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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA
SILVAN FREIRE DA CUNHA
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS: CONSTRUÇÃO DE UM NOVO MODELO DE GESTÃO
PARA AS COMPRAS PÚBLICAS NO ÂMBITO DO IFPB – CAMPUS CAMPINA
GRANDE
NATAL
2018
Proposta de Intervenção apresentado ao
Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública
da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, como requisito obrigatório para a
obtenção do título de mestre.
Orientadora: Maria Arlete Duarte de Araújo, Dra.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA
SILVAN FREIRE DA CUNHA
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS: CONSTRUÇÃO DE UM NOVO MODELO DE GESTÃO
PARA AS COMPRAS PÚBLICAS NO ÂMBITO DO IFPB – CAMPUS CAMPINA
GRANDE
NATAL
2018
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA
Cunha, Silvan Freire da.
Licitações Sustentáveis: construção de um novo modelo de gestão
para as compras públicas no âmbito do IFPB - Campus Campina Grande / Silvan Freire da Cunha. - 2018.
147f.: il.
Dissertação (Mestrado em Gestão Pública) - Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais
Aplicadas, Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública. Natal, RN, 2018.
Orientador: Prof.ª Dr.ª Maria Arlete Duarte de Araújo.
1. Licitações - Dissertação. 2. Legislação ambiental -
Dissertação. 3. Sustentabilidade - Dissertação. 4. Boas práticas
sustentáveis - - Dissertação. I. Araújo, Maria Arlete Duarte de.
II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/UF/Biblioteca Setorial do CCSA CDU 35:347.238.8
Proposta de Intervenção apresentado ao
Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública
da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, como requisito obrigatório para a
obtenção do título de mestre.
Orientadora: Maria Arlete Duarte de Araújo, Dra.
SILVAN FREIRE DA CUNHA
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS: CONSTRUÇÃO DE UM NOVO MODELO DE GESTÃO
PARA AS COMPRAS PÚBLICAS NO ÂMBITO DO IFPB – CAMPUS CAMPINA
GRANDE
Aprovado em: 26/02/2018
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Prof.ª Maria Arlete Duarte de Araújo, Dra.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Presidente
_____________________________________________________________
Prof. Antônio Alves Filho, Dr.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Examinador Interno
_____________________________________________________________
Prof. James Batista Vieira, Dr.
Universidade Federal da Paraíba
Examinador Externo
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida, por todas as dádivas concedidas e pelas pessoas que cruzaram
meu caminho e me ajudaram a ser o que sou.
A minha mãe por todas as lutas que travou para que seus filhos sobrevivessem e
alcançassem um lugar ao Sol.
A minha amada esposa pelo apoio incondicional e por ter arcado com minha ausência
em muitos momentos que precisou de mim.
A minha querida orientadora, professora Maria Arlete Duarte de Araújo pela paciência,
apoio, incentivos e contribuições para este trabalho.
A todos os professores do PPGP, em especial Antônio, Dinah, Fábio, Hironobu,
Jomária, Kaio, Pâmela, Teresa e Thiago, a quem hoje posso chamar de amigos, por todas as
lições, aprendizados e boa convivência.
A minha coordenadora Aluska Farias de Oliveira Amaral pelo apoio, incentivo e por
permitir minha ausência ao trabalho tantas vezes e ter acumulado as atividades que eram de
minha responsabilidade.
A todos os meus colegas de mestrado, em especial Adriana, Danielle, Fabrício, Isabelle
Jessyka, Jorge, Kafran, Paula e Ubaldino, com os quais convivi de forma mais próxima e
aprendi a admirar e respeitar.
Sem a presença de todos vocês essa conquista não seria a mesma, pois o caminho até
aqui ficou muito mais agradável e o fardo que carreguei se tornou muito mais leve. Obrigado a
todos e que Deus os abençoe.
RESUMO
Essa proposta de intervenção objetiva construir um modelo de compras para o IFPB – Campus
Campina Grande, em consonância com a legislação ambiental vigente e com os pressupostos
da sustentabilidade e proteção ao meio ambiente. Para construir um modelo de licitações
sustentáveis adequado à realidade do IFPB – Campus Campina Grande, avaliou-se uma série
de modelos implementados por órgãos e instituições públicas federais e outros sugeridos por
associações dedicadas à temática, além de uma ampla pesquisa na legislação federal que trata
de licitações públicas. Além disso, foram realizadas entrevistas com os diretores, chefes de
departamento, servidores do setor de licitações da instituição e os principais coordenadores
demandantes dos grupos de materiais mais solicitados, para verificar se há respaldo por parte
da gestão para implementação das modificações propostas. Como resultados, foram propostos
a inclusão de critérios de sustentabilidade nos processos licitatórios de aquisição de bens,
alterações nos editais licitatórios para adaptá-los à legislação ambiental, normas de
implementação e métodos de avaliação dos resultados a serem alcançados para que as correções
necessárias sejam efetuadas. As entrevistas apontaram que os participantes são favoráveis e
estão dispostos a implementar as alterações sugeridas, porém, é necessário superar algumas
barreiras como a falta de pessoal capacitado, a inércia e falta de incentivo da gestão, ausência
de um processo de comunicação, relutância de alguns atores envolvidos, escassez de mercado,
dentre outras.
Palavras-chave: Licitações; Legislação Ambiental; Sustentabilidade; Boas Práticas
Sustentáveis
ABSTRACT
This intervention proposal aims to build a shopping model for the IFPB - Campus Campina
Grande, in accordance with the current environmental legislation and the assumptions of
sustainability and protection of the environment. To build a sustainable bidding model
appropriate to the IFPB Campus Campina Grande reality, it was evaluated a series of models
implemented by federal and other public bodies and institutions suggested by associations
dedicated to the theme, as well as an extensive research in federal legislation that deals with
public biddings. In addition, interviews were conducted with the directors, department heads,
bidding servers of the institution and the main requesting coordinators of the most requested
groups of materials, to verify if there is support by the management to implement the proposed
modifications. As results, it was proposed to include sustainability criteria in bidding processes
for the acquisition of material goods, amendments in the bidding documents to adapt them to
environmental legislation, implementation and evaluation methods of the results to be achieved
so that the corrections are improved Interviews indicate that participants are favorable and they
are willing to implement the suggested changes, however, it is necessary to overcome some
barriers, such as the lack of trained personnel, inertia and lack of management incentive,
absence of a communication process, reluctance of some actors involved, market scarcity,
among others.
Keywords: Bidding; Environmental Legislation; Sustainability; Good Practices Sustainable.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A3P Agência Ambiental na Administração Pública
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACV Análise do Ciclo de Vida
AGU Advocacia Geral da União
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ATPF Autorização para Transporte de Produtos Florestais
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Social
BRF Retardadores de Chamas Bromados
CATMAT Catálogo de Materiais
CEFET-PB Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba
CERFLOR Certificação Florestal
CFC Clorofluorcarboneto
CISAP Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública
CNUMAD Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CONAB Companhia Nacional de Abastecimento
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
COP Conferência das Partes
COV Compostos Orgânicos Voláteis
CPS Compras Públicas Sustentáveis
CTF/APP Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e
Utilizadoras de Recursos Ambientais
DOF Documento de Origem Florestal
DOU Diário Oficial da União
EAA Escola de Aprendizes Artífices
EAF Escola Agrotécnica Federal
ENAP Escola Nacional de Administração Pública
ENCE Etiqueta Nacional de Conservação de Energia
EPEAT Electronic Product Environmental Assessment Tool
ESAF Escola de Administração Fazendária
ETF-PB Escola Técnica Federal da Paraíba
FSC Forestry Stewardship Council
GEE Gases de Efeito Estufa
IARC Agência Internacional de Pesquisa em Câncer
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICLEI Governos Locais pela Sustentabilidade
IEC Comissão Eletrotécnica Internacional
IFPB Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba
IN Instrução Normativa
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
IRP Intenção de Registro de Preços
ISO Organização Internacional de Normalização
LINACH Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos
ME/EPP Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
MIT Massachusetts Institute of Tecnology
MMA Ministério do Meio Ambiente
MPOG Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
NBR Norma Brasileira Regulamentadora
ONU Organização das Nações Unidas
PAC Programa de Aceleração do Crescimento
PBB Bromobifenilas
PBDE Éteres de Bromobifenilas
PBE Programa Brasileiro de Etiquetagem
PEFC Programme for the Endorsement of Forest Certification
PDE Plano de Desenvolvimento de Educação Pública
PIB Produto Interno Bruto
PLS Plano de Gestão de Logística Sustentável
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos
PPCS Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentável
PROCEL Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
PROCONVE Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores
PVA Acetato de Polivinila
PVC Policloreto de Polivinila
RDC Regime Diferenciado de Contratações Públicas
RoHS Restriction of Hazardous Substances
SAEB Secretaria da Administração do Estado da Bahia
SAIC Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental
SDO Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio
SIASG Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais
SISORG Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica
SISG Sistema de Serviços Gerais
SLTI Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação
SRP Sistema de Registro de Preços
STF Supremo Tribunal Federal
SUS Sistema Único de Saúde
TCU Tribunal de Contas da União
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
UNDESA Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas
VoIP Voice over Internet Protocol
YFP Yers Framework Programmes
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fases da licitação 26
Figura 2 – Tipos de licitação 27
Figura 3 – Limites de valor da licitação 28
Figura 4 – Modalidades da licitação 30
Figura 5 – Características do pregão 32
Figura 6 – Características do Sistema de Registro de Preços 35
Figura 7 – Organograma IFPB-CG 61
Figura 8 – Organograma IFPB-CG – Continuação 61
Figura 9 – Modalidades e Procedimentos para Compras IFPB-CG 62
Figura 10 – Evolução dos Gastos IFPB-CG 63
Figura 11 – Etapas da Análise de Conteúdo 69
Figura 12 – Etapa 1 – Pré-Análise dos Dados 70
Figura 13 – Aspectos Mais Citados Pelos Entrevistados 81
Figura 14 – Fluxo do Processo de Compras Atual 84
Figura 15 – Plano Geral para Implementação da CPS 88
Figura 16 – Plano para Implementação da Compra Pública Sustentável 90
Figura 17 – Fluxo de Compras Incluindo Critérios Sustentáveis 92
Figura 18 – Plano de Ação Sugerido 94
Figura 19 – Metodologia para Elaboração do PLS 110
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Ações nas quais podem ser aplicadas o RDC 36
Quadro 2 – Sugestões de Obrigações Ambientais 48
Quadro 3 – Sugestão de Boas Práticas Sustentáveis 55
Quadro 4 – Volume de Gastos por item do IFPB-CG 66
Quadro 5 – Objetivos Específicos Referentes à Coleta de Dados para
Elaboração do Diagnóstico 68
Quadro 6 – Objetivos Específicos Referente à Fase de Proposição 72
Quadro 7 – Exemplos de Critérios de Sustentabilidade 96
Quadro 8 – Certificados e Documentos Solicitados na Fase de Aceitação 98
Quadro 9 – Grupos de Materiais, Critérios e Métodos de Comprovação 100
Quadro 10 – Obrigações Ambientais da Contratada 105
Quadro 11 – Meta Proposta 2018 108
Quadro 12 – Lista de Verificação para Avaliar Necessidade da Compra 108
Quadro 13 – Lista de Verificação Pregão Eletrônico 109
Quadro 14 – Metodologia para Elaboração do PLS 110
Quadro 15 – Eixos Temáticos Mínimos do PLS 115
Quadro 16 – Metas e Ações Propostas para Implementação da CPS 118
Quadro 17 – Modelo de Inventário para Compras Sustentáveis 120
Quadro 18 – Cursos de Capacitação em Licitações Públicas Sustentáveis 121
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Processo de Codificação das Categorias de Análise 75
Tabela 2 – Aspectos Facilitadores Internos Apontados 76
Tabela 3 – Aspectos Facilitadores Externos Apontados 77
Tabela 4 – Barreiras Internas Apontadas 78
Tabela 5 – Barreiras Externas Apontadas 79
Tabela 6 – Percepções em Relação às Compras Públicas Sustentáveis 80
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 16
2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................... 23
2.1 LICITAÇÕES PÚBLICAS .................................................................................... 23
2.2 LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS .......................................................................... 38
2.2.1 Iniciativas Relativas à Construção do Conceito de CPS ....................................... 38
2.2.2 Licitação Sustentável – Conceito e Aspectos Legais ............................................ 40
2.2.3 Iniciativas Vinculadas às Compras Públicas Sustentáveis no Brasil ..................... 49
3 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ...................................................... 58
4. METODOLOGIA ................................................................................................ 64
4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ..................................................................... 64
4.2 LOCUS DA PESQUISA ....................................................................................... 65
4.3 OBJETO DA PESQUISA...................................................................................... 65
4.4 SUJEITOS DA PESQUISA .................................................................................. 67
4.5 COLETA DOS DADOS ........................................................................................ 67
4.6 ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................................... 68
5 COMPREENDENDO O MODELO ATUAL DE COMPRAS ....................... 73
5.1 IMPRESSÕES INICIAIS SOBRE O MODELO ATUAL DE COMPRAS ......... 73
5.2 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS ......................................................................... 74
5.3 MAPEAMENTO DO FLUXO DE COMPRAS ATUAL ..................................... 82
6 CONSTRUINDO UM MODELO DE COMPRAS PÚBLICAS
SUSTENTÁVEIS .................................................................................................................... 86
6.1 PROCEDIMENTOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE COMPRA
SUSTENTÁVEL ...................................................................................................................... 89
6.1.1 Plano Geral para Implementação da CPS .............................................................. 89
6.1.1.1 Alocação de Responsabilidade e Envolvimento dos Atores ................................. 90
6.1.1.2 Elaboração De Um Plano De Ação ....................................................................... 93
6.1.1.2.1 Primeira Etapa: Avaliar a Necessidade da Compra ............................................... 94
6.1.1.2.2 Segunda Etapa: Planejamento da Compra Sustentável ......................................... 95
6.1.1.3 O Monitoramento................................................................................................. 107
6.2 ELABORAÇÃO DO PLANO DE GESTÃO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL
(PLS) E INCLUSÃO DA CPS ............................................................................................... 109
6.2.1 Eixos Temáticos................................................................................................... 114
6.2.2 Propostas de Metas, Ações e Indicadores para o Eixo Compras Sustentáveis .... 117
6.3 CAPACITAÇÃO E COMUNICAÇÃO .............................................................. 121
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 124
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 127
ANEXO A – QUADRO DE NORMAS ................................................................................ 141
APÊNDICE A – ROTEIRO PARA ENTREVISTA 1 .......................................................... 144
APÊNDICE B – ROTEIRO PARA ENTREVISTA 2 .......................................................... 145
APÊNDICE C – ROTEIRO PARA ENTREVISTA 3 .......................................................... 146
APÊNDICE D – ROTEIRO PARA ENTREVISTA 4 .......................................................... 147
16
1. INTRODUÇÃO
O modelo produtivo predatório que foi implementado pelo capitalismo, aliado ao padrão
de consumo praticado até os dias de hoje têm levado ao uso indiscriminado dos recursos
naturais1. Tudo isso resulta em um quadro que pode contribuir para o esgotamento dos recursos
naturais, a contaminação e o envenenamento dos recursos hídricos, dos solos, do ar, o aumento
das temperaturas do planeta e consequente diminuição da qualidade de vida das populações.
Essa problemática tornou-se um dos maiores desafios da humanidade dada a dificuldade
de conciliar o crescimento econômico com a preservação do meio ambiente. Embora não haja
unanimidade, há um entendimento por parte de muitos estudiosos como Barbieri (2007),
Bursztyn e Bursztyn (2006), Scotto (2010), Roncaglio (2008), Sachs (2009), Brasil (2016a),
dentre outros, que não podemos mais manter os atuais padrões de produção e consumo, sob o
risco de a natureza não suportar mais tantas agressões, gerando assim um colapso para a vida
no planeta.
Muitos autores, a exemplo de Betiol et al. (2012), entendem que as questões econômicas
estão cada vez mais intrinsecamente ligadas às demandas ambientais e sociais. Dessa forma,
conciliar economia, preservação do meio ambiente e os dilemas sociais é um desafio inadiável
por causa dos impactos da ação antrópica que tem colocado em risco a disponibilidade de
recursos naturais “dentro de padrões mínimos para a saúde e a qualidade dos ambientes que
sustentam a biodiversidade e o próprio ser humano, atraído cada vez mais para o meio urbano
com suas necessidades e seus apelos de consumo” (BETIOL et al., 2012, p. 123).
Essas reflexões trazem à tona a necessidade de repensar os padrões de produção e
consumo, não só dos indivíduos como também das instituições, sobretudo das organizações
públicas que têm por obrigação dar exemplo de boas práticas e conduzir o mercado rumo a uma
economia mais sustentável.
É nesse cenário que surgem as licitações sustentáveis como uma estratégia que pode
trazer resultados positivos na luta pela preservação do meio ambiente e no combate às
desigualdades sociais, induzindo novas posturas dos setores produtivos e do próprio poder
público, devido a sua atuação como grande consumidor.
As Licitações Sustentáveis ganham destaque no Brasil a partir da edição da Lei nº
12.349/2010, que alterou o artigo 3º da Lei nº 8.666/1993 (Lei das Licitações e Contratações
1 De acordo com Betiol et al. (2012), o modelo de consumo da atualidade provém dos Estados Unidos no início
do século XX, quando a produção industrial superou a demanda, levando os profissionais de marketing a
desenvolverem campanhas de incentivo ao consumismo.
17
Administrativas de 21 de junho de 1993), incluindo a persecução do desenvolvimento nacional
sustentável como um dos objetivos do processo licitatório.
Essa nova redação dada ao caput do art. 3º da Lei de Licitações elevou o
desenvolvimento nacional sustentável ao patamar dos princípios da isonomia e da seleção da
proposta mais vantajosa, trazendo para o processo licitatório um novo propósito que vai além
da mera vantagem econômica (COSTA, 2011).
Antes dessas alterações, o processo licitatório visava tão-somente a eficiência dos gastos
públicos, buscando obter a melhor qualidade pelo menor preço, demonstrando seu caráter
econômico-orçamentário e técnico. Porém, os inúmeros problemas ambientais, como por
exemplo a crise climática, impõem aos governos a adoção de medidas que contribuam para
minimizar a crise ambiental (SCALIONI, 2015).
Impõe-se, a partir de então, uma reformulação em todo o processo licitatório no intuito
de atender à legislação ambiental sem desrespeitar as demais normas. Para Costa (2011, p. 11),
“a introdução de critérios de sustentabilidade nas compras públicas traz uma nova forma de
planejar, executar e controlar as licitações, tornando-as ainda mais complexas”.
Assim, a Lei 12.349/2010 pode contribuir para a integração entre o chamado tripé da
sustentabilidade (ambiental, social e econômico) e os princípios e fundamentos da República
Federativa do Brasil, quais sejam, cidadania, dignidade da pessoa humana, erradicação da
pobreza, redução das desigualdades sociais e regionais, preservação do meio ambiente etc.
Tudo isso para que o desenvolvimento objetivado alcance muito mais do que conquistas
econômicas (BRASIL, 2016a).
Diante dessa nova conjuntura, o gestor público tem enorme responsabilidade, pois é ele
quem materializa, por meio do edital, as regras que irão possibilitar a ampliação da oferta de
produtos e serviços mais sustentáveis e inovadores, moldando o setor privado (ICLEI, 2012),
tornando viável “a livre concorrência, o menor custo financeiro, social e ambiental, de modo a
garantir que a proposta mais vantajosa seja realmente mais vantajosa para o conjunto da
sociedade, que, em última instância, é a detentora do bem público” (BRASIL, 2014a, p. 3).
Embora ainda haja um longo caminho a ser percorrido para que as licitações sustentáveis
sejam institucionalizadas, a literatura apresenta um número razoável de estudos que tratam da
temática sob as mais variadas óticas. Uma das vertentes trabalha a perspectiva dos servidores,
buscando compreender a percepção e o papel desempenhado por esses profissionais na
implementação das Compras Públicas Sustentáveis (CPS).
Os estudos desenvolvidos apontam uma série de causas que dificultam a implementação
das licitações sustentáveis. Dentre elas, a falta de capacitação, resistência motivada por aspectos
18
culturais e o baixo conhecimento sobre temas como desenvolvimento sustentável, licitações
sustentáveis e legislação correlata, critérios de sustentabilidade ambiental na escolha e
especificação técnica do objeto, além da falta de conscientização dos compradores públicos e
dos consumidores finais e padronização de comportamentos e mudança da cultura
organizacional (MENDES, 2014; ROCHA, 2014; NONATO, 2015; SANTOS, 2016;
BARBARA, 2016; LUCENA, 2016)
Mais especificamente sob a ótica da gestão, a literatura aponta falhas nos mais variados
aspectos, como o pouco acompanhamento dos resultados e impactos das medidas
(ALENCASTRO, 2014; ROCHA, 2014); a ausência de metas claras e objetivas, falta de apoio
da gestão (ALENCASTRO, 2014; LUCENA, 2016); falta de planejamento institucional
(ROCHA, 2014; ALENCASTRO, 2014); iniciativas incipientes, necessitando de ampliação e
aprimoramento para institucionalização (CYPRESTE, 2013; ROCHA, 2014; GENEROSO,
2014; LUCENA, 2016); inexistência de estratégia ou metodologia para implementação das
CPS, falta de padronização de processos organizacionais, especialmente na descrição e inserção
de critérios de sustentabilidade nos bens a serem adquiridos (BIAGE, 2014; GENEROSO,
2014; JESUS, 2014; SOUSA, 2015; SOUZA, 2016; FERNANDES, 2016); baixa adesão dos
órgãos públicos às licitações sustentáveis (NEVES, 2013; FERNANDES, 2016); inobservância
ou negligência com os instrumentos legais e institucionais (ALENCASTRO, 2014; MENDES,
2014); inexistência de apoio político (MENDES, 2014).
No que diz respeito à perspectiva dos fornecedores, algumas pesquisas destacam a
existência de dificuldades por parte do poder público de criar sinergia entre fornecedores e
consumidores (IZAR, 2015); despreparo dos fornecedores para atender as necessidades do setor
público por produtos sustentáveis, resultante de desconhecimento sobre a temática (FONSECA,
2013); falta o envolvimento dos fornecedores e alinhamento da cadeia de abastecimento
(MENDES, 2014).
Vale ressaltar que as licitações sustentáveis – como instrumento de gestão ambiental à
disposição do Poder Público – reveste-se de grande valia para a sustentabilidade, uma vez que
o poder de compras do Governo Federal é bastante expressivo. Para termos uma ideia, só em
2015 as aquisições de equipamentos e materiais permanentes e de materiais de consumo
somaram R$ 5.608.498.824,41 (cinco bilhões, seiscentos e oito milhões, quatrocentos e noventa
e oito mil e oitocentos e vinte e quatro reais e quarenta e um centavos) de acordo com dados do
Relatório dos Gastos Diretos do Portal da Transparência. Esse valor representa
aproximadamente 9,50% do PIB daquele ano que, segundo dados divulgados pela Coordenação
de Contas Nacionais do IBGE, girou em torno de 5,904 trilhões de reais.
19
Considerando apenas a Rede Federal de Educação, os investimentos com materiais
(consumo e permanente) foram da ordem de R$ 1.319.412.627,66 (Um bilhão, trezentos e
dezenove milhões, quatrocentos e doze mil, seiscentos e vinte e sete reais e sessenta e seis
centavos) no ano de 2015, segundo o Portal da Transparência.
No âmbito do IFPB, autarquia integrante da Rede Federal de Educação, os gastos com
bens (permanente e consumo) em 2015 somaram R$ 15.097.696,43 (Quinze milhões, noventa
e sete mil e seiscentos e noventa e seis mil reais e quarenta e três centavos), de acordo com o
Portal da Transparência.
O IFPB conta com 21 unidades espalhadas em todo estado, entre campus, campus
avançado e campus em fase de implantação. As unidades em fase de implantação são
gerenciadas pela Reitoria, que tem sede na capital, João Pessoa (Portal IFPB, 2017). A
instituição conta com um quadro de pessoal que gira em torno de 2.200 (Dois mil e duzentos)
servidores que atende a uma comunidade discente formada por aproximadamente 28.000 (Vinte
e oito mil) alunos (IFPB, 2015).
Quanto ao Campus Campina Grande, suas atividades iniciaram-se em 2006 e seus
primeiros cursos foram ofertados a partir de 2007. Atualmente, essa unidade oferece 12 cursos
técnicos (entre integrados e subsequentes) e 6 cursos superiores (entre bacharelados,
licenciaturas e tecnólogos) (PORTAL IFPB, 2016). Para o funcionamento dessa estrutura foram
gastos, só com materiais (permanente e consumo), em torno de R$ 2.325.812,47 (Dois milhões,
trezentos e vinte e cinco mil e oitocentos e doze reais e quarenta e sete centavos) no ano de
2015 (PORTAL DA TRANSPARÊNCIA, 2015).
Diante das responsabilidades e compromissos com o meio ambiente, o IFPB adotou
algumas iniciativas de incentivo à sustentabilidade que são norteadas pela Resolução nº
132/2015 que trata da Política Ambiental no âmbito do IFPB. Essa norma deu origem a algumas
ações em várias frentes de atuação, sejam elas coordenadas pela gestão ou mesmo em exemplos
isolados por iniciativa dos servidores.
Dentre essas ações podemos destacar o Programa Gestão Sustentável do IFPB que
consiste, dentre outras ações, em edital para recepção de projetos sustentáveis em diversas
áreas. Há também as feiras, salões e oficinas de sustentabilidade, a Semana de Meio Ambiente
e outros eventos periódicos. Destaque-se também o recente Projeto IFPB sem Papel, iniciativa
que consiste na implementação do processo eletrônico. Além disso, algumas iniciativas como
coleta seletiva, economia de energia e uso racional da água compõem a política de
sustentabilidade da instituição. Essas iniciativas são muito aquém do esperado para atender a
missão institucional do IFPB, sobretudo porque a instituição tem em sua grade de serviços a
20
oferta de cursos na área ambiental, como é o caso de Controle Ambiental, Tecnologia em
Gestão Ambiental, Meio Ambiente etc. nos níveis técnico e superior.
No que diz respeito às licitações, não há uma política consistente, efetiva e disseminada
de aplicação de critérios de sustentabilidade nas compras, ou seja, não há uma prática
institucionalizada e coordenada. Apenas a Reitoria tem adotado em seus editais algumas
exigências ambientais, como é o caso dos critérios previstos na Instrução Normativa Secretaria
de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
– SLTI/MPOG nº 01, de 19/01/2010. Além disso, em alguns editais exige-se cumprimento de
normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), Selo de Conservação de
Energia do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia) e a diretiva RoHS - (Restriction of
Hazardous Substances). Conforme esclarece Brescansin et al. (2015), essa norma – publicada
pela União Europeia em 2003 e atualizada em 2011 (nova RoHS) – tem o intuito de restringir
o uso de certas substâncias perigosas (chumbo, cádmio, mercúrio, cromo hexavalente,
bromobifenilas – PBB e éteres de bromobifenilas – PBDE) em equipamentos eletroeletrônicos.
Saliente-se ainda que, “no Brasil mesmo não existindo legislação similar à RoHS, observa-se
que alguns fabricantes de computadores, aqui instalados, adotaram essa diretiva para
comercialização no mercado interno e para exportação” (BRESCANSIN, et al., 2015, p. 1).
No âmbito do IFPB – Campus Campina Grande são raras as exigências de critérios de
sustentabilidade nas compras e contratações. Dentre as poucas ocorrências de inclusão de
critérios sustentáveis, pode-se mencionar a aquisição de itens de Tecnologia da Informação que
obedecem a Diretiva RoHS e a compra de ar-condicionado com exigência de Selo de
Conservação de Energia do INMETRO ambos resultantes de pregões realizados em 2014; a
aquisição de papel reciclado obtido por meio de adesão a uma ata de registro de preços de 2013
e, por fim, a compra de lâmpadas de LED por meio de um certame operacionalizado em 2017.
Assim, as iniciativas têm sido isoladas e pouco abrangentes, demonstrando que não há
uma política efetiva e consistente em prol da sustentabilidade, desperdiçando assim, um
instrumento que poderia trazer resultados positivos na luta contra a degradação do meio
ambiente. Além disso, não há discussão nem planejamento para tratar da questão e criar
soluções efetivas que ajudem a tornar as licitações sustentáveis uma realidade, uma vez que
essa é uma obrigação legal decorrente não só da Lei 12.349/2010, como também da própria
Constituição.
Diante dessa situação torna-se imperativo um projeto de intervenção que tenha como
foco o processo de compras do IFPB – Campus Campina Grande, para que o mesmo possa se
dar em consonância com a legislação vigente, sobretudo a Lei 12.349/2010, aos Decretos
21
7.746/2012 e 9.178/2017 e as Instruções Normativas 01/2010, 10/2012 e 2/2014 do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão e de outras normas, como as sugeridas pelo INMETRO,
ABNT, CONAMA, diretiva RoHS, etc.
A adaptação dos procedimentos de compras da instituição às normas legais referentes à
sustentabilidade ambiental das licitações e a busca pela proteção ao meio ambiente representam
as principais justificativas deste projeto de intervenção, que tem como objetivo geral: elaborar
uma proposta de compras públicas sustentáveis baseada na legislação vigente e em consonância
com os programas, planos e ações governamentais que estabelecem critérios de sustentabilidade
nas aquisições públicas, com o propósito de nortear os processos licitatórios do IFPB – Campus
Campina Grande, articulando essa nova proposta com a Política Ambiental da instituição.
Para alcançar o objetivo geral, propõe-se os seguintes objetivos específicos:
1. Averiguar a percepção dos principais requisitantes em relação a inclusão de
critérios de sustentabilidade nos itens solicitados por eles;
2. Elencar as principais barreiras e desafios da implementação das compras
públicas sustentáveis na visão dos atores envolvidos nesse processo;
3. Verificar quais são os fatores facilitadores para implementação das compras
sustentáveis no âmbito da instituição;
4. Mapear o fluxo do processo de compras e sequenciar o processo decisório para
verificar em quais etapas os critérios de sustentabilidade podem ser implementados;
5. Levantar sugestões dos entrevistados para construção do modelo de intervenção
que será proposto;
6. Propor um modelo de inventário para acompanhamento da progressão da
inclusão de critérios de sustentabilidade ambiental nas aquisições;
7. Validar as alterações propostas junto aos gestores da instituição e demais atores
responsáveis pelo processo licitatório.
Para lograr êxito e alcançar os objetivos especificados acima, a presente proposta de
intervenção adota a seguinte estruturação: o primeiro capítulo refere-se a essa introdução com
a apresentação inicial do tema, a justificativa e os objetivos propostos; o Capítulos 2 aborda a
base teórica de suporte para elaboração da proposta de intervenção; o Capítulo 3 trata da
caracterização da Instituição, com os dados históricos, estatísticos sobre a importância social
do IFPB Campus Campina Grande; o Capítulo 4 discute a Metodologia, abordando de forma
detalhada as ações desenvolvidas e etapas para alcançar os objetivos da presente proposta de
intervenção; o Capítulo 5 diz respeito à Análise dos Dados que versa sobre os aspectos gerais
da análise, apresenta informações para compreensão do Modelo Atual de Compras, no âmbito
22
do IFPB – Campus Campina Grande; o Capítulo 6 apresenta a construção do novo modelo de
compras com a inclusão de critérios de sustentabilidade para os bens (consumo e permanente)
a serem adquiridos pela instituição; e, por fim, o Capítulo 7 refere-se às Considerações Finais,
onde se enfatiza a viabilidade do modelo de compras sustentáveis proposto.
23
2 REVISÃO DA LITERATURA
Esse capítulo aborda a base teórica de suporte para elaboração da proposta de
intervenção. Mais especificamente, trata-se aqui do funcionamento do processo licitatório no
serviço público federal, das licitações sustentáveis e suas principais finalidades, iniciativas e
ferramentas em prol da sustentabilidade no processo licitatório e demais características que
configuram esses procedimentos.
