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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA JEFERSON MESSIAS DE ALENCAR CRUZ QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO, ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PROFISSIONAIS DA SAÚDE QUE PRESTAM ASSISTÊNCIA INFANTIL EM UNIDADES HOSPITALARES NATAL/RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

JEFERSON MESSIAS DE ALENCAR CRUZ

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO, ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM

PROFISSIONAIS DA SAÚDE QUE PRESTAM ASSISTÊNCIA INFANTIL EM

UNIDADES HOSPITALARES

NATAL/RN

2016

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JEFERSON MESSIAS DE ALENCAR CRUZ

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO, ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM

PROFISSIONAIS DA SAÚDE QUE PRESTAM ASSISTÊNCIA INFANTIL EM

UNIDADES HOSPITALARES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte como parte integrante para obtenção do título de

Mestre em Saúde Coletiva.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Cláudia Helena Soares de Morais

Freitas.

NATAL/RN

2016

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Qualidade de vida no trabalho, ansiedade e depressão em profissionais da saúde que prestam assistência

infantil em unidades hospitalares

Cruz, Jeferson Messias de Alencar.

Qualidade de vida no trabalho, ansiedade e depressão em profissionais da saúde

que prestam assistência infantil em unidades hospitalares / Jeferson Messias de

Alencar Cruz. – 2016.

90 f. : il.

Orientadora: Profa Dra. Cláudia Helena Soares de Morais Freitas.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva,

Natal, 2016.

1. Qualidade de Vida - Dissertação. 2. Ansiedade - Dissertação. 3. Profissional

da Saúde - Dissertação. 4. Saúde da Criança - Dissertação. I. Freitas, Cláudia Helena

Soares de Morais. II. Título.

Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia

Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos os profissionais da saúde que prestam assistência à saúde

da criança. A todos aqueles que deixam suas famílias, suas casas todos os dias, mesmo os

feriados e aniversários para cuidar da vida do próximo, para cuidar do nosso futuro, das nossas

crianças. Para todos aqueles que se sacrificam, que fazem o melhor com o mínimo de recurso

e o máximo de dificuldades, com pouco reconhecimento profissional, mas que mesmo assim

fazem a diferença e trabalham com amor para cuidar de nossas crianças.

A todos os enfermeiros, em especial ao enfermeiro Flávio Lopes Alves por me mostrar

através de palavras e atitudes que existem pessoas com o dom de ajudar, acolher e cuidar do

próximo com humanidade, por reforçar minha esperança em dias melhores e me incentivar

seguir adiante e não me deixar desistir dos meus objetivos, mesmo quando acreditei que não

era capaz.

Aos técnicos e auxiliares de enfermagem, especialmente à técnica de enfermagem Maria

Paulista Felipe por dedicar sua vida a cuidar da saúde das crianças como se fossem seus filhos

e netos. E por ensinar que fazer do trabalho em saúde um ato de amor e dedicação faz toda a

diferença.

Dedico esse trabalho a todos os médicos pediatras, particularmente, à Dr.ª Elza Maria

Fernandes Seabra de Melo e Maria Nazaré de Castro Marinho por serem exemplos de

compromisso e dedicação à saúde da criança. Que os seus exemplos sejam sempre para mim

um lembrete de que nosso ofício antes de mais nada é, apesar das dificuldades, uma

oportunidade de fazer a diferença no mundo e salvar vidas.

Aos Psicólogos que se prestam diariamente a escutar, entender e ajudar às crianças,

famílias e aos profissionais da saúde que se encontram em meio ao sofrimento e a dor. Em

especial, Prof.ª Dr.ª Eulália Maria Chaves Maia por ser exemplo de simplicidade e sofisticação

na medida certa. Sua dedicação à psicologia infantil, alegria, disposição e brilho no olhar ao

exercer seu ofício são lições a ser seguidas. Fico imensamente feliz porque tive a honra de

conviver e aprender contigo. Dedico-te este trabalho pelo carinho, admiração e consideração

que a tenho irrestrita.

A todos os fisioterapeutas que atuam em pediatria e neonatologia, especialmente às

fisioterapeutas Prof.ª Roselene Ferreira de Alencar e Ingrid Fonseca Damasceno Bezerra.

Profissionais ímpares em muitos aspectos que vão além do cuidado à criança e ao recém-

nascido. São exemplos de responsabilidade, que cuidam com amor, carinho e dedicação do ser

humano doando-se completamente através de sua arte fisioterapêutica. São igualmente

exemplos de retidão, ética e caráter inigualáveis, bem como, expertise profissional que admiro

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e procuro aprender sempre que tenho a oportunidade de vê-las atuando em seus campos de

prática. Obrigado pela amizade preciosa. Serei sempre grato.

Por fim, dedico este trabalho aos profissionais da saúde com o intuito de deixar claro

que os que fazem surgir, em meio a dor e ao sofrimento, o sorriso sincero de uma criança,

devem ter nosso eterno respeito e admiração.

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AGRADECIMENTOS

Todo mundo tem medo de pegar um orientador de mestrado ruim, déspota, autoritário,

relapso, desorganizado, negligente ou coisa pior. Eu tive a sorte de ter a Prof.ª Dr.ª Claudia

Helena como orientadora, o que representa exatamente o oposto de tudo isso. Para mim tê-la

como orientadora foi um grande alívio e um enorme presente. Agradeço-a por muito mais do

que cito nessas linhas; agradeço-a por se mostrar sempre presente mesmo à distância. Obrigado

pela confiança em mim depositada, pelas críticas e conselhos precisos e por me fazer crescer.

Obrigado por me guiar quando estive perdido, me aparar quando foi preciso e por manter meus

pés no chão quando minha cabeça estava nas nuvens. Tenho a consciência que não fui um

orientando muito fácil, e desde já também aproveito para me desculpar. Tenho certeza que esse

trabalho não existiria sem você. Serei eternamente grato pela parceria na construção desse

trabalho e pela orientação maravilhosa durante o mestrado e por ser naturalmente uma

orientadora maravilhosa e honesta.

Agradeço ao Prof.º Dr.º Angelo Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira e ao Prof.º Dyego

Leandro Bezerra de Souza pela enorme contribuição que deram à construção desse trabalho e

também pela paciência que tiveram comigo nesse processo. Obrigado não somente por isso,

mas pelos conselhos e conhecimentos compartilhados durante todos os momentos, conversas e

disciplinas nesses dois anos de mestrado. Um dia quero ter a tranquilidade de vocês.

Minha gratidão a todos os hospitais que abriram suas portas para mim e permitiram meu

acesso, dando-me apoio à realização deste projeto. Espero que os resultados aqui encontrados

forneçam melhoria para todos os envolvidos. Agradeço ainda à Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela disponibilização do “Periódico

CAPES” e pelo apoio financeiro e concessão de bolsa que auxiliou na execução desse projeto

e a realização de um sonho de mais essa conquista em meu ciclo profissional.

Deixo meu agradecimento a todos os professores do programa de pós-graduação em

Saúde Coletiva (UFRN) pelo conhecimento compartilhado, pelo apoio e contribuição na minha

formação. E amplio esse agradecimento ao secretário Lucas Soares de Araújo cujo apoio e

trabalho é um exemplo de compromisso e motivo de grande admiração.

Minha gratidão à Prof.ª Dr.ª Ruthineia Diogenes Alves Uchoa Lins, ao Prof.º Dr.º Bruno

Cesar de Vasconcelos Gurgel e ao Prof.º Luiz Roberto Augusto Noro por compartilharem de

forma tão generosa suas experiências, saberes, conhecimentos, vivências e exemplos. Com

certeza se a docência existe como afirma Paulo Freire onde “quem ensina aprende ao ensinar.

E quem aprende ensina ao aprender”, espero um dia ser como vocês e poder aprender muito a

cada dia enquanto docente. Eis aqui minha gratidão, orgulho e felicidade em ter ensinado,

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aprendido e convivido com vocês, que para mim, representam com mérito total o título de bom

professor.

Obrigado aos professores e fisioterapeutas do Departamento de Fisioterapia da UFPE,

em especial a Prof.ª Dr.ª Maria das Graças Paiva, Prof.ª Glória Elizabeth Carneiro Laurentino,

Prof.ª Karla Mônica Ferraz Teixeira Lambertz, Prof.ª Dr.ª Patrícia Érica Marinho e Prof.ª Dr.ª

Andrea Lemos por serem um exemplo sempre vivo em minha prática profissional e cuja minha

admiração será eterna.

Agradeço às professoras do Departamento de Fisioterapia da UFRN, a Prof.ª Dr.ª Lilian

Lira Lisboa, Prof.ª Dr.ª Ana Raquel Lindquist, Prof.ª Dr.ª Maria Thereza Micussi e a Prof.ª Dr.ª

Jaqueline Fernandes Pontes pelo acolhimento, ensinamento, atenção e pela honra de ter

compartilhado momentos incríveis e fundamentais para minha formação durante a experiência

de estágio em docência que com certeza me foi tão especial.

Thank you very much the physiotherapists from Great Ormond Street Hospital

(GOSH/NHS Trust, London, UK) for receiving me so well in your warms and Intensive Care

Units during my placement at GOSH. Thank you very much for share with me your skills and

your precious time, and most of all to be an example of children’s care and for your powerful

collaboration in my professional qualification.

Thanks mainly Louisa Hill, Shirley Hallet and Lizzie Penn for your patience and share

with me you knowledge, abilities and most of all thanks for show me how to care children with

affection, love and let me see you changing “pain and suffering” on “hope and happy faces”.

At last thank you very much for this unique opportunity.

Muito obrigado aos meus amigos e familiares que estiveram comigo diante das

dificuldades e felicidades nesse período de mestrado e ainda muito antes disso. Com certeza

esquecerei de algum nome uma vez que a minha memória nunca foi mesmo o meu forte. Mesmo

assim, agradeço a Mainha (Juçara Lúcia de Alencar Cruz), Painho (Manoel Messias da Cruz) e

Jaciel (meu Irmão), tia Luciene, tios Luiz e Antônio. Obrigado Tia Goretti e Vovó (Leda de

Alencar Araripe), meu exemplo maior de amor incondicional e minha fortaleza. Agradeço à

Giselle Machado, Alba Coelho, Jandira Évora, Everton, Mara Regina, Carlos Eduardo Lagunde

(Cadu), Alexandre Delgado, Nice Psissico, Alexandra Cassiano, Clemonice Alves, Cintia

Bazani, Caio e Luana Viana, Gleydisson Cavalcante e Barbara Camilo cujas amizades, mesmo

de longe, se tornaram perto me tornando mais forte e ajudando seguir adiante.

Serei eternamente agradecido pelos amigos que o mestrado me deu, em especial à

Camila Alves, Ariane Gonzaga, Daniele Loren, Emanuelle Louyde, Giselle Firmino, Rayanne

Cruz, Renato Duarte e Sanderson de Assis. Tenho tanto a dizer, histórias a contar e motivos à

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agradecer a todos vocês, mas para resumir prefiro parafrasear Tom Jobim e dizer: “é.... Só tinha

de ser com vocês, havia de ser com vocês se não era mais uma dor, se não, não seria o amor

aquele que a gente não vê amor. Amor que chegou para dar o que ninguém deu a mim ou vocês”.

Obrigado João Pedro C. Azevedo (Cirurgião Dentista), Jacqueline Loureiro (Psicóloga),

Cleina Lima e Anny Cavalcanti (Nutricionistas), Karla Dalliane (Farmacêutica), Elida Galvão

(Fisioterapeuta) e Lívia Azevedo e Larissa Souza (Enfermeiras) por serem a equipe

multiprofissional mais amiga e generosa que conheci e convivi até hoje. Este é um

agradecimento por tudo que são, ensinaram e fizeram por mim até hoje e pelo amor construído

durante os sorrisos e lagrimas e as 5760 horas de residência das quais nunca serão esquecidas.

Obrigado por se tornarem tão especiais para mim.

Por fim, mas não menos importante obviamente, agradeço a Antônio Pereira de Araújo

Junior por ter entrado em minha vida, ficado e feito a diferença. Por me fazer mais forte e

querido, e por tornar a minha vida mais feliz, animada e completa. Enfim, obrigado por me

fazer rir, por me fazer bem, me ajudar sempre (do seu jeito). Certamente sem você eu não teria

conseguido atravessar essa estrada.

Pela impressão de ter esquecido alguém, agradeço a todos aqueles que, de alguma forma,

ajudaram direta ou indiretamente para que esse trabalho existisse.

Grato,

Jeferson Messias de Alencar Cruz

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“It’s your duty (and also your right as human being)

to find something good and beautiful in this life.”

“É seu dever (e também o seu direito como ser

humano) encontrar alguma coisa de boa e bela nessa

vida. ”

(Elizabeth Gilbert)

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RESUMO

O trabalho ocupa um importante espaço na vida dos indivíduos, assim muitas vezes pode

contribuir de forma negativa na saúde e qualidade de vida no trabalho (QVT) desses indivíduos.

O objetivo do estudo foi avaliar a QVT, a prevalência de ansiedade e sintomatologia depressiva

entre os profissionais de saúde que atuam em unidades hospitalares de pediatria e neonatologia,

no município de Natal/RN. Trata-se de um estudo observacional de corte transversal, realizado

entre dezembro de 2015 a abril de 2016. A amostra do tipo conveniência foi composta por 102

profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, técnicos/auxiliares de enfermagem e

fisioterapeutas). Para se verificar o perfil ocupacional e sociodemográfico foi utilizado uma

ficha desenvolvida pelos autores, para a avaliação da QVT e a prevalência de ansiedade e

depressão nessa população, foram utilizados instrumentos e questionários específicos validados

à realidade brasileira. O perfil dos profissionais de saúde foi caracterizado por uma idade média

de 36 (±8,3), do gênero feminino (82,4%), solteiro (44,1%), com renda de até 9 Salários

mínimos (76,5%), atuavam em unidades de terapia intensiva (69,6%), em escalas de plantão

diurnas/12 horas (45,1%) e a maioria possuía mais de um vínculo empregatício em outras

unidades hospitalares (53,9%). A média de horas trabalhadas nos setores pesquisados foi de

33,6 (±8,4) horas/semanais e 56,0 (±20,9) horas /semanais somando todos os vínculos. As

principais causas de insatisfação com o trabalho apontadas foram remuneração (30,4%),

condições de trabalho (19,6%), pouco tempo destinado a atividades sociais (17,6%), escala e

regime de plantões (16,7%) e o reconhecimento profissional (6,9%). Apresentaram escore final

médio quanto à QVT de 65,76 (±11,6) e em relação aos domínios da QVT verificou-se 62,86

(±13,8) no domínio “Físico/Saúde”, 66,83 (±16,2) no domínio “Psicológico”, 75,31 (±14,46)

no domínio “Pessoal”, e 58,03 (±14,05) no Domínio “Profissional”. Verificou-se prevalência

de 17,6% de ansiedade e 12,7% de sintomatologia depressiva entre os profissionais de saúde

que atuam em unidades hospitalares na atenção à saúde infantil. Concluiu-se, então, que os

profissionais da saúde apresentaram QVT satisfatória em todos os seus domínios, e que a

prevalência de ansiedade e depressão se mostraram associadas ao domínio “Físico/Saúde” da

QVT, o que sugere que medidas voltadas à prevenção e promoção de saúde, melhoria nas

condições de trabalho, bem como a valorização profissional devem ser incentivadas com o

intuito de se resguardar a saúde nessa população.

Palavras-chave: Qualidade de Vida. Ansiedade. Depressão. Profissional da Saúde. Saúde da

Criança.

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ABSTRACT

The work plays an important role in the lives of individuals and can often contribute negatively

on the health and quality of working life (QWL) of these individuals. The aim of this study was

to assess the QWL, the prevalence of anxiety and depressive symptoms among health

professionals working in hospitals of pediatrics and neonatology in the city of Natal / RN. This

is an observational cross-sectional study, conducted from December 2015 to April 2016. We

used a convenience sampling (or availability sampling) of 102 healthcare professionals

(physicians, nurses, nursing assistants and physiotherapists). In order to check the occupational

and sociodemographic profile was used a form developed by the authors. For the assessment of

QWL and the prevalence of anxiety and depression in this population we used specific

instruments and questionnaires validated for the Brazilian context. The profile of health

professionals was characterized by a mean age of 36 (± 8.3) years old, female (82.4%), single

(44.1%), with income of up to nine Brazilian minimum wages (76.5%), working in intensive

care units (69.6%) in part-time (12 hours, day shift) (45.1%) and the mostly of health

professionals had more than one job in others hospitals (53.9%). The average hours worked in

the hospitals surveyed was 33.6 (± 8.4) hours per week and 56.0 (± 20.9) hours per week when

all shifts were summed. The main causes of dissatisfaction with the work were “income/salary”

(30.4%), “working conditions” (19.6%), “few time for social activities” (17.6%),“shifts and

work schedule” (16.7 %) and “professional acknowledgment” (6.9%). The final score of QWL

was 65.76 (±11.6) and about QWL’s domains was found 62.86 (± 13.8) for "Physical and

Health”, 66.83 (±16 2) for "psychological", 75.31 (±14.46) for "Personal" and 58.03 (±14.05)

for the "Professional". The prevalence of anxiety was 17.6% and 12.7% for depressive

symptoms among healthcare professionals working in children´s hospitals. In conclusion, we

observed in this study that healthcare professionals presented satisfactory QWL in all domains.

However, the prevalence of anxiety and depressive symptoms was associated to low scores of

"Physical and Health" field from QWL, which suggests that interventions towards prevention

and health promotion, improvement of work conditions, as well as professional valorisation

should be more encouraged to improve the quality of life in this population.

