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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO TRÊS RIOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO MUNICIPAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: CENÁRIO PARA 2018 E EXAME DE SUA EVOLUÇÃO DESDE 2009 Christiane Angela Casaes e Silva ORIENTADORA: Profa. Dra. Julianne Alvim Milward de Azevedo TRÊS RIOS - RJ JUNHO 2018

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO ... · Ambiental e Parques. A Reserva de Fauna é uma categoria de UC inexistente no estado do Rio de Janeiro. A ampliação

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

MUNICIPAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: CENÁRIO PARA

2018 E EXAME DE SUA EVOLUÇÃO DESDE 2009

Christiane Angela Casaes e Silva

ORIENTADORA: Profa. Dra. Julianne Alvim Milward de Azevedo

TRÊS RIOS - RJ

JUNHO – 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

MUNICIPAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: CENÁRIO PARA

2018 E EXAME DE SUA EVOLUÇÃO DESDE 2009

Christiane Angela Casaes e Silva

Monografia apresentada ao curso de Gestão Ambiental,

como requisito parcial para obtenção do título de

bacharel em Gestão Ambiental da UFRRJ, Instituto Três

Rios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

TRÊS RIOS - RJ

JUNHO – 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

MUNICIPAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: CENÁRIO PARA

2018 E EXAME DE SUA EVOLUÇÃO DESDE 2009

Christiane Angela Casaes e Silva

Monografia apresentada ao Curso de Gestão Ambiental

como pré-requisito parcial para obtenção do título de

bacharel em Gestão Ambiental da Universidade Federal

Rural do Rio de Janeiro, Instituto Três Rios da

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Aprovada em 26/06/2018

Banca examinadora:

__________________________________________

Orientadora Profa. Dra. Julianne Alvim Milward de Azevedo

__________________________________________

Profa. Dra. Maíra Freire Pecegueiro do Amaral

__________________________________________

Me. Helder Marcos Nunes Candido

TRÊS RIOS - RJ

JUNHO – 2018

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Dedicatória

“Aos pilares da minha vida, minha grande família, que sempre

estiveram por mim independente da distância e à luta pela conservação

da biodiversidade.”

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado força e perseverança para chegar até

aqui. Á minha grande família, minha mãe Denise, meu pai José e aos meus irmãos e irmãs:

Jaqueline, Fellipe, Henrique, Guilherme e Alice. Vocês são os pilares da minha vida, cada um

à sua maneira, cada um completando a loucura do outro, ajudando na moldagem do caráter

um do outro. Minha grande família, sem vocês nada seria possível, cada um de vocês me deu

tamanha força para continuar nessa árdua caminhada. Confiaram em mim e no meu sonho, me

ajudaram a concretizar mais uma etapa em minha vida, não mediram esforços para que esse

dia chegasse. Com vocês aprendi o que realmente significa resiliência, aprendi a lutar mesmo

quando não se tem mais forças. Aprendi que tudo melhora, ainda que pareça tudo perdido.

Tenho em meu coração cada um de vocês. Amo e aprecio a cada um de vocês, minha grande

família (que não é a do Alasca hahahah) muito obrigada por tudo!

Agradeço também a todos os meus familiares que apoiaram minha graduação, meus

tios, tias, primos, primas e minha cunhada, muito obrigada a todos!!! Agradeço aos meus

amigos por todas as palavras de apoio e encorajamento desde que decidi sair da minha zona

de conforto para enfrentar um novo desafio em uma nova cidade, vocês estarão sempre em

meu coração, amo vocês Taís Gomes e Patrick Martins. Deixo aqui o meu muito obrigada por

todos os momentos alegres que vivemos, João Felipe e Anderson Raposo, vão sempre morar

no meu coração! Saudades!

À minha família trirriense, fica aqui o meu mais sincero obrigada! Sem vocês ao meu

lado diariamente essa caminhada não teria sido tão gratificante como foi. Eu agradeço vocês:

Lizandra Nunes, Conrado Bahia, Jardel Machado, Marcelle Dias e Ingrid Azevedo por todos

os momentos maravilhosos que vivemos (e ainda viveremos) juntos, por todas as vezes que

choramos de rir por bobeiras, por todas as vezes que ajudamos uns aos outros, todas as vezes

que “desmaiamos” de rir onde quer que fosse, porque rir em momentos não apropriados,

nossa especialidade. Eu escrevo esse texto, com um grande sorriso no rosto, pois me lembro

de tudo como se fosse hoje! Vocês serão para sempre a minha família trirriense, amo muito

todos vocês!!!

Cora Coralina certa vez disse: “feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que

ensina”, com essa mensagem eu agradeço de coração a todas as professoras e professores da

UFRRJ – Instituto Três Rios. Agradeço imensamente à minha orientadora Profª. Drª. Julianne

Milward, por ser uma pessoa incrível, que me acolheu no Núcleo de Estudos em Gestão de

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Unidades de Conservação do Instituto Três Rios - UFRRJ e muito me incentivou, obrigada

por todo o conhecimento que me passou, por toda a orientação que me deu, muitíssimo

obrigada! Ao Prof. Me. Luis Cláudio por me incentivar a pensar fora da caixa, por levantar

questionamentos que nos incentivam sempre a continuar buscando conhecimento. Ao Prof.

Dr. Fábio Almeida o meu muito obrigada por todos esses anos, todos os ensinamentos, todas

as risadas, todo o apoio durante minha graduação, tenho certeza de que sou uma aluna melhor

graças a você! Agradeço as Profªs Drªs: Fabíola Garrido, Olga Gomes, Erika Cortines e Thais

Gallo, vocês são maravilhosas, muito obrigada por tudo! Agradeço a Profª Drª Maíra

Percegueiro e ao Mestre Helder Nunes por aceitarem compor a banca desse trabalho.

Agradeço a todas as organizações que participei durante essa caminhada: Centro

Acadêmico de Gestão Ambiental, Vale Verde Serviços e Soluções Ambientais, Coletivo Mãe

Preta TR, Grupo Habitar Psi, Prepara ENEM, Grupo de Pesquisa de Direito Ambiental,

liderado pela Profª Drª Kênia Pontes Maia, fica aqui o meu muito obrigada a todos os

participantes, foi muito bom compartilhar com todos vocês, agradeço todas as trocas de

saberes, todas as risadas, lágrimas e todas as lutas!

