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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA
Adriana Maciel Carrilho
BRINQUEDOTECA: MERCADO DE TRABALHO EMERGENTE PARA O PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO
Orientadora: Profª MSc. Maria do Socorro de Azevedo Borba
NATAL - RN 2009
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
ADRIANA MACIEL CARRILHO
BRINQUEDOTECA: MERCADO DE TRABALHO EMERGENTE PARA O PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO
Monografia apresentada à disciplina Monografia, ministrada pela professora Msc. Maria do Socorro de Azevedo Borba, para fins de avaliação da disciplina e como requisito parcial para a conclusão do curso de Biblioteconomia do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Orientadora: Profa MSc. Maria do Socorro de Azevedo Borba
NATAL - RN 2009
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
ADRIANA MACIEL CARRILHO
BRINQUEDOTECA: MERCADO DE TRABALHO EMERGENTE PARA O
PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO
MONOGRAFIA APROVADA EM 21/ 12/ 2009
BANCA EXAMINADORA
Profª. MSc Maria do Socorro de Azevedo Borba
(Orientadora)
Profª. Esp. Francisca de Assis de Sousa
(Membro)
Passos Filgueira de Carvalho da Disciplina)
Profª. MSc R
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
Dedico este trabalho á Deus, meu pai que
está comigo todas as horas, à todos aqueles
que direta ou indiretamente contribuíram
para a realização deste sonho, mas em
especial a minha família, amigos e a meu
esposo, certamente sem vocês eu não teria
conseguido.
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai criador dos céus e da terra, aquele que dedico toda minha vida que
me tem concedido bênçãos sem medidas e me proporcionou a oportunidade de fazer
um curso como este e cumpriu o desejo do meu coração, me traz toda inspiração para
viver.
Ao meu esposo, que diante de tantos obstáculos, perseverou na concretização
deste sonho juntamente comigo, a você meu amor, eu agradeço, pela força, empenho,
pelos conselhos dados durante esta caminhada.
Ao meu irmão Richardson, eu não poderia deixar de te agradecer, afinal, você
foi o primeiro a compartilhar a aprovação da minha entrada na UFRN, você que
sempre acreditou em mim, sempre me apoiou com tuas palavras e atitudes, obrigado
por tudo.
A minha mãe, que sempre sonhou com esse momento pra mim, presenciou
algumas lutas no decorrer, se emocionou comigo, esse presente é nosso mãe.
Ao meu pai, que me ensinou, mesmo sem saber, a perseverar, pai eu
consegui.
A minha sogra e cunhado, me deram todo apoio, eles sabem desde o começo
que não foi fácil, muito obrigado.
A toda equipe do Departamento de Biblioteconomia, pelos ensinamentos as
professoras Renata Passos Filgueira de Carvalho e Francisca de Assis de Sousa, que
gentilmente convidadas aceitaram fazer parte da banca examinadora e em especial a
minha professora e Orientadora, a qual tenho admiração e se disponibilizou para me
ajudar no que fosse preciso. Á todos vocês o meu muito obrigado.
"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida e viver com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante".
Charles Chaplin
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
RESUMO
Analisa a informação como um bem relevante para a sociedade. Aborda , a sociedade da informação, desde a sua história delineando o Século XXI. Descreve dentro do contexto de sociedade da informação o que seja o sistema de informação bem como as fontes de informação. Como o objetivo geral da pesquisa é analisar o que seja a brinquedoteca, neste aspecto será conceituado o usuário principal neste sistema que é a criança, bem como o brincar e o brinquedo. Para se entender a brinquedoteca se fez necessário descrever o surgimento da brinquedoteca, assim como também os tipos de brinquedotecas, conceituações e serviços oferecidos. Como o eixo principal da pesquisa também é o mercado emergente deste serviço para os profissionais bibliotecários, neste aspecto aborda-se o perfil deste profissional neste mercado, e a sua função em brinquedotecas. Nas considerações finais aborda a brinquedoteca como recurso na construção do conhecimento e da cidadania e identifica o profissional Bibliotecário como mediador nesse processo.
Palavras-chave: Brinquedoteca. Criança. Brincar. Brinquedo. Profissional Bibliotecário.
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
ABSTRACT
It analyzes the information as an excellent good for the society. It discusses the society of information, from back to Century XXI. Among the context of the society of information it describes what is the system and sources of information. The aim of the research is to analyze what is a playroom. Looking at this aspect it will be considered the main user in this system that is the child, as well as the act of playing and toys. To understand what is a playroom it's necessary to describe its appearance, its kinds and conceptualizations and services. As the main point of this research ifll also discuss the emerging market for professional librarians, the profile of this professional in this market and its role in playroom. As a last consideration it deals with the playroom as a resource in constructing knowledge and citizenship and it identifies the professional librarian as a mediator in this process.
Word-key: Playroom. Child. To play. Toy. Professional Librarian.
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
SUMARIO
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................11
2 INFORMAÇÃO ............................................................................................ 14
3 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO ..................................................................17
3.1 SISTEMA DE INFORMAÇÃO E FONTE DE INFORMAÇÃO ......................19
4 BRINQUEDOTECA...................................................................................... 21
4.1 A CRIANÇA .............................................................................................. 21
4.2 O BRINCAR E O BRINQUEDO ..................................................................23
4.3 BRINQUEDOTECA: COMO TUDO COMEÇOU......................................... 25
4.4 TIPOS DE BRINQUEDOTECAS E CONCEITUAÇOES............................. 29
4.5 SERVIÇOS OFERECIDOS EM BRINQUEDOTECAS................................ 33
5 PERFIL DO PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO .......................................... 43
5.1 FUNÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO EM BRINQUEDOTECAS......................... 45
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 48
REFERÊNCIAS ...............................................................................................51
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
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1 INTRODUÇÃO
Este tema sobre brinquedoteca como Mercado de trabalho emergente
para o profissional Bibliotecário foi vislumbrado para dá embasamento a esta
pesquisa como forma de estruturar o trabalho de conclusão do Curso de
Biblioteconomia da UFRN a partir de experiência vivenciada pela autora neste
tema, aonde teve oportunidade de colocar em prática a teoria trabalhada no
Curso. Durante o Curso pode-se ter a oportunidade de desenvolver dentro de
uma brinquedoteca em uma determinada instituição, atividades que envolviam
recreação, leitura e fantasia, e isso veio despertar o interesse sobre o assunto.
Houve motivação também para se aprofundar neste tema através de
disciplinas teóricas tais como Serviços de Informação, Estudo de Usuário e
Desenvolvimento de Coleções, inseridas na estrutura curricular do Curso de
Biblioteconomia da UFRN, aliada a artigos, textos e conceitos referentes ao
método de trabalho do bibliotecário e postura do mesmo, identificou-se à
viabilidade para realização deste trabalho, a fim de mostrar para a sociedade o
valor e importância do trabalho desenvolvido por esse profissional.
Esta pesquisa visa também preencher uma lacuna a respeito do
mercado de trabalho do bibliotecário em Natal, no qual está cada vez mais
atuante na sociedade, não só em bibliotecas, como também em empresas,
escritórios, arquivos, dentre outros, tornando-se profissional empreendedor.
Foi feita pesquisa para se obter dados do que seria uma brinquedoteca.
Constatou-se ser um espaço que se originou por volta de 1934, inicialmente
funcionando através de empréstimos de brinquedos. No início do Século XXI,
mais precisamente em 2009, as brinquedotecas se apresentam de várias
formas, mas sempre com um espaço colorido, com jogos, brincadeiras e o que
não poderia faltar, os quais são considerados ferramentas importantes: a
criança, o brincar e o brinquedo. Percebe-se que na Brinquedoteca se
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
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trabalham atividades lúdicas, que permitem descobertas, fantasias, histórias,
desenhos, representações artísticas, dentre outros. Estes locais são fontes de
informações e estas informações precisam ser organizadas, neste aspecto o
bibliotecário é o profissional capacitado para desenvolver estas atividades.
