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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA ÁREA DE CONCENTRAÇAO EM ODONTOLOGIA ANA CLARA SOARES PAIVA TÔRRES FALHAS E COMPLICAÇÕES COM O USO DE PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL INFERIOR DE EXTREMIDADE LIVRE BILATERAL NATAL/RN 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Ele nada disso seria possível. Constantemente tenho sido abençoada por seu imenso amor. Durante minha trajetória tenho recebido

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

ÁREA DE CONCENTRAÇAO EM ODONTOLOGIA

ANA CLARA SOARES PAIVA TÔRRES

FALHAS E COMPLICAÇÕES COM O USO DE PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL

INFERIOR DE EXTREMIDADE LIVRE BILATERAL

NATAL/RN

2014

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Ele nada disso seria possível. Constantemente tenho sido abençoada por seu imenso amor. Durante minha trajetória tenho recebido

Ana Clara Soares Paiva Tôrres

FALHAS E COMPLICAÇÕES COM O USO DE PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL

INFERIOR DE EXTREMIDADE LIVRE BILATERAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Saúde Coletiva do Departamento

de Odontologia da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, em banca de defesa, como parte

dos requisitos para a obtenção do título de Mestre

em Saúde Coletiva, com área de concentração em

Odontologia.

ORIENTADORA: Profª Drª Adriana da Fonte

Porto Carreiro

NATAL/RN

2014

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Ana Clara Soares Paiva Tôrres

FALHAS E COMPLICAÇÕES COM O USO DE PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL

INFERIOR DE EXTREMIDADE LIVRE BILATERAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em

Saúde Coletiva do Departamento de Odontologia da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em banca de

defesa, como parte dos requisitos para a obtenção do título de

Mestre em Saúde Coletiva, com área de concentração em

Odontologia.

Aprovada em: 11 de Março de 2014.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Profª. Drª. Adriana da Fonte Porto Carreiro

Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Orientadora

_______________________________________________

Profa. Drª. Patrícia dos Santos Calderon

Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

________________________________________________

Profº. Dr. Eduardo José Guerra Seabra

Professor Universidade do Estado Rio Grande do Norte

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DEDICATÓRIA

Dedico este Trabalho,

à Deus, autor da minha vida, a quem eu sirvo e ofereço meu louvor todos os dias. Sem

Ele nada disso seria possível. Constantemente tenho sido abençoada por seu imenso amor.

Durante minha trajetória tenho recebido livramentos que eu mesma desconheço. Deus tem

aberto as portas para que eu trilhe o caminho que sempre sonhei em seguir. Acredito que

muito mais Ele ainda fará por mim e por isso dou graças.

Aos meus pais, Francisco Soares de Paiva e Maria Auxiliadora Soares de Paiva,

tão amados e tão queridos. Em todos os momentos recebi amor e apoio de ambos. Perseguir a

carreira profissional que almejo não é fácil e vocês ao mesmo tempo em que me alertaram

sobre isso me incentivaram a não desistir desse objetivo. Mesmo nas horas em que vacilei eles

estiveram por perto para me amparar e me ajudar a prosseguir. Foi muito difícil deixar meu

lar e meu conforto, me afastar de vocês, para me graduar e agora para fazer uma pós-

graduação, mas o exemplo de luta e dedicação que vocês sempre me deram não me deixou ter

medos ou dúvidas. Reconheço todo o esforço que fizeram e ainda fazem para que eu tivesse

uma boa educação. Além deste trabalho dedico à vocês meu amor e gratidão.

Ao meu esposo, Elon Tôrres Almeida Júnior, de quem eu recebi mais um

sobrenome, com muito orgulho. Foram anos de namoro à distância, de conversas e desabafos,

de risos e abraços. Finalmente recebemos a graça de nos casarmos, de compartilharmos uma

vida e todos os nossos sonhos. A sua enorme paciência e capacidade de ser compreensivo

sempre ficarão marcadas na minha memória. Obrigada por compreender minha ausência, por

ouvir meus desabafos e angústias, por sempre ser atencioso e excepcionalmente carinhoso.

Obrigada por compartilhar comigo os meus sonhos e pelo incentivo na hora de realizá-los.

Seu amor me deu forças para continuar minha jornada sabendo que nunca ficaria

desamparada. Vamos à busca dos próximos objetivos, agora mais nossos do que nunca. Te

amo muito.

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AGRADECIMENTOS

À minha orientadora, professora Drª. Adriana da Fonte Porto Carreiro, por todo

esforço e esmero na execução dessa orientação. Durante esse tempo de convivência consegui

ver que além de uma professora capacitada a senhora é uma mãe dedicada, uma esposa atenta

e cuidadosa e uma amiga que sempre têm ótimos conselhos para oferecer. “Quero ser assim

quando eu crescer”. Obrigada por ter me mostrado com seu próprio exemplo que ser professor

é muito mais que ter conhecimento e saber repassá-lo. Sua atenção aos detalhes e sua

exigência “em busca da excelência” chamaram minha atenção e são características que não

passaram despercebidas aos meus olhos. Obrigada também por ter contribuído com meu

crescimento pessoal e profissional. Vou continuar te acompanhando e orando pela sua família.

Sua competência em tudo aquilo a que se dedica a fazer é inspiradora, não apenas para mim.

Meu agradecimento especial.

Aos meus avós, Adauto Eugênio de Paiva e Sebastiana Silva de Paiva. Não

puderam se formar, mas são dotados de um conhecimento e experiência de vida que eu espero

um dia obter. Obrigada por sempre me abençoarem antes das minhas viagens e me esperarem

chegar, assim como quando era criança.

Ao meu irmão, Felipe Eduardo Soares de Paiva. Hoje nós não brigamos/brincamos

como antes e nem nos vemos como antes, mas sinto seu carinho no simples fato de você não

deixar o apelido carinhoso de infância de lado. Obrigada pelo companheirismo que hoje existe

entre nós. Sinto que posso contar com você. Obrigada por isso. Obrigada também por me dar

uma cunhada como Camila Kaliany, companheira e prestativa. Essa amizade é mais que um

presente.

Aos meus tios e suas famílias, representados por Ezilda Soares de Paiva, obrigada

pelo incentivo e apoio. O interesse de vocês na minha formação é algo muito importante para

mim.

A toda minha família e aos meus amigos, pois sei que mesmo distantes muitos me

acompanham e oram por mim.

À família do meu Esposo, que agora também é minha. Agradeço aos meus sogros,

Elon Tôrres e Josenilde Almeida, pelas orações, aos meus cunhados, Lukas Eloi e Matheus

Eli, pela alegria de cada reencontro e as minhas cunhadas, Antônia Carla e Maria de Jesus,

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pela amizade e carinho de sempre. No nome de vocês agradeço também aos meus amigos da

Igreja, quem sempre são tão atenciosos comigo, mesmo na minha ausência.

Ao Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

e seus funcionários e, mais precisamente, ao programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva,

sob coordenação do Prof. Dr. Kenio Costa de Lima. Neste ambiente tive a oportunidade de

cursar um curso com excelente conceito, de conhecer ótimos professores, de fazer novos

contatos e de ampliar minha visão e meus conhecimentos. É inquestionável o empenho do

programa em crescer e se aperfeiçoar, isso só engrandeceu a minha formação. Também devo

agradecer aos professores do programa, pois são muito dedicados à nossa formação. Neste

tempo em que cursei a pós-graduação em nível de mestrado também consegui perceber que

estou no caminho certo e fazendo o que gosto. Próxima etapa: doutorado.

Ao secretário da Pós-Graduação Lucas Araújo, pela atenção e dedicação na resolução

dos nossos pedidos.

Aos funcionários da biblioteca do Departamento de Odontologia pela colaboração.

A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível superior) pelo

incentivo financeiro.

Aos pacientes, sem os quais, literalmente, não seria possível executar essa pesquisa.

Cada um tem suas experiências, limites e anseios. Tentar compreendê-los é uma etapa difícil

da reabilitação, mas quando esse objetivo é alcançado a satisfação no final do tratamento não

é apenas deles, é nossa.

Ao Prof. Dr. Arcelino Farias Neto e a Professora Drª. Maria Ângela Fernandes

Ferreira pela contribuição oferecida durante o processo de qualificação para o

aperfeiçoamento deste trabalho.

Aos professores Drª. Patrícia dos Santos Calderon e Dr. Gustavo Augusto Seabra

Barbosa. Vocês são exemplos de profissionais comprometidos e competentes. Juntamente

com a Professora Drª. Adriana da Fonte Porto Carreiro participaram da minha formação

como mestre e acompanharam e foram corresponsáveis pela minha formação como

especialista em Prótese Dentária. Agradeço pelo incentivo para que eu pudesse fazer estes

dois cursos.

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A minha turma de Especialização em Prótese Dentária, que acompanhou

ativamente toda minha trajetória. Obrigada pelas conversas e conhecimento compartilhado.

Obrigada por me repassarem aquilo que perdi devido a algum compromisso do mestrado.

Ganhei onze novos amigos, com quem eu sei que posso contar.

Ao técnico em Prótese Dentária, Sr. Nelson Romero, pela competência e dedicação

demonstradas na execução das etapas laboratoriais de confecção das próteses. Agradeço

também a Edson Martiniano e Jakelma Estevam, funcionários do setor de prótese, a

colaboração de vocês é importante para que o setor funcione como deve. O setor de prótese

não seria o mesmo sem vocês.

Aos meus professores do curso de Odontologia da Universidade do Estado do Rio

Grande do Norte-UERN, representados pelos professores Dr. Eduardo José Guerra Seabra

e Ms. Daniela Mendes da Veiga Pessoa, minha orientadora no trabalho de conclusão de

curso. Obrigada por terem esclarecido minhas dúvidas referentes à carreira acadêmica que eu

pretendia seguir. O incentivo de vocês foi e sempre será muito importante para mim. O curso

tem formado ótimos profissionais e sou muito feliz por poder retornar para esta casa como

parte integrante do corpo docente. Contem comigo.

