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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO PROFISSIONAL GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS DE SAÚDE ANÁLISE MULTIMODAL DE FALHAS E EFEITOS PARA A SEGURANÇA NA PREPARAÇÃO E DISPENSAÇÃO DE QUIMIOTERÁPICOS PRISCILA CUMBA DE ABREU COSTA NATAL/RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

MESTRADO PROFISSIONAL GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS DE

SAÚDE

ANÁLISE MULTIMODAL DE FALHAS E EFEITOS PARA A SEGURANÇA NA

PREPARAÇÃO E DISPENSAÇÃO DE QUIMIOTERÁPICOS

PRISCILA CUMBA DE ABREU COSTA

NATAL/RN

2016

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II

Catalogação da Publicação na Fonte

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Sistema de Bibliotecas Biblioteca Central Zila Mamede / Setor de

Informação e Referência

Costa, Priscila Cumba de Abreu.

Análise multimodal de falhas e efeitos para a segurança na preparação e dispensação de quimioterápicos /

Priscila Cumba de Abreu Costa. - 2016.

39 f. : il.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde,

Mestrado Profissional Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Natal, RN, 2016.

1. Segurança do paciente - Dissertação 2. Análise modal – Dissertação. 3. Falhas e efeitos - Dissertação. 4.

Erros de medicação - Dissertação. 5. Quimioterapia - Dissertação. I. Nunes, Vilani Medeiros de Araújo. II.

Título.

RN/UF/BCZM CDU 614.253.83

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III

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

MESTRADO PROFISSIONAL GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS DE

SAÚDE

ANÁLISE MULTIMODAL DE FALHAS E EFEITOS PARA A SEGURANÇA NA

PREPARAÇÃO E DISPENSAÇÃO DE QUIMIOTERÁPICOS

Trabalho de Conclusão de Mestrado apresentado ao

Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional

Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde, do Centro

de Ciências da Saúde, da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, como requisito para obtenção do título

de Mestre em Gestão da Qualidade em Serviços de

Saúde.

Priscila Cumba de Abreu Costa

Orientador: Prof. Dra. Vilani Medeiros de Araújo Nunes

NATAL/RN

2016

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IV

ANÁLISE MULTIMODAL DE FALHAS E EFEITOS PARA A SEGURANÇA NA

PREPARAÇÃO E DISPENSAÇÃO DE QUIMIOTERÁPICOS

BANCA EXAMINADORA

Presidente da Banca: Professora Dra. Vilani Medeiros de A. Nunes – Departamento de Saúde

Coletiva/UFRN

Professora Dra. Susane de Fátima Ferreira de Castro – Vigilância Sanitária do Estado do Piauí

- PI

Professora Dra.Grasiela Piuvezam – Departamento de Saúde Coletiva/UFRN

Professor Dr. Zenewton André da Silva Gama – Departamento de Saúde Coletiva/UFRN

NATAL/RN

2016

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V

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Washington e

Jeni, pelo amor incondicional. Ao meu amado

esposo Alex por todo incentivo, força е

principalmente pelo apoio e ajuda para a

concretização deste sonho. Aos queridos filhos

Daniel e Sophia pela paciência e compreensão nas

horas em que estive ausente.

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VI

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS que iluminou meus passos nesta

caminhada.

Aos meus pais Washington e Jeni, por sonharem meus sonhos e por

todo esforço que fizeram para que eu me tornasse o qeu sou hoje. Obrigada

pelo incentivo e por sempre me ajudarem nas tomadas de decisões.

Ao meu esposo Alex que por vezes assumiu o papel de pai e mãe para

que eu pudesse concretizar este sonho. Agradeço a Deus por ter unido

nossos caminhos.

A minha querida orientadora, Professora Vilani, pela disposição em

compartilhar seu conhecimento e por todas as palavras de incentivo e

conforto.

Meus agradecimentos a todos os amigos, companheiros dе trabalho е

irmãos em Cristo pois vocês fazem parte dа minha formação diária.

Aprendo com vocês constantemente. Em especial à amiga Kalyany, pois

nos momentos de fraqueza e cansaço sempre me incentivou a continuar a

caminhada. Você não imagina como suas palavras me ajudaram. À minha

amiga e “chefa” Illa, por seu carinho e suas doces palavras; pelo brilho nos

olhos ao falar sobre artigos, pesquisas, vida acadêmica... Você me inspira. E

ao amigo de jornada Júnior, com quem tanto aprendi sobre qualidade. Foi

ótimo ter sua companhia. Seu bom humor constante me alegra

imensamente.

A Liga Contra o Câncer, por me oportunizar mais esta experiência e

estar sempre de portas abertas ao ensino.

Finalmente, agradeço a todos que de alguma maneira contribuíram

para realização deste trabalho.

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VII

EPÍGRAFE

“Viver é acalentar sonhos e esperanças,

fazendo da fé a nossa inspiração maior.

É buscar nas pequenas coisas,

um grande motivo para ser feliz.”

