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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ENGENHARIA CIVIL ALINE CONTIN CARVALHO ALINE PESCAROLO ANA CAROLINA SIMIONI USO DE ARGAMASSA CIMENTÍCIA COM ADIÇÃO DE DIÓXIDO DE TITÂNIO PARA REMOÇÃO DE SO 2 DO AR Curitiba/PR 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - DCC · problemas ambientais, tais como a chuva ácida que contamina rios, lagos e solos com substâncias tóxicas e nocivas à saúde. ... (FORNARO,

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

ENGENHARIA CIVIL

ALINE CONTIN CARVALHO

ALINE PESCAROLO

ANA CAROLINA SIMIONI

USO DE ARGAMASSA CIMENTÍCIA COM ADIÇÃO DE DIÓXIDO DE TITÂNIO PARA REMOÇÃO DE SO2 DO AR

Curitiba/PR

2013

ALINE CONTIN CARVALHO

ALINE PESCAROLO

ANA CAROLINA SIMIONI

USO DE ARGAMASSA CIMENTÍCIA COM ADIÇÃO DE DIÓXIDO DE TITÂNIO PARA REMOÇÃO DE SO2 DO AR

Curitiba/PR

2013

Trabalho de Conclusão de

Curso apresentado como requisito

essencial para obtenção do Diploma

de Graduação em Engenharia Civil, da

Universidade Federal do Paraná.

Orientador: Prof. Dr. Leonardo

Fagundes Rosemback Miranda

ALINE CONTIN CARVALHO

ALINE PESCAROLO

ANA CAROLINA SIMIONI

USO DE ARGAMASSA CIMENTÍCIA COM ADIÇÃO DE DIÓXIDO DE TITÂNIO PARA REMOÇÃO DE SO2 DO AR

Curitiba, 15 de março de 2013

Prof. e Orientador Dr. Leonardo Fagundes Rosemback Miranda Universidade Federal do Paraná

Prof. Dr. Marcelo Henrique Farias de Medeiros Universidade Federal do Paraná

Dr. Kleber Franke Portella LACTEC

Trabalho de Conclusão de

Curso apresentado como requisito

essencial para obtenção do Diploma

de Graduação em Engenharia Civil, da

Universidade Federal do Paraná.

DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho à família, amigos e amados, pois sem o seu

apoio e compreensão nada seria possível.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos que colaboraram com a nossa graduação e com o

desenvolvimento deste trabalho.

Agradecemos ao nosso orientador professor Doutor Leonardo Fagundes

Rosemback Miranda, que nos sugeriu o tema e orientou, ao Doutor Kleber

Franke Portella, que nos permitiu estudar junto o assunto, às doutorandas

Marcelle Maia Bonato e Mariana d’Orey Gaivão Portella Bragança pelo apoio

técnico e ao Rafael Serta pela disposição em ajudar e pelo suporte.

Agradecemos pela infraestrutura e recursos financeiros às entidades,

LACTEC, COELBA e ANEEL.

RESUMO

A poluição do ar é um problema de saúde pública, pois tem grande

correlação com doenças respiratórias. O presente trabalho foca no gás

poluente dióxido de enxofre (SO2), pois ao entrar em contato com vapor

d’água, presente na atmosfera, hidrolisa formando ácido sulfúrico (H2SO4), que

apresenta pH menor que 1 e é o aerossol ácido que mais irrita o trato

respiratório.

Neste trabalho foi analisada a eficiência da absorção/adsorção de gás

anidrido sulforoso (SO2) da atmosfera, empregando-se uma metodologia

baseada na fotocatálise do TiO2 em argamassas decorativas.

Este trabalho expõe as variações de atividade fotocatalítica para várias

concentrações de dióxido de titânio na argamassa fotocatalítica.

O ensaio laboratorial foi feito com corpos de provas de argamassas

moldados com diferentes traços e concentrações de dióxido de titânio. O gás

utilizado nos ensaios foi o SO2, armazenado sob pressão, o gás foi transferido

por uma mangueira aos equipamentos reguladores de concentração e fluxo,

onde foi misturado com ar da atmosfera, para chegar à concentração e fluxo

ideal para o ensaio. O gás então foi transferido deste equipamento por outra

mangueira até chegar ao tubo de PVC, hermeticamente fechado onde foi

colocado o corpo de prova. Dentro do tubo havia uma lâmpada de radiação

ultravioleta. Medindo a quantidade de gás que chega até o outro lado do tubo é

possível concluir se houve diminuição da concentração do gás.

Os ensaios realizados apontam que realmente existe o processo de

fotocatálise, ao expor argamassa contendo TiO2 em sua mistura à radiação

ultravioleta. A argamassa que continha a menor concentração TiO2 se mostrou

eficiente na degradação do gás, e por este motivo pode-se considerar como

desperdício o uso de porcentagens maiores desta substância.

ABSTRACT

Air pollution is a public health problem because it has a high correlation

with respiratory diseases. This paper focuses on gas pollutant sulfur dioxide

(SO2), because when contacting the water vapor present in the atmosphere

reacts with the hydroxyl radical to form sulfuric acid (H2SO4), which has a pH

less than 1 and is acid aerosol that most irritates the respiratory tract.

In this paper were analyzed efficiency of absorption/adsorption of

sulfurous dioxide gas (SO2) in the atmosphere, using a methodology based on

the TiO2 photocatalysis in decorative mortars The mortar acquires the

photocatalytic property, because it is made with the addition of titanium dioxide

(TiO2) and receives incidence of ultraviolet lights.

This paper presents the variation of photocatalytic activity for different

concentrations of titanium dioxide in the photocatalytic mortar.

The laboratory tests were done to test samples of mortars with different

traces and concentrations of titanium dioxide. The gas used in the tests was

SO2, stored under pressure, gas was transferred through a hose and reaches

the equipment concentration and flow regulators where it was mixed with air

from the atmosphere to reach optimal flow and concentration for the test. Then,

the gas was transferred of the equipment to the PVC pipe, hermetically sealed

that was where we will put the test piece. Inside the tube there was a U.V. lamp.

Measuring the amount of gas that arrives to the other side of the pipe is

possible to conclude if there was decrease in the gas concentration.

