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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · A minha família, Maria Rosa e ... Hugo (meu prirmão) a todos meus primos em especial à Ana Paula ... À CAPES pela concessão

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Gilberto de Lima

Estudo de um Novo Eletrólito Polimérico Sólido em Forma de Filme Autossustentável:

Poli(óxido de etileno)-Tungstato de Sódio

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Química pela Universidade Federal do Rio Grande

do Norte como requisito para a obtenção do título de

Mestre em Química.

Orientador: Prof. Dr. Djalma Ribeiro da Silva

Co-orientadora: Profa. Dra. Maria Gorette Cavalcante

NATAL

2016

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Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN

Biblioteca Setorial do Instituto de Química

Lima, Gilberto de.

Estudo de um novo eletrólito polimérico sólido em forma de filme autossustentável:

Poli(óxido de etileno)-tungstato de sódio / Gilberto de Lima. – Natal, RN, 2016.

136 f. : il.

Orientador: Djalma Ribeiro da Silva.

Co-orientadora: Maria Gorette Cavalcante.

Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Química.

1. Poli(óxido de etileno) (POE) – Dissertação. 2. Tungstato de Sódio (Na2WO4) –

Dissertação. 3. Eletrólito Polimérico Sólido (EPS) – Dissertação. 4. Estudo Termocinético

– Dissertação. 5. Condutividade Iônica – Dissertação I. Silva, Djalma Ribeiro da. II.

Cavalcante, Maria Gorette. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título.

RN/UFRN/BSE- Instituto de Química CDU 541.6 (043.3)

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À minha amada mãe e mulher guerreira Maria Rosa de

Souza Lima e ao meu pai e grande homem Gilberto de

Lima (Beto Brigonho). Vocês são tudo na minha vida.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por todo amor e por nunca me abandonar nas horas que mais preciso.

À professora, orientadora, cientista e mãe que ganhei Maria Gorette Cavalcante (que

tinha a permissão da minha mãe para puxar minha orelha, caso necessário) por toda

competência, dedicação, orientação, presença (em assuntos acadêmicos e também pessoais),

entusiasmo, paciência e amor pelo o que faz.

Ao professor Djalma pela receptividade e incentivo como orientador.

Ao Instituto de Química da UFRN e ao Programa de Pós Graduação em Química, em

especial a professora Sibelle Castellã, pelo suporte dado durante a realização deste trabalho.

A minha família, Maria Rosa e Rosângela Maria (minhas mães), Gilberto e Gilberto

Júnior (meus pais), Carminha (minha avó), “Vó Zefinha” (in memoriam) e ”Vô brigonho

(Zé)” (in memoriam), Juliana, Júlia e Islânia (minhas irmãs), Hyedja e Gabrielly (minhas

prirmãs), Hugo (meu prirmão) a todos meus primos em especial à Ana Paula, Bruna, Brena,

Bianca, Jéssica, José, Laura e Aglaupy. A todos os meus tios e tias em especial Kelly, Kátia,

Paula, Aldo, Gilza, Telma, Maria Luíza, Maria Lúcia, “Tio Ciço” (in memoriam) ao meu

sobrinho Victor Matheus e a todos os outros membros diretos ou indiretos da minha família,

por todo amor de sempre. Sem vocês eu não seria capaz disso tudo. Eu amo vocês

incondicionalmente.

A família que ganhei (minha segunda família) “Os Américos” em especial a Maria das

Dores, José Américo, José Lucas e João Victor vocês têm papel essencial na minha trajetória.

Muito obrigado por tudo, eu realmente gosto, respeito e admiro todos vocês.

A todos os meus amigos do “interior” (Montanhas) e da capital (Natal) que ouviram

muitos nãos e sentiram minha ausência em vários momentos de diversão e descontração, mas

que sempre me deram força e me apoiaram em tudo que precisei abdicar para realizar este

trabalho, vocês são os melhores. Aos amigos que conheci na Universidade, mas que já fazem

parte da minha vida em especial ao meu “brother” e futuro “Cumpadi” Edson Filho pelas

riquíssimas discussões sobre meu trabalho e pelo apoio de sempre. Aos amigos de longa

jornada Anderson Dias, Liane Alves e Marcella Montoril.

A todos os companheiros do Laboratório de Eletroquímica e Corrosão (LEC), Roberta

Patrícia, Elias Januário, Dênis, Francilene e Júnior pelo convívio e trabalho em harmonia,

dedicação, pelas ricas discussões e, também, os momentos de descontração e risadas. Em

especial a Cássia Miriam por ter me ajudado sempre com tanto prazer e carinho desde a

graduação até hoje, você teve um papel importantíssimo na realização deste trabalho.

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A todos os meus professores da graduação e da pós-graduação por todos os

ensinamentos compartilhados, em especial ao professor Franklin Nelson.

A professora Nedja pelas riquíssimas discussões a respeito das análises de TG/DTG e

DSC.

Aos professores Roberto Soares e Roberto Cavalcante que me introduziram ao mundo

das ciências e pela confiança, conselhos e conversas desde o meu ensino médio até hoje. Sou

muito grato a vocês.

Ao Laboratório de Caracterização Estrutural do Departamento de Materiais da UFRN

(Demat) pelas análises de DRX e MEV/EDS.

Ao Laboratório de Análises Térmicas (Central Analítica) da UFRN e ao técnico Joadir

Humberto pela realização, atenção e cuidado com as análises de TG/DTG e DSC.

Ao LABPEMOL/UFRN pelas análises de DRX.

À CAPES pela concessão da bolsa para realização deste trabalho.

Enfim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para realização deste

trabalho.

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A NATUREZA TOMADA AO PÉ DA LETRA

Eu escrevo: e a flecha voa.

Eu escrevo: e a folha absorve o Sol.

Eu escrevo:

| | e a Lua levanta a maré.

Eu escrevo:

(

) e o ferro na forja fica vermelho.

Eu escrevo: e a geada cobre a janela.

Eu escrevo: e a luz É.

Eu escrevo:

( ∑

∑ ∑

| | ) e o sal vira cristal.

Eu escrevo:

e o vento noturno se levanta.

Eu escrevo: ⌈

⌉ e a onda arrebenta.

Eu escrevo:

e o arco-íris se manifesta.

Eu escrevo: (

) e ouço a sua voz.

Eu escrevo, eu descrevo, eu decreto.

O Universo se dobra à palavra.

J.-M.L.-L.

“Se você crê em Deus e no final de tudo ele não existir, você não perdeu nada, mas se você

não crê e no final ele existir, a sua perda é infinita.”

Blaise Pascal

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RESUMO

Filmes poliméricos autossustentáveis baseados em um novo eletrólito polimérico sólido

(EPS), tendo como matriz hospedeira o poli(óxido de etileno) (POE) e como agente dopante o

tungstato de sódio (Na2WO4), foram obtidos para diferentes composições do sal (m = 0,20;

0,26; 0,30; 0,40; 0,50 e 1,31 mg). Os filmes foram caracterizados por DRX, FTIR,

MEV/EDS, TG/DTG, DSC e EI. Os difratogramas de raios X mostraram a natureza

semicristalina do polímero e confirmaram que a adição do sal provoca redução na

cristalinidade dos filmes. Os dados de FTIR permitiram identificar a interação entre os íons do

sal e as cadeias poliméricas e confirmaram que estas interações são de natureza física. As

micrografias obtidas por MEV demonstraram morfologia esferulítica intercaladas por ligações

interlamelares para todas as composições estudadas. O estudo por TG/DTG mostrou que a

decomposição térmica do eletrólito ocorre quase que completamente em uma única etapa com

a adição do sal aumentando a estabilidade térmica dos filmes. Os dados de TG/DTG

permitiram, ainda, o estudo cinético da decomposição térmica do eletrólito por meio dos

métodos de Broido (BR), Coats-Redfern (CR) e Horowitz-Metzger (HM) sugerindo uma

cinética de 1ª ordem para a reação de decomposição térmica dos filmes, assim como, a

determinação do fator pré-exponencial, A, e dos parâmetros termodinâmicos de ativação: E*,

∆H*, ∆S

* e ∆G

*, mostrando que os três métodos utilizados concordam entre si. O grau de

cristalinidade foi determinado através dos dados de DSC e mostrou uma redução após a

adição do sal ao polímero. O polímero tem sua condutividade aumentada após a adição do sal,

com o eletrólito POE-Na2WO4, exibindo máximo de condutividade iônica de 3,24x10-4

S cm-

1, a temperatura ambiente, para o filme com 1,31 mg do sal (Filme F6). Os dados de

impedância possibilitaram o estudo de relaxação das cadeias do POE, assim como, a difusão

do sal entre estas cadeias. Os diagramas de impedância, nos formatos Bode e Nyquist,

permitiram o ajuste dos dados experimentais a circuitos elétricos equivalentes o que facilitou

a associação dos componentes dos circuitos aos fenômenos físicos e químicos observados

para os filmes e revelaram que, após a adição do sal ao polímero, os filmes têm suas

propriedades elétricas melhoradas.

Palavras-chave: Poli(óxido de etileno) (POE). Tungstato de Sódio (Na2WO4). Eletrólito

Polimérico Sólido (EPS). Estudo Termocinético. Condutividade Iônica.

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ABSTRACT

Self-sustainable polymeric films based on new solid polymer electrolyte, having the

poly(ethylene oxide) (PEO) as host matrix and sodium tungstate as doping agent (Na2WO4),

were obtained from different salt compositions (m = 0.20; 0.26; 0.30; 0.40; 0.50 and 1.31

mg). The films were characterized through XRD, FTIR, SEM/EDS, TG/DTG, DSC and IS.

X-ray diffraction showed the semi crystalline nature of the polymer and confirmed that the

addition of salt induces reduction in the crystalinity of the films. FTIR data allowed the

identification of the interaction between salt ions and polymer chains and confirmed that these

interactions are of a physical nature. The micrographs obtained through SEM showed

spherulitic morphology interleaved by interlayered bonds for all of the compositions studied.

The TG/DTG study revealed that the thermal decomposition of the electrolyte almost happens

at a single stage with the addition of salt, increasing the thermal stability of the films.

TG/DTG data also allowed the kinetic study of the thermal decomposition of the electrolyte

through Broido (BR), Coats-Redfern (CR) and Horowitz-Metzger (HM) methods, suggesting

a first-order kinetic for the reaction of the thermal decomposition of the films, as well as the

setting of pre-exponential factor, A, and the thermodynamic activation parameters: E*, ∆H

*,

∆S* and ∆G

*. The crystallinity degree was determined through DSC data and showed a

reduction after the addition of salt to the polymer. The polymer has its conductivity increased

after addition of the salt with the PEO-Na2WO4 electrolyte exhibiting maximum of ionic

conductivity of 3.24x10-4

S cm-1

, to room temperature, for the film with 1.31 mg of salt (F6

film). The impedance data allowed the study on relaxation on PEO chains, even as the

diffusion of salt between these chains. The impedance diagrams, on Bode and Nyquist

formats, enabled the adjustment of the experimental data to equivalent electric circuits, which

facilitated the association of the circuit components to the physical and chemical phenomena

observed for the films and revealed that, after the addition of salt to the polymer, the films

have their electrical properties enhanced.

Keywords: Poly(ethylene oxide) (PEO). Sodium Tungstate (Na2WO4). Solid Polymer

Electrolyte (SPE). Thermal Kinetic Study. Ionic Conductivity.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Esquema típico de uma bateria à base de um EPS ......................... 30

Figura 2 – Classes dos eletrólitos poliméricos “clássicos” ............................. 30

Figura 3 – Uma das classes e suas subclasses dos eletrólitos poliméricos

híbridos orgânico-inorgânicos .......................................................

31

Figura 4 – Esferulitos no POE puro e em diferentes eletrólitos obtidos

através de um: (a) microscópio óptico de polarização para o POE

puro (Mw = 5x106); (b) microscópio eletrônico de varredura para

o eletrólito (POE)50/AgCF3SO3; (c) microscópio óptico de

polarização para o eletrólito (POE)4/LiCF3SO3 .............................

34

Figura 5 – Crescimento dos esferulitos durante a fusão-cristalização

isotérmica a 52 °C para o POE obtido através de microscópio

óptico de luz polarizada .................................................................

34

Figura 6 – Diâmetro dos esferulitos do (a) POE puro e (b) do eletrólito

POE/LiClO4 em função do tempo de cristalização a diferentes

temperaturas ...................................................................................

34

Figura 7 – Estrutura monomérica do POE ...................................................... 35

Figura 8 – (a) Conformação zig zag da cadeia planar do PE; (b)

Conformação helicoidal da cadeia do POE ...................................

36

Figura 9 – Estrutura química do tungstato de sódio ........................................ 38

Figura 10 – Cela unitária esquemática do Na2WO4.2H2O ................................ 38

Figura 11 – Elementos de circuito e suas respectivas equações de impedância

com j √ ...................................................................................

44

Figura 12 – Representação dos dados de impedância no formato Nyquist para

um circuito que tem um resistor em série com uma associação de

outro resistor e um capacitor ..........................................................

45

Figura 13 – Representação dos dados de impedância no formato Bode para o

mesmo circuito descrito na Figura 14 ............................................

45

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Figura 14 – Esquema típico de uma cela de reflexão total atenuada ................ 47

Figura 15 – Efeito da interação entre o feixe e a amostra. O resultado é a

profundidade de onde são originados os sinais, ou seja, o volume

de interação. O volume desta interação pode ser descrito como

tendo a forma de uma pêra ou de uma gota ...................................

48

Figura 16 – Esquema mostrando a difração de Bragg sobre os planos

cristalinos .......................................................................................

49

Figura 17 – Representação de uma curva TG dinâmica para um processo de

decomposição térmica em uma etapa ............................................

50

Figura 18 – Representação de uma curva DTG dinâmica para um processo de

decomposição térmica em uma etapa ............................................

52

Figura 19 – Alguns fenômenos que ocorrem com variação de energia em

polímeros observados em curvas de DSC. Os picos para cima são

endotérmicos e os para baixo exotérmicos ....................................

53

Figura 20 – Soluções do sal utilizadas nas sínteses dos filmes

autossustentáveis ............................................................................

56

Figura 21 – Esquema representativo da síntese e obtenção dos filmes

autossustentáveis ............................................................................

57

Figura 22 – Um dos filmes autossustentáveis obtidos ...................................... 57

Figura 23 – Modelo da cela utilizada para as medidas elétricas ....................... 58

Figura 24 – Difratograma de raios X para o filme do POE puro, F0, com a

indicação dos dois picos principais, característicos da

semicristalinidade do polímero, e seus planos cristalográficos

correspondentes ..............................................................................

61

Figura 25 – Difratogramas de raios X para todos os filmes autossustentáveis . 62

Figura 26 – Difratograma de raios X do Na2WO4.2H2O .................................. 63

Figura 27 – (a) Ordenamento das cadeias do POE com regiões cristalinas (em

vermelho) e amorfas (demais regiões); (b) os íons do tungstato

de sódio se posicionam entre as cadeias do POE ...........................

63

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Figura 28 – Espectro de infravermelho, no modo de reflexão total atenuada,

do filme do POE puro, F0 ..............................................................

65

Figura 29 – (a) Espectros de infravermelho, no modo de reflexão total

atenuada, de todos os filmes autossustentáveis; (b) Ampliação do

espectro na faixa de 1550 a 750 cm-1

.............................................

67

Figura 30 – Micrografias obtidas por MEV dos filmes poliméricos

autossustentáveis: (a) F0; (b) Ampliação em uma região de

tensionamento do filme F0; (c) F1; (d) F2; (e) F3; (f) F4; (g) F5;

(h) F6 ..............................................................................................

68

Figura 31 – Esferulitos formados por um arranjo radialmente simétrico de

cristalitos com aparência fibrosa. Diferentes tamanhos e graus

dos cristalitos envoltos por região amorfa preenchem o esferulito

70

Figura 32 – Quantificação do sal no filme F1 obtido da análise de EDS com

um campo de 15 kV. A região onde foi realizada a análise é

mostrada em destaque ....................................................................

71

Figura 33– Percentual em massa e percentual atômico do tungstênio em

relação ao sódio nos filmes autossustentáveis poliméricos na

presença do tungstato de sódio ......................................................

72

Figura 34 – Histogramas com a distribuição do tamanho dos esferulitos ......... 73

Figura 35 – Curvas TG e DTG para todos os filmes poliméricos

autossustentáveis: (a) F0; (b) F1; (c) F2; (d) F3; (e) F4; (f) F5;

(g) F6 ..............................................................................................

75

Figura 36 – Ruptura da ligação C – C e C – O na degradação térmica do POE 80

Figura 37 – Mecanismo de degradação térmica do POE: (1) clivagem

homolítica da ligação C – O e (2) clivagem da ligação C – C .......

80

Figura 38 – Curvas TG e DTG para o Na2WO4.2H2O (m = 7,49 mg) obtidas

utilizando um modelo SDTQ600 da TA Instruments com

cadinho de Pt, atmosfera de N2 com fluxo de 50 mL/min, razão

de aquecimento de 10 °C/min e intervalo de temperatura de

ambiente a 900 °C........................................................................

81

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Figura 39 – Curvas DSC para todos os filmes poliméricos autossustentáveis:

(a) F0; (b) F1; (c) F2; (d) F3; (e) F4; (f) F5; (g) F6 .......................

83

Figura 40 – Curvas DSC evidenciando os picos de fusão dos filmes ............... 87

Figura 41 – Curva DSC para o Na2WO4.2H2O nas mesmas condições em que

foram obtidas as curvas TG/DTG citadas na Figura 39 .................

90

Figura 42 – Correlação linear entre os dados experimentais e o ajuste das

retas para os métodos de: (a) Broido (BR); (b) Coats-Redfern

(CR) e (c) Horowitz-Metzger (HM) ..............................................

92

Figura 43 – Concordância entre os valores de E* calculados a partir dos

métodos BR, CR e HM ..................................................................

95

Figura 44 – Concordância entre os parâmetros termodinâmicos de ativação

calculados .......................................................................................

98

Figura 45 – (a) Diagramas de impedância no formato Nyquist para os filmes

autossustentáveis em todas as composições estudadas; (b) e (c)

são ampliações para a região de altas frequências do diagrama

apresentado em (a) .........................................................................

99

Figura 46 – Variação da condutividade elétrica como função da quantidade

do tungstato de sódio adicionado à temperatura ambiente ............

102

Figura 47 – Representações da impedância complexa (Z’’) em função do

logaritmo da frequência (log f) para análise do processo de

relaxação dielétrica ........................................................................

106

Figura 48 – Diagramas de impedância no formato Bode para: (a) o filme do

POE puro e (b) para os filmes do POE com diferentes

composições do sal ........................................................................

108

Figura 49 – Esquema, em ordem decrescente, do descarregamento de cargas

nos filmes poliméricos estudados ..................................................

110

Figura 50 – Representação do logaritmo da razão entre as capacitâncias

imaginária e real em função do logaritmo da frequência com os

máximos (picos) representando os valores de kt ............................

112

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Figura 51 – Circuito elétrico equivalente proposto para o ajuste dos dados de

impedância para o filme do POE puro, F0 .....................................

114

Figura 52 – Circuito elétrico equivalente proposto para o ajuste dos dados de

impedância para os filmes contendo o tungstato de sódio .............

114

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Substâncias utilizadas na obtenção dos filmes do EPS .................. 55

Tabela 2 – Soluções obtidas a partir da mistura da solução do polímero com

as diferentes soluções do sal ..........................................................

56

Tabela 3 – Espessura dos filmes poliméricos autossustentáveis ..................... 58

Tabela 4 – Posições e atribuições das bandas para o filme autossustentável

do POE puro ( : estiramento; : bending; : wagging; :

twisting; : rocking). Os subscritos e denotam,

respectivamente, os estiramentos assimétricos e simétricos ..........

66

Tabela 5 – Valores em percentagem: em massa, densidade e atômica para o

sódio (Na) e o tungstênio (W) ........................................................

71

Tabela 6 – Parâmetros térmicos extraídos das curvas TG e DTG para todos

os filmes poliméricos autossustentáveis ........................................

82

Tabela 7 – Parâmetros térmicos extraídos e calculados a partir das curvas

DSC ................................................................................................

88

Tabela 8 – Espessura das lamelas do POE nos filmes ..................................... 89

Tabela 9 – Parâmetros extraídos dos gráficos dos métodos de Broido (BR),

Coats-Redfern (CR) e Horowtiz-Metzger (MH) ............................

94

Tabela 10 – Parâmetros termodinâmicos obtidos através dos dados extraídos

dos diferentes métodos não-isotérmicos utilizados ........................

97

Tabela 11 – Parâmetros elétricos extraídos e calculados a partir dos dados

obtidos através dos diagramas de impedância no formato Nyquist

para os filmes estudados ................................................................

101

Tabela 12 – Valores de condutividade máximas encontrados para o eletrólito

em estudo e outros encontrados na literatura .................................

103

Tabela 13 – Coeficientes de difusão para o tungstato de sódio nos filmes

poliméricos .....................................................................................

104

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Tabela 14 – Tempos de relaxação dielétrica para o POE puro e para o

eletrólito POE/Na2WO4 nas diferentes composições estudadas ....

106

Tabela 15 – Valores experimentais dos ângulos de fase máximos para os

filmes nas regiões de baixa e alta frequência .................................

109

Tabela 16 – Valores de kt obtidos a partir da representação log (C’’/C’) vs log

f ......................................................................................................

