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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ARTES CURSO DE DESIGN ANA CECÍLIA FONSECA DE MELO ALECRIM: O design ambiental aplicado na Zona Comercial NATAL/RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ARTES CURSO DE DESIGN

ANA CECÍLIA FONSECA DE MELO

ALECRIM: O design ambiental aplicado na Zona Comercial

NATAL/RN 2016

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ANA CECIÍLIA FONSECA DE MELO

ALECRIM: O design ambiental aplicado na Zona Comercial

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como requisito para obtenção do título de

Bacharel em Design pela Universidade Federal

do Rio Grande do Norte.

ORIENTADORA: Profª. Dr. Helena Rugai

Bastos

NATAL/RN 2016

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ANA CECIÍLIA FONSECA DE MELO

ALECRIM:

O design ambiental aplicado na Zona Comercial

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito para obtenção

do título de Bacharel em Design pela

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. ORIENTADORA: Profª. Dr. Helena Rugai

Bastos

Aprovado em: / /

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Helena Rugai Bastos Orientadora

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Prof. PhD. Olavo Fontes Magalhães Bessa Membro

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Prof. Lorena Gomes Torres de Oliveira Membro

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

NATAL/RN 2016

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AGRADECIMENTOS

À minha mãe, por me ensinar a lutar, amar e sorrir (todos os dias).

Ao meu pai, por me deixar o legado da sabedoria.

À minha irmã, pela lealdade mais sincera.

À minha orientadora Helena Rugai, por me ensinar mais sobre design do que

qualquer um.

Aos meus professores, pela jornada. Especialmente à Silvia, por me abrir os olhos e

enxergar a imensidão do design.

Ao Shinho e ao Netto, por me fazerem compartilhar uma vida.

Ao Daniel e ao Ed, por todos os finais de semana.

Aos meus amigos da CORDe Natal e de todos os eventos estudantis, por me

ensinarem o poder que temos como estudantes (e designers), e me fazer viajar.

Ao maravilhoso grupo pós-CORDe, por estarem sempre comigo.

Aos meus colegas de curso e amigos de sala (que são muito mais do que amigos de

sala), por mostrarem tanta bravura na selva do DEART e apoio.

Aos que me deram oportunidades profissionais.

A todos que responderam esta pesquisa, especialmente a Bledson, Ana e Sofia, por

se aventurarem no Alecrim comigo.

Ao Alecrim, por ser tão vivo e inspirador.

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“Creio que está próximo o momento em que,

por um avanço paranóico e activo da mente,

será possível sistematizar a confusão”.

Salvador Dalí

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RESUMO

Este trabalho tem como foco o desenvolvimento de pesquisa e aplicação de

metodologias do design em espaços no Bairro do Alecrim, o maior bairro comercial de

Natal-RN. Com o objetivo de descobrir qual seria, atualmente, o maior problema do

Bairro, foi utilizado um recorte de sua zona comercial e de seus usuários, para isso

foram estudados autores que abordam temas como: design territorial e gráfico

ambiental e sistemas de sinalização. No primeiro momento, a metodologia do projeto

foi desenvolvida para descobrimento e análise das maiores dificuldades encontradas

pelos usuários e observações do pesquisador na zona estudada, a fim de gerar uma

solução para o problema. Já no segundo, a metodologia foi voltada para o processo

de criação da solução proposta as dificuldades do local, resultando na solução

proposta: um sistema de sinalização.

Palavras Chave: Alecrim, design gráfico ambiental, sinalização

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ABSTRACT

This paper is focused on the development of a research and an application of

design methodologies in urban spaces, specifically at Alecrim district, the biggest

popular trade area in Natal-RN, a Brazilian city. Aiming to discover the biggest issues

in the neighborhood, focusing on selected trade areas and user’s opinions, we gather

diverse studies from different authors, which main themes are: territorial design,

graphic design for environments, and signage systems. At the first stage of research,

the methodologies wore used to discover and analyze the most common issues user’s

deal in the area, and with this data, develop a solution for the problem. At the end, the

methodologies focused on creative process of the new proposal, resulting on a new

signage system.

Keywords: Alecrim, environmental graphic design, signage.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Tabulação do painel “Alecrim em uma palavra”…………………………………….48

Quadro 2 - Tabulação do painel “Pontos mais importantes do Alecrim”……………....49

Quadro 3 - Tabulação do painel “Caminhos comumente feitos no Alecrim”………..…49

Quadro 4 - Tabulação do painel “Cores que representam o Alecrim” .......................50

Quadro 5 - Tabulação do painel “Problemas do Alecrim”………………………….……51

Quadro 6 - Tabulação de dados - Projeto Preliminar………………………………..…..55

Quadro 7 - Mensagens atribuídas aos pontos de sinalização………………………………….58

Quadro 8 - Itens da sinalização…………………………………………………………………..68

Quadro 9 - Catalogação de itens da sinalização - final………………………………………….77

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Rua Presidente Bandeira na década de 50 ............................................... 20

Figura 2. Feira do Alecrim e sua localizaçã .............................................................. 21

Figura 3. Metodologia aplicada ao projeto ................................................................ 24

Figura 4. Mapa do Bairro do Alecrim ........................................................................ 25

Figura 5. Área de aplicação do questionário ............................................................ 27

Figura 6. Fanpage Conversando sobre Alecrim ....................................................... 28

Figura 7. Questionário on-line .................................................................................. 29

Figura 8. Postagem para divulgação do questionário on-line ................................... 29

Figura 9. Postagem com maior alcance de pessoas e interações ............................ 30

Figura 10. Gráfico - Questionário on-line sobre a frequência da ida ao Alecrim ....... 31

Figura 11. Cadernos de anotação entregues aos usuários ...................................... 32

Figura 12. Trajeto feito por Sofia Andrade (Entrevistado 1) ...................................... 35

Figura 13. Trajeto feito por Bledson Pires (Entrevistado 2) ...................................... 36

Figura 14. Trajeto feito por Ana Figueiredo (Entrevistado 3) .................................... 37

Figura 15. Pontos relevantes segundo os participantes 1 e 2 durante o trajeto ........ 39

Figura 16. Pontos relevantes segundo a participante 3 durante o trajeto ................. 40

Figura 17. Cadernos entregues aos participantes .................................................... 41

Figura 18. Entrevista final com a participante Ana Figueiredo .................................. 42

Figura 19. Processo de HCD ................................................................................... 44

Figura 20. Frequência de idas ao Alecrim ................................................................ 44

Figura 21. Facilidade de encontrar locais no Alecrim ............................................... 45

Figura 22. Motivação de ida ao Alecrim ................................................................... 45

Figura 23. Meio de transporte utilizado para chegar ao Alecrim ............................... 46

Figura 24. Trânsito no Alecrim ................................................................................. 46

Figura 25. Processo de localização no Alecrim ........................................................ 47

Figura 26. Maior referência do Alecrim..................................................................... 47

Figura 27. Perguntas qualitativas do questionários on-line ...................................... 48

Figura 28. Painel de temas ...................................................................................... 49

Figura 29. Painel - Alecrim em uma palavra ............................................................. 50

Figura 30. Painel - Alecrim em uma palavra - Em blocos ......................................... 50

Figura 31 Painel - Pontos importantes do Alecrim .................................................... 51

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Figura 32. Painel - Caminhos mais comuns ............................................................. 52

Figura 33. Painel - Cores que representam o Alecrim .............................................. 53

Figura 34. Painel - Problemas do Alecrim ................................................................ 54

Figura 35. Panorama geral sobre o Alecrim ............................................................. 55

Figura 36. Metodologia de Sinalização utilizada no projeto, baseada em Calori (2007)

................................................................................................................................. 58

Figura 37. Pontos de maior tensão .......................................................................... 60

Figura 38. Pontos de Sinalização no Bairro do Alecrim ............................................ 61

Figura 39. Painel Semântico - Tipografia ................................................................. 63

Figura 40. Painel Semântico - Cores, formas e materiais ......................................... 64

Figura 41. Cones visuais da pessoa em pé – medidas em metros ........................... 65

Figura 42. Sketches - Geração de alternativas......................................................... 67

Figura 43. Sketch - Proposta 1 e layout (sem escala e grid) .................................... 69

Figura 44 Sketch - Proposta 2 e layout (sem escala e grid) ..................................... 71

Figura 45. Sketch - Estrutura explodida - Alternativa 2 ............................................. 72

Figura 46. Alfabeto da tipografia escolhida - Montserrat Bold .................................. 75

Figura 47. Aplicação de tipografia no sistema de medidas desenvolvido por Crosby,

Fletcher e Forbes ..................................................................................................... 76

Figura 48. Teste de legibilidade em movimento ....................................................... 76

Figura 49. Identificação de margem para ajuste tipográfico ..................................... 77

Figura 50. Letras com ajuste tipográfico (comparação com as sem ajuste) ............. 77

Figura 51. Grid estrutural – Placa de esquina .......................................................... 78

Figura 52. Grid estrutural – Placa pirulito ................................................................. 78

Figura 53. Grid estrutural com inserção do ajuste tipográfico ................................... 78

Figura 54. Cores complementares no círculo cromático ........................................... 79

Figura 55 Paleta de cores – em escala de cores Pantone ....................................... 80

Figura 56. Escala de tamanhos - Elementos do Sistema ......................................... 81

Figura 57. Mock-up 1 – Sinalização aplicada ........................................................... 84

Figura 58. Mock-up 2 – Sinalização aplicada ........................................................... 85

Figura 59. Mock-up 3 – Sinalização aplicada ........................................................... 86

Figura 60. Placa existente ...................................................................................... 113

Figura 61. Placa entre camelôs .............................................................................. 114

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 15

2.1. OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 15

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................... 15

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 16

3.1. DESCRIÇÃO TERRITÓRIAL ...................................................................... 16

3.2. RELAÇÕES ESPECIAIS E CULTURAIS DO INDIVÍDUO ........................... 17

3.3. A IMAGEM AMBIENTAL ............................................................................. 18

3.4. O BAIRRO DO ALECRIM ........................................................................... 19

3.4.1 O ALECRIM COMERCIAL ........................................................................ 21

4. METODOLOGIA FOCADA NO DESIGN EM ESPAÇOS ................................... 22

4.1. MÉTODO .................................................................................................... 22

4.2. ÁREA DELIMITADA PARA A PESQUISA ................................................... 25

5. APLICAÇÃO DA METODOLOGIA FOCADA NO DESIGN EM ESPAÇOS ........ 26

5.1. PESQUISA EM CAMPO ............................................................................. 26

5.2. QUESTIONÁRIO ON-LINE ......................................................................... 27

5.3. ENTREVISTAS E KITS ............................................................................... 30

6. ANÁLISE DOS DADOS ..................................................................................... 33

6.1. RESULTADO DA PESQUISA EM CAMPO ................................................. 33

6.2. RESULTADO DO QUESTIONÁRIO ON-LINE ............................................ 34

6.3. RESULTADO DA ENTREVISTA E KITS ..................................................... 35

6.3.1 ENTREVISTA INICIAL .............................................................................. 35

6.3.2 REALIZAÇÃO DE TRAJETO NO BAIRRO ............................................... 38

6.3.3 CADERNO DE ATIVIDADES E REGISTRO – KITS ................................. 41

6.3.4 ENTREVISTAS E CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................... 42

6.4. DETALHAMENTO DE DADOS ANALISADOS ............................................ 43

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6.4.1 DADOS QUANTITATIVOS ....................................................................... 44

6.4.1.1 FREQUÊNCIA ................................................................................... 44

6.4.1.2 LOCALIZAÇÃO DE LUGARES ......................................................... 45

6.4.1.3 MOTIVO DA IDA ............................................................................... 45

6.4.1.4 MEIO DE TRANSPORTE .................................................................. 46

6.4.1.5 TRÂNSITO ........................................................................................ 46

6.4.1.6 SINALIZAÇÃO................................................................................... 46

6.4.1.7 MAIOR REFÊRENCIA ....................................................................... 47

6.4.2 DADOS QUALITATIVOS .......................................................................... 47

6.4.2.1 IDENTIFICANDO PADRÕES ............................................................ 48

6.4.2.2 ENCONTRANDO TEMAS ................................................................. 49

7. O DESIGN GRÁFICO AMBIENTAL E SINALIZAÇÃO NO BAIRRO DO ALECRIM

- NATAL/RN: DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ................................................ 56

7.1. METODOLOGIA APLICADA AO PROJETO DE SINALIZAÇÃO ................. 56

7.2. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE SINALIZAÇÃO PARA O BAIRRO

DO ALECRIM ....................................................................................................... 58

7.2.1 ETAPA DE PROJETO PRELIMINAR: ....................................................... 58

7.2.3 ETAPA DE PROJETO: ............................................................................. 61

8. AVENIDAS COLORIDAS – O ALECRIM SINALIZADO ..................................... 73

8.1. TIPOGRAFIA .............................................................................................. 75

8.1.1 TESTE DE LEGIBILIDADE ....................................................................... 76

8.1.2 AJUSTE TIPOGRÁFICO .......................................................................... 77

8.2. GRID ESTRUTURAL .................................................................................. 77

8.3. PADRÃO CROMÁTICO .............................................................................. 79

8.4. SUPORTES ESTRUTURAIS DE SINALIZAÇÃO ........................................ 81

8.5. CATÁLOGO DE ELEMENTOS E MATERIAIS ............................................ 81

8.6. APLICAÇÃO DE MOCK-UP ........................................................................ 83

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 87

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 89

ANEXOS .................................................................................................................. 92

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1. INTRODUÇÃO

O significado da palavra “espaço” foi ampliado, de modo que seu sentido

transitará entre o mais literal: voltado para espaços físicos e, também sentidos

imaginários ligados a um leque de possibilidades que serão relatadas no decorrer do

trabalho, intrinsecamente junto às interações humanas. Isto porque cada cidadão faz

muitas associações com alguma parte da sua cidade e a imagem de cada um, está

impregnada de lembranças e significados específicos. (LYNCH, 2001, p.1)

É possível afirmar que o design em espaços funciona como ferramenta para a

compreensão do contexto urbano, para a pesquisa e a geração de soluções para os

problemas e questões ali presentes. A pesquisa proposta leva à compreensão dos

espaços de uma forma diferente das áreas pioneiras nesses campos, sendo assim, o

projeto pretende beneficiar uma área da cidade de Natal, inserindo o design em seu

contexto. A escolha do espaço para esta pesquisa decorreu das necessidades

encontradas nos aspectos sobre o bairro e de quem o frequenta. Segundo a descrição

de Lynch (2001, p.53) o observador “penetra” mentalmente nesta área, que é

reconhecida por possuir características comuns que as identificam.

O Bairro do Alecrim, está localizado na zona Leste da cidade do Natal/RN, com

mais de 100 anos de existência e é uma área de 344,75 hectares composta por cerca

de 27.011 habitantes (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA -

IBGE, 2010), onde transborda características únicas, é nosso objeto de estudo. O

Alecrim é dividido em zonas residencial, histórica e zonas mistas, além da sua mais

importante área: a comercial, um ícone do comércio estadual e uma prova da

originalidade e da conversação das tradições, em meio ao crescimento da cidade do

Natal e, sem dúvida, o processo de desenvolvimento econômico e social do Brasil.

O crescimento a transformação da cidade em relação ao comércio do passado e as

novas interações sociais, motiva pesquisas em diversos setores e campos do

conhecimento.

Acredita-se que o Alecrim é um espaço em Natal que contém um pedaço de

todo o Rio Grande do Norte, porém, além das motivações de cunho cultural e histórico,

o bairro também foi escolhido por sua característica mais expressiva: seu caos diário.

De acordo com a Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim – AEBA em 2013,

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o fluxo diário foi de cerca de 150 mil pessoas entre comerciantes e consumidores que

buscam os inúmeros estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços. Ao

todo, são seis mil estabelecimentos registrados, o que faz do Alecrim um dos maiores

bairros de comércio do Brasil (TRIBUNA DO NORTE, 2015) e consequentemente, um

dos grandes caos de movimentação da cidade.

Assim, o tema desta pesquisa é definido como a análise da zona comercial do

Bairro do Alecrim com foco em sua população e espaço territorial e proposta de

solução para o problema de mais destaque hoje nas ruas do Bairro. Desta forma, o

objetivo do projeto foi dividido em duas etapas, sendo a primeira o levantamento de

quais eram as características bases do bairro, além das relações entre a população

que o frequenta e a área estudada. E a segunda, a metodologia aplicada para a o

levantamento de dados, com participação direta dos usuários, e a análise dos mesmos

a fim de propor uma solução no âmbito do design.

