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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA Patrícia Oliveira Borges de Brito DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE DE DISTRIBUIÇÃO: ESTUDO DE CASO JUAZEIRO 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE ... · Agradeço à minha fonte de inspiração em todos os momentos de minha vida que ... Figura 4- Raios solares chegando

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Patrícia Oliveira Borges de Brito

DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE

DE DISTRIBUIÇÃO: ESTUDO DE CASO

JUAZEIRO

2016

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Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Biblioteca SIBI/UNIVASF

Bibliotecário: Renato Marques Alves

Brito, Patrícia.

B862d Dimensionamento de sistemas fotovoltaicos conectados à rede: estudo de caso / Patrícia Oliveira Borges de Brito. -- Juazeiro-BA, 2016.

xii 77f. : il. 29 cm Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica,

Campus Juazeiro-BA, 2016).

Orientador: Prof. MSc Antônio de Almeida Fernandes.

1. Sistemas Fotovoltaicos. 2. Energia - Fontes alternativas. 3. Coletores solares. 4. Geração de energia elétrica. I. Título. II. Fernandes, Mestre Antônio de Almeida.III. Universidade Federal do Vale do São Francisco.

CDD 621.471

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Patrícia Oliveira Borges de Brito

DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE

DE DISTRIBUIÇÃO: ESTUDO DE CASO

Trabalho apresentado à Universidade

Federal do Vale do São Francisco –

UNIVASF, Campus Juazeiro, como requisito

para a obtenção de titulo de bacharel em

Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. MSc Antônio de Almeida

Fernandes

JUAZEIRO

2016

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DEDICATÓRIA

Dedico este Trabalho aos meus pais:

Antônio de Almeida Fernandes e Graciete Oliveira de Almeida Fernandes, que

sempre contribuíram em minha vida, ajudando e orientando para me tornar a pessoa

que sou hoje. Dedico em especial ao meu pai, que foi o grande motivador na

escolha do tema, sempre me encorajando para não desistir.

“A mente que se abre a uma nova ideia jamais

voltará ao seu tamanho original.”

Albert Einstein

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar pela dádiva da vida.

Aos meus familiares pela compreensão e apoio nos momentos difíceis que

enfrentamos ao longo do curso.

Agradeço à minha fonte de inspiração em todos os momentos de minha vida que é a

minha mãe, pessoa a qual tenho maior orgulho e admiração.

Agradeço ao meu orientador por estar ao meu lado sempre que precisei, por me

conduzir da melhor forma durante o curso. Agradeço por ser minha referencia, meu

espelho de como um engenheiro deve se portar. Agradeço por ter se preocupado

em me ensinar, e por muitas vezes dedicar seu tempo a mim, me orientando e

ensinando conceitos mais básicos aos mais complexos.

Agradeço ao Professor José Américo, que ofertou uma disciplina optativa Tópicos

Avançados em Engenharia que focou em Sistemas Fotovoltaicos, que foi de extrema

importância na elaboração do meu trabalho, pois auxiliou diretamente na aquisição

de conhecimentos.

Agradeço a todos os professores do Colegiado de Engenharia Elétrica por fazerem

parte de minha formação acadêmica.

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RESUMO

A crescente demanda de energia, o aumento do custo dos combustíveis fósseis e a

preocupação com o meio ambiente provocaram um avanço considerável no setor de

geração de energia à partir de recursos renováveis. O sol, pela sua omnipresença

em praticamente todos os espaços habitáveis do planeta, é uma fonte de energia

com ótimas perspectivas de geração de energia. Diversas formas de se obter

energia solar foram desenvolvidas ou pesquisadas nas ultimas décadas, reduzindo o

custo das tecnologias em questão. Dessa forma, este trabalho apresenta uma visão

geral de todo o contexto da geração de energia fotovoltaica com um estudo de caso

que apresenta um dimensionamento fotovoltaico conectado ao sistema de

distribuição elétrico.

Palavras chaves: Energia, Sol, Energia Fotovoltaica, Sistema de Distribuição.

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ABSTRACT

The growing demand for energy, the rising cost of fossil fuels and concern for the

environment have led to a considerable improvement in the power generation sector

starting from renewable resources. The sun, by its omnipresence in virtually all living

spaces on the planet, is an energy source with great prospects for power generation.

Several ways to get solar energy were developed or studied in recent decades,

reducing the cost of the technologies in question. Thus, this work presents an

overview of the whole context of photovoltaic power generation with a case study that

shows a photovoltaic design connected to the electrical distribution system.

Key words: Energy, Sun, Photovoltaic Energy Distribution System.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Matriz Energética Brasileira. FONTE: Empresa de Pesquisa Energética - EPE ..... 17

Figura 2- Espectro de radiação eletromagnética. ......................................................................... 20

Figura 3- O espectro de irradiância da radiação solar no topo da atmosfera, ao nível do mar

e o espectro de irradiância de um corpo negro. ............................................................................ 21

Figura 4- Raios solares chegando à Terra em linha reta............................................................. 23

Figura 5- Demonstração do ângulo azimutal ................................................................................. 23

Figura 6- Movimentos de translação e rotação da Terra. ............................................................ 24

Figura 7- Inclinação da Terra em relação ao eixo de orbita elíptica em torno do Sol............. 25

Figura 8- Posição do Sol definida pelos ângulos azimutal, zenital e da altura solar. .............. 26

Figura 9- Ângulo de inclinação do módulo. .................................................................................... 26

Figura 10- Posicionamento da Placa Solar. .................................................................................. 28

Figura 11- Representação esquemática célula fotovoltaica ........................................................ 31

Figura 12- Lingote de silício monocristalino. ................................................................................. 32

Figura 13- Célula solar de silício monocristalino........................................................................... 33

Figura 14- Lingote de silício policristalino. ..................................................................................... 34

Figura 15- Modulos fotovoltaicos de silicio monocristalino. ......................................................... 36

Figura 16- Circuito Equivalente célula fotovoltaica. ...................................................................... 37

Figura 17- Circuito equivalente de uma célula fotovoltaica ideal. ............................................... 38

Figura 18- Curva característica I-V e P-V ...................................................................................... 39

Figura 19- Influencia da irradiância na tensão. ............................................................................. 41

Figura 20- Influencia da irradiância na potencia. .......................................................................... 41

Figura 21- Influencia da temperatura na tensão. .......................................................................... 42

Figura 22- Influencia da temperatura na potencia. ....................................................................... 42

Figura 23 - Conjunto de módulos em série .................................................................................... 43

Figura 24- Conjunto de módulos em paralelo. .............................................................................. 43

Figura 25- Módulo fotovoltaico com sombra em uma célula. ...................................................... 44

Figura 26- Diodos de baypass e diodos de bloqueio conectados com as células solares. .... 45

Figura 27- Organização e Componentes de um sistema fotovoltaico conectados à rede. ..... 46

Figura 28- Procedimentos e etapas de acesso. ............................................................................ 47

Figura 29- Representação do sistema de compensação de energia. ........................................ 48

Figura 30- Esquema básico do inversor de corrente. ................................................................. 49

Figura 31- Sinal com Modulação de Pulso. ................................................................................... 50

Figura 32- Corrente elétrica com elevada distorção harmônica. ................................................ 52

Figura 33- Esquema Sistema conectado a rede. .......................................................................... 56

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Escolha do angulo de inclinação. ............................................................. 27

Tabela 2- Tempo de desconexão do inversor da rede elétrica na ocorrência de

distúrbios de tensão. ................................................................................................ 51

Tabela 3- Relação potência e fator de potencia. ...................................................... 53

Tabela 4- Quadro de Geração instalada. ................................................................. 64

Tabela 5- Quadro de Geração instalada. ................................................................. 65

Tabela 6- Ficha Técnica do Inversor de Frequência................................................. 65

Tabela 7- Previsão Orçamentária............................................................................. 69

Tabela 8- Controle consumo Canteiro de Obras 2015. ............................................ 70

Tabela 9- Dados solarimétricos - Cidade: Juazeiro/BA. ........................................... 70

Tabela 10- Análise do investimento e tempo de retorno. .......................................... 71

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12

1.1 Objetivos ..................................................................................................... 13

1.2 Justificativa ................................................................................................. 13

1.3 Metodologia ................................................................................................ 14

1.4 Estrutura do trabalho ................................................................................... 14

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 16

2.1 Matriz energética brasileira ......................................................................... 16

2.2 Fontes de energia renováveis ..................................................................... 17

2.2.1 Energia solar fotovoltaica ..................................................................... 19

2.2.1.1 Irradiância ......................................................................................... 20

2.2.1.2 Insolação ........................................................................................... 22

2.2.2 Orientação dos módulos fotovoltaicos .................................................. 22

2.3 Células e Módulos Fotovoltaicos ................................................................. 28

2.3.1 Células Fotovoltaicas ............................................................................ 30

2.3.2 Tipos de células fotovoltaicas ............................................................... 31

2.3.2.1 Silício monocristalino ......................................................................... 32

2.3.2.2 Silício policristalino ............................................................................ 34

2.3.2.3 Filmes finos ....................................................................................... 34

2.3.3 Módulo, placa ou painel fotovoltaico ..................................................... 35

2.3.4 Funcionamento e características dos módulos fotovoltaicos................. 36

2.3.4.1 Circuito equivalente da célula fotovoltaica ......................................... 37

2.3.4.2 Curvas características de corrente, tensão e potencia. ..................... 39

2.3.4.3 Influencia da radiação solar ............................................................... 40

2.3.4.4 Influência da temperatura .................................................................. 41

2.3.5 Conjuntos ou arranjos fotovoltaicos ...................................................... 42

2.3.5.2 Conexões de módulos em paralelo ................................................... 43

2.3.6 Sombreamento de módulos fotovoltaicos ............................................. 43

3. SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ................................ 45

3.1 Categorias de sistemas fotovoltaicos conectados à rede ............................ 45

3.2 Sistemas de Microgeração fotovoltaico. ...................................................... 46

3.2.1 Sistemas de compensação de energia. ................................................ 47

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3.2.2 Inversores para a conexão à rede elétrica ............................................ 48

3.2.2.1 Funcionamento dos inversores .......................................................... 48

3.2.2.2 Características dos inversores .......................................................... 50

3.2.2.3 Recursos e funções dos inversores ................................................... 51

3.2.3 Quadro de proteção de corrente contínua (CC) .................................... 53

3.2.4 Quadro de proteção de corrente alternada (CA) ................................... 53

3.2.6 Dimensionamento do Sistema Fotovoltaico conectado à rede de

distribuição de energia elétrica .......................................................................... 55

3.2.6.1 Dimensionamento do gerador fotovoltaico......................................... 56

3.2.6.2 Dimensionamento do inversor ........................................................... 57

3.2.6.3 Dimensionamento do número de módulos ........................................ 58

3.2.6.4 Dimensionamento das instalações do lado de corrente alternada. .... 59

3.2.6.5 Dimensionamento dos cabos no lado de corrente contínua .............. 59

3.2.6.6 Dimensionamento dos fusíveis no lado de corrente contínua ............ 60

3.2.6.7 Escolha dos diodos no lado de corrente contínua ............................. 61

4. ESTUDO DE CASO: PROJETO DE DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA

FOTOVOLTAICO PARA ALIMENTAR UMA CARGA DE 60KVA. .......................... 62

4.1 Memorial Descritivo ..................................................................................... 62

4.1.1 Objetivos .............................................................................................. 62

4.1.2 Referencias Normativas ....................................................................... 62

4.1.2.1 Legislação – ANEEL.......................................................................... 62

4.1.2.2 Normas Técnicas da CELPE ............................................................. 62

4.1.3 Central Geradora .................................................................................. 63

4.1.3.1 Unidade Consumidora ....................................................................... 63

4.1.3.2 Unidade Geradora ............................................................................. 63

4.1.4 Data de Entrada em Operação ............................................................. 64

4.1.5 Equipamentos....................................................................................... 64

4.1.5.1 Módulos Fotovoltaicos ....................................................................... 65

4.1.5.2 Inversor de Frequência ...................................................................... 65

4.1.6 Proteções Elétricas ............................................................................... 66

4.1.6.1 Proteção Contra Curto-Circuito ......................................................... 66

4.1.6.2 Seccionamento.................................................................................. 66

4.1.6.3 Aterramento ...................................................................................... 66

4.1.6.4 Proteções Incorporadas e Integrantes ao Inversor empregado ......... 66

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4.1.7 Sinalização de Segurança .................................................................... 67

4.2 Diagrama Unifilar ........................................................................................ 68

4.3 Diagrama Trifilar.......................................................................................... 69

5. CONCLUSÃO ................................................................................................... 72

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 73

ANEXO A – Índice de radiação Solar em Juazeiro/Petrolina (MJ/m2.dia). .......... 75

ANEXO B – Temperatura média Juazeiro/Petrolina (ºC) ..................................... 76

ANEXO C – Formulário de Registro ...................................................................... 77

ANEXO D – Carta de solicitação de acesso junto a Concessionária ................. 78

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1. INTRODUÇÃO

O aproveitamento da energia gerada pelo Sol, tanto como fonte de calor

quanto de luz, é hoje uma das alternativas energéticas mais promissoras para prover

a energia necessária ao desenvolvimento humano. Lembrando, que o Sol é a

principal fonte de energia do nosso planeta, e ele é responsável pela origem de

praticamente todas as outras fontes de energia na Terra, ou seja, em última

instância, as fontes de energia são em sua maioria, derivadas da energia do Sol.