A todos os professores que passaram por mim até este dia. Alguns deixaram seus

ensinamentos na minha memória, outros permanecem presentes, me acompanhando e me

incentivando. Uma obra como essa se constrói com colaboração, estudo e conhecimento

acumulado e se aprimora com esforço e dedicação. Com cada um dos meus professores

aprendi um pouco do que sei. O meu agradecimento aos educadores que me ajudaram a obter

o título de mestre.

Aos meus amigos da primeira turma de Odontologia da UERN. É impressionante o

quanto continuamos próximos e interessados pela prosperidade uns dos outros. Nossa

amizade é uma das melhores coisas que a Odontologia já me deu.

Aos amigos que fiz assim que entrei no mestrado, incluindo Rachel Cardoso, Kássia

Dias, Camila Maria Bastos e Danilo Gonzaga. Vocês sempre foram atenciosos comigo e

me ensinaram o que puderam. No meio do meu curso chegou a hora de alguns de vocês se

tornarem mestres, mas mesmo assim não se afastaram. Continuo torcendo pelo sucesso de

vocês. Obrigada pela força que me deram no início disso tudo.

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À minha turma de mestrado, especialmente as meninas que entraram comigo na

mesma área de concentração. Cada uma tem um jeito especial de ser e mesmo assim durante

esse tempo de mestrado compartilhamos sonhos e incertezas. Por essas diferenças e

semelhanças posso dizer que nos tornamos amigas. Trabalhamos muito nesses dois anos, mas

também tivemos tempo de nos conhecer. Rafaelly Domingos, serena e conselheira; Maria

Helena Morais, extrovertida e atenciosa; Ivana Zaccara, alegre e prestativa; Clara

Almeida, espontânea e de bem com a vida; Karyna Menezes, obstinada e bem-humorada e

Gabriela Monteiro, dedicada e objetiva. Seria difícil descrever todas as qualidades de vocês

aqui, por isso escolhi apenas duas das que mais me chamaram atenção para agradecer pela

amizade e companheirismo de vocês. Que a vida pessoal e profissional de todas seja sempre

bem-sucedida, assim como sempre sonhamos.

Aos alunos da graduação da UFRN com quem eu também aprendi. Acompanhá-los

nas clínicas, juntamente com a minha orientadora, contribuiu bastante com a minha formação

como professora.

Aos demais mestrandos, especialmente a Danielle Farias, que está comigo há algum

tempo. Entre outras coisas, agradeço pela sua atenção e gentileza demonstradas durante esse

ano de convivência. Para representá-los cito também Marcília Ribeiro, Annie Karoline

Medeiros, Ana Luíza Pascoal e Laércio Melo. Que vocês façam desse período na

Universidade um tempo de aprendizado e crescimento. Aproveitem todas as oportunidades

que tiverem. Sempre que precisarem, contem comigo.

A todos que contribuíram para a construção desse trabalho.

Obrigada!

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“O coração do homem pode fazer planos,

mas a resposta certa vem dos lábios do Senhor."

(Provérbios 16:1)

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RESUMO

Objetivo: Verificar a frequência e tipo de complicações relacionadas à prótese parcial

removível (PPR) inferior, classe I de Kennedy, ao longo do tempo. Materiais e Métodos:

Este estudo observacional foi composto por uma amostra de 65 usuários de PPR inferior em

arcos Classe I de Kennedy e prótese total superior, reabilitados no Departamento de

Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Os pacientes foram

acompanhados por meio de controles periódicos nos períodos de 60 dias, 6 meses e 1 ano

desde a instalação. Após o primeiro ano de controle os demais retornos tiveram periodicidade

anual. A ocorrência de complicações ou falhas protéticas foi observada e registrada em ficha

clínica específica ao longo de 39 meses. Os padrões de falhas observados foram enquadrados

nas seguintes situações: ocorrência de úlceras traumáticas depois de 2 meses de instalação,

ausência de retenção, fratura de nicho ou cárie sob o nicho, fratura ou descolamento dos

dentes artificiais, fratura do conector maior, fratura de grampo, fratura do apoio, suporte

deficiente (necessidade de reembasamento da prótese) e fratura da prótese. Resultados: A

ocorrência de complicações apresentou baixa frequência, sendo maior a partir do segundo ano

de uso da prótese. Dentre as complicações que mais aconteceram está a perda de retenção

(31,57%). Falhas de maior gravidade e de difícil resolução como a fratura de elementos da

estrutura metálica da PPR tiveram baixa ocorrência e foram representadas por apenas um caso

de fratura do conector maior (5,3%). Conclusão: Próteses parciais removíveis de extremidade

livre mandibulares opostas a próteses totais convencionais apresentam baixo índice de

complicações após 39 meses de uso quando submetidas a controles periódicos.

Palavras-chave: Prótese Parcial Removível, Arcada parcialmente edentada, Mandíbula e

Complicações.

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ABSTRACT

Aim: To determine the frequency and type of complications related to removable partial

denture (RPD) less, Kennedy Class I, over time . Materials and Methods: This observational

study consisted of a sample of 65 users PPR lower arches in Kennedy Class I and dentures,

rehabilitated in the Department of Dentistry, Federal University of Rio Grande do Norte

(UFRN). Patients were followed through periodic controls during periods of 60 days, 6

months and 1 year from installation. After the first year of control had other returns annually.

The occurrence of complications or prosthetic failure was observed and recorded in a specific

clinical record over 39 months. The patterns of failures observed were classified in the

following situations: occurrence of traumatic ulcers after 2 months of installation, lack of

retention, fracture or caries in the rest, fracture or dislocation of the artificial teeth, the larger

connector fracture, fracture clip fracture support, poor support (need to reline the denture) and

prosthesis fracture. Results: The incidence of complications was low frequency, being higher

in the second year of use of the prosthesis. Among the complications that occurred more is the

loss of retention (31.57%). Failures more severe and difficult to solve as the fracture elements

of the metal structure of the PPR had low occurrence and were represented by only one case

of the larger connector (5.3%) fractures. Conclusion: Removable partial dentures mandibular

free end opposing of the conventional dentures have a low complication rate after 39 months

of use when subjected to periodic controls.

Keywords: Removable partial denture, Partially edentulous arch, Mandible and Complications

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Rebordo desdentado total superior e arco classe I de Kennedy inferior......... 21

Figura 2 Molde do arco totalmente desdentado maxilar, imediatamente após a sua

obtenção..........................................................................................................

22

Figura 3 Molde do arco parcialmente edêntulo mandibular, imediatamente após a

sua obtenção....................................................................................................

22

Figura 4 Delineamento do modelo inferior – busca por área retentiva......................... 22

Figura 5 Delineamento do modelo inferior – verificação do plano-guia..................... 22

Figura 6 Preparo dos dentes pilares.............................................................................. 23

Figura 7 Moldagem de trabalho inferior....................................................................... 23

Figura 8 Molde maxilar obtido...................................................................................... 24

Figura 9 Prova da estrutura metálica no arco inferior................................................... 25

Figura 10 Realização da moldagem funcional................................................................ 26

Figura 11 Modelo alterado obtido................................................................................... 26

Figura 12 Registro das relações maxilomandibulares..................................................... 26

Figura 13 Montagem no ASA do modelo de trabalho inferior....................................... 27

Figura 14 Prova dos dentes em cera................................................................................ 27

Figura 15 Próteses instaladas........................................................................................... 28

Figura 16 Úlcera traumática no rebordo inferior............................................................. 30

Figura 17 Sobrevida acumulada, probabilidade da prótese manter-se em uso sem

complicações (método atuarial)......................................................................

36

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Critérios para registro das falhas e complicações relacionadas à

prótese parcial removível inferior. Natal-RN, 2014...............................

31

Tabela 2 Distribuição da ocorrência e dos tipos de complicações relacionadas a

prótese parcial removível inferior Classe I de Kennedy, no decorrer de

39 meses, por paciente (n=65). Valores absolutos (n). Natal-RN,

2014.........................................................................................................

34

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ASA Articulador Semi-ajustável

PPR Prótese Parcial Removível

PTC Prótese Total Convencional

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...…..………......................................................……………….… 15

2 PROPOSIÇÃO........................................................................................................... 18

3 MATERIAIS E MÉTODOS……………………………………………………... 19

3.1 TIPO DE ESTUDO………………………………………………………………... 19

3.2 LOCAL…………………………………………………………………………….. 19

3.3 AMOSTRA………………………………………………………………………… 19

3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO......................................................... 19

3.5 CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO..................................................... 19

3.6 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS................................................................................... 20

3.7 ETAPAS PARA CONFECÇÃO DAS PRÓTESES.................................................. 20

3.8 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS........................................................ 29

3.8.1 Dados pessoais e clínicos......................................................................................... 29

3.8.2 Presença de úlceras traumáticas após dois meses de instalação da PPR........... 29

3.8.3 Ocorrência de falhas e complicações protéticas................................................... 30

3.9 SEGUIMENTO......................................................................................................... 33

3.10 ANÁLISE ESTATÍSTICA........................................................................................ 33

4 RESULTADOS ....................................................................................................... 34

5 DISCUSSÃO............................................................................................................. 38

6 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 44

REFERÊNCIAS....................................................................................................... 45

APÊNDICE............................................................................................................... 49

ANEXO...................................................................................................................... 66

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1 INTRODUÇÃO

A prótese parcial removível (PPR) de extremidade livre apresenta limitações

biomecânicas devidas, principalmente, ao seu duplo sistema de suporte, o qual é representado

pelos dentes e fibromucosa, com diferentes graus de resiliência, às características anatômicas

dos rebordos alveolares e à transferência de cargas mastigatórias (FREITAS et al., 2012). Em

consequência, o planejamento das mesmas requer rigor no obedecimento de princípios que

respeitem os limites de tolerância fisiológica dos tecidos orais, evitando complicações

biológicas e protéticas ao longo do tempo.