Para realização desta pesquisa foram usados autores que estabeleceram

métodos específicos sobre design em espaços e a análise urbana como agentes’ de

pesquisa. São eles: Lucrécia D’Alessio (1999), usado como base para a metodologia

aplicada as diretrizes de pesquisa o livro “O Olhar Periférico”, focado na aplicação de

questionários e coleta de dados. Para a descrição de nomenclaturas, métodos

qualitativos auxiliares referentes à pesquisa: a obra “A Imagem da Cidade”, de Kevin

Lynch (2001). Para análise de dados foi utilizado métodos presentes no guia “Field

Guide to Human-Centered Design – Kit de Ferramentas”, desenvolvido pela IDEO

(disponível on-line)1. Para desenvolvimento de solução final, baseada na aplicação do

Design Gráfico Ambiental, tomamos como base a metodologia de Chris Calori (2007),

na obra “Design de Sinalização: Planejamento, projeto & desenho”, escrita por

Douglas D’Agostini e Luiz Antonio Vidal de Negreiros Gomes (2010).

Os estudos, teorias e métodos destes autores foram usados de maneira

complementar nesta pesquisa, já que foi necessária a adaptação destas metodologias

devido as características do local escolhido e tipo de solução aplicada para a sua

representação.

1 O guia está disponível em: http://www.designkit.org/resources/1/, no formato PDF.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

O escopo geral deste projeto é a aplicação de pesquisas a fim de estudar as

interações de seus frequentadores e suas relações com o espaço, a fim de decobrir a

maior problemática existente no Bairro através do ponto de vista dos participantes e

pesquisador, resultando na criação de um projeto de representação da zona comercial

do Bairro do Alecrim.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Levantar dados, através de pesquisa, a fim de descobrir atuais características

do Bairro do Alecrim;

Aplicar metodologias referente ao design ambiental no Bairro do Alecrim;

Observar e analisar como os usuários utilizam o Bairro;

Analisar dados obtidos na pesquisa e traçar os principais problemas do

Alecrim;

Buscar alternativa para a representação do Bairro;

Desenvolver proposta de solução para o possível problema observado.

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. DESCRIÇÃO TERRITÓRIAL

Partindo das ciências que a estuda, define-se como configuração territorial,

segundo Milton Santos (2006, p.38), o conjunto formado pelos sistemas naturais

existentes em um dado país ou numa dada área e pelos acréscimos que os homens

superpuseram a esses sistemas naturais.

Para um maior aprofundamento do contexto é necessário explicar a definição

de espaço, colocada de forma mais precisa por Ferrara (1999, p. 152), como o mesmo

sendo uma totalidade global, sobretudo homogênea, uma realidade em que a ordem

está em processo. Pode ainda ser complementada com a visão mais humana trazida

por Santos (2006, p.56) referindo-se ao espaço geográfico como algo que participa

igualmente da condição social e do físico.

Com foco na pesquisa, descrevemos o bairro, espaço da cidade composto de

diversos lugares, explicitado por Lynch (2001) como elemento onde:

O observador “penetra” mentalmente, e os bairros são reconhecíveis por

possuírem características comuns que os identificam. Sempre identificáveis

a partir do lado interno, são também usados para referência externa quando

visíveis de fora. Até certo ponto, muitos estruturam sua cidade dessa

maneira, como diferenças individuais em suas respostas a quais são os

elementos dominantes [...]. (LYNCH, 2001, p.52).

E, ainda: “Assim, as características físicas que determinam os bairros são

continuidades temáticas que podem consistir numa infinita variedade de

componentes. ” (LYNCH, 2001, p. 75).

A experiência dá origem ao lugar informado. Essa informação é

contextualizada conforme as variáveis de trabalho, indústria, habitação,

consumo, educação que atuam como determinantes locais. Essas variáveis

exteriorizam-se em uso, hábitos, valores e crenças, signos da diferença local

e são conservados na memória que relaciona as experiências do passado e

do presente. (FERRARA, 2002, p. 16).

Afunilando as descrições, passamos para os lugares, estes “correspondem à

arquitetura ou ao design do espaço da cidade” (FERRARA, 2002, p.15). São pedaços

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de espaços, ainda mais específicos e particulares em suas características, partindo

da experiência de quem o usa.

3.2. RELAÇÕES ESPECIAIS E CULTURAIS DO INDIVÍDUO

Ao descrevermos o que é lugar, percebemos as suas particularidades advindas

das interações, mutáveis ao longo do tempo, dos usuários com o ambiente como

formador essencial de sua existência e caracterizador de sua identidade. E são estas

relações humanas que nos levam a observar e ler o lugar de outra maneira, através

das ligações sociais capazes de proporcionar a história, uso e hábito, além do que se

é documentado em livros e pesquisas sobre o tema, inserindo o designer como

pesquisador.

Para iniciar a pesquisa sobre hábitos e vivências, tomamos como ponto de

partida o contexto histórico dos acontecimentos provocados pela globalização como

fator de interligação e modificação de culturas. Sabendo que “as culturas “comportam-

se” como madeira verde e jamais constituem totalidades acabadas” (AUGÉ, 1994,

p.26)2. É importante ressaltar o que acontece no aspecto individual de cada lugar,

mesmo que estes e seus indivíduos, como explica Stuart Hall (2006)3, tenham a

capacidade de ter suas identidades culturais não fixas, mas transitórias; formadas por

misturas comuns num mundo globalizado.

Assim chegamos à individualidade dos usuários como objeto de estudo para

entendimento do Bairro do Alecrim, para Augé (1994, p.41) a referência individual é

um fato que leva a singularidade dos objetos, dos grupos, dos relacionamentos e da

recomposição dos lugares. Como explica VELHO (2013, p.62), “à medida que o

indivíduo se destaca e é cada vez mais sujeito, muda o caráter de suas relações”,

promovendo uma nova abordagem sobre seu meio habitacional em que “o sujeito está

se tornando fragmentado; composto não de uma única, mas de várias identidades”

(HALL, 2006, p.12).

Pesquisar o contexto leva à percepção do ambiente e seu cotidiano, ressaltado

por Ferrara (1999, p.153): “uso e hábito são signos do lugar informado que só se

2 Para maior conhecimento sobre modificações culturais, Cf. AUGÉ, 2001, p. 26. 3 Para maior conhecimento sobre identidade cultural, Cf. HALL, 2006.

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revela na medida em que é submetido a uma operação que expõe a lógica de sua

linguagem. A essa operação dá-se o nome de percepção ambiental.”.

Entendemos então, que a exposição só se é conseguida com a presença de

um agente pesquisador, que aqui será o designer utilizando de sua metodologia

projetual para observar e representar as mudanças no lugar, nos indivíduos e suas

vivências.

3.3. A IMAGEM AMBIENTAL

Para descrever a imagem ambiental chave do processo de entendimento desta

pesquisa, é necessário inserir-se no pensamento de Lynch (1960). O autor descreve

que a importância dos elementos das cidades é tão equivalente quanto a interação de

seus usuários e suas vivências.

Isto acontece quando inserimos as diferenças individuais, já descritas, no modo

de enxergar a cidade o que faz dela estável por algum tempo, mas por outro lado está

sempre em mudança nos detalhes. Levando este pensamento para o Bairro do

Alecrim, podemos levantar a questão de que o detalhe modificado é diário, é uma

nova loja que abre suas portas, um novo imigrante tentando a venda de seus produtos

importados ou o índice crescente de violência.

Para tal leitura e compreensão do espaço, o autor usa os termos “Legibilidade”

e “Imaginabilidade”, sendo estes fundamentais para o entendimento da criação da

imagem ambiental de acordo com quem vivência em tal espaço, os usuários.

A Legibilidade foca na qualidade visual, especificamente na clareza do que se

é visto. Lynch (2001, p. 3) explica que “a legibilidade é crucial para o cenário urbano,

ela vai analisá-lo [...] e tentar mostrar de que modo esse conceito poderia ser usado

[...], para dar uma nova forma às cidades.”. Isso resulta em um espaço em que a

imagem é bem definida, auxiliando no desempenho do papel social, uma vez que

fornece matéria-prima para símbolos e o desenvolvimento da comunicação em grupo.

(LYNCH, 2001)

Já a Imaginabilidade é definida pelo autor como

A característica, num objeto físico, que lhe confere uma alta probabilidade de

evocar uma imagem forte em qualquer observador. [...]. É aquela forma, cor

ou disposição que facilita a criação de imagens mentais claramente

identificadas, poderosamente estruturadas e extremamente úteis ao

ambiente (LYNCH, 2001, p.11).

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Esta pode ser adaptada a cidade, ou neste caso ao bairro, como fato importante

referente a histórias, memórias e vivências cotidianos dos usuários.

As características descritas acima demonstram como ocorre a

compreensão do que se é visto no espaço e como tais informações chegam à

mente de cada um, tornando-se imprescindível a inserção direta do usuário para

o desenvolvimento da imagem do espaço e percepção ambiental. Para este

trabalho é fundamental tanto os termos, seus significados e conceitos

associados em Lynch — legibilidade e imaginabilidade — também como a

percepção e a composição do indivíduo inserido no espaço.

3.4. O BAIRRO DO ALECRIM

Apesar de ter tomado como base para nossa pesquisa os indivíduos e suas

relações com o Bairro do Alecrim, é impossível realizar tal sem o conhecimento

histórico do bairro, tomando como fundamento de que a memória é seletiva, ou seja,

somente nos lembramos daquilo que queremos lembrar. (MAURÍCIO ABREU, 1998).

Em sua fundação conhecido como Refoles4, o que hoje é o Alecrim, na sua

maior parte do tempo, foi uma área comercial.

Composta em sua maior parte de pessoas humildes, era uma área habitada

por pequenos comerciantes, trabalhadores rurais, sitiantes e por uma

população muito pobre, essa distribuída de forma heterogênea e espaçada

no território. (JOSUÉ BEZERRA, 2005).

Acompanhando o crescimento da cidade do Natal, o Alecrim foi tomando novas

proporções junto as construções de hotéis e “algumas construções e equipamentos

importantes para Natal, como o único cemitério da cidade”, porém, “apesar de haver

indícios de um rápido desenvolvimento, o Alecrim foi, por muito tempo, apenas uma

passagem dos que vinham do interior do estado para negociar nos centros do

comércio da cidade” (BEZERRA, 2005, p. 82).

Mesmo com a instalação da Escola de Aprendizes de Marinheiro, em 1908,

somente em outubro de 1911 o bairro foi oficialmente fundado, e seu desenvolvimento

4 Para aprofundar os estudos sobre Refoles, Cf. CASCUDO, 1999. Pois aqui trataremos sobre o

Alecrim em sua atualidade.

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ainda não era concreto, como ressalta Cascudo (1999, p. 355-356), o Alecrim “[...] era

uma capoeira intercortada de tufos verdes de vegetação.”. Entretanto,

O bairro do Alecrim passaria a acobertar grande parte dos refugiados e das

pessoas que procuravam melhores condições de vida na cidade, sendo berço

de diversos encaminhamentos socioeconômicos e culturais fundamentais

para a produção do seu espaço. A cidade de Natal era privilegiada por alguns

fatos, até de projeção mundial, que viriam impulsionar o seu crescimento

urbano, refletido diretamente pelo papel do Alecrim em seu sítio. (BEZERRA,

2005, p.87).

Tais pessoas que buscavam uma melhor condição de vida, em sua maior parte

eram norte-rio-grandenses vindos do interior, o que proporcionava ao Alecrim a

característica de extensão do Sertão, que ainda hoje é reflexo de sua população e

costumes (BEZERRA, 2005).

Saltando para a década de 1940 e focando no contexto trazido pela vinda dos

americanos durante a Segunda Guerra Mundial,

O bairro do foi a área em Natal que mais recebeu estes embates

socioespaciais, advindos da influência militar. A instalação da Base Naval de

Natal, no Alecrim, proporcionou, de início, por exemplo, a construção da Vila

Naval, composta por 189 casas destinadas aos militares da Marinha,

aumentando consideravelmente o fluxo de pessoas naquelas áreas até então

desocupadas. (BEZERRA, 2005, p. 95).

Figura 1. Rua Presidente Bandeira na década de 50

Fonte: Website Tokdehistoria5

5 Disponível em <http:// https://tokdehistoria.com.br/> Acesso em: 20 jul. 2015

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Este fato, modificou as estruturas do Bairro do Alecrim não apenas com

construções arquitetônicas, pois também interferiu diretamente no direcionamento de

suas ruas e avenidas. Com a instalação dos americanos, as ruas e avenidas

receberam números no lugar de nomes (exemplo: Av.02, Av. 09 etc.), como

comumente acontece nos Estados Unidos, e até hoje ainda são chamadas pela

população de forma numérica.

Podemos inferir que o Alecrim, desde a sua fundação até os dias de hoje, é um

bairro formado por uma diversidade de elementos culturais externos, sejam eles do

sertão do Rio Grande do Norte, dos militares americanos ou até mesmo dos

marinheiros vindos de todas as partes do Brasil, sem esquecer os estrangeiros que

hoje são uma parte de grande significância nas ruas do comércio.

3.4.1 O ALECRIM COMERCIAL

Bairro de passagem e pequenas vendas, o Alecrim obteve seu caráter

comercial efetivamente com a criação de sua feira popular, fruto de uma organização

dos próprios moradores, na década de 1920. A feira do Alecrim é uma tradição

natalense, acontecida aos sábados na Av. Presidente Quaresma, onde é possível

encontrar de tudo dentre carnes, frutas, produtos regionais e até roupas.

Figura 2. Feira do Alecrim e sua localização

Fonte: Autora, 2015

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E é nesse contexto de produtos generalistas e peculiares, vindos de todas as

partes do estado, do Brasil e muitas vezes da China, se fomenta a cultura de que tudo

se encontra no Alecrim que a cantora Nara Sá recita: “Se não encontrar no Google,

vá procurar no Alecrim”. Isto o faz se diferenciar de shoppings centers e outros

espaços de vendas, e é nesta diferenciação que se dá a força de seu comércio e

resistência no mercado. O comércio vai desde empresas nacionais de renome ao

camelódromo, totalizando mais de seis mil estabelecimentos e cerca de dois mil

ambulantes, de acordo com o levantamento da Associação de Empresários do Bairro

do Alecrim – AEBA. (TRIBUNA DO NORTE, 2015). Além disso, é possível afirmar a

presença de estrangeiros no bairro, baseado no significante número de lojas

pertencentes a orientais e de outros países da América do Sul. Este fato firma um

processo de mudanças socioculturais, em que o “estrangeiro” está presente de forma

explicita ou implícita, no horizonte de cada povo tribo, nação ou nacionalidade (IANNI,

1996).

Para Cunha (1982), o Alecrim é um bairro do povo em que as relações freguês

e consumidores são obtidas através do grito. Então, observamos a linguagem falada

e as trocas de experiências no ato da compra controversa às relações superficiais de

comércio descritas por Bauman (2001), nas quais os lugares de compras são

definidos como encorajadores de ações e não de interações. Pensamos que as

relações sociais aqui, ultrapassam o limite supérfluo do consumo e por este motivo, é

a base para pesquisa e reafirmação do espaço e seus hábitos.

4. METODOLOGIA FOCADA NO DESIGN EM ESPAÇOS

4.1. MÉTODO

A metodologia usada nesta etapa trabalho foi dividida em duas etapas para a

sua descrição, a saber: pesquisa e gerenciamento de dados. Definido isto, na

pesquisa os métodos foram escolhidos com base no tema da pesquisa e pelo seu

caráter territorial.

O processo desenvolvido por Ferrara (1999) na obra Olhar Periférico foi o

principal método utilizado. O mesmo consiste em aplicação de questionários abertos

no bairro, análise de dados já existentes proveniente de instituições que os fornecem,

e demarcação de marcos central no espaço. Além disso, é importante enfatizar o uso

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do usuário no processo de pesquisa, já que o mesmo foi inserido diretamente em

algumas etapas, além dos questionários, fundamental para os resultados.

Na metodologia de Ferrara, o indivíduo é também autor de sua própria análise

do seu cotidiano através de instrumentos que possibilitem esta atividade, como por

exemplo: câmeras fotográficas e bloco de anotações, que aqui chamamos de kit. Os

kits foram utilizados no processo após as etapas de coleta de dados já existentes,

citados acima, pesquisa de campo para reconhecimento do espaço pelo pesquisador

e escolha dos indivíduos que os receberam. Tal método foi uma inspiração para este

trabalho, pois aqui, nossa ideia se baseou na criação de um kit composto por: canetas,

um sketchbook, além de registros fotográficos através de celular.

