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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS DO SEMIÁRIDO HÁLLISON DO NASCIMENTO SILVA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTINOCICEPTIVO E ANTI- INFLAMATÓRIO DO EXTRATO ETANÓLICO BRUTO DAS FOLHAS DE ATEMOIA (Annona cherimola Mill. x Annona squamosa L.) EM ROEDORES PETROLINA-PE 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE ...§ão... · e aos estudantes do curso de Medicina Lucas Remígio e Vitor Gabriel, ... Para esse estudo, ... Mapa conceitual

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS DO SEMIÁRIDO

HÁLLISON DO NASCIMENTO SILVA

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTINOCICEPTIVO E ANTI-INFLAMATÓRIO DO EXTRATO ETANÓLICO BRUTO DAS FOLHAS DE ATEMOIA (Annona cherimola Mill. x Annona squamosa L.) EM

ROEDORES

PETROLINA-PE

2016

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HÁLLISON DO NASCIMENTO SILVA

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTINOCICEPTIVO E ANTI-INFLAMATÓRIO DO EXTRATO ETANÓLICO BRUTO DAS FOLHAS DE ATEMOIA (Annona cherimola Mill. x Annona squamosa L.) EM

ROEDORES

Dissertação apresentada à

Universidade Federal do Vale do São

Francisco - UNIVASF, como parte das

exigências do Programa de Pós-

graduação em Recursos Naturais do

Semiárido, para obtenção do título de

Mestre em Recursos Naturais, na linha

de pesquisa: Fisiologia e

Farmacologia.

Orientador: Prof. Dr. Jackson Roberto

Guedes da Silva Almeida

PETROLINA-PE

2016

3

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da UNIVASF. Bibliotecário: Fabio Oliveira Lima - CRB-4/2092.

Silva, Hállison do Nascimento.

S586a Avaliação do potencial antinociceptivo e anti-inflamatório do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia (Annona cherimola Mill. X Annona squamosa L.) em roedores/ Hállison do Nascimento Silva. - - Petrolina-PE, 2016. XVII ; 122 f. : il. ; 29cm.

Dissertação (Mestrado em Recursos Naturais do Semiárido) – Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Petrolina, Petrolina-PE, 2016.

Orientador: Prof. Dr. Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida. 1. Atemoia. 2. Antinociceptiva. 3. Anti-inflamatória. I. Título. II. Universidade Federal do Vale do São Francisco.

CDD 615.53

4

HÁLLISON DO NASCIMENTO SILVA

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTINOCICEPTIVO E ANTI-INFLAMATÓRIO DO EXTRATO ETANÓLICO BRUTO DAS FOLHAS DE ATEMOIA (Annona cherimola

Mill. x Annona squamosa L.) EM ROEDORES

Dissertação apresentada à Universidade

Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF,

como parte das exigências do Programa de

Pós-Graduação em Recursos Naturais do

Semiárido, para obtenção do título de Mestre

em Recursos Naturais, na linha de pesquisa em

Fisiologia e Farmacologia.

APROVADO em: 18 de Março de 2016.

_________________________________________________

Prof. Dr. Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida - UNIVASF

(Orientador)

_________________________________________________

Prof. Dra.: Márcia Bento Moreira - UNIVASF

(Examinador Externo)

_________________________________________________

Prof. Dr. Raimundo Campos Palheta Júnior - UNIVASF

(Examinador Interno)

5

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar sou muito grato a Deus pelo dom da sabedoria e

entendimento e por tudo que Ele tem feito na minha vida. Ao meu orientador, Prof.

Dr. Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida, um grande cientista, amigo e pai nas

horas exatas, ao qual é merecedor dos frutos que vem colhendo. Não poderia deixar

de agradecer por ter acreditado em mim, e contribuído para o meu crescimento em

meio às dificuldades. Obrigado por ter me aceito como seu orientando. Sou muito

grato à Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF e ao

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por

contribuírem para o desenvolvimento da pesquisa científica.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES), pela bolsa de mestrado.

Além disso, agradeço ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais

do Semiárido, e a todos os docentes que contribuíram no decorrer da minha

formação enquanto mestre.

Ao meu pai, José Adelson Cordeiro da Silva, por me ajudar no que estava ao

seu alcance e à minha querida mãe, Vera Lúcia do Nascimento Silva, pelas orações,

amor, carinho e por sempre estar ao meu lado me dando palavras de força.

Às minhas queridas irmãs, Vilma do Nascimento Maciel e Andreza Carvalho

do Nascimento, por sempre estarem ao meu lado, me ajudando em oração e

transmitindo o maior sentimento puro o “AMOR”; aos meus queridos sobrinhos,

Rebeca Maciel, Mary Anny, Otávio Miguel e Alice Carvalho, Amo Vocês! E também

aos meus cunhados Jailson Carvalho e Noemário Araújo, obrigado pela força e

orações. Aos Técnicos: Ana Paula (Lab. Bioquímica), Amanda Leal (Lab.

Imunologia), Amanda (Lab. de Química Orgânica) e ao pessoal do biotério

Leonardo, Helenildo, Fabiana, por toda atenção e compreensão.

Meu muito obrigado a todos do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas

Medicinais, (NEPLAME), e especialmente aos meus colegas de laboratório, Tâmara

Coimbra, Roxana Andrade, Leandra Araújo, Fernanda Granja, Sarah Raquel,

Raimundo Júnior Gonçalves, Juliane Cabral, Suzana Rabelo, Milla Gabriela, Camila

e aos estudantes do curso de Medicina Lucas Remígio e Vitor Gabriel, e Samara

Paiva do curso de enfermagem. Diante disso, portanto, agradeço a todos que me

ajudaram de forma direta ou indireta por mais uma grande conquista.

6

A todos os servidores da Biblioteca da UNIVASF, em especial Lis Maria,

Leonardo Vieira, Daniele Moreno, Tayline Fonseca, Patrícia Albuquerque e Viviane

Araújo, por toda atenção.

Aos meus eternos professores, Mestres e Doutores: Ladjane Albuquerque,

Alecsandra Lucena, Nayale Lucinda, Lidiane Barbosa, Samira Almeida, Raquel

Bezerra, Vanessa Juvino, Wesla Albuquerque, Marília Cruz, Fabrício Andrade,

Paulo Rogério, Marcelo Paiva e Renato Cabral, pela grande força e ensinamento!

A todos os meus “amigos/irmãos”. Agradeço a Deus pela vida de cada um.

.

Muito obrigado a todos e Deus abençoe grandemente!

Vela a pena ser Fiel!

7

"Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em

coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam."

(1 Coríntios 2:9)

8

RESUMO

Para esse estudo, foi selecionado atemoia (Annona cherimola Mill. x Annona

squamosa L.) (Annonaceae), um híbrido interespecífico, no qual faz parte da família

Annonaceae conhecida por sua ampla atividade biológica. O presente trabalho

avaliou o efeito antinociceptivo e anti-inflamatório do extrato etanólico bruto (Acs-

EtOH – 25, 50 e 100 mg/kg, v.o.) das folhas de atemoia, em camundongos,

utilizando diferentes modelos experimentais, bem como avaliar a toxicidade aguda

na administração de uma dose única de Acs-EtOH 2.000 mg/kg (v.o.) em ratos. Para

avaliação da atividade antinociceptiva, foram realizados os seguintes ensaios: teste

de contorções abdominais induzidas por ácido acético, teste da formalina e teste da

placa quente. Para avaliar o efeito anti-inflamatório, foram realizados dois modelos:

peritonite e teste de bolsa de ar, ambos induzidos por carragenina. O estudo

toxicológico foi conduzido durante 14 dias (avaliando o consumo de ração, água e

peso corporal), não ocorreu morte e nenhuma alteração significativa em nenhum dos

grupos tratados, sugerindo uma baixa toxicidade do extrato. Ao final do estudo, os

animais foram eutanasiados para análise macroscópica e peso dos órgãos. Os

resultados obtidos através da avaliação antinociceptiva, Acs-EtOH demonstrou efeito

antinociceptivo em todos os testes. Em relação à avaliação da atividade anti-

inflamatória, Acs-EtOH obteve resultados em todos os testes. Conclui-se que a

atemoia possuem atividades antinociceptiva e anti-inflamatória, corroborando com

uso na medicina popular. Além disso, o estudo de toxicidade demonstrou um perfil

de segurança no uso do extrato, contribuindo assim, para o desenvolvimento de

pesquisas farmacológicas e toxicológicas com a espécie.

Palavras-chaves: Antinociceptivos, Anti-inflamatórios, Toxicidade aguda.

9

ABSTRACT

For this study, it was selected atemoia (Annona cherimoya Mill. X Annona squamosa

L.) (Annonaceae), an interspecific hybrid, and used in folk medicine for the combat

inflammation in general. The aim of this study was to evaluate the antinociceptive

and anti-inflammatory effect of ethanol extract (Acs-EtOH - 25, 50 and 100 mg / kg,

p.o.) of atemoia leaves in mice using different experimental models and to assess the

acute administration of a single dose of Acs-EtOH 2000 mg / kg (p.o.). To evaluate

the antinociceptive activity, the following tests were performed: test of writhing

induced by acetic acid, formalin test and the hot plate test. To evaluate the anti-

inflammatory effect were performed in two models: peritonitis air bag test, both

induced by carrageenan. The toxicology study was conducted for 14 days (assessing

the feed intake, water and body weight), there was no death and no significant

change in any of the treatment groups, suggesting a lower toxicity of the extract. At

the end of the study, animals were euthanized for macroscopic examination and

organ weights. The results obtained by evaluation of the antinociceptive, Acs-EtOH

exhibited analgesic effect in all tests. Regarding the evaluation of anti-inflammatory

activity, Acs-EtOH obtained results in all tests. In conclusion, the atemoia sheets

have antinociceptive and anti-inflammatory, corroborating with use in folk medicine.

Moreover, the toxicity study demonstrated a safety profile in use of the extract,

thereby contributing to the further development of pharmacological and toxicological

research on the species.

Keywords: antinociceptive, anti-inflammatory, acute toxicity.

10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Mapa de distribuição da família Annonaceae no mundo..... ..................... 25

Figura 2. Frutos de diferentes espécies de Annona. ............................................... 27

Figura 3. Ilustração do fruto de Annona squamosa L. x Annona cherimola Mill.

atemoia .................................................................................................................... 30

Figura 4. Imagens do híbrido atemoia. .................................................................... 31

Figura 5. Tipos de neurônios primários sensoriais que são responsáveis pelo sinal

nociceptivo das extremidades ao SNC. ................................................................... 34

Figura 6. Via ascendente da nocicepção da primeira conexão. Transmissão do

impulso nociceptivo para as lâminas do corno dorsal, através das fibras aferentes

primárias. ................................................................................................................. 36

Figura 7. Processo de liberação de mediadores por diferentes estímulos como

carragenina (Cg) ou antígenos (Ag). ....................................................................... 39

Figura 8. Mapa conceitual resumido dos mediadores derivados de fosfolipídios e

suas ações, com os locais de ação de agentes anti-inflamatórios. ......................... 40

Figura 9. Esquematização de uma resposta inflamatória. ...................................... 42

Figura 10. Exsicata de atemoia (Annona cherimola Mill x Annona squamosa L). ... 44

Figura 11. Obtenção do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia. ................. 46

Figura 12. Dados do consumo de ração dos animais tratados com extrato etanólico

bruto de atemoia (Acs-EtOH 2.000 mg/kg, v.o) e solução salina 0,9% grupo controle

negativo (n= 5 por grupo). ....................................................................................... 54

Figura 13. Dados do consumo de água dos animais tratados com extrato etanólico

bruto de atemoia (Acs-EtOH 2.000 mg/kg, v.o) e solução salina 0,9% grupo controle

negativo (n= 5 por grupo). ....................................................................................... 55

11

Figura 14. Dados de peso dos animais tratados com extrato etanólico bruto das

folhas de atemoia (2.000 mg/kg v.o.) durante 14 dias...............................................56

Figura 15. Efeito antinociceptivo do extrato etanólico bruto de atemoia, indometacina

e morfina no teste de contorções induzidas por ácido acético em camundongos.....58

Figura 16. Efeito antinociceptivo do extrato etanólico bruto de atemoia, indometacina

e morfina na primeira e segunda fase do teste da formalina.....................................59

Figura 17. Efeito antinociceptivo do extrato etanólico bruto de atemoia e morfina no

teste da placa quente em 30, 60, 90 e 120 minutos após sua administração.......... 60

Figura 18. Efeito sobre a coordenação motora do extrato etanólico bruto de atemoia

e diazepam no teste do rota-rod em camundongos. ................................................. 61

Figura 19. Efeito anti-inflamatório do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia e

da dexametasona sobre a migração leucocitária na cavidade peritoneal após

administração de carragenina em camundongos.......................................................62

Figura 20. Efeito anti-inflamatório do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia e

da dexametasona sobre a migração leucocitária na bolsa de ar após a administração

de carragenina em camundongos..............................................................................62

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TABELA

Tabela 1. Peso dos órgãos de roedores tratados com extrato etanólico bruto das

folhas de atemoia (Acs-EtOH 2.000 mg/kg, v.o.). ........................................................ 57

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Aα Fibras do tipo A-alfa

Aβ Fibras do tipo A-beta

Aδ Fibras do Tipo A-delta

AA Ácido araquidônico

AINES Anti-inflamatórios não esteroidais

ANOVA Análise de variância

Ag Antígeno

Acs-EtOH Extrato etanólico bruto das folhas de atemoia (Annona cherimola

Mill. x Annona. squamosa L.).

BK Bradicinina

Cg Carragenina

CEUA Comissão de Ética no Uso de Animais

COX Enzima ciclooxigenase

E.P.M Erro padrão da média

EDTA Ácido etileno diamino tetra-acético

GLU Glutamato

HVASF Herbário Vale do São Francisco

i.p. Intraperitoneal

IL Interleucina

LTA Leucotrienos

LTB4 Leucotrieno – B4

MORF Morfina

NO Óxido nítrico

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OMS Organização Mundial da Saúde

PAF Fator de Ativação Plaquetário

PG Prostaglandina

PGE2 Prostaglandina E2

PGF2α Prostaglandina F2α

PLA 2 Fosfolipase A2

cPLA 2 Fosfolipases citoplasmáticas A2

S.F Solução Fisiológica

SNC Sistema Nervoso Central

SNP Sistema Nervoso Periférico

SP Substância P

TXs Tromboxanos

TNF Fator de necrose tumoral

TNF-α Fator de necrose tumoral-α

UNIVASF Universidade Federal do Vale do São Francisco

v.o. Via oral

s.c. Subcutâneo

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 18

2. OBJETIVOS .............................................................................................................. 20

2.1. Objetivo geral .................................................................................................... 21

2.2. Objetivos específicos ......................................................................................... 21

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 22

3.1. Plantas medicinais ............................................................................................. 23

3.2. Considerações sobre a família Annonaceae ...................................................... 24

3.3. Atividade anti-inflamatória e antinociceptiva de espécie do gênero Annona ..... 27

3.4. Considerações sobre o híbrido de atemoia ....................................................... 29

3.5. Considerações sobre dor e Nocicepção ............................................................ 32

3.5.1. Transmissão da dor e nocicepção .............................................................. 34

3.6. Inflamação ......................................................................................................... 37

4. PARTE EXPERIMENTAL ......................................................................................... 43

4.1. Coleta do material botânico ............................................................................... 44

4.2. Obtenção do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia (Annona cherimola

Mill. X Annona squamosa L.) .................................................................................... 45

4.3. Animais .............................................................................................................. 46

4.4. Estudo da toxicidade aguda .............................................................................. 46

4.4.1. Análise comportamental ................................................................................. 47

4.5. TESTES DE ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA ................................................. 47

4.5.1. Teste das contorções abdominais induzidas por ácido acético .................. 47

4.5.2. Teste da formalina ...................................................................................... 48

4.5.3. Teste da placa quente ................................................................................ 49

4.6. TESTE DE COORDENAÇÃO MOTORA........................................................ .... 49

4.6.1. Teste da barra giratória (rota-rod) ................................................................ 49

4.7. TESTES DE ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA ............................................. 49

4.7.1. Migração de leucócitos na cavidade peritoneal (Peritonite) ....................... 49

4.7.2. Modelo de inflamação na bolsa de ar ......................................................... 50

16

4.8. Análise estatística .............................................................................................. 51

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 53

5.1. Toxicidade aguda de atemoia ............................................................................ 53

5.2. Consumo de ração e água ................................................................................. 53

5.3. Variação do peso corporal ................................................................................. 56

5.4. Análise macroscópica e peso dos órgãos ........................................................ 56

5.5. Atividade antinociceptiva do extrato de atemoia ................................................ 57

5.5.1. Teste das contorções abdominais induzidas por ácido acético .................. 57

5.5.2. Teste da formalina ..................................................................................... 58

5.5.3. Teste da placa quente ............................................................................... 60

5.6. Teste da barra giratória (rota-rod) ...................................................................... 60

5.7. Atividade anti-inflamatória do extrato de atemoia.......................... .................... 61

5.7.1. Migração de leucócitos na cavidade peritoneal (peritonite) ........................ 61

5.7.2. Modelo de inflamação na bolsa de ar ......................................................... 62

5.8. DISCUSSÃO ..................................................................................................... 63

6. CONCLUSÕES ........................................................................................................ 69

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 71

APÊNDICE ................................................................................................................... 86

ANEXOS ....................................................................................................................... 121

17

1- INTRODUÇÃO

1. INTRODUÇÃO

A natureza, em geral, é responsável pela produção da maior parte das

substâncias orgânicas conhecidas. O reino vegetal tem contribuido para o

fornecimento de substâncias úteis para o tratamento de doenças que afetam os

seres humanos (MONTANARI, 2001). Dentre estas, relacionado aos efeitos anti-inflamatórios

e antinociceptivos.

