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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
CORRELAÇÃO DA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA ENTRE OS
MÚSCULOS ABDOMINAIS E O ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES
CLIMATÉRICAS PRATICANTES DO MÉTODO PILATES
ALETHÉA CURY RABELO LEITÃO
Natal
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
CORRELAÇÃO DA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA ENTRE OS
MÚSCULOS ABDOMINAIS E O ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES
CLIMATÉRICAS PRATICANTES DO MÉTODO PILATES
ALETHÉA CURY RABELO LEITÃO
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Fisioterapia da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, como requisito obrigatório para
obtenção do título de Mestre em
Fisioterapia.
Orientadora: Profa. Dra. Elizabel de Souza
Ramalho Viana.
Natal
2017
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS
Leitão, Alethéa Cury Rabelo.
Correlação da atividade eletromiográfica entre os músculos
abdominais e o assoalho pélvico em mulheres climatéricas
praticantes do método pilates / Alethéa Cury Rabelo Leitão. - Natal, 2017.
87f.: il.
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Fisioterapia. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Orientadora: Elizabel de Souza Ramalho Viana.
1. Técnicas de exercício e de movimento - Dissertação. 2.
Exercício - Pilates - Dissertação. 3. Abdome - Dissertação. I.
Viana, Elizabel de Souza Ramalho. II. Título.
RN/UF/BS-CCS CDU 796
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia:
Prof. Dr. Álvaro Campos Cavalcanti Maciel
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
CORRELAÇÃO DA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA ENTRE OS
MÚSCULOS ABDOMINAIS E O ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES
CLIMATÉRICAS PRATICANTES DO MÉTODO PILATES
BANCA EXAMINADORA:
Profa. Dra. Elizabel de Souza Ramalho Viana – Presidente/UFRN.
Profa. Prof. Dra. Adriana Gomes Magalhães – FACISA – UFRN.
Profa. Dra. Larissa Coutinho de Lucena Trigueiro - UFPE.
iv
Dedicatória
Dedico essa dissertação àquela pessoa que, ao longo dessa
jornada, repetidamente, me dizia:
"não adianta, eu não irei desistir de você!"
"estamos juntos nessa!"
"para mim, é para sempre!"
Meu marido, amigo e companheiro: André L. de Almeida Aloise.
v
Agradecimentos
Agradecer, para mim, talvez seja a parte mais fácil e a mais difícil ao
mesmo tempo nessa dissertação. A entrada para esse mestrado foi,
certamente, uma prova de fé. De fé e fidelidade ao meu Deus. Por isso, meu
primeiro agradecimento é a Ele. Por não ter me permitido passar há 10 anos
atrás, na primeira tentativa para o mestrado. Por não ter me permitido passar
na primeira chamada para onde eu estava pleiteando a vaga, na segunda
tentativa. Por ter me permitido passar no momento que Ele sabia que era o
melhor pra mim. Dois maravilhosos anos. Tu sabes o que fazes meu Deus, eu
que não sei enxergar no momento certo!
Aos meus pais que sempre, sempre, sempre, depositaram confiança em
mim. Por me permitirem sonhar com os pés no chão. Por serem ao mesmo
tempo permissivos e rígidos, em uma medida não exata, que somada a todas
as circunstâncias que meu Deus me criou, consentiu eu ser quem eu sou hoje.
Posso me definir como uma pessoa inquieta, curiosa e determinada. E a
palavra de ordem lá em casa sempre foi: independência. E desta forma, passei
a avaliar tudo criteriosamente, até na escolha de um companheiro para minha
vida. Alguém para me somar, não completar, porque nasci pra ser inteira.
Ao meu marido, amigo, companheiro, André Luiz, sem o qual, em
hipótese nenhuma, eu estaria concluindo esse mestrado. Sem ele, nada disso
estaria acontecendo. Dedicação dessa dissertação é pra ele. Sem ele, tudo
estaria pela metade e incompleto. Ele segurou todas as barras. Como dizia Bob
Marley: "em um universo, com 8 planetas, 204 países, 809 ilhas, 7 mares, 7
bilhões de pessoas. E a única pessoa que eu só preciso para ser feliz é você!"
Preciso dizer algo mais?
Sim, preciso, por complemento, minha filha amada. Amanda, aquela que
é digna de ser amada. Agora com seus 3 aninhos você não entende porquê a
mamãe tem que sempre ir trabalhar ou estudar. Mas saiba, meu amor, que
você é a personificação de que tudo vale a pena. Até das desilusões. Pois,
minha maior vitória é você. O resto é... complemento.
À minha querida irmã, Thalita Cury, que me enche de orgulho. Que
muitas vezes vejo seus olhos brilharem de admiração por mim, mesmo eu
vi
sabendo que não posso correspondê-los. Mesmo sabendo que não estou à sua
altura. Você se transforma na minha alavanca para tentar não te decepcionar.
À minha querida e amável orientadora Profa. Elizabel Ramalho de Souza
Viana. Na verdade, eu comecei a escrever esse agradecimento a ela, desde o
dia que tivemos o nosso primeiro encontro. Lembro-me, que quando professor
Ricardo Guerra me ligou, perguntando se eu gostaria de entrar para o
programa mesmo sendo em outra área e eu assenti, não imaginei quantas
surpresas boas e superações enriquecedoras eu viria a ter. Nesta reunião,
lembro-me que a senhora não me olhou nos olhos, éramos duas estranhas,
ansiosas pelo que ia acontecer, o que estava por vir. Nesta reunião, por vezes
a senhora comentou de uma decepção de um aluno ou aluna, não lembro o
gênero ao certo, que lhe decepcionou devido a uma "repescagem". E era
natural, sua indagação em ter que dar outra oportunidade a uma desconhecida.
E ao final, finalmente a senhora me encarou e disse: “não me decepcione!” Não
sei se consegui cumprir sua vontade. Mas saiba, que todo o medo e vontade
desistir por estar numa área totalmente desconhecida, começou a virar desafio,
e o desafio se transformou em engrenagem, e a engrenagem tomou forma de
motivação. E a cada pessoa que eu falava sobre quem era minha orientadora
dizia: ah, é Elizabel? Ela é uma mãe.Era tudo o que eu precisava na minha
pós. De uma mãe. Mãe é sinônimo de amor, de paciência, de cuidado, de
atenção. Tudo o que eu precisava naquele momento.
Outro professor que foi essencial para o começo de tudo: Prof. Wouber
Herickson. Em algumas das nossas reuniões, desde a época da
especialização, quando o conheci, foi um incentivador para eu retomar meu
sonho. Pois em suas palavras, veio o incentivo, o reconhecimento, a ética, a
humildade. São poucos os professores que tem essa capacidade de estimular
seus alunos. E foi esse lado que conheci e falo com muito orgulho que, se não
fosse a frase "faça o mestrado pra minha vaga, são poucos dias pra estudar,
mas, se você não passar, não deixe de tentar, você vai conseguir". Palavras
que encheram meu coração. E lá fui eu. Deus não permitiu que eu passasse,
por pouco, pra tão almejada vaga e professor. Ele escolheu outros caminhos.
Mas meu sentimento de gratidão por seu incentivo será eterno. Muito obrigada.
Agradecer aos meus presentes que recebi desse mestrado. Minhas
amigas, da turma do mestrado, Priscylla Helouyse e Natércia Queiroz,
companheiras de estudo, de vida, de confissões. Com Priscylla aprendi o
quanto é admirável ser ética, compromissada e responsável nessa vida
acadêmica. Certamente, será uma grande professora. E Natercia, tem o dom
da alegria, da vida, do perdão, da amizade genuína. Também, tive presentes,
especiais, vindo da docência, que me surpreendeu, com o grau de humildade
que essas professoras se apresentaram a mim: Aline e Catarina. Vocês são um
exemplo de que ter um título não faz ninguém melhor que ninguém. Quero
muito chegar nesse grau de competência e humildade. Estão no meu coração.
Outro presente, foi o grupo GESM, onde conheci pessoas extremamente
incríveis, que faltam palavras para descrever as maiores qualidades que cada
uma das componentes tem. Certamente, professora Elizabel tem a melhor
equipe de estudo, de pesquisa e de companheirismo que alguém já viu. A
interação e o companheirismo são marcas registradas. Afinidades, sempre tem
mais ou menos entre algumas pessoas. Mas quando é pra se ajudar, estão
todas juntas. Isso é família: Laiane: linda e inteligente (não sei porquê Deus dá
duas super qualidades pra uma pessoa só, ou nasce linda ou inteligente, os
dois é humilhar demais), Ingrid (um poço de humildade, emana afeto, exala
genialidade), Vanessinha (cópia fiel da madre maior, preciso dizer mais nada,
lacrou), Adriana (nunca que eu diria que era uma professora de grande porte,
sempre muito humilde comigo, solícita e preocupada, lembro de uma vez que
me puxou no Gesm para saber como estava minha análise estatística, se
preocupando com alguém que ela nem conhecia, foi também quem me ajudou
no estágio a docência, foi atrás de resoluções e leis, e agora aceita ser minha
banca, uma honra pra mim!), profa Tereza (quem diria que iríamos nos
encontrar no futuro? No começo chamava ela de professora e senhora, aí no
segundo dia ela me deu uma bronca, "Alê, somos amigas e colegas de
profissão, apenas Tereza viu?!", meus olhos saltaram, enquanto uns fazem
tanta questão do título, eu estava no meio de pessoas que se preocupavam em
servir e contribuir.
Não posso esquecer jamais das minhas bolsistas, que me ajudaram
durante as coletas: Minhas Anas! Ai como quero bem a essas duas
pérolas!Como a gente se deu bem, como foi bom trabalhar com vocês! Quanto
orgulho tenho de vocês. Meu coração pula de alegria e de orgulho quando
digo, eu trabalhei com Ana Paula e Ana Rita, exemplo de profissionalismo! Tão
jovens, mas ali, ao meu lado, o tempo todo. Nunca faltaram, sempre pontuais,
e sempre me dando ânimo nos momentos que eu chorava quando a coleta
dava errado. Meninas, se não fossem vocês eu não teria concluído esse
estudo. Nunca se esqueçam da "chefinha" aqui, como costumavam,
carinhosamente, me chamar. Formamos uma excelente equipe! Excelente!
Amei!
Aos meus sogros, Décio e Suely, pelos anos de dedicação em cuidar da
minha filha. Muitas vezes, cuidavam dela para eu ter um tempinho a mais de
estudo, ou de coleta. Agradeço imensamente todo o apoio.
Quero agradecer, também, à minha equipe do Studio A2 Pilates, que
seguraram a barra na minha ausência, nas falhas administrativas, dando o
melhor para que a empresa funcionasse da melhor forma possível. Agradeço
muito o esforço! Em destaque à minha querida Larissa meu braço direito, e a
Amanda, meu braço esquerdo, por me apoiar todos esses anos de
profissionalismo e companheirismo.
À todas as participantes do meu estudo, que uma a uma, conversei,
convenci, se comprometeu a estar lá nos finais de semana, quando a coleta
dava errado e tive que tentar 3 dias diferentes, pois não podia perder uma
voluntária. Pela compreensão, pelo afeto e confiança depositada em mim a ao
meu projeto. Vocês fizeram uma boa ação. Um bem enorme a mim e a
pesquisa. Vocês são, literalmente e virtualmente, o corpo desse estudo. Minha
eterna e grande gratidão. Não posso citar os nomes, pois seria anti-ético, mas
minha vontade é agradecer nome por nome, porque vocês são muito especiais.
Aos meus amigos que me apóiam sempre, em destaque ao Grupo da
Dieta, das eternas noivinhas e minhas queridas Tacicleide Dantas e Carol
Peres.
À Dra. Marta Medeiros, minha psicóloga, que me "resgatou" do meu pior
momento de vida. Que moveu todos os conhecimentos e pessoas possíveis
para me colocar nos eixos. Que quando pensei que tudo estava cinza, ela
insistiu e viu me mostrou que ali tinha luz e cor. Que fez eu acreditar em mim
novamente. Que me fez entender que a humildade não está apenas nas
palavras e gestos e sim, em se aceitar como é. Que eu posso mais do que
imagino, e que posso ser menos do que os outros imaginam, por
simplesmente, ser.
Ao departamento de Fisioterapia inteiro! Desde as recepcionistas,
secretárias, os ASG´s. Todos que fazem o departamento funcionar.
E, por fim, mas não menos importante, à minha querida banca, Profa.
Dra. Adriana Magalhães e Profa. Dra. Larissa, que aceitaram o convite e, tenho
certeza, que farão considerações valiosas a essa pesquisa. E por serem
indicadas pela minha orientadora, sei que estou em ótimas e excelentes mãos.
Epígrafe
“No tiene importancia lo que yo pienso de Mafalda. El importante es lo que
Mafalda piensa de mí.” (Julio Cortázar)
xi
Lista de abreviaturas e siglas
IC – Intervalo de confiança
IMC - Índice de massa corporal
MP - Método Pilates
P – Valor de significância
PIA - Pressão intra-abdominal
SB - Exercício Shoulder Bridge no solo
SC - Exercício Shoulder Bridge no Cadillac
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TCM - Exercício Teaser com mola no Cadillac
TrA - Músculo transverso do abdômen
TSM - ExercícioTeaser sem mola no Cadillac
xii
Lista de Figuras
Figura 1: Localização do Powerhouse - porção anterior e posterior
Figura 2:Localização do Powerhouse - porção inferior
Figura 3:Classificação STRAW (estágios reprodutivos)
Figura 4:Classificação de peso corporal pelo IMC
Figura 5: Avaliação funcional do assoalho pélvico
Figura 6:Equipamento Miotool URO®
Figura 7: Sonda endovaginal (Chatanooga®)
Figura 8:Aparelho Cadillac®.