Key-words: Quality of Life. Anxiety. Depression. Health Personnel. Child Health.

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I

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Classificação da qualidade de vida no trabalho............................................ 20

Figura 2 - Avaliação da Qualidade de vida no trabalho (QVT) dos profissionais de

saúde que prestam assistência hospitalar em pediatria e neonatologia no

município de Natal-RN, 2016, QVT aferida pelo TQWL-Bref

(PEDROSO, 2010; PEDROSO et al., 2011).................................................

29

Figura 3 - Domínio “Profissional” da qualidade de vida no trabalho dos

profissionais de saúde que prestam assistência hospitalar em pediatria e

neonatologia no município de Natal-RN, 2016, QVT aferida pelo TQWL-

Bref (PEDROSO, 2010; PEDROSO et al., 2011).......................................

31

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II

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Perfil sociodemográfico e hábitos de vida dos profissionais de saúde

que prestam assistência hospitalar em pediatria e neonatologia no

município de Natal-RN, abril/2016....................................................... 23

Tabela 2 - Perfil ocupacional dos profissionais de saúde que prestam assistência

hospitalar em pediatria e neonatologia no município de Natal-RN,

abril/2016.............................................................................................. 26

Tabela 3 - Prevalência de ansiedade e sintomatologia depressiva em profissionais

de saúde que prestam assistência hospitalar em pediatria e

neonatologia no município de Natal-RN, abril/2016............................. 28

Tabela 4 - Qualidade de vida no trabalho (QVT) dos profissionais de saúde que

prestam assistência hospitalar em pediatria e neonatologia no

município de Natal-RN, abril/2016....................................................... 30

Tabela 5 - Fatores associados à qualidade de vida no trabalho (QVT) dos

profissionais de saúde que prestam assistência hospitalar em Pediatria

e Neonatologia no município de Natal-RN, abril/2016......................... 32

Tabela 6 - Fatores associados com a ansiedade em profissionais de saúde que

prestam assistência hospitalar em Pediatria e Neonatologia no

município de Natal-RN, abril/2016....................................................... 34

Tabela 7 - Fatores associados com a sintomatologia depressiva em profissionais

de saúde que prestam assistência hospitalar em Pediatria e

Neonatologia no município de Natal-RN, abril/2016............................ 35

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III

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida

CEREST - Centros de Referência em Saúde dos Trabalhadores

CNES/DATASUS/MS – Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da

Saúde

COFFITO – Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional

CREFITO – Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional

DSM - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais

ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente

EUA – Estados Unidos da América

HCCPG - Hospital Central Coronel Pedro Germano

HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana

HIVS - Hospital Infantil Varela Santiago

HJPB - Hospital Dr. João Pedro Bezerra (HJPB)

HMAF - Hospital Infantil Maria Alice Fernandes

HMWG - Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel

HUOL- Hospital Universitário Onofre Lopes

IQVTE - Instrumento de Qualidade de Vida no Trabalho de Enfermeiros

MEJC - Maternidade Escola Januário Cicco

MS – Mato Grosso do Sul

OMS – Organização Mundial da Saúde

OpenEpi - Estatísticas epidemiológicas de código aberto para a Saúde Pública

OT - Organização do Trabalho

PNSTT - Política Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora

PR - Paraná

QV – Qualidade de Vida

QVT – Qualidade de Vida no Trabalho

RENAST - Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador

RN – Rio Grande do Norte

SP – São Paulo

SUS – Sistema Único de Saúde

TQWL-42 - Questionário de avaliação da qualidade de vida “Total Quality of Work Life”-

versão completa

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IV

TQWL-Bref - Questionário de avaliação da qualidade de vida “Total Quality of Work Life” -

versão abreviada

UTI – Unidade de Terapia Intensiva

VISAT - Vigilância em Saúde do Trabalhador

WHOQOL-Bref - World Health Organization Quality of Life, versão abreviada

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1

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................. 2

2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................... 4

2.1 SAÚDE DO TRABALHADOR ..................................................... 4

2.2 PROMOÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR ...................... 5

2.3 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ................................. 7

2.4 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT), ANSIEDADE

E SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA EM PROFISSIONAIS DA

SAÚDE ............................................................................................ 10

2.5 ATENÇÃO HOSPITALAR À CRIANÇA .................................... 12

3 OBJETIVOS ................................................................................. 16

3.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................... 16

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................... 16

4 METODOLOGIA ......................................................................... 17

4.1 DESENHO DO ESTUDO .............................................................. 17

4.2 LOCAL DE ESTUDO E POPULAÇÃO ....................................... 17

4.3 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE ............................................. 18

4.3.1 Critérios de inclusão .................................................................... 18

4.3.2 Critérios de exclusão .................................................................... 18

4.4 PERÍODO DO ESTUDO ............................................................... 19

4.5 PROCEDIMENTOS E MENSURAÇÃO DOS DADOS .............. 19

4.5.1 Instrumentos de coleta ................................................................. 19

4.6 ANÁLISE E PROCESSAMENTO DOS DADOS ........................ 22

4.7 ASPECTOS ÉTICOS ..................................................................... 22

5 RESULTADOS ............................................................................. 23

6 DISCUSSÃO................................................................................ 37

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................... 47

REFERÊNCIAS........................................................................... 49

APÊNDICES................................................................................. 56

ANEXOS....................................................................................... 65

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2

1. INTRODUÇÃO

O processo de globalização surgido desde o final do Século XX vem repercutindo de

diversas formas sobre o processo de trabalho, inclusive no campo da saúde (BUSS, 2006;

FERREIRA, 2008; MARCITELLI, 2011; MASCARENHAS et al., 2013).

Tal fenômeno, aliado à profundas modificações tecnológicas, sociais e a um mercado

de trabalho cada vez mais competitivo e exigente, leva o indivíduo a se esforçar para

desenvolver capacidades de enfrentamento de exigências relacionadas a esse processo de

trabalho em saúde, criando e adaptando tais mecanismos no intuito de manter sua própria saúde

física, emocional e social (BUSS, 2006; FERREIRA, 2008; MARCITELLI, 2011;

MASCARENHAS et al., 2013).

Essas modificações profundas no processo de trabalho em saúde vêm gerando impacto

sobre a saúde do trabalhador (MASCARENHAS et al., 2013; SOUZA; STANCATO, 2011).

Cada vez mais caracterizado por precárias condições de trabalho, intensificação das atividades

profissionais, sobrecarga de trabalho e aumento da exposição de fatores de risco à saúde, por

sua vez contribuem para prejuízo na vida social desses indivíduos fora do ambiente de trabalho

e o declínio progressivo de suas condições de saúde (MASCARENHAS et al., 2013; SOUZA;

STANCATO, 2011).

Entende-se que o trabalho ocupa um importante espaço na vida dos indivíduos, uma vez

que grande parte da vida é passada dentro das instituições realizando, além de atividades

laborais, interações sociais, culturais e econômicas (MARCITELLI, 2011).

Diante disso, o trabalho configura-se como um meio ou mecanismo, o qual propicia ao

indivíduo crescimento, transformações, reconhecimento, independência profissional/pessoal

(MARCITELLI, 2011). Porém, a depender do contexto e momento, o exercício laboral pode

também incursar em insatisfação, desinteresse, apatia/irritação, resultando, em muitos casos, o

surgimento de doenças ocupacionais e prejuízo na qualidade de vida dos indivíduos

(MARCITELLI, 2011). Essa discussão tem gerado ao longo do tempo diversas discussões sobre

o tema e com isso a qualidade de vida dos indivíduos, relacionado ao trabalho, vem sendo

questionada e estudada.

Diversos modelos foram delineados para explicar como a qualidade de vida dos

indivíduos se insere no contexto do trabalho. Historicamente, os primeiros estudos acerca da

“qualidade de vida no trabalho” (QVT) surgem inicialmente em Londres, na década de 1950,

através de estudos que objetivavam compreender a organização e processo de trabalho da época

com o intuito de minimizar os efeitos negativos do emprego na saúde e bem-estar geral dos

trabalhadores.

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3

No Brasil, estudos direcionados a saúde dos trabalhadores em ambiente hospitalar

iniciaram-se na década de 1970, porém, somente em meados da década de 1980, com o

surgimento vírus da imunodeficiência humana (HIV) e da Síndrome da Imunodeficiência

Adquirida (AIDS), os trabalhadores da área da saúde foram considerados uma categoria

profissional de alto risco para acidentes de trabalho e outros agravos de saúde (SANTANA et

al., 2014; SOUZA; STANCATO, 2011).

Dessa forma, o meio hospitalar apresenta-se como um ambiente laboral insalubre e

estressante em que a equipe de saúde é frequentemente exposta à diversos fatores de risco

comprometedores de sua saúde, o que pode contribuir de forma progressiva para o adoecimento

do profissional de saúde. Além da sobrecarga física e mental/emocional no qual os profissionais

da saúde estão submetidos, vê-se que diante das suas rotinas exaustivas de trabalho o próprio

profissional de saúde, ao cuidar de seus pacientes, negligencia sua própria saúde,o que torna a

avaliação da qualidade de vida no trabalho dos profissionais da saúde cada vez mais importante

(SANTANA et al., 2014; SOUZA; STANCATO, 2011).

Nesse contexto, percebe-se ainda que a presença de depressão e ansiedade são

transtornos comuns entre os profissionais de saúde e podem causar um grande impacto negativo

sobre o bem-estar e as atividades diárias dos indivíduos, isso vem despertando cada vez mais o

interesse de estudos sobre o tema (SCHMIDT; DANTAS, 2006).

Assim sendo, consideramos que o trabalho em saúde, em particular a assistência infantil

(neonatal/pediátrica), pode influenciar negativamente a qualidade de vida dos profissionais da

saúde e contribuir para o surgimento de ansiedade generalizada e sintomatologia depressiva

nessa população. Especialmente por prestarem assistência a uma população que requer um

cuidado diferenciado, no caso, a clientela infantil.

Diante dessa problematização, verifica-se a necessidade de se abordar, estudar e traçar

um diagnóstico de como estar a QVT dos profissionais de saúde que prestam assistência infantil

em unidades hospitalares de média e alta complexidade no município de Natal-RN e a

prevalência de ansiedade e sintomatologia depressiva entre essa população.

Frente a essa necessidade latente e primando pela qualidade da assistência hospitalar

infantil, o presente estudo se propõe a avaliar a qualidade de vida e a prevalência de ansiedade

e sintomatologia depressiva em profissionais de saúde de unidades de terapia intensivas

pediátricas e neonatais, em Natal-RN.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 SAÚDE DO TRABALHADOR

De forma geral, estudos sobre a saúde do trabalhador ao longo do tempo vêm ganhando

destaque e atenção. A década de 1980 inclusive, recebeu destaque durante o movimento de

reforma sanitária brasileira, no qual o relatório da VIII Conferência Nacional de Saúde já

apontava que o trabalho em condições dignas, o conhecimento e o controle dos trabalhadores

sobre processos e ambientes de trabalho é um pré-requisito central para o pleno exercício do

acesso à saúde (LOURENÇO; BERTANI, 2007; MASCARENHAS et al., 2013; SOUZA;

VIRGENS, 2013) . A partir de então, medidas e políticas de saúde voltadas para à saúde do

trabalhador, principalmente no âmbito SUS, foram implementadas e discutidas (LOURENÇO;

BERTANI, 2007; MASCARENHAS et al., 2013; SOUZA; VIRGENS, 2013).

Em 1990, por meio da Lei Nº 8080 o trabalho, incluindo o exercido no âmbito dos

serviços de saúde, como um dos fatores determinantes e condicionantes da saúde, atribuiu ao

SUS a responsabilidade de coordenar ações de saúde do trabalhador no País (SOUZA;

VIRGENS, 2013).

Compreender a relação complexa “trabalhador – trabalho” desde o ambiente físico,

social, econômico incluindo os jogos de poderes praticados nesse espaço até outros fatores

como as relações interpessoais e o processo “Saúde-Doença” torna-se cada vez mais urgente,

uma vez que essa complexa e delicada relação pode incursar em inúmeros prejuízos para todos

os envolvidos.

Diante da relação “trabalho-saúde” é preciso compreender que a presença do sistema

capitalista contemporâneo de produção resulta em sistemáticas mudanças na realização e

relações de trabalho, bem como resulta em prejuízos na qualidade de vida e saúde dos

trabalhadores (KREIN, 2013). É cada vez mais urgente a necessidade de se refletir acerca das

condições de trabalho e da relação entre a economia, segurança e saúde dos trabalhadores com

o intuito de se buscar estratégias para garantir políticas públicas que amparem verdadeiramente

o trabalhador e garantam-lhe um ambiente de trabalho digno (KREIN, 2013).

Debates sobre saúde e trabalho vem permeando o meio científico e historicamente

provocando mudanças políticas, econômicas e sociais (FIOCRUZ ET AL., 2011). Após a II

Guerra mundial seguiu-se um aumento da produção industrial mundial com a finalidade de

recuperação da crise bélica. A evolução tecnológica continuou a progredir enquanto as

melhorias das condições de trabalho não acompanhavam tal evolução (FIOCRUZ ET AL.,

2011; MENDES; DIAS, 1991). Sendo assim, surge um cenário desolador onde inicia-se um

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movimento de insatisfação e questionamento dos empregadores e empregados sobre as

condições de trabalho e o adoecimento resultante desse processo. Esse período foi marcado

então por custos elevados dos empregadores e seguradoras com a saúde dos trabalhadores, por

outro lado, via-se claramente um número cada vez maior de trabalhadores com sequelas em

virtude das condições inóspitas de trabalho (FIOCRUZ ET AL., 2011; MENDES; DIAS, 1991).

Após os anos 1960, surgem novas discussões e debates acerca do processo “saúde-

trabalho-doença” no qual resultaram em novas perspectivas e pensamentos. Assim, a Saúde do

Trabalhador passa a se constituir em um campo da saúde pública que compreende a articulação

entre produção, trabalho e saúde. Dessa forma suas práticas articulam diversos saberes,

incluindo aqui as experiências e opiniões dos próprios trabalhadores, e múltiplos campos

disciplinares (como as ciências humanas, ciências da saúde, ciências exatas, dentre outras) com

o intuito de reconhecer o trabalhador como sujeito da sua história e ator fundamental na

conquista de melhores condições de trabalho e saúde (FIOCRUZ ET AL., 2011; MENDES;

DIAS, 1991).

Entende-se, então, a saúde do trabalhador como um campo de práticas e conhecimentos,

cujo enfoque teórico-metodológico ampara-se na saúde coletiva onde o objetivo é conhecer e

intervir nas relações de trabalho, saúde e doença. A referência central é o trabalhador inserido

na sociedade e no contexto em que vive, trabalha e sofre constantemente profundas mudanças

políticas, econômicas e sociais (BEZERRA; NEVES, 2010; FIOCRUZ ET AL., 2011;

MENDES; DIAS, 1991).

No Brasil, alguns esforços em prol do trabalhador estão recebendo cada vez mais

atenção, espaço e incentivo. São exemplos desses esforços a Política Nacional de Saúde do

Trabalhador e Trabalhadora (PNSTT), os Centros de Referência em Saúde dos Trabalhadores

(CEREST), a Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) e o fortalecimento

da Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) (GOMEZ, 2013).

2.2 PROMOÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR

A saúde do trabalhador tem como meta a promoção da saúde dos indivíduos e dos

grupos de trabalho (SANTANA et al., 2014). É, então, um dever do estado, a promoção de

condições indispensáveis ao seu pleno exercício do trabalho, garantir através de formulação e

execução de políticas econômicas e sociais a redução de riscos de doenças no estabelecimento

de trabalho e criar condições que assegurem acesso universal e igualitário as ações e serviços

para sua promoção, proteção e recuperação (SANTANA et al., 2014).

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Aos profissionais de saúde, deve-se então, ser providas condições, orientação e

treinamento para que possam desempenhar suas atividades sem que esta atividade laboral lhes

cause qualquer dano (SANTANA et al., 2014). Nesse contexto, percebe-se a importância da

atuação da Vigilância em Saúde no Trabalhador (VISAT) nos campos de prática dos

profissionais de saúde (ALVES, 2003). Incorporando o conceito ampliado de saúde as suas

práticas a VST através da implementação de políticas específicas articula ações que

contemplam além de assistência e perícia a promoção e vigilância à saúde do trabalhador

(ALVES, 2003; BIZARRIA et al., 2014).

A Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) deve ocupar papel central na

intervenção sobre os determinantes dos agravos à saúde dos trabalhadores com a finalidade de

reduzir situações que colocam em risco a saúde da população trabalhadora, incluído aqui os

profissionais da saúde, sendo composta por intervenções articuladas em três dimensões

(promoção da saúde, prevenção das enfermidades e acidentes relacionados ao trabalho e a

atenção curativa) (COSTA et al., 2013).

No Brasil, o afastamento do trabalho e aposentadorias precoces em virtude das

condições de trabalho vem gerando um grande impacto orçamentário, em 2005, foram gastos

por esse motivo cerca de R$ 300 milhões de reais (BIZARRIA et al., 2014). Em 2010, conforme

dados da Previdência Social, de um total cerca de 720 mil acidentes, mais de 2.500 resultaram

em mortes, houve mais de 15 mil afastamentos do trabalho por incapacidade permanente e

destinou-se cerca de R$11 bilhões de reais para pagamento de auxílio-doença e auxílio-acidente

(COSTA et al., 2013).

