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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO TRÊS RIOS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA
OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
MUNICIPAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: CENÁRIO PARA
2018 E EXAME DE SUA EVOLUÇÃO DESDE 2009
Christiane Angela Casaes e Silva
ORIENTADORA: Profa. Dra. Julianne Alvim Milward de Azevedo
TRÊS RIOS - RJ
JUNHO – 2018
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO TRÊS RIOS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA
OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
MUNICIPAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: CENÁRIO PARA
2018 E EXAME DE SUA EVOLUÇÃO DESDE 2009
Christiane Angela Casaes e Silva
Monografia apresentada ao curso de Gestão Ambiental,
como requisito parcial para obtenção do título de
bacharel em Gestão Ambiental da UFRRJ, Instituto Três
Rios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
TRÊS RIOS - RJ
JUNHO – 2018
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO TRÊS RIOS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA
OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
MUNICIPAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: CENÁRIO PARA
2018 E EXAME DE SUA EVOLUÇÃO DESDE 2009
Christiane Angela Casaes e Silva
Monografia apresentada ao Curso de Gestão Ambiental
como pré-requisito parcial para obtenção do título de
bacharel em Gestão Ambiental da Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro, Instituto Três Rios da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Aprovada em 26/06/2018
Banca examinadora:
__________________________________________
Orientadora Profa. Dra. Julianne Alvim Milward de Azevedo
__________________________________________
Profa. Dra. Maíra Freire Pecegueiro do Amaral
__________________________________________
Me. Helder Marcos Nunes Candido
TRÊS RIOS - RJ
JUNHO – 2018
Dedicatória
“Aos pilares da minha vida, minha grande família, que sempre
estiveram por mim independente da distância e à luta pela conservação
da biodiversidade.”
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado força e perseverança para chegar até
aqui. Á minha grande família, minha mãe Denise, meu pai José e aos meus irmãos e irmãs:
Jaqueline, Fellipe, Henrique, Guilherme e Alice. Vocês são os pilares da minha vida, cada um
à sua maneira, cada um completando a loucura do outro, ajudando na moldagem do caráter
um do outro. Minha grande família, sem vocês nada seria possível, cada um de vocês me deu
tamanha força para continuar nessa árdua caminhada. Confiaram em mim e no meu sonho, me
ajudaram a concretizar mais uma etapa em minha vida, não mediram esforços para que esse
dia chegasse. Com vocês aprendi o que realmente significa resiliência, aprendi a lutar mesmo
quando não se tem mais forças. Aprendi que tudo melhora, ainda que pareça tudo perdido.
Tenho em meu coração cada um de vocês. Amo e aprecio a cada um de vocês, minha grande
família (que não é a do Alasca hahahah) muito obrigada por tudo!
Agradeço também a todos os meus familiares que apoiaram minha graduação, meus
tios, tias, primos, primas e minha cunhada, muito obrigada a todos!!! Agradeço aos meus
amigos por todas as palavras de apoio e encorajamento desde que decidi sair da minha zona
de conforto para enfrentar um novo desafio em uma nova cidade, vocês estarão sempre em
meu coração, amo vocês Taís Gomes e Patrick Martins. Deixo aqui o meu muito obrigada por
todos os momentos alegres que vivemos, João Felipe e Anderson Raposo, vão sempre morar
no meu coração! Saudades!
À minha família trirriense, fica aqui o meu mais sincero obrigada! Sem vocês ao meu
lado diariamente essa caminhada não teria sido tão gratificante como foi. Eu agradeço vocês:
Lizandra Nunes, Conrado Bahia, Jardel Machado, Marcelle Dias e Ingrid Azevedo por todos
os momentos maravilhosos que vivemos (e ainda viveremos) juntos, por todas as vezes que
choramos de rir por bobeiras, por todas as vezes que ajudamos uns aos outros, todas as vezes
que “desmaiamos” de rir onde quer que fosse, porque rir em momentos não apropriados,
nossa especialidade. Eu escrevo esse texto, com um grande sorriso no rosto, pois me lembro
de tudo como se fosse hoje! Vocês serão para sempre a minha família trirriense, amo muito
todos vocês!!!
Cora Coralina certa vez disse: “feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que
ensina”, com essa mensagem eu agradeço de coração a todas as professoras e professores da
UFRRJ – Instituto Três Rios. Agradeço imensamente à minha orientadora Profª. Drª. Julianne
Milward, por ser uma pessoa incrível, que me acolheu no Núcleo de Estudos em Gestão de
Unidades de Conservação do Instituto Três Rios - UFRRJ e muito me incentivou, obrigada
por todo o conhecimento que me passou, por toda a orientação que me deu, muitíssimo
obrigada! Ao Prof. Me. Luis Cláudio por me incentivar a pensar fora da caixa, por levantar
questionamentos que nos incentivam sempre a continuar buscando conhecimento. Ao Prof.
Dr. Fábio Almeida o meu muito obrigada por todos esses anos, todos os ensinamentos, todas
as risadas, todo o apoio durante minha graduação, tenho certeza de que sou uma aluna melhor
graças a você! Agradeço as Profªs Drªs: Fabíola Garrido, Olga Gomes, Erika Cortines e Thais
Gallo, vocês são maravilhosas, muito obrigada por tudo! Agradeço a Profª Drª Maíra
Percegueiro e ao Mestre Helder Nunes por aceitarem compor a banca desse trabalho.
Agradeço a todas as organizações que participei durante essa caminhada: Centro
Acadêmico de Gestão Ambiental, Vale Verde Serviços e Soluções Ambientais, Coletivo Mãe
Preta TR, Grupo Habitar Psi, Prepara ENEM, Grupo de Pesquisa de Direito Ambiental,
liderado pela Profª Drª Kênia Pontes Maia, fica aqui o meu muito obrigada a todos os
participantes, foi muito bom compartilhar com todos vocês, agradeço todas as trocas de
saberes, todas as risadas, lágrimas e todas as lutas!
Agradeço a todos os funcionários do ITR, por toda a ajuda, muitas vezes fazendo mais
do que exigiam suas obrigações. Em especial a equipe de limpeza, vocês, que nos acolheram
com um sorriso transparente, mesmo quando o semblante parecia cansado, o meu muito
obrigado, pelo bom dia, pelo carinho, pelo sorriso no corredor! A todos, muito obrigada!
“A natureza pode suprir todas as necessidades do homem,
menos a sua ganância.”
(Gandhi)
RESUMO
Áreas protegidas estão sendo criadas estrategicamente para conservar o patrimônio natural
existente. Uma unidade de conservação (UC) pode ser entendida como um espaço
territorial especialmente protegido e legalmente instituído com objetivos relacionados à
proteção da diversidade biológica e dos demais recursos naturais. No Brasil, as UCs estão
divididas em dois grupos – Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável –, e
com esse sistema de conservação, estima-se que haja significativa redução da perda da
cobertura florestal. Esse trabalho tem por propósito a atualização dos dados da pesquisa
realizada por pesquisadores em 2009, quanto à ocorrência e distribuição das UCs
municipais no Estado do Rio de Janeiro, relacionando com os dados de UCs municipais
em 2018. A pesquisa caracterizou-se por seu caráter exploratório e analítico-descritivo.
Quanto aos processos utilizados para a sua investigação, foi realizada pesquisa
bibliográfica e documental, além de se constituir em um estudo de caso. Os dados
atualizados para o ano de 2018 foram obtidos no website institucional da Fundação Centro
Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro
(CEPERJ) e são referentes aos relatórios municipais do estado do Rio de Janeiro, para o
cálculo do valor que cada município tem a receber do ICMS Ecológico no ano fiscal de
2018. Os resultados do exame desenvolvido expressam uma amplificação da quantidade de
UCs em aproximadamente 200% ao longo dos 9 anos. Esse crescimento foi observado em
todas as suas categorias, mantendo a expressividade nas categorias Áreas de Proteção
Ambiental e Parques. A Reserva de Fauna é uma categoria de UC inexistente no estado do
Rio de Janeiro. A ampliação da quantidade de UCs no Estado também foi verificada sob a
perspectiva da abrangência espacial, sendo que em 2009 as UCs representavam 147.531
hectares e no período de 2018 a área total de sua extensão é de 4.366.291 hectares. As UCs
abrangem todas as regiões administrativas do Estado, no entanto, não estão distribuídas
por todos os municípios dessas regiões. A análise da ocorrência e distribuição das unidades
de conservação municipais entre as regiões administrativas do Estado revelou que mais da
metade delas encontram-se localizadas na região Metropolitana (69 UCs), seguido da região
das Baixadas Litorâneas (19 UCs), e das regiões Serrana e do Médio Paraíba (12 UCs
cada).
Palavras-chave: Áreas Protegidas, distribuição, estado do Rio de Janeiro.
ABSTRACT
Protected areas are being strategically created to conserve existing natural heritage. A
conservation unit (CU) can be understood as a territorial space specially protected and legally
established with objectives related to the protection of biological diversity and other natural
resources. In Brazil, CUs are divided into two groups - Integral Protection Units and
Sustainable Use Units -, and with this conservation system, it is estimated that there is a
significant reduction in the loss of forest cover. The purpose of this study is to update the data
of the research carried out by researchers in 2009 regarding the occurrence and distribution of
municipal UCs in the State of Rio de Janeiro, relating to the data of municipal municipalities
in 2018. The research was characterized by its character exploratory and analytical-
descriptive. As for the processes used for its investigation, a bibliographical and documentary
research was carried out, besides constituting a case study. The data updated for the year 2018
were obtained from the institutional website of the State Center for Statistics, Research and
Training of Public Servants of Rio de Janeiro (CEPERJ) and refer to the municipal reports of
the state of Rio de Janeiro, for the calculation of the value that each municipality has to
receive from the Ecological ICMS in the fiscal year of 2018. The results of the exam
developed express an amplification of the quantity of CUs by approximately 200% over the 9
years. This growth was observed in all its categories, maintaining the expressiveness in the
categories of Environmental Protection Areas and Parks. The Fauna Reserve is a nonexistent
CU category in the state of Rio de Janeiro. The increase in the number of PAs in the State was
also verified from the perspective of spatial coverage, and in 2009 the PAs represented
147.531 hectares and in the period of 2018 the total area of its extension is 4.366.291
hectares. The PAs cover all the administrative regions of the State, however, they are not
distributed by all the municipalities of those regions. The analysis of the occurrence and
distribution of municipal conservation units among the administrative regions of the State
revealed that more than half of them are located in the Metropolitan region (69 CUs),
followed by the Coastal Basin (19 CUs), and the Serrana and the Middle Paraíba (12 CUs
each).