Figura 9:Fluxograma
Figura 10: Sequência de captação do sinal eletromiográfico
Figura 11: Posicionamento dos eletrodos de superfície nos músculos
abdominais e do assoalho pélvico
Figura 12:Tela do protocolo de avaliação
Figura 13:Tela do protocolo de avaliação do movimento
Figura 14: Imagem dos dados numéricos fornecidos pelo Software Biotrainer
Figura 15:Imagem do comportamento muscular em forma de gráfico
Figura 16:Exercício Shoulder Bridge no solo
Figura 17: Exercício Shoulder Bridge no Cadillac
Figura 18: Exercícios Teaser com mola e sem mola no Cadillac
Artigo:
Tabela 1 - Correlações eletromiográficas entre os MAP e MA da amostra
estudada.
Tabela 2 - Avaliação dos músculos do assoalho pélvico, segundo o método
PERFECT.
xiii
SUMÁRIO
Dedicatória v
Agradecimentos vi
Epígrafe xi
Lista de abreviaturas e siglas xii
Lista de figuras xiii
Resumo 10
Abstract 11
1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 12
2 JUSTIFICATIVA.................................................................................... 19
3 OBJETIVOS.......................................................................................... 21
3.1 Objetivo geral...................................................................................... 22
3.2 Objetivos específicos.......................................................................... 22
4MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................... 23
4.1 Caracterização do estudo.................................................................. 24
4.2 Local do estudo.................................................................................. 24
4.3 Período do estudo.............................................................................. 24
4.4 População........................................................................................... 24
4.5 Caracterização da amostra................................................................. 24
4.5.1 Critérios de inclusão.............................................................. 24
4.5.2 Critérios de exclusão............................................................. 25
4.6 Instrumentos e equipamentos de coleta............................................. 25
4.6.1 Ficha de avaliação e identificação.......................................... 25
4.6.2Avaliação Funcional do Assoalho pélvico - AFA.................... 28
4.6.3 Eletromiografia (Miotool®)...................................................... 29
4.6.4.Equipamento de Pilates - Cadillac.......................................... 30
4.7 Procedimentos de coleta 31
4.7.1 Fluxograma 31
4.7.2 Aplicação da ficha de avaliação 32
4.7.3 Avaliação funcional dos músculos do assoalho pélvico....... 32
4.7.4 Protocolo eletromiográfico..................................................... 32
4.7.5. Protocolo de exercícios do método Pilates 37
4.7.6. Aspectos éticos 39
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................ 39
6 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 56
7 REFERÊNCIAS..................................................... 59
APÊNDICES
APÊNDICE A – Ficha de Avaliação e Identificação...................
APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)..
ANEXOS
ANEXO A - Parecer do Comitê em ética e pesquisa (CEP)
ANEXO B - Carta de submissão da Revista SBME
ANEXO C - Instruções para os autores da Revista SBME
10
RESUMO
Introdução: O método Pilates (MP) consiste em um conjunto de exercícios
sistematizados, com evidências em efeitos no condicionamento físico e na
reabilitação. Objetivo:Analisar a atividade eletromiográfica dos músculos
abdominais (TrA/OI) e do assoalho pélvico, durante a realização dos exercícios
Shoulder Bridge,no solo, Shoulder Bridge, Teaser com mola e Teaser sem
mola, no aparelho Cadillac®, por meio da eletromiografia de superfície, em
mulheres climatéricas praticantes do Método Pilates.Métodos:Vinte e oito
mulheres climatéricas com idade 54,14±6,14 anos, 4±2,9 anos de prática de
Pilates, frequência de 2 vezes na semana (85,7%). Todas as voluntárias
submeteram-se a avaliação funcional dos MAP pela palpação manual bidigital
e por aparelho eletromiográfico com sonda endovaginal. A avaliação
eletromiográfica para os músculos abdominais foi realizada por eletrodos de
superfície Al/AgCl. A análise estatística dos dados foi realizada no programa
SPSS (versão 20.0). O teste de normalidade utilizado foi o de Shapiro-Wilk,
tendo sido adotado p < 0,05. .A análise descritiva foi conduzida utilizando
distribuição de medidas (média, desvio padrão e frequência relativa). Para
análise dos dados eletromiográficos, usou-se a correlação de Spearman.
Resultados: Os achados demonstraram não haver correlação significativa
(p>0,418) da ativação eletromiográfica, entre os MAP e MA, nos exercícios
selecionados. Conclusão:É necessário o desenvolvimento de futuras
pesquisas envolvendo estudos do método Pilates e a musculatura do assoalho
pélvico na prescrição do treinamento físico.
Palavras-chave: Técnicas de exercício e de movimento; Exercício; Abdome
11
ABSTRACT
Introduction: The Pilates method (PM) consists of a set of systematized
exercises, with evidence with effects on physical conditioning and rehabilitation.
Objective: Until the moment of the elaboration of this study, no studies were
found to analyze the correlation between the activation of the abdominal
muscles (AM) and the pelvic floor muscles (PFM) during the execution of the
electromyographic activity of PM exercises in climacteric women. For this study
we selected the Shoulder Bridge and Teaser exercises with variations.
Methods: The study is characterized as analytical, observational and cross-
sectional. 28 climacteric women were evaluated (mean age 54.14 ± 6.14 years),
with an average of 4 years of Pilates practice, most of them doing it twice a
week (85.7%). The sample was for convenience. All the volunteers underwent
the functional evaluation of PFM by bidigital palpation. The electromyographic
activity was investigated by the Miotool® device. The capture of
electromyographic signals for the PFM was performed with endovaginal
catheter (Chatanooga®) and, for the abdominal muscles, with Al / AgCl
(Meditrace®) surface electrodes. Statistical analysis of the data was performed
using the SPSS program (version 20.0). The normality test used was the
Shapiro-Wilk test, using mean and standard deviation for quantitative data
evaluation. The presentation of categorical data was given by relative
frequencies. For the analysis of the electromyographic data, the Spearman
correlation was used. Results: The results showed that there was no relation
between electromyographic activation, simultaneously, between PFM and AM,
in the selected exercises. Conclusion: Sampling size and absence of a control
group may have influenced the findings. It is suggested that future researches
involve studies of the Pilates method and pelvic floor musculature in the
prescription of physical training. Studies on this subject are scarce and
inconclusive.
Keywords: : Exercise movement techniques, Exercise, Abdomen
12
1INTRODUÇÃO
13
1.1 - O método Pilates – considerações gerais
O método Pilates (MP) consiste em um conjunto de exercícios
sistematizados, que se fundamenta em seis princípios básicos para sua
execução: respiração, controle de centro (Powerhouse), precisão, fluidez,
coordenação e concentração (LATEY, 2001). Os movimentos, para serem
realizados correta e seguramente, devem integrar esses princípios. Podem ser
realizados no solo (mat Pilates), utilizando o peso do próprio corpo ou com
auxílio de acessórios (bolas, faixas elásticas etc.) além de aparelhos
específicos (Reformer, Chair e Cadillac e Barrel), idealizados pelo criador do
método, o alemão Joseph H. Pilates (1880-1920). Os aparelhos Reformer,
Chair e Cadillac utilizam diferentes graduações de mola para sua prática
(SIQUEIRA et al., 2015).
Dentre os princípios utilizados para a realização dos exercícios do
método Pilates, destaca-se o estudo do complexo muscular em que se baseia
o Powerhouse. Anatomicamente, a porção anterior, destaca-se o músculo
transverso do abdômen (TrA), que possui disposição das fibras musculares
originando-se nos processos transversos das vértebras lombares e seguindo
pela aponeurose abdominal, criando um "cinturão muscular". A porção superior
é delimitada pelo músculo diafragma. A porção posterior, constitui-se dos
músculos paravertebrais, (multífidos) e a porção inferior, pelos músculos do
assoalho pélvico (MAP) (MUSCOLINO; CIPRIANI, 2004a) (figura 1 e 2).
Figura 1: Localização do Powerhouse. - porção anterior e posterior
FONTE: Muscolino; Cipriani(2004a).
14
Figura 2:Localização do Powerhouse- porção inferior
FONTE: Muscolino; Cipriani(2004a).
Segundo a filosofia preconizada por Joseph H. Pilates, o grupo muscular
do Powerhouse deve ser ativado durante a expiração, afim de garantir a
manutenção da postura correta, com menor gasto energético nos movimentos
e diminuição do risco de lesões, contribuindo, desta forma, na promoção da
estabilização estática e dinâmica do corpo (SILVA, DA SILVA, 2003;SIQUEIRA
et al., 2015).
1.2 Músculos abdominais
Muscolino e Cipriane (2004b), demostraram que o músculo transverso
do abdômen (TrA) é constantemente trabalhado, em quase a totalidade dos
exercícios do Pilates para a estabilização da coluna. Assim, a falta de
condicionamento ou fraqueza muscular dos músculos abdominais, podem
causar variações biomecânicas na execução dos exercícios e, desta forma,
facilitar condições dolorosas para os praticantes (SILVA et al., 2013).
Similarmente, Critchley et al. (2011) analisaram o comportamento dos
músculos abdominais, durante dois exercícios do MP, no solo e aparelhos,e
afirmaram que o TrA foi o principal músculo a ser ativado do complexo
abdominal.
É importante ressaltar que, anatomicamente, não é possível analisar o
sinal elétrico apenas do músculo transverso do abdômen, uma vez que ele
apresenta uma disposição anatômica profunda, sendo impossível dissociação
do músculo oblíquo interno. Desta forma, alguns autores,
15
adotam,conservadoramente, a sigla TrA/OI (Transverso do abdômen/oblíquo
interno), para representá-los (GOUVEIA et al., 2008).
Sapsford e Hodges (2001), observaram que, durante o treinamento de
força dos músculos abdominais (músculo oblíquo externo, oblíquo interno e
transverso do abdômen) com movimentos associados à respiração,
aumentava-se, principalmente, a ativação do músculo transverso do abdômen
(TrA), concomitantemente com os músculos do assoalho pélvico (MAP).
1.3 Músculos do assoalho pélvico
Os músculos do assoalho pélvico (MAP) são formados por uma camada
superficial(músculos bulbo cavernoso, isquiocavernoso e perineal transverso
superficial) e por uma camada profunda, constituída pelos músculos
levantadores do ânus (músculos pubococcígeo,puborretal e iliococcígeo) e
músculo coccígeo ou isquiococcígeo (Perucchini e De Lancey, 2008).
Clinicamente, é de suma importância o conhecimento anatômico e
funcional dos MAP durante a prática dos exercícios do MP. Dentre as funções
deste grupo muscular encontra-se a de suporte dos órgãos pélvicos. Quando
essa rede muscular perde sua integridade, o risco de desenvolver disfunções
musculares pode originar patologias, tais como, a incontinência urinária, a
incontinência fecal e prolapsos genitais (SOUZA et al., 2009; ASSIS, 2012). No
entanto, a funcionalidade dos MAP também pode ser prejudicada pelo decorrer
da idade em mulheres, ao iniciar-se o climatério.
1.4 Climatério
É um processo fisiológico do envelhecimento feminino, que se inicia por
volta dos 40 anos, estendendo-se até os 65 anos. A principal característica é o
hipoestrogenismo progressivo, o qual promove a sintomatologia clássica dessa
fase, tais como: secura vaginal, enfraquecimento da musculatura do assoalho
pélvico, dispareunia, insônia, alterações de humor e depressão, ondas de calor
e sudorese noturna (BULCÃO; CARANGE, 2004; BRASIL, 2016).
16
Além destes sintomas, o hipoestrogenismo torna o epitélio do trato
genital mais delgado e frágil e a vagina torna-se mais estreita, menos rugosa e
elástica, devido à redução na produção das glândulas sebáceas, causando
desconforto para essas mulheres (FLEURY, 2004). Atualmente no Brasil,
aproximadamente 32% da população feminina encontra-se na faixa etária em
que ocorre o climatério, sendo que os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e estatística mostra que essa expectativa de vida nas mulheres
brasileiras é 7,3 anos maior que nos homens (IBGE, 2017).
A perspectiva de aumento neste número é real, pelo aumento da
expectativa de vida das mulheres e, também, pelos avanços da medicina
(ARAÚJO, QUEIROZ e MOURA, 2013).
1.5 Sinergia MA e MAP - Pressão intra-abdominal (PIA)
Anatomicamente, os MAP demonstram muito sinergismo com o
músculo (TrA),por meio das fáscias musculares. Assim, na execução de
movimentos que requerem grande esforço ou fortalecimento exagerado dos
MA, provocando aumentos da pressão intra-abdominal, mulheres que
apresentam fraqueza dos MAP, falta de sinergia entre a contração dos MA e
MAP ou, ainda, tempos diferentes de ativação dessas musculaturas, podem
desenvolver disfunções do assoalho pélvico , principalmente, as incontinências
urinárias de esforço (RESENDE et al., 2011).
Uma das causas dos diferentes tipos de ativação muscular, advém da
falha do mecanismo neurofisiológico denominado “feedforward”, que consiste
numa atividade antecipatória pré-programada do sistema nervoso central. No
momento do aumento da PIA, ocorre uma distribuição de forças no interior do
cavidade abdominal, que ocorre de forma instantânea, assim, os MAP
precisam se contrair, milésimos de segundos antes da chegada dessa força,
para impedir as perdas pelos orifícios uretral e anal, e assim, impedir as
incontinências (SAPSFORD HODGES e RICHARDSON, 2001).
