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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA MARX DE OLIVEIRA FERNANDES ATITUDES DE CIRURGIÕES - DENTISTAS DA CIDADE DE NATAL NO ATENDIMENTO A PACIENTES PORTADORES DO HIV/AIDS. NATAL 2019

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO …€¦ · especialmente en salud, como en el comportamiento en la vida cotidiana de las personas. Aunque han pasado muchos años

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

MARX DE OLIVEIRA FERNANDES

ATITUDES DE CIRURGIÕES - DENTISTAS DA CIDADE DE NATAL NO

ATENDIMENTO A PACIENTES PORTADORES DO HIV/AIDS.

NATAL

2019

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MARX DE OLIVEIRA FERNANDES

ATITUDES DE CIRURGIÕES - DENTISTAS DA CIDADE DE NATAL NO

ATENDIMENTO A PACIENTES PORTADORES DO HIV/AIDS.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para a obtenção do título de Cirurgião-dentista.

Orientadora: Profa. Dra. Edna Maria da Silva.

NATAL

2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos - ­Departamento de Odontologia

Fernandes, Marx de Oliveira.

Atitudes de cirurgiões-dentistas da cidade de Natal no atendimento a pacientes portadores do HIV/AIDS / Marx de

Oliveira Fernandes. - Natal, 2019.

41 f.: il.

Orientadora: Profª Drª Edna Maria da Silva.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) -

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências

da Saúde, Departamento de Odontologia, Natal, 2019.

1. Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - Trabalho de

Conclusão de Curso. 2. Assistência Odontológica - Trabalho de

Conclusão de Curso. 3. Contenção de Riscos Biológicos - Trabalho

de Conclusão de Curso. 4. Infecções por HIV - Trabalho de

Conclusão de Curso. I. Silva, Edna Maria da. II. Título.

RN/UF/BSO BLACK D585

Elaborado por MONICA KARINA SANTOS REIS - CRB-15/393

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MARX DE OLIVEIRA FERNANDES

ATITUDES DE CIRURGIÕES - DENTISTAS DA CIDADE DE NATAL NO

ATENDIMENTO A PACIENTES PORTADORES DO HIV/AIDS.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para a obtenção do título de Cirurgião-dentista.

Aprovado em 20 de Novembro de 2019.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Profa. Dra. Edna Maria da Silva

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Orientadora

____________________________________________

Profa. Dra. Íris do Céu Clara Costa

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

____________________________________________

Profa. Dra. Maísa Paulino Rodrigues

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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DEDICATÓRIA

Dedico ao meu Deus, o Criador do Universo, que me concedeu saúde e

forças para superar todos os momentos difíceis com o qual me deparei ao longo da

graduação, por me proporcionar perseverança durante toda a minha vida. Sem Ele

nada seria possível.

Profunda e eterna gratidão ao meu pai Marcos José de Oliveira Fernandes, e

minha mãe Rita de Cássia Soares Simão, por serem essenciais na minha vida.

Nunca haverá palavras suficientes para expressar minha alegria por suas vidas, e o

amor incondicional que sempre têm demonstrado comigo, bem como por todo o

incentivo durante os anos de faculdade.

Meu querido filho, Mateus Marcos dos Santos Fernandes, razão maior dos

meus esforços nessa vida.

Aos meus irmãos e toda minha família e amigos por me incentivarem a ser

uma pessoa melhor e não desistir dos meus sonhos.

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AGRADECIMENTOS

À minha orientadora Profa. Dra. Edna Maria da Silva, pelo privilegio de tê-la

como orientadora. Gratidão por todo apoio e paciência ao longo da elaboração deste

projeto final.

À Profa. Dra. Iris do Céu Clara Costa e a Profa. Dra. Maísa Paulino

Rodrigues, que contribuíram com minha formação em algumas disciplinas, bem

como pela satisfação de tê-las integrando a banca avaliadora deste trabalho.

Aos meus grandes amigos da faculdade, Cállysson Pinheiro, Cristiane

Amaral, Jabes Gennedyr, Paulo Felix, Pedro Henrique e Jordir Henrique Neres

(minha dupla de clínica), por todo apoio, momentos de aprendizado e diversão

compartilhados, que fizeram com que essa caminhada fosse mais alegre.

Aos funcionários e trabalhadores deste Departamento, que muito

cordialmente nos agraciaram com suas amizades e simpatia no dia-a-dia das

atividades, em especial Rafaela Albuquerque, Andreia, Helena, Talita. Aos

funcionários da biblioteca que nos auxiliaram com algumas correções.

Assim, agradeço a todos, que fizeram parte e que contribuíram de alguma

forma para que eu chegasse ao fim de mais essa etapa da vida.

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RESUMO

INTRODUÇÃO: A difusão da AIDS como epidemia global a partir da década de 80

suscitou modificações em todas as esferas, tanto no âmbito profissional, na área da

saúde especialmente, quanto comportamental da vida cotidiana das pessoas.

Apesar de passados muitos anos desde a sua eclosão e de ainda não haver uma

cura definitiva, o avanço no tratamento permite um convívio satisfatório com a

doença, no entanto, ainda assim, a representação da AIDS como uma doença fatal e

socialmente estigmatizante perdura e afeta o modo como muitos profissionais, tais

quais os Cirurgiões-dentistas, lidam com pacientes acometidos por ela.

OBJETIVOS: O estudo visou conhecer quais as atitudes assumidas por Cirurgiões-

dentistas da Cidade de Natal frente ao atendimento a pacientes HIV/AIDS.

METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional, transversal e descritivo, a

partir da aplicação de questionário com questões objetivas e subjetivas, conduzido

com Cirurgiões-dentistas da cidade de Natal, regularmente inscritos no Conselho

Regional de Odontologia. RESULTADOS: Os resultados mostram que os

Cirurgiões-dentistas da cidade de Natal tem um conhecimento adequado sobre o

HIV/AIDS, estão aptos a reconhecer sinais e sintomas da AIDS no seu âmbito de

atuação profissional, os modos de transmissão e métodos de barreira contra

infecção. CONCLUSÃO: A forte influência do estigma social sobre a doença leva os

profissionais a assumir atitude de negação da eficiência das medidas de

biossegurança, assim como buscando reforçá-las de alguma maneira de forma a se

sentir mais seguro frente à possibilidade de contágio.

Palavras-Chaves: AIDS. Atendimento odontológico. Transmissão do HIV.

Biossegurança.

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ABSTRACT

INTRODUCTION: The spread of AIDS as a global epidemic since the 1980s has led

to changes in all spheres, both professionally, especially in health, and behavioral in

people's daily lives. Although many years have passed since its outbreak and there is

still no definitive cure, the advance in treatment allows a satisfactory living with the

disease, yet the representation of AIDS as a fatal and socially stigmatizing disease

continues and affects the way many professionals, such as dental surgeons, deal

with patients with it. OBJECTIVES: The study aimed to know the attitudes taken by

dentists in Natal City regarding the care of HIV / AIDS patients. METHODOLOGY:

This is an observational, cross-sectional and descriptive study, based on the

application of a questionnaire with objective and subjective questions, conducted with

dentists from the city of Natal, regularly enrolled in the Regional Council of Dentistry.

RESULTS: The results show that dentists in Natal have adequate knowledge about

HIV / AIDS, are able to recognize signs and symptoms of AIDS in their professional

practice, modes of transmission and barrier methods against infection.

CONCLUSION: The strong influence of social stigma on the disease leads

professionals to assume an attitude of denial of the efficiency of biosecurity

measures, as well as seeking to reinforce them in some way in order to feel safer

against the possibility of contagion.