Promover a diminuição dos níveis de estresse gerados pelo dia a dia, reduzir o número

de absenteísmo e gerar o bem-estar através da realização e incentivo de ações e programas como

grupos de terapia complementar, assistência médica, nutricional, assistência social, vigilância

em saúde do trabalhador, grupos de ginástica laboral, atividades artísticas, dentre outras,

mostram-se cada vez mais importantes para se melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores

e prepará-los para a jornada de trabalho. Dessa forma previne-se doenças e reduz os gastos

econômicos devido aos agravos de saúde (ALVES, 2003; BIZARRIA et al., 2014; BRASIL,

2008).

Deve-se realçar o trabalho conjunto de ações em ST uma vez que para uma melhor

efetividade dos programas e políticas que visam a promoção da saúde do trabalhador é

necessário e defendida a participação da comunidade, isso necessita invariavelmente

estabelecer parcerias, principalmente com os trabalhadores, que são os maiores interessados.

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Dessa forma, todos são agentes ativos e corresponsáveis por essas políticas e programas

de promoção e prevenção de saúde que são implantados (ALVES, 2003; BRASIL, 2008).

2.3 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) a qualidade de vida (QV) é definida como

a “percepção do indivíduo da sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores

nos quais ele vive, com relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”

(MASCARENHAS et al., 2013). Sendo um conceito abstrato, subjetivo e multidimensional a

QV envolve diversos aspectos como trabalho, meio ambiente, relações sociais, saúde, família,

dentre outros (MASCARENHAS et al., 2013). Além de estar relacionado com aspectos

culturais, religiosos, éticos e valores pessoais (MASCARENHAS et al., 2013).

O conceito de QVT ainda não está claro, não havendo um consenso entre os teóricos

sobre o tema (SAMPAIO, 2012; VASCONCELOS, 2001). Diante dessa dificuldade alguns

autores apresentaram uma noção do que vem a ser Qualidade de Vida no Trabalho (Sampaio,

2012). A expressão QVT, segundo Rueda et al (2013) surgiu na literatura no início do século

XX, sendo o termo inicialmente utilizado para representar a satisfação do trabalhador no

ambiente de trabalho e na perspectiva de se implementar melhorias das condições de trabalho.

Os primeiros trabalhos sobre o tema foram realizados por Eric Trist que teve como principal

objetivo, estudar a QV relacionada ao ambiente de trabalho para evitar o desgaste dos

trabalhadores industriais. Para tanto, também realizou um estudo acerca do absenteísmo no

trabalho e como esse fato influenciou na produção industrial vigente naquela época.

A origem da QVT estava inicialmente ligada às condições humanas e à ética do trabalho,

entendido desde exposição a riscos ocupacionais no ambiente físico, padrões de relação entre o

trabalho e o contratado, retribuição do esforço empregado, implicações éticas e ideológicas

advindas do trabalho executado até a dinâmica de poder (formal e informal) presentes no

ambiente do trabalho (AQUINO; FERNANDES, 2013).

Sendo assim, de forma ampla, compreende-se atualmente QVT como sendo um

construto multidimensional que se refere à satisfação geral com a vida no trabalho e com o

equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional, um sentimento de pertencer ao grupo de

trabalho, uma sensação de ser valorizado e respeitado (FERRO, 2012).

Diversos modelos para conceituar e compreender a QVT foram propostos, porém, o

modelo proposto por Walton em 1973 atualmente é o mais aceito e utilizado em estudos acerca

do tema (PIZZOLATO; MOURA; SILVA, 2013; TIMOSSI et al., 2009).

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Dentre os modelos da QVT desenvolvidos, os mais conhecidos foram o modelos

propostos pelos psicólogos, filósofos e economistas Douglas McGregor, Elton Mayo, Abrahan

Maslow, Frederick Hezberg, e Kurt Levin (PIZZOLATO; MOURA; SILVA, 2013). Dentre

esses modelos destacam-se:

1) Modelo de QVT de Douglas McGregor: Proposto pelo economista McGregor,

esse modelo surgiu de estudos realizados no polo industrial de Michigan (EUA),

tal modelo teve o foco em três pilares, são eles as “relações pessoais”, “Higiene”

e “Satisfação com as atividades desenvolvidas pelos trabalhadores”.

2) Modelo de QVT de Elton Mayo: Elaborado pelo psicólogo norte americano

Elton Mayo, no polo industrial de Chicago (EUA). Esse modelo da QVT teve

como foco a análise dos processos organizacionais e as relações sócias no

ambiente de trabalho.

3) Modelo de QVT de Abrahan Maslow: O modelo proposto pelo psicólogo foi

desenvolvido entre Nova York e Connecticut (EUA). Tal modelo foi

caracterizado pela construção de uma hierarquização das necessidades do

trabalhador, no qual a “auto realização”, “estima”, “Amor/Relacionamentos”

encontram-se no topo da pirâmide e a “Segurança” e as necessidades

“Fisiológicas” na base da pirâmide.

4) Modelo de QVT de Frederick Hezberg: Propôs um modelo de QVT voltado para

a satisfação do trabalhador com o trabalho, incluindo seu meio social e físico,

pontuando a importância de fatores como higiene e fatores motivacionais

receberam destaque nesse modelo.

5) Modelo de QVT de Kurt Levin: O Psicólogo alemão propôs um modelo de QVT

onde o ambiente de trabalho provê uma influência concreta sobre a satisfação do

trabalhador com sua QVT, esse modelo gerou diversos questionamentos quanto

ao modelo de gestão e organização de trabalho, trazendo o termo “harmonia” no

ambiente trabalho e contribuiu para uma melhor organização do processo de

trabalho na época.

O modelo proposto por Walton é composto por oito categorias conceituais e enfatiza as

necessidades e aspirações do ser humano, bem como a responsabilidade social do trabalhador

(TIMOSSI et al., 2009).

As categorias conceituais de Walton para a QVT são: 1) Compensação justa e adequada;

2) Condições de trabalho; 3) Uso ou desenvolvimento das capacidades; 4) Oportunidade de

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crescimento e segurança; 5) Integração social na organização; 6) Constitucionalismo; 7)

Trabalho e vida; e 8) Relevância Social (TIMOSSI et al., 2009).

A “compensação justa” é conceituada como as relações entre o pagamento no qual se

caracteriza por uma remuneração nos padrões aceitáveis da sociedade, a fim de suprir as

necessidades do trabalhador e de forma justa quando essa renda for comparada à outras

organizações semelhantes e fatores do trabalho como treinamento, responsabilidade e

condições de trabalho e participações nos “lucros” (TIMOSSI et al., 2009). No caso do trabalho

em saúde no âmbito do SUS essa questão está relacionada muitas vezes à relação entre a

produção e produtividade das ações e serviços de saúde nos serviços públicos frente às

adversidades econômicas, conforme sinaliza Santos (SANTOS, 2007).

Dessa forma, a “compensação justa” dos trabalhadores de saúde é colocada em cheque

uma vez que a produção de trabalho em saúde nesse contexto torna-se demasiadamente

sobrecarregado e por vezes amparado por uma remuneração defasada diante do esforço das

equipes de saúde.

As “condições de trabalho” abordam as condições físicas e a jornada de trabalho às quais

o trabalhador é submetido (TIMOSSI et al., 2009).

O “uso ou desenvolvimento das capacidades” remete ao fato que o trabalhador no

desempenho de suas atividades exerce e aprimora suas múltiplas habilidades, autonomia,

necessita de atualização constante quanto às informações de seu campo de atuação,

planejamento de suas atividades e a perspectiva de seu trabalho em meio à um todo coletivo,

amplo e holístico (TIMOSSI et al., 2009).

As “oportunidades de crescimento e segurança” interligam-se à ideia de que às

oportunidades de crescimento profissional do trabalhador devem estar presentes, seja através

do enriquecimento curricular seja pela possibilidade de uma promoção de cargo. Abordando

ainda quesitos como segurança e estabilidade no trabalho (TIMOSSI et al., 2009).

A categoria conceitual “integração social na organização” engloba aspectos como os

relacionamentos pessoais e a autoestima no ambiente de trabalho (TIMOSSI et al., 2009).

Por fim Walton prevê que o trabalho pode influenciar em outras áreas da vida do

indivíduo. Podendo, portanto, repercutir tanto positiva, como negativamente. Esse aspecto é o

que foi nomeado como “trabalho e vida” que pontua a estabilidade e equilíbrio entre os horários

de trabalho o lazer e o tempo destinado à família e amigos (as) (FERRO, 2012). E, por fim,

admite-se que todo trabalho tem uma repercussão e “relevância social”, onde a organização

deve se mostrar disposta a minimizar os prejuízos sociais causados pela sua atuação, como por

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exemplo, controle de poluentes, reaproveitamento do lixo, participação social, dentre outras

(TIMOSSI et al., 2009).

A qualidade de vida no trabalho (QVT) procura oferecer ao trabalhador boas condições

laborais para que consiga desenvolver sua tarefa com satisfação e bem-estar com o intuito de

alinhar os interesses dos indivíduos aos das organizações, o que leva ao mesmo tempo a melhora

na satisfação do trabalhador e da produção da organização ou qualidade do serviço prestado

pela mesma (TIMOSSI et al., 2009).

2.4 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT), ANSIEDADE E

SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA EM PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Observa-se cada vez mais a necessidade de se estudar e se traçar um panorama sobre a

qualidade de vida no trabalho dos profissionais de saúde, com foco na atuação em ambiente

hospitalar geral e infantil com o objetivo de se verificar qualidade de vida e saúde dos

profissionais como também zelar pela qualidade do serviço prestado à população.

Em virtude de um processo de trabalho complexo, cada vez mais exigente, no qual

perpassam fatores como carga horária de trabalho (por vezes excessiva); pouca

valorização/reconhecimento profissional; sobrecarga física, mental e emocional (como por

exemplo, o lidar diário com a dor, sofrimento e a morte de crianças); dificuldades financeiras;

além de outras repercussões sobre aspectos da vida pessoal, familiar e social dos profissionais

da saúde comprometem seriamente a qualidade de vida desses indivíduos (MARCITELLI,

2011; SANTANA et al., 2014).

Diante das repercussões negativas sobre a qualidade de vida e saúde dos profissionais

de saúde frente ao excesso de trabalho (como por exemplo o cansaço; perda de energia;

distúrbios do sono e humor; redução da capacidade de trabalho, aprendizagem, raciocínio e

memória; dificuldade nas relações interpessoais, indicadores mais graves de estresse, entre

outras) verifica-se na literatura, diversos trabalhos apontando que essas repercussões negativas

podem levar à um estágio de exaustão do indivíduo, denominado síndrome de Burnout

(ASAIAG et al., 2010; CALUMBI et al., 2010; MCINTYRE, 1994; SOUZA; STANCATO,

2011).

Tal Síndrome é caracteriza por: exaustão emocional, despersonalização e

comprometimento da realização pessoal sendo uma das mais comuns afecções ocupacionais

aos profissionais de saúde (ASAIAG et al., 2010; CALUMBI et al., 2010; MCINTYRE, 1994;

SOUZA; STANCATO, 2011).

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O excesso de trabalho dos profissionais de saúde associados à inúmeros outros fatores

relacionados à sua atividade laboral ou dependentes da mesma, como por exemplo o perfil

ocupacional, hábitos de vida e perfil socioeconômico podem resultar em uma tendência a

escores mais altos de depressão e ansiedade e em escores mais baixos em escalas de qualidade

de vida (ASAIAG et al., 2010; SCHMIDT; DANTAS; MARZIALE, 2011; SILVA et al., 2010).

Muitos profissionais recorrem à toxicodependência ou já tiveram alguma ideação

suicida, sendo os dados sobre o assunto pouco animadores (MCINTYRE, 1994). Em um estudo

transversal realizado nos Estados Unidos da América (EUA) em 2007, com 4.287 estudantes

de medicina, identificou-se que 50% dos estudantes haviam experimentado sintomatologia

condizente com síndrome de Burnout e 10% ideação suicida (DYRBYE et al., 2001). Os

mesmos autores do trabalho citado anteriormente ao realizar um estudo coorte retrospectivo

entre 2006-2007 verificou-se que a presença de síndrome de Burnout apresentava-se associado

com o aparecimento de ideação suicida, sendo um fator de risco de até 3,36 vezes (OR= 3,46,

IC= 2,55-4,69) quando comparado ao grupo que não havia vivenciado Burnout (DYRBYE et

al., 2001).

O termo depressão vem recebendo diversos significados tanto em trabalhos científicos

quanto entre os profissionais e pacientes, o que vem gerando uma indefinição semântica do

termo (DEL PORTO, 1999; GONGORA, 1981). Verifica-se que a depressão é um termo amplo

que engloba diversos aspectos psíquicos característicos e acolhe igualmente uma variedade de

subtipos e quadros clínicos (ASSOCIAÇÃO PSIQUIÁTRICA AMERICANA, 2013; DEL

PORTO, 1999; FLECK et al., 2001). Podendo, inclusive ser entendido como variação do

humor, sintoma, entidade nosológica, comportamento e ou como uma síndrome (DEL PORTO,

1999; FLECK et al., 2001; GONGORA, 1981). O presente estudo adotou a definição de

depressão como síndrome e verificou-se a presença de sintomatologia depressiva entre os

profissionais da saúde.

Para tanto, entende-se sintomatologia depressiva como sendo um conjunto de sinais e

sintomas marcado por alteração específica do humor (tristeza, solidão, apatia), associada à

autoconceito negativo (auto reprovação e culpa), desejos regressivos e autopunitivo (escapar,

esconder ou morrer), mudanças vegetativas (anorexia, insônia, perda da libido), e mudanças em

nível de atividade (lentidão ou agitação) (GONGORA, 1981).

A depressão deve ser encarada como um problema de saúde pública em virtude da sua

prevalência cada vez maior na população (DIAS, 2010). Estima-se que mundialmente pode

afetar de 3 a 11% da população geral (FLECK et al., 2001). No Brasil, esse número pode ser

ainda maior, afetando 17,8% da população em geral (MOLINA et al., 2012).

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Os transtornos de ansiedade são os transtornos psiquiátricos mais prevalentes, onde 1

em cada 4 pessoas relatam ter vivenciado pelo menos uma experiência de ansiedade durante a

vida, porém, menos de 30% dos indivíduos que sofrem desse problema procuram tratamento.

Em um estudo epidemiológico realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental Norte

Americano, no qual foram entrevistadas cerca de 20 mil pessoas, verificou-se que de acordo

com os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), em 1999,

uma prevalência de 17,2% de ansiedade na população geral (MUNARETTI; TERRA, 2007).

No Brasil, verifica-se ainda uma carência de dados que estimem com precisão a

prevalência de ansiedade na população. Contudo um estudo multicêntrico realizado em três

grandes áreas urbanas brasileiras (Brasília, São Paulo e Porto Alegre), entre os anos de 1992 e

1994, estimou uma prevalência de 5,6% a 12,1% de ansiedade na população estudada

(ALMEIDA FILHO et al., 1997). Em um estudo mais recente conduzido por Andrade et al.,

em 2002, na cidade de São Paulo – São Paulo (SP), avaliou 1464 indivíduos verificou-se uma

prevalência de 4,2% de ansiedade na população geral (ANDRADE et al., 2002).

Tendo em vista que trabalho e saúde estão interligados a valorização da vida, da

qualidade de vida e saúde dos profissionais da saúde é de fundamental importância, julgando

pelos elos formados entre profissionais de saúde e pacientes, ressaltam a existência da própria

natureza humana (MOTTA, 1997).

2.5 ATENÇÃO HOSPITALAR À CRIANÇA

A etiologia da palavra “infância” é derivada do termo “infante” (do latim “infans”), que

significa “incapaz de ‘falar’ ”(PIMENTEL; ARAÚJO, 2007). De modo geral, a comunicação

pode ser entendida como uma troca de mensagens que influenciam o comportamento das

pessoas envolvidas nesse processo que vai muito além do “ato de falar”, uma vez que envolve

algo mais amplo podendo, a comunicação, ser verbal ou não verbal(PIMENTEL; ARAÚJO,

2007; PONTES et al., 2014).

A comunicação é expressa por meio dessas duas formas específicas: a verbal (que ocorre

por meio de mensagens faladas ou escritas, sendo então a forma de comunicação mais utilizada

no dia a dia) e a comunicação não verbal (que reflete qualquer manifestação comportamental

por gestos, expressões faciais, postura corporal, distâncias mantidas entre as pessoas, dentre

outras, por exemplo, uso de estratégias diversas como alfabetos, figuras, lousa-mágica,

desenhos, sinais, dentre outras) (FRANCO; BARROS; NOGUEIRA-MARTINS, 2005;

PONTES et al., 2014).

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Logo, a raiz etiológica da palavra “infância” entendido como “ser incapaz de ‘falar’ ”

não se constitui em uma verdade, visto que em sua maioria as crianças apresentam e dominam

em seu desenvolvimento normal um vasto repertório linguístico, e muitas vezes a sua fala já se

transformou de fato em um instrumento de comunicação (seja ela verbal ou não verbal),

portanto a criança é um indivíduo que possui, sim, capacidade de comunicação que deve ser

compreendida indo além da “capacidade formal do falar”, mas também entendida e vista como

um ser capaz de comunicar e se expressar.

A compreensão do termo infância remete diretamente em como se interpreta e se

assimila os indivíduos “infantes” sendo eles crianças e recém-nascidos. Portanto, a infância não

pode ser entendida apenas como mais um período na vida do indivíduo em formação, mas como

um momento construído no contexto de cada grupo social e que assume “naturezas” que variam

segundo épocas e condições históricas diferentes, e não apenas na perspectiva da criança sob

sua condição de maturação biológica, cronologia, e ou fragilidades (CASTRO, 2002;

PIMENTEL; ARAÚJO, 2007).