Diante disto, pressupõe-se que, biomecanicamente, na correta ativação
do grupo muscular que compõe o Powerhouse nos exercícios de Pilates, os
(MAP)estariam, concomitantemente, recrutados para ganho de ativação
17
muscular e, desta forma, prevenir-se-iam as disfunções causadas por fraqueza
muscular desse conjunto.
Acontece que, até a presente pesquisa, foi encontrado apensa um relato
na literatura direcionado acerca do funcionamento dos MAP, durante a prática
de exercícios baseados no método Pilates(DINIZ et al., 2014), sendo que, não
foi abordado em mulheres climatéricas praticantes do Método Pilates.
1.6 Eletromiografia e palpação bidigital
A literatura cita formas avaliativas da funcionalidade dos músculos do
assoalho pélvico. Dentre elas, destaca-se a eletromiografia de superfície
(EMGs) e palpação bidigital (NAGIB et al., 2005; RESENDE et al., 2011).
A EMGs mensura a atividade elétrica de várias unidades motoras ao
mesmo tempo, por meio de eletrodos de superfície. Assim, esta atividade,
promovida pelo recrutamento das unidades motoras ativadas, demonstra a
correlação com a força muscular (DIAS et al., 2014). Atualmente, o uso da
EMG é um dos métodos de maior especificidade na avaliação do assoalho
pélvico e, embora não haja consenso em relação à sua aplicação, demonstra
apresentar boa reprodutibilidade e confiabilidade (RESENDE et al., 2011).Para
mensuração do sinal eletromiográfico dos músculos do assoalho pélvico,
utiliza-se as sondas endovaginais (AUNCHINCLOSS e McLEAN, 2012).
A palpação bidigital é outra forma avaliativa da MAP, realizada de forma
manual e com objetivo de identificar a capacidade de contração dos MAP,
podendo preceder avaliações de força, de forma indireta, dos músculos do
assoalho pélvico (BATISTA et al., 2011).
Até o presente momento, não existem estudos eletromiográficos
envolvendo a relação da ativação dos MAP e dos MA(TrA/OI)nos exercícios
Shoulder Bridge solo, Shoulder Bridge, Teaser com mola no e Teaser sem
mola no aparelho Cadillac do método Pilates.
18
2 JUSTIFICATIVA
19
Considerando que a expectativa de vida nas mulheres brasileiras é 7,3
anos maior que nos homens (IBGE, 2017). Sendo crescente o número de
adeptas a praticar o método Pilates na busca de um corpo estético mais aceito
ou por questões de saúde, tais como, o combate da sintomatologia climatérica
caracterizada pela deficiência na produção do hormônio estrogênio, sendo uma
das principais consequências, a fraqueza dos músculos do assoalho pélvico
(HOCK, BÓDIS E GARAI, 2014).
Entanto, até o momento da elaboração desta pesquisa, não foram
encontrados estudos que analisassem a correlação da ativação dos MAP e MA
durante a execução dos exercícios do MP, de forma simultânea.
Na perspectiva social,acredita-se na necessidade de buscar um
conhecimento mais detalhado e aprofundado sobre o tema, já que as
disfunções do assoalho pélvico, entre as mais referidas na literatura, as
incontinências urinárias, promovem um isolamento da coletividade. Somado
aos possíveis resultados, advém o fator que o método Pilates tem uma
abordagem motivacional quanto ao estilo de vida saudável (alimentação,
atividade física, higiene do sono), estimulando as mulheres à elaboração de
novos projetos e objetivos para essa nova fase da vida e educação em saúde.
Desta forma, a presente pesquisa vem como um tema pioneiro no
estudo das correlações eletromiográficas, quase detém no comportamento
muscular do assoalho pélvico, pelo sinergismo com os músculos abdominais,
aferidos em tempo real em quatro exercícios habituais na prática do método
Pilates.
Almeja-se, assim, que as informações fornecidas neste estudo sobre o
comportamento da musculatura abdominal e sua correlação na atuação do
assoalho pélvico, possam contribuir para um maior conhecimento das ações do
método de Pilates, baseadas em evidências,para os profissionais que atuam
nessa área, tanto na reabilitação, como no condicionamento físico dessas
mulheres.
20
3 OBJETIVOS
21
3.1 Objetivo Geral
Correlacionar a atividade eletromiográfica entre os músculos
abdominais e do assoalho pélvico em mulheres climatéricas praticantes do
Método Pilates.
3.2 Objetivos Específicos
• Caracterizar o perfil sócio demográfico e antropométrico da amostra
estudada;
• Avaliar a funcionalidade do assoalho pélvico;
• Avaliar a atividade eletromiográfica dos MA e dos MAP
22
4 MATERIAIS E MÉTODOS
23
4.1 Caracterização do estudo
O estudo realizado foi de caráter observacional, analítico e transversal.
4.2 Local do estudo
A pesquisa foi desenvolvida, após aprovação da diretoria da instituição,
no Studio A2 Pilates, localizado na Av. Ayrton Sena, 389, loja 02, bairro Capim
Macio, Natal/RN, nas sextas-feiras e sábados, no período vespertino e
matutino, respectivamente.
4.3 Período do estudo
Esta pesquisa realizou-se janeiro a agosto de 2016.
4.4População
Mulheres praticantes de Pilates no município da Grande Natal, RN.
4.5Caracterização da amostra
A amostra foi do tipo não-probabilística, por conveniência.Para identificar
o número mínimo de poder de representabilidade da amostra sobre os
resultados do estudo, foi realizado o cálculo amostral, considerando um erro
amostral de 10%, nível de confiança em 95%, e distribuição homogênea. Foi
adotada a escala do Teste de Pearson, em que o tamanho do efeito (TE)
representa 0,10 – pequeno, 0,30 – médio e 0,50 – grande, (considerando alfa:
0,05), para o poder do estudo: 80%, totalizando um tamanho da amostra de, no
mínimo, 26 mulheres.
4.5.1 Critérios de inclusão
Foram incluídas na pesquisa mulheres: (a) com idade entre 40 e 65 anos
(b) sexualmente ativas ou que tinham tido relações sexuais anteriormente; (c)
praticassem Pilates com uma frequência semanal mínima de 2 vezes, mínimo
de 6 meses prévios e contínuos; (d) não ter sido submetida à cirurgias
uroginecológicas, tais como, cirurgia para prolapso de órgão pélvico,correção
de incontinência urinária ou fecal, (e) não apresentar prolapso de órgão pélvico
de nível 3 e 4 (f) não apresentar escoliose severa; má formação congênita da
24
coluna; (g) não ter realizado cirurgia abdominal; (h) não apresentar doença
neurológica; (i) não estar fazendo uso de suplemento alimentar;(j) que não
estivessem grávidas. E que tivessem assinado o termo de consentimento livre
e esclarecido (TCLE).
4.5.2 Critérios de exclusão
Foram excluídas do estudo as mulheres: (a) que fossem incapazes de
compreender comandos verbais ou que não acatassem as orientações
fornecidas durante a avaliação; (b) com a presença de infecção vaginal ou
urinária; (c) que decidissem não continuar na pesquisa e/ou retirarem seu
consentimento.
4.6 INSTRUMENTOS E EQUIPAMENTOS
a. Ficha de avaliação(APÊNDICE A);
b. “Stages of Reproductive Aging Workshop (STRAW) ”
c. Balança Digital de Vidro Slim, até 150 Kg, marca: Bioland®;
d. Estadiômetro compacto tipo trena, até 2,10 m, maca Sanny;
e. Aparelho Miotool USB, marca Miotec®, com dois canais;
f. Sonda endovaginal, marca Chattanooga®;
g. Eletrodo de superfície adulto bipolar, marca Meditrace®;
h. Aparelho Cadillac, marca Metalife Pilates®.
4.6.1 Ficha de avaliação
A ficha de avaliação, elaborada pela própria pesquisadora, contém
dados de identificação,sociodemográficos, histórico ginecológico e obstétrico,
doenças associadas, hábitos de vida, classificação do estágio reprodutivo,
avaliação antropométrica, parâmetros uroginecológicos e avaliação funcional
25
dos músculos do assoalho pélvico,obtidos por meio da palpação bidigital
(PBd)e eletromiografia (EMG).
4.6.1.1 Classificação do estágio reprodutivo - STRAW
Para classificação do estágio reprodutivo da amostra, utilizou-se o
Stages of Reproductive Aging Workshop (STRAW), que caracteriza as fases de
pré-menopausa, transição menopausal ou perimenopausa e pós-
menopausa(Figura 3). Esse protocolo foi formulado em 2011, pelos
pesquisadores Butler e Santoro, que se basearam em aspectos do tipo ciclo
menstrual, anatomia da pelve, sintomas em outros sistemas do organismo,
fertilidade, dentre outros, afim de estabelecer uma progressão dos estágios
reprodutivos. A relevância científica é a possibilidade de se ter o conhecimento
da situação da mulher em relação ao seu processo de envelhecimento
reprodutivo, com base no fator menstruação, mostra-se um fator mais confiável
de classificação do que a idade.
A partir dos 40 anos, podem ocorrer os primeiros sinais e sintomas da
transição menopausal, indicando o início do envelhecimento reprodutivo. pois
26
prediz o começo do processo do hipoestrogenismo, o marco entre a fase
reprodutiva e não-reprodutiva (SOULES et al., 2001).
Figura3: Classificação dos estágios reprodutivos (STRAW), segundo Butler e Santoro, 2011.
4.6.1.2. Avaliação antropométrica
A relação cintura-quadril (RCQ) e o índice de massa corpórea (IMC) são
preditores referenciados pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
(2000)para inferir fatores de risco para mortalidade e/ou risco metabólico
aumentado.
A RCQ dá-se pela divisão da medida da circunferência da cintura (CC)
pela medida da circunferência do quadril (CQ) (Figura 4). A OMS (2000)
considera a RCQ um dos critérios para caracterizar síndrome metabólica, com
valores de corte acima de 0,90 para homens e 0,85 para mulheres.
O cálculo do IMC, corresponde ao peso (Kg) dividido pela altura (m) ao
quadrado. Para análise do IMC, o presente estudo baseou-se na classificação
e protocolos apresentados pela World Health Organization/WHO (2000),
exposta a seguir:
Classificação IMC (kg/m2) Risco de comorbidades
Baixo peso < 18,5 Baixo
Peso normal 18,5-24,9 Médio
Sobrepeso ≥ 25 -
Pré-obeso 25,0 a 29,9 Aumentado
Obeso I 30,0 a 34, Moderado
Obeso II 9 35,0 a 39,9 Grave
Obeso III ≥ 40,0 Muito grave
27
Figura 4 - Classificação de peso corporal pelo Índice de massa corporal (IMC), segundo a
World Health Organization/WHO, em 2000. * Disponível em: http://www.paho.org/bra/
4.6.2 Avaliação Funcional dos músculos Assoalho pélvico (AFA)
4.6.2.1 Palpação bidigital
A palpação bidigital consiste na introdução de duas falanges mediais,
dedos indicador e médio, dentro do canal vaginal para avaliação funcional dos
músculos do assoalho pélvico. A voluntária posiciona-se em decúbito dorsal, na
posição ginecológica modificada (flexoabdução de articulação coxofemoral,
com os pés apoiados sobre a maca), desnuda da cintura para baixo.
Para esta pesquisa, a funcionalidade foi baseada de acordo com o
esquema PERFECT, em que se verifica: Power (P) (força de contração),
Endurance (E) (manutenção da contração), Repetition (R) (repetição das
contrações mantidas) e Fast (F) (número de contrações rápidas),
representados na figura abaixo:
Figura 5: Avaliação funcional do assoalho pélvico (Sistema PERFECT) por Laycok e Jerwood,
(2001). *Medida da força modificada (Oxford).
Power (Força)* Avalia a presença e a intensidade da
contração muscular voluntária
Endurance (duração da contração
mantida em seg.)
Avalia fibras de contração lenta (tipo I).
Paciente precisa manter a contração por 10"
(segundos) ou mais.
Repetitions(Repetição das contrações
mantidas)
O paciente necessita realizar contrações de
5", tendo repouso de 4", mas sem alterar a
intensidade.
Fast(Número das contrações rápidas) Avalia fibras de contração rápida (tipo II). É
contado o número de contrações em 1".
Coordenação insatisfatória
(relaxamento parcial/lento)
Monitoriza todas as contrações realizadas.
Coordenação satisfatória (relaxamento
total/rápido)
Monitoriza todas as contrações realizadas.
Dissociação abdome/períneo (S/N) Monitoriza todas as contrações realizadas.
28
O esquema PERFECT (Laycok e Jerwood, 2001) permite a avaliação
da força muscular dos MAP com graduação de 0 a 5, assim dispostos: Grau 0 -
sem contração perineal visível, nem à palpação (ausência de contração); Grau
1 - sem contração perineal visível, contração reconhecível somente à palpação;
Grau 2 - contração perineal fraca, contração fraca à palpação; Grau 3 -
contração perineal presente e resistência não opositora à palpação; Grau 4 -
contração perineal presente e resistência opositora não mantida mais do que
cinco segundos à palpação; e Grau 5 - contração perineal presente e
resistência opositora mantida mais do que cinco segundos à palpação.
