécies
enterococcócicas.
Padrões e agencias regulatória relacionam a prevenção de
contaminação e o risco potencial à saúde com a presença de bactérias do
gênero Enterococcus em águas recreacionais costeiras (USEPA,2012; USEPA,
1986; WHO, 2000). Assim destaca-se a importância na determinação da
distribuição de espécies enterocóccicas em águas receptoras e possíveis
fontes contaminantes (MOORE; GUZMAN; McGEE, 2008).
As bactérias do gênero Streptococcus de importância médica podem
ser divididas em três grandes grupos (PUMAROLA et al., 1992): Os
estreptococos β-hemolíticos, especialmente os pertencentes aos grupos
sorológicos A, B, C, F e G; os enterococos e os estreptococos pertencentes ao
grupo Viridans. Streptococcus pneumoniae (α- hemolítico), agente causal de
meningites bacteriana, pneumonia, otites médias e sinusites é considerado
pela Organização Mundial da Saúde(OMS) como a principal causa de morte
por pneumonia em 1 milhão de pessoas jovens (de um estimado de 5 milhões
de mortes) cada ano ( KLUGMAN; GREENWOOD, 2003).
Embora seja certo que E. faecalis e E. faecium são de particular
importância em infecções em humanos (ARIAS; CONTRERAS; MURRAY,
2010; H RNER et al., 2005), espécies como E. raffinosus, E. gallinarum e E.
casseliflavus entre outras, podem ser consideradas patógenos oportunistas de
interesse uma vez que têm sido reportados em diferentes estudos de isolados
clínicos (GUEVARA et al., 1996; TOGNERI; LOPARDO; CORSO, 2003;
TOLEDO et al., 2004).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 88
4.5 Susceptibilidade aos antimicrobianos
A evolução e disseminação da multirresistência antibiótica de
bactérias dos gêneros Streptococcus e Enterococcus representam grandes
desafios para a clínica humana no tratamento de infecções causadas por estes
microrganismos (DÍAZ; SÁNCHEZ; MARTÍN, 2008; ARIAS; CONTRERAS;
MURRAY, 2010; KORONA-GLOWNIA; SIWIEC; MALM, 2015).
Cento e cinquenta e seis cepas, das 192 (81,25%) foram submetidas
a testes de susceptibilidade a 12 antimicrobianos e foram selecionadas por sua
representatividade nas diferentes espécies identificadas e locais de detecção
(Figura 14).
Figura 14 - Percentual de susceptibilidade/resistência a diferentes antimicrobianos de 156
cepas de Streptococcus e Enterococcus isoladas das amostras de água das galerias (G1 e G2)
e nos pontos de mar (P1 e P2) analisados, em Fortaleza, Ceará.
AMP – ampicilina, CTX – cefotaxima, CRO – ceftriaxona, CLI – clindamicina, C –
cloranfenicol, GM – gentamicina, ERI – eritromicina, EST – estreptomicina, P –
penicilina, TEI – teicoplanina, TET – tetraciclina, VAN – vancomicina. S-sensível; R-
Resistente; I- Intermediário.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 89
Neste estudo, as bactérias mostraram alta resistência (˃ 50%) a
CR (92,3%) ˃C I (80,1%) ˃C X (74,4%) ˃ES (66,7%). ma resistência
média (50-25%) foi apresentada frente a TET (29,5%) e uma baixa resistência
(˂ 25%) para GM (19,9%) ˃ERI (10,3%) ˃C (3,21%) ˃AMP (1,92%) ˃PEN
(0,64%)˃VAN e EI (0%).
A resistência às cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona-
CRO e cefotaxima-CTX) está relacionada com a diminuição da afinidade das
proteínas de união à penicilina (PBPs, sigla em inglês) 1a e 2x devido a
eventos de recombinação genética e a acumulação de mutações pontuais nos
genes pbp (COFFEY et al., 1995; CHIU et al., 2007). Não é uma resistência
mediada por ß-lactamases uma vez que o uso de antibióticos com
bloqueadores dessas enzimas não constitui uma vantagem no tratamento de
cepas resistentes (PRADO; PERRET, 2001).
Dentre as cefalosporinas de terceira geração, ceftriaxona (CRO
possui vantagens na toxicocinética e toxicodinâmica quando é comparada com
cefotaxime (CRAIG, 1998).
Os altos valores de resistência obtidos nos isolados frente às
cefalosporinas são verdadeiramente alarmantes se levarmos em conta que
ceftriaxona e cefotaxima são importantes drogas utilizadas no tratamento de
infecções estreptocócicas adquiridas na comunidade: pneumonia, otites média
e aguda e sinusites agudam, assim como infecções mais invasivas: meningites
e bacteremias (APPELBAUM, 2002; CHIU et al., 2007; LYYTAKAINEN et al.,
2004; MARRON et al., 2001; NAGAI et al., 2000).
Por outro lado, bactérias do gênero Enterococcus são tolerantes à
atividade (normalmente bactericida) de agentes ativos na parede celular, tais
como β-lactâmicos. As cefalosporinas exibem a menor atividade frente a esse
grupo de micro-organismos, atividade que pode variar entre as diferentes
espécies de enterococos (KRISTICH; RICE; ARIAS, 2014).
Embora seja conhecida a resistência natural a clindamicina e o
mesmo não seja um antibiótico de eleição utilizado no tratamento de infecções
enterocócicas, é importante o estudo da resistência a este antibacteriano em
razão de sua ampla disseminação no ambiente. Além disso, existe o fato de
sua resistência cruzada com outras classes de antibióticos, os macrolídeos e
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 90
estreptograminas utilizados na prática clínica e veterinária (BRENCIANI et al.,
2007; GOMES, 2013; KRISTICH; RICE; ARIAS, 2014; LECLERCQ, 2002).
Perfis de resistência de isolados de Enterococcus spp. em águas
residuais municipais e de um hospital em Alice, Província Leste do Cabo, África
do Sul, foram determinados por Iweriebor et al.(2015). Dez antibióticos foram
testados pelo método de difusão em disco. Os isolados apresentaram altos
valores de resistência frente a todos os antibióticos testados os quais oscilaram
entre 67-100%. Peter, Mathew e Sacharias (2012) identificaram isolados do
gênero Enterococcus resistentes a antimicrobianos (12) de várias fontes de
água potável. Todos os isolados apresentaram resistência a mais de um
antibiótico testado e todos foram resistentes à clindamicina
Isolados de enterococos procedentes de amostras clínicas e de
origem equina foram avaliados para o estudo de seus perfis de resistência
frente a 19 antimicrobianos usando o método de difusão em disco. Cefdinir e
cefotaxima (cefalosporinas de terceira geração) estiveram entre os antibióticos
aos quais os isolados apresentaram maior resistência (96,5 e 89,1%
respectivamente). Valores altos de resistência (>50%) também foram
reportados para clindamicina (73,4%) (SINGH, 2009).
Importante destacar que dentro dos antibióticos testados, a
estreptomicina resultou no quarto lugar como antimicrobiano com maior valor
de resistência (66,7%) por parte dos isolados estudados. Aminoglicosídeos
como estreptomicina e gentamicina agem por união a 16S rRNA da subunidade
30S ribosomal e interferem com a sínteses proteica (KRISTICH; RICE; ARIAS,
2014). Se for levado em conta o valor de resistência intermediária para este
antibiótico (11,54%) como possível resistência futura, a problemática é
preocupante em função do desafio que poderia representar a sua utilização na
terapêutica sinérgica e combinada com agentes da parede celular em infecções
enterocócicas (BALDINI; SELZER, 2008; BENDER et al., 2009) assim como
frente a infecções estreptocócicas (GRAHAM; GOULD, 2002; REINERT et al.,
2001).
Valores de resistência baixos (19,87%) foram obtidos frente à
gentamicina. Resultados similares de resistência foram relatados para a
gentamicina (23,07%) em estirpes de Streptococcus agalactiae isolados de
mastites bovina, no Irã (EBRAHIMI et al., 2008).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 91
Valores de resistência média a tetraciclina (29,49%) e baixos ao
cloranfenicol (3,21%) foram encontrados nos isolados. Brenciani et al. (2014)
também reportaram valores de resistência média (27,4%) e baixos (2,7%) a
tetraciclina e cloranfenicol respectivamente, para isolados Streptococcus do
grupo viridans de amostras clínicas. Sadowy et al. (2014) investigaram a
susceptibilidade antibacteriana de isolados enterocócicos em águas residuais e
seu receptor marinho. Valores de resistência média à tetraciclina também
foram relatados para água residual crua (26,3%) e água receptora marinha
(27,6%).
Os genes de resistência a tetraciclina e ao cloranfenicol estão
localizados em plasmídios de resistência (JACOB; HOBBS, 1974) ou no
cromossomo (HORODNICEANU; BOUGUELERET; BIETH, 1981), com
frequência associadas com os genes de resistência a macrolídeos,
lincosamidas e estreptograminas B (MLSB, sigla em inglês) (KATAJA et al.,
1999). Genes tet(M) e erm(B) que codificam resistência a tetraciclina e a
eritromicina, respectivamente, estão frequentemente juntos e podem ser
herdados (AYER et al., 2007).
Sessenta e três (63) isolados clínicos de S.pyogenes resistentes à
eritromicina e tetraciclina foram investigados por Giovanetti et al. (2003), na
Itália. Os autores queriam investigar a presença dos genes que codificam
resistência à eritromicina por metilação (erm(A) e erm(B)) e por bomba de
effluxo (mef(A)), assim como a presença de genes que codificam resistência à
tetraciclina por proteínas de protecção ribossomal tet(M) e tet(O) e por bomba
de effluxo tet(K) e tet(L). Foi o primeiro relato da presença do gene tet(O) em
S.pyogenes mostrando que ele pode estar ligado com outro gene e se mover
mediante conjugação de um cromossomo a outro.
Dada et al. (2012) avaliaram 42 isolados de Enterococcus
procedentes de amostras de águas recreacionais marinhas (praia) na Malásia,
para investigar a susceptibilidade a nove antibióticos. Os autores reportaram
altos valores de resistência ao ceftriaxone (86,60%). Foram obtidos valores
médios frente à eritromicina para E.faecalis (40%) e E.faecium (46%) e valores
baixos (< 25%) para Enterococcus spp. (16,66%).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 92
Denamiel et al. (2013) determinaram os perfis de resistência em
S.bovis isolados de mastites bovina frente a antibióticos de uso prático na
clínica veterinária. S.bovis mostrou valor médio de resistência a eritromicina
(41,2%).
No presente estudo, a eritromicina foi o antibiótico ao qual os
isolados se mostraram mais susceptíveis, com percentual de resistência de
10,3% entre as estirpes. Nesse percentual não estão considerados os marcos
de resistência intermediária encontrados. Essa resistência intermediária indica
uma tendência da população bacteriana para tornar-se resistente a ação da
substância sendo, portanto, um indicativo de resistência futura. Entre os
isolados, 13 cepas apresentaram esse perfil frente a eritromicina e 11 a
eritromicina mais gentamicina. O problema se agrava, chamando a atenção
para a possibilidade de que essa resistência intermediária possa ser transferida
a outros patógenos no ambiente.
Similar ao que acontece com outras bactérias, a entrada de
bactérias resistentes dos gêneros Streptococcus e Enterococcus em ambientes
aquáticos procedentes de descargas residuais constitui uma importante fonte
de resistência no ambiente (KÜMMERER et al., 2004). A ciclagem de cepas
resistentes em hospitais, atividades veterinária, comunidade e reservatórios
naturais de águas favorecem os processos de disseminação e transferência da
resistência (MEIRELLES-PEREIRA et al., 2002).
Embora a resistência antimicrobiana tenha sido estudada por suas
sérias implicações clínicas como fator limitante na escolha dos agentes
terapêuticos e no incremento de falhas potenciais para seu tratamento,
igualmente sérios resultam os efeitos ecológicos e epidemiológicos dessa
resistência (RICE, 2007; TRAVERS; BARZA, 2002). Do ponto de vista
ecológico, é importante considerar a ecologia dos genes de resistência e a
ecologia das bactérias resistentes que carreiam esses genes (KÜMMERER et
al., 2004). Cepas com dureza ecológica mais ampla possuem uma vantagem
mais universal, a bactéria é capaz de crescer em vários nichos ecológicos
interconectados. Este fato e sua capacidade de adaptação a hospedeiros
alternativos poderiam amplificar sua habilidade em adquirir novos
determinantes em termos de virulência e resistência, mantendo,
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 93
simultaneamente, suas capacidades naturais (COSTA; LOUREIRO; MATOS,
2013).
É de notar que a maioria das cepas foi susceptível à teicoplanina
(100%), vancomicina (98%), penicilina (99%) e ampicilina (98%). Três cepas
foram resistentes a ampicilina, duas delas identificadas como E. faecium e uma
E. casseliflavus, incluindo uma que apresentou resistência a penicilina e a
ampicilina (E. faecium). Nenhuma cepa foi resistente a todos os antibióticos
testados. Essa resistência a ampicilina pode ser devida a modificações das
PBPs (proteínas de união a penicilina) ou a produção de β-lactamases
(PALAVECINO, 2001). A baixa resistência encontrada nos isolados frente a
ampicilina (1,92%) e glicopeptídeos (vancomicina e teicoplanina) foi similar aos
resultados relatados por Bender et al. (2009) na análise de isolados de
amostras clínicas, na cidade de Porto Alegre, Brasil.
Antibióticos β-lactâmicos como a penicilina, não têm um marcado
efeito bactericida sobre Enterococcus, diferentemente da sua atividade frente a
Streptococcus (ARIAS ; MURRAY, 2012). Ainda assim, a resistência a β-
lactâmicos em micro-organismos pertencente ao gênero Streptococcus
continua crescendo e com ela o interesse no estudo do uso dessas substâncias
no diagnóstico das infecções estreptocócicas (ALCAIDE et al., 2001; SMITH;
JACKSON; KENNEDY, 2004; GOULD et al., 2012; GOLDSMITH et al., 2015).
Enterococcus não apresentam suscetibilidade intrínseca a β-
lactámicos, com a susceptibilidade podendo variar entre as espécies e entre os
antimicrobianos β-lactâmicos. Por exemplo, espécies como E. faecium podem
ser um pouco mais resistentes que E. faecalis (KRISTICH; RICE; ARIAS,
2014).
Teicoplanina foi o único antibiótico ao qual todos os isolados
testados apresentaram sensibilidade. A resistência a vancomicina foi
apresentada por três cepas (duas pertencentes ao gênero Enterococcus e uma
ao Streptococcus) que apresentaram valores intermediários (1,92%).
Vancomicina e teicoplanina apresentam espectro de ação
(glicopeptídeos) e eficácia similares (BUGANO et al., 2011). Sader et al. (2001)
realizaram um estudo de vigilância multicêntrica com isolados de cocos Gram
positivos agentes causais de infecções adquiridas na comunidade e nos
hospitais em 15 países de America Latina. S.pneumoniae, Streptococcus do
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 94
grupo viridans e outros estreptococos β-hemolíticos foram testados para sua
susceptibilidade a diferentes antibióticos. Todos os estreptococos foram
susceptíveis a vancomicina e a teicoplanina.
Foi avaliada a atividade in vitro de nove antibióticos frente a 631
isolados Streptococcus de cinco instituições brasileiras como parte do
programa de vigilância denominado Local Synercid® Microbiologic Assessment
of Resistance Trends (L-SMART). Semelhante ao estudo multicêntrico de
Sader et al. (2001), os isolados de S.pneumoniae, Streptococcus do grupo
viridans e outros estreptococos β-hemolíticos foram susceptíveis a vancomicina
e a teicoplanina (MENDES et al., 2002). Streptococcus isolados de produtos
diários susceptíveis também a vancomicina foram reportados por Gad, Abdel-
Hamid e Farag (2014).
É conhecido que enterococos vancomicina resistentes (VRE) são
importantes patógenos de infecções sistêmicas em indivíduos debilitados e
com supressão do sistema imune (HÖRNER, 2005).
Embora a resistência a vancomicina por parte do gênero
Enterococcus seja hoje um fenômeno frequentemente reportado por diferentes
autores (IVERSEN et al., 2002; KWON et al., 2012; LATA et al., 2009), o
isolamento de duas cepas com valores de resistência intermediários em
amostras de água serve de alerta de possíveis riscos para a saúde pública.
Castillo-Rojas et al. (2013) compararam a susceptibilidade antibiótica
e as relações genéticas de isolados de E. faecium e E. faecalis de amostras
clínicas e ambientais. Eles reportaram 34 perfis de resistência em resposta aos
dez antibióticos testados encontrando perfis de resistência comuns entre as
dos isolados de casos clínicos e de água.
A resistência antimicrobiana (36 perfis) foi observada em 96,15%
das cepas testadas. Cerca de noventa e três por cento (92,95%) das cepas
(137) apresentaram multirresistência (29 perfis). Foram encontradas cepas
resistentes até a sete antimicrobianos, dos doze testados (Tabelas 5 e 6). O
perfil mais dominante (34 cepas) esteve representado por três grupos de
antimicrobianos: cefalosporinas (CRO – ceftriaxone, CTX – cefotaxima),
aminoglicosídeo (EST – estreptomicina), e lincosamidas (CLI – clindamicina).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 95
Tabela 5 – Perfil de multirresistência de cepas de Streptococcus e Enterococcus isoladas de
galerias (G1 e G2) em Fortaleza, Ceará.
Perfil de resistência Isolados Espécies MRA IRA
CRO-EST-CLI-CTX 23
E.faecium (7) E.gallinarum (4) Streptococcus sp.(8) E. casseliflavus(1) Enterococcus sp.(2) E. raffinosus (1)
0,33
CRO-TET-EST-CLI-CTX 11
E.faecium (3) E.gallinarum (3) E.faecalis (1) E. casseliflavus (1) Streptococcus sp.(1) Enterococcus sp.(2)
0,41
CRO-CLI-CTX 7
E. faecium (2) Enterococcus sp.(3) E. casseliflavus (1) Streptococcus sp. (1)
0,25
CRO-GM-EST-CLI-CTX 5
E.faecium (1) E. mundtii (1) E. gallinarum (1) E. casseliflavus (1) Enterococcus sp.(1)
0,41
CRO-EST-CLI 4 E.faecium (2) E. mundtii (1) E. gallinarum (1)
0,25
CRO-TET-CLI-CTX 4
E. mundtii (1) E.faecium (1) E.gallinarum (1) Streptococcus sp. (1)
0,33
CRO-TET-ERI-EST-CLI-CTX 3 E.faecium (2) E.raffinosus (1) 0,5
CRO-GM-CLI-CTX 2 E. mundtii (1) Enterococcus sp.(1) 0,33
CRO-EST-CTX 2 E.faecium (2) 0,25
CRO-TET-EST-CLI 2 E.faecalis (1) E.faecium (1)
0,33
CRO-TET-CTX 2 E.faecium (1) E.mundtii (1)
0,25
CRO-TET-GM-EST-CLI-CTX 2 E.gallinarum (2) 0,5
EST-CLI 2 E.faecium (1) E.gallinarum (1)
0,16
CRO-EST 1 E.faecium (1) 0,16
CRO-GM-EST-CLI 1 Enterococcus sp.(1) 0,33 CRO-GM-ERI-EST-CLI 1 E.gallinarum (1) 0,41
CRO-GM-EST-CTX 1 E. faecium (1) 0,33 CRO-EST-CLI-CTX-P-AMP 1 E.faecium (1) 0,5
CRO-TET-CLI 1 E. faecium (1) 0,25 CRO-TET-GM-ERI-EST-CLI-CTX 1 E.faecium (1) 0,58
CRO-ERI-CLI-CTX 1 Streptococcus sp.(1) 0,33 CRO-C-CLI-CTX 1 E.mundtii (1) 0,33
CRO-AMP-TET-CTX 1 E.faecium (1) 0,33 CRO-TET-GM-EST-CTX 1 Streptococcus sp. (1) 0,41
ERI-TET 1 E.faecium (1) 0,16 81 0,050
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 96
Tabela 6 – Perfil de multirresistência de cepas de Streptococcus e Enterococcus isoladas em
pontos de mar (P1 e P2) em Fortaleza, Ceará.