Ao longo do tempo, vemos que a visão sobre a criança e seus papéis sociais nem sempre

foi favorável. De acordo com Pimentel e Araújo (2007), no Brasil, desde os períodos de

colonização, a organização social é marcada pela prioridade do poder dos adultos sobre as

crianças (PIMENTEL; ARAÚJO, 2007). E essa fragilidade vem comprometendo a forma como

essa criança é inserida na sociedade e assistida por ela em seus direitos, autonomia,

necessidades, expectativas e condições de sua qualidade de vida (GIACOMONI; SOUZA;

HURTZ, 2014).

Nesse sentido, observa-se historicamente, por exemplo, uma escassez de indicadores

subjetivos sobre a qualidade de vida das crianças e raríssimos são os estudos abordando a

percepção da criança em relação à sua própria vida (GIACOMONI; SOUZA; HURTZ, 2014).

Diante do exposto, esforços como a elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente

(ECA) visam ampliar o entendimento do que é a criança, trazendo em seu art. 2º a definição da

criança como a pessoa de até doze anos de idade incompletos, além de reconhecê-la como

sujeito de direitos, e assim, um sujeito social com direitos fundamentais como educação,

profissionalização, moradia, saúde, dentre outros (BRASIL, 2002a; PIMENTEL; ARAÚJO,

2007). Dessa maneira, a criança deve ser apreciada como um sujeito de direito inserido em um

contexto social, econômico e histórico. Cabendo à família, comunidade, sociedade em geral e

poder público zelar por tais direitos e por sua integridade (BRASIL, 2002a).

Desse modo, quando enferma, a criança deve ser assistida em todas as suas necessidades

de saúde e isso inclui a hospitalização. A doença é um elemento existencial que invade a vida

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da criança, provocando danos e modificando sua presença no mundo (MOTTA, 1997). A

doença pode levar a hospitalização da criança por diversos motivos. Nesse momento a criança,

que já se encontra fragilizada, se depara com a equipe de saúde, composta de pessoas estranhas,

desconhecidas e que passam a fazer parte do seu universo (GOMES; ERDMANN, 2005;

MOTTA, 1997).

O ambiente hospitalar comporta os mais diversos tipos de atores sociais, são eles os

pacientes diversos (idosos, adultos ou crianças), equipe profissional, familiares e

acompanhantes. Nesse contexto, o entendimento entre a relação complexa e equipe, criança e

família é condição fundamental para uma boa assistência humanizada e de qualidade.

E para tanto a responsabilidade no cuidado à criança deve ser compartilhada entre a

família e a equipe de saúde, haja vista essa reciprocidade poder favorecer uma melhor

identificação das necessidades da criança possibilitando assim um melhor planejamento da

assistência de forma mais integral, holística e humana (GOMES; ERDMANN, 2005).

Uma boa relação entre a equipe, criança e familiares, com a troca de experiências mútua

entre esses atores sociais podem possibilitar um melhor relacionamento entre eles, e assim

minimizar, possivelmente, a crise vivida e o sofrimento da criança, familiares e cuidadores

frente a doença e a hospitalização (GOMES; ERDMANN, 2005).

Em contrapartida a equipe de saúde também sente a carga que provém de seu trabalho.

Lidar diretamente com o sofrimento do outro, expor-se, cuidar, prestar seus serviços, sua

assistência em saúde, principalmente a um público tão frágil e complexo que é o infantil,

repercute sobre a vida dos profissionais de saúde. Uma vez que essa vivência é permeada por

variados sentimentos, cobranças constantes por reciclagem profissional, capacitação técnico-

científica e preparo profissional para lidar com a perda, com a dor e com o sofrimento (COSTA;

LIMA, 2005; LEITE; VILA, 2005).

Ao desenvolver a estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância

(AIDPI), o Ministério da Saúde (2002) identificou que entre os principais desafios enfrentados

pelas equipes de saúde no ambiente hospitalar com relação à população infantil no Brasil em

2001, as internações devido às infecções respiratórias agudas (IRA) e doenças diarreicas agudas

recebiam destaque (BRASIL, 2002b).

No ambiente hospitalar é comum a presença de diversos profissionais que compõe a

equipe multiprofissional. Cada profissional colabora de acordo com suas habilidades e objetos

de trabalho na atenção ao paciente. E diante dos desafios diários as rotinas são adaptadas e

reconstruídas no cotidiano (SILVA; MOREIRA, 2015).

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15

Nas últimas décadas, os ambientes hospitalares vêm sofrendo uma evolução e um

aumento da tecnologia envolvida no cuidado em saúde principalmente nas unidades

hospitalares de alta complexidade (UTIs Neonatal e Pediátrica). Além disso, percebe-se uma

crescente presença nesses setores de uma equipe multiprofissional experiente e com

competências cada vez mais específicas e consolidadas ainda sob o predomínio do modelo de

assistência biomédico (NOZAWA et al., 2008).

A equipe multiprofissional de uma UTI pode ser composta por diversos profissionais,

tais como médicos, enfermeiros, técnicos/auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas,

nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, dentre outros profissionais que atuam de

forma integrada com o intuito de promover a estabilização e recuperação dos pacientes.

Inseridos no ambiente hospitalar esses profissionais podem ter sua saúde tanto física quanto

emocional afetada e o seu desempenho comprometido, principalmente quando suas condições

de trabalho não são favoráveis (MCINTYRE, 1994; TIMOSSI et al., 2009).

Verificou-se de acordo com dados do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde

do Ministério da Saúde (CNES/DATASUS/MS) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015), que o

município de Natal, no estado do Rio Grande do Norte (RN), possui 11 estabelecimentos de

saúde que prestam assistência infantil em unidades hospitalares, 07 destes, no âmbito do

Sistema Único de Saúde – SUS. Somando-se um total de 1266 leitos distribuídos entre leitos

de UTI Pediátrica, UTI Neonatal, e leitos de Enfermaria (Neonatal e ou pediátricas).

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16

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a qualidade de vida no trabalho e aferir a presença de sintomatologia depressiva

e ansiedade entre os profissionais da saúde que prestam assistência pediátrica/neonatal em

unidades hospitalares no município de Natal-RN.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Caracterizar o perfil sociodemográfico, ocupacional e os hábitos de vida dos

profissionais da saúde que prestam assistência pediátrica/neonatal em unidades hospitalares,

em Natal-RN;

Avaliar a qualidade de vida no trabalho dos profissionais da saúde que prestam

assistência pediátrica/neonatal em unidades hospitalares, em Natal-RN;

Identificar a presença de sintomatologia depressiva e ansiedade entre os

profissionais de saúde que prestam assistência pediátrica/neonatal em unidades hospitalares,

em Natal-RN;

Verificar se existe associação entre o perfil sociodemográfico, ocupacional, e os

hábitos de vida dos profissionais de saúde com qualidade de vida nessa população.

Analisar se existe associação da QVT e a presença de sintomatologia depressiva

e ansiedade nessa população.

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17

4. METODOLOGIA

4.1. DESENHO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo observacional do tipo seccional (MALTA et al., 2010).

4.2. LOCAL DE ESTUDO E POPULAÇÃO

Hospitais que prestam assistência infantil de alta e média complexidade (Unidades de

terapia intensiva- UTIs/Enfermarias), no município de Natal – RN.

Após levantamento inicial dos serviços de saúde através do Cadastro Nacional de

Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde (CNES/DATASUS/MS) verificou-se a

existência de 12 hospitais que prestam assistência infantil de média e alta complexidade no

município de Natal-RN. Destes, sete estabelecimentos de saúde no âmbito do Sistema Único

de Saúde – SUS, foram, então, contatados e incluídos no presente estudo mediante aceite formal

através de assinatura de carta de anuência, São eles:

Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL);

Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG);

Hospital Infantil Varela Santiago (HIVS);

Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC);

Hospital Infantil Maria Alice Fernandes (HMAF);

Hospital Central Coronel Pedro Germano (HCCPG);

Hospital Dr. João Pedro Bezerra (HJPB).

Inicialmente a amostra estimada foi calculada utilizando-se ferramentas do “Estatísticas

epidemiológicas de código aberto para a Saúde Pública” (OpenEpi ®), versão 3.03. Por se tratar

de uma categoria com um menor contingente de profissionais atuando nos serviços pesquisados,

os fisioterapeutas foram considerados, para o presente estudo, a categoria de referência, uma

vez que apresentou de acordo com os dados do CNES um contingente menor de profissionais

atuando nas unidades hospitalares pesquisadas. Foi constatado no CNES em Dezembro de 2015

um quantitativo de 254 médicos pediatras, 372 enfermeiros, 1418 Técnicos/Auxiliares de

enfermagem e 58 Fisioterapeutas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

Estudos que abordaram a qualidade de vida dos profissionais de saúde com foco no

âmbito hospitalar foram utilizados como referência para o cálculo inicial da amostra (ASAIAG

et al., 2010; PASCHOA; ZANEI; WHITAKER, 2007; SPILLER; DYNIEWICZ; SLOMP,

2008). E o domínio “Psicológico” presente no questionário da Organização Mundial da Saúde

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(OMS), o “The World Health Organization Quality of Life” em sua versão abreviada

(WHOQOL-Bref) presente nesses estudos, como variável de referência para o cálculo amostral.

E se adotou para o cálculo da amostra um Intervalo de Confiança (IC) de 95%, Efeito do

Desenho do Estudo de 1.

O cálculo da amostra estimava um quantitativo necessário de 55 fisioterapeutas, porém,

ao iniciar a coleta de dados observou-se junto aos serviços, que o quantitativo de fisioterapeutas

que atuavam em unidades hospitalares de pediatria e neonatologia era menor que o número de

fisioterapeutas devidamente cadastrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

do Ministério da Saúde (CNES/MS), sendo 34 fisioterapeutas de 58 fisioterapeutas cadastrados

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).

Dessa forma, optou-se por uma amostra não probabilística por conveniência, realizando

o censo dos fisioterapeutas, e foi formado então mais dois grupos de igual número de

indivíduos, compostos um por 34 médicos/enfermeiros e outro por 34 técnicos/auxiliares de

enfermagem. Os profissionais foram abordados de forma não probabilística e também por

conveniência durante e após a coleta de dados do grupo de fisioterapeutas.

Ao final obteve-se então uma amostra de 102 profissionais que prestam assistência em

saúde infantil (Pediátrica/Neonatal) em unidades hospitalares, no município de Natal-RN.

4.3 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE

4.3.1 Critérios de inclusão

Profissionais de Saúde (Médicos, Enfermeiros, Técnicos/Auxiliares de enfermagem e

fisioterapeutas) que prestam assistência infantil em unidades hospitalares de

pediatria/neonatologia, no município de Natal-RN. Fazer parte do quadro permanente da

instituição; e ter no mínimo experiência de um ano na assistência em saúde infantil no serviço

ao qual foi realizada a coleta de dados.

4.3.2 Critérios de exclusão

Não fazer parte do quadro oficial da unidade onde está sendo realizada a coleta

dos dados (estagiários, residentes, dentre outros.);

Ter sofrido alguma penalidade, processo administrativo ou equivalente na

instituição que esteja vinculada à coleta de dados;

Profissionais que já tenham respondido essa pesquisa em outro hospital;

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19

Profissionais que estejam de férias, licença para tratamento de saúde ou qualquer

outro tipo de licença no período da coleta.

4.4 PERÍODO DO ESTUDO

O presente estudo foi realizado entre dezembro de 2015 a abril de 2016.

4.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS

Os participantes foram recrutados através de busca ativa nos serviços de saúde que

autorizaram a coleta de dados, tanto em unidades hospitalares de alta complexidade (UTI’s

Pediátrica/Neonatal) quanto de média complexidade (Enfermarias Pediátrica/Neonatal).

Os dados foram coletados de forma individualizada através de entrevista direta e

mediante respostas aos instrumentos de coleta, sempre em local reservado nos próprios serviços

de saúde, em dias e horários alternados, o que possibilitou abranger o expediente de diferentes

profissionais sem comprometer os atendimentos dos serviços.

A coleta de dados foi realizada por um único entrevistador que, antes do período de

coletas de dados realizou calibração através da aplicação dos instrumentos utilizados pelo

estudo em 30 outros profissionais de saúde, cuja assistência não era o público infantil. A

calibração ocorreu no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG), no período de outubro

de 2015, em diferentes setores do serviço de saúde não incluídos no presente estudo. Esse

procedimento visou garantir a confiabilidade e reprodutibilidade intra-examinador (RIBEIRO

et al., 2006).

4.5.1 Instrumentos de coleta

Foram aplicados questionários específicos para avaliação da qualidade de vida no

trabalho (Questionário de avaliação da qualidade de vida no trabalho “Total Quality of Work

Life” – versão abreviada, TQWL-Bref– ANEXO A), ansiedade e depressão (Escala Hospitalar

de Ansiedade e Depressão –EHAD – ANEXO B) e uma ficha de identificação desenvolvida

pelos pesquisadores para coleta de informações referentes ao perfil sociodemográfico,

ocupacional, e hábitos de vida dos participantes (APÊNDICE A).

A coleta de dados era iniciada pela aplicação de uma ficha de identificação

semiestruturada (APÊNDICE A) contendo 27 itens referentes ao perfil sociodemográfico

(idade, renda, escolaridade, etc.), perfil ocupacional (tipo de unidade de saúde ou setor, carga

horária semanal, turno, tempo de descanso, etc.) e hábitos de vida (prática de exercício físico,

tabagismo, etilismo, se possui algum hobbie, dentre outros.).

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20

Para a mensuração da qualidade de vida no trabalho desses profissionais de saúde foi

utilizado o Questionário de Avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho em sua versão

abreviada (“Total Quality of Work Life” –TQWL-Bref) (ANEXO A); instrumento desenvolvido

e validado para a mensuração da qualidade de vida no trabalho (CHEREMETA, 2011; FERRO,

2012; PEDROSO, 2010).

Para elaboração de tal instrumento foram utilizadas estratégias preconizadas pela

Organização Mundial de Saúde – OMS, para criação das versões abreviadas de seus principais

e mundialmente conhecidos, instrumentos de avaliação da qualidade de vida (CHEREMETA,

2011). Dessa forma, Pedroso (2010) disponibilizou o TQWL-Bref, um instrumento de fácil

aplicação e com a vantagem de apresentar resultados fidedignos ao seu instrumento original (no

qual constavam 42 questões) demandando, contudo, um tempo menor de aplicação.

O TQWL-Bref é composto por 20 questões, dividido em quatro domínios:

“físico/saúde” (4 itens); “psicológico” (3 itens); “pessoal” (4 itens); “profissional” (9 itens)

(FERRO, 2012; PEDROSO, 2010). Além destes domínios, o instrumento ainda fornece uma

pontuação com o escore de QVT de cada indivíduo. Para a pontuação do TQWL-Bref utiliza-

se uma escala do tipo Likert, em que a resposta do participante pode variar entre cinco opções

de resposta. Cada domínio recebe um score específico, assim como um escore geral acerca da

QVT já mencionado (FERRO, 2012). Para cálculo do instrumento foi utilizada uma ferramenta

específica disponibilizada pelos autores do instrumento (PEDROSO, 2010).

Os escores deste instrumento podem variar de zero a 100 e, quanto maior a pontuação

obtida, melhor é a qualidade de vida relacionada àquele domínio. Para a classificação da QVT

foi utilizada classificação proposta por Timossi et al ( 2009) que por sua vez utilizou-se da

análise da QVT proposta pelo modelo de Walton (Figura 1), no qual escores acima de 50 são

considerados como satisfatórios para o domínio da QVT. Timossi et al (2009) também

identificam tendências nos escores da QVT como verificado na Figura 1.

Por exemplo, um escore maior que 50 pontos e menor que 56,25 pontos se apresenta

como satisfatório porém com tendência à uma QVT neutra, assim como, um escore maior que

68,75 e menor que 75 pontos é classificado como satisfatório com tendência à muito satisfatório

(TIMOSSI et al., 2009).

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21

Figura 1: Classificação da qualidade de vida no trabalho.

Fonte: (PEDROSO, 2010; TIMOSSI et al., 2009).

Por fim foi aplicada à Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão - EHAD com a

finalidade de se identificar a presença ou não de sintomatologia depressiva e/ou ansiedade

(ANEXO B). A EHAD foi traduzida, adaptada e validada para a língua portuguesa por

Machado (2003). Inicialmente esse instrumento foi utilizado para identificar sintomatologia

depressiva e ansiedade em pacientes internados (clínicos ou cirúrgicos). Entretanto,

posteriormente foi utilizado em outras populações, como por exemplo, pacientes não internados

ou sem doença de base.

Tal instrumento inclusive já foi utilizado para aferir presença ou não de ansiedade e

sintomatologia entre profissionais de saúde e demonstrou a mesma confiabilidade e

consistência interna de seu construto (MACHADO, 2003; MARCOLINO et al., 2007; SILVA

et al., 2010), demonstrando ser uma ferramenta simples e eficaz para a triagem e detecção de

sintomatologia depressiva e ansiedade na prática clínica (KNORST; RESENDE; GOLDIM,

2011; MACHADO, 2003; MARCOLINO et al., 2007).

Essa escala é composta por 14 itens divididos em duas dimensões: uma abordando a

sintomatologia (questões 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 14) e outra abordando ansiedade (Questões 1, 3, 5,

7, 9, 11, 13), onde cada quesito contém respostas semiestruturadas com pontuações especificas

que variam de 0 a 3.

