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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE VETERINÁRIA ESPECIALIZAÇÃO EM ANÁLISES CLÍNICAS VETERINÁRIAS
TRATAMENTO COM CLOSANTEL EM OVINOS PARASITADOS COM NEMATÓDEOS GASTRINTESTINAIS: PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS E
BIOQUÍMICOS.
Autora: Fernanda Ferreira Oppitz
Porto Alegre 2011
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE VETERINÁRIA ESPECIALIZAÇÃO EM ANÁLISES CLÍNICAS VETERINÁRIAS
TRATAMENTO COM CLOSANTEL EM OVINOS PARASITADOS COM NEMATÓDEOS GASTRINTESTINAIS: PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS E
BIOQUÍMICOS.
Autora: Fernanda Ferreira Oppitz Monografia apresentada à Faculdade de Veterinária como requisito parcial
para obtenção do título de Especialização em Análises Clínicas
Veterinárias
Orientadora:. Dra. Mary Jane Tweedie de Mattos
Porto Alegre 2011
2
Fernanda Ferreira Oppitz
TRATAMENTO COM CLOSANTEL EM OVINOS PARASITADOS COM
NEMATÓDEOS GASTRINTESTINAIS: PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS.
Aprovado em:
APROVADO POR:
_____________________________________
Profa. Mary Jane Tweedie de Mattos
Orientadora
_____________________________________
Profa. Luciana Lacerda
Membro da Banca Examinadora
_____________________________________
Profa. Verônica Schmidt
Membro da Banca Examinadora
3
TRATAMENTO COM CLOSANTEL EM OVINOS PARASITADOS COM
NEMATÓDEOS GASTRINTESTINAIS: PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS.
RESUMO
A infecção por nematódeos gastrintestinais é um dos principais responsáveis por
prejuízos na ovinocultura. Causando além de anemia, retardo no crescimento, altas
taxas de mortalidade, e como conseqüência deste quadro: perda de peso e baixa
conversão alimentar. Este experimento teve como objetivo avaliar as alterações
hematológicas e bioquímicas causadas por helmintos, e a prevalência destes nos
ovinos no município de Tapes. Foram selecionados 31 animais em duas propriedades,
os quais foram divididos: um chamado tratado (T) e outro chamado controle (C). Aos
animais do grupo T foi administrado Closantel na dose de 10 mg/kg por via oral.
Amostras de sangue e fezes foram coletadas nos dias 0, 7, 14, 21 e 50. Foram
realizadas a contagem de ovos por grama de fezes (OPG) e coprocultura nas fezes,
eritrograma, leucócitos totais, glicose e proteínas totais. Os resultados indicaram que o
helminto mais prevalente nesta região é o Haemonchus sp, seguido pelo Strongyloides
com menor ocorrência. Verificou-se também que o closantel apresentou 87,03% de
redução nos ovos de Strongyloidea, índice este que fica abaixo dos 95% considerado
como índice de eficácia, indicando uma possível resistência dos helmintos a este
princípio ativo. Enquanto os valores de leucócitos totais, proteínas plasmáticas totais e
glicose se mantiveram dentro dos limites da normalidade para a espécie, o eritrograma
sofreu diminuição gradual nos seus índices.
Palavras chave: Ovinos, Haemonchus sp, Strongyloides, Closantel, Eritrograma,
Leucócitos Totais, Proteínas Totais, Glicose.
4
TREATMENT IN SHEEP CLOSANTEL PARASITE WITH GASTROINTESTINAL
NEMATODES: HEMATOLOGICAL AND BIOCHEMICAL PARAMETERS. ABSTRACT
Infection with gastrointestinal nematodes is a major contributor to losses in the
sheep industry. Addition to causing anemia, growth retardation, high mortality rates, and
as a consequence of this framework: weight loss and poor feed conversion. This
experiment aimed to evaluate the hematological and biochemical changes caused by
helminths, and the prevalence of sheep in the city of Tapes. We selected 31 animals
from two farms were divided: one called (T) and another called control (C). The animals
of group T was administered Closantel at 10 mg / kg orally. Blood samples and feces
were collected on days 0, 7, 14, 21 and 50. We performed a count of eggs per gram
(EPG) in feces and fecal culture, erythrocyte, total leukocyte, glucose and total proteins.
The results showed that the helminth more prevalent in this region is the Haemonchus
sp, followed by Strongyloides with less frequent. It was also noted that the closantel
showed 87.03% reduction in eggs Strongyloidea, this index is below 95% considered
efficacy index, indicating a possible resistance of helminths to this active ingredient.
While the values of total leukocytes, total serum protein and glucose remained within
normal limits for the species, the erythrocyte suffered gradual decline in their indexes. Keywords: Sheep, Haemonchus sp, Strongyloides, Closantel, Haematology, Total WBC, Total Protein, Glucose.
5
SUMÁRIO
LISTA DE QUADROS.....................................................................................................07 LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................08
1. INTRODUÇÂO.....................................................................................................09 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................11 2.1 Ovinocultura no Estado do Rio Grande do Sul...............................................11 2.2 Perfil Hematológico e Bioquímico de Ovinos..................................................11
2.3 Strongyloides papillosus........................................................................................12
2.3.1 Patogenia.............................................................................................................12
2.3.2 Sinais clínicos.......................................................................................................13
2.3.3 Controle e tratamento...........................................................................................13
2.4 Haemonchus contortus. .......................................................................................13
2.4.1 Distribuição geográfica e prevalência. .................................................................13
2.4.2 Morfologia e ciclo evolutivo..................................................................................14
2.4.3 Sinais clínicos e Patogenia...................................................................................15
2.4.4 Epidemiologia ......................................................................................................17
2.4.5 Diagnóstico...........................................................................................................17
2.4.6 Tratamento...........................................................................................................17
2.5 Controles da verminose ovina....................................................................18
2.6 Closantel...............................................................................................................21
3. MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................22 3.1 Técnicas Utilizadas............................................................................................24
3.1.1 Técnica de GORDON & WHITLOCK modificada................................................24
3.1.2 Técnica de Harada – Mori (Técnica em Papel Filtro)..........................................24
3.1.3 Determinação do Hematócrito.............................................................................25
3.1.4 Determinação dos Eritrócitos..............................................................................25
3.1.5 Determinação dos Leucócitos Totais..................................................................26
3.1.6 Determinação da Hemoglobina...........................................................................26
3.1.7 Determinação de Proteínas Plasmáticas Totais..................................................26
6
3.1.8 Determinação do Volume Corpuscular Médio (VCM)..........................................26
3.1.9 Determinação da Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM)..26
3.1.10 Cálculo de Eficácia...............................................................................................26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................27 5. CONCLUSÃO......................................................................................................37
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................38 ANEXOS Anexo 1 - Questionário Apresentado aos Produtores de Ovinos
7
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Valores de referência de hemograma na espécie ovina................................12
Quadro 2: Valores de referência bioquícos na espécie ovina.........................................12 .