As plantas medicinais são utilizadas na medicina popular em muitos países

para o tratamento de várias condições dolorosas e inflamatórias. No entanto, para

muitas das plantas em uso, seus princípios ativos e sua eficácia são desconhecidos.

Com isso, estudos experimentais têm por objetivo demonstrar as possíveis

propriedades farmacológicas encontradas nestas plantas e identificar os princípios

ativos responsáveis por essa atividade (SOUSA et al., 2002). Os produtos naturais

em geral, e em particular as plantas medicinais, são uma importante fonte de novas

substâncias químicas com potencial de aplicabilidade terapêutica. Considerando-se

que os mais importantes protótipos analgésicos (ex: ácido salicílico e morfina) foram

derivados originalmente do reino vegetal, o estudo de plantas medicinais tem se

tornado uma estratégia útil na pesquisa por novas drogas analgésicas

(ELISABETSKY et al., 1995).

No Brasil foram registrados 29 gêneros, compreendendo cerca de 392

espécies (MAAS, et al., 2015). Atemoia (Annona cherimola Mill. x Annona squamosa

L.) é um híbrido interespecífico entre a cherimola (A. cherimola Mill.) e a pinha ou

fruta-do-conde (A. squamosa L.) (OLIVEIRA et al., 2010). O nordeste brasileiro é

uma região com uma rica diversidade de plantas, cujo principal bioma, a Caatinga, é

rico em biodiversidade, possuindo uma vegetação adaptada ao clima semiárido, com

espécies endêmicas, na qual já foram registradas mais de 1.500 espécies em sua

flora.

Apesar da polinização ocorrer entre espécies naturalmente, o híbrido

atemoia foi resultado de um cruzamento intencional, com a finalidade de se obter um

fruto de boa qualidade, e que fosse mais adaptável ao clima tropical. Esse fruto é de

cultivo recente no Nordeste, tendo sido implantado pela primeira vez na região, nos

projetos de irrigação do Vale do São Francisco no ano de 1997, na cidade de

Petrolina-PE. Ademais, é visto que existem espécies no gênero Annona, como a

Annona diversifolia (CARBALLO et al., 2010) e Annona squamosa (CHAVAN et al.,

18

19

2010) que possuem atividades comprovadas com potencial antinociceptivo e anti-

inflamatório. Já no ponto de vista fitoquímico, muitas classes de metabólitos

secundários foram encontradas na família Annonaceae, onde os dados

quimiotaxonômicos caracterizam a presença de alcaloides, terpenoides e

flavonoides (SILVA et al., 2009). Além disso, o desenvolvimento de pesquisa na área

de recursos naturais dessa região vem corroborando para o conhecimento de

espécies da família Annonaceae, bem como na investigação de novas espécies com

ação farmacológica, para o tratamento da algia e inflamação.

Diante disso, portanto, foi realizado um levantamento bibliográfico nos

principais bancos de dados sobre possíveis atividades farmacológicas de atemoia,

observou que não foram encontrados registros de pesquisas farmacológicas com

esse híbrido, considerando-se um estudo pioneiro na procura e constatação da

atividade antinociceptiva e anti-inflamatória das folhas de atemoia.

20

2- OBJETIVOS

21

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Investigar a atividade antinociceptiva e anti-inflamatória do extrato etanólico

das folhas de atemoia em roedores.

2.2. Objetivos Específicos

- Avaliar o perfil de segurança do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia,

através do estudo de toxicidade aguda;

- Avaliar o potencial antinociceptivo e anti-inflamatório do extrato etanólico bruto das

folhas de atemoia;

- Verificar a função motora após administração do extrato etanólico bruto das folhas

de atemoia;

22

3- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

23

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. PLANTAS MEDICINAIS

A biodiversidade, de um modo geral, é a responsável pela produção de

grande parte das substâncias orgânicas conhecidas e em pesquisa, sendo que, o

reino vegetal tem a maior parcela da diversidade química conhecida e registrada na

literatura. Os produtos naturais de quaisquer origens podem atuar como fonte de

novos padrões moleculares úteis para as possíveis ações farmacológicas (VIEGAS-

JUNIOR; BOLZANI; BARREIRO, 2006). A busca pelo uso dessas plantas tem

crescido consideravelmente na segunda metade do século XX pela população

(ALBUQUERQUE et al., 2007).

Para que uma planta seja considerada medicinal, a mesma deve prevenir

aliviar, curar ou modificar um processo fisiopatológico ou, ainda, serem utilizadas

com fins terapêuticos por possuírem, em um u mais órgãos substâncias para que

sejam precursores de fármacos semi-sintéticos. Sendo assim, segundo dados da

Organização Mundial da Saúde (OMS), 65-80% da população mundial que mora em

países em desenvolvimento utilizam essencialmente plantas medicinais para o

tratamento inicial de doenças, devido à baixa condição socioeconômica e a

dificuldade de acesso à medicina moderna (AKERELE, 1993).

É importante destacar que as plantas medicinais, além do seu uso pela

população com finalidades terapêuticas, têm contribuído ao longo dos anos para a

formulação de diversos fármacos, até hoje sendo utilizados na clínica (CECHINEL-

FILHO, YUNES, 1998); como a morfina e a codeína, encontradas a partir da

Papaver somniferum com potencial analgésico e que pode provocar alterações no

humor dos seres humanos por atuar, principalmente, nos receptores opioides μ

(HUANG; KUTCHAN, 2000).

Grande quantidade dos princípios ativos de importância farmacológica

identificadas nos extratos vegetais, de modo geral, é de origem de uma grande

variedade de metabólitos secundários que são produzidos para modular seus

próprios metabolismos, possuem uma composição complexa que pode servir para

alvos terapêuticos de patologias humanas. Enquanto os medicamentos demonstram,

em sua quase totalidade, um exclusivo princípio ativo que é responsável pelo seu

potencial farmacológico, os extratos vegetais são compostos por misturas

multicomponentes de substâncias ativas, parcialmente ativas e inativas, que,

24

diversas vezes, atuam em alvos farmacológicos distintos (FERREIRA; PINTO,

2010).

A iniciativa pela busca de plantas medicinais pela população, impulsionou os

pesquisadores e a indústria farmacêutica a se aperfeiçoarem mais nas pesquisas

por novos fármacos (SOUSA et al., 2008), já que as espécies vegetais concebem

uma fonte crescente e importante de novos medicamentos para o plano terapêutico

de diferentes condições. Vale destacar que a grande diversidade química que essas

plantas proporcionam, torna-as uma das principais fontes para a realização do

isolamento de possíveis compostos orgânicos bioativos (ADEBIYI et al., 2012).

O Brasil é o detentor da maior floresta equatorial e tropical úmida do planeta,

não podendo abdicar de sua capacidade para os produtos naturais (PINTO et al.,

2002). Apresentando cinco biomas, dentre eles destacamos a Caatinga, que envolve

70% da região Nordeste e partes do norte do estado de Minas Gerais, além de

corresponder a 13% do território desse país (SANTOS; JUNIOR; PRATA, 2012).

A grande quantidade de plantas localizadas nesse bioma é conhecida e

usada como medicinais pela população, e algumas delas são utilizadas para a

fabricação comercial de fitoterápicos, como por exemplo, Erythrina velutina e

Amburana cearensis (ALBUQUERQUE et al., 2007).

3.2. CONSIDERAÇÕES SOBRE A FAMÍLIA ANNONACEAE

A família Annonaceae abrange um grande número de gêneros e espécies,

onde a maioria é de origem das regiões tropicais, com cerca de 2.500 espécies

difundidas em quase 135 gêneros (CHATROU et al., 2004)(Figura 1). Além disso,

são plantas de adaptação ao clima tropical (PINHEIRO et al., 2009), demonstrando

espécies de diversos tamanhos e variada classificação topográfica (MAAS et al.,

2012).

Dentre as mais de 32 mil espécies de angiospermas registradas no Brasil,

aproximadamente 386 são anonáceas, que se encontram distribuídas em grande

escala pelo território brasileiro (NAZARO, 2013), sendo que a maioria, é distribuída

na região da Amazônia com cerca de 259 espécies, onde 158 são endêmicas

(LOBÃO et al., 2012). Três gêneros conhecidos, como: Annona, Rollinia e Duguetia,

produzem frutos para consumo, sendo o gênero Annona o de maior importância

25

para a economia, podendo encontrar várias espécies, como Annona squamosa e

Annona muricata, Annona cherimola, Annona dioica (MOSCA et al., 2006).

Figura 1. Mapa de distribuição da família Annonaceae no mundo.

Fonte: Tropicos.org.

Diversas espécies, como as dos gêneros Annona, Rollinia e Duguetia, são

irrigadas em função de terem frutos comestíveis e saborosos, tais como: graviola

(Annona muricata), pinha, fruta-do-conde ou ata (Annona squamosa), biribá (Rollinia

mucosa), pindaíba (Duguetia lanceolata) e cherimóia (Annona cherimola) (PAULINO

NETO; OLIVEIRA, 2006). Muitas frutas são consumidas "in natura" e/ou utilizadas

como sucos, sorvetes e sobremesas (LORENZI; MATOS, 2002).

A catalogação da família Annonaceae foi no ano de 1789 por Jussieu

(HUTCHINSON, 1974). Esta família é constituída por árvores, arbustos, subarbustos

e lianas, com casca caracterizada fibrosa e sua madeira com grandes raios

(GALASTRI, 2008). A maioria dos frutos são considerados comestíveis, e é um tipo

de sincarpo formado pela união de numerosos carpelos sobre um receptáculo

carnoso. Os carpelos são bem divididos, principalmente na parte superior do fruto,

sua polpa é caracterizada branca, adocicada, saborosa e ligeiramente com um

aspecto ácido (FERREIRA et al., 2002).

As espécies dos gêneros Annona, Rollinia, Duguetia, Uvaria e Asimina, que

apresentam frutas de interesses comerciais, por possuírem frutos comestíveis e

26

agradáveis (NOGUEIRA et al., 2005). Além disso, muitas espécies da família

Annonaceae possuem indicações populares para importância econômica, e têm sido

pesquisadas quanto às suas atividades farmacológicas e constituintes químicos. Um

exemplo é a espécie Goniothalamus velutinus, onde a decocção das raízes é

utilizada para dores de cabeça e casos de intoxicação exógena, e suas folhas são

usadas para elaboração de repelente de mosquitos.

As plantas da família Annonaceae são utilizadas na medicina popular, como

as folhas e cascas de Anaxagorea dolichocarpa, empregadas como chás para

amenizar as dores de cabeça (MAAS et al., 1984); as folhas de Annona squamosa,

popularmente chamada de pinha, araticum, anona, ata, fruta-do-conde ou língua-de-

tucano, que são aproveitadas no tratamento de furúnculos, aftas e úlceras (SOUZA

et al., 2012); a utilização do chá das folhas de Duguetia furfuracea, identificada como

araticum-do-campo, marolinho ou ata brava, que é indicado para o tratamento de

dismenorreia (FARIAS et al., 2013).

Avaliando o perfil fitoquímico, a família Annonaceae se destaca pela presença

de vários tipos de metabólidos secundários. Na busca por dados

quimiotaxonômicos, foi caracterizado que esta família apresenta flavonoides,

alcaloides e terpenoides, principalmente diterpenos (SILVA et al., 2009). Ahmad e

colaboradores (2010) demonstraram em estudo recente a identificação de três

metabólitos secundários de relevância: uma esteril-lactona, a goniotalamina, e dois

flavonoides, naringenina e pinocembrina.

Os estudos desenvolvidos sobre atividade biológica e fitoquímica das

anonáceas estão sendo intensificados por identificarem a presença das

acetogeninas, uma classe de compostos com uma ampla atividade biológica

(MATSUMOTO et al., 2010), tais como imunossupressora, antiparasitária, citotóxica,

pesticida e antimicrobiana (LIMA et al., 2010).

Algumas espécies do gênero Annona no Brasil são muito apreciadas, como

Annona crassiflora ("araticum") (Figura 2a), Annona squamosa ("fruta do conde")

(Figura 2b) e Annona muricata ("graviola") (Figura 2c) (DUTRA et al., 2012). A

graviola (A. muricata) é a espécie mais consumida no meio da industrialização, como

na produção de polpa para várias finalidades, e seu plantio é de grande escala

comercial, principalmente na região do Nordeste brasileiro (DUTRA et al., 2012).

27

Figura 2 - Frutos de diferentes espécies de Annona: (a) Annona crassiflora, (b)

Annona squamosa e (c) Annona muricata.

(Fonte: (a) MERCADANTE, 2009; (b) BRADLEY, 2011 e (c) AGUILAR, 2005)

A região Nordeste apresenta a maior parte do cultivo das principais

anonáceas no Brasil (pinha e graviola), logo em seguida a região Sudeste. Destaca-

se o estado da Bahia com 39%, seguida por São Paulo 30% e Minas Gerais

(WATANABE et al., 2014).

Annona muricata, sua folha é utilizada para combater a diarréia e espasmos

musculares, já o uso do seu chá é utilizado para emagrecer e como medicação para

combater alguns tipos de neoplasias (BARATA et al., 2009).

Annona spinescens, conhecida como araticum-do-rio ou araticum-do-

alagadiço, utilizada no tratamento de úlceras (MAAS et al., 1984). Algumas espécies

deste gênero presentam substâncias bioativas, tendo diversas atividades, entre elas,

destaca-se sua citotoxicidade contra muitas linhagens de células tumorais,

antioxidante, atividades antimicrobiana, anti-plaquetária e ação antiparasitária

(Trypanosoma cruzi e Leishmania sp.). Tais atividades são atribuídas parcialmente à

presença de metabólitos secundários como terpenos, alcaloides e acetogeninas

(COSTA et al., 2011).

3.3. ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA E ANTINOCICEPTIVA DE ESPÉCIES DO

GÊNERO ANNONA.

No decorrer da história o homem tem usado diversas maneiras de tratamento

para o alívio da dor, entre elas, o uso das ervas medicinais devido ao seu extenso

uso popular (ALMEIDA et al., 2001). Observa-se que os mais potentes e eficazes

28

fármacos analgésicos são obtidos de plantas, como exemplo da salicinina extraída

de Salix alba e a morfina da Papaver somniferum (VEIGA-JUNIOR et al., 2005).

Existem algumas espécies do gênero Annona que possuem atividade

antinociceptiva e anti-inflamatória, como a Annona squamosa L., onde é realizada a

obtenção do extrato das folhas e utilizado para o tratamento da dor no baço e

reumatismo (CHAVAN et al., 2010). Na busca dos constituintes químicos se

observou em estudos fitoquímicos, alterações entre os metabólitos secundários

presentes na decocção de folhas frescas e no extrato das folhas secas. Na

decocção é possível identificar compostos lactônicos, fenólicos, cumarinas, açúcares

redutores e aminoácidos, já no extrato foram encontrados alcaloides, flavonoides,

quinonas, compostos fenólicos, cumarinas, compostos lactônicos, antocianidinas,

aminoácidos, e açúcares redutores, porém, não foi obtido resultados de atividade

analgésica e anti-inflamatória. Os dados obtidos com a decocção das folhas frescas

aceitam validar o saber popular e gerar base científica para seu uso na medicina

popular (AMADOR et al., 2006).

Nesse contexto, Annona squamosa L. é popularmente conhecida como fruta-

do-conde, ata ou pinha. De origem das terras da América Central, foi introduzida no

Brasil pelo Conde de Miranda, o que define o nome “fruta-do-conde”. No Brasil ela é

muito cultivada, tendo um bom desenvolvimento em regiões de clima quente

(KAVATI, 1992). A polpa do fruto é adocicada, com um sabor agradável e um bom

aroma (MANICA, 1997). A pinheira é um tipo de anonácea encontrada em diversas

regiões do ecossistema brasileiro, desenvolve-se melhor em ambientes com baixa e

alta precipitação de chuvas (ROCHA et al., 2002).

Annona diversifolia Saff., é conhecida no México como "Ilama" e "Ilama

zapote", onde seus frutos são servidos como alimento, já as suas folhas são

utilizadas como agente anticonvulsivante e analgésico, bem como anti-inflamatório

na medicina tradicional mexicana. Alguns estudos reforçam a utilização das folhas

de A. diversifolia no plano terapêutico da dor e da inflamação, notando-se que seus

dados demonstraram potencial de produzir total antinocicepção no uso do modelo de

dor visceral, e redução parcialmente significativa da nocicepção artrítica

(CARBALLO et al., 2010). Diante disso, as análises apontaram a presença de

flavonoides e a participação da palmitona no seu potencial antinociceptivo.

Annona muricata L., conhecida popularmente como graviola, é encontrada

principalmente na América do Sul, América Central, incluindo algumas regiões do

29

Brasil, como: Norte, Nordeste e Sudeste. Suas folhas são usadas tradicionalmente

para dores de cabeça, diabetes, hipertensão, insônia, cistite, problemas no fígado e

também como anti-inflamatório. Entre os compostos químicos identificados nessa

espécie, destacam-se os alcaloides e os óleos essenciais, pois são os mais

utilizados na pesquisa científica.

Annona glabra, conhecida popularmente no Brasil como araticum-bravo e

araticum-do-brejo, demonstram uma grande quantidade de constituintes químicos,

como acetogeninas, alcaloides e diterpenos em extratos obtidos das cascas, caules,

folhas e frutos. Ademais, uma pesquisa demonstra que o extrato de A. glabra inibe a

migração de células de defesa, como os granulócitos, de acordo com o aumento das

doses utilizadas, apontando um potencial anti-inflamatório (SIEBRA et al., 2009).

Annona coriacea Mart., conhecida popularmente como araticum, é encontrada

em algumas regiões do Brasil, como: Sudeste, Norte e Nordeste, principalmente no

estado do Ceará. Suas folhas são utilizadas pela população por via oral, como:

estomáquica, carminativa, anti-reumática e anti-helmíntica. Além disso, o uso do

extrato etanólico das folhas dessa espécie é utilizado para o tratamento de

estomatite, nevralgias e cefaleias, pois apresentou propriedades com atividades

antinociceptiva e anti-inflamatória, através do desenvolvimento de modelos pré-

clínicos de contorções abdominais, formalina, placa quente, edema de pata e

pleurisia induzida pela carragenina, um polissacarídeo extraído de algas (SOUSA et

al., 2007).