2.1 LICITAÇÕES PÚBLICAS
Muitos autores se debruçaram sobre a missão de elaborar um conceito para licitação,
como é o caso do eminente jurista Celso Antônio Bandeira de Mello que inclui em seu conceito
os principais aspectos, princípios e finalidades. Nas suas palavras licitação seria:
“Um certame que as entidades governamentais devem promover e no qual abrem
disputa entre os interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo
patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa às conveniências públicas.
Estriba-se na ideia de competição, a ser travada isonomicamente entre os que
preenchem os atributos e aptidões necessários ao bom cumprimento das obrigações
que se propõem assumir” (MELLO, 2010, p. 483).
De forma mais abrangente e levando em consideração a nova finalidade do processo
licitatório, o consagrado autor Hely Lopes Meirelles propõe o seguinte conceito:
“Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública
seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse, inclusive o da
promoção do desenvolvimento econômico sustentável e fortalecimento de cadeias
produtivas de bens e serviços domésticos. Como procedimento, desenvolve-se através
de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a: Administração e para os
licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator
de eficiência e moralidade nos negócios administrativos. Tem como pressuposto a
competição” (MEIRELLES, 2016, p. 310).
Outro renomado autor que propôs uma definição para licitação foi Marçal Justen Filho
(2014), trazendo para o conceito a inclusão do desenvolvimento nacional sustentável e a
necessidade de competência específica para o ato. Segundo o autor licitação é:
“...um procedimento administrativo disciplinado por lei e por um ato administrativo
prévio, que determina critérios objetivos visando a seleção da proposta de contratação
mais vantajosa e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, com
observância do princípio da isonomia, conduzido por um órgão dotado de
competência específica” (JUSTEN FILHO, 2014, p. 495).
24
Analisando esses conceitos e a legislação vigente, pode-se inferir que o processo
licitatório persegue pelo menos três objetivos principais: busca pela oferta mais vantajosa para
a Administração Pública; tratamento isonômico daqueles que desejam contratar com o serviço
público; e, sua mais recente missão que é contribuir para a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável.
No Brasil – com exceção das dispensas e inexigibilidades previstas em lei – a
contratação de serviços e de aquisição de bens deve ser antecedida por processo licitatório,
conforme determinado por diversos diplomas legislativos, a começar pela Constituição Federal
de 1988 que em seu art. 37, inciso XXI estabelece:
“XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras
e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”.
As regras atinentes aos procedimentos licitatórios estão estabelecidas em legislação
específica. Além da Constituição Federal há um número considerável de normas que tratam
dessa temática, como por exemplo: Lei 10.520/2002 (instituiu a modalidade pregão para a
aquisição de bens e serviços comuns); 12.462/2011 (Regime Diferenciado de Contratações
Públicas – RDC); Lei 12.349/2010 (promoção do desenvolvimento nacional sustentável); Lei
Complementar 123/2006 (tratamento diferenciado e favorecido de microempresas e empresas
de pequeno porte – ME/EPP); além de uma série de decretos que regulamentam essas leis.
No âmbito federal, em razão do comando emanado pelo art. 22, XXVII da Constituição
Federal de 1988 que “reserva à União competência para legislar sobre normas gerais de licitação
e contratação”, a União editou a Lei 8.666/1993 que regulamenta o processo licitatório,
estabelecendo normas gerais para este instituto legal, conforme depreende-se do caput do seu
art. 1º:
“Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações
no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”
(BRASIL, 1993).
Quanto aos princípios que regem o processo licitatório, podemos extraí-los do art. 3º da
Lei de Licitação e Contratos. Essa lei esclarece que tais princípios se aplicam a quaisquer
modalidades licitatórias. O art. 3º da Lei 8.666/993, dispõe que as licitações serão processadas
25
e julgadas na conformidade dos seguintes princípios: legalidade, impessoalidade, moralidade,
igualdade entre os licitantes, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento
convocatório, julgamento objetivo.
Além dos princípios expressos na lei, os estudiosos da matéria apontam outros
princípios implícitos que permeiam o processo licitatório. Di Pietro (2014), por exemplo,
acrescenta aos já citados os princípios da ampla defesa e da licitação sustentável. Meirelles
(2016), por sua vez, elenca os seguintes princípios, além dos expressos em lei: procedimento
formal, sigilo das propostas, vinculação aos termos do instrumento convocatório e adjudicação
compulsória. Já Justen Filho (2014) inclui, dentre outros princípios o da eficiência e da
proporcionalidade.
No que diz respeito aos aspectos procedimentais, a licitação inicia-se com a instauração
do processo administrativo pela repartição interessada com o aval da autoridade competente
para sua realização. Em seguida, o processo deve ser autuado, protocolado e numerado para
formalização e acompanhamento de todos os interessados (CARVALHO FILHO, 2014). Esses
procedimentos compõem a etapa interna da licitação. Completado esse ciclo, inicia-se a etapa
externa que deve obediência à seguinte sequência: “audiência pública; edital ou convite de
convocação dos interessados; habilitação dos licitantes; julgamento das propostas; adjudicação
e homologação” (MEIRELLES, 2016, p. 337).
A audiência pública só se faz necessária quando o valor estimado for considerado de
grande vulto, ou seja, 100 vezes o limite previsto no art. 23, I, “c” da Lei Geral de Licitações.
Assim, excetuando a audiência pública, pode-se desmembrar a licitação nas seguintes fases: a)
edital – ato pelo qual são convocados os interessados e estabelecidas as condições que irão reger
o certame, que deve ter divulgação oficial e particular obrigatória; b) habilitação – ato no qual
se analisa a documentação (jurídica, técnica, econômico-financeira, fiscal e trabalhista) e os
requisitos pessoais dos licitantes, habilitando-os ou não; c) julgamento das propostas com a
classificação – ato no qual as propostas são confrontadas e classificadas para determinação do
vencedor a quem deverá ser adjudicado o objeto da licitação; d) adjudicação – ato pelo qual se
atribui ao vencedor (aquele que tenha apresentado proposta mais vantajosa para a
administração) o objeto da licitação para a subsequente efetivação do contrato; e) homologação
– ato de controle pelo qual a autoridade competente confirma a classificação das propostas e
ratifica a adjudicação do objeto da licitação ao proponente vencedor (MEIRELLES, 2016;
MELLO, 2013; DI PIETRO, 2014).
A Figura 1 ilustra de forma mais simplificada como se desenvolvem as fases do processo
licitatório, levando em consideração todos os passos até a sua conclusão, quando então, deve
26
ser encaminhado ao setor financeiro para emissão do empenho e posterior envio ao patrimônio
e/ou almoxarifado. Por fim, esse último setor remete os empenhos ao fornecedor e aguarda o
recebimento dos materiais.
Figura 1 – Fases da Licitação
Fonte: Elaborado pelo autor com base na Lei 8.666/1993
Quanto aos tipos de licitação há que se considerar os fatores de julgamento da proposta
e as características do objeto licitado para definição do tipo de licitação mais adequado. Dessa
forma, pode ser que, em determinado caso o fator preponderante seja o interesse econômico,
em outros seja técnico ou mesmo a combinação desses dois (MEIRELLES, 2016).
Com base nessas ponderações, pode-se delinear três tipos: de menor preço, de melhor
técnica, de técnica e preço. Além dessas, há o tipo maior lance ou oferta, utilizada nos casos de
alienação de bens ou concessão de direito de uso real. A Lei 8.666/93 estabelece, em seu art.
45, § 1º, os Tipos de Licitação, aplicadas em todas, exceto na modalidade concurso, conforme
descrição abaixo:
“I – a de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para
a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta
de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
II – a de melhor técnica;
III – a de técnica e preço;
IV – a de maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de
direito real de uso”.
27
No que diz respeito aos limites, o art. 23 da mesma lei, esclarece que as modalidades de
licitação serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado
da contratação:
“I - Para obras e serviços de engenharia:
a) Convite - até R$ 150.000,00;
b) Tomada de Preços - até R$ 1.500.000,00;
c) Concorrência: acima de R$ 1.500.000,00.
II - Para compras e serviços não referidos no inciso anterior:
a) Convite - até R$ 80.000,00;
b) Tomada de preços - até R$ 650.000,00;
c) Concorrência - acima de R$ 650.000,00”.
Para facilitar o entendimento sobre os tipos de licitação (que não devem ser confundidos
com as modalidades), observe-se a Figura 2 para que se perceba que os tipos se referem a forma
de julgamento do certame.
Figura 2 – Tipos de Licitação
Fonte: Elaborado pelo autor com base na Lei 8.666/1993
A Figura 3 esclarece um pouco mais sobre como se dividem os limites, demonstrando
que as obras e serviços de engenharia têm limites mais elevados do que as compras e serviços
que não sejam de engenharia.
28
Figura 3 – Limites da Licitação
Fonte: Elaborado pelo autor com base na Lei 8.666/1993
Concernente às modalidades de licitação, a Lei nº 8.666/93 criou cinco, que são
determinadas em função de limites para cada tipo de contratação. São elas: concorrência,
tomada de preços, convite, concurso e leilão. Além dessas modalidades, destacam-se também
o Pregão (presencial e eletrônico), o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) e
procedimento chamado Sistema de Registro de Preços (SRP). Abaixo, detalhar-se-á cada um
deles.
a) Concorrência
Esta modalidade está prevista no art. 22, § 1º, da Lei n. 8.666/93. Nela podem participar
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu item.
b) Tomada de Preços
Prevista no art. 22, § 2º, a Tomada de Preços é a modalidade de licitação entre
interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a
necessária qualificação.
29
c) Convite
Prevista no art. 22, § 3º, Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo
pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3
(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento
convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que
manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação
das propostas.
d) Concurso
Prevista no art. 22, § 4º, Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de
prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na
imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
e) Leilão
Prevista no art. 22, § 4º, Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, prevista no art. 19, a quem
oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
A Figura 4 apresenta outras características sobre as modalidades para uma melhor
compreender como e em quais casos, cada uma delas pode ser aplicada. Salientando-se que no
caso das modalidades, nada impede que se utilize a concorrência nos demais casos e assim
sucessivamente.
30
Figura 4 – Modalidades de Licitação
Fonte: Elaborado pelo autor com base na Lei 8.666/1993
f) Licitação Dispensada, Dispensável e Inexigibilidade
Sabe-se que a regra geral para as contratações públicas é a obrigatoriedade de realização
de processo licitatório tanto para a aquisição de materiais (consumo e permanente) quanto para
serviços e obras. Porém, a Lei de Licitações prevê algumas situações em que a obrigatoriedade
de um certame fica afastada. Essas hipóteses podem ser enquadradas como Licitação
Dispensada, Licitação Dispensável e Inexigibilidade.
Os artigos 17, 24 e 25 da Lei 8.666/93 tratam dessas exceções. Licitação dispensada é
aquela em que a lei declarou-a como tal, ou seja, não se faz licitação. Já com relação à licitação
dispensável, a Administração pode dispensar se assim lhe convier. Por fim, a licitação
inexigível é aplicada quando houver inviabilidade de competição. Em relação a esses casos, di
Pietro assim se posiciona:
“A diferença básica entre as duas hipóteses está no fato de que, na dispensa, há
possibilidade de competição que justifique a licitação; de modo que a lei faculta a
dispensa, que fica inserida na competência discricionária da Administração. Nos casos
de inexigibilidade, não há possibilidade de competição, porque só existe um objeto ou
uma pessoa que atenda às necessidades da Administração; a licitação é, portanto,
inviável” (DI PIETRO, 2014, p. 395).
31
Além das modalidades apontadas pela Lei 8.666/1993, o legislador inovou na criação
de outros modelos e procedimentos, visando o aperfeiçoamento do regime de licitações para
que alcance da economicidade e modernização dos certames.
g) Pregão
Não obstante, o § 8º do art. 22 da Lei 8.666/1993 vede a criação de outras modalidades
de licitação ou sua combinação, a Lei nº 10.520/2002 instituiu, no âmbito da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, a
modalidade de licitação denominada Pregão para aquisição de bens e serviços comuns. Para
Mello (2013), a edição da Lei 10.520/2002 remedia o vício de criação de nova modalidade, por
ter esta lei caráter de norma geral, elaborada posteriormente à Lei 8.666/1993, o que para o
autor supracitado, não configuraria afronta ou alteração de norma legal anterior, fato que
permitiria a coexistência do pregão com às demais modalidades.
Nos dizeres de Celso Antônio Bandeira de Mello, o pregão “pode ser entendido como a
modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns qualquer que seja o valor
estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e
lances em sessão pública” (MELLO, 2013, p. 574).
O Decreto nº 3.555/2000 é quem regulamenta a modalidade Pregão no âmbito da União
para o Pregão Presencial e, em seu art. 2º dá-nos a seguinte definição: “é a modalidade de
licitação em que a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns é feita em sessão
pública por meio de propostas de preços escritas e lances verbais”.
O parágrafo único do art. 1º “considera bens e serviços comuns aqueles cujos padrões
de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado”.
Muitos autores, a exemplo de Mello (2013), Justen Filho (2014), di Pietro (2014) e
Meirelles (2016), questionam essa definição devido a sua imprecisão. No caso do último autor
supracitado, o mesmo defende que:
“O conceito legal é insuficiente, visto que, a rigor, todos os bens licitados devem ser
objetivamente definidos, em descrição sucinta e clara (Lei 8.666/93, art. 40, 1). O que
caracteriza os bens e serviços comuns é sua padronização, ou seja, a possibilidade de
substituição de uns por outros com o mesmo padrão de qualidade e eficiência. No
pregão o fator técnico não é levado em consideração, mas apenas o fator preço. O
Dec. 3.555, de 8.8.2000 regulamenta a matéria, contendo o Anexo II, que relaciona
os bens e serviços comuns. A lista é apenas exemplificativa e serve para orientar o
administrador na caracterização do bem ou do serviço comum. O essencial é que o
objeto licitado possa ser definido por meio de especificações usuais no mercado, o
32
que não impede a exigência de requisitos mínimos de qualidade” (MEIRELLES,
2016, p. 399).
Quanto ao Pregão Eletrônico, este é regulamentado pelo Decreto nº 5.450/2005,
esclarecendo que “o pregão, na forma eletrônica, como modalidade de licitação do tipo menor
preço, realizar-se-á quando a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns for feita à
distância em sessão pública, por meio de sistema que promova a comunicação pela internet”.
Vale salientar que, segundo o art. 4º do Decreto n. 5.450/2005 nas licitações para
aquisições de bens e serviços comuns, será preferencial a utilização de pregão eletrônico, salvo
os casos de comprovada a inviabilidade.
As regras do pregão também são inovadoras e simples. É prevista inversão das fases de
habilitação e classificação dos licitantes. A inversão permite que seja examinada somente a
documentação do participante que tenha apresentado a melhor proposta. O procedimento que
vem sendo adotado nas concorrências obriga ao prévio exame da documentação de habilitação
apresentada por todos os participantes, acarretando desnecessária lentidão na conclusão da
licitação (MEIRELLES, 2016; MELLO, 2013; DI PIETRO, 2014; CARVALHO FILHO,
2014).
A Figura 5 apresenta uma visão geral e sintética para que se possa visualizar de forma
mais clara o funcionamento e os detalhes dessa nova modalidade denominada Pregão que foi
instituída pela Lei 10.520/2002.
Figura 5 – Características do Pregão
Fonte: Elaborado pelo autor com base na Lei 10.520/2002
33
Nos próximos subitens, discute-se dois novos mecanismos que não são propriamente
modalidades de licitação, mas sim um conjunto de procedimentos que têm por finalidade
racionalizar e facilitar os processos de aquisição de materiais e serviços. São eles o Sistema de
Registro de Preços (SRP) e o Regime Diferenciado de Contratações (RDC).
h) Sistema de Registro de Preços (SRP)
O Sistema de Registro de Preços (SRP) tem previsão na Lei 8.666/1993, cujo art. 15, II,
determina que as compras, sempre que possível, deverão ser processadas por meio de SRP. O
Decreto 7.892/2013 é a norma que regulamenta o SRP, definindo-o como “o conjunto de
procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de
bens, para contratações futuras” (art. 2º, I do decreto).
Meirelles (2016) enfatiza que essa norma visa racionalizar e simplificar o processo de
contratação, dotando-a de maior eficiência. Ademais, conforme expõe di Pietro, essa ferramenta
“facilita as contratações futuras, evitando que, a cada vez, seja realizado novo procedimento de
licitação” (DI PIETRO, 2014, p. 444), contribuindo para a economicidade dos processos
licitatórios.
Conforme depreendemos do art. 1º do Decreto, essa norma aplica-se apenas no âmbito
da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, fundos especiais, empresas
públicas, sociedades de economia mista e demais entidades controladas, direta ou indiretamente
pela União.
Compõem o SRP: Órgão Gerenciador, Órgão Participante, Órgão Não-Participante. Os
incisos III, IV e V do art. 2º, definem cada um desses elementos conforme abaixo:
“III - Órgão gerenciador - órgão ou entidade da administração pública federal
responsável pela condução do conjunto de procedimentos para registro de preços e
gerenciamento da ata de registro de preços dele decorrente;
IV - Órgão participante - órgão ou entidade da administração pública que participa
dos procedimentos iniciais do Sistema de Registro de Preços e integra a ata de registro
de preços;
V - Órgão não participante - órgão ou entidade da administração pública que, não
tendo participado dos procedimentos iniciais da licitação, atendidos os requisitos desta
norma, faz adesão à ata de registro de preços”.
Segundo o art. 3º, o Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado nas seguintes
hipóteses:
“I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de
contratações frequentes;
34
II - quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas
ou contratação de serviços remunerados por unidade de medida ou em regime de
tarefa;
III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para
atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; ou,
IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o
quantitativo a ser demandado pela Administração”.
Antes do processo licitatório que dará origem ao SRP, há o procedimento conhecido
como Intenção de Registro de Preços de que trata o art. 4º do Decreto 7.892/2013, que deverá
ser utilizado pelos órgãos e entidades integrantes do SIASG – Sistema de Administração de
Serviços Gerais, com a finalidade de registrar e divulgar os itens que se pretende licitar, além
de consolidar informações relativas à estimativa individual e total de consumo e confirmar junto
aos órgãos participantes a sua concordância com o objeto a ser licitado (incisos II e V do art. 5º
do decreto).
Após a realização do pregão, o SRP resulta em uma Ata de Registro de Preços que é um
documento vinculativo, obrigacional, com característica de compromisso para futura
contratação, em que se registram os preços, fornecedores, órgãos participantes e condições a
serem praticadas, conforme as disposições contidas no instrumento convocatório e propostas
apresentadas (art. 2º, II do decreto).
De acordo com o § 3º do art. 15 da Lei de Licitações, o SRP deve observar as seguintes
condições: (I) os preços registrados serão sempre selecionados através da modalidade
concorrência; (II) estipulação prévia do sistema de controle e de atualização dos preços
registrados; (III) a validade dos registros não excederá de um ano. Mesmo diante da
determinação de utilização da modalidade concorrência, no caso de aquisição de “bens e
serviços comuns”, o registro de preços poderá ser realizado por meio da modalidade “pregão”,
de acordo com o previsto no art. 11 da Lei 10.520/2002
Importante mencionar ainda que, de acordo com o art. 15, § 4º da Lei 8.666/1993, a
existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações que deles
poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação
relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de
condições.
Para auxiliar na compreensão do Sistema de Registro de Preços, elaborou-se a Figura 6
que aponta alguns dos principais aspectos e detalhes da estruturação desse procedimento
especial criado para mitigar os efeitos negativos da escassez de recursos.
35
Figura 6 – Características do Sistema de Registro de Preços
Fonte: Elaborado pelo autor com base no Decreto 7.892/2013
i) Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC)
O Regime Diferenciado de Contratação Pública (RDC), visa modernizar e acelerar os
processos licitatórios. Esse regime foi editado com vigência temporária para atender as
demandas dos grandes eventos esportivos realizados no Brasil e, posteriormente, foi ampliado
para uma série de ações estratégicas.
O RDC foi instituído pela Lei nº 12.462, de 04 de agosto de 2011, para ser aplicado
exclusivamente às licitações e contratos necessários à realização dos seguintes eventos:
I – Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016;
II – Copa das Confederações da Fifa 2013 e Copa do Mundo 2014; e
III – obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das capitais
dos Estados da Federação distantes até 350 km das cidades sedes dos mundiais referidos nos
incisos I e II.
Devido as alterações posteriores, o RDC passou a ser aplicado a uma série de ações que
ampliou muito o escopo de atuação desse regime, conforme depreende-se das informações
constantes do Quadro 1.
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Quadro 1 – Ações nas quais podem ser aplicadas o RDC
Às ações integrantes do Programa de Aceleração do
Crescimento – PAC
Conforme Lei nº 12.688, de 18
de julho de 2012
Às obras e serviços de engenharia no âmbito dos
sistemas de ensino público
Nos termos da Lei nº 12.722, de
20 de outubro de 2012
Às obras e serviços de engenharia celebrados no âmbito
do Sistema Único de Saúde – SUS
Conforme Lei nº 12.745, de 19
de dezembro de 2012
Às ações da Companhia Nacional de Abastecimento –
Conab relacionadas a reforma, modernização, ampliação
ou construção de unidades armazenadoras próprias
destinadas à conservação de produtos agropecuários em
ambiente natural
Conforme Lei nº 12.873, de 24
de outubro de 2013
De forma subsidiária nas licitações destinadas à
concessão de porto organizado e ao arrendamento de
instalação portuária
Conforme art. 66 da Lei de nº
12.815, de 05 de junho de 2013
Às obras e serviços de engenharia para construção,
ampliação e reforma e administração de
estabelecimentos penais e de unidades de atendimento
socioeducativo
Incluído pela Lei nº
13.190/2015
Às ações no âmbito da segurança pública Incluído pela Lei nº
13.190/2015
Às obras e serviços de engenharia, relacionadas a
melhorias na mobilidade urbana ou ampliação de
infraestrutura logística
Incluído pela Lei nº
13.190/2015
À formalização de contratos de locação de bens móveis e
imóveis pela administração, nos quais o locador realiza
prévia aquisição, construção ou reforma substancial, com
ou sem aparelhamento de bens, por si mesmo ou por
terceiros, do bem especificado pela administração
Incluído pela Lei nº
13.190/2015
Às ações em órgãos e entidades dedicados à ciência, à
tecnologia e à inovação
Incluído pela Lei nº
13.243/2016
Fonte: Elaborado pelo autor com base na Lei 12.462/2011
Com essas alterações substanciais e amplas, pode-se dizer que o RDC deixou de ter
vigência temporária, uma vez que muitas das ações acrescidas pelas leis supracitadas têm
caráter perene devido às suas características.
No entendimento de Justen Filho (2014), a Lei 12.462/2011 não revogou a Lei
8.666/1993, nem a Lei 10.520/2002, uma vez que cabe ao gestor optar pelo regime que melhor
lhe convier. Porém, o autor acredita que o RDC, dada a obtenção de resultados satisfatórios e
de sua maior flexibilidade em relação aos procedimentos – se comparado à Lei Geral das
37
Licitações – esse novo regime conduzirá no futuro à revogação das leis anteriores (JUSTEN
FILHO, 2014, p. 500).
Analisando a norma que instituiu o RDC, di Pietro (2014) enumera, de forma sintética,
algumas inovações inseridas por esse novo regime, seja em relação à licitação ou ao contrato,
conforme descrição abaixo:
“a) ampliação dos objetivos da licitação (art. 1º, § 1º);
b) inclusão do princípio da economicidade e do desenvolvimento nacional
sustentável (art. 32); (grifo nosso)
c) restrições à publicidade do orçamento estimado (art. 62);
d) inversão nas fases de habilitação e julgamento (art. 12);
e) novos critérios de julgamento (art. 18);
f) previsão de procedimentos auxiliares das licitações (art. 29);
g) previsão da possibilidade de exigência de amostra para a pré-qualificação e para o
julgamento (art. 7º, II);
h) possibilidade de remuneração variável vinculada ao desempenho da contratada (art.
10);
i) previsão da contratação simultânea ou possibilidade de contratação de mais de uma
empresa para realizar o mesmo serviço (art. 11);
j) previsão da contratação integrada entre os regimes de execução do contrato (art.
82)” (DI PIETRO, 2014, p. 456).
Outra alteração relevante foi a ampliação dos objetivos da licitação. De acordo com o
art. 1º da Lei do RDC, foram acrescentados os seguintes objetivos: I – ampliar a eficiência nas
contratações públicas e a competitividade entre os licitantes; II – promover a troca de
experiências e tecnologias em busca da melhor relação entre custos e benefícios para o setor
público; III – incentivar a inovação tecnológica; e IV – assegurar o tratamento isonômico entre
os licitantes e a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública. Os princípios
também foram ampliados. Conforme menciona o art. 3º da norma ora analisada, foram incluídos
os seguintes princípios: o da economicidade e o do desenvolvimento nacional sustentável,
este último já retratado pela lei 12.349/2010 e, pela própria Constituição em seu art. 170, V que
foi alterado pela Emenda Constitucional nº 42/2003.
Como se pode perceber, o processo licitatório em âmbito federal possui regras e escopo
bem definidos e sua normatização é ampla e muito detalhada. A modernização e a praticidade
têm sido implementadas pelo legislador que busca por meio de novos instrumentos legais, trazer
mais agilidade e eficiência para as contratações públicas.
Nesse percurso, o poder público tem inserido cada vez mais a variável sustentabilidade
socioambiental aos processos licitatórios, demonstrando preocupação com o equilíbrio
ambiental e com a redução das desigualdades sociais. Os tópicos a seguir abordam essas
questões sobre o procedimento que ficou conhecido como Licitações Sustentáveis.
38
2.2 LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS
Esse subtópico trata das licitações sustentáveis (conceito, finalidade, amparo legal etc.).
Esse tema ganhou relevância diante da percepção de que os governos são grandes consumidores
de produtos e serviços para atendimento do seu mister. Assim, os estudiosos de políticas
públicas de meio ambiente passaram a refletir sobre a utilização do poder de compras do serviço
público como um indutor de práticas sustentáveis, tanto por parte do poder público, quanto por
parte dos fornecedores.
2.2.1 Iniciativas relativas à construção do conceito de compras públicas sustentáveis
O tema compras públicas sustentáveis começou a ser discutido mundialmente a partir
das ideias da Agenda 21, que resultou da Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CNUMAD) em 1992, conhecida como Rio 92 ou Eco 92. Esse documento
consiste em um plano elaborado com o intuito de ser aplicado em todas as esferas
governamentais e adotado por todos os atores sociais com atuação relevante, buscando integrar
as dimensões econômica, social e ambiental, promovendo assim, os princípios do
desenvolvimento sustentável (ICLEI, 2008, p. 21).
Uma das partes mais relevantes desse documento, para efeitos dessa discussão é o
Capítulo 4 que trata da mudança dos padrões de consumo, quando são prescritos os seguintes
objetivos: a promoção de padrões de consumo que reduzam as pressões ambientais, além de
atender as necessidades básicas da humanidade e o desenvolvimento de uma melhor
compreensão do papel do consumo e da forma de se implantar padrões de consumo mais
sustentáveis (SANTOS, 2013, p. 42). O capítulo supracitado também enfatiza, dentre uma série
de atividades, a importância do exercício das lideranças governamentais como um fator
decisivo para otimizar os processos de aquisições públicas, sob a ótica da sustentabilidade
(BRASIL, 2014a, p. 5).
Ainda em relação ao Capítulo 4, a Agenda 21 propõe que o cerne do conceito de
licitação sustentável é a mudança nos padrões de consumo. O documento ressalta ainda que os
governos podem ser grandes consumidores, ocupando muitas vezes, um papel expressivo no
cenário econômico dos países. Sendo assim, o poder público pode exercer uma influência
significativa sobre o comportamento empresarial, induzindo estes a adotarem posturas mais
condizentes com o meio ambiente (FERNANDES, 2016, p. 41).
39
A partir da implementação da Agenda 21, muitos países começaram a usar o poder de
compras das instituições públicas como uma prática estratégica de incentivo, passando a
incorporar critérios de sustentabilidade ambiental aos processos de aquisição de bens e
contratação de serviços (VALENTE, 2011, p. 4). Com isso, as licitações e as demais formas de
contratação devem obedecer a preferência por fornecedores e produtos de menor impacto
ambiental (ROSSATO E VAN BELLEN, 2011, p. 12).
A sustentabilidade das licitações voltou a ser tratada novamente na Cúpula Mundial
sobre Desenvolvimento Sustentável de Joanesburgo, em 2002, conhecida como Rio+10. Esse
encontro buscou ratificar as ações orientadas pela Agenda 21 “impulsionando as autoridades
públicas a ‘promover políticas de contratação pública que favoreçam o desenvolvimento e a
difusão de mercadorias e serviços favoráveis ao meio ambiente’” (SILVA, GUIMARÃES E
SILVA, 2012, p. 52).
Nessa reunião, lançou-se o chamado Plano de Implementação de Joanesburgo, cujo
capítulo III foi intitulado de “Alteração dos Padrões Insustentáveis de Produção e Consumo”.
Neste capítulo, uma das medidas preconizadas, no item 19-c, foi a de “promover as políticas de
compras públicas que incentivem o desenvolvimento e a disseminação de bens e serviços
ambientalmente saudáveis” (TORRES, 2011, p. 104).
Na conferência supracitada foi aprovado o Plano de Joanesburgo, que propôs a
elaboração de um conjunto de programas com duração de dez anos. As propostas que
compunham esse plano foram idealizadas e orientadas pelo PNUMA e pelo Departamento de
Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA), por meio de um processo
lançado em 2003, conhecido como Processo de Marrakesh, em homenagem à cidade onde
ocorreu a primeira reunião após o Plano de Johanesburgo (PORTILHO e RUSSO, 2008;
BARCESSAT, 2011; ICLEI, 2012; ONU, 2012; ALENCASTRO, 2014; BÁRBARA, 2015).
A adesão ao Processo de Marrakesh resulta em uma obrigação, qual seja, desenvolver
um Plano de Ação. Para ajudar nesta tarefa, foram criados manuais metodológicos, a criação
de forças-tarefas e de grupos de trabalho com o objetivo de identificar as experiências mais
avançadas de Produção e Consumo Sustentável nos países mais desenvolvidos e difundi-las
(PORTILHO e RUSSO, 2008; BARCESSAT, 2011; ICLEI, 2012; ONU, 2012;
ALENCASTRO, 2014; BÁRBARA, 2015).
As forças tarefas consistem em iniciativas voluntárias que são lideradas por governos
nacionais que desenvolvem parcerias com várias outras entidades. Cada um desses governos se
responsabiliza por uma série de atividades concretas em nível nacional e regional. Foram
criadas 7 (sete) forças tarefas até o momento: Cooperação com a África, liderada pela
40
Alemanha; Educação e Consumo Sustentável, liderada pela Itália; Construções Sustentáveis,
liderada pela Finlândia; Produtos Sustentáveis, liderada pela Inglaterra; Estilo de vida
sustentável, liderada pela Suécia; Turismo Sustentável, liderada pela França e, a mais relevante
para esse trabalho, que é Compras Públicas Sustentáveis, liderada pela Suíça (PORTILHO e
RUSSO, 2008; BARCESSAT, 2011; BAHIA e ICLEI, 2012; ONU, 2012; ALENCASTRO,
2014; BÁRBARA, 2015).
A criação de uma força-tarefa com foco nas compras públicas sustentáveis, evidencia a
preocupação com a mudança dos padrões de consumo, especialmente no âmbito das aquisições
públicas por meio da criação e desenvolvimento de metodologias de compras sustentáveis,
enfatizando assim, o reconhecimento do papel dos governos nacionais e regionais para o
desenvolvimento sustentável (ALENCASTRO, 2014; BETIOL et al., 2012).
A adesão do Brasil ao Processo de Marrakesh ocorreu em 2007. Em 2008, foi assinada
a Portaria nº 44 que instituiu o Comitê Gestor Nacional de Produção e Consumo Sustentável.
Essa portaria buscou articular instituições públicas, privadas e da sociedade civil para elaborar
o Plano de Ação para a Produção e Consumo Sustentáveis – PPCS que será retratado no
próximo subtópico (MOTTA, 2015; MENDES, 2014; CYPRESTE, 2013; ICLEI, 2012).
