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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
COMISSÃO DE GRADUÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO III – CURSO 219-02
ANÁLISE E SELEÇÃO DE UMA SOLUÇÃO DE E-PROCUREMENT PARA
A EMPRESA INNOVA S. A.
POR
PAULO ANDRÉ SCHUTZ 2313/93-9
Prof. Orientador: Prof. Dr. Henrique Freitas
Porto Alegre, maio de 2002
2
“A melhor forma de
prever o futuro é criá-lo.”
Peter Druker
3
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer a minha mãe e meu pai, que sempre me
estimularam, patrocinaram e mostraram o quanto o estudo é importante. Ao Furini,
pela companhia e conselhos, e a Cristina, minha noiva, por todos momentos de
paciência e amor dedicados.
A todas empresas nas quais trabalhei até o momento, que propiciaram
meu desenvolvimento profissional, principalmente a Innova S.A., por toda confiança
e estímulos depositados, em destaque ao Sr. Rubén Madoery.
Gostaria de agradecer também a Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, por todos estes anos de ensino gratuito e de qualidade. Em especial aos
Prof. Sérgio Nicolaiewsky, pela atenção e força, e aos professores Dr. Henrique e
Ms. Edimara, pela orientação e paciência na elaboração deste trabalho.
4
APRESENTAÇÃO
Este trabalho visa selecionar no mercado uma ferramenta de e-
procurement que melhor se adapte ao entorno processual e tecnológico da Innova
S.A..
O trabalho inicia com uma breve descrição da empresa e do problema
em estudo, sucedido da determinação dos objetivos, geral e específicos, da
revisão bibliográfica, representando o embasamento teórico do estudo, das
ferramentas e procedimentos para a determinação da escolha, os resultados
obtidos e finalmente a conclusão.
Este projeto está distribuído em nove capítulos. Esta introdução, o primeiro
capítulo, que visa interar o leitor ao assunto da monografia, além de apresentar a
estrutura do trabalho em questão. Estão também apresentados o histórico da
empresa em estudo, a situação presenciada pela empresa no momento de
elaboração do trabalho, que engloba tanto o ambiente externo como o interno, e a
problemática encontrada durante a realização do estágio.
5
No segundo capítulo são descritos o objetivo geral e os objetivos
específicos do projeto.
No terceiro capítulo se apresenta a revisão bibliográfica, baseada em
literatura atual que possibilitou uma fundamentação teórica ao assunto abordado
na monografia.
No quarto capítulo é apresentada a metodologia que possibilitou a
realização do projeto, abordando o método de pesquisa e as diferentes técnicas
de coleta e análise dos dados utilizados.
No quinto capítulo, é exposto o processo de compras da Innova no
momento do estudo, bem como sua integração com o ERP. Com isto, visa-se
determinar o “perfil comprador da empresa”. Foram também expostas as
informações de cada solução de mercado consultada, para montagem da grade
de decisão e obtenção da short list. E como finalização, a solução de e-
procurement selecionada pela empresa, conforme critérios determinados.
No sexto capítulo, como conclusão, é realizada uma reflexão sobre os
desafios encontrados durante a realização do trabalho, sugestões de próximas
ações a serem tomadas pela empresa, bem como os resultados pessoais com a
execução do trabalho.
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 Caracterização da Empresa 4
1.2 Caracterização do ambiente 7
1.2.1 Ambiente externo 7
1.2.2 Ambiente interno 8
1.2.3 Situação Problemática 9
2 OBJETIVOS 11
2.1 Objetivo Geral 11
2.2 Objetivos Específicos 11
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 13
3.1 A tecnologia da informação 13
7
3.2 A internet agregando valor aos negócios 16
3.3 Comércio Eletrônico (e-Commerce) 19
3.3.1 Tipos de E-Commerce 20
3.4 Processo de Compras 22
3.4.1 Objetivo da função compras 24
3.5 E-Procurement 25
3.5.1 Mercado de e-procurement 27
3.5.2 Abordagem estratégica do e-procurement 28
4 MÉTODO 32
4.1 Estudo Exploratório 32
4.2 Pesquisa-ação 33
4.2.1 Etapas da Pesquisa-ação 34
4.3 Técnicas de coleta de dados 35
4.3.1 Análise de documentos 36
4.3.2 Observação participante 37
5 MAPEAMENTO DO PROCESSO ATUAL E ESCOLHA DA SOLUÇÃO DE E-
PROCUREMENT 38
8
5.1 O processo de compras da Innova S.A. 39
5.1.1 Processo de Compras Comum (MRO) 39
5.1.2 Processo de Compras de Insumos e Embalagens 42
5.1.3 Processo de Compras por Acordo 44
5.2 O Perfil da Innova como Compradora 47
5.2.1 Curva ABC por Fornecedor 48
5.2.2 Curva ABC por Itens 49
5.2.3 Compras por Finalidade 50
5.2.4 Considerações sobre o perfil de compras da organização e uma
solução de e-procurement 52
5.3 Necessidades e expectativas da empresa em relação a uma
ferramenta de e-procurement 55
5.4 Elaboração, envio e recebimento do RFI (Request for Information)
57
5.5 Análise dos RFI (Request for Information) 59
5.6 Demonstrações e eleição da solução 60
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 62
6.1 Maiores Dificuldades 62
9
6.2 Limites da Pesquisa 63
6.3 Sugestão para continuidade 64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 66
ANEXOS 67
ANEXO A - FLUXOGRAMA - PROCESSO DE COMPRA POR ACORDO DE
FORNECIMENTO 68
ANEXO B - FLUXOGRAMA - PROCESSO DE COMPRA DE INSUMOS E
EMBALAGENS 69
ANEXO C - FLUXOGRAMA - PROCESSO DE COMPRA COMUM (MRO) 70
ANEXO D - REQUEST FOR INFORMATION ELABORADO 71
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Comércio no Mundo em 2005 ..................................................... 27
Figura 2 – Aplicação Estratégica do e-Procurement ................................... 30
Figura 3 – ABC por Unidades de Negócio ................................................... 51
Figura 4 – Grupo de Insumos ...................................................................... 53
Figura 5 – Ferramentas por Insumo ............................................................. 54
Figura 6 – Matriz de Comparação ................................................................ 59
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Curva ABC por Fornecedores ................................................... 48
Tabela 2 – Compras por Finalidade ............................................................ 50
1 INTRODUÇÃO
O mundo nunca esteve tão integrado e globalizado. A crescente
implementação e utilização de novas tecnologias têm permitido o acesso imediato
a um volume inimaginável de informações. Conexões de dados em alta velocidade
integram o globo em uma rede mundial digital, a internet, provendo conectividade
em qualquer ponto.
Neste cenário tecnológico, custos de transações para troca de dados
despencam, o que representa uma oportunidade imensa para as organizações
em sua luta competitiva. A utilização da internet para negócios, através de
ferramentas de e-business, recém começou a ser explorada pelas organizações.
Apesar da explosão de iniciativas dos anos recentes, recém a sociedade
começou a ter uma idéia do que virá pelo futuro.
Um globo sem fronteiras, conectado em tempo real, está se formando,
ultrapassando qualquer regime governamental ou regional, moldando um novo
cenário de competição global. Desta forma, a conectividade entre organizações já
é um verdadeiro pré-requisito de sobrevivência, não mais um luxo. As empresas
2
podem escolher entre participar do processo e continuarem na briga, ou serem
“atropeladas” por organizações conectadas virtualmente.
A integração dos sistemas, principalmente através da internet, tem
formado sistemas maiores, o que têm disponibilizado as organizações uma
quantidade de dados sobre elas mesmas e sobre seu ambiente antes jamais
pensada. Nos próximos dois anos o mundo gerará mais informações que do que
em toda sua história escrita até os dias de hoje.
O comércio eletrônico entre empresas têm sido uma constante. O
crescimento do mercado eletrônico tem superado as mais otimistas previsões de
cinco anos atrás. No mercado competitivo e rápido gerado pela globalização,
quem não desenvolver seus “conectores digitais” para o ambiente externo, será
vítima de um ostracismo, pois o mercado em breve passará a exigir tal
conectividade como forma de continuar fechando negócios.
O uso da tecnologia da informação em projetos de e-commerce permite
que as cooperações estabelecidas entre as empresas possam ter uma dimensão
global, o que supera os limites de tempo e distância entre as corporações
parceiras, ou entre a corporação e o cliente.
Neste contexto se encaixam as organizações virtuais, que são uma nova
forma de estrutura empresarial que possibilita o estabelecimento de cooperação
entre as empresas, com o suporte da Tecnologia da Informação, de forma
dinâmica e à medida da necessidade. As organizações colaboram com as suas
maiores e melhores competências e se comunicam eletronicamente como uma
maneira estratégica de aumentar a competitividade e abrangência.
3
Analisando, atualmente, os diversos setores da economia mundial, nota-se
que foram as empresas de tecnologia que claramente disparam na frente desta
integração e globalização. Empresas como Intel e Cisco atualmente só realizam
transações com seus parceiros pela internet. Depois desta primeira leva, diversos
outros segmentos da economia estão despertando para o comércio eletrônico.
O mercado petroquímico, extremamente competitivo e commoditizado,
despertou a pouco mais de um ano para a nova realidade, e os projetos no setor
vêm desenvolvendo-se com rapidez, como forma dos “players” atuais continuarem
na briga, em um mercado onde o fator crítico de concorrência é preço
(commoditie), e qualquer ganho competitivo em relação ao mesmo é vital.
A Innova, empresa petroquímica fabricante de Plástico Poliestireno,
insere-se neste contexto. Desta necessidade, diversos projetos de e-commerce
vêm sendo desenvolvidos na organização.
A partir do exposto, o presente trabalho tem por objetivo selecionar um
sistema de e-procurement, ferramenta de e-commerce que visa otimizar os
processos da área de compras de uma organização através da virtualização dos
processos rotineiros, como de cotação, negociação por leilão e colocação de
pedidos, para a Innova S.A..
A ferramenta deverá atender as necessidades da organização,
maximizando o resultado do trabalho da área de compras da empresa, através de
uma negociação mais efetiva e eficiente.
4
Desta forma, é conveniente apresentar um pouco a empresa, a
corporação na qual está inserida e o ambiente competitivo externo a qual é
exposta.
1.1 Caracterização da Empresa
A Innova, subsidiária do grupo argentino Perez Companc, é a primeira e
única empresa petroquímica sul americana a possuir um complexo integrado para
a produção de estireno e poliestireno. Instalada no Pólo Petroquímico de Triunfo
(RS), sua capacidade de produção é de 250 mil t/ano de estireno e 120 mil t/ano
de poliestireno (PS), sendo 70 mil/t de alto impacto e 50 mil/t de cristal.
A empresa surgiu de um projeto conjunto da Companhia Petroquímica do
Sul (COPESUL) (49%) e do grupo Perez Companc (51%), que vislumbrando a
deficiência do mercado de Poliestireno na América Latina, decidiram, no ano de
1997, construir um site integrado de PS no pólo petroquímico de Triunfo, com sua
produção baseada em matéria prima fornecida pela Copesul.
Com a desvalorização cambial em início de 1999, a Copesul decidiu por
ceder sua participação no projeto, que foi assumido em sua totalidade pelo grupo
Perez Companc.
Em 2000, a empresa fechou o ano com um faturamento US$ 133 milhões
e em 2001 alcançou os US$ 170 milhões, representado por um ano completo de
5
atividades, considerando que em 2000 a planta de poliestireno partiu apenas em
setembro, e em 2001 o mercado sofreu forte recessão de preços.