Annona senegalensis, suas raízes e folhas são vendidas comercialmente na

Nigéria para tratamento da dor, câncer e artrite. Nesse contexto, observa-se que o

extrato metanólico da raiz tem propriedades antinociceptiva e anti-inflamatória

comprovada através de modelos de nocicepção e inflamação, justificando o seu uso

tradicional nesse país para o tratamento de reumatismo e outras doenças

relacionadas à dor (ADZU et al., 2003).

3.4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O HÍBRIDO ATEMOIA

A atemoia trata-se de um híbrido interespecífico (OLIVEIRA et al., 2010).

(Figura 3) resultando do cruzamento entre uma espécie originária de clima tropical

de altitude A. cherimola Mill.(cherimóia) e outra de clima seco, A. squamosa L.(fruta

do conde ou ata) (PEREIRA, 2011).

30

Figura 3 - Ilustração do fruto Annona cherimola Mill. x Annona squamosa L.

(Fonte: Disponível em http://www.nacozinhabrasil.com/2009/07/atemoia.html).

Sabe-se que apesar do cruzamento ocorrer naturalmente entre espécies, o

cruzamento da atemoia foi intencional, com a finalidade de se ter um fruto de

qualidade como a cherimoia, e que tivesse a capacidade de se adaptar melhor ao

clima tropical (SCALOPPI-JUNIOR; MARTINS, 2003). Devido à atemoia ser um

híbrido e não uma espécie, não é correto referir-se a esta como Annona atemoia

(SANEWSKI, 1991).

A primeira realização do cruzamento artificial da atemoia ocorreu na Flórida -

USA, em 1908, já no Brasil há relatos de que, em 1950, o Instituto Agronômico de

Campinas foi quem realizou a primeira introdução deste híbrido no estado de São

Paulo, com a produção de Núcleo de Produção de Mudas em São Bento do Sapucaí

(TOKUNAGA, 2000).

A atemoia foi introduzida no Nordeste, pela primeira vez na região dos

projetos de irrigação do Vale do São Francisco na cidade de Petrolina-Pe no ano de

1997. Na classificação taxonômica das espécies, o híbrido atemoia pertence ao

gênero Annona, Subfamília: Annonoideae, Família: Annonaceae; Ordem:

Magnoliales; Classe: Dicotyledoneae; Divisão: Angiospermae e Reino: Vegetal

(MANICA, 1997) (Figura 4).

Cherimóia Ata Annona cherimola Mill. Annona squamosa L.

31

Figura 4 - Imagens do híbrido atemoia: (a) árvore, (b) flor, (c) folhas e (d) frutos.

(Fonte: Autoria própria)

Dentre os gêneros da família Annonaceae já estudados, o gênero Annona

tem se destacado por apresentar diversos tipos de alcaloides, como o

benzilisoquinolínico reticulina, anonaina, os aporfínicos asimilobina e o oxoaporfínico

liriodenina. Pesquisas recentes descreveram o isolamento de asimilobina, reticulina

e liriodenina em algumas espécies desse gênero, como em Annona pickelii (Diels)

H. Rainer, Annona foetida Mart., Annona sericea Dunal, e Annona salzmannii A.

DC., todas de origem brasileira (DUTRA et al., 2012).

Os alcaloides identificados foram encontrados em cascas e folhas de A.

crassiflora das Guianas (HOCQUEMILLER et al., 1982). O isolamento da

asimilobina, anonaina, reticulina e liriodenina, tem sido considerado indicadores

quimiotaxonômicos deste gênero para várias espécies de Annona (CRUZ et al.,

2011).

Na triagem fitoquímica de atemoia em estudos anteriores detectou a

presença de flavonoides, taninos, lignanas, mono e diterpenos em todos os extratos.

Ainda revelou, resultado positivo para presença de outros constituintes como

alcaloides, derivados antracênicos, naftoquinonas, triterpenos e esteroides

(RABELO et al., 2014). Além disso, outro estudo demonstra que foi identificado o

isolamento e a caracterização química de sete alcaloides, tais como: Asimilobina,

Pronuciferina, Lanuginosina, liriodenina, Lysicamina, Anonaina e Stepharina através

dos métodos espectrométricos (RABELO, et al., 2015).

(c)

32

3.5. CONSIDERAÇÕES SOBRE DOR E NOCICEPÇÃO

O significado da palavra “dor” no dicionário da língua portuguesa é de origem

do latim: dolore, que quer dizer sofrimento; na língua inglesa “pain” e do grego:

poiné, pena (FEIN, 2011). A definição da palavra dor é adequada exclusivamente

para seres humanos, devido à sua maneira de apresentação, ocorrendo não só o

envolvimento sensorial nociceptivo, mas também a parte emocional, integrando aos

quadros dolorosos (COUTAUX et al., 2005).

A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) descreve a dor como

uma experiência sensorial e emocional desagradável, relacionada com algum dano

tissular (WILDER-SMITH, 2007). O termo nocicepção vem do latim nocese, refere-se

ao processo sensorial desencadeado, é classificada como um componente

fisiológico da dor e correspondem aos processos de transdução, transmissão e

modulação dos estímulos dolorosos. Quando iniciado o estímulo nociceptivo, várias

alterações neuroendócrinas acontecem, ocasionando um estado de

hiperexcitabilidade do Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico

(SNP).

A dor é uma consequência fisiopatológica deletéria de várias morbidades,

mas em grande parte das vezes age como um papel protetor, representando, um

dos principais sintomas para a hipótese do diagnóstico de diversas patologias

(OLIVEIRA et al., 2009). A Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde

Pública e a Sociedade Americana de Dor apresentam como sendo o quinto sinal

vital, sendo avaliado indispensavelmente junto aos demais sinais vitais: pulso,

respiração, temperatura e pressão arterial (SOUSA, 2002).

A percepção do estímulo à dor sofre diversas influências das variáveis

biológicas, tais como: variações no SNC e nos circuitos da algia (PALMEIRA;

ASHMAWI; PASSO. 2011). Por ser considerada uma sensação complexa, há várias

classificações que podem definir os processos dolorosos em diversas etapas, de

acordo com a duração, intensidade e natureza do estímulo, entre outros aspectos.

Em relação às classificações da dor, a mais importante é que se divide em

dor aguda e crônica. A aguda é uma resposta fisiológica normal a uma ação nociva

(CARR.; GOUDAS, 1999), considerada de curta duração (menor que três meses), e

geralmente é presente apenas no período da lesão tissular, sendo representada por

uma ação fisiológica natural do organismo humano (MERSKEY, 1994). A dor crônica

33

é aquela que possui um tempo de duração maior que três meses, e está relacionada

a algum processo patológico crônico, e que causa desconforto doloroso por meses

ou anos (ALMEIDA; ROIZENBLATT; TUFIK, 2004).

Uma grande diferença entre a dor aguda e crônica é além da duração, a

incapacidade que o sistema nervoso tem em restabelecer a sua atividade neuronal

para um nível de homeostasia normal (VALE, 2000). O termo nocicepção está

relacionado ao estímulo doloroso propriamente dito, sem nenhuma relação aos

componentes emocionais, ou seja, ocorrendo a participação das vias

neuroanatômicas, assim como os receptores específicos que detectam o estímulo

lesivo e os mecanismos neurológicos envolvidos. Sendo assim, os nociceptores são

terminações nervosas livres que respondem aos estímulos nociceptivos,

identificados, quando ocorre uma lesão nos tecidos, desencadeados por uma ação

mecânica, térmica ou química (MILLAN, 2002).

Nesse contexto, se observa que alguns nociceptores são mais sensíveis a um

estímulo específico, já outros são sensíveis a diversos tipos de estímulos. Estas

estruturas de nocicepção são descritas em quatro classes: silenciosos, mecânicos,

polimodais e térmicos. Os nociceptores silenciosos são ativados na presença de

mediadores inflamatórios, estímulos químicos, respondendo a estímulos térmicos e

mecânicos somente depois de serem ativados; os nociceptores mecânicos

respondem a uma pressão, onde essa pressão pode ser intensa ou não; os

nociceptores polimodais respondem aos estímulos nocivos mecânicos, térmicos e/ou

químicos, e os térmicos respondem temperaturas, maiores que 46 °C ou menores

que 5 °C, possuindo fibras A mielinizadas. Em conjunto, os nociceptores de fibra Aδ

e β são considerados nociceptores mecanotérmicos. (FEIN, 2011).

A diferença entre dor e nocicepção, é que a dor é mais que uma sensação, é

uma vivência, podendo ter influência de componentes sensoriais pessoais,

emocionais e/ou ambientais. Dessa forma, como os animais não têm a capacidade

de expressar verbalmente os componentes subjetivos relacionados à dor (exceto

mamíferos e aves), não se pode avaliar dor, e sim nocicepção. Portanto, os termos

como analgesia e dor são atribuídos para estudos envolvendo seres humanos,

enquanto que antinocicepção e nocicepção já são mais encontrados nos estudos

pré-clínicos, com o uso de animais (KANDEL et al., 2003).

34

3.5.1. TRANSMISSÃO DA DOR E NOCICEPÇÃO

O conhecimento da fisiopatologia da dor é um importante instrumento para

ser entendido como ocorrem os mecanismos dos processos dolorosos, de origem

patológica ou fisiológica (SALIBA; HUBER; PENTER, 2011). Na dor perceptível, os

neurônios aferentes com fibras intensamente mielinizadas (10 µm) participam da

transmissão da sensação dolorosa, e apresentam uma velocidade de condução de

30-100 m/s, e são conhecidas como fibras Aβ. No entanto, grande parte dos

nociceptores está inclusa em pequenas fibras de diâmetro entre (0,4 - 1,2 μm) e de

médio diâmetro (2-6 μm), constituindo respectivamente as fibras não mielinizadas

(fibras C), e as pouco mielinizadas (fibras Aδ) (JULIUS; BASBAUM, 2001). (Figura 5)

Figura 5 - Tipos de neurônios primários sensoriais que são responsáveis pelo sinal

nociceptivo das extremidades ao SNC.

Fonte: Adaptado de Julius & Basbaum, 2001.

As fibras sensoriais nociceptivas primárias realizam sinapses com neurônios

secundários na região do corno dorsal da medula espinhal e na substância cinzenta.

Os neurônios presentes no corno dorsal mostram seus axônios e transmitem dados

nociceptivos para os centros encefálicos, contendo a formação reticular, hipotálamo

e tálamo que são responsáveis pela transmissão de sinais para o córtex através de

neurônios terciários (ALMEIDA et al., 2004).

35

Além disso, podem-se compreender três mecanismos básicos da dor: a

tradução, caracterizada pela ação ativa dos nociceptores; a transmissão, onde

envolve um conjunto de vias sensitivas e favorece o impulso nervoso para o SNC

comprometidos com a identificação da dor; e por último, a modulação, que ocorre

através do mecanismo de supressão da dor e que é ocasionado pelas vias

descendentes de nocicepção (FERNANDES; GOMES, 2011).

Após a sensação da dor nas partes superiores do encéfalo, é ativado um

sistema de antinocicepção por meio de vias inibitórias descendentes do organismo,

que vão influenciar no processo de transmissão do impulso nociceptivo dos

neurônios aferentes para o SNC. Este processo representa um processo de

restauração da homeostase (RIEDEL; NEECK, 2001).

Diversos mediadores químicos presentes na região lesionada podem

estimular os nociceptores e, portanto, estimular a dor. São diversos os mediadores

inflamatórios envolvidos, destacando-se a histamina (vasodilatador) e a bradicinina –

BK – (Figura 6). As BK atuam com receptores associados à proteína G, estimulando

uma diversidade de efeitos pró-inflamatórios, como o edema e vasodilatação

(MAYER, 2006).

A BK também estimula a ação enzimática da fosfolipase A2 que está ligada à

membrana, que provocará uma reação de desesterificação, ocasionando a formação

do ácido araquidônico e a biossíntese da prostaglandinas - PGE2 e prostaciclinas,

PGI2 - pela atuação da ciclooxigenase (COX) na via. Ademais, as PGE apresentam

um potente efeito vasodilatador e mediadores na dor inflamatória (WIENECKE,

2008).

Diante disso, além da liberação da BK e PGI ocorre o estímulo de diversos

mediadores químicos, como: serotonina, citocinas, eicosanoides e histamina, que

agem sobre os seus receptores, favorecendo a alteração do limiar nociceptivo

dessas fibras (CURY et al., 2011). A transmissão do impulso nociceptivo da medula

espinhal para o tálamo e para o córtex são por cinco vias ascendentes: os tratos

espinotalâmico, espinomesencefálico, espinoreticular, espinohipotalâmico,

cervicotalâmico (PINTO, 2000).

36

Figura 6 - Via ascendente da nocicepção da primeira conexão. Transmissão do

impulso nociceptivo para as lâminas do corno dorsal, através das fibras aferentes

primárias.

Fonte: Adaptado de NESTLER et al., 2001.

O funcionamento do corno dorsal da medula espinhal é responsável pela

transmissão da dor. Os nociceptores envolvidos chegam de forma muito organizada

ao corno da medula espinhal, através das fibras mielinizadas Aδ finalizando

principalmente nas lâminas I e V e as fibras C, e as não mielinizadas, na lâmina II.

Nestas regiões, são sinalizados os interneurônios de segunda ordem e os neurônios

de projeção na medula espinhal, alguns só são ativados quando ocorre um estímulo

nocivo e outros respondem a excitações de alta ou baixa intensidade (limiar amplo e

dinâmico). Durante a realização das conexões sinápticas envolvendo as fibras

aferentes primárias e os neurônios do corno dorsal, ocorrem à participação de

neurotransmissores como a substância P (SP) e o glutamato (GLU), sendo

responsáveis por produzir respectivamente os potenciais pós-sinápticos excitatórios

lentos e rápidos (MILLAN, 1999).

A SP está em grandes concentrações nas terminações aferentes da medula

espinhal, agindo como um intermediário da primeira sinapse da transferência

dolorosa (VELÁZQUEZ et al., 1997). Essa ação é aceita por ocorrer a sua interação

com receptores NK1 e NK2 das taquicininas (ZHANG et al., 2009). A ocorrência da

sua infusão intratecal leva os animais ao comportamento de sacudir, lamber ou

morder o membro lesionado ou administrado, ocasionando a nocicepção, e

37

indicando papel excitatório na via nociceptiva (BJÖRKMAN, 1995). Já o GLU é

considerado um aminoácido estimulatório, que pode ser localizado em quantidades

apreciáveis na medula espinhal. É produzido e liberado pelas fibras nociceptivas

primárias aferentes mielinizadas e não-mielinizadas (HEADLEY; GRILLNER, 1990).

Em diversas sinapses o glutamato e a SP são liberados juntos, porém,

aproximadamente 75% dos processos de transmissão excitatória no SNC são

desenvolvidos pela ação do glutamato (MAI, 2007).

3.6. INFLAMAÇÃO

O processo inflamatório é conhecido desde o período da antiguidade

(aproximadamente 3.000 a.C.), sendo encontrado suas características clínicas

escritas em papiros egípcios (ROBBINS et al., 2001). Seus princípios fundamentais

foram registrados pela primeira vez por Aulus Cornelius Celsus (30 a 50 a.C.), na

Roma Antiga, onde relatou os quatro sinais cardinais da inflamação: edema, rubor,

calor e dor. Além disso, a estes sinais o pesquisador Galeno (138 a 201 d.C.),

acrescentou um quinto sinal: a perda de função. Logo em seguida, com a ajuda do

microscópio o cientista Virchow pode descrever os processos fisiológicos das

células, para analisar os principais fenômenos vasculares e Metchnikoff descreveu o

processo da fagocitose (DA SILVA et al., 2003).

A inflamação é uma reação complexa que envolve componentes moleculares

e celulares. É considerada uma resposta inespecífica a um dano específico. Os

agentes responsáveis pelas agressões podem ser de origem física, química ou

biológica (ZHOU et al., 2007). Este evento pode ser visto como uma ação de defesa

do organismo, corroborando para que ocorram os processos de reparação, como a

cicatrização e a regeneração dos tecidos afetados (TIZARD, 2002).

A resposta inflamatória é um processo que consiste na liberação de

mediadores químicos e recrutamento de leucócitos que são ativados no sítio da

inflamação. Além disso, a resposta inflamatória é decorrente da liberação de

mediadores inflamatórios endógenos, como as citocinas, bradicinina e interleucinas

IL. Nesse contexto, a deposição e ativação contínua de leucócitos em uma região

são consideradas um processo de inflamatório crônico, ocasionando uma disfunção

(HANADA; YOSHIMURA, 2002).

38

Os principais elementos para o aparecimento do processo inflamatório são:

vasodilatação; aumento da permeabilidade vascular; ativação e adesão celular; e

coagulação (SAYERS, 2002). O processo da resposta inflamatória é classificado em

duas fases. A primeira fase é conhecida por fase aguda, caracterizada pela

presença de eventos vasculares, sendo observados a ocorrência da vasodilatação

local e o aumento da permeabilidade vascular; já a fase tardia é aquela que ocorre a

migração celular, com presença de leucócitos, células fagocitárias e o surgimento da

fase proliferativa crônica, na qual acontece a decomposição tecidual e o

aparecimento de fibrose (tecido avascular), podendo originar a dor através da

ativação e sensibilização dos receptores nociceptivos (LEES et al., 2004).