A obra A imagem da cidade, do autor Kevin Lynch (2001) também foi fundida

a etapa de pesquisa e metodologia. A sua utilização foi primordialmente para a

inserção do usuário no processo, baseando-se nos princípios de construção da

imagem da cidade, levando em conta as características da legibilidade e

imaginabilidade. Estas foram inseridas nos questionários elaborados e atividades

realizadas pelos usuários em seus materiais de observação, como o sketchbook.

Os métodos de Lynch e Ferrara foram unidos nas etapas aplicação dos

questionários, inserção das visões dos usuários através dos kits – lembrando que

foram habitantes e frequentadores do Alecrim – além da análise dos dados coletos

após o processo de pesquisa e seu gerenciamento. Tais adaptações tiveram como

objetivo atender a demanda do espaço escolhido e as condições de trabalho da

pesquisa.

Além disso, o guia Field Guide to Human-Centered Design – Kit de

Ferramentas, desenvolvido pela IDEO (disponível on-line)6, serviu de recurso auxiliar

para gerenciamento de dados colhidos via questionário e kits.

O quadro com as metodologias utilizadas pode ser conferido na figura 2.

6 O guia está disponível em: http://www.designkit.org/resources/1/, no formato PDF.

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Figura 3. Metodologia aplicada ao projeto

Fonte: Autora, 2015

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4.2. ÁREA DELIMITADA PARA A PESQUISA

Mapa do Bairro do Alecrim:

Figura 4. Mapa do Bairro do Alecrim

Fonte: SEMURB7

Área de trabalho:

Para objeto de estudo, foi determinado que a área onde será realizada as

atividades de pesquisa concentre o maior número de movimentação da zona

7 Disponível em <http://natal.rn.gov.br/semurb/> Acesso em: 10 mar. 2015

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comercial do Bairro do Alecrim, por se tratar da área de mais movimentação do Bairro

e ser formada pelas principais ruas e avenidas do mesmo. O detalhamento dos pontos

estudados está descrito no capítulo 5.

5. APLICAÇÃO DA METODOLOGIA FOCADA NO DESIGN EM ESPAÇOS

5.1. PESQUISA EM CAMPO

A primeira etapa da metodologia aplicada tratou de ir a campo, no mês de julho

de 2015, aplicar o questionário (cf. ANEXO A) para frequentadores e comerciantes do

Bairro do Alecrim que estavam presentes no momento, sem restrições. De caráter

qualitativo e generalista, o questionário tinha o principal objetivo de identificar um

ponto de partida para representação do bairro a partir dos relatos dos usuários,

segundo Ferrara (1999, p. 19) o usuário e o seu uso são a sua linguagem, sua fala.

O questionário foi aplicado nas áreas P1, P2, P3 e P4 (cf. Figura 4), sendo

estes micro espaços considerados principais para recolhimento de dados baseado em

seu fluxo de pessoas e quantidade de estabelecimentos. Dividido em dois modelos,

para comerciantes e frequentadores, trazendo como temáticas principais a vivência

no bairro, a localização no mesmo e um relato histórico sobre as mudanças

ocasionadas pelo tempo em relação ao transporte, a segurança e o comércio.

As legendas da imagem a seguir se referem a: P1: Av. Presidente Bandeira –

Av. 02 (iniciando a sua demarcação da Rua dos Pajeús seguindo em direção ao

Relógio do Alecrim); P2: Rua Presidente Quaresma – Av. 01 (concentrando a sua

demarcação na zona da Feira do Alecrim); P3: Rua Leonel Leite – Av. 10 (iniciando a

sua demarcação com seu cruzamento com a Av. Presidente Bandeira seguindo em

direção até o Shopping 10); P4: Relógio do Alecrim e seus arredores.

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Figura 5. Área de aplicação do questionário

Fonte: Autora, 2015

É importante deixar claro, antecipadamente, a barreira existente nesta etapa

motivada desinteresse dos frequentadores em responder as perguntas no próprio

ambiente, em razão do caos e da impaciência deles (pois estava interrompendo o

momento de atividade e trabalho) e principalmente, uma grande barreira por parte dos

comerciantes, em sua maioria de lojas físicas, ganhando destaque para os de outras

nacionalidades. Estes usuários pareciam temer a forma como foram abordados, e

mesmo com provas de que se tratava de um projeto acadêmico, não se dispuseram

a participar. Assim, esta barreira levou a pesquisa a buscar outra forma de se

aproximar dos seus usuários e fez perceber o foco no grupo de frequentadores e não

mais nos comerciantes de forma igualitária. Isto trouxe grandes ganhos para a

pesquisa, a partir do memento em que se tornou um questionário on-line.

5.2. QUESTIONÁRIO ON-LINE

Partindo das dificuldades da etapa anterior, o mesmo questionário foi adaptado

e se tornou menos generalista, trazendo em mais evidências características do

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método de Lynch (2001), tratando a imaginabilidade como base para a evocação de

uma imagem mental (cf. Figura 6).

Para divulgação do questionário foi criada uma fanpage (Figura 5) no Facebook

chamada “Conversando sobre o Alecrim”. Nesta página as principais interações entre

usuários e pesquisador aconteceram de forma bastante fluída e intensa. O meio digital

foi um grande facilitador das etapas, que anteriormente foram caracterizados como

difíceis presencialmente. A fanpage conseguiu alcançar em menos de um mês uma

interação envolvendo mais de 2.400 pessoas por meio de compartilhamentos, curtidas

e comentários em uma só publicação. Além das interações, a fanpage proporcionou

ao projeto uma dimensão além da plataforma do Facebook, fazendo o mesmo ser

tema de uma entrevista para o blog Brechando8 e também meio de convites para a

pesquisadora em evento9 e rodas de debate sobre o Bairro do Alecrim.

Figura 6. Fanpage Conversando sobre Alecrim

Fonte: Autora, sobre base do Facebook, 2015

8 A entrevista está disponível no link: http://www.brechando.com/2015/09/estudante-de-design-faz-

projeto-ligado-ao-alecrim/ 9 Participação no evento O Goiabeira Natal 2016 (Encontro de Arquitetura da UFRN)

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Figura 7. Questionário on-line

Fonte: Autora, sobre base Google Forms, 2015

O link para o questionário foi divulgado em forma de postagem e obteve cerca

de 2.000 pessoas alcançadas, o que gerou 125 respostas para o questionário.

Figura 8. Postagem para divulgação do questionário on-line

Fonte: Autora, 2015

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Figura 9. Postagem com maior alcance de pessoas e interações

Fonte: Autora, sobre base Facebook, 2015.

5.3. ENTREVISTAS E KITS

Segundo Lynch (2001, p. 139) a entrevista tem como objetivo testar a hipótese

de imaginabilidade dos usuários, além de trazer uma imagem pública, mesmo que

ainda não concisa, do espaço. Baseando-se no método descrito, esta etapa consistiu

na realização de uma entrevista e trajeto pelo bairro com três participantes, sendo

estes: não habitual (visita o bairro a cada 6 meses), habitual intermediário (visita o

bairro 1 a 2 vezes ao mês) e habitual (visita o bairro toda semana/morador) na vivência

do Alecrim, de acordo com os tipos mais presentes de frequentadores mostrados nos

do questionário on-line. É importante deixar claro que todos os participantes deceram

o direito de uso de sua imagem para o projeto via termo de compromisso.

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Figura 10. Gráfico - Questionário on-line sobre a frequência da ida ao Alecrim

Fonte: Autora, sobre base do Google Forms, 2015

A entrevista e interação com os usuários foram realizadas em quatro momentos

relatados abaixo:

Primeiro momento: entrevista com os usuários, registrada em vídeo em que

explorava a sua relação com o bairro além de atividades propostas por Lynch

(2001), como o desenho de seus trajetos pré-estabelecidos e descrição do

caminho de olhos vendados.

Segundo momento: ida ao bairro do Alecrim para realização do trajeto pré-

estabelecidos e realizados na entrevista inicial.

Terceiro momento: entrega do caderno de anotações (Figura 9) com atividades

pré-estabelecidas, como descrição de cores que representavam o bairro,

palavras e desenho de caminhos típicos.

Quarto momento: entrevista para considerações finais sobre o processo.

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Figura 11. Cadernos de anotação entregues aos usuários

Fonte: Autora, 2015

O roteiro desta etapa seguiu a estrutura abaixo:

VISITA AO ALECRIM

Entrevista e mapa mental geográfico

Número de participantes: 3 (Sendo 1 experiente, 1 inexperiente e 1 mediana)

Forma de registro: vídeos durante a entrevista e fotografia durante a visita e entrega do

material.

USUÁRIO – Tipo de usuário

PARTE 1 - Entrevista:

1. O que representa o bairro para você?

2. Você pode desenhar o caminho do ponto “Parada de ônibus - Bradesco” para

o ponto “Relógio do Alecrim”? Não se preocupe com o desenho em si, só queremos

entender o básico.

3. Você sabe em quais ruas se localizam estes dois pontos?

4. Ao lembrar esse caminho, vem alguma emoção em sua mente? Algum tipo de

sentimento?

5. E quais são os elementos mais importantes desse caminho?

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6. Você conseguiria o descrever de olhos fechados? Vamos vendar seus olhos e

tentar, ok?

PARTE 2 - Ida ao Bairro do Alecrim:

1. Ir de ônibus ou de carro com participantes da pesquisa e acompanhar o caminho

guiado pelo desenho feito no Kit.

2. Fazer o caminho descrito.

PARTE 3 - Considerações finais - Entrevista:

1. Qual é a importância da orientação para você? Como por exemplo, saber onde

está etc.

2. Como foi fazer este caminho?

3. Você conhece bairros ou lugares que tenham uma boa orientação? Pode ser

fora da cidade ou até do país.

4. O quão foi importante a ajuda das pessoas no seu trajeto?

PARTE 4 - Anotações pessoais (Stechbook):

1. Descreva o que o Alecrim é para você em 5 palavras:

2. Desenhe/descreva os pontos mais importantes do Bairro para você:

3. Você pode desenhar os caminhos mais comuns que você geralmente faz no

Alecrim?

4. Quais cores representa o Alecrim para você? Uso no máximo 5.

6. ANÁLISE DOS DADOS

6.1. RESULTADO DA PESQUISA EM CAMPO

Ao todo foram obtidas nove respostas que, de modo geral foram incapazes de

trazer ao projeto conclusões objetivas para o ponto de partida citado, porém foram de

fundamental importância para encaminhar o projeto para a plataforma on-line. Abaixo

seguem os relatos mais relevantes, trata-se de uma adaptação feita a partir dos dados

obtidos nas entrevistas realizadas em campo:

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Leandra tem 37 anos e trabalha como gerente de uma loja de artigos infantis

há 25 anos. Não reside no Alecrim e vai para o trabalho de transporte público.

Localiza-se no bairro pelo nome das principais avenidas (na forma numérica e

nominal). Para Leandra: “nada melhorou no bairro. Segurança e comércio só

pioraram ao longo dos anos”.

João é um paraibano de 48 ano e trabalha há 20 anos no bairro. Não reside no

Alecrim e varia seu trajeto de ônibus ou carona. “Me pelos dos números e nome

das ruas, sei todos na ponta da língua”. Sua principal referência para o bairro

é a Praça do Relógio. Segundo João: “o transporte e segurança não mudaram

nos últimos anos, mas o comércio melhorou consideravelmente”.

Samanta, 24 anos. Mora na Zona Norte e nunca morou no Bairro do Alecrim,

visita o bairro raramente para fazer compras e é motivada pelos preços baixos.

Chega ao Alecrim de ônibus e se localiza no ambiente pelas vivências de

experiências passadas, sabe o nome das ruas. Segunda Samanta: “nada

mudou nos últimos anos.”

Iranilda, 33 anos. Natural de Acari, interior do RN, nunca tinha visitado o

Alecrim até o dia da entrevista e tinha vindo motivada pelas compras no local.

Visitou o bairro de carro e não sabe se localizar no mesmo. Peço ajuda às

pessoas para mes localizar”, disse a entrevistada.

6.2. RESULTADO DO QUESTIONÁRIO ON-LINE

Como dito, o questionário on-line foi a principal ferramenta de ligação entre os

usuários e o projeto, o que resultou na descoberta do maior problema do Bairro do

Alecrim, após a análise de dados, além de informações cruciais, como por exemplo:

a frequência de visitas dos usuários no espaço e sentimentos que representavam o

lugar. Todos estes dados serão mais detalhados ao decorrer da descrição na análise

de dados baseada nos métodos da IDEO (2015). As respostas podem ser conferidas

no ANEXO C.

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6.3. RESULTADO DA ENTREVISTA E KITS

Manter contato com os usuários de forma direta e inserida no ambiente de

estudo foi fundamental para a maior compreensão sobre a relação deles com o

espaço. Assim, esta etapa foi como ver o Alecrim pelos olhos de outras pessoas, além

do pesquisador.

6.3.1 ENTREVISTA INICIAL

A entrevista foi registrada em vídeo e seguia o roteiro já apresentado. Seguem

os resultados:

Entrevistado 1: Sofia de Andrade é estudante de design, tem 25 anos e não costumar

ir ao Alecrim, a mais de seis meses não visitava o local. O trajeto foi: “Parada de

ônibus - Bradesco” para o ponto “Relógio do Alecrim”

Figura 12. Trajeto feito por Sofia Andrade (Entrevistado 1)

Fonte: Autora, 2015

Sofia descreveu o bairro como puramente comercial e teve dificuldades em

saber quais eram os pontos do seu caminho, sendo necessária a visualização de fotos

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para ela realizar o seu desenho. A usuária também não soube descrever o nome das

avenidas em que seus pontos se localizavam, e seus sentimentos em relação ao

trajeto se davam baseados em como era feito de carro: “Eu lembro que de carro é

complicado chegar, mas nunca fiz esse caminho a pé”.

Para Sofia, o camelódromo é o ponto mais importante do trajeto e foi base para

a descrição de olhos vendados, a qual foi totalmente correta, mesmo sem ela já ter

feito o caminho.

Entrevistado 2: Bledson Pires do Nascimento é estudante de Engenharia da

Computação, tem 23 anos e estava morando a duas semanas no Bairro do Alecrim,

antes de morar no Bairro, Bledson o visitava apenas uma vez por mês com o seu pai.

O trajeto feito por Bledson foi: “Teatro Sandoval Wanderley” para o ponto “Casa

Martins Variedades”.

Figura 13. Trajeto feito por Bledson Pires (Entrevistado 2)

Fonte: Autora, 2015

Segundo Bledson, o Alecrim é caracterizado pela “ferveção” de pessoas e

muitos acontecimentos ao mesmo tempo. Além disso, morando no bairro relata: “Hoje

vejo o Alecrim como uma comunidade, todos se ajudam e se conhecem, é uma

experiência boa”.

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O usuário desenhou o caminho com facilidade, mas só depois de saber onde

era localizada a rua em que um dos pontos se localizava. Ele também só soube

confirmar a informação quando os nomes das ruas foram dados em números, pois ele

não as conhece pelo nome.

Bledson caracteriza o caminho como um sentimento de amor e lista os

principais pontos de referência como “O Banco Bradesco, a Farmácia do Trabalhador

Brasileiro, e o supermercado Nordestão”. Ele também não sentiu dificuldade em

relatar o caminho com os olhos fechados.

Entrevistado 3: Ana Patrícia Figueiredo tem 22 anos e é estudante de Psicologia.

Ana mora no bairro há 13 anos e tem uma relação de afeto que envolve trabalhos

prestados a comunidades e pesquisas sobre a prostituição no Bairro do Alecrim. Ela

descreve o descreve como: “A melhor época da minha vida, é central, é acolhedor e

sinto um pertencimento junto à comunidade”. O trajeto realizado por Ana foi:

“Armazém Miranda” para o ponto “Shopping 10” e em seguida para a “Praça

Gentil Ferreira”

Figura 14. Trajeto feito por Ana Figueiredo (Entrevistado 3)

Fonte: Autora, 2015

Ana não teve dificuldades em fazer o trajeto a partir do desenho, porém não

conhecia os nomes das ruas como nominal, apenas pela forma numérica. Os pontos

como a Praça Gentil Ferreira lembram sentimentos de infância dela, mas atualmente

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Ana vê a praça como um local de prostituição, pois desenvolve um trabalho na área,

ligado ao seu curso. Além disso, sentimentos de amor e nostalgia foram citados.