Perfil de resistência Isolados Espécie MRA IRA
CRO-EST-CLI-CTX 11
E.faecium (2) E.gallinarum (3) Streptococcus sp. (2) E. faecalis (1) E.mundtii (1) Enterococcus sp.(1) E.casseliflavus (1)
0,33
CRO-GM-EST-CLI-CTX 7
E.faecium (3) E. raffinosus (1) E. gallinarum (1) Enterococcus sp. (2)
0,41
CRO-CLI-CTX 5
E. mundtii (1) E.gallinarum (1) E.faecalis (1) Steptococcus sp.(1) E. casseliflavus (1)
0,25
CRO-EST-CLI 4 E.faecium (3) E.casseliflavus (1) 0,25
CRO-TET-EST-CLI-CTX 4
E.faecium (1) E.gallinarum (1) Enterococcus sp.(1) E.mundtii (1)
0,41
CRO-TET-GM-EST-CLI-CTX 4 E.faecium (1) E.gallinarum (2) E. casseliflavus (1)
0,5
CRO-GM-EST-CLI 3 E.gallinarum (2) E.faecium (1) 0,33
CRO-EST-CTX 3 E.faecium (1) E.gallinarum (1) Enterococcus sp.(1)
0,25
CRO-TET-EST-CLI 2 E.faecium (2) 0,33
CRO-ERI-CLI-CTX 2 E.casseliflavus (2) 0,33 CRO-TET 1 E.gallinarum (1) 0,16
CRO-TET-C-GM-ERI-CLI 1 E. faecium (1) 0,5 CRO-GM-CLI-CTX 1 Enterococcus sp. (1) 0,33
CRO-TET-CLI-CTX 1 Enterococcus sp. (1) 0,33 CRO-TET-GM-ERI-EST-CLI-CTX 1 E.faecium (1) 0,58
CRO-TET-C-ERI-EST-CLI-CTX 1 E.raffinosus (1) 0,58 CRO-TET-CLI 1 Enterococcus sp. (1) 0,25
CRO-TET-ERI-EST-CLI 1 E.mundtii (1) 0,41 CRO-ERI-EST-CLI-CTX 1 E.mundtii (1) 0,41
CRO-AMP-ERI-CLI-CTX 1 E.casseliflavus (1) 0,41 EST-CLI 1 E.faecium (1) 0,16
56 0,031
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 97
As cepas isoladas das galerias apresentaram o maior valor do índice
de resistência antibiótica (IRA) (0,05) comparado com o valor encontrado para
as cepas isoladas de água do mar (0,03). Vinte e cinco perfis de
multirresistência estiveram representados nas galerias contra 21 nos pontos de
água do mar.
É conhecido que estreptococos do grupo viridans podem trocar
material genético com outras bactérias que compartilham seu habitat
desempenhando um papel significativo na transferência de determinantes da
resistência a estreptococos mais patógenos tais como S. pneumoniae e
S.pyogenes (BRYSKIER, 2002).
Skórczewski e Mudryck (2012) reportaram também valores de IRA
(0,40) para bactérias heterotróficas aquáticas isoladas de águas superficiais e
subsuperficiais e IRA de 0,30 para bactérias planctônicas.
O índice de múltipla resistência antibiótica (MRA) ≥ 0,2 foi
encontrado em 137/150 cepas resistentes (91,33%). As bactérias isoladas das
águas de galeria e do mar apresentaram valores do MRA de 0,58 em duas
cepas de E.faecium (de galeria e da água do mar) mostrando um perfil de
resistência CRO-TET-GM-ERI-EST-CLI-CTX e de E.raffinosus de água
marinha apresentou o perfil CRO-TET-C-ERI-EST-CLI-CTX. Os valores de
MRA encontrados nas águas avaliadas indicam o potencial de persistência de
cepas multirresistentes no ambiente estudado.
Isolados bacterianos de bacias hidrográficas mostrando resistência
antibiótica múltipla têm sido relatados por diferentes autores (DADA et al.,
2012; MONDINO et al., 2003 LECLERCQ et al., 2013).
A múltipla resistência antibiótica mostrada pelos isolados
Streptococcus faz lembrar a múltipla resistência apresentada por pneumococos
especialmente a resistência a macrolídeos e as tetraciclinas assim como ao
cloranfenicol associada com sua plasticidade genética única mediada por
eventos de recombinação carregando elementos genéticos móveis (ROBERTS;
MULLANY, 2011; KORONA- GLOWNIAK; SIWIEC; MALM, 2015). Elementos
genéticos estreptocócicos levando determinantes de resistência a macrolídeos
levam também outros genes conferindo resistência a uma variedade de
antibióticos como o cloranfenicol, tetraciclinas, aminoglicosídeos entre outros
(VARALDO; MONTANARI; GIOVANETTI, 2009).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 98
Os perfis de resistência mais frequentem em galerias e em pontos
de água de mar foram: CRO-EST-CLI-CTX (23 cepas das galerias e 11 das
águas do mar), CRO-TET-EST-CLI-CTX (11 cepas das galerias e quatro das
águas do mar), CRO-CLI-CTX (sete das galerias e cinco das águas do mar),
CRO-GM-EST-CLI-CTX (cinco das galerias e sete das águas do mar) e CRO-
EST-CLI (quatro cepas das galerias e das águas do mar). Importante destacar
que na análise de espécies por perfil, cepas da mesma espécie apresentaram
igual perfil nas águas das galerias e nas águas do mar, indicando o aporte na
carga bacteriana com resistência das galerias ao corpo receptor marinho.
Desvantagens adaptativas ao ambiente marinho foram observadas para
isolados Streptococcus sp. presentes nas galerias e ausentes em perfis
similares nos pontos de água do mar. É sabido que bactérias do gênero
Enterococcus apresentam vantagens em relação à persistência e multiplicação
no ambiente devido a sua tolerância a vários fatores ambientais: pH alcalino,
altas temperaturas e concentrações de cloreto de sódio (MURRAY, 1990; UK
STANDARDS for MICROBIOLOGY INVESTIGATIONS, 2014).
Por outro lado, as galerias apresentaram oito perfis de resistência
que não estão representados nos pontos de água de mar (perfis de resistência
específicos). E.faecium foi a espécie mais representativa com cinco perfis
específicos (CRO-EST; CRO-GM-EST-CTX; CRO-EST-CLI-CTX-P-AMP; CRO-
AMP-TET-CTX e ERI-TET) e um compartilhado com E.mundtii (CRO-TET-
CTX) seguem em ordem E.mundtii com um perfil específico cada (CRO-C-CLI-
CTX) e Streptococcus sp. (CRO-TET-GM-EST-CTX). Seguem em ordem E.
casseliflavus, E.gallinarum e E.raffinosus cada espécie com um perfil
específico. Diferentemente, nos pontos de água do mar foram detectados
quatro perfis de resistência que não estão representados nas galerias,
espécies com perfis específicos (únicos, não compartilhados com o resto das
espécies) estiveram representadas por E. faecium (CRO-TET-C-GM-ERI-CLI),
E.gallinarum (CRO-TET), E.casseliflavus (CRO-AMP-ERI-CLI-CTX) e E.
raffinosus (CRO-TET-C-ERI-EST-CLI-CTX) com um perfil específico cada.
Diferentes habitats (humanos-animais-insectos-plantas) têm sido
relatados para E.fecium, E. raffinosus, e E. gallinarum. Espécies pigmentadas
como E.mundtii e E.casseliflavus estão associadas com plantas e solo
(BYAPPANAHALLI et al., 2012).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 99
Os resultados da presente pesquisa em relação à múltipla
resistência antibiótica mostrada pelos isolados Streptococcus e Enterococcus
nas amostras de água (galeria e ponto do mar) se assemelham aos resultados
gerados no estudo de Ruban e Gunaseelan (2011) em isolados de
Enterococcus de sedimentos da Bacia de Kryshna Godavary, na India. Os
autores encontraram múltipla resistência de Enterococcus como indicador da
sua capacidade em inativar a ação dos antimicrobianos.
A susceptibilidade a antimicrobianos (oito) em bactérias do gênero
Enterococcus (81) isoladas de amostras de água coletadas nas cercanias do
emissário submarino em Fortaleza, (Brasil) foi determinada por Carvalho et al.
(2014). Os autores reportaram 24 perfis de múltipla resistência com valores de
MRA que variaram de 0,25 a 0,87.
Embora tenha sido diferente o intervalo de variação de MRA
encontrado na presente pesquisa (0,16 a 0,58), foram valores de múltipla
resistência MRA = 0,25 (resistência associada a três dos doze antimicrobianos
testados) e MRA = 0,58 (resistência associada a sete dos doze antimicrobianos
testados). As diferenças no valor de MRA podem ser atribuídas à origem dos
isolados estudados e ao número de antibióticos testados em ambos os
estudos.
4.6 Cura plasmidial
Das cepas submetidas ao tratamento de “cura” com laranja de
acridina (50 representativas de 29 perfis de multirresistência e dos diferentes
pontos de coleta, com e sem a utilização do caldo Todd-Hewitt), 72% (36/50)
mantiveram o mesmo perfil (contando os valores intermediários como possíveis
resistentes) (Tabela 7). Essa característica é demonstrativa de resistência
potencialmente cromossômica. As três cepas que apresentaram resistência
aos β-lactâmicos (penicilina-ampicilina) perderam essa característica após a
“cura”, indicando origem plasmidial.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 100
Tabela 7- Resultados para cada agente de cura testado após tratamento de cura de plasmídio
em isolados de galeria (G1 e G2) e água do mar (P1 e P2) em Fortaleza, Ceará.
Número de isolados por perfil
LA SDS
No. de cepas
testadas
50 %
potencialmente
cromossômicas
No. de cepas
testadas
27 %
potencialmente
cromossômicas
No. de cepas
com igual perfil
após cura
plasmidial
28
72
No. de cepas
com igual
perfil após
cura
plasmidial
9
40,74
No. de cepas
com valores
intermediários
8
No. de cepas
com valores
intermediários
2
% origem
plasmidial
% origem
plasmidial
No. de cepas
com valores
susceptíveis
14
28
No. de cepas
com valores
susceptíveis
16
59,25
É importante destacar que 27/50 cepas apresentaram crescimento
em SDS como agente de “cura”. A sensibilidade extrema ao detergente SDS
em bactérias G(+) tem sido reportada por diferentes autores (KRAMER et al.,
1984; KEYHANI et al., 2006). No tratamento de cura plasmidial com SDS
(0,5% e 1%), 40,74% das cepas (11/27) mantiveram o mesmo perfil (contando
os valores intermediários como possíveis resistentes) (tabela 7), incluindo a
cepa No. 110 (E.raffinosus) que apresentou um perfil de sete antibióticos
(CRO-TET-C-ERI-EST-CLI-CTX) mantendo esse mesmo perfil, após
tratamento de “cura”, demonstrativo de resistência potencialmente
cromossômica.
Duas cepas que apresentaram resistência à ampicilina perderam
essa característica após a “cura” com SDS, resultado que concorda com o
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 101
obtido com laranja de acridina, indicando origem plasmidial. Não se logrou o
crescimento frente a SDS da cepa que apresentava resistência à penicilina.
Valores intermediários frente aos antibióticos testados após a “cura”
com laranja de acridina foram apresentados por 14 de 50 cepas testadas
(tabela 8). Os antibióticos com maior número de isolados com valores
intermediários foram gentamicina (três cepas) e clindamicina (duas cepas).
Seguem em ordem: estreptomicina, ceftriaxona, eritromicina e cloranfenicol
com uma cepa cada. Resultados diferentes com SDS foram apresentados em
relação a isolados com valores intermediários frente a diferentes antibióticos.
Duas cepas apresentaram valores intermediários (2/27) após a “cura” frente à
gentamicina.
Tabela 8- Resultados para cada antimicrobiano testado após tratamento de cura de plasmídio
em isolados de galeria (G1 e G2) e água do mar (P1 e P2) em Fortaleza, Ceará
-: Não testado
Embora os resultados tenham sido diferentes em relação aos
valores intermediários e susceptíveis com a utilização dos dois agentes de
“cura”, é necessário destacar que as cefalosporinas de terceira geração (CRO
e CTX) são importantes drogas no tratamento de infecções estreptocócicas
(DOERN et al., 1996; KARLOWSKY et al., 2003), por outro lado, os
aminoglicosídios: gentamicina e estreptomicina são recomendados na
Antibiótic
o
Número de isolados por perfil
Resistentes Intermediários Susceptíveis
LA SDS LA SDS LA SDS
CRO 42 25 1 0 3 0
CLI 37 12 2 0 2 10
CTX 32 17 0 0 2 1
EST 28 17 1 0 5 2
TET 19 6 0 0 5 6
GM 4 0 3 2 4 4
ERI 9 2 1 0 3 2
C 3 1 1 0 0 0
AMP 0 0 0 0 3 1
P 0 - - - 1 -
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 102
terapêutica clínica para uso sinérgico no tratamento de infecções por
Enterococcus (ARIAS; CONTRERAS; MURRAY, 2010).
Ao aplicar o teste de Mc Nemar na comparação dos tratamentos de
“cura” não foram encontradas diferenças significativas entre os dois
tratamentos (Laranja de acridine e SDS) razão pela qual não se pode afirmar
se um tratamento foi mais eficiente que o outro para as cepas estudadas.
4.7 Box-PCR
Analisando-se o dendrograma (Figura 15) pode-se constatar a
formação de três grupos principais. Um (grupo A-GA) que agrupa duas estirpes
de Enterococcus sp. (244 e 234) isoladas de galerias (G1 e G2
respectivamente). Outro (grupo B-GB) que abrange duas estirpes: E.mundtii e
E.raffinosus isolados de pontos de mar (76 M1 e 275 M2) e um (grupo C-GC)
que agrupa duas estirpes: E.mundtii e Streptococcus sp.(52 G2 e 124 G2)
ambas isoladas da galeria G2. A metodologia foi capaz de distinguir 22
ecotipos atendendo a uma definição que considera a ecologia das cepas além
de sua distância evolutiva (KONSTANTINIDIS; TIEDJE, 2005).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 103
Figura 15- Perfil de similaridade de isolados Streptococcus e Enterococcus isolados
de água de galerias e de ponto de mar adjacente na cidade de Fortaleza-Ceará,
baseado na presença e ausência de bandas no gel de Box-PCR.
Um elemento Box é um elemento de DNA repetido e altamente
conservado que foi identificado pela primeira vez no cromossomo bacteriano de
Streptococcus peneumoniae (MARTIN et al., 1992). A técnica de Box-PCR tem
sido utilizada por diferentes autores no estudo da identificação genotípica e de
fatores de virulência e resistência de Streptococcus e Enterococcus em
amostras clínicas e ambientais (ABDELSALAM; EISSA; CHEN, 2015;
JACKSON et al., 2012; KNUTSEN et al., 2006; NAYAK; BADGLEY;
HARWOOD, 2011; SIREKBASAN et al., 2015).
As reações Box-PCR foram capazes de produzir perfis de até 25%
de similaridade indicando baixo poder discriminatório do método sobre as
cepas incluídas no estudo. Cepas com similaridade ˃94% (valor limite) podem
pertencer a igual espécie permitindo uma variação no conteúdo de genes entre
5-35%, revelando a diversidade genética dentro de uma espécie (GORIS et al.,
2007; KONSTANTINIDIS; TIEDJE, 2005).
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 104
Zdragas et al. (2008) investigaram isolados de enterococos no
interior da bacia de Thermaikos, Grécia. Os autores identificaram 121 estirpes
de enterococos baseados nas características fenotípicas e genotípicas dos
isolados vancomicina resistentes. Foi obtido baixo poder discriminatório do
método de amplificação aleatória de DNA polimórfico (RAPD-PCR, sigla em
inglês) (similaridade ≥ 76%) comparado com electroforese em gel de campo
pulsado (PFGE, sigla em inglês) (similaridade ≥ 90%).
Ran et al. (2013) estudaram a ocorrência de enterococos em areia,
sedimentos, água e solo na bacia hidrográfica do Lago Superior, Estados
Unidos. Foi examinada a diversidade genética de isolados de E.faecalis pela
técnica de DNA fingerprinting em gel de electroforese com agarose horizontal
acoplada ao uso de amplicones marcados por fluorescência (HFERP) (técnica
similar a PCR de sequências repetitivas baseado em DNA fingerprinting, mas
utilizando substâncias fluorescentes). Foi tomado como valor de corte o valor
de similaridade mínimo da cepa utilizada como controle (≥ 95%). Entre 516
isolados examinados foram identificados 148 genotipos. Os valores de
similaridade variaram de 9,8 a 94,9%, com a maioria dos isolados sendo ≥ 60%
similares entre si.
m limite de similaridade ≥ 50% agrupou uma grande parte das
estirpes estudadas, entretanto, o agrupamento dessas estirpes foi
independente do local de isolamento e tipo de amostras analisadas o que pode
indicar a presença de diferentes clones.
A comparação de Box-PCR com PFGE para determinar relação
genética de enterococos de diferentes ambientes (água superficial e
subterrânea e aves domésticas) foi realizada por Jackson et al. (2012).
Enterococos isolados de vários ambientes apresentaram uma similaridade ˃
70% no Box-PCR e ˃ 50% em PFGE. E.faecium mostrou alta diversidade
genética já que os clones foram agrupados independentemente da fonte de
origem nas metodologias moleculares utilizadas. Resultados similares foram
observados neste estudo.
A construção de um dendrograma de similaridade entre os isolados
bacterianos, baseado nos perfis fenotípicos: morfologia, perfis bioquímicos e de
resistência antimicrobiana, deixa claro que a adaptação ao ambiente ou matriz
é determinante na similaridade entre as estirpes, que se traduz na capacidade
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 105
das bactérias de sobreviverem ou se multiplicarem no ambiente (fitness
bacteriano) (Figura 16) (ANDERSSON; HUGHES, 2010).
Figura 16- Avaliação do poder discriminatório das provas bioquímicas nos isolados de
Streptococcus e Enterococcus analisados.
Diferenças na expressão fenotípica podem ser observadas entre
espécies patógenas em função da adaptação a diferentes nichos ecológicos
(COENYE et al., 2005; COHAN; KOEPPEL, 2008).
Comparando os resultados obtidos com Box-PCR e as provas
fenotípicas convencionais pode-se afirmar, da mesma forma, (MOORE et al.,
2006; THOMPSON et al., 2013; ZDRAGAS et al., 2008), que embora testes
fenotípicos sejam ainda de incalculável valor na identificação de diferentes
espécies, o estudo taxonômico polifásico (caracterização fenotípica e
genotípica) é uma abordagem mais eficiente na garantia da precisão dos
resultados.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 106
5 CONCLUSÕES
Considerando os resultados obtidos nesta pesquisa foi
possível detectar a presença de bactérias dos gêneros Streptococcus e
Enterococcus em águas captadas de galerias pluviais e nas águas
marinhas influenciadas pela descarga destas.
Pode-se determinar mediante a quantificação de bactérias
dos gêneros Streptococcus e Enterococcus nas águas avaliadas, o
aporte da carga bacteriana das galerias ao fluxo de entrada e
contaminação das águas marinhas da orla de Fortaleza.
A utilização do caldo Todd-Hewitt não mostrou eficiência no
favorecimento do crescimento das bactérias alvo (Streptococcus e
Enterococcus).
Um percentual alto (96,79%) de isolados apresentou
resistência a um ou mais antibióticos testados o que destaca o risco
maior por exposição a agentes potencialmente patogênicos.
A alta multirresistência detectada nas culturas isoladas
mostrou percentuais alarmantes frente a antimicrobianos de uso comum
na terapêutica clínica, o que justifica a importância da vigilância e
controle deste grupo de microrganismos no ambiente.