O processo inflamatório está relacionado à ação de vários mediadores

químicos, podendo ser de origem tissular, como o fator de ativação plaquetária

(PAF), as aminas vasoativas, eicosanoides, radicais livres superóxidos, citocinas,

óxido nítrico (NO) e neuropeptídios (RANG et al., 2007). Esses mediadores da

inflamação, portanto, são substâncias sintetizadas e liberadas, intermitente ou

sequencialmente, no local da lesão. Os mediadores estão sempre envolvidos na

gênese, manutenção dos eventos da reação inflamatória e se vinculam a receptores

específicos das células-alvos ocasionando a possível liberação de outros

mediadores (ZHOU et al., 2007).

Além disso, existem as citocinas liberadas no momento da lesão, e também o

fator de necrose tumoral (TNFα) que estimula a liberação de outras citocinas,

destacando-se a interleucina 8 (IL-8) e a interleucina 1-beta (IL-1β). A IL-8 atua no

processo de liberação local de aminas simpatomiméticas, enquanto a IL-1β causa a

ativação da enzima cicloxigenase (COX) responsável pela produção de

prostaglandinas - PGs, prostaciclinas - PIs e tromboxanos – TXs (VERRI et al.,

2006) (Figura 7).

39

Figura 7 - Processo de liberação de mediadores por diferentes estímulos como carragenina (Cg) ou antígenos (Ag).

(Adaptado de VERRI et al., 2006).

Vale salientar que o TNF-α e a IL-1 dividem diversas propriedades biológicas.

Ambos são produzidos por células de defesa, como os macrófagos ativados e a IL-1

por vários outros tipos celulares e seus efeitos podem ser no local da infecção ou

sistematicamente, estimulando as células alvo a produzirem e liberar inúmeros

mediadores que participaram do processo da resposta inflamatória. Além disso,

estimula a hematopoiese, proporcionando o crescimento e diferenciação das células

de defesa, como: linfócito B e exposição de antígenos aos linfócitos T (BALKWILL et

al., 2001).

A produção exagerada de TNFα e IL-1β, pode induz a um quadro de

leucocitose devido um aumento da produção na medula óssea de células pós-

mitóticas, porém, em alguns quadros infecciosos o sistema imune encontra-se

sobrecarregado ocorrendo uma leucopenia, um exemplo é a febre tifoide (ROBBINS

et al., 2001).

Ademais, em decorrência de uma variedade de estímulos, o ácido

araquidônico (AA) é sintetizado na membrana a partir da ação das fosfolipases

liberadas - sPLA2 - ou citoplasmáticas - cPLA2 -, já as fosfolipases C podem estar

relacionadas a estas funções, mas, em menor grau (RAO et al., 2008). O AA livre

pode ser metabolizado, e formar vários mediadores lipídicos conhecidos no geral

como eicosanoides através da via das lipoxigenases e ciclooxigenases (RANG et al.,

2007) (Figura 8).

IL-8 IL-1β/ IL-6

40

Figura 8 - Mapa conceitual resumido dos mediadores derivados de fosfolipídios e suas ações, com os locais de ação de agentes anti-inflamatórios.

Fonte: (RANG et al., 2007).

Diante disso, se observa que tem a participação da via da ciclooxigenase que

é formada por duas enzimas: COX-1, responsável pela formação basal de

protaglandinas – PGs – responsáveis pela manutenção da função homeostática, já a

(COX-2) é fundamental na síntese de PGs que é induzida por estímulos

inflamatórios e em alguns tecidos, como o cardíaco e o renal que presentam da

COX-2 relacionado fortemente com os efeitos adversos gerados pelos AINES

seletivos (RAO et al., 2008).

Da atuação destas enzimas, é visto que ocorre também a síntese de

tromboxanos. Ademais, a via das lipooxigenases está incluída a produção de

leucotrienos. O LTB4 é o principal tipo de leucotrienos, pois ocorre o seu

envolvimento no processo inflamatório. Exerce uma forte atividade quimiotática

(quimiotaxia) para os leucócitos, monócitos e eosinófilos desencadeando a migração

destas células para o local lesionado (COUTINHO et al., 2009).

Ácido Araquidônico

41

Os AINES são formados por uma importante classe de fármacos com a

finalidade terapêutica que vem sendo desenvolvida pela pesquisa científica.

Após o século 17 na Alemanha a companhia Kolbe iniciou a pesquisa sobre o

composto ativo da salicina, extraído das cascas do tronco do salgueiro (Salix alba,

Salicaceae) na Europa. Sendo assim, com o desenvolvimento da pesquisa foi

iniciado a produção do ácido salicílico no ano de 1860. O ácido acetilsalicílico foi

introduzido no mercado pela indústria Bayer em 1893, motivado pelo químico

alemão Felix Hoffman. Então pode-se afirmar que a Aspirina® é o AINE mais antigo

da história farmacêutica (RAO et al., 2008).

No grupo dos fármacos AINES, incluem uma variedade de agentes e em

geral, atuam na inibição da ação da COX e no processo de produção de

tromboxanos, leucotrienos e prostaglandinas (CARVALHO, 2004; RANG et al.,

2007). Vale salientar, que os AINES tradicionais agem de forma não-seletiva inibindo

ambas as isoformas da clooxigenase, destacando-se a Aspirina® e a indometacina.

Os AINES inibem ambas as enzimas e estimulam o aparecimento de efeitos

adversos, como: alterações renais, sangramento gastrintestinal e nos mecanismos

de homeostase, decorrente da inibição da ação da prostaglandina E2 sintetase.

Diante dessas alterações, decorrentes da inibição da enzima COX-1, foram

desenvolvidos pesquisas com o intuito de desenvolver inibidores mais seletivos, o

que propôs no surgimento de drogas com ação mais seletivas para COX-2

(SCHOLICH & GEISSLINGER, 2006).

Ao ser descoberto os inibidores seletivos para COX-2, foram identificados

vários efeitos adversos renais e cardiovasculares, e em altas doses, efeitos

gastrointestinais (úlceras pépticas). Estudos demonstram que os inibidores seletivos

para COX-2 podem desfazer o equilíbrio natural entre tromboxano A2 prótrombótico

e prostaciclina anti-trobótica favorecendo o aumento do seu potencial e um possível

evento trombótico cardiovascular (SOLOMON et al., 2004).

42

Figura 9 - Esquematização de uma resposta inflamatória.

Fonte: (Gilroy; Lawrence, 2008)

Esses por sua vez, são responsáveis pelos eventos vasculares, permitindo

assim a vasodilatação, a estase vascular e o aumento da permeabilidade capilar;

garantindo ainda a migração de leucócitos da circulação para o tecido inflamado e

coordenando as múltiplas respostas de defesa local. Alguns desses mediadores

apresentam a capacidade de estimular neurônios sensoriais locais, contribuindo

para o surgimento da nocicepção (ROTH et al., 2009).

Por isso, existem situações em que a resposta inflamatória se torna mais

intensa, ocasionando sérios danos aos tecidos e/ou órgãos. Sendo necessário um

melhor tratamento para o possível processo inflamatório ou doloroso, através de

extratos desenvolvidos em pesquisas científicas que visam proporcionar uma melhor

qualidade de vida para população susceptível a possíveis patologias. Diante disso,

portanto, a grande parte dos AINES disponíveis no comércio possuem efeitos

indesejáveis, sendo assim é de suma importância a pesquisa por novas moléculas,

com um melhor perfil de segurança na formulação de novos medicamentos anti-

inflamatórios.

43

4- PARTE EXPERIMENTAL

44

4. PARTE EXPERIMENTAL

4.1. COLETA DO MATERIAL BOTÂNICO

As folhas de atemoia foram coletadas no mês de abril de 2014, no Perímetro

Irrigado Senador Nilo Coelho, Núcleo IV, em Petrolina-PE (Coordenadas: 9°20‟30,4”

S e 40°40‟42,1” W), Pernambuco, Brasil. A identidade botânica da planta foi

confirmada pelo professor José Alves de Siqueira Filho e uma exsicata (16310)

(Figura 10) encontra-se depositada no Herbário Vale do São Francisco (HVASF) da

Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).

Figura 10 - Exsicata da atemoia (Annona cherimola Mill x Annona squamosa L).

Fonte: Herbário da UNIVASF - HVASF

A autenticidade da espécie foi feita por comparação com a exsicata 16310,

depositada no HVASF.

45

4.2. OBTENÇÃO DO EXTRATO ETANÓLICO BRUTO DAS FOLHAS DE

ATEMOIA (Annona cherimola Mill. x Annona squamosa L.)

As folhas foram submetidas à secagem em estufa com circulação de ar à

temperatura de 45 ºC durante três dias. Após a secagem e completa estabilização

(eliminação de água, inativação de enzimas, etc.) as folhas foram pulverizadas em

moinho, obtendo-se um material vegetal seco e pulverizado (575,2 g). Este material

seco e pulverizado foi submetido à maceração exaustiva com etanol em um

percolador. Foram realizadas seis extrações com intervalos de 72 horas entre cada

extração. A solução foi tratada com Na2SO4 (sulfato de sódio anidro P.A.) filtrada e

concentrada no evaporador rotatório a uma temperatura de 50 ºC sob vácuo. Após

evaporação do solvente em rota-evaporador, obteve-se o extrato etanólico bruto de

atemoia - Acs- EtOH-. A partir de 575,2 g do pó seco das folhas foram obtidos 214 g

do extrato etanólico bruto (37,20% de rendimento em relação ao peso seco da

planta) (Figura 11).

Figura 11 - Obtenção do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia.

(Fonte: Autoria própria)

46

4.3. ANIMAIS

Para realização dos testes farmacológicos foram utilizados 238

camundongos, machos, albinos, (25-35 gramas), e 20 ratos albinos Wistar (Rattus

novergicus) pesando 200-250 g (10 machos e 10 fêmeas) todos provenientes do

Biotério Setorial da UNIVASF. Os animais foram aleatoriamente colocados em

gaiolas adequadas de polipropileno forradas com serragem e mantidos a uma

temperatura constante de 22 ± 2 °C num ciclo claro-escuro de 12 h (luzes acesas às

06:00 h e apagadas às 18:00 h) com livre acesso à ração e água. Os animais foram

privados de ração 12 horas antes dos experimentos ou de acordo com o protocolo

exigido e 48 horas antes do experimento foram transferidos do Biotério para o

Laboratório de Fisiologia para adaptação. Durante o período, os animais foram

manipulados apenas para limpeza das caixas. Todos os procedimentos foram

conduzidos de acordo com os princípios éticos na experimentação animal, sendo

aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Universidade

Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF sob o número 0003/110414.

4.4. ESTUDO DA TOXICIDADE AGUDA

O estudo da toxicidade aguda de Acs-EtOH, foi procedido em ratos albinos

wistar por gavagem. Para tanto, foram constituídos quatro grupos 5 animais (5

machos e 5 fêmeas) (n=20) que receberam o extrato na dose única de 2.000 mg/kg

por v.o., preconizada pelas normas da ANVISA/2013 (ANVISA, 2013) e o grupo

controle recebeu veículo salina (S.F. 0,9 %) v.o.. Após a administração e durante os

14 dias, os animais foram observados quanto à presença de sinais de toxicidade e

morte. Os animais foram mantidos em caixas de polipropileno durante os 14 dias

para avaliar a presença de morte e sinais de toxicidade. Outros parâmetros tais

como: peso corporal, consumo de ração e água foram avaliados diariamente,

durante todo o estudo.

47

4.4.1 ANÁLISE COMPORTAMENTAL

A análise comportamental foi realizada avaliado alguns parâmetros

específicos (ptose palpebral, contorções abdominais, convulsões, tremores, paralisia

das patas dianteiras, sedação, ambulação aumentada, resposta ao toque diminuída,

agressividade e analgesia), após a administração de Acs-EtOH. No primeiro dia, tais

parâmetros foram avaliados nos tempos de 0,5; 1, 2, 3 e 4 h após administração do

extrato. Nos demais dias, a avaliação comportamental foi feita diariamente até o

último dia da toxicidade aguda seguindo metodologia descrita por Almeida et al.

(1999) (ANEXO B).

4.5. TESTES DE ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA

4.5.1. TESTE DAS CONTORÇÕES ABDOMINAIS INDUZIDAS POR ÁCIDO

ACÉTICO

Este teste foi realizado de acordo com o método descrito por Collier et al.

(1968) com modificações. Os camundongos foram separados em 6 grupos de 6

animais (n=36). Os animais foram tratados com Acs-EtOH (25, 50 e 100 mg/kg), e

com veículo (salina) administrados por via oral (v.o.) 1 hora antes do agente

nociceptivo. A nocicepção foi induzida por ácido acético 0,9 % via intraperitoneal

(i.p.) em um volume de 0,1 mL/10 g.

Já o AAS (200 mg/kg) e a morfina (10 mg/kg) foram usados como drogas

padrão, sendo administradas por i.p. 30 minutos antes do agente indutor da dor.

Após a injeção do ácido acético, (uma resposta que induz a contração da parede

abdominal, rotatividade pélvica, seguida de extensão dos membros posteriores), foi

registrado o número de contorções abdominais produzidas pelo animal durante o

intervalo de 5 - 15 min após administração do ácido (QUEIROZ et al., 2010).

48

4.5.2. TESTE DA FORMALINA

O método usado foi similar ao descrito por Hunskaar & Hole (1987). Os

camundongos foram separados em 6 grupos de 6 animais (n=36). A solução de

formalina (2,5% em salina 0,9%) foi administrada por via subplantar na pata

posterior direita, em um volume de 20 μL/pata (SANTOS et al., 2010). Os

camundongos foram observados em uma câmara com um espelho montado em três

lados para permitir a visão das patas, e o tempo (em segundos) gasto lambendo e

mordendo a pata injetada foi medido como um indicador de dor.

Esta resposta foi mensurada durante 5 minutos (primeira fase, dor

neurogênica) e entre 15 - 30 minutos após a injeção da formalina (segunda fase, dor

inflamatória). Os animais receberam veículo (salina, v.o.), Acs-EtOH (25, 50 e 100

mg/kg, v.o.), AAS (200 mg/kg, i.p.) e morfina (10 mg/kg, i.p.), administrados 30

minutos antes da injeção de formalina (n= 6 por grupo).

4.5.3. TESTE DA PLACA QUENTE

Os camundongos foram divididos em 5 grupos de 6 animais (n=30). Esses

foram pré-selecionados no aparelho de placa quente (Insight, Brasil), na temperatura

de 55 ± 0,5 °C. Animais que apresentaram um tempo de reação (definido como

latência para levantar ou lamber as patas) maior que dez segundos foram excluídos.

Os camundongos selecionados foram pré-tratados com veículo (salina – v.o.), Acs-

EtOH (25, 50, 100 mg/kg, v.o.), e morfina (10 mg/kg, i.p.).

Cada animal foi colocado sobre a placa quente mantida a 55 ºC e a latência

foi medida em 30, 60, 90 e 120 min após a administração do veículo, extrato ou

morfina (ALMEIDA et al., 2011). Um tempo de corte de 20 segundos foi escolhido

para indicar completa analgesia e para proteger de dando tecidual. O tempo de

latência foi medido para cada animal.

49

4.6. TESTE DE COORDENAÇÃO MOTORA

4.6.1. TESTE DA BARRA GIRATÓRIA (ROTA-ROD)

O método utilizado nesse teste foi proposto por Dunham e Miya (1957). O

aparelho do rota-rod (Insight, Brasil) é constituído de uma barra, subdividida em

quatro compartimentos. Nesse teste o animal é colocado sobre uma barra giratória

com velocidade (7 RPM) constante por 180 s verificando a capacidade do animal em

se equilibrar sobre ela. Esse teste permite avaliar se os tratamentos promovem

incoordenação motora nos animais por sedação e/ou relaxamento muscular (LAPA

et al, 2003).

O parâmetro avaliado no rota-rod é o tempo em que o animal permanece

sobre a barra giratória, pois, quanto mais intenso for o efeito depressor, menor será

o tempo em que o animal consegue se equilibrar sobre a barra. Os animais foram

pré-selecionados antes do teste (24 horas) escolhendo aqueles que permanecerem

na barra por 60 segundos em pelo menos uma das três tentativas (ALMEIDA, 2006).

Cinco grupos de seis animais (n=30) receberam veículo (salina), diazepam

(2,5 mg/kg) e Acs-EtOH nas doses de 25, 50 e 100 mg/kg em relação ao peso dos

animais. O extrato foi administrado por (v.o.) assim como a droga de referência 30

minutos antes da observação.

Após a administração, os animais foram colocados individualmente na barra

giratória (sentido contrário ao movimento da barra) e registrados os tempos de

permanência dos animais na barra (SANTOS-JUNIOR et al., 2005). Os animais

foram em seguida observados em diferentes intervalos de tempo (30, 60 e 120

minutos) após os pré-tratamentos.

4.7. TESTES DE ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA

4.7.1. MIGRAÇÃO DE LEUCÓCITOS NA CAVIDADE PERITONEAL

Os camundongos foram divididos em 6 grupos de 6 animais cada (n=30). A

migração leucocitária foi induzida por injeção de carragenina (1%, i.p., 0,25 mL)

(ANDRADE et al., 2012) na cavidade intraperitoneal 1 hora depois da administração

de Acs-EtOH (25, 50 e 100 mg/kg, v.o.) e veículo (salina). Para a Dexametasona (2

50

mg/kg, i.p.) (BASTOS et al., 2007). A migração de leucócitos foi avaliada 4 horas

após o estímulo, sendo os animais eutanasiados e as células coletadas da cavidade

peritoneal 3 mL de solução salina contendo 1 mM de EDTA. Imediatamente, uma

breve massagem foi realizada, e em seguida coletado o fluido peritoneal, que foi

centrifugado (3.000 rpm por 5 min) em temperatura ambiente. O sobrenadante foi

descartado e 300 µL de EDTA adicionados ao precipitado, do qual foi retirada uma

alíquota de 10 µL. Foi adicionado 200 µL de solução de Turk à alíquota, e o total de

células foram contadas em uma câmara de Neubauer, em um microscópio óptico.

