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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA ORAL PATRÍCIA GUERRA PEIXE GONÇALVES Estudo Imunoistoquímico do CD34 e Podoplanina na Doença Periodontal Natal/RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA ORAL

PATRÍCIA GUERRA PEIXE GONÇALVES

Estudo Imunoistoquímico do CD34 e Podoplanina na Doença Periodontal

Natal/RN

2016

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PATRÍCIA GUERRA PEIXE GONÇALVES

Estudo Imunoistoquímico do CD34 e Podoplanina na Doença Periodontal

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos para obtenção do título de mestre em Patologia Oral. Orientador: Prof. Dr. Bruno Cesar de Vasconcelos Gurgel.

Natal/RN

2016

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Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.

Gonçalves, Patrícia Guerra Peixe. Estudo Imunoistoquímico do CD34 e Podoplanina na Doença Periodontal / Patrícia Guerra Peixe Gonçalves. – Natal, RN, 2016. 56 f.: il.

Orientador: Profº. Drº. Bruno Cesar de Vasconcelos Gurgel. Dissertação (Mestrado em Patologia Oral) – Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Odontologia. Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral.

1. Doenças periodontais– Dissertação. 2. CD34 – Dissertação. 3.

Podoplanina – Dissertação. 4. Angiogênese – Dissertação. 5. Linfangiogênese. – Dissertação. I.Gurgel, Bruno Cesar de Vasconcelos II. Título. RN/UF/BSO Black D64

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“Deves saber que foste criado para

ascensão, mas que só é fácil descer.

Subir exige trabalho, paciência,

perseverança, condições essenciais para

o encontro do amor e da sabedoria.”

André Luiz (Psicografado por Chico Xavier)

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Agradecimentos

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Agradeço a Deus e aos espíritos amigos por mais esta oportunidade de

crescimento profissional e amadurecimento. Agradeço a Deus por esta família que

colocou no meu caminho, me dando tanto carinho, amor, me enchendo de cuidados,

e que me incentiva em todos os meus projetos de vida.

À Luiza Moreira Gonçalves, minha mãe do coração, que é o motor da família.

Sempre com palavras e gestos motivadores, me faz caminhar sempre para o

progresso. Sempre fazendo tudo por mim, pela Raphaela e por todos.

Ao Luiz Roberto Loureiro Gonçalves, meu pai do coração. Agradeço por toda

preocupação e palavras de incentivo, pois sei que todas as suas atitudes e palavras

são com o intuito de me fazer alcançar degraus mais altos na vida.

À Raphaela Guerra Peixe Gonçalves, sei que estas palavras só chegarão ao

seu conhecimento quando tiver mais madura. Filha, você é a luz da minha vida. Por

vezes é minha bússola, meu norte. Apesar dos seus 4 anos, já me faz aprender

tanto com seu jeito meigo, carinhoso e amoroso, com suas frases que por vezes não

são compatíveis com a idade, que me fazem repensar e aprender contigo todos os

dias. Te amo minha linda flor do meu jardim. Minha linda margarida.

Ao Raphael Moreira Gonçalves. Sabe que se estou completando e

conquistando mais esta vitória na minha vida é porque você me ajudou a chegar

aqui. Sempre preocupado comigo, querendo o melhor e incentivando para sempre

crescer. Falar “muito obrigada”, não expressa tamanha gratidão que tenho por você.

À Roberta Guerra Peixe. Minha referencia de família de sangue, com

memórias intensas, principalmente das músicas que cantávamos, dos longos áudios

atuais de conversas, encurtando distâncias que sempre foram evidentes em nossas

vidas. Amo-te irmã. Obrigada pela torcida, pela amizade, pelo amor e pelos

conhecimentos farmacêuticos.

Sempre digo que foi uma benção de Deus voltar aos estudos. Lecionar foi

uma descoberta muito gratificante e a equipe pedagógica do SENAC/RN me ajudou

muito neste primeiro contato com a arte de ser professor. Passar na seleção do

mestrado foi ter o direito ao passe para esta profissão tão admirada por mim.

Agradeço imensamente a todos os professores do programa de pós-graduação em

patologia oral da UFRN, da clínica de estomatologia, das disciplinas de bioestatística

e bioestatística aplicada, da disciplina de metodologia do ensino superior e do Curso

de Iniciação à Docência. Cada um, com suas características específicas, passou

uma face do amor que tem pela odontologia e por lecionar. Deixo aqui o meu “muito

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obrigado” aos professores: Prof. Dra. Lélia Batista de Souza, Prof. Dra. Lélia Maria

Guedes Queiroz, Prof. Dra. Ana Miryan Costa de Medeiros, Prof. Dr. Ângelo

Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira, Prof. Dr. Antônio de Lisboa Lopes Costa, Prof.

Dr. Carlos Augusto Galvão Barbosa, Prof. Dra. Éricka Janine Dantas da Silveira,

Prof. Dra. Erika dos Reis Gusmão Andrade, Prof. Dra. Hebel Cavalcanti Galvão,

Prof. Dr. José Diniz Junior, Prof. Dr. Kênio Costa Lima, Prof. Dr. Leão Pereira Pinto,

Prof. Dra. Márcia Cristina da Costa Miguel, Prof. Dra. Patrícia Teixeira de Oliveira,

Prof. Dra. Roseana de Almeida Freitas e Prof. Dra. Rosiane Viana Zuza Diniz.

De uma forma especial quero agradecer ao Prof. Dr. Bruno Cesar de

Vasconcelos Gurgel por me orientar de forma humana, por sempre me apoiar e

ajudar com os projetos. Quero parabenizá-lo pela competência. Professor, o senhor

é um exemplo a ser seguido. Que Deus ilumine seus caminhos e abençoe sua

família.

Além da equipe acima citada, não posso deixar de agradecer aos funcionários

que sempre me auxiliaram ao longo desses dois anos. Equipe que compartilhei

conversas animadas e sorrisos largos. Obrigada Graça Maia, Maria de Lourdes

Maciel, Idelzuíte Bezerra de Souza, Sandovânia Maria de Oliveira, Ricardo Kleiber

de Lima Silva, Hévio Lucena, Patrícia Barroca de Medeiros Costa, Joana D`arc

Fonseca, Kátia Cristina Lourenço Silva de Oliveira, Cecília Isabel dos Santos,

Hadassa Danielle da Silva Bulhões, Mônica Karina Santos Reis, Mateus Carvalho de

Lima, Juliana Miranda Felix, Jaqueline Tavares da Silva, Jéssica Souza Martins,

Ossean Fernandes da Costa.