Quadro 3: Princípios ativos de anti-helmínticos e seus respectivos espectros de
ação.................................................................................................................................20
Quadro 4: Cronograma do Experimento.........................................................................23
Quadro 5: Médias e amplitudes de ovos de helmintos, antes e após medicação com
Closantel, Propriedade A.................................................................................................28
Quadro 6: Médias e amplitudes de ovos de helmintos, antes e após medicação com
Closantel, Propriedade B.................................................................................................28
Quadro 7 Porcentagem de larvas infectantes encontradas na coprocultura, antes e após
tratamento com closantel, Propriedade A.......................................................................30
Quadro 8. Porcentagem de larvas infectantes encontradas na coprocultura, antes e
após tratamento com closantel, Propriedade B...............................................................30
Quadro 9: Número médio de hematócrito, eritrócitos, hemoglobina, VCM, CHCM e Leucócitos, Propriedade A..............................................................................................32
Quadro 10: Número médio de hematócrito, eritrócitos, hemoglobina, VCM, CHCM e Leucócitos, Propriedade B..............................................................................................33
Quadro 11: Médias e amplitudes dos resultados obtidos para proteínas totais e glicose,
antes e após tratamento com Closantel, Propriedade A.................................................34
Quadro 12: Médias e amplitudes dos resultados obtidos para proteínas totais e glicose,
antes e após tratamento com Closantel, Propriedade B.................................................35
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Ciclo evolutivo do H. contortus.........................................................................15 Figura 2: Ovo de Strongyloidea.......................................................................................27 Figura 3: Ovo de Strongyloides.......................................................................................27 Figura 4: Larva de Haemonchus sp................................................................................27 Figura 5: Larva de Strongyloides.....................................................................................27
9
1. INTRODUÇÃO
O Brasil possui um rebanho ovino efetivo de mais de 14 milhões de cabeças,
sendo o Rio Grande do Sul o estado com maior número de animais, contando com
3,946 milhões de cabeças (IBGE, 2009). A produção de ovinos de lã sofreu significativa
queda nas décadas de 80 e 90, com o aparecimento das fibras sintéticas que obrigou
os produtores a diminuir seus rebanhos. Atualmente a ovinocultura gaúcha vem
apresentando recuperação do crescimento, no entanto, o perfil da criação passa a ser a
exploração de carne, possibilitada pelo abate de ovinos jovens para produção de carne
de cordeiro e pelo aumento do poder aquisitivo da população. Desta forma, tornam-se
mais uma alternativa de renda para o produtor (ROCHA, 2008)
Esta atividade tem enfrentado problemas pelo desenvolvimento de parasitos
gastrintestinais em especial pelo Haemonchus contortus, pela sua alta prevalência e
patogenicidade. O Haemonchus sp. é o helminto que causa mais transtornos à
ovinocultura, pois provoca altas taxas de mortalidade, anemia e baixa conversão
alimentar tanto em animais jovens como em adultos (ROCHA, 2008).
O uso de antiparasitários de amplo espectro e com poder residual vêm sendo
utilizados para controle dos helmintos. A falta de informação e a má utilização destes
produtos têm provocado o surgimento de parasitos resistentes a diferentes princípios
ativos (VIEIRA, 2008).
Levando em consideração o aumento da população de ovinos e os entraves
causados pelos seus parasitos intestinais, o veterinário deve saber quais alterações
hematológicas serão geradas e que medidas adotar frente a este quadro, melhorando a
qualidade de vida dos animais e gerando lucros ao produtor.
Não existem dados sobre helmintoses em ovinos no município de Tapes, assim
esta monografia foi realizada com os seguintes objetivos: verificar a prevalência de
helmintoses em ovinos neste município, determinar as alterações hematológicas,
10
glicose e proteínas totais que eles provocam e descobrir se existe resistência do
parasito do gênero Haemonchus sp ao principio ativo Closantel na dose de 10 mg/kg.
11
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Ovinocultura no Estado do Rio Grande do Sul
A ovinocultura é uma das principais atividades pecuárias desenvolvidas no
estado do Rio Grande do Sul. Seu estabelecimento como exploração econômica se deu
no começo do século XX, com a valorização da lã no mercado internacional e, a partir
da década de 1940, com o incremento tecnológico da produção. A atividade passou por
períodos de progresso e crises, porém a tradição da ovinocultura se consolidou na
região sul do Estado, como atividade quase sempre integrada à bovinocultura de corte
(VIANA, 2008).
O período de crise na atividade surgiu no final da década de 1980 em
conseqüência dos altos estoques australianos de lã e do inicio da comercialização de
tecidos sintéticos no mercado têxtil internacional. A crise se estendeu durante a década
de 1990, o que fez muitos produtores desistir da atividade, reduzindo significantemente
o rebanho comercial, gerando a desestruturação de toda a cadeia produtiva. Entretanto,
o aumento do poder aquisitivo da população e o incremento do abate de animais jovens
trouxeram um novo mercado para a ovinocultura. A carne ovina começou a ser
apreciada, levando a uma maior demanda de consumo, o que indica um excelente
potencial para se tornar um produto substituto no mercado (VIANA; SILVEIRA, 2008).
2.2 Perfis Hematológico e Bioquímico de Ovinos:
Os estudos voltados aos constituintes sanguíneos de ovinos, seja para avaliar a
qualidade sanitária do rebanho, o estado clínico individual de cada animal, o bem estar
e o uso adequado dos animais, inclusive os fatores que interferem no hemograma
completo, são fundamentais na prática laboratorial da Medicina Veterinária, pois seus
resultados podem servir de parâmetros referenciais sempre que necessário para se
estabelecer diagnóstico das principais doenças que acometem o rebanho,
principalmente as anemias e processos toxi-infecciosos (LISBOA et al; 2008).
Nos quadros 1 e 2 são observados os valores referencias dos constituintes
sanguíneos e metabólicos da espécie ovina.
12
Quadro 1: Valores de referência de hemograma Quadro 2: Valores de referência bioquícos na espécie ovina. Fonte: Lacvet na espécie ovina. Fonte: Lacvet 2.3. Strongyloides papillosus
2.1.1. Patogenia
Parasitos comuns do intestino delgado de animais muito jovens e, embora
geralmente de pouca significância patogênica, em determinadas circunstâncias podem
dar origem a grave enterite. Apenas as fêmeas são parasitas. O longo esôfago pode
ocupar até um terço do comprimento do corpo (URQUHART et al; 1998).
Os ovos de Strongyloides são ovais, de casca fina e pequenos, tendo a metade
do tamanho dos ovos típicos de strongilídeos. Em herbívoros o ovo larvado é eliminado
nas fezes. Os Strongyloides são capazes de ciclos reprodutivos tanto parasitário como
de vida livre (URQUHART et al; 1998).
13
2.1.2 Sinais clínicos
Os sinais clínicos comuns observados usualmente apenas em animais muito
jovens são diarréia, anorexia, apatia, perda de peso ou taxa de crescimento reduzida
(URQUHART et al; 1998).
2.1.3 Controle e tratamento
Raramente são necessárias medidas específicas de controle para infecção por
Strongyloides. Os benzimidazóis e as avermectinas/milbemicinas podem ser utilizados
para tratamento de casos clínicos (URQUHART et al; 1998).
2.2 Haemonchus contortus
2.2.1 Distribuição geográfica e prevalência
A haemonchose é uma parasitose de ruminantes, de distribuição cosmopolita,
variando nas regiões em função do clima, raça dos animais e manejo (ARAÚJO;
RODRIGUES, 2002). Haemonchus sp é um nematóide hematófago, responsável por
extensas perdas em ovinos, especialmente em regiões tropicais. Possui várias
espécies, sendo que H. contortus parasita geralmente pequenos ruminantes (MELO,
2005).
A maior prevalência de um ou mais gêneros de parasitos é dependente de um
conjunto de fatores como: biologia do parasito, condições ambientais, época do ano,
estado fisiológico e espécie do hospedeiro. Os nematódeos infectam o hospedeiro pela
ingestão de alimentos e água contaminados com larvas infectantes do parasito (L3).
