Upload
hakien
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
ESCOLA DE QUÍMICA E ALIMENTOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E CIÊNCIA DE
ALIMENTOS
OBTENÇÃO DE HIDROLISADOS PROTEICOS DA CASTANHA (Umbrina
canosai) COM ATIVIDADE BIOLÓGICA E SUA APLICAÇÃO EM FILMES
BIOATIVOS
MERITAINE DA ROCHA
Professor Dr. Carlos Prentice-Hernández
Orientador
Rio Grande, RS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
ESCOLA DE QUÍMICA E ALIMENTOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E CIÊNCIA DE ALIMENTOS
OBTENÇÃO DE HIDROLISADOS PROTEICOS DA CASTANHA (Umbrina canosai)
COM ATIVIDADE BIOLÓGICA E SUA APLICAÇÃO EM FILMES BIOATIVOS
MERITAINE DA ROCHA
Engª de Alimentos
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia e Ciência de
Alimentos como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do título de
Doutor em Engenharia e Ciência de Alimentos
Prof. Dr. CARLOS PRENTICE-HERNÁNDEZ
Orientador
RIO GRANDE, RS
2016
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me conceder um mundo de possibilidades e de pessoas maravilhosas ao longo da
minha vida.
Aos meus pais, Lourdes e Lorivaldo (In memoriam) pela vida. Em especial, a minha mãe que
por vezes foi pai e mãe. Obrigada por tudo!
Aos meus irmãos, sobrinhos e afilhados que mesmo distantes, estão constantemente presentes
em minha vida. Obrigada pelo apoio, carinho, incentivo e amor.
Ao Rodrigo, por todo amor, compreensão, amizade, companheirismo, paciência e por
compartilhar os mesmos sonhos desde que nos encontramos. Além disso, obrigada pelo maior
presente da minha vida!
Aos meus amigos, Ana, Cari, Claúdio, Dani, Priscila e Shanise pelos momentos
compartilhados.
Ao meu orientador professor Dr. Carlos Prentice, pela confiança, amizade e apoio ao longo de
todos esses anos. Obrigada por todas as palavras de conforto, levarei para minha vida!
Às minhas alunas de iniciação científica, Júlia e Marília, por toda a ajuda, apoio, amizade e
compreensão ao longo do doutorado. Tenho certeza que vocês colherão muitos frutos ao
longo da vida!
À Dr. Michele Moraes de Souza, por todos esses anos de aprendizado, carinho, amizade e
compreensão. Tenho certeza que foi a partir daquela iniciação científica, que muitas coisas
boas aconteceram em minha vida.
À professora Dr. Eliana Badiale Furlong por todos os anos de orientação durante a graduação.
Além da amizade e conhecimento transmitidos.
À professora Dr. Myriam pela amizade, conselhos, conhecimentos e “frases” que levarei para
minha vida.
À Dr. Elvira López-Caballero, por todo o carinho, amizade e conhecimento durante o período
que estive na Espanha. Com certeza guardarei com o maior carinho todo o tempo de
convivência.
Aos pesquisadores Dr. Pilar Montero, Dr. Carmen Gómez-Guillén e Dr. Oscar Martínez
Álvarez por todos os ensinamentos e bons momentos compartilhados.
À Dr. Ailén Alemán pela paciência, ensinamentos, amizade e momentos de descontração
durante o período em Madri. Além da constante disponibilidade em me ajudar.
Aos queridos colegas e amigos que fiz durante o período na Espanha: Alícia, Carlos, Claúdia,
Deysi, Diana, Fernando, Gema, Gyselle, Isa, Javi, Joaquim, Julian, Laura, Maria (s), Nacho,
Rô, Silvia, Tati, Teresa e Vitor. Enfim, obrigada por todos os momentos que me
proporcionaram!
A Eliane, Inajara e Janise por compartilhar as experiências durante o período sanduíche na
Espanha. Também por toda a amizade, apoio, paciência e carinho ao longo dos anos de anos.
Agora novas estapas se iniciam e que sejam bem vindas!
A Sabrine Aquino, por todos esses anos de convivência, ensinamentos e de muita paciência.
Obrigada por me ajudar e proporcionar momentos de crescimento. Levarei muitas coisas boas
para minha vida e espero que tenha deixado algo de bom!
Aos colegas e amigos do Laboratório de Tecnologia de Alimentos que me proporcionaram
momentos de muito conhecimento, alegria e descontração.
A todos os professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Ciência e
Tecnologia de Alimentos, pelos anos de ensinamentos e convivência.
Ao Centro de Microscopia Eletrônica da Região Sul (CEME-Sul), pela disponibilização dos
equipamentos para a realização das análises de Microscopia Eletrônica de Varredura.
Ao professor Dr. Felipe Kessler pela ajuda com a análise de hidrofobicidade.
Aos membros da banca, pela disponibilidade e ajuda ao trabalho.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) e ao
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio
financeiro para o desenvolvimento da tese.
À Universidade Federal do Rio Grande, por me proporcionar todos esses anos de crescimento
e conhecimento.
Ao povo brasileiro, que através do pagamento dos impostos possibilitam o desenvolvimento
científico e tecnológico do Brasil.
RESUMO
O objetivo geral do presente estudo foi elaborar e aplicar filmes contendo hidrolisados
proteicos provenientes de castanha (Umbrina canosai) para a conservação de filés de
linguado. Primeiramente, foram obtidos e caracterizados o isolado proteico (IPC) e proteínas
miofibrilares (PMC) da castanha. A partir dessas matérias-primas, foram elaborados oito
hidrolisados em diferentes graus de hidrólise – GH (10 e 20%) utilizando as enzimas Alcalase
e Protamex. Logo, os mesmos foram caracterizados quanto a seu perfil de massa molecular
(MM), composição aminoacídica e propriedades bioativas in vitro tais como atividade
antioxidante, antimicrobiana, anti-hipertensiva e inibitória das enzimas dipeptidil peptidase IV
(DPP-IV) e prolil endopeptidase (PEP). A seguir, foram elaborados, caracterizados e
aplicados filmes à base de ágar incorporados com a amostra proveniente do tratamento com
maior potencial antimicrobiano e óleo essencial de cravo (OEC) em filés de linguado
armazenados a 5 °C, onde o acompanhamento da vida útil foi realizado através de análises
físico-químicas e microbiológicas. O IPC apresentou um teor superior de proteína de 92,13%,
mais escuro, com maior capacidade de retenção de água e solubilidade no mesmo pH, em
relação a PMC. Entretanto, a PMC apresentou uma ultraestrutura mais compacta e entalpia
total de desnaturação superior ao IPC. Foi verificado que o acréscimo no GH favoreceu a
obtenção de aminoácidos hidrofóbicos, aromáticos e peptídeos com menor MM. Entretanto,
verificou-se que a Alcalase foi efetiva na quebra das proteínas, pois produziu hidrolisados
com menor MM em relação à Protamex. Além disso, foi verificado devido a MM que as
enzimas estudadas possuem maior afinidade pela PMC. A atividade antioxidante foi
influenciada pelo método de determinação, GH e MM. Em geral, o hidrolisado de IPC pela
Alcalase em GH de 20% (tratamento 2), apresentou maior capacidade de captura do radical
ABTS•+
, de quelação de Fe2+
e intermediária de redução do ferro. Entretanto, a maior
capacidade de sequestro do radical livre DPPH• foi verificada para as amostras hidrolisadas
de IPC e PMC, utilizando a Protamex em GH de 10%. Foi verificada a ação antimicrobiana
frente à 7 dos 26 micro-organismos testados, onde a grande maioria dos micro-organismos
inibidos foram os Gram-positivos. O hidrolisado de IPC pela Alcalase em GH de 20%
(tratamento 2), apresentou atividade antimicrobiana frente a maioria dos micro-organismos
inibidos. As maiores inibições da enzima DPP-IV, foram observadas para amostras
hidrolisadas pela Alcalase com maior GH e menor MM, sendo o maior efeito verificado para
a amostra hidrolisada da PMC. As maiores atividades inibitórias da PEP e ECA foram
observadas para as amostras hidrolisadas pela Protamex. Em geral, os filmes incorporados
com o hidrolisado apresentaram maior solubilidade em água, elongação até a ruptura e
umidade, em relação aos filmes incorporados com OEC. Os filés de linguado, revestidos com
filmes incorporados de OEC e hidrolisados apresentaram a inibição de alguns dos micro-
organismos avaliados, mas as características físico-químicas dos filés revestidos por filmes
incorporados com os hidrolisados, ficaram fora dos padrões estabelecidos em relação às bases
voláteis totais. Devido à elevada perda de massa das amostras precisam ser realizadas maiores
avaliações, para comprovar tal efeito em relação ao filme controle.
Palavras-chave: Pescado, hidrolisados, propriedades bioativas, filmes ativos, conservação.
ABSTRACT
Obtainment of protein hydrolysate from Argentine croaker (Umbrina canosai) with
biological activity and and its application on bioactive films
The general objective of this study was to develop and apply films incorporated with protein
hydrolysates from Argentine croaker (Umbrina canosai) for the conservation of Flounder
fillets. First, Argentine croaker protein isolate (CPI) and Argentine croaker myofibrillar
proteins (CMP) were obtained and characterized. From these raw materials eight hydrolysates
with different degrees of hydrolysis - DH (10 and 20%) were prepared using enzymes
Alcalase and Protamex. They were then characterized for their molecular weight profile
(MW), amino acid composition and in vitro bioactive properties such as antioxidant,
antimicrobial, antihypertensive, and inhibitory enzyme dipeptidyl peptidase IV (DPP-IV) and
prolyl endopeptidase (PEP). They were thus prepared, characterized and applied agar based
films incorporated to the sample with the highest antimicrobial potential and clove essential
oil (CEO) in Flounder fillets and stored at 5 °C, where the monitoring of shelf life was carried
out through physico-chemical and microbiological analysis. The CPI showed higher protein
content (92.13%), was darker, had increased water retention capacity and solubility in pH in
relation to the CMP. However, the CMP presented a more compact ultrastructure and higher
total denaturing enthalpy than CPI. It was found that the increase in the DH favored the
production of hydrophobic amino acids, and peptides with lower MW. However, it was found
that Alcalase was effective in breaking down proteins, since it produced hydrolysates with
less MW than Protamex. Furthermore, due to MW, it was found that the enzymes studied
have greater affinity for CMP. The antioxidant activity was influenced by the method of
determination, DH and MW. In general, CPI hydrolysed by Alcalase at 20% DH (treatment 2)
showed the greatest ability to capture the ABTS•+
radical, of Fe2+
chelation and intermediate
of the iron reduction. However, the greatest free DPPH• radical sequestration capacity was
observed for the hydrolysed samples of CPI and CMP using Protamex with 10% DH.
Antimicrobial action against 7 tested microorganisms was observed, where the vast majority
of microorganisms inhibited were Gram-positive. The hydrolyzate IPC by Alcalase GH 20%
(treatment 2), presented antimicrobial activity against most microorganisms inhibited. The
greatest inhibition of DPP-IV enzyme, were observed for the samples hydrolyzed by Alcalase
higher with higher DH and lower MW, with the greatest effect observed on the hydrolysed
sample of CMP. The major inhibitory activities of neuropathological and anti-hypertensive
disorders were observed for the samples hydrolysed by Protamex. The films incorporated
with the hydrolysate showed increased water solubility, elongation at break and moisture in
comparison with the control films and those incorporated with CEO. Flounder fillets coated
with CEO incorporated films and hydrolysate showed inhibition of some of the evaluated
microorganisms, but the physicochemical characteristics of the control films and those
incorporated with the hydrolysate was outside the established standards. Due to high loss of
mass of the samples, further evaluation needs to be carried out to confirm this effect in
relation to the control film.
Keywords: fish, hydrolysates, bioactive properties, active films, conservation.
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA
Tabela 1 - Diferentes polissacarídeos usados para a elaboração de filmes .............................. 57
CAPÍTULO III - DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
ARTIGO I - Propriedades funcionais, térmicas e físico-químicas de proteínas de castanha
(Umbrina canosai) recuperadas por solubilização/precipitação ou processo de lavagem;
Tabela 1 - Composição proximal do músculo, isolado proteico e proteína miofibrilar da
castanha .................................................................................................................................... 92
Tabela 2 - Características físico-químicas e térmicas do isolado proteico e proteína miofibrilar
da castanha ............................................................................................................................... 95
Tabela 3 - Composição de aminoácidos (b.u) do isolado proteico e proteína miofibrilar da
castanha .................................................................................................................................... 98
ARTIGO II - Atividade antioxidante e antimicrobiana apresentada por hidrolisados proteicos
obtidos de proteínas recuperadas do músculo da castanha (Umbrina canosai);
Tabela 1 - Cepas microbianas utilizadas e condições de cultivo para avaliação da atividade
antimicrobiana dos diferentes hidrolisados proteicos ............................................................ 121
Tabela 2 - Composição aminoacídica dos diferentes hidrolisados proteicos......................... 123
ARTIGO III - Atividade anti-hipertensiva, e inibitória das enzimas dipeptidil peptidase IV e
prolil endopeptidase de hidrolisados proteicos da castanha (Umbrina canosai) incorporados
em filmes de ágar após digestão gastrointestinal simulada;
Tabela 1 - Composição aminoacídica dos diferentes hidrolisados proteicos......................... 163
Tabela 2 - Atividade inibitória da dipeptidil-peptidase-IV (DPP-IV), da prolil endopeptidase
(PEP) e da enzima conversora da angiostensina (ECA) dos diferentes hidrolisados proteicos
................................................................................................................................................ 168
Tabela 3 – Espessura, resistência à tração (RT), elongação até a ruptura (ER), permeabilidade
ao vapor de água (PVA), umidade e ângulo de contato da água (ACA) dos filmes com e sem a
incorporação do hidrolisado ................................................................................................... 173
Tabela 4 - Atividade inibitória da dipeptidil-peptidase IV (DPP-IV), da prolil endopeptidase
(PEP) e da enzima conversora da angiostensina (ECA) do hidrolisado proteico de castanha e
dos filmes após a digestão enzimática ................................................................................... 177
ARTIGO IV - Avaliação do uso de filmes de ágar incorporados com hidrolisados proteicos da
castanha (Umbrina canosai) e óleo essencial de cravo para o prolongamento da vida útil de
filés de linguado (Paralichthys orbignyanus).
Tabela 1 – Propriedades dos filmes controle, incorporados com o hidrolisado ou com o óleo
essencial de cravo ................................................................................................................... 197
ANEXO III
Tabela 1- Fluorescência monitorada a 355 nm/460 nm em intervalos de 2 min durante 30 min
da inibição da prolil endopeptidase ........................................................................................ 245
ANEXO IV
Tabela 1- Análise estatística da contagem das bactérias ácido láticas ................................... 246
Tabela 2 - Análise estatística da contagem das enterobactérias ............................................. 246
Tabela 3 - Análise estatística da contagem das Pseudomonas spp......................................... 246
Tabela 4 - Análise estatística da contagem de micro-organismos produtores de H2S ........... 247
Tabela 5 - Análise estatística da contagem mesófilos aeróbios totais .................................... 247
Tabela 6 - Análise estatística da determinação das bases voláteis totais (N-BVT) ................ 247
Tabela 7 - Análise estatística da determinação de pH ............................................................ 248
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA
Figura 1 - Castanha (U. canosai) ............................................................................................. 29
Figura 2 - Linguado (P. orbignyanus) ..................................................................................... 30
Figura 3 - Ligação peptídica entre os aminoácidos da proteína. .............................................. 31
Figura 4 - Base bioquímica para a obtenção do isolado proteico ............................................ 34
Figura 5 - Métodos de obtenção de peptídeos a partir de proteínas ......................................... 36
Figura 6 - Métodos de obtenção de hidrolisados a partir de proteína ...................................... 37
Figura 7 - Mecanismos de interação dos peptídeos antimicrobianos com as membranas
microbianas. (A) Canal transmembrana; (B) Poro toroidal e (C) Modelo tapete .................... 51
Figura 8 - Mecanismo de ação dos antioxidantes primários .................................................... 53
Figura 9 -Filme elaborado pela técnica de casting .................................................................. 56
Figura 10 - Aplicações de diferentes filmes bioativos ............................................................. 61
CAPÍTULO III - DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
ARTIGO I - Propriedades funcionais, térmicas e físico-químicas de proteínas de castanha
(Umbrina canosai) recuperadas por solubilização/precipitação ou processo de lavagem;
Figura 1 - Fluxograma do processo de obtenção do isolado proteico de castanha .................. 85
Figura 2 - Fluxograma do processo de obtenção das proteínas miofibrilares de castanha ...... 87
Figura 3 - Microscopia eletrônica de varredura do isolado proteico (a) e proteína miofibrilar
(b) da castanha ....................................................................................................................... 100
Figura 4 - Análise termogravimétrica (TGA) do isolado proteico (1) e proteína miofibrilar da
castanha (2) ............................................................................................................................ 100
Figura 5 - Espectros de absorção da região do infravermelho do isolado proteico (1) e proteína
miofibrilar da castanha (2) ..................................................................................................... 102
Figura 6 - Eletroforese em SDS-PAGE do isolado proteico (IPC), proteína miofibrilar da
castanha (PMC) e do padrão (P) de massa molecular ............................................................ 103
Figura 7 - Solubilidade proteica (a) e capacidade de retenção de água (b) do isolado proteico e
proteína miofibrilar da castanha ............................................................................................. 104
ARTIGO II - Atividade antioxidante e antimicrobiana apresentada por hidrolisados proteicos
obtidos de proteínas recuperadas do músculo da castanha (Umbrina canosai);
Figura 1 - Fluxograma do processo de obtenção dos hidrolisados proteicos provenientes da
castanha (U. canosai) ............................................................................................................. 115
Figura 2 - Perfil de massa molecular média dos diferentes hidrolisados proteicos ............... 127
Figura 3 - Captura do radical ABTS•+
pelos hidrolisados proteicos de IPC ou PMC, com
diferentes GH, preparados com a Alcalase e a Protamex ...................................................... 130
Figura 4 - Capacidade de redução do ferro (FRAP) dos hidrolisados proteicos de IPC ou
PMC, com diferentes GH, preparados com a Alcalase e a Protamex .................................... 132
Figura 5 - Capacidade de quelação de metais dos hidrolisados proteicos de IPC ou PMC, com
diferentes GH, preparados com a Alcalase e a Protamex ....................................................... 135
Figura 6 - Sequestro do radical livre (DPPH) dos hidrolisados proteicos de IPC ou PMC, com
diferentes GH, preparados com a Alcalase e a Protamex ....................................................... 137
Figura 7 - Atividade antimicrobiana frente à B. thermosphacta (a), L. innocua (b), L.
monocytogenes (c) e S. aureus (d) dos diferentes hidrolisados proteicos após 24 horas ....... 138
Figura 8 - Atividade antimicrobiana frente à A. hydrophila (a), Y. enterecolitica (b) e D.
hanseii (c) dos diferentes hidrolisados proteicos após 24 horas ............................................. 139
ARTIGO III - Atividade anti-hipertensiva, e inibitória das enzimas dipeptidil peptidase IV e
prolil endopeptidase de hidrolisados proteicos da castanha (Umbrina canosai) incorporados
em filmes de ágar após digestão gastrointestinal simulada;
Figura 1 - Perfil de massa molecular média dos diferentes hidrolisados proteicos ................ 166
Figura 2 – Filmes elaborados à base de ágar com e sem a incorporação do hidrolisado de
isolado proteico da castanha ................................................................................................... 172
ARTIGO IV - Avaliação do uso de filmes de ágar incorporados com hidrolisados proteicos da
castanha (Umbrina canosai) e óleo essencial de cravo para o prolongamento da vida útil de
filés de linguado (Paralichthys orbignyanus).
Figura 1- Filés de linguado (P. orbignyanus) revestidos pelos filmes dos diferentes
tratamentos e armazenados a 5 ± 1 °C .................................................................................... 193
Figura 2 - Filmes controle (a), com a incorporação de hidrolisado (b) ou óleo essencial de
cravo (c) .................................................................................................................................. 196
Figura 3 – Microscopia eletrônica de varredura dos filmes controle (a), com a incorporação de
hidrolisado (b) e óleo essencial de cravo (c) .......................................................................... 201
Figura 4 – Comportamento do pH (a) e das bases voláteis totais (N-BVT) (b) dos filés de
linguado armazenados a 5 °C, revestidos com os filmes controle ou incorporados com
hidrolisado ou OEC ................................................................................................................ 203
Figura 5 – Perda de massa dos filés de linguado embalados com os filmes controle ou
incorporados com hidrolisado ou OEC armazenados a 5 °C ................................................. 205
Figura 6 – Contagem dos diferentes micro-organismos dos filés de linguados armazenados a
5 °C ......................................................................................................................................... 207
ANEXO I
Figura 1 - Cinética de hidrólise do isolado proteico e proteína miofibrilar de castanha pelas
enzimas Alcalase (a) e Protamex (b) ...................................................................................... 243
ANEXO II
Figura 2 - Teste preliminar da atividade antimicrobiana dos diferentes hidrolisados na
concentração de 5 mg/mL frente a diferentes micro-organismos .......................................... 244
NOMENCLATURA
AAA - Aminoácidos aromáticos
AACN - Aminoácidos carregados negativamente
AACP - Aminoácidos carregados positivamente
AAE - Aminoácidos essenciais
AAH - Aminoácidos hidrofóbicos
ACA - Ângulo de contato com a água
ANE - Aminoácidos não-essenciais
ANOVA - Análise de variância
AOAC - Association of Official Analytical Chemistry
ASTM - American Public Health Association
ATCC - American Type Culture Collection
B - Volume de base consumida
BHI - Ágar Brain Heart Infusion
CI50 - Concentração necessária de amostra para inibir 50% da atividade da enzima
CLAE - Cromatografia liquida de alta eficiência
CRA - Capacidade de retenção da água
DM2 - Diabetes Mellitus tipo 2
DPP-IV - Dipeptidil peptidase - IV
DSC - Calorimetria Diferencial de Varredura
EC - Enzyme Comission
ECA - Enzima conversora da angiotensina – I
ER - Elongação até ruptura
FRAP - Capacidade de redução do ferro
FT-IR - Espectroscopia no infravermelho
GH - Grau de hidrólise
GIP - Polipeptídeo insulinotrópico dependente da glicose
GLP-1 – Peptídeo semelhante ao glucagon 1
IPC - Isolado proteico de castanha
MEV - Microscopia eletrônica de varredura
MM - Massa molecular
MP - Massa de proteína
MRS - Ágar lactobacillus
Nb - Normalidade da base
N-BVT - Bases voláteis totais
OE - Óleo essencial
OEC - Óleo essencial de cravo
PAM - Peptídeos antimicrobianos
PALM – Polissacarídeos de algas marinhas
PCM - Proteína miofibrilar da castanha
PDA - Ágar batata dextrose
PEP - Prolil endopeptidase
pH - Potencial hidrogeniônico
pI - Ponto isoelétrico
pKA - Constante de dissociação
PVA - Permeabilidade ao vapor de água
RT - Resistência à tração
S - Solubilidade
SF - Solução filmogênica
SRL - Sequestro do radical livre
TGA - Análise termogravimétrica
UFC - Unidade formadora de colônia
Y - Opacidade
SUMÁRIO
CAPÍTULO I............................................................................................................................ 24
INTRODUÇÃO GERAL ......................................................................................................... 24
OBJETIVOS ............................................................................................................................ 24
1 INTRODUÇÃO GERAL ...................................................................................................... 25
2 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 27
2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 27
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 27
CAPÍTULO II .......................................................................................................................... 28
REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................... 28
2.1 PESCADO ...................................................................................................................... 29
2.2 PROTEÍNAS DO PESCADO ........................................................................................ 31
2.3 ISOLADO PROTEICO DE PESCADO ......................................................................... 33
2.4 HIDROLISADO PROTEICO ........................................................................................ 35
2.4.1 Hidrolisado proteico de pescado .............................................................................. 38
2.4.2 Enzimas proteolíticas ............................................................................................... 39
2.4.2.1 Alcalase ............................................................................................................. 41
2.4.2.2 Protamex ........................................................................................................... 42
2.4.3 Grau de hidrólise ...................................................................................................... 42
2.5 ATIVIDADE BIOLÓGICA DOS PEPTÍDEOS ............................................................ 44
2.5.1Atividade anti-hipertensiva ....................................................................................... 45
2.5.2 Atividade antidiabética ............................................................................................. 47
2.5.3 Atividade inibidora de desordens neuropatológicas ................................................. 49
2.5.4 Atividade antimicrobiana ......................................................................................... 49
2.5.5 Atividade antioxidante ............................................................................................. 52
2.6 FILMES POLIMÉRICOS .............................................................................................. 55
2.6.1 Filmes à base de polissacarídeos .............................................................................. 57
2.6.1.1 Ágar ................................................................................................................... 58
2.6.2 Filmes bioativos ....................................................................................................... 59
2.6.2.1 Aplicação dos filmes bioativos ......................................................................... 60
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 62
CAPÍTULO III – DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ................................................ 79
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. 80
ARTIGO I ................................................................................................................................. 81
PROPRIEDADES FUNCIONAIS, TÉRMICAS E FÍSICO-QUÍMICAS DE PROTEÍNAS DE
CASTANHA (Umbrina canosai) RECUPERADAS POR
SOLUBILIZAÇÃO/PRECIPITAÇÃO OU PROCESSO DE LAVAGEM ............................. 81
RESUMO ................................................................................................................................. 82
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 83
2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 84
2.1 MATERIAL .................................................................................................................... 84
2.1.1 Pescado ..................................................................................................................... 84
2.1.2 Reagentes .................................................................................................................. 85
2.2 OBTENÇÃO DO ISOLADO PROTEICO ..................................................................... 85
2.3 OBTENÇÃO DAS PROTEÍNAS MIOFIBRILARES ................................................... 86
2.4. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DAS MATÉRIAS PRIMAS .................... 87
2.4.1 Composição proximal ............................................................................................... 87
2.4.2 Digestibilidade .......................................................................................................... 88
2.4.3 Composição aminoacídica ........................................................................................ 88
2.4.4 Eletroforese ............................................................................................................... 88
2.4.5 Cor ............................................................................................................................ 89
2.4.6 Calorimetria diferencial de varredura (DSC) ............................................................ 89
2.4.7 Análise termogravimétrica (TGA) ............................................................................ 90
2.4.8 Espectroscopia no infravermelho (FT-IR) ................................................................ 90
2.4.9 Microscopia eletrônica de varredura (MEV) ............................................................ 90
2.4.10 Propriedades funcionais .......................................................................................... 91
2.4.10.1 Solubilidade proteica ....................................................................................... 91
2.4.10.2 Capacidade de retenção de água (CRA) .......................................................... 91
2.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................................. 92
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 92
3.1 COMPOSIÇÃO PROXIMAL ......................................................................................... 92
3.2 DIGESTIBILIDADE PROTEICA .................................................................................. 94
3.3 COR ................................................................................................................................. 95
3.4 PROPRIEDADES TÉRMICAS ...................................................................................... 96
3.5 COMPOSIÇÃO AMINOACÍDICA ............................................................................... 97
3.6 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV) ....................................... 99
3.7 ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA (TGA) ............................................................ 100
3.8 ESPECTROSCOPIA DO INFRAVERMELHO (FTIR) .............................................. 101
3.9 ELETROFORESE ........................................................................................................ 103
3.10 PROPRIEDADES FUNCIONAIS ............................................................................. 103
3.10.1 Solubilidade proteica (S) e capacidade de retenção de água (CRA) .................... 103
4 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 105
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 106
ARTIGO II ............................................................................................................................. 110
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE e ANTIMICROBIANA APRESENTADA POR
HIDROLISADOS PROTEICOS OBTIDOS DE PROTEÍNAS RECUPERADAS DO
MÚSCULO DA CASTANHA (Umbrina canosai) ............................................................... 110
RESUMO ............................................................................................................................... 111
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 112
2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 113
2.1 MATERIAL .................................................................................................................. 113
2.1.2 Matéria-prima ......................................................................................................... 113
2.2 ENZIMAS ..................................................................................................................... 114
2.3 OBTENÇÃO DOS HIDROLISADOS PROTEICOS .................................................. 114
2.4 COMPOSIÇÃO DE AMINOÁCIDOS ........................................................................ 117
2.5 PERFIL DE MASSA MOLECULAR .......................................................................... 117
2.6 AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES BIOATIVAS DOS HIDROLISADOS ......... 118
2.6.1 Atividade antioxidante ........................................................................................... 118
2.6.1.1 Captura do radical ABTS·+
(2,2´-azinobis (3-etilbenzotiazolina-6-ácido
sulfônico) .................................................................................................................... 118
2.6.1.2 Capacidade de redução do ferro (FRAP) ........................................................ 118
2.6.1.3 Capacidade de quelação dos metais ................................................................ 119
2.6.1.4 Sequestro do radical livre DPPH• (2,2–Difenil–1–picrilhidrazila) ................. 120
2.6.2 Atividade antimicrobiana ....................................................................................... 120
2.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................................... 122
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 122
3.1 COMPOSIÇÃO DE AMINOÁCIDOS ........................................................................ 122
3.2 PERFIL DE MASSA MOLECULAR .......................................................................... 126
3.3 AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES BIOATIVAS DOS HIDROLISADOS ......... 129
3.3.1 Atividade antioxidante ........................................................................................... 129
3.3.1.1 Captura do radical ABTS·+
............................................................................. 129
3.3.1.2 Capacidade de redução do ferro (FRAP) ......................................................... 132
3.3.1.3 Capacidade de quelação de metais .................................................................. 134
3.3.1.4 Sequestro do radical livre DPPH• (2,2–Difenil–1–picrilhidrazila) .................. 136
3.3.1 Atividade antimicrobiana ........................................................................................ 137
4 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 142
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 143
ARTIGO III ............................................................................................................................ 150
ATIVIDADE ANTI-HIPERTENSIVA, E INIBITÓRIA DAS ENZIMAS DIPEPTIDIL
PEPTIDASE IV E PROLIL ENDOPEPTIDASE DE HIDROLISADOS PROTEICOS DA
CASTANHA (UMBRINA CANOSAI) INCORPORADOS EM FILMES DE ÁGAR APÓS
DIGESTÃO GASTROINTESTINAL SIMULADA .............................................................. 150
RESUMO ............................................................................................................................... 151
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 152
2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................. 154
2.1 MATERIAL .................................................................................................................. 154
2.1.1 Matéria-prima ......................................................................................................... 154
2.2 ENZIMAS ..................................................................................................................... 155
2.3 OBTENÇÃO DOS HIDROLISADOS PROTEICOS ................................................... 155
2.4 COMPOSIÇÃO DE AMINOÁCIDOS ......................................................................... 156
2.5 PERFIL DE MASSA MOLECULAR........................................................................... 156
2.6 AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES BIOATIVAS DOS HIDROLISADOS ......... 157
2.6.1 Atividade inibitória da dipeptidil peptidase-IV ...................................................... 157
2.6.2 Atividade inibitória da prolil endopeptidase ........................................................... 158
2.6.3 Atividade anti-hipertensiva ..................................................................................... 158
2.7 Elaboração dos filmes à base de ágar ............................................................................ 159
2.7.1 Caracterização dos filmes ....................................................................................... 159
2.7.1.1 Espessura ......................................................................................................... 159
2.7.1.2 Propriedades mecânicas ................................................................................... 159
2.7.1.3 Permeabilidade ao vapor de água .................................................................... 160
2.7.1.4 Umidade .......................................................................................................... 160
2.7.1.5 Ângulo de contato com a água (ACA) ............................................................ 160
2.8 DIGESTÃO GASTROINTESTINAL ENZIMÁTICA SIMULADA DO FILME ....... 161
2.8.1 Caracterização dos filmes digeridos ....................................................................... 161
2.8.1.1 Atividades anti-hipertensiva, e inibitória das enzimas dipeptidil peptidase-IV e
prolil endopeptidase .................................................................................................... 161
2.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................................... 162
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 162
3.1 COMPOSIÇÃO DE AMINOÁCIDOS ........................................................................ 162
3.2 PERFIL DE MASSA MOLECULAR .......................................................................... 165
3.3 AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES BIOATIVAS DOS HIDROLISADOS ......... 167
3.3.1 Atividade inibitória da dipeptidil peptidase-IV ...................................................... 167
3.3.2 Atividade inibitória da prolil endopeptidase .......................................................... 169
3.3.3 Atividade anti-hipertensiva .................................................................................... 170
3.4 CARACTERIZAÇÃO DOS FILMES .......................................................................... 172
3.4.1 Espessura e propriedades mecânicas ...................................................................... 172
3.4.2 Permeabilidade ao vapor de água e umidade ......................................................... 174
3.4.3 Ângulo de contato com a água (ACA) ................................................................... 176
3.5 CARACTERIZAÇÃO DO FILME DIGERIDO ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO
GASTROINTESTINAL ..................................................................................................... 176
3.5.1 Atividades anti-hipertensiva, e inibitória da dipeptidil peptidase-IV e da prolil
endopeptidase .................................................................................................................. 176
4 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 177
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 178
ARTIGO IV ........................................................................................................................... 185
AVALIAÇÃO DO USO DE FILMES DE ÁGAR INCORPORADOS COM
HIDROLISADOS PROTEICOS DA CASTANHA (Umbrina canosai) E ÓLEO ESSENCIAL
DE CRAVO PARA O PROLONGAMENTO DA VIDA ÚTIL DE FILÉS DE LINGUADO
(Paralichthys orbignyanus) .................................................................................................... 185
RESUMO ............................................................................................................................... 186
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 187
2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 188
2.1 MATERIAL .................................................................................................................. 188
2.1.1 Matéria-prima ......................................................................................................... 188
2.1.2 Enzima .................................................................................................................... 189
2.2 OBTENÇÃO DO HIDROLISADO PROTEICO ......................................................... 189
2.3 ELABORAÇÃO DOS FILMES ................................................................................... 189
2.3.1 Caracterização dos filmes ....................................................................................... 190
2.3.1.1 Espessura ......................................................................................................... 190
2.3.1.2 Propriedades mecânicas ................................................................................... 190
2.3.1.3 Permeabilidade ao vapor de água .................................................................... 190
2.3.1.4 Solubilidade em água....................................................................................... 191
2.3.1.5 Cor, opacidade e transparência ........................................................................ 191
2.3.1.6 Microscopia eletrônica de varredura ............................................................... 192
2.4 USO DE FILMES BIOATIVOS NA CONsERVAÇÃO DO PESCADO .................... 193
2.4.1 pH ............................................................................................................................ 194
2.4.2 Bases voláteis totais (N-BVT) ................................................................................ 194
2.4.3 Perda de massa ........................................................................................................ 194
2.4.4 Análises microbiológicas ........................................................................................ 194
2.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................................... 195
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 195
3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS FILMES .......................................................................... 195
3.1.1 Espessura e propriedades mecânicas ...................................................................... 196
3.1.2 Permeabilidade ao vapor de água e solubilidade em água ...................................... 198
3.1.3 Cor, opacidade e transparência ............................................................................... 199
3.1.4 Microscopia eletrônica de varredura ....................................................................... 201
3.2 EFEITO DO USO DE FILMES BIOATIVOS NA CONsERVAÇÃO DO PESCADO
............................................................................................................................................. 202
3.2.1 pH e bases voláteis totais (N-BVT) ........................................................................ 202
3.2.2 Perda de massa ........................................................................................................ 204
3.2.3 Análises microbiológicas ........................................................................................ 206
4 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 209
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 210
CAPÍTULO IV - CONCLUSÃO GERAL ............................................................................. 216
CAPÍTULO V - REFERêNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 219
APÊNDICE I .......................................................................................................................... 243
APÊNDICE II ......................................................................................................................... 244
APÊNDICE III ....................................................................................................................... 245
APÊNDICE IV ....................................................................................................................... 246
ANEXO I ................................................................................................................................ 249
Universal Protease Activity Assay: Casein as a Substrate ..................................................... 249
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO GERAL
OBJETIVOS
25
1 INTRODUÇÃO GERAL
Atualmente, a exploração dos recursos naturais e o aumento da poluição
ambiental, criaram a necessidade da utilização de co-produtos e espécies de baixo valor
agregado de pescado para o desenvolvimento de produtos de alto valor agregado (NOLSØE;
UNDELAND, 2009). Muitos estudos estão utilizando as espécies subutilizadas para obter
proteínas miofibrilares, isolados e hidrolisados proteicos, que podem ser considerados
produtos de alto valor agregado (CENTENARO, 2011; EL HALAL et al., 2015a;
FERREIRA, 2014; LIMPAN et al., 2010; PIOTROWICZ, 2012; ROCHA et al., 2014;
SILVA; FONSECA; PRENTICE, 2014; YARNPAKDEE et al., 2014; ZAVAREZE et al.,
2014). A castanha (Umbrina canosai) é um pescado amplamente disponível no litoral sul do
Brasil. Entretanto, segundo Lempek, Martins e Prentice (2007) esta é subutilizada e possui
baixo valor comercial, que devido ao seu conteúdo proteico pode ser utilizada para a obtenção
dos produtos anteriormente citados.
Os isolados proteicos de pescado têm apresentado boas propriedades funcionais,
para aplicação em diferentes fórmulas alimentares e também na elaboração de hidrolisados,
pois reduzem o conteúdo de compostos pró-oxidantes que podem afetar a estabilidade dos
mesmos (GEHRING et al., 2011; NOLSØE; UNDELAND, 2009; RAGHAVAN;
KRISTINSSON, 2009a). Além disso, segundo Kristinsson e Liang (2006) o processo de
lavagem para obtenção de proteínas miofibrilares, também pode remover um conteúdo
considerável de lipídios e proteínas sarcoplasmáticas. Esses processos, podem resultar em
hidrolisados proteicos com boas propriedades bioativas. Segundo Gómez-Guillén et al.
(2011), as proteínas possuem peptídeos biologicamente ativos, que são inativos dentro da
sequência proteica, mas podem ser liberados durante a digestão gastrointestinal,
processamento dos alimentos e processos como a hidrólise enzimática.
Esses peptídeos têm apresentado atividades biológicas, tais como antioxidante,
antimicrobiana e inibitória das enzimas conversora da angiostensina (ECA), dipeptidil
peptidase IV (DPP-IV) e prolil endopeptidase as quais estão associadas a hipertensão,
diabetes e desordens neuropatológicas, respectivamente (ALEMÁN; GÓMEZ-GUILLÉN;
MONTERO, 2013; ALEMÁN et al., 2011; CENTENARO, 2011; FONSECA, 2014; JIANG
et al., 2014; PIOTROWICZ, 2012; SILA et al., 2015; ZAVAREZE et al., 2014). Eles
apresentam essas atividades, devido as características ligadas ao tipo de aminoácido,
sequência aminoacídica, massa molecular entre outras (NAJAFIAN; BABJI, 2012;
ONDETTI; CUSHMAN, 1982; SILA et al., 2015; WILSON; HAYES; CARNEY, 2011).
26
Devido aos efeitos adversos de muitos inibidores sintéticos da ECA tais como tosse,
dificuldade para respirar e distúrbio do paladar (CHEN et al., 2012; VYSSOULIS et al.,
2001), resistência microbiana aos antibióticos e conservantes de alimentos, no caso dos
antimicrobianos (SILA et al., 2014), toxicidade e efeito carcinogênico de alguns antioxidantes
(FARVIN et al., 2014) entre outros, o estudo dos hidrolisados tem sido uma alternativa
interessante. Além disso, a aplicação dos peptídeos bioativos em filmes comestíveis é uma
alternativa de funcionalidade dos mesmos, além da possibilidade do uso destes como
embalagens (GIMÉNEZ et al., 2013a, 2013b). O estudo da digestibilidade dos filmes, pode
fornecer informações úteis para o uso desse tipo de material na elaboração de alimentos
funcionais (GIMÉNEZ et al., 2013b).
Na década de 80, com o advento da conscientização ambiental e os aspectos
negativos dos materiais poliméricos sintéticos, a elaboração de filmes passou a ser incentivada
(FALGUERA et al., 2011; TONGNUANCHAN; BENJAKUL; PRODPRAN, 2011). Segundo
Sousa e Gonçalves (2015) os filmes elaborados à base de polissacarídeos de algas marinhas,
tais como o ágar, possuem boa resistência mecânica, propriedades moderadas de barreira ao
O2 e CO2, são comestíveis e facilmente biodegradáveis. Além disso, devido a sua carga neutra
possibilitam a difusão de compostos bioativos. Diante disso, é interessante a incorporação de
peptídeos bioativos no desenvolvimento de filmes ativos, os quais podem ser utilizados na
conservação de alimentos, tais como o pescado.
O pescado é altamente perecível durante o armazenamento sob refrigeração,
devido a rápida multiplicação de micro-organismos naturalmente presentes no mesmo ou
oriundos de contaminação, o que pode resultar em problemas econômicos e/ou relacionados
com a saúde (GÓMEZ-ESTACA et al., 2010; LÓPEZ DE LACEY; LÓPEZ-CABALLERO;
MONTERO, 2014). O linguado (Paralichthys orbignyanus) está distribuído desde o Rio de
Janeiro (Brasil) até a Patagônia (Argentina) no sudoeste do Atlântico, e constitui um
importante recurso pesqueiro nessas áreas sendo considerado importante devido ao seu
elevado preço de mercado, justificando o uso de tecnologias alternativas para a sua
conservação (BOLASINA, 2011; SAMPAIO; BIANCHINI, 2002). Neste contexto, o objetivo
do presente estudo foi elaborar e aplicar filmes incorporados com hidrolisados proteicos,
provenientes de castanha, para a conservação de filés de linguado.
27
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Obtenção, avaliação e aplicação de hidrolisados proteicos da castanha (U. canosai)
com atividades biológicas, em filmes bioativos utilizados para a conservação de
pescado.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Obter e caracterizar isolados proteicos e proteínas miofibrilares provenientes da
castanha, quanto as suas propriedades físico-químicas e funcionais;
Obter hidrolisados proteicos com diferentes graus de hidrólise, a partir das proteínas
miofibrilares e isolados proteicos da castanha utilizando enzimas proteolíticas;
Avaliar as bioatividades (capacidade antioxidante, antimicrobiana, anti-hipertensiva,
inibitória das enzimas dipeptidil peptidase IV e prolil endopeptidase) apresentadas
pelos diferentes hidrolisados proteicos obtidos;
Elaborar filmes à base de ágar com a incorporação de hidrolisado ou de óleo essencial
de cravo (Eugenia caryophyllata);
Avaliar os filmes elaborados quanto a suas propriedades mecânicas, físicas e de
barreira;
Aplicar e avaliar o efeito de filmes incorporados com hidrolisado ou óleo essencial de
cravo, sobre a conservação de filés de linguado (P. orbignyanus) armazenados a 5 °C
durante 15 dias.
CAPÍTULO II
REVISÃO DA LITERATURA
29
2.1 PESCADO
O pescado pode servir como fonte de compostos funcionais, tais como os ácidos
graxos poli-insaturados, minerais, vitaminas, proteínas e peptídeos bioativos (MARMON,
2012; NAJAFIAN; BABJI, 2012; RAGHAVAN; KRISTINSSON, 2009). Com base na
massa, cerca de 50 a 65% do pescado corresponde ao músculo, onde os seus principais
constituintes são a umidade (58 - 82%), as proteínas (16 - 21%), os lipídios (0,2 - 25%) e as
cinzas (1,2 - 1,5%). O conteúdo de carboidratos, geralmente, é inferior a 0,5% (MARMON,
2012). Na nutrição humana, o pescado constitui uma fonte de proteína de alto valor biológico,
sendo tão importante quanto a da carne bovina. Em muitos países, principalmente da Europa e
Ásia, é a proteína animal mais consumida. Contudo, por razões culturais e socioeconômicas,
no Brasil apenas 10% da população incorpora o pescado em sua alimentação (GERMANO;
GERMANO, 2015). Segundo dados do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), a média do
consumo per capita no Brasil alcançou 11,17 kg em 2011 (BRASIL, 2011a).
Segundo o Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura do MPA, o Brasil produziu
em 2011 aproximadamente 1.431.974 toneladas de pescado (BRASIL, 2011a). A pesca
extrativa marinha é a principal fonte de produção de pescado nacional, sendo responsável por
553.670,0 toneladas (38,7% do total de pescado). A Figura 1 mostra a castanha (Umbrina
canosai), a qual habita as águas costeiras do Atlântico Sul, entre os limites aproximados do
Rio de Janeiro (Brasil) e do Rio Colorado (Argentina) (HAIMOVICI; SANTOS; PEREZ,
2006).
Figura 1 - Castanha (U. canosai)
Fonte: www.fishbase.org (2015)
Em 2011, aproximadamente 12.164,8 toneladas de castanha foram capturadas no
Brasil (BRASIL, 2011a). No mesmo período, o Rio Grande do Sul foi responsável pela pesca
marinha extrativa de 34.385,0 toneladas de pescado. Neste contexto, o porto pesqueiro da
cidade do Rio Grande se destaca, pois é o maior centro pesqueiro do estado (BRASIL, 2011).
30
A castanha é uma espécie pertencente a família Sciaenidae, demersal, semi-gorda,
a qual possui hábitos alimentares epi-bentônicos. A castanha atinge cerca de 450 mm de
comprimento e 1,4 kg de massa (FISCHER; PEREIRA; VIEIRA, 2004). Segundo Lempek
(2005), o músculo da castanha possui 77,3% de umidade, 18,3% de proteína, 3,3% de lipídios
e 1,1% de cinzas. Ela é explorada sazonalmente, principalmente, nos meses de inverno e
primavera, quando os adultos migram acompanhando o deslocamento de águas mais frias,
para desovar no litoral do Rio Grande do Sul (HAIMOVICI; SANTOS; PEREZ, 2006). Essa
espécie é abundante e intensamente explorada na plataforma continental do sul do Brasil.
Entretanto, possui baixo valor comercial o qual varia de R$ 0,86 a 1,02 por kg, dependendo
do tipo de pesca realizada (BRASIL, 2011b). Algumas espécies de pescado não são
comumente comercializadas, por não possuírem rendimento satisfatório com relação à
filetagem, devido à estrutura corporal e por apresentarem baixo valor comercial (MARTINS ;
COSTA; PRENTICE, 2009). Além disso, devido à crescente conscientização de que os
recursos marinhos não são infinitos, numerosos esforços têm sido realizados para a melhoria
da utilização de subprodutos e co-produtos pesqueiros, bem como de espécies de baixo valor
agregado, as quais são pouco utilizadas na alimentação (NOLSØE; UNDELAND, 2009).
A Figura 2 mostra o linguado (Paralichthys orbignyanus), a sua distribuição se
estende do estado do Rio de Janeiro (Brasil) até a Patagônia (Argentina), constituindo um
importante recurso pesqueiro nestas áreas (BOLASINA, 2011). Ele é a única espécie adaptada
ao estuário da Lagoa dos Patos, entre as três espécies do gênero Paralichthys pescadas na
região, sendo a de maior porte (OKAMOTO, 2011).
Figura 2 - Linguado (P. orbignyanus)
Fonte: www.fishbase.org (2015)
O linguado possui hábitos demersais, considerado uma espécie magra, é um peixe
carnívoro o qual quando juvenil se alimenta de poliquetas e crustáceos, mas quando adultos,
indivíduos maiores passam a ter importância (BIANCHINI; ROBALDO; SAMPAIO, 2010).
Segundo Müller et al. (2006) o linguado apresenta um conteúdo 81% de umidade, 17,4% de
31
proteínas, 1,60% de lipídios e 1,08% de cinzas. Alguns exemplares, podem atingir mais de
100 cm de comprimento total e massa de aproximadamente 10 kg (BIANCHINI; ROBALDO;
SAMPAIO, 2010; CARNEIRO, 1995; MÜLLER et al., 2006; OKAMOTO, 2011). Seu valor
comercial é elevado e é um importante item da pesca na costa do Rio Grande do Sul, Uruguai
e Argentina (OKAMOTO, 2011). Segundo dados do MPA, o valor comercial do mesmo está
entre R$ 2,07 e 3,55 por kg, dependendo do tipo de pesca realizada (BRASIL, 2011b). Em
2011, aproximadamente 2.682,3 toneladas de linguado foram capturadas, através da pesca
marinha extrativa no Brasil (BRASIL, 2011a).
2.2 PROTEÍNAS DO PESCADO
As proteínas são polímeros complexos compostos por 21 aminoácidos distintos,
interligados por ligações peptídicas como apresenta a Figura 3 (DAMODARAN; PARKIN;
FENNEMA, 2010). Os aminoácidos estão unidos pela formação de ligações covalentes, entre
um grupo α - carboxila de um aminoácido e o grupo α - amina do próximo.
Consequentemente, a água é eliminada do processo obtendo-se resíduos de aminoácidos
ligados entre si, sendo essa ligação denominada ligação peptídica. A proteína se compõe de
muitos aminoácidos, geralmente mais de cem, que são ligados por ligações peptídicas para
formar uma cadeia polipeptídica (CAMPBELL, 2000).
Figura 3 - Ligação peptídica entre os aminoácidos da proteína.
Fonte: Araújo (2012)
Os aminoácidos diferem entre si, devido a sua diferente massa molecular, carga e
polaridade característica. As propriedades químicas e o tamanho da cadeia lateral, bem como
a sequência de aminoácidos, afetam a conformação da molécula, a atividade biológica e
nutricional e as propriedades funcionais da proteína (ARAÚJO, 2011; DAMODARAN;
PARKIN; FENNEMA, 2010).
32
As proteínas do músculo esquelético estão organizadas de acordo com a sua
solubilidade ou função biológica. As funções biológicas, normalmente se referem às
contribuições das proteínas à estrutura do músculo, tal como a contração ou metabolismo,
entre outras. Esta categoria abrange a solubilidade das proteínas do músculo, em diferentes
concentrações de sais e as mesmas estão correlacionadas à localização celular, o que
compreendem três classes de proteínas sendo identificadas como sarcoplasmáticas,
miofibrilares e do estroma (DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA, 2010). As proteínas
sarcoplasmáticas, miofibrilares e conjuntivas compreendem 20 a 30%, 65 a 75% e 3 a 10% do
total da proteína presente no músculo do pescado, respectivamente (FURLONG, 2000;
KOBLITZ, 2014). Segundo Koblitz (2014), o músculo do pescado possui propriedades
diferentes, as quais dependem dos grupos de proteína que o constitui, que podem variar de
acordo com a espécie, tamanho, sexo, época do ano e região de captura.
As proteínas sarcoplasmáticas estão localizadas na porção do sarcoplasma da
célula do músculo, desempenhando funções bioquímicas das células. Além disso, a sua
importância reside em que a maioria possui atividade enzimática (DAMODARAN; PARKIN;
FENNEMA, 2010). As proteínas sarcoplasmáticas são solúveis em água e em soluções com
baixa força iônica (> 0,3 mM) (DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA, 2010). Alguns
autores (LIMPAN et al., 2010; NUANMANO; PRODPRAN; BENJAKUL, 2015;
ZAVAREZE et al., 2014) extraíram proteínas sarcoplasmáticas e do estroma do músculo de
diferentes pescados, através de sucessivas lavagens em água e solução salina diluída para a
concentração de proteínas miofibrilares.
As proteínas do estroma, ou dos tecidos conectivos, estão constituídas por
diversos tipos de célula, incluindo fibroblastos que sintetizam o colágeno. Além disso, existe
ainda uma matriz composta por proteínas fibrosas e não fibrosas, incluindo membros da
família do colágeno, tal como a elastina (DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA, 2010). O
tecido conjuntivo é responsável pela sustentação das fibras musculares em estruturas capazes
da manutenção da conexão das mesmas. Entretanto, como os peixes não necessitam muito
esforço para o seu deslocamento na água, consequentemente não necessitam de um tecido
forte e extenso. Desta forma, o pescado possui menor conteúdo de colágeno e elastina, quando
comparado com os animais terrestres (KOBLITZ, 2014).
As proteínas miofibrilares são representadas, principalmente, pelo grupo actina e
miosina, as quais são estruturadas em filamentos e apresentam a função contrátil. São
insolúveis em água e solúveis em soluções salinas concentradas (> 0,05 M) (KOBLITZ,
2014). A miosina é a mais abundante das proteínas estruturais e é importante na capacidade
33
de formação de gel, retenção de água e contém importantes aminoácidos essenciais
(MARMON, 2012).
As proteínas de pescado, estão sendo utilizadas para o desenvolvimento de
produtos de elevado valor agregado. Esses podem contribuir no melhoramento das
propriedades funcionais e no enriquecimento proteico, como novas alternativas para o
desenvolvimento de alimentos através do uso de isolados proteicos, proteínas miofibrilares,
surimi, entre outros (CENTENARO et al., 2007; FREITAS et al., 2011; LEMPEK;
MARTINS; PRENTICE, 2007; PIOTROWICZ, 2012). Por outro lado, as proteínas também
estão sendo avaliadas quanto a obtenção de compostos os quais sejam benéficos para a saúde
dos seres humanos, como os peptídeos bioativos que podem ter propriedades antimicrobianas
(DI BERNARDINI et al., 2011; JIANG et al., 2014), antioxidantes (ALEMÁN et al., 2011;
CENTENARO, 2011), anti-hipertensivas (RAGHAVAN; KRISTINSSON, 2009) entre
outras.
2.3 ISOLADO PROTEICO DE PESCADO
O processo de isolamento de proteínas do músculo de pescado, com a eliminação
simultânea de lipídios e proteínas insolúveis, foi proposta por Hultin e Kelleher (2000). Os
isolados proteicos são comumente obtidos pelo processo de variação de pH (pH- shifting
process) por solubilização proteica por via química (ácida ou alcalina), a partir de co-
produtos, músculo ou de pescado inteiro, seguida de precipitação em seu ponto isoelétrico (pI)
(MATAK; TAHERGORABI; JACZYNSKI, 2015; NOLSØE; UNDELAND, 2009). A Figura
4, explica bioquimicamente a obtenção do isolado proteico através do método de variação de
pH.
As proteínas miofibrilares estão presentes como agregados, são insolúveis em
água e solúveis em soluções salinas concentradas (> 0,05 M) (DAMODARAN; PARKIN;
FENNEMA, 2010; KOBLITZ, 2014; ORDÓÑEZ, 2005). No músculo homogeneizado de
pescado, ocorre uma interação hidrofóbica fraca de proteína-proteína (GEHRING et al., 2011;
MATAK; TAHERGORABI; JACZYNSKI, 2015; UNDELAND et al., 2003). Entretanto, as
cadeias laterais de proteína podem assumir diferentes cargas eletrostáticas, dependendo das
condições em que as mesmas são submetidas. Em valores de pH abaixo ou acima do pI, as
proteínas possuem uma carga líquida positiva ou negativa, respectivamente (DAMODARAN;
PARKIN; FENNEMA, 2010).
34
Figura 4 - Base bioquímica para a obtenção do isolado proteico
Onde: A) No pI as interações proteina-água são mínimas, enquanto que as interações proteína-proteína são
máximas, através ligações hidrofóbicas fracas; B) Com a adição de ácido ou base, as interações proteína-água
aumentam, resultando na solubilidade proteica. (Fonte: Adaptada de Gehring et al., 2011; Matak, Tahergorabi e
Jaczynski, 2015).
Segundo Matak, Tahergorabi e Jaczynski (2015), quando um ácido é adicionado
em uma solução proteica, ocorre a formação de íons hidrônio (H3O+), e a consequente
protonação de algumas cadeias laterais carregadas, tais como os resíduos de glutamil ou
aspartil, resultando em um aumento da carga líquida positiva da solução. Semelhantemente, a
adição de base (OH-) na solução resulta na desprotonação, das cadeias como a tirosil, lisil,
cistenil, triptofanil e arginil entre outras, contribuindo para um aumento de carga negativa
(GEHRING et al., 2011; NOLSØE; UNDELAND, 2009). Segundo Matak, Tahergorabi e
Jaczynski (2015), quando as proteínas possuem cargas líquidas, positivas ou negativas,
iniciam uma interação eletrostática proteína-água, o que diminui as interações hidrofóbicas
proteína-proteína. Consequentemente as moléculas de proteína se tornam mais polares,
ocorrendo um acréscimo no conteúdo de água associada e em torno da mesma, tornando-as
solúveis em água (GEHRING et al., 2011; NOLSØE; UNDELAND, 2009).
No entanto, é possível ajustar o pH de uma solução proteica, de modo que o
número de cargas negativas sobre a superfície da proteína seja igual ao número de cargas
positivas e por conseguinte, a molécula de proteína assume uma carga eletrostática líquida
igual a zero. Esse ponto é denominado ponto isoelétrico (pI) da proteína, o qual depende do
35
tipo de matéria-prima utilizada, mas para um grande número de proteínas encontra-se entre os
pH’s 4,5 e 6,5 (DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA, 2010; GEHRING et al., 2011;
MATAK; TAHERGORABI; JACZYNSKI, 2015). A solubilidade da proteína depende não
apenas das propriedades físico-químicas da molécula, mas também do pH, da força iônica, da
temperatura e do tipo do solvente (ORDÓÑEZ, 2005).
O comportamento isoelétrico das proteínas musculares de pescado, pode ser usado
para recuperar proteínas do processamento de animais aquáticos ou de co-produtos, assim
como de espécies de baixo valor agregado (MATAK; TAHERGORABI; JACZYNSKI,
2015). Segundo Kristinsson e Liang (2006), materiais indesejáveis como a pele, ossos, micro-
organismos, lipídios de membrana e outros resíduos são removidos durante o processo de
centrifugação. Nos processos de solubilização ácida ou alcalina da proteína, quando o
músculo é submetido a pH extremos, as proteínas são parcialmente desdobradas. Desta forma,
ocorrem alterações na parte estrutural e conformacional das proteínas, as quais conduzem a
diferentes propriedades quando recuperadas (KRISTINSSON; HULTIN, 2003). O
processamento do isolado proteico de pescado em pH alcalino, permite a recuperação de
proteínas com propriedades funcionais melhores, entre elas textura ou gelificação, entre
outros. Entretanto, a solubilização ácida resulta em um acréscimo do rendimento proteico.
Além da solubilização ácida, muitos fatores são responsáveis por essa característica, tais
como a fonte muscular, frescor dos filés de pescado, adição de água, pH de solubilização e
precipitação, dentre outros (MARMON, 2012; NOLSØE; UNDELAND, 2009).
A composição proximal do pescado, a qual depende da espécie, idade, estado
fisiológico, época e região da captura, pode influenciar na obtenção de produtos com
diferentes teores de constituintes (ORDÓÑEZ, 2005). Rocha et al. (2013) elaboraram isolado
proteico a partir de carne mecanicamente separada de anchoita (Engraulis anchoita), o qual
obteve um conteúdo de 88,8% de proteínas, 5,5% de umidade, 1,3% lipídios e 1,0% de cinzas.
El Halal et al. (2015) obtiveram um isolado proteico de corvina (Micropogonias furnieri),
com um teor de 89,8% de proteína, 9,2% de umidade, 0,7% de lipídios e 0,8% de cinzas.
2.4 HIDROLISADO PROTEICO
A hidrólise das proteínas é umas das estratégias para melhorar as propriedades
funcionais da proteína, tanto do ponto de vista tecnológico (solubilidade, dispersibilidade,
formação de espuma e emulsificação) como biológico (peptídeos bioativos) (DAMODARAN;
36
PARKIN; FENNEMA, 2010; NAJAFIAN; BABJI, 2012). Segundo Najafian e Babji (2012)
os peptídeos bioativos, desempenham um papel importante na modulação e regulação
metabólica. Estes podem ser utilizados como ingredientes funcionais, nutracêuticos e
farmacêuticos para melhorar a saúde e prevenir doenças (BARROW; SHAHIDI, 2008). Os
peptídeos bioativos estão inativos dentro das sequências das proteínas, mas podem ser
liberados por diferentes processos e em seguida eles exercem várias funções fisiológicas. A
grande maioria dos peptídeos bioativos são gerados espontaneamente in vivo, a partir da
digestão das proteínas que os contêm. Contudo, eles também podem ser obtidos por métodos
in vitro (KORHONEN; PIHLANTO, 2006). São conhecidos três métodos para obtenção
desses peptídeos, como apresenta a Figura 5. Estes métodos são a extração por solvente, a
hidrólise enzimática e a fermentação microbiana de diferentes fontes proteicas.
Figura 5 - Métodos de obtenção de peptídeos a partir de proteínas
Fonte: Adaptado de Najafian e Babji (2012)
A extração com solvente dos peptídeos possui várias desvantagens, como a baixa
seletividade, baixo rendimento em extração e a presença de resíduos tóxicos, que contribui
para a poluição ambiental (ALASALVAR; SHAHIDI; MIYASHITA, 2010; NAJAFIAN;
BABJI, 2012). Na fermentação microbiana, muitas vezes é difícil a separação dos micro-
organismos do produto obtido (HAVENAAR et al., 1992). Devido a isso, o método de
hidrólise enzimática é preferido nas indústrias de alimentos e farmacêuticas. Além disso, os
processos enzimáticos oferecem diversas vantagens quando comparado aos tratamentos
químicos, incluindo altas taxas de reação em condições amenas e com grande especificidade
(BRYKSA; YADA, 2015; NAJAFIAN; BABJI, 2012).
37
A Figura 6 apresenta a reação de hidrólise enzimática, a qual é um processo que
consiste na clivagem da ligação peptídica, existente entre os aminoácidos, onde a molécula da
proteína se rompe em duas partes, como consequência da adição de uma mólecula de água.
Desta forma, ocorre a liberação de um mol de um grupo carboxila e um mol do grupo amino,
para cada ligação clivada (DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA, 2010). Segundo Lee
(2015) quando uma protease age com um substrato proteico, a reação catalítica consiste em
três reações consecutivas: 1) formação do complexo de Michaelis entre a cadeia peptídica
original (substrato) e a enzima; 2) quebra das ligações peptídicas e 3) ataque nucleofílico no
restante do complexo para quebrar o outro peptídeo e reconstituir a enzima livre.
Figura 6 - Métodos de obtenção de hidrolisados a partir de proteína
Fonte: Adaptada de Damodaran, Parkin e Fennema (2010)
Segundo Adler-Nissen (1986), as variáveis mais importantes em uma reação
enzimática são: concentração e especificidade da enzima, temperatura e pH da reação, e a
natureza do substrato. O controle das condições de hidrólise enzimática e a escolha adequada
da enzima, permitem a obtenção de produtos com características adequadas a uma dada
aplicação (KUROZAWA; PARK; HUBINGER, 2009).
A hidrólise enzimática altera a conformação da proteína, quebrando as ligações
peptídicas e produzindo peptídeos de cadeia curta, ou seja, de menor massa molecular,
aumentado a disponibilidade de sítios polares, concorrendo para uma maior absorção de água.
Uma das principais consequências da hidrólise enzimática, é o aumento da solubilidade que,
normalmente está associado ao aumento do grau de hidrólise. Entretanto, também resulta na
exposição de grupos hidrofóbicos, que estavam protegidos na estrutura original da proteína
(DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA, 2010; FONSECA, 2014).
38
2.4.1 Hidrolisado proteico de pescado
Diversas espécies de pescado estão sendo utilizadas para a obtenção de
hidrolisados proteicos, seja a partir do músculo ou subprodutos dos mesmos, tais como:
bacalhau (Gadus morhua) (GIRGIH et al., 2015), sardinha (Sardina pilchardus) (GARCÍA-
MORENO et al., 2014), corvina (Micropogonias furnieri) (MARTINS et al., 2014;
ZAVAREZE et al., 2014), castanha (Umbrina canosai) (CENTENARO et al., 2014), anchoita
(Engraulis anchoita) (PIOTROWICZ, 2012) entre outras. O hidrolisado proteico de pescado
em inglês é denominado pela sigla FPH (Fish Protein Hydrolysate), conforme designado pela
Food and Agriculture Organization (FAO), o qual pode ser obtido pela digestão das proteínas
do pescado (OETTERER, 2001). A hidrólise enzimática, é caracterizada por uma fase inicial
rápida, seguida por uma redução da taxa de reação. Isto pode ser associado a diversos fatores,
tais como a diminuição na concentração de ligações peptídicas, a competição entre o substrato
original e os peptídeos formados e a inibição da enzima pelos produtos da hidrólise
(CHALAMAIAH et al., 2012; KRISTINSSON; RASCO, 2000; VALENCIA; PINTO;
ALMONACID, 2014).
A hidrólise enzimática resulta na liquefação do tecido do pescado, que objetiva a
recuperação de proteínas de espécies subtilizadas ou de co-produtos do processamento de
pescado que seriam desperdiçados, através do emprego de enzimas proteolíticas para
solubilização da proteína do pescado, resultando em duas frações: solúvel e insolúvel. A
fração solúvel, que contém a proteína hidrolisada, pode se transformar em produtos com
diferentes funcionalidades e a fração insolúvel pode ser usada na ração animal. A produção de
materiais solúveis que constituem o produto final da hidrólise depende de diversos fatores,
tais como o tipo do reagente químico, enzima, substrato, pH da reação, temperatura, grau de
hidrólise, tempo de hidrólise e proporção da enzima (CHALAMAIAH et al., 2012;
KRISTINSSON; RASCO, 2000). Segundo Kristinsson (2005), a natureza e qualidade das
espécies de pescado são alguns dos fatores que afetam o potencial bioativo dos hidrolisados
elaborados à base do mesmo. Os hidrolisados obtidos a partir do músculo de pescado, podem
conter diversos compostos pró-oxidantes como hemoproteínas e lipídios oxidados. A
contaminação com esses compostos pró-oxidantes, pode diminuir a estabilidade dos
hidrolisados proteicos, bem como afetar suas bioatividades (RAGHAVAN; KRISTINSSON,
2009a). Devido a isso, torna-se interessante o uso de alguns processos que diminuam o
conteúdo desses compostos, tais como o isolamento proteico pelo processo de variação de pH
39
ou através de sucessivas lavagens com solução salina diluída e água resfriada, para extração
dos mesmos (LIMPAN et al., 2010; NOLSØE; UNDELAND, 2009).
2.4.2 Enzimas proteolíticas
Segundo Bryksa e Yada (2015) e Furlong (2000) as enzimas são proteínas,
sintetizadas pelas células, onde a interação entre elas e o substrato resulta em uma reação
específica a uma taxa relativamente rápida. As enzimas proteolíticas ou proteases, catalisam
as reações de hidrólise das ligações peptídicas das proteínas, que são degradadas a peptídeos e
aminoácidos. Constituem um largo e complexo grupo de enzimas que diferem em suas
propriedades, como a especificidade ao substrato, sítio ativo, mecanismos catalíticos, pH e
temperatura ótimos. A especificidade das enzimas proteolíticas, é governada pela natureza dos
aminoácidos e pelos outros grupos funcionais da molécula proteica (MOLINA; PRAZERES;
BALLUS, 2013). As proteases são classificadas segundo o tipo de reação catalisada, tipo
catalítico e estrutura molecular (RAWLINGS; BARRETT; BATEMAN, 2010; TEIXEIRA,
2011). Em 1964, a União Internacional de Bioquímica estabeleceu o número da Enzyme
Comission (EC) para organizar a nomenclatura dada às enzimas proteolíticas (NC-IUBMB,
2015). Essas nomenclaturas foram subdivididas, completando um número de quatro dígitos
precedidos da sigla EC, identificando assim todas as enzimas (CAMPBELL, 2000; MOLINA;
PRAZERES; BALLUS, 2013). As reações foram divididas em seis grandes grupos, de acordo
com o tipo de reação que catalisam, como apresenta o Quadro 1.
O primeiro dígito representa a divisão principal à qual a enzima pertence, de
acordo com a reação que catalisa, sendo divididas em oxidorredutases, transferases,
hidrolases, liases, isomerases e ligases; o segundo identifica a enzima em termos mais
específicos (sub-subclasse); o terceiro declara de maneira mais precisa, o tipo de atividade e o
quarto é o número da série da enzima dentro do subgrupo (DAMODARAN; PARKIN;
FENNEMA, 2010; FURLONG, 2000). Atualmente, os tipos catalíticos de proteases
conhecidos são: cisteína, serina, treonina, aspárticas, ácido glutâmico e metalo proteases, os
quais estão relacionados com os grupos químicos presentes no sítio ativo e são responsáveis
pela hidrólise de ligações peptídicas. Assim, as serina proteases possuem um resíduo
aminoácido de serina no sítio ativo, que atua como nucleófilo, nas proteases de cisteína o
nucleófilo é um resíduo aminoácido de cisteína e nas proteases de treonina o nucleófilo é um
resíduo de treonina N-terminal. Nas proteases aspárticas, ácido glutâmico e metalo proteases,
40
o ataque nucleófilo é mediado por uma molécula de água, ativada por dois resíduos de ácido
aspártico, um resíduo de ácido glutâmico e por um íon metálico, respectivamente
(RAWLINGS; BARRETT; BATEMAN, 2010; TEIXEIRA, 2011).
Quadro 1 - Classificação das seis maiores classes de enzimas segundo a União
Internacional de Bioquímica
Fonte: Adaptada de Molina, Prazeres e Ballus (2013) e Furlong (2000)
As proteases pertencem ao grupo 3 (hidrolases) e subgrupo 4 (hidrolisam ligações
peptídicas). Elas são divididas também em dois grandes grupos, em função do seu mecanismo
de ação em: exopeptidades ou endopeptidades. As endopeptidases hidrolisam ligações
peptídicas internas das proteínas, produzindo peptídeos relativamente grandes. Devido a
natureza química do seu sítio ativo e por seu mecanismo catalítico, as endopeptidades podem
se classificar em serina proteases (EC 3.4.21), cisteína proteases (EC 3.4.22), proteases
aspárticas (EC 3.4.23) e metalo proteases (EC 3.4.24) e treonina proteases (EC 3.4.25). As
endopeptidases, cujo mecanismo catalítico ainda é desconhecido, são incluídas na sub-
subclasse (EC 3.4.99). As exopeptidades, hidrolisam as ligações peptídicas do N- ou C-
terminais das proteínas. Também devido à natureza do centro catalítico, podem classificar-se
em: aminopeptidases (EC 3.4.11), dipeptidases (EC 3.4.13), dipeptidil peptidases (E.C
3.4.14), carboxipeptidades (EC 3.4.16-18), peptidil peptidases (EC 3.4.15) e ômega
peptidades (EC 3.4.19) (DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA, 2010; GUPTA; BEG;
Classes Tipo de reação
EC 1. Oxidorredutases Reações de oxidorredução
EC 2. Transferases Reação de transferência de grupos
EC 3. Hidrolases
Reações de hidrólise (transferência de grupos funcionais
para a água)
EC 4. Liases
Adição ou remoção de grupos para formar ligações
duplas
EC 5. Isomerases Transformam isômeros entre si
EC 6. Ligases Catalisam reações de síntese
41
LARENZ, 2002; KRISTINSSON; RASCO, 2000; MOLINA; PRAZERES; BALLUS, 2013;
NC-IUBMB, 2015; SANTOS; KOBLITZ, 2008).
As enzimas também podem ser classificadas segundo a sua origem em: vegetal,
animal ou microbiana. Contudo, as enzimas provenientes de fontes animais e vegetais são
mais instáveis nas condições de processo. Neste contexto, as enzimas de origem microbiana,
estão se tornando cada vez mais empregadas na indústria de alimentos, pois possuem ampla
variedade de ação catalítica, fácil manipulação genética, disponibilidade regular devido a
ausência de flutuações sazonais e ainda à facilidade para a obtenção das enzimas, tendo em
vista a rápida multiplicação microbiana utilizando meios de cultura de baixo custo (MOLINA;
PRAZERES; BALLUS, 2013). A hidrólise enzimática pode proporcionar um método rápido e
reprodutível para a obtenção dos peptídeos bioativos, mas a composição e a natureza dos
hidrolisados gerados dependem da especificidade de enzimas utilizadas. A especificidade das
proteases afeta o tamanho, a quantidade, composição dos aminoácidos livres, tipo de
peptídeos e suas sequências de aminoácidos, que influenciam a atividade biológica dos
hidrolisados (ENNAAS et al., 2015).
2.4.2.1 Alcalase
A Alcalase (3.4.21.62) é uma endopeptidase bacteriana, produzida a partir da
fermentação submersa do Bacillus licheniformis, sendo classificada como uma serina
protease, a qual é uma protease alcalina (BENÍTEZ; IBARZ; PAGAN, 2008; MOLINA;
PRAZERES; BALLUS, 2013). Segundo Santos e Koblitz (2008), as serina proteases são
caracterizadas pela presença do aminoácido serina no sítio ativo, o qual atua como nucleófilo.
Elas são geralmente ativas em uma faixa de pH 6,5 a 8,5, temperatura de 50 a 70 °C e
apresentam baixa especificidade de substrato (YUST et al., 2010).
A baixa especificidade de substrato, pôde ser verificada em diversos estudos, tais
como no trabalho de Liu et al. (2014), os quais desenvolveram hidrolisados proteicos a partir
de surimi de carpa prateada (Hypophthalmichthys molitrix), em que utilizaram a Alcalase na
temperatura de 60 °C e pH de 8,5; Yust et al. (2010) empregaram a Alcalase em pH 8 e
temperatura de 50 °C, para obter hidrolisado proteico de isolado proteico de grão-de-bico
(Cicer arietinum L.); Bamdad, Wue e Chen (2011) utilizaram cevada (Hordeum vulgare L.)
para a obtenção de hidrolisado proteico utilizando a Alcalase a uma temperatura de 50 °C e
pH 8. Segundo alguns autores (KRISTINSSON; RASCO, 2000; MOLINA; PRAZERES;
42
BALLUS, 2013; DOS SANTOS et al., 2011), a Alcalase é uma enzima promissora e
economicamente viável, em relação às demais enzimas empregadas para hidrolisar proteínas
do músculo de pescado, pois necessita de menor tempo de reação para obter o mesmo grau de
hidrólise que as outras enzimas.
2.4.2.2 Protamex
A Protamex (EC 3.4.21.62; EC 3.4.24.28), é uma mistura de exo- e
endopeptidases bacterianas, produzida a partir do Bacillus sp. Ela é caracterizada como uma
mistura de metalo proteases, serina proteases, proteases aspárticas e carboximetilpeptidase, a
qual possui ampla especificidade (BENÍTEZ; IBARZ; PAGAN, 2008).