112

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC Alternating current

AFM Atomic force microscopy

AN Acetonotrilia

AT Análise Térmica

ATR Attenuated total reflectance

BR Broido

CPE Constant phase element

CR Coats-Redfern

DRX Difração de Raios X

DSC Differential scanning calorimetry

DTG Termogravimetria Derivada

EC Espectroscopia de Capacitância

ECE Espectroscopia de Capacitância Eletroquímica

EDS Energy Dispersive X ray spectroscopy

EI Espectroscopia de Impedância

EIE Espectroscopia de Impedância Eletroquímica

EMIHSO4 1-etil-3-metilimidazóliohidrogenosulfato

EP Eletrólito Polimérico

EP-BI Eletrólitos Poliméricos-Borrachas iônicas

EPC Eletrólitos Poliméricos Compósitos

EP-G Eletrólito Polimérico-Gel

EP-P Eletrólitos Poliméricos Plastificados

EPS Eletrólito Polimérico Sólido

FM Formiato de Metila

FTIR Fourier transform infrared spectroscopy

HM Horowitz-Metzger

IV Infravermelho

MEV Microscopia Eletrônica de Varredura

PAC Poliacetileno

PE Polietileno

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P-IC Polieletrólitos íon-condutores

POE Poli(óxido de etileno)

PVC Policloreto de vinila

Tan h Tangente hiperbólico

TFSI Bis(trifluorometano)sulfonamida

TG Termogravimetria

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LISTA DE SÍMBOLOS

Amplitude da corrente elétrica

Amplitude do potencial elétrico

ngstrom

Ângulo de fase

Área do eletrodo

Capacitância da dupla camada elétrica

Capacitor

Coeficiente de difusão

Comprimento de onda/espessura das lamelas

Condutividade

Constante de Boltzmann

Constante dielétrica

Constante de Planck

Constante de transferência de cargas

Constante universal dos gases

Corrente elétrica

Densidade volumétrica

Difusividade do ânion

Difusividade do cátion

Energia de ativação

Energia livre de ativação

Energia livre de superfície de dobra

Entalpia de ativação

Entalpia de fusão

Entalpia de fusão padrão

Entalpia de fusão por unidade de volume

Entalpia do par cátion-ânion

Entropia de ativação

Entropia do par cátion-ânion

Espessura

Fator pré-exponencial

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Frequência

Frequência angular

Frequência no máximo do semicírculo

Grau de conversão

Grau de cristalinidade

Impedância

Impedância de difusão para a frequência tendendo a zero

Impedância imaginária

Impedância real

Indutância (Indutor)

Massa molecular

| | Módulo da impedância

Número de transporte do cátion

Parte real da impedância de difusão

Potencial elétrico

Quadrado do coeficiente de correlação

Razão de aquecimento

Razão entre as mobilidades iônicas

Resistência (Resistor)

Resistência de polarização

Resistência ôhmica

Temperatura

Temperatura de fusão

Temperatura de fusão padrão

Temperatura de transição vítrea

Temperatura extrapolada de início da etapa de degradação térmica

Temperatura extrapolada de término da etapa de degradação térmica

Temperatura no pico da curva DTG

Tempo

Tempo de relaxação

Variação de massa

Velocidade máxima de perda de massa

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SUMÁRIO

Capítulo 1 – INTRODUÇÃO E OBJETIVOS ................................................. 22

1.1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 23

1.2 OBJETIVOS ................................................................................... 25

1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................. 25

1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................... 26

Capítulo 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................... 27

2.1 ELETRÓLITOS POLIMÉRICOS .................................................. 28

2.2 ESTRUTURA MOLECULAR DO ESTADO SÓLIDO

SEMICRISTALINO DOS POLÍMEROS ......................................

32

2.3 POLI(ÓXIDO DE ETILENO) – POE ............................................ 35

2.4 TUNGSTATO DE SÓDIO – Na2WO4 ........................................... 37

2.5 ESTADO DA ARTE: ELETRÓLITOS POLIMÉRICOS –

POE/SAIS .......................................................................................

39

2.6 TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO ......................................... 43

2.6.1 Espectroscopia de Impedância (EI) ............................................ 43

2.6.2 Espectroscopia de Absorção na Região do Infravermelho ....... 46

2.6.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e

Espectroscopia de Energia Dispersiva de Raios X (EDS) .........

47

2.6.4 Difração de Raios X (DRX) ......................................................... 49

2.6.5 Análise Termogravimétrica/Termogravimétrica Derivada

(TG/DTG) e Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) .....

50

Capítulo 3 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ..................................... 54

3.1 MATERIAL ................................................................................... 55

3.2 METODOLOGIA ........................................................................... 55

3.2.1 Preparação das Soluções Poliméricas ......................................... 55

3.2.2 Preparação das Soluções do Sal .................................................. 55

3.2.3 Preparação das Misturas das Soluções e Obtenção dos

Eletrólitos Poliméricos na Forma de Filmes Autossustentáveis

56

3.2.4 Espectroscopia de Impedância .................................................... 57

3.2.5 Espectroscopia de Absorção na Região do Infravermelho ....... 58

3.2.6 Microscopia Eletrônica de Varredura e Espectroscopia de

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Energia Dispersiva de Raios X .................................................... 59

3.2.7 Difração de Raios X ...................................................................... 59

3.2.8 Análise Termogravimétrica/Termogravimétrica Derivada e

Calorimetria Exploratória Diferencial .......................................

59

Capítulo 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................. 60

4.1 DIFRAÇÃO DE RAIOS X ............................................................ 61

4.2 ESPECTROSCOPIA NA REGIÃO DO INFRAVERMELHO ..... 64

4.3 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA E

ESPECTROSCOPIA DE ENERGIA DISPERSIVA DE RAIOS

X .....................................................................................................

68

4.4 TERMOGRAVIMETRIA/TERMOGRAVIMETRIA

DERIVADA E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA

DIFERENCIAL ..............................................................................

74

4.4.1 Termogravimetria/Termogravimetria Derivada ....................... 74

4.4.2 Calorimetria Exploratória Diferencial ....................................... 83

4.4.3 Análise Cinética da Degradação Térmica .................................. 91

4.5 ESPECTROSCOPIA DE IMPEDÂNCIA ..................................... 98

Capítulo 5 – CONCLUSÕES ............................................................................. 116

5.1 CONCLUSÕES ............................................................................. 117

REFERÊNCIAS............................................................................ 118

APÊNDICE.................................................................................... 130

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

Neste capítulo será apresentada uma pequena introdução que

enfatiza a justificativa para realização deste trabalho, assim

como o que ele se dispõe a realizar.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 23

1.1 INTRODUÇÃO

O homem sempre procurou nos materiais encontrados na natureza características que

lhe fossem úteis na sociedade que o permeia. Metais, madeira, rochas, vidros, tecidos,

tingimentos, entre vários outros materiais, foram utilizados pelo homem desde datas remotas

até os dias atuais, no intuito de fazer uso das suas propriedades para as mais diversas

aplicações, seja na ciência ou na indústria.

Após longo período à procura de materiais na natureza que conferissem certas

propriedades de interesse da época, o homem começou a manusear os mais conhecidos e obter

materiais sintéticos, ou seja, materiais que não eram encontrados na natureza com as

características desejadas, mas sim, pensadas pelo homem e produzidas pelo mesmo.

Foi somente no século XVI que uma nova classe de materiais iria ganhar destaque e

grande interesse por parte da comunidade cientifica. Com advento dos descobrimentos

daquela época, espanhóis e portugueses tiveram o primeiro contato com o produto extraído de

uma árvore natural das Américas (Havea Brasiliensis). O extrato desta árvore apresentava

características de alta elasticidade e flexibilidade desconhecidas até então (CANEVAROLO,

2006).

Mais tarde, no início do século XX, ficou provado que alguns materiais produzidos

pela Química incipiente do final do século e que até então eram considerados como colóides,

consistiam na verdade de moléculas gigantescas (macromoléculas), que podiam resultar do

encadeamento de 10.000 ou mais átomos de carbono. Estes produtos apresentavam repetição

de pequenas unidades estruturais (monômeros) ao longo da sua cadeia principal e, assim,

foram denominados polímeros (do grego, “muitas partes”) (MANO, 2000). Portanto,

polímeros são compostos formados por uma repetição mais ou menos regular de um grande

número dos mesmos e diferentes grupos atômicos que são unidos por ligações químicas nas

cadeias longas (lineares) ou cadeias contendo ramos laterais (ramificadas), também em rede

espacial (TANGER, 1978).

Depois da observação das propriedades do material extraído da Havea Brasiliensis,

uma série de descobertas e experimentos envolvendo esta “nova” classe de materiais foi

ocorrendo, tanto por regras empíricas como por teorias macromoleculares. Desde então, foi

feita a descoberta de vários polímeros com as mais diferentes propriedades que até então não

eram encontradas nos materiais conhecidos.

Por muito tempo todos os polímeros foram vistos como materiais isolantes e, em

contraste com metais, eram considerados pobres em elétrons com suas propriedades elétricas

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Dissertação – PPGQ – UFRN 24

dependendo do tamanho e flexibilidade da cadeia polimérica. Em 1979, Diarmid e Heeger

(VAN KREVELEN, 1997) observaram que o poliacetileno (PAC), na presença de um agente

oxidante, apresentava condutividade elétrica apreciável. Quando um polímero orgânico

conjugado, como é o caso do poliacetileno, está na presença de dopantes químicos como AsF5

e I2, por exemplo, é estabelecido um mecanismo de condução elétrica e propriedades

condutoras significativas são observadas (SPERLING, 2006). Assim, por exemplo, quando o

PAC é oxidado ou reduzido, sua condutividade aumenta da ordem de 10-8

S cm-1

para valores

de até 103 S cm

-1 (VAN KREVELEN, 1997).

Anos depois, estudos mostraram que existiam alguns polímeros que apresentavam

uma condutividade apreciável por si só e, a estes, foram denominados polímeros

intrinsecamente condutores. Depois desta descoberta, foi observado, também, que polímeros

que não eram intrinsecamente condutores apresentavam uma condutividade apreciável,

quando na presença de substâncias inorgânicas. Assim, foram denominados polímeros

extrinsecamente condutores.

Desta forma, as características dos polímeros podem ser adequadamente modificadas

pela adição de algumas cargas e dopantes, dependendo da sua reatividade com a matriz

hospedeira. Algumas alterações físicas podem ser observadas como a rigidez da cadeia

polimérica e o comportamento mecânico e elétrico, devido à interação física entre estas cargas

e as moléculas da matriz (ZIHLIF et al., 2012).

Uma denominação específica para estes sistemas formados por polímeros não-

condutores e sais iônicos dissolvidos em sua matriz foi dada. Estes sistemas foram chamados

de eletrólitos poliméricos sólidos, e nestes o transporte iônico dos íons do sal presentes na

matriz polimérica, que ocorre como resultado do movimento segmental da cadeia polimérica,

é responsável pela condutividade elétrica deste material (GIROTTO e DE PAOLI, 1999).

Além disso, o fim da disponibilidade de energia barata e abundante e, também, de

recursos energéticos, impôs uma grande reavaliação da estrutura da produção de energia e sua

facilidade. As novas soluções oferecidas pela pesquisa científica foram necessárias para

atingir novos dispositivos inovadores para o armazenamento e conversão de energia,

incluindo novos materiais, tais como estes eletrólitos poliméricos citados (NOTO et al.,

2011).

Ainda segundo Noto et al., (2011) o estudo de eletrólitos poliméricos para aplicação

científica tem crescido de forma exponencial. O número de contribuições científicas na área

de eletrólitos poliméricos, por ano (N), aumenta segundo a Equação 1:

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Dissertação – PPGQ – UFRN 25

em que N0 é uma constante e α é a constante de crescimento em anos-1

, que de 1990 até 2010

é igual a 0,093 ± 0,004 anos.

Desde então, muitos têm sido os estudos realizados sobre as propriedades elétricas, e

também dielétricas, dos eletrólitos poliméricos. Estes estudos visam melhorias nas

propriedades dos materiais já conhecidos. Assim, os pesquisadores vêm fazendo a

combinação de materiais de natureza orgânica (polímeros) e inorgânica (sais ou óxidos),

denominados materiais híbridos orgânico-inorgânicos, a fim de que se obtenham propriedades

distintas, ou melhoradas, em relação aos componentes individuais.

Com base no exposto, neste projeto foi obtido um eletrólito polimérico sólido, com

caráter inovador, em forma de filme autossustentável (filme que é obtido sem necessidade de

um substrato) constituído pelo tungstato de sódio diidratado - Na2WO4.2H2O - e como

polímero hospedeiro o poli(óxido de etileno) - POE. Este sistema foi sintetizado, via método

sol-gel, e caracterizado eletricamente pela Espectroscopia de Impedância (EI), termicamente

pela Termogravimetria (TG)/Termogravimetria Derivada (DTG) e Calorimetria Exploratória

Diferencial (do inglês DSC). A caracterização estrutural foi realizada por Difração de Raios-X

(DRX), a caracterização química por Espectroscopia na Região do Infravermelho com

Transformada de Fourier no modo de Reflexão Total Atenuada (do inglês FTIR-ATR) e

Espectroscopia de Energia Dispersiva de Raios X (do inglês EDS), enquanto que a

morfológica foi feita através da Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). A pesquisa foi

realizada a fim de que as propriedades elétricas e físico-químicas dos sistemas obtidos fossem

melhoradas em relação às propriedades que os componentes apresentam individualmente,

além de contribuir para o estudo das propriedades de um novo eletrólito polimérico sólido.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Obter e caracterizar um novo eletrólito polimérico sólido POE - Na2WO4 em forma de

filme sem necessidade de um substrato (filme autossustentável).

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1.2.2 Objetivos Específicos

Obter um novo eletrólito polimérico sólido, em forma de filme autossustentável, com

diferentes quantidades do sal adicionado;

Caracterizar elétrica, térmica, estrutural, morfológica e quimicamente os filmes

obtidos;

Analisar a influência da quantidade do sal adicionado nas propriedades físico-

químicas dos filmes;

Analisar as possíveis interações entre a matriz polimérica e o sal adicionado e sua

influência nas propriedades dos filmes e, consequentemente do eletrólito;

Contribuir para o estudo dos eletrólitos poliméricos sólidos e suas aplicações em

baterias secundárias.

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CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Uma breve discussão sobre conceitos teóricos fundamentais e

resultados encontrados na literatura, para alguns sistemas, serão

discutidos neste capítulo. Será feita uma discussão das

substâncias utilizadas no trabalho, assim como conceitos

relacionados aos eletrólitos poliméricos, suas propriedades e

aplicações, o estado sólido cristalino dos polímeros e alguns

dados encontrados na literatura referente a alguns eletrólitos

poliméricos sólidos já estudados.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 28

2.1 ELETRÓLITOS POLIMÉRICOS

O termo “Eletrólito Polimérico” refere-se a qualquer sistema formado de nano-

agregados de macromoléculas caracterizado por uma condutividade iônica significativa,

geralmente considerada mais elevada do que cerca de 10-7

S cm-1

(NOTO et al., 2011), além

disso, estes eletrólitos possuem propriedades de transporte similar à de uma solução de

líquido iônico comum (STEPHAN, 2006).

Desde a sua descoberta em 1973, eletrólitos poliméricos sólidos (EPSs) têm sido

amplamente estudados. Estes complexos, consistindo de uma matriz polimérica polar e um sal

de metal com baixa energia de rede, exibem uma combinação nas propriedades que os tornam

interessantes para diversas aplicações. A dissolução de sais inorgânicos em polímeros

hospedeiros será facilitada quando a energia de rede do sal é baixa e a constante dielétrica ( )

do polímero é alta. Assim, pela necessidade da inserção de sais para promover efeitos de

condutividade, diz-se que os EPSs são polímeros condutores extrínsecos (STEPHAN, 2006;

STOLWIJK et al., 2013).

Além do mais, certos EPSs apresentam algumas vantagens frente aos eletrólitos

líquidos. Alguns tipos de eletrólitos líquidos de células solares, por exemplo, contêm

problemas de vazamento, evaporação do solvente, instabilidade a altas temperaturas e

inflamabilidade (KALAIGNAN et al., 2006).

Assim como a energia de rede do sal e a constante dielétrica do polímero, outros

fatores podem influenciar na dissociação do sal no polímero hospedeiro e, consequentemente,

em suas propriedades. A condutividade iônica em eletrólitos poliméricos, por exemplo, tem

sido associada, também, com as fases amorfas no sistema. Em geral, os complexos de sais de

polímeros que são amorfos exibem maior condutividade em comparação com seus homólogos

cristalinos. A flexibilidade da cadeia, que é maior na fase amorfa, também é crucial para

auxiliar no transporte iônico. Além disso, a mobilidade iônica dos íons nas cadeias

poliméricas, que está relacionada diretamente com a condutividade, é dependente da

viscosidade local e é favorecida pela dinâmica da cadeia polimérica acima da temperatura de

transição vítrea (Tg) (DYGAS et al., 2003; VOLEL et al., 2004; STOLWIJK et al., 2013).

A temperatura, concentração do sal e movimento dos íons inter e intra cadeias nos EP,

também influenciam suas propriedades. Tanto temperaturas elevadas quanto concentrações do

sal, suficientemente altas, podem induzir alterações cruciais na microestrutura do complexo

e/ou promover a precipitação de uma segunda fase rica em sal. Assim, para fins científicos, o

regime de baixa concentração do sal e alta temperatura pode ser de grande interesse, uma vez

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Dissertação – PPGQ – UFRN 29

que contorna as dificuldades relacionadas com a análise da condutividade de estruturas

multifásicas dos EPSs. Também, o movimento do íon inter e intracadeia torna a

condutividade do polímero elevada. O movimento segmental permite que os íons desloquem

de um local para outro ou fornece um caminho para eles se moverem, ou seja, o movimento

segmental das cadeias do polímero facilita o movimento iônico de transição (KUMAR et al.,

2006; STOLWIJK et al., 2012).

Eletrólitos poliméricos com alta condutividade iônica têm sido um assunto de grande

interesse nos recentes anos na área de pesquisa polimérica, devido tanto ao interesse teórico,

como importância prática para o desenvolvimento de dispositivos eletroquímicos, tais como

supercapacitores, baterias secundárias, células de combustível, sensores, ultracapacitores,

displays eletrocrômicos e células solares (ANANTHA e HARIHARAN, 2005; STEPHAN,

2006; KUMAR et al., 2007; NOTO et al., 2011).

Em baterias secundárias (baterias recarregáveis), devido às suas propriedades elásticas,

os EPSs permitem reduzir a resistência do contato interfacial entre o eletrólito e o eletrodo,

devido as configurações dos filmes finos constituídos por estes eletrólitos. Por isso, a

condutividade iônica alta é criticamente importante para aplicações práticas (KALAIGNAN

et al., 2006).

Um esquema típico de uma bateria de um eletrólito polimérico é apresentado na

Figura 1. A função do eletrólito, neste tipo de dispositivo, é permitir a migração de íons

alcalinos ou alcalinos terrosos a partir do ânodo para o cátodo durante a descarga do

dispositivo e o processo inverso quando a bateria é recarregada. Atualmente, além do lítio que

é bastante utilizado neste tipo de dispositivo, outros íons alcalinos ou alcalinos terrosos tais

como Na+, K

+ e Mg

2+ também foram investigados (NOTO et al., 2011).

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Dissertação – PPGQ – UFRN 30

Figura 1 – Esquema típico de uma bateria à base de um EPS.

Fonte: Stephan, 2006 (Adaptada).

Noto et al., (2011) discute o esquema proposto por Gray em 1997 para classificar os

eletrólitos poliméricos, que estão reorganizados nas Figuras 2 e 3:

Figura 2 – Classes dos eletrólitos poliméricos “clássicos”.

Fonte: Noto et al., 2011 (Adaptada).

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Dissertação – PPGQ – UFRN 31

Figura 3 – Uma das classes e suas subclasses dos eletrólitos poliméricos híbridos orgânico-inorgânicos.

Fonte: Noto et al., 2011(Adaptada).

Os eletrólitos poliméricos clássicos, frequentemente, consistem de múltiplas fases

como: (i) complexo de uma fase polimérica amorfa e complexo polimérico cristalino

contendo sal dissolvido; (ii) polímero cristalino não complexado, dependendo da composição

inicial e temperatura em que o complexo foi preparado (ANANTHA e HARIHARAN, 2005).

Materiais poliméricos em combinação com sais metálicos adequados dão aos

eletrólitos poliméricos bom desempenho para dispositivos eletroquímicos avançados de alta

energia. As vantagens de incorporação destes sais metálicos ou óxidos de nano-pós, diz

respeito às melhorias na: (i) condutividade iônica em baixas temperaturas; (ii) estabilidade na

interface com os eletrodos; (iii) flexibilidade; (iv) facilidade de processamento em filmes

finos de grande área superficial; (v) estabilidade eletroquímica e (vi) estabilidade volumétrica

ao longo de ciclos de carga-descarga repetidos em um determinado dispositivo. Outras

vantagens associadas aos eletrólitos poliméricos dizem respeito às suas propriedades

mecânicas favoráveis, ampla faixa de composição e, consequentemente, o controle de

propriedades, compatibilidade química melhorada e habilidade para formar contatos efetivos

entre eletrodo e eletrólito (ANANTHA e HARIHARAN, 2005; BHIDE e HARIHARAN,

2006; KUMAR et al., 2006; STEPHAN, 2006).

O mecanismo de condução de íons em um eletrólito é assumido como a mobilidade de

cátions, em que o movimento da cadeia polimérica desempenha um papel significativo. As

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Dissertação – PPGQ – UFRN 32

concentrações de portadores de carga são importantes, estas sendo a função da concentração

do sal no polímero (KUMAR et al., 2006). Noto et al., (2011) propuseram dois mecanismos

para justificar a melhoria da condutividade iônica do sistema após a adição do sal:

A criação de interfaces entre o polímero e as nanopartículas inorgânicas, que atuam

como vias preferenciais de íons de condução;

A inibição da cristalinidade da matriz polimérica, um obstáculo bem conhecido para a

migração (de longo alcance) do íon em eletrólitos poliméricos tradicionais (EP).