Tendo em vista que o mercado de trabalho para o profissional
Bibliotecário encontra-se bem diversificado, a Brinquedoteca também é um
espaço que esse profissional pode atuar junto com outros profissionais.
Para iniciar a pesquisa partiu-se das seguintes problematizações: Quais
os serviços uma brinquedoteca pode disponibilizar para os seus usuários?
Como o profissional Bibliotecário pode contribuir para o usuário infantil?
Com a finalidade de estruturar a pesquisa de acordo com os preceitos
das normas delineadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, no que
concerne à pesquisa científica, delineou-se como objetivo geral o de analisar a
brinquedoteca como mercado de trabalho emergente para o profissional
Bibliotecário. E os objetivos específicos como sendo: verificar a postura do
profissional bibliotecário em brinquedotecas; Identificar os serviços oferecidos
em uma brinquedoteca bem como destacar a brinquedoteca como um sistema
de informação.
A metodologia que foi utilizada nesta pesquisa caracteriza-se como uma
revisão de literatura, a partir de pesquisa bibliográfica e eletrônica, sendo
denominada de pesquisa qualitativa, essa abordagem permeia-se como um
nível de realidade que não pode ser quantificado.
Diante desse quadro, realizou-se em primeira fase uma pesquisa
bibliográfica, através de publicações diversas (livros, monografias), publicações
periódicas (revistas especializadas) e pesquisas na web, em sites
especializados na área da ciência da informação e periódicos eletrônicos, para
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que se obtivesse fundamentação teórica no que se diz respeito aos
procedimentos da pesquisa.
A monografia está estruturada da seguinte maneira: o capítulo que
procede a introdução enfocou a informação como um bem relevante para a
sociedade, bem como analisou as diferenças existentes entre: dado,
informação e conhecimento.
No terceiro capítulo, fez-se um recorte histórico sobre a sociedade da
informação, sua importância, valor, custo e participação da sociedade no
processo de formação reflexiva quanto ao uso da mesma, bem como sobre os
sistemas de informação e as fontes de informação inseridas nesse processo.
No capítulo seguinte descreveu sobre a brinquedoteca, a criança, o
brincar e o brinquedo, o surgimento da brinquedoteca, tipos de brinquedotecas
conceituações e os serviços oferecidos em brinquedotecas.
Os resultados obtidos foram analisados de acordo com a prática
realizada em uma determinada instituição.
No penúltimo capítulo foi abordado o perfil do profissional bibliotecário e
suas funções como bibliotecário em brinquedotecas.
Por fim, são apresentadas as considerações finais do trabalho.
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2 INFORMAÇÃO
Para se ter informação é necessário à presença de dados, para que esta
venha a transformar-se em conhecimento, depende de cada indivíduo, pois o
conhecimento é intrínseco.
Diante disto é importante mostrar o que consiste o dado, a informação e
o conhecimento.
Então “dado é uma seqüência de símbolos quantificados ou
quantificáveis, sendo esses necessariamente uma entidade matemática” Setzer
(2001).
Na área de informática dado é uma representação numérica ou
convencional, isto é (símbolos) de uma informação para ser processada
eletronicamente em computador. Para melhor exemplificação, dados podem
ser textos, fotos, figuras, sons gravados e animação, eles são sintáticos, pois
podem ser quantificados e descritos através de representações formais e
estruturais, resumidamente, eles são puramente objetivos e não depende de
um usuário.
E quando se falando de informação, pode-se observar que o ser humano
necessita estar informado, compreender a natureza, aprender sobre suas
atividades e realizações. A informação ocorre para descrever, explanar, definir,
demonstrar ou evidenciar algo.
Para que seja bem entendida relevante e consumida, a informação deve
ser formulada e transmitida de forma objetiva, clara e simples, para que o
usuário tenha a compreensão da mensagem enviada por emissores diferentes.
Seu conteúdo deve ser mantido, adaptando-se, por vezes, as necessidades e
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motivações dos receptores. E, sobretudo, fazer ponte ou promover o
relacionamento da mensagem com a experiência de vida do ser humano.
Para Le Coadic (1996), “informação é um conhecimento inscrito
(registrado) em forma escrita (impressa ou digital), oral ou audiovisual, em um
suporte”. Ela comporta sentido, e é ainda objetiva-subjetiva, quando é captada
por algo objetivo como: textos ou figuras por exemplo, mais quando subjetiva ,
vai depender do significado que o indíviduo oferecer a determinada situação,
uma vez que, o uso da informação permite ao cidadão compreender o mundo
em que vive adquirindo habilidades e competências, desta forma apenas só é
possível, quando o usuário possui a intenção de obter informações e torná-las
úteis, fazendo com que sejam necessárias em seu cotidiano.
Segundo Barreto (1994, p.2), pode-se comentar que:
A informação quando adequadamente assimilada, produz o conhecimento, modifica o estoque mental de informações do individuo e traz benefícios ao seu desenvolvimento e ao desenvolvimento da sociedade em que ele vive.
Em contra partida, há outra vertente quanto á informação, é a
desinformação, está, leva o individuo a obter uma alta e significativa
quantidade de informações, que conseqüentemente gera o acúmulo de dados
e informações, o que é diferente de conhecimento, pois não é esse acúmulo
que promove o conhecimento.
Diante disto, Wurman (1991) enfatiza que “estamos num frenesi para
adquirir informação, acreditando que mais informação conseqüentemente
significa mais poder, porém, é exatamente o contrário que está ocorrendo. O
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
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exagero começou a nublar as diferenças marcantes entre dados e informação,
entre fatos e conhecimento”.
O que se pode perceber como conseqüência da quantidade de
informação, é a aglomeração que gera uma não informação, bloqueando o
conhecimento, a percepção e compreensão do individuo, formando uma
sociedade cada vez mais frenética na busca incessante da informação,
pensando assim estarem adquirindo conhecimento.
Então, o conhecimento é uma “abstração interior, pessoal de algo que
foi experimentado” Setzer (2001), ele está associado com pragmática, ou seja,
relaciona-se com alguma coisa existente no mundo real do qual se tem uma
experiência direta, portanto, o conhecimento é sempre prático.
Nesse sentido um neném de alguns meses, por exemplo, sabe que ao
chorar “ganha” comida, isso significa que ele tem conhecimento, porém como
não associa com conceitos, não é possível afirmar que ele tem informações.
Do mesmo modo Setzer (2001), descreve assim a importância de saber que é
impossível transmitir conhecimento, porém o que se faz é a transmissão de
dados representando informações.
A partir das considerações feitas compreende-se que a atual realidade
que se vivencia conhecida como era da informação ou sociedade da
informação, quando entender de fato a diferença existente entre, dado,
informação e conhecimento alcançarão um grande passo para o
desenvolvimento da mesma, bem como também para o desenvolvimento
humano.
O próximo capítulo será dedicado a este assunto, ou seja, sociedade da
informação.
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3 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
Historicamente, as informações e inovações técnicas sempre estiveram
presentes nas sociedades, mudanças foram agregadas na vida social do ser
humano a cada nova descoberta, de tal modo foi com a invenção da escrita e
mais modernamente com a internet.
Houve dentro desse contexto à transição de uma sociedade baseada na
atividade agrícola industrial para uma sociedade fortemente marcada por
modificações estruturais nas práticas sociais, políticas e econômicas
provocando desafios, conflitos sociais e incertezas.
Essa sociedade está intimamente ligada com a globalização que trouxe
consigo o advento da tecnologia, onde se percebe que novas exigências,
novos conceitos e vocabulários surgiram, vislumbrando outros cenários.
