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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM TEORIA E
PRÁTICA DOS CONSELHOS DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE – SER CONSELHEIRO
Samuel Vitorino da Silva
Jaqueline Maria Rezende do Amaral
Edjane Rodrigues Batista de Melo
Maria Célia Freitas Costa
Érica Rodrigues de Araújo
RELATÓRIO - ESPORTE E LAZER COMO DIREITO DA CRIANÇA E
ADOLESCENTE: UM OLHAR NO CONDOMÍNIO MANOEL CAMELO I
Garanhuns
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO
RELATÓRIO - ESPORTE E LAZER COMO DIREITO DA CRIANÇA E
ADOLESCENTE: UM OLHAR NO CONDOMÍNIO MANOEL CAMELO I
Samuel Vitorino da Silva
Jaqueline Maria Resende do Amaral
Edjane Rodrigues Batista de Melo
Maria Célia Freitas Costa
Érica Rodrigues de Araújo
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como requisito parcial
de conclusão de curso de
aperfeiçoamento em Teoria e
Prática dos Conselhos da Infância
– Ser Conselheiro.
Prof. Orientador. André Araripe
Garanhuns
2014
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................03
CAPÍTULO I – O PÚBLICO...............................................................................04
CAPÍTULO II – AS ATIVIDADES......................................................................06
CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................09
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXO
INTRODUÇÃO
O presente relatório traz em seu corpo aspectos importantes que foram
percebidos no processo de execução do Projeto Interventivo: ESPORTE E LAZER
COMO DIREITO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE: UM OLHAR NO
CONDOMÍNIO MANOEL CAMELO I. Contou com o aporte teórico de BRASIL
(2000), DUMAZEDIER (2001), FOUREZ (1995), GUTIERREZ (2001), MEDEIROS
(2011), RICHARDSON (1985), UFJF (2001) que fundamentou nossa ação na
construção, desenvolvimento e relato ora posto neste trabalho. Focando no direito da
criança e adolescente ao esporte e lazer.
Trabalhamos as questões da localidade, raça, gênero, gerações e inclusão
social, quando pontuamos sobre o público alvo. Moradores do Conjunto Residencial
Manoel Camelo I que foram os sujeitos de pesquisa através de questionário e
observação. As ações interventivas contaram com palestra e socialização sobre o direito
da criança e adolescente, bem como de atividade prática da garantia deste direito.
O trabalho foi de suma importância, pois contribuiu para o nosso
desenvolvimento, enquanto profissionais do Serviço Social e cidadãos emancipados e
empenhados na garantia dos direitos sociais. Bem como, para a comunidade foco do
projeto que possibilitou ao aparelhamento e busca da garantia do direito ao esporte e
lazer para as crianças e adolescentes.
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CAPÍTULO I: O PÚBLICO
O público alvo pensado para o desenvolvimento das atividades no Conjunto
Residencial Manoel Camelo I, foi correspondente em todas as atividades propostas.
Focamos nas famílias do referido conjunto na intenção de atender os objetivos
propostos. Havíamos planejado o quantitativo de 70 famílias na aplicação do
questionário, 80 para a palestra e 70 para a atividade recreativa. Entretanto, nas duas
últimas ações o número foi excedido, devido ao interesse da comunidade local,
perfazendo assim um total de 70 famílias na aplicação do questionário, 110 pessoas na
palestra e 100 na atividade recreativa.
A procura pelas atividades e a facilidade em conseguir o público
estabelecido se deu por conta de que foram desenvolvidas dentro do próprio Conjunto
Residencial, ambiente já familiarizado de todos, os quais possuem o sentimento de
pertencimento ao mesmo. Contamos também com o apoio e envolvimento da Gestão
Condominial e Equipe Técnica Social que realiza na comunidade o Projeto Técnico
Social estabelecido pelo o Governo Federal para a mobilização e realização das
atividades.