Na Rio+20, realizada no ano de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, foi aprovado o início
de um segundo ciclo de dez anos do Plano de Implementação de Joanesburgo – período de 2012
a 2022 – visando alcançar metas e objetivos propostos. O capítulo III do aludido plano trata de
mudança nos padrões insustentáveis de produção e consumo (ONU, 2012).
Outra iniciativa que contribuiu para fortalecer a ideia de licitações sustentáveis, foi o
lançamento pela ONU dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) que faz parte
da chamada Agenda 2030 que consiste em um plano de ação idealizado em 2015 por líderes
mundiais para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz
e a prosperidade. Dentre esses 17 ODS, destaque-se o de número 12 que consiste em Assegurar
padrões de produção e de consumo sustentáveis. O subitem 12.7 trata especificamente de
promover práticas de compras públicas sustentáveis (ONU, 2015).
Como se pode observar, são várias as iniciativas de governos e organizações
internacionais que tiveram como pretensão estimular práticas de produção e consumo
sustentáveis, especialmente as licitações públicas sustentáveis, cujo conceito será um pouco
mais explorado nas próximas linhas.
2.2.2 Licitação Sustentável – Conceito e Aspectos Legais
41
Muitos autores, como por exemplo Valente (2011), Torres (2012), Brasil (2014a), Brasil
(2013), ICLEI (2012), dentre outros, propuseram um conceito para licitações sustentáveis.
Todos são unânimes em afirmar que se trata da inclusão de critérios de sustentabilidade às
aquisições de bens e serviços.
Aprofundando um pouco mais a temática, Brasil (2014a, p. 2) propõe que a licitação
sustentável busca alinhar-se a uma nova postura para as aquisições públicas, nos seguintes
moldes:
“As contratações públicas sustentáveis representam a adequação da contratação ao
que se chama consumo sustentável. Significa pensar a “proposta mais vantajosa para
a administração” levando-se em conta não apenas o menor preço, mas o custo como
um todo, considerando a manutenção da vida no planeta e o bem-estar social. Vale
lembrar que os recursos naturais do país e sua biodiversidade são recursos públicos e
como tal devem ser preservados” (BRASIL, 2014a, p. 2).
O ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade (em português), afirma que podemos
considerar uma compra como sendo sustentável, a partir do momento que se reflete sobre a real
necessidade da aquisição, as condições em que o produto foi fabricado (materiais utilizados,
condições de trabalho dos empregados etc.) e, por fim, sobre a o comportamento do produto
em sua vida útil e a sua disposição final (ICLEI, 2012).
Há muitos exemplos de critérios e características sustentáveis que podem ser buscadas
nos produtos e serviços contratados pela Administração Pública. Torres (2012, p. 3), enumera
os seguintes: “menor utilização de recursos naturais em seus processos produtivos, menor
presença de materiais perigosos ou tóxicos, maior vida útil, possibilidade de reutilização ou
reciclagem, geração de menor volume de resíduos”.
A partir desse novo conceito e dessas novas reflexões, a licitação passou a ter mais um
objetivo, a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, além dos objetivos tradicionais
de garantir a observância ao princípio constitucional da isonomia, da livre concorrência e da
seleção da proposta mais vantajosa, conforme determinação da nova redação do artigo 3º da
Lei 8.666/1993. Assim a licitação passou a ser um instrumento para viabilização de política
pública em prol do meio ambiente (BRASIL, 2013). Com essa nova visão, passa-se a levar em
conta os impactos socioambientais ocasionados pelas contratações públicas, salientando a
importância da aplicação responsável dos recursos públicos.
Conforme salienta Brasil (2016a), além dos aspectos sociais, da promoção do comércio
justo, a licitação sustentável deve considerar aspectos como:
“...redução do consumo; análise do ciclo de vida do produto (produção, distribuição,
uso e disposição) para determinar a vantajosidade econômica da oferta; estímulo para
42
que os fornecedores assimilem a necessidade premente de oferecer ao mercado, cada
vez mais, obras, produtos e serviços sustentáveis, até que esta nova realidade passe a
representar regra geral e não exceção no mercado brasileiro; fomento da inovação,
tanto na criação de produtos com menor impacto ambiental negativo, quanto no uso
racional destes produtos, minimizando a poluição e a pressão sobre os recursos
naturais” (BRASIL, 2016a, p. 14.).
Nesse cenário, a realização das licitações sustentáveis ressalta a importância do papel
do administrador público, pois esse profissional deve ter habilidade para fazer a necessária
ponderação entre a aplicação do princípio da isonomia e as diretrizes legais e constitucionais
de proteção ao meio ambiente e de desenvolvimento sustentável, sem que nenhum desses
princípios sejam feridos na realização da licitação (VALENTE, 2011).
Portanto, como podemos inferir das reflexões acima, o processo licitatório tem como
missão – além da busca pela proposta mais vantajosa para a administração, em termo de preço
e qualidade, – a persecução da proteção ao meio ambiente e consequente combate aos impactos
socioambientais negativos. Essa nova realidade impõe ao gestor público uma grande
responsabilidade no momento de definir o que comprar e o que contratar, pois deve haver uma
preocupação que vai além das questões econômico-financeiras.
Atualmente, temos muitos instrumentos de comando e controle no ordenamento jurídico
brasileiro direcionados ao desenvolvimento sustentável e ao equilíbrio socioambiental e, de
forma muito específica, em relação à inclusão de critérios de sustentabilidade nas compras
públicas.
Podemos, inicialmente, fazer menção a nossa Carta Magna que foi a primeira
constituição nacional a dedicar um capítulo exclusivo para tratar da proteção ao meio ambiente
como um direito-dever de todos (Cap. VI, CF/1988). Mencione-se também o art. 23, inciso VI
que “estabeleceu como competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios: proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas”.
Além disso, o caput do art. 225 determina que:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
O supracitado artigo, em seu parágrafo 1º, inciso V, deixa claro ainda a obrigação legal
do Estado em relação ao processo produtivo, vejamos:
“§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
[...]
43
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente”
Assim, conforme defende Brasil (2013, p. 36-37), “o desenvolvimento sustentável está
albergado na Constituição Federal de 1988”, já que nossa Carta Magna deixa claro que o Poder
Público tem por obrigação a defesa e preservação do meio ambiente. Pondere-se que o uso do
poder de compras do serviço público pode contribuir para efetivação da proteção ao meio
ambiente equilibrado.
Mais especificamente em relação às licitações sustentáveis, também há uma vasta
legislação que regulamenta esse procedimento como uma política pública para viabilizar a
preservação do meio ambiente. Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 trata da
possibilidade de tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços
e de seus processos de elaboração e prestação, conforme redação do artigo 170, inciso VI:
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da
justiça social, observados os seguintes princípios:
[...]
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme
o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19/12/2003)”.
A previsão constitucional da defesa do meio ambiente por meio de medidas como
controle da produção e tratamento diferenciado, serviram de suporte para edição de leis,
decretos e outros instrumentos legais (federais, estaduais e municipais) que normatizam as
licitações sustentáveis. É o caso, por exemplo, das Instruções Normativas 01/2010 e 10/2012 -
SLTI/MPOG. A primeira disciplina a aplicabilidade de critérios de sustentabilidade nas
compras e contratações em âmbito federal; e, a segunda estabelece regras para elaboração dos
Planos de Gestão de Logística Sustentável (PLS) de que trata o art. 16, do Decreto nº 7.746, de
5 de junho de 2012. Cabe aqui mencionar que em decorrência da IN 01/2010, foi editada a
Portaria 02/2010 que regulamenta a compra de tecnologia da informação com critérios
ambientais de sustentabilidade, também chamados T.I. Verde.
Outra norma de grande relevância é a Lei 12.349/2010 que alterou o artigo 3º, caput da
Lei 8.666/1993 para introduzir a promoção do desenvolvimento nacional sustentável como um
dos objetivos do processo licitatório. Assim, o supracitado artigo passou a vigorar com a
seguinte redação:
“A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da
isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção
44
do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.”
Em razão da edição da Lei 12.349/2010, foi implementado o Decreto nº 7.746/2012 com
a missão de regulamentar o artigo 3º, caput, da Lei n. 8.666/93 dada sua nova finalidade. O
Decreto em questão estabeleceu critérios, práticas e diretrizes gerais para a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável por meio das contratações realizadas pela Administração
Pública Federal Direta, Autárquica e Fundacional e pelas Empresas Estatais dependentes, e
institui a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública – CISAP.
Em seu artigo 2º, o decreto supracitado, assim dispõe:
“A administração pública federal direta, autárquica e fundacional e as empresas
estatais dependentes poderão adquirir bens e contratar serviços e obras considerando
critérios e práticas de sustentabilidade objetivamente definidos no instrumento
convocatório, conforme o disposto neste Decreto”.
Saliente-se que o Parágrafo Único do mesmo artigo, determina que “a adoção de
critérios e práticas de sustentabilidade deverá ser justificada nos autos e preservar o caráter
competitivo do certame”. Ainda em relação ao Decreto 7.746/2012, o artigo 4º enumera
algumas diretrizes de sustentabilidade que deverão nortear as licitações: I – menor impacto
sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água; II – preferência para materiais,
tecnologias e matérias-primas de origem local; III – maior eficiência na utilização de recursos
naturais como água e energia; IV – maior geração de empregos, preferencialmente com mão de
obra local; V – maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra; VI – uso de
inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais; e VII – origem ambientalmente
regular dos recursos naturais utilizados nos bens, serviços e obras.
Mais recentemente, em outubro de 2017, foi sancionado o Decreto 9.178/2017 que
alterou o Decreto 7.746/2012. Uma das principais modificações foi o art. 2º, que passou a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 2º Na aquisição de bens e na contratação de serviços e obras, a administração
pública federal direta, autárquica e fundacional e as empresas estatais dependentes
adotarão critérios e práticas sustentáveis nos instrumentos convocatórios, observado
o disposto neste Decreto”.
45
Como se pode observar, o Decreto 9.178/2017 alterou o verbo “poderão” para
“adotarão”. Portanto, a adoção dos critérios de sustentabilidade nos processos licitatórios deixa
de ser uma opção e passa a ter uma conotação de obrigação.
Existe ainda uma série de diplomas legais que, já há algum tempo, evidenciavam a
necessidade da inclusão da sustentabilidade nas relações de consumo do poder público, como
é o caso da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto das cidades), que determinou em seu art. 2º, inciso
VII, a “adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana
compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e
do território sob sua área de influência”. (BRASIL, 2013).
Há também o Decreto 2.783/98 que dispõe sobre proibição de aquisição de produtos ou
equipamentos que contenham ou façam uso das Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio
- SDO, pelos órgãos e pelas entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e
fundacional.
Vale mencionar ainda normas como a Portaria do Ministério do Meio Ambiente - MMA
nº 61/2008, que estabelece práticas de sustentabilidade ambiental nas compras públicas desse
órgão; e, a Lei nº 9.660/1998, que dispõe sobre a substituição gradual da frota oficial de veículos
da administração pública, visando incentivar o uso de veículos movidos a combustíveis
renováveis. Ademais, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), “os tratados
internacionais incorporam-se ao ordenamento jurídico brasileiro com força de lei ordinária
federal”, ou seja, os compromissos internacionais em prol da sustentabilidade, assumidos pelo
Estado Brasileiro, podem ser convertidas em lei (BRASIL, 2013, p. 36).
Além disso, conforme orienta Brasil (2016a), ao lado dos fundamentos jurídicos, como
os que foram citados acima, deverão ser utilizados outros instrumentos normativos que emanam
de vários órgãos públicos (como por exemplo, IBAMA, CONAMA, INMETRO e outros),
levando em consideração o objeto a ser licitado. Outras normas atinentes às questões de meio
ambiente e desenvolvimento sustentável podem ser consultadas no Anexo A.
Como podemos perceber, há um número considerável de normas (leis, decretos,
portarias, instruções normativas etc.) que tratam de licitações sustentáveis ou que devem nortear
esse procedimento. Portanto, as licitações sustentáveis devem ser obrigatoriamente
implementadas pelos gestores públicos sob pena de estarem incorrendo em uma ilegalidade.
Para que haja de fato essa implementação, é preciso compreender de que forma ela deve
ocorrer. Inicialmente, é necessário esclarecer que em virtude da determinação imposta pela Lei
8.666/1993 que determina um rol taxativo de obrigações habilitatórias, torna-se inviável a
inserção de critérios de sustentabilidade na fase de habilitação, pois isso pode dar origem a
46
recursos que levarão a retificações ou mesmo anulação do certame, conforme orientação do
Tribunal de Contas da União – TCU exarada em alguns acórdãos como o de nº 1.929/2013 cuja
a redação que trata da decisão transcreve-se abaixo:
“9.5.1. de acordo com a jurisprudência desta Corte, a exigência de apresentação do
certificado EPEAT na categoria Gold, sem permissão de comprovação, por
outros meios, de atendimento aos critérios pretendidos pela Administração,
constitui restrição indevida ao caráter competitivo da licitação e fere o princípio
da isonomia, por se tratar de certificação excessivamente rigorosa que, por ser emitida
somente nos Estados Unidos da America, privilegia as empresas que atuam no
mercado americano (Acórdãos 2.584/2010, 2.403/2012 e 508/2013, todos do
Plenário).”
Sendo assim, a saída para inclusão de critérios de sustentabilidade pode ser viabilizada
na fase de aceitação da proposta, momento em que se pode exigir das licitantes tais
características. Essas exigências podem ser comprovadas por meio de certificados ou outros
documentos, porém, os certificados não podem ter caráter eliminatório e devem permitir tais
comprovações por outros meios alternativos.
A alegação de restrição da competitividade pode ser refutada justificando-se que a
especificação dos itens de forma precisa é uma das obrigações do gestor público. Assim, quando
se faz uma escolha já há, de certa forma, uma restrição (COSTA, 2011). O que não é aceito
pelo TCU é a restrição desproporcional e que inviabilize a competição, conforme decisão
supracitada.
Para tornar possível essa exigência de critérios de sustentabilidade, faz-se necessário
que os setores demandantes ou a própria coordenação responsável pelo processo licitatório
insiram tais obrigações na especificação dos itens a serem adquiridos, ou mesmo, durante a
definição do que vai ser comprado e de que forma. Isso pode ser realizado na fase interna da
licitação, quando podem se reunir o setor demandante e os servidores responsáveis pelo
processo licitatório para definir a inclusão dos critérios de sustentabilidade na descrição dos
itens a serem adquiridos.
Para melhor compreensão das etapas de uma contratação sustentável, utilizaremos nesse
trabalho a divisão de fases proposta por Brasil (2016b), que sugere a divisão da licitação
sustentável em 3 fases: Interna (planejamento); Externa (escolha do fornecedor); e, Execução
Contratual. Para o autor supracitado, os critérios de sustentabilidade devem ser implementados
na fase interna (planejamento) e averiguadas na conferência.
Pode-se entender, então, que no caso de serviços a verificação deve ser feita durante a
execução contratual e no caso de produtos na fase de aceitação e recebimento (BRASIL, 2016b;
47
BETIOL et al, 2012), em consonância com o que determina o artigo 3º do Decreto nº
7.746/2012, que traz a seguinte redação: “os critérios e práticas de sustentabilidade serão
veiculados como especificação técnica do objeto ou como obrigação da contratada”.
Como se observa, não há que se falar em nenhum tipo de inovação. Trata-se, tão
somente, de adequar a especificação de forma que os itens a serem adquiridos possuam
qualidades necessárias à proteção do meio ambiente e a persecução da justiça social que fazem
parte do interesse público (COSTA, 2011).
Ademais, os critérios de julgamento permanecerão os mesmos (menor preço, melhor
técnica, melhor técnica e preço, melhor lance ou oferta). No entanto, conforme salienta Costa
(2011, p. 27) “a escolha da proposta mais vantajosa se dará entre aqueles bens e serviços
oferecidos pelos licitantes que satisfazem o interesse da administração cuja definição e
justificativa constavam previamente do edital do certame”.
Além da legislação e da criação de critérios ambientais, é preciso também levar em
consideração o papel das empresas que também têm grande relevância, pois não adianta criar
um arcabouço legal, orientar e incentivar o setor público a incluir critérios de sustentabilidade,
se o setor privado não estiver inserido nesse contexto.
Embora o objetivo maior das empresas privadas seja o lucro, não se pode ignorar o papel
social e as obrigações ambientais que todos os setores devem assumir, já que a convivência em
sociedade pressupõe muitas responsabilidades. Assim, não cabe somente ao poder público
combater as desigualdades sociais e preservar o meio ambiente, as empresas também precisam
desenvolver seus processos produtivos e atividades de forma responsável e com respeito aos
limites do meio ambiente (FERNANDES, 2016).
Dessa forma, as obrigações ambientais devem fazer parte de qualquer contrato firmado
entre poder público e iniciativa privada, com o intuito de “...garantir que o fornecedor não deixe
de cumprir com os objetivos e critérios de sustentabilidade aos quais aderiu” (BETIOL et al,
2012, p. 112).
A imposição dessas obrigações pode induzir a produção privada de forma mais
sustentável, motivando os empresários a colocarem produtos e serviços mais adequados
ambientalmente a disposição dos compradores. A variável ambiental precisa permear todo o
processo de produção e consumo, já que “não basta apenas a maximização do lucro, o momento
atual é de produzir com responsabilidade, envolvendo a inovação e reconhecendo os
fornecedores como elos estratégicos na busca pela sustentabilidade” (FERNANDES, 2016, p.
49).
48
Conforme enfatiza Garcia e Ribeiro (2012, p. 251), “o desafio é criar parâmetros
objetivos que possam aferir e determinar padrões claros e precisos dos critérios de
sustentabilidade ambiental mensurados no contrato administrativo”. Com o intuito de contribuir
para superação desse desafio, Sant’anna et al (2012, p. 32-34) sugerem uma série de obrigações
que podem fazer parte dos editais e termos de referências, conforme Quadro 2.
Quadro 2 – Sugestões de Obrigações Ambientais
A Contratada deverá responsabilizar-se pela retirada dos resíduos das embalagens do local de entrega e
comprometer-se pela destinação correta dos mesmos, quando solicitado pela Contratante.
Quando da utilização de adesivos, que estes sejam à base de PVA e, quando não possível, de baixa emissão de
formaldeídos.
Quando da utilização de revestimentos em PVC ou laminados de borda, que sejam utilizados adesivos de contato
à base de solventes não-agressivos.
Restringir o uso de materiais não compatíveis com a reutilização e a reciclagem.
Acondicionar, preferencialmente, em embalagens individuais adequadas, com menor volume possível,
utilizando materiais recicláveis, sem prejuízo à máxima proteção dos bens, mas com mínimo desperdício,
quando do transporte ou armazenamento dos bens, conforme Instrução Normativa 01/2010, da SLTI/MPOG.
Indicar como será feita a coleta para correta disposição final do bem pelo fabricante. Quando regulamentados
os acordos setoriais previstos na Lei nº 12305/2010, deverá ser exigida a logística reversa, cabendo ao
fornecedor o recolhimento do material.
As pilhas e/ou baterias devem atender ao disposto nos artigos 14 e 16 da Resolução CONAMA 401/2008.
Somente serão aceitas pilhas e baterias cuja composição respeite os limites máximos de chumbo, cádmio e
mercúrio admitidos nesta resolução, para cada tipo de produto, conforme laudo físico-químico de composição
elaborado por laboratório acreditado pelo INMETRO, nos termos da Instrução Normativa IBAMA n° 08/2012.
Reduzir, quando possível, os Retardadores de Chamas Bromados (BFRs), Clorofluorcarboneto (CFC) e/ou
Polivinilcloreto (PVC) nos conteúdos das carcaças plásticas externas e nas embalagens.
Fornecer produto com os principais componentes identificados, um a um, para facilitar futuras reciclagens.
Fornecer produto de fácil desmontagem, permitindo a separação manual de plásticos para reciclagem.
Identificar as partes do produto que contenham plásticos, segundo a NBR 13230/2008 - Embalagens e
acondicionamento plásticos recicláveis e simbologia.
Que seja fornecida ao consumidor uma descrição das melhores formas de descarte do produto (reutilização,
reciclagem, logística reversa) classificadas em função do seu impacto ambiental. Para cada opção, devem ser
descritas claramente as precauções a tomar para limitar o impacto ambiental. Estas informações devem estar
fixadas de modo a resistir durante a vida útil do produto.
Que seja fornecida ao consumidor notificação sobre o produto identificando elementos que contenham materiais
com necessidades especiais de manipulação.
Conceber o produto de modo que seja possível separar metal de outros componentes, sem a utilização de
ferramentas especiais. Este requisito não se aplica aos metais utilizados em tratamentos de superfície.
Fonte: (SANT’ANNA et al, 2015, p. 32-34)
49
O Quadro 2 traz apenas algumas sugestões de obrigações ambientais que as empresas
devem seguir, sem a pretensão de esgotá-los, já que há uma grande variedade de iniciativas que
abordam essa temática, como é o caso da Agenda A3P, ABNT, Conama etc.
2.2.3 Iniciativas vinculadas às compras públicas sustentáveis no Brasil
Todos os grandes eventos realizados sobre sustentabilidade contribuíram para que o
Brasil formulasse muitas políticas e programas em prol do meio ambiente. O Plano de Ação
para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS) é um bom exemplo dessas ações. Foi lançado
em 2011 pelo Ministério do Meio Ambiente consistindo em um documento que serve de guia
para as ações de governo, do setor produtivo e da sociedade, visando direcionar o Brasil para
padrões mais sustentáveis de produção e consumo e redução da pobreza. O PPCS direciona
seus esforços em 6 áreas distintas: educação para o consumo sustentável; varejo e consumo
sustentável; aumento de reciclagem; construções sustentáveis; compras públicas sustentáveis;
e, Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) (BRASIL, 2014a). Além do PPCS e da
Agenda A3P, merece destaque o Plano de Gestão de Logística Sustentável criado pelo Decreto
7.746/2012 e regrado pela Instrução Normativa SLTI/MPOG 10/2012.
Essas iniciativas têm como função, dentre outras, utilizar o poder de compras do setor
público como um mecanismo de incentivo à promoção do desenvolvimento nacional
sustentável. A seguir, serão abordados alguns detalhes sobre essas iniciativas.
a) Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS)
O Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS), lançado em 2011, é
o documento estruturador das ações governamentais e da sociedade que visa guiar o Brasil rumo
a uma atuação mais sustentável em relação a sua produção de bens e serviços como também
seu consumo. O propósito do PPCS é sistematizar políticas ambientais e de desenvolvimento,
estimulando práticas produtivas sustentáveis e a participação do consumidor na construção de
uma proposta produtiva mais equilibrada com o meio ambiente (BRASIL, 2012).
A implementação do PPCS é conduzida por ações focadas na participação e na
comunicação para oportunizar o engajamento de todos. Dessa forma, ganha relevância o papel
das lideranças como fomentadores e estimuladores, possibilitando a reprodução e multiplicação
50
das iniciativas. Essa estratégia pode afetar os setores produtivos, gerando resultados em escala
crescente (BRASIL, 2012).
O PPCS propõe que as necessidades da sociedade sejam avaliadas para que o poder
público adquira somente o necessário, eliminando os excessos e o desperdício. A ideia é
estimular a ecoeficiência (uso racional dos recursos naturais) e a redução do consumo de
produtos industrializados, como por exemplo, embalagens e sacolas plásticas (BETIOL et al.,
2012, p. 39). O Plano conta com objetivos e metas complementares e de acordo com a proposta
da Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (ICLEI, 2012, p. 19).
Para caracterizar e diferenciar seus propósitos o PPCS apresenta como missão:
“Fomentar políticas, programas e ações de consumo e produção sustentáveis no País
voltadas a ampliar as soluções para problemas socioambientais, consoante com as
políticas nacionais visando à erradicação da miséria e ao desenvolvimento sustentável,
e, com os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, sobretudo com as
diretrizes do Processo de Marrakesh. Desta forma, contribuirá também para as
mudanças de padrão de produção e consumo, rumo a uma economia de baixo carbono,
que garantam a sustentabilidade das sociedades humanas em harmonia com o Planeta”
(MMA, 2011, p. 11).
O PPCS vem sendo construído desde 2007 baseado “em uma política pública alinhada
às ações do Processo de Marrakech2, visando fomentar no Brasil a adoção de padrões de
produção e consumo sustentáveis” (ALENCASTRO, SILVA E LOPES, 2014, p. 210). Quando
da assinatura desse acordo, o Brasil identificou como um dos seus eixos prioritários as compras
sustentáveis, sendo essa temática colocada no primeiro ciclo do PPCS que ocorreu de 2011 a
2014 (BRASIL, 2014a).
O objetivo de priorizar as compras públicas sustentáveis tem o intuito de fomentar a
adoção de práticas ambientalmente corretas no âmbito da Administração Pública nas três
esferas (federal, estadual e municipal) e em todos os níveis de governo. A medida visa ainda
incentivar o setor produtivo e de serviços no incremento da produção de bens e serviços que
atendam a critérios ambientais e promovam o desenvolvimento sustentável (JESUS, 2014, p.
54). A estratégia é “induzir, por meio dessa dinâmica, a ampliação de atividades compatíveis
com a economia verde ou de baixo carbono” (MMA, 2011, p. 13).
2 Neste encontro foi aprovado o Plano de Johannesburgo, que criou programas globais de ação com duração de 10
anos (10 YFP – “10 Years Framework Programmes”) que apoiassem mudanças nos padrões de produção e
consumo. O primeiro encontro para elaboração desses programas ocorreu em 2003, em Marrakech, Marrocos, da
qual surgiu o Processo de Marrakech, definido como um processo global de consultas, elaboração de iniciativas
que acelerassem a adoção de padrões de produção e consumo sustentáveis envolvendo a participação de governos
nacionais, agências de desenvolvimento, setor privado e sociedade civil, incluindo vários mecanismos (SOUSA,
2015, p. 48).
51
São temas abordados pelo PPCS de forma prioritária: Educação para o consumo
sustentável; Compras Públicas Sustentáveis; Divulgação e capacitação em PCS; Fomento à
produção e consumo sustentável; Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P)
(BRASIL, 2014a), tema que trataremos com mais detalhes no próximo subtópico.
Conforme salienta o Ministério do Meio Ambiente, “o PPCS será sempre uma obra em
progresso, com revisões e correção de rumo constantes, à medida que seus objetivos e metas
forem alcançados ou reavaliados. Mas será também um farol para indicar esses rumos, com um
olhar para o futuro” (MMA, 2011, p. 10).
b) Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P)
De acordo com Brasil (2013), a A3P consiste em um programa de adesão voluntária e
integra as licitações sustentáveis como uma de suas linhas de ação, em atuação conjunta com
os demais eixos temáticos: uso racional de recursos, gestão adequada dos resíduos, qualidade
de vida no trabalho, sensibilização e capacitação de servidores.
A Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P) é um programa de adesão
voluntária, por meio do qual incentiva-se a adoção de práticas sustentáveis por parte dos
gestores públicos, com o intuito de gerar economia, com a redução do custo-benefício das
operações da Administração Pública, minimizando os impactos socioambientais negativos.
Trata-se, portanto, de uma proposta de mudança da cultura institucional na busca pela
sustentabilidade que envolve os aspectos econômico, social e ambiental (SOUSA, 2015).
A A3P foi lançada em 1999 pelo Ministério do Meio Ambiente e se institucionalizou
com a edição da Portaria nº 217 que instaurou, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, o
Comitê de Implementação da A3P (MMA, 2008). O objetivo era sensibilizar os gestores
públicos para a importância das questões ambientais, estimulando-os a incorporar princípios e
critérios de gestão ambiental em suas atividades rotineiras (BRASIL, 2009, p. 30).
Valente (2011) considera a A3P um instrumento de indução que visa incentivar a
administração pública a aderir à gestão socioambiental com foco na sustentabilidade. Portanto,
o programa não tem caráter prescritivo ou legal. Assim, de forma voluntária, os gestores
públicos podem adotar critérios ambientais às suas atividades, como por exemplo, nas compras
e contratações de serviços.
Em relação à sua estruturação a A3P foi organizada em cinco eixos temáticos
considerados prioritários: “uso racional dos recursos naturais e bens públicos, gestão adequada
52
dos resíduos gerados, qualidade de vida no ambiente de trabalho, sensibilização e capacitação
dos servidores e licitações sustentáveis” (BRASIL, 2009, p. 36).
No que diz respeito às licitações sustentáveis, os idealizadores e formuladores da A3P
reconhecem a importância das compras públicas como ferramenta indutora da sustentabilidade
ao afirmarem:
“A administração pública deve promover a responsabilidade socioambiental das suas
compras. Licitações que levem à aquisição de produtos e serviços sustentáveis são
importantes não só para a conservação do meio ambiente, mas também apresentam
uma melhor relação custo/benefício a médio ou longo prazo quando comparadas às
que se valem do critério de menor preço. A utilização de recursos públicos para
aquisição de produtos ou contratação de serviços gera impactos significativos na
economia. Nesse contexto, o agente tomador de decisão deve dispor de instrumentos
que lhe permitam tomar decisões fundamentadas nas melhores práticas que envolvam
não só os aspectos econômicos, mas também os ambientais e sociais” (BRASIL, 2009,
p. 47).
Ainda em relação ao setor de compras a A3P recomenda que organizações públicas
adotem uma nova postura, dando preferência a novas estratégias de aquisição e consumo mais
sustentáveis que incorporem, dentre outros, critérios como:
“...a obrigatoriedade de se respeitar a sustentabilidade ambiental como um princípio
geral da compra a ser realizada; a inclusão da necessidade de proteção ambiental como
um critério para a seleção dos produtos e serviços; e a conformidade às leis ambientais
como condição prévia para participação nos processos licitatórios” (BRASIL, 2009,
p. 28).
A A3P também prevê quais critérios de sustentabilidade na aquisição de bens, o poder
público no âmbito federal poderá exigir, dentre os quais pode-se citar:
“• que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte, por material reciclado, atóxico,
biodegradável, conforme ABNT NBR - 15448-1 e 15448-2;
• que sejam observados os requisitos ambientais para a obtenção de certificação do
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO
como produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus
similares;
• que os bens devam ser, preferencialmente, acondicionados em embalagem
individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais recicláveis,
de forma a garantir a máxima proteção durante o transporte e o armazenamento; e
• que os bens não contenham substâncias perigosas em concentração acima da
recomendada na diretiva RoHS (Restriction of Certain Hazardous Substances), tais
como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenil-
polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs)” (BRASIL, 2009, p. 50).
A A3P também aborda sobre a iniciativa desenvolvida pelo MPOG de criação de uma
área exclusiva dentro do Portal Compras Governamentais, com a missão de divulgar as listas
dos bens, serviços e obras que utilizam critérios de sustentabilidade ambiental, além dos
exemplos de boas práticas, ações de capacitação, como também um banco de editais de
53
aquisições sustentáveis que podem servir de modelo para as instituições que desejarem
implementar as licitações sustentáveis (BRASIL, 2009, p. 50).
Outras iniciativas também merecem destaque por contribuírem para efetivação das
compras sustentáveis, como é o caso do Guia de Compras Sustentáveis do Ministério do
Planejamento e do Catálogo de Produtos Sustentáveis criado pela SLTI/MPOG, que podem ser
utilizados por vários órgãos como parâmetro para inclusão de critérios de sustentabilidade nas
especificações dos bens e serviços licitados.
c) A Cisap e o Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS)
Com o passar do tempo, a sustentabilidade foi ganhando cada vez mais relevância,
especialmente em relação às compras públicas. Assim, foi elaborado o Decreto nº 7.746 de 05
de junho de 2012, que regulamentou o art. 3º da Lei 8.666/1993, estabelecendo critérios,
práticas e diretrizes para promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas aquisições e
contratações realizadas pela administração pública federal. Além disso, este decreto instituiu a
Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública – Cisap, que visa
tornar mais consistente a política pública de sustentabilidade brasileira (BRASIL, 2014b). O
Decreto buscou multiplicar as iniciativas de inclusão de critérios sustentáveis nas aquisições
governamentais (JESUS, 2014).