Após a extração de elementos dentários na região posterior do arco inferior há um

padrão de perda óssea que é bem distinto do que ocorre no arco superior. A perda mandibular

ocorre principalmente no sentido vertical, resultando geralmente, em pouca altura óssea,

porém com quantidade razoável no plano horizontal. Em função disso, e da presença de áreas

anatômicas nobres, o planejamento para reabilitação da região posterior da mandíbula

normalmente é complexo. Mijiritsky et al. (2005) relataram que um número restrito de

implantes dentais, estrategicamente posicionados, em conjunto com dentes naturais

remanescentes pode estabelecer uma prótese parcial removível com um desenho favorável,

através da redução significativa do movimento de alavanca e melhoria da posição da linha de

fulcro. Isso previne a rotação em direção ao tecido durante a função, uma das causas de

instabilidade das PPRs de extremo livre bilateral. Apesar de todas as possibilidades

permitidas por tratamentos como a reabilitação com implantes osseointegrados,

particularidades como grandes reabsorções ósseas e a limitação causada pelo nervo alveolar

inferior ainda promovem dificuldades para esse tipo de reabilitação (MISCH, 2005). Em

muitos casos, seja por motivos financeiros ou biológicos, a reabilitação de pacientes com arco

inferior Classe I de Kennedy com prótese parcial removível é a única e/ou melhor alternativa.

Em relação ao acompanhamento das complicações de ordem biológica, já existem

estudos publicados na literatura com a finalidade de descrever o prognóstico dos dentes e

demais estruturas remanescentes (ZLATARIC; CELEBIC; VALENTI-PERUZOC, 2002;

AKALTAN; KAYNAK, 2005; PETRIDIS; HEMPTON, 2001; AMARAL et al., 2010). No

entanto, do ponto de vista mecânico, estudos que avaliem especificamente as falhas e

complicações protéticas das PPRs classe I de Kennedy ainda são limitados. Assim, os fatores

envolvidos neste processo devem ser melhor investigados para aumentar o nível de evidência

científica sobre o prognóstico dessas próteses.

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Neste estudo a integridade da fibromucosa também será avaliada, enquanto presença

ou ausência de úlcera traumática, uma das lesões mais frequentes da mucosa bucal. Esta

avaliação será feita pelo fato deste tipo de lesão apresentar uma etiologia variada, sendo

também associada ao uso de próteses, resultante, por vezes, de procedimentos profissionais

iatrogênicos (MILLER, 1973). A causa direta das ulcerações relacionadas ao uso de prótese

são bordas sobreestendidas e oclusão não balanceada. (TAYLOR; MORTON, 1991). Assim

as úlceras também podem ser relacionadas a fatores biomecânicos inerentes as próteses de

extremidade livre em contato com fibromucosa flácida e/ou rebordos muito reabsorvidos.

A apresentação clínica da úlcera traumática é caracterizada por uma ulceração,

usualmente de pequenas dimensões, bem delimitada, envolta por halo eritematoso, sem

elevações das margens com coloração esbranquiçada (MILLER, 1973; BUDTZ-

JORGENSEN, 1981). As úlceras desenvolvem-se mais comumente 1 a 2 dias após a

instalação de novas próteses (TAYLOR; MORTON, 1991). Sua prevenção envolve cuidados

na extensão das bases das próteses e no ajuste da oclusão, distribuindo as cargas mastigatórias

o mais uniformemente possível.

Alguns estudos clínicos foram desenvolvidos com o objetivo de avaliar a frequência e

tipo de complicações protéticas em relação ao tipo e propriedades de próteses removíveis

(BILHAN et al., 2012; VANZEVEREN et al., 2003). Dentre os principais resultados desses

estudos a perda de retenção e a fratura de dentes artificiais e da prótese estão entre as

complicações mais frequentes nas próteses parciais removíveis inferiores. Além disso, em

comparação com outros tipos de prótese, a maioria das falhas foi atribuída a PPRs com

extremidade livre, em particular, as mandibulares.

Jorge et al. (2012) executaram um estudo clínico que envolveu 53 pacientes, divididos

em dois grupos de acordo com a presença de dentes naturais remanescentes inferiores na

região anterior e/ou posterior da mandíbula. Além de avaliar condições biológicas como

mobilidade dentária, prevalência de cárie e fratura de dentes pilares, o estudo avaliou

condições técnico-mecânicas como fratura e/ou deformação dos componentes das próteses

parciais removíveis. No primeiro grupo ficaram aqueles com maxila completamente edêntula

e uma área desdentada inferior com dentes naturais remanescentes tanto na região anterior

como posterior. No segundo grupo os pacientes tinham maxila completamente edêntula e

mandíbula parcialmente desdentada, com preservação apenas dos dentes anteriores. Concluiu-

se que, em relação a falhas ou complicações técnicas, não havia nenhuma diferença entre os

grupos em termos de danos nos componentes das PPRs, assim, a quantidade de dentes

remanescentes não influenciou nos resultados.

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Nesse contexto, diversos estudos (FRANK et al., 2000; WAGNER; KERN, 2000;

YEUNG et al., 2002; VANZEVEREN et al., 2003) avaliaram os fatores relacionados ao

sucesso do tratamento, mas as características que afetam esse resultado, bem como os fatores

relacionados ao prognóstico e ocorrência de complicações ou falhas técnicas e mecânicas

ainda não foram devidamente identificados e esclarecidos, especialmente das próteses parciais

removíveis em arcos classe I de Kennedy, consideradas desfavoráveis biomecanicamente. No

tocante a esse tipo de prótese os resultados existentes ainda são inconclusivos, pois os estudos

existentes têm amostras reduzidas, curto tempo de acompanhamento ou neles não é possível

separar os resultados daqueles relacionados aos demais tipos de próteses removíveis. Devido a

este tipo de limitações ainda existe uma lacuna no conhecimento que envolve o prognóstivo

das PPRs, especificamente das de extremidade livre no arco inferior.

Diante da existência de poucas evidências que suportem as noções de prognóstico das

reabilitações orais com PPR dentomucossuportada o objetivo deste estudo foi verificar a

frequência e tipo de falhas e complicações relacionados ao uso de próteses paciais removíveis

inferiores, classe I de Kennedy.

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2 PROPOSIÇÃO

O objetivo deste estudo foi verificar a frequência e tipo de falhas e complicações de

próteses paciais removíveis em usuários classe I de Kennedy inferior com maxila totalmente

desdentada ao longo de 39 meses após a instalação das próteses.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 TIPO DE ESTUDO

Realizou-se um estudo individuado, observacional, longitudinal.

3.2 LOCAL

O estudo foi realizado no Departamento de Odontologia da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte (UFRN).

3.3 AMOSTRA

A amostra foi do tipo não probabilística e voluntária composta por 65 pacientes, com

média de idade de 53,9 anos, usuários de prótese total convencional (PTC) superior e de

prótese parcial removível inferior de extremidade livre bilateral, de ambos os sexos, com bom

estado de saúde geral, reabilitados nas clínicas do Departamento de Odontologia da UFRN.

3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Em relação aos critérios de inclusão, todos os pacientes deveriam ter sido reabilitados

na UFRN, com prótese total convencional na arcada superior e prótese parcial removível na

arcada inferior com extremidade livre posterior bilateralmente buscando um controle

adequado e uma uniformização dos indivíduos estudados. Além disso, para serem incluídos

no presente estudo, de acordo com o exame clínico realizado em cada paciente, os mesmos

deveriam ter o rebordo na região posterior de mandíbula classificado como reabsorvido.

Foram excluídos os pacientes com estado de saúde debilitado impossibilitados de

comparecer ao atendimento. Os que mesmo se enquadrando dentro dos critérios de inclusão

não assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido não foram considerados elegíveis

para o estudo.

3.5 CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

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Antes de iniciar a coleta de dados, foi entregue ao paciente um termo de

consentimento esclarecendo os objetivos da pesquisa (Apêndice A). O termo de

consentimento livre e esclarecido, no qual o paciente declara que permite a utilização de seus

dados, obtidos com questionários e exames para uma posterior análise dentro da pesquisa, foi

lido pelo pesquisador e assinado pelos pacientes, que concordaram com o exposto.

3.6 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

A presente pesquisa encontra-se de acordo com as Diretrizes e Normas

Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos do Conselho Nacional de Saúde

(Resolução 466/12) e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos do

Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL/UFRN, sob o número CAAE (Certificado de

Apresentação para Apreciação Ética) 03054612.4.0000.5292 (anexo A), encontrando-se

registrada com parecer nº 60244.

Após essa aprovação, o projeto foi registrado na base REBEC (Registro Brasileiro de

Ensaios Clínicos) (http://www.ensaiosclinicos.gov.br/rg/RBR-8fs5ww/) com o identificador

RBR-8fs5ww (Apêndice B).

3.7 ETAPAS PARA CONFECÇÃO DAS PRÓTESES

As etapas necessárias à confecção das próteses, as quais aconteceram antes das coletas

de dados referentes a este estudo, serão sucintamente descritas a seguir. As etapas

laboratoriais serão apenas citadas, após cada etapa clínica.

1ª etapa clínica

Foi feito o exame clínico do paciente, para anotação de todas as informações e de

todos os dados fornecidos em ficha clínica específica (Apêndice C). Os dados obtidos

serviram de base para o planejamento do tratamento. Foi realizada uma anamnese completa

para verificação do estado de saúde geral e oral, assim como para avaliação da história e

expectativa do paciente para o tratamento. Quanto ao exame extraoral, foi verificada

assimetria facial, forma do rosto e condições da articulação temporomandibular. No exame

intraoral (Figura 1), avaliou-se as condições dos tecidos moles, palpação muscular, a altura do

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rebordo (alto, normal ou reabsorvido) e o tipo de mucosa (flácida, rígida ou compressível),

além de terem sido realizados exames radiográficos dos dentes pilares.