Pode-se verificar, mediante a cura plasmidial, que a
resistência apresentada pelos isolados, indicativa de transferência
plasmidial, ratifica a capacidade dessas bactérias em adquirir e
disseminar determinantes de resistência antibiótica.
Os gêneros Streptococcus e Enterococcus devem ser
reconhecidos por sua potencial contribuição à dispersão da resistência
nos ambientes aquáticos (pluviais e marinhos), fato de interesse e
importância para a saúde pública.
Diversidade genética alta dos isolados multirresistentes
Streptococcus e Enterococcus analisados foi observada mediante a
utilização de Box-PCR indicando a necessidade de uma abordagem
polifásica na identificação de espécies em estirpes ambientais.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 107
REFERÊNCIAS
ABDELSALAM, M.; EISSA, A.E.; CHEN, S.-C. Genetic diversity of geographically distinct Streptococcus dysgalactiae isolates from fish. Journal of Advanced Research. Amsterdam, v.6, p. 233-238, 2015.
ABRIOUEL, H.; OMAR, N.B.; LÓPEZ, R.L.; GÁLVEZ, A. La doble faceta del género Enterococcus y su importancia en alimentos. Anales de la Real
Academia de Ciencias Veterinarias. Andalucía, v.21, n.1, p. 65-83, 2008. ABRIOUEL, H.; OMAR, N.B.; MOLINOS, A.C.; LÓPEZ, R.L.; GRANDE, M.J.;
MARTÍNEZ-VIEDMAN, P.; ORTEGA, E.; CAÑAMERO, M.M.; GALVEZ, A. Comparative analysis of genetic diversity and incidence of virulence factors and antibiotic resistance among enterococcal populations from raw fruit and
vegetable foods, water and soil, and clinical samples. International Journal of Food Microbiology. Amsterdam,v. 123, p. 38-49, 2008.
ABUALTAYEF, M.T.; FATTAH, A.; RABOU, A.; ABUFOUL, A.A.; GHABAYEN, S.M.; ELSINWAR, H.M. Microbial water quality of coastal recreational water in the Gaza Strip, Palestine. Nusantara Bioscience. Kehati, v. 6, n.1, p. 26-32,
2014. AHMAD, A.; DADA, A.Ch.; USUP, G. Survival of Epidemic, Clinical, Faecal and
Recreational Beach Enterococci Strains with Putative Virulence Genes in Marine and Fresh Waters. Journal of Environmental Protection. Georgetown, v. 5, p. 482-492, 2014
ALBUFERA, U.; BHUGALOO-VIAL, P.; ISSACK, M. I.; JAUFEERALLY-FAKIM, Y. Molecular characterization of Salmonella isolates by REP-PCR and RAPD
analysis. Infection, Genetics and Evolution. Amsterdam, v. 9, p. 322-327, 2009.
ALCAIDE, F.; BENÍTEZ, M.A.; CARRATALÁ, J.;GUDIOL, F.; LIÑARES, J.;MARTÍNS, R. In Vitro Activities of the New Ketolide HMR 3647 (Telithromycin) in Comparison with Those of Eight Other Antibiotics against
Viridans Group Streptococci Isolated from Blood of Neutropenic Patients with Cancer. Antimicrobial Agents of Chemotherapy. Washington, v. 45, n.2, p. 624–626, 2001
ALIPOUR, M.; HAJIESMAILI, R.; TALEBJANNAT, M.; YAHYAPOUR, Y. Identification and Antimicrobial Resistance of Enterococcus Spp. Isolated from
the River and Coastal Waters in Northern Iran. The Scientific World Journal. Cairo, v.2014, p. 1-5, 2014.
ALM, E.W.; BURKE, J. SPAIN, A. Fecal indicator bacteria are abundant in wet sand at freshwater beaches. Water Research. Amsterdam, v. 37, p. 3978-3982, 2003.
ALONSO, M.; MARIMON, J.M.; ERCIBENGOA, M.; PÉREZ-YARZA, E.G.; PÉREZ-TRALLERO. Dynamics of Streptococcus pneumoniae Serotypes
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 108
Causing Acute Otitis Media Isolated from Children with Spontaneous Middle-Ear Drainage over a 12-Year Period (1999–2010) in a Region of Northern Spain. PLoSONE. Califórnia, v.8, issue 1, e54333, 2013.
ÁLVAREZ, M.D.; IZQUIERDO, C.C.S.; PAZ, M.T.F.; IZQUIERDO, A.M. Características clínicas y epidemiológicas de las infecciones por
enterococos en el niño. 2007 Disponible em: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75312007000100008&lng=e . Acesso em: 12 DEZ. 2014.
ÁLVAREZ, M.D.; PAZ, M.T.F.; ARIAS, R.I.A.; IZQUIERDO, A.M.; IZQUIERDO, C.S. Infecciones por enterococos en neonatos egresados de la Maternidad en
Cuba. Revista Panamericana de Infectología. OPAS-WHO, v.10, n.3, p. 14-20, 2008.
AMBROSE; K.D.; NISBET, R.; STEPHENS, D.S. Macrolide Efflux in Streptococcus pneumoniae Is Mediated by a Dual Efflux Pump (mel and mef)
and Is Erythromycin Inducible. Antimicrobial Agents and Chemotherapy.
Washington, v. 49, n.10, p. 4203–4209, 2005. ANDERSSON, D.I.; HUGHES, D. Antibiotic resistance and its cost: is it possible
to reverse resistance. Nature Reviews Microbiology. London, v. 8, p. 260-271, 2010.
ANDERSSON, A.; LARSSON, U.; HAGSTROM, A. Size selective grazing by a microflagellate on pelagic bacteria. Marine Ecology Progress Series. Oldendorf/Luhe-Germany, v.33, p. 51–57, 1986.
ANDERSON, K.L.; WHITLOCK, J.E.; HARWOOD, V.J. Persistence and Differential Survival of Fecal Indicator Bacteria in Subtropical Waters and
Sediments. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v. 71, n.6, p. 3041-3048, 2005. ANDERSON, R.; FELDMAN, C. Key virulence factors of Streptococcus pneumoniae and non-typeable Haemophilus influenzae: roles in host defence
and immunisation. Southern African Journal Epidemiology Infections.
Joanesburgo, v.26, n.1, p. 6-12, 2011.
APPELBAUM, P.C. Resistance among Streptococcus pneumoniae: Implications
for drug selection. Clinical Infectious Diseases. Oxford, v. 34, p. 1613–1620, 2002.
APHA-AWWA-WPCF. American Public Health Assn; American Water Works Assn., and Water Pollution Control Federation. Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water; 18 th Edition; section 9230; Wahington
D.C., 1992. ARDANUY, C.; DOMENECH, A.; ROLO, D.; CALATAYUD, L.; TUBAU, F.;
AYATS, J.; MARTÍN, R.; LIÑARES, J. Molecular characterization of macrolide- and multidrug-resistant Streptococcus pyogenes isolated from adult patients in
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 109
Barcelona, Spain (1993–2008). Journal of Antimicrobial Chemotheraphy. Oxford, v.65, p. 634-643, 2010. ARIAS, C.A.; MURRAY, B.E. The rise of the Enterococcus: beyond vancomycin
resistance. Nature Reviews Microbiology. London, v.10,n. 4, p. 266-278, 2012.
ARIAS, C.A.; CONTRERAS, G.A.; MURRAY, B.E. Management of multidrug-resistant enterococcal infections.Clinical Microbiology and Infections.
Amsterdan, v. 16, n.6, p. 555-562, 2010. ASHBOLT, N.J.; GRABOW, W.O.K.; SNOZZI, M. Indicators of microbial water
quality. In: Water Quality: Guidelines, Standards and Health; Fewtrell, L.; Barthram, J., Eds; IWA Publishing: London, UK, p. 289-316, 2001.
AYER, V.; TEWODROS, W.; MANOHARAN, A.; SKARIAH,S.; LUO, F.; BESSEN, D.E. Tetracycline resistance in group a streptococci: emergence on a global scale and influence on multiple-drug resistance Antimicrobial Agents of
Chemotherapy. Washington, v. 51, n.5, p. 1865–1868, 2007. BACHOON, D.S.; MARKAND, S.; OTERO, E.; PERRY, G.; RAMSUBAUGH, A.
Assessment of non-point sources of fecal pollution in coastal waters of Puerto Rico and Trinidad. Marine Pollution Bulletin. Amsterdam, v. 60, p. 1117-1121, 2010.
BALDINI, M; SELZER, P. Patrones de resistencia a antibióticos de enterococos aislados de aguas estuarinas. Revista Argentina de Microbiología. Buenos
Aires, v. 40, p. 48-51, 2008. BARBOSA, T.; LEVI, S. The impact of antibiotic use on resistance development
and persistence. Drug Resistance Updates. Amsterdam, v. 3, p. 303-311, 2000.
BARCINA, I.; LEBARON, P.; VIVES-REGO, J. Survival of allochthonous bacteria in aquatic systems: A biological approach. FEMS Microbiology and Ecology. Oxford, v. 23, p. 1-9, 1997.
BAUER, A. W.; KIRBY, M. M.; SHERRIN, J. D. Atibiotcs susceptibility testing by standardized single disk method. American Journal of Pathology.
Amsterdam, v.45, p.493-496, 1966. BENDER, E.A; FREITAS, A.L.P; REITER, K.C; LUTZ, L; BARTH, A.L.
Identification, antimicrobial resistance and genotypic characterization of Enterococcus spp. Isolated in Porto Alegre, Brazil. Brazilian Journal
Microbiology. São Paulo, v.40, p. 693-700, 2009.
BENTO, V.R.S. Centro e periferia em Fortaleza sob a ótica das disparidades na infraestrutura de saneamento básico. 173f. Dissertação
(Mestrado Acadêmica em Geografia, do Centro de Ciências e Tecnologia) Universidade Estadual de Ceará, Fortaleza, 2011.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 110
BERNARDO, M.S.M.V. Comparação dos métodos aplicados na detecção de bactérias coliformes, Escherichia coli e Enterococcus sp. em águas
para fins recreativos.121f. Dissertacao (Mestrado em Qualidade em Análises. Especialização em Análises de Águas). Faculdade de Ciências e Tecnologia. Universidade de Algarve, Faro, 2007.
BINGEN, E.; BIDET, P.; MIHAILA-AMROUCHE, L.; DOIT, C.; FORCET, S.; BRAHIMI, N.; BOUVET, A.; COHEN, R. Emergence of Macrolide-Resistant Streptococcus pyogenes Strains in French Children. Antimicrobial Agents
and Chemotherapy. Washington, v. 48, n. 9, p. 3559–3562, 2004. BITTON, G. Microbial indicators of fecal contamination application to microbial
source tracking. Department of Environmental Engineering Sciences. University of Florida. Report submitted to the Florida Stormwater Association. Gainesville/FL, 71 p., 2005.
BOEHM, A.B.; SASSOUBRE, L.M. Enterococci as indicators of environmental fecal contamination.2014, In: Gilmore MS, Clewell DB, Ike Y, et al., editors.
Enterococci: From Commensals to Leading Causes of Drug Resistant Infection [Internet]. Boston: Massachusetts Eye and Ear Infirmary; California, 17p.,
Fevereiro 2014-. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK190421/. Acesso em: 18 FEV. 2015.
BOEHM, A.B. Enterococci concentrations in diverse coastal environments exhibit extreme variability. Environmental Sciences and Technology. Washington, v. 41, n. 24, p. 8227–8232, 2007.
BOEHM, A.B.; WEIBERG, S.B. Tidal forcing of enterococci at marine recreational beaches at fortnightly and semi-diurnal frequencies. Environmental Sciences and Technology. Washington, v.39, n.15, p. 5575–
5583, 2005. BONILLA, N.; SANTIAGO, T.; MARCOS, P.; URDANETA, M.; SANTO
DOMINGO, J.; TORANZOS, G.A. Enterophages, a group of phages infecting Enterococcus faecalis, and their potential as alternate indicators of human
faecal contamination. Water Science and Technology. Amsterdam, v.61, n.2,
p. 293–300, 2010. BORDEAUX, M.; FLORES, A.;GAINA, R.; ONG, D.; PATEL, N. WONG, C.
Fecal indicator bacteria concentrations after rainfall events: Evaluating the 72-hour rain advisory period. In: UCLA Institute of the Environment and
Sustainability. Environmental Science Senior Practicum. Califórnia, 17 p.,
2012. BOSCH-MESTRES, J; MARTÍN-FERNÁNDEZ, R.M; ANTA-LOSADA, M.T.J.
Estudio comparativo de tres medios de cultivo para detectar la colonización por estreptococo del grupo B en la mujer embarazada. Enfermedades Infecciosas y Microbiología Clínica. Amsterdam, v. 21, n.7, p. 346-349, 2003.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 111
BOSSHARD, P.P.; ABELS, S.; ALTWEGG, M.; BÖTTGER, E.C.; ZBINDEN, R. Comparison of Conventional and Molecular Methods for Identification of Aerobic Catalase-Negative Gram-Positive Cocci in the Clinical Laboratory. Journal of
Clinical Microbiology. Washington, v.42, n.5, p. 2065–2073, 2004. BRAGA, M.P.; PIOVESAN, A.; VALARINI, N.; MACIEL, S.M.; ANDRADE, F. B.;
POLI-FREDERICO, R.C. Genotypic diversity and virulence factors of Streptococcus mutans in caries-free and caries-active individuals. Brazilian
Archives of Biology and Technology. Paraná, v.56, n. 2, p. 241-248, 2013.
BRASIL. Resolução CONAMA No. 274, de 29 de novembro de 2000, Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasilia, 2000.
BRENCIANI, A.; TIBERI, E.; TILI, E.; MINGOIA, M.; PALMIERI, C.; VARALDO, P.E.; GIOVANETTI, E. Genetic determinants and elements associated with
antibiotic resistance in viridans group streptococci. Journal of Antimicrobial
Chemotherapy. Oxford, v.69, p. 1197–1204, 2014.
BRENCIANI, A.; TIBERI, E.; MORCI, E.; ORYANS, E.; GIOVANETTI, E.; VARALDO, P.E. ICESp1116, the genetic element responsible for erm(B)-mediated, inducible resistance to erythromycin in Streptococcus pyogenes.
Antimicrobial Agents Chemotherapy. Washington, v. 56, n.12, p. 6425–6429, 2012.
BRENCIANI, A.; TIBERI, E.; BACCIAGLIA, A.; PETRELLI, D.; VARALDO, P.E.; GIOVANETTI, E. Two distinct genetic elements are responsible for erm(TR)-
mediated erythromycin resistance in tetracycline-susceptible and tetracycline-resistant strains of Streptococcus pyogenes. Antimicrobial Agents
Chemotherapy. Washington, v. 55, n.5, p. 2106–2112, 2011.
BRENCIANI, A. ; BACCIAGLIA, A.; VIGNAROLI, C.; PUGNALONI, A.; VARA D , P.E. GI VANE I, E. Фm46.1, the main Streptococcus pyogenes element carrying mef(A) and tet(O) genes. Antimicrobial Agents
Chemotherapy. Washington, v. 54, n.1, p. 221–229, 2010. BRENCIANI, A. ; BACCIAGLIA, A.; VECHI, M.; VITALI, L.A.; VARALDO, P.E.; GIOVANETTI, E. Genetic Elements Carrying erm(B) in Streptococcus pyogenes and Association with tet(M) Tetracycline Resistance Gene. Antimicrobial
Agents Chemotherapy. Washington, v. 51, n.4, p. 1209–1206, 2007.
BRITO, D.A.; RAMIREZ, M.; LENCASTRE, H. Serotyping Streptococcus pneumoniae by Multiplex PCR. Journal of Clinical Microbiology. Washington,
v. 41, n. 6, p. 2378–2384, 2003. BRYSKIER, A. Viridans group streptococci: a reservoir of resistant bacteria
in oral cavities. Clinical Microbiology and Infection. Amsterdam, v. 8, n.2, p. 65-69, 2002.
BUGANO, D.D.; CAVALCANTI, A.B.;GONCALVES, A.R.; ALMEIDA, C.S.; SILVA, E. Cochrane meta-analysis: teicoplanin versus vancomycin for
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 112
proven or suspected infection. Einstein, São Paulo, v. 9,n. 3, p. 265-282, 2011. BUCHANAN, J.T.; COLVIN, K.M.; VICKNAIR, M.R.; PATEL, S.K.; TIMMER, A.M.; NIZET, V. Strain-associated virulence factors of Streptococcus iniae
in hybrid-striped bass. Veterinary Microbiology. Amsterdam, v. 13, p. 145-153, 2008.
BYAPPANAHALLI, M.N; NEVERS, M.B; KORAJKIC, A; STALEY, Z.R; HARWOOD, V.J. Enterococci in the Environment. Microbiology and
Molecular Biology Reviews. Washington, v. 76, n.4, p. 685–706, 2012. BYAPPANAHALLI, M.N; WHITMAN, R.L; SHIVELY, D.A; EVERT, W.T; TING,
W.T.E.; TSENG, C.C; NEVERS, M.B. Seasonal persistence and population characteristics of Escherichia coli and enterococci in deep backshore sand of two freshwater beaches. Journal of Water and Health. London, v. 4, n.3, p.
313-320, 2006. BYAPPANAHALLI, M.N.; SHIVELY, D.A.; NEVERS, M.B.; SADOWSKY, M.J.; WHITMAN, R.L. Growth and survival of Escherichia coli and enterococci opulations in the macro-alga Cladophora (Chlorophyta). FEMS Microbiology
Ecology. Amsterdam, v. 46, p. 203-211, 2003.
CAI, Y.; KONG, F.; GILBERT, G.L. Three new macrolide efflux (mef) gene variants in Streptococcus agalactiae. Journal of Clinical Microbiology.
Washington, v. 45, p. 2754–2755, 2007. CAMILA, K. Esgoto na Beira-Mar alerta para poluição da orla. Diário do
Nordeste Online, Fortaleza, 8 jul. 2010. Caderno Cidade. Disponível em: < http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=811184>. Acesso em: 18 FEV. 2015.
CAMILLI, R.; GROSSO, M.; IANNELLI, F.; PANTOSTI, A. New genetic element
carrying the erythromycin resistance. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. Washington, v.52, n.2, p. 619-625, 2008.
CARR, M.R.; WANG, T.I.; McLEAN, T.I.; FLOOD, C.J.; ELLENDER, R.D.
Salmonella rarely detected in Mississippi coastal waters and sediment. Journal of Applied Microbiology. Oxford, v. 109, p. 2191–2199, 2010.
CARVALHO, E., M., R.; COSTA, A., R.; ARAÚJO, A., J., G.; SOUSA, O., V.; VIEIRA, R., H., S., F. Multiple antibiotic-resistance of Enterococcus insolated
from coastal water near an outfall in Brazil. African Journal of Microbiology.
Oxford, v. 8, n. 17, p. 1825-1831, 2014. CARVALHO, M.G.S. ; SHEWMAKER, P.L.; STEIGERWALT, A.G.; MOREY,
R.E.; SAMPSON, A.J.; JOYCE, K.; BARRETT, T.J.; TEIXEIRA, L.M.; FACKLAM, R.R. Enterococcus caccae sp. nov., isolated from
human stools. International Journal of Systematic and Evolutionary
Microbiology. Cambridge, v.56, p. 1505-1508, 2006.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 113
CASTILLO-ROJAS, G.; MAZARI-HIRÍARTE, M.; LEÓN, S.P.; AMIEVA-FERNÁNDEZ, R.I.; AGIS-JUÁREZ, R.A.; HUEBNER, J.; LÓPEZ-VIDAL, Y. Comparison of Enterococcus faecium and Enterococcus faecalis Strains
Isolated from Water and Clinical Samples: Antimicrobial Susceptibility and Genetic Relationships. PLoS ONE. Califórnia, v. 8, issue 4, e59491, 2013.