O Mercado de trabalho passou a cobrar capacitação dos profissionais
em geral, forçando-o a assimilar informações no menor tempo possível, como
também a se ajustar às novas adaptações, provenientes das novas tecnologias
de informação e comunicação.
O acúmulo no volume de sua produção passou a acontecer num ritmo
acelerado, representando a informação uma força veloz, com exigências
quanto à sua compreensão, gerando conseqüentemente, no indivíduo, um
sentimento de compromisso maior, não somente como profissional, mas,
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
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sobretudo como cidadão, o qual se torna detentor dos seus conhecimentos e
responsável pela sua aplicabilidade.
A relevância da informação diante dessa Sociedade se propaga
promovendo o desenvolvimento cientifico, econômico e social, sendo assim
dentro desse contexto, a informação é responsável pelo acréscimo e
aprimoramento de novas pesquisas e tendências para a humanidade, e é
também modificador do pensamento humano, pois, quando o individuo
aprender a decodificar a informação poderá deferir em seu favor e, sobretudo,
gerar novos conhecimentos.
Como ressalta Varella apud Castro (2002, p.106), “que a informação é
fator vital tanto para a subsistência do indivíduo como da sociedade”.
A sociedade da informação ou era da informação é também analisada
sob a ótica de vários autores quanto ao que diz respeito a sua construção.
Enfatizam constantemente o uso da informação agregada ao valor econômico,
como diz Lucena e Campos (1998, p.1) ela é vista como uma sociedade que se
baseia em informações, como um ambiente global que envolve apropriação
industrial, social, cultural, econômica, política, bem como científica e
tecnológica.
De acordo com Moore (1999, p.94-95) pode-se dizer que:
Há maior uso da informação pelo público em geral, as pessoas usam mais intensamente a informação em suas atividades consumidoras, para escolher com critérios entre diferentes produtos, conhecer e exercer seus direitos e responsabilidades cívicas.
Percebe-se que de acordo com a citação supra citada, que a informação
é um bem importante para se exercer a cidadania, praticar a responsabilidade
social perante a sociedade.
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
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Em outro caso ela é observada como um espaço de alta produtividade,
com conflitos culturais, com um futuro incerto, o qual a informação não está em
sua totalidade socializada e é por sua vez, confundida como uma sociedade
que passou á existir com o desenvolvimento dos satélites artificiais, com o
computador, permitindo aproximar o tempo e o espaço.
Assim, interroga Skolimowski (1986, p.21) “Se vivemos numa sociedade
informatizada, por que somos tão mal informados? Será que a posse da
informação nos torna mais livres?”.
Assim, esse autor deixa claro mesmo que como um interrogativa que o
termo sociedade informatizada não está associada ao que vem a ser a
sociedade da informação, pois a mesma não vislumbra-se somente com a
ferramenta tecnológica, o computador, mas sim com uma série de
transformações ocorrida nos últimos tempos.
3.1 SISTEMA DE INFORMAÇÃO E FONTE DE INFORMAÇÃO
Dentro da sociedade da informação pode-se observar os sistemas de
informação que consiste em transformar os processos de forma organizada no
qual envolve as partes de: planejamento, execução e controle, isto é, é por
meio do sistema de informação que há a possibilidade do fornecimento de
informações promovendo um atendimento de qualidade, atendendo as
necessidades dos usuários satisfatoriamente além de contribuir nas tomadas
de decisões nas organizações.
Nesse contexto, a fonte de informação é um documento ou um objeto
que fornece um dado ou uma informação. Assim a fonte de informação pode
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ser denominado “como um suporte material do saber e da memória da
humanidade Guinchat (1994).
Como no capítulo seguinte será abordado á respeito do que vem a ser e
o que engloba a brinquedoteca (que visa controle, tratamento, organização e
disseminação da informação) é importante mostrar que ela está inserida dentro
do sistema de informação, e todos os elementos, considerados tipos de
documentos na qual a envolve, são chamados fontes de informação, que, de
forma direta ou indireta fornece informações aos seus principais usuários, “as
crianças”.
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4 BRINQUEDOTECA
Falar de brinquedoteca envolve a criança, os pais, os professores e
atualmente os bibliotecários, agentes que planejam organizam e disseminam a
informação, ou seja, são os mediadores da informação, assim como também o
brincar e o brinquedo, eles representam papéis fundamentais, para que os
objetivos da brinquedoteca como fonte de informação, de fato possam ser
atingidos.
Para tanto, faz-se necessário neste capítulo fazer abordagens dos
termos criança, o brincar e o brinquedo para que as idéias possam ficar
desencadeadas.
4.1 A CRIANÇA
A primeira é a criança, que na verdade, todas as atividades realizadas
em âmbito da brinquedoteca, geram em torno dela, possibilitando-a o
desenvolvimento de habilidades em seu intelecto, promove a socialização
através de atividades lúdicas individuais e coletivas.
Quem convive com crianças percebe que elas têm querer e desejos.
Compreender essa situação favorece uma aproximação com a infância real, na
qual se podem examinar as condições objetivas da vida da criança,
conhecendo suas hipóteses de mundo, suas dúvidas e anseios,
desmistificando uma imagem idealizada, esperando-se delas um amanhã
melhor.
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
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É importante salientar dois autores que tratam a respeito da criança e do
seu desenvolvimento. Então, de acordo com Piaget (1987), a criança é um
sujeito que constrói o conhecimento interagindo com o mundo, a partir das
relações com a realidade.
Segundo Vygotsky (1988, p.37), ele diz que:
A criança não precisa se desenvolver primeiro para depois aprender. A aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida do ser humano e o seu conhecimento é construído na interação socialmente mediada entre o sujeito e o mundo.
Portanto, nesse contexto surgem as brinquedotecas como
estabelecimentos que possibilitam o aprender de maneira livre e prazerosa,
contribuindo de tal modo para o desenvolvimento da criança.
Assim sendo, a brinquedoteca não é simplesmente uma sala colorida,
cheia de brinquedos e que por acaso as crianças gostam de freqüentar, para
que ela cumpra seus objetivos, existe todo um propósito educacional com
objetivos bem definidos, ou seja, espaço da criança e para a criança, nesse
lugar é possível observá-la e conhecê-la melhor, pois ela é motivada não
somente nas atividades singulares e grupais, mas igualmente é despertada no
interesse de responsabilidade coletiva por meio de jogos e brincadeiras que lhe
servem como preparação e real inserção para a vida em sociedade.
Neste início do Século XXI a concepção de criança é uma realidade
legalizada, através de legislação pertinente a esta faixa de sujeitos, enfatizam
Aquino e Vasconcelos (2005), os quais se referem a ela, criança, como cidadã.
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
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Toda criança, inclusive aquelas com necessidades educativas especiais,
é um sujeito que tem direito, que vivencia uma etapa singular de
desenvolvimento, com necessidades biológicas, afetivas, emocionais,
psicológicas, sociais, lúdicas e cognitivas pertencentes à sua natureza
específica.
Enfatizando este contexto, far-se-á uma preleção a seguir.
4.2 O BRINCAR E O BRINQUEDO
O outro fator considerável é o brincar, entende-se que ele é o que mais
contribui na socialização, ele influencia a criança nos processos emocionais,
intelectuais e corporais (HYPOLLITO, 2001, p.33).
Entende-se que os termos, criança, o brincar e brinquedo estão
intimamente ligados quando o relacionamos ao espaço da brinquedoteca. No
entanto, o brincar é visto como um mecanismo psicológico que garante ao
sujeito manter certa distância em relação ao real.
Para Bomtempo, (2000, p.129) considera que:
No comportamento diário das crianças o brincar é algo que se destaca como essencial para o desenvolvimento e aprendizagem. Dessa forma, se quisermos conhecer bem as crianças, devemos conhecer seus brinquedos e brincadeiras.