Keywords: AIDS. Dental care. HIV transmission. Biosafety.

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RESUMEN

INTRODUCCIÓN: La propagación del SIDA como epidemia mundial desde la

década de 1980 ha provocado cambios en todas las esferas, tanto profesionalmente,

especialmente en salud, como en el comportamiento en la vida cotidiana de las

personas. Aunque han pasado muchos años desde su brote y aún no existe una

cura definitiva, el avance en el tratamiento permite una vida satisfactoria con la

enfermedad, sin embargo, la representación del SIDA como una enfermedad fatal y

estigmatizadora social continúa y afecta la forma en que muchos profesionales,

como los cirujanos dentales, tratan a los pacientes con él. OBJETIVOS: El estudio

tuvo como objetivo saber cuáles son las actitudes tomadas por los dentistas en Natal

City con respecto a la atención de pacientes con VIH / SIDA. METODOLOGÍA: Este

es un estudio observacional, transversal y descriptivo, basado en la aplicación de un

cuestionario con preguntas objetivas y subjetivas, realizado con dentistas de la

ciudad de Natal, inscrito regularmente en el Consejo Regional de Odontología.

RESULTADOS: Los resultados muestran que los dentistas en Natal tienen un

conocimiento adecuado sobre el VIH / SIDA, son capaces de reconocer signos y

síntomas del SIDA en su práctica profesional, modos de transmisión y métodos de

barrera contra la infección. CONCLUSIÓN: La fuerte influencia del estigma social en

la enfermedad lleva a los profesionales a asumir una actitud de negación de la

efectividad de las medidas de bioseguridad, así como a buscar reforzarlas de alguna

manera para sentirse más seguros ante la posibilidad de contagio.

Palabras clave: SIDA. Cuidado dental Transmisión del VIH. Bioseguridad

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................... 8

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................... 9

3 METODOLOGIA................................................................................ 12

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................... 13

5 CONCLUSÃO..................................................................................... 23

REFERÊNCIAS................................................................................... 24

APÊNDICES....................................................................................... 27

ANEXOS............................................................................................. 30

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1 INTRODUÇÃO

A difusão da AIDS como epidemia global a partir da década de 80 suscitou

modificações em todas as esferas, tanto no âmbito profissional, na área da saúde

especialmente, quanto comportamental da vida cotidiana das pessoas. Apesar de

passados muitos anos desde a sua eclosão e de ainda não haver uma cura

definitiva, o avanço no tratamento permite um convívio satisfatório com a doença, no

entanto, ainda assim a representação da AIDS como uma doença fatal e

socialmente estigmatizante perdura e afeta o modo como muitos profissionais, tais

quais os Cirurgiões-dentistas, lidam com pacientes acometidos por ela. ¹

Apesar dos avanços nas medidas de proteção das diversas formas de

contaminação, a sociedade voltou a experimentar nos últimos anos uma explosão de

novos casos. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que

em 2016 cerca de 1 milhão de pessoas morreram por causas relacionadas ao HIV e,

em todo o mundo, 36,7 milhões de pessoas conviviam com HIV, além da ocorrência

de 1,8 milhões de novos casos de infecção pelo vírus em todo o mundo.²

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), de 1980 a junho de

2017, foram identificados no país 882.810 casos de AIDS. Somente de 2007 até

junho de 2017, foram notificados 194.217 casos de infecção pelo HIV, e o País tem

registrado, anualmente, uma média de 40 mil novos casos de AIDS nos últimos

cinco anos, ³ o que juntamente com o estigma já existente sobre a doença, parece

vir contribuindo para a manutenção de receios e temor quanto à possibilidade de

contaminação.

No âmbito da saúde bucal, sabe-se de diversas lesões bucais associadas à

infecção provocada pelo HIV-AIDS, tais como as doenças periodontais necrosantes,

infecções oportunistas (herpes e candidíase), leucoplasia pilosa, sarcoma de Kaposi,

linfoma não Hodgkin, dentre outras. 4 Uma doença de tal impacto constitui um

grande problema de saúde pública no âmbito de atuação do Cirurgião-dentista, e

tem tido um grande reflexo na sociedade contemporânea, tanto como uma doença

quanto como uma fonte de discriminação. E os estudos têm revelado a dificuldade

de pacientes com HIV/AIDS obterem acesso aos serviços odontológicos necessários

quando os mesmos relatam seu estado de soro positividade ao profissional ou

quando apresentam sinais clínicos da doença. 5 A recusa de atendimento por parte

de Cirurgiões-dentistas é mascarada por argumentos técnicos ou outro tipo de

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esquiva. Muitos profissionais criam situações que impedem o início ou a

continuidade do tratamento ou encaminham o paciente a outro profissional sem

motivo justificável. 6

De um lado, têm-se as preocupações legítimas dos profissionais quanto ao

risco ocupacional ao HIV e, por outro, a persistência de estigmas que contribuem

para aumentar a resistência dos serviços de saúde ao atendimento a pacientes com

HIV/AIDS.

Em função do exposto, ainda se faz necessário estudar os efeitos no

comportamento prático dos profissionais da Odontologia para que se possam

conhecer os reais significados do que ainda exerce obstáculos para o atendimento a

este grupo de pessoas, bem como à adoção de atitudes adequadas ao

estabelecimento de medidas de biossegurança com vistas a coibir ou minimizar os

riscos de contaminação. Essas situações estimularam a realização do presente

estudo, envolvendo profissionais da odontologia que exercem a profissão em Natal,

na perspectiva de subsidiar as Instituições formadoras desses – Universidades e

Faculdades na oferta de componentes curriculares que capacitem para a consciente

atenção ao paciente soro positivo, bem como aos serviços, tanto público quanto

privado para que possam ofertar acolhimento e atendimento sem preconceito e

discriminação.

2 REVISÃO DE LITERATURA

Os primeiros casos clínicos de AIDS no Brasil remontam ao ano de 1982, com

estudos posteriores que permitiram a identificação retrospectiva de casos no período

de 1980 – 1982.7 Já entrando na sua quarta década como epidemia, a infecção pelo

HIV/AIDS apresenta-se com características epidemiológicas diferentes daquelas

observadas no seu surgimento e isto acontece devido aos avanços no diagnóstico

precoce e tratamento, com destaque à terapia antirretroviral que proporcionou

aumento da expectativa de vida das pessoas que vivem com a doença. 8

A transmissão do HIV se dá principalmente através do sangue e fluídos

corporais contaminados quando da relação sem preservativo, bem como também

pela via parenteral através das transfusões sanguíneas, uso de drogas injetáveis e

instrumentos contaminados. 9 Assim, as condições de trabalho dos Cirurgiões-

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dentistas e auxiliares de consultório fazem com que esses profissionais estejam em

risco inerente de contaminação, uma vez que ficam expostos a uma gama de micro-

organismos presentes no sangue, na saliva e nas vias aéreas dos pacientes10,

exigindo desses profissionais um formação adequada, bem como uma nova postura

no atendimento aos pacientes, com rigor no uso das medidas de precaução padrão,

que são um conjunto de medidas de controle de infecção a serem adotadas

universalmente, indicadas no atendimento de todos os pacientes

independentemente do diagnóstico e em todas as situações de tratamento, como

forma eficaz de redução do risco de transmissão de agentes infecciosos. Relatos na

literatura por alguns autores indicam a possibilidade extremamente baixa de 0,5 a