(Mário Quintana)

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VIII

SUMÁRIO

Dedicatória................................................................................................................................. V

Agradecimentos ...................................................................................................................... VII

Epígrafe .................................................................................................................................. VII

Lista de Quadros ....................................................................................................................... IX

Lista de Abreviaturas ................................................................................................................. X

Resumo ................................................................................................................................... XII

Abstract ................................................................................................................................. XIIII

Apresentação ...................................................................................................................... XIIIV

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1

2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 5

2.1. Geral ............................................................................................................................. 5

2.2. Específicos ................................................................................................................... 5

3. METODOLOGIA ............................................................................................................. 6

3.1. Contexto e desenho do estudo ..................................................................................... 6

3.2. Definição do processo a ser avaliado Intervenção ....................................................... 6

3.3. Constituição da equipe e capacitação para aplicação da ferramenta ........................... 7

3.4. Descrição gráfica do processo do medicamento .......................................................... 7

3.5. Identificação e análise de riscos ................................................................................... 8

3.6. Planejamento de intervenções e indicadores................................................................ 9

4. RESULTADOS ................................................................................................................ 10

5. DISCUSSÃO .................................................................................................................... 15

6. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 17

ANEXOS ................................................................................................................................. 18

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 22

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IX

Lista de Quadros

Quadro 1 – Constituição da equipe..................................................................................7

Quadro 2 - Descrição do subprocesso preparo/dispensação de medicação....................8

Quadro 3 – Modos de falha avaliados segundo pontuação de risco...............................10

Quadro 4 – Modos de falha segundo Matriz de Priorização.........................................11

Quadro 5 - Causas potenciais dos modos de falha........................................................12

Quadro 6 – Quadro resumo do AMFE – Modo de falha Cálculo errado de dose de

medicação intratecal....................................................................................................... 12

Quadro 7 – Quadro resumo do AMFE- Modo de falha Trocar a Janela de saída de

medicação .......................................................................................................................13

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X

Lista de Abreviaturas

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

AMFE – Análise Multimodal de Falhas e Efeitos

EA – Evento adverso

EUA – Estados Unidos da América

FMEA - Failure Mode and Effects Analysis

HFMEA - Healthcare Failure Mode and Effects Analysis

IOM - Institute of Medicine

ISMP Brasil – Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos

JCI – Joint Commission International

JCAHO - Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations

NPS – Núcleo de Segurança do Pacinte

NPSA – National Patient Safety Agency

OMS – Organização Mundial da Saúde

POP – Procedimento Operacional Padrão

PPQualiSaúde/UFRN - Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional Gestão da

Qualidade em Serviços de Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

RDC – Resolução da Diretoria Colegiada

VA - Veteran Affair National Center for Pattient Safety

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XI

RESUMO

INTRODUÇÃO

Quimioterápicos são medicamentos de alto risco que exigem iniciativas para evitar

falhas no cuidado que ocasionem danos desnecessários aos pacientes.

OBJETIVO

Realizar uma Análise Multimodal de Falhas e Efeitos (AMFE) para identificar

prospectivamente os riscos relacionados à fase do preparo e dispensação de

medicamentos quimioterápicos em uma instituição hospitalar.

MÉTODO

Trata-se de um estudo descritivo realizado em uma unidade ambulatorial de um centro

de referência em oncologia, filantrópico, da cidade de Natal – RN. Para a aplicação da

ferramenta foi composta uma equipe multidisciplinar formada por um mediador, quatro

farmacêuticos, dois enfermeiros especialista na área e um técnico de enfermagem

envolvidos no processo. As etapas de preparo e dispensação de quimioterápicos foram

descritas graficamente por meio de um fluxograma simples. Em seguida foram listadas

as possíveis falhas de cada subprocesso utilizando o método Brainstorming. Cada falha

foi avaliada utilizando-se a matriz de pontuação do risco. De acordo com a pontuação

obtida foi utilizado uma árvore de decisão para detectar quais falhas necessitavam de

intervenções. À partir dos resultados obtidos foram propostas intervenções e indicadores

de monitoramento.

RESULTADOS

Foram identificados 17 modos de falha nas etapas de preparo e dispensação de

medicamentos quimioterápicos. Dentre os 17 modos de falha, dois foram identificados

como alto risco. O modo de falha 1- Trocar a Janela de Saída do Medicamento, teve

como causas potenciais: falta de atenção, falta de sinalização na janela e falta de

conhecimento do processo. O modo de falha 2- Cálculo errado da dose de medicamento

intratecal, teve como causas potenciais: calculadora com defeito, mudança na

apresentação do medicamento e sobrecarga de trabalho. Foram propostas as seguintes

intervenções: estipular limites de medicações a serem manipuladas por vez, sinalizar as

janelas interna e externamente, contendo instruções de trabalho e realizar dupla

checagem do cálculo do medicamento intratecal e registro em impresso próprio.

CONCLUSÃO

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XII

A ferramenta AMFE demonstrou ser um método válido para melhorar a segurança do

paciente, pois permite uma analise prospectiva no processo do medicamento

quimioterápico na fase de preparo e dispensação, com o objetivo de identificar falhas

potenciais e suas causas associadas, e formular estratégias para a correção de tais

vulnerabilidades.

PALAVRAS CHAVE: Análise Modal de Falhas e Efeitos, Segurança do Paciente,

Erros de Medicação, Quimioterapia.

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XIII

ABSTRACT

INTRODUCTION

Chemotherapeutic drugs are medicines that require high-risk initiatives to prevent

failures in care that cause unnecessary damage to patients.

OBJECTIVE

Perform a Multimodal Analysis of failures and effects (AMFE) to prospectively identify

the risks related to the phase of the preparation and dispensing of chemotherapeutic

drugs in a hospital.

METHOD

This is a descriptive study performed in an outpatient unit of a reference center in

Oncology, philanthropist, from the city of Natal-RN. For the application of the tool is

composed of a multidisciplinary team consisting of a mediator, four pharmacists, two

nurses expert in the field and a nursing technician involved in the process. The steps for

preparing and dispensing chemotherapeutic drugs were described graphically by means

of a simple flowchart. Then were listed the possible failures of each subprocess using

the Brainstorming method. Each failure was assessed using the array of risk score.

According to the score obtained was used a decision tree to detect which flaws needed

interventions. From the results obtained were proposed interventions and monitoring

indicators.