A descrição de olhos fechados foi realizada de forma bastante detalhada e com

envolvimentos de vivência, como a escola que estudou e onde faz compras.

6.3.2 REALIZAÇÃO DE TRAJETO NO BAIRRO

A realização do trajeto pelo Alecrim foi baseada nos caminhos já pré-

estabelecidos e desenhados na entrevista anterior, com o intuito de registrar através

de fotografias, os principais pontos do caminho de acordo com os participantes. Sendo

a fotografia este instrumento capaz de expressar tal locução não verbal.

O hábito envolve o uso, que se transforma em usança e condiciona a habitabilidade

urbana. Este uso habitual torna ilegível o lugar urbano e inibe a locução verbal, para

ler o ambiente é necessário romper aquele hábito e surpreender-se ante o local dia-a-

dia. Esta surpresa pode ser induzida através de um instrumento de comunicação

menos habitual que a palavra, algo capaz de impor certa atenção de registro do

ambiente urbano [...]. (FERRARA, 1999, p. 21).

É importante ressaltar que nenhum dos participantes teve dificuldade em

realizar o caminho, feito a pé. Porém, a facilidade de execução desta etapa não retirou

a sua característica particular de visualizar o bairro pelos olhos de quem nos guiava.

Cada usuário teve seu ponto específico de referência, o que leva ao relato que segue,

elaborado a partir de fotografias registradas pelo pesquisador, de acordo com a

indicação de cada participante.

Caminho “Parada de ônibus - Bradesco” para o ponto “Relógio do Alecrim” (cf.

Figura 12) – Não habitual – Entrevistado 1 – Sofia Andrade;

Caminho “Teatro Municipal Sandoval Wanderley” para o ponto “Casa Martins

Variedades” (cf. Figura 12) – Habitual intermediário – Entrevistado 2 –

Bledson Pires;

Caminho “Armazém Miranda” para o ponto “Shopping 10” e em seguida para o

ponto “Praça Gentil Ferreira” (cf. Figura 13) – Habitual – Entrevistado 3 – Ana

Figueiredo.

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Figura 15. Pontos relevantes segundo os participantes 1 e 2 durante o trajeto

Fonte: Autora, 2015

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Figura 16. Pontos relevantes segundo a participante 3 durante o trajeto

Fonte: Autora, 2015

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6.3.3 CADERNO DE ATIVIDADES E REGISTRO – KITS

Após a entrevista, foi entregue a cada um dos participantes um pequeno caderno

com atividades, baseado e adaptado dos métodos referentes a mapas cognitivos

descritos por Lynch (2001) em sua pesquisa e análise das cidades de Boston, Jersey

City e Los Angeles10. Logo, o kit foi desenvolvido com o intuito de se ter registros das

suas ações no bairro, sentimentos que o envolve e informações peculiares sobre a

relação com o Alecrim. Foi dado o prazo de sete dias para a realização das seguintes

atividades:

Descreva o que o Alecrim é para você em cinco palavras:

Desenhe/descreva os pontos mais importantes do Bairro para você:

Você pode desenhar os caminhos mais comuns que você geralmente faz no Alecrim?

Quais cores representa o Alecrim para você? Uso no máximo cinco.

Figura 17. Cadernos entregues aos participantes

Fonte: Autora, 2015.

10 Para maior aprodunfamento da pesquisa e análise desenvolvida por Lynch (2001), conferir o capítulo 2 da obra A Imagem da Cidade.

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Esta etapa estabeleceu uma relação entre os usuários e seus cadernos, que

ultrapassaram as atividades estabelecidas, gerando uma colaboração extra para o

projeto. Todas as descrições coletados aqui serão tabuladas na análise de dados

baseada nos métodos da IDEO (2015).

6.3.4 ENTREVISTAS E CONSIDERAÇÕES FINAIS

A entrevista, registrada em vídeo, levou em conta questões de como foi todo o

processo e, principalmente, questões ligadas ao espaço e à localização explorada nas

perguntas abaixo:

Qual é a importância da orientação para você? Como por exemplo, saber

onde está, entre outras.

Como foi fazer este caminho?

Você conhece bairros ou lugares que tenham uma boa orientação? Pode ser

fora da cidade ou até do país.

Figura 18. Entrevista final com a participante Ana Figueiredo

Fonte: Autora, 2015

Como já foi relatado, nenhum dos participantes tive dificuldades em realizar os

seus trajetos, porém, os entrevistados descreveram a importância da orientação como

elemento básico para o bem-estar do espaço. Por fim, concluímos que todos as

etapas aqui descritas foram de fundamental importância para descobertas e novos

rumos do projeto. Se pensarmos como Lynch (2001, pg. 9) cada indivíduo cria e

assume sua própria imagem, mas parece existir um consenso substancial entre os

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membros do mesmo grupo. O que, nos leva a análise de dados e definição do

problema desta pesquisa.

6.4. DETALHAMENTO DE DADOS ANALISADOS

O detalhamento da análise que virá a ser descrita foi baseada em métodos do

Field Guide to Human-Centered Design – Kit de Ferramentas, desenvolvido pela

IDEO (disponível on-line, 2015)11, um guia projetado para auxiliar designers em seus

processos metodológicos de forma simples e eficaz, centrado no indivíduo. Segue a

descrição de como é feita a organização da abordagem:

O processo de Estratégia Centrado no Ser Humano (Human-Centered Design) começa com um Desafio Estratégico específico e continua por três fases principais: Ouvir (Hear), Criar (Create) e Implementar (Deliver). Durante o processo a sua equipe alternará do pensamento concreto ao abstrato, identificando temas e oportunidades e, mais tarde, de volta ao concreto com soluções e protótipos. (IDEO, 2015).

Além do Field Guide to Human-Centered Design, os autores Lynch (2001) e

Ferrara (1999), já citados, também serviram de base, através do estudo de suas

pesquisas presentes nos livros aqui já explorados. É necessário lembrar que neste

projeto, trabalhamos com apenas dois dos métodos, desenvolvidos pela IDEO (2015)

focados na busca de soluções e para filtragem dos resultados obtidos, localizados na

fase “Criar” (Figura 16), denominados:

- Identificando padrões: segundo o Field Guide to Human-Centered Design,

observar padrões e conexões entre os dados irá conduzir rapidamente o designer

para soluções, descartando repetições e facilitando o processo.

- Encontrando temas: segundo a obra, encontrar temas é um modo de explorar as

semelhanças, diferenças, e inter-relações entre informações (IDEO, 2025).

Também é importante esclarecer que, os dados analisados desde a Pesquisa

de Campo até os Kits foram de caráter qualitativo (ou respostas abertas), pois os

demais dados obtidos já são claros para a compreensão do leitor e foram

apresentados em formas de gráfico.

11 O guia está disponível em: <http://www.designkit.org/resources/1/>, no formato PDF.

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Figura 19. Processo de HCD

Fonte: IDEO, 2015

6.4.1 DADOS QUANTITATIVOS

Os dados quantitativos foram frutos de perguntas de caráter fechado em nosso

questionário on-line. As suas informações vão desde a frequência em que usuários

visitam o bairro ao meio de transporte utilizado com mais frequência. Seguem as

análises dos gráficos:

6.4.1.1 FREQUÊNCIA

Os participantes em sua maioria frequentam o bairro entre uma vez ao mês ou

a cada seis meses com 27,4% do total, porém a frequência diária e esquecida também

são uma grande parcela do gráfico.

Figura 20. Frequência de idas ao Alecrim

Fonte: Autora, 2016

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6.4.1.2 LOCALIZAÇÃO DE LUGARES

O gráfico abaixo representa a frequência em que os usuários localizam os

seus pontos de chegada no Bairro e como se pode ver, o grau é entre Sempre e

Nunca é bastante diverso.

Figura 21. Facilidade de encontrar locais no Alecrim

Fonte: Autora, 2016

6.4.1.3 MOTIVO DA IDA

A motivação da ida ao Bairro é relevante a pesquisa de forma, que reafirmou o

pensamento que já tínhamos observador do espaço extremamente comercial, com

86,3% das respostas.

Motivação de ida ao Alecrim

Figura 22. Motivação de ida ao Alecrim

Fonte: Autora, 2016.

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6.4.1.4 MEIO DE TRANSPORTE

Aqui é clara a relevância do transporte público e dos carros na chegada dos

usuários ao Alecrim, sendo a maioria de carro, o que ressalta ainda mais as

características caóticas do seu trânsito, que serão visualizadas nos demais gráficos a

seguir.

Figura 23. Meio de transporte utilizado para chegar ao Alecrim

Fonte: Autora, 2016

6.4.1.5 TRÂNSITO

O transito no Alecrim é de fato caótico, porém o costume com o habitual,

levam as pessoas a se acostumar com este fator, o que o caracteriza como

complicado (67,7%). Como mostra o gráfico a seguir:

Figura 24. Trânsito no Alecrim

Fonte: Autora, 2016

6.4.1.6 SINALIZAÇÃO

Este questionamento foi motivado pelos demais em pesquisas de campo, em que

foi observado a dificuldade em se localizar, levando assim, o questionamento da

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sinalização no lugar. Como mostra o gráfico a seguir, a maioria dos usuários não

consegue se localizar no espaço, no total de 50,8%.

Figura 25. Processo de localização no Alecrim

Fonte: Autora, 2016

6.4.1.7 MAIOR REFÊRENCIA

Para sabermos as maiores referências visuais, listamos uma série de 5 locais

que já tinham sido destaque nas pesquisas de campo e nas observações feitas pelo

pesquisador em suas visitas ao Bairro. Os locais de mais destaques foram:

Camelódromo e Praça Gentil Ferreira.

Figura 26. Maior referência do Alecrim

Fonte: Autora, 2016

6.4.2 DADOS QUALITATIVOS

Os dados analisados a seguir, surgiram através das perguntas abertas do

questionário on-line e dos Kits entregues aos participantes. Para esta análise, todos

os dados foram reunidos e estudados através dos métodos de Identificação dos

Padrões e Criações de tema, explicados na etapa inicial deste tópico.

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Figura 27. Perguntas qualitativas do questionários on-line

Fonte: Autora, 2016

6.4.2.1 IDENTIFICANDO PADRÕES

Segundo a IDEO (2015), a identificação de padrões é definida como uma

maneira de extrair sentido da pesquisa, se faz através da observação de padrões

temas e macro-relações entre a informação. Para este projeto, a identificação será

dividida em 5 momentos, sendo eles:

Identificação do Bairro do Alecrim em apenas uma palavra (retirados do

questionário on-line e Kits de entrevista);

Pontos mais importantes do Bairro (retirados dos Kits de entrevista);

Caminhos mais comuns feitos pelos participantes (retirados dos Kits de

entrevista);

Cores que representam o Bairro (retirados dos Kits de entrevista);

Opiniões dos maiores problemas do Bairro (retirado dos questionários on-line).

Para a identificação de temas, foi usado o método de encontro de temas,

descrito no próximo tópico.

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6.4.2.2 ENCONTRANDO TEMAS

Para a IDEO (2015) encontrar temas consiste em explorar as semelhanças,

diferenças e inter-relações entre informações. Na primeira etapa para a realização

deste método foi feita a transcrição de todos os pontos já citados anteriormente para

post-its divididos por cores, uma para cada momento. Com o objetivo de encontrar

palavras/sentidos repetidos, em cada post-it foi escrito cada palavra e após isso a

organização dos mesmos foi feita por temas de semelhança, gerando novos blocos.

Nos novos blocos gerado, cada tema foi nomeado com a sua característica principal,

gerando objetividade nas respostas qualitativas e um esquema visual de fácil

entendimento. Em resumo: Dados similares formam grupos temas, que são

segregados em blocos de semelhança.

Na segunda etapa, todos os momentos e blocos passaram a se relacionar entre

si, buscando o mesmo objetivo da padronização das informações.

Consequentemente, informações não relevantes, de acordo com a primeira etapa,

foram eliminadas.

Figura 28. Painel de temas

Fonte: Autora, 2016.

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Segue a descrição do processo no seu modo prático.

a) ALECRIM EM UMA PALAVRA (COR LARANJA):

Todas as palavras que descreviam o Bairro foram listadas e reorganizadas em

6 blocos, sendo eles: Caótico, Comercial, Afetivo, Plural, Climático e Problemático.

No bloco “Caótico”, por exemplo, todas as palavras que remetiam a caos foram

listadas, sendo um total de 34 adjetivos, como: loucura, inferno e bagunça. Em

contrapartida ao bloco Caótico, tivemos o bloco “Afetivo”, em que todas as palavras

que remetiam a sentimentos como pertencimento, amor, belo, casa, histórico e

comunidade foram agregadas, com o total de 26 adjetivos. Desse modo, todos os

demais blocos seguiram o mesmo esquema de identificação de padrões.

Figura 29. Painel - Alecrim em uma palavra

Fonte: Autora, 2016

Figura 30. Painel - Alecrim em uma palavra - Em blocos

Fonte: Autora, 2016

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Assim, podemos identificar que apesar de muitas descrições terem seu peso

individual, de forma objetiva, temos o Alecrim descrito como caótico em sua maioria.

A seguir, apresentamos uma tabela com a tabulação dos dados nos seus respectivos

blocos.

Quadro 1 Tabulação do painel “Alecrim em uma palavra”

BLOCO REPETIÇÕES

Caótico 34

Afetivo 26

Plural 22

Comercial 14

Problemático 4

Climático 3

Fonte: Autora, 2016

b) PONTOS MAIS IMPORTANTES DO ALECRIM (COR ROSA):

Dentre os pontos de localização mais citados do Bairro, as avenidas principais

ganharam o maior destaque entre os entrevistados, com base nos KITS. Porém,

pontos como o Camelódromo e Praça Gentil Ferreira também foram citados.

Figura 31 Painel - Pontos importantes do Alecrim

Fonte: Autora, 2016

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Quadro 2 Tabulação do painel “Pontos mais importantes do Alecrim”

BLOCOS REPETIÇÕES

Avenidas principais 07

Camelódromo 02

Praça Gentil Ferreira 01

Fonte: Autora, 2016

c) CAMINHOS MAIS COMUMENTE FEITOS (COR AZUL):

Referente aos caminhos mais realizado pelos participantes, foram criados 4

blocos, dentre eles os caminhos de suas casas para as Avenida 02 (próximo ao

Supermercado Nordestão) e Camelódromo foram de mais destaque.

Fonte: Autora, 2016.

Quadro 3 Tabulação do painel “Caminhos comumente feitos no Alecrim”

BLOCOS REPETIÇÕES

Avenida 02 03

Camelódromo 02

Casa > Avenida 02 01

Avenida 10 01

Fonte: Autora, 2016

Figura 32. Painel - Caminhos mais comuns

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d) CORES QUE REPRESENTAM O ALECRIM (COR VERDE):

A padronização das cores citadas foi feita em 8 blocos, destacando as cores:

branco, cinza, verde amarelo, vermelho e azul.

Figura 33. Painel - Cores que representam o Alecrim

Fonte: Autora, 2016

Abaixo a tabulação dos blocos:

Quadro 4 Tabulação do painel “Cores que representam o Alecrim”

BLOCOS REPETIÇÕES

Azul 03

Vermelho 02

Amarelo 02

Verde 02

Cinza 02

Branco 02

Laranja 01

Dourado 01

Fonte: Autora, 2016

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e) MAIORES PROBLEMAS DO ALECRIM (COR AMARELO):

Segundos os usuários, os maiores problemas do Alecrim estão ligados as

esferas governamentais e seus descasos com o local. Além disso, a sensação de não

se saber onde estar e se sentir perdido, junto a falta de sinalização, também é um dos

maiores contratempos do bairro.

Ao todo, os problemas foram divididos em 6 blocos, como mostra as figuras e

a tabela a seguir:

Figura 34. Painel - Problemas do Alecrim

Fonte: Autora, 2016.

Quadro 5 Tabulação do painel “Problemas do Alecrim”

BLOCOS REPETIÇÕES

Falta de sinalização 19

Gestão pública 15

Superlotação/Caos 13

Espaços reduzidos 04

Elogios 04

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Segurança 03

Fonte: Autora, 2016

f) PANORAMA VISUAL GERAL DO BAIRRO DO ALECRIM:

Como já dito anteriormente, nesta etapa as informações menos relevantes

foram eliminadas, assim, o panorama se apresentou como um esquema visual geral

do Bairro, conforme a figura a seguir:

Figura 35. Panorama geral sobre o Alecrim

Fonte: Autora, 2016

A partir disso, podemos afirmar através da análise, que o Alecrim é um bairro

vivo e memorável; voltado para a cultura popular e comercial. Um lugar singular e

diverso, porém com diversos problemas espaciais e de gestão pública. Caótico, cheio

e emaranhado, o que leva a sensação de não reconhecimento espacial no ambiente.

