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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MARIA EDUARDA GOMES RAMOS GESTÃO DA QUALIDADE NO PROCESSO DE LOGÍSTICA: UM ESTUDO DE CASO NA ACIOLY DISTRIBUIDORA NATAL, RN 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · 2 REVISÃO DA LITERATURA Nesta parte do trabalho serão exibidas as teorias relativas à gestão da qualidade, enfatizando o histórico,

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MARIA EDUARDA GOMES RAMOS

GESTÃO DA QUALIDADE NO PROCESSO DE LOGÍSTICA: UM

ESTUDO DE CASO NA ACIOLY DISTRIBUIDORA

NATAL, RN

2015

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · 2 REVISÃO DA LITERATURA Nesta parte do trabalho serão exibidas as teorias relativas à gestão da qualidade, enfatizando o histórico,

Maria Eduarda Gomes Ramos

GESTÃO DA QUALIDADE NO PROCESSO DE LOGISTICA: UM ESTUDO DE

CASO NA ACIOLY DISTRIBUIDORA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Coordenação do curso de graduação em

Administração da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, como requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel em

Administração.

Orientadora:Matilde Medeiros de Araujo,D.Sc.

NATAL, RN

2015

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Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Ramos, Maria Eduarda Gomes.

Gestão da qualidade no processo de logística: um estudo de caso na

Acioly Distribuidora/ Maria Eduarda Gomes Ramos. – Natal, RN, 2015.

37f.

Orientador: Profa. Dra. Matilde Medeiros de Araujo.

Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Federal do

Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de

Ciências Administrativas.

1. Administração – Monografia. 2. Gestão da qualidade – Monografia. 3.

Logística – Qualidade nos serviços – Monografia. 4. Gestão da qualidade –

Monografia. I. Araujo, Matilde Medeiros de. II. Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. III. Título.

RN/BS/CCSA CDU 658.818

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Maria Eduarda Gomes Ramos

GESTÃO DA QUALIDADE NO PROCESSO DE LOGISTICA: UM ESTUDO DE

CASO NA ACIOLY DISTRIBUIDORA

Monografia apresentada à Coordenação do

curso de graduação em Administração da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

composta pelos seguintes membros:

Aprovada em: __/__/__

________________________________________________

Profª Dra. Matilde Medeiros de Araujo

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Orientador

________________________________________________

Prof. Dr. André Morais Gurgel

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Membro

_______________________________________________

Profª M. Sc. Larissa Mayara da Silva Damasceno

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Membro

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AGRADECIMENTOS

A elaboração e conclusão deste trabalho não seriam possíveis sem o apoio de algumas

pessoas importantes. Com isso, dedico meus verdadeiros agradecimentos:

A Deus, por ter me dado à oportunidade da vida.

A minha família, no qual devo todo meu esforço e minha educação para completar o

meu curso. Em especial ao meu tio, o Gordo, pois sem ele não teria chegado até aqui com tanto

êxito, a minha mãe que me deu todo o apoio quando precisei, a minha avó Cloris, que mesmo

de longe sempre me incentivou com suas palavras, a minha tia Juli e meu tio Vinicius, que

sempre me motivaram pelo caminho dos estudos, e por fim, não menos importante, aos meus

avós que já foram para o Céu, a minha avó Maria que tenho tanta admiração e sei que está me

guiando lá de cima, e ao meu avô Vítor, que foi, é, e sempre será a pessoa que mais me inspira

nessa vida.

Aos meus amigos que estiveram ao meu lado no decorrer desse curso.

A minha professora orientadora, Matilde, que foi sempre muito atenciosa e solicita

comigo durante a elaboração desse caso.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que me proporcionou os

conhecimentos necessários para iniciar uma brilhante carreira profissional.

A todos que de alguma maneira foram presentes e acreditaram em mim durante esse

período.

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RESUMO

Este trabalho tem como propósito demonstrar o nível da qualidade no processo da cadeia

logística da Empresa Acioly, segundo a percepção dos funcionários que trabalham no setor.

Trata-se de um estudo quantitativo descritivo, cujos dados empíricos foram colhidos junto aos

60 funcionários que trabalham diretamente com a logística da empresa. De um modo geral, os

funcionários avaliaram os serviços como “bom” ou “regular”, denotando que existem lacunas

que precisam ser melhoradas, principalmente os aspectos relacionados aos custos das operações

e o atendimento eficaz ao cliente. Com isso, espera-se que esta pesquisa seja proficiente e sirva

para a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos clientes, bem como, de exemplo para

trabalhos futuros relacionados ao tema em questão.

Palavras-chave: Gestão da qualidade; Logística; Nível de qualidade nos serviços logísticos;

Indicadores da qualidade.

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SUMÁRIO

1 PARTE INTRODUTÓRIA 7

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA 7

1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA 8

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA 8

1.3.1 Geral 8

1.3.2 Específicos 8

1.4 JUSTIFICATIVA 9

1.5 APRESENTAÇÃO 9

2 REVISÃO DA LITERATURA 11

2.1 GESTÃO DA QUALIDADE 11

2.1.1Histórico e conceitos 11

2.1.2 Ciclo PDCA 12

2.1.2 Ferramentas e técnicas da qualidade 13

2.1.3 Indicadores da qualidade 15

2.2 LOGÍSTICA 16

2.2.1 Conceito 16

2.2.2 Componentes do processo logístico 17

2.2.3 Nível de qualidade dos serviços logísticos 20

3 METODOLOGIA 22

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 22

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA 22

3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS 22

3.4 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS 22

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 23

4.1 ETAPAS DO PROCESSO LOGÍSTICO 23

4.2 OPINIÃO DOS FUNCIONÁRIOS SOBRE O PROCESSO LOGÍSTICO 24

4.3 NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS SOBRE O PROCESSO

LOGÍSTICO COMO UM TODO 29

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 32

REFERÊNCIAS 33

APÊNDICE

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1 PARTE INTRODUTÓRIA

O presente trabalho tem como intenção situar os leitores para ter uma visão mais

detalhada e crítica no que se refere a qualidade no departamento logístico de uma empresa. A

pesquisa tem como intuito explorar desde a parte inicial até o momento que a mercadoria chega

ao ponto de venda do cliente, com base na qualidade dos serviços oferecidos pela empresa.