Aos meus amigos de jornada, tenho muito que agradecer e admirar. Além de

competentes, humanos e com características inerentes as suas personalidades, que

ficarão para sempre em minha memória. Sinto-me acolhida nesta família patológica,

pois me ajudaram em diversos momentos e compartilhamos de inúmeras fases e

acontecimentos. Vocês estarão sempre em minha memória. Muito obrigada Amanda

Katarinny Goes Gonzaga, Ana Luiza Dias Leite de Andrade, Andréia Ferreira do

Carmo, Angélica Lopes Cordeiro Mandú, Clarissa Favero Demeda, Denise Helen I.

P. Oliveira, Eduardo Alonso Cruz Monroy, Fernanda Gianini Antunes, Francisco

Jadson Lima, Hugo Costa Neto, Jamile Marinho Bezerra da Silva, Jefferson da

Costa Tenório, Laudenice de Lucena Pereira, Laura Priscila Barbosa de Carvalho,

Leorik Pereira da Silva, Luciana Eloisa da Silva Castro, Luiz Arthur Barbosa da Silva,

Mara Luana Batista Severo, Marcelo Anderson Barbosa Nascimento, Maria Luiza

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Diniz de Souza Lopes, Marianna Sampaio Serpa, Melka Coêlho Sá, Natália

Guimarães Barbosa, Rafaella Bastos Leite, Rodrigo Propino Mafra, Roseane

Carvalho Vasconcelos, Salomão Israel Monteiro Lourenço Queiroz, Thalita Santana

Conceição, Tiago João da Silva Filho, Vilson Lacerda Brasileiro Junior e Viviane

Alves de Oliveira Maia.

Agradeço a Fundação de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Norte -

FAPERN, pelos auxílios financeiros que possibilitaram a realização deste trabalho.

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Resumo

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RESUMO

A inflamação gengival decorrente da colonização por microrganismos

periodontopatogênicos associada à resposta do hospedeiro, gera eventos

imunológicos e vasculares, em virtude da liberação e atuação de mediadores

inflamatórios. Dentro desta perspectiva, este estudo teve por objetivo avaliar a

angiogênese e linfangiogênese em 90 espécimes de biópsias de tecido gengival

clinicamente saudável, com gengivite e com periodontite crônica. Os cortes

histológicos foram avaliados em sua morfologia pela coloração de hematoxilina e

eosina, e pela técnica de imunoistoquímica através da imunomarcação de CD34 e

podoplanina, para avaliar, respectivamente, a contagem microvascular de vasos

sanguíneos e linfáticos. Os resultados mostraram que há correlação entre a

contagem microvascular de vasos sanguíneos e linfáticos (p=0,03), porém, mostrou

que na periodontite crônica há menos números de vasos linfáticos do que no tecido

gengival clinicamente saudável (p=0,01). A podoplanina mostrou marcação no

epitélio presente e a intensidade de marcação está relacionada positivamente com a

intensidade do infiltrado inflamatório (p=0,03). Concluiu-se neste estudo que não foi

observado aumento do número de vasos sanguíneos e linfáticos com o aumento da

gravidade da doença periodontal. A podoplanina encontra-se mais expressa

associada a um maior infiltrado inflamatório, provavelmente tendo outra função na

doença periodontal, e não somente como marcador da linfangiogênese. As

sinalizações presentes no processo inflamatório, bem como o real papel da

vasculatura sanguínea e linfática gengival ainda não estão totalmente elucidadas.

Palavras-chaves: Doenças Periodontais. Angiogênese. CD34. Linfangiogênese.

Podoplanina.

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Abstract

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ABSTRACT

Angiogenesis and lymphangiogenesis are changes that occur due to gingival

inflammation caused by microorganisms present in the biofilm, as well as the

migration of immune cells and secretion of mediators in the aggressed site. This

study aimed to research angiogenesis and lymphangiogenesis in 90 specimens of

clinically healthy, with gingivitis and chronic periodontitis gingival tissue biopsies. The

histological sections were evaluated by hematoxylin and eosin and the

immunohistochemical technique through immunostaining for CD34 and podoplanin.

To evaluate the angiogenic and lymphangiogenic indexes we performed a

microvessel counting technique. The results showed that there is a correlation

between the indexes (p = 0.030), however, we observed that periodontitis showed

less lymphatic vessels than clinically healthy gingival tissue (p = 0.016). Podoplanin

showed positive staining in the basal layers of the epithelium, and we observed a

relationship between immunostaining intensity and the intensity of inflammatory

infiltrate, with more intense staining in the presence of severe inflammatory infiltrate

(p = 0.033). For this study, we concluded that there are fewer blood vessels in

periodontitis compared with clinically healthy gingiva. The signaling present in the

inflammatory process and the actual role of gingival blood and lymphatic vasculature

are not fully understood, with further studies on angiogenesis and lymphangiogenesis

being suggested.

Keywords: Periodontal Diseases. Angiogênesis. CD34. Lymphangiogenesis.

Podoplanin.

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Lista de Ilustrações

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Imunopositividade para os marcadores CD34 e Podoplanina.

35

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Lista de Tabelas

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Relação do diagnóstico clínico com a idade. Natal, RN. 2016.

33

Tabela 2. Associação entre a intensidade do infiltrado inflamatório e o

diagnóstico clínico. Natal, RN. 2016.

34

Tabela 3. Relação da contagem microvascular de vasos sanguíneos e

linfáticos com o diagnóstico clínico. Natal, RN. 2016.

36

Tabela 4. Relação da marcação da podoplanina no epitélio com o

diagnóstico clínico e a intensidade do infiltrado inflamatório.

Natal, RN. 2016.

36

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Lista de Abreviaturas e Siglas

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANG: Angiopoietina.

CEP/UFRN: Comitê de Ética em Pesquisa de Seres Humanos da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte.

CMV: Contagem microvascular.

DAB: Solução de di-aminobenzida.

DC: Diagnóstico Clínico.

EUA: Estados Unidos da América.

FGF-2: Do inglês fibroblast growth fator - 2, traduzido como fator de crescimento

fibroblástico - 2.

G: Gengivite.

H/E: Hematoxilina e Eosina.

HGF: Do inglês Hepatocyte Growth Factor, traduzido como fator de crescimento de

hepatócitos.

ICAM: Do Inglês intercellular adhesion molecule-1, traduzido como molécula de

adesão intercelular.

IGF: Do inglês insulin-like growth factor, traduzido como fator de crescimento

semelhante à insulina.

IL1β: Interleucina 1 beta.

IL4: Interleucina 4.

IL8 : Interleucina 8.

IL13: Interleucina 13.

IMAGEJ: Do inglês Image Processing and Analisis in Java, traduzido como análise e

processamento em Java.

JAM: Do inglês juntional adhesion molecule, traduzido como molécula de adesão

juncional.

