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Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA Avaliação da eficiência de anti-espumantes para petróleo a base de silicones e poliéteres Danielle Abrantes Rezende Dissertação em Ciência e Tecnologia de Polímeros, submetida ao Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências, em Ciência e Tecnologia de Polímeros, sob orientação da Professora Claudia Regina Elias Mansur. Rio de Janeiro 2009

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Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA

Avaliação da eficiência de anti-espumantes para petróleo a

base de silicones e poliéteres

Danielle Abrantes Rezende

Dissertação em Ciência e Tecnologia de Polímeros, submetida ao Instituto de

Macromoléculas Professora Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em

Ciências, em Ciência e Tecnologia de Polímeros, sob orientação da Professora

Claudia Regina Elias Mansur.

Rio de Janeiro

2009

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Dissertação de Mestrado: Avaliação da eficiência de anti-espumantes para petróleo a base de silicones e poliéteres. Autor: Danielle Abrantes Rezende Orientador: Claudia Regina Elias Mansur Data da defesa: 27de Abril de 2009 Aprovada por:

_________________________________________________ Professora Claudia Regina Elias Mansur

Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA/UFRJ Orientadora/Presidente da Banca Examinadora

_________________________________________________ Professora Maria Inês Bruno Tavares

Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA/UFRJ

_________________________________________________ Professor Ricardo Cunha Michel

Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA/UFRJ

_________________________________________________ Dra. Geiza Esperandio de Oliveira

CENPES/PETROBRAS

Rio de Janeiro

2009

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Rezende, Danielle Abrantes. Avaliação da eficiência de anti-espumantes para petróleo a base de silicones e poliéteres. / Danielle Abrantes Rezende – Rio de Janeiro, 2009. xv, 125 f.: il. Dissertação (Mestrado em Ciências e Tecnologia e Polímeros) – Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA, 2009. Orientador: Claudia Regina Elias Mansur

1. Antiespumantes–propriedades químicas 2. Antiespumantes – propriedades físico químicas 3. Silicones 3. Poliéteres 4. Polímeros I. Mansur, Claudia Regina Elias (Orient.) II. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano. III. Título.

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Esta Dissertação de Mestrado foi desenvolvida nos

Laboratórios do Instituto de Macromoléculas Professora

Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio Janeiro, com

apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior (CAPES)

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Dedico este trabalho aos meus pais,

Alvaro e Fátima, pelo constante incentivo.

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Agradeço à CAPES pelo apoio financeiro para a realização da pesquisa.

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Agradecimentos

- Agradeço a Deus por ter me dado forças para a concretização deste trabalho.

- Aos meus pais (Alvaro e Fátima) e a todos os meus familiares pelo incentivo e

compreensão.

- Aos verdadeiros amigos por todo apoio e carinho.

- À Professora Claudia Elias pela constante orientação e dedicação durante todo

desenvolvimento desta Dissertação.

- Ao Dr. João Ramalho do CENPES/ PETROBRAS, pelo auxílio no desenvolvimento

da metodologia da formação e quebra de espuma em petróleo .

- À técnica de laboratório, Natalie Ramos, pelo treinamento no Reômetro RS600,

Haake.

- Ao aluno de Iniciação Científica Rafael Bittencourt, pelo grande auxílio na parte

experimental deste trabalho, principalmente, nos testes de eficiência.

- À aluna do Colégio de Aplicação da UFRJ Isabel Marques por todo o seu interesse,

ajuda e amizade.

- Aos colegas dos Laboratórios J- 126/ J-128 pela excelente convivência, apoio e

colaboração, principalmente às amigas Renata Pires, Fernanda Lechuga e Priscila

Santoro.

- Aos amigos da turma de 2007- I, principalmente Frederico, Ana Paula, Lucinda,

Amanda, Ricardo, Jorge e André.

- Aos amigos da PETROBRAS/REDUC pela amizade e incentivo.

- Ao funcionário Eduardo Miguez por sua amizade e fundamental ajuda em RMN.

- A todos os professores, funcionários e alunos do IMA, que direta ou indiretamente

auxiliaram na realização desta Dissertação.

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Resumo da Dissertação apresentada no Instituto de Macromoléculas Professora

Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (MSc), em Ciência e

Tecnologia de Polímeros.

Avaliação da eficiência de anti-espumantes para petróleo a base de silicones e

poliéteres

Danielle Abrantes Rezende

Orientadora: Claudia Regina Elias Mansur

No processo de produção de petróleo é comum o aparecimento de gás e água associados.

Ao escoarem através das tubulações ou ao ser processado em separadores gravitacionais,

essas fases são submetidas à agitação e ao cisalhamento e, em função da presença de

emulsificantes naturais no petróleo, de caráter lipofílico dominante, ocorre a indesejada

formação de espuma sendo necessário portanto a adição de aditivos químicos conhecidos

como anti-espumantes. Nesta Dissertação, pretende-se avaliar as propriedades químicas e

físico-químicas de anti-espumantes comercias a base de silicone e de poliéteres, assim

como sua eficiência em petróleos com composições diferentes. A caracterização dos

tensoativos comerciais foi realizada por meio da espectroscopia de ressonância magnética

nuclear (RMN), reometria, determinação da solubilidade em diferentes solventes e da tensão

superficial e interfacial aditivo/petróleo. As amostras de petróleo também foram

caracterizadas pelo método SARA para a determinação da suas composições (saturados,

aromáticos, resinas e asfaltenos) e também por reometria para poder determinar a influência

das suas viscosidades na formação de espuma. Uma metodologia para a realização de

testes de avaliação da formação de espuma em petróleo foi desenvolvida de forma a obter

as mesmas condições de operação dos separadores gás/óleo. Por fim, os mesmos testes

foram realizados com a adição de alíquotas das soluções de antiespumantes (30% p/v) em

dois petróleos de composições diferentes e avaliados quanto à eficiência na quebra ou a

não formação de espuma. Silicones de alta viscosidade e copolímeros em bloco de

poli(óxido de etileno)-poli(óxido de propileno) e silicones poliéteres de caráter mais polar

apresentaram os melhores resultados na quebra da espuma de petróleo formada.

Rio de Janeiro 2009

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Abstract of Dissertation presented to Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa

Mano of Universidade Federal do Rio de Janeiro, as partial fulfillment of the

requirement for the degree of Master in Science (MSc), Science and Technology of

Polymers.

Evaluation of the anti-foaming efficiency for petroleum with silicones and polyethers

Danielle Abrantes Rezende

Advisor: Claudia Regina Elias Mansur

In the process of oil production, it is common the occurrence of associated gas and water.

Through pipes to dispose or to be processed in gravitational separators, these phases are

subjected to agitation and shear, and in the presence of natural emulsifiers in the oil,

dominant lipophilic character, is the unwanted formation of foam is needed so the addition of

chemicals known as anti-foaming. This dissertation is to evaluate the physico-chemical

properties and chemical anti-foaming trade-based and silicone polyethers, as well as its

efficiency in oils with different compositions. The characterization of commercial surfactants

was performed by nuclear magnetic resonance spectroscopy (NMR), rheometer,

determination of solubility in different solvents and the surface tension and interfacial additive

/ oil. Samples of oil were also characterized by the SARA method for the determination of his

compositions (saturated, aromatics, resins and asphaltenes) and also by rheometer to

determine the influence of the viscosity in the formation of foam. A methodology for testing

for evaluating the formation of foam in oil was developed to obtain the same operating

conditions of separator gas / oil. Finally, the same tests were performed with the addition of

aliquots of solutions of antifoaming (30% w / v) in two different compositions of oil and

evaluated for efficiency in the breach or not to foaming. Silicones of high viscosity and the

block copolymers of poly(ethylene oxide)-poly(propylene oxide) and silicones that are more

polar polymer showed the best results in breakage of the foam made from petroleum.

Rio de Janeiro

2009

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- Partes desta Dissertação de Mestrado foram apresentadas nos seguintes

Congressos:

� 2nd French Brazilian Meeting on Polymer – FBPol – 2008

“Evaluation of the solubility and particle size of samples of silicone polyethers” D.A. Rezende, L. S. Spinelli e C. R. E. Mansur.

20-25 abril/2008 Florianópolis/SC

� I Encontro Sobre Estruturas Auto-Organizadas em Soluções e Interface

AutoOrg – 2008

“Avaliação de silicones poliéters como agentes anti-espumantes para

petróleo”

Danielle Abrantes Rezende e Claudia Regina Elias Mansur.

08-10 Outubro/2008 São Pedro/SP

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- Participação de Eventos de Extensão:

� 2º Semana de Polímeros, realizada de 07 a 09 de Outubro de 2008, como

Monitor e no auxílio da Organização do Evento.

- Co-Orientação do Aluno de Iniciação Científica da Escola de Química da UFRJ

Rafael dos Reis Bitencourt ,

- Co-Orientação da Aluna Isabel de Oliveira Marques do CAP-UFRJ.

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LISTA DE ABREVIAÇÕES, SÍMBOLOS E SIGLAS

A – área ocupada por uma molécula de tensoativo na interface oAPI- densidade API do petróleo

CDCl3 -clorofórmio deuterado

CMC – concentração micelar crítica

C 31- acessório cones-placa 13C RMN - ressonância Magnética Nuclear de Carbono-13

DG 41- acessório de cilindros concêntricos double gap

DLS – espalhamento de luz dinâmico

EO - óxido de etileno

HLB – balanço hdrófilo-lipófilo 1H RMN – ressonância magnética nuclear de hidrogênio

IR- Índice de refração

PEO - copolímero poli (óxido de etileno) – poli (óxido de propileno)

PPO - poli(óxido de propileno)

T - temperatura

γγγγ - tensão superficial da solução

σσσσaw - a tensão interfacial ar-água,

σσσσow - a tensão interfacial óleo-água

σσσσoa - a tensão interfacial óleo-ar

Γ - largura do pico relativo à intensidade de luz espalhada

λλλλ - comprimento de onda do laser

θθθθ - ângulo de espalhamento da partícula

kb - constante de Boltzmann

γ.

– taxa de cisalhamento

ηηηη - viscosidade

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO 1

2- OBJETIVOS 3

2.1-Objetivos específicos 3

3- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5

3.1- TEORIA DE FORMAÇÃO DA ESPUMA 6

3.2- ANTI-ESPUMANTES 10

3.2.1. Mecanismo de ação de anti-espumante a base de óleo 10

3.2.1.1. Mecanismo de formação de ponte e estiramento (bridging-

stretching mechanism) 11

3.2.1.2. Mecanismo de formação de ponte e drenagem (bridging-

dewetting mechanism) 13

3.2.1.3. Mecanismo de difusão de fluido (spreading-fluid entrainment

mechanism) 14

3.2.2. Anti-espumantes a base de poliéteres 16

3.2.2.1. Copolímeros de poli(óxido de etileno)-bloco-poli(óxido de

propileno) 17

3.2.2.2. Silicone 23

3.2.2.3 - Silicones Poliéteres 27

3.3. PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO PETRÓLEO E DE FORMAÇÃO DE ESPUMA

30

3.4. ATIVIDADE, DURABILIDADE E EFICIÊNCIA DO ANTI-

ESPUMANTE 35

3.4.1. Teste de eficiência dos anti-espumantes 36

3.4.1.1. Teste de Ross-Miles 36

3.4.1.2. Método de Bartsch 37

3.4.1.3. Teste de agitação automática (automated shake test) 37

3.4.1.4. Método de borbulhamento (bubbling method) 38

3.4.1.5. Método Khristov 39

4. MATERIAIS E MÉTODOS 40

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4.1- PRODUTOS QUÍMICOS 40

4.2- EQUIPAMENTOS 41

4.3- METODOLOGIA 43

4.3.1. Caracterização química dos materiais 46

4.3.1.1. Análise de SARA dos petróleos por cromatografia em camada

fina 43

4.3.1.2. Determinação da densidade 44

4.3.1.3. Análises de ressonância magnética nuclear 45

4.3.2. Preparo de soluções 46

4.3.3. Caracterização físico-química 46

4.3.3.1. Determinação da solubilidade das amostras de tensoativos 46

4.3.3.2. Análise de tensão superficial 48

4.3.3.3. Análises reológicas 49

4.3.4. Análise de tamanho das partículas 51

4.3.4.1. Determinação do índice de refração 53

4.3.5. Desenvolvimento de metodologia de ensaio dos agentes

antiespumantes 53

5- RESULTADOS E DISCUSSÕES 58

5.1- CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DOS MATERIAIS 58

5.1.1. Caracterização dos aditivos 58

5.1.2- Caracterização dos petróleos 82

5.2- CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA 84

5.1.1. Medidas de viscosidade dos aditivos 84

5.1.1.1 Medidas de viscosidade dos aditivos 84

5.1.1.2 Medidas de viscosidade dos petróleos 91

5.1.2. Determinação da solubilidade dos aditivos 96

5.1.3. Avaliação das atividades interfaciais dos aditivos e do

petróleo 100

5.2. DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA PARA OS TESTES DE

FORMAÇÃO DE ESPUMA EM PETRÓLEO 105

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5.3. AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA COMO ANTI-ESPUMANTES PARA

PETRÓLEO, DOS ADITIVOS A BASE DE SILICONE E DE POLIÉTER 112

5.3.1. Formação de espuma nas amostras de petróleo 113

5.3.2. Avaliação da eficiência dos aditivos na quebra da espuma

formada no petróleo 114

5.3.2.1. Avaliação da eficiência das amostras de silicones 116

5.3.2.2. Avaliação da eficiência das amostras de silicones poliéteres 120

5.3.2.3. Avaliação da eficiência das amostras de copolímeros em bloco

de PEO-PPO 122

5.3.2.4. Considerações finais sobre os ensaios de eficiência dos

aditivos na quebra da espuma formada no petróleo 124

6- CONCLUSÕES 126

7- SUGESTÕES

8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1

1. INTRODUÇÃO

Durante as fases iniciais de levantamentos topográficos do potencial de um campo de

petróleo, os pesquisadores muitas vezes determinam de antemão

os vários problemas de processamento que possam ser encontrados durante a

produção em larga escala. Uma série de questões são consideradas pertinentes,

algumas das quais incluem o bloqueio da linha de produção por deposição de ceras,

asfaltenos e hidratados e, também, questões complementares à produção como, por

exemplo, corrosão, formação de emulsões (água em óleo ou óleo em água) e de

espuma.

Em campos de petróleo geralmente são usados vasos separadores gravitacionais com

o objetivo de separar as fases petróleo, gás e água, remover os agentes emulsionantes

presentes na interface das fases e de permitir a coalescência das gotas de água, que

está associada ao óleo cru bombeado. Embora existam muitos fatores que influenciam

a eficiência destes separadores, o problema crucial é a formação de espuma, pois

dificulta o controle mecânico do nível de líquido, podendo levar à inundações de

tanques e equipamentos, ocupa um grande espaço nos vasos de separação, reduz a

capacidade e a eficiência do separador, pode levar ao arraste da fase líquida na fase

gasosa e vice-versa e, até mesmo, causar indesejadas e inesperadas interrupções do

processo. [1].

Uma das maneiras de previnir a formação de espuma é modificando o design do

separador, porém esta solução torna-se muitas vezes inviável devido ao espaço

limitado de muitas plataformas offshore. Sendo assim, o uso de aditivos químicos

conhecidos como anti-espumantes como uma solução para previnir ou quebrar a

espuma ainda é um meio vantajoso e muito utilizado na produção.

Este método pode ser ainda mais benéfico quando se tem um conhecimento sobre os

componentes presentes no petróleo e as suas contribuições nas propriedades deste

óleo [2]. Significayivos progressos têm sido feitos em relação ao papel que os diferentes

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componentes de petróleo bruto (ou seja, asfaltenos e resinas), suas taxas, composição

elementar e massas molares desempenham, tanto na estabilização de emulsões

quanto na estabilização da espuma. Os fluidos dão origem às emulsões e a formação

de espumas ao serem submetidos à agitação e ao cisalhamento na presença de

tensoativos naturais no petróleo (asfaltenos, resinas, ácidos naftênicos, dentre outras

espécies químicas) de caráter lipofílico dominante [3,4].

Por muitos anos tem-se utilizado para o controle de espuma do óleo crú em

separadores gravitacionais a injeção de silicone. Apesar da excelente eficiência destes

aditivos, existe uma real preocupação das grandes empresas petrolíferas em reduzir a

quantidade de silicone nos seus processos, pois este produto pode levar à deposição

de sílica na superfície do catalisador na etapa de hidrotratamento das refinarias,

diminuindo assim a eficiência do mesmo [5].

Muitos dos problemas que ocorrem durante o processo podem ser amenizados ou

modificados através de testes em laboratórios, por meio da amostragem de pequenas

quantidades de óleo cru, que são muitas vezes disponíveis para caracterização,

ajudando assim, na determinação do grau dos problemas de forma a garantir o

escoamento e a eficiência da separação dos fluidos [2].

Nesta Dissertação, foi desenvolvida uma metodologia para simular as condições dos

vasos separadores de forma a adaptá-las às condições de laboratório, além de permitir

a análise da eficiência de aditivos anti-espumantes.

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2. OBJETIVOS

O objetivo desta Dissertação é o desenvolvimento de uma metodologia adequada para

a realização de testes de formação de espuma em petróleo, bem como a avaliação da

eficiência de aditivos anti-espumantes, a base de silicones e poliéteres, por meio desta

metodologia.

2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos foram divididos nas seguintes etapas de trabalho:

1- Caracterização química dos aditivos anti-espumantes, quanto à estrutura e

composição química, por meio de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN-1H) e/ou de carbono-13 (RMN-13C).

2- Caracterização dos petróleos de diferentes origens pelo método SARA através da

técnica de cromatografia em camada fina com detecção por ionização de chama, a fim

de se obter a fração de cada óleo.

3- Caracterização físico-química das soluções de anti-espumantes por meio do uso de

técnicas convencionais, tais como a determinação da temperatura de turvação das

soluções aquosas contendo o tensoativo e da avaliação da solubilidade dos mesmos

em diferentes solventes, utilizando método visual. E também por meio de medidas de

tensão superficial, em função da concentração de tensoativo, utilizando o método do

anel du Noüy.

4- Caracterização físico-química das soluções de tensoativos e dos petróleos por meio

da técnica de reometria, a fim de analisar a influência da viscosidade dos sistemas na

quebra e formação de espuma.

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5- Desenvolvimento de metodologia tanto para testes de formação de espuma em óleo

cru quanto para a avaliação do desempenho dos anti-espumantes na quebra da

espuma formada por petróleos com composições diferentes.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Espumas são sistemas termodinamicamente instáveis que apresentam uma estrutura

tridimensional constituída de células (bolhas) gasosas envolvidas por um filme líquido

contínuo. Essa estrutura origina-se do agrupamento de bolhas geradas ao se dispersar

um gás em um líquido que contenha agentes espumantes, como tensoativos solúveis

ou impurezas, por meios mecânicos ou químicos. As moléculas do tensoativo difundem-

se na solução em direção à interface gás-líquido formando uma monocamada

adsorvida que estabiliza as bolhas de gás e retarda sua rápida coalescência. A

destruição das bolhas é termodinamicamente favorável, pois provoca redução da

elevada área superficial da espuma e expansão do gás contido nas células e,

conseqüentemente, redução da energia livre da espuma [6].

É importante ressaltar que líquidos puros não espumam. Na verdade, quando uma

bolha de gás é introduzida através da superfície de um líquido puro, ela se rompe

quase que imediatamente assim que o líquido é drenado. Entretanto, com o acréscimo

de uma solução de tensoativos, a interface ar-líquido se expande e o seu equilíbrio é

perturbado até que uma força seja estabelecida para tentar re-estabilizar este equilíbrio

[7].

Anti-espumantes ou inibidores de espuma são adicionados previamente à solução para

que possa destruir rapidamente a espuma formada ou, até mesmo, prevenir a sua

formação. A sua atividade é fortemente dependente da sua capacidade de penetrar a

barreira interfacial gás-água rompendo o filme líquido formado pela espuma [8].

O excesso de espuma pode criar sérios problemas em muitos processos industrias. Por

esse motivo, anti-espumantes são normalmente utilizados para reduzir o seu volume

em diferentes aplicações tecnológicas, tais como: produção de papel e polpa,

processamento de alimentos, tingimento têxtil, tratamento de efluentes e extração de

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6

petróleo. Além disso, estes aditivos são indispensáveis em vários produtos comerciais,

como detergentes para máquina de lavar, tintas e medicamentos [6].

Os anti-espumantes mais utilizados consistem de um óleo, partículas sólidas

hidrofóbicas ou uma mistura de ambos. Óleos não-polares (óleo mineral e silicones) e

óleos polares (álcoois e ácidos graxos, alquilaminas, alquilamidas, tributilfosfato (TBP),

tioéteres e muitos outros) têm sido usados com sucesso. Quanto às partículas sólidas,

elas podem ser inorgânicas (sílica, Al2O3, TiO2), ceras (como o estearato de magnésio)

ou poliméricas (como poliamidas e polipropileno) [9]. Esses agentes anti-espumantes

são insolúveis em solução aquosa e por este motivo são chamados de heterogêneos

[10].

A seguir será apresentado o levantamento sobre agentes anti-espumantes à base de

silicones e poliéteres, os quais apresentam grande importância industrial devido à sua

baixa volatilidade, facilidade de dispersão, forte poder de difusão, atração e orientação

superficial, além de serem capazes de diminuir a tensão interfacial vapor/líquido,

atuarem rapidamente na inibição da espuma e de possuir um baixo custo [9-12]. Para

tanto, serão mostrados os mecanismos propostos na literatura de destruição de

espumas em presença de agentes anti-espumantes, bem como a aplicação e testes de

avaliação da eficiência destes aditivos.