Foi realizada a moldagem anatômica dos arcos maxilar e mandibular por meio de

moldeiras perfuradas pré-fabricadas em aço inoxidável (Tecnodent, Várzea de Baiso São

Paulo, SP, Brasil) para os arcos inferiores e de alumínio (Giachetti Ind. Metalúrgica Ltda, São

Paulo, SP, Brasil) para desdentados, nos arcos superiores. Como material de moldagem, o

hidrocolóide irreversível – alginato Jeltrate (Dentsply Indústria e Comércio Ltda., Petrópolis,

RJ, Brasil) foi utilizado, conforme as especificações do fabricante, para obtenção dos modelos

de estudo. O molde foi considerado ideal quando apresentava bordas arredondadas, espessura

uniforme do material de moldagem, superfície do material distribuída uniformemente na

moldeira, correta centralização e reprodução detalhada da anatomia do rebordo residual e dos

dentes remanescentes, no caso mandibular (Figuras 2 e 3).

Após a liberação do paciente, vazamento dos moldes com gesso (tipo III ou pedra) e

obtenção dos modelos de estudo também foi realizado o delineamento do modelo inferior com

a finalidade de selecionar a trajetória de inserção e remoção e planejar o preparo dos dentes

pilares (Figuras 4 e 5). Os apoios deveriam estar localizados na mesial do dente pilar vizinho

ao espaço protético e os retentores diretos deveriam ser do tipo grampos de Roach para

diminuir o movimento da prótese em direção ao rebordo alveolar remanescente (CARR;

MCGIVNEY; BROWN, 2005). No modelo superior foi feita a delimitação da área chapeável

e os alívios a fim de se confeccionar a moldeira individual. Após isso o modelo superior foi

enviado para o laboratório para confecção da moldeira individual.

Figura 1 - Rebordo desdentado total superior e

arco classe I de Kennedy inferior.

Fonte: própria

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Figura 2 - Molde do arco totalmente

desdentado maxilar, imediatamente após a sua

obtenção.

Figura 3 - Molde do arco parcialmente

edêntulo mandibular, imediatamente após a sua

obtenção.

Figura 4 – Delineamento do modelo inferior–

busca por área retentiva.

Figura 5–Delineamento do modelo inferior –

verificação do plano-guia.

2ª etapa clínica

Nessa sessão foram obtidos o modelo de trabalho inferior e o modelo funcional

superior. Antes disso, foi realizado o preparo dos dentes pilares, nichos e, quando necessário,

planos-guia e áreas retentivas (Figura 6). Em seguida, a moldagem para obtenção do modelo

de trabalho inferior foi executada. Assim, realizou-se a moldagem, inicialmente, com silicone

de condensação massa densa Silon2 APS (Dentsply Indústria e Comércio Ltda., Petrópolis,

RJ, Brasil) na região correspondente à área desdentada e, posteriormente, com alginato

Jeltrate (Dentsply Indústria e Comércio Ltda., Petrópolis, RJ, Brasil) em toda a moldeira de

estoque (Tecnodent, Várzea de Baiso São Paulo, SP, Brasil) (Figura 7). O modelo de trabalho,

vazado com gesso especial Durone, tipo IV (Dentsply Indústria e Comércio Ltda., Petrópolis,

RJ, Brasil) foi levado novamente ao delineador para avaliação da qualidade do preparo de

boca e, após confirmada sua precisão, a trajetória de inserção e remoção foi registrada.

Fonte: própria

Fonte: própria

Fonte: própria

Fonte: própria

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23

Para realização da moldagem funcional superior, a moldeira individual foi

previamente ajustada por meio do desgaste das bordas com brocas de tungstênio (Tri Hawk,

São Paulo, SP, Brasil) acopladas em uma peça reta e micromotor. Após isso, os alívios nas

regiões de freios foram realizados com discos de carborundum (Dentorium, New York, N.Y.,

EUA) montados em mandril. Na sequência, para individualização das bordas, foi utilizada a

godiva de baixa fusão em bastão (Exata, DFL Indústria e Comércio Ltda, Rio de Janeiro,

RJ, Brasil). Para moldagem funcional propriamente dita, foi utilizada pasta zincoenólica

(Lysanda Produtos Odontológicos Ltda., São Paulo, SP, Brasil) procurando reproduzir o

maior número possível de detalhes anatômicos e funcionais da área chapeável, realizando os

movimentos funcionais com a musculatura durante a moldagem (Figura 8). Determinou-se,

assim, bordas protéticas que respeitem a musculatura paraprotética e as suas inserções. O

molde funcional foi enviado para o laboratório para que após vazamento e obtenção do

modelo de trabalho superior fosse confeccionada a base de prova que juntamente com o plano

de cera formam o plano de orientação superior. Além disso, o modelo inferior foi

encaminhado para confecção da estrutura metálica.

Figura 6 - Preparo dos dentes pilares com

guia de transferência do plano-guia. Figura 7 – Molde de trabalho inferior.

Fonte: própria

Fonte: própria

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Figura 8 - Molde funcional maxilar.

3ª etapa clínica

Foi feita a prova da estrutura metálica inferior na boca do paciente (Figura 9),

observando-se sua inserção e remoção, que deve coincidir com a trajetória de inserção

predeterminada no delineamento, e o assentamento total dos apoios sobre os nichos. As

retenções para os grampos de retenção foram limitadas a 0,25 mm e as estruturas metálicas

foram feitas em liga de cobalto-cromo. Depois de verificada a adaptação da estrutura

metálica, para os pacientes que receberiam a técnica de moldagem do modelo alterado,

realizou-se um alívio com cera 7 (Technew Comércio e Indústria Ltda, Rio de Janeiro, RJ,

Brasil) sobre o modelo na região correspondente ao espaço protético, a sela metálica foi

aquecida e colocada em posição sobre o modelo até o seu assentamento final. A cera que

ficou contida nas grades da sela foi removida para aumentar a retenção da resina acrílica

autopolimerizável (Dencor Produtos Médico Hospitalares, Rio Branco, Brasil), a qual foi

manipulada e acomodada sobre o modelo 2 mm aquém da área chapeável, com a estrutura

metálica em posição. A estrutura foi retirada do modelo e as irregularidades da moldeira

individual foram removidas. Procedeu-se com o ajuste na boca do paciente, de modo que a

moldeira deveria contornar anatomicamente toda linha oblíqua interna e externa, tanto do lado

direito quanto esquerdo, e cobrindo dois terços da papila piriforme. Foi realizada a moldagem

do selado periférico com a godiva em bastão de baixa fusão (Exata, DFL Indústria e Comércio

Ltda, Rio de Janeiro, RJ, Brasil), movimentando a sua musculatura, mantendo a estrutura

Fonte: própria

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metálica em posição pelos apoios e pedindo ao paciente para movimentar a língua

lateralmente e para anterior. Em seguida, realizou-se a moldagem funcional com poliéter

(ImpregumTM

Soft®, 3M ESPE, Alemanha), executando-se os movimentos para registrar todas

as inserções musculares, mantendo a moldeira em posição pelos apoios (Figura 10). Após

isso, o modelo alterado foi obtido (Figura 11).

Na mesma sessão clínica, executou-se o ajuste do plano de orientação superior.

Começou-se pela determinação da dimensão vertical de oclusão, procedendo-se o suporte do

lábio, planos oclusais anterior e posterior e ajuste do corredor bucal; e a montagem em

Articulador Semi-ajustável (ASA) tipo Arcon (Bio-art Equipamentos Odontológicos Ltda,

São Carlos, SP, Brasil) do modelo superior com auxílio do arco facial, foram então

demarcadas as linha de referências: a linha média, a linha dos caninos e a linha alta do sorriso.

Depois, foi realizado o ajuste do plano oclusal inferior e o registro das relações

maxilomandibulares (Figura 12), utilizando-se a pasta zincoenólica (Lysanda Produtos

Odontológicos Ltda., São Paulo, SP, Brasil) sobre o rodete de cera para o registro oclusal.

Com isso, realizou-se a montagem em ASA do modelo inferior (Figura 13) e, em seguida, foi

feita a seleção dos dentes artificiais (Biotone - Dentsply Ind. e Com. Ltda – Rio Janeiro, RJ,

Brasil). Após a seleção os modelos foram encaminhados para o laboratório para realização da

montagem dos dentes artificiais.

Figura 9 - Prova da estrutura metálica no arco inferior.

Fonte: própria

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Figura 10–Realização da moldagem funcional.

Figura 11–Modelo alterado inferior.

Figura 12 – Registro das relações maxilomandibulares.

Fonte: própria

Fonte: própria

Fonte: própria

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4ª etapa clínica

Foi feita a prova clínica dos dentes artificiais montados em cera, sendo observados a

cor, a forma e o tamanho dos dentes, ponderando-se o ajuste desses aspectos com a opinião

dos pacientes.

A condição oclusal dos dentes montados (Figura 14) foi observada e após a aprovação

a cor da gengiva artificial foi selecionada de acordo com a escala STG (VIPI, Pirassununga,

SP, Brasil). Após a aprovação do paciente do aspecto estético da montagem os modelos

montados em ASA foram novamente encaminhados para o laboratório para realização das

etapas de processamento laboratorial de inclusão, prensagem, demuflagem, remontagem no

articulador semi-ajustável e ajuste oclusal acabamento e polimento das próteses.

Figura 13 - Montagem no ASA do modelo de trabalho inferior.

Figura 14 – Prova dos dentes em cera.