A superfície da Terra recebe anualmente uma quantidade de energia solar,

nas formas de luz e calor, suficiente para suprir milhares de vezes às necessidades

mundiais durante o mesmo período. Apenas uma pequena parcela dessa energia é

aproveitada.

O aproveitamento da energia solar, conhecida como energia fotovoltaica (FV),

mostrou desde os anos de 1970, que podemos obter a energia sem a queima de

combustíveis fosseis (carvão, petróleo ou gás natural). A energia fotovoltaica nos

ajuda a evitar a maioria das ameaças advindas do efeito estufa e, associada com as

atuais técnicas de produção de eletricidade, ela também apresenta outros

benefícios. (FERNANDES, A. F.2014)

Embora o potencial da energia advinda do Sol seja bastante elevado, estima-

se que apenas parte de um minuto seja suficiente para atender a toda demanda

mundial de eletricidade. A energia solar fotovoltaica pode ser utilizada praticamente

em todos os lugares, por outro lado, a quantidade de radiação depende do clima e,

em especial, da latitude.

As células Fotovoltaicas, responsáveis pela geração da energia FV, em sua

grande parte, são compostas de silício. Uma única célula de silício cristalino, com

uma área de 100 cm2, gera uma corrente de 3A (Amperes) com uma tensão de 0,5 V

(Volts), quando exposta a Sol pleno (VILLALVA, 2013).

É evidente que um módulo solar, composto por grande número de células de

silício, irá fornecer uma potencia maior, tendo esse que ser orientado

perpendicularmente à radiação incidente. Assim as condições de orientação ótima

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para um sistema fotovoltaico são conseguidas se a radiação incidente sobre os

módulos solares for continuamente vertical.

1.1 Objetivos

O objetivo deste trabalho é mostrar que o Brasil, em especial a região do Vale

do São Francisco, tem grande potencial para utilização de energias renováveis,

destacando-se a captação de energia solar transformada em energia elétrica através

de painéis fotovoltaicos, visto que com a evolução das tecnologias, cada vez o

investimento nessa modalidade se torna mais viável.

1.2 Justificativa

A necessidade de recorrer às fontes alternativas de energia vem crescendo

demasiadamente, com isso, a energia fotovoltaica se destaca partindo do

pressuposto que diariamente muita quantidade de energia chega ao nosso planeta

de forma gratuita e limpa, através dos raios solares, que além de trazerem a luz e o

calor essencial para a vida na Terra, podem ser aproveitados para a geração de

eletricidade (VESPER,2012).

O aproveitamento da energia gerada pelo Sol, inesgotável na escala terrestre

de tempo, tanto como fonte de calor quanto de luz, é hoje, sem sombra de dúvidas,

uma das alternativas energéticas mais promissoras para enfrentarmos os desafios

deste milênio. E quando se fala em energia, deve-se lembrar de que o Sol é

responsável pela origem de praticamente todas as fontes de energia. Em outras

palavras, as fontes de energia são, em última instância, derivadas, em sua maioria,

da energia do Sol.

A energia solar é abundante e permanente, renovável a cada dia, não polui e

nem prejudica o ecossistema. A energia solar é a solução ideal para áreas afastadas

e ainda não eletrificadas, especialmente num país como o Brasil onde se encontram

bons índices de insolação em qualquer parte do território.

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O Sol irradia anualmente o equivalente a 10.000 vezes a energia consumida

pela população mundial neste mesmo período (VILLALVA, 2013).

1.3 Metodologia

O desenvolvimento do presente trabalho teve início no levantamento

bibliográfico a respeito de todo o processo de geração de energia fotovoltaica, desde

o princípio de funcionamento das células semicondutoras até o dimensionamento de

um sistema fotovoltaico interligado no sistema elétrico convencional.

A partir do levantamento bibliográfico será investigado como se dá a geração

de corrente elétrica através das placas semicondutoras, permitindo um melhor

entendimento da eficiência de cada material aplicado na construção das placas

solares.

Depois de estudado os materiais semicondutores que melhoram a eficiência

das placas solares, serão investigados o princípio de funcionamento, características

e tipos das células solares aplicados nos sistemas interligados na rede.

Para realizar o sincronismo entre a energia gerada pelas placas e a energia

da rede, analisaremos os inversores de frequência, que fará toda a conversão

necessária para interligar as mesmas, isso ocorre no sistema ON-GRID, onde sua

fonte de geração fotovoltaica está interligada diretamente na rede. Ao fim do

trabalho, foi elaborado um projeto de dimensionamento para atender uma carga de

60kVA.

1.4 Estrutura do trabalho

No primeiro capítulo aborda-se uma introdução do trabalho ressaltando sua

importância no contexto econômico e social. O capítulo 2 faz-se uma revisão

bibliográfica de todo o processo envolvido na geração de energia fotovoltaica. O

capítulo 3 aborda os procedimentos para utilização de sistemas de geração

fotovoltaicas interligados na rede. O capítulo 4 trata da projeção de um sistema

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15

fotovoltaico que alimenta uma carga de 60KVA. E por fim, o capítulo 5 traz a

conclusão obtida durante todo o processo de elaboração do presente trabalho.

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16

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Matriz energética brasileira

Ao longo das últimas décadas vivenciamos um período de grande

industrialização, no Brasil e nos demais países, de uma maneira geral. Este

crescimento acentuado só foi possível, primeiramente, pelo aumento da capacidade

de fornecimento de energia, independentemente de sua origem. No entanto, o

sentimento de que vale a pena crescer a qualquer custo parece ter sido alterado e,

atualmente, já podemos notar preocupações reais quanto à necessidade de um

crescimento sustentável, que se faça valer dos recursos naturais sem impactar

demasiadamente o meio ambiente (VESPER,2012).

O discurso pela sustentabilidade ganhou projeção no cenário global

defendendo que as nações devem priorizar a obtenção de recursos energéticos a

um custo baixo e com pouco impacto ambiental, afim de que estejam melhor

posicionadas em relação aos países que ainda mantêm suas bases energéticas

majoritariamente em energia não renovável, por exemplo. É exatamente neste

cenário atual, que as atenções são voltadas ao modelo brasileiro de produção de

biocombustíveis, por exemplo, por enquanto um modelo de sucesso de

aproveitamento da energia mais limpa e renovável.

Protagonistas da geração de energia no País, as usinas hidrelétricas são

responsáveis por cerca de 70% da matriz brasileira atualmente, tendo evoluído de

mais de 13 mil megawatts de potência instalada na década de 1970 para cerca de

70 mil megawatts no início deste século. Dados da Agência Nacional de Energia

Elétrica (Aneel), mostram que estão operando atualmente 1.122 empreendimentos

de fonte hidráulica, além de 209 já outorgados e outros 34 em construção.

Entretanto, a inauguração de novas grandes usinas está com os dias contados: 15

anos, no máximo. Estima-se que, após este período, o potencial de construir novas

unidades terá se esgotado, não havendo mais usinas de grande porte para serem

implementadas. O Plano Decenal de Expansão de 2022, do Ministério de Minas e

Energia (MME), prevê que a participação das hidrelétricas deve cair para 65% já no

início da próxima década. Em contrapartida, a demanda de energia crescerá 4,2%

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ao ano, passando dos atuais 63 mil megawatts médios para mais de 91 mil

megawatts em 2022. A Figura 01 mostra o comportamento da Matriz energética do

Brasil nos anos de 2012 e 2013.

Figura 1- Matriz Energética Brasileira.

FONTE: Empresa de Pesquisa Energética - EPE

2.2 Fontes de energia renováveis

O sol é a principal fonte de energia do nosso planeta. A superfície da Terra

recebe anualmente uma quantidade de energia solar, nas formas de luz e calor,

suficiente para suprir milhares de vezes às necessidades mundiais durante o mesmo

período. Apenas uma pequena parcela dessa energia é aproveitada. Mesmo assim,

com poucas exceções, praticamente toda energia usada pelo ser humano tem

origem no Sol.

A energia da biomassa, ou da matéria orgânica, tem origem na energia

captada pelo Sol através da fotossíntese, que é a conversão da energia do Sol em

energia química. A energia da água dos rios, usada para mover turbinas de usinas

hidrelétricas, tem origem na evaporação, nas chuvas e no desgelo provocados pelo

calor do Sol. A energia dos ventos tem origem nas diferentes temperaturas e

pressão na atmosfera ocasionadas pelo aquecimento solar. Os combustíveis fósseis

como o carvão, o gás natural e o petróleo também tem origem na energia solar, pois

são resultados da decomposição da matéria orgânica produzida há muitos milhões

de anos (FERNANDES, 2014).

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18

As fontes renováveis de energia são aquelas consideradas inesgotáveis para

os padrões humanos de utilização. Podemos utilizá-las continuamente e nunca se

acabam, pois sempre se renovam. Alguns exemplos são energia solar, aproveitada

diretamente para aquecimento ou geração de eletricidade, eólica, oceânica,

geotérmica e da biomassa.

A hidrelétrica, que é a fonte de energia renovável mais utilizada em nosso

país, depende da disponibilidade de água nos rios. Esse recurso é inesgotável

desde que não ocorra o esgotamento das bacias hídricas pela ação direta humana

ou por alterações climáticas, que modifiquem os regimes pluviométricos.

Os ventos também são inesgotáveis e constituem uma fonte de energia

renovável, pois vão sempre soprar enquanto existir o calor do Sol para aquecer a

atmosfera.

É possível questionar até que ponto uma fonte de energia é inesgotável. A

ciência aponta que ainda poderemos aproveitar a luz e o calor do Sol durante cerca

de 8 bilhões de anos, tempo suficiente para considerarmos inesgotável essa fonte

de energia e as outras que dela derivam, para as necessidades humanas.

Da mesma forma a energia geotérmica, que é o calor do subsolo terrestre,

também é considerada inesgotável, pois sua disponibilidade é muito vasta em

comparação com outras fontes de energia que vão esgotar-se muito antes, como é o

caso dos combustíveis fósseis.