4.6.3Eletromiografia de superfície
Para a aquisição do sinal eletromiográfico, foi utilizado o eletromiógrafo
de superfície da marca Miotec®(Equipamentos Biomédicos Ltda., POA, Brasil,
modelo Miotool 200m - dois canais), conversor analógico/digital (A/D) de 14-
bits de resolução, com ganho interno de 1000 vezes, frequência de
amostragem de 2000 Hz, rejeição de modo comum (CMRR) 110 dB. Os dados
são fornecidos na unidade de µV. Este aparelho permite a análise de
eletromiografia de superfície e intravaginal, simultaneamente. Existe uma
terceira saída existente no aparelho que não capta sinal elétrico, desta forma, é
indicado para o eletrodo de referência, que foi fixado no maléolo lateral do
tornozelo homolateral (figura 6).
Figura 6: Equipamento Miotool URO®
Fonte: internet (http://www.miotec.com.br/uroginecologia/) (2016).
29
A sonda endovaginal (Chatanooga®), usada para captação do sinal
elétrico dos MAP, é composta de material plástico, com contatos em aço
inoxidável (figura 7). Para introdução no canal vaginal, é utilizado gel
lubrificante, composto à base de água, não gorduroso, transparente e sem
cheiro para evitar alergias.
Figura 7: Sonda endovaginal (Chatanooga®)
Fonte: internet (http://www.miotec.com.br/uroginecologia/) (2016).
4.6.4. Equipamento de Pilates - Cadillac
O Cadillac® é um equipamento extremamente versátil que pode ser
adaptado a qualquer tipo de usuário. Sua estrutura permite realizar vários tipos
de movimentos, na posição sentada, deitada ou em pé. Sua estrutura possui
duas barras deslizantes com múltiplos encaixes para colocação de molas de
tamanho e resistência variáveis (METALIFE PILATES, 2016). Dentre os
acessórios inclusos no aparelho, utilizou-se o par de molas vermelhas
(Diâmetro: Ø29,8mm, Comprimento com olhais: 474,4mm, Comprimento mola:
410mm, intensidade: fortíssima), o balancin (círculo azul) e a barra torre
(círculo vermelho) (figura 8).
Figura 8: Aparelho Cadillac®.
30
4.7 Procedimentos de coleta
4.7.1 Fluxograma de Avaliação
Figura 9: Fluxograma
Recrutamento das pacientes.
Avaliador 1
Aplicação da ficha de avaliação.
Avaliador 2
Avaliação funcional do assoalho pélvico:
Palpação bidigital
Avaliador 3
Eletromiografia e protocolos de
exercícios.
Critérios de exclusão
- retirar consentimento
Critérios de inclusão
- 45 a 65 anos
- praticantes do MP
31
4.7.2ficha de avaliação
Inicialmente a voluntária respondia a ficha de avaliação, elaborada pela
pesquisadora responsável pelo estudo e aplicada pelo avaliador 1 (APÊNDICE
A).
4.7.3. Avaliação funcional do assoalho pélvico: palpação bidigital
Foi solicitado que as voluntárias esvaziassem a bexiga antes do teste.
A avaliadora 2, vestiu a mão com luva e, com gel lubrificante na ponta dos
dedos realizou a introdução dos dedos indicador e médio no intróito vaginal (2
a 3 cm). A paciente encontrava-se em decúbito dorsal, na posição ginecológica
modificada (flexo-abdução da articulação coxo-femural e pés apoiados na
maca). Em seguida, foi orientado que a voluntária permanecesse o mais
relaxada possível para ser iniciada a introdução pelo toque bidigital.A
avaliadora solicitou que a voluntária contraísse a musculatura do assoalho
pélvico, com o comando de “aperte o meu dedo com a força máxima que
puder”. Durante todo o teste teve-se a preocupação que a voluntária não
contraísse os músculos abdominais, adutores e glúteos.
4.7.4 Protocolo eletromiográfico
A sequência da coleta dos sinais eletromiográficos pode ser observado
na figura 10:
Figura 10:Sequência de captação do sinal eletromiográfico
Fonte: internet (http://www.miotec.com.br/uroginecologia/)
32
4.7.3.1 Preparo da paciente
Todas as pacientes receberam um kit individual (01 lâmina de
barbear;03 eletrodos de superfície bipolar, marca Meditrace®;algodão;papel
toalha descartável; eletrodo intravaginal, marca Chattanooga®) com itens
descartáveis, exceto o eletrodo intravaginal, para serem usados na pesquisa.
Em seguida, foi solicitado que a paciente ficasse em decúbito dorsal, para
colocação dos eletrodos de superfície na região abdominal. Foi realizado
procedimento de tricotomia, abrasão e assepsia da pele, com algodão
embebido em álcool 70%. O eletrodo de referência foi acoplado com gel
condutor e, tanto os eletrodos de registro quanto o de referência, foram fixados
por fita adesiva, de acordo com as recomendações da Sociedade Internacional
de Eletrofisiologia e Cinesiologia (MERLETTI, 1999).Para captação do sinal
eletromiográfico dos músculos abdominais (músculo transverso do abdômen e
oblíquo interno), foram utilizados dois eletrodos de superfície bipolar passivo de
Ag/AgCl (Meditrace®), fixados 2 cm acima da crista ilíaca direita, disposição
diagonal, com uma distância inter-eletrodos de 2 cm (MARSHALL ,
MURPHY,2003) (figura 11).
Na sequência, foi introduzida a sonda endovaginal para captação dos
músculos do assoalho pélvico. Ao final do exame, a sonda era encaminhada
para empresa especializada em esterilização a fim de prevenir contaminação
entre as voluntárias.
Figura 11:Posicionamento dos eletrodos de superfície nos músculos abdominais.
Fonte: acervo da pesquisa.
33
4.7.3.2 Escolha do protocolo - avaliação
Foram utilizados dois protocolos para realização desta pesquisa: um
para avaliação inicial do tônus de base e tipos de fibra, e outro para avaliação
da correlação dos MAP e MA durante os exercícios de Pilates.
O protocolo para avaliação eletromiográfica inicial, foi realizado pelo
software que já vem instalado no aparelho Miotool®, chamado
"Adaptativo/Avaliação". Neste protocolo é possível captar os dados dos sinais
eletromiográficos para uma avaliação funcional mais completa, fornecendo
dados objetivos. O tempo de coleta desses dados já é pré-determinado pelo
software. Há três momentos na avaliação: (1) tônus de base, (2) contração
voluntária máxima (CVM) e (3) exercício de Kegel.
Para o tônus de base, solicita-se que a voluntária, permaneça em
repouso e não realize nenhum tipo de contração muscular, nem conversar,
tossir ou rir, durante o tempo pré-determinado de 1 minuto. Depois de um breve
repouso (30 segundos), segue-se para avaliação da contração voluntária
máxima (CVM). Neste momento, aparece uma janela rachurada no monitor e o
aparelho envia um sinal sonoro que indica que a voluntária deve realizar a
"contração-relaxamento" até soar o segundo sinal sonoro, para cessar o
movimento. Durante essas contrações, a avaliadora 3 estimulou,
verbalmente,contrações do comando "contraia-relaxe" durante os 10 segundos
preconizados pelo aparelho. Após outro breve repouso (30 seg), foi realizado o
exercício de Kegel, para fibras tônicas (sustentação/resistência), também pelo
tempo de 10 segundos, sob o comando: "segura segura segura, não
solta"(figura 12).
34
Figura 12:Tela do protocolo de avaliação
Fonte: acervo da pesquisa.
4.7.3.3 Escolha do protocolo - correlação
O protocolo para avaliação eletromiográfica durante o movimento foi o
protocolo "contínuo", com duração de tempo "indeterminada", pois o critério
escolhido foi o número de repetições, seguindo protocolo de Pinheiro et. al.
(2014), que estipulou 5 repetições para cada exercícios de Pilates(figura 13).
Figura 13:Tela do protocolo de avaliação do movimento
Fonte: acervo da pesquisa
A configuração dos canais no aparelho Miotool®
obedeceu a seguinte
ordem: canal 1 (sonda intracavitária - SDS URO E), limite superior 50µV,
threshold 80% - 40 µV;canal 2 (eletrodos de superfície - SDS 500), limite
superior 100µV, threshold 100% - 100 µV. A escolha dos parâmetros foram
35
norteados conforme protocolo estabelecido por Sapford&Hodges (2001), que
avaliaram o sinergismo entre os MAP e os MA, por meio da eletromiografia.
4.7.3.3 Emissão do relatório
Os dados eletromiográficos foram processados pelo software
BiotrainerUro 2008 (Miotec® Equipamentos Biomédicos Ltda., POA, Brasil). E
dispostos por meio de dados numéricos e gráficos (Figura 14 e 15).
Figura 14: Imagem dos dados numéricos fornecidos pelo Software Biotrainer
Fonte: acervo da pesquisa
Figura 15: Imagem do comportamento muscular em forma de gráfico
Fonte: acervo da pesquisa
4.7.5 Protocolo de exercícios
Os exercícios elencados para a pesquisa foram: (1) Shoulder Bridge no
solo, (2) Shoulder Bridge no Cadillac® (com auxílio do Balancin), (3)Teaser no
36
Cadillac®(com auxílio da mola vermelha) e (4) Teaser no Cadillac® (sem uso de
molas) todos os itens são da marca Metalife Pilates® (WELLNESS e PILATES,
SC-PR, Brasil).
O exercício Shoulder Bridge (SB) foi realizado sem acessórios, utilizando
o peso do próprio corpo na postura inicial (PI): decúbito dorsal, braços ao longo
do corpo, joelhos flexionados, pés paralelos, coluna neutra (Figura 16).
Enquanto que o exercício Bridge Cadillac (BC) foi realizado com o uso
do acessório balancin na PI: decúbito dorsal, braços ao longo do corpo,
membros inferiores estendidos, e pés apoiado no balancin (Figura 17)
Os movimentos iniciais, para ambos os exercícios foram: elevação do
quadril, seguido das vértebras lombares e torácicas até que o ponto de apoio
estivesse nos ombros (escápulas). Movimento final: volta gradativa para a
posição inicial.
Figura 16: Exercício Shoulder Bridge no solo
Fonte: acervo da pesquisa.
Figura 17: Exercício Shoulder Bridge no Cadillac
Fonte: acervo da pesquisa.
37
Os exercícios Teaser com mola (TCM) e sem mola (TSM) também
foram realizados no aparelho Cadillac®, com o uso da barra torre. A diferença
na execução desses exercícios deu-se em dois momentos: o TCM utilizou uma
mola vermelha, para facilitar a subida do tronco (figura 17 - seta amarela). O
TSM foi realizado da mesma forma, porém, sem uso da mola, realizado apenas
a força do próprio corpo, já que não havia nenhum dispositivo externo
auxiliando na elevação do tronco.
Ambos os exercícios tiveram a postura inicial em decúbito dorsal, com
as mãos segurando a barra torre em direção ao teto, membros inferiores
flexionados, pés paralelos no solo e coluna neutra. Movimento inicial: elevação
da cabeça seguida da coluna torácica, coluna lombar, até que o indivíduo
ficasse sentado, levando a barra torre em direção ao teto. Movimento final:
volta gradativa para a postura inicial.
Figura 18: Exercício Teaser com e sem mola
Fonte: acervo da pesquisa
A ordem dos exercícios foi realizada de forma aleatória, com numeração
de 1 a 4. Para cada exercício, foi realizada uma série de 5 repetições, com
intervalo de descanso de 45 a 60 segundos.
Para garantir a execução correta dos exercícios, cada voluntária foi
acompanhada por uma instrutora com experiência há mais de 10 anos no MP
(avaliadora 3).
38
4.7.6. Aspectos éticos
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o número 1.529.531
(ANEXO A), conforme a resolução 466/12.
39
5RESULTADOS e DISCUSSÃO
40
Os resultados e discussões a respeito dos achados deste estudo estão
dispostos no artigo principal intitulado: “Análise da atividade eletromiográfica
dos músculos abdominais e do assoalho pélvico nos exercícios shoulder
bridge e teaser do método Pilates em mulheres climatéricas”, submetido à
revista Brasileira de Medicina do exercício e do esporte (Qualis A2),
(ANEXO B) de acordo com as instruções para os autores (ANEXO C).
41
Artigo original
ANÁLISE DA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS
ABDOMINAIS E DO ASSOALHO PÉLVICO NOS EXERCÍCIOS
SHOULDERBRIDGE E TEASER DO MÉTODO PILATES EM MULHERES
CLIMATÉRICAS.
ANALYSIS OF THE ELECTROMYOGRAPHIC ACTIVITY OF THE
ABDOMINAL AND PELVIC FLOOR MUSCLES IN THE SHOULDERBRIDGE
AND TEASER EXERCISES OF THE PILATES METHOD IN CLIMACTERIC
WOMEN.
ANÁLISIS DE LA ACTIVIDAD ELECTROMIOGRÁFICA DE LOS MÚSCULOS
ABDOMINALES Y DEL SUELO PÉLVICO EN EJERCICIOS SHOULDER
BRIDGE y TEASER DEL MÉTODO PILATES EN MUJERES CLIMATÉRICAS.
Alethéa Cury Rabelo Leitão1, Vanessa Patrícia Soares De Sousa2 , Priscylla
Helouyse Melo Angelo3, Elizabel de Souza RamalhoViana4
1Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia, Departamento de
Fisioterapia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal (RN), Brasil.
Fisioterapeuta e Educadora Física pela Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Natal (RN), Brasil. Instrutora de Pilates.
2 Doutora em Fisioterapia e fisioterapeuta, Departamento de Fisioterapia,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal (RN), Brasil.
3 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia, Departamento de
Fisioterapia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal (RN), Brasil.