Nesta parte introdutória será apresentada a empresa, objeto do presente estudo, bem como a

contextualização do problema, os objetivos e a justificativa.

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A empresa Fama Distribuição e Logística Ltda, conhecida no mercado pelo nome

fantasia “Acioly Distribuidora”, é uma organização privada, de grande porte, atuante no

mercado do Rio Grande do Norte desde o ano de 2004. A instituição faz parte do grupo Acioly,

composto por quatro acionistas, com filiais nos estados da Paraíba, Pernambuco e Alagoas

(Nordil, Dilnor e Nordece, respectivamente.).

A Acioly Distribuidora é composta por 315 colaboradores. Tem a direção geral dividida

entre gerência administrativa e comercial. Na primeira gerência encontram-se os departamentos

de contabilidade, de faturamento, de custos, a tesouraria, a cobrança, o departamento pessoal e

o setor da logística. Já na gerência comercial tem-se o gerente geral, integrando sua equipe com

três gerentes de vendas, sete supervisores e oitenta e cinco vendedores externos, divididos pelo

varejo 1 e varejo 2. Além do setor comercial que possui três coordenadores de fornecedores,

três colaboradores do suporte de informações comercial e um menor aprendiz, contando

também com o departamento de merchandising, subdivido por um gerente, um coordenador,

quarenta e cinco promotores e seis menores aprendizes.

Seus serviços são pronto-atendimento ao cliente, no qual os vendedores iniciam o

processo de atendimento aos mesmos nos pontos de vendas, e a logística integrada com a

entrega do pedido solicitado ao destino final.

Atualmente a empresa conta com a representação e distribuição de 23 indústrias, entre

elas nacionais e multinacionais, tais como a Colgate, Hypermarcas, Nestle no seguimento Pet,

Kellogs, Bunge, Baby Roger, Gomes da Costa, Nutrimental, Ingleza, Ypê dentre outras. O perfil

do cliente é constituído de pequenos e grandes varejistas nos ramos de atividade de

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supermercados, mercearias, hipermercados, hotéis, bares, farmácias, restaurantes, motéis e pet

shop.

1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA

As organizações que atuam com o transporte e a armazenagem de produtos têm como

desafio atingir a melhor relação custo-benefício nestes processos. Com isso, a correta definição

dos volumes e um bom gerenciamento do estoque são itens importantes e merecem uma análise

mais detalhada no momento de se empreender um projeto de redução de custos logísticos.

Diante do exposto, este trabalho irá proporcionar uma visão mais ampla da logística, desde os

seus passos iniciais até o produto chegar ao consumidor final. Visto que manter a qualidade no

ramo logístico é uma tarefa bastante árdua e difícil para a empresa, pois demanda de muito

controle e monitoramento dos funcionários para que o processo flua de uma maneira eficaz e

eficiente. Com isso, têm-se a seguinte pergunta da pesquisa:

“Qual o nível da qualidade dos serviços logísticos prestados pela Empresa Acioly?”

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.3.1 Geral

Analisar o nível da qualidade dos serviços logísticos prestados pela Empresa Acioly,

baseado na percepção dos funcionários que atuam na área.

1.3.2 Específico

Levantar os componentes do processo logístico;

Verificar o grau de satisfação dos funcionários em relação aos serviços por eles

prestados na organização;

Propor sugestões para aprimorar a qualidade do setor logístico prestado pela

empresa.

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1.4 JUSTIFICATIVA

As organizações estão cada vez mais competitivas, buscando sempre um diferencial em

relação aos demais concorrentes. Com empresas distribuidoras não é diferente, pois a qualidade

dos produtos deve ser analisada no ato de recebê-los nas instalações da empresa. A organização

estudada é uma empresa distribuidora de vários ramos de produtos, desde alimentação a

produtos de limpeza, e apresenta constantes problemas com o transporte de seus fornecedores

devido ao fato de que estes percorrem grandes distâncias e, muitas vezes, têm que atravessar

vários municípios para entregar as mercadorias compradas pela empresa.

Diante desse fato, tem-se algumas não conformidades, tais como produtos avariados,

demora no recebimento do pedido, acúmulo de produtos para devolução, telefonemas para

fornecedores, preenchimento de formulários incorretos, notas de devolução que ocasionam

altos custos com manutenção de estoques e etc. Com isso, buscando minimizar as não

conformidades acima relatadas, conclui-se que é de suma importância este estudo uma vez que

esse tema envolvendo a qualidade no setor logístico está presente em quase todas as empresas.

Outra justificativa é a facilidade de acesso às informações e às pessoas que participaram

da pesquisa, pelo fato da autora trabalhar na organização em estudo.

1.5 APRESENTAÇÃO

O trabalho em referência tem como objetivo demonstrar todo o processo logístico da

organização. Identificando desde o processo inicial até seu término, bem como suas falhas, para

ter uma analise do mesmo, e assim, conseguir maior eficiência e eficácia durante todas as

etapas.

A pesquisa divide-se em cinco capítulos. No primeiro encontra-se a parte introdutória,

no qual estão presentes os elementos referentes à caracterização da empresa, a contextualização

e o problema, os objetivos da pesquisa, bem como a justificativa do projeto. O próximo capitulo

está a revisão da literatura, abordando os conceitos da gestão da qualidade e tudo que a engloba,

além dos conceitos da logística, dos componentes do processo logístico e do nível da qualidade

do mesmo.

O terceiro capitulo refere-se a metodologia, identificando o tipo de pesquisa, população

e amostra, os instrumentos de coleta de dados, bem como as técnicas para coletar o mesmo. O

quarto capítulo aborda sobre a análise dos dados, ou seja, traz consigo os resultados adquiridos

após a utilização dos questionários realizado com os funcionários.

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O último capítulo apresenta as considerações finais do trabalho, assim como demonstra

as limitações apresentadas pelo mesmo durante toda a sua realização, sugerindo assim pesquisas

novas. Já as Referências Bibliográficas mostram as obras, os autores e as fontes que serviram

como base para o direcionamento teórico deste trabalho.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Nesta parte do trabalho serão exibidas as teorias relativas à gestão da qualidade,

enfatizando o histórico, o conceito, as ferramentas e os indicadores da mesma. Assim como

também a definição do que é logística, quais seus componentes e o nível da qualidade do

processo logístico, dentre outros aspectos consideráveis que se destacam no contexto da gestão

da qualidade voltado para a logística da empresa.