Observar-se que o brincar é fundamental no que concerne à
socialização, pois é por meio dela que regras e princípios de vivência social
são apreendidas, e independe da faixa etária.
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
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O brincar é um dos processos educativos mais completos, uma vez que
abarca o intelectual da criança, o emocional e o corporal. Ainda enfatiza
Bomtempo (1998), que o brincar estimula o interesse, a imaginação e a
iniciativa, pois o brincar exige uma dose grande de concentração.
Como escreve Schiller apud Chateau (1987, p.13), a brinquedoteca se
alicerça na consciência do papel fundamental que o brincar, em todas as suas
formas, exerce no desenvolvimento das potencialidades da criança, sendo
esse o centro da infância.
Existem inúmeras formas de brincar, só ou em grupos, dependendo da
faixa etária, algumas preferem brincar sozinha ou em pequenos grupos, e
mesmo estando ao lado de outras crianças, brincam individualmente, mas com
o mesmo brinquedo, e se tratando de crianças experientes ou com faixa etária
maior, elas costumam utilizar brincadeiras que englobam grupos maiores.
Segundo Azevedo1 (2004, p.60-61) no decorrer do desenvolvimento das
crianças, outras formas de brincar aparecem, como:
• A brincadeira do faz de conta;
• O jogo imaginativo;
• O jogo de regras.
A brincadeira do faz de conta e o jogo imaginativo, trabalha com o jogo
simbólico e é por meio desses que se pode conhecer o “brincar de boneca”,
comparando com as atividades desenvolvidas pelos pais, ou seja, imitando a
mãe na rotina diária, como dar mamadeira a sua boneca, banho, carinho,
dentre outros. Brincar de carrinho, brincar de super-herói, ela passa a construir
uma ponte entre a fantasia e a realidade. [...] no brinquedo, o significado
conferido ao objeto torna-se mais importante que o próprio objeto 1 AZEVEDO, Antonia Cristina Peluso de. Brinquedotecas no Diagnóstico e intervenção de dificuldades escolares. Campinas, São Paulo: Alínea, 2004. Na pesquisa realizada sobre brinquedoteca, permite recomendar ser a obra que melhor representa o tema no Brasil.
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
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(BOMTEMPO, 1996). Salienta-se que a brincadeira do faz de conta determina
a entrada da criança no mundo dos adultos.
O jogo de regras, esse acompanha o ser humano por toda sua vida, eles
se apresentam como jogos que envolvem desafios, como forma de aprender a
reaprender, que segundo Bontempo (1997) são jogos que instiga a atenção e a
memória, promovidas pela criação de novas estratégias no jogo.
Essas reflexões á cerca do brincar e do brinquedo na vida da criança,
envolvendo os mais diversos tipos de brinquedos e brincadeiras, coletivos ou
individuais, no que diz respeito especialmente às interações ambientais, coloca
em evidência a contribuição que o brinquedo trás para o processo de
desenvolvimento da criança.
Eles não são apenas objetos que se destinam a divertir as crianças, mas
permitem explorar seus pensamentos, emoções e conhecimentos encontrando
no brinquedo e no brincar formas de expressão e de superação.
Por isso, a brinquedoteca é um instrumento importante nesse contexto,
espaço onde ela possa descobrir, desenvolver sua livre escolha e adquirir
informações por meio de atividades lúdicas que lhe servirão para a vida toda.
Nessa perspectiva Friedmann (1998), afirma que é na brinquedoteca
que as crianças revelam interesses e necessidades, como também aprendem a
enfrentar desafios e encontrar formas de superá-los.
4.3 BRINQUEDOTECA: COMO TUDO COMEÇOU.....
A brinquedoteca nasceu no século XX, com objetivo de facilitar o ato de
brincar, por meio do conjunto de brinquedos e brincadeiras contidos nesse
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
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ambiente, despertando na criança a imaginação, a criação e expressão junto à
vontade de inventar, a solução de problemas, a socialização, que além de
permitir a ludicidade solitária e grupal, possibilita a construção da sua própria
percepção de mundo.
De acordo com Azevedo (2004), ela faz um breve histórico de como
surgiu a brinquedoteca, como enfoca à seguir:
Em 1934, na cidade de Los Angeles o dono de uma loja de brinquedos
próxima a uma escola municipal, percebeu que havia crianças da escola
anteriormente citada, extraviando brinquedos do seu estabelecimento e logo
queixou-se ao diretor da mesma. Com este incidente, deu-se início ao primeiro
serviço de empréstimos de brinquedos que logo mais seria conhecido como
Toy Loan e existe até hoje.
Em 1963, em Estocolmo na Suécia surgiu um serviço de empréstimos
de brinquedos como forma terapêutica para crianças especiais e seus
responsáveis, conhecido até os dias atuais como Lekotek, mantido pelo
Ministério da Saúde e do Bem Estar Social.
De acordo com Cunha (1998, p.49) entende-se que:
A Lekotek é uma espécie de trabalho terapêutico, assim como também preventivo, o qual atende crianças que em seu desenvolvimento apresentam comprometimento ou anormalidades.
Em 1967, na Inglaterra surgiram às bibliotecas de brinquedo conhecido
por Toy Libraries, esse é um lugar onde a criança pode escolher brinquedos e
levá-los para casa em forma de empréstimo.
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Logo mais vieram os congressos realizados para confirmar à
abrangência desse tipo de serviço. O primeiro aconteceu em 1976 na cidade
de Londres, em seguida no ano de 1987, no Canadá em Toronto foi discutido o
termo Toy Libraries, visto que nesse não era realizado somente o empréstimo
de brinquedos, mais sim outros trabalhos, o que contribuiu para o que
conhecemos atualmente dos serviços que podem conglomerar uma
brinquedoteca. Esses movimentos deram força a área e possibilitou a
expansão deste espaço para vários países da Europa.
Em 1990, na Itália ocorreu o congresso Internacional de brinquedotecas.
Nesse foi lançado um livro editado na Suécia que evidenciou o trabalho de
trinta e sete Países, com autoria múltipla (CUNHA, 1998, p.43).
Vale salientar, que com todos esses acontecimentos as brinquedotecas
em cada País assumem nomes diferentes, com formas de atendimentos
próprias, porém objetivos semelhantes. (AZEVEDO, 2004, p.50).
Segundo Cunha (1998), ao redor do mundo as brinquedotecas
assumiram diferentes nomes e funções, como é observado á seguir:
• Na África do Sul é conhecida com Toy Libraries particulares e a
circulante, que desenvolve atividades com crianças deficientes em
hospitais e universidades;
• Na Austrália, elas funcionam em hospitais, centros de saúde, escolas e
bibliotecas públicas e são conhecidas como Intinerante e toy Libraries os
quais contam com recursos estatais e particulares;
• Na China a primeira brinquedoteca surgiu em 1988 e até hoje, existe
centenas dela;
• Nos Estados Unidos as brinquedotecas surgiram no contexto da
recessão econômica americana e permanecem até hoje, com o total de
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28
aproximadamente trezentas Toy Libraries. Em seu contexto apresenta
as circulantes (direcionada a hospitais e creches), as adaptativas toy
libraries (empréstimos de brinquedos adaptados a crianças deficientes)e
os Compuplays (Centros com computadores que oferecem programas
especiais).