4 Docente doutora do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia,
Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Natal (RN), Brasil.
Autor correspondente: Alethéa Cury Rabelo Leitão.
Endereço: Av. das Américas 2400, Cond. Park Morumbi, casa 313, Nova
Parnamirim. Parnamirim- RN, Brasil. CEP:59158-150. E-mail:
[email protected]. Telefone: 55 84 996065661.
42
RESUMO
Introdução: O método Pilates (MP) consiste em um conjunto de exercícios
sistematizados, com evidências em efeitos no condicionamento físico e na
reabilitação. Objetivo: até o momento da elaboração deste estudo, não foram
encontradas pesquisas que analisassem, do ponto de vista da atividade
eletromiográfica, a correlação da ativação dos músculos abdominais (MA) e
dos músculos do assoalho pélvico (MAP), durante a execução dos exercícios
Shoulder Bridge e Teaser do MP em mulheres climatéricas. Métodos: Foram
avaliadas 28 mulheres climatéricas (média de idade 54,14±6,14 anos), com
média de 4 anos (±2,9) de prática de Pilates, sendo a maioria com frequência
de 2 vezes na semana (85,7%). Todas as voluntárias submeteram-se a
avaliação funcional dos MAP pela palpação manual bidigital. A atividade
eletromiográfica foi investigada pelo aparelho Miotool®. A captura dos sinais
eletromiográficos, para os MAP, foi realizada com sonda endovaginal
(Chatanooga®) e, para os músculos abdominais, com eletrodos de superfície
Al/AgCl (Meditrace®). A análise estatística dos dados foi realizada por meio do
programa SPSS (versão 20.0). O teste de normalidade utilizado foi o de
Shapiro-Wilk, utilizando-se média e desvio padrão para avaliação dos dados
quantitativos. A apresentação dos dados categóricos deu-se por frequências
relativas. Para análise dos dados eletromiográficos, usou-se a correlação de
Spearman. Resultados: Os achados demonstraram não haver relação da
ativação eletromiográfica, simultaneamente, entre os MAP e MA, nos
exercícios selecionados. Conclusão: O tamanho amostral e a ausência de um
grupo controle podem ter influenciado nos achados. Sugere-se que futuras
pesquisas envolvam estudos do método Pilates e a musculatura do assoalho
pélvico na prescrição do treinamento físico. Estudos sobre este tema são
escassos e pouco conclusivos.
Palavras-chave: técnicas de exercício e de movimento, exercício, abdome.
43
ABSTRACT
Introduction: The Pilates method (PM) consists of a set of systematized
exercises, with evidence with effects on physical conditioning and rehabilitation.
Objective: Until the moment of the elaboration of this study, no studies were
found to analyze the correlation between the activation of the abdominal
muscles (AM) and the pelvic floor muscles (PFM) during the execution of the
electromyographic activity of PM exercises in climacteric women. For this study
we selected the Shoulder Bridge and Teaser exercises with variations.
Methods: The study is characterized as analytical, observational and cross-
sectional. 28 climacteric women were evaluated (mean age 54.14 ± 6.14 years),
with an average of 4 years of Pilates practice, most of them doing it twice a
week (85.7%). The sample was for convenience. All the volunteers underwent
the functional evaluation of PFM by bidigital palpation. The electromyographic
activity was investigated by the Miotool® device. The capture of
electromyographic signals for the PFM was performed with endovaginal
catheter (Chatanooga®) and, for the abdominal muscles, with Al / AgCl
(Meditrace®) surface electrodes. Statistical analysis of the data was performed
using the SPSS program (version 20.0). The normality test used was the
Shapiro-Wilk test, using mean and standard deviation for quantitative data
evaluation. The presentation of categorical data was given by relative
frequencies. For the analysis of the electromyographic data, the Spearman
correlation was used. Results: The results showed that there was no relation
between electromyographic activation, simultaneously, between PFM and AM,
in the selected exercises. Conclusion: Sampling size and absence of a control
group may have influenced the findings. It is suggested that future researches
involve studies of the Pilates method and pelvic floor musculature in the
prescription of physical training. Studies on this subject are scarce and
inconclusive.
Keywords: : exercise movement techniques, exercise, abdomen
44
RESUMEN
Introducción: El método Pilates (MP) consiste en un conjunto de ejercicios
sistematizados, con evidencias en efectos en el condicionamiento físico y en la
rehabilitación. Objetivo: Hasta el momento de la elaboración de este estudio,
no fueran encontradas pesquisas que hayan hecho el análisis, del punto de
vista de la actividad electromiográfica, la correlación de la activación de los
músculos abdominales (MA) y de los músculos del suelo pélvico (MSP),
durante la ejecución de los ejercicios Shoulder Bridge y Teaser del MP en
mujeres climatéricas. Métodos: Fueron evaluadas 28 mujeres climatéricas
(media de edad 54,14 ±6,14 años), con media de 4 años (±2,9) de práctica de
Pilates, y la mayoría con frecuencia de 2 veces en la semana (85,7%). Todas
las voluntarias se han sometido a la evaluación funcional de los MSP por la
palpación manual digital. La actividad electromiográfica fue investigada por el
aparato Miotool®. La captura de los señales electromiográficos, para los MSP,
fue realizada con sonda endovaginal (Chatanooga®) y, para los músculos
abdominales, con electrodos de superficie Al/AgCl (Meditrace®). El análisis
estadística de los datos fue realizada por medio del programa SPSS (versión
20.0). El test de normalidad utilizado fue de Shapiro-Wilk, con la utilización de
media y desviación estándar para evaluación de los datos cuantitativos. La
presentación de los datos categóricos se dio por frecuencias relativas. Para
análisis de los datos electromiográficos, se utilizó la correlación de Spearman.
Resultados: Los hallazgos demuestran no haber relación de la activación
electromiográfica, simultáneamente, entre los MSP y MA, en los ejercicios
seleccionados. Conclusión: El tamaño de la muestra y la ausencia de un
grupo controle pueden haber influenciado en los hallazgos. Se sugiere que
futuras investigaciones envuelvan estudios del método Pilates y la musculatura
del suelo pélvico en la prescripción del entrenamiento físico. Estudios sobre
este tema son escasos y poco conclusivos.
Palabras claves: técnicas de ejercicio con movimientos, ejercicio, abdomen.
45
INTRODUÇÃO
O método Pilates (MP) consiste em um conjunto de exercícios
sistematizados, com efeitos no condicionamento físico e na reabilitação, que
podem ser executados em solo (mat Pilates) ou em aparelhos específicos (1).
Dentre os princípios que compõem o método, destaca-se o do Powerhouse,
que é composto, principalmente, pelos músculos transverso do abdômen (TrA),
multífidos e músculos do assoalho pélvico (MAP), os quais devem estar
ativados, conjuntamente, com o músculo diafragma, na fase expiratória (2)
Os MAP possuem sinergismo com os MA, principalmente, com o TrA,
por suas comunicações pelas fáscias musculares. Em exercícios que exigem
estabilização do tronco, o TrA recruta os MAP, para auxiliar na manutenção da
postura (3)(4). Estudos do comportamento da atividade eletromiográfica destes
músculos são escassos(5).
Alguns exercícios do MP aumentam a pressão intra-abdominal (PIA),
adicionando sobrecarga aos MAP (4), com importante função na manutenção da
continência urinária (6), que pode estar comprometida em mulheres
climatéricas. O climatério é um processo fisiológico natural do envelhecimento
feminino e ocorre na faixa etária entre 40 e 65 anos, caracteriza-se pelo
hipoestrogenismo progressivo que pode acarretar no enfraquecimento dos
MAP (7).
A avaliação funcional dos MAP pode ser feita por eletromiografia de
superfície (EMGs) e palpação bidigital(8);(3). A EMGs mensura a atividade
elétrica de várias unidades motoras e fornece dados indiretos da força
muscular (9), sendo um método que apresenta boa reprodutibilidade e
confiabilidade no que se refere aos MAP (3).
Os exercícios do MP podem desenvolver desequilíbrios musculares dos
MAP, ocasionados pelo aumento frequente da pressão intra-abdominal(PIA) e,
assim, predispondo ao aparecimento das disfunções do assoalho pélvico.
Apesar disto, estudos a respeito desses desequilíbrios em mulheres
climatéricas praticantes do MP, não estão esclarecidos.
Diante da escassez de estudos que avaliem os exercícios de Pilates
envolvendo, simultaneamente, estes grupos musculares, o objetivo desse
46
estudo foi analisar a correlação eletromiográfica entre MAP e MA, durante a
realização de quatro exercícios do MP.
MÉTODOS
Participaram do estudo 28 mulheres climatéricas, com idade entre 45 e
64 anos, peso corporal de 62,02 (±8,64)Kg e IMC de 24,26(±2,84)Kg/m2. Este
estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (1.529.531), conforme a resolução 466/12.
Todas voluntárias assinaram um Termo de Consentimento Livre Esclarecido.
Para a aquisição do sinal eletromiográfico, um avaliador previamente
treinado, utilizou o eletromiógrafo da marca Miotec® (Equipamentos Biomédicos
Ltda., Brasil), modelo Miotool 200 (dois canais). Os dados foram fornecidos na
unidade de µV. O sinal eletromiográfico dos MAP foi captado por uma sonda
endocavitária (Chatanooga®), introduzida no canal vaginal, com gel lubrificante
à base de água, não gorduroso, transparente e sem cheiro para evitar alergias.
Para colocação dos eletrodos de superfície nos MA, respeitou-se o
procedimento recomendado pela Sociedade Internacional de Eletrofisiologia e
Cinesiologia(10), com tricotomia, abrasão e assepsia da pele, com algodão
embebido em álcool 70%.
Na captação do sinal eletromiográfico dos músculos abdominais - TrA e
oblíquos internos (OI) -, foram utilizados dois eletrodos de superfície bipolar
passivo de Ag/AgCl (Meditrace®), fixados 2 cm acima da crista ilíaca direita,
disposição diagonal, com uma distância inter-eletrodos de 2 cm, segundo o
protocolo de Marshall e Murphy (2003)(11). Esses autores afirmam que, a
captura da ativação elétrica do músculo TrA deve ser realizada em conjunto
com os músculos oblíquos internos, por causa da dificuldade de captação do
sinal elétrico apenas do músculo transverso do abdômen, por sua disposição
anatômica profunda, sendo impossível dissociação do músculo oblíquo interno.
Por isso, alguns autores, adotam conservadoramente a sigla TrA/OI para
representá-los (12).
Para avaliação bidigital dos MAP, utilizou-se o esquema PERFECT,
que permite a avaliação da força muscular (13), com graduação de 0 a 5, assim
dispostos: 0 - sem contração perineal visível, nem à palpação (ausência de
47
contração); 1 - sem contração perineal visível, contração reconhecível somente
à palpação; 2 - contração perineal fraca, contração fraca à palpação; 3 -
contração perineal presente e resistência não opositora à palpação; 4 -
contração perineal presente e resistência opositora não mantida mais do que
cinco segundos à palpação; e 5 - contração perineal presente e resistência
opositora mantida mais do que cinco segundos à palpação. Este teste identifica
função deficiente ou inadequada dos MAP.
Uma única avaliadora fez a mensuração, introduzindo a mão enluvada
no canal vaginal da voluntária, com gel lubrificante na ponta dos dedos,
solicitando-se desta o máximo de relaxamento muscular possível. A seguir,
deu-se o comando de “aperte o meu dedo com a força máxima que puder” para
obtenção da contração dos MAP.
Protocolo de exercícios
O aparelho Cadillac® (MetalifePilates&Wellness, SC-Brasil) é um
equipamento que permite executar vários tipos de movimentos. Possui barras
deslizantes, com múltiplos encaixes, permitindo alta variedade de resistência
das molas. Deste aparelho, utilizou-se o par de molas vermelhas (diâmetro:
29,8mm, comprimento com olhais: 474,4 mm, comprimento mola: 410mm,
intensidade: fortíssima), o balancin e a barra torre.
Os exercícios realizados foram: no solo - (1) Shoulder Bridge e no
aparelho Cadillac® - (2)Shoulder Bridge, (3)Teaser Cadillac® (com mola
vermelha) e (4)Teaser(sem mola). A ordem dos exercícios foi randomizada.
Realizou-se uma série de 5 repetições (intervalo de descanso de 45 a 60
segundos).
O exercício Shoulder Bridge (SB) foi realizado sem acessórios, utilizando
o peso do próprio corpo na postura inicial (PI): decúbito dorsal, braços ao longo
do corpo, joelhos flexionados, pés paralelos, coluna neutra.
O exercício Bridge Cadillac (BC) foi realizado com o uso do acessório
balancin na PI: decúbito dorsal, braços ao longo do corpo, membros inferiores
estendidos, e pés apoiado no balancin.
48
Os movimentos iniciais, para ambos os exercícios acima foram:
elevação do quadril, seguido das vértebras lombares e torácicas até que o
ponto de apoio estivesse nos ombros (escápulas). Movimento final: volta
gradativa para a posição inicial.
Os exercícios Teaser com mola (TCM) e sem mola (TSM) também
foram realizados no aparelho Cadillac®, com o uso da barra torre. A diferença
na execução desses exercícios deu-se em dois momentos: o TCM utilizou uma
mola vermelha, para facilitar a subida do tronco. O TSM foi realizado da mesma
forma, porém, sem uso da mola. Ambos os exercícios tiveram a postura inicial
em decúbito dorsal, com as mãos segurando a barra torre em direção ao teto,
membros inferiores flexionados, pés paralelos no solo e coluna neutra.
