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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
DAYANNE LOPES PORTO
NOVAS CONTRIBUIÇÕES SOBRE ESTUDOS TÉRMICOS (TG/DTG, DTA, DSC e
DSC-FOTOVISUAL) DA RIFAMPICINA E SEUS PRINCIPAIS PRODUTOS DE
DEGRADAÇÃO
NATAL/RN
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
DAYANNE LOPES PORTO
NOVAS CONTRIBUIÇÕES SOBRE ESTUDOS TÉRMICOS (TG/DTG, DTA, DSC e
DSC-FOTOVISUAL) DA RIFAMPICINA E SEUS PRINCIPAIS PRODUTOS DE
DEGRADAÇÃO
Dissertação apresentada à Coordenação do
Programa de Pós-graduação em Ciências
Farmacêuticas, do Centro de Ciências da
Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, como requisito parcial para obtenção
do título de Mestre em Ciências Farmacêuticas.
Orientador: Prof. Dr. Cícero Flávio Soares
Aragão
NATAL/RN
2014
DAYANNE LOPES PORTO
NOVAS CONTRIBUIÇÕES SOBRE ESTUDOS TÉRMICOS (TG/DTG, DTA, DSC e
DSC-FOTOVISUAL) DA RIFAMPICINA E SEUS PRINCIPAIS PRODUTOS DE
DEGRADAÇÃO
Dissertação apresentada à Coordenação do
Programa de Pós-graduação em Ciências
Farmacêuticas, do Centro de Ciências da
Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, como requisito parcial para obtenção
do título de Mestre em Ciências Farmacêuticas.
Aprovada em: _____/_____/_____
___________________________________________________
Prof. Dr. Cícero Flávio Soares de Aragão
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Orientador
___________________________________________________
Prof. Dr. Ticiano Gomes do Nascimento
Universidade
Examinador Externo
__________________________________________________
Prof.(a) Dr.(a) Ana Paula Barreto Gomes
Universidade
Examinador Interno
À Deus, que esteve a me guiar e ajuda-me sempre na realização de meus sonhos.
AGRADECIMENTOS
À Deus pela benção da vida, por estar ao meu lado em todos os momentos, pela
força e coragem a mim dada durante os dias mais difíceis, sem Ele eu nada seria.
A minha família, especialmente a minha mãe, Janilza Lopes de Brito, pela presença
constante, me apoiando e aconselhando, pelo exemplo de vida, dedicação e
incentivo aos estudos.
A minhas irmãs Deyse Cristine e Daíse Lopes Porto pela presença, carinho e
cumplicidade em tantos momentos. Somos diferentes, mas diferentemente nos
completamos.
Aos meus sobrinhos João Lucas, David e Clara Victoria e enteado João Pedro, por
me proporcionarem momentos de alegria incondicionais e serem o alívio nos
momentos de cansaço.
Ao meu namorado Cleber Vieira da Silva, pela compreensão nas ausências, muitas
vezes necessárias, pelo apoio nos momentos difíceis.
Ao professor, Cícero Flávio Soares Aragão por acreditar em mim, pelos seus
ensinamentos e pela tranquilidade repassada em todos os momentos.
À todos do NUPLAM, em especial àqueles do COQ-NUPLAM (Angélica, Marcelo,
Ingrid, Arthur, Paula, Josinalva, Josefa, Flávio, Lucas, Francilene) e àqueles do AIN
(Luciana, Paula e Edileide), pelo companheirismo e ajuda em muitos momentos.
À todos da família LCQMed, em especial a Monique, Thereza, Thiago, Vanessa,
Regina, Nilma, Denise, Igor e Naiana por me ajudarem em muitos momentos.
Às colegas do LDM, Fátima, Janaína, Daiane dos Santos e Mara pela ajuda em
vários momentos.
Ao Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos (NUPLAM) pelos recursos
necessários a execução deste trabalho.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) pela oportunidade de
realizar este mestrado.
Ao Laboratório de Controle de Qualidade de Produtos Farmacêuticos (LCQPF) da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) pelas análises do DSC-Fotovisual.
Ao Laboratório de Nanoestruturas Magnéticas (LNMS) da UFRN nas pessoas de
Gustavo Vieira da Silva e Vívian pelas análises DRX, bem como simpatia e
ensinamentos repassados.
Ao laboratório de Quimiometria na pessoa de Fernanda Saldanha pelas análises
quimiométricas auxílio e ensinamentos repassados.
À todos que contribuíram na minha formação profissional em especial a
Farmacêutica Jovita, ao Farmacêutico Severino Júnior Granjeiro e todos do
LAFEPE, a Prof.(a) Darízy Flávia Silva, a Prof.(a) Aldeídia, ao Prof. Isac Almeida de
Medeiros, aos colegas contemporâneos do LTF (Thiago, Maria do Carmo, Fabíola,
Angélica, George, Couras, Thaís)
Aos familiares e amigos que me ajudaram e comemoram comigo a conclusão deste
trabalho.
Por fim, não poderia deixar de agradecer àqueles que não acreditaram em mim, pois
o desafio de superar os descrentes é e foi um incentivo enorme para a realização
deste trabalho.
Não estão nas mãos do homem penetrar os Vossos desígnios.
Mas todo aquele que Vos honra tem a certeza de que sua vida se for provada,
será coroada;
que depois da tribulação haverá libertação, e que, se houver castigo, haverá
também acesso a Vossa misericórdia.
Porque Vós não Vos comprazeis em nossa perda: após a tempestade, mandais
a bonança; depois das lágrimas e dos gemidos, derramais a alegria.
Ó Deus de Israel, que vosso nome seja bendito.
RESUMO
Desde sua síntese a mais de 48 anos a rifampicina vem sendo bastante estudada. A
literatura relata a caracterização dos eventos térmicos para rifampicina em atmosfera
de nitrogênio, no entanto, não há caracterização para atmosfera de ar sintético. Este
trabalho tem como objetivo contribuir com o estudo térmico da rifampicina através de
das técnicas térmicas (TG/DTG, DTA, DSC e DSC-FOTOVISUAL) e não térmicas
(CLAE, XRPD, IV-FTIR, PCA), e seus principais produtos de degradação,
(rifampicina quinona, rifampicina N-óxido 3-formilrifamicina). A rifampicina em estudo
foi caracterizada como polimorfo II a partir das técnicas DSC, IV e XRPD. As curvas
TG para rifampicina em atmosfera de ar sintético apresentaram maior estabilidade
térmica que àquelas em N2, quando analisado Ti e Ea. Houve sobreposição de
eventos caracterizados como fusão e recristalização em atmosfera de N2 com perda
de massa em curva TG, sugerindo decomposição concomitante. As imagens DSC-
Fotovisual não evidenciaram evento de fusão e demonstraram escurecimento da
amostra durante análise. A curva DTA em atmosfera de ar sintético foi visualmente
diferente das curvas DTA e DSC em atmosfera de N2, sugerindo ausência de
recristalização e fusão ou presença apenas de decomposição. As análises IV-FTIR
juntamente com análise PCA e CLAE e dados térmicos levam a crer que para
rifampicina sua fusão é concomitante a decomposição de parte da amostra, em
atmosfera de N2 e os eventos de fusão e recristalização não ocorrem em atmosfera
de ar sintético. Os produtos de decomposição estudados, em atmosfera de ar, não
apresentaram evento de fusão e, apresentaram decomposição simultânea ao início
do aquecimento, após processo de perda de água e/ou solventes, variando a Ti de
início dos eventos. Os parâmetros cinéticos para as amostras, através dos métodos
de OZAWA, Coats-Redfern, Madsudhanan, Van Krevelen e Herwitz-Mertzger, em
atmosfera de ar sintético e/ou N2 demonstraram ser a rifampicina mais estável que
seus produtos de degradação. Os dados cinéticos obtidos mostraram boa correlação
entre os diferentes modelos empregados. Desta forma contribuímos para obtenção
de informações que possam auxiliar estudos de compatibilidade farmacêutica bem
como estabilidade das substâncias.
PALAVRAS CHAVES: RIFAMPICINA, 3-FORMILRIFAMICINA, RIFAMPICINA
QUINONA, RIFAMPICINA N-ÓXIDO, ANÁLISE TÉRMICA.
ABSTRACT
Since its synthesis over 48 years rifampicin has been extensively studied. The
literature reports the characterization of thermal events for rifampicin in nitrogen
atmosphere, however, no characterization in synthetic air atmosphere. This paper
aims to contribute to the thermal study of rifampicin through thermal (TG / DTG, DTA,
DSC and DSC - FOTOVISUAL ) and non-thermal (HPLC, XRPD , IR - FTIR , PCA)
and its main degradation products ( rifampicin quinone , rifampicin N-oxide 3-
formylrifamicin). Rifampicin study was characterized as polymorph form II from
techniques DSC, IR and XRPD. TG curves for rifampicin in synthetic air atmosphere
showed higher thermal stability than those in N2, when analyzed Ti and Ea. There
was characterized as overlapping events melting and recrystallization under N2 with
weight loss in the TG curve, suggesting concomitant decomposition. Images DSC-
Fotovisual showed no fusion event and showed darkening of the sample during
analysis. The DTA curve in synthetic air atmosphere was visually different from DTA
and DSC curves under N2, suggesting the absence of recrystallization and melting or
presence only decomposition. The IV - FTIR analysis along with PCA analysis and
HPLC and thermal data suggest that rifampicin for their fusion is concomitant
decomposition of the sample in N2 and fusion events and recrystallization do not
occur in synthetic air atmosphere. Decomposition products studied in an air
atmosphere showed no melting event and presented simultaneously to the
decomposition initiation of heating after process loss of water and / or solvent,
varying the Ti initiating events. The Coats - Redfern , Madsudhanan , Van Krevelen
and Herwitz - Mertzger kinetic parameters for samples , through the methods of
OZAWA , in an atmosphere of synthetic air and / or N2 rifampicin proved more stable
than its degradation products . The kinetic data showed good correlation between the
different models employed. In this way we contribute to obtaining information that
may assist studies of pharmaceutical compatibility and stability of substances.
KEEYS WORDS: RIFAMPICIN, 3-FORMYLRIFAMYCIN, RIFAMPICIN QUINONE,
RIFAMPICIN N-OXIDE, THERMAL ANALYSIS.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mecanismo de ação antibacteriano da rifampicina......................... 29
Figura 2 - Características estruturais da rifampicina e seus produtos de
degradação..................................................................................................... 33
Figura 3 - Curva TG hipotética de uma reação de decomposição térmica em
etapa única...................................................................................................... 38
Figura 4 - Curva DSC hipotética com a indicação de seus eventos
térmicos........................................................................................................... 40
Figura 5 - Difração de raios-X por um cristal................................................... 48
Figura 6 - Espectro FTIR-MID para rifampicina a temperatura ambiente........ 68
Figura 7 - DRX para rifampicina a temperatura ambiente............................... 69
Figura 8 - Sobreposição das curvas DSC para rifampicina em β de 2,5; 5;
10; 20 e 40 °C.min-1, com indicação dos eventos (1) fusão, (2)
recristalização e (3) decomposição e ampliação............................................. 70
Figura 9 - Sobreposição das curvas DTA para β de 10°C.min-1, em ar
sintético (linha azul), em N2 (linha verde) e DSC (linha vermelha) para
rifampicina....................................................................................................... 72
Figura 10 - Comparação do ∆T para etapa de fusão e recristalização em
função de β para rifampicina em DSC e DTA, atmosfera de N2...................... 73
Figura 11 - Curvas DSC, TG/DTG e DTA para rifampicina em atmosfera de
N2 (A). Tabela com dados da curva TG e DSC (B).......................................... 74
Figura 12 - Curvas TG/DTG e DTA para rifampicina em atmosfera de ar
sintético e DSC, em atmosfera de N2 (A). Tabela com dados das curvas TG
e DTA (B)......................................................................................................... 75
Figura 13 - Imagens DSC – Fotovisual para rifampicina com identificação
das temperaturas de captura das imagens...................................................... 78
Figura 14 - Espectro IV para rifampicina a temperatura ambiente, e
intermediários do processo de decomposição as temperaturas de 185, 190,
195, 210 e 250 °C............................................................................................ 79
Figura 15 - Gráfico CP1 x CP2 de Scores, para temperatura ambiente (25°C)
e 185°C, 190°C, 195°C, 210°C e 250°C.......................................................... 81
Figura 16 - Perfil cromatográfico da rifampicina após aquecimento, em
atmosfera de N2 (A) e em atmosfera de ar sintético (B).................................. 82
Figura 17 - Quantificação por CLAE da rifampicina após aquecimento.......... 83
Figura 18 - Curvas DSC, TG/DTG e DTA para rifampicina quinona em
atmosfera de N2 (A). Tabela com dados DSC e TG (B).................................. 85
Figura 19 - Curvas DSC, TG/DTG, DTA para rifampicina quinona em
atmosfera de ar sintético.................................................................................. 86
Figura 20 - Curvas DSC, atmosfera de N2, TG/DTG e DTA, atmosfera de ar
sintético, para rifampicina N-óxido................................................................... 87
Figura 21 - Imagens DSC-Fotovisual, para Rifampicina N-óxido, em
atmosfera de N2 .............................................................................................. 89
Figura 22 - Curvas TG/DTG e DTA para 3-formilrifamicina, em atmosfera de
ar sintético, e curva DSC, em atmosfera de N2...............................................
89
Figura 23 - Imagens DSC-Fotovisual, para 3-formilrifamicina, em atmosfera
de N2................................................................................................................ 91
Figura 24 - Sobreposição de curvas TG e DTG em β de 2,5; 5; 7,5 e
10°C.min-1, em atmosfera de N2 (A) e ar sintético (B)..................................... 92
Figura 25 - Curvas de Log β em função do K-1 (A) e gráfico da função G(X)
do inverso da temperatura (B) obtidos a partir das curvas TG para
Rifampicina em atmosfera dinâmica de ar sintético para β de 2,5; 5 e
10°C.min-1........................................................................................................ 95
Figura 26 - Curvas de Log β em função do K-1 (A) e gráfico da função G(X)
do inverso da temperatura (B) obtidos a partir das curvas TG para
Rifampicina em atmosfera dinâmica de N2 para β de 2,5; 5 e 10°C.min-1....... 96
Figura 27 - Parâmetros cinéticos calculados: energia de ativação (A), ordem
de reação (B) e fator de frequência (C), para etapa de perda de massa da
rifampicina, sob ar sintético, em diferentes razões de
aquecimento.................................................................................................... 98
Figura 28 - Parâmetros cinéticos calculados: energia de ativação (A), ordem
de reação (B) e fator de frequência (C), para etapa de perda de massa da
rifampicina, sob N2, em diferentes razões de aquecimento............................. 99
Figura 29 - Sobreposição de curvas TG e DTG em β de 2,5; 5 e 10°C.min-1,
em atmosfera de ar sintético, para rifampicina quinona (A), rifampicina N-
óxido(B) e 3-formilrifamicina (C)...................................................................... 101
Figura 30 - Curvas de Log β em função de K-1 e gráfico da função G(X) do
inverso da temperatura obtidos a partir das curvas TG para rifampicina
quinona, em atmosfera dinâmica de ar sintético para β de 2,5; 5; 7,5 e
10°C.min-1........................................................................................................
103
Figura 31 - Curvas de Log β em função de K-1 e gráfico da função G(X) do
inverso da temperatura obtidos a partir das curvas TG para rifampicina N-
óxido, em atmosfera dinâmica de ar sintético para β de 2,5; 5; 7,5 e
10°C.min-1........................................................................................................ 104
Figura 32 - Curvas de Log β em função de K-1 e gráfico da função G(X) do
inverso da temperatura obtidos a partir das curvas TG para 3-
formilrifamicina, em atmosfera dinâmica de ar sintético para β de 2,5; 5; 7,5
e 10°C.min-1..................................................................................................... 105
Figura 33 - Parâmetros cinéticos calculados: energia de ativação (A), ordem
de reação (B) e fator de frequência (C), para etapa de perda de massa da
rifampicina quinona, sob ar sintético, em diferentes razões de
aquecimento.................................................................................................... 107
Figura 34 - Parâmetros cinéticos calculados: energia de ativação (A), ordem
de reação (B) e fator de frequência (C), para etapa de perda de massa da
rifampicina N-óxido, sob ar sintético, em diferentes razões de
aquecimento.................................................................................................... 108
Figura 35 - Parâmetros cinéticos calculados: energia de ativação (A), ordem
de reação (B) e fator de frequência (C), para etapa de perda de massa da
3-formilrifamicina, sob ar sintético, em diferentes razões de
aquecimento..................................................................................................... 109
Figura 36 - Sobreposição de curvas DSC, em atmosfera de N2, para
rifampicina, rifampicina quinona, rifampicina N-óxido e 3-formilrifamicina,
para β de 10°C.min-1........................................................................................ 111
Figura 37 - Estrutura da Rifampicina. Em destaque, grupo 1-amino-4-metil-
piperazina......................................................................................................... 112
Figura 38 - Sobreposição de curvas DTA, em atmosfera de ar sintético,
para rifampicina, rifampicina quinona, rifampicina N-óxido e 3-
formilrifamicina, para β de 10°C.min-1..............................................................
112
Figura 39 - Sobreposição de curvas DTG (A) e curvas TG (B) para
rifampicina, rifampicina quinona, rifampicina N-óxido e 3-formilrifamicina,
em atmosfera de ar sintético, para β de 10°C.min-1........................................
113
LISTA DE TABELA
Tabela 1 - Classificação dos eventos térmicos observados em curvas
DSC.................................................................................................................. 41
Tabela 2 - Razões de aquecimento para análises DSC.................................. 58
Tabela 3 - Condições experimentais para obtenção das curvas dinâmicas
TG/DTG e DTA................................................................................................ 59
Tabela 4 - Condições experimentais para quantificação da rifampicina após
aquecimento..................................................................................................... 60
Tabela 5 - Condições de aquecimento para análise FTIR............................... 61
Tabela 6 - Condições cromatográficas para análise de teor de rifampicina.... 63
Tabela 7 - Concentrações de rifampicina para linearidade do método de
teor................................................................................................................... 66
Tabela 8 - Dados Tonset, Tendset, ∆H e ∆T (Tonset – Tendset), para os eventos da
rifampicina e suas atribuições para cada β……………...................………...... 71
Tabela 9 - Tabela com dados DTA e TG, para Rifampicina quinona, em
atmosfera de ar sintético.................................................................................. 87
Tabela 10 - Dados DSC, em atmosfera de N2, e TG/DTG, em atmosfera de
ar sintético, para rifampicina N-óxido............................................................... 88
Tabela 11 - Dados DSC, atmosfera de N2, e TG/DTG, em atmosfera de ar
sintético, para 3-formilrifamicina......................................................................
90
Tabela 12 - Razão de aquecimento (β), intervalo de temperatura (Ti e Tf),
temperatura de pico da DTG (Tp) e perda de massa (∆m), obtidos das
curvas TG para etapa de perda de massa da rifampicina, para o cálculo dos
parâmetros cinéticos........................................................................................
93
Tabela 13 - Valores de coeficiente de correlação obtidos após aplicação
dos modelos Coats-Redfern (CR); Madhusudanan (MD); Van Krevelen (VK)
e Horowitz-Metzger (HM), para curvas TG dinâmicas da rifampicina em
atmosfera de ar, nas β de 2,5; 5; 7,5 e 10,0 °C.min-1 ………………………..... 98
Tabela 14 - Valores de coeficiente de correlação obtidos após aplicação
dos modelos Coats-Redfern (CR); Madhusudanan (MD); Van Krevelen (VK)
e Horowitz-Metzger (HM), para curvas TG dinâmicas da rifampicina em
atmosfera de nitrogênio, nas β de 2,5; 5; 7,5 e 10,0 °C.min-1 ……………… 99
Tabela 15 - Razão de aquecimento (β), intervalo de temperatura (Ti e Tf),
temperatura de pico da DTG (Tp) e perda de massa (∆m) obtidos das
curvas TG da primeira etapa de perda de massa referente a decomposição
da rifampicina quinona, rifampicina N-óxido e 3-formilrifamicina, sob
atmosfera de ar sintético, para o cálculo dos parâmetros cinéticos................ 102
Tabela 16 - Valores de coeficiente de correlação obtidos após aplicação
dos modelos Coats-Redfern (CR); Madhusudanan (MD); Van Krevelen (VK)
e Horowitz-Metzger (HM), para curvas TG dinâmicas da rifampicina quinona
em atmosfera de ar, nas β de 2,5; 5 e 10,0 °C.min-1 ……………………….....
107
Tabela 17 - Valores de coeficiente de correlação obtidos após aplicação
dos modelos Coats-Redfern (CR); Madhusudanan (MD); Van Krevelen (VK)
e Horowitz-Metzger (HM), para curvas TG dinâmicas da rifampicina N-óxido
em atmosfera de ar, nas β de 2,5; 5; e 10,0 °C.min-1 ……………………….....