Key words: Protected Areas, distribution, state of Rio de Janeiro.
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS
ACP – Ação Civil Pública
APA – Área de Preservação Ambiental
APP – Área de Preservação Permanente
ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico
CEEP – Centro de Estatísticas, Estudos e Pesquisas
CEEPERJ – Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores
Públicos do Rio de Janeiro
CF – Constituição Federal
CNUC – Cadastro Nacional de Unidades de Conservação
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
COP 21 – Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas
ESEC – Estação Ecológica
FLONA – Floresta Nacional
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS – Imposto sobre circulação de Mercadorias e Serviços
ICMS-E – Imposto sobre circulação de Mercadorias e Serviços – Ecológico
INEA – Instituto Estadual do Ambiente
IUCN – União Internacional para Conservação da Natureza
MMA – Ministério do Meio Ambiente
MONA – Monumento Natural
ONGs – Organizações Não Governamentais
PARNA – Parque Natural Municipal
PIB – Produto Interno Bruto
PNAP – Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas
PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente
PNRH – Política Nacional de Recursos Hídricos
RDS – Reserva de Desenvolvimento Sustentável
REBIO – Reserva Biológica
REFAU – Reserva de Fauna
RESEX – Reserva Extrativista
REVIS – Refúgio de Vida Silvestre
RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural
SEA – Secretaria de Estado do Ambiente
SINGREH – Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
TAC – Termo de Ajustamento de Conduta
UC – Unidade de Conservação
UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Localização do Estado do Rio de Janeiro no país ...................................................31
Figura 2. Localização dos municípios do estado do Rio de Janeiro de acordo com as regiões
de governo.................................................................................................................................32
Figura 3. Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro ................................................36
Figura 4. Região Noroeste Fluminense do Estado do Rio de Janeiro......................................37
Figura 5. Região Norte Fluminense do Estado do Rio............................................................41
Figura 6. Região Baixadas Litorâneas do Estado do Rio de Janeiro.......................................43
Figura 7. Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro...........................................................45
Figura 8. Região Centro-Sul Fluminense do Estado do Rio de Janeiro..................................48
Figura 9. Região Médio Paraíba do Estado do Rio de Janeiro................................................50
Figura 10. Região Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro..................................................52
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Percentual da Distribuição de UCs de Proteção Integral no estado do Rio de Janeiro
em 2018.....................................................................................................................................33
Tabela 2. Percentual da Distribuição de UCs de Uso Sustentável no Estado do Rio de Janeiro
em 2018.....................................................................................................................................33
Tabela 3. Distribuição das UCs por grupo...............................................................................54
Tabela 4. Número de UCs municipais no estado do Rio de Janeiro por região administrativa
em 2009.....................................................................................................................................57
Tabela 5. Número de UCs municipais no estado do Rio de Janeiro por região administrativa
em 2018.....................................................................................................................................57
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Distribuição de UCs por categoria de manejo na região metropolitana ................26
Quadro 2. Distribuição de UCs por categoria de manejo na região noroeste fluminense.......28
Quadro 3: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região metropolitana.................36
Quadro 4. Distribuição de UCs por categoria de manejo na região baixadas litorâneas.........40
Quadro 5. Distribuição de UCs por categoria de manejo na região serrana............................42
Quadro 6. Distribuição de UCs por categoria de manejo na região centro-sul fluminense.....44
Quadro 7. Distribuição de UCs por categoria de manejo na região médio paraíba.................46
Quadro 8. Distribuição de UCs por categoria de manejo na região costa verde.....................49
Quadro 9. Distribuição das unidades de conservação municipais por tipologia de uso no ano
de 2009 a 2018..........................................................................................................................51
Quadro 10. Comparativo da criação de UCs entre 2009 e 2018.............................................53
Quadro 11: Distribuição das unidades de conservação municipais por tipologia de uso no ano
de 2009 a 2018..........................................................................................................................55
Quadro 12: Comparativo da criação de UCs entre 2009 e 2018.............................................56
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 14
1.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 17
1.1.1 Objetivos Específicos .................................................................................................. 17
2. REVISÃO TEÓRICA .......................................................................................................... 19
2.1. ÁREAS PROTEGIDAS E SOCIEDADE ..................................................................... 19
2.2. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA QUANTO À PROTEÇÃO AO MEIO
AMBIENTE .......................................................................................................................... 22
2.2.1. Ponto de partida: a Constituição Federal .................................................................... 22
2.2.2. Política Nacional do Meio Ambiente .......................................................................... 23
2.2.3. Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) ........................................... 23
2.2.3.1. Categorias do SNUC ................................................................................................ 25
2.2.4. Outros dispositivos legais ........................................................................................... 28
3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 29
3.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ......................................................... 30
3.2. COLETA DE DADOS ................................................................................................... 32
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 33
4.1 EXAME DO CENÁRIO ATUAL QUANTO À OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
DE UCS, SOB A GESTÃO MUNICIPAL, POR MUNICÍPIO E REGIÕES
ADMINISTRATIVAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ........................................... 33
4.1.1. Distribuição por município da região administrativa metropolitana .......................... 35
4.1.2. Distribuição por município da região administrativa noroeste fluminense ................ 39
4.1.3. Distribuição por município da região administrativa norte fluminense...................... 42
4.1.4. Distribuição por município da região administrativa baixadas litorâneas .................. 44
4.1.5. Distribuição por município da região administrativa serrana ..................................... 46
4.1.6. Distribuição por município da região administrativa centro-sul fluminense .............. 48
4.1.7. Distribuição por município da região administrativa médio paraíba .......................... 51
4.1.8. Distribuição por município da região administrativa costa verde .............................. 53
4.2. EXAME DO PROCESSO DE EVOLUÇÃO QUANTO À OCORRÊNCIA E
DISTRIBUIÇÃO DE UCS, SOB A GESTÃO MUNICIPAL, POR MUNICÍPIO E REGIÕES
ADMINISTRATIVAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, NO PERÍODO DE 2009 A
2018 .......................................................................................................................................... 54
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 59
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 60
1. INTRODUÇÃO
O planeta Terra vem passando por uma alarmante crise ambiental, que se afirma no
discurso de organizações nacionais e internacionais nas últimas décadas (Conti, 2015). A
questão ambiental vem adquirindo maior importância nas agendas governamentais, que
acabam por criar políticas públicas para a promoção de ações de proteção e conservação da
natureza e compensação ambiental. Essas estratégias surgem como alternativas
importantes para gerar a reconciliação entre desenvolvimento econômico sustentável e
conservação ambiental.
De acordo com Vallejo (2013), a proteção ambiental pode ocorrer através de
políticas públicas territoriais de criação das unidades de conservação da natureza (UCs),
bem como por medidas de preservação da vegetação marginal que protege corpos hídricos,
restingas, dunas, manguezais, taludes e topos de morros, como áreas de preservação
permanente (APPs) (CONAMA, 2002).
A fragmentação florestal, causada em parte pela expansão humana, gerou o
isolamento de trechos florestais, que interrompeu o fluxo gênico e causou a diminuição da
diversidade biológica nas cidades. De acordo com Fahrig (2003) a fragmentação de
habitats geralmente é definida como um processo em escala de paisagem, envolvendo
tanto a perda de habitat quanto a sua quebra. Uma forma de amenizar esse impacto e
conservar os remanescentes florestais foi a institucionalização do Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), através da Lei Federal Lei 9.985, criada
em 2000, resultado de inúmeros debates dos diversos atores sociais envolvidos na busca
pela definição de normas mais adequadas para a criação e gestão das unidades de
conservação (Schenini et al., 2004).
O estado do Rio de Janeiro, situado na região Sudeste brasileira – a região
geoeconômica mais importante do país, respondendo, juntamente com São Paulo, Minas
Gerais e Espírito Santo, por mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro –,
possui 16,7 milhões de habitantes (IBGE, 2017), área total de 43.780 km² e 92 municípios,
sendo que 97% da população vive em áreas urbanas (CEEP, 2018). O estado encontra-se
inserido no bioma Mata Atlântica, que se destaca como importante região a ser
conservada, visto que abriga enorme biodiversidade para diversos grupos da flora e fauna,
podendo ser considerado um dos maiores centros de endemismo do país (Oliveira-Filho &
Fontes apud Clare et al., 2009) e de acordo com Meyers et al. (2000) este bioma é
considerado como um dos mais importantes e ameaçados ‘hotspots’ mundiais de
biodiversidade.
Áreas protegidas estão sendo criadas estrategicamente para conservar o patrimônio
natural existente. Uma UC pode ser entendida como um espaço territorial especialmente
protegido e legalmente instituído com objetivos relacionados à proteção da diversidade
biológica e dos demais recursos naturais (Henry, 2005).
