74
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA ANÁLISE DO SONO E DA UTILIZAÇÃO DE CARTILHAS EDUCATIVAS EM PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISMENIA SILVA GOMES COUTINHO NATAL/RN 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

  • Upload
    phamthu

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

ANÁLISE DO SONO E DA UTILIZAÇÃO DE CARTILHAS EDUCATIVAS EM

PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

ISMENIA SILVA GOMES COUTINHO

NATAL/RN

2013

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

ANÁLISE DO SONO E DA UTILIZAÇÃO DE CARTILHAS EDUCATIVAS EM

PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

ISMENIA SILVA GOMES COUTINHO

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Fisioterapia da

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte como requisito final para obtenção

do título de Mestre em Fisioterapia.

Orientadora: Profª. Drª. Tânia Fernandes Campos

NATAL/RN

2013

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

C871a

Coutinho, Ismenia Silva Gomes.

Análise do sono e da utilização de cartilhas educativas em

pacientes com acidente vascular cerebral / Ismenia Silva Gomes

Coutinho. – Natal, 2013.

74f.: il.

Orientadora: Profª. Drª Tânia Fernandes Campos.

Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em

Fisioterapia. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do

Rio Grande do Norte.

1. Acidente Vascular Cerebral – Dissertação. 2. AVC -

Dissertação. 3. Sono – Dissertação. 4. Cognição – Dissertação. I.

Campos, Tânia Fernandes. II. Título.

RN-UF/BS-CCS CDU: 616.831-005(043.3)

CATALOGAÇÃO NA FONTE

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia:

Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro

iii

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

ANÁLISE DO SONO E DA UTILIZAÇÃO DE CARTILHAS EDUCATIVAS EM

PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

BANCA EXAMINADORA

Profª. Drª. Tania Fernandes Campos - Presidente- UFRN

Profª. Drª. Ana Amália Torres Souza Gandour Dantas - UFRN

Prof. Dr. Damião Ernane de Souza - UFBA

Aprovada em 26/11/2013

iv

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Dedicatória

Aos meus amados pacientes que me

proporcionam alegrias por cada conquista na

reabilitação e que contribuem todos os dias

para a minha formação profissional,

crescimento e amadurecimento como

indivíduo. Compartilho a minha felicidade

neste momento e o compromisso de poder

auxiliá-los com o conhecimento

proporcionado por esta Instituição, amor e

dedicação.

v

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Agradecimentos

Agradeço a Deus pelo cuidado, amor e compaixão por minha vida,

proporcionando a realização do desejo do meu coração, sem Ele nada sou, obrigada

Senhor por em um momento de tanta fragilidade emocional me mostrar mais uma

vez que o Senhor está no controle de todas as coisas, daquilo que parecia

impossível diante dos meus olhos.

Obrigada minha amada professora Tania, agradeço especialmente pelo

carinho de todos os momentos, paciência em minhas falhas, dedicação para comigo

no processo de orientação. Agradeço por todos os ensinamentos, você me inspira!

Eu te amo!

Às professoras Selma Bruno e Fabrícia Costa, agradeço em especial pelo

auxílio, confiança, empréstimo de equipamentos e orientação no desenvolvimento

desta pesquisa.

Agradeço aos meus pais por todo o investimento em minha formação,

esforços e abdicações, sabemos juntos como foi difícil. Sei que meu pai se

orgulharia deste momento. Obrigada por sempre me incentivarem a estudar.

Agradeço a minha Flor do campo, meu esposo amado, lembro-me de como

este sonho começou, estudar para o processo seletivo do mestrado/2012. Diante de

tantas turbulências em nossas vidas você me incentivou a apenas estudar. Obrigada

por toda a paciência e amor em momentos de dificuldades no decorrer do mestrado.

Agradeço a Deus por sua vida, dedicação, você é um presente de Deus para mim.

Aos membros do PRODIAVC por todos os momentos juntos de

aprendizagem, incentivo, companheirismo. Obrigada a Ana Amália Torres, Débora

Oliveira, Luciana Protásio, Aline Braga, André Pantoja, Magna Wathier, Suzane

Sant’ana, Glênia Saldanha, Jacilda Passos, Maria Clara Oliveira e Deyvson Paiva.

Em especial, agradeço a minha amiga Ana Amália Torres Souza Gandour

Dantas por tantos momentos compartilhados de auxílio nos estudos, congressos,

pesquisas, orientações, dedicação, noites acordadas. Peço a Deus para que eu

possa retribuir em sua vida como você contribui na minha. Você é uma amiga

especial!

Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL.

Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores que acreditaram nesta pesquisa e

se voluntariaram contribuindo de maneira inestimável. Vocês são a razão da minha

vida profissional. Obrigada aos professores do Programa de Pós- graduação em

Fisioterapia e aos funcionários do Departamento de Fisioterapia/UFRN.

Agradeço a Deus por todos vocês!

vi

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

SUMÁRIO

PÁGINA

DEDICATÓRIA v

AGRADECIMENTOS vi

RESUMO viii

ABSTRACT ix

1. INTRODUÇÃO 1

2. OBJETIVOS 7

2.1. Geral 8

2.2. Específicos 8

3. MATERIAIS E MÉTODOS 9

3.1. Tipo de pesquisa 10

3.2. Local e participantes 10

3.3. Critérios de inclusão 10

3.4. Critérios de exclusão 10

3.5. Procedimentos 11

3.5.1. Avaliação sociodemográfica e clínica 11

3.5.2. Avaliação do sono 11

3.5.3. Avaliação neurológica 12

3.5.4. Avaliação da cartilha 12

3.6. Análise estatística 13

4. RESULTADOS 14

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 40

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 42

7. ANEXOS

Anexo 1.Diário do sono

Anexo 2. Social Rhythm Metric (SRM)

Anexo 3. Questionário de Matutinidade e Vespertinidade (QMV)

Anexo 4. National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS)

APÊNDICES

Apêndice 1.Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Apêndice 2. Ficha para Caracterização Sociodemográfica e Clínica

vii

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Resumo

O AVC é uma grande causa de mortalidade e uma das principais causas de

incapacidade entre adultos. O presente estudo visa analisar o estado do sono e da

utilização de cartilhas educativas em pacientes com AVC. No primeiro estudo foram

abordados os fatores associados com os horários de dormir/acordar e no segundo

estudo foi analisado o conhecimento e prática quanto às orientações sobre os

hábitos de sono e estimulação cognitiva. No estudo 1 foram avaliados 50 pacientes

sendo 28 homens, de faixa etária entre 25 e 90 anos que durante uma semana

completaram um diário do sono e o registro de atividades através do Social Rhythm

Metric (SRM) e do Indice de Nível de Atividades (ALI) e aplicação do questionário de

cronotipo (MEQ). Utilizado o teste de correlação de Spearman verificou-se

correlação significativa entre os horários de dormir/acordar com cronotipo e entre os

horários de dormir/acordar com SRM e o ALI. No segundo estudo foram abordados

40 pacientes com idade média 56,1 ± 11,9 anos, sendo 15 homens e 25 mulheres;

como instrumentos foram utilizados National Institute Health Stroke Scale (NIHSS) e

em seguida os pacientes observaram cartilhas educativas sobre hábitos de sono e

estimulação cognitiva respondendo se conheciam e se praticavam as orientações

apresentadas. A análise estatística realizada através do teste de Fisher obteve como

resultado, que das 10 orientações apresentadas sobre os hábitos de sono, 6 foram

citadas como conhecidas e apenas 4 foram praticadas. Das 6 orientações cognitivas,

não houve diferença significativa entre os que conheciam e não conheciam, mas em

5 delas a maior frequência foi dos pacientes que não praticaram. Os resultados dos

estudos indicam a importância de avaliar o cronotipo antes do planejamento de

reabilitação, e a necessidade de se estimular o ritmo social a fim de contribuir para a

melhoria dos padrões de sono de pacientes. Verificou-se também que em relação ao

conhecimento e prática de orientações apresentadas muitos pacientes não

conheceram ou não praticaram orientações importantes a respeito de hábitos de

sono e de estimulação cognitiva, mesmo na fase crônica da patologia, sugerindo que

mais políticas de educação em saúde devem ser implementadas com intuito de

causar mudança nos hábitos de vida dos pacientes com AVC.

Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral; sono; cognição.

viii

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Abstract

Stroke is a major cause of death and a leading cause of disability among adults. This

study aims to analyze the state of sleep and use of educational booklets in stroke

patients. In the first study addressed the factors associated with the hours of sleep/

wake and in the second study analyzed the knowledge and practical guidance

regarding sleep habits and cognitive stimulation. In study 1 there were 50 patients

with 28 men, aged between 25 and 90 years for a week completed a sleep diary and

recorded the activity through the Social Rhythm Metric (SRM) and the Index Level

Activities (ALI) and application of chronotype questionnaire (MEQ). Using the

Spearman correlation test found a significant correlation between the hours of

sleep/wake with chronotype and between the hours of sleep/wake with SRM and ALI.

In the study 2 were approached 40 patients with mean age 56.1 ± 11.9 years with 15

males and 25 females, were used as instruments National Institute Health Stroke

Scale (NIHSS), and then the patients observed educational booklets on sleep habits

and cognitive stimulation responding were known and practiced the guidelines

presented. Statistical analysis was performed using Fisher's exact test was obtained

as a result of the 10 guidelines presented on sleep habits, 6 were cited as known and

only 4 were practiced. Six of cognitive orientations, no significant difference between

those Who knew and did not know, but 5 of them was the greatest frequency of

patients who did not practice. The results of the studies indicate the importance of

assessing chronotype before planning of rehabilitation, and the need to stimulate

social rhythm in order to contribute to the improvement of the sleep patterns of

patients. It was also found that in relation to knowledge and practice guidelines

presented many patients did not know or did not practice the important guidelines

regarding sleep habits and cognitive stimulation, even in the chronic phase of the

disease, suggesting that more policies in health education should be implemented in

order to bring about change in the habits of life of stroke patients.

Keywords : Stroke , sleep, cognition .

ix

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

1. INTRODUÇÃO

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é definido como uma disfunção

neurológica aguda de origem vascular, com desenvolvimento súbito de sinais

clínicos e distúrbios da função cerebral com duração de mais de 24h1. É uma grande

causa de mortalidade e uma das principais causas de incapacidade entre adultos,

levando a consideráveis problemas econômicos e sociais. No Brasil, o AVC

encontram-se entre as seis causas mais importantes de internação hospitalar por

morbidade, tanto para homens quanto para mulheres, segundo dados do IBGE, as

doenças cardiovasculares atualmente representam mais de 40% do quadro de

morbi-mortalidade e no Nordeste sua prevalência é maior comparada as demais

regiões do país2. Estes dados representam um grave problema de saúde pública no

Brasil já que o país que tem a maior taxa de mortalidade por AVC na América Latina

e que ainda é negligenciada por parte da população e até mesmo por profissionais -

de saúde. Além disso, processos patológicos que afetam a estrutura encefálica

como o AVC, pode modificar também a arquitetura do sono e comprometer a sua

qualidade3,4.

Além da incapacidade física e cognitiva, a ocorrência de perturbações do

sono é um aspecto importante que deve ser considerado no tratamento clínico de

pacientes com AVC. O processo de reabilitação é contínuo e prolongado em muitos

casos e pode estar comprometido se o paciente apresenta perturbações do sono e

qualidade de sono ruim devido ao fato que o sono interfere significativamente nos

processos de consolidação da memória e aprendizagem3.

O sono constitui um processo fisiológico cíclico distribuído em estágios que

podem ser distinguidos de acordo com o padrão do eletroencefalograma (EEG), a

presença ou não de movimentos oculares rápidos e as mudanças em diversas

variáveis fisiológicas, como o padrão cardiorrespiratório e o tônus muscular, causam

uma imobilidade postural imediatamente reversível por estimulação externa, essa

dinâmica resulta em uma arquitetura característica. É um estado cerebral ativo que

envolve mecanismos bioquímicos e modificações dos processos fisiológicos e

comportamentais5,6. A consequência funcional de sono insuficiente é a elevação de

mediadores inflamatórios, aumento da contagem de células brancas do sangue,

diminuição da função cognitiva e comprometimento do metabolismo da glicose. O

sono insuficiente pode vir a comprometer com o aumento de alterações

cardiovasculares e metabólicas tais como AVC7.