2.1 GESTÃO DA QUALIDADE

2.1.1 Histórico e conceitos

O termo qualidade sugere algo sem defeito, que atenda às especificações determinadas.

Slack et al. (1999, p. 414) definem qualidade como “[...] a consistente conformidade com as

expectativas dos consumidores”. Essa definição indica a necessidade de atender a uma

especificação clara, que seja projetada e controlada no sentido de entender e de atingir as

expectativas dos consumidores, dentro dos limites da organização.

Na abordagem de Deming (2003) qualidade é o grau de conformidade e dependência

previsível, a um baixo custo e adequado ao mercado. Para Juran (2002) qualidade é a adequação

ao uso, por outro lado Crosby (1999) a define também como a adequação aos padrões de

produção.

Já na abordagem de Feigenbaum (1999) “a qualidade é uma determinação do cliente e

baseia-se na experiência atual do cliente com o produto ou serviço, medida relativamente aos

seus requisitos – declarados ou não declarados, conscientes ou meramente sentidos,

tecnicamente operacionais ou inteiramente subjetivos – representando sempre um objetivo

dinâmico num mercado competitivo”. Feigenbaum (1951 apud CORRÊA, 2007, p. 189)

estabelece os princípios do Controle Total da Qualidade, que é definido como “[...] um sistema

efetivo para integrar os esforços dos vários grupos dentro de uma organização, no

desenvolvimento da qualidade, na manutenção da qualidade e no melhoramento da qualidade

[...]” para o marketing, a engenharia e a produção obterem resultados econômicos com vistas à

ampla satisfação do cliente.

Conforme Paladini (2004), “a qualidade sempre esteve em moda o que mudou foi sua

abordagem.” Um caso prático foi a Revolução Industrial, no qual as empresas tiveram a

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necessidade de criar no fim do processo produtivo uma secção (inspeção), com intuito de

detectar osprodutos defeituosos e, deste modo, proteger os seus clientes.

Durante a Segunda Guerra Mundial, havia uma linha de montagem específica para uma

parte seleta de compradores, ou seja, só tinha um produto exclusivo para uma única pessoa,

fazendo com que a qualidade fosse sinônimo de customização. Porém, com a chegada da

Revolução Industrial, a produção em massa foi tomando destaque no comércio, tendo assim

mais produtos em maior quantidade para que todas as pessoas tivessem acesso a tal, conhecido

também como a Administração Taylorista, onde apareceu o inspetor para averiguar se a

qualidade na produção estava sendo realizada de uma forma eficiente e eficaz.

2.1.2 Ciclo PDCA

O ciclo PDCA (Plan – Do – Check – Act) foi introduzido no Japão após a segunda

guerra mundial, sendo idealizado por Shewhart e divulgado por Deming (que efetivamente o

aplicou). O ciclo PDCA tem por princípio tornar mais claro e ágil os processos envolvidos na

execução da gestão, como por exemplo, na gestão da qualidade, dividindo-a em quatro

principais passos (planejar, fazer, checar e agir).

Segundo Werkema (1995), o Ciclo PDCA é um método de gestão, que representa o

caminho a ser seguido para que as metas estabelecidas possam ser atingidas. Na utilização do

método poderá ser preciso empregar várias ferramentas, as quais constituirão os recursos

necessários para a coleta, o processamento e a disposição das informações necessárias à

condução das etapas do PDCA.

De acordo com Cerqueira (2006) uma significativa contribuição para a gestão foi a

adoção do compromisso com o aprimoramento contínuo, representado pelo Ciclo de Deming –

PDCA (Planejar, Desenvolver, Controlar e Agir), onde daria um norte as análises e ajudaria a

solucionar os problemas (Figura 1).

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Figura 1 - Ciclo da melhoria contínua

Fonte–Cerqueira (2006)

Chaib (2005) descreve cada uma das partes do método da seguinte forma:

Plan (Planejar): estabelecer os objetivos e processos necessários para fornecer

resultados de acordo com os requisitos do cliente e políticas da organização;

Do (Fazer): implementar os processos;

Check (Checar): monitorar e medir processos e produtos em relação às

políticas, aos objetivos e aos requisitos para o produto e relatar os resultados;

Act (Agir): executar ações para promover continuamente a melhoria do

desempenho do processo.

Para Patrício (2003) o princípio da melhoria contínua é um esforço que permite às

organizações acompanharem a evolução das exigências do mercado a partir da melhoria

contínua da eficácia dos sistemas de gestão. O PDCA pode ser utilizado na realização de toda

e qualquer atividade da organização. Sendo ideal que todos da organização utilizem este método

de gestão no dia-a-dia de suas atividades. Nos anos 30, o controle foi se aprimorando, tendo

como suporte a criação de sistema de medidas, ferramentas de controle estatístico do processo

e início de normas específicas para a área.

2.1.3 Ferramentas e técnicas da qualidade

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Para Paladini (2004), as ferramentas "são dispositivos, procedimentos gráficos,

numéricos ou analíticos, formulações práticas, esquemas de funcionamento, mecanismos de

operação, enfim, métodos estruturados para viabilizar a implantação da Qualidade Total".

Segundo Brassard (2004), as ferramentas da qualidade não apenas auxiliam a mencionar

o que está ocorrendo em um processo, como também demonstram as possíveis causas. Os

gestores que integram as ferramentas da qualidade e suas operações, logo aprendem que

focalizar os sintomas ao invés das causas é o maior obstáculo à melhoria da qualidade.

De acordo com Martins Jr. (2002), com o objetivo de facilitar os estudos dos

profissionais da qualidade, em 1968, Kaoro Ishikawa, organizou um conjunto de ferramentas

de natureza gráfica e estatística denominando-as de as sete ferramentas do controle da

qualidade. Hoje em dia outras já foram incrementadas a elas, sendo amplamente utilizadas nas

diversas áreas de conhecimento, e mostraram eficiência quando aplicadas às questões

relacionadas à qualidade.