Sem sinalização alguma, citamos as palavras de um usuário que “para andar e

aproveitar o Alecrim, é preciso conhecer”12.

Desta forma, foi possível concluir que a maior contribuição que o design pode

levar para o Bairro, visto que não é possível intervir na gestão pública, é um projeto

12 Frase dita por usuário – Retirada do questionário on-line.

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de Sinalização. Assim, o Design de Ambientes passa a ser a solução para a falta de

informação para os usuários do Alecrim em seus trajetos.

7. O DESIGN GRÁFICO AMBIENTAL E SINALIZAÇÃO NO BAIRRO DO

ALECRIM - NATAL/RN: DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Após a nossa análise de dados, concluímos que um projeto de sinalização é a

escolha mais adequada para beneficiar os usuários do Bairro do Alecrim. Desta forma,

seguimos as diretrizes referentes ao Design Gráfico Ambiental para a criação do

sistema de Sinalização. É importante frisar que existem diversas nomenclaturas

relacionadas ao Design Gráfico Ambiental e Sinalização, aqui usaremos o conceito de

Sinalização como uma vertente do Design Gráfico Ambiental.

Segundo a SEGD – Society for Environmental Graphic Design (Sociedade de

Design Gráfico Ambiental) do Estados Unidos, dentro dos sistemas gráficos para

ambientes, o processo de sinalização pode ser definido como o planejamento, projeto

e especificação de elementos gráficos no ambiente construído ou natural. Já para a

ADG – Associação dos Designer Gráficos (2000), o design de sinalização deve

possibilitar a utilização e o funcionamento de espaços abertos, sejam eles construídos

ou abertos. Tomando como base as duas descrições citadas, visto que elas se

completam e dão fundamento ao nosso projeto, pode-se afirmar que a sinalização

desenvolvida tem como principal função auxiliar as inúmeras sensações de não se

encontrar no Bairro descrita pelos usuários, assim como as suas repetidas dúvidas

sobre as nomenclaturas e números das avenidas e ruas. Logo, o design se torna o

meio de comunicação da mensagem e informação.

Para Poulin (2012 apud SCHERER, 2014), o Design Gráfico tem se integrado

com o ambiente construído na formação não só de cidades, mas também na vida de

seus habitantes.

7.1. METODOLOGIA APLICADA AO PROJETO DE SINALIZAÇÃO

Para a realização do projeto gráfico de sinalização, foi usada a metodologia de

Chris Calori (2007) descrita e traduzida pelos autores Douglas D’Agostini e Luiz

Antonio Vidal de Negreiros Gomes, no livro Design de Sinalização: Planejamento,

projeto & desenho.

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Antes de descrever a metodologia, é importante ressalvar que não existem

métodos específicos para ambientes como o Bairro do Alecrim (um lugar já existente,

caótico e sem perspectivas de mudanças em sua arquitetura). Logo, as etapas

metodológicas foram adaptadas.

Segundo Calori (2007) a forma mais fácil de resolver um problema complexo

em projetos de sinalização é dividindo-o em várias partes. Especificamente, o projeto

de sinalização ocorre em três etapas e suas subdivisões, sendo elas:

Etapa Projeto Preliminar: esta etapa está subdividida em coleta e análise de

dados. Aqui também é explorada as dificuldades e restrições do projeto, perfil

dos usuários, características físicas do ambiente e definição das principais vias

de circulação.

Etapa Projeto: a etapa Projeto é subdividida em três fases, sendo elas: fase de

Esquematização, Desenvolvimento e Documentação.

- Esquematização: definição dos principais pontos do ambiente,

abordagem e hierarquia das mensagens, opções de materiais, cores e

tipografia, e elaboração de alternativas.

- Desenvolvimento: refinamento das alternativas geradas a partir das

propostas da fase de esquematização; além disso, esta fase requer a

criação de grupos para cada tipo de objeto sinalizador.

- Documentação: ajustes finais do projeto, com a definição da localização

final de cada elemento e detalhamento técnico de todo o projeto.

Etapa Pós-Projeto: Esta etapa está subdividida em três fases, sendo elas:

Orçamento, Fabricação & Instalação e Avaliação. Aqui não a descrevemos com

precisão, já que este projeto é uma proposta, e o orçamento, fabricação e a

implementação requerem licitação pública.

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Figura 36. Metodologia de Sinalização utilizada no projeto, baseada em Calori (2007)

Fonte: Autora, 2016

7.2. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE SINALIZAÇÃO PARA O BAIRRO

DO ALECRIM

Como já citado anteriormente, a carência de materiais ligados a sinalização de

ambientes como o nosso, levou-nos a adaptação dos métodos propostos por Calori

(2007), porém, a descrição e ordem metodológica permaneceu igual.

7.2.1 ETAPA DE PROJETO PRELIMINAR:

Esta etapa já foi concluída no desenvolvimento, aplicação e análise das

pesquisas que levaram a crer na sinalização como solução para o problema do Bairro

do Alecrim, baseados nas metodologias de Lynch (2001), Ferrara (1999) e IDEO

(2010). Todos os dados recolhidos e analisados anteriormente, são satisfatórios para

a realização da próxima etapa e foram apresentados aqui de forma objetiva através

de tabela.

Quadro 6 Tabulação de dados - Projeto Preliminar

OBJETIVO DA SINALIZAÇÃO

Facilitar a circulação e reconhecimento das

ruas do Bairro do Alecrim.

CONTEXTO E CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE

Bairro popular, com uma alta circulação

diária, sua maior característica é o

comércio presente em suas ruas.

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PERFIL DO USUÁRIO

Habitantes da cidade de Natal-RN que

visitam o Bairro para compras e/ou visitar

parentes e amigos. Acessam o ambiente,

principalmente, via ônibus ou carro e o

acham confuso. Geralmente se perdem ou

não sabem localizar o que procuram.

VIAS DE CIRCULAÇÃO

Av. Presidente Bandeira, Av. Coronel

Estevam, Rua Presidente Quaresma,

Praça Gentil Ferreira, Camelódromo e ruas

paralelas.

PONTOS DE DECISÃO E TENSÃO

Cruzamentos entre o Relógio do Alecrim,

Cruzamento entre Av. Presidente Bandeira

e Coronel Estevam, Cruzamento entre a

Av. Presidente Bandeira e Rua Leonel

Leite.

CÓDIGOS QUE AFETEM A SINALIZAÇÃO

Poluição visual no local de placas de

sinalização e dúbia nomenclatura das

Avenidas (referência numérica e nominal).

Fonte: Autora, 2016

Para facilitar o processo de identificação de vias mais caóticas, de acordo com

as pesquisas, decidimos criar uma figura representativa do caos (cf. ANEXO E para

visualizar registros da sinalização no Bairro). Nela, os pontos de maiores tensões e

falta de informações foram destacados em vermelho:

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Figura 37. Pontos de maior tensão

Fonte: Autora, 2016.

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7.2.3 ETAPA DE PROJETO:

Esquematização

a) PONTOS DE SINALIZAÇÃO

Baseado nos principais pontos de confusão citados pelos usuários e

observados ao decorrer das visitas ao Bairro, foram escolhidos os lugares onde

iniciamos as análises para desenvolvimento do sistema de sinalização, sendo este um

recorte do Bairro do Alecrim, especificamente da sua zona comercial. Em sua maioria,

são avenidas e cruzamentos detalhados no mapa a seguir:

Figura 38. Pontos de Sinalização no Bairro do Alecrim

Fonte: Autora, 2016.

Imaginamos que por estes lugares serem pontos caóticos, com grande poluição

visual e pouca estrutura para o recebimento de um sistema de sinalização, os demais

pontos do Bairro do Alecrim podem receber o sistema criado por nós por meio de

adaptações. Assim como também, outros bairros da cidade do Natal que se

encontrem em situações parecidas.

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Dessa forma, apesar de ser implantado em um recorte de todo o Bairro

pesquisado, o sistema aqui desenvolvido cumpre a função de identificação dos

lugares já citados.

b) MENSAGENS

De acordo com D’Agostini (2010, pg. 121), as mensagens visuais possuem

informações que carregam consigo determinadas atribuições, assim, essas podem ter

um caráter Identificador, Direcionador, Explicativo ou Proibitivo. Aqui, é perceptível a

necessidade de identificar lugares no ambiente. Então, as mensagens comunicam

informações claras como nome das avenidas e seus números. Para fácil identificação

e distribuição, foi criada a tabela a seguir com as informações atribuídas para os

pontos de sinalização escolhidos. É importante ressaltar o que caráter das mensagens

é identificador.

Quadro 7 Mensagens atribuídas aos Pontos de Sinalização

PONTO DE SINALIZAÇÃO

MENSAGEM

R. Leonel Leite (Av. 10) com Av. Presidente

Bandeira (Av. 02)

Rua Leonel Leite – Av.10

Av. Presidente Bandeira – Av. 02

Av. Coronel Estevam (Av. 09) com Av.

Presidente Bandeira (Av. 02)

Av. Coronel Estevam – Av.09

Av. Presidente Bandeira – Av. 02

Rua dos Pajeús (Av. 08) com Av. Presidente

Bandeira (Av. 02)

Rua dos Pajeús - Av. 08

Av. Presidente Bandeira – Av. 02

Av. Coronel Estevam (Av. 09) com Rua

Presidente Quaresma (Av. 01)

Rua Presidente Quaresma – Av. 01

“Rua da Feira”

Rua Presidente Quaresma (Av. 01) com Rua

dos Pajeús (Av. 08)

Rua Presidente Quaresma – Av. 01

“Rua da Feira”

Pontos ao longo da Av. Presidente Bandeira

(Av. 02)

Av. 02

Pontos ao longo da Av. Coronel Estevam (Av.

09)

Av. 09

Fonte: Autora, 2016

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c) INSPIRAÇÕES TIPOGRÁFICAS

Sabemos que a tipografia é uma das principais bases da sinalização, “textos e

palavras são mensagens visuais diretas” (D’AGOSTINI, 2010, p. 124). Já para Calori

(2007), a escolha do tipo é elemento chave na aparência gráfica de um sistema de

sinalização, sendo de fundamental importância a escolha de uma família tipográficas

para a expressão das mensagens escritas nos elementos do projeto. Segundo

D’Agostini (2010, p. 54), também é de grande importância a análise do estilo

tipográfico, sua estrutura e forma de composição da letra.

Com base em estudos anteriores, podemos classificar a tipografia voltada para

sinalização sendo caracterizada pela rápida compreensão e fácil legibilidade. Assim,

foi montado um painel semântico afim de inspirar a escolha de tipos para o projeto.

Fonte: Autora, 2016.

Figura 39. Painel Semântico - Tipografia

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d) CORES, FORMAS E MATERIAIS

Cores, formas e materiais também são elementos essenciais para a

desenvolvimento do projeto de sinalização. Aqui, resolvemos agregar estes elementos

visto, que possuem uma ligação estrutural das peças desenvolvidas. “Uma cor, por

exemplo, pode informar algo e sua associação com determinada informação provém

de uma assimilação coletiva de que ela representa um código”. D’AGOSTINI (2010,

pg. 124). Ainda para o autor, a cor, além de sua função estética, representa uma forma

de persuasão do usuário, influenciando seu subconsciente. Já as formas e materiais,

devem estabelecer uma relação com o ambiente e a implantação do projeto no

mesmo, sendo o suporte para a cor e tipografia. Desta forma, com a junção dos

elementos, foi criado um painel semântico sobre os temas.

Figura 40. Painel Semântico - Cores, formas e materiais

Fonte: Autora, 2016

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e) ADEQUAÇÃO A ESCALA HUMANA

Adequar uma sinalização a escala humana, é garantir que a ergonomia aplicada

ao projeto, mesmo que nos leve a restrições de tamanho para os elementos

sinalizadores, nos garante a certeza de que os mesmos serão visualizados pelos

usuários do Bairro do Alecrim. Quando falamos de visão, é importante pensarmos nos

cones de visão. O cone é o alcance (ângulos) que os nossos olhos conseguem

enxergar até uma determinada distância. Em suma, é o nosso campo de visão.

Para isto, foram usados como parâmetros os cones de visão (de usuário em pé)

e distanciamento de leitura desenvolvidos pela ABNT NBR 9050:201513. A

representação e medidas estão presentes na figura 37 respectivamente. A norma

ainda recomenda que “a sinalização suspensa deve ser instalada acima de 2,10 m do

piso” (ABNT, 2015, p. 47)

Figura 41. Cones visuais da pessoa em pé – medidas em metros

Fonte: ABNT, 2015

13 Para saber mais sobre as normas presentes na ABNT NBR 9050:2015, o documento está disponível em: < www.pessoacomdeficiencia.gov.br>, no formato PDF.

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f) GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

Com base nas pesquisas de público, observações ao local e por fim, o uso da

metodologia para sinalização, como por exemplo: a criação dos painéis semânticos,

as alternativas foram geradas.

Vale ressaltar que, para elaboração das alternativas, precisamos entender

quais tipos de sinalizadores se adequavam mais ao nosso objetivo. Logo, a partir das

definições feitas pela ABNT NBR 9050:2015 (2015, p. 31), as formas de comunicação

e sinalização são divididas em: Visual, Tátil e Sonoro. Pelo nosso projeto tratar-se de

mensagens em suportes visuais, a nossa comunicação é classificada com visual.

Além disso, dentro da Sinalização Visual, existem quatro tipos de sinalização,

são elas:

Permanente ou identificadora: sinalização utilizada nas áreas e espaços cuja

função já esteja definida, identificando os diferentes espaços ou elementos de

um ambiente ou de uma edificação.

Direcional: Sinalização utilizada para indicar a direção de um percurso ou a

distribuição espacial dos diferentes elementos de um edifício. Na forma visual,

associa setas indicativas de direção.

De emergência: Sinalização utilizada para indicar as rotas de fuga e saídas de

emergência das edificações, dos espaços e do ambiente urbano, ou para

alertar quanto a um perigo iminente.

Temporária: Sinalização utilizada para indicar informações provisórias ou que

podem ser alteradas periodicamente.

Estas sinalizações, ainda podem ser classificadas como verticais (acima do

plano horizontal, geralmente utilizando suportes para fixação no chão) ou horizontais

(planas, rentes ao chão). É importante ressaltar que segundo o Manual de

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Sinalização Vertical Indicativa14 (2014), desenvolvido pelo CONATRA –

CONSELHO NACIONAL DE TRANSITO, a sinalização vertical é:

Um subsistema da sinalização viária que utiliza sinais apostos sobre placas

fixadas na posição vertical, ao lado ou suspensas sobre a via, para transmitir

mensagens de caráter permanente ou, eventualmente, variável, mediante

símbolos e/ou legendas preestabelecidos e legalmente instituídos.

(CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO - BRASIL – CONTRAN, 2014).

Com o objetivo de orientar o usuário onde o mesmo está nas ruas do Bairro do

Alecrim, classificamos nossa sinalização como identificadora (assim como o caráter

de sua mensagem, já citado anteriormente), o seu sistema estrutural passa a ser

pensado em direção vertical. Em suma, as alternativas aqui desenvolvidas foram

criadas baseadas nestas características.

Figura 42. Sketches - Geração de alternativas

Fonte: Autora, 2016

14 Tais normas descritas nesta obra são para o uso de sinalizações de cunho nacional, não se aplicando para sinalizações municipais. Porém, seus conceitos gerais são válidos para este projeto. Para saber mais sobre o Manual de Sinalização Vertical Indicativa, o documento está disponível em: <http://www.denatran.gov.br>, no formato PDF.

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Desenvolvimento do Projeto

g) REFINAMENTO DE ALTERNATIVAS

Para a escolha da alternativa final, foi necessário o refinamento de duas

alternativas anteriores. Dessa forma foi possível perceber falhas nas demais e focar

no que era mais adaptável as características do Bairro do Alecrim. É importante frisar

que a comunicação popular, ou seja, o hábito de chamar as ruas e avenidas por seus

números (implantado pelos militares americanos durante a Segunda Guerra),

influenciou a escolha das alternativas finais. Pois lembrar ao usuário qual número e

nome corresponde a cada avenida do Bairro é fundamental para o projeto e sua

utilidade. Além disso, o uso de peças que já utilizassem a estrutura e arquitetura

presente no Bairro, foi de grande importância para o refinamento; visto que no Alecrim,

o espaço reduzido e caos visual presente pode afetar diretamente a instalação de

qualquer elemento sinalizador e acabar atrapalhando mais do que orientado seus

usuários.