Os resultados foram expressos como números de leucócitos/mL (neutrófilos) (MELO

et al., 2011). A droga de referência dexametasona (2 mg/kg, i.p.) foi utilizada para o

controle positivo.

4.7.2. MODELO DE INFLAMAÇÃO NA BOLSA DE AR

O modelo de inflamação na bolsa de ar foi realizado de acordo com Garcia

Ramallo et al. (2002), porém, com algumas adaptações. Os camundongos foram

separados em 6 grupos de 6 animais (n=36). No dia 0, os animais foram separados

por grupo e receberam uma injeção subcutânea de 10 mL de ar estéril no dorso. No

dia 3, uma nova injeção de 5 mL de ar estéril dentro da bolsa pré-formada foi

realizada. No sétimo dia, os animais foram tratados, com: veículo (S.F 0,9%, v.o.),

Dexametasona (2 mg/kg, s.c.), Acs-EtOH (25, 50 e 100 mg/kg, v.o.) uma hora antes

da injeção de 0,25 mL de uma suspensão 0,1% de Cg no interior da cavidade). Após

quatro horas do estímulo inflamatório, os animais foram eutanasiados e a bolsa foi

lavada com 2 mL de PBS heparinizado (10 UI/mL). Com o auxílio de uma pipeta a

secreção foi coletada, através de uma incisão na bolsa na região dorsal, e em

seguida passada por um processo de centrifugação.

Além disso, uma porção do lavado foi diluído na solução de Türk (1:20) e

submetido à contagem. O número de células totais no lavado foi determinado

através de contagem com ajuda da câmara de Neubauer (sob microscopia óptica).

51

4.8. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Todos os resultados foram apresentados como a média ± E.P.M (erro padrão

da média) e a significância estatística entre os grupos foram calculadas pela

aplicação de uma análise de variância (ANOVA one-way), seguido pelos pós testes

de Tukey e teste T student conforme exigido pelo protocolo foram considerados

significativos as diferenças com (*p < 0,05). A análise foi realizada usando o

programa GraphPad Prism por 5.0 (Graph PadPrism Software Inc., San Diego, CA,

EUA).

Para calcular os percentuais de inibição na análise dos dados, foi utilizada a

fórmula:

C = Média aritimética do grupo controle negativo.

E = Média aritimética do grupo tratado.

C – E x 100 = % C

52

5- RESULTADOS/ DISCUSSÃO

53

5. RESULTADOS

5.1. TOXICIDADE AGUDA DE ATEMOIA

A administração do Acs-EtOH de atemoia na dose única de 2.000 mg/kg, por

via oral não ocasionou óbitos, indicando uma baixa toxicidade do extrato bruto. Em

relação ao peso corporal, consumo de água e ração monitorados diariamente, não

apresentaram diferenças estatísticas quando comparados com o grupo controle.

Durante os dias do teste de toxicidade aguda não ocorreram alterações

comportamentais e fisiológicas, nem sinais de toxicidade conforme o protocolo de

Almeida (1999).

5.2. CONSUMO DE RAÇÃO E ÁGUA

O consumo de ração e água pelos camundongos tratados com Acs-EtOH não

sofreu alterações significativas. A quantidade de ração consumida no final do

experimento pelas fêmeas foi de 81,36 ± 3,36 g e os machos 92,93 ± 0,88 g para o

grupo controle, e de 79,21 ± 5,38 g e 92,64 ± 1,02 g para o grupo tratado com a

dose de 2.000 mg/kg (Figura 18). A quantidade de água consumida no final do

experimento pelas fêmeas foi de 130,7 ± 3,05 mL e os machos 144,6 ± 1,69 mL para

o grupo controle, e a do grupo de fêmeas e machos tratados com a dose de 2.000

mg/kg foi de 136,6 ± 2,54 mL e 144,6 ± 2,12 mL (Figura 12).

54

Figura 12 - Dados do consumo de ração dos animais tratados com extrato etanólico bruto das folhas de atemoia (Acs-EtOH 2.000 mg/kg, v.o) e solução salina 0,9% grupo controle negativo (n= 5 por grupo) durante 14 dias. (F= Fêmeas / M= Machos)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 140

50

100

150

Controle F

Acs-EtOH F

Fêmeas

Tempo (dias)

Co

nsu

mo

de r

ação

(g

)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1480

85

90

95

100

Controle M

Acs-EtOH M

Machos

Tempo (dias)

Co

nsu

mo

de r

ação

(g

)

55

Figura 13 - Dados do consumo de água dos animais tratados com extrato etanólico bruto das folhas de atemoia (Acs-EtOH 2.000 mg/kg, v.o) e solução salina 0,9% grupo controle negativo (n= 5 por grupo) durante 14 dias.(F= Fêmeas / M= Machos)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

100

120

140

160

180Controle F

Acs-EtOH F

Fêmeas

Tempo (dias)

Co

nsu

mo

de á

gu

a (

mL

)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14110

120

130

140

150

160

Controle M

Acs-EtOH M

Machos

Tempo (dias)

Co

nsu

mo

de á

gu

a (

mL

)

56

5.3. VARIAÇÃO DO PESO CORPORAL

Não ocorreram mudanças significativas relacionadas ao peso corporal dos

ratos do grupo tratado com o extrato na dose de 2.000 mg/kg, (v.o.) e o grupo

controle a partir do dia 1 ao dia 14. No final do experimento a média do grupo

controle foi de 283,7 ± 1,16 g, enquanto que a do grupo tratado com a dose foi de

268,8 ± 2,22 g.

A variação do peso corporal ao longo do experimento pode ser vista na Figura

14, abaixo.

Figura 14 - Peso dos animais tratados com Acs-EtOH 2.000 mg/kg e salina (dose

única) durante 14 dias.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14220

240

260

280

300

320

Controle

Acs- EtOH

Tempo (dias)

Peso

co

rpo

ral

do

s a

nim

ais

(g

)

5.4. ANÁLISE MACROSCÓPICA E PESO DOS ÓRGÃOS

Na análise macroscópica dos órgãos, apenas um animal tratado com Acs-

EtOH 2.000 mg/kg, apresentou o pulmão e fígado com aspecto hemorrágico e nos

demais, não ocorreram alterações. Diferenças estatísticas nos pesos dos órgãos

quando comparados com o grupo controle não foram encontradas. (Tabela 1).

57

Tabela 1. Peso dos órgãos dos animais tratados com extrato etanólico bruto das folhas de atemoia (Acs-EtOH 2.000 mg/kg, v.o) e solução salina 0,9% no controle negativo) (n= 5 por grupo) durante 14 dias.

Parâmetros Grupos

Controle Acs-EtOH 2.000 mg/kg

Coração (g)

Pulmão (g)

Fígado (g)

Estômago (g)

Rim (g)

Baço (g)

Pâncreas (g)

0,96 ± 0,05

1,77 ± 0,11

10,78 ± 0,78

1,55 ± 0,06

1,41 ± 0,10

0,73 ± 0,02

0,85 ± 0,08

1,02 ± 0,06

1,62 ± 0,12

11,41 ± 0,83

1,41 ± 0,06

1,39 ± 0,08

0,68 ± 0,03

0,80 ± 0,13

Valores são expressos em média ± E.P.M. Teste t de Student *p< 0,05.

5.5. ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA DO EXTRATO DE ATEMOIA

5.5.1. TESTE DAS CONTORÇÕES ABDOMINAIS INDUZIDAS POR ÁCIDO

ACÉTICO

Os resultados na figura 15 demonstram que o Acs-EtOH nas doses 25, 50 e

100 mg/kg (v.o.) inibiu as contorções induzidas por ácido acético quando comparado

com grupo controle (***p<0,001). As porcentagens de inibição foram de 42,14; 48,88

e 63,48%, respectivamente. Ácido acetilsalicílico (AAS) e morfina apresentaram

91,23 e 100%, respectivamente, de redução de contorções quando comparados com

o controle.

58

Figura 15 - Efeito antinociceptivo do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia (Acs-EtOH 25, 50 e 100 mg/kg), AAS (200 mg/kg), morfina (10 mg/kg), no teste de contorções abdominais. Valores são expressos em média ± E.P.M, n = 6. (***p < 0,001) significativamente diferente do grupo controle (ANOVA one-way seguido pelo teste de Tukey).

Controle 25 50 100 AAS Morfina

0

10

20

30

40

Acs-EtOH (mg/kg)

******

*********

******

de c

on

torç

ões

5.5.2. TESTE DA FORMALINA

O tratamento com Acs-EtOH nas doses de 25, 50 e 100 mg/kg (v.o.) produziu

uma atividade antinociceptiva significante comparada ao grupo controle em ambas

as fases (*p<0,05) (Figura 16). Acs-EtOH (25, 50 e 100 mg/kg, v.o.) reduziu em

56,71; 64,35 e 50,09%, respectivamente, o tempo de lambida da pata na primeira

fase, bem como em 47,58; 77,79% e 73,41, respectivamente, na segunda fase do

teste da formalina. A droga de referência a AAS (200 mg/kg, i.p.) teve mais ação na

segunda fase do teste, enquanto que a morfina inibe ambas as fases do estímulo da

dor (*p<0,05).

Houve diferença significativa na estatística na primeira fase (*p<0,05), entre

as doses de 25 e 100 mg/kg, tendo em vista que a dose de 50 mg/kg apresentou um

melhor efeito antinociceptivo. Além disso, na segunda fase apresentou maior

diferença estatística (*p<0,05) nas doses de 50 e 100 mg/kg do Acs-EtOH quando

comparadas a primeira fase, tendo em vista que estas doses apresentaram uma

possível atividade anti-inflamatória na segunda fase.

59

Figura 16 - Efeito antinociceptivo do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia (Acs-EtOH 25, 50 e 100 mg/kg), AAS (200 mg/kg), morfina (10 mg/kg), no teste da formalina. Valores são expressos em média ± E.P.M, n = 6. (*** p< 0,001, ** p<0,01) significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Tukey).

1ª Fase

Controle 25 50 100 AAS Morfina0

20

40

60

80

100

Asc- EtOH (mg/Kg)

**

***

**

******T

em

po

de l

am

bid

a (

s)

2ª Fase

Controle 25 50 100 AAS Morfina0

50

100

150

200

Asc- EtOH (mg/Kg)

***

*** ******

***

Tem

po

de l

am

bid

a (

s)

60

5.5.3. TESTE DA PLACA QUENTE

No teste da placa quente, os animais tratados com morfina (10 mg/kg, i.p.)

demonstraram um aumento evidente no tempo de latência em 30, 60, 90 e 120 min

(*p<0,05). Já os grupos tratados com Acs-EtOH (25, 50 e 100 mg/kg, v.o.)

mostraram um aumento na latência no tempo de 60 e 90 minutos, sendo observado

também que ocorreu um amento do tempo de latência em todos os tempos quando

comparado ao grupo controle (Figura 17).

Figura 17 - Efeito antinociceptivo do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia (Acs-EtOH 25, 50 e 100 mg/kg), morfina (10 mg/kg) no teste da placa quente em 30, 60, 90 e 120 minutos após sua administração. Valores são expressos em média ± E.P.M., n = 6. (*p< 0,05) significativamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido pelo teste de Tukey).

30 60 90 1200

5

10

15

20

Controle

Acs-EtOH 25 mg/kg

Acs-EtOH 50 mg/kg

Acs-EtOH 100 mg/kg

Morfina 10 mg/kg

* ***

***

*

*****

***

*

***

Tempo (min)

Latê

ncia

(s)

5.6. TESTE DA BARRA GIRATÓRIA (ROTA-ROD)

O parâmetro analisado foi o tempo em que o animal permanecia na barra

giratória, durante 180 s, a uma velocidade constante, em três intervalos (0,5; 1 e 2

horas) após a administração de Acs-EtOH nas doses determinadas (25, 50 e 100

mg/kg, v.o). Os resultados mostram que não houve nenhuma alteração no

parâmetro analisado, logo, não ocorreu comprometimento da coordenação motora e

musculatura esquelética (Figura 18).

61

Figura 18 - Efeito do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia (Acs-EtOH) e diazepam no teste rota-rod. Valores são expressos como média ± E.P.M.; n = 6. (*p<0,05) significantemente diferente do grupo controle; (ANOVA one-way seguido do teste de Tukey).

0

50

100

150

200

Controle

Acs-EtOH 25 mg/kg

Acs-EtOH 50 mg/kg

Acs-EtOH 100 mg/kg

Diazepam 2,5 mg/kg

0,5h 1 h 2 h

* **

***

Tem

po

so

bre

a b

arr

a g

irató

ria (

s)

5.7. ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA DO EXTRATO DE ATEMOIA

5.7.1. MIGRAÇÃO DE LEUCÓCITOS NA CAVIDADE PERITONEAL - PERITONITE

O Acs-EtOH (25, 50 e 100 mg/kg, v.o.) foi administrado 1 h antes da injeção

de carragenina (1%, i.p., 0,25 mL) com a hipótese de inibir a migração de leucócitos

quando comparado ao grupo controle (Figura. 19). A droga de referência

dexametasona (2 mg/kg, i.p.) também promoveu redução significante na migração

de leucócitos. O efeito inibitório da Acs-EtOH na migração de leucócitos para a

cavidade peritoneal foi de 35,40 %; 46,20 % e 63,85 % nas doses de 25 , 50 e 100

mg/kg, enquanto o efeito inibidor da dexametasona foi 89,55%.

62

Figura 19 - Efeito anti-inflamatório do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia (Acs-

EtOH 25, 50 e 100 mg/kg), e dexametasona (2 mg/kg) no ensaio migração de leucócitos induzido por carragenina na cavidade peritoneal de camundongos. Valores são expressos em média ± E.P.M., n = 6. (* p< 0,05, *** p< 0,001) significativamente diferente do grupo controle (ANOVA one-way, seguido pelo teste de Tukey).

Controle 25 50 100 Dexa

0

10

20

30

40

Asc-EtOH (mg/kg)

*

***

***

***Leu

cit

os x

10

6 /

mL

5.7.2. TESTE DE BOLSA DE AR

O teste de bolsa de ar demonstra que os leucócitos têm papel eficaz na

defesa contra organismos estranhos, e também em processos relacionados com a

resposta inflamatória, devido à viabilidade das células e/ou tecidos lesionados. O

efeito inibitório Acs-EtOH na migração de leucócitos para a bolsa de ar foi de 56,17;

62,04 e 73,16 % nas doses de 25 , 50 e 100 mg/kg, enquanto o efeito inibidor da

dexametasona foi 88,15% (Figura 20).

Figura 20 - Efeito do extrato etanólico bruto das folhas de Atemoia (Acs-EtOH) e

dexametasona (2 mg/kg) na migração de leucócitos na bolsa de ar induzida por carragenina em camundongos. Os valores são média ± E.P.M.; n = 6 (*** p< 0,001), significativamente quando comparado ao grupo controle; (ANOVA one-way seguida do teste de Tukey).

0

10

20

30

40

******

***

***

Controle 25 50 100 Dexa

Acs-EtOH (mg/kg)

Leu

cit

os x

10

6 /

mL

63

5.8. DISCUSSÃO

De forma inédita na literatura, os dados reportados nesse estudo demonstram

que o extrato etanólico bruto das folhas de atemoia, apresenta um perfil de resposta

antinociceptiva e anti-inflamatória frente a distintos testes que utilizam estímulos

dolorosos, térmicos e químicos.

Esse padrão de atividade possivelmente está relacionado com a variedade

de constituintes químicos que já foram identificados na análise fitoquímica do extrato

em estudos anteriores, geralmente atribuídas à presença de metabólitos

secundários como alcaloides, acetogeninas e terpenos (COSTA et al., 2011).

Embora seja diverso o uso de plantas medicinais para a profilaxia de várias

patologias, poucos estudos científicos exploram a toxicidade e segurança da

utilização desses recursos terapêuticos (JOTHY et al., 2011).

Para a segurança dos medicamentos e dos produtos vegetais no uso

humano, é necessário o desenvolvimento de estudos experimentais para prever a

toxicidade e fornecer diretrizes para a seleção de uma dose segura. A maior

concordância geral de toxicidade em animais, com o ser humano, são alterações

hematológicas, gastrointestinais e cardiovasculares (OLSON et al., 2000).

Diante disso, o presente estudo mostra que o extrato etanólico bruto das

folhas de atemoia administrado por via oral na dose de 2.000 mg/kg dose única e

avaliado por 14 dias, não provocou sinais de toxicidade e morte nos animais,

demonstrando uma baixa toxicidade do extrato. Além disso, foi avaliado se ocorreu

alteração no peso corporal, uma vez que as alterações no peso corporal têm sido

utilizadas como um indicador de efeitos adversos de fármacos e produtos químicos

(RAZA et al., 2002, TEO et al., 2002). Todos os dias foi realizada a verificação do

peso corporal, não ocorrendo diferença estatística quando comparado com o grupo

controle. Além disso, não ocorreram alterações significativas no consumo de água e

ração nos grupos tratados quando comparados ao controle. Na toxicidade de dose

única são observados os possíveis efeitos comportamentais, tais como: ambulação

aumentada, agressividade, tremores, resposta ao toque diminuída, ptose palpebral,

resposta ao toque diminuída e sedação, como possíveis sinais de toxicidade

(ALMEIDA, 2006); não sendo identificados nos grupos estudados.

Na análise macroscópica dos órgãos dissecados, foi observado que apenas

um animal tratado com Acs-EtOH, apresentou o pulmão e fígado com aspecto

64

hemorrágico (petéquias), fato que possivelmente não foi referente à dose

administrada, devido a não incidência na avaliação dos demais animais. Não houve

diferença significativa nos pesos dos órgãos quando comparada ao controle. Sendo

assim, o estudo de toxicidade aguda indica baixa toxicidade do extrato Acs-EtOH,

porém, é necessário o aperfeiçoamento de estudos posteriores com diferentes

metodologias, para determinar um melhor perfil de segurança desse extrato.