• O modelo sueco é adotado nos Estados Unidos e também na Finlândia;
• A ludotheques, na França ligadas ao Ministério da Educação com
formação universitária para esse profissional conhecido como
Ludotecário;
• Na Grã-Bretanha existe uma organização paralela as toy libraries,
denominada de Play Matters, que publica livros, produz folhetos e guia
de brinquedos, conhecido por o Good Toy Guide;
• Na Itália tem por nome de Ludothechas, sua função é resgatar a cultura
lúdica e os valores humanos;
• No Japão, o número aumenta a cada ano, trabalha com crianças
excepcionais e suas atividades envolve a publicação de livros e folhetos;
• As Lekoteks na Noruega, o atendimento é oferecido pelo o governo para
crianças excepccionais e seus responsáveis;
• Em Portugual conhecidas como Ludotecas, a primeira nasceu em Évora,
elas funcionam como centros de lazer comunitário, abrange o meio rural
tendo como objetivo a busca do resgate cultural através de canções e
brincadeiras antigas;
Em muitos outros países as brinquedotecas estão sendo criadas, e em
se tratando de Brasil, os movimentos ocorridos anteriormente, principalmente o
precursor de todos os outros, segundo Azevedo (2004) que deu início em 1963
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
29
na Suécia, refletiu em 1973, com a Ludoteca da APAE2, sua atividades eram
basicamente em forma de rodízios de brinquedos entre as crianças.
De acordo ainda com Azevedo (2004) em 1981, foi criada de fato a
primeira brinquedoteca brasileira, na Escola Indianópolis em São Paulo. Essa
escola apresenta filosofias voltadas às necessidades das crianças brasileiras,
permaneceu o empréstimo de brinquedos, porém o ato de brincar foi priorizado.
Aqui no Brasil a brinquedoteca passou a ficar fortemente evidenciada
segundo Azevedo (2004), em 1984 com a criação da Associação Brasileira de
Brinquedotecas, favorecendo a realização de eventos que contribuíram para o
aparecimento de brinquedotecas em diferentes estados brasileiros.
Dados dos anos 90 mostram que existem no Brasil aproximadamente
180 brinquedotecas funcionando, todas elas com vários tipos e funções
levando às crianças a alegria e a magia do brincar (SANTOS, 1995).
É importante destacar que as brinquedotecas brasileiras se diferenciam
das demais Ludotecas e Toy Libraries, uma vez que elas têm seu trabalho mais
para o empréstimos de brinquedos, porém na brinquedoteca brasileira as
atividades estão voltadas para o brincar, por meio de todos os brinquedos e
brincadeiras que a envolvem (CUNHA, 1994).
2 ASSOCIAÇÃO DOS PAIS E AMIGOS DE EXCEPCIONAIS.: Associação criada na cidade do Rio de Janeiro em 1954, e atualmente consta com mais de 1600 APAES distribuídas em vários Estados do Brasil. Apresenta como objetivo promover e articular ações de defesa de direitos, prevenção, orientação, prestação de serviços e apoio às famílias, voltado à melhoria de qualidade de vida da pessoa portadora de deficiência, como também à construção de uma sociedade justa e solidária.
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30
4.4 TIPOS DE BRINQUEDOTECAS E CONCEITUAÇÕES
As brinquedotecas são classificadas de acordo com seus diferentes
fatores que inclui: os espaços disponíveis, os materiais, o sistema educacional
e o mais importante à cultura local que envolve os valores e as crenças,
contribuindo para os tipos de serviços que serão prestados. Contudo, em
termos gerais é preservado o aspecto lúdico independente de cada tipo.
O aspecto lúdico como define Kishimoto (1998, p.24), “é um conjunto de
procedimentos que permite tornar o jogo possível, apoderando-se de
elementos da cultura do meio ambiente da criança para aclimatizá-la para o
jogo”. Isso vem confirmar que quaisquer que seja o tipo de brinquedoteca, o
acervo nela contido e as brincadeiras irão proporcionar por meio do Lúdico,
momentos criativos e alegres com prazer e aprendizado.
A brinquedoteca como o próprio nome pronuncia, é encarada como uma
instituição que possui um conjunto organizado de brinquedos, “ela é para o
brinquedo o que a biblioteca é para o livro” (BOMTEMPO, 1990). É um espaço
onde o brinquedo é considerado coisa séria tanto para a criança, que explora,
descobre, joga, aprende e sente-se feliz, como para o adulto, que vê no
brinquedo um valor inesgotável, assim sendo, ambos se beneficiam com a
brinquedoteca.
Os tipos de brinquedotecas mais conhecidas segundo Azevedo (2004)
são:
• Brinquedotecas de escolas;
• Brinquedotecas de Bairro ou de comunidades;
• Brinquedotecas de Universidades;
• Brinquedotecas de hospitais ou clínicas;
• Brinquedotecas circulantes;
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• Brinquedotecas de rodízios;
• Brinquedotecas temporais.
A brinquedoteca escolar é um espaço da criança, que permite
experiência, estudo e ampliações de novas idéias, que contagia alunos e
professores (SANTOS, 2000).
A dinâmica da brinquedoteca escolar é semelhante à da biblioteca de
escolas que trabalham com educação infantil, porém é vista como espaço de
aprendizagem por meio do brincar e do brinquedo, como recursos poderosos
para a construção do conhecimento.
As brinquedotecas de bairro ou de comunidades atendem como o
próprio nome sugere, a populações de bairros ou comunidades, geralmente
mantidas por associações, prefeituras ou organizações filantrópicas. Esse tipo
de brinquedoteca segundo Kishimoto (1998), promove encontros das crianças
com seus amigos e possibilita o convívio com crianças de diferentes idades,
níveis socioeconômicos e étnicos.
A brinquedoteca de Universidades é montada por profissionais na área
da Educação. Elas têm como objetivo trabalhar a pesquisa concernente à
exploração do brinquedo e do jogo, sendo encaradas como um laboratório
(SANTOS, 2000).
As brinquedotecas de hospitais ou clínicas apresentam a finalidade de
auxiliar no tratamento de crianças, amenizando traumas de internação. Nesse
local é importante uma prática como essa, já que o ambiente de hospital em
geral, não proporciona a contemplação da necessidade infantil. Através do
brinquedo, a criança encontra meios de superar as dificuldades encontradas.
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Assim como afirma Maia (2000) que “o brincar leva a criança a construir
e elaborar a relação eu-mundo, pois, além do prazer que o brincar proporciona,
ele ajuda a dominar angústias e controla idéias e impulsos”.
As brinquedotecas circulantes, também denominadas como ambulantes,
móveis e itinerantes, são instaladas e adaptadas em diversos lugares, e vai
variar dependendo de cada situação, porém o principal objetivo permanece,
levar o brincar de forma lúdica.
As brinquedotecas de rodízio, não têm lugar definido e trabalha com a
prática de empréstimos de brinquedos em forma de rodízios, um grupo de
crianças trocam seus brinquedos e no próximo encontro, há novamente essa
troca, e assim sucessivamente ocorre a cada novo encontro.
E, por último as brinquedotecas temporais, como o próprio nome indica,
são instaladas por um “tempo” determinado, não pode ser confundida com as
itinerantes, uma vez que, elas são montadas em locais onde acontecem
grandes eventos, que enquanto os pais participam da programação, é
oferecido para as crianças esse local, com várias atividades: brinquedos,
brincadeiras e jogos lúdicos.
Existem, atualmente além desses tipos citados acima, brinquedotecas
que funcionam em condomínios de luxo, hotéis, clubes, shoppings e
supermercados. Contudo, na pesquisa realizada não foi verificada nenhuma
literatura que trate especificamente desses tipos.
Agora para finalizar esse tópico serão destacadas algumas
conceituações á cerca de brinquedoteca.
A brinquedoteca é um espaço preparado para estimular a criança a
desenvolver várias habilidades através do brincar dentre as habilidades pode-
se enfatizar algumas como: a socialização, a cognição, a afetividade, a
motricidade, dentre outros.
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A brinquedoteca para Santos (1997) é definida como um espaço para
brincar, não sendo para ele necessário atribuir nenhum outro objetivo á sua
definição.