2

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

A regulação do sono envolve basicamente dois processos: o processo

homeostático (processo S), determinado pela quantidade anterior de sono e vigília, e

o processo circadiano (processo C) que organiza as alternâncias de sono e vigília

durante as 24 horas do dia de acordo com o ciclo claro-escuro. O sistema circadiano

nos seres vivos é constituído por um relógio biológico interno, e sincronizado por

estímulos fóticos (ciclo claro/escuro) e não fóticos (os horários da alimentação, de

deitar e dormir, de trabalho e lazer, entre outros)8-11 .

Os principais distúrbios relacionados ao sono no paciente pós-AVC são

insônia, síndrome da apneia obstrutiva do sono, ronco, e noctúria, acometimentos

estes que levam a alguns sintomas diurnos tais como hipersonia (necessidade de

um maior tempo de sono), sonolência e fadiga12-14. Estudos mostram evidências de

que o sono facilita a aprendizagem de tarefas motoras funcionais clinicamente

relevantes portanto, é importante compreender como o sono contribui para o

aprendizado destas habilidades e que o sono é um fator importante que deve ser

considerado pelos fisioterapeutas na prática das habilidades motoras de seus

pacientes15.

Apesar da relativa flexibilidade dos horários de dormir e acordar, o ser

humano tende a manter os períodos de vigília/sono com durações em torno de 24h

por ciclo. Desvios dessa regularidade ocorrem, usualmente, nos finais de semana,

férias e mudanças de fuso horário (Jet lag). No entanto, há alterações desse ciclo

que ultrapassam os limites da normalidade, presentes, sobretudo, em condições

crônicas evidenciada em trabalhadores em turnos alternantes ou noturnos. Essas

alterações são identificadas como transtornos dos ritmos circadianos do sono

secundários9,16.

Um fator que pode influenciar os horários de dormir e acordar de um indivíduo

é o seu cronotipo. De acordo o cronotipo, os seres humanos têm sido classificados

em: matutinos (aqueles que acordam cedo e dormem cedo), vespertinos (aqueles

que acordam no final da manhã e vão dormir tarde da noite) e intermediários que

são os que não têm preferência específica11,16-18. Estas fases revelam em que

momento do dia as funções físicas do indivíduo, os níveis hormonais, temperatura

corporal, capacidades cognitivas e padrões de sono estão ativos, podendo ser

relacionadas com a fase ótima de desempenho de atividades; no geral, a preferência

de fases tem uma distribuição normal entre a população, independentemente da

região geográfica ou aspectos culturais. Os indivíduos matutinos apresentam bom

3

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

nível de alerta e desempenho nas atividades durante a manhã e os vespertinos

apresentam melhor desempenho nas atividades durante a tarde ou à noite. O

cronotipo pode ser determinado ao questionar o próprio indivíduo sobre hábitos

preferidos durante as 24h e registrado no Questionário de

Matutinidade/Vespertinidade (QMV)19. É um instrumento amplamente utilizado nas

pesquisas científicas, desenvolvido por Horne - Östberg (1976)13 e validado no Brasil

por Benedito-Silva et al. (1990)20.

O ritmo social é outro fator importante para se avaliar a regularidade dos

horários de dormir e acordar dos pacientes com AVC, pois se baseia na realização

das atividades de vida diária, que são aquelas identificadas como essenciais para a

manutenção do bem-estar físico e psicológico do indivíduo, relacionadas com os

horários de deitar e levantar, de alimentação, e de atividades sociais que geram

mobilidade física. O ritmo social pode ser mensurado através de um instrumento

elaborado por Monk et al. (1990)21, denominado Social Rhythm Metric (SRM), que

inicialmente se propunha a estudar a associação entre rupturas do ritmo social e

início de episódios de transtornos do humor.

A qualidade do sono encontra-se associada também a regularidade nos

horários de dormir e acordar. A má qualidade do sono afeta diretamente a qualidade

de vida humana, pois parece estar envolvida com o aumento da morbidade por

disfunção autonômica, distúrbios psiquiátricos, envelhecimento precoce, depressão,

insuficiência renal, intolerância à glicose, hipercortisolemia e com a diminuição da

eficiência laboral. A curta duração do sono (inferior a sete horas) traz uma forte

associação com a mortalidade em geral, principalmente por doenças

cardiovasculares. Sujeitos que dormem muito (mais de nove horas) assim como os

que dormem pouco (menos de sete horas) têm seu tempo de vida diminuídos,

principalmente por doenças cardiovasculares e câncer, sobretudo as mulheres. Os

problemas na duração e/ou na qualidade do sono guardam uma estreita relação com

doenças crônicas. Assim, uma má qualidade do sono é um componente importante

de vulnerabilidade da saúde humana. Isso decorre do fato da arquitetura e fisiologia

do sono ser um processo ativo, complexo e necessário para o estabelecimento da

saúde física e cognitiva do homem 22,23.

A boa qualidade do sono é essencial permitindo uma melhor capacidade para

compreender, analisar e absorver maiores quantidades de informações durante o

processo de aprendizagem. Conhecimentos sobre a higiene do sono estão

4

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

relacionados com a prática de hábitos de sono que por sua vez está diretamente

ligada a qualidade geral deste24. Higiene do sono é definida como um conjunto de

comportamentos relacionados ao sono, que expõem pessoas às atividades e

sugestões de prepará-los para promover a eficaz e o adequado tempo de sono e a

promoção do bom sono. Esses comportamentos incluem a redução no consumo de

cafeína, nicotina e álcool; ênfase na regularidade dos padrões de vigília/sono; a

redução do sono diurno e do uso de medicação para induzir o sono; exercícios de

relaxamento e o cultivo de um ambiente de sono positivo e confortável. A higiene do

sono é um importante preditor da qualidade do sono. No entanto, ainda são poucos

os estudos que tem analisado como o conhecimento e as práticas de higiene do

sono afetam a qualidade do sono em geral, principalmente dos pacientes com

AVC24-26.

Na abordagem clínica, frequentemente o fisioterapeuta avalia e programa o

tratamento do paciente sem levar em consideração a variação temporal de funções e

comportamentos, assim como, o cronotipo, o ritmo social, a qualidade do sono entre

outros aspectos, por isso, é de fundamental importância procurar identificar de que

forma esses procedimentos poderão ser implantados na Fisioterapia. Além disso,

avaliar como os problemas de sono podem ser associados aos déficits cognitivos

durante o processo de reabilitação.

Considerando que déficits cognitivos são indicadores de pobre recuperação

funcional, torna-se de suma importância a reabilitação ou estimulação cognitiva de

forma a prevenir restrições na atividade e na participação desses indivíduos na vida

diária27. Os distúrbios do sono podem impactar a capacidade funcional do paciente e

também suas funções cognitivas.

A literatura mostra que os déficits cognitivos em pacientes com AVC

dependem da combinação de três fatores: a localização da lesão, a distribuição das

disfunções neuronais que determinam a velocidade mental, memória e redução das

funções executivas e o nível de comprometimento cognitivo associado a fatores

como idade, sexo, comorbidades, dentre outros fatores27.

Estima-se que 35% dos pacientes apresentam algum tipo de

comprometimento cognitivo nos 3 primeiros meses após o AVC e que continuam

apresentando até 3 anos anos depois29-31. Aproximadamente 10% dos pacientes

após o primeiro AVC desenvolvem demência e 30% dos indivíduos após AVCs

5

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

recorrentes também 32,33. Outro estudo apontou que mais da metade dos pacientes

após um AVC sofre de déficit cognitivo como problemas na memória e lentidão

mental, sendo que na fase aguda, esses comprometimentos passam

desapercebidos34.

O comprometimento cognitivo dos pacientes com AVC é um aspecto

preocupante, pois muitas vezes se apresenta de forma silenciosa e pode evoluir

gradativamente, levando até a demência vascular. A demência vascular é a segunda

causa mais frequente de demência em países ocidentais, correspondendo a cerca

de 10% dos casos. Sua prevalência aumenta com a idade, sendo bastante frequente

em idosos com mais de 85 anos, ocorrendo em cerca de 30% dos indivíduos nessa

faixa etária34.

Diante do exposto, surgiu a necessidade de realizar estudos que

envolvessem uma análise do estado de sono e da utilização de cartilhas educativas

com medidas de higiene do sono e de estimulação cognitiva, a fim de que possam

fazer parte da prática fisioterapêutica. As cartilhas são métodos educativos e lúdicos

em que através de figuras ilustrativas onde o paciente se identifica e que os

profissionais podem usar para transmitir as orientações sugeridas aos pacientes

que estão em tratamento ambulatorial ou que receberam alta assim como a seus

cuidadores para que possam dar continuidade ao tratamento em domicílio.

6

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

2. OBJETIVOS

7

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

2.1 Geral:

Analisar o estado do sono e da utilização de cartilhas educativas em

pacientes com AVC.

2.2 Específicos:

- Avaliar os fatores associados com os horários de dormir e acordar dos pacientes

com AVC, a fim de discutir as implicações para a prática clínica (Artigo 1).

- Analisar o conhecimento e prática dos pacientes com AVC quanto às orientações

sobre os hábitos de sono e estimulação cognitiva (Artigo 2).

8

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

3. MATERIAIS E MÉTODOS

9

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

3.1 Tipo de pesquisa:

O estudo realizado foi do tipo descritivo em pacientes crônicos de AVC onde

foram analisados o conhecimento sobre orientações de hábitos de sono e

estimulação cognitiva, os horários de dormir e acordar destes pacientes associados

com o ritmo social e o índice de nível de atividades investigando a relação com a

prática clínica. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética e

Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) através do

PRODIAVC (Programa de Diagnóstico e Intervenção das Alterações do Sono,

Cognitivas e Funcionais no Acidente Vascular Cerebral) parecer N˚ 193/2006.

3.2 Local e participantes:

A pesquisa foi realizada no Setor de Fisioterapia do Hospital Universitário

Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Os

participantes desta pesquisa foram os pacientes acometidos de Acidente Vascular

Cerebral em estágio crônico (data do acometimento da lesão superior a seis meses),

não recorrentes, de ambos os sexos e de diferentes idades. Foi realizada

primeiramente a identificação dos pacientes de acordo com os critérios de inclusão e

em seguida, assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice

1). A participação dos pacientes foi de caráter voluntário, onde os mesmos foram

informados quanto aos procedimentos da pesquisa e o uso de instrumentos para

caracterização da amostra.

3.3 Critérios de inclusão:

- Pacientes com AVC apresentando diagnóstico clínico confirmado por exame

complementar;

- Pacientes acometidos de AVC no estágio crônico;

-AVC unilateral;

-Lesão cerebral não recorrente.

3.4 Critérios de exclusão:

- Trabalhadores noturnos;

-Afasia;

10

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

-Distúrbios cognitivos graves;

- Portadores de transtornos psiquiátricos graves;

- Uso de antidepressivos ou neurolépticos (interferência no padrão vigília/sono).

3.5 Procedimentos:

Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foram

aplicados os instrumentos da pesquisa de acordo com os procedimentos descritos

abaixo.

3.5.1 Avaliação Sociodemográfica e Clínica (Apêndice 2)

Composta de informações do paciente como dados pessoais (nome, idade,

sexo, data de nascimento, escolaridade, profissão, estado civil, endereço e telefone),

dados clínicos do laudo do exame de imagem comprovando a existência da

patologia de base (AVC), área da lesão, data e tipo do episódio; presença de fatores

de risco, medicação utilizada pelo paciente.

3.5.2 Avaliação do sono

- Diário do sono (Anexo 1): Os indivíduos completaram um diário de sono durante o

período de uma semana em suas casas, sendo registrados os horários de dormir e

acordar.