Embora sejam muito grandes as reservas de petróleo, gás e carvão em todo o

mundo, a disponibilidade desses recursos fósseis diminui com o uso, portanto são

fontes de energia não renováveis. Por maiores que sejam as reservas conhecidas

dos recursos não renováveis, é certo que a humanidade não poderá contar sempre

com a energia produzida a partir dessas fontes, até mesmo porque sabemos que o

consumo dessas fontes de energia gera impacto ambiental, processo o qual vem se

tornado bastante relevante no contexto atual (VILLALVA, 2013).

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE ... · Agradeço à minha fonte de inspiração em todos os momentos de minha vida que ... Figura 4- Raios solares chegando

19

2.2.1 Energia solar fotovoltaica

A energia do Sol pode ser utilizada diretamente para produzir eletricidade pelo

efeito fotovoltaico, que consiste na conversão direta da luz solar em energia elétrica.

O efeito fotovoltaico e o funcionamento das células e dos painéis solares

fotovoltaicos serão explicados adiante.

Diferentemente dos painéis solares térmicos, que são empregados para

realizar aquecimento ou para produzir eletricidade a partir da energia térmica do Sol,

os sistemas fotovoltaicos tem capacidade de captar diretamente a luz solar e

produzir corrente elétrica. Essa corrente é coletada e processada por dispositivos

controladores e conversores, podendo ser armazenada em baterias ou utilizada

diretamente em sistemas conectados à rede elétrica, que serão abordados nos

próximos capítulos (FERNANDES, 2014).

A radiação provinda do sol que viaja através do espaço é constituída de

diferentes comprimentos de onda. A radiação é classificada quanto ao comprimento

de onda, e quanto menor esse comprimento, maior a energia de radiação. A terra

intercepta a radiação solar a aproximadamente 146 milhões de km de distância do

Sol e recebe 2 bilionésimos da radiação emitida pelo sol, o que equivale a 35.000

vezes a energia usada por todas as pessoas do planeta em um ano

(CRESESB,2004).

A figura 2 mostra o espectro de radiação eletromagnética, fornecendo os

comprimentos de onda para cada tipo de radiação.

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20

Figura 2- Espectro de radiação eletromagnética. FONTE: (INCROPERA, 2008).

De toda a radiação solar interceptada pela Terra, cerca de 35% é refletida de

volta para o espaço. As nuvens e poeira atmosférica são as maiores responsáveis

por essa reflexão da radiação solar, porém, a água, neve e a terra que estão

localizadas na superfície terrestre, também provocam uma reflexão dessa radiação

(CRESESB, 2014).

A quantidade de energia recebida do sol diariamente, numa certa localidade,

é diferente em cada dia do ano e, naturalmente, é maior no verão e menor no

inverno, por conta da duração dos dias. Há ainda fatores atmosféricos que podem

influenciar o trajeto dos raios solares até o solo e também contribuem para aumentar

ou diminuir a energia solar disponível em cada dia do ano em uma determinada

localidade (VILLALVA, 2013).

2.2.1.1 Irradiância

Uma grandeza empregada para quantificar a radiação solar é a irradiância,

geralmente chamada de irradiação, expressa na unidade de W/m2 (watt por metro

quadrado). Trata-se de uma unidade de potência por área. Como se sabe a potencia

é uma grandeza física que expressa a energia transportada em certo intervalo de

tempo, ou a taxa de variação da energia com o tempo. Quanto maior a potencia da

radiação solar, mais energia ela transporta em um mesmo intervalo de tempo.

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21

A luz do sol se distribui de maneira semelhante à radiação, que é emitida

através de um corpo negro, no qual só depende da temperatura para emissão de

ondas eletromagnéticas. Parte da intensidade e do espectro eletromagnético da

radiação solar é afetada ao interagir com a atmosfera, devido às chamadas AM (Air

Mass), coeficiente denominado massa de ar. Ao atravessar a atmosfera uma parte é

absorvida por gases com banda de absorção especificas, como o ozônio, vapor de

água e o dióxido de carbono, que absorvem nas bandas do UV (ultravioleta), luz

visível e do IF (infravermelho) respectivamente.

Outra parte sofre reflexão nas massas de ar, nuvens e na própria superfície

terrestre, ou seja, apenas uma fração da radiação solar consegue atingir

efetivamente a superfície terrestre. A Fig.3 mostra o espectro de irradiância, que

descreve a energia incidente por unidade de superfície, da radiação solar, nos níveis

do topo da atmosfera e ao nível do mar (em cinza), comparado ao espectro de

irradiância de um corpo negro, mostrando o efeito de absorção das AM, ozônio,

vapor de água e dióxido de carbono (RUTHER, 1999).

Figura 3- O espectro de irradiância da radiação solar no topo da atmosfera, ao nível do mar e o espectro de irradiância de um corpo negro.

FONTE: (INCROPERA, 2008).

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22

Na superfície terrestre, a irradiância da luz solar é tipicamente em torno de

1.000 W/m2. No espaço extraterrestre, na distancia média entre o Sol e a Terra, a

irradiância é cerca de 1.353 W/m2. A medida da irradiância em W/m2 é muito útil

para avaliar a eficiência dos dispositivos e sistemas fotovoltaicos. Com o valor

padrão de 1.000 W/m2, as eficiências das células e módulos fotovoltaicos de

diversos fabricantes podem ser especificadas e comparadas, com base numa

condição padrão de radiação solar (FIGUEIREDO,2014).

2.2.1.2 Insolação

A insolação é a grandeza utilizada para expressar a energia solar que incide

sobre uma determinada área de uma superfície plana ao longo de um determinado

intervalo de tempo. Sua unidade é o Wh/m2 (Watt-hora por metro quadrado). O Watt-

hora é uma unidade física de energia e o Watt-hora por metro quadrado expressa a

densidade de energia por área.

A medida de insolação em Wh/m2 é muito útil para fazer o dimensionamento

dos sistemas fotovoltaicos. Na prática encontramos tabelas e mapas de insolação,

que fornecem valores diários expressos em Wh/m2.dia (watt-hora por metro

quadrado por dia).

2.2.2 Orientação dos módulos fotovoltaicos

Vamos agora compreender o modo como os raios solares chegam à Terra e

como isso afeta a maneira de instalação dos módulos solares.

Algum conhecimento sobre a incidência dos raios solares em nosso planeta é

necessário para que os módulos sejam instalados corretamente, fazendo-os captar a

energia solar da melhor maneira possível.

Os raios solares são ondas eletromagnéticas paralelas entre si, que chegam a

Terra em linha reta, como indica a Figura 4. Para o estudo da radiação solar em

aplicações fotovoltaicas é suficiente considerar que os raios são em linhas retas.

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23

Figura 4- Raios solares chegando à Terra em linha reta. FONTE: VILLALVA,2013.

Em cada ponto do planeta a radiação direta incide no solo com uma

inclinação diferente. Essa inclinação varia com a latitude e ao longo dos dias e

meses do ano, de acordo com a posição da Terra e do Sol no espaço.

Ângulo azimutal

O azimutal é o ângulo de orientação dos raios solares com relação ao norte

geográfico, como mostra a Figura 5. O Sol, em sua trajetória no céu desde o

nascente até o poente, descreve diferentes ângulos ao longo do dia.

Figura 5- Demonstração do ângulo azimutal

FONTE: EPE

Isto significa que um observador localizado no hemisfério Sul, abaixo da linha

do equador, quando estiver olhando para o Norte, verá o Sol com ângulos variáveis

do seu lado direito no período da manha e do lado esquerdo no período da tarde. Ao

meio-dia solar o observador verá o Sol exatamente à sua frente, o que representa o

ângulo azimutal nulo (VILLALVA, 2013).

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24

Quando o ângulo azimutal é nulo, o Sol está na metade do trajeto que

percorre do instante que nasce até o instante que se põe. A instalação correta de um

módulo solar fotovoltaico deve levar em conta o movimento diário do Sol (VILLALVA,

2013).

Movimentos da Terra

A Terra descreve uma trajetória elíptica em seu movimento de translação em

torno do Sol. Um trajeto completo tem a duração de aproximadamente 365 dias e

seis horas.

Ao mesmo tempo em que orbita o Sol, nosso planeta gira em torno do seu

próprio eixo no movimento chamado rotação. Um movimento de rotação completo

dura 24 horas. Os movimento de translação e rotação são ilustrados na Figura 6.

O eixo de rotação da Terra, que é o eixo dos polos Norte e Sul geográficos, é

levemente inclinado no ângulo de aproximadamente 23,5° com relação ao eixo do

movimento de orbita de translação, como ilustra a Figura 7(VILLALVA, 2013).

Figura 6- Movimentos de translação e rotação da Terra.

FONTE: EPE

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25

Figura 7- Inclinação da Terra em relação ao eixo de orbita elíptica em torno do Sol.

FONTE: EPE

Altura Solar

Devido à existência do ângulo de inclinação solar, o sol nasce e se põe em

diferentes pontos do céu e descreve uma trajetória com inclinação diferente em cada

dia do ano. Um observador que olha em direção ao Norte enxerga o Sol

descrevendo uma trajetória circular no céu. A altura do Sol no céu é maior nos dias

de verão, o que significa que nessa época os raios solares incidem sobre a cabeça

do observador com um ângulo zenital menor, percorrendo uma massa de ar

reduzida.

O ângulo de inclinação da trajetória do Sol com o plano horizontal recebe o

nome de ângulo de altura solar, como ilustra a Figura 8. O valor da altura solar

depende da localização geográfica do observador e do ângulo da declinação solar

(VILLALVA, 2013).

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26

Figura 8- Posição do Sol definida pelos ângulos azimutal, zenital e da altura solar.

FONTE: VILLALVA, 2013.

Ângulo de incidência dos raios solares

O modo como os raios solares incidem sobre a superfície terrestre depende

da posição do Sol no céu. Como sabemos, a posição varia ao longo do dia e do ano,

sendo determinada pelos ângulos azimutal e zenital.

A Figura 9 mostra como incidem os raios solares em um módulo solar. O

módulo é instalado com ângulo de inclinação α em relação ao solo e tem sua face

voltada para o norte geográfico. Os raios solares incidem sobre a superfície do

módulo com o ângulo de inclinação β, definido em relação à reta perpendicular à

superfície do módulo. Em cada dia do ano, conforme a altura solar varia, o módulo

recebe os raios solares com uma inclinação β diferente (VILLALVA, 2013).

Figura 9- Ângulo de inclinação do módulo.

FONTE: VILLALVA, 2013.

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27

O melhor aproveitamento da energia solar ocorre quando os raios incidem

perpendicularmente ao módulo, com ângulo β=0. Isso significa que idealmente, para

maximizar a captação da energia solar, a inclinação do módulo deve ser ajustada

diariamente para adequar-se ao valor da altura solar naquele dia (VILLALVA,

2013).

Escolha do ângulo de inclinação do módulo solar.

A maior parte dos sistemas fotovoltaicos possui ângulo fixo de inclinação,

então deve ser escolhido um ângulo por algum critério. A Tabela 1 mostra o ângulo

de inclinação α que faz os raios solares incidirem perpendicularmente à superfície do

módulo. Este é o ângulo que maximiza a captação da radiação solar direta.

Naturalmente, com o módulo em ângulo fixo não se consegue maximizar a

captação dos raios solares em todos os dias ou meses do ano, mas é possível

escolher um ângulo que possibilite uma boa produção media de energia ao longo do

ano. Dependendo da inclinação adotada, a energia produzida pode ser maximizada

ao longo do ano, somente nos meses de verão ou somente nos meses de inverno.