Agradeço a todos os funcionários do ITR, por toda a ajuda, muitas vezes fazendo mais

do que exigiam suas obrigações. Em especial a equipe de limpeza, vocês, que nos acolheram

com um sorriso transparente, mesmo quando o semblante parecia cansado, o meu muito

obrigado, pelo bom dia, pelo carinho, pelo sorriso no corredor! A todos, muito obrigada!

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“A natureza pode suprir todas as necessidades do homem,

menos a sua ganância.”

(Gandhi)

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RESUMO

Áreas protegidas estão sendo criadas estrategicamente para conservar o patrimônio natural

existente. Uma unidade de conservação (UC) pode ser entendida como um espaço

territorial especialmente protegido e legalmente instituído com objetivos relacionados à

proteção da diversidade biológica e dos demais recursos naturais. No Brasil, as UCs estão

divididas em dois grupos – Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável –, e

com esse sistema de conservação, estima-se que haja significativa redução da perda da

cobertura florestal. Esse trabalho tem por propósito a atualização dos dados da pesquisa

realizada por pesquisadores em 2009, quanto à ocorrência e distribuição das UCs

municipais no Estado do Rio de Janeiro, relacionando com os dados de UCs municipais

em 2018. A pesquisa caracterizou-se por seu caráter exploratório e analítico-descritivo.

Quanto aos processos utilizados para a sua investigação, foi realizada pesquisa

bibliográfica e documental, além de se constituir em um estudo de caso. Os dados

atualizados para o ano de 2018 foram obtidos no website institucional da Fundação Centro

Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro

(CEPERJ) e são referentes aos relatórios municipais do estado do Rio de Janeiro, para o

cálculo do valor que cada município tem a receber do ICMS Ecológico no ano fiscal de

2018. Os resultados do exame desenvolvido expressam uma amplificação da quantidade de

UCs em aproximadamente 200% ao longo dos 9 anos. Esse crescimento foi observado em

todas as suas categorias, mantendo a expressividade nas categorias Áreas de Proteção

Ambiental e Parques. A Reserva de Fauna é uma categoria de UC inexistente no estado do

Rio de Janeiro. A ampliação da quantidade de UCs no Estado também foi verificada sob a

perspectiva da abrangência espacial, sendo que em 2009 as UCs representavam 147.531

hectares e no período de 2018 a área total de sua extensão é de 4.366.291 hectares. As UCs

abrangem todas as regiões administrativas do Estado, no entanto, não estão distribuídas

por todos os municípios dessas regiões. A análise da ocorrência e distribuição das unidades

de conservação municipais entre as regiões administrativas do Estado revelou que mais da

metade delas encontram-se localizadas na região Metropolitana (69 UCs), seguido da região

das Baixadas Litorâneas (19 UCs), e das regiões Serrana e do Médio Paraíba (12 UCs

cada).

Palavras-chave: Áreas Protegidas, distribuição, estado do Rio de Janeiro.

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ABSTRACT

Protected areas are being strategically created to conserve existing natural heritage. A

conservation unit (CU) can be understood as a territorial space specially protected and legally

established with objectives related to the protection of biological diversity and other natural

resources. In Brazil, CUs are divided into two groups - Integral Protection Units and

Sustainable Use Units -, and with this conservation system, it is estimated that there is a

significant reduction in the loss of forest cover. The purpose of this study is to update the data

of the research carried out by researchers in 2009 regarding the occurrence and distribution of

municipal UCs in the State of Rio de Janeiro, relating to the data of municipal municipalities

in 2018. The research was characterized by its character exploratory and analytical-

descriptive. As for the processes used for its investigation, a bibliographical and documentary

research was carried out, besides constituting a case study. The data updated for the year 2018

were obtained from the institutional website of the State Center for Statistics, Research and

Training of Public Servants of Rio de Janeiro (CEPERJ) and refer to the municipal reports of

the state of Rio de Janeiro, for the calculation of the value that each municipality has to

receive from the Ecological ICMS in the fiscal year of 2018. The results of the exam

developed express an amplification of the quantity of CUs by approximately 200% over the 9

years. This growth was observed in all its categories, maintaining the expressiveness in the

categories of Environmental Protection Areas and Parks. The Fauna Reserve is a nonexistent

CU category in the state of Rio de Janeiro. The increase in the number of PAs in the State was

also verified from the perspective of spatial coverage, and in 2009 the PAs represented

147.531 hectares and in the period of 2018 the total area of its extension is 4.366.291

hectares. The PAs cover all the administrative regions of the State, however, they are not

distributed by all the municipalities of those regions. The analysis of the occurrence and

distribution of municipal conservation units among the administrative regions of the State

revealed that more than half of them are located in the Metropolitan region (69 CUs),

followed by the Coastal Basin (19 CUs), and the Serrana and the Middle Paraíba (12 CUs

each).

Key words: Protected Areas, distribution, state of Rio de Janeiro.

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

ACP – Ação Civil Pública

APA – Área de Preservação Ambiental

APP – Área de Preservação Permanente

ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico

CEEP – Centro de Estatísticas, Estudos e Pesquisas

CEEPERJ – Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores

Públicos do Rio de Janeiro

CF – Constituição Federal

CNUC – Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

COP 21 – Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas

ESEC – Estação Ecológica

FLONA – Floresta Nacional

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS – Imposto sobre circulação de Mercadorias e Serviços

ICMS-E – Imposto sobre circulação de Mercadorias e Serviços – Ecológico

INEA – Instituto Estadual do Ambiente

IUCN – União Internacional para Conservação da Natureza

MMA – Ministério do Meio Ambiente

MONA – Monumento Natural

ONGs – Organizações Não Governamentais

PARNA – Parque Natural Municipal

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PIB – Produto Interno Bruto

PNAP – Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas

PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente

PNRH – Política Nacional de Recursos Hídricos

RDS – Reserva de Desenvolvimento Sustentável

REBIO – Reserva Biológica

REFAU – Reserva de Fauna

RESEX – Reserva Extrativista

REVIS – Refúgio de Vida Silvestre

RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural

SEA – Secretaria de Estado do Ambiente

SINGREH – Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos

SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza

TAC – Termo de Ajustamento de Conduta

UC – Unidade de Conservação

UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Localização do Estado do Rio de Janeiro no país ...................................................31