Conforme salienta Bicalho (2013, p. 10) a CISAP, em conjunto com a SLTI, “exerce o
papel de ente central da temática da sustentabilidade na Administração Pública federal,
cabendo-lhe o papel de executora das políticas de sustentabilidade, mediante utilização do
certame público para sua efetivação” (BICALHO, 2013, p. 10).
A CISAP possui apenas natureza consultiva e engloba, dentre outras, as seguintes
competências: propor à SLTI as regras para elaboração dos Planos de Gestão de Logística
Sustentável (PLS); e, critérios e práticas de sustentabilidade nas aquisições, contratações,
utilização dos recursos públicos, desfazimento e descarte. Vale salientar que a CISAP
recomenda que “esses critérios de sustentabilidade deverão ser utilizados como parâmetros para
a avaliação e comparação de bens, materiais ou serviços em função do seu impacto ambiental,
social e econômico” (BRASIL, 2014b, p. 6).
A leitura do art. 2º do Decreto 7.746/2012, leva-nos a entender que a aquisição de bens
e contratação de serviços com critérios e práticas sustentáveis é uma faculdade da administração
pública federal, vejamos:
54
“Art. 2o A administração pública federal direta, autárquica e fundacional e as
empresas estatais dependentes poderão adquirir bens e contratar serviços e obras
considerando critérios e práticas de sustentabilidade objetivamente definidos no
instrumento convocatório, conforme o disposto neste Decreto”.
Já o Parágrafo Único do mesmo artigo supracitado, alerta que “a adoção de critérios e
práticas de sustentabilidade deverá ser justificada nos autos e preservar o caráter competitivo
do certame”. O art. 3º, por sua vez, determina que “os critérios e práticas de sustentabilidade de
que trata o art. 2º serão veiculados como especificação técnica do objeto ou como obrigação da
contratada”. Essa imposição se dá em virtude do que prescreve a Lei 8.666/1993, que define
um rol taxativo de documentos, impossibilitando a inovação na fase de habilitação.
O Decreto supracitado estabeleceu ainda em seu art. 4º as diretrizes de sustentabilidade
para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, quais sejam: Menor impacto sobre
recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água; Preferência para materiais, tecnologias e
matérias-primas de origem local; Maior eficiência na utilização de recursos naturais como água
e energia; Maior geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local; Maior vida
útil e menor custo de manutenção do bem e da obra; Uso de inovações que reduzam a pressão
sobre recursos naturais; Origem ambientalmente regular dos recursos naturais utilizados nos
bens, serviços e obras (BRASIL, 2014b, p. 7).
No que diz respeito ao Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS), Bicalho (2013)
esclarece que a SLTI, na condição de órgão central do Sistema de Serviços Gerais (SISG),
expediu a Instrução Normativa (IN) nº 10, de 12 de novembro de 2012, estabelecendo as regras
para elaboração, no âmbito da administração pública, dos PLS tratados pelo art. 16 do Decreto
7.746/2012.
O art. 3º da IN supra define os PLS nos seguintes termos:
“...são ferramentas de planejamento com objetivos e responsabilidades definidas,
ações, metas, prazos de execução e mecanismos de monitoramento e avaliação, que
permite ao órgão ou entidade estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização
de gastos e processos na Administração Pública”.
Por sua vez, o art. 2º dessa IN traz diversos outros conceitos relevantes para a temática
da sustentabilidade na administração públicas, dos quais, destacam-se:
“I – logística sustentável: processo de coordenação do fluxo de materiais, de serviços
e de informações, do fornecimento ao desfazimento, que considera a proteção
ambiental, a justiça social e o desenvolvimento econômico equilibrado;
II – critérios de sustentabilidade: parâmetros utilizados para avaliação e comparação
de bens, materiais ou serviços em função do seu impacto ambiental, social e
econômico.
55
XI – compra compartilhada: contratação para um grupo de participantes previamente
estabelecidos, na qual a responsabilidade de condução do processo licitatório e
gerenciamento da ata de registro de preços serão de um órgão ou entidade da
Administração Pública Federal”.
A IN 10/2012 propõe ainda quais os temas que deverão ser abrangidos pelas práticas de
sustentabilidade das instituições públicas federais, dentre os quais merece destaque os
mencionados pelo art. 8º, inciso VI: “compras e contratações sustentáveis, compreendendo,
pelo menos, obras, equipamentos, serviços de vigilância, de limpeza, de telefonia, de
processamento de dados, de apoio administrativo e de manutenção predial”.
Com relação às iniciativas para elaboração dos PLS, ressaltamos, pela sua relevância
para este trabalho, àquelas mencionadas pelo art. 11, incisos III e VI:
“III – Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P, coordenado pela
Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio
Ambiente - SAIC/MMA;
VI – Contratações Públicas Sustentáveis - CPS, coordenada pelo órgão central do
Sistema de Serviços Gerais – SISG, na forma da Instrução Normativa nº 1, de 19 de
janeiro de 2010, da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação – SLTI/MP”.
Por fim, frise-se o conteúdo do anexo II da IN 10/2012 que aborda sugestões de boas
práticas sustentáveis e de racionalização de gastos com bens e materiais, especialmente em
relação às compras e contratações, conforme consta no Quadro 3.
Quadro 3 – Sugestão de Boas Práticas Sustentáveis
VI – COMPRAS E CONTRATAÇÕES
1. Dar preferência, quando possível, à aquisição de bens reciclados ou recicláveis;
2. Dar preferência à utilização de impressoras que imprimam em frente e verso;
3. Incluir no contrato de reprografia a opção de impressão dos documentos em frente e verso;
4. Dar preferência, quando possível, à aquisição de papéis reciclados, isentos de cloro elementar ou branqueados
a base de oxigênio, peróxido de hidrogênio e ozônio;
5. Incluir nos contratos de copeiragem e serviço de limpeza a adoção de procedimentos que promovam o uso
racional dos recursos e utilizem produtos reciclados, reutilizados e biodegradáveis;
6. Exigir comprovação de origem das madeiras quando da aquisição de bens e na contratação de obras e
serviços;
7. Priorizar, quando possível, o emprego de mão de obra, materiais, tecnologias e matérias-primas de origem
local;
8. Revisar o contrato de limpeza visando à racionalização em razão do real dimensionamento da área objeto do
serviço contratado;
9. Utilizar, quando possível, software de comunicação eletrônica para o envio de mensagens instantâneas
(instant text messaging) ou para a transmissão de voz (Voice over Internet Protocol – VoIP);
(Continua)
56
10. Adotar, quando possível, uma rede de comunicações telefônicas, entre unidades de um mesmo órgão ou
entidade;
11. Revisar normas internas e os contratos de telefonia fixa e móvel visando a racionalização em relação ao
limite de custeio, à distribuição de aparelhos e ao uso particular dos aparelhos;
12. Revisar o contrato de telefonia fixa e móvel visando à adequação do plano contratado com a real necessidade
do órgão ou entidade;
13. Adotar segurança eletrônica, sempre que possível, nos pontos de acesso dos edifícios dos órgãos ou
entidades, visando auxiliar a prestação do serviço de vigilância;
14. Revisar normas internas e os contratos de vigilância visando o real dimensionamento dos postos de trabalho;
15. Substituir, se possível, a segurança armada por desarmada, nos locais internos do órgão ou entidade; e
16. Fomentar compras compartilhadas.
Fonte: IN 10/2012 SLTI/MPOG
Apesar de possuir apenas natureza consultiva, a CISAP pode representar uma fonte de
inspiração para induzir novas práticas das instituições públicas em prol do meio ambiente.
Práticas essas que devem ser incentivadas constantemente pelos gestores públicas para que essa
nova postura faça parta do dia a dia dos servidores.
Como podemos observar programas como a Agenda 21 e a A3P são políticas de caráter
opcional, que não vinculam ou obrigam a adoção de medidas protetivas ao meio ambiente.
Porém, desde 1981, a legislação brasileira demonstra sua preocupação com as questões
ambientais, como por exemplo, a edição da Lei 6.938/1981 que dispõe sobre a Política Nacional
do Meio Ambiente.
Deve-se ressaltar que a Constituição Federal de 1988 dedicou um Capítulo exclusivo ao
Meio Ambiente, demonstrando a importância que o constituinte deu ao tema, norteando a
postura que o país deve adotar frente aos problemas enfrentados, sobretudo diante dos conflitos
de interesse que, muitas vezes, almejam se sobrepor ao bem comum. Afirma a Carta Magna em
seu art. 225:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Pode-se inferir que as licitações sustentáveis têm respaldo legal e devem ser
implementadas, desde que atendidas as orientações emanadas das decisões dos órgãos de
fiscalização, sobretudo em relação a manutenção do princípio da ampla concorrência. Porém, a
defesa desse princípio não pode servir de escusa para obstaculizar o alcance do
desenvolvimento nacional sustentável e consequente combate ao desequilíbrio ambiental e às
desigualdades sociais.
(Conclusão)
57
Para que a implementação da compra sustentável seja bem-sucedida, há que se enfatizar
a importância de um conceito bem definido, de uma legislação clara, da atuação estatal e da
adaptação do setor privado, para que assim, haja integração entre o poder público, mercado e
sociedade em busca desse objetivo.
58
3 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
O IFPB foi criado a partir da integração de duas instituições: o Centro Federal de
Educação Tecnológica da Paraíba (CEFET-PB) e a Escola Agrotécnica Federal de Sousa (EAF
Sousa). Por sua vez, O CEFET-PB originou-se da Escola Técnica Federal da Paraíba, antes
denominada Escola Técnica Industrial, oriunda do Liceu Industrial e este, da Escola de
Aprendizes Artífices (EAA), que pertenceu a um grupo de dezenove instituições criadas, por
meio do Decreto nº 7.566 de 23 de setembro de 1909, durante o governo do Presidente Nilo
Peçanha. Elas tinham por finalidade ofertar um ensino profissional para atender gratuitamente
àqueles que necessitavam de uma profissão e não podiam pagar pelo ensino. Para tanto, a EAA
começou a funcionar com os cursos que, de acordo com a época, atendiam aos requisitos do
mercado, isto é, Alfaiataria, Marcenaria, Serralharia, Encadernação e Sapataria, realizados em
conjunto com o curso Primário.
Em 1937, por força da Lei nº 378, a Escola transforma-se em Liceu Industrial. Este foi
destinado ao Ensino Profissional em vários ramos e graus. O Decreto nº 4.127/42 transformou
o Liceu Industrial em Escola Industrial de João Pessoa, conhecida também com a denominação
de Escola Industrial Federal da Paraíba, que perdurou até 1959.
Em um cenário de mudanças da educação brasileira, surge a Escola de Economia
Doméstica Rural (1955 a 1979), denominação primeira da EAF Sousa, que nasceu de iniciativa
de um sousense, por meio da Portaria nº 552, de 4 de junho de 1955, com o objetivo de formar
professoras rurais. Posteriormente, por meio do Decreto nº 83.935, de 4 de setembro de 1979,
a EAF – Sousa tem a sua denominação alterada para Escola Agrotécnica Federal de Sousa (EAF
Sousa).
No início dos anos 1960, a já então Escola Técnica Federal da Paraíba (ETF-PB)
implanta os Cursos Técnicos em Construção de Máquinas e Motores e o de Pontes e Estradas,
os primeiros cursos em nível 2º Grau e que vinham atender a demanda da intensificação do
processo de modernização desenvolvimentista do país. Em 1964 foram extintas as oficinas de
Alfaiataria e Artes em Couro, instalando-se as Oficinas de Artes Industriais e Eletricidade. No
ano seguinte pela primeira vez, na sua história, a ETF-PB permitia a entrada de mulher no seu
corpo discente. Enquanto isso, em 11 de outubro de 1963, a EAF – Sousa, por autorização
emanada do Decreto no 52.666, passou a ministrar o Curso Técnico em Economia Doméstica
em nível de 2º grau.
O início dos anos 1980 trouxe dois desdobramentos que impactariam significativamente
a Rede Federal de Educação Tecnológica posteriormente: a oferta dos cursos técnicos especiais,
59
hoje chamados de cursos técnicos subsequentes, e o uso de computadores para propósitos
acadêmicos e administrativos. Outra iniciativa pioneira do período na rede federal foi a oferta
de cursos técnicos especiais na modalidade educação a distância, ministrados pela ETF-PB.
Em 1994, o Presidente Itamar Franco, promulgou a Lei nº 8.948, de 8 de dezembro,
dando início gradativamente à instituição do Sistema Nacional de Educação Tecnológica.
A Escola Técnica Federal da Paraíba se tornou o Centro Federal de Educação
Tecnológica da Paraíba em 1999, denominação mantida até o final de 2008. Esta mudança faz
parte de um processo maior de transformação de Escolas Agrotécnicas e Técnicas Federais em
Centros Federais de Educação Tecnológica. A expansão dos CEFETs permitiu o crescimento
da atuação da Rede Federal de Educação Tecnológica na educação superior tecnológica bem
como na educação profissional com uma maior diversidade de cursos e áreas profissionais
contempladas.
No ano de 2007, o Ministério da Educação publicou o Plano de Desenvolvimento de
Educação Pública (PDE), expondo concepções e metas sobre a educação nacional e por meio
do Decreto nº 6.095/2007, estabeleceu diretrizes para os processos de integração de instituições
federais de educação tecnológica visando à constituição de uma rede de institutos federais.
Ao final de 2008, a Lei nº 11.892/2008 instituiu a Rede Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia, possibilitando a implantação do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba (IFPB). Este, por meio dos seus campi já em funcionamento (Cabedelo,
Cabedelo Centro, Cajazeiras, Campina Grande, Guarabira, João Pessoa, Monteiro, Patos, Picuí,
Princesa Isabel e Sousa), além de outros que estão em processo de implantação (Areia, Catolé
do Rocha, Esperança, Itabaiana, Itaporanga, Mangabeira (João Pessoa), Santa Luzia, Santa
Rita, Soledade e Pedras de Fogo), procura contribuir para o engrandecimento e fortalecimento
do Estado da Paraíba, pela oferta de Educação Profissional e Tecnológica de qualidade a toda
sua população.
Assim, hoje em dia, o IFPB tornou-se uma instituição de educação superior, básica e
profissional, pluricurricular, especializada na oferta de educação profissional e tecnológica,
contemplando os aspectos humanísticos nas diferentes modalidades de ensino, com base na
conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com sua prática pedagógica. Sua missão
é preparar profissionais cidadãos com sólida formação humanística e tecnológica para atuarem
no mundo do trabalho e na construção de uma sociedade sustentável, justa e solidária,
integrando o ensino, a pesquisa e a extensão (PORTAL IFPB).
60
Além disso, o IFPB é considerado como referência em ensino profissional no Estado da
Paraíba, oferecendo diversos cursos presenciais e a distância, nas modalidades integrado ao
ensino médio, subsequente, superior e pós-graduação. Todos gratuitos.
Mais especificamente em relação ao campus Campina Grande, para o qual se propõe
este projeto de intervenção, suas atividades iniciaram-se no ano de 2006. Seus primeiros cursos
foram ofertados em 2007, tendo como pioneiro o Curso Superior de Tecnologia em Telemática.
Em seguida foram implantados mais 4 cursos: Mineração, Manutenção e Suporte em
Informática, Petróleo e Gás e Informática.
Atualmente, o Campus Campina Grande oferta cursos divididos em 5 níveis de ensino:
Cursos Superiores de Tecnologia (Construção de Edifícios e Telemática); Cursos Superiores de
Licenciatura (Matemática e Física); Cursos Superiores de Bacharelado (Engenharia da
Computação); Cursos Técnicos Integrados (Mineração, Manutenção e Suporte em Informática,
Petróleo e Gás e Informática – Programas de Computador); e, Cursos Técnicos Subsequentes
(Mineração, Manutenção e Suporte em Informática e Informática – Programas de Computador).
Atualmente, o Campus Campina Grande conta com aproximadamente 3.000 (Três mil) alunos
regularmente matriculados.
A cidade de Campina Grande, situada no agreste paraibano, tem suas atividades
econômicas baseadas em extração mineral, culturas agrícolas, pecuária, indústrias de
transformação, de beneficiamento e de desenvolvimento de software, comércio varejista,
atacadista e tem como ponto forte a indústria de calçados e têxtil. Levando em consideração
esse potencial, o campus do IFPB em Campina Grande procura adequar sua oferta de cursos às
demandas locais da região, atendendo às necessidades da sociedade.
No aspecto organizacional, O IFPB – Campus Campina Grande possui uma Diretoria
Geral que divide suas atividades entre a Diretoria de Administração e Planejamento e a
Diretoria de Ensino, que por sua vez, divide-se em dois Departamentos. Subordinadas a essas
direções e departamentos há uma diversidade de coordenações e seus respectivos
colaboradores. Do quadro permanente de servidores da instituição regidos pelo Regime Jurídico
Único, 87 (oitenta e sete) são técnicos administrativos e 151 (cento e cinquenta e um) docentes.
A instituição conta ainda com professores possuidores de vínculo empregatício, em caráter de
substituição, na forma da lei e 85 funcionários terceirizados distribuídos entre 06 (seis)
empresas contratadas (PORTAL IFPB). As Figuras 7 e 8 apresentam os organogramas do IFPB
– Campus Campina Grande e dão uma ideia da estrutura e da organização de cargos que
compõem essa unidade.
61
Figura 7 – Organograma 1 (IFPB-CG)
Fonte: Portal IFPB (2017)
Figura 8 – Organograma Continuação
Fonte: Portal IFPB (2017)
62
Com toda essa estrutura e números apontados acima, o Campus Campina Grande
tornou-se umas das mais importantes do IFPB, o que poderá conferir à presente proposta de
intervenção uma relevância ainda maior, especialmente se refletirmos sobre a possibilidade
desse novo modelo de compras difundir-se para outras unidades.
Mais especificamente em relação à Coordenação de Compras, esse setor é composto por
3 (três) servidores que atuam como pregoeiros e fazem toda a instrução processual dos certames
realizados. Praticamente todas as aquisições de materiais do Campus Campina Grande são
realizadas por esse setor, tendo como exceções algumas doações, transferências e algumas
aquisições por compras coletivas realizadas pela Reitoria.
Para viabilizar as aquisições, a Coordenação de Compras adota como procedimentos a
adesão ao Sistema de Registro de Preços, a utilização de dispensa de licitação e
operacionalização de pregões eletrônicos. Desde 2015, essa última modalidade vem sendo
utilizada de forma predominante, conforme demonstrado na Figura 9.
Figura 9 – Modalidades e Procedimentos para Compras IFPB-CG
Fonte: Elaborado pelo autor a partir do Painel de Compras do Governo Federal
Essas são as principais estratégias utilizadas para efetuar as aquisições dos bens
necessários para o desempenho das atividades administrativas e acadêmicas do Campus
Campina Grande. Esses procedimentos realizados entre os anos de 2015 a 2017 resultaram na
evolução de gastos conforme apontado na Figura 10.
14
2
11
14
15
17
45
PR
EGÕ
ES
DIS
PEN
SAS
AD
ESÕ
ES
PR
EGÕ
ES
DIS
PEN
SAS
AD
ESÕ
ES
PR
EGÕ
ES
DIS
PEN
SAS
AD
ESÕ
ES
2015 2016 2017
63
Figura 10 – Evolução dos Gastos IFPB-CG
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do Portal da Transparência
Como se pode observar, houve uma queda drástica nos investimentos realizados em
2016, que pode ser fruto da crise econômica e política que o país tem enfrentado. Em 2017 já
se pode perceber uma leve recuperação, porém ainda muito distante dos valores investidos em
2015.
R$ 2.325.812,47
R$ 1.191.770,23
R$ 1.377.617,93
R$ 0,00
R$ 500.000,00
R$ 1.000.000,00
R$ 1.500.000,00
R$ 2.000.000,00
R$ 2.500.000,00
1
2015 2016 2017
64
4. METODOLOGIA
O percurso metodológico diz respeito ao conjunto de procedimentos que serão adotados
para atingir os objetivos propostos. Na metodologia define-se o delineamento da pesquisa, os
instrumentos de coleta de dados, a análise dos dados e as correspondentes categorias de análise.
A presente proposta de intervenção possui duas fases. A primeira consiste em fazer um
diagnóstico da situação atual, ou seja, como o processo de compras é realizado, especialmente
no que diz respeito aos aspectos de sustentabilidade ambiental. Esse diagnóstico foi traçado no
capítulo 5 – Compreendendo o Modelo Atual de Compras.
A segunda fase compreende a elaboração de proposições, construídas a partir de
modelos já implementados e das informações geradas pelas entrevistas realizadas. Esse
procedimento foi relatado no capítulo 6 – Construindo um Modelo de Compras Sustentáveis.
Alguns itens da metodologia se aplicam, no entanto, às duas fases mencionadas acima, pois têm
caráter mais genérico.
4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
Do ponto de vista de sua natureza, esse estudo adotou características de uma pesquisa
aplicada, uma vez que objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática e imediata em uma
realidade circunstancial, dirigidos à solução de problemas específicos (GIL, 2008, p. 27).
Considerando a abordagem do problema, essa pesquisa classificou-se, predominantemente,
como qualitativa. Nessa abordagem a análise dos dados depende muito da capacidade e do estilo
do pesquisador, uma vez que não há fórmulas ou receitas predefinidas, levando em conta uma
análise sistemática e compreensiva, ou seja, o cerne da abordagem qualitativa é o processo e
seu significado (GIL, 2008). Portanto, a abordagem qualitativa parte do pressuposto da
interpretação e da compreensão por parte do pesquisador que faz a análise dos dados utilizando
inferências, considerando que há uma relação estreita entre a subjetividade dos indivíduos
pesquisados e a realidade objetiva.
No que diz respeito aos procedimentos técnicos, essa pesquisa consistiu em um estudo
de campo, que se caracteriza pela “observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem
espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que presumimos
relevantes, para analisá-los” (PRODANOV e FREITAS, 2013, p. 59). Conforme salienta Gil
(2008, p. 57) “os estudos de campo procuram muito mais o aprofundamento das questões
65
propostas do que a distribuição das características da população segundo determinadas
variáveis”.
Quanto aos objetivos, esse estudo enquadrou-se como uma pesquisa explicativa, que
visa “apontar as causas e as consequências dos fenômenos observados e explicar os mecanismos
e os processos envolvidos em todos os pormenores” (VIEIRA, 2010, p. 49). Além disso – como
esse trabalho consiste em uma proposta de implementação de procedimentos para viabilizar
compras públicas sustentáveis – optou-se por uma pesquisa prescritiva, que conforme Bonat
(2009, p. 12), “tem como objetivo a proposição de soluções, as quais fornecem uma resposta
direta ao problema apresentado, ou prescrevem um modelo teórico ideal para delimitar
conceitos que servirão posteriormente de respostas diretas”.
4.2 LOCUS DA PESQUISA
O locus da pesquisa é o IFPB – Campus Campina Grande, instituição de ensino
pertencente à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Esse campus
conta com 240 servidores (entre técnicos e docentes) e atende a um corpo discente em torno de
3.000 alunos.
4.3 OBJETO DA PESQUISA
O objeto da pesquisa consiste na construção de um modelo de compras públicas com a
inclusão de critérios de sustentabilidade ambiental. Essa implementação torna-se ainda mais
relevante diante do volume de gastos que o serviço público demanda. De acordo com dados do
Portal da Transparência e do Compras Governamentais, os gastos do IFPB – Campus Campina
Grande com materiais (consumo e permanente) – que compõem os grupos para os quais se
pretende implementar critérios de sustentabilidade – giraram em torno de R$ 915.145,90
(novecentos e quinze mil, cento e quarenta e cinco reais e noventa centavos) só no ano de 2016,
de acordo com as informações constantes no Quadro 4.
66
Quadro 4 – Volume de Gastos por item do IFPB-CG
Nº DESCRIÇÃO DO SUBITEM VALOR (R$)
1 Material elétrico e eletrônico 39.467,23
2 Material químico e laboratorial 5.174,02
3 Material de processamento de dados 33.227,80
4 Material de alvenaria e carpintaria 239.969,39
5 Material hidráulico 15.786,69
6 Material de expediente 96.071,95
7 Material esportivo 64.301,16
8 Equipamentos para áudio, vídeo e foto 81.637,95
9 Material para manutenção de bens imóveis e instalações 43.895,57
10 Material de proteção e segurança 10.646,70
11 Mobiliário em geral 4.589,95
12 Material de copa e cozinha 4.160,48
13 Material para manutenção de veículos 1.580,00
14 Material de apoio aos portadores de deficiências audiovisuais 48.936,30
15 Máquinas e equipamentos energéticos 80.357,00
16 Material farmacológico 2.926,50
17 Gêneros de alimentação 5.533,65
18 Materiais gráficos e editoriais 16.883,56
19 Combustíveis e lubrificantes automotivos 120.000,00
TOTAL GERAL 915.145,90
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do Portal da Transparência
Cada grupo de itens constante do Quadro 4, apresenta características próprias no que
diz respeito aos critérios de sustentabilidade. Alguns já contam com mercados mais
abrangentes, como é o caso de materiais elétricos e eletrônicos, processamento de dados, alguns
itens de expediente (como papel) e mobiliário, dentre outros. Por isso, esses e outros grupos são
mais acessíveis e há mais facilidade na definição das características ambientais. Isso decorre do
fato de já haver um bom número de fornecedores que já trabalham com práticas mais
sustentáveis e que se submetem a aprovação de seus processos para aquisição de certificados
fornecidos por órgãos públicos ou por instituições privadas acreditadas pelo poder público.
67
Por outro lado, há grupos de itens em que há um pouco mais de dificuldade de inserção
de critérios de sustentabilidade, por causa de suas características ou a pouca oferta no mercado.
É o caso de material farmacológico (medicamentos), material químico e laboratorial, material
esportivo etc. Embora já haja algumas iniciativas de fabricação de itens com características
mais sustentáveis por parte das empresas fabricantes, esses itens requerem um pouco mais de
dedicação e incentivos para que o mercado se interesse em oferecê-los.
4.4 SUJEITOS DA PESQUISA
As entrevistas foram realizadas com 3 (três) diretores (geral, administrativo e ensino), 2
(dois) chefes de departamento (ensino técnico e superior), com os 20 (vinte) coordenadores
demandantes dos grupos de materiais mais solicitados e, por fim, com os 3 (três) servidores que
compõem o setor de compras e licitações. A escolha dos mesmos, justifica-se pelo fato de serem
os responsáveis pela descrição dos itens que são adquiridos, pela formatação dos editais e pela
aprovação e autorização das compras.
4.5 COLETA DOS DADOS
Os métodos empregados para coleta dos dados foram: pesquisa bibliográfica, análise
documental e pesquisa de campo (observação in loco, coleta de dados pessoais e entrevistas
semiestruturadas). Conforme salienta Prodanov e Freitas (2013, p. 129), essa triangulação
possibilita a “comparação entre dados oriundos de diferentes fontes no intuito de tornar mais
convincentes e precisas as informações obtidas”, resultando assim em um maior grau de
precisão nas informações levantadas.
Além disso, a pesquisa também fez uso da técnica de observação participante para
melhor compreensão do processo de implementação da política de licitações sustentáveis, tendo
em vista o seu contexto, as características e os mecanismos que a estruturam. Segundo Vergara
(2009, p. 77), a “observação participante é aquela na qual o observador se insere total ou
parcialmente no seu objeto de estudo, vivendo o dia a dia do grupo que pretende estudar”.
Os roteiros de entrevistas consistiram em um bloco de questões sobre barreiras e
aspectos facilitadores, aplicado com todos os entrevistados (Apêndice A). Os outros roteiros
foram específicos para aplicação de acordo com o cargo/função de cada entrevistado
(Apêndices B a D).
68
O Quadro 5 apresenta os objetivos específicos referentes à coleta de dados realizada
para elaborar o diagnóstico que é relatado no capítulo 5 – Compreendendo o Modelo Atual de
Compras. Também são explicitadas nesse quadro as técnicas utilizadas para viabilizar o alcance
dos aludidos objetivos.
Quadro 5 – Objetivos Específicos Referentes à Coleta de Dados para Elaboração do
Diagnóstico
Objetivos Específicos Técnicas Utilizadas para Alcance de
Cada Objetivo
1. Averiguar a percepção dos principais
requisitantes em relação a inclusão de critérios de
sustentabilidade nos itens solicitados por eles
Entrevista Semiestruturada e Análise de
Conteúdo.
2. Elencar as principais barreiras e desafios da
implementação das compras públicas sustentáveis
na visão dos atores envolvidos nesse processo
Entrevista Semiestruturada e Análise de
Conteúdo.
3. Verificar quais são os fatores facilitadores
para implementação das compras sustentáveis no
âmbito da instituição
Entrevista Semiestruturada e Análise de
Conteúdo.
4. Mapear o fluxo do processo de compras e
sequenciar o processo decisório.
Observação participante do processo e
esboço do fluxo de compras com o
Software Bizagi Modeler.
Fonte: Elaborado pelo autor
Após a elaboração dos instrumentos de coleta foram realizadas as entrevistas de forma
individual, de modo reservado, para preservar a intimidade do participante e não causar nenhum
tipo de constrangimento. Utilizou-se equipamento de gravação de voz para posterior
tratamento, conforme detalhado no item 4.6 – Análise dos Dados.
4.6 ANÁLISE DOS DADOS
Os procedimentos analíticos foram principalmente de natureza qualitativa, pois não há
fórmulas ou receitas predefinidas, sendo que a análise dos dados depende da capacidade e do
estilo do pesquisador (GIL, 2008, p. 194). Nessa pesquisa, os dados foram apreciados
utilizando-se a análise de conteúdo das entrevistas, com o intuito de revelar os reais significados
69
que se escondem nas palavras verbalizadas nas informações concedidas pelos entrevistados.
Conforme definição de Severino (2010, p. 121-122), a análise de conteúdo:
“É uma metodologia de tratamento e análise de informações constantes de um
documento, sob forma de discursos pronunciados em diferentes linguagens: escritos,
orais, gestos... Trata-se de compreender criticamente o sentido manifesto ou oculto
das comunicações. Ela descreve, analisa e interpreta as mensagens/enunciados de
todas as formas de discurso, procurando ver o que está por detrás das palavras”
(SEVERINO, 2010, p. 121-122).
Conforme salienta Franco (2005, p. 11): “Cada vez mais a análise de conteúdo passou
a ser utilizada para produzir inferências acerca de dados verbais e/ou símbolos, mas obtidos a
partir de perguntas e observações de interesse de um determinado pesquisador”. Foi exatamente
essa estratégia que direcionou essa pesquisa, pois as entrevistas foram utilizadas para fazer
inferências e identificar as percepções dos sujeitos da pesquisa sobre o tema licitações
sustentáveis com o intuito de utilizar tais inferências para subsidiar a construção do modelo de
intervenção proposto por esse trabalho.
As fases da análise de conteúdo, organizam-se de forma cronológica em três etapas, a
saber: 1. Pré-análise; 2. Exploração do Material; e, 3. Tratamento dos Resultados, Inferências
e Interpretação (Bardin, 2011). A Figura 11 abaixo, detalha de forma sintética em que consiste
cada uma dessas etapas.
Figura 11: Etapas da Análise de Conteúdo Segundo Bardin (2011)
Fonte: Adaptado de Bardin (2011)
70
Levando em consideração a divisão feita por Bardin (2011), a primeira etapa desse
trabalho foi viabilizada utilizando-se como instrumento de coleta de dados, entrevistas
semiestruturadas. Como procedimento de registro dos dados, foi utilizada a gravação de áudio
e, para organizar os dados, recorreu-se à transcrição literal, conforme demonstrado na Figura
12.
Figura 12 - Etapa 1 - Pré-Análise
Fonte: Elaborado pelo autor
Após uma leitura flutuante para realizar a Pré-Análise, iniciou-se a Exploração do
Material (segunda etapa) para possibilitar o processo de codificação visando a formulação das
categorias de análise. Conforme salienta Bardin (2011), essa etapa é a mais desafiante e consiste
em fazer uma leitura geral do material para realização de recortes (de palavras, frases e/ou
parágrafos) mais significativas para a pesquisa e que tenham relação com as categorias de
análise. Nas palavras de Franco (2005, p. 57): “A categorização é uma operação de classificação
de elementos constitutivos de um conjunto, por diferenciação seguida de um reagrupamento
baseado em analogias, a partir de critérios definidos”.