As Sete Ferramentas da Qualidade foram criadas por Ishikawa, onde ele viu que 95%

dos problemas poderiam ser sanados com elas, que são: a folha de verificação, o diagrama de

Pareto, o diagrama de Causa e Efeito, o Histograma, o Diagrama de Dispersão, o Fluxograma

e o Gráfico de Controle; como também o Brainstorming, surgido na década de 30, mais

conhecido como “tempestade de ideias”, no qual não necessita de especialistas e preza mais

pela quantidade e não pela qualidade; temos também a Técnica de Delphi, que é a previsão

qualitativa com especialistas em consenso e o 5W2H (o que, quando, por que, onde, como,

quem, quanto) consistindo em uma maneira de estruturar o pensamento de uma forma

organizada e materializada antes de implantar alguma solução no negócio.

O Digrama de Ishikawa é uma ferramenta gráfica utilizada na análise de problemas

como na estruturação de decisões relativas a situações que devem ser eliminadas

(PALADINI,2004). Para cada problema o diagrama mostra a relação entre uma característica

da qualidade (efeito) e os seus fatores (causas).

Fluxograma: é uma representação gráfica mostrando todos os passos de um processo. O

fluxograma apresenta uma excelente visão do processo e pode ser uma ferramenta útil para

verificar como os vários passos do processo estão relacionados entre si. O fluxograma utiliza

símbolos reconhecidos facilmente para representar cada etapa do processo (BRASSARD,

2004);

Folha de verificação: é uma ferramenta que tem o objetivo de gerar um quadro com

dados claros, que facilitem a análise e o tratamento posterior. A coleta de dados não segue

nenhum padrão pré-estabelecido e pode ser adequada de acordo com as particularidades do

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processo fabril da empresa. O importante é que cada empresa desenvolva o seu formulário de

registro de dados que permita que, além dos dados, também sejam registrados os responsáveis

pelas medições e registros, quando e como estas medições ocorreram (MARTINS JR, 2002).

Diagrama de Pareto: é um gráfico de barras que ordena as frequências das ocorrências,

da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas. Mostra ainda a curva de

percentagens acumuladas. Sua maior utilidade é a de permitir uma fácil visualização e

identificação das causas ou problemas mais importantes, possibilitando a concentração de

esforços sobre os mesmos (MARTINS JR, 2002).

Histograma: Mostra, de maneira visual muito clara, a frequência com que ocorre um

determinado valor ou grupo de valores.

2.1.4 Indicadores da qualidade

Indicadores vêm sendo criados para avaliar a capacidade da organização de dispor de

produtos e serviços de qualidade, entrega eficiente e outros atributos que garantam a total

satisfação dos clientes (MIRANDA, 2001).

Os indicadores são variáveis representativas de um processo que permitem quantifica-

lo. Seu uso é incentivado desde a década de 90, usado especificamente para aumentar a

demanda, garantir a capacidade de atendimento e qualificar o nível de serviço prestado aos

compradores. Esse procedimento é feito na redução das ineficiências internas do processo,

monitorando cada atividade, tornando possível a mensuração dos sucessos de cada modificação

efetivada, bem como a garantia da previsibilidade e da consistência do processo.

As principais características dos indicadores da qualidade devem ser poucos e

significativos, servindo para auxiliar na tomada de decisão; são as bases para melhoria do

processo; são constituídos por duas unidades de medidas correlacionadas; servem para medir

os resultados(desempenho) de um determinado processo; trazem mudanças na cultura

organizacional da empresa; e precisam ser bem definidos e acompanhados sistematicamente

(montar os indicadores com nome, objetivo, formula, periocidade, fonte, etc.)

As unidades de medida são denominadas como tudo aquilo que se pode

contar/mensurar, já os índices são resultados numéricos de um indicador, por exemplo: o tipo

seria qualidade, o que medir seriam os defeitos na produção, os indicadores seriam as taxas de

defeito e o objetivo seria mensurar a eficiência da produção por meio de números de itens com

defeitos.

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A área de qualidade apresenta alguns indicadores típicos para monitoramento do seu

desempenho. O Quadro 1 apresenta alguns destes indicadores, suas definições e os índices

utilizados.

Quadro 1: Indicadores de desempenho da qualidade.

Indicador Definição Índice

Produtos com

defeito por milhão

Quantidade de

produtos defeituosos

Quantidade por

milhão

Devoluções Produtos devolvidos

por insatisfação

Percentual

Retrabalho Peças que

necessitam de trabalhos

adicionais para estarem

conformes

Percentual

Perdas Recursos utilizados

além da programação para

realizar a produção

Quantidade

Refugo Peças sem condições

de uso ou retrabalho

Quantidade

Reclamação de

cliente contra produto

Comunicação formal

do cliente para o fabricante

sobre não conformidade no

produto

Percentual

Capabilidade do

processo

Capacidade que o

processo possui para

trabalhar dentro dos limites

especificados

Relação entre os

limites superior e inferior de

especificação e o desvio

padrão Fonte: Murback et al (2006), Sellito e Walter (2005), Martins e Laugeni (2003), Slack et al (2002) e

Kaplan e Norton (1997).

Portanto, os indicadores se tornaram tão populares para controlar a qualidade da

manufatura que passaram a serem utilizados em outras áreas para outras finalidades. Na

logística, por exemplo, eles avaliam e auxiliam o controle do desempenho.

2.2 LOGÍSTICA

2.2.1 Conceito

Segundo Novaes (2007), a origem da logística advém essencialmente das operações

militares, no sentido de posicionamento e suprimento das tropas para o campo de batalha. Com

o passar dos anos, e seu desenvolvimento, a logística começou a se referir à responsabilidade

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de projetar e administrar sistemas para controlar o transporte e a localização geográfica dos

estoques de materiais, produtos inacabados e produtos acabados, pelo menor custo total

(BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).

Segundo o Council of Supply Chain Management Professionals – CSCMP (2015), a

logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de

mercadorias, serviços e das informações relativas, desde o ponto origem até o ponto de

consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes.

Com isso, a logística é o departamento da organização, que tem por finalidade prover

os recursos, os equipamentos e as informações necessárias para o funcionamento de toda a

empresa.Com isso, os produtos devem ser alocados da maneira mais eficaz e eficiente, no

menor período de tempo, respeitando o prazo acordado, e mantendo sempre a qualidade na

execução do setor, como também o grau de satisfação do cliente.

A logística é composta de atividades primárias (transporte, manutenção de estoques e

processamento de pedidos) que possuem fundamental importância no aumento do nível de

serviço e nos custos e de atividades secundárias, consideradas de apoio (armazenagem,

manuseio de materiais, embalagem, suprimentos, planejamento e sistemas de informação)

(COELHO, 2010).