Além disso, de acordo com o trabalho de Kumar et al., (2006) os fatores essenciais

para assegurar a alta condutividade iônica de um eletrólito, após a adição do sal, são:

Um mecanismo de deslocamento entre os locais de coordenação;

Relaxamentos estruturais locais;

Movimentos segmentares da cadeia polimérica.

As propriedades mecânicas, elétricas, térmicas e ópticas são modificadas na formação

dos EPSs. Também sofrem alterações, as propriedades termodinâmicas como a entalpia e a

entropia. Quando se dissolve um sal em um solvente (sólido ou líquido), há variações tanto

em relação à entalpia quanto em relação à entropia (JANUÁRIO, 2004). As variações nestas

grandezas termodinâmicas serão decorrentes de fatores como, por exemplo, quebra da rede

cristalina do sal durante a solvatação, movimentação das cadeias poliméricas, movimento dos

íons entre as cadeias, entre outros fatores.

Deste modo, é perceptível notar que a adição de certos sais em determinados

polímeros hospedeiros pode levar a significativas modificações nas propriedades do eletrólito

polimérico formado. Assim, com esta ampla possibilidade de modificações, os EPSs se

mostram como materiais alternativos para diversas aplicações, principalmente nas que

concernem a aplicações energéticas.

2.2 ESTRUTURA MOLECULAR DO ESTADO SÓLIDO SEMICRISTALINO DOS

POLÍMEROS

É difícil pensar que polímeros podem formar cristais e apresentar, por exemplo, uma

alta cristalinidade. Em princípio, uma estrutura periódica em três dimensões é obtida pela

escolha de conformações helicoidais idênticas para todos os polímeros, orientando os eixos

helicoidais de todas as redes paralelas uma à outra, e, em seguida, a agregação das cadeias de

uma maneira regular. O esquema é aplicável a todos os polímeros, desde que tenham uma

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Dissertação – PPGQ – UFRN 33

arquitetura linear e constituição química regular. Assim, pode-se concluir que os polímeros,

têm sim, potencial para cristalizar e o fazem (STROBL, 1997).

O processo de cristalização de polímeros difere dos sólidos cristalinos convencionais

devido à natureza peculiar deste se apresentar na forma de longas cadeias poliméricas. Os

domínios cristalinos chamados “cristalitos” são muito menores do que os cristais normais e

contêm mais imperfeições estando interconectados com regiões amorfas.

A compreensão do comportamento de cristalização de polímeros exige considerações

cinéticas. A termodinâmica, ainda, é necessária para a descrição das forças motrizes. Sendo

cineticamente controlada, estruturas de amostras parcialmente cristalinas são sempre

fortemente afetadas pelo processamento e mostra uma memória da história térmica, ou seja,

temperaturas e tempos de cristalização, taxas de resfriamento e aquecimento, entre outros

(STROBL, 1997).

Polímeros cristalizáveis típicos são os que possuem cadeias lineares (por exemplo,

POE). A estrutura cristalina de polímeros está relacionada com a organização das longas

cadeias poliméricas em uma escala nanométrica, ou seja, com a dispersão espacial e os

segmentos moleculares preenchendo o elemento fundamental da estrutura cristalina: a célula

unitária.

Uma das características dos polímeros semicristalinos, durante sua cristalização, é a

formação de esferulitos. Um esferulito é uma formação esfericamente simétrica feita de raios

radiais divergindo de um centro, como pode ser observado na Figura 4, com dimensões

variando de diversos mícrons de fração de milímetro, atingindo valores de centímetros em

alguns casos (TAGER, 1978) como foi observado por Marzantowicz et al., (2009) no estudo

de POE, de alta massa molecular, mostrando que os esferulitos deste polímero são largos e

com diâmetro da ordem de 2 mm.

Esferulitos são feitos de fibrilares cristalinos ou elementos de estrutura lamelar

(cristalitos). Estes cristalitos são formações tipicamente cristalinas obtidas, sob condições

reais, na produção de materiais poliméricos para praticamente todas as classes de cristalização

de compostos de alta massa molecular, tais como moldes filmes e fibras. Entretanto, mesmo

quando a cristalização é concluída, uma parte do material esferulítico pode permanecer

amorfa e não entrar na formação cristalina (TAGER, 1978).

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Dissertação – PPGQ – UFRN 34

Figura 4 – Esferulitos no POE puro e em diferentes eletrólitos obtidos através de um: (a) microscópio óptico de

polarização para o POE puro (Mw = 5x106); (b) microscópio eletrônico de varredura para o eletrólito

(POE)50/AgCF3SO3; (c) microscópio óptico de polarização para o eletrólito (POE)4/LiCF3SO3.

Fonte: (a) Marzantowicz et al., 2009; (b) Sunthanthiraraj e Vadivel, 2012 e (c) Zardalidis et al., 2013.

No estudo da cinética de crescimento esferulítico do POE puro e do eletrólito

POE/LiClO4, Zhang et al., (2012) observaram o crescimento no diâmetro dos esferulitos com

o tempo de cristalização e mostraram que estes, como pode ser visualizado nas Figuras 5 e 6,

crescem com o aumento do tempo de cristalização.

Figura 5 – Crescimento dos esferulitos durante a fusão-cristalização isotérmica a 52 °C para o POE obtido

através de microscópio óptico de luz polarizada.

Fonte: Zhang et al., 2012.

Figura 6 – Diâmetro dos esferulitos do (a) POE puro e (b) do eletrólito POE/LiClO4 em função do tempo de

cristalização a diferentes temperaturas.

Fonte: Zhang et al., 2012 (Adaptada).

b a c

100 m

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Dissertação – PPGQ – UFRN 35

Assim, os esferulitos são tão importantes em materiais poliméricos quanto às

estruturas de grãos em materiais policristalinos, uma vez que sua morfologia interfere

diretamente nas propriedades do material.

2.3 POLI(OXIDO DE ETILENO) – POE

O POE, cuja estrutura monomérica se encontra apresentada na Figura 7, é um

polímero semicristalino de cadeia polar, biocompatível, biodegradável, não iônico, solúvel em

água e em muitos solventes orgânicos (VRANDEĈIĆ et al., 2010; CHOUDHARY et al.,

2015). É um polímero do óxido de etileno, disponível em uma ampla faixa de massas

moleculares (20.000 – 8.000.000) (VRANDEĈIĆ et al., 2010). Este poliéter apresenta cadeia

linear e a regularidade da sua unidade estrutural permite um elevado grau de cristalinidade.

Figura 7 – Estrutura monomérica do POE.

Fonte: Autoria própria.

Este polímero tem conformação helicoidal com uma célula unitária do tipo (7/2),

como ilustrado na Figura 8(b), que é a base da unidade estrutural da fase cristalina

representando sete unidades de repetição do óxido de etileno em duas voltas de um fibra de

1,93 nm (SUNDERRAJAN et al., 2001). Esta conformação em uma célula unitária torna o

diâmetro da cadeia do POE muito maior do que a do seu precursor polietileno, PE, (ZHENG e

XU, 2010), como visualizado na Figura 8.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 36

Figura 8 – (a) Conformação zig zag da cadeia planar do PE; (b) Conformação helicoidal da cadeia do POE.

Fonte: Zheng e Xu, 2010 (Adaptada).

Este polímero tem considerável importância industrial uma vez que encontra

aplicações nos mais diversos ramos: na indústria têxtil, em cosméticos, em baterias

recarregáveis baseadas em eletrólito polimérico e janelas inteligentes. O POE é, atualmente,

também usado na indústria farmacêutica em aplicações como bioadesivos de mucosa

(VRANDEĈIĆ et al., 2010).

Grande parte da pesquisa, nas últimas duas décadas, tem sido dedicada a sistemas de

eletrólitos baseados em POE (STEPHAN, 2006). Este polímero tem recibo muita atenção

como polímero hospedeiro por causa da sua habilidade para dissolver altas concentrações de

uma ampla variedade de sais metálicos sólidos dando origem a altas condutividades iônicas.

Além de apresentar boa estabilidade eletroquímica e melhores propriedades mecânicas

comparadas com aquelas de outros polímeros hospedeiros (ANANTHA e HARIHARAN,

2005; BHIDE e HARIHARAN, 2006).

Desde que a condutividade iônica do POE com sais inorgânicos dissolvidos foi

descoberta, este sistema tornou-se um eletrólito polimérico protótipo (DYGAS et al., 2003).

Além disso, EPSs que têm o POE como componente matricial, ou seja, como polímero

hospedeiro, combinam as vantagens do estado sólido com a facilidade de moldagem como

filmes finos (STEPHAN, 2006).

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Dissertação – PPGQ – UFRN 37

Nos eletrólitos poliméricos à base de POE, em geral, cátions, de pequeno raio iônico,

do sal são coordenados com o oxigênio da função éter do polímero, de forma que a cadeia

polimérica helicoidal envolve os cátions presentes. Além disso, a mudança na composição

química do EP pode variar as propriedades físicas do mesmo (DYGAS et al., 2003; KUMAR

et al., 2006) como condutividade iônica, estabilidade térmica e resistência mecânica.

Complexos POE-sal são sistemas de duas fases, consistindo de esferulitos e fase

amorfa, exibindo diferentes propriedades elétricas. A fase cristalina é equilibrada muito

lentamente, nunca chegando a sua conclusão (DYGAS et al., 2003; CHOI e KIM, 2004)

devido a conformação adotada pelas cadeias poliméricas. Abaixo da sua temperatura de fusão

(Tf), cerca de 65 ºC, o POE contém uma fase cristalina. No caso da cristalização a partir da

massa fundida, finas lamelas cristalinas formam esferulitos, que também contêm fase amorfa

interlamelar (DYGAS et al., 2003).

Segundo Quartarone, Mustarelli e Magistris (1998) as modificações dos eletrólitos,

que têm o POE como polímero hospedeiro, podem ser divididas em quatro categorias

principais:

Preparação de redes de polímeros reticulados, aleatórios, copolímeros em bloco, com

cadeias curtas de óxido de etileno, de modo a minimizar a cristalização;

Utilização de sais dopantes que formam eutéticos de baixa temperatura com a fase do

POE que não interagiu (sais plastificantes);

Utilização de plastificantes orgânicos para aumentar a flexibilidade das cadeias do

polímero hospedeiro;

Adição de aditivos inorgânicos e/ou orgânicos, com o objetivo de reduzir a capacidade

de cristalização do poliéter hospedeiro, sem reduzir as propriedades mecânicas do

sistema.

Sendo esta última categoria de interesse em nosso trabalho, com o POE como poliéter

hospedeiro e o tungstato de sódio como aditivo inorgânico.

2.4 TUNGSTATO DE SÓDIO (Na2WO4)

O uso de tungstatos tem uma longa história de aplicações tecnológicas, tendo sido

objeto de extensa pesquisa científica, neste último século. O interesse contínuo nesses

materiais surge do fato destes apresentarem excelentes propriedades ópticas, sendo utilizados

em fibras ópticas, como material fotoluminescente, laser, cintiladores e detectores

(FERREIRA, 2008).

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Dissertação – PPGQ – UFRN 38

O tungstato de sódio (Tf = 695 ºC) é um sal hidrofílico e um agente oxidante

moderado de estrutura tetraédrica, Figura 9, que, frequentemente, encontra-se na forma

diidratada, Na2WO4.2H2O (BUENO, 2008).

Figura 9 – Estrutura química do tungstato de sódio.

Fonte: Autoria própria.

As dimensões da cela unitária do tungstato de sódio diidratado são: a = 8,454 Å, b =

10,598 Å, c = 13,895 Å e os tetraedros são ligeiramente alongados na direção das

ligações de hidrogênio. Além disso, estes arranjos atômicos são compostos de camadas

alternadas entre estes tetraedros e moléculas de água nas celas, como visto na Figura 10,

(SARAIVA et al., 2013).

Figura 10 – Cela unitária esquemática do Na2WO4.2H2O.

Fonte: Saraiva et al., 2013 (Adaptada).

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Dissertação – PPGQ – UFRN 39

Apesar dos sistemas poliméricos condutores com sais de sódio terem sido menos

estudados em relação aos de lítio (KUMAR et al., 2007), Moreno et al., (2014) sugeriram que

baterias com íons sódio representam uma alternativa para as com íons lítio. A utilização do

sódio tem algumas vantagens sobre o lítio, como menor preço comercial (KUMAR et al.,

2007). Também, a baixa abundância do lítio (0,002 – 0,007 %) (NI’MAN et al., 2015), em

relação ao sódio (2,83 %) (KLEIN e DUTROW, 2007), na crosta terrestre, limita sua futura

implementação de forma generalizada nos diferentes dispositivos de energia alternativa.

Assim, vários grupos estão desenvolvendo dispositivos (baterias secundárias), que trabalhem

próximo à temperatura ambiente, baseados em eletrólitos poliméricos com Na+. Sais de sódio

como NaClO3, NaNO3 e NaClO4, já foram investigados para aplicação neste tipo de bateria

(RAJENDRA, ROY e PARVEEN, 2013; MORENO et al., 2014; NI’MAN et al., 2015).

No estudo feito por Moreno et al., (2014) para o eletrólito (POE)n:NaTFSI, estes

autores observaram que a condutividade dos eletrólitos poliméricos com íons sódio e o contra

íon TFSI- (efeito plastificante) é comparável ou superior a aqueles com o íon lítio, que mostra

que estes filmes de eletrólitos poliméricos, à base de um sal iônico de sódio, tornam-se

materiais promissores no design de novos dispositivos.

2.5 ESTADO DA ARTE: ELETRÓLITOS POLIMÉRICOS – POLI(ÓXIDO DE

ETILENO)/SAIS

No estudo do eletrólito (POE)n:NaPO3, (n = 3, 4, 6, 8 e 10) Bhide e Hariharan (2006)

observaram, através dos difratogramas de raios-X, que a adição do metafosfato de sódio

(NaPO3) no polímero hospedeiro (POE) provoca um alargamento dos picos do POE e redução

nas suas intensidades. Também observou picos de baixa intensidade atribuídos ao sal e

nenhum novo pico, o que confirmou a dissociação do sal na matriz polimérica.

Por meio da análise das curvas de calorimetria exploratória diferencial (do inglês

DSC), estes autores observaram, ainda, que há uma diminuição no grau de cristalinidade com

o aumento da concentração do sal e, também, uma redução na condutividade iônica, assim

como, um aumento na temperatura de transição vítrea (Tg) quando comparados ao do POE

puro. Ao eletrólito que apresentou maior condutividade iônica (POE)6:NaPO3; σ = 2,9x10-8

S

cm-1

à 351 K foi adicionado um plastificante (carbonato de etileno) que apresenta alta

constante dielétrica. Esta adição resultou em um aumento de até duas ordens de grandeza na

condutividade iônica deste eletrólito (σ = 1,6x10-6

S cm-1

a 351 K). Além disso, foram

observadas estruturas esferulíticas atribuídas à região cristalina do EPS, através da

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Dissertação – PPGQ – UFRN 40

microscopia eletrônica de varredura (MEV). Estes mesmos autores sugeriram que a

condutividade elétrica dos eletrólitos ocorre por um mecanismo de condução ativada com

duas energias de ativação encontradas pela relação do tipo de Arrhenius que variaram, para as

diferentes composições, de 0,69 a 0,81 eV para a região abaixo de 338 K e de 0,40 a 0,44 eV

para a região acima de 338 K.

Anantha e Hariharan (2005) estudando o eletrólito POE:NaNO3, também observaram,

nos difratogramas do eletrólito, uma redução na intensidade dos picos quando comparado ao

do POE puro, sugerindo um decréscimo na cristalinidade do eletrólito. Foi observado, através

do DSC, uma redução na cristalinidade e aumento da Tg dos EPSs com o aumento da

concentração do nitrato de sódio (NaNO3), semelhante ao eletrólito (POE)n:NaPO3 estudado

por Bhide e Hariharan (2006). Os espectros de FTIR confirmaram a complexação do material.

As largas bandas vibracionais no PEO puro na região de 1150-1050 cm-1

foram atribuídas aos

modos de estiramento C-O-C simétrico e assimétrico. Após a complexação, a variação na

forma das bandas de absorção indicaram que os íons Na+ do NaNO3 são coordenados com o

oxigênio éter do POE. A impedância medida para o (POE)10:NaNO3 foi modelada a partir de

um circuito elétrico e, usando parâmetros elétricos deste, extraiu-se os valores de

condutividade iônica (σ) o que permitiu concluir que a adição do sal provoca um aumento na

condutividade iônica do eletrólito.

No estudo das propriedades do eletrólito (POE)n-KI-I2 (n = 5, 8, 10, 12, 20, 30, 40 e

50), semelhante aos EPSs já citados, foram observados nos difratogramas de raios X uma

redução na intensidade dos picos cristalinos com o aumento na concentração do sal iodeto de

potássio (KI). Para a razão óxido de etileno (do inglês OE) EO/KI = 12, os difratogramas com

e sem I2 foram quase idênticos, sugerindo que o I2 pode não estar fortemente envolvido na

formação do cristal. Para esta mesma razão, os picos praticamente desapareceram, ou seja, o

complexo mostrou-se completamente amorfo, sugerindo que KI e I2 impediram a cristalização

do POE. A diminuição da cristalinidade observada pode ser sugerida pela interação do K+ do

KI com o oxigênio éter do polímero, já que nenhuma modificação foi observada com variação

da concentração do I2 nos espectros de infravermelho obtidos. As curvas de DSC mostraram

que as Tg dos EPs diminuíram após adição do sal em relação ao POE puro, confirmando a

natureza amorfa dos eletrólitos (KALAIGNAN, KANG, M-. e KANG, Y., 2006).

As observações das propriedades do EPS (POE+NaClO3), feitas por Kumar et al.,

(2006) mostraram uma diminuição no grau de cristalinidade dos eletrólitos com o aumento da

concentração do sal. Isto foi observado através dos difratogramas de raios X. O gráfico do

logaritmo da condutividade em função do inverso da temperatura apresentou duas energias de

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Dissertação – PPGQ – UFRN 41

ativação que variaram, para as diferentes composições do eletrólito, de 0,10 a 0,24 eV para a

região abaixo da temperatura de fusão (Tf) do polímero e de 0,41 a 0,57 eV para a região

acima da Tf . Além disso, o aumento da temperatura provocou um aumento na condutividade

dos EPSs.

Os difratogramas de raios X para o EPS que tem o POE como polímero hospedeiro e o

bicarbonato de sódio (NaHCO3) como sal dopante confirmaram, assim como nos outros casos

já citados, uma redução no grau de cristalinidade com o aumento da concentração do sal.

Também foi observado a formação de novos picos de difração, correspondente a um

composto cristalino estável (Na:POE), visualizados entre 2 = 50 e 62º. A condutividade dos

EPSs, POE:NaHCO3, aumenta com o aumento da temperatura no intervalo estudado (303 –

368 K). O gráfico do logaritmo do produto da condutividade pela temperatura (σT) em função

do inverso da temperatura mostrou duas regiões distintas e, para cada uma delas, calculada

sua energia de ativação (E*) que variou de 0,19 a 0,34 eV para a região abaixo da Tf do

polímero e de 0,28 a 0,59 eV para a região acima da Tf (KUMAR et al., 2007).

Na investigação do eletrólito (POE)n:LiClO4, Choi e Kim (2004) observaram o

crescimento de esferulitos em função do tempo para n = 16. As imagens de microscopia

óptica mostraram o comportamento semicristalino do POE nos EPSs, sendo evidenciada a

formação de esferulitos. Observaram-se momentos de cristalização distintos. Primeiro, o

crescimento radial dos esferulitos é muito rápido (menor tempo), em seguida ocorre um lento

espessamento destas formações (maior tempo). As curvas de DSC mostraram uma redução no

grau de cristalinidade dos EPSs, que é mais significativa para maiores quantidades do sal, na

região de aquecimento abaixo da Tf do polímero. A condutividade iônica dos eletrólitos com o

sal LiClO4, sob condições isotérmicas por aproximadamente 10 horas, diminui rapidamente.

Entretanto, após esse intervalo de tempo, houve uma suave redução dessa propriedade, o que

pode ser relacionado com o crescimento rápido e, então, lento dos esferulitos observados por

microscopia óptica.

No estudo dos eletrólitos (POE)n:LiCF3SO3 e (POE)n:LiN(CF3SO2)2, Dygas et al.,

(2003) mostraram que é possível, através da espectroscopia de impedância eletroquímica

(EIE), fazer uma sondagem da homogeneidade de eletrólitos poliméricos. Além disso,

mostrou-se que a condutividade e a permissividade do POE e dos EPSs estudados são

dependentes da existência de regiões amorfas e cristalinas nas cadeias do polímero.

Usando dois diferentes solventes, acetonitrila (AN) e formiato de metila (FM), na

preparação dos eletrólitos POE:Sais de lítio (Li[(CF3SO2)2N], LiBF4 ou LiClO4), Volel,

Armand e Gorecki (2004) mostraram que o solvente influencia nas propriedades morfológicas

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Dissertação – PPGQ – UFRN 42

e de transporte dos EPs. A topografia dos EPSs, na razão 20:1, foi analisada por microscopia

de força atômica (do inglês AFM) e as micrografias apresentaram diferenças topográficas na

superfície dos EPs preparados com AN em relação àqueles com FM. As curvas de DSC, para

todas as razões POE:sais estudadas, mostraram que as temperaturas de transição vítrea,

cristalização e fusão se deslocam para valores maiores nos eletrólitos obtidos com AN em

comparação com seu homólogo com FM. Além disso, observou-se um evento de cristalização

para os filmes com FM, enquanto que nenhuma cristalização foi perceptível para seu

homólogo obtido com AN. Através dos valores de condutividade, calculados a partir dos

parâmetros extraídos dos gráficos de EIE, os filmes dos EPSs com o FM são menos

condutores em relação àqueles com o AN por um fator entre 1,1 e 1,7 para o

POE:Li[(CF3SO2)2N], 1,3 e 2,4 para o POE:LiClO4 e 1,1 e 2,5 para o POE: LiBF4, sendo este

efeito independente do processo ser com aquecimento ou resfriamento.