- Social Rhythm Metric (SRM) (Anexo 2): Na mesma semana de utilização do diário

do sono os pacientes também registraram o horário em cada dia onde realizaram 17

atividades (sendo 15 específicas e 2 opcionais), com a finalidade de mensurar

especificamente o ritmo social do indivíduo: sair da cama, primeiro contato com outra

pessoa, café da manhã, lanche, sair de casa, iniciar trabalho (trabalho doméstico ou

atividade voluntária), almoço, cochilo à tarde, jantar, exercício, lanche ou bebida à

noite, assistir notícias na TV, outros programas de TV, atividade A, atividade B,

voltar para casa pela última vez e ir para a cama. Através da SRM pode-se calcular

o ALI (Activity Level Index) que representa a diversidade de atividades

desenvolvidas no momento de aplicação do instrumento, obtido através da

contagem simples do número de atividades desenvolvidas com regularidade a cada

dia. Dessa forma, o índice ALI pode atingir um máximo que poderá variar de acordo

11

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

com a quantidade de dias em que o instrumento for aplicado. Por exemplo, o valor

máximo a ser obtido do índice ALI será de 119 (17 x 7), caso o indivíduo desenvolva

com regularidade todas as 17 durante os 7 dias de aplicação do instrumento. A SRM

é calculada dividindo-se a soma dos hits das atividades pelo valor do ALI. O escore

da SRM varia de 0 a 7, ou seja, de menor a maior regularidade21.

- Questionário de Matutinidade e Vespertinidade (QMV) (Anexo 3): composto por 19

questões relativas às preferências dos horários de dormir e acordar. Cada resposta

às questões apresenta uma pontuação e através de um algoritmo é feita a

classificação. As pontuações entre 16-41 determinavam o tipo vespertino, entre 59-

86 definiam o tipo matutino e entre 42- 58 o tipo indiferente. O QMV foi validado no

Brasil por Benedito-Silva et al. (1990)20.

3.5.3 Avaliação Neurológica

- National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) (Anexo 4): é um instrumento de

avaliação do grau de comprometimento neurológico do paciente composto por 11

domínios (nível de consciência, movimentos oculares, campo visual, movimentos

faciais, função motora do membro superior e do membro inferior, ataxia de

membros, sensibilidade, linguagem, disartria, negligência espacial), sendo

pontuados com escores que variam de 0 a 4. Com a soma da pontuação de cada

item é obtido um escore total, e quanto maior for o seu valor, maior é o

comprometimento neurológico. Considera-se que escores de 0 a 6 indicam um

comprometimento neurológico leve, de 7 a 16, comprometimento moderado e

escores de 17 a 30, comprometimento neurológico grave35.

3.5.4 Avaliação da cartilha

- Foram apresentadas aos participantes as cartilhas educativas elaboradas com

ilustrações coloridas de indivíduos em diversas situações da vida e convívio social,

com orientações relacionadas aos hábitos de sono e atividades de estimulação

cognitiva. Os pacientes observaram cada desenho, e em seguida responderam se já

tinham ou não conhecimento e se já tinham ou não praticado as orientações da

cartilha em algum momento do tratamento, após a ocorrência do AVC. As

informações coletadas foram registradas pelo avaliador em uma planilha.

12

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

3.6 Análise estatística:

Os dados foram analisados usando-se o programa SPSS (Statistical Package

for the Social Science) atribuiu-se o nível de significância de 5% para todos os testes

estatísticos.

13

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

4. RESULTADOS

14

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Os resultados coletados serão apresentados em forma de artigos científicos.

Artigo 1

FATORES ASSOCIADOS AOS HORÁRIOS DE DORMIR E ACORDAR DE

PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: IMPLICAÇÕES PARA A

PRÁTICA CLÍNICA

FACTORS RELATED TO SLEEP AND WAKE SCHEDULES OF STROKE

PATIENTS: IMPLICATIONS FOR CLINICAL PRACTICE

Ismenia Silva Gomes Coutinho, Priscilla Lima Fernandes, Tania Fernandes Campos

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Fisioterapia,

Laboratório do Sono, Natal/RN, Brasil.

Resumo

Este estudo avaliou os fatores associados aos horários de dormir e acordar de

pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC). Participaram 50 pacientes (28

homens). Durante uma semana, os indivíduos preencheram um diário de sono, o

Social Rhythm Metric (SRM), o Activity Level Index (ALI) e o Questionário de

matutinidade e vespertinidade (QMV). Na análise dos dados foi utilizado o teste de

correlação de Sperman. Foi encontrada uma correlação significativa entre os

horários de dormir e acordar com o cronotipo e entre a hora de dormir e o SRM e a

hora de acordar e o ALI. Nesse sentido, os resultados indicam a importância de se

avaliar o cronotipo dos pacientes antes do planejamento do tratamento

fisioterapêutico, e de promover atividades que possam estimular o ritmo social a fim

de contribuir com a melhoria do padrão do sono dos pacientes.

Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral, medicina do sono, desordens

neurológicas, ritmos circadianos.

Abstract

This study evaluated factors associated with sleep and wake schedules of stroke

patients. Participants 50 patients (28 men). Subjects completed a daily sleep, Social

Rhythm Metric (SRM), Activity Level Index (ALI) and Questionnaire of chronotype

15

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

(MEQ). In the data analysis we used the Spearman correlation test. We found a

significant correlation between sleep and wake up times with chronotype and

between SRM and bedtime and wake up time and the ALI. The results indicate the

importance of evaluating the chronotype before rehabilitation planning, and to

stimulate social rhythm in order to contribute to the improvement of sleep patterns of

patients.

Keywords: Stroke, Sleep in Medical Disorders, Neurologic Disorders, Circadian

Rhythms.

Introdução

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) tem sido considerado como um grande

problema de saúde pública, representando uma patologia com alta mortalidade e

maior causa de incapacidade em adultos, gerando um alto gasto para os sistemas

de saúde1.

Após o AVC, o paciente apresenta déficits motores, cognitivos, distúrbios do

sono e funcionais, entre outros, necessitando de ajuda para as atividades da vida

cotidiana e demandando maior suporte familiar e uso do Sistema de Saúde e de

outras instituições sociais 2,3.

Uma lesão na base do cérebro ou nos hemisférios cerebrais pode modificar a

arquitetura do sono, principalmente a organização do sono paradoxal18,19. As

alterações no padrão do sono noturno podem gerar consequentemente um excesso

de sonolência durante o dia, que é fator preditivo de uma variedade de dificuldades

cognitivas como diminuição da atenção-concentração, orientação espacial e

temporal e do desempenho da memória4. O reconhecimento pelos profissionais de

saúde da ocorrência dos problemas de sono aparece como um importante

componente na abordagem clínica em geral5.

Alguns fatores podem estar relacionados com o padrão do sono dos

indivíduos tais como, o cronotipo e o rimo social. Em relação ao cronotipo, os

indivíduos podem ser classificados em matutinos, que são os que preferem acordar

e dormir cedo e apresentam bom nível de alerta e desempenho nas atividades

durante a manhã; vespertinos que tendem a acordar e dormir tarde, apresentando

melhor desempenho nas atividades durante a tarde ou à noite; e indiferentes que

são os que não têm preferência específica6.

16

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Quanto ao ritmo social, este ocorre quando os horários das atividades da vida

diária tais como: levantar da cama, tomar café, almoçar, trabalhar, entre outras, são

regulares, ou seja, são realizadas numa frequência de três ou mais vezes por

semana em horários muito semelhantes, expressando um ritmo que influencia o

sistema circadiano do indivíduo que é medido através do Social Rhythm Metric

(SRM) e o Activity Level Index (ALI)7.

Os dados da literatura apresentaram argumentos para o desenvolvimento do

estudo que teve como objetivo avaliar os fatores associados aos horários de dormir

e acordar de pacientes com AVC, a fim de discutir as implicações para a prática

clínica desses pacientes.

Materiais e Métodos

Amostra: Participaram do estudo 50 pacientes com AVC, de ambos os sexos,

recrutados do Serviço de Fisioterapia do Hospital Universitário Onofre Lopes da

UFRN. Os critérios de exclusão adotados para os pacientes foram: lesão cerebral

recorrente, transtornos cognitivos graves e afasia.

Procedimentos

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa através do parecer

193/2006. Os participantes foram informados sobre os procedimentos da pesquisa e

assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

Durante uma semana, os indivíduos preencheram um diário de sono em suas

residências, registrando os horários de dormir e acordar. Na mesma semana

também registraram a cada dia a hora em que realizavam 17 atividades: levantar da

cama, primeiro contato com uma pessoa, tomar bebida, tomar café da manhã, sair

de casa, começar a trabalhar, almoçar, cochilar, jantar, fazer exercícios, fazer um

lanche, assistir a programas de notícias à noite, assistir a outros programas de

televisão, voltar para casa, ir para a cama, além de duas outras atividades que eles

realizassem regularmente durante a semana. Os escores do SRM variam de 0 e 7

(de menor a maior regularidade). Através do SRM pode-se calcular o ALI, que

significa a quantidade de atividades que são realizadas com regularidade.Em

seguida, foi aplicado o QMV e determinado o cronotipo dos pacientes7. Os escores

17

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

entre 16 e 41 determinam o tipo vespertino, entre 59 e 86 define-se o tipo matutino e

entre 42 e 58 o tipo indiferente6.

Análise estatística

Para a análise dos dados foi utilizado o programa SPSS 15.0, atribuindo-se o

nível de significância de 5%. Foi aplicado o teste de correlação de Spearman para

verificar as correlações entre as variáveis sociodemográficas, clínicas, cronotipo e

ritmo social com os horários de dormir e acordar.

Resultados

Dos 50 participantes do estudo, 22 eram mulheres e 28 homens. Quanto à

escolaridade 26% eram analfabetos e 74% eram alfabetizados, e 46% tiveram lesão

cerebral esquerda e 54% à direita.

A Tabela 1 apresenta as características demográficas, clínicas, cronotipo,

ritmo social e quanto aos horários de dormir e acordar da amostra estudada.

Tabela 1- Análise descritiva das características sociodemográficas, clínicas,

cronotipo, ritmo social e horários de dormir e acordar dos pacientes com Acidente

Vascular Cerebral.

Variáveis Mínimo Mediana Máximo

Hora de dormir (hh:mm) 19:00 21:22 00:20

Hora de acordar (hh:mm) 05:00 06:20 10:30

Idade (anos) 25 63 90

Tempo de sequela (meses) 1 10 60

QMV (escores) 43 66 84

SRM (escores) 2,8 5 7

ALI (escores) 28 53 100

A análise de correlação identificou uma correlação significativa entre os

horários de dormir e acordar com o cronotipo (QMV). Além disso, foi verificada

correlação significativa entre a hora de dormir e o SRM e a hora de acordar e o INA

(Tabela 2).

18

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Tabela 2- Coeficientes de Correlação de Spearman e p valores da análise de

correlação entre os horários de dormir e acordar e as variáveis demográficas,

clinicas, cronotipo e ritmos social dos pacientes com Acidente Vascular Cerebral.

Variáveis Dormir Acordar

R P R P

Sexo -0,05 0,735 -0,25 0,079

Idade -0,17 0,239 0,09 0,528

Escolaridade -0,08 0,576 -0,14 0,337

Tempo de

lesão

-0,17 0,227 -0,05 0,709

Lado afetado -0,12 0,401 0,18 0,204

QMV -0,44 0,002 -0,28 0,047

SRM -0,32

0,024 -0,20 0,168

ALI -0,16 0,277 -0,32 0,025

Discussão

O desenvolvimento de estudos na área dos distúrbios do sono pós AVC tem

contribuído intensamente como eixo norteador para o avanço do conhecimento na

atuação multidisciplinar, por mais que as informações a disposição dos profissionais

sejam escassas.

Este estudo contou com a participação de 50 pacientes com sequela de AVC,

dos quais mais da metade (64%) pertenciam ao sexo masculino, corroborando desta

forma com a maioria dos achados da literatura que traçam o perfil de indivíduos que

tiveram esta afecção neurológica1. Essa pode ser justificada pelo fato das mulheres

estarem mais atentas e buscar de forma mais regular o acesso ao serviço de saúde,

reduzindo desta forma os riscos a desenvolver doenças. Em relação ao lado

acometido, o direito foi mais frequente (54%), contudo, a literatura mostra variações

nessa frequência, sem determinar uma predominância de um dos hemisférios

cerebrais8.