Movimento inicial: elevação da cabeça seguida da coluna torácica, coluna
lombar, até que o indivíduo ficasse sentado, empurrando a barra torre em
direção ao teto. Movimento final: volta gradativa para a postura inicial.
Considerou-se que movimentos com diferenças biomecânicas pélvicas
e, com diferentes níveis de esforço dos músculos abdominais, pudessem
fornecer dados valiosos sobre a correlação entre os músculos analisados.
Para garantir a execução correta dos exercícios, cada voluntária foi
acompanhada por uma instrutora de Pilates, com experiência há mais de 10
anos no método.
Análise de dados
Os dados eletromiográficos foram processados pelo software Biotrainer
Uro 2008 (Miotec® Equipamentos Biomédicos Ltda., Brasil).
A análise estatística foi realizada pelo programa SPSS (versão 20.0). A
estatística descritiva, através de medidas de tendência central (média),
dispersão (desvio-padrão) e valores relativos, foram utilizados para dados
antropométricos, perfil da prática de Pilates, avaliação objetiva e subjetiva dos
músculos do assoalho pélvico.
O coeficiente de correlação de Spearman foi utilizada para analisar as
correlações eletromiográficas entre os MA e MAP.
O nível de significância adotado em todos os testes foi de p<0,05.
49
Poder do estudo
O poder deste estudo foi superior a 80%.Para o cálculo amostral,
considerando um erro amostral de 10%, nível de confiança em 95%, e
distribuição homogênea, foi adotada a escala do Teste de Pearson, onde
tamanho do efeito (TE) representa 0,10 – pequeno, 0,30 – médio e 0,50 –
grande, (considerando alfa: 0,05), para o poder do estudo: 80%, totalizando um
tamanho da amostra de, no mínimo, 26 mulheres.
RESULTADOS
Não houve correlação entre as variáveis eletromiográficas analisadas
(p>0,418).
Tabela 1 - Correlações eletromiográficas entre os MAP e os MA da amostra
estudada.
Músculos do assoalho pélvico (MAP)
Músculos
abdominais (MA)
Bridge
solo
Bridge
Cadillac
Teaser
com mola
Teaser
sem mola P*
Bridge solo -,063 ,749
Bridge Cadillac ,063 ,749
Teaser com mola -,159 ,418
Teaser sem mola -,114 ,562
*P : P-valor (< 0,05).
A avaliação funcional dos MAP mostrou que as maiores frequencias da
amostra encontrava-se entre os graus 1 (25%) e 3 (25%). Na avaliação da
capacidade de atender aos comandos de coordenação na
contração/relaxamento, 64,3% da amostra apresentou-se satisfatória.
Entretanto, 82,1% não conseguiu isolar a contração do assoalho pélvico dos
músculos acessórios (Tabela 2).
Tabela 2 - Avaliação dos músculos do assoalho pélvico, segundo o método
PERFECT.
50
Variáveis Participantes
(n=28)
%
Força (PERFECT)1
Esboço de contração (0) 17,9
Presença de contração (1) 25,0
Contração moderada (2) 17,9
Contração satisfatória (3) 25,0
Contração forte (5) 14,3
Coordenação
Satisfatória 64,3
Insatisfatória 35,7
Dissociação (A/P)2
Sim 17,9
Não 82,1
NOTA: *P : P-valor (< 0,05). LEGENDA: 1Escala de grau de força. 2Abdomên/Períneo (A/P).
DISCUSSÃO
No presente estudo, comparou-se a relação da ativação eletromiográfica
entre os MAP e MA (TrA/OI), simultaneamente, em quatro exercícios do MP.
Devido a escassez de estudos para comparação dos dados sobre nosso
tema, a pesquisa realizada por Spasford e Hodges (2001)(5), foi a que mais se
aproximou para comparação dos nossos achados. Eles afirmaram que
atividade eletromiográfica dos MAP aumenta ao realizarem exercícios na
posição supina e ortostática, em três diferentes intensidades de contração dos
MA, em mulheres com idade entre 35 e 63 anos. Entretanto, a qualidade
metodológica, principalmente, em relação ao tamanho amostral, foi bastante
inferior a nossa (7 indivíduos), e somado a isto, não foram realizados exercícios
do método Pilates e sim abdominais habituais.
A revisão sistemática mais recente de Bo et. al.(2009)(14), afirma não
existir evidências científicas suficientes para correlacionar o sinergismo dos
MAP à contração do TrA. Os estudos analisados nesta revisão, incluem o
51
método Pilates na análise de comparação das diferentes abordagens no
assoalho pélvico.
Os resultados também mostraram que a maioria da amostra (82,1%)
apresentou incapacidade de dissociação entre a contração dos músculos
avaliados. Esta inabilidade decorre, provavelmente, porque o princípio do
powerhouse requer contração conjunta de vários grupos musculares durante a
execução dos movimentos. Ademais, os MAP, mensurados pela palpação
bidigital,apresentaram fraqueza muscular em 42,9% da amostra. Esses
achados, podem ter influenciado nos resultados deste estudo.
Levando-se em consideração a disposição anatômica e as interligações
das fáscias entre os MA e MAP, acreditava-se que a frequência de mulheres
que apresentassem fraqueza dos MAP da nossa amostra fosse menor. Uma
vez que, programas de treinamento para ganho de força muscular demonstram
resultados visíveis nas primeiras semanas de treinamento (15). A literatura
mostra que os benefícios do treinamento dependem de um conjunto de fatores:
número de repetições e séries, carga de treinamento, sequência de exercícios
e tempo de descanso (16). Acontece que, depois de algum tempo, esse ganho
vai desacelerando, até atingir um platô, que necessita ser novamente revisto no
programa de treinamento, para ocorrer um novo estímulo e um novo ganho (17).
Oliveira et. al. (2015)(18), analisando o efeito do método Pilates no torque
isocinético dos extensores e flexores do joelho, observaram que não há
controle das variáveis no método Pilates durante os exercícios, exceto, o
número de repetições (em torno de dez). Assim, tipicamente, a progressão e
escolha dos exercícios são realizadas de maneira aleatória, não periodizada,
dependendo da avaliação subjetiva do profissional, no uso de diferentes
intensidades de mola e posicionamento do praticante no equipamento. Assim,
como no método Pilates, os fatores acima mencionados não são objetivamente
controlados e nem há um direcionamento muscular específico para o ganho de
força dos MAP. Isto pode ter influenciado na resposta do ganho de força deste
grupos muscular e, assim, na correlação neuromuscular com os MA da
amostra.
52
Outro fator importante é que a atividade elétrica do MAP pode ter sua resposta
influenciada pela idade e pela variação hormonal inerentes ao climatério, o que pode
ter ocorrido com no presente estudo. A literatura afirma que há relação inversa
entre a idade e a atividade elétrica dos MAP, mesmo em mulheres saudáveis,
na diminuição da atividade elétrica dos MAP e o envelhecimento feminino(19).
O comportamento eletromiográfico durante o movimento em exercícios
do método Pilates, em duas diferenças biomecânicas da pelve. Enquanto
Shoulder Bridge e Teaser iniciaram-se em decúbito dorsal e pelve na posição
neutra, observou-se que, na realização do movimento, há uma retroversão
pélvica e uma anteroversão pélvica, respectivamente.
As pesquisas, ainda, são escassas acerca de análises biomecânicas dos
efeitos do MP durante os exercícios, e, quando realizadas, não envolvem
análise do assoalho pélvico (20)(18). Somado a isso, do ponto de vista clínico,
evidencia-se a importância sobre pesquisas que analisem os fatores para
prescrição de treinamento do MP que incluam o assoalho pélvico, para que os
instrutores tenham conhecimento das repercussões biomecânicas na escolha
dos exercícios durante um programa de condicionamento físico de forma a não
induzir ao prejuízo da função deste grupo muscular.
Korelo et. al. (2011)(21), se propuseram a verificar a funcionalidade dos
MAP, após um protocolo de fortalecimento abdominal. Vinte e uma mulheres,
divididas em dois grupos (experimental e controle), com e sem orientação de
associar a contração simultânea do períneo ao exercício abdominal. Eles
concluíram que as voluntárias que realizaram a contração perineal, durante o
treinamento abdominal, apresentaram aumento da força dos MAP, em
detrimento da maioria das atividades físicas que não envolve contração
voluntária dos MAP e pode acarretar em deficiência funcional por perda ou
ausência da consciência corporal desses músculos. Esses autores sugerem
que os cuidados e orientações no estímulo do assoalho pélvico, durante a
realização de exercícios, é fundamental para o bom desempenho e boa
funcionalidade. Assim, a falta de orientação constante de contração dos MAP
durante a realização de exercícios de Pilates, pode ter sido o fator causal mais
relevante, sobre os resultados observados.
53
CONCLUSÃO
A realização dos exercícios Shoulder Bridge e Teaser não demonstrou
correlação na atividade eletromiográfica entre os MAP e MA. Nesta
perspectiva, destaca-se a importância de investir em pesquisas com o MP, que
envolvam os parâmetros que regem a prescrição do treinamento físico,
principalmente, envolvendo os MAP.
Do ponto de vista de treino em academias e estúdios de Pilates, a
orientação do instrutor, de forma constante, para a contração do assoalho
pélvico durante a realização dos exercícios é de fundamental importância para
conscientização da ativação desta musculatura.
O aumento da pressão intra-abdominal durante a realização dos
exercícios, em músculos do assoalho pélvico com fraqueza muscular,
predispõe à disfunções, tais como, a incontinência urinária e/ou fecal que
podem influenciar negativamente na qualidade de vida de mulheres
climatéricas que praticam exercícios do método Pilates.
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56
6 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
57
O cenário atual, na questão de atividade física e saúde, é de academias,
estúdios, clínicas, com profissionais liberais oferecendo melhores condições e
benefícios, na busca do bem-estar, da estética e da qualidade de vida.
Entretanto, algumas vezes, esses benefícios não se encontram
fundamentados em evidências científicas, podendo induzir a um efeito não
desejado no cliente/paciente.O leque de oportunidades que o método Pilates
oferece, tanto para a reabilitação, quanto para o condicionamento físico,
necessita de aprofundamentos, estudos e pesquisas para confirmar seus
benefícios nos indivíduos que o praticam. Nesta visão, a preocupação surgiu
na intercessão das duas profissões em que me graduei, Fisioterapia e
Educação Física. A atual pesquisa, que surgiu na intencionalidade de um único
achado, confirmação ou refutação do sinergismo muscular dos principais
músculos trabalhados no método Pilates, teve desdobramentos inusitados, do
ponto de vista científico e clínico.
Neste estudo, não se demonstrou correlação entre os músculos
estudados. Este achado refuta muitas afirmativas a respeito do trabalho de
fortalecimento muscular do assoalho pélvico, efeito preconizado pelos tutores
do MP, ao referirem esta ação como resultado da prática, pelo acionamento do
músculo transverso do abdômen.Outro achado importante foi o fato de que 82,
7% da amostra estudada apresentava algum grau de incontinência urinária e,
apenas 14,3%, demonstrou grau 5 (força máxima) dos músculos do assoalho
pélvico, mesmo com mais de 4 anos de prática do método Pilates, duas vezes
por semana.
Diante desses e de outros achados, vimos a necessidade de
elaborarmos artigos que contribuam para o esclarecimento e conscientização
de fisioterapeutas e educadores físicos, instrutores mais atuantes em instrução
do método Pilates no Brasil, sobre como e por que trabalhar exercícios do MP
em determinadas situações, tais como uma população tão específica como as
mulheres climatéricas.
Durante esses dois anos de elaboração da dissertação, nossos dados já
resultaram em:
a)01 artigo submetido à Revista Sociedade Brasileira de Medicina e do Esporte
(Qualis A2), sob o título: Análise da atividade eletromiográfica dos
58
músculos abdominais e do assoalho pélvico nos exercícios shoulder
bridge e teaser do método Pilates em mulheres climatéricas.
b)Co-orientação do Trabalho de conclusão de curso, da aluna Ana Rita
Lira, em 2016, sobre os parâmetros sociodemográficos, antropométricos e
uroginecológicos em mulheres climatéricas praticantes do método Pilates., do
qual já existe um artigo sendo finalizado para submissão em periódico a
escolher.
c) Trabalho de conclusão de curso de especialização em Fisioterapia Materno
infantil, da Universidade federal do Rio Grande do Norte, da aluna Míriam
Rebeca, com o título: O Método Pilates pode combater as incontinências
urinárias de esforço? Desta co-orientação resultará um artigo com mesmo título
da monografia da aluna, a ser submetido em periódico a ser escolhido.
d) Apresentação de trabalho científico, no Congresso Brasileiro de
Fisioterapia2016 (Recife), intitulada:Prevalência de incontinência urinária de
esforço em climatéricas praticantes do método Pilates: um estudo piloto.
Adicionalmente, encontram-se em andamento a produção dos seguintes
artigos:
- Comparação neuromuscular dos músculos do assoalho pélvico em 4
situações de movimento do método Pilates)
- Nível de tônus basal, resistência muscular e contração voluntária máxima dos
MAP de mulheres climatéricas praticantes do método Pilates: um estudo
observacional.
- Função sexual, qualidade de vida e prática de Pilates.
A expectativa inicial desse estudo era que essa pesquisa se traduzisse
como um primeiro passo para disseminação de conhecimento sobre
musculatura do assoalho pélvico, abdominais e prática do método Pilates,
começando pelas mulheres climatéricas, mas com pretensões vindouras de
outros grupos a serem estudados (mulheres jovens e saudáveis, incontinentes,
etc.).