Mudando o cátion e o ânion, Stolwijk, et al., (2013) analisaram a dependência da

concentração dos sais na Tg dos eletrólitos POE-NaI e POE- Li[(CF3SO2)2N, nas razões

POE:sal iguais a 20, 60, 250 e 1000. As curvas de DSC mostraram que as Tg do POE-NaI

foram sempre maiores que a do POE- Li[(CF3SO2)2N para a mesma concentração de sal.

Sugeriu-se que o maior volume dos íons TFSI têm um efeito plastificante mais forte que os

íons iodetos, uma vez que desfavorece o empacotamento denso dos segmentos das cadeias

poliméricas. Ainda sobre estes eletrólitos, Stolwijk et al., (2012) observaram que as

difusividades dos ânions foram maiores que as dos cátions no intervalo de temperatura de 67 a

220 ºC. As variações de entalpia (∆Hp) e entropia (∆Sp) do par cátion-ânion são, geralmente,

positivas refletindo a forte ligação do cátion com as cadeias poliméricas e, em consequência,

conduzindo a restrições conformacionais significativas, fazendo com que .

Na caracterização do (POE)n:NaTFSI com n = 6, 8, 10, 12, 20 e 30, Moreno et al.,

(2014) observaram que as temperaturas de transição vítrea apresentaram uma tendência

irregular para diferentes razões EO:Na estudadas. Para os que apresentaram um aumento da

Tg foram observados, nas curvas de DSC, dois picos na região de fusão do polímero, o em

menor temperatura atribuído aos menores cristalitos e o em maior temperatura atribuído aos

maiores cristalitos em fusão. Os eletrólitos (POE)20:NaTFSI e (POE)12:NaTFSI apresentaram

valores de condutividade realmente relevantes, chegando a 1,1 mS cm-1

para n = 20 e 1,3 mS

cm-1

para o n = 12, ambos a 80 ºC.

No estudo do eletrólito POE/LiXF6 (X = P, As, Sb), Gadjourova et al., (2001)

determinaram que a condutividade deste eletrólito com alta cristalinidade (fase amorfa não foi

detectada) é quase uma ordem de grandeza maior que dos eletrólitos totalmente amorfos.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 43

Também, Gitelman et al., (2008), no estudo do EP POE/LiI, perceberam que a condutividade

iônica pode ser efetivamente reforçada devido à formação do arranjo mais ordenado das

cadeias moleculares. Ainda, de acordo com Wang e Lei (2012), nem sempre os eletrólitos

com maior cristalinidade e menor fase amorfa terão as menores condutividades iônicas.

2.6 TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO

2.6.1 Espectroscopia de Impedância (EI)

A espectroscopia de impedância é uma técnica de caracterização elétrica amplamente

empregada no estudo de materiais para extração de diversos parâmetros elétricos. Pode ser

utilizada para a análise de processos faradáicos e não faradáicos que envolvem: difusão,

cinética, dupla camada elétrica, corrosão entre vários outros, em materiais como filmes finos,

sólidos iônicos e eletrólitos sólidos. Esta consiste na aplicação de um potencial alternado,

Equação 2, entre dois eletrodos que estão ensanduichando o material em estudo e observar a

resposta resultante em forma de uma corrente alternada (AC), Equação 3,

em que representa o potencial aplicado, a amplitude do potencial aplicado, a

corrente resultante, amplitude de corrente resultante, a frequência angular definida como

, o tempo e o ângulo de fase ou simplesmente defasagem.

A análise da resposta permite extrair informações pertinentes ao próprio material

como a condutividade, por exemplo, ou pertinentes à interface eletrodo/material como, por

exemplo, capacitância da dupla camada elétrica. A interpretação dos dados obtidos pode ser

feita de diversas maneiras das quais as empregadas neste trabalho são através de circuitos

elétricos equivalentes e a correlação entre as propriedades do material e os espectros de

impedância em diferentes formatos.

A técnica baseia-se na medição da impedância. A impedância pode ser definida como

a ação conjunta das resistências oferecidas pelos resistores, capacitores e indutores à

passagem de uma corrente alternada. Assim, a impedância pode ser definida como uma

equação análoga a Lei de Ohm, conforme mostrado na Equação 4:

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Dissertação – PPGQ – UFRN 44

em que e representam, respectivamente, as componentes

real e imaginária da impedância e √ . As equações para as impedâncias para um

resistor, um capacitor e um indutor ideais são mostradas na Figura 11.

Figura 11 – Elementos de circuito e suas respectivas equações de impedância com j √ .

Fonte: Orazen e Tribollet, 2008 (Adaptada).

Em coordenadas polares, a impedância pode ser definida pela Equação 5,

| |

sendo | |o módulo da impedância, Equação 6, e a defasagem, Equação7.

| | √

(

)

O formato de Nyquist é um tipo de representação gráfica utilizado para análise dos

dados obtidos. Neste formato, os dados de impedância são representados em um plano de

impedância complexa em que cada ponto corresponde a uma dada frequência. Este é

representado como a impedância imaginária (Zj) em função da impedância real (Zr), Figura

12.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 45

Figura 12 – Representação dos dados de impedância no formato Nyquist para um circuito que tem um resistor

em série com uma associação de outro resistor e um capacitor.

é a resistência ôhmica; é a resistência de polarização; é frequência angular no máximo do

semicírculo.

Fonte: Bard e Faulkner, 2001 (Adaptada).

Adicionalmente ao formato Nyquist, o formato Bode pode, algumas vezes, promover

informações adicionais como, por exemplo, a melhor visualização da dependência com a

frequência. Este formato pode ser apresentado de duas maneiras: o módulo da impedância em

função da frequência ou o ângulo de fase em função da frequência, Figura 13.

Figura 13 – Representação dos dados de impedância no formato Bode para o mesmo circuito descrito na Figura

14.

Fonte: Damos, Mendes e Kubota, 2004 (Adaptada).

A análise dos dados de espectroscopia de impedância pode, ainda, ser feita através de

ajustes dos dados a modelos de circuitos elétricos equivalentes. Um modelo de circuito

Zj

Zr

| |

| |

| |

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Dissertação – PPGQ – UFRN 46

elétrico equivalente é uma combinação de resistências (R), capacitâncias (C) e indutâncias

(L), como também elementos eletroquímicos especializados como impedância de difusão (ZD)

ou elemento de fase constante (CPE), em série ou em paralelo. Os modelos podem ser

parcialmente ou completamente empíricos cada um representando um processo físico ou

químico que tem um comportamento de impedância característico. Mais de um circuito

elétrico equivalente pode ser posposto para o mesmo conjunto eletrólito/eletrodo, pois estes

podem oferecer respostas à frequência equivalente matematicamente. Assim, diferentes

modelos físicos podem ter a mesma resposta (ORAZEM e TRIBOLLET, 2008).

2.6.2 Espetroscopia de Absorção na Região do Infravermelho

A espectroscopia de infravermelho (IV) é uma técnica espectroscópica de análise

rápida e relativamente barata para determinação de grupos funcionais e elucidação de

estruturas. Esta técnica esta baseada nas vibrações dos átomos de uma molécula.

As análises desta técnica são realizadas através de um espectro de infravermelho e,

este, é geralmente obtido por passagem da radiação infravermelha através de uma amostra e,

assim, determinando qual a fração da radiação incidente é absorvida com uma energia

particular. A energia que aparece em qualquer pico no espectro de absorção corresponde à

frequência de vibração de uma parte de uma molécula da amostra. Uma molécula só pode

absorver esta radiação quando a radiação infravermelha de entrada corresponde à mesma

frequência de um dos modos fundamentais de vibração da molécula.

A análise dos espectros de IV com transformada de Fourier (do inglês FTIR) se baseia

na ideia da interferência da radiação entre dois feixes para produzir um interferograma. Este

último é um sinal produzido como uma função da mudança de comprimento da trajetória

entre os dois feixes. Os dois domínios de distância e frequência são interconvertíveis pelo

método matemático de transformação de Fourier. A radiação que emerge da fonte IV

atravessa um interferômetro e, então, chega à amostra antes de atingir o detector. Após a

amplificação do sinal, no qual as contribuições de altas frequências são eliminadas por um

filtro, os dados são convertidos para a forma digital por um conversor e, então, transferidos

para o computador para transformação de Fourier.

A espectroscopia de IV no modo de Reflexão Total Atenuada (do inglês ATR) utiliza

o fenômeno da reflexão interna total, Figura 14. Um feixe de radiação que incide no cristal irá

sofrer reflexão interna total se o ângulo de incidência na interface entre a amostra e o cristal é

maior do que o ângulo crítico que é uma função dos índices de refração das duas superfícies.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 47

A radiação atenuada resultante da incidência do feixe é medida e é representada graficamente

como uma função do comprimento de onda pelo espectrômetro dando origem à absorção

espectral característica da amostra.

Figura 14 – Esquema típico de uma cela de reflexão total atenuada.

Fonte: Stuart, 2004 (Adaptada).

Assim, a espectroscopia de infravermelho é um método popular para a identificação de

polímeros e pode ser utilizada para identificar a composição dos mesmos, monitorar os

processos de polimerização, assim como, caracterizar a estrutura de um polímero.

2.6.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Espectroscopia de Energia

Dispersiva (EDS)

A MEV pode promover informações sobre a superfície topográfica, estrutura

cristalina, composição química e comportamento elétrico de até 1 µm do material ou de uma

dada espécie, Figura 15. O princípio de um microscópio eletrônico de varredura consiste em

utilizar um feixe de elétrons incidentes de pequeno diâmetro para explorar a superfície da

amostra, ponto a ponto, por linhas sucessivas e transmitir o sinal do detector a uma tela

catódica cuja varredura está perfeitamente sincronizada com aquela do feixe incidente. Por

um sistema de bobinas de deflexão, o feixe pode ser guiado de modo a varrer a superfície da

amostra segundo uma malha retangular. O sinal de imagem resulta da interação do feixe

incidente com a superfície da amostra. O sinal recolhido pelo detector é utilizado para

modular o brilho do monitor, permitindo a observação.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 48

Figura 15 – Efeito da interação entre o feixe e a amostra. O resultado é a profundidade de onde são originados

os sinais, ou seja, o volume de interação. O volume desta interação pode ser descrito como tendo a forma de uma

pêra ou de uma gota.

Fonte: Dedavid, Gomes e Machado, 2007 (Adaptada).

A Figura 15 mostra que para os sinais provenientes da região mais superficial da

amostra a resolução é maior, uma vez que o sinal vem de uma área cuja seção transversal se

aproxima do diâmetro do feixe. Portanto, reduzindo o diâmetro do feixe eletrônico, o

resultado será um sinal de elétrons secundários com melhor resolução, considerando que

outros fatores como a relação sinal/ruído não sejam problemas.

A espectroscopia de energia dispersiva de raios X (do inglês EDS) é uma importante

técnica para a análise química de materiais orgânicos e inorgânicos. Através da identificação

dos raios-X emitidos pela amostra, quando da interação com o feixe eletrônico incidente, é

possível determinar a composição de regiões com até 1 μm de diâmetro. A interação inelástica

entre o feixe primário e os elétrons de camadas mais internas do átomo causa a ionização do

mesmo, o que irá resultar na formação da radiação característica do átomo. Além disso, é uma

técnica não destrutiva, podendo determinar quantidades de até 1 – 2 % dos elementos

presentes na amostra. Outra característica importante desta microanálise é a possibilidade de

se obter o mapa composicional da região em observação, permitindo que se correlacione a

metalografia eletrônica com informações microcomposicionais detalhadas.

A possibilidade de caracterização da microestrutura pode ser realizada em uma escala

de dimensões variando de alguns milímetros a frações nanométricas, o que permite a MEV ser

usada para estudar as superfícies dos materiais poliméricos tais como, plásticos, filmes,

membranas, fibras e compósitos.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 49

2.6.4 Difração de Raios X (DRX)

A difração de raios X (DRX) é um dos métodos mais efetivos para determinação da

estrutura cristalina de materiais. Este método de análise é baseado na Lei de Bragg, Equação

8, uma lei que está relacionada ao espalhamento de feixes pelos átomos de um cristal através

de efeitos de difração resultantes desta interação, conforme mostrado na Equação 8.

Na Equação 8 é um número inteiro, é o comprimento de onda da radiação

incidente, a distância interplanar e o o ângulo de incidência em relação ao plano

cristalográfico considerado. Existe uma relação inversa entre o ângulo de Bragg ( ) e o

espaçamento entre os planos refletores, isto significa que um maior espaçamento entre as

unidades de repetição em um cristal, resulta em menores ângulos de difração.

Desta maneira, o DRX consiste na detecção da radiação refletida pelos planos

cristalográficos no material após a incidência de raios X sobre o mesmo, Figura 16, sendo

muito importante na caracterização de polímeros semicristalinos, como é o caso do polímero

utilizado neste trabalho (POE).

Figura 16 – Esquema mostrando a difração de Bragg sobre os planos cristalinos.

Fonte: Leng, 2008 (Adaptada).

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Dissertação – PPGQ – UFRN 50

2.6.5 Análise Termogravimétrica/Termogravimétrica Derivada (TG/DTG) e

Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

No campo de materiais poliméricos as técnicas de análise térmica (AT), com atenção

especial a TG/DTG e DSC, são utilizadas em vários tipos de estudos para avaliação de

fenômenos físicos e químicos como estabilidade térmica relativa, determinação de carga

inorgânica e parâmetros cinéticos e termodinâmicos, por exemplo.

A termogravimetria (TG) é uma técnica de AT em que a variação de massa da

amostra, que pode ser por perda ou ganho de massa, é determinada em função da temperatura

e/ou tempo, enquanto a amostra é submetida a uma programação controlada de temperatura.

A análise por TG pode ser feita de maneira isotérmica, quasi-isotérmica ou dinâmica. A

análise de TG dinâmica foi realizada neste trabalho, assim será dado um enfoque a este modo.

Na TG dinâmica, Figura 17, são registradas curvas de massa da amostra (m) em função da

temperatura (T) ou do tempo (t), como apresentado na Equação 9.

Figura 17 – Representação de uma curva TG dinâmica para um processo de decomposição térmica em uma

etapa.

Fonte: Canevarolo, 2007.

A Figura 17 ilustra uma curva TG para um processo de decomposição térmica que

acontece em apenas uma única etapa, como por exemplo, para a reação a seguir:

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Dissertação – PPGQ – UFRN 51

Nesta curva, X é a substância termicamente estável entre os pontos a e b. No ponto b,

que corresponde a Ti, inicia-se a decomposição da substância e é nesta temperatura que o

componente volátil Z é liberado. A temperatura final (Tf) representa a temperatura em que há

o encerramento da etapa de decomposição e a completa formação da substância Y. A

temperatura onset (Tonset) representa o início extrapolado do evento térmico e a temperatura

endset (Tendset) corresponde ao final do evento térmico extrapolado.

A termogravimétrica derivada (DTG), nada mais é do que a derivada primeira da

variação de massa em relação à temperatura ou tempo, que é registrada em função da

temperatura ou do tempo, conforme as Equações 10 e 11.

As curvas DTG apresentam algumas vantagens às curvas TG. Elas indicam com

exatidão, as temperaturas correspondentes ao início e ao instante em que a velocidade de

reação é máxima (Tpico); os picos agudos permitem distinguir claramente uma sucessão de

eventos que muitas vezes não podem ser claramente distinguidos nas curvas TG. As áreas dos

picos nas curvas DTG são proporcionais à perda ou ganho de massa, o que permite

determinações quantitativas. A Figura 18 apresenta a curva DTG típica da reação

anteriormente citada. Nela podemos observar alguns dos mesmos parâmetros observados na

curva TG. Os patamares inicial e final são zero, porque representam a derivada da perda de

massa, quando esta é constante e a temperatura do pico (Tpico) que representa a temperatura

em que ocorre a velocidade máxima de perda de massa associada ao processo.

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Figura 18 – Representação de uma curva DTG dinâmica para um processo de decomposição térmica em uma

etapa.

Fonte: Canevarolo, 2007.

É importante destacar que uma curva DTG não contém mais informações do que uma

curva TG integral, obtidas sob as mesmas condições experimentais, apenas é uma aplicação

matemática que oferece algumas vantagens na análise dos dados obtidos.

A técnica TG/DTG permite uma vasta aplicação em materiais poliméricos. Entretanto,

só é eficiente e permite extração de resultados se os processos analisados ocorrem com perda

ou ganho de massa. Fenômenos como fusão e cristalização, por exemplo, não ocorrem com

variação na massa e, portanto, não são detectados nas curvas TG/DTG. Assim, faz-se

necessário a utilização de técnicas térmicas complementares que possam examinar processos

que ocorram com variação de energia, para que possa ser complementado e ampliado os

resultados obtidos por TG/DTG. Uma destas técnicas é a calorimetria exploratória diferencial

(do inglês DSC). Esta pode ser definida como uma técnica que mede as temperaturas e o fluxo

de calor associado com as transições dos materiais em função da temperatura ou do tempo.

A DSC é muito utilizada na determinação da transição vítrea de polímeros, na

determinação do grau de cristalinidade, na determinação da capacidade calorífica, na

construção de diagramas de fase, por exemplo. Na Figura 19, são apresentados alguns

fenômenos observados nas curvas DSC e como estes são identificados.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 53

Figura 19 – Alguns fenômenos que ocorrem com variação de energia em polímeros observados em curvas de

DSC. Os picos para cima são endotérmicos e os para baixo exotérmicos.

Fonte: Stolwijk et al., 2013.

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CAPÍTULO 3 - PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Neste capítulo serão apresentadas as substâncias utilizadas na

realização do trabalho. Assim como, a descrição do

procedimento experimental utilizado para obtenção e

caracterização do novo eletrólito polimérico sólido em forma de

filme autossustentável.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 55

3.1 MATERIAL

Tabela 1 – Substâncias utilizadas na obtenção dos filmes do EPS.

SUBSTÂNCIAS PROCEDÊNCIA PUREZA/% Mw/g mol-1

Poli(óxido de etileno) - POE Sigma Aldrich -* 5,0x10

6

Tungstato de sódio diidratado –

Na2WO4.2H2O

Fluka 99,0 327,8

*Dado não fornecido.

Fonte: Autoria própria.

3.2 METODOLOGIA

3.2.1 Preparação das Soluções Poliméricas

Realizaram-se duas pesagens (balança modelo AS 210 da Scientech) uma de 5,0040 g

e outra de 5,0073 g do POE (ALDRICH®), como adquirido, para preparo de cada uma das

duas soluções do polímero. Cada massa foi dissolvida em 500 mL de água ultra pura, sob

agitação magnética (agitador modelo 752A da Fisatom), por aproximadamente 120 horas, até

a completa dissolução do polímero no solvente. Obtendo, assim, soluções com concentração

molar de 2,0x10-6

mol L-1

, identificadas como S0.

3.2.2 Preparação das Soluções do Sal

Para preparação de duas soluções de tungstato de sódio, com diferentes concentrações

molares, pesaram-se (balança modelo AS 210 da Scientech) 0,1046 g e 0,1389 g do sal

(FLUKA®

), como adquirido, e cada massa foi dissolvida em 10 mL de água ultra pura, sob

agitação magnética (agitador modelo 752A da Fisatom), por aproximadamente 24 horas,

obtendo soluções com concentrações molares de 0,03 mol L-1

e 0,04 mol L-1

, respectivamente,

identificadas como S1 e S2, como visto na Figura 20.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 56

Figura 20 – Soluções do sal utilizadas nas sínteses dos filmes autossustentáveis.

Fonte: Autoria própria.

3.2.3 Preparação das Misturas das Soluções e Obtenção dos Eletrólitos Poliméricos

Sólidos na Forma de Filmes Autossustentáveis

A partir da solução polimérica obtida, utilizaram-se alíquotas de volume fixo de 80

mL desta, que foram misturadas com diferentes volumes da solução do sal nas diferentes

concentrações, como apresentado na Tabela 2.

Tabela 2 – Soluções obtidas a partir da mistura da solução do polímero com as diferentes soluções do sal.

VPOE (mL) VTS mT.S (mg)/VPOE (mL) Solução

0 0/80 f0

80

20 µL da S1 0,20/80 f1

20 µL da S2 0,26/80 f2

30 µL da S1 0,30/80 f3

30 µL da S2 0,40/80 f4

50 µL da S1 0,50/80 f5

0,1 mL da S2 1,31/80 f6

VPOE = volume fixo do POE; VTS= volume do tungstato de sódio; mTS= massa do tungstato de sódio.

Fonte: Autoria própria.

As soluções obtidas foram transferidas para béqueres que ficaram sob agitação

magnética (agitador modelo 752A da Fisatom), por aproximadamente 48 horas, até completa

homogeneização. Após o término da agitação, tanto as soluções polímero-sal obtidas, como a

solução do polímero puro, foram transferidas para recipientes apropriados constituídos de

policarbonato e de diâmetro de 12,5 cm, uma vez que este não adere o filme em estudo, e

deixadas em local reservado, à temperatura ambiente, para evaporação lenta do solvente por

aproximadamente 25 dias, e, então, formação dos filmes autossustentáveis, como mostra a

S1

0,1046 g do Na2WO4.2H2O

10 mL H2O

S2

0,1389 g do Na2WO4.2H2O

10 mL H2O

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Dissertação – PPGQ – UFRN 57

Figura 21. Os filmes obtidos foram, então, envoltos por filmes de PVC e papel alumínio, a

fim de evitar a exposição à luz, e armazenados para subsequente uso.