Em relação ao cronotipo, a amostra apresentou indivíduos matutinos e

indiferentes e não foram encontrados indivíduos vespertinos. Os estudos indicam

que indivíduos matutinos e vespertinos, em geral, apresentam maior rendimento em

19

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

tarefas quando as realizam no horário correspondente ao seu cronotipo. A literatura

especi ica esses achados co o u e eito de sincronia , no ual o dese penho

cognitivo- otor elhor uando os testes s o reali ados no o ento ti o e cai

substancial ente na hora n o ti a 9,10. Nesse sentido, a correlação encontrada

indica a importância de se avaliar o cronotipo dos pacientes antes do planejamento

do tratamento fisioterapêutico, pois os profissionais correm o risco de subestimar ou

superestimar o desempenho motor e cognitivo dependendo do hor rio de realizaç o

dos testes na pr tica cl nica.

Quanto as correlações com o SRM e o ALI, estas podem ter ocorrido em

função das sequelas motoras e funcionais dos pacientes com AVC que geram

dificuldades para realização das atividades diárias, tornando-se dependentes, em

escala correspondente a gravidade da doença. Além disso, a ocorrência do AVC

proporciona um impacto emocional muito grande afetando a autoestima, as relações

pessoais e sociais, onde os pacientes tendem a se isolar2,3.

Dessa forma, pode haver uma alteração da regularidade das atividades assim

como uma diminuição do número de atividades regulares. Esse resultado sugere

que o aumento no nível de atividades motoras e sociais e a estimulação da

regularidade dessas atividades podem ser fundamentais durante o processo de

reabilitação dos pacientes.

O estudo realizado apresentou algumas limitações. Não foi avaliada nesse

estudo a relação entre os horários do sono e a localização das lesões cerebrais

específicas, em função dos exames de neuroimagem terem sido realizados em

diferentes hospitais, não permitindo a padronização dos laudos médicos. Além disso,

seria importante analisar a influência do sistema circadiano na regulação do sono

desses pacientes.

Em conclusão, verificou-se correlação significativa entre os indivíduos quanto

ao horário de dormir e acordar com o cronotipo, outro achado significante foi a

relação do horário de acordar com o ALI e o SRM com o horário de dormir,

sugerindo que a neuroreabilitação deve ser proposta após avaliação e abordagem

das diferentes funções do indivíduo – física, cognitiva, psíquica, do sono e social –

realizadas pelos profissionais da equipe de reabilitação.É de fundamental

importância que as intervenções terapêuticas sejam direcionadas para a qualidade

de vida desses pacientes, através de programas de atividades físicas e sociais

regulares.

20

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Agradecimentos: Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq) pelo suporte financeiro da pesquisa (processo n˚ 409797/2006-

5). Este estudo faz parte do Programa de Diagnóstico e Intervenção nos distúrbios

do sono, cognitivos e funcionais em pacientes com AVC (PRODIAVC).

Referências

1. Apperlos P, Birgitta S, and Andreas T. (2009) Sex differences in stroke

epidemiology: a systematic review. Stroke, 40: 1082-90.

2. Nichols-Larsen DS, Clark PC, Zeringue A, Greenspan A, and Blanton S. (2005)

Factors influencing stroke survivors’ quality of life during subcute recovery. Stroke,

36: 1480-84.

3. Scalha TB, Miyasaki E, Lima NM, and Borges G. (2011) Correlations between

motor and sensory functions in upper limb chronic hemiparetics after stroke. Arq

Neuropsiquiatr,69: 624-9.

4. Schuiling WJ, Rinkel GJE, Walchenbach R, and de Weerd AW. (2005) Disorders

of sleep and wake in patients after subarachnoid hemorrhage. Stroke, 36: 578-82.

5. Shibaoka M, and Tanaka K. (2010) Effect of brief sleep hygiene education for

workers of an information technology company. Ind Health, 48: 758-65.

6. Horne JA, and Östberg O. (1976) A self-assessment questionnaire to determine

morningness-eveningness, in human circadian rhythms. Int J Chronobiol, 4: 97-110.

7. Monk TH, Flaherty JF, Frank E, Hoskinson K, and Kupfer DJ. (1990) The social

rhythm metric: an instrument to quantify the daily rhythms of life. J Nerv Ment Dis,

178: 1206.

8. Strong K, Mathers C, and Bonita R. (2007) Preventing stroke: saving lives around

the world. Lancet Neurol,6: 182–7.

9. Rowe G, Hasher L, and Turcotte T. (2009) Age and synchrony effects in

visuospatial working memory. Q J Exp Psychol (Colchester), 62: 1873-80.

10. Matchock RL, and Mordkoff JT. (2009) Chronotype and time-of-day influences on

the alerting, orienting, and executive components of attention. Exp Brain Res,

192:189-98.

21

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Artigo 2

ORIENTAÇÕES DOS HÁBITOS DE SONO E ESTIMULAÇÃO COGNITIVA EM

PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL PODEM FAZER PARTE

DA PRÁTICA FISIOTERAPÊUTICA

Ismenia Silva Gomes Coutinho1, Ana Amália Torres Souza Gandour Dantas2,

Débora Carvalho de Oliveira3, Luciana Protásio de Melo3, Lorenna Raquel Dantas de

Macedo Borges4, Tania Fernandes Campos5

Instituição em que foi desenvolvido o estudo: Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN), Departamento de Fisioterapia, PRODIAVC (Programa de

Diagnóstico e Intervenção no AVC), Natal/RN, Brasil.

1 Fisioterapeuta, Mestranda em Fisioterapia pela UFRN.

2 Psicóloga, Doutora em Psicobiologia pela UFRN.

3 Fisioterapeuta, Mestre em Fisioterapia pela UFRN.

4 Fisioterapeuta, Técnica em Fisioterapia na UFRN.

5 Fisioterapeuta, Doutora em Psicobiologia pela UFRN, Professora Associada de

Fisioterapia Neurológica da UFRN.

Autor principal: Tania Fernandes Campos, Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Departamento de Fisioterapia, Avenida Senador Salgado Filho, 3000,CEP:

59066-800, Natal/RN, Brasil. Fax: 55-84-32154206. Tel.: 55-84-36421255

Órgão financiador: CNP (processo n˚ 409797/2006-5).

Resumo

O estudo objetivou avaliar o conhecimento e a prática dos pacientes com AVC

quanto às orientações sobre os hábitos de sono e estimulação cognitiva, a fim

estimular o uso de cartilhas educativas na prática fisioterapêutica. A amostra foi

composta por 40 pacientes, com idade média de 56,1 ± 11,9 anos, sendo 15 homens

e 25 mulheres. Os pacientes que estavam em atendimento na Fisioterapia

22

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

observaram cartilhas educativas sobre os hábitos de sono e estimulação cognitiva e

responderam se conheciam e se praticaram as orientações da cartilha. A análise

estatística foi realizada através do teste de Fisher. Das 10 orientações apresentadas

sobre os hábitos de sono, 6 foram citadas como conhecidas e apenas 4 foram

praticadas. Dentre elas, houve maior frequência de pacientes que conheciam e

praticavam o hábito de dormir no mesmo horário (p=0,001) e de comer pouco antes

de dormir (p=0,004). Das 6 orientações cognitivas, não houve diferença significativa

entre os que conheciam e não conheciam, mas em 5 delas a maior frequência foi

dos pacientes que não praticaram. Conclui-se com esse estudo que muitos

pacientes não conheceram ou não praticaram orientações importantes à respeito de

hábitos de sono e de estimulação cognitiva, mesmo na fase crônica do AVC,

sugerindo que a prática fisioterapêutica possa adotar essas orientações, a fim de

contribuir para o processo de reabilitação dos pacientes com AVC.

Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral; sono; cognição; modalidades de

Fisioterapia.

Abstract

The aim of this study was to assess the knowledge and practice of stroke patients

with respect to guidelines on the sleep habits and cognitive stimulation, to stimulate

the use of educational booklets in physical therapy practice. The sample consisted of

40 patients with a mean age of 56.1 ± 11.9 years, 15 men and 25 women. Patients

who were in attendance in Physiotherapy noted educational booklets on sleep and

cognition and responded if they knew and practiced the guidelines of the booklet.

Statistical analysis was performed using the Fisher exact test. Of the 10 guidelines

presented on sleep habits, 6 were cited as known and only 4 were practiced. Among

them, there was a higher frequency of patients who knew and practiced the habit of

sleeping at the same time (p = 0.001) and eating little before bedtime (p = 0.004). Of

the 6 cognitive orientations, there was no significant difference between those who

knew and did not know, but 5 of them in the greater frequency of patients was not

practiced. We conclude from this study that many patients do not know or have not

practiced the important guidelines regarding sleep habits and cognitive stimulation,

even in the chronic phase of stroke, suggesting that the physical therapy practice can

23

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

adopt these guidelines in order to contribute to the rehabilitation process of stroke

patients.

Keywords: stroke; sleep; cognition, physical therapy modalities.

Introdução

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é definido pela Organização Mundial de

Saúde como o surgimento agudo de um comprometimento da função cerebral, com

duração maior do que 24 horas, resultante de uma insuficiência de suprimento

sanguíneo cerebral1. O AVC é considerado o responsável por 5,5 milhões de mortes

anualmente e por 44 milhões de incapacitados no mundo2. É a maior causa de morte

no Brasil, estando o país em primeiro lugar na América Latina, o que se deve ao

aumento da expectativa de vida da população bem como à mudança do seu estilo

de vida3,4.

Os pacientes que sobrevivem ao ícto inicial apresentam comprometimentos

de longo-prazo, limitação para as atividades e redução na participação nas situações

da vida diária5. O comprometimento mais comum é o déficit motor e em função disso

os pacientes são encaminhados para a fisioterapia neurológica, a fim de iniciarem

um tratamento efetivo para a sua recuperação motora. Entretanto, outros

comprometimentos também podem ser identificados na avaliação clínica inicial, tais

como, alterações sensitivas, distúrbios do sono e déficits cognitivos6. Dessa forma, o

fisioterapeuta precisa dispor de instrumentos de avaliação e de intervenção válidos e

fidedignos para conseguir rastrear e tratar adequadamente as alterações

apresentadas.

Na prática fisioterapêutica, os sintomas cognitivos precisam ser levados em

conta na programação do tratamento, pois o comprometimento cognitivo também

pode afetar a independência funcional, e suas consequências podem ser iguais ou

até maiores que aquelas causadas por limitações físicas. A literatura mostra que

aproximadamente 10% dos pacientes após o primeiro AVC desenvolvem demência7.

Déficits na função executiva, atenção e memória têm sido reportados em 43 a 78%

dos indivíduos com AVC agudo e dependem do tipo, duração e localização da

injúria8. Considerando que déficits cognitivos são indicadores de pobre recuperação

funcional, torna-se de suma importância a reabilitação ou estimulação cognitiva de

24

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

forma a prevenir restrições na atividade e participação desses indivíduos na vida

diária9.

Outras alterações que podem impactar a capacidade funcional do paciente e

também suas funções cognitivas, são os distúrbios do sono. Os principais distúrbios

relacionados ao sono no paciente pós-AVC são insônia, síndrome da apneia

obstrutiva do sono, ronco, e noctúria, acometimentos estes que levam a alguns

sintomas diurnos tais como hipersonia (necessidade de um maior tempo de sono),

sonolência e fadiga10. Esses sintomas podem afetar a motivação do paciente no

processo de reabilitação influenciando negativamente sua recuperação11. Na

atuação fisioterapêutica é preciso avaliar de que forma o fisioterapeuta poderá

contribuir com o processo de recuperação das alterações do sono.

Grande parte dos distúrbios do sono pode ser resolvida com medidas simples

e eficazes, como a adoção de medidas de higiene do sono com o objetivo de fazer o

paciente aprender hábitos de vida adequados que garantam uma boa qualidade de

sono. Tal objetivo pode ser alcançado através de cartilhas educativas com

instruções como: evitar atividades físicas e substâncias estimulantes (cafeína, álcool

e nicotina) antes de dormir, retirar do quarto: televisão, computador ou qualquer

outra fonte luminosa que atrapalhe o adormecer, fazer refeições leves no jantar e

ceia, permanecer em ambiente escuro e sem ruídos, de modo a promover

adaptações neurológicas que favoreçam um sono restaurador e dormir sempre no

mesmo horário12,13.

