Upload
rayssa-da-conceicao-camilo
View
221
Download
6
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
DIREITO DO CONSUMIDOR
FORNECEDOR E CONSUMIDOR
Profa. Angela Issa Haonat
CONSUMIDOR
CONCEITO LEGAL (OPÇÃO DO LEGISLADOR)
oART. 2°, CAPUT E PARÁGRAFO ÚNICO
oART. 17 oART. 29
CONSUMIDOR
ART. 2º Consumidor é toda pessoa
física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.
CONSUMIDOR
QUEM?PESSOA FÍSICA: (pessoa natural);
PESSOA JURÍDICA: sem distinção (microempresa, multinacional,
sociedade comercial, associação, fundação)
CONSUMIDOR
Começa no individual (ART. 2º, CAPUT ), mais concreto e,
termina no mais abstrato (ART. 29), passando pelo parágrafo único do art. 2º e pelo art. 17
CONSUMIDOR
Art. 2º Parágrafo único
Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja
intervindo nas relações de consumo.
CONSUMIDOR
Art. 17 Para os efeitos desta Seção,
equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
CONSUMIDOR
Art. 29 Para os fins deste Capítulo e do
seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas
às práticas nele previstas.
ADQUIRIR OU UTILIZAR
ADQUIRIR: SENTIDO LATO (obter seja a título gratuito ou
oneroso);A lei não faz distinção;
UTILIZAR: ainda quando quem utiliza não o tenha adquirido
DESTINATÁRIO FINAL
algumas situações
Uma empresa de contabilidade que adquire num supermercado
um microcomputador para desenvolver suas atividades, é
considerada consumidora?
DESTINATÁRIO FINAL
algumas situações
Um usineiro que compra uma usina para a produção de álcool,
poderá ser considerado consumidor final?
DESTINATÁRIO FINAL
algumas situações
Uma pessoa que adquire um automóvel numa concessionária
é consumidora?
DESTINATÁRIO FINAL
algumas situaçõesE quando a concessionária
adquire o veículo da montadora como intermediária para
posterior venda ao consumidor?
CDC
DESTINATÁRIO FINAL
algumas situaçõesE se a concessionária se utiliza
do veículo como destinatária final ?
Para aquele veículo não será tida como fornecedora
Pessoa Jurídica
Pode ser destinatário final?Afinal ela não dorme, não come,
não vai ao cinema...Rizzatto Nunes
Caput do art. 2º (forma expressa)Art. 51, I
Pessoa Jurídica
Só pode consumir produtos e serviços compatíveis com sua
natureza e que fossem, simultaneamente bens de
consumo. Rizzatto Nunes
Pessoa JurídicaArt. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. .....
Pessoa Jurídica
...Nas relações de consumo entre o fornecedor e o
consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações
justificáveis;
Pessoa Jurídica
Leitura do art. 51, I c/c art. 25
Exceção legal de permissão para a fixação de cláusula legal limitadora
do dever de indenizar.
02 pressupostos
Pessoa Jurídica
a) Que o tipo de operação de venda e compra seja especial, fora do
padrão de consumo;b) Que a qualidade de consumidor-
pessoa jurídica, também justifique esta negociação prévia de
cláusula limitadora. DEVE SER A SOMA DOS DOIS
Pessoa Jurídica
Para Rizzatto NunesHá bens de consumo (produtos e
serviços) que são adquiridos com o fim de produção, sem que a
relação jurídica estabelecida deixe de ser de consumo. (Tratamento
diferenciado do art. 51,I)
Teorias: finalista x maximalistaCláudia Lima Marques
Argentina: distinção entre consumidor e usuário
França e Espanha: apenas pessoa física é considerado consumidor.
Brasil: aquisição ou utilização como destinatário final
Teorias: finalista x maximalistaTeoria Finalista: adotada por Cláudia
Lima Marques – A tutela específica só existe porque o consumidor é a parte mais vulnerável nas relações contratuais;
Os finalistas propõem uma interpretação mais restritiva do termo “destinatário final”, do art. 2º como requer os arts. 4º e 6º.
Teorias: finalista x maximalistaÉ necessário não adquiri-lo para
revenda, não adquiri-lo para uso profissional, pois o bem seria um instrumento de produção cujo preço será incluído no preço final do profissional que o adquiriu.
Esta hipótese é de consumo intermediário e não de consumo final
Teorias: finalista x maximalistaTeoria Maximalista (Nelson Nery,
Rizzatto, outros)
Normas do CDC como novo regulamento do mercado de consumo brasileiro e
não só normas de proteção ao consumidor-não profissional;
O art. 2º deve ser interpretado de forma extensiva
STJ Teoria do Finalismo Aprofundado
Com o novo CC a corrente maximalista diminuiu em força
Tendência na jurisprudência concentrada na idéia de consumidor final imediato e de vulnerabilidade
Vulnerabilidade
04 espécies
a) Técnica: o comprador não possui conhecimento técnico do está
adquirindo. É presumida para o consumidor não-
profissional, mas pode atingir excepcionalmente o profissional,
destinatário final do bem.
Vulnerabilidade
04 espécies
b) Jurídica ou específica: falta de conhecimentos jurídicos
específicos, conhecimentos de contabilidade e de economia.