LYVE-1: Do inglês lymphatic vessel endothelial hyaluronan receptor-1 traduzido

como receptor hialurônico de endotélio vascular linfático-1.

MMP: Metaloproteinase da matriz.

n: Número.

NF-KB: Do inglês nuclear factor kappa, traduzido como fator nuclear kappa beta.

NOS: Óxido nítrico sintaxe.

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P: Periodontite.

PDGFB: Do inglês platelet-derived growth fator, traduzido como fator de crescimento

plaquetário B.

PROX-1: Do inglês homeobox-1 transcription fator, traduzido para fator de

transcrição homeobox-1.

Q25: Quartil 25.

Q75: Quartil 75.

r: Correlação.

RN: Estado do Rio Grande do Norte.

S: Saudável.

SOX-8: SRY (Sex Determining Region Y)-Box 8.

SPSS: Do inglês Statistical Package for the Social Sciences, traduzido como pacote

estatístico para a sociedade científica.

TCLE: Termo de Consentimento Livre Esclarecido.

TNF: Do inglês tumor necrosis fator, traduzido como fator de necrose tumoral.

TRIS: Tris-hidroximetil-aminometano.

UFRN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

USA: United States of America.

VCAM: Do inglês vascular cell adhesion molecule, traduzido como molécula de

adesão vascular.

VEGF: Do inglês vascular endotelial growth factor, traduzido como fator de

crescimento endotelial vascular.

VEGFR3: Do inglês vascular endothelial growth factor receptor-3, traduzido para

receptor do fator de crescimento endotelial vascular 3.

Máx.: Máximo.

Med: Mediana.

Mín.: Mínimo.

mm: Milímetro

μm: Micrômetro.

%: Percentagem.

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Sumário

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ____________________________________________ 22

2 MATERIAIS E MÉTODOS __________________________________ 26

2.1 IMPLICAÇÕES ÉTICAS _____________________________________ 27

2.2 TIPO DE ESTUDO _________________________________________ 27

2.3 POPULAÇÃO _____________________________________________ 27

2.4 AMOSTRA _______________________________________________ 27

2.4.1 Critérios para seleção da amostra ___________________________ 28

2.4.1.1 Critérios de inclusão ______________________________________ 28

2.4.1.2 Critérios de exclusão ______________________________________ 28

2.5 ESTUDO MORFOLÓGICO __________________________________ 28

2.6 ESTUDO IMUNOISTOQUÍMICO ______________________________ 29

2.7 ANÁLISE DO PERFIL IMUNOISTOQUÍMICO_____________________ 29

2.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA _____________________________________ 30

3 RESULTADOS ____________________________________________ 32

4 DISCUSSÃO ____________________________________________ 37

5 CONCLUSÃO _____________________________________________ 43

REFERÊNCIAS ___________________________________________ 45

APÊNDICE _______________________________________________ 49

ANEXO __________________________________________________ 52

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Introdução

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1 INTRODUÇÃO

A angiogênese e a linfangiogênese são eventos vasculares que ocorrem na

inflamação gengival dada à liberação de subprodutos provenientes de

microrganismos presentes no biofilme dentário, bem como da migração de células

de defesa e secreção de mediadores inflamatórios no local da agressão.

(KASPRZAK et al., 2013; BERSGGREEN; WIIG, 2014; GONZALES, 2015).

A angiogênese é regulada através de uma interação complexa de sinais

moleculares mediados por fatores de crescimento que envolve a remodelação da

matriz extracelular, migração de células endoteliais e a proliferação, diferenciação e

anastomose capilar (ADAMS; ALITALO, 2007).

Estímulos angiogênicos são modulados por citocinas e fatores de

crescimento, tais como interleucina 1 beta (IL-1β), interleucina 8 (IL-8),

metaloproteinases da matriz (MMP 2 e 9), fator de necrose tumoral alfa (TNF-α),

fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF-A, VEGF-B, VEGF-C E VEGF-

D), fator de crescimento fibroblástico (FGF-2), angiopoietinas (ANG 1) e fator de

crescimento plaquetário B (PDGFB) (ADAMS; ALITALO, 2007; KASPRZAK et al.,

2012, 2013).

Através destes estímulos, o endotélio vascular sanguíneo expressa

moléculas de adesão, como por exemplo, CD105, CD31, CD34, neuropilina,

molécula de adesão intercelular (ICAM), molécula de adesão celular vascular

(VCAM-1), moléculas de adesão juncional 3 (JAM-3) e E-selectina. (ADAMS;

ALITALO, 2007; UEKI et al., 2008; KASPRZAK et al., 2013; CIMPEAN; RAICA,

2015).

O CD 34 é uma glicoproteína transmembrana, agrupada na família CD34 e é

da subfamília das sialomucinas. É expressa em células-tronco hematopoiéticas, no

endotélio vascular de pequenos vasos, em algumas linhagens de células

neoplásicas. Liga-se à L-selectina presente na maioria dos leucócitos, auxiliando

na fase de adesão e rolamento dos leucócitos, é expressa ao longo do

estabelecimento da inflamação e durante o reparo, sendo por este motivo utilizada

como marcador angiogênico (KASPRZAK et al., 2013).

Alguns fatores de crescimento que induzem o processo de angiogênese,

como o VEGF, também geram estímulo para a linfangiogênese, outros são

liberados por ceratinócitos e células imunes. A rede linfática atua no processo

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inflamatório com a função de drenar o excesso de fluido extracelular do leito capilar

para retornar à circulação sanguínea e capturar antígenos para apresentação ao

sistema imune no compartimento linfóide (por exemplo, nos nódulos linfáticos)

(MOUTA; HEROULT, 2003).

O sistema linfático passa por alterações durante a inflamação, tanto na

ampliação do calibre dos vasos, como na formação de novos vasos a partir dos

pré-existentes. As alterações nos vasos linfáticos são estimuladas por citocinas e

fatores de crescimento, que podem ter ação pró-linfangiogênica ou anti-

linfangiogênica. Tais estímulos são gerados pela presença de VEGF- C e D, óxido

nítrico sintaxe (NOS), TNF-α, IL-1, fator nuclear - kappa beta (NF-kβ), ANG2, FGF,

fator de crescimento de hepatócitos (HGF), fator de crescimento plaquetário

(PDGF), fator de crescimento insulínico (IGF 1 e 2), dentre outros no local da injúria

(MOUTA; HEROULT, 2003; ADAMS; ALITALO, 2007; BERGGREEN et al., 2009;

KIM; KATARU; KOH, 2012).