The tests show that there is indeed the photocatalysis process by

exposing mortar containing TiO2 in your mix to ultraviolet radiation. The mortar

containing the lowest concentration of TiO2 proved efficient in degradation of

the gas, therefore can be considered as a waste the use of larger percentages

of this substance.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Diferença entre os orbitais de compostos condutores,

semicondutores e isolantes. ............................................................................. 17

Figura 2. Partícula de um semicondutor. ............................................ 17

Figura 3. Esquema do Processo Kroll. ................................................ 20

Figura 4. Ilmenitas da Floresta-PE. ..................................................... 21

Figura 5. Representação da Estrutura do Rutilo ................................. 24

Figura 6. Representação da Estrutura do Anatásio. ........................... 25

Figura 7. Argamassa base. ................................................................. 32

Figura 8. Corpos de prova já com a argamassa fotocatalítica. ........... 33

Figura 9. Corpos de prova em cura, envolvidos com filme plástico. ... 34

Figura 10. Gás SO2 armazenado sob pressão. .................................... 35

Figura 11. Equipamentos utilizados. ..................................................... 35

Figura 12. . Esquema para melhor entendimento do ensaio. ............... 36

Figura 13. Gráfico da variação do SO2 de acordo com concentração de

TiO2 no período. ............................................................................................. 37

Figura 14. Gráfico da concentração de SO2 para as porcentagens de

TiO2 nos tempos: 5, 15, 35 e 45 minutos. ....................................................... 39

Figura 15. Gráfico da concentração de SO2 para as relações a/c nos

tempos: 5, 15, 35 e 45 minutos. ....................................................................... 39

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Argamassas com diferentes teores de TiO2. ....................... 33

Tabela 2. Maior porcentagem de redução da concentração do SO2 para

cada amostra ............................................................................................. 38

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ........................................................................................................................ 4

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... 5

RESUMO ............................................................................................................................... 6

ABSTRACT ............................................................................................................................. 7

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................. 8

LISTA DE TABELAS ................................................................................................................. 9

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 11

1.1 IMPORTÂNCIA DO TRABALHO ........................................................................................ 11

1.2 OBJETIVO ....................................................................................................................... 12

1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 12

1.3.1 Ambiental ............................................................................................................. 12

1.3.2 Social .................................................................................................................... 13

1.3.3 Econômica ............................................................................................................ 14

1.3.4 Tecnológica........................................................................................................... 14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 15

2.1 FOTOCATÁLISE ............................................................................................................... 15

2.2 DIÓXIDO DE TITÂNIO ...................................................................................................... 19

2.2.1 Titânio .................................................................................................................. 19

2.2.2 Obtenção, Característica e Aplicação do Dióxido de Titânio ................................ 22

2.3 USO DO DIÓXIDO DE TITÂNIO EM ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO ............................ 26

2.3.1 Argamassas para Revestimento ........................................................................... 26

2.3.2 Argamassas combinadas com TiO2 ...................................................................... 27

2.3.3 Resultados para uso de fotocatálise em substratos porosos ............................... 28

2.4 RESUMO ......................................................................................................................... 29

3 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL ................................................................................. 31

3.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ................................................................... 31

3.2 PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA .......................................................................... 32

3.3 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE SO2 ............................................................... 34

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................................................... 37

CONCLUSÃO......................................................................................................................... 40

TRABALHOS SUGERIDOS ...................................................................................................... 41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 42

ANEXO A – INFORMAÇÃO DO PRODUTO TIO2 P 25 ............................................................... 47

11

1 INTRODUÇÃO

1.1 IMPORTÂNCIA DO TRABALHO

A poluição do ar é um problema de saúde público, pois tem grande

correlação com doenças respiratórias. O aumento da poluição está diretamente

ligado com o aumento das internações causadas por doenças respiratórias

(FREITAS et al., 2004), mesmo quando as quantidades de poluentes medidos

na atmosfera forem menores que o máximo permitido pela legislação

(BAKONYI et al., 2004).

Por exemplo, um aumento de 40,4 g de material particulado, por metro

cúbico de ar, na média de três dias, foi associado a um aumento de 5% nas

consultas por doenças respiratórias de crianças, dados tirados de uma

pesquisa feita na cidade de Curitiba (BAKONYI et al., 2004).

Tendo em vista o problema da poluição atmosférica nas grandes

cidades, deseja-se, por meio de uma solução fácil, prática e pouco dispendiosa

de custos e mão de obra, ajudar a reduzir este problema.

As construções ocupam grande parte das cidades e a maior área de

uma construção é sua superfície de cobrimento que fica em contato com a

atmosfera. Considera-se uma boa tática para ajudar o meio ambiente usar

estas áreas para despoluir o ar.

No Brasil, o costume de usar argamassa decorativa está crescendo.

Este trabalho busca mostrar que, quando são utilizadas argamassas com

substância fotocatalítica na superfície das construções, estas adquirem uma

função despoluidora, pois pelas atividades fotocatalíticas os gases tóxicos

serão eliminados da atmosfera.

A hipótese geral para deste trabalho é:

Criar superfícies despoluidoras do ar aplicando uma argamassa com substância fotocatalítica em base cimentícia.

12

Assim, a importância deste trabalho está no fato de poder contribuir na

tecnologia do uso de substância fotocatalítica em argamassas de fachada para

a remoção de SO2 do ar.

1.2 OBJETIVO

O objetivo geral deste trabalho foi avaliar o desempenho do uso do TiO2

em argamassas na remoção de SO2 do ar.

Como objetivos específicos, podem ser citados:

• avaliar o desempenho do TiO2 na remoção de SO2 do ar e a influência

do seu teor na composição da argamassa;

• avaliar a interferência da exposição aos raios ultravioleta;

• verificar a interferência da relação água/cimento da argamassa nos

resultados.

1.3 JUSTIFICATIVA

1.3.1 Ambiental

O aumento da concentração de gases tóxicos no ar geram vários

problemas ambientais, tais como a chuva ácida que contamina rios, lagos e

solos com substâncias tóxicas e nocivas à saúde.

A acidez encontrada na água da chuva é originada pela oxidação de

gases provenientes da queima de combustíveis fósseis, como compostos de

enxofre, nitrogênio e carbono (COWLING, 1982). Os óxidos de nitrogênio

(NOx), por exemplo, contribuem na formação de oxidantes fotoquímicos e na

deposição de ácidos (KASTING e SINGH, 1986).

13

Vários estudos estão sendo feitos com superfícies fotocatalíticas e seus

resultados estão se mostrando muito bons, um exemplo é de que, ao executar

um calçamento com propriedades fotocatalíticas em uma estrada, este degrada

15% do NOx produzido pelos carros, isto significa um resultado mais eficiente

do que se fossem plantadas árvores nos dois bordos da pista (CHEN; LI,

2007).