Uma vez no organismo, os parasitos vão desenvolver atividades nocivas, como ação
obstrutiva, tóxico-irritativas e espoliativas (RUAS, 1998). Entre os helmintos que
parasitam os ovinos destacam-se os nematódeos gástricos como o Haemonchus sp, e
os intestinais a saber Nematodirus e Strongyloides (MATTOS ; HOFFMAN, 2010)
A habilidade de um parasito produzir doença depende de alguns fatores, tais
como: a quantidade de parasitos que infectam o hospedeiro (sendo este um fator muito
importante quando se trata de nematódeos, pois estes não têm capacidade de se
multiplicar dentro do organismo do hospedeiro); a localização no hospedeiro; o tipo de
14
injúria que eles causam; e a reação dos tecidos do hospedeiro frente aos parasitos
(RUAS, 1998).
2.2.2 Morfologia e ciclo evolutivo
Macroscopicamente, os adultos podem ser identificados devido a sua localização
específica no abomaso e seu tamanho, que varia de 1,1 a 2,7 cm de comprimento.
Microscopicamente, o macho apresenta um lobo dorsal assimétrico e espículos em
ganchos. Nas fêmeas, observam-se os ovários brancos enrolando-se em espiral ao
redor do intestino repleto de sangue. A fêmea apresenta três tipos de processos
vulvares, lisa, botão e linguiforme, sendo o último ainda classificado em A, B, C e I. Em
ambos os sexos existem papilas cervicais e uma lanceta minúscula no interior da
cápsula bucal (MELO, 2005).
O ciclo evolutivo do Haemonchus sp é típico nematódeo estrongilídeo. Conforme
ilustrado na Figura 1. os ovos são eliminados nas fezes no estágio de mórula. As larvas
de primeiro estágio desenvolvem-se em 1 ou 2 dias e eclodem para se alimentarem de
microorganismos nas fezes. Depois de uma muda, a larva de segundo estágio
resultante também se alimenta de microorganismos. A segunda muda se inicia mas não
se completa no ambiente externo, de forma que a larva infectante de terceiro estágio
permanece envolvida pela cutícula do segundo estágio até que seja ingerida por um
ovino. A bainha é eliminada no abomaso do ovino, e a então denominada larva parasita
de terceiro estágio muda para o quarto estágio. A larva de quarto estágio muda para o
quinto estágio ou estágio adulto, mais cedo ou mais tarde, dependendo se entra ou não
em um período inibido (hipobiose) (Bowman et al, 2006).
15
Figura 1. Ciclo evolutivo do H. contortus. Fonte: Bowman et al, 2006
2.2.3 Sinais clínicos e Patogenia
Para Melo (2005), em casos de severa infecção por Haemonchus sp, os mais
óbvios sinais clínicos apresentados pelos animais são a progressiva perda de peso e
anemia, caracterizada pela queda do volume globular. Os animais podem apresentar-se
posteriormente edemaciados devido à hipoproteinemia que se torna cada vez mais
grave. Assim sendo, o animal pode apresentar o edema submandibular e ascite. Na
infecção crônica, o animal apresenta uma baixa progressiva no volume globular e um
pequeno ganho de peso, quando comparado com animais livres de parasitos. Durante a
hemonchose hiperaguda o animal pode morrer subitamente como conseqüência de
gastrite hemorrágica grave. Observa-se ainda hipoproteinemia e hipoalbunemia.
Diarréia não é um sintoma comum em uma infecção por H. contortus. O impacto da
16
patogenia da hemonchose sobre o hospedeiro pode ainda ser afetado pela dieta
oferecida aos animais, àqueles que têm dietas pobres em proteína, apresentam sinais
clínicos mais pronunciados, apesar de apresentar carga parasitária semelhante àqueles
que têm uma dieta rica em proteína, portanto a doença pode ser intensificada devido à
baixa qualidade alimentar dos animais.
A patogenia da hemoncose é essencialmente a de uma anemia hemorrágica
aguda, provocada pelos hábitos de hematofagia dos helmintos. Cada parasito remove
cerca de 0,05 ml de sangue ao dia por ingestão e por perdas pelas lesões, de tal modo
que um ovino com 5.000 H. contortus pode perder cerca de 250 ml ao dia (ROCHA,
2008). Tanto as larvas de 4º estágio, como os adultos, são hematófagos. As taxas de
glóbulos vermelhos são mantidas as custas das reservas de ferro do hospedeiro. O
animal pode sofrer um processo progressivo de perda de peso, com anemia e
esgotamento das reservas de ferro e proteínas (RUAS, 1998).
Na hemoncose aguda, a anemia torna-se evidente cerca de duas semanas após
a infecção e se caracteriza por diminuição dramática e progressiva do volume globular.
Durante as semanas subseqüentes, o hematócrito em geral se estabiliza num nível
baixo, mas apenas à custa de um aumento compensador de duas a três vezes da
eritropoiese . Contudo, em face da continua perda de ferro e proteína no trato
gastrintestinal e da inapetência crescente, a medula acaba por se esgotar, e o
hematócrito cai mais ainda antes de ocorrer à morte. Quando as ovelhas são
acometidas, a conseqüente falta de leite pode resultar na morte se cordeiros lactentes.
Menos comumente, em infecções maciças de até 3.000 parasitos, ovinos
aparentemente sadios podem ter morte súbita por grave gastrite hemorrágica intensa. É
a denominada hemoncose hiperaguda. Talvez tão importante quanto à hemoncose
aguda em regiões tropicais seja a síndrome menos conhecida de hemoncose crônica.
Esta síndrome desenvolve-se durante uma estação seca prolongada, quando a
reinfecção é insignificante mas o pasto se torna ineficiente em nutrientes. Num período
desses, a contínua perda de sangue por pequenas cargas persistente de várias
centenas de helmintos é suficiente para produzir sintomatologia clínica associada
17
principalmente mais a perda de peso, fraqueza e inapetência do que anemia
acentuada. (URQUHART et al; 1998).
2.2.4 Epidemiologia
A espécie Haemonchus contortus, predomina no final da primavera até o início
do inverno, com maiores intensidades no verão, influenciada principalmente pelas
temperaturas médias acima de 150C e da precipitação pluviométrica com mais de
50mm. São fatores que favorecem a predominância do H. contortus: temperatura média
elevada, umidade do ambiente elevada, viabilidade da larva infectante por até três
meses, grande produção de ovos pela fêmea, hipobiose das larvas (RAMOS et al;
2002a).
2.2.5 Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se na anamnese minuciosa do rebanho, avaliando o
hospedeiro, condições ambientais, manejo do rebanho (nascimento, desmama,
superlotação nascimentos de animais novos), histórico do uso de anti-helmínticos, que
aliados aos sinais clínicos pode-se suspeitar de parasitose gastrintestinal. O diagnóstico
definitivo poderá ser realizado utilizando-se exames parasitológicos de fezes, ovos por
gramas de fezes (OPG), coprocultura e necropsia. O OPG verifica a presença ou
ausência de ovos nas fezes, sem fornecer informações quanto ao gênero e as espécies
presentes. A coprocultura indica o, gênero dos nematódeos presentes na infecção
(SILVA, 2008).
2.2.6. Tratamento
Quando ocorre um surto agudo, os ovinos devem ser tratados com um dos
benzimidazóis, levamisol, uma avermectina/milbemicina ou salicilanilida e transferidos
imediatamente para pasto não ocupado recentemente por ovinos. Quando o pasto
original é utilizado novamente, devem ser tomadas medidas profiláticas, uma vez que
podem ter sobrevivido larvas suficientes para instituir novo ciclo de infecção. A
hemoncose crônica é tratada de modo semelhante. Se possível, os novos pastos
18
devem ter bom valor nutritivo; alternativamente, pode ser oferecida alguma alimentação
suplementar. (URQUHART et al; 1998).