Segundo alguns estudos (AHN; KIM; JE, 2014; WANG et al., 2014), a Protamex
possui uma ótima atividade em pH de 7 à temperatura de 50 °C, para diferentes tipos de
substrato, tais como as proteínas provenientes de fonte animal e vegetal. Wang et al. (2014),
obtiveram hidrolisado proteico a partir de milho em condições de temperatura e pH de 50 °C e
7,0, respectivamente. Ahn, Kim e Je (2014) em pH 7,0 e temperatura de 50 °C, elaboraram
hidrolisados de subprodutos de salmão (Salmo salar). Alemán et al. (2011) elaboraram
hidrolisados proteicos a partir de gelatina de pota (Dosidicus giga), utilizando a Protamex nas
condições de temperatura de 60 °C e pH 6,5. Piotrowicz (2012) utilizou carne mecanicamente
separada de anchoita (Engraulis anchoita), como substrato para a obtenção de hidrolisado
proteico utilizando a Protamex na temperatura de 50 °C e em pH 6,5. Através desses estudos,
pode-se verificar que a Protamex atua em diversos tipos de substratos, resultando em
hidrolisados com diferentes atividades, tais como: antioxidante, anti-hipertensiva,
anticancerígena entre outras (AHN; KIM; JE, 2014; ALEMÁN et al., 2011; PIOTROWICZ,
2012).
2.4.3 Grau de hidrólise
O Grau de hidrólise (GH), das proteínas hidrolisadas pelas enzimas determina as
propriedades funcionais e biológicas das mesmas, é um critério quantitativo para medir o
progresso da degradação hidrolítica das proteínas (LEE, 2015). O GH pode influenciar essas
propriedades, uma vez que o comprimento da cadeia peptídica, bem como a exposição de
43
grupos aminos terminais dos peptídeos produzidos, dependem do GH e estão relacionados
com as mesmas (THIANSILAKUL; BENJAKUL; SHAHIDI, 2007). Segundo Adler-Nissen
(1986), o GH é definido como a razão entre o número de ligações peptídicas quebradas e o
número total de ligações peptídicas de determinada proteína, como se mostra na Equação 1:
Onde GH é o grau de hidrólise expresso em %, h é o número de ligações peptídicas
hidrolisadas e htot é o número de ligações peptídicas totais da proteína antes da reação.
As proteínas quando intactas possuem um valor de GH de 0% e completamente
hidrolisadas têm valor de GH de 100%. O GH pode ser determinado através de diferentes
métodos, os quais estão baseados na determinação dos grupos α-amino livres (SNYDER;
SOBOCINSKY, 1975), na determinação de nitrogênio solúvel depois de precipitar a proteína
com ácido tricloroacético (HOYLE; MERRIT, 1994) e na quantificação do próton liberado,
após a ruptura de ligações peptídicas em certos pH’s (ADLER-NISSEN, 1977). A quantidade
de grupos α-amino liberados, é determinada espectrofotometricamente através da reação entre
o ácido trinitrobenzenosulfônico (TNBS) e/ou ortoftalaldeído (OPA) com grupamentos
amino, esses reagentes estão sendo utilizados em diversos estudos (CENTENARO, 2011;
CHI et al., 2014; KILIÇ APAR; ÖZBEK, 2011; WIRIYAPHAN; CHITSOMBOON;
YONGSAWADIGUL, 2012). Entretanto, o ácido TNBS, não reage com alguns aminoácidos
tais como a prolina e hidroxiprolina, e apresenta problemas com interferentes como os
açúcares redutores e amônio. Além disso, o OPA não reage com a prolina e reage
parcialmente com a cisteína (GUADIX et al., 2000). Segundo Fonseca (2014), o método
baseado na determinação de nitrogênio solúvel, fornece um parâmetro e não uma medida de
hidrólise, e o método baseado na determinação dos grupos α-amino livres, utilizando TNBS
como reagente, dificulta o acompanhamento da cinética de hidrólise.
A determinação do GH pelo método de pH-stat, tem sido utilizado em muitos
estudos (GIMÉNEZ et al., 2009; MOSQUERA et al., 2014; NASRI et al., 2013; SILA et al.,
2015), pois possibilita o controle do GH de forma contínua em pH e temperatura constante
(ADLER-NISSEN, 1986). Segundo Lee (2015) e Adler-Nissen (1986), esse método é baseado
no princípio de que o pH é mantido constante durante a hidrólise, por meio de titulação com
GH
htot x 100 (1)
44
base, quando a mesma é realizada em condições alcalinas e neutras. Entretanto, o volume da
base adicionada não está relacionado de forma simples com o GH alcançado, sendo
necessário para estabelecer essa relação, o conhecimento do pK médio dos grupamentos α-
amino liberados na hidrólise.
Segundo Alemán (2011) quando uma ligação amida é hidrolisada entre pH neutro
e alcalino (7 < pH > 10), o grupamento carboxila terminal se dissocia por completo e os
prótons formados se propagam de acordo com o equilíbrio da protonação dos grupos α-amino
liberados, contribuindo para uma diminuição do pH. Cada mol de ligações amida hidrolisadas
resulta em um mol de ânions monovalentes (P-COO-) e um mol de cátions monovalentes,
divididos entre P-NH3+
e H+. A base adicionada para manter o pH constante neutraliza apenas
os prótons, os quais são substituídos pelo cátion da base. A quantidade de base adicionada é
equivalente aos prótons gerados durante a hidrólise, os quais são uma fração de ligações
amida hidrolisada. Esse equilíbrio, permite calcular a fração de ligações amida hidrolisadas
que deve ser neutralizada pela base para manter o pH constante e relacionar o volume gasto
de base com o GH (KUROZAWA; PARK; HUBINGER, 2009).
Raghavan e Kristinsson (2009), avaliaram o efeito de diferentes GH (7,5 e 25%)
dos hidrolisados obtidos de isolado proteico de tilápia pelo método de pH-stat e verificaram
que o acréscimo do mesmo resultou em maior potencial anti-hipertensivo. Liu et al. (2014),
em seus estudos com hidrolisados proteicos de subprodutos de surimi de carpa prateada
(Hypophthalmichthys molitrix) em diferentes GH (10, 20 e 30%), verificaram que a massa
molecular dos hidrolisados diminuía com o acréscimo no GH. Khantaphant, Benjakul e
Kishimura (2011) estudaram a influência de diferentes GH (20, 30 e 40%) de hidrolisados de
lúcio marrom (Lutjanus vitta) sobre as atividades antioxidante e anti-hipertensiva, onde
verificaram, dependendo do método de avaliação desses, que o GH influenciava
positivamente ou negativamente nas mesmas. Devido a isso, é interessante o estudo da
influência de diferentes GH sobre as atividades biológicas dos hidrolisados.
2.5 ATIVIDADE BIOLÓGICA DOS PEPTÍDEOS
Os peptídeos são compostos formados por um pequeno número de aminoácidos, o
qual pode variar de dois a várias dúzias (CAMPBELL, 2000; NAJAFIAN; BABJI, 2012).
Segundo Gómez-Guillén et al. (2011), as proteínas possuem peptídeos biologicamente ativos,
que são inativos dentro da sequência proteica, mas podem ser liberados durante a digestão
45
gastrointestinal, processamento dos alimentos e processos como a hidrólise enzimática. Os
hidrolisados proteicos são fonte de peptídeos bioativos os quais possuem diversas atividades
biológicas, dentre elas a antimicrobiana (DI BERNARDINI et al., 2011; GOTTARDI et al.,
2014), antioxidante (ALEMÁN et al., 2011; KHANTAPHANT; BENJAKUL; KISHIMURA,
2011), anti-hipertensiva (KTARI et al., 2014; LASSOUED et al., 2015; O’LOUGHLIN et al.,
2014), inibitória da dipeptidil peptidase IV, como indicativo do potencial antidiabético
(NONGONIERMA; FITZGERALD, 2013; SILA et al., 2015), inibidora de desordens
neuropatológicas como a depressão, demência senil e Alzheimer (SILA et al., 2015;
WILSON; HAYES; CARNEY, 2011), anticancerígena (ALEMÁN et al., 2011; CHI et al.,
2015; UMAYAPARVATHI et al., 2014), imunomoduladora (SINGH; VIJ; HATI, 2014)
entre outras.
2.5.1Atividade anti-hipertensiva
As doenças cardiovasculares, tais como aterosclerose, acidente vascular cerebral
(AVC) e insuficiência cardíaca, são uma grande preocupação à saúde, pois são as principais
causas de morte na maioria dos países industrializados. Um dos principais fatores de risco das
mesmas, é a hipertensão arterial sistêmica (HAS), definida pela Organização Mundial de
Saúde (OMS), como a ultrapassagem de 90 mmHg para a pressão arterial diastólica e 140
mmHg para a pressão sistólica (BOSCHIN et al., 2014). A hipertensão é um problema
mundial de proporções epidêmicas, afetando cerca de 30% da população adulta na maioria
dos países (BALTI et al., 2013). Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), no
Brasil existem, atualmente, 17 milhões de hipertensos e até o ano de 2025, estima-se que o
número de hipertensos poderá crescer em 80% (SBH, 2015).
A pressão arterial (PA) do corpo humano, é regulada por diversos mecanismos
correlacionados, principalmente por dois sistemas denominados: renina-angiotensina e
calicreína-cinina. Entretanto, o sistema renina-angiotensina é o mais estudado, pois a PA alta
é normalmente tratada com fármacos, tais como captopril e enalapril, que inibem a enzima
conversora de angiotensina (ECA; dipeptidil carboxipeptidase; EC 3.4.15.1), que atua no
sistema renina-angiotensina (AHN et al., 2012; BALTI et al., 2013; LASSOUED et al., 2015).
A renina é uma enzima sintetizada e armazenada sob a forma inativa nas células
justaglomerulares dos rins. Quando a PA diminui, ocorre a liberação da renina para a corrente
sanguínea, resultando na ruptura de seu substrato natural, o angiotensinogênio, e a liberação
46
da angiotensina I (GILMAN et al., 1991). A ECA aumenta a PA, pois catalisa a reação de
hidrólise da angiotesina I (decapeptídeo), produzido pela ação da renina, na qual dois de seus
aminoácidos são removidos para formar a angiostensina II, um octapeptídeo com potente
atividade vasoconstritora. Além disso, a ECA atua simultaneamente no sistema calicreína-
cinina, catalisando a degradação da bradicinina, um nonapeptídeo com potente ação
vasodilatadora (WITHEROW et al., 2001).
Os principais efeitos da angiotensina II consistem na contração das arteríolas,
resultando em um acréscimo da pressão arterial e no estímulo da secreção de aldoesterona
pelas glândulas suprarrenais, um hormônio que induz a retenção de sódio, água e a excreção
de potássio. O acúmulo de água, contribui para um aumento do volume extracelular e,
consequentemente, no aumento da pressão arterial bem como a neutralização da produção da
renina (CARVALHO et al., 2005; TIRELLI; DE NONI; RESMINI, 1997). Desta forma, a
inibição da ECA é necessária para evitar a formação de agentes vasoconstritores como a
angioestensina II, os quais causam a hipertensão, e para potencializar a ação vasodilatadora da
bradicinina (BALTI et al., 2013). Os inibidores da ECA, podem diminuir a atividade da ECA
reduzindo o nível de angiostensina II, exercendo assim um efeito hipotensor nos vasos
sanguíneos (LUNA-VITAL et al., 2014; ROFFMAN, 2004).
Os inibidores sintéticos da ECA, são amplamente utilizados em terapia para a
hipertensão, insuficiência cardíaca e enfarte do miocárdio (BALTI et al., 2013). Embora
eficazes, esses inibidores sintéticos podem causar efeitos colaterais, tais como: tosse,
dificuldade para respirar, distúrbio do paladar, erupção cutânea e a longo prazo, podem
reduzir a eficácia de inibição da ECA (CHEN et al., 2012; VYSSOULIS et al., 2001). Devido
a isso, muitas pesquisas (ALEMÁN; GÓMEZ-GUILLÉN; MONTERO, 2013; ALEMÁN et
al., 2011; KAPEL et al., 2006; LASSOUED et al., 2015; MOSQUERA et al., 2014;
RAGHAVAN; KRISTINSSON, 2009) estão sendo realizadas para avaliar o efeito dos
peptídeos bioativos proveniente de diversas fontes, tais como o pescado, sobre a inibição da
ECA como uma alternativa aos compostos sintéticos utilizados.
Os peptídeos com propriedades inibitórias da ECA possuem algumas
características em comum, a maioria deles são sequências de baixa massa molecular, pois
massas moleculares elevadas dificultam o acesso do peptídeo ao sítio ativo da enzima
(ONDETTI; CUSHMAN, 1982). Segundo Pihlanto (2000), no caso de peptídeos inibidores da
ECA, os mais potentes e específicos peptídeos inibidores, possuem uma estrutura semelhante
e a atividade da ECA é fortemente influenciada pela sequência tripeptídica C-terminal, na
qual os tripeptídeos com triptofano (Tri), tirosina (Tir), fenilalanina (Fen), prolina (Pro) e
47
aminoácidos hidrofóbicos, cadeias laterais aromáticas ou ramificadas, na posição C-terminal
são mais eficazes como inibidores da ECA devido a maior interação entre eles e o sítio ativo
da enzima. A presença de peptídeos com aminoácidos aromáticos no extremo C-terminal, um
resíduo carregado positivamente na posição intermediária e um aminoácido hidrofóbico no
extremo N-terminal, podem ser potenciais inibidores da ECA (WU; ALUKO; NAKAI, 2006).
A formação de peptídeos com atividade biológica, não depende apenas da fonte
proteica, mas da enzima utilizada e condições de hidrólise. Ahn et al. (2012) hidrolisaram
proteínas de subprodutos de salmão (Salmo salar), com GH de aproximadamente 10%
utilizando diferentes enzimas (Alcalase, Flavourzyme, Neutrase, Protamex, Pepsina e
Tripsina) e verificaram que as melhores atividades inibitórias da ECA, foram encontradas
utilizando as enzimas Alcalase (56,2%) e Protamex (50,2%), em uma concentração de
hidrolisado de 1 mg/mL. Raghavan e Kristinsson (2009), hidrolisaram o isolado proteico do
músculo de tilápia (Oreochromis niloticus), no qual não verificaram a influência da enzima
utilizada na inibição da ECA. Entretanto, em maior GH (25%) foi verificado que a capacidade
de inibição da ECA foi elevada (73%), quando comparada ao GH de 7,5% (66%). Devido a
isso, torna-se interessante o estudo com diferentes matérias primas, enzimas e GH para
verificar o efeito na inibição da ECA.
2.5.2 Atividade antidiabética
O envelhecimento da população, a crescente urbanização e a adoção de estilos de
vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes
responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes em todo o mundo. O
diabetes é um grupo de doenças metabólicas, caracterizadas por hiperglicemia, associado a
complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins entre
outros (BRASÍLIA, 2006). O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), representa 90-95% dos casos
diagnosticados de diabetes no mundo, é caracterizado por múltiplos defeitos patofisiológicos,
incluindo disfunção progressiva das células pancreáticas, resistência à insulina e aumento da
produção de glicose hepática (HERNÁNDEZ-LEDESMA et al., 2014). O indivíduo com
DM2, apresenta resistência à ação da insulina e o defeito na secreção de insulina manifesta-se
pela incapacidade de compensar essa resistência (BRASÍLIA, 2006).
A ingestão de uma refeição, rica em gorduras e carboidratos, provoca a secreção
das incretinas tais como os hormônios: peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1) e o
48
polipepeptídeo insulinotrópico dependente da glicose (GIP). Estes hormônios estão
associados à secreção de enzimas gástricas e pancreáticas, absorção de nutrientes e na
estimulação da secreção da insulina pelo pâncreas, que permite a eliminação da glicose
absorvida (DRUCKER; NAUCK, 2006; HERNÁNDEZ-LEDESMA et al., 2014). O tempo de
vida desses hormônios na corrente sanguínea é baixo, pois eles são degradados pela enzima
proteolítica dipeptidil-peptidase IV (DPP-IV) (HERNÁNDEZ-LEDESMA et al., 2014;
NONGONIERMA et al., 2015).
A dipeptidil peptidase IV (EC 3.4.14.5) é uma enzima presente na superfície da
grande maioria das células, que exerce a sua atividade enzimática no plasma, onde cliva
peptídeos como a Pro ou a alanina (Ala) na posição N-terminal da cadeia peptídica (DUEZ;
CARIOU; STAELS, 2012). O GLP-1 e o GIP são substratos endógenos para a DPP-IV, pois
esses hormônios possuem a Ala na posição 2 do extremo N-terminal (NONGONIERMA et
al., 2015). Devido a isso, estão sendo estudados substratos peptídicos, que por competição
antagonista, inibam a ação da DPP-IV criando um efeito antidiabético no organismo. A
grande maioria dos inibidores sintéticos, como o Sitagliptin® e o Linagliptin
®, foram
desenvolvidos com base nos conhecimentos da especificidade da enzima pelo substrato
(MCINTOSH et al., 2005; NONGONIERMA et al., 2015). Muito dos inibidores sintéticos,
são derivados de dipeptídeos e possuem baixa massa molecular (DEACON; HOLST, 2006).
Muitos estudos de hidrolisados com capacidade de inibição da DPP-IV,
provenientes de diferentes substratos estão disponíveis como: gelatina da pele de pescado
(Barbus callensis) (SILA et al., 2015) a qual apresentou a uma inibição de 50% da DPP-IV,
utilizando hidrolisado no GH de 10,38% na concentração de 2,75 mg/mL; isolado proteico de
quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) (NONGONIERMA et al., 2015) na concentração de
0,98 mg/mL apresentou uma inibição de 50%; soro de leite (NONGONIERMA;
FITZGERALD, 2013) o qual apresentou a uma inibição de 50% da DPP-IV, utilizando
hidrolisado na concentração de 1,33 mg/mL entre outros. Apesar de um grande número de
trabalhos relacionados a inibição da DPP-IV, poucos estudos com hidrolisados derivados de
pescado são encontrados. Devido a isso, estudos com este tipo de matéria-prima são
interessantes para avaliar a capacidade delas na inibição dessa enzima.
49
2.5.3 Atividade inibidora de desordens neuropatológicas
A enzima prolil endopeptidase (PEP, EC 3.4.21.26), também conhecida como
proliloligopeptidase, é uma serina protease que cliva ligações peptídicas no lado carboxila de
resíduos da Pro, em proteína com massa molecular relativamente pequena (~ 30
aminoácidos), que contém a sequência X-Pro-Y, onde o X é um peptídeo ácido ou amino e Y
pode ser uma amida, um peptídeo, um aminoácido, uma amina aromática ou álcool (SILA et
al., 2015; WILSON; HAYES; CARNEY, 2011). Essa enzima é amplamente distribuída nos
tecidos dos mamíferos, em mais de 20 tipos de tecidos, e apresenta atividade intensa nos
músculos e no cérebro (KALWANT; PORTER, 1991).
Alguns estudos (SILA et al., 2015; WILSON; HAYES; CARNEY, 2011)
sugeriram que a PEP pode ser relacionada com desordens neuropatológicas como a depressão,
esquizofrenia, Alzheimer, distúrbios da memória e do conhecimento. A PEP está envolvida no
metabolismo e na clivagem de pequenos neuropeptídeos como a ocitocina, neurotensina,
angiostensina e bradicinina. Em níveis anormais, faz com que os neuropeptídeos sejam
alterados, afetando o comportamento social, as emoções, a memória e o estresse do indivíduo
(MOMENI et al., 2005). Devido a isso, é importante estudar inibidores da PEP, para melhorar
a memória através do bloqueio do metabolismo dos neuropeptídeos endógenos (TEZUKA et
al.,1999).
Segundo Wilson, Hayes e Carney (2011), são conhecidos dois tipos de inibidores
da PEP, os peptídicos e os não-peptídicos. Os inibidores peptídicos possuem massa molecular
baixa. A presença de Pro no substrato é importante para a obtenção de peptídeos inibidores da
PEP (SILA et al., 2015). Os inibidores peptídicos foram obtidos de hidrolisados de diferentes
tipos de substratos como gelatina da pele de pescado (B. callensis) (SILA et al., 2015), o qual
inibiu 50% da PEP em uma concentração de hidrolisado de 1,78 mg/mL; queijo, músculo de
bacalhau (Gadus morhua), salmão e truta (Oncorhynchus mykiss) (SORENSEN et al., 2004),
os quais verificaram que GH não apresentou relação com o aumento ou diminuição da
capacidade de inibição da PEP.
2.5.4 Atividade antimicrobiana
Os peptídeos antimicrobianos (PAM), estão despertando o interesse como uma
alternativa antimicrobiana aos conservantes químicos de alimentos largamente utilizados
50
(JIANG et al., 2014). Além disso, devido à resistência de algumas cepas bacterianas aos
antibióticos convencionais, estão sendo realizadas pesquisas que visam o desenvolvimento de
antibióticos terapêuticos baseados em PAM (SILA et al., 2014a). Os PAM são produzidos
naturalmente por bactérias, insetos, plantas, invertebrados e vertebrados, como um
componente importante das defesas naturais de organismos vivos. Eles representam uma nova
classe de antibióticos e compostos que prolongam a vida útil dos alimentos (ENNAAS et al.,
2015; GOMES et al., 2015; LI et al., 2012; NAJAFIAN; BABJI, 2012). Entretanto,
atualmente estão sendo obtidos peptídeos antimicrobianos através de hidrolisados proteicos
(JIANG et al., 2014; NAJAFIAN; BABJI, 2012; SILA et al., 2014a).
Os PAM possuem massa molecular abaixo de 10 kDa, têm carga líquida positiva e
cerca de 50% destes são hidrofóbicos. Eles apresentam uma molécula anfipática, a qual possui
regiões hidrofóbicas e hidrofílicas. Uma característica comumente encontrada nos PAM, que
apesar de possuírem diferentes sequências e estruturas, todos eles formam estruturas
anfipáticas, quando ligados às membranas microbianas (LI et al., 2012; NAJAFIAN; BABJI,
2012; NARAYANA; CHEN, 2015). A maioria dos peptídeos antimicrobianos são catiônicos
e possuem uma carga líquida positiva em pH fisiológico, devido ao elevado teor de arginina e
lisina (que possuem resíduos positivamente carregados) (NAJAFIAN; BABJI, 2012). Além
da capacidade de interagir com a membrana dos micro-organismos, muitos PAM podem ter
alvos intracelulares como o ácido desoxirribonucleico (DNA), ácido ribonucleico (RNA) e
proteínas, aos quais podem se ligar, inibindo a síntese desses compostos dificultando a
viabilidade celular dos micro-organismos (LI et al., 2012; WU et al., 2014). A Figura 7
apresenta um, dos diversos mecanismos de inibição dos PAM.
No canal transmembrana, Figura 7A, os peptídeos se ligam à membrana
plasmática tomando a conformação alfa-hélice, seguido da ligação de mais peptídeos à
membrana com a consequente inserção das hélices na bicamada lipídica. Então poros são
formados, fazendo com que ocorra o vazamento do material citoplasmático, seguido da morte
celular. No poro toroidal, Figura 7B, os peptídeos se intercalam aos fosfolipídios para formar
o poro. No modelo tapete, Figura 7C, primeiramente, ocorre a ligação dos peptídeos aos
fosfolipídios da membrana, com um alinhamento do modo que os resíduos hidrofóbicos
fiquem em contato com a cabeça dos fosfolipídios. Dessa forma, ocorre uma reorientação dos
peptídeos para o centro hidrofóbico da membrana, ocorrendo a desintegração da mesma
devido a quebra da curvatura (BROGDEN, 2005).
51
Figura 7 - Mecanismos de interação dos peptídeos antimicrobianos com as membranas
microbianas. (A) Canal transmembrana; (B) Poro toroidal e (C) Modelo tapete
Azul escuro das hélices: representa a face hidrofóbica dos peptídeos; Vermelho das hélices: face hidrofílica dos
peptídeos. Fonte: Brogden (2005).
De acordo com Segura-Campos et al. (2013) o principal mecanismo destrutivo,
para causar em efeito bacteriostático ou bactericida nos micro-organismos, é a alteração na
permeabilidade das membranas biológicas. As interações eletrostáticas entre os peptídeos de
carga positiva e os lipídios aniônicos da superfície dos micro-organismos, bem como a
hidrofobicidade e a flexibilidade são essenciais para a inibição microbiana, pois formam poros
e lesões que degradam a membrana citoplasmática. As atividades antimicrobianas dos
peptídeos, são largamente influenciadas pela estrutura molecular (composição ou sequência
de aminoácidos), comprimento da cadeia e pelo GH obtido. O GH é um parâmetro
importante, para a obtenção de um hidrolisado com atividade biológica reprodutível (SILA et
al., 2014a). Contudo, Jiang et al. (2014) em seus estudos, com hidrolisados proteicos de carpa
prateada, verificaram que dependendo da enzima utilizada como catalisador, o acréscimo no
tempo e no GH não resultaram em maior inibição dos micro-organismos testados. As
proteases utilizadas para a hidrólise, determinam o tamanho e a sequência dos peptídeos
resultantes e por isso afetam a sua atividade. Segundo Gómez-Guillén et al. (2010), as frações
de baixa massa molecular apresentam menos aminoácidos adicionados, favorecendo a
exposição dos aminoácidos e suas cargas, contribuindo para a interação com as membranas
bacterianas causando danos em sua membrana e dificultando a suas sínteses.
Devido ao conhecimento do potencial dos PAM, estão sendo testados hidrolisados
de diversas fontes proteicas, tais como: do músculo de barbos (B. callensis) (SILA et al.,
2014a), onde o mesmo foi testado para inibição frente à Listeria monocytogenes; do músculo
52
de carpa prateada (Hypophthalmichthys molitrix) (JIANG et al., 2014), o qual foi testado
frente aos micro-organismos Staphylococcus aureus e Escherichia coli, onde verificaram que
os mesmos não inibiram as bactérias testadas; de subprodutos de anchoita (Engraulis
japonicus) (TANG et al., 2015) o qual foi testado frente ao S. aureus. A grande maioria dos
peptídeos antimicrobianos provenientes do pescado possuem funções bactericidas ou
bacteriostáticas frente a vários micro-organismos Gram-negativos e positivos (NAJAFIAN;
BABJI, 2012).
2.5.5 Atividade antioxidante
A oxidação lipídica é um dos principais processos de deterioração em muitos
alimentos, levando a mudanças na qualidade através da produção de odores, aroma e sabor, e
aparência indesejáveis, diminuindo a qualidade nutricional e segurança dos mesmos pela
formação de compostos tóxicos (ARAÚJO, 2011; FARVIN et al., 2014). Além disso, a
oxidação de lipídios pode causar doenças graves, tais como: cardíacas, aterosclerose, câncer,
Alzheimer, Parkinson entre outras (CHALAMAIAH et al., 2012; KHANTAPHANT;
BENJAKUL; GHOMI, 2011; NAJAFIAN; BABJI, 2012). Devido a isso, para a prevenção da
deterioração oxidativa em alimentos e de doenças graves, é importante a inibição da oxidação
lipídica e da formação de radicais livres que ocorrem em alimentos e no corpo
(KHANTAPHANT; BENJAKUL; GHOMI, 2011).
A oxidação é um processo fundamental em organismos aeróbios, particularmente
em vertebrados e humanos, embora leve a formação de radicais livres. A formação de
espécies reativas de oxigênio (ERO), incluindo os radicais livres, tais como o ânion
superóxido (O2-), radicais hidroxila (OH
•), e espécies de não radicalares: como o peróxido de
hidrôgenio (H2O2) e o oxigênio singlete (1O2
-), é uma consequência inevitável devido ao uso
do oxigênio durante a respiração (DI BERNARDINI et al., 2011; NAJAFIAN; BABJI, 2015).
As ERO possuem um ou mais elétrons desemparelhados o que as deixa altamente reativas,
atraindo elétrons de outras substâncias causando o estresse oxidativo em células ou tecidos
(CHALAMAIAH et al., 2012; NAJAFIAN; BABJI, 2012).
Em condições normais, as ERO são neutralizadas pelas defesas antioxidantes do
organismo. Contudo, quando o número dessas moléculas ultrapassa as defesas do organismo,
ocorre o estresse oxidativo causando dano em moléculas biológicas como lipídios, proteínas e
ácidos nucleicos. O estresse oxidativo ocorre em vários estados patológicos, no qual a função
53
celular é interrompida, contribuindo para o envelhecimento e o desenvolvimento de doenças
anteriormente citadas (CHALAMAIAH et al., 2012; DI BERNARDINI et al., 2011;
NAJAFIAN; BABJI, 2012). Para prevenir, retardar ou inibir a oxidação lipídica em indústrias
de alimentos e farmacêuticas, muitos antioxidantes sintéticos estão sendo utilizados, tais
como o butil hidroxianisol (BHA), butil hidroxitolueno (BHT), butil hidroxiquinona (TBHQ)
e galato propila (GP) (ARAÚJO, 2011). Entretanto, o uso de antioxidantes sintéticos como
aditivos em produtos alimentares está sob regulamentação rigorosa, pois oferecem riscos
potenciais à saúde humana e em determinadas concentrações são tóxicos, apresentando efeito
carcinogênico (FARVIN et al., 2014). No Brasil, segundo a Portaria n° 1.044, de 11 de
dezembro de 1998 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (SVS/MS), o
limite máximo desses compostos foi estabelecido em carnes e produtos cárneos de 0,01g/100
g para BHA, BHT e GP em produtos cárneos industrializados (BRASIL, 1998). Os
antioxidantes podem interferir no processo oxidativo, doando um átomo de hidrogênio ou um
elétron a radicais formados a partir de lipídios insaturados e podem minimizar estas reações
através da remoção de radicais iniciadores ou intermediários do meio. Essa remoção pode
ocorrer por eliminação do 1O2
- ou através inativação de metais catalisadores, desta forma os
antioxidantes aumentam a estabilidade dos lipídios, entre eles os alimentares (NAJAFIAN;
BABJI, 2012).
Com base em suas funções, os antioxidantes podem ser classificados em
primários, sinergísticos, removedores de oxigênio, biológicos, agentes quelantes e
antioxidantes mistos (SÁNCHEZ-MORENO, 2002). Os antioxidantes primários incluem os
compostos fenólicos, BHA, BHT, TBHQ, tocoferóis entre outros. Eles atuam bloqueando a
ação dos radicais livres formados durante a iniciação e propagação da reação, convertendo-os
em produtos estáveis por meio da doação de hidrogênio ou elétrons (ARAÚJO, 2011;
RAMALHO; JORGE, 2006). A Figura 8, representa o mecanismo de ação dos antioxidantes
primários.
Figura 8 - Mecanismo de ação dos antioxidantes primários
Fonte: Adaptado de Araújo (2012)
Onde AH: antioxidante; ROO· e R
·: radicais livres e A· é um radical inerte.
54
O AH atua removendo os radicais livres (R· e ROO
·), logo que os mesmos são
formados, quando a concentração de ROO· é baixa, ou seja, na fase inicial da oxidação. Em
seguida, formam-se espécies inativas para a reação em cadeia e um radical inerte (A•)
procedente do antioxidante, o qual é estável e não tem a capacidade de iniciar ou propagar as
reações oxidativas (ARAÚJO, 2011; NAJAFIAN; BABJI, 2012).
Os antioxidantes sinergísticos, são classificados de forma genérica como
removedores de oxigênio e complexantes. Eles atuam por diversos mecanismos, podendo
atuar na regeneração do radical fenoxil, doando um hidrogênio e, consequentemente,
regenerando o antioxidante primário. Dessa forma, possibilita que o antioxidante primário
seja utilizado em baixas concentrações se o sinergista é adicionado simultaneamente. O ácido
ascórbico e o palmitato de ascorbila atuam como sinergistas para antioxidantes primários
(ARAÚJO, 2011). Os removedores de oxigênio, como o ácido ascórbico, palmitato de
ascorbila, sulfito e eritorbatos, reagem com o oxigênio livre, removendo-o e,
consequentemente, tornando-os indisponíveis para atuarem como propagadores da auto-
oxidação. Os agentes complexantes imobilizam íons metálicos, principlamente o cobre e o
ferro, que catalisam a oxidação lipídica, aumentando significativamente a energia de ativação
das reações iniciais de auto-oxidação (ARAÚJO, 2011; BAILEY, 1996; RAMALHO;
JORGE, 2006).
Devido aos riscos potenciais dos antioxidantes sintéticos para a saúde, a busca de
antioxidantes naturais é crescente (CHALAMAIAH et al., 2012). Neste contexto, muitos
estudos comprovaram a atividade antioxidante de hidrolisados proteicos e peptídeos bioativos
obtidos de diversas fontes naturais, entre elas o pescado: bacalhau (FARVIN et al., 2014),
sardinha (GARCÍA-MORENO et al., 2014), atum (SAIDI et al., 2014), bijupirá (FONSECA,
2014), corvina (ZAVAREZE et al., 2014), castanha (CENTENARO, 2011), salmão (AHN;
KIM; JE, 2014) entre outros.
A atividade antioxidante dos peptídeos, depende das suas propriedades físico-
químicas, as quais são determinadas por sua massa molecular, sequência, estrutura, carga e
reatividade dos aminoácidos (DI BERNARDINI et al., 2011; NAJAFIAN; BABJI, 2012).
Além das propriedades do substrato de hidrólise, a escolha das condições de hidrólise
(enzima, proporção: enzima/substrato, temperatura e pH) e a extensão do GH influenciam na
capacidade antioxidante dos hidrolisados. Os hidrolisados com a maior GH, são preferidos a
fim de assegurar a presença de peptídeos pequenos, os quais tem sido relatados como potentes
antioxidantes (CHALAMAIAH et al., 2012; DI BERNARDINI et al., 2011; GARCÍA-
55
MORENO et al., 2014). Muitos peptídeos antioxidantes isolados de proteínas de pescado
possuem cerca de 2-16 resíduos de aminoácidos. A sequência hidrofóbica de aminoácidos
como histidina, prolina, metionina, cisteína, tirosina, triptofano e fenilalanina pode aumentar a
atividade antioxidante dos peptídeos (CHALAMAIAH et al., 2012). A presença de
aminoácidos hidrofóbicos na sequência peptídica faz com que os hidrolisados tenham a
capacidade de inibir a peroxidação lipídica, pois os mesmos tem maior solubilidade em
lipídios e são mais reativos com os ácidos graxos poli-insaturados. A valina e leucina na
posição N-terminal, bem como prolina, tirosina e histidina na sequência contribuem com a
capacidade antioxidante dos peptídeos (RAJAPAKSE et al., 2005).
Alemán et al. (2011a) verificaram em seus estudos com hidrolisado da gelatina de
pota (Dosidicus gigas), que a atividade antioxidante aumentou com o acréscimo no GH.
Entretanto, esse comportamento não foi observado para os diferentes métodos de avaliação de
atividade antioxidante testados. Khantaphant, Benjakul e Kishimura (2011) verificaram que
hidrolisados de lúcio marrom (Lutjanus vitta), apresentaram um acréscimo na atividade
antioxidante com o aumento do GH, dependendo do tipo de enzima utilizada e método para
avaliação da atividade antioxidante. Devido a isso, é interessante o estudo da atividade
antioxidante por diferentes métodos, tais como: da capacidade de redução do ferro (FRAP), da
captura do radical ABTS•+
, da capacidade de quelação de metais e do sequestro do radical
livre (DPPH).
2.6 FILMES POLIMÉRICOS
A partir da década de 80, com o advento da conscientização ambiental, os
aspectos negativos dos materiais poliméricos sintéticos começaram a ser percebidos. Assim,
características desejáveis durante o uso como a alta resistência e a não deterioração, foram
identificadas como inconvenientes no descarte na natureza, pois estes materiais podem levar
anos para serem totalmente destruídos causando problemas ambientais, devido ao acúmulo e
descarte indevido (FALGUERA et al., 2011; TONGNUANCHAN; BENJAKUL;
PRODPRAN, 2011). Como resultado, diversas pesquisas relacionadas ao uso de polímeros
naturais têm emergido como alternativa, devido à sua biodegradabilidade. Esses polímeros
têm sido estudados em relação às suas propriedades de formação de filmes destinados a
embalagem de alimentos (ROCHA et al., 2014; SALGADO et al., 2012, 2013). Segundo
56
Falguera et al. (2011), os filmes são utilizados para envolver os produtos, mas primeiramente
são formados separadamente como lâminas finas e após são utilizados como revestimento.
Em vista do impacto positivo sobre o ambiente, macromoléculas naturais tais
como os polissacarídeos (GIMÉNEZ et al., 2013a; MILKOVA; RADEVA, 2015; RHIM;
LEE; HONG, 2011a; SOUSA; GONÇALVES, 2015), proteínas (EL HALAL et al., 2015a;
LIMPAN et al., 2010; NÚÑEZ-FLORES et al., 2013; ROCHA et al., 2013, 2014) e lipídios
(VIDAWATIA et al., 2011) vêm sendo extensivamente estudados para o desenvolvimento de
filmes biodegradáveis. Além de macromoléculas (agente formador do filme), a elaboração dos
filmes envolve a utilização de solventes (água, etanol ou ácidos orgânicos), de plastificantes
(glicerol, sorbitol entre outros) e um agente ajustador de pH (hidróxido de sódio, ácido
clorídrico, ácido acético entre outros) no caso de filmes à base de proteínas, obtendo-se uma
dispersão filmogênica (FALGUERA et al., 2011).
Os filmes são formados por forças coesivas entre as moléculas de polímeros, ou
reticulação intramolecular das cadeias do polímero para formar uma matriz parcialmente
rígida, que permite imobilizar parte do solvente. Uma das técnicas utilizadas para esta
formação é denominada “casting”, um procedimento bastante difundido na formação de
filmes. Este processo consiste na solubilização da macromoléculas em solventes, seguida da
aplicação dessa solução filmogênica sobre um suporte e posterior evaporação do solvente
(KROCHTA; BALDWIN; NISPEROS-CARRIEDO, 1994). A Figura 9, apresenta um filme
elaborado pela técnica de casting.
Figura 9 -Filme elaborado pela técnica de casting
Fonte: Rocha e Prentice (2014)
O uso de filmes à base de polímeros naturais depende de vários fatores como o
custo, disponibilidade, atributos funcionais, propriedades mecânicas (resistência e
57
flexibilidade), qualidades ópticas (brilho e opacidade), propriedades de barreira
(permeabilidade ao vapor de água, O2 e CO2), resistência à água (solubilidade) e aceitação
sensorial. Estas características resultam de diversos parâmetros, tais como: características
físico-químicas, concentração da macromolécula e dos demais constituintes (solvente,
plastificante, agente antimicrobiano, antioxidante, entre outros), pH, condições de secagem e
condições ambientais (temperatura e umidade) (FALGUERA et al., 2011;VIEIRA et al.,
2011).
2.6.1 Filmes à base de polissacarídeos
Entre os diferentes polímeros usados na preparação de filmes, os polissacarídeos
se destacam, devido a sua relativa abundância e baixa toxicidade (FALGUERA et al., 2011;
MILKOVA; RADEVA, 2015). Eles são largamente utilizados na elaboração de filmes, como
apresenta a Tabela 1.
Tabela 1 - Diferentes polissacarídeos usados para a elaboração de filmes
Componente Referência
Ágar Sousa e Gonçalves (2015)
Ágar e amido de mandioca The et al. (2009)
Ágar e celulose Atef, Rezaei e Behrooz (2014)
Amido de banana García-Tejeda et al. (2013)
Amido e celulose de cevada El Halal et al. (2015b)
Carboximetilcelulose Siqueira, Salon e Mauret (2015)
Celulose Tibolla, Pelissari e Menegalli (2014)
Farinha de arroz e fibra de celulose Dias et al. (2011)
Goma xantana e glucomanana Jin et al. (2015)
Hidroxipropilmetilcelulose Bilbao-Sainz et al. (2010)
Pectina Zhuang et al. (2015)
Quitosana Arancibia et al. (2015b)
58
Em geral, os polissacarídeos formam filmes com boas propriedades mecânicas e
de barreira ao O2 e CO2, mas assim como as proteínas não oferecem barreira a umidade
devido a sua característica hidrofílica (MILKOVA; RADEVA, 2015). Os polissacarídeos se
apresentam na forma linear ou ramificada, sendo compostos pela repetição do mesmo ou mais
monossacarídeos. Estes podem apresentar carga neutra (ágar e metilcelulose), carga negativa
(alginato de sódio e pectina) ou carga positiva (quitosana), dependendo do grupo químico
ligado aos monossacarídeos. As características estruturais de um polissacarídeo, podem
modificar ou diferenciar as suas propriedades de formação do filme, uma vez que influencia
no número de ligações intermoleculares entre as cadeias de polímero. Além disso, a massa
molecular do polissacarídeo também desempenha um papel importante nas propriedades dos
filmes (LÓPEZ DE LACEY, 2013; RHIM; WANG; HONG, 2013). Os polímeros lineares, de
elevada massa molecular e não-iônicos formam filmes resistentes, o que foi verificado em
estudos com filmes à base de ágar e metilcelulose. Os polissacarídeos ramificados, com ou
sem carga aniônica formam filmes fracos (GIMÉNEZ et al., 2013a; LÓPEZ DE LACEY;
LÓPEZ-CABALLERO; MONTERO, 2014; RHIM; WANG; HONG, 2013).
2.6.1.1 Ágar
Os polissacarídeos provenientes de algas marinhas (PALM), tais como ágar,
carragena e alginato possuem excelentes propriedades para formação de filmes (RINAUDO,
2008). O ágar, também denominado ágar-ágar, é obtido a partir de duas algas vermelhas:
Gelidium sp. e Gracilaria sp. e é constituído por uma mistura heterogênea de duas classes de
polissacarídeos agarose: (fração gelificante) e agaropectina (fração não gelificante), a qual é
ligeiramente ramificada e sulfatada (RHIM; LEE; HONG, 2011b). O ágar de uso alimentar, é
composto em sua grande maioria pela agarose, pois a agaropectina é removida durante o
processamento. A agarose é um polímero linear, com massa molecular de 120 kDa e é
constituída por unidade repetitivas cuja a estrutura é β-1,3 D-galactose e α-1,4 3,6-anidro-L-
galactose (LÓPEZ DE LACEY; LÓPEZ-CABALLERO; MONTERO, 2014; RHIM; WANG;
HONG, 2013; SOUSA; GONÇALVES, 2015). O ágar é comumente utilizado como
espessante, clareador e na elaboração de meios de cultura. Entretanto, atualmente o mesmo
está sendo utilizado para a elaboração de filmes (GIMÉNEZ et al., 2013a; WANG et al.,
2015b).
59
Segundo Sousa e Gonçalves (2015) os filmes à base de PALM, possuem boa
resistência mecânica, propriedades moderadas de barreira ao O2 e CO2, comestíveis e
facilmente biodegradáveis, mas são hidrófilos e quebradiços. Além disso, são claros,
transparentes, fortes e sua permeabilidade ao vapor de água não possui diferença em
comparação com filmes de amido e celulose (THE et al., 2009). Devido ao seu custo de
produção, variação na qualidade ocasionada por fatores fisiológicos e ambientais que afetam
algumas algas, torna-as menos atraentes para as indústrias interessadas no desenvolvimento
de embalagens (RINAUDO, 2008).
O ágar possui a propriedade de formar uma matriz biologicamente inerte, a qual
facilita a difusão de diversos compostos ativos. Além disso, filmes baseados em ágar podem
ser facilmente selados pelo calor (THE et al., 2009). Devido a isso, muitos estudos foram
realizados utilizando o ágar como matriz para a elaboração de filmes com compostos ativos.
Giménez et al. (2013) elaboraram filmes à base de ágar, no qual adicionaram um extrato de
chá verde e avaliaram a suas atividades antimicrobianas e antioxidantes. Rhim, Wang e Hong
(2013), elaboraram filmes à base de ágar incorporados com nanopartículas de prata como
agente antimicrobiano.
2.6.2 Filmes bioativos
Segundo Gómez-Estaca et al. (2014) as embalagens ativas, são definidas como
um sistema que, deliberadamente, incorpora componentes que libertam ou absorvem
substâncias dos alimentos embalados ou do ambiente que envolve os mesmos, para manter ou
prolongar a vida útil dos alimentos embalados. Quando um agente antimicrobiano é
incorporado em uma embalagem ou filme, ele é liberado por difusão e permeação lenta do
mesmo para a superfície dos alimentos. Desta forma, controla a multiplicação de micro-
organismos e a deterioração durante o período da sua vida útil (SUPPAKUL et al., 2011a,
2011b).
O requisito necessário para o funcionamento da embalagem antimicrobiana é o
intenso contato com o alimento, o que restringe o número de compostos a serem utilizados
para sua elaboração, pois o contato não pode causar contaminação ou deixar resíduos no
alimento. As embalagens antimicrobianas podem ser divididas em dois grupos: no primeiro, o
agente antimicrobiano migra da embalagem para a superfície do produto. No segundo, os
60
agentes são efetivos contra a multiplicação microbiana superficial sem a necessidade de
migração para o produto (VERMEIREN; DEVLIEGHERE; DEBEVERE, 2002).
Deve-se considerar na seleção do agente antimicrobiano, seu mecanismo de
inibição, características físico-químicas, cinéticas de migração e de difusão do agente no
alimento, tipo, população e fisiologia do micro-organismo alvo, processo de fabricação do
material de embalagem, processabilidade do material de embalagem e aspectos relacionados à
legislação. Os agentes antimicrobianos podem ser compostos naturais ou sintéticos, os quais
podem ser incorporados aos mais diferentes tipos de materiais como o plástico, papel, filme,
fibras têxteis entre outros (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2004). De maneira geral, certas
características da célula, podem sugerir possíveis locais de ação de um agente antimicrobiano.
A célula dos micro-organismos contém muitas enzimas responsáveis pelos processos
metabólicos; uma membrana semipermeável (membrana citoplasmática) que mantém a
integridade do conteúdo celular, controlando seletivamente o transporte de substâncias entre a
célula e seu meio, além de ser, o local de algumas reações enzimáticas. A parede celular
proporciona uma cobertura à bactéria, participando de certos processos fisiológicos. Uma
lesão em qualquer desses níveis pode iniciar alterações que levam a morte da célula (MANI-
LÓPEZ; GARCÍA; LÓPEZ-MALO, 2012; JAY, 2005).
2.6.2.1 Aplicação dos filmes bioativos
A busca do consumidor por alimentos sem conservantes sintéticos, de alta
qualidade e embalados por materiais de menor impacto ambiental, impulsionam estudos sobre
a aplicação de sistemas antimicrobianos em embalagens ativas, tal como os filmes
biodegradáveis (GÓMEZ-ESTACA et al., 2014; GIMÉNEZ et al., 2013a; LÓPEZ-DE-
DICASTILLO et al., 2012; MASTROMATTEO; CONTE; DEL NOBILE, 2010; SALGADO
et al., 2012, 2013). Os filmes e coberturas ativas, estão são sendo utilizados em carne e
produtos cárneos, pescados, frutos do mar, entre outros. Cada alimento tem seu próprio
mecanismo de degradação, que varia em função da sua composição e processamento.
Portanto, diversos processos podem ser observados no interior das embalagens, que vão
depender das características intrínsecas do alimento e da forma como ele interage com o
ambiente que o cerca (ARANCIBIA et al., 2015; FERREIRA, 2014; GIMÉNEZ et al., 2012;
GÓMEZ-ESTACA et al., 2010; ROCHA et al., 2014; SALGADO et al., 2013; TEIXEIRA et
61
al., 2014; ZINOVIADOU et al., 2009). A Figura 10, apresenta algumas aplicações dos filmes
bioativos.
Figura 10 - Aplicações de diferentes filmes bioativos
a) Filme de ágar incorporado com chá verde utilizado como revestimento de atum (LÓPEZ DE LACEY, 2013);
b) Filme proteico incorporado com hidrolisados nanoencapsulados utilizado como revestimento de filés de bagre
(ZAVAREZE, 2012)
Muitos estudos (GIMÉNEZ et al., 2012; GÓMEZ-ESTACA et al., 2010;
SALGADO et al., 2013; TEIXEIRA et al., 2014) relataram que os óleos essenciais
provenientes de plantas e temperos, tal como o óleo de cravo (Syzygium aromaticum),
possuem atividades antimicrobianas. Além disso, a maioria destes são Geralmente
Reconhecido como Seguro (GRAS) pela Food and Drug Administration, o que os torna
aditivos interessantes na indústrias de alimentos. Os óleos essenciais são ricos em compostos
biologicamente ativos, tais como os terpenos e os ácidos fenólicos (eugenol), e devido a isso
possuem essas propriedades bioativas. Os possíveis mecanismos da inibição dos micro-
organismos, incluem alterações na permeabilidade da membrana, provocando danos à
membrana proteica e citoplasmática, absorção de glicose e a interação com as enzimas das
bactérias como a ATPase (GÓMEZ-ESTACA et al., 2014; RUIZ-NAVAJAS et al., 2013).
Entretanto, sua utilização em alimentos é muitas vezes limitada devido ao seu forte sabor e
aroma, com a finalidade de minimizar esse problema os óleos essenciais podem ser
adicionadas em filmes poliméricos (RUIZ-NAVAJAS et al., 2013).
Salgado et al. (2013), adicionaram óleo essencial de cravo em filmes de proteínas
de girassol e utilizaram como embalagem ativa para a preservação empanados de sardinha,
onde foi verificado que os mesmos retardaram a multiplicação de mesófilos totais. Gómez-
Estaca et al. (2010) avaliaram o efeito de filmes elaborados à base de quitosana e gelatina
incorporados com óleo essencial de cravo sobre a conservação de filés de bacalhau (Gadus
morhua), onde verificaram uma redução na quantidade de bactérias Gram-negativas,
principalmente as enterobactérias.
(a) (b)
62
Zavareze (2012) elaborou e aplicou filmes proteicos incorporados com
hidrolisados nanoencapsulados em filés de bagre (Genidens barbus), onde verificou que os
mesmos, possivelmente devido a nanoencapsulação, não influenciaram no conteúdo de bases
voláteis totais e substâncias reativas com o ácido tiobarbitúrico. Entretanto, segundo Di
Bernardini et al., (2011) nos últimos anos, muitas pesquisas têm sido realizadas para a
obtenção de peptídeos bioativos a partir de hidrolisados de diversas fontes tais como ovos,
soro de leite, pescado entre outras, onde foi verificada a atividade antimicrobiana in vitro
frente à diferentes micro-organismos (ALEMÁN et al., 2011; DE CASTRO; SATO, 2014;
GÓMEZ-GUILLÉN et al, 2011; VAVRUSOVA et al., 2015). Devido a isto, é interessante o
estudo da incorporação dos mesmos em filme biodegradáveis e a posterior aplicação dos
mesmos como revestimentos.
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADLER-NISSEN, J. Enzymatic hydrolysis of food proteins. Process Biochemistry, v. 8, p.
18–32, 1977.
ADLER-NISSEN, J. Enzymatic hydrolysis of food proteins. London: ElsevierApplied
Science Publishing, 1986.
AHN, C. B.; JEON, Y. J.; KIM, Y. T.; JE, J. Y. Angiotensin i converting enzyme (ACE)
inhibitory peptides from salmon byproduct protein hydrolysate by Alcalase hydrolysis.
Process Biochemistry, v. 47, n. 12, p. 2240–2245, 2012.
AHN, C. B.; KIM, J. G.; JE, J. Y. Purification and antioxidant properties of octapeptide from
salmon byproduct protein hydrolysate by gastrointestinal digestion. Food Chemistry, v. 147,
p. 78–83, 2014.
ALASALVAR, C.; MIYASHITA, K.; SHAHIDI, F.; WANASUNDARA, U. (Ed.).
Handbook of seafood quality, safety and health applications. John Wiley & Sons, 2011.
ALEMÁN, A.; GIMÉNEZ, B.; PÉREZ-SANTIN, E.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.;
MONTERO, P. Contribution of Leu and Hyp residues to antioxidant and ACE-inhibitory
activities of peptide sequences isolated from squid gelatin hydrolysate. Food Chemistry, v.
125, n. 2, p. 334–341, 2011.
ALEMÁN, A.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; MONTERO, P. Identification of ACE-inhibitory
peptides from squid skin collagen after in vitro gastrointestinal digestion. Food Research
International, v. 54, n. 1, p. 790–795, 2013.
ARANCIBIA, M. Y.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.;
MONTERO, P. Release of volatile compounds and biodegradability of active soy protein
lignin blend films with added citronella essential oil. Food Control, v. 44, p. 7–15, 2014.
63
ARANCIBIA, M. Y.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.;
MONTERO, P. Chitosan coatings enriched with active shrimp waste for shrimp preservation.
Food Control, v. 54, p. 259–266, 2015.
ARAÚJO, J. M. A. Química de Alimentos: Teoria e Prática. 5. ed. Viçosa: Editora UFV,
2011.
ATEF, M.; REZAEI, M.; BEHROOZ, R. Preparation and characterization agar-based
nanocomposite film reinforced by nanocrystalline cellulose. International Journal of
Biological Macromolecules, v. 70, p. 537–544, 2014.
BALTI, R.; BOUGATEF, A.; SILA, A.; GUILLOCHON, D.; DHULSTER, P.; NEDJAR-
ARROUME, N. Nine novel angiotensin I-converting enzyme (ACE) inhibitory peptides from
cuttlefish (Sepia officinalis) muscle protein hydrolysates and antihypertensive effect of the
potent active peptide in spontaneously hypertensive rats. Food Chemistry, v. 170, p. 519–
525, 2013.
BAMDAD, F.; WU, J.; CHEN, L. Effects of enzymatic hydrolysis on molecular structure and
antioxidant activity of barley hordein. Journal of Cereal Science, v. 54, n. 1, p. 20–28, 2011.
BARROW, C.; SHAHIDI, F. Marine Nutraceuticals and Functional Foods. USA: CRC
Press, 2008.
BAILEY, A. E. Bailey’s Industrial Oil and Fat Products. 5 ed. John Wiley: New York,
1996.
BENÍTEZ, R.; IBARZ, A.; Y PAGAN, J. Protein hydrolysates: Processes and applications.
Acta Bioquímica Clínica Latinoamericana, v. 42, p. 227–236, 2008.
BIANCHINI, A.; ROBALDO, R. B.; SAMPAIO, L. A. Cultivo do linguado (Paralichthys
orbignyanus). In: BALDISSEROTO, B., GOMES, L. C. (Ed.). Espécies nativas para
piscicultura no Brasil. Santa Maria: Editora UFSM, 2010.
BILBAO-SAINZ, C.; AVENA-BUSTILLOS, R. J.; WOOD, D.; WILLIAMS, T. G.;
MCHUGH, T. H. Composite edible films based on hydroxypropyl methylcellulose reinforced
with microcrystalline cellulose nanoparticles. Journal of Agricultural and Food Chemistry,
v. 58, p. 3753–3760, 2010.
BOLASINA, S. N. Stress response of juvenile flounder (Paralichthys orbignyanus,
Valenciennes 1839), to acute and chronic stressors. Aquaculture, v. 313, n. 1-4, p. 140–143,
2011.
BOSCHIN, G.; SCIGLIUOLO, G. M.; RESTA, D.; ARNOLDI, A. ACE-inhibitory activity of
enzymatic protein hydrolysates from lupin and other legumes. Food Chemistry, v. 145, p.
34–40, 2014.
BRASIL. Portaria no 1004, de 11 de dezembro de 1998 . “Atribuição de Função de
Aditivos, Aditivos e seus Limites Máximos de uso para a Categoria 8 - Carne e Produtos
Cárneos”. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/. Acesso em: 23 dez. 2015.
64
BRASIL. Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura. Ministério da pesca e aquicultura,
2011.Disponível em: http://www.mpa.gov.br/files/docs/Boletim_MPA_2011_pub.pdf. Acesso
em: 23 dez. 2015.
BRASÍLIA. Diabetes Mellitus. Brasília: 2006. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diabetes_mellitus.PDF. Acesso em: 23 de dez de
2015.
BROGDEN K. A. Antimicrobial peptides: pore formers or metabolic inhibitors in
bacteria? Nature Reviews Microbiology., v.3, p.238-250, 2005.
BRYKSA, B.C.; YADA, R. Y. Bioquímica de Alimentos. In: CAMPBELL-PLATT, G.
(Ed.). Ciência e Tecnologia de Alimentos. Barueri - SP: Manole, 2015.
CAMPBELL, M. . Bioquímica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
CARNEIRO, M. H. Efeito da temperatura sobre a determinação do sexo e o crescimento
de juvenis do linguado Paralichthys orbignyanus. Universidade Federal do Rio Grande,
1995.
CARVALHO, M. H. C.; COLAÇO, A. L.; SILVA, L. B. B.; SALGADO, M. C. O. Aspectos
farmacológicos dos inibidores da ECA e dos receptores de angiotensina. Revista Brasileira
de Hipertensão, v. 2, n. 2, p. 97–102, 2005.
CATTANEO, F.; SAYAGO, J. E.; ALBERTO, M. R.; ZAMPINI, I. C.; ORDOÑEZ, R. M.;
CHAMORRO, V.; ISLA, M. I. Anti-inflammatory and antioxidant activities, functional
properties and mutagenicity studies of protein and protein hydrolysate obtained from Prosopis
alba seed flour. Food Chemistry, v. 161, p. 391–399, 2014.
CENTENARO, G. S. Obtenção de biopeptídeos com atividade antioxidante a partir de
proteínas de origem animal. 2011. 158 f. Tese (Doutorado em Engenharia e Ciência de
Alimentos) - Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2011.
CENTENARO, G. S.; FEDDERN, V.; BONOW, E. T.; SALAS-MELLADO, M.
Enriquecimento de pão com proteínas de pescado. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 27,
n. 3, p. 663–668, 2007.
CHALAMAIAH, M.; HEMALATHA, R.; JYOTHIRMAYI, T. Fish protein hydrolysates:
Proximate composition, amino acid composition, antioxidant activities and applications: A
review. Food Chemistry, v. 135, n. 4, p. 3020–3038, 2012.
CHEN, J.; WANG, Y.; ZHONG, Q.; WU, Y.; XIA, W. Purification and characterization of a
novel angiotensin-I converting enzyme (ACE) inhibitory peptide derived from enzymatic
hydrolysate of grass carp protein. Peptides, v. 33, n. 1, p. 52–58, 2012.
CHI, C. F.; HU, F. Y.; WANG, B.; LI, T.; DING, G. F. Antioxidant and anticancer peptides
from the protein hydrolysate of blood clam (Tegillarca granosa) muscle. Journal of
Functional Foods, v. 15, p. 301–313, 2015.
65
CHI, C. F.; ZHENG, X. Q.; KOPPARAPU, N. K.; CONG, W. S.; DENG, Y. P.; SUN, X. J.;
LIU, X. L. Isolation and characterization of three antioxidant pentapeptides from protein
hydrolysate of monkfish (Lophius litulon) muscle. Food Research International, v. 55, p.
222–228, 2014.
DAMODARAN, S.; PARKIN, K. L.; FENNEMA, O. R. Química de Alimentos de
Fennema. 4. ed. Porto Alegre. Artmed Editora, 2010
DE CASTRO, R. J. S.; SATO, H. H. A response surface approach on optimization of
hydrolysis parameters for the production of egg white protein hydrolysates with antioxidant
activities. Biocatalysis and Agricultural Biotechnology, v. 4, n. 1, p. 55–62, 2014.
DEACON, C. F.; HOLST, J. J. Dipeptidyl peptidase IV inhibitors: A promising new
therapeutic approach for the management of type 2 diabetes. The international journal of
biochemistry & cell biology, v. 38, p. 831–844, 2006.
DI BERNARDINI, R.; HARNEDY, P.; BOLTON, D.; KERRY, J.; O’NEILL, E.; MULLEN,
A. M.; HAYES, M. Antioxidant and antimicrobial peptidic hydrolysates from muscle protein
sources and by-products. Food Chemistry, v. 124, n. 4, p. 1296-1307, 2011.
DIAS, A. B.; MULLER, C. M. O.; LAROTONDA, F. D. S.; LAURINDO, J. B. Mechanical
and barrier properties of composite films based on rice flour and cellulose fibers. LWT -
Food Science and Technology, v. 44, n. 2, p. 535–542, 2011.
DOS SANTOS, S. D. A.; MARTINS, V. G.; SALAS-MELLADO, M.; PRENTICE, C.
Evaluation of Functional Properties in Protein Hydrolysates from Bluewing Searobin
(Prionotus punctatus) Obtained with Different Microbial Enzymes. Food and Bioprocess
Technology, v. 4, n. 8, p. 1399–1406, 2011.
DRUCKER, M.; NAUCK, D. J. The incretin system: glucagon-like peptide-1 receptor
agonists and dipeptidyl peptidase-4 inhibitors in type 2 diabetes. Lancet, v.368, p.1696-1705,
2006.
DUEZ, H.; CARIOU, B.; STAELS, B. DPP-4 inhibitors in the treatment of type 2 diabetes.
Biochemical pharmacology, v. 83, n. 7, p. 823–832, 2012.
DZOYEM, J. P.; ELOFF, J. N. Anti-inflammatory, anticholinesterase and antioxidant activity
of leaf extracts of twelve plants used traditionally to alleviate pain and inflammation in South
Africa. Journal of Ethnopharmacology, v. 160, p. 194–201, 2015.
EL HALAL, S. L. M.; COLUSSI, R.; DEON, V. G.; PINTO, V. Z.; VILLANOVA, F. A.;
CARREÑO, N. L. V.; DA ROSA ZAVAREZE, E. Films based on oxidized starch and
cellulose from barley. Carbohydrate polymers, v. 133, p. 644-653, 2015.
ENNAAS, N.; HAMMAMI, R.; BEAULIEU, L.; FLISS, I. Purification and characterization
of four antibacterial peptides from protamex hydrolysate of Atlantic mackerel (Scomber
scombrus) by-products. Biochemical and biophysical research communications, v. 462, n.
3, p. 195-200, 2015.
FALGUERA, V.; QUINTERO, J. P.; JIMÉNEZ, A.; MUÑOZ, J. A.; IBARZ, A. Edible films
66
and coatings: Structures, active functions and trends in their use. Trends in Food Science
and Technology, v. 22, n. 6, p. 292–303, 2011.
FARVIN, K. S.; ANDERSEN, L. L.; NIELSEN, H. H.; JACOBSEN, C.; JAKOBSEN, G.;
JOHANSSON, I.; JESSEN, F.. Antioxidant activity of Cod (Gadus morhua) protein
hydrolysates: In vitro assays and evaluation in 5% fish oil-in-water emulsion. Food
Chemistry, v. 149, p. 326–334, 2014.
FERREIRA, F.A. Filmes nanocompósitos antimicrobianos obtidos a partir de proteínas
de pescado e nanoargila incorporados com óleos essenciais. 2014. 105 f. Tese (Doutorado
em Engenharia e Ciência de Alimentos) – Universidade Federal do Rio Grande. Rio Grande,
2014.
FISCHER, L.G.; PEREIRA, L. E. D.; VIEIRA, J. P. Peixes estuarinos e costeiros. 1. ed. Rio
Grande: Ecoscientia, 2004.
FONSECA, R. Atividade antioxidante de peptídeos provenientes de hidrolisado proteico
de bijupirá (Rachycentron canadum). 2014. 131 f. Tese (Doutorado em Engenharia e
Ciência de Alimentos) - Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2011.
FRANCHETTI, S. M. M.; MARCONATO, J. C. Polímeros biodegradáveis - Uma solução
parcial para diminuir a quantidade dos resíduos plásticos. Quimica Nova, v. 29, n. 4, p. 811–
816, 2006.
FREITAS, I.R.; GAUTÉRIO, G. V.; RIOS, D. G.; PRENTICE, C. Functionality of Protein
Isolates from Argentine Anchovy (Engraulis anchoita) Residue Obtained Using pH Shift
Processing. Journal of Food Science and Engineering, vol. 1, n. 5, 2011, pp. 374-378.
FURLONG, E. B. Bioquímica um enfoque para alimentos. 1. ed. Rio Grande: Edgraf,
2000.
GARCÍA-MORENO, P. J.; BATISTA, I.; PIRES, C.; BANDARRA, N. M.; ESPEJO-
CARPIO, F. J.; GUADIX, A.; GUADIX, E. M. Antioxidant activity of protein hydrolysates
obtained from discarded Mediterranean fish species. Food Research International, v. 65, p.
469–476, 2014.
GARCÍA-TEJEDA, Y. V.; LÓPEZ-GONZÁLEZ, C.; PÉREZ-OROZCO, J. P.; RENDÓN-
VILLALOBOS, R.; JIMÉNEZ-PÉREZ, A.; FLORES-HUICOCHEA, E.; SOLORZA-FERIA,
J. B. C. A. Physicochemical and mechanical properties of extruded laminates from native and
oxidized banana starch during storage. LWT-Food Science and Technology, v. 54, p. 1–9,
2013.
GEHRING, C. K.; GIGLIOTTI, J. C;, MORITZ, J. S.; TOU, J. C.; JACZYNSKI, J.
Functional and nutritional characteristics of proteins and lipids recovered by isoelectric
processing of fish by-products and low-value fish: A review. Food Chemistry, v. 124, n. 2, p.
422–431, 2011.
GERMANO, P. M. L.; GERMANO, M. I. S. Higiene e Vigilância Sanitária de Alimentos.
5. ed. Barueri: Manole, 2015.
67
GILMAN, G. A.; RALL, T. W.; NIES, A. S.; TAYLOR, P. Goodman e Gilman – As bases
farmacológicas da terapêutica. , 1991.
GIMÉNEZ, B.; ALEMÁN, A.; MONTERO, P.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C. Antioxidant and
functional properties of gelatin hydrolysates obtained from skin of sole and squid. Food
Chemistry, v. 114, n. 3, p. 976–983, 2009.
GIMÉNEZ, B.; DE LACEY, A. L.; PÉREZ-SANTÍN, E.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.;
MONTERO, P. Release of active compounds from agar and agar-gelatin films with green tea
extract. Food Hydrocolloids, v. 30, n. 1, p. 264–271, 2013.
GIMÉNEZ, B.; GÓMEZ-ESTACA, J.; ALEMÁN, A.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.;
MONTERO, M. P. Improvement of the antioxidant properties of squid skin gelatin films by
the addition of hydrolysates from squid gelatin. Food Hydrocolloids, v. 23, n. 5, p. 1322–
1327, 2009.
GIMÉNEZ, B.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-
ESTACA, J.; MONTERO, P. Role of sepiolite in the release of active compounds from
gelatin-egg white films. Food Hydrocolloids, v. 27, n. 2, p. 475–486, 2012.
GIRGIH, A. T.; HE, R.; HASAN, F. M.; UDENIGWE, C. C.; GILL, T. A.; ALUKO, R. E.
Evaluation of the in vitro antioxidant properties of a cod (Gadus morhua) protein hydrolysate
and peptide fractions. Food Chemistry, v. 173, p. 652–659, 2015.
GOMES, A. P.; MANO, J. F.; QUEIROZ, J. A.; GOUVEIA, I. C. Incorporation of
antimicrobial peptides on functionalized cotton gauzes for medical applications.
Carbohydrate Polymers, v. 127, p. 451–461, 2015.
GÓMEZ-ESTACA, J.; DE LACEY, A. L.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-
GUILLÉN, M. C.; MONTERO, P. Biodegradable gelatin-chitosan films incorporated with
essential oils as antimicrobial agents for fish preservation. Food Microbiology, v. 27, n. 7, p.
889–896, 2010.
GÓMEZ-ESTACA, J.; LÓPEZ-DE-DICASTILLO, C.; HERNÁNDEZ-MUÑOZ, P.;
CATALÁ, R.; GAVARA, R. Advances in antioxidant active food packaging. Trends in
Food Science and Technology, v. 35, n. 1, p. 42–51, 2014.
GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; GIMÉNEZ, B.; LÓPEZ-CABALLERO, M. A.; MONTERO, M.
P. Functional and bioactive properties of collagen and gelatin from alternative sources: A
review. Food Hydrocolloids, v. 25, n. 8, p. 1813–1827, 2011.
GÓMEZ-GUILLÉN, G.; LÓPEZ CABALLERO, M. E.; ALEMÁN, A.; LÓPEZ DE LACEY,
A., GIMÉNEZ, B.; MONTERO, P. Antioxidant and antimicrobial peptide fractions from
squid and tuna skin gelatin. Sea by-products as real material, v. 661, n. 2, p. 89–115, 2010
GONZÁLEZ, A.; STRUMIA, M. C.; ALVAREZ IGARZABAL, C. I. Cross-linked soy
protein as material for biodegradable films: Synthesis, characterization and biodegradation.
Journal of Food Engineering, v. 106, n. 4, p. 331–338, 2011.
GOTTARDI, D.; HONG, P. K.; NDAGIJIMANA, M.; BETTI, M. Conjugation of gluten
68
hydrolysates with glucosamine at mild temperatures enhances antioxidant and antimicrobial
properties. LWT - Food Science and Technology, v. 57, n. 1, p. 181–187, 2014.
GUADIX ESCOBAR, A. M.; GUADIX ESCOBAR, E. M.; PÁEZ-DUEÑAS, M. P.;
GONZÁLES-TELLO, P.; CAMACHO, F. Procesos tecnológicos y métodos de control en la
hidrólisis de proteínas. Ars Pharmaceutica, v.41, n.1, p.79-89, 2000.
GUPTA, R.; BEG, Q. K.; LARENZ, P. Bacterial alkaline proteases: molecular approaches
and industrial applications. Applied Microbiology and Biotechnology, v. 59, n. 1, p. 15–32,
2002.
HAIMOVICI, M.; SANTOS, R. A. DOS; PEREZ, J. A. A. Diagnóstico do estoque e
orientações para o ordenamento da pesca de Illex argentinus (Castellanos, 1960). Análise das
Principais pescarias comerciais da região Sudeste-Sul do Brasil: Dinâmica populacional
das espécies em explotação – II. Série Documentos REVIZEE, Score Sul. Instituto
Oceanográfio, Universidade de São Paulo, São Paulo, p. 19-27, 2006.
HAVENAAR, R.; TEN BRINK, B.; HUIS, J. H. Selection of strains for probiotic use. In:
Probiotics. Springer Netherlands, p. 209-224, 1992.
HERNÁNDEZ-LEDESMA, B.; GARCÍA-NEBOT, M. J.; FERNÁNDEZ-TOMÉ, S.;
AMIGO, L.; RECIO, I. Dairy protein hydrolysates: Peptides for health benefits.
International Dairy Journal, v. 38, n. 2, p. 82–100, 2014.
HOYLE, M. T.; MERRIT, J. H. Quality of fish protein hydrolysates from herring (Clupea
harengus). Journal of Food Science, v. 59, p. 76–79, 1994.
HULTIN, H. O.; KELLEHER, S. D. High efficiency alkaline protein extraction United
States, 2000.
JAY, J. M. Microbiologia dos Alimentos. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
JIANG, L.; WANG, B.; LI, B.; WANG, C.; LUO, Y. Preparation and identification of
peptides and their zinc complexes with antimicrobial activities from silver carp
(Hypophthalmichthys molitrix) protein hydrolysates. Food Research International, v. 64, p.
91-98, 2014.
JIN, W.; SONG, R.; XU, W.; WANG, Y.; LI, J.; SHAH, B. R.; LI, Y.; LI, B. Analysis of
deacetylated konjac glucomannan and xanthan gum phase separation by film forming. Food
Hydrocolloids, v. 48, p. 320–326, 2015.
KALWANT, S.; PORTER, A. G. Purification and characterization of human brain prolyl
endopeptidase. Biochemistry Journal, v. 276, p. 237–244, 1991.
KAPEL, R.; CHABEAU, A.; LESAGE, J.; RIVIERE, G.; RAVALLEC-PLE, R.;
LECOUTURIER, D.; DHULSTER, P. Production, in continuous enzymatic membrane
reactor, of an anti-hypertensive hydrolysate from an industrial alfalfa white protein
concentrate exhibiting ACE inhibitory and opioid activities. Food Chemistry, v. 98, n. 1, p.
120–126, 2006.
69
KILIÇ APAR, D.; ÖZBEK, B. Corn gluten hydrolysis by Alcalase: Calibration of pH-stat.
Food and Bioproducts Processing, v. 89, n. 4, p. 500–503, 2011.
KHANTAPHANT, S.; BENJAKUL, S.; KISHIMURA, H. Antioxidative and ACE inhibitory
activities of protein hydrolysates from the muscle of brownstripe red snapper prepared using
pyloric caeca and commercial proteases. Process Biochemistry, v. 46, n. 1, p. 318–327,
2011.
KOBLITZ, M. G. Matérias-primas Alimentícias: Composiçãoe Controle de Qualidade.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
KORHONEN, H.; PIHLANTO, A. Bioactive peptides: Production and functionality.
International Dairy Journal, v. 16, p. 945–960, 2006.
KRISTINSSON, H. G.; HULTIN, H. Effect of low and high pH treatment on the functional
properties of cod muscle proteins. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.51, n.17,
p.5103-5110, 2003.
KRISTINSSON, H. G.; LIANG, Y. Effect of pH-shift processing and surimi processing on
Atlantic croaker (Micropogonias undulates) muscle proteins. Journal of Food Science, v. 71,
n. 3, p. 304–312, 2006.
KRISTINSSON, H. G.; RASCO, B. A. Fish protein hydrolysates: Production, biochemical
and functional properties. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v. 40, n. 1, p.
43–81, 2000.
KROCHTA, J.M.; BALDWIN, E. A.; NISPEROS-CARRIEDO, M. O. Edible Coating and
Films to Improve Food Quality. Lancaster, EUA.: Technomic Pub Co., 1994.
KTARI, N.; NASRI, R.; MNAFGUI, K.; HAMDEN, K.; BELGUITH, O.; BOUDAOUARA,
T.; NASRI, M. Antioxidative and ACE inhibitory activities of protein hydrolysates from
zebra blenny (Salaria basilisca) in alloxan-induced diabetic rats. Process Biochemistry, v.
49, n. 5, p. 890–897, 2014.
KUROZAWA, L. E.; PARK, K. J.; HUBINGER, M. D. Influência das condições de processo
na cinética de hidrólise enzimática de carne de frango. Ciência e Tecnologia de Alimentos,
v. 29, n. 3, p. 557–566, 2009.