1,0 % de adquirir ou transmitir o HIV em um atendimento odontológico, se seguidos

todos os procedimentos de biossegurança padrão. 11

Contudo, a magnitude e a transcendência da infecção pelo vírus da

imunodeficiência humana (HIV) são inquestionáveis. Por se tratar de uma infecção

controlável, mas ainda sem cura e potencialmente fatal, traz consigo reflexos com

impactos de natureza diversos, tanto do ponto de vista individual, com as

repercussões biológicas da própria doença, bem como do ponto de vista do

psicológico coletivo, com as repercussões de estigma social e discriminação. 12

A discriminação é a conduta de transgredir os direitos de uma pessoa,

baseando-se em raciocínio sem conhecimento adequado sobre a matéria, tornando-

a injusta e infundada. Pode ocorrer em diversos contextos, porém o contexto mais

comum é o social, através da discriminação social, cultural, étnica, política, religiosa,

sexual ou etária, que podem, por sua vez, levar à exclusão social. Na acepção

jurídica esta atitude é caracterizada como ato de quebra do princípio de igualdade,

como distinção, exclusão, restrição ou preferências motivadas por raça, cor, sexo,

idade, credo religioso, convicções políticas ou outras características. A discriminação

pode estender-se a outros atributos, relativo às condições de saúde ou até mesmo

ao fato de se dá com um tipo específico de patologia, como ocorre com os

portadores de HIV/AIDS. 13

No que diz respeito aos estigmas e preconceitos em torno do paciente HIV

positivo, aliados ao medo do contágio, vêm suscitando mudanças no processo de

ensino aprendizagem, na formação de profissionais da área da saúde, dentre eles o

Cirurgião-dentista. Assim, acerca da formação profissional adequada para conduzir

ao atendimento dos pacientes portadores do vírus em ambiente clínico, garantindo o

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respeito à dignidade humana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera

que os Cirurgiões-dentistas têm a obrigação humana e profissional de atender as

pessoas infectadas por HIV. Estes profissionais devem, portanto, possuir

conhecimentos sobre os processos da doença, suas manifestações orais e modos

de transmissão. No entanto, muitos estudos relatam a dificuldade dos pacientes com

HIV ou AIDS em conseguir atendimento odontológico quando revelam seu estado de

soro positividade ao profissional, ou quando apresentam sinais clínicos da doença. 6

Em um estudo conduzido por Garbin et al. (2009) 13 com 69 pacientes com

HIV/AIDS, constataram que 34 pacientes (49,3%), relataram que sofreram algum

tipo de discriminação ao procurar algum profissional da área da saúde.

Senna et al. (2005) 1 realizaram um estudo para avaliar os fatores associados

á disposição dos Cirurgiões-dentistas em atender pacientes com HIV. Os resultados

sugeriram que os Dentistas com maior disposição em atender pacientes

soropositivos eram os que tinham uma percepção correta quanto aos riscos de

contaminação. O conhecimento adequado sobre a infecção pelo HIV favorece o

atendimento à pacientes soropositivos.

Outro estudo conduzido por NUNES (1999) 14 mostrou que 78,2 % dos 55

profissionais de Goiânia entrevistados disseram conhecer as manifestações orais do

HIV e 72,7 % afirmaram que atenderiam os pacientes se fossem informados da sua

condição de portador do HIV.

No tocante ao tipo de serviço, 85% relataram ter sofrido a discriminação no

serviço público de saúde, enquanto que 12% afirmaram ter sofrido essa

discriminação no serviço privado e 3% sofreram em ambos os tipos de serviço. Em

relação às estruturas das unidades sanitárias, esses mesmos autores constataram

que 9,5% e 63,5 % no serviço público e privado respectivamente, consideravam que

havia estrutura suficiente para atendimento a pacientes HIV positivos, o que leva a

crer que ainda há necessidade de organização de infraestrutura nas instituições

públicas para a realização do portador desse agravo à saúde.

Convém destacar dois estudos realizados com foco nessa temática, na cidade

de Natal. O primeiro deles no ano de 2000, Rodrigues et al (2000) 15 que analisaram

100 profissionais em Natal – RN, constatando que ao atender pacientes portadores

do vírus HIV, os Cirurgiões-dentistas expressaram muitas confusões e contradições

quanto ao que deve ser concebido como uma conduta correta, tanto em relação ao

controle da infecção quanto ao acolhimento humanitário do paciente. Essa mesma

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12

autora sugere que há a necessidade de quebrar mitos, crenças e valores sobre a

prevenção, na perspectiva da formação de um Cirurgião-dentista mais capacitado,

indicando a institucionalização de diferentes estratégias educativas, associadas a

ações práticas, principalmente, por parte do poder público. Nessa mesma linha

Xavier (2019)16 ao investigar concluintes do curso de Odontologia de uma instituição

pública de ensino concluiu, passados 19 anos da pesquisa com os profissionais, que

embora os profissionais recém-formados apresentem percepção positiva quanto à

importância da conduta ética no atendimento odontológico e conhecimentos teóricos

satisfatórios sobre as medidas de biossegurança, ainda persiste o receio da

contaminação e, em função disso, buscam reforçar tais medidas, numa atitude de

insegurança.

Em função ainda, da grande diversidade de casos em que o paciente portador

de vírus HIV enfrenta discriminação e dificuldade de atendimento nos consultórios

odontológicos, do recrudescimento da epidemia, novos casos da doença e da

persistência de estigma social que advém das representações negativas desde

sempre alarmadas sobre a doença, o que pode influenciar diretamente nas atitudes

de Cirurgiões-dentistas, considera-se a necessidade de investigar como isso ainda

se reflete atualmente nestas atitudes no atendimento a este público e de que modo e

até que ponto o estigma da doença interfere na assistência humanizada para estas

pessoas.

3 METODOLOGIA

A pesquisa consiste de um estudo transversal, descritivo e analítico. O foco

de análise foi dirigido aos 2 339 Cirurgiões-dentistas (CD’s) sediados na cidade de

Natal-RN, buscando conhecer as atitudes destes frente ao atendimento a pacientes

portadores de HIV-AIDS, dos quais 59 responderam. A pesquisa foi realizada em

observância à Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde- CNS, que trata

das normas e regulamentos para pesquisas envolvendo seres humanos. Todos os

sujeitos incluídos na amostra, antecedendo a pesquisa concordaram com a

participação e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE

(ANEXO A). O estudo desenvolveu se após emissão do parecer favorável do Comitê

de Ética em Pesquisa da UFRN sob o nº 3.552.088/2019.

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13

Para a coleta de dados, foi aplicado um questionário semiestruturado

(APENDICE A) encaminhado aos CD’s através do Conselho Regional de

odontologia – RN, o qual continha questões abertas e fechadas, tendo-se registrado

o retorno de 59 do total de enviados. Os dados obtidos foram analisados e

processados através do Software SPSS, a partir do qual se calcularam as

estatísticas descritivas (médias e percentuais).