RESULTS

17 failure modes were identified in steps of preparation and dispensation of

chemotherapeutic drugs. Among the 17 failure modes, two have been identified as high

risk. The failure mode "to change the output window of the Medicine" potential causes:

lack of attention, lack of signs in the window and lack of knowledge of the process. The

failure mode "wrong Calculation of the dose of intrathecal drug" had as potential

causes: defective calculator, change in presentation of the medicinal product and work

overload. The following interventions have been proposed: stipulate limits of meds to

be handled at a time, the Windows flag internally and externally, containing work

instructions and perform the check calculation of double medicine intrathecal and

record in own printed.

CONCLUSION

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XIV

The AMFE tool proved to be a valid method to improve patient safety, as it allows a

prospective analysis in the process of chemotherapy medication preparation and

dispensing phase, with the objective of identifying potential failures and their associated

causes, and formulate strategies for fixing such vulnerabilities.

KEY WORDS: Failure Mode and Effects Analysis, Patient Safety, Medication Errors,

Drug Therapy.

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XV

APRESENTAÇÃO

O trabalho de conclusão do mestrado possibilitou um projeto prático visando

melhorias na assistência e no cuidado aos pacientes, com enfoque na qualidade e

segurança na dispensação e preparo do medicamento quimioterápico.

A estrutura do presente Trabalho de Conclusão de Mestrado segue um modelo

próprio de disposição, recomendado e proposto pelo Programa de Pós-Graduação

Mestrado Profissional Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (PPQualiSaúde/UFRN). O trabalho de Conclusão de

Mestrado encontra-se no formato de um artigo científico que segue as normas do

periódico escolhido para a sua submissão. Assim, as referências bibliográficas

encontram-se dispostas de acordo com as normas do periódico Epidemiologia e

Serviços de Saúde.

A primeira seção, Introdução apresenta brevemente o objeto da pesquisa, bem

como o objetivo desta investigação no formato de artigo científico.

A seção seguinte intitulada Metodologia tem como tarefa sistematizar os

procedimentos metodológicos percorridos para a execução do trabalho.

Na sequência, a seção Resultados apresenta os resultados relevantes encontrados

através do desenvolvimento do trabalho.

A Discussão do artigo apresenta um diálogo entre os resultados do presente

trabalho encontrado no serviço de saúde e a literatura científica. E as Conclusões

encerram o artigo científico destacando os principais resultados e apontando para novas

investigações.

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1

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos os serviços de saúde aumentaram sua preocupação com os

erros relacionados à assistência em saúde. Várias iniciativas surgiram relacionadas à

segurança do paciente, porém o marco principal ocorreu em 1999 com a divulgação do

relatório To err is Human: building a safer health system, pelo Institute of Medicine

(IOM) dos Estados Unidos da América (EUA). De acordo com o IOM foram estimados

que erros associados à assistência à saúde causavam aproximadamente 44.000 a 98.000

mortes a cada ano nos hospitais americanos1,2

. Tal relatório trouxe à tona a quantidade

de erros e eventos adversos (EA) que ocorrem nos serviços de saúde. De acordo com a

Organização Mundial da Saúde (OMS) tais eventos ocasionam vários danos aos

pacientes aumentando a permanência hospitalar e, até mesmo, resultando em morte

prematura3.

Em outubro de 2004 foi lançada formalmente a Aliança Mundial para Segurança

do Paciente (World Alliance for Patient Safety) com o objetivo de organizar os

conceitos e definições sobre segurança do paciente e propor medidas para reduzir os

riscos e os eventos adversos relacionados aos cuidados em saúde4. Em 2006 a Joint

Commission International (JCI), em parceria com a OMS, estabeleceu seis metas

internacionais de segurança do paciente: identificar os pacientes corretamente, melhorar

a comunicação efetiva (prescrições e resultados de exames diagnósticos), melhorar a

segurança para medicamentos de risco, eliminar cirurgias em membros ou pacientes

errados, reduzir o risco de adquirir infecções e reduzir o risco de lesões decorrentes de

quedas5. No Brasil a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) lançou a

Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) de número 63 de 2011, que dispõe sobre os

Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saúde, com

estratégias e ações voltadas para a segurança do paciente(6)

. No ano de 2013 a Portaria

GM/MS nº 529/2013 institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP)

com o objetivo de contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todo território

nacional. A RDC/Anvisa nº 36/2013 normatiza e obriga a criação dos Núcleos de

Segurança do Paciente(7,8)

. Segundo a OMS segurança significa “redução, a um mínimo

aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde”9. A segurança

no uso de medicamentos visa redução de erros no processo de medicação que se divide

em várias etapas com alto risco de falha.

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2

O erro de medicação é definido como qualquer evento evitável que, de fato ou

potencialmente pode levar ao uso inadequado de medicamento. O erro pode estar

relacionado à prática profissional, produtos usados na área de saúde, procedimentos,

problemas de comunicação, incluindo prescrição, rótulos, embalagens, nomes,

preparação e dispensação (sendo estes o foco do presente estudo), distribuição,

administração, educação, monitoramento e uso de medicamentos10

. Especialistas

afirmam que tais eventos são diversos, porém subnotificados11

. Um estudo conduzido

na Espanha demonstrou que cerca de 38% dos eventos adversos ocorridos em centros de

saúde, está relacionado com a medicação12

.