As categorias de análise foram definidas de forma mista, ou seja, 4 (quatro) a priori, de
acordo com os objetivos específicos desse trabalho; e, 1 (uma) a posteriori desdobrada dos
aspectos facilitadores, já que foi considerada relevante para a pesquisa, após a leitura do
material. Assim sendo, foram definidos a priori as seguintes categorias: Percepções em Relação
às CPS; Aspectos Facilitadores Identificados; Barreiras Identificadas; e, Sugestões para
Implementação das CPS. A categoria definida a posteriori, foi a seguinte: Vantagens da
Implementação das CPS.
Para realizar as operações de codificação do material, utilizou-se o software de análise
de dados qualitativos Maxqda. Esse aplicativo mostrou-se bastante útil para agilizar o processo
71
de codificação, especialmente nesse caso em que o material é extenso, mais de 300 páginas de
transcrição. Após exportação dos dados para o software Maxqda, foi realizada uma primeira
leitura e tratamento que resultou em uma síntese de seleções para posterior definição do
processo de codificação.
Por sua vez, a análise documental consistiu na avaliação de uma série de modelos
implementados por órgãos e instituições públicas federais e outros sugeridos por associações
dedicadas à temática, como por exemplo: Guia de Contratações Sustentáveis da Justiça do
Trabalho; Guia Nacional de Licitações Sustentáveis da Advocacia Geral da União – AGU; Guia
de Compras Públicas Sustentáveis para a Administração Federal – Livro Azul; Guia Prático de
Licitações Sustentáveis da Consultoria Jurídica Da União no Estado de São Paulo – AGU; Guia
de Compras Públicas do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade); Compras Públicas
Sustentáveis – Uma Abordagem Prática (ICLEI); Manual de Contratações Públicas
Sustentáveis do Ministério do Planejamento; dentre outros. Além desses instrumentos, utilizou-
se também como base de apoio documentos como Agenda 21, Agenda Ambiental na
Administração Pública (A3P), Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentável (PPCS) e
o Plano de Gestão e Logística Sustentável (PLS). Também foi feita uma análise documental
dos editais licitatórios dos pregões eletrônicos realizados entre os anos de 2011 a 2017 para
verificar a inclusão de critérios de sustentabilidade.
Após o delineamento do diagnóstico iniciou-se a fase de proposição com a identificação
dos aspectos mais relevantes para nortear a construção do modelo proposto. Buscou-se
sintetizar as percepções, barreiras e aspectos facilitadores identificados, bem como as sugestões
apontadas pelos entrevistados, consideradas mais relevantes para esse trabalho.
Os objetivos que dizem respeito a essa fase de proposição, bem como as técnicas
adotadas para alcança-los estão descritos no Quadro 6. Esses objetivos estão ligados à parte
mais prática de construção do modelo de intervenção.
72
Quadro 6 - Objetivos Específicos Referente à Fase de Proposição
Objetivos Específicos Referentes à Fase
de Proposição
Técnicas utilizadas Para Alcance dos
Objetivos
1 Verificar em quais etapas os critérios de
sustentabilidade podem ser implementados;
Consulta aos manuais e à legislação;
2 Colher sugestões dos entrevistados para
construção do modelo de intervenção que
será proposto;
Entrevista semiestruturada e análise de
conteúdo;
3 Propor um modelo de inventário para
acompanhamento da progressão da inclusão
de critérios de sustentabilidade ambiental nas
aquisições;
Consulta a uma manuais, guias e documentos
de instituições governamentais e não-
governamentais que tratam de compras
públicas sustentáveis;
4 Validar as alterações propostas junto aos
gestores da instituição e demais atores
responsáveis pelo processo licitatório.
Exposição do modelo proposto aos diretores e
servidores do setor de licitações.
Fonte: Elaborado pelo autor
Essa fase de proposição também incluiu a identificação das etapas do processo de
compras nas quais os critérios de sustentabilidade poderão ser inseridos. Esse processo foi
oportunizado por meio do Software Bizage Modeller, com o qual traçou-se o novo fluxo
proposto para o processo de compras, conforme demonstrado na Figura 17.
Ademais, com o intuito de obter respaldo para aplicação das alterações aqui sugeridas,
propiciou-se a validação do modelo proposto por meio da apresentação de forma individual aos
diretores e servidores do setor de licitações da instituição locus dessa pesquisa, momento no
qual expôs-se todas as recomendações e orientações apresentadas nesse trabalho.
Por fim, recomendou-se uma lista de verificação para auxiliar na implementação das
correções que se fizerem necessárias, além de um modelo de inventário para acompanhamento
da progressão da inclusão dos critérios. Esses documentos resultaram de pesquisa em modelos
já implementados.
73
5 COMPREENDENDO O MODELO ATUAL DE COMPRAS
Esse subitem apresenta a situação atual do objeto de estudo. Para descrever esse relato,
lançou-se mão das ferramentas de coleta e análise de dados apontados na metodologia, quais
sejam, entrevistas, análise de conteúdo, observação in loco de forma participante e coletas
pessoais de informações. Foram utilizados também os Softwares Maxqda e Bizage Modeller, o
primeiro para auxiliar na análise de conteúdo das entrevistas e no processo de codificação e o
segundo para traçar o fluxo do processo de compras atual. Esse subitem está dividido em três
partes: Impressões Iniciais; Análise das Entrevistas e Mapeamento do Fluxo de Compras Atual.
5.1 Impressões iniciais sobre o modelo atual de compras
Nas incursões ao locus da pesquisa e análise documental realizada nos editais, pode-se
verificar que o modelo atual de compras do IFPB – Campus Campina Grande não considera,
pelo menos de forma sistemática, a inclusão de critérios de sustentabilidade. A literatura aponta
que há diversos fatores que podem ocasionar essa falha nas instituições.
Barata (2007), por exemplo, acredita que as questões ambientais têm um histórico de
implementação lenta no serviço público. Nas licitações, essa situação tende a se agravar, uma
vez que as aquisições de bens na esfera pública é um processo com certo grau de complexidade.
Além disso, cada instituição pública tem demandas e características muito específicas que
podem tornar a implementação de licitações sustentáveis ainda mais difícil.
Outro obstáculo à implementação das licitações sustentáveis é a falta de capacitação dos
servidores públicos em prol da sustentabilidade, conforme aponta Santos (2013). Capacitar o
servidor pode contribuir para melhorar o desempenho, sobretudo quando se trata de novidade
ou quando envolve um pouco mais de complexidade, como é o caso das licitações sustentáveis
que requerem novos conhecimentos, mais trabalho e maiores dificuldades. Tudo isso, pode
gerar alguma resistência dos servidores que precisarão sair de suas zonas de conforto e, para
que isso ocorra, é necessário mantê-los estimulados.
É preciso refletir também sobre a crença de que os fornecedores não se interessam pela
produção e negociação de produtos sustentáveis e que a qualidade desses produtos seria
duvidosa. É importante que todas essas dúvidas sejam sanadas junto aos servidores, sobretudos
os gestores, para que a implementação das licitações sustentáveis seja viabilizada.
Todos esses fatores parecem permear o processo de compras no âmbito do IFPB –
Campus Campina Grande. Além disso, inexiste – pelo menos à primeira vista – a elaboração
74
de uma política ambiental que inclua as licitações sustentáveis no rol de medidas institucionais,
uma vez que existe a obrigação legal e constitucional de implementação de tais procedimentos
por parte dos órgãos públicos.
Não se vislumbra sequer a possibilidade de uma reflexão por parte dos servidores sobre
tais questões que possibilite tornar as licitações sustentáveis uma política que faça parte da
realidade desse órgão.
Saliente-se que, há poucos registros de inclusão de critérios de sustentabilidade
socioambiental nos processos de aquisição dos itens constantes da tabela acima, especialmente
no período compreendido entre os anos de 2012 a 2017. Dentre os raros itens adquiridos com
exigências de critérios de sustentabilidade incluídos nos processos licitatórios da instituição no
período supracitado, estão o papel ofício reciclado, alguns equipamentos de TI com exigência
da diretiva RoHS, lâmpadas de LED e ar-condicionado com Selo de Conservação de Energia
do INMETRO.
Por todas essas razões, esse trabalho pretende intervir nesse processo, investigando
todos esses fatores e propondo a alteração dessa realidade, por meio da adaptação do processo
licitatório do IFPB – Campus Campina Grande à legislação ambiental vigente e aos
pressupostos da sustentabilidade socioambiental.
5.2 Análise das Entrevistas
O momento das entrevistas teve como escopo aferir o grau de compreensão (o que é;
obrigatoriedade legal; como funciona; como implementar etc.), a aprovação e a disposição por
parte dos sujeitos da pesquisa em relação a inclusão de critérios de sustentabilidade nas
aquisições do IFPB – Campus Campina Grande.
Após as entrevistas, utilizou-se a técnica da análise de conteúdo para codificação das
categorias de análise. Após o estabelecimento das relações entre os trechos de texto
selecionados e as categorias de análise (processo de codificação), foi gerada a Tabela 1 que
aponta a quantificação de codificações por categoria de análise.
O processo de análise de conteúdo foi realizado levando em consideração os seguintes
aspectos: Sugestões para Implementação da Compra Pública Sustentável (CPS); Vantagens da
Implementação das CPS; Percepções em Relação às CPS (Diretores e Chefes de Departamento,
Servidores de Licitações e Coordenadores Demandantes); Aspectos Facilitadores Identificados
(Externos e Internos) e Barreiras Identificadas (Externas e Internas). A divisão das categorias
75
Aspectos Facilitadores e Barreiras Identificadas em Internas e Externas, emergiu da avaliação
das entrevistas e da necessidade de fazer uma melhor caracterização desses aspectos.
Tabela 1 – Processo de Codificação das Categorias de Análise
CATEGORIAS DE ANÁLISE
TOTAL DE CODIFICAÇÕES (RELAÇÕES FEITAS) 979
Sugestões para Implementação das CPS 79
Vantagens da Implementação das CPS 60
Percepções em Relação às CPS 434
Diretores e Chefes de Departamento 42
Servidores de Licitações 26
Coordenadores Demandantes 366
Aspectos Facilitadores Identificados 157
Externos 47
Internos 110
Barreiras Identificadas 249
Externas 93
Internas 156
Fonte: Elaborado pelo autor com auxílio do software Maxqda
Posteriormente, deu-se andamento à fase de tratamento dos resultados, inferência e
interpretação. Para viabilizar essa etapa, foi realizada mais uma leitura do material da síntese
de seleções resultante da etapa anterior. Essa releitura permitiu a operacionalização da
classificação e do agrupamento dos elementos considerados mais significativos que constituem
o texto analisado (palavras, frases e/ou parágrafos) nas categorias já definidas, de acordo com
a afinidade entre a categoria e a passagem selecionada. Esse processo foi executado para as 3
(três) categorias definidas a priori, resultando nas Tabelas 2 a 6, que serão analisadas a seguir.
Saliente-se que as porcentagens foram calculadas a partir do total de aspectos apontados
(e não do total de entrevistados). Posteriormente, foram registrados nas categorias criadas com
os respectivos termos relacionados.
A Tabela 2 trata dos aspectos facilitadores internos. Como se pode observar, o aspecto
mais mencionado foi o que diz respeito à capacitação com 54 citações, correspondente a 40%
76
do total dessa categoria. Em seguida, tem-se o aspecto relacionado à atuação da gestão com 32
menções ou 23,5%. O aspecto comunicação teve 30 anotações, equivalente a 22% do total de
registros. Como se pode observar, os respondentes acreditam que a capacitação é um dos
principais aspectos facilitadores. Outro fator que é importante na visão dos participantes é que
a gestão precisa ser mais atuante. Também merece destaque a comunicação, ou seja, para os
entrevistados uma maior difusão de como funciona a CPS pode melhorar os resultados da
implementação.
Alguns autores, a exemplo de Mendes (2014), Rocha (2014), Nonato (2015), Santos
(2016), Bárbara (2016) e Lucena (2016) já desenvolveram pesquisas que apontam para a
necessidade de capacitação dado que ainda há pouco conhecimento sobre a temática de
licitações sustentáveis. As conclusões a que chegaram os autores supracitados e os números
apontados por este trabalho demonstram que de fato a capacitação é um fator relevante para
que a CPS seja implementada com sucesso. Os autores supracitados também apontaram que a
atuação da gestão é um fator determinante para que as compras sustentáveis possam ocorrer de
fato.
Tabela 2 – Aspectos Facilitadores Internos Apontados
ASPECTOS FACILITADORES INTERNOS QUANT. PERCENTUAL
A CAPACITAÇÃO É UM FATOR FACILITADOR: Entendimento (4); Capacitação (12); Treinamento (6); Qualificação (7); Orientação (5); Conhecimento (8); Prática (5); Educação (4); Esclarecimento (3)
54 40%
É NECESSÁRIO QUE HAJA MAIS COMUNICAÇÃO: Transmissão (1); Apresentação (2); Disseminação (2); Conscientização (10); Criar Cultura (2); Comunicação (1); Divulgação (10); Tornar Conhecido (1); Acesso à Informação (1)
30 22%
A GESTÃO PRECISA SER MAIS ATUANTE: Incentivo da Alta Administração (13); Exemplo da Instância Superior (4); Planejamento (6); Maior Número de Servidores (2); Obediência à Lei (7)
32 23,5%
UMA MAIOR ARTICULAÇÃO CONTRIBUI DE FORMA POSITIVA: Interação (2); Debate (1); Reuniões (1); Envolvimento de Todos (4); Sistematização (1); Adesão (1); É Um Elo (1); Diálogo (1); Parceria (1)
13 9,5%
A CPS PROPORCIONA VANTAGENS ECONÔMICAS: Apontar Benefícios (3) Custo Reduz (1); Economia (2); Custo-Benefício Superior (1);
7 5%
TOTAIS DE CITAÇÕES 136 100% Fonte: Elaborado pelo autor
77
A Tabela 3 aborda os aspectos facilitadores externos. Nessa categoria, os entrevistados
indicaram 37 vezes os aspectos legais e atuação dos órgãos de controle como facilitadores
externos, o que representa 53,6% dos que foi registrado nessa categoria. Outro fator relevante
foi o desempenho das empresas, citado 21 vezes (30,4%). Outra parte significante entende que
a atuação das empresas é um fator que pode contribuir para a implementação da CPS.
Alguns autores, a exemplo de Mendes (2014), Rocha (2014), Nonato (2015), Santos
(2016), Barbara (2016) e Lucena (2016), também já abordaram os aspectos legais das licitações
sustentáveis, concluindo que o pouco conhecimento sobre a legislação e sobre os critérios de
sustentabilidade ambiental na escolha e especificação técnica do objeto são fatores que podem
dificultar a compra sustentável. Essas conclusões apontam mais uma vez para a necessidade de
capacitação dos servidores.
No que diz respeito à atuação das empresas, algumas pesquisas destacam a importância
da atuação dos fornecedores, ressaltando o desconhecimento sobre a temática por parte deles
(FONSECA, 2013) e a falta de envolvimento dos mesmos, bem como a ausência de
alinhamento da cadeia de abastecimento (MENDES, 2014).
Tabela 3 – Aspectos Facilitadores Externos Apontados
ASPECTOS FACILITADORES EXTERNOS QUANT PERCENTUAIS
A LEI E A ATUAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE CONTROLE FAVORECEM: Legislação (24); Cobrança Órgãos de Controle (13);
37 53,6%
O DESEMPENHO DAS EMPRESAS É UM DIFERENCIAL: Mais Oferta (4); Desenvolvimento de Produtos (3); O Empresariado Divulgar (3); Maior Concorrência (3); Redução De Preços (4); Maior Produção (1); Vantagem Para Empresas (2); Inovação; Preços Mais Competitivos (1)
21 30,4%
AS AÇÕES DO GOVERNO IMPULSIONAM: Programas do Governo (2); Incentivo Fiscal e Tributário (4); Criar Demanda (3); Desenvolver Ferramentas Práticas (2)
11 16%
TOTAL DE CITAÇÕES 69 100% Fonte: Elaborado pelo autor
Na Tabela 4 foram retratadas as barreiras internas. Nessa categoria, houveram 54
citações para a inércia da gestão, o que equivale a 47,37% do total de registros. Além disso, as
questões ligadas aos servidores foram apontadas 48 vezes, o que representa 42,10% do total.
Ou seja, esses dois aspectos juntos, correspondem a quase 90% de tudo que foi mencionado
78
nessa categoria. Assim, percebe-se que na visão dos participantes as principais barreiras
internas estão ligadas à inércia da gestão, à relutância e à falta de conhecimento dos servidores.
Os resultados aqui apontados em relação à inércia da gestão corroboram com algumas
pesquisas já desenvolvidas. Como por exemplo, os trabalhos de: Alencastro (2014) e Lucena
(2016) que indicam a ausência de metas claras e objetivas e falta de apoio; Rocha (2014) e
Alencastro (2014) que trataram da falta de planejamento institucional; Cypreste (2013), Rocha
(2014), Generoso (2014), Lucena (2016) que concluíram que as iniciativas são incipientes;
Biage (2014), Generoso (2014), Jesus (2014), Sousa (2015), Souza (2016) e Fernandes (2016)
demonstrando que inexistem estratégias ou metodologias para implementação da CPS; Neves
(2013) e Fernandes (2016) ressaltando a baixa adesão dos órgãos públicos às licitações
sustentáveis; Alencastro (2014) e Mendes (2014) destacando a inobservância ou negligência
com os instrumentos legais e institucionais; Mendes (2014) enfatizando a inexistência de apoio
político; e, Izar (2015) salientando a existência de dificuldades por parte do poder público de
criar sinergia entre fornecedores e consumidores.
Tabela 4 – Barreiras Internas Apontadas
BARREIRAS INTERNAS QUANT. PERCENTUAIS
A FALTA DE UMA CULTURA SUSTENTÁVEL DIFICULTA: Item Verde Não Tem Qualidade (1); Preconceito (1); O Foco não é sustentabilidade (2); Falta de Cultura Sustentável (2); Imediatismo (2); Falta Conscientização (4)
12 10,53%
A INÉRCIA DA GESTÃO REPRESENTA UM FATOR COMPLICADOR: Falta Vontade Política (7); Inércia da Gestão (9); Falta de Planejamento (3); Não Há Articulação (6); Elevação dos Custos/Orçamento (12); Falta de Tempo (3); Pessoal Insuficiente (6); Falta de Comunicação (4); Mais Trabalho (4);
54 47,37%
A RESISTÊNCIA E O DESCONHECIMENTO DOS SERVIDORES COMPROMETEM: Relutância/Resistência (19); Desconhecimento do Tema/Lei (19); Falta de Capacitação (10)
48 42,10%
TOTAIS DE QUESTÕES APONTADAS 114 100% Fonte: Elaborado pelo autor
A Tabela 5 apresenta as barreiras externas, expondo que as limitações do mercado foram
mencionadas 38 vezes ou 58% do total dos registros dessa categoria, enquanto os fatores ligados
à legislação atual e a inércia dos órgãos de controle alcançaram 20 indicações ou 30% de todas
as citações registradas na categoria. Portanto, os respondentes presumem que as limitações do
mercado representam a principal barreira externa para implementação da CPS.
79
Conforme já comentado, há alguns trabalhos retratando as limitações do mercado. É o
caso dos estudos de Fonseca (2013) que revelaram o despreparo dos fornecedores para atender
as necessidades do setor público por produtos sustentáveis, resultante de desconhecimento
sobre a temática. Além disso, cite-se as pesquisas de Mendes (2014) evidenciando a falta de
envolvimento dos fornecedores e de alinhamento da cadeia de abastecimento com a
sustentabilidade (MENDES, 2014).
Tabela 5 – Barreiras Externas Apontadas
Fonte: Elaborado pelo autor
A Tabela 6 trata das percepções dos servidores sobre CPS. Observa-se que foram feitas
96 citações apontando que a CPS gera efeitos positivos, correspondente a 39,50% do total de
registros nessa categoria. Por outro lado, somaram-se 69 menções ou 28,4%, indicando que as
ações da gestão são insuficientes para implementar a CPS. Portanto, esses dois aspectos
somaram 67,9% do total de citações. Ou seja, os participantes da pesquisa têm uma percepção
positiva da CPS, mas acham que a atuação da gestão ainda é incipiente para implementá-la.
Os dados aqui apurados em relação à atuação da gestão estão em consonância com as
conclusões dos autores supracitados na avaliação da Tabela 4 – Barreiras Internas. No que tange
aos efeitos positivos da CPS, alguns autores também chegaram a conclusões semelhantes. É o
caso de Santos (2017), cuja pesquisa demonstrou que os servidores de determinada instituição
pública têm uma percepção positiva em relação à CPS e acreditam que ela pode trazer
benefícios econômicos, sociais e ambientais. As conclusões de Pereira et al. (2016) também são
similares, pois os entrevistados por esses autores afirmaram que consideram a CPS importante
e são favoráveis à sua implementação. Mencione-se também os estudos de Fernandes (2016)
BARREIRAS EXTERNAS QUANT. PERCENTUAL
A LEGISLAÇÃO ATUAL E A INÉRCIA DOS ÓRGÃOS DE CONTROLE REPRESENTAM UM OBSTÁCULO: Falta de Cobrança dos Órgãos de Controle (2); Legislação Dificulta/Limita (14); Decisões do TCU (1); Questionamento Jurídico (3);
20 30%
AS LIMITAÇÕES DO MERCADO É UM ASPECTO QUE RESTRINGE: Preços Elevados (10); Escassez de Mercado (20); Lobby (4); Adaptação das Empresas (4);
38 58%
A FALTA DE FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS E BUROCRACIA PODEM TRAVAR: Ausência de Ferramentas Práticas (3); Entraves Burocráticos (2); Situação Econômica do Governo (1); Carga Tributária (1); Falta de Incentivo (1)
8 12%
TOTAL DE CITAÇÕES 66 100%
80
que respaldam os dados coletados nessa pesquisa, pois o autor supracitado inferiu que as
licitações sustentáveis ocasionam efeitos positivos, como o fomento de práticas sustentáveis,
incentivo à inovação, retorno econômicos pelo melhor desempenho ambiental, criação de novos
mercados e aumento das margens de lucro por meio de economia de escala.
Tabela 6 – Percepções em Relação às Compras Públicas Sustentáveis
Fonte: Elaborado pelo autor
Como se pode depreender da análise das entrevistas, os aspectos mais citados pelos
participantes da pesquisa foram: capacitação; atuação da gestão; comunicação (facilitadores
internos); legislação, atuação dos órgãos de controle e desempenho das empresas (facilitadores
externos); inércia da gestão, relutância e desconhecimento (barreiras internas); escassez de
mercado, legislação e órgãos de controle (barreiras externas). Além disso, os respondentes
acreditam que inserir critérios de sustentabilidade nas compras gera efeitos positivos e que as
ações da gestão são insuficientes para que essa política seja de fato implementada. Esses
resultados estão em consonância com a literatura existente sobre o tema.
Para facilitar a interpretação dos dados, elaborou-se a Figura 13 que sumariza os
aspectos mais citados pelos entrevistados. Nessa figura, pode-se perceber pelos dados apurados,
PERCEPÇÕES EM RELAÇÃO À CPS QUANT. PERCENTUAL
AS AÇÕES DA GESTÃO SÃO INSUFICIENTES: Não Existe Ação/Iniciativa (23); Não Há Planejamento/Gestão Democrática (9); Não Há Integração/Interação/Comunicação (16); Foco Não é Sustentabilidade (14); Só Vai Ocorrer se Houver Fiscalização (2); Requer Certo Tempo (5);
69 28,4%
OS FORNECEDORES TÊM CONDIÇÕES DE SE ADAPTAR: Podem se adequar (11); Depende das Empresas (8)
19 7,82%
A CPS GERA EFEITOS POSITIVOS E RELEVANTES: É uma Ferramenta Importante (18); É Possível Ser Implementada (17); Contribui de Forma Significativa (9); É um Instrumento de Orientação do Mercado (11); Serve de Exemplo (10); Efeitos Positivos (7); Custo-Benefício Compensa (16); Se Ganhar Escala Passa a Ser Viável (8)
96 39,50%
O CONHECIMENTO SOBRE CPS É EXÍGUO: É Algo Novo/Não Conheço/Conheço Superficialmente (25); É Incumbência do Demandante (5); A Instituição Pode se Adaptar (8)
38 15,64%
PERCEBO QUE HÁ CONSCIÊNCIA AMBIENTAL Existe Consciência Ambiental (13); A Questão de Sustentabilidade é Importante (3); É uma Obrigação da Instituição (5);
21 8,64%
TOTAL DE CITAÇÕES 243 100%
81
que o ambiente é propício para que as mudanças sejam introduzidas. Porém, as informações
colhidas indicam que há necessidade de muitas correções para que de fato a licitação sustentável
seja implementada. Na dimensão interna, os aspectos mais críticos, segundo os entrevistados,
são a inércia da gestão, a resistência e o desconhecimento dos servidores.
Figura 13 – Aspectos Mais Citados Pelos Entrevistados
Fonte: Elaborados pelo autor
Por outro lado, os respondentes têm uma visão muito positiva dessa política pública que
é a compra sustentável e são os próprios entrevistados que apontam os caminhos para o sucesso
na implementação da CPS. Para eles é preciso que haja capacitação dos atores envolvidos, uma
participação mais atuante da gestão e um processo de comunicação para maior difusão dessa
ferramenta. Além disso, os entrevistados fizeram uma série de sugestões cuja aplicabilidade
será avaliada.
As sugestões mais relevantes foram: criação de uma comissão de sustentabilidade para
tratar de CPS e outros temas ligados a meio ambiente; criação de uma instância para avaliar se
os processos de compras estão incluindo critérios de sustentabilidade; elaboração de uma
resolução interna para normatizar as licitações sustentáveis; alteração da lei de licitações para
que o tipo de julgamento do certame passe a ser pelo custo de propriedade e não pelo menor
preço; promover simpósios, palestras, minicursos, capacitações, debates e reuniões gerencias
para tratar sobre CPS; e, confecção de uma cartilha, manual e/ou lista de itens sustentáveis.
As principais vantagens apontadas pelos participantes são os benefícios econômicos,
sociais e ambientais que a licitação sustentável pode oferecer, além de melhorias para a imagem
40,00%
23,50% 22,00%
53,60%
30,40%
47,37%42,10%
58,00%
30,00%39,50%
28,40%
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FACILITADORES INTERNOS FACILITADORES EXTERNOS
BARREIRAS INTERNAS
BARREIRAS EXTERNAS
PERCEPÇÕES
82
da instituição e o fato de servir de exemplo para a comunidade (interna e externa), o que poderia
contribuir para a difusão da sustentabilidade.
Registre-se também, que todos os coordenadores entrevistados afirmaram que estão
dispostos a descrever e solicitar itens sustentáveis para suas coordenações. Além disso, os
diretores e chefes de departamento demonstraram ser favoráveis à implementação das compras
sustentáveis. Quanto aos servidores do setor de licitações, estes também se mostraram
simpáticos à causa ambiental e se propuseram a introduzir as alterações necessárias.
Os aspectos apontados na Figura 13 foram os mais citados e considerados os mais
relevantes pelos entrevistados. Dessa forma, essas informações e as ideias sugeridas serão
utilizadas para subsidiar a construção da intervenção a que se propõe esse trabalho, a qual será
abordada no capítulo 6.
5.3 Mapeamento do Fluxo de Compras Atual
O processo licitatório no âmbito do IFPB – Campus Campina Grande tem início com a
reunião de Planejamento Anual do Orçamento realizada pela Direção Geral. Esse evento ocorre
normalmente ao final de cada ano, quando são convocados todos os diretores e coordenadores,
que são os responsáveis pelas solicitações de materiais e serviços para suprir as demandas da
instituição e assegurar o regular cumprimento de sua missão.
As demandas de cada setor são solicitadas por meio de formulário de pedido de compras
que deve ser aprovado pelo respectivo Diretor Setorial e ratificado pelo Diretor Geral. A
descrição dos itens solicitados é de responsabilidade de cada coordenador ou diretor, devido ao
fato de estes terem o conhecimento técnico para detalhar o material ou serviço necessário, bem
como o quantitativo adequado para atendimento de suas demandas.
Nesse ponto, cabe ressaltar que, salvo raras exceções, não há uma preocupação de inserir
na descrição dos itens solicitados critérios de sustentabilidade. Talvez isso aconteça porque
ainda não foi implementada, pelo menos de forma efetiva, uma proposta de gestão ambiental
na instituição para que haja uma atuação sistêmica junto ao campus.
Após a abertura, o processo de compras é encaminhado para a Coordenação de Compras
e Licitações, momento em que é feita a distribuição para um dos 3 servidores lotados junto a
essa coordenação. O servidor responsável dá sequência à instrução processual por meio das
seguintes etapas: (a) elaboração de orçamento; (b) preparação do Termo de Referência; (c)
formatação do Edital; (d) preenchimento do Check List; (e) fechamento do processo; (f)
encaminhamento para Procuradoria Federal junto ao IFPB para parecer jurídico.
83
No decorrer dessas etapas, define-se a modalidade de licitação que será adotada. Essa
decisão é tomada pela Coordenação de Compras e Licitações e Direção Administrativa, levando
em consideração aspectos como as características dos materiais ou serviços solicitados, a
disponibilidade de recursos e a urgência da aquisição. A modalidade mais utilizada tem sido o
pregão eletrônico por meio do Sistema de Registro de Preços, uma vez que este método permite
que se faça todo o processo sem a necessidade de reserva de recursos (pré-empenho). Essa
estratégia permite minimizar os problemas ocasionados pela escassez de recursos e viabilizar
um melhor planejamento das compras.
Realiza-se também, durante essas etapas, o lançamento dos itens no Portal Compras
Governamentais para registro e posterior agendamento do certame. Caso seja utilizado o
procedimento de Intenção de Registro de Preços (IRP), abre-se prazo para que as instituições e
órgãos possam manifestar interesse em participar do processo.
Caso o parecer da Procuradoria Federal para o processo seja favorável, dá-se seguimento
ao certame com o devido lançamento em campo próprio do Portal Compras Governamentais
para agendamento, divulgação e publicação no Diário Oficial da União.
Abaixo, o mapeamento do fluxo do processo de compras e o sequenciamento do
processo decisório para identificar as etapas nas quais os critérios de sustentabilidade ambiental
podem ser inseridos.
84
Figura 14: Fluxo do Processo de Compras Atual
Fonte: Elaborado pelo autor com auxílio do Software Bizagi Modeler
Salvo raras exceções, em nenhuma dessas etapas considera-se a inclusão de critérios de
sustentabilidade, seja na descrição dos itens pelos coordenadores, seja na elaboração do Termo
85
de Referência ou do Edital. As motivações para esse fenômeno precisam ser aprofundadas, mas
os indícios apontam para diversos fatores que contribuem para que isso aconteça, tais como a
falta de capacitação e comunicação, resistência por questões culturais, despreparo e falta de
envolvimento dos compradores e consumidores, falta de planejamento, inexistência de apoio
institucional dentre outros
86
6 CONSTRUINDO UM MODELO DE COMPRAS PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS
O modelo de intervenção aqui proposto buscou atender, no que foi possível, as
informações e percepções apontadas pelos participantes da pesquisa. Sendo assim, levou-se em
consideração que as principais barreiras internas são a inércia da gestão, a resistência e o
desconhecimento do tema. Já os fatores facilitadores internos ressaltados como mais relevantes
foram a capacitação, a atuação da gestão e a comunicação. Nesse trabalho, a atuação da gestão
abrangeu aspectos como planejamento, articulação, fiscalização, vontade política e outros.
Considera-se que todos esses aspectos são indispensáveis para que essa proposta obtenha êxito.
