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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA,GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMA DE GESTÃO LUIZ FERNANDO REIS DE ARAUJO O RELACIONAMENTO ENTRE O INMETRO E A REDE BRASILEIRA DE METROLOGIA LEGAL E QUALIDADE : DIAGNÓSTICO, ANÁLISE E GESTÃO NITERÓI 2004

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - inmetro.gov.brinmetro.gov.br/producaointelectual/obras_intelectuais/326_obraInt... · 2004. Dedico este trabalho à minha esposa Fátima Leão por

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA,GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO

AMBIENTE

MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMA DE GESTÃO

LUIZ FERNANDO REIS DE ARAUJO

O RELACIONAMENTO ENTRE O INMETRO E A REDE BRASILEIRA DE

METROLOGIA LEGAL E QUALIDADE : DIAGNÓSTICO, ANÁLISE E GESTÃO

NITERÓI

2004

LUIZ FERNANDO REIS DE ARAUJO

O RELACIONAMENTO ENTRE O INMETRO E A REDE BRASILEIRA DE

METROLOGIA LEGAL E QUALIDADE : DIAGNÓSTICO, ANÁLISE E GESTÃO

Dissertação apresentada ao Curso deMestrado Profissional em Sistema deGestão da Universidade FederalFluminense como requisito parcial paraobtenção do Grau de Mestre em Sistema deGestão. Área de Concentração: Sistema deGestão pela Qualidade Total

Orientador: Prof. Dr. Emmanuel Paiva de Andrade

Niterói2004

LUIZ FERNANDO REIS DE ARAUJO

O RELACIONAMENTO ENTRE O INMETRO E A REDE BRASILEIRA DE

METROLOGIA LEGAL E QUALIDADE : DIAGNÓSTICO, ANÁLISE E GESTÃO

Dissertação apresentada ao Curso deMestrado Profissional em Sistema deGestão da Universidade FederalFluminense como requisito parcial paraobtenção do Grau de Mestre

Aprovada em de de 2004

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________

Prof. Dr. Emmanuel Paiva de Andrade Universidade Federal Fluminense

________________________________________________________

Prof. Dr. Roberto Peixoto NogueiraPontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

________________________________________________________

Prof. Dr. Fernando Toledo FerrazUniversidade Federal Fluminense

Niterói2004

Dedico este trabalho à minha esposa Fátima Leão por seu permanente estímulo e carinho.

AGRADECIMENTOS

Ao Inmetro pela oportunidade concedida e pela avançada visão aoinvestir na evolução de seus funcionários

Aos colegas da Dimel e em especial à Martinelli, Dulce, Renato,Maurício, Edson, Blois, Cleiver, Raimundo e Fragoso.

Ao Corpo Docente do Curso de Mestrado em Sistema de Gestão doDepartamento de Engenharia de Produção da Universidade FederalFluminense.

Aos professores Emmanuel Paiva de Andrade, Fernando ToledoFerraz e Roberto Peixoto, pelo apoio, colaboração e incentivo.

A todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização destetrabalho.

A Deus, pela vida e por conceder mais essa oportunidade deevolução de conhecimento.

SUMÁRIO

Folha de Rosto

Folha de Aprovação, p. 1

Dedicatória, p. 2

Agradecimentos, p. 3

Sumário, p. 4

Lista de Ilustrações, p. 7

Lista de Abreviaturas e siglas, p. 8

Resumo, p. 10

Abstract, p. 11

1 O PROBLEMA, p. 12

1.1 Breve histórico da Metrologia Legal, p.12

1.2 Metrologia Legal no Brasil, p.13

1.3 Situação problema, p. 16

1.4 Questões a serem respondidas, p.17

1.5 Objetivos da pesquisa, p.17

1.6 Limitação da pesquisa, p.17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA, p.19

2.1 Conceituação de Metrologia Legal, p.19

2.1.1 Controle Metrológico, p.22

2.1.2 Verificações iniciais e posteriores, p.23

2.2 Panorâmica da situação atual, p.24

2.3 Abordagem de Sistema de Gestão - breve histórico das normas da série ISO 9000,

p.28

3 METODOLOGIA DA PESQUISA, p.34

3.1 Questionário, p.37

3.2 Brainstorm, p.38

3.3 Entrevistas, p.38

3.4 Utilização de requisitos da ISO 9001/2000, p.39

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS, p.41

4.1 Atividades de verificação metrológica, p.41

4.2 Manutenção corretiva, p.42

4.3 Manutenção preventiva, p.43

4.4 Tabela de multas, p.43

4.5 Principais problemas, p.44

4.6 Aceitação de requisitos de SGQ, p.45

4.7 Resultado do brainstorm, p.45

5 PROPOSTA DE SOLUÇÕES - DELINEAMENTO DO MODELO DE

ABORDAGEM, p.53

5.1 Considerações gerais, p.53

5.2 Ações de gestão, p.54

5.2.1 Qualificação de pessoal, p.54

5.2.2 Calibração, p.54

5.2.3 Equipamentos de medição, p.54

5.2.4 Estrutura para gerenciamento do processo de avaliação e monitoramento, p.55

5.2.5 Tabela de multas, p.55

5.3 Ações de avaliação e monitoramento, p.55

5.3.1 Critério, p.56

5.3.1.1 Controle de documentos, p.57

5.3.1.2 Controle de registros, p.57

5.3.1.3 Comprometimento da direção, p.58

5.3.1.4 Treinamento, p.59

5.3.1.5 Identificação e rastreabilidade, p.59

5.3.1.6 Propriedade do cliente, p.60

5.3.1.7 Controle de produção e fornecimento de serviço, p.60

5.3.1.8 Controle de dispositivos de medição e monitoramento, p.60

5.3.1.9 Monitoramento do serviço metrológico, p.61

5.3.1.10 Satisfação dos clientes, p.61

5.3.1.11 Controle de produto não conforme, p.61

5.3.1.12 Conduta durante as atividades de verificação metrológica, p.62

5.4 Avaliação da RBMLQ, p.62

5.4.1 Auditoria nas instalações, p.62

5.4.2 Auditoria testemunha, p.63

5.4.3 Resultado da avaliação, p.63

5.5 Processo de decisão, p.63

5.6 Sistemática de acompanhamento, p.64

5.7 Auditores, p.64

6 CONCLUSÕES, p.66

6.1 Adequação entre os objetivos da pesquisa e os resultados, p.66

6.2 Recomendações, p.67

7 BIBLIOGRAFIA, p.68

8 ANEXOS, p.72

8.1 Questionário, p.72

8.2 Convênio, p.78

8.3 NIE-DIMEL 057, p.88

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Mapa distribuição da RBMLQ, p. 16

Quadro 1 Listagem da RBMLQ, p.26

Figura 2 Panorâmica do universo de certificação de sistemas, p. 30

Quadro 2 Situações relevantes para diferentes estratégias de pesquisa, p. 35

Quadro 3 Resumo das fases do processo de pesquisa desenvolvido, p.36

Gráfico 1 Atividades de verificação metrológica, p. 42

Gráfico 2 Manutenção corretiva, p. 42

Gráfico 3 Manutenção preventiva, p. 43

Gráfico 4 Tabela de multas, p. 43

Gráfico 5 Principais problemas, p. 44

Gráfico 6 Aceitação de requisitos SGQ, p. 45

Tabela 1 Matriz problemas x ações propostas, p.52

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABS American Bureau of Shipping

ATM Apreciação Técnica de Modelo

AV Auto Verificação

BVQI Bureau Veritas Quality International

BIML Bureau International de Metrologie Legale

CEM Centro Espanhol de Metrologia

CGCRE Coordenação Geral de Credenciamento

CGPM Conferência Geral de Pesos e Medidas

CIML Comitê Internacional de Metrologia Legal

CONMETRO Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

DIDER Divisão de Desenvolvimento e Regulamentação Metrológica

DIMEL Diretoria de Metrologia Legal

DNV Det Nork Veritas

IEC International Electrotechinical Commision

IAF International Accreditation Forum

ILAC International Laboratory Accreditation Cooperation

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, normalização e Qualidade industrial

INPM Instituto Nacional de Pesos e Medidas

INT Instituto Nacional de Tecnologia

IPEM Institutos de Pesos e Medidas

IPQ Instituto Português de Qualidade

ISO International Organization Standardization

IPT Instituto de Pesquisa Tecnológica de São Paulo

Lloyd’s Lloyd’s Register

MEN Meβ and Eichwesen Niedersachsen

NIE Norma INMETRO Específica

OIML Organização Internacional de Metrologia Legal

OVM Organismos de Verificação Metrológica

PUC Pontifícia Universidade Católica

RAB Registrars Accreditation Body

RBC Rede Brasileira de Calibração

RBMLQ Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade

RH Recursos Humanos

RTM Regulamento Técnico Metrológico

RvA Raad Voor Accreditatie

SI Sistema Internacional de Unidades

TGA Traegergemeinschaft fuer Akkreditierung GmbH

UKAS United Kingdom Accredidation Service

RESUMO

O objetivo deste estudo é detectar as questões fundamentais no relacionamento Inmetro e

Órgãos Delegados da RBMLQ – Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade, no

campo da Metrologia Legal, que são consideradas pontos fracos e portanto que devem ter

um suporte para permitir sua melhoria. O estudo também apresenta um conceito geral de

ações de natureza gerencial e ações de avaliação e monitoramento de desempenho a serem

aplicadas neste relacionamento.

ABSTRACT

The aim of this study is to detect the fundamental issues, in the relationship between

Inmetro and its delegated bodies of RBMLQ – National Net of Legal Metrology and

Quality, in the Legal Metrology field, that are considered weak points and therefore likely

to have support to enable its improvement. The study also presents an overall concept of

actions of managerial nature and actions of assessment and monitoring of performance to

be applied onto this relationship.

1 O PROBLEMA

1.1 Breve Histórico da Metrologia Legal.

O homem, desde a antigüidade, percebeu a necessidade de utilizar unidades de

medida para as mercadorias, pois as transações comerciais eram feitas entre povos de

diferentes regiões, com hábitos e valores diferentes.

Como freqüentemente ocorriam conflitos de entendimento devido a referências

diferentes, as soluções foram surgindo naturalmente e alguns padrões rudimentares foram

inicialmente estabelecidos, surgindo assim, as primeiras unidades de medida.

A título de exemplificação, cabe dizer que já foi usado como padrão: o antebraço, a

mão, o palmo, a palma, "Cúbito Real Egípcio"- (usado no Egito para construção das

pirâmides, etc.).

Os primeiros esforços mais relevantes no sentido de se estabelecer uma linguagem

de medidas entendidas nas relações comerciais datam de meados do século XVI com

iniciativas na Saxônia (atualmente parte da Alemanha), Itália, França Espanha.

Entretanto a preocupação em se estabelecer uma uniformização dos padrões de

medidas de forma mais global teve na verdade seus primeiros passos em época

relativamente recente e ocorreram principalmente na França e Inglaterra no início do

século XVII.

Essas primeiras formulações de um sistema universal de medidas são típicos

produtos das formas incipientes de organização do trabalho científico constituídas pelas

academias e sociedades de sábios da segunda metade do século XVII, contemporâneas da

descoberta da pressão atmosférica e da eletricidade natural. A Royal Society, de Londres,

cujo regimento foi estabelecido em 1662, e a Academie des Sciences, cujo patrocínio real

13

permitiu o início de sessões formais em 1666, congregavam os cientistas de maior prestígio

em cada país e proviam um ambiente propício ao debate de idéias e à realização de

programas experimentais.

Foi neste contexto específico que se publicou a primeira exposição sistemática de

um sistema de medidas composto por uma base numérica decimal, pela fixação do inter-

relacionamento das unidades de massa e comprimento e pelo estabelecimento de seus

valores em acordo com constantes físicas (Mattos Dias, José Luciano, 1998, p.16)

A palavra metrologia é de uso recente, mas já são bem antigos os conceitos de bem

medir e produzir bens que respondam a padrões secundários que possam ser comparados a

padrões primários. O desenvolvimento da preocupação de se medir, e de se estabelecer

padrões que possam ser utilizados por muitos, de maneira confiável, encontra um bom

exemplo no Império Romano, onde foram feitas diversas tentativas de uniformização das

unidades de medir.

A metrologia (palavra de origem grega que significa ciência da medida) ,codifica

os conhecimentos relativos às medidas e unidades de medir e estuda a medição de

grandezas, que é uma das mais importantes partes da física.

Segundo a definição dada pela Organização Internacional de Metrologia Legal -

OIML, metrologia legal é a parte da metrologia que trata das unidades de medida, métodos

de medição e instrumentos de medir, levando-se em conta as exigências técnicas e legais

obrigatórias. O objetivo é assegurar a exatidão das medidas.

1.2 Metrologia Legal no Brasil

O Brasil é detentor de sólida tradição metrológica, sob o amparo do Sistema

Métrico (atual Sistema Internacional de Unidades - SI), adotado oficialmente pela Lei

Imperial n° 1157, promulgada por D. Pedro II em 26/06/1862, que oficializou, em todo o

território nacional, o sistema métrico decimal francês. O Brasil foi o primeiro a adotar o

novo sistema, que seria paulatinamente utilizado em todo o mundo.

Na época havia a preponderância de atividades agrícolas, e o exercício em nível

municipal acabou por converter a atividade metrológica, quase unicamente em uma

cobrança das taxas de aferição de pesos e medidas, sem a equivalente prestação de

serviços, na forma de assistência aos usuários de instrumentos de medição.

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Paralelamente, a importação de técnicos, serviços, máquinas, instrumental e, porque

não dizer, cultura de países não métricos, como a Inglaterra e Estados Unidos, geraram

uma parcial deturpação dos princípios do sistema legal adotado.

Parece, entretanto, que a mais negativa das contribuições foi a ausência de uma

estrutura administrativa capaz de cercar a atividade metrológica legal da assistência que

esta requeria.

Somente em 1937 o Poder Público retornou à questão metrológica, através de

providências destinadas a reformular a legislação, visando a criação de organismos oficiais

encarregados de exercer a atividade de metrologia e a implantação de um Sistema Nacional

de Metrologia. Subseqüentemente, em 04 de agosto de 1938, teve início a fase mais

importante da história metrológica do Brasil, com a assinatura do Decreto – Lei 592/38,

que deu ao país as bases de uma nova estrutura técnica, científica, legal e administrativa

sobre pesos e medidas, o qual “dispõe sobre o sistema legal de unidades de medidas e

instrumentos de medir, cria a comissão de metrologia e dá outras providencias”.

A partir dessa lei as atribuições metrológicas foram deferidas às municipalidades,

que passaram a dispor de padrões de medidas, indispensáveis para serviços de aferições.

Não obstante, merece ficar registrado que a adoção dessa lei não correspondeu a um

desenvolvimento adequado no que concerne a textos normativos e execução.

O Decreto-Lei n° 592/38, incluiu os órgãos executores da metrologia no Ministério

do Trabalho, Indústria e Comércio, a quem foi igualmente atribuída a competência para

baixar o Quadro de Unidades e expedir normas especiais referentes às medições e

instrumentos de medição.

Para elaborar essas normas e resolver os assuntos a elas pertinentes, foi criada a

Comissão de Metrologia com funções normativas, enquanto foram confiadas ao Instituto

Nacional de Tecnologia (INT), funções executivas com poderes para delegar competência

a órgãos estaduais. Desses, apenas o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São

Paulo (IPT), conseguiu incumbir-se das respectivas atribuições, contribuindo para a

elaboração de normas sobre balanças, pesos, etc. Ao mesmo tempo, o INT e o IPT

promoveram cursos para a formação de metrologistas e a integração do Brasil nas

Conferências Gerais de Pesos e Medidas e organismos internacionais ligados à metrologia.

As atividades metrológicas foram desenvolvidas pelo INT com seriedade,

expressivo acervo técnico, humano e científico.

15

Não obstante os bons resultados apresentados, deve-se reconhecer que a atuação

dos órgãos executores era muito restrita em termos regionais, atingindo principalmente o

antigo Distrito Federal e o Município de São Paulo. Neste, a principal clientela constituía-

se dos fabricantes de pesos e balanças. Ademais, a execução metrológica estava

diretamente confiada à Divisão de Metrologia do INT, inexpressiva unidade de um órgão

que se propunha a desenvolver tecnologia com manifesta insuficiência de recursos

financeiros, materiais e humanos.

A inoperosidade dessa estrutura, aliada a da Comissão de Metrologia, motivou a

criação, em 1961, do Instituto Nacional de Pesos e Medidas - INPM, marca de uma nova

fase do desenvolvimento da metrologia no Brasil. O Instituto Nacional de Pesos e Medidas

- INPM foi criado pela Lei n° 4048/61.

Produtivo trabalho foi desenvolvido no sentido de ampliar os serviços de

metrologia, principalmente nos Estados. Todos os esforços foram dirigidos para a criação

de órgãos metrológicos estaduais capazes de receber delegação de competência no campo

da metrologia legal.