Figura 2. Localização dos municípios do estado do Rio de Janeiro de acordo com as regiões

de governo.................................................................................................................................32

Figura 3. Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro ................................................36

Figura 4. Região Noroeste Fluminense do Estado do Rio de Janeiro......................................37

Figura 5. Região Norte Fluminense do Estado do Rio............................................................41

Figura 6. Região Baixadas Litorâneas do Estado do Rio de Janeiro.......................................43

Figura 7. Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro...........................................................45

Figura 8. Região Centro-Sul Fluminense do Estado do Rio de Janeiro..................................48

Figura 9. Região Médio Paraíba do Estado do Rio de Janeiro................................................50

Figura 10. Região Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro..................................................52

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Percentual da Distribuição de UCs de Proteção Integral no estado do Rio de Janeiro

em 2018.....................................................................................................................................33

Tabela 2. Percentual da Distribuição de UCs de Uso Sustentável no Estado do Rio de Janeiro

em 2018.....................................................................................................................................33

Tabela 3. Distribuição das UCs por grupo...............................................................................54

Tabela 4. Número de UCs municipais no estado do Rio de Janeiro por região administrativa

em 2009.....................................................................................................................................57

Tabela 5. Número de UCs municipais no estado do Rio de Janeiro por região administrativa

em 2018.....................................................................................................................................57

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Distribuição de UCs por categoria de manejo na região metropolitana ................26

Quadro 2. Distribuição de UCs por categoria de manejo na região noroeste fluminense.......28

Quadro 3: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região metropolitana.................36

Quadro 4. Distribuição de UCs por categoria de manejo na região baixadas litorâneas.........40

Quadro 5. Distribuição de UCs por categoria de manejo na região serrana............................42

Quadro 6. Distribuição de UCs por categoria de manejo na região centro-sul fluminense.....44

Quadro 7. Distribuição de UCs por categoria de manejo na região médio paraíba.................46

Quadro 8. Distribuição de UCs por categoria de manejo na região costa verde.....................49

Quadro 9. Distribuição das unidades de conservação municipais por tipologia de uso no ano

de 2009 a 2018..........................................................................................................................51

Quadro 10. Comparativo da criação de UCs entre 2009 e 2018.............................................53

Quadro 11: Distribuição das unidades de conservação municipais por tipologia de uso no ano

de 2009 a 2018..........................................................................................................................55

Quadro 12: Comparativo da criação de UCs entre 2009 e 2018.............................................56

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Sumário

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 14

1.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 17

1.1.1 Objetivos Específicos .................................................................................................. 17

2. REVISÃO TEÓRICA .......................................................................................................... 19

2.1. ÁREAS PROTEGIDAS E SOCIEDADE ..................................................................... 19

2.2. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA QUANTO À PROTEÇÃO AO MEIO

AMBIENTE .......................................................................................................................... 22

2.2.1. Ponto de partida: a Constituição Federal .................................................................... 22

2.2.2. Política Nacional do Meio Ambiente .......................................................................... 23

2.2.3. Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) ........................................... 23

2.2.3.1. Categorias do SNUC ................................................................................................ 25

2.2.4. Outros dispositivos legais ........................................................................................... 28

3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 29

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ......................................................... 30

3.2. COLETA DE DADOS ................................................................................................... 32

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 33

4.1 EXAME DO CENÁRIO ATUAL QUANTO À OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO

DE UCS, SOB A GESTÃO MUNICIPAL, POR MUNICÍPIO E REGIÕES

ADMINISTRATIVAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ........................................... 33

4.1.1. Distribuição por município da região administrativa metropolitana .......................... 35

4.1.2. Distribuição por município da região administrativa noroeste fluminense ................ 39

4.1.3. Distribuição por município da região administrativa norte fluminense...................... 42

4.1.4. Distribuição por município da região administrativa baixadas litorâneas .................. 44

4.1.5. Distribuição por município da região administrativa serrana ..................................... 46

4.1.6. Distribuição por município da região administrativa centro-sul fluminense .............. 48

4.1.7. Distribuição por município da região administrativa médio paraíba .......................... 51

4.1.8. Distribuição por município da região administrativa costa verde .............................. 53

4.2. EXAME DO PROCESSO DE EVOLUÇÃO QUANTO À OCORRÊNCIA E

DISTRIBUIÇÃO DE UCS, SOB A GESTÃO MUNICIPAL, POR MUNICÍPIO E REGIÕES

ADMINISTRATIVAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, NO PERÍODO DE 2009 A

2018 .......................................................................................................................................... 54

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 59

6. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 60

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1. INTRODUÇÃO

O planeta Terra vem passando por uma alarmante crise ambiental, que se afirma no

discurso de organizações nacionais e internacionais nas últimas décadas (Conti, 2015). A

questão ambiental vem adquirindo maior importância nas agendas governamentais, que

acabam por criar políticas públicas para a promoção de ações de proteção e conservação da

natureza e compensação ambiental. Essas estratégias surgem como alternativas

importantes para gerar a reconciliação entre desenvolvimento econômico sustentável e

conservação ambiental.

De acordo com Vallejo (2013), a proteção ambiental pode ocorrer através de

políticas públicas territoriais de criação das unidades de conservação da natureza (UCs),

bem como por medidas de preservação da vegetação marginal que protege corpos hídricos,

restingas, dunas, manguezais, taludes e topos de morros, como áreas de preservação

permanente (APPs) (CONAMA, 2002).

A fragmentação florestal, causada em parte pela expansão humana, gerou o

isolamento de trechos florestais, que interrompeu o fluxo gênico e causou a diminuição da

diversidade biológica nas cidades. De acordo com Fahrig (2003) a fragmentação de

habitats geralmente é definida como um processo em escala de paisagem, envolvendo

tanto a perda de habitat quanto a sua quebra. Uma forma de amenizar esse impacto e

conservar os remanescentes florestais foi a institucionalização do Sistema Nacional de

Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), através da Lei Federal Lei 9.985, criada

em 2000, resultado de inúmeros debates dos diversos atores sociais envolvidos na busca

pela definição de normas mais adequadas para a criação e gestão das unidades de

conservação (Schenini et al., 2004).