A partir disso, a logística pode ser ramificada em Logística Reversa ou Logística de

Serviços. A logística reversa apresenta como objetivo estratégico agregar valor a um produto

logístico constituído por bens inservíveis ao proprietário original, ou que ainda possuam

condições de utilização, por produtos descartados por terem atingido o fim de vida útil e por

resíduos industriais (Leite, 2003). Já a segunda, aplica todos os conceitos habituais que

englobam serviços. Outro quesito que inclui a logística são os modais de transporte, ou seja,

como as mercadorias chegarão até o ponto do cliente, podendo ser por caminhões, por aviões,

por navios, etc, agregando assim o valor lugar. Assim, para entregar os produtos no prazo

estabelecido, necessita-se ter um estoque bem localizado na cidade, com intuito de agilizar o

método de entrega. Com isso, a manutenção de estoques responde pelo valor tempo.

2.2.2 Componentes do processo logístico

Entende-se como processo logístico todas as etapas e todos os participantes do setor

logístico de uma empresa. O mercado apresenta inúmeros desafios e, para ser competitivo, é

preciso apresentar um bom desempenho na gestão das atividades da organização. Por isso, a

gestão logística é a área que propõe estratégias eficazes. Deste modo, percebe-se que, “o

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sucesso empresarial é resultante de uma série de decisões estratégicas que transcendem as

questões mercadológicas e operacionais” (FLEURY et al., 2012, p.322). Portanto, os

componentes logísticos são essenciais para o êxito operacional em uma cadeia. De maneira

mais detalhada, Chopra e Meindl (2003), Fleury; Wanke e Figueiredo (2000) definem os fatores

chave da cadeia de suprimentos como sendo: estoques, transportes, instalações e informações,

conforme explicitado na Figura 1.

Novaes (2007) afirma que as instalações físicas fornecem os espaços destinados a

manter as mercadorias até que sejam transferidas para lojas ou entregues aos clientes, sendo

providas de facilidades para descarga dos produtos, transporte interno e carregamento dos

veículos de distribuição. São locais na rede de suprimento onde os estoques são armazenados,

montados ou fabricados, usualmente, em dois tipos de instalações principais: os locais de

produção e os locais de armazenamento (CHOPRA & MEINDL, 2003).

A localização da instalação apresenta impacto direto sobre a capacidade e o custo de

serviço ao cliente, já que uma instalação mais próxima ao cliente reduz o tempo médio de

trânsito, agregando valor de tempo e melhorando o nível de serviço. As decisões sobre

localização da instalação são cruciais para indicar se a cadeia de suprimentos é um canal

eficiente para a distribuição de produtos (SIMCHI-LEVI, 2003). Os principais fatores a serem

considerados para o planejamento das instalações são quanto ao número, tamanho, localização

em relação aos principais mercados a serem atendidos e o produto a ser estocado (BALLOU,

2006).

Os estoques constituem uma das atividades do fluxo de materiais na instalação

(estocagem) e o ponto destinado à locação estática dos materiais (MOURA, 2005). São

unidades de mercadorias, componentes e bens semiacabados, materiais, inclusive em trânsito,

que integram o canal logístico (armazéns, fábricas, lojas) da empresa (GONÇALVES et al.,

2012). Para Chopra e Meindl (2003), os estoques existem devido à dificuldade na previsão de

demanda do cliente, havendo uma inadequação entre suprimento e demanda, assumindo, assim,

um papel importante de aumentar a quantidade de demanda capaz de ser atendida, pois permite

que o “produto” (bens ou serviços) esteja pronto e disponível para o momento que o cliente

desejar. Para Fleury; Wanke e Figueiredo (2000), definir uma política de estoques depende de:

1) quanto pedir; 2) quando pedir; 3) quanto manter em estoques de segurança e 4) onde

localizar, e que para responder a essas quatro questões é preciso refletir, levando em conta o

valor agregado do produto, sobre a previsibilidade da demanda e exigências dos consumidores

finais, com relação aos prazos de entrega e a disponibilidade do produto.

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Melo e Alencar (2010) consideram o transporte como sendo uma atividade responsável

pelos fluxos de estoques (insumos, bens em processo, componentes e bens acabados), de

informação e financeiro (dinheiro) entre as instalações nas cadeias de suprimentos, podendo ser

executados por vários modos de transporte, combinados ou não, e rotas, com características

particulares de desempenho relacionados a custos, velocidade, disponibilidade, confiabilidade,

capacidade, frequência e segurança, agregando valor de lugar aos produtos, sejam estes bens

ou serviços. Fleury, Wanke e Figueiredo (2000) afirmam que as principais funções do

transporte, na Logística, estão relacionadas, basicamente, às dimensões de tempo e utilidade de

lugar, e que mesmo com o avanço da tecnologia que permite a troca de informações em tempo

real, o transporte continua sendo fundamental para que seja atingido o objetivo logístico:

produto certo na quantidade certa, na hora certa, no lugar certo ao menor custo possível.

Fleury, Wanke e Figueiredo (2000) citam algumas formas de informações logísticas

como: pedidos de clientes; ressuprimento; necessidades de estoques; movimentações nos

armazéns; documentação de transporte e faturas. Hoje, devido ao avanço da tecnologia,

permite-se transferir informações de maneiras mais seguras, mais rápidas e mais confiáveis,

diferente de antigamente, quando o fluxo de informações era feito principalmente por meio de

papel. Estes autores ressaltam, ainda, que, atualmente, esse fluxo de informações tem grande

importância para os clientes e são necessários para um serviço total.

Figura 1 – Componentes do processo logístico.

ESTRATÉGIA COMPETITIVA

ESTRATÉGIA DA CADEIA DE

SUPRIMENTOS

ESTOQUES

INSTALAÇÕES

INFORMAÇÕES

TRANSPORTES

EFICIÊNCIA

RESPONSIVIDADE

ESTRUTURA DA CADEIA DE

SUPRIMENTOS

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2.2.3 Nível de qualidade dos serviços logísticos

O nível de qualquer serviço baseia-se na qualidade prestado por ele, ou seja, se o serviço

que o cliente comprou conseguiu atingir as suas expectativas, se a entrega ocorreu no período

informado, se o atendimento foi satisfatório, etc. Como também a confiabilidade e credibilidade

são fatores importantes, pois o comprador pode pagar um preço mais elevado em função da

qualidade do serviço que lhe foi prestado, ou, até mesmo pagar por um serviço mediano com

um preço menor. Com isso, a organização precisará definir qual será o seu publico alvo, se será

um serviço de maior qualidade com um custo mais caro, ou um serviço de baixa qualidade com

um valor agregado menor, lembrando que os níveis de serviços não podem ser muito

discrepantes, uma vez que isso pode deturpar a imagem da organização para com o cliente.