● Proposta 1 – Sistema de Sinalização “Amor, Afeto, Alecrim”

A proposta a seguir, tem como principal característica o resgate do sentimento de

amor pelo Bairro do Alecrim, além da sua principal função de orientar os usuários (cf.

Figura 43). Para isso, foram sugeridos materiais como madeira e impressão

serigráfica, o uso de formas afetuosas (como o coração). Já estruturalmente, a

proposta se divide em dois tipos de suportes para as informações, sendo eles: placas

com suporte de ferro para as esquinas e placas pirulitos com suporte em estruturas

físicas já existentes, como por exemplo: os barracos de camelôs, para os demais

pontos das principais avenidas.

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Figura 43. Sketch - Proposta 1 e layout (sem escala e grid)

Fonte: Autora, 2016.

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● Proposta 2 – Sistema de Sinalização “Avenidas Cromáticas”

O sistema de sinalização “Avenidas Coloridas” usa as cores como princípio de

memorização e maior assimilação por parte do usuário ao percorrer o Bairro do

Alecrim. Dessa forma, cada avenida principal passa a ter uma cor que a identificará

juntamente com as demais informações de número, nome e CEP. Para a sua

estrutura, foram criadas placas de rua para esquinas, suporte para indicação de

avenida em cruzamentos e placas pirulitos com suporte em bases já existentes (como

camelos) para os demais pontos das principais avenidas.

Os principais materiais pensados para o sistema foram: aço inox adesivado ou

pintado, ou ACM (Aluminum Composite Material) também adesivado e poste para

fixação de aço, já a estrutura é composta de formas sobrepostas. As estruturas

propostas podem ser conferidas nas figuras 44 e 45.

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Figura 44 Sketch - Proposta 2 e layout (sem escala e grid)

Fonte: Autora, 2016

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Figura 45. Sketch - Estrutura explodida - Alternativa 2

Fonte: Autora, 2016

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h) ESCOLHA DA ALTERNATIVA FINAL

Com base nas pesquisas envolvendo os usuários e desenvolvimento de

painéis semânticos, a alternativa que mais soluciona parte do caos no Bairro do

Alecrim, é a “Avenidas Coloridas”.

O uso de cores para cada uma das ruas do espaço trabalhado e destaque dos

números correspondentes a elas, claramente, facilitam a leitura e identificação dentro

do Bairro. Logo, a memorização causada por esses fatores gera ainda mais conforto

ao realizarmos caminhos pelas ruas. E ainda, a sua estrutura com formas menos

complexas que a alternativa oposta, gera um barateamento e facilidade na produção

de suas peças.

8. AVENIDAS COLORIDAS – O ALECRIM SINALIZADO

O sistema de sinalização “Avenidas Coloridas – Bairro do Alecrim”, tem como

principal objetivo identificar as principais ruas e avenidas do Bairro, ligando as

informações nominais e numerais (como popularmente as avenidas são chamadas),

e acrescentando a cor como diferencial para orientação do usuário.

Vale ressaltar, que para começar a descrição do projeto gráfico (manual de

sinalização), antes organizamos as informações de acordo com a metodologia de

Calori (2007) a fim de catalogar todos os itens do sistema.

Quadro 8 Tabela organizacional de itens da sinalização

CÓDIGO TIPO DE SINALIZADOR FORMA

ESTRUTURAL

MENSAGEM

ESQ.AV10.L1

Placa fixada em poste

localizado em esquina.

Rua Leonel Leite | CEP

| Alecrim | Av.10

ESQ.AV09.L1

Placa fixada em poste

localizado em esquina.

Av. Coronel Estevam |

CEP | Alecrim | Av.09

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ESQ.AV08.L1 Placa fixada em poste

localizado em esquina.

Rua dos Pajeús | CEP |

Alecrim | Av.08

ESQ.AV07.L1 Placa fixada em poste

localizado em esquina.

Rua dos Caicós | CEP |

Alecrim | Av.07

ESQ.AV06.L1 Placa fixada em poste

localizado em esquina.

Rua dos Canindés| CEP

| Alecrim | Av.06

ESQ.AV02.L1 Placa fixada em poste

localizado em esquina.

Av. Presidente Bandeira

| CEP | Alecrim | Av.02

ESQ.AV01.L1 Placa fixada em poste

localizado em esquina.

Rua Presidente

Quaresma | CEP |

Alecrim | Av.01

PRL.AV02 Placa com haste fixada

em estruturas físicas já

existente

Av. 02

PRL.AV09 Placa com haste fixada

em estruturas físicas já

existente

Av. 09

Fonte: Autora, 2016

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8.1. TIPOGRAFIA

Pensando nos princípios de legibilidade, a tipografia escolhida é caracterizada

pela sua constante firmeza e ausência de serifa. De autoria de Julieta Ulanovsky, a

Montserrat Bold se enquadrou como melhor alternativa para o nosso padrão

tipográfico.

Fonte: Website da autora15, 2016

Para a adequação da tipografia ao sistema de sinalização, foram necessários

ajustes de espaçamento e altura. Para isto, utilizamos os métodos desenvolvidos por

Crosby, Fletcher e Forbes na obra A Sign Systems Manual (1970), descritos no livro

de D’Agostini (2010).

Para Crosby, Fletcher e Forbes (apud D’Agostini, 2010), a divisão da tipográfica

em 50 linhas (sendo 50 partes) desde suas ascendentes até as descendentes, sendo

incluída também a quantidade de espaço exigida entre uma linha e outra (ver Figura

43), é a forma mais simples e completa de descobrir e ajustar a tipografia adequada

15 Disponível em: <http://montserrat.zkysky.com.ar/> Acesso em: 25 de maio de 2016

Figura 46. Alfabeto da tipografia escolhida - Montserrat Bold

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a projetos de sinalização, além de garantir sua legibilidade em diversos tamanhos.

Como explica o autor:

Esse sistema permite que os elementos textuais sejam dimensionados

proporcionalmente de acordo com os diversos tamanhos de placas ou painéis

que podem fazer parte da sinalização. Ele foi gerado para atender aos

requisitos de dimensionamento do sistema tipográfico e assim definir entre

outras coisas, os espaços entre letras e as margens de sua aplicação em

painéis ou placas. (D’AGOSTINI, p. 52, 2010).

Figura 47. Aplicação de tipografia no sistema de medidas desenvolvido por Crosby, Fletcher e Forbes

Fonte: Autora, 2016

8.1.1 TESTE DE LEGIBILIDADE

A fim de testar como a tipografia se comporta em movimento, simulamos o

mesmo através de software para testar a sua legibilidade nesta situação.

Figura 48. Teste de legibilidade em movimento

Fonte: Autora, 2016.

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8.1.2 AJUSTE TIPOGRÁFICO

Para D’Agostini (2010), no projeto de sinalização, a tipografia precisa, que

todas as letras que possuem ascendentes estejam alinhadas ao topo das letras em

caixa alta, assim foram necessários ajustes nas letras: b, d, f, h, i, j, k e l junto aos

seus espaçamentos tipográficos. A margem estabelecida e os ajustem podem ser

conferidos nas figuras 45 e 46.

Figura 49. Identificação de margem para ajuste tipográfico

Fonte: Autora, 2016

Figura 50. Letras com ajuste tipográfico (comparação com as sem ajuste)

Fonte: Autora, 2016

8.2. GRID ESTRUTURAL

Com a definição dos ajustes tipográficos, foi possível aprimorar a forma e

estabelecer o grid para o sistema (figuras 47 e 48), além de aplicar os ajustes

tipográficos na própria forma (figura 49).

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Figura 51. Grid estrutural – Placa de esquina

Fonte: Autora, 2016

Figura 52. Grid estrutural – Placa pirulito

Fonte: Autora, 2016

Figura 53. Grid estrutural com inserção do ajuste tipográfico

Fonte: Autora, 2016

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8.3. PADRÃO CROMÁTICO

Quando pensamos no Bairro do Alecrim, esteticamente observando, é

impossível pensar em algo sem vida, sem cor. O caos visual, de toda forma, se

encaixa e faz parte do espaço. Logo, o nosso sistema de sinalização traz a cor como

uma aliada na associação direta das ruas e avenidas para os frequentadores do Bairro

e mantem as características alegres e afetuosas do Alecrim, além as mensagens

textuais.

Analisando a ideia de associação que já é feita com nomes e números de ruas

e avenidas, pensamos no círculo cromático também como uma associação, porém

mais objetiva. Como sabemos, o círculo cromático, é composto pelo sistema de cores

análogas e complementares. Sendo as cores complementares, opostas uma a outra.

Figura 54. Cores complementares no círculo cromático

Fonte: Autora, 2016

Dessa forma, as avenidas e ruas que se cruzam ao longo da Av. Presidente

Bandeira (Av.02), tiveram cores complementarem implantadas para a sua

identificação. O motivo de suas escolhas foi baseado no contraste das mesmas e suas

sequencias no círculo cromático, baseado nos tons mais relevantes citados pelos

usuários.

As cores atribuídas a cada avenida porem ser conferidas a seguir:

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Figura 55 Paleta de cores – em escala de cores Pantone

Fonte: Autora, 2016

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Como as Av. Presidente Bandeira (Av.02) e Rua Presidente Quaresma são

paralelas, optou-se pelo uso de preto e branco, já que não existe o cruzamento das

mesmas. Para as demais placas, foi usada escala de cores Pantone.

8.4. SUPORTES ESTRUTURAIS DE SINALIZAÇÃO

Como citado anteriormente, tomamos como base a adaptação a escala

humana de acordo com os cones de visão e medidas estabelecidas dela norma ABNT

NBR 9050:2015. Dessa forma, foram definidas as medidas para os suportes e

elementos do nosso sistema.

Figura 56. Escala de tamanhos - Elementos do Sistema

Fonte: Autora, 2016

8.5. CATÁLOGO DE ELEMENTOS E MATERIAIS

Para catalogar todos os elementos que compõe a nossa sinalização, criamos

uma tabela com todas as informações já ditas ao longo do projeto de forma ainda mais

objetiva, além de outras informações como: medidas e materiais finais sugeridos.

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Quadro 9 Catalogação de itens completa

CÓDIGO MODELO SUPORTE MEDIDA MATERIAL ENCAIXE

ESQ.AV01.L1

Poste de aço

galvanizado –

2 polegadas -

275mm

Retângulo:

200x500mm |

Círculo:

200mm

(diâmetro)

Chapa de aço

galvanizado

(3mm) com

pintura

eletroestática |

Adesivo preto

para dizeres

Placa +

Poste:

Braçadeiras

| Placa

circular +

Placa

retangular:

Fita VBH

ESQ.AV02.L1

Poste de aço

galvanizado –

2 polegadas -

275mm

Retângulo:

200x500mm |

Círculo:

200 mm

(diâmetro)

Chapa de aço

galvanizado

(3mm) com

pintura

eletroestática |

Adesivo branco

reflexivo para

dizeres

Placa +

Poste:

Braçadeiras

| Placa

circular +

Placa

retangular:

Fita VBH

ESQ.AV06.L1

Poste de aço

galvanizado –

2 polegadas -

275mm

Retângulo:

200x500mm |

Círculo:

200 mm

(diâmetro)

Chapa de aço

galvanizado

(3mm) com

pintura

eletroestática |

Adesivo preto

para dizeres

Placa +

Poste:

Braçadeiras

| Placa

circular +

Placa

retangular:

Fita VBH

ESQ.AV07.L1

Poste de aço

galvanizado –

2 polegadas -

275mm

Retângulo:

200x500mm |

Círculo:

200 mm

(diâmetro)

Chapa de aço

galvanizado

(3mm) com

pintura

eletroestática |

Adesivo branco

reflexivo para

dizeres

Placa +

Poste:

Braçadeiras

| Placa

circular +

Placa

retangular:

Fita VBH

ESQ.AV08.L1

Poste de aço

galvanizado –

2 polegadas -

275mm

Retângulo:

200x500mm |

Círculo:

200 mm

(diâmetro)

Chapa de aço

galvanizado

(3mm) com

pintura

eletroestática |

Adesivo preto

para dizeres

Placa +

Poste:

Braçadeiras

| Placa

circular +

Placa

retangular:

Fita VBH

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ESQ.AV09.L1

Poste de aço

galvanizado –

2 polegadas -

275mm

Retângulo:

200x500mm |

Círculo:

200 mm

(diâmetro)

Chapa de aço

galvanizado

(3mm) com

pintura

eletroestática |

Adesivo branco

reflexivo para

dizeres

Placa +

Poste:

Braçadeiras

| Placa

circular +

Placa

retangular:

Fita VBH

ESQ.AV10.L1

Poste de aço

galvanizado –

2 polegadas -

275mm

Retângulo:

200x500mm |

Círculo:

200 mm

(diâmetro)

Chapa de aço

galvanizado

(3mm) com

pintura

eletroestática |

Adesivo branco

reflexivo para

dizeres

Placa +

Poste:

Braçadeiras

| Placa

circular +

Placa

retangular:

Fita VBH

PRL.AV02

Haste de aço

galvanizado –

1 polegada –

100mm

Círculo:

250 mm

(diâmetro)

Chapa de aço

galvanizado

(3mm) com

pintura

eletroestática |

Adesivo branco

reflexivo para

dizeres

Placa +

haste:

Parafusos

do tipo

parabolts

PRL.AV02

Haste de aço

galvanizado –

1 polegada –

100mm

Círculo:

250 mm

(diâmetro)

Chapa de aço

galvanizado

(3mm) com

pintura

eletroestática |

Adesivo branco

reflexivo para

dizeres

Placa +

haste:

Parafusos

do tipo

parabolts

Fonte: Autora, 2016

8.6. APLICAÇÃO DE MOCK-UP

A fim de ilustrar como ficaria o sistema de sinalização, desenvolvemos mock-

ups digitais, em alguns pontos em que trabalhamos, para a visualização dos

elementos no sistema.

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Figura 57. Mock-up 1 – Sinalização aplicada

Fonte: Autora, 2016

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Figura 58. Mock-up 2 – Sinalização aplicada

Fonte: Autora, 2016

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Figura 59. Mock-up 3 – Sinalização aplicada

Fonte: Autora, 2016

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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mesmo diante do caos diário, o Bairro do Alecrim, ainda é um dos lugares mais

especiais da cidade do Natal/RN. A sua característica expressiva de diversidade nos

encanta a cada momento e ao mesmo tempo que faz perder-nos. A zona comercial

do Bairro do Alecrim foi um recorte de uma situação caótica e cada vez mais comum

nos grandes centros urbanos. A falta de espaço, ocupação de calçadas e poluição

visual, junto ao descaso de gestão pública, são fatores tão presentes na nossa visão

de cidades, que chegam a passar despercebidos após um tempo. Dessa forma, entrar

no universo “alecrinense” foi se aventurar e ter desafios a todo momento, mas sempre

tendo a certeza de que o design pode e deve caminhar junto aos espaços urbanos.

Ter o designer como agente pesquisador foi fundamental para a busca do problema

e alternativa para a sua solução.

Também ficou claro que, levantar questões sobre áreas caóticas da nossa

cidade (como aconteceu com a nossa pesquisa), geram diálogos sobre as condições

que estamos vivendo no nosso ambiente. Discursões levantadas na fanpage

“Conversando sobre o Alecrim”, os desabafos de usuários através do questionário e

em rodas de conversas sobre o Bairro mostraram a necessidade existente na

comunidade tem de falar sobre o seu espaço urbano. Além disso, todos estes fatores

quando discutidos, conseguem nos mostrar a individualidade de cada ser sobre o

aspecto urbano e seu meio. Um grande exemplo são os depoimentos sobre o Bairro

do Alecrim ser apenas um emaranhado de caos visual para um, e em contrapartida,

ser uma comunidade (um lar) para outro.