O dióxido de enxofre (SO2), ao ser lançado na atmosfera com presença

do vapor d’água, hidrolisa, formando ácido sulfúrico (H2SO4), que apresenta pH

menor que 1 e por esse motivo é o aerossol ácido que mais irrita o trato

respiratório (BRAGA et al., 2012).

Quanto maior a permanência do dióxido de enxofre (SO2) e seus

derivados no ar, maior sua área de atuação devido a sua dispersão para

regiões distantes das fontes primárias (BRAGA et al., 2012).

Outros estudos sugerem que se todas as ruas, calçadas e superfícies de

construções fossem tratadas, a qualidade do ar melhoraria em 80% (CHEN; LI,

2007).

1.3.2 Social

Com o crescimento populacional e desenvolvimento industrial, a

demanda por energia aumentou. Uma das formas de se conseguir energia é

pela combustão de óleos fósseis, sendo essa uma grande geradora de

poluentes (FORNARO, 2006).

A poluição do ar foi identificada como um problema de saúde pública,

pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que já está atingindo proporções

críticas (WHO, 1994). Em algumas áreas urbanas a concentração de poluentes

é tão alta ao ponto de provocar doenças como, deficiência pulmonar e

cardiovascular, efeitos neurocomportamentais e, até, aumento na mortalidade

(WHO, 1994; SALDIVA et al., 1995). Os mais afetados são, as crianças, idosos

e pessoas com doenças respiratórias (BRAGA et al., 2012).

14

1.3.3 Econômica

A alta concentração de poluentes gera o aumento de gastos na área da

saúde, com tratamentos médicos devido às doenças já citadas e na área de

despoluição e descontaminação de rios, lagos e solos. Como o objetivo deste

trabalho é diminuir a concentração de gases nocivos nas regiões onde a

técnica será aplicada, espera-se que estes gastos sejam reduzidos.

1.3.4 Tecnológica

Este trabalho trata do desenvolvimento de uma argamassa que poderá

ser utilizada na construção civil, ligado a proteção do meio ambiente, com

características únicas, sendo assim um avanço tecnológico na área de

materiais.

15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A energia produzida pelo sol é, aproximadamente, igual a 5x1024 J por

ano, que é 10.000 vezes superior ao consumo de energia do mundo todo no

mesmo período. Como grande parte da terra está ocupada por construções,

utilizar materiais que reajam com essa energia para melhorar a qualidade do

meio ambiente se torna uma ótima maneira de reduzir a poluição e os

problemas causados por esta (DIAMANTI et al., 2008).

Os materiais que podem se encaixar nesta nova ideia são os de

atividade fotocatalítica, pois podem catalisar a mineração de agentes

poluentes, tanto os orgânicos como inorgânicos (DIAMANTI et al., 2008).

A eficiência da fotocatálise para a inativação de microrganismos,

principalmente em suspensão aquosa, já é confirmada por muitos estudos

(WUTKE et al., 2003), porém, com relação à eficiência em ambientes gasosos

não existem muitos trabalhos científicos realizados.

2.1 FOTOCATÁLISE

Em 1969, Fujishima e Honda começaram a estudar a hidrólise da água

em hidrogênio e oxigênio sem utilizar energia elétrica, apenas a solar em

combinação com o semicondutor dióxido de titânio. Com a publicação dos

resultados em 1972 começou a surgir estudos sobre a atividade catalítica do

dióxido de titânio (FUJISHIMA, 1972).

Atualmente, tem-se que a fotocatálise é um POA – processo oxidativo

avançado (NOGUEIRA, JARDIM, 1998) que permite o semicondutor neutralizar

partículas poluentes, como o SOx, NOx e VOC (benzeno, tolueno e xileno)

(BEELDENS, 2006), além de alcanos, cloroalifáticos, álcoois, ácidos

carboxílicos, fenóis, clorofenóis, herbicidas, surfactantes, corantes,

contaminantes orgânicos e compostos inorgânicos como HCN e H2S

(NOGUEIRA; JARDIM, 1998).

16

Além das classes de compostos orgânicos anteriormente citados, os

radicais hidroxilas gerados durante esse processo são capazes também de

reagir com a maioria das moléculas biológicas, resultando numa atividade

bactericida. O poder bactericida da fotocatálise foi comprovado na inativação

de microorganismos tais como Lactobacillus acidophilus, Sacharomyces

cerevisiae e Escherichia Coli (NOGUEIRA; JARDIM, 1998).

Entre as mais recentes aplicações da fotocatálise que vêm sendo

aprimoradas e já começam a ser industrializadas estão: a) desodorização de

ambientes pela utilização de filtros impregnados com TiO2, que sob iluminação

é capaz de degradar substâncias causadoras de mau odor; b) tintas

fotocatalíticas para revestimentos antibactericidas e autolimpantes, utilizados

especialmente em paredes de centros cirúrgicos; c) vidros e espelhos anti-

embaçantes, onde a característica super-hidrofílica do TiO2 quando iluminado

com luz U.V. é aproveitada. Neste caso, a água espalha rapidamente formando

um filme uniforme sobre a superfície ao invés de gotículas evitando o

embaçamento; d) vidros autolimpantes para iluminação de túneis, onde a

formação de filme de poeira oleosa na superfície dos holofotes pode ser

destruída por fotocatálise, mantendo assim o vidro sempre limpo (NOGUEIRA;

JARDIM, 1998).

Como se pode observar, a fotocatálise vem atraindo grande interesse

por ser sustentável em longo prazo. Por isso, já se conhece o funcionamento

desse processo. Na fotocatálise é formado um radical hidroxila (–OH) a partir

de moléculas de água em contato com a superfície do catalisador ativado pela

luz. O princípio básico da fotocatálise está intimamente ligado às

características do catalisador da estrutura cristalina do mesmo (QUADROS et

al., 2008).

O radical hidroxila é formado quando incide a luz solar, que possui alto

índice de UV-A, sobre o semicondutor, ocasionando uma excitação eletrônica.

Este índice de UV-A deve ser maior ou igual à energia de “band gap” para que

o elétron que está na banda de valência, vá para a banda de condução, como

pode ser observado na Figura 01. Isso leva à formação de pares elétron-lacuna

(e-BC + h+

BV) (Equação 1), que gera sítios oxidantes e redutores (Figura 02) que

podem catalisar reações químicas, isto é, oxida compostos orgânicos a CO2 e

17

H2O (Equação 2) e reduz metais dissolvidos (ZIOLLI; JARDIM, 1998;

NOGUEIRA; JARDIM, 1998).