Algumas qualidades devem ser levadas em conta quando se vai obter um conjunto de

medidores, para assim formar uma estrutura coerente. Portanto, para que sejam efetivos alguns

desses atributos são: relevância; clareza e objetividade; confiabilidade; possibilidade de serem

controlados pelas ações e capacidade de medir a eficiência, eficácia e a efetividade, segundo

CÀNEPA (2007).

Segundo Attadia et al (2003) apud Globerson (1985), ao analisar a relação entre

estratégias, ações e medições, recomenda que os sistemas de medição de desempenho (SMD)

devem: (i) ser derivados da estratégia corporativa da empresa; (ii) fornecer uma

retroalimentação (feedback) precisa; (iii) ter metas específicas e claras; e (iv) ser claramente

definido e objetivo.

Para que isso ocorra, a empresa deverá estabelecer antes de qualquer coisa, parâmetros

mensuráveis do nível de serviço, esclarecendo os itens de controle que serão avaliados, para

saber quais itens deverão atingir o valor para estar dentro da qualidade estipulada. Mediante o

exposto, podemos dizer que a qualidade do serviço logístico pode ser fundamentada como a

realização dos itens do nível de serviço ditados no contrato, ou seja, a empresa não deverá

executar um nível de serviço abaixo e nem acima do acordado, pois assim ele não prejudicará

o cliente e nem terá perda na receita da organização.

Para determinar o nível de serviço, é recomendado seguir três etapas: a pré-transação,

que é a parte da negociação, onde o nível do serviço é definido, sendo acordado por escrito e

formalmente. Em seguida vem a parte da transação, no qual o processo logístico ocorre,

lembrando que é fundamental organizar os prazos, os níveis de estoque, o modal a ser utilizado,

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juntamente com o seu rastreamento, para ter informações sobre os produtos. E por fim, a pós-

transação, que engloba a satisfação e o feedback do cliente em relação ao serviço que lhe foi

prestado, demonstrando os resultados, e a partir deles, ver possíveis melhorias e mudanças no

contrato, inclusive atinar outro serviço. Visto que para conduzir os processos, é indicado o

controle efetivo e quantidade das operações, sendo os itens de controle, a ótica da qualidade e

os indicadores de qualidade, a melhor forma de realizar.

Os itens de controle têm como objetivo definir com números exatos, o mínimo e o

máximo, que cada atividade logística deve alcançar para se enquadrar dentro da qualidade.

Custos, valores e desempenho são as categorias dos indicadores, no qual o primeiro contabiliza

as despesas nas operações da logística e na área de contabilidade da empresa. O segundo

representa o custo financeiro das atividades de logística, do transporte, da quilometragem e dos

pedidos. E o desempenho determina a eficácia das operações que envolvem a logística, sendo

de suma importância para uma boa gestão, onde envolvem os indicadores do numero de pedidos

entregues no tempo estabelecido, a quilometragem media dos veículos, o giro de estoque, a

quantidade de entregas por caminhões, o numero de avarias, as devoluções dos pedidos e a

separação dos pedidos por hora. Logo, podemos dizer que a qualidade do serviço logístico está

intrinsecamente ligada ao nível dos serviços, ou seja, se todos os itens de controle do nível de

serviço forem cumpridos, a qualidade estará sendo executada de uma maneira eficaz e eficiente.

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3 METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

O presente trabalho pretende verificar de que forma a qualidade da logística oferecida

pela empresa, sob a ótica dos funcionários, tem um melhor rendimento para organização.

Portanto, trata-se de uma pesquisa quantitativa descritiva, subtipo estudo de caso.

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população interna desta pesquisa compreende todos os funcionários da logística, num

total de 85. Porém, só 60 trabalhadores responderam ao questionário que foi entregue.

3.3 INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS

Os dados primários foram levantados/obtidos através da observação pessoal para

responder ao primeiro objetivo específico do estudo que compreende a identificação de todas

as etapas do processo logístico. Quanto a opinião dos funcionários foi aplicado pela própria

pesquisadora um questionário, tendo como principais informações as opiniões dos funcionários

da logística em relação ao nível de satisfação deles em cada etapa do processo. O questionário

foi elaborado pela própria pesquisadora (ver Anexo), no qual foi construído com base no

levantamento das etapas do processo logístico da empresa.

3.4 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS

Para a análise quantitativa as descrições dos dados foram utilizadas de acordo com as

técnicas estatísticas de tendência central, através de aplicativos computacionais (ex: Excel) e

questionários elaborados para tal estudo.

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados serão apresentados em função dos objetivos específicos do estudo.

Inicialmente, será apresentado o processo logístico da empresa. Nos itens seguintes serão

apresentadas as opiniões dos funcionários em relação a esse processo logístico.

4.1 ETAPAS DO PROCESSO LOGÍSTICO

O processo logístico é bem extenso. Tendo como ponto de partida o vendedor abordando

o cliente no seu respectivo ponto de venda para oferecer os produtos da empresa, e assim,

realizar a possível negociação. Caso o cliente aceite efetuar as compras dos produtos, o

vendedor possuí um PALM, aparelho eletrônico com o objetivo de digitar os pedidos, no qual

enviará por meio do mesmo para o sistema da empresa. Depois que o vendedor envia a

solicitação do comprador, o mesmo passa por um processo de liberação de credito, realizado

pelo gerente administrativo e pelo setor da cobrança, ou seja, vai averiguar se o cliente está apto

para comprar ou não. Caso não tenha sido liberado o credito do cliente, o processo tem desfecho

nessa etapa. Caso tenha sido liberado, o pedido é enviado ao departamento do faturamento, que

vai verificar se os preços estão de acordo, se há alguma alteração para fazer ou até mesmo

deletar o pedido, se necessário.