Figura 21 – Esquema representativo da síntese e obtenção dos filmes autossustentáveis.

Fonte: Autoria própria.

Figura 22 – Um dos filmes autossustentáveis obtidos.

Fonte: Autoria própria.

3.2.4 Espectroscopia de Impedância (EI)

As medidas elétricas dos filmes autossustentáveis foram realizadas, à temperatura

ambiente, através da Espectroscopia de Impedância utilizando-se um Potenciostato modelo

PGSTAT30 AUTOLAB acoplado a uma interface AUTOLAB USB INTERFACE – ECO

POE Na2WO

4.2H

2O

Agitação Magnética

48 h

Soluções Poliméricas

Evaporação lenta do

solvente à T ≅ 28 ºC

Filmes

0,00/80 - F0

0,20/80 - F1

0,26/80 - F2

0,30/80 - F3

0,40/80 - F4

0,50/80 - F5

1,31/80 - F6

mTS (mg)/ VPOE (mL)

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Dissertação – PPGQ – UFRN 58

CHEMIE. Aplicou-se uma diferença de potencial de 0,1V de amplitude, em uma faixa de

frequências de 1Hz – 1MHz. As medidas foram realizadas em triplicata, a fim de utilizar o

valor médio para análise dos resultados. Para aplicação do potencial e posterior análise, os

filmes foram colocados entre eletrodos de placas paralelas, como mostrado na Figura 23, com

área geométrica de 2,54 cm2.

Figura 23 – Modelo da cela utilizada para as medidas elétricas.

Fonte: Rajendra, Roy e Parveen, 2013 (Adaptada).

Para o cálculo da condutividade iônica foram utilizados os resultados dos espectros de

impedância e a espessura dos filmes autossustentáveis, Tabela 3. Para a medida da espessura

foi usado um micrômetro Mitutoyo, série 979 e as medidas realizadas em diversas regiões do

filme, das quais se utilizou a média das espessuras medidas.

Tabela 3 – Espessura dos filmes poliméricos autossustentáveis.

Filmes l (mm)

F0 0,0633 ± 0,0058

F1 0,0500 ± 0

F2 0,1740 ± 0,0532

F3 0,0620 ± 0,0084

F4 0,0500 ± 0,0100

F5 0,0600 ± 0,0224

F6 0,0360 ± 0,0084 l = espessura dos filmes poliméricos.

Fonte: Autoria própria.

3.2.5 Espectroscopia de Absorção na Região do Infravermelho

Os espectros de infravermelho de todos os filmes estudados foram obtidos usando um

espectrofotômetro de infravermelho com transformada de Fourier com especificação

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Dissertação – PPGQ – UFRN 59

Spectrum 65 FT-IR Spectrometer Perkin Elmer acoplado a um Universal ATR sampling

Acessory da Perkin Elmer. As bandas de transmitância foram registradas na faixa espectral de

650 a 4000 cm-1

com 12 varreduras para cada amostra e uma resolução de 4 cm-1

com o

intuito de caracterizar quimicamente os filmes.

3.2.6 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Espectroscopia de Energia

Dispersiva de Raios X (EDS)

Para obtenção das micrografias dos filmes autossustentáveis, assim como informações

a respeito da composição química em determinadas regiões, os filmes foram fixados em um

porta-amostra metálico revestido com uma fita de carbono condutora. As micrografias e os

espectros de composição em determinadas áreas foram obtidos através de um microscópio de

mesa, da HITACHI, modelo TM3000, utilizando detector de elétrons retroespalhados com

aceleração do feixe de 5 kV e 15 kV.

3.2.7 Difração de Raios X (DRX)

A difração de raios X foi utilizada para análise da cristalinidade dos filmes nas

diferentes composições. Os difratogramas analisados foram obtidos usando o equipamento

Shimadzu modelo XRD 7000, com radiação CuK, tensão: 40 kV, corrente: 30 mA, ângulo

de incidência: θ - 2θ, ângulo de varredura: 5 a 120º e passo do ângulo: 0,02 graus em uma

velocidade de varredura de 1º min-1

.

3.2.8 Análise Termogravimétrica e Termogravimétrica Derivada (TG/DTG) e

Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

As curvas TG e DSC para os filmes poliméricos autossustentáveis foram obtidas no

modo dinâmico através de um SDTQ600 da TA Instruments com simulação dos dados de

DSC. Foi utilizada atmosfera de nitrogênio com fluxo de 50 mL min-1

. O cadinho utilizado foi

de platina e a razão de aquecimento de 20 ºC min-1

foi adotada, com amostras pesando entre

4,200 e 4,764 mg na faixa de temperatura que foi de 25 até 900 ºC.

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CAPÍTULO 4

Neste capítulo, serão mostrados os resultados obtidos na

caracterização do material proposto, assim como a discussão a

respeito das propriedades obtidas e observadas através das

técnicas utilizadas.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 61

4.1 DIFRAÇÃO DE RAIOS X

Observou-se no difratograma de raios X para o filme do POE puro, F0, apresentado na

Figura 24, o comportamento semicristalino do polímero através dos dois picos bem

acentuados e de alta intensidade em torno de 18,5 e 22,9º (KAMATH e DEVENDRAPPA,

2015; PUTHIRATH et al., 2015), com o pico em 18,5º atribuído ao plano cristalográfico

(120) da cela unitária monoclínica do polímero (POLU (a), RHEE e KIM, 2015), enquanto o

pico em 22,9º é atribuído ao conjunto de planos (112), (032), (004) e (132) (CHU et al., 2014;

KHAN et al., 2014; CHOUDHARY e SENGWA, 2015). Este comportamento semicristalino

do POE, visualizado através dos picos de difração, é resultado da ordenação das principais

cadeias do poliéter, devido a forte interação intermolecular do tipo de van der Waals entre as

cadeias do polímero (POLU (a), RHEE e KIM, 2015).

Figura 24 – Difratograma de raios X para o filme do POE puro, F0, com a indicação dos dois picos principais,

característicos da semicristalinidade do polímero, e seus planos cristalográficos correspondentes.

Fonte: Autoria própria.

Um alo amorfo na faixa de dois teta entre 25 e 35º também foi visualizado. Este,

provavelmente, deve ser atribuído à pequena fração amorfa do polímero, já que este é

semicristalino e a completa transformação para o estado cristalino é impossível porque,

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Dissertação – PPGQ – UFRN 62

normalmente, apenas uma parte da molécula adota a conformação ordenada necessária

(CANEVAROLO, 2006).

Os difratogramas para todos os filmes autossustentáveis sintetizados são apresentados

na Figura 25. Através desta figura é possível observar que não houve deslocamento dos picos

característicos do POE, assim como, não houve o surgimento de novos picos, com exceção do

filme F5, após a adição do sal tungstato de sódio quando comparado ao filme do POE puro.

Figura 25 – Difratogramas de raios X para todos os filmes autossustentáveis.

Fonte: Autoria própria.

A ausência dos picos de difração, característico do sal, nos filmes F1, F2, F3, F4 e F6

pode ser decorrente da grande dispersão do sal nas cadeias do polímero devido às pequenas

quantidades de tungstato de sódio utilizadas em relação à quantidade do POE nos filmes. No

filme F5 o pico em torno de 18,5° sofre uma divisão, ou seja, a presença de um novo pico. Na

verdade, este duplo pico (18,44 e 19,31º) está associado à detecção do plano cristalográfico

(121) (DA SILVA, 2014) do tungstato de sódio diidratado (18,55º), Figura 26, pelos raios X

incidentes.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 63

Figura 26 – Difratograma de raios X do Na2WO4.2H2O.

Fonte: Autoria própria.

Por meio dos difratogramas para os filmes autossustentáveis, na presença do tungstato

de sódio, Figura 25, é possível observar uma redução na intensidade dos picos em 18,5 e

22,9º. Esta redução sugere uma diminuição do grau de cristalinidade do POE após a adição do

sal, ou seja, aumento das regiões amorfas, sugerindo que os íons do sal se posicionam entre as

cadeias do POE deformando os arranjos bem ordenados das cadeias diminuindo, assim, a

cristalinidade do filme. Este efeito pode ser visualizado na Figura 27. A redução na

intensidade destes picos correspondentes também foi observada no estudo de outros

eletrólitos que possuem o POE como polímero hospedeiro (DEY et al., 2011; RAJENDRA,

ROY e PARVEEN, 2013; SREEKANTH, 2013; NI’MAN et al., 2015).

Figura 27 – (a) Ordenamento das cadeias do POE com regiões cristalinas (em vermelho) e amorfas (demais

regiões); (b) os íons do tungstato de sódio se posicionam entre as cadeias do POE.

Fonte: Autoria própria.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 64

Este aumento da amorficidade pode resultar em um aumento do movimento segmentar

das cadeias poliméricas resultando em um aumento da mobilidade iônica, ou seja, da

mobilidade dos íons sódio e tungstato entre as cadeias do POE e, consequentemente, aumento

na condutividade iônica do filme (NI’MAN et al., 2015).

Na Figura 25 é possível observar que não há uma linearidade no decréscimo no grau

de cristalinidade à medida que a quantidade de tungstato de sódio é aumentada na matriz

polimérica. Este comportamento pode estar relacionado a características microestruturais do

filme, assim como, à dispersão do sal entre as cadeias do POE. Provavelmente os filmes com

maior dispersão do tungstato de sódio na matriz polimérica apresentarão menor grau de

cristalinidade, devido a um desordenamento das cadeias do POE no filme.

Ainda da Figura 25, observa-se que para o filme com a maior quantidade do tungstato

de sódio há um alargamento dos picos de difração decorrente do aumento da fração amorfa.

Isto pode estar relacionado ao tamanho dos esferulitos, que são formados por cristalitos.

Segundo Leng (2008), a largura do pico pode resultar do efeito do tamanho dos cristalitos.

Pequenos cristalitos promovem um alargamento do pico devido à incompleta interferência

destrutiva. Assim, a largura do pico está inversamente relacionada ao tamanho do cristalito e

o filme F6 apresenta os menores cristalitos.

4.2 ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NA REGIÃO DO INFRAVERMELHO

A análise dos espectros de infravermelho permitiram a caracterização química entre o

polímero hospedeiro, POE, e o sal, Na2WO4.2H2O para todas as composições estudadas. A

Figura 28 mostra o espectro de infravermelho, no modo de ATR, do filme autossustentável do

POE puro, filme F0.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 65

Figura 28 – Espectro de infravermelho, no modo de reflexão total atenuada, do filme do POE puro, F0.

Fonte: Autoria própria.

No espectro, Figura 28, as três bandas em 961, 947 e 841 cm-1

evidenciam as

deformações angulares assimétricas no plano (balanço, “rocking”) em uma conformação

gauche (KAMATH e DEVENDRAPPA, 2015). Segundo Zheng e Xu (2010), estas bandas

aliadas à ausência de uma banda próxima a 1320 cm-1

, atribuída a vibração de estiramento dos

grupos etileno na conformação trans, concordam com uma estrutural helicoidal para o POE.

As atribuições destas bandas, assim como, a classificação dos diferentes tipos de vibrações de

estiramento e dobramento são apresentadas na Tabela 4. As três bandas em 1145, 1095 e 1060

cm-1

, com 1095 sendo a mais intensa, são atribuídas a vibração de estiramento C – O – C

(KUMAR et al., 2007; KETABI e LIAN, 2012) que caracterizam a semicristalinidade do POE

(CUI et al., 2012; GONDALIYA et al., 2012; MALIK et al., 2012). Esta cristalinidade

observada está em concordância com os resultados observados nos difratogramas de raios X

através dos picos bem definidos.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 66

Tabela 4 – Posições e atribuições das bandas para o filme autossustentável do POE puro ( : estiramento; :

bending; : wagging; : twisting; : rocking). Os subscritos e denotam, respectivamente, os estiramentos

assimétricos e simétricos.

Número de Onda

(cm-1

)

Número de Onda

na(s) referência(s)

(cm-1

)

Atribuição

Referência

2946, 2882 2940-2840 (CH2), (CH2) a

1467, 1455 1465, 1450 (CH2) b

1360, 1341 1362, 1342; 1355,

1345; 1360, 1341;

1358, 1342

(CH2) a, b, c e d

1279, 1241 1282, 1242; 1275,

1231; 1279, 1241

(CH2) a, b e c

1145, 1095,1060 1173, 1098, 1073;

1145, 1095, 1059;

1058, 1100, 1144

(COC)

b, c e d

961, 947, 841 962, 945; 960, 944;

840; 841

(CH2) a, c e d

a: (SHEN et al., 2002); b: (CUI et al., 2012); c: (GONDALIYA et al., 2012); d: (KETABI E LIAN, 2012).

Fonte: Autoria própria.

Na Figura 29 são mostrados os espectros para todos os filmes autossustentáveis

obtidos (F0, F1, F2, F3, F4, F5 e F6). Através destes, verifica-se que as mesmas bandas

observadas no filme do polímero puro são, também, visualizadas nos filmes com a presença

do tungstato de sódio e a não formação de novas bandas sugerem que os íons sódio e

tungstato estão interagindo com as cadeias do POE por meio de interações físicas, como

sugerido na Figura 27.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 67

Figura 29 – (a) Espectros de infravermelho, no modo de reflexão total atenuada, de todos os filmes

autossustentáveis; (b) Ampliação do espectro na faixa de 1550 a 750 cm-1

.

Fonte: Autoria própria.

Segundo Zhang et al., (2003), a posição das bandas de estiramento C – O – C (1145,

1095, 1060 cm-1

) sofrem mudanças quando ocorre a formação de um complexo devido à

interação entre o cátion de um metal alcalino e o oxigênio éter do POE. Assim, diferente do

que foi observado por Anantha e Hariharan (2005), Bhide e Hariharan (2006) e Kumar et al.,

(2007), que utilizando sais de sódio, observaram a complexação do cátion Na+ com o

oxigênio éter do POE, a não deslocalização da banda tripla, característica do estiramento C –

O – C, descarta a possibilidade da complexação do íon sódio com o oxigênio éter do POE,

(b)

(a)

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Dissertação – PPGQ – UFRN 68

evidenciando que as interações entre os íons sódio, assim como as dos íons tungstato, e as

cadeias poliméricas são puramente físicas e, portanto, de natureza puramente eletrostática.

4.3 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA E ESPECTROSCOPIA DE

ENERGIA DISPERSIVA DE RAIOS X

A Figura 30 mostra as micrografias dos filmes poliméricos autossustentáveis: POE

puro (F0) e POE modificado com tungstato de sódio em diferentes massas (F1, F2, F3, F4, F5

e F6) com a mesma ampliação de 200x, com exceção da Figura 30(b) que é uma ampliação

em 1500x da região em destaque da Figura 30(a).

Figura 30 – Micrografias obtidas por MEV dos filmes poliméricos autossustentáveis: (a) F0; (b) Ampliação em

uma região de tensionamento do filme F0; (c) F1; (d) F2; (e) F3; (f) F4; (g) F5; (h) F6.

(a) Filme F0.

(b) Região tensionada no filme F0.

(c) Filme F1

(d) Filme F2

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Dissertação – PPGQ – UFRN 69

(e) Filme F3

(f) Filme F4

(g) Filme F5

(h) Filme F6

Fonte: Autoria própria.

Observou-se em todas as micrografias a formação de esferulitos, formações cristalinas

características do POE (JOHNSON et al., 2007), em concordância com dados encontrados na

literatura para outros eletrólitos com diferentes sais (KIM, LEE e CHOI, 2000; CHOI e KIM,

2004; BHIDE e HARIHARAN, 2006; MARZANTOWICZ et al., 2006; SUN et al., 2013).

Na Figura 30(a), esses arranjos fibrilares tendendo a um centro comum são

distribuídos de maneira uniforme em todo o filme e intercalados por regiões tensionadas. A

não formação de esferulitos com formato esférico deve-se ao impedimento espacial mútuo

que os esferulitos vizinhos exercem entre si, impedindo o crescimento do esferulito em todas

as direções formando poliedros (CANEVAROLO, 2007), Figura 31.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 70

Figura 31 – Esferulitos formados por um arranjo radialmente simétrico de cristalitos com aparência fibrosa.

Diferentes tamanhos e graus dos cristalitos envoltos por região amorfa preenchem o esferulito.

Fonte: Silvio, 2005.

A presença dessas regiões tensionadas também foi observada por Sun et at., (2013) no

estudo do eletrólito POE/MX (com M = Li, Na; X = TFSI, ). O tensionamento destas

regiões dão características viscoelásticas ao filme do POE puro. Estas regiões, que são

formadas fora das cadeias poliméricas por conformações estendidas e que são características

de polímeros com alta massa molecular, podem ser formadas por ligações interlamelares na

forma de “pacotes” de macromoléculas, entrelaçados de cadeias ou até mesmo formações

fibrilares cristalizadas. Além disso, tais ligações são formadas se várias macromoléculas

começam a cristalizar simultaneamente a partir de extremidades distintas de diferentes

esferulitos (TAGER, 1978), como visualizado na Figura 30(b), que mostra uma ampliação em

uma destas regiões tensionadas entre diferentes esferulitos. Ainda, segundo Tager (1978), este

aspecto é possível devido a uma correlação muito fraca (interações inter cadeias fracas) dos

movimentos dos segmentos das cadeias que estão muito distantes.

Entre as regiões tensionadas pode-se, ainda, observar a formação de pequenos poros

de diâmetro variável. A presença destes ocorre tanto nos filmes com as regiões tensionadas

quanto naqueles com a ausência destas regiões. Com o aumento da quantidade do tungstato de

sódio, os poros observados no filme do POE puro aparecem em maior quantidade e, sempre,

posicionados na interface entre os esferulitos. Provavelmente, a formação destes poros

ocorreu devido à separação de fases durante a evaporação do solvente e subsequente

nucleação e formação dos esferulitos.

Mudanças na morfologia dos filmes foram observadas à medida que se adicionou o

tungstato de sódio. No filme F1, Figura 30(c), observa-se a ausência de esferulitos e uma

morfologia diferente em relação aos demais filmes. Esta ausência sugere uma redução na

cristalinidade com, em contrapartida, um aumento das regiões amorfas. Este efeito,

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Dissertação – PPGQ – UFRN 71

provavelmente, foi causado pela dispersão não uniforme do tungstato de sódio neste filme,

uma vez que há um grande número de regiões brancas que, através de uma análise pontual em

uma destas regiões usando EDS, Figura 32, verificou-se a presença do sal, Tabela 5.

Figura 32 – Quantificação do sal no filme F1 obtido da análise de EDS com um campo de 15 kV. A região onde

foi realizada a análise é mostrada em destaque.

Fonte: Autoria própria.

Tabela 5 – Valores em percentagem: em massa, densidade e atômica para o sódio (Na) e o tungstênio (W)

Elemento (%) massa (%) densidade (%) atômica

Sódio 0,43 0,05 0,42

Tugstênio 39,66 0,35 4,95

Fonte: Autoria própria.

Quando aumentou-se a quantidade, em massa, do tungstato de sódio nos filmes (F2,

F3, F4, F5 e F6), houve uma diminuição das regiões tensionadas, assim como uma melhora da

uniformidade na morfologia dos filmes. A diminuição de regiões tensionadas pode ser

resultado das interações físicas entre as cadeias poliméricas do POE e o sal adicionado, o que,

possivelmente, aumentou a viscoelasticidade dos filmes de forma que os íons do sal podem

estar envoltos pelas cadeias do POE. As interações de natureza física, de acordo com os dados

de FTIR-ATR, sugerem que estas interações impedem o tensionamento das cadeias fazendo

com que, nas regiões em que existiam as ligações interlamelares polímero-polímero ou

ausência destas, agora existam cadeias do POE envolvendo os íons do sal.

A presença de regiões brancas foi observada, também, nos demais filmes

autossustentáveis. De forma que, para todos os filmes, foram realizadas análises de EDS em

regiões de 161,7 m de comprimento a fim de analisar a presença do sal e como este está

distribuído na região. Na Figura 33 é apresentado um gráfico com a razão entre as

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Dissertação – PPGQ – UFRN 72

quantidades entre o tungstênio e o sódio, obtidos pelo EDS, em função da quantidade de sal

adicionada nos filmes.

Figura 33 – Percentual em massa e percentual atômico do tungstênio em relação ao sódio nos filmes

autossustentáveis poliméricos na presença do tungstato de sódio.

W/Na = razão entre tungstênio e sódio; mT.S = massa do tungstato de sódio.

Fonte: Autoria própria.

O filme F1 apresentou as mais elevadas razões W/Na corroborando com o observado

na análise pontual (EDS). Nota-se, através das micrografias, que a ausência de regiões

brancas no filme F4 sugere, quando comparado aos demais filmes, a melhor distribuição do

sal no mesmo e, portanto, as menores razões W/Na. Através dessa figura é possível ainda

observar que os filmes com maior dispersão do tungstato de sódio na matriz polimérica

apresentaram, em geral, menor grau de cristalinidade, como discutido nos dados de difração

de raios X.

O diâmetro médio dos esferulitos, que são aproximadamente circulares, quando

estimado variou para os diferentes filmes obtidos, Figura 34. O valor do diâmetro médio

destas formações, medidas tanto para o POE puro como para o EPS em estudo, estão em

concordância com os valores obtidos por Pawłowska et al., (2007). Segundo Johnson et al.,

(2007), o diâmetro dos esferulitos pode variar dependendo das condições sob as quais os

filmes são formados, assim como sua morfologia pode ser correlacionada com as espécies

adicionadas, no presente estudo, os íons sódio e tungstato.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 73

Figura 34 – Histogramas com a distribuição do tamanho dos esferulitos.

= diâmetro médio dos esferulitos; desferulito = diâmetro do esferulito; = desvio padrão associado ao .

Fonte: Autoria própria.