3.1. TEORIA DE FORMAÇÃO DA ESPUMA

O processo de dispersão de um gás pode ser desencadeado pelo seu borbulhamento

em um líquido ou, simplesmente, pela agitação deste líquido. A redução de pressão ou

aumento de temperatura em soluções supersaturadas de gás podem levar também a

formação de espumas. O método a partir do qual a espuma é produzida é importante, já

que influi diretamente sobre suas características. Quando a espuma é formada por

borbulhamento, é possível estimar o tamanho das células geradas através da dimensão

do borbulhador. A uniformidade da distribuição e do tamanho das bolhas geradas, ou

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seja, o grau de dispersão, está sujeita às irregularidades do dispositivo através do qual

o gás é introduzido. Entretanto, fatores como velocidade do gás, concentração de

tensoativo nas células e, sobretudo, a natureza química dos agentes estabilizantes são

significativos na formação da espuma.

O volume de espuma em relação ao volume de solução utilizado para gerá-la, também

conhecido como coeficiente de expansão de uma espuma, além do tamanho das

bolhas, são delimitados pela natureza química do sistema e pelas condições em que é

produzida. O coeficiente de expansão é um parâmetro com o qual se pode relacionar

intrinsecamente o volume de gás e o de líquido da espuma [6].

A geometria normalmente observada em bolhas de espuma pode ser esférica ou

poliédrica. Células esféricas possuem filmes líquidos espessos e são freqüentemente

observadas no estágio inicial da formação de uma espuma. Conforme o líquido drena,

os filmes líquidos são afinados, diminuindo a distância entre as bolhas de gás, as quais

adquirem formato poliédrico. Células poliédricas também estão presentes em espumas

formadas a partir de líquidos de baixa viscosidade. A modelagem da estrutura de uma

espuma tem apresentado controvérsias. Bolhas de espumas típicas são consideradas

como dodecaedros pentagonais, mas o arranjo das células com essa geometria não

preenche todo o espaço. Além disso, espumas reais possuem não só filmes

pentagonais, mas também hexagonais e tetragonais e o número médio de filmes que

compõem uma célula está próximo a catorze [7].

O arranjo das bolhas geralmente segue as leis postuladas por Plateau, governadas pela

tendência à minimização de sua área superficial. Segundo essas leis, três filmes

adjacentes encontram-se ao longo de uma linha curva com ângulos de 120o entre eles.

Quando ocorre a ruptura de um filme da espuma, as bolhas rearranjam-se de modo a

manter essa conformação. As colunas de líquido formadas pelo encontro dos filmes, os

chamados canais de Plateau, assemelham-se a um triângulo de faces curvas. Esses

canais estão interconectados pelos filmes, estruturando a rede que constitui a fase

líquida da espuma (Figura 1).

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Figura 1. Estrutura da espuma e representação do canal de Plateau (A) [8]

A formação de uma espuma normalmente é acompanhada por três processos, os quais

podem ocorrer simultaneamente: rearranjo das células, devido à difusão de gás entre

as bolhas; afinamento do filme líquido e ruptura da célula, devido à drenagem do líquido

intralamelar pelos filmes e canais de Plateau. A progressão desses processos

determina o tempo de vida da espuma [6].

As células de uma espuma rearranjam-se com o tempo devido à expansão do gás e à

contração dos filmes, sendo através desses eventos que vai diminuindo parte da

energia livre da espuma. A expansão do gás ocorre através de ruptura de filmes e

difusão entre as bolhas. Estas abrigam gás a diferentes pressões entre elas, conforme

a desigualdade nos seus raios de curvatura, e a uma pressão maior do que a pressão

atmosférica externa. A transferência de gás por difusão ocorre das células menores,

nas quais é maior a pressão do gás aprisionado, para as células adjacentes maiores,

resultando em mudanças na distribuição dos tamanhos inicialmente verificados. A

espuma pode se tornar monodispersa ou mais polidispersa dependendo da mobilidade

dos filmes em relação à rapidez com que o gás expande. A difusão torna-se mais

pronunciada quando os filmes atingem espessura de poucas centenas de angstrons e é

afetada pela permeabilidade do gás através das lamelas. Quanto maior a

polidispersidade da espuma, maior o efeito desse processo [7,8].

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9

A drenagem do líquido presente nos filmes e nos canais ocorre, inicialmente, sobretudo

pela ação da força gravitacional e por sucção capilar do líquido intralamelar pelos

canais. O canal de Plateau desempenha um importante papel na drenagem da espuma,

pois essa região, pela curvatura de sua superfície, apresenta grande diferença de

pressão entre as fases líquida e gasosa. O líquido é então succionado da região

lamelar em direção aos canais, onde há menor pressão local. Com o escoamento do

líquido, os filmes afinam até uma espessura crítica a partir da qual interações de van

der Waals e propriedades elétricas da superfície, entre outros fatores, passam a

governar o processo de afinamento do filme.

Conforme o líquido drena, moléculas do tensoativo são carregadas com o fluxo

produzindo irregularidade na sua concentração ao longo da superfície. Devido à

variação local de tensão superficial, as moléculas difundem-se tentando restabelecer a

tensão de equilíbrio, provocando uma força oposta ao fluxo. Essa habilidade do filme de

espuma em restaurar deformações locais é resultado do efeito combinado da

elasticidade de Gibbs, que considera uma tensão superficial de equilíbrio, e da

elasticidade de Marangoni, efeito este mais superficial, associado às variações

instantâneas de tensão superficial. Havendo aumento na tensão superficial causado por

estiramento em um ponto do filme, a região contrai-se e, em direção a ela, avançam as

áreas adjacentes para restabelecer a tensão inicial, movimento não só superficial, pois

carrega líquido presente entre as interfaces, como mostrado na Figura 2. A elasticidade

aumenta a resistência do filme e contribui para que sua espessura seja mantida, por

mais tempo [6-8].

Figura 2. Efeito Gibbs-Marangoni. (a) baixa tensão superficial (b) afinamento do filme devido ao efeito de drenagem (c) ação da elasticidade que desloca as moléculas de

tensoativo para a região mais fina. (d) reparação da superfície do filme [7]

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10

3.2. ANTI-ESPUMANTES

3.2.1. Mecanismo de ação de anti-espumante a base de óleo

O efeito dos anti-espumantes a base de misturas de óleo com ou sem partículas sólidas

hidrofóbicas dispersadas em sistemas aquosos, tem sido bastante citado [13-17].

Observações ópticas mostram que existem duas formas que os agentes anti-

espumantes estão usualmente em soluções com espuma: como glóbulos de anti-

espumante dispersos na solução e como lentes de óleos flutuantes na superfície da

solução (Figura 3). Estas formas desempenham um papel importante na destruição da

espuma [9,18].

Os glóbulos de anti-espumante normalmente penetram na superfície dos filmes de

espuma, causando rapidamente sua destruição. Estes glóbulos podem também migrar

dos filmes para as adjacências das bordas de Plateau, onde serão aprisionados. De

acordo com este mecanismo os glóbulos são comprimidos pelas paredes encolhidas

das bordas de Plateau (como resultado da drenagem de água da espuma), onde pontes

de óleo são formadas até ocorrer a ruptura dos filmes de espuma adjacentes.

Essencialmente três diferentes mecanismos de destruição de espuma têm sido

propostos para anti-espumantes base óleo: (a) mecanismo de formação de ponte e

estiramento (bridging-stretching mechanism), (b) mecanismo de formação de ponte e

drenagem (bridging-dewetting mechanism) e (c) mecanismo de difusão de fluido

(spreading-fluid entrainment mechanism) [9].

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Figura 3. Mecanismo de ação de um anti-espumante. (a) gotas de óleo na borda de

Plateau (b) as gotas são aprisionadas com o afinamento das bordas (c) gotas de óleo e partículas sólidas sob a forma de lente (d) as lentes são aprisionadas durante o

afinamento (e) as gotas formam pontes na borda de Plateau [9,10]

3.2.1.1. Mecanismo de formação de ponte e estiramento (bridging-stretching

mechanism)

Experimentos com filmes líquidos de espuma, em presença de anti-espumantes,

mostram que uma ponte de óleo bicôncava é formada na lamela da espuma. O glóbulo

formado tem a forma de uma esfera, como foi comprovado através de microscopia

eletrônica de varredura, sendo a micrografia obtida mostrada na Figura 4. O

estiramento deste glóbulo na direção radial, como resultado das pressões capilares não

compensadas nas interfaces óleo-água e óleo-ar, faz com que ocorra a formação de um

filme fino e instável de óleo na parte central. Este mecanismo só é possível se ocorre a

deformação do glóbulo de anti-espumante com o estiramento, portanto não é

observado quando estes aditivos são constituídos apenas por partículas sólidas

hidrófobas [9].

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Figura 4. Micrografia obtida em microscópico eletrônico de glóbulos esféricos de anti-espumante [15]

O mecanismo de formação de ponte e estiramento foi comprovado através de

observações ópticas de pequenos filmes de espuma. No modelo mostrado na Figura 5,

foi observada a redução da espessura do filme de cerca de 300 a 100 nm, a qual foi

causada pela formação de uma ponte a partir de um glóbulo de anti-espumante [8].

Figura 5. Mecanismo de formação de ponte e estiramento de um óleo [13]

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3.2.1.2. Mecanismo de formação de ponte e drenagem (bridging-dewetting mechanism)

Neste mecanismo, uma vez que uma ponte de óleo é formada entre as duas superfícies

do filme de espuma, ela deixa de ser molhada pela fase aquosa, devido à superfície

hidrofóbica do glóbulo de óleo. A gota de óleo entra em uma das superfícies do filme

tomando a forma geométrica de uma lente. Assim que é formada, a lente de óleo deixa

de ser molhada pela superfície oposta do filme de espuma e, neste momento, há

formação de ponte devido à ação das forças capilares (cuja direção é indicada pelas

setas na Figura 6) [9].

Figura 6. Ruptura da espuma através do mecanismo de formação de ponte [9]

A Figura 6 mostra uma gota de óleo penetrando em uma das superfícies de um filme

líquido de espuma, formando uma lente devido à drenagem deste líquido. Com o

afinamento do filme, as lentes formam uma ponte com a superfície oposta, a qual é

instável devido à drenagem do líquido e às forças capilares presentes, ocorrendo assim

a ruptura deste filme.

É importante destacar que o mecanismo de formação de pontes e drenagem é mais

esperado ocorrer com a utilização de óleos viscosos como anti-espumantes, pois óleos

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de baixa viscosidade levam à deformação das lentes, o que corresponde ao modelo

anteriormente mostrado (modelo de formação de pontes e estiramento).

O mecanismo de formação de ponte e estiramento tem sido freqüentemente

considerado na literatura como modelo para anti-espumantes à base de óleo, apesar de

não ter sido comprovado por nenhuma evidência prática [9-16]. Uma das razões

prováveis é que este processo é muito rápido e para sua observação é necessária a

utilização de uma câmera de alta velocidade e qualidade. É mostrado apenas que

partículas sólidas hidrófobas podem romper filmes líquidos de espuma, sendo sugerido

que este processo ocorre através deste mecanismo, na ausência de tensoativos

capazes de promover a estabilização da espuma [11].

3.2.1.3. Mecanismo de difusão de fluido (spreading-fluid entrainment mechanism)

O mecanismo de difusão (spreading-fluid) é intensamente discutido na literatura sobre

anti-espumantes [8-10,12-14]. De acordo com este mecanismo, um anti-espumante

efetivo contendo óleo difunde-se rapidamente sobre a superfície do filme de uma

espuma. O óleo se difunde assim que um glóbulo entra no filme de espuma, resultando

em um afinamento local e conseqüentemente na sua ruptura (Figura 7).

Este é um mecanismo clássico na destruição do filme e está baseado no efeito

Marangoni produzido pela difusão do óleo ao longo da interface filme-gás. A idéia

básica é que quando a monocamada de óleo se difunde na superfície de um filme,

acaba arrastando o fluido da camada abaixo junto com ele, causando um afinamento

local do filme o qual pode levar a ruptura.

Este mecanismo só ocorrerá se a tensão superficial do filme for maior do que a soma

das tensões superficiais da gota e da interface óleo-água [4].

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Figura 7. Mecanismo de difusão de fluido [9]

É válido esclarecer que o conhecimento do mecanismo de ruptura de uma espuma é

muito importante do ponto de vista prático, já que o anti-espumante utilizado deve

apresentar características específicas dependentes do mecanismo envolvido para que

ocorra o aumento de sua eficiência. Por exemplo, o mecanismo de difusão de fluido

requer uma difusão fácil e rápida do óleo, enquanto que no mecanismo de formação de

ponte e drenagem é necessário que ocorra um ângulo de contato apropriado entre as

três fases óleo-água-ar, sem requerer obviamente a difusão do óleo. Já no caso do

mecanismo de formação de ponte e estiramento é necessário que os glóbulos

apresentem propriedades reológicas apropriadas para sofrerem deformação, como, por

exemplo, baixa tensão de escoamento e faixa de viscosidade ideal [8].

Segundo Yanumet e colaboradores [19] a tendência do sistema exibir um dos três

mecanismos pode ser quantificado por três coeficientes: o de entrada do óleo (E), o de

difusão (S) e o de formação de ponte (bridinging - B), como mostrado nas Equações 1a

3:

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16

E = σaw + σow - σoa (1)

S = σaw - σow - σoa (2)

B =σaw2 + σow

2 - σoa2 (3)

onde σaw é a tensão interfacial ar-água, σow é a tensão interfacial óleo-água e σoa é a

tensão interfacial óleo-ar. Quanto mais positivo for o coeficiente, mais importante será o

fenômeno para a supressão da espuma.

3.2.2. Anti-espumantes a base de poliéteres

Em sistemas aquosos, os anti-espumantes mais utilizados são normalmente misturas

de óleos não-polares e partículas sólidas. Os óleos utilizados são tipicamente a base de

silicone ou óleos minerais e as partículas sólidas são sílica ou polímeros hidrófobos.

Estas misturas podem ser usadas tanto em solução quanto em emulsões de óleo em

água.

Álcoois graxos de cadeia curta e óleos de silicone são freqüentemente usados como

anti-espumantes, pois competem com os tensoativos pela interface água-ar, sem no

entanto dar-lhe características de elasticidade que contribuam para a estabilidade da

espuma.

Como anti-espumantes a base de poliéteres, têm sido avaliado copolímeros de

poli(óxido de etileno)-bloco-poli(óxido de propileno) (PEO-PPO). Além destes,

compostos à base de silicones graftizados com cadeias de poli(óxido de etileno) (PEO)

e de poli(óxido de propileno) (PPO) têm sido aplicados como anti-espumantes, os quais

são conhecidos como silicones poliéteres [20, 21].

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3.2.2.1. Copolímeros de poli(óxido de etileno)-bloco-poli(óxido de propileno)

Anti-espumantes cujas cadeias são constituídas por blocos de poli(óxido de etileno)

(PEO) e por blocos de poli(óxido de polipropileno) (PPO) são tensoativos poliméricos

não-iônicos. Uma classe destes tensoativos é constituída por copolímeros em bloco de

poli(óxido de etileno)-bloco-poli(óxido de propileno) (PEO-PPO), os quais são capazes

de se adsorverem às interfaces água-ar ou água-óleo e apresentam formação de

agregados moleculares em solução aquosa (também conhecidos como micelas). O

PPO, apesar de possuir estrutura semelhante ao PEO, não é solúvel em água a

temperaturas acima de 15oC, sendo a parte hidrófoba do tensoativo.

Outra propriedade importante destes tensoativos não-iônicos é a sua solubilidade em

solução aquosa, a qual depende da hidratação dos grupos etoxilados e propoxilados

(glicóis) da molécula. Estes tensoativos em solução aquosa apresentam separação de

fases com o aumento da temperatura devido ao rompimento das ligações hidrogênio

entre o grupo éter do óxido de etileno e as moléculas de água. A temperatura na qual

ocorre este fenômeno é denominada temperatura ou ponto de névoa (cloud point-

CP).[20]

Em geral, esses copolímeros agem como anti-espumantes acima de sua temperatura

de névoa, quando eles estão na fase heterogênea e, por isso, estes anti-espumantes

são chamados de cloud point antifoams.[20,22]

Os produtos comerciais mais usados e estudados de copolímeros de PEO-PPO são

conhecidos como PLURONIC polióis (Basf), ou SYNPERONIC polióis (ICI). Esses

compostos possuem uma gama de estruturas bifuncionais, representadas por: HO-

(EO)a-(PO)b-(EO)c-H, onde b é no mínimo 15% do peso total do composto. Esses

copolímeros são altamente estáveis e, por serem não-iônicos, não reagem com alguns

cátions normalmente encontrados na água [20].

Uma vantagem do uso de copolímeros em temperaturas elevadas (onde o CP ocorre) é

que em baixas temperaturas o anti-espumante está dissolvido no produto [19].

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18

No estudo de Németh e colaboradores [23] foi mostrado que copolímeros em bloco de

PEO-PPO em fase homogênea, ou seja, antes de atingir o CP em solução aquosa,

podem ser aplicados na inibição de espuma em soluções contendo proteínas BSA

(albumina se soro bovina). As espumas estabilizadas por estas proteínas apresentam

mecanismo distinto do que normalmente é observado em casos de aplicação de

tensoativos, os quais atuam na estabilização de espumas através do efeito de Gibbs-

Marangoni, já citado anteriormente. Os filmes líquidos formados nas espumas

apresentam propriedades semelhantes a um gel e a estabilidade da espuma é

decorrente da alta resistência ao estiramento. Em presença do anti-espumante, ocorre

a menor interação entre as moléculas de proteína, diminuindo assim a viscosidade do

meio e, também, a resistência à deformação.

Os copolímeros utilizados neste estudo foram do tipo Pluronics polióis, cujas estruturas

e propriedades são mostradas na Tabela 1. Estes copolímeros apresentam hidrofili-

cidade diferente, a qual é indicada nos valores de HLB (balanço hidrofílico-lipofílico dos

tensoativos). O copolímero F-68, por apresentar o maior valor de HLB, não forma

micelas em temperaturas abaixo de 40°C, porém o L-61 apresenta temperatura de

névoa em torno de 24°C em solução aquosa à concentração de 1%p/v e em torno de

17°C, em concentração de 10%p/v. Já o L-62 apresenta temperatura de névoa em

torno de 32°C e 27°C, em concentrações de 1 e 10%p/v, respectivamente. Todos os

ensaios foram realizados à temperatura ambiente, onde o copolímero F-68 apresenta-

se solúvel em solução aquosa, o copolímero L-62 apresenta baixa solubilidade no meio

e o copolímero L-61 encontra-se em fase heterogênea.

Tabela 1. Estrutura e HLB dos copolímeros estudados (a)

PLURONICS HO-(EO)x-(PO)y-(EO)x-H

Materiais Massa Molar (g mol-1) HLB x y Ponto de turvação (b) L-61 2000 1-7 2,5 33 17° - 24°C L-62 2500 1-7 5,5 33 27° - 32°C F-68 8400 > 24 76 28 - (a) Tabela baseada no artigo [23] (b) Valores obtidos das soluções aquosas com concentrações de 10%p/v e 1%p/v respectivamente

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Inicialmente foi verificada a atividade como anti-espumante de um dos copolímeros (L-

62) em presença da proteína BSA. A Figura 8 mostra os resultados obtidos de volume

de espuma da solução de proteína com e sem a presença deste aditivo, demonstrando

que o copolímero L-62 é um bom inibidor de espuma a base de proteína, mesmo em

fase homogênea.

Figura 8. Variação do volume da espuma da solução de proteína com ou sem aditivo

[23]

A Figura 9 mostra que o volume inicial de espuma formada decresce com a

concentração de L-61 ou L-62, sendo que o efeito de L-61 foi um pouco maior que o L-

62, tendo em vista que o efeito anti-espumante promovido por este copolímero ocorreu

em fase heterogênea. O F-68 também teve efeito inibidor, porém foi muito menor do

que os outros aditivos. Este comportamento pode ser devido novamente à

hidrofilicidade destes copolímeros. O F-68 por não apresentar formação de micelas,

estaria causando um menor impedimento estérico entre as moléculas de proteína,

enquanto que os outros copolímeros apresentam-se em fase homogênea contendo um

grande número de micelas (L-62), ou em fase heterogênea (L-61), causando assim a

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diminuição das interações entre as moléculas de proteína, reduzindo a força do gel

presente no filme líquido da espuma.

Figura 9. Volume inicial da espuma em função da concentração dos copolímeros L-61, L-62 e F-68 em solução de BSA em temperatura ambiente [23]

Com os resultados deste trabalho, os autores concluíram que copolímeros tribloco

contendo baixos teores de PEO, ou seja, com baixos valores de HLB, também podem

agir como anti-espumantes mesmo em fase homogênea. Neste estudo foi mostrado que

o mecanismo de colapso do filme líquido da espuma e o fenômeno de separação de

fases são semelhantes. A estabilidade da espuma e o ponto de névoa estão

relacionados às interações moleculares entre as superfícies do filme e das micelas

presentes no meio, respectivamente. Com o aumento da temperatura, ocorre a

desidratação das cadeias de óxido de etileno, diminuindo a repulsão estérica promovida

por estas cadeias. Sendo assim, ocorre o afinamento do filme líquido e a aproximação

das micelas presentes na solução, sendo agora as forças de atração de van der Waals

mais fortes do que as de repulsão, ocorrendo assim a ruptura da espuma e a separação

de fases dos tensoativos.