Os dados qualitativos foram analisados na perspectiva de captar-se o

entendimento e a visão do Cirurgião-dentista acerca do atendimento a pacientes

portador do vírus HIV, utilizando-se a Técnica do Discurso do Sujeito Coletivo

(DSC), que consiste em apresentar os resultados sob a forma de um ou vários

discursos-sínteses, escritos na primeira pessoa do singular, expediente que visa

expressar o pensamento de uma coletividade, como se esta coletividade fosse o

emissor de um único discurso. 17

Assim, procedeu-se com o agrupamento das respostas em duas categorias:

“Obediência e confiança às normas de biossegurança” e, “Sentimento de

necessidade de reforço às medidas de biossegurança”, a partir das falas ai contidas,

extraiu-se a ideia principal do que o conjunto dos discursos, em essência

expressava. Por categorização entenda-se como uma maneira de organizar as

entidades de determinado universo, em grupos ou categorias, com um propósito

específico 18, neste caso, organizar as verbalizações de modo a ser possível

identificar a convergência das ideias, e assim, a partir da captura da essência dos

discursos, possibilitar a construção de um discurso que represente a ideia do

coletivo.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Responderam ao questionário 59 Cirurgiões-dentistas, dos quais 35 (59,3 %)

eram do sexo feminino e 24 (40,7 %) do sexo masculino. Conforme apresenta a

tabela 1. A faixa etária variou de 23 a 70 anos para homens, com média de 40,7

anos. Para o sexo feminino variou de 24 a 61 anos, média de 34,8 anos para este

grupo.

Tabela 1 – Distribuição dos Cirurgiões-dentistas da pesquisa em função do

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sexo e faixa etária. Natal, RN – 2019.

Fonte: Pesquisa própria, 2019.

No tocante ao tempo de exercício profissional, a maior parte dos pesquisados

apresentavam mais de 10 anos de exercício. A distribuição do tempo de exercício

em função do sexo encontra se na Tabela 2.

Tabela 2 – Distribuição do tempo de exercício profissional em função do sexo dos Cirurgiões-dentistas. Natal, RN – 2019.

Fonte: Pesquisa própria, 2019.

Quando se referiu ao tipo de instituição onde obtiveram o diploma, se pública

ou privada, 86,4 % (51) dos profissionais eram oriundos de escola pública e apenas

13,6 % (8) estudaram em escola privada.

FAIXA ETÁRIA

SEXO MASCULINO

SEXO FEMININO TOTAL

n % n % n %

23 – 30 ANOS

31 - 40 ANOS

41 – 50 ANOS

51 – 70 ANOS

7

5

3

8

43,75

38,5

50

44,4

9

8

3

10

56,25

61,5

50

55,6

16

13

6

18

30,2

24,5

11,3

34

TOTAL

23

43,4

30

56,6

53

100

TEMPO DE

EXERCÍCIO

PROFISSIONAL

MASCULINO FEMININO TOTAL

n % N % n %

< 1 ANO

3 5,1 2 3,4 5 8,6

1 – 5 ANOS

2 3,4 8 13,5 10 16,9

5 – 10 ANOS 4

6,8 6 10,2 10 16,9

> 10 ANOS

15 25,4 19 32,2 34 57,6

TOTAL 24 40,7 35 59,3 59 100

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15

Na tabela 3, tem-se a distribuição das respostas aos itens do questionário,

nove ao todo, elaboradas com vistas a conhecer a capacitação dos profissionais a

respeito de possíveis condutas assumidas no atendimento a portadores de

HIV/AIDS, assim como se os mesmos receberam formação satisfatória acerca dessa

doença, se consideram os serviços público/privados oferecem condições

satisfatórias para o atendimento a este grupo populacional; se consideram as

medidas de biossegurança adotadas na rotina clínica, suficientes e eficazes, se

utilizariam medidas diferentes ao tomar conhecimento que o paciente era

soropositivo, se concordavam em existir centros especializados para atendimentos a

estes pacientes, bem como se o CD poderia recusar o atendimento e proceder com

o encaminhamento do paciente para serviços especializados.

Tabela 3 – Distribuição das respostas dos Cirurgiões-dentistas ao questionário. Natal, RN – 2019.

ITEM DO QUESTIONÁRIO SIM NÃO

N % n %

Experiência com atendimento a

paciente portador de HIV/AIDS.

40 67,8 19 32,2

Sabe identificar algum

sinal/sintoma da infecção por

HIV/AIDS.

52 88,1 7 11,9

Recebeu informações necessárias

sobre HIV/AIDS na graduação.

32 54,2 27 45,8

Quanto ao serviço público,

considera que este oferece

condições adequadas para o

atendimento a pacientes HIV/AIDS.

34 57,6 25 42,4

Quanto ao serviço privado,

considera que este oferece

condições adequadas para o

atendimento a pacientes HIV/AIDS.

39 66,1 20 33,9

Considera que adota medidas de

biossegurança suficientes e

48 81,4 11 18,6

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16

eficazes.

Utilizaria medida diferente da

habitual ao atender paciente

HIV/AIDS.

26 44,1 33 55,9

Concorda em existir centros

especializados para atendimento

odontológico a pacientes HIV/AIDS.

20 33,9 39 66,1

Considera que o CD deve ter

direito de recusar o atendimento a

paciente com HIV/AIDS e

encaminhá-lo (a) para serviço

especializado.

20 33,9 39 66,1

Fonte: Pesquisa própria, 2019.

A análise dessa tabela proporciona destacar os seguintes aspectos: Em

relação à experiência profissional com pacientes soropositivos, a maior parte, 40 dos

pesquisados, afirmaram já ter vivenciado, enquanto 19 deles negaram ter tido essa

vivência.

Quando questionados se saberiam identificar algum sinal ou sintoma da

doença 88,1 % (52) afirmaram estar aptos a identificar. Vale ressaltar, contudo, que

45,8 % (27) dos profissionais afirmaram não ter recebido informações suficientes

sobre HIV/AIDS em seu período de graduação. E, na perspectiva de se identificar

se há alguma relação destes percentuais com o tipo de instituição formadora, se

pública ou privada, a análise dos dados sobre a questão 3, mostra que não houve

diferença importante entre os profissionais em saber identificar ou não sinais e

sintomas da doença. A esse respeito, dos participantes que afirmaram ter obtido

formação em instituições públicas, 88,2 % (45) se disseram aptos a identificar

enquanto que 11,8 % (6) afirmaram não ser capazes de proceder com a

identificação. Já os formados por instituições privadas 87,5 % (7) afirmaram

conhecer sinais e sintomas enquanto que 12,5 % (1) afirmaram não conhecer.

Ainda no tocante aos formados por instituições públicas 51 % (26)

consideraram ter recebidos informações necessárias sobre HIV/AIDS, enquanto 49

% (25) afirmaram não ter recebido. Nos formados por instituições privadas 87,5 %

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17

(7) afirmaram ter recebido informações necessárias, enquanto 12,5 % (1) afirmaram

não ter recebido.

Dos 51 participantes desta pesquisa formados em instituições públicas, 82,3

% (42) obtiveram formação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN) e, 61,9 % (26) destes tinham acima de 10 anos de formação.

Dos formados pela UFRN 47,6 % (20) consideram que receberam

informações suficientes durante a graduação. Em comparação com um estudo

conduzido por Xavier (2019)16 com estudantes do último período da graduação na

UFRN, foi visto que 70 % dos graduandos consideravam satisfatórios os

ensinamentos recebidos na graduação. Essa visão sobre o nível de satisfação com

o conhecimento adquirido pode ser maior em função das modificações curriculares

ocorridas ao longo desse período, uma vez que tinha se experimentado um declínio

na epidemia, no entanto, segundo o Ministério da Saúde (MS), no Rio Grande do

Norte houve um incremento de 68 % na taxa de detecção de infecção no período de

2007 a 2017 19, levando a uma ênfase maior em tópicos relacionados a medidas de

prevenção e biossegurança em virtude possivelmente deste recrudescimento da

incidência de infecções pelo HIV nos últimos anos.