Figura 1. Diferença entre os orbitais de compostos condutores, semicondutores e isolantes.

Fonte: SANTOS (2010)

Figura 2. Partícula de um semicondutor.

Fonte: NOGUEIRA (1998).

As lacunas fotogeradas (h+BV) têm potenciais suficientemente positivo

para gerar radicais hidroxilas (-OH) a partir de moléculas de água adsorvidas

18

na superfície do semicondutor (Equação 3) ou a partir de grupos –OH na

superfície do semicondutor (Equação 4).

Portanto, a eficiência da fotocatálise depende do processo de retirada do

elétron da superfície do semicondutor e do processo de recombinação do par

elétron-lacuna (Equação 5) (TAMBOSI, 2005).

TiO2 e-BC + h+

BV (Equação 1)

Composto orgânico + O2 CO2 + H2O + sais (Equação 2)

h+BV + H2Oads -OH + H+ (Equação 3)

h+BV + OH-

sup –OH (Equação 4)

TiO2 (e-BC + h+

BV) TiO2+calor (Equação 5)

A fotocatálise utiliza radicais livres de hidroxila para degradar os

compostos poluentes em espécies químicas inócuas (geralmente dióxido de

carbono, CO2, e água) (QUADROS et al., 2008). Uma grande variedade de

classes de compostos orgânicos tóxicos é passível de degradação por este

processo. Na maior parte, a fotodegradação leva à total oxidação dos

poluentes, gerando CO2, H2O e íons do heteroátomo presente (NOGUEIRA;

JARDIM, 1998).

Por exemplo, quando o composto poluente entra em contato com a

superfície do semicondutor, ocorre a oxidação pelo radical hidroxila. No caso

de compostos de NO, resulta NO2+ -OH (Equação 6) que combinado gera ácido

nítrico (HNO3), como mostrado na Equação 7 (CHEN; POON, 2009).

NO + HO20 NO2 + HO0 (Equação 6)

NO2 + HO0 HNO3 (Equação 7)

Outro exemplo de processo oxidativo avançado é a oxidação por H2O2,

radiação U.V., ozonização e a combinação destes (QUADROS et al., 2008).

TiO2+UV-A

h v

19

Como se pode observar, a fotocatálise é um processo de suma

importância que poderia ser mais utilizado se não fosse suas limitações. As

limitações destas técnicas de tratamento estão na faixa de comprimento de

onda da luz absorvida e no tamanho das moléculas poluentes a serem tratadas

(QUADROS, et al., 2008). Além disso, o espectro de absorção da amostra

pode afetar sensivelmente o rendimento do processo se esta absorve grande

parte da radiação U.V., dificultando a penetração de luz (NOGUEIRA; JARDIM,

1998).

Mas, mesmo com as limitações citadas, os processos oxidativos ativos

são utilizados para descontaminação em fase aquosa, com potencial de

aplicação à remediação de solos e águas contaminadas, bem como

desodorização de ambientes (NOGUEIRA; JARDIM, 1998).

Essas aplicações ambientais da fotocatálise são, normalmente, feitas

com o uso do TiO2 como elemento catalisador, cujo uso pode ser benéfico para

o tratamento de água e do ar, destacando-se a desinfecção e desodorização

de correntes de ar com baixas concentrações de poluentes, como em

ambientes de edifícios residenciais ou comerciais (QUADROS et al., 2008).

2.2 DIÓXIDO DE TITÂNIO

2.2.1 Titânio

O nome titânio tem origem da palavra grega titanes, que na mitologia

grega é um dos filhos de Gaia (terra) e Urano (Céu). Este elemento químico foi

descoberto em 1791, na Inglaterra, por Willian Justin Gregor, durante uma

experiência de tratamento de ilmenita (FeTiO3) com ácido sulfúrico (H2SO4) e

ácido clorídrico (HCl) concentrado. Porém, só recebeu sua denominação em

1794, quando o químico alemão Heimich Klaproth o determinou em uma

amostra de rutilo (TiO2) (LAROUSSE & NOVA CULTURAL, 1998).

20

Um dos procedimentos para a obtenção de titânio é o processo Kroll

(Figura 3). Este processo consiste na passagem de uma corrente de cloro no

minério aquecido em presença do carbono. O tetracloreto de titânio assim

obtido é então reduzido por magnésio fundido, a vácuo ou em atmosfera de

gás inerte. O titânio obtido se apresenta em forma de esponja e deve ser

refundido em forno elétrico (LAROUSSE & NOVA CULTURAL, 1998).

Figura 3. Esquema do Processo Kroll.

Fonte: Larousse & Nova Cultural (1998)

A produção de titânio é obtida com base em depósito primário ou

secundário. Nos depósito primário, o rutilo raramente é encontrado em

concentrações economicamente aproveitáveis. Os minerais de titânio ocorrem

associados aos minerais de ferro. Já nos depósitos secundários, também

chamados de depósitos de placers, que são localizados nas áreas de praias

onde o material quartzo é o mineral predominante, podem existir

simultaneamente os minerais ilmenita e rutilo (BALTAR et al., 2008).

Nos dois tipos de depósito, é predominante a ilmenita (Figura 4) do que

o rutilo. De acordo com o Anuário Mineral Brasileiro (DNPM, 2006), o Brasil

possui reservas medidas de 230,5 milhões de toneladas de ilmenita e 11,4

milhões de toneladas de rutilo, além de possuir a maior reserva mundial de

anatásio, com 419,2 milhões de toneladas.

21

Figura 4. Ilmenitas da Floresta-PE.

Fonte: BALTAR et al. (2008)

O titânio é um metal branco de alta densidade (4,5 g/cm³), alto ponto de

fusão (1670°C), estabilidade térmica, grande capacidade de dispersão,

excelente resistência à corrosão (semelhante à da platina), ótima característica

mecânica (semelhantes às do aço) e pouco reativo em temperatura ambiente.

Se aquecido, forma componente estáveis, dura e refratária (BALTAR et al.,

2008).

Essas características permitem o uso deste elemento em aplicações

industriais, como fabricação de turbinas para aviões supersônicos, próteses

dentárias e tubulações em água do mar. Também, é utilizado em indústrias

metalúrgicas, químicas, elétricas, cerâmicas, etc. (FROES, 1987). Mesmo

assim, o maior uso, cerca de 90% dos concentrados de minerais produzidos no

mundo, é na produção de dióxido de titânio (GONZÁLEZ-BARROS, BARCELO,

1997).