Outro tipo de anti-espumante a base de poliéter foi avaliado no trabalho de Yanumet e

colaboradores [19], os quais são tensoativos não-iônicos com estruturas de nonilfenol

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etoxilado contendo 8 a 10 cadeias de óxido de etileno por molécula. Foi observado que

no ponto de névoa e em temperaturas mais altas, a solução contendo os tensoativos

apresentam duas fases: uma fase diluída, na qual a concentração de tensoativo é 2 a

100 vezes a concentração micelar crítica – CMC (concentração de tensoativo acima da

qual há a formação de micelas) e a fase concentrada, na qual o tensoativo encontra-se

em alta concentração, normalmente maior do que 50% p/p (Figura 10).

Figura 10. Esquema de separação de fases [19]

A variação da altura da espuma formada pelas soluções contendo os três tensoativos a

base de nonilfenol etoxilado em função da temperatura após 5 minutos de seu preparo,

é mostrada na Figura 11. Inicialmente, é observado que a altura da espuma é

independente da variação da temperatura em regiões abaixo do ponto de névoa dos

tensoativos. Porém, acima deste ponto e com o aumento da temperatura ocorre a

desestabilização da espuma.

Também é observado que há desestabilização da espuma mesmo antes de ser atingido

o ponto de névoa dos tensoativos em solução. Os autores compararam este

comportamento à estabilização de uma espuma a partir de um óleo: quando a

concentração se aproxima do limite de sua solubilidade no meio é observada a

formação de gotas de óleo insolúveis que agem como anti-espumantes. Este efeito

pode ser observado em temperaturas próximas ao ponto de névoa, nas quais é atingido

o limite de solubilidade da fase rica em tensoativo na fase diluída.

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Figura 11. Altura de espuma em função da temperatura de soluções de nonil fenol

etoxilado, onde n = 8,9 ou 10. [19]

Na literatura [19] têm sido apontados dois mecanismos para descrever a ação da fase

rica em tensoativo no ponto de névoa como anti-espumantes: alguns autores sugerem

o mecanismo de difusão de fluido [24] e outros sugerem a formação de lentes de óleo

[25].

O mecanismo da ação da fase concentrada de tensoativos como anti-espumantes a

base de poliéteres acima do ponto de névoa foi também determinado a partir das

Equações 1 a 3. Os resultados obtidos mostraram que os coeficientes de difusão e de

entrada determinados foram pequenos para todos os sistemas avaliados, enquanto que

os coeficientes de formação de ponte apresentaram valores positivos e altos. Por este

motivo, foi concluído que os tensoativos em fase concentrada formariam glóbulos nos

filmes líquidos de espuma acarretando na quebra da espuma através do mecanismo de

formação de pontes [19].

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Um exemplo da aplicação de anti-espumantes a base de poliéteres é encontrado em

plantas de dessalinização de água do mar por empresas da Arábia Saudita. A

estabilização das espumas formadas nesta água é promovida pela presença de

compostos orgânicos com propriedades tensoativas e também por partículas finamente

dispersas de sais inorgânicos. Nestes sistemas são utilizados poli(propileno glicol), os

quais são facilmente dispersos em água [26].

3.2.2.2. Silicone

Silicones são polímeros inorgânicos formados por um núcleo de silício e oxigênio (...Si-

O-Si-O-...). Pela variação no tamanho de sua cadeia, pode-se manipular as

características do material que podem variar desde uma consistência totalmente sólida

até um líquido viscoso. Estes polímeros têm grande importância a nível industrial

principalmente na indústria farmacêutica e cosmética, devido a sua versatilidade, baixo

custo e vantagens tecnológicas [27, 28].

Um exemplo da aplicação de silicone a base de polidimetilsiloxano (PMDS-

(H3C)[SiO(CH3)2]nSi(CH3)3) como inibidor de espuma é em lubrificantes de turbina de

aviação do tipo ésteres-sintéticos onde, segundo Ross e colaboradores [12], sua

atuação varia com o aumento de sua viscosidade (Figura12).

Em viscosidades baixas (menores que 10mm2 s-1) o PMDS é solúvel no lubrificante,

portanto sua adsorção na interface líquido/ar será pequena, não alterando

significativamente a tensão superficial da solução; logo não há espuma. Em misturas de

PMDS de viscosidades intermediárias (10-5000 mm2 s-1) com lubrificantes, sua

solubilidade no meio diminui com o aumento da viscosidade e, neste caso, as

moléculas de PMDS estariam se adsorvendo às interfaces, reduzindo as tensões

interfaciais água/ar, estabilizando a espuma formada. Finalmente, para misturas de

PMDS de viscosidades maiores do que 5000mm2s-1 com lubrificantes é observada a

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inibição na formação de espuma, tendo em vista que o silicone será insolúvel no meio,

formando uma fase heterogênea.

log10 viscosidade cinemática do aditivo silicone (mm2s-1)

Figura 12. Velocidade de formação de espuma em lubrificantes em função da viscosidade do silicone PMDS [12]

Uma outra aplicação conhecida na literatura [29] para o silicone como agente anti-

espumante é encontrada na indústria de petróleo.

No processo de produção de petróleo é comum o aparecimento de gás e água

associados. Ao escoarem através das tubulações de produção, essas fases são

submetidas à agitação e ao cisalhamento, e, em função da presença de emulsificantes

naturais no petróleo (asfaltenos, resinas, ácidos naftênicos, dentre outras espécies

químicas), de caráter lipofílico dominante, ocorre a dispersão de uma fase em outra,

dando origem a emulsões do tipo água-óleo (A/O), isto é, diminutas gotas de água

dispersas no petróleo recobertas por uma fina camada da fase oleosa, além da

formação de espumas devido à esses componentes, à impurezas e à fase gasosa

presente [30, 31].

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25

A separação da água faz-se necessária por apresentar elevado teor de sal em sua

composição e por formar emulsões com viscosidades superiores à do petróleo

desidratado. Ela afeta o dimensionamento do sistema de bombeio e transferência,

compromete certas operações de processo nas refinarias, além de representar volume

ocioso na transferência e tancagem do petróleo e gerar problemas de incrustação e

corrosão nos oleodutos de exportação [29].

Em campos de petróleo são usados vasos separadores gravitacionais com o objetivo

de remover os agentes emulsionantes presentes na interface das fases e de permitir a

coalescência das gotas de água, que está associada ao óleo cru bombeado. Embora

existam muitos fatores que influenciam a performance destes separadores, o problema

crucial é a formação de espuma, pois dificulta o controle mecânico do nível de líquido,

ocupa um grande espaço nos vasos de separação e reduz a capacidade do

equipamento e a eficiência da separação. Por este motivo são adicionados agentes

anti-espumantes a fim de se evitar estes problemas [30, 31]. Na literatura [8] é citado o

uso de técnicas mecânicas como choques térmicos e ultra-sônicos, porém mesmo

usando estas técnicas o uso de anti-espumante ainda é requerido.

Por muitos anos tem-se utilizado para o controle de espuma do óleo crú em

separadores gravitacionais a injeção de silicone. A Figura 13 (a) representa o tempo de

colapso da espuma com a injeção de anti-espumante em uma curva que consiste de

duas regiões. A primeira é linear, onde o tempo de colapso decresce com o aumento da

taxa de injeção do anti-espumante. E a segunda região comporta-se como uma

parábola que tende a um nivelamento em altas taxas de anti-espumante. Este

comportamento é esperado, pois em baixas concentrações a taxa de colapso é de

primeira ordem em relação à concentração do anti-espumante. Já em altas

concentrações, a taxa torna-se de ordem zero.

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26

(a) (b)

Figura 13. Comportamento do colapso da espuma (a) e a taxa de fluxo de óleo com a injeção de anti-espumante [29]

Na Figura 13 (b), a curva mostra claramente que a taxa do fluxo de óleo apresenta duas

regiões. A primeira região é linear, onde a taxa de produção de óleo aumenta devido à

diminuição da concentração de espuma formada com a adição de anti-espumante. A

segunda região é uma parábola, a qual demonstra que existe uma região onde a taxa

de injeção de anti-espumante é considerada ótima.

Embora seja conhecida a ação do PMDS como anti-espumante, em alguns trabalhos

[32-36] foram mostrados que normalmente ele é usado em conjunto com partículas

hidrófobas, as quais aumentam a sua eficiência. Por meio de análises, foram

observados que estas partículas se adsorvem também na superfície do óleo (PMDS),

como mostrado através do esquema e comprovado por microscopia eletrônica de

varredura (Figura 14). Com isso, é aumentada a hidrofobicidade do sistema anti-

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27

espumante e, conseqüentemente, acelera a formação de uma fase heterogênea

[33,35,36].

Figura 14. Partículas adsorvidas na superfície do óleo (PMDS) [32].

Segundo György e colaboradores [34] o mecanismo de ação da mistura PDMS-

partículas hidrófobas é a difusão do óleo nas superfícies ar/água. A gota de óleo

localizada na superfície da solução começa rapidamente a se difundir cobrindo o filme

que, por sua vez, tem sua espessura reduzida durante este processo, levando apenas

alguns segundos para se romper. Isto ocorre (segundo as suas hipóteses) devido à alta

tensão superficial e pressão de difusão deste óleo livre.

3.2.2.3 - Silicones Poliéteres

Um eficiente anti-espumante do tipo PEO-PPO é o copolímero à base de siloxana

(silicones poliéteres) no qual os blocos de PEO e de PPO se encontram graftizados na

cadeia linear da polidimetilsiloxana. Nestes materiais, variando-se a proporção de óxido

de etileno e óxido de propileno nas moléculas, pode-se sintetizar copolímeros com

diferentes polaridades. Estes polímeros graftizados comportam-se em solução aquosa

como um tensoativo não-iônico, ou seja, eles reduzem a tensão superficial da solução,

formam micelas e apresentam separação de fases com o aumento da temperatura.

O comportamento como anti-espumantes de silicones poliéteres contendo diferentes

razões PEO/PPO em suas estruturas (Tabela 2) foram avaliados por Németh e

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28

colaboradores [34]. O copolímero L-7500 apresenta somente cadeias de PPO

graftizadas sendo, portanto, praticamente insolúvel em água. Neste estudo estes

aditivos foram adicionados a soluções contendo o tensoativo Triton X-100 (éter

octilfenol decaetileno glicol), o qual é conhecido por estabilizar espumas.

Tabela 2. Estrutura geral e características dos copolímeros de silicone [34]

Na Tabela 3 são mostrados os resultados obtidos de ponto de névoa e da temperatura

onde ocorre o colapso da espuma, chamado pelos autores de CP e EFCT,

respectivamente, após a mistura dos silicones poliéteres (Tabela 2) e o copolímero

Triton X-100. Foi observada uma redução na temperatura onde ocorre a separação de

fases com o aumento da concentração do agente anti-espumante. Além disso, em

todos os casos, o valor de EFCT é ligeiramente abaixo do ponto de névoa.

Para estabilizar uma espuma os tensoativos são freqüentemente usados em

concentrações acima da CMC (concentração micelar crítica), ou seja, concentração de

tensoativo acima da qual há a formação de micelas. Quando misturados, tensoativos

iônicos, tensoativos não-iônicos e poli(etileno glicol) formam micelas mistas com

tensoativos não-iônicos, como os copolímeros em bloco de PEO-PPO. Em casos de

misturas entre tensoativos não-iônicos, normalmente é observada uma redução no

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29

ponto de névoa, já que a saturação da solução de tensoativos será mais rapidamente

alcançada.

Tabela 3. CP e EFCT de soluções de Triton X-100 (1%p/p) contendo copolímeros de

silicone graftizados com cadeias de PEO e de PPO [32]

Na Figura 15 é mostrada a variação do volume da espuma formada na solução de

Triton X-100 (1%p/p) contendo 0,3% p/p de L-7210 em função do tempo, a várias

temperaturas. Pode ser observado que o volume da espuma diminui com o aumento do

tempo e a taxa de colapso do filme líquido da espuma aumenta com o aumento da

temperatura, mesmo antes de ser atingido o ponto de nevoa da mistura (47oC – Tabela

3).

Figura 15. Variação do volume da espuma formada na solução de Triton X-100 (1%p/p) contendo L-7210 em função do tempo, a diferentes temperaturas [34]

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30

Os valores de tensão superficial das soluções contendo os tensoativos foram obtidos

em várias temperaturas, abaixo e acima do ponto de névoa destas soluções. A Figura

16 mostra que a tensão superficial das soluções estudadas diminui com o aumento da

temperatura e da concentração de L-7210, indicando que o silicone poliéter possui uma

atividade superficial maior do que o tensoativo espumante. Além disso, pode ser

observado que não ocorre mudança de inclinação na curvas de tensão superficial em

torno do ponto de névoa das soluções (indicado pelas setas), indicando que a atividade

superficial não varia significativamente em torno desta temperatura.

Figura 16. Tensão superficial de soluções de Triton X-100 1% (p/p) contendo L- 7210

em várias concentrações em função da temperatura [34]

3.3. PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO PETRÓLEO E DE FORMAÇÃO DE

ESPUMA

O petróleo, também chamado de óleo cru ou simplesmente cru, possui em sua

composição uma mistura complexa de hidrocarbonetos que, associada a pequenas

quantidades de nitrogênio, enxofre e oxigênio, se encontra sob forma gasosa, líquida ou

sólida, em poros e fraturas, em geral de rochas sedimentares [37].

Em geral, o óleo cru é predominantemente parafínico ou asfaltênico, constituído de

hidrocarbonetos que se diferenciam por sua estrutura e pelo número de átomos de

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31

carbono que contêm. Raramente são encontradas no mesmo óleo quantidades

significativas de ambos os tipos de hidrocarbonetos [38].

As parafinas são alcanos de cadeia linear que contêm mais de quinze átomos de

carbono e podem alcançar valores de mais de 80 átomos de carbono. Apresentam

muito pouca ramificação e possuem ponto de fusão relativamente alto, se comparadas

aos hidrocarbonetos líquidos (alcanos de cadeia linear variando de cinco a quinze

átomos de carbono, cicloalcanos, aromáticos e moléculas que apresentem longas

cadeias ligadas a estruturas cíclicas).

Já os asfaltenos possuem estruturas totalmente diferentes das outras moléculas

hidrocarbônicas. Eles são estruturas constituídas de anéis aromáticos policíclicos, com

massa molar muito mais alta que o das parafinas e dos hidrocarbonetos líquidos.

Possuem ponto de fusão ainda superior ao das parafinas e, quanto à solubilidade, são

insolúveis em solventes alifáticos e muito solúveis em solventes aromáticos como

benzeno, tolueno e xileno [39].

Os asfaltenos e as resinas compreendem as duas frações mais pesadas e mais polares

do petróleo bruto. Esses componentes têm uma inerente tendência para se associar e,

muitas vezes, influenciam fortemente nas propriedades do óleo cru. Pela definição, os

asfaltenos são a porção do óleo que é insolúvel em solventes alcanos(tipicamente n-

pentano ou n-heptano é utilizado), mas solúvel em solventes aromáticos (benzeno e

tolueno) [40]. Asfaltenos são estruturas bastante complexas, têm vários características

comuns: um núcleo aromático polinuclear, alguns graus de substituintes saturados, e

perceptíveis níveis de nitrogênio, oxigénio e/ou enxofre [41]. As resinas, embora menos

estudadas, podem ser consideradas como uma versão de baixa massa molar dos

asfalteno com um maior grau de saturação, tornado-as solúveis em alcanos [42].

No que se refere a estes componentes específicos do óleo cru, Callaghan e

colaboradores [43] demonstraram que espécies surfatantes podem ser encontradas

naturalmente na sua composição, especialmente, cadeias curtas de ácidos carboxílicos

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32

e fenóis de massa molar menor ou igual a 400, as quais podem estabilizar a espuma.

Utilizando vários dados sobre a produção em campos de petróleo, Claridge e Prats [44]

propuseram um modelo onde os asfaltenos e as resinas em certos óleos são

absorvidos para dentro das bolhas de gás quando a pressão cai abaixo do ponto de

bolha. Como resultado, um revestimento semi-rígido é formado causando tanto a

estabilização da espuma, quanto a redução da viscosidade.

No trabalho de Poindexter, M.K. e colaboradores [4], óleos crus oriundos de diferentes

plataformas foram estudados de acordo com as suas tendências à formação de

espuma em separadores gás/óleo e compararam esta tendência às diversas

propriedades desses óleos. Seus testes foram realizados com a ajuda de um cilindro de

vidro graduado (500 mL) construído especialmente para estes experimentos, o qual

possui tubos de dispersão de nitrogênio com porosidade de 10-20 µm de diâmetro.

Para cada experimento, a taxa de gás foi estabelecida e pré-determinada em 100 ou

250 mL/min, dependendo do óleo investigado. Antes da introdução do gás, o

reservatório cilíndrico foi preenchido com o óleo até a marca 0 mL. O gás foi purgado e

o volume da espuma foi medido na interface ar-espuma, fazendo medições em

intervalos de 15 segundos no primeiro minuto de purga, em intervalos de 30 segundos

nos quatro minutos seguintes, e intervalos de um minuto nos últimos três. No oitavo

minuto, o fluxo de gás foi interrompido, deixando assim, a espuma colapsar.

Óleos crus provenientes de nove Campos diferentes foram testados e caracterizados

segundo suas propriedades físico-químicas, como listado na Tabela 4.

Os resultados deste estudo mostraram que os volumes das espumas foram

relativamente estáveis depois dos primeiros 2-3 minutos de purga. Dois óleos, MI e AH,

possuem volumes de espuma que continuam a aumentar ligeiramente abaixo de 8

minutos, enquanto que o óleo ANS, chega ao volume máximo de 30 mL chegando

gradualmente a 15 mL (Figura 17). Três dos óleos (HO, SJV e T1) geraram pouca

(menor que 5 mL) ou nenhuma espuma quando purgados a 250mL/min. Estas 3

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33

amostras foram distintas dos outros 6 óleos, por apresentarem uma alta viscosidade a

37,8°C, 363 Cp para o HO, 1390 cP para o SJV, e 152 cP para o T1. Destes três óleos

crus, foi concluído que se a viscosidade for aproximadamente 150 cP ou maior a

37,8°C, então a baixa pressão de purga não gerará espuma. Dos três óleos não

espumantes, HO era o mais asfaltênico. Além disso, estes 3 óleos tem uma alta

quantidade de resinas, cerca de 20%p/p.

Tabela 4. Propriedade dos óleos crus [4]

(a) Procedência do óleo cru analisado (Campo de origem); (b) Abreviação do nome do Campo de origem. (c) Volume máximo de espuma foi de 5mL

Óleo cru (a) Símbolo (b)

Densidade (g/mL)

Viscosidade (cP)

%Asfalteno %Resina Espuma formada

(mL)

Colapso (mL/min)

Alaska North Slope

ANS 0,8894 13 3.38 8,72 30 -9

Arab Brri AB 0,8383 4 0,979 3,24 140 -220 Arab

Heavy AH 0,946 34 6,68 7,46 200 -39

Canadon Seco

CS 0,903 70 7,5 8,94 45 -8

Hondo HO 0,9377 363 14,81 20,52 5 c Malu Islan

MI 0,8448 38 0,18 4,86 75 -22

San Joaquin Valley

SJV 0,9792 1390 4,56 19,37 0

Statfjord SF 0,8328 3 0,09 4,02 120 -228 THUMS1 T1 0,9516 152 5,09 18,7 0

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34

Figura 17. Tempo versus volume de espuma com taxa de 250 mL/min de nitrogênio.

Dos seis óleos remanescentes, três possuem baixo nível de asfalteno (AB, MI, e SF)

com correspondentes níveis baixos de resina (3-5 %p/p), e três possuem níveis

moderados de asfalteno (ANS, AH, e CS) com uma quantidade de resina entre 7-

9%p/p. Dois dos três óleos asfaltênicos (AB e SF) apresentaram altas taxas de colapso

de espuma (-220 e -228 mL/min respectivamente), baixa viscosidade e densidade. Este

curto “tempo de vida” da espuma é o resultado da rápida drenagem do filme devido a

baixa viscosidade e aos baixos níveis de espécies estabilizadoras de espuma como as

resinas e asfaltenos. Um outro óleo com baixa porcentagem de asfalteno, MI, produz

uma espuma mais estável (-22 mL/min), comportando-se como se fosse um óleo de alta

viscosidade, densidade, quantidade de asfaltenos e resinas [4].

Uma possível explicação para a estabilidade da espuma do MI é a sua alta quantidade

de parafinas. No trabalho de Musser and Kilpatrick [45] envolvendo 16 diferentes óleos,

incluindo estes listados na Tabela 4, mostrou que o óleo MI tinha o mais alto grau de

estiramento dos grupos metilenos. Assim, espécies como os asfaltenos, resinas, ou

parafinas, os quais aumentam a viscosidade do líquido tendendo a estabilizar a

espuma. Isto é observado quando se analisa os três óleos restantes (ANS, AH e CS).

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Dois dos três mais asfaltênicos (ANS e CS) possuem a mais baixas taxas de quebra de

espuma (-9 e -8 mL/min respectivamente) enquanto que o AH tem um colapso de -39

mL/min, próximo do MI. Além disso, para afetar a viscosidade do meio, uma porção da

parafina do óleo MI pode também se submeter a uma cristalização superficial durante a

introdução do gás. Filmes superficiais de parafina causados por esta propriedade da

alta massa molar dos n-alcanos podem estabilizar a espuma como demonstrado em

alguns estudos sobre modelo da parafina [46,47].