LEE, C. Biotecnologia de Alimentos. In: Ciência e Tecnologia de Alimentos. Manole,
p.536, 2015.
LEMPEK, T.S. Avaliação da reologia apresentada por um embutido de surimi elaborado
de castanha (Umbrina canosai). 2005. 110 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia e
Ciência de Alimentos) - Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2005.
LEMPEK, T. S.; MARTINS, V. G.; PRENTICE, C. Rheology of surimi-based products from
fatty fish underutilized by the industry. Journal of Aquatic Food Product Technology, v.24,
n.16, p.27-44, 2007.
LI, Y.; XIANG, Q.; ZHANG, Q.; HUANG, Y.; SU, Z. Overview on the recent study of
70
antimicrobial peptides: Origins, functions, relative mechanisms and application. Peptides, v.
37, n. 2, p. 207–215, 2012.
LIMPAN, N.; PRODPRAN, T.; BENJAKUL S.; PRASARPAN S. Properties of
biodegradable blend films based on fish myofibrillar protein and polyvinyl alcohol as
influenced by blend composition and pH level. Journal of Food Engineering, v.100, n.1,
p.85-92, 2010.
LIU, Y.; LI, X.; CHEN, Z.; YU, J.; WANG, F.; WANG, J. Characterization of structural and
functional properties of fish protein hydrolysates from surimi processing by-products. Food
Chemistry, v. 151, p. 459–465, 2014.
LÓPEZ DE LACEY, A. M. Diseño, desarrollo y aplicación de envases comestibles
potencialmente bioactivos. 2013. 400 f. Tese (Doutorado Ciência e Tecnologia de
Alimentos) – Universidad Complutense de Madrid, Madri, 2013.
LÓPEZ DE LACEY, A. M.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; MONTERO, P. Agar films
containing green tea extract and probiotic bacteria for extending fish shelf-life. LWT - Food
Science and Technology, v. 55, n. 2, p. 559–564, 2014.
LÓPEZ-DE-DICASTILLO, C.; GÓMEZ-ESTACA, J.; CATALÁ, R.; GAVARA, R.;
HERNÁNDEZ-MUÑOZ, P. Active antioxidant packaging films: development and effect on
lipid stability of brined sardines. Food Chemistry, v.131, n.4, p.1376-1384, 2012.
LUNA-VITAL, D. A.; MOJICA, L.; DE MEJÍA, E. G.; MENDOZA, S.; LOARCA-PIÑA,
G.. Biological potential of protein hydrolysates and peptides from common bean (Phaseolus
vulgaris L.): A review. Food Research International, 2014.
MANI-LÓPEZ, E.; GARCÍA, H. S.; LÓPEZ-MALO, A. Organic acids as antimicrobials to
control Salmonella in meat and poultry products. Food Research International, v. 45, n. 2,
p. 713–721, 2012.
MARTINS, V. G.; COSTA, J.A.V.; PRENTICE, C. Hidrolisado protéico de pescado obtido
por vias química e enzimática a partir de corvina (Micropogonias furnieri). Química Nova, v.
32, n. 1, p. 61–66, 2009.
MARTINS, V. G.; PALEZI, S. C.; COSTA, J. A. V.; PRENTICE, C. Hydrolysis of insoluble
fish protein residue from whitemouth croaker (Micropogonias furnieri) by fungi. Brazilian
Archives of Biology and Technology, v. 57, n. 1, p. 96-102, 2014.
MARMON, S. Protein isolation from herring (Clupea harengus) using the pH-shift
process-Protein yield, protein isolate quality and removal of food contaminants. Tese
(Doutorado em Filosofia) - Chalmers University of Technology, Sweden, 2012.
MARMON, S. K.; UNDELAND, I. Effect of alkaline pH-shift processing on in vitro
gastrointestinal digestion of herring (Clupea harengus) fillets. Food Chemistry, v.138, n.1,
p.214-219, 2013.
MASTROMATTEO, M.; CONTE, A.; DEL NOBILE, M. A. Advances in controlled release
devices for food packaging applications. Trends in Food Science and Technology, v. 21, p.
71
591–598, 2010.
MATAK, K. E.; TAHERGORABI, R.; JACZYNSKI, J. A review: Protein isolates recovered
by isoelectric solubilization/precipitation processing from muscle food by-products as a
component of nutraceutical foods. Food Research International, 2015.
MCHUGH, D. J. A. Guide to the seaweed industry FAO Fisheries Technical Paper 441. Food
and Agriculture Organization of the United Nations, Rome, 2003.
MCINTOSH, C.; DEMUTH, H. U.; POSPISILIK, A. J.; PEDERSON, R. Dipeptidyl
peptidase IV inhibitors: How do they work as new antidiabetic agents. Regulatory Peptides,
v. 128, p. 159–165, 2005.
MILKOVA, V.; RADEVA, T. Influence of charge density and calcium salt on stiffness of
polysaccharides multilayer film. Colloids and Surfaces A: Physicochemical and
Engineering Aspects, v. 481, p. 13–19, 2015.
MOLINA, G.; PRAZERES, J. N.; BALLUS, C. A. Aplicação das Enzimas na Indústria de
Alimentos. In: PASTORE, G.M, BICAS, J.L., JUNIOR, M. R. (Ed.). Biotecnologia de
Alimentos. São Paulo: Atheneu, 2013. p. 511.
MOMENI, N.; NORDSTRÖM, B.; HORSTMANN, V.; AVARSEJI, H.; SIVBERG, B.
Alterations of prolyl endopeptidase activity in the plasma of children with autistic spectrum
disorders. BMC Psychiatry, v. 5, p. 1–6, 2005.
MOSQUERA, M.; GIMÉNEZ, B.; DA SILVA, I. M.; BOELTER, J. F.; MONTERO, P.;
GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; BRANDELLI, A. Nanoencapsulation of an active peptidic
fraction from sea bream scales collagen. Food Chemistry, v. 156, p. 144–150, 2014.
MÜLLER, M. I.; RADONIC, M.; LÓPEZ, A. V.; BAMBILL, G. A. Crecimiento y
rendimiento em carne del Lenguado Paralichthys orbignyanus (Valenciennes, 1839)
cultivado em Argentina.In: Comunicación Científica CIVA. Anais. Buenos Aires: 2006
NAJAFIAN, L.; BABJI, A. S. A review of fish-derived antioxidant and antimicrobial
peptides: Their production, assessment, and applications. Peptides, v. 33, n. 1, p. 178–185,
2012.
NARAYANA, J. L.; CHEN, J.-Y. Antimicrobial peptides: Possible anti-infective agents.
Peptides, v.72, p. 88-94, 2015.
NASRI, R.; YOUNES, I.; JRIDI, M.; TRIGUI, M.; BOUGATEF, A.; NEDJAR-ARROUME,
N.; KARRA-CHÂABOUNI, M. ACE inhibitory and antioxidative activities of Goby
(Zosterissessor ophiocephalus) fish protein hydrolysates: Effect on meat lipid oxidation.
Food Research International, v. 54, n. 1, p. 552–561, 2013.
NC-IUBMB. Nomenclature Committee of the International Union of Biochemistry and
Molecular Biology, International Union of Biochemistry and Molecular Biology. Enzyme
Nomenclature. Disponível em: http://www.chem.qmul.ac.uk/iubmb/enzyme/EC3/. Acesso
em: 13 dez. 2015.
72
NOLSØE, H.; UNDELAND, I. The acid and alkaline solubilization process for the isolation
of muscle proteins: State of the art. Food and Bioprocess Technology, v. 2, n. 1, p. 1–27,
2009.
NONGONIERMA, A. B.; FITZGERALD, R. J. Dipeptidyl peptidase IV inhibitory properties
of a whey protein hydrolysate: Influence of fractionation, stability to simulated
gastrointestinal digestion and food-drug interaction. International Dairy Journal, v. 32, n. 1,
p. 33–39, 2013.
NONGONIERMA, A. B.; LE MAUX, S.; DUBRULLE, C.; BARRE, C.; FITZGERALD, R.
J. Quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) protein hydrolysates with in vitro dipeptidyl
peptidase IV (DPP-IV) inhibitory and antioxidant properties. Journal of Cereal Science, v.
65, n. 2015, p. 112–118, 2015.
NUANMANO, S.; PRODPRAN, T.; BENJAKUL, S. Potential use of gelatin hydrolysate as
plasticizer in fish myofibrillar protein film. Food Hydrocolloids, v. 47, p. 61–68, 2015.
NÚÑEZ-FLORES, R.; GIMÉNEZ, B.; FERNÁNDEZ-MARTÍN, F.; LÓPEZ-CABALLERO,
M. E.; MONTERO, M. P.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C. Physical and functional
characterization of active fish gelatin films incorporated with lignin. Food Hydrocolloids, v.
30, n. 1, p. 163–172, 2013.
OETTERER, M. Produtos Obtidos por Interferência na Fração Protéica do Pescado.
Piracicaba: ESALQ, 2001.
OLIVEIRA, LÉA MARIZA DE.; OLIVEIRA, P. A. P. L. V. Revisão : Principais Agentes
Antimicrobianos Utilizados em Embalagens Plásticas Review : Main Antimicrobial Agents
Used in Plastic Packaging. Brazilian Journal of Food Technology, v. 7, n. 2, p. 161–165,
2004.
ONDETTI, M. A.; CUSHMAN, D. W. Enzymes of the renin-angiotensin system and their
inhibitors. Annual Review of Biochemistry, v. 51, p. 283–308, 1982.
OKAMOTO, M. H. Efeito da temperatura sobre a determinação do sexo e o crescimento
de juvenis do linguado Paralichthys orbignyanus. 2011. Tese de Doutorado. Universidade
Federal do Rio Grande.
O’LOUGHLIN, I. B.; MURRAY, B. A.; BRODKORB, A.; FITZGERALD, R. J.; KELLY, P.
M. Production of whey protein isolate hydrolysate fractions with enriched ACE-inhibitory
activity. International Dairy Journal, v. 38, n. 2, p. 101–103, 2014.
ORDÓÑEZ, J. A. Tecnologia de Alimentos: Alimentos de Origem Animal. 1. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2005.
PIHLANTO, L. Bioactive peptides derived from bovine whey proteins: Opioid and ace-
inhibitory. Trends Food Science and Technology, v. 11, p. 347–356, 2000.
PIOTROWICZ, I. B. Hidrolisados protéicos de anchoita (Engraulis anchoita): obtenção,
atividade antioxidante e aplicação em embutido emulsionado. 2012, 131 f. Dissertação
(Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal do Rio Grande, Rio
73
Grande, 2012.
RAGHAVAN, S.; KRISTINSSON, H. G. ACE-inhibitory activity of tilapia protein
hydrolysates. Food Chemistry, v. 117, n. 4, p. 582–588, 2009.
RAJAPAKSE, N.; MENDIS, E.; BYUN, H.-G.; KIM, S.-K. Purification and in vitro
antioxidative effects of giant squid muscle peptides on free radical-mediated oxidative
systems. Journal of Nutritional Biochemistry, v. 16, p.562–569, 2005.
RAMALHO, C. V.; JORGE, N. Antioxidantes utilizados em óleos, gorduras e alimentos
gordurosos. Química Nova, v.29, p. 755 – 760.
RAWLINGS, N. D.; BARRETT, A. J.; BATEMAN, A. MEROPS: the peptidase database.
Nucleic Acids Research, v. 38, p. D227–D233, 2010.
RHIM, J. W.; LEE, S. B.; HONG, S. I. Effect of clay contents on mechanical and water vapor
barrier properties of agar-based nanocomposite films. Carbohydrate Polymers, v. 86, n. 2, p.
691–699, 2011a.
RHIM, J. W.; LEE, S. B.; HONG, S. I. Preparation and characterization of agar/clay
nanocomposite films: The effect of clay type. Journal of Food Science, v. 76, n. 3, p. N40–
N48., 2011b.
RHIM, J. W.; WANG, L. F.; HONG, S. I. Preparation and characterization of agar/silver
nanoparticles composite films with antimicrobial activity. Food Hydrocolloids, v. 33, n. 2, p.
327–335, 2013.
RINAUDO, M. Main properties and current applications of some polysaccharides as
biomaterials. Polymer International, v. 57, p. 397–430, 2008.
ROCHA, M.; LOIKO, M. R.; GAUTÉRIO, G. V.; TONDO, E. C.; PRENTICE, C. Influence
of heating, protein and glycerol concentrations of film-forming solution on the film properties
of Argentine anchovy (Engraulis anchoita) protein isolate. Journal of Food Engineering,
v.116, n.3, p.666–673, 2013.
ROCHA, M. DA; LOIKO, M. R.; TONDO, E. C.; PRENTICE, C. Physical, mechanical and
antimicrobial properties of Argentine anchovy (Engraulis anchoita) protein films
incorporated with organic acids. Food Hydrocolloids, v. 37, p. 213–220, 2014.
ROCHA, M.; PRENTICE, C. Antimicrobial Films: Elaboration and Application. 1 ed.
Saarbrücken: Lambert Academic Publishing, 2014. 120p.
ROFFMAN, D. S. High- versus low-dose ACE inhibitor therapy in chronic heart failure. The
Annals of Pharmacotherapy, v. 5, p. 831–838, 2004.
RUIZ-NAVAJAS, Y.; VIUDA-MARTOS, M.; SENDRA, E.; PEREZ-ALVAREZ, J. A.;
FERNÁNDEZ-LÓPEZ, J. In vitro antibacterial and antioxidant properties of chitosan edible
films incorporated with Thymus moroderi or Thymus piperella essential oils. Food Control,
v. 30, n. 2, p. 386–392, 2013.
74
SAIDI, S.; DERATANI, A.; BELLEVILLE, M. P.; AMAR, R. B. Antioxidant properties of
peptide fractions from tuna dark muscle protein by-product hydrolysate produced by
membrane fractionation process. Food Research International, v. 65, p. 329–336, 2014.
SALGADO, P. R.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; MAURI, A.
N.; MONTERO, M. P. Exploration of the antioxidant and antimicrobial capacity of two
sunflower protein concentrate films with naturally present phenolic compounds. Food
Hydrocolloids, v. 29, n. 2, p. 374–381, 2012.
SALGADO, P. R.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; MAURI, A.
N.; MONTERO, M. P. Sunflower protein films incorporated with clove essential oil have
potential application for the preservation of fish patties. Food Hydrocolloids, v. 33, n. 1, p.
74–84, 2013.
SANTOS, L.F.; KOBLITZ, M. G. Proteases. In: KOBLITZ, M. G. (Ed.). Bioquímica de
Alimentos: Teoria e Aplicações Práticas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 242.
SBH. Sociedade Brasileira de Hipertensão. Disponível em:
http://www.sbh.org.br/geral/noticias.asp?id=69.Acesso em: 13 dez. 2015.
SEGURA-CAMPOS, M. R.; SALAZAR-VEGA, I. M.; CHEL-GUERRERO, L. A.;
BETANCUR-ANCONA, D. A. Biological potential of chia (Salvia hispanica L.) protein
hydrolysates and their incorporation into functional foods. LWT - Food Science and
Technology, v. 50, n. 2, p. 723–731, 2013.
SILA, A.; HEDHILI, K.; PRZYBYLSKI, R.; ELLOUZ-CHAABOUNI, S.; DHULSTER, P.;
BOUGATEF, A.; NEDJAR-ARROUME, N. Antibacterial activity of new peptides from
barbel protein hydrolysates and mode of action via a membrane damage mechanism against
Listeria monocytogenes. Journal of Functional Foods, v. 11, p. 322–329, 2014a.
SILA, A.; MARTINEZ-ALVAREZ, O.; HADDAR, A.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; NASRI,
M.; MONTERO, M. P.; BOUGATEF, A. Recovery, viscoelastic and functional properties of
Barbel skin gelatine: Investigation of anti-DPP-IV and anti-prolyl endopeptidase activities of
generated gelatine polypeptides. Food Chemistry, v. 168, p. 478–486, 2015.
SINGH, B. P.; VIJ, S.; HATI, S. Functional significance of bioactive peptides derived from
soybean. Peptides, v. 54, p. 171–179, 2014.
SIQUEIRA, E. J.; SALON, M.-C. B.; MAURET, E. The effects of sodium chloride (NaCl)
and residues of cellulosic fibres derived from sodium carboxymethylcellulose (NaCMC)
synthesis on thermal and mechanical properties of CMC films. Industrial Crops and
Products, v. 72, p. 87–96, 2015.
SNYDER, S.L.; SOBOCINSKY, P. An improved Trinitrobenzenesulfonic acid method for
the determination of amines. Analytical Biochemistry, v. 64, p. 284–288, 1975.
SORENSEN, R.; KILDAL, E.; STEPANIAK, L.; PRIPP, A. H.; SORHAUG, T. Screening
for peptides from fish and cheese inhibitory to prolyl endopeptidase. Nahrung / Food, v. 48,
p. 53–56, 2004.
75
SOUSA, A. M. M.; GONÇALVES, M. P. Strategies to improve the mechanical strength and
water resistance of agar films for food packaging applications. Carbohydrate Polymers, v.
132, p. 196–204, 2015.
SUPPAKUL, P.; SONNEVELD, K.; BIGGER, S. W.; MILTZ, J. Diffusion of linalool and
methylchavicol from polyethylene-based antimicrobial packaging films. LWT - Food
Science and Technology, v. 44, n. 9, p. 1888–1893, 2011a.
SUPPAKUL, P.; SONNEVELD, K.; BIGGER, S. W.; MILTZ, J. Loss of AM additives from
antimicrobial films during storage. Journal of Food Engineering, v. 105, n. 2, p. 270–276,
2011b.
TANG, W.; ZHANG, H.; WANG, L.; QIAN, H.; QI, X. Targeted separation of antibacterial
peptide from protein hydrolysate of anchovy cooking wastewater by equilibrium dialysis.
Food Chemistry, v. 168, p. 115–123, 2015.
TEIXEIRA, B.; MARQUES, A.; PIRES, C.; RAMOS, C.; BATISTA, I.; SARAIVA, J. A.;
NUNES, M. L. Characterization of fish protein films incorporated with essential oils of clove,
garlic and origanum: Physical, antioxidant and antibacterial properties. LWT - Food Science
and Technology, v. 59, n. 1, p. 533–539, 2014.
TEZUKA, Y.; FAN, W.; KASIMU, R.; KADOTA, S. H. Screening of crude drug extracts for
prolyl endopeptidase inhibitory activity. Phytomedicine, v. 6, p. 197–203, 1999.
TIBOLLA, H.; PELISSARI, F. M.; MENEGALLI, F. C. Cellulose nanofibers produced from
banana peel by chemical and enzymatic treatment. LWT-Food Science and Technology, v.
59, p. 1311–1318, 2014.
TIRELLI, A.; DE NONI, I.; RESMINI, P. Bioactive peptides in milk products. Itaian
Journal of Food Science, v. 2, p. 91–98, 1997.
THE, D. P.; DEBEAUFORT, F.; VOILLEY, A.; LUU, D. Biopolymer interactions affect the
functional properties of edible films based on agar, cassava starch and arabinoxylan blends.
Journal of Food Engineering, v. 90, p. 548–558, 2009.
THIANSILAKUL, Y.; BENJAKUL, S.; SHAHIDI, F. Compositions, functional properties
and antioxidative activity of protein hydrolysates prepared from round scad (Decapterus
maruadsi). Food Chemistry, v. 103, n. 4, p. 1385–1394, 2007.
TONGNUANCHAN, P.; BENJAKUL, S.; PRODPRAN, T. Roles of lipid oxidation and pH
on properties and yellow discolouration during storage of film from red tilapia (Oreochromis
niloticus) muscle protein. Food Hydrocolloids, v. 25, p. 426–433, 2011.
UMAYAPARVATHI, S.; MEENAKSHI, S.; VIMALRAJ, V.; ARUMUGAM, M.;
SIVAGAMI, G.; BALASUBRAMANIAN, T. Antioxidant activity and anticancer effect of
bioactive peptide from enzymatic hydrolysate of oyster (Saccostrea cucullata). Biomedicine
and Preventive Nutrition, v. 4, n. 3, p. 343–353, 2014.
VALENCIA, P.; PINTO, M.; ALMONACID, S. Identification of the key mechanisms
involved in the hydrolysis of fish protein by Alcalase. Process Biochemistry, v. 49, n. 2, p.
76
258–264, 2014.
VAVRUSOVA, M.; PINDSTRUP, H.; JOHANSEN, L. B.; ANDERSEN, M. L.;
ANDERSEN, H. J.; SKIBSTED, L. H. Characterisation of a whey protein hydrolysate as
antioxidant. International Dairy Journal, v. 47, p. 86–93, 2015.
VERMEIREN, L.; DEVLIEGHERE, F.; DEBEVERE, J. Effectiveness of some recent
antimicrobial packaging concepts. Food Additives and Contaminants, v. 19, p. 163–171,
2002.
VIEIRA, M. G. A.; DA SILVA, M. A.; DOS SANTOS, L. O.; BEPPU, M. M. Natural-based
plasticizers and biopolymer films: A review. European Polymer Journal, v. 47, n. 3, p. 254–
263, 2011.
VIDAWATIA, S.; SITTERBERGC, J.; ROTHEB, U.; BAKOWSKYC, U. Stability of
monomolecular films of archaebacterial tetraether lipids on silicon wafers: A comparison of
physisorbed and chemisorbed monolayers. Colloids and Surfaces B: Biointerfaces, v.87, p.
209–216, 2011.
VYSSOULIS, G. P.; KARPANOU, E. A.; PAPAVASSILIOU, M. V.; BELEGRINOS, D. A.;
G.; AE, T. P. Side effects of antihypertensive treatment with ACE inhibitors. American
Journal of Hypertension, v. 14, n. 114A-115A, 2001.
WANG, X. J.; ZHENG, X. Q.; KOPPARAPU, N. K.; CONG, W. S.; DENG, Y. P.; SUN, X.
J.; LIU, X. L. Purification and evaluation of a novel antioxidant peptide from corn protein
hydrolysate. Process Biochemistry, v. 49, n. 9, p. 1562–1569, 2014.
WANG, H.; WEI, D.; ZHENG, A.; XIAO, H. Soil burial biodegradation of antimicrobial
biodegradable PBAT films. Polymer Degradation and Stability, v. 116, p. 14–22, 2015
WILSON, J.; HAYES, M.; CARNEY, B. Angiotensin-I-converting enzyme and prolyl
endopeptidase inhibitory peptides from natural sources with a focus on marine processing by-
products. Food Chemistry, v. 129, n. 2, p. 235–244, 2011.
WIRIYAPHAN, C.; CHITSOMBOON, B.; YONGSAWADIGUL, J. Antioxidant activity of
protein hydrolysates derived from threadfin bream surimi byproducts. Food Chemistry, v.
132, n. 1, p. 104–111, 2012.
WITHEROW, F. N.; HELMY, A.; WEBB, D. J.; FOX, K. A. A.; NEWBY, D. E. Bradykinin
contributes to the vasodilator effects of chronic angiotensin converting enzyme inhibition in
patients with heart failure. Circulation, v. 104, p. 2177–2181, 2001.
WU, J.; GE, S.; LIU, H.; WANG, S.; CHEN, S.; WANG, J.; ZHANG, Q. Properties and
antimicrobial activity of silver carp (Hypophthalmichthys molitrix) skin gelatin-chitosan films
incorporated with oregano essential oil for fish preservation. Food Packaging and Shelf Life,
v. 2, n. 1, p. 7–16, 2014.
WU, J.; ALUKO, R. E.; NAKAI, S. Structural requirements of angiotensin I-converting
enzyme inhibitory peptides: Quantitative structure–activity relationship study of Di- and
tripeptides. Journal of Agricultural and Food ChemistryChemistry, v. 54, p. 732–738,
77
2006.
YUST, M. D. M.; PEDROCHE, J.; DEL CARMEN MILLÁN-LINARES, M.; ALCAIDE-
HIDALGO, J. M.; MILLÁN, F. Improvement of functional properties of chickpea proteins by
hydrolysis with immobilised Alcalase. Food Chemistry, v. 122, n. 4, p. 1212–1217, 2010.
ZAVAREZE, E. D. R. Aplicação de Hidrolisado Proteico com Peptídeos Bioativos
Nanoencapsulados em Filmes Elaborados a partir de Proteínas de Pescado. 2012. 116 f.
Tese (Doutorado em Engenharia e Ciência de Alimentos) – Universidade Federal do Rio
Grande. Rio Grande, 2012.
ZAVAREZE, E. D. R.; HALAL, S. L. M. E.; MARQUES E SILVA, R.; DIAS, A. R. G.;
PRENTICE‐HERNÁNDEZ, C. Mechanical, Barrier and Morphological Properties of
Biodegradable Films Based on Muscle and Waste Proteins from the Whitemouth Croaker
(Micropogonias furnieri). Journal of Food Processing and Preservation, v. 38, n. 4, p.
1973–1981, 2014.
ZINOVIADOU, K. G.; KOUTSOUMANIS, K. P.; BILIADERIS, C. G. Physico-chemical
properties of whey protein isolate films containing oregano oil and their antimicrobial action
against spoilage flora of fresh beef. Meat Science, v.82, n.3, p.338-345, 2009.
ZHUANG, Y.; STERR, J.; KULOZIK, U.; GEBHARDT, R. Application of confocal Raman
microscopy to investigate casein micro-particles in blend casein/pectin films. International
Journal of Biological Macromolecules, v. 74, p. 44–48, 2015.
78
CAPÍTULO III – DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
APRESENTAÇÃO
As atividades experimentais da tese, foram primeiramente desenvolvidas no
Laboratório de Tecnologia de Alimentos (LTA) da Escola de Química e Alimentos (EQA) da
Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Os experimentos da avaliação das
bioatividades in vitro dos hidrolisados proteicos, foram desenvolvidos no Departamento de
Produtos do Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos e Nutrição (CSIC-ICTAN) em
Madri, Espanha. Desta forma, o presente estudo foi dividido em quatro artigos científicos:
ARTIGO I: Propriedades funcionais, térmicas e físico-químicas de proteínas de
castanha (Umbrina canosai) recuperadas por solubilização/precipitação ou processo
de lavagem;
ARTIGO II: Atividade antioxidante e antimicrobiana apresentada por hidrolisados
proteicos obtidos de proteínas recuperadas do músculo da castanha (Umbrina
canosai);
ARTIGO III: Atividade anti-hipertensiva, e inibitória das enzimas dipeptidil peptidase
IV e prolil endopeptidadse de hidrolisados proteicos da castanha (Umbrina canosai)
incorporados em filmes de ágar após digestão gastrointestinal simulada;
ARTIGO IV: Avaliação do uso de filmes de ágar incorporados com hidrolisados
proteicos da castanha (Umbrina canosai) e óleo essencial de cravo para o
prolongamento da vida útil de filés de linguado (Paralichthys orbignyanus).
ARTIGO I
PROPRIEDADES FUNCIONAIS, TÉRMICAS E FÍSICO-QUÍMICAS DE
PROTEÍNAS DE CASTANHA (Umbrina canosai) RECUPERADAS POR
SOLUBILIZAÇÃO/PRECIPITAÇÃO OU PROCESSO DE LAVAGEM
82
RESUMO
O objetivo deste estudo, foi avaliar o efeito do método de recuperação nas propriedades
físico-químicas, estruturais, térmicas e funcionais de proteínas extraídas a partir do músculo
da castanha. Foram extraídas proteínas da castanha por dois métodos: extração
alcalina/precipitação isoelétrica e através de lavagens com água destilada e cloreto de sódio.
Os processos de extração alcalina/precipitação isoelétrica e das lavagens, produziram teores
significativamente diferentes (p < 0,05) de proteína de 92,1% (como isolado proteico) e
88,7% (como proteínas miofibrilares), respectivamente. Os aminoácidos polares
compreendem cerca de 61,5% e 59,8% da proteína miofibrilar e isolado, respectivamente. A
digestibilidade da proteína miofibrilar e isolado não diferiu significativamente (p > 0,05), e os
espectros de infravermelho mostraram bandas de proteínas semelhantes e típicas para cada
produto de recuperação. O isolado proteico apresentou uma luminosidade inferior (81,04) do
que a proteína miofibrilar (83,87), mas elevado valor de vermelhidão (2,55) e amarelo
(15,47). A entalpia total de desnaturação da proteína miofibrilar (1,47 J/g) foi maior do que a
do isolado proteico (0,33 J/g). A proteína miofibrilar mostrou estruturas mais compactas do
que o isolado proteico. Os valores de solubilidade e de capacidade de retenção de água (CRA)
do isolado proteico, foram superiores aos da proteína miofibrilar no mesmo valor de pH. O
estudo indicou que o processo de variação de pH, pode melhorar as propriedades funcionais
das proteínas da castanha em relação as proteínas miofibrilares. No entanto, os resultados
mostraram também, que algumas das características físico-químicas do isolado proteico foram
inferiores aos da proteína miofibrilar, sugerindo que os dois materiais podem ser usados para
obter diferentes produtos com alto valor agregado.
Palavras- chave: pescado, proteína, extração alcalina, lavagem, propriedades.
83
1 INTRODUÇÃO
A castanha (Umbrina canosai) é uma espécie de pescado amplamente disponível
no litoral sul do Brasil. No entanto, esta espécie é subutilizada e possui baixo valor comercial
(LEMPEK; MARTINS; PRENTICE, 2007). Atualmente, a exploração dos recursos naturais e
o aumento da poluição ambiental, criaram a necessidade da utilização de co-produtos e
espécies de baixo valor agregado de pescado para o desenvolvimento de produtos de alto
valor agregado. As proteínas musculares de pescado são nutritivas, de fácil digestão e
apresentam boa funcionalidade, tornando-os desejáveis para várias aplicações alimentares
(NOLSØE; UNDELAND, 2009). No entanto, o uso de proteínas de pescado como um
alimento ou ingrediente alimentar, tem sido limitado pela sua baixa estabilidade em
comparação com proteínas de mamíferos e de vegetais. Muitos autores estão utilizando
espécies subutilizadas, como a castanha, para obter isolados proteicos e proteínas
miofibrilares, que podem ser considerados produtos de alto valor agregado (EL HALAL et al.,
2015a; LIMPAN et al., 2010; NOLSØE; UNDELAND, 2009; ROCHA et al., 2014;
YARNPAKDEE et al., 2014; ZAVAREZE et al., 2014).
Os isolados proteicos têm apresentado boas propriedades funcionais para
aplicação em diferentes fórmulas alimentares (GEHRING et al., 2011; NOLSØE;
UNDELAND, 2009), e além disso eles contêm quantidades suficientes de todos os
aminoácidos essenciais para seres humanos adultos (FOH et al., 2012; MARMON;
UNDELAND, 2013). Segundo Tahergorabi et al. (2012), o isolado proteico obtido por
solubilização ácida e/ou alcalina tem mostrado um potencial significativo para a recuperação
de proteína do músculo de pescado. O processo de solubilização seguida de precipitação
isoelétrica, permite que a solubilidade em água das proteínas musculares seja seletiva e
induzida pelo pH, com separação simultânea de lipídios e a remoção de materiais não
destinados ao consumo humano, tais como ossos, escamas e pele através da centrifugação
(GEHRING et al., 2011; MARMON; UNDELAND, 2013; NOLSØE; UNDELAND, 2009).
Foh et al. (2012) em seus estudos, verificaram que os isolados proteicos são mais estáveis e
possuem elevada funcionalidade, quando comparados a proteína muscular não processada. Os
isolados proteicos têm sido amplamente utilizados como uma matéria-prima para elaboração
de filmes poliméricos, hidrolisados proteicos e como ingredientes funcionais entre outros
materiais (GEHRING et al., 2011; MATAK; TAHERGORABI; JACZYNSKI, 2015;
RAGHAVAN; KRISTINSSON, 2009a; ROCHA et al., 2014; TAHERGORABI et al., 2012).
84
Segundo Kristinsson e Liang (2006), a lavagem é um dos mais importantes passos
no processamento de surimi, uma vez que melhora a capacidade de formação de gel e
brancura, devido à remoção de uma quantidade considerável de gordura e proteínas
sarcoplasmáticas. De acordo com Nolsøe e Undeland (2009), esse processo envolve uma
sequência de lavagens com água fria e/ou soluções alcalinas diluídas. As proteínas
sarcoplasmáticas de pescado são um grande grupo de proteínas, as quais incluem algumas
enzimas, que são solúveis em água ou solução de baixa força iônica (GEHRING et al., 2011;
NOLSØE; UNDELAND, 2009). Durante o processo de lavagem, muitos compostos solúveis
em água são diluídos, e parte da gordura neutra é removida. No entanto, a perda de proteínas
sarcoplasmáticas e algumas proteínas miofibrilares na água de lavagem reduz o rendimento
total de proteína. Limpan et al. (2010) obtiveram proteína miofibrilar do pescado, com um
teor de proteína de 88,3%, que foi utilizado em soluções de formação de filmes. O objetivo
deste estudo, foi avaliar o efeito do método de recuperação proteica nas propriedades físico-
químicas, térmicas e funcionais das proteínas extraídas a partir do músculo da castanha.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 MATERIAL
2.1.1 Pescado
Os filés da castanha (U. canosai), foram fornecidos por uma indústria pesqueira
da cidade do Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. A castanha foi capturada no litoral sul do
Rio Grande do Sul e em seguida transportada para a indústria processadora. Em seguida, foi
higienizada em água clorada (5 ppm) a 4 °C, descabeçada, eviscerada e fileteada. Os
músculos foram embalados em embalagens de polietileno e congelados a -18 °C na indústria
de processamento de pescado. Os músculos congelados foram transportados para o
Laboratório de Tecnologia de Alimentos (LTA), da Universidade Federal do Rio Grande
(FURG), em caixas herméticas e armazenados a – 18°C até o momento do uso.
85
2.1.2 Reagentes
Os reagentes utilizados no presente estudo foram de grau analítico (P.A).
2.2 OBTENÇÃO DO ISOLADO PROTEICO
O isolado proteico de castanha (IPC), foi obtido através do método de variação de
pH, conforme descrito por Nolsøe e Undeland (2009), com modificações. A Figura 1
apresenta o fluxograma do processo de obtenção do IPC.
Figura 1 - Fluxograma do processo de obtenção do isolado proteico de castanha
Moagem
Proteínas insolúveis e
lipídios neutros Centrifugação I
Solubilização
Liofilização
Homogeneização
Centrifugação II
Isolado proteico
úmido
NaOH (1M)
Água destilada
HCl (1M) Precipitação
Sobrenadante
Água
Retido (> 42 mesh) Peneiramento
Músculo de pescado
Isolado proteico seco
86
Os músculos de castanha foram homogeneizados em água destilada, na proporção
1:9 (p/v) em reator de aço inoxidável, acoplado de banho ultratermostático (Quimis, Q212S,
Diadema, Brasil) a 4 °C sob agitação constante com agitador eixo-hélice (IKA, RW
20DZM.n, Alemanha) durante 1 min. Em seguida, foi realizada a solubilização em pH 11,2
(NaOH 1 M) durante 20 min a 4 °C sob agitação constante. Após, as amostras foram
centrifugadas a 9000 x g (Hanil, Supra 22K, Coréia do Sul) durante 20 min a 4 °C. Na
centrifugação, a amostra foi separada em três fases: fase superior (lipídios neutros) a qual foi
descartada, fase intermediária (proteínas solúveis) a qual foi submetida a precipitação
isoelétrica e fase inferior (proteínas insolúveis) a qual foi descartada. O pH das proteínas
solúveis, foi ajustado em pH 5,0 (HCl 1 M) durante 20 min a 4 °C sob agitação constante,
precipitando as proteínas. Após, as amostras foram centrifugadas a 9000 x g durante 20 min a
4 °C. O precipitado, isolado proteico, foi liofilizado em liofolizador (Liotop, L108, São
Carlos, Brasil) a – 55 °C e 50 µHg durante 48 h, fracionado em moinho de facas (Tecnal, TE-
633, Piracicaba, Brasil), peneirado em peneira de 42 mesh (Bertel, Caieiras, Brasil) e
armazenado a – 18 °C até o momento de uso.
2.3 OBTENÇÃO DAS PROTEÍNAS MIOFIBRILARES
As proteínas miofibrilares de castanha (PMC), foram obtidas através de
sucessivas lavagens em água destilada e solução salina segundo o método descrito por
Limpan et al. (2010), com modificações. A Figura 2, apresenta o fluxograma do processo de
obtenção das PMC. O músculo de castanha foi homogeneizado em água destilada a 4 °C, na
proporção 1:3 (p/v), a 13.000 rpm em agitador eixo-hélice (Fisatom, 712, São Paulo, Brasil)
durante 2 min, seguido por filtração em filtro de nylon. Então, foi homogeneizado em NaCl
(50 mM) a 4 °C, na proporção 1:5 (p/v), a 13.000 rpm em agitador eixo-hélice (Fisatom, 712,
São Paulo, Brasil) durante 5 min e filtrado em filtro de nylon. Esse processo foi realizado
duas vezes. Em seguida, a PMC úmida, foi liofilizada em liofolizador (Liotop, L108, São
Carlos, Brasil) a – 55 °C e 50 µHg durante 48 h, fracionada em moinho de facas (Tecnal, TE-
633, Piracicaba, Brasil), peneirada em peneira de 42 mesh (0,35 mm) (Bertel, Caieiras, Brasil)
e armazenada a - 18 °C até o momento do uso.
87
Figura 2 - Fluxograma do processo de obtenção das proteínas miofibrilares de castanha
2.4. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DAS MATÉRIAS PRIMAS
2.4.1 Composição proximal
A composição proximal do músculo, IPC e PMC foi determinada em triplicata
segundo método descrito pela AOAC (2000), com n° de 992,15; 923,03; 960,39; e 925,30;
para determinação de proteína, cinzas, umidade e lipídios, respectivamente.
Pro
cess
o r
epet
ido
duas
vez
es
Homogeneização II
Liofilização
Homogeneização I
Proteína miofibrilar
úmida
Água destilada
Filtração II
Água
Retido (> 42 mesh)
Moagem
Músculo de pescado
Proteína miofibrilar
seca
Filtração I Lipídios e proteínas
sarcoplasmáticas
NaCl (50 mM)
Proteínas do tecido conectivo
Peneiramento
88
2.4.2 Digestibilidade
A digestibilidade in vitro do IPC e PMC, foi determinada em triplicata segundo
método descrito por Akeson e Stahman (1964), com modificações. Aproximadamente 1 g de
proteína foi homogeneizado em 10 mL de pepsina (3,0 mg/mL) dispersa em HCl (0,1 M). A
dispersão foi mantida a 37 °C durante 3 h sob agitação constante (90 rpm) em shaker (Cientec
CT-712RNT, Piracicaba, Brasil). Em seguida, foi neutralizada com a adição de NaOH (0,3
M) e 10 mL de pancreatina (4,0 mg/mL), em tampão fosfato (pH 8,0), foram adicionados.
Estes, foram mantidos a 37 °C durante 24 h a 130 rpm em shaker (Cientec CT-712RNT,
Piracicaba, Brasil). Foram adicionados 10 mL de ácido tricloroacético (30%, p/v) – TCA e
avolumados a 50 mL através da adição de TCA (5%, p/v). A dispersão foi centrifugada a
5000 x g (Biosystems, MPW 350/350-R, Brasil) durante 20 min a temperatura ambiente. O
sobrenadante foi filtrado em papel filtro Whatman n°1. O conteúdo de nitrogênio solúvel em
TCA no sobrenadante foi quantificado pelo método de micro-Kjeldahl (N x 6,25).
2.4.3 Composição aminoacídica
A determinação da composição de aminoácidos do IPC e da PMC, foi
determinada em triplicata segundo método proposto por Bidlingmeyer et al. (1984), na
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – USP de Ribeirão
Preto. As amostras foram previamente hidrolisadas com HCl 6 M, durante 22 horas a 110 ± 1
°C.
2.4.4 Eletroforese
A determinação do perfil eletroforético do IPC e da PMC, foi realizada segundo
método descrito por Laemmli (1970), com modificações, em gel de separação de
poliacrilamida contendo dodecil sulfato de sódio (SDS-PAGE) em uma concentração de 12%
(v/ v). Cada amostra (0,4% proteína; p/v) foi homogeneizada em água destilada e dispersa em
tampão Tris-HCl (0,5 M), contendo glicerol (20%) e dodecil sulfato de sódio – SDS (10%),
na proporção 1:1 (v/v). Desta dispersão, foi retirada uma alíquota de 1 mL e homogeneizada
em 100 µL de β-mercaptoetanol, os quais foram deixados em banho-maria a 100 °C durante 4
89
min. Após o arrefecimento, foram adicionados 3 gotas de azul de bromofenol na dispersão e
retirada uma alíquota de 20 µL da mesma e adicionados em cada poço. Aproximadamente 10
µL do padrão de massa molecular (10 kDa – 220 kDa; Sigma, Saint Louis, Estados Unidos)
foi adicionado em poço para comparação da massa molecular das amostras. Os géis foram
submetidos a uma corrente elétrica de 45 mA durante 3 h. Após, os géis foram corados com
uma solução corante contendo metanol 50% (v/v), ácido acético glacial 6,8% (v/v) e
Coomassie Brilliant Blue-R (1 mg/mL) durante 2 h sob agitação constante em shaker (Cientec
CT-712RNT, Piracicaba, Brasil). Os géis foram descorados em uma solução contendo ácido
acético glacial 7,5% (v/v) e metanol 5% (v/v), durante aproximadamente 24 h sob agitação
constante em shaker (Cientec CT-712RNT, Piracicaba, Brasil).
2.4.5 Cor
A cor do IPC e PMC foi determinada em triplicata em colorímetro (Minolta, CR-
400, Osaka, Japão) utilizando o sistema de escala de cor da Comissão Internacional de
Iluminação (CIEL*a*b*), segundo método descrito pela CIE Lab (CIE, 1986). Foram
determinadas as coordenadas desse sistema tridimensional: luminosidade (L*), que é
acromática e varia de 0 (preto) a 100 (branco); e as coordenadas a* e b* onde a*=coordenada
do verde-vermelho (-a*: verde, +a*: vermelho); e b*=coordenada azul-amarelo (-b*:azul,
+b*:amarelo).
2.4.6 Calorimetria diferencial de varredura (DSC)
A calorimetria diferencial de varredura, das amostras de IPC e PMC, foi
determinada segundo Meng e Ma (2001) em calorímetro diferencial de varredura (Shimadzu,
TA-60WS, Quioto, Japão) com modificações. Aproximadamente 2 mg das amostras foram
pesadas em cápsulas de alumínio hermético e em seguida foi adicionado 10 µL de tampão
fosfato salino (0,1 M, pH 7,0). As cápsulas foram hermeticamente seladas e a varredura foi
realizada com uma taxa de aquecimento de 10 °C/min em um intervalo de temperatura de 30 a
200 °C. A temperatura onde a desnaturação iniciou, foi denominada temperatura de início
(Tinício). A temperatura máxima de desnaturação foi denominada temperatura de pico (Tpico),
90
considerada a temperatura onde o fluxo de calor é máximo. A entalpia de desnaturação (ΔH)
foi calculada a partir da área do pico endotérmico.
2.4.7 Análise termogravimétrica (TGA)
A análise termogravimétrica do IPC e PMC, foi realizada segundo método
descrito por Kumar et al. (2014) em analisador termogravimétrico (Shimadzu, DTG 60,
Osaka, Japão), com adaptações. Amostras de 10 mg foram aquecidas a uma taxa de 10 °C/min
em um intervalo de temperatura de 30 a 600 °C sob atmosfera de nitrogênio a uma taxa de
fluxo de 50 mL/min.
2.4.8 Espectroscopia no infravermelho (FT-IR)
As análises de espectroscopia no infravermelho do IPC e PMC, foram realizadas
em espectrofotômetro (Shimadzu, IR Prestige – 21 FTIR, Alemanha) segundo Kummar et al.
(2014). As amostras foram homogeneizadas com brometo de potássio (KBr), na proporção
1:10 (p/p). Os espectros infravermelhos foram realizados na região espectral de 400 a 4000
cm-1
a temperatura ambiente.
2.4.9 Microscopia eletrônica de varredura (MEV)
Estudos da microestrutura do IPC e da PMC, foram realizados no Centro de
Microscopia Eletrônica do Sul (CEME-Sul), da Universidade Federal do Rio Grande, em
microscópio eletrônico de varredura (Jeol, JSM - 6610LV, Tóquio, Japão) operando a 20 kV.
As amostras foram depositadas em suportes de alumínio (stubs) revestidos com uma fita
condutora de carbono. Em seguida, os mesmos foram recobertos com uma fina camada de
ouro em Spputering (Desk, Denton Vacuum, Estados Unidos) durante 120 s. A morfologia
das amostras foi observada em 1000 x de ampliação.
91
2.4.10 Propriedades funcionais
2.4.10.1 Solubilidade proteica
A solubilidade proteica do IPC e da PMC, foi determinada segundo método
descrito por Tadpitchayangkoon, Park e Yongsawatdigul (2010), com modificações, em
diferentes pH’s (3, 5, 7, 9 e 11). As amostras (0,5 g) foram dispersas em 2 mL de NaCl (0,1
M) e 48 mL de água destilada. O pH das amostras foi ajustado nos diferentes pH’s de estudo,
utilizando HCl ou NaOH (0,1 M ou 1 M). A dispersão foi mantida sob agitação constante em
agitador magnético (Quimis, 261-2, São Paulo, Brasil) durante 30 min a temperatura
ambiente, em seguida centrifugou-se em centrífuga (Biosystems, MPW-350R, Polônia) a
8667 x g durante 20 min a temperatura ambiente. O sobrenadante foi filtrado em papel filtro e
o filtrado utilizado para a quantificação proteica. A quantificação foi realizada segundo Lowry
et al. (1951) em espectrofotômetro (Biospectro, SP22, Paraná, Brasil) a 660 nm, usando
albumina bovina como padrão (0,04 – 0,42 mg/mL). A solubilidade proteica foi expressa
como porcentagem proteica no sobrenadante em relação ao conteúdo de proteína inicial.
2.4.10.2 Capacidade de retenção de água (CRA)
A CRA do IPC e PMC foi determinada segundo método descrito por Regenstein,
Gorimar e Sherbon (1979), com adaptações, em difrentes pH’s (3, 5, 7, 9 e 11). Dispersões
proteicas (1%, p/v) foram preparadas com 2 mL de NaCl (0,1 M), na qual foram adicionados
40 mL de solução tampão do pH correspondente. A dispersão foi homogeinizada durante 15
min em agitador magnético (Warmnest, HJ-3, Curitiba, Brasil) a temperatura ambiente. As
amostras foram centrifugadas (Biosystems, MPW-350R, Curitiba, Brasil) a 8667 x g durante
20 min a temperatura ambiente e filtradas em papel filtro. A CRA foi calculada segundo a
Equação 1:
CRA (g água/ g proteína) M
mP (1)
92
Onde CRA: capacidade de retenção de água; M: massa de água retida na amostra; mP: massa
de proteína que absorveu água.
2.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os resultados de composição proximal, cor, digestibilidade, solubilidade,
capacidade de retenção de água, colorimetria diferencial de varredura e composição
aminoacídica foram submetidos a análise de variância (ANOVA) e as médias comparadas
pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Os dados foram avaliados pelo programa
Statistica (versão 5.0, por StatSoft, Inc., Tulsa, Estados Unidos).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 COMPOSIÇÃO PROXIMAL
A Tabela 1, apresenta a composição proximal do músculo, IPC e da PMC. O
conteúdo de proteínas, lipídios e cinzas do músculo da castanha (b.u) foram inferiores ao
encontrado por Lempek (2005), o qual encontrou um teor de 18,28% para proteínas, 3,34%
para lipídios e 1,10% para cinzas. Entretanto, o conteúdo de umidade encontrado no presente
estudo foi superior ao encontrado por Lempek (2005), o qual obteve 77,33% de umidade.
Tabela 1 - Composição proximal do músculo, isolado proteico e proteína miofibrilar da
castanha
Dados expressos como valores médios (média ± desvio padrão, n=3). Letras minúsculas diferentes na mesma
linha, indicam diferenças significativas entre as amostras através do teste de Tukey (p < 0,05; n=3).
Constituintes Músculo (b.u) IPC (b.u) PMC (b.u)
Proteína (%) 17,4c ± 0,5 92,1
a ± 0,0 88,7
b ± 0,8
Umidade (%) 79,3a ± 0,3 2,2
b ± 0,1 2,0
b ± 0,1
Lipídios (%) 2,7b ± 0,3 1,2
c ± 0,1 3,9
a ± 0,1
Cinzas (%) 0,9c ± 0,0 1,5
b ± 0,1 3,3
a ± 0,0
93
Segundo Koblitz (2008) o teor dos principais componentes do pescado, pode
variar com a espécie, o grau de maturação sexual e o estado nutritivo dos animais. Sendo que
as variações marcantes estão relacionadas com os teores de água e lipídios. O teor de umidade
do IPC (2,2%) e PMC (2,0%) não foi significativamente diferente (p > 0,05). Contudo, o
músculo apresentou um conteúdo superior de umidade em relação as demais amostras (p <
0,05). Neste estudo, o IPC apresentou um teor de proteína e de lipídios significativamente (p
< 0,05) superior e inferior ao encontrado para a PMC. O IPC obtido neste estudo mostrou um
teor de proteína superior ao encontrado por Rocha et al. (2013) em seus estudos com isolado
proteico de anchoita (Engraulis anchoita), o qual obteve um conteúdo proteico de 88,8%.
Marmon e Undeland (2013) elaboraram um isolado proteico de filés de arenque (Clupea
harengus), com um teor de proteínas de 86%, inferior à encontrada neste estudo. Limpan et al.
(2010), através do processo de sucessivas lavagens em NaCl e água obtiveram proteínas
miofibrilares, a partir de bigeye snapper (Priacanthus tayenus), com 88,3% de proteína
semelhante ao valor encontrado para PMC. García e Sobral (2005) obtiveram proteínas
miofibrilares a partir de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) liofilizada, com um teor de
proteína de 80%, um valor menor que o relatado neste estudo. De acordo com Nolsøe e
Undeland (2009), durante o processo de lavagem os compostos solúveis em água são diluídos
e/ou removidos, resultando na perda de proteínas sarcoplasmáticas e também algumas
proteínas miofibrilares, as quais são lixiviadas na água de lavagem, reduzindo o rendimento
da proteína total.
Tahergorabi et al. (2012) verificaram que os lipídios do pescado, também foram
removidos com maior eficiência das proteínas musculares, quando a solubilização em pH
alcalino foi realizada. Segundo Yarnpakdee et al. (2014), quando o processo de solubilização
alcalina é aplicado, as proteínas são mais susceptíveis a dissociação, principalmente devido à
repulsão intensificada. Como resultado, os lipídios podem ser liberados facilmente, resultando
em uma redução no conteúdo lipídico. Segundo Kristinsson et al. (2005), após solubilização
esses constiuintes, podem ser separados com base na diferença de densidade e de solubilidade
durante a etapa de centrifugação, o que foi verificado no presente estudo. O processo de
solubilização alcalina e as sucessivas lavagens, resultaram em uma redução no conteúdo
lipídico de 91% (b.s) de 70% (b.s) em relação ao teor lipídico do músculo. Kristinsson et al.
(2005) relataram que a solubilização alcalina do bagre (Ictalurus punctatus), contribuiu para a
redução superior do teor de lipídios (~ 88,6%), em comparação com o processo de surimi (~
58,3%). O mesmo comportamento foi verificado por Gehring et al. (2011), onde a
94
solubilização em pH alcalino resultou em maior redução dos lipídios presentes nas proteínas
recuperadas.
O teor em cinzas encontrado no IPC (1,5%) foi significativamente inferior (p <
0,05) ao encontrado para a PMC (3,3%). Este conteúdo pode ser verificado pela presença de
resíduos de cloreto de sódio utilizada na lavagem do músculo da castanha. Tokur et al. (2006),
verificaram um teor de cinzas de 1,80% em proteínas miofibrilares de carpa comum
(Cyprinus carpio L.), sendo superior ao encontrado no presente estudo. Rocha et al. (2013),
verificaram que o isolado proteico de anchoita apresentou um teor em cinzas de cerca de
1,0%. Tadpitchayangkoon e Yongsawatdigul (2009), em estudos realizados sobre o efeito dos
processos de lavagem e da extração por via alcalina sobre as características de gelificação das
proteínas musculares de panga (Hypophthalmus Pangasius), observaram uma redução no teor
de cinzas (0,86%) do isolado proteico quando comparado ao encontrado nas proteínas lavadas
com água (3,39%) ou lavada com solução alcalina (3,67%). A alta concentração de cinzas em
proteínas miofibrilares, pode ser explicada pelo acúmulo de NaCl ou de soluções alcalinas
durante o processo de lavagem.
3.2 DIGESTIBILIDADE PROTEICA
A Tabela 2 apresenta as digestibilidades proteicas das amostras IPC e PMC. O
IPC e o PMC não apresentaram digestibilidades significativamente diferentes (p > 0,05).
Entretanto, o processamento de alimentos pode aumentar ou diminuir a digestibilidade da
proteína, pois as alterações estruturais induzidas podem tornar a proteína mais ou menos
acessível às enzimas digestivas. Além disso, a oxidação das proteínas pode diminuir a
digestibilidade pela formação de ligações S-S, por exemplo (MARMON; UNDELAND,
2013). Segundo Contreras-Guzmán (1994), o músculo de pescado apresenta digestibilidade
em torno de 90 a 100%. No presente estudo, foi verificado no que o IPC e a PMC
apresentaram valores similares 98,0% e 97,9% de digestibilidade, respectivamente. As
alterações na digestibilidade da proteína, não foram observadas quando comparados os
processos de obtenção através dos métodos de variação de pH e de lavagem do músculo da
castanha. Marmon e Undeland (2013) também verificaram, que o isolado proteico obtido pela
variação de pH de arenque (Clupea harengus) manteve boa digestibilidade.
95
Tabela 2- Características físico-químicas e térmicas do isolado proteico e proteína miofibrilar
da castanha
Dados expressos como valores médios (média ± desvio padrão, n=3). Letras minúsculas diferentes na mesma
linha indicam diferenças significativas entre as amostras através do teste de Tukey (p < 0,05).
3.3 COR
As características de cor diferiram entre o IPC e PMC, como foi apresentada na
Tabela 2. O IPC apresentou a luminosidade (L*) de 81,04, a qual foi significativamente
inferior (p < 0,05) em relação ao PMC (83,87). Entretanto, o IPC apresentou valores
significativamente superiores (p < 0,05) de a* (2,55) e b* (15,47). O baixo valor de L*
encontrado para as proteínas recuperadas através da solubilização em pH alcalino, em relação
às obtidas pelo processo de sucessivas lavagens, ocorreu devido a maiores níveis de proteínas
desnaturadas e roteínas heme oxidadas recuperadas nesse processo, o que contribui para o
escurecimento da amostra (RAWDKUEN et al., 2009). A L* também está relacionada a maior
Características IPC PMC
*Digestibilidade (%) 98,0a ± 0,1 97,9
a ± 0,1
L* 81,04b ± 0,03 83,87
a ± 0,30
a* 2,55a ± 0,07 2,34
b ± 0,03
b* 15,47a ± 0,22 14,28
b± 0,16
DSC IPC PMC
Tinício1(°C) 49,14 51,96
Tpico1(°C) 53,42 53,51
Tfimt1 (°C) 54,99 59,43
ΔH1 (J/g) 0,32 0,40
Tiníciot2(°C) 71,92 68,76
Tpico2(°C) 72,19 72,71
Tfimt1 (°C) 76,53 76,84
ΔH2 (J/g) 0,01 1,47
ΔHtotal (J/g) 0,33 1,87
96
retenção de proteínas heme nativas no material final, como resultado o IPC apresentou maior
tendência a vermelhidão (a*) em relação ao PMC (p < 0,05). Foh et al. (2012) obtiveram um
isolado proteico de tilápia (Oreochromis niloticus), com um maior valor de L* (82,60)
comparado ao encontrado no presente estudo para o IPC. Estes autores verificaram que o
acréscimo do vermelho (a*), ocorreu devido às proteínas heme restantes na proteína
recuperada.
Neste estudo, PMC apresentou uma aparência mais branca, devido à remoção de
mioglobina durante a lavagem. Segundo Tadpitchayangkoon e Yongsawatdigul (2009), isto
ocorre porque a mioglobina e hemoglobina são removidos durante o processo de lavagem
devido as suas solubilidades nas soluções utilizadas. Kristinsson e Liang (2006) em seus
estudos, verificaram que a solubilização de músculo inteiro, em condições alcalinas ou ácidas,
acelerou a oxidação da mioglobina, resultando em uma coloração amarelada (b*). Isto foi
verificado por Chaijan et al. (2007), os quais relataram que as condições alcalinas e ácidas
aceleraram a auto-oxidação de mioglobina de sardinha (Sardinella gibbosa), resultando em
um aumento da cor.
3.4 PROPRIEDADES TÉRMICAS
Muitos estudos têm avaliado a desnaturação térmica de proteínas do músculo e
isolado proteico de pescado (ROCHA et al., 2013; YU et al., 2014). A Tabela 2 apresentou as
temperaturas de início (Tinício1) e máximo (Tpico1) para transições endotérmicas, bem como a
energia térmica (entalpia, ΔH) necessária para que a desnaturação das amostras do IPC e
PMC ocorresse. O IPC exibiu uma endoterma com Tpico1 de 53,42 °C, semelhante ao
encontrado para a PMC (53,51 °C), sendo essa faixa de temperatura característica da
desnaturação da miosina pertencente ao músculo de pescado. Medina-Vivanco et al. (2007)
relataram, em seus estudos com proteínas miofibrilares do músculo de tilápia (O. niloticus),
que as temperaturas de desnaturação da miosina e actina foram 54 e 76 ° C, respectivamente.
Segundo o estudo realizado por Bertram et al. (2006), sobre o efeito da temperatura sobre a
carne suína, durante a desnaturação ocorre principalmente à desnaturação da miosina (40 - 60
°C), da proteína sarcoplasmática e colágeno (60 - 70 °C) e a desnaturação da actina (80 °C). A
desnaturação térmica de proteínas dos alimentos requer uma absorção de calor (reação
endotérmica) para romper as ligações pontes de hidrogênio. Esta reação é detectada como um
pico endotérmico e a energia (entalpia, ΔH) necessária para que a reação ocorra é
97
representada pela área sob o pico (TASKAYA et al., 2009). Neste estudo, verificou-se que o
IPC e PMC apresentaram entalpias baixas de desnaturação de ΔH1: 0,32 J/g e ΔH1: 0,40 J/g,
respectivamente. Foh et al. (2012) apresentaram um termograma de DSC do isolado proteico
do músculo da tilápia (O. niloticus) solubilizado a pH 11, o qual exibiu uma única transição
endotérmica com uma entalpia total ΔHtotal, de 0,0206 J/g.
Taskaya et al. (2009) mostraram que as proteínas recuperadas a partir de carpa
prateada (Hypophthalmichthys molitrix) por solubilização/ precipitação isoelétrica, podem ter
sido submetidos a desnaturação induzida por ácido e base, o que contribui para a baixa
entalpia de desnaturação. Isto foi também foi observado por Yongswatdigul e Park (2004),
que em seus estudos com isolado proteico de peixe-vermelho (Sebastes flavidus), obtido a
partir por solubilização alcalina ou ácida, no qual a energia requerida para a desnaturação
térmica no DSC foi mínima. Entretanto, o músculo de peixe-vermelho moído exibiu
transições endotérmicas típicas. No entanto, Tahergorabi et al. (2012a) verificaram que a
desnaturação do isolado proteico de peito de frango obtido por solubilização alcalina a pH
11,5 apresentou uma entalpia de desnaturação de 2,0 J/g. As diferenças nas transições
endotérmicas encontradas com as do presente trabalho podem ocorrer devido às diferentes
condições de amostra utilizada. O IPC exibiu uma Tpico2 de 72,19 °C semelhante ao da PMC
(72,71 °C). Contudo, a PMC apresentou maior ΔH2 (1,47 J/g) e ΔHtotal (1,87 J/g) em relação
ao IPC (0,01 J/g e 0,33 J/g, respectivamente). Isto sugere que a PMC requer mais energia para
a desnaturação térmica, uma vez que o processo usado para obter ela não inclui um tratamento
ácido-alcalino severo. Segundo Rocha et al. (2013), as temperaturas para picos endotérmicos
tendem a variar em função das condições do tipo muscular, do pH e de aquecimento. Lee et
al. (2007) sugeriram que a entalpia diminui com o aumento do pH da solução, porque a
estrutura da proteína se desenrola em pH’s distantes do ponto isoelétrico durante o processo
de solubilização. Segundo Kristinsson e Hultin (2003), a miosina do pescado é caracterizada
por ser uma estrutura menos estável que sua homóloga em mamíferos, o que é indicado pela
sua menor resistência térmica e agregação.
3.5 COMPOSIÇÃO AMINOACÍDICA
O valor nutricional de um alimento depende do tipo e quantidade de aminoácidos
disponíveis no mesmo (TAHERGORABI et al., 2014). A Tabela 3 apresenta a composição
aminoacídica do IPC e da PMC. Os aminoácidos polares correspondem a cerca de 61,50% e
98
59,80% do total de aminoácidos na PMC e no IPC, respectivamente. Segundo Cuq et al.
(1995), a composição dos aminoácidos das proteínas determina o tipo e a quantidade de
interações entre as cadeias laterais, por exemplo.
Tabela 3 - Composição de aminoácidos (b.u) do isolado proteico e proteína
miofibrilar da castanha
Dados expressos como valores médios (média ± desvio padrão, n=3). AAE: aminoácido essencial; ANE:
aminoácido não-essencial; Letras minúscula diferente na mesma linha, indica diferença significativa (p < 0,05).
Estas interações são produzidos por aminoácidos, com grupos polares ionizáveis
(arginina - Arg, histidina - His, lisina - Lis, prolina - Pro, triptofano -Trp) e não-ionizáveis
(ácido aspártico - Asp, cisteína - Cis, ácido glutâmico - Glu, serina - Ser, treonina - Tre,
Aminoácido g aminoácido/ 100 g de IPC g aminoácido/ 100 g de PMC
Não essencial (ANE)
Alanina (Ala) 5,87b
± 0,06 6,18a ± 0,14
Arginina (Arg) 7,02a ± 0,01 6,78
b ± 0,13
Ácido aspártico (Asp) 10,9b ± 0,02 11,36
a ± 0,17
Cisteína (Cis) 0,27a ± 0,01 0,24
b ± 0,00
Ácido glutâmico (Glu) 16,47b ± 0,23 17,94
a ± 0,48
Glicina (Gli) 3,55b ± 0,06 3,87
a ± 0,08
Prolina (Pro) 3,17a ± 0,00 3,17
a ± 0,08
Serina (Ser) 3,97b ± 0,22 4,62
a ± 0,08
Tirosina (Tir) 4,41a ± 0,03 4,34
b ± 0,18
Essencial (AAE)
Histidina (His) 2,66a ± 0,01 2,35
b ± 0,04
Isoleucina (Iso) 4,94a ± 0,33 4,04
b ± 0,06
Leucina (Leu) 8,68a ± 0,09 8,51
a ± 0,14
Lisina (Lis) 9,04a ± 0,09 8,60
a ± 1,23
Metionina (Met) 4,29a ± 0,18 4,46
a ± 0,08
Fenilalanina (Fen) 4,17a ± 0,14 3,62
b ± 0,20
Treonina (Ter) 5,11b ± 0,06 5,29
a ± 0,08
Triptofano (Tri) nd nd
Valina (Val) 5,51a ± 0,22 4,65
b ± 0,15
Total de AAE 44,52a ± 0,19 41,52
b ± 0,27
Total de ANE 55,53 b
± 0,11 58,50 a ± 0,22
99
tirosina - Tir), que estão ligados a água através de pontes de hidrogênio. As interações
hidrofóbicas, podem ser formadas pela junção das cadeias laterais de aminoácidos com grupos
hidrofóbicos (alanina – Ala, valina - Val, leucina - Leu, isoleucina - Ile, metionina - Met,
Pro). Segundo Zhao et al. (2012), a solubilidade da proteína é geralmente associada com
equilíbrio hidrofilicidade/hidrofobicidade, que depende da composição dos aminoácidos.
Neste estudo, a PMC apresentou uma característica hidrófila, devido à quantidade de
aminoácidos polares presentes na amostra.
Segundo Tahergorabi et al. (2014), a qualidade nutricional da fonte de proteínas é
determinada pela presença de todos os nove aminoácidos essenciais (AAEs). Os isolados
proteicos contêm quantidades suficientes de todos os AAEs, para suprir a necessidade de
ingestão de indivíduos adultos (MARMON; UNDELAND, 2013). Pôde-se verificar, que o
IPC apresentou quantidades ligeiramente mais elevadas de todos os AAEs em relação a PMC.
Houve uma diferença maior entre o IPC e PMC, em termos de ANEs do que para os AAEs
essenciais.aDe acordo com Gómez-Guillén et al. (2011) o colágeno, o qual está presente no
tecido conectivo, é rico em Pro e Gli. A diminuição significativa (p < 0,05) da glicina no IPC,
é um forte indicador de que o colágeno foi eficazmente removido, durante o processo de
variação de pH, em relação ao procedimento de sucessivas lavagens utilizado para a obtenção
da PMC.
3.6 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV)
A Figura 3 apresenta as microestruturas do IPC e da PMC. A superfície do IPC,
Figura 3a, exibiu uma estrutura fragmentada, com as partículas semelhantes a uma folha de
múltiplas camadas. Segundo Liu et al. (2010), esta morfologia pode resultar de amostras
obtidas em pH próximo do ponto isoelétrico (pI) da proteína, que resultaria em praticamente
nenhuma carga líquida sobre as moléculas. A falta de carga, pode fazer com que as moléculas
sejam agregadas randomicamente. A superfície da PMC, Figura 3b, apresentou-se compacta,
rugosa, dobrada e mais homogênea.
100
0.00 100.00 200.00 300.00 400.00 500.00 600.00Temp [C]
20.00
40.00
60.00
80.00
100.00
%TGA
Mass
a (
%)
Temperatura
(°C)
Figura 3 - Microscopia eletrônica de varredura do isolado proteico (a) e proteína miofibrilar
(b) da castanha
3.7 ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA (TGA)
A Figura 4 apresenta os termogramas da TGA da degradação térmica do IPC e da
PMC. Foram observados dois estágios principais de perda de massa para as duas amostras
analisadas, sendo que a primeira fase de perda de massa para o IPC (5,2%) e PMC (4,1%) foi
observada de 53,4 °C para 68,4 °C e de 59,9 a 75 °C, respectivamente. Essa primeira fase de
perda de massa pode estar associada com a perda de água adsorvida nas amostras.
Figura 4 - Análise termogravimétrica (TGA) do isolado proteico (1) e da proteína
miofibrilar da castanha (2)
1
2
101
A segunda fase de perda de massa (52,4% e 61,9%) foi observada nas
temperaturas compreendidas entre 286,5 °C a 357 °C para o IPC e de 286,5 °C a 366,3 °C
para a PMC, respectivamente. Esta transição demonstra, que a proteína da PMC foi mais
degradada em comparação a proteína do IPC. Segundo Oujifard et al. (2013), a redução na
estabilidade térmica em temperaturas mais altas, pode ser promovida por alterações na
estrutura da proteína e ruptura das ligações intermoleculares de baixa energia, que mantêm a
conformação da proteína. De acordo com Oujifard et al. (2013) a perda de massa, nesta fase,
ocorre principalmente associada com a degradação da proteína associada ou de maior fração.
De acordo com os resultados de DSC, apresentados anteriormente, neste estudo, a PMC
requer mais energia para a desnaturação térmica, pois o processo utilizado para obtenção da
mesma não envolve um tratamento alcalino-ácido severo. No entanto, o IPC mostrou uma
perda de massa inferior ao encontrado para a PMC. Contudo, a composição proximal da PMC
e do IPC, a qual foi apresentada anteriormente na Tabela 1, indicou que a PMC possui teores
mais elevados de lipídios e de cinzas, o que pode explicar os resultados da análise
termogravimétrica.
3.8 ESPECTROSCOPIA DO INFRAVERMELHO (FTIR)
A FTIR é uma técnica de espectroscopia vibracional, que pode ser aplicada a
amostras líquidas, semi-sólidas e sólidas para estudar as alterações estruturais da proteína e é,
particularmente, adequada para as proteínas desnaturadas ou de agregados (ZHAO et al.,
2012). De acordo com alguns autores (KONG; YU, 2007; KUMAR et al., 2014), as proteínas
são frequentemente referidas por possuírem certas frações de componentes estruturais (α-
hélices, β-sheet). A composição da estrutura secundária, fornece informação importante para
uma proteína de estrutura desconhecida. A Figura 5 apresenta a FTIR do IPC (5a) e da PMC
(5b).
De acordo com a Figura 5 os perfis observados, foram semelhantes para as
amostras estudadas. Os espectros apresentados revelaram bandas típicas para amostras
proteicas, a amida I (1600-1700 cm-1
) e a amida II (1600-1560 cm-1
), que surgem a partir de
vibrações específicas de alongamento e flexão do esqueleto da proteína. Segundo alguns
autores (BERTRAM et al., 2006; BÖCKER et al, 2008; OJAGH et al., 2011), as mudanças
espectrais na região de amida I, têm sido associados com alterações conformacionais das
proteínas miofibrilares, como resultado de aquecimento ou salting muscular. As mudanças na
102
banda amida I, são úteis para determinar as estruturas secundárias específicas dentro de
proteínas (OJAGH et al., 2011). No presente estudo, a banda de amida I do IPC (Fig. 5a)
apresentou a transmitância máxima do FTIR a 1675 cm-1
, a qual pode ser atribuída ao efeito
de desnaturação do pH de solubilização proteica, devido ao processo de isolamento. Contudo,
esta banda foi encontrada em valores inferiores de frequência no espectro da PMC (Fig. 5b)
de cerca em aproximadamente 1660 cm-1
.
Figura 5 - Espectros de absorção da região do infravermelho do isolado proteico (1) e
proteína miofibrilar da castanha (2)
Segundo Gerzhova et al. (2015) as bandas de amida I, localizadas
aproximadamente entre 1650 e 1658 cm-1
, são consideradas características de estruturas α-
helicoidais. As bandas amida II (N-H), foram localizadas em 1570 cm-1
(IPC) e a 1591 cm-1
(PMC), e as bandas de alongamento C-N (amida III) foram localizados em 1315 cm-1
e 1365
cm-1
, respectivamente. Os picos de transmitância de IPC e PMC em 1072 cm-1
e 1080 cm-1
,
respectivamente, são designados para o C-O, e a banda larga acima de 3000 cm-1
corresponde
a ligações O-H e N-H (ZHOU et al., 2014).
a b
103
3.9 ELETROFORESE
A Figura 6 apresenta a eletroforese em SDS-PAGE das amostras de IPC e PMC.
Entre as duas amostras proteicas, o IPC apresentou um maior número de bandas de proteína.
Segundo Matak et al. (2015), a miosina é a principal constituinte da proteína miofibrillar, o
mesmo foi verificado no presente estudo, onde a miosina apresentou bandas com maior
intensidade de cor e tamanho para as duas amostras estudadas. Para o IPC, foi observada uma
banda abaixo de 15 kDa, em aproximadamente 12 kDa, isto pode ocorrer porque o processo
de isolamento proteico, também exerce efeito sobre as proteínas sarcoplasmáticas, as quais
são solúveis em água e podem ser removidas durante a lavagem, no caso de PMC. Nas bandas
da PMC, a ausência de bandas entre 15 e 10 kDa sugere uma remoção efetiva das proteínas
sarcoplasmáticas durante o processo de sucessivas lavagens.
Figura 6 - Eletroforese em SDS-PAGE do isolado proteico (IPC), proteína miofibrilar da
castanha (PMC) e do padrão (P) de massa molecular
3.10 PROPRIEDADES FUNCIONAIS
3.10.1 Solubilidade proteica (S) e capacidade de retenção de água (CRA)
A solubilidade proteica é um pré-requisito para muitas propriedades funcionais,
incluindo a gelificação e emulsificação (KRISTINSSON et al., 2005). A Figura 7, apresenta a
S (7a) e a CRA (7b) do IPC e da PMC, respectivamente. As solubilidades mínimas, foram
50
10
15
20
30
40
60
70
PMC IPC P
o
kDa
220
90
104
observadas nos pH’s 5 e 7, ambas amostras estudadas. Entretanto, as solubilidades máximas,
foram observadas em pH 3 e 11. Contudo, a pH 11, o IPC apresentou uma solubilidade
superior (94%) em relação a PMC (70,1%) (p < 0,05).
Figura 7 - Solubilidade proteica (a) e capacidade de retenção de água (b) do isolado
proteico e da proteína miofibrilar da castanha
a
Dados expressos como valores médios (média ± desvio padrão, n=3). Letras minúsculas iguais em diferentes
colunas, indicam que não há diferenças significativas (p > 0,05).
Foh et al. (2012), verificaram que o isolado proteico do músculo de tilápia
(Oreochromis niloticus), apresentou uma solubilidade superior a 60%, em pH 3, com a
solubilidade mais elevada sendo alcançada utilizando solubilização alcalina (81,3%). Estes
autores verificaram que a solubilidade foi baixa entre os pH’s 4,5 e 5,5, porém mais elevada
em pH’s 2 e 3, e em pH’s 11 e 12. Segundo Kristinsson e Hultin (2003) os tratamentos ácidos
e alcalinos, são conhecidos por solubilizar as proteínas musculares, indicando que a
solubilidade elevada do IPC foi obtida, em relação a PMC proveniente do processo de
sucessivas lavagens, devido a essa característica. Segundo Kristinsson et al. (2005), a maior
solubilidade é verificada em pH extremos e pode ser atribuída ao aumento da carga positiva
ou negativa da proteína, conduzindo a repulsão eletrostática entre as mesmas, resultando em
maior interação proteína-água. Segundo Foh et al. (2012), a avaliação da solubilidade proteica
em diferentes pH’s, pode informar o comportamento dos isolados proteicos quando
incorporados em sistemas alimentares.