O titânio é o nono elemento mais abundante na Terra, geralmente

associado com oxigênio e ferro. Pode ser encontrado em rochas ígneas e

sedimentos derivados desta rocha. Os principais minerais constituídos por

titânio são: dióxido de titânio (TiO2), ilmenita (FeTiO3), perovskita (CaTiO3),

titanita (CaTiSiO5) (AMORIM NETO; ALMEIDA, 2009).

22

2.2.2 Obtenção, Característica e Aplicação do Dióxido de Titânio

O dióxido de titânio é um pigmento estável, com alta resistência à

mudança de cor, estabilidade térmica, excelente poder de cobertura e não

tóxico. Por estes motivos, é utilizado como pigmento branco, sensor de gás,

camada óptica, células solares, etc. Sendo as indústrias de tintas (57%), papel

(13%), borracha e tintas para impressão os maiores consumidores (BALTAR et

al., 2008).

Entre os semicondutores, o dióxido de titânio tem demonstrado ser, até o

momento, o semicondutor mais adequado para o processo fotocatalítico.

Processos que constituem, especialmente, despoluição de águas

contaminadas com micropoluentes orgânico, geração de gás hidrogênio e

sistemas anti-embaçantes e autolimpantes para espelhos (COSTA et al., 2006).

Além da despoluição de águas, o dióxido de titânio está sendo estudado,

com o patrocínio da NASA, para eliminar o gás etileno de locais para

armazenamento de frutas e vegetais (projeto Bio-Kes) e para eliminar

microrganismos patogênicos do ar, principalmente os utilizados para

bioterrorismo, como Anthrax (projeto AiroCide TiO2) (SANTOS, 2010).

Existem diversos compostos que, quando expostos ao dióxido de titânio,

se degradam. Pesticidas, dioxinas, alcóois, aldeídos, cetonas, ácidos

carboxílicos, éteres, aminas, tioéteres, mercaptanas quando reagem com o

dióxido de titânio geram formas não tóxicas (RODRÍGUEZ et al., 1996). Além

disso, o dióxido de titânio é um biocida, capaz de reagir com a maioria das

moléculas biológicas, inativando alguns microrganismos, como Lactobacillus

acidophilus, Sacharomyces cerevisiae e Escherichia Coli (NOGUEIRA,

JARDIM, 1998).

Os processos mais utilizados para obter este pigmento são a sulfatação

e a cloretação. Por sulfatação, a ilmenita (ou escória de titânio) reage com o

ácido sulfúrico (H2SO4) e resulta em sulfatos de titânio, ferroso e férrico. O

sulfato férrico é reduzido a sulfato ferroso, sendo este removido após o

resfriamento, por centrifugação. O sulfato de titânio é hidrolisado com soda

cáustica, formando hidróxido de titânio. Em seguida, é precipitado por hidrólise,

23

filtrado e calcinado, formando o dióxido de titânio denominado anatásio. A

desvantagem desse processo é que produz muito rejeito na forma de sulfato de

ferro. Cada tonelada de dióxido de titânio obtida gera 7 toneladas de resíduos,

enquanto por cloretação gera uma tonelada (FAIRBANKS, 2004).

Na cloretação, o rutilo (natural ou sintético) reage com o cloro quente,

produzindo o tetracloreto de titânio (TiCl4) volátil. Este é oxidado, com ar ou

oxigênio a 1.000°C, e forma o dióxido de titânio, que, em seguida, é calcinado,

para remoção de cloretos residuais. Uma tonelada de cloreto produz de 5 a 6

toneladas do pigmento. Por isso e pelo alto rendimento, menor poluição

ambiental e baixo custo se comparado com o processo de sulfatação, a

cloretação é utilizada em 60% dos processos de produção de dióxido de titânio.

(BALTAR et al., 2008)

O dióxido de titânio é um polimorfo, ou seja, existem diferentes arranjos

polimórficos dos cristais. Isso acontece quando, em algumas faixas de pressão

e temperatura, o elemento com composição química igual possui propriedades

diferentes. Entre as propriedades que diferem entre o mesmo elemento

químico, podem ser citadas: cor, temperatura de fusão, propriedades

mecânicas, propriedades fotocatalíticas, etc. (SANTOS, 2010)

São conhecidos três polimorfos do dióxido de titânio:

• Rutilo (tetragonal);

• Anatásio (tetragonal);

• Bruquita (ortorrômbica).

A fase bruquita é instável (SANTOS, 2010), logo, de baixo interesse.

Rutilo

O rutilo é inativo para fotodegradação de compostos orgânicos, ainda

não se sabe o motivo para isto. Imagina-se que a baixa capacidade de

adsorção de O2 em sua superfície seja um dos fatores (SANTOS, 2010).

24

Porém, é a forma mais estável termodinamicamente. Pode ser obtido a partir

da conversão do anatásio (DIEBOLD, 2004). A representação da sua estrutura

está apresentada na Figura 5.

Figura 5. Representação da Estrutura do Rutilo

Fonte: Santos (2010)

Anatásio

O anatásio é o polimorfo do dióxido de titânio que mais vem sendo

pesquisado. É um semicondutor que possui elevado poder oxidante, esse

material quando exposto a uma radiação ultravioleta, torna a superfície

oxidante e hidrofílica, esses efeitos agindo juntos podem despoluir o meio

ambiente e tornar a superfície auto limpante (MARANHÃO, 2009). A forma

anatásio é estável até 600°C durante o processo de calcinação, acima desta

temperatura, a anatásio se transforma irreversivelmente a rutilo. Isto não é

bom, para a finalidade de fotoatividade, já que a fase cristalina é a forma com

maior fotoatividade (DIEBOLD, 2004). A representação da sua estrutura está

apresentada na Figura 6.

25

Figura 6. Representação da Estrutura do Anatásio.

Fonte: SANTOS (2010).

O dióxido de titânio foi escolhido por ser uma substancia estável, ter, a

partir de sua atividade fotocatalítica, a capacidade de decompor substâncias

orgânicas (KAMITAKAHARA et al., 2011), não ser tóxico e ter um preço

acessível (DIAMANTI et al., 2008).

O uso de dióxido de titânio no substrato tem sido estudado por causa da

fotocatálise, onde reagentes são usados como catalisadores semicondutores

que fazem a fotorredução na degradação mediante a irradiação de raios

ultravioleta. O dióxido de titânio apresenta vantagens devido a sua não

toxidade e sua estabilidade química, além de adsorver a partícula durante a

degradação (MARANHÃO, 2009).