Os marcadores do endotélio linfático estudados são o VEGFR3,

podoplanina, desmoplaquina, JAM 1 e 2, SOX-18, PROX-1 e o LYVE-1 e

comumente são usados em pesquisas da rede linfática (MOUTA; HEROULT, 2003;

ADAMS; ALITALO, 2007; UEKI et al., 2008; KIM; KATARU; KOH, 2012;

BERGGREEN; WIIG, 2013; CIMPEAN; RAICA, 2015). A podoplanina é uma

proteína transmembrana utilizada como marcador altamente específico de vasos

linfáticos, sendo expressa nas células endoteliais dos vasos linfáticos, e não de

vasos sanguíneos (CIMPEAN; RAICA, 2015). É expressa também em outros tipos

celulares, como podócitos, osteoblastos, osteócitos, ceratinócitos basais, células

mioepiteliais, miofibroblastos da próstata, células de Schwann, células granulosas

do ovário, células dendríticas foliculares e em células neoplásicas. Possui a função

de mediar a adesão de células inflamatórias, células endoteliais dos vasos

linfáticos e apresenta propriedades de contração celular e reorganização do

citoesqueleto. (MIYAZAKI, Y. et al., 2011; KASHYAP; REDDY, 2015; CIMPEAN;

RAICA, 2015).

A angiogênese e a linfangiogênese estão presentes na evolução da doença

periodontal e alguns estudos mostram o aumento dos vasos linfáticos e sanguíneos

(KASPRZAK et al., 2013; BERSGGREEN; WIIG, 2014). Porém todas as vias de

modulação não foram completamente desvendadas e nem todos os marcadores

foram usados na vasculatura. Por este motivo, o objetivo desta pesquisa é estudar

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a angiogênese através da imunnomarcação do CD34, e a linfanfiogênese através

da podoplanina, em biópsias de tecidos gengivais com diagnóstico clínico de

gengiva clinicamente saudável, gengivite crônica e periodontite crônica.

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Materiais e Métodos

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 IMPLICAÇÕES ÉTICAS

Os procedimentos para a realização deste estudo respeitaram as diretrizes e

normas que regulamentam as pesquisas envolvendo seres humanos, aprovadas

pela Resolução 466/12 de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de

Saúde. O mesmo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa de Seres

Humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP/UFRN) e foi

aprovado com o parecer de número 1.325.555.

2.2 TIPO DE ESTUDO

Este estudo transversal retrospectivo consistiu de uma avaliação descritiva,

comparativa e retrospectiva, constituída pela observação, análise e registro das

expressões imunoistoquímicas do CD34 e da podoplanina em tecido gengival.

2.3 POPULAÇÃO

Todos os casos com o diagnóstico clínico de gengiva clinicamente saudável,

gengivite e periodontite crônica arquivados no setor de Anatomia Patológica da

Disciplina de Patologia Oral do Departamento de Odontologia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), entre os anos de 1970 e 2015.

2.4 AMOSTRA

A amostra foi intencional e por conveniência, composta por 90 espécimes de

tecidos gengivais, onde 30 casos com diagnóstico clínico de gengiva clinicamente

saudável (sem sinais clínicos de inflamação, ausência de sangramento à

sondagem, sem perda de inserção clínica e sem perda óssea radiográfica), 30

casos com diagnóstico clínico de gengivite crônica (sangramento à sondagem, sem

perda de inserção clínica e sem perda óssea radiográfica) e 30 casos com

diagnóstico clínico de periodontite crônica (profundidade de sondagem > 4 mm,

perda de inserção clínica 3 mm, com perda óssea radiográfica e sangramento à

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sondagem), seguindo os critérios de diagnóstico da Academia Americana de

Periodontia (ARMITAGE, 1999), arquivados no setor de Anatomia Patológica da

Disciplina de Patologia Oral do Departamento de Odontologia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

2.4.1 Critérios para a seleção da amostra

2.4.1.1 Critérios de inclusão

Foram incluídos os casos de pacientes previamente recrutados de projetos

aprovados por comitê de ética e publicados com os mesmos critérios de inclusão e

exclusão deste estudo.

Como critérios de inclusão seria pacientes com o diagnóstico clínico de

gengiva clinicamente saudável, gengivite crônica e periodontite crônica de

pacientes sistemicamente saudáveis, maiores que 18 anos, com os dados

completos na ficha cadastral e com material biológico suficiente nos blocos de

parafina para o desenvolvimento da pesquisa.

2.4.1.2 Critérios de exclusão

Foram excluídos os pacientes portadores de gengivites associadas a outros

fatores que não sejam ao biofilme dentário; que tenham feito uso de antibióticos ou

antimicrobianos locais ou sistêmicos pelo menos 03 (três) meses antes do

procedimento; e fumantes.

2.5 ESTUDO MORFOLÓGICO

A análise morfológica foi realizada sob microscopia de luz, a partir de cortes

histológicos de 5 μm de espessura, corados pela técnica da Hematoxilina/Eosina

(H/E). Esta avaliação teve por objetivo fazer uma análise descritiva das

características anatomopatológicas observadas em cada caso, como também

verificar a qualidade dos espécimes teciduais para posterior preparo dos cortes

para imunoistoquímica. Os aspectos investigados foram:

Análise das características dos epitélios presentes:

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29

Alterações no epitélio: hiperparaceratinizado, hiperceratinizado,

acantose, hiperplasia, atrofia, espongiose, exocitose, degeneração

hidrópica, duplicação da camada basal, ulceração.

Análise das características do tecido conjuntivo:

Densidade do tecido conjuntivo (denso, variado ou frouxo).

Intensidade do infiltrado inflamatório (leve, moderado e intenso).

Tipo de infiltrado inflamatório (linfoplasmocitário, linfocitário e misto).

2.6 ESTUDO IMUNOISTOQUÍMICO

Todos os espécimes foram fixados em formol a 10% e emblocados em

parafina foram submetidos a cortes histológicos de 3 µm de espessura, montados

em lâminas de vidro, preparadas com adesivo à base de 3-aminopropyltrietoxy-

silano (Sigma Chemical, St Louis, MO, USA). Posteriormente, os espécimes

passaram pela técnica de imunoistoquímica.

Os cortes foram submetidos às etapas de desparafinização, reidratação e

recuperação gênica (CD34 com citrato pH 6.0 Pascal; Podoplanina com

TRIS/EDTA pH 9.0 Pascal). Posteriormente, foi realizado o bloqueio de peroxidase

endógena com peróxido de hidrogênio 10 volumes, após lavar em água corrente, e

posteriormente, incubada em proteína block (Thermo Scientific, Runcorn, UK) para

bloquear ligações inespecíficas. Em seguida, lavagens com tris-hidroximetil-

aminometano (TRIS, Sigma Chemical, St Louis, MO, USA) (pH 7,4).