Para avaliar a atividade antinociceptiva do extrato, foi realizado o teste de

contorções abdominais induzidas por ácido acético, que tem sido utilizado como um

modelo clássico para avaliar o possível potencial antinociceptivo de novos agentes

analgésicos (MOHAMAD et al., 2010). Desta forma, esse ensaio configura-se como

um modelo não seletivo para avaliação do efeito antinociceptivo de substâncias,

extratos vegetais ou outros possíveis produtos de origem natural, sendo necessário

o desenvolvimento de outros testes que confirmem o potencial antinociceptivo.

O extrato etanólico (Acs-EtOH) reduziu significativamente o número de

contorções abdominais provocadas pela aplicação do ácido acético na região

intraperitoneal. Portanto, quando os animais foram previamente tratados com 25, 50

e 100 mg/kg de Acs-EtOH, o número de contorções foi reduzido de maneira

significante. Desta maneira pode-se sugerir que Acs-EtOH nas doses supracitadas

provavelmente apresentam agentes antinociceptivos neste ensaio experimental. A

administração intraperitoneal de uma solução de ácido acético induzirá à liberação

e/ou produção de vários mediadores envolvidos no processo de resposta

inflamatória aguda e de neurotransmissão álgica, conhecidos por: substância P,

prostaglandinas (em especial, PGI2), bradicinina, citocinas pró-inflamatórias (IL-1, IL-

6, IL-8 ou TNF-α), entre outros. Esses neurotransmissores acabam estimulando de

forma direta os neurônios sensitivos e os nociceptores periféricos, possibilitando

assim a transmissão do potencial de ação de uma célula para outra, caracterizando

a sensação de dor (LE BARS et al., 2001).

Como critério para melhor análise do possível efeito analgésico, foi realizado

o teste da formalina, que é um método de avaliação utilizado para mensurar a

efetividade comportamental de agentes antinociceptivos (RANDOLPH; PETERS,

1997). A importância desse método em relação aos outros é a maior possibilidade

de avaliar dois tipos diferentes de dor ao longo de um período prolongado de tempo,

permitindo avaliar agentes antinociceptivos com diferentes mecanismos de ação (LE

BARS et al., 2001).

65

As respostas comportamentais à formalina seguem um padrão bifásico

composto de uma fase inicial aguda (primeira fase – neurogênica) que dura alguns

minutos e reflete o componente de nocicepção, sendo produzida principalmente pelo

uso de analgésicos opioides, e por um período mais prolongado (segunda fase-

inflamatória), que pode durar até cerca de uma hora. O período entre as fases é

denominado intervalo de quiescência (MARTINS et al., 2006). As substâncias que

atuam eminentemente por mecanismos centrais, como os analgésicos opioides,

reduzem a nocicepção em ambas as fases. Por outro lado, substâncias que atuam

por mecanismos periféricos, como os anti-inflamatórios não esteroides – AINES-,

reduzem, em geral, a nocicepção durante a segunda fase do teste. Diante disso,

Acs-EtOH foi capaz de diminuir a nocicepção em ambas as fases no teste da

formalina, embora esse efeito tenha sido mais proeminente na segunda fase do

teste, sugerindo assim, uma possível atividade anti-inflamatória.

Consequentemente, com a finalidade de comprovar o envolvimento de

mecanismos centrais no efeito antinociceptivo de Acs-EtOH, foi realizado o teste da

placa quente. Assim, analisando os resultados apresentados na Figura 25, foi

observado que Acs-EtOH (25, 50 e 100 mg/kg, v.o) aumenta o tempo de latência

dos animais sobre a placa metálica previamente aquecida em determinados

períodos de tempo, fornecendo evidências de ação central, uma vez que esse

padrão de resposta trata-se de um reflexo predominantemente espinal, sendo

considerado, portanto, um modelo de avaliação da ação central de drogas

analgésicas (NEMIROVSKY et al., 2001). Este teste associa a estimulação térmica

com a neurotransmissão central, em que o calor fornecido desencadeia a ativação

dos nociceptores (fibras Aδ e C) pela condução do impulso ao longo do corpo dorsal

da medula espinhal e, posteriormente, aos centros corticais (PINHEIRO et al., 2011).

Os testes que avaliam a atividade antinociceptiva do extrato envolve resposta

ao sistema locomotor, e possivelmente pode provocar um relaxamento da

musculatura ou sedação, ocasionando consequentemente uma incoordenação

motora, interferindo com a resposta sem serem necessariamente analgésicas, e os

testes permitem ainda uma interação dos resultados obtidos que avaliam a atividade

antinociceptiva (LAPA et al., 2003). Nesse contexto, para avaliar se ocorreu

comprometimento na coordenação motora dos animais, foi testado no equipamento

rota-rod (barra giratória), onde os resultados revelam que os animais tratados com

Acs-EtOH nas respectivas doses (25, 50 e 100 mg/kg) não apresentaram alteração

66

quando comparados ao grupo controle. Diante disso, é visto que estudos já

desenvolvidos com a espécie da família Annonaceae, Annona vepretorum Mart.

revelaram que o extrato não apresentou enfeito ansiolítico no sistema locomotor dos

animais tratados (DINIZ et al., 2013). Neste teste o animal é colocado sobre uma

barra giratória a uma velocidade padrão (7 rpm), onde será medido um possível

efeito adverso ocasionado por efeito de drogas (ALMEIDA, 2006). Vale salientar,

que esse teste tem um fator de importância, pois o animal ao receber um extrato

bruto de uma planta, ele estará recebendo diversas substâncias, que poderá induzir

efeitos adversos, como exemplo, diminuição da atividade motora do animal

(CARLINI; MENDES, 2011).

No processo de avaliação do potencial antinociceptivo, foram realizados os

testes de contorções abdominais e formalina, onde possivelmente envolvem

mecanismos anti-inflamatórios (COSTA-SOUZA, 2010). Diante disso, com a

finalidade de avaliar a possibilidade do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia

possuir atividade anti-inflamatória, foram realizados os respectivos testes: peritonite

e bolsa de ar, ambos induzidos por carragenina.

Através do reconhecimento da importância do papel das células de defesa no

organismo, tanto nos processos inflamatórios agudos quanto nos crônicos, muita

prudência tem sido imposta aos testes que avaliam os modelos de inflamação

aguda, pois permite uma quantificação estimativa da migração desses leucócitos

(neutrófilos), por meio do processo de diapedese estimulada por ação dos

mediadores químicos envolvidos no processo inflamatório. Os dois modelos de

inflamação usando animais, envolvendo a cavidade peritoneal (peritonite) e a região

dorsal (bolsa de ar), ambos permitem que ocorra um processo de migração

leucocitária que é quantitativamente analisado após um processo inflamatório

agudo, induzido por diferentes agentes exógenos (irritantes) administrados nas

cavidades. Além disso, ocorre o extravasamento plasmático de mediadores

inflamatórios no local lesionado (SEDGWICK E., LEES, 1986).

O teste de peritonite é realizado pela administração da carragenina na

cavidade intraperitoneal após 1 hora da dose do tratamento (Acs-EtOH), induzindo

um processo inflamatório agudo. Já o teste de bolsa de ar é desenvolvido pela

ocorrência de injeções subcutânea na região dorsal do animal (camundongo) de ar

estéril. Vale salientar, que depois de seis dias após a primeira injeção de ar (10 mL)

o tecido que reveste a bolsa de ar demonstra uma similaridade ao tecido de

67

revestimento sinovial. Sendo assim, pode-se concluir que esse modelo esquematiza

o mesmo processo inflamatório que ocorre na cavidade sinovial (EDWARDS et al.,

1981).

Nesse contexto, se observou que o uso de Acs-EtOH foi capaz de inibir

significamente a migração leucocitária nos modelos de inflamação induzidos pela

Cg, e possivelmente a inibição dos mecanismos da síntese de mediadores

inflamatórios.

68

6- CONCLUSÕES

69

6. CONCLUSÕES

Diante dos resultados alcançados no presente estudo, pode-se concluir que o

extrato etanólico bruto das folhas de atemoia demonstrou efeitos antinociceptivo e

anti-inflamatório. Acs-EtOH apresentou potencial antinociceptivo envolvendo

mecanismos centrais, que possivelmente está relacionado aos receptores opióides.

Além disso, apresentou atividade anti-inflamatória, ocorrendo a redução da migração

leucocitária ocasionada pela administração de Acs-EtOH comprovando a atividade

anti-inflamatória. Sendo assim, este efeito pode também estar envolvido com

mecanismos que inibem a síntese ou liberação de mediadores pró-inflamatórios.

Os estudos apresentaram efeitos antinociceptivo e anti-inflamatório

relevantes, porém, não se sabe ainda qual o mecanismo de ação (vias) do efeito

antinociceptivo envolvido, se é central e/ou periférico. Estudos posteriores serão

realizados a fim de identificar o possível mecanismo de ação envolvido nos testes

realizados.

Em relação ao perfil de segurança de Acs-EtOH, se observou que não foi

capaz de provocar mortes nos animais submetidos ao ensaio de toxicidade aguda

preconizado pela ANVISA/2013. Dessa forma, este híbrido pode ser considerado de

baixa toxicidade, o que respalda a continuação de estudos farmacológicos e

toxicológicos com diferentes metodologias, com intuito de determinar um melhor

perfil de segurança do extrato.

Diante disso, portanto, todos os resultados apresentados nesse trabalho são

inéditos para o híbrido em estudo, contribuindo para estudos farmacológicos e

toxicológicos de espécies do bioma Caatinga, em especial a família Annonaceae.

Ademais, é de suma importância essa pesquisa, pois fortalece o perfil farmacológico

desse híbrido estudado, contribuindo de forma relevante para o avanço da pesquisa

científica em recursos naturais no mundo.

70

REFERÊNCIAS

71

REFERÊNCIAS

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85

APÊNDICE

APÊNDICE A – Artigo I

86

Artigo I: PROSPECÇÃO CIENTÍFICA DE ESPÉCIES DO GÊNERO ANNONA

(ANNONACEAE) COM ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA E ANTI-

INFLAMATÓRIA.

87

Resumo

A família Annonaceae possui cerca de 135 gêneros e 2.500 espécies distribuídas

entre as áreas tropicais dos continentes americano, africano e asiático. Ela destaca-

se por haver um grande número de espécies de importância para os diversos

setores industriais. Algumas espécies possuem atividade antinociceptiva e anti-

inflamatória, dentre elas, Annona squamosa L. (pinha). O objetivo deste trabalho foi

realizar uma prospecção científica de espécies do gênero Annona, identificando

quais espécies possuem atividade antinociceptiva e anti-inflamatória, e a quantidade

de artigos publicados que apresentem as respectivas ações farmacológicas. Essa

prospecção científica foi desenvolvida através da busca nos bancos de dados

Pubmed, Science Direct, Scopus, Scielo e Lilacs realizada no mês de janeiro de

2015. Foram encontrados 75 artigos, analisados e identificados conforme os

88

respectivos critérios de inclusão do estudo, totalizando no final 12 artigos. Os

resultados demonstram que ainda são poucos os estudos relacionados no

meiocientífico sobre as possíveis atividades antinociceptiva e anti-inflamatória de

espécies desse gênero.

Palavras-chave: Annona; Annonaceae; antinociceptivo; anti-inflamatório.

Abstract

The Annonaceae family has about 135 genera and 2,500 species distributed in

tropical areas of the Americas, Africa and Asia. It stands out for having a large

number of species of importance to the various industrial sectors. Some species

have antinociceptive and anti-inflammatory activities, among them, Annona

squamosa L. The objective of this study was to conduct a scientific survey of the

Annona genus, identifying which species have antinociceptive and anti-inflammatory

activity, and the amount of published papers with these pharmacological actions.

This scientific survey was developed by searching the data banks Pubmed, Science

Direct, Scopus, SciELO and Lilacs held in January 2015. It were found 75 articles,

analyzed and identified as their inclusion criteria of the study, totaling at the end 12

articles. The results showed that there are few studies related in scientific circles

about the possible antinociceptive and anti-inflammatory species of this genus.

Key-words: Annona; Annonaceae; antinociceptive; anti-inflammatory.

Introdução

A biodiversidade, de um modo geral, é a responsável pela produção de

grande parte das substâncias orgânicas conhecidas e em pesquisa, sendo que, o

reino vegetal tem a maior parcela da diversidade química conhecida e registrada na

literatura. Os produtos naturais de quaisquer origens podem atuar como fonte de

novos padrões moleculares úteis para as possíveis ações farmacológicas (VIEGAS-

JUNIOR; BOLZANI; BARREIRO, 2006).

Ao longo da história o homem tem utilizado diversas formas de tratamento

para o alívio da dor, entre elas, as ervas medicinais merecem destaque devido ao

seu amplo uso popular (ALMEIDA et al., 2001). O interesse popular na busca de

89

plantas medicinais tem crescido consideravelmente na segunda metade do século

XX (ALBUQUERQUE et al., 2007).

A família Annonaceae foi catalogada em 1789 por Jussieu (HUTCHINSON,

1974), e estas plantas geralmente estão distribuídas entre as áreas tropicais dos

continentes americano, africano e asiático. Essa família compreende um grande

número de gêneros e espécies, cuja maioria é nativa das regiões tropicais, com

cerca de 2.500 espécies distribuídas em aproximadamente 135 gêneros (CHATROU

et al., 2012). No Brasil foram registrados 29 gêneros, compreendendo cerca de 392

espécies (MAAS, et al., 2015). A maioria das espécies dessa família são frutíferas e

encontradas com frequência em regiões de clima subtropical e tropical (CHATROU

et al., 2012). A grande parte dos princípios ativos de importância farmacológica

encontrada nos extratos vegetais, de modo geral, é oriunda de uma variedade de

metabólitos secundários que possuem uma constituição complexa, alcançando alvos

terapêuticos nas doenças humanas e que são produzidos para modular seus

próprios metabolismos (FERREIRA; PINTO, 2010). A família Annonaceae,

cientificamente, destaca-se por haver um grande número de espécies de

importância para os diversos setores industriais. O valor econômico dessas espécies

está relacionado principalmente às propriedades nutricionais dos frutos que são

consumidos in natura, mas também são amplamente utilizados em produtos

processados ou semi-processados, especialmente na preparação de sucos,

sorvetes e sobremesas (LAGE, 2011; DINIZ et al., 2013).

A espécie Annona muricata L., vulgarmente conhecida como graviola, é

encontrada na América Central e América do Sul, incluindo as regiões Norte,

Nordeste e Sudeste do Brasil, sendo uma fruta bastante consumida nestas regiões e

de grande valor econômico. Entre os constituintes químicos encontrados nessa

espécie, os alcaloides e os óleos essenciais se destacam (SOUSA et al.,2010).

Muitas espécies desse gênero possuem atividade farmacológica, tais como atividade

antinociceptiva (ALMEIDA et al., 2012) e antioxidante (LIMA et al., 2010), e também

atividade sobre o sistema nervoso central em roedores (DINIZ et al., 2013).

Tradicionalmente, as folhas são usadas para dores de cabeça, insônia, cistite,

problemas de fígado, diabetes, hipertensão e como anti-inflamatório. Além disso,

tem atividade antimicrobiana (COSTA et al., 2013), antitumoral (LIMA et al.,2012),

antinociceptiva, anti-inflamatória (SIEBRA et al., 2009), ansiolítica e sedativa (DINIZ

et al., 2013), o que desperta o interesse de grupos de pesquisa nacionais e

90

internacionais, além do setor industrial farmacêutico. Algumas espécies do gênero

Annona possuem atividade antinociceptiva e/ou antiinflamatória, dentre elas, Annona

diversifolia, Annona muricata e Annona squamosa, cujas folhas são usadas para o

tratamento de reumatismo, dor no baço, dores de cabeça, insônia, cistite, problemas

de fígado, diabetes, hipertensão e anti-inflamatório. O extrato obtido com éter de

petróleo bruto e o óxido de cariofileno isolado do extrato da casca exibiram

atividades analgésica e anti-inflamatória significativa (CHAVAN et al., 2010).

Nesse contexto, o objetivo principal desse trabalho foi realizar uma

prospecção científica de espécies do gênero Annona, no sentido de identificar quais

espécies possuem atividade antinociceptiva e anti-inflamatória, bem como analisar a

quantidade de artigos publicados relacionados às respectivas ações farmacológicas.

2. Metodologia

Trata-se de uma prospecção científica desenvolvida pela busca nos bancos

de dados Pubmed, Science Direct, Scopus, Scielo e Lilacs acerca de publicações

sobre espécies do gênero Annona e suas atividades antinociceptiva e anti-

inflamatória. A pesquisa foi realizada durante o mês de janeiro de 2015. A escolha

dos descritores foi adequada para a realização de uma pesquisa ampla, utilizando-

se como palavras chaves: Annona, “antinociceptive” e “anti-inflammatory”, sozinhos

ou combinados, sendo considerados válidos os documentos que apresentassem

esses termos no título e/ou resumo que versavam sobre as atividades

farmacológicas.

Foram excluídos os trabalhos que descreviam a estrutura química dos

compostos sem a análise farmacológica. Já para o critério de inclusão, foram

selecionados os trabalhos que realizaram a avaliação das atividades farmacológicas

selecionadas (anti-inflamatória e antinociceptiva) usando camundongos e/ou ratos

nos experimentos, avaliando os possíveis mecanismos de ação.

Os artigos repetidos foram excluídos durante a pesquisa. Um fluxograma que

ilustra o andamento da seleção dos artigos em cada fase é mostrado abaixo (Figura

1).

91

Figura 1 – Fluxograma abordando as etapas de seleção dos artigos em cada base

de dados.

3. Resultados e Discussão

A prospecção científica foi utilizada como um meio sistemático de analisar os

respectivos artigos encontrados, que estão relacionados à presença das atividades

antinociceptiva e antiinflamatóriade espécies do gênero da Annona.