108
Tabela 18 - Valores de coeficiente de correlação obtidos após aplicação
dos modelos Coats-Redfern (CR); Madhusudanan (MD); Van Krevelen (VK)
e Horowitz-Metzger (HM), para curvas TG dinâmicas da 3-formilrifamicina
em atmosfera de ar, nas β de 2,5; 5; e 10,0 °C.min-1 ……………………….....
109
Tabela 19 - Comparação de parâmetros cinéticos calculados pelo método
de OZAWA, para rifampicina e seus principais produtos de decomposição,
a partir de curvas dinâmicas, em atmosfera de ar sintético............................. 114
Tabela 20 - Comparação de valores médios para Ea calculados utilizando-
se os métodos de fitting para rifampicina e seus principais produtos de
decomposição, a partir de curvas dinâmicas, em atmosfera de ar sintético... 114
LISTA DE ABREVIATURAS
A Fator de frequência
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CCDA Cromatografia em Camada Delgada Analítica
CLAE Cromatografia Líquida de Alta eficiência (do inglês high performance
liquid chromatograph - HPLC)
cm-1 Centímetro a menos um
C=O Grupo carbonila
Cp Concentração do padrão
CR Método de Coats e Redfern
C8 Coluna cromatográfica com sílica ligada a cadeia carbônica alifática
de oito carbonos
DNA Ácido Desoxirribonucleico (do inglês Deoxyribonucleic acid)
DSC Calorimetria Exploratória Diferencial (do inglês Differential scanning
calorimetry )
DRX Difração de raio X
DTG Termogravimetria Derivada (do inglês Derivative Thermogravimetric
Analysis)
DTA Análise Térmica Diferencial (do inglês Differential thermal analysis)
Ea Energia de ativação
Eq. Equação
FDA Food and Drug Administration
FDC Comprimidos de dose fixa combinada (do inglês Fixed dose
combination tablets)
FT-IR Infravermelho por Transformada de Fourier (do inglês Fourier
transform infrared spectroscopy)
g Grama
ICH International Conference on Harmonization
ID Identificação
IV Infravermelho
∆H Variação de entalpia
∆Hfusão Variação de entalpia de fusão
HM Método de Horowitz e Metzger
J Joule
KBr Brometo de potássio
Logβ Logaritmo da razão de aquecimento
LC-MS Cromatografia Líquida Acoplada a Espectrômetro de Massas
LCQMED Laboratório de Controle de Qualidade de Medicamentos
LNMS Laboratório de Nanoestruturas Magnéticas
∆m Variação de massa
M Molar
MD Método de Madhusudanam
MEV Microscopia Eletrônica de Varredura
mL Mililitro
µL Microlitro
mg Miligrama
min Minuto
µm Micrômetro
MSC Correção por espalhamento de Luz (do inglês Correction for light
scattering)
N2 Nitrogênio
n Ordem de reação
NUPLAM Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos
HPLTC Cromatografia em Camada Delgada de Alta Pressão (do inglês High
pressure liquid thin chromatograph)
OMS Organização Mundial de Saúde
PCA Análise de Componentes Principais (do inglês Principal Component
Analysis)
PC Componente principal (do inglês Principal Component)
PTFE Politetrafluoretileno (do inglês Polytetrafluoroethylene)
R2 Coeficiente de Correlação
RNA Ácido Ribonucléico (do inglês Ribonucleic acid)
S Matriz diagonal
STD Variância (do inglês Standard deviation)
TG Termogravimetria
TG-FTIR Termogravimetria acoplada a Espectroscopia de Infravermelho por
Transformada de Fourier
TG-MS Termogravimetria acoplada a Espectrometria de Massas
T Temperatura
1/T Inverso da Temperatura
t Tempo
∆T Variação de Temperatura
Ti Temperatura inicial
Tendset Temperatura endset
Tf Temperatura final
Tonset Temperatura onset
Tpico Temperatura de pico
U Coluna ortogonal
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
USP Farmacopeia Americana (do ingles United States Pharmacopeia)
UV Ultravioleta
V Matriz de pesos
V Número de onda
VK Método de Van Krevelen
v/v Volume por volume
X Matriz
Θ Teta
Α Fração decomposta
β Razão de aquecimento
λ Comprimento de onda
% Percentagem
°C Grau Celsius
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 24
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 27
2.1 RIFAMPICINA 28
2.1.1 Histórico 28
2.1.2 Farmacologia 28
2.1.3 Aspectos Químicos 29
2.1.4 Estudos Térmicos para Rifampicina 31
2.1.5 Principais Produtos de Degradação para Rifampicina 32
2.1.6 Estudos Envolvendo Produtos de Degradação 34
2.1.7 Controle de Qualidade para Matéria-prima e Produtos
Contendo Rifampicina
35
2.2. TÉCNICAS TÉRMICAS 35
2.2.1 Análise Térmica Aplicada à Área de Medicamentos 36
2.2.2 Termogravimetria (TG) / Termogravimetria derivada
(DTG)
37
2.2.3 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) 39
2.2.4 Cinética de Degradação de Fármacos 42
2.2.4.1 Modelo Isoconvercional 44
2.2.4.2 Modelo de fitting 45
2.3 TÉCNICAS NÃO TÉRMICAS 47
2.3.1 Difração de Raios X 47
2.3.2 Espectroscopia no Infravermelho 49
2.3.2.1 Análise de Componentes Principais (PCA) 50
2.3.3 Cromatografia de Alta Eficiência (CLAE) 51
3 OBJETIVOS 53
3.1 OBJETIVO GERAL 54
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 54
4 MATERIAIS E MÉTODOS 55
4.1 MATERIAIS 56
4.1.1 Insumos 56
4.1.2 Reagentes e Solventes 56
4.1.3 Equipamentos 57
4.1.4 Acessórios 57
4.2 MÉTODOS 58
4.2.1 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC-
Convencional)
58
4.2.2 DSC – Fotovisual 58
4.2.3 Análise Termogravimétrica – TG/DTG e Análise
Térmica Diferencial – DTA
59
4.2.3.1 Termogravimetria Dinâmica 59
4.2.3.2 Determinação dos parâmetros cinéticos pelo método de
Ozawa
60
4.2.3.3 Determinação dos parâmetros cinéticos pelos métodos de
Coats-Redfern, Madhusudanan, Van Krevelen, Horowitz-
Metzger
60
4.2.4 Difração de Raio X (XRPD) 61
4.2.5 Espectroscopia no Infravermelho por Transformada
de Fourier (FTIR)
61
4.2.5.1 Análise de dados por quimiometria 62
4.2.6 Análise Quantitativa e Qualitativa utilizando CLAE 62
4.2.6.1 Preparo de soluções para o método 63
4.2.6.2 Curva de Calibração / Linearidade 65
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 67
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA RIFAMPICINA 68
5.1.1 Caracterização Polimórfica 68
5.1.2 Caracterização Térmica 69
5.1.2.1 Avaliação de curvas DTA e DSC em diferentes razões de
aquecimento
69
5.1.2.2 Avaliação de curvas DTA, DSC e TG em diferentes
atmosferas
73
5.1.2.3 Contribuições ao entendimento do comportamento
térmico da rifampicina em diferentes atmosferas
77
5.2 CARACTERIZAÇÃO TÉRMICA DOS PRODUTOS DE
DECOMPOSIÇÃO DA RIFAMPICINA: RIFAMPICINA
QUINONA, RIFAMPICINA N-ÓXIDO E 3-
FORMILRIFAMICINA
84
5.2.1 Caracterização da Rifampicina Quinona 84
5.2.2 Caracterização da Rifampicina N-óxido 87
5.2.3 Caracterização da 3-Formilrifamicina 89
5.3 ESTUDOS CINÉTICOS NÃO ISOTÉRMICOS 91
5.3.1 Estudo Cinético para Rifampicina 92
5.3.1.1 Determinação dos parâmetros cinéticos pelo método de
Ozawa
93
5.3.1.2 Determinação dos parâmetros cinéticos pelos métodos de
CR, MD, VK e HM
97
5.3.2 Estudo Cinético para Rifampicina N-óxido,
Rifampicina quinona e 3-formilrifamicina
101
5.3.2.1 Determinação dos parâmetros cinéticos pelo método de
Ozawa
102
5.3.2.2 Determinação dos parâmetros cinéticos pelos métodos de
CR, MD, VK e HM
106
5.4 COMPARAÇÃO ENTRE O COMPORTAMENTO
TÉRMICO E CINÉTICO DA RIFAMPICINA E SEUS
PRINCIPAIS PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO
110
6 CONCLUSÃO 116
REFERÊNCIAS 119
APÊNDICES 134
24
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
25
1 INTRODUÇÃO
Desde sua síntese a mais de 48 anos a rifampicina vem sendo bastante
estudada. O grande interesse nesta molécula está relacionado inicialmente a sua
utilização primária no tratamento da tuberculose (RIVA; SILVESTRI, 1972), sendo
considerado fármaco principal no tratamento desta enfermidade, de forma isolada ou
associada a outros fármacos (BLUMBERG et al., 2003).
Apesar de se tratar de uma molécula antiga, na busca pelo desenvolvimento
de medicamentos com segurança, qualidade e eficácia, novas utilizações
terapêuticas, metodologias analíticas e formas farmacêuticas vêm sendo
investigadas e desenvolvidas, com o passar dos anos.
Como uma potencial utilização terapêutica, temos a descoberta sobre sua
ação no combate em doenças degenerativas a partir de estudos epidemiológicos
com pacientes leprosos usuários de rifampicina que apresentaram uma menor
incidência de demência e diminuição da deposição de beta A quando comparada
aqueles que não faziam uso da rifampicina (NAMBA et al., 1992).
Com relação ao desenvolvimento de metodologias analíticas estudos têm-se
concentrado em metodologias que visem quantificação do fármaco por HPLC
(VLASAKOVA; BENES; ZIVNY, 1978), CCD (WILSON; GRAHAM; LEBELLE, 1977),
metodologias eletro analíticas (LEANDRO et al., 2009), detecção de impurezas por
HPLC (GRHAM, 1979; MOHAN; SHARDA; SINGH, 2003), por HPTLC (JINDAL et
al., 1994), bem como sua quantificação frente aos fármacos mais comumente
associados, tais como isoniazida, etambutol e pirazinamida (SONG et al., 2007).
Na área tecnológica estudos de novas formulações contendo o fármaco
compreendem o desenvolvimento de microcápsulas (SARDUSHKIN, 2013),
fabricação de nano partículas de poliéster de ácido láctico-co-glicólico por spray-
dried entre rifampicina em associação com isoniazida (BOOYSEN et al., 2013),
sistemas de liberação estômago específicos (VORA et al., 2013), sistemas nano
particulado sólido lipídico contendo rifampicina (SINGH; BHANDARI; KAUR, 2013),
sistema de liberação pulmonar de rifampicina presente em lipossomas revestidos
com quitosana goma xantana (MANCA et al., 2012), dentre outros. Além disso, há
estudos voltados para otimização de características da matéria-prima tais como a
produção de partículas de rifampicina ultrafina por precipitação de antisolvente
(VIÇOSA et al., 2012).
26
O entendimento das propriedades da matéria-prima, perfil de impurezas e seu
comportamento frente a condições ambientais, processo e formulações é vital a
produção de um medicamento que atenda a exigências regulamentares nacionais e
internacionais.
Para Rodrigues e colaboradores (2005),
“O conhecimento das propriedades físico-químicas de fármacos é fator
indispensável durante o desenvolvimento de medicamentos. O planejamento
racional de uma forma farmacêutica deve, portanto, iniciar com a caracterização do
princípio ativo em questão, de modo a otimizar parâmetros de qualidade da forma
farmacêutica final”.
Neste contexto, as técnicas térmicas vêm sendo bastante empregadas
durante a caracterização de fármacos para avaliar propriedades físicas e químicas
(SOUZA, 2011), desenvolvimento de novas formulações e tem surgido como
alternativa às técnicas convencionais. Em estudos fármaco-fármaco (FREIRE et al.,
2009), fármaco-excipiente (LAVOR et al., 2012), avaliação de formulações e controle
de qualidade utilizando-se das análises térmicas é fundamental o entendimento
sobre o comportamento térmico do fármaco para avaliação das possíveis
incompatibilidades bem como determinação da estabilidade das formulações.
Na busca por segurança e qualidade ao longo dos anos autoridades
regulatórias farmacêuticas nacionais (ANVISA) e Internacionais (OMS; FDA, ICH,
dentre outras), tem focado no perfil e caracterização de impurezas relacionadas a
fármacos e excipientes.
Algumas impurezas já têm sido relatadas para rifampicina e, avaliações no
controle de qualidade das principais impurezas sobre produtos e matérias-primas
têm sido regulamentadas através das farmacopeias brasileira (BRASIL, 2010) e
internacionais (USP 36, dentre outras).
Neste trabalho, foi aplicada a análise térmica e outras técnicas analíticas não
térmicas como, espectroscopia de absorção do infravermelho, difração de raio X e
cromatografia líquida de alta eficiência buscando melhor elucidar o comportamento
térmico da rifampicina, bem como seu comportamento térmico cinético, além de
caracterizar termicamente os principais produtos de degradação relacionados a esta
substância.
27
FUNDAMENTAÇÃO FUNDAMENTAÇÃO FUNDAMENTAÇÃO FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICATEÓRICATEÓRICATEÓRICA
28
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 RIFAMPICINA
2.2.1 Histórico
O descobrimento das rifamicinas no final de 1950 levou a síntese da
rifampicina em 1965, e sua introdução como uma terapia em 1968 (BUJNOWSKI et
al., 2003). As rifamicinas constituem a base da quimioterapia moderna de curto
período para tuberculose (KOSLOV et al., 2013). Rifampicina tem sido incluída na
lista primária de medicamentos pela Organização mundial de saúde – OMS e
permanece como principal droga no tratamento da tuberculose sendo utilizada em
formas farmacêuticas de dose fixa combinada, além de formas sólidas orais e
líquidas, e indicada no tratamento da lepra em forma farmacêutica sólida oral (WHO,
2013). Atualmente estudos relacionados à sua possível aplicação para tratamento
de doença de Parkinson têm sido desenvolvidos demonstrando-a como fármaco
promissor no tratamento de desordens neurodegenerativas (BI et al., 2013).
2.2.2 Farmacologia
A rifampicina (Figura 2) é um antibiótico semi-sintético derivado da família da
rafamicina B, isolado da Amycoolatopisisrifamycina, formalmente conhecida como
Streptomyces mediterranei (NADEJDE et al., 2009). Possui amplo espectro de ação
antibacteriano incluindo atividade contra várias cepas de Mycobacterium. A figura 1
apresenta um esquema do mecanismo de ação da Rifampicina que age inibindo a
atividade da enzima RNA polimerase dependente de DNA através da formação de
um complexo estável com esta enzima pela ligação a subunidade β do ribossomo.
Isto inibe a síntese do RNA bacteriano que funciona no microorganismo intra e
extracelular e na bactéria em estado latente ou quando sofrem o processo de divisão
(ZHANG, 2005; BACCHI et al., 1998).
29
Figura 1 - Mecanismo de ação antibacteriano da rifampicina
FONTE: Adaptado de immunopaedia.org. TB Drugs - First Line
No que tange aos efeitos neuroprotetores atribuídos a rifampicina que a
tornam uma potencial ferramenta terapêutica na doença de Parkinson temos a
capacidade de inibição do stress oxidativo (GREENAMYRE et al., 2003; TESTA;
SHERER; GREENAMYRE, 2005) supressão e citoproteção da agregação β-amilóide
(KAPURNIOTU, 2004; BRADBURY, 2005); redução da inflamação microglial (BI et
al., 2011); supressão de multímeros da α-sinucleina (LI et al., 2004) em vários
modelos animais que levam a inibição de apoptose de neurônios dopaminérgicos (BI
et al., 2013).
2.2.3. Aspectos químicos
Rifampicina é oficialmente designada como 2,7-(epoxipentadeca [1,11,13]
trienimino) nafto [2,1-b] furan 1,11 (2H)-diona, 5,6,9,17,19,21-hexahidroxi-23metóxi-
2,4,12,16,18,20,22-heptametil-8-[N-(4-metil-1-piperazinil)formimidoil] 2,7acetato pela
IUPAC (THE MERCK INDEX, 2013).
Contudo, na literatura é mais comumente conhecida como 3-[[(4-metil-1-
piperazinil) imino] metil] rifamicina SV, segundo nomenclatura original das rifamicinas
(GALLO; RADAELLI, 1976). A fórmula molecular é C43H58N4O12, com uma massa
30
molecular de 822,94 g/moL (62,76%=C; 7,10%=H; 6,81%=N e 23,33%=O) (THE
MERCK INDEX, 2013).
A rifampicina existe em duas formas cristalinas anidras (polimorfo I e II), e em
duas formas amorfas (PELLIZA et al., 1977). Forma I é a mais estável, enquanto a
forma II é mais metaestável. Além destas formas principais, a rifampicina é
encontrada como hidrato e solvato, que converte à forma amorfa depois da remoção
do solvente.
Estudos têm mostrado que formas polimórficas I e II da rifampicina têm
diferentes solubilidades em meio aquoso em pH < 3,0 (HEWOOD et al., 2001).
Recentemente Ibiapina (2013) caracterizou as estruturas cristalinas dos polimorfos I
e II da rifampicina como sistemas cristalinos do tipo monoclínico.
A rifampicina é levemente solúvel em água e sua solubilidade e estabilidade
variam segundo o pH devido a sua natureza anfotérica. Apresenta pKa1 de 1,7
relacionado ao grupo 4-hidroxil e pKa2 de 7,9 relacionado ao grupo 3-piperazina
nitrogênio (PELLIZA et al., 1977) com ponto isoelétrico em pH 4,8 em solução
aquosa (MAGGI et al., 1966). Em pH 2, sua solubilidade é 100 mg/mL, enquanto a
pH 5,3 a solubilidade reduz para 4,0 mg/mL, e a pH 7,5, a solubilidade é 2,8 mg/mL
(GALLO; RADAELLI, 1976). A estabilidade máxima da rifampicina é alcançada em
soluções próximas ao neutro. A adição de ácido ascórbico a solução aumenta a
solubilidade da rifampicina e diminui sua oxidação (GALLO; RADAELLI, 1976).
Estas diferenças na solubilidade em meio aquoso podem afetar a absorção e
biodisponibilidade do fármaco, quando no estado sólido para ingestão oral (SINGH
et al., 2001; PANCHAGNULA; AGRAWAL, 2004). No entanto, a biodisponibilidade
da rifampicina parece ser mais dependente do tamanho das partículas, com
absorção ótima na faixa de distribuição de 100 µm que do tipo de forma polimórfica
utilizada (AGRAWAL et al., 2004).
De acordo com o sistema de classificação biofarmacêutica (SCB), a
rifampicina é classificada como um fármaco de classe II (baixa solubilidade e alta
permeabilidade) (BECKER et al., 2009).
As formas comerciais disponíveis apresentam-se mais comumente como uma
mistura da forma polimórfica II e da forma amorfa em diferentes proporções. No
estado sólido armazenada em recipientes fechados a temperatura ambiente,
protegidos da luz, umidade e oxigênio a rifampicina é considerada estável (SINGH et
al., 2002).
31
2.2.4. Estudos Térmicos para Rifampicina
O primeiro estudo envolvendo a utilização de técnicas térmicas para
compreensão das características da rifampicina em estado sólido foi realizado por
Agrawal e colaboradores (2004). Neste estudo as técnicas térmicas DSC, TG, HSM
foram úteis para caracterizar os eventos térmicos de decomposição da rifampicina
em atmosfera de nitrogênio.
A cinética de decomposição dos polimorfos da rifampicina sobre condições
isotérmicas foi realizada, revelando significativa diferença entre a estabilidade
térmica dos polimorfos I e II, que podem ser importantes nos estudos de
compatibilidade fármaco/excipiente, consequentemente, para estabilidade dos
produtos formulados (ALVES, 2010).
Freire e colaboradores (2009) demonstraram a interação entre misturas de
isoniazida e rifampicina e suas duas formas polimórficas indicando que produtos
contendo misturas destes fármacos podem apresentar menor estabilidade térmica
quando comparada às drogas isoladas.
Alves (2007) empregou análise DSC para avaliar a interação entre rifampicina
e amido, celulose microcristalina, croscarmelose sódica, hidroxipropilmetilcelulose,
polivinilpirrolidona, lactose, manitol, polietilenoglicol 6000, Eudragil L 100® e Lutrol F
68 ®. Nenhuma interação foi observada entre os excipientes e o fármaco.
O comportamento térmico da interação fármaco-fármaco, entre substâncias
tuberculostáticas, tais como, rifampicina, isoniazida, etambutol e pirazinamida, foi
investigado a partir de técnicas térmicas, tais como DSC, TG/DTG e DTA (LAVOR et
al., 2012).
A associação das técnicas térmicas TG/DTA/DSC e FTIR foi utilizada para
avaliação de compatibilidade fármaco excipiente entre rifampicina, isoniazida,
etambutal e pirazinamida com os excipientes lactose e celulose microcristalina
(LAVOR et al., 2014).