Enquanto que o colapso está relacionado a quantidade de asfaltenos, resinas e

parafinas, que por sua vez estão relacionados a viscosidade do meio, a capacidade de

formar espuma não parece ter uma relação com estas propriedades, principalmente

para estes óleos crus. Como visto na Figura 17, o mais leve e o menos asfaltênico (AB,

MI, e SF) possuem volumes de espuma que variam de 75 a 140mL, enquanto que os

mais pesados (AH, ANS, e CS) possuem uma variação maior 30 – 200 mL. Para estes

óleos, altos níveis de asfalteno não levam a um aumento no volume de espuma [4].

3.4. ATIVIDADE, DURABILIDADE E EFICIÊNCIA DO ANTI-ESPUMANTE

O termo atividade de um anti-espumante caracteriza a habilidade para prevenir a

formação da espuma (durante a agitação do sistema) e/ou a habilidade de destruir

rapidamente a espuma formada após a agitação ter sido interrompida. Portanto, alta

atividade significa baixa formação e/ou rápida destruição de uma espuma.

O termo durabilidade caracteriza a habilidade do anti-espumante em destruir

uma certa quantidade de espuma, antes deste aditivo perder a sua atividade. Ou seja,

aditivos mais duráveis são hábeis a destruir uma grande quantidade de espuma ou

manter baixo o volume de espuma formada por longos tempos [8].

Por fim, o termo eficiência de um anti-espumante é usado para caracterizar a

performance qualitativa do anti-espumante com respeito à atividade e durabilidade [14].

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3.4.1. Teste de eficiência dos anti-espumantes

Neste tópico serão mostrados cinco tipos de testes usados normalmente para

caracterizar a atividade e a durabilidade de um anti-espumante. Outros métodos são

menos aplicados e sua utilização irá depender da aplicação.

3.4.1.1. Teste de Ross-Miles

Na Figura 18 é mostrado o teste, muito utilizado em laboratórios de pesquisa, onde uma

certa quantidade de anti-espumante é adicionada a uma solução contendo um

tensoativo, a qual é então agitada por cerca de 10 minutos. A emulsão obtida é

homogeneizada e adicionada a um cilindro de vidro próprio com volume de 1 litro e

diâmetro interno de 37 mm.

Figura 18. Representação do teste de Ross-Miles [9]

A solução é circulada continuamente por cerca de 20 segundos com fluxo de 125 mL/s

através de um orifício de 7 milímetros de diâmetro. O volume de espuma formada após

a circulação da emulsão é medida e a variação deste volume com o tempo caracteriza a

estabilidade desta espuma [9].

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3.4.1.2. Método de Bartsch

Neste método simples, a espuma é produzida por agitação manual de um cilindro de

vidro, contendo cerca de 100 mL de solução de tensoativo e de anti-espumante. O

volume inicial de espuma formada e a diminuição deste volume com o tempo

caracteriza a estabilidade da espuma e a atividade do anti-espumante (Figura 19).

Visto que normalmente o limite mais baixo da coluna de espuma é mais difícil de ser

observado, é mais conveniente medir a altura da coluna de espuma no seu limite

superior, o qual é mais definido [9].

Figura 19. Representação do método de Bartsch [48]

3.4.1.3. Teste de agitação automática (automated shake test)

Neste método, uma solução de espuma é colocada em uma garrafa padrão e uma certa

quantidade de anti-espumante é adicionada a este sistema. A garrafa é então agitada

mecanicamente em uma série consecutiva de 10 segundos de duração, onde a cada

agitação, o sistema é deixado em repouso por 60 segundos para que o tempo de

destruição da espuma (t0) seja medido (Figura 20). O tempo t0 é definido como o tempo

necessário para o aparecimento de uma interface água-ar limpa, sem a presença de

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bolhas, sendo assim, a medida da durabilidade do anti-espumante depende do número

de ciclos em que o aditivo ainda apresentar atividade [9].

Figura 20. Representação do teste de agitação automática [9]

3.4.1.4. Método de borbulhamento (bubbling method)

A solução de tensoativo é colocada em um cilindro de vidro contendo um grupo de

capilares de vidro na parte inferior (de diâmetros semelhantes). Bolhas de tamanhos

uniformes são geradas pelo borbulhamento de um gás, a fluxo constante, através

destes capilares (Figura 21). O volume de espuma formada é medida como função do

tempo na ausência de anti-espumante (para determinar a taxa de formação de

espuma). O mesmo teste é realizado em presença de anti-espumante e com isso é

determinada a sua atividade e durabilidade.

Figura 21. Representação do método de borbulhamento para avaliação de anti-espumantes [9]

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Este método é particularmente apropriado para pesquisa porque o tamanho das bolhas

(que podem ser monodispersas se os capilares forem de mesmo diâmetro) e a taxa de

espuma gerada podem ser controladas e exatamente conhecidas [9].

3.4.1.5. Método Khristov

Um outro método desenvolvido por Khristov e colaboradores [13] para estudar a

estabilidade da espuma (Figura 22), pode ser útil na comparação da atividade dos anti-

espumantes. Neste método, a fase aquosa é fortemente aspirada para fora da coluna

usando uma membrana semipermeável. A estabilidade da espuma é avaliada pela

medida de pressão no colapso da espuma, o qual é esperado ser baixa na presença de

anti-espumante.

Figura 22. Método desenvolvido por Khristov e colaboradores para avaliação de anti-

espumantes [13]

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40

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. PRODUTOS QUÍMICOS

Os principais produtos químicos comerciais utilizados na elaboração deste trabalho

estão relacionados a seguir:

• Acetona P.A, procedência VETEC , usada como recebida;

• Água destilada e deionizada;

• Amostras de silicones e de silicones poliéteres, doadas pela Blue Star Silicones,

SP, usadas como recebidas;

• Ciclo-hexano P.A, procedência VETEC , usado como recebido;

• Clorofórmio deuterado, procedência Cambridge Isotope Laboratories, Inc., grau

de pureza 99,8 %, usado como recebido;

• Copolímeros em bloco de poli(óxido de etileno-óxido de propileno) (PEO-PPO) ,

doados pela Dow Química Ltda., SP, usados como recebidos;

• Nonil-fenol etoxilado NP-9, doado pela Dow Química Ltda., SP, usado como

recebido;

• Decano P.A, procedência VETEC , usado como recebido;

• Etanol comercial, procedência Montenegro com grau de hidratação 92.8º

I.N.P.M., usado como recebido;

• Heptano P.A, procedência VETEC , usado como recebido;

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• Hexano P.A, procedência VETEC , usado como recebido;

• N-heptano P.A, procedência VETEC , usado como recebido;

• Pentano P.A, procedência VETEC , usado como recebido;

• Petróleos provenientes das Bacias de Campos e do Espírito Santo,

CENPES/PETROBRAS;

• Solbrax Eco, da BR Distribuidora, usado como recebido;

• Tolueno P.A, procedência VETEC , usado como recebido;

4.2 EQUIPAMENTOS

Além dos equipamentos comuns aos laboratórios de pesquisas, foram utilizados

nesta Dissertação os equipamentos listados a seguir:

• Analisador de tamanho de partículas Zetasizer Nano ZS, Malvern;

• Balança digital Micronal, precisão: 0,0001g;

• Banho de circulação Thermo Haake C10;

• Banho de circulação Thermo Haake Phoenix II;

• Banho Termostático tipo “Shaker” – Thermo Electron Corporation da HAAKE

SWB25

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• Estufa rotatória de circulação de ar Roller Oven modelo 704ES equipado com 4

células de compressão, High Temperature Aging Cell, da empresa Fann.

• Célula de pressurização 303SS - 500°F 1800Psi - FANN

• Espectrômetro de ressonância magnética nuclear, Varian, modelo Mercury 300

(1H: freqüência 300 Hz, 13C: freqüência: 75MHz);

• Analisador IATROSCAN da Polimate (a)

• Refratômetro ABBE 32400;

• Reômetro RS 600 – Haake, equipado com os acessórios: cilindros concêntricos

DG- 41 e cones-placa C 31/ 0,5° Ti e C20/1° Ti;

• Tensiômetro digital Krüss, modelo K10ST;

• Densitômetro DMA 5000 – Anton Paar (a)

(a) Equipamento pertencente ao CENPES/PETROBRAS

(b) Os demais equipamentos pertencem ao IMA/UFRJ

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43

4.3 METODOLOGIA

4.3.1. Caracterização química dos materias

4.3.1.1. Análise de SARA dos petróleos por cromatografia em camada fina

A determinação semi-quantitativa do teor de hidrocarbonetos saturados, aromáticos,

resinas e asfaltenos em petróleo, denominada SARA, foi realizada nos laboratórios do

CENPES/PETROBRAS, em analisador IATROSCAN (Figura 23), empregando-se a

técnica de cromatografia em camada fina com detecção por ionização de chama (TLC-

thin layer chromatography ; FID – Flame Ionization Detector).

O analisador possui um sistema de separação por camada delgada utilizando

Chromarods (capilar de quartzo de fina camada especialmente desenvolvido para

separação dos componentes da amostra).

O Iatroscan analisa todos os compostos orgânicos por TLC, especialmente para óleos

pesados que são difíceis de analisar em cromatrografia gasosa (CG) e por

cromatografia líquida (LC).

O desenvolvimento e detecção dos componentes da amostra são realizados

simultâneamente e tem capacidade para até 10 Chromarods. O tempo de medição para

uma amostra é de aproximadamente 30 segundos e o Chromarod pode ser reutilizado.

A análise de SARA foi realizada diluindo a amostra de petróleo em clorofórmio e

injetando-a nos bastões recobertos por sílica (chromarods). Foram ajustados o fluxo de

ar e hidrogênio e a velocidade de varredura. Para cada amostra são usados três

bastões equilibrados em diferentes tanques contendo hexano, tolueno e

diclorometano/metanol. O solvente é eliminado em estufa a 60°C e a amostra é então

ionizada e analisada no FID. Um cromatograma com os picos em diferentes tempos de

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retenção é obtido e, para a quantificação de cada composto, a área de cada pico é

calculada usando condições de integração específicas.

(a) (b)

Figura 23. (a) analisador Iatroscan e (b) bastões chromarods [49]

4.3.1.2. Determinação da densidade

A densidade nos petróleos foi determinada por meio do uso do densitômetro digital

DMA 5000, da Anton Paar nos laboratórios do CENPES/PETROBRAS. O procedimento

utilizado para quantificar a densidade do petróleo se baseia no método ASTM D 4052,

para o uso de tubo em U oscilante como o elemento para medir a densidade [50].

Inicialmente, o densitômetro digital DMA 5000 foi calibrado à temperatura de 20,0°C,

com ar e água destilada e deionizada, que foram injetados, separadamente, no

compartimento de preenchimento com a amostra (tubo em U). Em seguida, o petróleo

foi injetado no compartimento de amostra e ativou-se o comando do equipamento para

a análise. O equipamento quantificou a densidade do petróleo, em g/cm3 e em escala

de densidade API. A equação X mostra como a densidade API é quantificada.

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°API = (141,5 /densidade da amostra à temperatura de 60°F) - 131,5 (4)

onde, a densidade é medida relativamente à densidade da água [51].

4.3.1.3. Análises de ressonância magnética nuclear

Os materiais utilizados neste trabalho foram tensoativos não-iônicos à base de copolímeros

em bloco de poli(óxido de etileno)-poli(óxido de propileno) (PEO-PPO) de

diferentes estruturas e graus de etoxilação; amostras de silicones de diferentes

massas molares e amostras de silicones graftizados com copolímeros em bloco

de PEO-PPO.

A determinação da composição química das amostras foi realizada por meio da

espectroscopia de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN-1H) e de

carbono-13 (RMN-13C).

Todas as amostras para a análise em RMN de Hidrogênio foram preparadas

dissolvendo cerca de 15 mg em massa de amostra em 0,8 ml de clorofórmio deuterado

em tubo de 5mm OD (outside diameter). As amostras analisadas por RMN de Carbono

13 foram colocadas sem qualquer preparação ou dissolução em tubo de 10mm OD

contendo um capilar com solvente deuterado adequado, de modo a não coincidir com

os prováveis sinais da amostra . Os parâmetros de aquisição de ambas as análises

foram feitas dentro das condições padrão estabelecidas pelo fabricante do aparelho,

sendo a temperatura da sonda durante a obtenção dos espectros de 30 graus Celsius.

Foram realizadas análises quantitativas para a identificação das estruturas, bem como

para a determinação de suas composições, pelo método de cálculo convencional

baseado no princípio básico de que a área do pico é diretamente proporcional ao

número de núcleos de hidrogênio ou de carbono-13 daquela região. As áreas dos picos

foram calculadas por integrador acoplado ao equipamento.

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4.3.2. Preparo de soluções

Todas as soluções utilizadas nesta Dissertação foram preparadas em balão

volumétrico, sendo as massas das amostras pesadas diretamente e adicionado um

volume de solvente em uma quantidade menor do que a aferição deste balão. Os

sistemas foram deixados em repouso por uma noite, à temperatura ambiente, para a

completa solubilização. Após este período, todos os balões foram avolumados com o

restante de solvente para o acerto de suas concentrações, obtidas em %peso/volume

(%p/v).

4.3.3. Caracterização físico-química

Todas as amostras de tensoativos à base de copolímeros em bloco de PEO-PPO e de

silicones foram avaliadas quanto à sua solubilidade em solventes de parâmetros de

solubilidade diferentes. Além disso, foram avaliadas as atividades superficiais das

amostras utilizadas como agentes antiespumantes no petróleo e em outros solventes.

Por fim, foram determinados os valores de viscosidade destas amostras, bem como das

amostras de petróleo analisadas.

4.3.3.1. Determinação da solubilidade das amostras de tensoativos

Soluções de polímeros têm importância tanto pelo aspecto científico quanto

tecnológico, portanto é essencial o conhecimento dos parâmetros de solubilidade de

Hildebrand, polímeros e das propriedades de suas soluções. Um bom solvente é

aquele que dissolve o polímero numa faixa de temperatura compreendida entre seu

ponto de fusão e seu ponto de ebulição. Enquanto que um não-solvente é o oposto, não

dissolve ou mesmo intumesce um polímero. A adição gradativa de um não-solvente à

uma solução de um determinado polímero num bom solvente provoca sua precipitação.

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Há situações em que uma mistura de dois não-solventes tem a capacidade de dissolver

um polímero, neste caso, o processo de solubilização é denominado de co-solvência.

Não só o tipo de solvente/polímero influi no processo de solubilização como outras

variáveis inerentes à estrutura do polímero contribuem significativamente na

solubilidade do mesmo. A alta cristalinidade e altas massas moleculares têm efeito

negativo, o que torna mais difícil a escolha de um solvente apropriado por este método

empírico. Para dissolver um polímero é necessário que as interações entre os

segmentos da cadeia polimérica e o solvente sejam maiores do que as interações

solvente-solvente e polímero-polímero [52].

Os testes de solubilidade das amostras de tensoativos à base de polióxidos e de

silicones foram realizados em um tubo de ensaio imerso em um becher contendo água,

colocado sobre uma placa de agitação e aquecimento. As soluções contendo 10% p/v

de aditivo foram aquecidas e, posteriormente, resfriadas. As temperaturas foram

determinadas por meio de um termômetro colocado dentro do tubo de ensaio. A faixa

de temperatura analisada foi de 10°C a 75°C.

Foram feitas duplicatas das soluções e para todas as soluções foram realizadas duas

medidas de temperatura de turvação. O ponto de turvação foi determinado pela média

entre a temperatura em que apareceu o primeiro indício de turvação e a temperatura

em que a turvação desapareceu.

Os valores numéricos dos parâmetros de solubilidade dos solventes utilizados foram

retirados diretamente da literatura [53]. Estes valores são mostrados na Tabela 5.

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Tabela 5: Parâmetro de solubilidade dos solventes em MPa1/2 [53]

Solvente Parâmetro de solubilidade (MPa1/2)

Água 47,9

Acetona 20,3 Tolueno 18,2

Ciclo-Hexano 16,8

n-Heptano 15,1

Pentano 14,3

Decano 13,5

4.3.3.2. Análise de tensão superficial

De acordo com as instruções de operação do equipamento (Tensiômetro digital Krüss –

modelo K10ST – Figura 24), obtém-se diretamente o valor de tensão da substância em

análise, no indicador digital do equipamento.

As medidas foram realizadas na interface líquido/ar e líquido/líquido, em triplicata.

Inicialmente, foram analisadas as amostras de aditivos e as de petróleo, sem a adição

de qualquer solvente. Os valores de tensão interfacial petróleo/aditivo foram também

determinados.

Posteriormente, foram feitas as medidas de tensão superficial das amostras nos

solventes tolueno e solbrax nas concentrações de 30%p/v. Estas amostras são as

formulações preparadas para serem usadas nos testes de eficiência como anti-

espumante. Por fim, foram adicionadas alíquotas de 2µL destas soluções em 15 mL de

petróleo e foram medidos os valores de tensão superficial destes sistemas. Estas

medidas tiveram a finalidade de se analisar a superfície do petróleo após a adição do

aditivo anti-espumante.

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Figura 24. Tensiômetro digital Krüss, modelo K10ST

4.3.3.3. Análises reológicas

O reômetro permite medidas de viscosidade a baixas taxas de cisalhamento (γ.

) e seu

princípio básico consiste no cisalhamento de um fluido (entre dois cilindros concêntricos

ou entre o cone e a placa), com a amostra entre eles, sendo que o acessório da cabeça

gira a uma velocidade constante, enquanto o outro acessório se mantém estacionário.

Os dados obtidos através do reômetro são a tensão de cisalhamento (τ) e a taxa de

cisalhamento (γ.

), que são transformados, por meio da Equação 5, em viscosidade

absoluta .

η τ γ= /.

(Equação 5)

Para fluidos newtonianos, a viscosidade, η, possui um valor constante, que independe

da taxa de cisalhamento. A Equação 5 apresenta a relação linear entre a tensão de

cisalhamento e a taxa de cisalhamento, para estes fluidos, nos quais estão incluídos

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50

todos os gases e a maioria dos líquidos de baixas massas molares. Soluções

poliméricas se comportam como fluidos newtonianos a baixas concentrações [54].

As viscosidades absolutas (η) das soluções aquosas dos tensoativos foram medidas no

intervalo de taxa de cisalhamento (γ.

) compreendida entre 0,1-100s-1, a fim de

determinar a região onde o comportamento é newtoniano.

Foram feitas medidas tanto as soluções das amostras quanto delas puras, assim como

as medidas dos petróleos puros a 25°C e a 60°C. As análises foram realizadas

utilizando os acessórios: cilindros concêntricos DG-41 para as soluções e cone- placa C

31/0,5° Ti e C20/ 1°Ti (Figura 25) para os materiais puros.

(a) (b) (c)

Figura 25. (a) Reometro RS-600 Haake (b) acessórios cone-placa (c) cilindros concêntricos DG-41

No sistema do tipo DG (double gap), as amostras são colocadas entre duas superfícies

interconectadas e coaxiais com simetria cilíndrica (mostrado na Figura 5). Um tubo

coaxial (rotor) está localizado entre estas duas superfícies cilíndricas. O rotor pode

rodar sobre o eixo do recipiente da amostra com uma velocidade angular selecionada

ou sofrer pequenos deslocamentos angulares harmônicos. A grande superfície de

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51

contato permite desenvolver estudos nas quais baixas medidas de tensão de

cisalhamento são requeridas.

Portanto, o acessório utilizado apresenta grande área superficial, adequada para

soluções de baixa viscosidade, como é o caso das soluções utilizadas nesta

Dissertação.

4.3.4. Análise de tamanho das partículas

Esta técnica baseia-se no princípio típico de espalhamento de luz dinâmico (DLS). O

espalhamento de luz dinâmico compreende quatro componentes principais. O primeiro

de todos é o laser que é usado para prover a fonte de luz para iluminar as partículas

dentro da célula. A maior parte do feixe laser passa retilíneo através da amostras, mas

outra parte é espalhada por partículas presentes na amostra. Um detector é usado para

medir a intensidade de luz espalhada. Como uma partícula espalha luz em todas as

direções, é possível colocar um detector em qualquer posição e ainda detectar o

espalhamento contudo, a cada ângulo, respostas diferentes são obtidas.

O equipamento Zetasizer Nano ZS (Figura 26) apresenta o detector numa posição a

137°C do feixe de luz incidente. A intensidade de luz espalhada deve estar dentro de

uma faixa específica para que o detector possa medir com sucesso. Quando a

quantidade de luz possível de se detectada estiver fora desta faixa são usados

atenuadores para reduzir a intensidade de luz do laser e assim reduzir a intensidade

espalhada. A intensidade do sinal de espalhamento para o detector é passada por um

processador de sinal digital chamado correlator. O correlator compara a intensidade de

espalhamento em sucessivos intervalos de tempo para derivar a taxa a qual a

intensidade está variando.

Como a óptica de detecção deste equipamento mede a informação do espalhamento

próximo a 180°C, este é conhecido como detecção por retro-espalhamento, tecnologia

patenteada conhecida como NIBS (Retro-espalhamento não invasivo).

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Esta técnica é usada com diversas finalidades, uma delas é reduzir um efeito conhecido

como espalhamento múltiplo sobre as medidas, favorecendo medição de amostras com

concentrações altas e amostras escuras.

O equipamento pode fornecer os resultados de tamanho em forma de tabelas ou

gráficos percentuais de intensidade de luz espalhada, volume e o número de partículas

em função do tamanho (nm).

Para que sejam obtidos os gráficos de volume ou de número de partículas, deve-se

informar o índice de refração e a viscosidade da amostra e do solvente, além da

absorbância do sistema, visto que o equipamento utiliza o método PCS (photon

correlation spectroscopy).