A incubação dos anticorpos primários foi feita: CD34, diluição 1:1500, por 60

min no sistema de visualização ADVANCE TM (Dako North America Inc., Capinteira,

CA, USA); e Podoplanina, diluição 1:600, em overnight, no sistema de visualização

HI-DEF (HRP, Polymer System). Após esta incubação, foi realizada revelação com

a di-aminobenzida (DAB, Sigma Chemical, St louis, MO, USA) em câmara escura,

passando por água destilada e contra coloração com Hematoxilina de Mayer. O

processo foi finalizado com desidratação, diafanização e montagem da lâmina.

2.7 ANÁLISE DO PERFIL IMUNOISTOQUíMICO

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30

As lâminas coradas pela técnica de imunoistoquímica com CD34 e

podoplanina foram analisadas em microscopia de luz, quantitativamente, através

do índice angiogênico e do índice linfangiogênico (AGARVAL et al., 2014), por um

examinador previamente calibrado (CD34: Kappa = 0,931; Podoplanina: Kappa =

0,939). Os índices angiogênico e linfangiogênico foram determinados empregando-

se a técnica de contagem microvascular (CMV), em que cinco áreas aleatórias

significativas com maior imunomarcação de vasos (“Hot spot”) foram selecionadas,

sob o aumento de 40x. Em seguida, no aumento de 100x, foram quantificados

manualmente com o auxilio do programa ImageJ (Image Processing and Analisis in

Java), com o objetivo de evitar a recontagem de estruturas. Desse modo, o

resultado foi expresso pelo número médio de vasos nestas áreas em cada uma das

amostras e posteriormente feito uma média para cada grupo. Durante o

procedimento, qualquer célula ou grupo celular endotelial imunomarcado

positivamente separado dos microvasos adjacentes e de outros constituintes do

tecido conjuntivo, assim como os vasos contendo lúmen, foram considerados como

um vaso unitário. Foram contados como vasos, ainda, estruturas ramificadas e com

descontinuidade na sua conformação.

2.8 ANALISE ESTATÍSTICA

Os dados clínicos, morfológicos e imunoistoquímicos foram tabulados no

programa Microsoft Excel® 2000 e posteriormente exportados para o programa

estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS®) versão 20.0, no qual

foram realizadas as análises estatísticas.

Assumindo a não normalidade da amostra, os testes não paramétricos de

Kruskal-Wallis e Mann-Whitney foram usados para verificar as diferenças

significativas entre os três grupos e a idade do paciente (idade do paciente x

diagnóstico clínico), e dos três grupos e marcadores dentro de cada grupo (CMV do

imunomarcador CD34 x diagnóstico clínico; CMV do imunomarcador podoplanina x

diagnóstico clínico; marcação da camada basal do epitélio pela podoplanina x

intensidade do infiltrado inflamatório). Para a correlação entre os índices

angiogênico e linfangiogênico, utilizou-se a correlação de Spearman. O teste do

Qui-quadrado foi realizado para as associações significativas (intensidade do

infiltrado inflamatório x diagnóstico clínico).

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Para todos os testes estatísticos utilizados neste estudo, o nível de

significância foi estabelecido em 5% (p<0,05).

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Resultados

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33

3 RESULTADOS

No presente estudo foram utilizadas 90 amostras de tecido gengival de 60

mulheres (66,7%) e de 30 homens (33,3%). A idade variou de 18 a 69 anos,

mediana de 34,08 ± 11,61 anos, e sua relação com o diagnóstico clínico mostrou

que o aumento da idade está relacionado com os casos de periodontite crônica

(p<0,001) (Tabela 1).

Tabela 1. Relação do diagnóstico clínico com a idade. Natal, RN. 2016.

Diagnóstico

Clínico n Mediana Q25 – Q75

Média dos

Postos p p*

Gengiva

Clinicamente

Saudável

30 27 23,8 – 33,5 33,58

0,001

S X G: 0.097

Gengivite

Crônica 30 32,5 26 – 42,3 44,42 S X P: <0,001

Periodontite

Crônica 30 36,5 31,8 – 45,5 58,40 G x P: 0,036

Testes não-paramétricos de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney–pós-teste Bonferroni. Legenda: n, número de casos; Q25, Quartil 25; Q75, Quartil 75; p*: valor de p do pós-teste; S, gengiva clinicamente saudável; G, gengivite crônica; P, periodontite crônica. FONTE: Autor. Natal, RN. 2016.

Os espécimes passaram por avaliação das características histológicas a

cerca do epitélio e das suas características. Cem porcento dos espécimes tinham a

presença de epitélio oral, 18,9% (17 casos) ainda apresentavam epitélio juncional e

4,4% (4 casos) apresentaram epitélio do sulco. As alterações apresentadas no

epitélio oral foram: degeneração hidrópica 94,4% (85 casos), acantose 78,9% (71

casos), espongiose 66,7% (60 casos), exocitose 48,9% (44 casos), hiperplasia

44,4% (40 casos), hiperplasia da camada basal 16,7% (15 casos),

hiperparaceratinizado em 6,7% (6 casos), ulceração 2,2% (2 casos), atrofia 1,1% (1

caso). O epitélio juncional em 100% dos casos (17 casos) apresentou-se

espongiótico, com presença de degeneração hidrópica e exocitose, enquanto que o

sulcular não apresentou alterações.

Na lâmina própria, o tecido conjuntivo mostrou-se predominantemente denso

(85,5%), apresentando infiltrado inflamatório linfocitário em 54% dos casos,

linfoplasmocitário em 42,5% e misto em 3,5%.

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Ao realizar-se a associação da intensidade do infiltrado com o diagnóstico

clínico, optou-se pela junção das intensidades leve e moderada, por finalidade

estatística, facilitando a análise dos resultados. O resultado mostrou que os casos

diagnosticados como gengiva clinicamente saudável estavam associados a um

infiltrado inflamatório leve ou moderado (tabela 2).

Tabela 2. Associação entre a intensidade do infiltrado e o diagnóstico clínico. Natal, RN.

2016.

Diagnóstico Clínico

p

Intensidade do Infiltrado

Inflamatório

Gengiva Clinicamente

Saudável

Gengivite Crônica

Periodontite Crônica

n % n % n %

Leve e Moderado

23 76,7 16 53,3 10 54,4 0,003

Severo 7 23,3 14 46,7 20 45,6

Teste Qui-quadrado. Legendas: n, número de casos; %, percentagem. FONTE: Autor. Natal, RN. 2016.

Na análise imunoistoquímica, foi observada em todos os espécimes a

positividade para o marcador CD34 em vasos sanguíneos, com marcação

citoplasmática e/ou membranar (figuras 1A e 1B), e o marcador podoplanina em

vasos linfáticos (figuras 1C e 1D) e camada basal do epitélio (figuras 1D e 1E), com

marcação citoplasmática e membranar. A análise da marcação foi quantitativa,

através CMV sanguínea e linfática, respectivamente, para o CD34 e podoplanina.