Nesse contexto, na busca dos artigos nas bases de dados foram encontrados

sem filtro, 75 artigos no âmbito geral, abordando as palavras chaves (Annona AND

antinociceptive, Annona AND anti-inflammatory). Pode-se observar na Figura 2 a

distribuição das publicações referentes às palavras chaves nas cinco bases de

dados.

92

Figura 2 - Total de artigos publicados por banco de dados envolvendo atividade anti-

inflamatória e antinociceptiva do gênero Annona.

A pesquisa foi direcionada no intuito de explorar melhorar as informações que

essas bases pudessem fornecer a respeito das espécies do gênero Annona com

possível atividade antinociceptiva e anti-inflamatória no banco de dados científicos.

Dos artigos selecionados nas bases demonstradas acima, foi observado que

espécies do gênero Annona apresentaram efeito anti-inflamatório mais documentado

que o efeito antinociceptivo, isso pode ser devido à falta de realização de testes

experimentais antinociceptivos das espécies em questão, ou mesmo alguns efeitos

não significativos nessa variável.

A análise dos artigos foi realizada de acordo com os critérios de inclusão e

exclusão do estudo. Diante disso, ao final dos 75 artigos foram selecionados 12

(Figura 3), os quais foram considerados pertinentes para o desenvolvimento da

prospecção científica. A base de dados Scopus forneceu o maior número de artigos

publicados envolvendo espécies do gênero Annona com atividade antinociceptiva

e/ou anti-inflamatória, e as bases que tiveram menor número de publicações foram a

Scielo e Lilacs, em relação aos demais publicados na mesma área da pesquisa

farmacológica.

93

Figura 3 - Total de artigos selecionados após a análise dos respectivos critérios de inclusão e exclusão do estudo do gênero Annona.

Na figura acima, observa-se a distribuição da amostra final dos 12 artigos

selecionados para o estudo, onde a maior quantidade foi encontrada no Scopus com

50% (n=6) dos artigos selecionados, em seguida com o Pubmed e Science Direct

ambos com 16,66% (n=2) e por último, o Scielo e Lilacs 8,34% (n=1), sendo as

principais bases com artigos publicados nessa temática.

Nota-se que durante todos os estudos relacionados à atividade

antinociceptiva e antiinflamatória foram identificadas apenas 12 publicações nas

quais foram desenvolvidos testes específicos para avaliação da atividade

farmacológica, tais como: placa quente, edema de pata, bolsa de ar induzidos pela

carragenina (polissacarídeo extraído de algas marrons), contorções abdominais

induzidas pelo ácido acético, peritonite induzida por carragenina, edema de orelha

induzido pelo óleo de Croton e teste da formalina.

Na Figura 4, observa-se que a espécie mais citada foi Annona muricata L.,

popularmente conhecida como graviola, com 41,66%, Annona squamosa (pinha)

com 33,33%, confirmando seu potencial antinociceptivo e anti-inflamatório. Vale

destacar também o efeito da graviola sobre o sistema nervoso central, com ação

ansiolítica, por exemplo (OVIEDO, et al., 2009).

94

Figura 4 - Total de publicações com espécies do gênero Annona com potencial

antinociceptivo e anti-inflamatório.

Isso demonstra que ainda é mínima a exploração das demais espécies que

fazem parte desse gênero, tornando-se desconhecidas para a ciência. Com isso,

percebe-se na análise da figura 5 abaixo, a distribuição dos artigos por ano, que o

desenvolvimento da pesquisa com essas espécies ainda é recente. Além disso, em

consideração às espécies até agora estudadas do gênero Annona, é observado que

o número de artigos publicados ainda é pouco expressivo, mostrando que ainda há

muito a que ser estudado, uma vez que essas espécies apresentam diversos

metabólitos secundários com variados efeitos fisiológicos promissores.

95

Figura 5 - Total de artigos publicados com espécies do gênero Annona com

atividade antinociceptiva e anti-inflamatória por ano de publicação.

3. Conclusão

Diante disso, esta prospecção é de interesse especial para os respectivos

grupos científicos que desenvolvem pesquisa com espécies do gênero Annona, pois

mostra de fato, que o estado da arte em pesquisas envolvendo essa temática é

pouco estudado. Apenas seis espécies de Annona foram instrumento de estudo para

investigação da possível atividade antinociceptiva e antiinflamatória, nesse

levantamento nos respectivos bancos de dados científicos. Os principais

mecanismos de ação envolvem a participação de receptores opioides e

envolvimento de canais de potássio sensíveis ao ATP.

Os resultados demonstram que ainda são poucos os estudos relacionados no

meio científico sobre as possíveis atividades antinociceptiva e anti-inflamatória

desse gênero. No campo da pesquisa científica, apesar de haver um número mínimo

de artigos publicados, ainda há caminhos, como o desenvolvimento de possíveis

mecanismos de ação, testes para descoberta de novos metabólitos, até mesmo a

exploração de novas espécies nas linhas de pesquisa. Portanto, esse trabalho

mostra que a pesquisa com o gênero Annona é importante, uma vez que resultados

prévios da literatura mostram diversos efeitos em modelos animais.

96

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Aprovado: 27/07/2015

98

APÊNDICE B – Artigo II

Artigo II:

ANTINOCICEPTIVE AND ANTI-INFLAMMATORY ACTIVITIES OF

ETHANOLIC EXTRACT FROM ATEMOYA

99

Antinociceptive and anti-inflammatory activities of ethanolic extract from

Atemoya

Hállison do Nascimento Silva¹*, Tâmara Coimbra Diniz¹, Fernanda Granja da Silva Oliveira1, Roxana

Braga de Andrade Teles¹, Raimundo Gonçalves de Oliveira Júnior¹, Jackson Roberto Guedes da S Almeida

1*

*Correspondence: [email protected]; [email protected] 1.Center for Studies and Research of Medicinal Plants, Federal University of

San Francisco Valley, 56.304-205 Petrolina, Pernambuco, Brazil. Full list of author information is available at the end of the article

Abstract Background: Atemoya is a plant from the family of Annonaceae, and an interspecific hybrid (Annona cherimola Mill x Annona squamosa L.). It is a tree from a region in diversity of plants, the caatinga, one of the main brazilian biomes. In this research, was investigated the effects of ethanol extract of Atemoya (Acs-EtOH) in relief of pain and inflammation in models rodents. Methods: The evaluation of the antinociceptive activity was performed by writhing test induced by acetic acid, formalin test, hot plate test, while the anti-inflammatory profile was evaluated by testing air bag and carrageenan-induced peritonitis and to assess the locomotor system was used rota-rod test. Results: Acs-EtOH (25, 50 and 100 mg/kg, p.o.) significantly reduced the number of writhes with significant (p <0.001) and decreased (***p <0.001) paw licking time in both phases of the formalin test. In the hot plate test, the latency was significant, reducing painful stimulus. Since the anti-inflammatory models, Acs-EtOH inhibited significantly (***p <0.001) the migration of leukocytes to the air pouch tests and peritonitis. Thus, confirmed by microscopy using a Neubauer chamber, thereby showing, significant inhibition of migration of leukocytes in the groups treated with different doses of the extract Conclusion: Acs-EtOH has antinociceptive activity and anti- inflammatory significant, but it is not yet known mechanisms of action that are involved. More studies are being conducted to identify the possible mechanism of action of the extract involved in the tests. This hybrid is a great potential for drug discovery. Keywords: Anti-inflammatory, Anti-nociceptive, Atemoya.

Background

The nature, in general, is responsible for producing the majority of the known

organic substances. Plant kingdom has mostly contributed to the supply of useful

substances to treat diseases that affect humans [1]. Medicinal plants are used in folk

medicine in many countries to treat various painful and inflammatory conditions;

however, for many plants in use, effectiveness and active compounds are unknown.

Aiming to solve this challenge, several experimental studies are demonstrating the

pharmacological properties of these plants and identifying the active principles

responsible for the activities [2].

The natural products in general and in particular medicinal plants are an

important source of new chemical substances with potential therapeutic applicability.

Considering that the most important painkillers prototypes (salicylic acid and

morphine) were derived originally from the plant kingdom, the study of medicinal

plants has become a useful strategy in the search for new antinociceptive drugs [3].

100

The Brazilian Northeast is a region with a great plant diversity. One of the main

biomes, the Caatinga, has an adapted vegetation to semi-arid climate, with a wide

variety of endemic species, with over 1.500 species recorded in its flora.

The Annonaceae family comprises a large number of genera and species,

most of which are native to the tropical regions, with about 2500 species in about 135

genera [4]. In Brazil, there are recorded 29 genera, comprising about 392 species [5].

Atemoya (Annona cherimola Mill. x Annona squamosa L.) is an interspecific hybrid

between cherimoya (A. cherimola Mill.) and pinecone or fruit-the-count (A. squamosa

L.) [6]. Although pollination occurs between species naturally, the hybrid atemoya

was the result of an intentional crossing, in order to obtain a fruit with a good quality

and more adaptable to tropical climate.

This specie is a recent fruit crop in the Northeast and was first deployed in

the region in 1997, specifically in the irrigation projects of the San Francisco Valley.

Studies have shown that the Annona species have several pharmacological

properties including antinociceptive [7,8] and anti-inflammatory activity [9]. From the

phytochemical perspective, many secondary metabolites classes were found in the

Annonaceae Family. Chemotaxonomic data characterize this family for the presence

of alkaloids, terpenoids and flavonoids, mainly the diterpenes [10].

Studies on the biological activity of this plant are still necessary in Brazil.

Therefore, this article aims to investigate the antinociceptive and anti- inflammatory

activity of the ethanol extract of Atemoya leaves (Annona cherimola Mill. x Annona

squamosa L.) in rodents.

Methods

Plant material

The leaves of atemoya were collected in the city of Petrolina (Coordinates: 9

° 23'19 " S and 40 ° 29'3 " W), state of Pernambuco, Brazil, in May 2014 and was

identified by a botanist from Centro de Referência para Recuperação de Áreas

Degradadas da Caatinga (CRAD). A voucher specimen (16310) was deposited in the

Herbarium Vale do São Francisco (HVASF) from Federal University of San Francisco

Valley.

101

Preparation of the plant extract

The leaves of Atemoya were dried in an oven at 45 ° C for three days. The

leaves dried and powdered (575.2 g) was macerated with ethanol (EtOH) 95 % at

room temperature for 6 days. The Acs-EtOH solution was concentrated under

vacuum yielding 214 g (10:50 % w/w from dried plant materials) of crude ethanol

extract of Atemoya (Acs-EtOH).

Animals

Swiss albino mice of both sex weighing 25-30 g were used, randomly housed

in appropriate cages maintained at 22 ± 2 °C, with a light and dark cycles of 12 /12 h

and free access to water and food. Experimental protocols and procedures was

approved by the Federal University of San Francisco Valley Animal Care and Use

Committee, by number 0003/110414.

Antinociceptive Activity

Acetic acid-induced abdominal writhing assay in mice

The mice were divided into six groups, with six animals each. Nociception was

induced by intraperitoneally (i.p.) using dose defined in study design administration of

0.1 mL acetic acid (1%). The animals were treated with the Acs-EtOH (25, 50 and

100 mg/kg, p.o.) [11] and received saline (negative control) 1 h before to inoculation

of the nociceptive agent. Indomethacin (20 mg/kg, i.p.) and morphine (10 mg/kg i.p.)

were used as reference drugs (i.p.) for positive control 30 minutes before the

administration of the pathogenic agent. The animals were observed individually and

the number of writhes was counted for 20 min, starting 5 min after injection of acetic

acid [12]. The number of abdominal writhings inhibition was calculated using the

following formula:

Percentage of Inhibition (%) = Mean No. of writhes (Control) - Mean No. of writhes (Test) x 100 Mean No. of writhes (Control)

The significant reduction in number of writhes of treated groups was compared

to the control and the groups treated with the reference drug.

102

Formalin-induced nociception assay in mice

Formalin-induced nociception was developed according to a previously

described procedure [13], with some adaptations. Formalin solution was introduced

(2.5% in sterile 0.9% salt) in the subplantar paw region, injected into the right rear

paw of mice [14]. The mice were observed in the cages with a mirror and the amount

of time (seconds) spent licking or/and biting the injected paw, measured as a pain

indicator.

Responses were measured for 5 min after formalin injection (first stage,

neurogenic) and 15-30 min after the injection of formalin (second phase,

inflammatory) [15]. Treatments with saline (p.o.), Asc-EtOH (25, 50 and 100 mg/kg,

p.o.), indomethacin (20 mg/kg, i.p.) and morphine (10 mg/kg, i.p.) was injected 1 hour

before formalin injection (n = 6 per group).

Hot-plate latency assay in mice

The six groups were divided, with six mice each. Mice were pre-selected on

the hot plate apparatus (Insight, Brazil) one day before at 45 ± 0.5 °C. Animals

showing a reaction time (defined as the latency for licking the hind feet or jumping)

greater than 20 s were discarded. Selected mice were pre-treated with saline (p.o.),

Acs-EtOH (25, 50 and 100 mg/kg, p.o.), or morphine (10 mg/kg, i.p.). Each animal

was placed on the heated surface of the plate maintained at 45 °C and the latency to

a discomfort reaction (jumping or licking of the paws) was recorded at 30, 60, 90 and

120 min after the administration of the saline, extract and morphine [16]. A cut-off

time of 20 s was chosen to indicate complete analgesia and to avoid tissue injury.

The latency time for each animal was recorded.

Leukocyte migration to the peritoneal cavity

The six groups were divided, with six mice each. The leukocyte migration

was induced by injection of carrageenan (1 %, i.p., 0.25 ml) [17] in the peritoneal

region, 1 h after administration of Acs-EtOH (25, 50 and 100 mg/kg, p.o.), and saline

(p.o.) 30 minutes after injection of dexamethasone (2 mg/kg, i.p.) [18].

103

The leukocyte migration was evaluated 4 h after exogenous stimulus. Then,

euthanasia was carried out and 3 mL of saline containing 1 mM EDTA was injected

at perinoteal cavity. A brief massage was done for further fluid collection, which was

centrifuged (3000 rpm for 5 min) at a room temperature. The supernatant was

disposed and saline was added to the precipitate. Then an aliquot of 10 μl from this

suspension was dissolved in 200 μl of Turk solution and the total cells were counted

in a Neubauer chamber, using an optic microscopy. All the results were submitted to

statistical analysis and were expressed as the number of leukocytes/ml [19].

Air pouch assay

The air pouch assay was performed according to a method described

previously [20], but with some adjustments. On day 0, the animals were separated by

groups and received a subcutaneous injection of 15 mL of sterile air on the dorsal

region of mice. On day 3, a new injection of 5 mL of sterile air into the preformed bag

was carried out. On day 7, the animals were divided in groups: saline solution (0.9%

saline p.o.), Dexamethasone (0.5 mg / kg, s.c.), Acs-EtOH (25, 50 and 100 mg / kg,

p.o.). One hour after treatment, 0.25 mL of a 0.1% solution of carrageenan in saline

was injected into the cavity, except the vehicle group, which received an injection of

0.25 mL of saline. Then, after four hours after the inflammatory stimulus, the animals

were euthanized and the pocket was washed with 2 mL heparinized PBS (10 IU/mL).

With the aid of a pipette exudate was collected via an incision in the dorsal pouch,

then, the total count of the number of leukocyte cells in the air pouch was carried out.

A portion of fluid was diluted in a Türk solution (1:20) and subjected to counting. All

counts were performed in a Neubauer chamber, with an optical microscopy.

Rota rod assay

To discard possible nonspecific effects of the Acs-EtOH in the motor

coordination or the muscular relaxation the mice had been tested in the rota-rod. The

animals had been trained on of the device one day before the experiment. On the

day of the experiment, the mice had been dealt with Acs-EtOH (25, 50 and 100

mg/kg, p.o.), diazepam (5 mg/kg, i.p.) and saline solution 0.9%, p.o., after 60 min had

104

been placed in the route-rod and registered the time of motor performance (s) of

each animal using a chronometer.

Statistical analysis

All the results were presented as the mean ± S.E.M (Standard Error Mean)

and the statistical significance was determined using one-way ANOVA, followed by t-

test and was carried out to compare the results of control and test drug groups. The

differences are considered to be significant if *p<0.05, **p< 0.01 and ***P<0.001

most significant. The analysis was performed using by GraphPad Prism 5.0 program

(Graph Pad Prism Software Inc., San Diego, CA, USA).

Results

Acetic acid-induced abdominal writhing assay in mice

The results from this evaluation (Figure 1) can demonstrate that

pretreatment with ethanol extract of the leaves of atemóia (Acs-EtOH ) (25, 50 and

100 mg /kg, orally p.o.) was able to inhibit acetic acid-induced writhings compared

with the control group (***p <0.001). The inhibition percentage of the doses of Acs-

EtOH was 42.14 %, 48.88 % and 63.48 %, respectively. Indomethacin and morphine

reduced 91.23 % and 100 % of the writhes compared to the control, respectively.

There was no statistical difference between the doses of Acs-EtOH when compared

to each other.

0

10

20

30

40

******

***

******

Control

Acs-EtOH 25 mg/kg

Acs-EtOH 50 mg/kg

Acs-EtOH 100 mg/kg

Indomethacin 20 mg/kg

Morphine 10 mg/kg

Nu

mb

er

of

wri

thin

g (

s)

Fig. 1. Abdominal writhing inhibition by crude ethanol extract of Atemoya. Data are expressed as mean ± S.E.M. of six mice. ***p<0.001 indicates significant difference when compared with control group by using (one-way ANOVA) followed Tukey Test (n = 6, per group).

105

Formalin-induced nociception assay in mice

The Figure 2 shows that the treatment with Acs-EtOH at doses of 25, 50 and

100 mg / kg (p.o.) produced significant antinociceptive effect compared to the control

group in both phases (***p <0.001). Acs-EtOH (25, 50 and 100 mg / kg, p.o.) reduced

by 56.71%, 64.35% and 50.09 %, respectively, the time of paw licking in first phase,

as well as 47.58%, 73.41% and 77.79 %, in the second phase of formalin test.