Figura 26. Analisador de tamanho de partícula Zetasizer Nano ZS

Este método consiste em determinar a distribuição de velocidade das partículas pela

medida dinâmica das flutuações de intensidade da luz espalhada. As partículas, ou

macromoléculas dispersas em um meio líquido, sofrem o movimento Browniano, o que

provoca oscilações de concentração das partículas, resultando em não-

homogeneidades locais de índice de refração. Este, por sua vez, resulta em variações

de intensidade de luz espalhada. A espessura do pico relativo à intensidade de luz

espalhada Γ (definida como a meia largura a meia altura) é proporcional ao coeficiente

de difusão das partícula D , e k é o vetor de onda do espalhamento [55,56] :

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Γ= Dk2 (Equação 6)

onde

k = (4πn/λ) sen (θ/2) (Equação 7)

Onde n é o índice de refração do meio, λ o comprimento de onda do laser, θ o ângulo

de espalhamento. Com o pressuposto de que as partículas são esféricas e não

interagem, a média do raio é obtido a partir da equação Stokes- Einstein:

R = kb T/ 6πηD (Equação 8)

Onde kb é a constante de Boltzmann, T a temperatura e η a viscosidade do solvente.

Nos ensaios, o número de análises de seqüências foi de 3 e a cubeta utilizada foi a de

vidro. A esta cubeta adicionou-se a amostra a ser analisada até aproximadamente 1/3

do seu volume total. Após o término da análise, a cubeta foi devidamente lavada com

água destilada e deionizada e com etanol e, em seguida, seca com ar comprimido.

4.3.4.1. Determinação do índice de refração

A determinação do índice de refração (IR) dos sistemas foi realizada em refratômetro

ABBE 32400, na temperatura de 25°C.

Com uso de uma micropipeta foi condicionada a amostra a ser analisada sobre a lente

do refratômetro. Após a leitura, a lente foi devidamente limpa com o uso de água

destilada/deionizada e lenço de papel e, em seguida, foi colocado o solvente etanol

para facilitar sua secagem.

4.3.5. Desenvolvimento de metodologia de ensaio dos agentes antiespumantes

Inicialmente, os testes foram realizados em meio aquoso. Uma solução aquosa com o

aditivo nonil-fenol etoxilado (NP-9) foi preparada em concentração de 0,8%p/v, sendo

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54

utilizado como agente espumante, e soluções aquosas de silicones poliéteres foram

preparadas a 0,4% p/v para serem empregadas como antiespumantes.

Através de um borbulhador de vidro (Figura 27), pelo qual foi injetado ar comprimido a

uma vazão constante, a solução de espumante foi purgada até a espuma chegar a

altura de 15 cm (contando a partir do nível superior do líquido) dando início assim, a

contagem de tempo de decaimento. Para este teste foi utilizado um intervalo de 5

minutos entre as medições que foram feitas com o auxílio de uma régua.

Logo após obter os resultados do branco (solução espumante de noni-fenol etoxilado),

o mesmo procedimento foi feito adicionando a solução contendo o anti-espumante à

solução espumante, podendo-se assim comparar os resultados.

Todos as soluções aquosas citadas foram avaliadas com a variação de temperatura

(com o auxílio de um banho) e tempo, a fim de analisar a diferença no comportamento

dos tensoativos com a mudança nas variáveis do teste.

Figura 27. Teste de eficiência de anti-espumante com o método de borbulhamento.

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Após os primeiros testes usando-se soluções aquosas dos silicones poliéteres, foram

realizados ensaios com amostras de petróleo seguindo esta mesma metodologia,

porém não foi observada formação de espuma.

Por este motivo, foi proposta uma nova metodologia de ensaio, utilizando-se célula de

compressão. Para a avaliação da eficiência dos agentes anti-espumantes, foram

preparadas soluções a 30%p/v de cada aditivo e, a partir desta, foi retirado o volume

necessário calculado para a realização de cada teste.

Os testes foram realizados tomando-se 150 mL de petróleo, os quais foram colocadas

em uma célula de compressão, aditivado ou não com produto anti-espumante, e esta foi

vedada adequadamente. Por meio uma mangueira flexível, a célula de compressão foi

conectada a uma linha de ar comprimido e com o auxílio de um manômetro instalado na

chegada da linha, o interior da célula foi comprimido com a pressão de 200 psi, durante

três minutos, fechando a válvula-esfera ao final. Esta pressão e tempo foram

selecionados após alguns testes com outras pressões e tempos menores, nos quais

não foi observada a formação de espuma. Por outro lado, o emprego de pressões e

tempos maiores não propiciou um aumento na formação e na estabilidade da espuma.

Logo após, foram feitos os testes de eficiência de espuma nas mesmas variáveis

citadas acima, porém utilizando células e agitadores diferentes. No primeiro, foi usada a

célula de compressão 300SS, que foi transferida para um banho shaker e deixada

agitando por um período de 1 hora, a uma velocidade de 110 ciclos e a temperatura de

60°C ( Figura 28). No segundo teste (Figura 29), a célula de compressão Aging Cell foi

colocada em uma estufa rotativa (a), previamente aquecida a 63°C (três graus acima da

temperatura de ensaio), deixando a célula (b) rolando (condicionando) à velocidade de

50 rpm (c), por um período de uma hora.

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Figura 28. (a) Banho Shaker (b) Célula de pressurização 300SS, Fann

Ao final destes testes, a célula de compressão foi conectada à unidade de

descompressão, neste caso, uma proveta de 100mL (d), posicionado-a na vertical e

mantendo a saída voltada para baixo. Então, é aberta ligeiramente a válvula de

bloqueio da célula de compressão, fechando-a quando a altura inicial da espuma

formada no interior da célula de descompressão tenha atingido o valor de 80mL.

Imediatamente, após o fechamento da válvula, inicia-se a contagem de tempo.

(a) (b)

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(c) (d)

Figura 29. (a) Roller Over da Fann (b) High Temperature Aging Cell (b) Aquecimento e rotação da Aging Cell (d) Decaimento da espuma de petróleo

As leituras da altura de espuma formada são efetuadas em intervalos de tempo de 30

segundos, até que tenha sido obtido dois valores constantes e consecutivos, indicativos

da quebra total da espuma formada.

A percentagem de espuma formada em cada intervalo de tempo é calculada a partir da

Equação 9:

ESPUMA v vH H

H

F

F

(% / ) =−

×100

(Equação 9)

onde:

H - altura atingida pela espuma na escala, a cada intervalo de tempo;

HF - altura final atingida pelo líquido, após quebra de toda espuma formada.

Todos os ensaios foram realizados em duplicata.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DOS MATERIAIS

Nesta Dissertação, foram avaliados como agentes anti-espumantes para petróleo

amostras de silicones comerciais, amostras de copolímeros em bloco de poli(óxido de

etileno)-poli(óxido de propileno) (PEO-PPO) e amostras de silicones poliéteres, as quais

apresentam em suas estruturas grupo de poli(óxido de etileno)-poli(óxido de propileno)

graftizados na cadeia principal. Todas as amostras são comerciais e foram analisadas

conforme recebidas.

Um solvente que pode ser utilizado para a preparação das soluções de agentes anti-

espumantes é conhecido como Solbrax, o qual também foi analisado.

Além destes materiais, foram utilizadas 6 amostras de petróleo, as quais foram

caracterizadas quanto aos seus valores de densidade, bem como por meio da

determinação dos teores de hidrocarbonetos saturados, hidrocarbonetos aromáticos

totais, resinas e asfaltenos em suas composições.

5.1.1. Caracterização dos aditivos

As composições dos aditivos anti-espumantes e do solvente solbrax foram

determinadas por meio da espectroscopia de ressonância magnética nuclear de

hidrogênio (RMN-1H) e/ou de carbono-13 (RMN-13C). Todos os espectros mostrados

nesta Dissertação foram processados através do programa MestRE-C 4.7 da Mestrelab

Research.

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- Aditivos à base de silicones comerciais

As análises de RMN-13C e de 1H da amostra de silicone comercial, denominada de S50,

são mostradas nas Figuras 30 e 31, respectivamente.

Figura 30. Espectro de ressonância magnética nuclear de carbono-13 da amostra de silicone comercial S50

n

Si O

CH3

CH3

O SiSi CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

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Figura 31. Espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio da amostra de silicone comercial S50

A estrutura do silicone comercial analisado é mostrada na Figura 30 e foi proposta com

base na literatura [57] e nos deslocamentos químicos observados nos espectros.

No espectro de RMN-13C podem ser observados quatro deslocamentos químicos:

- a 1,687 ppm – atribuído aos seis carbonos metílicos presentes nas extremidades das

cadeias;

- a 0,940 ppm – atribuído aos dois carbonos metílicos localizados na unidade repetitiva

das cadeias;

a 1,440 e 0,445 ppm – atribuídos como bandas laterais, que são distorções observadas

em sinais de alta intensidade, provocadas por uma dispersão da radiofreqüência de um

núcleo observado. São mais observados em núcleos de alta abundância tais como:

hidrogênio, fósforo e flúor.

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A determinação da massa molar das amostras de silicone comerciais foi realizada pela

integração dos sinais observados no espectro de carbono-13. O resultado da integração

do sinal localizado em 1,687ppm foi igual a 5,04. Logo, como este sinal foi atribuído a

seis átomos de carbonos, cada grupo metila corresponde a um valor de integração de

0,84. Com esta informação e com o valor de integração igual a 94,18, correspondente

aos dois grupos metílicos da unidade repetitiva, pode-se então calcular o grau de

polimerização (n) desta macromolécula, que é aproximadamente igual a 55. Sendo

assim, o valor da massa molar para a amostra de S50 é de 4230 g/mol.

A mesma relação quantitativa não pode ser encontrada no espectro de RMN-1H (Figura

31), pois: 1) sendo o núcleo de hidrogênio (1H) altamente abundante, a coalescência de

sinais em moléculas poliméricas é observada devido a semelhança entre os ambientes

químicos eletrônicos, ou seja, o ambiente químico é equivalente não permitindo uma

distinção efetiva entre os hidrogênios da molécula.

O espectro de RMN-13C da amostra S12500 é mostrado na Figura 32, no qual podem

ser observados os mesmos sinais encontrados no espectro da amostra S50 (Figura 30),

podendo-se concluir então que se trata de amostras de silicone de estruturas

semelhantes. Neste espectro, o sinal com integração igual a 0,58 foi calculado para os

seis grupos metílicos das extremidades da cadeia, obtendo-se o valor de 0,1 para cada

grupo -CH3. Já o sinal com integração de 98,36 corresponde aos dois grupos metílicos

da unidade repetitiva e, sabendo que cada metila corresponde a 0,1, pode-se calcular o

valor “n” que é aproximadamente igual a 447. Sendo assim, a massa molar é de

aproximadamente 33.200 g/mol, a qual é oito vezes maior que a massa molar da

amostra S50.

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Figura 32. Espectro de ressonância magnética nuclear de carbono-13 da amostra de silicone comercial S12500

Também no espectro de RMN-1H da amostra S12500 (Figura 33) observou-se a

coalescência de sinais devido aos ambientes químicos equivalentes, não permitindo

uma distinção efetiva entre os hidrogênios da molécula. Esta dificuldade é ainda maior

para esta amostra, pois o seu grau de polimerização em comparação com o S50 é

quase oito vezes maior. Desta forma, tanto os hidrogênios dos grupos metílicos das

extremidades quanto os hidrogênios dos grupos metílicos da unidade repetitiva

aparecem em sinais muito próximos.

n

Si O

CH3

CH3

O SiSi CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

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Figura 33. Espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio da amostra de silicone comercial S12500

A amostra S60000 parece ser uma macromolécula com grau de polimerização muito

alto, pois no espectro de RMN-13C (Figura 34) pode-se observar apenas um intenso

sinal localizado em 0,075 ppm. Neste caso, por ser uma cadeia polimérica longa, as

metilas das extremidades encontra-se diluídas em função da baixa relação molar (efeito

do grupo terminal), sendo mais provável que o sinal não tenha sido detectado pelo

aparelho ou coalescido com o sinal das metilas da unidade repetitiva. Portanto, não foi

possível fazer o cálculo do grau de polimerização e da massa molar para esta amostra,

mas sabe-se que estes valores são bem maiores do que os da amostra S12500

(n=447) (Figura 32). Este fato também pode ser constatado mais adiante, por meio dos

mais altos valores de viscosidade apresentados pela amostra S60000.

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64

Embora não tenha sido possível calcular o valor do grau de polimerização desta

amostra de silicone S60000 pela espectroscopia de RMN, a literatura [5] mostra que

estes polímeros apresentam graus de polimerização, que podem variar de 0 a 2.500, os

quais podem ser controlados para a obtenção de fluidos com valores de viscosidades

compreendidos na faixa entre 0,65x10-3 e 103 Pa.s, a 25°C.

Figura 34. Espectro de ressonância magnética nuclear de carbono-13 da amostra de silicone comercial S60000

No espectro de RMN-1H da amostra S60000 (Figura 35) também se observou a

geração de apenas um sinal devido à coalescência de sinais correspondente aos

ambientes químicos equivalentes, não permitindo uma distinção efetiva entre os

hidrogênios da molécula. Esta dificuldade é ainda maior para esta amostra, pois o seu

grau de polimerização em comparação com o S12500 é muito maior. Desta forma, tanto

n

Si O

CH3

CH3

O SiSi CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

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65

os hidrogênios dos grupos metílicos das extremidades quanto os hidrogênios dos

grupos metílicos da unidade repetitiva aparecem em sinais muito próximos.

Figura 35. Espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio da amostra de silicone comercial S60000

- Aditivos a base de copolímeros em bloco de poli(óxido de etileno)-poli(óxido de

propileno) (PEO-PPO)

Os copolímeros em bloco de PEO-PPO usados nesta Dissertação foram do tipo

monofuncionais (copolímeros XD, XH e XJ) e ramificado (copolímero R2), cujos nomes

são comerciais. A estrutura dos copolímeros foi informada pelas Empresas que os

doaram e por meio das análises de RMN-1H foi possível determinar suas composições.

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Os copolímeros monofuncionais XD, XH e XJ apresentam em uma das extremidades de

suas cadeias o grupamento hidroxila (OH) e a outra extremidade substituída por um

grupamento metílico (CH3). Estes copolímeros industriais são sintetizados via

mecanismo aniônico e o iniciador utilizado para produzir estes copolímeros foi o

metanol (CH3-OH)

O espectro de RMN-1H de todos os copolímeros de PEO-PPO apresenta duas regiões

distintas:

- o sinal localizado a 1,1 ppm corresponde aos hidrogênios metílicos (-CH3) do

poli(óxido de propileno) (PPO);

- os sinais localizados entre 3,3 a 3,7 ppm correspondem aos hirdogênios metilênicos (-

CH2O-) do poli(óxido de etileno) (PEO) e do poli(óxido de propileno) PPO; aos

hidrogênios metínicos (-CHO-) do PPO e aos hidrogênios metílicos (CH3-O) localizado

em uma das extremidades da cadeia do polímero.

1,1ppm ↓

CH3

CH3-O-(CH2-CH2-O)n-(CH2-CH-O)m-H � � � � � 3,3 ppm 3,6 ppm 3,6 ppm 3,5 ppm

O cálculo da composição de cada copolímero em bloco de PEO-PPO foi realizado com

base nas seguintes Equações:

A α 3Y (Equação 10)

B α 4X + 3Y + 3 (Equação 11)

Y/X = 4 A / (3B - 3A - 9) (Equação 12)

PMEO n + PMPO m = Mn - 31 (Equação 13)

n = ( M

n - 31) / {44 + 58 [4A / (3B - 3A - 9)]} (Equação 14)

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Onde, x = número relativo dos hidrogênios de óxido de etileno;

y = número relativo dos hidrogênios de óxido de propileno;

A = área do pico centrado em 1,1ppm;

B = área do pico localizado na região compreendida entre 3,3 a 3,7ppm;

n = número de unidades de óxido de etileno que se repete na cadeia;

m = número de unidades de óxido de propileno que se repete na cadeia;

PMEO = peso molecular da unidade EO (44);

PMPO = peso molecular da unidade PO (58);

31= peso molecular do grupo CH3-O, presente em uma das extremidades da

cadeia do copolímero;

Mn = massa molar numérica média do copolímero em bloco, informação obtida

diretamente com a Empresa que os doaram.

As Figuras 36, 37 e 38 mostram os espectros de RMN-1H dos copolímeros em bloco

XD, XH e XJ, respectivamente. A Tabela 6 mostra os valores de integração do sinal

localizado em 1,1ppm e da faixa compreendida entre 3,3 e 3,7 ppm e, também, dos

valores de Mnde cada copolímero usados nos cálculos, bem como os resultados de

sua composição.

Tabela 6. Dados obtidos por análise em RMN para os copolímeros poliéteres

Copolímeros ____

nM

(a) Valores de Integração Relação Y/X n m

Copolímero

XD 2990

A = 24,27

B= 71,65 0,74 34 25

Copolímero

XH 3740

A = 22,21

B= 72,84 0,63 46 29

Copolímero

XJ 2510

A= 30,98

B= 65,39 1,18 22 26

Copolímero

R2 7900

A= 42,34

B= 59,36 3,8 10 38

(a) Valores fornecidos pela Dow Química Ltda.

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Figura 36. Espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio do copolímero em bloco de poli(óxido de etileno)-poli(óxido de propileno), denominado de XD

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Figura 37. Espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio do copolímero em bloco de poli(óxido de etileno)-poli(óxido de propileno), denominado de XH

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Figura 38. Espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio do copolímero em

bloco de poli(óxido de etileno)-poli(óxido de propileno), denominado de XJ

No caso do copolímero ramificado R2, o qual possui três cadeias de PEO-PPO ligadas a

uma unidade de glicerol, as Equações para o cálculo das composições foram

representadas considerando apenas um segmento da estrutura do copolímero:

Y/X = 4 A / (3B - 3A - 2) (Equação 15)

PMEO n + PMPO m = Mn - 60 (Equação 16)

n = ( Mn - 60) / {44 + 58 [4A / (3B - 3A - 6)]} (Equação 17)

A Tabela 6 mostra também os resultados obtidos para este copolímero R2.

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Figura 39. Espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio do copolímero poli(óxido de etileno)-poli(óxido de propileno), denominado de R2

- Aditivos a base de silicones poliéteres

Amostras de silicones poliéteres, ou seja, cadeias de silicone graftizadas com cadeias

de copolímeros de poli(óxido de etileno)-poli(óxido de propileno) (denominadas nesta

Dissertação como SP1 e SP2), foram caracterizadas por RMN-1H e RMN-13C.

As estruturas destas amostras não foram esclarecidas pela Empresa Blue Star

Silicones que as doaram, porém em uma patente publicada [58] e com base na

literatura sobre silicones poliéteres [59], foram sugeridas as estruturas 1 e 2 . Nesta

representação são indicados blocos de PEO e de PPO, porém estes copolímeros

possuem estrutura do tipo aleatória.

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Estrutura 1: Amostra SP1 Estrutura 2: Amostra SP2

A fim de se confirmar a composição dos dois aditivos de silicone poliéter foram

inicialmente interpretados os espectro de RMN-13C das amostras em questão.

As Figuras 40 e 41 mostram os espectros de RMN-13C das amostras de silicone poliéter

SP1 e SP2, respectivamente. Os assinalamentos foram realizados com base naqueles

já feitos anteriormente para as amostras de silicone (Figuras 30 e 32), como também na

literatura [20, 60]:

- 0,8 ppm – atribuído aos dois carbonos metílicos localizados na unidade repetitiva das

cadeias (z) e ao carbono metílico localizado na unidade repetitiva substituída pelas

cadeias do copolímero PEO-PPO (w);

- 1,5 ppm – atribuído aos seis carbonos metílicos presentes nas duas extremidades das

cadeias de silicone (a);

- 17 e 18 ppm – atribuído ao carbono metílico presente nas cadeias do poli(óxido de

propileno). Em se tratando de um copolímero aleatório, o sinal relativo a estes carbonos

poderia estar sendo duplicado, sendo dependente do ambiente químico;

- 22 ppm – atribuído ao carbono metilênico localizado imediatamente antes do carbono

metilênico ligado às cadeias de PEO;

- região compreendida entre 68 e 75 ppm – atribuída aos carbonos metilênicos e

metínicos presentes nas cadeias de PEO e PPO. Novamente, em se tratando de um

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copolímero aleatório, esta região toda deve ser considerada para efeito de cálculo,

podendo também apresentar duplicidade de sinais.

- 65 ppm – atribuído ao carbono metilênico ligado à cadeia de PEO.

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Figura 40. Espectro de ressonância magnética nuclear de carbono-13 da amostra de

silicone poliéter SP1

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Figura 41. Espectro de ressonância magnética nuclear de carbono-13 da amostra de silicone poliéter SP2

Inicialmente, os cálculos foram realizados pelo valor de integração do sinal localizado

em 1,5 ppm. Sabendo-se que este valor está relacionado a seis carbonos metílicos,

sabe-se que cada CH3 equivale a um valor de integração igual a 3,5x10-3 para a

amostra SP1 e 0,32 para a amostra SP2. Em seguida, determina-se o número de

unidades repetitivas substituídas (w) pelo valor de integração localizado em 22 ppm,

dividindo-se o valor calculado pelo valor de integração de cada carbono metílico. Os

valores calculados foram respectivamente 8,5 para a amostra SP1 e 5 para a amostra

SP2.