Com esse sistema de conservação, estima-se que haja significativa redução da perda
de cobertura florestal. Isso vem ocorrendo pelo uso indiscriminado do homem para com os
recursos naturais que serve de combustível para o desenvolvimento econômico
desenfreado, padrão esse que é visto no mundo todo, e culturalmente coloca o homem
como superior ao meio, o tratando simplesmente como fonte de recursos inesgotáveis
(Silvério, 2014). Desse modo, se torna ainda mais evidente a necessidade e a importância
em atrelar a sustentabilidade ao desenvolvimento econômico.
Nesse contexto, esse trabalho tem por propósito a atualização dos dados da pesquisa
realizada por Clare, Gonçalves e Medeiros publicada em 2009, quanto à ocorrência e
distribuição das Unidades de Conservação (UCs) municipais no Estado do Rio de Janeiro.
1.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral desse trabalho reside em verificar o número de unidades de
conservação municipais, em suas diferentes categorias, implementadas no estado do Rio de
Janeiro, analisando sua distribuição e abrangência entre as regiões administrativas do
estado, no ano de 2018. Também será efetivada a análise do seu processo de evolução no
período de 2009 a 2018.
1.1.1 Objetivos Específicos
• Compreender a importância da relação entre as áreas protegidas e a sociedade;
• Analisar a legislação brasileira quanto à proteção e conservação do meio ambiente;
• Identificar, catalogar e organizar as UCs municipais por sua tipologia de uso, por
município do estado do Rio de Janeiro;
• Examinar o cenário de 2018 quanto à ocorrência e distribuição de UCs, sob a gestão
municipal, por município e regiões administrativas do estado do Rio de Janeiro;
• Examinar o processo de evolução quanto à ocorrência e distribuição de UCs, sob a
gestão municipal, por município e regiões administrativas do estado do Rio de Janeiro,
no período de 2009 a 2018.
2. REVISÃO TEÓRICA
2.1. ÁREAS PROTEGIDAS E SOCIEDADE
Objetivando reduzir os impactos ambientais antrópicos em escala global vários
acordos foram realizados mundialmente. Em 1948, foi criada a União Mundial para a
Conservação da Natureza - International Union for Conservation of Nature (IUCN), que
define como área protegida: “um espaço geográfico claramente definido, reconhecido,
dedicado e gerido, por meios legais ou outros meios eficazes, para alcançar a conservação
a longo prazo da natureza e seus serviços de ecossistemas e valores culturais associados”
(SEA 2016 apud Costa, 2017). Esse organismo é um dos mais importantes para a
conservação da biodiversidade em escala global, atuando na indicação de vulnerabilidade
de extinção de diversas espécies, influenciando sociedades mundiais a adotar estilos de
vida sustentáveis e assegurando a utilização dos recursos naturais de forma equitativa e
ecologicamente sustentada.
Em 1972 ocorreu a primeira grande conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente Humano, em Estocolmo na Suécia, com vistas a estabelecer uma relação
homem-ambiente. Essa reunião ficou conhecida como o ponto inicial para proteção
internacional do meio ambiente, como um marco na difusão da problemática ambiental,
nas estratégias e/ou propostas adotadas, e, pelos agentes envolvidos nessa questão (Rocha,
2003). Essa conferência objetivou alertar sobre o voraz consumo dos recursos naturais sem
a devida manutenção e mitigação dos impactos e registrou em seu encerramento a
Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, documento que
“atenta à necessidade de um critério e de princípios comuns que ofereçam aos povos do
mundo inspiração e guia para preservar e melhorar o meio ambiente humano” (ONU,
1972), trazendo princípios norteadores em escala mundial e mencionando o tripé da
sustentabilidade. A partir dessa conferência as Organizações Não Governamentais (ONGs)
ganharam força no cenário mundial e alcançaram maior participação política, assim
aproximando a sociedade ao meio ambiente.
De acordo com Rocha (2003, p.234)
O fórum paralelo das ONGs, realizado concomitante com a conferência
oficial, acabou se constituindo num forte mecanismo político, ao pressionar
os delegados dos governos participantes nas tomadas de decisões que
envolviam especialmente a utilização dos recursos naturais de áreas
consideradas de relevante interesse ambiental para a humanidade, como a
Amazônia brasileira e a Mata Atlântica.
Após dez anos, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre Desertificação, na
cidade de Nairóbi, Quênia, (1982) na qual foram discutidas a criação de unidades de
conservação e a recuperação de áreas degradadas. Essa conferência evidenciou a lenta
evolução da discussão ambiental, que já sofrera com a crise econômica na década anterior,
assim atrasando a inserção do desenvolvimento sustentável em todas as esferas da
sociedade global. Essa realidade se deu devido a ganância do desenvolvimento a qualquer
custo em detrimento ao desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente
(Cabral, 2005).
Em 1992 na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, houve a Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92. Esse evento foi um grande
marco na popularização da discussão ambiental em escala internacional, também
consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável como sendo “aquele que atende às
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem
às suas próprias necessidades” (Milaré, 1998, p.5), e ampliou o princípio da solidariedade
intergeracional. Diversos acordos e protocolos foram acordados nesta conferência, o que
mais se destaca é a Agenda 21, que visou à adoção de métodos de proteção ambiental por
parte das delegações signatárias.
Na década seguinte, ocorreu a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável
em Joanesburgo, na África do Sul, no ano de 2002. Essa conferência visou a renovação
dos compromissos firmados pelas nações em 1992, bem como prosseguir com a discussão
sobre as questões ambientais, principalmente com foco na mudança dos padrões/processos
de produção, consumo de recursos naturais e o desenvolvimento sustentado. Dez anos após
o evento Rio+10, como é conhecida a conferência em Joanesburgo, aconteceu na Cidade
do Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável a
Rio+20, que objetivou aprofundar as evoluções alcançadas na agenda ambiental
internacional, elencando algumas questões sociais ao conceito de desenvolvimento.
Em 2015, ocorreu na França, a 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-
Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), mundialmente
conhecido como Acordo de Paris, tendo como foco principal o fortalecimento dos países
com relação às ameaças das mudanças do clima, para assim garantir que os países
envolvidos possam lidar com os impactos resultantes dessas mudanças.
Todas as conferências supracitadas exerceram papel fundamental na promoção da
discussão sobre a problemática ambiental, como os conflitos de uso e ocupação do solo
que devastam o meio ambiente, muitas vezes ignorando sua proteção e conservação.
A criação de áreas protegidas pode ser considerada importante estratégia para o
controle do território, pois estabelece limites e dinâmicas de uso e ocupação específicos
(Medeiros, 2003) e de acordo com o mesmo autor, são erroneamente reduzidas com à
terminologia ‘unidades de conservação’.
De acordo com Soares & Anile (2010) apud Barbosa (2017), as áreas protegidas
garantem importantes papéis para a comunidade, e devem ser criadas, também, como uma
maneira de construir um espaço público que favoreça, beneficie e crie um laço de
pertencimento para com a sociedade, estimulando assim, sua conservação. No entanto,
para alcançar esse propósito, é necessário promover uma gestão ambiental democrática e
participativa.
A criação de áreas protegidas e sua efetivação, tomou corpo durante a República,
com isso, foi criado o Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro a ser implementado, em 1937,
e para Medeiros & Garay (2006, p.161) “tem sido consensualmente apontado pela maioria
dos autores como o marco inicial da política de implantação destas áreas no Brasil”.
O capítulo VI da Constituição Federal (CF), é dedicado especialmente ao meio
ambiente. O SNUC estabelece como se dá o processo de criação das UCs, inclui também a
participação social, o que torna esse aparato legal ainda mais forte, pois, com a introdução
da sociedade, há a possibilidade de realizar uma gestão participativa. Outro respaldo legal
que embasa a gestão participativa das UCs é o Plano Estratégico Nacional de Áreas
Protegidas (PNAP), instituído através do Decreto n° 5.758 em 2006, tem como objetivo
definir parâmetros que levarão o país a reduzir a taxa de perda de biodiversidade, por meio
da consolidação de um sistema abrangente de áreas protegidas, bem como destaca a
participação social em sua gestão.
O PNAP também abarca o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação
(CNUC), visando utilizá-lo como instrumento básico para gestão e monitoramento da
efetividade do SNUC. Esse instrumento configura um sistema integrado de banco de
dados com informações padronizadas das unidades de conservação geridas pelos três
níveis de governo e por particulares e seu principal objetivo é disponibilizar um banco de
dados com informações oficiais do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (MMA,
2015).
Para Briot et al. (2007) a gestão participativa permite prever, exibir e discutir o
impacto de ações sobre o meio ambiente, assim fornece às partes interessadas uma solução
para seus conflitos.
2.2. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA QUANTO À PROTEÇÃO AO MEIO
AMBIENTE
2.2.1. Ponto de partida: a Constituição Federal
Para Borges et al. (2009, p. 116) “a legislação referente às questões ambientais foi
criada com o objetivo de disciplinar o uso dos recursos naturais, os chamados “produtos da
natureza”: a água, o solo, as florestas, o ar e os animais”, isso porque tornou-se evidente
que tais recursos se tornaram escassos.
Para Eddine (2009), um dos maiores paradigmas deste século é a preservação dos
recursos naturais, o cenário que nos circunda demonstra a necessidade de adotar princípios
que diminuam impactos antrópicos causados no ambiente. E esses, muitas vezes, ocorrem
devido ao pensamento de que os avanços tecnológicos estão ligados a melhoria da
qualidade de vida. Assim, acarretando cada vez mais o consumo exacerbado, e com esse
grande consumo, são exigidos maiores volumes de recursos naturais e energéticos, tendo
como possível consequência a degradação ambiental.
O Brasil é um país megadiverso, abrigando a maior biodiversidade do planeta. Essa
abundante variedade biológica se traduz em mais de 20% do total de espécies da Terra,
tornando o Brasil a principal nação entre os 17 países megadiversos (MMA, 2007). Suas
maiores fontes são as florestas tropicais, além de ser muito importante para a conservação
da biodiversidade, as florestas tropicais são vitais para a conservação e preservação da
qualidade de vida das populações humanas e para manutenção dos ciclos ecológicos
(Capobianco, 2001). Para que essa conservação seja de fato uma realidade, são necessários
aparatos legais de proteção ao meio ambiente.