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Enterococos – Determinação pela técnica de membrana filtrante: método de ensaio. Norma técnica L5.212. Versão Junho/2012. Segunda edição. Diário Oficial do Estado
de São Paulo, Brasil, 19 páginas, 2012. CHAMBERS, H.F. Penicillin-binding protein-mediated resistance in
pneumococci and staphylococci. Journal of Infectious Diseases. Oxford, v.179, (Suppl 2), p. S353-359, 1999.
CHAMPAGNE, J.; DIARRA, M.S.; REMPEL, H.; TOPP, E.; GREER, W.; HAREL, J.; MASSON, L. Development of a DNA Microarray for Enterococcal species, virulence, and antibiotic resistance gene determinations among
isolates from poultry. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v. 77, n.8, p. 2625-2633, 2011.
CHIU, C-H.; SU, L-H.; HUANG, Y-C.; LAI, J-C.; CHEN, H-L.;WU, T-L.; LIN, T-Y. Increasing Ceftriaxone Resistance and Multiple Alterations of Penicillin-Binding Proteins among Penicillin-Resistant Streptococcus pneumoniae Isolates in
Taiwan. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. Washington, v. 51, n.9, p. 3404–3406, 2007.
CHO, J.W. Aminoglycoside Resistance in Enterococci. Clinical Infectious Diseases. Oxford, v.31, p. 586-590, 2000.
CLAVERYS, J-P.; PRUDHOMME, M.; MORTIER-BARRIÈRE, I.; MARTIN, B. Adaptation to the environment: Streptococcus pneumoniae, a paradigm for
recombination-mediated genetic plasticity?. Molecular Microbiology.
Hoboken/Nova Jersey, v. 35, n.2, p. 251-259, 2000. CLEWELL, D.B.; WEAVER, K.E. Sex. Pheromones and Plasmid Transfer in Enterococcus faecalis. Plasmid. Amsterdam, v.21, p. 175-184, 1990.
CLSI. CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE. Performance
Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing. Twenty-third Informational Supplement: Supplement M100-S20, v. 33, n.1, 205 p., Wayne, PA, USA, 2013.
COBO, A.; ABRIOUEL, H.; OMAR, N.B.; LÓPEZ, R.L.; GALVEZ, A. Detection of ebp (endocarditis- and biofilm-associated pilus) genes in enterococcal isolates from clinical and non-clinical origin. International Journal of Food
Microbiology. Amsterdam, v. 15, n.1-2, p. 123-126, 2008.
COCHETTI, I.; VECCHI, M. MINGOIA, M.; TILI, E.; CATANIA, M.R.; MANZIN, A.; VARALDO, P.E.; MONTANARI, M.P. Molecular characterization of
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 114
pneumococci with efflux-mediated erythromycin resistance and Identification of a novel mef gene subclass, mef(I). Antimicrobial Agents and Chemotherapy.
Washington, v.49, n.12, p. 4999-5006, 2005.
COENYE, T.; GEVERS, D.; PEER, Y.V.; VANDAMME, P.; SWING, J. Towards a prokaryotic genomic taxonomy. FEMS Microbiology Reviews. Amsterdam,
v. 29, p. 147-167, 2005. COFFEY, T.J.; DANIELS, M.; McDOUGAL, L.K.; DOWSON, C.G.; TENOVER, F.C.; SPRATT, B.G. Genetic analysis of clinical isolates of Streptococcus pneumoniae with high-level resistance to expanded-spectrum cephalosporins.
Antimicrobial Agents of Chemotherapy. Washington, v. 39, n.6, p. 1306–
1313, 1995. COHAN, F.M.; KOEPPEL, A.F. The origins of ecological diversity in
Prokaryotes. Current Biology. Amsterdam, v.18, p. 1024-1034, 2008. COLFORD, J.M.; SCHIFF, K.; GRIFFITH, J.F.;YAU, V. ARNOLD, B.F.;
WRIGHT, C.C.; GRUBER, J.S.; WADE, T.J.; BURNS, S.; HAYES, J.; McGEE, Ch.; GOLD, M.;CAO, Y.; NOBLE, R.T.;HAUGLAND, R.; WEISBERG, S. B. Using rapid indicators for Enterococcus to assess the risk of illness after
exposure to urban runoff contaminated marine water. Water Research. Amsterdam, v. 46, p. 2176 - 2186, 2012. COLLINS, M.D.; FARROW, J.A.; JONES, D. Enterococcus mundtii sp. nov.
International Journal of Systematic Bacteriology Cambridge, v.36, n.1, p. 8-12, 1986.
CONCEIÇÃO, N. Detecção da resistência às penicilinas por testes fenotípicos e à vancomicina por testes fenotípicos e genotípicos em
amostras de Enterococcus. 90 f. Dissertação (Mestrado em Patologia Clínica), Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba-Minas Gerais, 2008.
CONVERSE, R.R.; GRIFFITH, J.F.; NOBLE, R.T.; HAUGLAND, R.A.; SCHIFFT, K.C.; WEISBERG, S.B. Correlation between Quantitative PCR and Culture-Based Methods for Measuring Enterococcus spp. over Various
Temporal Scales at Three California Marine Beaches. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v. 78, n. 4, p. 1237–1242, 2012.
CORRÊA, A.B.; OLIVEIRA, I.C.; PINTO, T.C.A.; MATTOS, M.C.; BENCHETRIT, L.C. Pulsed-field gel electrophoresis, virulence determinants
and antimicrobial susceptibility profiles of type Ia group B streptococci isolated from humans in Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, v. 104, n.4, p. 599-603, 2009.
COSTA, P.M.; LOUREIRO, L.; MATOS, A.J.F. Transfer of Multidrug-Resistant Bacteria Between Intermingled Ecological Niches: The Interface Between
Humans, Animals and the Environment. International Journal of
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 115
Environmental Research and Public Health. Washington, v. 10, p. 278-294, 2013. COX, C.R.; GILMORE, M.S. Native Microbial Colonization of Drosophila melanogaster and Its Use as a Model of Enterococcus faecalis Pathogenesis.
Infection and inmmunity. Washington, v.75, n.4, p. 1565–1576, 2007.
CRAIG, W.A. Pharmacokinetic/pharmacodynamic parameters: rationale for antibacterial dosing of mice and men. Clinical Infectious Diseases.Oxford, v.
26, p.1–12, 1998. CRETI, R.; IMPERI, M.; BERTUCCINI, L.; FABRETTI, F.; OREFICI, G.; Di
ROSA, R.; BALDASSARRI, L. Survey for virulence determinants among Enterococcus faecalis isolated from different sources. Journal of Medical
Microbiology. Amsterdam, v.53, p. 13–20, 2004.
D A EVED , P.A.; DIAS, C.A.G.; TEIXEIRA, L.M. Genetic dibversity and antimicrobial of enterococcal isolates from southern region of Brazil. Revista do
Instituto de Medicina Tropical. São Paulo, v. 48, n. 1, p. 11-16, 2006. DADA, A.Ch.; AHMAD, A.; USUP, G.; HENG, L.Y. Antibiotic Resistance and Virulence Among Enterococci Isolated from Teluk Kemang Beach, Malaysia.
Water Quality, Exposure and Health. Washington, v. 4, p. 113-122, 2012.
DAVIES, C. M.; LONG, J.A.H.; DONALD, M.; ASHBOLT, N.J. Survival of Fecal Microorganisms in Marine and Freshwater Sediments. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v. 61, n.5, p. 1888-1896, 1995.
DAVIES-COLLEY, R.J.; BELL, R.G.; DONNINSON, A.M. Sunlight inactivation of enterococci and fecal coliforms in sewage effluent diluted in seawater.
Applied and Environmental Microbiology. Washington, v.60, n.6, p. 2049-2058, 1994.
DAVIES, .A. SHANG, W. B SH, K. Activities of Ceftobiprole and ther β-Lactams against Streptococcus pneumoniae Clinical Isolates from the United
States with Defined Substitutions in Penicillin-Binding Proteins PBP 1a, PBP 2b,
and PBP 2x. Antimicrobial Agents of Chemotherapy. Washington, v. 50, n.7, p. 2530–2532, 2006.
De GRAEF, E.M.; DEVRIESE, L.A.; VANCNNEY, M.; M. BAELE.; COLLINS, M.D.; LeFEVRE, K.; SWINGS, J.; HAESEBROUK, F. Description of Enterococcus canis sp. nov. From dogs and reclassification of Enterococcus
porcinus Teixeira et al. 2001 as a junior synonym of Enterococcus villorum
Vancanneyt et al. 2001. International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. Cambridge, v. 53, p. 1069–1074, 2003.
DENAMIEL, G.; PUIGDEWALL, T.; TESTORELLI, F.; ALBARELLOS, G.; GENTILINI, E. Resistencia de Streptococcus bovis aislados de mastitis bovina
frente a penicilina y macrólidos-lincosamidas. Investigación Veterinaria. Buenos Aires, v. 15, n.1-2, p. 137-141, 2013.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 116
DESMARAIS, T.R.; SOLO-GABRIELE, H.M.; PALMER, C.J. 2002. Influence of soil on fecal indicator organisms in a tidally influenced subtropical environment.
Applied and Environmental Microbiology. Washington, v. 68, p.1165–1172, 2002.
DHANARANI, T.S.; SHANKAR, C.; PARK, J.; DEXILIN, M.; KUMAR, R; THAMARAISELVI, K. Study on acquisition of bacterial antibiotic resistance determinants in poultry litter. Poultry Science. Oxford,v. 88, n.7, p. 1381-1387,
2009. DHANDA, V.; VOHRA, H.; KUMAR, R. Group A Streptococcus virulence
factors genes in north India & their association with emm type in pharyngitis.
Indian Journal Medical Research. Nova Delhi, v.133, p. 110-115, 2011.
DÍAZ, L.M.; SÁNCHEZ, M.J.T.; MARTÍN, J.A. Prevalence and mechanisms of erythromycin and clindamycin resistance in clinical isolates of b-haemolytic streptococci of Lancefield groups A, B, C and G in Seville, Spain. Clinical
Microbiology and Infectious Diseases. Amsterdam, v.14, p. 85-87, 2008. DÍAZ, T.M; NIEVES, B.M. Comparación de medios de cultivo y procedimientos para detectar colonización por Streptococcus agalactiae en mujeres
embarazadas. Revista Chilena de Infectología. Santiago de Chile, v. 25, n. 2, p. 108-113, 2008.
DI LUCA, M.C.; D’ERC E, S. PE RE I, D. PRENNA, M. RIPA, S. VI A I, L.A. Lysogenic Transfer of mef(A) and tet(O) Genes Carried by Фm46.1 among
Group A Streptococci. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. Washington, v. 54, n. 10, p. 4464-4466, 2010.
DIONISIO, L.P.; GARCIA-ROSADO, E.; LOPEZ-CORTES, L.; CASTRO, D.;BORREGO, J.J. Microbiological and sanitary quality of recreational seawaters of southern Portugal. Water, Air and Soil Pollution. Washington, v.
138, p. 319-334, 2001. DOERN, G.V.; FERRARO, M.J.; BRUEGERMANN, A.B.; RUOFF, K.L.
Emergence of High Rates of Antimicrobial Resistance among Viridans Group Streptococci in the United States. Antimicrobial Agents of Chemotherapy. Washington, v. 40, n.4, p. 891-894, 1996.
DORFMAN, M.; ROSSELOT, K.S. Testing the waters - A Guide to Water Quality at Vacation Beaches. Natural Resources Defense Council. Nineteenth
Edition, 453p., 2009. DORSEY, J.H.; CARTER, P.M.; BERGQUIST, S.; SAGARIN, R. Reduction of
fecal indicator bacteria (FIB) in the Ballona Wetlands saltwater marsh (Los Angeles County, California, USA) with implications for restoration actions. Water Research. Amsterdam, v. 44, p. 4630-4642, 2010.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 117
DSMZ- DEUTSCHE SAMMLUNG von MIKROORGANISMEN UND ZELLKULTUREN. Disponível em: http://www.dsmz.de/support/bacterial-nomenclature-up-to-date-downloads/readme.html. Acesso em: 18 FEV. 2015.
DUFOUR, A.; WADE, T.J; KAY, D. Epidemiological studies on swimmer health effects associated with potential exposure to zoonotic pathogens in bathing beach water- a review. In: Animal Waste, Water Quality and Human Health –
WHO- IWA publishing, London, UK, 2012.
DUNNE, E.M.; ONG, E.K.; MOSER, R.J.; SIBA, P.M.; PHUANUKOONNON, S.; GREENHILL, A.R.; ROBINS-BROWNE, R.M.; MULHOLLAND, E.K.; SATZKE, C. Multilocus sequence typing of Streptococcus pneumoniae by use of
mass spectrometry. Journal of Clinical Microbiology. Washginton, v.49, n.11, p. 3756–3760, 2011.
DUTRA, V.G.; ALVES, V.M.N.; OLENDZKI, A.N.; DIAS, C.A.G.; BASTOS, A.F.A.; SANTOS, G.O.; AMORIN, E.L.T.; SOUSA, M.Â.B.; SANTOS, R.; RIBEIRO, P.C.S.; CLEUBER, F.F.; ANDREY, M.; MAGALHÃES, K.; ARAUJO,
A.A.; PAFFADORE, L.F.; MARCONI, C.; MURTA, E.F.C.; FERNANDES, P.C.; RADDI, M.S.G.; MARINHO, P.S.; BORNIA, R.B.G.; PALMEIRO, J.K.; DALLA-COSTA, L.M.; PINTO, T.C.A.; BOTELHO, A.C.N.; TEIXEIRA, L.M.; FRACALANZZA, E.L. Streptococcus agalactiae in Brazil: serotype distribution,
virulence determinants and antimicrobial susceptibility. BMC Infectious Diseases. Washington, v. 14, 9p., 2014.
DWIGHT, R.H.; CAPLANS, J.S.; BRINKS, M.V.; CATLIN, S.N.; BUESCHER, G.; SEMENZA, J.C. Influence of variable precipitation on coastal water quality
in southern California. Water Environment Research. Washington v. 83, n.12, p. 2121-2130, 2011.
EBRAHIMI, A.; NIKOOKHAH, F.;NIKPOUR, S.;MAJIIAN, F.; GHOLAMI, M. Isolation of Streptococci from milk samples of normal, acute, subclinical mastitis cows and determination of their antibiotic susceptibility patterns. Pakistan
Journal of Biological Sciences. Camberra, v.11, n.1, p. 148-150, 2008. ELMIR, S.M; WRIGHT, M.E; ABDELZAHER, A; SOLO-GABRIELE, H.M;
FLEMING, L.E; MILLER, G; RYBOLOWIKC, M; SHIHD, M-T. P; PILLAI, S.P; COOPER, J.A; QUAYED, E.A. Quantitative evaluation of bacteria released by bathers in a marine water. Water Research. Amsterdam, v. 41, n. 1, p. 3-10,
2007. ENNS, A.A; VOGEL, l.j; ABDELZAHER, A.M; SOLO-GABRIELE, H.M;PLANO,
L.R.W; GIDLEY, M.L; PHILLIPS, M.C; KLAUS, J.S;PIGGOT, A.M; FENG, Z; RENIERS, A.J.H; HAUS, B.K; ELMIR, S.M; ZHANG, Y; JIMENEZ, N.H; ABDEL-MOTTALEB, N; SCHOOR, M.E; BROWN, A; KHAN, S.Q; DAMERON,
A.S; SALAZAR, N.C; FLEMING, L.E. Spatial and temporal variation in indicator microbe sampling is influential in beach management decisions. Water Research. Amsterdam, v. 46, p. 2237-2246, 2012.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 118
ERGIN, A.; ERCI, S.; HASÇELIK, G. Macrolide resistance mechanisms and in vitro susceptibility patterns of viridans group streptococci isolated from blood cultures. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. Oxford, v. 57, p.139–141,
2006. FACKLAM, R. What Happened to the Streptococci: Overview of Taxonomic and
Nomenclature Changes. Clinical Microbiology Reviews. Washington, v. 15, n.4, p. 613-630, 2002.
FACKLAM, R.R.; ELLIOT, J.A. Identification, Classification, and Clinical Relevance of Catalase-Negative, Gram-Positive Cocci, Excluding the Streptococci and Enterococci. Clinical Microbiology Reviews. Washington,
v.8, n. 4, p. 479–495, 1995. FACKLAM, R.R.; COLLINS, M.D. Identification of Enterococcus Species
Isolated from Human Infections by a Conventional Test Scheme. Journal of Clinical Microbiology. Washington, v.27, n.4, p. 731-734, 1989.
FACKLAM, R.R.; HOLLIS, D.; COLLINS, M.D. Identification of Gram-Positive Coccal and Coccobacillary Vancomycin-Resistant Bacteria. Journal of Clinical Microbiology. Washington, v. 27, n.4, p. 724-730, 1989.
FACKLAM, R.R.; THACKER, L.G.; FOX, B.; ERIQUEZ, L. Presumptive Identification of Streptococci with a New Test System. Journal of Clinical
Microbiology. Washington, v. 15, n. 6, p. 987-990, 1982. FANG, H. H SS N, A-K. BERG, M. ENCI, V. Evaluation of species-
specific PCR, Bruker MS, VITEK MS and the VITEK 2 system for the identification of clinical Enterococcus isolates. European Journal of Clinical Microbiology and Infection Disease. Washington, v. 31, n.11, p. 3073-3077,
2012. FANI, F.; LEPROHON, P.; LÉGARÉ, D.; OUELLETTE, M. Whole genome sequencing of penicillin-resistant Streptococcus pneumoniae reveals mutations
in penicillin-binding proteins and in a putative iron permease. Genome Biology. United Kingdom, v. 12, 12p., 2011.
FARIÑAS, M.C.; TORRES, C. Enterococo ¿un patógeno emergente en nuestros hospitales?. Enfermedades infecciosas y Microbiología. Catalunha,
v. 25, n.8, p. 500-502, 2007. FEERST, E.; HOVENDON, B.; ATHERHOLT, T. September 2002 version of the
Method 1600 Enterococcus test: Aerococcus viridans as a false-positive organism. NJDEP Research Project Summary. Disponível em: http://wwwstatenjus/dep/dsr/coastal/aerococcuspdf. Acesso em: 27 Março 2015
FERGUSON, D.M; GRIFFITH, J.F.; McGEE, C.D.; WEISBERG, S.; HAGEDORN, C. Comparison of Enterococcus species diversity in marine water
and wastewater using Enterolert and EPA Method 1600. Journal of Environmental and Public Health. Cairo, v.2013, 6p., 2013.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 119
FERGUSON, D.M; MOORE, D.F; GETRICH, M.A; ZHOWANDAI, M.H. Enumeration and speciation of enterococci found in marine and intertidal
sediments and coastal water in southern California. Journal of Applied Microbiology. Oxford, v. 99, p. 598-608, 2005.
FERREIRA, K.C.D.; ANDRADE, M.C; COSTA, A. A influência do lançamento de efluentes de galerias pluviais na balneabilidade da praia do futuro em Fortaleza-CE. Conexões-.Ciência e Tecnologia. Fortaleza/CE, v. 7, n. 3, p. 9-
17, 2013. FIELD, A. Descobrindo a estatística usando SPSS. 2a edição. Artmed,Porto
Alegre. 668p., 2009. FISHER, K.; PHILLIPS, C. The ecology, epidemiology and virulence of Enterococcus. Microbiology. Manchester, UK. , v.155, p. 1749–1757, 2009.
FITTIPALDI, N., SEGURA, M.; GRENIER, D.; GOTTSCHALK. Virulence factors
involved in the pathogenesis of the infection caused by the swine pathogen and zoonotic agent Streptococcus suis. Future Microbiology. London, v. 7, n.2, p.
259-279, 2012.
FLEISHER, J.M.; FLEMING, L.E.; SOLO-GABRIELE, H.M.; KISH, J.K.;SINIGALLIANO, Ch.D.; PLANO, L.; ELMIR, S.M.; WANG, J.D.; WITHUM,
K., SHIBATA, T.;GIDLEY, M.L.; ABDELZAHER, A.; HE, G.; ORTEGA, C.; ZHU, X.; WRIGHT, M.; HOLLENBECK, J.; BACKER, L. The BEACHES Study: health effects and exposures from non-point source microbial contaminants in
subtropical recreational marine Waters. Journal of Epidemiology. Oxford, v. 39, p. 1291-1298, 2010.