Aprofundar o conhecimento sobre o comportamento térmico da rifampicina
nas diferentes atmosferas pode auxiliar no entendimento das possíveis
incompatibilidades fármaco-fármaco e fármaco excipiente.
32
2.2.5. Principais Produtos de Degradação para Rifampicina
Impurezas em fármacos são classificadas como orgânicas, inorgânicas e
solventes residuais (ICH, 2006a).
Impurezas orgânicas podem ser oriundas do processo de fabricação e/ou
armazenamento do fármaco. Elas incluem matérias-primas de fabricação,
subprodutos, intermediários do processo, produtos de degradação, reagentes,
ligantes e catalizadores. De maneira semelhante impurezas inorgânicas podem ser
resultantes do processo de fabricação, incluindo reagentes, ligantes e catalizadores:
metais pesados ou outros metais residuais, sais inorgânicos e materiais, como filtros
ácidos e carvão. Solventes residuais são líquidos orgânicos ou inorgânicos que
permanecem no fármaco depois da síntese e processamento. As impurezas em
medicamentos são geralmente classificadas como produtos de degradação do
fármaco ou produtos de reação do fármaco com excipiente e/ou recipiente
intermediário de embalagem, sendo coletivamente referidos como produtos de
degradação de acordo com ICH Q3B(R2) (ICH, 2006b).
Muitas impurezas podem ser introduzidas ao final da produção da rifampicina
durante o processo de fermentação e síntese, e podem ser geradas via novos
caminhos de degradação durante a estocagem (ZHU; HU, 2002). A figura 2
apresenta as principais modificações estruturais existentes entre os produtos de
decomposição já conhecidos para rifampicina.
33
Figura 2 - Características estruturais da rifampicina e seus produtos de degradação
ANALITO R1 R2 R3 R4 R5
RIFAMPICINA N N N
OH OH CH3COO OH
3-FR O OH OH CH3COO OH
RQ N N N
OH OH CH3COO =O
DAR
OH OH OH OH
25-21 N N N
CH3COO OH OH OH
25-23 N N N
OH CH3COO OH OH
RNO
OH OH CH3COO OH
Fonte: BAIN; MUNDAY; COX, 1998.
Os dois principais produtos de degradação da rifampicina são 3-
formilrifamicina e rifampicina quinona (SEYDEL, 1970). Em soluções ácidas,
rifampicina sofre hidrólise para produzir 3-formil rifampicina e 1-amino 4-
metilpiperazina, enquanto a rifampicina quinona é formada em meio alcalino (pH a
34
7,5 a 9,0) na presença de oxigênio em decorrência da oxidação da rifampicina.
Reciprocamente 25-desacetilrifampicina é relatada ser formada em meio alcalino na
ausência de oxigênio. 25-desacetil-21-acetilrifampicina e 25-desacetil-23-
acetilrifampicina são formadas sequencialmente da 25-desacetilrifampicina e ao
contrário de outros produtos de decomposição tem negligenciável atividade
antimicrobiana (GALLO; RADAELLI, 1968).
2.2.6 Estudos Envolvendo Produtos de Degradação
Os estudos envolvendo produtos de degradação tem se focado na análise e
quantificação por cromatografia destes, como por exemplo, Liu e colaboradores
(2008) descreveram uma metodologia para determinação de rifampicina e seus
compostos relacionados por CLAE, utilizando colunas monolíticas, em produtos
farmacêuticos. Outro estudo realizado por Umpathi, Ayyappan e Quinine (2010)
descreveu uma metodologia para determinação de rifampicina quinona e hidazina
em comprimidos de dose fixa combinada (FDC) contendo ascorbato de sódio como
antioxidante.
Konrad e Stenberg (1988) concluíram que a rifampicina quinona apresentava
uma ação imunossupressora, diferentemente da rifampicina que não possuía esta
ação.
A 3-formilrifamicina é matéria-prima na produção da rifampicina, bem como
utilizado na síntese de novos compostos com provável ação antimicrobiana
(BUJNOWSKI et al., 2003; BUJNOWSKI et al., 2012).
No entanto não há estudos térmicos a cerca dos produtos de degradação
relatados para rifampicina demonstrando que as características térmicas destes
produtos, precisam ser estudadas para melhor caracterizar estas substâncias, bem
como os possíveis eventos de decomposição que envolva a rifampicina e seus
produtos de degradação, tendo em vista que durante reações de incompatibilidade
alguns destes produtos possam estar sendo formados, bem como durante processo
de dissolução no trato gastro intestinal.
35
2.2.7 Controle de Qualidade para Matéria-prima e Produtos Contendo
Rifampicina
A Farmacopeia Americana (USP), a Farmacopeia Britânica (BP), a
Farmacopeia Chinesa (ChP) e, recentemente a Farmacopeia Brasileira (FB) já
estabelecem critérios para controle de qualidade da rifampicina incluindo a análise
de seus compostos relacionados, em matéria-prima (USP, 2013; FARMACOPEIA
BRASILEIRA, 2010; BRITISH PHARMACOPEIA, 2010; CHINESE
PHARMACOPEIA, 2005). Em se tratando de análise de produto acabado, alguns
trabalhos têm sido relatados para controle de qualidade de produtos contendo
rifampicina (PANCHAGNULA; AGRAWAL, 2004; AGRAWAL; PANCHAGNULA,
2005), no entanto nenhuma das farmacopeias relata qualquer análise de impurezas
em se tratando de controle de qualidade de produto acabado.
2.2 TÉCNICAS TÉRMICAS
Mackenzie (1970) e a Confederação Internacional de Análise Térmica e
Calorimetria (ICTAC) definem análise térmica como:
Um grupo de técnicas nas quais uma propriedade física de
uma substância e/ou seus produtos de reação é medida como
função da temperatura, enquanto a substância é submetida a
um programa controlado de temperatura.
Por esta definição, para que uma técnica térmica possa ser considerada como
termoanalítica, três critérios devem ser satisfeitos: 1) Uma propriedade física tem
que ser medida, 2) A medida deve ser expressa (direta ou indiretamente) como
função da temperatura, 3) A medida tem que ser feita sob um programa controlado
de temperatura (IONASHIRO, 2005).
Marian e colaboradores (2013) mostraram que as técnicas termo analíticas
vêm se tornando essenciais para a obtenção dos dados experimentais,
principalmente pelo fato de fornecerem informações, muitas vezes ausentes nos
métodos convencionais, através de quantidades mínimas de amostra.
36
Dentre as técnicas termoanalíticas empregadas com maior frequência na
indústria farmacêutica estão: a Termogravimetria (TG); Análise Térmica Diferencial
(DTA) e Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) (ARAÚJO et al., 2006).
2.2.1 Análise Térmica Aplicada à Área de Medicamentos
A grande importância da análise térmica como ferramenta na área
farmacêutica é, devido, principalmente, à diversidade de informações físicas e
químicas obtidas a partir de sua utilização, o que tem tornado esta técnica
imprescindível em muitas etapas do desenvolvimento de produtos, no controle de
qualidade de fármacos e excipientes, e no controle de processos farmacêuticos
(GIRON, 2002).
A literatura relata diversos trabalhos e aplicações da análise térmica de
interesse a cadeia produtiva da indústria farmacêutica, dentre as quais podem ser
citadas: as determinações realizadas com fármaco e excipientes na avaliação das
temperaturas em que ocorre a decomposição dos produtos intermediários formados
nos processos térmicos (ARAÚJO et al., 2003), estudos da compatibilidade fármaco
excipiente (MENDONÇA et al., 2013), avaliação de diferentes estruturas cristalinas
(ARAÚJO et al., 2010), certificação de fornecedores de matérias-primas (SILVA et
al., 2012), determinações realizadas com a formulação em etapas de seu
desenvolvimento (SINGH, 2013), controle de processos (LIU et al., 2013;
NASCIMENTO et al., 2010) e identificação de substâncias, em aplicações em etapas
no desenvolvimento de novos fármacos (GIRON, 2002), reconhecimento molecular
(BRUYLANTS; WOUTERS; MICHAUX, 2005), termodinâmica das interações
moleculares (GARBETT; CHAIRES, 2012), além da realização de estudos cinéticos
de reações no estado sólido, adquirindo grande interesse prático em grande número
de processos tecnológicos, pois permitem detectar através de cálculos e
procedimentos experimentais alguns parâmetros cinéticos de reação tais como
energia de ativação e a respectiva ordem (HEFCZYC et al., 2011).
As técnicas térmicas podem ser utilizadas associadas (MACÊDO;
NASCIMENTO, 2002) e/ou acopladas (LIN; WANG, 2012) bem como seus
resultados serem associados a outras técnicas físicas ou físico-químicas para
compreensão do comportamento térmico.
37
A associação de técnicas térmicas, tais como DTA, DSC e TG são úteis na
compreensão dos mecanismos físico-químicos relativos a processos de
decomposição térmica ou no estudo e desenvolvimento de novos compostos, entre
outros (ANDRADE et al., 2007).
A comparação dos registros dos resultados da TG e do DSC, obtida em
condições idênticas, auxiliam na interpretação dos processos térmicos (BROWN,
1988).
A utilização de técnicas acopladas, tais como TG-FTIR, são úteis no
monitoramento em tempo real das análises e, esta, provê informações sobre a
sequência de informações, tipo e quantidade de gases envolvidos, durante o
processo de decomposição (JINGYAN et al., 2013).
Os resultados de análises térmicas também são muitas vezes associados a
resultados de outras técnicas, tais como espectroscopia, difratometria de raios X,
cromatografia, entre outras, visando à interpretação de fenômenos de maior
complexidade.
Recentemente análises quimiométricas também vêm sendo utilizadas como
ferramentas na avaliação e entendimento de dados térmicos, como por exemplo, na
detecção termogravimétrica de incompatibilidades entre atelonol e excipientes
utilizando técnicas multivariadas (WESOLOWSKI; ROJEK, 2013).
2.2.2 Termogravimetria (TG)/Termogravimetria derivada (DTG)
A termogravimetria é uma técnica que consiste no monitoramento da variação
da massa da amostra em função da temperatura e/ou tempo. Esta medida é
realizada através de termobalança e registrada na curva termogravimétrica,
conforme apresentado na figura 3. Através desta curva, é possível obter informações
como a temperatura inicial (Ti), temperatura final (Tf) de decomposição e o valor da
perda de massa da amostra (WENDLANDT, 1986; HAINES, 1995).
As curvas obtidas fornecem a informação sobre a composição e a
estabilidade térmica da amostra, dos produtos intermediários e de resíduos finais
(SILVA; PAOLA; MATOS, 2007).
38
Figura 3 - Curva TG hipotética de uma reação de decomposição térmica em etapa única.
Fonte: Adaptado de STORPIRTIS et al., 2009.
Existem alguns fatores que podem influenciar nos resultados experimentais
que afetam o aspecto das curvas TG. Estes fatores pertencem a dois grandes
grupos: os fatores instrumentais e os fatores relacionados à amostra. O primeiro é
devido à razão de aquecimento do forno, atmosfera do forno, geometria do suporte
de amostras e do forno, enquanto que, os fatores relacionados à amostra são
devidos ao tamanho de partículas quantidade de amostra, solubilidade dos gases
liberados na própria amostra, calor de reação, compactação (IONASHIRO, 2005).
Algumas variações de massa não são observadas pela curva TG, como
alternativa utiliza-se de outra técnica térmica, a termogravimetria derivada (DTG).
(ARAÚJO et al., 2003). Esta técnica permite a melhor visualização dos eventos
térmicos correspondentes à variação de massa quando comparadas com as curvas
TG (PAULIK; ARNOLD, 1990).
Na curva DTG observa-se picos, em vez de uma curva gradual da TG, que
determinam áreas proporcionais às variações de massa, tornando as informações,
visualmente, com melhor resolução. Apesar da curva DTG mostrar as mesmas
informações que a TG, ela permite: a partir da altura do pico, à qualquer
temperatura, obter a razão de ∆m (variação de massa) naquela temperatura; obter
as temperaturas correspondentes ao início e final da reação com maior exatidão, e
também, na maioria das vezes, calcular a ∆m no caso de sobreposição de reações
(WENDLANDT, 1986; SILVA; PAOLA; MATOS, 2007).
39
Os métodos termogravimétricos podem ser classificados como: dinâmico (ou
não isotérmico) em que a perda de massa é registrada continuamente à medida que
a temperatura aumenta a uma razão constante ou linear; isotérmico, quando a
variação de massa da amostra é registrada em função do tempo mantendo-se a
temperatura constante; e quasi-isotérmico, no momento em que a amostra começa a
perder massa a temperatura é mantida constante até que a massa se estabilize,
quando isto ocorre, o aquecimento é retomado, este procedimento pode se repetir
em cada etapa da decomposição térmica (LOPES, 2005).
Na atualidade a termogravimetria vem sendo utilizada também de maneira
acoplada a outros sistemas tais como: Termogravimetria-Espectrometria de Massa
(TG-MS) (SHEN et al., 2013); Termogravimetria–Cromatografia a Gás (TG–ECG)
(FULIAS et al, 2013), dentre outros, com o intuito de se obter mais informações a
cerca da caracterização dos produtos gasosos liberados.
Na área farmacêutica a termogravimetria é utilizada na caracterização,
determinação de pureza e umidade, identificação de pseudopolimorfismo, avaliação
da estabilidade de fármacos e medicamentos e em estudos de cinética de
degradação (OLIVEIRA; YOSHIDA; GOMES, 2011).
Além disso, por se tratar de uma técnica analítica quantitativa e qualitativa,
capaz de produzir resultados rápidos e reprodutíveis, pode ser usada no controle de
qualidade de medicamentos e no melhoramento do produto final (ARAGÃO et al.,
2006).
2.2.3 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)
A Calorimetria Exploratória Diferencial é uma técnica na qual se mede a
diferença de energia fornecida à substância em relação a um material de referência,
termicamente inerte, em função da temperatura, enquanto a substância e a
referência são submetidas a uma programação controlada de temperatura
(IONASHIRO; GIOLITO, 1980).
A curva DSC (figura 4) obtida é uma função do fluxo de calor pela
temperatura. Alguns parâmetros, tais como: temperatura onset (Tonset), temperatura
endset (Tendset), temperatura de pico (Tpico) e a variação de entalpia (∆H), são obtidas
a partir das curvas com intuito de caracterizar os eventos. A Tonset é temperatura
onde a transição inicia o desvio da linha de base, de maneira semelhante, a Tendset, é
40
a temperatura onde a transição finaliza o desvio da linha de base. A (Tpico) é a
temperatura onde o evento apresenta fluxo de calor máximo e, por fim, a ∆H é a
variação de entalpia ou área da transição (CLAS; DALTON; HANCOCK, 1999).
Figura 4 - Curva DSC hipotética com a indicação de seus eventos térmicos
Fonte: Adaptado de (ARAUJO; MERCURI; MATOS, 2009).
Existem dois tipos de equipamento para obtenção dos dados de DSC: com
compensação de potência e com fluxo de calor. No DSC de compensação de
potência, a amostra e a referência são colocados em fornos individuais. A diferença
de temperatura, entre amostra e referência, é “compensada” pela variação do calor
necessário para manter ambos a mesma temperatura. Esta diferença de energia é
representada como uma função da temperatura. Enquanto no DSC de fluxo de calor
amostra e referência utilizam um só forno. O fluxo de calor fornecido para ambos,
amostra e referência, sob disco termoelétrico, conectado a termopares, quando
aquecido é proporcional à variação da entalpia, à capacidade calorífica e à
resistência térmica total (CLAS; DALTON; HANCOCK, 1999).
A partir dos ensaios realizados por DSC, é possível observar fenômenos
físicos e químicos decorrentes da variação de energia da amostra em função da
razão de aquecimento sobre a mesma. Dependendo da natureza do evento, de
acordo com a absorção de calor ou liberação de calor, o evento pode ser
classificado como endotérmico ou exotérmico (WENDLANT, 1986). A tabela 1 lista
os principais fenômenos físicos e químicos observados em curvas DSC.
41
Tabela 1 - Classificação dos eventos térmicos observados em curvas DSC
Fenômeno Variação de Entalpia
Endotérmico Exotérmico
Físico
Transição Cristalina + +
Fusão + -
Vaporização + -
Sublimação + -
Adsorção - +
Desadsorção + -
Absorção + -
Químico
Desolvatação + -
Desidratação + -
Degradação Oxidativa - +
Oxidação em atmosfera gasosa - +
Redução em atmosfera gasosa + -
Reações e óxido redução + +
Rações no estado sólido + +
Fonte: Adapatado de IONASHIRO, 2005
Diferentemente da técnica TG a análise DSC é uma técnica relativa. Devido
as suas características de temperatura dinâmica, as medições não são feitas em
equilíbrio térmico. Os dados relativos devem ser convertidos em valores absolutos
por meio de um procedimento de calibração que requer o emprego de padrões cujos
valores de propriedades e incertezas associadas são conhecidos e estabelecidos
conforme procedimentos metrológicos (DELLA GATTA et al., 2006 apud RYCERZ,
2013).
Na área farmacêutica as análises de DSC são utilizadas na caracterização
térmica e determinação da pureza de fármacos, estudos de compatibilidade entre os
constituintes da formulação e identificação de polimorfismo com determinação das
entalpias de cada forma cristalina (OLIVEIRA, 2011).
42
A avaliação da pureza por DSC pode ser realizada pelo simples
acompanhamento visual da curva DSC, observando a presença dos eventos
térmicos característicos do fármaco, ou utilizando uma determinação quantitativa
pelo método da Equação de van’tHoff (que prevê a depreciação do ponto de fusão
do composto puro devido à presença de impurezas (VAN DOOREN; MULLER,
1984), que determina a pureza a partir do pico de fusão do analito (OLIVEIRA,
2011).
Recentemente, Lima e colaboradores (2013) utilizaram análises DSC como
ferramenta para avaliação de compatibilidade entre o fármaco trioxsalen e alguns
excipientes.
Yu, Reutzel e Sterphenson (1998) consideraram a DSC como a técnica de
análise térmica mais frequentemente utilizada para a caracterização de polimorfos,
uma vez que quaisquer transições térmicas resultam na liberação ou absorção de
energia.
2.2.4 Cinética de Degradação de Fármacos
No objetivo de tentar elucidar a cinética e o provável mecanismo da reação no
estado sólido, o desenvolvimento de estudos referentes ao assunto, tem crescido
nos últimos anos, tanto pela instrumentação, que está cada vez mais robusta e
disponível para os pesquisadores, como pelo fato da necessidade deste
conhecimento (TANAKA; OSHIMA; NEGITA, 1982).
Os métodos cinéticos podem contribuir para a elucidação de alguns
mecanismos de reação, ajudando na investigação de novos métodos de análise ou
até mesmo para descobertade novas tecnologias (MARIAN et al., 2013).
No âmbito farmacêutico, a cinética de degradação térmica tem sido utilizada
para avaliação de estabilidade de fármacos (LEITE et al., 2013; RODRIGUES et al,
2005; SOVIZI; HOSSEINE, 2013), de formulações farmacêuticas (CAMPENELLA et
al, 2011), bem como extratos de plantas (ARAGÃO et al, 2006), além da
caracterização de substâncias (LEMSI et al., 2013). O principal propósito da análise
cinética de decomposição de sólidos é determinar o mecanismo de reação (ões) e
calcular os parâmetros cinéticos: energia de ativação (Ea), fração decomposta (α),
velocidade de reação (K) e ordem de reação (n).
43
Define-se Ea como sendo a energia necessária para que uma reação química
ocorra, isto é, a energia necessária para mover os reagentes através de uma
“barreira energética” de forma que a reação possa iniciar (LEIVA, 2005).
As definições para α podem ser obtidas em termos de quantidade de calor
absorvido ou liberado. A ordem de reação pode ser definida como a variação da
velocidade de reação com a concentração dos reagentes (SALVIO NETO, 2010).
A velocidade da reação, geralmente, é definida em função da fração
decomposta (α) onde, nas medidas termogravimétricas a mesma, corresponde à
perda de massa num tempo (t), ou temperatura (T), e a perda de massa total para
um dado estágio da reação.
A cinética de reação com decomposição pode ser classificada da seguinte
maneira: reações de ordem zero, reações de primeira ordem e de segunda ordem. A
reação de ordem zero ocorre quando a perda ou decomposição do fármaco
independe da concentração do reagente e é constante em relação ao tempo. A
cinética de primeira ordem pode ser observada quando a degradação do fármaco for
diretamente proporcional à concentração remanescente com relação ao tempo. Já a
cinética de segunda ordem é verificada quando a velocidade de reação for
proporcional ao quadrado da concentração atual do produto (SALVIO NETO, 2010).
Além destes, os outros parâmetros cinéticos são normalmente utilizados para
se prever o comportamento térmico de um sistema reacional, tais como o fator pré-
exponencial (A) que representa a frequência das colisões efetivas entre as
moléculas e, a constante da taxa (k) a uma determinada temperatura (LEIVA, 2005).