O estado do Rio de Janeiro, situado na região Sudeste brasileira – a região

geoeconômica mais importante do país, respondendo, juntamente com São Paulo, Minas

Gerais e Espírito Santo, por mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro –,

possui 16,7 milhões de habitantes (IBGE, 2017), área total de 43.780 km² e 92 municípios,

sendo que 97% da população vive em áreas urbanas (CEEP, 2018). O estado encontra-se

inserido no bioma Mata Atlântica, que se destaca como importante região a ser

conservada, visto que abriga enorme biodiversidade para diversos grupos da flora e fauna,

podendo ser considerado um dos maiores centros de endemismo do país (Oliveira-Filho &

Fontes apud Clare et al., 2009) e de acordo com Meyers et al. (2000) este bioma é

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considerado como um dos mais importantes e ameaçados ‘hotspots’ mundiais de

biodiversidade.

Áreas protegidas estão sendo criadas estrategicamente para conservar o patrimônio

natural existente. Uma UC pode ser entendida como um espaço territorial especialmente

protegido e legalmente instituído com objetivos relacionados à proteção da diversidade

biológica e dos demais recursos naturais (Henry, 2005).

Com esse sistema de conservação, estima-se que haja significativa redução da perda

de cobertura florestal. Isso vem ocorrendo pelo uso indiscriminado do homem para com os

recursos naturais que serve de combustível para o desenvolvimento econômico

desenfreado, padrão esse que é visto no mundo todo, e culturalmente coloca o homem

como superior ao meio, o tratando simplesmente como fonte de recursos inesgotáveis

(Silvério, 2014). Desse modo, se torna ainda mais evidente a necessidade e a importância

em atrelar a sustentabilidade ao desenvolvimento econômico.

Nesse contexto, esse trabalho tem por propósito a atualização dos dados da pesquisa

realizada por Clare, Gonçalves e Medeiros publicada em 2009, quanto à ocorrência e

distribuição das Unidades de Conservação (UCs) municipais no Estado do Rio de Janeiro.

1.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral desse trabalho reside em verificar o número de unidades de

conservação municipais, em suas diferentes categorias, implementadas no estado do Rio de

Janeiro, analisando sua distribuição e abrangência entre as regiões administrativas do

estado, no ano de 2018. Também será efetivada a análise do seu processo de evolução no

período de 2009 a 2018.

1.1.1 Objetivos Específicos

• Compreender a importância da relação entre as áreas protegidas e a sociedade;

• Analisar a legislação brasileira quanto à proteção e conservação do meio ambiente;

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• Identificar, catalogar e organizar as UCs municipais por sua tipologia de uso, por

município do estado do Rio de Janeiro;

• Examinar o cenário de 2018 quanto à ocorrência e distribuição de UCs, sob a gestão

municipal, por município e regiões administrativas do estado do Rio de Janeiro;

• Examinar o processo de evolução quanto à ocorrência e distribuição de UCs, sob a

gestão municipal, por município e regiões administrativas do estado do Rio de Janeiro,

no período de 2009 a 2018.

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2. REVISÃO TEÓRICA

2.1. ÁREAS PROTEGIDAS E SOCIEDADE

Objetivando reduzir os impactos ambientais antrópicos em escala global vários

acordos foram realizados mundialmente. Em 1948, foi criada a União Mundial para a

Conservação da Natureza - International Union for Conservation of Nature (IUCN), que

define como área protegida: “um espaço geográfico claramente definido, reconhecido,

dedicado e gerido, por meios legais ou outros meios eficazes, para alcançar a conservação

a longo prazo da natureza e seus serviços de ecossistemas e valores culturais associados”

(SEA 2016 apud Costa, 2017). Esse organismo é um dos mais importantes para a

conservação da biodiversidade em escala global, atuando na indicação de vulnerabilidade

de extinção de diversas espécies, influenciando sociedades mundiais a adotar estilos de

vida sustentáveis e assegurando a utilização dos recursos naturais de forma equitativa e

ecologicamente sustentada.

Em 1972 ocorreu a primeira grande conferência das Nações Unidas sobre Meio

Ambiente Humano, em Estocolmo na Suécia, com vistas a estabelecer uma relação

homem-ambiente. Essa reunião ficou conhecida como o ponto inicial para proteção

internacional do meio ambiente, como um marco na difusão da problemática ambiental,

nas estratégias e/ou propostas adotadas, e, pelos agentes envolvidos nessa questão (Rocha,

2003). Essa conferência objetivou alertar sobre o voraz consumo dos recursos naturais sem

a devida manutenção e mitigação dos impactos e registrou em seu encerramento a

Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, documento que

“atenta à necessidade de um critério e de princípios comuns que ofereçam aos povos do

mundo inspiração e guia para preservar e melhorar o meio ambiente humano” (ONU,

1972), trazendo princípios norteadores em escala mundial e mencionando o tripé da

sustentabilidade. A partir dessa conferência as Organizações Não Governamentais (ONGs)

ganharam força no cenário mundial e alcançaram maior participação política, assim

aproximando a sociedade ao meio ambiente.

De acordo com Rocha (2003, p.234)

O fórum paralelo das ONGs, realizado concomitante com a conferência

oficial, acabou se constituindo num forte mecanismo político, ao pressionar

os delegados dos governos participantes nas tomadas de decisões que

envolviam especialmente a utilização dos recursos naturais de áreas

consideradas de relevante interesse ambiental para a humanidade, como a

Amazônia brasileira e a Mata Atlântica.

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Após dez anos, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre Desertificação, na

cidade de Nairóbi, Quênia, (1982) na qual foram discutidas a criação de unidades de

conservação e a recuperação de áreas degradadas. Essa conferência evidenciou a lenta

evolução da discussão ambiental, que já sofrera com a crise econômica na década anterior,

assim atrasando a inserção do desenvolvimento sustentável em todas as esferas da

sociedade global. Essa realidade se deu devido a ganância do desenvolvimento a qualquer

custo em detrimento ao desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente

(Cabral, 2005).