No contexto da educação em saúde, a adesão do paciente à reabilitação e

seu comprometimento em realizar as orientações fornecidas pelo corpo terapêutico,

principalmente em ambiente domiciliar, pode ser um fator essencial para sua

independência funcional, pela redução do impacto dos danos causados pelo AVC. A

adoção de medidas de higiene do sono e realização de treino cognitivo em casa

poderão exercer grande impacto nos processos de plasticidade neural e

aprendizagem, influenciando diretamente na recuperação motora e geral dos

indivíduos acometidos.

Com base no exposto, esse trabalho teve como objetivo avaliar o

conhecimento e prática dos pacientes com AVC quanto às orientações sobre os

hábitos de sono e estimulação cognitiva, a fim estimular o uso de cartilhas

educativas na prática fisioterapêutica.

25

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Materiais e Métodos

A amostra foi constituída por 40 pacientes em estágio crônico do AVC que

foram alocados do Serviço de Fisioterapia. Para participar da pesquisa os pacientes

deveriam obedecer aos seguintes critérios de inclusão: AVC unilateral e não

recorrente, de ambos os sexos e de diferentes idades, com tempo de lesão superior

a 6 meses. Não poderiam participar da pesquisa os pacientes com história pregressa

ou atual de transtornos psiquiátricos e psicóticos, que apresentassem distúrbios de

consciência, afasia e demência.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN, por

meio do parecer nº 193/2006, seguindo os padrões éticos de acordo com a

Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os participantes foram

informados sobre os procedimentos da pesquisa e assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido (TCLE).

Inicialmente, foi aplicado um questionário para aquisição dos dados de

identificação e clínicos do paciente. Em seguida, foi aplicado o instrumento para

avaliação do grau de comprometimento neurológico, o National Institute of Health

Stroke Scale (NIHSS). Tal instrumento é composto por 11 domínios (nível de

consciência, movimentos oculares, campo visual, movimentos faciais, função motora

do membro superior e do membro inferior, ataxia de membros, sensibilidade,

linguagem, disartria, negligência espacial), sendo pontuados com escores que

variam de 0 a 4. Com a soma da pontuação de cada item é obtido um escore total, e

quanto maior for o seu valor, maior é o comprometimento neurológico. Considera-se

que escores de 0 a 6 indicam um comprometimento neurológico leve, de 7 a 16,

comprometimento moderado e escores de 17 a 30, comprometimento neurológico

grave14.

Em seguida, aos participantes foram apresentadas cartilhas educativas

elaboradas com ilustrações coloridas de indivíduos em diversas situações da vida e

convívio social, com orientações relacionadas aos hábitos de sono (Figuras 1 e 2) e

atividades de estimulação cognitiva (Figura 3). Os pacientes observaram cada

desenho, e logo depois responderam se já tinham ou não conhecimento e se já

tinham ou não praticado as orientações da cartilha, em algum momento do

tratamento após a ocorrência do AVC. As informações coletadas foram registradas

pelo avaliador em uma planilha.

26

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Figura 1- Cartilha de orientação dos hábitos de sono (Parte 1).

27

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Figura 2- Cartilha de orientação dos hábitos de sono (Parte 2).

28

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Figura 3 - Cartilha de orientação quanto à estimulação cognitiva.

29

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

A análise dos dados foi realizada através do programa SPSS 15.0 (atribuindo-

se o nível de significância de 5%. Primeiramente foi realizada a estatística descritiva,

a fim de caracterizar a amostra quanto às características sociodemográficas e

clínicas. Em seguida foi feita a estatística de inferência aplicando-se o teste de

Fisher para verificar diferenças na frequência absoluta e percentual das variáveis de

interesse do estudo.

Resultados

A amostra foi composta por 40 pacientes de AVC. Na amostra estudada não

foi encontrada diferença significativa na frequência de indivíduos do sexo feminino e

masculino, nem relacionado à faixa de idade e escolaridade. A média de idade foi de

56,1±11,9 anos. A média do tempo de escolaridade foi de 6,68 ± 4,70 anos.

Nenhuma das variáveis clínicas, tempo de lesão, lado afetado e grau neurológico,

apresentaram diferença estatística significativa (Tabela 1).

30

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Tabela 1- Distribuição das frequências absoluta e percentual dos casos de AVC de

acordo com as variáveis sócio-demográficas e clínicas.

Variáveis n % p

Sexo 0,114

Feminino 15 37,5

Masculino 25 62,5

Idade 1,000

> 60 anos 26 65,0

≤ 60 anos 14 35,0

Escolaridade 0,185

Analfabetos 5 12,5

Alfabetizados 35 87,5

Tempo de lesão 1,000

> 12 meses 16 40,0

≤ 12 eses 24 60,0

Lado afetado 1,000

Direito 20 50,0

Esquerdo 20 50,0

Grau neurológico 0,205

Leve 23 57,5

Grave 17 42,5

Na investigação sobre o conhecimento/prática das orientações contidas na

cartilha educativa sobre os hábitos de sono, houve diferença significativa para o

conhecimento e a prática do hábito de dormir no mesmo horário, com a maior

frequência de pacientes que conheciam e praticavam. Como também do

conhecimento e prática sobre o hábito de comer pouco antes de dormir, igualmente

com a maior frequência de pacientes que conheciam e praticavam (Tabela 2).

30

31

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Tabela 2- Distribuição das frequências absoluta dos pacientes em relação ao

conhecimento e prática das orientações da cartilha sobre hábitos de sono.

Variáveis Conhecimento Prática

Não Sim p Não Sim P

Dormir no mesmo

horário de sempre

7 33 0,0001 9 31 0,001

Acordar no meio da

noite

17 23 0,343 21 19 0,752

Tomar líquido antes de

dormir

18 22 0,527 20 20 1,000

Comer pouco antes de

dormir

11 29 0,004 11 29 0,004

Tomar café, chá,

refrigerante ou comer

chocolate pouco antes

de dormir

14 26 0,058 26 14 0,058

Assistir TV pouco antes

de dormir deitado na

sua cama

25 15 0,114 20 20 1,000

Fazer algum exercício 10 30 0,002 20 20 1,000

Fumar 7 33 0,0001 21 19 0,752

Possuir barulho no

quarto

7 33 0,0001 13 27 0,027

Ter claridade no quarto

durante o sono

8 32 0,0001 13 27 0,027

Houve diferença significativa para o conhecimento à respeito do hábito de

fazer algum exercício, apesar de não ter se repetido com relação à prática dessa

orientação, com frequências iguais de prática e não-prática. O mesmo ocorreu em

relação ao hábito de fumar, onde houve maior frequência de pacientes que tinham o

conhecimento sobre o hábito de não fumar, o que não foi visto em relação à prática

dessa orientação. Outros fatores como possuir barulho no quarto e ter claridade no

quarto durante o sono apresentaram diferença significativa onde a maior frequência

foi de pacientes que conheciam e que praticavam tais hábitos (Tabela 2).

32

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Em relação ao conhecimento/prática das atividades de estimulação cognitiva,

verificou-se que a maior frequência foi dos pacientes que conheciam tais atividades,

mas não houve diferença significativa. Porém, quando investigado em relação à

prática de tais atividades, a maior frequência foi dos pacientes que não as

praticavam (Tabela 3).

Tabela 3- Distribuição das frequências absoluta dos pacientes em relação ao

conhecimento e prática das orientações sobre atividades de estimulação cognitiva.

Variáveis Conhecimento Prática

Não Sim p Não Sim p

Jogar jogo da

memória

16 24 0,206 38 2 0,000

Jogar jogo de

encaixe

16 24 0,206 37 3 0,001

Fazer palavra

cruzada

14 26 0,058 33 7 0,0001

Jogar dominó 14 26 0,058 34 6 0,0001

Usar calendário 16 24 0,206 28 12 0,011

Relembrar os

nomes dos

lugares

16 24 0,206 25 15 0,114

Discussão

Na avaliação sobre o conhecimento e a prática das orientações da cartilha de

hábitos de sono, pôde-se perceber que os indivíduos conheciam a maioria dos

hábitos saudáveis de sono e os praticava, exceto quanto à realização de atividade

física e para o hábito de não fumar. Hábitos como comer pouco antes de dormir, não

possuir barulho no quarto e ter pouca claridade no quarto durante o sono, que

tiveram valores significativos para conhecimento e prática devem ser consequências

da experiência pessoal dos pacientes. No entanto, em relação a dormir sempre no

mesmo horário, que também foi um dado estatisticamente relevante, pode ser

explicado pela possibilidade de manutenção de um ritmo social regular, que se

caracteriza pela organização temporal de atividades determinada pelas relações

sociais, de modo a estabelecer uma rotina15-17.

33

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

A maioria dos investigados relatou que sabia que a realização da atividade

física é um fator importante para a qualidade do sono, mas esse fato não se repetiu

na prática da atividade física onde apenas metade referiu realizar algum tipo de

atividade física. Isso pode ser devido à cultura de sedentarismo no Brasil, em

especial em regiões como o Nordeste18. Um estudo realizado no estado do

Pernambuco sobre a prevalência de adultos e idosos insuficientemente ativos

encontrou que 37,8% dos adultos e 68,3% dos idosos eram sedentários19. Na nossa

pesquisa, a média de idade foi de 56 anos, o que não caracteriza uma população de

idosos, porém, estudos tem demonstrado que ocorre um declínio no nível de

atividade física após os 30 anos de idade, decorrente da adoção de um estilo de

vida sedentário com o envelhecimento, associado com redução da aptidão física,

que por sua vez é agravada mais ainda pela inatividade física20. Além disso, nossa

amostra trata-se de pacientes que já sofreram o AVC, e é sabido que muitos desses

pacientes não são fisicamente ativos21. Na literatura, há relatos de que dentre as

limitações referidas pelos pacientes que explicam a reduzida adesão à prática de

atividades física estão a dor e o cansaço22.

Em relação ao hábito de não fumar, a maior frequência foi de pacientes que

conheciam a importância dessa prática, com discreta maior frequência de não-

prática. Apesar de esse último dado não ter apresentado diferença estatística, ele se

mostra relevante para ser discutido. Um estudo mostrou que 20,9% de idosos que

haviam tido AVC eram ainda tabagistas, situação que leva a um aumento do risco de

complicações e comorbidades. Outro estudo encontrou que em 1 ano após o AVC

apenas 40% dos pacientes tinham cessado o hábito de fumar e que apenas um

terço dos avaliados associaram o AVC com o tabagismo24. Os autores destacam

que esse fato é indicativo da falta de alerta oferecido à população geral quanto aos

fatores de risco para o AVC.

Um outro fator influenciador é o meio social em que os pacientes estão

inseridos. Foi observado que pessoas que cultivam hábitos religiosos com

frequência, apresentam menores índices de uso, abuso ou dependência de

substâncias psicotrópicas, e que o suporte social de grupos religiosos e a prática

religiosa tendem a cultivar alguns comportamentos saudáveis25. Tem-se verificado,

por exemplo, uma menor prevalência de fumantes entre evangélicos em outros

países e também no Brasil26. O exposto chama atenção para a necessidade de

34

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

políticas públicas de combate ao tabagismo voltadas para a população idosa no

geral, e em especial para a população que já apresenta doenças crônicas nas quais

o fumo é fator de risco e fator de exacerbação de comorbidades, dentre elas o AVC,

alertando a essa população que esse hábito pode predispor a novos eventos e que a

cessação pode trazer benefícios em qualquer idade.

Os resultados encontrados quanto aos hábitos de sono são de fundamental

importância e devem ser levados em consideração durante o planejamento e

execução da fisioterapia neurológica dos pacientes com AVC. Os distúrbios do sono

podem ter um forte impacto para o processo de reaprendizagem motora dos

pacientes, visto que o sono tem um papel primordial na consolidação de

informações11. Nesse sentido, o estudo realizado sugere a utilização de cartilhas

educativas para manter a higiene do sono dos pacientes e otimizar o processo de

reabilitação.