Os erros têm sido relatados em diversos países, inclusive a respeito de

medicação antineoplásica13,14

. Pesquisadores realizaram revisão nos registros de

pacientes com câncer adultos (1262) e pediátricos (117) em consultas ambulatoriais em

três clínicas dos Estados Unidos. Foram encontrados 90 erros dentre as 11908

prescrições de antineoplásicos em adultos, em que 55 tinham potencial para causar dano

ao paciente. Dentre as prescrições pediátricas foram identificados 22 erros de

medicação13

. Segundo outro estudo de 2007 realizado pela National Patient Safety

Agency (NPSA) no Reino Unido, os antineoplásicos estão entre os cinco grupos de

medicamentos com maior numero de erro, acarretando dano grave ao paciente ou

desfecho fatal15

.

De acordo com o Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos

(ISMP) os medicamentos potencialmente perigosos são aqueles que apresentam maior

risco de provocar danos significativos em decorrência de falha no processo de

utilização. Os erros decorrentes de sua utilização podem ocasionar lesões permanentes

ou até a morte16

. Os medicamentos antineoplásicos apresentam baixo índice terapêutico,

isto é, o valor da dose tóxica é muito próxima do valor da dose eficaz, possuindo alto

potencial para causar eventos adversos. O tratamento com quimioterápicos envolve o

uso simultâneo de vários medicamentos adjuvantes com o intuito de obter efeito

terapêutico sinérgico com menor toxicidade possível16,13

. Os medicamentos

antineoplásicas são considerados potencialmente perigosos necessitando desta forma de

alta vigilância em todas as fases de sua utilização.

A Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations - JCAHO

identificou cinco componentes ou processos do sistema de medicação, quais sejam: 1-

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3

seleção e obtenção do medicamento; 2- prescrição; 3- preparo e dispensação; 4-

administração de medicamentos e 5- acompanhamento do paciente em relação aos

efeitos do medicamento17

. Em todas as etapas do processo da medição há riscos de

falhas ou erros, portanto deve ser alvo de atenção e cuidado. A literatura destaca muitos

erros na fase de prescrição e administração18,19

porém na fase de preparo e dispensação

há pouca ênfase. O ISMP recomenda a aplicação de ferramenta de gerenciamento de

risco como Failure Mode and Effects (FMEA), Análise de Causa Raiz para minimizar

falhas em todo processo da medicação20

.

A crescente cultura pela busca da qualidade e a ênfase dada à segurança do

paciente, traz muitos métodos para gerenciamento de risco estão sendo implementados

na área da saúde, com um enfoque centrado no paciente. Estes métodos estão sendo

utilizados para melhorar o planejamento de processos, identificando prospectivamente

possíveis falhas com potencial de causar danos21

. Segundo a NPSA o gerenciamento de

riscos é definido como “avaliação, análise e gerenciamento dos riscos potenciais. É um

meio de conhecer as circunstâncias (perigos) que podem levar a um futuro dano e

minimização da sua probabilidade de ocorrência (frequência) e consequências

(severidade)”22

.

Dentre os métodos de gerenciamento de riscos utilizados encontra-se a Análise

Multimodal de Falhas e Efeitos (AMFE) ou Failure Mode and Effect Analysis (FMEA).

Esta ferramenta foi desenvolvida pelo Exército dos Estados Unidos, por volta de 1949,

com o objetivo de prevenir falhas e seu potencial impacto nos equipamentos, no pessoal

e nas missões em geral21

. Desde então passou por diversas atualizações, sendo

amplamente utilizada em diversos setores tais como aeroespacial, automobilístico dentre

outros. O HFMEA (Healthcare Failure Mode and Effects Analysis) é uma forma

simplificada e adaptada da AMFE aos serviços de saúde. Possibilita a identificação, de

forma proativa, de vulnerabilidades em um sistema de cuidados assistenciais em saúde.

Baseia-se no conceito de que um risco não está relacionado somente com a

probabilidade de que uma falha ocorra, mas com a gravidade de suas consequências21,23

.

Após a identificação e análise dos modos de falha, seus efeitos e causas, são

estabelecidas prioridades de intervenções e recomendações com o intuito de identificar

as mudanças necessárias para eliminar ou diminuir os riscos de eventuais falhas. É

realizada a análise de um processo do início ao fim a partir de um grupo de especialistas

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4

na área avaliada. De acordo com a JCI a AMFE é composta por oito tapas: 1- identificar

as situações perigosas e montar uma equipe; 2- definir o processo a ser analisado

descrevendo graficamente; 3- aplicar chuva de ideias buscando identificar modos de

falhas e realizar análise dos riscos; 4- priorizar os modos de falhas; 5- identificar causas

potenciais dos modos de falha; 6- redesenhar o processo 7- analisar e testar o novo

processo; 8- elaborar intervenções e indicadores24

. O presente trabalho seguiu o modelo

de AMFE proposto pelo mestrado Qualisaúde que se divide nas seguintes etapas: 1-

identificar situações potencialmente perigosas; 2- constituir equipe para análise; 3-

definir o processo a ser analisado e descrevê-lo graficamente; 4- realizar a análise dos

riscos; 5- elaborar as intervenções e os indicadores e 6- reconhecer os responsáveis pela

sua implementação21

.

Atualmente há poucos estudos com descrições estruturadas de AMFE ou

HFMEA no Brasil, particularmente na análise e prevenção de riscos associados a

medicamentos quimioterápicos. Portanto o seguinte estudo justifica a necessidade de

aplicação do HFMEA como avaliação prospectiva dos modos de falhas e seus efeitos,

nas atividades de dispensação e preparação dos medicamentos quimioterápicos,

corroborando para uma melhora na qualidade e segurança do paciente.

O presente estudo descreve a realização de uma Análise Multimodal de Falhas e

Efeitos (AMFE) para identificar prospectivamente os riscos relacionados à fase do

preparo e dispensação de medicamentos quimioterápicos em uma instituição hospitalar.