A proteção ambiental ganhou ênfase com CF de 1988 que traz em alguns de seus
capítulos, a preocupação com a proteção ao ambiente. A inserção de um capítulo
específico tratando das questões ambientais na CF pode ser considerado reflexo de uma
consciência conservacionista, em decorrência dos problemas ambientais emergentes e das
pressões populares advindas, também, das conferências ambientais. No caput do seu artigo
225, estabelece que “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”.
A CF também estabeleceu medidas importantes, como a responsabilidade que atribui
aos municípios, que se destinam a assegurar a efetividade do meio ambiente
ecologicamente equilibrado, presentes nos incisos de I a VIII do art. 225. O município
torna-se um ente de responsabilidade político-administrativa, portador de autonomia
política, administrativa e financeira, juntamente com a Lei Complementar nº 140, e
responde por um conjunto de competências, e esse exemplo pode ser visualizado no inciso
IV do art. 8º da referida lei: “promover, no âmbito estadual, a integração de programas e
ações de órgãos e entidades da administração pública da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, relacionados à proteção e à gestão ambiental”. Segundo Conti
(2015, p. 51), “para a instituição do município como ente federado estão previstas a
delimitação de responsabilidades a ele privativas e a transferência de recursos financeiros
dos demais entes políticos”.
Para que o Brasil possa proporcionar o meio ambiente ecologicamente equilibrado
conforme mencionado no artigo supracitado existem os princípios ambientais, que são
diretrizes para ações voltadas a preservação. O mais importante é o princípio do
desenvolvimento sustentável que visa o equilíbrio entre os pilares econômicos, sociais e
ecológicos, objetivando garantir o desenvolvimento socioeconômico sem afetar
negativamente o meio ambiente. Permitindo a extração de recursos naturais necessários de
forma consoante ao equilíbrio ecológico, para a subsistência de uma sociedade,
minimizando, assim, os impactos negativos advindos das atividades antrópicas.
De acordo com o Relatório de Bruntland (1987) o conceito de Desenvolvimento
Sustentável é “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as
possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”. Isso significa
que é possível aprimorar a qualidade de vida da geração atual, sem prejudicar o potencial
desenvolvimento das novas gerações.
Ademais, o referido princípio possui uma vertente econômica ambiental, pois,
acredita em uma justa divisão de riquezas do mundo para que a preservação do meio
ambiente seja respeitada, desde que haja a disponibilidade de necessidades básicas
humanas supridas, não tendo nenhuma razão ou justificativa para a destruição dos recursos
naturais. A introdução de um capítulo dedicado ao meio ambiente na CF de 1988 fez
também com que outros dispositivos legais importantes fossem instituídos.
2.2.2. Política Nacional do Meio Ambiente
De acordo com Farias (2006), com a edição da Lei nº 6.938 em 1981, o Brasil
passou a ter de fato uma Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), que se tornou um
marco legal “para todas as políticas públicas de meio ambiente a serem desenvolvidas
pelos entes federativos”. Essa lei dispõe de mecanismos de formação e aplicação, e dá
outras providências, e tem como principal objetivo:
a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia a
vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-
econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da
vida humana (Lei 6.938, art 2º).
Conforme Sirvinskas (2005) apud Farias (2006), a lei supracitada estabeleceu
conceitos básicos como o de meio ambiente, de degradação e de poluição, bem como
estipulou seus objetivos, diretrizes e instrumentos, e ainda adotou a teoria da
responsabilidade. Ainda de acordo com o autor:
o objetivo geral da Política Nacional do Meio Ambiente está dividido em
preservação, melhoramento e recuperação do meio ambiente. Preservar é
procurar manter o estado natural dos recursos naturais impedindo a
intervenção dos seres humanos. p.3
Os instrumentos da PNMA podem ser considerados mecanismos estratégicos
utilizados pela administração pública ambiental com o intuito de atingir a finalidade de
maior promoção a proteção ao meio ambiente e maior efetivação da dignidade da pessoa
humana.
2.2.3. Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)
Um dos mais importantes artifícios criados para a conservação da biodiversidade
no Brasil é o SNUC, essa lei pode se justificar tanto pela preocupação com questões de
qualidade de vida das populações humanas, quanto por questões éticas e morais que
consideram o valor intrínseco da natureza (Domingues, 2010). Esse sistema define uma
área como UC sendo:
Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído
pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob
regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de
proteção. (Lei nº 9.985, art 2º, inciso I).
É importante destacar que essa lei tem por objetivo central instituir o SNUC, assim,
estabelecendo “critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de
conservação” (art. 1°), visando assim, a proteção do patrimônio ambiental brasileiro
através da criação e gestão eficiente de áreas destinadas à conservação do meio ambiente
(Geluda, 2005). Essa lei também objetiva a conservação dos recursos naturais, emprego do
desenvolvimento sustentável e das práticas de conservação; a recuperação de áreas
degradadas; o incentivo a pesquisa, educação e recreação; e a valorização da diversidade
biológica e das comunidades tradicionais e seus aspectos socioculturais. É possível afirmar
que as UCs, assim como outras áreas legalmente protegidas, surgem como uma alternativa
conservacionista frente ao uso de solo (Nogueira 2001 apud Geluda 2005).
O SNUC permeia todas as esferas de gestão: federais, estaduais, municipais e
particulares, e as categorias se distinguem de acordo com o nível restritivo do uso dos
recursos naturais (SNUC, 2011). No SNUC foram estabelecidos dois grandes grupos de
UCs, sendo eles: o de Proteção Integral, no qual pode-se utilizar os recursos naturais
apenas de forma indireta; e é composto pelas categorias Estação Ecológica (ESEC),
Reserva Biológica (REBIO), Parque Natural (PARNA), Monumento Natural (MONA) e
Refúgio de Vida Silvestre (REVIS). E, o de Uso Sustentável, onde é possível usufruir dos
recursos naturais de forma sustentável (Medeiros et al., 2011), composto pelas categorias
Área de Proteção Ambiental (APA), Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE),
Floresta Nacional (FLONA), Reserva Extrativista (RESEX), Reserva de Fauna (REFAU),
Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e Reserva Particular do Patrimônio
Natural (RPPN).
2.2.3.1. Categorias do SNUC
O SNUC define diferentes categorias de unidades que compõem o sistema, dividindo-
as nos seguintes grupos de manejo: as unidades de proteção integral (Quadro 1) grupo do qual
compõem cinco tipos de uso, admitindo apenas o uso indireto dos seus recursos naturais,
como podemos ver a seguir no grupo de Proteção Integral:
Estação Ecológica (ESEC) – objetiva a preservação da natureza e a
realização de pesquisas científicas;
Reserva Biológica (REBIO) – objetiva a preservação integral da biota e
demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência
humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de
recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias
para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os
processos ecológicos naturais;
Parque Nacional (PARNA) – objetiva básico a preservação de ecossistemas
naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a
realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de
educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza
e de turismo ecológico;
Monumento Natural (MONA) – objetiva básico preservar sítios naturais
raros, singulares ou de grande beleza cênica;
Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) – objetiva proteger ambientes naturais
onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou
comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória
(SNUC, 2000, p.9)
Quadro 1: Comparativo entre as categorias das UCs do grupo Proteção Integral
Grupo Tipo Finalidade Presença de residentes
Proteção
integral
Estação Ecológica
Preservação da natureza e realização de pesquisas
científicas.
Não
Monumento Natural Proteger sítios naturais raros ou de grande beleza
cênica.
Não
Parque Nacional Preservar ecossistemas naturais de grande
relevância ecológica e beleza cênica. Permite
pesquisa, recreação e turismo ecológico.
Não
Refúgio de Vida
Silvestre
Proteger ambientes naturais, assegurando a
existência e reprodução de espécies da flora e
fauna.
Não
Reserva Biológica Preservação integral da biota e demais atributos
naturais.
Não
Fonte: Adaptado de SEEDUC 2018
As unidades de uso sustentável objetivam combinar a conservação ambiental com o
uso sustentável de parcela de seus recursos naturais. Constituem o Grupo das Unidades de
Uso Sustentável (Quadro 2) as seguintes categorias de unidade de conservação:
Área de Proteção Ambiental (APA) – é uma área em geral extensa, com um
certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos,
estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o
bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a
diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais;
Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) – é uma área em geral de
pequena extensão com pouca ou nenhuma ocupação humana, com
características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da
biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de
importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de
modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza;
Floresta Nacional (FLONA) –é uma área com cobertura florestal de
espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso
múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com
ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas;
Reserva Extrativista (RESEX) – é uma área utilizada por populações
extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e,
complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais
de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a
cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais
da unidade;
Reserva de Fauna (REFAU) – é uma área natural com populações animais
de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias,
adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico
sustentável de recursos faunísticos;
Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) – é uma área natural que
abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas
sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de
gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um
papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade
biológica;
Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) – é uma área privada,
gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade
biológica (SNUC, 2000, p.14).
Quadro 2: Comparativo entre as categorias das UCs do grupo Uso Sustentável
Uso
Sustentável
Área de Proteção
Ambiental
Proteger a diversidade biológica e disciplinar o
processo de ocupação.
Sim, mas com limites ao
grau de ocupação humana.
Área de Relevante
Interesse Ecológico
Manter os ecossistemas naturais de importância
regional ou local e regular o uso dessas áreas.
Sim, mas com pouca
ocupação humana.
Floresta Nacional Uso dos recursos florestais e pesquisa científica,
com ênfase em métodos para
exploração sustentável de florestas nativas.