Para ativar a fotocatálise em uma partícula de TiO2 é necessária uma

fonte de energia entre 410 nm e 315 nm em comprimentos de onda, ou seja,

radiação UVA. Apenas 4% da região de espectro solar da superfície da terra

tem um comprimento de onda correspondendo a 280-400 nm, já, 45% da

energia total possui 400-700 nm, em comprimento de onda (TSENG; KUO,

2011).

Outro aspecto relacionado à fotocatálise ambiental é a disponibilidade do

dióxido de titânio, que está perto de ser um fotocatalisador ideal em vários

aspectos, por não ter um custo elevado, é altamente estável quimicamente,

além disso, os elétrons que são fotogerados são reduzidos o suficiente para

produzir superóxido em oxigênio molecular (FUJISHIMA et al., 2000).

26

2.3 USO DO DIÓXIDO DE TITÂNIO EM ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO

2.3.1 Argamassas para Revestimento

Argamassas são constituídas por fragmentos de rocha de dimensões

relativamente pequenas e um ligante. Os ligantes geralmente usados são

gesso, cal ou cimento, que são importantes para manter a forma do conjunto e

conferir solidez, pois preenchem os vazios existentes, proporcionando coesão

à mistura final (MARQUES, 2005).

Nos casos em que se necessita que a argamassa tenha características

especiais como retardamento ou a aceleração de pega, aumento da

trabalhabilidade, aumento da adesão, pode-se adicionar aditivos no momento

da sua fabricação (MARQUES, 2005).

Este material possui boa durabilidade, custos reduzidos quando

comparadas com outras tecnologias, é um material de fácil aplicação, possui

valor estético e é resistente ao fogo e ataques químicos, além de ser isolante

térmico e acústico (MARQUES, 2005).

Muitas propriedades das argamassas são consideradas positivas e

assim podem ter várias aplicações, podendo ser divididas amplamente em três

grupos: de alvenaria, de revestimento (estuque e reboco) e de suporte para

pavimentos (MARQUES, 2005).

Neste trabalho interessa ater-se às argamassas de revestimento, mais

especificamente argamassas de reboco. A função do reboco é desempenhar o

papel de uma superfície protetora, plana e regularizadora, podendo ter a

função decorativa quando receber um tratamento decorativo final (MARQUES,

2005).

Argamassas de reboco possuem variações quanto a sua resistência e

porosidade, sendo preferível às que possuem a capacidade de absorver e

libertar o vapor de água, a formação de poros, responsáveis pela porosidade

27

do material, normalmente é causada devido à hidratação do cimento e à

evaporação da água livre (MARQUES, 2005; MEHTA; MONTEIRO, 2008).

A porosidade é o volume de vazios na pasta de cimento endurecida e

está diretamente relacionada com a composição do material, o procedimento

de aplicação e o processo de cura adotado. A textura da superfície sobre a

qual é aplicada, também pode afetar essa característica. Os dados sobre a

porosidade são importantes para analisar as propriedades mecânicas do

material e sua vulnerabilidade a fenômenos que possam causar a deterioração

da estrutura (QUARCIONI et al., 2009; MEHTA; MONTEIRO, 2008).

Ter capacidade de retenção elevada, ou muito baixa, pode ser

considerada característica negativa em uma argamassa. Quando a capacidade

de retenção é elevada a presença permanente de água na estrutura pode

danificá-la, já, quando é muito baixa, pode ocorrer a absorção de água pelos

elementos que constituem a alvenaria (MARQUES, 2005).

Para garantir que todas as propriedades do reboco sejam aplicadas

estes são normalmente constituídos por várias camadas que têm função de

aderência suporte, regularização, proteção, acabamento e decoração. O ideal é

que a porosidade aumente do exterior para o interior, assegurando-se um bom

comportamento às deformações estruturais e a água (MARQUES, 2005).

A resistência mecânica está ligada à razão entre volume de sólidos e o

volume de vazios, pois quanto menor for esta razão menor será a resistência

(QUARCIONI et al., 2009).

2.3.2 Argamassas combinadas com TiO2

A incorporação de dióxido de titânio (TiO2) em argamassas de cimento

gera materiais com propriedades fotocatalíticas (TRICHÊS et al., 2011). Os

estudos sobre estes materiais focam-se na reação fotocatalítica e deixam de

lado as propriedades mecânicas e físicas. (AZEVEDO et al., 2012).

As condições ambientais interferem no desempenho das peças com

propriedades fotocatalíticas. As condições mais favoráveis são baixa umidade

28

relativa do ar, alta incidência de radiação e ventos de baixa velocidade

(TRICHÊS et al., 2011).

Quanto maiores forem os valores de radiação ultravioleta maiores são as

áreas de TiO2 ativas na superfície da peça, melhorando o desempenho na

degradação de poluentes, porém este aumento de degradação tende a um

limite determinado pela total ativação de TiO2 presentes na superfície da peça

(TRICHÊS et al., 2011).

Quando se tem uma alta umidade relativa do ar e a superfície da peça

atinge uma saturação, o poluente e a água competem pelo mesmo espaço,

gerando uma diminuição da atividade fotocatalítica (TRICHÊS et al., 2011).

2.3.3 Resultados para uso de fotocatálise em substratos porosos

As altas concentrações dos óxidos de nitrogênio e seus efeitos são

prejudiciais para a qualidade de vida. Os monitoramentos da qualidade do ar

nas grandes cidades demonstram que atualmente essas taxas estão

preocupantes. Desse modo, o uso da atividade fotocatalítica para diminuir a

poluição atmosférica das cidades com altas emissões de óxidos de nitrogênios

é um campo promissor. Neste sentido, vários estudos comprovam que a

concentração de óxidos de nitrogênio pode ser efetivamente reduzida a partir

de superfícies fotocatalíticas (MELO et al., 2010).

Por exemplo, ao executar um calçamento com propriedades

fotocatalíticas em uma estrada, este degrada 15% do NOx produzido pelos

carros, isto significa um resultado mais eficiente do que se fossem plantadas

árvores nos dois bordos da pista (CHEN; LI, 2007).

No estudo de MELO et al. (2010) foi observado que a adição de TiO2 em

pavers produz, junto com a incidência dos raios ultravioletas, a propriedade de

purificação do ar no pavimento, degradando os óxidos de nitrogênio (NOx). Os

resultados dos ensaios com as peças fotocatalíticas chegam a uma

degradação contínua de 50% do poluente. Com maiores teores de TiO2

incorporados nas peças, maior a eficiência da peça na degradação dos NOx.