Então, esse autor procura mostrar que a brinquedoteca tem como sua
principal atividade o brincar, o que não deixa de ser verdade, porém não é o
brincar por brincar, mas sim, o brincar que motive a crianças a desenvolver de
forma prazerosa, inúmeras habilidades que são correspondentes ao ser
humano.
É vista como um espaço cultural, espaço de elemento essencial para o
desenvolvimento integral da criança, visando aflorar a criatividade e
aprendizagem na criança por meio do brincar e das outras ferramentas
presentes em uma brinquedoteca.
Já Kishimoto (1994, p.55), concebe a brinquedoteca como sendo:
Espaços de animação sociocultural encarregados de transmissão da cultura infantil, assim como do desenvolvimento da socialização, integração social e construção de representações infantis.
Deste modo, em supra como pode ser observado, toda definição à
respeito de brinquedoteca será melhor refletido como espaço que privilegia “o
brincar”, sendo uma das ações mais importantes na vida da criança.
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4.5 SERVIÇOS OFERECIDOS EM BRINQUEDOTECAS
Neste tópico serão destacados serviços disponíveis no espaço da
brinquedoteca, lembrando que todos eles tem um interesse comum, o brincar
de forma lúdica proporcionando a transferência de informações e de
conhecimentos, ela deve ser configurada de forma a gerar essas vivências.
A brinquedoteca não é hierarquizada por faixa etária ou classe social,
nem tão pouco é reduzido somente na produção de brinquedos e no
empréstimo deles, assim como também não é visualizada como função
filantrópica consolatória para as crianças que não têm onde e nem como ou
com o que brincar, ela é vista como um espaço que abrange uma concepção
de cultura mais ampla, como diz Muniz (2000), ela é um espaço que propõe
uma postura existencial, como uma forma de educação para além da instrução,
baseada no aprender a aprender.
Este espaço tem como prioridade destinações para as vivências e
explorações lúdicas, ou seja, espaços onde ocorrem às experiências
desejadas, as simbolizações e representações que contempla etapas para a
construção do conhecimento e do desenvolvimento.
Podem-se elencar os seguintes serviços existentes em brinquedotecas,
os quais são: o empréstimo de brinquedos; a elaboração de brinquedos através
de sucatas, que pesquisas comprovam a importância desta atividade junto às
crianças, eles se sentem mais motivados na “fabricação” de seus próprios
brinquedos (o cartunista Maurício de Sousa, em suas produções de histórias
em quadrinhos, retrata bem em suas historias o personagem Cascão
confeccionando seus brinquedos) e o incentivo à leitura através da contação de
histórias como: a hora do conto e o teatro de fantoches e de bonecos.
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35
O brinquedo é a essência da infância, significa para a criança o que o
trabalho representa para o adulto: sua principal atividade.
Então como já foi abordado em capítulos anteriores, o empréstimo de
brinquedos foi o ponto inicial para o que se conhece de brinquedoteca, assim
não se pode deixar de mostrar que ele é um serviço prestado por várias
brinquedotecas, porém ele não funciona de forma isolada como se
emprestasse o brinquedo para uma criança que não tem com que brincar, mas
com finalidades definidas de promover a interação social e o incentivo à
cidadania.
A elaboração de brinquedos através de sucatas, também é um outro
serviço que dá suporte as atividades ocorridas na brinquedoteca, ele não vem
substituir o brinquedo industrial, mas as literaturas que falam a respeito do
assunto mostram que cada um, o brinquedo industrial e o artesanal
desempenham seu papel importante na vida da criança e um não vem
substituir o outro.
Outro fator é que esse tipo de serviço pode se estender para fora desse
espaço, uma vez que com essa vivência lúdica por meio de materiais atraentes
e educativos com baixo custo, a criança passa a desenvolver e despertar
melhor sua criatividade, possivelmente dando maior importância, pois é uma
produção sua, preservando o planeta, através de reciclagem.
É importante ressaltar que a sucata é um suporte artesanal, potencial
para a atividade infantil dentro de uma brinquedoteca, porém alguns cuidados
são tomados quanto ao seu uso, no que pressupõe limpeza, seleção, análise
da matéria-prima e o cuidado na utilização de materiais que não ofereça perigo
para as crianças, além disso, é necessário distinguir que sucata não se trata de
lixo, mas sim de materiais descartáveis.
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Com isso pode-se destacar que não é qualquer coisa jogada fora que
serve para ser utilizado como sucata, cada elemento deverá ter sua função
específica para o processo de criação.
Outra coisa e que a importância desse serviço não se refere somente ao
material de sucata, mas sim no que ele pode oferecer na construção dos jogos
e dos brinquedos, como afirma Andrade (1994, p.7), “o principal é o que um
objeto de sucata pode contribuir no contexto do jogo”.
Em seguida, serão apresentadas através de imagens e suas respectivas
descrições, alguns modelos de sucatas que podem ser produzidas e
constituídas como parte do acervo em brinquedotecas.
Figura 1 – Vaivém
Fonte: SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
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Figura 2 – Jogo Lógico
Fonte: SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
Figura 3 – Toca do Ratinho
Fonte: SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
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Figura 4 – Cinco marias Fonte: SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: sucata vira
brinquedo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
Já falando a respeito da contação de histórias, vale salientar que ela
sempre esteve presente na sociedade. Ela pode ser apresentada às crianças
de diversas formas, porém aqui será ressaltada por meio da hora do conto e do
teatro de fantoches.
Não há como falar desses serviços sem relacioná-los com o livro, bem
como também, não se pode deixar de fazer um paralelo do livro com o
brinquedo, pois ambos exercem sobre a criança um verdadeiro fascínio, como
afirma Reys (apud COSTA, 1983) que devem ser mostrados as crianças livros
e revistas ilustradas exercendo o papel do brinquedo. Diante disso, os livros
também proporcionam de forma lúdica o divertimento infantil.
Então, é conveniente, portanto mostrar que quando trabalhadas
atividades como essas em brinquedotecas, que envolve a leitura recreativa
(contação de histórias, hora do conto e teatro de fantoches), elas produzem
resultados que perduram para o resto da vida dessas crianças, atingindo os
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níveis seguintes (jovem, adulto e idoso), tais como: promover o gosto pela
leitura, desenvolver o vocabulário, fomentar a criatividade e o conhecimento.
A hora do conto é uma das atividades mais tradicionais, pode-se dizer
que é através desse serviço que começa na criança a motivação pela leitura.
Panet (1988) e também possibilita à criança desenvolver a arte de representar,
através de representações teatrais.
Sendo um dos principais estímulos à leitura, Barcellos (1995) aborda
alguns pontos que a hora do conto proporciona a criança, como:
• Estabelecer uma ligação entre a fantasia e a realidade;
• Contribuir nas soluções para problemas vivenciados pelos personagens;
• Ler por prazer;
• Desenvolver a imaginação e a criatividade;
• Desenvolver o gosto por atividades artísticas;
• Desenvolver a capacidade de dar seqüência lógica aos fatos;
• Ampliar suas experiências e conhecimento do mundo que o cerca.
Ressalta ainda Barcellos (p.18) que:
A hora do conto estimula na criança sua criatividade, imaginação e formas de expressão corporal, proporcionando um ambiente de aprendizagem rico em estímulos sensoriais e intelectuais que lhe dá segurança emocional e psicológica [...], além disso, cria o hábito pela leitura, aproximando o livro da vida.
Esse serviço para acontecer dentro de uma brinquedoteca precisa
contar com um calendário com dias e horários predeterminados, para que as
crianças possam estar reunidas. Ele consiste na narração de histórias como:
histórias de aventuras que envolvam personagens da literatura que eles
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conhecem e também histórias que tratem do folclore, daí a importância da
cultura nesse processo, como pronuncia FARIA (1977, p.43) que “contar
histórias às crianças é um processo de transmissão cultural [...]”.