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2. OBJETIVOS

2.1. GERAL

Realizar uma Análise Multimodal de Falhas e Efeitos (AMFE) para identificar

prospectivamente os riscos relacionados à fase do preparo e dispensação de

medicamentos quimioterápicos em uma instituição hospitalar.

2.2. ESPECÍFICOS

Identificar os potenciais modos de falhas no processo de trabalho do

preparo e dispensação da quimioterapia;

Descrever as causas potenciais dos modos de falhas mais relevantes;

Elaborar medidas de redução e enfrentamento dos riscos identificados.

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6

3. METODOLOGIA

3.1. Contexto e desenho do estudo

Trata-se de um estudo descritivo, realizado em uma unidade ambulatorial de um

centro de referência em oncologia, filantrópico, da cidade de Natal – RN. Consiste em

uma unidade de diagnóstico e tratamento do câncer que sedia setores de radioterapia,

quimioterapia e medicina nuclear, além de consultórios de diversas especialidades. Com

quatro unidades integradas, localizadas nas cidades de Natal e Caicó oferece assistência

médica, diagnóstico e tratamento especializado. Cada unidade possui uma farmácia

específica. Além disso, a instituição estende sua preocupação a outras esferas da atenção

oncológica, como a prevenção, o acompanhamento, a reabilitação e os cuidados

paliativos. No ano de 2015 foi instituído oficialmente o Núcleo de Segurança do

Paciente (NSP).

Este estudo descreve a aplicação de uma ferramenta de gerenciamento de risco

AMFE na fase de preparo e dispensação de quimioterápicos pelo serviço de farmácia da

unidade aonde são realizadas sessões de quimioterapia ambulatorial. O serviço de

farmácia da referida unidade realiza em média 3000 preparações de quimioterápico

parenteral/mês ou aproximadamente 125 preparações/dia, 1700 hormônioterapias, além

de entrega de quimioterápico oral.

3.2. Definição do processo a ser avaliado

O processo a ser avaliado deve ser selecionado com base em algum cuidado em

saúde que tenha alto risco ou alta vulnerabilidade25

. Desta forma o processo avaliativo

ocorreu através da análise dos eventos sentinelas listado pela JCI26

associado à

avaliação das atividades com maior probabilidade de dano ao paciente no serviço de

oncologia. Considerando o grande volume de quimioterápicos manipulados (125

preparações/dia) e administrados no hospital de referência, definiu-se o erro de

medicação como proposta para aplicação da AMFE. O erro de medição é definido como

sendo qualquer evento evitável que, de fato ou potencialmente, possa levar ao uso

inadequado de medicamento quando o medicamento se encontra sob o controle de

profissionais de saúde, de paciente ou do consumidor, podendo ou não provocar dano ao

paciente9.

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3.3. Constituição da equipe e capacitação para aplicação da ferramenta

Para a aplicação da ferramenta foi composta uma equipe multidisciplinar,

composta por colaboradores envolvidos diretamente no processo de preparo e

dispensação de medicamento quimioterápico. Constituíram a equipe quatro

farmacêuticos com experiência na área variando de três a doze anos, dois enfermeiros

especialistas com tempo de experiência entre cinco e vinte e três anos, um técnico de

enfermagem com quatro anos de experiência e a pesquisadora como mediadora, que

possui doze anos de experiência na área de enfermagem oncológica (Quadro 1).

Posteriormente a equipe foi apresentada a todas as etapas que constituem a aplicação da

AMFE e seus objetivos através de folder explicativo.

FUNÇÃO QUANTIDADE EXPERIÊNICIA

Farmacêutico 4 3 à 12 anos

Enfermeiro 2 5 a 23 anos

Técnico de Enfermagem 1 4 anos

Mediador 1 12 anos

Quadro 1 – Constituição da Equipe. Natal, 2016 Fonte: Autoria própria

3.4. Descrição gráfica do processo do medicamento

O processo do medicamento se inicia pela avaliação médica do paciente, bem

como resultados de exames laboratoriais para então avaliar possível liberação ou não da

medicação quimioterápica. Em seguida o médico realiza a prescrição digital pelo

computador e a imprime anexando a cópia ao prontuário do paciente. O paciente é

encaminhado para o setor de administração de quimioterapia juntamente com seu

prontuário, onde é cadastrado o atendimento, digitada a dose e confeccionada a etiqueta

do medicamento. Dentro do processo do medicamento foi selecionado o subprocesso

“Preparação/dispensação” do medicamento.

O fluxograma do subprocesso de preparação da medicação foi definido baseado

no conhecimento da equipe envolvida e elaborado na primeira reunião. Tal

conhecimento foi de suma importância, pois facilitou a identificação de modos de falha

em cada uma das etapas do preparo e dispensação de medicação que envolve tanto

profissionais da farmácia quanto da enfermagem conforme Quadro 2.

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8

Quadro 2 – Descrição do subprocesso preparo/dispensação de medicação. Natal, 2106. Fonte: Autoria própria

3.5. Identificação e análise dos riscos

Foram realizadas quatro reuniões com duração aproximada de uma hora e meia

cada reunião. Algumas reuniões foram remarcadas devido impossibilidade de reunir a

equipe completa. Na primeira reunião foi explicado em que consistia a ferramenta

AMFE, bem como os instrumentos auxiliares para sua aplicação. Foram fixadas regras

para casos de divergências nos resultados das análises de risco, sendo estabelecido o

consenso para as tomadas de decisões. Todos os participantes tiveram voz ativa nas

reuniões. Após definição do processo a ser analisado e o subprocesso escolhido foram

identificados os possíveis modos de falha para cada uma das etapas utilizando-se o

método brainstorming. Os modos de falha citados foram agrupados em uma tabela e em

seguida, para cada modo de falha foi aplicada a Matriz de Pontuação de Risco como

forma de determinar a severidade do risco X probabilidade de ocorrência (ANEXO 1).