Em relação às condições para atendimento, tanto em serviço público quanto

privado, predominou entre os pesquisados o posicionamento em concordância de

que há condições adequadas pra atendimento a pacientes soropositivos em ambos

os serviços.

Quanto à eficácia das medidas de biossegurança adotadas, 81,4 % (48)

afirmaram acreditar que as mesmas são eficazes, enquanto que 18,6 % (11)

discordaram. Apesar do alto percentual dos que afirmaram acreditar na eficácia das

medidas usadas, percebe-se uma incongruência com as respostas dadas, uma vez

que quando questionados sobre se usariam medidas de biossegurança diferentes

das habituais, 44,1 % (26) afirmaram que teria atitudes diferentes do habitual e,

reforçariam as medidas de biossegurança caso soubessem se tratar de um paciente

soropositivo. Comparando esse resultado com o obtido por Rodrigues et. al (2000)

15, que analisou Cirurgiões-dentistas também da cidade de Natal sobre este tópico,

percentualmente falando, constatou-se uma melhoria nesse aspecto, uma vez que o

percentual dos que no referido estudo afirmaram que usariam medidas diferentes

das habituais figurou em 68 %. Percebe-se então que houve uma redução neste

percentual, que de um modo geral poderia configurar uma melhoria na consciência

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18

dos profissionais, todavia, figurando ainda em patamar elevado, indicando que o

temor de contaminação ainda é um sentimento muito presente e que na concepção

geral, mesmo passado quase duas décadas desde o estudo citado, tal qual foi

observado pela autora, na execução prática, existe muitas confusões e contradições

quanto ao que deve ser a conduta correta, levando a crer que há ainda a

necessidade de se consolidar o entendimento de que os princípios da biossegurança

sendo respeitados, seja qual for o paciente, não há risco de contaminação do

profissional.

Quando questionados sobre se concordavam existir centros especializados

para atendimento odontológico para pacientes soropositivos, 33,9 % (20) afirmaram

ser de acordo, enquanto que 66,1 % (39) discordaram da existência de tais centros.

Em relação ao quesito que questionava se eram de acordo que o Cirurgião-dentista

deveria ter o direito de se recusar a atender paciente soropositivo e encaminhá-los

para serviços especializados, 33,9 % (20) concordaram, enquanto que 66,1 % (39)

discordaram que o CD tivesse tal prerrogativa.

A análise dos dados em relação ao sexo mostra que há uma ligeira diferença

da percepção entre ambos. Das mulheres participantes 45,7 % (16) usariam

medidas diferentes da habitual se soubesse da condição de HIV positivo do

paciente. Sobre este aspecto o sexo masculino mostrou-se mais confiante e o

percentual figurou inferior em relação às mulheres, com 41,7 % (10) dos homens

afirmando que usariam medidas diversas das habituais, enquanto que os que

afirmaram que não usariam medidas diferentes perfazem 58,3 % (14). O que nos

permite inferir que há uma maior propensão das mulheres realizarem atendimento

diferenciado, com reforço das medidas por receio de contaminação ou preconceito

velado, ao saberem da condição de soro positividade de um paciente.

Essa percepção se reflete também nas respostas quando questionados sobre

se concordavam em existir centros específicos para atendimento à pacientes

soropositivos, onde um percentual também ligeiramente maior das participantes do

sexo feminino 34,3 % (12), afirmaram concordar com a existência de tais centros e

65,7 % (23) discordaram, enquanto que no sexo masculino esses percentuais

figuraram em 33,3 % (8) concordando com a existência enquanto que 66,7 % (16)

discordaram.

Ainda em consonância com essa diferença de percepção entre homens e

mulheres, 29,2 % (7) dos homens revelaram ser de acordo com o direito a recusa de

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19

atendimento pelo Cirurgião-dentista à pacientes soropositivos, enquanto que entre

as mulheres esse percentual alcançou 37,1 % (13).

No tocante a este aspecto, de se recusar um paciente, discriminatoriamente,

somente por causa de sua condição sorológica, trata-se de uma atitude não

desejável, e que se opõe ao código de ética odontológica, que regula os direitos e

deveres dos profissionais, e em seu artigo 2º, traz que a Odontologia é uma

profissão que se exerce em beneficio da saúde do ser humano e da coletividade, e

que deve ser exercida sem discriminação de qualquer forma, trazendo ainda em seu

artigo 7º que discriminar paciente sob qualquer forma ou pretexto, constitui uma

infração ética, passível de punição pelo Conselho de classe. 20

Durante a pesquisa e pela análise do questionário, consegue-se perceber que

o conjunto dos Cirurgiões-dentistas de Natal, apesar de demonstrarem ter

conhecimento teórico sobre a doença e ter capacidade de reconhecer os seus sinais

e sintomas, ainda persiste a compreensão de que há uma ausência de práticas com

estes pacientes durante a graduação e que isso contribui para o estabelecimento de

receios e temores frente ao atendimento deste grupo.

A maioria dos pesquisados acredita que os serviços, tanto público quanto

privado, oferecem condições para o atendimento a estes pacientes, bem como

acredita que os protocolos de biossegurança empregados na rotina da clínica

odontológica são eficazes, no entanto, em contradição a essa compreensão, um

grande percentual afirmou que adotariam atitudes diferentes, ampliariam as medidas

de barreira contra infecção, se soubessem estar diante de paciente soropositivo.

Ainda nesse sentido, um percentual importante preferiria que existissem centros

específicos para o atendimento aos portadores do HIV, e acreditam que o Cirurgião-

dentista deveria ter o direito de recusar o atendimento a esses pacientes, caso

desejassem. O que evidencia que ainda coexiste a desinformação em relação à

eficácia das barreiras contra a infecção e persiste o receio e temor internalizado em

virtude de possibilidade de contaminação, e que isso em conjunto vem interferindo

nas atitudes de Cirurgiões-dentistas em se tratando deste grupo de pessoas.

A análise das questões abertas, questões 6 e 7 respectivamente, usou a

técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). A técnica do DSC permite através de

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20

procedimentos sistemáticos de categorização, agregar depoimentos por sua

similitude. 21 Assim, as verbalizações dos profissionais foram descritas em dois

quadros, categorizados a partir da similitude que apresentavam, a partir do qual foi

possível extrair o cerne do pensamento que pode representar o entendimento do

coletivo.

Analisando-se as falas e as respectivas categorias foi possível perceber no

discurso coletivo dos Cirurgiões-dentistas, que em síntese reconhecem ter adquirido

conhecimentos teóricos sobre a fisiopatologia da AIDS, seus meios de transmissão

e, das medidas de biossegurança, durante a formação acadêmica embora ainda

exteriorizem o receio da contaminação. Verifica-se ainda, uma tendência a seguir os

protocolos, por considerá-los barreiras importantes na cadeia de transmissão do

vírus como pode se verificar nas falas do coletivo, a seguir:

Quadro 1 – Falas de Cirurgiões-dentistas da cidade de Natal-RN, 2019. Categoria 1: Obediência e confiança às normas de

biossegurança

Ideias Centrais Discurso do Sujeito Coletivo

Deve se usar as medidas de biossegurança com todos os

pacientes (24 )... Não faço distinção se o paciente é ou não

portador de alguma enfermidade, trato todos como se

fossem portadores... Devemos tratar todos como se fossem

soropositivos... Meu protocolo de higienização...

Paramentação rotineira... Manter protocolo... Uso o EPI...