29

Porém, o desgaste da superfície, a colmatação, impermeabilização por

óleos, impregnação de goma de mascar ou limpeza pouco eficiente pela ação

da chuva podem levar uma redução da eficiência fotocatalítica. Por este

motivo, seriam necessários estudos para avaliar a eficiência da tecnologia no

campo, as interferências das condições climáticas locais na fotocatálise,

durabilidade e resistências ao desgaste do revestimento de TiO2 em serviço.

(MELO et al., 2010).

Ensaios realizados por PEREIRA et al. (2010) consistem em corpos de

prova permeáveis de argamassas com dióxido de titânio que foram pintados

com caneta de tinta sintética para avaliar a remoção dessa tinta e,

consequentemente, a auto limpeza das argamassas. Concluiu-se que quanto

maior a quantidade de TiO2 mais o corpo de prova é permeável e que a

atividade fotocatalítica se desenvolve melhor quando o corpo de prova está no

plano vertical, exposto externamente e, quanto mais rugoso for o corpo de

prova maior é seu efeito fotocatalítico (PEREIRA et al., 2010).

MARANHÃO (2009) pesquisou, no âmbito dos materiais autolimpantes,

a resistência à adesão de agentes manchantes apolares e a capacidade de

limpeza espontânea, pela simples presença de radiação ultravioleta e água. O

tratamento superficial dos materiais de construção porosos e silicosos com um

hidrofugante à base de silicone e dióxido de titânio, se aplicados de maneira

sequencial, apresentaram resultado positivo. Além disso, este tratamento

superficial inibiu a proliferação de micro organismos em escala laboratorial

(MARANHÃO, 2009).

2.4 RESUMO

Para que a fotocatálise seja realizada faz-se necessária a presença ou

incidência de radiação UVA de fonte natural ou artificial, sobre a superfície do

TiO2 na sua forma anatásio. (WUTKE et al., 2003).

30

A argamassa, por ser um material poroso, com maior superfície de

contato, facilita a entrada da radiação para que reaja com o dióxido de titânio,

desta forma eliminando parte dos gases poluentes da atmosfera.

O dióxido de titânio é estável quimicamente e não tóxico, sendo assim

um material de fácil manuseio, ao ser misturado à argamassa a transforma em

um material fotocatalítico.

31

3 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL

Os ensaios foram realizados em um laboratório do LACTEC, situado nas

dependências da UFPR, no campus Centro Politécnico.

Este experimento consistiu em medir a eficiência da atividade

fotocatalítica do dióxido de titânio em despoluir o ar. Para isso foi medida a

concentração de um gás enquanto ocorria a atividade fotocatalítica.

3.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

Para a realização dos ensaios, foram utilizados os seguintes materiais e

equipamentos:

• dióxido de titânio: Fornecido pela Evonik Industries AG. As informações

deste produto encontram-se no ANEXO A;

• tubo de PVC: comprimento de 135 cm e diâmetro de 10 cm;

• gás SO2: cedido pelo Lactec;

• equipamento medidor de concentração do gás, modelo APSA 360, da

marca Horiba;

• equipamentos reguladores de concentração e fluxo, Calibrador multi-

gás MGC101, gerador de ar zero Zag7001, ambos da marca Environnement

S.A.;

• lâmpada UVA, com 32W de potência e 122 cm de comprimento;

• cimento, CP II-Z (Cimento Portland Composto com Pozolana);

• acessórios.

32

3.2 PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA

Primeiramente, foram feitos os corpos de prova para serem usados no

experimento, que consistiram em uma argamassa de proporção 1:3 (cimento e

areia), a/c 0,4, usando areia passante na peneira de abertura 2,4mm (Figura 7),

que serviu como uma base.

A segunda camada consistiu em uma argamassa aplicada com uma

camada de aproximadamente 3mm, que se diferencia por utilizar uma areia

mais fina (areia passante na peneira de abertura 1,2mm) e um a/c diferente

para cada tipo de amostra, com adição de dióxido de titânio. A relação a/c

variou entre amostras conforme a concentração do dióxido de titânio, material

muito fino, para que fosse possível a mistura.

As misturas foram feitas em um recipiente, onde primeiramente foram

adicionados os materiais, depois a água e então foi realizada a mistura.

Figura 7. Argamassa base.

A argamassa utilizada na superfície pode ser chamada de argamassa

fotocatalítica. Foram feitos sete tipos de argamassa fotocatalíticas diferentes,

33

com diferentes porcentagens de TiO2, conforme apresentado na Tabela 1, para

todas as porcentagens de adição a consistência da argamassa foi de massa de

modelar, ou seja pouco fluida.

Também, foram feitas quatro amostras com argamassa comum, sem

adição de dióxido de titânio, para que fosse usada como parâmetro de

comparação.

Tabela 1. Argamassas com diferentes teores de TiO2.

Amostra %TiO2 a/c traçoI 0% 0,5 1:3J 5% 0,8 1:3L 10% 1,0 1:3M 20% 1,1 1:3N 50% 1,4 1:3O 70% 1,8 1:3P 90% 2,0 1:3

Para cada tipo de argamassa foram feitos 4 corpos de prova, para uma

melhor análise dos resultados (Figura 8).

Figura 8. Corpos de prova já com a argamassa fotocatalítica.

34

Após a confecção dos corpos de provas, estes tiveram primeiramente

uma cura de 24h cobertos com filme plástico no laboratório (Figura 9), depois

permaneceram por 7 dias na câmara úmida e, por fim, foram colocados em um

recipiente hermeticamente fechado contendo sílica gel, onde permaneceram

por 6 dias. Os corpos de prova foram ensaiados com duas semanas de idade.

Figura 9. Corpos de prova em cura, envolvidos com filme plástico.

3.3 DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE SO2

O gás utilizado nos ensaios foi o SO2, armazenado sob pressão (Figura

10). O gás foi transferido por uma mangueira aos equipamentos reguladores de

concentração e fluxo (Calibrador multi-gás MGC101, gerador de ar zero

Zag7001, da marca Environnement S.A.), onde foi misturado com ar da

atmosfera, para chegar a concentração ideal para o ensaio, de 1 ppm e fluxo

de 3000 cc. O gás foi então transferido deste equipamento por outra mangueira

até chegar à câmara de testes contendo o corpo de prova sob radiação UVA

(Figura 11).

Este foi um ensaio acelerado, pois o teor de SO2 analisado não acontece

normalmente em condições reais.

35

Figura 10. Gás SO2 armazenado sob pressão.

Figura 11. Equipamentos utilizados.