2. 3 Controle da Verminose Ovina
Se a criação de pequenos ruminantes depender, exclusivamente da utilização de
anti-helmínticos estará fadada ao fracasso. A criação de animais geneticamente
resistentes aos nematódeos, bem como a adoção de práticas de manejo que visem a
redução da contaminação ambiental pelos estágios de vida livre dos parasitas são
alternativas que podem ser adotadas para o controle (AMARANTE, 2001).
A maioria dos nematódeos apresentam duas fases distintas no seu desenvolvimento:
(1) uma fase de vida parasitária que ocorre no hospedeiro e que se inicia com a
ingestão da larva infectante e que se completa com o parasito adulto eliminando ovos
nas fezes e
(2) uma fase de vida livre que ocorre na pastagem e vai de ovo até larva infectante.
A primeira fase pode ser controlada pela resposta imunológica do hospedeiro e a
segunda, que ocorre no ambiente, pode ser controlada com a adoção de medidas de
manejo (AMARANTE, 2001).
As ovelhas geralmente parem nos meses de julho, agosto e setembro, sendo
que durante esse período ocorre uma queda na resistência no organismo destes
animais, adquirindo altas cargas de helmintos, contaminando as pastagens com grande
quantidade de ovos e larvas. Os cordeiros nascidos neste período e criados nestes
pastos, são os mais atingidos, pois vão receber altas cargas de parasitos,
principalmente pós o desmame (AMARANTE, 2008). Para evitar este fato comprovado
recomendam-se utilizar anti-helmínticos nas ovelhas 30 dias antes do parto, repetindo a
2ª medicação 30 dias após o parto (RAMOS, 1999b).
A melhoria das pastagens, por meio da introdução de plantas forrageiras e do
emprego de fertilizantes, tem contribuído para o melhor aproveitamento dos pastos,
19
permitindo uma maior lotação das pastagens. Uma lotação animal elevada predispõe
ao aparecimento de surtos de verminose, portanto deve ser evitado. Outro fator a ser
levado em consideração é o índice pluviométrico, pois verões com altas precipitações
favorecem o aparecimento de surtos de verminose, requerendo um maior número de
dosificações anti-helmínticas (ECHEVARRIA, 2001).
Em algumas circunstâncias as rotações de pastagens pode ter algum efeito
benéfico especialmente nos períodos do ano com temperatura ambiental elevada. As
temperaturas elevadas, ao mesmo tempo em que aceleram o desenvolvimento larval
(ovo até larva infectante), podem reduzir o tempo de sobrevivência das larvas no
ambiente (AMARANTE, 2001).
A descontaminação das pastagens pelo uso de diferentes espécies de
herbívoros consiste em alternar em um pasto diferentes espécies de hospedeiros. Esta
técnica fundamenta-se no fato de que as espécies de nematódeos gastrintestinais
apresentam o que se denomina especificidade parasitária. Embora essa especificidade
seja variável conforme a espécie do parasita, a grande maioria das espécies que
parasitam ovinos não se desenvolvem em bovinos ou em eqüinos e vice-versa. Porém,
para que seja efetivo, faz-se necessário que cada uma das espécies de animais
envolvidas no programa permaneça num piquete por períodos relativamente longos de
tempo (Amarante, 2001).
As terras utilizadas na agricultura, que normalmente não são pastejadas por
longos períodos, podem ser consideradas livres da contaminação pelos estágios de
vida livre dos parasitos. O mesmo pode-se dizer das pastagens recém implantadas
(Amarante, 2001).
Em um estudo comparativo da recria de cordeiros em confinamento e a pasto foi
evidenciado que os cordeiros confinados (não expostos à pastagem contaminada)
apresentaram produtividade muito superior à de animais mantidos a pasto. Alguns
ovinocultores também têm obtido bons resultados com o confinamento das ovelhas no
20
final da gestação. As fêmeas permanecem confinadas com os cordeiros até o
desmame, quando então retornam para a pastagem (Amarante, 2001).
Além destas medidas de manejo, existem 3 tipos de dosificações com
medicações anti-helmínticas que devem ser adotadas para controle da verminose. São
elas: as dosificações curativas, que visam tratar os animais que já apresentam sinais
clínicos e/ou sintomas; as dosificações estratégicas, que são utilizadas no pré-
encarneiramento, pré-parição, brincagem, tosquia e descola; e a dosificação tática que
deve ser feita por lotes, mediante exame de OPG, variações do clima ou após avaliação
através do método FAMACHA (MENDONÇA et al, 2008). Conforme o quadro 3 abaixo
os anti-helmínticos utilizados atualmente são:
Quadro 3: Princípios ativos de anti-helmínticos e seus respectivos espectros de ação. Fonte: Mendonça et al (2008).
Devem-se ter alguns cuidados na administração de medicações anti-helmínticas,
como: utilizar vermífugos amplo espectro nas dosificações estratégicas, observar ao
período de segurança nas ovelhas prenhas, nas dosificações táticas utilizar vermífugos
específicos (de espectro reduzido), pesar o rebanho (lotes por categoria), e estabelecer
média e por último mas não menos importante, trocar o princípio ativo, anualmente, não
o nome comercial (MENDONÇA et al; 2008).
Amplo Espectro Médio Espectro Reduzido Espectro Combinações Benzimidazóis Organofosforados Salicilanilidas Sais ou modernas �Albendazole Closantel �Fenbendazole Rafoxanida �Oxfenbendazole �Thiabendazole Nitrofenólicos
�Disofenol Lactonas Macrocíclicas �Nitroxinil
�Abamectina �Ivermectina Organofosforados �Doramectina �Triclorfon �Moxidectin
Imidothiazoles �Levamisóis �Tatramisole
21
2.4 Closantel
O closantel é uma salicilanilida, que se liga altamente às proteínas, tornando-as
com meia vida longa. Estes compostos atuam sobre nematódeos, geralmente
reduzindo as reações mitocondriais envolvidas no transporte de elétrons e, com isso, a
síntese de ATP. Ocorre ainda uma rápida paralisia espástica pelo aumento de íons
cálcio nas células musculares dos parasitos. São drogas com boa margem de
segurança quando utilizadas na dosagem recomendada, podendo acontecer alguns
quadros de diarréia e anorexia. Altas dosagens podem levar o animal à cegueira e
sinais clínicos de hipertermia, dispnéia, convulsões, taquicardia e mesmo à morte. Os
efeitos adversos são mais comumente observados em animais críticas condições
nutricionais e com altas infecções parasitárias. O closantel é um endoparasiticida de
amplo espectro, utilizado em ruminantes e eqüinos (ANDRADE, 2002).
22
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi realizado em duas propriedades rurais (A e B) localizadas no
município de Tapes, entre os meses de janeiro e abril de 2011.
Tapes é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Sua
população, de acordo com estimativa do IBGE, é de 17.143 habitantes. O município de
Tapes faz parte da região centro-sul do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, da
mesorregião Metropolitana de Porto Alegre e da microrregião de Camaquã, possuindo
uma área territorial de 805,3 km², dividida em 16,8 km² de área urbana e 788,5 km² de
área rural. Localiza-se na latitude 30° 41 minutos Sul e longitude 51° e 25 minutos
Oeste a uma altitude de 7 metros, situando-se a sudoeste da capital do estado e
confrontando-se com os seguintes municípios: Barra do Ribeiro (ao Norte), Arambaré
(ao Sul), Sentinela do Sul (ao Oeste). Tem todo o seu limite Leste banhado pelas águas
da Lagoa dos Patos. A temperatura média anual é de 18 °C, apresentando pequenas
variações de inverno e verão. A precipitação pluviométrica anual está em torno de
1.200mm (RIBEIRO, 2010).