É possível determinar para uma latitude geográfica um ângulo de inclinação

que possibilite uma boa produção média de energia no ano. A Tabela 1 mostra o

ângulo de inclinação recomendado para faixas de latitudes geográficas. Não se

recomenda a instalação com ângulos de inclinação inferior a 10° para evitar o

acumulo de poeira sobre as placas ( VILLALVA, 2013)

Tabela 1- Escolha do angulo de inclinação. Fonte: "Installation and Safety Manual of de Bosh Solar Modules"

Latitude geográfica do

loca

Ângulo de inclinação

recomendado

0° a 10° α = 10°

11° a 20° α = latitude

21° a 30° α = latitude +5°

31° a 40° α = latitude +10°

41° ou mais α = latitude +15°

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Na prática, para instalação física, o instalador deve calcular a altura da haste

de fixação (z) em função do ângulo calculado (α) e levando em conta o comprimento

do módulo (L) ou a distancia entre a borda do módulo no solo e a barra de

sustentação (x), como ilustra a Figura 10 (VILLALVA, 2013).

Figura 10- Posicionamento da Placa Solar.

FONTE: VILLALVA, 2013.

A altura z da haste de fixação é calculada pela seguinte equação:

(1)

E a distancia x é calculada como:

(2)

2.3 Células e Módulos Fotovoltaicos

Para entendermos melhor as células e módulos fotovoltaicos, temos que

entender os materiais semicondutores, pois este é o material que compõe esses

elementos.

Os dispositivos semicondutores são considerados a peça mais importante na

revolução ocorrida na microeletrônica que tanto tem influenciado as nossas vidas.

Os materiais semicondutores mais usados na indústria eletrônica são o Germânio

(Ge) e o Silício (Si), apesar do Silício predominar a produção atualmente. Seu

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comportamento se deve à sua ligação química chamada ligação covalente (por

compartilhar elétrons).

Em temperatura ambiente e completamente puros, o Si e o Ge são isolantes.

A resistividade do silício puro é tão alta que ele é virtualmente um isolante. A

propriedade que o torna um semicondutor muito utilizado é a sua resistividade, que

pode ser reduzida de maneira controlada.

Existem duas formas de aumentar a condutibilidade desses materiais. Uma

delas é aumentando a sua temperatura. Quanto maior a temperatura do

semicondutor mais os elétrons da ultima camada (compartilhados) se destacam de

sua ligação e se tornam elétrons livres.

Outra forma de aumentar a condutibilidade do material semicondutor é

introduzindo impurezas específicas de átomos estranhos em sua estrutura química,

tornando então, um semicondutor dopado. Essas impurezas, se inseridas de forma

uniforme pelo material e em quantidade controlada (um para um milhão, por

exemplo) faz com que esse semicondutor apresente novas características. Por

exemplo, se utilizarmos o arsênio como impureza e com ele contaminarmos o silício,

haverá então, no silício, alguns átomos de arsênio espalhados, o que pode aumentar

sua condutividade.

Segundo o postulado de Bohr os elétrons se encontram em níveis

estacionários de energia de um átomo e para que o elétron passe para outro nível

de energia ele deve absorver ou emitir energia. A transição eletrônica de níveis se

dá com a energia recebida ou cedida pelo elétron. Basicamente, existem três

bandas de energia que determinam a quantidade necessária para um elétron

realizar a mudança: banda de valência, banda proibida e banda de condução.

A banda de valência refere-se ao nível de energia em que o elétron está sob

forte ação da força do núcleo atômico. A banda proibida é a faixa de energia que o

elétron deve romper para entrar na banda de condução, sendo que esta última é

caracterizada pela liberdade que o elétron possui de interagir com a sua vizinhança.

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30

Cada tipo de material possui valores específicos de bandas. Elas determinam

se um material tem características condutoras ou isolantes, quanto menor for a

banda proibida maior é a facilidade de um elétron interagir com a sua vizinhança,

pois será necessário uma pequena energia para realizar a transição eletrônica.

Em painéis fotovoltaicos utilizam-se semicondutores dopados.

Nos materiais semicondutores, a zero Kelvin, as bandas de valência apresentam-se cheias e as de condução vazias, semelhante aos isolantes, porém com a diferença de estarem separadas por uma banda proibida muito menor (cerca de cinco vezes, por exemplo, entre o silício e o diamante). Como a banda proibida dos semicondutores é relativamente baixa, é possível excitar alguns elétrons da banda de valência para a banda de condução por meios térmicos ou luminosos. Sendo assim, pares elétron-lacuna são gerados, permitindo a condução de corrente. Num semicondutor intrínseco, esses pares elétron-lacuna são os únicos portadores de carga, o que mantém o cristal com uma elevada resistividade. Para melhorar a condutividade, são inseridos materiais dopantes, cujo efeito é atuar na estrutura de bandas, diminuindo a banda proibida, além de disponibilizar portadores de carga. Os cristais tipo-p ou tipo-n são produzidos dependendo dos dopantes doadores de elétrons (tipo n) ou receptores (tipo p). Na verdade, o uso dos dopantes representa o controle das propriedades elétricas nos semicondutores (VESPER, 2016).

A junção de um cristal tipo P e um tipo N é necessária para ocorrência do

efeito fotovoltaico. Nessa junção cria-se uma zona de depleção, lugar onde existe

um campo elétrico gerado pela recombinação, ou seja, associação de um elétron do

material tipo N com uma lacuna do material tipo P.

O efeito fotovoltaico ocorre quando os elétrons absorvem a energia solar

necessária para romper a sua banda de valência e entrar na banda de condução,

onde ele terá liberdade de interagir eletronicamente com a sua vizinhança. O campo

elétrico gerado na junção acelera os elétrons e favorece o deslocamento de cargas,

gerando, dessa forma, a corrente elétrica (VESPER, 2016).

2.3.1 Células Fotovoltaicas

A maior parte das células fotovoltaicas é composta de uma junção P-N. O

principio de funcionamento dessas células ocorre com o efeito fotoelétrico, que

fornece energia elétrica em corrente contínua. A Figura 11 representa um esquema

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31

de uma célula fotovoltaica. Para a captação da energia, inserem-se contatos

metálicos nas duas extremidades da junção.

Figura 11- Representação esquemática célula fotovoltaica Fonte: CERESBE,2004.

Os pesquisadores Chapipn, Fuller e Pearson nos laboratórios da Companhia

Bell Telephone produziram as primeiras células solares experimentais, cuja

eficiência era de 5,6% por meio do processo de difusão térmica de dopantes. A partir

daí impulsionadas pelos programas espaciais, que necessitavam de fontes de

alimentação para os seus instrumentos de comunicação e navegação, as células

fotovoltaicas tiveram um grande desenvolvimento. Embasadas pelo avanço

tecnológico, chegou-se na década de 90 com células cuja eficiência de conversão

da ordem de 23 a 24%, em laboratórios (VESPER, 2015).

As células solares são fabricadas a partir dos mais diversos tipos de materiais

semicondutores, entretanto, devido à sua abundância no planeta, o silício é o

material mais utilizado atualmente.

2.3.2 Tipos de células fotovoltaicas

Existem atualmente diversas tecnologias para a fabricação de células e

módulos fotovoltaicos. As tecnologias de células fotovoltaicas mais comuns

encontradas no mercado são a do silício monocristalino, a do silício policristalino e a

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32

do filme fino de silício. A seguir serão apresentadas algumas características dessas

diferentes tecnologias.

O silício empregado na fabricação de células fotovoltaicas é extraído do

mineral quartzo. O Brasil é um dos principais produtores mundiais desse minério,

mas a purificação do silício não é feita em nosso pais, assim como a fabricação da

célula.

2.3.2.1 Silício monocristalino

Blocos de silício ultrapuro são aquecidos em altas temperaturas e submetidas

a um processo de formação e cristal chamado Czochralski. O produto resultante

desse processo é o lingote de silício monocristalino mostrado na Figura 12.

Figura 12- Lingote de silício monocristalino.

Fonte: Bosch Solar Energy AG

O lingote de silício monocristalino é constituído de uma estrutura cristalina

única e possui organização molecular homogênea, o que lhe confere o aspecto

brilhante e uniforme.

O lingote é serrado e fatiado para produzir wafers, que são finas bolachas de

silício puro, e estes não possuem propriedades de uma célula fotovoltaica. Os

wafers são submetidos a processos químicos nos quais recebem impurezas em

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33

ambas as faces, formando as camadas de silício P e N que constituem a base para

o funcionamentos da célula fotovoltaica.

Por ultimo, a célula semiacabada recebe uma película metálica em uma das

faces, uma grade metálica na outra face e uma camada de material antirreflexo na

face que vai receber a luz. O produto final é a célula fotovoltaica monocristalina

mostrada na Figura 13.

Figura 13- Célula solar de silício monocristalino. Fonte: Bosh Solar Energy AG

As células de silício monocristalino são as mais eficientes produzidas em

larga escala e disponível comercialmente. Alcançam eficiência de 15 a 18%, mas

tem o custo de fabricação mais elevado do que os outros tipos de células. São

células rígidas e quebradiças, que precisam ser montadas em módulos para adquirir

resistência mecânica para uso prático.

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34

2.3.2.2 Silício policristalino

O silício policristalino é fabricado por um processo mais barato do que aquele

empregado na fabricação do monocristalino. O lingote de silício é formado por um

aglomerado de pequenos cristais, com tamanho e orientações diferentes, cujo

aspecto é exibido na Figura 14.

Figura 14- Lingote de silício policristalino. Fonte: Warut Roonguthai/Wiki Media Commons

O lingote de silício também é serrado para produzir wafers, que

posteriormente transformam-se em células fotovoltaicas. As células policristalinas

possuem aparência heterogênea e normalmente são encontradas na cor azul, mas

sua cor pode diferir em função do tratamento antireflexivo empregado.

As células de silício policristalino tem eficiência comercial entre 13 e 15%,

ligeiramente inferiores às da células monocristalinas e isso compensa a redução de

eficiência.

2.3.2.3 Filmes finos

Os filmes finos são uma tecnologia mais recente, que surgiu após as

tecnologias cristalinas estarem bem desenvolvidas. Diferentemente das células

cristalinas, que são produzidas a partir de fatias de lingotes de silício, os dispositivos

de filmes finos são fabricados através da deposição de finas camadas de materiais

(silício e outros) sobre uma base que pode ser rígida ou flexível.

As temperaturas de fabricação dos filmes finos estão entre 200 e 500°C,

assim consomem menos matéria-prima e menos energia em sua fabricação,

tornando mais baixo o custo dessa tecnologia. Além disso, a reduzida complexidade

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35

de fabricação torna mais simples os processos automatizados, favorecendo a

produção em larga escala (VILLALVA, 2013).

Apesar de terem custo relativamente baixo, os dispositivos de filmes finos tem

baixa eficiência e necessitam de maior área de módulos para produzir a mesma

energia que produzem as tecnologias cristalinas.

O nome filme fino é usado para designar diferentes tecnologias que existem

atualmente, como o silício amorfo (aSi), o silício microcristalino (µSi), a tecnologia

telureto de cadmio (CdTe) e a tecnologia CIGS ( cobre-índio-gálio-selênio). As duas

ultimas são as mais eficientes e ainda estão em desenvolvimento, com uma

presença pequena no mercado.

2.3.3 Módulo, placa ou painel fotovoltaico

A célula fotovoltaica é o dispositivo fotovoltaico básico, uma célula sozinha

produz pouca eletricidade, então varias células são agrupadas para produzir painéis,

placas ou módulos fotovoltaicos.

Um módulo fotovoltaico é constituído de um conjunto de células montadas

sobre uma estrutura rígida e conectadas eletricamente. Estes normalmente são

encontrados no mercado produzem entre 50 e 250W de potencia, apresentam

tensões máximas de até aproximadamente 37V e podem fornecer em torno de 8A

de corrente elétrica. A Figura 15 ilustra módulos fotovoltaicos de silício.

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36

Figura 15- Módulos fotovoltaicos de silício. Fonte: Bosch Solar Energy AG

2.3.4 Funcionamento e características dos módulos fotovoltaicos

A seguir vamos entender o funcionamento dos módulos fotovoltaicos e

compreender as informações disponibilizadas pelos fabricantes nas folhas de dados

e catálogos.