Há duas maneiras de obter estes dados térmicos, usando análise cinética
isotérmica ou análise cinética não isotérmica ou dinâmica. Cada categoria de
métodos tem suas vantagens e desvantagens na determinação dos parâmetros
cinéticos (TITA; FULIAS; TITA, 2011).
No método isotérmico para acompanhar a cinética de reação de
decomposição no estado sólido são traçados vários gráficos de fração decomposta
(α) versus o tempo (t), mantendo-se constantes as temperaturas na região de
interesse. Sendo necessário tempo relativamente longo para obtenção dos dados
(SALVIO NETO, 2010). A determinação dos parâmetros cinéticos pelo método não-
isotérmico apresenta uma série de vantagens quando comparada ao método
isotérmico: uma única curva TG é suficiente para determinar parâmetros cinéticos; a
cinética pode ser calculada de forma contínua sobre uma faixa de temperatura; a
44
temperatura de início da decomposição é determinada com bastante precisão; uma
quantidade limitada de dados é suficiente para o estudo (LEIVA, 2005).
Apesar da utilização do método dinâmico, nos estudos cinéticos de
decomposição térmica de sólidos, ter sido alvo de várias críticas ao longo dos anos,
seu estudo tem sido largamente difundido e diversos trabalhos publicados na
atualidade (LEITE et al., 2013; SIMÕES et al., 2014; TITA;JURCA;TITA, 2013).
Em 2011, o comitê de cinética do ICTAC, publicou uma revisão dos métodos
existentes para auxílio na obtenção de parâmetros cinéticos confiáveis, indicando
que a combinação de experimentos isotérmicos e não isotérmicos como o melhor
caminho para o estabelecimento de modelos cinéticos.
Independente do modo como o estudo cinético será realizado, utilizando
termogravimetria isotérmica ou não isotérmica, a literatura relata a existência de
vários modelos matemáticos para analise dos dados cinéticos de reações do estado
sólido, a saber: Horowitz-Metzger, Coats-Redfern, Kissinger–Akahira–Sunose,
Friedman, Ozawa, Madhusudanan, Van Krevelen, dentre outros.
Um modelo é uma expressão matemática, desenvolvida com base em
premissas mecanicistas, transforma um processo de reação no estado sólido numa
equação (KHAWAM; FLANAGAN, 2006). Estes métodos matemáticos podem ser
agrupados em duas categorias, modelo de fitting e modelo isoconversional (ou
modelo-livre) (TITA et al., 2013).
Alves e colaboradores (2007) realizam estudos cinéticos para rifampicina em
condições isotérmicas e não isotérmicas, utilizando o método integral de Ozawa.
Neste trabalho nos propomos a avaliar a cinética desta substância a partir de outros
modelos cinéticos não isotérmicos, em atmosfera de ar sintético e nitrogênio.
2.2.4.1 Modelo isoconversional
O uso de modelos cinéticos isoconvercionais é recomendado como uma
forma confiável para obtenção de informações cinéticas consistentes a partir de
dados termogravimétricos (VYAZOVKIN; WRIGHT, 1999).
O uso do método isoconversional requer no mínimo três razões de
aquecimento diferentes (ARAÚJO; MOTHÉ, 2003).
45
Muitos métodos matemáticos isoconversionais têm sido utilizados para
caracterizar ingredientes ativos farmacêuticos, tais como: Flynn - Wall Ozawa
(FANDARUFF et al., 2014) e Friedman (MOTHÉ; MIRANDA, 2013).
O método de Flynn-Wall OZAWA usa a equação aproximada de perda de
massa constante em função do processo de degradação térmica. O valor da Energia
de Ativação (Ea) pode ser calculado para cada grau de conversão α, através do
gráfico do logaritmo da razão de aquecimento (log β) em função do inverso da
temperatura (1/T) que deve dar linhas retas, na qual a inclinação é diretamente
proporcional à energia de ativação (LI et al., 2009).
2.2.4.2 Modelo fitting
O modelo de fitting envolve o ajuste de diferentes modelos para diferentes
curvas de aquecimento (KHAWAN; FLANAGAN, 2006).
Muitos métodos matemáticos de fitting têm sido utilizados para caracterizar
ingredientes ativos farmacêuticos, tais como: Coats-Redfern (ATTIA; ABDEL-
MOETY, 2013), Madhusudanan (SOUZA et al., 2004),Van Krevelen, Horowitz-
Metzger (SABER et al., 2014), OZAWA (SOARES et al., 2011) dentre outros.
O método de Ozawa (1965), que utiliza a equação 1, é considerado um
método integral pelo qual pode se determinar a energia de ativação, sem qualquer
conhecimento dos mecanismos de reação.
RT
E
Rg
AE4567.0315.2
)(loglog −−
=
αβ (1)
Onde: α = fração decomposta, T = Temperatura, A = fator de frequência, R = constante dos gases, E = energia de ativação, β = razão de aquecimento, Ts = temperatura do pico.
Dentre os métodos de fitting, o mais largamente aplicado e o mais simples é o
de COATS e REDFERN (1964), que utiliza as equações 2 e 3. O método é aplicado
para dados TG/DTG assumindo diferentes ordens de reação.
Para n = 1: ( )
RT
E
E
AR
T 303.2log
1lnlog
2−=
−−
β
α (2)
46
Para n ≠ 1: ( )( ) RT
E
E
AR
nT
n
303.2log
1
11log
1
2−=
−
−−−
β
α (3)
O outro método integral utilizado foi o proposto por Madhusudanan e
colaboradores (1993) onde a energia de ativação pode ser calculada, utilizando-se
as equações 4 e 5.
Para n = 1: ( )
RT
E
R
E
R
AR
T12040.0ln9206.102.0ln
1lnln
9206.1−−+=
−−
β
α (4)
Para n ≠ 1: ( )
( ) RT
E
R
E
R
AR
nT
n
1204.0ln9206.17678.3ln1
11ln
9206.1
1
−−+=
−
−−−
β
α (5)
O método de aproximação de Van Krevelen é baseado na integração
aproximada da equação (6), resultando numa relação linear, a partir da qual a
energia de ativação e o fator pré-exponencial podem ser facilmente determinados
(VAN KREVELEN et al., 1951). As equações 7 e 8 usadas são as seguintes:
(6)
Para n = 1: (7)
Para n ≠ 1: (8)
Outro método de aproximação utilizado é o de Horowitz-Metzger. Neste
método um gráfico de ln (1-α) é plotado em função de β , resultando numa reta cuja
( )( )
→=
−
dTeA
f
d RT
E
βα
α ( )( )
( ) ∫∫
−=
=
==T
RT
E
dTeA
gf
d
0
1
0
α
α βα
α
α
( ) ( ) TERT
RT
ET
A
ns
s
RT
E
s
ns
log1
1
1368,0log
1
11log
1
++
+
=
−
−−−
β
α
( )[ ] ( ) TERT
RT
ET
As
s
RT
E
s
s
log1
1
1368.0log1lnlog ++
+
=−−
βα
47
inclinação é dada por E/RTs (HOROWITZ; METZGER, 1963). As equações 9 e 10
utilizadas são:
Para n = 1: ( )[ ]sRT
Eβα =−− 1lnln (9)
Para n ≠ 1: ( )
s
n
RT
E
n
βα=
−
−−−
1
11ln
1
(10)
2.3 TÉCNICAS NÃO TÉRMICAS
A complexidade dos processos de decomposição térmica necessita de uma
interpretação criteriosa dos eventos observados e, muitas vezes, técnicas
complementares são necessárias para evitar-se de conclusões equivocadas.
Trabalhos envolvendo a utilização de análises DRX, CLAE, IV e MEV são
comuns na caracterização dos processos térmicos apresentados por fármacos e
formulações.
Tita, Fulias e Tita (2011) realizaram estudos de compatibilidade entre
cetoprofeno e excipientes através de técnicas térmicas, e utilizaram o FTIR e o DRX
como técnicas complementares para análise dos resultados térmicos.
2.3.1 Difração de Raios X
Dentre as várias técnicas de caracterização de substâncias farmacêuticas, a
técnica de difração de raios X é a mais indicada na determinação de fases cristalinas
presentes em fármacos (BERNARDI, et al., 2013).
A técnica da DRX emprega o espalhamento coerente da radiação X por
estruturas organizadas (cristais), possibilitando um estudo morfológico das
substâncias, ou seja, sua estrutura cristalina e/ou sua fração (percentual) cristalina.
A determinação de uma célula unitária (menor componente de um cristal) só pode
ser obtida pela DRX (JUNIOR, 2004).
As distâncias interplanares e suas respectivas intensidades relativas são
características e específicas para cada substância cristalina. Como consequência de
48
sua importância, a utilização da técnica tornou-se comum e essencial nos trabalhos
de caracterização de polimorfos na área farmacêutica (YU; REUTZEL;
STERPHENSON, 1998).
Quando um feixe de raios-X atinge uma superfície cristalina a um mesmo
ângulo, uma parte destes raios é dispersa pela camada de átomos na superfície e a
porção do feixe que não sofreu dispersão penetra na segunda camada de átomos
onde, novamente, é dispersa e uma parte remanescente passa para uma terceira
camada, figura 5. O efeito cumulativo desse espalhamento nos centros regularmente
espaçados do cristal resulta na difração do feixe em sua grande parte, do mesmo
modo que a radiação é difratada pela reflexão reticular (SKOOG; HOLLER;
NIELMAN, 1998).
Figura 5 - Difração de raios-X por um cristal
Fonte: SKOOG, HOLLER; NIELMAN, 1998.
A DRX assume muitas funções nas análises farmacêuticas, sendo uma
poderosa ferramenta no estudo de polimorfos; primeiro, porque permite alta precisão
nos resultados de estrutura cristalina. Permite, também, o estudo de sistemas com
mais de uma fase e, consequentemente, de diferentes polimorfos, podendo assim
ser identificada a contribuição de cada fase (BOTEZ et al., 2003).
Segundo Alves e colaboradores (2007), cada composto cristalino possui único
padrão da DRX e o emprego da técnica neste trabalho, objetivou a verificação de
isoformas nas matérias-primas analisadas, principalmente na rifampicina, e a
detecção de prováveis incompatibilidades entre fármaco-excipiente e fármaco-
fármaco.
49
Através do uso da técnica da DRX, Agrawal e colaboradores (2004)
caracterizaram as formas da rifampicina (polimorfo I, polimorfo II e a forma amorfa) e
concluíram que os volumes comerciais de rifampicina utilizados para na produção de
medicamentos para o tratamento da tuberculose são formados por variações de
mistura da forma I, forma II e amorfa.
2.3.2 Espectroscopia no Infravermelho
O espectro de infravermelho representa uma impressão digital de uma
amostra com picos de absorção que correspondem a frequências vibracionais entre
ligações de átomos que constituem o material (SHERMAN HSU, 1997). Uma vez
que cada material é uma única combinação de átomos, não há dois compostos que
apresentem o mesmo espectro de infravermelho.
De acordo com o intervalo de frequência da energia eletromagnética aplicada,
a espectrofotometria de absorção pode ser dividida em ultravioleta, visível e
infravermelho, podendo ser utilizada como técnica de identificação e quantificação
de substâncias (BRASIL, 2010).
A radiação de infravermelho encontra-se entre as regiões do visível e do
micro-ondas, essa radiação quando absorvida converte-se em energia equivalente a
vibração molecular; alguns grupos de átomos apresentam bandas de energia
características (NASERI et al., 2011)
As posições das bandas nos espectros de IV são apresentadas em número
de ondas (ν) cuja unidade é o centímetro inverso (cm-1) e as intensidades das
bandas estão expressos como transmitância. A chamada radiação infravermelha
corresponde à parte do espectro situada entre as regiões do visível e das
microondas e a região de maior interesse na identificação de estruturas está situado
entre 4.000 e 400 cm-1 (SILVERSTEIN; WEBSTER; KIEMLE, 2006).
As análises qualitativas e quantitativas de medicamentos, utilizando
espectroscopia na região do infravermelho, expandiram-se a partir do momento em
que os dados gerados por um espectrofotômetro FT-IR podendo ser digitalizados,
habilitando os métodos estatísticos na resolução de problemas da análise química. A
possibilidade de utilizar várias frequências do espectro tem aumentado o tipo de
amostras que podem ser analisadas por espectroscopia no infravermelho
(PASQUINI, 2003; YOON et al., 2004).
50
2.3.2.1 Análise de Componentes Principais (PCA)
Para lidar com os dados obtidos através de técnicas espectroscópicas,
ferramentas como a Análise de Componentes Principais (PCA) vêm sendo utilizadas
(FERREIRA et al., 1999).
A análise por componentes principais (PCA) é um dos métodos mais comuns
empregados na análise de informações (BROWN, 1995; FERREIRA, 2002), sendo
principalmente utilizada pela sua capacidade de compressão dos dados em função
da existência de correlação entre diversas variáveis medidas.
Quando aplicamos um algoritmo de PCA num conjunto de variáveis, como por
exemplo, espectros no infravermelho, o conjunto original destas variáveis é
substituído por um novo conjunto de variáveis denominado de Componentes
Principais (CPs). A principal característica deste novo conjunto é a ortogonalidade,
porém o mesmo é facilmente reconstruído a partir da combinação linear das
variáveis originais (espectros). Como vantagem, o novo conjunto de variáveis (CPs),
geralmente concentra a maior parte da informação (variância) em poucas variáveis,
diminuindo assim a dimensionalidade dos dados, sem perda significativa da
informação química. As maiorias dos aplicativos disponíveis utilizam a técnica de
decomposição do valor singular (SDV) para obter as CPs, sendo neste caso a
primeira componente principal (CP1) definida na direção (eixo) de maior variância do
conjunto de variáveis originais. De forma decrescente em termos de variação são
definidas as demais componentes principais, porém estas serão sempre ortogonais
a CP1 e entre si. Por exemplo, um sistema que seja reduzido a 3CPs (CP1, CP2 e
CP3) se assemelha ao sistema cartesiano de coordenadas, em que todos os eixos
são linearmente independentes, isto é, ortogonais entre si. Para os casos de
conjuntos de espectros consideramos inicialmente matriz de dados X (m x n), sendo
que m corresponde ao número de amostras (espectros) e n o número de variáveis
(frequências do espectro), que pode ser decomposta em 3 outras matrizes, U, S e V
(FERREIRA, 2002).
X = U.S.VTs
As colunas de U e V são ortogonais. A matriz V é a matriz dos pesos, em que
a primeira coluna contém os pesos de PC1 e assim por diante. O produto U x S
corresponde à matriz Ts dos escores. Por fim, S é matriz diagonal, cujos elementos
51
(valores singulares) contêm informações sobre a quantidade de variância que cada
componente principal descreve. A matriz S é importante na determinação da
dimensionalidade intrínseca da matriz de dados, podendo os analistas definir
quantas CPs ou fatores devem ser utilizados para análises posteriores. Os
autovalores que forem pequenos serão excluídos e as informações relevantes
podem de alguma maneira, ser separadas, eliminando-se, assim, os ruídos
experimentais.
2.3.3 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE)
A cromatografia em fase líquida teve início em 1950 e alcançou muitos
avanços até os dias de hoje. Nos últimos 40 anos, foi à técnica analítica que mais se
desenvolveu e é uma das mais empregadas nas indústrias farmacêuticas (TONHI et
al., 2002). Segundo Holler e colaboradores (2009) sua grande utilização se deve à
sua detectabilidade, à sua pronta adaptação às determinações quantitativas com
exatidão, à sua adequação para separação de compostos não voláteis ou
termicamente instáveis e, acima de tudo, a sua ampla aplicação a substâncias de
interesse para a indústria, para muitos campos da ciência e para o público de um
modo geral.
A cromatografia líquida divide-se em dois grupos: a cromatografia líquida
clássica, feita em colunas de vidro, sob pressão atmosférica, e a cromatografia
líquida de alta eficiência (CLAE), onde se usam colunas metálicas e pressões de
fase móvel elevadas, obtidas com auxílio de uma bomba de alta pressão (SNYDER
et al., 1997)
O processo cromatográfico consiste na passagem de uma fase móvel sobre
uma fase estacionária, onde ocorre a distribuição dos componentes da mistura entre
as duas fases, de tal forma que cada componente é seletivamente retido na fase
estacionária. A fase móvel é bombeada sob alta pressão a uma vazão controlada.
Uma pequena quantidade de amostra é introduzida através de uma válvula de
injeção, sendo arrastada pela fase móvel através da coluna até o detector
(COLLINS, 1990).
A cromatografia líquida em fase reversa (CLAE-FR) é a modalidade mais
utilizada, pois apresenta algumas vantagens, tais como: o uso de fases móveis (FM)
menos tóxicas e de menor custo, o estabelecimento mais rápido do equilíbrio da
52
coluna após a mudança da FM, a boa reprodutibilidade dos tempos de retenção, a
possibilidade do uso de eluição por gradiente e a grande variedade de fases
estacionárias (FE) disponíveis comercialmente. Uma das características mais
importantes de uma FE tipo fase reversa é sua polaridade variável, que depende dos
grupos quimicamente ligados ou imobilizados sobre a superfície da sílica
(GORAIEB, 2013).
O CLAE é o principal método para análise de impurezas orgânicas
relacionadas, sendo amplamente utilizada em estudo de estabilidade de fármaco
devido a sua sensibilidade, especificidade e capacidade de resolução (BAKSHI;
SINGH, 2002). Portanto, é uma técnica muito bem estabelecida como ferramenta
efetiva no controle de processo industrial, no controle de matéria-prima e produto
acabado (RAO; NAGARAJU, 2003).
53
OBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOS
54
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Contribuir com a caracterização da rifampicina e seus principais produtos de
degradação (rifampicina quinona, rifampicina N-óxido 3-formilrifamicina) através das
técnicas térmicas e não térmicas.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
� Caracterizar termicamente a rifampicina, rifampicina quinona, rifampicina n-
óxido e 3-formilrifamicina utilizando DSC-convencional, DSC-fotovisual,
TG/DTG e DTA.
� Elucidação dos eventos térmicos relacionados à rifampicina utilizando
espectroscopia no infravermelho, XRPD e técnicas cromatográficas.
� Determinação da estabilidade térmica da rifampicina a partir de curvas TG
dinâmicas em atmosfera de ar sintético e nitrogênio, e para rifampicina
quinona, rifampicina n-óxido e 3-formilrifamicina a partir de curvas TG
dinâmicas em atmosfera de ar sintético através do modelo de Ozawa, para
determinação dos seguintes parâmetros cinéticos: ordem de reação (n), do
fator de frequência (A) e energia de ativação (Ea).
� Determinação da estabilidade térmica da rifampicina a partir de curvas TG
dinâmicas, em ar sintético e nitrogênio, bem como para rifampicina quinona,
rifampicina N-óxido e 3-formilrifamicina, em atmosfera de nitrogênio, utilizando
os Métodos de Aproximação (Método de Van Krevelen e Método de Horowitz-
Metzger) e Métodos Integrais (Método de Coats-Redfern e Método de
Madhusudanan), para determinação dos seguintes parâmetros cinéticos:
ordem de reação (n), do fator de frequência (A) e energia de ativação (Ea).
55
MATERIAIS E MATERIAIS E MATERIAIS E MATERIAIS E
MÉTODOSMÉTODOSMÉTODOSMÉTODOS
56
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 MATERIAIS
4.1.1 Insumos
As amostras de rifampicina e todos os padrões utilizados neste trabalho foram
cedidos através de um laboratório oficial brasileiro (NUPLAM/UFRN), proveniente de
seu principal fornecedor.
Todos os insumos encontravam-se dentro do prazo de validade e se
apresentavam como grau analítico ou farmacêutico.
� Rifampicina (Lote: LOJ351 / Teor declarado: 98,5%) - USP
Pharmacopeia
� Rifampicina quinona (Lote: IOI128 / Teor declarado: não declarado) -
USP Pharmacopeia
� 3-Formilrifamicina (Lote: 2636 / Teor declarado: 93,1%) - British
Pharmacopeia
� Rifampicina N-óxido (Lote: 3524 / Teor declarado: 91,4%) - British
Pharmacopeia. Todo e qualquer reagente utilizado no presente estudo
e de grau analítico.
� Padrão de Índio (Lote: WW125024 / Teor declarado: 99,99%) -
Shimadzu
� Padrão de Oxalato de Cálcio (Lote: MKBB0622V / Teor declarado:
99,999%) – Sigma Aldrich
4.1.2 Reagentes e Solventes
A disponibilização dos reagentes utilizados nas análises deste trabalho foi
proveniente de doação do NUPLAM/UFRN com o LCQMED. Todos os reagentes
estavam dentro do prazo de validade.