O resultado da Matriz de Pontuação de Risco se dá pela multiplicação da

probabilidade de ocorrência da falha (Frequente, Ocasional, Pouco comum, Remota)

com a gravidade de suas consequências (Catastrófico, Importante, Moderado, Menor).

Modos de falhas com valores > 8 são falhas com risco de ocorrência onde devem ser

identificadas as causas potenciais. Com intuito de diminuir a subjetividade de cada

critério quanto a gravidade do efeito e probabilidade de ocorrência, utilizou-se a

classificação proposta pelo Veteran Affair National Center for Pattient Safety (VA)(21)

(ANEXOS 2 e 3)

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9

Para os modos de falha que obtiveram pontuação >8 aplicou-se a Árvore de

Decisão para HFMEA (ANEXO 4) , que considera dois critérios adicionais: gravidade

(se a falha é fundamental para o processo) e possibilidade de detecção (se seu

aparecimento é óbvio e pode ser modificado a tempo). Após aplicação da Árvore de

Decisão foi possível determinar quais modos de falha deveriam prosseguir para a etapa

seguinte.

3.6. Planejamento de intervenções e indicadores

A partir dos resultados obtidos foi elaborada e encaminhada ao responsável

técnico pela farmácia uma proposta com ações de melhoria para prevenção de riscos.

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10

4. RESULTADOS

Foram identificados 17 modos de falha na fase de preparação e dispensação de

medicação conforme Quadro 3.

Quadro 3 – Modos de falha avaliados segundo pontuação de risco. Natal, 2016. Fonte: Autoria própria.

Dentre os 17 modos de falha, três obtiveram valor > 8 e foram, portanto,

analisados com a árvore de decisão para HFMEA: Trocar a janela de saída de

medicação já preparada, Cálculo errado da dose de medicação intratecal e

Aspirar volume errado de medicação na hora do preparo. O modo de falha “Aspirar

o volume errado de medicação na hora do preparo” teve indicação de ser interrompido

pela Árvore de Decisão, pois pode ser detectado no momento em que ocorre. Com isso

tivemos dois modos de falha potencial que seguiram para a etapa seguinte do HFMEA,

para propor medidas e ações de melhorias, de acordo com o Quadro 4.

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11

Quadro 4 – Modos de falha segundo Matriz de Priorização. Natal, 2016

Fonte: Autoria própria.

Diversas causas potenciais foram identificadas junto à equipe, permitindo

visualizar possíveis falhas antes não percebidas. Quanto às causas potenciais do modo

de falha relacionados à Troca da janela de saída de medicação já preparada

podemos descrever como possíveis causas falta de atenção, falta de sinalização da

janela e falta de conhecimento do processo por parte dos profissionais. Se tal falha

ocorresse poderia ocasionar uma nova administração de medicação em um soro já

preparado acarretando sobredose de medicação, trazendo riscos para o paciente

dependendo da medicação em questão.

MODOS DE FALHAS MATRIZ DE PRIORIZAÇÃO TOTAL

GRAVIDADE PROBALIDADE

TROCA DE MEDICAMENTO Catastrófico Remota 4

CONTAGEM ERRADA DA QUANTIDADE DE FRASCOS Importante Remota 3

TROCA DE KITS/BANDEJAS PRÉ-ORGANIZADAS Menor Remota 1

QUEBRA DO FRASCO DE MEDICAÇÃO Menor Remota 1

DISPENSAR MEDICAMENTO VENCIDO Importante Remota 3

CONFERÊNCIA DA MEDICAÇÃO DE FORMA INADEQUADA Importante Pouco comum 6

MONTAGEM DO EQUIPO/SORO DE FORMA ERRADA (NÃO UTILIZAR EQUIPO FREE QDO NECESSÁRIO), OU UTILIZAR SORO ERRADO

Importante Pouco comum 6

TROCAR ROTULAGEM DO SORO Importante Pouco comum 3

CÁLCULO INADEQUADO DO VOLUME DO SORO Moderado Pouco comum 4

QUEBRA DO EQUIPO DE SORO Moderado Pouco comum 4

NÃO DESINFECÇÃO DA MEDICAÇÃO E DO FRASCO DE SORO Moderado Remota 2

ASPIRAR VOLUME ERRADO DE MEDICAÇÃO Catastrófico Pouco comum 8

TROCAR SERINGA DE ASPIRAÇÃO CAUSANDO CONTAMINAÇÃO CRUZADA

Importante Remota 3

CÁLCULO DE DOSE DE MEDICAÇAO INTRA-TECAL ERRADA Catastrófico Pouco comum 8

UTILIZAR DILUENTE ERRADO Importante Remota 3

UTILIZAR MEDICAMENTO SEM ESTABILIDADE Catastrófico Remoto 4

TROCAR A JANELA DE SAÍDA DA MEDICAÇÃO PELA JANELA DE ENTRADA

Catastrófico Pouco comum 8

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12

Quadro 5 – Causas potenciais dos modos de falha. Natal, 2016. Fonte: Autoria própria.

Em relação ao modo de falha Cálculo errado da dose de medicação intra-

tecal, Se tal erro ocorrer pode ocasionar danos graves ao paciente, por vezes fatais. As

possíveis causas potenciais para esta falha seriam a calculadora com defeito, mudança

na apresentação da medicação ou sobrecarga de trabalho, segundo Quadro 5.