Segundo Kristinsson et al. (2005), a CRA está relacionada com as propriedades,
tais como a textura, a viscosidade e a aderência. O IPC e a PMC, apresentaram CRA mínimas
de 4,07 g de água/g de proteína e 4,17 g de água/g de proteína em pH 5 (Figura 7b),
respectivamente. Em pH 11, a CRA do IPC (15,80 g de água/g de proteína) foi
a b
(a) (b) (a) (b)
105
significativamente superior (p < 0,05), ao verificado para a PMC (9,80 g de água/g de
proteína) (p < 0,05). Segundo Liu et al (2010) em proteínas desnaturadas o -CO- e o –NH,
tornam-se centros de polarização positivos e negativos nas cadeias polipeptídicas,
respectivamente. Estes centros podem formar um sistema de água de múltiplas camadas, e as
ligações de hidrogênio entre proteínas, podem contribuir para o aprisionamento da água livre
pela estrutura. O presente estudo constatou, que a energia requerida para a desnaturação
térmica do IPC, a qual foi verificada na análise de DSC foi inferior em relação a PMC, como
apresentou a Tabela 2. A PMC apresentou maior ΔHtotal (1,87 J/g) em relação ao IPC (0,33
J/g). Estes dados sugerem, que a PMC requer mais energia para a desnaturação térmica, pois o
processo utilizado para a obtenção da mesma não inclui um tratamento alcalino-ácido severo.
Desta forma, a estrutura parcialmente desnaturada do IPC contribui para a CRA. De acordo
com alguns autores (LIU et al, 2010; TAHERGORABI et al., 2014) acima do ponto
isoelétrico, a miosina absorve um grande volume de água, devido a presença de diversos
grupos carregados e forças repulsivas. Em valores de pH’s próximos ao ponto isoelétrico, as
proteínas tendem a coagular, devido ao aumento das interações proteína-proteína. Entretanto,
a hidratação da proteína torna-se fraca gradualmente, devido às alterações nos estados de
hidratação dos aminoácidos carregados, diminuindo a sua interação com água e também a
CRA. Neste estudo, o mesmo comportamento foi verificado para a CRA em valores de pH
extremos, tais como 3 e 11. Contudo, o IPC apresentou a CRA superior a encontrada para a
PMC para o mesmo pH. Nolsøe e Undeland (2009) verificaram que as proteínas de espécies
aquáticas, recuperadas por solubilização/precipitação proteica, apresentaram hidrofobicidade
de superfície aumentada e grupos - SH reativos. Portanto, acredita-se que o desdobramento
induzido pelo pH, durante a solubilização/precipitação proteica, contribui para a
funcionalidade das proteínas recuperadas, tais como o aumento da CRA, a capacidade de
formação de gel e emulsificação.
4 CONCLUSÃO
As propriedades funcionais, térmicas e físico-químicas das proteínas miofibrilares
e isoladas da castanha foram avaliadas. Os resultados revelaram que o IPC apresentou maior
teor de proteínas, intensidade de coloração (vermelha, amarela), solubilidade e capacidade de
retenção de água e um menor teor de lipídios, luminosidade, aminoácidos polares e perda de
massa e baixa entalpia total de desnaturação em relação a PMC. Contudo, o IPC e a PMC não
106
apresentaram diferenças significativas na digestibilidade, e os espectros de infravermelho
mostraram bandas de proteínas semelhantes. A microscopia eletrônica de varredura, indicou
que a IPC apresentou estruturas multicamadas em relação à PMC. Esses resultados sugerem,
que essas mudanças podem ser, em grande parte, influenciadas pelo tratamento alcalino. A
solubilização/precipitação isoelétrica, recuperou proteínas com características fortemente
funcionais, em relação aquelas recuperadas pelo processo de sucessivas lavagens.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AKESON, W. R.; STAHMAN, M.A. A pepsin pancreatin digest index of protein quality
evaluation. Journal of Nutrition, v. 83, n. 64, p.257-261, 1964.
AOAC. Official methods of analysis. 17th ed. Maryland, USA: Association of Official
Analytical Chemistry, 2000.
BIDLINGMEYER, B.A.; COHEN, S.A.; TARVIN, T.L. Rapid analysis of amino acids using
pre-column derivatization. Journal of Chromatography, v.336, n.1, p.93-10, 1984.
BERTRAM, H. C.; KOHLER, A.; BÖCKER, U.; OFSTAD, R.; ANDERSEN, H. J. Heat-
induced changes in myofibrillar protein structures and myowater of two pork qualities. A
combined FT-IR spectroscopy and low-field NMR relaxometry study. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 54, v.5, p.1740–1746, 2006.
CHAIJAN, S.; BENJAKUL, S.; VISESSANGUAN, W.; FAUSTMAN, C. Characterisation
of myoglobin from sardine (Sardinella gibbosa) dark muscle. Food Chemistry, v.100, n.1,
p.156–164, 2007.
CIE. Colorimetry. Publication CIE 15.2. (2 ed.). Wien, Austria: Commission International de
l’Éclairage, 1986.
CUQ, B.; AYMARD, C.; CUQ, J. L.; GUILBERT, S. Edible Packaging Films Based on Fish
Myofibrillar Proteins: Formulation and Functional Properties. Journal of Food Science, v.
60, n.6, p.1369-1374, 1995.
FOH, M. B. K.; WENSHUI, X.; AMADOU, I.; JIANG, Q. Influence of pH shift on
functional properties of protein isolated of tilapia (Oreochromis niloticus) muscles and of soy
protein isolate. Food and Bioprocess Technology, v.5, n.6, p.2192-2200, 2012.
GARCÍA, F. T.; SOBRAL, P. J. A. Effect of the thermal treatment of the film-forming
solution on the mechanical properties, color and opacity of films based on muscle proteins of
two varieties of tilapia. LWT - Food Science and Technology, v.38, n.3, p.289-296, 2005.
GEHRING, C. K.; GIGLIOTTI, J. C.; MORITZ, J. S.; TOU, J. C.; JACZYNSKI, J.
Functional and nutritional characteristics of proteins and lipids recovered by isoelectric
107
processing of fish by-products and low-value fish e a review. Food Chemistry, v.124, n.2, p.
422-431, 2011.
GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; GIMÉNEZ, B.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; MONTERO,
M.P. Functional and bioactive properties of collagen and gelatin from alternative sources: A
review. Food Hydrocolloids, v.25, n.8, p.1813-1827, 2011.
KOBLITZ, M. G. Matérias-primas Alimentícias: Composiçãoe Controle de Qualidade.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
KRISTINSSON, H. G.; HULTIN, H. Effect of low and high pH treatment on the functional
properties of cod muscle proteins. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.51, n.17,
p.5103-5110, 2003.
KRISTINSSON, H. G.; LIANG, Y. Effect of pH-shift processing and surimi processing on
Atlantic croaker (Micropogonias undulates) muscle proteins. Journal of Food Science, v.71,
n.5, p.304–312, 2006.
KRISTINSSON, H. G.; THEODORE, A. E.; DEMIR, N.; INGADOTTIR, B. A comparative
study between acid- and alkali-aided processing and surimi processing for the recovery of
proteins from channel catfish muscle. Journal of Food Science, v.70, n.4, p.298–306, 2005.
KUMMAR, S. K.; GANESAN, K.; SELVARAJ, K.; RAO, S. Studies on the functional
properties of protein concentrate of Kappaphycus alvarezii (Doty) Doty – An edible seaweed.
Food Chemistry, v.153, p.353-360, 2014.
LAEMMLI, U. K. Cleavage of structural proteins during the assembly of the head of
bacteriophage T4. Nature, v. 227, p. 680-685, 1970.
LEE, H. C.; HTOON, A. K.; UTHAYAKUMARAM, S.; PATERSON, J. L. Chemical and
functional quality of protein isolated from alkaline extraction of Australian lentil cultivars:
Matilda and Digger. Food Chemistry, v.102, n.4, p.1199–1207, 2007.
LEMPEK, T. S.; MARTINS, V. G.; PRENTICE, C. Rheology of surimi-based products from
fatty fish underutilized by the industry. Journal of Aquatic Food Product Technology, v.24,
n.16, p.27-44, 2007.
LIMPAN, N.; PRODPRAN, T.; BENJAKUL S.; PRASARPAN S. Properties of
biodegradable blend films based on fish myofibrillar protein and polyvinyl alcohol as
influenced by blend composition and pH level. Journal of Food Engineering, v.100, n.1,
p.85-92, 2010.
LIU, R.; ZHAO, S. M.; LIU, Y. M.; YANG, H.; XIONG, S.B.; XIE, B. J. Effect of pH on the
gel properties and secondary structure of fish myosin. Food Chemistry, v.121, n.1, p.196–
202, 2010.
LOWRY, O. H.; ROSEBROUGH, N. J.; FARR, A. L.; RANDALL, R. J. Protein
measurement with Folin phenol reagent. Journal of Biological Chemistry, v.193, p.256-
275, 1951.
108
MENG, G.-T.; MA, C.-Y. Thermal properties of Phaseolus angularis (Red bean) globulin.
Food Chemistry, v.23, n.4, p.453–460, 2001.
MARMON, S. K.; UNDELAND, I. Effect of alkaline pH-shift processing on in vitro
gastrointestinal digestion of herring (Clupea harengus) fillets. Food Chemistry, v.138, n.1,
p.214-219, 2013.
MARTINS, V. G.; COSTA, J. A.V.; DAMODARAN, S.; PRENTICE, C. Chemical
modification and structural analysis of protein isolates to produce a hydrogel using
Whitemouth croaker (Micropogonias furnieri) wastes. Applied Biochemistry and
Biotechnology, v.165, n.1, p.279-289, 2011.
MEDINA-VIVANCO, M.; SOBRAL, P. J. A.; SERENO, A. M.; HUBINGER, M. D.
Denaturation and the glass transition temperatures of myofibrillar proteins from osmotically
dehydrated tilapia: Effect of sodium chloride and sucrose. International Journal of Food
Properties, v.10, n.10, p.791-805, 2007.
NOLSØE, H.; UNDELAND, I. The acid and alkaline solubilization process for the isolation
of muscle proteins: State of the art. Food and Bioprocess and Technology, v.2, n.1, p.1-27,
2009.
OUJIFARD, A.; BENJAKUL, S.; PRODPRAN, T.; SEYFABADI, J. Properties of red
Tilapia (Oreochromis niloticus) protein based film as affected by cryoprotectants. Food
Hydrocolloids, v.32, n.2, p.245-251, 2013..
RAWDKUEN, S.; SAI-UT, S.; KHAMSORN, S.; CHAIJAN, M.; BENJAKUL, S.
Biochemical and gelling properties of tilapia surimi and protein recovered using an acid-
alkaline process. Food Chemistry, v.112, n.1, p.112–119, 2009.
REGENSTEIN, J. M.; GORIMAR, T. S.; SHERBON, J. W. Measuring the water holding
capacity of natural actomyosin from chicken breast muscle in the presence of pyrophosphate
and divalent cations. Journal of Food Biochemistry, v.3, n.4, p.205-211, 1979.
ROCHA, M.; LOIKO, M. R.; GAUTÉRIO, G. V.; TONDO, E. C.; PRENTICE, C. 2013.
Influence of heating, protein and glycerol concentrations of film-forming solution on the film
properties of Argentine anchovy (Engraulis anchoita) protein isolate. Journal of Food
Engineering, v.116, n.3, p.666–673.
ROCHA, M.; LOIKO, M., R.; TONDO, E. C.; PRENTICE, C. Physical, mechanical and
antimicrobial properties of Argentine anchovy (Engraulis anchoita) protein films
incorporated with organic acids. Food Hydrocolloids, v.37, p.213-220, 2014.
TADPITCHAYANGKOON, P.; PARK, J. W.; YONGSAWATDIGUL, J. Conformational
changes and dynamic rheological properties of fish sarcoplasmic proteins treated at various
pHs. Food Chemistry, v.121, n.4, p.1046 – 1052, 2010.
TADPITCHAYANGKOON, P.; YONGSAWATDIGUL, J. Comparative Study of Washing
Treatments and Alkali Extraction on Gelation Characteristics of Striped Catfish (Pangasius
hypophthalmus) Muscle Protein. Journal of Food Science, v.74, n.3, p.284-91, 2009.
109
TAHERGORABI, R.; BEAMER, S. K.; MATAK, K. E.; JACZYNSKI, J. Functional food
products made from fish protein isolate recovered with isoelectric solubilization/precipitation.
LWT - Food Science and Technology, v.48, n.1, p. 89-95, 2012a.
TAHERGORABI, R.; SIVANANDAN, L.; JACZYNSKI, J. Dynamic rheology and
endothermic transitions of proteins recovered from chicken-meat processing by-products
using isoelectric solubilization/precipitation and addition of TiO2. LWT - Food Science and
Technology, v.46, n.1, p.148–155, 2012b.
TAHERGORABI, R.; MATAK, K., E.; JACZYNSKI, J. Fish protein isolate: Development of
functional foods with nutraceutical ingredients. Journal of Functional Foods, v.18(A), p.
746-756, 2015.
TASKAYA, L.; CHEN, Y-C.; JACZYNSKI, J. Functional properties of proteins recovered
from silver carp (Hypophthalmichthys molitrix) by isoelectric solubilization/precipitation.
LWT - Food Science and Technology, v.42, n.6, p.1082-1089, 2009.
TOKUR, B.; OZKUTUK, S.; ATICI, E.; OZYURT, G.; OZYURTE, C. E. Chemical and
sensory quality changes of fish fingers, made from mirror carp (Cyprinus carpio L., 1758),
during frozen storage (18 °C). Food Chemistry, v.99, n.2, p.335–341, 2006.
YARNPAKDEE, S.; BENJAKUL, S.; PENJAMRAS, P.; KRISTINSSON, H. G. Chemical
compositions and muddy flavour/odour of protein hydrolysate from Nile tilapia and
broadhead catfish mince and protein isolate. Food Chemistry, v.142, n.1, p.210–216, 2014.
YONGSWATDIGUL, J.; PARK, J. W.; Effects of alkali and acid solubilization on gelation
characteristics of rockfish muscle proteins. Journal of Food Science, v.69, n.7, p.499–505,
2004.
YU, X.; LLAVE, Y.; FUKUOKA, M.; SAKAI, N. Estimation of color changes in fish surface
at the beginning of grilling based on the degree of protein denaturation. Journal of Food
Engineering, v.129, p.12-20, 2014.
ZHAO, Q.; SELOMULYA, C.; XIONG, H.; CHEN, X. D.; RUAN, X.; WANG, S.
Comparison of functional and structural properties of native and industrial process-modified
proteins from long-grain indica rice. Journal of Cereal Science, v.56, n.3, p.568-575, 2012.
110
ARTIGO II
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E ANTIMICROBIANA APRESENTADA POR
HIDROLISADOS PROTEICOS OBTIDOS DE PROTEÍNAS RECUPERADAS DO
MÚSCULO DA CASTANHA (Umbrina canosai)
111
RESUMO
O objetivo do presente estudo, foi a obtenção de hidrolisados a partir de isolado proteico
(IPC) e proteína miofibrilar (PMC) da castanha (Umbrina canosai), em diferentes graus de
hidrólise-GH (10 e 20%) utilizando as enzimas Alcalase e Protamex. Para tanto, os mesmos
foram caracterizados quanto a seu perfil de massa molecular (MM), composição aminoacídica
e propriedades antioxidantes in vitro, através de quatro métodos, e antimicrobiana frente a 26
microrganismos em diferentes concentrações (1,25; 2,50; 5,0 e 7,50 mg/mL). Em geral, o
acréscimo no GH, resultou em maior conteúdo de aminoácidos hidrofóbicos e aromáticos,
além de uma diminuição da MM média. A enzima e a matéria-prima utilizada, influenciaram
no teor de aminoácidos e da MM média determinados. Além disso, em um mesmo GH e
enzima, a PMC apresentou menor MM média que o IPC. O hidrolisado de IPC com GH de
20% com a Alcalase, apresentou a maior capacidade de capturar o radical ABTS·+
(62,79 mg
de AEVC/g de amostra), quelação e redução do ferro (20,09 µmol FeSO4.7H2O/g amostra).
Entretanto, os tratamentos hidrolisados pela Protamex apresentaram maior sequestro do
radical livre DPPH•. Além disso, o GH e MM média influenciaram na atividade antioxidante.
De todos os micro-organismos avaliados, apenas 7 foram inibidos, sendo a maioria Gram-
positivos. Não foi verificada influência da concentração na inibição dos mesmos, sendo que
os tratamentos com maior potencial de inibição microbiana foram hidrolisados pela Alcalase.
Os hidrolisados proteicos obtidos, ofereceram uso potencial como antimicrobiano e
antioxidante.
Palavras-chave: pescado, hidrolisado, propriedades, grau de hidrólise, enzima.
112
1 INTRODUÇÃO
A oxidação lipídica e a multiplicação microbiana são as principais causas dos
processos de deterioração em alimentos, levando a perda da qualidade nutricional e a
formação de produtos potencialmente tóxicos. Além disso, a oxidação é conhecida por ser a
causa de muitas doenças humanas, tais como as desordens neurológicas, cardiovasculares,
hipertensão, câncer, diabetes, Alzheimer entre outras (CHALAMAIAH et al., 2012; GÓMEZ-
ESTACA et al., 2014; HERNÁNDEZ-LEDESMA et al., 2014; NAJAFIAN; BABJI, 2012). A
multiplicação microbiana, também causa problemas associados a doenças transmitidas por
alimentos (DTA). Segundo a Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde
(SVS/MS), no Brasil entre os anos 2000 e 2014 foram registrados 1.948.144 de pessoas
expostas a surtos de DTA, tendo como os principais agentes etiológicos a Salmonella spp.,
Staphylococcus aureus, Escherichia coli entre outros (BRASIL, 2014).
As espécies reativas de oxigênio (ERO) e os radicais livres são gerados no
decorrer das atividades fisiológicas normais, em especial durante a respiração celular em seres
humanos e outros organismos aeróbios. Essas espécies, possuem elétrons desemparelhados e
reagem com elétrons de moléculas vizinhas causando dano oxidativo e lesão nas células ou
tecidos (CHALAMAIAH et al., 2012; NAJAFIAN; BABJI, 2012). A oxidação de óleos e
gorduras nos alimentos durante o processamento, transporte e armazenamento leva à
produção de produtos indesejáveis, que causam o ranço nos alimentos, bem como alteração na
coloração dos mesmos (GIRGIH et al., 2015; SARMADI; ISMAIL, 2010). O uso de
compostos antioxidantes pode remover radicais livres, impedindo ou retardando o processo de
oxidação dos componentes celulares, melhorando a estabilidade lipídica. Antioxidantes
sintéticos como o butil hidroxianisol (BHA) e o butil hidroxitolueno (BHT), são adicionados
aos produtos alimentares para retardar a oxidação de lipídios, embora a utilização desses
aditivos esteja sob regulamentação rigorosa devido a alguns efeitos tóxicos (SARMADI;
ISMAIL, 2010; UMAYAPARVATHI et al., 2014).
O controle de patógenos nos alimentos é um problema constante nas indústrias,
devido a isso diversos métodos de prevenção da multiplicação desses estão sendo utilizadas
em alimentos, incluindo o uso de agentes antimicrobianos sintéticos e naturais. Além disso,
devido ao uso extensivo de antibióticos, conservantes e a resistência de muitas bactérias, essas
tornaram-se amaeça a saúde dos indivíduos. A resistência bacteriana ocorre, principalmente,
pela mutação de um ou mais genes associados a eliminação das toxinas, tornando as bactérias
resistentes a agentes antimicrobianos convencionais (SILA et al., 2014).
113
Devido aos problemas relacionados aos antimicrobianos e antioxidantes
sintéticos, nos últimos anos foram realizados diversos estudos (ALEMÁN; GÓMEZ-
GUILLÉN; MONTERO, 2013; SILA et al., 2014a, 2014b) buscando compostos naturais, que
possuam essas propriedades bioativas, tais como os peptídeos bioativos provenientes de
diversas fontes entre elas, o pescado. Segundo Gómez-Guillén et al. (2011), as proteínas
possuem peptídeos biologicamente ativos, que são inativos dentro da sequência proteica, mas
podem ser liberados durante a digestão gastrointestinal, processamento dos alimentos e
processos como a hidrólise enzimática. A castanha (Umbrina canosai) é uma espécie de
pescado amplamente disponível no litoral sul do Brasil. Segundo Lempek, Martins e Prentice
(2007), essa espécie é subutilizada e possui baixo valor comercial. Entretanto, devido ao seu
conteúdo proteico, desperta o interesse pela obtenção de produtos com elevado valor agregado
como os hidrolisados proteicos. Em face disso, os objetivos do presente estudos foram: (i) a
obtenção de hidrolisados proteicos provenientes de proteínas recuperadas de castanha, pelo
método de variação do pH ou através de sucessivas lavagens, com diferentes graus de
hidrólise, utilizando as proteases comerciais Alcalase e Protamex e (ii) avaliar as atividades
antioxidante e antimicrobiana dos diferentes tratamentos.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 MATERIAL
2.1.2 Matéria-prima
O isolado proteico de castanha (IPC) e a proteína miofibrilar de castanha (PMC),
foram obtidos no Laboratório de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal do Rio
Grande – FURG. O IPC foi elaborado através do método de variação de pH, segundo Nolsøe
e Undeland (2009), com modificações, como se apresentou na Figura 1 do Artigo I. O
músculo de castanha foi homogeneizado, em água destilada na proporção 1:9 (p/v). A
solubilização alcalina foi realizada em pH 11,2 (NaOH 1 M) durante 20 min a 4 °C sob
agitação constante. Após, as amostras foram centrifugadas a 9000 x g durante 20 min a 4 °C.
O pH das proteínas solúveis, foi ajustado em pH 5,0 (HCl 1 M) durante 20 min a 4 °C sob
agitação constante. Após, as amostras foram centrifugadas, a 9000 x g durante 20 min a 4 °C.
O precipitado, isolado proteico úmido, foi liofilizado em liofolizador (Liotop, L108, São
114
Carlos, Brasil) a – 55 °C e 50 µHg durante 48 h, fracionado em moinho de facas (Tecnal, TE-
633, Piracicaba, Brasil), peneirado em peneira de 42 mesh (Bertel, Caieiras, Brasil) e
armazenado a – 18 °C até o momento de uso. O IPC foi analisado em triplicata, para avaliar a
sua composição proximal segundo método descrito pela AOAC (2000), o qual apresentou um
teor de 92,1% de proteína, 2,2% de umidade, 1,2% de lipídios, 1,5% de cinzas.
A PMC foi obtida através de sucessivas lavagens em água destilada e solução
salina, segundo método descrito por Limpan et al. (2010), com modificações, como se
apresentou na Figura 2 do Artigo I. O músculo de castanha foi homogeneizado em água
destilada na proporção 1:3 (p/v) a 4 °C, 13.000 rpm em agitador eixo-hélice (Fisatom, 712,
São Paulo, Brasil) durante 2 min, seguido por filtração em filtro de nylon. Então, foi
homogeneizado em NaCl (50 mM na proporção 1:5 (p/v) a 4 °C, 13.000 rpm em agitador
eixo-hélice (Fisatom, 712, São Paulo, Brasil), durante 5 min e filtrado em filtro de nylon. Esse
processo foi realizado duas vezes. Em seguida, a PMC úmida, foi liofilizada em liofolizador
(Liotop, L108, São Carlos, Brasil) a – 55 °C e 50 µHg durante 48 h, fracionada em moinho de
facas (Tecnal, TE-633, Piracicaba, Brasil), peneirada em malha de 42 mesh e armazenada a -
18 °C até o momento do uso. A PMC foi analisada em triplicata, para avaliar a sua
composição proximal segundo método descrito pela AOAC (2000), a qual apresentou um teor
de 88,7% de proteína, 2,0% de umidade, 3,9% de lipídios e 3,3% de cinzas.
2.2 ENZIMAS
As enzimas utilizadas, foram a Alcalase - 2,4 L (3.4.21.62); uma endopeptidase
bacteriana produzida a partir da fermentação submersa do Bacillus licheniformis, fornecida
pela Novozymes Latin America (Araucária – Paraná); e a Protamex (EC 3.4.21.62; EC
3.4.24.28) uma mistura de exo- e endopeptidases bacterianas, produzida a partir do Bacillus
sp., adquirida da Sigma-Aldrich (St. Louis, Missouri, Estados Unidos). Os demais reagentes
utilizados, foram de grau analítico (P.A.).
2.3 OBTENÇÃO DOS HIDROLISADOS PROTEICOS
As hidrólises enzimáticas do IPC ou da PMC, foram realizadas segundo método
descrito por Liu et al. (2014), Raghavan e Kristinsson (2009) e acompanhadas pelo método de
115
pH-stat, com modificações. A Figura 1, apresenta o fluxograma do processo de obtenção dos
hidrolisados proteicos provenientes da castanha.
Figura 1 - Fluxograma do processo de obtenção dos hidrolisados proteicos provenientes da
castanha (U. canosai)
Tanto o IPC como a PMC, foram homogeneizados em água destilada na
proporção de 2% (p/v; proteína/água destilada), em reator de vidro encamisado acoplado de
banho ultratermostático (Quimis, Q212S, Diadema, Brasil), sob agitação constante em
agitador (Marconi, Piracicaba, Brasil) a 300 rpm. As condições das dispersões proteicas,
foram ajustadas nos parâmetros ótimos para cada enzima: Alcalase (pH: 8 e temperatura 50
°C) e Protamex (pH:7 e temperatura 50 °C), durante 10 min. A hidrólise enzimática iniciou-se
através da adição da enzima na proporção de 30 U/g proteína, segundo a atividade específica
de cada enzima [13,3 U/mg de proteína (Alcalase) e 14 U/mg de proteína (Protamex)]
determinada pelo método descrito pela Sigma (2013), Anexo I, a qual utiliza caseína como
NaOH (1M) Homogeneização II
Enzima 30 U/g
IPC ou PMC
Homogeneização I
Hidrólise enzimática
Inativação térmica
Fração insolúvel
Liofilização Água
Hidrolisado proteico
Água destilada
Centrifugação
90 °C/10 min
116
substrato. O grau de hidrólise (GH) foi monitorado segundo a Equação 1 de Adler-Nissen
(1986):
Onde, B é o volume da base consumida durante a hidrólise, para manter o pH constante (mL);
NB é a normalidade corrigida da base; htot é o número de ligações peptidicas (moles equiv/kg)
para pescado este valor é 8,6 moles equiv/kg (ADLER-NISSEN, 1986); MP é a massa de
proteína (g, determinado em N x fator de Kjeldahl – 6,25); e α é o grau de dissociação, o qual
foi determinado segundo a Equação 2 de Adler-Nissen (1986):
Onde, pH é o pH ótimo de cada enzima utilizada para a hidrólise; pKa é a constante de
dissociação, a qual foi determinada de acordo com a temperatura utilizada para a hidrólise
enzimática segundo a Equação 3, de acordo com Steinhart e Beychok (1964 citado por
KRISTINSSON; RASCO, 2000).
Onde, T é a temperatura em Kelvin.
A hidrólise enzimática do IPC ou PMC, utilizando as enzimas Alcalase e
Protamex, foi conduzida até que o GH desejado fosse atingido (10 ou 20%). Esses GH foram
estudados, com base em estudos preliminares de algumas bioatividades apresentadas por
diferentes hidrolisados. As enzimas foram inativadas, pelo aquecimento da suspensão a 90 °C
durante 10 min. Os hidrolisados foram centrifugados a 9000 x g durante 20 min a 4 °C, para
separar as frações solúvel (hidrolisado) e insolúvel. A fração solúvel, foi seca em liofolizador
GH( ) B x NB
α x htot x 100 (1)
α 10
pH-pKa
1+ 10pH-pKa
(2)
pKa 7,8 (298-T)
(298 x T) x 2400 (3)
117
(Liotop, L108, São Carlos, Brasil) a – 55 °C e 50 µHg durante 48 h e armazenadas em frascos
de polietileno a -18 °C. Foram obtidas oito amostras de hidrolisados, elaboradas por
diferentes tratamentos: 1: hidrolisado de IPC com Alcalase com GH de 10% (HIPA1); 2:
hidrolisado de IPC com Alcalase com GH de 20% (HIPA2); 3: hidrolisado de PMC com
Alcalase com GH de 10% (HPMA1). 4: hidrolisado de PMC com Alcalase com GH de 20%
(HPMA2); 5: hidrolisado de IPC com Protamex com GH de 10% (HIPP1); 6. Hidrolisado de
IPC com Protamex com GH de 20% (HIPP2); 7: Hidrolisado de PMC com Protamex com GH
de 10% (HPMP1) e 8: hidrolisado de PMC com Protamex com GH de 20% (HPMP2). As
cinéticas de hidrólise estão no Apêndice I.
2.4 COMPOSIÇÃO DE AMINOÁCIDOS
A composição dos aminoácidos foi realizada em triplicata, segundo o método
descrito por Giménez et al. (2009b), com adaptações. As diferentes amostras dos hidrolisados
liofilizados, foram homogeneizadas em água destilada na concentração de 5mg/mL. Uma
alíquota de 20 µL de amostra foi seca e hidrolisada em tubos de vidro, selados a vácuo a 110
± 2 °C durante 24 h, na presença de HCl 6 M contendo 0,1% de fenol. Como padrão interno,
foi utilizada a Norleucina (Sigma-Aldrich, St. Louis, Estados Unidos). Após a hidrólise, as
amostras foram secas a vácuo, homogeneizadas em solução tampão de aplicação e injetadas
em analisador de aminoácidos (Biochrom 20, Pharmacia, Barcelona, Espanha).
2.5 PERFIL DE MASSA MOLECULAR
O perfil de massa molecular (MM) média de cada amostra de hidrolisado, foi
obtido segundo o método descrito por Sila et al. (2015), por exclusão de tamanho em
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) em cromatógrafo (SPE-MA10AVP,
Shimadzu, Kyoto, Japão). A coluna utilizada foi a Superdex para peptídeos (PC 3.2/30) (GE
Healthcare Bio Sciences, Barcelona, Espanha), com um fracionamento entre 7000 Da e 100
Da. O volume de injeção foi de 10 µL e o fluxo foi de 25 µL/min. Como fase móvel, foi
utilizada a acetonitrila (30%, v/v) contendo 0,01% de ácido trifluoroacético - TFA (v/v) e a
densidade ótica foi avaliada em 214 nm. Como padrões de massa molecular, foram utilizadas:
118
a albumina de soro bovino (ASB, 6700 Da), aprotinina (6512 Da), vitamina B12 (1340 Da),
hipuril-histidil-Ieucina (HHL, 429 Da) e glicina (75 Da).
2.6 AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES BIOATIVAS DOS HIDROLISADOS
As propriedades bioativas dos hidrolisados, foram avaliadas no Instituto de
Ciência e Tecnologia de Alimentos e Nutrição – ICTAN/CSIC, em Madri, Espanha,
utilizando diferentes métodos analíticos descritos a seguir.
2.6.1 Atividade antioxidante
2.6.1.1 Captura do radical ABTS·+
(2,2´-azinobis (3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico)
A capacidade de captura do radical catiônico ABTS·+
pelos hidrolisados, foi
avaliada segundo método descrito por Re et al. (1999), com modificações. A solução estoque
do radical ABTS·+
, foi elaborada a partir de uma solução de ABTS (7 mM) em persulfato de
potássio (2,45 mM), mantida no escuro durante 16 h a temperatura ambiente. Uma alíquota da
solução estoque foi diluída em água destilada, até alcançar a absorbância de 0,70 ± 0,02 a 734
nm, sendo esta a solução de trabalho. Os hidrolisados foram diluídos em água destilada a uma
concentração de 20 mg/mL e após as amostras foram diluídas 10 vezes. Alíquotas de 20 µL
das amostras, foram homogeneizadas em 980 µL da solução de trabalho do radical ABTS·+
.
Em seguida, foram incubadas em banho-maria durante 10 min a 37 °C e após a redução na
absorbância a 734 nm foi avaliada em espectrofotômetro (Shimadzu, CPS-240, Kyoto, Japão).
Uma curva padrão de ácido ascórbico - vitamina C (0,02 – 0,2 mg/mL), a qual relaciona a
concentração de vitamina C com a redução de absorbância, foi realizada. A capacidade
antioxidante, foi expressa como atividade antioxidante equivalente à vitamina C – AEVC (mg
AEVC / g de amostra). As determinações foram realizadas em triplicata.
2.6.1.2 Capacidade de redução do ferro (FRAP)
A capacidade de reduzir o íon férrico (Fe3+
) dos hidrolisados foi determinada
segundo método descrito por Pulido, Bravo e Saura-Calixto (2000). O método FRAP está
baseado no acréscimo da absorbância a 595 nm, devido a formação de um complexo
119
tripiridiltriazina (TPTZ) – Fe (II), na presença de agente de redução a 37 °C. A solução de
trabalho, foi elaborada através da homogeneização de 25 mL de tampão acetato – pH 3,6 (300
mM), 2,5 mL da solução TPTZ (2,4,6-tripiridil-s-triazina) 10 mM e 2,5 mL de FeCl3 (20
mM). A solução foi homogeneizada e armazenada a 37 °C durante 30 min. Os hidrolisados
foram diluídos em água destilada a uma concentração de 20 mg/mL. Alíquotas de 30 µL das
amostras foram homogeneizadas em 90 µL de água destilada e 900 µL da solução de trabalho.
A absorbância a 595 nm, foi mensurada em espectrofotômetro (Shimadzu, CPS-240, Kyoto,
Japan), após a incubação no escuro em banho-maria a 37 °C durante 30 min. Uma curva
padrão de FeSO4.7H2O (0,1 – 1 µM), a qual relaciona a concentração de FeSO4.7H2O (µM)
com a absorbância a 595 nm foi plotada. Os resultados foram expressos como equivalente de
FeSO4.7H2O (µM)/ g de amostra. As determinações foram realizadas em triplicata.
2.6.1.3 Capacidade de quelação dos metais
A capacidade de quelação do Fe2+
dos hidrolisados, foi avaliada segundo método
descrito por Chung et al. (2002) e Giménez et al. (2009a), com adaptações. Os hidrolisados
foram testados na concentração de 50, 25 e 5 mg/mL em água Milli-Q. Para a reação, foram
homogeneizados 800 µL das amostras, 10 µL de FeCl2 (2 mM) e 20 µL de ferrozina (5 mM) e
deixados em repouso a temperatura ambiente durante 10 min. Como controle, foi utilizado
800 µL de água Milli-Q, 10 µL de FeCl2 (2 mM) e 20 µL de ferrozina (5 mM). As
determinações foram realizadas em triplicata. A leitura da absorbância foi realizada em
espectrofotômetro (Shimadzu, CPS-240, Kyoto, Japan) a 562 nm. A capacidade de quelação
(%) foi calculada segundo a Equação 4:
Onde: Abscontrole é a absorbância dos reagentes; Absamostra é absorbância das amostras dos
hidrolisados.
Capacidade de quelação ( ) [1- (Absamostra
Abscontrole
)] x 100 (4)
120
2.6.1.4 Sequestro do radical livre DPPH• (2,2–Difenil–1–picrilhidrazila)
O sequestro do radical livre DPPH• (SRL) pelos hidrolisados, foi determinado
segundo método descrito por Yen e Hsieh (1995) e Memarpoor-Yazdi, Asoodeh e Chamani
(2012), com adaptações. Inicialmente, 200 µL de amostra de hidrolisado, previamente
homogeneizado em água destilada, foi homogeneizado em 600 µL de metanol (P.A) e 200 µL
de DPPH (0,15 mM em metanol) durante 2 min. A dispersão foi mantida no escuro durante 30
min a temperatura ambiente. A absorbância foi mensurada em triplicata a 517 nm, em
espectrofotômetro (Biospectro, SP-22, Brasil). Como controle, foi adicionado 200 µL de água
destilada, 600 µL de metanol e 200 µL de DPPH (0,15 mM). As amostras foram testadas a
uma concentração final no tubo de 10, 5 e 2,5 mg/mL. O SRL (%) foi calculado segundo a
Equação 5:
Onde: Abscontrole é a absorbância dos reagentes; Absamostra é absorbância das amostras dos
hidrolisados.
2.6.2 Atividade antimicrobiana
A atividade antimicrobiana foi realizada pelo teste de ágar difusão, segundo
método descrito por Gómez-Guillén et al. (2010), frente a 26 cepas de micro-organismos da
coleção do Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos e Nutrição – ICTAN/CSIC, Madri,
Espanha. Os testes preliminares foram elaborados com a concentração de 5 mg/mL e as
Figuras da inibição estão expostas no Apêndice II. A Tabela 1 apresenta as cepas dos micro-
organismos e as condições de cultivos que foram utilizados. As cepas foram armazenadas a -
80 °C em caldo infusão de coração e cérebro - BHI (Oxoid, Basingstoke, Reino Unido) com
25% de glicerol (Panreac, Barcelona, Espanha) até à sua utilização.
SRL ( ) [(Abscontrole - Absamostra)
Abscontrole
] x 100 (5)
121
Tabela 1 - Cepas microbianas e condições de cultivo utilizados para avaliação da atividade
antimicrobiana dos diferentes hidrolisados proteicos
PDA: ágar batata dextrose; BHI: ágar Brain Heart Infusion; MRS: ágar Lactobacillus; *AN: anaerobiose; **
CO2: condições controladas de CO2.
Micro-organismos Certificado ID Meio de cultivo
Temperatura
de incubação
(°C)
Aeromonas hydrophila CECT 839T AH BHI 30
Aspergillus niger CECT 2088 AN PDA 30
Bacillus cereus CECT 148 BC PDA 37
Bifidobacterium bifidum DSMZ 20215 BB BHI *AN 37
Brochothrix thermosphacta CECT 847 BT BHI 20 - 25
Citrobacter freuduii CECT 401 CF BHI 37
Clostridium perfringes CECT 486 CP BHI *AN 37
Debaryomyces hanseii CECT 11364 GH BHI (3% NaCl) 20
Enterococcus faecium DSM 20477 EF BHI 37
Escherichia coli CECT 515 EC BHI 37
Lactobacillus acidophilus CECT 903 LA MRS ** CO2
Lactobacillus helveticus DSM 20075 LH BHI 37
Listeria innocua CECT 910 LI BHI 37
Listeria monocytogenes CECT 4032 LM BHI 37
Photobacterium
phosphoreum
CECT 4191 PP BHI (1% NaCl) 15
Pseudomonas fluorescens CECT 4898 PF BHI 30
Salmonella cholerasuis CECT 4300 SC BHI 37
Shewanella putrefaciens CECT 5346 T SP BHI 30
Shigella sonnei CECT 4887 SS BHI 37
Staphylococcus aureus CECT 240 SA BHI 37
Vibrio parahaemolyticus CECT 511 T VP BHI (3% NaCl) 37
Yersinia enterecolitica CECT 4315 YE BHI 37
Penicillium expansum DSMZ 62841 PE PDA 30
Colletotrichum
lindemuthianum
CECT 2119 CL PDA 25
Mucor rouxii CECT 2655 MR PDA 25
Fusarium oxysporum CECT 2869 FOX PDA 25
122
A avaliação da atividade antimicrobiana, foi realizada em placas de Petri
descartáveis contendo o ágar descrito para cada micro-organismo, Tabela 1, nas quais foram
inoculados 100 µL das suspensões microbianas (~ 106 UFC/mL) e espalhados com alça de
Drigalski estéril. Em seguida, foram adicionados 40 µL das diferentes amostras em diferentes
concentrações de 1,25; 2,5; 5,0 e 7,5 mg/mL, em discos estéreis de papel filtro (0,5 cm de
diâmetro). Como controles, foram utilizados a Polilisina e a Nisina (Nisaplin, DuPont,
Danisco), nas mesmas concentrações que as amostras dos hidrolisados. Estes discos foram
colocados no ágar inoculado, com auxílio de uma pinça estéril. As placas foram incubadas
durante 24 h, nas mesmas condições de temperatura e atmosfera descritas para o cultivo,
Tabela 1. Após a incubação, o diâmetro da zona de inibição (halo) foi mensurado em
quadruplicata pelo Software Corel Draw X6. As determinações foram realizadas em
quadruplicata e os resultados foram expressos em mm de inibição.
2.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os resultados da composição aminoacídica, das propriedades antimicrobianas e
antioxidantes, foram submetidos a análise de variância (ANOVA) e as médias comparadas
pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Os dados foram avaliados pelo programa
Statistica (versão 5.0, por StatSoft, Inc., Tulsa, Estados Unidos).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 COMPOSIÇÃO DE AMINOÁCIDOS
As propriedades biológicas e nutricionais dos hidrolisados, resultam diretamente
da sua composição de aminoácidos e peptídeos, do perfil de massa molecular entre outros
(CHALAMAIAH et al., 2012; DI BERNARDINI et al., 2011; ROBERT et al., 2015). A
Tabela 2 apresenta a composição de aminoácidos das oito amostras de hidrolisados, obtidas
por diferentes tratamentos. Independentemente da matéria-prima (IPC ou PMC), do GH (10
ou 20%) ou da enzima (Alcalase e Protamex) utilizada, todas as amostras apresentaram como
aminoácidos presentes em maior quantidade o ácido glutâmico, ácido aspártico, lisina,
leucina, arginina e alanina. Isto está de acordo com Khantaphant, Benjakul e Kishimura
(2011), que em seus estudos com hidrolisados proteicos de músculo de lúcio
123
Tabela 2 - Composição aminoacídica dos diferentes hidrolisados proteicos
Aminoácido Composição de aminoácidos (mg de aminoácidos/g de proteína)
1 2 3 4 5 6 7 8
Alanina (Ala) 59,40bcd
± 0,67 58,40cde
± 0,04 58,04de
± 1,14 57,18e ± 1,06 60,06
bc ± 0,36 62,31
a ± 0,35 60,93
ab ± 0,27 61,18
ab ± 0,06
Arginina (Arg) 60,85bc
± 0,08 61,01bc
± 0,46 62,06ab
± 1,25 63,28a ± 0,78 63,03
a ± 0,11 59,62
c ± 0,04 62,09
ab ± 0,08 57,83
d ± 0,13
Ác. Aspártico (Asp) 137,02a ± 1,10 136,93
a ± 0,38 131,28
d ± 1,11 132,61
cd ± 0,31 135,27
ab ± 0,70 136,73
a ± 0,60 133,70
bc ± 0,24 131,42
d ± 0,27
Cisteína (Cis) 4,40b ± 0,08 4,16
b ± 0,01 4,11
b ± 0,01 4,11
b ± 0,11 4,05
b ± 0,05 4,96
a ± 0,04 4,03
b ± 0,05 4,00
b ± 0,43
Ác. Glutâmico (Glu) 195,50b ± 1,91 188,60
c ± 1,37 196,16
b ± 2,37 190,66
c ± 1,48 200,50
a ± 0,22 196,19
b ± 0,33 201,20
a ± 0,43 198,25
ab ± 0,18
Glicina (Gli) 33,78b ± 0,61 35,87
a ± 0,28 32,62
c ± 0,64 33,40
bc ± 0,44 32,50
c ± 0,26 36,25
a ± 0,12 34,23
b ± 0,16 35,56
a ± 0,15
Histidina* (His) 24,81ab
± 1,38 24,66ab
± 0,14 24,69ab
± 0,47 24,91ab
± 0,53 23,28c ± 0,22 24,69
ab ± 0,10 23,00
b ± 0,03 26,39
a ± 1,32
Isoleucina* (Ile) 31,26a ± 0,33 31,00
a ± 0,09 31,46
a ± 1,24 31,14
a ± 0,57 29,21
b ± 0,32 26,24
c ± 0,09 28,76
b ± 0,10 25,42
c ± 0,11
Leucina* (Leu) 84,96a ± 0,13 83,96
ab ± 0,19 83,09
bc ± 1,03 82,35
cd ± 0,55 84,45
a ± 0,34 81,28
c ± 0,30 82,36
cd ± 0,13 78,84
e ± 0,13
Lisina* (Lis) 92,30c ± 7,23 96,07
bc ± 0,36 100,21
ab ± 1,35 98,58
abc ± 0,87 103,87
a ± 0,18 97,98
abc ± 0,05 101,41
ab ± 0,32 99,16
abc ± 0,40
Metionina*(Met) 39,78bc
± 0,31 41,68a ± 0,48 39,55
bc ± 0,57 40,34
b ± 0,28 37,80
d ± 0,31 39,33
c ± 0,21 39,14
c ± 0,03 39,49
bc ± 0,11
Fenilalanina*(Fen) 38,43c ± 1,27 38,67
c ± 0,01 38,42
c ± 0,70 39,71
bc ± 0,48 35,32
d ± 0,25 40,92
b ± 0,22 33,82
d ± 0,05 43,88
a ± 0,13
Prolina (Pro) 32,42cd
± 0,13 33,37bc
± 0,46 33,05bc
± 0,06 33,57b ± 0,58 31,11
e ± 0,06 31,71
de ± 0,45 34,88
a ± 0,46 32,95
bc ± 0,28
Serina (Ser) 46,00c ± 0,26 46,04
c ± 0,40 45,09
d ± 0,01 45,83
c ± 0,08 46,84
b ± 0,10 49,08
a ± 0,41 46,22
bc ± 0,30 49,72
a ± 0,02
Treonina (Tre) 45,85ab
± 0,08 45,38ab
± 0,62 46,01ab
± 1,31 46,50a ± 0,99 45,86
ab ± 0,40 44,54
b ± 0,15 45,86
ab ± 0,08 45,40
ab ± 0,01
Tirosina*(Tir) 36,30c ± 0,71 38,32
b ± 0,11 37,68
b ± 0,20 39,88
a ± 0,09 31,48
e ± 0,01 34,15
d ± 0,09 33,84
d ± 0,06 37,93
b ± 0,02
Valina*(Val) 37,00a ± 0,42 35,87
abc ± 0,02 36,47
ab ± 1,08 35,94
ab ± 0,32 35,39
bc ± 0,41 34,02
d ± 0,21 34,52
cd ± 0,01 32,58
e ± 0,46
AAH 363,91ab
± 1,50 365,44a ± 0,34 361,87
b ± 0,70 364,24
a ± 0,20 348,85
e ± 0,16 354,92
c ± 0,15 352,29
d ± 0,13 356,28
c ± 0,13
AAA 74,71cd
± 2,00 77,00c ± 0,11 76,10
cd ± 0,90 79,60
b ± 0,39 66,80
e ± 0,25 75,07
d ± 0,13 67,67
e ± 0,10 81,81
a ± 0,15
AACN 332,51abc
± ,01 325,53de
± 1,75 327,44cde
± 3,47 323,27e ± 1,79 335,77
a ± 0,47 332,92
ab ± 0,92 334,90
ab ± 0,19 329,67
bcd ±0,45
AACP 177,95c ± 5,93 181,74
bc ± 0,68 186,97
ab ± 2,13 186,76
ab ± 1,12 190,18
a ± 0,07 182,29
bc ± 0,09 186,50
ab ± 0,43 183,37
bc ± 0,80
*AAE 394,36 ab
± 4,98 390,23 ab
± 0,28 391,57 ab
± 2,78 392,86 ab
± 1,11 395,17 a ± 0,85 389,00
b ± 0,40 388,88
b ± 0,75 391,16
ab ± 0,92
1: Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HIPA1); 2: Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Alcalase (HIPA2); 3: Hidrolisado de PMC com
GH de 10% utilizando a Alcalase (HPMA1); 4: Hidrolisado de PMC com GH de 20% utilizando a Alcalase (HPMA2); 5: Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a
Protamex (HIPP1); 6: Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Protamex (HIPP2); 7: Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Protamex (HPMP1); 8:
Hidrolisado de PMC com GH de 20% utilizando a Protamex (HPMP2); AAH: aminoácidos hidrofóbicos (alanina, valina, isoleucina, leucina, tirosina, fenilalanina, prolina,
metionina e cisteína); AAA: aminoácidos aromáticos (fenilalanina, triptofano e tirosina); AACP: aminoácidos carregados positivamente (arginina, histidina, lisina); AACN:
aminoácidos carregados negativamente (ácido aspártico, ácido glutâmico); *AAE: aminoácidos essenciais (fenilalanina, valina, treonina, isoleucina, metionina, histidina
leucina e lisina). Letras iguais na mesma linha indica que não há diferença significativa (p > 0,05).
124
marrom (Lutjanus vitta), verificaram que independente da enzima (Alcalase ou Flavourzyme)
utilizada no processo de hidrólise, os aminoácidos presentes em maior conteúdo foram ácido
glutâmico, ácido aspártico, lisina, alanina e leucina. Entretanto, segundo Chalamaiah et al.
(2012), muitos hidrolisados derivados de proteínas marinhas têm sido relatados por exibirem
variações na sua composição de aminoácidos, as quais dependem da matéria-prima, enzima e
condições de hidrólise. Esse comportamento foi verificado para os diferentes hidrolisados
obtidos nesse estudo.
A composição de aminoácidos é um aspecto importante a ser avaliado em
hidrolisados proteicos de pescado, pois o mesmo pode ser utilizado como uma potencial fonte
de proteína para formulações em dietas animais e humanas, com base em seu valor nutritivo e
elevado teor de aminoácidos essenciais (AAE) (FAO, 1999; SILVA et al., 2014). Segundo a
Food and Agriculture Organization – FAO (FAO, 1999) a quantidade de AAE recomendada
para os adultos é: 16 mg/gproteína de histidina, 13 mg/gproteína de valina, 17 mg/gproteína de
metionina, 13 mg/gproteína de isoleucina, 19 mg/gproteína de leucina, 19 mg/gproteína de
fenilalanina e 16 mg/gproteína de lisina, respectivamente. Todas as amostras de hidrolisados,
obtidas no presente estudo apresentaram um conteúdo desses aminoácidos superior ao
preconizado pela FAO. Eles poderiam ser fonte proteica suplementar, em uma dieta não
equilibrada.
Segundo alguns autores (LI et al., 2012; NAJAFIAN; BABJI, 2012), os peptídeos
antimicrobianos possuem cerca de 50% de aminoácidos hidrofóbicos. Além disso, a presença
desses na sequência peptídica faz com que os hidrolisados tenham a capacidade de inibir a
peroxidação lipídica, pois possuem maior afinidade com as frações lipídicas das membranas
celulares e são mais reativos com os ácidos graxos poli-insaturados (RAJAPAKSE et al.,
2005). As amostras provenientes dos tratamentos 1 (HIPA1), 2 (HIPA2) e 4 (HPMA2),
apresentaram maior conteúdo de aminoácidos hidrofóbicos (AAH) (p < 0,05). Foi verificado
para todas as amostras, com exceção da amostra 1 e 2, que o aumento de 10 para 20% no GH,
para as amostras hidrolisadas com as mesmas matérias-primas e enzimas, resultou em um
acréscimo no conteúdo de AAH (p < 0,05). Isso ocorre, pois a reação de hidrólise resulta na
exposição de grupos hidrofóbicos, os quais estavam protegidos na estrutura original da
proteína (PANYAM; KILARA, 1996). Segundo Panyam e Kilara (1996) as proteínas que
foram extensivamente hidrolisadas, podem apresentar sabor amargo devido à exposição e
acúmulo de cadeias laterais hidrofóbicas de aminoácidos de baixa massa molecular. A enzima
Alcalase, originou hidrolisados com um conteúdo significativamente superior (p < 0,05) de
AAH, em relação aos hidrolisados obtidos pelo uso da Protamex, com a mesma matéria-prima
125
e o mesmo GH. A Alcalase tem sido reportada como a enzima que possui afinidade em
hidrolisar resíduos de AAH (INTARASIRISAWAT et al., 2012; KLOMPONG et al., 2007).
Wiriyaphan, Chitsomboon e Yongsawadigul (2012) hidrolisaram subprodutos de surimi de
threadfin bream (Nemipterus furcosus) com diferentes enzimas: Alcalase, pepsina, tripsina e
Virgibacillus sp. SK33, onde verificaram que os hidrolisados obtidos a partir da Alcalase,
apresentaram maior conteúdo de AAH em relação aos hidrolisados obtidos pelas demais
enzimas. A Alcalase é uma endoprotease, que possui ampla especificidade em relação a
resíduos aromáticos (Fen e Tir), ácidos (Glu), sulfúricos (Met e Cis), alifáticos (Leu e Ala),
básicos (Lis) dentre outros (DOUCET et al., 2003; WIRIYAPHAN; CHITSOMBOON;
YONGSAWADIGUL, 2012).
A presença de aminoácidos aromáticos (AAA) aumentou significativamente (p <
0,05) com o acréscimo do GH de 10 a 20%, para as amostras obtidas com a mesma matéria-
prima e enzima. Entretanto, esse aumento foi pronunciado nas amostras hidrolisadas com a
Protamex onde as amostras 7 e 8, de PMC com GH de 10 e 20%, apresentaram um acréscimo
de 67,67 para 81,81 mg/gproteína. A presença de AAA (Tir, Tri e Fen) é importante para a
atividade antioxidante, por exemplo, pois pode estabilizar as ERO, através da transferência
direta de elétrons, mantendo a sua estabilidade através de estruturas de ressonância. Além
disso, a Tir e Tri contêm grupos fenólicos e indólicos, os quais podem servir como doadores
de hidrogênio (QIAN; JUNG; KIM, 2008; WIRIYAPHAN; CHITSOMBOON;
YONGSAWADIGUL, 2012). Piotrowicz e Mellado (2015) elaboraram hidrolisados proteicos
a partir de carne mecanicamente separada de anchoita (Engraulis anchoita), utilizando as
enzimas Alcalase e Protamex, com um GH de 78,6 e 59,3%, respectivamente. Os mesmos
apresentaram um conteúdo de AAA de 75,45 e 71,18 mg/gproteína, respectivamente. O
conteúdo de AAA do presente estudo foi superior ao encontrado por Piotrowicz e Mellado
(2015), apesar do GH superior que os mesmos obtiveram.
Segundo Saiga, Tanabe e Nishimura (2003) os aminoácidos ácidos (Asp e Glu),
básicos (His, Lis e Arg), com grupos carboxila e amino nas cadeias laterais, desempenham
uma função importante na quelação de íons metálicos. O teor de aminoácidos carregados
negativamente – AACN (Asp e Glu), presentes nos hidrolisados proteicos obtidos nesse
estudo, diminuíram significativamente (p < 0,05) com o incremento no GH, para as amostras
1 e 2, de hidrolisados de IPC com GH de 10 e 20% utilizando a Alcalase, e para as amostras 7
e 8, de hidrolisados de PMC com GH de 10 e 20% utilizando a Protamex. Entretanto, para
diferentes enzimas, mesma matéria-prima e GH, foi observado um acréscimo significativo (p
< 0,05) no conteúdo de AACN para as amostras 2 - 6, 3 - 7 e 4 - 8, respectivamente.
126
Piotrowicz e Mellado (2015) encontraram um conteúdo de 279,58 e 286,57 mg/gproteína de
AACN, nos hidrolisados proteicos de anchoita obtidos pelo uso da Alcalase e Protamex,
respectivamente. Esses resultados foram inferiores aos encontrados neste estudo,
independentemente do substrato, enzima ou GH utilizado.
Segundo Li et al. (2012), Najafian e Babji (2012) os hidrolisados proteicos com
atividade antimicrobiana, geralmente, possuem aminoácidos catiônicos em sua composição.
No presente estudo, não foi encontrada uma influência significativa (p > 0,05) no teor de
aminoácidos carregados positivamente (AACP), devido à variação do GH para os
hidrolisados obtidos utilizando a mesma matéria-prima e enzima (amostras 1 - 2 e 3 - 4).
Entretanto, foi verificada uma tendência ao acréscimo no conteúdo de AACP, com o
incremento de 10 para 20% no GH, para a amostra hidrolisada de IPC utilizando a Alcalase
como enzima. O comportamento inverso foi observado para a amostra hidrolisada de PMC,
utilizando a Protamex como enzima, onde ocorreu uma diminuição no conteúdo de AACP
com o acréscimo no GH.
3.2 PERFIL DE MASSA MOLECULAR
A Figura 2 apresenta o perfil de massa molecular (MM) média, dos diferentes
hidrolisados proteicos. A variação na MM média dos hidrolisados, revelou uma diferença no
grau de quebra das proteínas dependendo da enzima, GH e matéria-prima utilizada. As
amostras hidrolisadas pela Protamex (5; 6; 7 e 8), apresentaram um conteúdo de peptídeos
com uma MM média de 1921 Da, 1350 Da, 1845 Da e 1233 Da, como pode ser verificado nas
Figuras 2e, 2f, 2g e 2h, respectivamente. Esses valores foram superiores aos encontrados para
as amostras hidrolisadas com a Alcalase, com o mesmo GH e matéria-prima, as quais
apresentaram uma MM média de 1285 Da, 1083 Da, 1245 Da e 1066 Da para as amostras 1;
2; 3 e 4, como pode ser verificado nas Figuras 2a, 2b, 2c e 2d, respectivamente. Esses
resultados indicam, que a Alcalase foi efetiva na quebra das proteínas em relação à Protamex.
Liu et al. (2014), obtiveram hidrolisados a partir de subprodutos de surimi de carpa prateada
(Hypophthalmichthys molitrix), em diferentes GH (10, 20 e 30%), utilizando a Alcalase e
Protamex como catalisadores, onde verificaram que a MM dos hidrolisados com o mesmo
GH, produzidos pela Alcalase foi inferior, sugerindo a maior afinidade dessa pelo substrato.
127
Figura 2 - Perfil de massa molecular média dos diferentes hidrolisados proteicos
1: Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HIPA1); 2: Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a
Alcalase (HIPA2); 3: Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HPMA1); 4: Hidrolisado de PMC com GH
de 20% utilizando a Alcalase (HPMA2); 5: Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a Protamex (HIPP1); 6:
Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Protamex (HIPP2); 7: Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a
Protamex (HPMP1); 8: Hidrolisado de PMC com GH de 20% utilizando a Protamex (HPMP2).
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
(g) (h)
128
A Protamex é um mistura de exo- e endopeptidases, caracterizada como uma
mistura de diferentes tipos catalíticos de metalo protease, serina protease, protease aspártica e
carboximetilpeptidase (BENÍTEZ; IBARZ; PAGAN, 2008). Nas proteases aspárticas, ácido
glutâmico e metalo proteases, o ataque nucleófilo é mediado por uma molécula de água,
ativada por dois resíduos de ácido aspártico, um resíduo de ácido glutâmico e por um íon
metálico, respectivamente (RAWLINGS; BARRETT; BATEMAN, 2010; TEIXEIRAS,
2011). Contudo, a Alcalase por ser uma serino protease, possui um resíduo aminoácido de
serina no sítio ativo, que atua como nucleófilo, não necessitando de um íon metálico para a
ativação do ataque nucleófilo como a Protamex (DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA,
2010).
As enzimas Alcalase e Protamex, tendem a possuir maior afinidade pelo substrato
PMC. A hidrólise da PMC (GH 10 e 20%, Alcalase), resultou em peptídeos com MM média
de 1245 Da e 1066 Da, sendo esses valores inferiores aos encontrados para a hidrólise do IPC
(GH 10 e 20%, Alcalase) que foram de 1285 Da e 1083 Da, respectivamente, sendo o mesmo
comportamento observado para a Protamex. Segundo Silva, Fonseca e Prentice (2014), o
processo de isolamento proteico, pode resultar em alterações na estrutura proteica,
dificultando a ação das enzimas. Além disso, a PMC possui em sua constituição um conteúdo
superior de aminoácidos como ácido glutâmico, ácido aspártico e serina, como foi verificado
na composição aminoacídica do Artigo 1, em relação ao IPC. Esses aminoácidos são
essenciais para a reação de hidrólise, quando se utilizam proteases aspárticas, ácido
glutâmico, metalo proteases e serino proteases, respectivamente. Desta forma, a PMC é um
substrato atraente para a quebra das proteínas por essas enzimas (RAWLINGS; BARRETT;
BATEMAN, 2010; TEIXEIRAS, 2011).
O perfil de MM média indicou uma dependência na extensão de quebra das
proteínas, com o GH utilizado. O acréscimo no GH resultou em peptídeos de menor MM
média, para todas as amostras analisadas. Raghavan e Kristinsson (2009) elaboraram
hidrolisados de isolado proteico de tilápia (Oreochromis niloticus), em diferentes GH (7,5 e
25%), nos quais verificaram que o incremento no GH, contribuiu para a presença de peptídeos
com baixa MM. Robert et al. (2015) hidrolisaram subprodutos (cabeça, víscera, pedaços) de
tilápia (O. niloticus), a 22,1% de GH e encontraram peptídeos com as seguintes frações: >
2000 Da, 500 – 2000 Da e < 500 Da. Segundo os mesmos, esse perfil de MM está em
conformidade com o baixo GH alcançado, que apresenta proteínas pouco hidrolisadas.
Segundo Panyam e Kilara (1996), as proteínas extensivamente hidrolisadas resultam em uma
diminuição da MM dos peptídeos obtidos. Os hidrolisados com o maior GH são preferidos, a
129
fim de assegurar a presença de peptídeos pequenos, os quais têm sido relatados como potentes
antioxidantes (CHALAMAIAH et al., 2012; DI BERNARDINI et al., 2011; GARCÍA-
MORENO et al., 2014). Além disso, peptídeos com MM abaixo de 10 kDa, são comumente
relatados como potentes antimicrobianos (LI et al., 2012; NAJAFIAN; BABJI, 2012;
NARAYANA; CHEN, 2015).
3.3 AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES BIOATIVAS DOS HIDROLISADOS
3.3.1 Atividade antioxidante
A atividade antioxidante não pode ser atribuída a um único mecanismo, pois no
processo oxidativo existem diferentes tipos de radicais livres e formas de atuação,
dificilmente existirá um método simples e universal pelo qual a atividade antioxidante possa
ser medida precisa e quantitativamente (ALVES et al., 2010). Assim, foram realizados
diferentes ensaios tais como FRAP, ABTS, DPPH e quelação de metais para avaliar a
atividade antioxidante.
3.3.1.1 Captura do radical ABTS·+
O radical ABTS·+ é capturado pelos antioxidantes, através da doação de um átomo
de hidrogênio, onde o mesmo é mensurado através de uma reação colorimétrica. O radical
possui uma coloração azul/verde, com absorção máxima a 734 nm. Uma reação positiva,
muda a intensidade da coloração da reação para verde claro, a qual é detectada pela
diminuição na absorbância, tanto para compostos hidrófilos como lipofílicos (CHI et al.,
2015; RE et al., 1999). A Figura 3 apresenta a atividade antioxidante, avaliada pelo método de
captura do radical ABTS·+ dos hidrolisados proteicos provenientes de IPC ou PMC.
Os resultados apresentados, revelaram que os hidrolisados de IPC e PMC contêm
peptídeos potencialmente doadores de átomos de hidrogênio, os quais podem interagir com os
radicais livres, convertendo-os em produtos estáveis, pois as diferentes amostras apresentaram
atividade antioxidante. A captura do radical ABTS·+
de todos os hidrolisados proteicos,
aumentou significativamente (p < 0,05) com o acréscimo no GH de 10 para 20%,
independentemente da matéria-prima e enzima utilizada. Segundo Raghavan, Kristinsson e
130
Leeuwenburgh (2008) a proteína isolada de tilápia (O. niloticus) hidrolisada, por diferentes
proteases, apresentou um aumento acentuado na captura do radical ABTS·+
quando o GH
aumentou de 18 para 23%. Khantaphant, Benjakul e Kishimura (2011), estudaram a influência
de diferentes GH (20, 30 e 40%) de hidrolisados do músculo de lúcio marrom (L. vitta)
elaborados com Alcalase, Flavourzyme e protease do ceco pilórico, sobre as atividades anti-
hipertensiva e antioxidante. Eles verificaram que a capacidade de captura do radical ABTS·+
,
aumentou significativamente (p < 0,05) com o acréscimo no GH das amostras hidrolisadas
com Alcalase e protease do ceco pilórico.
Figura 3 - Captura do radical ABTS•+
pelos hidrolisados proteicos de IPC ou PMC, com
diferentes GH, preparados com a Alcalase e a Protamex
1: Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HIPA1); 2: Hidrolisado de IPC com GH de 20%
utilizando a Alcalase (HIPA2); 3: Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HPMA1); 4:
Hidrolisado de PMC com GH de 20% utilizando a Alcalase (HPMA2); 5: Hidrolisado de IPC com GH de 10%
utilizando a Protamex (HIPP1); 6: Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Protamex (HIPP2); 7:
Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Protamex (HPMP1); 8: Hidrolisado de PMC com GH de 20%
utilizando a Protamex (HPMP2); Letras diferentes, indicam que há diferença significativa (p < 0,05); (Média ±
desvio-padrão).
Segundo Raghavan, Kristinsson e Leeuwenburgh (2008), os peptídeos de menor
MM, ou seja, com grau de extensão de quebra de proteínas elevado (maior GH), possuem
maior capacidade de sequestrar ERO geradas por células mononucleares. Contudo, Senphan e
Benjakul (2014) verificaram em seus estudos com hidrolisados proteicos de pele de robalo
(Lates calcarifer), em diferentes GH (10, 20, 30 e 40%), que a capacidade de captura do
radical ABTS·+
aumentou com o incremento no GH até 30%, mas não foi observado esse
131
comportamento, variando o GH de 30 para 40%. A extensa hidrólise enzimática de proteínas,
resulta na diminuição da atividade antioxidante devido ao elevado conteúdo de aminoácidos
livres (CHALAMAIAH et al., 2012)
A amostra 2, proveniente do tratamento do hidrolisado de IPC com GH de 20%
com a Alcalase (HIPA2), apresentou a maior capacidade de captura do radical ABTS·+
, de
aproximadamente 62,79 mg de AEVC/g de amostra, em relação aos demais tratamentos
analisados (p < 0,05). Essa amostra, apresentou um perfil de MM média baixo (1083 Da;
Figura 2b) e um conteúdo acentuado de AAH de aproximadamente 365,44 mg/gproteína (Tabela
2). Giménez et al. (2009) avaliaram a capacidade de captura do ABTS·+
de hidrolisados de
gelatina de pota (D. gigas), utilizando a Alcalase a um GH de 50%, onde verificaram uma
capacidade de aproximadamente 34,50 mg de AEVC/g de amostra, inferior ao encontrado no
presente estudo. Muitos autores (ALEMÁN et al., 2011c; GIMÉNEZ et al., 2009;
NAJAFIAN; BABJI, 2015; SONG et al., 2015) têm relatado que os AAH (Ala, Val, Iso, Leu,
Tir, Fen, Pro, Met e Cis) presentes na sequência peptídica, fazem com que os hidrolisados
tenham a capacidade de inibir a peroxidação lipídica, pois possuem maior solubilidade em
lipídios e são mais reativos com os ácidos graxos poli-insaturados. Alemán et al. (2011c)
hidrolisaram gelatina de pele de atum (Thunnus spp.), halibute (Hypoglossus spp.) e pota (D.
gigas), utilizando como enzima a Alcalase em GH de 25,5; 18,8 e 30,9%, respectivamente.
Eles verificaram que a capacidade de captura do radical ABTS·+
foi de aproximadamente 17;
14 e 30 mg de AEVC/g de amostra, respectivamente, inferior ao encontrado no presente
estudo para qualquer amostra de hidrolisado.
Segundo Wiriyaphan, Chitsomboon e Yongsawadigul (2012) os aminoácidos Tri,
Tir e His contêm grupos indólicos, fenólicos e imidazólicos, os quais são potentes doadores
de hidrogênio. No presente estudo, foi verificado que a PMC apresentou hidrolisados com
maior capacidade de captura do radical ABTS·+
, do que os hidrolisados do IPC para as
amostra hidrolisadas com a Protamex, em um mesmo GH. Isto pode ter ocorrido, pois esses
hidrolisados apresentaram maior conteúdo de Tir (p < 0,05), o que contribui na atividade
antioxidante avaliada. O conteúdo de His nos hidrolisados de IPC, utilizando a enzima
Alcalase em diferentes GH, não apresentou diferença significativa (p > 0,05). Entretanto, o
conteúdo de Tir foi significativamente superior (p < 0,05) para os hidrolisados da Alcalase da
PMC. Os hidrolisados proteicos da Alcalase, apresentaram maior capacidade de captura o
radical ABTS·+
(p < 0,05) em relação aos hidrolisados da Protamex, com o mesmo GH e
matéria-prima. Esses dados podem ser resultantes do conteúdo de aminoácidos hidrofóbicos
(Tabela 2), os quais foram significativamente superiores (p < 0,05) nas amostras hidrolisadas
132
pela Alcalase em relação às amostras hidrolisadas pela Protamex. Além disso, o perfil de MM
média apresentou um conteúdo de peptídeos de baixa MM para as amostras hidrolisadas pela
Alcalase, potencializando a atividade antioxidante dessas amostras.
3.3.1.2 Capacidade de redução do ferro (FRAP)
A capacidade de redução do ferro, de um dado composto, pode servir como um
indicador significativo do seu potencial de atividade antioxidante. Um agente redutor, doador
de elétrons, é capaz de doar um elétron para um radical livre. Como resultado, o radical é
neutralizado e as espécies reduzidas adquirem um próton da solução (WANG et al., 2008). O
método de FRAP é, geralmente, utilizado para medir a capacidade de um composto reduzir o
complexo Fe3+
- TPTZ para o complexo Fe2+
- TPTZ, o qual é monitorado a 595 nm
(GIMÉNEZ et al., 2009a; KHANTAPHANT; BENJAKUL; GHOMI, 2011; SENPHAN;
BENJAKUL, 2014). A Figura 4 apresenta a capacidade de redução do ferro (FRAP), obtida
pelos diferentes hidrolisados.
Figura 4 - Capacidade de redução do ferro (FRAP) dos hidrolisados proteicos de IPC ou
PMC, com diferentes GH, preparados com a Alcalase e a Protamex
1: Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HIPA1); 2: Hidrolisado de IPC com GH de 20%
utilizando a Alcalase (HIPA2); 3: Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HPMA1); 4:
Hidrolisado de PMC com GH de 20% utilizando a Alcalase (HPMA2); 5: Hidrolisado de IPC com GH de 10%
utilizando a Protamex (HIPP1); 6: Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Protamex (HIPP2); 7:
Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Protamex (HPMP1); 8: Hidrolisado de PMC com GH de 20%
utilizando a Protamex (HPMP2); Letras diferentes, indicam que há diferença significativa (p < 0,05); (Média ±
desvio-padrão).
133
Os hidrolisados proteicos, elaborados com a mesma matéria-prima e enzima,
aumentaram a FRAP com o acréscimo no GH (p < 0,05), como foi verificado na Figura 4.
Khantaphant, Benjakul e Kishimura (2011) verificaram que o acréscimo no GH de 20 para
40% dos hidrolisados do músculo de lúcio marrom (L. vitta), elaborados com Alcalase,
Flavourzyme e a protease do ceco pilórico, resultou em maior FRAP (p < 0,05). Esses
resultados, comprovam que a hidrólise está diretamente relacionada com o aumento no poder
redutor, especialmente quando a clivagem dos peptídeos aumenta como indicativo do
acréscimo no GH (KHANTAPHANT; BENJAKUL; KISHIMURA, 2011). Segundo
Wiriyaphan et al. (2015), os hidrolisados proteicos que contêm peptídeos pequenos,
contribuem com a elevada FRAP. Estes podem expor uma quantidade superior de cadeias
laterais, as quais possuem a capacidade de doar elétrons e tornar-se mais acessível pelo
complexo Fe3+
- TPTZ. Isto foi verificado no presente estudo, quando comparadas as
amostras preparadas com a mesma matéria-prima e enzima, porém com GH diferente.
A amostra 8, hidrolisado de PMC com GH de 20% utilizando a Protamex
(HPMP2), apresentou a maior a FRAP 20,75 µmol FeSO4.7H2O/g amostra (p < 0,05).
Contudo, a amostra 2, hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Alcalase (HIPA2),
apresentou uma FRAP de 20,09 µmol FeSO4.7H2O/g amostra, porém significativamente
diferente (p < 0,05). Esses resultados sugerem que essas amostras, apresentam em sua
constituição maior conteúdo de compostos capazes de doar elétrons. Giménez et al. (2009)
avaliaram a FRAP de hidrolisados de gelatina de pota (D. gigas), com um GH de 50% e
utilizando a Alcalase como enzima, onde verificaram uma capacidade de aproximadamente
16,50 µmol FeSO4.7H2O/g amostra, inferior ao encontrado no presente estudo. Muitos autores
(QIAN; JUNG; KIM, 2008; WIRIYAPHAN; CHITSOMBOON; YONGSAWADIGUL,
2012) relataram que o conteúdo de AAA (Tir, Tri e Fen), é importante para a atividade
antioxidante, pois pode estabilizar as ERO, através da transferência de elétrons, mantendo a
sua estabilidade através de estruturas de ressonância. A amostra 8, apresentou em sua
constituição, um conteúdo elevado de AAA (81,81 mg/gproteína). Além disso, o conteúdo de
Fen dessa amostra, foi significativamente superior (p < 0,05) aos demais hidrolisados.
Segundo Klompong et al. (2007) o maior poder redutor, indica que os hidrolisados podem
doar um elétron aos radicais livres, conduzindo à prevenção ou retardamento da propagação
da oxidação.
A amostra 2, como foi citado anteriormente, possui um conteúdo elevado de AAH
(365,44 mg/gproteína) e esses aminoácidos são conhecidos como potentes antioxidantes. A
amostra 8, não apresentou uma MM média baixa, quando comparada a amostra 2, sugerindo
134
que nesse caso o que contribuiu significativamente para a FRAP foi a composição
aminoacídica. No mesmo GH e matéria-prima, os hidrolisados preparados com a Alcalase,
apresentaram maior FRAP (p < 0,05), com exceção da amostra 8, a qual apresentou maior
FRAP em relação a amostra 4. Senphan e Benjakul (2014) verificaram em seus estudos, que a
Alcalase resultou em hidrolisados de pele de robalo (L. calcarifer) com maior FRAP, em
relação aos hidrolisados obtidos utilizando uma enzima obtida do hepatopâncreas de camarão.