É presumida para o consumidor não profissional e para o consumidor
pessoa física.
Vulnerabilidade
04 espécies
c)Fática ou socioeconômica: o ponto de foco é o fornecedor – que por sua posição de monopólio fático ou jurídico, por seu grande poder
econômico ou essencialidade do bem impõe sua superioridade.
Vulnerabilidade
04 espécies
d) Informacional: na sociedade atual é na informação que está o poder; a falta desta representa um minus, uma vulnerabilidade quanto mais importante for esta informação
detida pelo outro.
Coletividade de Pessoas
Parágrafo único do art. 2º
Coletividade de pessoas mesmo que não possam ser identificadas e desde que tenham de alguma
maneira participado da relação de consumo, mas sem sofrer danos.
Vítimas do Evento
Art. 17Equiparação do consumidor às
vítimas do acidente de consumo que, mesmo não
tendo sido ainda consumidoras diretas,
foram atingidas pelo evento danoso.
Todas as pessoas expostas às práticas comerciais
Art. 29Equipara a consumidor todas as
pessoas, mesmo as que não puderem ser identificadas, que estiverem expostas às práticas
comerciais
CONCEITO DE FORNECEDOR
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem,
criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Ente Despersonalizado
Pessoa Falida: apesar de falir, esta empresa colocou no mercado
produtos e resultados de serviços que ela ofereceu e
efetivou.
Ex. BRA
Pessoa Física
Profissional Liberal:como prestador de serviço;
Importante: o profissional liberal não responde por responsabilidade
objetiva, mas por culpa (art. 14, § 4º)
Pessoa Física
Comerciante de Fato ou o que desenvolve atividade lucrativa em
caráter eventual. Ex. compra e venda de automóveis
Pessoa Física que presta serviços mesmo sem ser
profissional liberal. Encanador, eletricista etc
Produto
§ 1º do art. 3º
Produto: conotação universal e ligado à idéia de bem, resultado
da produção de mercado de consumo nas sociedades
capitalistas contemporâneas.
Produto
Móvel x ImóvelMesmo sentido do Direito Civil
Material ou ImaterialAtividades bancárias (mútuo,
aplicação em renda fixa)
ProdutoProduto Durável (art. 26, I e II)
O que não se extingue com o uso. Pode ser utilizado muitas vezes;
O desgaste natural não poderá ser considerado como vício. Não há
proteção legal contra o desgaste.
(Exceção: art. 30, 31, 37, 50 etc)
Produto
Produto Não DurávelÉ aquele que se acaba com o uso.
Usado ele se extingue. Ex. Alimentos, remédios,
cosméticos
Produto
Produto Gratuito ou “Amostra Grátis”
Está submetido a todas as exigências legais da qualidade, garantia,
durabilidade, proteção contra vícios, defeitos etc.
Serviços
Enumeração exemplificativa
Qualquer atividade fornecida ou prestada no mercado de
consumo
Serviços
Serviço PúblicoArt. 22 do CDC
Prestados direta ou indiretamente
Princípios:Eficiência
Serviço Essencial Contínuo
Serviços
Interrupção: qualquer dano material ou moral dá ensejo à indenização, uma vez que
a responsabilidade é objetiva;
Jurisprudência
AgRg no Ag 807159 / SP 2006/0184682-0PROCESSUAL CIVIL. REEXAME DE PROVAS. (...) - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições
financeiras. (...) O conceito de "destinatário final", do Código de Defesa do Consumidor, alcança a
empresa ou o profissional que adquire bens ou serviços e os utiliza em
benefício próprio.
Jurisprudência
CIVIL. RELAÇÃO DE CONSUMO. DESTINATÁRIO FINAL. A expressão destinatário final, de que trata o art. 2º, caput, do CDC abrange quem adquire mercadorias para fins não econômicos, e também aqueles que, destinando-os a fins econômicos, enfrentam o mercado de consumo em condições de vulnerabilidade; espécie em que caminhoneiro reclama a proteção do CDC porque o veículo ....
Jurisprudência
... adquirido, utilizado para prestar serviços que lhe possibilitariam sua mantença e a da família, apresentou defeitos de fabricação. Recurso especial não conhecido.
(REsp 716877 / SP RECURSO ESPECIAL2005/0004852-3)
Jurisprudência
Processo civil. Agravo interno. Decisão unipessoal do relator que dá provimento a recurso. Decisão recorrida de acordo com jurisprudência dominante do STJ. Empresa e profissionais. Destinatário Final. Arrendamento mercantil (leasing). Ação Civil Pública. Ministério Público. ....
Jurisprudência
...Legitimidade. - Não ofende o art. 557, § 1º-A, do CPC a decisão unipessoal do relator que dá provimento a recurso com base em jurisprudência dominante do STJ. - O conceito de "destinatário final", do Código de Defesa do Consumidor, alcança a empresa ou o profissional que adquire bens ou serviços e os utiliza em benefício próprio, ...
Jurisprudência
... sem transformação ou beneficiamento na cadeia produtiva. - O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública em defesa de interesses sociais homogêneos, de relevante interesse social, em contratos de adesão, como os de arrendamento mercantil.