Fonte: própria

Fonte: própria

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5ª etapa clínica

Na etapa de instalação das próteses (Figura 15), inicialmente, a base da prótese foi

ajustada quando a retenção do rebordo não permitiu o seu assentamento. Para realização desse

ajuste, as áreas foram detectadas e demarcadas com o lápis cópia (Faber-Castell Brasil, São

Carlos, SP, Brasil) e a prótese foi, então, colocada em posição e as áreas interferentes foram

demarcadas. Foi realizado ajuste oclusal, com auxílio de carbono oclusal (Accu film –

Parkell, Edgewood, NY, EUA), com a finalidade de eliminar os contatos excessivos e

procurando o equilíbrio bilateral dos contatos. As interferências grosseiras em lateralidade e

protrusão também foram ajustadas. Foram prestadas orientações ao paciente, de forma oral e

por escrito (Apêndice D), sobre como deveria ser feita a inserção e a remoção da prótese, a

possibilidade de desconforto no período de adaptação, a importância de optar por alimentos

predominantemente macios nos primeiros dias de uso, a possibilidade de aparecimento de

pontos de dor, a dificuldade fonética e a possibilidade do aumento da salivação. As

orientações dadas a todos os pacientes contemplaram, ainda, a necessidade de evitar o uso das

próteses durante a noite; a importância da higienização das próteses e os cuidados com os

tecidos orais e dentes remanescentes. Foram marcados, então, os controles periódicos.

6ª etapa clínica

As próximas etapas consistiram nos retornos periódicos dos pacientes para controle e

manutenção das próteses, os quais eram feitos 24 horas, 7 dias, 15dias, 1 mês, 2 meses, 6

meses e a cada ano após a instalação das próteses.

Figura 15 – Próteses instaladas.

Fonte: própria

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3.8 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

As variáveis do estudo foram obtidas por um único examinador através do emprego de

instrumentos de coleta específicos os quais foram: ficha clínica específica para registro dos

dados relacionados a integridade da fibromucosa e ocorrência de falhas e complicações

protéticas. Os exames foram realizados nas clínicas do Departamento de Odontologia da

UFRN.

3.8.1 Dados pessoais e clínicos

Foram coletados dados pessoais referentes a nome, telefone, data de nascimento,

idade, gênero, etnia, profissão, endereço, estado civil, profissão, cidade, estado, naturalidade e

nacionalidade. A ficha clínica de cada paciente continha ainda espaço para registro de

informações sobre tempo de edentulismo e de uso de próteses, número de dentes

remanescentes, características do rebordo residual e para marcação das ocorrências

relacionadas aos tempos de controle das próteses após a instalação das mesmas.

3.8.2 Presença de úlceras traumáticas após dois meses de instalação da PPR

A integridade da fibromucosa foi avaliada nas sessões de controle periódico. Após a

instalação das próteses parciais removíveis foram realizados controles com 24 horas, 7, 15,

30, 60 dias (momento a partir do qual os registros para a presente pesquisa começaram a ser

realizados), 6 meses e outras sessões necessárias para o ajuste adequado da prótese após a

instalação. A úlcera traumática é comum e nesse caso normalmente localizada na região de

fundo de saco (MILLER, 1973; BUDTZ-JORGENSEN, 1981). Os controles tinham a

finalidade de observar a presença de áreas ulceradas, bem como o local para que fosse

realizado o ajuste dessas lesões que podiam estar relacionadas a movimentos horizontais

originados durante a mastigação devido ao uso de próteses com instabilidade oclusal. Logo

após a observação e verificação da presença de úlcera traumática o ajuste da prótese era

realizado. Especificamente neste estudo o registro da presença de úlcera utilizado foi o de 60

dias após a instalação da PPR, visto que esta ocorrência após dois meses de instalação foi

considerada como uma complicação protética (TAYLOR; MORTON, 1991). Esta relação foi

feita considerando-se a influência que a biomecânica desfavorável de uma PPR de extremo

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livre, a qual pode potencializar o surgimento de úlceras quando em contato traumático com

fibromucosa muito flácida e/ou rebordo muito reabsorvido.

Figura 16 – Úlcera traumática no rebordo inferior.

3.8.3 Ocorrência de falhas e complicações protéticas

Antes da fase reabilitadora do tratamento, todas as outras necessidades do paciente,

assim como tratamento periodontal e restaurador foram satisfeitas. Após a instalação e

verificação da estabilidade das próteses alguns ajustes poderiam ser feitos seguidos de

adequado acabamento e polimento das áreas relacionadas. Os pacientes receberam instruções

de higiene oral e de uso e manutenção das próteses. Os dados relacionados à prótese e aos

tecidos adjacentes foram registados imediatamente depois da inserção e instalação das

próteses parciais (baseline).

Para a avaliação da ocorrência de complicações relacionadas à prótese parcial

removível inferior os pacientes foram acompanhados ao longo do tempo, por meio da

determinação de retornos periódicos para controle e manutenção das próteses e todas as

informações coletadas nessas consultas foram registradas na ficha clínica de cada paciente. Os

controles para avaliação das complicações aconteceram em tempos pré-determinados, os

quais foram: 2, 6, 12, 24, 36 e 41 meses após a instalação das próteses. Os participantes da

pesquisa foram orientados a buscar atendimento por meio do contato com os pesquisadores

responsáveis por este estudo, na Universidade, diante de qualquer intercorrência relacionada

ao tratamento reabilitador.

Fonte: própria

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Parâmetros de aferição clínica

Para análise e registro da presença de complicações as mesmas foram divididas em 9

categorias iniciais, incluindo a presença de úlceras traumáticas, já descrita anteriormente, as

quais estão demostradas na Tabela 1. Diante da não ocorrência de alguma complicação o

observado também foi registrado na ficha clínica do paciente. Para efeito da avaliação e

análise estas categorias foram posteriormente divididas em “presença” ou “ausência” de

complicações.

Tabela 1 - Critérios para registro das falhas e complicações relacionadas à prótese parcial removível

inferior. Natal-RN, 2014.

Critério Fator observado durante o

exame clínico Classificação

Presença de úlcera

traumática (após dois meses

de uso da prótese)

Presença de ulcerações nos

tecidos orais adjacentes a PPR

Presença de úlceras

traumáticas: Sim ou não

Ausência de retenção

Perda de retenção da prótese

com fácil retirada da mesma,

movimentação dos grampos

de retenção no sentido

cérvico-oclusal sem

impedimento ou diagnóstico

da perda de área retentiva

anteriormente criada por meio

da inserção de resina

composta

Perda de retenção: Sim ou

não

Fratura de nicho ou cárie

sob o nicho

Observação de perda de

continuidade ou da ausência

de nicho anteriormente criado

ou de lesão cariosa sob o

nicho

Fratura de nicho ou cárie sob

o nicho

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Fratura ou descolamento

dos dentes artificiais

Observação de fratura

(separação do dente em duas

ou mais partes) ou de

descolamento do dente da

base da prótese

Fratura ou descolamento de

um ou mais dentes artificiais:

Sim ou não

Fratura do conector maior

Observação da perda de

continuidade da estrutura

metálica

Fratura do conector: Sim ou

não

Fratura de grampo

(De retenção e/ou de

oposição)

Observação da perda de

continuidade do grampo, em

qualquer parte do mesmo

Fratura do grampo: Sim ou

não

Fratura de apoio

Observação da perda de

continuidade do apoio

Fratura de apoio: Sim ou não

Suporte deficiente

Observação de desajuste entre

a base da prótese e rebordo

residual ocasionando

deficiência no suporte e maior

movimento da prótese em

direção ao rebordo na

extremidade livre quando a

mesma era submetida a

compressão

Necessidade de

reembasamento: Sim ou não

Fratura da base da prótese

Observação da perda de

continuidade da base acrílica

da prótese em qualquer ponto

ou área da mesma

Fratura da base da prótese:

Sim ou não

Fonte: própria.

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As avaliações foram realizadas por três protesistas experientes. Diante da ocorrência

de alguma das complicações acima citadas os pacientes eram encaminhados para realização

do procedimento adequado a cada situação. A complexidade da ocorrência foi tratada neste

estudo como a influência que a mesma tem sobre o prognóstico do tratamento e possibilidade

de reparo. Diante da impossibilidade de reparo o paciente era encaminhado para confecção de

nova prótese. Quando o reparo era possível o paciente poderia continuar na amostra do estudo

e, ao contrário, se uma nova prótese fosse confeccionada o paciente era considerado como

perda para os próximos controles.

3.9 SEGUIMENTO

O tratamento dos pacientes e a coleta dos dados foram realizados por pesquisadores

diferentes para evitar inibição do usuário das próteses, visto que os mesmos poderiam ficar

constrangidos em relatar a ocorrência de alguma falha caso o pesquisador que estivesse

fazendo a coleta fosse o mesmo que fez a reabilitação, por exemplo. Em relação ao tempo de

acompanhamento, este seguimento teve duração total de 41 meses, mas, para descrição das

condições associadas aos objetivos do presente estudo, apenas os dados registrados nas

sessões de controle que aconteceram a partir de dois meses desde a instalação foram

considerados. Assim, a avaliação durou 39 meses.

3.10 ANÁLISE ESTATÍSTICA

As variáveis serão apresentadas de maneira descritiva por meio de números absolutos

e proporções, relação à frequência e tipo de ocorrência, a partir do controle periódico de dois

meses após a instalação da PPR inferior.

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4 RESULTADOS

O universo de pacientes que foi incialmente avaliado neste estudo foi de 70 pacientes.

Após a perda de seguimento de 5 pacientes a amostra foi composta por 65 usuários de PPR

inferior com extremo livre opostas a próteses totais com idade média de 53,9 anos, dentre os

quais 12,3% (n=8) eram homens e 87,7% (n=57) mulheres.

A descrição dos dados referentes à ocorrência das complicações e distribuição das

mesmas entre os critérios considerados como falhas, no decorrer de 39 meses estão

representas na Tabela 2.

Tabela 2- Distribuição da ocorrência e dos tipos de complicações relacionadas à prótese parcial

removível inferior Classe I de Kennedy, no decorrer de 39 meses, por paciente (n=65). Valores

absolutos (n). Natal-RN, 2014.