O presente estudo utilizará para EHAD, ponto de corte proposto por Marcolino et al.

(2007) no qual verifica-se que:

• EHAD-ansiedade: sem ansiedade de 0 a 8, com ansiedade ≥ 9;

• EHAD-depressão: sem depressão de 0 a 8, com depressão ≥ 9.

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22

4.6 ANÁLISE E PROCESSAMENTO DOS DADOS

Os dados coletados foram organizados em planilhas no Excel® 2010, e posteriormente

transportados para o software Statistical Package for the Social Sciences - SPSS® 20.0 no qual

foi realizado o tratamento estatístico deste trabalho. As variáveis do estudo foram avaliadas

quanto ao tipo de distribuição através do teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov para

QVT (n=102) onde a amostra apresentou uma distribuição normal (p- valor= 0,614).

Em um primeiro momento, os dados foram tratados com estatística descritiva (média,

desvio padrão e frequências) com a finalidade de se caracterizar a amostra quanto ao perfil

sociodemográfico, ocupacional, hábitos de vida, qualidade de vida dos sujeitos do estudo e

utilizados percentuais para expor a prevalência de ansiedade e sintomatologia depressiva nessa

população.

No segundo momento foi realizada estatística analítica para a verificação de associações

entre fatores sociodemográficos, ocupacionais, hábitos de vida e a qualidade de vida no trabalho

dos profissionais de saúde e também para a verificação de associações entre a QVT e a

prevalência de ansiedade e sintomatologia depressiva nessa população.

Para tanto, foi utilizado Teste Exato de Fisher devido à distribuição da amostra diante

do cruzamento dos dados, de acordo com critérios estabelecidos por Bower (2003). Para a

adequação dos dados aos testes de associação foi realizada dicotomização das variáveis

independentes e dependentes. Qui-Quadrado de Pearson também foi utilizado em algumas

variáveis.

A QVT foi dicotomizada conforme modelo proposto por Timossi et al. (2009) (Figura

1) em “Com Satisfação” (escores maiores que 50 pontos) e “Sem Satisfação” (Escores menores

ou iguais à 50 pontos). Após a dicotomização das variáveis de interesse, foram realizados testes

de associação e o cálculo da Razão de Prevalência (RP), para tanto foi considerado um IC de

95%.

4.7 ASPECTOS ÉTICOS

Os hospitais foram incluídos no presente estudo após concordância e aceite de seus

respectivos responsáveis técnicos mediante assinatura de carta de anuência.

A coleta dos dados foi iniciada após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do

Hospital Universitário Onofre Lopes (CEP/HUOL) sob o Nº do Parecer: 1.255.699 ocorrida no

dia 02 de outubro de 2015 (ANEXO C), aceite formal dos responsáveis pelos serviços de saúde

mediante assinatura de carta de anuência e as entrevistas realizadas após leitura e assinatura de

TCLE (APÊNDICE B) de acordo com a Resolução Nº 466/2012.

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5. RESULTADOS

O perfil sociodemográfico dos profissionais de saúde apresentou uma idade média de

36,47 anos (±8,34) no qual a maioria era do gênero feminino (82,4%), solteiro (44,1%), possuía

além do ensino superior alguma pós-graduação (especialização, residência, mestrado e ou

doutorado) (61,8%), e a renda da maioria era até 9 Salários Mínimos (76,5%) (Tabela 1).

Constatou-se uma grande diferença de renda entre as categorias profissionais no qual os

médicos e enfermeiros apresentavam em sua maioria renda de 10 salários mínimos ou mais

(58,8%) enquanto que os fisioterapeutas relataram em sua maioria renda entre 5 e 9 salários

(55,9%) e os técnicos/auxiliares de enfermagem renda de até 4 salários mínimos (67,6%)

(Tabela 1).

Quanto aos hábitos de vida, verificou-se que a totalidade dos entrevistados (100%)

declarou não ser fumante ou fazer uso de drogas ilícitas e que a maioria (67,6%) não ingeria

bebidas alcoólicas de forma regular. Dos entrevistados 59,8% confirmaram fazer uso de alguma

medicação, sendo as medicações mais citadas os anti-hipertensivos, medicações para controle

glicêmico, estatinas, anticoncepcional e ansiolíticos.

Ainda quanto aos hábitos de vida a maioria dos profissionais de saúde não pratica

atividade física regularmente (61,8%) e nem considerava seu tempo dedicado a atividades de

lazer (63,7%) ou descanso (57,8%) adequado.

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24

Tabela 1 - Perfil sociodemográfico e hábitos de vida dos profissionais de saúde que prestam assistência hospitalar em pediatria e neonatologia no

município de Natal-RN, abril/2016.

Variáveis Geral

(N=102)

Téc. /Aux. de

Enfermagem (N=34)

Médicos e

Enfermeiros (N=34)

Fisioterapeutas

(N=34)

Idade (média em anos ± Desvio Padrão) 36,47 (±8,33) 37,35 (±8,47) 37,14 (±8,89) 34,91(±7,85)

Gênero (N, %)

Feminino 84 82,4 27 79,4 28 82,4 29 85,3

Masculino 18 17,6 7 17,6 6 17,6 5 14,7

Escolaridade (N, %)

Fundamental 1 1 1 2,9 0 0 0 0

Ensino Médio 20 19,6 19 55,9 0 0 0 0

Ensino Superior 18 17,6 13 38,2 4 11,8 2 5,9

Ensino Superior com Pós-Graduação 63 61,8 1 2,9 30 88,2 32 94,1

Estado Civil (N, %)

Solteiro 45 44,1 14 41,2 16 47,1 15 44,1

Casado 44 43,1 12 35,3 14 41,2 18 52,9

Divorciado 8 7,8 3 8,8 4 11,8 1 2,9

União Estável 5 4,9 5 14,7 0 0 0 0

SM = Salário Mínimo, valor de referência R$880,00 (BRASIL, 2016).

Fonte: Dados coletados pelos autores.

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25

Tabela 1 - Perfil sociodemográfico e hábitos de vida dos profissionais de saúde que prestam assistência hospitalar em pediatria e neonatologia no

município de Natal-RN, abril/2016 (Continuação).

Variáveis Geral

(N=102)

Téc. /Aux. de

Enfermagem (N=34)

Médicos e

Enfermeiros (N=34)

Fisioterapeutas

(N=34)

Renda (N, %)

Até 4 SM 41 40,2 23 67,6 7 20,6 11 32,4

De 5 – 9 SM 37 36,3 11 32,4 7 20,6 19 55,9

10 SM ou mais 24 23,5 0 0 20 58,8 4 11,8

Atividade Física Regular (N, %)

Sim 39 38,2 10 29,4 16 47,1 13 38,2

Não 63 61,8 24 70,6 19 55,9 21 61,8

SM = Salário Mínimo, valor de referência R$880,00 (BRASIL, 2016).

Fonte: Dados coletados pelos autores.

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26

Em relação ao perfil ocupacional dos profissionais de saúde entrevistados verificou-se

que a maioria (69,6%) presta assistência em unidades de alta complexidade (Unidades de

Terapia Intensiva), em escala de plantões diurnos de 12h (45,1%) e possuíam algum outro

vínculo empregatício de mesma natureza (53,9%) (Tabela 2).

A média de horas trabalhadas nas unidades pesquisadas foi de 33,57 (±8,41)

horas/semanais e a carga horária semanal média total, somando todos os vínculos

empregatícios, foi de 55,99 (±20,92) horas/semanais (Tabela 2). O transporte mais utilizado

foi o particular (65,7%). Identificou-se que 40,2% dos profissionais de saúde já haviam cogitado

mudar de profissão alguma vez, dentre estes a maioria eram técnicos/auxiliares de enfermagem

(34,14%) ou fisioterapeutas (39,0%). E apenas uma minoria (7,8%) possui alguma atividade

profissional fora da área da saúde.

Quanto à causa de principal insatisfação com o trabalho em saúde, os entrevistados

elencaram em primeiro lugar a remuneração (30,4%), seguida das condições de trabalho

(19,6%) e do pouco tempo destinado à família, amigos e parceiro (a) (17,6%) (Tabela 2).

Dentro das categorias profissionais observou-se que a maior insatisfação para os médicos e

enfermeiros foi quanto às condições de trabalho (23,5%) e para os técnicos/auxiliares de

enfermagem e fisioterapeutas foi a remuneração (35,3% e 32,4%, respectivamente) (Tabela 2).

Verificou-se que 17,6% apresentavam ansiedade e 12,7% apresentavam sintomas

sugestivos de sintomatologia depressiva, segundo EHAD, para depressão (Tabela 3).

Analisando por categorias profissionais, verificou-se que a categoria de fisioterapeutas

apresentou o maior percentual de ansiedade (20,6%), enquanto os técnicos e auxiliares de

enfermagem apresentaram os maiores percentuais de sintomatologia depressiva (17,6%)

(Tabela 3).

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27

Tabela 2 - Perfil ocupacional dos profissionais de saúde que prestam assistência hospitalar em pediatria e neonatologia no município de Natal-RN,

abril/2016.

Variáveis Geral

(N=102)

Téc. /Aux. de

Enfermagem

(N=34)

Médico e

Enfermeiro (N=34)

Fisioterapeuta

(N=34)

Unidade Hospitalar (N, %)

Enfermarias 31 30,4 26 76,5 15 44,1 8 23,5

Unidades de Terapia Intensiva 71 69,6 8 23,5 19 55,9 26 76,5

Outro vínculo em unidade hospitalar (N, %)

Sim 55 53,9 20 58,8 21 61,8 14 41,2

Não 47 46,1 14 41,2 13 38,2 20 58,8

Principal turno de trabalho (N, %)

Manhã 14 13,7 3 8,8 5 14,7 6 17,6

Tarde 11 10,8 4 11,8 3 8,8 4 11,8

Noite 11 10,8 8 23,5 3 8,8 0 0

Integral (12h/Dia) 46 45,1 12 35,3 10 29,4 24 70,6

Integral Diurno/Noturno (Plantão24h) 20 19,6 7 20,6 13 38,2 0 0

CH Semanal = Carga Horária Semanal (em horas).

Fonte: Dados coletados pelos autores.

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28

Tabela 2 - Perfil ocupacional dos profissionais de saúde que prestam assistência hospitalar em pediatria e neonatologia no município de Natal-RN,

abril/2016 (Continuação).

Variáveis Geral

(N=102)

Téc. /Aux. de

Enfermagem

(N=34)

Médico e

Enfermeiro (N=34)

Fisioterapeuta

(N=34)

CH Semanal (Média em horas ±Desvio Padrão)

Na unidade pesquisada 33,57 (±8,41) 33,17 (±8,85) 36,7(±9,44) 30,85(±5,6)

Somando todos os vínculos de trabalho 55,99 (±20,92) 61,73 (±21,53) 60,23(±26,33) 46,0(±13,21)

Principal Causas de Insatisfação com o trabalho (N, %)

Remuneração 31 30,4 12 35,3 8 23,5 11 32,4

Condições de trabalho 20 19,6 7 20,6 9 26,5 4 11,8

Pouco Tempo Destinado à Família, Amigos e Parceiro (a) 18 17,6 6 17,6 8 23,5 4 11,8

Escala e Regimes de Plantão 17 16,7 0 0 8 23,5 9 26,5

Reconhecimento 7 6,9 4 11,8 0 0 3 8,8

Carga Horária 3 2,9 3 8,8 0 0 0 0

Transporte para o trabalho 3 2,9 2 5,9 0 0 1 2,9

Riscos à Saúde 2 2 0 0 0 0 2 5,9

Cobrança por reciclagem profissional 1 1 0 0 1 2,9 0 0

CH Semanal = Carga Horária Semanal (em horas).

Fonte: Dados coletados pelos autores.

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29

Tabela 3 - Prevalência de ansiedade e sintomatologia depressiva em profissionais de saúde que prestam assistência hospitalar em pediatria e

neonatologia no município de Natal-RN, abril/2016.

Variáveis Geral

(N=102)

Téc. /Aux. de

Enfermagem (N=34)

Médico e

Enfermeiro (N=34)

Fisioterapeuta

(N=34)

Ansiedade (N, %) 1

Com Ansiedade 18 17,6 6 17,6 5 14,9 7 20,6

Sem Ansiedade 84 82,4 28 82,4 29 85,3 27 79,4

Depressão (N, %) 1

Com Sintomatologia Depressiva 13 12,7 6 17,6 3 8,8 4 11,8

Sem Sintomatologia Depressiva 89 87,3 28 82,4 31 91,2 30 88,4

1 Ansiedade e Sintomatologia Depressiva verificados pela Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (EHAD) com Ponto de Corte proposto por

Machado (2009) (EHAD-D≥9 Pontos = Suspeição de Sintomatologia Depressiva e EHAD-A ≥ 9 = Suspeição de Ansiedade) (MACHADO, 2003)

Fonte: Dados coletados pelos autores.

.

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30

Segundo critérios de Timossi et al (2009) a QVT dos profissionais da saúde foi

considerada satisfatória em todos os seus domínios, sendo a QVT Global dos profissionais de

Saúde de 65,76 (±11,57; IC: 63,49-68,03) em uma escala de 0 a 100 (PEDROSO, 2010;

PEDROSO et al., 2011) (Figura 2).

Figura 2 - Avaliação da Qualidade de vida no trabalho (QVT) dos profissionais de saúde

que prestam assistência hospitalar em pediatria e neonatologia no município de Natal-RN,

2016, QVT aferida pelo TQWL-Bref (PEDROSO, 2010; PEDROSO et al., 2011).

Fonte: Dados coletados pelos autores.

Quanto aos domínios observa-se que a QVT apresentou índices satisfatórios em todos

os domínios com destaque para o domínio “Pessoal” no qual se apresentava “muito satisfatório”

(75,31 ±14,46) e o domínio “Profissional” foi o que apresentou escore mais baixo (58,03

±14,05) (Figura 2).

Por categorias profissionais, verificou-se que os fisioterapeutas apresentaram o maior

índice final de QVT, cujo escore foi de 68,79 (±10,24), seguidos pelos Técnicos/Auxiliares de

Enfermagem com 64,58 (±11,55) e Médicos/Enfermeiros 63,91 (±12,53) (Tabela 4).

Para os técnicos/auxiliares de enfermagem e para os médicos e enfermeiros, o domínio

que apresentou pior escore foi relativo ao “profissional” com 55,06 (±12,32) e 54,00 (±14,64),

respectivamente, e para os fisioterapeutas foi o domínio “físico/saúde” com 60,85 (± 15,02)

(Tabela 4).

65,76

58,03

75,31

66,83

62,87

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

QVT

Profissional

Pessoal

Psicológico

Físico/Saúde

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31

Tabela 4 - Qualidade de vida no trabalho (QVT) dos profissionais de saúde que prestam assistência hospitalar em pediatria e neonatologia no

município de Natal-RN, abril/2016.

Domínios da Qualidade de Vida

no Trabalho (QVT)

GERAL

(N = 102)

TÉC. / AUX.

DE ENFERMAGEM

(N= 34)

MÉDICO E

ENFERMEIRO

(N=34)

FISIOTERAPEUTA

(N = 34)

Média * DP Média * DP Média * DP Média * DP

DOMÍNIOS DA QVT

1- Físico e Saúde 62,86 ±13,81 65,81 ±13,78 61,94 ±12,44 60,84 ±15,02

2- Psicológico 66,83 ±16,19 64,46 ±16,19 64,70 ±18,35 71,32 ±13,64

3- Pessoal 75,31 ±14,46 72,98 ±14,89 75,00 ±16,36 77,94 ±11,74

4- Profissional 58,03 ±14,05 55,06 ±12,32 54,00 ±14,62 65,03 ±12,76

ESCORE GLOBAL DA QVT

Escore Final da QVT 65,76 ±11,57 64,58 ±11,55 63,91 ±12,53 68,78 ±10,24

QVT = Qualidade de vida no trabalho. * Escores obtidos pelo questionário de avaliação da qualidade de vida no trabalho “Total Quality of Work

Life” – versão abreviada, TQWL-Bref (PEDROSO, 2010; PEDROSO et al., 2011).

Fonte: Dados coletados pelos autores.

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32

Quanto à diferença das médias entre as categorias profissionais e os domínios da QVT

verificou-se, de acordo com os Intervalos de Confiança, diferença estatisticamente significativa,

apenas no domínio “profissional” (Figura 3). Os fisioterapeutas apresentaram a média de QVT

quanto a esse domínio maior do que as outras categorias profissionais estudadas, cuja média foi

de 65,03 (± 12,76; IC: 60,58 - 69,48) (Figura 3).

Figura 3 – Domínio “Profissional” da qualidade de vida no trabalho dos profissionais de saúde

que prestam assistência hospitalar em pediatria e neonatologia no município de Natal-RN, 2016,

QVT aferida pelo TQWL-Bref (PEDROSO, 2010; PEDROSO et al., 2011).

Fonte: Dados coletados pelos autores.

O presente estudo não identificou associação estatisticamente significativa entre o perfil

sociodemográfico, perfil ocupacional ou hábitos de vida com os domínios “Físico/Saúde” ou

“psicológicos” da QVT desses indivíduos.

Não se verificou associação entre o perfil ocupacional, perfil sociodemográfico ou

hábitos de vida com o domínio “pessoal” da QVT (Tabela 5).