3.3.1.3 Capacidade de quelação de metais
Os metais de transição tais como Fe2+
e Cu2+
, podem catalisar a formação de
ERO, tais como o radical hidroxila (∙OH) e o ânion superóxido (O2-). O Fe
2+ através da reação
de Fenton produz o radical∙OH, acelerando a reação em cadeia da peroxidação lipídica. Como
resultado ocorre a formação de compostos voláteis de oxidação, responsáveis pela formação
de odores desagradáveis, como a rancidez (FARVIN et al., 2014). A capacidade de quelar
Fe2+
, de um composto, pode servir como um indicador da potencial atividade antioxidante do
mesmo, uma vez que atua estabilizando a forma oxidada de íons metálicos, reduzindo o seu
potencial redox, retardando assim o processo de oxidação (SHI et al., 2014). A Figura 5,
apresenta a capacidade de quelação de metais dos diferentes hidrolisados.
A atividade quelante do Fe2+
apresentou uma dependência da concentração, pois
aumentou com a variação na concentração de 5 para 50 mg/mL (p < 0,05). Farvin et al.
(2014), verificaram o mesmo comportamento para os hidrolisados de bacalhau (Gadus
morhua). A amostra 2, apresentou a maior capacidade de quelação de Fe2+
(p < 0,05) de
aproximadamente 90,7; 81,0 e 64,1% para as concentrações de 50, 25 e 5 mg/mL,
respectivamente. Giménez et al. (2009a) verificaram que nas concentrações de 0,02; 0,1; 0,2;
2, 5 e 25 mg/mL, os hidrolisados de gelatina de pota (D. gigas) com 50% de GH apresentaram
uma capacidade de quelação de ferro de 7,2; 26,9; 80,9; 99,5; 99,2 e 100%, respectivamente.
Esses resultados, foram superiores aos encontrados no presente estudo. Samaranayaka e Li-
Chan (2008) relataram uma capacidade de quelação de Fe2+
entre, aproximadamente, 7 e 46%
para os hidrolisados derivados de músculo de pescada, obtidos por diferentes processos de
hidrólise, com uma concentração de 5 mg/mL. Neste estudo, para essa concentração houve
uma variação de 9,15 a 64,12%, respectivamente.
135
Figura 5 - Capacidade de quelação de metais dos hidrolisados proteicos de IPC ou PMC, com
diferentes GH, preparados com a Alcalase e a Protamex
1: Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HIPA1); 2: Hidrolisado de IPC com GH de 20%
utilizando a Alcalase (HIPA2); 3: Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HPMA1); 4:
Hidrolisado de PMC com GH de 20% utilizando a Alcalase (HPMA2); 5: Hidrolisado de IPC com GH de 10%
utilizando a Protamex (HIPP1); 6: Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Protamex (HIPP2); 7:
Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Protamex (HPMP1); 8: Hidrolisado de PMC com GH de 20%
utilizando a Protamex (HPMP2); Letras maiúsculas iguais para o mesmo tratamento, indicam que não há
diferença significativa entre as concentrações (p > 0,05); Letras minúsculas iguais para a mesma concentração,
indicam que não há diferença significativa entre os tratamentos (p > 0,05); (Média ± desvio-padrão).
No presente estudo foi verificado que com o acréscimo no GH de 10 para 20%,
houve uma diminuição significativa (p < 0,05) na capacidade de quelação de Fe+2
, quando
comparada às amostras hidrolisadas pela Protamex, com a mesma concentração. Khantaphant,
Benjakul e Kishimura (2011), verificaram que a capacidade de quelação de Fe+2
diminuía
com o acréscimo no GH de 20 para 40%, utilizando as enzimas Alcalase e Flavourzyme para
hidrolisar o músculo de lucio marrom (L. vitta). Segundo esses autores, uma cadeia de
peptídeos curta, pode resultar na perda da capacidade de formar o complexo com Fe2+
. No
presente estudo foi verificado que o aumento no GH de 10 para 20%, apresentou o
comportamento inverso para a amostra de IPC hidrolisada pela Alcalase. Esses resultados
indicam que uma hidrólise parcial das proteínas, faz com que a atividade quelante de ferro
aumente em comparação com a extensa hidrólise.
A presença de grupos carboxila e amino nas cadeias laterais de aminoácidos
ácidos (Glu e Asp) e básicos (Lis, His e Arg), faz com que algumas proteínas e peptídeos
consigam quelar íons metálicos (GIMÉNEZ et al., 2009b; SAIGA; TANABE; NISHIMURA,
2003). O Asp está em maior conteúdo (p < 0,05) em hidrolisados proteicos de IPC, para
136
ambas enzimas analisadas. Avaliando os resultados e o conteúdo desse aminoácido nas
amostras com potencial para quelação de Fe2+
, pôde-se sugerir que a atividade antioxidante
está fortemente vinculada ao mesmo. A His está presente em baixo conteúdo, em relação aos
demais aminoácidos, em todas as amostras de hidrolisados proteicos, independentemente de
matéria-prima, GH e enzima.
3.3.1.4 Sequestro do radical livre DPPH• (2,2–Difenil–1–picrilhidrazila)
O sequestro do radical livre DPPH•, possui absorbância máxima a 517 nm em
etanol e tem sido comumente usado em análises da atividade antioxidante, pois é um radical
livre estável (SUN et al., 2012). O ensaio de eliminação de radicais DPPH• baseia-se na
redução da solução etanólica de DPPH, na presença de um antioxidante doador de hidrogênio,
devido a formação de um não-radical DPPH-H pela reação. A cor da solução, após a reação
de redução, muda gradualmente de violeta para amarela (CHI et al., 2014; SUN et al., 2012).
A Figura 6 apresenta o sequestro do radical livre DPPH•, obtido pelos diferentes hidrolisados.
Os hidrolisados apresentaram um efeito dose-dependente, pois com o acréscimo
na concentração dos hidrolisados de 2,5 para 10,0 mg/mL houve um aumento significativo (p
< 0,05) no sequestro do radical livre DPPH•, para todas as amostras avaliadas. Esse
comportamento, também foi observado em diversos estudos (CHI et al., 2015; NASRI et al.,
2013; UMAYAPARVATHI et al., 2014). Os hidrolisados de PMC ou IPC pela enzima
Protamex, apresentaram uma diminuição no sequestro do radical livre DPPH• (p < 0,05), com
o acréscimo no GH de 10 para 20% nas diferentes concentrações avaliadas. Entretanto, para
as amostras hidrolisadas com a Alcalase esse comportamento não foi verificado, pois com o
aumento no GH ocorreu um acréscimo no sequestro do radical livre DPPH•. As amostras
hidrolisadas pela enzima Protamex, apresentaram maior capacidade de sequestro do radical
livre DPPH• (p < 0,05), em relação às amostras hidrolisadas pela Alcalase. Phanturat et al.
(2010), elaboraram hidrolisados proteicos de gelatina de pele de bigeye snapper (Priacanthus
macracanthus) com diferentes enzimas, Alcalase e Neutrase, em diferentes GH. Eles
verificaram que para a enzima Neutrase não houve um acréscimo significativo (p > 0,05) no
sequestro do radical livre DPPH•, com o acréscimo no GH de 5 para 10%, mas foi observado
em GH superior de 15%.
137
Figura 6 - Sequestro do radical livre (DPPH) dos hidrolisados proteicos de IPC ou PMC, com
diferentes GH, preparados com a Alcalase e a Protamex
1: Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HIPA1); 2: Hidrolisado de IPC com GH de 20%
utilizando a Alcalase (HIPA2); 3: Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HPMA1); 4:
Hidrolisado de PMC com GH de 20% utilizando a Alcalase (HPMA2); 5: Hidrolisado de IPC com GH de 10%
utilizando a Protamex (HIPP1); 6: Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Protamex (HIPP2); 7:
Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Protamex (HPMP1); 8: Hidrolisado de PMC com GH de 20%
utilizando a Protamex (HPMP2); (Média ± desvio-padrão). Letras maiúsculas iguais para o mesmo tratamento,
indicam que não há diferença significativa entre as concentrações (p > 0,05); Letras minúsculas iguais para a
mesma concentração, indicam que há diferença significativa entre os tratamentos (p > 0,05).
As amostras 5 e 7 (hidrolisados de IPC e PMC com GH de 10% utilizando a
Protamex), apresentaram a maior capacidade de sequestro do radical livre DPPH• (p < 0,05).
Essas amostras apresentaram um perfil de MM média de 1921 Da e 1845 Da, Figuras 2e e 2g,
superior ao verificado para as demais amostras. Wu, Chen e Shiau (2003) verificaram que
hidrolisados proteicos de cavala (Scomber austriasicus), com MM superior a 1400 Da,
apresentaram o maior sequestro do radical livre DPPH•. No presente estudo, as amostras dos
hidrolisados proteicos foram homogeneizadas em metanol para avaliação do sequestro do
radical livre DPPH•. Segundo Oliveira (2015) as proteínas, quando solubilizadas em solução
alcóolica, podem precipitar ou apresentar diferença de solubilidade. Esse fato pode ter
influenciado no sequestro do radical livre DPPH• pelas amostras obtidas nesse estudo.
3.3.1 Atividade antimicrobiana
Muitos métodos estão sendo utilizados para a avaliação da atividade
antimicrobiana de hidrolisados proteicos e/ou peptídeos. Entretanto, o método de disco
138
difusão em ágar é comumente aplicado para verificar o potencial antimicrobiano, onde o
aumento no halo da zona de inibição, resulta de uma amostra com potencial antimicrobiano
superior (DI BERNARDINI et al., 2011; JEMIL et al., 2014; NAJAFIAN; BABJI, 2012). As
Figuras 7 e 8, apresentam a atividade antimicrobiana dos diferentes hidrolisados avaliados.
Figura 7 - Atividade antimicrobiana frente à B. thermosphacta (a), L. innocua (b), L.
monocytogenes (c) e S. aureus (d) dos diferentes hidrolisados proteicos após 24 horas
1: Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HIPA1); 2: Hidrolisado de IPC com GH de 20%
utilizando a Alcalase (HIPA2); 3: Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HPMA1); 4:
Hidrolisado de PMC com GH de 20% utilizando a Alcalase (HPMA2); 5: Hidrolisado de IPC com GH de 10%
utilizando a Protamex (HIPP1); 6: Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Protamex (HIPP2); 7:
Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Protamex (HPMP1); 8: Hidrolisado de PMC com GH de 20%
utilizando a Protamex (HPMP2); P: Polilisina; N: Nisina; Letras minúsculas iguais para a mesma concentração,
indicam que não há diferença significativa entre as amostras (p > 0,05); (Média ± desvio-padrão).
(a) (b)
(c) (d)
139
(a) (b)
(c)
A avaliação da atividade antimicrobiana dos diferentes hidrolisados proteicos de
IPC ou PMC, com diferentes GH, obtidos pela Alcalase e Protamex, foi realizada frente à 26
micro-organismos. Entretanto, foi verificada a ação antimicrobiana dessas amostras em 7
micro-organismos testados, como apresentam as Figuras 7 e 8.
Figura 8 - Atividade antimicrobiana frente à A. hydrophila (a), Y. enterecolitica (b) e D.
hanseii (c) dos diferentes hidrolisados proteicos após 24 horas
1: Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HIPA1); 2: Hidrolisado de IPC com GH de 20%
utilizando a Alcalase (HIPA2); 3: Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HPMA1); 4:
Hidrolisado de PMC com GH de 20% utilizando a Alcalase (HPMA2); 5: Hidrolisado de IPC com GH de 10%
utilizando a Protamex (HIPP1); 6: Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Protamex (HIPP2); 7:
Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Protamex (HPMP1); 8: Hidrolisado de PMC com GH de 20%
utilizando a Protamex (HPMP2); P: Polilisina; N: Nisina; Letras minúsculas iguais para a mesma concentração,
indicam que não há diferença significativa entre as amostras (p > 0,05); (Média ± desvio-padrão).
A grande maioria dos micro-organismos inibidos, foram as bactérias Gram-
positivas (B. thermosphacta, L. innocua, L. monocytogenes e S. aureus), como apresentam as
Figuras 7a, 7b, 7c e 7d, seguidos pelas bactérias Gram-negativas (A. hydrophila e Y.
enterecolitica) e a levedura (D. hanseii), como apresentam as Figuras 8a, 8c e 8b. Os
140
hidrolisados testados, não apresentaram inibição frente a alguns micro-organismos probióticos
como Bifidobacterium bifidum, Lactobacillus acidophilus e Lactobacillus helviticus,
possibilitando o uso desses hidrolisados em alimentos que contenham os mesmos, sem
ocasionar problemas de viabilidade dos organismos probióticos. Além disso, os hidrolisados
testados não inibiram nenhum dos fungos avaliados, indicando que os mesmos não exercem
nenhum efeito fungiostático ou fungicida.
Jemil et al. (2014), verificaram que hidrolisados dos músculos fermentados de
sardinha (Sardinella aurita), caboz (Zosterizessor ophiocephalus), zebra blenny (Salaria
basilisca) e arraia (Dasyatis pastinaca) na concentração de 200 mg/mL, inibiram em sua
grande maioria micro-organismos Gram-positivos (S. aureus, Micrococcus luteus, Bacillus
cereus e Enterococcus faecalis) e apenas um micro-organismo Gram-negativo (Escherichia
coli). Estes resultados estão de acordo com diversos estudos, onde as bactérias Gram-
negativas foram mais resistentes em relação às bactérias Gram-positivas (SEDAGHATI et al.,
2016; SILA et al., 2014a). Os organismos Gram-negativos, possuem uma estrutura adicional
na parede celular, chamada de membrana externa, que age como uma barreira para limitar a
difusão de material prejudicial pra o interior da mesma. Essa membrana externa, contém
moléculas de lipopolissacarídios, fosfolipídios, lipoproteínas e proteínas que sustentam toda a
célula bacteriana (FORSYTHE, 2013; SEDAGHATI et al., 2016). Devido a isso, alguns
antimicrobianos são inativos frente a cepas Gram-negativas, pois não conseguem ultrapassar a
membrana externa destas bactérias, pois elas dificultam a difusão destes para o seu alvo no
interior celular, ao qual se constitui em um fator primordial para a ação de antibióticos,
sanitizantes, entre outros (BOMONO; SZABO, 2006).
Os micro-organismos B. thermosphacta, L. innocua e S. aureus foram inibidos
por todas as amostras de hidrolisados testadas, conforme observado na Figura 7a, 7b e 7d,
respectivamente. Entretanto, os micro-organismos L. monocytogenes, A. hydrophila, Y.
enterecolitica e D. hanseii foram inibidos, preferencialmente, pelas amostras de hidrolisados e
IPC e PMC, em diferentes GH utilizando a Alcalase como enzima. Segundo Mosquera et al.
(2014), as proteases utilizadas para a hidrólise podem determinar o tamanho e sequência dos
peptídeos resultantes, afetando as suas atividades. Os hidrolisados proteicos que foram
obtidos utilizando Alcalase, apresentaram uma baixa MM média de 1285 Da, 1083 Da, 1245
Da e 1066 Da para os tratamentos 1; 2; 3 e 4, conforme foi verificado na Figura 1, em relação
aos hidrolisados pela Protamex. Segundo Gómez-Guillén et al. (2010), as frações de menor
massa molecular possuem menos agregados, promovendo a melhor exposição dos
aminoácidos e suas cargas, facilitando a interação com as membranas bacterianas.
141
Além disso, os tratamentos 1, 2 e 4 dos hidrolisados proteicos apresentaram maior
conteúdo de aminoácidos hidrofóbicos (AAH) (p < 0,05), conforme foi verificado na Tabela
2. A maioria dos peptídeos antimicrobianos, possuem cerca de 50% de resíduos hidrofóbicos,
alterando porções hidrofóbicas e catiônicas. A parte catiônica dos peptídeos, permite a ligação
à cabeça polar dos fosfolipídios da membrana, carregada negativamente, dos micro-
organismos, assim os mesmos são inseridos dentro da célula microbiana causando problemas
relativos a hidratação da célula e também a lise da mesma (HANCOCK; SCOTT, 2000;
HANCOCK; PATRZYKAT, 2002; KOBBI et al., 2015; NAJAFIAN; BABJI, 2012). A
membrana citoplasmática das células de mamíferos, ao contrário das de bactérias, apresenta,
na sua face externa, uma predominância de fosfolipídios com carga líquida neutra, o que
contribui para que a ação de diversos peptídeos antimicrobianos, seja seletiva apenas para a
membrana das bactérias (BROGDEN, 2005).
No presente estudo não foi verificada a tendência entre o acréscimo na inibição
dos micro-organismos com o aumento na concentração dos hidrolisados de 1,25 para 7,50
mg/mL, para a grande maioria das amostras testadas. Entretanto, para a A. hydrophila os
tratamentos 1, 2 e 3 apresentaram um acréscimo no halo de inibição com o aumento da
concentração de 1,25 para 7,50 mg/mL. Além disso, os micro-organismos L. innocua, L.
monocytogenes, D. hanseii e B. thermosphacta apresentaram a mesma tendência frente a
Polilisina e Nisina, respectivamente. O tratamento 1, hidrolisado de IPC com GH de 10%
utilizando a Alcalase (HIPA1), apresentou a maior inibição (p < 0,05) dos micro-organismos
D. hanseii (20,20 mm) e L. innocua (12,50 mm) na concentração de 7,5 mg/mL. A Nisina, na
mesma concentração, apresentou maior inibição (p < 0,05) do D. hanseii (28,20 mm). A
Polilisina e a Nisina na mesma concentração, apresentaram menor inibição (p < 0,05) da L.
innocua de 10,50 e 6,20 mm, respectivamente. Gómez-Guillén et al. (2010) elaboraram
hidrolisados da gelatina da pele de atum, onde verificaram que as frações de peptídeos com
MM de 10 kDa e 1 kDa na concentração de 2 mg/mL apresentaram um halo de inibição de
2,50 mm para a L. innocua. No presente estudo na concentração de 2,50 mg/mL , o tratamento
1 apresentou um halo de aproximadamente 6,60 mm, superior ao encontrado por esses
autores.
O tratamento 3, hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Alcalase
(HPMA1), apresentou maior inibição (p < 0,05) em relação as demais amostras testadas,
frente a L. monocytogenes (5,70 mm) na concentração de 7,5 mg/mL, a Polilisina e a Nisina,
na mesma concentração, apresentaram 7,30 e 5,50 mm, respectivamente. Mosquera (2014)
elaborou hidrolisado proteico de pota (D. gigas), utilizando a Alcalase como enzima, onde
142
verificou que a fração de MM de 1 a 3 kDa na concentração de 5mg/mL, apresentou um halo
de inibição de aproximadamente 2,50 mm, inferior ao encontrado nesse estudo, o qual na
concentração de 2,50 mg/mL apresentou um halo de inibição de 5,20 mm para o tratamento 3.
O tratamento 2, hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Alcalase
(HIPA2), na concentração de 7,50 mg/mL apresentou maior halo de inibição (p < 0,05) frente
a A. hydrophila e B. thermosphacta de 21,30 e 8,00 mm, respectivamente. Contudo, a
Polilisina e a Nisina, na mesma concentração, apresentaram menor e maior halo de inibição (p
< 0,05) de 5,80 e 30,10 mm para esses micro-organismos avaliados. Esse tratamento, também
apresentou maior inibição (p < 0,05) na concentração de 5,00 mg/mL, frente ao S. aureus e a
Y. enterecolitica, onde os halos de inibição foram de 14,50 e 6,20 mm, respectivamente. Além
disso, o controle Polilisina apresentou menor inibição de 7,90 e 5,90 mm para esses micro-
organimos, quando comparada ao tratamento 2.
Gómez-Guillén et al. (2010) elaboraram hidrolisados da gelatina da pele de atum,
onde verificaram que as frações de peptídeos com 10 kDa a 1 kDa na concentração de 2
mg/mL apresentaram um halo de inibição entre 2,50 e 5,00 mm e < 1 mm para a Y.
enterecolitica e A. hydrophila, respectivamente. Na concentração de 2,50 mg/mL, o
tratamento 2 não apresentou um halo de inibição para esses micro-organismos. Entretanto,
nessa concentração para o B. thermosphacta e o S. aureus, foi verificado um halo de 5,20 e
7,70 mm para o tratamento 2, superior aos halos de inibição de aproximadamente 2,50 mm
encontrados por Gómez-Guillén et al. (2010), para hidrolisados da gelatina da pele de atum,
na fração de peptídeos com MM inferior a 1 kDa na concentração de 2 mg/mL. A amostra 2,
como foi citado na Tabela 2 e na Figura 2, apresentou um conteúdo elevado de AAH (365,44
mg/gproteína) e peptídeos com menor MM média, que contribuem para a maior atividade
antimicrobiana concordando com alguns autores (GÓMEZ-GUILLÉN et al., 2010;
NAJAFIAN; BABJI, 2012). Esse tratamento, inibiu alguns micro-organismos que são
importantes patógenos alimentares, tais como a A. hydrophila, Y. enterecolitica e S. aureus,
devido a isso, a aplicação da mesma como agente antimicrobiano é interessante.
4 CONCLUSÃO
Os hidrolisados de isolado proteico e de proteína miofibrilar da castanha, em
diferentes graus de hidrólise, elaborados por distintas enzimas, apresentaram atividade
antioxidante e antimicrobiana. A matéria-prima, enzima e grau de hidrólise apresentaram
influência na determinação da atividade antioxidante. O tratamento dois, de hidrolisado de
143
isolado proteico de castanha, utilizando a Alcalase como enzima e no maior grau de hidrólise,
apresentou a maior atividade antioxidante, em três dos quatros métodos avaliados. Em relação
a atividade antimicrobiana, as amostras apresentaram capacidade de inibição frente aos micro-
organismos Gram-positivos. A protease utilizada apresentou grande influência na atividade
antimicrobiana, pois pôde-se verificar que as amostras hidrolisadas pela Alcalase exibiram
maiores halos de inibição, em relação às amostras hidrolisadas pela Protamex.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADLER-NISSEN, J. Enzymatic hydrolysis of food proteins. London: ElsevierApplied
Science Publishing, 1986.
ALEMÁN, A.; GIMÉNEZ, B.; PÉREZ-SANTIN, E.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.;
MONTERO, P. Contribution of Leu and Hyp residues to antioxidant and ACE-inhibitory
activities of peptide sequences isolated from squid gelatin hydrolysate. Food Chemistry, v.
125, n. 2, p. 334–341, 2011.
ALEMÁN, A.; GIMÉNEZ, B.; MONTERO, P.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C. Antioxidant
activity of several marine skin gelatins. LWT - Food Science and Technology, v. 44, n. 2, p.
407–413, 2011c.
ALEMÁN, A.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; MONTERO, P. Identification of ACE-inhibitory
peptides from squid skin collagen after in vitro gastrointestinal digestion. Food Research
International, v. 54, n. 1, p. 790–795, 2013.
ALVES, C. Q.; DAVID, J. M.; DAVID, J. P.; BAHIA, M. V.; AGUIAR, R. M. Métodos para
determinação de atividade antioxidante in vitro em substratos orgânicos. Quimica Nova, v.
33, n. 10, p. 2202–2210, 2010.
AOAC. Official methods of analysis. 17th ed. Maryland, USA: Association of Official
Analytical Chemistry, 2000.
BENÍTEZ, R.; IBARZ, A.; PAGAN, J. Y. Protein hydrolysates: Processes and applications.
Acta Bioquímica Clínica Latinoamericana, v. 42, p. 227–236, 2008.
BOMONO R. A.; SZABO D. Mechanisms of multidrug resistance in Acinetobacter species,
Pseudomonas aeruginosa. Clinical Infectious Diseases, v. 53, p. 49–56, 2006.
BRASIL. Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmitidas por Alimentos – VE-
DTA. São Paulo: 2014.
BROGDEN K. A. Antimicrobial peptides: pore formers or metabolic inhibitors in
bacteria? Nature Reviews Microbiology., v.3, p.238-250, 2005.
CHALAMAIAH, M.; HEMALATHA, R.; JYOTHIRMAYI, T. Fish protein hydrolysates:
144
Proximate composition, amino acid composition, antioxidant activities and applications: A
review. Food Chemistry, v. 135, n. 4, p. 3020–3038, 2012.
CHI, C.-F.; HU, F. Y.; WANG, B.; LI, T.; DING, G. F. Antioxidant and anticancer peptides
from the protein hydrolysate of blood clam (Tegillarca granosa) muscle. Journal of
Functional Foods, v. 15, p. 301–313, 2015.
CHI, C. F.; ZHENG, X. Q.; KOPPARAPU, N. K.; CONG, W. S.; DENG, Y. P.; SUN, X. J.;
LIU, X. L. Isolation and characterization of three antioxidant pentapeptides from protein
hydrolysate of monkfish (Lophius litulon) muscle. Food Research International, v. 55, p.
222–228, 2014.
CHUNG, Y. C.; CHANG, C. T.; CHAO, W. W.; LIN, C. F.; CHOU, S. T. Antioxidative
activity and safety of the 50% ethanolic extract from red bean fermented by Bacillus subtilis
IMR-NK1. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 50, p. 2454–2458, 2002.
DI BERNARDINI, R.; HARNEDY, P.; BOLTON, D.; KERRY, J.; O’NEILL, E.; MULLEN,
A. M.; HAYES, M. Antioxidant and antimicrobial peptidic hydrolysates from muscle protein
sources and by-products. Food Chemistry, v. 124, n. 4, p. 1296-1307, 2011.
DOUCET, D.; OTTER, D. E.; GAUTHIER, S. F.; FOEGEDING, E. A. Enzyme-induced
gelation of extensively hydrolyzed whey proteins by Alcalase: Peptide identification and
determination of enzyme specificity. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 50, p.
6300–6308, 2003.
FAO. Energy and protein requirements. Geneve: 1999.
FORSYTHE, S. J. Microbiologia da segurança dos alimentos. 2 ed. Porto Alegre: Artmed
Editora, 2013.
GARCÍA-MORENO, P. J.; BATISTA, I.; PIRES, C.; BANDARRA, N. M.; ESPEJO-
CARPIO, F. J.; GUADIX, A.; GUADIX, E. M. Antioxidant activity of protein hydrolysates
obtained from discarded Mediterranean fish species. Food Research International, v. 65, p.
469–476, 2014.
GIMÉNEZ, B.; ALEMÁN, A.; MONTERO, P.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C. Antioxidant and
functional properties of gelatin hydrolysates obtained from skin of sole and squid. Food
Chemistry, v. 114, n. 3, p. 976–983, 2009.
GIMÉNEZ, B.; GÓMEZ-ESTACA, J.; ALEMÁN, A.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.;
MONTERO, M. P. Improvement of the antioxidant properties of squid skin gelatin films by
the addition of hydrolysates from squid gelatin. Food Hydrocolloids, v. 23, n. 5, p. 1322–
1327, 2009.
GIRGIH, A. T.; HE, R.; HASAN, F. M.; UDENIGWE, C. C.; GILL, T. A.; ALUKO, R. E.
Evaluation of the in vitro antioxidant properties of a cod (Gadus morhua) protein hydrolysate
and peptide fractions. Food Chemistry, v. 173, p. 652–659, 2015.
GÓMEZ-ESTACA, J.; LÓPEZ-DE-DICASTILLO, C.; HERNÁNDEZ-MUÑOZ, P.;
CATALÁ, R.; GAVARA, R. Advances in antioxidant active food packaging. Trends in
145
Food Science and Technology, v. 35, n. 1, p. 42–51, 2014.
GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; GIMÉNEZ, B.; LÓPEZ-CABALLERO, M. A.; MONTERO, M.
P. Functional and bioactive properties of collagen and gelatin from alternative sources: A
review. Food Hydrocolloids, v. 25, n. 8, p. 1813–1827, 2011.
GÓMEZ-GUILLÉN, M.C.; LÓPEZ CABALLERO, M. E.; ALEMÁN, A.; LÓPEZ DE
LACEY, A.; GIMÉNEZ, B.; MONTERO GARCÍA, P. Antioxidant and antimicrobial peptide
fractions from squid and tuna skin gelatin. In: BIHAN, E.L. Sea By-Products as Real
Material: New Ways of Application. Transworld Research Network: Índia, p.89-115, 210.
HANCOCK, R. E. W.; SCOTT, M. G. The role of antimicrobial peptides in animal defenses.
Proceedings of the national Academy of Sciences, v. 97, n. 16, p.8856-8861, 2000
HANCOCK, R. E. W.; PATRZYKAT, A. linical development of cationic antimicrobial
peptides: From natural to novel antibiotics. Current Drug Targets. Infectious Disorders, v. 2,
p. 79–83, 2002.
INTARASIRISAWAT, R.; BENJAKUL, S.; VISESSANGUAN, W.; WU, J. Antioxidative
and functional properties of protein hydrolysate from defatted skipjack (Katsuwonous
pelamis) roe. Food Chemistry, v. 135, n. 4, p. 3039–3048, 2012.
JEMIL, I.; JRIDI, M.; NASRI, R.; KTARI, N.; SALEM, R. B. S. B.; MEHIRI, M.; NASRI,
M.. Functional, antioxidant and antibacterial properties of protein hydrolysates prepared from
fish meat fermented by Bacillus subtilis A26. Process Biochemistry, v. 49, n. 6, p. 963–972,
2014.
KHANTAPHANT, S.; BENJAKUL, S.; KISHIMURA, H. Antioxidative and ACE inhibitory
activities of protein hydrolysates from the muscle of brownstripe red snapper prepared using
pyloric caeca and commercial proteases. Process Biochemistry, v. 46, n. 1, p. 318–327,
2011.
KLOMPONG, V.; BENJAKUL, S.; KANTACHOTE, D.; SHAHIDI, F. Antioxidative
activity and functional properties of protein hydrolysate of yellow stripe trevally (Selaroides
leptolepis) as influenced by the degree of hydrolysis and enzyme type. Food Chemistry, v.
102, n. 4, p. 1317–1327, 2007.
KOBBI, S.; BALTI, R.; BOUGATEF, A.; LE FLEM, G., FIRDAOUS, L.; BIGAN, M.;
NEDJAR, N. Antibacterial activity of novel peptides isolated from protein hydrolysates of
RuBisCO purified from green juice alfalfa. Journal of Functional Foods, v. 18, p. 703–713,
2015.
KRISTINSSON, H. G.; RASCO, B. A. Kinetics of the hydrolysis of atlantic salmon (Salmo
salar) muscle proteins by alkaline proteases and a visceral serine protease mixture. Process
Biochemistry, v. 36, n. 9, p.131-139, 2000
LEMPEK, T. S.; MARTINS, V. G.; PRENTICE, C. Rheology of surimi-based products from
fatty fish underutilized by the industry. Journal of Aquatic Food Product Technology, v.24,
n.16, p.27-44, 2007.
146
LI, Y.; XIANG, Q.; ZHANG, Q.; HUANG, Y.; SU, Z. Overview on the recent study of
antimicrobial peptides: Origins, functions, relative mechanisms and application. Peptides, v.
37, n. 2, p. 207–215, 2012.
LIMPAN, N.; PRODPRAN, T.; BENJAKUL S.; PRASARPAN S. Properties of
biodegradable blend films based on fish myofibrillar protein and polyvinyl alcohol as
influenced by blend composition and pH level. Journal of Food Engineering, v.100, n.1,
p.85-92, 2010.
LIU, Y.; LI, X.; CHEN, Z.; YU, J.; WANG, F.; WANG, J. Characterization of structural and
functional properties of fish protein hydrolysates from surimi processing by-products. Food
Chemistry, v. 151, p. 459–465, 2014.
MEMARPOOR-YAZDI, M.; ASOODEH, A.; CHAMANI, J. A novel antioxidant and
antimicrobial peptide from hen egg white lysozyme hydrolysates. Journal of Functional
Foods, v. 4, n. 1, p. 278–286, 2012.
MOSQUERA, M.; GIMÉNEZ, B.; DA SILVA, I. M.; BOELTER, J. F.; MONTERO, P.;
GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; BRANDELLI, A. Nanoencapsulation of an active peptidic
fraction from sea bream scales collagen. Food Chemistry, v. 156, p. 144–150, 2014.
NAJAFIAN, L.; BABJI, A. S. A review of fish-derived antioxidant and antimicrobial
peptides: Their production, assessment, and applications. Peptides, v. 33, n. 1, p. 178–185,
2012.
NAJAFIAN, L.; BABJI, A. S. Production of bioactive peptides using enzymatic hydrolysis
and identification antioxidative peptides from patin (Pangasius sutchi) sarcoplasmic protein
hydolysate. Journal of Functional Foods, v. 9, n. 1, p. 280–289, 2015.
NARAYANA, J. L.; CHEN, J.-Y. Antimicrobial peptides: Possible anti-infective agents.
Peptides, v.72, p. 88-94, 2015.
NASRI, R.; YOUNES, I.; JRIDI, M.; TRIGUI, M.; BOUGATEF, A.; NEDJAR-ARROUME,
N.; KARRA-CHÂABOUNI, M. ACE inhibitory and antioxidative activities of Goby
(Zosterissessor ophiocephalus) fish protein hydrolysates: Effect on meat lipid oxidation.
Food Research International, v. 54, n. 1, p. 552–561, 2013.
NOLSØE, H.; UNDELAND, I. The acid and alkaline solubilization process for the isolation
of muscle proteins: State of the art. Food and Bioprocess Technology, v. 2, n. 1, p. 1–27,
2009.
OLIVEIRA, G. L. S. Determinação da capacidade antioxidante de produtos naturais in vitro
pelo método do DPPH•: estudo de revisão. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 17,
n. 1, p. 36–44, 2015.
PHANTURAT, P.; BENJAKUL, S.; VISESSANGUAN, W.; ROYTRAKUL, S. Use of
pyloric caeca extract from bigeye snapper (Priacanthus macracanthus) for the production of
gelatin hydrolysate with antioxidative activity. LWT - Food Science and Technology, v. 43,
n. 1, p. 86–97, 2010.
147
PANYAM, D.; KILARA, A. Enhancing the functionality of food proteins by enzymatic
modification. Trends in Food Science & Technology, v. 7, p. 120–125, 1996.
PIOTROWICZ, I. B. B.; MELLADO, M. M. S. Antioxidant hydrolysates production from
Argentine anchovy (Engraulis anchoita) with different enzymes. International Food
Research Journal, v. 22, n. 3, p. 1203–1211, 2015.
QIAN, Z. J.; JUNG, W. K.; KIM, S. K. Free radical scavenging activity of a novel
antioxidative peptide purified from hydrolysate of bullfrog skin, Rana catesbeiana Shaw.
Bioresource Technology, v. 99, p. 1690–1698, 2008.
RAGHAVAN, S.; KRISTINSSON, H. G. ACE-inhibitory activity of tilapia protein
hydrolysates. Food Chemistry, v. 117, n. 4, p. 582–588, 2009.
RAGHAVAN, S.; KRISTINSSON, H.G.; LEEUWENBURGH, C. Radical scavenging and
reducing ability of tilapia (Oreochromis niloticus) protein hydrolysates. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 56, p. 10359–10369, 2008.
RAJAPAKSE, N.; MENDIS, E.; BYUN, H.-G.; KIM, S.-K. Purification and in vitro
antioxidative effects of giant squid muscle peptides on free radical-mediated oxidative
systems. Journal of Nutritional Biochemistry, v. 16, p.562–569, 2005.
RAWLINGS, N. D.; BARRETT, A. J.; BATEMAN, A. MEROPS: the peptidase database.
Nucleic Acids Research, v. 38, p. D227–D233, 2010.
RE, R.; PELLEGRINI, N.; PROTEGGENTE, A.; PANNALA, A.; YANG, M.; RICE-
EVANS, C. Antioxidant activity applying an improved abts radical. Free Radical Biology
and Medicine, v. 26, n. 98, p. 1231–1237, 1999.
ROBERT, M.; ZATYLNY-GAUDIN, C.; FOURNIER, V.; CORRE, E.; LE CORGUILLÉ,
G.; BERNAY, B.; HENRY, J. Molecular characterization of peptide fractions of a Tilapia
(Oreochromis niloticus) by-product hydrolysate and in vitro evaluation of antibacterial
activity. Process Biochemistry, v. 50, n. 3, p. 487–492, 2015.
FARVIN, K. S.; ANDERSEN, L. L.; NIELSEN, H. H.; JACOBSEN, C.; JAKOBSEN, G.;
JOHANSSON, I.; JESSEN, F. Antioxidant activity of Cod (Gadus morhua) protein
hydrolysates: In vitro assays and evaluation in 5% fish oil-in-water emulsion. Food
Chemistry, v. 149, p. 326–334, 2014.
SAIDI, S.; DERATANI, A.; BELLEVILLE, M. P.; AMAR, R. B. Antioxidant properties of
peptide fractions from tuna dark muscle protein by-product hydrolysate produced by
membrane fractionation process. Food Research International, v. 65, p. 329–336, 2014.
SAIGA, A.; TANABE, S.; NISHIMURA, T. Antioxidant activity of peptides obtained from
porcine myofibrillar proteins by protease treatment. Journal of Agricultural and Food
Chemistry, v. 51, p. 3661–3667, 2003.
SAMARANAYAKA, A. G. P.; LI-CHAN, E. C. Y. Autolysis-assisted production of fish
protein hydrolysates with antioxidant properties form Pacific hake (Merluccius productus).
Food Chemistry, v.107, n.2, p.768-776, 2008.
148
SARMADI, B. H.; ISMAIL, A. Antioxidative peptides from food proteins: a review.
Peptides, v. 31, n. 10, p. 1949-1956, 2010.
SEDAGHATI, M.; EZZATPANAH, H.; BOOJAR, M. M. A.; EBRAHIMI, M. T.;
KOBARFARD, F. Isolation and identification of some antibacterial peptides in the plasmin-
digest of β-casein. LWT-Food Science and Technology, v. 68, p. 217-225, 2016.
SENPHAN, T.; BENJAKUL, S. Antioxidative activities of hydrolysates from seabass skin
prepared using protease from hepatopancreas of Pacific white shrimp. Journal of Functional
Foods, v. 6, n. 1, p. 147–156, 2014.
SHI, Y.; KOVACS-NOLAN, J.; JIANG, B.; TSAO, R.; MINE, Y. Antioxidant activity of
enzymatic hydrolysates from eggshell membrane proteins and its protective capacity in
human intestinal epithelial Caco-2 cells. Journal of Functional Foods, v. 10, p. 35–45, 2014.
SIGMA. Universal Protease Activity Assay : Casein as a Substrate. v. i, p. 12–14, 2013.
SILA, A.; HEDHILI, K.; PRZYBYLSKI, R.; ELLOUZ-CHAABOUNI, S.; DHULSTER, P.;
BOUGATEF, A.; NEDJAR-ARROUME, N. Antibacterial activity of new peptides from
barbel protein hydrolysates and mode of action via a membrane damage mechanism against
Listeria monocytogenes. Journal of Functional Foods, v. 11, p. 322–329, 2014a.
SILA, A.; MARTINEZ-ALVAREZ, O.; HADDAR, A.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; NASRI,
M.; MONTERO, M. P.; BOUGATEF, A. Recovery, viscoelastic and functional properties of
Barbel skin gelatine: Investigation of anti-DPP-IV and anti-prolyl endopeptidase activities of
generated gelatine polypeptides. Food Chemistry, v. 168, p. 478–486, 2015.
SILA, A.; NEDJAR-ARROUME, N.; HEDHILI, K.; CHATAIGNÉ, G.; BALTI, R.; NASRI,
M.; BOUGATEF, A. Antibacterial peptides from barbel muscle protein hydrolysates: Activity
against some pathogenic bacteria. LWT - Food Science and Technology, v. 55, n. 1, p. 183–
188, 2014b.
SILVA, C. M.; DA FONSECA, R. A. D. S.; PRENTICE, C. Comparing the hydrolysis degree
of industrialization byproducts of Withemouth croaker (Micropogonias furnieri) using
microbial enzymes. International Food Research Journal, v. 21, n. 5, p. 1757-1761, 2014.
SILVA, J. F. X.; RIBEIRO, K.; SILVA, J. F.; CAHÚ, T. B.; BEZERRA, R. S. Utilization of
tilapia processing waste for the production of fish protein hydrolysate. Animal Feed Science
and Technology, v. 196, p. 96–106, 2014.
SONG, R.; WEI, R. B.; RUAN, G. Q.; LUO, H. Y. Isolation and identification of
antioxidative peptides from peptic hydrolysates of half-fin anchovy (Setipinna taty). LWT -
Food Science and Technology, v. 60, n. 1, p. 221–229, 2015.
SUN, Y.; PAN, D.; GUO, Y.; LI, J. Purification of chicken breast protein hydrolysate and
analysis of its antioxidant activity. Food and Chemical Toxicology, v. 50, n. 10, p. 3397–
3404, 2012.
TEIXEIRA S. J. V. Hidrólise Enzimática das Proteínas da Dreche. 2011. 96 f. Dissertação
149
(Mestrado em Controle de Qualidade na Especialidade de Água e Alimentos) - Universidade
do Porto, Porto, 2011.
UMAYAPARVATHI, S.; MEENAKSHI, S.; VIMALRAJ, V.; ARUMUGAM, M.;
SIVAGAMI, G.; BALASUBRAMANIAN, T. Antioxidant activity and anticancer effect of
bioactive peptide from enzymatic hydrolysate of oyster (Saccostrea cucullata). Biomedicine
and Preventive Nutrition, v. 4, n. 3, p. 343–353, 2014.
WANG, H.; GAO, X. D.; ZHOU, G. C.; CAI, L.; YAO, W. B. In vitro and in vivo antioxidant
activity of aqueous extract from Choerospondias axillaris fruit. Food Chemistry, v. 106, p.
888–895, 2008.
WIRIYAPHAN, C.; CHITSOMBOON, B.; YONGSAWADIGUL, J. Antioxidant activity of
protein hydrolysates derived from threadfin bream surimi byproducts. Food Chemistry, v.
132, n. 1, p. 104–111, 2012.
WIRIYAPHAN, C.; XIAO, H.; DECKER, E. A.; YONGSAWATDIGUL, J. Chemical and
cellular antioxidative properties of threadfin bream (Nemipterus spp.) surimi byproduct
hydrolysates fractionated by ultrafiltration. Food Chemistry, v. 167, p. 7–15, 2015.
WU, H-C.; CHEN, H. -M.; SHIAU, C.-Y. Free amino acids and peptides as related to
antioxidant properties in protein hydrolysates of mackerel (Scomber austriasicus). Food
Research International, v. 36, p. 949–957, 2003.
YEN, G. C.; HSIEH, P. P. Antioxidative activity and scavenging effects on active oxygen of
xylose–lysine Maillard reaction-products. Journal of the Science of Food and Agriculture,
v. 67, p. 415–420, 1995.
150
ARTIGO III
ATIVIDADE ANTI-HIPERTENSIVA E INIBITÓRIA DAS ENZIMAS DIPEPTIDIL
PEPTIDASE IV E PROLIL ENDOPEPTIDASE DE HIDROLISADOS PROTEICOS
DA CASTANHA (Umbrina canosai), INCORPORADOS EM FILMES DE ÁGAR APÓS
DIGESTÃO GASTROINTESTINAL SIMULADA
151
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi avaliar as propriedades anti-hipertensiva, e inibitória das
enzimas dipeptidil peptidase IV (DPP-IV) e prolil endopeptidase (PEP) dos diferentes
hidrolisados proteicos obtidos de proteínas recuperadas do músculo da castanha (Umbrina
canosai) antes e após a incorporação em filmes elaborados à base de ágar. A partir do isolado
proteico (IPC) e proteínas miofibrilares (PMC) da castanha, foram elaborados oito
hidrolisados em diferentes graus de hidrólise – GH (10 e 20%), utilizando as enzimas
Alcalase e Protamex. Os mesmos foram caracterizados quanto a seu perfil de massa molecular
(MM) média, composição aminoacídica, propriedades anti-hipertensiva, e inibitória das
enzimas DPP-IV e PEP. Em seguida, foram elaborados e caracterizados os filmes à base de
ágar incorporados com hidrolisados. Como resultado, foi verificado que o aumento no GH,
resultou em maior conteúdo de aminoácidos hidrofóbicos, aromáticos e uma diminuição da
MM. Entretanto, o mesmo efeito não foi verificado para os aminoácidos carregados
negativamente e positivamente. As amostras hidrolisadas pela Alcalase com maior GH e
menor MM média, apresentaram maior inibição da enzima DPP-IV. Entretanto, as maiores
atividades inibidoras da PEP e anti-hipertensiva, foram observadas para as amostras
hidrolisadas pela Protamex. Após a digestão do filme com a incorporação dos hidrolisados,
houve um decréscimo nas atividades estudadas. Os filmes incorporados com o hidrolisado
apresentaram maior solubilidade em água, elongação até a ruptura, umidade e hidrofilicidade
em relação aos filmes controle. Mesmo após a digestão dos filmes incorporados com o
hidrolisado, os mesmos apresentaram potencial para uso como filmes funcionais.
Palavras-chave: hidrolisados, filmes, funcionalidade, saúde, alternativa.
152
1 INTRODUÇÃO
A castanha (Umbrina canosai) é uma espécie de pescado amplamente distribuída
no litoral sul do Brasil. Segundo Lempek, Martins e Prentice (2007), essa espécie é
subutilizada e possui baixo valor comercial. Entretanto, devido ao seu elevado conteúdo
proteico, desperta o interesse para a obtenção de produtos com elevado valor agregado, tais
como os hidrolisados proteicos. Os hidrolisados proteicos de pescado e de espécies marinhas,
têm sido relatados como fonte de peptídeos biologicamente ativos com atividade
antimicrobiana, antioxidante, anti-hipertesiva, e inibitória das enzimas dipeptidil peptidase-IV
e prolil endopeptidase, como indicativo de potenciais atividades antidiabética e inibidora de
desordens neuropatológicas (FARVIN et al., 2014; KHANTAPHANT; BENJAKUL;
KISHIMURA, 2011; NASRI et al., 2013; RAGHAVAN; KRISTINSSON, 2009b;
RAGHAVAN; KRISTINSSON; LEEUWENBURGH, 2008; SAIDI et al., 2014; SILA et al.,
2015). Os peptídeos bioativos, após demonstrarem resistência à digestão, podem ser utilizados
no desenvolvimento de alimentos funcionais para a prevenção de várias doenças (ALÉMAN,
2010).
A pressão arterial alta ou hipertensão é um problema mundial e um dos maiores
fatores de risco para doenças cardiovasculares, afetando cerca de 30% da população adulta na
maioria dos países (BALTI et al., 2013; NASRI et al., 2013). A enzima conversora da
angiostensina-I (ECA; EC 3.4.15.1), desempenha um papel importante na regulação da
pressão arterial, através da produção de um potente vasoconstritor, angiostensina-II, e a
degradação de um vasodilatador, a bradicinina (KHANTAPHANT; BENJAKUL;
KISHIMURA, 2011). A inibição da ECA é necessária para evitar a formação de agentes
vasoconstritores e, para potencializar a ação vasodilatadora da bradicinina (BALTI et al.,
2013). Entretanto, alguns inibidores sintéticos da ECA (captopril, lisinopril entre outros), que
têm sido utilizados no tratamento clínico da hipertensão, podem apresentar alguns efeitos
secundários indesejáveis em seres humanos, tais como tosse, dificuldade para respirar,
distúrbios no paladar, erupção cutânea, entre outros (CHEN et al., 2012; VYSSOULIS et al.,
2001).
O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) representa 90-95% dos casos diagnosticados de
diabetes no mundo, é caracterizado por gerar múltiplos efeitos patofisiológicos, incluindo
disfunção progressiva das células pancreáticas, resistência à insulina e aumento da produção
de glicose hepática (HERNÁNDEZ-LEDESMA et al., 2014). Os inibidores da enzima
dipeptidil peptidase - IV (DPP-IV, EC 3.4.14.5), representam uma nova classe de agentes
153
antidiabéticos, que melhoram o controle glicêmico através do bloqueio da DPP-IV
(CUDENNEC et al., 2015; MCINTOSH et al., 2005; NONGONIERMA; FITZGERALD,
2013; SILA et al., 2015). Atualmente, inibidores sintéticos da DPP-IV estão sendo utilizados
para o controle de DM2 (NONGONIERMA et al., 2015).
Alguns estudos (LAFARGA; HAYES, 2014; SILA et al., 2015; WILSON;
HAYES; CARNEY, 2011) têm sugerido, que a prolil endopeptidase (PEP, EC 3.4.21.26)
pode ser relacionada com desordens neuropatológicas como a depressão, esquizofrenia,
Alzheimer, distúrbios da memória e do conhecimento. A PEP está envolvida no metabolismo
e na clivagem de pequenos neuropeptídeos como a ocitocina, neurotensina, angiostensina e
bradicinina. Em níveis anormais, faz com que os neuropeptídeos sejam alterados, afetando o
comportamento social, as emoções, a memória e o estresse do indivíduo (MOMENI et al.,
2005). Devido a isso, é importante estudos de inibidores da PEP, para melhorar a memória
através do bloqueio do metabolismo dos neuropeptídeos endógenos (TEZUKA et al., 1999).
Devido a isso, nos últimos anos muitos estudos com peptídeos inibidores da ECA, da DPP-IV
e da PEP estão sendo realizados como uma alternativa aos compostos sintéticos utilizados
para a inibição das mesmas (ALEMÁN; GÓMEZ-GUILLÉN; MONTERO, 2013;
LAFARGA; HAYES, 2014; LASSOUED et al., 2015; SILA et al., 2015; TEZUKA et al.,
1999).
Diversos estudos, têm mostrado a extensão das propriedades funcionais dos filmes
comestíveis através da adição de compostos bioativos (GIMÉNEZ et al., 2013a, 2013b). O
estudo da digestibilidade dos filmes, pode fornecer informações úteis para o uso desse tipo de
material na elaboração de alimentos funcionais (GIMÉNEZ et al., 2013b). Segundo Sousa e
Gonçalves (2015) os filmes à base de polissacarídeos de algas marinhas, como o ágar,
possuem boa resistência mecânica, propriedades moderadas de barreira ao O2 e CO2, são
comestíveis e facilmente biodegradáveis. Devido a isso, seria interessante a incorporação de
hidrolisados para avaliação desses para o desenvolvimento de filmes ativos e alimentos
funcionais. Em face disso, os objetivos do presente estudo foram: (i) a obtenção de
hidrolisados proteicos provenientes de proteínas recuperadas de castanha, pelo método de
solubilização/precipitação proteica ou através de sucessivas lavagens, com diferentes graus de
hidrólise, utilizando diferentes proteases comerciais (Alcalase e Protamex); (ii) avaliar a
propriedade anti-hipertensiva, e inibitória das enzimas DPP-IV e PEP dos diferentes
hidrolisados; (iii) elaborar filmes à base de ágar com e sem a incorporação de hidrolisados e
avaliar suas propriedades e (iv) avaliar as propriedades anti-hipertensiva, e inibitória das
154
enzimas DPP-IV e PEP, após a digestão enzimática dos filmes de ágar incorporados com
hidrolisado.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 MATERIAL
2.1.1 Matéria-prima
O isolado proteico de castanha (IPC) e a proteína miofibrilar de castanha (PMC),
foram obtidos no Laboratório de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal do Rio
Grande – FURG. O IPC foi elaborado através do método de variação de pH, segundo Nolsøe
e Undeland (2009), com modificações, como apresentado na Figura 1 do Artigo I. O músculo
de castanha foi homogeneizado, em água destilada, na proporção 1:9 (p/v). A solubilização
alcalina foi realizada em pH 11,2 (NaOH 1 M), durante 20 min a 4 °C sob agitação constante
em agitador eixo-hélice (IKA, RW 20DZM.n, Alemanha). Em seguida, as amostras foram
centrifugadas a 9000 x g em centrífuga refrigerada (Hanil, Supra 22K, Coréia do Sul) durante
20 min a 4 °C. O pH das proteínas solúveis foi ajustado em pH 5,0 (HCl 1 M), durante 20 min
a 4 °C sob agitação constante. As amostras foram centrifugadas, a 9000 x g durante 20 min a
4 °C. O precipitado, isolado proteico, foi liofilizado em liofolizador (Liotop, L108, São
Carlos, Brasil) a – 55 °C e 50 µHg durante 48 h, fracionado em moinho de facas (Tecnal, TE-
633, Piracicaba, Brasil), peneirado em peneira de 42 mesh (Bertel, Caieiras, Brasil) e
armazenado a – 18 °C até o momento de uso. O IPC foi analisado em triplicata, para avaliar a
sua composição proximal segundo método descrito pela AOAC (2000), onde apresentou um
teor de 92,1% de proteína, 2,2% de umidade, 1,2% de lipídios e 1,5% de cinzas.
A PMC foi obtida através de sucessivas lavagens em água destilada e solução
salina, segundo método descrito por Limpan et al. (2010), com modificações, como
apresentou a Figura 2 do Artigo I. O músculo de castanha foi homogeneizado em água
destilada na proporção 1:3 (p/v) a 4 °C, 13.000 rpm em agitador eixo-hélice (Fisatom, 712,
São Paulo, Brasil) durante 2 min, seguido por filtração em filtro de nylon. Então, foi
homogeneizado em NaCl (50 mM na proporção 1:5 (p/v) a 4 °C e 13.000 rpm em agitador
eixo-hélice (Fisatom, 712, São Paulo, Brasil), durante 5 min e filtrado em filtro de nylon. Esse
processo foi realizado duas vezes. Em seguida, a PMC úmida foi liofilizada em liofolizador
155
(Liotop, L108, São Carlos, Brasil) a – 55 °C e 50 µHg durante 48 h, fracionada em moinho de
facas (Tecnal, TE-633, Piracicaba, Brasil), peneirada em peneira de 42 mesh (Bertel, Caieiras,
Brasil) e armazenada a – 18 °C até o momento do uso. A PMC foi analisada em triplicata para
avaliar a sua composição proximal, segundo método descrito pela AOAC (2000), e
apresentou um teor de 88,7% de proteína, 2,0% de umidade, 3,9% de lipídios e 3,3% de
cinzas.
2.2 ENZIMAS
As enzimas utilizadas foram a Alcalase - 2,4 L (EC 3.4.21.62); uma
endopeptidase bacteriana produzida a partir da fermentação submersa do Bacillus
licheniformis, fornecida pela Novozymes Latin America (Araucária – Paraná); e a Protamex
(EC 3.4.21.62; EC 3.4.24.28) uma mistura de exo- e endopeptidases bacterianas, produzida a
partir do Bacillus sp., adquirida da Sigma-Aldrich (St. Louis, Missouri, Estados Unidos).
Todos os demais reagentes utilizados foram de grau analítico (P.A.).
2.3 OBTENÇÃO DOS HIDROLISADOS PROTEICOS
A hidrólise enzimática do IPC ou da PMC, foi realizada segundo método descrito
por Liu et al. (2014), Raghavan e Kristinsson (2009) e acompanhada pelo método de pH-stat,
com modificações. O IPC ou PMC foi homogeneizado em água destilada na proporção de 2%
(p/v; proteína/água destilada), em reator de vidro encamisado acoplado de banho
ultratermostático (Quimis, Q212S, Diadema, Brasil), sob agitação constante em agitador
(Marconi, Piracicaba, Brasil) a 300 rpm. As condições das dispersões proteicas, foram
ajustadas nos parâmetros ótimos de cada enzima: Alcalase (pH: 8 e temperatura de 50 °C) e
Protamex (pH:7 e temperatura de 50 °C) durante 10 min, respectivamente. A hidrólise
enzimática, iniciou através da adição da enzima na proporção de 30 U/g proteína, segundo a
atividade específica de cada enzima 13,3 U/mg de proteína para a Alcalase e 14 U/mg de
proteína para a Protamex, determinada pelo método descrito pela Sigma (2013), a qual utiliza
caseína como substrato. O grau de hidrólise (GH) foi monitorado segundo Adler-Nissen
(1986).
156
A hidrólise enzimática do IPC ou PMC, utilizando as enzimas Alcalase e
Protamex, foi conduzida até que o GH desejado fosse atingido (10 ou 20%). As enzimas
foram inativadas, pelo aquecimento da suspensão a 90 °C durante 10 min. Os hidrolisados
foram centrifugados a 9000 x g durante 20 min a 4 °C, para separar as frações solúvel
(hidrolisado) e insolúvel. A fração solúvel foi seca em liofolizador (Liotop, L108, São Carlos,
Brasil) a – 55 °C e 50 µHg durante 48 h, e armazenada em frascos de polietileno a -18 °C.
Foram obtidas oito amostras de hidrolisados provenientes de oito tratamentos distintos: 1:
hidrolisado de IPC com Alcalase com GH de 10% (HIPA1); 2: hidrolisado de IPC com
Alcalase com GH de 20% (HIPA2); 3: hidrolisado de PMC com Alcalase com GH de 10%
(HPMA1). 4: hidrolisado de PMC com Alcalase com GH de 20% (HPMA2); 5: hidrolisado
de IPC com Protamex com GH de 10% (HIPP1); 6. Hidrolisado de IPC com Protamex com
GH de 20% (HIPP2); 7: Hidrolisado de PMC com Protamex com GH de 10% (HPMP1) e 8:
hidrolisado de PMC com Protamex com GH de 20% (HPMP2).
2.4 COMPOSIÇÃO DE AMINOÁCIDOS
A composição dos aminoácidos do hidrolisado foi realizada em triplicata, segundo
método adaptado de Giménez et al. (2009b). As diferentes amostras dos hidrolisados
liofilizadas, foram homogeneizadas em água destilada na concentração de 5mg/mL. Uma
alíquota de 20 µL desse homogeneizado, foi seco e hidrolisado em tubos de vidro, selados a
vácuo a 110 ± 2°C, durante 24 h na presença de HCl 6M contendo 0,1% de fenol. Como
padrão interno foi utilizada a Norleucina (Sigma-Aldrich, St. Louis, Missouri, EUA). Após a
hidrólise, as amostras foram secas a vácuo, homogeneizadas em solução tampão de aplicação
e injetadas em analisador de aminoácidos (Biochrom 20, Pharmacia, Barcelona, Espanha).
2.5 PERFIL DE MASSA MOLECULAR
O perfil de massa molecular (MM) média de cada amostra de hidrolisado, foi
obtido segundo método descrito por Sila et al. (2015), por exclusão de tamanho em
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) em cromatógrafo (SPE-MA10AVP,
Shimadzu, Kyoto, Japão). A coluna utilizada foi a Superdex para peptídeos (PC 3.2/30) (GE
Healthcare Bio Sciences, Barcelona, Espanha), com um fracionamento entre 100 Da e 7000
157
Da. O volume de injeção foi de 10 µL e o fluxo foi de 25 µL/min. Como fase móvel, foi
utilizada a acetonitrila (30%, v/v), contendo 0,01% de ácido trifluoroacético - TFA (v/v) e a
densidade ótica foi avaliada em 214 nm. Como padrões de massa molecular, foram utilizadas:
a albumina de soro bovino (ASB, 6700 Da), aprotinina (6512 Da), vitamina B12 (1340 Da),
hipuril-histidil-Ieucina (HHL, 429 Da) e glicina (75 Da).
2.6 AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES BIOATIVAS DOS HIDROLISADOS
As propriedades bioativas dos hidrolisados, foram avaliadas nos laboratórios
Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos e Nutrição – ICTAN/CSIC, em Madri,
Espanha, utilizando diferentes métodos analíticos que estão descritos na continuação.
2.6.1 Atividade inibitória da dipeptidil peptidase-IV
A atividade de inibição da enzima dipeptidil peptidase-IV (DPP-IV) pelos
hidrolisados, foi determinada segundo método descrito por Tulipano et al. (2011), com
modificações. Os hidrolisados foram diluídos em tampão Tris-HCl (100 mM) em pH 8, a uma
concentração de 10 mg/mL. Em seguida, foram realizadas diferentes diluições em tampão
Tris-HCl (100 mM) em pH 8. Então, foram adicionados 10 µL de DPP – IV (0,01 mM),
previamente diluída em tampão Tris-HCl (100 mM, pH 8) e incubados a 37 °C durante 15
min. A reação iniciou através da adição de 100 µL de substrato cromogênico (H-Gli-Pro-
AMC • HBr), à concentração final de 25 µM. O ensaio foi realizado em placa de 96 poços, na
qual o volume final de cada poço foi de 300 µL. A concentração final por poço das amostras
de hidrolisados analisadas foram 0,17; 0,33; 0,83; 1,67 e 3,00 mg/mL, respectivamente. Como
controle foi utilizado o tampão Tris-HCl (100 mM) em pH 8 e como branco o ácido clorídrico
(40 mM). A variação da fluorescência a 355 nm/460 nm, foi monitorada em intervalos de 2
min durante 30 min em leitor de placas (Appliskan Multimode, Thermo Fisher Scientific,
Massachusetts, Estados Unidos). Os dados obtidos, foram plotados em função do tempo, e a
atividade inibitória dos hidrolisados, foi obtida através dos dados na ausência e presença de
amostra em diferentes concentrações. Uma regressão logarítmica foi utilizada para calcular o
valor do CI50, ou seja, a concentração (mg/mL) necessária de amostra para inibir 50% da
atividade da DPP – IV. As determinações foram realizadas em triplicata.
158
2.6.2 Atividade inibitória da prolil endopeptidase
A avaliação da atividade inibidora da prolil endopeptidase (PEP) foi determinada
segundo método descrito por Yoshimoto, Walter e Tsuru (1980), com modificações. Foram
homogeneizados em tampão de fosfato (0,1 M; pH 7,0; EDTA 1 mM), 10 µL de PEP (diluída
em tampão fosfato) e a amostra em diferentes concentrações. A reação iniciou, através da
adição de 100 µL de substrato cromogênico (H-Gly-Pro-AMC • HBr; 0,01 mM). O ensaio foi
realizado em uma placa de 96 poços, com um volume final de 300 µL em cada poço. A
concentração final em cada poço das amostras de hidrolisados analisadas foram 0,50; 0,83;
1,66; 3,00 e 4,33 mg/mL, respectivamente. Como controle foi utilizado o tampão de fosfato
(0,1 M; pH 7,0; EDTA 1 mM) e como branco o ácido clorídrico (40 mM). A variação da
fluorescência a 355/460 nm, foi monitorada em intervalos de 2 min durante 30 min em leitor
de placas (Appliskan Multimode, Thermo Fisher Scientific, Massachusetts, Estados Unidos).
Os dados obtidos foram plotados em função do tempo, onde a atividade inibitória dos
hidrolisados foi obtida através dos dados na ausência e presença de amostra em diferentes
concentrações. Uma regressão logarítmica, foi utilizada para calcular o valor do CI50, ou seja,
a concentração necessária de amostra para inibir 50% da atividade da PEP. As determinações
foram realizadas em triplicata.
2.6.3 Atividade anti-hipertensiva
A capacidade das amostras de inibirem a enzima conversora de angiotensina
(ECA), foi determinada segundo Wu, Aluko e Muir (2006), com modificações. O volume
total da reação foi de 230 µL, composto por 50 µL de Hipuril-histidil-leucina (HHL) 5 mM,
160 µL de ECA (0,025 U/mL) e 20 µL das amostras diluídas em tampão fosfato de potássio
100 mM, contendo 300 mM de NaCl, pH 8,3, na concentração de 2 mg/mL. A solução foi
incubada a 37 °C em banho termostatizado (Grant Instruments Ltda, OSL 200, Cambridge,
Inglaterra), sob agitação constante de 160 rpm. A reação foi interrompida pela adição de 100
µL de HCl (0,1 M). O ácido hipúrico (HA) liberado, foi quantificado através de
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência em fase reversa (CLAE - FR) em cromatógrafo
(Shimadzu, SPE-MA10AVP, Kyoto, Japão), utilizando coluna C18 (Tracel Excel, tamanho
do poro 120 Å, ODS-A, tamanho da partícula de 5 µm, Teknokroma, Barcelona, Espanha).
Alíquotas de 50 µL amostras, foram injetadas em um fluxo de 0,8 mL/min usando
159
acetonitrila, em um gradiente de 20 para 60% em ácido trifluoroacético (TFA) 0,1% durante
26 min. A formação de HA e HHL foi monitorado a 228 nm, nos tempos de retenção de 8,30
e 15,7 min, respectivamente. A capacidade das amostras na inibirem a ECA próximo a 100%,
indica que ocorreu total inibição.
2.7 ELABORAÇÃO DOS FILMES À BASE DE ÁGAR
Os filmes à base de ágar foram elaborados pela técnica de casting, segundo
método descrito por Giménez et al. (2013a), com adaptações. A solução filmogênica (SF), foi
preparada através da dispersão de 1,0 g de ágar em 100 mL de água destilada a 90 °C, durante
30 min sob agitação contínua em agitador magnético. Então, foi adicionado o glicerol como
plastificante, na concentração de 30% (g de glicerol/ 100 g de ágar) e homogeneizados
durante 20 min sob agitação contínua em agitador magnético. Em seguida, foi adicionado o
hidrolisado proteico - HP (0,5 g de HP/g de ágar) e homogeneizado durante 20 min sob
agitação contínua. Aproximadamente 0,0053 g/cm2 da SF, foi adicionada em placas de Petri
de acrílico com 12 x 12 cm2. Em seguida, os filmes foram secos em estufa com circulação de
ar a 37 °C durante 16 – 18 h. Os filmes foram acondicionados em dessecadores, contendo
brometo de sódio (NaBr) a 58% de umidade relativa (UR) durante 48 h a 22 °C. Como
amostra controle, foi utilizado o filme sem a adição de hidrolisado.
2.7.1 Caracterização dos filmes
2.7.1.1 Espessura
A espessura dos filmes foi determinada com micrômetro digital (MDC-25M,
Mitutoyo, Kanagawa, Japão). A espessura final, foi calculada pela média aritmética de dez
medidas aleatórias sobre a superfície do filme (GONTARD; GUILBERT; CUQ, 1992).
2.7.1.2 Propriedades mecânicas
A resistência à tração – RT (MPa) e a elongação até a ruptura – ER (%) dos
filmes, foram determinadas segundo método descrito pela American Society for Testing and
Materials – ASTM D882-91 (ASTM, 1996) em texturômetro TA.XTplus (Stable Micro
160
Systems, Inglaterra), com adaptações. As amostras foram cortadas em forma de retângulos
(100 x 20 mm) e fixadas em garras com separação inicial de 50 mm. A RT e a ER, foram
mensuradas em 9 tiras de filmes de onde se obtiveram três triplicatas.
2.7.1.3 Permeabilidade ao vapor de água
A permeabilidade ao vapor de água (PVA) foi determinada em triplicata, segundo
método descrito por Sobral et al. (2001). O filme foi selado, em uma célula com área de
permeação de 15,90 cm2, contendo sílica seca (0% UR). Em seguida, a célula foi
acondicionada em dessecadores contendo água destilada (100% UR) a 22 °C. As amostras
foram pesadas a cada hora durante 7 h e a PVA foi determinada segundo a Equação 1:
Onde W é o ganho de massa (g); X é a espessura do filme (mm); t é o tempo (h); A é a área
do filme exposto (cm2) e ΔP é a diferença da pressão parcial entre a atmosfera e a sílica (2642
Pa a 22 °C). Os resultados foram expressos como g mm/ h cm2 Pa.
2.7.1.4 Umidade
A umidade dos filmes foi determinada em triplicata segundo método descrito pela
American Society for Testing and Materials – ASTM D644-94 (ASTM, 1994), com
adaptações. Amostras de filmes com aproximadamente 0,5 g, foram pesadas em cápsulas de
alumínio, previamente taradas e acondicionadas em estufa a 105 °C durante 24 h. Após, as
amostras foram pesadas e a umidade foi determinada com base na perda de massa em relação
a massa inicial.
2.7.1.5 Ângulo de contato com a água (ACA)
O Ângulo de contato com a água (ACA), foi determinado segundo método
descrito por Rhim et al. (2013) com adaptações, em microcroscópio digital (Digital Blue
PVA (g mm/ h cm Pa.)
W x X
t x A x P (1)
161
moldel QX5), para avaliação das características de hidrofobicidade ou hidrofilicidade dos
filmes. Uma gota de água (4 - 6 µL) foi colocada sobre a superfície do filme com dimensões
de 1 x 0,5 cm2, utilizando uma microseringa na temperatura ambiente. O ACA foi calculado
através de medições (de 3 a 6), realizadas em diferentes áreas da superfície da gota de água
utilizando o software Surftens 3.0.
2.8 DIGESTÃO GASTROINTESTINAL ENZIMÁTICA SIMULADA DO FILME
A digestão gastorintestinal enzimática in vitro dos filmes foi realizada, segundo
método descrito por Laparra et al. (2003), com adaptações. Aproximadamente 5 g dos filmes,
foram pesados e adicionados em Erlenmeyer em triplicata. Então, foi adicionado 90 mL de
água cultura de células isotônicas (B. Braun Medical, S.A.) e a dispersão foi acidificada a pH
2 com a adição de HCl (0,1 M). Logo, foi adicionada pepsina à uma concentração de 0,2
mg/mL e o volume foi ajustado para 100 mL. Então, foram incubados em banho termostático
a 37 °C com agitação contínua durante 2 h. A reação foi interrompida, colocando as
dispersões em um banho de gelo e em seguida o pH da dispersão foi ajustado para 6,5 com a
adição de NaHCO3 (1 M). A pancreatina foi adicionada na concentração de 50 µg/mL em
solução de bile (300 µg/mL), em seguida a dispersão foi incubada a 37 °C em banho
termostático durante 2 h sob agitação contínua. A reação foi interrompida, pela adição da
dispersão em banho de gelo. O pH final da dispersão foi ajustado para 7,2 com a adição de
NaOH (0,5 M). A fração digerida foi obtida pela centrifugação a 15000 x g durante 30 min a
20 °C. Os sobrenadantes foram armazenados a – 20 °C até o momento do uso.
2.8.1 Caracterização dos filmes digeridos
2.8.1.1 Atividades anti-hipertensiva, inibitória das enzimas dipeptidil peptidase-IV e prolil
endopeptidase
A determinação das atividades anti-hipertensiva, inibitória das enzimas dipeptidil
peptidase-IV (DPP-IV) e prolil endopeptidase (PEP), como indicativo das atividades
antidiabéticas e inibidora de desordens neuropatológicas, das digestões foi determinada pelo
mesmo método descrito para os hidrolisados proteicos. A IC50, à concentração necessária de
162
amostra para inibir 50% da atividade da DPP – IV e PEP, foi expressa em mg/mL. A
atividade anti-hipertensiva foi expressa como % de inibição da ECA.
2.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Todos os resultados, com exceção do perfil de massa molecular média, foram
submetidos a análise de variância (ANOVA) e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao
nível de 5% de significância. Os dados foram avaliados pelo programa Statistica (versão 5.0,
por StatSoft, Inc., Tulsa, Estados Unidos).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 COMPOSIÇÃO DE AMINOÁCIDOS
As propriedades anti-hipertensiva, e inibitória das enzimas dipeptidil peptidase-IV
e prolil endopeptidase têm sido relacionadas com a composição e a sequência de aminoácidos,
bem como o tamanho dos peptídeos que os compõem (ALEMÁN et al., 2011a; SILA et al.,
2015; WILSON; HAYES; CARNEY, 2011). A Tabela 1, apresenta a composição de
aminoácidos das amostras de hidrolisados de isolado proteico ou proteína miofibrilar da
castanha. Como pode ser verificado, os aminoácidos presentes em maior conteúdo, para todas
as amostras, foram o ácido glutâmico, ácido aspártico, lisina, leucina, arginina e alanina.