Trata-se de um público de uma camada social relativamente homogenia,
pois foram todos selecionados pelo Programa Minha Casa Minha Vida do Governo
Federal, entendendo que todos se enquadraram nos requisitos estabelecidos quanto às
questões socioeconômica, contemplando famílias de 0 (zero) a 3 (três) salários
mínimos.
Quanto às questões inerentes a gênero e raça, constatou-se a partir de
observação de campo, como em quase todos os espaços sociais brasileiros, com pessoas
negras, brancas, pardas. Um povo misto, com características multiculturais nas diversas
formas e manifestações de credo, cultura, costumes e valores.
Destacamos dentro da questão de gênero, a presença enfática das mulheres.
Elas ocupam hoje a chefia da maioria dos lares, conduzem os filhos às atividades, bem
como se preocupam em conhecer os direitos e deveres que lhes são pertinentes. Isso, de
imediato, aponta para um conflito de gênero, tendo em vista que a sociedade brasileira
tem raízes patriarcais e muitos ainda compreendem esse modelo como o correto.
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Destacamos ainda, que todas as atividades com o público em foco, foram de
cunho inclusivo, oportunizando o envolvimento por parte de todas as pessoas que assim
desejassem, tendo inclusive participação de idosos(as) e pessoas com deficiência. Para
tanto, ao elaborarmos as atividades e escolhermos os locais de desenvolvimento, já
havíamos considerado tais possibilidades.
Assim, foram descortinadas as atividades interventivas englobando todos os
aspectos que facilitam a avaliação e o alcance do objetivo proposto, na expectativa que
a comunidade tenha se apropriado dos aspectos trabalhados e os transforme em ações.
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CAPÍTULO II: AS ATIVIDADES
Nosso ponto de partida para o planejamento e execução das atividades foi o
nosso objetivo geral: Despertar na comunidade do Conjunto Manoel Camelo I a busca
do direito ao esporte e lazer na vida das crianças e adolescentes. Ele que norteou o
caminhar e apontou as atividades mais convenientes para chegar ao alvo.
Nossa primeira atividade objetivou analisar os aspectos referentes às
políticas públicas de crianças e adolescentes no Empreendimento Manoel Camelo I,
frente ao desafio da garantia do direito ao esporte e lazer como direito. Para tanto
utilizamos como instrumento questionário fechado (modelo em anexo), realizado com
70 famílias (técnica: por amostragem), das 248 famílias residentes. As estratégias para a
aplicação do questionário foram: a facilidade do acesso às residências; identificação da
quantidade de crianças e adolescentes; realização de um levantamento de dados
estatístico referente ao contexto local; bem como avaliar a importância que a
comunidade dar do direito ao esporte e lazer na vida das crianças e adolescentes, além
de diagnosticar o grau de conhecimento que a comunidade tem dos dispositivos legais
do direito ao esporte e lazer das crianças e adolescentes.
A partir da realização da atividade prática acima descrita, foi possível
conectar os aprendizados prático-teóricos, onde pudemos constatar conforme
Richardson, que “os questionários cumprem pelo menos duas funções: descrever as
características e medir determinadas variáveis de um grupo social” (1985, p.142).
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Assim, diagnosticamos a realidade social da comunidade, permitindo a mesma o
conhecimento da matéria trabalhada.
Além do que, foi perceptível o aprendizado do conceito e das vantagens que
o instrumento do questionário proporcionou no decorrer da realização da atividade.
O questionário de perguntas fechadas é um instrumento de
pesquisa em que, para cada pergunta feita, têm-se categorias de
respostas previamente estabelecidas, de modo que o
entrevistado tenha que responder a partir de alternativas que
são apresentadas pelo entrevistador. A vantagem deste tipo de
questionário está na agilidade de sua aplicação, facilidade de
preenchimento do questionário e de sua codificação para
análise. (MEDEIROS e SCHEUNEMANN, 2011, p.61)
A segunda atividade realizada foi uma palestra que teve como objetivo
dialogar com os participantes sobre o ECA, que é o código de conduta relativo à
infância e à adolescência. Assim, refletimos com eles o que determina e normatiza as
formas de acesso, permanência e promoção da criança e do adolescente no direito ao
Esporte e ao Lazer.