Em 1992 na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, houve a Conferência das Nações

Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92. Esse evento foi um grande

marco na popularização da discussão ambiental em escala internacional, também

consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável como sendo “aquele que atende às

necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem

às suas próprias necessidades” (Milaré, 1998, p.5), e ampliou o princípio da solidariedade

intergeracional. Diversos acordos e protocolos foram acordados nesta conferência, o que

mais se destaca é a Agenda 21, que visou à adoção de métodos de proteção ambiental por

parte das delegações signatárias.

Na década seguinte, ocorreu a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável

em Joanesburgo, na África do Sul, no ano de 2002. Essa conferência visou a renovação

dos compromissos firmados pelas nações em 1992, bem como prosseguir com a discussão

sobre as questões ambientais, principalmente com foco na mudança dos padrões/processos

de produção, consumo de recursos naturais e o desenvolvimento sustentado. Dez anos após

o evento Rio+10, como é conhecida a conferência em Joanesburgo, aconteceu na Cidade

do Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável a

Rio+20, que objetivou aprofundar as evoluções alcançadas na agenda ambiental

internacional, elencando algumas questões sociais ao conceito de desenvolvimento.

Em 2015, ocorreu na França, a 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-

Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), mundialmente

conhecido como Acordo de Paris, tendo como foco principal o fortalecimento dos países

com relação às ameaças das mudanças do clima, para assim garantir que os países

envolvidos possam lidar com os impactos resultantes dessas mudanças.

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Todas as conferências supracitadas exerceram papel fundamental na promoção da

discussão sobre a problemática ambiental, como os conflitos de uso e ocupação do solo

que devastam o meio ambiente, muitas vezes ignorando sua proteção e conservação.

A criação de áreas protegidas pode ser considerada importante estratégia para o

controle do território, pois estabelece limites e dinâmicas de uso e ocupação específicos

(Medeiros, 2003) e de acordo com o mesmo autor, são erroneamente reduzidas com à

terminologia ‘unidades de conservação’.

De acordo com Soares & Anile (2010) apud Barbosa (2017), as áreas protegidas

garantem importantes papéis para a comunidade, e devem ser criadas, também, como uma

maneira de construir um espaço público que favoreça, beneficie e crie um laço de

pertencimento para com a sociedade, estimulando assim, sua conservação. No entanto,

para alcançar esse propósito, é necessário promover uma gestão ambiental democrática e

participativa.

A criação de áreas protegidas e sua efetivação, tomou corpo durante a República,

com isso, foi criado o Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro a ser implementado, em 1937,

e para Medeiros & Garay (2006, p.161) “tem sido consensualmente apontado pela maioria

dos autores como o marco inicial da política de implantação destas áreas no Brasil”.

O capítulo VI da Constituição Federal (CF), é dedicado especialmente ao meio

ambiente. O SNUC estabelece como se dá o processo de criação das UCs, inclui também a

participação social, o que torna esse aparato legal ainda mais forte, pois, com a introdução

da sociedade, há a possibilidade de realizar uma gestão participativa. Outro respaldo legal

que embasa a gestão participativa das UCs é o Plano Estratégico Nacional de Áreas

Protegidas (PNAP), instituído através do Decreto n° 5.758 em 2006, tem como objetivo

definir parâmetros que levarão o país a reduzir a taxa de perda de biodiversidade, por meio

da consolidação de um sistema abrangente de áreas protegidas, bem como destaca a

participação social em sua gestão.

O PNAP também abarca o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

(CNUC), visando utilizá-lo como instrumento básico para gestão e monitoramento da

efetividade do SNUC. Esse instrumento configura um sistema integrado de banco de

dados com informações padronizadas das unidades de conservação geridas pelos três

níveis de governo e por particulares e seu principal objetivo é disponibilizar um banco de

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dados com informações oficiais do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (MMA,

2015).

Para Briot et al. (2007) a gestão participativa permite prever, exibir e discutir o

impacto de ações sobre o meio ambiente, assim fornece às partes interessadas uma solução

para seus conflitos.

2.2. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA QUANTO À PROTEÇÃO AO MEIO

AMBIENTE

2.2.1. Ponto de partida: a Constituição Federal

Para Borges et al. (2009, p. 116) “a legislação referente às questões ambientais foi

criada com o objetivo de disciplinar o uso dos recursos naturais, os chamados “produtos da

natureza”: a água, o solo, as florestas, o ar e os animais”, isso porque tornou-se evidente

que tais recursos se tornaram escassos.

Para Eddine (2009), um dos maiores paradigmas deste século é a preservação dos

recursos naturais, o cenário que nos circunda demonstra a necessidade de adotar princípios

que diminuam impactos antrópicos causados no ambiente. E esses, muitas vezes, ocorrem

devido ao pensamento de que os avanços tecnológicos estão ligados a melhoria da

qualidade de vida. Assim, acarretando cada vez mais o consumo exacerbado, e com esse

grande consumo, são exigidos maiores volumes de recursos naturais e energéticos, tendo

como possível consequência a degradação ambiental.

O Brasil é um país megadiverso, abrigando a maior biodiversidade do planeta. Essa

abundante variedade biológica se traduz em mais de 20% do total de espécies da Terra,

tornando o Brasil a principal nação entre os 17 países megadiversos (MMA, 2007). Suas

maiores fontes são as florestas tropicais, além de ser muito importante para a conservação

da biodiversidade, as florestas tropicais são vitais para a conservação e preservação da

qualidade de vida das populações humanas e para manutenção dos ciclos ecológicos

(Capobianco, 2001). Para que essa conservação seja de fato uma realidade, são necessários

aparatos legais de proteção ao meio ambiente.

A proteção ambiental ganhou ênfase com CF de 1988 que traz em alguns de seus

capítulos, a preocupação com a proteção ao ambiente. A inserção de um capítulo

específico tratando das questões ambientais na CF pode ser considerado reflexo de uma

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consciência conservacionista, em decorrência dos problemas ambientais emergentes e das

pressões populares advindas, também, das conferências ambientais. No caput do seu artigo

225, estabelece que “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem

de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público

e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”.