Para instalar o que há de mais moderno e dispor de avançados processos
para a fabricação de seus produtos, a Innova investiu cerca de US$ 250 milhões
em seu complexo. A empresa utiliza em sua unidade de estireno a tecnologia
norte-americana da ABB/Lummus. A unidade de poliestireno opera com a
tecnologia da italiana Enichem, que permite a produção de todos os grades com o
menor teor de monômero residual do mundo.
Com a maior capacidade produtiva de estireno e poliestireno do Brasil, a
empresa tem como objetivo ser líder sul americana na comercialização das duas
matérias-primas.
Com seu site integrado, a Innova assegura grande competitividade, com
redução de custos e capacidade de produção para suprir a demanda do mercado
brasileiro, que consumiu em 2000 aproximadamente 296 mil toneladas de PS, um
aumento de 15% em relação à 1999. Sua tecnologia global permitirá a exportação
de seu excedente produtivo de PS, principalmente para os EUA, o que agregará
cerca de US$ 20 milhões como superávit da balança comercial brasileira.
No mercado de poliestireno cristal e alto impacto, seus principais clientes
são as indústrias de transformação para os segmentos de eletroeletrônicos, linha
branca, descartáveis e embalagens. Destaca-se no Brasil como a única produtora
de PS de alto impacto com brilho similar ao ABS. Os segmentos de borracha
6
sintética, EPS, ABS, resinas acrílicas e poliéster são seus principais clientes no
mercado de estireno.
Estrategicamente instalada na região central do Mercosul, a empresa
dispõe de excelente infra-estrutura ao redor da planta, incluindo rodovias, ferrovias
e hidrovias, facilitando o acesso aos principais centros de consumo.
O compromisso da Innova é baseado na transparência das relações com
o cliente, valorização do meio ambiente e excelência em produtos e serviços. Sua
Política de Gestão de Qualidade e Meio Ambiente prioriza a ética e o respeito à
sociedade em todas as suas ações.
Recentemente, a Innova foi apontada pela revista exame como a empresa
de maior crescimento de faturamento, entre as 500 maiores empresas do Brasil.
Sua controladora, Perez Companc, é a maior produtora de estireno e
poliestireno da Argentina, com um faturamento anual da ordem de US$ 1,4 bilhão.
O Grupo Perez Companc é um dos maiores grupos sul-americanos com atuação
nas áreas de petróleo e petroquímica. No setor petroquímico, detém a liderança do
mercado argentino na produção de estireno e poliestireno, através de sua
controlada PECOM ENERGIA S.A..
Com a instalação da planta da Innova, no Brasil, o grupo consolida sua
estratégia de tornar-se líder no mercado sul-americano de estirênicos. O Grupo
Perez Companc também possui negócios em outros setores da economia, todos
eles localizados na América do Sul. Os negócios do grupo estão divididos em
cinco ramos de atividade: Refino e Petroquímica, Distribuição de Energia Elétrica,
7
Exploração e Produção de Petróleo e Gás, Comercialização e Transporte de
Petróleo e Gás e Reflorestamento.
1.2 Caracterização do ambiente
Será realizada uma breve descrição do ambiente externo e interno
onde está inserida a Innova S.A., para fins de ambientar a empresa em estudo
para o leitor.
1.2.1 Ambiente externo
O mercado petroquímico é notoriamente e historicamente um mercado de
commoditie, onde o mercado consumidor apresenta-se muito e quase que
exclusivamente sensível a preços.
Contudo, tem sido um mercado de grande crescimento nas ultimas
décadas. A explosão da utilização dos plásticos e descobertas de novas
aplicações para os mesmos tem impulsionado a industria petroquímica, gerando
ondas de investimentos.
Estas ondas de investimentos são decorrentes dos ciclos de preços que
tem afetado o segmento, diretamente influenciado pelo preço do petróleo (matéria-
prima), acarretando em ciclos de investimentos em épocas de excelente preço e
8
demanda pelos produtos, seguidos por ciclos mais “recessivos” ocasionados pela
oferta abundante do produto até uma adequação da demanda.
Dentro dos diversos tipos de plásticos existentes e utilizados, destacamos
o poliestireno, pois apresenta as mesmas peculiaridades do mercado
petroquímico. Os principais “players” neste mercado são grandes grupos
químicos, destacando-se a gigante Dow Quemicals, a alemã BASF, e no mercado
latino americano, o grupo argentino Perez Companc, controlador da Innova S.A..
A BASF e a Dow são também os principais concorrentes do grupo Perez
Companc na América Latina. A BASF possui unidades produtoras de Poliestireno
no pólo de Camaçari, Bahia, e a DOW com unidades também no Pólo de
Camaçari e no Pólo de Bahia Blanca, na Argentina.
1.2.2 Ambiente interno
A Innova, por seu pequeno tempo de constituição ainda é uma empresa
em “refinamento” da sua formação, apesar de já estar atuando ativamente no
mercado.
O perfil dos funcionários da empresa é jovem, com alguma participação
de empregados incorporados de outras petroquímicas, e o ambiente que
predomina é a informalidade. A busca de desafios e melhorias é estimulada em
todas ações da empresa.
9
Os processos de produção e financeiros, em geral, estão integrados pelo
sistema de gestão corporativa JDEdwards, versão World Software. O sistema
começou a ser implementado em 1998 e terá sua conclusão no primeiro semestre
de 2002, com a implementação dos módulos de custos e produção.
Como empresa em maturação, inserida em um mercado extremamente
competitivo, diversas oportunidades de ganhos competitivos e redução de custos
estão sendo buscadas.
Destacam-se dentre estas iniciativas, o projeto de e-commerce que foi
desenvolvido pela Perez Companc para a Innova, onde foram implementadas e
estão em utilização ferramentas de Supply Chain Management (SCM) e
Customer Relationship Management (CRM), que aliadas a uma plataforma de e-
commerce, garantem um posicionamento competitivo da Innova mediante seus
principais concorrentes. Atualmente, a empresa é a única petroquímica da
América Latina que através de seu site (www.innova.ind.br) , permite a inserção de
pedidos e on-line ATP (avaliable to promise), onde o cliente tem a visão de
quando estará disponível seu pedido para entrega, graças a integração do
JDEdwards (ERP, Enterprise Resourcing Planner), do SCM e do CRM.
1.2.3 Situação Problemática
O atual processo de compra da Innova apresenta, apesar de estar
integrado e refletido no ERP da empresa, diversos processos manuais de cotação
10
e negociação. Compras especializadas de insumos e matérias de reposição para
as plantas petroquímicas demandam um tempo ainda maior de dedicação para
efetivação de uma compra em condições satisfatórias.
Para melhorar a performance da área de compras urge a necessidade de
adoção de ferramentas de cotação, negociação e compra eletrônica de produtos e
serviços. Através delas, a empresa poderá ganhar maior agilidade no processo de
cotações, bem como melhorar as condições de negociação, tendo em vista a
possibilidade de participação de um número bem maior de fornecedores.
A adoção de uma ferramenta de e-procurement, que auxilie e agilize o
processo de compras da Innova, não se justifica somente pela possibilidade de
automação e melhores negociações, mas pelos ganhos refletidos em flexibilidade
e redução de custos da área e dos itens negociados, refletindo um ganho
competitivo para a empresa no mercado de Poliestireno.
Dando continuidade ao projeto, no próximo capítulo serão expostos o
objetivo principal do trabalho e seus objetivos secundários.
11
2 OBJETIVOS
Os objetivos aqui traçados servem como linha mestra para a
estruturação deste trabalho, devendo ser totalmente abordados, conforme permita
a organização em estudo.
2.1 Objetivo Geral
Mapear e analisar o atual processo de compras da Innova S.A, visando
selecionar, dentro das diversas alternativas de mercado, uma ferramenta de e-
procurement que melhor atenda às necessidades do setor de compras e da
empresa.
2.2 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos do trabalho podem ser descritos como:
12
- Mapear e analisar o atual processo de compras adotado pela Innova S.A.;
- Analisar o “perfil comprador” da empresa, com base no histórico de compras;
- Levantar as necessidades e expectativas necessárias pela Innova S.A. em uma
ferramenta de e-procurement, para determinação de critérios de seleção;
- Analisar soluções de e-procurement (portais) disponíveis no mercado
brasileiro, possibilitando a escolha para a Innova S.A., conforme critérios
estabelecidos.
13
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo analisou-se diversas literaturas com fim de conceituar os
objetivos propostos e a metodologia deste trabalho. Para tanto, serão analisados
os principais conceitos abordados neste trabalho, sendo eles: Tecnologia da
Informação, Internet, e-Commerce, Processo de Compras e mais especificamente
e-Procurement.
3.1 A tecnologia da informação
A tecnologia da informação está revolucionando a cadeia de valor em
cada um de seus pontos. Conforme McGowan (1997), o termo cadeia de valor
agregado vem da área de micro-economia, onde é utilizado para descrever os
vários passos que um bem ou serviço atravessa desde a matéria prima até o
consumo final. Nenhuma empresa ou organização será capaz de isolar-se e
escapar aos seus efeitos. McGowan (1997) afirma que não se consegue saber
bem quão ampla e profundamente a tecnologia está transformando a maneira de
14
conduzir novos negócios, nem qual o desempenho potencial das empresas que de
fato compreendem a natureza deste processo. Um dos fatos mais importantes
nesta revolução foi o aparecimento da internet, associado aos sistemas multimídia
dos computadores atuais.
De acordo com Tapscott (1997) as transformações provocadas por
esta recente estão criando uma nova hierarquia de promessas, todas em cascata
ascendente, para formar o novo modelo de riquezas: a empresa em rede. Para
cada um desses níveis há uma tecnologia que o torna possível. E para cada um
desses níveis há uma mudança fundamental na natureza do trabalho que está
ocorrendo. Estes níveis, em ordem crescente de envolvimento do indivíduo e
integração tecnológica e conseqüente integração empresarial e social, são
descritos a seguir:
• O indivíduo eficiente
Trabalhadores do conhecimento não conseguem integrar as novas
ferramentas à seu trabalho. A multimídia está mudando este quadro drasticamente.
O computador pessoal está se transformando em computador multimídia
integrando o poder rico e natural do áudio, imagem e vídeo. Os computadores
atuais já são vendidos com uma unidade de CD-ROM capaz de armazenar vastas
quantidades de informações em vários meios. Usando estas ferramentas as
pessoas podem aprender em muito menos tempo, e conforme o aprendizado se
integra ao trabalho, as ferramentas multimídia passam a ser a base de um
aprendizado permanente.
15
A eficiência (fazer melhor) resulta em economia de tempo que, por sua
vez, pode ser reinvestida na eficácia pessoal (fazer a coisa certa).
• A equipe de alto desempenho
O fluxo de informações que era vertical na organização hierárquica
tradicional, com várias camadas de gerência, passa a ser substituído por equipes
interligadas em rede. O foco desloca-se do indivíduo que se reportava ao gerente
para equipes que funcionam como unidades de serviço de servidores e clientes.
Com este novo modelo o conceito de “cadeia de valor” passa para a nova noção
de “rede de valor”, cuja principal característica é encorajar a flexibilidade, a
inovação, o espírito empreendedor e a capacidade de resposta.
• A organização integrada
As unidades de negócio podem ser vistas como clientes e servidores
ligados em rede, trabalhando em uma estrutura organizacional, modular e flexível.
É uma nova arquitetura implantada onde a empresa passa a ter uma “info-
estrutura” com a qual poderá passar a ser uma empresa integrada, onde os níveis
gerenciais não são necessários.
Um exemplo deste tipo de nova empresa é a Federal Express, que
detêm 50% do mercado de entregas na América do Norte, obtendo o controle
positivo do andamento de cada encomenda com um sistema de rastreamento
eletrônico em tempo real, através de um sistema de computação integrado.