À partir da identificação dos possíveis modos de falha relacionados à Troca da

janela de saída de medicação pela janela de entrada, definiu-se como intervenção

relacionada à falta de atenção, estipular um limite de medicações a serem manipuladas

por vez e como indicador a verificação de diária de medicações manipuladas por hora.

Quanto à falta de sinalização nas janelas, as mesmas serão sinalizadas (tanto na parte

interna como na parte externa) contendo instruções de trabalho. Em relação à falta de

conhecimento do processo serão oferecidos treinamentos sistemáticos com base nos

protocolos já existentes no setor e como forma de monitoramento será avaliada a

quantidade de colaboradores treinados anualmente.

O modo de falha Cálculo errado da dose de medicação intratecal, o qual

possui potencial de dano severo e tem como causas potenciais calculadora com defeito

(que facilmente pode ser identificada), mudança na apresentação da medicação

(ocorre devido falta de medicamento padronizado pelo distribuidor) foram aceitas. A

falha sobrecarga de trabalho teve como sugestão de intervenção a dupla checagem às

cegas, com calculadoras distintas do cálculo da dose de medicação e registro em

impresso próprio. Como forma de monitoramento foi proposto avaliar a quantidade de

medicação intratecal liberada versus a quantidade de realização de dupla checagem.

MODOS DE FALHA CAUSAS POTENCIAIS

CÁLCULO DE DOSE DE MEDICAÇÃO

INTRA-TECAL ERRADA

Calculadora com defeito

Mudança na apresentação da

medicação

Sobrecarga de trabalho

TROCAR A JANELA DE SAÍDA DA

MEDICAÇÃO PELA JANELA DE

ENTRADA

Falta de atenção

Falta de sinalização

Falta de conhecimento do processo

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13

Quadro 6 – Quadro resumo do AMFE – Modo de falha Cálculo errado de dose de medicação intratecal. Natal, 2016.

Preparação e dispensação de quimioterápico

Resumo do Passo 4: Análise do risco Passo 5: Identificar ações e indicadores de resultado

Modo de falha:

(Avaliar o

modo de falha

antes de

determinar as

causas)

Causas

Potenciais

Pontuação Análise de decisão

Tipo de

ação

(Controlar,

Aceitar,

Eliminar)

Ações ou

razões para

parar

Indicadores de

resultado

Pess

oa

re

spo

nsá

vel

Aco

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gest

ore

s

Gra

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Co

nti

nu

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CÁLCULO

ERRADO DA

DOSE DE

MEDICAÇÃO

INTRA-

TECAL

M

od

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quen

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8

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N

S

Calculadora

com defeito Men

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----

----

----

----

Mudança na

apresentação

da medicação Men

or

Fre

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4

----

S

S

N

----

----

----

----

----

Sobrecarga

de trabalho

Cat

asta

stró

fico

Po

uco

Co

mu

m

8

----

N

N

S

Controlar

Dupla checagem do

cálculo da dose, às

cegas, em

calculadoras

distintas e registro

em impresso

específico.

Quantidade

de intra-

tecal

liberada X

realização

de dupla

checagem

Responsável

técnica pela

farmácia

----

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14

Quadro 7 – Quadro resumo do AMFE- Modo de falha Trocar a Janela de saída de medicação. Natal, 2016.

Preparação e dispensação de quimioterápico

Resumo do Passo 4: Análise do risco Passo 5: Identificar ações e indicadores de resultado

Modo de falha:

(Avaliar o modo

de falha antes de

determinar as

causas)

Causas Potenciais

Pontuação Análise de decisão

Tipo de ação

(Controlar,

Aceitar,

Eliminar)

Ações ou

razões para

parar

Indicadores de

resultado

Pes

soa

res

po

nsá

vel

Aco

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TROCAR A

JANELA DE SAÍDA DA

MEDICAÇÃO

PELA JANELA DE ENTRADA

Cat

astr

ófi

co

Po

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Co

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m

8

----

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N

S

Falta de atenção

Cat

astr

ófi

co

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12

----

N

N

S

Controlar

Estipular um

limite de

medicações a serem

manipuladas

por vez

Verificação

diária do

número de

medicações por

hora.

Responsável

técnica da farmácia

---

Falta de

sinalização

Cat

astr

ófi

co

Po

uco

Co

mu

m

8

----

N

N

S

Eliminar

Sinalizar as

janelas(tanto na parte

interna, como

externa contendo uma

instrução de

trabalho)

Manutenção de

ambientes

sinalizados

Responsável técnica da

farmácia

---

Falta de

conhecimento do

processo Cat

ast.

Po

uco

Co

mu

m

8

----

N

N

S

Controlar

Realizar treinamentos e

POP.

Número de

treinamentos

anuais

Responsável

técnica da

farmácia

---

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15

5. DISCUSSÃO

A aplicação da ferramenta AMFE na unidade de farmácia possibilitou identificar

os possíveis modos de falhas que até então eram imperceptíveis, demonstrando algumas

vulnerabilidades potenciais no processo de preparo e dispensação do medicamento

quimioterápico.

Segundo revisão integrativa os principais fatores de risco identificados para

ocorrência de erros relacionados ao preparo de medicamentos está associado a fatores

psicológicos, como sobrecarga de trabalho; a fatores relacionados ao ambiente de

trabalho e ao déficit de atualização em educação em saúde27

.