Foi apresentado aos produtores um questionário (anexo), de foram retiradas as
informações descritas a seguir.
A propriedade A possui 250 ha e além de ovinos, mantém-se também na mesma
área a criação de eqüinos e bovinos e a produção de arroz. Esta propriedade possui
130, ovinos que são criados de forma extensiva, destinado a produção de carne e lã.
Os animais são alimentados no verão com pastagem nativa e suplementação com
sorgo no final da tarde. No inverno recebem azevém, aveia e sorgo. A aplicação de
anti-helmínticos é feita mensalmente e já foram utilizados Albendazole, Ivermectina oral,
Closantel oral, Levamisol, Moxidectina (oral, injetável) e Doramectina. Tendo a
Moxidectina injetável e o Closantel oral os melhores resultados na opinião do produtor.
Na propriedade B, que possui 400 ha, criam-se ovinos, equinos, bovinos,
plantam-se arroz e árvores acácia. Os 50 ovinos são criados de forma semi-extensiva,
sendo recolhidos para um local coberto no final da tarde e são destinados a produção
23
de carne. O local coberto é higienizado pela manhã, sendo que os dejetos são retirados
com uso de vassouras. A alimentação no verão consiste em pastagem nativa e
suplementação com milho e farelo de arroz. No inverno recebem azevém, aveia, farelo
de arroz e milho. O programa de medicação anti-helmíntica é realizado bimestralmente
e tendo sido utilizado Levamisol, Closantel, Trimix (associação de: Albendazole,
Ivermectina, Cobalto) e Moxidectina. Segundo o proprietário os melhores resultados
foram obtidos com Moxidectina e Trimix.
Para a pesquisa, foram realizadas coletas de sangue em anticoagulante ácido
etileno diamino tetraacetato de sódio (EDTA) e em anticoagulante fluoretado e fezes.
As amostras foram mantidos sob refrigeração em caixas isotérmicas, durante o tempo
transcorrido para as coletas, e em geladeira no laboratório. Na primeira coleta,
considerada como “Dia 0”, pela manhã, escolheram-se os animais, fêmeas, com um
ano de idade, ou seja, animais com “2 dentes”. Todos foram pesados. Separaram-se
estes animais em dois grupos. Um grupo chamado controle e o outro chamado tratado.
Os ovinos do grupo tratado receberam o anti-helmíntico Closantel Oral na dose de 10
mg/kg. O grupo controle não recebeu medicação. Todos estes animais tiveram as
mesmas práticas de manejo. Na propriedade A, foram selecionados 14 ovinos, sendo 7
para o grupo tratado e 7 para o grupo controle. Na propriedade B, utilizaram-se 17
animais, 8 para o grupo tratado e 9 para o grupo controle. As coletas se seguiram após
7, 14, 21 e 50 dias após a data do Dia 0. Conforme quadro 4.
Quadro 4: Cronograma do experimento.
24
Foram realizados exames de: fezes Método De Gordon e Whitlock Modificada
(OPG), cultura de larvas pelo método de Harada-Mori (método em papel filtro). As
amostras de sangue foram submetidas à avaliação de eritrograma, mensuração de
glicose e proteínas totais. Os exames foram realizados no laboratório de análises
clínicas veterinárias Hemovet, situado na cidade de Tapes -RS
3.1 Técnicas utilizadas:
3.1.1 Técnica De Gordom e Whitlock Modificada.
De acordo com Mattos e Hoffman (2010), essa técnica tem por objetivo a
contagem de ovos de nematódeos gastrointestinais por grama de fezes de ruminantes.
A técnica consiste em pesar 2g de fezes de ovinos. Após pesadas às fezes são
trituradas, diluídas em 28 ml de água e homogeneizadas. Tamisa-se. Posteriormente
acrescenta-se 30 ml de solução hipersaturada de cloreto de sódio (densidade 1:250),
tamisa-se novamente e mistura-se e com uma pipeta. Retira-se pequena quantidade
para preencher os dois espaços da câmara de Mcmaster. Espera-se 2 minutos e então
é levado ao microscópio sob a objetiva de 10 vezes para realizar a contagem. A
contagem deve ser feita nos dois lados da câmara, sendo que o total de ovos
encontrados deve ser multiplicado por 100 no caso de ovinos.
Quando as fezes não apresentarem consistência normal deve-se utilizar o seguinte
fator de correção:
Fezes normais: Resultado OPG X 1
Fezes semi-pastosas: OPG X 1,5
Fezes pastosas: OPG X 2
Fezes diarréicas: OPG X 2,5
3.1.2 Técnica de Harada – Mori (técnica em papel filtro)
Para Kantec (2000), os ovos das superfamílias de helmintos são muito parecidos
entre si e fácil de serem confundidos mutuamente. Assim, para identificar as espécies
de parasitas gastrintestinais se faz a cultura de fezes com vistas à eclosão de larvas
dos ovos.
25
Ao contrário dos ovos, as larvas são facilmente identificáveis e pode-se ver,
então, quais as espécies parasitas. Na prática veterinária, a cultura de larvas é feita
principalmente nos ovinos e bovinos, que são parasitados por várias espécies de
estrongilídeos. A técnica consiste em colocar 7 ml de água destilada num tubo de
ensaio. Em seguida, corta-se uma tira de papel filtro de largura quase igual a do tubo e
comprimento um pouco menor. Esfrega-se com delicadeza aproximadamente 0,5g de
fezes sobre o papel, deixando livre uma faixa de aproximadamente 5 cm numa das
pontas do papel. Introduz-se a tira de papel no tubo com a ponta sem fezes para o
fundo e cobre-se a boca do tubo com filme plástico. Devem-se manter os tubos em
temperatura ambiente por 10 a 15 dias. Após o período de incubação retira-se a
cobertura, coloca-se o tubo em banho Maria a 50º C por 15 minutos. Transfere-se para
um tubo de fundo cônico e leva-se para uma centrífuga, para obter-se maior
concentração de larvas na amostra examinada. Despreza-se o sobrenadante, e com
uma pipeta de Pasteur transfere-se o conteúdo para uma lâmina para ser examinado ao
microscópio (KANTEK, 2000).
3.1.3 Determinação do Hematócrito - Técnica do Microhematócrito
Preencher um tubo capilar com sangue até ¾ da sua altura. Fechar uma das
extremidades na chama de uma lamparina (massa de modelar ou outros materiais
podem ser utilizados para a oclusão do capilar). Colocar o capilar em uma centrífuga
apropriada por 5 minutos em 10.000 a 12.000 rpm (LACVET, s.d).
3.1.4 Determinação de Eritrócitos - Diluição em tubo de ensaio (macrodiluição):
Em um tubo de ensaio colocar 4mL da solução diluente (solução fisiológica).
Acrescentar 20 microlitros de sangue homogeneizado e rinsar a pipeta
Homogeneizar a solução final por inversão do tubo. Preencher a câmara de
Neubauer com o auxílio da pipeta ou de um tubo capilar. Contar as hemácias de 5
quadrados médios e multiplicar por 10050 (LACVET, s.d).
26
3.1.5 Determinação de Leucócitos Totais - Diluição em tubo de ensaio (macrodiluição):
Em um tubo de ensaio colocar 0,4 mL da solução diluente. Acrescentar 20
microlitros de sangue homogeneizado e rinsar a pipeta. Homogeneizar a solução final
por inversão do tubo. Preencher a câmara de Neubauer com o auxílio de um tubo
capilar. Contar os leucócitos de 5 quadrados médios e multiplicar por 52,5 (LACVET,
s.d).