Estão previstas nas orientações de biossegurança... Sigo a

risca as normas de biossegurança e treino minha assistente

para realizar a melhor limpeza do local... Impede infecção

pelo vírus... Trabalho no serviço de urgência odontológica, e

a limpeza/desinfecção não a considero eficiente, por causa

da demanda/falta de qualificação profissional... Não sei se

uso os produtos adequados para desinfecção... Porque

raramente a gente sabe quando o paciente é HIV positivo, e

sendo ou não, sempre estamos expostos e em contato com

sangue e saliva do paciente, que por mais que tenhamos

todo o EPI ainda me sinto exposta...

No serviço público deveria ter EPI’s descartável (jalecos) e

protetor facial odontológico... Sempre há uma negligência do

profissional e possível falta de um EPI mais adequado...

Preciso de mais conhecimentos e orientações para lidar

com esses pacientes... EPI’s deficitários, tais como máscara

com apenas dupla proteção.

Usar medidas

de

biossegurança

sempre.

Considerar

todos os

pacientes como

soropositivos.

As medidas de biossegurança

devem ser usadas

indiscriminadamente com

todos os pacientes,

considerando que todos são

potencialmente soropositivos.

O desejável é que houvesse

especialmente no serviço

público, provavelmente por ter

demanda livre, EPI

descartável e protetor facial

odontológico.

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21

Quadro 2 - Falas de Cirurgiões-dentistas da cidade de Natal-RN, 2019. Categoria 2: Sentimento de necessidade de reforço às

medidas de biossegurança

Ideia Central Discurso do Sujeito Coletivo

Proteção dupla e utilização de instrumentos descartáveis. O

que não pode ser descartado é devidamente acondicionado

para posterior lavagem individualizada e posterior

autoclavagem... Mais cuidado com o uso do EPI (2)...

Atenderia com luvas cirúrgicas (3)... Solicitação de exames

pra ver carga viral (2)... Verificar junto ao paciente e

infectologista, assim como a avaliação de exames

complementares (ex: hemograma) avaliar se o paciente esta

apto para realizar o procedimento cirúrgico...

Luvas cirúrgicas e procedimentos não invasivos... Solicito

uma contagem de células T cd 4+ para avaliar estado

imunológico e conduzir melhor o plano de tratamento...

Duas luvas e duas mascaras... Luvas de procedimento

cirúrgico mascara com visor de proteção, capote... Duas

luvas, ainda mais atenção, apesar de saber que devemos

ter precauções com todos os pacientes... Maior proteção e

cautela no atendimento, não continuar se os procedimentos

forem muito complexos, encaminhar pra o local ideal para

esse tipo de atendimento... Atendimento no final do

expediente ou em horários específicos... Uso de luvas

cirúrgicas para qualquer procedimento, já que as luvas de

procedimento rasgam com maior facilidade (4).

Atender em horário diferenciado (ultimo paciente)... Mais

cuidados com a desinfecção e manipulação dos

instrumentais... Luvas duplas (sobrepostas), higienização

das pontas em autoclave, higienização da cuspideira e

assentos... Procedimentos invasivos tomar mais cuidados

(2)... O agendaria primeiro...

Mais atenção e

maior cautela no

atendimento.

Reforçar

métodos de

barreira contra

infecção, como

usar luvas de

procedimento

sobrepostas ou

luvas cirúrgicas.

Reforças as medidas de

biossegurança e utilizar luvas

sobrepostas ou luva cirúrgica

para atendimento destes

pacientes. Atendimento

somente para procedimentos

menos invasivo, e mais

cuidado no manuseio dos

instrumentais.

A compilação das respostas ao questionamento, sobre se consideravam

suficientes e eficazes as medidas de biossegurança adotadas, e se modificariam

alguma atitude empregada na rotina, permitiu identificar o cerne que norteia a

compreensão e a atitude dos Cirurgiões-dentistas de Natal frente a pacientes

soropositivos. Percebe-se que os profissionais, enquanto coletivo, estão cientes

sobre os meios de contaminação, sobre as medidas de proteção e barreira contra

infecção e mostraram uma tendência inicial de obediência às normas e concordância

sobre a importância dessas medidas e de que o seu uso independe de se tratar de

um paciente HIV/AIDS ou não, conforme transcrito em sequência:

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22

“O contagio só acontece com contato com fluidos corporais.

Medidas de biossegurança devem ser adotadas em todos os

pacientes, possuindo eles HIV ou não.” (Cirurgiões-dentistas, Natal,

2019).

Não obstante essa predominância de entendimento coletivo percebe-se a

influência do estigma sobre a doença nas entrelinhas das respostas, quando

afirmam que o temor e receio de contaminação permanece mesmo com o uso de

medidas de barreira, conforme transcrito:

“Porque raramente a gente sabe quando o paciente é HIV positivo,

e, sendo ou não, sempre estamos expostos, e em contato com

sangue e saliva do paciente, que por mais que tenhamos todo o

EPI ainda nos sentimos expostos”. (Cirurgiões-dentistas, Natal,

2019).

Muitos dos profissionais pesquisados relataram o sentimento de que se

soubessem previamente da condição sorológica do paciente mudariam sua atitude

em relação a ele, e reforçariam as medidas de barreira contra infecção, como

explicito:

“Duas luvas, ainda mais atenção, apesar de saber que devemos ter

precauções com todos os pacientes.”... “Atenderia com luvas

cirúrgicas.”... “Duas luvas e duas máscaras.”... “Atender em horário

diferenciado, último paciente.” (Cirurgiões-dentistas, Natal, 2019).

Contudo, os mecanismos de transmissão já estão cientificamente bem

estabelecidos, e se dão basicamente por contato sexual sem proteção de

preservativo, através de transfusões sanguíneas, transmissão de mãe para filho

durante o parto ou amamentação ou ainda com uso de seringas ou materiais

perfuro-cortantes não esterilizados. 22 Não há até então evidencia cientifica de que o

contato com a saliva especialmente, tenha alto potencial de transmissão que

justifique esse comportamento em relação a pacientes soropositivos. E o fato de se

sentirem expostos mesmo com uso de medidas de barreira contra infecção, leva a

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23

crer que esse sentimento seja relacionado, não somente ao cuidado em não se

envolver em um acidente ocupacional, mas de que este ocorra com paciente

soropositivo em função do estigma e da discriminação que cercam esses pacientes.

A Constituição Brasileira assegura as pessoas contaminadas com HIV, assim

como todo e qualquer cidadão brasileiro, têm obrigações e direitos garantidos; entre

eles, estão à dignidade humana e o acesso à saúde pública. Ainda nessa linha de

pensamento, o Brasil possui legislação específica quanto aos grupos mais

vulneráveis ao preconceito e à discriminação, se enquadrando nesse âmbito os

portadores de doenças crônicas infecciosas como o HIV/AIDS.

Além disso, em 1989, profissionais da saúde e membros da sociedade civil

criaram, com o apoio do Departamento de IST, HIV/AIDS e Hepatites Virais, a

Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da AIDS que

entre suas diretrizes estabelece que todo portador do vírus da AIDS, tem direito à

assistência e ao tratamento, dados sem qualquer restrição, garantindo sua melhor

qualidade de vida e que nenhum portador do vírus será submetido a isolamento,

quarentena ou qualquer tipo de discriminação.

Mesmo com todos esses avanços em relação às pessoas portadoras de

HIV/AIDS, é evidente que o estigma da doença ainda exerce uma influencia negativa

sobre as atitudes dos Cirurgiões-dentistas da cidade de Natal, quando do

atendimento a esses pacientes, evidenciando que há necessidade de que os

profissionais busquem conhecimento e consigam desmistificar e superar essas

barreiras que impedem um atendimento qualificado a esse grupo de pessoas.