Tudo isso leva a pensar e ter a certeza que para nós, designers, quando

projetarmos para ambientes urbanos, precisamos ter sensibilidade e permitir que a

pluralidade de cada indivíduo entre em nosso desenvolvimento. Sendo impresendível

o mergulho nos contextos históricos e atuais, além da inserção da população

diretamente na pesquisa. Esta inserção pode ser lenta ou complexa, e até mesmo

insuficiente (como aconteceu em determinada etapa deste projeto), porém

fundamental para a visualização de novos rumos e ferramentas para estabelecer o

contato e troca de conhecimento entre projetos acadêmicos e sociedade.

Assim pensamos que, identificar é dar ao Bairro do Alecrim uma forma de torna-

lo mais vivo e usado pela sua própria comunidade. É incentivar natalenses a voltarem

a frequentar o Bairro e encantar-se novamente, sem o sentimento de perder-se a todo

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minuto. Então, concluímos nosso projeto pensando na sinalização como meio de

trazer conforto e segurança a quem transita nas ruas, mesmo que em apenas um

recorte da totalidade. O que nos leva a esperar a expansão do mesmo em todo o

Bairro do Alecrim, ou até mesmo em toda a cidade do Natal.

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ANEXOS

ANEXO A – QUESTIONÁRIO APLICADO EM CAMPO

QUESTIONÁRIO - ENTREVISTA COM FREQUENTADORES

Base

Nome:

Idade:

Nacionalidade:

Escolaridade:

Vivência

Mora no Alecrim? Há quanto tempo?

Já morou no Alecrim? Quanto tempo?

Qual frequência que você visita o bairro? E a área comercial?

A ida é motivada para comprar geralmente o que?

Transporte

Como vai para o Alecrim?

Localização

Como você se localiza no Bairro? Por placas, rua, prédios…

Sabe o nome das ruas?

Qual o principal ponto de referência para se chegar na área que você faz compras?

Histórico

O que mudou nos últimos anos aqui no bairro?

E o que mudou em relação a:

Transporte:

Segurança:

Comércio:

Comentários abertos:

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QUESTIONÁRIO - ENTREVISTA COM COMERCIANTES

Base

Nome:

Idade:

Nacionalidade:

Escolaridade:

Cargo: Estabelecimento:

Vivência

Mora no Alecrim? Há quanto tempo?

Já morou no Alecrim? Quanto tempo?

Quantos anos trabalha no bairro?

Transporte

Como vai para o trabalho?

Localização

Como você se localiza no Bairro? Por placas, rua, prédios…

Sabe o nome das ruas?

Qual o principal ponto de referencia para se chegar na área comercial/seu

estabelecimento?

Histórico

O que mudou nos últimos anos aqui no bairro?

E o que mudou em relação a:

Transporte:

Segurança:

Comércio

Comentários abertos:

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ANEXO B - RESULTADO DAS ENTREVISTAS DE CAMPO

Alessandro é um vendedor de celular, não mora no bairro, trabalha a muitos

anos lá (+ de 5) e utiliza carona para chegar ao trabalho. Localiza-se através das

ruas e sempre utiliza a sinalização numérica das ruas. O principal ponto de

referência no bairro, para ele, é a Praça do Relógio. Segundo Alessandro, nada

mudou no bairro desde que trabalha lá.

João é um paraibano de 48 anos que trabalha há 20 anos no bairro. Não

reside no Alecrim e varia seu trajeto de ônibus ou carona. Localiza-se através dos

números e nome das ruas (as duas nomenclaturas estão na ponta da língua). Sua

principal referência para o bairro é a Praça do Relógio. Para João, o transporte e

segurança não mudaram nos últimos anos, mas o comércio melhorou

consideravelmente.

Yara tem 31 anos, moradora do Alecrim a 8 anos e vendedora em uma loja de

roupas há 15 anos. Vai a pé para seu trabalho e se localiza no bairro pelos nomes

das avenidas de forma numérica e esse é a sua principal referência do bairro. Para

Yara, o transporte público melhorou nos últimos anos, é mais fácil chegar até o

bairro. A segurança também melhorou, pois hoje existem mais policiais na rua, já o

comércio anda vazio nos últimos meses e as vendas fracas.

Leandra tem 37 anos e trabalha como gerente de uma loja de artigos infantis

há 25 anos. Não reside no alecrim e vai para o trabalho de transporte público.

Localiza-se no bairro pelo nome das principais avenidas (na forma numérica e

nominal). Para Leandra, nada melhorou no bairro. Segurança e comércio pioraram

ao longo dos anos.

José Henrique é ambulante e vende salada de frutas. Trabalha há 6 anos no

bairro e se descola a pé do seu bairro até o ponto de vendas (carregando o

carrinho). Se localiza no bairro pelas ruas (pelo nome das mesmas) e sua principal

referência para o bairro são os estabelecimentos comerciais grandes. Para José, o

bairro continua o mesmo a anos.

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ANEXO C – RESPOSTAS SOBRE O ALECRIM EM UMA PALAVRA - EM

QUESTIONÁRIO ON-LINE

Diversidade

Comércio

Gente

Quente

Tudo

Popular

Barato

Caos

Loucura

Variedade

Bagunça

Sujo

Popular

Caótico

Cheio

Compras

Vivo

Inferno

Caos

Economia

(Des)organizado

Confuso

Saudade

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MUITO

Tem tudo!

DESORDEM

Borderline

Democrático

Maravilhoso

Constante

Muito

Procura

Singular/único

Bagunça

Feira!

Bagunça

Orgânico

Histórico

Barato ♡

Tumulto

Diversidade

Desorganizado

Mundiça

Abarrotado

Inferno

DIVERSO

Muvuca

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Belo

Desencontros

Nárnia - cada "porta" que vc entra encontra um mundo!

Apertado

Encontro

Mistura

Mercadão

UÓ!

Feira

Desorganização

Histórico!

Diversão

Memorável

Útil

Caótico

Povão

Loucura.

Diversificado

Única

Calor

INDISPENSAVEL

Terradeninguém. Brinks, caos.

Casa

Útil

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Caótico, mas cresci fazendo compras la, entao me sinto em casa haha

Plural

Tem tudo

Versátil

Confusão

Google

Preços acessíveis!!

Deus me livre

Centro

Profundo

Abandonado

Caótico.

Completo

Bom.

Turbulento

Little India

Gente

Popular

Mercado

Potencial

Calor

Louco

Multidão

Quantidade

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Emaranhado

Desvalorizado

#25demarço

Ótimo

Ólhuverde!

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ANEXO D – RESPOSTAS SOBRE O MAIOR PROBLEMA DO ALECRIM - EM

QUESTIONÁRIO ON-LINE

A má ocupação dos espaços, das poucas vezes que fui, era praticamente impossível

trafegar nas calcadas.

Muita gente.

Hmm.

Uma organização maior tanto em espaço quanto em sinalização, tem tanta coisa legal,

mas eu me sinto "sufocada" quando ando pelo alecrim ao menos na região do

camelódromo.

Sinalização! Os moradores geralmente sabem explicar as ruas por números enquanto

a sinalização nas placas eh por nome. Sinalização para os ônibus, que eh o maior

meio de transporte da população que frequenta o alecrim tb eh muito importante!”

Não tenho elementos para dimensionar .

Organização dos espaços.

Não saber onde ficam as coisas! (e em segundo lugar praticamente não existirem

calçadas).

Para mim é bagunça causada pela sujeira, tanto visual, quanto física. Eu nem vou

reclamar do calor aqui, porque enfim, natal, mas aquilo poderia serum pouco mais

organizado e um pouco menos barulhento. Uma sinalização seria bom, mas acho que

ela se perderia no mar visual que é aquilo.

Os excessos de informação nas fachadas comerciais causam muita confusão. Depois

tem sempre muito barulho concorrente que vira um ruído sem sentido. O grande

problema é esse excesso: informação visual demais, ruído demais, calor demais...

Comprar no alecrim deixa a pessoa com uma espécie de ressaca.

Na minha opinião, o maior problema do alecrim é a circulação. De carro ou a pé, o

trânsito de automóveis e pessoas é muito intenso e, apesar de possuir ruas e avenidas

largas, o o congestionamento é quase que constante.

O maior problema é a sujeira acompanhada do caos.

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Segurança

Há uma organização em meio a toda aquela bagunça, mas pra quem nunca foi, jamais

entenderá como aquele lugar funciona. Explicar para alguém onde ela poderá achar

determinada coisa, ou indicar um ponto característico em que ela possa se referenciar

é praticamente impossível. Bjoxau

Confusão resume meu sentimento quanto ao alecrim. Talvez seja porque quase nunca

vou a lugares novos, dai não sei onde estão as coisas. Mas é sempre uma aventura.

Se não fosse ajuda das pessoas, talvez eu falhasse na maioria das vezes que fui ao

bairro procurar o que queria.

O poder e as gestões públicas!

O alecrim precisa ser olhado com o mesmo afeto que toda a cidade hoje tem

necessitado. Um olhar para sua historia, seu povo, sua estrutura e até mesmo, seu

comércio, é preciso cuidar dos que sempre estiveram ali. Trazer o teatro de volta a

ativa!

O trânsito sem dúvida é o aspecto mais complicado do bairro, seria necessário uma

reestruturação diminuindo ou acabando com os fluxos de carros para uso individual

dentro do bairro.

O primeiro problema é a falta de espaço. O bairro é super lotado. Não tem uma

organização de espaço. São barracas e mais barracas em cima de calçadas, você

não tem calçadas para andar. Os comércios precisam ser organizados para que as

pessoas consigam circular pelas ruas. Calçadas, calçadas e calçadas. E fora isso é

impossível de estacionar. Já está na hora de ter alguns prédios novos, tanto para tirar

algumas barracas de cima das calçadas e organizá-las em pequenas lojinhas em

algum shopping, como prédios para estacionar os carros. Depois disso viria a chave

de ouro: com mais espaços para circulação de pedestres as ruas poderiam ser mais

organizadas esteticamente falando. Talvez alguns postes bonitos, algumas calçadas

padronizadas ou desenhadas, algumas árvores ou plantas pelo caminho. Enfim!

Readequar o bairro para revivê-lo. Uma pintura em alguns prédios também não seria

nada mau.

Eu gosto do alecrim pela diversidade de produtos e serviços que o bairro oferece!

Porém, o trânsito e a desorganização dos estabelecimentos são um ponto negativo...

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No meu caso, mesmo sabendo que um produto/serviço seja mais barato no bairro do

alecrim, ainda acho mais prático ir a um dos centros comerciais localizados em outros

bairros.

Tenho um problema sempre que preciso pedir informação. Pq as pessoas mais velhas

ou moradoras do bairro utilizam números em vez do nome das avenidas. Como não

sou dali, vou muito pra fazer compras, acabo não sabendo onde é o que a não ser se

eu caminhar e procurar. Isso é bom pq foi assim que descobri mil coisas que tem ali

no bairro, mas quando vc ta apressado saber qual avenida corresponde a qual numero

seria um ganho de tempo. O tumulto as vezes é ruim também. Mas se a pessoa vai

pro alecrim ela tem que ter consciência do que vai enfrentar então so vou quando to

de "coração aberto" kkkkk o que incomoda mesmo é o mesmo que incomoda em toda

natal, mas la se agrava por causa do tumulto: calor. Acho que se ta fazendo 30 graus

em natal, no alecrim provavelmente vai estar com sensação de 45!

Estacionamento

Eu descrevi o alecrim como constante porque lá muita coisa acontece ao mesmo

tempo, e ao tempo todo. Há alguns anos trabalhei e tive a oportunidade de ver o

ambiente fora do horário comercial, mas excluindo esse período, minha experiência

com o bairro envolve muito barulho, informação, poluição visual e contato humano

constante. Mas meu maior problema com o ambiente mesmo é que por ter tanta gente

vendendo coisas o tempo todo e em todos os lugares fica difícil de localizar os

vendedores irregulares (excluindo lojas físicas na maioria dos casos) e criar uma

fidelidade. Lembro que eu comprava muito dvd pirata por lá, e quando finalmente

achei um vendedor que tinha produtos de qualidade e com um acervo que me

agradava, tive dificuldade de encontrá-lo sempre. E isso pode se tornar um problema

ainda maior pois como uma grande parcela dos produtos que são vendidos lá são de

qualidade questionável, é importante memorizar o local da compra para caso seja

necessário fazer a devolução do produto.

Cara, me sinto perdida, eu sei q tem as coisas, e tem seção para cada coisa, mas eu

sempre me perco. E mto ruim pra atraversar, andar nas calçadas é pessimooo.

Além do calor? A dificuldade de me locomover e principalmente de não saber nem por

onde começar quando vou para lá, que costuma ser sempre com um objetivo

específico de compra.

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Muita gente em um lugar só

A falta de organização e limpeza do local

Quanto ao bairro, pra mim, o maior problema é a dificuldade de se orientar se você

não tem o hábito de andar por lá. Até pra mim que estudei 10 anos lá, as vezes é

difícil; as vezes você confunde as ruas/avenidas. Agora em relação ao coração do

alecrim, o maior problema é transitar em meio a tantas pessoas, lojas e camelôs;

"sobreviver" a tantas situações e informações que você se depara a todo momento

(imagens, cores, perfumes e odores, sons, texturas). Acho que a melhor palavra pra

traduzir a experiência de estar lá é "sinestesia".

Falta de organização

Desde de que vim morar em natal ele é referencia para mim. Sempre vi lá um comércio

muito ativo, o que, por consequência ou não, gera um caos visual que só quem

entende é quem vive indo lá. Acho que além da desorganização urbana (se é que

pode chamar assim) é a desorganização das informações, ruas, lojas, avenidas enfim

a sinalização como um todo.

Ainda há muita violência dentro de natal, alecrim é um bairro no qual há um

subentendido que você precisa de "know-how" e costume para se virar, o problema

não é exatamente do alecrim, mas de como ele está sendo cuidado por nosso

governo.

Era um caos total. Mas não sei como está atualmente, pois há 4 anos eu me mudei

de natal e nunca mais fui no alecrim.

Calçadas, sinalização das ruas, sujeira, falta de arborização

O maior problema que observo são os pedestres atravessando de forma aleatória,

sem faixa de pedestre. Eles aparecem do nada, é preciso ter muito cuidado ao dirigir.

Faltam políticas públicas e investimento no bairro. Falta um olhar sensível da

prefeitura e demais investidores da iniciativa privada, para o contexto das pessoas

que vivem do comércio e dos que moram no bairro, construção de espaços de

convivência, praças, etc falta estrutura e ordenação no ambiente considerando os

aspectos, históricos, culturais e simbólicos.

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Eu acho que o alecrim 'não tem mais jeito', é um bairro antigo e não da pra consertar

mais. O que se pode fazer é dar aquele jeitinho, reviver as casas antigas, ajeitar ruas,

melhorar sinalização e aguardar o tá procurando o que jovem?

Com certeza é a bagunça... Tipo, você não sabe onde é nada, e não existe formas

que lhe orientar em nada....

A sujeira de um modo geral, das pessoas e da rua.

Falta organização, planejamento das localidades das barracas. Tudo poderia ser

dividido por setores.

Pra mim, um dos grandes problemas do alecrim é que eu não sei onde estou, nunca!

Embora os estabelecimentos não mudem de lugar e estejam alí há anos, as ruas são

bem conturbadas e acabam sendo semelhantes na sua bagunça, o que geram uma

confusão maior na minha cabeça. Porque mesmo dessa forma, se você for pensar,

ainda há um certo zoneamento dos estabelecimentos, como a área do camelódromo,

a área das livrarias, a área das panelas, a área das lojas de tecido. Se uma pessoa

se encontra no alecrim é porque ela fez um zoneamento na cabeça dela de onde estão

as coisas. Acredito que há uma lógica em cada zoneamento, tipo um mapa afetivo!

Fora a segurança que nos últimos anos decaiu um bocado, creio que o mais

complicado no alecrim é a quantidade de carros nas ruas. Nunca tem onde estacionar

porque é lotado de carros em todo lugar e você se vê obrigado a pagar

estacionamentos. Especialmente no sábado, dia de feira, quando fica uma barulheira

insuportável desde cinco/seis horas da manhã de carros e caminhões passando.

As ruas são muito sujas, o transito é intenso e as ruas são muito estreitas, os onibus

passam quase por cima da pessoa em algumas ruas, as lojas não tem mt organização,

parece q ta tudo jogado.

Acredito que o maior problema do alecrim é a desorganização das barracas dos

ambulantes, isso faz com que eles ocupem as calçadas, consequentemente os

pedestres não tem por onde transitaram e acabam indo para as ruas, gerando tumulto

no trânsito. A falta de estacionamento tambem ajuda a deixar o ambiente mais caótico.