3.1.6 Determinação de Hemoglobina
A hemoglobina foi quantificada pelo método colorimétrico da
cianometahemoglobina, utilizando-se kit comercial Hemoglobina Labtest, com leitura em
Analisador Bioquímico Semi Automático – Thermoplate Analyzer Basic, previamente
calibrado.
3.1.7 Determinação das Proteínas Plasmáticas Totais
A quantidade de proteínas plasmáticas totais (PPT) foi determinada por análise
refratométrica, utilizando-se um refratômetro portátil, sem compensação de
temperatura.
3.1.8 Determinação do Volume Corpuscular Médio (VCM):
VCM (fL) = Hematócrito (%) x 10
------------------------------- nº de hemácias
3.1.9 Determinação do Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM):
CHCM (%) = Hemoglobina (g/dL) x 100 -------------------------------------
Hematócrito (%)
3.1.10 Cálculo de Eficácia
Eficácia = média de OPG do grupo controle– média de OPG do grupo medicado x 100 média de OPG do grupo controle
27
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos exames de OPG realizados com as fezes dos ovinos nas propriedades A e
B, foram encontrados ovos da superfamília Strongyloidea (Figura 2) e da superfamília
Rhabdiasoidea, gênero Strongyloides (Figura 3). Nas coproculturas foram observadas
larvas de Haemonchus sp (Figura 4) e de Strongyloides (Figura 5).
Figura 2: Ovo de Strongyloidea Figura 3: Ovo de Strongyloides Fonte: Própria Fonte: Própria
Figura 4. Larva de Haemonchus sp Figura 5. Larva de Strongyloides Fonte: própria Fonte: própria
28
PROPRIEDADE A Nos quadros 5 e 6 podem ser observados os resultados das contagens de ovos da
superfamília Strongyloidea e Strongyloides e porcentagens de larvas infectantes na
propriedade A. Quadro 5. Número médio de ovos de helmintos e amplitude de variação, antes e após
medicação com Closantel.Propriedade A
GRUPO HELMINTO
Médias de OPG
Dia 0 Dia 7 Dia 14 Dia 21 Dia 50
Grupo
Tratado
Strongyloidea
4762 (0 – 31.200)
1007 (0 – 3.000)
3.007 (0 –
17.500)
128,6 (0 – 400)
2.550 (0 –
10.000) Strongyloides
0 (0 – 0)
121,4 (0 – 450)
0 (0 – 0)
28,6 (0 – 200)
2,17 (0 – 4)
Grupo
Controle
Strongyloidea 4762 (0- 10.000)
7.764,3 (0 – 29.000)
3.743 (0 –
18.600)
1.329 (0 – 7.200)
10.350 (100 –
59.000) Strongyloides
0 (0 – 0)
400 (0 – 1.350)
157 (0 – 500)
185,7 (0 – 800)
85,7 (0 – 600)
( ) Amplitude Cálculo de eficácia: E=7764,3=1007 X 100= Eficácia 7 dias=87,03 % 7764,3 Quadro 6. Porcentagem de larvas infectantes encontradas na coprocultura, antes e
após tratamento com closantel. Propriedade A
GRUPO GÊNERO
Porcentagem de larvas infectantes
Dia 0 Dia 7 Dia 14 Dia 21 Dia 50
Grupo
Tratado
Haemonchus sp
100%
92,2%
95,7%
73,9%
93,9%
Strongyloides
0%
7,8%
4,3%
26,1%
6,1%
Grupo
Controle
Haemonchus sp
86,6%
100%
100%
100%
99,5%
Strongyloides
13,4%
0%
0%
0%
0,5%
29
Como pode-se observar na propriedade A (Quadro 5) nos animais do grupo
tratado houve uma redução de 87,03 % no número de ovos de Strongyloidea do dia
zero em relação ao dia sete. Estes resultados se aproximam dos obtidos por Melo et al
(1998, b) que relataram uma redução de 85% no opg em ovinos tratados com closantel.
Já Falbo et al; (2009) relataram uma redução de 55,2 % no numero de ovos de
Strongyloidea.Os resultados obtidos no presente estudo e nos citados acima indicam
uma provável resistência por parte dos helmintos frente ao closantel, tendo em vista os
valores estão abaixo de 95 %,considerados como índice de eficácia. A partir do 14 dias
observa-se que houve uma redução do número de ovos tanto no grupo tratado quanto
no controle indicando que houve interferência de outros fatores.
No grupo controle observou-se que houve uma oscilação nos valores dos OPG’s,
isso ocorre devido à flutuação natural, devido às condições ambientais ideais para
desenvolvimento das larvas. Existem épocas do ano em que as condições do meio
ambiente são favoráveis para o desenvolvimento e migração de larvas infectantes de
nematódeos gastrintestinais nas pastagens e observa-se flutuação estacional na
quantidade das mesmas. As larvas dos helmintos, em pastagens nativas ou cultivadas,
têm a sua sobrevivência e manutenção controladas por condições climáticas, com
amplitude maior de contaminação no início dos períodos de maior precipitação
pluviométrica e menor contaminação nos períodos de baixa precipitação. A velocidade
de desenvolvimento das larvas depende também da temperatura e ocorre mais
rapidamente na estação mais quente (BIANCHIN; MELO apud GAZDA, 2006).
PROPRIEDADE B
Nos quadros 7 e 8 podem ser observados os resultados das contagens de ovos da
superfamília Strongyloidea e Strongyloides e porcentagens de larvas infectantes na
propriedade B.
30
Quadro 7. Número médio de ovos de helmintos e amplitude de variação, antes e após
medicação com Closantel.Propriedade B.
GRUPO HELMINTO
Médias de OPG
Dia 0 Dia 7 Dia 14 Dia 21 Dia 50
Grupo
Tratado
Strongyloidea
4218 (0 – 6.000)
2.831 (200 –16.050)
2.538 (200 – 7.200)
1.681,3 (700 – 5.800)
2.379 (0 – 14.000)
Strongyloides 206,3 (0 – 500)
325 (0 – 1.500)
350 (0 – 1.500)
275 (0 – 1.100)
393 (0 – 900)
Grupo
Controle
Strongyloidea 4218 (0 –
19.200)
2.500 (0 – 8.700)
7.661 (100 – 38.550)
3.513 (100 – 13.200)
7.789 (100 – 25.050)
Strongyloides
161,1 (0 – 750)
244,4 (0 – 1.200)
122,2 (0 – 450)
350 (0 – 1.200)
44,4 (0 – 1.350)
( ) Amplitude Quadro 8. Porcentagem de larvas infectantes encontradas na coprocultura, antes e
após tratamento com closantel. Propriedade B
GRUPO
GÊNERO
Porcentagem de larvas infectantes Dia 0 Dia 7 Dia 14 Dia 21 Dia 50
Grupo
Tratado
Haemonchus sp
62,16% 96,74% 88,46% 89,9% 92,16%
Strongyloides
37,84% 3,26% 11,54% 10,1%6 7,83%
Grupo
Controle
Haemonchus sp 92% 95,45% 95,10% 80% 91,67%
Strongyloides 8% 4,56% 4,90% 20% 8,33%
Na propriedade B, observou-se que ocorreu uma redução no número de ovos de
helmintos do dia 0 ao dia 7, tanto no grupo tratado como no grupo controle. Desta forma
não se pode afirmar que o medicamento tenha funcionado. Os aumentos observados
no dia 50 ocorrem devido às re-infecção dos animais. A meia vida da droga no plasma
de ovinos pode proteger o animal por cerca de 28 dias. Após a administração do
closantel nos animais, os níveis plasmáticos se elevam rapidamente. A droga se liga
fortemente as proteínas plasmáticas e atinge o parasito através do sangue quando ele
se alimenta. Essa ligação também serve para prolongar os níveis da droga no plasma e
31
proteger os animais contra re-infecção (HENNESSY et al, ROTHWEEL; SANGSTER;
WARUIRU apud. ECCO, 2006).