� Acetonitrila grau HPLC (Panreac)
� Fosfato de Potássio Monobásico (Dinâmica)
57
� Fosfato de Potássio Dibásico (Êxodo Científica)
� Perclorato de Sódio (Sigma Aldrich)
� Ácido Fosfórico (Quimis)
� Ácido Cítrico (Proquímus)
� Água Purificada (NUPLAM)
4.1.3 Equipamentos
� Balança semi-micro analítica (Mettler Toledo)
� Agitador magnético (FANEM)
� Calorímetro de varredura diferencial (Shimadzu, DSC-60AH)
� Balança Termogravimétrica (Shimadzu, TG-DTA 60AH)
� Cromatógrafo Líquido de Alta Eficiência (HITACHI)
� Espectrômetro de Infravermelho (Perkin Elmer)
� Sistema de Filtração à vácuo (Millipore)
� Sistema purificador de água (Millipore, MilliQ-Advantage)
� DRX (Rigaku)
4.1.4 Acessórios
� Balões volumétricos certificados e calibrados (Vidrolabor e Pirex)
� Pipetas volumétricas certificadas e calibradas (Vidrolabor)
� Vials de 1 mL, com tampa e septo (Merck)
� Cadinho de alumina de 50µL (Shimadzu)
� Cadinho de alumínio (Shimadzu)
� Coluna C8 Zorbax Plus 150 x 4,6 x 5,0 µm (Agilent)
� Membrana Filtrante em PTFE 0,45 µm (Millipore)
� Vidro de relógio
58
4.2 MÉTODOS
4.2.1 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC - Convencional)
As amostras foram pesadas, hermeticamente fechadas e submetidas à
análise em calorímetro exploratório diferencial da marca Shimadzu, modelo DSC –
60, num intervalo de temperatura de 25 °C - 450 ºC, usando diferentes células
(cadinhos), sob fluxo de nitrogênio de 50 mL.min-1 e massa variando de 1 – 2 mg. As
razões de aquecimento utilizadas seguiram a tabela 2.
Tabela 2 - Razões de aquecimento para análises DSC
Substâncias β (ºC/min)
Rifampicina 2,5; 5,0; 10, 20 e 40
3-formil rifamicina / Rifampicina N-óxido
Rifampicina quinona 10
Fonte: Autoria própria
O DSC foi previamente calibrado para temperatura e entalpia utilizando
padrões de índio (T= 156,6°C e ∆Hfusão g= 28,54 J.g-1). Os fatores de correção
conforme procedimento e especificação do fabricante Shimadzu. As amostras foram
analisadas através das suas transições de fase características, utilizando o
programa TASYS da Shimadzu, sendo os valores de entalpia das amostras obtidos
a partir da área dos picos das curvas DSC.
4.2.2 DSC – Fotovisual
As análises do DSC - Fotovisual foram realizadas utilizando um Calorímetro
Shimadzu, modelo DSC-50 acoplado a um microscópio Olympus, modelo VCC-520,
conectado a uma câmera Sony, sob fluxo de nitrogênio de 50 mL.min-1, razão de
aquecimento de 10°C.min-1, em uma faixa de temperatura entre 25 °C – 400 °C, com
cadinho de alumínio aberto. O sistema fotovisual foi conectado ao computador
usando o software Assimetrix. As imagens das amostras foram visualizadas e
59
capturadas em tempo real de acordo com a programação de aquecimento e
observação do aparecimento de transições de fase nas amostras.
4.2.3 Análise Termogravimétrica – TG/DTG e Análise Térmica Diferencial -
DTA
As curvas TG/DTA dinâmicas foram obtidas em uma termobalança da marca
Shimadzu, modelo DTG-60AH, com fluxo de nitrogênio 50 mL.min-1, variando as
razões de aquecimento de acordo com a metodologia utilizada. Antes do início dos
experimentos, foi realizada a limpeza do equipamento, a obtenção do branco e a
verificação da normalidade da balança procedendo à corrida prévia do padrão de
oxalato de cálcio monohidratado. Apresentando-se a termobalança em condições
de operação, deu-se início às corridas com as amostras.
4.2.3.1 Termogravimetria Dinâmica
Para obtenção das curvas na condição dinâmica de temperatura procedeu-se
variação da razão de aquecimento, mantendo-se constante, o fluxo do gás, massa
da amostra e tipo de cadinho. Como pode ser observado na tabela 3. As curvas
foram analisadas pelo programa TASYS da Shimadzu e utilizadas para
determinação dos parâmetros cinéticos pelo método de Ozawa (1965).
Tabela 3 - Condições experimentais para obtenção das curvas dinâmicas TG/DTG e DTA
Substâncias β
(ºC.min-¹)
Atmosfera Fluxo
(mL.min-¹)
Temperatura
(ºC)
Massa
(mg)
Rifampicina 2,5; 5,0;
7,5 e 10,0
Nitrogênio
Ar sintético
50 25 – 900 4,5 – 5,5
Rifampicina quinona
3-formilrifamicina
Rifampicina N-óxido
2,5; 5,0
e 10,0 Ar sintético 50 25 – 900 4,5 – 5,5
Fonte: Autoria própria
60
Para quantificação do conteúdo de rifampicina, em ambas as atmosferas, as
amostras de rifampicina foram submetidas a aquecimento em condição dinâmica, a
diferentes temperaturas, conforme tabela 4, e resfriadas a temperatura de 25°C,
quando foram retiradas do equipamento e analisadas conforme item 4.2.6.
Tabela 4 - Condições experimentais para quantificação de rifampicina após aquecimento
Substâncias β
(ºC.min-¹)
Atmosfera Temperatura
(ºC)
Rifampicina 10,0 Nitrogênio
Ar sintético 100, 170, 180, 190, 200, 210 e 250
Fonte: Autoria própria
4.2.3.2 Determinação dos parâmetros cinéticos pelo método de Ozawa
Na determinação dos parâmetros cinéticos, utilizaram-se as curvas dinâmicas
obtidas, para obtenção do fator de frequência (A), energia de ativação (Ea) e
caracterização das amostras, pelo o método de Ozawa, para uma perda de massa
definida de 5%, utilizando o software TASYS Shimadzu (KineticAnalysis TG).
O coeficiente angular do gráfico que correlaciona a razão de aquecimento
(Log β) versus o inverso da temperatura absoluta (1/T) (K-1), forneceu a energia de
ativação. O valor de n foi obtido a partir do gráfico que correlaciona a massa residual
da amostra pelo tempo reduzido em minutos (KOGA, 2013).
Uma curva TG utilizando cadinho vazio foi obtida para cada condição
experimental utilizada nos ensaios não-isotérmicos (curvas branco), sendo
subtraídas de cada resultado obtido sob as mesmas condições.
4.2.3.3 Determinação dos parâmetros cinéticos pelos métodos de Coats-Redfern,
Madhusudanan, Van Krevelen e Horowitz-Metzger
Na determinação dos parâmetros cinéticos, utilizaram-se as curvas dinâmicas
obtidas para obtenção do fator de frequência (A), energia de ativação (Ea) e
caracterização das amostras, pelos métodos de Coats-Redfern (CR),
61
Madhusudanan (MD), Van Krevelen (VK), Horowitz-Metzger (HM), a partir de
programas computacionais desenvolvidos por Nunes (1995).
4.2.4 Difração de Raio X (XRPD)
Os difratogramas de raios-X das amostras foram obtidos através do método
do pó no difratômetro de raios-X Rigaku Miniflex, operado a 40,0 kV e 30,0 mA. O
ângulo de difração 2θ foi de 2,0 a 60,0º à temperatura ambiente e a radiação Cu-Kα
(λ = 1,542 Angstrom) com um passo de 0,05 (2θ) e 1 segundo/passo. As análises
foram realizadas no Laboratório de Nanoestruturas Magnéticas (LNMS) da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
4.2.5 Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR)
Para obtenção dos espectros de infravermelho utilizou-se à técnica de
brometo de potássio, alterando-se a posição da pastilha a cada medição, obtendo-se
três leituras por amostra.
Pesou-se 1 mg da amostra estudada, dispersou-se em cerca de 300 mg de
brometo de potássio e essa mistura foi prensada a 10 toneladas para obter a
amostra em forma de comprimido. Foi utilizado o FT – IR – Spectrometer, da marca
Perkin Elmer, modelo Spectrum 65. Os espectros de FTIR das amostras foram
registrados na temperatura de 25 °C e faixa espectral compreendida entre 4000 e
400 cm-1, sendo o tratamento dos dados realizado no Perkin Elmer Spectrum ®.
As amostras de rifampicina foram aquecidas, em ponto de fusão QUIMIS ®, a
diversas temperaturas, para avaliação da possível formação de produtos de
degradação, conforme tabela 5. As impurezas foram analisadas a temperatura
ambiente.
Tabela 5 - Condições de aquecimento para análise FTIR
Substâncias Temperatura (ºC)
Rifampicina 25, 185, 190, 195, 210 e 250
Fonte: Autoria própria
62
4.2.5.1. Análise de dados por quimiometria
Os espectros adquiridos foram convertidos em formato ASCII e salvos em
extensão de arquivo *.CSV, organizados em Planilha do Excel® e submetidos à
análise exploratória. O carregamento de dados, pré-processamento (correção de
linha de base, centragem da média, MSC, suavização e derivada SaviztkyGolay) e
classificação por PCA foram realizados em MATLAB ® versão 7.10 (Math-Works,
Natick, EUA) com o PLS-toolbox (Investigação Eigenvector, Inc.,Wenatchee, WA,
EUA, versão 4.0).
4.2.6 Análise Quantitativa e Qualitativa utilizando HPLC
As análises foram realizadas em cromatógrafo modelo Chromaster® equipado
com degaseificador, bombas (5160), forno de coluna (5310), detector de arranjo
diodos (5430), autoamostrador (5260) e comunicador todos da Hitachi e coluna
cromatográfica Agilent RX-C8® com dimensão de 150 mm x 4,6 mm; 5,0 µm, número
de série: USBUO20625.
O método de análise de matéria-prima para quantificação de rifampicina
presente na farmacopeia americana 36° Edição foi utilizado para análise das
amostras de rifampicina. Em virtude de alteração no tamanho da coluna
cromatográfica frente àquela presente na farmacopeia, cálculos para ajuste de fluxo
foram realizados conforme indicado pela própria farmacopeia americana 36° Edição,
ver APËNDICE A. As condições cromatográficas estão descritas na tabela 6, e o
preparo das soluções no item 4.2.6.1.
63
Tabela 6 - Condições cromatográficas para análise de teor de rifampicina
Parâmetros Especificações
Coluna C8 4,6 mm x 150 mm; 5µm
Fase móvel
510 (água): 350 (acetonitrila): 100 (tampão
fosfato pH 6,8) : 20 (ácido cítrico 1M) : 20
(perclorato de sódio 0,5M)
Fluxo
2,25 mL/min
Temperatura
30ºC
λ
254 nm
Volume Injetado
50 µL
Tempo de retenção aproximado
Rifampicina 10 minutos
Rifampicina quinona 6 minutos
Resolução entre rifampicina
e rifampicina quinona
Não menos que 4,0 na solução ID/resolução
Eficiência da coluna
Não menos que 1000 pratos teóricos para o
pico da rifampicina na solução padrão
Tempo de corrida aproximado
15 minutos
Fonte: Autoria própria
4.2.6.1 Preparo das Soluções para método:
Tampão fosfato: Pesou-se 136,1 g de fosfato de potássio monobásico que foi
dissolvido em cerca de 500 mL de água purificada, seguido da adição de 6,3 mL de
64
ácido fosfórico, completando o volume do balão volumétrico com água purificada
para 1000 mL.
Ácido cítrico 1 M: Foi dissolvido 96,065 g de ácido cítrico em água purificada
utilizando balão volumétrico para perfazer 500 mL.
Perclorato de sódio 0,5 M: Foi dissolvido 30,61 g de perclorato de sódio em água
purificada utilizando balão volumétrico para perfazer 500 mL.
Fosfato de potássio dibásico 1 M: Foi dissolvido 87,09 g de fosfato de potássio
dibásico em água purificada utilizando balão volumétrico para perfazer 500 mL.
Fosfato de potássio monobásico 1 M: Foi dissolvido 68,045 g de fosfato de
potássio monobásico em água purificada utilizando balão volumétrico para perfazer
500 mL.
Fase móvel: Foi preparado uma mistura de água, acetonitrila UV/HPLC, tampão
fosfato, ácido cítrico 1 M e perclorato de sódio 0,5 M (510 : 350 : 100 : 20 : 20, v/v),
filtrada utilizando membrana filtrante em PTFE 0,45 µm e degaseificada.
Mistura de solventes: Foi preparada uma mistura de água, acetonitrila UV/HPLC,
fosfato de potássio dibásico 1 M, fosfato de potássio monobásico 1 M e ácido cítrico
1 M (640: 250 : 77 : 23 : 10, v/v).
Solução ID/Resolução: Pesou-se exatamente, cerca de 10 mg de rifampicina
padrão primário e cerca de 10 mg de rifampicina quinona padrão primário, que foi
transferido para balão volumétrico de 100 mL e dissolvido em acetonitrila UV/HPLC.
Transferiu-se 1 mL desta solução para balão volumétrico de 10 mL e foi diluída e
completada o volume com a mistura de solventes (Cp = 0,01 mg/mL).
Solução padrão: Pesou-se exatamente 40,0 mg de rifampicina padrão primário e foi
transferido para balão volumétrico de 200 mL. Dissolveu-se e diluiu-se com
acetonitrila UV/HPLC, sonicando por 30 segundos, quando necessário.
NOTA: Esta diluição deve ser utilizada em até 5 horas.
65
Transferiu-se 10 mL desta solução para balão volumétrico de 100 mL, para diluição
com a mistura de solventes, seguida de homogeneização (Cp = 0,02 mg/mL).
NOTA: Usar esta solução imediatamente a preparação.
Solução amostra: Pesou-se exatamente 40,0 mg de rifampicina amostra que foi
transferida para balão volumétrico de 200 mL. Em seguida a mostra foi dissolvida,
diluída com acetonitrila UV/HPLC, e sonicada por 30 segundos, quando necessário.
NOTA: Usar esta diluição em até 5 horas.
Transferiu-se 10 mL desta solução para balão volumétrico de 100 mL, que foi diluída
com a mistura de solventes, seguida de homogeneização (Cp = 0,02 mg/mL).
NOTA: Usar esta solução imediatamente após preparação.
4.2.6.2. Curva de calibração/linearidade:
A linearidade corresponde à capacidade do método em fornecer resultados
diretamente proporcionais à concentração da substância analisada, dentro de uma
determinada faixa de aplicação. A estimativa dos coeficientes de uma curva analítica
a partir de um conjunto de medições experimentais pode ser efetuada utilizando o
método matemático conhecido como regressão linear (RIBANI et al., 2004).
É possível calcular, a partir dos pontos experimentais, o coeficiente de
correlação, R. Este parâmetro permite uma estimativa da qualidade da curva obtida,
pois quanto mais próximo de 1,0, menor a dispersão do conjunto de pontos
experimentais e menor a incerteza dos coeficientes de regressão estimados,
garantindo maior linearidade da curva obtida (RIBANI et al., 2004).
Para a linearidade realizou-se três curvas de calibração empregando-se
soluções padrão de rifampicina em seis níveis de concentrações diferentes,
conforme tabela 7, que correspondem a faixa de 40% a 140% da concentração final.
66
Tabela 7 - Concentrações de rifampicina para a linearidade do método de teor.
Concentração (%) 40 60 80 100 120 140
Rifampicina (µg.mL-1) 8,0 12,0 16,0 20,0 24,0 28,0
Volume de diluição (mL)
Solução-mãe 4 6 8 10 12 14
Fonte: Autoria própria
Para o preparo da solução-mãe, pesou-se exatamente 40,0 mg de rifampicina
padrão primário que foi transferido para balão volumétrico de 200 mL, dissolvida e
diluída com acetonitrila UV/HPLC, sonicando por 30 segundos, quando necessário.
Usar esta diluição em até 5 horas.
Conforme a concentração a ser preparada foi coletada da solução-mãe
volume de diluição correspondente, na tabela 7, e transferido para balão volumétrico
de 100 mL, para diluição com a mistura de solventes e homogeneização. Usar esta
solução imediatamente a preparação.
67
RESULTADOS RESULTADOS RESULTADOS RESULTADOS
E DISCUSSÃOE DISCUSSÃOE DISCUSSÃOE DISCUSSÃO
68
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA RIFAMPICINA
5.1.1 Caracterização Polimórfica
Em virtude da existência de polimorfismo (PELIZZA, et al., 1977) para
rifampicina, análises FTIR e DRX foram realizadas a fim de caracterizar qual (s)
possível (s) polimorfo estaria presente na amostra analisada.
Os polimorfos podem ser identificados conforme padrões de raio X, bem
como bandas de absorção de FTIR.
Figura 6 - Espectro FTIR-MID para rifampicina a temperatura ambiente
A figura 6 apresenta o espectro FTIR para rifampicina evidenciando o duplo
pico em 1734 cm-1 e 1712 cm-1, sugerindo se tratar da forma polimórfica II. Para
confirmar esta hipótese obteve-se difratograma da amostra, figura 7.
AGRAWAL e colaboradores (2004) caracterizaram diversas formas
comerciais de rifampicina a partir de dados DSC, FTIR e DRX. Para as análises
FTIR verificou-se que os polimorfos I, II e forma amorfa da rifampicina podem ser
diferenciados pela banda de absorção para o grupo carbonila (C=O), onde a
69
existência a forma II apresenta um duplo pico em 1734 e 1712 cm-1, e as formas I e
amorfa um único pico em 1725 cm-1.
Figura 7 - DRX para rifampicina a temperatura ambiente
Fonte: Autoria própria
O emprego da DRX, figura 7, evidenciou que a amostra é predominantemente
cristalina, apresentando padrão de picos nos ângulos 2θ de 6,94°; 7,77°; 9,86°
11,05°; 12,57°; 15,64°; 16,88°; 17,94°; 19.86°; 21,37°; 23,05°; 23,99°; 25,71°; 26,19°;
27,59°; 30,04°; 31,13°e 35,62°. Segundo AGRAWAL e colaboradores, 2004 o
polimorfo I da rifampicina é caracterizado pela presença de picos nos ângulos 2θ de
13,65° e 14,65°, que encontram-se ausentes na amostra, retângulo em verde,
enquanto o polimorfo II possui ângulos 2θ de 9,93° e 11,1°, cujos ângulos se fazem
presentes conforme setas em azul. Desta forma podemos concluir que a amostra
trata-se exclusivamente do polimorfo II.
5.1.2 Caracterização Térmica
5.1.2.1 Avaliação de curvas DTA e DSC em diferentes razões de aquecimento
Foram obtidas curvas DSC e DTA para a rifampicina em diferentes razões de
aquecimento. As curvas DSC foram obtidas em atmosfera de nitrogênio e as curvas
DTA foram obtidas em atmosfera de nitrogênio e ar sintético.
2Ɵ (°)
70
Figura 8 - Sobreposição das curvas DSC para rifampicina em β de 2,5; 5; 10; 20 e 40 °C.min-1, com indicação dos eventos (1) fusão, (2) recristalização e (3) decomposição e ampliação
Fonte: Autoria própria
A figura 8 demonstra que, assim como na literatura (ALVES, et al, 2007), a
curva DSC apresentou três eventos térmicos, (1) fusão, (2) recristalização e (3)
decomposição, com perfil característico para o polimorfo II.
O estudo do comportamento térmico a partir de curvas DSC em diferentes
razões de aquecimento é imprescindível, conforme relata Bernal e colaboradores
(2002), tendo em vista que devido à intensificação na magnitude dos picos para
altas razões de aquecimento pode-se observar o surgimento de processos não
detectáveis em razões de aquecimento baixas. Em razões de aquecimento elevadas
pode ocorrer, portanto, mascaramento de picos, por sobreposição.
A partir dos dados presentes na tabela 8 e ampliação dos eventos observada
na figura 8, observa-se que a sensibilidade de detecção dos eventos é alterada
conforme a razão de aquecimento, no entanto todos os eventos se fizeram
presentes nas razões de aquecimento estudadas e, que os eventos tendem a ser
deslocados para temperaturas superiores, conforme o aumento da razão de
aquecimento.
71
Sovizi e Hosseini (2013) obtiveram resultados semelhantes ao estudarem o
comportamento térmico e a cinética de decomposição para os fármacos cetirizina e
sinvastatina, onde em altas razões de aquecimento ambos os eventos de fusão e
decomposição foram deslocados para temperaturas mais elevadas. O deslocamento
dos eventos para altas temperaturas ocorre devido à redução da eficiência de
transferência de calor em altas razões de aquecimento quando comparado a baixas
razões de aquecimento (IDRIS et al., 2010).
Tabela 8 – Dados de Tonset, Tendset, ∆H e ∆T (Tonset - Tendset) para os eventos da rifampicina e suas atribuições para cada β
β (°C.min-1) Eventos Tonset Tpico Tendset ∆T
Energia
(J/g) Atribuição
2,5
1 176 186 194 18 33 Fusão
2 189 195 202 14 30 Recristalização
3 231 244 252 21 197 Decomposição
5
1 177 188 194 18 27 Fusão
2 190 196 210 19 20 Recristalização
3 231 250 260 29 167 Decomposição
10
1 177 191 198 21 35 Fusão
2 193 199 205 12 20 Recristalização
3 242 255 268 26 235 Decomposição
20
1 182 196 204 22 40 Fusão
2 198 205 212 14 20 Recristalização
3 254 264 277 23 178 Decomposição
40
1 187 201 211 24 47 Fusão
2 203 211 223 20 26 Recristalização
3 266 276 290 24 220 Decomposição
Fonte: Autoria Própria
Para análises de DTA verificou-se a existência de similaridade visual com as
curvas DTA e DSC em atmosfera de nitrogênio, com os mesmos eventos térmicos
72
caracterizados em DSC, no entanto o mesmo não ocorreu com a curva DTA em
atmosfera de ar sintético, conforme figura 9.