• A empresa ampliada
16
A computação inter-empresas permite que os fornecedores antevejam
a demanda por seus produtos, e também ajudem os lojistas a fortalecer suas
redes de suprimentos, reduzir os estoques, e melhorar as disponibilidades dos
produtos nas prateleiras. Em vez de simplesmente comprar, as empresas fazem
parcerias com quem é competente, ou se unem a companhias que possuem
outros talentos.
• A empresa interligada em rede
Esta é uma experiência que está dando os seus primeiros passos,
onde um grupo de empresas de produtos e serviços unem-se para executarem em
conjunto de atividades que requerem inúmeros participantes, como por exemplo,
na construção de casas mobiliadas. E assim em dezenas de outras atividades as
facilidades oferecidas pela internet permitem a interligação de empresas para a
execução de projetos comuns em tempos reduzidíssimos como jamais seria
esperado.
A possibilidade de utilização da internet e outras tecnologias de
conectividade para realização de parcerias, trocas de informação em tempo real e
desenvolvimento de projetos e produtos conjuntos supera qualquer
dimensionamento físico e geográfico das novas corporações, estendendo suas
atividades para muito além das fronteiras tradicionais.
17
3.2 A internet agregando valor aos negócios
A internet é um sistema de distribuição das informações espalhadas
por vários países e é o mais conhecido componente da infra-estrutura da rede de
INFOVIA.
De acordo com Tapscott (1997), ela não foi criada por interesse social,
mas para suprir objetivos estratégicos do Departamento de Defesa Americano. A
internet foi idealizada como um sistema de informações em 1969 pelo –
ADVANCED RESEARCH PROJECTS AGENCY (ARPA), que faz parte de
Departamento de Defesa Americano.
O que inicialmente era restrito ao uso de pesquisa e educação, passou
a expandir-se de tal forma que tornou-se muito difícil manter ás regras restritivas
inicialmente impostas e hoje tornou-se a rede das redes, com acesso global a
computadores e bases de dados, não importando a diversidade, e baseando-se
na utilização dos sistemas de telefonia locais interconectados.
Ditado pelo rápido crescimento de diferentes tecnologias da
informação, a internet surgiu e rapidamente consagrou-se como solução para a
integração de negócios, alterando processos estruturais e oferecendo às
empresas um novo e poderoso canal de comunicação com o mercado. A
condução de transações comerciais em ambientes mediados pela internet
apresenta-se como um novo canal para o desenvolvimento destes negócios e
relações de trocas com clientes, fornecedores, distribuidores e parceiros. Para
isto, entretanto, as empresas precisam estar preparadas para enfrentarem este
18
novo desafio de estabelecimento em rede, buscando definir estratégias de
atuação para posicionarem-se de forma competitiva na internet.
Além das vantagens de permitir acesso facilitado com baixos custos a
fornecedores e distribuidores, a internet oferece, na área de compras, várias
vantagens de "desintermediação", como: redução do tempo de contato, conexões
rápidas e confiáveis em qualquer lugar do mundo, atualização de informações,
suporte aos produtos e serviços, que tornam o investimento na rede mais que
justificável.
De acordo com Martin (1999), as empresas operarão através de uma
série de relacionamentos que acontecem através das seguintes redes de
comunicação:
• Internet : o relacionamento com o cliente
Este é o sistema mais conhecido e a tendência é que a Web propiciará
oportunidades inusitadas para as empresas interagirem com clientes tradicionais
e criarem diálogos contínuos com novos clientes.
• Intranet : o relacionamento entre funcionários
É um sistema interno de informações distribuídas por uma empresa ou
organização para uso exclusivamente interno. É gerido por um sistema em que
cada funcionário recebe uma senha de acesso, cuja finalidade é manter estranhos
do lado de fora. No futuro da internet, empresas espertas usarão suas intranets
19
para fortalecer as relações entre os funcionários e aprimorar suas habilidades e
conhecimentos.
• Extranet : o relacionamento parceiro-distribuidor
A extranet é similar a intranet, embora seja utilizada particularmente
fora da empresa. As empresas recrutarão parceiros de negócios, fornecedores e
distribuidores para criarem e controlarem seus próprios registros, preencherem
seus próprios formulários e tornarem-se efetivamente parte integrante da empresa.
Com relação à área especifica de compras, utiliza-se no momento a
extranet – sistema fechado com acesso restrito – e a internet – sistema aberto –
para a cotação de preços e emissão de pedidos de compra.
3.3 Comércio Eletrônico (e-Commerce)
Entre as diversas conceituações de e-commerce existentes, escolheu-
se a do consultor Peter Druker, pela sua abrangência efetiva e também pelo
notório reconhecimento expresso de tal administrador que vivenciou tão bem a
velha economia e agora sintetiza a nova:
“E-commerce se traduz na explosão da internet como um importante, talvez o mais importante, canal de distribuição mundial de bens, serviços, e surpreendentemente, trabalhos e gerenciamento.” (Peter Druker, 1997)
20
Por este conceito, temos o e-Commerce como a atividade comercial
realizada por meios eletrônicos, principalmente a internet, utilizando para tanto
diversas tecnologias integradoras e transacionais, em suas diversas modalidades,
onde as principais são descritas na seqüência. Cabe salientar a utilização da
internet para comércio não somente de mercadorias, como também de serviços
(serviço de correio eletrônico, por exemplo), e ainda destaca Druker em sua
definição, trabalho e gerenciamento (contratação de consultorias remotas, por
exemplo, ou suporte a determinados produtos).
3.3.1 Tipos de E-Commerce
Abordaremos brevemente algumas modalidades básicas de e-
commerce, de acordo com Tapscott (1997), que tem se demonstrado vencedoras
na internet, apontando seus novos caminhos.
Entretanto, salienta-se que a internet está longe de limitar-se a estes
modelos de negócio, pois como foi visto, a quebra de paradigmas e a reinvenção
da cadeia produtiva são fatores chaves de sucesso no planejamento digital.
• Business to Business (B2B)
É o modelo de e-commerce que mais vem crescendo na internet, e é o
grande potencial de ganho que as organizações tem vislumbrado e investido.
Trata-se da conexão entre empresas de maneira virtual, de forma colaborativa,
principalmente entre fornecedores e empresas, buscando continuidade no
21
processo produtivo. Ex: www.chemconnet.com, site que integra mundialmente
empresas da área química para possibilidades de negócios.
• Business to Consumer (B2C)
É a disponibilidade dada pelas organizações do seu cliente final
adquirir produtos e serviços diretamente, sem intermediações, através de seu site
ou portal. Ex: www.amazon.com, famosa e pioneira livraria virtual, com vastíssimo
acervo disponibilizado diretamente ao consumidor final pelo seu portal. Cabe
ressaltar que uma bem desenvolvida cadeia de B2B entre a empresa e as editoras
permitem uma melhor eficiência no serviço.
• MarketPlaces
É o modelo de negócios baseado na criação de espaços virtuais para
aproximação de fornecedores e consumidores, empresas ou consumidores finais,
com objetivo de criação de rede de fornecimento. O portal lucra com uma
porcentagem sobre transações realizadas. Ex: www.mercador.com, site que visa
integrar supermercados com sua rede de fornecedores, permitindo negociações
integradas e maior flexibilidade de fornecedores
• Consumer X Consumer
São os famosos sites de leilão ou troca, onde qualquer pessoa ou
empresa pode disponibilizar seus produtos ou bens sem interesse para
negociação. Pode ser comparado com o “mercado das pulgas” existentes mundo
afora. Ex: www.lokau.com, famoso site brasileiro de leilão.
22
• E-Provider
Sites especializados em fornecimento de serviços para qualquer
finalidade, como serviços de agenda, suporte, etc. Ex: www.elefante.com, serviço
do provedor de internet Universo On-line (UOL) que disponibiliza uma agenda
virtual, e lembra os compromissos agendados por e-mail.
• E-procurement
E-procurement é o processo de negociação e compra de materiais e
serviços via internet, geralmente centralizado por sites especializados. O tema
será abordado em detalhe no item 3.5.
3.4 Processo de Compras
De acordo com Slack (1997), a função compra tem por finalidade suprir
as necessidades de matérias ou serviços de uma organização. É sua tarefa
básica obter um fluxo contínuo de suprimento, com o mínimo de investimento, com
os menores preços e prazos de pagamentos, obedecendo a padrões de
qualidades definidos.
23
Tradicionalmente a área de compras subordinava-se aos
departamentos de materiais ou suprimentos. Hoje tende a integrar-se à área de
logística ou à setores mais estratégicos, dependendo da natureza e característica
da empresa. Como o ato de compra implica necessariamente em dispêndio de
recursos, faz dela uma atividade ainda cercada de uma série de controles,
documentos e procedimentos burocráticos para maior segurança de pagamentos,
como: “aprovações” para compra, registros de compras, registros de cotações e
preços, registros de fornecedores, arquivos e especificações.
Entre as atividades típicas de um departamento de compras pode-se
citar: investigação de fontes de fornecimentos, recebimento e análise de
requisições, cotações de preços, análise da melhor opção de recebimento, efetuar
compras, acompanhar o recebimento de materiais e resolver problemas com
fornecedores.
De acordo com Dias (apud SILVA, 2001) as características mais
comuns de um sistema de compras são:
• Sistema de compras a 3 cotações: Exige-se um mínimo de 3 cotações após
a pré-seleção de diversos fornecedores.
• Sistema de preço objetivo: É usado em alguns casos onde se conhece
previamente o preço justo.
• Duas ou mais aprovações: No mínimo duas pessoas estão envolvidas em
cada decisão de compra, o que estabelece uma certa defesa nos interesses da
empresa.
24
• Documentação escrita: Todas as informações são através de documentação
escrita anexa aos controles de compras. Isto possibilita qualquer verificação
posterior.
Os documentos mais usuais são a solicitação ou requisição de
compras, que é normalmente emitida pelo setor que necessita do material ou
serviço. Este documento normalmente é também utilizado para registro das
cotações de preços. O outro documento muito utilizado é a ordem de compra que
é emitida após a decisão de compras e contendo as assinaturas dos
responsáveis pela aquisição do material ou serviço. É emitida em várias vias,
sendo uma enviada ao fornecedor e as demais aos setores envolvidos no
recebimento e pagamento.
Empresas modernas que dispõem de sistemas integrados de gestão já
possuem a maioria dos sub-processos e documentos citados integrados ao seu
ERP, aumentando a eficiência do processo de compras.
3.4.1 Objetivo da função compras
A maioria das empresas adquire grande variedade de produtos ou
serviços, sendo que o volume e o valor dessas compras têm crescido, à medida
que as organizações se têm concentrado em seus “processos fundamentais”.
Apesar da variedade de compras e serviços efetuados pela área de compras há
alguns objetivos básicos da atividade de compras, que são válidos para todos os
25
materiais e serviços adquiridos. Eles são denominados “os cinco corretos”
conforme coloca Slack (1997):
a) Comprar ao preço correto
b) Comprar para entregar no momento correto
c) Comprar na quantidade correta
d) Comprar na qualidade correta
e) Comprar na fonte correta
3.5 E-Procurement
O e-procurement é um sistema para empresas, onde vendedores e
compradores, se encontram para efetuar transações comerciais. Funciona através
da internet e normalmente, ao invés de ficarem procurando fornecedores ou
fazendo cotações, as organizações se utilizam de um intermediário e fazem o
pedido através dele, os quais são chamados INFOMEDIÁRIOS. Quando esses
intermediários atendem apenas um setor específico são chamados de portais
virtuais. Estes portais operam os sistemas e podem ser acessados de qualquer
computador que esteja conectado a internet.