Quanto ao domínio “profissional” verificou-se associações do estado civil (p-valor =

0,015), turno de trabalho (p-valor = 0,001), satisfação com o local de trabalho (p-valor =0,001),

satisfação com a profissão (p-valor = 0,003) e a categoria profissional com esse domínio da

QVT (Tabela 5). Observou-se associação entre ser médico/enfermeiro e o domínio

“profissional” (p-valor = 0,018; RP = 1,89; IC:1,12 – 3,18) e associação entre ser fisioterapeuta

e esse domínio da QVT (p-valor = 0,001; RP = 0,12; IC:0,03 - 0,05) (Tabela 5).

58,03

65,03

54,00

55,07

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

GERAL

FISIOTERAPEUTAS

MÉDICO E ENFERMEIRO

TÉC./AUX. DE ENFERMAGEM

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33

Não se identificou associação entre o perfil sociodemográfico, ocupacional e hábitos de

vida dos profissionais da saúde com o escore médio da QVT dos participantes. Também não se

apresentou associação entre essas variáveis e a presença de sintomatologia depressiva e

ansiedade nessa população.

Tabela 5 - Fatores associados à qualidade de vida no trabalho (QVT) dos profissionais de saúde

que prestam assistência hospitalar em Pediatria e Neonatologia no município de Natal-RN,

abril/2016.

FATORES ASSOCIADOS

Domínios da Qualidade de vida no trabalho (QVT) 1

Sem

Satisfação

Completa

Com

Satisfação

Completa P-valor

RP 2

(IC= 95%)

N % N %

DOMÍNIO PROFISSIONAL

Categoria Profissional (N, %)

- Médico/Enfermeiro 17 50,0 17 50,0 0,018 4

1,89

- Outros Profissionais da Saúde 18 26,5 50 73,5 (1,12-3,18)

- Fisioterapeuta 2 5,9 32 94,1 0,001 3

0,121

- Outros Profissionais da Saúde 33 48,5 35 52,2 (0,03-0,05)

QVT = Qualidade de vida no trabalho. LT = Local de Trabalho. 1 Domínios da Qualidade de

Vida no trabalho aferidos pelo Questionário de Avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho,

em sua versão abreviada, TQWL-Bref. Teste Exato de Fisher, com IC = 95%. 2 RP = Razão de

Prevalência, calculado com Intervalo de Confiança = 95%. 3 Teste Exato de Fisher, com

IC=95%. 4 Qui-Quadrado de Pearson, com IC = 95%. QVT = Qualidade de Vida no Trabalho.

Fonte: Dados coletados pelos autores

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34

Tabela 5 - Fatores associados à qualidade de vida no trabalho (QVT) dos profissionais de saúde

que prestam assistência hospitalar em Pediatria e Neonatologia no município de Natal-RN,

abril/2016 (Continuação).

FATORES ASSOCIADOS

Domínios da Qualidade de vida no trabalho (QVT) 1

Sem

Satisfação

Completa

Com

Satisfação

Completa P-valor

RP 2

(IC= 95%)

N % N %

DOMÍNIO PROFISSIONAL

Estado Civil (N, %)

- Com Parceiro (a) 23 46,0 27 54,0 0,015 4

1,99

- Sem Parceiro (a) 12 23,1 40 76,9 (1,12-3,56)

Turno de Trabalho (N, %)

- Diurno/Plantões de 12h 17 23,9 54 76,1 0,001 4

0,41

- Noturno/Plantões de 24h 18 58,1 13 41,9 (0,25-0,69)

Satisfação com o LT (N, %)

- Sem Satisfação 25 69,4 11 30,6 0,001 4

4,58

- Com Satisfação 10 15,2 56 84,8 (2,49-8,44)

Satisfação com a Profissão (N, %)

- Com Insatisfação 16 57,1 12 42,9 0,003 4

2,23

- Com Satisfação 19 25,9 55 74,3 (1,35- 3,68)

QVT = Qualidade de vida no trabalho. LT = Local de Trabalho. 1 Domínios da Qualidade de

Vida no trabalho aferidos pelo Questionário de Avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho,

em sua versão abreviada, TQWL-Bref. Teste Exato de Fisher, com IC = 95%. 2 RP = Razão de

Prevalência, calculado com Intervalo de Confiança = 95%. 3 Teste Exato de Fisher, com

IC=95%. 4 Qui-Quadrado de Pearson, com IC = 95%. QVT = Qualidade de Vida no Trabalho.

Fonte: Dados coletados pelos autores

Ao realizar análise de associação entre o perfil sociodemográfico/ocupacional dos

profissionais da saúde de nível superior (Enfermeiros, médicos e fisioterapeutas) não se

identificou associação entre ter pós-graduação e a QVT, ou seus domínios, entre esses

profissionais.

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35

Quanto a QVT e seus domínios em relação à ansiedade, identificou-se que apenas o

domínio físico/saúde apresentou associação com a prevalência de ansiedade nessa população

(p-valor = 0,001) (Tabela 6).

Tabela 6 – Fatores associados com a ansiedade em profissionais de saúde que prestam

assistência hospitalar em Pediatria e Neonatologia no município de Natal-RN, abril/2016.

Fator Associado

Ansiedade 1

Com

Ansiedade

Sem

Ansiedade P-valor RP (IC 95%) 2

N % N %

Domínio Físico/Saúde 3

- Sem Satisfação Completa 13 46,4 15 53,6 0,001 4

6,87

(2,68-17,51) - Com Satisfação Completa 5 6,8 69 93,2

QVT = Qualidade de vida no trabalho. 1 Ansiedade verificada pela Escala Hospitalar de

Ansiedade e Depressão (EHAD). 2 RP = Razão de Prevalência, calculado com Intervalo de

Confiança = 95%. 3 QVT aferida pelo Questionário de Avaliação da Qualidade de Vida no

Trabalho, em sua versão abreviada, TQWL-Bref. 4 Teste Exato de Fisher, com IC = 95%.

Fonte: Dados coletados pelos autores

Não foi identificado associação significativa entre o perfil sociodemográfico,

ocupacional ou hábitos de vida e a prevalência de sintomatologia depressiva entre os

profissionais de saúde. Em relação à QVT e seus domínios, o presente estudo revelou que o

domínio “físico/saúde” (p-valor =0,022) e o escore final de QVT (p-valor =0,026) apresentou

associação com a prevalência de sintomatologia depressiva entre os profissionais da saúde

(Tabela 7).

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36

Tabela 7 – Fatores associados com a sintomatologia depressiva em profissionais de saúde que

prestam assistência hospitalar em Pediatria e Neonatologia no município de Natal-RN,

abril/2016.

Fatores Associados

Sintomatologia Depressiva 1

Com

Sintomatologia

Depressiva

Sem

Sintomatologia

Depressiva P-valor

RP

(IC 95%) 2

N % N %

Domínio Físico/Saúde 3

- Sem Satisfação Completa 7 25,0 21 75,0 0,022 4

3,08

(1,13 – 8,38) - Com Satisfação Completa 6 8,1 68 91,9

Escore Final da QVT 3

- Sem Satisfação Completa 3 50,0 3 50,0 0,026 4

4,80

- Com Satisfação Completa 10 10,4 86 89,6 (1,78 – 12,95)

QVT = Qualidade de vida no trabalho. 1 Sintomatologia Depressiva verificada pela Escala

Hospitalar de Ansiedade e Depressão (EHAD). 2 RP = Razão de Prevalência, calculado com

Intervalo de Confiança = 95%. 3 QVT aferida pelo Questionário de Avaliação da Qualidade de

Vida no Trabalho, em sua versão abreviada, TQWL-Bref. 4 Qui-Quadrado de Pearson, com

IC=95%.5Teste Exato de Fisher, com IC = 95%.

Fonte: Dados coletados pelos autores.

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37

6. DISCUSSÃO

De modo geral, o trabalho ocupa um importante papel na vida do indivíduo, e entre os

profissionais da saúde a relação entre qualidade de vida e trabalho é considerada mais forte que

na outras profissões, uma vez que esse tipo de profissional está muitas vezes submetido à

intensas jornadas de trabalho, condições de trabalho ruins, relacionamento interpessoal

delicado, e outros aspectos relacionados ao trabalho (MARCITELLI, 2011; SPILLER;

DYNIEWICZ; SLOMP, 2008).

A QVT é uma entidade multidimensional e complexa que é influenciada por diversos

aspectos da vida pessoal e profissional dos indivíduo (ALMALKI; FITZGERALD; CLARK,

2012; ALVES, 2010). É um conceito abstrato e subjetivo que surgiu na década de 1950 com a

finalidade de tornar a vida dos trabalhadores menos penosa buscando a valorização do

trabalhador como ser humano (ALVES, 2010). Nos últimos anos, esse tema vem sendo

bastante estudado e discutido no meio acadêmico e científico ao redor do mundo, abordando

como foco a QVT de diferentes categorias profissionais, incluindo os trabalhadores da saúde

(ALMALKI; FITZGERALD; CLARK, 2012; ALVES, 2010; MASCARENHAS et al., 2013).

Um estudo realizado por Branco et al (2010) que se propôs a investigar o perfil

sociodemográfico e a qualidade de vida de 306 profissionais da saúde que atuavam em um

hospital universitário no Sul do Brasil, através do WHOOQOL-Bref, verificou um perfil

sociodemográfico semelhante ao identificado pelo presente estudo, no qual a maioria dos

profissionais de saúde (Enfermeiros, técnicos/auxiliares de enfermagem, médicos,

fisioterapeutas e farmacêuticos) eram do gênero feminino, entre 19 e 65 anos, com idade média

de 33 (± 8,3) anos, tinham renda em torno de 3 SM próximo da renda observada entre a maioria

dos técnicos e auxiliares de enfermagem de nosso estudo (Com renda de até 4 SM), e a maioria

relatou ter mais de um vínculo empregatício em unidades hospitalares. A Carga Horária

observada pelo nosso estudo também se aproximou da média identificada pelo estudo de Branco

et al (2010).

Partindo do paradigma de que existe uma “divisão sexual do trabalho” em diversos

setores, vê-se a predominância da mulher no ambiente hospitalar como uma evidência do

crescimento da mulher em ambientes profissionais e sociais que em outros tempos eram mais

comumente ocupados por profissionais do gênero masculino. Essa transição histórica e cultural

marca a ruptura da imagem feminina tradicional constituindo o trabalho em saúde mais um

importante caminho de emancipação econômica e social das mulheres (BRANCO et al., 2010;

PASTORE; ROSA, 2006).

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38

Por outro lado, a predominância da mulher na área da saúde, principalmente do cenário

estudado (pediatria e neonatologia), pode ser entendida como um reflexo histórico da divisão

sexual do trabalho que coube à mulher, por muito tempo, o papel do “cuidar” uma vez que,

historicamente, vê-se o campo de trabalho da área da saúde um lugar de concentração de

trabalho feminino (PASTORE; ROSA, 2006).

Quanto a Carga Horária exercida pelos profissionais da saúde nos locais de trabalho

pesquisados, o nosso estudo revelou na categoria de fisioterapeutas uma carga horária maior do

que a estipulada pela Lei Nº 8856 de 1994. A carga horária máxima de trabalho definida para a

categoria de fisioterapeutas é de no máximo de 30 horas semanais por vínculo empregatício

(BRASIL, 1994). Assim cabe refletir como é realizada a distribuição dessa carga horária em

unidades hospitalares. E a importância de se reforçar as fiscalizações pelos órgãos competentes

como o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO) e Conselho

Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) com o intuito de se preservar os

diretos legais desses profissionais e também se evitar a sobrecarga de trabalho dos

mesmos(BRASIL, 1994).

O nosso estudo identificou e avaliou a QVT dos profissionais e a classificou como

satisfatória em todos os seus domínios.

Mesmo diante de uma QVT satisfatória os profissionais de saúde apontaram estar

insatisfeitos com a remuneração, as condições de trabalho, o pouco tempo para o convívio social

(família, parceiro (a) e amigos), a escala e regime de plantões e o com o reconhecimento

profissional e pessoal.

O nosso estudo trouxe resultados diferentes de outros estudos, como por exemplo, o

estudo realizado por Souza; Stancato (2011), em um hospital universitário em Campinas-SP,

em que ao abordar a QV de profissionais de saúde (Técnicos de enfermagem, Enfermeiros,

Médicos, Fisioterapeutas, Nutricionistas, dentre outros) no qual foi observado baixos escores

de QV na maioria dos domínios, sendo inclusive os piores escores obtidos quanto aos domínios

“ambiental” e “relações sociais” aspectos relacionados diretamente ao trabalho e a QVT

(SOUZA; STANCATO, 2011). Para esses autores, os baixos escores da QV dos profissionais

da saúde, principalmente quanto aos domínios “ambiental” e “relações sociais”, são um reflexo

da influência do ambiente hospitalar insalubre, repleto de desafios e riscos à saúde, sobrecarga

emocional e física sob a QV dos profissionais da saúde.

Entende-se o ambiente hospitalar como insalubre permeado por riscos à saúde, tensões

e desafios constantes na assistência e trabalho. Onde muitas vezes ocorre a transformação do

entendimento do conceito de “emergências em saúde” em “rotina de trabalho” por parte dos

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39

profissionais de saúde, o que gera conflitos e estresse ocupacional para os mesmos (ACIOLI

NETO et al., 2013; MONTEIRO et al., 2013; SOUZA; STANCATO, 2011). Dessa forma,

supõe-se que esses indivíduos estão expostos direta ou indiretamente a riscos a sua saúde e ao

estresse inerentes a sua atividade ocupacional, dentre outros agravos biopsicofisiológicos, de

forma cumulativa e progressiva (SOUZA; STANCATO, 2011).

Em relação aos domínios da QV o estudo de Branco et al (2010) identificou valores

similares ao nosso estudo em relação ao domínio “Físico”. Já quanto ao domínio “psicológico”

foram encontrados escores superiores ao identificado pelo nosso estudo. Esse achado pontua a

necessidade de se implementar e fortalecer ações de promoção em saúde, com foco na saúde

mental dos profissionais da saúde. Bem como a implementação e fortalecimento de ações e

programas com a finalidade de se melhorar a qualidade de vida dos profissionais da saúde

fortalecendo seus mecanismos de defesa e enfrentamento diário contribuindo para melhoria da

qualidade de vida no que se refere aos domínios “físico” e “psicológico” (BRASIL, 2008).

Ações desse tipo já são realizadas em diversos campos e áreas, sendo inclusive já

adotadas para trabalhadores do campo da saúde. Um desses exemplos foi retratado em 2008,

pelo Núcleo Estadual do Ministério da Saúde, no estado de São Paulo, Brasil. Onde os

funcionários deste núcleo do ministério da saúde foram convidados a participar de diversas

atividades, como por exemplo, grupos de terapia complementares (massagem relaxante,

cromoterapia, quick massage, shiatsu, reiki, radiestesia, tuiná, drenagem linfática corporal,

reflexologia podal, feng shui e massagem bioenergética); grupos de ginástica laboral onde

foram realizadas práticas de atividades física diária, de forma sistematizada, com a pretensão

de se promover o bem-estar geral dos funcionários; bem como atividades de assistência e

promoção de saúde, como por exemplo, assistência médica, nutricional, apoio da equipe de

serviço social e também participavam de atividades voltadas à promoção da saúde, através de

intervenções e ações de educação em saúde no próprio ambiente de trabalho (BRASIL, 2008).

Outras atividades como grupos de canto, coral e teatro também foram reatadas e

verificou-se que obtiveram êxito ao contribuir de forma positiva sobre as relações pessoais e

profissionais entre os funcionários, e contribuiu para o fortalecimento das potencialidades

individuais e coletivas, assim como mostrou um resultado positivo quanto a melhoria da

qualidade de vida dos funcionários do Núcleo de Estadual do MS (BRASIL, 2008).

O presente estudo não identificou diferença entre as médias da QVT entre os grupos

estudados, exceto quanto ao domínio “profissional” no qual os fisioterapeutas apresentaram

escores maiores que os demais profissionais da saúde.

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40

O nosso estudo também não identificou diferença da qualidade de vida no trabalho e os

profissionais que trabalham em unidades de terapia intensiva e aqueles que trabalham em

enfermaria. Outros estudos, porém, relatam que trabalhadores que atuam em UTI’s estão mais

propensos a relatar pior QVT do que os profissionais que atuam em outros setores do hospital,

por efeito da complexidade das atividades realizadas, assistência prestada e gravidade dos

pacientes assistidos (BRANCO et al., 2010; LEITE; VILA, 2005).

Em uma revisão da literatura sobre a qualidade de vida dos profissionais de saúde no

ambiente hospitalar, Santana et al (2014) identificou que dos 16 trabalhos incluídos em sua

busca, a maioria utilizou o questionário da Organização Mundial da Saúde (OMS) WHOQoL,

versão abreviada, sendo que apenas dois desses estudos utilizaram-se instrumentos específicos

para aferição da QVT. Assim, fatores físicos e emocionais causam impacto na QV dos

profissionais da saúde (SANTANA et al., 2014).

Entre os trabalhos que abordam diretamente a QVT dos profissionais da saúde, destaca-

se o trabalho de Kimura; Caradina (2009). Este, utilizou um instrumento chamado “Instrumento

de Qualidade de Vida no Trabalho de Enfermeiros” (IQVTE), desenvolvido e validado pelos

próprios autores, no qual o escore da QVT e seus domínios podem variar numa escala de 0 a

20 (KIMURA; CARADINA, 2009).

Os autores buscaram quantificar a QVT de 348 enfermeiros que atuavam em unidades

hospitalares na cidade de São Paulo–SP. Identificaram um perfil sociodemográfico (idade,

escolaridade, renda) semelhante ao perfil dos profissionais do nosso estudo, e que os

enfermeiros também apresentavam uma QVT adequada. Tanto no escore global da QVT quanto

em seus domínios (KIMURA; CARADINA, 2009).