Diante dos resultados obtidos, surgiram novos questionamentos
importantes a serem perseguidos e novas perspectivas de pesquisa científica,
inclusive multiprofissional, em novos projetos a serem realizados durante o
desenvolvimento de um possível doutorado.
59
7 REFERÊNCIAS
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Organization. p. 256, 2000.
64
APÊNDICES
65
APÊNDICE A: Ficha de avaliação e identificação
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Mestranda: Alethéa Cury Rabelo Leitão
Orientadora: Profª Drª Elizabel de Souza Ramalho Viana
1-IDENTIFICAÇÃO DA PARTICIPANTE (No): _____________
Nome:_________________________________________________________
Profissão/Função: ___________ Data de Nascimento: __________ Idade: ___
Est. Civil: ( ) solteira ( ) união estável ( ) casada ( ) viúva ( ) Divorciada
Grau de Instrução: ( ) analfabeta ( ) ens. Fundamental incompleto (em anos
de estudo): ______( ) ens. Fundamental completo ( ) ensino médio completo
( ) ensino médio incompleto ( ) ensino superior completo ( ) ensino superior
incompleto ( ) pós-graduação completa ( ) pós-graduação incompleta
Renda Familiar: ( ) sem renda ( ) até 1 salário mínimo (até R$ 880,00) ( ) 1 a
2 salários mínimo ( ) 3 - 5 salários mínimos( ) > 5 salários (> R$ 4.400,00)
2- HISTÓRICO GINECOLÓGICO/OBSTÉTRICO
Data da última menstruação__________Idade da menarca: _________ anos
Data das últimas 3 menstruações:__________/__________/___________
Duração (nº de dias) dos 3 últimos ciclos:__________/__________/_________
Quanto tempo faz da última menstruação:_____ ( ) dias ( ) meses ( ) anos
Primeira relação: ____ anos Nº. Gestações:_____ Abortos:____
Nº. Partos:____
Tipo de parto: ( ) Parto Normal ( ) Fórceps ( ) Vácuo ( ) Parto Cesárea
N. de filhos:____ Idade da primeira gestação:___ Idade da última gestação:___
- Cauterizações: ( ) Não ( ) Sim Infecções ginecológicas: ( ) Não ( ) Sim
- Cirurgia ginecológica:( ) Não ( ) Sim Qual: _____________________
Histerectomia total (sem útero e sem ovários) : ( ) Não ( ) Sim.
Histerectomia parcial (sem útero e com ovários) : ( ) Não ( ) Sim.
66
- Episiotomia: ( ) Não ( ) Sim Faz masturbação? ( ) Não ( ) Sim.
Vida sexual inativa há _______ anos ou ( ) Ativa _________anos
Usa Anticocepcional: ( ) Não ( ) Sim Qual: _________Há quanto tempo?__
É homoafetiva? ( ) Não ( ) Sim ( ) prefiro não responder
Status menopausal STRAW:
(0) -2 Mais de 7 e menos de 60 dias de atraso (1) -1 maior ou igual a 60 dias de atraso
até 1 ano (2) +1 mais de 1 ano até 5 anos (3) +2 Mais que 5 anos sem ciclos menstruais
Já fez TH? (0) NUNCA
(1) ESTOU USANDO, há quanto tempo: _____ Qual a medicação?__________
(2)JÁ USEI, por quanto tempo: ______ parou há? ___ Qual a medicação?____
Idade de ocorrência dos sintomas climatéricos/menopausa: __________
3 – DOENÇAS ASSOCIADAS
Hipertensão arterial: (0) Não; (1) Sim; (2) Não sei – Usa medicamento? Qual?
Diabetes tipo 2: (0) Não; (1) Sim; (2) Não sei – Usa medicamento? Qual?
Dislipidemia: (0) Não; (1) Sim; (2) Não sei – Usa medicamento? Qual?
Osteoporose: (0) Não; (1) Sim; (2) Não sei – Usa medicamento? Qual?
Doença da tireóide: (0) Não; (1) Sim; (2) Não sei – Usa medicamento? Qual?
Doença respiratória: (0) Não; (1) Sim (2) Não sei – Usa medicamento? Qual?
Doença ginecológica: (0) Não; (1) Sim Qual? ________________________
Doença neuromuscular: (0) Não; (1) Sim Qual? ______________________
Labirintite: (0) Não; (1) Sim; (2) Não sei – Usa medicamento? Qual? ________
Infecção do trato urinário? (0) Não; (1) Sim; (2) Não sei – Usa medicamento?
Qual? __
Hemorróida? (0) Não; (1) Sim; (2) Não sei – Usa medicamento? Qual? ____
Usa marcapasso? (0) Não; (1) Sim
67
4- SINTOMATOLOGIA CLIMATÉRICA Menopause Rating Scale
Qual dos seguintes sintomas e em que medida você diria que sente
atualmente?
Sintomas Nenhum: 0
Pouco severo:
1
Moderado: 2
Severo: 3
Muito severo:
4
Falta de ar, suores, calores
Mal estar do coração (batidas do coração diferentes, saltos nas batidas, batidas mais longas, pressão)
Problemas de sono (dificuldade em conciliar o sono, em dormir toda a noite e despertar-se cedo)
Estado de ânimo depressivo (sentir-se decaída, triste, a ponto das lágrimas, falta de vontade, trocas de humor)
Irritabilidade (sentir-se nervosa, tensa, agressiva)
Ansiedade (impaciência, pânico)
Esgotamento físico e mental (queda geral em seu desempenho, falta de concentração, falta de memória)
Problemas sexuais (falta no desejo sexual, na atividade e satisfação)
Problemas de bexiga (dificuldade de urinar, incontinência, desejo excessivo de urinar)
Ressecamento vaginal (sensação de ressecamento, ardência e problemas durante a relação sexual)
Problemas musculares e nas articulações (dores reumáticas e nas articulações)
68
5 – HÁBITOS DE VIDA
Tabagismo: (0) Nunca fumou (1) Fumante atual – Quantos
cig/dia?__________(2) Ex-fumante, há quanto tempo? ___________
OBS: Fumantes são pessoas que fizeram uso de mais de três cigarros por dia
por mais de seis meses até o momento da pesquisa, e ex-fumantes são
aqueles que não fumam mais, porém já fumaram em algum momento da vida
por um período > seis meses
Você ingere bebida alcoólica? (0) Não (1) Sim Frequência por
mês:__________ vezes
PILATES
Pratica Pilates há quanto tempo?________Frequência semanal?_______vezes
Tem alguma restrição no Pilates? (0) Não (1) Sim. Qual? _____________
Qual(is) foi(ram) o(s) motivo(s) que lhe levou a fazer Pilates:__________
Qual(is) foi(ram) o(s) principal(is) benefícios que você obteve praticando
Pilates:_________________________-
Você sabe informar onde estão localizados os músculos da região do
"Powerhouse":_____________________
Você pratica exercícios físicos regularmente, exceto o Pilates? (0) Não (1) Sim
Qual?_________ Frequência por semana: ___ vezes
6 - AVALIAÇÃO FÍSICA
BIOMETRIA:
Peso: ______ Altura: ______ Circ. Cintura:_____ Circ. Quadril______ PA:____
FLEXIBILIDADE (3º DEDO-CHÃO):____________
7 – PARÂMETROS UROGINECOLÓGICOS
História de constipação: ( ) Não ( ) Sim Há quanto tempo: _____
Intestino (atualmente): ( ) Normal ( ) constipado ( ) Incontinência
Perda involuntária de urina: ( ) Não ( ) Sim Há quanto tempo: ____
Classifique essa perda urinária:
( ) Pequenos esforços {caminhada, trocar de posição, relação sexual}
( )Médios esforços: {tossir/ espirar, risada}
69
( ) Grandes esforços: {pular, exercícios de peso, correr, ginástica}
Desejo miccional: ( ) Intenso ( ) Normal Freqüência: ______/dia ______/noite
Tempo de espera antes da micção: ______Intervalo entre as micções: _______
Uso de forro/absorvente: ( ) Não ( ) Sim Quantos por dia: ________
Urgência miccional: ( ) Não ( ) Sim Grau (de 0 a 10): ______
Urgeincontinência: ( ) Não ( ) Sim Grau (de 0 a 10): _______
Agora você pode ser dirigir para a próxima fisioterapeuta para avaliação
do seu assoalho pélvico...
8 - AVALIAÇÃO DE ASSOALHO PÉLVICO
Reação à palpação: ( ) Preservada ( ) Ausente Pontos de tensão: ( ) Não
( ) Sim Lado:_________Mesmo lado da episiotomia? ( ) Não ( ) Sim
Genitália externa:( ) Sem Alterações ( )Dermatites ( )Irritação ( )Inflamação
Cicatriz: ( ) Não ( ) Sim
Secreção vaginal anormal: ( ) Não ( ) Sim Lubrificação: ( ) Preservada ( )
Diminuída
Percepção cinestésica de AP: ( ) Não ( ) Sim Contração : ( ) simétrica
( ) assimétrica
Uso da musculatura acessória: ( ) Não ( ) Sim Qual (is)?____________
Integridade motora do nervo pudendo:
Reflexo cutêneo-anal: ( ) Presente ( ) Ausente
Teste de esforço:
Ortostatismo: ( ) Sem perda urinária ( ) Com perda urinária
Posição ginecológica: ( ) Sem perda urinária ( ) Com perda urinária
Observações importantes: ___________________________ Sentiu ardência
à palpação? ( ) Não ( ) Sim
Teste PERFECT:
Força muscular:
0-ausência de resposta muscular
1–esboço de contração muscular não sustentada
70
2–presença de contração de pequena intensidade, mas que se sustenta
3–contração moderada, sentida com aumento da pressão intravaginal, que
comprime os dedos do examinador com pequena elevação cranial da parede
vaginal.
4–contração satisfatória, aperta o dedo do examinador com elevação da
parede vaginal em direção a sínfise púbica
5–contração forte, compressão firme do dedo do examinador com
movimento positivo em direção a sínfise púbica.
9 - PROTOCOLO DE EXERCÍCIOS - MIOTOOL
Protocolo de avaliação
Tônus de base CVM Kegel
Descanso (1´)
Protocolo de exercícios - 1 x 5 repetições
Shoulder
Bridge solo
Shoulder
Bridge Cadillac
Teaser preparation
mola azul
Teaser preparation
sem mola
PERFECT Resultado
Força Muscular
Endurance (duração da contração mantida em seg)
Repetição das contrações mantidas
Número das contrações rápidas
Coordenação insatisfatória(relaxamento parcial/lento)
Coordenação satisfatória (relaxamento total/rápido)
Dissociação abdome/períneo (S/N)
71
APÊNDICE B: TERMO DE CONSENTIMENTO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Mestranda: Alethéa Cury Rabelo Leitão
Orientadora:Profª Drª Elizabel de Souza Ramalho Viana
Esclarecimentos
Este é um convite para você participar da pesquisa “ANÁLISE
ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS E DO ASSOALHO
PÉLVICO NOS EXERCÍCIOS SHOULDER BRIDGE E TEASER DO MÉTODO
PILATES EM MULHERES CLIMATÉRICAS”.
Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a
qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga
nenhum prejuízo ou penalidade. Essa pesquisa procura analisar se os
músculos abdominais e do assoalho pélvico de mulheres, praticantes ou não
praticantes do método Pilates,são ativados, em conjunto,durante a realização
dos exercícios Teaser e Shoulder Bridge no aparelho Cadillac®. Será usada a
eletromiografia de superfície, que se trata de dois pequenos adesivos
colocados na pele do abdome e um eletrodo intravaginal inserido dentro da
vagina para captar sinais elétricos. Caso decida aceitar o convite, você será
submetida aos seguintes procedimentos: 1. Preenchimento de ficha de
avaliação, na qual serão colhidos seus dados pessoais, seu histórico clínico de
saúde e medidas corporais; 2.. Avaliação da funcionalidade do seu assoalho
pélvico de 2 maneiras diferentes. A primeira, será através da palpação bidigital,
feita por uma fisioterapeuta, que utilizará luva descartável para o procedimento
da avaliação manual do assoalho pélvico (toque vaginal). A segunda terá o uso
do equipamento Miotool®, que também utilizará uma sonda intravaginal
esterilizada, para medir a força de contração desta musculatura. Essas
72
avaliações serão registradas e concluídas para serem entregue às voluntárias
da pesquisa, de forma totalmente gratuita.
As coletas serão feitas durante a prática dos exercícios Shoulder Bridge
no solo, Shoulder Bridge no Cadillac®, e Teaser no Cadillac®. Cada exercício
será repetido 5 vezes apenas. Na execução dos movimentos, a voluntária
estará comum eletrodo intravaginal e outro de superfície da pele, em cima do
músculo abdominal. Para garantir a certeza da captação correta do sinal
elétrico, durante a execução dos exercícios, será necessário fazer uma limpeza
com álcool (70%) no local de colocação dos eletrodos abdominais, seguido de
raspagem dos pelos com lâmina de barbear nesta região abdominal. Para
esses procedimentos será necessário apenas um único encontro. Durante a
realização dos exercícios, duas fisioterapeutas estarão na sala para lhe orientar
de forma correta.
O risco envolvido é mínimo, pois você, apenas, responderá a
questionários e realizará o protocolo de avaliação e de exercícios em aparelhos
específicos e rotineiros na prática da Fisioterapia, tendo, constantemente, um
examinador responsável, exclusivamente, para garantir a sua segurança.