Após isso, há um processo de montagem de cargas, que separa os pedidos por rotas

(grupo de cidades). Em seguida, é feita a separação das mercadorias através do romaneio

(relatório com todos os produtos a ser separado por rota), sendo esse enviado para o faturamento

com o objetivo de faturar as notas fiscais, ou caso haja falta de produto no estoque, é realizado

o corte. Essas notas fiscais que foram faturadas serão entregues aos motoristas para efetuar o

processo de concessão das mercadorias aos clientes. Com a finalização da rota dos motoristas

aos pontos de vendas, eles retornam a empresa para o setor de expedição, com função de

conferir as mercadorias, vendo se voltou alguma mercadoria, se houve alguma devolução e

conferencia de bonificações.

Ressaltando que se o pedido foi pago a vista, em cash, o motorista traz o mesmo e ele

presta conta com o caixa da empresa. Caso o pagamento seja feito através de boleto, cheque,

cheque pendente (deposito), a nota é faturada no dia acertado com o cliente, diretamente na

conta da Acioly. Quando o processo de prestação de contas é encerrado, o dinheiro vai para a

tesouraria para dar entrada no caixa da empresa, e assim começa outro ciclo.

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4.2 OPINIÃO DOS FUNCIONÁRIOS SOBRE O PROCESSO LOGÍSTICO

Tomando por base o processo logístico da empresa, foi elaborado um questionário e

aplicado junto aos funcionários que trabalham com o processo logístico da empresa.

Na etapa inicial do processo logístico, tem-se a montagem das cargas, como o próprio

nome já diz, os funcionários vão montá-las de acordo com as especificações dos pedidos de

cada cliente. Conforme a opinião dos funcionários que trabalham na área logística da empresa,

quando foram perguntados sobre o nível de satisfação com essa etapa do processo, os dados do

Gráfico 1 mostram que as opiniões estão bem divididas, em que 58 % afirmam que é regular e

42 % afirmam que é boa.

Gráfico 1

Opinião dos entrevistados, sobre sua satisfação com a montagem das cargas

Fonte: Dados da pesquisa, novembro de 2015.

Observa-se que há uma predominância da opinião considerada “regular” em relação a

boa. Esses resultados demonstram que a empresa deve buscar uma melhor otimização desse

processo, como: organizar e administrar as montagens das cargas de uma maneira mais

eficiente, evitando desperdícios e otimizando o tempo, ou seja, supervisionar os funcionários a

montar as quantidades de caixas exatas por cliente, e deixar registrado em uma folha ou no

sistema o que já foi realizado, para assim evitar retrabalho.

Já na etapa da separação de mercadorias, os trabalhadores separam as mercadorias

através do romaneio, procedimento utilizado para desagregar todos os produtos de acordo com

as rotas (cidades). De acordo com a opinião dos trabalhadores da logística, quando foram

questionados sobre o nível de satisfação com essa etapa, os dados do Gráfico 2, demonstram

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que as opiniões ficaram entre “Muito Bom”, representado por 17% dos funcionários, “Bom”

representado por 50% dos funcionários, e “Regular” representado por 33% dos funcionários.

Gráfico 2

Opinião dos entrevistados, sobre sua satisfação com a separação das mercadorias

através do romaneio.

Fonte: Dados da pesquisa, novembro de 2015.

Para tanto, algumas melhorias foram detectadas, tais como: uma comunicação mais

objetiva entre os que separam as mercadorias e os assistentes de deposito, maior agilidade na

separação, informações mais simples para que todos possam entender o objetivo, conferir se

tem algum produto avariado, e atenção e foco na hora para realizar o trabalho de forma eficaz.

Na etapa entrega da nota fiscal ao motorista para o mesmo ir a rota, o parecer dos

funcionários, quando foram entrevistados sobre o nível de satisfação com essa parte do processo

logístico, ficaram divididos entre bom, com 67% e 33% como regular, conforme Gráfico 3.

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Gráfico 3

Opinião dos entrevistados, sobre sua satisfação com a entrega da nota fiscal ao motorista para

ele ir à rota.

Fonte: Dados da pesquisa, novembro de 2015

Com isso, ainda há muita coisa a ser melhorada nessa etapa, como por exemplo: fazer

um protocolo ao entregar a NF ao motorista, instruir qual melhor caminho a realizar a rota,

cadastrar os caminhões que já foram e que horas foram, colocar no sistema o nome do motorista

que será responsável e ficar atento ao sistema de transmissão de roteirização dos caminhões,

caso algum deles se percam ou se forem roubados, para saber onde se encontram.

Na quarta etapa, mais da metade dos trabalhadores avaliaram a chegada do motorista

ao ponto de venda para entregar a mercadoria como sendo “Regular”, num total de 66%, e

34% como sendo “Ruim”, conforme explicitado no Gráfico 4.

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Gráfico 4

Opinião dos entrevistados, sobre sua satisfação com a chegada do motorista ao PDV para

entregar a mercadoria.

Fonte: Dados da pesquisa, novembro de 2015.

Nessa fase o nível da qualidade foi predominantemente regular, necessitando de boas

práticas para uma melhor execução. As melhorias propostas são: averiguar se está no local

correto, conferir se as mercadorias são daquele cliente mesmo, ter cuidado ao descarregar os

produtos para que não tenha danos e fazer um protocolo com a assinatura do cliente

confirmando que o mesmo recebeu as mercadorias.

Na quinta etapa do processo, tem-se o retorno dos motoristas ao setor de expedição da

empresa, no qual eles vão aos conferentes da logística para checar se houve alguma avaria,

alguma devolução, alguma divergência de pedidos, ou até mesmo se algum cliente recebeu “por

engano” as mercadorias de outro cliente. Conforme a opinião dos funcionários que trabalham

na área logística da empresa, quando foram perguntados sobre o nível de satisfação com essa

etapa do processo, os dados do Gráfico 5 mostram que as opiniões estão divididas, em que 75

% afirmam que é regular e 25 % afirmam que é ruim.

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Gráfico 5

Opinião dos entrevistados, sobre sua satisfação com o retorno dos motoristas ao setor da

expedição para conferir as mercadorias que foram entregues aos clientes.

Fonte: Dados da pesquisa, novembro de 2015.