Os painéis ou módulos fotovoltaicos são formados por um agrupamento de

células conectadas eletricamente. Uma célula fotovoltaica consegue fornecer uma

tensão elétrica de até aproximadamente 0,6V. Para produzir módulos com tensões

de saída maiores, os fabricantes conectam várias células em serie. Tipicamente um

modulo tem 36, 54 ou 60 células, dependendo de sua classe de potência.

A corrente elétrica depende de sua área, pois a corrente elétrica depende

diretamente da quantidade de luz recebida pela célula. Quanto maior a área, maior a

captação de luz e maior a corrente fornecida. Geralmente os módulos cristalinos

comerciais fornecem em torno de 8A de corrente elétrica e módulos de filmes finos

normalmente apresentam corrente menores, em torno de 2A.

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37

2.3.4.1 Circuito equivalente da célula fotovoltaica

O circuito equivalente da célula é representado pela Figura 16, como

observado, quando as células estão em operação, funcionam como uma fonte de

corrente contínua ( e que devido a recombinação de elétrons e portadores, parte

dessa corrente não é destinada a fotogeração, essa corrente gerada pela

recombinação é chamada de corrente de saturação (( . Devido a correntes

parasitas, imperfeições do cristal e defeitos de junção, existe ainda perda de carga

efeito joule causada por elementos resistivos presentes nas células.

Figura 16- Circuito Equivalente célula fotovoltaica.

A equação que representa a corrente na carga do circuito equivalente é dada

por:

[

]

)

(3)

Onde é o potencial térmico dado pela expressão:

(4)

Em que:

representa o fator de idealidade do diodo;

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38

representa a constante de Boltzman, ;

é a temperatura de operação da célula na escala Kelvin;

refere-se ao valor da carga do elétron.

A resistência representa a resistência interna para o fluxo de corrente e

depende da espessura da junção pn, das impurezas, e da resistência dos contatos

(contatos metálicos entre as células e entre o painel e a carga), já a resistência Rp é

inversamente relacionada com as correntes de fuga.

Segundo Vesper (2015), temos que levar em consideração alguns pontos:

As resistências das conexões devem ser nulas;

Todas as células do arranjo devem ter resposta espectral idêntica, e, ainda,

trabalhar na mesma temperatura;

Os efeitos da resistência paralela (RP) podem ser desprezados,

considerando-a infinita;

Devemos considerar o termo o termo

maior que um em todas as

condições de operação.

O valor de deve ser igual a que é a corrente de curto-circuito.

Dessa forma, considerando essas abordagens temos o seguinte circuito

equivalente na Figura 17:

Figura 17- Circuito equivalente de uma célula fotovoltaica ideal.

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39

Com este circuito equivalente, podemos obter equações para corrente na carga de

forma mais simples:

[

]

(5)

E a tensão no diodo vale:

(6)

2.3.4.2 Curvas características de corrente, tensão e potencia.

Um módulo fotovoltaico não se comporta como uma fonte elétrica

convencional. O modulo fotovoltaico não apresenta uma tensão de saída constante

nos seus terminais. A tensão elétrica depende da corrente e vice-versa. O ponto de

operação do módulo fotovoltaico, ou seja, seu valor da tensão e da corrente

depende do que está conectado em seus terminais (carga).

A relação entre tensão e corrente de saída de um módulo fotovoltaico é

mostrada na curva I-V da Figura 18. Todos os módulos fotovoltaicos possuem uma

característica semelhante.

Figura 18- Curva característica I-V e P-V FONTE: FIGUEIREDO, 2014.

Como podemos observar na Curva característica acima os principais

parâmetros abordados nas células fotovoltaicas são:

Po

ten

cia

(W)

(W(W

)

Co

rren

te (

A)

Tensão (V)

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40

Corrente de curto-circuito (Isc) - corrente máxima que um dispositivo pode

produzir correspondendo a tensão nula e consequentemente potência nula.

Tensão de circuito-aberto ( ) - tensão máxima que um dispositivo pode

produzir correspondendo a corrente nula e consequentemente potência nula.

A tensão de circuito aberto é obtida através de:

(7)

Ponto de potência máxima (Pmppt) - é o valor máximo de potência que um

dispositivo pode produzir. Corresponde ao ponto em que a curva P-V tem o

seu valor máximo.

Corrente no ponto de máxima potência (Imppt) - é o valor da corrente para a

potência máxima.

Tensão no ponto de máxima potência (MPP) - é valor da tensão para a

potência máxima. O ponto de potência máxima (Pmppt) é o ponto de

funcionamento ótimo, sendo este o ponto desejado para o funcionamento do

painel. Mesmo no ponto de funcionamento ótimo, o painel é influenciado por

condições ambientais, como por exemplo, a temperatura e a incidência da

radiação solar.

2.3.4.3 Influencia da radiação solar

A corrente elétrica, que o modulo pode fornecer, dependente diretamente da

intensidade da radiação solar que incide sobre suas células. Com uma irradiância

solar de 1000 o módulo é capaz de fornecer corrente máxima especificada

em seu catalogo (na temperatura de 25°C) (VILLALVA, 2013).

A corrente máxima que o módulo pode fornecer varia proporcionalmente à

irradiância. Com pouca luz a corrente fornecida pelo módulo é muito pequena e sua

capacidade de gerar energia é severamente reduzida. As Figuras 19 e 20 mostram

como a irradiância afeta a tensão e a potência das células fotovoltaicas.

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41

Figura 19- Influencia da irradiância na tensão. FONTE: FIGUEIREDO, 2014.

Figura 20- Influencia da irradiância na potencia. FONTE: FIGUEIREDO, 2014.

2.3.4.4 Influência da temperatura

A temperatura tem influência na tensão que o módulo fornece em seus

terminais e consequentemente na potência fornecida. Em temperaturas mais baixas

as tensões são maiores e em temperaturas mais altas as tensões são menores,

conforme mostra a Figura 21. E na Figura 22 mostra a influência da temperatura na

potência.

Tensão (V)

Co

rren

te (

A)

Po

ten

cia

(W)

(W(W

)

Tensão (V)

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42

Figura 21- Influencia da temperatura na tensão. FONTE: FIGUEIREDO, 2014.

Figura 22- Influencia da temperatura na potencia.

FONTE: FIGUEIREDO, 2014.

2.3.5 Conjuntos ou arranjos fotovoltaicos

Os sistemas fotovoltaicos podem empregar um grande número de módulos

conectados em série ou em paralelo, para produzir a quantidade de energia

desejada.

Um agrupamento de módulos é denominado arranjo ou conjunto fotovoltaico.

Na literatura encontra-se o termo array para definir um conjunto de módulos.

Co

rren

te (

A)

Tensão (V)

Po

ten

cia

(W)

(W(W

)

Tensão (V)

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43

2.3.5.1 Conexões de módulos em série

Quando os módulos são conectados em série, conforme mostra a Figura 23,

a tensão de saída do conjunto corresponde ao somatório da tensão fornecida por

cada um dos módulos. A corrente que circula pelo conjunto é a mesma em todos os

módulos.

Figura 23 - Conjunto de módulos em série FONTE: FIGUEIREDO, 2014.

2.3.5.2 Conexões de módulos em paralelo

Quando os módulos são conectados em paralelo, conforme Figura 24, a

tensão de saída do conjunto é a mesma tensão fornecida por um módulo individual.

Por outro lado, a corrente fornecida pelo conjunto é a soma das correntes dos

módulos do conjunto.

Figura 24- Conjunto de módulos em paralelo. FONTE: FIGUEIREDO, 2014.

2.3.6 Sombreamento de módulos fotovoltaicos

Um módulo fotovoltaico sujeito a uma sombra, causada por um obstáculo,

pode produzir energia mesmo se apenas uma de suas células estiver recebendo

pouca luz. Por estarem conectadas em série, as células de um módulo fotovoltaico

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44

dependem uma das outras para produzir corrente. O efeito do sombreamento é

bastante prejudicial aos sistemas fotovoltaicos (VILLALVA, 2013).

O efeito de sombreamento ocorre quando uma ou mais células recebem

pouca ou nenhuma luz, impedindo a passagem da corrente elétrica das outras

células, conforme ilustra a Figura 25.

Figura 25- Módulo fotovoltaico com sombra em uma célula.

FONTE: VILLALVA, 2013.

Para minimizar o efeito do sombreamento nos módulos fotovoltaicos, os

fabricantes adicionam diodos de by-pass (ou de passagem) ligados e paralelo com

as células, conforme a Figura 26. Com o uso do diodo de by-pass, mesmo que uma

das células esteja escurecida e produzindo pouca corrente, as outras células do

módulo podem continuar produzindo corrente, pois a corrente da célula problemática

é desviada pelo diodo em paralelo.

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45

Figura 26- Diodos de baypass e diodos de bloqueio conectados com as células solares. FONTE: FIGUEIREDO, 2014.

Com intuito de proteção dos módulos são conectados diodos de bloqueio que

impedem o fluxo de corrente de um conjunto série com tensão maior para um com

tensão menor, como ilustra a Figura 26. Estes diodos podem também ser utilizados

para impedir descargas noturnas das baterias em sistemas que utilizam

armazenamento da energia gerada.

3. SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE

O sistema fotovoltaico conectado à rede opera em paralelo com a rede de

eletricidade, cuja finalidade é gerar eletricidade para consumo local, e caso haja

excedente, fornece energia ao sistema, gerando créditos com a concessionária.

3.1 Categorias de sistemas fotovoltaicos conectados à rede

Os sistemas fotovoltaicos conectados à rede podem ser centralizados, onde

configura as usinas de geração de energia elétrica ou micro e minissistemas

descentralizados de geração distribuída, que podem ser instalados por qualquer tipo

de consumidor.

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46

Segundo as normas estabelecidas pela Agencia Nacional de Energia Elétrica

(ANEEL), os sistemas fotovoltaicos conectados à rede podem ser classificados em

três categorias de acordo com o seu tamanho:

Microgeração: potencia instalada até 100kW;

Minigeração: potencia instalada entre 100kW e 1MW;

Usinas de eletricidade: potencia acima de 1MW.

Foi estabelecida a Resolução nº 482 pela ANEEL em 17 de abril de 2012, que

foi um marco histórico para o setor de energias renováveis, permitindo o acesso às

redes públicas de distribuição aos microgeradores e minigeradores de eletricidade

baseados em fontes renováveis. A resolução contempla, além da energia

fotovoltaica, as energias hidráulicas, eólica e da biomassa.

3.2 Sistemas de Microgeração fotovoltaico.

Sistemas de Microgeração, são sistemas que geram até 100kW, que podem

ser instalados para atender diversas cargas, sejam elas residenciais, comerciais,

industriais e etc. a Figura 27 representa a organização e componentes de um

sistema fotovoltaico interligado com a rede elétrica.

Figura 27- Organização e Componentes de um sistema fotovoltaico conectados à rede. Fonte: Eudora Solar.

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47

Segue na Figura 28 as etapas que devem cumprir a concessionária e o

consumidor para ter acesso ao Sistema de Microgeração interligado à rede

estabelecida pela ANNEL:

Figura 28- Procedimentos e etapas de acesso.

FONTE: ANEEL

3.2.1 Sistemas de compensação de energia.

Uma importante inovação trazida pela Resolução Normativa nº 482/2012 é o

Sistema de Compensação de Energia Elétrica. Esse sistema permite que a energia

excedente gerada pela unidade consumidora com micro ou minigeração seja

injetada na rede da distribuidora, a qual funcionará como uma bateria, armazenando

esse excedente até o momento em que a unidade consumidora necessite de energia

proveniente da distribuidora. Dessa forma, a energia elétrica gerada por essas

unidades consumidoras é cedida à distribuidora local, sendo posteriormente

compensada com o consumo de energia elétrica dessa mesma unidade

consumidora (ou de outra unidade consumidora de mesma titularidade).