Conforme Amor (apud SILVA, 2001), o e-procurement é um dos
serviços on-line na área de business-to-business, que apresenta uma
oportunidade enorme para que as empresas cortem seus gastos. Este é um
26
sistema que transfere para a web o processo de gerenciamento de compra de
suprimentos e que vem trazendo muitos benefícios para as empresas que já o
utilizam nas compras de materiais indiretos. Ao entrarem em um site de e-
procurement, têm a possibilidade de comprar todos os materiais não produtivos e
diversos tipos de serviços, como os materiais de escritório, de informática,
produtos médicos, alimentícios, serviços de manutenção predial, profissionais
legais, entre outros. No e-procurement, o mercado é orientado pelo comprador,
onde ele anuncia seus pedidos para fornecedores que competem entre si pela
melhor oferta.
Com o e-procurement, as empresas descobrem uma maneira rápida
de alcançar redução de custos e melhor eficiência. O resultado é reduzir não só o
tempo de compra, como toda burocracia para sua efetivação, evitando assim troca
de fax, correspondências via correio e negociações ao telefone. O foco inicial tem
recaído sobre as compras de materiais indiretos como artigos de escritório,
manutenção, reparo e limpeza. Em questões de minutos, tarefas que antes
levavam dias são concluídas com um simples toque. A idéia é entrar com o
pedido, que é enviado à vários fornecedores simultaneamente, retornando com os
preços.
O avanço do e-procurement abre espaço para empresas como o
WebB, Mercado Eletrônico e NeoGrid. Os dois primeiro são sites que já começam
a criar comunidades na internet e a última é especializada em programas de
compra para instalação integrada ao ERP de empresas.
27
De acordo com Amor (apud SILVA, 2001), os portais de e-procurement
devem ter as seguintes características fundamentais:
• Interface para aplicações: As soluções precisam fornecer interface para
outras aplicações, como sistemas de pagamentos e de pedidos e ERP de
clientes e fornecedores.
• Pagamento: Deve sustentar diversos modelos de pagamentos, para
diferentes sistemas de negócios e preferências de usuários.
• Relatórios: Através de um relatório deve ser possível determinar o que os
clientes realmente querem comprar.
• Termos e condições: Para tornar um contrato realmente legal, é necessário
mostrar os termos e condições.
• Banco de dados: A informação sobre o produto é armazenada em um banco
de dados separado do seu lay-out.
• Instrumentos de busca: Os clientes devem encontrar um item especifico com
um clique de mouse.
• Logística de entrega: Os clientes devem saber em quanto tempo a
mercadoria será entregue e o valor discriminado do frete.
28
3.5.1 Mercado de e-procurement
De acordo com material fornecido pela empresa Mercado Eletrônico
(2001), um estudo realizado pelo CSFB Tecnology Group aponta que em 2005, o
volume de negócios gerados em todo mundo será de 43 trilhões de dólares.
US$ 47 T
2005
US$ 30 TUS$ 12 T
Todas transações comerciais entre empresas (on-line/off-line)
Comércio Eletrônico entre empresas
Marketplaces
Receita gerada pelo volume transacionado
US$ 425 B
Fonte: CSFB Technology Group
Adoção Global de
Comércio Eletrônico e B2B MarketPlaces
Figura 1 - Comercio Mundial em 2005
Já o volume de negócios realizados eletronicamente será de 30
trilhões, ou seja, praticamente dois terços de todos negócios no globo serão
realizados por meios digitais. Já o volume financeiro movimentado por transações
financeiras será de 12 trilhões, ou seja, um quarto das transações serão através de
MarketPlaces, incluindo os portais de e-procurement, gerando uma receita de 425
bilhões de dólares para estes sites.
29
Estudos como estes apontam uma excelente oportunidade de
investimento no setor, que já está em fase de maturação. Entretanto, estes estudos
têm sido revisados constantemente, face mudanças no mercado mundial, mas
sem dúvida, não perdem sua validade como indicadores da promissoriedade do
mercado de e-procurement.
3.5.2 Abordagem estratégica do e-procurement
São diversas as ferramentas de negociação oferecidas pelas soluções
de e-procurement existentes no mercado. Entretanto, três principais modalidades
se destacam, tendo elas diversas variantes, mas podendo ser resumidas da
seguinte maneira:
• RFQ ( Request for Quotation): É a automação do processo tradicional de
cotação através de ferramentas eletrônicas. Consiste exibir através de um portal
uma requisição de cotação, onde os fornecedores interessados devolvem suas
ofertas para a oportunidade. Findo um determinado período, o cliente visualiza
todas cotações e pode estar decidindo de qual fornecedor adquirir o bem ou
serviço. Este processo permite uma rápida cotação com diversos fornecedores,
e elimina todo trabalho operacional de enviar fax, receber cotações,
acompanhamento, etc... Muito utilizado principalmente para itens de baixo valor
financeiro e estratégico para a empresa, como materiais de escritório.
30
• Leilão Reverso: É um processo de leilão, onde em determinado período,
diversos fornecedores são convidados para darem lances por determinada
opção de venda ou contrato. Os fornecedores competem diretamente em preço,
dando lances sempre buscando oferecer a melhor oportunidade, uma vez que
outras condições como frete, quantidade, etc, já foram delimitadas pelo
comprador. Findo o período do leilão, o comprador fecha a compra com o
fornecedor de menor preço. O leilão é bastante utilizado em ocasiões de itens
de alto valor com razoável gama de fornecedores, que permita a competição, ou
ainda em negociação de contrato de fornecimento de diversos itens ou serviços
(pacotes).
• Catálogo: Ainda pouco utilizada no Brasil pelos portais de e-procurement,
trata-se de disponibilizar na internet um catálogo de fornecimento de itens com
preço algumas vezes pré-acordados entre comprador e fornecedor. Ou o
fornecedor mesmo toma a iniciativa de oferecer seus produtos em formato de
catálogo eletrônico na internet. É o que mais se assemelha ao “supermercado
virtual”. Possui oportunidades de ganho para automação de aquisição de
produtos de baixo valor, contudo com pequena gama de fornecedores ou ainda
cartelizados, o que geralmente leva somente a processos de cotação repetitivos
e sem sentido, pela falta de competidores.
Com base nestas modalidades básicas, de acordo com material
fornecido pela Mercado Eletrônico (2001), temos a seguinte distribuição
estratégica das compras de uma organização e das ferramentas de compras
oferecidas por uma solução de e-procurement:
31
Quadrante 04Materiais eServiços
Estratégicos
Quadrante 02Materiais eServiçosTécnicos
Quadrante 01Commodities de
Baixo Valor
Quadrante 03Commodities de
Alto Valor
Abordagem Estratégica do e-ProcurementAbordagem Estratégica do e-Procurement
Valor EstratégicoValor Estratégico
$ V
alor
$ V
alor
Qu
antid
ade F
orn
ecedo
resQ
uan
tidad
e Fo
rneced
ores
RFQRFQ CatálogoCatálogo
Leilão ReversoLeilão Reverso
Figura 2- Aplicação Estratégica do e-Procurement
Por este quadro, é possível visualizar a utilização da ferramenta de RFQ
(Request for Quotation) principalmente para commodities de baixo valor financeiro
e estratégico e com boa gama de fornecedores. Já catálogos seriam mais viáveis
para materiais e serviços com considerável valor estratégico, contanto poucos
fornecedores e baixo valor de mercado. Por último, o leilão reverso seria
principalmente aplicado para commodities de alto custo financeiro para a
organização, e alguns materiais e serviços estratégicos. Ainda de acordo com a
Mercado Eletrônico (2001), os principais materiais estratégicos com poucos
fornecedores deveriam ter sua negociação totalmente realizada pela organização
no “cara a cara”, como forma de garantir a lealdade e parceria destes
fornecedores.
32
4 MÉTODO
Tendo o trabalho objetivo de selecionar uma ferramenta de e-
procurement existente no mercado para organização em estudo, elegeu-se o
modelo de PROPOSIÇÃO DE PLANO, ou seja, apresentar uma solução para
problemas já diagnosticados. Devido a limitações do estudo impostas pela
organização, a implementação do plano não será abordada.
Neste contexto, a estratégia escolhida para o trabalho foi de estudo
exploratório, tendo como método a realização de uma pesquisa-ação
A estratégia e o método de pesquisa escolhidos, bem como as
técnicas de coleta e análise de dados utilizadas são descritos nos tópicos
seguintes.
33
4.1 Estudo Exploratório
O projeto inicia com um estudo dos processos de compras da
organização, partindo de uma observação participante do setor de compras da
empresa, o que fundamenta uma estratégia de pesquisa de caráter exploratório,
uma vez que busca compreender como ocorre uma determinada situação e a
partir daí, construir um referencial para as próximas ações. Também caracteriza-se
como pesquisa exploratória a busca em materiais na internet e publicações
especializadas sobre o mercado de e-procurement brasileiro e soluções
disponíveis, para determinar quais soluções seriam analisadas com maior
profundidade.
4.2 Pesquisa-ação
De acordo com Thiollent (apud SPINK, 1979) a pesquisa-ação tem “o
duplo e explícito propósito de auxiliar e reflexão, formulação ou implementação da
ação e desenvolver, enriquecer ou testar quadros de referência teóricos ou
modelos relevantes ao fenômeno estudado”. Por esta definição, temos que a
pesquisa-ação não existe de maneira totalmente padronizada e estruturada, pois
os procedimentos e etapas se adaptam conforme a proposta, organização e
ambiente em estudo. Por isto, seu alto grau de utilização para pesquisas em
organizações, onde a homogeneidade dos métodos científicos mais tradicionais
dificilmente se adaptam a realidade das organizações e dos atores envolvidos.
34
Conforme Silva (apud ROESCH, 1996), a pesquisa-ação propicia a
aquisição de conhecimento com o pesquisador diretamente envolvido na
organização e na busca do objetivo proposto, desenvolvendo conceitos e
explicações com base nos dados levantados, e não por uma métrica tradicional de
pesquisa metodológica, que tenta enquadrar o observador e a organização em
modelos estruturados e definições operacionais.
Thollient (1996, p.14) resume bem ao definir que:
“...a pesquisa ação consiste essencialmente em acoplar pesquisa e ação em um processo no qual os atores implicados participam, junto com os pesquisadores, para chegarem interativamente a elucidar a realidade em que estão inseridos, indentificando problemas coletivos, buscando e experimentando soluções em situação real.”.
Face a esta conceituação, adotou-se o método de pesquisa ação ao
estudo, pois o mesmo teve alta participação do pesquisador junto aos atores
(setor de compras da empresa e fornecedores de soluções de mercado),
buscando entender o processo atual de compras da organização, e com base no
levantado, buscar no mercado soluções aos seus pontos críticos.
4.2.1 Etapas da Pesquisa-ação
De acordo com Thiollent (1997), a pesquisa-ação, apesar de sua
variabilidade, deve ter no mínimo quatro macro-etapas, definidas como:
35
• Exploratória: Onde os pesquisadores e alguns membros da organização em
estudo começam a detectar os problemas e oportunidades, atores envolvidos, a
capacidade de ação e os tipos de ação possíveis de serem tomados.
• Pesquisa Profunda: A situação problema é pesquisada através de diversas
formas de coleta de dados, que são discutidos e progressivamente
interpretados pelos atores e pesquisadores.
• Ação: Com base nas informações em levantamento e discussões em curso,
tomada de ações visando a continuidade do processo de pesquisa-ação rumo
ao seu objetivo, difundir os resultados e apresentar propostas para negociação
entre as partes interessadas.
• Avaliação: Tendo por objetivo, observar, redirecionar o que realmente
acontece (tomada de medidas para mudanças na organização, conforme
resultados apresentados), e resgatar o conhecimento adquirido no decorrer do
processo.