No que se refere ao excesso de trabalho por parte dos profissionais de saúde, este

é um dos fatores de riscos mais citados como desencadeante de estresse e falta de

atenção, facilitando desta forma a ocorrência de erros28,29

. Outro estudo de também

apresenta como causa de falhas o acúmulo de trabalho30,31

. Os profissionais da área da

saúde se sujeitam à sobrecargas exaustivas, o que leva ao déficit de atenção e

possivelmente ao aumento da possibilidade de erros32

. Devido à quantidade de

medicamentos manipulados ser alta e observando que muitos profissionais possuem

jornadas de trabalho dupla, sugeriu-se um limite de medicações a serem manipuladas

por vez pelo farmacêutico.

Em relação às falhas relacionadas ao ambiente de trabalho, a Resolução da

Diretoria Colegiada - RDC 45, expedida pela ANVISA, orienta que o ambiente de

preparo de medicação deve possuir boa iluminação e ventilação, e que o acesso deve ser

restrito aos profissionais diretamente envolvidos no processo para minimizar

distrações29,33

. A estrutura física da farmácia onde o estudo foi aplicado é adequada,

possui boa iluminação e barreiras físicas entre os setores, porém faltam algumas

sinalizações quanto aos processos que são realizados em cada local.

Quanto à educação continuada, esta visa levar o conhecimento dos protocolos já

existentes no setor, para o máximo de colaboradores envolvidos no processo do

medicamento quimioterápico, garantindo a qualidade da formação dos profissionais da

instituição. A educação em saúde é uma das ferramentas que busca a adesão da equipe

de forma participativa e dinâmica podendo ser realizada por meio de aulas, rodas de

conversa ou momentos do saber, prática já difundida na farmácia em questão. O

momento do saber é uma breve reunião, realizada no horário de trabalho, geralmente

uma vez por semana, onde é abordado um tema relevante, selecionado pelos próprios

funcionários do setor ou sugerido pelo responsável técnico.

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16

Durante o desenvolvimento do presente estudo, percebeu-se que a análise

prospectiva de um processo circunscrito permite uma ampla avaliação de possíveis

modos de falha. O estudo contribuiu para demonstrar a necessidade de gestão de riscos

em instituições que priorizam a qualidade da assistência prestada, preocupação esta

emergente nosso contexto. No que se refere ao contexto local, este estudo foi de

fundamental importância para se identificar possíveis oportunidades de melhoria na

identificação, preparo e dispensação dos medicamentos quimioterápicos da instituição, à

partir da aplicação do instrumento AMFE. Tais contribuições minimizarão os riscos

atuais expostos aos pacientes, além de proporcionar aos colaboradores envolvidos no

processo do medicamento o conhecimento das possíveis falhas e estratégias de controle

visando contenção de riscos.

No entanto, algumas dificuldades foram identificadas. A primeira está

relacionada à dificuldade de reunir a equipe completa para todas as reuniões que foram

propostas, devido disponibilidade de tempo dos próprios colaboradores. A quantidade

de reuniões pode ter restringido a possibilidade de explorar de forma exaustiva outros

modos de falhas não identificados. Outra dificuldade encontrada está relacionada ao

consenso dos participantes quanto à gravidade dos efeitos das falhas identificadas.

Mesmo disponibilizando o quadro explicativo quanto à gravidade das falhas, estas

variavam consideravelmente entre um colaborador e outro. Tal fato pode se dar pelo

tempo de experiência dos funcionários, ou as realidades de trabalho distintas. Segundo

estudo de Shebl34

, uma das falhas encontradas na AMFE refere-se à tendência de

superestimar a gravidade do efeito da falha, por se tratar de uma possibilidade

prospectiva. Porém foi possível perceber a subestimação de efeitos de falha, que ao final

da avaliação recebiam pontuação muito abaixo do “esperado” ao ser decido por

consenso.

Além disso, foram identificadas algumas limitações do estudo, tendo em vista

que o mesmo foi realizado em uma única farmácia, especializada em quimioterapia, que

possui características locais específicas. Portanto, os resultados obtidos podem não ser

comuns a outras farmácias especializadas em quimioterapia. O presente estudo propôs a

aplicação do AMFE para identificar modos de falhas prospectivos e sugerir

intervenções. A realização de um estudo posterior possibilitaria a avaliação da

efetividade das medidas tomadas.

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17

6. CONCLUSÃO

O presente estudo teve como objetivo realizar uma Análise Multimodal de

Falhas e Efeitos para identificar prospectivamente os riscos relacionados à fase do

preparo e dispensação de medicamentos quimioterápicos em uma instituição hospitalar.

Dentro do contexto proposto, foram identificados os possíveis modos de falha que se

relacionavam ao processo de preparo e dispensação dos quimioterápicos, além do que

possibilitou a definição das causas potenciais para a existência desses riscos.

Portanto, com a crescente e atual busca pela qualidade e segurança do paciente, a

AMFE deve ser considerada um método válido para melhorar o gerenciamento de risco,

pois permite uma analise prospectiva no processo do medicamento quimioterápico na

fase de preparo e dispensação, com o objetivo de identificar falhas potenciais e suas

causas associadas, e formular estratégias para a correção de tais vulnerabilidades. Além

disso, o envolvimento dos colaboradores no processo de segurança do paciente estimula

uma cultura de segurança institucional e uma gestão mais adequada do processo de

trabalho, consequentemente melhorando a qualidade da assistência prestada ao usuário

dos serviços de saúde.

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18

ANEXOS

Matriz de Pontuação de Risco

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19

Critérios para classificar a gravidade das falhas analisadas com HFMEA

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Critérios para classificar a probabilidade de ocorrência das falhas em

HFMEA

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21

Árvore de decisão para HFMEA.

Fonte: Adaptado de <http://www.patientsafety.gov/SafetyTopics/HFMEA/HFMEA_JQI.pdf>. Acesso em: 10

nov. 2012.

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