Sim, é permitida
a permanência de
populações tradicionais
que já a habitavam quando
de sua criação.
Reserva Extrativista Proteger os meios de vida e a cultura
das populações tradicionais residentes e assegurar
o uso sustentável dos recursos naturais.
Sim, especialmente
populações tradicionais
cuja subsistência baseia- se
no extrativismo.
Reserva de Fauna Estudos técnico-científicos sobre o manejo
econômico sustentável de recursos faunísticos.
Sim, mas apenas para
visitação pública.
Reserva de
Desenvolvimento
Sustentável
Preservar a natureza assegurando as condições
necessárias para a reprodução dos modos de vida
das populações tradicionais.
Sim, especialmente
populações tradicionais.
Reserva Particular do
Patrimônio Natural
Conservar a diversidade biológica. Só serão
permitidas a pesquisa cientifica e a
visitação com objetivos turísticos, recreativos e
educacionais.
Sim, mas apenas do
proprietário e
funcionários diretamente
ligados à gestão da UC.
Fonte: Adaptado de SEEDUC 2018
É evidente que o meio ambiente nos oferece diversos serviços. Para compatibilizar
essa oferta com a procura, categorias que conservam esses serviços estão protegidas pela
legislação e são distribuídas por tipologia de uso – como visto nos quadros 1 e 2 – para que
todos sejam beneficiados. As UCs são organizadas em categorias de manejo, cada qual
atendendo especificamente a determinados objetivos, podendo ter maior ou menor
significado para a preservação dos ecossistemas naturais (Schenini, 2004).
2.2.4. Outros dispositivos legais
De acordo com Burgonovo (2009), a Ação Civil Pública (ACP) Lei nº 7.347 de
1985, foi estabelecida com a finalidade de tutelar direitos difusos e coletivos. E dentre
esses direitos está a proteção do meio ambiente, que até então contava apenas com a
PNMA, que até então, na seara da responsabilidade civil era a única consoante a proteção
dos ecossistemas e da natureza.
A ACP é um instrumento de proteção do meio ambiente, que permite a entidades
civis e Ministério Público, executem, com mais eficiência, medidas protetoras ao ambiente
através do Inquérito Civil, do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e dos objetos da
ACP.
A legislação ambiental no controle do uso dos recursos naturais é um forte
mecanismo de meio para proteção e conservação do meio ambiente. Para Borges (2009,
p.450), “as leis exigem que as pessoas cumpram certos deveres e obrigações, restringindo
a utilização dos bens naturais e sua omissão acarreta medidas de punição mais rigorosas,
conforme a lei de crimes ambientais”. A lei federal 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 trata
de Crimes Ambientais que “dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.”, trazendo
também a pessoa jurídica como sujeito do crime ambiental, passível de punição (Eddine,
2009).
A Lei nº 9.433, institui em 1997 a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH)
e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Essa lei
ficou conhecida como Lei das Águas, e traz consigo uma mudança do paradigma dos
recursos hídricos no país, tornando a água uma das principais prioridades das políticas
públicas no Brasil (MMA, 2017).
Todos os aparatos legais mencionados surgem, cada um à sua forma, para auxiliar
na proteção do meio ambiente. A legislação ambiental engloba diversos artifícios e
mecanismos de conservacionistas, visando harmonizar com todos os vieses da sociedade.
3. MATERIAL E MÉTODOS
Essa pesquisa caracteriza-se por seu caráter exploratório e analítico-descritivo.
Exploratório por conta da busca de referenciais teóricos quanto à legislação ambiental
brasileira estudada, desde as primeiras reflexões quanto à proteção ao meio ambiente, até a
criação, implementação e gestão das UCs no Brasil.
Quanto aos processos utilizados para a sua investigação, foi realizada pesquisa
bibliográfica e documental, além de se constituir em um estudo de caso. Bibliográfica, por
lançar mão de um conjunto de livros, periódicos, artigos, teses e dissertações, além de
documentos oficiais e matérias publicadas na imprensa sobre o tema abordado, de modo a
fornecer material analítico para o exame a ser efetivado. Documental, tendo em vista as
leis e decretos municipais para o desenvolvimento desta pesquisa e a lei federal que institui
o SNUC; e um estudo de caso, em virtude de o tema abordado apresentar-se restrito ao
estado do Rio de Janeiro, mais especificamente às unidades de conservação geridas pela
esfera municipal.
A coleta de dados para o desenvolvimento da pesquisa teve por base o efetivado no
trabalho de Clare et al. (2009). Foram coletados os seguintes dados: existência ou não de
unidade de conservação sob gestão do município; categoria de manejo, nome da UC;
localização; extensão; instrumento de criação e data.
A tabulação e organização dos dados coletados foram estruturadas conforme
metodologia desenvolvida por Clare et al. (2009), em um banco de dados sobre unidades
de conservação na esfera municipal, com a adequação de que foram analisados em relação
à sua distribuição entre o grupo de uso sustentável e às categorias de manejo previstas no
SNUC para verificar a existência de tendências no estado, ao longo do tempo. Os dados
foram examinados com relação ao número, extensão, frequências absoluta e relativa de
unidades de conservação por município e região administrativa, ao longo do tempo.
3.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A área de estudo compreende as UCs municipais do estado do Rio de Janeiro, que
pertence ao território brasileiro, situado na região sudeste do país compõe uma das 27
unidades federativas da república e segundo dados do IBGE (2016), possui extensão de
43.781,588 km² e população estimada de 16.718.956 pessoas (IBGE, 2017).
O estado está inserido na região geoeconômica mais importante do país, respondendo,
juntamente com São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, por mais de 50% do Produto
Interno Bruto (PIB) brasileiro e 97% da população vive em áreas urbanas (CEEP, 2018).
Figura 1: Localização do Estado do Rio de Janeiro no país.
Fonte: Adaptado de Abreu 2006.
O território fluminense abrange um total de 92 municípios, distribuídos dentre as
seguintes divisões político-administrativas: Baixadas Litorâneas, Costa Verde, Centro-Sul
Fluminense, Médio Paraíba, Metropolitana, Noroeste Fluminense, Norte Fluminense e
Serrana (Figura 2).
Figura 2: Localização dos municípios do estado do Rio de Janeiro de acordo com as regiões
de governo.
Fonte: CEPERJ 2014.
O Estado está inserido no Bioma Mata atlântica, e sua vegetação original é a Floresta
Estacional Semidecidual Submontana, a Floresta Estacional Semidecidual Montana e, em
alguns pontos, a Floresta Ombrófila Densa Montana (IBGE, 2012).
3.2. COLETA DE DADOS
Os dados utilizados no estudo foram obtidos no website institucional da Fundação
Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de
Janeiro (CEPERJ) e são referentes aos relatórios municipais do Estado do Rio de Janeiro para
o cálculo do valor que cada município tem a receber do ICMS Ecológico. Desse relatório
foram extraídos o tipo e o número de UCs municipais que ocorrem em cada cidade. Também
foram utilizados outros websites institucionais para verificar e corroborar algumas
informações referentes aos dados do relatório, como por exemplo, os websites das prefeituras
das cidades estudadas.
Na intenção de buscar dados detalhados foi utilizado o website institucional do
Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC). No entanto, informações básicas
como existência de UCs estão desatualizadas, ao verificar os relatórios, muitas áreas
protegidas que constam no relatório do INEA, não constam como existentes no CNUC.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 EXAME DO CENÁRIO ATUAL QUANTO À OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
DE UCS, SOB A GESTÃO MUNICIPAL, POR MUNICÍPIO E REGIÕES
ADMINISTRATIVAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Atualmente existem distribuídas no estado do Rio de Janeiro 356 UCs. De acordo
com as análises quanto a distribuição de frequências do número de UCs de Proteção
Integral, os PARNAs representam 70,1% das UCs de proteção integral (Tabela 1). Após
essa categoria de manejo, os Monumentos Naturais (MONA) (13,0%) e as Reservas
Biológicas (REBIO) (6,5%) são as mais representativas.
Tabela 1. Percentual da Distribuição de UCs de Proteção Integral no estado do Rio de
Janeiro em 2017, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva Biológica; PARNA -
Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida
Silvestre
Categoria de UC Percentual
ESEC 1,3%
REBIO 6,5%
PARNA 70,1%
MONA 13,0%
REVIS 9,1%
Em relação às UCs do grupo de uso sustentável, verifica-se que as Áreas de
Proteção Ambiental (APAs) refletem maior ocorrência, com mais de 80% das UCs dessa
categoria (Tabela 2), seguidas das Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) (10,9%).
Tabela 2. Percentual da Distribuição de UCs de Uso Sustentável no estado do Rio de Janeiro
em 2017, onde: APA - Área de Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse
Ecológico; FLONA - Floresta Nacional; RESEX - Reserva Extrativista; RDS - Reserva de
Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU -
Reserva de Fauna
Categoria de UC Percentual
APA 84,7%
ARIE 10,9%
FLONA 0,5%
RESEX 0,5%
REFAU 0%
RDS 1,0%
RPPN 2,5%
Os resultados obtidos pelo trabalho desenvolvido por Clare et al. (2009) mostravam
que os PARNAs representavam 34,65% das UCs de proteção integral e as APAs
representavam 47,24% das UCs de uso sustentável. Em 2014, o trabalho desenvolvido por
Pinto (2014) constatou que essas mesmas categorias apresentaram expansão quantitativa,
sendo observado que a distribuição das UCs de proteção integral da categoria PARNA
representava aproximadamente 3/4 de todas as unidades (73,87%), e as UCs de uso
sustentável da categoria APA representavam 79,33%.