4.3 Técnicas de coleta de dados
Para realização deste trabalho, foram utilizadas diversas técnicas de
coletas de dados, muitas delas utilizadas em diversas etapas da pesquisa,
inclusive envolvendo documentos gerados em etapas anteriores, para continuo
desenvolvimento de conhecimento e busca do objetivo, processo comum na
realização de pesquisas-ação.
36
4.3.1 Análise de documentos
A análise de documentos existentes na organização é muito utilizada
como fonte de informações durante a realização de pesquisas em administração,
tanto de natureza quantitativa como qualitativa. Aproveitar a documentação
existente na organização, bem como documentações de terceiros ou de mercado,
permitem ao observador um maior conhecimento da organização, bem como
entendimento do contexto onde a mesma está inserida.
A utilização de documentação existente sobre a implementação do
ERP na organização, bem como de documentos fornecidos por empresas
fornecedoras de soluções de e-procurement, agregado a documentos em sites e
revistas especializadas, foram de grande valia para entendimento do processo de
compras da empresa e de suas necessidades, bem como para mapeamento e
entendimento das soluções propostas pelos fornecedores.
Pode-se caracterizar também o estudo sobre os dados existentes no
ERP da empresa como análise de dados secundários, pois os mesmos não foram
gerados pelo pesquisador, tendo sua origem no histórico de compras da empresa,
arquivado de maneira eletrônica no banco de dados do sistema.
37
4.3.2 Observação participante
De acordo com Roesch (1996), a observação participante tem sido
utilizada para estudo nas organizações principalmente de duas maneiras: de forma
encoberta, quando o participante se emprega da organização, e seu objetivo não é
conhecido pelos outros atores da organização, e de forma aberta, quando o
pesquisador é autorizado pela organização a realizar seu estudo e todos membros
da empresa sabem de seus objetivos.
No projeto desenvolvido, a observação participante foi de caráter
aberto, pois apesar do pesquisador ser um empregado da organização, seus
empregados tinham conhecimento dos objetivos da observação, bem como de
sua interação com os caminhos e resultados do projeto. Foi através de
observação participante que o pesquisador pode atuar na modelagem do
problema, mapear o processo de compras da organização, bem como selecionar
juntamente com a organização, a ferramenta de e-procurement para a mesma.
Não se pode caracterizar as reuniões que ocorreram durante o trabalho
como entrevistas em profundidade ou entrevistas em grupo (focus group), pois as
mesmas não tiveram um roteiro de execução semi ou estruturado, nem foram
conduzidas pelo participante de maneira a não ter interferência do mesmo nos
resultados esperados. Desta forma, estas reuniões se caracterizariam mais como
observação participante.
38
5 MAPEAMENTO DO PROCESSO ATUAL E ESCOLHA DA
SOLUÇÃO DE E-PROCUREMENT
Para correto mapeamento e análise do setor de compras da Innova e
de seus processos, bem como possibilitar a escolha de uma solução de e-
procurement, neste capítulo serão analisados os seguintes aspectos: o atual
processo de compras, perfil da Innova como compradora, expectativas do
departamento de compras em relação a uma solução de e-procurement, o
processo de escolha de uma solução no mercado e os resultados obtidos no
processo.
Um aspecto importante quando falamos do processo de compras da
Innova e das atividades do setor de compras é destacar que o mesmo não é
aplicável para as matérias primas fornecidas de maneira integrada (tubulação)
pelo próprio pólo petroquímico, tais como Eteno, Benzeno, utilidades (vapor, água,
energia elétrica) e gases. Estes produtos, pela logística integrada do pólo
petroquímico, de tubulações, tem seu fornecimento acordado em contratos de
longo prazo, com preços fixados em cotações internacionais, e limites máximos e
39
mínimos de quantidades de consumo, não tendo nenhuma variabilidade de
fornecedores. Os mesmos tem seus consumos medidos pela área de produção,
que encaminha os valores a logística, que procede com a aferição e encaminha
pagamento ao setor financeiro. Desta forma, estes insumos não possuem seu
processo de negociação e compra centralizado pelo setor de compras, sendo
excluídos deste estudo e não influindo na escolha da solução de e-procurement.
5.1 O processo de compras da Innova S.A.
Através de entrevistas com compradores da Innova e estudo da
documentação existente referente a implementação do ERP JDEdwards na
empresa, foi possível levantar os três principais processos de compras praticados
pela empresa: Processo de Compra Comum (MRO), Processo de Compra de
Insumos e Embalagens e Processo de Compra por Acordo de Fornecimento.
5.1.1 Processo de Compras Comum (MRO)
O processo de compras comum é o utilizado pela maioria dos usuários
da Innova, sendo este processo o gerador do principal volume trabalho operacional
da área de compras. Isto ocorre devido tanto a sua abrangência quanto a
diversidade dos itens a serem adquiridos, tanto pela gama de fornecedores que
necessitam ser prospectados a cada item não usual. É por este processo de
40
compras que todos usuários executam pedidos de compras de materiais não
ligados diretamente a área de produção, contudo, alguns materiais de utilização
direta também seguem este circuito.
Basicamente, o processo se inicia com o usuário solicitante
preenchendo uma requisição de fornecimento no ERP (vide Anexo C), a mesma
segue uma cadeia de aprovação (workflow do setor). Caso seja rejeitado, a
solicitação é anulada. Do contrário, a mesma automaticamente aparece como
solicitada para a área de compras.
No setor de compras, a partir da solicitação, é gerado um pedido de
cotação para o material a ser adquirido. O mesmo é impresso e passado por fax
ou enviado por e-mail aos fornecedores do tipo de mercadoria. Em caso de novo
tipo de item, é necessária uma prévia prospecção no mercado sobre potenciais
fornecedores do item e cadastramento dos mesmos no ERP para possibilitar a
geração dos pedidos de cotação. Este fato acaba gerando, muitas vezes, uma
boa carga de trabalho ao setor de compras e não agrega diretamente à eficácia
da negociação. Após o envio aos potenciais fornecedores, é realizado pelo
comprador um acompanhamento junto aos fornecedores, por telefone ou e-mail.
Dependendo do tipo de material a ser adquirido, no prazo de até três
dias é recebido retorno dos fornecedores com suas propostas. As mesmas são
digitadas no ERP, analisadas pelo comprador, levando em consideração
condições de preço, prazo de entrega e formas de pagamento, e para a proposta
vencedora é emitido no ERP uma Ordem de Compras.
41
A Ordem de Compras segue pelo ERP um workflow de aprovação
agora interno da área de compras, passando pelo “de acordo” do Gerente de
Serviços da empresa. Uma vez aprovada, a mesma é enviada por e-mail ou fax ao
fornecedor e arquivada para auditoria.
Conforme prazo de entrega, o comprador acompanha junto ao
fornecedor a entrega da mercadoria e pode ou não negociar com a transportadora
seu envio (CIF ou FOB).
Na entrega do produto na empresa pela transportadora, o Almoxarifado
realiza conferencia física do produto com a nota fiscal, e lança o recebimento da
nota fiscal junto a ordem de compras correspondente no ERP, encaminhando a
Nota Fiscal física para pagamento ao setor financeiro.
Pontos Fortes Observados no Processo:
• Alto grau de informatização provido pelo ERP no processo;
• Workflows bem definidos e automatizados pelo ERP;
• Baixo índice de papel e controle manual gerado;
• Processo razoavelmente rápido se considerado uma alternativa manual
do mesmo;
• Integridade da informação garantida pelo ERP nas diversas etapas do
processo.
42
Pontos Fracos Observados no Processo:
• Não existe uma relação direta entre o item a ser adquirido e os
potenciais fornecedores no ERP;
• O trabalho de prospecção de fornecedores toma muito tempo do setor;
• O trabalho de acompanhamento da resposta das cotações e
recebimento das mercadorias toma muito tempo do setor;
• Existem ainda muitos processos operacionais e repetitivos como
impressão das ordens de compra e utilização de Fax.
5.1.2 Processo de Compras de Insumos e Embalagens
O processo de compras de insumos e embalagens é utilizado para
aquisição de itens diretamente ligados a produção e de significativa participação
no custeio do produto final. É amplamente utilizado pelo almoxarifado da empresa
para reposição de estoque de materiais utilizados na produção, tais como
compostos químicos e embalagens e tem sua emissão de fornecimento somente
emitida pelo setor. Geralmente, possuem uma boa variação de preços e
condições comerciais conforme sazonalidades ou negociação, não sendo muito
recomendável o estabelecimento de contratos de fornecimento com fornecedores
exclusivos.
43
O processo tem seu fluxo detalhado no Anexo B, tendo seu início no
almoxarifado da empresa, realizando uma solicitação de fornecimento pelo ERP,
devido a baixo nível de estoque ou ponto de reposição atingido. A solicitação
passa por um fluxo de aprovação, e caso aprovada segue para o setor de
compras da empresa.
O setor de compras, com base na requisição, emite um pedido de
cotação, deste ponto em diante, o processo segue o mesmo fluxo do processo de
compras comum, com a diferença que a análise das propostas, acompanhamento
e negociação dos itens é muito mais delicada e fruto de atenção, pelo seu valor e
impacto no custeio da produção, necessitando de um esforço e atenção especial
pelo setor de compras.
Pontos Fortes Observados no Processo:
• Alto grau de informatização provido pelo ERP no processo;
• Workflows bem definidos e automatizados pelo ERP;
• Baixo índice de papel e controle manual gerado;
• Processo razoavelmente rápido se considerada uma alternativa manual
do mesmo;
• Integridade da informação garantida pelo ERP nas diversas etapas do
processo.
44
Pontos Fracos Observados no Processo:
• A etapa negociação e acompanhamento dos fornecedores na fase de
cotação não é inserida e refletida no ERP, envolvendo controles e
análises manuais (planilhas de Excel) e baixo potencial de análise por
dados do ERP de histórico de fornecedores;
• O ERP não está parametrizado pelo almoxarifado para gerar
automaticamente solicitações de fornecimento, vinculadas ao
atingimento dos pontos de pedido dos itens em estoque no
almoxarifado. Este fato gera controle manual dos estoque através de
listagens obtidas do ERP e realização manual das solicitações de
fornecimento;
• Existe ainda muitos processos operacionais e repetitivos como
impressão das ordens de compra e utilização de Fax.
5.1.3 Processo de Compras por Acordo
O processo de compras por acordo (vide Anexo A) consiste no fluxo
para aquisição de mercadorias tais como válvulas e tubulações de reposição
freqüente e materiais de consumo de laboratório. É utilizado para itens que tem
consumo freqüente, proveniente de fornecedores habituais, com baixa oscilação
de condições comercias e preço, ou ainda quando o volume em médio e longo
45
prazo possibilitem a negociação de um acordo de compras que se justifique no
prazo e volume acordados.
O processo se divide em duas partes, a cotação, negociação e
disponibilização do contrato para os usuários, e a utilização do contrato para
emissão de solicitações de fornecimento pelos usuários finais.
Na etapa de negociação do contrato, a área de compras dimensiona o
contrato, com volumes, valores e prazos desejáveis pela companhia e negocia o
mesmo com os fornecedores desejados. Para tanto, é inserida no ERP um
solicitação de cotação e enviada a mesma aos fornecedores. Após selecionado o
fornecedor a fechar o acordo, a solicitação segue uma cadeia de aprovação no
sistema para homologação do contrato pelo Gerente de Serviços da Empresa.
Uma vez aprovado, o contrato já fica disponível no sistema, refletindo em sua
maioria as condições acordadas. O contrato físico é arquivado para auditoria e
conferencia futura.