Figura 9 - Sobreposição das curvas DTA para β de 10°C.min-1, em ar sintético (linha azul), em N2 (linha verde) e DSC (linha vermelha) para rifampicina
Fonte: Autoria própria
Em atmosfera de ar sintético a curva DTA não se apresentou visualmente
semelhante a curva DSC, em atmosfera de nitrogênio, não sendo evidente o evento
endotérmico característico de fusão para o polimorfo II e, se fez presente quatro
eventos exotérmicos, que serão mais bem caracterizados adiante, estes resultados
sugerem um comportamento distinto para a decomposição da rifampicina em ambas
atmosferas.
Os valores de ∆T dos eventos de fusão e recristalização calculados através
do DSC e do DTA em atmosfera de nitrogênio foram graficamente representados em
função das razões de aquecimento estudadas, figura 10. Os dados demonstram que
nas razões estudadas os valores tendem a produzir resultados comparáveis entre as
técnicas térmicas para os eventos de fusão e recristalização da rifampicina.
73
Figura 10 - Comparação do ∆T para etapa de fusão e recristalização em função de β para rifampicina em DSC e DTA, atmosfera de N2
Fonte: Autoria própria
5.1.2.2 Avaliação de curvas DTA, DSC e TG em diferentes atmosferas
Segundo Matos, Mercuri e Barros, 2009, a atmosfera do forno é um dos
fatores instrumentais que podem influenciar o aspecto das curvas TG. O efeito da
atmosfera do forno sobre as curvas TG/DTG depende do tipo de reação, da
natureza dos produtos e do tipo da atmosfera empregada.
Os dados de análise termogravimétrica evidenciados neste estudo foram
realizados em atmosfera de nitrogênio e ar sintético e estão presentes nas figuras 11
e 12, respectivamente.
As curvas TG em atmosfera de nitrogênio, figura 11 (A), evidenciam 4 etapas
de perda de massa, e a curva DSC, 4 eventos térmicos, com perfil semelhante ao do
polimorfo II, caracterizados como desidratação, fusão, recristalização e
decomposição. A amostra apresentou-se termicamente estável por volta de 175°C.
74
Figura 11 - Curvas DSC, TG/DTG e DTA para rifampicina em atmosfera de N2 (A). Tabela com dados da curva TG e DSC (B).
(A)
(B)
ETAPAS Perda de massa
(%) Ti – Tf (°C)
EventoTérmico – DSC
Tonset - Tendset (°C) / ∆H (J.g-1)
1ª 0,37 25 – 100 Desidratadação
2ª 2,20 175 – 226 Fusão (177 – 197 / 34,5)
Recristalização (193 – 205 / 19,6)
3ª 14,15 226 – 266 Decomposição (242 – 267 / 235,3)
4ª 76,82 266 – 900 Decomposição
FONTE: Autoria Própria
A figura 11 (B) apresenta a correspondência entre as perdas de massa e os
eventos térmicos caracterizados em atmosfera de nitrogênio. A primeira etapa de
perda de massa corresponde a 0,37% a qual atribuímos à perda de água e
solventes finalizando em 100°C. A segunda etapa correspondendo a 2,20% de
perda de massa simultânea aos processos de fusão e recristalização caracterizados
por Agrawal e colaboradores (2004). A terceira etapa de perda de massa
75
corresponde a 14,15% sendo caracterizada como decomposição e a quarta e última
que apresenta sucessivas etapas correspondendo a 76,82% também de
decomposição. Ao final do processo de decomposição é formado 6,0% de resíduo
carbonáceo.
Quanto às análises termogravimétricas realizadas em atmosfera de ar
sintético os resultados apresentados na figura 12 (A) evidenciam 4 etapas de perda
de massa. A amostra apresentou-se termicamente estável por volta de 185°C.
Figura 12 - Curvas TG/DTG e DTA para rifampicina em atmosfera de ar sintético e DSC, em atmosfera de N2 (A). Tabela com dados das curvas TG e DTA (B).
(A)
(B)
ETAPAS Perda de
massa (%) Ti - Tf (°C)
Evento
Térmico
(DTA)
Tonset - Tendset
(°C)
Natureza do
evento
1ª 0,34 25 – 100 Desidratação 25 – 100 Endotérmico
2ª 7,38 185 – 230 ? 195 – 220 Exotérmico
3ª 6,80 230 – 258 ? 235 – 275 Exotérmico
4ª 84,6 258– 715 Decomposição 290 – 335 Exotérmico
FONTE: Autoria Própria
76
A figura 12 (B) apresenta a correspondência entre as perdas de massa e os
eventos térmicos existentes. A primeira etapa de perda de massa corresponde a
0,34% a qual atribuímos à perda de água e solventes finalizando em 100°C. A
segunda etapa correspondendo a 7,38% de perda de massa que ocorreu simultânea
aos processos de fusão e recristalização quando em atmosfera de nitrogênio, no
entanto o evento de fusão em DSC não foi evidente na curva DTA, sugerindo que
este evento pode não estar presente quando da atmosfera de ar sintético e o evento
simultâneo ao da recristalização na curva DTA apesar de possuir natureza
exotérmica pode não representar àquele processo. Os demais eventos apresentam
natureza exotérmica e perdas de massa respectivas de 6,80% e 84,6%. Ao final da
análise a amostra é completamente carbonizada e nenhum resíduo é formado.
Possivelmente não há correlação de eventos entre as curvas DSC e DTA em
atmosferas distintas quando da análise da rifampicina. É comum encontrarmos na
literatura trabalhos que relacionam curvas DSC em atmosfera de nitrogênio com
curvas TG em atmosfera de ar sintético (WESOLOWSKI; ROJEK, 2013). A falta de
correlação entre estas análises para rifampicina sugere critério na hora de utilizar
curvas TG/DSC para avaliação de compatibilidade fármaco-excipiente.
No que se referem aos resíduos da decomposição, as amostras submetidas à
atmosfera de nitrogênio produziram quantidade menor de resíduo do que aquelas
submetidas à atmosfera de ar sintético, isto se deve ao processo de combustão da
amostra ser favorecido em atmosfera de ar sintético.
A comparação entre as temperaturas de início do primeiro evento de
decomposição observada para a rifampicina em atmosferas de nitrogênio e ar
sintético, 175°C e 185°C, respectivamente, indica que em atmosfera de ar sintético a
amostra é mais estável quando comparada a atmosfera de nitrogênio. É mais
comum na literatura amostras apresentarem-se termicamente mais estáveis em
atmosferas de nitrogênio, por esta ser considerada uma atmosfera inerte, no
entanto, se a atmosfera contiver o mesmo gás liberado na reação, as reações
reversíveis serão afetadas, podendo ser deslocadas para temperaturas superiores,
em virtude da diminuição da taxa de reação, conforme abordado por Salgado e
colaboradores (2005), no estudo sobre análise térmica do esparfloxacino.
Desta forma, o início da decomposição da rifampicina em atmosfera de ar
sintético para temperaturas maiores, pode sugerir que o primeiro evento desta
decomposição envolva a liberação de CO2, que está presente na composição da
77
atmosfera de ar sintético e, cuja liberação pode ocorre a partir da decomposição de
ésteres de alquila presentes na estrutura química da mesma. Resultado semelhante
foi inferido por Hefcyc e colaboradores (2011), quando analisaram a decomposição
de azo-peróxiésteres, compostos que apresentam semelhança estrutural com
grupos presentes na estrutura química da rifampicina.
No entanto as sugestões acima necessitam ser mais bem caracterizadas, se
possível utilizando TG acoplado a outra técnica não térmica, tal como CG, FTIR ou
MS para detecção dos compostos voláteis liberados durante a decomposição da
rifampicina.
A sobreposição dos eventos de fusão e recristalização a etapa de perda de
massa em ambas as atmosfera de nitrogênio e ar sintético, intrigou-nos a questionar
se realmente estaria havendo recristalização ou se a decomposição estaria
ocorrendo concomitantemente à existência destes eventos.
5.1.2.3 Contribuições ao entendimento do comportamento térmico da rifampicina em
diferentes atmosferas
Agrawal e colaboradores (2004) sugeriram, a partir de estudos HSM, em
atmosfera de nitrogênio, que o processo de recristalização estaria ocorrendo devido
ao enegrecimento de pontos escuros nas bordas dos cristais de rifampicina onde
estaria se dando a fusão, bem como devido a não liberação de gases durante esta
etapa do processo.
Sosa e colaboradores (2005), também descrevem que pelas curvas de DSC
de ambas as formas polimórficas da rifampicina, é possível estabelecer uma relação
termodinâmica entre os polimorfos, ou seja, a formação da rifampicina-forma I,
depois do aquecimento da rifampicina-forma II, em um processo irreversível.
Ibiapina (2013) sugeriu que o processo de recristalização em atmosfera de
nitrogênio, utilizando análises isotérmicas e DRX das amostras, era evidente nas
temperaturas de 190°C e 200°C.
A partir da análise de imagens DSC-Fotovisual, em atmosfera de nitrogênio,
figura 13, verificou-se que a etapa de fusão não foi visível, diferindo dos dados DTA
e DSC nesta atmosfera. Observou-se também que a amostra apresentou
enegrecimento, oxidação, durante as etapas de aquecimento desde a temperatura
de 179°C e, que a partir de 198°C, perda de massa foi visualizada sem formação de
78
gases a qual foi visualmente detectada a partir de 350°C. O enegrecimento da
amostra durante aquecimento pode indicar ocorrência de eventos térmicos
característicos de decomposição, durante as etapas de fusão e recristalização do
polimorfo I em DSC, e a liberação de gases a possibilidade de decomposição da
amostra com formação de dióxido de carbono, no entanto seria necessária uma
abordagem analítica para verificar a possibilidade ou não de recristalização da
amostra.
Figura 13 - Imagens DSC – Fotovisual para rifampicina com identificação das temperaturas de captura das imagens.
Fonte: Autoria própria
No entanto, não há evidências a cerca do que poderia estar ocorrendo
quando do aquecimento em atmosfera de ar sintético.
A associação de técnicas térmicas com outras técnicas semelhantes à
cromatografia líquida de alta eficiência e ao infravermelho tem demonstrado
eficiência e rapidez para identificar e quantificar produtos de decomposição, como
demonstram os trabalhos de Conceição (2005) avaliando-se a formação do acido
aspártico a fenilalanina por HPLC e de Lin e Wang (2012) com a avaliação de alguns
dipeptídeos por FTIR, dentre outros.
198 °C 179 °C
244 °C
79
Pelizza e colaboradores (1977) caracterizaram as posições das bandas no
espectro IV para Rifampicina.
Alves e colaboradores (2007) em seu trabalho utilizou análise FTIR, e indicou
que a decomposição térmica da rifampicina poderia está ocorrendo simultaneamente
à recristalização, quando em atmosfera de ar sintético, em virtude da temperatura de
recristalização apresentada pelo polimorfo II ser inferior a temperatura de
decomposição do polimorfo I, sugerindo que um polimorfo estaria se convertendo no
outro antes da decomposição.
Os dados de espectroscopia no infravermelho são bastante complexos,
envolvendo grande número de variáveis. A figura 14 apresenta os espectros
vibracionais obtidos para rifampicina (ambiente, 185°C, 190°C, 195°C, 210°C e
250°C), evidenciando a existência de alterações vibracionais para rifampicina desde
a temperatura de 185°C, que representa o pico de fusão na curva DSC para a
respectiva substância.
Figura 14 - Espectro IV para rifampicina a temperatura ambiente, e intermediários do processo de decomposição as temperaturas de 185, 190, 195, 210 e 250 °C
Fonte: Autoria Própria
Agrawal e colaboradores (2004) utilizaram de algumas bandas de espectros
IV para diferenciação entre polimorfos da rifampicina Forma I e Forma II, vibrações
para carbonila (1644 – 1734 cm-1) de furanona, grupo acetil, bem como N-CH3
(2877 – 2878 cm-1). Os dados espectrais obtidos nas temperaturas analisadas
80
demonstraram que não foram observadas alterações no espectro vibracional para
grupo N-CH3, no entanto observou-se para carbonila de grupo furanona e acetil.
Em virtude do grande número de dados do espectro IV, e visando não fazer
subestimativas sobre o comportamento das amostras pela análise de alguns poucos
grupos vibracionais decidimos utilizar da ferramenta quimiométrica, Análise de
Componentes Principais, e verificar como seriam agrupadas as amostras, quando
avaliado toda informação espectral.
Com o intuito de avaliar as características de similaridade entre as amostras,
à base fundamental dos tratamentos de dados multivariados o PCA, foi realizado. A
partir do qual se pode retirar o máximo de informação dos dados, convertendo-as
em gráficos que mostram a relação entre as amostras e variáveis, transformando um
conjunto de dados complexos, com muitas dimensões, em um conjunto mais
simples, com menos dimensões.
Na tentativa de aumentar a razão sinal-ruído dos espectros foram testados
vários pré-processamentos, dentre os quais: derivada de primeira ordem com
janelas variando de 3 a 9 pontos, correção de espalhamento de luz (MSC),
centragem na média e variância (STD). Os melhores resultados obtidos durante a
realização dos pré-tratamentos foram aqueles onde se utilizou centragem na média
e MSC.
A PCA mostrou que com dois componentes principais é possível explicar
95,34% dos dados, sendo 79,30% da variância total descrita pelo primeiro
componente principal.
A análise do gráfico de Scores, figura 15, mostra a separação das amostras
em quatro grupos, sendo possível obter uma separação coerente com as
características dos pontos, ou seja, a amostra a temperatura ambiente (25°C) é
discriminada daquelas na faixa de temperatura de 185°C, 190°C e 195°C, bem como
a 210°C e 250°C.
As amostras a 185°C, 190°C e 195°C encontram-se no centro do gráfico
representando grupo intermediário entre a amostra 25°C, 250°C e 210°C. A
diferenciação das amostras a 185°C, 190°C e 195°C da amostra a 250°C pode
refletir alterações moleculares em virtude da formação de produtos de degradação,
em atmosfera de oxigênio, que poderiam não ser percebidos se avaliássemos
apenas visualmente os espectros de infravermelho das amostras, ou se
81
realizássemos apenas a avaliação de alguns grupos vibracionais como já realizado
por outros autores.
Figura 15 - Gráfico CP1 x CP2 de Scores, para temperatura ambiente (25°C) e 185°C, 190°C, 195°C, 210°C e 250°C
Fonte: Autoria própria
A espectroscopia no infravermelho é um ensaio de identificação por
excelência, onde pequenas quantidades de impurezas não afetam significantemente
o espectro, mas alguns fatores como polimorfismo, variação no tamanho e
orientação dos cristais, técnica de trituração e formação de hidratos, podem originar
diferenças (SILVERSTEIN; WEBSTER; KIEMLE, 2006).
Para melhor avaliar a possibilidade de formação de produtos de
decomposição durante o aquecimento da rifampicina, em atmosfera de nitrogênio e
oxigênio, nas temperaturas importantes aos eventos térmicos avaliados (100ºC,
170ºC, 180ºC, 190ºC, 200ºC, 210ºC e 250ºC), realizaram-se análises
cromatográficas das amostras após aquecimento apresentados na figura 16 (A) e
(B).
O método para avaliação cromatográfica de teor e impurezas na matéria-
prima Rifampicina presente na Farmacopeia Americana foi utilizado e apresentou-se
linear, na faixa de 40% – 140% com R2 de 0,9992, ver Apêndice A.
82
Figura 16 - Perfil cromatográfico da rifampicina após aquecimento, em atmosfera de N2 (A) e em atmosfera de ar sintético (B)
(A)
(B)
FONTE: Autoria Própria
Rifampicina quinona
83
Após aquecimento da rifampicina conforme figura 16 (A) e (B) observa-se a
alteração do perfil cromatográfico a partir da temperatura de 170°C que se torna
bem evidente a 190°C em ambas as atmosferas. Em atmosfera de nitrogênio ocorre
fenômeno de co-eluição de pico cromatográfico por volta de 4,2 - 4,5 min, se
fazendo presente até a temperatura de 210°C. Em atmosfera de oxigênio ocorre
fenômeno de co-eluição por volta de 3,0 min e 3,5 min, bem como formação de
picos antes não detectados a temperatura ambiente em 7,8 min. Em ambas as
atmosferas, em 7,4 min, são identificados picos para rifampicina quinona, cuja
intensidade diminui ao longo das amostras aquecidas.
Estes resultados sugerem decomposição da amostra durante aquecimento
nas temperaturas indicadas. No entanto, devido à presença de algumas impurezas
na amostra inicial, a decomposição de picos visualizada poderia estar ocorrendo em
virtude das impurezas presentes e não da rifampicina. Para clarificar o
comportamento do teor da rifampicina após aquecimento a quantificação da mesma
se fez necessária e os dados estão apresentados na figura 17.
Figura 17 - Quantificação por CLAE da rifampicina após aquecimento
Fonte: Autoria própria
Quanto ao teor de rifampicina a figura 17 demonstra que o aquecimento das
amostras, em ambas as atmosferas, é seguido de perda gradativa do teor de
rifampicina. Em atmosfera de nitrogênio esta perda é significativa entre as
84
temperaturas de 180°C e 190°C. Esta faixa de temperatura corresponde ao evento
caracterizado como fusão em DSC.
Em virtude da avaliação do perfil cromatográfico a estas temperaturas e perda
de massa observada sugere-se que o processo de fusão é concomitante a
decomposição da amostra.
Em atmosfera de ar sintético houve significativa redução do teor ao longo do
aquecimento. Perda de teor significativa entre 190°C e 200°C que pode refletir a não
recristalização ao polimorfo I, estando este evento ausente e, representando esta
faixa de temperatura a decomposição da rifampicina.
Em conjunto os resultados TG-DTG, DTA, DSC-Fotovisual, CLAE-DAD, para
atmosfera de ar sintético conclui-se que a rifampicina não sofre fusão, passando
diretamente para oxidação da molécula que leva a sua decomposição em várias
etapas, com perda de massa e formação de intermediários. Possivelmente não há
recristalização da mesma ao polimorfo I. Podendo assim caracterizar os eventos
exotérmicos em DTA a partir de 200°C como referentes ao processo de
decomposição.
Quanto às análises em atmosfera de nitrogênio em conjunto os resultados
TG-DTG, DTA, DSC-Convencional e CLAE, refletem que a decomposição da
rifampicina inicia-se com processo de fusão rápida passando a recristalização e
atingindo seu ápice a 250°C onde praticamente toda a amostra é decomposta.
5.2 CARACTERIZAÇÃO TÉRMICA DOS PRODUTOS DE DECOMPOSIÇÃO:
RIFAMPICINA N-OXIDO; RIFAMPICINA QUINONA E 3-FORMILRIFAMICINA
5.2.1 Rifampicina Quinona
A curva DSC/TG/DTG obtida para rifampicina quinona em atmosfera de
nitrogênio é apresentada na figura 18 (A). A curva DSC mostra um evento
endotérmico com pico largo a 40°C sugerindo ser decorrente da desidratação da
amostra. A decomposição térmica em atmosfera de nitrogênio ocorre em 7 eventos.
A figura 18 (B) apresenta a Tabela correlacionando os eventos térmicos e as perdas
de massa evidenciadas, onde fica evidente que a faixa de temperatura de
decomposição compreende 170°C a 800 °C com 99,8 % de perda de massa e Tpico
DTG = 570°C.
85
Figura 18 - Curvas DSC, TG/DTG e DTA para rifampicina quinona em atmosfera de N2 (A). Tabela com dados DSC e TG (B)
(A)
(B)
ETAPAS Perda de massa (%) Ti – Tf (°C) Evento Térmico– DSC
Tonset - Tendset (°C) / ∆H (J.g-1)
1ª 1,5 25 – 70 Desidratadação ( 29 – 95 / 139)
2ª 1,7 100 – 150 -
3ª 4,7 170– 209 Decomposição (170 – 205 / 122)
4ª 4,6 209– 234 Decomposição (242 – 292 /103,5)
5ª 28,9 234– 440
6ª 8,0 440– 490 -
7 ª 50,2 490 – 800
Fonte: Autoria própria
A figura 18 (A) mostra também as imagens obtidas em DSC-fotovisual onde é
possível visualizar o comportamento térmico da rifampicina quinona. Verifica-se
perda de massa desde a temperatura de 128 °C, e liberação de gases a partir de
298°C, confirmando a hipótese de decomposição na faixa de temperatura citada.