A Figura 29 representa o Sistema de compensação de energia elétrica:

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48

Figura 29- Representação do sistema de compensação de energia. FONTE: NEOSOLAR.

3.2.2 Inversores para a conexão à rede elétrica

Os inversores para a conexão de sistemas fotovoltaicos à rede elétrica,

convertem em corrente alternada a energia gerada pelos módulos fotovoltaicos que

é em corrente contínua. Os inversores CC-CA conectados à rede funcionam como

fontes de corrente.

3.2.2.1 Funcionamento dos inversores

Como o próprio nome indica, o inversor de corrente é um dispositivo que

permite transformar a corrente contínua com que é alimentado, em corrente

alternada com determinadas características. Para esse efeito, a corrente DC

aplicada à entrada do inversor é cortada em impulsos através dos interruptores que

ligam a entrada às três fases da saída. O princípio básico de funcionamento dos

inversores está representado na Figura 30.

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49

Figura 30- Esquema básico do inversor de corrente.

O comando dos interruptores tem de ser efetuado de modo a que as

componentes espectrais sejam as desejáveis. O uso de interruptores rápidos e com

capacidade de serem comandados nos dois estados (corte e condução), permite o

uso da técnica de modulação de largura de pulsos (PWM - Pulse Width Modulation).

Esta técnica permite o controle da amplitude da componente fundamental da

corrente de saída e afasta os harmónicos para frequências elevadas, simplificando a

filtragem (RUTHER, 1999).

3.2.2.1.1 Modulação por largura de Pulso (PWM)

Podemos obter um sinal alternado de baixa frequência através de uma

modulação em alta frequência. É possível obter este tipo de modulação ao comparar

uma tensão de referência (que seja imagem da tensão de saída buscada), com um

sinal triangular simétrico cuja frequência determine a frequência de chaveamento. A

frequência da onda triangular (chamada portadora) deve ser, no mínimo 20 vezes

superior à máxima frequência da onda de referência, para que se obtenha uma

reprodução aceitável da forma de onda sobre a carga, depois de efetuada a

filtragem (RUTHER, 1999).

A largura do pulso de saída do modulador varia de acordo com a amplitude

relativa da referência em comparação com a portadora (triangular). Tem-se, assim,

uma Modulação por Largura de Pulso. A tensão de saída, que é aplicada à carga, é

formada por uma sucessão de ondas retangulares de amplitude igual à tensão de

alimentação CC e duração variável. A Figura 31 mostra a modulação de uma onda

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50

senoidal, produzindo na saída uma tensão com dois níveis, na frequência da onda

triangular.

Figura 31- Sinal com Modulação de Pulso.

3.2.2.2 Características dos inversores

Os inversores possuem característica que devem ser levadas em

considerações no momento de sua escolha:

Faixa útil de tensão contínua na entrada;

Tensão contínua máxima na entrada;

Número máximo de conjuntos de módulos ligados em série (strings);

Tensão de operação na conexão com a rede;

Frequência da corrente injetada na rede;

Grau de proteção;

Temperatura de operação;

Umidade relativa do ambiente;

Consumo de energia parado;

Consumo de energia noturno;

Potência de corrente contínua na entrada;

Potência de corrente alternada na saída;

Rendimento

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51

3.2.2.3 Recursos e funções dos inversores

Os inversores de corrente possuem diversos recursos que auxiliam na

proteção do equipamento, são eles:

Chave de desconexão de corrente contínua: trata-se de uma chave

manual/automática que pode ser acionada para desconectar internamente os

módulos fotovoltaicos do circuito inversor.

Rastreamento do ponto de máxima potencia (MPPT): tem objetivo de garantir

que instantaneamente os módulos operem em seu ponto de máxima

potencia, qualquer que seja ele, independente das condições de operação.

Detecção de ilhamento e reconexão automática: função necessária e

obrigatória nos inversores, pois garante a segurança de pessoas,

equipamentos e instalações nas situações de interrupção do fornecimento de

energia elétrica da concessionária.

3.2.2.4 Requisitos dos inversores para a conexão de sistemas

fotovoltaicos à rede elétrica

Tensão de operação: As normas IEEE 1547 (Norte americana) estabelece o

comportamento do inversor na presença de distúrbios na tensão da rede de

acordo com a Tabela 2.

Tabela 2- Tempo de desconexão do inversor da rede elétrica na ocorrência de distúrbios de tensão.

Faixa de tensão (% do valor nominal)

Tempo de desconexão (s)

V < 50 0,1

50 ≤ V < 85 2

85 ≤ V ≤ 110 Operação normal

110 < V < 135 2

V ≥ 135 0,05

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52

Frequência de Operação: A corrente que o inversor injeta na rede elétrica é

sincronizada com a tensão da rede, o que significa que a frequência de

operação do inversor é rigorosamente a mesma da rede. As recomendações

sobre a frequência de operação dizem respeito aos limites inferior e superior

de frequência dentro dos quais o inversor pode operar. Quando a rede

apresenta frequências fora desses limites, o inversor deve desconecta-se,

pois variações de frequência são indicativo de falha na rede ou de ilhamento

do sistema fotovoltaico. O IEEE permite a operação do inversor dentro do

intervalo de 59,3 Hz a 60,5 Hz.

Minimização de corrente contínua na rede: a injeção de corrente contínua

pelo inversor pode ocorrer devido a assimetria entre os semiciclos positivos e

negativos da corrente produzida pelo inversor. Essa assimetria causada por

diferenças nas larguras dos pulsos da tensão chaveada na saída do inversor,

deve ser monitorada e mantida dentro do limite recomendado, que pelo

padrão IEEE deve ser 0,5% da corrente nominal do inversor.

Distorção harmônica de corrente admissível: A distorção harmônica total

da corrente injetada pelo inversor na rede elétrica não pode ser superior a

5%. A Figura 32 representa uma corrente elétrica com elevada distorção

harmônica.

Figura 32- Corrente elétrica com elevada distorção harmônica.

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53

Fator de Potência: Geralmente os inversores fotovoltaicos de pequena

potência como empregados nos sistemas de Micro e Minigeração são

programados para trabalharem com fator de potência unitário. Logo, os

sistemas de geração distribuída podem apresentar um fator de potência de

acordo com sua potência nominal conforme a Tabela 3.

Tabela 3- Relação potencia e fator de potencia.

Potencia Nominal ≤ 3kW FP igual a 1 com tolerância de trabalhar na faixa de 0,98 indutivo até 0,98 capacitivo.

Potencia Nominal 6kW ≤ P≤ 3kW FP ajustável de 0,95 indutivo até 0,95 capacitivo

Potencia Nominal > 6kW FP ajustável de 0,90 indutivo até 0,90 capacitivo

Atuação na detecção do ilhamento: de acordo com as normas para

conexão à rede elétrica, o inversor deve ser capaz de desconectar-se da rede

quando o sistema fotovoltaico ficar ilhado.

3.2.3 Quadro de proteção de corrente contínua (CC)

Além dos fusíveis conectados em série, incorpora-se uma chave de

desconexão CC e dispositivo de proteção de surto, onde deve haver também o

barramento de aterramento, necessário para coletar as ligações à terra das

estruturas metálicas e carcaças dos módulos fotovoltaicos.

3.2.4 Quadro de proteção de corrente alternada (CA)

O quadro de proteção de corrente alternada, conforme ilustrado na Figura 29,

faz a conexão entre os inversores do sistema fotovoltaico e a rede elétrica.

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54

3.2.5 Normas e Procedimentos para conectar-se à rede.

A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL estabeleceu na Resolução

Normativa de Nº 482, de 17 de abril de 2012 as condições gerais para o acesso de

Microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia

elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, e tudo no que diz respeito a

esse processo.

O módulo 3 dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no

Sistema Nacional – PRODIST, traz todas as informações necessárias para o acesso

ao sistema de distribuição.

Junto à concessionária o interessado em aderir ao sistema de Microgeração

conectado ao sistema elétrico, deve atender as seguintes exigências:

Estar com as instalações elétricas de acordo com as normas técnicas;

Submeter o projeto das instalações elétricas à aprovação da Coelba;

Será classificado como Microgeração as Centrais de energia elétrica com

potência instalada igual ou inferior a 100 kW e como Minigeração as Centrais

de energia elétrica com potência instalada entre 101 kW e 1000 kW;

A potência instalada da Microgeração ou minigeração fica limitada à carga

instalada, no caso de unidade consumidora do grupo B, ou à demanda

contratada, no caso de unidade consumidora do grupo A. Caso deseje

instalar Microgeração ou minigeração distribuída com potência superior a sua

carga ou demanda atual, deve-se solicitar previamente a Alteração de

carga ou de demanda para que seja compatível com o valor desejado de

geração.

Informações necessárias ao solicitar o serviço

Formulário específico de Informações Básicas por tipo de fonte geradora,

conforme Anexo III da Norma de Conexão de Microgeradores e Anexo I da

Norma de Conexão de Minigeradores;

Carta de solicitação de acesso;

Projeto das instalações de conexão, incluindo memorial

descritivo, localização, arranjo físico e diagramas;

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55

ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) de projeto do Sistema de

Geração Distribuída (A atividade Técnica deverá ser “PROJETO / GERAÇÃO

DE ENERGIA ELÉTRICA / SISTEMA DE GERAÇÃO DE ENERGIA

ELÉTRICA” e a unidade da quantidade deverá ser "kW");

Lista contendo as Unidades Participantes do Sistema de Compensação de

Energia, conforme Anexo VI da Norma de Conexão de Microgeradores e

Anexo III da Norma de Conexão de Minigeradores;

Formulário de Registro de mini e microgeradores, conforme Anexo V da

Norma de Conexão de Microgeradores e Anexo II da Norma de Conexão de

Minigeradores;

Caso o titular da instalação seja Pessoa Jurídica: Cartão CNPJ e Contrato

social ou estatuto social da empresa;

RG/CPF do responsável legal (titular ou representante legal devidamente

autorizado);

Procuração, caso seja necessário;

Carta de Autorização do responsável legal para o projetista, devidamente

assinada;

O Formulário de Informações Básicas, a Carta de solicitação de acesso, o

Formulário de Registro, o Projeto das instalações de conexão (incluindo

memorial descritivo e diagramas), e a ART deverão estar assinadas pelo

responsável técnico e pelo responsável legal;

Todos os documentos necessários deverão ser apresentados em três vias.

3.2.6 Dimensionamento do Sistema Fotovoltaico conectado à rede de

distribuição de energia elétrica

Para realizar um projeto de um sistema fotovoltaico, temos que dimensionar

todos os componentes que fazem parte do processo de geração e distribuição da

energia fornecida pelo gerador fotovoltaico. A figura 31 mostra o esquema do

sistema fotovoltaico conectado à rede.

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56

Figura 33- Esquema do Sistema conectado a rede.

3.2.6.1 Dimensionamento do gerador fotovoltaico

Para dimensionarmos o gerador fotovoltaico, temos que levar em

consideração alguns fatores influentes nesse processo. O principal deles é o índice

de irradiação, que varia de acordo com cada localidade, e é medido em (kWh/m2.dia)

para 5h no dia, que é a média de irradiação plena no Brasil.

Geralmente em projetos de dimensionamentos de sistemas fotovoltaicos,

utilizamos o mês crítico na escolha da irradiação que será adotada pelo projeto.

Dessa forma, adotaremos o pior mês como referencia de irradiação, ou seja 5,04

(kWh/m2.dia) (CRESESB, 2004).

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57

Podemos calcular a potencia de um microgerador que compõe o SFCR pela

equação:

(8)

Sendo:

– potencia de pico do painel

– Consumo diário médio anual da edificação

- Taxa de desempenho

- Média diária anual das HSP (Horas de sol pleno) incidente no plano do

painel FV.