Uma vez disponibilizado no sistema, em caso de necessidade, o
almoxarifado ou setor solicitante, gera no ERP uma solicitação de fornecimento de
itens vinculados ao contrato. A mesma segue uma cadeia de aprovação, conforme
setor. Aprovada, a solicitação converte-se em uma ordem de compra, que é
enviada por fax ou e-mail ao fornecedor do contrato, processo este realizado tanto
pelo usuário solicitante como pela área de compras em algumas situações, e o
processo é disparado pelo lado do fornecedor até recebimento da mercadoria
pelo almoxarifado da empresa, seguindo o mesmo fluxo do processo de compras
comum. Cabe ressaltar que a ordem de compra gerada automaticamente debita o
46
volume de itens e montante financeiro do saldo do contrato, permitindo o efetivo
controle pelo ERP das quantidades e valores acordados.
Pontos Fortes Observados no Processo:
• Alto grau de informatização provido pelo ERP no processo;
• Workflows bem definidos e automatizados pelo ERP;
• Baixo índice de papel e controle manual gerado;
• Processo razoavelmente rápido se considerada uma alternativa manual
do mesmo;
• Integridade da informação garantida pelo ERP nas diversas etapas do
processo;
• Facilidade de controle dos contratos emitidos e seu cumprimento
através do ERP;
• Facilidade no fornecimento de materiais de consumo freqüente e
fornecedores habituais, permitindo uma maior autonomia dos setores
para estes itens (já foram pré-negociados pelo setor de compras) e
removendo carga de trabalho operacional da área de compras.
Pontos Fracos Observados no Processo:
• A etapa negociação do contrato, e todas suas “idas e vindas” não é
inserida e refletida no ERP, envolvendo controles e análises manuais
47
(planilhas de Excel) e baixo potencial de análise por dados do ERP de
histórico de fornecedores;
• Nem sempre é possível inserir todas peculiaridades do contrato no ERP,
gerando necessidade de cópias e acompanhamento manual de
cláusulas especiais dos contratos pelos setores solicitantes;
• Existe ainda muitos processos operacionais e repetitivos como
impressão das ordens de compra e utilização de Fax.
5.2 O Perfil da Innova como Compradora
Para determinar o perfil de compras da Innova, com base em seu
histórico de compras, foram extraídos do banco de dados do ERP, todos
documentos de ordens de compra, contratos de fornecimento e solicitações de
compras gerados. Com base nestas informações, utilizando o software Microsoft
Access, foram realizadas diversas consolidações, contagens e pesquisas, para
extração, principalmente da curva ABC de suprimentos da empresa. Foram
filtrados para análise os dados da tabela com datas entre 1º de Janeiro de 2000 e
31 de Maio de 2001.
Infelizmente, devido a recente implementação do ERP na empresa, e
principalmente a falta de homogeneidade e catalogação dos itens e insumos no
sistema, alguns resultados não apresentaram qualidade desejável para a
pesquisa, e tiveram que ser descartados. Para os mesmos, foram consideradas
48
as informações coletadas com os participantes pelo seu conhecimento empírico.
Os resultados seguem.
5.2.1 Curva ABC por Fornecedor
Tabela 1 – Curva ABC por Fornecedores
Para determinação da curva ABC por fornecedor, foram filtradas as
ordens de compra emitidas entre 1º de Janeiro de 2000 e 31 de Maio de 2001.
Com base nestes dados, foram consolidados os dados conforme tabela 1.
Pelos dados da Tabela 1, podemos analisar uma forte curva ABC por
fornecedor, tendo uma forte concentração de valores principalmente em insumos
químicos. Nada além do esperado considerando ser uma empresa petroquímica, e
Fornecedor Qtde Ord.
Quant. Itens Monto R$
% Partic. SEG.
BASF AG AKTIENGESELLSCHAFT 25 30 2.626.913,18 11,44% Quimico
Cloral Ind. Prod. Quimicos Ltda 21 25 1.583.291,28 6,89% Quimico
Tecnoval Ind e Com Plásticos Ltda 16 16 1.108.510,00 4,83% Embalagens
United Catalysts Inc. 1 1 959.417,54 4,18% Quimico
Solutia Brasil Ltda 3 3 626.080,00 2,73% Quimico
Tomen Netherlands B.V. 5 6 622.646,52 2,71% Embalagens
Zaraplast S/A - Unidade Montenegro 11 12 567.611,05 2,47% Embalagens
Imp Exp Med Polimate Ltda 5 8 530.447,13 2,31% Quimico
Fiat Automóveis S/A 6 22 496.241,90 2,16% Equipamentos
Ciba Especialidades Químicas Ltda 6 9 430.640,00 1,87% Quimico
Minasgás Dist. de Gás Comb. Ltda 35 36 334.075,91 1,45% Quimico
Chevron Phillips Chemical Co. 7 14 304.991,89 1,33% Quimico
Atofina Brasil Química Ltda 9 17 303.791,29 1,32% Quimico
Plasc - Plásticos Santa Catarina Ltda 5 5 298.372,00 1,30% Embalagens
Montibeller Emb. & Log. Ltda 7 12 280.856,00 1,22% Embalagens
Valfilm Ind. e Com. de Plast. Ldta 17 18 260.831,10 1,14% Embalagens
Processor Informatica Ltda - Equip. 63 103 256.259,95 1,12% Equipamentos
Axxicon Moulds Helmond BV 4 24 250.214,42 1,09% Quimico
TI Brasil Ind Com Ltda-Div John Crane 26 133 220.650,05 0,96% Equipamentos
De Dietrich Glass Lining 1 1 216.344,96 0,94% Equipamentos
49
estes insumos são consumidos em larga quantidade, de fornecedores bem
estabelecidos. É o caso da Borracha, produto fornecido principalmente pela
BASF, que aparece como fornecedor número um da empresa. Estes produtos tem
forte tendência a se estabelecerem como foco de negociação de contratos de
fornecimento.
Outro segmento interessante que temos é do fornecimento de
embalagens. Contudo, não se tem um fornecedor definido (figuram vários),
podendo este segmento ser foco de interessante leilão eletrônico de acordos de
fornecimento.
Alguns fornecedores de equipamentos de laboratório, automóveis, etc,
figuram na listagem, mas conforme informações dos participantes, são devido a
casos isolados de compra de equipamentos por projetos e renovação de frota de
automóveis.
Por esta curva, temos claramente dois focos para atuação de uma
solução de e-procurement: insumos químicos e embalagens, ambos bastante
significativos, somando quase de 50% dos custos de materiais adquiridos na
empresa, e desta forma, prováveis candidatos a realização de leilões eletrônicos
de fornecimento através da solução de e-procurement.
Cabe na análise salientar que esta pesquisa mostrou um universo de
854 fornecedores durante o período, bastante espalhados na amostra. Esta
grande quantidade revela também o potencial de uma solução de e-procurement
para utilização de cotações on-line, principalmente para o MRO.
50
5.2.2 Curva ABC por Itens
Infelizmente, os dados obtidos por esta análise tiveram de ser
descartados. Devido a já exposta catalogação incompleta de itens, os dados não
refletem a realidade do setor de compras da empresa. Uma catalogação completa
dos itens já está sendo desenvolvida pelo setor, entretanto, somente refletirá as
futuras negociações realizadas, não se possuindo histórico para análise das
mesmas. Entretanto, conforme informações prestadas por participantes do setor
de compras, sua curva não deve fugir significativamente da tendência observada
na curva por fornecedores.
5.2.3 Compras por Finalidade
Pela unidade de negócios a qual se destinava cada ordem de compra
no plano de contas da empresa, foi possível determinar o percentual sobre o valor
do total de compras no período de acordo com seu destino na empresa. Os
resultados seguem:
Tabela 2 – Compras por Finalidade
Suc./Planta Total %
SM/PS (ñ estoque) 9.029.188,90 46,64%
Etilbenzeno (ñ (estoque) 203.923,83 1,05%
Porto Alegre (ñ estoque) 147.265,08 0,76%
São Paulo (ñ estoque 34.408,05 0,18%
Sobressalentes SM/PS 1.769.665,97 9,14%
Embalagens PS 3.045.970,86 15,73%
Insumos SM/PS 1.991.039,35 10,28%
Sobressalentes EB 859.980,86 4,44%
Insumos EB 2.278.399,58 11,77%
Total R$ 19.359.842,48 100,00%
51
Compras por área (%)
1%0%
1%
12%4%
10%
16% 47%9%
SM/PS (ñ estoque)
Etilbenzeno (ñ (estoque)
Porto Alegre (ñ estoque)
São Paulo (ñ estoque
Sobressalentes SM/PS
Embalagens PS
Insumos SM/PS
Sobressalentes EB
Insumos EB
Figura 3 - ABC por Unidade de Negócios
Por este gráfico e tabela, podemos dimensionar volume de compras
conforme sua aplicação na empresa e dividir em grandes grupos: Produção,
Embalagens, Manutenção e Material de Escritório/outros.
Relativo a produção, somando as parcelas relativas a SM/PS (Não
Estoque) e Insumos PS, chegamos a 57%, o que mostra a significância dos
insumos e itens de consumo relativos a produção do Poliestireno. Somando-se a
isto os insumos relativos a planta de EtilBenzeno e Estireno, chegamos a 70% do
valor comprado diretamente ligado a produção, o que comprova a curva ABC por
fornecedores ter um destaque para fornecedores de insumos químicos. Estes
itens, por sua especialização, não possuem grande gama de fornecedores, e um
processo de negociação de acordos de fornecimento mostra prover benefícios nos
custos destes itens.
Destaque especial também é dado por embalagens, com participação
de 16%, foco, já dito, de provável leilão inverso de acordo de fornecimento.
52
Os itens relativos a sobressalentes, são peças mecânicas e
equipamentos de manutenção que são constantemente repostos por desgaste nas
unidades produtivas. Eles contribuem com 13% do valor total de compras. Por
seus fornecedores não figurarem entre os 20 principais fornecedores da Innova,
mostra o relativo baixo valor unitário, bem como a alta variabilidade de
fornecedores atuais. Por estas características, estes itens geram uma grande
carga de trabalho operacional para a área de compras, não agregando pelo seu
valor em redução significativa de custeio. Uma solução de e-procurement com boa
gama de fornecedores destes itens, bem como a geração e recebimento
automatizado de solicitações de cotação para estes fornecedores, geraria um
ganho operacional considerável.
Os demais itens, contribuindo com pouco mais de 1% dos custos dos
itens comprados no período, caracteriza-se por materiais de escritório e outros
equipamentos, tendo uma alta variabilidade de fornecedores e itens. Por estas
características, como com os sobressalente de manutenção, este grupo deverá ser
tratado numa solução de e-procurement através de cotação com uma grande
gama de fornecedores e compra eletrônica automatizada.
53
5.2.4 Considerações sobre o perfil de compras da organização e uma
solução de e-procurement
Com base nas informações analisadas neste capítulo, podemos
descrever de maneira geral o perfil de compras da Innova pelo seguinte modelo
ilustrativo:
Valor EstratégicoValor Estratégico
$ V
alo
r$
Val
or
Qu
antid
ade F
orn
ecedo
resQ
uan
tidad
e Fo
rneced
ores~1% 13%
Insumos de produçãoEmbalagens Prod. AcabadoSobressalentes de PlantaMat. Escritório / Outros
(*) Fora Escala - Demonstrativo
70%
16%
Figura 4 - Grupos de Insumos
Por este modelo, podemos ver claramente a vital importância e impacto
dos itens relativos a produção, representando 70% do custo dos materiais
comprados no período. Estes itens se caracterizam pelo alto grau de
especificação e especialização, possuindo em sua maioria poucos fornecedores,
e alguns até necessidade de importação. O caracter oval é devido a neste mesmo
grupo estarem os materiais de laboratório, que possuem uma maior gama de
fornecedores, ovalando um pouco a amostra.