Em atmosfera de ar sintético a curva DSC e TG/DTG obtida para rifampicina
quinona é apresentada na figura 19. A curva DTA, em atmosfera de ar sintético,
36°C
128°C
250°C
86
apresenta comportamento semelhante a curva DSC em atmosfera de nitrogênio. A
curva DTA mostra um evento endotérmico com pico largo a 40,0°C sugerido ser
decorrente da desidratação da amostra. A decomposição térmica em atmosfera de
ar sintético ocorre em 7 eventos.
Figura 19 - Curvas DSC, TG/DTG, DTA para rifampicina quinona em atmosfera de ar sintético
Fonte: Autoria Própria
A tabela 9 apresenta a Tabela correlacionando os eventos térmicos e as
perdas de massa evidenciadas, onde fica evidente que a faixa de temperatura de
decomposição compreende 120°C a 653°C com 100% de perda de massa e Tpico
DTG = 510°C.
Por fim verifica-se que em atmosfera de nitrogênio a substância apresenta
curva TG de decomposição deslocada para direita refletindo maior estabilidade
nesta atmosfera quando comparada aquela de ar sintético.
87
Tabela 9 - Tabela com dados DTA e TG, para Rifampicina quinona, em atmosfera de
ar sintético
ETAPAS Perda de massa
(%) Ti – Tp (°C)
Evento Térmico – DTA
Tonset - Tendset(°C) / ∆H (J.g-1)
1ª 2,0 25 – 70 Desidratadação (25 – 68 / 51,3)
2ª 1,5 100 – 150 -
3ª 3,9 150– 202 Decomposição (153,6 – 181,0/ 305,1)
4ª 19,8 202 – 315 Decomposição (227,5 –278,1 / 129,5)
5ª 25,8 315 – 439 Decomposição (286,5 – 407,9/1320 )
6ª 8,7 439 – 471 Decomposição (465,2 – 575,91 /781,0)
7ª 38,3 471 – 653
Fonte: Autoria própria
5.2.2 Rifampicina N-óxido
A curva TG/DTA obtida para rifampicina N-óxido em atmosfera de ar sintético
e a curva DSC em atmosfera de nitrogênio são apresentadas na figura 20.
Figura 20 - Curvas DSC, em atmosfera de N2, TG/DTG e DTA, em atmosfera de ar sintético, para rifampicina N-óxido
Fonte: Autoria própria
128°C
250 °C
88
A curva DSC mostra um evento endotérmico com pico largo a 47°C, seguido
de perda de massa conforme curva TG sugerido ser decorrente da desidratação da
amostra. A decomposição térmica em atmosfera de nitrogênio ocorre em 9 eventos.
A faixa de temperatura de decomposição compreende 133°C a 615 °C com 96,1 %
de perda de massa e Tpico DTG = 210°C.
A curva DTA, em atmosfera de ar sintético, apresenta comportamento
semelhante a curva DSC em atmosfera de nitrogênio, apresentando 4 eventos
térmicos, conforme figura 20 e os dados para os eventos térmicos das curvas TG e
DSC estão apresentados na tabela 10.
Tabela 10 - Dados DTA, em atmosfera de N2, TG/DTG, em atmosfera de ar sintético, para rifampicina N-óxido ETAPAS Perda de
massa (%)
Ti – Tf
(°C)
Evento Térmico – DSC
Tonset - Tendset (°C) / ∆H (J.g-1)
1ª 5,8 25 – 70 Desidratação (49,7 – 105,5/ 75,6)
2ª 4,3 133 – 204 Transição sólido-líquido (147,84 – 177,84)
3ª 6,5 204 – 217 Decomposição (203,5 –219,2 / 84,8)
4ª 14,2 217 – 299 Decomposição (229,1 –281,2 / 66,4)
5ª 27,4 299 – 413 -
6ª 4,3 413 – 422 -
7ª 10,9 422 – 455 -
8 ª 4,7 455 – 462 -
9 ª 18,0 462 – 615 -
Fonte: Autoria própria
A figura 21 mostra as imagens obtidas em DSC-fotovisual, em atmosfera de
nitrogênio, onde é possível visualizar o comportamento térmico da rifampicina N-
óxido. Verifica-se perda de massa desde a temperatura de 155 °C seguida por
escurecimento da amostra e fusão, sugerindo decomposição com fusão dos
produtos de degradação formados confirmando a hipótese de decomposição na
faixa de temperatura citada.
89
Figura 21 - Imagens DSC-Fotovisual, para rifampicina N-óxido, em atmosfera de nitrogênio
Fonte: Autoria própria
5.2.3 3-Formilrifamicina
A curva TG/DTA obtida para 3-formilrifamicina em atmosfera de ar sintético e
a curva DSC em atmosfera de nitrogênio são apresentadas na figura 22. As curvas
DSC e DTA não apresentaram correlação visual nas distintas atmosferas.
Figura 22 - Curvas TG/DTG e DTA para 3-formilrifamicina, em atmosfera de ar sintético, e curva DSC, em atmosfera de N2
Fonte: Autoria própria
73°C
180°C 218°C 260°C
25°C 74°C 156°C
90
Para curva DSC observou-se a existência de três eventos endotérmicos e um
evento exotérmico.O primeiro evento endotérmico com Tonset de 27 °C e ∆H de 22,4
J/g, que sugerimos tratar-se de desidratação, um segundo evento endotérmico com
Tonset de 140 °C e ∆H de 23,8 J/g, um terceiro evento endotérmico com Tonset de
225,3 °C e ∆H de 8,2 J/g e, por fim, um evento exotérmico com Ti de 275°C cuja
Tonset não pode ser definida em virtude do evento não ser finalizado na faixa de
trabalho contemplada na análise.
Para curva DTA observou-se a existência de 4 eventos exotérmicos
principais, conforme tabela 11.
Tabela 11 - Dados DTA, atmosfera de N2, e TG/DTG, em atmosfera de ar sintético, para 3-formilrifamicina ETAPAS Perda de
massa (%)
Ti – Tf (°C) Evento Térmico – DTA
Tonset - Tendset (°C) / ∆H (J.g-1)
1ª 0,9 25 – 97 -
2ª 6,6 97 – 239 Decomposição (147 – 192 / 2,94)
3ª 5,6 239 – 271 Decomposição (215 – 262 / 48,0)
4ª 19,2 271 – 368 Decomposição (277 – 368 / 439,0)
5ª 6,1 368 – 403 Decomposição (443 – 743 / 9550,0)
6ª 50,7 403 – 508 -
7ª 7,1 508 – 571 -
8 ª 1,8 571 – 748 -
Fonte: Autoria própria
A tabela 11 apresenta as correlações entre os eventos de perda de massa
nas curvas TG e os eventos observados nas curvas DTA. Observamos que há perda
de massa gradual desde o início da análise até a temperatura de 97 °C
possivelmente decorrente de desidratação da amostra. Em se tratando das curvas
TG e DTA em atmosfera de ar sintético é observado a existência de 7 eventos de
perda de massa. A faixa de temperatura de decomposição compreende 97 °C a
748°C com 97 % de perda de massa e pico máximo de decomposição a Tpico DTG =
491°C, e resíduo de 3%, sugere-se que a amostra em atmosfera de ar sintético não
sofra fusão e se decomponha continuamente.
A curva DSC apresenta a existência de eventos endotérmicos e exotérmicos
que, juntamente com as imagens DSC-Fotovisual apresentadas na figura 23,
91
ajudaram-nos a caracterizar o processo de decomposição. Na faixa de temperatura
do primeiro evento endotérmico (140 – 208°C) verificamos pelas imagens DSC fusão
de parte dos cristais bem como significativa perda de massa visual, que se inicia
com o escurecimento da amostra a 131°C, seguida de formação de produtos de
decomposição no estado líquido a 191°C, cuja decomposição prossegue nas demais
etapas com perda de massa concomitante a eventos exotérmicos.
Figura 23 - Imagens DSC-Fotovisual, para 3-formilrifamicina, em atmosfera de N2
Fonte: Autoria Própria
5.3 ESTUDOS CINÉTICOS NÃO ISOTÉRMICOS
No estudo cinético não isotérmico da decomposição da rifampicina e seus
principais produtos de degradação: rifampicina quinona, rifamicina n-óxido e 3-
formilrifamicina, foi empregado o método isoconversional através a equação de
Ozawa e para rifampicina em atmosfera de ar sintético, o método fitting usando os
modelos propostos por Coats-Redfern (CR) (Coats; Redfern, 1964); Madhusudanan
(MD) (Madhusudanan; Krishnan; Ninan, 1993), Horowitz-Metzger (HM) (Horowitz;
38 °C 131 °C 163°C
191°C
38 °C 131 °C 163°C
191°C 276°C
92
Metzger, 1963) e Van Krevelen (VK) (Van Krevelen; Van Heerden; Hutjens, 1951)
para a avaliação dos parâmetros cinéticos (LI, et al, 2009).
5.3.1 Estudo Cinético para Rifampicina
Segundo Matos e colaboradores (2000), na termogravimetria, a razão de
aquecimento pode deslocar os eventos, para temperaturas maiores ou menores,
bem como influenciar no número de etapas de decomposição térmica, causar
variações nos valores de perda de massa, induzindo a erros. Dessa forma, no
estudo do comportamento térmico de uma determinada espécie, é aconselhável que
sejam investigadas diferentes razões de aquecimento.
A sobreposição das curvas TG e DTG, para rifampicina, nas razões de
aquecimento estudadas, em atmosfera de nitrogênio e ar sintético, estão
apresentadas na figura 24.
Figura 24 - Sobreposição de curvas TG e DTG em β de 2,5; 5; 7,5 e 10°C.min-1, em atmosfera de N2 (A) e ar sintético (B). (A) (B)
Fonte: Autoria própria
A curva DTG e TG, figura 24 (A e B), revelam que a rifampicina apresenta
dois eventos iniciais de decomposição simultâneos em ambas as atmosferas
analisadas. Para atmosfera de ar sintético o segundo evento apresenta maior
intensidade, enquanto que em atmosfera de nitrogênio o primeiro evento é que se
apresenta mais proeminente. Também podemos visualizar que em razões de
93
aquecimento maiores os eventos térmicos foram deslocados para maiores
temperaturas.
De forma semelhante, Carvalheiro e colaboradores (1995), ao estudar o
comportamento térmico do oxalato de cálcio sobre diferentes condições
experimentais, verificaram que o aumento da razão de aquecimento, deslocava os
eventos para temperaturas superiores.
Para determinação dos parâmetros cinéticos, associados à primeira etapa de
decomposição para rifampicina, foram selecionados intervalos de temperatura em
três diferentes razões de aquecimento como mostrado na tabela 12, sendo estes
referentes ao primeiro evento térmico, em atmosfera de ar sintético e nitrogênio,
observado nas curvas TG da amostra.
Quando avaliada a perda de massa em função da razão de aquecimento, em
ambas as atmosferas, pode-se visualizar, a partir da tabela 12, que independente da
atmosfera analisada a perda de massa, para o mesmo evento térmico é maior com a
diminuição da razão de aquecimento o que pode ser explicado pelo aumento do
tempo de exposição da massa da amostra ao calor.
Tabela 12 – Razão de aquecimento (β), intervalo de temperatura (Ti e Tf), temperatura de pico da DTG (Tp) e perda de massa (∆m), obtidos das curvas TG para etapa de perda de massa da rifampicina, para o cálculo dos parâmetros cinéticos. Atmosfera β (°C.min-1) Ti (°C) Tf (°C) Tp (°C) ∆m (%)
Nitrogênio
2,5 176,9 213,7 197,7 4,3
5 177,7 214,3 205,6 2,1
10 180,1 215,1 206,4 0,9
Ar
Sintético
2,5 176,1 226,5 202,8 9,6
5 176,7 226,6 202,9 9,6
10 180,7 227,8 214,0 6,9
Fonte: Autoria própria
5.3.1.1 Determinação dos parâmetros cinéticos pelo método de Ozawa
Para aplicar o método de Ozawa foram selecionadas 5 frações de
decomposição, entre 0,1 <α < 0,9.
94
As figuras 25 e 26 apresentam os gráficos que correlacionam o logaritmo da
razão de aquecimento (Log β) versus o inverso da temperatura absoluta (1/T) (K-1), a
partir do qual obtemos a energia de ativação (Ea) e o gráfico que correlaciona massa
residual da amostra pelo tempo reduzido em minutos, a partir do qual obtemos o
fator de frequência (A) e a ordem de reação (n) (KOGA, 2013), para primeira etapa
de decomposição da rifampicina, em atmosfera de ar sintético e nitrogênio,
respectivamente.
Para aplicação do método de OZAWA, pelo menos três razões de
aquecimento necessitam ser utilizadas para cálculo dos parâmetros cinéticos.
Abordagem semelhante foi utilizada por Santos e colaboradores (2011), ao
caracterizar metformina.
Para atmosfera de ar sintético o método de OZAWA forneceu valor de energia
de ativação de 156,89 ± 20,8 kJ/mol, ordem de reação igual a 1 e fator de frequência
de 5,03 x 1016. Alves e colaboradores (2010), utilizando outro conjunto de razões de
aquecimento, obtiveram resultados onde a energia de ativação calculada foi de
123kJ/mol, o fator de frequência de 3,50 x 1012, para rifampicina polimorfo II.
Para atmosfera de nitrogênio, não há relatos na literatura de estudos cinéticos
para rifampicina, em nenhuma de suas formas polimórficas, sendo estes resultados
inéditos. Foi observado que o primeiro evento térmico em atmosfera de nitrogênio
apresenta energia de ativação de 102,83 ± 11,29 kJ/mol, ordem de reação próximo a
1 e fator de frequência de 1,79 x 1010.
A cinética de primeira ordem pode ser observada quando a degradação do
fármaco é diretamente proporcional à concentração remanescente com relação ao
tempo.
Intrigantemente, a rifampicina apresentou valor de Ea levemente menor em
atmosfera de nitrogênio (102,83 kJ/mol) quando comparada a atmosfera de ar
sintético (156,89 kJ/mol). Comportamento semelhante foi verificado por Zhao e
colaboradores (2012), ao estudar cinética de decomposição da cefuroxima lisina,
que apresentou um leve aumento na Ea para atmosfera de ar sintético, sugerindo o
armazenamento da mesma na ausência de oxigênio.
95
Figura 25 - Curvas de Log β em função do K-1 (A) e gráfico da função G(X) do inverso da temperatura (B) obtidos a partir das curvas TG para Rifampicina em atmosfera dinâmica de ar sintético para β de 2,5; 5 e 10°C.min-1 (A)
(B)
Fonte: Autoria Própria
96
Figura 26 - Curvas de Log β em função de K-1 (A) e gráfico da função G(X) do inverso da temperatura (B) obtidos a partir das curvas TG para Rifampicina em atmosfera dinâmica de N2 para β de 2,5; 5 e 10°C.min-1
(A)
(B)
FONTE: Autoria Própria
97
5.3.1.2 Determinação dos parâmetros cinéticos pelos métodos de CR, MD, VK e
HM
Os parâmetros cinéticos determinados pelo método fitting através dos
modelos cinéticos propostos por Coats-Redfern (CR); Madhusudanan (MD); Van
Krevelen (VK) e Horowitz- Metzger foram: ordem de reação (n), energia de ativação
aparente (E) e fator pré-exponencial (A) foram obtidos, tratados e apresentados na
figura 24 (A), para curvas TG dinâmicas em atmosfera de ar sintético e figura 24 (B),
para curvas TG dinâmicas em atmosfera de nitrogênio, para rifampicina.
Estes métodos são baseados em uma única razão de aquecimento para
calculo de parâmetros cinéticos, no entanto, de acordo com Conceição e
colaboradores (2007), estes métodos matemáticos possuem certo grau de
imprecisão, que podem influenciar na precisão dos resultados. Portanto, devem ser
usados com cuidado. Uma possível forma de evitar falsos parâmetros cinéticos é
investigar o processo em diferentes taxas de aquecimento ou utilizar pelo menos
três métodos diferentes. Se os parâmetros cinéticos estimados estiverem de acordo
uns com os outros, a cinética pode ser considerada confiável.
Abordagem semelhante utilizando-se de três razões de aquecimento para
avaliação do estudo cinético a partir de equações de fitting utilizadas neste trabalho
foi realizado por Silva e colaboradores (2005), quando avaliaram a cinética de
degradação da bixina.
Os parâmetros cinéticos obtidos pelos métodos fitting, conforme tabela 13 e
14, utilizados neste trabalho apresentaram sempre valores de coeficiente de
correlação bastante próximos de 1,0.
Para atmosfera de ar sintético, figura 27, o valor médio da Ea calculado pelo
método de CR e MD foram 271,3 ± 56,9 e 272,99 ± 53,36 kJ mol-1 e fator pré-
exponencial médio (A) 1,4.1034 e 5,3.1033 s-1, respectivamente. O valor médio da Ea
calculado pelo método de HM e VK foram 280,4 ± 42,4 e 273,2 ± 42,0 kJ mol-1 e
fator pré-exponencial (A) 3,0.1032 e 1,38.1036 s-1, respectivamente. A ordem de
reação (n) próximo a 1 em todos os métodos de análise.
98
Figura 27 – Parâmetros cinéticos calculados: energia de ativação (A), ordem de reação (B) e fator de frequência (C), para a etapa de perda de massa da rifampicina, sob ar sintético, em diferentes razões de aquecimento
(A) (B)
(C)
Fonte: Autoria própria
Tabela 13 – Valores de coeficiente de correlação obtidos após aplicação dos modelos Coats-Redfern (CR); Madhusudanan (MD); Van Krevelen (VK) e Horowitz- Metzger para curvas TG dinâmicas da rifampicina, em atmosfera de ar, nas β de 2,5; 5; 7,5 e 10 °C.min-1
MÉTODO CR MD HM VK
2,5 1,0042 1,0051 0,9708 0,9990
5 0,9974 0,9978 1,0260 0,9984
7,5 0,9968 0,9968 1,0474 0,9981
10 0,9989 0,9989 0,9902 0,9989
Fonte: Autoria própria
99
Figura 28 – Parâmetros cinéticos calculados: energia de ativação (A), ordem de reação (B) e fator de frequência (C). para a etapa de perda de massa da rifampicina, sob N2, em diferentes razões de aquecimento (A) (B)
(C)
Fonte: Autoria Própria Tabela 14 – Valores de coeficiente de correlação obtidos após aplicação dos modelos Coats-Redfern (CR); Madhusudanan (MD); Van Krevelen (VK) e Horowitz- Metzger para curvas TG dinâmicas da rifampicina, em atmosfera de N2 nas β de 2,5; 5; 7,5 e 10°C.min-1
MÉTODO CR MD HM VK
2,5 0,9966 0,9966 1,0002 0,9951
5 0,9852 0,9854 1,0336 0,9870
7,5 0,9791 0,9791 0,9153 0,9812
10 0,9780 0,9782 0,9986 0,9802
Fonte: Autoria própria
100
Para atmosfera de nitrogênio, figura 28, o valor médio da Ea calculado pelo
método de CR e MD foram 228,2 ± 50,8 e 229,9 ± 57,0 kJ mol-1 e fator pré-
exponencial médio (A) 3,7.1029 e 1,5.1030 s-1, respectivamente. O valor médio da Ea
calculado pelo método de HM e VK foram 235,8 ± 61,7 e 249,7 ± 55,3 kJ mol-1 e
fator pré-exponencial (A) 9,1.1036 e 1,5.1031 s-1, respectivamente. A ordem de reação
(n) próximo a 1 em todos os métodos de análise.
Em se tratando de energia de ativação pode-se observar que os valores
calculados entre os métodos de fitting e o método de OZAWA, apresentaram-se
praticamente duplicados, no entanto, assim como para o método de OZAWA, os
resultados mostraram a partir dos métodos de fitting utilizados, que os valores de
energia de ativação calculados, quando considerado os desvios, apresentaram-se,
em ambas as atmosferas, valores semelhantes, indicando que estabilidade para
rifampicina é equivalente em ambas às atmosferas, levando-se em conta sua Ea.
Com relação ao cálculo da ordem de reação, figura 27(C) e figura 28(C),
ambas as abordagens levaram a valor de cinética de ordem 1.
Em se tratando de fator de frequência, figura 27(B) e figura 28(B), foram
observados valores pouco homogêneos entre os modelos matemáticos, além de que
os resultados obtidos pelos métodos de fitting chegaram a valores bem superiores
daqueles calculados pelo método de OZAWA. Variações semelhantes, nos valores
de fator de frequência, foram encontradas por Aragão, Barbosa-Filho e Macêdo
(2001) ao caracterizarem termicamente a warfteína.
Observa-se na figura 28(A) que a Energia de ativação (Ea) obtida pelos
métodos integrais (CR e MD) apresenta valores próximos entre si. O mesmo fato
aconteceu com a Ea obtida pelos métodos de aproximação (HM e VK). Sugere-se
que este fato esteja relacionado com os diferentes tipos de tratamento matemático
pelo qual as equações de cada método passam para serem resolvidas.