FLEISHER, J.M; KAV, D; SALMON, R.L; JONIES, F; Wyer, M.D.; Godfree, A.F. Marine Waters Contaminated with Domestic Sewage: Nonenteric Illnesses Associated with Bather Exposure in the United Kingdom. American of Journal
and Public Health. Washington, v.86, n.9, p. 1228-1234, 1996. FONTANA, R.; CANEPARI, P.; LLEÓ, M.M.; SATTA, G. Mechanisms of
Resistance of Enterococci to Beta-Lactam Antibiotics. European Journal of Clinical Microbiology and Infection Disease. Amsterdam, v. 9, n.2, p. 103-105, 1990.
FORBES, B.A.; SAHM, D.F.; WEISSFELD, A.S. Diagnostic Microbiology. Chapter 17. Section 3, Twelfth Edition. Elsevier (Ed.). Amsterdam.1062 p.,
2007. FORTINA, M.G.; MORA, R.D.; MANACHINI, P.L. Molecular analysis of artisanal Italian cheeses reveals Enterococcus italicus sp. nov. International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. Cambridge, v. 54, p. 1717-1721,
2004.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 120
FRANZ, C.M.; HOLZAPFEL, W.H.; STILES, M.E. Enterococci at the crossroads of food safety?. International Journal of Food Microbiology. Amsterdam, v.47, n. 1-2, p. 1-24, 1999.
FUHRMAN, J.A.; NOBLE, R.T. Viruses and protists cause similar bacterial mortality in coastal seawater. Limnology and Oceanography. New Jersey, v.
40, n.7, p. 1236-1242, 1995. FUJIOKA, R. S. Indicators of marine recreational water quality In: Manual of
Environmental Microbiology, Christon, J.H.; Knudsen, G.R.; McInerney, M.J.; Stetzenbach, L.D.; Walter, M.V., Eds; American Society for Microbiology Publishing: Washington D.C., p. 176-183, 1997.
FUNCEME. Fundação Cearense de Meteorologia. Disponível em:
http://www.funceme.br/app/calendario/produto/municipios/maxima/diario?data=
hoje. Acesso em: 18 FEV. 2015.
GAD; G.F.M.; ABDEL-HAMID; A.M.; FARAG, Z.S.H. Antibiotic resistance in lactic acid bacteria isolated from some pharmaceutical and dairy products.
Brazilian Journal of Microbiology. São Paulo, v.25,n.1, p. 25-33, 2014. GERSHON, A.S.; AZAVEDO, J.C.S.; McGEER, A.; OSTROWSKA,
K.I.;CHURCH, D.; HOBAN, D.J.; HARDING, G.K.M.; WEISS, H.K.; ABBOTT, L.; SMAIL, F.; GOURDEAU, M.; MURRAY, G.; LOW, D.E.; Canadian Bacterial Surveillance Network. Activities of New Fluoroquinolones, Ketolides, and Other
Antimicrobials against Blood Culture Isolates of Viridans Group Streptococci from across Canada, 2000. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. Washington, v. 46, n.5, p. 1553–1556, 2002.
GIARD, J-Ch.; RINCE, A.; CAPIAUX, H.; AUFFRAY, Y.; HARTKE, A. Inactivation of the Stress- and Starvation-Inducible gls24 Operon Has a
Pleiotrophic Effect on Cell Morphology, Stress Sensitivity, and Gene Expression in Enterococcus faecalis. Journal of Bacteriology. Washington, v. 182, n.16,
p. 4512-4520, 2000.
GIOVANETTI, E.; BRENCIANI, A.; MORRONI, G.; TIBERI, E.; PASQUAROLI, S. MINGOIA, M.; VARALDO, P.E. Transduction of the Streptococcus pyogenes
bacteriophage Фm46.1, carrying resistance genes mef (A) and mef ( ), to other Streptococcus species. Frontiers in Microbiology. Lausanne/Suíça, v. 5, 9p.,
2015.
GIOVANETTI, E.; BRENCIANI, A.; TIBERI, E.; BACCIAGLIA, A.;VARALDO, P.E.
ICESp2905, the erm(TR)-tet(O) element of Streptococcus pyogenes, is
formed by two independent integrative and conjugative elements.
Antimicrobial Agents and Chemotherapy. Washington, v.56, n.1, p. ,
2012.
GIOVANETTI, E.; BRENCIANI, A.; LUPIDI, R.; ROBERTS, M.C.; VARALDO, P.E. Presence of the tet(O) Gene in Erythromycin- and Tetracycline-Resistant Strains of Streptococcus pyogenes and Linkage with either the mef(A) or the
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 121
erm(A) Gene. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. Washington, v.47,
n.9, p. 2844–2849, 2003.
GIRAFFA, G. Enterococci from foods. FEMS Microbiology Reviews. Oxford, v. 26, p. 163-171, 2002.
GOLDSMITH, C.E.; HARA, Y.; SATO, T.; NAKAJIMA, T.; NAKANISHI, S.;
MASON, C.; MOORE, J.E.; MATSUDA, M.; COULTER, W.A. Comparison of
antibiotic susceptibility in viridans group streptococci in low and high antibiotic-
prescribing General Practices. Journal of Clinical Pharmacy and
Therapeutics. Oxford. v. 40, p. 204-207, 2015
GOMES, B.C.; ESTEVES, C.T.; PALAZZO, I.C.V.; DARINI, A.L.; FELIS, G.E.; SECHI, L.A.; FRANCO, B.D.G.M.; DeMARTINIS, E. C.P. Prevalence and
characterization of Enterococcus spp. Isolated from Brazilian foods. Food Microbiology. Amsterdam, v.25, p. 668-675, 2008. GOMES, M.J.P. Gênero Streptococcus spp. Faculdade de Veterinária (FAVET).
Universidade Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS), 76 p., 2013.
GORIS, J.; KONSTANTINIDIS, K.; KLAPPENBACH, J.A.; COENYE, T.; VANDAMME, P.; TIEDJE, J.M. DNA–DNA hybridization values and their relationship to whole-genome sequence similarities. International Journal of
Systematic and Evolutionary Microbiology. London, v.57, p.81–91, 2007. GOULD, F.K.; DENNING, D.W.; ELLIOTT, T.S.; FOWERAKER, E.J.; PERRY,
E.J.; PRENDERGAS, B.D.; SANDOE, J.A.T.; SPRY, M.J.; WATKIN, R.W. Guidelines for the diagnosis and antibiotic treatment of endocarditis in adults: a report of the Working Party of the British Society for Antimicrobial hemotherapy.
Journal of Antimicrobial Chemotherapy. Oxford, v.67, p. 269–289, 2012. GRAHAM, J.C.; GOULD, F.K. Role of aminoglycosides in the treatment of
bacterial endocarditis. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. Oxford, v. 49, p. 437-444, 2002.
GRAVES, A.K.; WEAVER, R.W. Characterization of enterococci populations collected from a subsurface flow constructed wetland. Journal of Applied Microbiology. Oxford, v. 108, n. 4, p. 1226-1234, 2010.
GRIFFITH, J.F.; SCHIFF, K.C.; LYON, G.S.; FUHRMAN, J.A. Microbiological water quality at non-human influenced reference beaches in southern California
during wet weather. Marine Pollution Bulletin. Amsterdam, v. 60, n.4, p. 500-508, 2009.
GROHMANN, E.; MUTH, G.; ESPINOSA, M. Conjugative Plasmid Transfer in Gram-Positive Bacteria. Microbiology and Molecular Biology Reviews. Washington, v. 67, n.2, p. 277-301, 2003.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 122
GUEVARA, J.M.; GUEVARA, J.C.; VALENCIA, E.; ALCALÁ, H. Enterococcus en la rutina del trabajo microbiológico. Anales de la Facultad de Medicina. Universidad Nacional Mayor de San Marcos. Cusco/Perú, v.57, n.2, 1996.
GUIDELINES FOR CANADIAN RECREATIONAL WATER QUALITY. Third Edition, p.161, 2009. Disponível em: ˂http://www.healthcanada.gc.ca/˃ Acesso
em: 19 DEZ. 2014. HACH COMPANY. The use of indicator organisms to asses public water safety.
Technical Information Series – Booklet No. 13, Second Ed. 45 p., 2000. HAENNI, M.; GALOFARO, L.; YTHIER, M.;GIDDEY, M.; MAJCHERCZYK, P.;
MOREILLON, P.; MADEC, J-Y. Penicillin-binding protein gene alterations in Streptococcus uberis isolates presenting decreased susceptibility to penicillin.
Antimicrobial Agents and Chemotherapy. Washington, v. 54, n.3, p. 1140-
1145, 2010. HAKENBECK, R.; BRÜCKNER, R.; DENAPAITE, D.; MAURER, P. Molecular mechanisms of β-lactam resistance in Streptococcus pneumonia. Future
Microbiology. London, v.7, n.3, p. 395-410, 2012.
HAKENBECK, R. GREBE, . AÈHNER, D. S CK, J.B. β-Lactam resistance in Streptococcus pneumoniae: penicillin-binding proteins and non-penicillin-binding proteins. Molecular Microbiology. Hoboken/Nova Jersey, v. 33, n.4, p.
673-678, 1999. HAMID, Z.O.; SAKI, N.H.; ALI, M.R. Prevalence of macrolide resistance genes among Group B Streptococci in pregnant women. International Journal of
Current Microbiology and Applied Sciences. India, v. 4, n.1, p. 419-436, 2015.
HAMZAH, A.; HAZWA, S.; KIPLI, S.H.; AHILLSMAIL, S.; UMA, R.; SARMANI, S. Microbiological Study in Coastal Water of Port Dickson, Malaysia. Sains
Malaysiana. Kebangsaah, v. 40, n.2, p.93–99, 2011. HAN, X.Y.; KAMANA, M.; ROLSTON, K.V.I. Viridans Streptococci Isolated by
Culture from Blood of Cancer Patients: Clinical and Microbiologic Analysis of 50 Cases. JOURNAL OF CLINICAL MICROBIOLOGY, Washington, v.44, n.1, p. 160–165, 2006.
HARDIE, J.M; WHILEY, R.A. Classification and overview of the genera Streptococcus and Enterococcus. Journal of Applied Microbiology
Sympossium Supplement. Oxford, v.83, p. 1S-11S, 1997. HARTKE, A.; GIARD, J-Ch. LaPLACE, J-M. AUFFRAY, Y. Survival of Enterococcus faecalis in an Oligotrophic Microcosm: Changes in Morphology,
Development of General Stress Resistance, and Analysis of Protein Synthesis. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v. 64, n.11, p. 4238-
4245, 1998.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 123
HARWOOD, V.J; WHITLOOK, J; WITHINGTON, V. Classification of antibiotic resistance patterns of indicator bacteria by discriminant analysis: Use in predicting the source of fecal contamination in subtropical waters. Applied and
Environmental Microbiology. Washington, v. 66, n. 9, p. 3698–3704, 2000. HEIM, S.; LLEÓ, M.M.; BONATO, B.; GUZMAN, A.; CANEPARI, P. The Viable
but Nonculturable State and Starvation Are Different Stress Responses of Enterococcus faecalis, as Determined by Proteome Analysis. Journal of
Bacteriology. Washington, v. 184, n. 23, p. 6739-6745, 2002.
HEIRSTRAETEN, L.V.; COENEN, S.; LAMMENS, C.; HENS, N.; GOOSSENS, H.; MALHOTRA-KUMAR, S. Antimicrobial drug use and macrolide-resistant Streptococcus pyogenes, Belgium. Emerging Infectious Diseases. Atlanta,
v.18, n.9, p. 1515-18, 2012.
HERNANDEZ; A.; VIVANCO, M.; SILVA, J.L. Microbiologia y Parasitología Médica. Tomo I. Editorial Ciencias Médicas. Ciudad de La Habana, 531 p., 2001.
H RNER, R.; LISCANO, M.G.H.; MARASCHIN, M.M.; SALLA, A.; MENEGHETTI, B.; FORNO, N.L.F.D.; RIGHI, R.A. Suscetibilidade antimicrobiana entre amostras de Enterococcus isoladas no Hospital
Universitário de Santa Maria. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial. Rio de Janeiro, v. 41, n.6, p. 391-395, 2005.
HORN, D.L.; ZABRISKIE, J.B. Why Have Group A Streptococci Remained Susceptible to Penicillin? Report on a Symposium. Clinical Infectious
Diseases. Oxford, v. 26, p.1341–1345, 1998.
HORODNICEANU, T.; BOUGUELERET, L.; BIETH, G. Conjugative transfer of multiple-antibiotic resistance markers in beta-hemolytic group A, B, F, and G
streptococci in the absence of extrachromosomal deoxyribonucleic acid. Plasmid. Amsterdam, v.5, p. 127-137, 1981.
HUANG, C-Y.; LAI, J-F.; HUANG, I-W.; CHEN, P-C.; WANG, H-Y.; SHIAU, Y-R.; CHENG, Y-W.; HSIEH, L-Y.; CHANG, S-C.; LAUDERDALE, T-L.Y.
Epidemiology and Molecular Characterization of Macrolide-Resistant Streptococcus pyogenes in Taiwan. Journal of Clinical Microbiology.
Washington, v. 52, n. 2, p. 508–516, 2014.
HUYCKE, M.M.; SAHM, D.F.; GILMORE, M.S. Multiple-Drug Resistant Enterococci: The Nature of the Problem and an Agenda for the Future.
Emerging Infectious Diseases. Atlanta, v.4, n.2, p. 239-249, 1998. IMAMURA G.J.; THOMPSON, R.S.; BOEHM, A.B.; JAY, J.A. Wrack promotes
the persistence of fecal indicator bacteria in marine sands and seawater. FEMS Microbiology Ecology. Amsterdam, v. 77, p. 40-49, 2011.
IPECE. Instituto de Pesquisa e Estrategia Económica do Ceará. Perfil Municipal de Fortaleza. Edição Especial, n.42, 11p., 2012.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 124
IVERSEN, A; KUHN, I; FRANKLIN, A; MOLBY, R. High prevalence of Vancomycin-Resistant Enterococci in Swedish sewage. Applied and
Environmental Microbiology. Washington, v.68, n.6, p. 2838-2842, 2002. IWERIEBOR, B.C.; GAQAVU, S.; OBI, L.C.; NWODO, U.U.; OKOH, A.I. Antibiotic Susceptibilities of Enterococcus Species Isolated from Hospital and
Domestic Wastewater Effluents in Alice, Eastern Cape Province of South Africa. International of Environmental Research and Public Health. Washington, v.
12, p. 4231- 4246,2015. JACKSON, C.R.; SPICER, L.M.; BARRETT, J.B.; HIOTT, L.M. Application of
Multiplex PCR, Pulsed-Field Gel Electrophoresis (PFGE), and BOX-PCR for Molecular Analysis of Enterococci, Gel Electrophoresis - Principles and Basics, Dr. Sameh Magdeldin (Ed.), 2012. Disponível em: http://www.intechopen.com/books/gel-electrophoresis-principles-and-basics/application-of-
multiplex-pcr-pulsed-field-gel-electrophoresis-pfge-and-box-pcr-for-. Acesso em: 18 FEV.
2015. JACOB, A.E.; HOBBS, S.J. Conjugal Transfer of Plasmid-Borne Multiple Antibiotic Resistance in Streptococcus faecalis var. Zymogenes. Journal of
Bacteriology. Washington, v. 117, n.2, p. 360-372, 1974.
JONES, J. G.; GARDENER, S.; SIMON, B. M.; PICKUP, R. W. Factors affecting the measurement of antibiotic resistance in bacteria isolated from lake water. Journal of Applied Microbiology. Oxford, v.60, n.5, p.455-462, 1986.
JONES, N.; BOHNSACK, J.F.; TAKAHASHI, S.; OLIVER, A.; CHAN, M-S.; KUNST, F.; GLASER, P.; RUSNIOK, C.; CROOK, D.W.M.; HARDING, R.M.;
BISHARAT, N.; SPRATT, B.G. Multilocus sequence typing system for group B Streptococcus. Journal of Clinical Microbiology. Washington, v. 41, n.6, p.
2530–2536, 2003.
KATAJA, J.; HUOVINEN, P.; SKURNIK, M.; SEPALLA, H. Erythromycin Resistance Genes in Group A Streptococci in Finland. Antimicrobial Agents
and Chemotherapy. Washington, v.43, n.1, p. 48–52, 1999. KARLOWSKY, J.A.; JONES, M.E.; DRAGHI, D.C.; SAHM, D.F. Clinical Isolates of Streptococcus pneumoniae with Different Susceptibilities to Ceftriaxone and
Cefotaxime. Antimicrobial Agents Chemotherapy. Washington, v.47,n.10, p. 3155-3160, 2003
KEYHANI, J.; KEYHANI, E.; ATTAR, F.; HADDADI, A. Sensitivity to detergents and plasmid curing in Enterococcus faecalis. Journal of Industrial
Microbiology and Technology. Washington, v.33, p. 238-242, 2006. KIKUCHI,K.; ENARI, T.; TOTSUKA, K-I.; SHIMIZU, K. Comparison of
Phenotypic Characteristics, DNA-DNA Hybridization Results, and Results with a Commercial Rapid Biochemical and Enzymatic Reaction System for
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 125
identification of Viridans Group Streptococci. Journal of Clinical Microbiology. Washington, v.33, n. 5, p. 1215–1222, 1995.
KINZELMAN, J.; Ng, C.; JACKSON, E.; GRADUS, S.; BAGLEY, R. Enterococci as Indicators of Lake Michigan Recreational Water Quality: Comparison of Two Methodologies and Their Impacts on Public Health Regulatory Events. Applied
and Environmental Microbiology. Washington, v. 69, n. 1, p. 92-96, 2003. KLAASSEN, C.H.; MOUTON, J.W. Molecular Detection of the macrolide efflux gene: To discriminate or not to discriminate between mef(A) and mef(E).
Antimicrobial Agents and Chemotherapy. Washington, v.49, n.4, p. 1271-1278, 2005.
KLIBI, N.; SLIMEN, N.B.; FHOULA, I.; LÓPEZ, M.; SLAMA, K.B.; DAFFONCHIO, D.; BOUDABOUS, A.; TORRES, C.; OUZARI, H. Genotypic
diversity, antibiotic resistance and bacteriocin production of enterococci isolated from rhizospheres. Microbes and Environments. Kyoto, v. 27, n. 4, p. 533–537, 2012.
KLUGMAN, K.P.; GREENWOOD, B.N. Pneumococcal diseases. In: Oxford
Textbook of Medicine. 4th edition. Edited by Warrel DA, Cox TM, Firth JD.
Edward, J.; Benz, J.R. Oxford University Press, 2003. Disponível em: http://www.federaljack.com/ebooks/Oxford%20TextBook%20of%20Medicine/Oxford%20Textbook%20of%20Medicine.pdf. Acceso em: 28 Fev. 2015.
KNUDSTON, L.; HARTMAN, P.A. Routine Procedures for Isolation and Identification of Enterococci and Fecal Streptococci. Applied and
Environmental Microbiology. Washington, v. 58, n. 9, p. 3027-303, 1992. KNUTSEN, E.; JOHNSBORG, O.; QUENTIN, Y.; CLAVERYS, J-P.; HAVARSTEIN, L.S. BOX elements modulate gene expression in Streptococcus pneumoniae: Impact on the fine-tuning of competence development. Journal of
Bacteriology. Washington, v. 188, n.23, p. 8307–8312, 2006.
KOCH, S.; HUFNAGEL, M.; THEILACKER, C.; HUEBNER, J. Enterococcal infections: host response, therapeutic, and prophylactic possibilities. Vaccine.