Você terá os seguintes benefícios ao participar da pesquisa: receberá o
relatório completo da sua avaliação física e da avaliação dos músculos do
assoalho pélvico realizada em aparelhagem moderna e alta confiabilidade e
contribuirá para o avanço das pesquisas relacionadas a esse tema.
Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será
identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro,
durante cinco anos, pela pesquisadora Elizabel de Souza Ramalho Viana e a
divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários.
Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na
pesquisa, você será ressarcido, caso solicite, pelas pesquisadoras envolvidas
neste estudo.
Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente
decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização, pelas
pesquisadoras envolvidas neste estudo.
Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a
respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para Fisioterapeuta.
73
Alethéa Cury, no endereço Av. Senador Salgado Filho, S/N, Campus da UFRN
– Departamento de Fisioterapia ou pelo telefone 3342 2001.
Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas
ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN no endereço Av. Senador Salgado
Filho, S/N - Praça do Campus Universitário, Lagoa Nova.
Pesquisadoras responsáveis: Mestranda. Alethéa Cury, fone 99606-
5661
Profa. Dra. Elizabel de Souza Ramalho Viana, fone 3342 2001.
Consentimento Livre e Esclarecido
Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada,
os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da
pesquisa “ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS
E DO ASSOALHO PÉLVICO NOS EXERCÍCIOS SHOULDER BRIDGE E
TEASER DO MÉTODO PILATES EM MULHERES CLIMATÉRICAS”.
Participante da Pesquisa:
Nome:__________________________________________
Assinatura:_____________________________________
Digital
Pesquisador Responsável:
Nome: _________________________________________
Assinatura:______________________________________
Endereço Profissional: Av. Senador Salgado Filho, Lagoa Nova, Campus
– UFRN. Telefone: (84) 32154270
Comitê de Ética e Pesquisa – Endereço: Praça do Campus Universitário,
Lagoa Nova. Telefone: (84)215-3135.
74
ANEXOS
75
ANEXO A:Parecer do Comitê em ética e pesquisa (CEP)
76
ANEXO B: Carta de submissão da Revista Sociedade Brasileira de
Medicina do Esporte e do Exercício (Qualis A2)
77
ANEXO C: Instruções para autores:Rev. Sociedade Brasileira de Medicina
do Esporte e do Exercício (Qualis A2).
Forma e preparação de manuscritos
Conflito de interesses
Os autores deverão explicitar qualquer potencial conflito de interesses relacionado
ao artigo submetido, conforme determinação da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (RDC 102/ 2000) e do Conselho Federal de Medicina (Resolução nº
1.595/2000). Esta exigência visa informar aos editores, revisores e leitores sobre
relações profissionais e/ou financeiras (como patrocínios e participação societária)
com agentes financeiros relacionados a produtos farmacêuticos ou equipamentos
envolvidos no trabalho, os quais podem, teoricamente, influenciar as interpretações
e conclusões do mesmo. A declaração de conflito de interesses será publicada ao final de todos os artigos.
Bioética de experimentos com seres humanos
A realização de experimentos envolvendo seres humanos deve seguir a resolução
específica do Conselho Nacional de Saúde (nº 196/96) disponível
em http://www.conselho.saude.gov.br, incluindo a assinatura de um Termo de Consentimento Informado e a proteção da privacidade dos voluntários.
Direitos autorais
Todas as declarações publicadas nos artigos são de inteira responsabilidade dos
autores. Entretanto, todo material publicado torna-se propriedade da editora, que
passa a reservar os direitos autorais. Portanto, nenhum material publicado na
RBME poderá ser comercializado sem a permissão por escrito da editora. Todos os
autores de artigos submetidos à RBME deverão assinar um Termo de Transferência de Direitos Autorais, que entrará em vigor a partir da data de aceite do trabalho.
Preparação de manuscritos
Os artigos submetidos devem ser digitados em espaço duplo, fonte Arial 12 em
página tamanho A4, sem numerar linhas ou parágrafos, e numerando as páginas
no canto superior direito. Figuras e tabelas devem ser apresentados ao final do
artigo em páginas separadas. No corpo do texto deve-se informar os locais para
inserção das tabelas ou figuras. Números menores que 10 são escritos por extenso,
enquanto que números maiores ou igual a 10 são expressos em algarismos
arábicos. Os manuscritos que não estiverem de acordo com as instruções aos
autores em relação a estilo e formato serão devolvidos sem revisão pelo Conselho Editorial.
As medidas deverão ser expressas no Sistema Internacional (Système
International, SI), disponível em http://physics.nist.gov/cuu/Units e unidades
padrão, quando aplicável.Recomenda-se aos autores não usar abreviações no título
e limitar a sua utilização no resumo e ao longo do texto. Os nomes genéricos
devem ser usados para todas as drogas. Os fármacos podem ser referidos pelo
nome comercial, porém, deve constar o nome, cidade e país ou endereço eletrônico do fabricante entre parênteses na seção Materiais e Métodos.
78
Identificação dos autores
O número ORCID (Open Researcher and Contributor ID, http://orcid.org/) de cada
um dos autores deve ser informado na declaração de contribuição dos autores, conforme modelo abaixo.
Declaração de contribuição de autores
A declaração da contribuição dos autores deverá ser incluída ao final do artigo com utilização de dois critérios mínimos de autoria, entre eles:
• Contribuição substancial na concepção ou desenho do trabalho, ou
aquisição, análise ou interpretação dos dados para o trabalho;
• Redação do trabalho ou revisão crítica do seu conteúdo intelectual;
• Aprovação final da versão do manuscrito a ser publicado;
• Estar de acordo em ser responsabilizado por todos os aspectos do trabalho,
no sentido de garantir que qualquer questão relacionada à integridade ou
exatidão de qualquer de suas partes sejam devidamente investigadas e
resolvidas;
• Formato dos arquivos
• Usar editor de texto Microsoft Word para Windows ou equivalente. Arquivos
em formato PDF não devem ser enviados. As tabelas e quadros deverão
estar em seus arquivos originais (Excel, Acess, Powerpoint, etc.) As figuras
deverão estar nos formatos jpg ou tif em alta resolução (300 dpi). As figuras
deverão estar incluídas no arquivo Word, mas também devem ser enviadas
separadamente (anexadas durante a submissão do artigo como documento
suplementar em seus arquivos originais).
• Página de rosto
• A página de rosto deve conter (1) a categoria do artigo; (2) o título do
artigo em português, inglês e espanhol com até 80 caracteres cada, que
deve ser objetivo e informativo; (3) os nomes completos dos autores;
instituição; formação acadêmica de origem (a mais relevante); cidade,
estado e país; (4) nome do autor correspondente, com endereço completo,
telefone e e-mail. A titulação dos autores não deve ser incluída. O nome
completo de cada autor (sem abreviações); e sua afiliação institucional
(nota: as unidades hierárquicas devem ser apresentadas em ordem
decrescente, por exemplo, universidade, faculdade ou instituto e
departamento) devem ser informados. Os nomes das instituições e
programas deverão ser apresentados preferencialmente por extenso e na
língua original da instituição ou na versão em inglês quando a escrita não é
latina (p.ex. árabe, mandarim ou grego);
• Resumo
O resumo em português, inglês e espanhol deve ser incluído no manuscrito.
Em cada um dos idiomas não deve conter mais do que 300 palavras. A
versão estruturada é obrigatória nos artigos originais, e inclui objetivos,
métodos, resultados e conclusão. Artigos de revisão não requerem resumo
estruturado.
Palavras-chave
O artigo deve incluir no mínimo três e no máximo seis descritores em português,
inglês e espanhol, baseados nos Descritores de Ciências da Saúde
(DeCS) http://decs.bvs.br/ ou no Medical Subject Headings (MeSH) da National
Library of Medicine, disponível
79
em http://www.nlm.nih.gov/mesh/meshhome.html ou baseados no Medical Subject
Heading (MeSH), do Index Medicus (http://www.nlm.nih.gov/mesh/).
Introdução
A introdução deve conter (1) justificativa objetiva para o estudo,com referências pertinentes ao assunto, sem realizar uma revisão extensa; (2) objetivo do artigo.
Materiais e Métodos
Esta seção deve descrever os experimentos (quantitativa e qualitativamente) e os
procedimentos em detalhes suficientes que permitam que outros pesquisadores
reproduzam os resultados ou deem continuidade ao estudo e deverá conter: (1) a
descrição clara da amostra utilizada; (2) termo de consentimento para estudos
experimentais envolvendo seres humanos; (3) identificação dos métodos, aparelhos
(nome do fabricante e endereço, cidade e país devem ser mencionados entre
parênteses) e procedimentos utilizados; (4) descrição breve e referências de
métodos publicados, mas não amplamente conhecidos; (5) descrição detalhada de
métodos novos ou modificados; (6) quando pertinente, incluir a análise estatística e os programas utilizados.
Importante: Ao relatar experimentos com seres humanos ou animais, indicar se os
procedimentos seguiram as normas do Comitê Ético sobre Experiências Humanas
da instituição na qual a pesquisa foi realizada, e se os procedimentos estão de
acordo com a declaração de Helsinki de 1995 e a Animal Experimentation
Ethics, respectivamente. Os autores devem incluir uma declaração indicando que o
protocolo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição (instituição de afiliação
de pelo menos um dos autores), com o respectivo número de identificação.
Também deve incluir que o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi assinado por todos os participantes.
Resultados
Apresentar os resultados em sequência lógica no texto, usando tabelas e figuras.
Evitar repetição excessiva de dados no texto, em tabelas ou figuras, porém, enfatizar somente as descobertas mais importantes.
Discussão
Enfatizar os aspectos originais e importantes do estudo e as conclusões que
decorrem deste evitando, porém, repetir dados já apresentados em outras partes
do manuscrito. Em estudos experimentais, ressaltar a relevância e limitações dos
resultados, confrontando com os dados da literatura e incluindo implicações para
estudos futuros.
Conclusões
A conclusão deve ser clara e concisa, baseada nos resultados obtidos,
estabelecendo ligação com implicações clínicas evitando, porém, excessiva
generalização). A mesma ênfase deve ser dada a estudos com resultados
negativos ou positivos. Recomendações podem ser incluídas, quando relevantes.
Agradecimentos
Quando pertinente, incluir agradecimento ou reconhecimento a pessoas que
tenham contribuído para o desenvolvimento do trabalho, porém não se qualificam
como co-autores. Fontes de financiamento como auxílio a pesquisa e bolsas de
estudo devem ser reconhecidos nesta seção. Os autores deverão obter permissão
80
por escrito para mencionar nomes e instituições de todos os que receberam
agradecimentos nominais.
Referências
As referências devem ser numeradas na sequência em que aparecem no texto, em
formato sobrescrito. As referências citadas somente em legendas de tabelas ou
figuras devem ser numeradas de acordo com sequência estabelecida pela primeira
menção da tabela ou da figura no texto. O estilo das referências bibliográficas deve
seguir as regras do Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical
Journals (International Committee of Medical JournalEditors disponível em Ann
Intern Med. 1997;126(1):36-47http://www.icmje.org). Alguns exemplos são
mostrados a seguir.. Os títulos dos periódicos devem ser abreviados de acordo com
o Index Medicus (List of JournalsIndexed disponível
em: http://www.nlm.nih.gov/tsd/serials/lji.html). Se o periódico não constar dessa
lista, deve-se utilizar a abreviatura sugerida pelo próprio periódico. Deve-se evitar
utilizar “comunicações pessoais” ou “observações não publicadas” como referências.
Resumos de trabalhos apresentados em eventos devem ser utilizados somente se
for a única fonte de informação.
Figuras
Na versão impressa da RBME serão aceitas figuras em preto-e-branco. Imagens
coloridas poderão ser publicadas quando forem essenciais para o conteúdo
científico do artigo. Nestes casos, o custo será repassado aos autores. Figuras
coloridas poderão ser incluídas na versão eletrônica do artigo sem custo adicional
aos autores. Os desenhos e figuras devem ser consistentes e tão simples quanto
possível, porém informativos. Tons de cinza não devem ser utilizados. Todas as
linhas devem ser sólidas. Para gráficos de barra, por exemplo, utilizar barras
brancas, pretas, com linhas diagonais nas duas direções, linhas em xadrez, linhas
horizontais e verticais. A RBME desaconselha fortemente o uso de fotografias de
equipamentos e animais de experimentação. As figuras devem ser impressas com
bom contraste e ter a largura de uma coluna (8,7cm). Utilizar no mínimo fonte
tamanho 10 para letras, números e símbolos, com espaçamento e alinhamento
adequados. Quando a figura representar uma radiografia ou fotografia, sugerimos incluir a escala de tamanho, quando pertinente.
Por favor, note que é de responsabilidade dos autores obter permissão do detentor
dos direitos autorais para reproduzir figuras (ou tabelas) que tenham sido
previamente publicados em outras fontes. De acordo com os princípios do acesso
aberto, os autores devem ter permissão do detentor dos direitos, caso desejem
incluir imagens que tenham sido publicados em outros periódicos de acesso não
aberto. A permissão deve ser indicada na legenda da figura, e a fonte original deve ser incluída na lista de referências.
Tipos de artigos
Artigo original
A RBME aceita todo tipo de pesquisa original nas áreas de Medicina e Ciências do
Exercício e do Esporte, incluindo pesquisas com seres humanos e pesquisa
experimental. O artigo deve conter os seguintes itens: Resumo estruturado,
Palavras-chave, Introdução, Materiais e Métodos, Resultados, Discussão, e Conclusões
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