Onde a taxa de desempenho é influenciado diretamente pela temperatura e

pela tecnologia utilizada na fabricação dos painéis solares.

3.2.6.2 Dimensionamento do inversor

Para dimensionar o inversor utilizado no projeto, temos que levar em

consideração alguns fatores:

Potência nominal em corrente alternada do inversor;

Potência de pico do painel fotovoltaico;

Máxima tensão CC admitida pela entrada do inversor;

Tensão em circuito aberto ( do módulo FV na menor temperatura de

operação prevista;

Tensão de potência máxima ( ) de um módulo FV na menor e maior

temperatura de operação prevista;

Corrente máxima CC admitida na entrada do inversor;

Corrente de curto-circuito do módulo FV.

O limite da tensão de entrada dos inversores não pode ser ultrapassada, logo

o número de módulos conectados em série deve ser estabelecido de forma que isso

não ocorra. O mesmo vale para a corrente máxima de entrada do inversor. Para

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58

garantir que este valor não seja ultrapassado, calcula-se o número máximo de

fileiras das séries fotovoltaicas, conectadas em paralelo.

(9)

Onde:

(A) : corrente máxima CC admitida na entrada do inversor.

(A): corrente de curto-circuito do módulo FV.

3.2.6.3 Dimensionamento do número de módulos

Para determinar a quantidade de módulos a serem instalados, deve-se

conhecer as características do módulo que são estabelecidas pelo fabricante.

Sabendo dessas informações, calcula-se a insolação diária de cada módulo, que é

dada em [kWh/m2/dia].

Uma vez calculada a energia produzida por um módulo e conhecendo-se o

valor da energia que se deseja produzir diariamente ou mensalmente, determina-se

a quantidade de módulos necessários no sistema fotovoltaico:

(10)

Sendo:

: Número de módulos da instalação fotovoltaica

: Energia produzida pelo sistema [kWh] no intervalo de tempo considerado.

: Energia produzida por um módulo [kWh] no mesmo intervalo de tempo.

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59

3.2.6.4 Dimensionamento das instalações do lado de corrente alternada.

As conexões elétricas são dimensionadas e construídas de acordo com as

técnicas convencionais das instalações elétricas em baixa tensão, que são

estabelecidas na norma ABNT NBR 5410:2004.

Os condutores devem ser dimensionados de acordo com os critérios de

capacidade de corrente, queda de tensão e método de instalação. Os dispositivos de

proteção, como disjuntores termomagnéticos e interruptores diferenciais residuais,

presentes obrigatoriamente nas instalações elétricas em baixa tensão, são

especificados e dimensionados de acordo com técnicas já conhecidas.

3.2.6.5 Dimensionamento dos cabos no lado de corrente contínua

Cabos com isolação convencional podem ser utilizados em instalações

abrigadas em calhas ou eletrodutos. Em instalações com cabeamento aparente

devem ser empregados cabos com proteção contra a radiação ultravioleta e

fabricados para suportar temperaturas extremas.

Os cabos que fazem a conexão entre os módulos e o inversor devem ter

tensão de 300V a 1000V e sua capacidade de condução de corrente deve ser 25%

superior a de curto-circuito dos módulos fotovoltaicos, ou seja:

(11)

Onde:

: Corrente suportada pelos cabos elétricos nas instalações de corrente contínua

: Corrente de curto-circuito dos módulos nas condições padrão de teste (STC).

As quedas de tensões em corrente contínua devem estar entre 1% e 3%. O

dimensionamento dos cabos é feita conforme aplicado nas instalações

convencionais, que são através do critério da capacidade de condução de corrente,

estabelecida nas tabelas características dos condutores disponibilizadas pelos

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60

fabricantes, e pelo critério da queda de tensão , levando em conta a resistividade do

condutor escolhido.

3.2.6.6 Dimensionamento dos fusíveis no lado de corrente contínua

Segundo a norma IEC 60364, em conjuntos com até dois strings paralelos, não é

necessário empregar fusíveis para proteção, a partir de três é necessário empregar

os fusíveis para a proteção contra corrente reversa dos módulos.

A corrente máxima suportada pelos fusíveis é calculada como:

(12)

Sendo:

: Corrente de curto-circuito do strings nas condições padrão de teste [A].

: Corrente nominal do fusível [A].

: Corrente reversa suportada pelo módulo fotovoltaico especificada na folha de

dados do fabricante [A].

A expressão diz que a corrente suportada pelo fusível deve ser 10% maior do

que a corrente de curto-circuito do módulo.

A norma IEC 60364 também estabelece que conjunto fotovoltaico com mais

de dois strings paralelos deve atender a seguinte condição:

(13)

Onde:

: Corrente reversa máxima presente no circuito [A]

: Número de strings ligados em paralelo

: Corrente de curto-circuito do strings nas condições padrão de teste [A].

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61

3.2.6.7 Escolha dos diodos no lado de corrente contínua

Os diodos conectados em série devem ter capacidade de suportar o dobro da

tensão de circuito aberto do conjunto ou dos strings, ou seja:

(14)

Sendo:

: Tensão reversa suportada pelos diodos em série com os strings de módulos.

: Tensão de circuito aberto do conjunto ou dos strings nas condições padrões

de teste.

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62

4. ESTUDO DE CASO: PROJETO DE DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA

FOTOVOLTAICO PARA ALIMENTAR UMA CARGA DE 60KVA.

4.1 Memorial Descritivo

4.1.1 Objetivos

Este projeto tem por objetivo a conexão de Microgeração distribuída, que

utiliza energia solar como fonte, ao sistema elétrico da Companhia Energética de

Pernambuco - CELPE, adotando as condições de acesso e critérios técnicos,

operacionais e requisitos de projeto aplicáveis à conexão de Microgeração

distribuída ao sistema de distribuição da CELPE, de forma a garantir que ambos os

sistemas, após a conexão, operem com segurança, eficiência, qualidade e

confiabilidade.

4.1.2 Referencias Normativas

4.1.2.1 Legislação – ANEEL

Resolução Normativa Nº 482, de 17 de abril de 2012 – Acesso a

Microgeração e minigeração distribuídas aos sistemas de distribuição de

energia elétrica e o sistema de compensação de energia elétrica;

PRODIST – Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema

Elétrico Nacional.

4.1.2.2 Normas Técnicas da CELPE

SM04.08-00.003 - Norma de Acesso, Conexão e Uso do Sistema de

Distribuição por Agentes Geradores de Energia Elétrica - 2ª Edição -

23/10/2008;

SM04.08-01.003 - Norma de Fornecimento de Energia Elétrica em Média

Tensão de Distribuição à Edificação Individual - 6ª Edição - 15/08/2014;

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63

SM04.08-01.009 - Norma de Conexão de Minigeração ao Sistema de

Distribuição em Média Tensão - 2ª Edição - 27/12/2013.

4.1.3 Central Geradora

A central geradora terá potência instalada de 60 kW, usando como fonte de

geração a energia solar, será conectada à rede de média tensão de distribuição por

meio de instalações da unidade consumidora. A unidade consumidora está

interligada à rede trifásica em 13,8 kV.

4.1.3.1 Unidade Consumidora

Empresa: Canteiro de Obra Ind. Com. LTDA

Endereço: Avenida 07 de setembro,15,Distrito Industrial, Petrolina-PE;

CNPJ: 08.010.381/0001-00;

Telefone: (87) 3983-3000;

Email:

Finalidade: Microgeração Solar Comercial;

Conta Contrato: A ser definida;

Rede trifásica a 3 fios, individual, média tensão, aérea;

Tensão de Fornecimento: 13,8 kV.

4.1.3.2 Unidade Geradora

A energia será gerada por grupos de módulos fotovoltaicos, sendo entregue a

rede por meio de inversores de frequência em conexão trifásica, de acordo com o

Diagrama Unifilar anexo. A mostra na Tabela 4, a potência divisão dos grupos.

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Tabela 4- Quadro de Geração instalada.

Potência Instalada Total CC (kWp) 60,00

Potência Instalada Total CA (kW) 58,80

Área Total da Usina (m²) 487,08

Módulos da Usina Fotovoltaica (unid.) 240

Arranjos Nº de Placas por

Arranjo Área do Arranjo (m²)

Potência de Pico CC (Wp)

Potência de Pico CA

(Wp)

1 80 162,36 20000 19600

1 80 162,36 20000 19600

1 80 162,36 20000 19600

Os módulos serão instalados sobre o telhado da Unidade Consumidora,

utilizando como suporte a estrutura do telhado existente e serão orientados

preferencialmente para o norte geográfico, a fim de obter a maior exposição à

radiação solar.

4.1.4 Data de Entrada em Operação

A data prevista para entrada em operação é imediata.

4.1.5 Equipamentos

A seguir serão descritos os equipamentos que compõem o sistema da

Unidade Geradora.

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4.1.5.1 Módulos Fotovoltaicos

Tabela 5- Quadro de Geração instalada. Fonte: NEOSOLAR

Fabricante Yingli

Modelo YL250P-29b

Potência Máxima (W) 250

Tensão de Circuito Aberto VOC (V) 37,6

Corrente de Curto Circuito ISC (A) 8,92

Tensão do Ponto de Máxima Potência (V) 29,8

Corrente do Ponto de Máxima Potência (A) 8,39

4.1.5.2 Inversor de Frequência

Tabela 6- Ficha Técnica do Inversor de Frequência. FONTE: NEOSOLAR.

Fabricante Fronius

Modelo Symo 20.0.3-M

Entrada em Corrente Contínua

Tensão de Entrada (V) 200 - 1000

Número de MPPT independentes 2

Número de entradas CC 6

Faixa de Tensão MPPT (V) 420 - 800

Máxima corrente de entrada (A) 51,0

Saída em Corrente Alternada

Potência Nominal CA (W) 20000

Potência de Saída Máxima (VA) 20000

Corrente Nominal de Saída (A) 28,9

Ligação a Rede 380 V/ 220 V

Frequência (Hz) 60

Gama de Frequências (Hz) 45 - 65

Distorção Harmônica (%) 1,3 %

Fator de Potência 0 – 1 ind./cap.

Proteções

Anti Ilhamento Sim

Sub Frenquência Sim

Sobre Frenquência Sim

Sub Tensão Sim

Sobre Tensão Sim

Sincronismo Sim

Polaridade Reversa Sim

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4.1.6 Proteções Elétricas

Este item fornece informações e considerações relevantes a operação segura

e correta do sistema de geração distribuída conectado à rede elétrica.

4.1.6.1 Proteção Contra Curto-Circuito

O sistema de geração distribuída possui dispositivo de proteção contra

sobrecorrentes, a fim de interromper o fornecimento de energia, bem como

proporcionar proteção à rede da CELPE e da unidade consumidora contra eventuais

defeitos no sistema de geração. Tal proteção é coordenada com a proteção geral da

unidade consumidora, através de disjuntor termomagnético, conforme diagrama

simplificado anexo.

Proteção para cada de Inversor 20,0 kW – Disjuntor termomagnético tripolar

de corrente nominal 40 A, curva B, Icc min 3kA.

Bem como um disjuntor geral de 125 A, curva B, Icc min 3 kA.

4.1.6.2 Seccionamento

O seccionamento tem capacidade de condução e abertura compatível com a

potência da unidade consumidora a ser instalado após medição, com localização e

especificação conforme diagrama unifilar.

4.1.6.3 Aterramento

O sistema de geração distribuída deverá estar conectado ao sistema de

aterramento da unidade consumidora.

4.1.6.4 Proteções Incorporadas e Integrantes ao Inversor empregado

Anti Ilhamento.

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Sub frequência – proteção parametrizável de acordo com a necessidade do

sistema;

Sobre frequência - proteção parametrizável de acordo com a necessidade do

sistema;

Sub Tensão - proteção parametrizável de acordo com a necessidade do

sistema;

Sobre Tensão - proteção parametrizável de acordo com a necessidade do

sistema;

Sincronismo;

Polaridade Reversa.