54
Em segundo lugar, viriam as embalagens, representando
aproximadamente 16% do volume de compras, possuindo boa gama de
fornecedores habilitados, e bom espaço para negociação de preços e volumes.
Em terceiro, temos os denominados sobressalentes, equipamentos de
manutenção periódica das unidades operativas, principalmente partes mecânicas,
e alguns componentes eletrônicos. Possuem uma considerável gama de
fornecedores, em sua maioria tendo apresentado uma boa variabilidade de
fornecedores no histórico.
Em ultimo lugar, temos diversos itens, principalmente materiais de
escritório, e diversos outros itens não vinculados diretamente a produção, como
equipamentos de segurança (EPIs), entre outros. Neste grupo, temos uma grande
gama de fornecedores e itens, sendo foco de muito trabalho operacional e de
levantamento de mercado para suas aquisições, tratando-se de itens geralmente
com valores bastante baixos.
Por esta análise e agrupamento dos principais grupos de aquisição da
Innova, e conhecimento teórico das principais ferramentas de compras dispostas
em uma solução de e-procurement, podemos chegar as seguintes conclusões
sobre a aplicabilidade das soluções:
55
Figura 5 - Ferramentas por Insumos
Por esta distribuição, temos um representativo potencial de aplicação
de ferramentas de leilão reverso de acordo de compras para os itens diretamente
ligados a produção e embalagens, levando a “competição virtual” dos potenciais
fornecedores destes itens, que não são em grande número, obtendo-se
historicamente uma redução de preço nestes acordos.
Já para os sobressalentes das unidades operativas e para os itens de
escritório e outros, temos um forte ganho na automação do processo de cotação
pela implementação de processos eletrônicos de cotação destes itens aos
fornecedores cadastrados a solução de e-procurement. Por serem itens de valor
bem mais baixo, o retorno financeiro não será tão expressivo como a realização
de leilões para a organização, contudo terá um ganho operacional significativo
pela automação de tarefas que hoje oneram consideravelmente o setor de
compras.
Leilão Reverso ContratosLeilão Reverso SpotCotação Eletrônica
(*) Fora Escala - Demonstrativo
Insumos de produçãoEmbalagens Prod. AcabadoSobressalentes de PlantaMat. Escritório / Outros
Valor EstratégicoValor Estratégico
$ V
alo
r$
Val
or
Qu
antid
ade F
orn
ecedo
resQ
uan
tidad
e Fo
rneced
ores
70%
16%
~1% 13%
56
5.3 Necessidades e expectativas da empresa em relação a uma ferramenta
de e-procurement
Com base no desenho e análise dos processos de compras da Innova,
bem como no perfil de compras da empresa pela análise dos dados coletados no
ERP, em entrevistas com compradores, e analisando a estratégia de Tecnologia
de Informação da companhia, foi possível realizar uma lista dos principais itens
que uma solução de e-procurement deveria atender para a empresa. A mesma
segue com breve resumo:
• Considerável aderência de fornecedores: Visando uma maior
abrangência em número de fornecedores, os principais fornecedores devem
compor a carteira de fornecedores da solução, ou serem convidados para
ingressar na mesma. Também é desejável que o maior número de outras
empresas do mesmo segmento da Innova utilizem a solução, como forma de
garantir uma diversidade de novos potenciais fornecedores.
• Possibilidade de realização de cotações on-line em diversas
modalidades: Visando automação da negociação e processo de cotações
de mercadorias, a solução deverá permitir processo de cotação on-line, pelo
portal da empresa provedora do serviço, com diversas parametrizações, tal
como não revelar o nome da empresa compradora na etapa de negociação.
• Possibilidade de realização de leilões reversos: Visando aumentar a
eficiência do processo de negociação de grandes quantidades de materiais,
57
principalmente insumos, embalagens e contratos de fornecimento, é
imprescindível que a ferramenta possua bons recursos para realização de
leilões reversos pela internet.
• Suporte tecnológico e técnico satisfatório, considerando que a solução
integraria função vital para a organização, um suporte tecnológico flexível, que
suporte uma expansão futura e evolução tecnológica é vital. Um suporte
técnico disponível 24 horas, 7 dias por semana (7 X 24) também é desejável,
visando não somente apoio a organização mas também aos fornecedores
diante de eventuais problemas.
• Fácil integração da solução com o atual ERP da empresa: Com a
finalidade de diminuir ou substituir completamente os processos manuais de
redigitação, impressão, envios de fax, etc, a solução deverá permitir uma
fácil integração com o ERP atual, extraindo e inserindo dados do mesmo nas
etapas de envio e recebimento de cotações principalmente.
• Desejável boa posição da empresa fornecedora da solução no
mercado brasileiro, visando garantir a continuidade das operações da
mesma a longo prazo, garantindo o investimento da Innova com a empresa
fornecedora (minimizar risco de “quebra” do fornecedor”).
58
5.4 Elaboração, envio e recebimento do RFI (Request for Information)
Uma vez conhecido o processo de compras, seus pontos fortes e
fracos, bem como mapeados os principais grupos de itens e volumes adquiridos
pela empresa, foi possível determinar as principais expectativas da empresa em
relação a uma solução de e-procurement. Com base nestes dados e critérios, foi
elaborado um documento chamado pela organização de Request for Information
(RFI) (vide Anexo D). Este documento serviu como ferramenta para coleta de
informação relativa as soluções, de maneira mais organizada, que permitisse a
fácil comparação destas propostas, de acordo com os critério adotados.
O documento conta com uma carta de introdução, com breve
explicação do processo de seleção, bem como com uma tabela, dividida entre
levantamento do perfil da empresa e um resumo da solução.
No levantamento referente ao perfil da empresa, são basicamente
questionados aspectos financeiros e estratégicos da empresa que oferece a
solução, visando avaliar a performance financeira da provedora, e avaliar sua
possibilidade de continuidade, face ao mercado agressivo de soluções de e-
procurement. Também buscou-se analisar o grau de fornecedores disponíveis
conforme a necessidade da Innova.
No resumo da solução, tentou-se sintetizar os principais aspectos
tecnológicos da solução, ferramentas disponíveis para cotação on-line e leilão
reverso, bem como suporte oferecido.
59
Foram discutidos com os participantes as principais soluções de e-
procurement de mercado, com base em soluções levantadas em mídia
especializada e eventos. Destacaram-se quatro empresas, possíveis de atender
satisfatoriamente a Innova S.A.. Todas estas organizações já tinham contato prévio
com a empresa, face a sua exposição no mercado. As mesmas foram Mercado
Eletrônico (www.me.com.br); Citibank (www.citibank.com.br); WebB
(www.webb.com.br) e NoeGrid (www.neogrid.com.br).
O RFI foi enviado para os respectivos contatos nas organizações via
correio eletrônico, e durante duas semanas, foram respondidas por e-mail ou por
telefone, duvidas e questionamentos relativos ao documento e seu preenchimento.
Findo este prazo, todos RFIs já haviam sido retornados preenchidos,
também por correio eletrônico.
5.5 Análise dos RFI (Request for Information)
Por motivos de ética e sigilo profissional solicitado pela organização e
pelas empresas participantes no processo de seleção, os RFIs preenchidos não
poderão ser anexados a este trabalho. Contudo, de forma genérica, serão
apresentadas informações relevantes e públicas de cada empresa, bem como as
conclusões obtidas de maneira geral.
Foram então realizadas reuniões de avaliação dos documentos, onde
se elaborou a seguinte matriz de avaliação:
60
Posição no Mercado
Integração ao ERP
Tecnologia e Suporte
Lelião Reverso
Cotações on-line
Grau Fornecedores
NeoGridWebbCitibankME
Posição no Mercado
Integração ao ERP
Tecnologia e Suporte
Lelião Reverso
Cotações on-line
Grau Fornecedores
NeoGridWebbCitibankME
Figura 6 - Matriz de Comparação
Pela avaliação geral, destaca-se claramente as soluções Mercado
Eletrônico (ME) e WebB como mais adequadas para a Innova conforme critérios
estabelecidos. O fraco desempenho da empresa NeoGrid trata-se pela mesma
não ser propriamente um portal de e-procurement, mas sim uma solução de
integração de ERPs via web, não sendo a real necessidade da Innova no
momento. Já a solução proposta pelo Citibank pecava principalmente por não ser
muito recente e pela tecnologia da solução ser “robusta” em demasia para a
necessidade da Innova.
Entre as duas soluções de melhor performance, foi sugerido pelos
participantes uma reunião de demonstração e esclarecimento de detalhes.
5.6 Demonstrações e eleição da solução
Para as duas melhores soluções, de acordo com o dados levantados
pelos participantes durante a pesquisa, foram solicitadas demonstrações das
soluções e resolução de duvidas pertinentes.
61
De maneira geral, as duas empresas possuem soluções muito
similares, mas destacaram-se alguns itens de desempate, que ficaram claros
durante maior estudo da documentação, demonstrações e observações
participativas:
a) TECNOLOGIA ME: A tecnologia da solução da Mercado Eletrônico é
proprietária, entretanto, por esta mesma característica, possui fácil adaptabilidade
e integração a sistemas externos. Entretanto, existem dúvidas quanto a viabilidade
desta tecnologia suportar a expansão das operações da empresa a longo prazo, o
que forçaria a mesma a migrar para outro sistema, podendo ocasionar problemas
para seus clientes e parceiros.
b) TECNOLOGIA WEBB: Esta empresa utiliza tecnologia desenvolvida pela
empresa americana Ariba, notoriamente conhecida como provedora de soluções
tecnológicas de ultima geração para soluções de e-procurement. Contudo, esta
mesma solução possui baixo grau de flexibilidade, o que complica sua fácil
integração a sistemas transacionais de clientes, geralmente ocorrendo em
projetos onerosos.
c) POSICIONAMENTO DE MERCADO: A Mercado Eletrônico apresentou
um melhor posicionamento de mercado em relação a fornecedores, tanto em
número como em segmentação, e também apresentou uma maior atuação ativa
com empresas do mesmo segmento que a Innova, o que garante uma melhor
aderência e riqueza de fornecedores. A empresa também é líder de market-share
no Brasil, de acordo com pesquisas, o que a coloca em posição privilegiada de
62
mercado. Seu desempenho financeiro também superou a da WebB, o que
garantiria maior certeza de continuidade a longo prazo da solução.
Através de todo este estudo, com ativa participação do setor de
compras da empresa, e com a colaboração de diversas empresas de mercado, a
Innova selecionou como parceira e fornecedora para uma solução de e-
procurement, via Marketplace, a MERCADO ELETRÔNICO, com base em todos
critérios levantados durante o projeto.
63
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao termino do projeto, é possível concluir que todos objetivos forma
atingidos em sua totalidade. O processo de compras atual da empresa foi
mapeado e destacados suas fortalezas e fragilidades, bem como foi possível
conhecer melhor a empresa e seu perfil e necessidades como compradora de
bens e serviços.
A análise de documentos e da literatura, bem como a observação
participativa do pesquisador, permitiram mapear as necessidades da Innova
referente a uma solução de e-procurement, e, destas necessidades, conforme
análise das diversas soluções ofertadas no mercado, foi possível estabelecer qual
solução atenderia a Innova, pela determinação de critérios confiáveis.
6.1 Maiores Dificuldades
O mapeamento dos processos de compra foi realizado inicialmente com
base em documentação referente a implementação do ERP. Contudo, pela
64
observação do processo para confirmação dos documentos, os mesmos não
abrangiam todo o processo de forma fiel. Foi necessário um mapeamento através
de observação e entrevistas com os participantes do processo para
estabelecimento correto do mesmo.