Tempo decorrido desde a instalação da prótese até o controle

Complicações

relacionadas

a PPR

2 meses

(53

pacientes)

De 6 a 12

meses

(48

pacientes)

De 13 a 24

meses

(65

pacientes)

25 meses ou

mais

(65

pacientes)

Total de

complicações

por tipo de

ocorrência

n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

Presença de

úlceras 3 (5,66%) 3 (6,25%) 0 (0%) 0 (0%) 6 (31,57%)

Ausência de

retenção 0 (0%) 0 (0%) 2 (3,07%) 4 (6,15%) 6 (31,57%)

Perda ou

fratura de

nicho

0 (0%) 1 (2,08%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (5,3%)

Fratura ou

descolamento

dos dentes

artificiais

0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 2 (3,07%) 2 (10,5%)

Fratura do

conector

maior

0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (1,53%) 1 (5,3%)

Fratura de 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%)

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grampo

(De retenção

e/ou de

oposição)

Fratura de

apoio 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%)

Deficiência no

suporte 0 (0%) 1 (2,08%) 1 (1,53%) 0 (0%) 2 (10,5%)

Fratura da

prótese 0 (0%) 0 (0%) 1 (1,53%) 0 (0%) 1 (5,3%)

Total 3 (5,66%) 5 (10,41%) 4 (6,13%) 7 (10,75%) 19 (100%)

Fonte: própria.

No controle de 2 meses, ao qual 53 pacientes compareceram, a única complicação

observada foi a presença de áreas ulceradas, as quais representaram 5,66% das ocorrências

neste período. Os demais pacientes não apresentaram nenhuma complicação.

Nos controles realizados de 6 a 12 meses após a instalação da prótese ocorreram cinco

complicações relacionadas ao uso da PPR inferior classe I de Kennedy, incluindo dois casos

de perda de retenção, um de suporte deficiente e outro de fratura da prótese, sendo este último

o de maior gravidade. A concentração do maior número de ocorrências em relação aos

períodos nos quais foram realizados os acompanhamentos foi mais significante nos segundo e

terceiro ano de uso da prótese (Tabela 2). O tipo de complicação protética que mais aconteceu

a partir do segundo ano de uso da prótese foi a perda ou falta de retenção da PPR inferior.

Essa falha não foi considerada como complexa devido a possibilidade de reparo com a criação

ou reposição de área retentiva com resina composta. No tempo total do seguimento, 19

complicações aconteceram, sendo a presença de úlceras (31,57%) e a perda de retenção

(31,57%) as mais representativas entre elas.

Para verificar a sobrevida acumulada, probabilidade da prótese manter-se em uso sem

complicações, o método atuarial foi aplicado (Figura 17).

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Fonte: própria

A sobrevida acumulada (na parte lateral da Figura 17) deve ser lida em porcentagem

onde o “1,0” representa 100% de sobrevida acumulada. O tempo de uso da prótese foi

representado por períodos (do período 0 ao 4). O período zero é o início do seguimento. O

primeiro período corresponde aos primeiros doze meses de acompanhamento. O segundo

período corresponde a vinte quatro meses de acompanhamento. O terceiro período é referente

a trinta seis meses de acompanhamento e o quarto período a mais que 36 meses. No fim do

quarto período de acompanhamento a sobrevida acumulada é foi de 66%. Esse resultado não

traduz a quantidade de pacientes que permaneceu usando a prótese durante todo o período de

acompanhamento, mas sim que a probabilidade da prótese manter-se em uso sem

complicações nesse período sob as condições encontradas nesse estudo é superior a 60%.

Função de sobrevida

Sob

revi

da

Acu

mu

lad

a

Tempo de uso da PPR

66%

92%

98%

Figura 17 – Sobrevida acumulada, probabilidade da prótese manter-se em uso sem

complicações (método atuarial).

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No tocante a permanência e continuidade do uso da prótese pelos pacientes

acompanhados pelo presente estudo cinco pacientes deixaram de usar a PPR e de ser

seguidos. Dentre os motivos relacionados a isso estão: fratura de dente que era pilar direto da

PPR e perda da prótese. Nenhum paciente deixou de usar a prótese por não ter se adaptado a

mesma.

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5 DISCUSSÃO

A reabilitação da região posterior de arcos parcialmente desdentados com PPRs pode

ser insatisfatória para alguns pacientes devido à instabilidade deste tipo de prótese que em

algumas situações pode criar desconforto, afetando sua capacidade de comer e falar (FELICE

et al., 2010). Alguns estudos relataram pacientes insatisfeitos com próteses parciais

removíveis mandibulares por reclamarem de deficiências ou limitações funcionais que criam

dificuldades no dia a dia (JEPSON; THOMASON; STEELE, 1995; FRANK, 1998). Os

motivos mais comuns de insatisfação com próteses deste tipo são a pobre retenção e a

impactação de alimentos por baixo das bases das extensões distais (VAN WAAS et al., 1994).

Em relação ao desconforto que as PPRs classe I podem causar, um dos motivos

relacionados é a apresentação clínica de úlceras traumáticas, caracterizadas por ulcerações,

usualmente de pequenas dimensões, bem delimitadas, envoltas por halo eritematoso, sem

elevações das margens e com coloração esbranquiçada. (MILLER, 1973; BUDTZ-

JORGENSEN, 1981). A ausência de integridade da fibromucosa em um primeiro momento

após a instalação das novas próteses é relativamente comum, devido ao período inicial de

adaptação dos pacientes, no entanto, após passada a etapa inicial da fase de adaptação, as

condições orais do paciente, no tocante ao aparecimento de áreas de vermelhidão ou com

lesão devem passar a ser estáveis, deixando de incomodar o paciente, havendo maior conforto

ao longo do tempo. Neste estudo, o aparecimento de úlceras, normalmente localizadas na

região de fundo de saco, após decorridos os dois meses iniciais de adaptação do paciente foi

considerado como uma complicação. Após o período de seis meses de uso da prótese as

úlceras traumáticas pararam de ocorrer.

As próteses dos pacientes acompanhados neste estudo foram feitas na UFRN, sob

rigoroso controle técnico-científico. Assim, associa-se a presença de úlceras traumáticas após

o período inicial de adaptação às próprias características biomecânicas relacionadas à prótese

parcial de extremidade livre, devido à flacidez da fibromucosa que recobre o rebordo alveolar

reabsorvido na região posterior da mandíbula e a instabilidade associada ao braço de alavanca

existente nesse tipo de prótese. Provavelmente, o comparecimento dos pacientes foi menor

nas sessões de controle de dois meses e seis meses devido à ausência de situações incômodas,

como, por exemplo, as causadas por úlceras traumáticas, as quais tiveram sua ocorrência

diminuída devido rigoroso controle instituído para esses pacientes logo após a instalação das

próteses. Assim, ressalta-se a importância do estabelecimento de tempos para retorno

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periódico a fim de que todos os ajustes necessários sejam feitos em tempo adequado,

potencializado a adaptação dos pacientes as novas próteses.

Dentre as complicações protéticas associadas ao uso da PPR classe I de Kennedy

inferior elencadas neste estudo, a perda de retenção foi uma das que mais ocorreu. Este tipo

de falha pode desestimular o uso da prótese, bem como fazer com que a mesma não execute

corretamente as funções designadas para ela enquanto opção de tratamento reabilitador. Para

que uma PPR permaneça funcional por mais tempo o planejamento da mesma é uma condição

essencial. Apesar dessa importância, há relatos na literatura que apontam o fato de vários

profissionais não o executarem corretamente (RICE et al., 2011; KILFEATHER et al., 2010;

AMARAL et al., 2010; ZAVANELLI; HARTMAN; ZAVANELLI, 2006). Para confecção

das próteses dos pacientes desta pesquisa, a etapa de delineamento, uma das mais importantes,

foi realizada com extremo rigor. Assim, embora a literatura relate que o uso inadequado do

delineador é um propício a causar o fracasso das PPRs (ZAVANELLI; HARTMAN;

ZAVANELLI, 2006; RUDD et al., 2001b; RUDD et al., 2001c), incluindo aqueles relativos a

perda de retenção, pode-se dizer, a partir dos achados desta pesquisa, que podem existir outros

fatores potencialmente relacionados a este tipo de falha, assim como o movimento de

alavanca na extremidade livre e a possibilidade de deformação do grampo de retenção, bem

como o desgaste da área retentiva ao longo do tempo.

Devido ao potencial dano que uma prótese mal adaptada pode causar e diante de

prejuízo ao funcionamento do sistema estomatognático, juntamente com seus componentes, a

avaliação da possibilidade de criação de áreas retentivas nas superfícies vestibulares dos

dentes pilares não deve ser negligenciada. Para repor a retenção natural ausente, diversos

procedimentos podem ser executados e dentre eles está o recontorno da área vestibular do

dente com resina composta (PAVARINA et al., 2002). Neste contexto, o preparo de boca está

relacionado com outra etapa importante na sequência de execução da prótese parcial

removível para que a mesma seja bem sucedida (CARR; MCGIVNEY; BROWN, 2005;

RUDD et al., 1999). Essa fase do tratamento contempla alguns procedimentos para melhorar

as condições bucais visando a futura inserção e instalação da PPR, contudo essa etapa é

frequentemente negligenciada (DYKEMA; CUNNININGHAM; JOHSTON, 1996).

O nicho ou descanso, como também é chamado, é uma concavidade preparada na

superfície de um dente pilar com a finalidade de suportar/apoiar parte da estrutura metálica da

prótese e seu correto planejamento visa transmitir de maneira adequada as forças geradas

durante a mastigação ao longo dos dentes pilares para envitar a ocorrência de forças que

possam lesar o periodonto (CARR; MCGIVNEY; BROWN, 2005; AQUINO et al., 2011). Os

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dentes pilares são mais suscetíveis a cáries e problemas periodontais do que outros dentes

devido ao fato dos compontentes da estrutura da PPR ao redor deles facilitarem o acúmulo de

biofilme dental (AMARAL et al., 2010). No presente estudo, no decorrer do tempo de

seguimento, não foi registrada a ocorrência de cárie sob o nicho previamente preparado e a

fratura de nicho foi observada apenas em um elemento pilar. Diante dessas situações, sejam

elas frequentes ou não, no início do planejamento ou diante de uma complicação como a que

acabou de ser citada, existem recomendações na literatura que aconselham que o preparo do

nicho seja feito sobre restaurações, visto que não há diferença estatisticamente significante

entre os materiais ou superfícies em que forem preparados os descansos (AQUINO et al.,

2011; SATO et al., 2003; LOPES et al., 2007).