A correlação feita entre a CMV sanguínea (CD34) e a CMV linfática

(podoplanina) mostrou-se fraca, porém significativa e positiva, demonstrando que

quando há um aumento da quantidade de vasos sanguíneos, há também o

aumento dos linfáticos (r = 0,229; p=0,030).

A relação da CMV sanguínea e linfática com o diagnóstico clínico está

apresentada na tabela 3. A relação do imunomardador podoplanina com o

diagnóstico clínico foi significativa (p=0,048). A diferença significativa está entre o

grupo de gengiva clinicamente saudável com o de periodontite crônica (p=0,017),

Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos gengivite crônica x

gengiva clinicamente saudável (p=0,256) e gengivite crônica x periodontite crônica

(p=0,826).

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Figura 1. Imunopositividade para os marcadores CD34 e Podoplanina. A - Fotomicrografia evidenciando a imunopositividade dos vasos sanguíneos para o marcador CD34. Vasos linfáticos (círculo) não marcados pelo anticorpo (ADVANCE, 40x). B - O CD34 apresenta imunomarcação de estruturas luminais e unidades celulares. Na fotomicrografia é evidenciado o padrão citoplasmático (ADVANCE, 100x). C - Fotomicrografia evidenciando a imunopositividade dos vasos linfáticos para o marcador podoplanina. Vaso sanguíneo (círculo) não marcado pelo anticorpo (HI-DEF, 100x). D - Positividade dos vasos linfáticos e da camada basal do epitelio, com marcação membranar, para o imunomarcador podoplanina (HI-DEF, 100x). E - Positividade para a podoplanina restrita à camada basal (HI-DEF, 100x).

B A

C D

E

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Tabela 3. Relação da contagem microvascular sanguínea e linfática com o diagnóstico

clínico. Natal, RN. 2016.

DC n Mín. Máx. Med. Q25 - Q75 Média dos

postos p

p*

CMV sanguínea (CD34)

S 30 3,4 11 7,4 6,2 - 8,4 46,40

0,261

G 30 5,0 11,2 8,0 5,8 - 9,2 50,52

P

30

4,2

11,2

6,6

6,0 - 7,4

39,58

CMV linfática (Podoplanina)

S 30 1,0 6,4 2,5 2,0 - 3,3 53,05

0,048

SXG: 0,256 GXP: 0,826 SXP: 0,017

G 30 1,2 5,0 2,2 1,8 - 2,8 46,78

P 30 1,0 3,8 2,0 1,8 - 2,5 36,67

Teste não paramétrico Kruskal-Wallis e Mann-Whitney - Pós-teste Bonferroni. Legenda: DC, diagnóstico clínico; n, número de casos, Mín., mínimo; Máx, máximo; Med., mediana; Q25, quartil 25; Q75, quartil 75; p* valor de p no pós-teste, S, gengiva clinicamente saudável; G, gengivite crônica; P, periodontite crônica. FONTE: Autor. Natal, RN. 2016.

O imunomarcador CD34 mostrou-se negativo nos epitélio oral, sulcular e

juncional. A podoplanina foi positiva na camada basal dos epitélios em 88,9%

(n=80) dos casos. A marcação da podoplanina no epitélio mostrou-se maior nos

casos de gengivite crônica e periodontite crônica, sendo esta diferença

estatisticamente significativa (p=0,033). Houve significância estatística em relação

à intensidade do infiltrado inflamatório (p=0,016), apresentando-se forte a

imunomarcação quando o infiltrado inflamatório apresentou-se intenso (Tabela 4).

Tabela 4. Relação da marcação da podoplanina no epitélio com o diagnóstico clínico e a

intensidade do infiltrado inflamatório. Natal, RN. 2016.

Marcação da Podoplanina no Epitélio

Inexistente/Fraco Moderado/Forte n % n % p

Diagnóstico Clínico

Gengiva Clinicamente

Saudável 15 51,7 15 24,6

0,033 Gengivite Crônica

6 20,7 24 39,3

Periodontite Crônica

8 27,6 22 36,1

Intensidade do Infiltrado Inflamatório

Leve

13

44,8

11

18

0,016 Moderado 8 27,6 17 27,9

Severo 8 27,6 33 54,1

Teste Qui-quadrado. FONTE: Autor. Natal, RN. 2016.

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Discussão

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4 DISCUSSÃO

Microrganismos e seus componentes presentes no biofilme dentário

estimulam a formação de processo inflamatório durante o período da injúria aos

tecidos periodontais. Na tentativa de debelar tal processo, células inflamatórias

migram para a área afetada para debelar o agente agressor (GONZALES, 2015).

Neste estudo, foi observado que mesmo na gengiva clinicamente saudável, onde

não havia sinal clínico de doença, havia presença de infiltrado inflamatório

leve/moderado, mostrando que provavelmente as alterações histológicas

acontecem antes da doença ser identificada, pelo contato do biofilme dental com o

tecido periodontal, como mostrou Page e Schroeder (1976) em um estudo com

cães.

Além de migração celular, até para que esta seja realizada com maior

eficiência, alterações vasculares são observadas no local da injúria. No inicio, os

vasos sanguíneos sofrem dilatação, mas ao continuarem os estímulos pró-

angiogênicos, novos vasos são formados a partir dos pré-existentes. Este aumento

da rede vascular sanguínea é considerado um fator importante para a destruição

dos tecidos periodontais (KASPRZAK et al., 2012). Por este motivo, estudos sobre

os fatores pró-angiogênicos e anti-angiogênicos, células imunes e células

presentes nos tecidos, além da presença de vasos sanguíneos na evolução da

doença são importantes para entender a patogênese da doença periodontal e

buscar terapias que possam agir como colaboradoras para o processo de remissão

ou controle do problema.

Objetivando avaliar a angiogênese, estudos utilizaram imunomarcadores

para vasos sanguíneos ou fatores pró-angiogênicos, como VEGF (ARTESE et al.,

2010; KASPRZAK et al., 2012), CD31, CD105 (KASPRZAK et al., 2012), CD34

(PENMETSA et al., 2015), fator VIII, NOS (ARTESE et al., 2010), comparando

grupos com periodontite crônica e periodonto saudável. Estes estudos mostraram

que todos os imunomarcadores supracitados estão mais expressos nos casos de

periodontite do que no tecido saudável, sugerindo que há um aumento de vasos

sanguíneos ao longo da evolução da doença periodontal. No presente estudo foi

observado maior número de vasos sanguíneos na gengivite que no grupo

saudável, contudo sem significância estatística (p=0,261), mostrando que a

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39

realização de estudos incluindo a gengivite na amostra pode ajudar na

compreensão da angiogênese em todas as doenças periodontais.