Cabe lembrar aqui, a emissão do Decreto-Lei n° 240, em 28 de fevereiro de 1967,

editado para definir a Política e o Sistema Nacional de Metrologia, com o objetivo de

submeter as medições ao controle governamental, expressando-as em conformidade com o

Sistema Internacional de Unidades. A sistemática usada na lei partiu da obrigatoriedade do

uso do SI, cuja difusão em publicidade estava subordinada ao quadro de unidades, que por

sua vez estava sujeito à atualização por força das decisões das Conferências Gerais de

Pesos e Medidas.

A execução dessa política foi centralizada, concedendo-se ao INPM a delegação de

competência aos órgãos metrológicos dos governos estaduais e municipais. As medidas e

instrumentos de medição que eram regulamentados pelo INPM, estavam sujeitos a

controle metrológico. Em conseqüência, sujeitos à aprovação de modelo, verificações

iniciais e periódicas, estabelecendo-se, assim, efetivo controle metrológico sobre os

instrumentos fabricados e aqueles em utilização, garantindo-se a conformidade aos

regulamentos.

A Lei n° 5966, de 11 de dezembro de 1973, criou o Instituto Nacional de

Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - Inmetro, em substituição ao antigo

INPM. O Inmetro passou, assim, a coordenar todas as ações nacionais no campo da

metrologia, da normalização e da certificação da qualidade de produtos industriais.

16

O Inmetro se tornou um órgão muito atuante e mantém diversos intercâmbios em

níveis nacional e internacional, trocando experiências e inovações, objetivando o contínuo

alinhamento com o conhecimento mais avançado nesta área visando o atendimento das

exigências da sociedade. A Diretoria de Metrologia Legal (Dimel) tem a incumbência de

desenvolver todas as ações da Instituição, voltadas para os aspectos legais da metrologia.

1.3 Situação problema

O problema foco do presente estudo é a ausência de um mecanismo eficaz para se

efetivar o controle da qualidade dos serviços de verificação metrológica que são delegados

pelo Inmetro aos órgãos da RBMLQ. É fundamental que o Inmetro possa garantir que os

serviços por ele delegados estejam sendo realizados dentro de um padrão que preserve os

requisitos mínimos para garantir a confiabilidade das medidas utilizadas nas relações

comerciais.

Fonte: Figura retirada da palestra Inmetro e Controle Metrológico e perspectivas realizada por Roberto Guimarães, em 13/08/2003,durante o evento “Medição, Faturamento, CRM/CIS Américas-2003.

Figura 1 – Mapa distribuição da RBMLQ

17

1.4 Questões a serem respondidas.

a) Quais são os aspectos mais deficientes das atividades de verificação

metrológica?

b) É viável estabelecer como requisito para os órgãos delegados, a implantação de

um sistema da qualidade ou parte dele, com base nas normas da série ISO

9000?

c) A Dimel tem, no momento, estrutura e recursos adequados para gerenciar um

processo de avaliação e monitoramento da RBMLQ?

1.5 Objetivos da Pesquisa

O objetivo é obter um diagnóstico da situação atual no que se refere aos serviços

executados pelos integrantes da RBMLQ, identificando as áreas que necessitam melhorias

e adicionalmente obtendo a opinião destes integrantes quanto à viabilidade de se

implementar elementos de sistema de gestão da qualidade como requisitos para avaliação e

monitoramento da sua competência para realização daqueles serviços a eles delegados

pelo Inmetro.

Além disso espera-se delinear um modelo de abordagem no âmbito do

relacionamento entre Inmetro e órgãos da RBMLQ que proveja um controle eficaz da

qualidade dos serviços de verificação metrológica a eles delegados. O modelo deve

contemplar elementos de sistema de gestão da qualidade com base na ISO 9001/2000

assim como uma sistemática de avaliação e monitoramento.

Algumas ações de melhoria serão também identificadas na medida em que áreas

carentes serão identificadas. Essas ações são chamadas aqui de ações de gestão e serão

apresentadas em complemento às ações de Avaliação e Monitoramento que são as

referentes ao modelo de abordagem, objeto central deste trabalho.

1.6 Limitações da pesquisa

A pesquisa é de caráter exploratório e foi realizada com dados relativos aos 11

questionários respondidos dentre os 26 enviados. Apesar do caráter exploratório trata-se de

pesquisa relevante porque não há outros estudos com esse enfoque e o mesmo impacta de

18

forma relevante na qualidade dos serviços delegados à RBMLQ. Com o objetivo de se

ouvir outras partes envolvidas, foram consideradas também as informações coletadas

através de entrevistas realizadas com técnicos da Dimel que têm conhecimento

aprofundado sobre os serviços realizados pelos Ipem’s.

Ainda foram considerados as informações decorrentes do brainstorm realizado com

a participação de técnicos integrantes do Grupo da Qualidade da Dimel, composto pelo seu

coordenador da qualidade e pelos representantes de suas diversas divisões.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E EMPÍRICA

2.1 Conceituação de Metrologia Legal

A Organização Internacional de Metrologia Legal – OIML define metrologia legal

como: “o conjunto de procedimentos legislativos, administrativos e técnicos estabelecidos

por, ou por referencia a autoridades públicas, e implementados em seu nome para

especificar e assegurar, de forma regulamentar ou contratual, a qualidade e credibilidade

apropriadas das medidas relacionadas a controles oficiais, comércio, saúde, segurança e o

meio ambiente″. (OIML, 2004). A metrologia torna-se a metrologia legal quando os

legisladores introduzem exigências legais compulsórias para as unidades de medição, os

métodos de medição e os instrumentos de medição.

Conforme Theisen (1997, p. 23), a metrologia pode ser definida como “ o campo de

conhecimento relativo às medições ou a ciência das medições”, assim sendo, podemos

afirmar que abrange todos os aspectos técnicos e práticos relativos às medições.

A aplicação da metrologia pode ser dividida em três segmentos, a saber:

• Científica;

• Industrial;

• Legal.

A legislação ou o regulamento relevante relacionado à metrologia legal é

considerado de responsabilidade do governo, uma responsabilidade a ser implementada

pelo ou em nome do governo. Os órgãos da metrologia legal são tanto as autoridades

reguladoras como os órgãos da avaliação de conformidade em todos os campos, em que

instrumentos de medição e medições estão sujeitos ao controle regulador governamental ou

oficial. Este controle, definido como controle metrológico, é composto, dentre outros, das

20

verificações iniciais (realizadas nas fábricas) e das verificações posteriores (realizadas após

o instrumento ser colocado em uso, quando de manutenção, reparo e calibração).

“Os instrumentos de medição e as medidas materializadas que tenhamsido objeto de atos normativos, quando forem oferecidos à venda; quandoforem utilizados em atividades econômicas; quando forem utilizados naconcretização ou na definição do objeto de atos em negócios jurídicos denatureza comercial, civil, trabalhista, fiscal, parafiscal, administrativa eprocessual; e quando forem empregados em quaisquer outras mediçõesque interessem a incolumidade das pessoas, deverão, obrigatoriamente:a) Corresponder ao modelo aprovado pelo INMETRO;b) Ser aprovado em verificação inicial, nas condições fixados peloInstituto;c) Ser verificados periodicamente.”(Resolução nº 11 do CONMETRO, 1988)

Atualmente, o modelo de atuação aplicado para o controle metrológico, relativo às

verificações destes instrumentos, iniciais e posteriores, é concentrado na atuação do órgão

metrológico executor, onde a verificação é realizada individualmente em cada instrumento

de medição. A Organização Internacional de Metrologia Legal, entidade

intergovernamental que congrega em torno de 100(cem) países, tem como objetivo

principal propor recomendações a serem seguidas pela metrologia legal em nível

internacional. O Brasil é o único Estado Membro na América do Sul, sendo representado

pelo Inmetro através de sua Diretoria de Metrologia Legal.

A Metrologia tem um impacto importante sobre a nossa vida cotidiana,

desempenhando um papel essencial em inúmeros campos: pesquisa e desenvolvimento,

indústria, agricultura, medicina, produção e distribuição de energia, telecomunicações,

transportes, construção, comércio. (Réche,1996)

A metrologia também contribui de maneira significativa para a economia de um

país, como pode ser visto pela determinação do valor global de produtos e serviços cujos

preços são determinados através de medições.

A exatidão das medidas é de um significado importante para o desenvolvimento

social e econômico. Se estende também àquelas áreas relativas à segurança das pessoas,

onde existe a necessidade de protegê-las contra os efeitos de medições inexatas que

possam trazer sérios riscos à saúde e à segurança do cidadão, e até mesmo a sua morte.

21

Na área da saúde, o diagnóstico correto, o perfeito atendimento de suporte à vida e

a segurança contra doenças contagiosas são premissas básicas para a garantia da vida do

cidadão.

A segurança e a saúde do cidadão, bem como a proteção ao consumidor e ao meio

ambiente são fundamentais para a manutenção e melhoria da qualidade de vida.

Outro aspecto da metrologia consiste em conservar a exatidão estabelecida e prover

uma série de medidas práticas, de uma forma organizada, capazes de amparar as pesquisas

científicas e tecnológicas, bem como a indústria e o comércio em suas numerosas

necessidades. Esse aspecto que se pode chamar de metrologia aplicada, compreende a

adoção de diversas unidades de medidas, com a ajuda de instrumentos de medição e outros

meios apropriados, de acordo com as diferentes necessidades.

Quando a metrologia aplicada é praticada conforme a lei, pode ser chamada de

metrologia legal. Potencialmente, todo o domínio da metrologia aplicada está aberto à

metrologia legal, mas, na prática, ela é limitada a certos setores variando de um país para o

outro a abrangência dessa aplicação.

A metrologia legal permeia todos os níveis e setores da atividade de uma nação

desenvolvida. Durante a sua vida as pessoas terão contato com um grande número de

instrumentos de medição sujeitos a regulamentações metrológicas. As ações

governamentais no campo da metrologia legal objetivam por um lado a disseminação e

manutenção de medidas e unidades harmonizadas, de outro, a supervisão e exame de

instrumentos de medição e métodos de medição.

O principal objetivo estabelecido legalmente no campo econômico é proteger o

consumidor enquanto comprador de produtos e serviços medidos, e o vendedor, enquanto

fornecedor destes. A exatidão de instrumentos de medição especialmente em atividades

comerciais, dificilmente pode ser conferida pela segunda parte envolvida, que não possui

instrumentos de medição. É tarefa do controle metrológico estabelecer adequada

transparência e confiança entre as partes, com base em ensaios imparciais.

Atualmente, em países desenvolvidos, não só atividades no campo comercial são

submetidas à supervisão governamental, mas, também, instrumentos de medição em

atividades oficiais, no campo médico, na fabricação de medicamentos, bem como nos

campos de proteções ocupacionais, ambientais e da radiação. A exatidão das medições

assume especial importância no campo médico face aos vários efeitos negativos que

resultados de menor confiabilidade podem provocar na saúde humana. Segundo o

22

documento - Diretrizes Estratégicas para a Metrologia Brasileira 2003/2007, aprovado pelo

CONMETRO, através da Resolução 01/2003, a metrologia legal, na sua essência, é uma

função exclusiva do Estado. Consiste em um conjunto de procedimentos técnicos, jurídicos

e administrativos, estabelecidos por meio de dispositivos legais, pelas autoridades públicas,

visando garantir a qualidade das medições realizadas nas operações comerciais e nos

controles públicos relativos à saúde, ao meio ambiente, à segurança, à proteção ao

consumidor, entre outros.

Nesse sentido, através da metrologia legal, o Estado intervém sobre certas

categorias de instrumentos de medição utilizados nos relacionamentos econômicos e

oficiais e sobre determinadas operações de medição (saúde pública, meio ambiente etc.).

Portanto, a metrologia legal foca sua atenção em quatro direções básicas:

a) a qualidade dos instrumentos de medição utilizados nas transações comerciais,

visando assegurar a confiabilidade das medidas e evitar a fraude;

b) as atividades essenciais do Estado, oferecendo os meios de medição e controle

que garantam segurança, eqüidade e eficácia à ação do Estado;

c) as atividades produtivas, tendo em vista disponibilizar para às empresas

instrumentos de medição mais adequados e compatíveis com suas necessidades;

d) a indústria nacional de aparelhos de medição e de produtos pré- medidos,

visando à melhoria da qualidade de seus produtos e ao aumento de sua

competitividade.

2.1.1 Controle metrológico

Segundo o Vocabulário Internacional de Metrologia Legal (OIML, 2000), o

controle metrológico é um conjunto de atividades, de metrologia legal, visando a garantia

metrológica, ou seja a regulamentação, os meios técnicos e operações necessárias,

utilizadas para garantir a credibilidade dos resultados da medição em metrologia legal.

O controle metrológico compreende:

- a supervisão metrológica;

- a perícia metrológica

- o controle legal dos instrumentos de medição

A supervisão metrológica é o tipo de controle realizado na fabricação, importação,

instalação, utilização, manutenção e reparo de instrumentos de medição, visando verificar

23

se são utilizados de maneira correta, no que se refere à observância das leis e dos

regulamentos metrológicos.

A perícia metrológica é um conjunto de operações que têm por finalidade examinar

e certificar, por exemplo testemunhar junto à justiça, as condições de um instrumento de

medição e determinar suas características, metrológicas entre outras, em referência às

exigências regulamentares aplicáveis.

O controle legal de instrumentos de medição, designa, de maneira global, as

operações legais a que podem ser submetidos os instrumentos de medição, tais como:

aprovação de modelo, verificação inicial dos instrumentos novos, verificação posterior,

onde se inclui a verificação periódica dos instrumentos em uso e a verificação após reparo,

manutenção e calibração, declaração de conformidade pelo fabricante, instalação por

entidade autorizada, declaração de instalação, a certificação por posto de ensaio autorizado,

a manutenção de instrumentos em uso, o conserto por reparados credenciado, a inter

comparação de medidas, a avaliação metrológica (perícia), e a inspeção em serviço.

2.1.2 Verificações iniciais e posteriores

A verificação é um procedimento que compreende o exame, a marcação e (ou)

emissão de um certificado que constata e confirma que o instrumento satisfaz às

exigências regulamentares. A verificação inicial de um instrumento de medição é aquela

realizada no instrumento pela primeira vez antes de sua colocação em uso. A verificação

posterior é aquela realizada subseqüente à verificação inicial, incluindo a verificação após

reparos, manutenção e calibração e, após reprovação ou a pedido do usuário, e a

verificação periódica obrigatória, efetuada periodicamente em intervalo de tempo

especificado e segundo procedimento fixado em regulamento.

"A aprovação de modelo de um instrumento, aparato, ou sistema demedição implica no reconhecimento de que aquele sobre o qual recaia aresposta às exigências metrológicas regulamentares, e que, emconseqüência, os modelos dos instrumentos que se fabricam de acordocom o modelo aprovado são aptos para que se efetuem a verificaçãoinicial." (CEM, 1998, p.31, apud Lazari,2004, p.45)

24

2.2 Panorâmica da situação atual

As constantes mudanças do cenário econômico mundial, decorrentes das mudanças

sócio-econômicas e da rápida evolução tecnológica, incluindo também o fenômeno da

globalização, vêm obrigando as organizações reverem suas ações, no sentido de

adequarem-se a este novo cenário. O Governo Federal vem procurando adequar-se à nova

realidade para atender de modo mais ágil e mais efetivo, os anseios da indústria e da

sociedade. Neste contexto, num cenário altamente competitivo que exige dos segmentos

econômicos do país, melhor qualidade e melhor capacidade de produção, o Governo

lançou o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP).

Este Programa alavancou a reestruturação do Sistema Nacional de Metrologia

(SINMETRO) em que o Inmetro está inserido como órgão executivo central, cujas

atribuições básicas consistem na execução da política nacional de Metrologia, da

Normalização Técnica e do fomento à Produtividade. A Instituição, acompanhando a

reestruturação do SINMETRO, passou por um longo processo de transformação e

aprendizagem organizacional que o conduziu, consequentemente, à ampliação do seu

universo de atuação, inclusive em nível internacional.

Inserido neste novo contexto, o Inmetro buscou um novo modelo organizacional e

de gestão, adequado às peculiaridades de suas atividades e voltado para a qualidade total.

Este novo modelo, deveria atender ainda aos requisitos de uma outra ação de modernização

do Governo Federal, ou seja, o Plano de Reforma do Estado. Um dos aspectos relevantes

deste Plano era a estratégia da descentralização da gestão pública, tornando-a mais flexível

e mais operante. O ponto de partida para esta estratégia seria a reestruturação das

Instituições, através da implantação de um sistema de auto-gestão, cujo gerenciamento das

atividades deveria ocorrer através de Projetos e Processos. Implementado este sistema, as

Instituições firmariam com o respectivo Ministério Supervisor um Contrato de Gestão, que

as qualificava como Agências Executivas do Governo Federal. A partir desta qualificação,

as Instituições teriam maior liberdade de ação, porém, deveriam cumprir metas e objetivos

previamente estabelecidos nos respectivos Contratos de Gestão. Estas metas e objetivos

seriam medidos e avaliados periodicamente, através de indicadores de desempenho,

definidos e alinhados com a estratégia maior da Instituição.