O estudo de Spiller; Dyniewicz; Slomp (2008) com 109 profissionais da saúde (sendo

89 enfermeiros, 14 fisioterapeutas, e 06 nutricionistas), utilizando o WHOQoL-Bref, em um

Hospital Universitário de Curitiba- Paraná (PR), avaliou a QV de todos os domínios como boa

ou satisfatória, corroborando com os resultados da nossa pesquisa. Todavia, encontraram baixos

escores no domínio 4 (Ambiente), que reflete o impacto do ambiente de trabalho sobre a vida

dos sujeitos. Este domínio do WHOQoL-Bref se aproxima do domínio “profissional” do

TWLQ-Bref, utilizado pelo presente estudo.

O domínio que se refere ao “ambiente” do WHOQoL-Bref é o que mais se aproxima do

domínio “profissional” do TWLQ-Bref, utilizado pelo presente estudo, uma vez que aborda

aspectos relacionados ao trabalho e seu impacto sobre a vida dos indivíduos (MACIEL;

OLIVEIRA, 2014; SANTANA et al., 2014).

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Sendo assim, reforçam que os baixos escores no domínio 4 (Ambiente) é reflexo do

impacto negativo do trabalho sob a QV e saúde dos profissionais de saúde. Dentre os aspectos

citados por esses autores está o envolvimento dos profissionais de saúde com seus pacientes.

Isto pode contribuir para o surgimento de fragilidades físicas e emocionais a medida em que o

profissional de saúde presta seu cuidado de saúde aos seus pacientes (SANTANA et al., 2014;

SPILLER; DYNIEWICZ; SLOMP, 2008).

Diversos estudos abordam a QV de categorias profissionais específicas (FERREIRA,

2008). Em relação aos profissionais técnicos e auxiliares de enfermagem, Maciel; Oliveira

(2014) ao verificar a QV desses profissionais em um hospital filantrópico em Dourados - Mato

Grosso do Sul (MS), utilizando-se o WHOQoL-Bref, identificou escores superiores aos

encontrados por nosso estudo, principalmente nos domínios “físico”, “Ambiente” e

“psicológico”.

Essa divergência entre os escores observados pelo nosso estudo e outros estudos mostra

que a QV dos técnicos/auxiliares de enfermagem, pode ser afetada de forma diferente. Em

virtude da diferença entre o contexto, realidade, ambiente e condições de trabalho no qual estão

inseridos. Mesmo diante dessa pequena diferença entre os estudos verificou-se que os técnicos

de enfermagem apresentam boa QV (MACIEL; OLIVEIRA, 2014).

Ao se estudar a QVT de enfermeiros que atuam em UTI Schmidt et al (2013) identificou

que esses profissional apresentavam QVT satisfatória, corroborando com o nosso estudo.

Em um estudo acerca da QV de 110 médicos anestesiologistas na cidade do Recife-

Pernambuco, utilizando-se o WHOQol-Bref, revelou-se um perfil sociodemográfico e escores

de QV (em todos os domínios) similares aos obtidos pelo nosso estudo para os

médicos/enfermeiros (CALUMBI et al., 2010). Os autores ressaltam ainda que apesar de a

maioria dos médicos classificarem como satisfatória sua QV viu-se que 44,6% deles relatam

uma baixa percepção de saúde e que estão sob excesso de trabalho.

Quanto aos fisioterapeutas, Ferreira (2008) ao verificar a qualidade de vida de 64

fisioterapeutas que atuam no complexo de saúde do campus da Universidade Estadual de

Campinas – São Paulo (SP) – UNICAMP, utilizando o WHOQol-Bref, observou um perfil

sociodemográfico semelhante ao perfil de fisioterapeutas do nosso estudo, no qual a maioria

também era do gênero feminino (81,25%), possuíam pós-graduação (93,75%), solteiros

(42,2%), possuem mais de um vínculo profissional (67,19%) e relataram uma renda similar aos

fisioterapeuta do nosso estudo.

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Mesmo diante de altos escores de QV e QVT observados entre os fisioterapeutas, e

apesar do nosso estudo evidenciar que a QVT dos fisioterapeutas no domínio “profissional” foi

maior do que das outras categorias profissionais, vê-se que o ambiente de trabalho desses

profissionais é precário e apresenta condições ergonômicas desfavoráveis, o que pode

proporcionar dificuldades para a execução de suas tarefas de trabalho, tais como manobras e

técnicas fisioterapêuticas especialmente ao público infantil, e assim, induzirem à danos na saúde

desses profissionais (FERREIRA, 2008).

Os profissionais fisioterapeutas utilizam-se de técnicas fisioterapêuticas com diversas

finalidades terapêuticas, como exemplo, o favorecimento da diminuição do trabalho

respiratório dos pacientes, manter a potência de vias aéreas, melhorar a ventilação, a troca

gasosa e assim contribuir para a precocidade da alta hospitalar (VASCONCELOS; ALMEIDA;

BEZERRA, 2011). Diversas técnicas fisioterapêuticas com suporte de evidências científicas

são utilizadas no cuidado infantil, em especial em neonatologia (NICOLAU; LAHÓZ, 2007).

Dentre elas, manobras desobstrutivas das vias aéreas através de hiperinsuflação manual

utilizando-se o ambú (Bag-Squeezing), vibrocompressão, posicionamentos, estímulo de tosse

(ou tosse assistida), dentre outros.

Uma justificativa para os maiores escores dos fisioterapeutas quanto ao domínio

“profissional” em relação as outras categorias profissionais pode ser um reflexo do caráter

multidimensional da QVT, que fatores intrínsecos e pessoais podem influenciá-la. Sendo assim,

fatores como a realização pessoal e profissional dos fisioterapeutas ao cuidar de crianças em

situações críticas ou em situação de risco e, assim, contribuindo para o restabelecimento da

saúde desses indivíduos através de seu toque e técnicas que podem explicar esse achado do

nosso estudo.

O modelo de QVT proposto por Abrahan Maslow no qual o mesmo preconiza uma

hierarquização das necessidades dos indivíduos poderia explicar esse achado do nosso estudo.

Uma vez que devido ao realizar seu trabalho em pediatria e neonatologia o fisioterapeuta reforça

aspectos intrínsecos e pessoais como melhora da sua própria “estima” e a “realização” pessoal

e profissional, aspectos que segundo Maslow, está no topo da hierarquia das necessidades dos

trabalhadores, o que torna os fisioterapeutas mais satisfeitos com sua QVT quanto ao domínio

“profissional” (PIZZOLATO; MOURA; SILVA, 2013).

Embora nosso estudo não tenha revelado associação entre ter pós-graduação e a QVT

ou seus domínios outros estudos, ele aponta que quanto mais especializado o profissional da

saúde, melhor é sua remuneração e sua QVT (LIANG; WANG; TAO, 2015).

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Um estudo realizado em Seul, na Coréia do Sul, em 2015 abordando a qualidade de vida

profissional e a competência clínica de 335 enfermeiras que prestavam assistência em três

hospitais, identificou que nesse grupo as enfermeiras com especialização ocupavam cargos

mais altos e relataram receber uma melhor remuneração que as que não possuíam (KIM et al.,

2015).

Outro estudo realizado em quatro hospitais na província de Ontário, no Canadá, avaliou

a QVT de 111 enfermeiras obstetras e identificou que as enfermeiras que possuíam

treinamento/pós-graduação possuíam QVT maior que as enfermeiras que não possuíam tal nível

de escolaridade. Achado esse conflitante com os achados do nosso estudo, os profissionais com

pós-graduação apresentaram piores escores de QVT final (NOWROUZI et al., 2015).

Dessa forma, medidas que visam valorizar e recompensar economicamente os

profissionais de saúde de forma justa, condizendo com o nível de formação/especialização

desses profissionais (tal como planos de cargos e carreiras bem definidos) possam contribuir

para melhoria da QVT final dos profissionais de saúde (ALMALKI; FITZGERALD; CLARK,

2012; NAYERI; SALEHI; NOGHADI, 2011).

Para Monteiro et al. (2013) o conceito de reconhecimento se estabelece entre o

trabalhador na realização de suas atividades laborais e o reconhecimento da qualidade do seu

trabalho pelo outro (no caso aqueles que ocupam uma posição hierárquica mais alta, familiares,

dentre outros), o que representa o reconhecimento de sua utilidade técnica. Sendo assim, quando

o profissional da saúde realiza sua tarefa, o mesmo possui expectativas do quanto ele é capaz e

a certeza dessa capacidade se dá na medida em que o outro, em especial seus colegas,

reconhecem socialmente seu feito, o que promove no indivíduo um sentimento de gratificação,

porém, se isso não ocorre não é possível a transformação do esforço em realizar a assistência

prestada em prazer; e assim, o trabalhador não encontrará sentido no seu trabalho, como

consequência, poderá sofrer um desequilíbrio psíquico ou somático, demonstrando dificuldades

na realização da assistência em saúde, sentimentos de menos valia e desmotivação para esses

profissionais (MONTEIRO et al., 2013).

Nesse sentido, a implementação de programas de cargos e carreiras, valorização

profissional, melhoria da remuneração dos profissionais da saúde mostra-se cada vez mais

salutar e, nesse contexto o presente estudo identificou que uma parcela significativamente maior

dos profissionais que apresentavam QVT insatisfatória possuía pós-graduação, sendo este

resultado um reflexo da pouca valorização econômica e profissional dos profissionais.

Outro aspecto importante a ser destacado é a melhoria das condições de trabalho que

tem como objetivo melhorar tanto a qualidade de vida dos profissionais da saúde quanto à

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assistência prestada ao paciente em unidades hospitalares (SPILLER; DYNIEWICZ; SLOMP,

2008). Nesse sentido, medidas de combate aos fatores de risco relacionados à atuação dos

profissionais da saúde vêm sendo realizadas nos últimos anos com a finalidade de melhorar a

qualidade de vida dos profissionais da saúde e diminuir o estresse ocupacional nessa população

(GARDINER; LOVELL; WILLIAMSON, 2004; RUOTSALAINEN et al., 2015).

Porém, uma revisão da Cochrane, atualizada em 2015, que se propôs investigar a

eficácia de intervenções no combate ao estresse ocupacional entre os profissionais da saúde

identificou a eficácia de medidas organizacionais, um exemplo disso são as alterações no

ambiente e horário de trabalho que ainda precisam ser melhor estudadas, pois sua eficácia ainda

não está clara, e mais estudos como os Ensaios Clínicos Randomizados com intervenções mais

claras e específicas para o combate do estresse ocupacional a partir de medidas organizacionais

mostram-se necessários (RUOTSALAINEN et al., 2015).

Por outro lado, apesar da baixa qualidade das evidências, o treinamento cognitivo

comportamental com e sem estar associada à prática de relaxamento físico (por exemplo,

massagem) e mental (por exemplo, a prática de meditação) mostrou-se eficaz na redução

moderada do estresse ocupacional entre os profissionais da saúde (RUOTSALAINEN et al.,

2015).

Ainda nesse sentido Gardiner; Lovell; Williamson (2004), na cidade de Adelaide, na

Austrália, ao realizar um ensaio clínico com 110 médicos (clínicos gerais) divididos em dois

grupos, no qual 85 foram submetidos à um programa de treinamento cognitivo comportamental

de 4 semanas, e 25 formaram um grupo controle. Foi observado que essa intervenção obteve

sucesso na redução do estresse ocupacional dos médicos que participaram do programa quando

comparado aos que não participaram da intervenção. Constataram ainda que a continuidade das

práticas de treinamento cognitivo comportamental após um seguimento (follow-up) de 12

semanas se mostrou ainda eficaz na redução dos índices de estresse ocupacional entre os

indivíduos que sofreram a intervenção, ressaltando a importância desse tipo de medida na

promoção de saúde dos clínicos gerais (GARDINER; LOVELL; WILLIAMSON, 2004).

Algumas pesquisas têm investigado os fatores de estresse ocupacional que contribuem

para o desgaste físico e emocional provocado pelo trabalho. As unidades de terapia intensiva

foram criadas para atender pacientes em estado crítico, sendo um dos ambientes mais agressivos

e sobrecarregados do hospital, e muitos fatores existentes nesse ambiente podem desencadear

quadros de adoecimentos psíquicos entre os profissionais da saúde (MONTEIRO et al., 2013).

Outro fator importante abordado pelo presente estudo foi a aferição da prevalência de

17,6% de ansiedade e 12,7% de sintomatologia depressiva presente entre os profissionais de

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saúde que prestam assistência hospitalar a criança. Tal achado se aproxima do encontrado por

outros estudos abordando essa problemática nesta população (BATISTA; PAWLOWYSTSH,

2012; GOMES; OLIVEIRA, 2013; SCHMIDT; DANTAS; MARZIALE, 2011) .

Ao investigar os aspectos relacionados ao adoecimento psíquico de enfermeiras que

atuam em UTIs, através de um estudo misto (quanti e qualitativo), Monteiro et al. (2013)

identificaram que a sobrecarga de trabalho devido à grande quantidade de pacientes, recursos

humanos e materiais insuficientes, os turnos de trabalho noturno, o difícil relacionamento entre

os colegas de trabalho, pouco reconhecimento e apoio dos profissionais, rigidez nas rotinas no

ambiente de trabalho, dificuldades para lidar com os familiares dos pacientes e o convívio com

a morte são fatores de estresse e contribuem para o surgimento de crises éticas e moral dos

profissionais de saúde, para o adoecimento psíquico dos mesmos (MONTEIRO et al., 2013).

Nosso estudo alinha-se com os achados de Monteiro et al (2013) na medida em que

identificou que a “remuneração”, “as condições de trabalho”, o “pouco tempo destinado aos

amigos, familiares e parceiro (a) ”, a “escala e regime de plantões” e o “reconhecimento” como

as cinco principais causas de insatisfação com o trabalho entre os profissionais de saúde do

presente estudo. Porém, mais estudos são necessários com a finalidade de se estudar se esses

fatores de insatisfação com o trabalho para essa população de fato estão ou não associados ao

adoecimento psíquico na população estudada.

Dentre os diversos elementos presentes no cotidiano da assistência hospitalar à

população infantil, a morte mostra-se como sendo o maior vilão para a equipe de saúde e com

ela o luto da equipe (COSTA; LIMA, 2005). Diante desse contexto, o luto traz para os

profissionais da saúde sentimentos negativos tais como frustação, desapontamento, derrota,

tristeza, pesar, dentre outros, o que pode contribuir para o comprometimento QV dos

profissionais da saúde e o adoecimento dos mesmos (COSTA; LIMA, 2005).

O enfrentamento do luto da criança e adolescente deve ser um tema discutido desde a

formação dos profissionais da saúde e também ser mais explorado no cotidiano hospitalar,

através de atividades de educação continuada, com o intuito de se fortalecer os mecanismos de

enfrentamento da equipe em relação a essa realidade (COSTA; LIMA, 2005)

O presente estudo identificou que o domínio “Físico e Saúde” da QVT estava associado

a maior prevalência de ansiedade e depressão entre os profissionais da saúde, o que pode ser

entendido como um reflexo negativo do trabalho em saúde no ambiente hospitalar sobre a saúde

psíquica desses indivíduos, no qual estão submetidos à péssimas condições de trabalho, pouca

valorização profissional/pessoal e incipientes políticas e atividades destinadas à prevenção e

promoção de saúde entre essa população.

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46

Em contraste à pouca valorização de ações em prevenção e promoção de saúde entre os

profissionais da saúde, o nosso estudo verificou um elevado índice de sedentarismo entre os

profissionais da saúde fato já observado por outros estudos (ACIOLI NETO et al., 2013;

COSTA; SOARES; TEIXEIRA, 2007). Esse achado pontua a urgente necessidade de se

incentivar práticas regulares de atividade física entre os profissionais da saúde com o intuito de

se reduzir a prevalência de ansiedade e depressão, mas também se promover uma melhoria na

qualidade de vida dessa população (ACIOLI NETO et al., 2013; COSTA; SOARES;

TEIXEIRA, 2007; DE ARAÚJO; DE MELLO; LEITE, 2007).

Em relação às limitações do presente estudo, destaca-se o fato da necessidade de se

adotar uma amostra não probabilística por conveniência, o que criou uma fragilidade quanto a

inclusão dos sujeitos do estudo e, portanto, a extrapolação de tais resultados deve ser vista com

cautela.

Quanto as fortalezas do estudo destacamos a utilização de um instrumento específico

para avaliação da QVT entre os profissionais da saúde (TQWL-Bref), sendo este instrumento

recentemente desenvolvido para a população brasileira por Pedroso (2010).

Dentre os trabalhos abordando o tema verifica-se que a maioria foi, até então, realizado

em um único cenário, em sua maioria em hospitais universitários e que prestam assistência a

população adulta. O presente estudo, porém, foi realizado em diversos serviços (tanto hospitais

universitários quanto serviços de referência na área), e que prestam assistência em pediatria e

neonatologia, sendo um diferencial do nosso estudo. Para tanto foi cenário de estudo todos os

sete hospitais que prestam assistência infantil, no município de Natal-RN, contribuindo para

uma visão ampla da QVT dos profissionais da saúde que atuam na assistência da criança nesses

diferentes contextos.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os profissionais da saúde atuantes em unidades hospitalares de pediatria e neonatologia,

no município de Natal-RN, apresentavam um perfil em que sua maioria era do gênero feminino,

com idade média superior a 30 anos, com pós-graduação e mais de um vínculo empregatício,

o que pode representar um perfil de experientes profissionais da saúde.