Najafian e Babji (2015) hidrolisaram isolado proteico de panga (Pangasius sutchi) com
papaína, onde verificaram o mesmo comportamento, no qual os aminoácidos presentes em
maior conteúdo foram o ácido glutâmico, ácido aspártico, lisina, leucina. Roslan et al. (2014),
verificaram que os aminoácidos presentes em hidrolisados proteicos de subprodutos de tilápia
(O. niloticus) em maior quantidade foram o ácido glutâmico, glicina, ácido aspártico e
alanina. Segundo Chalamaiah et al. (2012) muitos hidrolisados derivados de proteínas
marinhas, têm sido relatados por exibirem variações na sua composição de aminoácidos, as
quais dependem da matéria-prima, enzima e condições de hidrólise. A cisteína foi o
163
Tabela 1 - Composição aminoacídica dos diferentes hidrolisados proteicos
Aminoácido Composição de aminoácidos (mg de aminoácidos/g de proteína)
1 2 3 4 5 6 7 8
Alanina (Ala) 59,40bcd
± 0,67 58,40cde
± 0,04 58,04de
± 1,14 57,18e ± 1,06 60,06
bc ± 0,36 62,31
a ± 0,35 60,93
ab ± 0,27 61,18
ab ± 0,06
Arginina (Arg) 60,85bc
± 0,08 61,01bc
± 0,46 62,06ab
± 1,25 63,28a ± 0,78 63,03
a ± 0,11 59,62
c ± 0,04 62,09
ab ± 0,08 57,83
d ± 0,13
Ác. Aspártico (Asp) 137,02a ± 1,10 136,93
a ± 0,38 131,28
d ± 1,11 132,61
cd ± 0,31 135,27
ab ± 0,70 136,73
a ± 0,60 133,70
bc ± 0,24 131,42
d ± 0,27
Cisteína (Cis) 4,40b ± 0,08 4,16
b ± 0,01 4,11
b ± 0,01 4,11
b ± 0,11 4,05
b ± 0,05 4,96
a ± 0,04 4,03
b ± 0,05 4,00
b ± 0,43
Ác. Glutâmico (Glu) 195,50b ± 1,91 188,60
c ± 1,37 196,16
b ± 2,37 190,66
c ± 1,48 200,50
a ± 0,22 196,19
b ± 0,33 201,20
a ± 0,43 198,25
ab ± 0,18
Glicina (Gli) 33,78b ± 0,61 35,87
a ± 0,28 32,62
c ± 0,64 33,40
bc ± 0,44 32,50
c ± 0,26 36,25
a ± 0,12 34,23
b ± 0,16 35,56
a ± 0,15
Histidina* (His) 24,81ab
± 1,38 24,66ab
± 0,14 24,69ab
± 0,47 24,91ab
± 0,53 23,28c ± 0,22 24,69
ab ± 0,10 23,00
b ± 0,03 26,39
a ± 1,32
Isoleucina* (Ile) 31,26a ± 0,33 31,00
a ± 0,09 31,46
a ± 1,24 31,14
a ± 0,57 29,21
b ± 0,32 26,24
c ± 0,09 28,76
b ± 0,10 25,42
c ± 0,11
Leucina* (Leu) 84,96a ± 0,13 83,96
ab ± 0,19 83,09
bc ± 1,03 82,35
cd ± 0,55 84,45
a ± 0,34 81,28
c ± 0,30 82,36
cd ± 0,13 78,84
e ± 0,13
Lisina* (Lis) 92,30c ± 7,23 96,07
bc ± 0,36 100,21
ab ± 1,35 98,58
abc ± 0,87 103,87
a ± 0,18 97,98
abc ± 0,05 101,41
ab ± 0,32 99,16
abc ± 0,40
Metionina*(Met) 39,78bc
± 0,31 41,68a ± 0,48 39,55
bc ± 0,57 40,34
b ± 0,28 37,80
d ± 0,31 39,33
c ± 0,21 39,14
c ± 0,03 39,49
bc ± 0,11
Fenilalanina*(Fen) 38,43c ± 1,27 38,67
c ± 0,01 38,42
c ± 0,70 39,71
bc ± 0,48 35,32
d ± 0,25 40,92
b ± 0,22 33,82
d ± 0,05 43,88
a ± 0,13
Prolina (Pro) 32,42cd
± 0,13 33,37bc
± 0,46 33,05bc
± 0,06 33,57b ± 0,58 31,11
e ± 0,06 31,71
de ± 0,45 34,88
a ± 0,46 32,95
bc ± 0,28
Serina (Ser) 46,00c ± 0,26 46,04
c ± 0,40 45,09
d ± 0,01 45,83
c ± 0,08 46,84
b ± 0,10 49,08
a ± 0,41 46,22
bc ± 0,30 49,72
a ± 0,02
Treonina (Tre) 45,85ab
± 0,08 45,38ab
± 0,62 46,01ab
± 1,31 46,50a ± 0,99 45,86
ab ± 0,40 44,54
b ± 0,15 45,86
ab ± 0,08 45,40
ab ± 0,01
Tirosina*(Tir) 36,30c ± 0,71 38,32
b ± 0,11 37,68
b ± 0,20 39,88
a ± 0,09 31,48
e ± 0,01 34,15
d ± 0,09 33,84
d ± 0,06 37,93
b ± 0,02
Valina*(Val) 37,00a ± 0,42 35,87
abc ± 0,02 36,47
ab ± 1,08 35,94
ab ± 0,32 35,39
bc ± 0,41 34,02
d ± 0,21 34,52
cd ± 0,01 32,58
e ± 0,46
AAH 363,91ab
± 1,50 365,44a ± 0,34 361,87
b ± 0,70 364,24
a ± 0,20 348,85
e ± 0,16 354,92
c ± 0,15 352,29
d ± 0,13 356,28
c ± 0,13
AAA 74,71cd
± 2,00 77,00c ± 0,11 76,10
cd ± 0,90 79,60
b ± 0,39 66,80
e ± 0,25 75,07
d ± 0,13 67,67
e ± 0,10 81,81
a ± 0,15
AACN 332,51abc
± ,01 325,53de
± 1,75 327,44cde
± 3,47 323,27e ± 1,79 335,77
a ± 0,47 332,92
ab ± 0,92 334,90
ab ± 0,19 329,67
bcd ±0,45
AACP 177,95c ± 5,93 181,74
bc ± 0,68 186,97
ab ± 2,13 186,76
ab ± 1,12 190,18
a ± 0,07 182,29
bc ± 0,09 186,50
ab ± 0,43 183,37
bc ± 0,80
*AAE 394,36 ab
± 4,98 390,23 ab
± 0,28 391,57 ab
± 2,78 392,86 ab
± 1,11 395,17 a ± 0,85 389,00
b ± 0,40 388,88
b ± 0,75 391,16
ab ± 0,92
1: Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HIPA1); 2: Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Alcalase (HIPA2); 3: Hidrolisado de PMC com GH
de 10% utilizando a Alcalase (HPMA1); 4: Hidrolisado de PMC com GH de 20% utilizando a Alcalase (HPMA2); 5: Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a
Protamex (HIPP1); 6: Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Protamex (HIPP2); 7: Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Protamex (HPMP1); 8:
Hidrolisado de PMC com GH de 20% utilizando a Protamex (HPMP2); AAH: aminoácidos hidrofóbicos (alanina, valina, isoleucina, leucina, tirosina, fenilalanina, prolina,
metionina e cisteína); AAA: aminoácidos aromáticos (fenilalanina, triptofano e tirosina); AACP: aminoácidos carregados positivamente (arginina, histidina, lisina); AACN:
aminoácidos carregados negativamente (ácido aspártico, ácido glutâmico); *AAE: aminoácidos essenciais (fenilalanina, valina, treonina, isoleucina, metionina, histidina
leucina e lisina). Letras iguais na mesma linha, indicam que não há diferença significativa (p > 0,05).
164
aminoácido presente em menor conteúdo, em todas as amostras de hidrolisados avaliadas,
onde seu conteúdo variou de 4,00 a 4,96 mg/gproteína. O baixo conteúdo de cisteína, foi
verificado em muitos trabalhos com hidrolisados proteicos de pescado (GIRGIH et al., 2013;
NAJAFIAN; BABJI, 2015; ROSLAN et al., 2014).
Segundo Chalamaiah et al. (2012) os hidrolisados proteicos provenientes de
proteínas de pescado, são uma boa fonte de aminoácidos essenciais (AEE). Segundo a Food
and Agriculture Organization – FAO (FAO, 1999), a quantidade de AAE recomendada para
os adultos é: 16 mg/gproteína de histidina, 13 mg/gproteína de valina, 17 mg/gproteína de metionina,
13 mg/gproteína de isoleucina, 19 mg/gproteína de leucina, 19 mg/gproteína de fenilalanina, 16
mg/gproteína de lisina, respectivamente. Todas as amostras de hidrolisados, obtidas no presente
estudo, apresentaram conteúdo desses aminoácidos superior ao preconizado pela FAO.
Os tratamentos 1 (HIPA1), 2 (HIPA2), 3 (HPMA1) e 4 (HPMA2), hidrolisados de
IPC ou PMC através do uso da Alcalase em GH 10 ou 20%, apresentam um teor de
aminoácidos hidrofóbicos (AAH) de 363,91; 365,44; 361,87 e 364,24 mg/gproteína,
respectivamente. Esses tratamentos apresentaram um conteúdo superior (p < 0,05) de AAH,
comparado com as amostras hidrolisadas pela Protamex, para a mesma matéria-prima e GH.
Segundo Intarasirisawat et al. (2012), a Alcalase tem sido reportada como a enzima que
possui afinidade em hidrolisar resíduos de aminoácidos hidrofóbicos. Khantaphant, Benjakul
e Kishimura (2011), verificaram que os hidrolisados do músculo de lúcio marrom (L. vitta),
hidrolisados pela Alcalase, apresentaram um conteúdo superior de AHH em relação aos
hidrolisados que utilizaram Flavourzyme como enzima. O aumento no GH de 10 para 20%,
para as amostras hidrolisadas com a mesma matéria-prima e enzima, resultou em um
acréscimo no conteúdo de AHH (p < 0,05), com exceção das amostras dos tratamentos 1 e 2.
O aumento na extensão da hidrólise resulta na exposição e acúmulo de cadeias laterais
hidrofóbicas de aminoácidos de baixa massa molecular (PANYAM; KILARA, 1996).
O conteúdo de aminoácidos aromáticos (AAA) aumentou significativamente (p <
0,05) com o acréscimo do GH de 10 a 20%, para as amostras obtidas com a mesma matéria-
prima e enzima. Além disso, pode-se verificar que a enzima Alcalase resultou em hidrolisados
com conteúdo significativamente superior (p < 0,05) de AAA, ao verificado para hidrolisados
da Protamex. A Alcalase tem ampla especificidade em hidrolisar a maioria das ligações
peptídicas, preferencialmente aquelas que possuem resíduos de aminoácidos aromáticos
(DOUCET et al., 2003). A presença de peptídeos com aminoácidos aromáticos no extremo C-
terminal, um resíduo carregado positivamente na posição intermediária e um aminoácido
hidrofóbico no extremo N-terminal, podem ser potenciais inibidores da ECA (WU; ALUKO;
165
NAKAI, 2006). No presente estudo foi verificado, que com o aumento no GH ocorreu uma
diminuição no conteúdo de aminoácidos carregados positivamente (AACP), para hidrolisados
pela Protamex com a mesma matéria-prima. Entretanto, foi verificado um acréscimo (p <
0,05) de 177,95 para 181,74 mg/gproteína com o aumento de 10 para 20% no GH, para a
amostra hidrolisada de IPC utilizando a Alcalase como enzima.
O acréscimo no GH de 10 para 20%, resultou em uma diminuição significativa (p
< 0,05) dos aminoácidos carregados negativamente - AACN, para todos os hidrolisados da
mesma matéria-prima e enzima. Além disso, pode-se observar um acréscimo significativo (p
< 0,05) no conteúdo de AACN para as amostras hidrolisadas pela Protamex, com a mesma
matéria-prima e GH avaliados. O conteúdo de AACN variou de 323,27 a 335,77 mg/gproteína,
para os diferentes tratamentos avaliados. Wiriyaphan et al. (2015), elaboraram hidrolisados
proteicos de surimi de subprodutos de threadfin bream (Nemipterus spp.), os quais
apresentaram um conteúdo de AACN de 222,4 mg/gproteína, inferior ao encontrado no presente
estudo.
3.2 PERFIL DE MASSA MOLECULAR
A Figura 1, apresenta o perfil de massa molecular (MM) média dos diferentes
hidrolisados proteicos. As amostras hidrolisadas pela a Alcalase, apresentaram uma MM
média de 1285 Da, 1083 Da, 1245 Da e 1066 Da para os tratamentos 1; 2; 3 e 4,
respectivamente. Esses resultados foram inferiores, aos verificados para as amostras
hidrolisadas pela Protamex, comparando a mesma matéria-prima e GH. Este fato ocorre, pois
a Protamex posssui uma mistura de tipos catalícos de metalo proteases, serina proteases,
proteases aspárticas e carboximetilpeptidase (BENÍTEZ; IBARZ; PAGAN, 2008). Nas
proteases aspárticas e metalo proteases, o ataque nucleófilo é mediado por uma molécula de
água, ativada por dois resíduos de ácido aspártico, um resíduo de ácido glutâmico e por um
íon metálico, respectivamente. (RAWLINGS; BARRETT; BATEMAN, 2010; TEIXEIRAS,
2011). Contudo, a Alcalase possui um resíduo aminoácido de serina no sítio ativo, que atua
como nucleófilo, não necessitando de um íon metálico para a ativação do ataque nucleófilo
como a Protamex (DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA, 2010).
Sila et al. (2015) verificaram que a gelatina de pele de barbus (Barbus callensis),
hidrolisadas pela Alcalase ou Protamex a um GH de 14,17% e 10,38%, apresentaram uma
MM média de 1995 Da e 2325 Da, respectivamente. Esses resultados foram superiores aos
166
Figura 1 - Perfil de massa molecular média dos diferentes hidrolisados proteicos
1: Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HIPA1); 2: Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a
Alcalase (HIPA2); 3: Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HPMA1); 4: Hidrolisado de PMC com
GH de 20% utilizando a Alcalase (HPMA2); 5: Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a Protamex (HIPP1); 6:
Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Protamex (HIPP2); 7: Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a
Protamex (HPMP1); 8: Hidrolisado de PMC com GH de 20% utilizando a Protamex (HPMP2).
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
(g) (h)
167
verificados para hidrolisados de IPC ou PMC, utilizando a Alcalase a um GH de 10%
apresentaram 1285 Da e 1245 Da. As mesmas matérias-primas, no mesmo GH, hidrolisadas
pela Protamex apresentaram uma MM média de 1921 Da e 1845 Da.
O acréscimo no GH de 10 para 20%, em todas as amostras avaliadas, resultou em
peptídeos de menor MM média. Raghavan e Kristinsson (2009a), verificaram que o acréscimo
no GH de 7,5 para 25% nos hidrolisados de isolados proteicos de tilápia (Oreochromis
niloticus), também resultou em uma diminuição da MM. Liu et al. (2014) verificaram, em
seus estudos com hidrolisados de surimi de carpa prateada (Hypophthalmichthys molitrix)
com diferentes GH (10, 20 e 30%), utilizando Alcalase e Protamex, que a MM dos
hidrolisados diminuiu com o aumento no GH. Segundo Panyam e Kilara (1996) as proteínas
que são extensivamente hidrolisadas, apresentam uma diminuição da MM dos hidrolisados
obtidos.
A Alcalase e a Protamex, conforme verificado na Figura 1, apresentaram maior
afinidade pela PMC em relação ao IPC. Os hidrolisados de IPC apresentaram uma MM média
de 1285 Da e 1083 Da para hidrolisados de Alcalase com GH de 10 e 20%, superior ao
verificado para os hidrolisdos de PMC utilizando a mesma enzima e o mesmo GH,
respectivamente. O mesmo comportamento foi observado para os hidrolisados com a
Protamex. Segundo Silva, Fonseca e Prentice (2014), durante o processo de isolamento
proteico, podem ocorrer alterações na estrtura da proteína, dificultando a ação das enzimas, o
que resulta em amostras com menor GH e peptídeos de maior MM, conforme foi verificado
no presente estudo.
3.3 AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES BIOATIVAS DOS HIDROLISADOS
3.3.1 Atividade inibitória da dipeptidil peptidase-IV
Os inibidores da dipeptidil peptidase-IV (DPP-IV), representam uma nova classe
de agentes antidiabéticos, os quais melhoram o controle glicêmico através do bloqueio de
DPP-IV, prolongando o efeito incretina in vivo (MCINTOSH et al., 2005). A Tabela 2
apresenta a determinação da concentração necessária de amostra para inibir 50% (CI50) da
atividade da DPP – IV.
Os hidrolisados da Protamex, com exceção do tratamento 8, não apresentaram
diferença significativa (p > 0,05) em relação à CI50. Os valores de CI50 da DPP-IV para essas
168
amostras, variaram de 0,50 a 0,68 mg/mL. Entretanto, para as amostras hidrolisadas com a
Alcalase, foi verificado que com o acréscimo no GH, houve uma diminuição significativa (p <
0,05) na CI50, para a amostra hidrolisada com a mesma matéria-prima, onde a CI50 variou de
0,36 a 0,52 mg/mL. Sila et al. (2015) verificaram hidrolisados da gelatina de pele de barbo
(Barbus callensis), utilizando a Alcalase ou a Protamex com um GH de 14,17 e 10,38%,
apresentaram uma CI50 da DPP-IV de 2,62 e 2,43 mg/mL. Li-Chan et al. (2012) verificaram
que os hidrolisados da gelatina da pele de salmão (Salmo salar), apresentaram uma CI50 de
1,35 mg/mL para amostras com MM abaixo de 1000 Da. Esses resultados foram superiores
aos determinados no presente estudo para qualquer amostra de hidrolisado.
Tabela 2 - Atividade inibitória da dipeptidil-peptidase-IV (DPP-IV), da prolil endopeptidase
(PEP) e da enzima conversora da angiostensina (ECA) dos diferentes hidrolisados proteicos
IPC: isolado proteico de castanha; PMC: proteínas miofibrilares; GH: grau de hidrólise; CI50: concentração
(mg/mL) necessária de amostra para inibir 50% da atividade da enzima; Um exemplo da determinação do CI50,
está apresentada no APÊNDICE III; Letras iguais na mesma coluna, indicam que não há diferença significativa
(p > 0,05).
Além disso, os hidrolisados da Alcalase apresentaram potente atividade inibitória
(p < 0,05) da DPP-IV em relação aos hidrolisados pela enzima Protamex, comparando a
mesma matéria-prima e GH utilizados. Conforme foi verificado na Figura 1, os hidrolisados
da Alcalase apresentam menor MM média, quando comparados aos hidrolisados da Protamex,
com a mesma matéria-prima e GH. Alguns autores (CUDENNEC et al., 2015; HSU et al.,
2013; LI-CHAN et al., 2012), relacionam a atividade inibidora da DPP-IV com o tamanho
dos peptídeos. Muito dos inibidores sintéticos são derivados de dipeptídeos e possuem baixa
massa molecular (DEACON; HOLST, 2006). Mosquera (2014) verificou que a fração
molecular < 3000 Da de hidrolisados de camarão (Penaeus notialis), apresentaram uma CI50
da DPP-IV de 0,46 mg/mL. Sila et al. (2015) não verificaram em seus estudos, a relação entre
Tratamento Matéria-prima Enzima GH
(%)
CI50 DPP-IV
(mg/mL)
CI50 PEP
(mg/mL)
ECA
(%)
1 IPC Alcalase 10 0,52b ± 0,01 0,99
b ± 0,01 61,81
d ± 1,65
2 IPC Alcalase 20 0,44d ± 0,00
1,26
a ± 0,03 74,36
c ± 4,82
3 PMC Alcalase 10 0,45cd
± 0,01 0,97b ± 0,08 72,84
c ± 2,91
4 PMC Alcalase 20 0,36e ± 0,03 1,33
a ± 0,04 77,27
bc ± 0,58
5 IPC Protamex 10 0,64a ± 0,01 0,77
c ± 0,01 84,65
ab ± 4,32
6 IPC Protamex 20 0,66a ± 0,03 1,10
b ± 0,07 86,44
a ± 1,64
7 PMC Protamex 10 0,68a ± 0,02 0,72
c ± 0,01 87,68
a ± 0,73
8 PMC Protamex 20 0,50bc
± 0,02 1,01b ± 0,05 84,62
ab ± 0,18
169
a inibição da DPP-IV e a massa molecular das amostras, sugerindo que é a sequência dos
peptídeos presentes nos hidrolisados, o principal responsável pela atividade inibitória. A
sequência dos peptídeos é um fator determinante, pois a DPP-IV possui especificidade por
substratos que possuem Ala ou Pro no extremo N-terminal da cadeia polipeptídica
(MCINTOSH et al., 2005; YAZBECK; HOWARTH; ABBOTT, 2009). Segundo a Tabela 1,
as amostras hidrolisadas com Alcalase apresentaram maior conteúdo de Pro e os hidrolisados
da Protamex maior conteúdo da Ala. Devido a isso, a atividade inibitória da DPP-IV do
presente estudo, pode ser atribuída a MM média dos diferentes hidrolisados proteicos.
3.3.2 Atividade inibitória da prolil endopeptidase
Estudos recentes (LAFARGA; HAYES, 2014; SILA et al., 2015; WILSON;
HAYES; CARNEY, 2011) indicam que a prolil endopeptidase (PEP), pode estar relacionada
com as doenças neuropatológicas. Devido a isso, estudos sobre inibidores da PEP oriundos de
diversas fontes estão sendo realizados (LAFARGA; HAYES, 2014; SILA et al., 2015;
TEZUKA et al., 1999). Os inibidores da PEP podem melhorar a memória, através do bloqueio
do metabolismo dos neuropeptídeos endógenos (TEZUKA et al., 1999). A concentração
necessária de amostra para inibir 50% (CI50) da PEP pode ser observada na Tabela 2.
As amostras hidrolisadas pela Protamex, apresentaram maior atividade inibitória
da PEP (p < 0,05), em relação às amostras hidrolisadas pela Alcalase. As amostras
hidrolisadas pela Protamex apresentaram maior MM média, segundo a Figura 1, em relação às
amostras hidrolisadas pela Alcalase, com a mesma matéria-prima e o mesmo GH. Além disso,
o acréscimo no GH de 10 para 20% resultou em um acréscimo significativo (p < 0,05) da CI50
para todas as amostras de hidrolisados avaliadas. Como foi verificado na Figura 1, as
amostras com maior GH, apresentaram menor MM média. Segundo Wilson, Hayes e Carney
(2011), a PEP cliva ligações peptídicas de proteínas com massa molecular relativamente
pequena. Esse fato, sugere que a atividade inibitória dos hidrolisados da Protamex não está
associada a MM. Segundo Sila et al. (2015), as diferenças na atividade inibitória podem ser
atribuídas a especificidade da enzima, a qual é um fator chave porque influencia as
características dos hidrolisados, a natureza e a composição dos peptídeos obtidos.
A maior atividade de inibição da PEP (CI50 = 0,72 mg/mL), foi obtida pela
amostra 7, da PMC hidrolisada pela Protamex com GH de 10%, e a menor atividade de
inibição da PEP (CI50 = 1,26 mg/mL) foi verificada para a amostra 2, do IPC hidrolisado pela
170
Alcalase com GH de 20%. Segundo Iwaniak e Minkiewicz (2008), a estrutura típica que
ocorre na maioria dos peptídeos inibidores da PEP, são de resíduos repetitivos da Pro. A
amostra 7, apresentou maior conteúdo de Pro (34,88 mg/gproteína) em relação às demais
amostras. Segundo Wilson, Hayes e Carney (2011) a PEP é uma serina protease, que cliva
ligações peptídicas no lado carboxila de resíduos da Pro, que contêm a sequência X-Pro-Y,
onde o X é um peptídeo ácido ou amino e Y pode ser uma amida, um peptídeo, um
aminoácido, uma amina aromática ou álcool. Entretanto, a amostra 5 apresentou uma CI50 de
0,77 mg/mL e seu conteúdo de Pro (31,11 mg/gproteína) foi significativamente inferior (p <
0,05) as demais amostras analisadas. A sequência da ligação peptídica pode ter influenciado
na inibição da PEP pelos hidrolisados.
Sila et al. (2015) verificaram que seus hidrolisados elaborados à base de gelatina
de pele de barbo (Barbus callensis), utilizando como enzimas a Esperase, Savinase, Alcalase,
Tripsina, Izyme G, Protamex, Neutrase e Peptidase com um GH de 9,29; 9,21; 14,17; 8,48;
5,74; 10,38; 9,45 e 7,43% apresentaram uma CI50 da PEP de 1,19; 1,95; 1,68; 0,91; 1,52;
1,78; 1,79 e 3,79 mg/mL, respectivamente. A gelatina de pele de barbo, apesar de possuir
elevado conteúdo de Pro, resultou em hidrolisados com CI50 elevada da PEP em relação aos
resultados obtidos no presente estudo. Além disso, foi verificado no estudo desses autores,
que o acréscimo no GH e a diminuição da MM não apresentaram relação com atividade
inibitória da PEP. Devido ao exposto, seria necessário o sequenciamento da amostra com a
maior capacidade de inibição da PEP, para verificar quais os aminoácidos presentes e a
sequência dos mesmos, para elucidar o efeito desses sobre a inibição da PEP.
3.3.3 Atividade anti-hipertensiva
Os peptídeos derivados de fontes marinhas, podem inibir a atividade da enzima
conversora de angiotensina (ECA), sendo eficazes na redução da pressão sanguínea
(ALEMÁN; GÓMEZ-GUILLÉN; MONTERO, 2013; KHANTAPHANT; BENJAKUL;
KISHIMURA, 2011; NASRI et al., 2013; WU et al., 2015). A inibição da ECA pode ser
observada na Tabela 2. As amostras hidrolisadas pela Protamex, apresentaram maior atividade
inibitória da ECA (p < 0,05), as quais variaram de 84,62 para 87,68%, em relação às amostras
hidrolisadas pela Alcalase, 61,81 para 77,27%, respectivamente. Nasri et al. (2013),
obtiveram uma inibição da ECA variando de 71,30 e 99,00%, a partir de 1,5 mg/mL de
hidrolisados do músculo de Goby (Zosterissessor ophiocephalus) pela tripsina e por enzimas
171
digestivas a um GH de 5,85 e 23,30%, respectivamente. Esses resultados obtidos, sugerem
que o tipo de enzima utilizada afetou significativamente (p < 0,05) a atividade inibitória da
ECA. Khantaphant, Benjakul e Kishimura (2011) verificaram que o tipo de enzima,
Flavourzyme e Cryotin, utilizadas para hidrolisar o músculo de lúcio marrom (Lutjanus vitta),
apresentou influência no capacidade de inibição da ECA. Alemán et al. (2011b) também
verificaram que a enzima utilizada para hidrolisar gelatina de pota (D. gigas), afetou a
atividade inibitória da ECA.
Segundo Pihlanto (2000) os aminoácidos hidrofóbicos (Ala, Val, Iso, Leu, Tir,
Fen, Pro, Met e Cis) na posição C-terminal, são eficazes como inibidores da ECA devido à
maior interação entre eles e o sítio ativo da enzima. Segundo Wu, Aluko e Nakai (2006), a
presença de peptídeos com aminoácidos aromáticos no extremo C-terminal, um resíduo
carregado positivamente na posição intermediária e um aminoácido hidrofóbico no extremo
N-terminal, podem ser potenciais inibidores da ECA. No presente estudo, as amostras
hidrolisadas com a Protamex, apresentaram maior conteúdo de Ala em relação às amostras
hidrolisadas pela Alcalase. O tratamento 7, apresentou maior conteúdo de Pro (34,88
mg/gproteína) e um conteúdo elevado de Ala (60,93 mg/gproteína), apresentando uma inibição da
ECA (87,68%). Segundo Alemán et al. (2011b), os inibidores sintéticos comerciais (captopril
e enalapril), apresentam em sua estrutura um resíduo da Pro. Além disso, segundo FitzGerald,
Murray e Walshi (2004) a sequência Fen-Ala-Pro, é uma das mais favoráveis para ligar-se ao
centro catalítico da ECA. O sequenciamento da amostra, com potente inibição da ECA seria
importante, para verificação do tipo de aminoácidos presente nessa sequência e qual o seu
efeito na inibição da mesma.
O aumento no GH, resultou em uma tendência ao acréscimo na inibição da ECA,
com exceção da amostra 8. Raghavan e Kristinsson (2009), em seus estudos com hidrolisados
obtidos de isolado proteico de tilápia, observaram que com o aumento no GH de 7,5 para 25%
a inibição da ECA apresentou um acréscimo de 62 para 71% e de 66 para 77% para as
amostras hidrolisadas pela Cryotin e Flavourzyme, respectivamente. As amostras com GH de
20%, apresentaram uma MM média inferior ao encontrado para as amostras com GH de 10%,
como foi verificado na Figura 1. Os resultados do presente estudo sugerem que os peptídeos
de baixa MM são melhores inibidores da ECA, em relação aos peptídeos de elevada MM
média, comparando os hidrolisados obtidos com a mesma matéria-prima e enzima. As
sequências peptídicas de baixa massa molecular, possuem elevada propriedade de inibição da
ECA, pois massas moleculares elevadas dificultam o acesso do peptídeo ao sítio ativo da
enzima (ONDETTI; CUSHMAN, 1982).
172
3.4 CARACTERIZAÇÃO DOS FILMES
Dentre as amostras de hidrolisados proteicos o tratamento 2, o hidrolisado
proteico de IPC em um GH de 20% utilizando a Alcalase como enzima, foi o escolhido para a
incorporação em filmes à base de ágar, devido as suas potentes atividades antimicrobiana,
antioxidantes, conforme foi verificado no Artigo 2, e inibitória da DPP-IV, apesar dessa
amostra apresentar uma atividade anti-hipertensiva intermediária e uma baixa inibição da
prolil endopeptidase. A Figura 2 apresenta os filmes elaborados com e sem a incorporação do
hidrolisado.
Figura 2 – Filmes elaborados à base de ágar com e sem a incorporação do hidrolisado de
isolado proteico da castanha
Segundo The et al., (2009) os filmes elaborados à base de ágar são claros e
transparentes. Isto foi verificado no presente estudo, onde os filmes elaborados à base de ágar
com e sem a incorporação do hidrolisado do isolado proteico da castanha, apresentaram-se
homogêneos e transparentes.
3.4.1 Espessura e propriedades mecânicas
A espessura do filme é característica física importante, pois ao utilizá-lo como
embalagem deve se considerar o tipo, volume e peso do alimento a armazenado (PÉREZ-
GAGO; KROCHTA, 2001). As propriedades mecânicas, resistência à tração (RT) e
173
elongação até a ruptura (ER), são importantes, pois os materiais de embalagem devem ter a
resistência mecânica suficiente para manter a sua integridade durante o manuseio e
armazenamento (WIHODO; MORARU, 2013). A Tabela 3, apresenta as propriedades dos
filmes com e sem a incorporação do hidrolisado do isolado proteico da castanha.
Tabela 3 – Espessura, resistência à tração (RT), elongação até a ruptura (ER), permeabilidade
ao vapor de água (PVA), umidade e ângulo de contato da água (ACA) dos filmes com e sem a
incorporação do hidrolisado
Controle: filmes à base de ágar sem a incorporação do hidrolisado; Hidrolisado: filmes com a incorporação de
hidrolisado; Letras iguais na mesma linha, indicam que não há diferença significativa (p > 0,05); O plastificante
adicionado foi o glicerol, na proporção de 30% (30 g de glicerol/100 g de ágar).
A espessura dos filmes controle (0,043 mm) e peptídeos (0,043 mm) não
apresentou diferença signinificativa (p > 0,05). Este fato ocorre, devido à quantidade de
sólidos totais adicionados na placa ser a mesma. Segundo Pérez-Gago e Krochta a espessura
do filme, independentemente da técnica de elaboração, deve ser homogênea, pois pode
acarretar problemas de conservação e também mecânicos. Atef, Rezaei e Behrooz (2014),
elaboraram filmes com 1,5% de ágar e 33% de glicerol (g de glicerol/100 g de ágar), os quais
obtiveram uma espessura de 0,067 mm. Esse resultado foi superior ao verificado no presente
estudo, isto pode ter ocorrido devido ao conteúdo superior de sólidos totais adicionados na
placa de Petri. Segundo Rhim et al. (2006), em geral, a espessura dos filmes biopoliméricos é
dependente do teor de sólidos totais.
A resistência à tração (RT) e a elongação até a ruptura (ER) dos filmes controle
foi de 29,59 MPa e 23,23%, respectivamente. Segundo Sousa e Gonçalves (2015), os filmes
elaborados à base de polissacarídeos de algas marinhas, tal como o ágar, possuem boa
resistência mecânica, o que foi verificado no presente estudo. Giménez et al. (2013a)
elaboraram filmes com 1,5% de ágar (p/v) e 33% de glicerol (g glicerol/100 g de ágar), e
verificaram que a RT e a ER foram de 18,48 MPa e 62,35%, respectivamente. O conteúdo de
Propriedades Controle Hidrolisado
Espessura (mm) 0,043a ± 0,001 0,043
a ± 0,002
RT (MPa) 29,59a ± 2,94 19,44
b ± 1,97
ER (%) 23,23b
± 1,78 43,71a ± 1,20
PVA (x 10-8
)
(g mm/ h Pa cm2)
1,36b
± 0,09 3,50a ± 0,21
Umidade (%) 20,77b ± 0,45 29,60
a ± 0,39
ACA (°) 38,33ª ± 0,33 29,17b ± 0,44
174
plastificante glicerol adicionado por esses autores, foi superior ao incorporado no presente
estudo. O glicerol reduz a densidade das interações das macromoléculas, aumentando a
mobilidade das cadeias poliméricas e, consequentemente, tornando os filmes menos
resistentes e mais elongáveis. Shankar e Rhim (2015), elaboraram filmes com 2% de ágar
(p/v), 0,6% de glicerol (p/v) e obtiveram uma RT de 45,80 MPa e uma ER de 13,9%,
respectivamente. As propriedades mecânicas relatadas na literatura para filmes à base de ágar
são variáveis, atribuídas principalmente a diferentes conteúdos de polímero e plastificante
utilizados na elaboração dos filmes. Geralmente, quanto maior o teor de polímero na solução
filmogênica, maior a resistência dos filmes (GIMÉNEZ et al., 2013a).
Com a adição do hidrolisado, a RT e a ER dos filmes diminuiu e aumentou
significativamente (p < 0,05) para 19,44 MPa e 43,71%, respectivamente. Nuanmano,
Prodpran e Benjakul (2015) verificaram que filmes à base de proteína miofibrilar de tilápia,
adicionados de hidrolisados proteicos de gelatina de pele de tilápia, com um GH de 23%,
apresentaram um aumento significativo na ER de, aproximadamente, 39 para 77%, quando a
adição de hidrolisado aumentou de 30% (g hidrolisado/ 100 g de proteína) para 60% (g
hidrolisado/ 100 g de proteína). Giménez et al. (2009b) verificaram que os filmes à base de
gelatina de pele de pota (D. gigas), incorporados com hidrolisados proteicos, apresentaram
uma diminuição na resistência mecânica e um acréscimo na distensibilidade dos filmes, em
relação aos filmes sem a incorporação dos hidrolisados. Segundo Nuanmano, Prodpran e
Benjakul (2015) os peptídeos de cadeia curta, podem atuar como plastificantes em filmes
proteicos, reduzindo a interação entre os polímeros, aumentando o volume livre entre eles e
consequentemente a elongação. Dessa forma, a resistência à tração diminui, o que foi
verificado neste estudo.
3.4.2 Permeabilidade ao vapor de água e umidade
As embalagens de filmes poliméricos, devem ter propriedades de transferência de
massa adequadas para sua utilização. As perdas significativas da qualidade alimentar, podem
ocorrer devido a transferência de umidade, gases, aroma, sabor e cor para o ambiente
circundante (WIHODO; MORARU, 2013). A permeabilidade ao vapor de água (PVA), é
definida como a taxa de transmissão de vapor de água por unidade de área através do filme,
de espessura conhecida, induzida por um gradiente de pressão entre duas superfícies
específicas, que no presente estudo ocorreu entre a sílica e a água (ASTM, 1995). A Tabela 3,
175
apresenta a permeabilidade ao vapor dos filmes com e sem a incorporação de hidrolisado do
isolado proteico do castanha.
Os filmes controle apresentaram uma PVA e umidade de 1,36 x 10-8
g mm/ h Pa
cm2 e 20,77%, as quais foram significativamente (p < 0,05) inferiores aos valores encontrados
para os filmes com a incorporação do hidrolisado, os quais apresentaram 3,50 x 10-8
g mm/ h
Pa cm2 e 29,60%, respectivamente. Giménez et al. (2013a), elaboraram filmes com 1,5% de
ágar (p/v) e 33% de glicerol (g glicerol/100 g de ágar), os quais apresentaram uma PVA de
7,35 x 10-8
g mm/ h Pa cm2, superior ao encontrado no presente estudo para filmes controle e
com hidrolisado. O conteúdo de glicerol adicionado por esses autores foi superior ao
adicionado para os filmes controle. O glicerol é altamente hidrofílico, que devido a isso pode
atrair moléculas de água, formando um complexo hidrodinâmico água-plastificante,
aumentanto a absorção de água e a permeabilidade ao vapor de água através do filme
(NEMET; ŠOŠO; LAZIĆ, 2010). Segundo Sousa e Gonçalves (2015) os filmes à base de
polissacarídeos de algas marinhas, como o ágar são hidrófilos e quebradiços. Devido a isso,
torna-se necessarária a adição de glicerol para minimizar as interações ágar-ágar, resultando
em um filme flexível, porém mais permeável e solúvel.
A adição dos peptídeos resultou em um acréscimo significativo (p < 0,05) na PVA
dos filmes 3,50 x 10-8
g mm/ h Pa cm2. Giménez et al. (2009b) verificaram que os filmes à
base de gelatina de pele de pota (D. gigas), incorporados com hidrolisados proteicos
apresentaram um acréscimo significativo na PVA após adição de 5% (2,99 x 10-8
g mm/ h Pa
cm2) e 10% (3,30 x 10
-8 g mm/ h Pa cm
2) de hidrolisado proteico. Segundo Nuanmano,
Prodpran e Benjakul (2015) os filmes de proteína miofibrilar de tilapia (Oreochromis
niloticus), adicionados de hidrolisado proteico de gelatina de pele de tilápia em diferentes GH,
apresentaram um acréscimo na PVA, com o incremento no conteúdo de hidrolisado
incorporado no filme. Segundo esses autores, os hidrolisados com elevado GH possuem
peptídeos de baixa massa molecular, os quais podem transferir um número elevado de grupos
hidrófilos (-NH2, -COOH, -OH) à matriz do filme. Em consequência, os filmes absorvem
mais moléculas de água, aumentando a PVA dos filmes resultantes. O hidrolisado 2, de IPC
com GH de 20% utilizando a Alcalase (HIPA2), o qual foi incorporado no filme, possui em
sua constituição um número elevado de aminoácidos hidrófilos (Tabela 1), o que pode ter
contribuído para o acréscimo na PVA e na umidade dos filmes incorporados com o
hidrolisado.
176
3.4.3 Ângulo de contato com a água (ACA)
O ângulo de contato da água (ACA), é uma das propriedades de molhabilidade
básicas dos materiais de embalagem, indicando propriedades hidrófilas/hidrófobas do material
(RHIM et al., 2013). A Tabela 3, apresenta o ACA dos filmes com e sem a incorporação do
hidrolisado. O filme controle apresentou um ACA de 38,33 °, significativamente superior (p <
0,05) ao verificado para o filme com a incorporação do hidrolisado (29,17 °),
respectivamente. Atef, Rezaei e Behrooz (2014) elaboraram filmes à base de ágar com 1,5% e
33% de glicerol (g de glicerol/100 g de ágar), os quais apresentaram um ACA de 60,57 °,
superior ao verificado no presente estudo. Segundo Rhim e Hong (2007), geralmente, um
filme que apresenta uma ACA inferior a 65 °, é considerado como hidrófilo. No presente
estudo, os filmes elaborados apresentaram uma característica hidrófila. Entretanto, pode-se
afirmar que o filme adicionado de hidrolisado mostou maior tendência a molhabilidade que o
filme controle. Isto explica, a maior PVA e umidade apresentadas para os filmes com a
incorporação de hidrolisado em relação ao controle. Rhim et al. (2013), verificaram que os
filmes que apresentaram maior ACA, apresentaram menor PVA e elevada resistência à água.
3.5 CARACTERIZAÇÃO DO FILME DIGERIDO ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO
GASTROINTESTINAL
3.5.1 Atividades anti-hipertensiva, e inibitória da dipeptidil peptidase-IV e da prolil
endopeptidase
Apesar dos filmes representarem uma pequena porção dos alimentos que
revestem, o estudo da sua digestibilidade pode fornecer informações úteis para o uso em
potencial deste tipo de material no desenvolvimento de alimentos funcionais (GIMÉNEZ et
al., 2013b). A Tabela 4 apresenta a inibição da ECA, DPP- IV e da PEP, do hidrolisado e após
a digestão do filme com a incorporação do hidrolisado.
Após a digestão gastrointestinal enzimática simulada dos filmes, foi observado
um acréscimo significativo (p < 0,05) na concentração (mg/mL) necessária de amostra para
inibir 50% da DPP-IV e da PEP, em relação aos resultados obtidos para o hidrolisado
proteico. Além disso, a inibição da ECA foi significativamente inferior (p < 0,05) ao resultado
obtido para o hidrolisado proteico sem digestão.
177
Tabela 4 - Atividade inibitória da dipeptidil-peptidase IV (DPP-IV), da prolil endopeptidase
(PEP) e da enzima conversora da angiostensina (ECA) do hidrolisado proteico de castanha e
dos filmes após a digestão enzimática
CI50: concentração (mg/mL) necessária de amostra para inibir 50% da atividade da enzima; Filme: filme digerido
com a incorporação de hidrolisado; Hidrolisado: amostra que não digerida; Letras iguais na mesma linha,
indicam que não há diferença significativa (p > 0,05).
Muitos efeitos da digestão gastrointestinal simulada têm sido relatados. Segundo
Alemán, Gómez-Guillén e Montero (2013), após a digestão da pepsina de hidrolisados de
colágeno de pele de pota (D. gigas), a massa molecular dos peptídeos permaneceram
inalterados. Entretanto, após a digestão da pancreatina houve um acréscimo no conteúdo de
peptídeos com massa molecular abaixo de 430 Da, resultando em um aumento na inibição da
ECA, comparado com as amostras não digeridas. Miguel et al. (2006) estudaram a inibição da
ECA após a digestão gastrointestinal de peptídeos da ovoalbumina, onde verificaram que a
atividade da ECA diminuiu cerca de cem vezes. No presente estudo, foi observada uma
diminuição na capacidade de inibição da ECA, em aproximadamente 3,3 vezes após a
digestão dos filmes, em relação a amostra de hidrolisado. A inibição da DPP-IV e da PEP,
também foram afetadas pelo processo de digestão gastrointestinal. Entretanto, Nongonierma e
Fitzgerald (2013), avaliaram a inibição da DPP-IV após a digestão gastrointestinal do isolado
proteico do soro de leite, onde verificaram o aumento na capacidade da inibição dessa enzima.
Estes resultados sugerem, que as atividades inibitória da DPP-IV, da PEP e da ECA dos
filmes incorporados do hidrolisado, foram afetadas após a digestão gastrointestinal simulada,
indicando que sequências menos ativas foram liberadas após a digestão. O processo de
digestão pode atuar sobre os hidrolisados, fazendo com que ocorra uma quebra e a formação
de novas sequências peptídicas, o que pode ter influenciado nos resultados obtidos.
4 CONCLUSÃO
Os hidrolisados proteicos preparados a partir do isolado proteico e da proteína
miofobrilar da castanha utilizando como enzimas a Alcalase e Protamex, em diferentes graus
de hidrólise, apresentaram atividade antidiabética, anti-hipertensiva e inibitória de doenças
Propriedade Filme Hidrolisado
CI50 DPP-IV (mg/mL) 1,24a ± 0,14 0,44
d ± 0,00
CI50 PEP (mg/mL) 2,83a ± 0,05 1,26
b ± 0,03
ECA (%) 22,61b ± 0,95 74,36
a ± 4,82
178
neuropatológicas devido à inibição das enzimas dipeptidil peptidase-IV, conversora da
angiostensina e da prolil endopeptidase, respectivamente. Os filmes elaborados a partir de
ágar, com e sem a incorporação do hidrolisado, apresentaram-se homogêneos e transparentes.
A adição do hidrolisado resultou em filmes mais permeáveis, úmidos, elongáveis e com
características hidrófilas, em relação aos filmes elaborados sem a adição dos mesmos. Após a
digestão do filme com a incorporação do hidrolisado, houve um decréscimo nas atividades
anti-hipertensiva, e inibitória das enzimas dipeptidil peptidase-IV e prolil endopeptidase.
Portanto, os hidrolisados de proteínas recuperadas da castanha, podem servir como fonte de
peptídeos bioativos, os quais são uma alternativa aos inibidores sintéticos atualmente
utilizados. Além disso, os filmes adicionados de hidrolisado podem ser utilizados como uma
alternativa de alimentos funcionais, em relação aos filmes sem a adição dos mesmos.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADLER-NISSEN, J. Enzymatic hydrolysis of food proteins. London: ElsevierApplied
Science Publishing, 1986.
ALÉMAN, A. Obtención y caracterización de hidrolizados y péptidos bioactivos a partir
de gelatina de productos de la pesca. 2010. 310 f. Tese (Doutorado e Ciência Tecnologia de
Alimentos e Nutrição) - Universidad Complutense de Madrid, Madri, 2010.
ALEMÁN, A.; GIMÉNEZ, B.; PÉREZ-SANTIN, E.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.;
MONTERO, P. Contribution of Leu and Hyp residues to antioxidant and ACE-inhibitory
activities of peptide sequences isolated from squid gelatin hydrolysate. Food Chemistry, v.
125, n. 2, p. 334–341, 2011.
ALEMÁN, A.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; MONTERO, P. Identification of ACE-inhibitory
peptides from squid skin collagen after in vitro gastrointestinal digestion. Food Research
International, v. 54, n. 1, p. 790–795, 2013.
AOAC. Official methods of analysis. 17th ed. Maryland, USA: Association of Official
Analytical Chemistry, 2000.
ASTM. Standard Test Method for Moisture Content of Paper and Paperboard by Oven
Drying. In: Annual Book of American Standard Testing Methods.D644-94. Philadelphia:
1994. p. 1–2.
ASTM. Standard test methods of water vapor transmission of materials. In: Annual
Book of ASTM Standards, American Society for Testing and Materials, Philadelphia, Designation E 96-95, Philadelphia, 1995.
ASTM. Standard test methods for tensile properties of thin plastic sheeting. In: Annual Book
of American Society for Testing and Materials, Designation D882-91. Philadelphia: 1996.
179
ATEF, M.; REZAEI, M.; BEHROOZ, R. Preparation and characterization agar-based
nanocomposite film reinforced by nanocrystalline cellulose. International Journal of
Biological Macromolecules, v. 70, p. 537–544, 2014.
BALTI, R.; BOUGATEF, A.; SILA, A.; GUILLOCHON, D.; DHULSTER, P.; NEDJAR-
ARROUME, N. Nine novel angiotensin I-converting enzyme (ACE) inhibitory peptides from
cuttlefish (Sepia officinalis) muscle protein hydrolysates and antihypertensive effect of the
potent active peptide in spontaneously hypertensive rats. Food Chemistry, v. 170, p. 519–
525, 2013.
BENÍTEZ, R.; IBARZ, A.; Y PAGAN, J. Protein hydrolysates: Processes and applications.
Acta Bioquímica Clínica Latinoamericana, v. 42, p. 227–236, 2008.
CHALAMAIAH, M.; HEMALATHA, R.; JYOTHIRMAYI, T. Fish protein hydrolysates:
Proximate composition, amino acid composition, antioxidant activities and applications: A
review. Food Chemistry, v. 135, n. 4, p. 3020–3038, 2012.
CHEN, J.; WANG, Y.; ZHONG, Q.; WU, Y.; XIA, W. Purification and characterization of a
novel angiotensin-I converting enzyme (ACE) inhibitory peptide derived from enzymatic
hydrolysate of grass carp protein. Peptides, v. 33, n. 1, p. 52–58, 2012.
CUDENNEC, B.; BALTI, R.; RAVALLEC, R.; CARON, J.; BOUGATEF, A.; DHULSTER,
P.; NEDJAR, N. In vitro evidence for gut hormone stimulation release and dipeptidyl-
peptidase IV inhibitory activity of protein hydrolysate obtained from cuttlefish (Sepia
officinalis) viscera. Food Research International, v.78, p.238-245, 2015.
DAMODARAN, S.; PARKIN, K. L.; FENNEMA, O, R. Química de Alimentos de
Fennema. 4. ed. Porto Alegre. Artmed Editora, 2010.
DOUCET, D.; OTTER, D. E.; GAUTHIER, S. F.; FOEGEDING, E. A. Enzyme-induced
gelation of extensively hydrolyzed whey proteins by Alcalase: Peptide identification and
determination of enzyme specificity. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 50, p.
6300–6308, 2003.
Food and Agriculture Organization (FAO)/World Health Organization (WHO)/ United
Nations University (UNU).
FITZGERALD, R. J.; MURRAY, B. A. W. D. J. Hypotensive peptides from milk proteins.
American Society for Nutritional Sciences, p. 980–988, 2004.
GIMÉNEZ, B.; GÓMEZ-ESTACA, J.; ALEMÁN, A.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.;
MONTERO, M. P. Improvement of the antioxidant properties of squid skin gelatin films by
the addition of hydrolysates from squid gelatin. Food Hydrocolloids, v. 23, n. 5, p. 1322–
1327, 2009.
GIMÉNEZ, B. DE LACEY, A. L.; PÉREZ-SANTÍN, E.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.;
MONTERO, P. Release of active compounds from agar and agar-gelatin films with green tea
extract. Food Hydrocolloids, v. 30, n. 1, p. 264–271, 2013a.
GIMÉNEZ, B.; MORENO, S.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; MONTERO, P.; GÓMEZ-
180
GUILLÉN, M. C. Antioxidant properties of green tea extract incorporated to fish gelatin films
after simulated gastrointestinal enzymatic digestion. LWT - Food Science and Technology,
v. 53, n. 2, p. 445–451, 2013b.
GIRGIH, A. T.; UDENIGWE, C. C.; HASAN, F. M.; GILL, T. A.; ALUKO, R. E.
Antioxidant properties of Salmon (Salmo salar) protein hydrolysate and peptide fractions
isolated by reverse-phase HPLC. Food Research International, v. 52, n. 1, p. 315–322,
2013.
GONTARD, N.; GUILBERT, S.; CUQ, J. L. Edible wheat gluten films: influence of the main
process variables on film properties using response surface methodology. Journal of Food
Science, v. 57, p. 190–195, 1992.
HERNÁNDEZ-LEDESMA, B.; GARCÍA-NEBOT, M. J.; FERNÁNDEZ-TOMÉ, S.;
AMIGO, L.; RECIO, I. Dairy protein hydrolysates: Peptides for health benefits.
International Dairy Journal, v. 38, n. 2, p. 82–100, 2014.
HSU, K.; TUNG, Y.; HUANG, S.; JAO, C. Dipeptidyl Peptidase-IV Inhibitory Activity of
Peptides in Porcine Skin Gelatin Hydrolysates. Bioactive Food Peptides in Health and
Disease, p. 205, 2013.
INTARASIRISAWAT, R.; BENJAKUL, S.; VISESSANGUAN, W.; WU, J. Antioxidative
and functional properties of protein hydrolysate from defatted skipjack (Katsuwonous
pelamis) roe. Food Chemistry, v. 135, n. 4, p. 3039–3048, 2012.
IWANIAK, A.; MINKIEWICZ, P. Biologically active peptides derived from proteins-a
review. Polish Journal of Food and Nutrition, v. 58, n. 3, p. 289–294, 2008.
KHANTAPHANT, S.; BENJAKUL, S.; KISHIMURA, H. Antioxidative and ACE inhibitory
activities of protein hydrolysates from the muscle of brownstripe red snapper prepared using
pyloric caeca and commercial proteases. Process Biochemistry, v. 46, n. 1, p. 318–327,
2011.
KRISTINSSON, H. G.; RASCO, B. A. Kinetics of the hydrolysis of atlantic salmon (Salmo
salar) muscle proteins by alkaline proteases and a visceral serine protease mixture. Process
Biochemistry, v. 36, n. 9, p.131-139, 2000.
LAFARGA, T.; HAYES, M. Bioactive peptides from meat muscle and by-products:
generation, functionality and application as functional ingredients. Meat Science, v. 98, n. 2,
p. 227–239, 2014.
LAPARRA J. M. D.; VÉLEZ, R.; MONTORO, R.; BARBERÁ, R. F. Estimation of Arsenic
Bioaccessibility in Edible Seaweed by an In Vitro Digestion Method. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 51, n. 20, p. 6080–6085, 2003.
LEMPEK, T. S.; MARTINS, V. G.; PRENTICE, C. Rheology of surimi-based products from
fatty fish underutilized by the industry. Journal of Aquatic Food Product Technology, v.24,
n.16, p.27-44, 2007.
LI-CHAN, E. C. Y.; HUNAG, S.; JAO, C-H.O; HSU, K. Peptides derived from Atlantic
181
salmon skin gelatin as dipeptidyl-peptidase IV inhibitors. Journal of Agricultural and Food
Chemistry, v. 60, p. 973–978, 2012.
LIMPAN, N.; PRODPRAN, T.; BENJAKUL S.; PRASARPAN S. Properties of
biodegradable blend films based on fish myofibrillar protein and polyvinyl alcohol as
influenced by blend composition and pH level. Journal of Food Engineering, v.100, n.1,
p.85-92, 2010.
LIU, Y.; LI, X.; CHEN, Z.; YU, J.; WANG, F.; WANG, J. Characterization of structural and
functional properties of fish protein hydrolysates from surimi processing by-products. Food
Chemistry, v. 151, p. 459–465, 2014.
MCINTOSH, C.; DEMUTH, H. U.; POSPISILIK, A. J.; PEDERSON, R. Dipeptidyl
peptidase IV inhibitors: How do they work as new antidiabetic agents. Regulatory Peptides,
v. 128, p. 159–165, 2005.
MIGUEL, M.; ALEIXANDRE, M. A.; RAMOS, M.; LÓPEZ-FANDIÑO, R. Effect of
simulated gastrointestinal digestion on the antihypertensive properties of ACE-inhibitory
peptides derived from ovalbumin. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 54, n. 3,
p. 726–731, 2006.
MOMENI, N.; NORDSTRÖM, B.; HORSTMANN, V.; AVARSEJI, H.; SIVBERG, B.
Alterations of prolyl endopeptidase activity in the plasma of children with autistic spectrum
disorders. BMC Psychiatry, v. 5, p. 1–6, 2005.
MOSQUERA, E. J. Nanoencapsulación de hidrolizados peptídicos con actividades
biológicas procedentes de subproductos de la pesca. 2014. 347 f. Tese (Doutorado e
Ciência Tecnologia de Alimentos e Nutrição) - Universidad Complutense de Madrid, Madri,
2014.
MOSQUERA, M.; GIMÉNEZ, B.; DA SILVA, I. M.; BOELTER, J. F.; MONTERO, P.;
GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; BRANDELLI, A. Nanoencapsulation of an active peptidic
fraction from sea bream scales collagen. Food Chemistry, v. 156, p. 144–150, 2014.
NAJAFIAN, L.; BABJI, A. S. Production of bioactive peptides using enzymatic hydrolysis
and identification antioxidative peptides from patin (Pangasius sutchi) sarcoplasmic protein
hydolysate. Journal of Functional Foods, v. 9, n. 1, p. 280–289, 2015.
NASRI, R.; YOUNES, I.; JRIDI, M.; TRIGUI, M.; BOUGATEF, A.; NEDJAR-ARROUME,
N.; KARRA-CHÂABOUNI, M. ACE inhibitory and antioxidative activities of Goby
(Zosterissessor ophiocephalus) fish protein hydrolysates: Effect on meat lipid oxidation.
Food Research International, v. 54, n. 1, p. 552–561, 2013.
NEMET, N. T.; ŠOŠO, V. M.; LAZIĆ, V. L. Effect of glycerol content and pH value of film-
forming solution on the functional properties of protein-based edible films. Acta Periodica
Technologica, v. 41, p. 57–67, 2010.
NOLSØE, H.; UNDELAND, I. The acid and alkaline solubilization process for the isolation
of muscle proteins: State of the art. Food and Bioprocess Technology, v. 2, n. 1, p. 1–27,
2009.
182
NONGONIERMA, A. B.; FITZGERALD, R. J. Dipeptidyl peptidase IV inhibitory properties
of a whey protein hydrolysate: Influence of fractionation, stability to simulated
gastrointestinal digestion and food-drug interaction. International Dairy Journal, v. 32, n. 1,
p. 33–39, 2013.
NONGONIERMA, A. B.; LE MAUX, S.; DUBRULLE, C.; BARRE, C.; FITZGERALD, R.
J. Quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) protein hydrolysates with in vitro dipeptidyl
peptidase IV (DPP-IV) inhibitory and antioxidant properties. Journal of Cereal Science, v.
65, n. 2015, p. 112–118, 2015.
NUANMANO, S.; PRODPRAN, T.; BENJAKUL, S. Potential use of gelatin hydrolysate as
plasticizer in fish myofibrillar protein film. Food Hydrocolloids, v. 47, p. 61–68, 2015.
ONDETTI, M. A.; CUSHMAN, D. W. Enzymes of the renin-angiotensin system and their
inhibitors. Annual Review of Biochemistry, v. 51, p. 283–308, 1982.
PANYAM, D.; KILARA, A. Enhancing the functionality of food proteins by enzymatic
modification. Trends in Food Science & Technology, v.7, p. 120–125, 1996.
PÉREZ-GAGO, M. B.; KROCHTA, J. M. Lipid particle size effect on water vapor
permeability and mechanical properties of whey protein/beeswax emulsion films. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v.49, n.2, p.996-1002, 2001.
PIHLANTO, L. Bioactive peptides derived from bovine whey proteins: Opioid and ace-
inhibitory. Trends Food Science and Technology, v. 11, p. 347–356, 2000.
RAGHAVAN, S.; KRISTINSSON, H. G. ACE-inhibitory activity of tilapia protein
hydrolysates. Food Chemistry, v. 117, n. 4, p. 582–588, 2009.
RAGHAVAN, S.; KRISTINSSON, H. G.; LEEUWENBURGH, C. Radical scavenging and
reducing ability of tilapia (Oreochromis niloticus) protein hydrolysates. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 56, p. 10359–10369, 2008.
RHIM, J. W.; HONG, S. I. Wetting properties of biopolyester films prepared by thermo-
compression method. Food Science and Biotechnology, v. 16, p. 234–237, 2007.
RHIM, J. W.; HONG, S. I.; PARK, H. M.; NG, P. K. Preparation and characterization of
chitosan-based nanocomposite films with antimicrobial activity. Journal of Agricultural and
Food Chemistry, v.54, n.16, p.5814-5822, 2006.
RHIM, J. W.; WANG, L. F.; HONG, S. I. Preparation and characterization of agar/silver
nanoparticles composite films with antimicrobial activity. Food Hydrocolloids, v. 33, n. 2, p.
327–335, 2013.
ROSLAN, J.; YUNOS, K. F. M.; ABDULLAH, N.; KAMAL, S. M. M. Characterization of
Fish Protein Hydrolysate from Tilapia (Oreochromis Niloticus) by-Product. Agriculture and
Agricultural Science Procedia, v. 2, p. 312–319, 2014.
FARVIN, K. S.; ANDERSEN, L. L.; NIELSEN, H. H.; JACOBSEN, C.; JAKOBSEN, G.;
183
JOHANSSON, I.; JESSEN, F. Antioxidant activity of Cod (Gadus morhua) protein
hydrolysates: In vitro assays and evaluation in 5% fish oil-in-water emulsion. Food
Chemistry, v. 149, p. 326–334, 2014
SAIDI, S.; DERATANI, A.; BELLEVILLE, M. P.; AMAR, R. B. Antioxidant properties of
peptide fractions from tuna dark muscle protein by-product hydrolysate produced by
membrane fractionation process. Food Research International, v. 65, p. 329–336, 2014.
SIGMA. Universal Protease Activity Assay : Casein as a Substrate. v. i, p. 12–14, 2013.
SHANKAR, S.; RHIM, J.-W. Amino acid mediated synthesis of silver nanoparticles and
preparation of antimicrobial agar/silver nanoparticles composite films. Carbohydrate
Polymers, v. 130, p. 353–363, 2015.
SILA, A.; MARTINEZ-ALVAREZ, O.; HADDAR, A.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; NASRI,
M.; MONTERO, M. P.; BOUGATEF, A. Recovery, viscoelastic and functional properties of
Barbel skin gelatine: Investigation of anti-DPP-IV and anti-prolyl endopeptidase activities of
generated gelatine polypeptides. Food Chemistry, v. 168, p. 478–486, 2015.
SILVA, C. M.; DA FONSECA, R. A. S.; PRENTICE, C. Comparing the hydrolysis degree of
industrialization byproducts of Withemouth croaker (Micropogonias furnieri) using microbial
enzymes. International Food Research Journal, v. 21, n. 5, p. 1757-1761, 2014.
SOBRAL, P. J. A.; MENEGALLI, F. C.; HUBINGER, M. D.; ROQUES, M. A. Mechanical,
water vapour barrier and thermal properties of gelatin based edible films. Food
Hydrocolloids, v.15,p.423–432, 2001.
SOUSA, A. M. M.; GONÇALVES, M. P. Strategies to improve the mechanical strength and
water resistance of agar films for food packaging applications. Carbohydrate Polymers, v.
132, p. 196–204, 2015.
TEIXEIRA S. J. V. Hidrólise Enzimática das Proteínas da Dreche. 2011. 96 f. Dissertação
(Mestrado em Controle de Qualidade na Especialidade de Água e Alimentos) - Universidade
do Porto, Porto, 2011.
TEZUKA, Y.; FAN, W.; KASIMU, R.; KADOTA, S. H. Screening of crude drug extracts for
prolyl endopeptidase inhibitory activity. Phytomedicine, v. 6, p. 197–203, 1999.
THE, D. P.; DEBEAUFORT, F.; VOILLEY, A.; LUU, D. Biopolymer interactions affect the
functional properties of edible films based on agar, cassava starch and arabinoxylan blends.
Journal of Food Engineering, v. 90, p. 548–558, 2009.
VYSSOULIS G. P.; KARPANOU, E. A.; PAPAVASSILIOU, M. V.; BELEGRINOS, D. A.
G.; AE, T. P. Side effects of antihypertensive treatment with ACE inhibitors. American
Journal of Hypertension, v. 14, p.114A-115A, 2001.
WIHODO, M.; MORARU, C. I. Physical and chemical methods used to enhance the structure
and mechanical properties of protein films: A review. Journal of Food Engineering, v. 114,
n. 3, p. 292–302, 2013.
184
WILSON, J.; HAYES, M.; CARNEY, B. Angiotensin-I-converting enzyme and prolyl
endopeptidase inhibitory peptides from natural sources with a focus on marine processing by-
products. Food Chemistry, v. 129, n. 2, p. 235–244, 2011.
WIRIYAPHAN, C.; XIAO, H.; DECKER, E. A.; YONGSAWATDIGUL, J. Chemical and
cellular antioxidative properties of threadfin bream (Nemipterus spp.) surimi byproduct
hydrolysates fractionated by ultrafiltration. Food Chemistry, v. 167, p. 7–15, 2015.
WU, J.; ALUKO, R. E.; NAKAI, S. Structural requirements of angiotensin I-converting
enzyme inhibitory peptides: Quantitative structure–activity relationship study of Di- and
tripeptides. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 54, p. 732–738, 2006.
WU, S.; FENG, X.; LAN, X.; XU, Y.; LIAO, D. Purification and identification of
Angiotensin-I Converting Enzyme (ACE) inhibitory peptide from lizard fish (Saurida
elongata) hydrolysate. Journal of Functional Foods, v. 13, p. 295–299, 2015.
YAZBECK, R.; HOWARTH, G. S.; ABBOTT, C. A. Dipeptidyl peptidase inhibitors, an
emerging drug class for inflammatory disease? Trends in pharmacological sciences, v. 30,
p. 600–607, 2009.
YOSHIMOTO, T.; WALTER, R.; TSURU, D. Proline-specific endopeptidase from
Flavobacterium. Purification and properties. Journal of Biological Chemistry, v. 255, n. 10,
p. 4786–4792, 1980.
ARTIGO IV
AVALIAÇÃO DO USO DE FILMES DE ÁGAR INCORPORADOS COM
HIDROLISADOS PROTEICOS DA CASTANHA (Umbrina canosai) E ÓLEO
ESSENCIAL DE CRAVO PARA O PROLONGAMENTO DA VIDA ÚTIL DE FILÉS
DE LINGUADO (Paralichthys orbignyanus)
186
RESUMO
O pescado é altamente perecível durante o armazenamento sob refrigeração, devido a rápida
multiplicação dos micro-organismos naturalmente presentes no mesmo ou oriundos de
contaminação cruzada. Devido a isso, algumas estratégias, tal como o uso de filmes bioativos,
vêm sendo propostos com o objetivo de prolongar a vida útil do mesmo, inibindo ou
retardando a deterioração e a multiplicação de micro-organismos. O objetivo do presente
estudo, foi a elaboração, caracterização e aplicação de filmes à base de ágar incorporados de
hidrolisado ou óleo essencial de cravo (OEC), na conservação de filés de linguado
(Paralichthys orbignyanus) armazenados a 5 °C durante 15 dias. Para isso, foi obtido
hidrolisado de isolado proteico de castanha com grau de hidrólise de 20% utilizando a
Alcalase. Foram elaborados filmes: com a incorporação de hidrolisado ou OEC (0,5 g de
hidrolisado ou OEC/g de ágar), caracterizados quanto às propriedades físico-químicas,
mecânicas, de barreira e morfológicas. A conservação de filés de linguado, revestidos com
filmes incorporados com OEC ou hidrolisado, foi avaliada quanto as bases voláteis totais, pH,
perda de massa e análises microbiológicas. Os filmes incorporados de OEC ou hidrolisado
apresentaram maior permeabilidade ao vapor de água-PVA. Além disso, a incorporação de
hidrolisado resultou em filmes mais elongáveis, solúveis e amarelos. Os filmes incorporados
com OEC apresentaram bolhas em toda a superfície do filme o que contribuiu para o
acréscimo na PVA e uma redução nas propriedades mecânicas. Os filés revestidos com filmes
incorporados de OEC ou de hidrolisado, apresentaram a inibição para alguns micro-
organismos avaliados, mas as características físico-químicas dos filés revestidos com os
filmes controle e incorporados com os hidrolisado ficaram fora dos padrões estabelecidos.
Devido à elevada perda de massa das amostras, precisam ser realizadas maiores avaliações
para comprovar tal efeito em relação ao controle.
Palavras-chave: hidrolisados, filmes, polissacarídeo, propriedades, pescado, conservação.
187
1 INTRODUÇÃO
O linguado (Paralichthys orbignyanus) é distribuído desde o Rio de Janeiro
(Brasil) até a Patagônia (Argentina), no sudoeste do Atlântico, constituindo um importante
recurso pesqueiro devido ao seu elevado preço de mercado (BOLASINA, 2011; SAMPAIO;
BIANCHINI, 2002). O pescado é altamente perecível durante o armazenamento sob
refrigeração, devido a rápida multiplicação dos micro-organismos presentes no mesmo ou
oriundos de contaminação cruzada, o que pode resultar em problemas econômicos e/ou
relacionados com a saúde (GÓMEZ-ESTACA et al., 2010; LÓPEZ DE LACEY; LÓPEZ-
CABALLERO; MONTERO, 2014). Os principais micro-organismos responsáveis pela
deterioração do pescado são as bactérias Gram-negativas, em forma de bastonetes que
pertencem, entre outros, aos gêneros Pseudomonas, Moraxella, Vibrionaceae e Shewanella
(GRAM; HUSS, 2010). Devido a isso, algumas alternativas vêm sendo desenvolvidas com o
objetivo de prolongar a vida útil do pescado, inibindo ou retardando a deterioração e a
multiplicação de micro-organismos nos mesmos (LÓPEZ DE LACEY; LÓPEZ-
CABALLERO; MONTERO, 2014; OJAGH et al., 2011; SALGADO et al., 2013). Uma
dessas alternativas, é o uso de filmes ativos para o prolongamento da vida útil do pescado
(GÓMEZ-ESTACA et al., 2010; ITURRIAGA; OLABARRIETA; DE MARAÑÓN, 2012;
SALGADO et al., 2013; WU et al., 2014).
Os polissacarídeos formam filmes com boas propriedades mecânicas e de barreira
(MILKOVA; RADEVA, 2015). Segundo Sousa e Gonçalves (2015) os filmes à base de
polissacarídeos de algas marinhas, tais como o ágar, possuem boa resistência mecânica,
propriedades moderadas de barreira ao O2 e CO2, são comestíveis e facilmente
biodegradáveis. Além disso, o ágar possui a propriedade de formar uma matriz
biologicamente inerte, que facilita a difusão de diversos compostos bioativos para a superfície
dos alimentos (THE, et al., 2009). Alguns óleos essenciais são Geralmente Reconhecido como
Seguros (GRAS), pela Food and Drug Administration (FDA) e são considerados uma
alternativa aos aditivos sintéticos utilizados (SALGADO et al., 2013). Sabe-se que a atividade
antioxidante e antimicrobiana dos óleos essenciais está relacionada com a sua composição
química, principalmente os componentes fenólicos (ZIVANOVIC; CHI; DRAUGHON,
2005). A utilização de óleos essenciais em alimentos pode ser limitada, pois eles conferem
diferentes sabores e aromas daqueles naturais do alimento (GÓMEZ-ESTACA et al., 2010).
Os óleos essenciais, tal como o de cravo (Syzygium aromaticum), têm sido utilizados na
elaboração de filmes ativos para a conservação do pescado em diversos estudos (GÓMEZ-
188
ESTACA et al., 2010; SALGADO et al., 2013; WU et al., 2014), limitando dessa forma a
difusão de sabores e aromas indesejáveis para o alimento.
Muitos estudos têm relatado a atividade antimicrobiana de hidrolisados proteicos
de pescado (GARCÍA-MORENO et al., 2014; GIRGIH et al., 2013; HE et al., 2013; JEMIL
et al., 2014; SILA et al., 2014b). A castanha (Umbrina canosai) é um pescado disponível no
litoral sul do Brasil. Entretanto, é subutilizada e possui baixo valor comercial, mas devido ao
seu conteúdo proteico, desperta o interesse pela obtenção produtos com elevado valor
agregado, tais como os hidrolisados proteicos. Neste contexto, os objetivos do presente estudo
foram: (i) elaborar filmes de ágar incorporados com hidrolisado proteico de pescado ou óleo
essencial de cravo; (ii) avaliar o efeito da presença de hidrolisado e do óleo de cravo, sobre as
propriedades mecânicas, de barreira, térmicas e estruturais dos filmes obtidos e (iii)
determinar a eficácia dos filmes desenvolvidos na conservação de filés de linguado
armazenados sob refrigeração.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 MATERIAL
2.1.1 Matéria-prima
O isolado proteico de castanha (IPC) foi processado no Laboratório de Tecnologia
de Alimentos, da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. O IPC foi elaborado através
do método de variação de pH, segundo Nolsøe e Undeland (2009), com modificações. O
músculo de castanha foi homogeneizado, em água destilada na proporção 1:9 (p/v). A
solubilização alcalina, foi realizada em pH 11,2 (NaOH 1 M) durante 20 min a 4 °C sob
agitação constante em agitador eixo-hélice. Após, as amostras foram centrifugadas a 9000 x g
em centrífuga durante 20 min a 4 °C. O pH das proteínas solúveis foi ajustado em pH 5,0
(HCl 1 M), durante 20 min a 4 °C sob agitação constante. Em seguida, foram centrifugadas a
9000 x g durante 20 min a 4 °C. O precipitado, considerado como isolado proteico úmido, foi
liofilizado em liofilizador (Liotop L108, São Carlos, Brasil) à – 55 °C e 50 µHg durante 48 h,
fracionado em moinho de facas (Tecnal, TE-633, Piracicaba, Brasil), peneirado em peneira de
42 mesh (Bertel, Caieiras, Brasil) e armazenado a – 18 °C até o momento de uso. O IPC foi
analisado em triplicata, para avaliar a sua composição proximal segundo método descrito pela
189
AOAC (2000), o qual apresentou um teor de 92,1% de proteína, 2,2% de umidade, 1,2% de
lipídios, 1,5% de cinzas.
2.1.2 Enzima
A enzima utilizada foi a Alcalase - 2,4 L (3.4.21.62); uma endopeptidase
bacteriana, produzida a partir da fermentação submersa do Bacillus licheniformis, fornecida
pela Novozymes Latin America (Araucária – Paraná). A atividade específica da Alcalase de
13,3 U/mg de proteína, foi determinada pelo método descrito pela Sigma (2013), o qual utiliza
caseína como substrato.
2.2 OBTENÇÃO DO HIDROLISADO PROTEICO
A hidrólise enzimática do IPC, foi realizada segundo método descrito por Liu et
al. (2014), Raghavan e Kristinsson (2009) e acompanhados pelo método de pH-stat, para
determinação do grau de hidrólise, com modificações. O IPC foi homogeneizado em água
destilada na proporção de 2% (p/v; proteína/água destilada), em reator de vidro encamisado
acoplado de banho ultratermostático (Quimis, Q212S, Diadema, Brasil), sob agitação
constante em agitador eixo-hélice (Marconi, Piracicaba, Brasil) a 300 rpm. O pH e a
temperatura da dispersão proteica, foram ajustados para 8 e 50 °C durante 10 min,
respectivamente. A hidrólise enzimática iniciou, através da adição da enzima Alcalase na
proporção de 30 U/g proteína. O grau de hidrólise (GH), foi monitorado segundo Adler-
Nissen (1986). A hidrólise enzimática do IPC, foi conduzida até que o GH atingisse 20%. A
enzima foi inativada, pelo aquecimento da suspensão a 90 °C durante 10 min. O hidrolisado
foi centrifugado a 9000 x g, em centrífuga refrigerada (Hanil, Supra 22K, Coréia do Sul)
durante 20 min a 4 °C para separar as frações solúvel (hidrolisado) e insolúvel. A fração
solúvel, foi seca em liofilizador (Liotop, L108, São Carlos, Brasil) e armazenada em frasco de
polietileno a -18 °C até o momento do uso.
2.3 ELABORAÇÃO DOS FILMES
Os filmes à base de ágar, foram elaborados pela técnica de casting segundo
método descrito por Giménez et al. (2013) e Salgado et al. (2013), com adaptações. A solução
190
filmogênica (SF), foi preparada pela dispersão de 1,0 g de ágar em 100 mL de água destilada,
a 90 °C, durante 30 min sob agitação contínua em agitador magnético. Em seguida, foi
adicionado o glicerol como plastificante, na concentração de 30% (g de glicerol/ 100 g de
ágar) e homogeneizados durante 20 min sob agitação contínua em agitador magnético. O
hidrolisado proteico - HP (0,5 g de HP/g de ágar) ou o óleo essencial de cravo- OEC (0,5 g de
OEC/g de ágar) (Petite Marie, 010742PM, São Paulo), foi adicionado e homogeneizado
durante 20 min sob agitação contínua. Em seguida, 0,0053 g/cm2 da SF foi adicionada em
placas de Petri de acrílico (9 cm de diâmetro). Os filmes foram secos, em estufa com
circulação forçada de ar a 37 °C durante 16 – 18 h. Os filmes foram acondicionados em
dessecadores, contendo brometo de sódio (NaBr) a 58% de umidade relativa (UR) durante 48
h a 22 °C. Como controle foi utilizado o filme sem a adição de HP ou OEC.
2.3.1 Caracterização dos filmes
2.3.1.1 Espessura
A espessura dos filmes foi determinada com micrômetro digital (Insize, IP54, São
Paulo, Brasil, resolução 0,001 mm). A espessura foi determinada pela média aritmética de dez
medidas aleatórias sobre a superfície do filme (GONTARD; GUILBERT; CUQ, 1992).
2.3.1.2 Propriedades mecânicas
A resistência à tração – RT (MPa) e a elongação até a ruptura – ER (%) dos
filmes, foram determinadas segundo método descrito pela American Society for Testing and
Materials – ASTM D882-91 (ASTM, 1996), com adaptações, utilizando texturômetro
TA.XTplus (Stable Micro Systems, Inglaterra). As amostras foram cortadas em forma de
retângulos (80 x 25 mm) e fixadas em garras com separação inicial de 50 mm. A RT e a ER,
foram mensuradas em 9 tiras de filmes de onde se obtiveram três triplicatas.