Este trabalho enfoca um dos problemas mais importantes, relativo ao Processo

Específico - Gerenciamento da Rede Nacional de Metrologia Legal, isto é, o

25

Relacionamento entre o Inmetro e os órgãos da Rede Nacional de Metrologia Legal

(RBMLQ). Justifica-se este estudo, pelo fato da metrologia legal ser um dos mais

importantes processos da Instituição, tanto pelo seu compromisso com a sociedade, como

pelo seu impacto financeiro (responsável por cerca de 80% da arrecadação da Instituição).

O modelo gerencial do Inmetro está estruturado em Projetos e Processos. O

controle metrológico é um dos macroprocessos elencados pelo Inmetro e tem como

objetivo específico o que se segue:

“Promover para detentores e fabricantes de instrumentos de medição e demedidas materializadas e acondicionadas de produtos pré-medidos,regulamentos técnicos metrológicos e certificados de aprovação everificação de produtos, visando à proteção do cidadão e à concorrênciajusta”.(disponível em http://intranet-x , acesso em18 fev 2004)

Este macroprocesso é de responsabilidade da Diretoria de Metrologia Legal

(Dimel) e constitui-se num dos mais importantes e estratégicos da Instituição, uma vez

que, permeia todas as atividades do universo da Metrologia Legal no país. Neste Macro

Processo estão inseridos os seguintes Processos Específicos:

1 Gerenciamento da Rede Nacional de Metrologia Legal;

2 Fiscalização de produtos pré-medidos;

3 Regulamentação;

4 Verificação / Fiscalização de Instrumentos de Medição;

5 Aprovação de Modelos;

6 Reconhecimento / Autorização.

Para o gerenciamento da RBMLQ, foram definidos os seguintes Processos

Operacionais:

1 Coordenação Estratégica;

2 Auditoria e Inspeção Técnica;

3 Capacitação de RH.

O processo operacional Auditoria e Inspeção Técnica é o que tem mais afinidade

com a presente pesquisa.

A Dimel, Diretoria de Metrologia Legal, é a gestora das atividades de controle

metrológico dos instrumentos de medir (bombas medidoras de combustível, balanças,

taxímetros, etc.); das medidas materializadas (metros, recipientes de medir volume); dos

26

produtos pré-medidos (leite, óleo de soja; produtos embalados - arroz, feijão).

Em função da complexidade das atividades metrológicas, dos constantes avanços

da tecnologia e das recomendações da Organização Internacional de Metrologia

Legal(OIML), a Diretoria de Metrologia Legal (Dimel) está diante de uma situação em

que não tem, no momento, um controle eficaz da qualidade dos serviços que são delegados

aos órgãos da RBMLQ e oferecidos à comunidade.

A RBMLQ é constituída, a partir de convênios firmados entre os Estados e

Municípios da União e o Inmetro. A RBMLQ é formada pelos chamados Ipem’s,

responsáveis pela execução das atividades metrológicas em todo o país. Atualmente, esta

rede é composta por 25 Ipem’s (21 estaduais, 2 municipais e por 2 superintendências do

Inmetro)(ver Quadro 1). Além dos Ipem’s, estão vinculados a estes, 67 agências operando

em cidades do interior, 25 postos de verificação de veículos tanque e de 62 laboratórios de

análise de produtos pré-medidos.

DESIGNAÇÃO DAUNIDADE DA RBMLQ ESTADO ANO DA CRIAÇÃO

IPEM-RJ Rio de Janeiro 1966IPEM-SP São Paulo 1967IPEM-PR Paraná 1967IPEM-MG Minas Gerais 1967

IBAMETRO Bahia 1968IMEQ-PB Paraíba 1968IPEM-PE Pernambuco 1968

INMETRO-RS Rio Grande do Sul 1969 (1996)*IPEM-MAC Alagoas 1972 (1999)*

ITPS Sergipe 1977 (1994)*INMETRO-ES Espírito Santo 1978 (2003)*

AEM-MS Mato Grosso do Sul 1982SUR 01 DF Distrito Federal 1983SUR 01 GO Goiás 1983IPEM-FORT Ceará 1986SUR 01 RO Rondônia 1986

IPEMAR Maranhão 1988 (1996)*SUR 02 SC Santa Catarina 1989IPEM-RN Rio Grande do Norte 1991IMEP-PA Pará 1991

IMEPI Piauí 1992IPEM-AP Amapá 1993 (2001)*IPEM-AM Amazonas 1994

27

IPEM-TO Tocantins 2001IPEM-AC/SEPLANDS Acre 2001

IMMEQ-MT Mato Grosso 2002IPEM-RR Roraima 2003

* Criação de Instituto próprio. Anteriormente as atividades eram realizadas por um órgão de outro Estado.Fonte: Inmetro / Dimel

Quadro 1 – Listagem da RBMLQ

A importância da atuação dos Ipem’s decorre das atividades por eles desenvolvidas,

que vão desde o controle técnico e científico dos produtos industrializados (instrumentos

de medir e medidas materializadas), atualmente em uso e comercialização no Brasil, até os

aspectos de segurança e defesa do consumidor verificados pelas equipes de fiscalização

atuantes nas áreas têxteis. “Na Europa de hoje, as medições e as pesagens representam um

valor equivalente a 6% do produto interno bruto. A metrologia tornou-se uma atividade

normal no nosso dia a dia.” (IPQ, 2001, p.9)

O relacionamento entre Inmetro e Ipem’s é realizado através de convênio onde as

responsabilidades e atribuições de cada parte estão elencadas. Entretanto caso a qualidade

dos serviços executados por estes órgãos esteja aquém dos níveis requeridos pelo Inmetro

não está claro quais são os dispositivos passíveis de serem utilizados para que os níveis

satisfatórios sejam recuperados.

Este problema é de relevante importância e estratégico, em função do grande

impacto que exerce junto à sociedade, quando na busca dos seus direitos como consumidor

além de poder afetar a imagem da instituição devido à sua grande abrangência.

Os mecanismos existentes no momento para avaliar a competência dos órgãos da

rede são as chamadas auditorias técnicas previstas para serem realizadas anualmente em

toda rede. O que ocorre é que por falta da clara definição dos requisitos que podem e

devem ser verificados nos órgãos delegados, o escopo dessas auditorias foi com o tempo se

esvaziando e se desviando do teor técnico, sendo no momento essencialmente uma

conferência de emissão de selos e sua numeração. Dependendo do auditor, é feita também

uma verificação, embora sem norma ou documento de referência, das condições relativas à

equipamento e instalações.

Faz-se necessário portanto o estabelecimento de uma abordagem sistemática e

objetiva que permita um controle eficaz da qualidade dos serviços delegados, uma vez que,

persistindo o quadro atual, tanto a confiabilidade das medições nas relações comerciais,

28

quanto a credibilidade da Instituição estarão em permanente risco de serem

comprometidas.

2.3 Abordagem de Sistemas de Gestão - breve histórico das normas da série ISO 9000

A certificação de sistemas de gestão da qualidade como vemos hoje é o resultado de

uma longa evolução de conhecimentos, adquiridos através da experiência e em função de

necessidades da indústria.

As empresas de maior porte perceberam que para garantirem a qualidade de seus

produtos e/ou serviços um dos elementos fundamentais era a qualidade dos insumos e

componentes adquiridos de terceiros. Em função disso essas empresas estabeleceram

critérios para qualificarem seus fornecedores e também capacitaram alguns de seus

técnicos para verificarem o atendimento a esses critérios por parte dos fornecedores.

Nasceram aí as sementes essenciais do universo da certificação, ou seja, a norma de

referência e a auditoria.

Com o tempo e com os bons resultados mais e mais empresas adotaram essa

estratégia. Entretanto com esse grande crescimento da utilização de critérios a serem

atendidos pelos fornecedores, os mesmos, que eventualmente forneciam para mais de um

grande comprador, se viam na situação de serem auditados várias vezes e por critérios

diferentes e na verdade com o mesmo objetivo. O que faltava era o consenso entre os

requisitos.

A partir dessa necessidade surgiu na Inglaterra a norma BS 5750, emitida pelo

organismo normalizador BSI - British Standards Institution, que estabelecia os requisitos

mínimos de sistema gestão a serem aplicados a qualquer tipo de empresa com o objetivo de

assegurar a qualidade de seus produtos/serviços.

Aos poucos, as empresas passaram a reconhecer esta norma como adequada para

servir de referência na realização das auditorias de qualificação de seus fornecedores.

Assim um dos problemas estava resolvido, a unificação do critério. Faltava eliminar as

diversas auditorias e então surgiu a figura da “terceira parte”, que são os hoje denominados

organismos de certificação. O termo terceira parte refere-se à terceira parte envolvida. A

primeira parte é o fabricante e a segunda parte é o comprador.

A idéia era a de que uma avaliação realizada por um organismo independente,

utilizando-se dos critérios consensados, serviria para os diversos compradores, como

29

evidência da adequação do sistema de gestão daquele determinado fornecedor, que fora

submetido à avaliação e tenha tido sucesso.

Os primeiros organismos de certificação a atuarem foram as entidades que já

trabalhavam em uma atividade semelhante, a classificação de navios. É o caso da maioria,

e podemos citar como exemplos: ABS - American Bureau of Shipping (EUA), BVQI-

Bureau Veritas Quality International (UK), Lloyd’s (UK), DNV(Holanda) etc.

O número de entidades certificadoras cresceu muito e com isso cresceu também a

diversidade de rigor. Como em qualquer mercado, a competição gera a necessidade de

redução de custos e algumas vezes essa redução resulta na redução da qualidade, o que

obviamente não interessa a esse processo ou a qualquer outro. Para que os organismos não

trabalhassem tão livremente a ponto de apresentarem flutuações indesejáveis no rigor de

suas auditorias (tempo insuficiente, auditores não devidamente qualificados etc.), surgiu a

figura do credenciador, que é uma entidade hierarquicamente superior ao organismo

certificador e que avalia, credencia e monitora esses organismo de certificação. Dessa

forma os certificados das empresas com sistemas de gestão da qualidade certificados

passaram a apresentar além do logo do organismo certificador, o logo do organismo

credenciador.

Na seqüência da evolução natural a questão que viria é “quem avalia o organismo

credenciador?”. É uma questão razoável, os organismos credenciadores são de modo geral

únicos em cada país, mas como garantir a homogeneidade dos credenciamentos realizados

por diferentes credenciadores em diferentes países?

A partir dessa necessidade surgiu então o IAF - International Accreditation Forum

que na verdade opera uma intercomparação entre os credenciadores sem criar um novo

nível hierárquico mais elevado. Essas avaliações são chamadas de “peer evaluations” ou

“avaliação de pares”, ou seja, uma avaliação realizada por entidades em entidades de

mesmo nível. Essas auditorias realizadas pelos organismo de credenciamento sobre o

certificadores e as peer evaluations são realizadas com base em documentos elaborados

pela ISO-International Standardars Organization e pelo IAF.

A Figura 2 ilustra estes relacionamentos entre empresa, organismo de certificação e

organismo de credenciamento.

Hoje em dia a certificação de sistemas de gestão da qualidade é um sucesso em

quase todo o mundo, tendo tornado a certificação um parâmetro básico nas relações

comerciais entre as empresas desenvolvidas.

30

O sucesso da certificação de sistemas de gestão gerou a expansão da aplicação de

sistemas de gestão em outros aspectos da sociedade como o meio ambiente, segurança e

saúde ocupacional que seguem a trilha aberta na área da qualidade.

O Brasil está participando ativamente de todos esses processos sendo, dentre os

países considerados de terceiro mundo, o mais avançado.

credenciadores

ISOGuia 61

certificadores

ISO Guia 62

EmpresaISO 9001/2000

Figura 2 - Pano

Inmetro S TGA RAB(USA) RvA

IAF – International AccreditationForum

Etc.

UKA

râmica do universo da certificação/credenciamento.

S Etc.

AB BVQI DNV ABNT

(Fonte: próprio autor)

31

As organizações que operam no século 21 enfrentam muitos desafios, incluindo:

Rentabilidade, Adaptabilidade, Competitividade, Crescimento, Globalização, Tecnologia e

Velocidade de Mudança.

Todos são desafios significativos. As boas organizações terão processos,

procedimentos e padrões de desempenho para atingir esses desafios. As grandes

organizações terão sistemas de gestão implementados.

A implementação de um sistema de gestão ajuda uma organização alcançar

melhoria contínua do desempenho. O uso de um sistema de gestão combinado com uma

avaliação externa continuada permite à organização renovar constantemente sua missão,

estratégias, operações e níveis de serviço.

Os clientes estão ficando mais sofisticados, mais bem informados e suas

expectativas estão aumentando. Para qualquer tipo de negócio a única maneira de se

manter no mercado é oferecer um compromisso real com a qualidade. De fato qualquer

organização, qualquer que seja seu tamanho ou setor de atividade pode dar a si mesma um

futuro real no mercado utilizando um sistema documentado de gestão da qualidade. Os

benefícios são entre outros:

- Maior responsabilidade e conscientização para a qualidade entre os funcionários;

- Melhor utilização de tempo e recursos;

- Redução de perdas e falha de produto;

- Maior consistência e rastreabilidade de produtos e serviços.

Um sistema é um senso comum, um sistema bem documentado que assegura

consistência e melhoria de práticas de trabalho, incluindo produtos e serviços. É baseado

em normas, que especificam um procedimento para alcançar uma gestão da qualidade

efetiva. As normas ISO 9000 provêm uma estrutura para o estabelecimento de sistemas de

gestão da qualidade e são as normas internacionais mais comumente utilizadas para esse

fim.

ISO 9000 é um nome genérico dado à uma família de normas desenvolvidas para

prover uma estrutura ao redor da qual um sistema de gestão da qualidade pode ser

efetivamente baseado.

A família de normas ISO 9000 foi revisada em Dezembro de 2000.

Para que se utilize a ISO 9000 de maneira eficaz existem um número de passos a

serem seguidos:

• Inicialmente é preciso definir o que a empresa faz e como o faz;

32

• Colocar isso em um sistema documentado;

• Fazer o que é dito que é feito;

• Assegurar que é feito de forma efetiva;

• Demonstrar isso através de avaliação independente

A série de normas ISO 9000:2000 foi criada após extensiva consulta com usuários.

Ela é mais simples, mais flexível para as organizações adotarem e utilizar os princípios de

PDCA- Planejar, Fazer, Checar e Agir – e de Gestão de Processos.

A mudança mais significativa com relação à edição anterior é a substituição de uma

abordagem baseada em procedimentos (estabelecendo como controlar suas atividades) para

uma baseada em processos (que é mais sobre o que você faz).

Essa mudança permite às organizações fazerem uma ligação dos objetivos de

negócio com a efetividade do negócio de forma mais direta. A norma revitalizada é focada

não somente nas clausulas conhecidas da serie ISO 9000, mas as estende para visualizar a

organização como uma série de processos que interagem – os mesmos processo que

produzem os produtos e serviços que os cliente adquirem. A ISO 9001:2000 inclui as

seguintes seções principais:

• Sistema de Gestão da Qualidade – uma organização precisa assegurar que

tenha sido estabelecido quais são seus processos, como eles interagem entre si, que

recursos são requeridos para prover o produto e como os processos são medidos e

melhorados. Quando isto for estabelecido um sistema para o controle da documentação

deve ser estabelecido junto com o Manual da Qualidade e o controle de registros.

• Responsabilidade da Alta Administração – A administração em seu mais

alto nível na organização precisa estar alinhada com esta importante seção da norma. É sua

responsabilidade estabelecer políticas, objetivos e analisar criticamente os sistemas, assim

como comunicar a efetividade dos sistemas dentro da organização

• Gestão de Recursos – mais ênfase foi colocada em recursos que a

organização precisa para assegurar que o cliente receba o que foi acordado. Cobre não

somente pessoas mas também recursos físicos tais como equipamentos, instalações e

quaisquer serviços de suporte requeridos.

• Realização do Produto – Essa seção cobre os processos que são necessários

para prover o produto/serviço. Esses processos cobrem atividades tais como colher

informações do cliente, o projeto e desenvolvimento do produto, a aquisição de materiais e

serviços e a entrega de produtos e serviços.

33

• Análise de Medições e Melhorias - realizando as medições de produtos,

satisfação de clientes, os sistemas de gestão e assegurando melhoria contínua dos sistemas

são vitais para a gestão dos sistemas.

Em comparação com a norma original, a norma revisada:

• aplica-se a todas categorias de produtos, setores e organizações

• reduz o montante de documentação requerido

• conecta sistemas de gestão a processos organizacionais

• é uma mudança natural na direção da melhoria de desempenho organizacional

• tem maior orientação em direção à melhoria contínua e satisfação do cliente

• é compatível com outros sistemas de gestão tais como ISO 14001

• é capaz de, alinhada com a ISO 9004:2000 ir além da ISO 9001:2000 na

melhoria do desempenho da organização

3 METODOLOGIA DA PESQUISA.

Segundo Yin (2001), o levantamento é apenas uma das muitas maneiras de se fazer

pesquisa em ciências sociais: estudos de caso, experimentos , pesquisas históricas e análise

de informações em arquivos (como em estudos de economia) são alguns exemplos de

outras maneiras de se realizar pesquisa. Cada estratégia apresenta vantagens e

desvantagens próprias, dependendo basicamente de três condições:

a) o tipo de questão da pesquisa;

b) o controle que o pesquisador possui sobre os eventos comportamentais efetivos;

c) o foco em fenômenos históricos, em oposição a fenômenos contemporâneos.