O que existe de mais especial nesses serviços além de despertar a
criança para o livro, é que por meio deles é possível ensinar algo as crianças
através das histórias, onde as plantas e os animais falam e os objetos passam
a ganhar vida e, assim a imaginação delas são afloradas e elas passam a
contribuir com sua participação na história, o que possibilita o trânsito entre a
fantasia e a realidade.
O outro serviço desenvolvido em brinquedoteca, diz respeito ao teatro. O
teatro é uma ótima maneira de contar histórias, ele pode ser feito através de
fantoches e de bonecos (bonecos de dedo, de mão, de luva e até mesmo de
saco de papel).
Como pode ser observado nas figuras (boneca de pano, fantoche e
fantoche de dedo) abaixo.
FIGURA 5 – Boneca de Pano
Fonte: SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
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FIGURA 6 – Fantoche
Fonte: Disponívem em: http://www.ebdalternativa.com.br/images/cultoinfantil.jpg. Acesso em: 26 de Nov. de 2009.
FIGURA 7 – Fantoche de dedo
Fonte: SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
O teatro dentro de uma brinquedoteca é uma fonte informação (onde há
a transferência do belo), tanto para quem o interpreta para quem o usufrui, nele
pode ser evidenciado como “maior fator de socialização, desenvolvendo o
espírito de solidariedade e de cooperação” Carvalho (1978).
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
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Pode-se dizer que é relevante à existência do teatro com suas diversas
modalidades dentro de uma brinquedoteca, uma vez que essa atividade poderá
constituir numa grande aliada para levar a criança a formar o hábito pela
leitura.
O teatro é válido para a criança, porque permite a melhora da pronúncia,
desenvolve a memória e a criatividade e faz com que elas extravasem suas
emoções mediante os papéis representados, por isso pode-se afirmar que o
jogo imaginativo faz parte da vida da criança e deve estar inserida como
serviço em um brinquedoteca.
É importante ressaltar também, que a participação das crianças no
teatro dentro de uma brinquedoteca, pode acontecer não somente no momento
da representação, mas também no momento da confecção dos fantoches ou
bonecos, o que permite a criança estimular sua criatividade bem como a
aproximação com os personagens, pois no momento da criação ela já imagina
as vozes, e até mesmo o que pode ser dito durante a interpretação, uma vez
que a vivência lúdica acontece desde o momento da criação.
Outro ponto que precisa ser destacado, é que é importante definir um
espaço dentro da brinquedoteca para que este serviço possa acontecer, “o
cenário”. Por isso, se faz necessário a presença de uma profissional
Bibliotecário como mediador no processo que estabeleça a organização e um
planejamento, tanto do espaço, da ambientação, como também da
classificação de histórias (de acordo com a faixa etária) para que dentro deste
aspecto as atividades sugeridas possam proporcionar as crianças à magia do
faz de conta, ao encantamento de narrar histórias com o auxílio de bonecos ou
fantoches.
Á seguir será ressaltado o perfil desse profissional, o Bibliotecário.
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5 PERFIL DO PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO
Antes de falar do perfil do Bibliotecário, considera-se importante abordar
o que vem a ser o termo Biblioteconomia, o qual Fonseca (2007) denomina
como uma ciência que estuda os aspectos do uso e da disseminação da
informação através de serviços e produtos informacionais, isto é, ela trata
sobre a análise, planejamento, implementação, organização e da administração
em diversos setores.
O profissional formado em Biblioteconomia apresenta várias
denominações devidas (as transformações ocorridas nesta profissão), porém
aqui serão abordados somente dois termos: profissional Bibliotecário ou o
chamado profissional da informação.
A Biblioteconomia é incluída como uma das profissões mais antigas da
humanidade estima-se que talvez tenha se iniciado nos primórdios com as
práticas estabelecidas pelos monges copistas.
Em meados dos anos 70, o Bibliotecário era visto como um mero
guardião de livros que não possuía outras funções que não fosse arrumar
bibliotecas e mantê-las em ordem.
Contudo, no século XXI, pode-se observar que o papel do profissional
Bibliotecário ou profissional da informação vai muito mais além dos
empréstimos e organização de bibliotecas, ele é um agente mediador da
informação e do conhecimento, o qual atua em diversos setores como:
bibliotecas públicas e privadas, indústrias em geral, empresas privadas, além
de poder abrir seu próprio negócio Machado (2001) desenvolvendo suas
atividades como Bibliotecário empreendedor como o caso de: organização de
acervos e arquivos, bem como serviços de restauração, catalogação,
indexação, normalização, pesquisas em diversas bases de dados e também
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
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trabalhar na criação de setores que abordem atividades culturais, como é o
caso que está sendo abordado nesta pesquisa, “a binquedoteca”.
Então diante do exposto acima, pode-se observar a abrangência dessa
profissão, entretanto isso se deve as transformações ocorridas nos últimos
tempos, que tem proporcionado a abertura no mercado de trabalho e
conseqüentemente novas oportunidades de atuação para o profissional
Bibliotecário, exigindo mudanças em seu perfil.
Conforme afirma Modesto (1998, p.3) que:
O bibliotecário, diante de um mercado mais exigente e restritivo, precisa realizar uma mudança radical em seu perfil profissional, inserir-se neste novo tempo, aprendendo a tomar iniciativas de oferecer e vender seus serviços, em vez de ficar a espera de demandas (para então agir.
Essas mudanças exigem do profissional da informação que eles
possuam em seu perfil características como: espírito empreendedor, força de
vontade, criatividade, inovação, coragem e acima de tudo agressividade
mercadológica para conseguir acompanhar todas as mudanças.
O autor Machado (2001) aborda de forma objetiva os requisitos que
deve conter no perfil do profissional Bibliotecário do século XXI, para que ele
possa atuar de forma emergente com sucesso no mercado de trabalho, os
quais estão elencadas à seguir;
• Assumir riscos: Essa característica é muito visível no perfil do
“Bibliotecário empreendedor”, ele não deve ter medo de se arriscar em
novos investimentos;
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: Mercado de trabalho emergente para o profissional Bibliotecário
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• Aproveitar oportunidades: De acordo com as necessidades e anseios, o
mercado de trabalho oferece oportunidades e esse profissional deve
estar atento a todas elas;
• Conhecer o ramo: Por intermédio de cursos, leituras e experiência
profissional, o Bibliotecário deve procurar adquirir o máximo de
informações e conhecimentos, que poderá auxiliar no mercado de
trabalho;
• Saber organizar e planejar: Essas são as características mais marcantes
desse profissional, por meio delas permite de forma lógica a utilização
de recursos humanos, materiais e financeiros;
• Ser talentoso e criativo: O irá possibilitar transformar idéias simples em
negócios lucrativos;
• E por último, saber tomar decisões, ter espírito de liderança e ter
otimismo.
Como pode ser observado, essas mudanças exige que o profissional
Bibliotecário saia de sua passividade e se lance de forma mais agressiva no
mercado de trabalho, pois assim ele irá contribuir com a geração de novos
empregos no Brasil.
No próximo tópico será abordada dentro do contexto de Bibliotecário
empreendedor a função do profissional Bibliotecário em “brinquedotecas”.
5.1 FUNÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO EM BRINQUEDOTECAS
Como pode ser visto anteriormente o profissional bibliotecário ou
profissional da informação suas atribuições lhe permitem atuar em diversos
setores quando ligado a informação. Ele contribui no planejamento do ambiente
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e das atividades que serão desenvolvidas bem como, (na seleção, filtragem,
organização e classificação) nos diferentes tipos de suporte.
E por intermédio dessas atividades que o mercado de trabalho para o
profissional Bibliotecário encontra-se bem diversificado, sendo assim a
Brinquedoteca que é vista como uma unidade de informação também é um
espaço que esse profissional pode atuar.