A remodelação vascular é uma característica reconhecida na inflamação

crônica, mas nem todos os tecidos apresentam resposta semelhante. O fator de

crescimento importante para a patogênese da doença periodontal é o VEGF e está

relacionado com o aumento da densidade microvascular nos casos de periodontite

agressiva e crônica (ARTESE et al., 2010). Segundo Kasprzak et al. (2012), há o

aumento do número de vasos sanguíneos na doença periodontal, verificado

também pela relação do VEGF/CD31, e através da relação CD105/ CD31 que,

além da marcação das células endoteliais, foi observada a presença de vênulas de

endotélio alto pós-capilar na gengiva inflamada, que não é encontrada no tecido

saudável. Outros estudos mostraram que tanto fatores extrínsecos como

intrínsecos estão envolvidos na indução da angiogênese (ARTESE et al., 2010;

HSU et al., 2011; KASPRZAK et al., 2012; PENMETSA et al., 2015).

Este estudo teve o propósito de comparar, através da contagem

microvascular, a angiogênese e a linfangiogênese na doença periodontal usando o

CD34 e a podoplanina, respectivamente. Foi observada uma fraca correlação

positiva entre a contagem microvascular do CD34 e da podoplanina (p=0,030),

mostrando que há um aumento de vasos sanguíneos e linfáticos, mas não com a

mesma intensidade. Não há estudos prévios que comparem a mediana de vasos

sanguíneos com a de vasos linfáticos na doença periodontal com esses

marcadores. O estudo dos fatores de indução e controle de ambos os processos e

a quantidade de vasos presentes em cada momento, permitirá uma melhor

compreensão desta diferença da indução do processo de neoformação dos vasos.

Bersggreen e Wiig (2013) comentaram que a linfangiogênese representa um

fator de proteção para pacientes com doença periodontal contra a perda óssea. A

linfangiogênese é inicialmente estimulada para conter o edema intersticial e para

facilitar a resposta imune celular de forma indireta. Há poucos estudos sobre o

papel dos vasos linfáticos nas infecções crônicas. O presente estudo mostrou que

há diminuição do número de vasos linfáticos ao comparar os casos de gengiva

clinicamente saudável e os de periodontite crônica (p=0,017), sugerindo os vasos

linfáticos possam ter seu aumento em número na fase aguda do processo

inflamatório com o objetivo de limitar o dano tecidual (HUGGENBERGER et al.,

2011), e, com a cronificação da inflamação, pode sofrer uma adaptação,

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permanecendo os vasos linfáticos ampliados periodontite crônica e com estímulo

linfangiogênico menor (MKONYI et al., 2012).

Que a inflamação estimula a linfangiogênese é um fato concebido, mas

todas as interações entre as moléculas presentes no processo, células

inflamatórias e células endoteliais linfáticas não foram completamente

caracterizadas (CIMPEAN; RAICA, 2015). Tan, Chong e Angeli (2014), observaram

que no processo de linfangiogênese em tecido inflamado estão presentes

macrófagos, células dendríticas, células B e neutrófilos (modulando o VEGF-A e

secretando VEGF-D). Além do sistema imune, células presentes no tecido

participam da neoformação linfática como os ceratinócitos epidermais, células

estromais tipo fibroblastos reticulares (ambos secretam VEGF-A). Com função de

fazer o controle do processo, Células T inibem a linfangiogênese através da

secreção de interferon-gama (IFNγ). O estudo de Cimpean e Raica (2015)

corrobora a presença do IFNγ no local da inflamação, e comenta que é o

responsável pelo papel crucial das células T (CD4+ e CD8+) no controle da

linfangiogênese. Junto das células T, também participam os mastócitos,

plasmócitos e eosinófilos como colaboradores anti-linfangiogênicos.

A literatura é ampla quando se avalia os elementos pró-angiogênicos e pró-

linfangiogênicos, entretanto, quase não há pesquisas de como este processo é

regulado na doença periodontal, ou se quando esta foi tratada, haverá redução do

número de vasos linfáticos. Esse estudo, por se tratar de uma avaliação

transversal, não há como avaliar a relação de causa-efeito desses marcadores e a

ocorrência da doença. Os pacientes deveriam apresentar o diagnóstico clínico de

gengivite e periodontite crônicas no momento do procedimento cirúrgico, porém

não se pode afirmar a atividade da doença naquele momento.

Este estudo avaliou a imunomarcação do CD34 e da podoplanina presente

no epitélio oral e no tecido conjuntivo. O imunomarcador CD34 foi avaliado em

relação às estruturas por ele marcadas. Mostrou-se positivo somente na membrana

celular e citoplasma das células endoteliais e células presentes no conjuntivo, que

foram interpretadas como células estimuladas a formarem vasos sanguíneos.

Neste estudo não houve marcação no epitélio oral e nem nos epitélios sulcular e

juncional nos 90 casos deste estudo, o que difere em relação aos resultados

obtidos no estudo piloto de Lavu e Suresh (2009), que analisou o CD34 em 15

biópsias de gengiva saudável e observaram que o CD34 era imunopositivo em 10

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espécimes na região basal e parabasal do epitélio e em 12 espécimes em células

endoteliais. Penmetsa et al. (2015) não observaram marcação no epitélio oral, e

utilizaram o CD34 por ser um bom marcador de vasos sanguíneos, e por não

marcar vasos linfáticos. No entanto, ainda não foi possível identificar as razões

para essas divergências entre os estudos mencionados.

No presente estudo, a podoplanina foi positiva na camada basal dos

epitélios (oral, sulcular e juncional) na maioria dos casos e teve marcação no

endotélio linfático em 88,9% dos casos. A marcação da podoplanina no epitélio

mostrou-se maior nos casos de gengivite crônica e periodontite crônica ao

comparar com o grupo da gengiva clinicamente saudável (p=0,033). Na presença

de um infiltrado inflamatório escasso, não havia imunomarcação ou apresentava-se

fraca. Em relação à intensidade do infiltrado inflamatório, apresentou mais forte a

imunomarcação quando presente um infiltrado inflamatório severo (p=0,016).

Corroborando este estudo, o estudo de Miyazaki et al. (2009) mostrou a

imunomarcação da podoplanina no epitélio. No trabalho de Mitariu et al. (2015),

qual buscou identificar vasos linfáticos em tecido saudável localizado nas mucosas

jugal, gengival, papilar e labial, através dos imunomarcadores podoplanina e CD31,

observaram que os vasos linfáticos estavam localizados, de forma mais expressiva,

na camada subepitelial e de forma mais escassa, na submucosa em todos os

sítios, não fazendo menção a marcação no epitélio presente. Já Miyazaki et

al.(2009) realizaram um estudo em tecido gengival e tentaram relacionar a gengiva

saudável com a doença periodontal. Os autores observaram que as células

endoteliais linfáticas e as células basais do epitélio oral e sulcular eram

imunopositivas para a podoplanina. E a imunomarcação da podoplanina está

relacionada com a intensidade do infiltrado inflamatório, sendo diretamente

proporcional à intensidade do infiltrado inflamatório.