Indomethacin, the reference drug, demonstrated more activity in the second test

phase, while morphine inhibited both phases of the pain stimulus (***p <0.001).

Morphine significantly inhibited pain (100%) over the control, both at early and late

phases (Figure 2).

First phase

0

20

40

60

80

100

**

***

**

******

Control

Acs-EtOH 25 mg/kg

Acs-EtOH 50 mg/kg

Acs-EtOH 100 mg/kg

Indomethacin 20 mg/kg

Morphine 10 mg/kg

Lic

kin

g t

ime (

s)

Second phase

0

50

100

150

200

***

*** ***

***

***

Control

Acs-EtOH 25 mg/kg

Acs-EtOH 50 mg/kg

Acs-EtOH 100 mg/kg

Indomethacin 20 mg/kg

Morphine 10 mg/kg

Lic

kin

g t

ime (

s)

Fig. 2. Effect of ethanolic extract of Atemoya (Acs-EtOH) of the formalin test on neurogenic phase 0-5 min (First phase) after formalin injection; and the second inflammatory pain phase 15-30 min (Second phase) . Data are mean ± S.E.M. of six mice. **p < 0.01, ***p < 0.001, significantly different from control group by using (one-way ANOVA) followed Tukey Test (n = 6, per group).

106

Hot-Plate Latency Assay in Mice In this evaluation, animals treated with morphine (10 mg / kg, i.p.) had an

evident increase in the latency time 30, 60, 90 and 120 min (*** p <0.001). For the

groups treated with Acs-EtOH doses (25, 50 and 100 mg / kg, p.o.), no effect was

shown in the first 30 minutes. However, an increase in latency time was found in 60

and 90 min and a reduction in was evident in 120 min. The morphine proved to be a

potent analgesic, increasing the latency time within the time evolution (Figure 3).

30 60 90 1200

5

10

15

20

Control

Acs-EtOH 25 mg/kg

Acs-EtOH 50 mg/kg

Acs-EtOH 100 mg/kg

Morphine 10 mg/kg

* ***

***

*

*****

***

*

******

Time (min)

Late

ncy t

ime (

s)

Fig. 3. Effect of ethanolic extract of Atemoya (Acs-EtOH) on hot plate assay in mice. Values are mean ± S.E.M.; * p<0.05, **p < 0.01, ***p < 0.001, significantly different from control; (one-way ANOVA) followed Tukey test (n = 6, per group).

The migration of leukocytes into the peritoneal cavity

The Acs-EtOH showed an inhibitory effect on leukocytes migration (Figure 4)

(35.40%, 46.20% and 63.85% at 25, 50 and 100 mg/kg, respectively, ***p<0.001).

The results obtained with the control group support the effect of Acs-EtOH since the

vehicle presented no activity, and the control drug dexamethasone inhibited (89.55%,

***p<0.001) the carrageenan-induced leukocyte migration to the peritoneal cavity.

107

0

10

20

30

40

***

***

***

***

Control

Acs-EtOH 25 mg/kg

Acs-EtOH 50 mg/kg

Acs-EtOH 100 mg

Dexamethasone 2 mg/kg

Leu

co

cyte

s x

10

6 / m

l

Fig. 4. Effect of ethanolic extract of Atemoya (Acs-EtOH) and dexamethasone on leukocytes migration into the peritoneal cavity induced by carrageenan in mice. Values are mean ± S.E.M.; ***p < 0.001,

significantly different from control; (one-way ANOVA) followed Tukey test (n = 6, per group).

Air pouch assay

Air pouch assay demonstrates that the neutrophils have effective role in the

defense against foreign bodies, and also in processes related to inflammatory

response, due to the viability of injured cells and/or tissues. The inhibitory effect of

Acs-EtOH on leukocytes migration into the air pouch was 56.17%, 62.04% and 73.16

% at doses of 25, 50 and 100 mg/kg, while inhibitory effect of dexamethasone was

88.15%.

Air pouch

0

10

20

30

40

******

***

***

Control

Acs-EtOH 25 mg/kg

Acs-EtOH 50 mg/kg

Acs-EtOH 100 mg/kg

Dexamethasone 2 mg/kg

Leu

co

cyte

s x

10

6 / m

l

Fig. 5. Effect of ethanolic extract of Atemoya (Acs-EtOH) and dexamethasone on leukocytes migration into the air pouch induced by carrageenan in mice. Values are mean ± S.E.M.; ***p < 0.001, significantly different from control; (one-way ANOVA) followed Tukey test (n = 6, per group).

108

Effect of Extracts in Locomotive Assay

Rota rod assay

The rota-rod assay was performed to determine if the extract Acs-EtOH (25,

50 and 100 mg/kg p.o.) compromises the motor system in rats treated sharply when

placed on the rotating rod. Mice treated showed no significant change in the

performance of the device.

Fig. 6. Effect of ethanolic extract of (Asc-EtOH) and diazepam in rota-rod assay in mice. Values are mean ± S.E.M.; *p< 0.05, **p<0.01, ***p<0.001, significantly different from control; (one-way ANOVA) followed Tukey test (n = 6, per group).

Discussion

The aim of this study was to investigate the antinociceptive and anti-

inflammatory effects of ethanol extract from the leaves of Atemoya (Annona

cherimoya Mill. X Annona squamosa L.) (Acs-EtOH), using different models with

painful, chemical and thermal stimuli.

These activities can possibly be associated with the chemical constituents

already identified in the plant, such as alkaloids, terpenes and acetogenins [21].

Additionally, previous phytochemical screenings of atemoya detected the presence of

flavonoids, tannins, lignans, mono and diterpenes (leaves and stems). Also showed

positive results for the presence of other components such as alkaloids, anthracene

derivatives, naphthoquinones, triterpenes and steroids [22]. Due to the expansion of

cultivation atemóia and its growing consumption in key Brazilian markets, it is

109

necessary to investigate the chemical composition of the plant. In phytochemical

study previously carried out in the São Francisco Valley, show the isolation and

chemical characterization of seven alkaloids, such as: Asimilobine (C17H17NO2),

Pronuciferine (C19H21NO3), Lanuginosine (C18H11NO4), Liriodenine (C17H9NO3),

Lysicamine (C18H13NO3), Anonaine (C17H15NO2) Stepharine (C18H19NO3) by

spectrometric methods [23].

The antinociceptive activity of Acs-EtOH in this study was investigated using

the abdominal writhing, formalin and hot plate tests in mice. The writhing model

induced by acetic acid in mice is commonly considered as classical peripheral

inflammatory pain animal model for evaluation of antinociceptive or anti-inflammatory

drugs [24]. The peripheral analgesic is due to the liberation of several inflammatory

mediators such as bradykinin, substance P, prostaglandins, cyclo-oxygenases and

lipoxygenases, as well as some cytokines such as IL-1 β, TNF- α and IL-8 [25, 26].

The Acs-EtOH significantly reduced the number of writhing caused by the application

of acetic acid in the intraperitoneal region. The results in Figure 1 demonstrate that

the control group showed 29.67 ± 3.25 writhings 10 minutes after application of acetic

acid. Thus, when animals were pretreated with 25, 50 and 100 mg/kg Acs-EtOH, the

number of writhings was reduced in a statistically significant manner (17.17 ± 1.88,

15.17 ± 0.74 and 10.83 ± 0.87). The Acs-EtOH reduced significantly the number of

writhings at all doses compared to control groups. Therefore, this study

demonstrated the significant antinociceptive activity of this plant.

The test of writhing induced by acetic acid has been used as a classic model

for the possible antinociceptive potential of new agents [27]. This assay is

characterized as a nonselective model to evaluate the analgesic effect of

substances, plant extracts or other products of natural origin, but another tests are

necessary to confirm the antinociceptive potential.

So, for better analysis of the analgesic effect, the formalin test was carried

out, aiming to measure the behavioral effectiveness of antinociceptive agents [28].

The administration of subcutaneous formalin injection in rats induces a biphasic

nociceptive response [29]. The first phase corresponds to neurogenic pain and is

caused by the direct effect of formalin in sensory C- fibers. The second phase (or

inflammatory phase) is related with the inflammatory response development,

releasing the nociceptive mediators in peripheral tissue and functional changes in the

dorsal medulla body [30]. The Acs-EtOH significantly inhibited both phases of the

110

formalin-induced pain, indicating that the extract has an antinociceptive effect in both

phases, reducing the pain response during the second phase. In order to confirm the

involvement of central mechanisms in the antinociceptive effect of Acs-EtOH, the hot

plate assay was carried out. Analyzing the results shown in Figure 3, the animals

treated with Acs-EtOH (25, 50 and 100 mg/kg, p.o.) spent more time on the heated

metal plate, evidencing possible centrally acting. This pattern of response is related

to a spinal reflex and it is considered, thus, a centrally acting analgesic evaluation

model [31].

In this study, Acs-EtOH significantly decreased leukocyte migration. This

effect probably occurs by the inhibition mechanisms of the cyclooxygenase pathway,

inhibiting the synthesis of mediators that act in the inflammatory process, whose

involvement in cell migration is well established. The inflammation induced by

carrageenan involves the migration of defense cells, plasma exudation, and

production of mediators such as NO, PGE2, interleukin (IL-1β, IL–6, IL-8, and tumor

necrosis factor (TNF–α) [32, 33]. These mediators are capable of migrating

leukocytes such as neutrophils, in different experimental tests. Figure 4 shows that

Acs-EtOH inhibited significantly the leukocyte migration induced by carrageenan, and

the inhibition of mediators involved in cell migration may be associated with this

activity.

To further confirm the effect of Acs-EtOH on the migration of leukocytes, the

experiment was conducted in an animal model of carrageenan induced air pouch

polysaccharide, which is a well-known model to induce migration of leukocytes,

infiltrated into the bag contrived. When neutrophils stimulated release reactive

oxygen species and a variety of protein granules, there is an increase in the

migration process. The influx of neutrophils in inflammation active regions regulates

the inflammatory process in various pathogenic stimuli [34]. Acs-EtOH inhibition of

migration of leukocytes and plasma loss observed in air pouch model is an important

parameter of inflammation. These findings contributed to explain the use of the

ethanol extract of atemoya leaves in folk medicine for the treatment of inflammatory

and infectious diseases. These results suggest that the studied extract contains

bioactive anti-inflammatory compounds in a dose dependent manner. These

mediators are able to recruit leukocytes such as neutrophils in several experimental

models in figures 4 and 5.

111

Several studies have shown that the use of drugs which produces CNS

depression or non-specific muscle relaxing effect can reduce the coordination

response, may invalidate the possible results of the behavioral tests [35]. Thus, the

results demonstrated mice treated with Acs-EtOH had no change in performance of

the rotar-rod device.

Conclusion

Considering the results of this study, the ethanolic extract obtained from the

leaves of atemoya (Annona cherimoya Mill. x Annona squamosa L.) showed

significant antinociceptive and anti-inflammatory effects, which may also be involved

in the mechanisms that inhibit the synthesis or release of pro-inflammatory

mediators. Additional studies are being conducted by our group to clarify the

mechanisms involved in these actions.

Atemoya can be characterized as an important plant used in folk medicine in

the Northeast region of Brazil, and further studies are necessary to evaluate the its

toxicity. All data presented in this work are unprecedented for the species under

study, and the results demonstrate the importance of new pharmacological studies of

other species of the genus of Annona in the Caatinga biome. Therefore, the

results support the use of the species in folk medicine, encouraging the research for

new bioactive extracts, as well as the development of natural products obtained in

Brazilian biomes, with the purpose of clinical application.

Acknowledgements

CAPES - Cordenação of Higher Education Personnel Training. The CNPq and the

Federal University of São Francisco Valley - UNIASF

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115

- COMPORVANTE DE SUBMISSÃO: Journal On Web Indian Journal of Medical Research

116

APÊNDICE C – Resumo

Atividade antinociceptiva do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia

(Annona cherimola Mill. x Annona squamosa L.) em camundongos

Silva, H.N.1, Macêdo, L.A.R.O1, Diniz, T. C.1 , Gomes, L. M. A.1, Pereira, N. R. S.1, Rabêlo,

S.V.1, Almeida, J.R.G.S.1

1NEPLAME, Universidade Federal do Vale do São Francisco.

Introdução: A atemoia é um híbrido interespecífico entre a cherimola (A. cherimola Mill.) e a pinha ou fruta-do-conde (A. squamosa L.). É uma planta de cultivo recente no Nordeste, inserida em 1997 pela primeira vez na região, no município de Petrolina-PE. A família Annonaceae compreende um grande número de gêneros e espécies, cuja maioria é nativa das regiões tropicais, com cerca de 2.500 espécies em aproximadamente 135 gêneros. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito antinociceptivo do extrato etanólico bruto das folhas de atemoia (Acs-EtOH) em camundongos. Parte Experimental: Foram utilizados grupos de camundongos (n=6), Swiss, machos, pesando entre 30 e 40 gramas, todos provenientes do Biotério da UNIVASF. A atividade antinociceptiva de Asc-EtOH folhas (25, 50 e 100 mg/kg v.o) foi avaliada através do teste das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético e teste da formalina. AAS (150 mg/kg) e morfina (10 mg/kg) por via intraperitoneal (i.p), foram utilizadas como drogas padrão. Os grupos controle receberam solução salina. A análise dos dados foi feita no programa GraphPad Prism®. Todos os procedimentos foram realizados após a aprovação pela Comissão de Ética no Uso de Animais da UNIVASF, protocolo 0003/110414. Resultados e Discussão: O tratamento com as doses de Acs-EtOH (25, 50 e 100 mg/kg, v.o.) foi capaz de inibir significativamente o número de contorções abdominais induzidas por ácido acético quando comparados com grupo controle (***p < 0,001). As porcentagens de inibição foram de 41,59, 48,87 e 65,18%, respectivamente. O AAS reduziu as contorções abdominais em 92,68% e a morfina em 100% quando comparados com o grupo controle. No teste da formalina o tempo de lambida da pata diminuiu na primeira e na segunda fase após a administração de Asc-EtOH, sendo as melhores respostas obtidas na segunda fase na dose de 100 mg/kg (76,33% de inibição). Conclusão: Os resultados obtidos mostram que a administração via oral de Acs-EtOH apresentou efeito antinociceptivo. Outros estudos ainda são necessários para caracterizar o mecanismo de ação preciso do extrato. Agradecimentos: UNIVASF Apoio Financeiro: CNPq/CAPES/FACEPE

117

APÊNDICE D – Resumo

ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA E ANÁLISE MOTORA NO USO DO EXTRATO ETANÓLICO BRUTO DAS FOLHAS DE ATEMOIA (ANNONA CHERIMOLA MILL. X ANNONA SQUAMOSA L.) EM CAMUNDONGOS

HÁLLISON DO NASCIMENTO SILVA

1; TÂMARA COIMBRA DINIZ

1; ROXANA BRAGA ANDRADE

TELES1; JULIANE CABRAL SILVA

1; SARAH RAQUEL GOMES LIMA SARAIVA

1; PAULO VICTOR

AMORIM MARQUES2

; RAIMUNDO GONÇALVES OLIVEIRA JUNIOR1

;JACKSON ROBERTO GUEDES SILVA ALMEIDA

1

1 NEPLAME, Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF.

2 Acadêmico do curso de Medicina, UNIVASF – Petrolina-Pe - Brasil.

Introdução: A família Annonaceae compreende um grande número de gêneros e

espécies, cuja maioria é nativa das regiões tropicais, com cerca de 2.500 espécies

em aproximadamente 135 gêneros. A atemoia é um híbrido entre a (A. cherimola

Mill. x A. squamosa L.). Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito anti-

inflamatório e a ação sobre a coordenação motora do extrato etanólico das folhas de

atemoia. Métodos: Grupos de camundongos (n=6), Swiss, machos, entre 30 e 40 g.

A atividade anti-inflamatória de Acs-EtOH (25, 50 e 100 mg/kg, v.o) foi avaliada

através dos testes de peritonite e bolsa de ar, induzido pela carragenina (Cg) (1%,

i.p.,0.25 mL). Dexametasona (2 mg/kg, i.p.), foi utilizada como droga padrão. O

controle recebeu S.F 0,9%. O teste rota-rod, foi utilizado para avaliar a coordenação

motora nos intervalos (30, 60 e 120 min.), nas mesmas doses do Acs-EtOH, e o

diazepam (2,5 mg/kg) como controle positivo. Os dados foram analisados no

GraphPad Prism®. Os testes foram realizados após a aprovação pela Comissão de

Ética no Uso de Animais da UNIVASF, protocolo 0003/110414. Resultados: O

tratamento com as doses de Acs-EtOH (25, 50 e 100 mg/kg, v.o.) foi capaz de inibir

significativamente o número de migração de mediadores inflamatórios, induzida

pela Cg 1% no teste de peritonite (19,98±1,31; 16,64±0,77 e 11,18±0,63); e no teste

bolsa de ar, (13,88±0,55; 12,03±0,33 e 8,50±0,37), apresentando diferenças

estatísticas (p<0.05), quando comparadas ao grupo controle. No rota-rod, as doses

de 25, 50 e 100 mg/kg do Acs-EtOH v.o., não alteraram a coordenação motora dos

animais na barra giratória nos tempos de 30, 60 e 120 minutos. Conclusões: Os

resultados mostram que a administração via oral de Acs-EtOH apresentou efeito

anti-inflamatório e não alterou a coordenação motora dos animais.

Palavras-chave: Atemoia; anti-inflamatória; peritonite; bolsa de ar; rota-rod. Apoio Financeiro: CNPq/CAPES.

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APÊNDICE E – Certificado

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APÊNDICE F – Certificado

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ANEXOS

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ANEXO A – Aprovação do comitê de ética

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ANEXO B – Tabela de triagem comportamental

Triagem Farmacológica (Modelo retirado de Almeida et al., 1999)