4.1.7 Sinalização de Segurança

Junto ao padrão de entrada de energia, próximo a caixa de medição/proteção,

deve ser instalada uma placa de advertência com os seguintes dizeres: “CUIDADO –

RISCO DE CHOQUE ELÉTRICO – GERAÇÃO PRÓPRIA”. A placa de advertência

deverá ser confeccionada em PVC com espessura mínima de 1 mm.

Para identificação dos medidores de fluxo direto e de fluxo reverso, deve ser

fixada logo acima da caixa dos medidores uma placa de sinalização indicando a

caixa com o medidor de consumo (Fluxo direto) e a caixa com o medidor de geração

(Fluxo reverso), conforme Detalhe 2 do Anexo 4/4 – Planta de Situação. As placas

devem ser confeccionadas em PVC, aço inoxidável ou alumínio nas dimensões de

10 x 5 cm, com espessura mínima de 1 mm.

Deve-se providenciar a confecção e solicitar a instalação à CELPE, de uma

bandeirola de advertência, a ser fixada no ramal de ligação que atende à unidade

consumidora com Microgeração.

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4.2 Diagrama Unifilar

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4.3 Diagrama Trifilar

4.4 Previsão Orçamentária

Tabela 7- Previsão Orçamentária

Quantidade Descrição Valor Unit. (R$) Valor (R$)

4 Inversores Fronius Symo 20.0.3-M 26.690,00

106.760,00

240 Placas Solares Yingli YL250P-29b 988,00

237.120,00

1 Materiais Elétricos 35.000,00

35.000,00

1 Estrutura 52.000,00

52.000,00

1 Instalação 40.000,00

40.000,00

1 Frete 1.800,00

Total 472.680,00

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4.5 Retorno do Investimento

A Tabela 8 segue controle do consumo e os custos com a concessionária em

2015.

Tabela 8- Controle consumo Canteiro de Obras 2015.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAIS

DEMANDA FATURADA 57,81 60,45 60,00 60,00 55,41 49,82 44,53 46,31 52,52 55,53 56,89 53,51 652,78

DEMANDA REGISTRADA 56,40 58,98 53,76 54,84 54,06 48,60 43,44 45,18 51,24 54,18 55,50 52,20 628,38

CONSUMO ENERGIA NA PONTA 1.186,61 738,00 591,50 578,03 1.081,77 1.016,72 1.035,31 1.097,40 1.038,24 1.123,79 661,73 639,20 10.788,30

CONSUMO ENERGIA

FORA DE PONTA 13.413,15 14.450,96 13.290,15 12.715,13 12.495,26 11.572,76 10.228,99 10.574,93 11.319,08 12.772,01 12.489,11 13.076,44 148.397,97

VALOR DA CONTA 6.991,11 7.516,33 6.877,44 7.052,67 8.716,54 8.261,99 7.739,00 7.716,79 7.727,40 8.840,32 7.781,63 7.782,73 93.003,95

TARIFA MÉDIA (R$) 0,48 0,49 0,50 0,53 0,64 0,66 0,69 0,66 0,63 0,64 0,59 0,57 0,58

Para calcularmos o tempo de retorno do investimento, precisamos saber

quanto o sistema fotovoltaico gera de kWh/mês levando em consideração os dados

solarimétricos da cidade de Petrolina.

De acordo com a Tabela 9, o índice de irradiação solar para a cidade de

Petrolina, adotando o mês crítico é 5,04kWh/m2.dia.

Tabela 9- Dados solarimétricos - Cidade: Juazeiro/BA. Fonte: CRESESB

Para uma geração de 60kW de pico e o índice solarimétricos de 5,04,

calculamos o consumo mensal de:

(15)

Dessa forma, uma demanda contratada de 60kW fica limitada a gerar

9.072kWh/mês, que pela Tabela 8, não supri todo o consumo mensal.

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A Tabela 10 mostra o resultado obtido com as compensações entre geração e

o consumo de energia elétrica, e o tempo de retorno do investimento.

Tabela 10- Análise do investimento e tempo de retorno.

Custo Anual com Concessionária (R$) 93.918,54

Investimento Geração Fotovoltaica (R$) 472.680,00

Custo Anual com Demanda (R$) - Tarifa R$ 18,12 13.011,21

Custo anual com consumo na Ponta (R$) - Tarifa R$1,72 20.411,46

Custo anual residual Consumo Fora de Ponta (R$) - Tarifa 0,33 14.350,00

Tempo de Retorno (anos) 5,54

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5. CONCLUSÃO

A procura por energias renováveis esta crescendo consideravelmente nos

últimos tempos e, tendo em vista o grande potencial de irradiação solar em nossa

região, a perspectiva de crescimento para a geração de energia fotovoltaica são as

melhores possíveis, abrindo um novo mercado para o segmento de projeção e

implantação de sistemas fotovoltaicos residenciais, comerciais, industriais, rurais e

etc.

Sabemos que o custo do investimento em sistemas fotovoltaicos ainda é

elevado, mas com a crescente procura, pesquisas voltadas a geração de energia

fotovoltaica tem facilitado os processos construtivos das células e painéis, bem

como barateado a sua produção.

No projeto realizado não foi estabelecido valores precisos, apenas uma

estimativa, podendo concluir que por volta de aproximadamente 6 anos, o

investimento será pago e, como os sistemas fotovoltaicos possuem 25 anos de vida

útil, restam 16 anos para o cliente usufruir do sistema fotovoltaico instalado.

Dessa forma, vemos que a cada dia o tempo de retorno dos investimentos

com sistemas fotovoltaicos diminuem, pois o custo, mesmo que de forma lenta, vem

diminuindo e os incentivos governamentais para a utilização de energias renováveis

estão crescendo, tornando o acesso mais fácil para implantação dos mesmos.

Vale lembrar também a capacidade de absorção de energia advinda do Sol

em nossa região do Vale do São Francisco, que é uma das mais favorecidas para

essa modalidade de energia renovável, influencia ainda mais no crescimento de

instalação de sistemas fotovoltaicos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Clima. Disponível em: <http://www.codevasf.gov.br/osvales/vale-do-sao-

francisco/clima>. Acesso em: 29. Nov. 2015.

Energia Solar Está Ganhando Força no Cenário Global. Disponível em: <

http://www.greennation.com.br/pt/post/1814/Energia-solar-est-ganhando-for-a-no-cen-

rio-global>. Acesso em: 27. Nov. 2015.

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brasileira. Grupo Setoria de Sistemas Fotovoltaicos da ABINEE. 2012.

Solar Energy Market Growth. Disponível em: < http://www.solarbuzz.com/facts-and-

figures/markets-growth/market-growth>. Acesso em: 05. Mar. 2016.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Atlas da energia solar.

Disponível em: <www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/03-Energia_Solar pdf >. Acesso

em: 02. Mar. 2016.

ARAUJO, W. C; GOMES, E. S. Inovação tecnológica no uso de energias

renováveis: o caos dos parques eólicos brasileiros. II Simpósio Nacional, Espaço,

Economia e Políticas Públicas. Goiás. 2012.

BENEDITO, R. S. Caracterização da geração distribuída de eletricidade por meio

dos sistemas fotovoltaicos conectados à rede, no Brasil, sob os aspectos técnico,

econômico e regulatório. Programa de Pós-Graduação em Energia. Universidade de

São Paulo - USP. 2009.

CRESESB, Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos, Edição Especial ed., P.

PRODEEM, Ed., Rio de Janeiro, 2004.

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FERNANDES, A. F. Estudo de melhoria no sistema fotovoltaico pela inserção de

rastreadores. Departamento de Engenharia Elétrica. Universidade Federal da Bahia –

UFBA. 2014.

FIGUEIREDO, M. F. Estudo sobre a viabilidade de implantação de painéis

fotovoltaicos para geração de energia elétrica residencial na Região do Vale do

São Francisco. Departamento de Engenharia Mecânica. Universidade Federal do

Vale do São Francisco – UNIVASF. 2014.

RUTHER, R. Panorama atual da utilização da energia fotovoltaica e trabalho do

labsolar nesta área. Departamento de Engenharia Mecânica. Universidade Federal de

Santa Catarina – UFSC. 1999.

SILVA, R. W. C; PAULA, B. L. Causa do aquecimento global: antropogênica versus

natural. Disponível em: <http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/>. Acesso em: 24.

Mar. 2016.

VESPER. Crise energética mundial. Disponível em: <http://www.escolavesper.com.br

>. Acesso em: 24. Mar. 2016.

VILLALVA, G. M; GAZOLI, J. R. Energia solar fotovoltaica; conceitos e aplicações.

1ª Edição. Editora Érica Ltda. São Paulo. 2013.

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ANEXO A – Índice de radiação Solar em Juazeiro/Petrolina (MJ/m2.dia).

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ANEXO B – Temperatura média Juazeiro/Petrolina (ºC)

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ANEXO C – Formulário de Registro

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ANEXO D – Carta de solicitação de acesso junto a Concessionária

Cidade, x de x, de 20xx.

À CELPE

Solicitação de Acesso de Micro/Minigerador

Prezados Senhores,

Estamos encaminhando o projeto elétrico, em três vias, referente à conexão da

micro/minigeração

compreendida por inversor de tensão e módulos solares (a depender da fonte) que totalizam

(capacidade

instalada) kW de potência instalada a serem conectados na unidade consumidora de conta

contrato X,

instalação Y. Este sistema será interligado à rede de distribuição da concessionária através

de padrão de

medição composto por (um/dois) medidore(s) e um disjuntor (tensão V e XX A). O ramal de

ligação

(mono/bi/trifásico) será composto por condutores de XX mm² tanto para fase como para o

neutro.

Cliente:

CNPJ:

Empreendimento:

Ramo de atividade:

Endereço de ligação:

Proprietário: Nome completo

CPF / RG:

Telefone:

Email:

Potência instalada total: xx,x kW

Tensão de operação: x V

Conta contrato e instalação da carga associada:

Responsável técnico: Nome e sobrenome - CREA nº xxx;

Email:

Possui outra instalação de mesmo CPF/CNPJ para compensação de créditos? _ Sim _

Não

Seguem em anexo, em três vias:

Carta de Solicitação de Acesso;

Formulário específico de Informações Básicas por tipo de fonte geradora, conforme

Anexo III da Norma de Conexão de Microgeradores e Anexo I da Norma de Conexão

de Minigeradores;

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Projeto das instalações de conexão, incluindo memorial descritivo, localização,

arranjo físico e diagramas;

ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) de projeto do Sistema de Geração

Distribuída (A atividade Técnica deverá ser “PROJETO / GERAÇÃO DE ENERGIA

ELÉTRICA / SISTEMA DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA” e a unidade da

quantidade deverá ser "kW");

Lista contendo as Unidades Participantes do Sistema de Compensação de energia,

conforme Anexo VI da Norma de Conexão de Microgeradores e Anexo III da Norma

de Conexão de Minigeradores;

Formulário de Registro de mini e microgeradores, conforme Anexo V da Norma de

Conexão de Microgeradores e Anexo II da Norma de Conexão de Minigeradores;

Caso o titular da instalação seja pessoa jurídica, cartão CNPJ e contrato social ou

estatuto social da empresa;

RG/CPF do responsável legal (titular ou representante legal devidamente

autorizado);

Procuração, caso seja necessário;

Carta de autorização do responsável legal para o projetista, devidamente assinada;

O Formulário de Informações Básicas, a Carta de solicitação de acesso, o

Formulário de Registro, o Projeto das instalações de conexão (incluindo memorial

descritivo e diagramas), e a ART deverão estar assinadas pelo responsável técnico e

pelo responsável legal;

Todos os documentos necessários deverão ser apresentados em três vias.

Atenciosamente,

____________________________________

Responsável técnico ou empresa contratada

CREA nº XXX