2.3.1.3 Permeabilidade ao vapor de água
A permeabilidade ao vapor de água (PVA), foi determinada em triplicata segundo
método adaptado de Sobral et al. (2001). O filme foi selado em uma célula com área de
191
permeação de 15,90 cm2, contendo sílica seca (0% UR) e em seguida foi acondicionado em
dessecadores com água destilada (100% UR) a 22 °C. As amostras foram pesadas a cada hora
durante 7 h e a PVA foi determinada segundo a Equação 1:
Onde W é o ganho de massa (g), X é a espessura do filme (mm), t é o tempo (h), A é a área do
filme exposto (cm2), e ΔP é a diferença da pressão parcial entre a atmosfera e a sílica (2642
Pa a 22 °C). Os resultados foram expressos como g mm/ h cm2 Pa.
2.3.1.4 Solubilidade em água
A solubilidade em água foi determinada em triplicata, segundo método descrito
por Gontard, Guilbert e Cuq (1992), com adaptações. Os filmes foram cortados em quadrados
(2 x 2 cm2), secos em estufa a 105 °C durante 24 h, colocados em frascos de polietileno
contendo 15 mL de água destilada durante 24 h a 22 °C. Em seguida, procedeu-se a filtração
em papel filtro para recuperar o restante do filme não dissolvido, o qual foi seco a 105 °C
durante 24 h. A solubilidade em água foi calculada segundo a Equação 2:
Onde W0 é a massa inicial do filme expressa em massa seca (g) e Wf é a massa final do filme
não dissolvido. Os resultados foram expressos em %.
2.3.1.5 Cor, opacidade e transparência
A cor foi determinada em triplicata em colorímetro (Minolta, CR-400, Osaka,
Japão), utilizando o sistema de escala de cor da Comissão Internacional de Iluminação
(CIEL*a*b*), segundo método descrito pela CIE Lab (CIE, 1986). Como padrão branco foi
utilizada uma placa (L* = 97,75; a* = - 0,49 e b* = 1,94). Foram determinadas as coordenadas
PVA (g mm/ h cm Pa.)
W x X
t x A x P (1)
S( ) (W0- Wf
W0
) x 100 (2)
192
desse sistema tridimensional: luminosidade (L*), que é acromática e varia de 0 (preto) a 100
(branco); e as coordenadas a* e b* onde a*=coordenada do verde-vermelho (-a*: verde, +a*:
vermelho); e b*=coordenada azul-amarelo (-b*:azul, +b*:amarelo).
A opacidade (Y) foi determinada em triplicata em colorímetro (Minolta, CR-400,
Osaka, Japão), segundo método adaptado de Sobral (2000). A Y foi determinada segundo a
Equação 3.
Onde Yp é a opacidade do filme sobreposto sobre o padrão preto; Yb é a opacidade do filme
sobreposto sobre o padrão branco multiplicada por 100 e expressa em %.
A transparência foi avaliada em triplicata em espectrofotômetro (Bioespectro,
SP22, São Paulo) a 600 nm, segundo método descrito por Atef, Rezai e Behrooz (2014) e Han
e Floros (1997). A transparência dos filmes foi determinada segundo a Equação 4.
Onde Abs 600 é a absorbância mensurada a 600 nm; x é a espessura do filme em mm. Filmes
menos transparentes, apresentam valores de transparência mais elevados.
2.3.1.6 Microscopia eletrônica de varredura
A microscopia eletrônica de varredura (MEV) dos filmes, foi realizada no Centro
de Microscopia Eletrônica do Sul (CEME-Sul), da Universidade Federal do Rio Grande, em
microscópio eletrônico de varredura (Jeol, JSM - 6610LV, Tóquio, Japão) operando a 10 kV.
As amostras foram depositadas em suportes de alumínio (stubs), revestidos com uma fita
condutora de carbono. Em seguida, os mesmos foram recobertos com uma camada de ouro
em Spputering (Desk, Denton Vacuum, Estados Unidos) durante 120 s. A morfologia das
amostras foi observada em 1000 x de ampliação.
Y ( ) (Yp
Yb
) x 100 (3)
Transpar ncia Abs 600
x (4)
193
2.4 USO DE FILMES BIOATIVOS NA CONSERVAÇÃO DO PESCADO
Os filés de linguado (P. orbignyanus) foram adquiridos no comércio local da
cidade do Rio Grande, sul do Brasil, e transferidos para o Laboratório de Tecnologia de
Alimentos – LTA da Universidade Federal do Rio Grande em caixas térmicas com gelo
picado. Os filés foram higienizados em água clorada (5 ppm) e armazenados a 4 °C durante 2
h antes da utilização. Os mesmos foram avaliados em triplicata, para determinação da sua
composição proximal, segundo método descrito pela AOAC (2000). Eles apresentaram um
teor de 80,4% de umidade, 18,5% de proteína, 1,4% de lipídios e 0,7% de cinzas. Os filés
foram cortados, em porções retangulares de aproximadamente 30 g (5 x 4 cm2). Estes foram
revestidos com os filmes dos diferentes tratamentos (controle - sem a incorporação de
compostos ativos e incorporados com o hidrolisado ou OEC). Em seguida, os mesmos foram
dispostos em bandejas de isopor e armazenados a 5 ± 1 °C durante 15 dias, conforme
apresenta a Figura 1.
Figura 1- Filés de linguado (P. orbignyanus) revestidos pelos filmes dos diferentes
tratamentos e armazenados a 5 ± 1 °C
Os filés foram avaliados periodicamente (zero, 3, 5, 7, 10 e 15 dias) quanto ao pH,
bases voláteis totais (N-BVT), perda de massa e análises microbiológicas. Para tanto, os
filmes foram removidos assepticamente das amostras de filé de linguado, com auxílio de
pinças estéreis, para as determinações anteriormente citadas.
194
2.4.1 pH
O pH foi determinado em triplicata, segundo método descrito por Gómez-Estaca
et al. (2010). Aproximadamente, 10 g de filé foram homogeneizados em água destilada na
proporção 1:2 (p/v). Após 5 min a temperatura ambiente, o pH foi determinado em pHmetro
(Qumis, Q400AS, Brasil).
2.4.2 Bases voláteis totais (N-BVT)
As bases voláteis totais (N-BVT) dos filés foram determinadas em triplicata,
segundo método descrito pela AOAC (1990), com modificações. Aproximadamente 25 g de
filé foi homogeneizado em ácido tricloroacético - TCA 7,5% (p/v), durante 1 min em
homogeneizador (Durabrand, HL-3022, China), filtrado à vácuo e avolumado para 50 mL
com TCA 7,5% (p/v). Uma alíquota de 10 mL foi transferida para um tubo de destilação de
micro-Kjeldahl, juntamente com 3 gotas de fenolftaleína 1% e em seguida foram submetidos
a destilação. O destilado foi recolhido em um Erlenmeyer, contendo 5 mL de ácido bórico
saturado (50 g/L), 4 gotas de indicador misto (30:20; bromocresol: vermelho de metila), e
titulado com ácido clorídrico (HCl 0,02 M). Os resultados foram expressos como mg de N-
BVT/ 100 g de amostra.
2.4.3 Perda de massa
A perda de massa foi determinada gravimetricamente em triplicata, segundo
método descrito por Ferreira (2014), onde foi relacionada a diferença entre a massa inicial da
amostra e a massa final da mesma, obtida para cada tempo de armazenamento. A perda de
massa foi expressa como g/100 g (%).
2.4.4 Análises microbiológicas
O efeito antimicrobiano dos diferentes revestimentos durante o armazenamento
foi avaliado em triplicata, segundo métodos descritos por Arancibia et al. (2015b) e Salgado
et al. (2013). Os filmes foram removidos assepticamente dos filés de linguado (P.
orbignyanus), foram pesados aproximadamente 10,0 ± 0,2 g e transferidos para sacos estéreis
195
de polietileno (Interscience, França) com 90 mL de água peptonada estéril 0,1% (p/v)
(Himedia, Índia) e homogeneizados durante 1 min em Stomacher (ITR, MR 1204, Esteio,
Brasil) à temperatura ambiente. Em seguida, foram preparadas diluições apropriadas para as
seguintes determinações bacteriológicas de: (i) mesófilos aeróbios totais em Ágar Padrão para
Contagem – PCA (Oxoid, Inglaterra), em profundidade, através da incubação a 30 °C durante
72 h; (ii) micro-organismos produtores de ácido sulfídrico (H2S), como colônias pretas, em
superfície, em Ágar Ferro (Microkit, Espanha) incubados a 15 °C durante 72 h; (iii)
Pseudomonas spp. em Ágar Isolamento de Pseudomonas (Difco, França), em superfície,
incubados a 25 °C durante 48 h; (iv) enterobactérias, em capa dupla de Ágar Bile Violeta
Vermelho Glicose – VRBG (Acumedia, Estados Unidos), incubados a 30 °C durante 48 h e
(v) bactérias ácido láticas, em capa dupla de Ágar Lactobacillus – MRS (Kasvi, Itália)
incubados a 30 °C durante 72 h. A contagem microbiológica foi expressa em log de unidades
formadoras de colônias por grama de amostra (Log UFC/g).
2.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Todos os resultados foram submetidos a análise de variância (ANOVA) e as
médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Os dados foram
avaliados pelo programa Statistica (versão 5.0, por StatSoft, Inc., Tulsa, Estados Unidos).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS FILMES
A Figura 2 apresenta os filmes elaborados com e sem a incorporação de OEC ou
hidrolisado. Os filmes controle (a) e com a incorporação de hidrolisado (b), apresentaram-se
transparentes e homogêneos. Entretanto, o filme incorporado com OEC (c) apresentou-se
opaco, heterogêneo com bolhas e exsudação do OEC em toda a superfície do filme, o que
pode afetar as propriedades mecânicas e de barreira do mesmo. Altiok, Altiok e Tihminlioglu
(2010), verificaram que a adição de óleo essencial de tomilho (Thymus vulgaris), em filmes
de quitosana, resultou no aumento da rugosidade dos filmes elaborados.
196
Figura 2 - Filmes controle (a), com a incorporação de hidrolisado (b) ou óleo essencial de
cravo (c)
Segundo Sánchez-González et al. (2009), os filmes de hidroxipropilmetilcelulose
incorporados com óleo essencial (OE) de chá verde, apresentaram descontinuidade, gotículas
lipídicas, ao longo de todo o filme. As gotículas tornaram-se numerosas, com o acréscimo na
concentração de óleo adicionada, devido a alta viscosidade da solução filmogênica.
3.1.1 Espessura e propriedades mecânicas
Os efeitos da incorporação do óleo essencial de cravo ou do hidrolisado sobre as
propriedades dos filmes são apresentados na Tabela 1. A espessura dos filmes controle (0,043
mm) e com a incorporação do hidrolisado (0,044 mm) não apresentou diferença significativa
(p > 0,05). Segundo Han e Krochta (1999) a espessura do filme, é influenciada pelo conteúdo
de sólidos da solução filmogênica da elaboração dos mesmos, a qual no presente estudo foi a
mesma para todos os filmes elaborados.
A adição de OEC, resultou em um acréscimo significativo (p < 0,05) na espessura
do filme (0,061 mm) em relação aos demais tratamentos. Este fato se deve, à formação de
bolhas e a exsudação do OEC, conforme foi verificado na Figura 2c. Estes resultados sugerem
que as cadeias de ágar não formam uma matriz compacta na presença de OEC. Atef, Rezaei e
Behrooz (2015) elaboraram filmes de ágar e nanopartículas de celulose incorporados de OE
de satureja (Satureja hortensis), onde verificaram um acréscimo na espessura dos filmes de
0,073 mm para 0,088 mm, com o acréscimo de 0 para 0,5% de OE no filme.
197
Tabela 1 – Propriedades dos filmes controle, incorporados com o hidrolisado ou
com o óleo essencial de cravo
Controle: filmes à base de ágar sem a incorporação de compostos ativos; Hidrolisado: filmes com a incorporação
de hidrolisado; OEC: filmes à base de ágar incorporados com óleo essencial de cravo; RT: resistência à tração;
ER: elongação até a ruptura, PVA: permeabilidade ao vapor de água; L*: luminosidade, varia de 0 (preto) a 100
(branco); a*:coordenada do verde-vermelho (-a*: verde, +a*: vermelho); b*: coordenada azul-amarelo (-b*:
azul, +b*:amarelo; Y: opacidade; Letras iguais na mesma linha, indicam que não há diferença significativa (p >
0,05).
A RT e a ER dos filmes controle foi de 27,46 MPa e 22,24%, respectivamente. A
incorporação dos compostos ativos resultou em uma diminuição significativa (p < 0,05) na
RT, de 19,89 e 10,16 MPa, para os filmes adicionados de hidrolisado ou OEC,
respectivamente. Atef, Rezaei e Behrooz (2015), verificaram que os filmes de ágar e
nanopartículas de celulose incorporados de OE de satureja (S. hortensis), apresentaram uma
diminuição na RT de 31,21 MPa (controle) para 28,26 MPa, com a adição de 0,5% de OE.
Muitos trabalhos têm relatado a redução na RT causada pela adição de diferentes OEs
(ALTIOK; ALTIOK; TIHMINLIOGLU, 2010; DO SOCORRO ROCHA BASTOS et al.,
2016; FERREIRA et al., 2013). Essa redução pode ocorrer, principalmente, pela substituição
da forte interação polímero-polímero pela fraca interação polímero-óleo na formação da rede
do filme (ATARÉS; CHIRALT, 2016).
Os filmes incorporados com o hidrolisado, apresentaram um acréscimo
significativo (p < 0,05) na ER (42,70%). Entretanto, o mesmo comportamento não foi
verificado para os filmes adicionados de OEC, os quais apresentaram uma ER de 3,93%.
Segundo Nuanmano, Prodpran e Benjakul (2015), os peptídeos de cadeia curta, podem atuar
como plastificantes em filmes proteicos, reduzindo a interação entre os polímeros
aumentando, o volume livre entre os mesmos, a elongação e diminuindo a resistência à tração,
Propriedades Filme controle Peptídeo OEC
Espessura (mm) 0,043b ± 0,001 0,044
b ± 0,002 0,061
a ± 0,012
RT (MPa) 27,46a ± 2,78 19,89
b ± 1,81 10,16
c ± 1,02
ER (%) 22,24b
± 3,55 42,70a ± 1,38 3,93
c ± 0,15
PVA (x 10-8
)
(g mm/ h Pa cm2)
1,40b
± 0,04 3,61a ± 0,11 3,37
a ± 0,16
Solubilidade (%) 21,95b ± 1,52 48,86
a ± 2,22 20,86
b ± 1,99
L* 96,03a ± 0,14 96,14
a ± 0,13 96,25
a ± 0,08
a* - 0,51b ± 0,00 - 0,61
a ± 0,02 - 0,54
b ± 0,01
b* 3,65b ± 0,09 4,21
a ± 0,16 3,70
b ± 0,15
Y (%) 10,23b ± 0,20 9,66
b ± 0,20 12,80
a ± 0,21
Transparência 1,57b ± 0,06 1,55
b ± 0,06 4,87
a ± 0,09
198
o que foi verificado neste estudo. Atef, Rezaei e Behrooz (2015), verificaram que com a
adição de 0,5% de OE de satureja (S. hortensis), apresentaram uma diminuição na ER
(28,26%), quando comparado ao filme controle (31,21%). O mesmo comportamento foi
observado por Altiok, Altiok e Tihminlioglu (2010), onde os filmes de quitosana
apresentaram uma diminuição na ER de 4,8 para 1,8% com a incorporação de 0 a 1,2% de OE
de tomilho (Thymus vulgaris). No presente estudo, foi verificado que a adição de OEC,
resultou numa estrutura heterogênea com bolhas e exsudação do OEC ao longo de toda a
superfície do filme, o que poderia ter contribuído para a baixa ER.
3.1.2 Permeabilidade ao vapor de água e solubilidade em água
A Tabela 1 apresenta a permeabilidade ao vapor de água (PVA) e a solubilidade,
dos filmes elaborados com e sem a incorporação de OEC ou hidrolisado. A adição dos
hidrolisado ou do OEC aumentou significativamente (p < 0,05) a PVA dos filmes, em
comparação ao filme controle. Giménez et al. (2009a), Nuanmano, Prodpran e Benjakul
(2015), verificaram que a adição de hidrolisados proteicos aumentou significativamente (p <
0,05) a PVA dos filmes avaliados. Segundo Cuq et al. (1997), o plastificante modifica a
organização molecular trimendimensional, diminuindo as forças atrativas intermoleculares o
que aumenta a mobilidade da cadeia e consequentemente a taxa de difusão e PVA, o que foi
verificado no presente estudo, onde a adição do hidrolisado resultou em um acréscimo na ER
e na PVA, devido ao efeito plastificante dos mesmos. Além disso, peptídeos de baixa massa
molecular, contêm um número elevado de grupos hidrófilos (-NH2, -COOH, -OH), e a adição
dos mesmos faz com que os filmes absorvam um conteúdo maior de moléculas de água
(NUANMANO; PRODPRAN; BENJAKUL, 2015). Muitos estudos (AHMAD et al., 2012;
ALTIOK; ALTIOK; TIHMINLIOGLU, 2010; ATEF; REZAEI; BEHROOZ, 2015;
GIMÉNEZ et al., 2012) têm relatado o acréscimo na PVA dos filmes, devido a incorporação
de diferentes OEs. Segundo Atarés et al. (2010), o impacto da adição do OE sobre a
microestrutura do filme, é um fator determinante para modificar as propriedades de barreira à
água. No presente estudo, foi possível verificar visivelmente a presença de bolhas na
superfície do filme, formando desta forma vias preferenciais para a difusão do vapor de água
resultando em um acréscimo na PVA.
A Tabela 1 apresentou o efeito da incorporação do hidrolisado ou do OEC nos
filmes sobre a solubilidade em água. O filme controle, apresentou uma solubilidade em água
199
significativamente (p < 0,05) inferior (21,95%) em comparação com o filme incorporado com
o hidrolisado (48,86%), porém não apresentou diferença significativa (p > 0,05) do filme
incorporado com OEC (20,86%). Giménez et al. (2013a), encontraram uma solubilidade em
água de 24,1%, para filmes elaborados com 1,5% de ágar (p/v), superior à verificada no
presente estudo. Este fato pode ocorrer, devido ao conteúdo superior de polímero utilizado na
elaboração do filme.
Giménez et al. (2009b) incorporaram hidrolisados proteicos de gelatina de pele de
pota (D. gigas), em filmes elaborados à base de gelatina, onde verificaram um acréscimo não
significativo (p > 0,05) na solubilidade de 91,59 para 95,71% com a adição de 2,5% de
hidrolisado proteico. Nuanmano, Prodpran e Benjakul (2015) sugeriram que o aumento na
solubilidade dos filmes adicionados de hidrolisados, pode ocorrer devido às fracas interações
entre os peptídeos de cadeia curta e a matriz polimérica. Wu et al. (2014), verificaram que os
filmes elaborados com blendas de quitosana e gelatina, incorporados com 0, 1, 2 e 3% de OE
de orégano, não apresentaram diminuição significativa (p > 0,05) na solubilidade em água dos
filmes. Atef, Rezaei e Behrooz (2015), também verificaram que a incorporação de 0 e 0,5%
de OE de satureja (S. hortensis) em filmes de ágar e nanopartículas de celulose, apresentaram
uma solubilidade significativamente igual (p > 0,05) de 29,68 e 29,67%. Entretanto, a adição
de OE pode resultar em uma diminuição da solubilidade em água dos filmes, devido à
propriedade hidrofóbica dos mesmos e uma boa interação entre a matriz polimérica do filme e
o OE (AHMAD et al., 2012; OJAGH et al., 2010). Contudo, devido à aparência do filme
incorporado com OEC, a qual apresentou uma superfície heterogênea, e as demais
propriedades avaliadas, pôde-se observar que não ocorreu uma forte interação entre o ágar e o
OEC adicionado. Desta forma, a adição do mesmo não influenciou na solubilidade do filme
obtido.
3.1.3 Cor, opacidade e transparência
A Tabela 1 apresenta a mudança nos parâmetros de cor (L*, a*, b*) e opacidade
(Y), dos filmes com e sem a incorporação de OEC ou hidrolisado. Os resultados obtidos
indicaram que a incorporação do hidrolisado e do OEC, não apresentaram diferença
significativa (p > 0,05) em relação ao parâmetro de luminosidade (L*), ou seja, todos os
filmes elaborados apresentaram tendência à coloração clara. O mesmo comportamento foi
observado em diversos estudos (ATEF; REZAEI; BEHROOZ, 2014; PIRES et al., 2013;
200
PRANOTO; SALOKHE; RAKSHIT, 2005). A adição do OEC não apresentou mudanças
significativas (p > 0,05), nos parâmetros a* e b* em relação ao filme controle. Atef, Rezaei e
Behrooz (2015), verificaram que o acréscimo na concentração de 0 para 0,5% de OE
adicionado no filme de ágar e nanopartículas de celulose, apresentou um acréscimo na
coloração amarela (b*+) dos filmes, de 5,00 para 7,68 com a adição de OE, o que não foi
verificado no presente estudo. Martucci et al. (2015), verificaram que os filmes de gelatina
adicionados de OE de orégano (Origanum vulgare L.), também não apresentaram um
acréscimo significativo nos parâmetros a* e b*.
Os filmes incorporados com o hidrolisado, apresentaram uma tendência
significativa (p < 0,05) a cor amarelada (b* = 4,21) e ao verde (a* = - 0,61), em relação aos
demais filmes avaliados. Nuanmano, Prodpran e Benjakul (2015), verificaram um acréscimo
no parâmetro b* com a adição de hidrolisados em filmes proteicos. Segundo esses autores, a
coloração amarela tem sido relatada devido a interação de proteínas, peptídeos e aminoácidos
com grupamentos aldeído, respectivamente.
A opacidade dos filmes controle e com a adição de hidrolisado, não apresentou
diferença significativa (p > 0,05). Os filmes incorporados com o OEC, apresentaram-se mais
opacos (Y = 12,80), o que também foi verificado visualmente (Figura 2c), em relação aos
demais filmes elaborados. Bastos et al. (2016), verificou que filmes de acetato de celulose,
incorporados OE de alecrim-pimenta (Lippia sidoides) e manjericão (Ocimum gratissimum)
na concentração de 20% (v/p), aumentaram a opacidade dos filmes em relação ao filme sem
adição de OE. Segundo Pires et al. (2013), a incorporação de OE nos filmes, tem causado um
aumento na opacidade dos filmes. Além disso, a espessura elevada (0,061 mm) verificada no
presente estudo, pode ter contribuído para o acréscimo na opacidade dos filmes com OEC, em
relação aos demais elaborados. Os filmes elaborados com a incorporação de hidrolisado, não
apresentaram diferença significativa (p > 0,05) na transparência, quando comparados aos
filmes controle. Entretanto, a adição de OEC diminuiu significativamente (p < 0,05) a
transparência dos filmes (4,87). Teixeira et al. (2014), verificaram que filmes proteicos
incorporados com OEC, também apresentaram diminuição da transparência, quando
comparados aos filmes controle. Segundo Atarés e Chiralt (2016) a adição de OE, resulta em
uma diminuição da transmissão da luz, devido ao espalhamento da mesma na interface das
gotículas de óleo embebidas na matriz do filme.
201
3.1.4 Microscopia eletrônica de varredura
A Figura 3 apresenta a microscopia eletrônica de varredura (MEV), dos filmes
com e sem a incorporação de OEC ou hidrolisado. O filme controle (Figura 3a), apresentou a
formação de agregados, possivelmente entre o glicerol e o ágar, os quais derivam da presença
de grandes zonas de densidade de reticulação, que podem ter contribuído para a maior RT
observada para o filme. González, Strumia e Igarzabal (2011), também observaram o mesmo
comportamento observado para filmes de proteína de soja.
Figura 3 – Microscopia eletrônica de varredura dos filmes controle (a), com a incorporação
de hidrolisado (b) e óleo essencial de cravo (c)
O filme incorporado com hidrolisado (Figura 3b), apresentou uma superfície sem
rugosidade, porém com algumas regiões com pequenas partículas, que podem ser do
hidrolisado adicionado no filme, contribuindo para o aumento na PVA do mesmo. A Figura
3c, filme incorporado com OEC, apresenta bolhas e gotículas de óleo em sua superfície e, em
determinadas regiões, rugosidade. Essas regiões podem favorecer o acréscimo na PVA, que
foi verificado no presente estudo, pois formam vias preferenciais para a difusão do vapor de
(b)
(c)
(a)
202
água. Estes resultados sugerem que o OEC não é compatível com as moléculas de ágar,
originando uma estrutura descontínua. Esse efeito vem sendo observado em muitos estudos
(ALTIOK; ALTIOK; TIHMINLIOGLU, 2010; ATEF; REZAEI; BEHROOZ, 2014; WU et
al., 2014), com diferentes polímeros como, por exemplo, a gelatina, quitosana, ágar e celulose
adicionados de OE.
3.2 EFEITO DO USO DE FILMES BIOATIVOS NA CONSERVAÇÃO DO PESCADO
3.2.1 pH e bases voláteis totais (N-BVT)
A Figura 4 apresenta os valores de pH e das bases voláteis totais (N-BVT), dos
filés de linguado revestidos com os filmes incorporados com hidrolisado ou OEC,
armazenados a 5 °C. Os valores de pH e das N-BVT encontrados para amostras de filés de
linguado, embalados com diferentes tratamentos, foram de 6,64 e 8,35 mg de N-BVT/100 g
de amostra no tempo zero de armazenamento, como apresentam as Figuras 4a e 4b,
respectivamente. Segundo o regulamento oficial da Indústria de Sanitização e Inspeção de
Produtos de Origem Animal – RIISPOA (BRASIL, 2002), o limite máximo de pH para
pescado fresco é 6,5. Entretanto, após sofrer qualquer tipo de tratamento destinado a sua
conservação, evisceração e lavagem com água clorada, que alterem suas características
sensoriais essenciais o termo “pescado fresco” não pode ser aplicado. Segundo Ordóñez
(2005), no Rigor Mortis ocorre uma queda do pH muscular, cerca de 24 h após a captura,
dependendo do estresse do mesmo. Segundo Furlong (2000) e Koblitz (2014), o pH para o
pescado, após o Rigor Mortis, estará em torno de 6,2 a 6,6 o que foi verificado no presente
estudo.
No presente estudo, verificou-se uma queda significativa (p < 0,05) no pH, do
tempo zero para o 3° dia de armazenamento para a amostra controle. Entretanto, o mesmo
permaneceu inalterado para as amostras revestidas com filmes contendo hidrolisado ou com
OE. Durante o armazenamento a 5 °C, o pH da amostra revestida com o filme incorporado
com hidrolisado, aumentou significativamente (p < 0,05) para 7,05 até o 15° dia de
armazenamento. Entretanto, para a amostra resvestida com o filme controle e incorporado
com OEC, o aumento significativo (p < 0,05) para pH 7,11 e 6,76, foi observado até o 10° dia
de armazenamento, respectivamente.
203
Figura 4 – Comportamento do pH (a) e das bases voláteis totais (N-BVT) (b) dos filés de
linguado armazenados a 5 °C, revestidos com os filmes controle ou incorporados com
hidrolisado ou OEC
Os valores determinados para cada amostra foram média ± desvio padrão (n = 3). A análise estatística está no
Apêndice IV.
Gómez-Estaca et al. (2010), avaliaram filmes de gelatina-quitosana incorporados
com OEC, para a conservação de filés de bacalhau (Gadus morhua), onde verificaram o
acréscimo no pH para valor próximo a 7 no 11 ° dia de armazenamento a 2 °C. Esse valor foi
superior ao verificado no presente estudo, para a amostra revestida com filme incorporado
com OEC, mas inferior aos verificados para as amostras revestidas com o filme controle ou
incorporado com hidrolisado. Isto pôde ocorrer, devido à diferença na temperatura utilizada
(a)
(b)
204
para o armazenamento das amostras, que fez com que a multiplicação microbiana fosse
minimizada.
Segundo Seabra et al. (2011) e Salgado et al. (2013) o aumento no pH, pode ser
atribuído à formação de compostos alcalinos tais como amônia, devido à ação de micro-
organismos e enzimas endógenas, resultando em um acréscimo no conteúdo de N-BVT. No
presente estudo, foi verificado um aumento significativo (p < 0,05) no conteúdo de N-BVT de
8,35 para 33,97 mg de N-BVT/100 g de amostra para os filés revestidos com o filme controle,
após 15 dias de armazenamento. Entretanto, para as amostras revestidas com os filmes
incorporados com hidrolisado ou OEC, esse incremento significativo (p < 0,05) foi de 8,35
para 27,72 e 25,39 mg de N-BVT/100 g de amostra até o 10° dia de armazenamento,
respectivamente. Esse comportamento, foi semelhante ao verificado na determinação do pH
(Figura 4a). Ao final do tempo de armazenamento, as amostras revestidas seja com filme
controle, incorporados com hidrolisado ou OEC, apresentaram conteúdo de 33,97; 29,80 e
25,83 mg de N-BVT/100 g de amostra. Wu et al. (2014), avaliaram o efeito de filmes de
gelatina-quitosana incorporados com OE de orégano, sobre a conservação de filés de carpa-
capim (Hypophthalmichthys molitrix) durante armazenamento a 4 °C durante 12 dias, onde
verificaram que no 12 ° dia de armazenamento, o filme incorporado com OE de orégano
apresentou um conteúdo de N-BVT de 40 mg de N-BVT/100 g de amostra, superior ao
verificado no presente estudo. O aumento no conteúdo de N-BVT ao longo do
armazenamento, para diferentes amostras revestidas com filmes ou coberturas ativas, tem sido
verificado em muitos estudos (ARANCIBIA et al., 2015b; FERREIRA, 2014; GÓMEZ-
ESTACA et al., 2010; OJAGH et al., 2011; SALGADO et al., 2013). Os resultados sugerem,
que a amostra contendo OEC apresentou uma tendência à conservação dos filés de linguado,
pois segundo o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem
Animal - RIISPOA, o máximo aceitável de N-BVT para o pescado ser considerado fresco é
de 30 mg de N-BVT/100 g de amostra (BRASIL, 2002).
3.2.2 Perda de massa
A Figura 5, apresenta a perda de massa dos filés de linguado revestidos com os
filmes controle ou incorporados com hidrolisado ou OEC armazenados a 5 °C.
205
Figura 5 – Perda de massa dos filés de linguado embalados com os filmes controle ou
incorporados com hidrolisado ou OEC armazenados a 5 °C
Os valores determinados para cada amostra foram média ± desvio padrão (n = 3). A análise estatística está no
Apêndice IV.
A perda de massa aumentou significativamente (p < 0,05), ao longo do tempo de
armazenamento para todas as amostras avaliadas. Ela foi significativamente superior (p <
0,05) para as amostras revestidas com os filmes incorporados com o hidrolisado ou OEC em
relação ao filme controle, que ao final do 15 ° dia de armazenamento apresentaram uma perda
de massa de 54,22 e 52,14%, respectivamente. Han et al. (2014), verificaram que filés de
carne bovina revestidos de filmes elaborados à base de polipropileno e álcool polivinílico
incorporados com diferentes OEs, não apresentaram uma perda de massa superior em relação
ao filme controle, ao longo do armazenamento, sugerindo que a perda de massa não
influenciou na avaliação microbiológica dos mesmos. Antoniewski et al. (2007) avaliaram a
perda de massa de carnes bovinas, suínas, de aves e de filés de salmão revestidos com filmes à
base de gelatina, onde verificaram que todas as amostras avaliadas apresentaram menor perda
de massa que o controle, quando adicionados de filmes de gelatina.
No presente estudo, verificou-se que os filmes incorporados com o OEC ou
hidrolisado, apresentaram maior PVA em relação ao filme controle, devido as características
estruturais e físico-químicas dos mesmos. Este fato, pode ter contribuído para maior perda de
massa dos filmes avaliados, contribuindo para diminuição da multiplicação microbiana,
possivelmente, devido a diminuição de água nos filés. Cardoso (2014), verificou que filmes à
base de quitosana e gelatina incorporados com OE, apresentaram uma perda de massa dos
206
filés de carne bovina revestidos, de aproximadamente 12% após 5 dias de armazenamento, a
qual foi associada à elevada PVA.
3.2.3 Análises microbiológicas
A Figura 6, apresenta a avaliação microbiológica dos filés de linguado revestidos
com os filmes controle, incorporados de hidrolisado ou OEC armazenados a 5 °C. A
contagem de enterobactérias, mesófilos aeróbios totais e micro-organismos produtores de
H2S, como colônias pretas possivelmente Shewanella putrefaciens, no tempo zero de
armazenamento foi entre 2 e 3 log UFC/g, Figuras 6b e 6e, respectivamente. A contagem
inicial de Pseudomonas spp. foi de 3,4 log UFC/g, Figura 6d. Salgado et al. (2013),
verificaram que a contagem inicial de enterobactérias, mesófilos aeróbios totais e micro-
organismos produtores de H2S e Pseudomonas spp. de filés de sardinha (Sardina pilchardus),
revestidos com filmes proteicos incorporados com diferentes OE, foi de 3,05; 4,56; < 2 e 4,29
log UFC/g, respectivamente.
Em geral a contagem dos micro-organismos, aumentou durante o armazenamento
(p < 0,05) em todos os tratamentos avaliados. Os filmes incorporados com OEC não
apresentaram acréscimo (p > 0,05) na contagem dos micro-organismos produtores de H2S,
Figura 6e, após o 10 ° dia de armazenamento. Além disso, esses filmes apresentaram maior
inibição (p < 0,05) dos mesófilos aeróbios totais (Figura 6b), bactérias ácido láticas (Figura
6c) e micro-organismos produtores de H2S (Figura 6e) de aproximadamente 1,5; 1,3 e 2,15
log UFC/g, em relação aos filés de linguado revestidos com o filme controle no 15° dia de
armazenamento, respectivamente. Essa inibição microbiana pode ser atribuída à natureza
hidrofóbica dos OEC e seus constituintes. Os principais componentes de OE são os
compostos fenólicos, tais como o carvacrol, eugenol e timol, que podem afetar o fosfolipídio
da membrana celular, aumentando a permeabilidade e a perda do citoplasma, ou interagir com
enzimas localizadas na parede da célula. Desta forma, ocorrem lesões que diminuem a
produção de ATP das células e o pH intracelular, levando a perda da viabilidade celular e até
mesmo a morte (SIKKEMA; DE BONT; POOLMAN, 1994; WU et al., 2014; ZIVANOVIC;
CHI; DRAUGHON, 2005).
207
Figura 6 – Contagem dos diferentes micro-organismos dos filés de linguados armazenados a
5 °C
Os valores determinados para cada amostra foram média ± desvio padrão (n = 3). A análise estatística está no
Apêndice IV.
(a) (b)
(c) (d)
(e)
208
Gómez-Estaca et al. (2010), avaliaram o efeito de filmes de gelatina-quitosana
incorporados com OEC, sobre a conservação de filés de bacalhau (G. morhua) durante o
armazenamento a 2 °C, onde verificaram uma inibição total dos micro-organismos produtores
de H2S, após 3 dias de armazenamento, o que pode estar relacionado com a diminuição do pH
provocado pela filmes de gelatina-quitosana, o que aumentou a permeabilidade do OEC. Após
12 dias de armazenamento, os mesmos autores verificaram que a inibição das bactérias ácido
láticas, foi inferior a 2 log UFC/g, semelhante ao verificado no presente estudo.
O hidrolisado adicionado nestes filmes, possui em sua grande maioria
aminoácidos hidrofóbicos, como foi verificado nos Artigos II (página 125) e III (página 165),
possibilitando a ligação com a membrana celular dos micro-organismos (NAJAFIAN; BABJI,
2012; SEGURA-CAMPOS et al., 2013). Os filmes incorporados com hidrolisado,
apresentaram maior inibição (p < 0,05) dos micro-organismos produtores de H2S, das
bactérias ácido láticas e dos mesófilos aeróbios totais em relação aos demais micro-
organismos avaliados para esse tratamento. Em relação aos filés revestidos com o filme
controle, esses inibiram 0,94; 0,54 e 0,21 log UFC/g, respectivamente. Os filmes incorporados
com o hidrolisado, apresentaram menor inibição dos micro-organismos avaliados em relação
ao filme adicionado de OEC, sugerindo que o OEC possui um efeito antimicrobiano superior
ao verificado para o hidrolisado.
Em relação às Pseudomonas spp., não foi verificada uma diferença significativa (p
> 0,05) na inibição no 15 ° dia de armazenamento, para todas as amostras avaliadas. Em
relação às enterobactérias, os filés revestidos com os filmes incorporados com OEC e com o
hidrolisado, apresentaram uma contagem final de 7,85 e 8,03 log UFC/g, significativamente
superior (p < 0,05) ao filme controle (7,65 log UFC/g). Salgado et al. (2013), verificaram que
filés de sardinha (Sardina pilchardus), revestidos com filmes proteicos incorporados com
OEC, apresentaram uma contagem de 8,79 log UFC/g, ao final do tempo de armazenamento,
superior ao verificado neste estudo. Entretanto, a contagem inicial dos mesmos, foi superior
ao verificado para os filés de linguado deste trabalho.
Segundo Atef, Rezaei e Behrooz (2015), Sedaghati et al. (2016) e Wu et al. (2014)
as bactérias Gram-negativas, como as enterobactérias (Figura 6a) e as Pseudomonas spp.
(Figura 6d) são resistentes, pois possuem uma membrana exterior a parede celular,
relativamente impermeável, que limita a difusão de compostos hidrofóbicos, tais como o OEC
e hidrolisado proteico que contém aminoácidos hidrofóbicos, através do lipopolissacarídeo
que constitui a membrana externa da parede do peptideoglicano, que envolve a parede celular.
O acréscimo no conteúdo das N-BVT e do valor de pH dos diferentes tratamentos, coincide
209
com a contagem elevada dos mesófilos aeróbios totais, enterobactérias e Pseudomonas spp.
de aproximadamente 8 log UFC/g para os filés revestidos com os filmes incorporados com
peptídeos e o filme controle.
A adição de OEC e de hidrolisado nos filmes, não apresentou efetiva inibição dos
micro-organismos avaliados, comparados a outros estudos que adicionaram compostos ativos
nos filmes (GÓMEZ-ESTACA et al., 2010; HAN et al., 2014; WU et al., 2014). Contudo, os
filés revestidos com os filmes incorporados com OEC ou com o hidrolisado, apresentaram
maior perda de massa em relação ao controle, o que pode ter contribuído para os resultados
obtidos, devido a uma, possível, diminuição da atividade de água da amostra. Isto também
pode ter contribuído, para a inibição dos micro-organismos, tais como os produtores de H2S e
as bactérias ácido láticas pelo hidrolisado e também potencializado o efeito antimicrobiano do
OEC.
4 CONCLUSÃO
Os filmes elaborados a partir de ágar com a incorporação do hidrolisado
apresentaram-se homogêneos e transparentes. Entretanto, os filmes adicionados de óleo
essencial de cravo apresentaram descontinuidades ao longo de todo o filme, indicando falta de
afinidade do mesmo com a matriz polimérica utilizada. A incorporação do hidrolisado e do
óleo essencial de cravo, resultou em filmes mais permeáveis e menos resistentes, em relação
aos filmes controle. A adição do hidrolisado nos filmes, intensificou a cor amarelada dos
mesmos e aumentaram a solubilidade em água, porém manteve a transparência semelhante ao
filme controle. Entretanto, os filmes incorporados de óleo essencial de cravo, apresentaram
maior opacidade e menor transparência devido à formação de bolhas e gotículas de óleo, que
foram visivelmente observadas. Quando os filmes foram aplicados na conservação de filés de
linguado refrigerados, verificou-se que a adição de óleo essencial de cravo diminuiu a
formação de bases volatéis totais e o aumento do pH, em relação aos filmes controle e
incorporados com o hidrolisado. A incorporação seja do hidrolisado ou do óleo essencial de
cravo, diminuiu a multiplicação dos micro-organismos produtores de H2S, das bactérias ácido
láticas e dos mesófilos aeróbios totais, quando comparados ao filme controle. Entretanto, esse
efeito antimicrobiano pode ter sido influenciado pela perda de massa dos filés de linguado
revestidos com os mesmos, o que poderia ter alterado o conteúdo de água dificultando a
multiplicação destes.
210
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADLER-NISSEN, J. Enzymatic hydrolysis of food proteins. London: ElsevierApplied
Science Publishing, 1986.
AHMAD, M.; BENJAKUL, S.; PRODPRAN, T.; AGUSTINI, T. W. Physico-mechanical
and antimicrobial properties of gelatin film from the skin of unicorn leatherjacket
incorporated with essential oils. Food Hydrocolloids, v. 28, n. 1, p. 189-199, 2012.
ALTIOK, D.; ALTIOK, E.; TIHMINLIOGLU, F. Physical, antibacterial and antioxidant
properties of chitosan films incorporated with thyme oil for potential wound healing
applications. Journal of Materials Science: Materials in Medicine, v. 21, n. 7, p. 2227-
2236, 2010.
ANTONIEWSKI, M. N.; BARRINGER, S. A.; KNIPE, C. L.; ZERBY, H. N. Effect of a
gelatin coating on the shelf life of fresh meat. Journal of Food Science, v. 72, n. 6, p. E382-
E387, 2007.
AOAC. Official methods of analysis. 14.ed. Washington, USA: Association of Official
Analytical Chemistry, 1990.
AOAC. Official methods of analysis. 17th ed. Maryland, USA: Association of Official
Analytical Chemistry, 2000.
ARANCIBIA, M. Y.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.;
MONTERO, P. Chitosan coatings enriched with active shrimp waste for shrimp preservation.
Food Control, v. 54, p. 259–266, 2015.
ASTM, A. Standard test methods for tensile properties of thin plastic sheeting. In: Annual
Book of American Society for Testing and Materials, Designation D882-91. Philadelphia:
1996.
ATARÉS, L.; CHIRALT, A. Essential oils as additives in biodegradable films and coatings
for active food packaging. Trends in Food Science & Technology, v. 48, p. 51-62, 2016.
ATEF, M.; REZAEI, M.; BEHROOZ, R. Preparation and characterization agar-based
nanocomposite film reinforced by nanocrystalline cellulose. International Journal of
Biological Macromolecules, v. 70, p. 537–544, 2014.
ATEF, M.; REZAEI, M.; BEHROOZ, R. Characterization of physical, mechanical, and
antibacterial properties of agar-cellulose bionanocomposite films incorporated with savory
essential oil. Food Hydrocolloids, v. 45, p. 150-157, 2015.
BOLASINA, S. N. Stress response of juvenile flounder (Paralichthys orbignyanus,
Valenciennes 1839), to acute and chronic stressors. Aquaculture, v. 313, n. 1-4, p. 140–143,
2011.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regulamento da inspeção
industrial e sanitária de produtos de origem animal - RIISPOA. Pescados e derivados, 1952.
Cap.7, seção 1. Brasília. DF, 2002.
211
CARDOSO, G.P. Revestimentos comestíveis à base de gelatina, glicerina, quitosana e
óleos essenciais para conservação de carne bovina refrigerada. 2014. 220 p. Dissertação
(Mestrado em Ciência dos Alimentos) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2014.
CIE. Colorimetry. Publication CIE 15.2. (2 ed.). Wien, Austria: Commission International de
l’Éclairage, 1986.
CUQ, B.; GONTARD, N.; CUQ, J. L.; GUILBERT, S. Selected functional properties of fish
myofibrillar protein-based films as affected by hydrophilic plasticizers. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 45, n. 3, p. 622-626, 1997.
BASTOS, M. D. S. R.; DA SILVA LAURENTINO, L.; CANUTO, K. M.; MENDES, L. G.;
MARTINS, C. M.; SILVA, S. M. F.; CHENG, H. N. Physical and mechanical testing of
essential oil-embedded cellulose ester films. Polymer Testing, v. 49, p. 156-161, 2016.
FERREIRA, F.A. Filmes nanocompósitos antimicrobianos obtidos a partir de proteínas
de pescado e nanoargila incorporados com óleos essenciais. 2014. 105 f. Tese (Doutorado
em Engenharia e Ciência de Alimentos) – Universidade Federal do Rio Grande. Rio Grande,
2014.
FURLONG, E. B. Bioquímica um enfoque para alimentos. 1. ed. Rio Grande: Edgraf,
2000.
GARCÍA-MORENO, P. J.; BATISTA, I.; PIRES, C.; BANDARRA, N. M.; ESPEJO-
CARPIO, F. J.; GUADIX, A.; GUADIX, E. M. Antioxidant activity of protein hydrolysates
obtained from discarded Mediterranean fish species. Food Research International, v. 65, p.
469–476, 2014.
GIMÉNEZ, B.; ALEMÁN, A.; MONTERO, P.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C. Antioxidant and
functional properties of gelatin hydrolysates obtained from skin of sole and squid. Food
Chemistry, v. 114, n. 3, p. 976–983, 2009.
GIMÉNEZ, B.; DE LACEY, A. L.; PÉREZ-SANTÍN, E.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.;
MONTERO, P. Release of active compounds from agar and agar-gelatin films with green tea
extract. Food Hydrocolloids, v. 30, n. 1, p. 264–271, 2013a.
GIMÉNEZ, B.; GÓMEZ-ESTACA, J.; ALEMÁN, A.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.;
MONTERO, M. P. Improvement of the antioxidant properties of squid skin gelatin films by
the addition of hydrolysates from squid gelatin. Food Hydrocolloids, v. 23, n. 5, p. 1322–
1327, 2009.
GIMÉNEZ, B.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-
ESTACA, J.; MONTERO, P. Role of sepiolite in the release of active compounds from
gelatin-egg white films. Food Hydrocolloids, v. 27, n. 2, p. 475–486, 2012.
GIRGIH, A. T.; UDENIGWE, C. C.; HASAN, F. M.; GILL, T. A.; ALUKO, R. E.
Antioxidant properties of Salmon (Salmo salar) protein hydrolysate and peptide fractions
isolated by reverse-phase HPLC. Food Research International, v. 52, n. 1, p. 315–322,
2013.
212
GÓMEZ-ESTACA, J.; DE LACEY, A. L.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-
GUILLÉN, M. C.; MONTERO, P. Biodegradable gelatin-chitosan films incorporated with
essential oils as antimicrobial agents for fish preservation. Food Microbiology, v. 27, n. 7, p.
889–896, 2010.
GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; GIMÉNEZ, B.; LÓPEZ-CABALLERO, M. A.; MONTERO, M.
P. Functional and bioactive properties of collagen and gelatin from alternative sources: A
review. Food Hydrocolloids, v. 25, n. 8, p. 1813–1827, 2011.
GONTARD, N.; GUILBERT, S.; CUQ, J. L. Edible wheat gluten films: influence of the main
process variables on film properties using response surface methodology. Journal of Food
Science, v. 57, p. 190–195, 1992.
GONZÁLEZ, A.; STRUMIA, M. C.; ALVAREZ IGARZABAL, C. I. Cross-linked soy
protein as material for biodegradable films: Synthesis, characterization and biodegradation.
Journal of Food Engineering, v. 106, n. 4, p. 331–338, 2011.
GRAM, L.; HUSS, H.H. Microbiological spoilage of fish and fish products. International
Journal of Food Microbiology, v. 33, n. 1, p. 121-137, 1996.
HAN, J. H.; FLOROS, J. D. Casting antimicrobial packaging films and measuring their
physical properties and antimicrobial activity. Journal of Plastic Film and Sheeting, v.13,
n.4, p. 287-298, 1997.
HAN, J. H.; KROCHTA, J. M. Water vapor permeability and wetting properties of whey
protein coating on paper. American Society of Agricultural and Biological Engineers, v.
42,1375-1382, 1999.
HAN, C.; WANG, J.; LI, Y.; LU, F.; CUI, Y. Antimicrobial-coated polypropylene films with
polyvinyl alcohol in packaging of fresh beef. Meat science, v. 96, n. 2, p. 901-907, 2014.
HE, R.; GIRGIH, A. T.; MALOMO, S. A.; JU, X.; ALUKO, R. E. Antioxidant activities of
enzymatic rapeseed protein hydrolysates and the membrane ultrafiltration fractions. Journal
of Functional Foods, v. 5, n. 1, p. 219–227, 2013.
ITURRIAGA, L.; OLABARRIETA, I.; DE MARAÑÓN, I. M. Antimicrobial assays of
natural extracts and their inhibitory effect against Listeria innocua and fish spoilage bacteria,
after incorporation into biopolymer edible films. International Journal of Food
Microbiology, v. 158, n. 1, p. 58–64, 2012.
JEMIL, I.; JRIDI, M.; NASRI, R.; KTARI, N.; SALEM, R. B. S. B.; MEHIRI, M.; NASRI,
M. Functional, antioxidant and antibacterial properties of protein hydrolysates prepared from
fish meat fermented by Bacillus subtilis A26. Process Biochemistry, v. 49, n. 6, p. 963–972,
2014.
KOBLITZ, M. G. Matérias-primas Alimentícias: Composiçãoe Controle de Qualidade.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
LIU, Y.; LI, X.; CHEN, Z.; YU, J.; WANG, F.; WANG, J. Characterization of structural and
functional properties of fish protein hydrolysates from surimi processing by-products. Food
213
Chemistry, v. 151, p. 459–465, 2014.
LÓPEZ DE LACEY, A. M.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; MONTERO, P. Agar films
containing green tea extract and probiotic bacteria for extending fish shelf-life. LWT - Food
Science and Technology, v. 55, n. 2, p. 559–564, 2014.
MILKOVA, V.; RADEVA, T. Influence of charge density and calcium salt on stiffness of
polysaccharides multilayer film. Colloids and Surfaces A: Physicochemical and
Engineering Aspects, v. 481, p. 13–19, 2015.
NAJAFIAN, L.; BABJI, A. S. A review of fish-derived antioxidant and antimicrobial
peptides: Their production, assessment, and applications. Peptides, v. 33, n. 1, p. 178–185,
2012.
NOLSØE, H.; UNDELAND, I. The acid and alkaline solubilization process for the isolation
of muscle proteins: State of the art. Food and Bioprocess Technology, v. 2, n. 1, p. 1–27,
2009.
NUANMANO, S.; PRODPRAN, T.; BENJAKUL, S. Potential use of gelatin hydrolysate as
plasticizer in fish myofibrillar protein film. Food Hydrocolloids, v. 47, p. 61–68, 2015.
OJAGH, S. M.; REZAEI, M.; RAZAVI, S. H.; HOSSEINI, S. M. H. Development and
evaluation of a novel biodegradable film made from chitosan and cinnamon essential oil with
low affinity toward water. Food Chemistry, v. 122, n. 1, p. 161-166, 2010.
OJAGH, S. M.; NÚÑEZ-FLORES, R.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; MONTERO, M. P.;
GÓMEZ-GUILLÉN, M. C. Lessening of high-pressure-induced changes in Atlantic salmon
muscle by the combined use of a fish gelatin-lignin film. Food Chemistry, v. 125, n. 2, p.
595–606, 2011.
ORDÓÑEZ, J. A. . Tecnologia de Alimentos: Alimentos de Origem Animal. 1. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2005.
PIRES, C.; RAMOS, C.; TEIXEIRA, B.; BATISTA, I.; NUNES, M. L.; MARQUES, A.
Hake proteins edible films incorporated with essential oils: physical, mechanical, antioxidant
and antibacterial properties. Food Hydrocolloids, v. 30, n. 1, p. 224-231, 2013.
PRANOTO, Y.; SALOKHE, V. M.; RAKSHIT, S. K. Physical and antibacte rial properties of
alginate-based edible film incorporated with garlic oil. Food Research International, v. 38,
n. 3, p. 267-272, 2005.
RAGHAVAN, S.; KRISTINSSON, H. G. ACE-inhibitory activity of tilapia protein
hydrolysates. Food Chemistry, v. 117, n. 4, p. 582–588, 2009.
RHIM, J. W.; WANG, L. F.; HONG, S. I. Preparation and characterization of agar/silver
nanoparticles composite films with antimicrobial activity. Food Hydrocolloids, v. 33, n. 2, p.
327–335, 2013.
SALGADO, P. R.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; MAURI, A.
N.; MONTERO, M. P. Sunflower protein films incorporated with clove essential oil have
214
potential application for the preservation of fish patties. Food Hydrocolloids, v. 33, n. 1, p.
74–84, 2013.
SAMPAIO, L. A.; BIANCHINI, A. Salinity effects on osmoregulation and growth of the
euryaline flouder Paralichthys orbignianus. Journal of Experimental Marine Biology and
Ecology, v. 269, n. 2, p. 187–196, 2002.
SÁNCHEZ-GONZÁLEZ, L.; VARGAS, M.; GONZÁLEZ-MARTÍNEZ, C.; CHIRALT, A.;
CHÁFER, M. Characterization of edible films based on hydroxypropylmethylcellulose and
tea tree essential oil. Food Hydrocolloids, v. 23, n. 8, p. 2102-2109, 2009.
SEABRA, L. M. J.; DAMASCENO, K. S. F. S. C.; ANDRADE, S. A. C.; DANTAS, M. M.
G.; SOARES, N. K. M.; PEDROSA, L. F. C. Effect of rosemary on the quality characteristics
of white shrimp (Litopenaeus vannamei). Journal of Food Quality, v. 34, n. 5, p. 363-369,
2011.
SEDAGHATI, M.; EZZATPANAH, H.; BOOJAR, M. M. A.; EBRAHIMI, M. T.;
KOBARFARD, F. Isolation and identification of some antibacterial peptides in the plasmin-
digest of β-casein. LWT-Food Science and Technology, v. 68, p. 217-225, 2016.
SEGURA-CAMPOS, M. R.; SALAZAR-VEGA, I. M.; CHEL-GUERRERO, L. A.;
BETANCUR-ANCONA, D. A. Biological potential of chia (Salvia hispanica L.) protein
hydrolysates and their incorporation into functional foods. LWT - Food Science and
Technology, v. 50, n. 2, p. 723–731, 2013.
SIGMA. Universal Protease Activity Assay : Casein as a Substrate. v. i, p. 12–14, 2013.
SILA, A.; NEDJAR-ARROUME, N.; HEDHILI, K.; CHATAIGNÉ, G.; BALTI, R.; NASRI,
M., BOUGATEF, A. Antibacterial peptides from barbel muscle protein hydrolysates: Activity
against some pathogenic bacteria. LWT - Food Science and Technology, v. 55, n. 1, p. 183–
188, 2014b.
SIKKEMA, J.; DE BONT, J. A.; POOLMAN, B. Interactions of cyclic hydrocarbons with
biological membranes. Journal of Biological Chemistry, v. 269, n. 11, p. 8022-8028, 1994.
SOBRAL, P. J. A. Influência da espessura de biofilmes feitos à base de proteínas
miofibrilares sobre suas propriedades funcionais. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 35,
n. 6, p. 1251-1259, 2000.
SOBRAL, P. J. A.; MENEGALLI, F. C.; HUBINGER, M. D.; ROQUES, M. A. Mechanical,
water vapour barrier and thermal properties of gelatin based edible films. Food
Hydrocolloids, v. 15, p. 423–432, 2001.
SOUSA, A. M. M.; GONÇALVES, M. P. Strategies to improve the mechanical strength and
water resistance of agar films for food packaging applications. Carbohydrate Polymers, v.
132, p. 196–204, 2015.
THE, D.P.; DEBEAUFORT, F.; VOILLEY, A.; LUU, D. Biopolymer interactions affect the
functional properties of edible films based on agar, cassava starch and arabinoxylan blends.
Journal of Food Engineering, v. 90, p. 548–558, 2009.
215
WU, J.; GE, S.; LIU, H.; WANG, S.; CHEN, S.; WANG, J.; ZHANG, Q. Properties and
antimicrobial activity of silver carp (Hypophthalmichthys molitrix) skin gelatin-chitosan films
incorporated with oregano essential oil for fish preservation. Food Packaging and Shelf Life,
v. 2, n. 1, p. 7–16, 2014.
ZIVANOVIC, S.; CHI, S.; DRAUGHON, A. F. Antimicrobial activity of chitosan films
enriched with essential oils. Journal of Food Science, v. 70, n. 1, p. M45–M51, 2005.
216
CAPÍTULO IV - CONCLUSÃO GERAL
217
Os isolados proteicos de castanha (U. canosai) obtidos por
solubilização/precipitação isoelétrica, recuperaram proteínas de castanha, que apresentaram
características fortemente funcionais em relação às proteínas miofibrilares, provenientes do
processo de sucessivas lavagens. Esse processo afetou a coloração e as propriedades térmicas
do mesmo. Contudo, o tipo de processo de recuperação proteica, não afetou a digestibilidade
proteica e os espectros de infravermelho. A microscopia eletrônica de varredura, indicou que
a proteína miofibrilar de castanha possui estruturas compactas, em relação ao isolado proteico
de castanha. Esses resultados sugerem, que essas mudanças são, em grande parte,
influenciadas pelo tratamento alcalino.
Os hidrolisados proteicos obtidos a partir de isolado proteico e de proteína
miofibrilar da castanha, em diferentes graus de hidrólise e enzimas, apresentaram atividades
antioxidante, antimicrobiana, anti-hipertensiva, inibitória das enzimas dipeptidil peptidase-IV
e prolil endopeptidase. A atividade antioxidante, encontrada apresentou forte dependência da
metodologia utilizada para avaliação da mesma. Além disso, a matéria-prima, enzima e grau
de hidrólise apresentaram influência na determinação da atividade antioxidante e
antidiabética. A amostra de hidrolisado de isolado proteico de castanha, obtida utilizando a
Alcalase como enzima e no maior grau de hidrólise, apresentou a maior atividade
antioxidante, em três dos quatros métodos avaliados.
Em relação à atividade antimicrobiana, as amostras apresentaram maior
capacidade de inibição frente aos micro-organismos Gram-positivos. Além disso, a protease
utilizada apresentou grande influência na atividade antimicrobiana, pois foi verificado que as
amostras hidrolisadas pela enzima Alcalase, exibiram maiores halos de inibição. As amostras
hidrolisadas pela enzima Protamex, apresentaram maior atividade anti-hipertensiva e
inibitória da enzima prolil endopeptidase. Após o ensaio da digestão gastrointestinal simulada
do filme com a incorporação do hidrolisado, houve um decréscimo nas atividades anti-
hipertensiva, inibitória da prolil endopeptidase e dipeptidil peptidase-IV, possivelmente pela
maior quebra da cadeira peptídica o que resultou, possivelmente, em peptídeos e sequências
desses que não favorecem essas atividades.
Os filmes elaborados a partir de ágar com e sem a incorporação do hidrolisado,
apresentaram-se homogêneos e transparentes. A adição do hidrolisado, resultou em filmes
mais permeáveis, úmidos, elongáveis e com características hidrófilas em relação aos filmes
elaborados sem a adição dos mesmos. A adição de óleo essencial de cravo, resultou em filmes
rugosos com descontinuidade ao longo de todo o filme, indicando falta de afinidade do
218
mesmo com a matriz polimérica utilizada, o que resultou em filmes opacos, permeáveis e
menos resistentes em relação ao filme sem a incorporação de óleo essencial de cravo.
Quando utilizado um filme incorporado com óleo essencial de cravo, como
revestimento de filés de linguado (Paralichthys orbignyanus) refrigerados, foi verificada a
diminuição de bases volatéis totais e a manutenção do pH, em relação aos filmes controle e
aos filmes incorporados com o hidrolisado. A incorporação do hidrolisado e do óleo essencial
de cravo, diminuiu a multiplicação dos micro-organismos produtores de H2S, das bactérias
ácido láticas e dos mesófilos aeróbios totais, em relação ao filme controle. Contudo, esse
efeito pode ter sido influenciado pela perda de massa dos filés de linguado revestidos com os
mesmos, que possivelmente alterou o conteúdo de água e ao final dificultou a multiplicação
dos mesmos.
219
CAPÍTULO V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
220
ADLER-NISSEN, J. Enzymatic hydrolysis of food proteins. London: ElsevierApplied
Science Publishing, 1986.
ADLER-NISSEN, J. Enzymatic hydrolysis of food proteins. Process Biochemistry, v. 8, p.
18–32, 1977.
AHMAD, M.; BENJAKUL, S.; PRODPRAN, T.; AGUSTINI, T. W. Physico-mechanical and
antimicrobial properties of gelatin film from the skin of unicorn leatherjacket incorporated
with essential oils. Food Hydrocolloids, v. 28, n. 1, p. 189-199, 2012.
AHN, C. B.; JEON, Y. J.; KIM, Y. T.; JE, J. Y. Angiotensin I converting enzyme (ACE)
inhibitory peptides from salmon byproduct protein hydrolysate by Alcalase hydrolysis.
Process Biochemistry, v. 47, n. 12, p. 2240–2245, 2012.
AHN, C. B.; KIM, J. G.; JE, J. Y. Purification and antioxidant properties of octapeptide from
salmon byproduct protein hydrolysate by gastrointestinal digestion. Food Chemistry, v. 147,
p. 78–83, 2014.
AKESON, W. R.; STAHMAN, M.A. A pepsin pancreatin digest index of protein quality
evaluation. Journal of Nutrition, v. 83, n. 64, p.257-261, 1964.
ALASALVAR, C.; MIYASHITA, K.; SHAHIDI, F.; WANASUNDARA, U. (Ed.).
Handbook of seafood quality, safety and health applications. John Wiley & Sons, 2011.
ALÉMAN, A. Obtención y caracterización de hidrolizados y péptidos bioactivos a partir
de gelatina de productos de la pesca. 2010. 310f. Tese (Doutorado e Ciência Tecnologia de
Alimentos e Nutrição) - Universidad Complutense de Madrid, Madri, 2010.
ALEMÁN, A.; GIMÉNEZ, B.; PÉREZ-SANTIN, E.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.;
MONTERO, P. Contribution of Leu and Hyp residues to antioxidant and ACE-inhibitory
activities of peptide sequences isolated from squid gelatin hydrolysate. Food Chemistry, v.
125, n. 2, p. 334–341, 2011.
ALEMÁN, A.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; MONTERO, P. Identification of ACE-inhibitory
peptides from squid skin collagen after in vitro gastrointestinal digestion. Food Research
International, v. 54, n. 1, p. 790–795, 2013.
ALTIOK, D.; ALTIOK, E.; TIHMINLIOGLU, F. Physical, antibacterial and antioxidant
properties of chitosan films incorporated with thyme oil for potential wound healing
applications. Journal of Materials Science: Materials in Medicine, v. 21, n. 7, p. 2227-
2236, 2010.
ALVES, C. Q.; DAVID, J. M.; DAVID, J. P.; BAHIA, M. V.; AGUIAR, R. M. Métodos para
determinação de atividade antioxidante in vitro em substratos orgânicos. Quimica Nova, v.
33, n. 10, p. 2202–2210, 2010.
ANTONIEWSKI, M. N.; BARRINGER, S. A.; KNIPE, C. L.; ZERBY, H. N. Effect of a
gelatin coating on the shelf life of fresh meat. Journal of Food Science, v. 72, n. 6, p. E382-
E387, 2007.
221
AOAC. Official methods of analysis. 14.ed. Washington, USA: Association of Official
Analytical Chemistry, 1990.
AOAC. Official methods of analysis. 17th ed. Maryland, USA: Association of Official
Analytical Chemistry, 2000.
ARANCIBIA, M. Y.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.;
MONTERO, P. Release of volatile compounds and biodegradability of active soy protein
lignin blend films with added citronella essential oil. Food Control, v. 44, p. 7–15, 2014.
ARANCIBIA, M. Y.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.;
MONTERO, P. Chitosan coatings enriched with active shrimp waste for shrimp preservation.
Food Control, v. 54, p. 259–266, 2015.
ARAÚJO, J. M. A. Química de Alimentos: Teoria e Prática. 5. ed. Viçosa: Editora UFV,
2011.
ASTM, A. Standard test methods for tensile properties of thin plastic sheeting. In: Annual
Book of American Society for Testing and Materials, Designation D882-91. Philadelphia:
1996.
ASTM. Standard Test Method for Moisture Content of Paper and Paperboard by Oven
Drying. In: Annual Book of American Standard Testing Methods.D644-94. Philadelphia:
1994. p. 1–2.
ASTM. Standard test methods of water vapor trans- mission of materials. In: Annual
Book of ASTM Standards, American Society for Testing and Materials, Philadelphia, Designation E 96-95, Philadelphia, 1995.
ATARÉS, L.; CHIRALT, A. Essential oils as additives in biodegradable films and coatings
for active food packaging. Trends in Food Science & Technology, v. 48, p. 51-62, 2016.
ATEF, M.; REZAEI, M.; BEHROOZ, R. Characterization of physical, mechanical, and
antibacterial properties of agar-cellulose bionanocomposite films incorporated with savory
essential oil. Food Hydrocolloids, v. 45, p. 150-157, 2015.
ATEF, M.; REZAEI, M.; BEHROOZ, R. Preparation and characterization agar-based
nanocomposite film reinforced by nanocrystalline cellulose. International Journal of
Biological Macromolecules, v. 70, p. 537–544, 2014.
BALTI, R.; BOUGATEF, A.; SILA, A.; GUILLOCHON, D.; DHULSTER, P.; NEDJAR-
ARROUME, N. Nine novel angiotensin I-converting enzyme (ACE) inhibitory peptides from
cuttlefish (Sepia officinalis) muscle protein hydrolysates and antihypertensive effect of the
potent active peptide in spontaneously hypertensive rats. Food Chemistry, v. 170, p. 519–
525, 2013.
BAMDAD, F.; WU, J.; CHEN, L. Effects of enzymatic hydrolysis on molecular structure and
antioxidant activity of barley hordein. Journal of Cereal Science, v. 54, n. 1, p. 20–28, 2011.
BARROW, C.; SHAHIDI, F. Marine nutraceuticals and functional foods. USA: CRC,
222
2008.
BASTOS, M. D. S. R.; DA SILVA LAURENTINO, L.; CANUTO, K. M.; MENDES, L. G.;
MARTINS, C. M.; SILVA, S. M. F.; CHENG, H. N. Physical and mechanical testing of
essential oil-embedded cellulose ester films. Polymer Testing, v. 49, p. 156-161, 2016.
BAILEY, A. E. Bailey’s Industrial Oil and Fat Products. 5 ed. John Wiley: New York,
1996.
BENÍTEZ, R.; IBARZ, A.; Y PAGAN, J. Protein hydrolysates: Processes and applications.
Acta Bioquímica Clínica Latinoamericana, v. 42, p. 227–236, 2008.
BERTRAM, H. C.; KOHLER, A.; BÖCKER, U.; OFSTAD, R.; ANDERSEN, H. J. Heat-
induced changes in myofibrillar protein structures and myowater of two pork qualities. A
combined FT-IR spectroscopy and low-field NMR relaxometry study. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 54, v.5, p.1740–1746, 2006.
BIANCHINI, A.; ROBALDO, R. B.; SAMPAIO, L. A. Cultivo do linguado (Paralichthys
orbignyanus). In: BALDISSEROTO, B., GOMES, L. C. (Ed.). Espécies nativas para
piscicultura no Brasil. Santa Maria: Editora UFSM, 2010.
BIDLINGMEYER, B. A.; COHEN, S.A.; TARVIN, T. L. Rapid analysis of amino acids
using pre-column derivatization. Journal of Chromatography, v.336, n.1, p.93-10, 1984.
BILBAO-SAINZ, C.; AVENA-BUSTILLOS, R. J.; WOOD, D.; WILLIAMS, T. G.;
MCHUGH, T. H. Composite edible films based on hydroxypropyl methylcellulose reinforced
with microcrystalline cellulose nanoparticles. Journal of Agricultural and Food Chemistry,
v. 58, p. 3753–3760, 2010.
BOLASINA, S. N. Stress response of juvenile flounder (Paralichthys orbignyanus,
Valenciennes 1839), to acute and chronic stressors. Aquaculture, v. 313, n. 1-4, p. 140–143,
2011.
BOSCHIN, G.; SCIGLIUOLO, G. M.; RESTA, D.; ARNOLDI, A. ACE-inhibitory activity of
enzymatic protein hydrolysates from lupin and other legumes. Food Chemistry, v. 145, p.
34–40, 2014.
BRASIL. Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura. Ministério da pesca e aquicultura,
2011.Disponível em: http://www.mpa.gov.br/files/docs/Boletim_MPA_2011_pub.pdf. Acesso
em: 23 dez. 2015.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regulamento da Inspeção
Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal - RIISPOA. Pescados e derivados,
1952. Cap.7, seção 1. Brasília. DF, 2002.
BRASIL. Portaria no 1004, de 11 de dezembro de 1998 . “Atribuição de Função de
Aditivos, Aditivos e seus Limites Máximos de uso para a Categoria 8 - Carne e Produtos
Cárneos”. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/. Acesso em: 23 dez. 2015.
223
BRASÍLIA. Diabetes Mellitus. Brasília: 2006. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diabetes_mellitus.PDF. Acesso em: 23 de dez de
2015.
BROGDEN K. A. Antimicrobial peptides: pore formers or metabolic inhibitors in
bacteria? Nature Reviews Microbiology., v.3, p.238-250, 2005.
BRYKSA, B.C.; YADA, R. Y. Bioquímica de Alimentos. In: CAMPBELL-PLATT, G.
(Ed.). Ciência e Tecnologia de Alimentos. Barueri - SP: Manole, 2015.
CAMPBELL, M. . Bioquímica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
CARDOSO, G.P. Revestimentos comestíveis à base de gelatina, glicerina, quitosana e
óleos essenciais para conservação de carne bovina refrigerada. 2014. 220 p. Dissertação
(Mestrado em Ciência dos Alimentos) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2014.
CARNEIRO, M. H. Efeito da temperatura sobre a determinação do sexo e o crescimento
de juvenis do linguado Paralichthys orbignyanus. Universidade Federal do Rio Grande,
1995.
CARVALHO, M. H. C.; COLAÇO, A. L.; SILVA, L. B. B.; SALGADO, M. C. O. Aspectos
farmacológicos dos inibidores da ECA e dos receptores de angiotensina. Revista Brasileira
de Hipertensão, v. 2, n. 2, p. 97–102, 2005.
CATTANEO, F.; SAYAGO, J. E.; ALBERTO, M. R.; ZAMPINI, I. C.; ORDOÑEZ, R. M.;
CHAMORRO, V.; ISLA, M. I. Anti-inflammatory and antioxidant activities, functional
properties and mutagenicity studies of protein and protein hydrolysate obtained from Prosopis
alba seed flour. Food Chemistry, v. 161, p. 391–399, 2014.
CENTENARO, G. S. Obtenção de biopeptídeos com atividade antioxidante a partir de
proteínas de origem animal. 2011. 158 f. Tese (Doutorado em Engenharia e Ciência de
Alimentos) - Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2011.
CENTENARO, G. S.; FEDDERN, V.; BONOW, E. T.; SALAS-MELLADO, M.
Enriquecimento de pão com proteínas de pescado. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 27,
n. 3, p. 663–668, 2007.
CHAIJAN, S.; BENJAKUL, S.; VISESSANGUAN, W.; FAUSTMAN, C. Characterisation
of myoglobin from sardine (Sardinella gibbosa) dark muscle. Food Chemistry, v.100, n.1,
p.156–164, 2007.
CHALAMAIAH, M.; HEMALATHA, R.; JYOTHIRMAYI, T. Fish protein hydrolysates:
Proximate composition, amino acid composition, antioxidant activities and applications: A
review. Food Chemistry, v. 135, n. 4, p. 3020–3038, 2012.
CHEN, J.; WANG, Y.; ZHONG, Q.; WU, Y.; XIA, W. Purification and characterization of a
novel angiotensin-I converting enzyme (ACE) inhibitory peptide derived from enzymatic
hydrolysate of grass carp protein. Peptides, v. 33, n. 1, p. 52–58, 2012.
224
CHI, C.-F.; HU, F. Y.; WANG, B.; LI, T.; DING, G. F. Antioxidant and anticancer peptides
from the protein hydrolysate of blood clam (Tegillarca granosa) muscle. Journal of
Functional Foods, v. 15, p. 301–313, 2015.
CHI, C. F.; ZHENG, X. Q.; KOPPARAPU, N. K.; CONG, W. S.; DENG, Y. P.; SUN, X. J.;
LIU, X. L. Isolation and characterization of three antioxidant pentapeptides from protein
hydrolysate of monkfish (Lophius litulon) muscle. Food Research International, v. 55, p.
222–228, 2014.
CIE. Colorimetry. Publication CIE 15.2. (2 ed.). Wien, Austria: Commission International de
l’Éclairage, 1986.
CUDENNEC, B.; BALTI, R.; RAVALLEC, R.; CARON, J.; BOUGATEF, A.; DHULSTER,
P.; NEDJAR, N. In vitro evidence for gut hormone stimulation release and dipeptidyl-
peptidase IV inhibitory activity of protein hydrolysate obtained from cuttlefish (Sepia
officinalis) viscera. Food Research International, 2015.
CUQ, B.; AYMARD, C.; CUQ, J. L.; GUILBERT, S. Edible Packaging Films Based on Fish
Myofibrillar Proteins: Formulation and Functional Properties. Journal of Food Science, v.
60, n.6, p.1369-1374, 1995.
CUQ, B.; GONTARD, N.; CUQ, J. L.; GUILBERT, S. Selected functional properties of fish
myofibrillar protein-based films as affected by hydrophilic plasticizers. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 45, n. 3, p. 622-626, 1997.
DAMODARAN, S.; PARKIN, K. L.; FENNEMA, O. R. Química de Alimentos de
Fennema. 4. ed. Porto Alegre. Artmed Editora, 2010.
DEACON, C. F.; HOLST, J. J. Dipeptidyl peptidase IV inhibitors: A promising new
therapeutic approach for the management of type 2 diabetes. The International Journal of
Biochemistry & Cell Biology, v. 38, p. 831–844, 2006.
DE CASTRO, R. J. S.; SATO, H. H. A response surface approach on optimization of
hydrolysis parameters for the production of egg white protein hydrolysates with antioxidant
activities. Biocatalysis and Agricultural Biotechnology, v. 4, n. 1, p. 55–62, 2014.