Para a determinação do número de unidades de EO e PO presentes nas cadeias, bem

como do número de unidades repetitivas não substituídas (z), foram usadas as

seguintes Equações:

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A/ICH3 = 2z + w (Equação 18)

B/ ICH3 = 2mw (Equação 19)

C/ ICH3 = 4w[n + m] (Equação 20)

Onde,

ICH3 = valor de integração calculado para um carbono metílico;

A = área do pico centrado em 0,8 ppm;

B = área do pico localizado na região compreendida em 17 e 19 ppm;

C = área do pico localizado na região compreendida entre 68 e 75 ppm;

n = número de unidades de óxido de etileno que se repetem na cadeia;

m = número de unidades de óxido de propileno que se repetem na cadeia;

z = número de unidades repetitivas não substituídas;

w = número de unidades repetitivas substituídas.

A partir destas Equações foram obtidas as seguintes estruturas para as amostras de

silicone poliéter:

Amostra SP1 Amostra SP2

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As Figuras 42 e 43 mostram os espectros de RMN-1H das amostras SP1 e SP2. Nestes

dois espectros foi possível observar sinais característicos para ambas estruturas: a

região localizada entre 3,2 e 3,8 ppm correspondente aos hidrogênios metilênicos (-

CH2O-) presentes nas cadeias de PEO e de PPO e os hidrogênios metínicos (-CHO-).;

um sinal centrado a 0,06 ppm correspondente aos grupos metílicos das extremidades

ligados ao silício; e sinais a 1,1ppm, correspondente aos hidrogênios metílicos do PPO;

Não foram realizados os cálculos de composição das amostras SP1 e SP2 por meio

destas análises tendo em vista o que já foi observado anteriormente (Figuras 40 e 41):

nas análises de RMN-1H, os sinais relativos às cadeias de silicone apresentam-se

sobrepostos.

Figura 42. Espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio da amostra de silicone poliéter SP1

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Figura 43. Espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio da amostra de

silicone poliéter SP2

Para uma melhor visualização das estruturas das amostras utilizadas nesta

Dissertação, foi construída a Tabela 7 com suas estruturas, massas molares, graus de

polimerização e razões EO/PO calculados por meio das análises de RMN.

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Tabela 7. Estruturas dos aditivos anti-espumante utilizados nesta Dissertação

Copolímeros Molar

Massa

z n

m

Razão

EO/PO Estrutura

Copolímero

R2

7900

-

10

38

0,26

S50

4230

55

-

-

-

n

Si O

CH3

CH3

O SiSi CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

S12500

33.200

447

-

-

-

n

Si O

CH3

CH3

O SiSi CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

S60000

Maior que

33.240

Maior que 447

-

-

-

n

Si O

CH3

CH3

O SiSi CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

CH3

Copolímero

XJ 2523

- 26

22 1,18

CH3

CH3-O-(CH2-CH2-O)22-(CH2-CH-O)26-H

Copolímero

XD 2993

- 25

34 0,74

CH3

CH3-O-(CH2-CH2-O)34-(CH2-CH-O)25-H

Copolímero

XH 3753

- 29

46 0,63

CH3

CH3-O-(CH2-CH2-O)46-(CH2-CH-O)29-H

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SP1 20274

44

20

18

1,1

SP2

3755

7

10

2

5

- Solvente Solbrax

O solvente Solbrax Eco da Br Distribuidora também foi analisado por RMN-1H e RMN-13C. Como especificado pelo fabricante [61], o produto consiste, em grande parte, de

um mistura de hidrocarbonetos alifáticos, naftênicos e menos que 1% de teor de

aromáticos (obtido por hidrogenação catalítica, que permite converter os aromáticos em

naftênicos, reduzir o teor de enxofre, saturar as olefinas e eliminar as impurezas

polares). Ainda segundo o fabricante, este processo permite obter um solvente muito

estável, com odor pouco pronunciado e baixa toxidez. Este também é conhecido como

querosene desodorizado. Por este motivo, há o interesse em utilizá-lo como solvente

das formulações empregadas nos campos de petróleo.

Pelas análises de RMN-1H (Figura 44) foi observado que, por ser uma mistura de

estruturas semelhantes, seus sinais acabam por coalescer em uma mesma faixa

relativa aos grupos alifáticos alicíclicos e alifáticos β-substituídos que correspondem a

deslocamentos químicos de 0 a 1 ppm e 1 a 2 ppm, respectivamente.

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Figura 44. Espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio do solvente solbrax

Pelas análises de RMN-13C (Figura 45) foi observado sinais que coalescem em uma

mesma faixa devido ao Solbrax ser uma mistura de estruturas semelhantes. Os

deslocamentos químicos observados foram os típicos de hidrocarbonetos alifáticos na

faixa de 11 – 14 ppm correspondentes aos carbonos metílicos. A faixa que corresponde

de 19 – 40 ppm pode ser atribuída à carbonos tipo –CH e –CH2 de cadeias alifáticas e à

anéis tipo ciclo hexano condensados oriundos do processo de hidrogenação catalítica.

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ppm (t1)10203040

39.5

99

39.2

95

37.6

17

37.3

27

35.6

61

34.6

3033

.697

28.2

12

27.0

04

26.7

05

25.0

45

22.9

38

20.3

7919

.934

19.4

60

14.6

58

14.3

72

11.6

66

0.60

0.94

0.31

0.37

0.390.84

3.71

0.25

1.03

0.25

1.63

1.16

0.92

0.14

SolbraxCarbono 13

Figura 45. Espectro de ressonância magnética nuclear de carbono-13 do solvente

solbrax

5.1.2. Caracterização dos petróleos

Petróleos de diferentes origens, oriundos das Bacias de Campos e do Espírito Santo,

foram analisados pelo método SARA através da técnica de cromatografia em camada

fina com detecção por ionização de chama, a fim de se obter a composição química de

cada óleo.

O SARA indica o teor de saturados (S), aromáticos (A), resinas (R) e asfaltenos (A)

presentes no petróleo. A Tabela 8 mostra estes teores obtidos para as seis amostras

utilizadas nesta Dissertação, bem como os valores de densidade de cada petróleo.

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Tabela 8: Composição química e valores de densidade das amostras de petróleo

SARA UNIDADE Petróleo

1 Petróleo

2 Petróleo

3 Petróleo

4 Petróleo

5 Petróleo

6

Hidrocarbonetos - Saturados % m/m 47 39 28 45 32 35 Hidrocarbonetos - Aromáticos totais % m/m 29 24 40 37 40 24 Hidrocarbonetos - Resinas % m/m 22 20 27 15 21 32 Hidrocarbonetos - Asfaltenos % m/m 1 1 5 3 6 7

Densidade °API 24 28 28 26 27 13

Pelos resultados obtidos pode ser concluído que o Petróleo 6 é o óleo com maior teor

de asfaltenos e resinas; o Petróleo 3 e 5 apresentam um alto teor de aromáticos,

enquanto que o Petróleo 1 apresenta o maior teor de saturados.

Quanto à densidade das amostras de petróleo, é importante que se defina a unidade

(oAPI). O Instituto Americano de Petróleo definiu uma escala padrão para descrever e

classificar os petróleos com base em sua gravidade específica, medida a 15,6oC. A

gravidade específica é inversamente proporcional à densidade do petróleo cru, ou seja,

petróleos mais leves possuem graus API maiores, como mostrado na Equação 4, do

item 4.3.1.2. [51]

Portanto, em relação ao grau API dos petróleos, pode-se observar que os petróleos 2 e

3 são os mais leves, seguidos dos petróleos 5, 4 e 1 e o petróleo 6 é o mais pesado, ou

seja, o que possui o maior teor de compostos de maior massa molar (resinas e

asfaltenos).

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5.2. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DOS MATERIAIS

Neste tópico serão mostrados os resultados de caracterização físico-química dos

materiais, obtidos por meio das medidas de viscosidade dos aditivos e dos petróleos,

da avaliação da solubilidade e das tensões superficiais destes materiais em diferentes

solventes.

5.1.1. Medidas de viscosidade dos aditivos

Todas as amostras de aditivos puras foram caracterizadas no reômetro RS600, Haake,

utilizando o acessório 35C/1°Ti. Após estas análises, foram também avaliadas as

amostras dissolvidas nos solventes utilizados no preparo das formulações de aditivos

anti-espumantes, sendo neste caso utilizado o acessório DG41.

5.1.1.1 Medidas de viscosidade dos aditivos

As primeiras análises foram realizadas para as amostras de aditivos puras, de forma a

comparar os valores de viscosidades com as respectivas massas molares determinadas

por RMN, sem a interação do polímero com o solvente.

Com a aplicação de uma taxa de cisalhamento é gerado um aumento da fricção interna

do sistema acarretando no aumento do número de colisões entre as cadeias,

dificultando o seu escoamento. No caso dos polímeros, a fricção interna e, portanto, a

resistência ao escoamento (viscosidade) é muito maior devido ao tamanho das cadeias

e ao enovelamento entre elas.

As Figuras 46 e 47 mostram as análises realizadas para as amostras de silicone e para

as amostras de copolímero em bloco de PEO-PPO e de silicone poliéter,

respectivamente.

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Analisando-se os resultados obtidos para as amostras de silicone (Figura 46), é

observado que a amostra S60000, a qual, segundo as análises de RMN, apresenta a

maior massa molar, apresenta também o maior valor viscosidade, seguido pelo valor

obtido para a amostra S12500. Portanto, pode ser confirmado o comportamento

observado anteriormente: a amostra S60000 possui uma massa molar muito acima de

33.240 g/mol, a qual é o valor encontrado para a amostra S12500 (Tabela 7).

40 60 80 100-10

0

10

20

30

40

50

60

η (P

a.s)

Taxa de cisalhamento (s-1)

S60000 S12500 S50

Figura 46. Análise da viscosidade das amostras puras de silicones

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40 60 80 100-2

0

2

4

6

η (P

a.s)

Taxa de cisalhamento (s-1)

XJ SP2 SP1 R2

Figura 47. Análise da viscosidade das amostras puras de silicones e copolímeros poliéteres

As análises reológicas para as amostras de copolímero em bloco de PEO-PPO,

denominadas de XD e XH não puderam ser realizadas por serem sólidas. Ao comparar

as massas molares destas amostras com a massa molar da amostra S50, pode-se

observar que as primeiras são ligeiramente menores e, apesar disso, a amostra de

silicone possui uma viscosidade baixa. Este comportamento pode ser explicado com

base nas interações moleculares existentes nestes sistemas.

O caráter fortemente polar das ligações Si-O deveria conduzir a fortes interações

intermoleculares, não fosse o fato dos grupos metila ligados ao átomo de silício

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87

protegerem a cadeia principal. A cadeia de siloxano adota normalmente uma

configuração que expõe ao máximo os grupos metila para o exterior, formando barreiras

hidrofóbicas protetoras [62,63]. Portanto, as forças de interação observadas nestas

moléculas são menores do que aquelas observadas para um líquido polar à base de

poli(óxido de etileno).

As soluções de aditivos foram também avaliadas quanto aos seus valores de

viscosidade. Estas medidas têm um papel fundamental quanto à aplicação das

formulações preparadas no Campo de Petróleo. Normalmente, estas formulações

contém 30 a 40%m/m de matéria-ativa e para o bombeamento destas formulações para

os tanques de separação água/óleo é necessário que o valor da viscosidade desta

formulação não ultrapasse o valor de 0,2 Pa.s [4].

As amostras de silicone foram solubilizadas no solvente solbrax e as demais no

solvente tolueno. Todas as formulações foram preparadas nas concentrações de

30%m/m.

As Figuras 48 e 49 mostram os resultados obtidos das análises realizadas a 25oC para

as amostras de silicone e para as amostras de copolímeros em bloco de PEO-PPO e de

silicone poliéter, respectivamente.

Pode ser observado novamente que a amostra de silicone S60000 apresentou os

maiores valores de viscosidade, seguido dos outros dois aditivos S12500 e S50.

Também pode se destacar o copolímero XH, o qual apresentou um valor de

viscosidade em solução um pouco maior que os demais copolímeros e que as amostras

de silicones poliéteres, estando muito próximo dos valores obtidos para o silicone S50,

a partir da taxa de cisalhamento igual a 55 s-1. Os copolímeros XD, XJ, R2, e os

silicones poliéteres SP1 e SP2 apresentaram viscosidades muito próximas com valores

compreendidos entre 0 e 0,02 Pa.s.

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88

Todas as formulações preparadas podem ser aplicadas em Campo, à exceção da

formulação composta de silicone S60000 em solbrax, a qual apresentou valores de

viscosidade em torno de 0,22 Pa.s.

30 40 50 60 70 80 90 100

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

η (P

a.s)

Taxa de cisalhamento (s-1)

S50 S12500 S60000

Figura 48. Análise da viscosidade das amostras de silicone em solução a 25°C

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89

30 40 50 60 70 80 90 100

0,004

0,006

0,008

0,010

0,012

0,014

0,016

0,018

η (P

a.s)

Taxa de cisalhamento (s-1)

SP1 SP2 R2 XD XH XJ

Figura 49. Análise da viscosidade das amostras de silicones e copolímeros poliéteres

em solução a 25°C

Em geral, as formulações contendo os aditivos anti-espumantes são empregadas no

Campo de Petróleo à temperatura de 60oC. Portanto, foram realizadas medidas destas

soluções também a esta temperatura e os resultados são mostrados nas Figuras 50 e

51. Pode ser observado que o aumento da temperatura dos sistemas causou reduzida

mudança nestes valores, sendo novamente a formulação composta pelo aditivo S60000

a que apresentou valores de viscosidade acima das condições ideais de bombeamento.

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90

40 60 80 100

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

η (P

a.s)

Taxa de cisalhamento (s-1)

S50 S12500 S60000

Figura 50. Análise da viscosidade das amostras em solução a 60°C

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91

40 60 80 100-0,005

0,000

0,005

0,010

0,015

0,020

η (P

a.s)

Taxa de cisalhamento (s-1)

SP1 SP2 R2 XD XH XJ

Figura 51. Análise da viscosidade das amostras em solução a 60°C

5.1.1.2 Medidas de viscosidade dos petróleos

Todas as amostras de petróleo foram também caracterizadas no reômetro RS600,

Haake utilizando o acessório C35/1°Ti, a exceção do petróleo 6. Este é um petróleo

muito pesado, e, portanto, teve que ser utilizado um acessório de menor diâmetro

(C20/1°Ti), o qual é apropriado para medidas de sistemas com viscosidade elevada.

Além disso, estas análises foram realizadas a uma temperatura um pouco maior que a

ambiente (35°C), a fim de reduzir a viscosidade e facilitar o manuseio da amostra de

petróleo. As Figuras 52 e 53 mostram os resultados obtidos, a 25 e 60oC,

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92

respectivamente. A Figura 54 mostra as análises realizadas para a amostra de Petróleo

6.

Os resultados mostram que, como esperado, o petróleo 6 foi o que apresentou a maior

viscosidade dentre os 6 óleos, pois possui elevados teores de frações pesadas (resinas

e asfaltenos) em sua composição, principalmente de resinas, que é próxima a 32% m/m

(Tabela 8).

Quanto aos demais petróleos, toda a discussão dos valores de viscosidade obtidos

também está baseada nos resultados apresentados na Tabela 8, para a sua

composição de SARA, mostrada anteriormente. Como esperado, o Petróleo 5 foi o que

apresentou os maiores valores de viscosidade, pois é o que apresenta a maior

quantidade de asfaltenos (fração mais pesada do petróleo) em sua composição. Em

seguida, encontra-se os valores de viscosidade para a amostra de petróleo 1 que, em

comparação com as outras amostras, é o óleo que apresenta a maior quantidade de

resinas e parafinas. Valores muito próximos a estes são observados para a amostra de

petróleo 4 que, apesar de possuir um teor de asfaltenos maior que o do petróleo 1, o

mesmo apresenta uma baixa porcentagem mássica de resinas. Por fim, as amostras de

petróleo 2 e 3 apresentam os menores valores de viscosidade, devido ao menor teor de

resinas e asfaltenos, para a amostra 2, e baixo teor de saturados, para a amostra 3.

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93

40 60 80 1000,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

η (P

a.s)

Taxa de cisalhamento (s-1)

Petróleo1 Petróleo2 Petróleo3 Petróleo4 Petróleo5

Figura 52. Análise da viscosidade dos petróleos a 25°C

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94

30 40 50 60 70 80 90 1000,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

η (P

a.s)

Taxa de cisalhamento (s-1)

Petróleo1 Petróleo2 Petróleo3 Petróleo4 Petróleo5

Figura 53. Análise da viscosidade dos petróleos a 60°C

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95

40 60 80 1000

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

η (P

a.s)

Taxa de cisalhamento (s-1)

Petróleo 6 (35°C) Petróleo 6 (60°C)

Figura 54. Análise da viscosidade do petróleo 6, a 35°C e a 60°C

Quando testados a 60°C a mesma seqüência anterior é observada, porém as

viscosidades são menores, pois com o aumento da temperatura, aumenta a energia

cinética média das moléculas, diminui (em média) o intervalo de tempo que as

moléculas passam umas junto das outras, menos efetivas se tornam as forças

intermoleculares, sendo menor a viscosidade do sistema.

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96

5.1.2. Determinação da solubilidade dos aditivos

Medidas absolutas do parâmetro de solubilidade para polímeros tornam-se

impraticáveis, devido à impossibilidade de vaporização destes materiais. Tais valores

são obtidos por referência aos estabelecidos para os solventes. Neste caso, testes de

solubilidade são realizados para um determinado polímero em diferentes solventes,

com valores distintos de parâmetro de solubilidade (δ). O valor de δ do polímero será de

mesma magnitude do valor do solvente que apresentar uma maior interação com o

polímero ou através de uma média entre valores próximos referente a um conjunto de

bons solventes [52].

A eficiência como anti-espumantes está intimamente relacionada com a solubilidade

desses aditivos: normalmente são insolúveis no meio onde será formada a espuma e

por este motivo são chamados de heterogêneos.

Sendo assim, a determinação do parâmetro de solubilidade dos aditivos usados nesta

Dissertação é fundamental para o entendimento do seu comportamento como anti-

espumantes. Foram realizados testes de solubilidade com as amostras de silicone,

silicone poliéter e copolímeros em bloco de PEO-PPO, a 10% p/v, em solventes com

parâmetros de solubilidade diferentes: água, acetona, tolueno, ciclo-hexano, n-heptano,

solbrax, pentano e decano.

A escolha dos solventes foi baseada em estudos ainda em desenvolvimento no nosso

laboratório de pesquisas, onde está sendo mostrado que o petróleo, por ser constituído

por uma mistura complexa de compostos, apresenta uma faixa de parâmetro de

solubilidade que parece estar compreendida entre 18 e 24MPa1/2. Estes resultados,

ainda não publicados, estão sendo obtidos com amostras de petróleo de diferentes

origens e a faixa de parâmetro de solubilidade não está sendo alterada.

Os resultados obtidos são mostrados na Tabela 9. As amostras de silicone não foram

solúveis na faixa compreendida de parâmetro de solubilidade do petróleo. Como

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97

esperado os polímeros S50, S12500 e S60.000 são solúveis nos solventes apolares n-

heptano (15,1 MPa1/2) e no solbrax. Este último, embora seu parâmetro de solubilidade

não seja especificado pelo fabricante, parece ter este valor próximo ao do n-heptano,

por apresentar resultados semelhantes nos testes de solubilidade. Além disso, sabe-se

que este solvente é composto basicamente por uma mistura de hidrocarbonetos

alifáticos, reforçando assim esta hipótese.

Tabela 9. Teste de solubilidade dos polímeros com solventes de distintos parâmetros de solubilidade

(a) Os resultados são mostrados na Figura 55.

Foi observado que os silicones poliéteres e os copolímeros: XJ, XH, XD e R2, são

solúveis em solventes com parâmetros de solubilidade na faixa compreendida entre a

água (47,9 MPa1/2) e o tolueno (18,2 MPa1/2 ) e este comportamento deve-se à

estrutura anfifílica destes materiais.

Parâmetro de solubilidade Amostras Solventes (MPa1/2)

Água (a) (47,9)

Acetona (20,3)

Tolueno (18,2)

Ciclo-Hexano (16,8)

n-Heptano

(15,1) Solbrax Pentano

(14,3) Decano (13,5)

SP1 vide

gráfico solúvel solúvel insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel

SP2 vide

gráfico solúvel solúvel insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel S 50 insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel solúvel solúvel insolúvel insolúvel

S12500 insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel solúvel solúvel insolúvel insolúvel S 60.000 insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel solúvel solúvel insolúvel insolúvel

XJ vide

gráfico solúvel solúvel insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel

XH vide

gráfico solúvel solúvel insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel

XD vide

gráfico solúvel solúvel insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel

R2 vide

gráfico solúvel solúvel insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel insolúvel

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Para estas amostras anfifílicas, também foram construídos diagramas de fases

temperatura versus concentração de aditivos em solução aquosa. Estes ensaios

tiveram a finalidade de se determinar a diferença de polaridade das amostras.

Os copolímeros em bloco de PEO-PPO e os silicones poliéteres graftizados com as

cadeias de PEO e PPO apresentam um comportamento peculiar quando dissolvidos em

água, pois estas soluções turvam quando submetidas a variações de temperatura, de

acordo com as suas afinidades e interações em relação às moléculas de água.

Acredita-se que a solubilidade de um tensoativo não-iônico em água está relacionada à

hidratação dos grupos de oxi-etileno. A hidratação do oxigênio do éter por ligação

hidrogênio resulta na interação de no mínimo duas moléculas de água por unidade EO

e esta hidratação aumenta com aumento do comprimento da cadeia de PEO.

Entretanto, cadeias de PEO muito longas podem aumentar a formação de agregados,

resultando numa maior dificuldade para hidratação.