Amsterdam, v.22, p. 822-830, 2004. KONEMAN, E. W.; ALLEN, S. D.; SCHRECKENBERGER, C. WINN, JR. W. C.
Diagnóstico Microbiológico: Texto e atlas colorido – 5ª edição. Editora Guanabara Koogan S.A. 1465p. 2001.
KONSTANTINIDIS, K.; TIEDJE, J.M. Genomic insights that advance the species definition for prokaryotes. Proceedings of the National Academy of Sciences. Washington, v.102, n.7, p. 2567–2572, 2005. KOORT, J.; COENYE, T.; VANDAMME, P.; SUKURA, A.; BJ RKROTH, J. Enterococcus hermanniensis sp. nov., from modified-atmosphere-packaged
broiler meat and canine tonsils. . International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. Cambridge, v. 54, p.1823–1827, 2004.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 126
KORONA-GLOWNIAK, I.; SIWIEC, R.; MALM, A. Resistance Determinants and Their Association with Different Transposons in the Antibiotic-Resistant Streptococcus pneumoniae. BioMed Research International. Cairo, v.2015,
p.1-7, 2015.
KRAMER, V.C. NICKERS N, K.W. HAM E , N.V. ’HARA, C. Prevalence of extreme detergent resistance among the enterobacteriaceae. Canadian Journal of Microbiology. Ottawa, v. 30, p.711–713, 1984.
KRISTICH, Ch.J.; RICE, L.B.; ARIAS, C.A. Enterococcal Infection—Treatment and Antibiotic Resistance. In: Enterococci: From Commensals to Leading
Causes of Drug Resistant Infection. Gilmore MS, Clewell DB, Ike Y, Shankar, N., editors. Bethesda, 2014. KRUMPERMAN, P. H. Multiple antibiotic resistance indexing of Escherichia coli
to identify high-risk sources of fecal contamination of foods. Applied and Environmental Microbilogy. Washington, v. 46, n. 1, p. 165-170, 1983.
K HN, I. IVERSEN, A. B RMAN, .G. SS N- I JE IS , B. FRANK IN, A. FINN, M. AARES R P, F. SE FAR H, A.M. B ANCH, A.R. VI AN VA,
X. A R, H. CAP IN, J. M REN , M.A. D MING E , . HERRER , I.A. M B , R. Comparison of enterococcal populations in animals, humans, and the environment--a European study. International Journal of Food
Microbiology. Amsterdam,v. 88, n. 2-3, p. 133-145, 2003. KÜMMERER, K. Resistance in the environment. Journal of Antimicrobial
Chemotherapy. Oxford, v. 54, p. 311-320, 2004. KWON, K.H; HWANG, S.Y; MOON, B.Y; PARK, Y.K; SHIN, S; HWANG, CH-Y;
PARK, Y.H. Occurrence of antimicrobial resistance and virulence genes, and distribution of enterococcal clonal complex 17 from animals and human beings in Korea. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation. Califórnia, v.24, n.
5, p. 924-931, 2012. LaPLACE, J-M.; THUALT, M.; HARTKE, A.; BOUTIBONNES, P. AUFFRAY, Y. Sodium Hypochlorite stress in Enterococcus faecalis: Influence of antecedent
growth conditions and induced proteins. Current Microbiology. Amsterdam, v. 34, p. 284-289, 1997.
LATA, P.; RAM, S.; AGRAWAL, M.;SHANKER, R. Enterococci in river Ganga surface waters: Propensity of species distribution, dissemination of
antimicrobial-resistance and virulence-markers among species along landscape. BioMed Central Microbiology. Washington, v. 9, n.140, p. 1-10, 2009.
LAYTON, B.A.; WALTERS, S.P.; LAM, L.H.; BOEHM, A.B. Enterococcus
species distribution among human and animal hosts using multiplex PCR.
Journal of Applied Microbiology. Oxford, v. 109, p. 539–547, 2010.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 127
LECLERQ, R.; OBERLÉ, K.; GALOPIN, S.; CATTOIR, V.; BUDZINSKI, H.; PETIT, F. Changes in Enterococcal Populations and Related Antibiotic Resistance along a Medical Center-Wastewater Treatment Plant-River
Continuum. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v. 79, n.7, p. 2428–2434, 2013.
LECLERQ, R.; HUET, C.; PICHEROT, M.; TRIEU-CUOT, P.; POYART, C. Genetic Basis of Antibiotic Resistance in Clinical Isolates of Streptococcus gallolyticus (Streptococcus bovis). Antimicrobial Agents and
Chemotherapy. Washington, v. 49, n.4, p. 646–1648, 2005. LECLERCQ, R. Mechanisms of Resistance to Macrolides and Lincosamides:
Nature of the Resistance Elements and Their Clinical Implications. Clinical Infectious Diseases. Oxford, v. 34, p.482–92, 2002.
LI, D.; TONG, T.; ZENG, S.; LIN, Y.; WU, Sh.; HE, M. Quantification of viable bacteria in wastewater treatment plants by using propidium monoazide combined with quantitative PCR (PMA-qPCR). Journal of Environmental
Sciences. Amsterdam, v.26, n.2, p. 299-306, 2014.
LIÑARES, J.; ARDANUY, C.; PALLARES, R.; FENOLL, A. Changes in antimicrobial resistance, serotypes and genotypes in Streptococcus pneumoniae over a 30-year period. Clinical Microbiology and Infection.
Amsterdam, v. 16, n.5, p. 402–410, 2010. LIPP, E.; KURZ, R.; VINCENT, R.; PALACIOS, C.R.; FARRAH, S.R.; ROSE,
J.B. The Effects of Seasonal Variability and Weather on Microbial Fecal Pollution and Enteric Pathogens in a Subtropical Estuary. Estuaries. Washington, v. 24, n. 2, p. 266–276, 2001.
LIVERMORE, D.M. Bacterial Resistance: Origins, Epidemiology, and Impact. Clinical Infectious Diseases. Oxford, v. 36, (suppl. 1), p. S11–S23, 2003.
LLEÓ, M.M.; BONATO, B.; BENEDETTI, D.; CANEPARI, P. Survival of enterococcal species in aquatic environments. FEMS Microbiology Ecology.
Oxford, v. 54, p. 189-196, 2005. LLEÓ, M.M.; BONATO, B.; TAFI, M.C.; SIGNORETTO, C.; BOARETTI, M.;
CANEPARI, P. Resuscitation rate in different enterococcal species in the viable but non-culturable state. Journal of Applied Microbiology. Oxford, v. 91, p. 1095-1102, 2001.
LLEÓ, M.M.; TAFI, M.C.; CANEPARI, P. Nonculturable Enterococcus faecalis
cells are metabolically active and capable of resuming active growth.
Systematic and Applied Microbiology. Amsterdam, v. 21, n.3, p. 333-339, 1998.
LOURENÇO, E.M.L. ; VIEIRA, G. H.F..;FESTIVO, M.L..; RODRIGUES, D. P.; VIEIRA, R.H.S.F. Balneabilidade das Praias do Odus e das Barreiras
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 128
(Camocim- Ceará). Boletim Técnico Científico. Cepnor, Belém, v.6, n.1, p.19-32, 2006.
LPSN- LIST OF PROKARYOTIC NAMES WITH STANDING IN NOMENCLATURE. Disponível em: http://www.bacterio.net/streptococcus.html. Acceso em: 19 MAIO 2015.
LYYTIKÄINEN, O.;RAUTIO, M.;CARLSON, P.;ANTTILA, V-J.; VUENTO, R.;SARKKINEN, H.; KOSTIALA, A.; VÄISÄNEN, M-L.; KANERVO, A.; RUUTU,
P. Nosocomial bloodstream infections due to viridans streptococci in haematological and non-haematological patients: species distribution and antimicrobial resistance. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. Oxford, v.53, p.
631–634, 2004. MACALEECE, N.; LAMBSHEAD, P. J. D.; PATERSON, G. L. J.; CAGE, J. D.
Biodiversity Pro (V.3.0). Natural History Museum and Scottish Association for Marine Science, 1998. Disponível em: <http://www.sams.ac.uk/dml/projects/benthic/bdpro> Acesso em: 30 MAIO
2015. MAIPA.; V.; ALAMANOS, Y.; BEZIRTZOGLOU, E. Seasonal fluctuation of
bacterial indicators in coastal Waters. Microbial Ecology in Health and Disease. Estocolmo, v. 13, p. 143-146, 2001.
MAKI, T.; SANTOS, M. D.; KODO, H.; HIRONO, I. AOKI, T. A Transferable 20-Kilobase Multiple Drug Resistance-Conferring R Plasmid (pKL0018) from a Fish Pathogen (Lactococcus garvieae) Is Highly Homologous to a Conjugative
Multiple Drug Resistance-Conferring Enterococcal Plasmid. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v. 75, n.10, p. 3370-3372, 2009. MANERO, A.; BLANCH, A.R. Identification of Enterococcus spp. with a
Biochemical Key. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v.65, n. 10, p. 4425–4430, 1999.
MARACCINI, P.A.; FERGUSON, D.M.; BOEHM, A.B. Diurnal Variation in Enterococcus Species Composition in Polluted Ocean Water and a Potential
Role for the Enterococcal Carotenoid in Protection against Photoinactivation. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v 78, n.2, p. 305-310, 2012.
MAROTHI, Y.A.; AGNIHOTRI, H.; DUBEY, D. Enterococcal resistance - An overview. Indian Journal of Medical Microbiology. Mumbai, v.23, n.4, p. 214-
219, 2005. MARRON, A.; CARRATALÀ, J.; ALCAIDE, F.; FERNÁNDEZ-SEVILLA, A.;
GUDIOL, F. High rates of resistance to cephalosporins among viridians-group streptococci causing bacteraemia in neutropenic cancer patients. Journal of
Antimicrobial Chemotherapy. Oxford, v.47, p. 87–91, 2001.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 129
MARTIN, B.; HUMBERT, O.; CAMARA, M.; GUENZI, E.; WALKER, J.; MITCHELL, T.; ANDREW, P.; PRUDHOME, M.; ALLOING, G.; MORRISON, D.A.; BOULNOIS, G.J.; CLAVERYS, J-P. A highly conserved repeated DNA element located in the chromosome of Streptococcus pneumonia. Nucleic
Acids Research. Oxford, v. 20, n.13, p. 3479-3483, 1992.
MASCHIETO, A.; MARTINEZ, R.; PALAZZO, I.C.V.; DARINI, A.L.C. Antimicrobial resistance of Enterococcus sp. isolated from the intestinal tract of
patients from a university hospital in Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo
Cruz. Rio de Janeiro, v. 99, n.7, p. 763–767, 2004. MEGGED, O.; ASSOUS, M.; WEINBERG, G.; SCHLESINGER, Y. Inducible Clindamycin Resistance in Beta-Hemolytic Streptococci and Streptococcus pneumoniae. Israel Medical Association Journal. Jaffa/Israel, v.15, p. 27-30,
2013.
MEIRELLES-PREIRA, F.; PEREIRA, A.M.S.; SILVA, M.C.G.; GONÇALVES, V.D.; BRUM, P.R.; CASTRO, A.R.; PEREIRA, A.A.; ESTEVES, F.A.; PEREIRA,
J.A.A. Ecological aspects of the antimicrobial resistance in bactéria of importance to humans infections. Brazilian Journal of Microbiology. São Paulo, v. 33, p. 287-293, 2002.
MENDES, C.; MARIN, M.E.; QUIÑONES, F.; SIFUENTES-OSORNIO, J.; SILLER, C.C.; CASTANHEIRA, M.; ZOCCOLI, C.M.; LÓPEZ, H.; SÚCARI, A.;
ROSSI, F.; ÂNGULO, G.B.; SEGURA, A.J.A.; STARLING, C.; MIMICA, I.; FELMINGHAM, D. Antibacterial resistance of community-acquired respiratory tract pathogens recovered from patients in Latin America: Results from the
PROTEKT Surveillance Study (1999–2000). The Brazilian Journal of Infectious Diseases. Amsterdam, v. 7, n.1, p. 44-61, 2003.
MENDES, C.; SINTO, S.I.; HSIUNG, A.; OPLUSTIL, C.; TEIXEIRA, L.; SEGURA, A.;SOUZA, D.; BARTH, A.; NICODEMO, A.C. Atividade antimicrobiana in vitro de quinupristina/dalfopristina para cocos gram-positivos
isolados de cinco centros brasileiros: resultado do estudo de vigilância L-SMART. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial. Rio de Janeiro, v.38, n.3, p. 191-197, 2002.
MENON, P.; BILLEN, G.; SERVAIS, P. Mortality rates of autochthonous and
fecal bacteria in natural aquatic ecosystems. Water Research. Amsterdam, v. 37, n.17, p. 4151-4158, 2003.
MINGOIA, M.;MORICI, E.; BRENCIANI, A.; GIOVANETTI, E.; VARALDO, P.E. Genetic basis of the association of resistance genes mef(I) (macrolides) and catQ (chloramphenicol) in streptococci. Frontiers in Microbiology.
Lausanne/Suíça, v. 5, 5p., 2015. MOHANIA, D.; NAGPAL, R.; KUMAR, M.; BHARDWAJ, A.; YADAV, M.; JAIN,
S.; MAROTTA, F.; SINGH, V.; PARKASH, O.; YADAV, H. Molecular approaches for identification and characterization of lactic acid bactéria. Journal of Digestive Diseases. Shangai, v. 9, p. 190–198, 2008
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 130
MOLINA-AJA, A.; GARCIA-GASCA, A.; ABREU-GROBOIS, A.; BOLÁN -MEJÍA, C.; ROQUE, A.; GOMEZ-GIL, B. Plasmid profiling and antibiotic resistance of Vibrio strains isolated from cultured penaeid shrimp. FEMS
Microbiology Letters. Oxford, v.213, n.1, p.7-12, 2002. MONDINO, S.S.;CASTRO, A.C.;MONDINO, P.J.; CARVALHO, M.G.; SILVA,
K.M.; TEIXEIRA, L.M. Phenotypic and genotypic characterization of clinical and intestinal enterococci isolated from inpatients and outpatients in two Brazilian hospitals. Microbial Drug Resistance. New York, v. 9, n.2, p. 167-174, 2003.
MONTEIRO, D., T., L. Comparação da qualidade bacteriológica da água marinha e da areia seca e molhada de duas praias do litoral leste do
Ceará. 71f. Dissertacao (Mestrado em Ciencias Marinhas Tropicais), LABOMAR, Universidade Federal do Ceara, Fortaleza, 2013.
MOORE, D.F.; GUZMAN, J.A.; McGEE, C. Species distribution and antimicrobial resistance of enterococci isolated from surface and ocean water. Journal of Applied Microbiology. Oxford, v. 105, p. 1017-1025, 2008.
MOORE, D.F., ZHOWANDAI, M.H., FERGUSON, D.M., McGEE, C., MOTT, J.B., STEWART, J.C., 2006. Comparison of 16S rRNA sequencing with
conventional and commercial phenotyping techniques for identification of enterococci from the marine environment. Journal of Applied Microbiology. Oxford, v. 100, n.6, p. 1272–1281, 2006.
MORAES, P.M.; PERIN, L.M.; SILVA Júnior, A.; NERO, L.A. Comparison of phenotypic and molecular tests to identify lactic acid bacteria. Brazilian
Journal of Microbiology. São Paulo, v.44, n.1, p. 109-112, 2013. MORRIS, D.; GALVIN, S.; BOYLE, F.; HICKEY, P.; MULLIGAN, M.; CORMICAN, M. Enterococcus faecium of the vanA Genotype in Rural Drinking
Water, Effluent, and the Aqueous Environment. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v. 78, n. 2, p. 596-598, 2012.
MOTE, B.L.; TURNER, J.W.; LIPP, E.K. Persistence and Growth of the Fecal Indicator Bacteria Enterococci in Detritus and Natural Estuarine Plankton
Communities. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v.78, n. 8, p. 2569-2577, 2012.
MOYO, S.; MAELAND, J.A.; BERGH, K. Typing of human isolates of Streptococcus agalactiae (group B streptococcus, GBS) strains from Zimbabwe. Journal of Medical Microbiology. Amsterdam, v. 51, p. 595-600, 2002.
M ER, . RICH, A. , E-M. M ER, M. Identification of plant-associated enterococci. Journal of Applied Microbiology. Oxford, v.91, p.
268-278, 2001. MUNDY, L.M.; SAHM, D.F.; GILMORE, M. Relationships between Enterococcal
Virulence and Antimicrobial Resistance. Clinical Microbiology Reviews. Washington, v.13, n.4, p. 513-522, 2000.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 131
MURRAY, B. E. Vancomycin-resistant enterococcal infections. The New England Journal of Medicine. Massachusett, v. 342, p. 710–721, 2000.
MURRAY, B.E. The Life and Times of the Enterococcus. Clinical Microbiology Reviews. Washington, v. 3, n.1, p. 46-65, 1990.
MURRAY, B.E.; MEDERSKI-SAMAR J, B. ransferable β-lactamase: A new mechanism for in vitro penicillin resistance in Streptococcus faecalis. Journal
Clinical Investigation. Washington, v. 72, p. 1168-1171, 1983. NAGAI, K.; DAVIES, T.A.; DEWASSE, B.E.; PANKUCH, G.A.; JACOBS, M.R.; APPELBAUM, P.C. In vitro development of resistance to ceftriaxone, cefproxil and azithromycin in Streptococcus pneumonia. Journal of Antimicrobial
Chemotherapy. Oxford, v. 46, p. 909-915, 2000.
NAKAMURA, P.A.; SCHUAB, R.B.B.; NEVES, F.P.G.; PEREIRA, C.F.A.;
PAULA, G.R.; BARROS, R.R. Antimicrobial resistance profiles and genetic
characterisation of macrolide resistant isolates of Streptococcus agalactiae.
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, v. 106, n.2, p. 119-122,
2011. NALLAPAREDY, S.R.; DUH, R-W.; SINGH, K.V.; MURRAY, B.E. Molecular typing of selected Enterococcus faecalis isolates: Pilot study using Multilocus
Sequence Typing and Pulsed-Field Gel Electrophoresis. Journal of Clinical Microbiology. Washington, v.40, n.3, p. 868-876, 2002.
NALLAPAREDY, S.R.; SINGH, K.V.;SILLANPÄÄ, J.; GARSIN, D.A.; HÖÖK, M.; ERLANDSEN, S.L.; MURRAY, B.E. Endocarditis and biofilm-associated pili of Enterococcus faecalis. The Journal of Clinical Investigation.Washington,
v.116, n.10, p. 2799-2807, 2006.
NAPIMOGA, M.H.; HÖFLING, J.F.; KLEIN, M.I.; KAMIYA, R.U.; GONÇALVES, R.B. Transmission, diversity and virulence factors of Streptococcus mutans
genotypes. Journal of Oral Science. Tóquio, v.47, N. 2, p. 59-64, 2005.
NASER, S.M.; VANCANNEY, M.; DE GRAEF, E; DEVRIESE, L.; SNAUWAERT, C.; LEFEBRE, K; HOSTE, B.; SVEC, P.; DECOSTERE, A.;
HAESEBROUCK, F.;SWINGS, J. International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. Cambridge, v. 55, p. 2177-2182, 2005.
NATIONAL HEALTH AND MEDICAL RESEARCH COUNCIL (NHMRC). Guidelines for Managing Risks in Recreational Water, 216p. Australian Government, 2008.
NAYAK, B.S.; BADGLEY, B.; HARWOOD, V.J. Comparison of genotypic and phylogenetic relationships of environmental Enterococcus isolates by BOX-PCR
typing and 16S rRNA gene sequencing. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v. 77, n.14, p. 5050–5055, 2011.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 132
NHO, S-W.; SHIN, G-W.; PARK, S-B.; JANG, H-B.; CHA, I-S.; HA, M-A.; KIM, Y-R.; PARK, Y-K.; RISHIKESH, D.; KANG, B-J.; JOH, S-J.; JUNG, T-S. Phenotypic characteristics ofStreptococcus iniae andStreptococcus
parauberis isolated fromolive£ounder (Paralichthys olivaceus ). FEMS Microbiology Letters. Oxford, v. 293, p. 20-27, 2009.