Tita, Fulias e Tita (2011), ao estudar a estabilidade térmica do cetoprofeno
substância ativa e comprimido, a partir de diferentes razões de aquecimento,
também obtiveram resultados de Ea com valores próximos entre si quando obtidos
através dos métodos integrais (CR e MD).
101
5.3.2 Estudo Cinético para Rifampicina N-óxido, Rifampicina Quinona e 3-
Formilrifamicina
A sobreposição das curvas TG e DTG para rifampicina N-óxido, rifampicina
quinona e 3-formilrifamicina, nas razões de aquecimentos estudadas, em atmosfera
de ar sintético, estão apresentadas na figura 29.
Figura 29 - Sobreposição de curvas TG e DTG em β de 2,5; 5 e 10°C.min-1, em atmosfera de ar sintético, para rifampicina quinona (A), rifampicina N-óxido (B) e 3-formilrifamicina (C).
Fonte: Autoria Própria
Para determinação dos parâmetros cinéticos, foi selecionado intervalo de
temperatura compreendendo à primeira etapa decomposição para cada uma das
substâncias, em três diferentes razões de aquecimento como mostrado na tabela 15
em atmosfera de ar sintético, observado nas curvas TG da amostra.
102
Tabela 15 – Razão de aquecimento (β), intervalo de temperatura (Ti e Tf), temperatura de pico da DTG (Tp) e perda de massa (∆m) obtidos das curvas TG da primeira etapa de perda de massa referente a decomposição da rifampicina quinona, rifampicina N-óxido e 3-formilrifamicina, sob atmosfera de ar sintético, para o cálculo dos parâmetros cinéticos
Substância β (°C.min-1) Ti (°C) Tf (°C) Tp (°C) ∆m (%)
Rifampicina
quinona
2,5 80,8 155,9 122,6 1,5
5 81,0 160,5 128,5 1,3
10 86,9 165,3 135,9 1,7
Rifampicina
N-óxido
2,5 138,6 191,6 161,9 4,4
5 142,7 194,3 173,4 3,8
10 153,5 200,83 175,50 3,6
3-formil
rifamicina
2,5 143,9 216,5 168,6 5,8
5 155,3 231,6 174,9 6,3
10 156,5 236,3 194,9 5,7
Fonte: Autoria própria 5.3.2.1 Determinação dos parâmetros cinéticos pelo método de Ozawa
Para aplicar o método de OZAWA foram selecionadas 5 frações de
decomposição, entre 0,1 <α < 0,9.
As figuras 30, 31 e 32 apresentam os gráficos para rifampicina quinona,
rifampicina N-óxido e 3-formilrifamicina, respectivamente, que correlacionam o
logaritmo da razão de aquecimento (Log β) versus o inverso da temperatura
absoluta (1/T) (K-1), a partir do qual obtemos a energia de ativação (Ea) e o gráfico
que correlaciona massa residual da amostra pelo tempo reduzido em minutos, a
partir do qual obtemos o fator de frequência (A) e a ordem de reação (n) (KOGA,
2013), para primeira etapa de decomposição de cada uma das substâncias, em
atmosfera de ar sintético.
Para atmosfera de ar sintético o método de OZAWA forneceu de ordem de
reação igual a 1 para o primeiro evento de decomposição avaliado para rifampicina
quinona, rifampicina n-óxido e 3-formilrifamicina. Em se tratando de energia de
ativação, obtivemos os valores de 133,95 ± 6,4 kJ.mol-1, 185,6 ± 11,3 kJ.mol-1 e
136,8 ± 5,4 kJ.mol-1 , respectivamente. Apresentando, portanto a rifampicina n-óxido
a maior barreira energética a ser vencida a decomposição.
103
Figura 30 - Curvas de Log β em função de (K-1) (A) e gráfico da função G(X) do inverso da temperatura (B) obtidos a partir das curvas TG para rifampicina quinona, em atmosfera dinâmica de ar sintético, para β de 2,5; 5 e 10°C.min-1 (A) (B) Fonte: Autoria própria
TEMPO REDUZIDO (min)
Ea: 133,95 kJ/mol 32,00 kcal/mol
n: 1.0
A: 1,228 x 1017 min-1
104
Figura 31 - Curvas de Log β em função de K-1 (A) e gráfico da função G(X) do inverso da temperatura (B) obtidos a partir das curvas TG para rifampicina N-óxido, em atmosfera dinâmica de ar sintético, para β de 2,5; 5 e 10°C.min-1 (A) (B) Fonte: Autoria própria
Ea: 185,58 kJ/mol 44,33 kcal/mol
n: 1,0
A: 8,932 x 1020 min–1
TEMPO REDUZIDO (min)
105
Figura 32 - Curvas de Log β em função de K-1 (A) e gráfico da função G(X) do inverso da temperatura (B) obtidos a partir das curvas TG para 3-formilrifamicina, em atmosfera dinâmica de ar sintético, para β de 2,5; 5 e 10°C.min-1 (A)
(B)
Fonte: Autoria própria
Ea: 136,84 kJ/mol 32,69 kcal/mol
n: 1,0
A: 2,013 x 1014 min-1
TEMPO REDUZIDO (min)
106
Avaliando-se a estabilidade térmica a partir dos valores de Ea podemos inferir
que a estabilidade entre as substâncias segue a seguinte ordem: rifampicina N-óxido
> 3-formilrifamicina > rifampicina quinona. Sugere-se, portanto que a presença de
grupos carbonila, nos anéis da rifampicina quinona, promovem uma diminuição da
estabilidade da mesma quando comparada as demais substâncias.
5.3.2.2 Determinação dos parâmetros cinéticos pelos métodos de CR, MD, VK e
HM
Os parâmetros cinéticos determinados pelo método fitting através dos
modelos cinéticos propostos por Coats-Redfern (CR); Madhusudanan (MD); Van
Krevelen (VK) e Horowitz- Metzger foram: ordem de reação (n), energia de ativação
aparente (E) e fator pré-exponencial (A) foram obtidos e tratados e apresentados na
figura 33, 34 e 35, para curvas TG dinâmicas em atmosfera de ar sintético.
Os parâmetros cinéticos obtidos pelos métodos fitting, conforme tabelas 16,
17 e 18, utilizados neste trabalho apresentaram sempre valores de coeficiente de
correlação bastante próximos de 1,0.
Para rifampicina quinona, em atmosfera de ar sintético, figura 33, o valor
médio da Ea calculado pelo método de CR e MD foram 73,6 ± 7,5 e
78,6 ± 10,8 kJ.mol-1, respectivamente. O valor médio da Ea calculado pelo método de
HM e VK foram 85,3 ± 8,2 e 80,0 ± 48,20 kJ.mol-1, respectivamente. A ordem de
reação (n) média para todos os modelos flutuou entre 0,6 ± 0,2, com tendência a 1
em todos os métodos de análise.
Para rifampicina N-óxido, em atmosfera de ar sintético, figura 34, o valor
médio da Ea calculado pelo método de CR e MD foram 110,9 ± 18,3 e
112,6 ± 21,2 kJ.mol-1, respectivamente. O valor médio da Ea calculado pelo método
de HM e VK foram 125,2 ± 27,0 e 90,3 ± 26,8 kJ.mol-1, respectivamente. A ordem de
reação (n) média conjunta para todos os modelo flutuou entre 1,01 ± 0,3, próximo a
1 em todos os métodos de análise.
107
Figura 33 – Parâmetros cinéticos calculados: energia de ativação (A), ordem de reação (B) e fator de frequência (C), para a etapa de perda de massa da rifampicina quinona, sob ar sintético, em diferentes razões de aquecimento
(A) (B)
(C)
Fonte: Autoria Própria
Tabela 16 – Valores de coeficiente de correlação obtidos após aplicação dos modelos Coats-Redfern (CR); Madhusudanan (MD); Van Krevelen (VK) e Horowitz- Metzger para curvas TG dinâmicas da rifampicina quinona em atmosfera de ar sintético, nas β de 2,5; 5 e 10°C.min-1
MÉTODO CR MD HM VK
2,5 0,9805 0,9803 0,9841 0,9986
5 0,9555 0,9554 0,9627 0,9817
10 0,9784 0,9782 0,9828 0,9836
Fonte: Autoria própria
108
Figura 34 – Parâmetros cinéticos calculados: energia de ativação (A), ordem de reação (B) e fator de frequência (C), para a etapa de perda de massa da rifampicina N-óxido, sob ar sintético, em diferentes razões de aquecimento (A) (B)
(C)
Fonte: Autoria Própria Tabela 17 – Valores de coeficiente de correlação obtidos após aplicação dos modelos Coats-Redfern (CR); Madhusudanan (MD); Van Krevelen (VK) e Horowitz- Metzger para curvas TG dinâmicas da rifampicina N-óxido, em atmosfera de ar sintético, nas β de 2,5; 5 e 10°C.min-1.
MÉTODO CR MD HM VK
2,5 0,9961 0,9958 0,9947 0,9303
5 0,9816 0,9829 0,9794 0,8609
10 0,9919 0,9919 0,9921 1,0207
Fonte: Autoria própria
109
Figura 35 – Parâmetros cinéticos calculados: energia de ativação (A), ordem de reação (B) e fator de frequência (C), para a etapa de perda de massa da rifampicina 3-formilrifamicina, sob ar sintético, em diferentes razões de aquecimento (A) (B)
(C)
Fonte: Autoria Própria Tabela 18 – Valores de coeficiente de correlação obtidos após aplicação dos modelos Coats-Redfern (CR); Madhusudanan (MD); Van Krevelen (VK) e Horowitz- Metzger para curvas TG dinâmicas da 3-formilrifamicina, em atmosfera de ar sintético, nas β de 2,5; 5 e 10°C.min-1
MÉTODO CR MD HM VK
2,5 0,9983 0,9982 0,9976 1,0090
5 0,9981 0,9976 0,9977 0,9852
10 0,9986 0,9998 0,9982 1,0051
Fonte: Autoria própria
110
Para 3-formilrifamicina, em atmosfera de ar sintético, figura 35, o valor médio
da Ea calculado pelo método de CR e MD foram 82,6 ± 3,6 e 82,4 ± 3,7 kJ.mol-1,
respectivamente. O valor médio da Ea calculado pelo método de HM e VK foram
89,1 ± 1,4 e 83,9 ± 5,9 kJ.mol-1, respectivamente. A ordem de reação (n) média
conjunta para todos os modelo flutuou entre 1,01 ± 0,2, próximo a 1 em todos os
métodos de análise.
Observa-se que para todos os métodos estudados os valores de Ea
calculados a partir dos métodos CR e MD foram sempre menores quando
comparados aos métodos HM e VK, resultados semelhantes também foi observado
por Souza e colaboradores (2004) ao estudar o óleo de girassol, os mesmos
concluem que estas diferenças são decorrentes dos artifícios matemáticos utilizados
pelos diferentes métodos.
5.4 COMPARAÇÃO ENTRE O COMPORTAMENTO TÉRMICO E CINÉTICO DA
RIFAMPICINA E SEUS PRINCIPAIS PRODUTOS DE DECOMPOSIÇÃO
A partir da sobreposição das curvas DSC para rifampicina e seus principais
produtos de decomposição, figura 36, observa-se que os eventos de recristalização
para rifampicina e um evento exotérmico para curva da rifampicina N-óxido
apresentam início bastante próximo. Além disso, um evento exotérmico para
rifampicina quinona se sobrepõem a fusão para rifampicina. Por fim, observa-se que
a 3-formilrifamicina apresenta comportamento térmico adverso a das demais
substâncias.
111
Figura 36 – Sobreposição de curvas DSC, em atmosfera de N2, para rifampicina, rifampicina quinona, rifampicina N-óxido e 3-formilrifamicina, para β de 10°C.min-1
Fonte: Autoria Própria
Evento característico a rifampicina e as impurezas, rifampicina quinona e
rifampicina N-óxido é aquele caracterizado como evento exotérmico de
decomposição para rifampicina.
Apesar de tratar-se de substâncias distintas, todas apresentam possivelmente
uma mesma rota final química de decomposição, culminando na sobreposição do
evento com Tpico de 250°C, como observado na figura 33. Esta característica pode
ser decorrente da presença da ligação azometina (-N = CH -) nestas substâncias,
cujo evento de quebra de ligação, parece ser de natureza exotérmica, levando a
formação de 1-amino-4-metil-piperazina, figura 34, durante a decomposição das
substâncias. A quebra da ligação azometina é evidenciada em ausências de reações
oxidativas, em meio aquoso, de forma reversível, com formação de 3-formilrifamicina
e 1-amino-4-metil-piperazina (PRANKERD et al.,1992).
112
Figura 37 - Estrutura da Rifampicina. Em destaque, grupo 1-amino-4-metil-piperazina
Fonte: Autoria Própria
Quando comparada o perfil de decomposição das substâncias em atmosfera
de ar sintético, a partir de curvas DSC, figura 37, sugere-se que assim como visto
para rifampicina o processo de decomposição logo se inicie com a formação de
produtos de decomposição provenientes do processo de oxidação das substâncias.
Figura 38 – Sobreposição de curvas DTA, em atmosfera de ar sintético, para rifampicina, rifampicina quinona, rifampicina N-óxido e 3-formilrifamicina, para β de 10°C.min-1
Fonte: Autoria Própria
113
Para avaliação da estabilidade térmica entre substâncias no estado sólido,
podem-se comparar as temperaturas do início dos eventos de decomposição, bem
como, a comparação dos valores de Ea calculados para um mesmo método cinético.
Estas duas metodologias de avaliação da estabilidade foram utilizadas por Dogãn e
colaboradores (2010) para avaliação da estabilidade de diferentes oligômeros de
azometano com metais complexados.
A partir da análise da figura 39 (A) e (B) observamos que a rifampicina
apresenta-se termicamente mais estável que seus produtos de decomposição e, as
quais apresentam a seguinte ordem de estabilidade, com base na avaliação das
temperaturas de início dos eventos: 3-formilrifamicina > rifampicina N-óxido >
rifampicina quinona.
Segundo recomendações do ICTAC, a principal proposta prática da análise
cinética é a predição das taxas do processo e tempo de vida do material, para tanto
o tripleto cinético (Ea, n e A) deve ser avaliado em conjunto (VYAZOVKIN et al.,
2011).
Figura 39 – Sobreposição de curvas DTG (A) e curvas TG (B) para rifampicina, rifampicina quinona, rifampicina N-óxido e 3-formilrifamicina, em atmosfera de ar sintético, para β de 10°C.min-1 (A) (B)
Fonte: Autoria Própria
114
A tabela 19 apresenta os valores de parâmetros cinéticos calculados
utilizando-se o método de OZAWA para rifampicina e os seus principais produtos de
decomposição estudados.
Tabela 19 – Comparação de parâmetros cinéticos calculados pelo método de OZAWA para rifampicina e seus principais produtos de decomposição, a partir de curvas dinâmicas, em atmosfera de ar sintético.
Parâmetros Rifampicina Rifampicina
quinona
Rifampicina
N-óxido
3-formilrifamicina
Ea
(kJ.mol-1) 127,6 133,95 185,58 136,84
N 1,0 1,0 1,0 1,0
A 3,258.1014 1,2.1017 8,932.1020 2,013.1014
Fonte: Autoria própria
Observa-se que quando utilizamos a Ea para avaliação da estabilidade das
substâncias tomando por base, os parâmetros cinéticos calculados através do
método de OZAWA, a ordem de estabilidade é alterada, sendo: rifampicina N-óxido
> 3-formilrifamicina > rifampicina quinona > rifampicina, para atmosfera de ar
sintético. A rifampicina torna-se, portanto, a substância menos estável, apresentando
menor barreira energética a ser vencida para ocorrência do evento de
decomposição.
Tabela 20 – Comparação de valores médios para Ea calculados utilizando-se os métodos de fitting para rifampicina e seus principais produtos de decomposição, a partir de curvas dinâmicas, em atmosfera de ar sintético.
MÉTODOS Rifampicina Rifampicina
quinona
Rifampicina
N-óxido 3-formilrifamicina
Ea (kJ.mol-1)
CR 271,3 73,6 110,9 82,6
MD 273,0 78,6 112,6 82,4
HM 280,4 85,3 125,2 89,1
VK 273,2 80,0 90,3 83,9
Fonte: Autoria própria
115
No entanto quando utilizamos a Ea para avaliação da estabilidade das
substâncias, tabela 20, tomando por base, os parâmetros cinéticos calculados
através dos métodos fitting, a ordem de estabilidade obtida é: rifampicina >
rifampicina N-óxido > 3-formilrifamicina > rifampicina quinona, para atmosfera de ar
sintético. A rifampicina torna-se, portanto, a substância mais estável, apresentando
maior barreira energética a ser vencida para ocorrência do evento de decomposição
quando avaliada através dos métodos fitting ou temperatura de início de evento.
Para todas as substâncias avaliadas neste trabalho os resultados que
apresentam melhor correlação com a curva teórica, tanto para o método de OZAWA,
quanto para os métodos CR, MD, HM e VK, sugerem uma reação de primeira ordem
para o processo de decomposição que, segundo (SAVIO NETO, 2010) indica que a
decomposição das substâncias é diretamente proporcional à concentração
remanescente com relação ao tempo.
116
CONCONCONCONCCCCLUSÃOLUSÃOLUSÃOLUSÃO
117
6 CONCLUSÃO
Neste estudo foram utilizadas técnicas analíticas com a finalidade de contribuir
com a caracterização da rifampicina e seus principais produtos de decomposição no
intuito de aprofundar as informações sobre o comportamento térmico destas
substâncias.
O comportamento térmico foi avaliado por técnicas térmicas tais como, DSC,
DTA, DSC-Fotovisual, TG/DTG e, não térmicas HPLC, IV e DRX aplicados na
caracterização do fármaco – rifampicina corroboraram com a literatura mostrando
que a mesma apresenta um evento de fusão, acompanhada de decomposição de
parte da amostra, seguida de recristalização e decomposição, em atmosfera de
nitrogênio.
Porém o comportamento térmico avaliado por DSC, DTA, DSC-Fotovisual,
TG/DTG e CLAE aplicados na caracterização do fármaco, rifampicina, mostraram
que, em atmosfera de ar sintético, resultados inéditos, a mesma não sofre fusão e se
decompõem continuamente, além de não existir o evento de recristalização.
As técnicas não-térmicas tais como cromatografia líquida e espectroscopia do
infravermelho com auxílio de análise PCA demonstraram que a rifampicina sofreu
estresse térmico até a temperatura avaliada e em 250°C se decompõe por completo
em ambas as atmosferas até esta temperatura.
O estudo cinético de decomposição não isotérmico utilizando os métodos de
fitting avaliou o comportamento térmico cinético em atmosfera de nitrogênio e ar
sintético durante a primeira etapa de decomposição para rifampicina. E os resultados
encontrados para ambos os métodos apresentaram poucas variações entre atmosfera
inerte e oxidante.
O comportamento térmico avaliado por DSC, DTA, DSC-Fotovisual e
TG/DTG, aplicados na caracterização dos produtos de decomposição da rifampicina
(rifampicina quinona, rifampicina N-óxido e 3-formilrifamicina) mostraram que, em
atmosfera de ar sintético, nenhum dos produtos sofre fusão e, que após a perda de
água e solventes o processo de perda de massa tende a ser iniciado, com diferença
entre as temperaturas iniciais para cada substância.
O estudo cinético de decomposição não-isotérmico, utilizando os métodos
isoconversional e fitting , também foi utilizado para avaliar o comportamento térmico
cinético em atmosfera de ar sintético, durante a primeira etapa de decomposição, para
118
rifampicina quinona, rifampicina N-óxido e 3-formilrifamicina. E os resultados
encontrados sugerem cinética de 1 ordem para todas as substâncias.
De modo geral, independente da substância a ser analisada, o método de
OZAWA, apresentou menor variação de energia de ativação, bem como menores
valores de Ea, quando comparado aos valores obtidos pelos demais métodos fitting
utilizados neste trabalho.
A depender do parâmetro utilizado para classificação da estabilidade das
substâncias, seja por temperatura de início do evento, seja por Ea calculada a ordem
crescente de estabilidade das substâncias é alterada.
Desta forma, a análise térmica apresentou-se como uma ferramenta importante
na caracterização de sólidos, contribuindo para o ganho de informação sobre a
estabilidade e comportamento térmico da rifampicina e seus produtos de degradação
frente às condições de armazenamento.
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APENDICESAPENDICESAPENDICESAPENDICES
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APËNDICES A - Cálculo de ajuste do sistema conforme alteração do tamanho da coluna (USP 36)
� Dados do método original: Comprimento da coluna (L1): 100 mm Diâmetro da coluna (d1): 4,6 mm Fluxo da coluna (F1): 1,5 mL.min-1
� Dados do método ajustado
Comprimento da coluna (L2): 150 mm Diâmetro da coluna (d2): 4,6 mm Fluxo da coluna (F2): ?
A alteração no comprimento da coluna deve ser seguida de ajuste do fluxo de fase móvel para que seja mantido o tempo de corrida.
� Calculo:
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APENDICE B - Linearidade para método de quantificação da rifampicina
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