A CF também estabeleceu medidas importantes, como a responsabilidade que atribui

aos municípios, que se destinam a assegurar a efetividade do meio ambiente

ecologicamente equilibrado, presentes nos incisos de I a VIII do art. 225. O município

torna-se um ente de responsabilidade político-administrativa, portador de autonomia

política, administrativa e financeira, juntamente com a Lei Complementar nº 140, e

responde por um conjunto de competências, e esse exemplo pode ser visualizado no inciso

IV do art. 8º da referida lei: “promover, no âmbito estadual, a integração de programas e

ações de órgãos e entidades da administração pública da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, relacionados à proteção e à gestão ambiental”. Segundo Conti

(2015, p. 51), “para a instituição do município como ente federado estão previstas a

delimitação de responsabilidades a ele privativas e a transferência de recursos financeiros

dos demais entes políticos”.

Para que o Brasil possa proporcionar o meio ambiente ecologicamente equilibrado

conforme mencionado no artigo supracitado existem os princípios ambientais, que são

diretrizes para ações voltadas a preservação. O mais importante é o princípio do

desenvolvimento sustentável que visa o equilíbrio entre os pilares econômicos, sociais e

ecológicos, objetivando garantir o desenvolvimento socioeconômico sem afetar

negativamente o meio ambiente. Permitindo a extração de recursos naturais necessários de

forma consoante ao equilíbrio ecológico, para a subsistência de uma sociedade,

minimizando, assim, os impactos negativos advindos das atividades antrópicas.

De acordo com o Relatório de Bruntland (1987) o conceito de Desenvolvimento

Sustentável é “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as

possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”. Isso significa

que é possível aprimorar a qualidade de vida da geração atual, sem prejudicar o potencial

desenvolvimento das novas gerações.

Ademais, o referido princípio possui uma vertente econômica ambiental, pois,

acredita em uma justa divisão de riquezas do mundo para que a preservação do meio

ambiente seja respeitada, desde que haja a disponibilidade de necessidades básicas

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humanas supridas, não tendo nenhuma razão ou justificativa para a destruição dos recursos

naturais. A introdução de um capítulo dedicado ao meio ambiente na CF de 1988 fez

também com que outros dispositivos legais importantes fossem instituídos.

2.2.2. Política Nacional do Meio Ambiente

De acordo com Farias (2006), com a edição da Lei nº 6.938 em 1981, o Brasil

passou a ter de fato uma Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), que se tornou um

marco legal “para todas as políticas públicas de meio ambiente a serem desenvolvidas

pelos entes federativos”. Essa lei dispõe de mecanismos de formação e aplicação, e dá

outras providências, e tem como principal objetivo:

a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia a

vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-

econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da

vida humana (Lei 6.938, art 2º).

Conforme Sirvinskas (2005) apud Farias (2006), a lei supracitada estabeleceu

conceitos básicos como o de meio ambiente, de degradação e de poluição, bem como

estipulou seus objetivos, diretrizes e instrumentos, e ainda adotou a teoria da

responsabilidade. Ainda de acordo com o autor:

o objetivo geral da Política Nacional do Meio Ambiente está dividido em

preservação, melhoramento e recuperação do meio ambiente. Preservar é

procurar manter o estado natural dos recursos naturais impedindo a

intervenção dos seres humanos. p.3

Os instrumentos da PNMA podem ser considerados mecanismos estratégicos

utilizados pela administração pública ambiental com o intuito de atingir a finalidade de

maior promoção a proteção ao meio ambiente e maior efetivação da dignidade da pessoa

humana.

2.2.3. Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)

Um dos mais importantes artifícios criados para a conservação da biodiversidade

no Brasil é o SNUC, essa lei pode se justificar tanto pela preocupação com questões de

qualidade de vida das populações humanas, quanto por questões éticas e morais que

consideram o valor intrínseco da natureza (Domingues, 2010). Esse sistema define uma

área como UC sendo:

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Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas

jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído

pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob

regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de

proteção. (Lei nº 9.985, art 2º, inciso I).

É importante destacar que essa lei tem por objetivo central instituir o SNUC, assim,

estabelecendo “critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de

conservação” (art. 1°), visando assim, a proteção do patrimônio ambiental brasileiro

através da criação e gestão eficiente de áreas destinadas à conservação do meio ambiente

(Geluda, 2005). Essa lei também objetiva a conservação dos recursos naturais, emprego do

desenvolvimento sustentável e das práticas de conservação; a recuperação de áreas

degradadas; o incentivo a pesquisa, educação e recreação; e a valorização da diversidade

biológica e das comunidades tradicionais e seus aspectos socioculturais. É possível afirmar

que as UCs, assim como outras áreas legalmente protegidas, surgem como uma alternativa

conservacionista frente ao uso de solo (Nogueira 2001 apud Geluda 2005).

O SNUC permeia todas as esferas de gestão: federais, estaduais, municipais e

particulares, e as categorias se distinguem de acordo com o nível restritivo do uso dos

recursos naturais (SNUC, 2011). No SNUC foram estabelecidos dois grandes grupos de

UCs, sendo eles: o de Proteção Integral, no qual pode-se utilizar os recursos naturais

apenas de forma indireta; e é composto pelas categorias Estação Ecológica (ESEC),

Reserva Biológica (REBIO), Parque Natural (PARNA), Monumento Natural (MONA) e

Refúgio de Vida Silvestre (REVIS). E, o de Uso Sustentável, onde é possível usufruir dos

recursos naturais de forma sustentável (Medeiros et al., 2011), composto pelas categorias

Área de Proteção Ambiental (APA), Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE),

Floresta Nacional (FLONA), Reserva Extrativista (RESEX), Reserva de Fauna (REFAU),

Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e Reserva Particular do Patrimônio

Natural (RPPN).

2.2.3.1. Categorias do SNUC

O SNUC define diferentes categorias de unidades que compõem o sistema, dividindo-

as nos seguintes grupos de manejo: as unidades de proteção integral (Quadro 1) grupo do qual

compõem cinco tipos de uso, admitindo apenas o uso indireto dos seus recursos naturais,

como podemos ver a seguir no grupo de Proteção Integral:

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Estação Ecológica (ESEC) – objetiva a preservação da natureza e a

realização de pesquisas científicas;

Reserva Biológica (REBIO) – objetiva a preservação integral da biota e

demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência

humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de

recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias

para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os

processos ecológicos naturais;

Parque Nacional (PARNA) – objetiva básico a preservação de ecossistemas

naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a

realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de

educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza

e de turismo ecológico;

Monumento Natural (MONA) – objetiva básico preservar sítios naturais

raros, singulares ou de grande beleza cênica;

Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) – objetiva proteger ambientes naturais

onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou

comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória

(SNUC, 2000, p.9)

Quadro 1: Comparativo entre as categorias das UCs do grupo Proteção Integral

Grupo Tipo Finalidade Presença de residentes

Proteção

integral

Estação Ecológica

Preservação da natureza e realização de pesquisas

científicas.