É observado na Figura 34 que, em média, o diâmetro desses esferulitos varia e diminui

quando na presença do sal em relação ao filme do polímero puro. Tal redução, devido à

adição do sal quando comparado ao POE puro, foi observada, também, por Zhang et al.,

0

10

20

30

Fre

qu

ênci

a (

%)

desferulíto (m)

= 226,76

= 48,97

F0

0

10

20

30

40

50

Fre

qu

ênci

a (

%)

desferulíto (m)

= 115,04

= 27,08

F2

0

10

20

30

40

50

Fre

qu

ênci

a (

%)

desferulíto (m)

= 139,90

= 43,18

F3

010203040506070

Fre

qu

ênci

a (

%)

desferulíto (m)

= 116,64

= 46,71

F4

0

10

20

30

40

50

Fre

qu

ênci

a (

%)

desferulíto (m)

= 124,11

= 24,39

F5

0

10

20

30

40

Fre

qu

ênci

a (

%)

desferulíto (m)

= 97,55

= 27,62

F6

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Dissertação – PPGQ – UFRN 74

(2012). Este efeito sugere um aumento de regiões amorfas no filme, ou seja, diminuição na

cristalinidade, uma vez que as formações esferulíticas são de natureza cristalina.

Como diferentes tipos de esferulitos são formados, Figura 30, observa-se uma

diferença morfológica entre os esferulitos no filme F0 e os demais filmes. Isto sugere que os

esferulitos nos filmes apresentam-se em dois tipos: os característicos do próprio POE e os

formados da interação entre o tungstato de sódio e o POE. Em consequência, há diferentes

tipos de esferulitos com diferentes diâmetros e, portanto, desvios padrões altos e variados.

Ainda assim, através das micrografias, é possível observar a redução, em média, do diâmetro

dos esferulitos nos filmes em relação ao filme F0. No estudo morfológico dos eletrólitos

POE:LiTFSI, (MARZANTOWICZ et al., 2006) e POE:LiClO4 (ZHANG et al., 2012), os

autores também identificaram dois tipos de esferulitos, os típicos do POE puro, assim como,

os típicos dos complexo polímero:sal.

Nas micrografias dos filmes contendo o tungstato de sódio, Figuras 30 (c) (d) (e) (f)

(g) e (h) verifica-se que as fronteiras entre os esferulitos vão tornando-se, em geral, menos

tensionadas e mais compactadas, sugerindo uma “interação” mais efetiva entre os diferentes

esferulitos quando comparadas a Figura 30(a). Segundo Johnson et al., (2007), filmes

poliméricos formados pelo POE contendo sais inorgânicos apresentam esferulitos de

morfologia mais compacta e as fronteiras entre estes são mais suaves, enquanto que os

esferulitos do POE puro tem estruturas mais bem definidas (JOHNSON et al., 2007).

A estrutura e as características de esferulitos de complexos que têm o POE como

polímero hospedeiro e sais inorgânicos são dependentes de diversos fatores (JOHNSON et al.,

2007). O aumento das regiões amorfas, que servem de reservatório para o sal

(MARZANTOWICZ et al., 2006), foi devido à adição do tungstato de sódio ao polímero,

favorecendo a mobilidade dos íons nas cadeias poliméricas e em conjunto com o movimento

segmental das cadeias do polímero devem provocar um aumento da condutividade iônica.

4.4 ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA/TERMOGRAVIMÉTRICA DERIVADA E

CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL

4.4.1 Termogravimetria/Termogravimetria Derivada

As curvas TG e DTG foram utilizadas para analisar a estabilidade térmica dos filmes

poliméricos autossustentáveis. Para aplicação desses em dispositivos eletroquímicos precisa-

se de uma estabilidade térmica alta, por outro lado, alguns dispositivos podem necessitar que

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Dissertação – PPGQ – UFRN 75

o material empregado decomponha em uma menor temperatura. Assim, esta propriedade pode

limitar ou permitir a aplicação do material. Na Figura 35 são apresentadas as curvas

termogravimétricas, assim como, as curvas resultantes da primeira derivada das curvas TG

(curvas DTG) para todos os filmes.

Figura 35 – Curvas TG e DTG para todos os filmes poliméricos autossustentáveis: (a) F0; (b) F1; (c) F2; (d) F3;

(e) F4; (f) F5; (g) F6.

(a) F0

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Dissertação – PPGQ – UFRN 76

(b) F1

(c) F2

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Dissertação – PPGQ – UFRN 77

(d) F3

(e) F4

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Dissertação – PPGQ – UFRN 78

(f) F5

(g) F6

Fonte: Autoria própria.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 79

Uma semelhança no perfil das curvas TG e DTG para os filmes é observada. Apenas

uma mudança na inclinação das curvas TG e a presença de um único pico nas curvas DTG

para os filmes F1, F3, F4, F5 e F6 sugerem uma decomposição térmica em uma única etapa

para estes filmes obtidos. Para os filmes F0 e F2 uma segunda pequena perda de massa pode

ainda ser visualizada nas Figuras 35(a) e (c).

Na Figura 35(a) é possível observar que o filme do POE puro (minicial = 4,3910 mg) é

termicamente estável até aproximadamente 317 ºC (Tonset1 = 317 ºC), temperatura esta em que

se inicia a decomposição térmica do polímero e que se estende até aproximadamente 441 ºC

(Tendset1 = 441 ºC). O pico da curva DTG (Tp) corresponde à velocidade máxima de perda de

massa de 48,09 % min-1

(Rmáx = 48,09 %/min) na temperatura de 410,7 ºC. Este intervalo de

temperatura para a degradação térmica do POE está em concordância com os dados obtidos

por Vrandeĉić et al., (2010) e Jakić et al., (2013).

A primeira perda de massa observada nas curvas TG e DTG para o filme F0 ocorre

quase que totalmente ( m1 = 4,233 mg 96,4 %) uma vez que apenas o polímero (sem

presença do tungstato de sódio) é encontrado neste filme. Para este mesmo filme, uma

segunda perda de massa é, ainda, observada e ocorre até aproximadamente 544 °C (Tendset2 )

com perda, m2, de aproximadamente 0,136 mg 3,10 %. O resíduo formado (mresíduo =

0,022 mg 0,5 %), provavelmente, deve-se as impurezas encontrados neste polímero

comercial (NOWICKI et al., 2003) e que podem ser, entre outras coisas, compostos formados

por Ca2+

(BRUCE e VINCENT, 1993).

A decomposição observada é decorrente da ruptura da ligação C – O entre o carbono

“cabeça” de um monômero e o oxigênio “cauda” de outro monômero (JAKIĆ, VRANDEĈIĆ

e KLARIĆ, 2013), Figura 36. As altas temperaturas (condições de pirólise), a clivagem da

ligação C – C (CLAIRE, 2009; BARROSO-BUJANS et al., 2013) também é observada, estas

duas rupturas levando a formação de uma série de moléculas tais como oligômeros mono e

diéter, etileno glicol, dietileno glicol, 1,3-dioxolano, 2-metóxi-1,3-dioxolano, éter

metilvinílico, éter etilvinílico, 2-butenal, furano, ácido oxálico, óxido de etileno, álcool

etílico, álcool metílico, alcenos, éteres não cíclicos (etóximetano, etóxietano e metóximetano),

formaldeído, acetaldeído, H2O, CO, CO2 e espécies oximetileno (BARROSO-BUJANS et al.,

2013; JAKIĆ, VRANDEĈIĆ e KLARIĆ, 2013). Assim, a primeira e grande perda de massa,

provavelmente, deve-se a ruptura C – O. Enquanto que a segunda e pequena, que acontece em

maiores temperaturas, deve-se a clivagem da ligação C – C.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 80

Figura 36 – Ruptura da ligação C – C e C – O na degradação térmica do POE.

Fonte: Autoria própria.

Desta forma, um possível mecanismo para degradação do POE nos filmes estudados,

que pode ocorrer segundo a clivagem da ligação C – O (caminho 1) ou da ligação C – C

(caminho 2), é mostrado na Figura 37.

Figura 37 – Mecanismo de degradação térmica do POE: (1) clivagem homolítica da ligação C – O e (2)

clivagem da ligação C – C.

Fonte: Correia et al., 2014 (Adaptada).

A Tabela 6 apresenta os parâmetros térmicos extraídos das curvas TG e DTG para

todos os filmes poliméricos. A adição do tungstato de sódio ao polímero hospedeiro provocou

alterações na estabilidade térmica do mesmo. O filme formado somente pelo POE (F0)

decompõe-se quase que completamente, enquanto que os filmes com o sal sofreram uma

decomposição térmica com menor perda de massa quando comparados ao filme do polímero

puro, ou seja, uma massa residual maior (maior resíduo). Assim, como o sal se mantém

estável na faixa de temperatura da decomposição discutida, Figura 38, apresentando apenas

uma perda de massa referente à evaporação da água, provavelmente a maior massa residual

deve-se, em sua maioria, ao tungstato de sódio presente nos filmes (DIWAN et al., 2013).

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Dissertação – PPGQ – UFRN 81

Além disso, a não linearidade entre a quantidade do sal incorporada e o resíduo final, deve-se

a distribuição do sal na amostra utilizada, com filmes com maior quantidade do polímero e

menor quantidade do sal por amostra apresentando menores massas residuais.

Figura 38 – Curvas TG e DTG para o Na2WO4.2H2O (m = 7,49 mg) obtidas utilizando um modelo SDTQ600 da

TA Instruments com cadinho de Pt, atmosfera de N2 com fluxo de 50 mL/min, razão de aquecimento de 10

°C/min e intervalo de temperatura de ambiente a 900 °C.

Fonte: De Maria, 2015 (pesquisa do LEC).

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Dissertação – PPGQ – UFRN 82

Tabela 6 – Parâmetros térmicos extraídos das curvas TG e DTG para todos os filmes poliméricos

autossustentáveis.

Filmes F0 F1 F2 F3 F4 F5 F6

mi (mg) 4,3910 4,3010 4,7630 4,2260 4,2000 4,7640 4,2020

Tonset1 (°C) 317,09 360,57 316,14 371,91 357,74 357,73 344,50

Tp (°C) 410,67 412,56 399,33 410,67 414,45 406,89 416,34

Tendset1 (ºC) 440,92 448,48 434,30 452,26 450,00 445,65 456,04

Rmáx (% min-1

) 48,09 57,23 33,24 54,29 57,91 52,64 57,60

∆m1 (%) 96,40 94,16 88,20 89,85 93,97 95,71 95,99

Tonset2 (°C) 440,92 - 434,30 - - - -

Tendset2 (ºC) 543,96 - 501,42 - - - -

∆m2 (%) 3,100 - 3,650 - - - -

mf (%) 0,500 5,84 8,15 10,15 6,03 4,29 4,01

mi = massa inicial; Tonset1 = temperatura na curva DTG em que inicia a primeira perda de massa; Tp =

temperatura no pico da curva DTG; Tendset1 = temperatura na curva DTG em que termina a primeira perda de

massa; Rmáx = velocidade máxima de decomposição; m1 = primeira perda de massa; Tonset2 = temperatura na

curva DTG em que inicia a segunda perda de massa; Tendset2 = temperatura na curva DTG em que termina a

segunda perda de massa; m2 = segunda perda de massa; mf = massa final.

Fonte: Autoria própria.

Um aumento da massa residual (resíduo final) é observada do filme F0 até o filme F3

seguida de um decréscimo do filme F4 até o filme F6. Assim como nos resultados de DRX

esse comportamento, provavelmente, pode ter ocorrido em decorrência da distribuição não

uniforme do sal nos filmes. A Figura 33 (gráfico da razão do W/Na), dados de EDS/MEV,

mostra a distribuição do sal nos filmes, sugerindo que os filmes F4, F5 e F6 apresentam as

menores dispersões do sal e, portanto, menores massas residuais em relação aos filmes F1, F2

e F3.

Na Tabela 6 é observada uma variação na velocidade máxima de perda de massa Rmáx

(ponto de inflexão na curva DTG), o que indica possíveis mudanças no mecanismo de

degradação térmica do POE na presença do sal (ERCEG et al., 2014). Analisando a

temperatura Tonset1 da degradação térmica dos filmes autossustentáveis (Tabela 6) é possível

observar, também, que a adição do tungstato de sódio ao polímero provoca um deslocamento

para maiores valores da temperatura em que se inicia a decomposição térmica do eletrólito

POE-Na2WO4, com exceção do filme F2. Como consequência, temos um aumento na

estabilidade térmica dos filmes, uma vez que a Tendset para os filmes com o sal não sofreu

variação significativa com relação ao filme do POE puro. Este comportamento está em acordo

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Dissertação – PPGQ – UFRN 83

com o Vyazovkin et al., (2011) pois, segundo os mesmos, a introdução de componentes

inorgânicos em materiais orgânicos melhora a estabilidade térmica destes últimos devido à

barreira de proteção física e volatilização retardada dos produtos de degradação.

O filme F2, apesar de apresentar uma baixa razão W/Na, contém regiões brancas que

foram identificadas, por EDS, como sendo aglomerados do sal e, estes, podem ter promovido

uma diminuição na estabilidade térmica do POE (Tonset1 = 316,14 ºC). Esta diminuição na

estabilidade térmica com adição do sal embora não seja comum para os eletrólitos poliméricos

sólidos, também foi observada por Erceg et al., (2014).

4.4.2 Calorimetria Exploratória Diferencial

Os ensaios de calorimetria exploratória diferencial (DSC) foram realizados para todos

os filmes poliméricos autossustentáveis obtidos, Figura 39. O objetivo da utilização desta

técnica deve-se a necessidade de compreender alguns processos que envolvem modificações

de energia (fluxo de calor) e que não são detectados através da termogravimetria, uma vez que

estes processos podem ocorrer sem alteração de massa. Assim, os resultados obtidos por DSC

são importantes para complementação dos resultados obtidos por TG/DTG.

Figura 39 – Curvas DSC para todos os filmes poliméricos autossustentáveis: (a) F0; (b) F1; (c) F2; (d) F3; (e)

F4; (f) F5; (g) F6.

(a) F0

Exo

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Dissertação – PPGQ – UFRN 84

(b) F1

Exo

Exo

(c) F2

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Dissertação – PPGQ – UFRN 85

(d) F3

Exo

Exo

(e) F4

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Dissertação – PPGQ – UFRN 86

Fonte: Autoria própria.

(f) F5

Exo

Exo

(g) F6

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Dissertação – PPGQ – UFRN 87

Assim como observado nas curvas TG e DTG, as curvas DSC também apresentam, em

geral, comportamento semelhante. Na curva DSC, para o filme do POE puro (F0), é possível

observar transições de primeira ordem que são resultantes da variação de entalpia e que dão

origem à formação dos picos observados. Neste filme observa-se um pico endotérmico em

80,55 ºC, evento de fusão e que não foi identificado nas curvas TG/DTG por não envolver

perda ou ganho de massa. A temperatura neste pico representa a temperatura de fusão do

material, sendo este evento característico dos polímeros semicristalinos (CANEVAROLO,

2007), como é o caso do POE. É nesta temperatura em que há o desaparecimento total da

cristalinidade do material, no caso, do polímero POE, e corresponde, aproximadamente, ao

máximo do pico de fusão na curva DSC. Há, ainda, um efeito endotérmico amplo em torno de

400 ºC que concorda com a região na curva TG/DTG em que foi identificada a etapa de perda

de massa do polímero. É nesta etapa que o sistema absorve energia suficiente, etapa

endotérmica, para que ocorra à decomposição térmica do polímero.

O pico característico da fusão do filme F0, que representa a fusão da parte cristalina do

mesmo, foi observado para todos os filmes, assim como picos endotérmicos em torno de

400ºC característicos da decomposição térmica dos materiais. No entanto, a deslocalização

dos picos de fusão (Tf), Figura 40, e a degradação térmica dos filmes, em duas ou três etapas,

foram observadas após a adição do tungstato de sódio, Figura 39.

Figura 40 – Curvas DSC evidenciando os picos de fusão dos filmes.

Exo

Fonte: Autoria própria.

Flu

xo d

e C

alo

r (u

.a)

Temperatura (ºC)

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Dissertação – PPGQ – UFRN 88

Assim como o MEV e DRX, essa mudança da Tf sugere uma alteração na

cristalinidade do filme, uma vez que é nesta temperatura em que há a fusão da fração

cristalina do material. A Tabela 7 apresenta parâmetros dos filmes obtidos e calculados a

partir das informações obtidas através das curvas DSC para todos os filmes.

Tabela 7 – Parâmetros térmicos extraídos e calculados a partir das curvas DSC.

Filmes Tf (ºC) ∆Hf (J/g) (%)

F0 80,55 157,4 77,5

F1 74,31 119,6 58,9

F2 79,94 97,35 48,0

F3 79,43 118,2 58,2

F4 81,73 93,70 46,2

F5 80,31 130,7 64,4

F6 76,35 87,34 43,0

Tf = temperatura de fusão; ∆Hf = entalpia de fusão; = grau de cristalinidade.

Fonte: Autoria própria.

Na Tabela 7 observa-se que, com exceção do filme F4 e F5, a temperatura de fusão de

todos os filmes sofre uma redução quando comparadas a temperatura de fusão do filme do

POE puro. Este comportamento está em concordância com os estudos de eletrólitos

poliméricos sólidos encontrados na literatura (ZHANG et al., 2011; IBRAHIM et al., 2012;

MORENO et al., 2014; POLU, KIM e RHEE, 2015). Esta redução na temperatura de fusão

sugere um aumento das regiões amorfas e, portanto, uma maior flexibilidade das cadeias do

POE.

Com o intuito de verificar quantitativamente a redução na cristalinidade dos filmes

após a adição do tungstato de sódio foi calculado o grau de cristalinidade para todos os

filmes, Tabela 7, através da Equação 12:

em que é o grau de cristalinidade; é a entalpia de fusão do eletrólito do qual o filme é

constituído e que é determinado pela integração do pico de fusão na curva DSC (todas as

integrações realizadas seguiram o mesmo procedimento), Tabela 7; e o , que é igual a 203

J/g (WANG e LEI, 2012) é a entalpia de fusão do POE perfeitamente cristalino (100%

cristalino).

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Dissertação – PPGQ – UFRN 89

Os valores de mostram claramente a redução do grau de cristalinidade dos filmes

após a adição do tungstato de sódio quando comparados com o filme do POE puro, em

concordância com o observado nos difratogramas de raios X e nas micrografias eletrônicas de

varredura com base no diâmetro dos esferulitos estimados. Comparando os desferulito,

apresentados nos histogramas (Figura 34) com os valores de calculados, observa-se que os

filmes com os maiores diâmetros das estruturas cristalinas também são os que apresentam

maior grau de cristalinidade, uma vez que os esferulitos são estruturas cristalinas. Variações

no grau de cristalinidade, após a adição do agente inorgânico na matriz polimérica foram

observadas, também, por Masoud et al., (2013) e Kamath e Devendrappa (2015).

É possível, ainda, estimar a espessura das lamelas do POE, Tabela 8, através da

equação de Gibbs–Thomson (SPIECKERMANN et al., 2010), Equação 13:

(

)

em que é a espessura das lamelas; , que é igual a 0,057 J/m2 (SHAFEE, 2004), é a energia

livre da superfície de dobra do POE; , que é igual a 82 ºC, é a temperatura de fusão das

lamelas das cadeias do POE estendidas (WANG e LEI, 2012); o é a entalpia de fusão por

unidade de volume e é calculada a partir da entalpia de fusão do POE totalmente cristalino

( = 203 J/g) (WANG e LEI, 2012) com base na sua densidade volumétrica ( = 120

kg/m3) (CANEVAROLO, 2006) e Tf a temperatura de fusão do material em estudo.

Tabela 8 – Espessura das lamelas do POE nos filmes.

Filmes F0 F1 F2 F3 F4 F5 F6

(nm) 114,6 21,61 75,21 64,67 395,7 98,35 29,42

= espessura das lamelas.

Fonte: Autoria própria.

Verifica-se, com exceção do filme F4, a adição do sal provoca uma diminuição da

espessura das lamelas, ou seja, provoca uma diminuição nos arranjos formados por estas

estruturas e, consequente, redução da cristalinidade. O filme F4 apresenta maior valor da Tf

devido aos mais largos cristalitos quando comparados aos demais filmes (MORENO et al.,

2014), assim, estes largos cristalitos, que podem ser formados de várias cadeias do polímero,

e que são os formadores do esferulitos, deverão apresentar maior valor para a espessura das

lamelas.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 90

Os filmes poliméricos não se decompõem de uma única vez, mas sim, em mais de uma

etapa. Estes filmes apresentaram dois ou três picos endotérmicos, na faixa de 350 até 450ºC,

que podem ser atribuídos, respectivamente, às decomposições térmicas do POE, no filme F0,

e nos filmes do eletrólito POE-Na2WO4, nas diferentes composições do sal. Este evento que

requer grande quantidade de energia é, também, observado nas curvas TG através da rápida e

elevada perda de massa neste intervalo de temperatura especificado. A decomposição em mais

de uma etapa pode está relacionada à competição entre os processos de quebra da ligação C –

O, C – C, reações de recombinação radical/radical (ligações cruzadas, por exemplo), reações

de rearranjo e reações de abstração que envolvem espécies radicalares livres (CLAIRE, 2009)

promovendo a formação de diferentes componentes voláteis de baixa massa molecular.

Através das curvas DSC para o eletrólito nas diferentes composições é possível

observar, ainda, que os eventos endotérmicos referentes ao Na2WO4.2H2O, Figura 41: perda

de água deste sal diidratado ( 100 ºC) , modificação estrutural na cela cristalográfica ( 585

ºC) e fusão ( 685 ºC) não são detectáveis para as composições estudadas, o que pode ser

justificado devido a grande quantidade do polímero utilizada em relação as pequenas

quantidades de sal adicionadas.