DI BERNARDINI, R.; HARNEDY, P.; BOLTON, D.; KERRY, J.; O’NEILL, E.; MULLEN,
A. M.; HAYES, M. Antioxidant and antimicrobial peptidic hydrolysates from muscle protein
sources and by-products. Food Chemistry, v. 124, n. 4, p. 1296-1307, 2011.
DIAS, A. B.; MULLER, C. M. O.; LAROTONDA, F. D. S.; LAURINDO, J. B. Mechanical
and barrier properties of composite films based on rice flour and cellulose fibers. LWT -
Food Science and Technology, v. 44, n. 2, p. 535–542, 2011.
DOS SANTOS, S. D. A.; MARTINS, V. G.; SALAS-MELLADO, M.; PRENTICE, C.
Evaluation of Functional Properties in Protein Hydrolysates from Bluewing Searobin
(Prionotus punctatus) Obtained with Different Microbial Enzymes. Food and Bioprocess
Technology, v. 4, n. 8, p. 1399–1406, 2011.
DOUCET, D.; OTTER, D. E.; GAUTHIER, S. F.; FOEGEDING, E. A. Enzyme-induced
225
gelation of extensively hydrolyzed whey proteins by Alcalase: Peptide identification and
determination of enzyme specificity. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 50, p.
6300–6308, 2003.
DRUCKER, M.; NAUCK, D. J. The incretin system: glucagon-like peptide-1 receptor
agonists and dipeptidyl peptidase-4 inhibitors in type 2 diabetes. Lancet, v.368, p.1696-1705,
2006.
DUEZ, H.; CARIOU, B.; STAELS, B. DPP-4 inhibitors in the treatment of type 2 diabetes.
Biochemical pharmacology, v. 83, n. 7, p. 823–832, 2012.
DZOYEM, J. P.; ELOFF, J. N. Anti-inflammatory, anticholinesterase and antioxidant activity
of leaf extracts of twelve plants used traditionally to alleviate pain and inflammation in South
Africa. Journal of Ethnopharmacology, v. 160, p. 194–201, 2015.
EL HALAL, S. L. M.; COLUSSI, R.; DEON, V. G.; PINTO, V. Z.; VILLANOVA, F. A.;
CARREÑO, N. L. V.; DA ROSA ZAVAREZE, E. Films based on oxidized starch and
cellulose from barley. Carbohydrate polymers, v. 133, p. 644-653, 2015.
ENNAAS, N.; HAMMAMI, R.; BEAULIEU, L.; FLISS, I. Purification and characterization
of four antibacterial peptides from protamex hydrolysate of Atlantic mackerel (Scomber
scombrus) by-products. Biochemical and biophysical research communications, v. 462, n.
3, p. 195-200, 2015.
FALGUERA, V.; QUINTERO, J. P.; JIMÉNEZ, A.; MUÑOZ, J. A.; IBARZ, A. Edible films
and coatings: Structures, active functions and trends in their use. Trends in Food Science
and Technology, v. 22, n. 6, p. 292–303, 2011.
FAO. Energy and protein requirements. Geneve: 1999.
FARVIN, K. S.; ANDERSEN, L. L.; NIELSEN, H. H.; JACOBSEN, C.; JAKOBSEN, G.;
JOHANSSON, I.; JESSEN, F.. Antioxidant activity of Cod (Gadus morhua) protein
hydrolysates: In vitro assays and evaluation in 5% fish oil-in-water emulsion. Food
Chemistry, v. 149, p. 326–334, 2014.
FERREIRA, F.A. Filmes nanocompósitos antimicrobianos obtidos a partir de proteínas
de pescado e nanoargila incorporados com óleos essenciais. 2014. 105 f. Tese (Doutorado
em Engenharia e Ciência de Alimentos) – Universidade Federal do Rio Grande. Rio Grande,
2014.
FISCHER, L.G.; PEREIRA, L. E. D.; VIEIRA, J. P. Peixes estuarinos e costeiros. 1. ed. Rio
Grande: Ecoscientia, 2004.
FITZGERALD, R. J.; MURRAY, B. A. W. D. J. Hypotensive peptides from milk proteins.
American Society for Nutritional Sciences, p. 980–988, 2004.
FOH, M. B. K.; WENSHUI, X.; AMADOU, I.; JIANG, Q. Influence of pH shift on
functional properties of protein isolated of tilapia (Oreochromis niloticus) muscles and of soy
protein isolate. Food and Bioprocess Technology, v.5, n.6, p.2192-2200, 2012.
226
FONSECA, R. Atividade antioxidante de peptídeos provenientes de hidrolisado proteico
de bijupirá (Rachycentron canadum). 2014. 131 f. Tese (Doutorado em Engenharia e
Ciência de Alimentos) - Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2011.
FORSYTHE, S. J. Microbiologia da Segurança dos Alimentos. 2 ed. Porto Alegre: Artmed
Editora, 2013.
FRANCHETTI, S. M. M.; MARCONATO, J. C. Polímeros biodegradáveis - Uma solução
parcial para diminuir a quantidade dos resíduos plásticos. Quimica Nova, v. 29, n. 4, p. 811–
816, 2006.
FREITAS, I.R.; GAUTÉRIO, G. V.; RIOS, D. G.; PRENTICE, C. Functionality of Protein
Isolates from Argentine Anchovy (Engraulis anchoita) Residue Obtained Using pH Shift
Processing. Journal of Food Science and Engineering, vol. 1, n. 5, 2011, pp. 374-378.
FURLONG, E. B. Bioquímica um Enfoque para Alimentos. 1. ed. Rio Grande: Edgraf,
2000.
GARCÍA, F. T.; SOBRAL, P. J. A. Effect of the thermal treatment of the film-forming
solution on the mechanical properties, color and opacity of films based on muscle proteins of
two varieties of tilapia. LWT - Food Science and Technology, v.38, n.3, p.289-296, 2005.
GARCÍA-MORENO, P. J.; BATISTA, I.; PIRES, C.; BANDARRA, N. M.; ESPEJO-
CARPIO, F. J.; GUADIX, A.; GUADIX, E. M. Antioxidant activity of protein hydrolysates
obtained from discarded Mediterranean fish species. Food Research International, v. 65, p.
469–476, 2014.
GARCÍA-TEJEDA, Y. V.; LÓPEZ-GONZÁLEZ, C.; PÉREZ-OROZCO, J. P.; RENDÓN-
VILLALOBOS, R.; JIMÉNEZ-PÉREZ, A.; FLORES-HUICOCHEA, E.; SOLORZA-FERIA,
J. B. C. A. Physicochemical and mechanical properties of extruded laminates from native and
oxidized banana starch during storage. LWT-Food Science and Technology, v. 54, p. 1–9,
2013.
GEHRING, C. K.; GIGLIOTTI, J. C.; MORITZ, J. S.; TOU, J. C.; JACZYNSKI, J.
Functional and nutritional characteristics of proteins and lipids recovered by isoelectric
processing of fish by-products and low-value fish e a review. Food Chemistry, v.124, n.2, p.
422-431, 2011.
GEHRING, C. K.; GIGLIOTTI, J. C;, MORITZ, J. S.; TOU, J. C.; JACZYNSKI, J.
Functional and nutritional characteristics of proteins and lipids recovered by isoelectric
processing of fish by-products and low-value fish: A review. Food Chemistry, v. 124, n. 2, p.
422–431, 2011.
GERMANO, P. M. L.; GERMANO, M. I. S. Higiene e Vigilância Sanitária de Alimentos.
5. ed. Barueri: Manole, 2015.
GILMAN, G. A.; RALL, T. W.; NIES, A. S.; TAYLOR, P. Goodman e Gilman – As bases
farmacológicas da terapêutica. , 1991.
GIMÉNEZ, B.; ALEMÁN, A.; MONTERO, P.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C. Antioxidant and
227
functional properties of gelatin hydrolysates obtained from skin of sole and squid. Food
Chemistry, v. 114, n. 3, p. 976–983, 2009.
GIMÉNEZ, B.; DE LACEY, A. L.; PÉREZ-SANTÍN, E.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.;
MONTERO, P. Release of active compounds from agar and agar-gelatin films with green tea
extract. Food Hydrocolloids, v. 30, n. 1, p. 264–271, 2013a.
GIMÉNEZ, B.; GÓMEZ-ESTACA, J.; ALEMÁN, A.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.;
MONTERO, M. P. Improvement of the antioxidant properties of squid skin gelatin films by
the addition of hydrolysates from squid gelatin. Food Hydrocolloids, v. 23, n. 5, p. 1322–
1327, 2009.
GIMÉNEZ, B.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-
ESTACA, J.; MONTERO, P. Role of sepiolite in the release of active compounds from
gelatin-egg white films. Food Hydrocolloids, v. 27, n. 2, p. 475–486, 2012.
GIMÉNEZ, B.; MORENO, S.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; MONTERO, P.; GÓMEZ-
GUILLÉN, M. C. Antioxidant properties of green tea extract incorporated to fish gelatin films
after simulated gastrointestinal enzymatic digestion. LWT - Food Science and Technology,
v. 53, n. 2, p. 445–451, 2013b.
GIRGIH, A. T.; HE, R.; HASAN, F. M.; UDENIGWE, C. C.; GILL, T. A.; ALUKO, R. E.
Evaluation of the in vitro antioxidant properties of a cod (Gadus morhua) protein hydrolysate
and peptide fractions. Food Chemistry, v. 173, p. 652–659, 2015.
GIRGIH, A. T.; UDENIGWE, C. C.; HASAN, F. M.; GILL, T. A.; ALUKO, R.
E. Antioxidant properties of Salmon (Salmo salar) protein hydrolysate and peptide fractions
isolated by reverse-phase HPLC. Food Research International, v. 52, n. 1, p. 315–322,
2013.
GOMES, A. P.; MANO, J. F.; QUEIROZ, J. A.; GOUVEIA, I. C. Incorporation of
antimicrobial peptides on functionalized cotton gauzes for medical applications.
Carbohydrate Polymers, v. 127, p. 451–461, 2015.
GÓMEZ-ESTACA, J.; DE LACEY, A. L.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-
GUILLÉN, M. C.; MONTERO, P. Biodegradable gelatin-chitosan films incorporated with
essential oils as antimicrobial agents for fish preservation. Food Microbiology, v. 27, n. 7, p.
889–896, 2010.
GÓMEZ-ESTACA, J.; LÓPEZ-DE-DICASTILLO, C.; HERNÁNDEZ-MUÑOZ, P.;
CATALÁ, R.; GAVARA, R. Advances in antioxidant active food packaging. Trends in
Food Science and Technology, v. 35, n. 1, p. 42–51, 2014.
GÓMEZ-GUILLÉN, G.; LÓPEZ CABALLERO, M. E.; ALEMÁN, A.; LÓPEZ DE LACEY,
A., GIMÉNEZ, B.; MONTERO, P. Antioxidant and antimicrobial peptide fractions from
squid and tuna skin gelatin. Sea by-products as real material, v. 661, n. 2, p. 89–115, 2010.
GÓMEZ-GUILLEN, M. C.; GIMÉNEZ, B.; LÓPEZ-CABALLERO, M. A.; MONTERO, M.
P. Functional and bioactive properties of collagen and gelatin from alternative sources: A
review. Food Hydrocolloids, v. 25, n. 8, p. 1813–1827, 2011.
228
GONTARD, N.; GUILBERT, S.; CUQ, J. L. Edible wheat gluten films: influence of the main
process variables on film properties using response surface methodology. Journal of Food
Science, v. 57, p. 190–195, 1992.
GONZÁLEZ, A.; STRUMIA, M. C.; ALVAREZ IGARZABAL, C. I. Cross-linked soy
protein as material for biodegradable films: Synthesis, characterization and biodegradation.
Journal of Food Engineering, v. 106, n. 4, p. 331–338, 2011.
GOTTARDI, D.; HONG, P. K.; NDAGIJIMANA, M.; BETTI, M. Conjugation of gluten
hydrolysates with glucosamine at mild temperatures enhances antioxidant and antimicrobial
properties. LWT - Food Science and Technology, v. 57, n. 1, p. 181–187, 2014.
GRAM, L.; HUSS, H. H. Microbiological spoilage of fish and fish products. International
Journal of Food Microbiology, v. 33, n. 1, p. 121-137, 1996.
GUADIX ESCOBAR, A. M.; GUADIX ESCOBAR, E. M.; PÁEZ-DUEÑAS, M. P.;
GONZÁLES-TELLO, P.; CAMACHO, F. Procesos tecnológicos y métodos de control en la
hidrólisis de proteínas. Ars Pharmaceutica, v.41, n.1, p.79-89, 2000.
GUPTA, R.; BEG, Q. K.; LARENZ, P. Bacterial alkaline proteases: molecular approaches
and industrial applications. Applied Microbiology and Biotechnology, v. 59, n. 1, p. 15–32,
2002.
HAIMOVICI, M.; SANTOS, R. A. DOS; PEREZ, J. A. A. Diagnóstico do estoque e
orientações para o ordenamento da pesca de Illex argentinus (Castellanos, 1960). Análise das
Principais pescarias comerciais da região Sudeste-Sul do Brasil: Dinâmica populacional
das espécies em explotação – II. Série Documentos REVIZEE, Score Sul. Instituto
Oceanográfio, Universidade de São Paulo, São Paulo, p. 19-27, 2006.
HAN, J. H.; FLOROS, J. D. Casting antimicrobial packaging films and measuring their
physical properties and antimicrobial activity. Journal of Plastic Film and Sheeting, v.13,
n.4, p. 287-298.
HAN, J. H.; KROCHTA, J. M. Water vapor permeability and wetting properties of whey
protein coating on paper. American Society of Agricultural and Biological Engineers, v.
42,1375-1382, 1999.
HAN, C.; WANG, J.; LI, Y.; LU, F.; CUI, Y. Antimicrobial-coated polypropylene films with
polyvinyl alcohol in packaging of fresh beef. Meat science, v. 96, n. 2, p. 901-907, 2014.
HAVENAAR, R.; TEN BRINK, B.; HUIS, J. H. Selection of strains for probiotic use.
In:Probiotics. Springer Netherlands, p. 209-224, 1992.
HE, R.; GIRGIH, A. T.; MALOMO, S. A.; JU, X.; ALUKO, R. E. Antioxidant activities of
enzymatic rapeseed protein hydrolysates and the membrane ultrafiltration fractions. Journal
of Functional Foods, v. 5, n. 1, p. 219–227, 2013.
HERNÁNDEZ-LEDESMA, B.; GARCÍA-NEBOT, M. J.; FERNÁNDEZ-TOMÉ, S.;
AMIGO, L.; RECIO, I. Dairy protein hydrolysates: Peptides for health benefits.
International Dairy Journal, v. 38, n. 2, p. 82–100, 2014.
229
HOYLE, M. T.; MERRIT, J. H. Quality of fish protein hydrolysates from herring (Clupea
harengus). Journal of Food Science, v. 59, p. 76–79, 1994.
HSU, K.; TUNG, Y.; HUANG, S.; JAO, C. Dipeptidyl Peptidase-IV Inhibitory Activity of
Peptides in Porcine Skin Gelatin Hydrolysates. Bioactive Food Peptides in Health and
Disease, p. 205, 2013.
HULTIN, H. O.; KELLEHER, S. D. High efficiency alkaline protein extraction United
States, 2000.
INTARASIRISAWAT, R.; BENJAKUL, S.; VISESSANGUAN, W.; WU, J. Antioxidative
and functional properties of protein hydrolysate from defatted skipjack (Katsuwonous
pelamis) roe. Food Chemistry, v. 135, n. 4, p. 3039–3048, 2012.
ITURRIAGA, L.; OLABARRIETA, I.; DE MARAÑÓN, I. M. Antimicrobial assays of
natural extracts and their inhibitory effect against Listeria innocua and fish spoilage bacteria,
after incorporation into biopolymer edible films. International Journal of Food
Microbiology, v. 158, n. 1, p. 58–64, 2012.
IWANIAK, A.; MINKIEWICZ, P. Biologically active peptides derived from proteins-a
review. Polish Journal of Food and Nutrition, v. 58, n. 3, p. 289–294, 2008.
JAY, J. M. Microbiologia dos Alimentos. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
JEMIL, I.; JRIDI, M.; NASRI, R.; KTARI, N.; SALEM, R. B. S. B.; MEHIRI, M.; NASRI,
M. Functional, antioxidant and antibacterial properties of protein hydrolysates prepared from
fish meat fermented by Bacillus subtilis A26. Process Biochemistry, v. 49, n. 6, p. 963–972,
2014.
JIANG, L.; WANG, B.; LI, B.; WANG, C.; LUO, Y. Preparation and identification of
peptides and their zinc complexes with antimicrobial activities from silver carp
(Hypophthalmichthys molitrix) protein hydrolysates. Food Research International, v. 64, p.
91-98, 2014.
JIN, W.; SONG, R.; XU, W.; WANG, Y.; LI, J.; SHAH, B. R.; LI, Y.; LI, B. Analysis of
deacetylated konjac glucomannan and xanthan gum phase separation by film forming. Food
Hydrocolloids, v. 48, p. 320–326, 2015.
KALWANT, S.; PORTER, A. G. Purification and characterization of human brain prolyl
endopeptidase. Biochemistry Journal, v. 276, p. 237–244, 1991.
KAPEL, R.; CHABEAU, A.; LESAGE, J.; RIVIERE, G.; RAVALLEC-PLE, R.;
LECOUTURIER, D.; DHULSTER, P. Production, in continuous enzymatic membrane
reactor, of an anti-hypertensive hydrolysate from an industrial alfalfa white protein
concentrate exhibiting ACE inhibitory and opioid activities. Food Chemistry, v. 98, n. 1, p.
120–126, 2006.
KHANTAPHANT, S.; BENJAKUL, S.; KISHIMURA, H. Antioxidative and ACE inhibitory
activities of protein hydrolysates from the muscle of brownstripe red snapper prepared using
230
pyloric caeca and commercial proteases. Process Biochemistry, v. 46, n. 1, p. 318–327,
2011.
KILIÇ APAR, D.; ÖZBEK, B. Corn gluten hydrolysis by Alcalase: Calibration of pH-stat.
Food and Bioproducts Processing, v. 89, n. 4, p. 500–503, 2011.
KOBLITZ, M. G. Matérias-primas Alimentícias: Composiçãoe Controle de Qualidade.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
KORHONEN, H.; PIHLANTO, A. Bioactive peptides: Production and functionality.
International Dairy Journal, v. 16, p. 945–960, 2006.
KRISTINSSON, H. G.; HULTIN, H. Effect of low and high pH treatment on the functional
properties of cod muscle proteins. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.51, n.17,
p.5103-5110, 2003.
KRISTINSSON, H. G.; LIANG, Y. Effect of pH-shift processing and surimi processing on
Atlantic croaker (Micropogonias undulates) muscle proteins. Journal of Food Science, v. 71,
n. 3, p. 304–312, 2006.
KRISTINSSON, H. G.; RASCO, B. A. Fish protein hydrolysates: Production, biochemical
and functional properties. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v. 40, n. 1, p.
43–81, 2000.
KRISTINSSON, H. G.; RASCO, B. A. Kinetics of the hydrolysis of Atlantic salmon (Salmo
salar) muscle proteins by alkaline proteases and a visceral serine protease mixture. Process
Biochemistry, v. 36, n. 9, p.131-139, 2000
KRISTINSSON, H. G.; THEODORE, A. E.; DEMIR, N.; INGADOTTIR, B. A comparative
study between acid- and alkali-aided processing and surimi processing for the recovery of
proteins from channel catfish muscle. Journal of Food Science, v.70, n.4, p.298–306, 2005.
KROCHTA, J. M.; BALDWIN, E. A.; NISPEROS-CARRIEDO, M. O. Edible Coating and
Films to Improve Food Quality. Lancaster, EUA.: Technomic Pub Co., 1994.
KTARI, N.; NASRI, R.; MNAFGUI, K.; HAMDEN, K.; BELGUITH, O.; BOUDAOUARA,
T.; NASRI, M. Antioxidative and ACE inhibitory activities of protein hydrolysates from
zebra blenny (Salaria basilisca) in alloxan-induced diabetic rats. Process Biochemistry, v.
49, n. 5, p. 890–897, 2014.
KUMMAR, S. K.; GANESAN, K.; SELVARAJ, K.; RAO, S. Studies on the functional
properties of protein concentrate of Kappaphycus alvarezii (Doty) Doty – An edible seaweed.
Food Chemistry, v.153, p.353-360, 2014.
KUROZAWA, L. E.; PARK, K. J.; HUBINGER, M. D. Influência das condições de processo
na cinética de hidrólise enzimática de carne de frango. Ciência e Tecnologia de Alimentos,
v. 29, n. 3, p. 557–566, 2009.
LAFARGA, T.; HAYES, M. Bioactive peptides from meat muscle and by-products:
generation, functionality and application as functional ingredients. Meat Science, v. 98, n. 2,
231
p. 227–239, 2014.
LAEMMLI, U. K. Cleavage of structural proteins during the assembly of the head of
bacteriophage T4. Nature, v. 227, p. 680-685, 1970.
LAPARRA J. M. D.; VÉLEZ, R.; MONTORO, R.; BARBERÁ, R. F. Estimation of Arsenic
Bioaccessibility in Edible Seaweed by an in Vitro Digestion Method. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 51, n. 20, p. 6080–6085, 2003.
LEE, C. Biotecnologia de Alimentos. In: Ciência e Tecnologia de Alimentos. Manole,
p.536, 2015.
LEE, H. C.; HTOON, A. K.; UTHAYAKUMARAM, S.; PATERSON, J. L. Chemical and
functional quality of protein isolated from alkaline extraction of Australian lentil cultivars:
Matilda and Digger. Food Chemistry, v.102, n.4, p.1199–1207, 2007.
LEMPEK, T.S. Avaliação da reologia apresentada por um embutido de surimi elaborado
de castanha (Umbrina canosai). 2005. 110 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia e
Ciência de Alimentos) - Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2005.
LEMPEK, T. S.; MARTINS, V. G.; PRENTICE, C. Rheology of surimi-based products from
fatty fish underutilized by the industry. Journal of Aquatic Food Product Technology, v.24,
n.16, p.27-44, 2007.
LI-CHAN, E. C. Y.; HUNAG, S.; JAO, C-H.O; HSU, K. Peptides derived from Atlantic
salmon skin gelatin as dipeptidyl-peptidase IV inhibitors. Journal of Agricultural and Food
Chemistry, v. 60, p. 973–978, 2012.
LI, Y.; XIANG, Q.; ZHANG, Q.; HUANG, Y.; SU, Z. Overview on the recent study of
antimicrobial peptides: Origins, functions, relative mechanisms and application. Peptides, v.
37, n. 2, p. 207–215, 2012.
LIMPAN, N.; PRODPRAN, T.; BENJAKUL S.; PRASARPAN S. Properties of
biodegradable blend films based on fish myofibrillar protein and polyvinyl alcohol as
influenced by blend composition and pH level. Journal of Food Engineering, v.100, n.1,
p.85-92, 2010.
LIU, R.; ZHAO, S. M.; LIU, Y. M.; YANG, H.; XIONG, S.B.; XIE, B. J. Effect of pH on the
gel properties and secondary structure of fish myosin. Food Chemistry, v.121, n.1, p.196–
202, 2010.
LIU, Y.; LI, X.; CHEN, Z.; YU, J.; WANG, F.; WANG, J. Characterization of structural and
functional properties of fish protein hydrolysates from surimi processing by-products. Food
Chemistry, v. 151, p. 459–465, 2014.
LÓPEZ-DE-DICASTILLO, C.; GÓMEZ-ESTACA, J.; CATALÁ, R.; GAVARA, R.;
HERNÁNDEZ-MUÑOZ, P. Active antioxidant packaging films: development and effect on
lipid stability of brined sardines. Food Chemistry, v.131, n.4, p.1376-1384, 2012.
LÓPEZ DE LACEY, A. M. Diseño, desarrollo y aplicación de envases comestibles
232
potencialmente bioactivos. 2013. 400 f. Tese (Doutorado Ciência e Tecnologia de
Alimentos) – Universidad Complutense de Madrid, Madri, 2013.
LÓPEZ DE LACEY, A. M.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; MONTERO, P. Agar films
containing green tea extract and probiotic bacteria for extending fish shelf-life. LWT - Food
Science and Technology, v. 55, n. 2, p. 559–564, 2014.
LOWRY, O. H.; ROSEBROUGH, N. J.; FARR, A. L.; RANDALL, R. J. Protein
measurement with Folin phenol reagent. Journal of Biological Chemistry, v.193, p.256-
275, 1951.
LUNA-VITAL, D. A.; MOJICA, L.; DE MEJÍA, E. G.; MENDOZA, S.; LOARCA-PIÑA,
G.. Biological potential of protein hydrolysates and peptides from common bean (Phaseolus
vulgaris L.): A review. Food Research International, 2014.
MANI-LÓPEZ, E.; GARCÍA, H. S.; LÓPEZ-MALO, A. Organic acids as antimicrobials to
control Salmonella in meat and poultry products. Food Research International, v. 45, n. 2,
p. 713–721, 2012.
MARMON, S. K.; UNDELAND, I. Effect of alkaline pH-shift processing on in vitro
gastrointestinal digestion of herring (Clupea harengus) fillets. Food Chemistry, v.138, n.1,
p.214-219, 2013.
MARMON, S. Protein isolation from herring (Clupea harengus) using the pH-shift
process-Protein yield, protein isolate quality and removal of food contaminants. Tese
(Doutorado em Filosofia) - Chalmers University of Technology, Sweden, 2012.
MARTINS, V. G.; COSTA, J. A.V.; DAMODARAN, S.; PRENTICE, C. Chemical
modification and structural analysis of protein isolates to produce a hydrogel using
Whitemouth croaker (Micropogonias furnieri) wastes. Applied Biochemistry and
Biotechnology, v.165, n.1, p.279-289, 2011.
MARTINS, V. G.; COSTA, J.A.V.; PRENTICE, C. Hidrolisado protéico de pescado obtido
por vias química e enzimática a partir de corvina (Micropogonias furnieri). Química Nova, v.
32, n. 1, p. 61–66, 2009.
MARTINS, V. G.; PALEZI, S. C.; COSTA, J. A. V.; PRENTICE, C. Hydrolysis of insoluble
fish protein residue from whitemouth croaker (Micropogonias furnieri) by fungi. Brazilian
Archives of Biology and Technology, v. 57, n. 1, p. 96-102, 2014.
MASTROMATTEO, M.; CONTE, A.; DEL NOBILE, M. A. Advances in controlled release
devices for food packaging applications. Trends in Food Science and Technology, v. 21, p.
591–598, 2010.
MATAK, K. E.; TAHERGORABI, R.; JACZYNSKI, J. A review: Protein isolates recovered
by isoelectric solubilization/precipitation processing from muscle food by-products as a
component of nutraceutical foods. Food Research International, 2015.
MCHUGH, D. J. A. Guide to the seaweed industry FAO Fisheries Technical Paper 441. Food
and Agriculture Organization of the United Nations, Rome, 2003.
233
MCINTOSH, C.; DEMUTH, H. U.; POSPISILIK, A. J.; PEDERSON, R. Dipeptidyl
peptidase IV inhibitors: How do they work as new antidiabetic agents. Regulatory Peptides,
v. 128, p. 159–165, 2005.
MEDINA-VIVANCO, M.; SOBRAL, P. J. A.; SERENO, A. M.; HUBINGER, M. D.
Denaturation and the glass transition temperatures of myofibrillar proteins from osmotically
dehydrated tilapia: Effect of sodium chloride and sucrose. International Journal of Food
Properties, v.10, n.10, p.791-805, 2007.
MENG, G.-T.; MA, C.-Y. Thermal properties of Phaseolus angularis (Red bean) globulin.
Food Chemistry, v.23, n.4, p.453–460, 2001.
MIGUEL, M.; ALEIXANDRE, M. A.; RAMOS, M.; LÓPEZ-FANDIÑO, R. Effect of
simulated gastrointestinal digestion on the antihypertensive properties of ACE-inhibitory
peptides derived from ovalbumin. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 54, n. 3,
p. 726–731, 2006.
MILKOVA, V.; RADEVA, T. Influence of charge density and calcium salt on stiffness of
polysaccharides multilayer film. Colloids and Surfaces A: Physicochemical and
Engineering Aspects, v. 481, p. 13–19, 2015.
MOLINA, G.; PRAZERES, J. N.; BALLUS, C. A. Aplicação das Enzimas na Indústria de
Alimentos. In: PASTORE, G.M, BICAS, J.L., JUNIOR, M. R. (Ed.). Biotecnologia de
Alimentos. São Paulo: Atheneu, 2013. p. 511.
MOMENI, N.; NORDSTRÖM, B.; HORSTMANN, V.; AVARSEJI, H.; SIVBERG, B.
Alterations of prolyl endopeptidase activity in the plasma of children with autistic spectrum
disorders. BMC Psychiatry, v. 5, p. 1–6, 2005.
MOSQUERA, E. J. Nanoencapsulación de hidrolizados peptídicos con actividades
biológicas procedentes de subproductos de la pesca. 2014. 347 f. Tese (Doutorado e
Ciência Tecnologia de Alimentos e Nutrição) - Universidad Complutense de Madrid, Madri,
2014.
MOSQUERA, M.; GIMÉNEZ, B.; DA SILVA, I. M.; BOELTER, J. F.; MONTERO, P.;
GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; BRANDELLI, A. Nanoencapsulation of an active peptidic
fraction from sea bream scales collagen. Food Chemistry, v. 156, p. 144–150, 2014.
MÜLLER, M. I.; RADONIC, M.; LÓPEZ, A. V.; BAMBILL, G. A. Crecimiento y
rendimiento em carne del Lenguado Paralichthys orbignyanus (Valenciennes, 1839)
cultivado em Argentina.In: Comunicación Científica CIVA. Anais. Buenos Aires: 2006
NAJAFIAN, L.; BABJI, A. S. A review of fish-derived antioxidant and antimicrobial
peptides: Their production, assessment, and applications. Peptides, v. 33, n. 1, p. 178–185,
2012.
NAJAFIAN, L.; BABJI, A. S. Production of bioactive peptides using enzymatic hydrolysis
and identification antioxidative peptides from patin (Pangasius sutchi) sarcoplasmic protein
hydolysate. Journal of Functional Foods, v. 9, n. 1, p. 280–289, 2015.
234
NARAYANA, J. L.; CHEN, J.-Y. Antimicrobial peptides: Possible anti-infective agents.
Peptides, v.72, p. 88-94, 2015.
NASRI, R.; YOUNES, I.; JRIDI, M.; TRIGUI, M.; BOUGATEF, A.; NEDJAR-ARROUME,
N.; KARRA-CHÂABOUNI, M. ACE inhibitory and antioxidative activities of Goby
(Zosterissessor ophiocephalus) fish protein hydrolysates: Effect on meat lipid oxidation.
Food Research International, v. 54, n. 1, p. 552–561, 2013.
NC-IUBMB. Nomenclature Committee of the International Union of Biochemistry and
Molecular Biology, International Union of Biochemistry and Molecular Biology. Enzyme
Nomenclature. Disponível em: http://www.chem.qmul.ac.uk/iubmb/enzyme/EC3/. Acesso
em: 13 dez. 2015.
NEMET, N. T.; ŠOŠO, V. M.; LAZIĆ, V. L. Effect of glycerol content and pH value of film-
forming solution on the functional properties of protein-based edible films. Acta Periodica
Technologica, v. 41, p. 57–67, 2010.
NOLSØE, H.; UNDELAND, I. The acid and alkaline solubilization process for the isolation
of muscle proteins: State of the art. Food and Bioprocess Technology, v. 2, n. 1, p. 1–27,
2009.
NONGONIERMA, A. B.; FITZGERALD, R. J. Dipeptidyl peptidase IV inhibitory properties
of a whey protein hydrolysate: Influence of fractionation, stability to simulated
gastrointestinal digestion and food-drug interaction. International Dairy Journal, v. 32, n. 1,
p. 33–39, 2013.
NONGONIERMA, A. B.; LE MAUX, S.; DUBRULLE, C.; BARRE, C.; FITZGERALD, R.
J. Quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) protein hydrolysates with in vitro dipeptidyl
peptidase IV (DPP-IV) inhibitory and antioxidant properties. Journal of Cereal Science, v.
65, n. 2015, p. 112–118, 2015.
NUANMANO, S.; PRODPRAN, T.; BENJAKUL, S. Potential use of gelatin hydrolysate as
plasticizer in fish myofibrillar protein film. Food Hydrocolloids, v. 47, p. 61–68, 2015.
NÚÑEZ-FLORES, R.; GIMÉNEZ, B.; FERNÁNDEZ-MARTÍN, F.; LÓPEZ-CABALLERO,
M. E.; MONTERO, M. P.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C. Physical and functional
characterization of active fish gelatin films incorporated with lignin. Food Hydrocolloids, v.
30, n. 1, p. 163–172, 2013.
O’LOUGHLIN, I. B.; MURRAY, B. A.; BRODKORB, A.; FITZGERALD, R. J.; KELLY, P.
M. Production of whey protein isolate hydrolysate fractions with enriched ACE-inhibitory
activity. International Dairy Journal, v. 38, n. 2, p. 101–103, 2014.
OETTERER, M. Produtos Obtidos por Interferência na Fração Protéica do Pescado.
Piracicaba: ESALQ, 2001.
OJAGH, S. M.; NÚÑEZ-FLORES, R.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; MONTERO, M. P.;
GÓMEZ-GUILLÉN, M. C. Lessening of high-pressure-induced changes in Atlantic salmon
235
muscle by the combined use of a fish gelatin-lignin film. Food Chemistry, v. 125, n. 2, p.
595–606, 2011.
OJAGH, S. M.; REZAEI, M.; RAZAVI, S. H.; HOSSEINI, S. M. H. Development and
evaluation of a novel biodegradable film made from chitosan and cinnamon essential oil with
low affinity toward water. Food Chemistry, v. 122, n. 1, p. 161-166, 2010.
OKAMOTO, M. H. Efeito da temperatura sobre a determinação do sexo e o crescimento
de juvenis do linguado Paralichthys orbignyanus. 2011. Tese de Doutorado. Universidade
Federal do Rio Grande.
OLIVEIRA, LÉA MARIZA DE.; OLIVEIRA, P. A. P. L. V. Revisão : Principais Agentes
Antimicrobianos Utilizados em Embalagens Plásticas Review : Main Antimicrobial Agents
Used in Plastic Packaging. Brazilian Journal of Food Technology, v. 7, n. 2, p. 161–165,
2004.
ONDETTI, M. A.; CUSHMAN, D. W. Enzymes of the renin-angiotensin system and their
inhibitors. Annual Review of Biochemistry, v. 51, p. 283–308, 1982.
ORDÓÑEZ, J. A. Tecnologia de Alimentos: Alimentos de Origem Animal. 1. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2005.
OUJIFARD, A.; BENJAKUL, S.; PRODPRAN, T.; SEYFABADI, J. Properties of red
Tilapia (Oreochromis niloticus) protein based film as affected by cryoprotectants. Food
Hydrocolloids, v.32, n.2, p.245-251, 2013..
PANYAM, D.; KILARA, A. Enhancing the functionality of food proteins by enzymatic
modification. Trends in Food Science & Technology, v.7, p. 120–125, 1996.
PÉREZ-GAGO, M. B.; KROCHTA, J. M. Lipid particle size effect on water vapor
permeability and mechanical properties of whey protein/beeswax emulsion films. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v.49, n.2, p.996-1002, 2001.
PIHLANTO, L. Bioactive peptides derived from bovine whey proteins: Opioid and ace-
inhibitory. Trends Food Science and Technology, v. 11, p. 347–356, 2000.
PIOTROWICZ, I. B. Hidrolisados protéicos de anchoita (Engraulis anchoita): obtenção,
atividade antioxidante e aplicação em embutido emulsionado. 2012, 131 f. Dissertação
(Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal do Rio Grande, Rio
Grande, 2012.
PIRES, C.; RAMOS, C.; TEIXEIRA, B.; BATISTA, I.; NUNES, M. L.; MARQUES, A.
Hake proteins edible films incorporated with essential oils: physical, mechanical, antioxidant
and antibacterial properties. Food Hydrocolloids, v. 30, n. 1, p. 224-231, 2013.
PRANOTO, Y.; SALOKHE, V. M.; RAKSHIT, S. K. Physical and antibacte rial properties of
alginate-based edible film incorporated with garlic oil. Food research international, v. 38, n.
3, p. 267-272, 2005.
RAGHAVAN, S.; KRISTINSSON, H. G. ACE-inhibitory activity of tilapia protein
236
hydrolysates. Food Chemistry, v. 117, n. 4, p. 582–588, 2009.
RAGHAVAN, S.; KRISTINSSON, H. G.; LEEUWENBURGH, C. Radical scavenging and
reducing ability of tilapia (Oreochromis niloticus) protein hydrolysates. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, v. 56, p. 10359–10369, 2008.
RAJAPAKSE, N.; MENDIS, E.; BYUN, H.-G.; KIM, S.-K. Purification and in vitro
antioxidative effects of giant squid muscle peptides on free radical-mediated oxidative
systems. Journal of Nutritional Biochemistry, v. 16, p.562–569, 2005.
RAMALHO, C. V.; JORGE, N. Antioxidantes utilizados em óleos, gorduras e alimentos
gordurosos. Química Nova, v.29, p. 755 – 760.
RAWDKUEN, S.; SAI-UT, S.; KHAMSORN, S.; CHAIJAN, M.; BENJAKUL, S.
Biochemical and gelling properties of tilapia surimi and protein recovered using an acid-
alkaline process. Food Chemistry, v.112, n.1, p.112–119, 2009.
RAWLINGS, N. D.; BARRETT, A. J.; BATEMAN, A. MEROPS: the peptidase database.
Nucleic Acids Research, v. 38, p. D227–D233, 2010.
REGENSTEIN, J. M.; GORIMAR, T. S.; SHERBON, J. W. Measuring the water holding
capacity of natural actomyosin from chicken breast muscle in the presence of pyrophosphate
and divalent cations. Journal of Food Biochemistry, v.3, n.4, p.205-211, 1979.
RHIM, J. W.; HONG, S. I.; PARK, H. M.; NG, P. K. Preparation and characterization of
chitosan-based nanocomposite films with antimicrobial activity. Journal of Agricultural and
Food Chemistry, v.54, n.16, p.5814-5822, 2006.
RHIM, J. W.; HONG, S. I. Wetting properties of biopolyester films prepared by thermo-
compression method. Food Science and Biotechnology, v. 16, p. 234–237, 2007.
RHIM, J. W.; LEE, S. B.; HONG, S. I. Effect of clay contents on mechanical and water vapor
barrier properties of agar-based nanocomposite films. Carbohydrate Polymers, v. 86, n. 2, p.
691–699, 2011a.
RHIM, J. W.; LEE, S. B.; HONG, S. I. Preparation and characterization of agar/clay
nanocomposite films: The effect of clay type. Journal of Food Science, v. 76, n. 3, p. N40–
N48., 2011b.
RHIM, J. W.; WANG, L. F.; HONG, S. I. Preparation and characterization of agar/silver
nanoparticles composite films with antimicrobial activity. Food Hydrocolloids, v. 33, n. 2, p.
327–335, 2013.
RINAUDO, M. Main properties and current applications of some polysaccharides as
biomaterials. Polymer International, v. 57, p. 397–430, 2008.
ROCHA, M.; PRENTICE, C. Antimicrobial Films: Elaboration and Application. 1 ed.
Saarbrücken: Lambert Academic Publishing, 2014.
ROCHA, M. DA; LOIKO, M. R.; TONDO, E. C.; PRENTICE, C. Physical, mechanical and
237
antimicrobial properties of Argentine anchovy (Engraulis anchoita) protein films
incorporated with organic acids. Food Hydrocolloids, v. 37, p. 213–220, 2014.
ROCHA, M.; LOIKO, M. R.; GAUTÉRIO, G. V.; TONDO, E. C.; PRENTICE, C. Influence
of heating, protein and glycerol concentrations of film-forming solution on the film properties
of Argentine anchovy (Engraulis anchoita) protein isolate. Journal of Food Engineering,
v.116, n.3, p. 666–673. 2013.
ROFFMAN, D. S. High- versus low-dose ACE inhibitor therapy in chronic heart fail-ure. The
Annals of Pharmacotherapy, v. 5, p. 831–838, 2004.
ROSLAN, J.; YUNOS, K. F. M.; ABDULLAH, N.; KAMAL, S. M. M. Characterization of
Fish Protein Hydrolysate from Tilapia (Oreochromis Niloticus) by-Product. Agriculture and
Agricultural Science Procedia, v. 2, p. 312–319, 2014.
RUIZ-NAVAJAS, Y.; VIUDA-MARTOS, M.; SENDRA, E.; PEREZ-ALVAREZ, J. A.;
FERNÁNDEZ-LÓPEZ, J. In vitro antibacterial and antioxidant properties of chitosan edible
films incorporated with Thymus moroderi or Thymus piperella essential oils. Food Control,
v. 30, n. 2, p. 386–392, 2013.
SAIDI, S.; DERATANI, A.; BELLEVILLE, M. P.; AMAR, R. B. Antioxidant properties of
peptide fractions from tuna dark muscle protein by-product hydrolysate produced by
membrane fractionation process. Food Research International, v. 65, p. 329–336, 2014.
SALGADO, P. R.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; MAURI, A.
N.; MONTERO, M. P. Exploration of the antioxidant and antimicrobial capacity of two
sunflower protein concentrate films with naturally present phenolic compounds. Food
Hydrocolloids, v. 29, n. 2, p. 374–381, 2012.
SALGADO, P. R.; LÓPEZ-CABALLERO, M. E.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; MAURI, A.
N.; MONTERO, M. P. Sunflower protein films incorporated with clove essential oil have
potential application for the preservation of fish patties. Food Hydrocolloids, v. 33, n. 1, p.
74–84, 2013.
SAMPAIO, L. A.; BIANCHINI, A. Salinity effects on osmoregulation and growth of the
euryaline flouder Paralichthys orbignianus. Journal of Experimental Marine Biology and
Ecology, v. 269, n. 2, p. 187–196, 2002.
SÁNCHEZ-GONZÁLEZ, L.; VARGAS, M.; GONZÁLEZ-MARTÍNEZ, C.; CHIRALT, A.;
CHÁFER, M. Characterization of edible films based on hydroxypropylmethylcellulose and
tea tree essential oil. Food Hydrocolloids, v. 23, n. 8, p. 2102-2109, 2009.
SANTOS, L. F.; KOBLITZ, M. G. Proteases. In: KOBLITZ, M. G. . (Ed.). Bioquímica de
Alimentos: Teoria e Aplicações Práticas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 242.
SBH. Sociedade Brasileira de Hipertensão. Disponível em:
http://www.sbh.org.br/geral/noticias.asp?id=69.Acesso em: 13 dez. 2015.
SEABRA, L. M. J.; DAMASCENO, K. S. F. S. C.; ANDRADE, S. A. C.; DANTAS, M. M.
G.; SOARES, N. K. M.; PEDROSA, L. F. C. Effect of rosemary on the quality characteristics
238
of white shrimp (Litopenaeus vannamei). Journal of Food Quality, v. 34, n. 5, p. 363-369,
2011.
SEDAGHATI, M.; EZZATPANAH, H.; BOOJAR, M. M. A.; EBRAHIMI, M. T.;
KOBARFARD, F. Isolation and identification of some antibacterial peptides in the plasmin-
digest of β-casein. LWT-Food Science and Technology, v. 68, p. 217-225, 2016.
SEGURA-CAMPOS, M. R.; SALAZAR-VEGA, I. M.; CHEL-GUERRERO, L. A.;
BETANCUR-ANCONA, D. A. Biological potential of chia (Salvia hispanica L.) protein
hydrolysates and their incorporation into functional foods. LWT - Food Science and
Technology, v. 50, n. 2, p. 723–731, 2013.
SHANKAR, S.; RHIM, J.-W. Amino acid mediated synthesis of silver nanoparticles and
preparation of antimicrobial agar/silver nanoparticles composite films. Carbohydrate
Polymers, v. 130, p. 353–363, 2015.
SIGMA. Universal Protease Activity Assay : Casein as a Substrate. v. i, p. 12–14, 2013.
SIKKEMA, J.; DE BONT, J. A.; POOLMAN, B. Interactions of cyclic hydrocarbons with
biological membranes. Journal of Biological Chemistry, v. 269, n. 11, p. 8022-8028, 1994.
SILA, A.; HEDHILI, K.; PRZYBYLSKI, R.; ELLOUZ-CHAABOUNI, S.; DHULSTER, P.;
BOUGATEF, A.; NEDJAR-ARROUME, N. Antibacterial activity of new peptides from
barbel protein hydrolysates and mode of action via a membrane damage mechanism against
Listeria monocytogenes. Journal of Functional Foods, v. 11, p. 322–329, 2014a.
SILA, A.; MARTINEZ-ALVAREZ, O.; HADDAR, A.; GÓMEZ-GUILLÉN, M. C.; NASRI,
M.; MONTERO, M. P.; BOUGATEF, A. Recovery, viscoelastic and functional properties of
Barbel skin gelatine: Investigation of anti-DPP-IV and anti-prolyl endopeptidase activities of
generated gelatine polypeptides. Food Chemistry, v. 168, p. 478–486, 2015.
SILA, A.; NEDJAR-ARROUME, N.; HEDHILI, K.; CHATAIGNÉ, G.; BALTI, R.; NASRI,
M., BOUGATEF, A. Antibacterial peptides from barbel muscle protein hydrolysates: Activity
against some pathogenic bacteria. LWT - Food Science and Technology, v. 55, n. 1, p. 183–
188, 2014b.
SILVA, C. M.; DA FONSECA, R. A. S.; PRENTICE, C. Comparing the hydrolysis degree of
industrialization byproducts of Withemouth croaker (Micropogonias furnieri) using microbial
enzymes. International Food Research Journal, v. 21, n. 5, p. 1757-1761, 2014.
SINGH, B. P.; VIJ, S.; HATI, S. Functional significance of bioactive peptides derived from
soybean. Peptides, v. 54, p. 171–179, 2014.
SIQUEIRA, E. J.; SALON, M.-C. B.; MAURET, E. The effects of sodium chloride (NaCl)
and residues of cellulosic fibres derived from sodium carboxymethylcellulose (NaCMC)
synthesis on thermal and mechanical properties of CMC films. Industrial Crops and
Products, v. 72, p. 87–96, 2015.
SNYDER, S.L.; SOBOCINSKY, P. An improved Trinitrobenzenesulfonic acid method for
the determination of amines. Analytical Biochemistry, v. 64, p. 284–288, 1975.
239
SOBRAL, P. J. A. Influência da espessura de biofilmes feitos à base de proteínas
miofibrilares sobre suas propriedades funcionais. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 35,
n. 6, p. 1251-1259, 2000.
SOBRAL, P. J. A.; MENEGALLI, F. C.; HUBINGER, M. D.; ROQUES, M. A. Mechanical,
water vapour barrier and thermal properties of gelatin based edible films. Food
Hydrocolloids, v.15,p.423–432, 2001.
SORENSEN, R.; KILDAL, E.; STEPANIAK, L.; PRIPP, A. H.; SORHAUG, T. Screening
for peptides from fish and cheese inhibitory to prolyl endopeptidase. Nahrung / Food, v. 48,
p. 53–56, 2004.
SOUSA, A. M. M.; GONÇALVES, M. P. Strategies to improve the mechanical strength and
water resistance of agar films for food packaging applications. Carbohydrate Polymers, v.
132, p. 196–204, 2015.
SUPPAKUL, P.; SONNEVELD, K.; BIGGER, S. W.; MILTZ, J. Diffusion of linalool and
methylchavicol from polyethylene-based antimicrobial packaging films. LWT - Food
Science and Technology, v. 44, n. 9, p. 1888–1893, 2011a.
SUPPAKUL, P.; SONNEVELD, K.; BIGGER, S. W.; MILTZ, J. Loss of AM additives from
antimicrobial films during storage. Journal of Food Engineering, v. 105, n. 2, p. 270–276,
2011b.
TADPITCHAYANGKOON, P.; PARK, J. W.; YONGSAWATDIGUL, J. Conformational
changes and dynamic rheological properties of fish sarcoplasmic proteins treated at various
pHs. Food Chemistry, v.121, n.4, p.1046 – 1052, 2010.
TADPITCHAYANGKOON, P.; YONGSAWATDIGUL, J. Comparative Study of Washing
Treatments and Alkali Extraction on Gelation Characteristics of Striped Catfish (Pangasius
hypophthalmus) Muscle Protein. Journal of Food Science, v.74, n.3, p.284-91, 2009.
TAHERGORABI, R.; BEAMER, S. K.; MATAK, K. E.; JACZYNSKI, J. Functional food
products made from fish protein isolate recovered with isoelectric solubilization/precipitation.
LWT - Food Science and Technology, v.48, n.1, p. 89-95, 2012a.
TAHERGORABI, R.; MATAK, K., E.; JACZYNSKI, J. Fish protein isolate: Development of
functional foods with nutraceutical ingredients. Journal of Functional Foods, v.18(A), p.
746-756, 2015.
TAHERGORABI, R.; SIVANANDAN, L.; JACZYNSKI, J. Dynamic rheology and
endothermic transitions of proteins recovered from chicken-meat processing by-products
using isoelectric solubilization/precipitation and addition of TiO2. LWT - Food Science and
Technology, v.46, n.1, p.148–155, 2012b.
TANG, W.; ZHANG, H.; WANG, L.; QIAN, H.; QI, X. Targeted separation of antibacterial
peptide from protein hydrolysate of anchovy cooking wastewater by equilibrium dialysis.
Food Chemistry, v. 168, p. 115–123, 2015.
240
TASKAYA, L.; CHEN, Y-C.; JACZYNSKI, J. Functional properties of proteins recovered
from silver carp (Hypophthalmichthys molitrix) by isoelectric solubilization/precipitation.
LWT - Food Science and Technology, v.42, n.6, p.1082-1089, 2009.
TEIXEIRA S. J. V. Hidrólise Enzimática das Proteínas da Dreche. 2011. 96 f. Dissrtação
(Mestrado em Controle de Qualidade na Especialidade de Água e Alimentos) - Universidade
do Porto, Porto, 2011.
TEIXEIRA, B.; MARQUES, A.; PIRES, C.; RAMOS, C.; BATISTA, I.; SARAIVA, J. A.;
NUNES, M. L. Characterization of fish protein films incorporated with essential oils of clove,
garlic and origanum: Physical, antioxidant and antibacterial properties. LWT - Food Science
and Technology, v. 59, n. 1, p. 533–539, 2014.
TEZUKA, Y.; FAN, W.; KASIMU, R.; KADOTA, S. H. Screening of crude drug extracts for
prolyl endopeptidase inhibitory activity. Phytomedicine, v. 6, p. 197–203, 1999.
THE, D. P.; DEBEAUFORT, F.; VOILLEY, A.; LUU, D. Biopolymer interactions affect the
functional properties of edible films based on agar, cassava starch and arabinoxylan blends.
Journal of Food Engineering, v. 90, p. 548–558, 2009.
THIANSILAKUL, Y.; BENJAKUL, S.; SHAHIDI, F. Compositions, functional properties
and antioxidative activity of protein hydrolysates prepared from round scad (Decapterus
maruadsi). Food Chemistry, v. 103, n. 4, p. 1385–1394, 2007.
TIBOLLA, H.; PELISSARI, F. M.; MENEGALLI, F. C. Cellulose nanofibers produced from
banana peel by chemical and enzymatic treatment. LWT-Food Science and Technology, v.
59, p. 1311–1318, 2014.
TIRELLI, A.; DE NONI, I.; RESMINI, P. Bioactive peptides in milk products. Itaian
Journal of Food Science, v. 2, p. 91–98, 1997.
TOKUR, B.; OZKUTUK, S.; ATICI, E.; OZYURT, G.; OZYURTE, C. E. Chemical and
sensory quality changes of fish fingers, made from mirror carp (Cyprinus carpio L., 1758),
during frozen storage (18 °C). Food Chemistry, v.99, n.2, p.335–341, 2006.
TONGNUANCHAN, P.; BENJAKUL, S.; PRODPRAN, T. Roles of lipid oxidation and pH
on properties and yellow discolouration during storage of film from red tilapia (Oreochromis
niloticus) muscle protein. Food Hydrocolloids, v. 25, p. 426–433, 2011.
UMAYAPARVATHI, S.; MEENAKSHI, S.; VIMALRAJ, V.; ARUMUGAM, M.;
SIVAGAMI, G.; BALASUBRAMANIAN, T. Antioxidant activity and anticancer effect of
bioactive peptide from enzymatic hydrolysate of oyster (Saccostrea cucullata). Biomedicine
and Preventive Nutrition, v. 4, n. 3, p. 343–353, 2014.
VALENCIA, P.; PINTO, M.; ALMONACID, S. Identification of the key mechanisms
involved in the hydrolysis of fish protein by Alcalase. Process Biochemistry, v. 49, n. 2, p.
258–264, 2014.
VAVRUSOVA, M.; PINDSTRUP, H.; JOHANSEN, L. B.; ANDERSEN, M. L.;
ANDERSEN, H. J.; SKIBSTED, L. H. Characterisation of a whey protein hydrolysate as
241
antioxidant. International Dairy Journal, v. 47, p. 86–93, 2015.
VERMEIREN, L.; DEVLIEGHERE, F.; DEBEVERE, J. Effectiveness of some recent
antimicrobial packaging concepts. Food Additives and Contaminants, v. 19, p. 163–171,
2002.
VIDAWATIA, S.; SITTERBERGC, J.; ROTHEB, U.; BAKOWSKYC, U. Stability of
monomolecular films of archaebacterial tetraether lipids on silicon wafers: A comparison of
physisorbed and chemisorbed monolayers. Colloids and Surfaces B: Biointerfaces, v.87, p.
209–216, 2011.
VIEIRA, M. G. A.; DA SILVA, M. A.; DOS SANTOS, L. O.; BEPPU, M. M. Natural-based
plasticizers and biopolymer films: A review. European Polymer Journal, v. 47, n. 3, p. 254–
263, 2011.
VYSSOULIS G. P.; KARPANOU, E. A.; PAPAVASSILIOU, M. V.; BELEGRINOS, D. A.
G.; AE, T. P. Side effects of antihypertensive treatment with ACE inhibitors. American
Journal of Hypertension, v. 14, p.114A-115A, 2001.
WANG, H.; WEI, D.; ZHENG, A.; XIAO, H. Soil burial biodegradation of antimicrobial
biodegradable PBAT films. Polymer Degradation and Stability, v. 116, p. 14–22, 2015
WANG, X. J.; ZHENG, X. Q.; KOPPARAPU, N. K.; CONG, W. S.; DENG, Y. P.; SUN, X.
J.; LIU, X. L. Purification and evaluation of a novel antioxidant peptide from corn protein
hydrolysate. Process Biochemistry, v. 49, n. 9, p. 1562–1569, 2014.
WIHODO, M.; MORARU, C. I. Physical and chemical methods used to enhance the structure
and mechanical properties of protein films: A review. Journal of Food Engineering, v. 114,
n. 3, p. 292–302, 2013.
WILSON, J.; HAYES, M.; CARNEY, B. Angiotensin-I-converting enzyme and prolyl
endopeptidase inhibitory peptides from natural sources with a focus on marine processing by-
products. Food Chemistry, v. 129, n. 2, p. 235–244, 2011.
WIRIYAPHAN, C.; XIAO, H.; DECKER, E. A.; YONGSAWATDIGUL, J. Chemical and
cellular antioxidative properties of threadfin bream (Nemipterus spp.) surimi byproduct
hydrolysates fractionated by ultrafiltration. Food Chemistry, v. 167, p. 7–15, 2015.
WITHEROW, F. N.; HELMY, A.; WEBB, D. J.; FOX, K. A. A.; NEWBY, D. E. Bradykinin
contributes to the vasodilator effects of chronic angiotensin converting enzyme inhibition in
patients with heart failure. Circulation, v. 104, p. 2177–2181, 2001.
WU, J.; ALUKO, R. E.; NAKAI, S. Structural requirements of angiotensin I-converting
enzyme inhibitory peptides: Quantitative structure–activity relationship study of Di- and
tripeptides. Journal of Agricultural and Food ChemistryChemistry, v. 54, p. 732–738,
2006.
WU, S.; FENG, X.; LAN, X.; XU, Y.; LIAO, D. Purification and identification of
Angiotensin-I Converting Enzyme (ACE) inhibitory peptide from lizard fish (Saurida
elongata) hydrolysate. Journal of Functional Foods, v. 13, p. 295–299, 2015.
242
WU, J.; GE, S.; LIU, H.; WANG, S.; CHEN, S.; WANG, J.; ZHANG, Q. Properties and
antimicrobial activity of silver carp (Hypophthalmichthys molitrix) skin gelatin-chitosan films
incorporated with oregano essential oil for fish preservation. Food Packaging and Shelf Life,
v. 2, n. 1, p. 7–16, 2014.
YARNPAKDEE, S.; BENJAKUL, S.; PENJAMRAS, P.; KRISTINSSON, H. G. Chemical
compositions and muddy flavour/odour of protein hydrolysate from Nile tilapia and
broadhead catfish mince and protein isolate. Food Chemistry, v.142, n.1, p.210–216, 2014.
YAZBECK, R.; HOWARTH, G. S.; ABBOTT, C. A. Dipeptidyl peptidase inhibitors, an
emerging drug class for inflammatory disease? Trends in pharmacological sciences, v. 30,
p. 600–607, 2009.
YONGSWATDIGUL, J.; PARK, J. W.; Effects of alkali and acid solubilization on gelation
characteristics of rockfish muscle proteins. Journal of Food Science, v.69, n.7, p.499–505,
2004.
YOSHIMOTO, T.; WALTER, R.; TSURU, D. Proline-specific endopeptidase from
Flavobacterium. Purification and properties. Journal of Biological Chemistry, v. 255, n. 10,
p. 4786–4792, 1980.
YU, X.; LLAVE, Y.; FUKUOKA, M.; SAKAI, N. Estimation of color changes in fish surface
at the beginning of grilling based on the degree of protein denaturation. Journal of Food
Engineering, v.129, p.12-20, 2014.
YUST, M. D. M.; PEDROCHE, J.; DEL CARMEN MILLÁN-LINARES, M.; ALCAIDE-
HIDALGO, J. M.; MILLÁN, F. Improvement of functional properties of chickpea proteins by
hydrolysis with immobilised Alcalase. Food Chemistry, v. 122, n. 4, p. 1212–1217, 2010.
ZAVAREZE, E. D. R.; HALAL, S. L. M. E.; MARQUES E SILVA, R.; DIAS, A. R. G.;
PRENTICE‐HERNÁNDEZ, C. Mechanical, Barrier and Morphological Properties of
Biodegradable Films Based on Muscle and Waste Proteins from the Whitemouth Croaker
(Micropogonias furnieri). Journal of Food Processing and Preservation, v. 38, n. 4, p.
1973–1981, 2014.
ZHAO, Q.; SELOMULYA, C.; XIONG, H.; CHEN, X. D.; RUAN, X.; WANG, S.
Comparison of functional and structural properties of native and industrial process-modified
proteins from long-grain indica rice. Journal of Cereal Science, v.56, n.3, p.568-575, 2012.
ZHUANG, Y.; STERR, J.; KULOZIK, U.; GEBHARDT, R. Application of confocal Raman
microscopy to investigate casein micro-particles in blend casein/pectin films. International
Journal of Biological Macromolecules, v. 74, p. 44–48, 2015.
ZINOVIADOU, K. G.; KOUTSOUMANIS, K. P.; BILIADERIS, C. G. Physico-chemical
properties of whey protein isolate films containing oregano oil and their antimicrobial action
against spoilage flora of fresh beef. Meat Science, v.82, n.3, p.338-345, 2009.
ZIVANOVIC, S.; CHI, S.; DRAUGHON, A. F. Antimicrobial activity of chitosan films
enriched with essential oils. Journal of Food Science, v. 70, n. 1, p. M45–M51, 2005.
243
APÊNDICE I
Figura 1 - Cinética de hidrólise do isolado proteico e proteína miofibrilar de castanha pelas
enzimas Alcalase (a) e Protamex (b)
(a)
(b)
244
APÊNDICE II
Figura 2 - Teste preliminar da atividade antimicrobiana dos diferentes hidrolisados, na
concentração de 5 mg/mL frente a diferentes micro-organismos
a) Aeromonas hydrophila (AH), b) Brochothrix thermosphacta (BT), c) Debaryomyces hanseii (DH), d) Listeria
innocua (LI), e) Listeria monocytogenes (LM), f) Staphylococcus aureus (SA) e g)Yersinia enterecolitica (YE).
1:Hidrolisado de IPC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HIPA1); 2: Hidrolisado de IPC com GH de 20%
utilizando a Alcalase (HIPA2); 3: Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Alcalase (HPMA1); 4:
Hidrolisado de PMC com GH de 20% utilizando a Alcalase (HPMA2); 5: Hidrolisado de IPC com GH de 10%
utilizando a Protamex (HIPP1); 6: Hidrolisado de IPC com GH de 20% utilizando a Protamex (HIPP2); 7:
Hidrolisado de PMC com GH de 10% utilizando a Protamex (HPMP1); 8: Hidrolisado de PMC com GH de
20% utilizando a Protamex (HPMP2).
245
y = 29,68x + 51,637 R² = 0,9373
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
-1 -0,5 0 0,5 1 1,5 2
Inib
içã
o (
%)
ln
APÊNDICE III
Tabela 1- Fluorescência monitorada a 355 nm/460 nm em intervalos de 2 min durante 30 min
da inibição da prolil endopeptidase
Controle: o tampão de fosfato (0,1 M; pH 7,0; EDTA 1 mM) foi utilizado no lugar da amostra; Branco: ácido
clorídrico (40 mM).
Tabela 2- Fluorescência monitorada a 355 nm/460 nm do tratamento 3, em intervalos de 2
min durante 30 min da inibição da prolil endopeptidase
Concentração inicial: 10 µg/µL; Volume final do poço: 300 µL; Inibição (%) = [100- (Fluorescência da amostra
corrigida*100/Fluorescência média corrigida do controle)]; ln: ln (concentração de amostra final no poço).
Figura 1- Gráfico da inibição (%) versus o ln do tratamento 3
Equação para cálculo do CI50 (µg/µL ou mg/mL) CI 50 exp (50-b)/a
Onde: a: 29,68; b: 51,637
Tratamento Fluorescência Fluorescência média do
controle corrigida
Branco -357 -
Controle 24861 25219
Quantidade de
amostra adicionada
(µg/µL)
Concentração de
amostra final no
poço (µg/µL)
Fluorescência da
amostra
corrigida
Inibição (%) ln
15 0,50 19294 23,50 -0,69
25 0,83 12247 51,40 -0,18
50 1,66 6428 74,50 0,51
90 3,00 3705 85,30 1,09
130 4,33 2839 88,74 1,46
246
APÊNDICE IV
Tabela 1- Análise estatística da contagem das bactérias ácido láticas
Letras minúsculas iguais na mesma linha, indicam que não há diferença significativa (p > 0,05) ao longo do
tempo do armazenamento para o mesmo tratamento; Letras maiúsculas iguais na mesma coluna, indicam que
não há diferença significativa (p > 0,05) para os diferentes tratamentos no mesmo tempo de armazenamento.
Tabela 2 - Análise estatística da contagem das enterobactérias
Letras minúsculas iguais na mesma linha, indicam que não há diferença significativa (p > 0,05) ao longo do
tempo do armazenamento para o mesmo tratamento; Letras maiúsculas iguais na mesma coluna, indicam que
não há diferença significativa (p > 0,05) para os diferentes tratamentos no mesmo tempo de armazenamento.
Tabela 3 - Análise estatística da contagem das Pseudomonas spp.
Letras minúsculas iguais na mesma linha, indicam que não há diferença significativa (p > 0,05) ao longo do
tempo do armazenamento para o mesmo tratamento; Letras maiúsculas iguais na mesma coluna, indicam que
não há diferença significativa (p > 0,05) para os diferentes tratamentos no mesmo tempo de armazenamento.
Tratamento
Tempo de armazenamento (dias)
0 3 5 7 10 15
Controle dA cA cA cA bA aA
Hidrolisado dA cA cB cB bB aB
OEC dA cA cB cB bC aC
Tratamento
Tempo de armazenamento (dias)
0 3 5 7 10 15
Controle fA eA dA cA bA aC
Hidrolisado fA eAB dA cC bB aA
OEC fA eB dB cB bC aB
Tratamento
Tempo de armazenamento (dias)
0 3 5 7 10 15
Controle eA dB dA cB bA aC
Hidrolisado eA dA dB cA bB aB
OEC eA dC dC cC bC aA
247
Tabela 4 - Análise estatística da contagem de micro-organismos produtores de H2S
Letras minúsculas iguais na mesma linha, indicam que não há diferença significativa (p > 0,05) ao longo do
tempo do armazenamento para o mesmo tratamento; Letras maiúsculas iguais na mesma coluna, indicam que
não há diferença significativa (p > 0,05) para os diferentes tratamentos no mesmo tempo de armazenamento.
Tabela 5 - Análise estatística da contagem mesófilos aeróbios totais
Letras minúsculas iguais na mesma linha, indicam que não há diferença significativa (p > 0,05) ao longo do
tempo do armazenamento para o mesmo tratamento; Letras maiúsculas iguais na mesma coluna, indicam que
não há diferença significativa (p > 0,05) para os diferentes tratamentos no mesmo tempo de armazenamento.
Tabela 6 - Análise estatística da determinação das bases voláteis totais (N-BVT)
Letras minúscula iguais na mesma linha, indicam que não há diferença significativa (p > 0,05) ao longo do
tempo do armazenamento para o mesmo tratamento; Letras maiúscula iguais na mesma coluna, indicam que não
há diferença significativa (p > 0,05) para os diferentes tratamentos no mesmo tempo de armazenamento.
Tratamento
Tempo de armazenamento (dias)
0 3 5 7 10 15
Controle fA eB dA cA bA aA
Hidrolisado fA eA dB cA bA aA
OEC fA eC dB cB bB aA
Tratamento
Tempo de armazenamento (dias)
0 3 5 7 10 15
Controle eA dB dA cB bA aC
Hidrolisado eA dA dB cA bB aB
OEC eA dC dC cC bC aA
Tratamento
Tempo de armazenamento (dias)
0 3 5 7 10 15
Controle fA eAB dAB cA bA aA
Hidrolisado eA dA cA bA aB aB
OEC eA dB cB bB aB aC
248
Tabela 7 - Análise estatística da determinação de pH
Letras iguais na mesma linha indicam que não há diferença significativa (p > 0,05) ao longo do tempo do
armazenamento para o mesmo tratamento; Letras iguais na mesma coluna indicam que não há diferença
significativa (p > 0,05) para os diferentes tratamentos no mesmo tempo de armazenamento.
Tabela 8 – Análise estatística da determinação de perda de massa
Tratamento
Tempo de armazenamento (dias)
0 3 5 7 10 15
Controle Af Ae Bd Bc bBC Ba
Hidrolisado Af Ae Ad Ac Bb Aa
OEC Af Ae Ad Ac Ab Aa
Letras iguais na mesma linha indicam que não há diferença significativa (p > 0,05) ao longo do tempo do
armazenamento para o mesmo tratamento; Letras iguais na mesma coluna indicam que não há diferença
significativa (p > 0,05) para os diferentes tratamentos no mesmo tempo de armazenamento.
Tratamento
Tempo de armazenamento (dias)
0 3 5 7 10 15
Controle dA eB cB bA aA aA
Hidrolisado dA dA cA cB bB aB
OEC dA dB cC bcC abC aC
249
ANEXO I
Universal Protease Activity Assay: Casein as a Substrate
A. Preparation of Reagents
Before beginning the assay, we need to make sure that the following reagents are
correctly prepared: A 50 mM Potassium Phosphate Buffer, pH 7.5. Prepare using 11.4 mg/ml
of potassium phospate dibasic, trihydrate in purified water and adjusting pH with 1M HCl.
This solution is placed at 37°C prior to use. A 0.65% weight/volume casein solution, prepared
by mixing 6.5 mg/ml of the 50 mM potassium phosphate buffer. The solution temperature is
gradually increased with gentle stirring to 80-85 °C for about 10 minutes until a homogenous
dispersion is achieved. It is very important not to boil the solution. The pH is then adjusted if
necessary with NaOH and HCl. A 110 mM Trichloroacetic acid solution, prepared by diluting
a 6.1N stock 1:55 with purified water. Trichloroacetic acid is a strong acid and should be
handled with care. The 0.5 M Folin & Ciolcaltea’s, or Folin’s Phenol Reagent, which is the
solution that will react with tyrosine to generate a measurable color change that will be
directly related to the activity of proteases. Folin’s Phenol Reagent is an acid and should be
handled with care.
The 500 mM Sodium Carbonate solution, prepared using 53 mg/ml of anyhydrous
sodium carbonate in purified water. An enzyme diluent solution, which consists of 10 mM
Sodium Acetate Buffer with 5mM Calcium, pH 7.5, at 37°C. This solution is what we use to
dissolve solid protease samples or dilute enzyme solutions. The 1.1 mM L-tyrosine Standard
stock solution. Prepared using 0.2 mg/ml L-tyrosine in purified water and heated gently until
the tyrosine dissolves. As with the casein, do not boil this solution. Allow the L-tyrosine
standard to cool to room temperature. This solution will be diluted further to make our
standard curve.
If necessary, a solid protease sample of predetermined activity, which is dissolved
using enzyme diluent to 0.1-0.2 units/ml. This solution serves as a positive control for the
quality control assay and as validation for the calculations we will perform to determine
enzyme activity.
250
B. Setting up the Protease Assay and Standard Curves
To begin this assay, find suitable vials that will hold about 15 mls. For each enzyme
that you will test, you will need 4 vials. One vial will be used as a blank, and three others will
be used to assay activity of three dilutions of the protease. Three dilutions are useful when
checking our final calculations against each other. To each set of four vials add 5mls of our
0.65% casein solution, and let them equilibrate in a water bath at 37°C for about 5 minutes.
Then, add varying volumes of enzyme solution you want to test to three of the test sample
vials, but not the blank. Mix them by swirling and incubate for 37°C for exactly ten minutes.
The protease activity and consequential liberation of tyrosine during this incubation time is
what will be measured and compared between our test samples.
After this 10 minute incubation, add the 5 mls of the TCA reagent to each tube to stop
the reaction. Then an appropriate volume of enzyme solution is added to each tube, even the
blank, so that the final volume of enzyme solution in each tube is 1 ml. This is done to
account for the absorbance value of the enzyme itself and ensure that the final volume in each
tube is equal. Now incubate the solutions at 37°C for 30 minutes. During this 30 minute
incubation, you may want to set up your tyrosine standard dilutions, which is done using 6
dram vials (dram vials can be substituted with polypropylene tubes) that can easily hold 8
mls. To the six vials the 1.1 mM tyrosine standard stock solutions is added with the following
volumes in mls: 0.05, 0.10, 0.20, 0.40, 0.50. Don't add any tyrosine standard to the blank.
Lower standards may be needed for impure test samples with that will yield little color
change. Once the tyrosine standard solution has been added, add an appropriate volume of
purified water to each of the standards to bring the volume to 2 mls.
After the 30 minute incubation, filter each of the test solutions and the blank using a
0.45 um polyethersulfone syringe filter. Filtration is required to remove any insolubles from
the samples. The filtration 2 mls of the test samples and blank filtrate is then added to 4 dram
vials that can hold at least 8 mls. You can use the same type of vial in which the standards
were prepared. To all of the vials containing the standards and standard blank, 5mls of sodium
carbonate is added, and for best results, 1 ml of Folin’s reagent is added immediately
afterwards. Sodium carbonate is added to regulate any pH drop created by the addition of the
Folin’s reagent. Sodium carbonate is then added to our test samples and test blank. You’ll
notice that these solutions become cloudy after the addition of sodium carbonate. Then, the
Folin’s reagent is added, which will react primarily with free tyrosine. The dram vials are then
mixed by swirling and incubated at 37 ºC for 30 minutes.
251
After this incubation, you should notice that the standards have a gradation of color
correlating with the amount of tyrosine added; the highest concentrations of tyrosine
appearing darkest. You can also notice appreciable color change in our test samples. 2mls of
these solutions are filtered using a 0.45 um polyethersulfone syringe filter into suitable
cuvettes. Now we performed the assay, we can proceed to the spectrophotometer to record our
absorbance values.
C. Measuring Absorbance and Calculating Enzyme Activity
The absorbance of our samples is measured by a spectrophotometer using a
wavelength of 660nm. The light path is set to 1cm. Record the absorbance values for the
standards, standard blank, the different test samples, and test blank. Once all of the data has
been collected, we are ready to create our standard curve. In order to generate the curve,
difference in absorbance between the standard and standard blank must be calculated. This is
the absorbance value attributable to the amount of tyrosine in the standard solutions. After
this simple calculation, we create our standard curve using a graphing program by plotting the
change in absorbance of our standards on the Y axis, versus the amount in micromoles for
each of our 5 standards on the X axis.
Once we have entered in our data points, generate a line of best fit and corresponding
slope equation.We then find the change in absorbance in our test samples by calculating the
difference between our test sample absorbance and the absorbance of our test blank. Inserting
the absorbance value for one of the test samples into the slope equation and solving will result
in the micromoles of tyrosine liberated during this particular proteolytic reaction.
Take the number of micromoles tyrosine equivalents released obtained from the slope
equation and multiply it by the total volume of the assay in mls, which in our case is 11mls.
Then, divide this value by three other quantities: the time of the assay, which we ran for 10
minutes, the volume of enzyme used in the assay, which was varied, - let's use 1ml - the
volume of milliliters used in colorimetric detection, which may differ based on your cuvette.
We used 2 mls. Micromoles of tyrosine divided by time in minutes gives us our measurement
of protease activity that we call units. We can cancel out the units for volume measurement in
the numerator and denominator, and are hence left with a measurment of enzyme activity in
terms of units/ml. In order to determine the activity in a solid protease sample diluted in
enzyme diluent we divide our activity in units/ml by the concentration of solid used in this
assay originally in mg/ml. Leaving us with activity in terms of units/mg.