Quanto aos resultados do conhecimento/prática da cartilha de orientações

cognitivas, observou-se que a maioria dos pacientes conhecia as orientações e não

as praticavam. Esse também foi um resultado importante para a Fisioterapia.

Algumas atividades contidas na cartilha como, jogo de memória, jogo de encaixe e

dominó necessitam de uma segunda pessoa para serem realizados, que poderia ser

um familiar ou um cuidador. Talvez o excesso de atividades do cuidador, que inclui

as responsabilidades pessoais, domésticas e com o paciente, que culmina com a

falta de tempo e estresse denote que as orientações para estimulação cognitiva

fiquem em segundo plano, em adição ao fato do desconhecimento ou descrença da

importância desses exercícios de prática cognitiva na vida do paciente27. O fator

escolaridade, que na nossa amostra foi de 6,67 anos, pode estar implicado

principalmente para a prática de fazer palavras cruzadas, atividade que pode exigir

um nível educacional maior. Dessa forma, a função do fisioterapeuta ao longo do

tratamento pode ser o de incentivar a utilização desses jogos que possam estimular

a função cognitiva.

Estudo tem demonstrado que atividades prazerosas de natureza social e

intelectual estão associadas com lentificação do declínio cognitivo em idosos28.

Outro estudo analisou a eficácia de oficinas de estimulação cognitiva para idosos

com demência com duração de 11 meses, nas quais eram realizadas técnicas de

orientação para realidade (calendário, relógio, datas comemorativas), recursos

35

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

mnemônicos (oficina de memória, oficina de jogos, oficina de palavras, bingo),

reminiscências (caixa de memória, oficina do jornal), atividades da vida diária (oficina

de beleza, oficina do corpo, oficina de expressão) e atividades de socialização

(aniversariantes do mês, passeios). Como resultado, encontrou que não houve

avanço na doença ou que os indivíduos apresentaram tênues alterações de seus

quadros29.

As limitações do presente estudo dizem respeito à dificuldade de tempo

disponível dos pacientes para a realização das entrevistas. Sugerindo para estudos

futuros a importância de se avaliar o efeito do uso das cartilhas de orientação dos

hábitos de sono e de estimulação cognitiva. Não foi possível fazer uma

padronização da localização da lesão cerebral, a fim de associar com a ocorrência

de distúrbios do sono e cognitivos. No entanto, os resultados encontrados podem ter

uma importante aplicação clínica.

Conclusões

Conclui-se com esse estudo que muitos pacientes não conheceram ou não

praticaram orientações importantes à respeito de hábitos de sono e de estimulação

cognitiva, mesmo na fase crônica do AVC, sugerindo que as cartilhas educativas

podem fazer parte da prática fisioterapêutica como forma de conscientização e

orientação a serem implementadas com o intuito de causar mudança nos hábitos de

vida dos pacientes com AVC.

Agradecimentos: Ao apoio financeiro do CNPq através do processo n˚

409797/2006-5 e a todos os participantes do Programa de Diagnóstico e Intervenção

no AVC (PRODIAVC).

Referências

1. Rafii MS, Hillis AE. Compendium of cerebrovascular diseases. Int Rev Psychiatry.

2006;18(5):395-407.

2. Mukherjee D, Patil CH. Epidemiology and global burden of stroke. World

Neurosurg. 2011;76(65):585-90.

3. Saposnik G, Del Brutto OH. Stroke in South America: A systematic review of

incidence, prevalence, and stroke subtypes. Stroke. 2003;34:2103-07.

36

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

4. Lotufo PA. Stroke in Brazil: a neglected disease. Sao Paulo Med J. 2005;123:3-4.

5. Langhorne P, Coupar F, Pollock A. Motor recovery after stroke: a systematic

review. Lancet Neurol. 2009;8:741-54.

6. Wee J, Hopman W. Stroke impairment predictors of discharge function, length of

stay and discharge destination in stroke rehabilitation. Am J Phys Med Rehabil.

2005;84(8):604-12.

7. Serrano S, Domingo J, Rodriguez-Garcia E, Castro MD, del Ser T. Frequency of

cognitive impairment without dementia in patients with stroke: a two-year follow-up

study. Stroke. 2007;38(1):105-10.

8. Zinn S, Bosworth HB, Hoening HM, Swatzwelder HS. Executive function deficits in

acute stroke.Arch Phys Med Rehabil. 2007;88:173-80.

9. Lesniak M, Bak T, Czepiel W, Seniow J, Czlonkowska A. Frequency and

prognostic value of cognitive disorders in stroke patients. Dement Geriatr Cogn

Disord. 2008;26:356-63.

10. Bassetti CL, Hermann DM. Sleep and Stroke. Handb Clin Neurol. 2011;99: 1051-

72.

11. Alessi CA, Martin JL, Webber AP, Alam T, Littner MR, Harker JO, et al. More

Daytime sleeping predicts less functional recovery among older people undergoing

inpatient post-acute rehabilitation. Sleep. 2008;31(9):1291-300.

12. Brown F, Bulbotz WC, Soper B. Relationship of sleep hygiene awareness, sleep

hygiene practices, and sleep quality in university students. Behav Med. 2002;28:33-

8.

13. Kakinuma M, Takahashi M, Kato N, Arakate Y, Watanabe M, Ishikawa Y, et al.

Effect of brief sleep hygiene education for workers of an information technology

company. In Health. 2010;48:758-65.

14. Caneda MAG, Fernandes JG, Almeida AG, Mugnol FE. Confiabilidade de

escalas de comprometimento neurológico em pacientes com Acidente Vascular

Cerebral. Arq Neuropsiquiatr. 2006;64(3-A):690-7.

15. Schimitt RL, Hidalgo MP, Caumo W. Ritmo Social e suas formas de mensuração:

uma perspectiva histórica. Rev Estud Pesq Psicol. 2010;10(2):457-70.

37

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

16. Monk TH, Flaherty JF, Frank E, Hoskinson K, Kupfer D. The Social Rhythm

Metric – an instrument to quantify the daily rhythms of life. J Nerv Ment Dis.

1990;178:120-6.

17. Roenneberg T, Wirz-Justice A, Merrow M. Life between clocks: daily temporal

patterns of human chronotypes. J Biol Rhythms. 2003;18(1):80-90.

18. Fuscaldo JM. Prescribing physical activity in primary care. W V Med J.

2002;98:250-3.

19. Alves JG, Siqueira FV, Figueroa JN, Facchini LA, Silveira DS, Piccini RX, et al.

Prevalência de adultos e idosos insuficientemente ativos moradores em áreas de

unidades básicas de saúde com e sem Programa de Saúde da Família em

Pernambuco, Brasil. Cad Saúde Pública. 2010;26(3):543-56.

20. Hollmann W, Strüder HK, Tagarakis CV, King G. Physical activity and the elderly.

Eur J Cardiovasc Prev Rehabil. 2007;14:730-9.

21. Shaughnessy M, Resnick BM, Macko RF. Testing a model of post-stroke

exercise behavior. Rehabil Nurs. 2006;31(1):15-21.

22. Banks G, Bernhardt J, Churilov L, Cumming TB. Exercise preferences are

different after stroke. Stroke Res Treat. 2012:1-9.

23. Zaitune MP, Barros MB, Lima MG, César CL, Carandina L, Goldbaum M, et al.

Fatores associados ao tabagismo em idosos: Inquérito de Saúde no Estado de São

Paulo (ISA-SP). Cad Saúde Pública. 2012;28(3):583-95.

24. Suñer-Soler R, Grau A, Gras ME, Font-Mayolas S, Silva Y, Dávalos A, et al.

Smoking cessation 1 year poststroke and damage to the insular cortex. Stroke.

2011;43:131-6.

25. Dalgalarrondo P. Relações entre duas dimensões da vida: saúde mental e

religião. Rev Bras Psiquiatr. 2006;28:177-8.

26. Souza AAF, Barros MBA. Tabagismo. In Barros MBA, César CLG, Carandina L,

Goldbaum M, editores. As dimensões da saúde: inquérito populacional em

Campinas. São Paulo: Editora Hucitec, 2008.

27. Franzen-Dahlin A, Larson J, Wredling R, Billing E. Predictors of psychological

health in spouses of persons affected by stroke. J Clin Nurs. 2007;16(5):885-91.

38

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

28. Scarmeas N, Stern Y. Cognitive reserve and lifestyle. J Clin Exp Neuropsychol.

2003;25(5):625-33.

29. Souza PA, Santana RF, Sá SP, Robers LM. Oficinas de estimulação cognitiva

para idosos com demência: uma estratégia de cuidado na enfermagem

gerontológica. RBCEH. 2009;6(3):362-72.

39

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

40

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

As modificações ocorridas após o evento do AVC podem influenciar o

comprometimento da estrutura social, familiar e a rotina de atividades de vida diária

do paciente acometido. Déficits funcionais e cognitivos comprometem o bem estar

físico e mental do indivíduo e podem estar relacionados aos distúrbios do sono e do

ritmo social.

Os problemas do sono após o AVC refletem um impacto no cotidiano de vida

do paciente e muitas vezes os profissionais envolvidos no processo de reabilitação

não investigam esses problemas devido à falta de informação sobre a importância

de rotinas básicas de práticas de higiene do sono. As orientações sobre os hábitos

de sono podem influenciar de maneira benéfica o padrão de sono que se encontra

odi icado devido à patologia neurol gica ue altera o rit o social e suas AVD’s

associado muitas vezes a idade avançada e o déficit de mobilidade. São orientações

básicas que auxiliam a restabelecer a arquitetura do sono alterada causando

impacto positivo em várias áreas inclusive na reabilitação deste paciente que muitas

vezes apresenta-se ao serviço de Fisioterapia com um baixo rendimento devido à

sonolência diurna, déficit de atenção/concentração que prolongam o seu tratamento

e expectativa de evolução causando um desgaste ao indivíduo e também ao

profissional de saúde que deve visualizar a abordagem do sono em sua avaliação

clínica como fator imprescindível a uma boa evolução ao tratamento fisioterapêutico.

Associado a este componente encontram-se as orientações de práticas

cognitivas como: realização de jogos de memória, jogos de encaixe, dominó, fazer

palavras – cruzadas, relembrar nomes dos lugares entre outros, muitas vezes

atividades que não são valorizadas pelo paciente e seu cuidador por acharem

irrelevantes ao tratamento, por enxergar como mais uma atividade atribuída ao

cuidador diante de uma demanda tão extensa. Porém estas práticas devem ser

estimuladas pelo fisioterapeuta conscientizando o paciente sobre a importância de

atividades simples que contribuirão para o seu tratamento e bem estar.

Diante do exposto, espera-se que este trabalho possa contribuir para analisar

o estado de sono dos pacientes e esclarecer a importância de orientações sobre

hábitos saudáveis de higiene do sono e orientações cognitivas que podem ser

associados ao tratamento fisioterapêutico, beneficiando tanto os pacientes como os

profissionais de saúde.

41

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

42

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

1. World Health Organization (WHO). WHO STEPS Stroke Manual: The WHO STEP

wise approach to stroke surveillance. Geneva, World Health Organization.2006.

2.http://www.ibge.gov.br/home/estatística/população/indic_sociosaude/2009/com_so

bre.pdf

3. Da Rocha PC, Barroso MT, Dantas AA, Melo LP, Campos TF. Predictive factors of

subjective sleep quality and insomnia complaint in patients with stroke:

implications for clinical practice. AnAcadBras Cienc. 2013;85(3):1197-1206.

4. Siengsukon CF, Boyd LA. Does sleep promote motor learning? Implications for

Physical Rehabilitation.PhysTher. 2009;89(4):370-383.

5. Mansano-Schlosser TC, Ceolim MF. Factors associated with sleep quality in the

elderly receiving chemotherapy. Rev Latino-AmEnfermagem. 2012; 20(6):1100-

1108.

6. Geib LTC. Desenvolvimento dos estados de sono na infância. RevBrasEnferm.

2007;60(3):323-326.

7.Charles MS, Zhang JH.Sleep a therapeutic target for stroke? ExpNeurol.