Artigos como:
Art. 3º. A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por
lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a
fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, metal, moral,
espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Art. 5º. Nenhuma criança ou adolescente será objeto de
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais.
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Foi socializado com os participantes que o fato de ser direito legalmente
constituído, não implica, necessariamente, a sua efetivação enquanto realidade social. O
que foi percebido por eles durante o diálogo, que a construção da comunidade dos
mesmos não contemplou as crianças e adolescentes no que se refere ao direito do
esporte e lazer. Precisando os mesmos lutar de forma organizada, pautada de ações
integrais, para que esse direito seja efetivado como política pública. Deixando bem
evidente que
embora crianças e adolescentes sejam protegidos legalmente
por esse conjunto de documentos, constituem uma população
que sofre uma série de violações à sua cidadania. Tais
violações são cometidas sistematicamente em diferentes níveis:
nas instituições sociais como a família, a escola, as instituições
de atendimento à infância e à juventude, entre outras; na
sociedade em relação político-econômica (exploração do
trabalho infantil e juvenil, pouca expressividade de
organizações juvenis); no acesso aos serviços públicos
específicos para a idade. (UFJF, 2001, p.14)
Por fim, os participantes foram instruídos acerca das fontes financiadoras e
dos sujeitos responsáveis a envidarem esforços para que as crianças e adolescentes
tenham acesso ao direito do esporte e lazer, como política pública, explanando o
Título I Art. 4º: Das disposições preliminares: É dever da
família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder
Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos
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direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União,
estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços
para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para
a infância e a juventude.
No final da atividade, o sindico do conjunto Manoel Camelo I representante
da comunidade recebeu das mãos da equipe que realizou o trabalho um exemplar do
Estatuto da Criança e do Adolescente, a fim de que seja facilitado o acesso do
Instrumento legal para todos os sujeitos daquele território social.
A terceira atividade realizada foi um dia recreativo, onde estimulamos as
crianças e adolescentes e demais participantes a promoção de eventos relacionados ao
esporte e lazer. Desenvolvemos atividades populares vivenciadas ao longo das gerações,
com corridas de saco, ovo na colher, brincadeiras na cama elástica, desfile de moda e
exposições de artesanatos. Percebemos a importância do direito ao esporte e lazer na
inclusão social e de espaços que possibilitem um exercício de uma cultura corporal de
movimento necessário e essencial na formação cidadã das crianças e adolescentes como
ser integral.
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Os participantes puderam compreender que o esporte e o lazer não é
privilégio apenas dos esportistas profissionais ou das pessoas em condições de pagar
por este serviço, mas sim de todos os cidadãos, como já havia sido trabalhado na
segunda atividade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo despertar na comunidade do Conjunto
Manoel Camelo I a busca do direito ao esporte e lazer na vida das crianças e
adolescentes. Considerou-se como subutilização a inexistência de espaço apropriado
para prática do esporte e lazer, constatado através da observação e da análise das plantas
arquitetônicas e baixas cedidas pela Construtora responsável.
O projeto de intervenção foi executado mediante uma amostra considerável,
o que, nos habilita a afirmar que o trabalho é válido. Acredita-se que a realização desse
trabalho trouxe contribuições teóricas e práticas quanto à satisfação do objetivo
proposto, já que indicou um caminho possível para contribuir com a comunidade local
no conhecimento sobre o direito da criança e adolescente quanto ao esporte e lazer,
bem como instrumentalizou-os na perspectiva de buscar elementos para colocar em
prática o direito em questão.