5 CONCLUSÃO

Os Cirurgiões-dentistas da cidade de Natal demonstraram conhecimento de

modo geral sobre HIV-AIDS, considerando-se aptos a reconhecer sinais e sintomas

da doença no âmbito de sua atuação profissional, as formas de transmissão, assim

como reconhecem os métodos e técnicas de barreira contra contágio. No entanto,

pelas atitudes expressas por esses profissionais, ainda existe uma forte influência do

estigma social levando-os a assumir atitude de negação da eficiência das medidas

de biossegurança, assim como buscando reforça-las de alguma maneira de forma a

se sentir mais seguro frente à possibilidade de contágio.

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24

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dentistas do Programa Saúde da Família de Aracaju – SE em relação aos

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10. Garcia LP, Blank VLG. Prevalências de exposições ocupacionais de

Cirurgiões-dentistas e auxiliares de consultório dentário a material biológico.

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em tempos de aids: manual de condutas. Brasília: Ministério da Saúde; 2000.

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16. Xavier, C. M. Percepção dos estudantes de odontologia da UFRN quanto ao

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17. Lefevre AMC, Crestana MF, Cornetta VK. A utilização da metodologia do

discurso do sujeito coletivo na avaliação qualitativa dos cursos de

especialização "Capacitação e Desenvolvimento de Recursos Humanos em

Saúde CADRHU”. Saúde Soc. 2003; 12(2): 68-75.

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19. Ministério da Saúde - Secretária de Vigilância em Saúde. Boletim

Epidemiológico HIV – AIDS, Julho de 2017 a Junho de 2018. [acesso em 14

nov. 2019]. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2018/boletim-

epidemiologico-hivaids-2018>.

20. Conselho Federal de Odontologia. Código de ética Odontológica. [acesso em

14 nov. 2019]. Disponível em: <http:cfo.org,br/website/wp-

content/uploads/2018/03/codigo_etica.pdf>

21. Lefevre F; Lefevre AMC. Discurso do Sujeito Coletivo. 1. Ed. Caxias do Sul:

EDUCS, 2003. 256p

22. Brasil. Ministério da Saúde. [acesso em 11 nov. 2019]. Disponível em:

<http://www.aids.gov.br/pt-br/público-geral/o-que-e-hiv>.

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27

APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências da Saúde

Identificação do Profissional:

Nome:______________________________________________________________

Gênero: Masculino ( ) Feminino ( )

Data de Nascimento: _____/____/_____.

Instituição onde curso a graduação:

___________________________________________________________________

Tempo de exercício profissional:

Menos de 1 ano ( ) Entre 1 e 5 anos ( ) Entre 5 e 10 anos ( ) Acima de

10 ano ( )

Instituição onde trabalha: Privada ( ) Pública ( ) Ambas ( )

Encontra-se atualmente em exercício profissional: Sim ( ) Não ( )

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1- Tem experiência profissional com atendimento a paciente portador de HIV/AIDS?

Sim ( ) Não ( )

2- Conhece alguma forma de identificação da infecção por HIV/AIDS?

Sim ( ) Não ( )

3- Em a sua opinião, você recebeu as informações necessárias sobre o HIV/AIDS,

durante o curso de graduação?

Sim ( ) Não ( )

4- Se trabalha/trabalhou no serviço público, considera que este oferece condições

adequadas para o atendimento a pacientes HIV/AIDS?

Sim ( ) Não( )

5- E quanto à iniciativa privada? Em clínicas?

Sim ( ) Não( )

6- Você acha que as medidas de biossegurança adotadas por você tanto no serviço

público quanto em seu consultório são suficientes e eficazes?

Sim ( ) Não ( )

Por quê? ____________________________________________________________

7- Ao saber que o paciente é portador de HIV/AIDS utilizaria alguma medida

diferente das utilizadas no dia-a-dia?

Sim ( ) Não ( )

Em caso afirmativo, quais? _____________________________________________

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8- Você acha que deveria existir centros especializados para atendimento a

pacientes HIV/AIDS?

Sim ( ) Não ( )

9- Você considera que o Cirurgião-dentista deve ter o direito de recusar o

atendimento a pacientes HIV/AIDS e encaminhá-lo para outro serviço?

Sim ( ) Não ( )

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ANEXO A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: Atitudes de Cirurgiões-dentistas da

Cidade de Natal-RN, no atendimento ao paciente portador do HIV-AIDS, que tem como

pesquisador responsável Edna Maria da Silva.

Esta pesquisa pretende Investigar a influência do estigma social do HIV no comportamento

do Cirurgião-dentista no atendimento a pacientes HIV positivo.

O motivo que nos leva a fazer este estudo decorre em virtude de que apesar dos avanços

científicos no tratamento e controle da doença, tem-se verificado um avanço na ocorrência

de novos casos e com isso a possibilidade de transmissão no exercício profissional se

medidas de biossegurança não forem adotadas. Em função dessa constatação, justificam-se

a realização de estudos que demonstrem o nível de conhecimento de profissionais da saúde

cerca das questões que envolvem o exercício profissional no que tange ao atendimento a

esses pacientes, sem, contudo gerar a discriminação e o estigma social de negação à

assistência.

Caso decida participar lhe será apresentado para responder um questionário com questões

objetivas e subjetivas, que levarão cerca de cinco minutos para preenche la, na perspectiva

de se caracterizar o tipo de atitudes desenvolvidas no atendimento clínico aos portadores no

tocante a existência de sentimento ou comportamento discriminatório, bem como o

conhecimento a cerca da doença, seus meios de transmissão e biossegurança para se

evitar o contágio em atendimento clinico.

Em função do tipo de estudo os riscos são mínimos e estão relacionados ao desconforto

quanto ao sigilo das respostas de modo que esses riscos serão sanados preservando se a

identidade dos sujeitos pesquisados e garantindo a sua permanência voluntária ao estudo.

Os benefícios da pesquisa são de ordem acadêmica, ao participar estará contribuindo

relevantemente para o trabalho de conclusão de curso, bem como esses dados obtidos

darão feedback para os organismos formadores de profissionais da odontologia e de fonte

informacional para os CDs e a comunidade de um modo geral.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA - DOD

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Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para a

professora responsável Edna Maria da Silva, pelo telefone (84)9193-6086 ou e mail

[email protected]. Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu

consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que vocês irão nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em

congressos ou publicações científicas, sempre de forma anônima, não havendo divulgação

de nenhum dado que possa lhe identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador

responsável por essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

Alguns gastos pela sua participação nessa pesquisa, eles serão assumidos pelo

pesquisador e reembolsado para vocês.

Se você sofrer qualquer dano decorrente desta pesquisa, sendo ele imediato ou tardio,

previsto ou não, você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em

Pesquisa – instituição que avalia a ética das pesquisas antes que elas comecem e fornece

proteção aos participantes das mesmas – da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

nos telefones (84) 3215-3135 / (84) 9.9193.6266, através do e-mail [email protected]

Você ainda pode ir pessoalmente à sede do CEP, de segunda a sexta, das 08:00 h às 12:00

h e das 14:00 h às 18:00 h, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Av. Senador

Salgado Filho, s/n. Campus Central, Lagoa Nova. Natal/RN.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma será enviada para você e a outra ficará

com o pesquisador responsável Edna Maria da Silva.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados

serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que

ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da

pesquisa Atitudes de Cirurgiões-dentistas da Cidade de Natal-RN, no atendimento ao

paciente portador do HIV-AIDS, e autorizo a divulgação das informações por mim

fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me

identificar.