O Quadro 2 apresenta essas três condições e mostra como cada uma se relaciona às

cinco estratégias de pesquisa principais nas ciências sociais: experimentos, levantamentos,

análise de arquivos, pesquisas históricas e estudos de caso. Um esquema básico de

categorização para os tipos de questão pode ser representado pela conhecida série: "quem",

"o que" , "onde", "como", e "por que?".

Se as questões da pesquisa salientam apenas questões do tipo "o que", surgem duas

possibilidades. Primeiro, alguns tipos de questões "o que" são exploratórias, como esta: " O

que pode ser feito para tornar as escolas mais eficazes?" Esse tipo de questão é um

fundamento lógico justificável para se conduzir um estudo exploratório, tendo como

objetivo o desenvolvimento de hipóteses e proposições pertinentes a inquirições adicionais.

Entretanto, como estudo exploratório, qualquer uma das cinco estratégias de pesquisa pode

ser utilizada - por exemplo, um levantamento exploratório, um experimento exploratório,

ou um estudo de caso exploratório. O segundo tipo de questões "o que" é, na verdade, uma

forma de investigação na linha "quanto" ou "quantos" - por exemplo, "Quais foram os

resultados de uma determinada reorganização administrativa". É mais provável que a

identificação de tais resultados favorecerá as estratégias de levantamento de dados ou de

35

análise de arquivos do que qualquer outra. Por exemplo, um levantamento pode ser

facilmente projetado para enumerar os "os quês", ao passo que um estudo de caso não seria

uma estratégia vantajosa nesse caso.

De forma similar, como esse segundo tipo de questão "o que", é mais provável que

questões do tipo "quem" ou "onde" (ou seus derivados "quantos" e "quanto") favoreçam

estratégias de levantamento de dados e análise de registros arquivais, como na pesquisa

econômica. Tais estratégias são vantajosas quando o objetivo da pesquisa for descrever a

incidência ou a predominância de um fenômeno ou quando ele for previsível sobre certos

resultados. Em contraste, questões do tipo "como" e "por que" são mais explanatórias, e é

provável que levem ao uso de estudos de casos, pesquisas históricas e experimentos como

estratégias de pesquisa escolhidas. Para resumir, a primeira e mais importante condição

para se diferenciar as várias estratégias de pesquisa e identificar nela o tipo de questão que

está sendo apresentada. Em geral, questões do tipo "o que" podem ser tanto exploratórias

(em que se poderia utilizar qualquer uma das estratégias) ou sobre predominância de algum

tipo de dado (em que se valorizaria levantamentos ou análises de registros em arquivo). É

provável que questões "como" e "por que" estimulem o uso de estudos de caso,

experimentos ou pesquisas históricas.

Estratégia Forma da questão dapesquisa

Exige controle sobreeventos comportamentais?

Focalizaacontecimentos

contemporâneos?Experimento como, por que Sim Sim

Levantamentoquem, o que, onde, quantos,

quanto NãoSim

Análise dearquivos

quem, o que, onde, quantos,quanto Não Sim/não

Pesquisahistórica como, por que Não Não

Estudo de caso como, por que Não SimFonte: Yin, Robert K. Estudo de caso: Planejamento e métodos., 2º Ed. Porto Alegre: Bookman, 2001, pag.24

Quadro 2 - Situações relevantes para diferentes estratégias de pesquisa

A presente pesquisa apesar do caráter exploratório trata-se de pesquisa relevante

porque não há outros estudos com esse enfoque e o mesmo impacta de forma relevante na

qualidade dos serviços delegados à RBMLQ.

A metodologia considerada adequada e utilizada para a coleta de dados foi a de

36

levantamento, que foi realizado em duas partes; questionário(ver 3.1) e brainstorm (ver

3.2). A primeira parte da pesquisa foi realizada com dados relativos aos 11 questionários

respondidos dentre os 26 enviados.

Essa amostra relativamente pequena, embora não possa confirmar de forma

absoluta as tendências identificadas pelos resultados encontrados, indica de forma válida os

aspectos relevantes da população efetivamente estudada. A segunda parte da pesquisa

considerou as informações decorrentes do brainstorm realizado com a participação de

técnicos integrantes do Grupo da Qualidade da Dimel, composto pelo seu coordenador da

qualidade e pelos representantes de suas diversas divisões.

Foram também utilizadas de forma complementar, as informações coletadas através

de entrevistas com técnicos com larga experiência nesse relacionamento Inmetro e

RBMLQ. Essas informações serviram para substanciar a análise e discussão dos

resultados. O Quadro 3 abaixo, apresenta as diversas fases da pesquisa com informações

sobre os resultados alcançados, tipo de pesquisa, métodos de procedimentos adotados e

justificativa.

Fases da Pesquisa ResultadosAlcançados

Tipo dePesquisa

Métodos eprocedimentos

adotadosJustificativa

1. Identificaçãoda área deinteresse

Definição pela área deatuação frente asnecessidades da

instituição

Exploratória

Qualitativo:levantamento junto a

área de atuaçãoquanto as maiores

demandas

Desenvolveratividade

correlata com aexperiência

2. Levantamentodo problema

Identificação dospontos fortes defracos dos serviços naárea

Exploratória

Qualitativo:entrevistas,

experiência prática eanálise de exemplos

Coleta desubsídios paradeterminaçãodo problema,objetivos equestões a

seremrespondidas

3. ObjetivosDetectar caminhospara a solução do

problemaDescritiva

Qualitativa: abordaros diversos aspectos

envolvidos nocontexto doproblema

Definirobjetivosrelevantes

4.FundamentaçãoTeórica

Identificação dasituação atual e a

tecnologia e métodosdisponíveis

Exploratória

Qualitativa: pesquisabibliográfica,contatos compessoas com

experiência eanálise de exemplos

Estabelecerembasamento

conceitual paradar suporte ao

trabalho

37

5. Brainstorm

Identificação dospontos fortes de

fracos dos serviços naárea

Exploratória

Qualitativa:Levantamento de

problemas epossíveis soluções

Obter visãointerna dosproblemas

6. Questionário

Identificação dospontos fortes de

fracos dos serviços naárea

Exploratória

Qualitativa:Levantamento de

problemas e opiniõessobre a implantação

de requisitos deSGQ

Obter visão daRBMLQ

quanto aosprincipaisproblemas

7. Entrevistas

Consubstanciar aanálise dos resultados

do questionário ebrainstorm

Explicativa

Qualitativa:Consideração de

variáveis relevantesnão incluídas no

levantamento

Obter análisedos resultadosmais realista

8. Apresentaçãodos resultados

Apresentar osresultados com

comentáriosDescritiva

Qualitativa:Apresentação

através de gráficos etratamentos

estatísticos básicos

Fundamentaçãodo modelo deabordagem aser proposto

9. Ações deGestão

Sinalizar ações degestão necessários agarantia da qualidadedos serviçosdelegados

Descritiva

Qualitativa:Apresentação das

ações necessárias àviabilização da

proposta

Prover os meiospara efetiva

implantação domodelo deabordagem

10. Ações deAvaliação eMonitoramento

Sinalizar ações deavaliação emonitoramento paraas atividadesdelegadas à RBMLQ

Descritiva

Qualitativa:Apresentação das

ações necessárias àviabilização da

proposta

Proversistemática para

efetivaimplantação do

modelo deabordagem

10. Conclusão dapesquisa

Atendimento aosobjetivos levantados Descritiva

Qualitativa:considerações sobre

adequação eabrangência dos

resultados dapesquisa

Concluir otrabalho e

indicarcaminho para

futurostrabalhos de

pesquisa

Quadro 3 - Resumo das fases do processo de pesquisa desenvolvido (Fonte: Próprio autor)

3.1 Questionário

Um questionário foi desenvolvido para ser distribuído aos órgãos delegados da

RBMLQ com questões sobre o funcionamento destes e também com questões sobre um

eventual estabelecimento pela Dimel, de requisitos de sistemas de gestão que os órgãos

38

delegados deveriam atender como forma de se monitorar a qualidade dos serviços.

O questionário foi construído de forma a apresentar resultados que pudessem ser

trabalhados estatisticamente com facilidade e objetividade. Assim as perguntas de modo

geral solicitam a marcação da opção escolhida ou respostas do tipo sim ou não. Nas

questões relativas à adequação da implementação de requisitos de sistemas de gestão da

qualidade as respostas esperadas eram gradativas com três possibilidades: adequado; difícil

de implementar porém recomendável e inadequado. O questionário é reproduzido no

anexo.

3.2 Brainstorm

Brainstorm é uma técnica de trabalho em equipe, empregada para levantar todos os

aspectos de um tema, em curto espaço de tempo. Permite a intensa participação dos

integrantes da equipe e libera sua criatividade. O brainstorm é uma abordagem livre, que

pode gerar entusiasmo e criar soluções originais para problemas e soluções inovadoras e

também uma ferramenta poderosa de apoio ao processo decisório, por permitir o

levantamento e estudo de uma gama de opções muito ampla.

Entretanto, vale lembrar aqui que embora o brainstorm seja sem dúvida um

dispositivo de suporte gerencial, não tem como ser preciso no que se refere à relevância de

cada aspecto levantado. Em resumo pode-se se dizer que é importante o levantamento do

aspecto mas sua utilização como dado objetivo merece um aprofundamento posterior para

evitar algum equívoco de se supervalorizar ou inversamente sub-valorizar um determinado

aspecto identificado.

O brainstorm cujos resultados foram utilizados nesta pesquisa, foi realizado nos

dias 30 de abril, 9 e 15 de maio 2003 e contou com a participação dos representantes do

Grupo da Qualidade e o do coordenador da qualidade da Dimel. O tema abordado foi

Relacionamento Inmetro x RBMLQ.

A análise dos resultados do brainstorm é apresentada no item 4.7

3.3 Entrevistas

Foram realizadas entrevistas com técnicos que têm larga experiência nesse universo

de relacionamento entre Inmetro e RBLMQ, com o objetivo de substanciar o trabalho em

39

alguns aspectos como:

a) através das entrevistas foi possível traçar um quadro geral da situação do

processo atual de avaliação, as chamadas auditorias técnicas que, conforme

citado anteriormente, com o tempo perderam seu objetivo principal que seria a

de avaliação do desempenho dos órgãos delegados ao executarem as tarefas de

verificação metrológica que a eles foram delegadas. Essas auditorias se

tornaram muito mais uma verificação burocrática da correta utilização dos selos

de verificação que são distribuídos pelo Inmetro aos órgãos para serem

utilizados ema cada verificação metrológica e que servem também como

evidência para o controle financeiro das atividades;

b) no fornecimento de conhecimentos relevantes para a análise dos dados dos

questionários respondidos, de forma a evitar equívocos na interpretação dos

resultados. Alguns resultados a princípio indicam uma tendência que após uma

análise do contexto, e inserindo-se outras variáveis, conclui-se não serem tão

relevantes. Esse tipo de ocorrência foi constatada nos resultados referentes às

questões relativas às “Atividades de verificação metrológica”.

c) na análise dos resultados do brainstorm. Similarmente à análise dos

questionários acima, as entrevistas permitiram uma mais adequada consideração

da relevância dos aspectos levantados .

3.4 Utilização de requisitos da ISO 9001/2000

Na definição dos requisitos a serem atendidos pelos órgãos da RBMLQ considerou-

se como referência a ISO 9001 editada em 2000. Essa norma apresenta de forma completa

os elementos de um sistema de gestão que são considerados adequados para se garantir que

uma organização forneça produtos ou serviços que atendam aos requisitos dos clientes e

requisitos aplicáveis. O grupo de elementos selecionados da norma embora não reflita a

norma em sua totalidade inclui alguns elementos essenciais que devem gerar um relevante

ganho na garantia da qualidade dos serviços realizados pela RBMLQ.

O modelo de abordagem apresentado no capítulo 5 apresenta uma interpretação

sucinta desses elementos da norma quando de sua aplicação ao tipo de atividade da rede.

Apresenta também alguns elementos necessários para a implantação e manutenção do

modelo.

40

Existe um conhecimento já largamente experimentado no que se refere ao

credenciamento de organismos ou certificação de organizações que serviu perfeitamente

como base para criação dessa sistemática ou modelo de abordagem. Esse conhecimento já

é utilizado no próprio Inmetro na operacionalização, por exemplo, de seus processo de

credenciamento de laboratórios, organismos de certificação e organismos de inspeção.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Esse capítulo se propõe a analisar os resultados decorrentes da pesquisa feita

através de questionário enviado aos integrantes da RBMLQ e também analisar os

resultados do brainstorm realizado internamente na Dimel. Essas análises visam detectar

áreas prioritárias para aplicação de esforços no sentido de melhorar a eficácia na delegação

de serviços de verificação metrológica à RBMLQ. Visam também avaliar a viabilidade de

se estabelecer requisitos de sistemas de gestão da qualidade como parâmetro na avaliação

da adequação dos serviços prestados por aqueles órgãos da RBMLQ. A sinalização dessa

viabilidade é importante para que se possa delinear um modelo de abordagem que se utiliza

de preceitos já consagrados de sistemas de gestão da qualidade e fundamentados no

capítulo 2.

A pesquisa realizada com o envio dos questionários apresentou resultados que são

agora apresentados e analisados:

4.1 Atividades de verificação metrológica

A princípio os resultados mostram que é especialmente relevante a carência nas

atividades relativas ao termômetro clínico e ao medidor de energia já que são

equipamentos/dispositivos utilizados em larga escala. Entretanto o resultado relativo à

termômetros é esperado pois nesse caso específico só é feita a verificação inicial nos

fabricantes que no caso são 2, justificando o baixo número de órgãos delegados

envolvidos. No caso do Medidor de Energia, a sua verificação metrológica é relativamente

recente tendo sua regulamentação sido finalizada há pouco tempo justificando assim o

baixo índice de realização na RBMLQ. Conforme gráfico 1 abaixo.

42

2

4

1110

2

11

89

8

5

10

8

11 1110 10

0

2

4

6

8

10

12

Densím

etro

Vagão

Tan

que

Met

ro C

omer

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í...

Esfigm

oman

ômet

ro

Term

ômet

ro C

línico

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...

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rão

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e GNV

Med

idor d

e Ene

rgia

Radar

Hidrôm

etro

Balanç

a

Bomba

de

Combu

s...

Taxím

etro

Pré-m

edido

Gráfico 1 – Atividades de verificação metrológica (Fonte: Próprio Autor)

4.2 Manutenção corretiva.

10 sim91%

1 não respondeu9%

Gráfico 2 – Manutenção corretiva (Fonte: Próprio Autor)

A grande maioria dos questionários 10 em 11, indica que a manutenção corretiva é

feita o que significa que não há problemas nesta área.

43

4.2 Manutenção preventiva

s im 655%

ou tros 436%

não respondeu

19%

Gráfico 3 – Manutenção preventiva (Fonte: Próprio Autor)

A pesquisa indica que mais da metade dos órgãos delegados realizam manutenção

preventiva em seus instrumentos e equipamentos de medição o que na verdade é um bom

índice e deve ser decorrente do fato dos equipamentos de medição serem essenciais para a

realização dos serviços e portanto fica claro a necessidade de sua manutenção.

4.3 Tabela de multas

s im 65 5 %

o utro s 54 5 %

Gráfico 4 – Tabela de multas (Fonte: Próprio Autor)

Mais da metade(6) das respostas indicam que são utilizadas tabelas na emissão de

multas, entretanto apenas três tabelas foram enviadas. As tabelas enviadas apresentam

44

critérios e valores de referência totalmente diversos. o que impossibilita uma uniformidade

de abordagem. Cinco respostas indicam que foram utilizados outros dispositivos para

determinação dos valores das multas o que não é um resultado recomendável já que,

similarmente à questão das tabelas diferentes, pode levar à uma diversidade indesejada de

valores de multa para um mesmo fato detectado em ocasiões diferentes.

4.5 Principais problemas

7 7 75 4 4

012345678

falta

pes

soal

falta

equ

ipam

ento

quali

ficaç

ão

tecn

ologia

obs

oleta

calib

raçã

o

falta

m ve

ículos

Gráfico 5 - Principais problemas (Fonte: Próprio Autor)

Os resultados relativos a falta de pessoal, qualificação e tecnologia obsoleta podem

ser parcialmente explicados pelos relevantes avanços tecnológicos ocorridos no campo da

metrologia legal, sem a devida atualização pelos órgãos delegados. A questão da

calibração, embora saiba-se que existe trabalho nesse sentido, o que ocorre é que a

calibração não é sistemática, não cobrindo todos equipamentos relevantes.