Antes de detalhar o plano de ação e os procedimentos que consubstanciam essa proposta
de intervenção é oportuno fazer uma reflexão mais atenta sobre os aspectos inércia da gestão e
resistência que se destacaram como barreiras internas na visão dos entrevistados.
Quanto à resistência é preciso levar em conta quem pode resistir a essas mudanças e por
quais razões. Talvez a introdução de um tema que para os atores envolvidos ainda seja novo,
contribua para provocar resistência, uma vez que a mudança, pelo menos de início, pode causar
certo desconforto pelo receio de ter que aprender algo novo ou pelo aumento da carga de
trabalho.
De todo modo, a literatura aponta algumas estratégias para superar a barreira da
resistência. Souza e Bruno-Faria (2016), por exemplo, propõem a criação de canais de
comunicação e difusão. Ou seja, a difusão dos conceitos ligados às compras públicas
sustentáveis, bem como o esclarecimento quanto a sua viabilidade, funcionamento e legislação,
pode contribuir para que os efeitos da resistência possam ser minimizados.
Autores como Marques, Borges e Almada (2016) acrescentam que é necessário fazer
um planejamento mais apropriado da mudança. Assim, é preciso implementar a inclusão dos
critérios de sustentabilidade de modo progressivo para reduzir os conflitos e propiciar uma
maior aceitação.
Por outro lado, Domingos e Neiva (2013) indicam que é necessário superar as distorções
e entraves burocráticos, o continuísmo funcional e a falta de incentivo, já que esses fatores
podem restringir a introdução de mudanças nas organizações.
Outros autores como Paiva e Andrade (2013) apontam que a gestão deve priorizar o
acompanhamento sistemático por meio de um plano de ação que possibilite atenuar as
resistências que são consideradas mais expressivas.
Ademais, Souza e Bruno-Faria (2013), ao estudarem organizações brasileiras,
identificaram 10 fatores que podem ajudar na superação da resistência à implementação de
87
mudanças, são eles: Apoio da alta administração; Apoio da gerência de nível médio; Apoio de
grupos de trabalho e colaboradores; Diversidade de competências do grupo responsável pela
implementação; Divulgação de informações acerca da inovação; Estratégias para incorporação
da inovação às rotinas organizacionais; Participação de colaboradores provenientes do meio
externo; Planejamento de ações necessárias à implementação; Reconhecimento do valor e da
necessidade da inovação; Perspectiva sistêmica da inovação e de interações entre unidades
organizacionais (SOUZA e BRUNO-FARIA, 2013, p. 121-123).
Quanto ao aspecto que diz respeito à inércia da gestão é preciso considerar que não se
pode esperar que a atuação dos gestores resulte apenas da ação dos órgãos de controle, quando
esses se fazem presentes para fiscalizar e cobrar. Por isso, é preciso ponderar sobre quais as
motivações que levam os gestores a aparentemente negligenciarem a implementação de
compras sustentáveis, por exemplo.
Talvez haja a necessidade de capacitação do próprio gestor, que por desconhecimento
do tema e das consequências e responsabilizações que possa sofrer, deixa de agir para
implementar determinadas ações. Outra razão da inércia da gestão, talvez tenha origem na falta
de fiscalização e cobrança da comunidade interna, que também pode estar alheia a essas
questões.
É preciso desenvolver estudos mais aprofundados para entender as razões da inércia da
gestão quanto a implementação da compra pública sustentável. No entanto, propõe-se que o
tema seja colocado na pauta do Conselho Diretor da instituição que pode discutir a elaboração
de uma resolução interna tratando desse tema. Alternativamente, a temática pode ser debatida
nas reuniões de planejamento para possibilitar um despertar de consciência e consequentemente
uma atuação mais consistente e sistêmica dos gestores no âmbito do IFPB – Campus Campina
Grande, especialmente no que diz respeito à sustentabilidade nos processos licitatórios.
Feitas essas considerações iniciais, abordar-se-á o plano de ação e os procedimentos
para que as alterações aqui sugeridas sejam aplicadas. Inicialmente, apresenta-se a Figura 15,
que esboça o passo-a-passo do Plano Geral para Implementação da CPS. Nesse esquema, tem-
se uma visão geral e simplificada de como se pretende pôr em prática as ideias recomendadas
nesse trabalho.
88
Figura 15 – Plano Geral para Implementação da CPS
Fonte: Adaptado de BRAIL (2016a); CEFOR (2015); BAHIA e ICLEI (2012)
Além da estratégia indicada na Figura 15, a presente proposta de intervenção prescreve
também a Elaboração do Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS) com a inclusão da
CPS. Esse plano foi inspirado no ciclo PDCA e compõe-se das seguintes etapas: Preparação;
Diagnótico/Medição; Elaboração do PLS; Implementação do Plano; Monitoramento;
Verificação e Avaliação. Elencou-se também a lista de eixos temáticos mínimos que devem
fazer parte do PLS. Ademais, sugeriu-se um conjunto de metas, ações, indicadores e
responsáveis para viabilização do eixo temático compras sustentáveis.
Por fim, o último subtópico do modelo em construção trata mais especificamente da
Capacitação e da Comunicação que na visão dos participantes da pesquisa são dois aspectos
facilitadores que têm grande relevância para que a implementação das compras sustentáveis
seja bem-sucedida.
Quanto aos critérios de sustentabilidade, a proposta é adotar os critérios sugeridos pela
Agenda A3P:
“• que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte, por material reciclado, atóxico,
biodegradável, conforme ABNT NBR - 15448-1 e 15448-2;
• que sejam observados os requisitos ambientais para a obtenção de certificação do
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO
89
como produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus
similares;
• que os bens devam ser, preferencialmente, acondicionados em embalagem
individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais recicláveis,
de forma a garantir a máxima proteção durante o transporte e o armazenamento; e
• que os bens não contenham substâncias perigosas em concentração acima da
recomendada na diretiva RoHS (Restriction of Certain Hazardous Substances), tais
como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenil-
polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs)” (BRASIL, 2009, p. 50).
Além desses parâmetros, sempre que possível, indicou-se critérios como: Selo Procel
(Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica); comprovação de origem da madeira
(DOF – Documento de Origem Florestal) emitido pelo IBAMA; Etiqueta Nacional de
Conservação de Energia (ENCE) do INMETRO para veículos automotores. Dentre outros que
forem necessários de acordo com as características dos itens a serem adquiridos.
6.1 PROCEDIMENTOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE COMPRA SUSTENTÁVEL
A elaboração de um Plano de Ação pode contribuir para que a implementação da
Compra Pública Sustentável seja bem-sucedida. Há muitas ferramentas práticas para
implementação das compras públicas sustentáveis (Manual Procura+ do ICLEI; Manual do
Ministério do Planejamento; Guia da Advocacia Geral da União; Guia da Administração
Pública Federal etc.). Nessa proposta, buscou-se a combinação das estratégias empregadas
nesses e em outros manuais, para na medida do possível, adaptá-los a situação do caso em
estudo.
6.1.1 Plano Geral para Implementação da CPS
O Plano adotado nessa proposta de intervenção, tem como base a metodologia
desenvolvida na Publicação “Compras Públicas Sustentáveis – Uma Abordagem Prática” de
autoria do ICLEI – Governos Locais Pela Sustentabilidade em parceria com a Secretaria da
Administração do Estado da Bahia – SAEB. Essa metodologia adota 7 etapas, em um processo
que segue a sequência constante na Figura 16.
90
Figura 16 – Plano para Implementação da Compra Pública Sustentável
Fonte: BAHIA e ICLEI (2012)
A seguir, detalhar-se-á como serão implementadas essas ações propostas, levando em
consideração as características da instituição objeto dessa proposta e de todas as informações
que foram apontadas pelos entrevistados.
6.1.1.1 Alocação de Responsabilidade e Envolvimento dos Atores
O processo de compras públicas envolve vários atores (demandante, gestor, equipe de
licitação, equipe de patrimônio e almoxarifado, consumidor final etc.). Todos precisam ser
capacitados e inseridos no processo. Para isso, cada um deve saber quais são suas obrigações e
a alocação de responsabilidades deve ser clara para não gerar conflitos.
Conforme já descrito no item 3 (Modelo Atual de Compras), cabe ao coordenador
demandante fazer o levantamento das necessidades do seu setor, descrever os materiais que
pretende adquirir e protocolar o processo de solicitação. Ao Diretor Setorial, superior imediato
do coordenador demandante, cabe aprovar o pedido de compras. Já o Diretor Geral ratifica o
processo e o encaminha para o setor de licitações que operacionaliza o certame. Em seguida o
setor de patrimônio e almoxarifado recebe os materiais provisoriamente e convoca o
coordenador demandante para fazer o recebimento definitivo dos materiais.
91
A aprovação e a ratificação exaradas pelos diretores, leva em consideração apenas os
limites orçamentários e algumas imposições legais que impedem a aquisição de itens de
natureza semelhante no mesmo exercício financeiro. Ou seja, não há nenhuma avaliação quanto
aos critérios de sustentabilidade ambiental durante esse processo. Mesmo sabendo-se que há
obrigação legal de inserção desses critérios nos certames.
Esse projeto de intervenção propõe que essas responsabilidades sejam revistas, de forma
que haja nesse processo a inclusão de critérios de sustentabilidade durante a descrição do item
pelos solicitantes. Além disso, recomenda-se que na aprovação e na ratificação sejam levados
em consideração a inclusão de critérios de sustentabilidade.
Dessa forma, o andamento dos processos de compras obedeceria ao esquema
demonstrado na Figura 17 com as novas responsabilidades que passam a tratar da inclusão,
verificação e aprovação dos critérios de sustentabilidade ambiental conforme orientados pelas
normas vigentes.
92
Figura 17 – Fluxo de Compras Incluindo Critérios Sustentáveis
Fonte: Elaborado pelo autor com auxílio do Software Bizagi Modeler
93
Uma das principais alterações, nessa nova distribuição de responsabilidade, diz respeito
à formação de uma Comissão de Sustentabilidade nas Compras para verificar a inclusão dos
critérios ambientais nos materiais que serão adquiridos. A sugestão é que a comissão seja
formada por 3 servidores devidamente capacitados para desempenho dessas funções. Após a
elaboração do pedido, a comissão avalia se houve inclusão ou não. Em caso negativo, o setor
demandante deverá elaborar uma justificativa. Outra modificação sugerida é a verificação, em
cada setor por onde o processo tramitar, da anuência da Comissão supracitada.
Também se aconselha que na fase de aceitação da proposta do licitante, o pregoeiro, a
equipe de apoio e o setor demandante examinem juntos se houve atendimento aos critérios
ambientais, que podem ser comprovados mediante apresentação de certificados fornecidos por
instituições públicas ou privadas acreditadas.
Por fim, durante o recebimento (provisório e/ou definitivo) dos materiais, os servidores
do setor de patrimônio e almoxarifado convocam o setor demandante para conferirem se os
critérios (gerais e ambientais) estão de acordo com o que foi ofertado pelo fornecedor durante
a realização do certame.
6.1.1.2 Elaboração de um Plano de Ação
O Plano de ação teve inspiração em documentos como: Guia Nacional de Licitações
Sustentáveis da Advocacia Geral da União; Manuais de Compras Sustentáveis dos Ministérios
do Meio Ambiente e do Planejamento; Manual Procura+ do ICLEI; Manual de Compras e
Contratações Sustentáveis da Universidade Federal de Santa Catarina; Contratações públicas
sustentáveis: da teoria à prática da Enap (Escola Nacional de Administração Pública; Guia de
Inclusão de Critérios de Sustentabilidade nas Contratações da Justiça Do Trabalho; Guia de
Compras Públicas Sustentáveis para Administração Federal; dentre outras publicações de
órgãos públicos.
A estratégia desse plano consiste em um passo a passo com 2 (duas) etapas, que foram
divididas em subtópicos, combinando-se as sugestões dos manuais referidos acima para
adaptação ao caso em estudo. Resultando assim, em uma sequência de procedimentos conforme
Figura 18.
94
Figura 18: Plano de Ação Sugerido
Fonte: Adaptado de BRAIL (2016a) e CEFOR (2015)
6.1.1.2.1 Primeira Etapa: Avaliar a Necessidade da Compra
A aquisição de novos materiais deve ser ponderada pelos gestores e por toda equipe,
pensando sempre se há de fato a necessidade da compra. Assim, é preciso que se reflita sobre a
economicidade e racionalidade no gasto público.
Dessa forma, o gestor deve, antes de decidir por uma nova aquisição, consultar junto
com sua equipe, a viabilidade de reutilizar materiais já existentes ou mesmo reduzir o consumo,
desde que não comprometa o andamento dos serviços. É o que recomenda Brasil (2016a), em
consonância com o que dispõe o art. 9º da Lei 12.305/2010.
“Art. 9º. Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte
ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos
resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”.
Deve-se considerar também o que determina o art. 3º da Lei 10.520/2002, que assim
prescreve: “A fase preparatória do pregão observará o seguinte: I - a autoridade competente
justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame (...)”
Outra alternativa que pode ser útil é o instituto do desfazimento, regulamentado pelo
Decreto 99.658/1990 no âmbito da Administração Pública Federal. Essa norma possibilita o
reaproveitamento, a movimentação e a alienação de material, conforme reza seu art. 1º. Essa
1ª ETAPA: AVALIAR A NECESSIDADE DA COMPRA
Possibilidade de Reutilização de Material já
Existente;
Possibilidade de Adquirir Bem Proveniente de
Desfazimento
2ª ETAPA: PLANEJAMENTO DA COMPRA SUSTENTÁVEL
Escolher e Inserir Requisitos Mínimos de
Sustentabilidade;
Definir os Critérios de Comprovação;
Verificar Disponibilidade no Mercado
95
pode ser uma boa ferramenta para o consumo racional e consciente, o que pode significar mais
economia para o erário.
6.1.1.2.2 Segunda Etapa: Planejamento da Compra Sustentável
A aquisição de materiais sustentáveis deve ser implementada gradativamente, sempre
acompanhando os preços e observando a evolução do mercado, conforme recomendam os
princípios da razoabilidade e proporcionalidade (BRASIL, 2014c).
É preciso ter em mente que a inclusão dos critérios de sustentabilidade não pode
restringir a competitividade. Portanto, os requisitos devem ser aplicados com moderação e de
forma justificada para não ferir os princípios licitatórios, conforme depreende-se do art. 3º, §
1º, Inciso I, da Lei de Licitações:
“(...)
§ 1o É vedado aos agentes públicos:
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições
que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos
casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão
da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância
impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato (...)”
Respeitados esses primeiros cuidados indispensáveis, pode-se planejar de que forma
será operacionalizada a inclusão dos critérios ambientais no processo de compras, conforme
indicado na Figura 18. Os procedimentos dessa 2ª Etapa são: 1. Escolher e inserir requisitos
mínimos de sustentabilidade; 2. Definir os critérios de comprovação; e, 3. Verificar
disponibilidade no mercado. A seguir, será detalhado um pouco sobre cada uma dessas fases.
Procedimento 1. Escolher e inserir requisitos mínimos de sustentabilidade:
Os critérios de sustentabilidade podem ser encontrados em diversas normas (leis,
decretos, instruções normativas, resoluções etc.). Eles devem ser guiados por algumas
diretrizes, como por exemplo, os que são apontados pelo Decreto 7.746/2012 que regulamenta
o art. 3º da Lei de Licitações.
“Art. 4º Para os fins do disposto no art. 2º, são considerados critérios e práticas
sustentáveis, entre outras:
I - baixo impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água;
II – preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de origem local;
III – maior eficiência na utilização de recursos naturais como água e energia;
96
IV – maior geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local;
V – maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra;
VI - uso de inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais;
VII - origem sustentável dos recursos naturais utilizados nos bens, nos serviços e nas
obras; e
VIII - utilização de produtos florestais madeireiros e não madeireiros originários de
manejo florestal sustentável ou de reflorestamento”.
De forma exemplificativa a Advocacia Geral da União aponta uma série de legislações
que tratam de critérios de sustentabilidade, das quais podem ser destacadas (BRASIL, 2016):
“Lei 12.187/2009
(...) as propostas que propiciem maior economia de energia, água e outros recursos
naturais e redução da emissão de gases de efeito estufa e de resíduos;
Lei 12. 305/2010
(...) produtos reciclados e recicláveis; bens, serviços e obras que considerem critérios
compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis;
Art. 5º (...) bens que estes sejam constituídos por material reciclado, atóxico ou
biodegradável”.
De forma didática, o Quadro 7 apresenta uma série de critérios ambientais de
sustentabilidade que podem servir de subsídio orientativo no momento de definição de quais
requisitos podem ser implementados.
Quadro 7 – Exemplos de Critérios de Sustentabilidade
EXEMPLOS DE CRITÉRIOS DE SUSTENTABLIDADE
CRITÉRIOS AMBIENTAIS
PRODUÇÃO ORGÂNICA
Produção orgânica, sem uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade, agrotóxicos e adubos
químicos, com emprego de técnicas naturais de combate à pragas, doenças e fertilizantes.
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Conservação e uso racional de energia.
ORIGEM RENOVÁVEL
Uso de matéria-prima natural renovável (óleos vegetais, corantes naturais, óleos essenciais, entre
outros; produtos à base de água.
TOXICIDADE
Livre ou isento de compostos orgânicos voláteis (COVs) / cloro elementar no processo produtivo /
benzeno / óleo / metais pesados/ materiais tóxicos e/ou perigosos / produtos tóxicos; materiais de
baixa toxicidade e periculosidade.
(Continua)
97
BIODEGRADABILIDADE
Uso/composição de materiais biodegradáveis.
MENOR GRAU DE PERICULOSIDADE
Utilização de substâncias de ação menos tóxica sobre humanos, animais e plantas; redução do risco
de contaminação.
GESTÃO DE RESÍDUOS
Utilização de matéria-prima pós-consumo e/ou reciclada; coleta e destinação final ambientalmente
adequada.
IMPACTOS GLOBAIS
Eliminação ou diminuição das emissões de GEEs (Gases de Efeito Estufa) e/ou substâncias que
afetam a camada de ozônio.
RACIONALIZAÇÃO
Menor consumo de papel, tonner ou tinta; redução do consumo de água.
RASTREABILIDADE
Certificação florestal (produtos madeireiros); produtos originários de manejo florestal sustentável
de florestas nativas ou reflorestamento (produtos não-madeireiros).
Fonte: BAHIA e ICLEI (2012)
Ressalte-se que a lista acima é apenas exemplificativa e que outros critérios podem ser
considerados dependendo de cada caso, como a Análise do Ciclo de Vida (ACV) em aquisições
de bens ou produtos. Como estratégia alternativa, pode-se lançar mão dos diversos catálogos
elaborados pelos mais diversos órgãos públicos, a exemplo do Catmat Sustentável que é o
Catálogo de Materiais do Portal Compras Governamentais do Governo Federal (BRASIL,
2016).
Conforme salienta Advocacia Geral da União, a inserção dos critérios de
sustentabilidade dar-se-á no momento da escolha do material que será licitado, incrementando-
se tais requisitos nas especificações que constarão no termo de referência. Tais critérios deverão
ser descritos de forma clara e objetiva, levando-se em consideração como serão comprovadas
(BRASIL, 2016).
Procedimento 2. Definir os critérios de comprovação:
A fase do certame chamada de aceitação é o momento em que o pregoeiro e equipe de
apoio (podendo ser auxiliado pelo setor demandante) analisam se os requisitos de
sustentabilidade foram incluídos nas especificações do objeto ofertado pelo licitante vencedor.
Essas exigências devem constar na descrição dos itens constantes no Termo de Referência.
(Conclusão)
98
A comprovação dos critérios de sustentabilidade ambiental pode ser viabilizada pelas
mais variadas formas, de modo que não restrinja a competitividade nem acabe direcionando a
escolha para uma marca específica. Assim, podem ser utilizadas opções de comprovação como
as sugeridas pelo Guia de Contratações Sustentáveis da Justiça do Trabalho:
“...inscrição nos rótulos, nas embalagens, informações disponíveis no site do
fabricante e em sites dos órgãos competentes, por apresentação de certificação emitida
por instituição pública oficial, ou por instituição credenciada, ou por qualquer outro
meio de prova que ateste que o bem fornecido cumpre com as exigências do edital”
(BRASIL, 2012, p. 9).
São exemplos de instituições públicas oficiais que emitem certificações e são
acreditadoras: Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
dentre outras.
Sempre que possível, deve-se observar nas aquisições de bens o atendimento das normas
técnicas elaboradas por essas instituições que visam constatar e dimensionar a utilização de
requisitos mínimos de qualidade, segurança e sustentabilidade (BRASIL, 2012). Há vários
documentos comprobatórios de critérios de sustentabilidade ambiental emitidos pelas
instituições acima referidas. No Quadro 8 consta uma série de certificados que podem ser
solicitados na fase de aceitação da proposta, de acordo com cada caso.
Quadro 8 – Certificados Solicitados na Fase de Aceitação
1. Documento de Origem Florestal-DOF, instituído pela Portaria nº 253 de 18/08/2006, do
Ministério do Meio Ambiente, e Instrução Normativa IBAMA nº 112, de 21/08/2006, válido
por todo o tempo e percurso do transporte e armazenamento, quando se tratar de produtos ou
subprodutos florestais de origem nativa, que exija tal licença obrigatória.
2. Nota Fiscal de transporte de produtos ou subprodutos florestais de origem nativa do
produtor ao fabricante; conforme Instrução Normativa IBAMA nº 112 de 21/08/2006 e Instrução
Normativa 01/2012, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
3. Certificado de cadeia de custódia para produtos de origem florestal (Forestry Stewardship
Council - FSC ou Certificação Florestal / Programme for the Endorsement of Forest
Certification - Cerflor/PEFC). Caso a empresa classificada não seja fabricante, ela deve
apresentar documento que comprove que o fabricante do produto possui tal certificação.
Obs.: em que pese se tratar de uma certificação internacional voluntária, a exigência do
selo FSC encontra respaldo no Acórdão 2995/2013-Plenário, onde o relator Ministro Valmir
Campelo concluiu que, considerando que a comprovação da procedência legal da madeira é
condição necessária para sua comercialização, a exigência de atestado de certificação ambiental
(Continua)
99
quanto à madeira utilizada não compromete, em princípio, a competitividade das licitações
públicas.
4. Declaração atualizada e assinada por representante legal da empresa licitante de que os bens
não contenham substâncias perigosas em concentração acima da recomendada na diretiva RoHS
(Restriction of Certain Hazardous Substances), tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo
hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenil-polibromados (PBBs), éteres difenilpolibromados
(PBDEs), conforme Instrução Normativa n° 01/2010, da SLTI/MPOG.
Obs.: o atendimento a este requisito pode, ainda, ser comprovado através da apresentação
de ficha técnica do produto ofertado apresentando as substâncias presentes na composição do
produto ofertado.
5. Selo de Qualidade Beija-flor (Rótulo Ecológico ABNT) referente ao produto a ser
fornecido. Este selo substitui a apresentação de documentação referente ao item 3 da presente
lista. Os produtos que obtêm o Rótulo Ecológico ABNT comprovam ter menor impacto
ambiental que seus similares existentes no mercado, ao longo de todo seu ciclo de vida.
Obs.: para a obtenção do Rótulo Ecológico ABNT, o fabricante deve garantir que toda a
madeira seja obtida de fontes legais; estabelecer um programa de gestão de resíduos que
considere a não geração, redução, o reuso ou reciclagem, assegurando a sua otimização e a
destinação adequada dos resíduos gerados, inclusive os recicláveis; e, apresentar licenças
ambientais à ABNT. Sendo assim, não há necessidade de apresentar os documentos
contemplados pelos itens 3 (certificado de cadeia de custódia).
6. Catálogo técnico com a composição do produto, comprovando que o produto possua
quantidade máxima de 0,1% em peso de halogênios e seus subprodutos em sua composição, e
que as chapas de aço não sejam revestidas com cromo, níquel, estanho e seus compostos. Estes
elementos podem ser permitidos em alguns componentes tais como dobradiças e puxadores.
7. Catálogo técnico das substâncias adicionadas às placas (painéis) de madeira e utilizadas em
qualquer fase de seu processo de fabricação, vetados os compostos a seguir, seus derivados
funcionais ou precursores no local, incluindo como agentes preparatórios, produtos de limpeza
desengordurantes ou na unidade de produção:
Solventes orgânicos halogenados ou agentes de ligação; Aditivos para polímeros de flúor
ou cloro; Os ftalatos: DEHP, DBP, DAP, BBP, DMP, DMT, DEP, DMEP e DIBP; Aziridina ou
poliaziridinas; Pigmentos e aditivos que contenham estanho, chumbo, arsênio, cromo, cobre,
cádmio, mercúrio, estanho, antimônio e seus compostos; Éteres difenilpolibromados, ou de
cadeia curta (≤13ºC) clorada retardadores de chama orgânico; Pentaclorofenol (PCP);
Benzo[a]pireno.
8. Em caso da utilização de madeiras no acondicionamento dos produtos, estas devem ser de
origem legal comprovada por algum certificado de manejo florestal, tal como exposto no item
1. Caso a empresa classificada na licitação não seja fabricante, apresentar documento que
comprove que o fabricante do produto possui tal certificação.
9. Declaração atualizada de que madeira e materiais naturais utilizados no produto não tenham
sido tratados ou impregnados com fungicidas e inseticidas classificados pela Agência
Internacional de Pesquisa em Câncer – IARC como tipo 1 ou 2.
(http://monographs.iarc.fr/ENG/Classification/ClassificationsGroupOrder.pdf) e que não façam
parte da Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos, conforme portaria
Interministerial nº 9 de 7 de outubro de 2014.
Fonte: UFSC (2015)
(Conclusão)
100
Com o intuito de oferecer uma ferramenta de consulta para facilitar a implementação
dos critérios de sustentabilidade ambiental nas aquisições do IFPB – Campus Campina Grande,
o Quadro 9 aponta uma lista com grupos de materiais com respectivos requisitos ambientais e
as alternativas de certificados e documentos comprobatórios de tais características. Essa lista
foi elaborada pelo Conselho Nacional da Justiça do Trabalho em seu Guia de Contratações
Sustentáveis.
Quadro 9 – Grupos de Materiais, Critérios e Métodos de Comprovação
Material de Expediente e de Gráfica:
As aquisições de produtos oriundos da madeira devem observar os critérios da rastreabilidade
e da origem dos insumos de madeira a partir de fontes de manejo sustentável em conformidade
com a norma ABNT NBR 14790:2011, utilizada pelo Cerflor, ou com o padrão FSC-STD-40-
004 V2-1. A comprovação da conformidade deve ser feita por meio do Certificado de Cadeia
de Custódia e/ou Selo de Cadeia de Custódia do Cerflor ou do FSC. Para produtos que utilizem
papel reciclado deve ainda ser observada a conformidade com a norma ABNT NBR
15755:2009 que define esse material com base no conteúdo de fibras recicladas. São produtos
oriundos da madeira, entre outros:
a) Papel, reciclado ou branco; b) Produtos de papel confeccionados em gráfica, tais como
envelopes, pastas classificadoras, agendas, cartões de visita, panfletos, convites, livros de
ponto, protocolo, etc.; c) Envelopes reutilizáveis, confeccionados, preferencialmente, com
papel reciclado; d) Lápis produzidos com madeira certificada ou com material reciclado.
Material de Limpeza e Higiene
a) Materiais menos agressivos ao meio ambiente.
b) Produtos concentrados, preferencialmente.
c) Sabão em barra e detergentes em pó preferencialmente à base de coco ou isentos de fósforo
e, quando inexistentes no mercado, exigência de comprovação de teor que respeite o limite
máximo de concentração de fósforo, conforme Resolução CONAMA nº 359, de 29 de abril de
2005.
d) Os produtos saneantes domissanitários de qualquer natureza devem utilizar substâncias
tensoativas biodegradáveis.
e) Esponjas fabricadas com solvente à base d’água.
f) As aquisições de produtos oriundos da madeira, para fins sanitários, tais como, papel
higiênico, toalha, guardanapo, lenço, devem observar os critérios da rastreabilidade e da
origem dos insumos de madeira a partir de fontes de manejo sustentável em conformidade com
a norma ABNT NBR 14790:2011, utilizada pelo Cerflor, ou com o padrão FSC-STD-40-004
V2-1. A comprovação da conformidade deve ser feita por meio do Certificado da Cadeia de
Custódia e/ou Selo de Cadeia de Custódia do Cerflor ou do FSC.
g) Nas aquisições de produtos usados na limpeza e conservação de ambientes, também
denominados saneantes, tais como álcool, água sanitária, detergentes, ceras, sabões,
(Continua)
101
saponáceos, desinfetantes, inseticidas, devem ser observados os critérios de eficácia e
segurança, comprovados pela regularidade (registro ou notificação) junto à ANVISA.
Obs.: A comprovação da regularização deve ser feita por meio de cópia da publicação do
registro do produto no Diário Oficial da União (DOU), observada sua validade, ou a
apresentação do Comunicado de Aceitação de Notificação, enviado à empresa pela ANVISA
ou consulta à internet da divulgação de Aceitação de Notificação disponível no sítio da
ANVISA na internet em <http://www.anvisa.gov.br/saneantes/index.htm>.
h) Produtos que possuam comercialização em refil.
Gêneros Alimentícios, Material de Copa e Cozinha:
a) Nas aquisições de café, açúcar, frutas, verduras e alimentos em geral convêm que sejam
adquiridos produtos orgânicos (produzidos sem o uso de adubos químicos, defensivos ou
agrotóxicos), sempre que disponíveis no mercado. Devem ser observados os critérios da
origem e da qualidade do produto. A comprovação da conformidade com esses critérios deve
ser feita por meio do selo “Produto Orgânico Brasil” do Sistema Brasileiro de Avaliação da
Conformidade Orgânica (SISORG), aposto no rótulo e/ou na embalagem do produto.
b) Copos e xícaras de material durável como vidro, cerâmica ou aço escovado em substituição
ao copo plástico descartável.
Máquinas e Aparelhos Consumidores de Energia
a) Devem ser adquiridos produtos que apresentem menor consumo e maior eficiência
energética dentro de cada categoria.
b) Para refrigeradores, condicionadores de ar, forno microondas, ventiladores, televisores,
lâmpadas e demais produtos aprovados no Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) do
Inmetro a comprovação da conformidade com esses critérios dar-se-á pela Etiqueta Nacional
de Conservação de Energia (ENCE), aposta ao produto e/ou em sua embalagem.
c) Deve-se optar pela aquisição de produtos que possuam a ENCE da classe de maior
eficiência, representada pela letra “A”, sempre que haja um número suficiente de produtos e
fabricantes nessa classe. Podem ser aceitos produtos das demais classes quando as condições
de mercado assim o exigirem.
d) Nas aquisições de refrigeradores, condicionadores de ar e demais equipamentos de
refrigeração, devem ser adquiridos produtos que utilizem gases refrigerantes ecológicos,
sempre que disponíveis no mercado.
e) Para a aquisição de aparelhos eletrodomésticos que gerem ruído, como liquidificadores e
aspiradores de pó, devem ser adquiridos produtos que apresentem nível de potência sonora
menor ou igual a 88 dB(A), a ser comprovado pelo selo ruído aposto ao produto e/ou à sua
embalagem, conforme Portaria Inmetro nº 430, de 16 de agosto de 2012, alterada pela Portaria
Inmetro nº 388, de 06 de agosto de 2013.
f) Optar, preferencialmente, pela aquisição de lâmpadas LED.
g) As aquisições de bens de informática, como computadores de mesa (desktops) e
computadores portáteis (notebook, laptop e netbook) devem observar os critérios de segurança,
compatibilidade eletromagnética e eficiência energética previstos na Portaria Inmetro nº
170/12. A comprovação da conformidade com esses critérios deve ser feita mediante
apresentação de certificados e/ou relatórios de ensaios emitidos por instituição acreditada pelo
Inmetro.