Reunindo os resultados do estudo de Miyazaki et al. (2009) com o deste,

pode-se concluir que a podoplanina marca além de vasos linfáticos do tecido

gengival, a camada basal do epitélio. Sua relação de intensidade de marcação está

diretamente ligada à presença de infiltrado inflamatório. Como a podoplanina

apresenta propriedades de contração celular e reorganização do citoesqueleto

(MIYAZAKI et al., 2011), ela pode estar associada à migração apical do epitélio

(MIYAZAKI et al, 2009), precisando de mais estudos para a comprovação desta

hipótese.

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Estudos relacionando a progressão da doença periodontal e fatores pró-

angiogênicos e anti-angiogênicos devem ser realizados para que seja

compreendido como se inicia o estímulo para a neoformação vascular, com a

cascata de sinalizadores associados. Se há realmente aumento, e como ele se

apresenta ao longo da evolução da doença periodontal, e após o tratamento

periodontal realizado, como se encontraria a rede de vasos sanguíneos para assim

investigar a real função dos vasos sanguíneos e como se apresentam ao longo da

evolução e remissão da doença no tecido gengival. Este estudo somente

quantificou o número de vasos presentes em tecido clinicamente saudável, na

gengivite crônica e na periodontite crônica, não utilizando nenhum fator de

crescimento ou citocina.

Conclui-se com este estudo que na periodontite crônica há menor número de

vasos linfáticos do que no tecido gengival saudável, mostrando que não é em toda

patologia que há proliferação contínua. Esse resultado mostra que o papel e os

sistemas de regulação da angiogênese e linfangiogênese precisam ser elucidados.

Estudos em animais, induzindo a doença periodontal, visando observar a

evolução da doença e a resposta após o tratamento periodontal e utilizando outros

marcadores angiogênicos e linfangiogênicos podem elucidar ou suscitar novos

questionamentos sobre o funcionamento e a função da vasculatura periodontal.

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Conclusões

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5 CONCLUSÃO Este estudo que avaliou através da imunomarcação do CD34 e da podoplanina, a

angiogênese e a linfangiogênese, concluiu que:

Na gengiva clinicamente saudável, havia presença de infiltrado inflamatório

leve/moderado.

A podoplanina, além de ser positiva nas células endoteliais linfáticas, também

se mostrou imunopositiva na camada basal dos epitélios na maioria dos

casos, com relação positiva com a intensidade do infiltrado inflamatório,

mostrando exercer outro papel na doença periodontal.

A angiogênese tem uma correlação significativa fraca com a linfangiogênese,

porém positiva.

Não foi observado aumento do número de vasos sanguíneos e linfáticos com

o aumento da gravidade da doença periodontal.

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Referências

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REFERÊNCIAS

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Apêndice

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APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ODONTOLOGIA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Este é um convite para o(a) senhor(a) participar da pesquisa “Estudo Imunoistoquímico do CD34 e Podoplanina no Tecido Gengival de Pacientes Saudáveis e com Doença Periodontal”, que é coordenada pela Prof. Dr. Bruno César de Vasconcelos Gurgel. Sua participação é voluntária, o que significa que o(a) senhor(a) poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.

Essa pesquisa procura estudar a angiogênese através da imunoexpressão do CD34 e a linfangiogênese através da imunomarcação da podoplamina em tecidos gengivais saudáveis, com gengivite e com periodontite.

Caso decida aceitar o convite, o(a) senhor(a) não irá passar por nenhum outro procedimento clínico ou cirúrgico uma vez que este material já se encontra guardado no laboratório de Anatomia Patológica da disciplina de Patologia Oral do Departamento de Odontologia da UFRN e assim, não haverá qualquer desconforto. Assim, concordando em participar da pesquisa o(a) senhor(a) autorizará apenas o manuseio do material já recolhido durante a biópsia (retirada cirúrgica de material) realizada previamente.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será revelado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários.

Tendo em vista que a pesquisa será desenvolvida com material arquivado, não necessitando de qualquer intervenção no(a) senhor(a), o(a) senhor(a) o risco será mínimo, pois a pesquisa será realizada utilizando o material da lesão removido no tratamento cirúrgico da sua enfermidade, que ocorreu no passado sem nenhum vínculo com esta pesquisa. Enfatizamos que o tratamento executado no(a) senhor(a) à época do seu atendimento, é o indicado para o seu caso, portanto o(a) senhor(a) não será submetido(a) a mais nenhum procedimento terapêutico com a finalidade de participar desta pesquisa.

Os benefícios esperados com a realização desse estudo podem não ser diretamente aplicados no(a) senhor(a), mas certamente poderão contribuir para ampliar os conhecimentos a respeito da doença aqui estudada, especialmente com relação à contribuição para um maior entendimento sobre como se processa o

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desenvolvimento da doença em questão. Se houver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, o(a) senhor(a) será ressarcido, caso solicite. Em qualquer momento, se o(a) senhor(a) sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, terá direito a indenização.

O(A) senhor(a) ficará com uma cópia deste Termo e qualquer dúvida a respeito desta pesquisa poderá ser esclarecida diretamente com a Prof. Dr. Bruno César de Vasconcelos Gurgel, no Departamento de Odontologia da UFRN, no endereço Av. Sen. Salgado Filho, nº 1787, Lagoa Nova, Natal – RN, ou pelo telefone (84) 3215-4138. Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN, localizado no Campus Universitário da UFRN, ou pelo telefone (84) 3215-3135

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará pra mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa: “Estudo Imunoistoquímico do CD34 e Podoplanina no Tecido Gengival de Pacientes Saudáveis e com Doença Periodontal”, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar Natal,____/_____/_____

____________________________________________________

DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL Como pesquisador responsável pela pesquisa “Estudo Imunoistoquímico do CD34 e Podoplanina no Tecido Gengival de Pacientes Saudáveis e com Doença Periodontal”, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante deste estudo, assim como mantar a confidencialidade e sigilo sobre a identidade do mesmo. Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringido as normas e diretrizes propostas pelas Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS que regulamenta pesquisas envolvendo seres humanos. Natal,____/_____/_____

____________________________________________________ Prof. Dr. Bruno César de Vasconcelos Gurgel

Pesquisador Responsável Av. Sen. Salgado Filho, nº 1787, Lagoa Nova, Natal/RN, CEP: 59056-000

Digital

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Anexo

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ANEXO A

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