Devido ao pouco histórico e recente implementação do ERP, as
análises das informações extraídas do mesmo muitas vezes não levaram a
análises conclusiva. Este fato é gerado principalmente pela falta de uniformidade e
correta classificação das informações no sistema. De acordo com os participantes
do processo, tal organização das informações já vem ocorrendo, e estudos futuros
apresentarão dados mais confiáveis.
Durante as apresentações das soluções por parte dos fornecedores de
soluções e também no recebimento do RFI, muitas informações eram distorcidas
ou omitidas pelos mesmos, e não raras vezes conflitantes entre si. Este fato levava
a um trabalho mais minucioso de análise da fidelidade das informações coletadas.
6.2 Limites da Pesquisa
Este projeto faz parte de um projeto maior de inserção da Innova no
comércio eletrônico. A empresa já possui um sistema de CRM (Siebel) e um de
Supply Chain (SCM), o Picasso, ambos integrados ao ERP (JDEwards) e entre si.
A implementação de uma solução de e-procurement fecharia o elo de integração
eletrônica entre clientes e fornecedores da empresa.
65
Devido a crise que se instaurou na Argentina desde dezembro de 2001,
todos projetos corporativos tiveram que ser brecados, pois a instabilidade do
cenário político e econômico não permitiam a execução de investimentos com
segurança. Este contexto levou a se suspender o projeto logo após a seleção da
ferramenta, ponto final deste trabalho. Cabe ressaltar que o mesmo não foi
cancelado, segue em espera de definições para sua continuidade.
6.3 Sugestão para continuidade
Para a empresa, através deste trabalho, foi possível estabelecer um
fornecedor para uma solução de e-procurement. O próximo passo direto seria o
estabelecimento de um teste piloto com o portal, sem integração ainda de
sistemas, para melhor conhecimento das funcionalidades e peculiaridades do
processo.
Após o teste piloto, deveriam ser avaliados os resultados obtidos e
comparados com os esperados, para determinação de tipos de interface
necessários entre o portal de e-procurement e o ERP da Innova, bem como a
tecnologia que suportaria esta integração.
Após esta etapa, uma conferencia com todos principais fornecedores
da empresa seria interessante, anunciando a estratégia da mesma de seguir
realizando suas compras via internet. Em continuidade, a empresa estaria apta a
66
seguir uma rotina de compras via o parceiro de e-procurement, e poderia seguir
com um processo de melhoria continua futuro.
Com a realização deste trabalho, foi possível um aprimoramento nas
técnicas de pesquisa e também a respeito da realidade da organização em
estudo e sua estratégia e peculiaridades.
Diversos conteúdos estudados durante o curso de graduação foram
reforçados e até revistos, como forma de garantir o cumprimento dos objetivos
propostos no trabalho e em sua correta execução. Novas habilidades e
competências, desta maneira, foram desenvolvidos, que certamente se farão úteis
na carreira profissional do autor.
67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CRONIN, M. J. Fazendo “Business” via Internet. São Paulo: Editora Érica, 1995
MARTIN, C. O Futuro da Internet. São Paulo: Makron Books, 1999.
MCGOWAN, W. G. Revolução em tempo real. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio e de pesquisa em administração. São
Paulo: Atlas, 1996.
SLACK, N. Administração da Produção.São Paulo, Atlas S.A, 1997.
SILVA, P.A. Redesenho do Processo de Compras de Equipamentos com o uso
do Comércio Eletrônico: O Caso Sonae. Porto Alegre, 2001. Trabalho de
conclusão (Graduação em Administração de Empresas) – Escola de
Administração - UFRGS/RS.
TAPSCOTT, D. Economia Digital. São Paulo: Makron Books, 1995.
THIOLLENT, M. Pesquisa Ação nas Organizações. São Paulo, Atlas S.A., 1997
68
ANEXOS
69
ANEXO A – FLUXOGRAMA – PROCESSO DE COMPRA POR ACORDO DE
FORNECIMENTO
Sistema de compras atual de Innova Sistema de compras atual de Innova (Acordos de Compras)(Acordos de Compras)
Gera cotação no JDE
Imprime cotação e envia aos
fornecedores
Aprova ? Cancela o Acordo
Envia confirmação ao fornecedor por
fax
não
sim
Recebe as cotações e digita no JDE
Seleciona fornecedor e emite acordo de
compraAprova ?
Cancela LT/LR/LA
não
sim
Imprime LA/LT/LR
Arquiva acordo de compras
Efetua o recebimento físico e entrega ao
solicitante e/ou estoca
Lança NF no JDE
2
2
2
2
2
2
2
3
3
Legenda:
Usuário
Suprimentos
Almoxarifado
1
2
3
Disponibiliza o acordo para usuários e
Almoxarifado no JDE
Gera LT/LA/LR 1 3
1 3
1 3
2
70
ANEXO B – FLUXOGRAMA – PROCESSO DE COMPRA DE INSUMOS E
EMBALAGENS
Sistema de compras atual de Innova Sistema de compras atual de Innova (Insumos e Embalagens)(Insumos e Embalagens)
Emite nr ou nu
Envia e-mail para o aprovador
Aprova ? Cancela NR/NU
Almoxarifado imprimi NR e
entrega à Suprimentos
Gera cotação (QP/QL) no JDE
Imprime cotações e envia por fax
não
sim
Recebe as cotações e digita no JDE
Seleciona fornecedor e emite ordem de
compra
Aprova ?Cancela e
avisa o Almoxarifado
não
sim
Imprime ordem compra e passa fax
ao fornecedor
Arquiva ordem compra
Realiza follow-up
Efetua o recebimento físico e entrega ao
solicitante
Lança NF no JDE
3
3
3
2
2
2
2
2
2
2
3
3
Legenda:
Usuário
Suprimentos
Almoxarifado
1
2
3
3
2
Solicita coleta à transportadora 2
71
ANEXO C – FLUXOGRAMA – PROCESSO DE COMPRA COMUM (MRO)
Sistema de compras atual de Innova (MRO)Sistema de compras atual de Innova (MRO)Emite nr ou nu
Envia e-mail para o aprovador
Aprova ? Cancela NR/NU
Usuário avisa Suprimentos
Suprimentos imprime NR
Gera cotação (QP/QL) no JDE
Imprime cotações e envia por fax
não
sim
Recebe as cotações e digita no JDE
Seleciona fornecedor e emite ordem de
compra
Aprova ?Cancela e
avisa o solicitante
não
sim
Imprime ordem compra e passa fax
ao fornecedor
Arquiva ordem compra
Realiza follow-up
Efetua o recebimento físico e entrega ao
solicitante
Lança NF no JDE
1
1
1
2
2
2
2
2
2
2
2
3
3
Legenda:
Usuário
Suprimentos
Almoxarifado
1
2
3
1
2
Solicita coleta à transportadora 2
72
ANEXO D - REQUEST FOR INFORMATION ELABORADO
73
Innova S.A.
Pecom Energía S.A.
Seleção de Ferramenta de
e-procurement para a Innova S.A.
Request for Information
74
Objetivo do Documento
O presente documento tem como objetivo conhecer, com razoável grau
de detalhe, as soluções de e-procurement oferecidas por distintas empresas
presentes no mercado brasileiro. Estas empresas foram selecionadas por seu
bom desempenho e visibilidade no mercado atual.
Considerando que já houveram contatos anteriores com sua empresa,
solicitamos que mesmo informações já enviadas sejam sintetizadas e formatadas
conforme desejado, visando facilitar à PeCom a comparação das soluções
apresentadas.
Em todo caso, nos colocamos inteiramente a disposição para maiores
informações, bem como já oferecermos a oportunidade para juntos
desenvolvermos uma proposta de implementação, que também fará parte da
avaliação.
Os indicadores e dados fornecidos neste documento serão
administrados em forma confidencial e estão destinados a alimentar uma base de
dados para seleção da solução.
Desde já agradecemos pela atenção dispensada.
75
Nota Importante: Por favor, ingresse os dados requeridos nos lugares predefinidos (zonas cinzas). Se por alguma
causa haja necessidade de ampliar com informação externa, favor informar referência à resposta, e incluir em um
documento anexo numerado. Solicitamos respostas sucintas.
76
Perfil da Empresa (Reflete o contexto financeiro e de posicionamento de mercado da Empresa)
Aspectos a avaliar Descrição do Conceito a Avaliar Espaço para a resposta. Favor completar o mais claramente possível.
Performance Financeira 1999 – 2000 – 2001/1
Indicar faturamento e resultado líquido da empresa nos últimos dois anos.
Market Share Indicar o percentual estimado de participação no mercado de soluções e-procurement.
Cobertura na América Latina
Indicar localização de filiais ou empresas associadas na América Latina.
Indicar a razão social de cada empresa e seu numero de CNPJ ou similar.
Presença na Argentina As soluções apresentadas já foram implementadas na Argentina? Qual a possibilidade?
Alianças Estratégicas A empresa possui alianças estratégicas com consultorias, fornecedores, empresas de TI?
Comentar brevemente a finalidade/dependência de cada uma destas alianças.
Clientes Implementados (Últimos 2 anos)
Lista de clientes significativos implementados nos últimos dois anos e que continuam ativos.
Quais tecnologias foram integradas?
Favor sugerir três empresas, localização e contato.
Fortalezas Onde a solução se destaca das demais?
Por que uma empresa petroquímica deveria escolher a solução?
Fragilidades Quais são pelos próprios critérios as principais fragilidades da empresa?
Competidores Quem consideram os principias competidores no mercado atual?
Visão de Longo Prazo Qual o objetivo da empresa a longo prazo?
Resumo do planejamento estratégico.
Outros Incluir qualquer comentário relevante sobre a empresa que não tenha sido citado.
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Resumo da Solução (Reflete as principais funcionalidades da solução em sua forma standart.)
Aspectos a avaliar Descrição do Conceito a Avaliar Espaço para a resposta. Favor completar o mais claramente possível.
Cotação On-Line A solução permite cotação on-line?
Qual a necessidade de interface com ERP do cliente?
Qual acompanhamento oferecido?
Leilão Reverso A solução contempla leilão reverso?
Qual necessidade de interface com o ERP do cliente?
Qual acompanhamento oferecido?
Relatórios de controle / Auditoria / Performance
Resumo dos relatórios de controle, auditoria e performance oferecidos.
Envio de pedido de Compra A solução contempla envio de pedido de compra para cotação fornecedora?
De que maneiras?
Pré-lançamento das faturas
A solução contempla o pré-lançamento, por parte dos fornecedores, das NF?
Possibilidades de integração ao ERP
Plataformas e interfaces suportadas
Caso aplicável, qual tipo de plataformas, banco de dados, etc, suportados?
Quais tipos de interfaces oferecidas?
Gestão de contratos A solução contempla a gestão de contratos (colocação de pedidos automática, etc...)?
De que formas?
Fornecedores Qual a base de fornecedores atual?
Qual possibilidade de carga de novos fornecedores? E atualização?
Foco de mercado Qual foco de mercado a carteira de fornecedores atende mais satisfatoriamente?
Estrutura de Suporte Qual estrutura de suporte fornecida? 7 x 24?
Qual tempo de resolução acordado?...
Estrutura Básica de TI Favor anexar diagrama básico da estrutura funcional e de TI que a solução requerer.
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TRABALHO APRESENTADO EM BANCA E APROVADO POR:
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Conceito Final:
Porto Alegre, de maio de 2002.
Professor Orientador: Henrique M.R. Freitas
Disciplina: Estágio Final (ADM 01196)
Área de Concentração: Produção e Sistemas