(Continuação)
(Continua)
102
h) Eletrodomésticos, equipamentos de informática e telecomunicações e demais produtos
eletroeletrônicos não devem conter certas substâncias nocivas ao meio ambiente como
mercúrio, chumbo, cromo hexavalente, cádmio, bifenil-polibromados, éteres
difenilpolibromados, em concentração acima da recomendada pela Diretiva 2002/95/EC do
Parlamento Europeu também conhecida como diretiva RoHS (Restriction of Certain
Hazardous Substances). O atendimento a essa diretriz deve ser comprovado por meio de
certificado ou por declaração do fabricante.
i) A destinação final de produtos eletroeletrônicos e seus componentes deve observar o
disposto no item - Resíduos com Logística Reversa.
Cartuchos de Tinta e de Toner
a) Cartuchos de marca diferente do equipamento a que se destinam devem possuir desempenho
equivalente ao do original. A comprovação desse critério deve ser feita através de relatório de
ensaio emitido por laboratório detentor de Certificado de Acreditação concedido pelo Inmetro,
com escopo de acreditação específico para ensaios mecânicos com base nas normas ABNT
NBR ISO/IEC 24711:2011 e 24712:2011, para cartuchos de tinta e ABNT NBR ISO/IEC
19752:2006 e 19798:2011, para cartuchos de toner.
b) A destinação final de cartuchos deve observar o disposto no item - Resíduos com Logística
Reversa.
Pneus
a) Na aquisição de pneus deve ser exigida como requisito prévio à assinatura do contrato ou
empenho a regularidade do registro do fabricante ou importador no Cadastro Técnico Federal
de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Ambientais – CTF/APP,
comprovada mediante a apresentação do certificado de regularidade emitido pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conforme Instrução
Normativa Ibama Nº 6 DE 15/03/2013.
b) A destinação final de pneus deve observar o disposto no item Resíduos com Logística
Reversa.
Pilhas e Baterias
a) Pilhas e baterias devem conter, no corpo do produto e/ou em sua embalagem, advertências
quanto aos riscos à saúde humana e ao meio ambiente; identificação do fabricante ou deste e
do importador no caso de produtos importados, a simbologia indicativa da destinação adequada
e informação sobre a necessidade de, após seu uso, serem devolvidos aos revendedores ou à
rede de assistência técnica autorizada; conforme o art. 14, art. 16 e anexo I da Resolução
CONAMA Nº 401 de 4 de novembro de 2008.
b) Os teores de chumbo, cádmio e mercúrio devem estar em conformidade com os limites
máximos estabelecidos pela Resolução CONAMA 401/2008, comprovado pela regularidade
do registro do fabricante ou importador no Cadastro Técnico Federal de Atividades
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais - CTF/APP, mediante
apresentação do certificado de regularidade emitido pelo Ibama, conforme Instrução
Normativa Ibama nº 6/2013.
c) A destinação final de pilhas e baterias deve observar o disposto no item Resíduos com
Logística Reversa.
(Continuação)
(Continua)
103
Mobiliário.
a) Todo mobiliário deve estar em conformidade com as normas técnicas da ABNT,
comprovada pela apresentação de relatório de ensaio emitido por laboratório detentor de
Certificado de Acreditação concedido pelo Inmetro, com escopo de acreditação específico para
ensaios mecânicos com base nas normas requeridas. O Relatório de Ensaio deve vir
acompanhado de documentação gráfica (desenho ou fotos) e memorial descritivo com
informação necessária e suficiente para perfeita identificação do modelo ou da linha contendo
o modelo do produto.
b) O mobiliário fabricado com madeira ou seus derivados deve observar os critérios da
rastreabilidade e da origem dos insumos de madeira a partir de fontes de manejo sustentável
em conformidade com a norma ABNT NBR 14790:2011, utilizada pelo Cerflor, ou com o
padrão FSC-SDT-40-004 V2-1. A comprovação da conformidade deve ser feita por meio do
Certificado de Cadeia de Custódia e/ou Selo de Cadeia de Custódia do Cerflor ou do FSC.
c) (...) compatibilizando-se as especificações com os critérios de sustentabilidade aqui
estabelecidos, enfatizando-se, ainda:
I. Para armários e gaveteiros a NBR 13961:2010;
II. Para mesas e estações de trabalho (mesas autoportantes conjugadas com divisórias), a NBR
13966:2008.
d) Cadeiras e poltronas, exceto longarinas e poltronas de auditório, devem estar em
conformidade com a NBR 13962:2006. A espuma, quando existente, deve ser isenta de CFC
e atender a NBR 9178:2003.
e) O mobiliário dos postos de trabalho deve atender aos requisitos da norma regulamentadora
NR-17 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A comprovação de atendimento deve ser
feita por meio da apresentação, para linha e modelo, de laudo de ergonomia emitido por
engenheiro de segurança do trabalho ou profissional com especialização em ergonomia
devidamente habilitado para tal finalidade.
Veículos Leves de Passageiros e Comerciais Leves
a) Os veículos leves de passageiros para uso oficial, adquiridos ou locados, devem ser movidos
exclusivamente com combustível renovável ou na forma da tecnologia “flex”.
b) Devem ser adquiridos veículos que apresentem maior eficiência energética e menor
consumo de combustível dentro de cada categoria, em conformidade com os requisitos
constantes no Regulamento de Avaliação da Conformidade para Veículos Leves de
Passageiros e Comerciais Leves. Para modelos das categorias subcompacto, compacto, médio
e grande, a comprovação da conformidade com esses critérios deve ser feita pela ENCE das
classes de maior eficiência, representadas pelas letras “A” ou “B”. Para as demais categorias
previstas na Portaria Inmetro Nº 377, de 29 de setembro de 2011, alterada pela Portaria Inmetro
Nº 522, de 31 de outubro de 2013, na ausência de classe de maior eficiência, podem ser aceitos
veículos da classe representada pela letra “C”.
c) Os veículos a serem adquiridos devem possuir nível de emissão de poluentes dentro dos
limites do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE).
A comprovação da conformidade deve ser feita pela ENCE com a presença de, no mínimo,
uma estrela.
(Continuação)
(Continua)
104
Vestuário
a) Na aquisição de uniformes ou outras vestimentas devem ser utilizados, preferencialmente,
produtos menos poluentes e agressivos ao meio ambiente que utilizem tecidos que tenham em
sua composição fibras oriundas de material reciclável e/ou algodão orgânico.
Assinaturas de Jornais, Revistas e Periódicos
a) Nas aquisições de assinaturas de jornais, revistas e periódicos convém que sejam adquiridas
versões eletrônicas, sempre que disponíveis no mercado.
Resíduos com Logística Reversa
Pilhas e baterias; pneus; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, bem como produtos eletroeletrônicos e seus
componentes devem observar o sistema de logística reversa nos termos da Lei nº 12.305/2010,
que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, regulamentada pelo Decreto nº
7.404/2010. Deve ser incluída, no termo de referência e na minuta de contrato, cláusula
prevendo a obrigação da coleta, pela contratada, dos resíduos oriundos da contratação, para
fins de devolução ao fabricante ou importador, responsáveis pela sua destinação final
ambientalmente adequada.
a) Pilhas e baterias devem observar a Resolução CONAMA n° 401/2008.
b) Pneus devem observar a Resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009 e
Instrução Normativa Ibama nº 01, de 25 de janeiro de 2013.
c) Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens devem observar a Resolução CONAMA nº
362/2005 e Acordo Setorial para a Implantação de Sistema de Logística Reversa de
Embalagens Plásticas Usadas de Lubrificantes.
d) Cartuchos de tinta, de toner e cilindros devem observar os seguintes procedimentos:
I. A sistemática de recolhimento deve indicar as quantidades mínimas de cartuchos e/ou
cilindros a serem recolhidos por evento, o intervalo e os responsáveis pelo recolhimento, bem
como a especificação e detalhamento da sua destinação;
II. Os cartuchos e/ou cilindros usados devem ser permutados, sempre que possível, por
suprimentos novos equivalentes, sem custo adicional, mediante relação de troca estabelecida
em função do número de unidades recolhidas pela contratada.
e) Devem ser considerados apropriados os procedimentos de destinação de cartuchos de tinta,
de toner e cilindros somente quando orientados para:
I. Reaproveitamento ou reutilização das peças e componentes dos suprimentos não sujeitos a
desgastes, efetivados sob supervisão do fabricante dos produtos;
II. Destinação ambientalmente adequada dos resíduos dos suprimentos, devidamente
licenciada pelo órgão ambiental competente, a ser efetivada pelo fabricante ou importador do
produto ou por representante autorizado.
Fonte: BRASIL (2014a); BRASIL (2012)
(Conclusão)
105
A lista de grupos de materiais, normas, critérios e certificados que constam no Quadro
9 não é taxativa, portanto, ela deve ser constantemente ampliada e atualizada por meio de
consultas em sites oficiais, bem como as experiências enfrentadas no dia a dia da instituição.
Pode-se também estabelecer, por meio do instrumento convocatório, a imposição de
algumas exigências (dentro dos limites da lei). Mesmo que algumas dessas obrigações tenham
um caráter muito genérico que dificultam a fiscalização há a possibilidade imposições
produzirem um efeito educativo. Elas podem ser inseridas no item do edital que trata das
obrigações da contratada. A Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC propôs uma série
de obrigações que podem ser impostas à empresa contratada, conforme constam no Quadro 10.
Quadro 10 – Obrigações Ambientais da Contratada
1. A contratada deverá atender à legislação especifica aplicada, no que couber ao objeto
desse certame.
2. A Contratada deverá contribuir para a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável no cumprimento de diretrizes e critérios de sustentabilidade ambiental, de acordo
com o Art. 225 da Constituição Federal/1988, e em conformidade com o Art. 3º da Lei nº
8.666/1993 e com o Art. 6º da Instrução Normativa nº 01/2010, da SLTI/MPOG.
3. A Contratada deverá responsabilizar-se pela retirada dos resíduos das embalagens do
local de entrega e comprometer-se pela destinação correta dos mesmos, quando solicitado
pela Contratante.
4. Quando da utilização de adesivos, que estes sejam à base de PVA e, quando não
possível, de baixa emissão de formaldeídos.
5. Quando da utilização de revestimentos em PVC ou laminados de borda, que sejam
utilizados adesivos de contato à base de solventes não-agressivos.
6. Restringir o uso de materiais não compatíveis com a reutilização e a reciclagem.
7. Acondicionar, preferencialmente, em embalagens individuais adequadas, com menor
volume possível, utilizando materiais recicláveis, sem prejuízo à máxima proteção dos bens,
mas com mínimo desperdício, quando do transporte ou armazenamento dos bens, conforme
Instrução Normativa 01/2010, da SLTI/MPOG.
8. Indicar como será feita a coleta para correta disposição final do bem pelo fabricante.
Quando regulamentados os acordos setoriais previstos na Le inº 12305/2010, deverá ser
exigida a logística reversa, cabendo ao fornecedor o recolhimento do material.
9. As pilhas e/ou baterias devem atender ao disposto nos artigos 14 e 16 da Resolução
CONAMA 401/2008. Somente serão aceitas pilhas e baterias cuja composição respeite os
limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio admitidos nesta resolução, para cada tipo de
(Continua)
106
produto, conforme laudo físico-químico decomposição elaborado por laboratório acreditado
pelo INMETRO, nos termos da Instrução Normativa IBAMA n° 08/2012.
10. Reduzir, quando possível, os Retardadores de Chamas Bromados (BFRs),
Clorofluorcarboneto (CFC) e/ou Polivinilcloreto (PVC) no conteúdo das carcaças plásticas
externas e nas embalagens.
11. Fornecer produto com os principais componentes identificados, um a um, para
facilitar futuras reciclagens.
12. Fornecer produto de fácil desmontagem, permitindo a separação manual de plásticos
para reciclagem.
13. Identificar as partes do produto que contenham plásticos, segundo a NBR 13230/2008
- Embalagens e acondicionamento plásticos recicláveis e simbologia.
14. Que seja fornecida ao consumidor uma descrição das melhores formas de descarte do
produto (reutilização, reciclagem, logística reversa) classificadas em função do seu impacto
ambiental. Para cada opção, devem ser descritas claramente as precauções a tomar para
limitar o impacto ambiental. Estas informações devem estar fixadas de modo a resistir
durante a vida útil do produto.
15. Que seja fornecida ao consumidor notificação sobre o produto identificando
elementos que contenham materiais com necessidades especiais de manipulação.
16. Conceber o produto de modo que seja possível separar metal de outros componentes,
sem a utilização de ferramentas especiais. Este requisito não se aplica aos metais utilizados
em tratamentos de superfície.
Fonte: UFSC (2015)
As obrigações sugeridas no Quadro 10 são exemplificativas e podem ser adaptadas,
reduzidas ou ampliadas de acordo com cada caso. O risco de ações que possam travar o certame
é mínimo pois a legislação ambiental é ampla e rigorosa. Além disso, os Tribunais de Contas
têm entendido que a proteção ao meio ambiente se sobrepõe aos interesses particulares.
Procedimento 3. Verificar Disponibilidade no Mercado
A interação com os fornecedores deve ser estimulada visando manter a instituição
atualizada com as inovações, sobretudo no que diz respeito a alternativas mais eficientes e
menos nocivas ao meio ambiente e ao ser humano. Salientando que isso deve ser feito de forma
isenta e igualitária para não haver direcionamentos nos processos licitatórios. As pesquisas de
preços ou orçamentos de itens sustentáveis podem ser utilizados como estratégia para verificar
se o mercado ainda é restrito ou se já há alternativas aos materiais mais tradicionais.
(Conclusão)
107
De acordo com as orientações do ICLEI (2012), o momento de interação com o mercado
pode propiciar o levantamento de critérios ambientais que estão sendo incrementados pelos
fabricantes, como também oportuniza o descobrimento de alternativas sustentáveis que o
mercado atual disponibiliza. O ICLEI aconselha ainda que “esse levantamento deve ser
atualizado conforme necessário para refletir as mudanças no mercado e o progresso atingido
pelo comprador em relação às compras sustentáveis” (ICLEI, 2012, p. 49).
6.1.1.3 O Monitoramento
Os próximos passos do Plano de Implementação da Compra Pública Sustentável (Figura
16) são o Mapeamento das Compras e Seleção de Produtos-Chave, já realizados no Item 3 do
presente projeto de intervenção, que trata do Modelo Atual de Compras. O mapeamento
proposto foi abordado no subitem 6.1.1.1 (Alocação de Responsabilidades e Envolvimento dos
Atores).
A pesquisa de produtos alternativos pode ser viabilizada por meio de consultas aos
Catálogos de Materiais Sustentáveis dos órgãos públicos. A pesquisa de mercado, seja ela
presencial ou por meio da internet, também contribui para proporcionar a criação de uma lista
de itens sustentáveis cada vez mais ampla para atender as necessidades da instituição.
Os últimos passos são a realização das compras sustentáveis e o monitoramento dos
resultados alcançados. Para monitorar os resultados faz-se necessário estabelecer metas
atingíveis, de acordo com a realidade de cada caso. Inicialmente, deve-se propor metas mais
modestas e à medida que as experiências forem tendo êxito, os percentuais podem ser
aumentados paulatinamente. Para não haver conflitos, o ideal seria negociar com os servidores
envolvidos o estabelecimento dessas metas.
Como não há tempo hábil para essa negociação durante a elaboração dessa proposta de
intervenção, sugere-se inicialmente o incremento de um percentual de 25% de inclusão de
critérios de sustentabilidade ambiental aplicados aos grupos de materiais constantes do Quadro
4 – Volume de gastos por item do IFPB Campus Campina Grande, conforme disposto no
Quadro 11. As metas poderão ser revistas a depender do desempenho nos períodos de
acompanhamento.
108
Quadro 11 – Meta Proposta 2018
Meta Proposta Para o Ano de 2018 Indicador Acompanhamento
Incluir 25% de materiais permanentes e
de consumo com critérios de
sustentabilidade.
Porcentagem em relação
aos itens constantes no
Quadro 4
Mensal
Fonte: Elaborado pelo autor
Conforme já abordado é conveniente que se avalie a real necessidade do material antes
da realização do processo licitatório. Essa avaliação pode ser feita pelos demandantes com
supervisão dos gestores. Para essa apreciação, pode-se lançar mão de uma lista de verificação
simples como a que é proposta no Quadro 12.
Quadro 12 – Lista de Verificação para Avaliar Necessidade da Compra
Tópicos a Serem Verificados Antes da Compra Sim/Não Folha Obs.:
A compra é necessária?
Foram consideradas outras alternativas para a compra
como reutilização?
Foram identificados os potenciais impactos ambientais
e sociais associados?
Existe legislação específica para tratar do assunto?
Existe alguma norma específica para tratar do assunto?
Existe algum estudo, resultados de pesquisa, análise de
mercado disponível?
Existe alguma informação disponível relacionado ao
ACV?
Fonte: Adaptado de CEFOR (2015)
Outra alteração que pode surtir efeitos positivos é a colocação de um subitem referente
à inclusão de critérios de sustentabilidade na Lista de Verificação da fase interna do
procedimento licitatório, conforme já orienta a Advocacia Geral da União. O Quadro 13, mostra
no subitem 2.2, a exigência de manifestação quanto aos critérios de sustentabilidade.
109
Quadro 13 – Lista de Verificação Pregão Eletrônico
Atos Administrativos e Documentos a Serem Verificados Sim/Não Folha Obs.:
1. (...)
2. (...)
2.1. (...)
2.2. Há manifestação sobre práticas e/ou critérios de
sustentabilidade economicamente viáveis adotados no
procedimento licitatório (TCU, Ac. 2.380/2012-2ª Câmara)?
Fonte: BRASIL (2017)
6.2 ELABORAÇÃO DO PLANO DE GESTÃO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL (PLS)
E INCLUSÃO DA CPS
Conforme já discutido na Revisão da Literatura, “os Planos de Gestão de Logística
Sustentável são ferramentas para o planejamento em logística dos órgãos e entidades e pode ser
implementado por meio de variadas iniciativas detalhadas em um ou mais planos de ação”.
(BRASIL, 2014c, p. 22).
A implementação do PLS é uma obrigação dos órgãos ligados à administração pública
federal direta, autárquica e fundacional e as empresas estatais dependentes, consoante
determina os Decretos Federais 7.746/2012 e 9.178/2017. O PLS deve seguir as orientações
desses decretos, como também da Instrução Normativa SLTI - 10/2012.
Para a proposta de intervenção aqui tratada, decidiu-se adotar a metodologia sugerida
pelo Manual Procura+ que tem como inspiração o ciclo PDCA: Planejar (plan), Fazer (do),
Verificar (check) e agir corretivamente (act) (ICLEI, 2015). Essa mesma sistemática também
foi adotada para elaboração do PLS do Ministério do Planejamento (ICLEI/MP, 2013;
BRASIL, 2014c). Essa estratégia se desdobra em 6 etapas conforme demonstrado na Figura 19.
110
Figura 19 – Metodologia para Elaboração do PLS
Fonte: ICLEI/MP (2013); BRASIL (2014c); ICLEI (2015)
A partir dessa metodologia, foi elaborado o Quadro 14 com as etapas desmembradas em
ações, conforme estratégias adotadas pelo ICLEI e Ministério do Planejamento. Em cada ação,
foi apontado um diagnóstico simplificado, uma vez que o PLS ainda não foi implementado na
instituição objeto de estudo desse trabalho.
Quadro 14 – Metodologia para Elaboração do PLS
Eta
pas
Passos O Que Foi Feito O Que Falta
Pre
para
ção
Criar Comissão Gestora do PLS
Ato normativo para
formação da comissão
Gestora do PLS
Assegurar competências
técnicas, conhecimentos
jurídicos e de gestão na
composição da Comissão do
PLS
Capacitar os membros
da comissão
(Continua)
111
Envolver os servidores
Fazer reuniões para
tratar da importância
do tema e motivar os
servidores
Dia
gn
óst
ico/M
ediç
ão
Atualização/elaboração de
inventário de bens (de acordo
com a IN SEDAP nº 205 de 8 de
abril de 1988).
A última atualização
foi feita em 2016
Emitir ofício para
instaurar comissão de
avaliação do
patrimônio e
almoxarifado
Atualização/elaboração de
inventário de materiais (para
consumo no órgão no período de
1 ano).
Ato normativo para
formação da comissão
Gestora do PLS e
estabelecimento das
competências
Levantamento de práticas de
sustentabilidade e racionalização
do uso de materiais e serviços já
realizados e/ou em andamento.
Já existem algumas
iniciativas isoladas,
conforme apontado na
Introdução desse
trabalho
Gerar relatórios para
possibilitar um
acompanhamento
sistemático
Ela
bora
ção d
o P
LS
Identificar ações possíveis para
melhoria, análise de mercado,
definição de critérios de
sustentabilidade e identificação
de alternativas mais
sustentáveis.
No que se refere a essa
etapa, apenas algumas
iniciativas isoladas
foram identificadas:
uso racional de água e
energia; coleta seletiva;
aquisição de lâmpadas
econômicas e ar-
condicionado com selo
Procel “A”; dentre
outras.
Não há discussão sobre
a implementação de
um Plano de Gestão de
Logísticas Sustentável.
Após a criação da
Comissão Gestora do
PLS, adotar medidas
para viabilizar um
plano sistêmico com a
criação de indicadores
para acompanhamento
(Continuação)
(Continua)
112
Definir planos de ação com
objetivo, detalhamento de ações,
responsáveis (áreas envolvidas),
prazos, cronograma,
metodologia, indicadores,
recursos para cada prática de
sustentabilidade e de
racionalização do uso de
materiais e serviços.
Estabelecer metas para cada
plano de ação acima
mencionado.
Definir ações de divulgação,
conscientização e capacitação.
Elaborar 3 apêndices mínimos:
Apêndice 1 – Inventário de bens
e materiais; Apêndice 2 –
Diagnóstico de Práticas de
Sustentabilidade e de
Racionalização do Uso de
Materiais e Serviços
Implementadas; Apêndice 3 –
Materiais de Consumo
Sustentáveis.
Aprovação do Gestor
Imp
lem
enta
ção d
o
Pla
no
Publicação do PLS em site e
encaminhamento à Secretaria
Executiva da CISAP.
Essa etapa só poderá
ser viabilizada após a
criação da Comissão
Gestora do PLS e
elaboração do plano de
ação
(Continuação)
(Continua)
113
Realização das práticas e ações
previstas.
Mon
itora
men
to
Acompanhamento semestral: Os
resultados alcançados serão
avaliados semestralmente pela
comissão gestora, utilizando, no
mínimo, os indicadores
elencados.
Essa etapa só poderá
ser viabilizada após a
criação da Comissão
Gestora do PLS e
elaboração do plano de
ação
Compartilhamento de soluções
novas, experiências e boas
práticas com outras instituições
e órgãos públicos.
Identificação de desvios,
obstáculos e de necessidade de
ações adicionais.
Ver
ific
açã
o e
Avali
açã
o
Anualmente: Elaboração de
relatório de acompanhamento do
PLS de forma a evidenciar o
desempenho de cada órgão ou
entidade, contendo:
I - Consolidação dos resultados
alcançados;
II – Identificação e definição das
ações a serem desenvolvidas ou
modificadas para o ano
subsequente.
Essa etapa só poderá
ser viabilizada após a
criação da Comissão
Gestora do PLS e
elaboração do plano de
ação
Revisão do PLS.
Fonte: Adaptado de ICLEI/MP (2013); BRASIL (2014c)
(Conclusão)
114
Como se pode depreender do Quadro 14, a primeira ação que precisa ser adotada é a
criação da Comissão Gestora do PLS, pois sem essa medida a implementação dificilmente
ocorrerá, já que as etapas seguintes guardam estreita relação com a criação dessa Comissão.
Consequentemente, as iniciativas continuarão acontecendo de forma isolada e sem o devido
monitoramento, o que pode inviabilizar a política ambiental da instituição.
Essa realidade apontada acima fica evidente quando se analisa as práticas sustentáveis
que têm sido realizadas no IFPB – Campus Campina Grande. Essas medidas são isoladas, sem
acompanhamento e integração com outras ações. Além disso, não há divulgação nem incentivo
para que novas práticas sejam implementadas.
Como exemplo desse cenário, pode-se citar a coleta seletiva instituída no Campus.
Foram instalados os coletores, porém não houve uma campanha educativa, nem sequer se
pensou na destinação final dos resíduos. Essa falta de planejamento inviabilizou essa medida,
uma vez que os resíduos coletados acabam sendo misturados e recolhidos pelos caminhões
coletores da prefeitura.
Outras iniciativas como a redução do consumo de água e de energia também padecem
de falta de planejamento e integração com outras meditas, pois não há construção de indicadores
nem metas estabelecidas. Também há uma tentativa de diminuir o consumo de papel ofício,
adotando-se dentre outras medidas a impressão frente e verso. No entanto, não há um processo
de avaliação ou acompanhamento para verificar os resultados.
A inclusão de critérios de sustentabilidade ambiental nas compras também acontece de
forma isolada e desconexa necessitando, portanto, de uma abordagem mais sistêmica. Toda essa
conjuntura traçada acima, só reforça a importância e a urgência de criação da Comissão Gestora
do PLS e a consequente elaboração desse plano no âmbito do IFPB – Campus Campina Grande.
6.2.1 Eixos Temáticos
A IN nº 10 SLTI/MP elenca uma lista de eixos temáticos mínimos que devem fazer parte
do desenvolvimento do PLS, são eles: I – Materiais de Consumo; II – Energia Elétrica; III –
Água e Esgoto; IV – Coleta Seletiva; V – Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho; VI –
Compras e Contratações, conforme consta detalhado no Quadro 15.
115
Quadro 15 – Eixos Temáticos Mínimos do PLS
I – MATERIAIS DE CONSUMO
Papel
1. Dar preferência ao uso de mensagens eletrônicas (e-mail) na comunicação evitando o uso
do papel; 2. Substituir o uso de documento impresso por documento digital; 3. Imprimir
apenas se necessário; 4. Revisar os documentos antes de imprimir; 5. Controlar o consumo
de papel para impressão e cópias; 6. Programar manutenção ou substituição das impressoras,
em razão de eficiência; 7. Imprimir documentos no modo frente e verso; 8. Reaproveitar o
papel impresso em apenas um lado, para a confecção de blocos de rascunho; 9. Utilizar papel
reciclado ou papel branco produzido sem uso de substâncias cloradas nocivas ao meio
ambiente; e 10. Realizar campanhas de sensibilização para redução do consumo de papel.
Copos Descartáveis
1. Dar preferência para os copos produzidos com materiais que propiciem a reutilização ou a
reciclagem com vistas a minimizar impactos ambientais adversos; e 2. Realizar campanhas
de sensibilização para conscientizar os servidores a reduzirem o consumo de copos
descartáveis.
Cartucho de Impressão
1. Dar preferência à utilização de impressão com estilo de fonte de texto capaz de economizar
tinta ou toner.
II – ENERGIA ELÉTRICA
1. Fazer diagnóstico da situação das instalações elétricas e propor as alterações necessárias
para redução do consumo; 2. Monitorar o consumo de energia; 3. Promover campanhas de
conscientização; 4. Desligar luzes e monitores ao se ausentar do ambiente; 5. Fechar as portas
e janelas quando ligar o ar condicionado; 6. Aproveitar as condições naturais do ambiente de
trabalho – ventilação, iluminação natural; 7. Desligar alguns elevadores nos horários de
menor movimento; 8. Revisar o contrato visando à racionalização em razão da real demanda
de energia elétrica do órgão ou entidade; 9. Dar preferência, quando da substituição, a
aparelhos de ar-condicionado mais modernos e eficientes, visando reduzir o consumo de
energia; 10. Minimizar o consumo de energia reativa excedente e/ou demanda reativa
excedente, visando reduzir a quantidade de reatores ou adquirindo um banco de capacitores;
11. Utilizar, quando possível, sensores de presença em locais de trânsito de pessoas; e 12.
Reduzir a quantidade de lâmpadas, estabelecendo um padrão por m² e estudando a viabilidade
de se trocar as calhas embutidas por calhas "invertidas".
(Continua)
116
III – ÁGUA E ESGOTO
1. Realizar levantamento e monitorar, periodicamente, a situação das instalações hidráulicas
e propor alterações necessárias para redução do consumo; 2. Monitorar o uso da água; 3.
Promover campanhas de conscientização para o não desperdício da água; 4. Dar preferência
a sistema de medição individualizado de consumo de água; 5. Dar preferência a sistema de
reuso de água e de tratamento dos efluentes gerados; 6. Analisar a viabilidade do
aproveitamento da água de chuva, poços artesianos; 7. Criar rotinas acerca da periodicidade
de irrigação de jardins, de forma a estipular períodos padronizados para esta atividade em
cada época do ano; 8. Dar preferência ao uso de descargas e torneiras mais eficientes; e 9.
Dar preferência à lavagem ecológica.
IV – COLETA SELETIVA
1. Promover a implantação da coleta seletiva observada a Resolução do CONAMA nº 275 de
25 de abril de 2001, ou outra legislação que a substituir; 2. Promover a destinação sustentável
dos resíduos coletados; e 3. Implantar a coleta seletiva solidária nos termos do Decreto nº
5.940 de 25 de outubro de 2006, ou outra legislação que a substituir.
V – QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE DE TRABALHO
1. Adotar medidas para promover um ambiente físico de trabalho seguro e saudável. 2. Adotar
medidas para avaliação e controle da qualidade do ar nos ambientes climatizados. 3. Realizar
manutenção ou substituição de aparelhos que provocam ruídos no ambiente de trabalho; 4.
Promover atividades de integração e de qualidade de vida no local de trabalho; 5. Realizar
campanhas, oficinas, palestras e exposições de sensibilização das práticas sustentáveis para
os servidores com divulgação por meio da intranet, cartazes, etiquetas e informativos; e 6.
Produzir informativos referentes a temas socioambientais, experiências bem-sucedidas e
progressos alcançados pela instituição.
VI – COMPRAS E CONTRATAÇÕES
1. Dar preferência, quando possível, à aquisição de bens reciclados ou recicláveis; 2. Dar
preferência à utilização de impressoras que imprimam em frente e verso; 3. Incluir no
contrato de reprografia a opção de impressão dos documentos em frente e verso; 4. Dar
preferência, quando possível, à aquisição de papéis reciclados, isentos de cloro elementar ou
branqueados a base de oxigênio, peróxido de hidrogênio e ozônio; 5. Incluir nos contratos de
(Continuação)
(Continua)
117
copeiragem e serviço de limpeza a adoção de procedimentos que promovam o uso racional
dos recursos e utilizem produtos reciclados, reutilizados e biodegradáveis; 6. Exigir
comprovação de origem das madeiras quando da aquisição de bens e na contratação de obras
e serviços; 7. Priorizar, quando possível, o emprego de mão de obra, materiais, tecnologias e
matérias-primas de origem local; 8. Revisar o contrato de limpeza visando à racionalização
em razão do real dimensionamento da área objeto do serviço contratado; 9. Utilizar, quando
possível, software de comunicação eletrônica para o envio de mensagens instantâneas
(instant text messaging) ou para a transmissão de voz (Voice over Internet Protocol – VoIP);
10. Adotar, quando possível, uma rede de comunicações telefônicas, entre unidades de um
mesmo órgão ou entidade; 11. Revisar normas internas e os contratos de telefonia fixa e
móvel visando a racionalização em relação ao limite de custeio, à distribuição de aparelhos
e ao uso particular dos aparelhos; 12. Revisar o contrato de telefonia fixa e móvel visando à
adequação do plano contratado com a real necessidade do órgão ou entidade; 13. Adotar
segurança eletrônica, sempre que possível, nos pontos de acesso dos edifícios dos órgãos ou
entidades, visando auxiliar a prestação do serviço de vigilância; 14. Revisar normas internas
e os contratos de vigilância visando o real dimensionamento dos postos de trabalho; 15.
Substituir, se possível, a segurança armada por desarmada, nos locais internos do órgão ou
entidade; 16. Fomentar compras compartilhadas.
Fonte: BRASIL (2014c)
A partir desses eixos temáticos, deve-se elaborar as ações práticas, detalhando como
elas serão realizadas para que as metas sejam atingidas. Com esse propósito, pode-se estruturar
uma série de ações que contenham itens como cronograma, prazos, responsáveis, indicadores,
recursos etc. (BRASIL, 2014c).