Analisando a distribuição de frequências do número de UCs de Proteção Integral,
nota-se a elevada predominância dos PARNAs, que representam aproximadamente ¾ de
todas as UCs municipais de proteção integral do Estado. A predominância dos parques no
Estado pode se justificar a partir de uma concepção histórica, tendo em vista que esta
categoria foi pioneira no Brasil e, desde esse momento, consolidou-se o pensamento de
que é uma categoria de manejo prioritária para garantir a conservação da diversidade
biológica e a promover espaços para o lazer e o ecoturismo (Conti, 2015). Com relação às
APAs, a abundância dessa categoria pode se justificar por ser uma UC que pode ser
estabelecida em áreas de domínio público ou privado, pelos entes federativos, sem a
necessidade de desapropriação das terras privadas (SNUC, 2000).
É importante salientar que, de acordo com o CNUC, no Estado do Rio de Janeiro
ainda não foi criada reserva de fauna, isso pode se dar devido ao nível de restrição e
especificidades dessa categoria de manejo. Para sua criação, deverão ser desapropriadas as
áreas particulares de seus limites, o que se torna um conflito socioambiental.
4.1.1. Distribuição por município da região administrativa metropolitana
O Estado do Rio de Janeiro é dividido em oito regiões administrativas, e essa divisão
está embasada pela Lei n° 1.227/87, que aprovou o Plano de Desenvolvimento Econômico
e Social 1988/1991. A partir daí, ocorreram algumas alterações nas composições dessas
regiões, sendo elas: Metropolitana, Noroeste Fluminense, Norte Fluminense, Baixadas
Litorâneas, Serrana, Centro-Sul Fluminense, Médio Paraíba e Costa Verde (CEEP, 2018).
A região metropolitana (Figura 3) é composta por 21 municípios (Rio de Janeiro,
Belford Roxo, Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí,
Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados,
Rio Bonito, Seropédica, São Gonçalo, São João de Meriti e Tanguá) (CEPERJ, 2014) e
dispõe de 6.738,13 km². Segundo dados do IBGE, 2017, estima-se que essa região possui
11.815.546 habitantes, correspondendo a 74% do total do Estado, a capital carioca (Rio de
Janeiro) detém cerca de 53% da população da região metropolitana. Sua economia é
composta, em sua maior parte, pelo setor de serviços, seguido do industrial, e representa
71% do PIB do Estado (IPEA, 2012).
Figura 3: Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro
Fonte: Abreu, 2017
No quadro 3 observa-se a distribuição de UCs por categoria de manejo para a
regiao metropolitana. Nesse contexto, somente o município de Itaborai não possui UC. As
categorias APAs e PARNAs são as mais representativas, com 71 e 39 unidades,
respectivamente. Acredita-se que a grande quantidade de APAs pode-se dar devido a
permissividade da ocupação e possuir a maior área de remanescentes florestais da região.
Destaca-se, ainda, que as categorias ESEC, FLONA, REFAU, RESEX e RPPN não se
encontram representadas em nenhuma UC municipal (Quadro 3).
Quadro 3: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região metropolitana, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva
Biológica; PARNA - Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA - Área de
Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA - Floresta Nacional; RESEX - Reserva Extrativista; RDS -
Reserva de Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de Fauna
Metropolitana APA ARIE ESEC FLONA MONA PARNA RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total
Belford Roxo 14 14
Cachoeiras de Macacu 2 1 3
Duque de Caxias 1 2 1 4
Guapimirim 1 1 2 4
Itaboraí 0
Itaguaí 3 3
Japeri 4 2 1 2 9
Magé 2 1 1 4
Maricá 2 1 2 1 6
Mesquita 1 2 3
Nilópolis 1 1
Niterói 5 2 7
Nova Iguaçu 8 2 10
Paracambi 1 1
Queimados 5 2 7
Rio Bonito 1 10 11
Rio de Janeiro 24 1 1 16 42
São Gonçalo 1 1 2
São João de Meriti 6 2 8
Seropédica 2 1 3
Tanguá 1 1
Total 71 5 0 0 3 39 1 3 1 0 0 0 143
Por fim, constata-se um aumento significativo do número de UCs ao longo do
tempo. Os resultados obtidos por Clare e seus colaboradores (2009) apontavam a presença
de 69 UCs para a região metropolitana, atualmente tem-se 143 UCs. No período de nove
anos houve um incremento de 107,25%.
4.1.2. Distribuição por município da região administrativa noroeste fluminense
A região noroeste fluminense (Figura 4) é composta por 13 municípios: Aperibé, Bom
Jesus do Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema,
Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá e Varre Sai (CEPERJ,
2014). Essa região tem 5.370,2 km² e possui 324mil habitantes (IBGE, 2015), que reúnem 2%
da população do Estado; e, em 2013, gerou 0,9% do PIB estadual. Sua economia tem como
destaque os setores de indústria de transformação, segmentos de vestuário e acessórios,
alimentos, minerais não metálicos e metal-mecânico (FIRJAN, 2016).
Figura 4: Região Noroeste Fluminense do Estado do Rio de Janeiro
Fonte: Solo, 2017
Os dados do trabalho anterior apontam para essa região apenas uma UC da categoria
APA, no município de Aperibé. No presente trabalho essa região apresenta 31 UCs
(Quadro 4), com destaque nas categorias APA, PARNA e REVIS. O município que mais
possui áreas protegidas é Natividade, com seis unidades, seguido de Itaperuna e São José
de Ubá, com quatro unidades cada.
Clare et al. (2009) destaca que a única UC municipal presente nesta região está
inserida no município que apresenta a menor área territorial (8.760ha) e menor cobertura
vegetal, se comparados aos outros de sua região. Em 2009, isso pode ter sido um fator para
não haverem tantas UCs como nas outras regiões nesse mesmo período. Isso foi contatado
pela pesquisa de Clare et al. (2009) onde foi observado que essa área apresenta a menor
incidência de UCs sob gestão municipal estando relacionado as menores áreas de
remanescente florestal dentre as demais regiões do estado.
Quadro 4: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região noroeste fluminense, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva
Biológica; PARNA - Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA - Área de
Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA - Floresta Municipal; RESEX - Reserva Extrativista; RDS -
Reserva de Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de Fauna
Noroeste
Fluminense APA ARIE ESEC FLONA MONA PARNA RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total
Aperibé 1
1
1
3
Bom Jesus do
Itabapoana 1
1
2
Cambuci
1
1
Italva
0
Itaocara
0
Itaperuna 1
1 1
1
4
Laje do Muriaé 1 1 2
Miracema 1 1 1
3
Natividade 2 2 1 1 6
Porciúncula 1
1
2
Santo Antônio de
Pádua
1 1
2
São José de Ubá 1 2 1 4
Varre Sai
2 2
Total 7 0 0 0 7 8 0 7 0 0 0 2 31
4.1.3. Distribuição por município da região administrativa norte fluminense
A região norte fluminense (Figura 5) possui 905 mil habitantes distribuídos em nove
municípios: Campos dos Goytacazes, Carapebus, Cardoso Moreira, Conceição de Macabu,
Macaé, Quissamã, São Fidelis, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra
(CEPERJ, 2014). Em 2013 gerou riqueza equivalente a R$ 92,9 bilhões em 2013 que
correspondem a 14,8% do PIB estadual (Firjan, 2016).
Em 2014, os nove municípios da região geraram um Produto Interno Bruto (PIB) de
R$ 95,6 bilhões em 2014, o que representou nessa época, 14,3% da economia estadual. A
Indústria (R$ 55,5 bilhões) foi responsável por mais da metade (58,1%) do PIB da
regional, seguida por Serviços (R$ 27,7 bilhões). Vale destacar que a região concentrava o
maior polo industrial do Estado (Firjan, 2017).
Figura 5: Região Norte Fluminense do Estado do Rio de Janeiro
Fonte: Abreu, 2006
A região norte apresentou um crescimento de 112,50% no período de nove anos. Os
municípios que se destacam são Conceição de Macabu, que detinha 50% das UCs na
época, Macaé e Quissamã, com duas UCs cada (Quadro 5). O município de Campos dos
Goytacazes, que nos dados obtidos por Clare et al. (2009), não apresentava nenhuma UC,
no entanto, possui a maior cobertura vegetal da região, hoje possui quatro áreas
protegidas, sendo três APAs e um PARNA. Cinco municípios dessa região não
apresentaram qualquer tipo de UC (Carapebus, Cardoso Moreira e São Francisco de
Itabapoana).
Quadro 5: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região norte fluminense, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva
Biológica; PARNA - Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA - Área de
Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA - Floresta Municipal; RESEX - Reserva Extrativista; RDS -
Reserva de Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de Fauna.
Norte Fluminense APA ARIE ESEC FLONA MONA PARNA RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total
Campos dos
Goytacazes 3
1
4
Carapebus
0
Cardoso Moreira
0
Conceição de
Macabu 1 1 1
2
5
Macaé 1 4 5
Quissamã 1 1 2
São Fidelis 1 1
São Francisco de
Itabapoana
0
São João da Barra 0
Total 7 1 1 0 0 8 0 0 0 0 0 0 17
4.1.4. Distribuição por município da região administrativa baixadas litorâneas
A região das baixadas litorâneas (Figura 6), comumente conhecida como região dos
lagos, é composta por 13 municípios: Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo,
Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia,
Saquarema e Silva Jardim (CEPERJ, 2014), tem 3.416 km2 e equivale a 8% do território
do estado (IBGE, 2010). Essa região possui 595.166 habitantes, o que corresponde a 4%
da população estadual.
Figura 6: Região Baixadas Litorâneas do Estado do Rio de Janeiro
Fonte: Abreu, 2017
O município que dispõe do maior número de UCs nessa região é Arraial do Cabo (17)
(Quadro 6), dispondo, em sua maioria, de sete parques, seguida de cinco ARIES.
Saquarema é o município que vem em segundo lugar, apresentando onze UCs. Todos os
municípios apresentam algum tipo de UC implementada. As categorias que não
contabilizam qualquer UC são as RDS, REVIS, RESEX, RPPN e REFAU.