45

4.6 Aceitação de requisitos de SGQ

Gráfico 6 - Aceitação de requisitos de SGQ (Fonte: Próprio Autor)

De forma geral as respostas indicaram um alto índice de aceitação da implantação

desses requisitos de SGQ. O requisito considerado mais difícil é o treinamento. Esse

resultado, embora ainda favorável pois 7 em 11 consideram o requisito adequado, deve ser

resultante da necessidade de se alocar recursos financeiros para a implementação de um

programa de treinamento. Pode-se concluir que o cenário é positivo para a proposta de se

requerer dos órgãos delegados o atendimento a esses requisitos. No total de 88 respostas

(11 órgãos delegados respondendo 8 perguntas), 73 foram totalmente favoráveis e 15

colocaram alguma restrição.

4.7 Resultados do brainstorm

O brainstorm realizado nos dias 30 de abril, 9 e 15 de maio 2003 contou com a

participação dos representantes do Grupo da Qualidade e o do coordenador da qualidade da

Dimel. O tema abordado foi Relacionamento Inmetro x RBMLQ.

0

2

4

6

8

1 0

1 2

treina

men

to

ident

if.ras

treab

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prop

ried.

clien

te

cont

r.pro

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r.equ

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cont

r.pro

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a d e q u a d o

re c o m e n d á v e l p o ré m d if í c il d e im p le m e n ta r

46

TEMA: RELACIONAMENTO INMETRO X RBMLQ

Pergunta básica:

a) Quais são os principais problemas?

1- Rotatividade da direção dos IPEM’s

Os órgãos da RBMLQ são em sua maioria órgãos estaduais e portanto sujeitos às

determinações e particularidades de seu governo estadual. Na maioria dos casos os cargos

de diretoria são designações do governo estadual e mudam na medida em que mudam tais

governos e suas legendas;

2- Cargos técnicos preenchidos por força política

À semelhança do item anterior a influência política dos governos estaduais em

alguns casos também afeta a designação de pessoal para a área técnica e nem sempre essa

designação atende a preceitos de qualificação técnica;

3- Aumento do número de fiscalizações em detrimento da qualidade

A política de produtividade dos órgãos delegados estimula a realização de um

número maior de verificações metrológicas em detrimento da qualidade dos serviços;

4- Conflito de interesses (fiscal tem vínculo de amizade com os comerciantes)

A designação de um mesmo metrologista para uma determinada área geográfica

pode facilitar o desenvolvimento de um clima de camaradagem num nível não adequado à

preservação da independência da atividade de verificação metrológica.;

5- Acompanhamento de denúncias não eficaz (não é visível)

O tratamento dado às denúncias relativas aos comerciantes não é eficaz e de pouca

visibilidade dificultando o acesso e rastreabilidade dos registros dessas denúncias. De

modo geral os órgãos da rede não têm uma sistemática forma para o tratamento de

reclamações, denúncias etc.;

6- Mecanismo de cobrança de desempenho não está definido ou não está implementado e

é dependente da força política de cada IPEM em particular.

47

Esse é um aspecto fundamental e objeto do presente estudo. Embora o contrato de

convênio estabelecido entre Inmetro e RBMLQ tenha estabelecido provisões relativas às

metas de desempenho esperados (cláusulas 3.8 e 11 do convênio- ver anexo), as mesmas

não foram efetivamente implementadas até por falta de procedimentos que

operacionalizem tais provisões;

7- Heterogeneidade de estrutura, equipamentos e competência do pessoal entre IPEM’s

Existe uma grande diversidade de níveis dos órgãos da rede no que se refere às

instalações, qualificação do pessoal, equipamentos, veículos etc. Essa diversidade resulta

na prática em níveis de qualidade diferentes, o que é fortemente inadequado à esse tipo de

atividade;

8- Falta de definição da missão da equipe auditora do Inmetro;

A equipe auditora do Inmetro que atua no momento na avaliação da rede tem um

escopo de atuação que na prática é apenas uma checagem da utiilzação dos selos ou marcas

de verificação distribuidos pelo Inmetro para identificar os equipamentos de medição

verificados.;

9- Dificuldade em dispor, durante as verificações, do conjunto de portarias de aprovação e

demais documentos necessários

O conjunto de procedimentos, portarias de aprovação e outros documentos

pertinentes é grande o bastante para dificultar ao metrologista portá-los ao realizar as

atividades de verificação metrológica. Essa dificuldade faz com que nem sempre o

metrologista disponha de um determinado documento que serviria para dar suporte ao seu

trabalho, numa confirmação de requisito, para dirimir alguma dúvida de entendimento etc;

10- Falta de procedimento, em alguns casos

No momento, nem todos os procedimentos necessários para a adequada realização

das atividades de verificação metrológica estão disponíveis;

11- Falta de definição do perfil requerido dos metrologistas do Inmetro e IPEM

Não existe um padrão estabelecido e implementado de perfil de qualificação do

metrologista. Historicamente sabe-se que muitos dos que atuam hoje como metrologistas

48

eram motoristas que aos poucos foram sendo utilizados como ajudantes, até serem

considerados aptos e atuarem independentemente, sem na verdade terem sido

adequadamente treinados e instruídos dos preceitos e conhecimentos básicos da função;

12- Alguns treinamentos são realizado pelos próprios IPEM’s sem supervisão do Inmetro

Esse aspecto não necessariamente representa um problema. Ele o é se o treinamento

estiver provendo instruções equivocadas que possam deturpar os objetivos da atividade. Na

estrutura atual, onde a supervisão do Inmetro, através das já mencionadas auditorias, não é

eficaz o risco de treinamentos inadequados existe ;

13- Postura do fiscal inadequada em alguns casos- apresentação pessoal, independência,

etc

Nem todos os metrologistas atuam com a correta apresentação, diplomacia e até

mesmo educação. Sabe-se que existem casos em que os mesmos valendo-se do uniforme e

da autoridade a eles delegada de poder de policia, mesmo que limitado ao escopo das

verificações metrológicas, demonstram em alguns casos uma atitude autoritária;

14- Não precisão e inconsistência dos autos de lavratura de infração

Em função do despreparo de alguns dos metrologistas e outras deficiências de

estrutura dos órgãos da rede, é alto o índice de inconsistência e falta de precisão dos autos

lavrados pelos mesmos durante suas atividades, gerando em conseqüência, um grande

volume de retrabalho para se dar disposição a cada um desses processos;

15- Não existe tabela padrão de valores de multas

Ainda não se tem uma tabela de referência que possa ser utilizada por todos os

órgão da rede ao aplicarem as multas. A aplicação das multas é feita nas instalações do

órgão delegado após a lavratura dos autos em campo pelos metrologistas. Alguns órgãos

delegados estabeleceram tabelas mas elas são diferentes entre si, resultando em abordagens

diferenciadas entre os órgãos da rede, para um mesmo tipo problema evidenciado numa

verificação metrológica;

16- Não há rastreabilidade eficaz de padrões

A calibração da forma como é feita atualmente não tem como comprovar a necessária

49

rastreabilidade que dê suporte à confiabilidade das medições;

17- Falta suporte institucional ao metrologista

Existem situações em campo em que o metrologista se sente desprestigiado e sem

apoio por parte de seus empregadores. Se por um lado ele nem sempre atua com adequação

por falta, dentre outras coisas, da devida supervisão, treinamento etc, por outro, ele não se

sente seguro em tomar posições firmes que exijam um apoio institucional claro.

b) Quais são as possíveis soluções?

1- Estabelecer requisitos de formação e experiência para o cargo de Diretor Técnico dos

Ipem’s

Há a necessidade de se estabelecer alguns preceitos mínimos de perfil para o cargo de

diretor de um órgão delegado. Embora seja um cargo que não necessita uma aprofundado

conhecimento técnico do universo de metrologia legal, exige um mínimo de

conhecimentos, especialmente na área de gestão;

2- Idem ao 1) para todo o corpo técnico.

Os cargos essencialmente técnicos exigem uma definição clara do perfil de qualificação

necessário. O metrologista deve ter um treinamento específico para cada área de

atuação(ver 5.2.1, 5.3.1.4 e 8.3);

3- Estabelecer controle do índice de insubsistência e controle de metas/cotas.

A idéia aqui é se estabelecer uma sistemática que identifique claramente os processos

insubsistentes e controle o atingimento das metas e cotas. Na verdade outras provisões

sugeridas neste trabalho como por exemplo, a qualificação dos metrologistas, afetarão

esses índices de forma relevante e fatalmente reduzirão esses índices indesejáveis de

insubsistência, que além de invalidarem boa parte das verificações, requerem como já dito

anteriormente, um retrabalho para se definir sua disposição;

4- Estabelecer tempo padrão de execução de cada tipo de verificação metrológica para

servir de referencia

Uma das maneiras de se evitar o aumento indesejado daquela produtividade que

representa diminuição da qualidade é se estabelecer um tempo padrão para cada tipo de

50

verificação metrológica, que sirva de referência ao se determinar a capacidade instalada de

um órgão delegado.

5- Reduzir tempo padrão de execução por eliminação de atividades supérfluas

Para tornar mais eficiente o trabalho de verificação em termos de produtividade uma

das formas é criar-se uma rotina otimizada, que elimine as etapas supérfluas e seqüências

equivocadas, evitando perda de tempo;

6- Utilização de “palm tops”

Graças à tecnologia, hoje é possível, com o uso de palm tops, diminutos

computadores, se armazenar e portar um grande volume de informação. É uma solução

adequada e relativamente acessível para a questão do metrologista precisar consultar

muitos documentos durante suas atividades;

7- Estabelecer procedimentos para acompanhamento de denúncias

Há a necessidade dos órgãos delegados estabelecerem procedimentos para

tratamento de denúncias relativas às atividades dos comerciantes. Os procedimentos devem

garantir a rastreabilidade dos registros decorrentes e permitir visibilidade do tratamento

dado a essas denúncias;

8- Estabelecer mecanismo de punição - descredenciamento, desconveniamento, suspensão

etc

Há a necessidade de estabelecer algum tipo de dispositivo que obrigue os órgãos

delegados se adequarem aos padrões considerados adequados pelo Inmetro. Claro que

antes disso esses padrões devem ser estabelecidos. O dispositivo proposto neste trabalho

compõe-se das etapas de avaliação, monitoramento, suspensão e até cancelamento. Os

resultados das auditorias são neste caso o elemento objetivo para se proceder a esse

dispositivo (ver ações de avaliação e monitoramento em 5.3);

9- Analisar a possibilidade de outros órgãos públicos se habilitarem à atividade de

controle metrológico de forma a se ter uma alternativa aos Ipem’s

Essa provisão está intrinsicamente ligada ao item anterior. Ela possibilita uma

alternativa aos órgãos delegados que não conseguem sistematicamente, atender aos

51

padrões de qualidade adequados. Legalmente o Inmetro pode se utilizar de outros órgãos

públicos, universidades e outros para realizarem a mesma tarefa atualmente delegadas aos

Ipem's;

10- Estabelecer padrão para os Ipem`s no que se refere a estrutura, equipamento,

capacitação pessoal, SQ, etc

Essa provisão também e objeto desse estudo (ver 5.2. e 5.3) e é o estabelecimento de

requisitos referentes aos elementos citados que devem ser atendidos para se ter uma

qualidade adequada dos serviços delegados;

11- Prover os recursos necessários considerando o valor estratégico de cada unidade de

IPEM para a política de controle metrológico

O Inmetro tem a responsabilidade de prover recursos aos órgãos delegados na

medida em que tais recursos estejam alinhados com as políticas do Inmetro de

desenvolvimento da rede e do estabelecido nos convênios;

12- Estabelecer tabela de multas considerando o porte da empresa e o tipo de falha

Há a necessidade de se estabelecer uma tabela de referência que possa ser utilizada

por todos os órgão da rede ao aplicarem as multas. O Inmetro deve coordenar esse

processo. (ver 5.2.5);

13- Estabelecer Sistemática de Gestão da Rastreabilidade

Há a necessidade de se estabelecer uma sistemática que permita rastrear cada

processo de verificação metrológica. Essa necessidade é abordada neste trabalho nas ações

de avaliação e monitoramento(ver 5.3);

14- Definir elementos de SQ a serem cumpridos pelos Ipem’s

Os elementos de sistema de gestão da qualidade que, num primeiro momento são

sugeridos a serem incluídos como requisitos a serem atendidos pelos órgãos da RBMLQ;

15- Padronizar modelo de autuação

Esse item está diretamente vinculado à criação de uma tabela única de aplicação de

multas. No seu bojo essa tabela estabelecerá um modelo de autuação;

52

16- Prover suporte institucional ao metrologista do Ipem

Na medida em que a alta administração do órgão delegado se comprometer e

atender com sucesso o estabelecimento de provisões em atendimento aos requisitos de

sistemas de gestão propostos por esse trabalho, especialmente os delineados em 5.3.1.3,

esse apoio institucional estará assegurado

Para que se possa ter uma visão mais estruturada dos resultados do brainstorm, os

mesmo estão apresentados a seguir na Tabela 1 com indicação do item do modelo de

abordagem (ações de gestão de avaliação e monitoramento) estabelecido no capítulo 5 que

lida com cada problema e solução específicos propostos no brainstorm.

Problema Solução Ação de Gestão Ação de Avaliação eMonitoramento

1 1 5.2.1 5.3.1.4

2 2 5.2.1 5.3.1.4

3 3 5.2.1 5.3.1.7

4 - 5.2.1 5.3.1.4

5 7 - 5.3.1.9 / 5.3.1.11

6 8 Todos Todos

7 10 Todos Todos

8 14 5.2.1 5.3

9 6 - 5.3.1.7

10 10 5.2.1 5.3.1.7

11 2 5.2.1 5.3.1.4

12 - 5.2.1 5.3.1.4

13 10 5.2.1 5.3.1.11 / 5.4.2

14 3 5.2.1 5.3.1.4

15 12 5.2.5 -

16 13 - 5.3.1.5

17 16 - 5.3.1.3

Tabela 1 – Matriz problemas x ações propostas (Fonte: Próprio Autor)

5 PROPOSTA DE SOLUÇÕES – DELINEAMENTO DO MODELO DE

ABORDAGEM

5.1 Considerações gerais

Considerando a análise dos resultados das pesquisas incluídas neste trabalho,

algumas áreas foram detectadas como sendo as que precisam maior atenção pelos gestores

do processo de delegação dos serviços metrológicos. As áreas ou elementos em questão

são qualificação e carência de pessoal, obsolescência de equipamentos, calibração e

veículos. As áreas relativas à carência de pessoal, obsolescência de equipamentos e

veículos são especialmente ligadas à provisão de recursos provenientes dos próprios órgãos

da RBMLQ ou até do Inmetro se estiverem alinhados com as políticas de alocação de

recursos desta instituição.

As ações recomendadas em função desta pesquisa são de duas naturezas:

a) Parte das ações devem ser no sentido de fortalecer os órgãos delegados naqueles

aspectos carentes na forma de suporte técnico, treinamento e até suporte

financeiro, quando isso for considerado estratégico com relação às metas do

Inmetro de desenvolvimento de seus fornecedores.

b) A outra parte das ações são as medidas que instalarão um modelo de avaliação e

monitoramento da competência dos órgãos delegados.

De um modo geral todos os elementos detectados na pesquisa são objeto de um

sistema de gestão da qualidade, ou seja, ao se implantar e implementar um sistema de

gestão da qualidade estaremos cobrindo necessariamente os requisitos da norma que serve

de referência, e ela inclui tais elementos.

54

5.2 Ações de Gestão

As ações de gestão necessárias estão basicamente identificadas nos resultados do

questionário e do brainstorm.

A Dimel deve prover recursos ou se preparar em áreas e aspectos como se segue:

5.2.1 Qualificação de Pessoal

A Dimel deve estabelecer um perfil recomendado para cada uma das funções

essenciais da atividade de um órgão de verificação metrológica (ver 8.3- Minuta Norma de

Qualificação). Em função disso deve preparar uma estrutura de treinamentos em módulos

para a devida qualificação dos técnicos. A responsabilidade por ter pessoal competente

ainda é do órgão delegado mas a Dimel deve disponibilizar recursos em termos de

conhecimento para que isso se torne realidade.(ver comentário relevante em 5.3.1.4 a

seguir)

A necessidade de pessoal sinalizada pelas respostas obtidas pode, após um

adequado tratamento da questão da qualificação, ser minimizada em função de uma

decorrente melhor utilização dos recursos humanos já existentes.

5.2.2 Calibração

À semelhança do item anterior a calibração é responsabilidade do órgão delegado

(ver clausula 3 item 3.4 do Convênio, Anexo 2), entretanto a Dimel deve prover os

recursos em termos de disponibilizar o serviço de calibração em tempo hábil e custo

adequado.

5.2.3 Equipamentos de medição

Modernização dos equipamentos de medição e renovação e/ou aumento da frota de

veículos destinados aos serviços de verificação metrológica. Esses aspectos exigirão uma

análise mais apurada pois exigem uma alocação vultosa de recursos financeiros e uma ação

nesse sentido deve estar alinhada com a política estratégica e orçamento do Inmetro.

55

5.2.4 Estrutura para gerenciamento do processo de avaliação e monitoramento.

A Dimel deve se estruturar para poder gerenciar todo esse processo de avaliação e

de monitoramento. Isto exigirá um grande esforço de trabalho, organização e

desenvolvimento de competências especialmente na qualificação de auditores. Aqui

podemos responder uma das questões dessa pesquisa:

“A Dimel tem estrutura e recursos adequados para gerenciar um processo de

avaliação e monitoramento da RBMLQ ?”