Mesmo a brinquedoteca sendo uma abertura de campo de trabalho,
porém ainda pouco explorado pelos Bibliotecários, ela é um espaço onde esse
profissional é visto como “Bibliotecário empreendedor”, pois como o campo do
empreendedorismo é vasto para os profissionais liberais, e a Biblioteconomia é
também uma profissão liberal, esse espaço pode ser ocupado pelo profissional
da informação, “o Bibliotecário”.
Juntamente com outros profissionais, o Bibliotecário desenvolve
atividades que apresentam ligação com o prazer quando associada ao lúdico e
essas atividades lúdicas permitem descobertas, fantasias, histórias, desenhos,
representações artísticas, dentre outros.
Além disso, o bibliotecário em uma brinquedoteca também é
considerado um mediador no estímulo do processo lúdico através do livro3.
Esse profissional interage com os usuários “as crianças” especialmente
no que diz respeito à leitura e construção do conhecimento, fomentando a
leitura como prazer, e nas outras atividades lúdicas fortalece os laços de
confiança.
Então é importante destacar que estes locais são fontes de informações
que necessitam ser bem planejados e estas informações (os brinquedos, as
brincadeiras e os demais serviços como: o empréstimo de brinquedos, a
3 BUENO, Silvana Beatriz. Revista ACB: Biblioteconomia. Santa Catarina, Florianópolis, n.1, p.97-109, jan./jul.,2006.
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elaboração de brinquedos através de sucatas, a contação de histórias que
envolve o teatro de fantoches e de bonecos), precisam ser selecionados,
organizados e classificados, neste aspecto o bibliotecário é o profissional
capacitado para desenvolver estas atividades.
Assim sendo, conforme as afirmações expostas pode-se concluir que
elas confirmam a participação do profissional Bibliotecário na colaboração do
planejamento no que diz respeito à divisão e organização dos espaços
existentes na brinquedoteca o qual também juntamente com a equipe
multidisciplinar esse profissional contribui no desenvolvimento das atividades
no que concerne organização, seleção e classificação dos materiais que
constituíram o acervo, mostrando assim, o cuidado na qualidade da
informação, do atendimento e dos serviços prestados para os seus usuários,
que nesse caso será “a criança”.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depois de concluir a problematização da análise dos dados qualitativos
sobre o tema em vigor através de leituras em suporte papel e eletrônico, pode-
se concluir que a partir das considerações feitas compreende-se que a
realidade que se vivencia conhecida como era da informação ou sociedade da
informação, onde é nítida a diferença existente entre dado, informação e
conhecimento e que no momento em que as pessoas considerarem o fato de
que a informação é importante, começarão a entrar em uma realidade mais
competitiva e mais justa frente aos países desenvolvidos.
Dentro do contexto de unidades de informação, a brinquedoteca pode-se
inserir neste segmento, constatando-se então, que a dinâmica da
brinquedoteca escolar é semelhante à da biblioteca de escolas que trabalham
com educação infantil, porém é vista como espaço de aprendizagem por meio
do brincar e do brinquedo, como recursos para a construção do conhecimento
e da cidadania.
Percebeu-se também que a brinquedoteca é um espaço preparado para
estimular a criança a desenvolver habilidades através do brincar, dentre as
habilidades pode-se enfatizar algumas como: a socialização, a cognição, a
afetividade, a motricidade, dentre outros. É vista como um espaço cultural,
espaço de elemento essencial para o desenvolvimento integral da criança,
visando aflorar a criatividade e aprendizagem na criança por meio do brincar e
das outras ferramentas presentes em uma brinquedoteca.
A brinquedoteca não é hierarquizada por faixa etária ou classe social,
nem tão pouco é reduzido somente na produção de brinquedos e no
empréstimo deles, assim como também não é visualizada como função
filantrópica consolatória para as crianças que não têm onde e nem como ou
com o que brincar, ela é vista como um espaço que abrange uma concepção
de cultura mais ampla, como diz Muniz (2000), ela é um espaço que propõe
uma postura existencial, como uma forma de educação para além da instrução,
baseada no aprender a aprender.
Deste modo, em supra como pode ser observado, toda definição à
respeito de brinquedoteca será melhor refletido como espaço que privilegia “o
brincar”, sendo uma das ações mais importantes na vida da criança. Pode-se
elencar os seguintes serviços existentes em brinquedotecas, os quais são: o
empréstimo de brinquedos; a elaboração de brinquedos através de sucatas,
que pesquisas comprovam a importância desta atividade junto às crianças, eles
se sentem mais motivados na “fabricação” de seus próprios brinquedos (o
cartunista Maurício de Sousa, em sua produções de histórias em quadrinhos,
retrata bem em suas historias o personagem Cascão confeccionando seus
brinquedos) e o incentivo à leitura através da contação de histórias como: a
hora do conto e o teatro de fantoches.
O que existe de mais especial nesses serviços além de despertar a
criança para o livro, é que por meio deles é possível ensinar algo as crianças
através das histórias, onde as plantas e os animais falam e os objetos passam
a ganhar vida e, assim a imaginação delas são afloradas e elas passam a
contribuir com sua participação na história, o que possibilita o trânsito entre a
fantasia e a realidade.
E se tratando do profissional bibliotecário, ele desempenha importante
papel na administração destes espaços, o qual contribui juntamente com outros
profissionais, uma vez que a brinquedoteca é um ambiente formado por uma
equipe multidisciplinar, essa contribuição promove uma melhor utilização do
local.
Em meados dos anos 70, o Bibliotecário era visto como um mero
“guardião de livros” que não possuía outras funções que não fosse arrumar
bibliotecas e mantê-las em ordem. Contudo, no século XXI, pode-se observar
que o papel do profissional Bibliotecário ou profissional da informação vai muito
mais além dos empréstimos e organização de bibliotecas, ele é um agente
mediador da informação e do conhecimento, o qual atua em diversos setores
como: bibliotecas públicas e privadas, indústrias em geral, empresas privadas,
além de poder abrir seu próprio negócio Machado (2001) desenvolvendo suas
atividades como Bibliotecário empreendedor como o caso de: organização de
acervos e arquivos, bem como serviços de restauração, catalogação,
indexação, normalização, pesquisas em diversas bases de dados e também
trabalhar na criação de setores que abordem atividades culturais, como é o
caso que está sendo abordado nesta pesquisa, “a binquedoteca”.
Então diante do exposto acima, pode-se constatar a abrangência dessa
profissão, entretanto isso se deve as transformações ocorridas nos últimos
tempos, que tem proporcionado a abertura no mercado de trabalho e
conseqüentemente novas oportunidades de atuação para o profissional
Bibliotecário, exigindo mudanças em seu perfil.
Mesmo a brinquedoteca sendo uma abertura de campo de trabalho,
porém ainda pouco explorado pelos Bibliotecários, ela é um espaço onde esse
profissional é visto como “Bibliotecário empreendedor”, pois como o campo do
empreendedorismo é vasto para os profissionais liberais, e a Biblioteconomia é
também uma profissão liberal, esse espaço pode ser ocupado pelo profissional
da informação, “o Bibliotecário”.
Assim sendo, conforme as afirmações expostas pode-se concluir que
elas confirmam a participação do profissional Bibliotecário na colaboração do
planejamento no que diz respeito à divisão e organização dos espaços
existentes na brinquedoteca, o qual também juntamente com a equipe
multidisciplinar esse profissional contribui no desenvolvimento das atividades
no que concerne organização, seleção e classificação dos materiais que
constituíram o acervo, mostrando assim, o cuidado na qualidade da
informação, do atendimento e dos serviços prestados para os seus usuários,
que nesse caso será “a criança”.
Adriana Maciel Carrilho Brinquedoteca: espaço para o profissional Bibliotecário
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