Não

Monumento Natural Proteger sítios naturais raros ou de grande beleza

cênica.

Não

Parque Nacional Preservar ecossistemas naturais de grande

relevância ecológica e beleza cênica. Permite

pesquisa, recreação e turismo ecológico.

Não

Refúgio de Vida

Silvestre

Proteger ambientes naturais, assegurando a

existência e reprodução de espécies da flora e

fauna.

Não

Reserva Biológica Preservação integral da biota e demais atributos

naturais.

Não

Fonte: Adaptado de SEEDUC 2018

As unidades de uso sustentável objetivam combinar a conservação ambiental com o

uso sustentável de parcela de seus recursos naturais. Constituem o Grupo das Unidades de

Uso Sustentável (Quadro 2) as seguintes categorias de unidade de conservação:

Área de Proteção Ambiental (APA) – é uma área em geral extensa, com um

certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos,

estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o

bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a

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diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a

sustentabilidade do uso dos recursos naturais;

Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) – é uma área em geral de

pequena extensão com pouca ou nenhuma ocupação humana, com

características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da

biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de

importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de

modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza;

Floresta Nacional (FLONA) –é uma área com cobertura florestal de

espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso

múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com

ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas;

Reserva Extrativista (RESEX) – é uma área utilizada por populações

extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e,

complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais

de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a

cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais

da unidade;

Reserva de Fauna (REFAU) – é uma área natural com populações animais

de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias,

adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico

sustentável de recursos faunísticos;

Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) – é uma área natural que

abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas

sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de

gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um

papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade

biológica;

Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) – é uma área privada,

gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade

biológica (SNUC, 2000, p.14).

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Quadro 2: Comparativo entre as categorias das UCs do grupo Uso Sustentável

Uso

Sustentável

Área de Proteção

Ambiental

Proteger a diversidade biológica e disciplinar o

processo de ocupação.

Sim, mas com limites ao

grau de ocupação humana.

Área de Relevante

Interesse Ecológico

Manter os ecossistemas naturais de importância

regional ou local e regular o uso dessas áreas.

Sim, mas com pouca

ocupação humana.

Floresta Nacional Uso dos recursos florestais e pesquisa científica,

com ênfase em métodos para

exploração sustentável de florestas nativas.

Sim, é permitida

a permanência de

populações tradicionais

que já a habitavam quando

de sua criação.

Reserva Extrativista Proteger os meios de vida e a cultura

das populações tradicionais residentes e assegurar

o uso sustentável dos recursos naturais.

Sim, especialmente

populações tradicionais

cuja subsistência baseia- se

no extrativismo.

Reserva de Fauna Estudos técnico-científicos sobre o manejo

econômico sustentável de recursos faunísticos.

Sim, mas apenas para

visitação pública.

Reserva de

Desenvolvimento

Sustentável

Preservar a natureza assegurando as condições

necessárias para a reprodução dos modos de vida

das populações tradicionais.

Sim, especialmente

populações tradicionais.

Reserva Particular do

Patrimônio Natural

Conservar a diversidade biológica. Só serão

permitidas a pesquisa cientifica e a

visitação com objetivos turísticos, recreativos e

educacionais.

Sim, mas apenas do

proprietário e

funcionários diretamente

ligados à gestão da UC.

Fonte: Adaptado de SEEDUC 2018

É evidente que o meio ambiente nos oferece diversos serviços. Para compatibilizar

essa oferta com a procura, categorias que conservam esses serviços estão protegidas pela

legislação e são distribuídas por tipologia de uso – como visto nos quadros 1 e 2 – para que

todos sejam beneficiados. As UCs são organizadas em categorias de manejo, cada qual

atendendo especificamente a determinados objetivos, podendo ter maior ou menor

significado para a preservação dos ecossistemas naturais (Schenini, 2004).

2.2.4. Outros dispositivos legais

De acordo com Burgonovo (2009), a Ação Civil Pública (ACP) Lei nº 7.347 de

1985, foi estabelecida com a finalidade de tutelar direitos difusos e coletivos. E dentre

esses direitos está a proteção do meio ambiente, que até então contava apenas com a

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PNMA, que até então, na seara da responsabilidade civil era a única consoante a proteção

dos ecossistemas e da natureza.

A ACP é um instrumento de proteção do meio ambiente, que permite a entidades

civis e Ministério Público, executem, com mais eficiência, medidas protetoras ao ambiente

através do Inquérito Civil, do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e dos objetos da

ACP.

A legislação ambiental no controle do uso dos recursos naturais é um forte

mecanismo de meio para proteção e conservação do meio ambiente. Para Borges (2009,

p.450), “as leis exigem que as pessoas cumpram certos deveres e obrigações, restringindo

a utilização dos bens naturais e sua omissão acarreta medidas de punição mais rigorosas,

conforme a lei de crimes ambientais”. A lei federal 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 trata

de Crimes Ambientais que “dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de

condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.”, trazendo

também a pessoa jurídica como sujeito do crime ambiental, passível de punição (Eddine,

2009).

A Lei nº 9.433, institui em 1997 a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH)

e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Essa lei

ficou conhecida como Lei das Águas, e traz consigo uma mudança do paradigma dos

recursos hídricos no país, tornando a água uma das principais prioridades das políticas

públicas no Brasil (MMA, 2017).

Todos os aparatos legais mencionados surgem, cada um à sua forma, para auxiliar

na proteção do meio ambiente. A legislação ambiental engloba diversos artifícios e

mecanismos de conservacionistas, visando harmonizar com todos os vieses da sociedade.

3. MATERIAL E MÉTODOS

Essa pesquisa caracteriza-se por seu caráter exploratório e analítico-descritivo.

Exploratório por conta da busca de referenciais teóricos quanto à legislação ambiental

brasileira estudada, desde as primeiras reflexões quanto à proteção ao meio ambiente, até a

criação, implementação e gestão das UCs no Brasil.