Assim como a fratura de nicho, o descolamento de dentes artificiais da PPR ocorreu

com pouca frequência. Esse tipo de falha está relacionado, entre outros fatores, aos

procedimentos laboratoriais de confecção, bem como ao tipo de dente artificial utilizado,

independentemente do tipo de prótese (SAITO et al., 2002). São necessárias várias etapas

para confecção de uma prótese parcial removível, bem como comprometimento de todos os

participantes envolvidos nesse processo. Assim, além do compromisso do profissional em

determinar corretamente o posicionamento dos dentes de acordo com as relações

maxilomandibulares de cada paciente, é necessário que as etapas laboratoriais executadas pelo

técnico em prótese dentária sejam feitas com bastante rigor, visto que o mesmo pode

contribuir para o sucesso ou fracasso do tratamento protético (KILFEATHER et al., 2010;

RUDD et al., 2001a). De acordo com Koyama et al. (2010) além do planejamento da prótese

a qualidade do material também é um fator que irá ter impacto sobre o prognóstico do

tratamento. Assim, a qualidade dos dentes artificiais é outro fator que interfere nesse tipo de

falha técnica. O controle adequado da oclusão também deve ser considerado neste caso, visto

que evitará a ocorrência de forças excessivas sobre dentes isolados, bem como proporcionará

melhor direcionamento das forças geradas durante os esforços mastigatórios.

A falha de conectores maiores neste estudo foi muito pequena, assim como no de Saito

et al. (2002). O desenho da estrutura metálica, bem como o delineamento para determinação

da localização de alguns de seus componentes, por vezes são negligenciados pelos cirurgiões-

dentistas (CD). De acordo Batista et al., 2011, com ausência de informações quanto ao

planejamento da estrutura metálica pelo CD fica sob responsabilidade do técnico em prótese

dentária a responsabilidade pela realização do mesmo, com a devida preocupação e respeito

aos princípios técnicos. Esse tipo de conduta pode comprometer seriamente o prognóstico da

reabilitação oral.

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Além destes aspectos, assim, como já foi relatado anteriormente durante a discussão

de outras complicações, para que a confecção da prótese seja bem sucedida, é importante

considerar o tipo de material utilizado, bem como suas propriedades. Lewis (1978)

examinaram 45 fraturas locais em conectores maiores de 41 PPRs que tinham sido danificadas

e de acordo com os resultados do estudo a evidência apontada foi que fadiga foi encontrada

em 13 dos sítios de fratura, indicando que as falhas foram causados por fadiga do metal. Para

correto desempenho da estrutura metálica algumas situações podem necessitar de adequações,

como, por exemplo, as realizadas no equador protético e nas superfícies vestibulares dos

dentes pilares, pois, por vezes, algum tipo de preparo é exigido para melhorar o desempenho

dos grampos de retenção, considerando a área retentiva de 0,25mm e o módulo de elasticidade

da liga de Cobalto-Cromo, liga comumente utilizada na confecção das estruturas metálicas de

próteses parciais removíveis (ALI et al., 2001).

A prótese parcial removível de extremidade livre transmite forças e tensões para o

dente suporte e para o osso que fica sob a parte distal da sua base (MAURI FILHO et al.,

2004). As forças intermitentes exercidas sobre a crista óssea por uma prótese de extremidade

livre, caso sejam excessivas, podem causar a reabsorção acelerada do rebordo (KELLY,

2003). Na medida em que as cristas dos rebordos alveolares reabsorvem o contato entre o

tecido que as recobrem e a base da prótese é diminuído, fazendo com que o movimento de

báscula da prótese aumente. Os casos de PPR classe I de Kennedy requerem atenção especial

sobre este aspecto devido ao fato de esta modificação alterar o comportamento biomecânico

da prótese e assumir um potencial iatrogênico lesivo (GARCIA; SOUZA, 1992).

A instalação de uma prótese de extremo livre aumenta a tendência para um

desequilíbrio em virtude de o braço de potência, representado pela base da prótese ser, na

maioria das vezes, maior que o braço de resistência, representado pelo segmento de dentes

remanescentes no arco. Assim, por mais estável que a prótese esteja sempre haverá uma

compressão maior no extremo distal e assim a reabsorção ocorre de modo crescente da mesial

para distal (RODRIGUES et al., 1979). Com o aumento dessa reabsorção as situações de

desadaptação da prótese começam a ocorrer, mesmo em casos em que os demais componentes

da mesma permanecem íntegros. Neste caso o reembasamento da PPR pode estar indicado.

Neste estudo, apenas dois pacientes apresentaram-se nos controles com próteses que

demandavam por esse tipo de procedimento devido a deficiência no suporte. O

reembasamento feito foi do tipo mediato e os pacientes foram matidos nas avaliações

subsequentes.

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Foi verificado que a fratura da prótese ocorreu com apenas um paciente. Essa baixa

incidência é correspondente a dados já demonstrados na literatura sobre assunto (JORGE et

al., 2012). Esse tipo de falha de baixa incidência ocorre, principalmente, devido a

imprecisões acumuladas durante as etapas laboratoriais e defeitos de fundição

(EERIKÄINEN; RANTANEN, 1986). Além disso, a fratura da prótese também pode estar

relacionada ao manuseio incorreto da prótese por parte do próprio paciente.

Os dados coletados foram analisados considerando uma amostra de 65 pacientes.

Pondera-se que essa é uma amostra razoavelmente relevante, considerando o fato de o grupo

ser bastante homogêneo no tocante as condições de edentulismo e de tratamento reabilitador,

inclusive do arco antagonista alvo da investigação. Uma das limitações desse estudo está

relacionada ao viés de memória do respondente, neste caso os pacientes. Devido a isso, não

foi possível determinar com precisão o período de tempo no qual a complicação aconteceu.

Os resultados podem variar na população em geral que usa próteses parciais

removíveis e para aumentar o poder de generalização dos resultados desse estudo mais

pesquisas em diferentes centros e com maior número de casos são necessários. Contudo,

destaca-se a relevância da presente pesquisa diante da ausência de estudos prospectivos que

avaliem as complicações do tratamento protético com esse tipo de pacientes e com amostra

semelhante.

A prótese parcial removível é uma alternativa de tratamento amplamente indicada para

a reabilitação de pacientes parcialmente desdentados, visto que a literatura tem sugerido a

mesma como uma opção segura, versátil, conservadora, reversível e de baixo custo relativo

(BERGMAN; HUGOSON; OLSSON, 1995; WÖSTMANN et al., 2005; AQUINO et al.,

2011). No entanto, é importante considerar que o comportamento biomecânico, o sucesso ou a

falha desse tratamento dependerá também da qualidade do planejamento e da confecção da

estrutura metálica e da prótese como um todo (AQUINO et al., 2011).

Apesar das limitações da PPR mandibular de extremidade livre, observou-se que

mesmo depois de quase 4 anos desde a instalação das mesmas os pacientes continuam usando

as próteses e a ocorrência de complicações protéticas foi relativamente baixa, com sobrevida

acumulada de 66% após mais de 36 meses de uso da prótese. A probabilidade de não

acontecer alguma complicação nesse período foi considerada alta. O retorno periódico dos

pacientes para controle e manutenção das próteses pode ser considerado uma ótima alternativa

para previnir a existência de tais complicações. Esse é um dado importante, visto que, por

vezes, o planejamento de outras opções reabilitadoras é limitado por condições biológicas e

financeiras, podendo a PPR ser a única alternativa de tratamento. Incialmente esses controles

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podem ter curto período de intervalo entre eles, como semanas e depois meses. Após os seis

primeiros meses os controles podem ser feitos anualmente.

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6 CONCLUSÃO

Próteses parciais removíveis de extremidade livre mandibulares opostas a próteses

totais convencionais apresentam baixo índice de complicações após 39 meses de uso quando

submetidas a controles periódicos.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido.

Ministério da Educação e do Desporto

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências da Saúde

Departamento de Odontologia

Av. Salgado Filho, 1787 - Lagoa Nova

CEP: 59056-000 - Natal-RN

TEL: (084) 215-4104 - FAX: (084) 215-4101

CGC. 24-365.710.0002-64

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa “Eficácia da técnica de moldagem funcional do

modelo alterado em prótese parcial removível de extremidade livre.” que é coordenada pela Profa.

Adriana da Fonte Porto Carreiro.

Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando

seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. As informações obtidas de cada

participante são confidenciais e somente serão usadas com propósito científico, sem divulgar o nome do

participante. O pesquisador, os demais participantes dessa pesquisa e o Comitê de Ética em Pesquisa do

HUOL terão acesso aos arquivos dos participantes, sem, contudo violar a confidencialidade necessária,

usando se necessário um apelido ou pseudônimo, sem divulgar seu nome verdadeiro.

É bastante comum, após a instalação da prótese, o paciente reclamar que a mesma está machucando,

que não apresenta estabilidade e não consegue se alimentar com ela. O intuito dessa pesquisa é comparar os

benefícios de duas técnicas de obtenção do modelo de trabalho para confecção de próteses parciais

removíveis inferiores, buscando descobrir aquela que traz maior conforto e causa menos danos às estruturas

de suportes remanescentes (dentes e fibromucosa).

(a) Riscos possíveis e benefícios esperados

A avaliação será feita apenas com o preenchimento de questionários e mastigação de uma cápsula por

20 segundos para analisar sua eficiência mastigatória com as próteses. Assim, os riscos envolvidos na

pesquisa são mínimos, como um possível constrangimento no momento de devolver a cápsula. Também

serão realizados exames periódicos para medir a quantidade de osso com um instrumento específico que não

provoca trauma nem desconforto e serão realizados ajustes das bases da prótese caso estejam machucando.