Figura 41 – Curva DSC para o Na2WO4.2H2O nas mesmas condições em que foram obtidas as curvas TG/DTG

citadas na Figura 39.

Fonte: De Maria, 2015 (pesquisa do LEC).

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Dissertação – PPGQ – UFRN 91

4.4.3 Análise Cinética da Degradação Térmica

A análise cinética da decomposição térmica do eletrólito POE-Na2WO4 foi realizada

através dos dados termogravimétricos obtidos sob aquecimento não-isotérmico, ou seja,

dinâmico. Os três métodos utilizados para esta análise foram: o método de Broido (BR), de

Coats-Redfern (CR) e de Horowitz-Metzger (HM).

As equações matemáticas de 14 a 16 para os métodos de Broido, Coats-Redfern e

Horowitz-Metzger podem ser escritas, respectivamente, como (HAI, WAHAB e IBRAHIM,

2014; GAABOUR, 2015; ISLAM et al., 2015; PARK, KWON e RYU, 2015):

[ ]

(

)

[

]

(

)

[ ]

em que é o grau de conversão ou a fração de massa decomposta no tempo t e é dada por

(mi é a massa da amostra na temperatura de início da decomposição, mf é a massa

da amostra na temperatura do final da decomposição e mt é a massa no tempo t); é a

fração do número inicial de moléculas que ainda não se decompôs; é a energia de ativação

do processo; R é a constante dos gases; T é a temperatura correspondente no tempo t; A é o

fator pré-exponencial ou fator de frequência; Tp é a temperatura em que a velocidade de perda

de massa é máxima, ou seja, no pico da curva DTG; é a razão de aquecimento e

em que TP é definida como a T em que

, que corresponde ao ponto de

inflexão na curva DTG.

Esboçando o gráfico de [ ] e de *

+ ambos em função de 1/T

e, também, de [ ] em função de obtém-se seus respectivos coeficientes

angulares,

,

e

. Foram determinadas, assim, as energias de ativação para a etapa

de degradação do POE e do eletrólito POE-Na2WO4 nas diferentes composições.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 92

Da mesma maneira, através dos coeficientes lineares obtidos, para os métodos de BR e

CR, é possível determinar os valores do fator pré-exponencial para o processo de degradação.

Para o método HM o fator pré-exponencial pode ser determinado pela Equação 17

(VYAZOVKIN et al., 2011):

(

)

Na Figura 42 são apresentados, para todos os filmes, os gráficos obtidos com os dados

de cada um dos métodos citados com valores de = 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80 e 90 %. A

Tabela 9 apresenta alguns parâmetros derivados da análise dos gráficos obtidos para cada

método.

Figura 42 – Correlação linear entre os dados experimentais e o ajuste das retas para os métodos de: (a) Broido

(BR); (b) Coats-Redfern (CR) e (c) Horowitz-Metzger (HM).

(a)

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Dissertação – PPGQ – UFRN 93

Fonte: Autoria própria.

(b)

(c)

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Dissertação – PPGQ – UFRN 94

Tabela 9 – Parâmetros extraídos dos gráficos dos métodos de Broido (BR), Coats-Redfern (CR) e Horowtiz-

Metzger (MH).

Filmes F0 F1 F2 F3 F4 F5 F6

BR

E* (kJ/mol) 221,9 335,4 201,8 349,6 331,7 311,3 303,8

A (min-1

) 2,0x1017

9,5x1026

9,9x1016

1,4x1028

4,3x1026

1,7x1025

2,7x1024

R2 0,9952 0,9997 0,9910 0,9993 0,9986 0,9987 0,9967

CR

E* (kJ/mol) 210,8 324,1 190,9 338,4 320,4 300,1 292,5

A (min-1

) 2,7x1017

1,3x1026

1,3x1016

1,9x1027

5,8x1025

2,2x1024

3,7x1023

R2 0,9948 0,9997 0,9901 0,9993 0,9985 0,9985 0,9964

HM

E* (kJ/mol) 234,4 344,2 214,4 357,2 341,4 316,4 314,6

A (min-1

) 1,4x1019

4,2x1027

7,6x1017

5,2x1028

2,2x1027

4,8x1025

1,6x1025

R2 0,9979 0,9999 0,9951 0,9985 0,9995 0,9972 0,9984

Fonte: Autoria própria.

Analisando os gráficos da Figura 42 e os dados da Tabela 9 observa-se, através dos

coeficientes de correlação (R2), que os três métodos fornecem boa correlação linear para a

etapa de decomposição térmica do polímero puro, assim como, do eletrólito polimérico sólido

obtido nas suas diferentes composições. Verifica-se, também, a partir dos gráficos que o

desvio da linearidade das curvas está associado, principalmente, aos = 10 % (primeiro

ponto) e = 90 % (último ponto). Isto ocorre porque os dados cinéticos não são tão

confiáveis para valores de muito elevados (VRANDEĈIĆ et al., 2010) e, também, muito

pequenos, devido aos desvios da Tonset e Tendset, uma vez que estas são temperaturas de início e

término da etapa de degradação determinadas através de extrapolação.

As três equações mostradas, para cada um dos métodos utilizados, são aplicadas e

validadas para processos com uma cinética de primeira ordem (n = 1) (MURALIDHARA e

SREENIVASAN, 2010). Desta maneira, é possível classificar a etapa de decomposição

térmica do POE e do eletrólito PEO-Na2WO4 (nas composições estudadas) como uma reação

de decomposição de primeira ordem, como a maioria das reações de decomposição

encontradas na natureza.

A E* está associada à barreira de energia necessária para ocorrência do processo

(VYAZOVKIN et al., 2011) e, assim, através dos valores mostrados na Tabela 9 observa-se

que o filme F2 apresenta menor estabilidade térmica devido à cisão aleatória das cadeias

macromoleculares do POE (EI-KADER et al., 2013) concordando com a análise feita com

base nos valores da Tonset extrapolados nas curvas DTG. O filme F2 se decompôs mais

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Dissertação – PPGQ – UFRN 95

rapidamente que os demais, uma vez que apresentou uma menor T de início de degradação.

Consequentemente, observam-se menores valores de correlação e de parâmetros

termodinâmicos para este filme quando comparado aos demais.

As energias de ativação calculadas, para a etapa de degradação térmica, sofreram

pequenas variações em decorrência dos diferentes métodos utilizados. Entretanto, pode-se

observar uma concordância entre estes valores, Figura 43. A energia de ativação para todos os

eletrólitos, em cada uma das composições, sofreu um aumento (com exceção do filme F2)

após a adição do tungstato de sódio quando comparado ao POE puro. Este valor da energia de

ativação para a etapa de degradação térmica do POE concorda com os valores encontrados

por Vrandeĉić et al., (2010) na análise da cinética do POE através de métodos cinéticos

integrais e diferenciais com diferentes razões de aquecimento. A variação observada nos

valores de energia de ativação está relacionada a aproximações matemáticas realizadas na

proposição de cada método (ISLAM et al., 2015). Para o processo considerado, o método HM

apresenta uma tendência de maiores valores de E*, comportamento este, também observado

por Mallikarjun, (2004) e Hai, Wahab e Ibrahim (2014). Os maiores valores encontrados para

o método HM é devido ao erro inerente envolvido na aproximação empregada neste método

na derivação da Equação 16 (YILMAZ, FIGEN e PIŞKIN, 2015).

Figura 43 – Concordância entre os valores de E* calculados a partir dos métodos BR, CR e HM.

Fonte: Autoria própria.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 96

Os filmes com menores temperaturas de início da decomposição térmica apresentaram

menor energia necessária para início do respectivo processo. Se a decomposição do eletrólito,

em uma dada composição, tem início em uma menor temperatura, então, sua energia de

ativação deve ser menor e, esta, deve ocorrer mais rapidamente.

Assim como a E*, o valor do fator pré-exponencial, também, não sofreu significativa

variação no que diz respeito aos três métodos utilizados e, da mesma maneira que o valor de

E*, os valores deste parâmetro (A) também concordam com o estudo feito por Vrandeĉić et al.,

(2010) para o POE. Este parâmetro está relacionado à frequência de vibração (VYAZOVKIN

et al., 2011) das moléculas durante o fornecimento de energia para ocorrência da reação de

degradação e representa a medida da probabilidade para que as colisões entre as moléculas do

polímero ocorram e, então, levem a reação de degradação (ROJAS-GONZÀLEZ e

CARRERO-MANTILLA, 2015). Desta maneira, os maiores valores de A indicam a

necessidade de maior número de colisões entre as cadeias do polímero e/ou entre as cadeias

do polímero e o tungstato de sódio, consequentemente, maior E*.

Com os parâmetros obtidos das curvas através dos métodos BR, CR e HM e

conhecendo a temperatura em que ocorre a velocidade máxima de perda de massa, pode-se,

ainda, determinar a variações da entropia ( S), entalpia ( H) e energia livre ( G) de ativação

para a etapa de decomposição térmica do polímero e do eletrólito, através das Equações 18 a

20 (GAABOUR, 2015) e (SHEHATA et al., 2015):

(

)

em que kB é a constante de Boltzmann e h é a constante de Planck. Os valores calculados são

apresentados na Tabela 10.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 97

Tabela 10 – Parâmetros termodinâmicos obtidos através dos dados extraídos dos diferentes métodos não-

isotérmicos utilizados.

Filmes F0 F1 F2 F3 F4 F5 F6

BR

∆S*

(J/K.mol)

64,6 230,6 39,6 252,9 224,0 197,0 181,9

∆H*

(kJ/mol)

216,2 329,7 196,2 344,0 325,9 305,6 298,0

∆G*

(kJ/mol)

172,0 171,6 169,5 171,0 171,9 171,7 172,6

CR

∆S*

(J/K.mol)

48,0 213,9 23,0 236,2 207,4 180,2 165,3

∆H*

(kJ/mol)

205,1 318,4 185,3 332,7 314,7 294,4 286,8

∆G*

(kJ/mol)

172,3 171,8 169,9 171,2 172,1 171,9 172,8

HM

∆S*

(J/K.mol)

80,8 243,0 56,6 263,8 237,5 205,8 196,5

∆H*

(kJ/mol)

228,7 338,4 208,8 351,5 335,7 310,7 308,9

∆G*

(kJ/mol)

173,5 171,8 170,8 171,1 172,4 170,7 173,4

Fonte: Autoria própria.

Assim como os dados de E* e A, é observada uma concordância entre os valores

calculados para estes parâmetros termodinâmicos, Figura 44, através dos diferentes métodos

utilizados. Segundo Gaabour (2015) e Shehata et al. (2015) os valores negativos de

indicam que o complexo ativado é mais ordenado que o reagente ou a reação é caracterizada

como sendo lenta. Assim sendo, no nosso estudo, o valor de irá fornecer informações a

respeito do ordenamento do sistema POE puro e EPS. Neste caso, os valores positivos

encontrados indicam um menor ordenamento do complexo ativado e, portanto, esta

decomposição ocorre de maneira relativamente rápida. Além disso, os filmes com maiores

valores de entropia de ativação indicam uma maior aleatoriedade na estrutura polimérica, isto

é, estruturas poliméricas menos regulares (BHATT e SHAH, 2015).

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Dissertação – PPGQ – UFRN 98

Figura 44 – Concordância entre os parâmetros termodinâmicos de ativação calculados.

Fonte: Autoria própria.

Os valores positivos de claramente confirmam que as reações de decomposição

são endotérmicas, como observado nos picos endotérmicos das curvas de DSC, sendo

necessário o fornecimento de energia para que este processo ocorra, fato também

caracterizado pelos valores positivos de , processos de decomposição térmica não

espontâneos.

Os valores de quase não variaram, demonstrando que os três métodos

empregados neste trabalho são igualmente úteis para determinação da espontaneidade do

processo de degradação.

4.5 ESPECTROSCOPIA DE IMPEDÂNCIA

Os dados de impedância real e imaginária medidos para os filmes poliméricos

autossustentáveis, no intervalo de frequências de 1MHz até 1Hz e temperatura ambiente, são

apresentados no diagrama no formato Nyquist, Figura 45(a). As Figuras 45(b) e 45(c) são

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Dissertação – PPGQ – UFRN 99

ampliações da Figura 45(a) para análise na região de altas frequências. Estes dados são

resultantes da média das medidas que foram realizadas em triplicata.

Figura 45 – (a) Diagramas de impedância no formato Nyquist para os filmes autossustentáveis em todas as

composições estudadas; (b) e (c) são ampliações para a região de altas frequências do diagrama apresentado em

(a).

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Dissertação – PPGQ – UFRN 100

Fonte: Autoria própria.

Observou-se, nestes diagramas, a formação de um semicírculo bem definido para o

filme do polímero puro, F0, em toda faixa de frequência investigada. Este semicírculo pode

ser atribuído às propriedades do material (PRADHAN, CHOUDHARY e SAMANTARAY,

2008; SUTHANTHIRARAJ e VADIVEL, 2012; KHAN et al., 2014). Os filmes contendo o

sal apresentaram a formação de um semicírculo bem definido para região de altas frequências,

que pode estar associado com um processo de condução iônica nos eletrólitos (POLU (b),

RHEE e KIM, 2015).

A adição do tungstato de sódio na matriz polimérica provoca modificações nas

características dos diagramas de Nyquist. Pode-se verificar nas ampliações, Figuras 45(b) e

(c), que após a adição do sal houve diminuição do diâmetro destes semicírculos quando

comparados ao do polímero puro, consequentemente, modificações nas propriedades elétricas

dos filmes foram observadas. Ainda, para os filmes na presença do sal, observou-se a

tendência da formação de um segundo semicírculo para regiões de frequências intermediárias.

Entretanto, nos filmes F2, F4 e F6 a formação deste segundo semicírculo é mais evidente,

onde ocorreram as melhores distribuições do sal. Este último semicírculo estando relacionado

a efeitos interfaciais (SUTHANTHIRARAJ e VADIVEL, 2012), mais especificamente ao

efeito de polarização de cargas na interface eletrólito/eletrodo (ORAZEM e TRIBOLLET,

2008).

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Dissertação – PPGQ – UFRN 101

Desta forma, o primeiro semicírculo permitiu a determinação da resistência do

eletrólito ou simplesmente resistência do material (RΩ), assim como o segundo permitiu a

determinação de uma resistência interfacial ou resistência de polarização (Rp) e, portanto, a

análise do efeito capacitivo na região interfacial eletrólito/eletrodo através da capacitância da

dupla camada elétrica (Cdc). A resistência do bulk foi determinada pela extrapolação do

semicírculo em altas frequências para o eixo da impedância real (Z’) e a de polarização por

meio da extrapolação do mesmo semicírculo para frequências intermediárias. Conhecendo

estes valores, e as frequências no máximo deste semicírculo, foi possível a determinação da

capacitância da dupla camada elétrica e da condutividade iônica ( ). Estes resultados são

apresentados na Tabela 11.

Tabela 11 – Parâmetros elétricos extraídos e calculados a partir dos dados obtidos através dos diagramas de

impedância no formato Nyquist para os filmes estudados.

Filmes

F0 4548,7 1316,6 0,766 5,48x10-7

157,9

F1 85,1 170,5 3,69 2,31x10-5

252,9

F2 44,9 21,3 70,8 1,52x10-4

105,6

F3 76,2 44,7 17,4 3,20x10-5

205,0

F4 33,8 9,01 53,9 5,82x10-5

327,7

F5 142,0 84,4 8,61 1,66x10-5

219,2

F6 4,37 11,4 50,5 3,24x10-4

276,5

= Resistência do bulk; = Resistência de polarização; = Frequência no máximo do semicírculo bem

definido; = condutividade iônica; = Capacitância da dupla camada elétrica.

Fonte: Autoria própria.

A condutividade e a capacitância foram calculadas, respectivamente, pelas Equações

21 e 22 sendo l a espessura dos filmes e Ae = 2,54 cm2 a área do eletrodo utilizado nas

medidas.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 102

Através da Tabela 11 observa-se que a adição, de pequenas quantidades, do tungstato

de sódio na matriz polimérica provoca alterações significativas nas propriedades elétricas do

material e na interface eletrólito/eletrodo. A presença do sal provoca uma diminuição na

resistência do bulk (do eletrólito) devido à presença dos íons sódio e tungstato (portadores de

cargas móveis) que destroem o arranjo polimérico ordenado, como sugerido na discussão do

DRX, entre as cadeias do POE e impede que estas se ordenem e dificultem a mobilidade dos

íons do sal. Isto fica claro quando é constatado que há um aumento na condutividade dos

filmes, contendo o sal, quando comparados ao filme do POE puro. A mobilidade destes íons

entre as cadeias poliméricas, assim como o movimento segmental favorável das cadeias do

polímero permite este aumento na condutividade. A adição do sal provocou aumento na

condutividade de até três ordens de grandeza, sendo este aumento justificado pela difusão dos

íons móveis através das cadeias do POE cooperativamente com o movimento segmental

destas cadeias (Dey et al., 2011).

A condutividade do filme do POE puro da ordem de 10-7

S cm-1

está em concordância

com os resultados obtidos por Dey et al., (2011). A Figura 46 mostra a variação do logaritmo

da condutividade como função da composição do tungstato de sódio, à temperatura ambiente,

e, por meio desta, pode-se inferir informações sobre as interações entre o sal e a matriz

polimérica e a influência nas suas cristalinidades relativas.

Figura 46 – Variação da condutividade elétrica como função da quantidade do tungstato de sódio adicionado à

temperatura ambiente.

F0

F1

F2

F3

F4

F6

F5

Fonte: Autoria própria.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 103

Os valores do grau de cristalinidade encontrados através do DSC e a cristalinidade

relativa discutida nos resultados sobre DRX estão em concordância com os dados de

condutividade obtidos, uma vez que a maior cristalinidade foi observada para POE, que

forneceu a menor condutividade; da mesma maneira, os três filmes com menores

cristalinidades F2, F4 e F6 e melhores dispersões do sal apresentaram as maiores

condutividades. Ainda, através deste gráfico, observa-se que a condutividade apresenta

máximos para as composições F2, F4 e F6. Entretanto, a redução na condutividade dos filmes

F3 e F5 deve-se, provavelmente, ao usual efeito de bloqueio (CHANDRA(a), CHANDRA(b)

e THAKUR, 2014), ou seja, devido as interações íon-íon e/ou formação de multipletos de

carga (POLU (a), KIM e RHEE, 2015) que impedem o processo de condução dos íons.

As maiores condutividades observadas, para o novo eletrólito proposto neste trabalho,

foram da ordem de 10-4

S cm-1

, que são mais altas do que as maiores condutividades

observadas para alguns eletrólitos poliméricos, que utilizam sais de sódio, encontrados na

literatura, como apresentando na Tabela 12.

Tabela 12 – Valores de condutividade máximas encontrados para o eletrólito em estudo e outros encontrados na

literatura.

Eletrólito S cm-1

T/K Referência

POE/Na2WO4 1,52x10-4

(F2)

3,24x10-4

(F6)

300 Este trabalho.

POE/NaClO4 1,35x10

-4 333 Ni’man et al., 2015.

POE/NaHCO3 6,9x10

-7 370 Chandra(a), Chandra(b) e Thankur,

2014.

POE/NaClO3 6,0x10

-5 423 Rajendra, Roy e Parveen, 2013.

POE/NaClO3 3,36x10

-7 303 Kumar et al., 2006.

POE/NaPO3 2,8x10

-8 351 Bhide e Hariharan, 2006.

POE/NaNO3 3,5x10

-6 303 Anantha e Hariharan, 2005.

Fonte: Autoria própria.

Em frequências intermediárias é possível o estudo da interface eletrólito/eletrodo.

Após a aplicação do potencial elétrico sobre os filmes é formada a dupla camada elétrica

como resultado do acúmulo de cargas no eletrodo; além disso, este potencial também induz a

polarização de cargas nos filmes poliméricos. A adição do sal provoca uma diminuição na

resistência de polarização devido à indução dos dipolos nas cadeias do POE pelos íons sódio

( ) e tungstato ( . Assim, há um maior acúmulo de carga na interface entre cada

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Dissertação – PPGQ – UFRN 104

filme contendo o sal e o eletrodo e, como consequência, um aumento da capacitância da dupla

camada e um comportamento capacitivo mais acentuado.

É possível observar para os filmes contendo o tungstato de sódio (Figura 45), na

região de baixas frequências, uma linha reta com inclinação tendendo a 45° que pode ser

associada com o processo de difusão no eletrólito (CUI et al., 2012; IBRAHIM et al., 2012;

BAR e BASAK, 2014). Esta região é conhecida como região de Warburg (JOHNSON et al.,

1994) comumente identificada pela letra W ou ZD (impedância de Warburg) e é representada

por uma função tangente hiperbólica (GIROTTO e DE PAOLI, 1999). Desta maneira, o

coeficiente de difusão do sal reflete a propriedade de transporte dos íons do sal na estrutura e,

assim, com o intuito de analisar o fenômeno de difusão do tungstato de sódio (íons Na+ e

) entre as cadeias do POE foram calculados os coeficientes de difusão do sal (Ds) para

os filmes contendo diferentes composições do mesmo, Tabela 13.

Tabela 13 – Coeficientes de difusão para o tungstato de sódio nos filmes poliméricos.

Filmes F1 F2 F3 F4 F5 F6

Dsx10-9

/m2 s

-1 2,91 366 3,54 9,06 2,62 3,85

Ds = coeficiente de difusão.

Fonte: Autoria própria.

Os valores dos coeficientes de difusão do sal foram estimados com base na Equação

23 (SØRENSEN e JACOBSEN, 1982).

(

)

Nesta equação, representa a parte real da impedância de difusão, Equação 24,

representa a impedância de difusão para frequência tendendo a zero, l representa a espessura

do filme e a frequência no máximo do segundo semicírculo extrapolado.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 105

O termo

representa a razão entre as mobilidades dos íons do sal e pode ser

determinado através da Equação 25 com representando o número de transporte do íon

positivo e = 5,9 ( ).