Podemos dizer que a Dimel tem pessoal adequado em termos de número de

técnicos. Há necessidade entretanto de se dar seguimento ao desenvolvimento de

competências já iniciado e que já qualificou 12 auditores internos. É necessário também

uma reestruturação do quadro de técnicos disponíveis e alocar adequadamente as novas

tarefas. O investimento em recursos financeiros não deverá ser vultoso já que os custos de

realização de auditorias já existe. Os novos custos serão basicamente referentes a alguns

equipamentos de informática e na capacitação de pessoal.

5.2.5 Tabela de Multas

A Dimel deve reunir os órgãos da RBMLQ e estabelecer uma Tabela de Multas

consensada para permitir uma abordagem homogênea em todo país e evitar distorções

indesejadas.

5.3 Ações de avaliação e monitoramento

O trabalho realizado pelos Ipem’s envolve 3 grandes aspectos:

1) o aspecto técnico relativo aos conceitos de verificação metrológica que envolve

basicamente a qualificação dos técnicos em cada uma das áreas de verificação, ou seja,

pré-medidos, volume, massa, massa específica, segurança e meio ambiente, elétrica e

saúde;

2) o aspecto técnico relativo à estrutura em termos de métodos, equipamentos,

instalações envolvendo, entre outras, questões relativas à calibração e rastreabilidade; e

3) o aspecto relativo à fiscalização em si, que envolve conceitos de ética, postura,

conhecimento de legislação aplicável, emissão de multas etc.

56

Para que se tenha um controle adequado é necessário que a avaliação contemple

esses três aspectos.

A abordagem de Sistemas de Gestão aplicada à essa situação de delegação dos

serviços de verificação metrológica do Inmetro para os órgãos da RBMLQ se configura à

semelhança do relacionamento entre uma empresa e seus fornecedores, contemplando a

chamada avaliação de 2º parte, onde a primeira parte é o comprador, no caso o Inmetro que

de certa forma adquire os serviços delegados, e a segunda parte é o fornecedor dos serviços

, no caso os órgãos da RBMLQ.

Num relacionamento desse tipo é interesse do comprador desenvolver os

fornecedores, de modo que a confiança nos serviços por eles prestados aumenta e na

mesma proporção são reduzidos os esforços despendidos na verificação da qualidade

desses mesmos serviços. Por isso é importante que se tenha uma noção precisa da situação

no que se refere à qualidade dos serviços prestados , para que se possa delinear ações

direcionadas à correção das eventuais falhas, desvios e carências.

O modelo apresenta alguns elementos necessários para a implantação e manutenção

do mesmo. Existe um conhecimento já largamente experimentado no que se refere ao

credenciamento de organismos ou certificação de organizações que serve perfeitamente

como base para criação dessa sistemática ou modelo de abordagem. Esse conhecimento

permeia as idéias descritas a seguir.

Basicamente o que é necessário existir é:

- um critério para servir de referência durante a avaliação do organismo;

- um procedimento de avaliação;

- um procedimento de decisão quanto a aprovação ou não e,

- um procedimento para supervisão, suspensão, cancelamento, redução de escopo

e extensão de escopo.

5.3.1 Critério

O critério é o conjunto de requisitos que se entende necessários para atingir

determinado grau de confiança no que está sendo provido pelo fornecedor, no caso o órgão

delegado. O critério no nosso caso contém alguns elementos extraídos da ISO 9001/2000,

sendo que destes alguns foram incluídos em função dos resultados das pesquisas descritas

neste trabalho e outros por serem considerados importantes para compor o critério, já que

57

têm uma essência de controle e/ou são indicadores que servem de base para se estabelecer

um processo de melhoria.

Além desses elementos da ISO 9001/2000 foram incluídos requisitos relativos ao

comportamento esperado do Metrologista quando de sua atuação em campo, em contato

com o cliente. São requisitos que contém aspectos de ética, postura, conhecimento da

legislação aplicável e de aplicação de multas.

5.3.1.1 Controle de documentos

Esse elemento da norma tem como essência garantir que os documentos do sistema

de gestão da qualidade sejam distribuídos àqueles que o necessitam, em sua revisão mais

atual e prevenir que os documentos obsoletos sejam indevidamente utilizados. No caso

específico deste trabalho estaremos utilizando apenas parte de um sistema de gestão da

qualidade. Espera-se por parte dos órgãos delegados, o estabelecimento de uma

sistemática formal de controle de documentos que cubra os documentos, existentes e

essenciais para a realização das atividades.

5.3.1.2 Controle de registros

Esse elemento da norma objetiva estabelecer condições para se ter registros da

qualidade claramente definidos, devidamente mantidos e de fácil acesso, permitindo a

devida rastreabilidade dos processos executados. Os registros da qualidade dão suporte à

execução das atividades e são evidência do cumprimento ou não dos procedimentos

prescritos pelo sistema de gestão da qualidade. A exigência aplicada aos órgãos delegados,

requererá que os mesmos determinem quais são os registros que devem ser preservados em

cada processo de verificação metrológica, de forma a permitir uma adequada

rastreabilidade desses processos. A identificação desses registros da qualidade deve

objetivar aqueles que são fundamentais, que contenham a informação necessária para a

tomada de decisão com relação à verificação metrológica em cada caso específico. Devem

ser definidos também os tempos de retenção dos registros da qualidade, ou seja, por

quanto tempo é necessário se manter tais registros. O usual é um tempo de 5 anos, mas, há

casos em que alcança 15 anos, dependendo da responsabilidade do processo e da área de

atividade.

58

Os registros devem ser organizados de forma a permitirem fácil acesso e devem ser

legíveis.

5.3.1.3 Comprometimento da direção

Este elemento da norma é essencial para que o sistema de gestão da qualidade

tenha os recursos necessários para ser implementado e haja continuidade. A norma aqui

exige que a alta administração formalize seu comprometimento com o atendimento às

prescrições da mesma e estabelece alguns aspectos que objetivamente devem ser

evidenciados.

A alta administração deve:

a) deixar claro para seus funcionários a importância em atender os requisitos dos

clientes assim como atender aos requisitos regulamentares existentes para as

atividades desempenhadas pela empresa;

b) estabelecer a política da qualidade que na verdade é uma declaração que contém

em poucas linhas a filosofia de trabalho da empresa no que se refere aos seus

objetivos relativos ã qualidade. Essa política deve ser elaborada e divulgada de

tal forma que seja percebida no dia a dia da empresa, permeie suas atividades e

decisões;

c) estabelecer os objetivos da qualidade que necessariamente devem refletir a

política da qualidade. Além dos objetivos devem ser estabelecidas as metas

para cada objetivo, ou seja, tornar mensuráveis os objetivos delineados. Essas

metas devem ser estabelecidas por determinado período e depois revisadas

tendo sempre a intenção de melhorar cada vez mais os resultados evidenciados

pelos indicadores- melhoria contínua;

d) conduzir periodicamente reuniões de análise crítica pela alta administração e

manter registros das mesmas. Essa reuniões tem o caráter de avaliar a

adequação do sistema de gestão da qualidade que está sendo utilizado. Essa

crítica toma como base o resultado das auditorias internas, reclamações de

clientes, indicadores de desempenho e outros. É um momento de se ajustar

eventuais desvios de trajeto, ou equívocos de concepção do sistema de gestão.

As decisões tomadas nessas reuniões deve ter um acompanhamento formal de

sua execução;

59

e) assegurar a disponibilidade de recursos. Para a adequada consecução das

atividades da empresa é necessário que os recursos elencados como essenciais

sejam assegurados pela alta administração. Inclui-se aí os recursos de pessoal

qualificado, instalações, equipamentos, tecnologia etc. Em resumo, a empresa

só poderá ter sucesso se após definir o escopo de suas atividades tiver

condições de prover os recursos necessários para dar suporte à essas atividades.

5.3.1.4 Treinamento

Este elemento da norma requer que a organização, no caso os órgãos delegados,

inicialmente determinem quais são as funções existentes que são essenciais para a

realização, com qualidade, dos serviços de verificação metrológica. Devem determinar

então quais são as competências necessárias à cada uma das funções elencadas.

A partir dessas competências, consideradas necessárias, é então identificado o perfil

de cada função onde se estabelece requisitos de formação, qualificação e experiência.

Comparando-se esses requisitos com um diagnóstico da situação atual, isto é, um

levantamento da situação do quadro com relação àqueles aspectos, podemos estabelecer

um programa de necessidades de treinamento, que na verdade objetiva adequar o quadro de

funcionários ao padrão estabelecido.

Após a realização de cada treinamento deve-se avaliar a sua eficácia, o que pode

ser realizado, dentre outras formas, através de resultados de auditoria interna, entrevistas

com os supervisores do treinando e com o próprio.

É importante também que todo o pessoal esteja consciente da importância de suas

atividades e como eles contribuem para o alcance dos objetivos da qualidade. Além das

competência inerentes às atividades técnicas específicas é necessário prover

conhecimentos relativos a conceitos de ética e postura que são aplicáveis a todos

integrantes do quadro, já que de alguma forma interagem com clientes.

5.3.1.5 Identificação e rastreabilidade

Este elemento da norma tem o objetivo de garantir que cada processo ou fase de

processo seja perfeitamente identificável permitindo a rastreabilidade dos mesmos. Na

situação dos órgãos delegados a identificação refere-se por exemplo à numeração, nome do

60

cliente etc. dos processos de verificação metrológica de forma que haja uma clara e única

identificação de cada processo em particular, durante a realização de cada fase e após sua

finalização. Este elemento é estreitamente ligado ao controle de registros,

complementando-se reciprocamente.

5.3.1.6 Propriedade do cliente

Aqui a preocupação é com a preservação da propriedade do cliente. Esta situação

ocorre nos casos em que instrumentos de medição tenham que ser mantidos por um tempo

determinado sob a guarda dos órgãos delegados. Há então necessidade se ter estabelecidas

provisões relativas à preservação deste equipamento que incluem, identificação,

verificação e salvaguarda.

5.3.1.7 Controle de produção e fornecimento de serviço

A essência deste elemento da norma é requerer que os órgãos delegados realizem o

serviço de verificação metrológica sob condições controladas. Essas condições controladas

incluem:

- planejar as atividades de verificação metrológica e tornar disponível aos

metrologistas

- toda informação relevante para a atividade incluindo instruções de trabalho

quando necessárias;

- utilizar equipamentos adequados na realização das atividades de verificação

metrológica;

- tornar disponíveis e utilizar dispositivos de monitoramento e de medição das

suas atividades de verificação metrológica;

- implementar atividades pós-realização das atividades de verificação metrológica

quando se fizerem necessárias.

5.3.1.8 Controle de dispositivos de medição e monitoramento

Os órgãos delegados devem garantir que os dispositivos/equipamentos de

medição:

61

- Sejam calibrados ou verificados a intervalos especificados ou antes do uso,

contra padrões rastreáveis aos padrões nacionais ou internacionais; quando tais padrões

não existirem a base utilizada para calibração deve ser registrada;

- Sejam ajustados ou reajustados conforme necessário;

- Sejam identificados para permitir que a situação da calibração seja determinada;

- Sejam protegidos de ajustes acidentais que poderiam invalidar o resultado da

medição;

- Sejam protegidos de danos e deterioração, durante manuseio, manutenção e

guarda.

Adicionalmente os órgãos delegados deverão avaliar e registrar a validade de

resultados de medições anteriores quando o equipamento é encontrado fora dos padrões

(acima da tolerância de calibração).

5.3.1.9 Monitoramento do serviço metrológico

Os órgãos delegados devem estabelecer procedimento para garantir que o serviço

de verificação metrológica (laudo de aprovação, reprovação, etiqueta, multa etc) não seja

entregue sem que todas as etapas previstas sejam realizadas.

5.3.1.10 Satisfação dos clientes

Os órgãos delegados devem estabelecer procedimentos para avaliar a satisfação de

seus clientes com relação aos serviços metrológicos prestados. Os clientes são os

comerciantes, fabricantes de pré-medidos, cidadãos e fabricantes de equipamentos de

medição.

5.3.1.11 Controle de produto não conforme

Os órgãos delegados devem assegurar que o serviço metrológico que tenha sido

detectado como não conforme seja identificado e controlado para evitar que seja

indevidamente utilizado. Devem ser mantidos registros das não conformidade detectadas e

das ações corretivas tomadas.

62

5.3.1.12 Conduta durante as atividades de verificação metrológica

Os metrologistas ao realizarem os serviços no campo devem seguir alguns preceitos

relativos à sua conduta como:

- diplomacia

- independência

- clareza

- objetividade

- imparcialidade

- honestidade

- conhecimento da legislação aplicável

- utilização adequada de normas e formulários

- outros a serem definidos

5.4 Avaliação da RBMLQ

A avaliação dos órgãos delegados é feita em duas etapas:

5.4.1 Auditoria nas instalações

A primeira etapa é a auditoria a ser realizada pela Dimel nas instalações dos órgãos

delegados. Nesse momento deve-se verificar o atendimento às prescrições do critério

acima descritos. A auditoria tem a mesma abrangência do escopo de atividades já

realizadas atualmente pelo órgão delegado, isto é, faz-se uma verificação da competência

do órgão delegado em atuar naquelas áreas. Os órgãos delegados devem prover evidências

de uma sistemática implantada e implementada em atendimento a cada prescrição e para

todo o escopo, ou seja, procedimentos estabelecendo como fazer e registros evidenciando

que foram feitos daquela forma. Nessa ocasião são também verificadas as condições das

instalações utilizadas, adequação dos equipamentos, calibração, manutenção, que são

aspectos incluídos em 5.3.1.8 acima.

63

5.4.2 Auditoria Testemunha

A outra etapa refere-se à uma auditoria chamada de testemunha que é o

acompanhamento da realização dos serviços metrológicos em campo em pelo menos uma

das atividades delegadas. Nesta auditoria testemunha a Dimel estará auditando a

competência de uma equipe de fiscalização em aspectos como:

- adequação do equipamento, formulários e procedimentos utilizados;

- qualificação da equipe;

- ética e postura;

- adequação da aplicação de multas, etc.

5.4.3 Resultado da Avaliação

O resultado da avaliação é a compilação dos resultados das duas etapas ou seja a

auditoria nas instalações e a auditoria em campo.

O resultado deve gerar como registro 2 relatórios referentes às duas auditorias. As

não conformidades detectadas devem ser formalmente apresentadas ao órgão delegado

auditado ainda por ocasião da auditoria, numa reunião de encerramento, ocasião em que o

auditado pode questionar a adequação da emissão da não conformidade e o auditor líder,

por sua vez, deve mostrar evidência suficiente que provenha suporte para sua emissão.

Não–conformidade: Ausência de, ou a falha em implementar ou manter, um ou

mais requisitos de sistema de gestão da qualidade da norma de referência, ou uma situação

que iria, com base em evidência objetiva disponível levantar dúvida significativa quanto à

qualidade do que a organização está fornecendo. (IAF Guidance on the Application of

ISO/IEC Guide 62:1996, p.5)

5.5 Processo de decisão

Em função dos resultados da avaliação do órgão da RBMLQ a Dimel deve decidir

quanto à aprovação ou não daquele processo de concessão (para novas delegações) ou

manutenção da delegação. Antes da submissão do processo de avaliação as NC detectadas

devem ser fechadas nos prazos estabelecidos.

Considerando que os órgãos já são delegados e operam há bastante tempo é

64

razoável que se dê um prazo de transição para adequação aos novos critérios. Dessa forma

num primeiro momento muitas não conformidades serão detectadas e mesmo assim para

que não haja descontinuidade dos serviços de verificação metrológica, as delegações serão

mantidas.

A partir do fim desse prazo de transição - 6 meses - as não conformidades

eventualmente detectadas deverão atender a prazos previamente estabelecidos – 3 meses -

à semelhança de sistemas de avaliação semelhantes.

A aprovação delimita o escopo de atuação do órgão delegado e corresponde

inicialmente às atividades já em execução pelo mesmo no início desse processo. Entretanto

ao longo dessas avaliações é possível que novas situações possam ocorrer, como por

exemplo haver necessidade de expansão de escopo, redução de escopo, suspensão da

delegação e por fim o cancelamento. De maneira geral há a tolerância dos três meses e se

mesmo assim a conformidade não for alcançada mais um prazo é dado para nova

verificação. Se ainda assim persistir o problema a Dimel pode optar pela determinação da

redução de escopo, suspensão ou até mesmo cancelamento, o que for mais adequado.

5.6 Sistemática de acompanhamento

O acompanhamento é a realização de avaliações periódicas anuais, chamadas de

auditorias de supervisão, com o mesmo espírito da avaliação inicial. Entretanto na

realização da auditoria testemunha de supervisão procura-se sempre verificar uma

atividade diversa da auditoria testemunha anterior, de forma a cobrir todo o escopo de

atividades delegadas em um tempo determinado de 4 anos. Em função disto, deve ser

estabelecida uma programação de auditorias testemunha para cada órgão delegado, que

terão mais ou menos auditorias testemunhas na medida em que tiverem mais atividades

delegadas. Ainda em função disto o processo de aprovação no acompanhamento é feito

para cada auditoria (instalações ou testemunha) já que haverão casos em que num mesmo

ano o órgão delegado terá uma auditoria nas instalações e mais de uma testemunha. As NC

detectadas devem estar fechadas por ocasião da análise dos processos de supervisão.