Nas duas propriedades não houve redução no número de ovos de Strongyloides
após a administração do anti-helmíntico. Estes dados estão em conformidade com os
relatos de ALMEIDA; AYRES apud FALBO (2006), que afirmaram que o closantel é um
princípio ativo com ação sobre o gênero Haemonchus sp, não apresentando eficácia
sobre Strongyloides.
Tanto na propriedade A, quanto na propriedade B observou-se que a maioria dos
helmintos encontrados tratam-se do Haemonchus sp. Esta observação é compatível
com os registros encontrados na literatura disponível.Segundo MORTENSEN et al;
apud RAMALHO et al; (2008) entre os parasitos de maior impacto na ovinocultura
destaca-se o gênero Haemonchus sp, sendo encontrados em 75% a 100% dos exames
de contagem de ovos por grama de fezes.
ERITROGRAMA e LEUCÓCITOS TOTAIS
Os exames de eritrograma realizados neste estudo podem ser verificados nas
nos quadros 9 e 10.
32
Quadro 9: Número médio de hematócrito, eritrócitos, hemoglobina, VCM CHCM e Leucócitos .Propriedade A GRUPO Dias
Dia 0 Dia 7 Dia 14 Dia 21 Dia 50
Grupo Tratado
Hematócrito %
36,14 (31 – 40)
32,9 (29 – 40)
33,57 (29 – 41)
37,7 (33 – 43)
36,7 (26 – 45)
Eritrócitos 106 /uL
9,95 (8,1 -11,6)
9,58 (7,4 – 12,5)
9,53 (7,9 – 12)
10,58 (8,2 – 12,2)
9,4 (6,3 – 11,7)
Hemoglobina g/dL
11,64 (9,9 – 12,9)
10,31 (9,4 – 11,3)
11,04 (9,1 – 13,6)
12,41 (10,3 – 14,1)
11,42 (7,3 – 13,6)
VCM fL
36,47 (34,4 – 40,9)
35 (31,6 – 39,0)
35,46 (32,3 – 37,5)
36,64 (34,8 – 40,2)
39,3 (36,5 – 41)
CHCM %
32,2 (31,1 – 33,7)
32,37 (31,3 – 35,3)
32,87 (31,5 – 35,1)
32,12 (31,4 – 34,2)
31 (28 – 33,2)
Leucócitos Quant/uL
4.831 (4.148 -5.723)
6.359 (5.775-7.298)
5.903 (4.358 –8.768)
6.152 (4.148-8.715)
6.173 (5.250 –9.030)
Grupo Controle
Hematócrito %
32 (32 – 44)
34,29 (29 – 41)
34,29 (31 43)
39,3 (35 – 44)
36,7 (33 – 41)
Eritrócitos 106 /uL
11,11 (9,0 – 12,5)
9,97 (8,3 – 12,2)
10,58 (8,8 – 13,7)
10 (8,2 – 12,9)
10,12 (8,4 – 12,7)
Hemoglobina g/dL
11,53 (10,3 – 13,3)
10,96 (9 – 13,2)
11,14 (10,1 – 14,0)
12,6 (11,3 – 13,9)
11,7 (10,1 – 13,1)
VCM fL
34,5 (31,8 – 40,7)
34,29 (30,9 – 36,1)
32,67 (29,2 – 38,4)
39,7 (39 – 49,6)
36,5 (32,1 – 40,4)
CHCM %
32,5 (31,2 – 33,6)
32 (31 – 33,4)
32,5 (31,2 – 33,8)
27,3 (31 – 33,3)
31,9 (31 – 34,6)
Leucócitos Quant/uL
6.990 (4.725 – 8.295)
5.888 (4.465 – 7.508)
6.060 (4.883 – 7.140)
5.843 (4.515 – 8.138)
6.029 (4.305 – 8.138)
( ) Amplitude
Na propriedade A houve uma redução nos valores do hematócrito, eritrócitos e
das dosagens de hemoglobina no período que coincide com os picos de OPG em
ambos os grupos. Em alguns trabalhos observou-se uma redução do hematócrito em
relação à contagem de OPG. Foi relatada também uma depressão do hematócrito em
animais artificialmente infectados por helmintos do gênero Haemonchus sp em uma
proporção direta ao número de total de vermes adultos instalados (WHITLOCK;
CHRISTIE et al. apud KAWANO, 2001)
33
Quadro 10: Número médio de hematócrito, eritrócitos, hemoglobina, VCM CHCM e Leucocitos .Propriedade B GRUPO Dias
Dia 0 Dia 7 Dia 14 Dia 21 Dia 50
Grupo Tratado
Hematócrito %
32,7 (29 – 38)
31,9 (28 – 35)
30,8 (25 – 35)
29,3 (22 – 34)
28 (19 – 36)
Eritrócitos 106 /uL
8,1 (6,19 – 9,99)
7,8 (6,4 – 10,6)
6,9 (4,9 – 10,1)
7,61 (3,9 – 9,9)
7,2 (3,5 – 10,4)
Hemoglobina g/dL
10,2 (8,1 – 12)
7,5 (7,4 – 8,6)
10,1 (8,4 – 11,3)
8,8 (6,3 – 10,5)
7,8 (3,2 – 11,9)
VCM fL
40,8 (31 – 50)
41,7 (32,2 – 45,6)
45,9 (33,4 – 57,2)
40,4 (32 – 55,5)
40,1 (34,3 – 51,3)
CHCM %
31,4 (28,2 – 34,2)
23,8 (21,5 – 25,4)
32,9 (32,4 – 33,8)
30 (28 – 31)
26,5 (16,9 – 33)
Leucócitos Quant/uL
7.223 (4.305 – 8.768)
8.752 (5.985 – 12.127)
7.547 (6.247 – 12.075)
7.219 (4.935 – 9.608)
7.613 (5.040 – 9.713)
Grupo Controle
Hematócrito %
31,1 (21 – 38)
27,8 (25 – 34)
28,9 (23 – 34)
28,5 (23 – 32)
26 (17 – 35)
Eritrócitos 106 /uL
7,7 (4,2 – 10)
6,3 (4,3 – 11,5)
6,9 (3,6 – 9,9)
7,2 (4,6 – 9,1)
6,8 (4,5 – 9,6)
Hemoglobina g/dL
9,3 (5,8 – 12,3)
6,5 (4,8 – 8,3)
9,7 (7,5 – 11,5)
8,8 (6,4 – 10,3)
6,1 (2,9 – 10,8)
VCM fL
41,3 (32,2 – 49,8)
46,2 (29,6 – 58,4)
43,9 (30 – 58,9)
40,4 (35,2 – 49,5)
38,7 (34,7 – 44,5)
CHCM %
32,3 (27,8 – 34,6)
23,1 (21,1 – 25,2)
33 (31 – 34,8)
30,8 (27,8 – 32)
22,4 (17,1 – 31)
Leucócitos Quant/uL
7.613 (5.408 – 10.290)
7.572 (5.775 – 10.080)
7.000 (5.198 – 9.975)
4.831 (4.883 -14.385)
6.784 (4.673 – 8.675)
( ) Amplitude Na propriedade B, encontraram-se valores hematológicos inferiores aos da
propriedade A, no entanto, os menores valores não correspondem aos maiores OPG’s,
confirmando o que diz McDougall et al; Smith; Sherman apud Faria Jr (2001), de que
observações de campo mostram que é comum que os clínicos tendam a estabelecer
prognósticos mais desfavoráveis para animais que possuam altas contagens de ovos
em suas fezes. Entretanto, não existem muitas publicações que sustentem tal
procedimento, podendo-se encontrar até mesmo trabalhos que relatem resultados
opostos.