Tendo como base a análise dos resultados do questionário aplicado à 70
família, foi possível identificar que: a) Quando perguntados sobre a ciência das leis do
direito da criança e do adolescente ao esporte e lazer, 65% afirmaram ter o
conhecimento. Entretanto podemos analisar que ter conhecimento das leis não é o
suficiente para garantia do acesso e ao direito. b) Todos. 100% dos perguntados,
entendem que é importante a criança e o adolescente terem acesso ao direito do esporte
e lazer, porém mais uma vez, a comunidade se mostra passiva na garantia desse direito.
c) Quando perguntados de gostariam de participar de mobilizações para pleitear espaços
adequados ao esporte e lazer para as crianças e adolescentes do Conjunto residencial,
todos, 100% dos entrevistados, confirmaram que sim. Esse percentual aponta para
consciência de que o esporte e lazer contribuem para o desenvolvimento integral da
criança e do adolescente.
Nas outras duas atividades realizadas houve uma aceitação e envolvimento
significativo, o que aponta para uma necessidade de transformação nas práticas sociais
voltadas ao esporte e lazer na vida das crianças e adolescentes da comunidade local.
Logo, foi possível concluir que o percurso desde o levantamento da questão
de pesquisa, a construção do projeto até a execução das atividades propostas foram
alcançadas com êxito, pois os objetivos foram alcançados e a comunidade beneficiada
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com as ações interventivas. Outrossim, nos colocamos como satisfeitos quanto ao que
foi proposta no projeto e ainda inquietos com a garantia desse direito da criança e do
adolescente, o que motiva a outras pesquisas e projetos interventivos na comunidade em
foco.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Lei Federal n. ° 8.069/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
Goiânia: Governo da Cidade de Goiânia, 2000.
DUMAZEDIER, Joffre. Lazer e cultura popular. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2001.
FOUREZ, Gérard. A Construção das Ciências: Introdução à Filosofia e à Ética das
Ciências. São Paulo: Ed. Da Unesp, 1995.
GUTIERREZ, Luis Gustavo. Lazer e prazer: questões metodológicas e alternativas
políticas. Campinas: Autores Associados, 2001.
MEDEIROS, Alexandre da Silva e SCHEUNEMANN, Arno Vorpagel. Pesquisa e
Laboratório de Pesquisa em Serviço Social. Canoas-RS, Ed. ULBRA, 2011.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social – Métodos e Técnicas. São Paulo:
Atlas, 1985.
UFJF. Diagnóstico social: infância e juventude em Juiz de Fora. Juiz de Fora, junho,
2001.
ANEXO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM TEORIA E
PRÁTICA DOS CONSELHOS DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE – SER CONSELHEIRO
QUESTIONÁRIO
1. Quantas pessoas moram na casa?
a) ( ) Até 2 pessoas ( ) 3 a 5 pessoas c) ( ) Mais de 5 pessoas
2. Quantos adultos ? (Compreendendo maior de 18 anos)
a) ( ) Até 2 pessoas ( ) 3 a 5 pessoas ( ) Mais de 5 pessoas
3. Quantas crianças? (Compreendendo até 12 anos)
a) ( ) Até 2 pessoas b) ( ) 3 a 5 pessoas ( ) Mais de 5 pessoas
4. Quantos adolescentes? (Compreendendo de 12 a 18 anos)
a) ( ) Até 2 pessoas b) ( ) 3 a 5 pessoas c) ( ) Mais de 5 pessoas
5. Você conhece as leis que garantem o direito a criança e adolescente ao
esporte e lazer?
a) ( ) Sim b) ( ) Não c) ( ) Não quis opinar
6. Você acha importante a criança e adolescente ter o direito ao esporte e
lazer?
a) ( ) Sim b) ( ) Não c) ( ) Não quis opinar
7. Você gostaria de participar de mobilizações promovidas pelo Condomínio
para junto a outros órgãos pleitear espaços adequados ao esporte e lazer para as
crianças e adolescentes?
a) ( ) Sim ( ) Não ( ) Não quis opinar