5.7 Auditores

Os auditores da Dimel devem ter qualificação formal de no mínimo auditor interno

65

o que significa ter participado de curso formal de auditor interno e ter participado como

treinando em pelo menos uma auditoria. A equipe auditora deve ser formada de maneira

que os que os seus componentes em conjunto, apresentem a competência necessária para

auditar os escopos objeto da avaliação. Entenda-se por escopos as áreas de atividade do

órgão delegado como por exemplo, pré-medidos, medidor de energia, taxímetro etc. A

competência para cada atividade se faz mais importante nas auditorias testemunhas onde

os detalhes da verificação metrológica exigem um conhecimento específico para permitir a

sua avaliação.

6 CONCLUSÕES

6.1 Adequação entre os objetivos da pesquisa e os resultados

É importante salientar que o presente trabalho, embora tenha detectado áreas que

apresentam carências relativas às atividades de controle metrológico delegadas à RBMLQ,

tem como viés a melhoria da qualidade desses serviços e absolutamente não deve ser

utilizado como uma crítica negativa dos serviços prestados pelo Inmetro e seus delegados.

O foco principal da investigação, a situação eleita como problema, refere-se à ausência de

um mecanismo eficaz de controle da qualidade dos serviços delegados, mas não

necessariamente significa que esses serviços sejam atualmente, realizados de forma

inconsistente. Como em qualquer trabalho que vise apontar caminhos mais eficazes para

uma dada atividade, as áreas carentes são assim por dizer o alimento desse processo assim

como as reclamações de clientes podem indicar, em qualquer empresa, novas e adequadas

soluções.

Os objetivos previstos pelo trabalho foram alcançados. Tem-se agora um

diagnóstico claro de áreas carentes, identificadas tanto pelos órgãos da RBMLQ quanto

pelos técnicos da Dimel que se expressaram através do brainstorm e por entrevistas.

Também ficou estabelecido, um Modelo de Abordagem de Avaliação e Monitoramento

dos serviços delegados à RBMLQ, com uma interpretação sucinta da aplicação dos

requisitos de SGQ ao caso específico da rede. Deve ficar claro, que o modelo aqui

apresentado se restringiu à alguns elementos da ISO 9001/2000 que são considerados

essenciais num primeiro momento e passíveis de serem atendidos pelos Órgãos da Rede.

Na medida em que se alcançar resultados satisfatórios de implantação e implementação

desses requisitos, os mesmos devem ser ampliados até que complementem a norma.

d) As 3 questões apresentadas em 1.4, a saber:

67

-“Quais são os aspectos mais deficientes das atividades de verificação

metrológica?;

- É viável estabelecer como requisito para os órgãos delegados, a implantação de

um sistema da qualidade ou parte dele, com base nas normas da série ISO 9000?; e

- A Dimel tem, no momento, estrutura e recursos adequados para gerenciar um

processo de avaliação e monitoramento da RBMLQ?”, foram respondidas ao longo do

trabalho e explicitamente nos itens 4.5, 4.6 e 5.2.4.

Na verdade a Dimel tem condições de, com um adequado planejamento, alocar recursos

necessários para a implantação e implementação da sistemática proposta no modelo de

abordagem com suas ações aqui chamadas de Gestão e de Avaliação e Monitoramento. As

deficiências sinalizadas pela pesquisa indicam áreas prioritárias de melhoria mas mesmo

assim não denotam uma situação alarmante e sim caminhos a serem seguidos para

melhorar a qualidade dos serviços delegados. A proposta do Inmetro exigir da RBMLQ o

atendimento a alguns requisitos de SGQ teve um alto índice de aceitação e isso confirma a

adequação da mesma. A proposta está ainda alinhada com os conceitos atuais de

descentralização das atividades com a devida supervisão e com as responsabilidades

claramente definidas para as partes envolvidas.

6.2 Recomendações

A partir desse trabalho é possível e recomendável que se elabore um detalhamento

das ações de gestão e também das ações de avaliação e monitoramento de forma a

operacionalizar essas idéias. Esse detalhamento é necessário já que o presente trabalho, de

caráter exploratório, tem apenas a intenção de delinear um modelo de abordagem, ou seja,

evidenciar caminhos e ferramentas adequados para o gerenciamento do relacionamento

Inmetro e RBMLQ.

Esse trabalho pode ser utilizado como piloto de um projeto mais abrangente que

tenha como meta a implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade completo em cada

órgão delegado, tornando-os candidatos à certificação ou até credenciamento de seus

laboratórios.

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YIN, Robert. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos, Porto Alegre: Bookman, 2001

8 ANEXOS

8.1 Questionário

QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA SOBRE A RBMLQ #

Nome da

Organização:

Cidade: Estado:

Preenchido por: Tel: Email:

1) Quais são as atividades de verificação metrológica realizadas por sua

organização? Indicar também a porcentagem do total dos existentes, que é

verificada anualmente

Atividade Selecione a atividade Porcentagem estimada

a) pré-medidos

b) taxímetro

c) bomba de gasolina

d) balança

e) hidrômetro

f) radar

g) medidor de energia

h) medidor de gás natural veicular

i) veículo tanque rodoviário

j) pesos padrão

k) medidas padrão de volume

l) termômetro clínico

m) esfigmomanômetro

73

n) metro comercial rígido

o) vagão tanque

p) densímetro

q)

2) Quais são as funções (cargos) existentes em sua organização ligados à atividade de

metrologia legal?

Função Quantidade Função Quantidade

a) Metrologista e) assistente técnico

b) Auxiliar de metrologista f) gerente técnico

c) Motorista g)

d) Diretor h)

3) É feita manutenção dos equipamentos/medidas materializadas/instrumentos de

medição/padrões?

Tipo de manutenção Sim Não Feita por qual organização:

a) corretiva

b) preventiva

4) Qual é o critério/tabela utilizado para estabelecimento de valores de multas?

a) Não há critério estabelecido nem tabela

b) Critério ou tabela anexos

c) Outros

5) É feita calibração dos equipamentos/medidas materializadas/instrumentos de

medição/padrões?

a) sim Feita por:

b) não ---------

74

6) Marque com um ‘x’ os 5 principais problemas (itens de 1 a 27 abaixo).

Instalações -----Equipamentos/medidas

materializadas/instrumentos de

medição/padrões?

---

13-localização

1- calibração 14-manutenção

2- Manutenção 15-tamanho

3- Quantidade insuficiente 16- tipo inadequado

4- Tecnologia atrasada 17- falta de instalações

Pessoal --- Procedimentos/instruções ---

5- quantidade insuficiente 18- faltam procedimentos/instruções

6- falta de treinamento/qualificação 19- procedimentos/instruções não são

claros

7- salário baixo Trabalho ---

Veículos --- 20-muita demanda

8- Manutenção 21- longas distancias

9- Quantidade insuficiente 22-reação adversa do

usuário(comerciantes)

10- 23-preenchimento incorreto dos

laudos/multas

Suporte --- 24-

10-Falta equipamentos informática 25-

11-Falta software 26-

12-Falta material escritório 27-

7. Favor indicar sua opinião sobre a eventual implantação por parte dos IPEM`s dos

seguintes requisitos de Sistema de Gestão da Qualidade prescritos pela ISO

9001/2000.

a) treinamento(ISO 9001/2000 itens 6.22.b,c,d,e.): sua organização deverá identificar

necessidades de treinamento, estabelecer e realizar programa de treinamento.

75

(favor marcar ‘x’ à frente do item selecionado)

Adequado

Recomendável porém difícil de implementar

Inviável

b) Identificação e rastreabilidade: (ISO 9001/2000 item 7.5.3) Sua organização deverá

identificar as fases de cada atividade de verificação metrológica de forma a permitir a

perfeita rastreabilidade das informações de cada processo. (favor marcar ‘x’ à frente

do item selecionado)

Adequado

Recomendável porém difícil de implementar

Inviável

c) Propriedade do cliente: (ISO 9001/2000 item 7.5.4)Sua organização deverá

estabelecer medidas para preservar, contra danos e deterioração, os

equipamentos/instrumentos/padrões de propriedade de usuários que eventualmente fiquem

sob a responsabilidade dela(organização). (favor marcar ‘x’ à frente do item selecionado)

Adequado

Recomendável porém difícil de implementar

Inviável

d) Controle de produção e fornecimento de serviço: (ISO 9001/2000 ítem 7.5.1) Sua

organização deverá:

- planejar as atividades de verificação metrológica e tornar disponível aos metrologistas

toda informação relevante para a atividade incluindo instruções de trabalho quando

necessárias;

76

- utilizar equipamentos adequados na realização das atividades de verificação

metrológica;

- tornar disponíveis e utilizar dispositivos de monitoramento e de medição das suas

atividades de verificação metrológica;

- implementar atividades pós-realização das atividades de verificação metrológica.

(favor marcar ‘x’ à frente do item selecionado)

Adequado

Recomendável porém difícil de implementar

Inviável

e) Controle de equipamentos de medição e monitoramento: Sua organização deverá

garantir que os dispositivos/equipamentos de medição:

- sejam calibrados ou verificados a intervalos especificados ou antes do uso, contra padrões

rastreáveis aos padrões nacionais ou internacionais; quando tais padrões não existirem a

base utilizada para calibração deve ser registrada;

- Sejam ajustados ou reajustados conforme necessário;

- Sejam identificados para permitir que a situação da calibração seja determinada;

- Sejam protegidos de ajustes acidentais que poderiam invalidar o resultado da medição;

- Sejam protegidos de danos e deterioração, durante manuseio, manutenção e guarda.

- Adicionalmente a organização deverá avaliar e registrar a validade de resultados de

medições anteriores quando o equipamento é encontrado fora dos padrões (acima da

tolerância de calibração).

(favor marcar ‘x’ à frente do item selecionado)

Adequado

Recomendável porém difícil de implementar

Inviável

f) Monitoramento do serviço metrológico: Sua organização deverá estabelecer

procedimento para garantir que o serviço de verificação metrológica não seja

entregue(laudo de aprovação, reprovação, etiqueta, multa etc) sem que todas as etapas

previstas sejam realizadas.

77

(favor marcar ‘x’ à frente do item selecionado)

Adequado

Recomendável porém difícil de implementar

Inviável

g) Satisfação de clientes: Sua organização deverá estabelecer procedimentos para avaliar a

satisfação de seus clientes com relação aos serviços metrológicos prestados. Os clientes

são os comerciantes, fabricantes de pré-medidos, cidadãos e fabricantes de equipamentos

de medição.

(favor marcar ‘x’ à frente do item selecionado)

Adequado

Recomendável porém difícil de implementar

Inviável

h) Controle de produto não-conforme: Sua organização deverá assegurar que o serviço

metrológico que não esteja conforme seja identificado e controlado para evitar que seja

indevidamente utilizado. Devem ser mantidos registros das não conformidade detectadas e

ações corretivas tomadas nos serviços realizados por sua organização.

(favor marcar ‘x’ à frente do item selecionado)

Adequado

Recomendável porém difícil de implementar

Inviável

78

8.2 Convênio

CONVÊNIO nº

Convênio que, entre si, celebram o

INSTITUTO NACIONAL DE

METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E

QUALIDADE INDUSTRIAL - INMETRO

e a SECRETARIA

....................................................

O INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E

QUALIDADE INDUSTRIAL - INMETRO, autarquia federal vinculada ao Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC, com sede em Brasília, Distrito

Federal e escritórios técnico-administrativos na Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio

de Janeiro, na rua Santa Alexandrina nº 416, Bairro do Rio Comprido, inscrito no CGC sob

o nº 00.662.270/0001-68, doravante denominado INMETRO, representado neste ato pelo

seu Presidente, Dr.__________________, portador do documento de identidade

nº________, expedido pelo Instituto Félix Pacheco, inscrito no CPF sob o nº

.............................., com residência na Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro,

e a Secretaria ........................................., com endereço ................................., na cidade

............................, inscrita no CNPJ sob o nº ...................................., representada por seu

titular, ......................., portador do documento de identidade nº ...................................,

inscrito no CPF nº ............................., com residência na .........................., considerando

que o Decreto-Lei Federal nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, preconiza a descentralização

da execução material das atividades de competência da União Federal e de suas autarquias,

e tendo em vista que a Lei nº 9933, de 20 de dezembro de 1999 estatui a delegação das

79

atividades do INMETRO a entidades públicas, resolvem celebrar o presente convênio de

cooperação técnica e administrativa, com observância das normas jurídicas aplicáveis, com

pactuação de resultados a serem alcançados, mediante as cláusulas, condições e termos

seguintes:

CLÁUSULA PRIMEIRA - DO OBJETO

Este Convênio tem por objeto a delegação da execução, ao Estado do ............,

através da Secretaria ....................................l, que será o ÓRGÃO EXECUTOR, das

atividades de competência do INMETRO a seguir relacionadas e a pactuação de resultados

a serem alcançados pelo Órgão Executor na consecução das atividades conveniadas. :

1.1 - ATIVIDADES DELEGADAS NA ÁREA DE METROLOGIA LEGAL:

1.1.1 – Verificações inicial, periódica e eventual de instrumentos de medição e medidas

materializadas;

1.1.2 – Inspeção, fiscalização e perícias técnicas de métodos de medição, instrumentos de

medição e medidas materializadas;

1.1.3 – Emissão de laudos técnicos de medição e capacitação para reservatórios, medidas,

medidores, instrumentos de medição, máquinas e equipamentos relacionados com o âmbito

do presente Convênio;

1.1.4 – Autorização de empresas para efetuar o reparo de artefatos metrológicos bem como

a fiscalização das mesmas quanto ao atendimento das características técnicas e

operacionais exigidas para o exercício de sua atividade;

1.1.5 – Perícia e fiscalização concernente ao uso correto das unidades de medida;

1.1.6 – Perícia e fiscalização dos produtos pré-medidos expostos à venda, acondicionados

ou não;

1.1.7 – Lavratura de autos de infração, notificações, autos de apreensão e interdição contra

as pessoas físicas e jurídicas que infringirem as normas legais e os regulamentos técnicos

concernentes à fabricação e utilização de instrumentos de medição e medidas

materializadas, à produção e à comercialização de produtos pré-medidos e ao emprego das

unidades de medida;

1.1.8 – Julgamento dos processos de auto de infrações e imposição de penalidades

administrativas previstas em Lei, no âmbito de sua competência e jurisdição;

80

1.1.9 – Supervisão e auditoria das atividades de auto verificação por fabricantes, dos

postos de verificação e dos instaladores credenciados.

1.2 - ATIVIDADES DELEGADAS NA ÁREA DA QUALIDADE DE BENS E DE

SERVIÇOS:

1.2.1 - Inspeção e fiscalização de produtos têxteis no que concerne à conformidade dos

enunciados de sua composição;

1.2.2 – Inspeção e fiscalização da observância de normas e regulamentos técnicos

pertinentes a bens e serviços;

1.2.3 - Coleta de amostras, interdição e apreensão de produtos;

1.2.4 - Participação em perícias, exames, ensaios ou testes com vistas à emissão de laudos

comparativos, inclusive desempatadores, quando for o caso;

1.2.5 - Lavratura de autos de infração contra as pessoas físicas e jurídicas que infringirem

as normas legais e os regulamentos técnicos concernentes a produtos e a produtos de

certificação compulsória;

1.2.6 – Homologação de empresas de conversão de veículos;

1.2.7 – Verificação de conformidade de produtos e serviços.

1.3 – Poderão ser repassadas ao Órgão Executor através de projeto próprio, com previsão

dos meios e recursos envolvidos na sua consecução, as atividades de fiscalização de

competência de outros organismos governamentais que venham ser objeto de convênio

com o INMETRO.

1.4 – ASPECTOS GERAIS DE RESULTADOS A ALCANÇAR

Os indicadores de gestão, metas a alcançar, medidas e providências pactuados neste

Convênio serão acompanhados e avaliados, semestralmente, por Comitê Consultivo

nomeado pelo Presidente do INMETRO.

1.4.1 - O Comitê Consultivo reportar-se-á diretamente à Presidência do INMETRO.

1.4.2 – Os indicadores e metas a alcançar serão discutidos e pactuados nos primeiros três

meses de vigência deste Convênio.

81

CLÁUSULA SEGUNDA - DO PAPEL DO INMETRO

Ao INMETRO, na qualidade de entidade delegante e concedente, fica reservado e

assegurado o poder de normalizar, superintender e supervisionar a execução das atividades

delegadas, as quais, motivadamente, poderão ter a sua delegação revogada, sempre que o

interesse público o exigir, cabendo-lhe :

2.1 - Aprovar o plano de trabalho, o orçamento e o plano de aplicação anual do Órgão

Executor, que farão parte integrante deste Convênio, alocando os recursos necessários à

consecução das atividades conveniadas, nos termos da Cláusula Quarta.