Demora pra chegar.

O maior problema é a falta de organização e excesso de carros na área.

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Todo mundo só conhece as ruas pelos números, mas os números nao estao nas

placas (quando tem placa)

Desorganização

Estacionamentos privativos que cobram preço absurdos e as calçadas desniveladas

e repletas de coisas.

Abandono e desorganização. Não frequento muito mas também nem quero!

Poluição audiovisual

O maior problema do alecrim é o descaso do poder público, pouco cuidado com a

urbanização das vias, calçadas e a poluição visual.

Um dos grandes problemas é a poluição sonora, poluição visual e não ser dado o

devido valor que o alecrim tem. Aqui tem tudo, não acredita, venha e confira.

O maior problema do bairro é também uma das suas maiores qualidades: a variedade.

A variedade de produtos é um ponto maravilhoso do alecrim, porém a variedade de

lojas, informações, ruas e referências fazem com que muitas vezes não encontramos

o que queremos em meio a esse caos. Muitas vezes estamos procurando por uma

coisa simples como uma capinha de celular e passamos por celulares antigos, chips,

carregadores, lojas de eletronicos até finalmente encontrar o que precisamos. O

alecrim precisa saber o que tem e aonde tem, o bairro precisa funcionar como uma

area de mercado colaborativa onde todos os funcionarios ou comerciantes detenham

as informações sobre o bairro, a exemplo da 25 de março ou do bairro de dongdemun

em seul, existem mapas e pessoas especializadas em guiar o comprador pra onde

quer que eles esteja indo. Sugiro a você dar uma olhada no projeto de help tourists in

dongdaemun e no mapa de lojas da 25 de março no site de turismo de são paulo, são

dois exemplos de como valorizar e organizar essa variedade que nos cerca nos

grandes centros comerciais.

O trânsito e a falta de organização dos feirantes.

Pra mim é a falta de infraestrutura pro pedestre e a valorização que ainda é dada ao

carro. O alecrim é um lugar onde se anda na cidade! Acho que se o transporte publico

e pedestre fossem mais valorizados o bairro ganharia outra cara. Falta assumir a

identidade do "a pé" e criar soluções alternativas pros veículos motorizados. Outro

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problema que me incomoda é o esvaziamento no período da noite. A insegurança que

eu não sinto pela manhã, por estar sempre rodeada de gente, aparece muito pela

noite. Não frequento o bairro pela noite, mas já passei de ônibus e me senti muito

insegura.

A falta de um bom mecanismo que mapeie todas as coisas que o bairro tem para

oferecer. Quase sempre que vou tem pelo menos uma coisa que não comprei por não

achar. E aí a gente conta isso pra um amigo e ele fala "ah nossa mas tem na loja não

sei das quantas, muito fácil achar que burro você". Fácil pra quem gente?

A falta de sinalização para orientar as pessoas que não conhecem o bairro.

Acho o bairro muito caótico. Muita informação ao mesmo tempo, pessoas, feira,

camelódromo, carros, música alta, ônibus, muita placa de loja chamativa, pouco

espaço entre uma rua e outra e por aí vai. . Mas acho que isso caracteriza o o bairro.

Apesar de conhecer bem o bairro, acho que falta boa sinalização, melhoria no trânsito

(até porque muitas vezes pedestres e automóveis dividem o mesmo espaço).

O maior problema do alecrim diz respeito ao trafego. No quesito tráfego de pessoas,

maior atrativo também é o maior problema, os camelôs, caso fossem removidos, as

ruas largas ofereceriam melhor circulação, mas tiraria uma grande característica do

bairro: o comércio informal, mas talvez seria necessário caso houvesse uma

revitalização. Já no quesito tráfego de veículos, o fluxo é intenso nas horas comerciais,

o nível de ruído é alto, os estacionamentos são escassos. Nas outras áreas não

comerciais do bairro, a irregularidade da altura de calçadas atrapalha muito, mas isso

não é problema isolado do alecrim. Obs: o questionário não leva em consideração

quem mora no bairro.

Desorganização dos espaços comerciais, num âmbito urbanístico, e a falta de

estacionamento.

O vuco vuco, mas toda cidade tem um bairro assim. Quem achar ruim que nao vá.

Total carência e falta de infraestrutura, segurança, organização e cuidado. É quase

impossível transitar ali principalmente nos fins de semana tanto de carro quanto à pé.

Parece que o bairro fica marginalizado e esquecido por autoridades, mesmo assim

acredito que seja possível reavitalizá-lo para se tornar um ponto de visita de natal.

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O alecrim é um bairro lindo e cheio de histórias lindas para se contar. É uma pena que

hoje esteja desorganizado e esquecido pelos políticos da nossa região. Acredito muito

em um alecrim com calçadas amplas e diversos quiosques onde possa gerar trabalho

e renda para população. Obrigado

Acho que o bairro cresceu em proporções grande e não foi dado a devida atenção a

isso! O alecrim é o coração de natal, onde tudo se encontra e se resolve. O problema

do bairro, na minha opinião, é a falta de estrutura (manutenção) nos camelôs e nos

profissionais que trabalham praticamente na rua. O que acaba dificultando muito o

trânsito, inclusive de pedestre. O alecrim deve ser cuidado com muito amor, o bairro

merece!

O maior problema, na minha opinião é a desorganização das ruas e a falta de respeito

aos pedestres. Antigamente, tinha medo de assalto, mas hoje, o alecrim está bem

policiado!

O maior problema do alecrim são as pessoas que não obedecem as sinalizações e se

enfiam no meio dos carros o tempo todo ou estacionam em locais proibidos

atrapalhando o trânsito. Fora isso, lá é um local onde sempre acho o quero e por um

preço acessível e adoro procurar coisas por lá.

Com relação a parte comercial, os comerciantes informais (grande maioria) não estão

preocupados em manter o bairro limpo, não respeitam as sinalizações de trânsito,

usando espaços de pedestres para vender as suas coisas e estacionam carros e

motos em lugares que não são permitidos o que acaba dificultando os clientes

pedestres em compras. Já com relação a parte residencial, o ambiente é mais

tranquilo, as casas são boas e em toda esquina tem um mercadinho ou uma padaria.

À noite é arriscado andar a pé, pois existe um índice muito grande de assaltos, uma

vez que o bairro é mais movimentado pela manhã por conta do comércio.

Lixo + calor + pouca sombra/vento = mini inferno sinestésico.

Falta de políticas públicas para o local. O bairro é tradicionalmente comercial e isso

implica dizer que terá trânsito complicado, vendedores ambulantes, etc., ou seja, não

será uma zona "bonitinha". Mas a falta de cuidado da prefeitura com o local é o

agravante disso, em uma não reorganização do bairro através de melhores

sinalizações, faixas para pedestres, segurança redobrada nas zonas dos

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camelódromos e ruelas, inovação em um estacionamento alternativo com

parquimetro, etc.

Estacionamento

Falta de limpeza nas ruas e trânsito infernal.

Estacionamento. Vou sempre de ônibus pra evitar o stress de estacionar.

Falta de infraestrutura

Os comércios de/na calçada.

+ é um tanto difícil andar na calçada, muita gente, muitas barracas. + não tem(?)(vide

resposta 1) uma zona de alimentação, a pessoa tem que caçar lanchonetes ou

restaurantes durante o trajeto

Falta de estacionamento,fica acabando as pessoas desistirem de comprar!!

Falta de sinalização que ajude a quem frequenta com pouca assiduidade a se localizar

bem no bairro.

A desorganização de toda estrutura

As pessoas. Como eu disse, é "terra de ninguém", as pessoas fazem o que querem

no trânsito, e isso vale pra todos. Carros, motos, ônibus, pedestres... Ninguém

respeita ninguém, deu bobeira a galera passa na frente, fazem uns retornos muito

loucos, param e local indevido... Acho que a sinalização ruim acaba afetando, mas

acredito que a educação das pessoas é fator crucial. Eu me localizo no alecrim por

pura prática, porque se fosse depender de placa, nunca mais tinha voltado pra casa.

É um bairro muito interessante, mas precisa que seu trânsito seja mais organizado.

Violência

A falta de organização na urbanização do bairro: calçadas sempre ocupadas seja por

materiais das lojas, ambulantes ou carros e a falta de uma sinalização adequada tanto

para os lugares quanto nas vias de trânsito.

A falta de organizaçao do comercio, falta de sinalizaçao, etc. Sou a favor de menos

carro no centro, mais espaço para os pedestres.

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A desorganização dos espaços, como resultado do crescimento desenfreado das lojas

umas em cima das outras, mas não como a feira ou o camelódromo, que acho que é

legal do jeito que é, me refiro as lojas que tem as portas para as calçadas, gera muito

pouco espaço para se andar, talvez seja culpa das calçadas pequenas...

Transito

Acho que deveriam retirar todos os camelôs da rua.construindo um espaço

adequado.deixando aquela área onde se concentra os camelôs livre,e construir um

espaço verde onde as pessoas que trabalham e convivem no bairro usufruir.

Trânsito

Problema dd mobilidade (em todos os sentidos). Comunicação visual insatisfatória.

Apesar de adorar ir no alecrim, o transito é terrivel! A sinalizaçao é inexistente mas de

tudo a gente encontra lá, por isso que eu adoro a frase q define o bairro: "se nao tem

no google procura no alecrim!"

Não existem muitas vagas de estacionamento, as ruas estão sempre lotadas e os

estacionamentos particulares são pequenos ou muito caros, porém por motivos de

necessidades ou visitar a iskisita (<3) é isso aí, enfrentamos né? Além disso, algumas

ruas são muito pequenas para que veículos trafeguem juntamente com pedestres =

perigo de acidentes. Help!

O bairro em si

O alecrim é um local que encontramos tudo. Só acho que está um pouco abandonado.

Poderia ser mais organizado e limpo.

Desordem. Falta muita organização em tudo:limpeza, espaço nas calçadas(ocupadas

por camelôs e carrinhos de comidas), estacionamento, saneamento básico...

A sujeira e a poluição sonora!!!!

O trânsito, a mobilidade e a organização do bairro que falta!

O trânsito.

A desorganização do bairro dificulta o percurso até o destino final. A sensação de falta

de pertencimento ao local, agravada pela enorme confusão de calçadas cheias e

vendedores, a constante abordagem. Não parece um lugar atraente, para se

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frequentar, a não ser que haja necessidade (pessoas que vão ao alecrim para comprar

coisas constantemente).

Estacionamentos.

Má organização dos camelódromos, ruas mal sinalizadas, desinteresse por parte dos

empresários em oferecer um atendimento bacana devido a questão de já oferecer um

preço mais "justo".

Creio que falta de sinalização, organização, design e padronização dos comércios.

Camelos nas calcadas, calcadas estreitas, falta de educacao dos pedestres que

atravessam fora da faixa, alguns pontos com esgoto a ceu aberto, muito barulho vindo

das caixas de som das lojas, etc (dificil dizer so um)

A sujeira, as ruas estão sempre sujas, lixo de todo tipo.

Eu consigo andar de boa no bairro porque sou moradora desde que nasci. No entanto,

acho que para pessoas não habituadas, deve ser muito difícil. Vejo como maior

problema neste momento, a ausência de sinalização clara de ruas e locais

importantes. Por exemplo, as avenidas 1, 2, 3, 4..e etc. São avenidas que são mais

reconhecidas pelo número do que pelo nome, mas ainda assim, o nome continua

predominante nas placas. Não há sinalização indicando a direção do camelódromo,

do shopping 10, da praça do relógio. Praticamente nada. Ensinar o caminho para

quem não conhece o bairro sempre é complicado.

Escassez de estacionamento.

Maior problema é o trânsito de pessoas mesmo. Também me incomoda muito o calor,

e com essas pessoas ainda circulando todos ficam muito estressados. Outro problema

grande (que pode ser até a causa do que foi dito antes) é que eu demoro horas para

achar algo, por isso quando vou no alecrim fico rodando pelo bairro o dia inteiro.

É complicado de dirigir, mas principalmente de estacionar. Não tenho coragem de ir

de carro pra lá, vou sempre de ônibus porque acho mais fácil. Fora isso, nunca lembro

qual rua é de que: a 6 é de loja de material de construção, a rua tal é de óticas, etc.

Sei que é só perguntar, e sempre pergunto pra me situar. Podia ter um mapinha bem

amigo na parada de ônibus indicando essas ruas-guia principais pra quem não

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conhece tanto. Fora isso, acho o máximo que lá tem de tudo e você sempre acaba

encontrando o que procura, e quando não, alguém dá uma dica de onde encontrar.

O alecrim é um grande centro comercial de natal, com potencial e com muitas

oportunidades, produtos e serviços desconhecidos pela maioria da população de natal

(falo a partir de um conhecimento empírico). Eu sempre me perguntei o motivo disso

e eu creio que um dos principais fatores para que isso aconteça seja a aparência do

próprio bairro, digamos que não é das melhores não é mesmo? Lojas aos montes,

ambulantes, placas, fachadas, sinalizações, tudo junto, uma por cima da outra, numa

confusão só, unido ao fato do bairro por si só ter um aspecto antigo, não fazem

reformas urbanas no bairro, é tudo super antigo, não há tantos investimentos por lá,

creio que com um pouco mais de organização e uma boa revitalização aquele bairro

iria atrair muito mais gente. Boa sorte gata, arrasa no tcc!

Muito quente, muita gente, sujo, feio.

Trânsito e mal sinalizado.

Acredito que o maior problema do alecrim é o trânsito. Aquelas ruas não suportam

mais a quantidade de pessoas que transitam naquele bairro, não importa o veículo

que utilizem. Não acho um inferno andar no alecrim se estou a pé, consigo me

locomover tranquilo, mesmo que algumas vezes eu tenha que, por extrema

necessidade, invadir a faixa dos carros, o pior mesmo é apenas conseguir chegar até

o centro do alecrim (camelódromo). Fora essa dificuldade, eu acho maravilhoso como

o alecrim conseguiu se dividir em "setores", o que facilita muito a minha vida quando

estou por lá. Por exemplo, pra mim, na avenida 1, a cada cruzamento o alecrim se

divide em três setores, o das embalagens, o das casas de festas e os das casas

veterinárias. Enfim, fugi um pouco da pergunta principal, mas minha opinião é que o

alecrim é um lugar maravilhoso, e seria ainda melhor se seu transito não fosse tão

caótico.

Não podemos negar que o alecrim tem problemas que podem ser resolvidos. Contudo,

vejo tudo isso - inclusive os problemas - como uma identidade própria do bairro. Não

vejo o bairro do alecrim sem o camelódromo, sem os demais camelôs da av9, sem a

feira aos sábados ou o trânsito caótico. Provavelmente, uma ampliação do calçamento

poderia melhorar a circulação dos pedestres que andam pelo bairro, bem como a

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restrição do tráfego de veículos, talvez esses seriam dois problemas que poderiam

ser resolvidos.

Nesse mar de possibilidades que é o alecrim, acredito que falta algo para mostrar

todas elas adequadamente. Não sei se informando sinaleticamente (placas) ou de

outras maneiras. Mas o alecrim é rico em pessoas, cultura e é onde a cidade é vivida

com os pés no chão. Boa sorte nesse trabalho! Estou acompanhando e adorei, vou

divulgá-lo. ^^

Organização. Cresceu de maneira desordenada.

O maior problema são as consequências da disputa por espaço (seja ela entre

residências e lojas, comércio formal e informal, ambulantes, compradore[a]s e

veículos).

A falta de espaço ou/e ma distribuição dele, sujeira e má sinalização ou/e falta dela

O alecrim não recebe um um projeto para organizar seu trânsito e seu comércio, como

também sua segurança. O mercado da seis, por exemplo, deveria ser reformado e

divulgado para ser mais um ponto turístico.

Sinalização

O trânsito, plmdds, como lidar?

Pouco espaço

O excesso de asfalto/concreto, e a ausência de arborização/circulação de ar nas vias.

Acho que a desorganização (a pesar de que é compreensível), a falta de locais

gratuitos para deixar o carro e talvez uma melhor sinalização com relação às lojas.

O alecrim tem de tudo mas é extremamente desorganizado. Passo horas rodando

pelo bairro para encontrar algo. Não há placas, não há indicações, e o pior é que os

próprios vendedores não sabem onde fica tal lugar.

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ANEXOS E – REGISTRO DE PLACAS NAS RUAS DO ALECRIM

Figura 60. Placa existente

Fonte: Autora, 2016

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Figura 61. Placa entre camelôs

Fonte: Autora, 2016