Os valores dos coeficientes de difusão estão em concordância com a discussão feita a

respeito da condutividade iônica. Os maiores valores de Ds indicam uma maior difusão do sal

na matriz provocando um aumento na condutividade do filme. O alto valor do coeficiente de

difusão do sal para o filme F2, provavelmente, se deve à maior espessura deste filme. O maior

valor de l indica um maior volume do bulk do filme, permitindo uma maior difusão dos íons

do sal nesta região.

O domínio de altas frequências (primeiro semicírculo ou semicírculo bem definido)

para o POE puro, Figura 45(a), informou, ainda, que existe um processo de relaxação e que

este está relacionado ao bulk polimérico (HUGUENIN, CAVALCANTE e TORRESI, 2001;

BAR e BASAK, 2014). O estudo da relaxação dielétrica em eletrólitos poliméricos sólidos

fornece informações relativas às características das interações moleculares e iônicas (BAR e

BASAK, 2014). Assim sendo, com o intuito de analisar o fenômeno de relaxação foram feitas

as representações da impedância complexa (-Z’’) em função do logaritmo da frequência,

também conhecida como representação de Debye, para todos os filmes, Figura 48.

Na representação de Debye para o POE puro, Figura 47, observa-se um pico de

relaxação dielétrica para região de frequências intermediárias. A formação do pico, neste tipo

de representação, é observada quando a condição de é satisfeita sendo o tempo de

relaxação dielétrica. O fenômeno de relaxação dielétrica observado para o POE é resultado do

processo de reorientação dos dipolos nas cadeias do polímero mediante a aplicação de um

potencial (PRADHAN, CHOUDHARY e SAMANTARAY, 2008).

A adição do tungstato de sódio à matriz do POE provocou modificações no pico de

relaxação dielétrica deste polímero, assim como a formação de novos picos. Os valores dos

tempos de relaxação, calculados a partir da Equação 26, para os sistemas estudados são

apresentados na Tabela 14.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 106

Figura 47 – Representações da impedância complexa (Z’’) em função do logaritmo da frequência (log f) para

análise do processo de relaxação dielétrica.

Fonte: Autoria própria

Tabela 14 – Tempos de relaxação dielétrica para o POE puro e para o eletrólito POE/Na2WO4 nas diferentes

composições estudadas.

Filmes

F0 0,704 22,6 – –

F1 3,63 4,39 – –

F2 76,1 0,209 33,53 0,475

F3 14,8 1,08 – –

F4 47,6 0,334 6,51 2,44

F5 9,25 1,72 – –

F6 47,6 0,334 8,23 1,93

= Frequência no máximo do primeiro pico de relaxação; = Primeiro tempo de relaxação;

= Frequência no máximo do segundo pico de relaxação; = Segundo tempo de relaxação;

Fonte: Autoria própria.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 107

Verificou-se que, para os filmes F1, F3 e F5, ocorreu deslocamento do pico para

regiões de mais altas frequências quando comparados ao filme F0. Enquanto que para os

filmes F2, F4 e F6, além dos picos em altas frequências, ocorreu a formação de novos picos

de relaxação em baixas frequências. Na Figura 45 é possível observar que para os filmes F1,

F3 e F5 o semicírculo, característico do processo de relaxação, sofreu um deslocamento para

regiões de mais altas frequências quando comparado ao do POE puro, confirmando o

deslocamento do pico de relaxação para maiores frequências. Assim como os filmes F1, F3 e

F5, os filmes F2, F4 e F6 também tiveram os picos de relaxação, associados à reorientação

dos dipolos das cadeias do POE, deslocados, isto porque, também, observou-se deslocamento

do primeiro semicírculo, no diagrama de Nyquist, para estes últimos três filmes. As

intensidades dos picos, porém, foram menores para os filmes F2, F4, F6 quando comparadas

aos demais devido à redução dos diâmetros dos semicírculos destes filmes.

O segundo pico de relaxação dielétrica para os filmes F2, F4 e F6 está associado à

adição do tungstato de sódio e é observado devido à formação do segundo semicírculo mais

bem definido, Figura 45. A introdução do sal na matriz polimérica favorece a polarização dos

dipolos nas cadeias do POE. Assim, além da polarização dipolar relacionada apenas às

cadeias do polímero, teve-se polarização iônica relacionada aos íons ( . Além

disso, a perturbação nos íons do sal, devido à aplicação do potencial elétrico, aumentou o

efeito de polarização dos dipolos nas cadeias do polímero, causando diminuição no tempo de

relaxação, como observado na Tabela 14. Isto ocorreu porque o movimento de íons de um

local para outro promoveu perturbação do potencial elétrico dos seus arredores, outros íons e

cadeias do polímero. Desta forma, o movimento dos outros íons nesta região foi afetado pela

perturbação do potencial. Tal movimento cooperativo de íons leva a um decaimento não-

exponencial ou processos de condução com distribuição no tempo de relaxação (PRADHAN,

CHOUDHARY e SAMANTARAY, 2008). Os valores dos segundos tempos de relaxação

para os filmes F2, F4 e F6 são maiores que os primeiros, uma vez que estes estão relacionados

a processos de polarização iônica e ocorrem em menores frequências, tendo contribuição do

sal na polarização dos dipolos ao longo das cadeias moleculares do polímero.

Os filmes com mais de um pico de relaxação são exatamente aqueles com maiores

valores de Ds; além disso, os dados de EDS, Figura 33 (W/Na), mostraram que os filmes com

maiores valores de Ds são aqueles com as menores razões W/Na, ou seja, os filmes em que a

maior difusão do sal é ocasionada devido à maior distribuição do sal no filme, o que provoca

redução mais homogênea das regiões cristalinas do polímero e, portanto, aumento das regiões

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Dissertação – PPGQ – UFRN 108

amorfas, favorecendo a difusão dos íons do sal em consequência de um menor tempo de

relaxação.

A dependência da impedância com a frequência para os sistemas em estudo é mais

claramente investigada através da representação no formato Bode, que também permite a

análise do comportamento capacitivo e resistivo do eletrólito para diferentes frequências com

base no ângulo de fase. Na Figura 48 são apresentados os diagramas de impedância no

formato Bode para o filme do POE puro e para os filmes deste polímero com diferentes

composições do sal.

Figura 48 – Diagramas de impedância no formato Bode para: (a) o filme do POE puro e (b) para os filmes do

POE com diferentes composições do sal.

Fonte: Autoria própria.

35,5°

29,4°

24,4°

(b)

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Dissertação – PPGQ – UFRN 109

Através do Diagrama de Bode para o filme F0, Figura 48(a), observou-se a

predominância do comportamento resistivo do sistema para a região de baixas frequências,

uma vez que o ângulo de fase tende a zero (0°) nesta região. Por outro lado, para a região de

altas frequências tem-se a predominância do comportamento capacitivo, uma vez que o

ângulo de fase está tendendo a – 90 °.

Após a adição do sal, Figura 48(b), os diagramas de Bode dos filmes apresentaram

comportamento característico da mobilidade extrínseca dos íons ao longo da cadeia

polimérica na região de baixas frequências. Isto pode ser observado por um aumento no

ângulo de fase nesta região. Na região de altas frequências, mudanças mais abruptas no valor

de , como observado na Figura 48, e ângulos de fase menores que – 90º, Tabela 15,

mostraram que a resposta para o descarregamento foi mais rápida para o eletrólito quando

comparado ao filme polimérico puro.

Tabela 15 – Valores experimentais dos ângulos de fase máximos para os filmes nas regiões de baixas e altas

frequências.

Filmes F0 F1 F2 F3 F4 F5 F6

3,4 17,3 12,6 10,7 17,1 16,1 13,7

80,5 71,8 63,9 68,9 53,5 68,9 59,4

Fonte: Autoria própria.

Na região de frequências intermediárias é possível analisar o comportamento das

cargas que são acumuladas na interface eletrólito/eletrodo, como, também, seu fluxo nesta

mesma interface (DA SILVA, 2014). O descarregamento de cargas no filme do POE puro

ocorreu de maneira contínua em toda faixa de frequências intermediárias, Figura 48. Isto pode

estar associado ao maior tempo de relaxação dielétrica observada para este filme, Tabela 14,

ou seja, a reorientação dos dipolos nas cadeias do POE aconteceu mais lentamente, quando

comparado aos filmes contendo o tungstato de sódio, permitindo descarregamento contínuo e

mais lento.

Nos filmes com o tungstato de sódio este descarregamento de cargas ocorreu mais

rapidamente no filme F2, uma vez que ele apresentou maior inclinação relacionada à

dispersão das cargas no filme, ou seja, uma mudança abrupta nos valores do ângulo de fase.

Este comportamento foi ratificado pelo menor tempo de relaxação dielétrica associado a essa

faixa de frequências, isto é, neste filme a reorientação dos dipolos das cadeias do POE ocorreu

de maneira rápida, quando comparado aos demais filmes, impedindo que grande quantidade

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Dissertação – PPGQ – UFRN 110

de cargas fosse acumulada. Seguindo este raciocínio sobre a inclinação da curva, nesta faixa

de frequências, e com base nos tempos de relaxação pode-se concluir:

Figura 49 – Esquema, em ordem decrescente, do descarregamento de cargas nos filmes poliméricos estudados.

F2 > F4 = F6 > F3 > F5 > F1 > F0

Fonte: Autoria própria.

Os filmes F2, F4 e F6 apresentaram comportamento diferente dos filmes F1, F3 e F5.

Após o descarregamento das cargas em frequências que vão de altas até intermediárias,

ocorreu pequeno carregamento para os filmes F2, F4 e F6 em regiões que vão desde

intermediárias até baixas frequências, uma vez que houve acentuado aumento nos valores do

ângulo de fase. Este comportamento pode estar relacionado ao processo de relaxação devido

ao segundo pico de relaxação para estes filmes, como visto na Figura 47, sugerindo aumento

no comportamento capacitivo.

Seguindo o mesmo raciocínio para o primeiro pico no diagrama de Bode, o filme F2

descarregou mais rapidamente, com menor . Isto ainda pode ser observado através do valor

máximo do ângulo de fase no segundo pico, Figura 48(b). O valor de 35,5° para o ângulo de

fase máximo neste pico para o filme F2, indicou maior comportamento capacitivo, permitindo

acúmulo rápido de carga seguido pelo descarregamento, também, rápido. Além disso, a

inclinação na curva ou decréscimo no ângulo de fase de forma mais abrupta para este filme

concordou com este comportamento. Os valores próximos no tempo de relaxação para os

filmes F4 e F6, neste segundo pico, necessitaram de análise do comportamento capacitivo. O

filme F4 apresentou pico em 29,4º indicando comportamento mais capacitivo, quando

comparado ao filme F6 e, portanto, armazenou cargas mais rapidamente, seguido de rápido

descarregamento.

Os efeitos de carregamento e descarregamento de cargas mostraram relação com os

valores de condutividade calculados, uma vez que os filmes que sofreram este

descarregamento rápido (F2, F4 e F6) apresentaram os maiores valores de condutividade

iônica.

O estudo do comportamento capacitivo na interface eletrólito/eletrodo é melhor

avaliado através da Espectroscopia de Capacitância Eletroquímica (ECE). Os valores usados

na análise através da ECE são obtidos a partir da conversão dos resultados da EIE. A

Descarregamento da carga eletrônica

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Dissertação – PPGQ – UFRN 111

interpretação capacitiva fornece informações físicas sobre os processos de armazenamento na

interface eletrodo/eletrólito. Além disso, a análise por ECE pode ser útil para avaliar os

processos no estado sólido e sistemas dielétricos, quando estes são predominantemente

capacitivos (BUENO et al., 2010; BUENO, MIZZON e DAVIS, 2012).

Para análise dos filmes por ECE, os dados de impedância complexa foram convertidos

em valores de capacitância complexa. A conversão pode ser realizada usando a Equação

4, (GÓES et al., 2012). A admitância complexa, Y, é definida como o

inverso da impedância complexa conforme a Equação 27:

e a capacitância complexa pode ser definida pela Equação 28, com √ e :

Desta maneira, pode-se escrever a capacitância complexa em termos das suas partes

real e imaginária, conforme a Equação 29:

A conversão dos dados de impedância complexa em capacitância complexa foi feita

com o intuito de estimar, a partir desta última, a constante heterogênea de transferência de

elétrons, aqui adaptada para constante de velocidade de transferência de cargas (kt)

acumuladas na interface eletrodo/eletrólito para os filmes poliméricos. Isto pode ser feito

através da representação gráfica da razão entre as capacitâncias imaginária e real (C’’/C’),

definida como a perda de energia durante o processo de taxa de transferência de cargas em

função da frequência, de forma que o pico (ou os picos) obtido representa kt, Figura 50

(BUENO et al., 2013).

Através da Figura 50 verificou-se que o intervalo de frequências usado não resolveu

completamente os picos para região de altas frequências, em consequência da limitação (1

MHz) do equipamento utilizado. De qualquer forma, observou-se que os filmes com as

maiores condutividades (F2, F4 e F6) têm dois picos (dois kt), enquanto os filmes F1, F3 e F5

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Dissertação – PPGQ – UFRN 112

apresentaram apenas um pico (um kt), em concordância com a transferência de cargas

(descarregamento de cargas) que ocorreu em dois momentos distintos.

Figura 50 – Representação do logaritmo da razão entre as capacitâncias imaginária e real em função do

logaritmo da frequência com os máximos (picos) representando os valores de kt.

Fonte: Autoria própria.

Na Tabela 16 são apresentados os valores de kt obtidos do máximo das curvas para os

filmes F2, F4 e F6 na região de frequências intermediárias. A partir destes valores, pode-se

observar que a velocidade de transferência de cargas durante o descarregamento foi mais

rápida para o filme F2, seguido dos filmes F4 e F6. De forma que estes resultados

quantitativos confirmaram a análise qualitativa feita através dos tempos de relaxação (Figura

47) e dos diagramas de Bode (Figura 48).

Tabela 16 – Valores de kt obtidos a partir da representação log (C’’/C’) vs log f.

Filmes kt /s-1

F2 172,7

F4 53,6

F6 42,4

Fonte: Autoria própria.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 113

Os dados de impedância no formato Bode são mais representativos na análise de

circuitos elétricos, uma vez que o ângulo de fase é sensível aos parâmetros do sistema e,

assim, fornece resultados mais seletivos dos componentes do circuito quando comparados

com os dados experimentais (ORAZEM e TRIBOLLET, 2008). Os ajustes com os circuitos

elétricos equivalentes para os sistemas POE/eletrodo e PEO-Na2WO4/eletrodo realizados no

diagrama de impedância no formato Bode foram, então, relacionados com as características

do diagrama no formato Nyquist e, ambos, estão apresentados no Apêndice. Assim, o circuito

equivalente proposto deve apresentar coerência com o sistema eletroquímico investigado para

se poder relacionar os diferentes elementos eletrônicos do mesmo às diferentes características

físicas e químicas do sistema.

Pequenas deformações no semicírculo nos diagramas no formato Nyquist para o

sistema filme polimérico/eletrodo podem ser resultado da espessura irregular e morfologia do

filme e/ou a rugosidade da superfície do eletrodo. Isto sugere a presença de um elemento de

fase constante (CPE) no circuito a ser proposto (ANANTHA e HARIHARAN, 2005; KHAN

et al., 2014).

Um elemento de fase constante (CPE) é um capacitor não ideal e substitui um

capacitor ideal em um circuito elétrico equivalente devido à distribuição não uniforme da

corrente (BAR e BASAK, 2014). A impedância de um CPE é dada pela fórmula empírica,

Equação 30 (QIAN et al., 2001):

em que A é o inverso da capacitância apenas quando n = 1 sendo n relacionado com o (o

desvio da linha vertical na representação de impedância no formato Nyquist); n = 1 indica um

capacitor ideal e reflete diretamente a rugosidade do eletrodo usado.

Neste estudo os dados de impedância se ajustaram a dois tipos de circuito, um para o

filme do POE puro, Figura 51, e o outro para os filmes do eletrólito POE-Na2WO4, Figura 52.

Os dados referentes aos ajustes, assim como o erro associado a estes, estão apresentados no

Apêndice.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 114

Figura 51 – Circuito elétrico equivalente proposto para o ajuste dos dados de impedância para o filme do POE

puro, F0.

Rb = Resistência do bulk do material; Rp = Resistência de polarização; CPE1 = Elemento de fase constante

relacionada à interface eletrólito/eletrodo e, também, à irregularidade do filme e/ou a não idealidade da

superfície do eletrodo.

Fonte: Autoria própria.

Figura 52 – Circuito elétrico equivalente proposto para o ajuste dos dados de impedância para os filmes

contendo o tungstato de sódio.

Rb = Resistência do bulk do material; Rp = Resistência de polarização; CPE1 = Elemento de fase constante

relacionada à interface filme/eletrodo e devido à irregularidade do filme e/ou não idealidade da superfície do

eletrodo. R2 = Resistência de polarização de cargas na interface eletrólito/eletrodo com a polarização sofrendo

efeito por parte do íons do sal; CPE2 = Elemento de fase constante relacionada ao fenômeno de relaxação

dielétrica por efeito do sal (relaxação iônica).

Fonte: Autoria própria.

Cada semicírculo presente nos diagramas de Nyquist foi equivalente a uma associação

em paralelo de uma resistência e uma capacitância (KHAN et al., 2014). No caso em estudo, o

capacitor foi substituído pelo CPE.

A associação em série da resistência do material (bulk) com a associação em paralelo

do CPE1 e a resistência de polarização correspondeu ao semicírculo na região de altas

frequências. A tendência à formação do segundo semicírculo foi representada pela associação

em paralelo do CPE2 com R2 correspondendo à região de frequências intermediárias até

baixas frequências, sendo associado ao efeito de indução dos dipolos poliméricos causada

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Dissertação – PPGQ – UFRN 115

pelos íons do sal (DYGAS et al., 2003). Para o filme do POE puro (F0), a presença de apenas

um semicírculo em toda a região de frequências analisada e a ausência da linha reta

característica de difusão fez com que os dados se ajustassem ao circuito da Figura 51.

A linha reta presente nos diagramas no formato Nyquist foi representada no circuito

pelo elemento de Warburg, W, sendo referente à difusão dos íons do tungstato de sódio. O

CPE1 representou as características da dupla camada elétrica formada entre o filme e o

eletrodo, também relacionada à relaxação dipolar, enquanto que o CPE2 foi relativo à

relaxação iônica associada ao tungstato de sódio. A resistência R2 pode ser associada à

resistência de polarização das cadeias do polímero devido à presença do efeito de indução dos

dipolos poliméricos causada pelos íons do sal.

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CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES

Neste capítulo são apresentadas as conclusões do trabalho com

finalidade de evidenciar os principais resultados obtidos.

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5.1 CONCLUSÕES

Um novo eletrólito polimérico sólido POE-Na2WO4, com composição variada do sal,

em forma de filme autossustentável foi obtido através do método sol-gel. A redução dos picos

característicos da semicristalinidade do POE, observada nos difratogramas de raios X, e a

redução do grau de cristalinidade, calculado por DSC, confirmam a redução da cristalinidade

do polímero com a adição do Na2WO4 e promove um aumento da condutividade iônica de até

três ordens de grandeza para os filmes F2 (1,52x10-4

S cm-1

) e F4 (3,24x10-4

S cm-1

) quando

comparados ao filme do polímero puro (F0) (5,48x10-7

S cm-1

). As interações físicas entre as

cadeias poliméricas e os íons do sal foram confirmadas pelos espectros de infravermelho,

além disso, as curvas TG/DTG mostraram que a presença do sal na matriz polimérica provoca

um aumento da estabilidade do eletrólito, que se decompõe quase que totalmente em uma

única etapa. A análise cinética da degradação térmica foi realizada pelos métodos de Broido

(BR), Coats-Redfern (CR) e Horowitz-Metzger (HM) que sugeriram uma cinética de

degradação de 1ª ordem para o polímero e eletrólito permitindo, assim, o cálculo da energia

de ativação deste processo com redução para os filmes na presença do sal. Ainda, os dados de

∆H*, ∆S

* e ∆G

* demonstraram que a etapa de decomposição térmica ocorre de maneira

relativamente rápida, de forma não espontânea com o menor ordenamento do complexo

ativado. A morfologia esferulítica intercalada por ligações interlamelares foi presente nos

filmes e mostraram uma redução no diâmetro médio dos esferulitos com a adição do sal. Os

filmes com maiores condutividades (F2, F4 e F6) apresentaram os maiores coeficientes de

difusão e exibiram dois picos de relaxação sendo um associado à reorientação dos dipolos nas

cadeias do polímero e o outro a reorientação dos dipolos destas cadeias por efeito de indução

dos íons do sal, além de comportamento característico de transporte de cargas observado nos

diagramas de capacitância complexa. Os dados de impedância foram ajustados a dois circuitos

elétricos equivalentes, um para o polímero e o outro para o eletrólito, o que permitiu a

associação dos fenômenos físico-químicos aos componentes eletrônicos dos circuitos. Assim,

com base nas propriedades apresentadas neste trabalho, este eletrólito tem grande potencial

em aplicação em baterias secundárias.

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Dissertação – PPGQ – UFRN 118

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Dissertação – PPGQ – UFRN 130

APÊNDICE – Ajuste teórico para todos os filmes feitos a partir do Software Zsim 3.2.

Filme F0

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Dissertação – PPGQ – UFRN 131

Filme F1

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Dissertação – PPGQ – UFRN 132

Filme F2

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Dissertação – PPGQ – UFRN 133

Filme F3

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Dissertação – PPGQ – UFRN 134

Filme F4

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Dissertação – PPGQ – UFRN 135

Filme F5

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Dissertação – PPGQ – UFRN 136

Filme F6