(b) Procedimentos

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Os procedimentos que aplicaremos em você são apenas exames para medição da quantidade de osso,

avaliação da eficiência mastigatória através da mastigação de uma cápsula por 20 segundos e ajuste da

prótese.

(c) Ressarcimento

Você não terá nenhum gasto financeiro por qualquer procedimento executado por essa pesquisa e terá

direito a ressarcimento em caso de dano comprovadamente ocorrido por essa pesquisa.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum momento.

Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar

os voluntários.

Se você tiver algum gasto comprovado por meio de documentos que seja devido à sua única e

exclusiva participação na presente pesquisa em que tenha se deslocado até o local de desenvolvimento da

mesma e não tiver atendimento, você será ressarcido, caso solicite.

Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa,

poderá perguntar diretamente para Adriana da Fonte Porto Carreiro, no endereço: Departamento de

Odontologia da UFRN – Av. Salgado Filho, 1787- CEP: 59056-000, Lagoa Nova – RN, ou pelo telefone

(84) 3215-4104.

Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa

do Hospital Universitário Onofre Lopes (CEP-HUOL) no endereço: Avenida Nilo Peçanha 620, Petrópolis,

Natal-RN, CEP 59012-300. Natal/RN ou pelo telefone (84)3342 5003.

Consentimento Livre e Esclarecido

Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios

envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa “Eficácia da técnica de moldagem

funcional do modelo alterado em prótese parcial removível de extremidade livre.”

Autorizo a publicação do referido trabalho, de forma escrita, fotografias e resultados de exames.

Concedo também o direito de retenção e uso para fins de ensino e divulgação em jornais e/ou revistas

científicas do país e do estrangeiro, desde que mantido o sigilo sobre minha identidade. Autorizo a Faculdade

de odontologia – UFRN, por intermédio de seus alunos e profissionais devidamente assistidos e orientados

por seus professores, a executarem o tratamento odontológico, de acordo com o planejamento proposto, o

qual me foi explicado, compreendi e foi, por mim, aprovado. Estou ciente que nada tenho a exigir a título de

indenização pela minha participação na pesquisa, que deverá ser livre e espontânea.

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Participante da pesquisa:

Nome:___________________________________________________

Assinatura:_______________________________________________

Natal, ________/________/________

Pesquisador responsável pela leitura e assinatura do TCLE: Ana Clara Soares Paiva.

Departamento de Odontologia da UFRN - Av. Salgado Filho, 1787- CEP: 59056-000, Lagoa,

Nova – RN, telefone (84) 3215-4104.

Assinatura: _________________________________________________________________.

Comitê de ética e Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes (CEP-HUOL) – Avenida

Nilo Peçanha, Petrópolis, Natal-RN, CEP 59012-300. Fone (84)3342-5003. e-mail:

[email protected].

Digital

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APÊNDICE B – Registro do protocolo na base REBEC.

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APÊNDICE C – Ficha clínica elaborada para pesquisa.

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Eficácia da técnica de moldagem funcional do modelo alterado em prótese parcial removível de

extremidade livre.

Discentes: Jaiane Augusta Medeiros Ribeiro /Camila Maria Bastos Machado/ Kássia de Carvalho Dias/ Ana

Clara Soares Paiva

Docente: Adriana da Fonte Carreiro

IDENTIFICAÇÃO

NOME COMPLETO TELEFONE

DATA DE NASCIMENTO / IDADE

GÊNERO ETNIA PROFISSÃO

ENDEREÇO/ BAIRRO

ESTADO CIVIL

CIDADE ESTADO NATURALIDADE NACIONALIDADE

HISTÓRICO :

1- QUANTO TEMPO PERDEU OS DENTES?

MAXILA:_____________________________MANDÍBULA:_________________________________________

2- FAZ USO DE ALGUMA PRÓTESE? ( )sim ( )Não /( )PT sup ( )PPR inf

3- QUANTO TEMPO USA AS PRÓTESES ATUAIS?

MAXILA: ______________________________MANDÍBULA:_________________________________________

SUPORTE MUCOSO

RESILIÊNCIA DA FIBROMUCOSA:

Resiliente( ) Dura ( ) Flácida ( ) Mista ( )

ALTURA ÓSSEA NO SENTIDO V-L:

( ) Normal ( ) Alto ( ) Reabsorvido

( ) Lâmina de faca

DENTES PRESENTES E DISTRIBUIÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ODONTOLOGIA

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( ) Linear ( )Puntiforme ( ) em superfície

OCLUSÃO (ANTES DO AJUSTE)

ADAPTAÇÃO DA PRÓTESE EFICÊNCIA MASTIGATÓRIA

T1 (após instalação):

T2 (dois meses após instalação):

T3 ( seis meses após instalação) :

T1 (após instalação):

T2 (dois meses após instalação):

T3 ( seis meses após instalação) :

SESSÕES DE RETORNO – Data da instalação: _________________________

24 HORAS: Áreas ulceradas: sim ( ) Não ( ) - Local: _________________________________________________

7 DIAS: Áreas ulceradas: sim ( ) Não ( ) - Local: _________________________________________________

15 DIAS: Áreas ulceradas: sim ( ) Não ( ) - Local: _________________________________________________

30 DIAS: Áreas ulceradas: sim ( ) Não ( ) - Local: _________________________________________________

DOIS MESES: Áreas ulceradas: sim ( ) Não ( ) - Local: _________________________________________________

OUTRAS:

1 – Áreas ulceradas: sim ( ) Não ( ) - Local: __________________________________________

Data: _____/_______/______

2 -Áreas ulceradas: sim ( ) Não ( ) - Local: __________________________________________

Data: _____/_______/______

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FORMAS DO REBORDO RESIDUAL:

Paralelo ( ) Ascendente para distal ( ) Ascendente para mesial ( ) ( ) Côncavo

COMPRIMENTO DO REBORDO EM MM:

Valor: ____________ (lado direito) Valor: ____________ (lado Esquerdo)

EXTENSÃO DA BASE DA PRÓTESE

Sob-extensão:

( )“nenhuma”: correta extensão da prótese contornando anatomicamente todo flanco vestibular

e lingual direito e esquerdo e cobrindo metade da papila retromolar.

( )“alguma”: 1 a 2 mm aquém do flanco vestibular e lingual ou com extensão até a papila

retromolar.

( )Sob-extendida: se uma grade sob-extensão das bordas for encontrada.

Sobre-extensão:

( ) “nenhuma”: correta extensão da prótese contornando anatomicamente todo flanco vestibular

e lingual direito e esquerdo e cobrindo metade da papila retromolar.

( ) “alguma”: redução necessária de 1 a 2 mm das bordas vestibular , lingual ou com extensão

superior à metade da papila retromolar.

( )Sobre-extendida: redução das bordas da prótese acima de 3 mm.

SINAIS CLÍNICOS DA SÍNDROME DA COMBINAÇÃO

Reabsorção óssea na região anterior da maxila – presença ( ) ausência ( )

Hiperplasia papilar palatina – presença ( ) ausência ( )

Aumento volumétrico das tuberosidades – presença ( ) ausência ( )

Extrusão dos dentes naturais inferiores anteriores – presença ( ) ausência ( )

Reabsorção óssea acentuada abaixo da base de resina da PPR – presença ( ) ausência ( )

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REGISTRO DE FALHAS E COMPLICAÇÕES PROTÉTICAS

Falha ou complicação Descrição e/ou identificação do elemento dentário

envolvido

Tempo de ocorrência

(Data)

Presença de úlcera

traumática (após dois

meses de uso da

prótese)

Ausência de retenção

Fratura de nicho ou

cárie sob o nicho

Fratura ou

descolamento dos

dentes artificiais

Fratura do conector

maior

Fratura de grampo

(De retenção e/ou de

oposição)

Fratura de apoio

Suporte deficiente

Fratura da prótese

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APÊNDICE D – Recomendações dadas ao paciente.

INSTRUÇÕES PARA USO E CONSERVAÇÃO DE PRÓTESES

REMOVÍVEIS

1. Escovar todas as superfícies das próteses com escova dental e sabão

amarelo após as refeições e antes de dormir.

2. Escovar os dentes naturais inferiores creme dental e escova macia, diferente

da escova utilizada para escovar as próteses.

3. Utilizar fio dental nos dentes naturais inferiores.

4. Para remoção da prótese inferior apoie os dedos indicadores sobre os últimos

dentes naturais de cada lado e movimente os grampos para cima com os

dedos polegares, ao mesmo tempo.

5. Remover as próteses para dormir.

6. Durante a noite a prótese parcial inferior pode ficar em um recipiente

contendo um copo com água e duas colheres de chá de bicarbonato de sódio.

7. Durante a noite a prótese total superior pode ficar em um recipiente contendo

um copo com água com três gotas de água sanitária.

8. No início da manhã, antes de usar as próteses novamente, as mesmas

devem ser escovadas para remoção do cheiro ou sabor que os agentes de

limpeza podem causar.

9. No início poderá surgir alguma dificuldade para falar, porém logo

desaparecerá. É interessante que faça leitura em voz alta para acelerar este

processo.

10. Faz parte do processo de adaptação a presença de áreas traumáticas. As

próteses, principalmente a inferior, podem causar essas úlceras nas regiões

próximas as bordas das mesmas nos primeiros dias de uso, mas isso é

normal no período de adaptação. As úlceras diminuirão após os ajustes nas

sessões de controle.

11. Nos primeiros dias comer alimentos moles, aumentando a consistência

gradativamente.

12. Evitar morder com os dentes anteriores. Mastigar com os dentes posteriores

em ambos os lados.

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13. Colocar sempre a mão na boca quando for tossir, bocejar, dar gargalhadas ou

soprar, para evitar constrangimentos relacionados a prótese superior.

14. As próteses apresentam durabilidade média de 3 a 5 anos.

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ANEXO

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ANEXO A – Aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa HUOL /UFRN.

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