NOBLE, R.T.; LEE, I.M.; SCHIFF, K.C. Inactivation of indicator micro-organisms from various sources of faecal contamination in seawater and freshwater. Journal of Applied Microbiology. Oxford, v. 96, p. 464–472, 2004.
NOVAIS, C.;COQUE, T.M.;FERREIRA, H.; SOUSA, J.C.; PEIXE, L. Environmental Contamination with Vancomycin-Resistant Enterococci from
Hospital Sewage in Portugal. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v. 71, n.6, p. 3364-3368, 2005.
OLIVEIRA, A.C.M. Estudo da balneabilidade das praias da orla marítima de fortaleza durante o ano de 2008. Artigo (Curso de Especialização em Engenharia Ambiental e Saneamento Básico), Faculdade Integrada do Ceará,
FIC, 18 f, 2010. OLIVEIRA, A.J.F.C.; PINHATA, J.M.W. Antimicrobial resistance and species
composition of Enterococcus spp. isolated from waters and sands of marine recreational beaches in Southeastern Brazil. Water Reseach. Amsterdam, v. 42, p. 2242-2250, 2008.
OLIVEIRA, I.C.; MATTOS, M.C.; AREAL, M.F.; FERREIRA-CARVALHO, B.T.; FIGUIREDO, A.M.; BENCHETRIT, L.C. Pulsed-field gel electrophoresis of human group B streptococci isolated in Brazil. Journal of Chemotherapy.
Florença, v. 17, n.3, p. 258-263, 2005.
R , V.H. ES, S. Properties of probiotics and encapsulated probiotics in food. Acta Scientiarum Polonorum Technologia Alimentaria.Poznan,v.13, n.4, p. 413-424, 2014.
PALAVECINO, E. Puesta al día en enterococos - año 2001: Identificación de especies y estudio de susceptibilidad antimicrobiana. Revista Chilena de
Infectología. Santiago de Chile,v. 18, n.2, p. 95-100, 2001. PALMIERI, C.; MAGI, G.; CRETI, R.; BALDASSARI, L.; IMPERI, M.;
GHERARDI, G.; FACINELLI, B. Interspecies mobilization of an erm(T)-carrying plasmid of Streptococcus dysgalactiae subsp. equisimilis by a coresident ICE of the ICESa2603 family. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. Oxford, v.
68, n.1, p. 23-26, 2013. PALMIERI, C.; VARALDO, P.E.; FACINELLI, B. Streptococcus suis na
emerging drug-resistant animal and human pathogen. Frontiers in Microbiology. Lausanne/Suíça, v. 2, 6p., 2011.
PAULSEN, I.T.; BANERJEI, L.; MYERS, G.S.; NELSON, K.E.; SESHADRI, R.; READ, T.D.; FOUTS, D.E.; EISEN, J.A.; GILL, S.R.; HEIDELBERG, J.F. Role of
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 133
mobile DNA in the evolution of vancomycin-resistant enterococcus faecalis. Science. Pensylvania, v. 299, p. 2071–2074, 2003.
PAYMENT, A.; LOCAS, A. Pathogens in Water: Value and Limits of Correlation with Microbial Indicators. GroundWaters. OHIO, v.49, n.1, p. 4-11, 2011.
PÉREZ, M.D.; MARTÍNEZ, C.R.; ZHURBENKO, R. Aspectos fundamentales sobre el género Enterococcus como patógeno de elevada importancia en la
actualidad. Revista Cubana de Higiene y Epidemiología. Ciudad de La
Habana, v.48, n.2, p. 147-161, 2010. PETER, A.; MATHEW, J.; ZACHARIA, S. Antibiotic, resistant enterococci from
dinking water sources. Asian Journal of Pharmaceutical and Clinical Research. Amsterdam, v.5, (suppl. 3), p. S158-S160, 2012.
PHILLIPS, M.C.; SOLO-GABRIELE, H.M.; PIGGOT, A.M.; KLAUS, J.S.; ZHANG, Y. Relationships between sand and water quality at recreational beaches. Water Research. Amsterdam, v.45, n.20, p. 6763-6769, 2011.
PIGGOT, A.M.; KLAUS, J.S.;JOHNSON, S.; PHILLIPS, M.C.; SOLO-GABRIELE, H.M. Relationship between Enterococcal Levels and Sediment
Biofilms at Recreational Beaches in South Florida. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v.78, n.17, p. 5973–5982, 2012.
PINTO, A.B.; OLIVEIRA, A.J.C. Diversidade de microrganismos indicadores utilizados na avaliação da contaminação fecal de areias de praias recreacionais marinhas: estado atual do conhecimento e perspectivas. O Mundo da Saúde.
São Paulo, v.35, n.1, p. 105-114, 2011. PINTO, A.B.; PEREIRA, C.R.; OLIVEIRA, A.J.F.C. Densidade de Enterococcus
sp em águas recreacionais e areias de praias do município de São Vicente-SP, Brasil e sua relação com parâmetros abióticos. O Mundo da Saúde. São Paulo, v.36, n.4, p. 587-593, 2012.
PINTO, A.B.; PIEROTTI, R.; CANALE, G.; REALI, D. Characterization of ¨faecal streptococci¨as indicator of fecal pollution and distribution in the environment.
Letters in Applied Microbiology, Oxford, v.29, p. 258-263, 1999. PINTO, T.C.A.; COSTA, N.S.; CORRÊA, A.B.A.; OLIVEIRA, I.C.M.; MATTOS,
M.C.; ROSADO, A.S.; BENCHETRIT, L.C. Conjugative transfer of resistance determinants among human and bovine Streptococcus agalactiae.Brazilian
Journal of Microbiology. São Paulo, v. 45, n.3, p. 785-789, 2014.
PINTO, T.C.A.; COSTA, N.S.; SOUSA, A.R.V.; SILVA, L.G.; CORRÊA, A.B.A.; FERNANDES, F.G.; OLIVEIRA, I.C.M.; MATTOS, M.C.; ROSADO, A.S.;
BENCHETRIT, L.C. Distribution of serotypes and evaluation of antimicrobial susceptibility among human and bovine Streptococcus agalactiae strains
isolated in Brazil between 1980 and 2006. The Brazilian Journal of Infectious
Diseases. Amsterdan, v.17, n.2, p. 13-16, 2013.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 134
PITA, M.S. Tendencia actual del estreptococo como indicador de contaminación fecal. Revista Cubana de Higiene y Epidemiologia. Ciudad de La Habana, v. 40, n.1, p. 38-43, 2002
PO, C.H.; OH, H.M.L.; TAN, A.L. Epidemiology and clinical outcome of enterococcal bacteraemia in an acute care hospital. Journal of Infectology.
Oxford, v.52, n. 5, p. 383-386, 2006. POTE, J.; HALLER, L.; HOTTELAT, R.; SASTRE, V.; ARPAGAUS, P.; WILDI,
W. Persistence and growth of faecal culturable bacterial indicators in water column and sediments of Vidy Bay, Lake Geneva, Switzerland. Journal of Environmental Sciences. Amsterdam, v. 21, p. 62-69, 2009.
POULSEN, L.L.;BISGAARD, M.; SON, N.T.; TRUNG, N.V.; AN, H.M.; DALSGAARD, A. Enterococcus and Streptococcus spp. associated
with chronic and self-medicated urinary tract infections in Vietnam. BMC Infectious Diseases. Washington, v.12, p. 320-326, 2012.
POYART, C.; TAZI, A.; RÉGLIER-POUPET, H.; BILLOËT, A.; TAVARES, N. RAYMOND, J.; TRIEU-CUOT, P. Multiplex PCR assay for rapid and accurate capsular typing of group B Streptococci. Journal of Clinical Microbiology.
Washington, v.45, n.6, p. 1985–1988, 2007. PRADO, P.; PERRET, C. Streptococcus pneumoniae (neumococo)
resistente en pediatría. Tendencia actual. Revista Chilena de Pediatría. Santiago de Chile, v. 72, n.1, p. 49-51, 2001. Disponível em: http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0370-
41062001000100009&lng=es&nrm=iso Acesso em: 30 MAIO 2015. PRESTERL, E.; GRISOLD, J. REICHMANN, S.; HIRSCH, A.M.;
GEORGOPOULOS, A.; GRANINGEN, W. Viridans streptococci in endocarditis and neutropenic sepsis: biofilm formation and effects of antibiotics. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. Oxford, v. 55, p. 45-50, 2005.
PRUSS, A. Review of epidemiological studies on health effects from exposure to recreational water. International Journal of Epidemiology. Oxford, v. 27, p.
1-9, 1998. PRUZZO, C.; TARSI, R.; LlEÓ, M.M.; SIGNORETTO, C.; ZAMPINI, M.;
COLELL, R.R.; CANEPARI, P. In vitro adhesion to human cells by viable but nonculturable Enterococcus faecalis. Current Microbiology. Washington, v.
45, n.2, p. 105-110, 2002.
PUMAROLA, A.; RODRÍGUEZ-TORRES, A.; GARCÍA-RODRÍGUEZ, J.A. PIÉDROLA-ANGULO, G. Microbiología y Parasitología Médica. Segunda
Edición. Editores Salvat. Barcelona, 926p., 1992. PURNELL, S.E.; EBDON, J.E.; TAYLOR, H.D. Bacteriophage lysis of
Enterococcus host strains: a tool for microbial source tracking?. Environmental Sciences and Technology. Washington, v. 25, n.4, p. 10699-10705, 2011.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 135
RAHKI A, R. J HANSS N, P. S DE, E. BJ RKR H. Identification of Enterococci from Broiler Products and a Broiler Processing Plant and Description of Enterococcus viikkiensis sp. Nov. Applied and Environmental
Microbiology. Washington, v.77, n.4, p. 1196–1203, 2011.
RAN, Q.; BADGLEY, B.D.; DILLON, N.; DUNNY, G.M.; SADOWSKY, M.J. Occurrence, genetic diversity, and persistence of enterococci in a Lake Superior watershed. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v. 79, n.9,
p. 3067-3075, 2013. RATHNAYAKE, I; HARGREAVES, M; HUYGENS, F. SNP diversity of
Enterococcus faecalis and Enterococcus faecium in a South East Queensland waterway, Australia, and associated antibiotic resistance gene profiles. BioMed Central Microbiology. Washington, v. 11, n.201, p. 1-13, 2011.
REHAIEM, A.; BELGACEM, Z.B.; EDALATIAN, M.R.; MARTÍNEZ, B.; RODRÍGUEZ, A.; MANAI, M.; GUERRA, N.P. Assessment of potential probiotic
properties and multiple bacteriocin encoding-genes of the technological performing strain Enterococcus faecium MMRA. Food Control. Guildford, v. 37,
p. 343–350, 2014.
REINERT, R.R.; EIFF, C.V.; KRESKEN, M.; BRAUERS, J.; HAFNER, D.; AL-LAHHAM, A.; SCHORN, H.; LÜTTICKEN, R.; PETERS, G.; MULTICENTER
STUDY ON ANTIBIOTIC RESISTANCE IN STAPHYLOCOCCI AND OTHER GRAMPOSITIVE COCCI (MARS) STUDY GROUP. Nationwide German Multicenter Study on the Prevalence of Antibiotic Resistance in Streptococcal
Blood Isolates from Neutropenic Patients and Comparative In Vitro Activities of Quinupristin-Dalfopristin and Eight Other Antimicrobials. Journal of Clinical Microbiology. Washington, v. 39, n.5, p. 1928-1931, 2001.
RIBOLDI, G.P.; FRAZZON, J.; D AZEVEDO, P.A.; FRAZZON, A.P.G. Antimicrobial resistance profile of Enterococcus spp. isolated from food in
southern Brazil. Brazilian Journal of Microbiology. São Paulo, v. 40, p. 125-128, 2009.
RICE, L.B. Emerging issues in the management of infections caused by multidrug-resistant gram-negative bacteria. Cleveland Clinic Journal of Medicine. Cleveland, v.74, (suppl. 4), p. S12–S20, 2007.
RICE, L.B. Tn916 Family Conjugative Transposons and Dissemination of
Antimicrobial Resistance Determinants. Antimicrobial Agents and
Chemotherapy. Washington, v. 42, n.8, p. 1871–1877,1998. ROBERTS, A.P.; MULLANY, P. Tn916-like genetic elements: a diverse group of
modular mobile elements conferring antibiotic resistance. FEMS Microbiology Reviews. Oxford, v. 35, p. 856–87, 2011
RODRÍGUEZ-AVIAL, I.; RODRÍGUEZ-AVIAL, C.; CULEBRAS, E.; PICAZO, J.J. In Vitro Activity of Telithromycin against Viridans Group Streptococci and
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 136
Streptococcus bovis Isolated from Blood: Antimicrobial Susceptibility Patterns in
Different Groups of Species. Antimicrobial Agents of Chemotherapy. Washington, v. 49, n.2, p. 820–823, 2005.
ROJAGOPAL, L. Understanding the regulation of Group B Streptococcal virulence factors. Future Microbiology. London, v.4, n.2, p. 201-221, 2009.
ROSA-FRAILE, M.; DRAMSI, S.; SPELLERBERG, B. Group B streptococcal haemolysin and pigment, a tale of twins. FEMS Microbiology Reviews.
Oxford, v.38, p. 932–946, 2014. RUBAN, P; GUNASEELAN, Ch. Antibiotic resistance of bacteria from Krishna
Godavari Basin, Bay of Bengal, India. Environmental and Experimental Biology. Latvia, Baltic States, v. 9, p. 133-136, 2011.
RUBIO-LÓPEZ, V.; VALDEZATE, S.; ÁLVAREZ, D.; VILLALÓN, P. MEDINA, M.J., SALCEDO, C.; SÁEZ-NIETO, J-A. Molecular epidemiology, antimicrobial susceptibilities and resistance mechanisms of Streptococcus pyogenes isolates
resistant to erythromycin and tetracycline in Spain (1994–2006). BMC Microbiology. Washington, v. 12, 11p., 2012.
RUOFF, K.L. Miscellaneous Catalase-Negative, Gram-Positive Cocci: Emerging Opportunists. Minireview. Journal of Clinical Microbiology. Washington, v.40, n.4, p. 1129–1133, 2002.
RYU, H; HENSON, M; ELK, M; TOLEDO-HERNANDEZ, C;GRIFFITH, J;BLACKWOOD, D; NOBLE, R; GOURMELO, M;GLASSMEYER, S;SANTO
DOMINGO, J.W. Development of Quantitative PCR Assays Targeting the 16S rRNA Genes of Enterococcus spp. and Their Application to the Identificationof Enterococcus Species in Environmental Samples. Applied and Environmental
Microbiology. Washington, v. 79, n. 1, p. 196-204, 2013. SADER, H.S.; JONES, R.N.; BALLOW, C.H.; BIEDENBACH, D.J.; CEREDA,
R.F.; GSMART Latin America Study Group. Antimicrobial Susceptibility of Quinupristin/Dalfopristin Tested Against Gram-Positive Cocci From Latin America: Results from the Global SMART (GSMART) Surveillance Study. The
Brazilian Journal of Infectious Diseases. Amsterdam, v.5, n.1, p. 21-31, 2001.
SADOWY, E.; LUCZKIEWICZ, A. Drug-resistant and hospital-associated Enterococcus faecium from wastewater, riverine estuary and anthropogenically
impacted marine catchment basin. BioMed Central Microbiology.
Washington, v. 14, n.66, 15 p., 2014. SALVADOR, R.; MULLER, E.E.; FREITAS, J.C.; LEONHADT, J.H.; PRETTO-GIORDANO, L.G.; DIAS, J.A. Isolation and characterization of Streptococcus spp. group B in Nile tilapias (Oreochromis niloticus) reared in hapas nets and
earth nurseries in the northern region of Parana State, Brazil. Ciência Rural.
Santa Maria, RS, v.35, n.6, p. 1374-1378, 2005.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 137
SANCHEZ, C.J.; KUMAR, N.; LIZCANO, A.; SHIVSHANKAR, P.; HOTOPP, J.C. D.; JORGENSEN, J.H.; TETTELIN, H.; ORIHUELA, C.J. Streptococcus pneumoniae in biofilms are unable to cause invasive disease Due to altered
virulence determinant production. PLoSONE. Califórnia, v.6, issue 12, e28738, 2011.
SANDE-BRUINSMA, N.; GRUNDMANN, H.; VERLOO, D.; TIEMERSMA, E.; MONEN, J.; GOOSSENS, H.; FERECH, M.; the European Antimicrobial Resistance Surveillance System; European Surveillance of Antimicrobial
Consumption Project Groups. Antimicrobial drug use and resistance in Europe. Emerging Infectious Diseases, Atlanta, v. 11, p. 1722–1730, 2008.
SATO, M.I.Z.; BARI, M.D.; LAMPARELLI, C.C.; TRUZZI, A.C.; COELHO, M.C.L.S.; HACHICH, E.M. Sanitary quality of sands from marine recreational
beaches of São Paulo, Brazil. Brazilian Journal of Microbiology. São Paulo, v. 36, p. 321-326, 2005. SCHLEIFER, K.H; KILPER-BALZ, R. Transfer of Streptococcus faecalis and Streptococcus faecium to the Genus Enterococcus norn. rev. as Enterococcus faecalis comb. nov. and Enterococcus faecium comb. Nov. International
Journal of Systematic Bacteriology. Washington, v.34, n.1, p. 31-34, 1984.
SEMEDO, T.; SANTOS, M.A.;LOPES, M.F.; FIGUIREDO, J.J.; BARRETO, M.T.; TENREIRO, R. Virulence factors in food, clinical and reference
Enterococci: A common trait in the genus?. Systematic and Applied Microbiology. Amsterdam, v.26, n. 1, p. 13-22, 2003.
SEMENZA, J.C.; CAPLAN, J.S.; BUESCHER, G.; DAS, T.; BRINKS, M.V.; GERSHUNOV. Climate Change and Microbiological Water Quality at California Beaches. EcoHEALTH. Washington, v. 9, n.3, p. 293-297, 2012.
SEPPÄLÄ, H.; HAANPERÄ, M.; AL-JUHAISH, M.; JÄRVINEN, H.; JALAVA, J.; HUOVINEN, P. Antimicrobial susceptibility patterns and macrolide resistance
genes of viridans group streptococci from normal flora. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. Oxford, v. 52, p. 52, 636–644, 2003.
SERVAIS, P.; GARCIA-ARMISEN, T.; GEORGE, I.; BILLEN, G. Fecal bacteria in the rivers of the Seine drainage network (France): Sources, fate and modelling. Science of the Total Environment. Amsterdam, v. 375, n.1-3, p.
152-167, 2007. SHANKAR, V.; BAGHDAYAN, A.S.; HUYCKE, M.M.; LINDAHL, G.; GILMRE, M.S. Infection-derived Enterococcus faecalis strains are enriched in esp, a gene
encoding a novel surface protein. Infection and Immunity. Washington, v. 67, p.193-200, 1999.
SHERMAN, J.M. The streptococci. Bacteriology Review. Washington, v.1, p. 3-97, 1937.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 138
SHEWMAKER, P.L; STEIGERWALT, A.G;NICHOLSON, A.C;CARVALHO, M.G; FACKLAM, R.R; WHITNEY, A.M;TEIXEIRA, L.M. Reevaluation of the Taxonomic Status of Recently Described Species of Enterococcus: Evidence
that E. thailandicus Is a Senior Subjective Synonym of “E. sanguinicola” and Confirmation of E. Caccae as a Species Distinct from E. Silesiacus. Journal of
Clinical Microbiology. Washington, v. 49, n.7, p. 2676–2679, 2011.
SHIBATA, T.; SOLO GABRIELE, H.M.; FLEMING, L.E.; ELMIR, S. Monitoring marine recreational water quality using multiple microbial indicators in an urban
tropical environment. Water Research. Amsterdam, v. 38, n.13, p. 3119–3131, 2004.