Com o aumento da temperatura, as ligações hidrogênio vão sendo destruídas, podendo

ser atingida uma temperatura onde é observado o início do processo de separação de

fases. Esta temperatura é denominada de temperatura ou ponto de turvação. A

temperatura abaixo do ponto de turvação (temperatura de névoa) é a temperatura na

qual uma única fase de solução molecular existe; acima do ponto de turvação, o

tensoativo não-iônico perde sua solubilidade em água e o sistema passa a apresentar

duas fases.

As amostras foram solubilizadas em água a concentrações que variaram de 0,1 a

1%p/v e os testes foram realizados na faixa de temperatura compreendida entre 10 e

95°C. Os resultados apresentados na Figura 55 mostram que não ocorre variação

significativa nos valores de ponto de turvação (temperatura de névoa) determinados à

medida que a concentração do tensoativo em solução aumenta.

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99

0,2 0,4 0,6 0,8 1,020

30

40

50

60

70

80

90

100

Tem

pera

tura

de

Tur

vaçã

o

Concentração (%)

SP1 SP2 R2 XD XJ XH

Figura 55. Diagrama de fases temperatura versus concentração das soluções aquosas dos copolímeros em bloco de PEO-PPO e dos silicones poliéteres

Pelo diagrama de fases pode-se observar que as amostras estudadas apresentam a

seguinte ordem decrescente de polaridade: XH, XD, SP2, XJ, SP1 e R2. Estes

resultados estão de acordo aos obtidos anteriormente de composição química destes

aditivos (Tabela 7). As amostras XH e XD apresentam o maior número de unidades de

EO e a maior razão EO/PO em suas cadeias, sendo portanto as mais solúveis em água.

Como já citado anteriormente no item 3.2.2, o PPO, apesar de possuir estrutura

semelhante ao PEO, não é solúvel em água, sendo a parte hidrófoba deste tensoativo

polimérico não-iônico.

Nos aditivos compostos por cadeias de silicone poliéter utilizados nesta Dissertação,

além dos grupos PPO, também a cadeia principal formada por grupos siloxanos e

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metílicos contribuem no aumento do teor de grupos hidrófobos presentes. Por este

motivo, o polímero SP1, apesar de possuir uma elevada razão EO/PO (Tabela 7),

possui solubilidade em água menor do que àquela apresentada pelos copolímeros XH e

XD. Porém, esta é maior do que a do polímero SP2 (menor razão EO/PO do que SP1)

e, também dos polímeros XJ e R2, este último o menos solúvel por conter a menor

razão EO/PO.

5.1.3. Avaliação das atividades interfaciais dos aditivos e do petróleo

Líquidos e sólidos possuem tensão superficial devido à energia coesiva presente entre

suas moléculas. As moléculas situadas no interior de um líquido são, em média, sujeitas

a forças de atração iguais em todas as direções. Por exemplo, moléculas de água no

seio da solução possuem ligações hidrogênio. Por outro lado, moléculas situadas, por

exemplo, em uma superfície de separação líquido-ar estão submetidas a forças de

atração não-balanceadas ou não-equilibradas, que resulta em um excesso de energia,

quando comparado ao seio da solução. Este excesso de energia existente na

superfície é definido como tensão superficial [64,65]

Moléculas polares apresentam forças de atração intermoleculares mais fortes e, por

este motivo, os valores de tensão superficial para estes líquidos são mais altos. Por

outros lado, em líquidos apolares as forças de van der Waals são mais fracas,

manifestando-se em uma baixa tensão superficial.

As mesmas considerações são válidas para a superfície de separação entre dois

líquidos imiscíveis. Novamente, teremos forças intermoleculares em não-equilíbrio,

mas agora de intensidade menor. As tensões interfaciais normalmente se situam entre

as tensões superficiais individuais dos dois líquidos em questão [64].

A tendência de moléculas tensoativas de se acumularem em uma interface substituindo

as moléculas de água, diminui a tensão superficial da solução. Esta diminuição ocorre

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101

porque as forças intermoleculares de atração entre uma molécula de água e um grupo

não-polar são mais fracas do que as interações entre as moléculas de água [65].

As tensões superficiais dos petróleos 1 a 4, das amostras de copolímeros em bloco de

PEO-PPO, de silicones e silicones poliéteres foram determinadas, bem como os valores

das tensões interfaciais destes sistemas (petróleo/aditivo). As amostras de petróleo 5 e

6 e as amostras de silicone S60000 e de copolímero XJ não foram analisadas devido à

alta viscosidade apresentada por estes sistemas, dificultando as medidas. Além disso,

os copolímeros XD e XH, por serem amostras sólidas, também não puderam ser

avaliados puros pelo método de determinação de tensão superficial utilizado (método

de Du Nouy).

Os valores de tensão superficial das soluções dos aditivos foram também determinados

e estas soluções foram preparadas dependendo da solubilidade das amostras: em

solbrax (para as amostras de silicones) e em tolueno (para as amostras de silicone

poliéter e de copolímero em bloco de PEO-PPO). Por fim, foram adicionadas alíquotas

de 2µL destas soluções em 15 mL de petróleo e foram medidos os valores de tensão

superficial destes sistemas. Estas medidas tiveram a finalidade de se analisar a

superfície do petróleo após a adição do aditivo anti-espumante. Todos os resultados

obtidos são mostrados nas Tabelas 10 e 11.

No que diz respeito à medida de tensão superficial dos petróleos puros em equilíbrio, foi

observado que os óleos que apresentaram os valores mais altos de viscosidade (Figura

52-petróleos 1 e 4) também apresentaram os valores mais altos de tensão superficial.

Esta relação depende em parte da observação de que soluções com massas molares

mais altas geralmente apresentam tensões superficiais também mais altas.

Ao serem adicionadas pequenas alíquotas do solvente solbrax, os valores de tensão

superficial dos petróleos 1 a 4 são ligeiramente reduzidos, enquanto que com a adição

de tolueno não é observada variação nestes valores. Estes resultados podem estar

relacionados à solubilidade destes solventes no meio petróleo: o tolueno é mais solúvel,

alterando menos os valores de tensão superficial.

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102

Tabela 10. Tensão superficial das amostras de petróleo

T. S. contendo 2µL de solução de aditivo

(mN/m) (a,c)

Sistema

T. S.

(mN/m) (a)

T. S. contendo 2µL

de solvente (mN/m)

(a,b)

S50 S12500 S60000 XJ XD XH R2 SP1 SP2

Petróleo 1

29,6 27,4/28,5 23,3 23,0 23,7 25,8 26,0 27,1 24,1 24,2 27,6

Petróleo 2

28,5 27,3/28,2 (---) (---) (---) (---) (---) (---) (---) (---) (---)

Petróleo 3

28,8 28,3/28,8 (---) (---) (---) (---) (---) (---) (---) (---) (---)

Petróleo 4

30,0 29,2/30,0 23,3 23,3 23,7 27,5 27,7 28,6 24,6 25,0 30,1

Erro das medidas = ± 0,1mN/m.

Tensão superficial do solvente solbrax: 24,6mN/m; tensão superficial do tolueno: 28,6mN/m. (a)

T.S. = tensão superficial do sistema;

(b) Valores obtidos na adição de 2µL dos solventes: solbrax/tolueno;

(c) As soluções foram preparadas contendo 30%m/m de aditivo. Soluções de silicones foram preparadas em solbrax e

soluções de silicones poliéteres e de copolímeros em bloco de PEO-PPO foram preparadas em tolueno.

(---) Medidas não realizadas.

Tabela 11. Tensão superficial dos aditivos e interfacial dos aditivos/petróleo

Aditivo Tensão

superficial (mN/m)

Tensão superficial da solução de aditivo

(mN/m) (a)

Tensão interfacial petróleo 1/aditivo

(mN/m)

Tensão interfacial petróleo 4/aditivo

(mN/m)

S50 21,2 23,8 0,3 0,4 S12500 22,6 23,9 2,6 2,2 S60000 (---) 24,0 (---) (---)

Copolímero XJ (---) 24,2 (---) (---) Copolímero XD (---) 24,9 (---) (---) Copolímero XH (---) 25,5 (---) (---) Copolímero R2 33,6 23,9 0,3 0,4

SP1 22,7 24,0 1,4 1,2 SP2 21,8 27,0 0,4 0,3

Erro das medidas = ± 0,1mN/m;

Tensão superficial do solvente solbrax: 24,6mN/m; tensão superficial do tolueno: 28,6mN/m. (a)

As soluções foram preparadas contendo 30%m/m de aditivo. Soluções de silicones preparadas em solbrax e

soluções de silicones poliéteres e de copolímeros em bloco de PEO-PPO preparadas em tolueno;

(---) Medidas não realizadas.

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103

Os resultados obtidos para os aditivos puros (Tabela 11) mostram que, também neste

caso, dentro de uma mesma família de aditivo, mais altos valores de tensão superficial

foram obtidos para as amostras que apresentam os maiores valores de massa molar

(Tabela 7).

Analisando-se os valores de tensão superficial das amostras S12500 e SP1, as quais

apresentam a cadeia principal de silicone de tamanhos semelhantes (Tabela 7), pode

ser observado que a introdução das cadeias de PEO e PPO nas moléculas de SP1 não

acarretou em uma alteração nos valores de tensão superficial para as amostras puras.

Para as soluções de aditivos (Tabela 11), como esperado, as amostras de silicones

apolares são bem solúveis no solvente solbrax, também apolar, e não alteraram de

forma significativa a tensão superficial deste solvente (24,6 mN/m). Para os demais

sistemas avaliados, preparados em solvente tolueno (tensão superficial=28,6mN/m), os

maiores valores de tensão superficial foram obtidos em presença dos aditivos mais

polares (amostras SP2 e XH).

O mesmo comportamento foi observado para os sistemas petróleo contendo o aditivo:

as amostras mais polares não alteraram de forma significativa a tensão superficial do

petróleo. Ou seja, estas amostras não estariam contribuindo para o aumento da

estabilidade da espuma formada. Por outro lado, os demais aditivos reduziram o

excesso de energia livre na superfície do petróleo, sendo observada uma maior

influência das amostras de silicone.

Como já citado anteriormente, dois coeficientes, de entrada (E) e de difusão (S) podem

ser definidos, os quais são derivados da mudança de energia livre quando a gota de

óleo entra na interface ar/água ou se espalha [19].

Se E>0, a gota entra na superfície ar/água, se S>0 óleo se espalha formando um filme

duplex provocando a ruptura da célula de espuma [19]

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104

No caso em particular desta Dissertação, a superfície ar/água é substituída pela

superfície ar/petróleo e o “óleo” são as moléculas de aditivo.

A fim de calcular estes coeficientes, foram também determinados os valores de tensão

interfacial petróleo/aditivo e os resultados são mostrados na Tabela 12. Dentre os

sistemas avaliados, quase todos os coeficientes calculados foram positivos, indicando

que esses sistemas poderiam atuar como anti-espumantes para petróleo. A única

exceção foi observada para o sistema constituído pela mistura petróleo/copolímero R2,

o qual apresentou ambos os coeficientes negativos (E e S).

Tabela 12. Coeficientes de entrada e de difusão

E (a) S (a) Aditivo

Petróleo 1 Petróleo 4 Petróleo 1 Petróleo 4 S50 8,7 9,2 8,1 8,4

S12500 9,6 9,6 4,4 5,2 S60000 (---) (---) (---) (---)

Copolímero XJ (---) (---) (---) (---) Copolímero XD (---) (---) (---) (---) Copolímero XH (---) (---) (---) (---) Copolímero R2 -3,7 -3,2 -4,3 -4,0

SP1 8,3 8,5 5,5 6,1 SP2 8,2 8,5 7,4 7,9

Erro das medidas = ± 0,1mN/m; (a)

E = coeficiente de entrada; S = coeficiente de difusão.

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105

5.2. DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA PARA OS TESTES DE FORMAÇÃO

DE ESPUMA EM PETRÓLEO

Os anti-espumantes têm sido usados por muitos anos para suprimir a espuma do óleo

bruto em separadores a fim de evitar que o líquido seja arrastado com o gás,

diminuindo assim a eficiência da separação das fases. Dependendo da natureza do

petróleo bruto e do tipo regime de separação óleo/gás utilizado, os problemas com

espuma podem causar paradas indesejadas do processo, inundações de tanques e

equipamentos (bombas, compressores). Para que o óleo cru possa ser processado

efetivamente se faz necessária a adição de um agente químico que possa inibir a

espuma formada.

Um dos objetivos desta Dissertação é desenvolver uma metodologia adequada para

avaliar os anti-espumantes, de forma a reproduzir em laboratório as mesmas condições

em que estes aditivos são utilizados.

A princípio foi desenvolvida uma adaptação ao método de borbulhamento descrito no

trabalho de Nikolai Denkov [3], utilizando um borbulhador de vidro comum, nitrogênio

como gás de purga e medindo o decaimento da espuma através de uma régua a cada 5

segundos. Os testes foram realizados inicialmente com a solução aquosa contendo o

espumante (nonil-fenol etoxilado – NP9). Após estes testes, foram adicionados os

aditivos SP1 e SP2 dissolvidos em água a diferentes temperaturas e os resultados

obtidos são mostrados na Tabela 13.

Nestes testes pode-se observar que realmente há redução na altura da espuma com o

aumento do tempo e da temperatura, devido ao escoamento do líquido seja pela ação

da gravidade seja pela ação do calor. A diminuição da estabilidade da espuma

observada concorda com as teorias desenvolvidas e já descritas em artigos anteriores

[7,8].

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106

Tabela 13. Resultados obtidos nos testes de formação e quebra de espuma em meio aquoso

NP 9 (0,8%) (a)

Temperatura (oC) 20 25 30 40 45 55 60 65 Tempo (s)

Altura da espuma formada (cm)

0 15 15 15 15 15 15 15 15 5 8 6 3,5 4 4 3,5 1 0,9

10 3 3 2 2 1,5 1,5 0,8 0,7 15 1,5 1,5 1 1 0,8 1 0,7 0,6

NP 9 (0,8%) + SP1 (0,4%) (b)

Temperatura (°C) Tempo (s) 20 25 30 40 45 55 60 65

Altura da espuma formada (cm)

0 15 15 15 15 15 * * * 5 3 3 1,5 1,5 0,9 * * *

10 1 1 0,9 0,5 0,4 * * * 15 1 1 0,9 0,4 0,3 * * *

NP 9 (0,8%) + SP 2 (0,4%) (b)

Temperatura (°C) Tempo (s) 20 25 30 40 45 55 60 65

Altura da espuma formada (cm)

0 15 15 15 15 15 15 15 15 5 3,5 3,5 2,5 2,3 1,4 0,9 0,7 0,3

10 3 2,8 1 1,2 0,8 0,3 0,2 0,2 15 1,5 1 1 1 0,6 0,2 0,2 0,2

(a) Segundo a Empresa que doou a amostra NP 9 sua temperatura de turvação em água, a 1%p/v, é de 56oC. (b) Temperatura de turvação dos aditivos na concentração de 0,4%p/v: SP1 = 34oC; SP2= 62oC. (Figura 55) * Testes não realizados. Temperatura está bem acima do ponto de turvação do aditivo SP1.

O teste em branco mostrou que à temperatura de 60oC o aditivo NP9 apresenta baixa

atividade como espumante, devido à sua solubilidade no meio. Antes desta

temperatura, sua adsorção na superfície do filme de água estaria estabilizando a

espuma formada, porém, ao ser atingido sua temperatura de turvação (56oC), esta

atividade superficial estaria sendo reduzida, formando então no meio aquoso uma fase

heterogênea.

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107

Ao realizar o teste com o anti-espumante foi possível observar algumas mudanças em

relação ao branco. Inicialmente encontrou-se uma dificuldade em fazer com que a

espuma chegasse aos 15 cm iniciais (padrão para todos os testes) tendo-se que

aumentar muito a vazão do ar para chegar a esta altura. Este comportamento pode ser

devido à ação do anti-espumante, já que a presença dele poderia estar dificultando a

formação da espuma, ou seja, as moléculas destes tensoativos, quando adsorvidas na

superfície do filme aquoso (substituindo ou não as moléculas de NP9), não estariam

estabilizando a espuma formada.

Analisando-se os resultados obtidos pode ser observado que o aditivo SP1 foi o mais

eficiente na quebra da espuma formada, devido à sua menor solubilidade em água.

Esta solubilidade dos anti-espumantes foi determinada previamente através do

diagrama de fases temperatura versus concentração (Figura 55).

Além disso, também se observou que a temperaturas próximas da temperatura de

turvação dos aditivos SP1 (34oC) e SP2 (62oC) já ocorreu atividade do produto como

anti-espumante, sendo ainda maior após atingir esta temperatura, pois o tensoativo

perde toda a sua interação com o meio e com isso, a sua solubilidade.

A fim de se observar os tamanhos das partículas dos aditivos presentes no meio

aquoso, nas diferentes temperaturas de teste, foram feitas análises da distribuição

destes tamanhos e os resultados são mostrados nas Figuras 56 a 59.

Em todos os casos pode ser observado que estão presentes na solução aquosa as

micelas dos tensoativos puros. Na literatura [66] é mostrado que os agregados

moleculares de tensoativos não-iônicos em solução aquosa apresentam tamanhos

médios acima de 8nm.

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108

Figura 56. Análises de tamanho de partículas de duas amostras de silicone poliéter, a 25oC

Figura 57. Análises de tamanho de partículas de duas amostras de silicone poliéter, a 30oC

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109

Figura 58. Análises de tamanho de partículas de duas amostras de silicone poliéter, a 40oC

Figura 59. Análises de tamanho de partículas da amostra de silicone poliéter SP2, a 55oC

Os tamanhos das micelas dos tensoativos puros estão de acordo com a solubilidade

destes aditivos na solução aquosa: quanto mais solúvel (SP2) menor este tamanho. O

tensoativo SP1, por ser o menos solúvel, foi o que apresentou os maiores tamanhos de

micelas (Figuras 56 a 58). Com o aumento da temperatura, como esperado, foi

observado um aumento destes tamanhos, devido à menor solubilidade destes aditivos

no meio.

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110

A mistura dos aditivos SP1 e NP9 (Figuras 56 a 58) apresentou tamanhos de micelas

menores do que aqueles observados para estes puros. Neste caso, pode estar sendo

formado na solução aquosa micelas mistas, ou seja, agregados moleculares formados

pelas cadeias dos dois aditivos.

A influência do tamanho do agregado molecular na ação do anti-espumante pode ser

observada nas Figuras 58 e 59: com o aumento da temperatura, as micelas mistas

formadas pelas cadeias de SP2 e NP9 aumentaram de tamanho, sendo também

observado um aumento na ação do aditivo SP2 na quebra da espuma formada (Tabela

13).

Apesar de conseguir analisar o efeito de um anti-espumante em sistemas aquosos por

esta metodologia, o mesmo não foi observado com o petróleo. Por ser um material mais

viscoso, não foi observada a formação de espuma, visto que o petróleo obstruiu os

pequenos orifícios de saída do gás no borbulhador de vidro dificultando a difusão do

gás no óleo, a reprodutibilidade e a limpeza adequada do material para os testes

seguintes. Além disso, o gás proveniente das linhas do laboratório (que antes foi

utilizado para o teste com solução aquosa dos silicones poliéteres) gera uma vazão e

pressão de nitrogênio insuficiente para formar uma camada de espuma no óleo.

Por estes motivos é que, inicialmente, optou-se pela formação de espuma em petróleo

dentro de uma célula de compressão (303SS). A fim de simular as condições de

formação e de estabilização da espuma nos tanques de separação água/óleo/gás após

a formação da espuma dentro da célula, esta foi colocada em um banho shaker e

deixada agitando por um período de 1 hora, a 60oC e pressão de 200 psi.

O mesmo petróleo puro foi testado em outra célula de compressão Aging Cell e esta

colocada em uma estufa de rolamento (ao invés de um banho shaker) obedecendo as

mesmas condições operacionais, sendo obtido os resultados de decaimento da espuma

com a variação do tempo, mostrados na Figura 60.

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111

A escolha do petróleo 1 nas duas metodologias foi aleatória, com o objetivo apenas de

testá-las quando em presença de um óleo.

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,00

50

100

150

200

250

Por

cent

agem

de

espu

ma

(%)

Tempo (min)

Petróleo 1 em estufa de rolamento Petróleo 1 em banho shaker

Figura 60. Porcentagem de espuma formada em função do tempo para a amostra de petróleo 1. Testes realizados com células de misturas e sistema de agitação diferentes.

Apesar de obter resultados semelhantes, a segunda metodologia para análise de

eficiência de quebra de espuma de petróleo apresenta mais vantagens do que a

primeira, pois a célula 303SS é mais utilizada para fluidos muito viscosos e os petróleos

utilizados nesta Dissertação têm uma viscosidade considerada média, deixando muitas

vezes o óleo vazar pelas válvulas da própria célula. Além disso, a agitação do sistema

promovida pela estufa de rolamento pareceu ser mais adequada nas análises. Pode-se

destacar também que o uso prolongado do banho Shaker como uma adaptação para

agitar uma célula de compressão metálica de aproximadamente 3 kg poderia acarretar

danos no equipamento, diferentemente da estufa de rolamento que já vem

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112

acompanhada de células de pressurização próprias e adequadas para um uso

contínuo.

Outra desvantagem da célula 303SS é que esta apresenta uma tampa de encaixe além

de utilizar seis parafusos de segurança. Ao final dos testes, com a célula ainda

aquecida, há uma dificuldade muito grande em abri-la completamente para sua limpeza,

pois com o calor, a tampa que é feita de metal se dilata dificultando assim a sua

retirada, que somente é conseguida após 30 a 60 minutos de cada teste. Já a célula

Aging Cell é de rosca, o que aumenta a facilidade no seu manuseio.