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Natal (RN), _____/_____/_____

________________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo Atitudes de Cirurgiões-dentistas da Cidade

de Natal-RN, no atendimento ao paciente portador do HIV-AIDS, declaro que assumo a

inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e

direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como

manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei

infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional

de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal (RN), _____/_____/_____.

___________________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

Impressão datiloscópica do

participante

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ANEXO B

Categorias de artigos

Artigos Originais

São relatos de trabalho original, aqueles que incluem estudos observacionais,

estudos experimentais ou quase experimentais, avaliação de programas, análises de

custo-efetividade, análises de decisão e estudos sobre avaliação de desempenho de

testes diagnósticos para triagem populacional, destinados à divulgação de

resultados de pesquisas inéditas de temas relevantes para a área pesquisada,

apresentados com estrutura constituída de Introdução, Revisão ou Referencial

Teórico, Metodologia, Resultados, Discussão e Conclusão, embora outros formatos

possam ser aceitos (Máximo de 5.000 palavras, excluindo resumo, referências,

tabelas e figuras. Máximo de referências: 25).

Informações complementares:

As tabelas e figuras, limitadas a 5 no conjunto, devem incluir apenas os dados imprescindíveis, evitando-se tabelas muito longas. As figuras não devem repetir dados já descritos nas tabelas.

As referências, limitadas em 25, devem incluir apenas aquelas estritamente pertinentes e relevantes à problemática abordada. Deve-se evitar a inclusão de número excessivo de referências numa mesma citação. Citações de documentos não publicados e não indexados na literatura científica devem ser evitadas.

Os resumos devem ser apresentados no formato estruturado, com no mínimo

150 e no máximo 300 palavras, contendo os itens: Introdução, Objetivo, Métodos,

Resultados e Conclusões destacados em negrito no texto do Resumo e seus

correspondentes no Abstract. Excetuam-se os ensaios teóricos e os artigos sobre

metodologia e técnicas usadas em pesquisas, cujos resumos são no formato

narrativo, que, neste caso, terão limite de 150 palavras.

A Introdução deve ser curta, definindo o problema estudado, sintetizando sua

importância e destacando as lacunas do conhecimento que serão abordadas no

artigo. A seção Métodos deve incluir as fontes de dados, a população estudada,

amostragem, critérios de seleção, procedimentos analíticos, dentre outros, os quais

devem ser descritos de forma compreensiva e completa, mas sem prolixidade. A

seção de Resultados e discussão deve descrever os resultados encontrados

incluindo interpretações/comparações. O texto deve complementar e não repetir o

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que está descrito em tabelas e figuras. A Discussão deve incluir também a

apreciação dos autores sobre as limitações do estudo, a comparação dos achados

com a literatura, a interpretação dos autores sobre os resultados obtidos e suas

principais implicações e a eventual indicação de caminhos para novas pesquisas. As

Conclusões devem conter a síntese dos resultados sem, entretanto repeti-los.

Podem ser apontadas em tópicos ou escritas de forma cursiva.

Relatos de Casos Clínicos

Prioritariamente relatos significantes de interesse multidisciplinar e/ou

práticos, relacionados ao campo temático da revista (máximo de 3.000 palavras e 20

referências).

Artigos de Revisão Sistemática e Meta-análise (Estudos quantitativos) -

Artigos de Revisão Sistemática e Metassíntese (Estudos qualitativos)

Por meio da síntese de resultados de estudos originais, quantitativos ou qualitativos,

objetiva responderem à pergunta específica e de relevância para a Saúde,

prioritariamente Saúde coletiva e Odontologia. Descreve com pormenores o

processo de busca dos estudos originais, os critérios utilizados para seleção

daqueles que foram incluídos na revisão e os procedimentos empregados na síntese

dos resultados obtidos pelos estudos revisados (que poderão ou não ser

procedimentos de meta-análise ou metassíntese).

Artigos de análise crítica

Também chamada de Review, trata-se de um estudo (uma avaliação) geral

de um determinado setor, projeto, produto, serviço, processo ou informação com

relação a requisitos pré-estabelecidos, tendo como objetivo a identificação de

problemas, visando à solução dos mesmos. Este formato destina-se somente para

convidados. Número Especial

Destina-se a divulgação de Anais de Eventos ligados a área temática da

Revista. Pesquisa envolvendo seres humanos

O trabalho deve ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

instituição onde a mesma foi realizada e cumprir os princípios éticos contidos na

Declaração de Helsinki, além do atendimento a legislação pertinente a cada país. Na

parte “Metodologia”, constituir o último parágrafo com clara afirmação deste

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cumprimento. O manuscrito deve ser acompanhado de cópia de aprovação do

parecer do Comitê de Ética.

Autoria

O conceito de autoria está baseado na contribuição substancial de cada uma

das pessoas listadas como autores, no que se refere, sobretudo, à concepção do

projeto de pesquisa, análise e interpretação dos dados, redação e revisão crítica. A

contribuição de cada um dos autores deve ser explicitada em declaração para esta

finalidade. Não se justifica a inclusão de nome de autores cuja contribuição não se

enquadre nos critérios acima. A indicação dos nomes dos autores logo abaixo do

título do artigo é limitada a 12. As credenciais e titulação de cada autor devem vir

seguidamente ao nome. Por exemplo:

Paulo Ricardo Guimarães Chaves- Pesquisador do Programa de Pós

Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-

UFRN. Pós-doutor em Antropologia pela Universidade de Coimbra-Portugal. E-mail:

[email protected]

Os manuscritos publicados são de propriedade da Revista, vedada à

reprodução, mesmo que parcial, em outros periódicos. Resumos ou resenhas de

artigos publicados poderão ser divulgados em outros periódicos com a indicação

de links para o texto completo, sob consulta à Editoria da Revista Ciência Plural.

PREPARO DOS MANUSCRITOS

Descritores - Devem ser indicados entre 3 e 10, extraídos do

vocabulário "Descritores em Ciências da Saúde" (DeCS), quando acompanharem os

resumos em português, e do Medical Subject Headings (MeSH), para os resumos

em inglês.

Formatação do texto

O texto como um todo deverá estar em fonte Arial tamanho 12, com margens

2,5cm (superior, inferior, direita, esquerda) e espaço entre linhas 1,5cm. Quando

existirem ilustrações (sejam tabelas, gráficos ou figuras), estas deverão ser inseridas

dentro e ao longo do próprio texto, no local pertinente.

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Agradecimentos - Devem ser mencionados nomes de pessoas que prestaram

colaboração intelectual ao trabalho, desde que não preencham os requisitos para

participar da autoria. Também podem constar desta parte agradecimentos a

instituições quanto ao apoio financeiro ou logístico.

REFERÊNCIAS

As referências devem ser numeradas de forma consecutiva segundo a ordem

em que forem sendo citadas no texto e normalizadas de acordo com o estilo

Vancouver. Os títulos de periódicos devem ser referidos de forma abreviada,

conforme o Index Medicus. No caso de publicações com até 6 autores, citam-se

todos; acima de 6, citam-se os seis primeiros, seguidos da expressão latina "et al".

Declaração de Direito Autoral

À Revista Ciência Plural ficam reservados os direitos autorais referentes a

todos os artigos publicados.

Política de Privacidade

Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados

exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo

disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.

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ANEXO C

Parecer Consubstanciado

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