2012;234:1-4.

8. Marques N, Menna-Barreto L. Cronobiologia: princípios e aplicações. 3ª ed. São

Paulo: EDUSP. 2003.

9. Martinez D, Lenz MCS, Menna-Barreto L. Diagnóstico dos transtornos do sono

relacionados ao ritmo circadiano. J BrasPneumol.2008;34(3):173-180.

10. Borbély A A. A two process model of sleep regulation. Hum Neurobiol. 1982;1:

195-204.

11. Finimundi M, Barin I, Bandeira D, Souza, DO. Validação da escala de ritmo

circadiano - ciclo vigília/sono para adolescentes. Rev Paul Pediatr.

2012;30(3):409-414.

12. Kakinuma M,Takahashi M, Kato N, Aratake Y, Watanabe M, Ishikawa Y, Kojima

R, Shibaoka M, Tanaka K. Effect of brief sleep hygiene education for workers of

an information technology company. Ind Health. 2010;48(6):758-65.

13. Bassetti CL, Hermann DM. Sleep and Stroke. HandbClinNeurol. 2011;99:1051-

1072.

14. Alessi CA, Martin JL, Webber AP, Alam T, Littner MR, Harker JO, Josephson KR.

More day time sleeping predicts less functional recovery among older people

under going in patient post-acute rehabilitation. Sleep. 2008;31(9):1291-1300.

43

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

15. Al-Sharman A, Siengsukon CF. Sleep enhances learning of a functional motor

task in young adults. PhysTher. Epubahead of print, 2013.

16. Roepke SE, Duffy JF. Differential impact of chronotype on week day and

weekend sleep timing and duration. Nat Sci Sleep. 2010;2:213-220.

17.Korczak AL, Martynhak BJ, Pedrazzoli M, Brito AF, Louzada FM. Influence of

chronotype and social zeitgebers on sleep/wake patterns. Braz J Med Biol Res.

2008;41:914-919.

18.Campos TF, Pinheiro CDG, Diógenes FP, Barroso MTM, Dantas AATSG.

Cronotipo e implicações para sua utilização na fisioterapia em pacientes com

acidente vascular encefálico. Fisioter Pesqui. 2011;18(3):258-263.

19. Horne JA, Östberg O. A self-assessment questionnaire to determine

morningness-eveningness, in human circadian rhythms. Int J Chronobiol.

1976;4:97-110.

20.Benedito-Silva AA, Menna-Barreto L, Marques N, Tenreiro S. A self-assessment

questionnaire for the determination of morningness-eveningness types in Brazil.

Prog Clin Biol Res. 1990;341:89-98.

21. Monk TH, Flaherty JF, Frank E, Hoskinson K,Kupfer DJ. The Social Rhythm

Metric: an instrument to quantify the daily rhythms of life. J Nerv Ment Dis.

1990;178:1206.

22.Crowley SJ, Acebo C, Carskadon MA. Sleep, circadian rhythms, and delayed

phase in adolescence. Sleep Med. 2007;8:602-612.

23. Tufik S. Medicina e biologia do sono. Editora: Manole. Instituto do sono/SP,2008.

24. Kakinuma M, Takahashi M, Kato N, Aratake Y, Watanabe M, Ishikawa Y, Kojima

R, Shibaoka M, Tanaka K. Effect of brief sleep hygiene education for workers of

an information technology company. In Health. 2010;48:758-65.

25.Suen LKP, Tam WWS, Hon KL. Association of sleep hygiene–related factors and

sleep quality among university students in Hong Kong.Hong Kong Med J

2010;16:180-5.

26.Lesniak M, Bak T, Czepiel W, Seniow J, Czlonkowska A. Frequency and

prognostic value of cognitive disorders in stroke patients. Dement Geriatr Cogn

Disord. 2008;26:356-363.

27.Milinavičienė E,Rastenytė D, Kriščiūnas A. E ectiveness of the second-stage

rehabilitation in stroke patients with cognitive impairment. Medicina (Kaunas),

2011;47(9):486-493.

44

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

28.Patel M, Coshall C, Rudd A, Wolfe C. Natural history of cognitive impairment after

stroke and factors associated with its recovery. ClinRehabil.2003;17(2):158-166.

29. del Ser T, Barba R, Morin MM, Domingo J, Cemillan C, Pondal M, Vivancos J.

Evolution of cognitive impairment after stroke and risk factors for delayed

progression. Stroke. 2005;36(12):2670-2675.

30.Pantoni L, Philip G. Advances in vascular cognitive impairment 2010.

Stroke.2011;42:291-293.

31.Serrano S, Domingo J, Rodríguez-Garcia E, Castro MD, del Ser T. Frequency of

cognitive impairment without dementia in patients with stroke: a two-year follow-

up study. Stroke.2007;38(1):105-110.

32.Pendlebury ST, Cuthbertson FC, Welch SJ, Mehta Z, Rothwell PM. Under

estimation of cognitive impairment by Mini-Mental State Examination versus the

Montreal Cognitive Assessment in patients with transient ischemic attack and

stroke: a population-based study. Stroke.2010;41:1290-1293.

33. Bour A, Rasquin S, Boreas A, Limburg M, Verhey F. How predictive is the MMSE

for cognitive performance after stroke? J Neurol.2010;257:630-637.

34. Scazufca M, Cerqueira ATAR, Menezes PR, Prince M, Vallada HP, Miyazaki

MCOS, Domingos NAM, Antunes EH, Macedo GC, Almeida SA,Matsuda

CMCB.Investigações epidemiológicas sobre demência nos países em

desenvolvimento. Rev Saúde Pública, 2002;36(6):773-778.

35. Caneda MAG, Fernandes JG, Almeida AG, Mugnol FE. Confiabilidade de

escalas de comprometimento neurológico em pacientes com Acidente Vascular

Cerebral. ArqNeuropsiquiatr. 2006;64:690-697.

45

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

7. ANEXOS

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

ANEXO 1 – DIÁRIO DE SONO

Nome: _________________________________________________________

DATA HORA DE DEITAR HORA DE LEVANTAR

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

ANEXO 2- SOCIAL RHYTHM METRIC (SRM)

Nome: _________________________________________________________

Data: _____________________ Dia da semana: _______________________

Escreva a hora em que você realiza essas atividades pela primeira vez.

ATIVIDADE HORA

1. Levantar da cama

2. Primeiro contato (pessoalmente ou por telefone) com uma outra

pessoa

3. Tomar bebida da manhã

4. Tomar café da manhã

5. Sair de casa pela primeira vez

6. Começar o trabalho, escola, trabalho de casa, cuidados com a

família ou crianças, atividades voluntárias

7. Almoçar

8. Tirar um cochilo da tarde

9. Jantar

10. Exercícios físicos

11. Tomar um lanche/bebida à noite

12. Assistir programas de notícias à noite

13. Assistir outro programa de TV

14. Atividade A:

15. Atividade B:

16. Voltar para casa (pela última vez)

17. Ir para a cama

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

ANEXO 3- QUESTIONÁRIO DE MATUTINIDADE E VESPERTINIDADE (QMV)

Nome:_________________________________________ Sexo: M ( ) F ( )

Idade:______________

Profissão:________________________

Escolaridade:_____________________________________

Horário Habitual de Trabalho:____________________________________________

Data:____________________

Avaliador:___________________________________

Instruções:

1- Leia com atenção cada questão antes de responder.

2- Responda todas as questões.

3- Responda as questões na ordem numérica.

4- Cada questão deve ser respondida independentemente das outras: não volte

atrás e nem corrija suas respostas anteriores.

5- Para cada questão coloque apenas uma resposta (uma cruz no local

correspondente); algumas questões têm uma escala, nestes casos coloque a cruz

no local apropriado da escala.

6- Responda a cada questão com toda honestidade possível. Suas respostas e os

resultados são confidenciais.

7- Se quiser escrever algum comentário faça-o em folha separada.

8- Não esqueça de preencher os dados pessoais.

Questões:

1-Considerando apenas seu bem-estar pessoal e com liberdade total de planejar seu

dia, a que horas você se levantaria?

05 06 07 08 09 10 11 12

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

2-Considerando apenas seu bem-estar pessoal e com liberdade total de planejar seu

dia, a que horas você se deitaria?

3-Até que ponto você depende do despertador para acordar de manhã?

( ) Nada dependente

( ) Não muito dependente

( ) Razoavelmente dependente

( ) Muito dependente

4-Você acha difícil acordar de manhã?

( ) Nada fácil

( ) Não muito fácil

( ) Razoavelmente fácil

( ) Muito fácil

5-Você se sente alerta durante a primeira meia hora depois de acordar?

( ) Nada alerta

( ) Não muito alerta

( ) Razoavelmente alerta

( ) Muito alerta

6- Como é o seu apetite durante a primeira meia hora depois de acordar?

( ) Muito ruim

( ) Não muito ruim

( ) Razoavelmente bom

( ) Muito bom

7- Durante a primeira meia hora depois de acordar você se sente cansado?

( ) Muito cansado

( ) Não muito cansado

( ) Razoavelmente em forma

( ) Em plena forma

8- Se você não tem compromisso no dia seguinte e comparando com sua hora

habitual, a que horas você gostaria de se deitar?

( ) Nunca mais tarde

( ) Menos que uma hora mais tarde

( ) Entre uma e duas horas mais tarde

20 21 22 23 24 01 02 03

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

( ) Mais do que duas horas mais tarde

9- Você decidiu fazer exercícios físicos. Um amigo sugeriu o horário das 07:00 às

08:00h da manhã, duas vezes por semana. Considerando apenas seu bem-estar

pessoal, o que acha de fazer exercícios nesse horário?

( ) Estaria em forma

( ) Estaria razoavelmente em forma

( ) Acharia isso difícil

( ) Acharia isso muito difícil

10- A que horas da noite você se sente cansado e com vontade de dormir?

11- Você quer estar no máximo de sua forma para fazer um teste que dura duas

horas e que você sabe que é mentalmente cansativo. Considerando apenas seu

bem-estar pessoal, qual desses horários você escolheria para fazer esse teste?

( ) Das 08:00h às 10:00h

( ) Das 11:00h às 13:00h

( ) Das 15:00h às 17:00h

( ) Das 19:00h às 21:00h

12- Se você fosse deitar às 23:00h em que nível de cansaço você se sentiria?

( ) Nada cansado

( ) Não muito cansado

( ) Razoavelmente cansado

( ) Muito cansado

13- Por alguma razão você foi dormir várias horas mais tarde do que é seu costume.

Se no dia seguinte você não tiver hora certa para acordar, o que aconteceria com

você?

( ) Acordaria na hora normal, sem sono

( ) Acordaria na hora normal, com sono

( ) Acordaria na hora normal e dormiria de novo

( ) Acordaria mais tarde do que seu costume

14- Se você tiver que ficar acordado das 04:00 às 06:00 para realizar uma tarefa e

não tiver compromissos no dia seguinte, o que você faria?

( ) Só dormiria depois de fazer a tarefa

( ) Tiraria uma soneca antes da tarefa e dormiria depois

20 21 22 23 24 01 02 03

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

( ) Dormiria bastante antes e tiraria uma soneca depois

( ) Só dormiria antes de fazer a tarefa

15- Se você tiver que fazer duas horas de exercício físico pesado e considerando

apenas o seu bem-estar pessoal, qual destes horários você escolheria?

( ) Das 08:00h às 10:00h

( ) Das 11:00h às 13:00h

( ) Das 15:00h às 17:00h

( ) Das 19:00h às 21:00h

16- Você decidiu fazer exercícios físicos. Um amigo sugeriu o horário das 22:00 às

23:00h, duas vezes por semana. Considerando apenas seu bem-estar pessoal, o

que você acha de fazer exercícios nesse horário?

( ) Estaria em forma

( ) Estaria razoavelmente em forma

( ) Acharia isso difícil

( ) Acharia isso muito difícil

17- Suponha que você possa escolher o seu próprio horário de trabalho e que você

deseja cinco horas seguidas por dia. Imagine que seja um serviço interessante e que

você ganhe por produção. Qual o horário que você escolheria? (Marque a hora do

início e a hora do fim).