34
Em todos os animais de ambos os grupos houve uma oscilação nos valores
hematológicos, porém as perdas de forma mais acentuada ocorreram nos animais da
propriedade B, principalmente do grupo controle. Talvez isso se explique devido à
propriedade A, criar bovinos e equinos juntamente com os ovinos. Fato confirmado por
Veríssimo; Catelli (2008), que relatam como alternativa de manejo para controle de
parasitos, o pastejo conjunto ou alternado com outras espécies de animais não
hospedeiros do Haemonchus contortus. Bovinos adultos e eqüídeos são espécies
recomendadas para essa prática, pois esse nematóide não consegue se fixar nesses
hospedeiros.
As contagens de leucócitos totais mostraram-se compatíveis com os valores de
normalidade estabelecidos previamente para a espécie. Contrariando ROWE et al.
apud Hoppe (2010), que dizem que apesar de não haver relação estabelecida entre
leucocitose e parasitismo gastrintestinal, estabeleceram uma relação inversamente
proporcional entre linfocitose e fecundidade de H. contortus em ovelhas.
GLICOSE e PROTEINAS TOTAIS
Os exames de glicose e proteínas totais realizados neste trabalho podem ser
verificados nas nos quadros 11 e 12.
Quadro 11: Médias e amplitudes dos resultados obtidos para proteínas totais e glicose,
antes e após tratamento com Closantel, propriedade A:
GRUPO METABÓLITO
Dias
Dia 0 Dia 7 Dia 14 Dia 21 Dia 50
Grupo
Tratado
Proteínas Totais g/dl
6,7 (6 – 7,6)
6,5 (5,4 – 7,4)
6,9 (6,2 – 8,2)
7,1 (6,4 – 7,8)
6,9 (5,8 - 7,6)
Glicose mg/dl
65,9 (62,8 – 71,8)
84,3 (72,2 – 103,7)
96,6 (77,3 – 118)
75,7 (65,2 – 88,2)
68,2 (54,8 – 91,7)
Grupo
Controle
Proteínas Totais g/dl
7,1 (6,4 – 7,4)
7,1 (6,4 – 7,6)
7,3 (6,8 – 7,8)
7,9 (7,4 – 8)
7,6 (7,2 – 8)
Glicose mg/dl
74,8 (63,6 –93,8)
78,8 (70,5 – 87)
93,7 (80,9 – 108,9)
74,5 (67,7 – 86,4)
64,7 (56,8 – 78,8)
( ) Amplitude
35
Quadro 12: Médias e amplitudes dos resultados obtidos para proteínas totais e glicose, antes e após tratamento com Closantel, propriedade B:
GRUPO
Metabolito
Dias
Dia 0 Dia 7 Dia 14 Dia 21 Dia 50
Grupo
Tratado
Proteínas Totais g/dl
6,7 (6 – 7)
6,3 (5,4 – 6,8)
6,3 (5,6 – 7)
6,5 (5,6 – 7,2)
6,5 (5,4 – 8,4)
Glicose mg/dl
84,1 (67,7 -110,7)
74,9 (65,9 – 97,1)
60,5 (49,9 –68,7)
69,8 (61,7 –79,9)
65,7 (57,5 –75,7)
Grupo
Controle
Proteínas Totais g/dl
6,8 (6,2 – 8)
6,1 (5 – 6,6)
5,9 (5,2 – 7,4)
6,1 (5,2 – 7,2)
5,8 (4,6 – 8)
Glicose mg/dl
91,3 (77 – 107,2)
77,3 (61,8 – 97,3)
62,1 (47,3 –74,5)
82,4 (62,6 –91,1)
70,4 (61 – 86,8)
( ) Amplitude
Os níveis de glicose nos grupos tratados e controle das duas propriedades se
mantiveram estáveis, porém em alguns animais os valores se apresentaram acima dos
valores de referência (50 – 80 mg/dl) isso possivelmente devido à alimentação, rica em
energia, que os ovinos recebiam através da alimentação com sorgo, milho e farelo de
arroz. Confirmado por RUSSEL; ROUSSEL apud HOPPE, (2010) que afirmam que a
concentração plasmática de glicose nos ruminantes é relativamente constante, dado o
metabolismo único desse nutriente nesse grupo de animais. A glicose é uma boa
indicadora do metabolismo de carboidratos, e seus níveis no sangue podem ser
alterados por fatores genéticos e ambientais, assim como pela idade, temperatura
corporal, alimentação e alguns medicamentos , entre outros (McLAUGHLIN; FISH apud,
LOUREIRO, 2007). No ruminante, o amido passa primeiro por fermentação microbiana
no rúmen, com conseqüente produção de células microbianas e ácidos graxos voláteis
(AGV), e o que não é transformado sofre, posteriormente, digestão enzimática no
intestino delgado com liberação de glicose (WALDO apud LOPEZ; JUNIOR, 2000).
Os níveis de proteínas plasmáticas totais, se mantiveram normais para a
espécie, nas duas propriedades, tanto no grupo tratado como no grupo controle.
Confirmando os resultados de Cavele (2009), que diz que não houve alterações nas
36
concentrações de proteínas plasmáticas, o que coincide com os resultados encontrados
por Kawano et al. (2001), Bricarello et al. (2005) e Souza et al. (2006), o que contraria
os resultados encontrados por Bisset et al. (1996), que relatam hipoproteinemia nos
animais emvirtude do parasitismo por nematóides gastrintestinais, em especial do H.
contortus.
37
5. CONCLUSÃO
Ao fim deste trabalho concluiu-se que:
O gênero Haemonchus sp foi o helminto mais prevalente durante todo o experimento
nas duas propriedades.
O closantel na dose de 10 mg/kg apresentou uma eficácia de 87,03 %, indicando uma
possível resistência deste principio ativo frente aos helmintos do gênero Haemonchus
sp.
Os animais parasitados apresentaram níveis de proteínas e glicose variáveis dentro dos
grupos experimentais.
Nem sempre os menores valores de eritrograma estão relacionados aos maiores
índices de OPG.
38
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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ANEXOS
TRATAMENTO COM CLOSANTEL EM OVINOS PARASITADOS COM NEMATÓDEOS GASTRINTESTINAIS: PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS.
Produtor:________________________ Área total da propriedade:_______________________________
Quanto sanimais:_____________________Machos:_________________Fêmeas:__________________
1. Quais são os anti-helmíticos já utilizados na propriedade? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2. Qual a dose utilizada? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3. Qual a via de aplicação? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4. Qual a freqüência da aplicação? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5. Quais apresentaram melhores resultados? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6. Quem escolhe o anti-helmintico? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 7. Como é escolhido? (preço, indicação na agropecuária, veterinário) ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 8. Os animais possuem manejo junto com outros animais? Quais? (Bovinos, caprinos, eqüinos)? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 9. Objetivo da produção? (leite, carne, matrizes reprodutoras, subprodutos)? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 10. Sistema de manejo? (intensivo, extensivo, semi-extensivo) ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 11. Qual a alimentação? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________