SILVA, V.C.; NASCIMENTO, A.R.; MOURÃO, A.P.C.; NETO, S.V.C.; COSTA, F.N. Contaminação por Enterococcus da água das praias do município de São Luís, Estado do Maranhão. Acta Scientarum Technology. Maringá-Eduem, v.
30, n.2, p. 187-192, 2008. SINCLAIR, J.L; ALEXANDER, M. Role of Resistance to Starvation in Bacterial
Survival in Sewage and Lake Water. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v. 48, n.2, p. 410-415, 1984.
SING, B.R. Prevalence of vancomycin resistance and multiple drug resistance in enterococci in equids in North India. Journal of Infection in Developing Countries. Sassari/Italia, v.3, n.7, p.498-503, 2009.
SINTON, L.W.; HALL, C.H.; LYNCH, Ph.A.; DAVIES-COLLEY, R.J. Sunlight Inactivation of Fecal Indicator Bacteria and Bacteriophages from Waste
Stabilization Pond Effluent in Fresh and Saline Waters. Applied and Environmental Microbiology. Washington, v.68, n.3, p. 1122-1131, 2002.
SINTON, L.W.; DONNISON, A.M.; HASTIE, C.M. Faecal streptococci as faecal pollution indicators: A review. Part I: Taxonomy and enumeration. New Zeland Journal of Marine and Freshwater Research. Wellington, v. 27, n.1,
p.101-115, 1993. SIREKBASAN, . G N , N. SIREKBASAN, S. K ŞK C , M. MIDI I, K. Phenotypes and Genotypes of Macrolide-Resistant Streptococcus Pneumoniae. Balkan Medical Journal. Trakya, v.32, p. 84-88, 2015.
SKÓRCZEWSKI, P.; MUDRYK, Z.J. Different antibiotic resistance of neustonic and planktonik bacteria in a freshwater coastal lake: Implication for strain selection. Polish Journal of Ecology. Varsóvia, v.60, n.1, p. 153-162, 2012.
SMITH, A.; JACKSON, M.S., KENNEDY, H. Antimicrobial susceptibility of viridans group streptococcal blood isolates to eight antimicrobial agents.
Scandinavian Journal of Infectious Diseases. London, v. 36, n. 4, p. 259-263, 2004.
SNEATH, P.H.A.; MAIR, N.S.; SHARP, M.E.; HOLT, J.G. Bergeyיs Manual of
Systematic Bacteriology, v.2. Williams &Wilkins, Baltimore,1986.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 139
SOOD, S.; MALHOTRA, M.; DAS, B.K.; KAPIL, A. Enterococcal infections & antimicrobial resistance. Indian Journal of Medical Research. Mumbai, v.128, p.111-121, 2008.
STEVENS, D.L. Infections due to Gram-positive cocci. ACP Medicine. 2009.
Disponível em: http://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/acp-
medicine/4352/infeccoes_por_cocos_gram_positivos.htm. Acesso em: 18 FEV.
2015.
STRADIOTTO, G.C. Densidade e resistência a antimicrobianos de
Enterococcus sp e Escherichia coli isolados de águas, areias e algas do gênero Sargassum de praias recreacionais do Litoral Norte do Estado de São Paulo. 97f. Dissertacao (Mestrado em Ciencias Biológicas. Microbiología
Aplicada), Instituto de Biociências do campus de Rio Claro. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Campus de Rio Claro/SP, 2013.
SUKONTASING, S.; TANASUPAWAT, S.; MOONMANGMEE, S. ; LEE, J-S.; SUZUKI, K-I. Enterococcus camelliae sp. nov., isolated from fermented tea
leaves in Thailand. International Journal of Systematic and Evolutionary
Microbiology. Cambridge, v. 57, p. 2151–2154, 2007. SUN, Y.; KONG, F.; ZHAO, Z.; GIBERT, G.L. Comparison of a 3-Set Genotyping System with Multilocus Sequence Typing for Streptococcus agalactiae (Group B Streptococcus). Journal of Clinical Microbiology.
Washington, Vol. 43, No. 9, p. 4704–4707, 2005.
ŠVEC, P. BR ND VÁ, H. Enterococcus spp. associated with plants. 31st
annual meeting of the European Culture Collections' Organization (ECCO): Closing the gap between science and society, Braga, Portugal, 14-15 June,
2012. ŠVEC, P. VANDAMME, P. BR ND VÁ, H. H CH VA, P. K SINA M. MASLANOVÁ, I.; SEDLÁCEK, I. Enterococcus plantarum sp. nov., isolated
from plants. International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. Cambridge,v. 62, p. 1499–1505. 2012.
ŠVEC, P. VANCANNE , M. SED ÁCEK, I. NASER, S.M. SNA WAER , C. LEFEVRE, K.;HOSTE, B.; SWINGS, J. Enterococcus silesiacus sp. nov. and
Enterococcus termitis sp. nov. International Journal of Systematic and
Evolutionary Microbiology. Cambridge, v.56, p. 577–581, 2006.
ŠVEC, P. VANCANNE , M. DEVRIESE, . NASER, S.M. SNA WAER , C. LEFEVRE, K.;HOSTE, B.; SWINGS, J. Enterococcus aquimarinus sp. nov., isolated from sea water. International Journal of Systematic and
Evolutionary Microbiology. Cambridge, v.55, p. 2183–2187, 2005. ŠVEC, P. DEVRIESE, . SED ÁCEK BAE E, M. VANCANNE , M. HAESEBROUCK, F.; SWINGS, J.; DOSKA, J. Enterococcus haemoperoxidus sp. nov. And Enterococcus moraviensis sp. nov., isolated from water.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 140
International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. Cambridge, v. 51, p. 1567-1574, 2001.
TAVARES, W. Bactérias gram-positivas problemas: resistência do estafilococo, do enterococo e do pneumococo aos antimicrobianos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. São Paulo, v. 33, n. 3, p. 281-301, 2000.
TAZUMI, A.; MAEDA, Y.; GOLDSMITH, C.E.; COULTER, W.A.; MASON, C.; MILLAR, B.C.; McCALMONT, M.; RENDALL, J.; ELBORN, J.S.; MATSUDA, M.;
MOORE, J.E. Molecular characterization of macrolide resistance determinants [erm(B) and mef(A)] in Streptococcus pneumoniae and viridians group streptococci (VGS) isolated from adult patients with cystic fibrosis (CF). Journal
of Antimicrobial Chemotherapy. Oxford, v. 64, p. 501–506, 2009. TEIXEIRA, L.M.; MERQUIOR, V.L.C. Enterococcus. Chapter 2, p. 11. In:
Molecular typing in bacterial infections. Infectious Disease. Washington. Filippis,I; McKee, M.L. (Eds). XII, p.484, 2013. TEIXEIRA, L. M.; CARVALHO, M.G.S.; FACKLAM, R.R. Enterococcus, p. 430–442. In: Manual of clinical microbiology, 9th ed. American Society for
Microbiology, Washington, DC, 2007.
TERAO, Y. The virulence factors and pathogeni cmechanisms of Streptococcus pyogenes. Journal of Oral Biosciences. Amsterdam, v.54, p. 96-100, 2012.
THINGSTAD, T.F. Elements of a theory for the mechanisms controlling abundance, diversity, and biogeochemical role of lytic bacterial viruses in
aquatic systems. . Limnology and Oceanography. New Jersey, v, 45, n.6, p. 1320-1328, 2000.
THOMPSON, C.C.; EMMEL, V.E.; FONSECA, E.L.; MARIN, M.A.; VICENTE, A.C.P. Streptococcal taxonomy based on genome sequence analyses. F1000Reseach. London, v.1, n.2, p. 1-9, 2013.
TOGNERI, A; LOPARDO, H; CORSO, A. Bacteriemia por Enterococcus gallinarum com alto nível de resistência a glicopéptidos: primer caso
documentado em Argentina. Revista Argentina de Microbiología. Buenos Aires, v. 35, p. 96-99, 2003.
TOLEDO, C; PÉREZ, M.E; ROCCHI, M; GRIBAUDO, G; MANGIATERRA, S; MONTERISI, A. Aislamiento de espécies de enterococos causantes de infecciones y su sensibilidad a los antimicrobianos. Revista Argentina de
Microbiología. Buenos Aires, v.36, p. 31-35, 2004. TRAVERS, K.; BARZA, M. Morbidity of infections caused by antimicrobial-
resistant bacteria. Clinical Infectious Diseases. Oxford, v.34, Suppl. 3, p. 131-134, 2002.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 141
TRIVEDI, K.; CUPAKOVA, S.; KARPISKOVA, R. Virulence factors and antibiotic resistance in enterococci isolated from food-stuffs. Veterinarni Medicina. Praga, v.56, n.7, p. 352–357, 2011.
TYRRELL, G.; TURNBULL, L.A.; TEIXEIRA, L.M.; LEFEVRE, J.; CARVALHO, M.G.S.; FACKLAM, R.R.; LOVGREN, M. Enterococcus gilvus sp. nov. and
Enterococcus pallens sp. nov. Isolated from Human Clinical Specimens.
Journal of Clinical Microbiology. Washington, v.40, n.4, p. 1140-1145, 2002.
UDO, E.E.; AL-SWEIH, N.; PHILLIPS, O.A.; CHUGH, T.D. Species prevalence and antibacterial resistance of enterococci isolated in Kuwait hospitals. Journal of Medical Microbiology. Amsterdan, v. 52, p. 163–168, 2003.
UK STANDARDS FOR MICROBIOLOGY INVESTIGATIONS. Identification of Streptococcus species, Enterococcus species and Morphologically Similar
Organisms. Standars Unit, Microbiology Services, Public Health England (PHE). London, id.4, q.3, p. 36, 2014.
USEPA - US.ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. Recreational Water Quality Criteria, 69p. Office of Water 820/F/12/058. US. Environmental Protection Agency. Washington, DC, 2012.
USEPA - US.ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. Ambient water quality criteria for bacteria. EPA 440/5-84-002. US. Environmental Protection
Agency. Washington, DC, 1986. VARALDO, P.E.; MONTANARI, M.P.; GIOVANETTI, E. Genetic Elements
Responsible for Erythromycin Resistance in Streptococci. Antimicrobial Agents of Chemotherapy. Washington, v. 53, n.2, p. 343–353, 2009.
VENIERI, D.; CHATZISYMEON, E.; GONZALO, M.S.; ROSAL, R.; MANTZAVINOS, D. Inactivation of Enterococcus faecalis by TiO2-mediated UV and solar irradiation in water and wastewater: culture techniques never say the
whole truth? Photochemical and Photobiological Sciences. London, v. 10, n.11, p. 1744-1750, 2011.
VERSALOVIC, J.; SCHNEIDER, M.; BRUIJN, F.J.; LUPSKI, J.R. Genomic fingerprinting of bacteria using repetitive sequence-based Polymerase Chain Reaction. Methods in Molecular and Cellular Biology. Washington, v. 5, p.
25-40, 1994. VIEIRA, R.H.S.F; MENEZES, F.G.R.; COSTA, R.A.; MARINS, R.V; ABREU,
L.M; FONTELES-FILHO, A. A.; SOUSA, O.V. Galerías pluviais como fonte de poluição de origem fecal para as praias de Fortaleza-Ceará. Arquivos de Ciências do Mar. Fortaleza, v.44, p.5-12, 2011.
VIEIRA, R.H.S.F; OLIVEIRA, A.C.N; SOUSA, O.V. Monitoramento microbiológico das águas e areias das praias do Meireles e do Futuro
(Fortaleza, Ceará) Boletim Técnico Científico. Cepnor, Belém, v.7, n.1, p.17-26, 2007.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 142
VITALI, L.A.; ZAMPALONI, C.; PRENNA, M.; RIPA, S. PCR M Typing: a new method for rapid typing of group A streptococci. Journal of Clinical
Microbiology. Washington, v. 40, n.2, p. 679–681, 2002. WADE, T.J.; SAMS, E.; BRENNER, K.P.; HAUGLAND, R.; CHERN, E.;
BEACH, M.; WYMER, L.; RANKIN, C.C.; LOVE, D.; LI, Q.; NOBLE, R.; DUFOUR, A.P. Rapidly measured indicators of recreational water quality and swimming-associated illness at marine beaches: a prospective cohort study.
Environmental Health. Denver, v.9, n.66, p. 2-14, 2010. WADE, T.J.; CALDERON, R.L.; SAMS, E.; BEACH, M.; BRENNER, K.P.;
WILLIAMS, A.H.; DUFOUR, A.P. Rapidly Measured Indicators of Recreational Water Quality Are Predictive of Swimming-Associated Gastrointestinal Illness. Environmental Health Perspectives. Detroit, v.114, n.1, p. 24-28, 2006.
WADE, T.J; PAI, N.; EISENBERG, J.N; COLFORD, J.M.J. Do U.S. Environmental Protection Agency water quality guidelines for recreational
waters prevent gastrointestinal illness? A systematic review and meta-analysis. Environmental Health Perspectives, Detroit, v.111, n.8, p. 1102–1109, 2003.
WANG, Y.; ZHANG, W.; WU, Z.; LU, C. Reducedvirulence is an important characteristic of biofim infection of Streptococcus suis. FEMS Microbiology Letters. Oxford, v. 316, p. 36-43, 2011.
WARD, P.N.; HOLDEN, M.T.G.; LEIGH, J.A.; LENNARD, N.; BIGNELL, A.; BARRON, A.; CLARK, L.; QUAIL, M.A.; WOODWARD, J.; BARRELL, B.G.;
EGAN, S.A.; FIELD, T.R.; MASKELL, D.; KEHOE, M.; DOWSON, C.G.; CHANTERS, N.; WHATMORE, A.M.; BENTLEY, S.D.; PARKHILL, J. Evidence for niche adaptation in the genome of the bovine pathogen Streptococcus
uberis. BMC Genomics. Washington, v. 10, n.54, 17p., 2009.
WEBER; F.T.; DIAS, C.; COSTA, M. Antimicrobial susceptibility of Streptococcus pneumoniae and gentotypic characterization of erythromycin-
resistant strains in Porto Alegre, Brazil. Brazilian Journal of Microbiology. São Paulo, v. 41, p. 1-5, 17 p., 2010.
WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for safe recreational water environments: Swimming pools and similar environments, Geneva, v.2,
146p., 2006. WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for safe inter-
regionalístico environments. Coastal and fresh-waters, Geneva, v.1, 253p., 2003.
WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Monitoring Bathing Waters - A Practical Guide to the Design and Implementation of Assessments and Monitoring Programmes. Chapter 8: Sanitary inspection and microbiological
water quality. Jamie Bartram and Gareth Rees (Ed), London, 2000.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 143
WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for safe recreational-water environments. Coastal and fresh-waters. Draft for consultation. WHO/EOS/98.14. Geneva, v.1, 208 p., 1998.
WIERZBOWSKI, A.K.; NICHOL, K.; LAING, N.; HISANGA, T.; NIKULIN, A.; KARLOWSKY, A.; HOBAN, D.J.; ZHANEL, G.G. Macrolide resistance mechanisms among Streptococcus pneumonia isolated over 6 years of
Canadian Respiratory Organism Susceptibility Study (CROSS) (1998–2004). Journal of Antimicrobial Chemotherapy. Oxford, v. 60, p. 733–740, 2007.
WOODBURY, R.L.; KLAMMER, K.A.; XIONG, Y.; BAILIFF, T.; GLENNEN, A.; BARTKUS, J.M.; LYNFIELD, R.; BENEDEN, C.V.; BEALL, B.W. Plasmid-borne erm(T) from invasive, macrolide-resistant Streptococcus pyogenes strains.
Antimicrobial Agents and Chemotherapy. Washington, v. 52, n.3, p. 1140-1143, 2008.
WU, J.; LONG, S.C; DAS, D. ;DORNER, S.M. Are microbial indicators and pathogens correlated? A statistical analysis of 40 years of research. Journal of
Water and Health. London, v. 9, n. 2, p. 265-278, 2011. WYRES, K.; TONDER, A.V.; LAMBERTSEN, L.M.; HAKENBECK, R.; PARKHILL, J.;
BENTLEY, S.D.; BRUEGGEMANN, A.B. Evidence of antimicrobial resistance-conferring genetic elements among pneumococci isolated prior to 1974. BMC genomics. Washington, v. 14, 8p., 2013.
YOSHIOKA, C.R.M.; MARTINEZ, M.B.; BRANDILEONE, M.C.C.; RAGAZZI, S.B.; GUERRA, M.L.L.S.; SANTOS, S.R.; SHIEH, H.H.; GILIOS, A.E. Analysis of invasive pneumonia-causing strains of Streptococcus pneumoniae: serotypes
and antimicrobial susceptibility. Jornal de Pediatria. Amsterdam, v.87, n.1, p. 70-75, 2011.
ZDGRAS, A.; PARTHENIOU, P.; KOTZAMANIDIS, C.; PSONI, L.; KOUTITA, O.; MORAITOU, E.; TZANETAKIS, N.; YIANGOU, M. Molecular
characterization of low-level vancomycin-resistant enterococci found in coastal water of Thermaikos Gulf, Northern Greece. Water Research. Amsterdam, v.42, p. 1274-1280, 2008.
ZOLEZZI, P.C.; LAPLANA, L.M.; CALVO, C.R.; CEPERO, P.G.; ERAZO, M.C.; GÓMEZ-LUS, R. Molecular Basis of Resistance to Macrolides and Other Antibiotics in Commensal Viridans Group Streptococci and Gemella spp. and
Transfer of Resistance Genes to Streptococcus pneumonia. Antimicrobial
Agents and Chemotherapy. Washington, v. 48, n.9, p. 3462–3467, 2004.
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 144
ANEXO A - PRECIPITAÇÕES DIARIAS – LITORAL DE FORTALEZA (MAIO – JUNHO/2013)
Fonte:http://www.funceme.br/app/calendario/produto/municipios/maxima/diario?
data=hoje.
*Os dados de referencia estão destacados em negrita em acordo ao horário da coleta e os
dados no horário da chuva relativa.
Estação/
Chuva
Relativa
DATA COLETA-Hora
05/05/13 06/05/13 07/05/13
1
(10: 30 ás 11:00)
CASTELÃO 0,0 mm 1,0 mm 0,0 mm
Chuva
Relativa
7:00 04/05/13 ás
7:00 05/05/13
7:00 05/05/13 ás
7:00 06/05/13
7:00 06/05/13 ás
7:00 07/05/13
12/05/13 13/05/13 14/05/13
2
(11: 05 ás 11:40),
CASTELÃO 2,1 mm 0,0 mm 3,8 mm
Chuva
Relativa
7:00 11/05/13 ás
7:00 12/05/13
7:00 12/05/13 ás
7:00 13/05/13
7:00 13/05/13 ás
7:00 14/05/13
19/05/13 20/05/13 21/05/13
3
(10: 30 ás 11:05)
CASTELÃO 27,6 mm 14,8 mm 1,5 mm
Chuva
Relativa
7:00 18/05/13 ás
7:00 19/05/13
7:00 19/05/13 ás
7:00 20/05/13
7:00 20/05/13 ás
7:00 21/05/13
26/05/13 27/05/13 28/05/13
4
(10: 55 ás 11:25)
CASTELÃO 3,8 mm 0,0 mm 0,0 mm
Chuva
Relativa
7:00 25/05/13 ás
7:00 26/05/13
7:00 26/05/13 ás
7:00 27/05/13
7:00 27/05/13 ás
7:00 28/05/13
02/06/13 03/06/13 04/06/13
5
(10: 55 ás 11:30)
CASTELÃO 0,0 mm 0,0 mm 5,0 mm
Chuva
Relativa
7:00 01/06/13 ás
7:00 02/06/13
7:00 02/06/13 ás
7:00 03/06/13
7:00 03/06/13 ás
7:00 04/06/13
Rodríguez, M. T. T. Streptococcus e Enterococcus isolados de águas marinhas e de galerias.............. 145