36

Dentro do tubo foi instalada uma lâmpada de radiação UVA. A mistura

de gás que chega por um lado do tubo percorre o mesmo e sai pelo outro lado,

para então passar pelo equipamento (Modelo APSA 360, da marca Horiba) que

mede a concentração do SO2 no ar, desta forma fica possível saber quanto do

gás foi reduzido pela fotocatálise.

Para melhor entendimento do ensaio, segue esquema na Figura 12.

Figura 12. . Esquema para melhor entendimento do ensaio.

As anotações da concentração de gás medida foram feitas em intervalos

de um minuto a partir do momento em que a concentração do gás se

estabilizava dentro da câmara de testes.

Assim que o gás estabilizou foi colocada a amostra para ensaio. Após,

esperou novamente estabilizar a concentração e, então, foram feitas cinco

anotações. Na sequência, foram feitas diversas leituras (35) ao longo do

intervalo de tempo em que a lâmpada de radiação UVA havia sido ligada e,

mesmo, após desligada (10 anotações). Ao todo foram realizadas 50 medidas.

37

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Como o gás estabiliza em diferentes concentrações para diferentes

amostras, não é possível analisar os resultados efetuando apenas a média

aritmética das concentrações. Foi calculada a diferença da concentração inicial

do gás e da concentração do gás no momento desejado. Depois, calculou-se o

quociente entre essa diferença e a concentração inicial do gás.

Para a avaliação dos resultados foi considerado apenas as amostras

que estavam dentro do intervalo da média do quociente citado acima ± desvio

padrão.

O primeiro ponto avaliado teve foco em definir qual a melhor

porcentagem para a aplicação desta substância e sua veracidade quanto à

despoluição do ar.

Este ponto foi avaliado através no gráfico da Figura 13, onde se pode

perceber que a amostra I (com 0% de adição de TiO2), nos primeiros minutos

em que ocorre a incidência de luz o gás teve um aumento em sua

concentração, formando um pico de concentração e com o passar do tempo

esta tendeu a diminuir.

Figura 13. Gráfico da variação do SO2 de acordo com concentração de TiO2 no período.

38

Com relação às outras amostras nota-se que elas realmente diminuíram

a concentração de SO2 quando ocorre a incidência da luz, ou seja, quando há

a atividade fotocatalítica. A Tabela 02 mostra a maior porcentagem de redução

da concentração do SO2 para cada amostra.

Amostra % de TiO2 da amostra

Maior redução da concentração do SO2

Instante da maior redução da

concentração do SO2

I 0% 0,23% Minuto 6

J 5% 43,03% Minuto 27

L 10% 49,79% Minuto 22

M 20% 27,07% Minuto 17

N 50% 28,54% Minuto 24

O 70% 47,61% Minuto 19

P 90% 31,76% Minuto 27

Tabela 2. Maior porcentagem de redução da concentração do SO2 para cada amostra

Interpretando os dados da Tabela 02 é possível verificar que as

amostras, exceto a de referência, tiveram a menor concentração de SO2

durante a incidência dos raios UVA. E que, mesmo com apenas 5% de dióxido

de titânio em sua composição, a argamassa da amostra J já degradou uma alta

porcentagem do gás SO2.

Outro ponto avaliado foi a interferência da exposição aos raios

ultravioleta nos tempos: 5, 15, 35 e 45 minutos. Os raios UVA incidiam na

amostra após 5 minutos e a incidência cessava no minuto 45. Analisando a

Figura 14 percebeu-se que a maior diminuição, para estes tempos, ocorreu nos

minutos 15 e 35.

Além disso, notou-se que o único caso em que a concentração de SO2

foi menor no tempo de 5 minutos do que nos outros tempos foi para a amostra

com concentração de 0% de dióxido de titânio, mostrando que houve atividade

fotocatalítica e que não ocorreu apenas a influência dos raios UVA.

39

Figura 14. Gráfico da concentração de SO2 para as porcentagens de TiO2 nos tempos: 5, 15, 35 e 45 minutos.

Devido ao fato que cada amostra apresentou uma relação a/c diferente,

fez-se necessário verificar a interferência da relação a/c da argamassa nos

resultados. Pela Figura 15 pode-se perceber como o gráfico tem variações

similares ao gráfico da Figura 14, pois quando aumenta a porcentagem de TiO2

na argamassa, também eleva a relação a/c. Essa exposição também está

mostrada nos tempos: 5, 15, 35 e 45 minutos.

Figura 15. Gráfico da concentração de SO2 para as relações a/c nos tempos: 5, 15, 35 e 45 minutos.

40

CONCLUSÃO

O dióxido de titânio apresentou influência na diminuição dos gases SO2

do ar, a partir da fotocatálise, pois a amostra analisada com 0% de adição TiO2

não teve redução quando comparado o instante em que a lâmpada foi acessa e

quando ela foi apagada. Já as amostras com adição de TiO2 realmente

diminuíram a concentração de SO2 quando ocorreu incidência da radiação.

A diferença da concentração de TiO2 não se mostrou diretamente ligada

à quantidade de SO2 que foi eliminada, pois a amostra que mais diminuiu a

concentração do gás foi a P (com 90% de adição de TiO2) e a que menos

eliminou foi a M (com 20% de adição de TiO2) e não a J (com 5% de adição de

TiO2), que era a que continha menor quantidade de elemento fotocatalítico e,

mesmo assim, ficou com valores mais próximos da amostra P do que da

amostra M.

Dessa forma, percebeu-se que uma adição de apenas 5% de TiO2 já se

se mostra eficiente e utilizar mais do que essa porcentagem pode ser

considerado como desperdício.

O fato de se alterar a relação a/c quando se muda o teor de TiO2 pode

ter influenciado nos resultados, já que a relação a/c influi na distribuição e no

tamanho dos poros e a porosidade é uma característica importante para a

ocorrência do processo de fotocatálise.

41

TRABALHOS SUGERIDOS

No campo de argamassas cimentícias com adição de material

fotocatalítico existem mais temas que podem ser estudados, como por

exemplo:

• o uso de outros gases para verificar a atividade fotocatalítica, já que o

SO2 é menos estável do que outros, como o CO2, por exemplo;

• aumento do tempo dos ensaios, para verificar se existe um momento

em que a atividade fotocatalítica deixa de ocorrer;

• ensaios em câmaras menores, para menor instabilidade do gás;

• comparação da porosidade e atividade fotocatalítica.

42

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ANEXO A – INFORMAÇÃO DO PRODUTO TIO2 P 25