Verificou-se entre os profissionais da saúde que a QVT foi mensurada e avaliada como

satisfatória em todos os seus domínios. Não foi observada diferença entre os escores da QVT e

diferentes categorias profissionais, entretanto, os fisioterapeutas apresentaram QVT no domínio

“profissional” melhor escore que as outras categorias profissionais estudadas.

As principais causas de insatisfação foram a remuneração, as precárias condições de

trabalho, o pouco tempo disponível para o convívio social, escala e regime de plantões e a

valorização profissional.

Observou-se que 17,6% dos profissionais da saúde apresentaram ansiedade e 12,7%

sintomatologia depressiva. E não se verificou diferença entre a prevalência desses agravos nas

diferentes categorias profissionais.

Dentre os domínios da QVT o domínio “físico e saúde” mostrou-se associado à maior

prevalência de ansiedade e depressão entre os profissionais da saúde, assim como o escore final

da QVT mostrou-se associado à maior prevalência de depressão entre os profissionais da saúde.

Porém, com o intuito de se diminuir a prevalência de sintomatologia depressiva e ansiedade

nessa população torna-se necessário implementar de ações voltadas para a preservação e

melhora da QVT dessa população.

Mesmo diante de uma QVT satisfatória ressalta-se a importância de se implementar nos

hospitais de pediatria e neonatologia do município de Natal-RN programas de promoção e

prevenção de saúde voltados aos trabalhadores da saúde, bem como reforçar o apoio de ações

de assistência à saúde física e mental para essa população, com o intuito de se melhorar os

escores dos domínios “físico e saúde” e “psicológico” e, também reduzir a prevalência de

ansiedade e da sintomatologia depressiva nessa população.

Com o intuito de se melhorar a QVT dos trabalhadores da saúde quanto aos domínios

“profissional” e “pessoal” é necessário a implementação de políticas de saúde do trabalhador,

e que a gestão direta das unidades hospitalares infantis no município de Natal-RN, entidades

representativas, sociedade e profissionais da saúde trabalhem em parceria para que as medidas

como melhoria da remuneração, planos de cargos e carreiras dos trabalhadores da saúde,

incentivo à educação permanente e melhorias nas condições de trabalho e repouso,

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implementação de grupos de treino cognitivo comportamental, artes, lazer, dentre outras, sejam

realmente efetivadas para uma melhor qualidade de vida do trabalhador em saúde.

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56

APÊNDICES

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57

APÊNDICE A - FICHA DE AVALIAÇÃO DO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO, PERFIL

OCUPACIONAL E HÁBITOS DE VIDA

UNIVERDIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

FICHA DE AVALIAÇÃO DO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO, OCUPACIONAL E

HÁBITOS DE VIDA.

Este instrumento tem como objetivo conhecer você melhor, para isso coleta informações

sobre o perfil seu perfil sociodemográfico, ocupacional e hábitos de vida. Por favor, tenha em

mente os últimos dois meses para responder as questões. Caso, não saiba ou se sinta

constrangido (a) para responder alguma questão ou não deseja respondê-la sugiro que assinale

a alternativa “Desejo não responder”.

01

Qual Hospital está respondendo esse questionário?

Desejo não

responder

02

Você trabalha em outro hospital?

Sim Não Desejo não

responder

Se sim, onde?

_________________________________________________

03

Qual tipo de unidade que você presta assistência?

Alta Complexidade

(UTI)

Média Complexidade

(Enfermarias, etc)

Desejo não

responder

CÓDIGO DE

IDENTIFICAÇÃO:

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58

04

Qual sua profissão?

Téc./Aux. de

Enfermagem Enfermeiro

Médico

Pediatra Fisioterapeuta

Outra:

_____________________________________________

________

Desejo não

responder

05

Em média quantas horas você trabalha semanalmente nessa unidade?

Desejo não

responder

06

Em média quantas horas você trabalha semanalmente somando todos os locais em

que trabalha?

Desejo não

responder

07

Quanto em média é sua renda mensal? Em Reais (R$)

Desejo não

responder

08

A maioria de seus turnos de trabalho se concentram em qual período do dia?

Manhã Tarde Noite

Integral (Dia) Integral (Dia/Noite – Plantões 24h) Desejo não

responder

09

Qual seu nível de escolaridade?

Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior

Possui Pós-Graduação,

Qual tipo?____________________________________

Desejo não

responder

10

Qual Sua Idade? (em anos)

Desejo não

responder

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59

11

Qual seu Estado Civil?

Solteiro Casado Divorciado Viúvo

União Estável Desejo não

responder

12

Você Fuma?

Sim Não Desejo não

responder

13

Você Bebe?

Sim Não Desejo não

responder

14 Faz uso de alguma medicação?

Sim Não Desejo não responder

Se sim,

Qual?__________________________________________________________

15 Faz uso de alguma droga ilícita?

Sim Não Desejo não responder

Se sim,

Qual?______________________________________________________________

16 Faz uso de alguma lícita?

Sim Não Desejo não responder

Se sim, Qual?________________________________________________________

17

Qual meio tipo de meio de transporte você utiliza para ir ao trabalho?

Público (Ônibus,

trem, etc.) Particular (Carro, moto, etc.)

Desejo não

responder

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60

18

Você considera seu tempo de descanso fora do trabalho suficiente para suas

necessidades?

Sim Não Desejo não

responder

19

Você exercesse alguma outra atividade profissional além do trabalho em saúde?

Sim Não Desejo não responder

Se sim, Qual?___________ _____________________________________________

20

Você pratica alguma atividade física regularmente?

Sim Não Desejo não responder

Se sim, Qual?________________________ ______________________________

21

Você possui algum hobby?

Sim Não Desejo não

responder

22

Você considera que o tempo que você destina às atividades de lazer adequado às

suas necessidades?

Sim Não Desejo não

responder

23 Você já pensou em desistir do seu trabalho em saúde ou mudar de profissão?

Sim Não Desejo não responder

Se sim, Qual? ______________________________________________________

24 Você já pensou em mudar de profissão?

Sim Não Desejo não responder

Se sim, Qual? _______________________________________________________

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61

25

Se você fosse listar o que em PRIMEIRO LUGAR deixa você mais insatisfeito (a)

com seu trabalho em saúde?

Escala e regime

de plantões

Pouco tempo destinado à

família/amigos/parceiro (a)

Carga Horária

Remuneração Transporte para o trabalho Condições de

Trabalho

Riscos à Saúde Cobrança por reciclagem

profissional, etc.

Reconhecimen

to

Outro, qual? _____________________________________ Desejo não

responder

26

Se você fosse listar o que em SEGUNDO LUGAR deixa você mais insatisfeito (a)

com seu trabalho em saúde?

Escala e regime

de plantões

Pouco tempo destinado à

família/amigos/parceiro (a)

Carga Horária

Remuneração Transporte para o trabalho Condições de

Trabalho

Riscos à Saúde Cobrança por reciclagem

profissional, etc.

Reconhecimen

to

Outro, qual?__________ ____________________________ Desejo não

responder

27

Se você fosse listar o que em TERCEIRO LUGAR deixa você mais insatisfeito (a)

com seu trabalho em saúde?

Escala e regime

de plantões

Pouco tempo destinado à

família/amigos/parceiro (a)

Carga Horária

Remuneração Transporte para o trabalho Condições de

Trabalho

Riscos à Saúde Cobrança por reciclagem

profissional, etc.

Reconhecimen

to

Outro, qual? __________________________________ Desejo não

responder

Muito obrigado por sua colaboração!

Natal-RN_____/_____/______

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62

APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

UNIVERDIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO (TCLE) Nº _______

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa QUALIDADE DE VIDA,

ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE QUE PRESTAM

ASSISTÊNCIA NEONATAL/PEDIÁTRICA EM UNIDADES HOSPITALARES DE ALTA

E MÉDIA COMPLEXIDADE que é coordenada pelos pesquisadores Jeferson Messias de

Alencar Cruz e Cláudia Helena Soares de Morais Freitas. Sua participação é voluntária, o que

significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que

isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.

O objetivo do estudo é entender melhor o perfil sociodemográfico, ocupacional e hábitos

de vida dos profissionais de saúde que prestam assistência infantil em unidades de média e alta

complexidade e como esses fatores se relacionam com a qualidade de vida, e eventual ansiedade

e ou depressão. Acreditamos que conhecendo melhor essas informações poderemos avaliar

como está a saúde desses profissionais e assim programar estratégias de melhorias das

condições de vida e trabalho dessa população bem como promover indiretamente melhoria da

assistência infantil oferecida a população.

Você será solicitado (a) a responder, voluntariamente, a três questionários com questões

claras e objetivas, que incluem problemas frequentemente apontados por outros profissionais

de saúde como você. E caso tenha alguma dúvida durante a aplicação desses questionários sinta-

se à vontade para perguntar ao pesquisador. Durante a aplicação do instrumento a previsão de

risco é mínima, podendo haver desconforto durante o preenchimento, pois você responderá

questões sobre características da sua profissão e aspectos pessoais, emocionais dentre outras

que podem gerar algum desconforto. No entanto, estes riscos serão reduzidos por meio da

confidencialidade e a privacidade das informações por você prestadas e pela total liberdade para

se recusar a responder perguntas que lhe cause constrangimento de qualquer natureza ou de

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63

desistir da pesquisa no momento em que julgar conveniente sem nenhum prejuízo. Em qualquer

momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá

direito a indenização.

Os dados que você irá nos fornecer serão analisados na finalização desse estudo,

arquivados em local seguro sob a responsabilidade dos pesquisadores, sendo divulgados apenas

em congressos ou publicações científicas, garantindo-se o anonimato dos participantes.

Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta

pesquisa, poderá perguntar diretamente para Jeferson Messias de Alencar Cruz, cujos contatos

são: telefone (84) 98736-6693, e-mail: [email protected] no endereço do

Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Av. Salgado Filho 1787 – Lagoa Nova – Natal

– RN – CEP 59056000. Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o

Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL/UFRN, telefone

(84) 3342 5003; ou entrar em contato no endereço Av. Nilo Peçanha, 620 – 3º subsolo,

Petrópolis, CEP 59.012-300 Natal/RN ou pelo e-mail [email protected].

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o

pesquisador responsável Jeferson Messias de Alencar Cruz.

Consentimento livre e esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão

coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará

para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa

QUALIDADE DE VIDA, ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE

QUE PRESTAM ASSISTÊNCIA NEONATAL/PEDIÁTRICA EM UNIDADES

HOSPITALARES DE ALTA E MÉDIA COMPLEXIDADE e autorizo a divulgação das

informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum

dado possa me identificar.

Natal/RN, _____ de _______________ de20____.

_______________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

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64

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo QUALIDADE DE VIDA, ANSIEDADE E

DEPRESSÃO EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE QUE PRESTAM ASSISTÊNCIA

NEONATAL/PEDIÁTRICA EM UNIDADES HOSPITALARES DE ALTA E MÉDIA

COMPLEXIDADE, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os

procedimentos metodológicos e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante

desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei

infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de

Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal/RN, _____ de _______________ de 20___.

_________________________________________

Jeferson Messias de Alencar Cruz

Pesquisador Responsável

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65

ANEXOS

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66

ANEXO A - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA NO

TRABALHO

UNIVERDIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃODA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO –

“Total Quality of Work Life”, versão abreviada (TQWL-bref). (Pedroso, 2010)

Este questionário tem como objetivo avaliar a qualidade de vida no trabalho, sob o ponto

de vista pessoal, de saúde, psicológico e profissional.

Por favor, responda todas as questões. Caso não tenha certeza sobre qual resposta dar,

sugiro escolher entre as alternativas a que lhe parece ser a mais adequada, sendo normalmente

essa a primeira escolha.

Por favor, tenha em mente as duas últimas semanas para responder as questões.

01 Como você avalia a sua liberdade para criar coisas novas no trabalho?

Muito Baixa Baixa Média Boa Muito Boa

02

Em que medida você avalia sua motivação para trabalhar?

Muito Baixa Baixa Média Alta Muito

Alta

03 Como você avalia a igualdade de tratamento entre os funcionários?

Muito Baixa Baixa Média Boa Muito Boa

04

Em que medida você avalia o seu sono?

Muito Ruim Ruim Média Bom Muito

Bom

CÓDIGO DE

IDENTIFICAÇÃO:

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67

05

Como você avalia sua liberdade de expressão no seu trabalho?

Muito Baixa Baixa Média Alta Muito

Alta

06

Você se sente realizado com o trabalho que faz?

Nada Muito

Pouco Médio Muito Completamente

07 Em que medida você possui orgulho da organização na qual trabalha?

Muito Pouco Pouco Médio Muito Completamente

08

Em que medida algum problema com o sono prejudica seu trabalho?

Nada Muito

Pouco

Mais ou

Menos Bastante Extremamente

09

Em que medida você avalia o orgulho pela sua profissão?

Muito Baixa Baixa Média Alta Muito

Alta

10

Como você avalia a qualidade da sua relação com seus superiores e/ou subordinados?

Muito Baixa Baixa Média Alta Muito

Alta

11

Em que medida sua família avalia o seu trabalho?

Muito Ruim Ruim Média Bom Muito

Bom

12

Em que medida você está satisfeito com o seu nível de participação nas decisões da

empresa?

Muito

Pouco Pouco Médio Muito Completamente

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68

13 Você está satisfeito com o seu nível de responsabilidade no trabalho?

Nada Pouco Médio Bastante Completamente

14 Você se sente satisfeito com os treinamentos dados pela organização?

Nada Pouco Médio Bastante Completamente

15

Em que medida você é respeitado pelos seus colegas e superiores?

Nada Muito

Pouco Médio Muito Completamente

16 Você se sente satisfeito com a variedade das tarefas que realiza?

Nada Pouco Médio Bastante Completamente

17

Suas necessidades fisiológicas básicas são satisfeitas adequadamente?

Nada Muito

Pouco

Mais ou

Menos Bastante Extremamente

18

Como você avalia o espírito de camaradagem no seu trabalho?

Muito ruim Ruim Médio Bom Muito

Bom

19

Em que medida você se sente confortável no ambiente de trabalho?

Nada Muito

Pouco

Mais ou

Menos Bastante Extremamente

20 O quanto você está satisfeito com a sua qualidade de vida no trabalho?

Nada Pouco Médio Bastante Extremamente

Muito obrigado por sua colaboração!

Natal-RN_____/_____/_____

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69

ANEXO B - ESCALA HOSPITALAR DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO

UNIVERDIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

ESCALA HOSPITALAR DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO – EHAD

(MACHADO, 2003)

Este questionário tem como objetivo identificar possíveis sinais de ansiedade e ou

sintomatologia depressiva tal informação é importante para saber como o seu trabalho pode

estar interferindo na sua vida.

Por favor, responda todas as questões. Caso não tenha certeza sobre qual resposta dar,

sugiro escolher entre as alternativas a que lhe parece ser a mais adequada, sendo normalmente

está a primeira escolha. Ao responder,tenha em mente a última semana para responder as

questões.

A 01

Eu me sinto tenso ou contraído:

A maior parte do tempo. Boa parte do tempo.

De vez em quando. Nunca.

D 02

Eu ainda sinto gosto pelas mesmas coisas de antes:

Sim, do mesmo jeito que antes. Não tanto quanto antes.

Só um pouco. Já não sinto mais prazer em nada.

A 03

Eu sinto uma espécie de medo, como se alguma coisa ruim fosse acontecer:

Sim, e de um jeito muito forte. Sim, mas não tão forte.

Um pouco, mas isso não me

preocupa.

Não sinto nada disso.

CÓDIGO DE

IDENTIFICAÇÃO:

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D 04

Dou risada e me divirto quando vejo coisas engraçadas:

Do mesmo jeito que antes Atualmente um pouco menos

Atualmente bem menos Não consigo mais

A 05

Estou com a cabeça cheia de preocupações:

A maior parte do tempo Boa parte do tempo

De vez em quando Raramente

D 06

Eu me sinto alegre:

Nunca Poucas vezes

Muitas vezes A maior parte do tempo

A 07

Consigo ficar sentado à vontade e me sentir relaxado:

Sim, quase sempre Muitas vezes

Poucas vezes Nunca

D 08

Eu estou lento para pensar e fazer as coisas:

Quase sempre Muitas vezes

De vez em quando Nunca

A 09

Eu tenho uma sensação ruim de medo, como um frio na barriga ou um aperto

no estômago:

Nunca De vez em quando

Muitas vezes Quase sempre

D 10

Eu perdi o interesse em cuidar da minha aparência:

Completamente Não estou mais me cuidando como

deveria

Talvez não tanto quanto antes Me cuido do mesmo jeito que antes

A 11

Eu me sinto inquieto, como se eu não pudesse ficar parado em lugar nenhum:

Sim, demais Bastante

Um pouco Não me sinto assim

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D 12

Fico esperando animado as coisas boas que estão por vir:

Do mesmo jeito que antes Um pouco menos do que antes

Bem menos do que antes Quase nunca

A 13

De repente, tenho a sensação de entrar em pânico:

A quase todo momento Várias vezes

De vez em quando Não sinto isso

D 14

Consigo sentir prazer quando assisto a um bom programa de televisão, de

rádio ou quando leio alguma coisa:

Quase sempre Várias vezes

Poucas vezes Quase nunca

ESCORE:

ANSIEDADE

SINTOMATOLOGIA

DEPRESSIVA

Muito obrigado por sua colaboração!

Natal-RN_____/_____/______

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ANEXO C - Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa - CEP

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