Quadro 6: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região baixadas litorâneas, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva
Biológica; PARNA - Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA - Área de
Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA - Floresta Municipal; RESEX - Reserva Extrativista; RDS -
Reserva de Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de Fauna.
Baixadas Litorâneas APA ARIE ESEC FLOMU MONA PNM RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total
Araruama 2 1
3
Armação dos Búzios 1
3
4
Arraial do Cabo
5
7
4 1
17
Cabo Frio
2
2
Casimiro de Abreu
2
2
Iguaba Grande 6
6
Rio das Ostras
1
1
São Pedro da Aldeia 2
1
1 1
1
6
Saquarema 10
1
11
Silva Jardim 2
1
3
Total 23 6 1 1 1 17 0 0 5 1 0 0 55
4.1.5. Distribuição por município da região administrativa serrana
A região serrana (Figura 7) é composta por 14 municípios: Bom Jardim, Cantagalo,
Carmo, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Nova Friburgo, Petrópolis, Santa Maria
Madalena, São José do Vale do Rio Preto, São Sebastião do Alto, Sumidouro, Teresópolis
e Trajano de Morais (CEPERJ, 2014), tem 6.939,9 km² e possui 607,731 mil habitantes
(IBGE, 2017). Sua população representa 1,8% total do estadual. Petrópolis gerou um PIB
de R$ 11,4 bilhões em 2014, representando 1,7% da economia estadual (IBGE 2017). O
setor de Serviços (R$ 5,0 bilhões) foi responsável por quase metade do PIB regional
(43,9%) em 2014.
O município de Nova Friburgo detém maior destaque da região Serrana. Além de ser o
mais populoso, com 48% da população da região, possui a renda domiciliar per capita mais
alta da região e a oitava mais alta do Estado (SEBRAE, 2013).
Figura 7: Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro
Fonte: Solo, 2017
O município que dispõe do maior número de UCs é Teresópolis (9) (Quadro 5),
dispondo de quatro áreas de relevante interesse ecológico, seguida de 3 APAS. Essa cidade
é dotada de beleza cênica, riqueza de fauna e flora, o que acaba propiciando a criação de
áreas protegidas. Os municípios de Nova Friburgo (7) e Petrópolis (7), apresentam
números semelhantes, com relação as APAS, cinco para Friburgo e 4 para Petrópolis. O
município de Bom Jardim se destaca por não possuir em seu território UCs. Cabe ressaltar
que cinco categorias não são registradas em nenhum dos municípios dessa região, sendo
ARIE, ESEC, REFAU, RESEX e RPPN.
Quadro 7: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região serrana, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva Biológica;
PARNA - Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA - Área de Preservação
Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA - Floresta Municipal; RESEX - Reserva Extrativista; RDS - Reserva de
Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de Fauna.
Serrana APA ARIE ESEC FLOMU MONA PNM RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total
Bom Jardim 0
Cantagalo 1 1
Carmo 4 1 5
Cordeiro 3 3
Duas Barras 2 2
Macuco 1 4 5
Nova Friburgo 5 2 7
Petrópolis 4 1 1 1 7
Santa Maria Madalena 1 1
São José do Vale do Rio Preto 1 2 1 4
São Sebastião do Alto 1 1
Sumidouro 1 1
Teresópolis 3 4 1 1 9
Trajano de Morais 1
Total 23 4 0 0 2 13 1 1 3 0 0 0 47
4.1.6. Distribuição por município da região administrativa centro-sul fluminense
A região Centro-Sul Fluminense (Figura 8) é composta por 10 municípios Areal,
Comendador Levy Gasparian, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira,
Paraíba do Sul, Paty do Alferes, Sapucaia, Três Rios e Vassouras (CEPERJ, 2014), tem
3.028,1 km² e, segundo as últimas estimativas do IBGE (2015), sua população é de 180 mil
habitantes representando 1,1% do Estado do Rio de Janeiro e está inserido no Bioma Mata
Atlântica (IBGE 2017).
Sua economia é baseada no setor de serviços e comércio, que responde por 39,5% do
PIB da região, seguido pela indústria, que apresentou um aumento no crescimento no
mesmo período (237,6%) e contribui com 27,7% do valor da produção regional. A
agropecuária tem participação com 2,6% do PIB da região, e contribui em 6,4% do valor
total produzido pelo setor no estado (FIRJAN, 2015).
Três Rios é a região de maior destaque visto que possui um importante entroncamento
rodoferroviário, estando localizada próximo às principais capitais do sudeste brasileiro e
de cidades de significativa importância econômica, como Petrópolis e Juiz de Fora no
estado de Minas Gerais.
Figura 8: Região Centro-Sul Fluminense do Estado do Rio de Janeiro
Fonte: CEPERJ, 2013
De acordo com os dados obtidos dos 10 municípios da região Centro-Sul
Fluminense, observa-se que apenas o município de Vassouras não possui UCs associadas à
gestão municipal (Quadro 8), e o município com maior número de UCs é Vassouras. Em
relação às categorias, a de Uso Sustentável apresenta 64%, entretanto, esse grupo possui
áreas protegidas somente na categoria APA, em comparação ao grupo Proteção Integral,
que representa 36%, e abrange unidades nas categorias REBIO, Parque Municipal e
MONA.
Quadro 8: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região centro-sul fluminense, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva
Biológica; PARNA - Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA - Área de
Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA - Floresta Municipal; RESEX - Reserva Extrativista; RDS -
Reserva de Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de Fauna.
Centro-Sul APA ARIE ESEC FLONA MN PARNA RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total
Areal 3 3
Comendador Levy
Gasparian 4
1
4
Engenheiro Paulo de
Frontin 1
1
Mendes 1 1 2
Miguel Pereira 1 1 2 1 5
Paraíba do Sul 1 2 3
Paty do Alferes 4 1 1 1 7
Sapucaia 10 1 11
Três Rios 4 1 1 6
Vassouras 0
Total 27 0 0 0 5 8 0 0 2 0 0 0 42
4.1.7. Distribuição por município da região administrativa médio paraíba
A região do Médio Paraíba (Figura 9) é composta por 15 municípios: Barra do
Piraí, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Rio
das Flores, Valença e Volta Redonda (CEPERJ, 2014). Essa região tem 6.190,1 km² e
abrange 7% da população do estado do Rio de Janeiro (Sebrae, 2013). Sua taxa média de
crescimento populacional é de 1,4%, é a terceira maior entre as regiões do Estado, inferior
à da Baixada Litorânea (3,4%) e região Norte (2,7%) (Sebrae, 2013).
De acordo com dados do IGBE, é a quarta região do estado com a maior renda
domiciliar per capita (R$ 771,18) atrás da capital do Estado. Seu PIB corresponde a 10%
do PIB estadual, ficando atrás do percentual do PIB do Rio de Janeiro (46,7%), da Baixada
Fluminense (14,4%) e da região Norte (12,7%) (SEBRAE, 2013).
Figura 9: Região Médio Paraíba do Estado do Rio de Janeiro
Fonte: SEBRAE, 2013
Nessa região são expressivos os números de APAS e Parques (Quadro 9), no
entanto não apresentam 7 categorias de UCs, sendo a maioria do grupo de uso sustentável.
Apenas um município não apresenta qualquer tipo de UC, sendo esse Pinheiral.
Quadro 9: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região médio paraíba, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva
Biológica; PARNA - Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA - Área de
Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA - Floresta Municipal; RESEX - Reserva Extrativista; RDS -
Reserva de Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de Fauna.
Médio Paraíba APA ARIE ESEC FLONA MONA PARNA RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total
Barra do Piraí 1
1
Barra Mansa 3 1
2
6
Itatiaia 1
1
2
Pinheiral
0
Piraí
2
2
Porto Real 1
1
2
Quatis
1
1
Resende 1
1
2
Rio Claro 1
10
11
Rio das Flores 1
2 3
Valença 4
1 1
6
Volta Redonda 1
1
2
Total 14 1 0 0 1 20 0 0 0 0 0 2 38
4.1.8. Distribuição por município da região administrativa costa verde
A região Costa Verde (Figura 10) é composta por 3 municípios: Angra dos Reis,
Mangaratiba e Paraty (CEPERJ, 2014) e tem 2.107,8 km². Possui uma população estimada
de 278.488 habitantes (IBGE, 2017). Sua economia tem como destaque o setor de turismo,
sendo um importante destino receptor no cenário do turismo nacional, e seu PIB em 2015
foi de R$95.572,210.
Figura 10: Região Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro
Fonte: SETUR, 2012
Os dados verificados para essa região são bastante expressivos se comparados aos
dados de Clare et al. (2009). Atualmente os três municípios da região apresentam UCs
(Quadro 10), e são em sua maioria APAs (4), diferente do que nove anos atrás, onde Parati
era o único município de posse de uma UC.
Quadro 10: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região costa verde, onde:
ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva Biológica; PARNA - Parque Natural
Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA -
Área de Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA -
Floresta Municipal; RESEX - Reserva Extrativista; RDS - Reserva de Desenvolvimento
Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de
Fauna.
Costa Verde APA ARIE ESEC FLONA MONA PARQUE RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total
Angra dos
Reis 1 1
1
3
Mangaratiba 2
1 1
4
Parati 1
2
3
Total 4 1 0 0 2 2 1 0 0 0 0 0 10
O padrão de distribuição das UCs sob tutela municipal observado em 2009 indicou que
apesar de encontradas em número expressivo, essas áreas estavam presentes em menos da
metade dos municípios fluminenses e com forte concentração na região metropolitana do
Estado, sendo que em 2018 essa tendência se mantém, concentrada na mesma região. Com
relação aos municípios que não dispõem de UCs, houve uma queda significante entre esse
período de nove anos, também foi verificado que a tendência é de que mais UCs sejam criadas
no Estado. Houve também a redução da falta de informações acerca das UCs municipais, que
antes não dispunham de informações sobre a extensão de suas unidades, o que poderia indicar
que estas áreas podem não estar implementadas territorialmente na prática, representando
áreas protegidas de papel, com processo de gestão inexistente ou precário. Para Bourdette
(2014), o termo “parques de papel” resulta da falta de condições para as UCs que, apesar de
estarem legalmente constituídas, exercem a função de conservação da biodiversidade.