Pelas vantagens citadas, optou-se por utilizar a célula Aging Cell em estufa de

rolamento para a análise da eficiência dos anti-espumantes em petróleo bruto.

5.3. AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA COMO ANTI-ESPUMANTES PARA PETRÓLEO

DOS ADITIVOS A BASE DE SILICONE E DE POLIÉTER

Neste tópico foram realizados inicialmente os ensaios para a verificação de formação

de espuma nas seis amostras de petróleo avaliadas nesta Dissertação.

Posteriormente, foram realizados os testes de eficiência como anti-espumantes das

amostras de silicones, silicones poliéteres e de copolímeros em bloco de PEO-PPO.

5.3.1. Formação de espuma nas amostras de petróleo

Os ensaios de formação de espuma com as 6 amostras de petróleo são mostrados na

Figura 61.

Tal qual observado em estudo mostrado na literatura [4], o qual foi realizado aplicando-

se outra metodologia de ensaio, a viscosidade dos petróleos parece ser o fator que

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113

mais influencia na formação de espuma. O petróleo 6, com alta viscosidade (∼1,2 Pa.s,

a 60oC e ∼17 Pa.s, a 35°C, Figura 54 ), não gerou espuma, mesmo sendo o petróleo

com os mais altos níveis de espécies estabilizadoras (resinas = 32,4%m/m e asfaltenos

= 7,3%m/m, Tabela 8 ).

Por outro lado, o petróleo 2, apresentou um volume de espuma pequeno e de baixa

estabilidade, pois apresenta baixa viscosidade, facilitando a drenagem do líquido, e

uma baixa quantidade de asfaltenos (1,1 %m/m) e de resinas (20,4%). Menos estável

ainda foi a espuma formada com o petróleo 3 que, apesar de apresentar em sua

composição uma quantidade de asfaltenos bem mais alta que o petróleo 2 (tabela 8),

ele apresenta os mais baixos valores de viscosidade (Figuras 52).

Os petróleos 1, 4 e 5 foram os que apresentaram a maior porcentagem de formação de

espuma. Este último apresenta uma quantidade alta de espécies estabilizadoras de

espuma, embora em comparação com as outras duas amostras, é aquele com

apresenta a maior viscosidade (Figuras 52,53), o que pode ter contribuído para ser o

terceiro melhor no teste de estabilidade.

Comparando-se os resultados obtidos para os petróleos 1 e 4, foi observado que o

primeiro apresenta uma maior estabilidade da espuma formada, pois apesar de possuir

uma baixo nível de asfaltenos em comparação com o petróleo 4 (Tabela 8), ele

apresenta quantidade de resinas e saturados maior, o que deixa sua viscosidade

ligeiramente superior (Figuras 52,53).

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114

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

0

50

100

150

200

250E

spum

a fo

rmad

a (%

)

Tempo (min)

Petroleo1 Petróleo2 Petróleo3 Petróleo4 Petróleo5 Petróleo6

Figura 61. Percentagem de espuma formada em função do tempo para as seis

amostras de petróleo

A partir dos resultados obtidos, foram selecionados os petróleos 1 e 4 para serem

utilizados nos testes em presença dos aditivos anti-espumantes.

5.3.2. Avaliação da eficiência dos aditivos na quebra da espuma formada no

petróleo

Nos ensaios realizados foram utilizadas soluções das amostras de aditivos nas

concentrações de 30%m/m, a qual é normalmente o teor de matéria-ativa presente nas

formulações utilizadas de aditivos anti-espumantes nos tanques de separação

água/óleo/gás. Alíquotas destas formulações foram adicionadas à amostra de petróleo

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115

de forma que a concentração final de aditivo no meio petróleo fosse de 40 ppm

(concentração máxima utilizada nos tanques).

A escolha do solvente para o preparo das soluções foi feito de acordo com a

solubilidade das amostras (Tabela 9): os silicones poliéteres e os copolímeros em bloco

de PEO-PPO foram solubilizados em tolueno e as amostras de silicones foram

solubilizadas no solvente solbrax.

A escolha do solbrax ao invés do n-heptano para solubilizar os silicones foi feita

justamente por estes aditivos já serem utilizados em campos de petróleo dissolvidos

neste solvente. Além disso, não foi encontrado na literatura um estudo avaliando o

desempenho destas soluções sobre a quebra de espuma formada em petróleos e por

este motivo foi decidido avaliar essas soluções também nesta Dissertação.

Apesar desta excelente eficiência dos silicones, e por isso, sendo utilizado por muitos

anos para suprimir a espuma do óleo bruto em separadores, existe uma real

preocupação das grandes empresas petrolíferas em reduzir a quantidade de silicone

nos seus processos [5]. Um problema atribuído ao uso de antiespumante de silicone é a

deposição de sílica na superfície do catalisador dos processos de hidrotratamento. Uma

possível explicação é que a altas temperaturas, o PMDS não volátil começa a se

reverter em uma mistura de ciclos voláteis de dimetil siloxana. Os ciclos por sua vez se

degradam em sílica (SiO2) na superfície do catalisador. Por causa disto se faz

necessário a diminuição da viscosidade destes fluidos ou a utilização de combinações

de silicones com compostos orgânicos.

Nesta Dissertação foi sugerido a utilização de copolímeros em bloco de PEO-PPO e os

silicones graftizados com cadeias de PEO e PPO como alternativa aos silicones.

A fim de se avaliar a influência dos solventes solbrax e tolueno na quebra da espuma

formada no petróleo, os ensaios foram realizados em presença somente destes

solventes, na concentração de 40 ppm, e os resultados são mostrados na Figura 62.

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116

Pode ser observado que os dois solventes apresentaram pouca influência na

estabilidade da espuma formada, sendo um pouco maior com o solbrax, o qual é mais

insolúvel no meio.

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,00

50

100

150

200

250

Esp

uma

form

ada

(%)

Tempo (min)

Petróleo Petróleo 1 + tolueno Petróleo 1 + Solbrax

Figura 62. Percentagem de espuma formada em função do tempo para amostra de petróleo 1 puro, com tolueno e com Solbrax

5.3.2.1. Avaliação da eficiência das amostras de silicones

As análises realizadas com os aditivos a base de silicone com o petróleo 1 são

mostradas na Figura 63. Foi observado que a menor quantidade de espuma inicial foi

formada em presença da amostra que possui a maior viscosidade (maior massa molar),

S60000, seguida da amostra S12500 (viscosidade intermediária) e da amostra S50

(menor viscosidade – Figura 48)

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117

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,00

50

100

150

200

250

Petróleo 1 Petróleo/Solbrax S50 S12500 S60.000

Esp

uma

form

ada(

%)

Tempo (min)

Figura 63. Teste de eficiência das soluções de silicones como anti-espumantes na amostra de petróleo 1. Concentração de solução de aditivo = 40ppm.

Na literatura [5] é mostrada que a maioria dos anti-espumantes se dispersam bem na

solução espumante. Ainda assim, normalmente, há um pouco de óleo difundido na

superfície da solução em coexistência com pequenas gotas do mesmo. Porém, a

quantidade de anti-espumante na superfície é normalmente pequena em relação ao

total de anti-espumante disperso na solução.

Analisando-se os resultados obtidos de tensão superficial do petróleo (Tabela 10) foi

observado que, em presença destes aditivos, ocorreu a redução da tensão superficial

do petróleo, sendo a amostra de silicone de viscosidade intermediária (S125000) a que

mais reduziu estes valores. Este comportamento indica que o silicone com menor

massa molar (S50) estaria se adsorvendo à superfície do petróleo, porém sem atuar

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118

ainda como um anti-espumante, ou seja, disperso em quantidade insuficiente no

petróleo para a quebra da espuma.

Conforme aumenta a massa molar para valores intermediários (S12500), sua

solubilidade no meio petróleo 1 diminui e, neste caso, além das moléculas de silicone

estarem se adsorvendo às interfaces, reduzindo as tensões interfaciais petróleo/ar,

também já estariam dispersos no petróleo, atuando na quebra da espuma formada. Já

com o silicone de massa molar maior (S60000) é observada a maior inibição na

formação de espuma e menor adsorção na interface petróleo/ar, tendo em vista que o

silicone encontra-se mais insolúvel no meio, formando uma fase heterogênea.

Quanto ao tempo de quebra da espuma formada pode ser observado na amostra de

petróleo 1, que o aditivo de maior massa molar (maior viscosidade), S60000, foi o que

promoveu a quebra mais lenta da espuma formada.

Como também já mostrado na literatura [19] os aditivos anti-espumantes são

inicialmente depositados sobre a superfície da solução como uma grande “gota oleosa”

ou como uma “espessa camada difundida”. A dispersão do composto é efetuada

durante a agitação da solução espumante e é muito facilitada se os compostos se

difundirem bem na superfície da solução. Se o composto é muito viscoso e/ou não se

difunde muito bem, a sua dispersão pode ser dificultada e, como resultado, a atividade

do anti-espumante pode ser reduzida.

Portanto, o comportamento observado para a amostra S60000 pode ser atribuído à sua

maior viscosidade, o que estaria diminuindo sua dispersão no meio.

Os ensaios com os aditivos também foram realizados na amostra de petróleo 4, a qual

contem um maior teor de asfaltenos em sua composição, ou seja, de agentes

estabilizadores da espuma formada. A Figura 64 mostra os resultados obtidos.

Comportamento semelhante ao mostrado na Figura 63 foi observado, porém com os

aditivos tendo uma menor eficiência na quebra da espuma formada. Este é

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119

principalmente observado no resultado da amostra S12500, a qual não apresentou

eficiência como anti-espumante.

0 1 2 3 40

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

Esp

uma

form

ada

(%)

Tempo (min)

Petróleo 4 Petróleo 4 + solbrax S50 S12500 S60000

Figura 64. Teste de eficiência das soluções de silicones como anti-espumantes na

amostra de petróleo 4. Concentração de solução de aditivo = 40ppm.

Além disso, a amostra S60000 quebrou mais rápido a espuma formada no petróleo 4 do

que no petróleo 1. Esta última apresenta uma maior viscosidade, em relação à amostra

de petróleo 4, a qual estaria dificultando ainda mais a dispersão deste aditivo.

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120

5.3.2.2. Avaliação da eficiência das amostras de silicones poliéteres

A Figura 65 mostra os ensaios realizados com os petróleo 1 e 4 em presença dos

aditivos de silicones poliéteres SP1 e SP2.

Em ambos os gráficos pode ser observado que o silicone poliéter SP2 foi muito mais

eficiente do que o silicone poliéter SP1 na quebra da espuma formada, pois após sua

formação esta é muito instável e quebra em menos de 20 segundos. Este resultado se

deve ao fato de que a amostra SP2 é mais polar (Figura 55) do que o SP1 formando

uma partícula mais heterogênea no meio, desestabilizando a espuma formada.

Como visto nos resultados de tensão superficial das amostras de petróleo (Tabela 10),

o SP2 reduz pouco a tensão superficial das duas amostras de petróleo, mostrando que

este silicone poliéter atua mais no meio do que na sua superfície.

Além disso,a amostra de silicone poliéter SP1 apresenta uma massa molar (20274

g/mol) muito maior do que o SP2 (3755 g/mol), podendo estar também influenciando na

sua baixa eficiência como anti-espumante.

Por fim, pode ser observado que a amostra de silicone poliéter SP2 apresentou alta

eficiência na quebra da espuma formada para as duas amostras de petróleo, ou seja,

foi eficiente mesmo em mais altas concentrações de asfaltenos.

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121

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

0

50

100

150

200

250

Esp

uma

form

ada

(%)

Tempo (min)

Petróleo1 Petróleo 1 + tolueno SP1 SP2

(a)

0 2 4 6

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

Esp

uma

form

ada

(%)

Tempo (min)

Petróleo 4 Petróleo 4 + tolueno SP1 SP2

(b)

Figura 65. Teste de eficiência das soluções de silicones poliéteres como anti-

espumantes na amostra de petróleo (a) 1 e (b) 4. Concentração de solução de aditivo = 40ppm.

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122

5.3.2.3. Avaliação da eficiência das amostras de copolímeros em bloco de PEO-PPO

A Figura 66 mostra os ensaios realizados com os petróleo 1 e 4 em presença dos

aditivos a base de copolímeros em bloco de PEO-PPO. Analisando-se inicialmente os

resultados obtidos para a amostra de petróleo 1 (Figura 66a) foi observado que dentre

os copolímeros XH, XJ, XD, aquele que foi o mais eficiente foi o XH, que apresenta uma

maior massa molar (3753 g/mol) e maior afinidade com a água, ou seja, mais polar

(Figura 55), seguido dos copolímeros XD (2993 g/mol) e XJ (2523 g/mol).

O copolímero R2 apesar de ter uma massa molar maior que os outros (7900 g/mol), não

apresentou eficiência na quebra da espuma de petróleo. Este fato pode ser explicado

pela sua menor afinidade com a água, ou seja, este copolímero é o menos polar,

aproximando-se assim do parâmetro de solubilidade do petróleo.

Comparando-se com os resultados obtidos anteriormente na Tabela 10 e 12, foi

mostrado que o copolímero XH foi aquele que menos reduziu a tensão superficial do

petróleo e também foi o mais eficiente na quebra da espuma formada.

Além disso, a amostra R2 apresentou coeficientes E e S negativos (Tabela 12),

confirmando o comportamento já sugerido anteriormente: a sua não atuação como

agente anti-espumante. Neste caso, a amostra estaria se adsorvendo na superfície do

petróleo, como mostra a redução da tensão superficial (Tabela 10), porém não

penetrando no filme formado.

No caso da eficiência na quebra da espuma para estes aditivos a base de copolímeros

em bloco de PEO-PPO o maior teor de asfaltenos presente no petróleo 4 estariam

dificultando a sua quebra promovida por estes aditivos. Este comportamento pode ser

observado na Figura 65b, na qual é mostrado que somente o copolímero XH

apresentou pequena eficiência.

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123

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,00

50

100

150

200

250

Esp

uma

form

ada(

%)

Tempo (min)

Petróleo 1 Petróleo 1 + tolueno XH XJ XD R2

(a)

0 2 4 6 8 10 12 14 16

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

Esp

uma

form

ada

(%)

Tempo (min)

Petróleo 4 Petróleo 4 +tolueno R2 XD XH XJ

(b)

Figura 66. Teste de eficiência das soluções de copolímeros em bloco de PEO-PPO como anti-espumantes na amostra de petróleo (a) 1 e (b) 4. Concentração de solução

de aditivo = 40ppm.

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124

5.3.2.4. Considerações finais sobre os ensaios de eficiência dos aditivos na quebra da

espuma formada no petróleo

Os resultados mostraram que não há nenhuma relação direta entre os valores da

entrada, E, e de espalhamento, S, calculado na Tabela 2, na eficiência como anti-

espumante, sendo estes valores positivos (>0).

Uma característica distintiva dos anti-espumantes é que a sua atividade depende

fortemente da “barreira entrada”, que indica a dificuldade com que o anti-espumante

pode penetrar na interface ar-óleo.

No trabalho de Steven P. Christiano e colaboradores [27], foi observado que o aumento

da concentração do tensoativo no meio promove a desorção das moléculas do agente

espumante da superfície através da pressão superficial que o tensoativo exerce sobre

elas, forçando-as a se organizarem e segregarem. Portanto os tensoativos conseguem

ficar entre as moléculas do agente estabilizador de espuma, podendo assim atuar na

sua desestabilização.

Figura 67. Mecanismo de desorção das moléculas do agente espumante [27]

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125

Nesta Dissertação um dos agentes que estariam adsorvidos na superfície do petróleo, o

asfalteno, possui uma massa molar alta e possuem estruturas complexas,

apresentando núcleos aromáticos policondensados ligados a cadeias cíclicas e

alifáticas.

No petróleo 1, onde a concentração de asfaltenos é mais baixa, as moléculas dos anti-

espumante conseguem atuar na superfície do filme, tal qual mostrado na Figura 67,

bem como penetrar neste formando uma fase heterogênea capaz de quebrar a espuma

formada. Porém, por ter uma viscosidade maior a dispersão dos aditivos neste meio é

mais dificultada.

Para a amostra de petróleo 4, em que a concentração de asfalteno é quase três vezes

maior, a atuação das moléculas do anti-espumante na superfície deste petróleo está

sendo dificultada, como indicam os valores de tensão superficial desta amostra em

presença dos aditivos (Tabela 10), bem como reduzida a sua eficiência como anti-

espumante.

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6. CONCLUSÕES

Dentre os métodos e equipamentos utlilizados para os testes de eficiência dos anti-

espumantes, a metodologia da célula de compressão Aging Cell em estufa de

rolamento foi a mais adequada para sistemas viscosos como o petróleo. Os petróleos

com alta viscosidade não geram espuma, mesmo sendo um petróleo com os mais altos

níveis de espécies estabilizadoras (resinas e asfaltenos). Por outro lado, petróleos com

baixa viscosidade apresentaram um volume de espuma pequeno e de baixa

estabilidade, pois ocorre a drenagem do líquido entre as lamelas da espuma. Portanto a

viscosidade dos petróleos é um fator determinante na previsão da formação ou não de

espuma e a sua estabilidade com o tempo.

As amostras de silicone não foram solúveis na faixa compreendida de parâmetro de

solubilidade do petróleo e obtiveram uma eficiência satisfatória nos testes de eficiência,

exceto a amostra S50 que possui baixa massa molar (em comparação as outras

amostras) de silicone. Embora a amostra de silicone S60000 tenha apresentado a

melhor eficiência, ela não pode ser utilizada em Campo, visto que apresenta uma alta

viscosidade que ultrapassa o limite ideal das soluções de anti-espumantes empregadas

no processo, o que prejudicaria o seu bombeamento para os tanques de separação

água/óleo.

No que diz respeito à medida de tensão superficial dos petróleos puros em equilíbrio, foi

observado que os óleos que apresentaram os valores mais altos de viscosidade

também apresentaram os valores mais altos de tensão superficial e que, entre aditivos

puros (dentro de uma mesma família de aditivo), os altos valores de tensão superficial

foram obtidos para as amostras que apresentam os maiores valores de massa molar.

Analisando-se os valores de tensão superficial das amostras S12500 e SP1, as quais

apresentam a cadeia principal de silicone de tamanhos semelhantes, pode ser

observado que a introdução das cadeias de PEO e PPO nas moléculas de SP1 não

acarretou em uma alteração nos valores de tensão superficial para as amostras puras.

Dentre os sistemas avaliados, quase todos os coeficientes (de entrada e difusão)

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calculados foram positivos, indicando que esses sistemas poderiam atuar como anti-

espumantes para petróleo. A única exceção foi observada para o sistema constituído

pela mistura petróleo/copolímero R2, o qual apresentou ambos os coeficientes

negativos e portanto, não atuando como anti-espumante além de apresentar a menor

solubilidade em água, aproximando-se assim do parâmetro de solubilidade do petróleo.

Os ensaios de eficiência do petróleo com a adição apenas dos solventes solbrax e

tolueno mostraram que estes dois, pouco influenciam a estabilidade da espuma

formada, sendo um pouco maior com o solbrax, o qual é mais insolúvel no meio. Este

resultado portanto, demonstra que a quebra da espuma vai ser determinada apenas

pelas propriedades dos tensoativos. Ao realizar este mesmo teste na presença de

aditivos, observou-se que o silicone poliéter SP2 foi o que obteve o melhor

desempenho. Além de ter um caráter mais polar formando uma partícula heterogênea

no meio e desestabilizando a espuma formada, o SP2 foi também o que menos reduziu

a tensão superficial das duas amostras de petróleo, mostrando que este silicone

poliéter atua mais no meio do que na sua superfície. Dentre os copolímeros em bloco

de PEO-PPO, aquele que foi o mais eficiente foi o XH, que apresentou uma maior

massa molar, maior afinidade com a água (mais polar) e o que menos reduziu a tensão

superficial do petróleo.

A eficiência dos anti-espumantes no petróleo 1, onde a concentração de asfaltenos é

mais baixa, foi mais alta que na presença do petróleo 4, pois as moléculas dos anti-

espumante conseguem atuar na superfície do filme, bem como penetrar neste

formando uma fase heterogênea capaz de quebrar a espuma formada. Porém, por ter

uma viscosidade maior a dispersão dos aditivos neste meio é mais dificultada. Já para

amostras de petróleo onde a concentração de asfalteno é quase três vezes maior

(petróleo 4), a atuação dos anti-espumante na superfície deste petróleo está sendo

dificultada.

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7. SUGESTÕES

1- Testar a metodologia desenvolvida para os testes avaliação da formação de

espumas em petróleo utilizando-se uma purga de N2, ao invés de ar comprimido.

2- Analisar o solvente solbrax em cromatografia gasosa e espectrometria de massas, a

fim de se indicar a provável misturas de compostos alifáticos presentes.

3- Fazer um estudo da eficiência dos aditivos a base de silicone poliéter utilizando

outras amostras de tamanhos de cadeia de silicone e com teores de PEO e PPO

variados.

4- Fazer um estudo da eficiência dos aditivos a base copolímeros em bloco de PEO-

PPO de caráter polar utilizando outras amostras com estruturas e massas molares

diferentes.

5- Fazer um estudo variando a concentração dos aditivos nos ensaios de eficiência na

quebra da espuma formada em petróleo.

6- Avaliar a formação e a quebra de espuma em amostras de petróleo contendo teores

variados de água em sua composição com a metodologia desenvolvida.

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