2.2 - Estabelecer, por atos ou documentos próprios, os procedimentos pertinentes a :

2.2.1 - o fluxo de informações;

2.2.2 - a utilização de equipamentos e viaturas vinculados ao Convênio;

2.2.3 - a especificação de materiais e equipamentos a serem utilizados nas atividades

delegadas;

2.2.4 – os critérios e a sistemática de realização das despesas;

2.2.5 – a metodologia e a formatação da prestação de contas dos serviços realizados e

recursos utilizados; e

2.2.6 - as normas de execução das atividades conveniadas;

2.3 - Realizar auditorias técnicas e auditorias administrativas, financeiras e contábeis da

receita e da despesa, de cujos respectivos relatórios, após ciência da Direção do Órgão

Executor e tramitação administrativa para saneamento das não conformidade, dar-se-á

conhecimento aos órgãos de controle interno e externo da União e do Estado;

2.3.1 - Realizar sindicâncias para apurar e esclarecer quaisquer indícios de irregularidades

na execução das atividades delegadas, as quais, quando comprovadas, ensejarão a

realização de tomadas de contas para apuração de responsabilidades, encaminhando suas

conclusões às autoridades administrativas do Estado conveniado.

2.4 - Acordar e definir com o Órgão Executor os indicadores e metas a alcançar na

consecução das atividades delegadas, explicitado-os em Anexo, parte deste Convênio.

82

2.5 – Empreender ações necessárias à revisão do valor da remuneração dos serviços

inerentes às atividades delegadas, sempre que se fizer necessário.

CLÁUSULA TERCEIRA - DAS OBRIGAÇÕES DO ÓRGÃO EXECUTOR

São obrigações do ÓRGÃO EXECUTOR:

3.1 - Agir como primeira instância na apuração e decisão sobre a procedência ou não das

autuações decorrentes de infrações cometidas, praticando todos os atos procedimentais

necessários e na aplicação das penalidades administrativas cabíveis aos indigitados

infratores da legislação pertinente, das quais caberá recurso ao INMETRO;

3.2 – Efetuar, em nome do INMETRO, e manter como receita da Autarquia federal, a

cobrança da remuneração decorrente da execução das atividades delegadas, de acordo com

tabela aprovada e apropriação de custos, quando aplicável, nos termos das determinações e

orientações emanadas do INMETRO, com base na legislação pertinente;

3.2.1 - O Órgão Executor inscreverá, como Dívida Ativa do INMETRO, os créditos da

Autarquia Federal, resultantes da execução deste Convênio, pautando todos os

procedimentos pelas orientações emanadas do INMETRO.

3.2.2 - O Órgão Executor promoverá a cobrança da Dívida Ativa inscrita, com estrita

observância dos prazos legais e regulamentares estabelecidos, ajuizando as ações de

Execução Fiscal contra os devedores que não satisfizerem amigavelmente os seus débitos.

3.3 - Aplicar os recursos provenientes deste convênio exclusivamente na execução das

atividades delegadas, na consecução do objeto deste convênio;

3.4 - Manter as medidas materializadas e instrumentos de medição, padrões de trabalho,

devidamente rastreados aos padrões nacionais;

3.5 - Recolher em conta específica do INMETRO (Conta INMETRO / Convênio ......) a

receita arrecadada proveniente das atividades delegadas.

83

3.6 – Manter conta específica – Conta Convênio ...... / INMETRO – destinada a ocorrer

com o custeio do Convênio, que será movimentada exclusivamente por delegação de

competência concedida por ato próprio da presidência do INMETRO, na modalidade de

ordenador de despesas.

3.7 - Observar, na consecução das atividades delegadas a legislação aplicável e as normas

de procedimento emitidas pelo INMETRO.

3.8 - Cumprir as metas pactuadas que serão registradas em documento firmado pelos

convenentes, parte integrante deste Convênio.

3.9 - Observar os seguintes parâmetros na consecução das despesas :

3.9.1 - despesas com pessoal de, no máximo, 60% da receita líquida destinada ao Órgão

Executor, conforme estabelecido no Plano de Aplicação acordado para cada exercício;

3.9.2 - diárias de viagem, para todos os níveis da estrutura do Órgão, em consonância com

os valores máximos unitários estabelecidos em tabela editada pelo Ministério do

Orçamento e Gestão.

3.10 – Remeter ao INMETRO, a cada dois dias, a cota parte da arrecadação efetuada,

definida no Plano de Aplicação, parte integrante deste Convênio.

3.11 – Manter na conta INMETRO / Convênio ........, à disposição do Comitê Consultivo,

4% (quatro por cento da arrecadação efetiva, com vistas a operacionalizar Plano de

Investimento por aquele Comitê gerenciado.

3.12 – Transferir da conta arrecadação para a conta movimento somente a parcela definida

como cota parte destinada ao Órgão Executor, para realização das despesas de custeio e

investimentos, objeto deste Convênio.

CLÁUSULA QUARTA - DA RECEITA

A receita, resultante da implementação das atividades delegadas por este Convênio,

será sempre patrimônio financeiro do INMETRO , e é constituída:

84

5.1 - Da remuneração devida em razão da execução das atividades delegadas;

5.2 - Das multas impostas a infratores de regulamentos técnicos e de normas legais;

5.3 - Dos juros de mora e emolumentos devidos pelos inadimplentes.

5.4 – As transferências da conta arrecadação para a conta movimento serão efetivadas a

cada dois dias, por delegação de competência do INMETRO, em ato específico de seu

Presidente, nos limites definidos no Plano de Aplicação acordado para cada exercício.

CLÁUSULA QUINTA - DA DESTINAÇÃO DOS RECURSOS ARRECADADOS

Os recursos financeiros, constitutivos da receita do Convênio, só poderão ser

empregados no financiamento de despesas de custeio e na aquisição de bens de capital a

ele vinculados, mediante dotação orçamentária alocada pelo INMETRO e, em seu nome

executada. A receita efetivamente arrecadada observará, na sua distribuição, os seguintes

critérios :

6.1 – O Plano de Aplicação do órgão executor, para um exercício, estará limitado a um

valor compreendido entre 77% e 90% da receita efetivamente realizada.

6.1.1 – Os Planos de Trabalho e de Aplicação, aprovados, definirão o orçamento do órgão

executor para o exercício o qual, em relação à arrecadação prevista para este mesmo

exercício, fixará o percentual da arrecadação que, efetivamente realizada, será alocado pelo

INMETRO, para ocorrer com as despesas aprovadas do Plano de Aplicação. O percentual

para o primeiro exercício, assim definido, representará o índice mínimo a vigorar pelo

período do Convênio.

CLÁUSULA SEXTA - DOS INVESTIMENTOS EM BENS DE CAPITAL

O ÓRGÃO EXECUTOR poderá realizar diretamente despesas de capital, no

interesse do Convênio, em conformidade com plano de investimentos previamente

acordado com o INMETRO.

85

Parágrafo Único - Os bens móveis e imóveis, adquiridos com a receita auferida em razão

da implementação das atividades, ora delegadas, serão de propriedade do INMETRO,

alocados ao Órgão Executor exclusivamente para a execução deste Convênio.

CLÁUSULA SÉTIMA - DO PESSOAL

O pessoal envolvido na execução das atividades, que constituem o objeto deste

Convênio, sujeita-se integralmente às normas de administração de pessoal do Estado do

......, em todos os aspectos inerentes, notadamente no que concerne a remuneração e

benefícios sociais.

§ 1º - Tendo em vista a natureza peculiar dos trabalhos a serem executados e o interesse

dos partícipes em que seja preservada a sua qualidade, o pessoal envolvido no Convênio

poderá ser contemplado com uma política remuneratória especial, condizente com a

uniformidade e a importância das atividades a serem implementadas, respeitados os limites

constitucionais e legais.

§ 2º - O INMETRO e o ÓRGÃO EXECUTOR poderão intercambiar técnicos com vistas

ao aprimoramento das atividades delegadas.

CLÁUSULA OITAVA - DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

O ÓRGÃO EXECUTOR prestará contas de seu desempenho técnico e financeiro,

em relatórios mensais consubstanciados, na forma requerida pela legislação federal,

encaminhados ao INMETRO até o dia 10 do mês subsequente ao de referência.

Parágrafo Único - A prestação de contas sujeitar-se-á, ainda, às diretrizes, determinações e

normas de procedimento que forem baixadas pelo INMETRO.

CLÁUSULA NONA - DA CESSÃO DO CONVÊNIO

Salvo com anuência expressa do INMETRO, o ÓRGÃO EXECUTOR não poderá

ceder este Convênio, nem subdelegar qualquer das atividades que constituem o seu

objetivo.

86

CLÁUSULA DEZ - DO PRAZO

O prazo deste Convênio é de 04 (quatro) anos, a contar da data de sua assinatura,

podendo ser prorrogado mediante a celebração de termos aditivos.

CLÁUSULA ONZE - DA RESCISÃO

Este Convênio poderá ser rescindido, a qualquer tempo, por vontade dos partícipes,

mediante aviso - prévio de 90 (noventa) dias, sem prejuízo dos direitos e obrigações

pendentes de realização.

Parágrafo Único - O Convênio poderá também ser rescindido na ocorrência dos seguintes

fatos:

A) Inadimplemento de obrigação estipulada neste instrumento;

B) Paralisação das atividades delegadas, sem justa causa;

C) Infração de natureza grave de preceito legal aplicável ao ato negocial.

D) Inadimplemento relativo aos indicadores e metas pactuados no Anexo II,

integrante deste Convênio.

CLÁUSULA DOZE - DOS RECURSOS FINANCEIROS

As despesas decorrentes deste Convênio correrão à conta das dotações

orçamentárias do INMETRO, para o exercício, sob a classificação de “Transferência a

Estados e ao Distrito Federal - Serviços de Terceiros Pessoa Jurídica - Elemento de

Despesa 3490.39, em atividades específicas - fonte 250 - Receita Própria”.

Parágrafo Único - As alterações orçamentárias que se fizerem necessárias neste e nos

exercícios subsequentes, a fim de não causar solução de continuidade das atividades

conveniadas, ficam condicionadas à aprovação pelos órgãos competentes da União e

conseqüente inclusão no orçamento do INMETRO, dando origem à emissão de notas de

87

empenho complementares, nos valores correspondentes.

CLÁUSULA TREZE - DA PUBLICAÇÃO

O extrato do presente instrumento será publicado no Diário Oficial da União e no

órgão oficial do Estado do ........, no prazo legal.

CLÁUSULA QUATORZE - DO FORO

O Foro do presente Convênio é o do Estado do Rio de Janeiro, competente a Justiça

Federal para conhecer e julgar as disputas decorrentes deste ato negocial.

Assim, por estarem justos e acordados, os convenentes assinam o presente

instrumento, em 02(duas) vias de igual teor e forma.

Rio de Janeiro, de de 2004.

Presidente do INMETRO Secretaria

Diretor de Metrologia Legal do INMETRO

Testemunhas :

..................................................................... ................................................................

88

8.3 - NIE-DIMEL-057

Programa de Treinamento para a Dimel

SUMÁRIO

1 Objetivo2 Campo de aplicação3 Responsabilidade4 Documentos complementares5 Siglas6 Competências7 Identificação das necessidades de treinamento8 Execução e acompanhamento do programa de treinamento9 Registros da Qualidade

1 OBJETIVO

Esta norma estabelece a metodologia a ser adotada pela Dimel na identificação dasnecessidades de treinamento, sua realização e verificação de sua eficácia assim comoestabelece o perfil de competências para as diversas funções existentes na Dimel.

2 CAMPO DE APLICAÇÃO

Esta norma se aplica à todas Divisões da DIMEL.

3 RESPONSABILIDADE

A responsabilidade pela revisão e cancelamento desta Norma é da Dider.

4 DOCUMENTOS COMPLEMENTARES

5 SIGLAS

Inmetro Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade IndustrialDimel Diretoria de Metrologia LegalDider Divisão de Desenvolvimento e Regulamentação MetrológicaABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

6 COMPETÊNCIAS

89

6.1 As competências necessárias na Dimel para o pessoal que executa trabalhos que afetam

a qualidade do serviços da Dimel são determinadas para cada função, a saber:

Tabela 1 - Requisitos de Qualificação

Título da função Formação Treinamento Experiência ObservaçõesTécnico 1º grau ou

2º grau não

técnico

Recomendado:

Módulo inst. e

módulo

especialista I e

II

Apenas para os

funcionários já

existentes e atuando

na função

Técnico 2º grau

técnico

Módulo

institucional e

módulo

especialista I e

II

1 mês

supervisionado

com aprovação

formal do

supervisor

Para os funcionários

já atuando o módulo

institucional e o

módulo especialista

são recomendados e

não um requisito

Tecnologista 3º grau Módulo

institucional e 1

módulo

especialista

I e II

1 mês

supervisionado

com aprovação

formal do

supervisor

Para os funcionários

já atuando o módulo

institucional e o

módulo especialista

são recomendados e

não um requisito

Administrativo 1ºgrau Recomendado:

Módulo inst. e

módulo gestão

de documentos

Apenas para os func.

já existentes e

atuando na função

Administrativo 2ºgrau/ 3º

grau

Módulo

institucional e

módulo gestão

de documentos

1 mês

supervisionado

com aprovação

formal do

supervisor

Para os func. já

atuando o módulo

institucional e o

módulo especialista

são recomendados e

não um requisito

90

Agente

Metrológico

1º ou 2º

grau não

técnico

Recomendado:

Mód.

institucional,

Módulo

especialista II e

Módulo

fiscalização

Apenas para os func.

já existentes e

atuando na função

Agente

Metrológico

2º ou 3º

grau

técnico

Módulo

institucional,

Módulo

especialista II e

Módulo

fiscalização

1 mês

supervisionado

com aprovação

formal do

supervisor

Para os funcionários

já atuando os

módulos

institucional,

especialista II e

fiscalização são

recomendados e não

um requisito

Estagiário 2º e

3ºgraus

Módulo

institucional

sempre

supervisionado

Nota: Os técnicos já atuando na função devem evidenciar sua competência através de

declaração assinada pelo seu chefe imediato.

6.2 Os diversos conhecimentos são separados em módulos. Cada função tem um conjunto

básico de módulos que capacita o técnico inicialmente para aquela função. Novos módulos

ampliam seu escopo de atuação.

São os seguintes os módulos existentes:

Especialista I, Especialista II, Auditor Interno; Auditor; Fiscalização; Pré-medidos;

Elétrica; Volume; Saúde e Meio Ambiente; Segurança e Trânsito; Massa específica e

Temperatura; Massa; Siplan-Orçamento; Sistema de Receita; Gestão de Documentos.

6.3 O módulo Especialista I refere-se ao conhecimento de aprovação de modelo e omódulo Especialista II refere-se ao conhecimento de verificação metrológica.

6.4 O conteúdo programático de cada módulo está definido e colocado à disposição pelasáreas relevantes.

91

7 IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES DE TREINAMENTO

7.1 As necessidades de treinamento podem ser identificadas a partir de algumas fontes:

• formação de novos técnicos• novas atividades incorporadas aos processos executados pela diretoria;• reciclagem - recomendações dos chefes das divisões em decorrência de deficiências

detectadas nos técnicos durante a realização das atividades diárias;• oportunidades de participação em cursos já programados por outras áreas e de interesse

para a Dimel.

7.2 As divisões preparam anualmente (janeiro) suas necessidades de treinamento paraaquele ano.

7.3 A Dider compila tais informações e juntamente com a Diretoria da Dimel estabeleceum Programa de Treinamento para o ano considerando questões como: prioridadesestratégicas e disponibilidade dos participantes e de recursos financeiros.

8 EXECUÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE TREINAMENTO

8.1 O programa consensado é executado utilizando-se o suporte do SEDER naviabilização de cada evento.

8.2 A DIDER é responsável pelo acompanhamento da execução do programa detreinamento, assim como da verificação de sua eficácia.

8.3 A eficácia pode ser verificada através de entrevista com o superior do treinando;avaliação de indicadores, se houverem; e análise de pesquisa de satisfação de clientes.

9 REGISTROS DA QUALIDADE

9.1 São considerados registros da qualidade para a atividade de treinamento os seguintes:a) programa anual de treinamento;b) lista de presença de cada evento;c) certificado de participação do treinando;d) certificado de participação do instrutor;e) avaliação do evento pelos treinandos;f) verificação da eficácia do treinamento.g) aprovação formal do supervisor

Nota: Os registros de b) a f) acima são produzidos pelo Seder mas 1 cópia de cada deveser arquivada na Dider/Dimel para evidenciar o treinamento. O programa semestral detreinamento é produzido e arquivado pela Dider/Dimel.

92

Legenda: ○ = programado ; ●= realizado ; □= reprogramado; ■ =realizadoProgramação Treinamento Dimel - semestre / - QUADRO I

Título do Curso J F M A M J J A S O N D

123

Etc..

Programa de Treinamento Dimel - semestre / - QUADRO IIfl. / Legenda: ○ = programado ; ●= realizado ; □= reprogramado; ■=realizado

Cursos programados

Nome do Funcionário Função 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Et