4.2. EXAME DO PROCESSO DE EVOLUÇÃO QUANTO À OCORRÊNCIA E
DISTRIBUIÇÃO DE UCS, SOB A GESTÃO MUNICIPAL, POR MUNICÍPIO E
REGIÕES ADMINISTRATIVAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, NO
PERÍODO DE 2009 A 2018
Para o estado do Rio de Janeiro é possível verificar que o grupo com maior número
de UCs é o de Uso Sustentável (Tabela 3), onde há a compatibilização do desenvolvimento
sustentável com a ocupação humana.
Tabela 3: Distribuição das unidades de conservação por grupo.
Unidades de Conservação de Proteção Integral 154
Unidades de Conservação de Uso Sustentável 202
Total 356
Com base nos dados obtidos dos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro, observou-
se que as categorias que apresentaram maior número de áreas protegidas no estudo de
2009 foram os PARNAs (Proteção Integral) e as APAs (Uso Sustentável) (Quadro 11), e
no período em 9 anos, esse comportamento se repete, obtendo um aumento expressivo de
185% na categoria APA e aproximadamente 145% na categoria PARNA. Pode-se
justificar esse resultado devido ao Parque ser uma categoria antiga de UC e, além disso,
permite conciliar o acesso do público e a realização de atividades turísticas e de recreação
(Medeiros & Garay 2006 apud Matos, 2016). Com relação às APAs, a predominância
dessa categoria de UC pode estar associada ao fato de ser dedicada a proteção de atributos
ambientais em áreas urbanas, sendo relevante no contexto municipal, podendo ser
compostas de terras públicas e privadas, o que torna um facilitador de sua implementação
(Clare et al., 2009).
Quadro 11: Distribuição das unidades de conservação municipais por tipologia de uso no ano
de 2009 a 2018.
2009 2018
PROTEÇÃO INTEGRAL Número
de UCs
Número
de UCs
Estação Ecológica 1 2
Reserva Biológica 2 10
Parque Natural Municipal 44 108
Monumento Natural 2 20
Refúgio da Vida Silvestre 0 14
Total 49 154
USO SUSTENTÁVEL
Número
de UCs
Número
de UCs
Área de Proteção Ambiental 60 171
Área de Relevante Interesse Ecológico 5 22
Floresta Municipal 1 1
Reserva Extrativista 0 1
Reserva de Fauna 0 0
Reserva de Desenvolvimento Sustentável 1 2
Reserva Particular do Patrimônio Natural
5
Total 67 202
Fonte: Adaptado de Clare et al. 2018.
Em comparação aos dados obtidos por Clare et al. (2009), verificou-se que 47
municípios não possuíam unidade de conservação municipal (Tabela 4), enquanto que em
2017 esse número reduz para 11 municípios (Tabela 5). Essa redução de 76% pode ter
origem na instituição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - Ecológico
(ICMS-E), que foi instituído no Rio de Janeiro pela Lei n° 5.100, de 04 de outubro de 2007,
cujo objetivo é estabelecer os critérios de repasse do ICMS aos municípios, conforme
previsto na Constituição Federal de 1988. Esse instrumento econômico foi regulamentado
pelo Decreto n° 41.844 de 04 de maio de 2009, no qual estabelece definições técnicas para
a alocação do percentual que seria distribuído aos municípios, em função dos critérios
ambientais. Nesse contexto, supõe-se que a criação desse repasse financeiro tenha
contribuído para o expressivo aumento da criação de UCs municipais em 2018, visto que o
percentual de distribuição do repasse para as UCs no estado é de 36%.
Em relação a abrangência espacial, as UCs representavam 147.531 hectares em 2009
(Quadro 12) e percebe-se um crescimento significativo da abrangência dessas unidades em
2017, representando uma área total de 4.366.291 ha. Em relação à criação de UCs, foi
possível verificar que houve um aumento de quase 200%, e a categoria que mais se destaca
entre a tipologia de áreas implementadas são as APAs, que apresentam maior abrangência
da extensão da área territorial do estado do Rio de Janeiro.
Quadro 12: Comparativo da criação de UCs entre 2009 e 2018.
Número de UCs Extensão
(ha)
Unidades de
Conservação Municipais
- 2009
127
147.531
Unidades de
Conservação Municipais
- 2018 356 4.375.281,8
A análise da ocorrência e distribuição das unidades de conservação municipais entre
as regiões administrativas do estado (Tabela 4) revelou que mais da metade delas estão
localizadas na região Metropolitana (69 UCs), seguido da região das Baixadas Litorâneas
(19 UCs), e das regiões Serrana e do Médio Paraíba (12 UCs cada). É importante observar
que para os dados referentes ao trabalho anterior, foi observado que cinco municípios não
dispunham de informação sobre existência ou não de UCs, somando informações para 87
municípios. Verifica-se também que, para 2018, as regiões Metropolitana, Serrana,
Baixadas Litorâneas e Médio Paraíba mantém essa tendência e as demais regiões apontam
seguir rumo a esse crescimento (Tabela 5).
Tabela 4. Número de unidades de conservação municipais no estado do Rio de Janeiro por
região administrativa em 2009.
Região Administrativa
Total
de municípios
Total de
municípios com
UCs
Total de
municípios sem
UCs
Total de
UCs
Metropolitana 17 12 5 69
Noroeste Fluminense 13 1 12 1
Costa Verde 4 1 2 1
Norte Fluminense 9 3 5 8
Serrana 14 6 6 12
Baixadas Litorâneas 13 6 6 19
Médio Paraíba 12 8 4 12
Centro-Sul Fluminense 10 3 7 5
Total 92 40 47 127
Tabela 5. Número de unidades de conservação municipais no estado do Rio de Janeiro por
região administrativa em 2017.
Região Administrativa
Total
de municípios
Total de
municípios com
UCs
Total de
municípios sem
UCs
Total de
UCs
Metropolitana 17 12 5 69
Noroeste Fluminense 13 1 12 1
Costa Verde 4 1 2 1
Norte Fluminense 9 3 5 8
Serrana 14 6 6 12
Baixadas Litorâneas 13 6 6 19
Médio Paraíba 12 8 4 12
Centro-Sul Fluminense 10 3 7 5
Total 92 40 47 127
A elevada ocorrência de UCs observada para a região metropolitana está associada
ao fato dela ser a maior em número de municípios no estado (21 no total), mas, sobretudo
pela contribuição dada pela capital. Somente o município do Rio de Janeiro é responsável
pela gestão de 143 unidades protegidas. De acordo com Clare et al. (2009), o expressivo
número dessas áreas na metrópole carioca, pode ter relação com a participação da
sociedade, durante as décadas de 1980 e 1990, reivindicando a proteção dos
remanescentes florestais e “ com a promulgação de importantes instrumentos legais de
proteção como a Lei Orgânica e a Lei do Plano Diretor da cidade”, a qual estabelecem
restrições no uso do solo em áreas com cobertura florestal (IBAM/DUMA/PCRJ/ SMAC,
1998 apud Clare et al., 2009).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível observar que as UCs abrangem todas as regiões administrativas do estado
do Rio de Janeiro; no entanto, não estão distribuídas por todos os municípios dessas
regiões. A região que mais possui UCs é a metropolitana, seguida das baixadas litorâneas e
centro-sul fluminense. Essas regiões apresentam as APAs como a categoria do grupo de
uso sustentável que mais se destaca em ocorrência e distribuição, no período estudado.
Tendo em vista que as APAs podem se configurar importantes para o alcance e promoção
do desenvolvimento sustentável, é pertinente que os órgãos gestores adequem seu manejo,
principalmente com o auxílio do IMCS ecológico, para executar o propósito de uma UC
em toda sua plenitude. Entre as UCs do grupo de proteção integral, destacam-se os
PARNAs, pois existem em maior número dentro dessa categoria, números semelhantes aos
obtidos por nos estudos realizados em 2009 e em 2014, mostrando que a ocorrência dessas
UCs tende a aumentar.
É importante salientar que, além do escopo desta pesquisa, existem ainda caminhos
a serem explorados. Isso tendo em vista à relação da efetividade do ICMS-E como
instrumento econômico no contexto de políticas públicas na área ambiental com ênfase às
áreas protegidas, bem como, a oportunidade de uma análise que leve também em
consideração os graus de implementação e conservação. Ainda que a pesquisa realizada
neste estudo possa ser aprimorada no futuro, a partir de novos referenciais teóricos,
quantitativos e qualitativos, este exercício acadêmico trouxe à reflexão importantes
indicações sobre os avanços já alcançados e os desafios a serem enfrentados na criação de
UCs.
6. REFERÊNCIAS
Abreu, RL (2006) Baixadas Litorâneas. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:RiodeJaneiro_MesoMicroMunicip.svg Acesso
em: junho de 2018.
Abreu, RL (2006) Estado Rio de Janeiro. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:RiodeJaneiro_MesoMicroMunicip.svg Acesso
em: junho de 2018.
Abreu, RL (2017) Região Metropolitana. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:RiodeJaneiro_RM_RiodeJaneiro.svg Acesso
em: junho de 2018.
Borges LAC; Rezende JLP; Pereira JAA (2009) Evolução da legislação ambiental no
Brasil. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente, v. 2, n. 3, p. 447-466. Disponível em:
http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/rama/article/download/1146/852 Acesso
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