Portanto, observa-se que há uma maior prevalência da opinião regular comparada a

ruim. Logo, para que se tenha maior êxito, algumas benfeitorias são necessárias, como: na hora

que detectar o pedido divergente, ligar para a empresa pedindo para que vá algum caminhão

repor o que está divergindo, ou seja, otimizará o tempo e o cliente não ficará sem a mercadoria,

trazer o protocolo devidamente assinado, para que não tenham dúvidas sobre os pedidos de cada

comprador e salvar no sistema o motorista responsável pela entrega, o valor da entrega, para

que não ocorra falhas futuramente.

Na última etapa do processo logístico, que é o de prestação de contas dos motoristas

com o caixa da empresa, a opinião dos funcionários em relação ao nível de satisfação desse

processo demonstra que 75% avaliam como regular e 25% como bom, conforme dados do

Gráfico 6.

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Gráfico 6

Opinião dos entrevistados, sobre sua satisfação em relação a prestação de contas com a o

caixa da empresa.

Fonte: Dados da pesquisa, novembro de 2015

Isso porque tem muitos aspectos que precisam ser melhorados, tais como: ter um sistema

mais atual para baixar as contas dos clientes, separando por boletos, a prazo ou cheques; ter

mais atenção ao guardar os malotes de dinheiro, inserir mais pessoas para ajudar no setor de

prestar contas, etc.

A propósito, a disponibilidade de informações precisas e o tempo são fundamentais para

a operação eficaz dos sistemas logísticos, especialmente devido a três razões básicas (Nazário,

2000):

Os clientes percebem que informações sobre status do pedido, disponibilidade

de produtos, programação de entrega e faturas são elementos necessários de serviço total ao

cliente;

Os executivos percebem que a informação pode reduzir de forma eficaz as

necessidades de estoque e recursos humanos;

A informação aumenta a flexibilidade.

4.3 NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS SOBRE O PROCESSO LOGÍSTICO

COMO UM TODO

Para atender ao terceiro objetivo específico foram solicitados os funcionários a fazer

uma avaliação geral do processo logístico. A opinião dos funcionários sobre o nível de

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satisfação a todas as etapas do processo ficaram divididas entre bom (25%), regular (67%) e

ruim (8%), conforme dados do Gráfico 7.

Gráfico 7

Opinião dos entrevistados sobre sua satisfação em relação a avaliação geral do processo

logístico.

Fonte: Dados da pesquisa, novembro de 2015

Para Bowersox e Closs (2001), o objetivo central da logística é o de atingir um nível de

serviço ao cliente pelo menor custo total possível buscando oferecer capacidades logísticas

alternativas com ênfase na flexibilidade, na agilidade, no controle operacional e no

compromisso de atingir um nível de desempenho que implique um serviço perfeito. Wood et

al. (1999) descrevem que o serviço ao cliente é o conjunto de atividades desenvolvidas pela

empresa na busca da satisfação dos clientes, proporcionando ao mesmo tempo, uma percepção

de que a empresa pode ser um ótimo parceiro comercial.

Para definir a importância da logística, Ballou (2001) salienta que ela é responsável por

oferecer mercadorias ou serviços esperados pelos clientes, nos locais apropriados em relação

às suas necessidades, nos prazos acertados ou esperados e nas melhores condições físicas

possíveis, a fim de atender as necessidades dos clientes, proporcionando o máximo de retorno

financeiro para a empresa. Novaes (2001) reforça essa ideia afirmando que a logística busca,

de um lado, otimizar as atividades da empresa de forma a gerar retorno através de uma melhoria

no nível de serviço a ser oferecido ao cliente e, de outro lado, prover a empresa de condições

para competir no mercado, como por exemplo, através da redução dos custos.

Portanto, a avaliação geral do processo logístico da empresa tem muitas coisas a serem

melhoradas, tendo como foco principal a redução dos custos das operações, o atendimento

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eficaz ao cliente, atendendo e superando suas expectativas e melhoria nas etapas dos processos,

como foram citadas anteriormente em cada uma.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os resultados expostos, pode-se concluir que cabe a organização focar

no preenchimento das inconsistências apresentadas, demandando formas de minimizar os

custos das operações e os atrasos das entregas para o cliente. Como também compreender

melhor as particularidades de cada cliente, de uma forma que satisfaça suas condições especiais

de entrega; e trabalhar para melhoria contínua na qualidade das etapas do processo logístico.

Ficando como sugestão da autora um estudo para otimização de rotas e análise detalhada do

serviço de distribuição da empresa, cujos detalhes são de extrema importância para um processo

eficaz e com menos falhas.

Portanto, compreende-se que os objetivos anteriormente citados deste trabalho foram

alcançados e almeja-se, tenham sido realizados, de forma que proporcione aos leitores uma

melhor leitura, de forma mais clara e objetiva para que sirva de base para outros trabalhos

futuros.

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gerenciamento de Processos. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1995.

WOOD, Donald F.; WARDLOW, Daniel L.; MURPHY, Paul R.; JOHNSON, James C.

Contemporary logistics. 7ª ed. New Jersey: Prentice Hall, 1999.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · 2 REVISÃO DA LITERATURA Nesta parte do trabalho serão exibidas as teorias relativas à gestão da qualidade, enfatizando o histórico,

36

ANEXO

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · 2 REVISÃO DA LITERATURA Nesta parte do trabalho serão exibidas as teorias relativas à gestão da qualidade, enfatizando o histórico,

37

Questionário em relação a opinião dos funcionários da logística.

MUITO

BOM BOM REGULAR RUIM MUITO

RUIM MONTAGEM DAS CARGAS SEPARAÇÃO DAS

MERCADORIAS ATRAVÉS

DO ROMANEIO

ENTREGA DA NOTA

FISCAL AO MOTORISTA

PARA ELE IR A ROTA

CHEGADA DO MOTORISTA

AO PDV PARA ENTREGAR

A MERCADORIA

RETORNO DO MOTORISTA

AO SETOR DA EXPEDIÇÃO

PARA CONFERIRAS

MERCADORIAS QUE

FORAM ENTREGUES AOS

CLIENTES

FINALIZAÇÃO DAS ROTAS

DOS MOTORISTAS AO

PONTO DE VENDA

PRESTAÇÃO DE CONTAS

COM O CAIXA DA

EMPRESA

AVALIAÇÃO GERAL DO

PROCESSO LOGISTICO