6.2.2 Propostas de Metas, Ações e Indicadores para o Eixo Compras Sustentáveis
O estabelecimento de metas tem o papel de nortear a implementação de qualquer
política, estimulando os atores envolvidos durante o transcurso desse processo. Já os
indicadores são importantes para aferir se as metas estão sendo atingidas e para o
acompanhamento dos resultados e aplicações das correções necessárias, caso os resultados não
sejam aqueles esperados no início. Dessa forma, pode-se rever o planejamento e estabelecer
novas metas. O Quadro 16 detalha a sugestão de um conjunto de metas, ações, indicadores e
responsáveis proposta pela intervenção aqui desenvolvida.
(Conclusão)
118
Quadro 16 – Metas e Ações Propostas para Implementação da CPS
Metas Ações Indicadores Responsáveis
Aumentar em
25% o número
de itens
adquiridos com
critérios de
sustentabilidade.
1. Elaborar o Catálogo de
Materiais Sustentáveis da
unidade
Quantidade de itens
inseridos no catálogo
Setor de
Compras
2. Elaborar lista com critérios
de sustentabilidade para
consultas
Quantidade de
critérios acrescentados
na lista
Setor de
Compras
3. Incluir nos materiais
solicitados os critérios de
sustentabilidade que já
possuem formas de
comprovação (selos e
certificados) de instituições
públicas e outras acreditadas
Quantidade de
critérios inseridos
comparado a
quantidade de itens
Coordenadores
Solicitantes
4. Incluir nos editais as
obrigações ambientais das
licitantes
Quantidade de editais
com obrigações
ambientais
Setor de
Compras
Ampliar o
alcance das
práticas e
políticas
sustentáveis no
setor de
compras.
5. Promover cursos de
capacitação a toda equipe do
setor de compras e demais
servidores responsáveis pelos
pedidos
Quantidade de
servidores capacitados Diretores
6. Incluir o tema compras
sustentáveis nas reuniões de
da instituição e criar grupos de
discussão sobre o tema
Quantidade de
reuniões que
abordaram o tema
Diretores
(Continua)
119
7. Criar um espaço virtual no
Portal IFPB para divulgação
das compras sustentáveis
Quantidade de
processos publicados
nesse espaço
Coordenação de
Comunicação
8. Estimular, por meio de
campanhas educativas, o agir
sustentável nos pedidos de
aquisição, assim como no uso
de materiais e equipamentos.
Quantidade de
campanhas educativas
desenvolvidas
Comissão
Gestora do PLS
9. Fazer levantamentos para
gerar relatórios quantitativos e
qualitativos sobre os
resultados alcançados
Quantidade de
relatórios gerados
Setor de
Compras
Implementar o
PLS na
instituição
10. Formar a Comissão
Gestora do PLS que poderá
também avaliar se nos
materiais que compõem os
pedidos de compras estão
sendo inseridos critérios de
sustentabilidade
Portarias, Resoluções
e ofícios oficializando
a criação da comissão
e suas competências
Diretor Geral
11. Elaborar o Plano de
Gestão de Logística
Sustentável, incluindo nele as
compras sustentáveis.
Quantidade de
reuniões da comissão;
documentos
elaborados; medidas
implementadas
Comissão
Gestora do PLS
Fonte: Elaborado pelo autor
Para acompanhamento da progressão de inclusão de critérios de sustentabilidade nos
materiais adquiridos nos pregões eletrônicos do IFPB – Campus Campina Grande, propõe-se
um modelo de inventário das compras sustentáveis sugerido pelo ICLEI em parceria com o
Ministério do Planejamento, conforme se pode verificar no Quadro 17.
(Conclusão)
120
Quadro 17 – Modelo de Inventário para Acompanhamento das Compras Sustentáveis
Fonte: ICLEI/Ministérios do Planejamento (2013)
SCORECARD DE COMPRAS
Produto
Unidade
de
medida
(unidade,
kg, m2)
Total de
unidades
Adquiridas
Critérios
sustentáveis
foram
usados?
(S/N)
Unidades
adquiridas
de acordo
com os
critérios
identificados
Gasto total
(R$) Total de
unidades
Adquiridas
Critérios
sustentáveis
foram
usados?
(S/N)
Unidades
adquiridas
de acordo
com os
critérios
identificados
Gasto total
(R$)
Unidades
sustentáveis Total
Unidades
sustentáveis Total
2018 2019
121
As ferramentas e os planos de ação propostos nos quadros citados acima podem e devem
ser melhorados constantemente à medida que as experiências mostrarem essa necessidade. Um
processo complexo como a implementação de licitações sustentáveis requer persistência e
tempo para alcançar os resultados esperados, ou seja, é um processo evolutivo que precisa
transpor as mudanças de gestão, transformando-se em uma política perene.
Além disso, todas essas ações precisam estar ancoradas em dois pilares que também têm
grande relevância para que essa proposta alcance êxito, trata-se da capacitação e da
comunicação que foram dois aspectos recorrentes nas falas dos entrevistados. No próximo
subitem abordaremos esses dois aspectos.
6.3 CAPACITAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Conforme salientam BAHIA e ICLEI (2012), a implementação de um tema novo, como
é o caso de CPS, demanda investimentos em capacitação. Os autores supracitados apontam que
a relutância em aceitar as mudanças de uma nova filosofia representa uma das maiores barreiras
impostas, conforme também foi demonstrado nesse estudo.
Para suplantar essas barreiras os autores sugerem a capacitação dos envolvidos, pois a
partir do momento que os novos conceitos passam a ser compreendidos, a resistência diminui
e os participantes tornam-se mais abertos às mudanças. Nessa pesquisa, a capacitação foi
colocada como um dos principais fatores facilitadores. Além disso, a falta de capacitação é vista
pelos respondentes como uma das principais barreiras internas. Por isso, sanar essa deficiência
é importante para que a CPS seja implementada.
Muitas instituições públicas e privadas, consideradas renomadas na área de licitações,
ofertam cursos de capacitação voltados para implementação do processo licitatório com
inclusão de critérios sustentáveis. Pensando na economicidade e sem prejuízo da qualidade,
sugere-se a adoção das capacitações ofertadas de forma gratuita pelas instituições públicas
enumeradas no Quadro 18.
Quadro 18 – Cursos de Capacitação em Licitações Públicas Sustentáveis
ENAP – Escola Nacional de Administração Pública
Objetivo: Compreender o que são critérios de sustentabilidade e sua aplicação nas
contratações no Setor Público por meio de sua utilização em termos de referência, projetos
(Continua)
122
básicos, editais para aquisições de bens e contratação de obras e serviços; Elaboração de Planos
de Gestão de Logística Sustentável.
Público-Alvo: Servidores públicos do poder Executivo; Atendimento por demanda.
Carga Horária: 24 horas
Local: Brasília-DF
ESAF – Escola de Administração Fazendária
Objetivo: Capacitar os servidores para o desenvolvimento de práticas sustentáveis com
critérios socioambientais nos procedimentos de aquisição de bens, serviços e obras, explorando
a sustentabilidade dos/nos contratos administrativos e nas ações rotineiras do serviço público,
tornando-os aptos para contratar, gerir e fiscalizar contratos que atendam a política ambiental
e para o uso racional dos materiais e dos recursos naturais.
Público-Alvo: Servidores técnicos e docentes que atuam nos setores de compras e contratações
de produtos e serviços.
Carga Horária: 20 horas
Local: Atendimento na instituição
AGU – Advocacia Geral da União
Objetivo: Capacitação pública promovida pela AGU e parceiros sobre Licitações
Sustentáveis. Haverá palestras e oficinas; a ideia é um evento que possibilite maior interação
entre os presentes e palestrantes, que seja efetivo, prático e com resultados para o incremento
das ações de sustentabilidade na Administração Pública.
Público-Alvo: Membros e servidores da AGU; Magistrados e Procuradores do Estado e
Municípios; Servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; Advogados;
Estudantes de Direito
Carga horária: 15 horas
Local: Escola da AGU/PE
Fonte: AGU (2015); ESAF (2016); ENAP (2017)
A sugestão inicial é que se faça a capacitação dos servidores ligados ao setor de
licitações, dos diretores, chefes de departamento e coordenadores demandantes. Após essa
primeira providência, pode-se selecionar os mais aptos e mais interessados pela temática para
(Conclusão)
123
iniciar um processo de multiplicação do conhecimento sobre licitações sustentáveis, até que as
ideias fossem disseminadas por toda a comunidade interna.
Outras iniciativas podem contribuir com esse processo de comunicação e propagação
de uma cultura em prol da CPS. Como por exemplo, a realização de workshops, minicursos,
simpósios, palestras etc., durante a Semana de Meio Ambiente que acontece anualmente na
instituição. Além disso, pode-se incluir na matriz curricular de alguns cursos (Administração,
por exemplo), o tema Compras Sustentáveis. Isso poderia ser retratado como tema transversal
dentro do eixo sustentabilidade.
Também há a possibilidade de criação de um jornal eletrônico tratando do tema
Licitações Sustentáveis e outros tópicos que tratem de meio ambiente e sustentabilidade. Essas
publicações podem ser divulgadas no site do IFPB, nas mídias sociais da instituição e nos
endereços eletrônicos dos servidores. O texto da publicação poderia ser feito por servidores
capacitados e a edição e publicização ficaria a cargo da Coordenação de Comunicação do
Campus.
Após essas reflexões, pode-se perceber que tanto a literatura já apontada quanto os dados
apurados nesse trabalho denotam a importância da capacitação e de um processo de
comunicação para que as compras sustentáveis sejam de fato implementadas. Na instituição
aqui analisada, há uma boa estrutura física e de pessoal, como também predisposição dos
gestores e demais atores envolvidos para colocar em prática as alterações ora sugeridas, porém,
ao que tudo indica, é necessário que haja uma maior preocupação com a qualificação do quadro
de servidores, da mesma maneira que se faz oportuno desenvolver um esforço de
sustentabilidade nos processos de compras.
124
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tema compras públicas sustentáveis começa a se desenhar a partir da década de 1990,
quando se passa a reconhecer o poder público como ator importante na implementação das
políticas ambientais, sobretudo com a elaboração da Agenda 21 que enfatizou a importância do
consumo consciente. Sabe-se que o poder público é um grande consumidor de toda sorte de
produtos e serviços, que pode ser uma ferramenta estratégica que pode modificar o processo
produtivo das empresas no sentido de adotarem práticas mais sustentáveis.
Muitos encontros realizados pela ONU em parceria com governos ao redor do mundo e
entidades dedicadas à causa ambiental, trataram da importância do consumo consciente,
sobretudo do poder público. Nessas grandes conferências, nos quais se idealizou o conceito de
Licitações Sustentáveis – também conhecidas como Ecoaquisição, Compras Verdes, Compra
Ambientalmente Amigável, Licitação Positiva etc. – foram idealizadas muitas iniciativas e
programas para promover essa ferramenta, hoje tão divulgada. Alguns exemplos dessas
iniciativas são: a Campanha Procura+ do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade) para
implementação de compras públicas sustentáveis; As 7 Forças-Tarefa de Marrakesh, que
incluía a Compra Pública Sustentável como um plano de ação estratégico; Os 17 Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável da ONU, que traz dentre eles o Objetivo 12 – Assegurar padrões
de produção e de consumo sustentáveis, cujo subitem 12.7 trata especificamente de “Promover
práticas de compras públicas sustentáveis, de acordo com as políticas e prioridades nacionais”
(ONU, 2015), dentre outras iniciativas.
O Brasil também embarcou nessa nova filosofia e desenvolveu uma legislação bastante
abrangente que trata de compras sustentáveis de forma direta ou indireta. A começar pela Lei
Geral de Licitações que teve o art. 3º alterado pela Lei 12.349/2010 para inclusão do
Desenvolvimento Nacional Sustentável como um dos objetivos da licitação. Posteriormente,
essa alteração foi regulamentada pelos Decretos 7.746/2012 e 9.178/2017 que passaram a exigir
a inclusão de critérios de sustentabilidade socioambientais nas contratações de materiais e
serviços realizadas pela administração pública federal direta, autárquica e fundacional e pelas
empresas estatais dependentes. Ademais, foram elaboradas uma série de normas (leis, decretos,
instruções normativas, resoluções, portarias etc.) que regulamentam e/ou orientam como
proceder para implementar as compras públicas sustentáveis.
Além de todo esse arcabouço legal, muitos programas e iniciativas foram desenvolvidos
no nosso país para incentivar o consumo consciente e a implementação das chamadas licitações
verdes. Entre esses projetos, estão a Agenda 21 Brasileira que incluiu como objetivo “a
125
produção e o consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício”; A Agenda Ambiental na
Administração Pública (A3P) que foi organizada em eixos temáticos, dentre eles as licitações
sustentáveis; O Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS), cujos temas
abordados como prioridade são, dentre outros, as compras públicas sustentáveis; O Plano de
Gestão de Logística Sustentável (PLS), que traz como sugestão de práticas sustentáveis as
compras e contratações.
Após toda essa estruturação, muitos órgãos públicos começaram a promover essas
práticas, buscando integrar as licitações sustentáveis ao cotidiano de suas atividades. Muitas
instituições conseguiram bons resultados, porém, a literatura aponta que ainda há muitas
barreiras a serem transpostas para que as licitações sustentáveis sejam de fato incorporadas ao
serviço público.
A pesquisa ora apresentada teve como escopo a construção de um modelo de gestão
para as compras públicas do IFPB – Campus Campina Grande, levando em consideração a
inclusão de critérios de sustentabilidade ambiental. No percurso metodológico foram adotados
a análise documental, pesquisa de campo (observação in loco, coleta de dados pessoais e
entrevistas semiestruturadas) e observação participante. Os dados coletados foram apreciados
por meio da técnica de análise de conteúdo das conversações resultantes das entrevistas. As
informações coletadas nas entrevistadas objetivaram subsidiar a construção do novo modelo de
compras sustentáveis proposto.
Após a análise dos dados, os indicadores construídos apontaram uma série de barreiras
percebidas pelos entrevistados (falta de capacitação, ausência de incentivos, inércia da gestão,
inexistência de um processo de comunicação, escassez de mercado, relutância dos envolvidos,
ausência de fiscalização dos órgãos de controle etc.)
Como se pode perceber, muitas barreiras ainda estão presentes nas instituições públicas
quando o assunto é licitação sustentável, demonstrando que é necessário envidar todos os
esforços e ferramentas disponíveis para que essa realidade seja modificada.
Entre os aspectos positivos apontados por essa pesquisa está a percepção por parte dos
entrevistados de que as compras públicas sustentáveis geram muitos efeitos benéficos, como a
contribuição efetiva para melhorias do meio ambiente, um melhor custo-benefício, a capacidade
de orientação do mercado para uma produção mais sustentável, propiciar uma imagem positiva
perante a sociedade etc.
Após a identificação dessas barreiras e aspectos facilitadores, foi proposto uma
sucessão de ações e procedimentos para consubstanciar um plano de implementação baseado
no Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS), no Manuais Procura+ do ICLEI em uma
126
série de manuais de compras públicas sustentáveis de diversos órgãos. O modelo proposto tem
como uma das vantagens, o fato de já ter sido implementado por diversos órgãos de mesma
natureza, necessitando que se faça os devidos ajustes para adaptar-se ao local onde será
desenvolvido.
Essas medidas serviram de base para sugerir uma série de itens sustentáveis, critérios
de sustentabilidade ambiental, métodos de comprovação, obrigações ambientais para os
licitantes, estabelecimento de metas e indicadores, listas de verificação e outras estratégias para
implementar a compras sustentável.
Com relação às limitações, enfatize-se que a ideia inicial era validar esse modelo,
apresentando o mesmo para todos os atores envolvidos no processo de compras para que fosse
avaliado. Porém, essa pretensão não foi atingida por causa das férias docentes e pela exiguidade
do tempo para entrega dessa pesquisa. Essa medida pode ser viabilizada em momento oportuno
para que esse modelo de intervenção seja constantemente melhorado.
Como alternativa a essa limitação, o modelo foi apresentado, de forma individual, aos
servidores do Setor de Compras e Licitações e aos diretores que se mostraram bastante
entusiasmados com a proposta. No entanto, estes salientaram que a formação da Comissão
Gestora do PLS é um processo que deve levar um pouco mais de tempo para ser viabilizada
devido à falta de pessoal qualificado para essa missão. Levantou-se então, a possibilidade de
levar essa discussão para apreciação do Conselho Diretor, momento em que será feita a
apresentação dessa proposta. Assim, embora haja apoio para implementação integral da
proposta, aconselhou-se que inicialmente, busque-se adotar as práticas necessárias para incluir
os critérios de sustentabilidade aqui recomendados e, em momento oportuno, quando for
possível a definição de como será viabilizada a Formação da Comissão Gestora do PLS, esse
plano seja colocado em ação.
Diante de tudo que foi exposto, entende-se que os objetivos propostos por este trabalho
foram atingidos. Por fim, recomenda-se que este modelo seja sempre revisto e atualizado com
a participação de toda comunidade, visando seu constante aperfeiçoamento e adaptação a
realidade local, pois dessa forma haverá maior possibilidade dessa proposta ser bem-sucedido.
127
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Lei no 11.273, de 6 de fevereiro de 2006. Disponível em:
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institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.
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10.520, de 17 de junho de 2002. Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação
denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.
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12.462, de 04 de agosto de 2011. Institui o Regime Diferenciado de Contratações Públicas -
RDC; altera a Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização da
Presidência da República e dos Ministérios, a legislação da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac) e a legislação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero); cria a
Secretaria de Aviação Civil, cargos de Ministro de Estado, cargos em comissão e cargos de
Controlador de Tráfego Aéreo; autoriza a contratação de controladores de tráfego aéreo
temporários; altera as Leis nos 11.182, de 27 de setembro de 2005, 5.862, de 12 de dezembro
de 1972, 8.399, de 7 de janeiro de 1992, 11.526, de 4 de outubro de 2007, 11.458, de 19 de
março de 2007, e 12.350, de 20 de dezembro de 2010, e a Medida Provisória no 2.185-35, de
24 de agosto de 2001; e revoga dispositivos da Lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998. Disponível
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ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da
Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de dezembro
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sustentável nas contratações realizadas pela administração pública federal, e institui a Comissão
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regulamenta o art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, para estabelecer critérios, práticas
e diretrizes para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas contratações
realizadas pela administração pública federal direta, autárquica e fundacional e pelas empresas
estatais dependentes, e institui a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na
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141
ANEXO A – Quadro de Normas
LEIS FEDERAIS
Lei nº 6.938/1981 –
Política Nacional do
Meio Ambiente;
Estabelece os princípios da regulamentação ambiental e define, entre seus objetivos,
que é preciso compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com a preservação
da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. Estabelece diretrizes gerais
para todos os entes públicos (poderes Executivo, Judiciário e Legislativo) e para a
sociedade, servindo de fundamento legal genérico para a atuação da administração
na adoção de critérios de sustentabilidade nas compras públicas.
Lei no 9.660/1998 Dispõe sobre a substituição gradual da frota oficial de veículos da administração
pública, visando incentivar o uso de veículos movidos a combustíveis renováveis.
Lei n. 10.257/01 –
Estatuto das Cidades
Art. 2º, Inciso VIII: A adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços
e de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental,
social e econômica do Município e do território sob sua área de influência.
Lei no 12.187/2009
Política Nacional sobre
Mudança do Clima
Estabelece como uma das diretrizes para a consecução dos objetivos da política o
estímulo e o apoio à manutenção e à promoção de padrões sustentáveis de produção
e consumo e, para tanto, coloca como uma das medidas para a eficácia da política o
estabelecimento de critérios de preferência nas licitações e concorrências públicas
para as propostas que propiciem maior economia de energia, água e outros recursos
naturais e redução da emissão de gases de efeito estufa e de resíduos (Artigo 5o);
Dispõe sobre o estabelecimento de critérios de preferência nas licitações, para as
propostas que propiciem maior economia de energia, água e outros recursos naturais
e redução da emissão de gases de efeito estufa e de resíduos (art. 6º, XII).
Lei nº 12.305/2010
Política Nacional de
Resíduos Sólidos;
Art. 7º. São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:
XI - prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para:
a) produtos reciclados e recicláveis;
b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de
consumo social e ambientalmente sustentáveis;
DECRETOS FEDERAIS
Decreto no 2.783/1998
Vedou a aquisição de produtos ou equipamentos que contenham ou façam uso de
substâncias que destroem a camada de ozônio (SDO) pelos órgãos e pelas entidades
da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
Decreto no 4.131/2002 Dispõe sobre medidas emergenciais de redução do consumo de energia elétrica no
âmbito da administração pública federal, determinando que, na aquisição de
(Continua)
142
materiais e equipamentos ou contratação de obras e serviços, devem ser adotados
requisitos inerentes à eficiência energética.
INSTRUÇÕES NORMATIVAS SLTI/MPOG
Instrução Normativa
SLTI/MP no 02 de
04/06/2014
Dispõe sobre regras para a aquisição ou locação de máquinas e aparelhos
consumidores de energia pela Administração Pública Federal direta, autárquica e
fundacional, e uso da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) nos
projetos e respectivas edificações públicas federais novas ou que recebam retrofit.
RESOLUÇÕES CONAMA
Resolução Conama no
20/1994
Dispõe sobre a instituição do selo ruído, de uso obrigatório para aparelhos
eletrodomésticos que geram ruído em seu funcionamento.
Resolução Conama no
267/2000
Dispõe sobre a proibição da utilização de substâncias que destroem a camada de
ozônio.
Resolução Conama no
307/2002
Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da
construção civil.
Resolução Conama no
416/2009
Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e
sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências.
Resolução Conama no
401/2008
Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias
comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu
gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras providências.
PORTARIAS MMA
Portaria SLTI/MP no
2/2010
Dispõe sobre as especificações padrão de bens de tecnologias da informação. Em
atendimento à IN no 1/2010 da SLTI/ MP, determina que a administração pública
federal direta, autárquica e fundacional deve contemplar preferencialmente as
especificações de bens com configurações aderentes aos computadores sustentáveis,
também chamados TI Verde, utilizando, assim, materiais que reduzam o impacto
ambiental.
Portaria nº 61 – MMA,
de 15/05/2008
Estabelece práticas de sustentabilidade ambiental a serem observadas pelo MMA e
por suas entidades vinculadas quando das compras públicas.
Portaria nº 43 – MMA,
de 28/01/2009
Proíbe o uso de amianto em obras públicas e veículos de todos os órgãos vinculados
à administração pública;
(Continuação)
(Continua)
143
Portaria nº 23 – MPOG
Estabelece boas práticas de gestão e uso de Energia Elétrica e de Agua nos órgãos e
entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional e dispõe
sobre o monitoramento de consumo desses bens e serviços.
Portaria MMA nº 253,
de
18/08/2006
Institui o Documento de Origem Florestal - DOF em substituição à Autorização para
Transporte de Produtos Florestais – ATPF.
Portaria
Interministerial nº 09,
de 07/10/2014
Publica a Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos (LINACH), como
referência para formulação de políticas públicas, na forma do anexo a esta Portaria.
PORTARIAS INMETRO
Portaria Inmetro nº
344, de 22/07/2014
Aprovar o aperfeiçoamento dos Requisitos de Avaliação da Conformidade para
Equipamentos para Consumo de Água
Portaria Inmetro nº 77,
de 24/02/2016
Estabelecer que o art. 6° da Portaria Inmetro n° 344/2014 passará a viger com a
seguinte redação: “Art. 6º Determinar que a partir de 24 de julho de 2016, os
Equipamentos para Consumo de Água deverão ser fabricados e importados somente
em conformidade com os Requisitos ora aprovados e devidamente registrados no
Inmetro
Portaria Inmetro nº 20,
de 01/02/2006
Torna compulsória a etiquetagem de refrigeradores e seus assemelhados de uso
doméstico.
Portaria Inmetro nº
497, de 28/12/2011
Torna compulsória a certificação de micro-ondas e delega a fiscalização aos órgãos
conveniados.
Portaria Inmetro nº
174, de 12/04/2012 Regulamento Técnico da Qualidade para Fornos de Micro-ondas.
Portaria Inmetro nº 20,
de 18/01/2012
Requisitos de Avaliação da Conformidade para Ventiladores de Mesa, Parede,
Pedestal e Circuladores de Ar ou aparelhos comercializados para este fim
(Conclusão)
144
APÊNDICE A – Roteiro para Entrevista 1 - Percepção dos Coordenadores Solicitantes
1. Você conhece o termo compras públicas sustentáveis, sabe do que se trata e conhece
alguma norma que regulamenta o assunto?
2. Qual a sua opinião sobre a adoção de critérios de sustentabilidade nas especificações
de bens nos processos de compras do IFPB-CG? Estaria disposto a descrever e solicitar
itens com características sustentáveis para sua coordenação?
3. Você acha importante e acredita que há possibilidade de implementação na unidade?
4. Em sua opinião, até que ponto, o IFPB-CG ao adquirir bens por meio da adoção de
critérios sustentáveis, está contribuindo para a obtenção de um meio ambiente mais
equilibrado?
5. Você acha que a compra sustentável é uma oportunidade para que o governo exerça o
consumo consciente cooperando para um modelo de desenvolvimento que beneficie o meio
ambiente e a sociedade? Por quê?
6. Como o senhor(a) vê a importância dessa política pública na busca pela
sustentabilidade e a defesa do meio ambiente do país?
7. Você percebe em sua área de atuação profissional e/ou a partir de avaliações de outros
colegas alguma alteração significativa nas rotinas e processos de contratações do IFPB-CG
que evidenciem mudanças que revelem concepção e práticas administrativas sustentáveis?
8. Ao reconhecer que a metodologia das licitações sustentáveis exige interação entre todos
os órgãos/setores e atores da instituição com o propósito de fortalecer as práticas
sustentáveis, você identifica a ocorrência de ações voltadas para fomentar/incentivar a
participação da comunidade acadêmica nas práticas das contratações públicas sustentáveis
que revelem compromisso com um planejamento e gestão democrática?
9. Em sua avaliação, tem sido desenvolvida ações de comunicação efetivas voltadas para
a socialização e difusão da nova concepção e práticas de contratações públicas sustentáveis
no IFPB-CG?
10. Você percebe um aumento da consciência ambiental das partes envolvidas no processo
de compras?
11. Você percebe as compras públicas sustentáveis como ferramenta de política ambiental
capaz de modificar o cenário de produção de um país?
12. Você percebe um esforço por parte dos fornecedores para inovarem seus produtos ou
serviços através da inclusão de aspectos ambientalmente responsáveis?
13. Como o(a) senhor(a) observa do ponto de vista econômico, as licitações sustentáveis,
considerando os recursos públicos?
14. Por favor, descreva de forma resumida suas sugestões para adotar critérios de
sustentabilidade nas especificações de bens e serviços da sua unidade.
145
APÊNDICE B – Roteiro para Entrevista 2 - Barreiras e Aspectos Facilitadores Aplicado com
Diretores, Chefes de Departamento, Coordenadores e Servidores de Licitações
1. Quais são as principais oportunidades ao inserir a estratégia das compras públicas
sustentáveis no cotidiano do setor público?
2. Que fatores externos podem contribuir para facilitar/impulsionar a implementação das
compras sustentáveis? (ex.: legislação pertinente, imposição dos órgãos de controle e outros).
3. Que fatores internos podem facilitar/impulsionar o processo de implementação das
compras sustentáveis? (ex.: incentivo da alta administração, comprometimento dos atores
envolvidos, conhecimento disponível).
4. Na sua opinião, quais as barreiras que podem dificultar a implantação das licitações
sustentáveis? (fornecedores, custos, legislação, capacitação etc.). Comente.
5. Os limites impostos pela regulamentação existente prejudicam a inclusão de critérios
ambientalmente sustentáveis no processo de licitação na sua instituição?
6. Você considera que os critérios ambientais utilizados nas licitações discriminam
potenciais licitantes? De que forma?
7. Que fatores externos podem dificultar o processo de implantação das compras
sustentáveis? (ex.: escassez de mercado, barreiras legais).
8. Que fatores internos podem dificultar o processo de implantação das compras
sustentáveis? (ex.: elevação dos custos, relutância dos envolvidos, falta de conhecimento,
dificuldade em especificar adequadamente).
9. As condições atuais das estruturas físicas e o quantitativo de pessoal qualificado nas
instituições públicas, somados à ausência de ferramentas práticas, têm representado uma
barreira à adoção de critérios sustentáveis nos processos de compras? Explique sua resposta.
146
APÊNDICE C – Roteiro para Entrevista 3 - Diretor Geral e Chefes de Departamento
1. Quais são os objetivos estratégicos do IFPB-CG no campo da sustentabilidade ambiental?
E como você acha que as compras sustentáveis poderão estar inseridas dentro da estratégia
institucional?
2. O que o IFPB-CG tem implementado no campo da sustentabilidade ambiental?
3. Você considera que os servidores envolvidos no processo de compras da sua instituição
possuem conhecimento a respeito de questões de sustentabilidade? Explique sua opinião.
4. Você considera importante capacitar os pregoeiros e os profissionais da área de compras
para implementar as compras sustentáveis? Por quê?
5. Quais as principais mudanças institucionais, organizacionais e administrativas necessárias
para que o IFPB-CG tenha sucesso na implantação das compras públicas sustentáveis?
6. Enquanto gestor, como você avalia o nível de aceitação e/ou resistência dos diretores e
coordenadores em relação às inovações exigidas pelas práticas de compras sustentáveis para
melhorar os níveis de efetividade das licitações sustentáveis do IFPB-CG?
7. Na sua avaliação o que falta em termos de práticas inovadoras de gerência para garantir
níveis mais elevados de efetividade das práticas de licitações sustentáveis do IFPB-CG?
8. Como você avalia os níveis de articulação (coordenação; organização; planejar) existentes
entre as instâncias responsáveis pela direção e pelo processo de execução das licitações
sustentáveis no IFPB-CG?
9. Há algum receio de gestores quanto ao aumento dos custos administrativos na implantação
das compras sustentáveis? Explique sua resposta.
10. Quais são as melhorias que a instituição poderia implementar para proporcionar maior
efetividade na aquisição de bens sustentáveis?
11. Qual é a sua sugestão para incentivar a adoção de critérios de sustentabilidade nas
especificações de bens nos processos de compras do IFPB-CG?
147
APÊNDICE D – Roteiro para Entrevista 4 - Servidores do Setor de Licitações
1. Como você compreende os processos de mudanças ocorridos no IFPB-CG na área de
compras públicas, a partir da alteração da Lei 8.666/93 estabelecendo a inclusão de
critérios de sustentabilidade, impondo assim a realização de licitações sustentáveis; e das
Instruções Normativas 01/2010, 10/2012 e 2/2014 do MPOG que orientam sobre esse
procedimento?
2. Você acha que os servidores do setor de licitações necessitam de treinamento para
implementar as licitações sustentáveis nessa instituição? Quais são as principais
deficiências na sua opinião?
3. Como você acha que deveriam ser implementados os critérios sustentáveis nas
licitações?
4. Quais são as suas expectativas com relação à implementação das compras
sustentáveis na área de compras do IFPB-CG?
5. Qual é a sua sugestão para incentivar a adoção de critérios de sustentabilidade nas
especificações de bens nos processos de compras do IFPB-CG?
6. Existe a possibilidade de diálogo com os fornecedores, no período de pré-
qualificação, para o ajuste a respeito dos critérios verdes que serão incluídos no
procedimento licitatório? Como isso acontece?
7. Os limites impostos pela regulamentação prejudicam a inclusão de critérios
ambientalmente sustentáveis no procedimento licitatório da sua instituição? Justifique sua
resposta.
8. Até que ponto a regulamentação existente contribui para a inclusão de critérios verdes
nas compras públicas da sua instituição?
9. Você percebe uma interação entre os diversos departamentos da instituição no que
diz respeito a inclusão de critérios verdes no processo de compras? Justifique sua resposta.
10. Os servidores têm liberdade para tomar decisões sobre a inclusão de critérios de
sustentabilidade? Comente sobre o assunto.
11. Os servidores possuem autonomia para planejar e para executar ações de inclusão de
critérios de sustentabilidade? Comente sobre o assunto.