18- A que horas do dia você atinge seu melhor momento de bem-estar?

19- Fala-se em pessoas matutinas e vespertinas (as primeiras gostam de acordar e

dormir cedo, as segundas de acordar e dormir tarde). Com qual desses tipos você se

identifica?

( ) Tipo matutino

( ) Mais matutino que vespertino

( ) Mais vespertino que matutino

( ) Tipo vespertino

0 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

0 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

ANEXO 4- NATIONAL INSTITUTE HEALTH STROKE SCALE (NIHSS)

Nome: ___________________________________________Data: ____/_____/____

Examinador: _________________________________________________________

Instruções Definição de pontuação Pontos

1a. Nível de consciência 0 = alerta, responde com

vivacidade

1 = não está alerta, mas desperta

com estímulo menor, obedecendo e

respondendo

2 = torporoso, requer estimulação

repetida ou dolorosa para

responder aos comandos

3 = responde apenas com reflexos

motores ou autonômicos, ou

totalmente irresponsivo, flácido e

arreflexo

b. Nível de consciência –

Perguntas: Qual o mês do

ano e qual a sua idade?

0 = responde ambas questões

corretamente

1 = responde uma questão

corretamente

2 = nenhuma questão é respondida

corretamente

c. Nível de consciência –

Solicitar para o paciente

fechar e abrir os olhos e

fechar e abrir a mão não-

parética

0 = executa ambas as tarefas

corretamente

1= executa somente uma tarefa

corretamente

2 = nenhuma tarefa é executada

corretamente

2. Olhar – Solicitar

movimentos dos olhos para

a direita e para a esquerda

0 = normal

1 = paralisia ocular parcial.O

movimento ocular é anormal em um

ou ambos os olhos, mas não estão

presentes desvio forçado do olhar

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

ou paresia total do movimento

ocular

2 = desvio forçado ou paresia

ocular total não sobrepujada pela

manobra oculocefálica

3. Visual – Solicitar a

contagem dos dedos nos

quadrantes superiores e

inferiores (direito e

esquerdo) avaliando cada

olho independentemente

0 = sem perda visual

1 = hemianopsia parcial

2 = hemianopsia total

3 = hemianopsia bilateral (cegueira,

incluindo a cegueira cortical)

4. Paralisia facial – Solicitar

para o paciente mostrar os

dentes ou levantar as

sobrancelhas e fechar os

olhos

0 = movimento simétrico normal

1 = paralisia leve (sulco nasolabial

apagado e assimetria do sorriso)

2 = paralisia parcial (total ou quase

total da face inferior)

3 = paralisia completa de um ou

ambos os lados (ausência de

movimento facial superior e inferior)

5. Motricidade dos MMSS –

Solicitar para o paciente

manter o braço em flexão a

0 = sem queda, o membro mantém

os 900 ou 450 graus durante 10

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

45º na posição supina

durante 10 segundos, ou 900

se sentado, iniciando com o

membro não afetado

5 a. Braço esquerdo

5 b. Braço direito

segundos

1 = queda, o membro mantém os

900 ou 450, cai antes dos 10

segundos, mas não atinge a cama

ou outro suporte

2 = algum esforço contra a

gravidade, o membro não atinge ou

não consegue manter os 900 ou

450, cai até a cama mas existe

algum esforço contra a gravidade

3 = sem esforço contra a

gravidade; o membro cai

4 = sem movimento

9 = amputação, fusão articular:

______________

6. Motricidade dos MMII –

Solicitar para o paciente

manter a perna em flexão a

30º na posição supina

durante 5 segundos,

iniciando com o membro não

afetado

6 a. Perna esquerda

6 b. Perna direita

0 = sem queda, o membro mantém

os 300 graus durante 5 segundos

1 = queda, o membro cai antes dos

5 segundos, mas não atinge a

cama

2 = algum esforço contra a

gravidade, o membro cai na cama

em 5 segundos, mas existe algum

esforço contra a gravidade

3 = sem esforço contra a

gravidade; o membro cai

imediatamente

4 = sem movimento

9 = amputação, fusão articular:

______________

7. Ataxia de membros –

Realizar as provas índice-

nariz e calcanhar-joelho

0 = ausente

1 = presente em um membro

2 = presente em dois membros

Ataxia no: MSD = sim ( ) não ( ) amputação, fusão articular, etc (9)

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

MSE = sim ( ) não ( ) amputação, fusão articular, etc (9)

MID = sim ( ) não ( ) amputação, fusão articular, etc (9)

MIE = sim ( ) não ( ) amputação, fusão articular, etc (9)

8. Sensibilidade – Realizar

estimulação dolorosa com alfinete

na região proximal do braço, perna,

tronco e face

0 = normal, sem perda de

sensibilidade

1 = perda de sensibilidade, de leve a

moderada, o paciente sente que é a

fincada é menos aguda ou é romba no

lado afetado, ou existe uma perda da

dor superficial com a fincada, mas o

paciente está ciente de que esta

sendo tocado

2 = perda severa ou total da

sensibilidade; o paciente não está

ciente de ter sido tocado na face ou

membros

9. Linguagem – Solicitar ao paciente

para identificar um grupo de figuras

e ler um conjunto de sentenças (no

mínimo 3)

0 = sem afasia, normal

1 = afasia leve a moderada, alguma

perda óbvia da fluência ou da

facilidade de compreensão, sem

limitação significativa nas idéias

expressadas ou na forma de

expressão. A redução da linguagem

e/ou compreensão, entretanto, torna a

conversação sobre o material

apresentado difícil ou impossível. O

examinador pode identificar no

material apresentado figuras ou

nomeações a partir das respostas do

paciente

2 = afasia severa; toda comunicação é

através de expressão fragmentada; há

grande necessidade de inferência,

questionamento e adivinhação pelo

examinador. A variedade de

informação que pode ser trocada é

limitada; o examinador carrega o fardo

da comunicação. O examinador não

consegue identificar os materiais

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

apresentados a partir das respostas

do paciente.

3 = mudez, afasia global; sem

linguagem aproveitável ou

compreensão auditiva.

10. Disartria – Solicitar para o

paciente ler uma lista de palavras

0 = normal

1 = leve a moderada, o paciente

arrasta pelo menos algumas palavras

e, na pior situação, pode ser

entendido com alguma dificuldade.

2 = severa; a fala do paciente é tão

arrastada que torna-se ininteligível, na

ausência ou desproporcional à

qualquer disfasia, ou o paciente é

mudo/anártrico.

9 = intubado ou com outra barreira

física. Explique:

_______________________________

11. Extinção e inatenção (prévia

negligência) – Solicitar para o

paciente descrever o que está

acontecendo na figura apresentada

numa folha de papel, do lado direito

e esquerdo (compensar com a

cabeça qualquer perda visual). Se

não conseguir, o paciente deverá

reconhecer uma estimulação tátil

simultânea e bilateral, com os olhos

fechados.

0 = sem anormalidade

1 = inatenção ou extinção visual, tátil, auditiva, espacial ou pessoal à estimulação simultânea bilateral em uma das modalidades de sensibilidade.

2 = hemi-inatenção profunda ou hem-

inatenção à mais que uma

modalidade. Não reconhece sua

própria mão ou orienta-se somente a

um lado do espaço.

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Item 9 – GRUPO DE FIGURAS:

Item 9 - LISTA DE FRASES:

VOCÊ SABE COMO

COM OS PÉS NO CHÃO

EU CHEGUEI EM CASA DO TRABALHO

PERTO DA MESA DA SALA DE JANTAR

ELES O OUVIRAM FALAR NO RÁDIO NA NOITE PASSADA

Item 10 - LISTA DE PALAVRAS:

MAMÃE

TIP-TOP

FOTO-FATO

TANQUE

RICO

BERRO

TRISTE

PROBLEMA

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Item 11 – FIGURA:

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

APÊNDICES

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

APÊNDICE 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

APRESENTAÇÃO: Este termo de consentimento pode apresentar palavras ou

frases não conhecidas para o Senhor (a). Caso isso aconteça, por favor, nos diga

para que possamos esclarecer melhor. Nós estamos solicitando o seu

consentimento ou de algum membro de sua família para sua inclusão/participação

na pesquisa que estamos desenvolvendo.

TÍTULO DA PESQUISA: Análise do sono e da utilização de cartilhas educativas

em pacientes com Acidente Vascular Cerebral.

OBJETIVOS: Analisar o estado do sono e da utilização de cartilhas educativas em

pacientes com AVC.

PROCEDIMENTOS: Os participantes da pesquisa, todos indivíduos acometidos por

AVC, selecionados em triagem dentro dos critérios de inclusão e submetidos aos

seguintes instrumentos: avaliação clínica, Social Rhythm Metric (SRM), Questionário

de cronotipo (matutinidade e vespertinidade) (MEQ),National Institute of Health

Stroke Scale (NIHSS), cartilhas educativas elaboradas com ilustrações coloridas de

indivíduos em diversas situações da vida e convívio social, com orientações

relacionadas aos hábitos de sono e atividades de estimulação cognitiva.

RISCOS E BENEFÍCIOS: A pesquisa trará um grande benefício para os pacientes

pós-AVC e profissionais da área de saúde, quanto à elaboração do prognóstico e

plano de tratamento, buscando uma recuperação mais rápida e melhor associado ao

melhor horário da abordagem terapêutica na prática clínica para cada indivíduo de

acordo com o seu cronotipo. Os riscos serão mínimos, visto que a coleta será feita

por meio de aplicação de questionários, podendo provocar apenas irritação por ter

que responder a muitas perguntas. Não se fará uso de procedimentos que envolvam

corte, introdução de instrumentos e coleta de sangue. Os participantes da pesquisa

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

que vierem a sofrer qualquer tipo de dano não previsto aqui e resultante de sua

participação, terão direito à assistência integral e à indenização não material.

RESSARCIMENTO: Não será feito nenhum pagamento para participar da pesquisa.

A participação será de livre e espontânea vontade. Qualquer um pode desistir em

qualquer momento de participar da pesquisa sem nenhuma penalidade.

CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: Os resultados da pesquisa serão

divulgados sem a identificação de acordo com as exigências da Resolução nº 196/96

do Conselho Nacional de Saúde que trata sobre a Bioética.

Em caso de dúvidas favor entrar em contato com Ismenia Silva Gomes

Coutinho: Rua dos Antúrios, 864, conjunto Mirassol, bairro Capim Macio,

CEP:59.078-180, Natal/RN. Fone: 8843-9222/9928-5460; e-mail:

[email protected].

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA: Praça do Campus, Campus Universitário, C.P.

1666- Natal/RN. CEP: 59078-970 tel. 32153135; e-mail: [email protected]

Eu __________________________________________________ declaro estar

ciente e informado (a) sobre os procedimentos de realização da pesquisa, conforme

explicitados acima,e aceito participar voluntariamente da mesma.

______________________________________________________ Assinatura do participante

Polegar Direito ______________________________________________________ Assinatura do pesquisador

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

APÊNDICE 2- FICHA PARA CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA E

CLÍNICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

1. Dados Pessoais:

Nome:______________________________________________________________

Idade:___________ Sexo: ( )F ( )M

Data de nascimento: ____/____/________

Escolaridade:________________________

Profissão:__________________________Estado civil:________________________

Telefone:____________________________________________________________

Endereço:___________________________________________________________

___________________________________________________________________

2. Dados clínicos:

Peso: _______________ Altura:_______________ IMC: ______________

Diagnóstico clínico do AVC (laudo do exame de

imagem):___________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Data do episódio:_____________________________________________________

Tipo do AVC:________________________________________________________

Área da lesão:________________________________________________________

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Obrigada aos funcionários e professores do Setor de Fisioterapia do HUOL. Agradeço aos pacientes, familiares e cuidadores

Patologias associadas:_________________________________________________

___________________________________________________________________

Medicaçãoem uso:____________________________________________________

___________________________________________________________________

Trabalha ou trabalhou a noite? Período (por quanto tempo)? ___________________

Possui algum transtorno psiquiátrico grave? _______________________

Faz uso de bebida alcoólica? _______________________

Data da avaliação:________/________/_______