Quanto aos processos utilizados para a sua investigação, foi realizada pesquisa

bibliográfica e documental, além de se constituir em um estudo de caso. Bibliográfica, por

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lançar mão de um conjunto de livros, periódicos, artigos, teses e dissertações, além de

documentos oficiais e matérias publicadas na imprensa sobre o tema abordado, de modo a

fornecer material analítico para o exame a ser efetivado. Documental, tendo em vista as

leis e decretos municipais para o desenvolvimento desta pesquisa e a lei federal que institui

o SNUC; e um estudo de caso, em virtude de o tema abordado apresentar-se restrito ao

estado do Rio de Janeiro, mais especificamente às unidades de conservação geridas pela

esfera municipal.

A coleta de dados para o desenvolvimento da pesquisa teve por base o efetivado no

trabalho de Clare et al. (2009). Foram coletados os seguintes dados: existência ou não de

unidade de conservação sob gestão do município; categoria de manejo, nome da UC;

localização; extensão; instrumento de criação e data.

A tabulação e organização dos dados coletados foram estruturadas conforme

metodologia desenvolvida por Clare et al. (2009), em um banco de dados sobre unidades

de conservação na esfera municipal, com a adequação de que foram analisados em relação

à sua distribuição entre o grupo de uso sustentável e às categorias de manejo previstas no

SNUC para verificar a existência de tendências no estado, ao longo do tempo. Os dados

foram examinados com relação ao número, extensão, frequências absoluta e relativa de

unidades de conservação por município e região administrativa, ao longo do tempo.

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo compreende as UCs municipais do estado do Rio de Janeiro, que

pertence ao território brasileiro, situado na região sudeste do país compõe uma das 27

unidades federativas da república e segundo dados do IBGE (2016), possui extensão de

43.781,588 km² e população estimada de 16.718.956 pessoas (IBGE, 2017).

O estado está inserido na região geoeconômica mais importante do país, respondendo,

juntamente com São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, por mais de 50% do Produto

Interno Bruto (PIB) brasileiro e 97% da população vive em áreas urbanas (CEEP, 2018).

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Figura 1: Localização do Estado do Rio de Janeiro no país.

Fonte: Adaptado de Abreu 2006.

O território fluminense abrange um total de 92 municípios, distribuídos dentre as

seguintes divisões político-administrativas: Baixadas Litorâneas, Costa Verde, Centro-Sul

Fluminense, Médio Paraíba, Metropolitana, Noroeste Fluminense, Norte Fluminense e

Serrana (Figura 2).

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Figura 2: Localização dos municípios do estado do Rio de Janeiro de acordo com as regiões

de governo.

Fonte: CEPERJ 2014.

O Estado está inserido no Bioma Mata atlântica, e sua vegetação original é a Floresta

Estacional Semidecidual Submontana, a Floresta Estacional Semidecidual Montana e, em

alguns pontos, a Floresta Ombrófila Densa Montana (IBGE, 2012).

3.2. COLETA DE DADOS

Os dados utilizados no estudo foram obtidos no website institucional da Fundação

Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de

Janeiro (CEPERJ) e são referentes aos relatórios municipais do Estado do Rio de Janeiro para

o cálculo do valor que cada município tem a receber do ICMS Ecológico. Desse relatório

foram extraídos o tipo e o número de UCs municipais que ocorrem em cada cidade. Também

foram utilizados outros websites institucionais para verificar e corroborar algumas

informações referentes aos dados do relatório, como por exemplo, os websites das prefeituras

das cidades estudadas.

Na intenção de buscar dados detalhados foi utilizado o website institucional do

Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC). No entanto, informações básicas

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como existência de UCs estão desatualizadas, ao verificar os relatórios, muitas áreas

protegidas que constam no relatório do INEA, não constam como existentes no CNUC.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 EXAME DO CENÁRIO ATUAL QUANTO À OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO

DE UCS, SOB A GESTÃO MUNICIPAL, POR MUNICÍPIO E REGIÕES

ADMINISTRATIVAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Atualmente existem distribuídas no estado do Rio de Janeiro 356 UCs. De acordo

com as análises quanto a distribuição de frequências do número de UCs de Proteção

Integral, os PARNAs representam 70,1% das UCs de proteção integral (Tabela 1). Após

essa categoria de manejo, os Monumentos Naturais (MONA) (13,0%) e as Reservas

Biológicas (REBIO) (6,5%) são as mais representativas.

Tabela 1. Percentual da Distribuição de UCs de Proteção Integral no estado do Rio de

Janeiro em 2017, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva Biológica; PARNA -

Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida

Silvestre

Categoria de UC Percentual

ESEC 1,3%

REBIO 6,5%

PARNA 70,1%

MONA 13,0%

REVIS 9,1%

Em relação às UCs do grupo de uso sustentável, verifica-se que as Áreas de

Proteção Ambiental (APAs) refletem maior ocorrência, com mais de 80% das UCs dessa

categoria (Tabela 2), seguidas das Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) (10,9%).

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Tabela 2. Percentual da Distribuição de UCs de Uso Sustentável no estado do Rio de Janeiro

em 2017, onde: APA - Área de Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse

Ecológico; FLONA - Floresta Nacional; RESEX - Reserva Extrativista; RDS - Reserva de

Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU -

Reserva de Fauna

Categoria de UC Percentual

APA 84,7%

ARIE 10,9%

FLONA 0,5%

RESEX 0,5%

REFAU 0%

RDS 1,0%

RPPN 2,5%

Os resultados obtidos pelo trabalho desenvolvido por Clare et al. (2009) mostravam

que os PARNAs representavam 34,65% das UCs de proteção integral e as APAs

representavam 47,24% das UCs de uso sustentável. Em 2014, o trabalho desenvolvido por

Pinto (2014) constatou que essas mesmas categorias apresentaram expansão quantitativa,

sendo observado que a distribuição das UCs de proteção integral da categoria PARNA

representava aproximadamente 3/4 de todas as unidades (73,87%), e as UCs de uso

sustentável da categoria APA representavam 79,33%.

Analisando a distribuição de frequências do número de UCs de Proteção Integral,

nota-se a elevada predominância dos PARNAs, que representam aproximadamente ¾ de

todas as UCs municipais de proteção integral do Estado. A predominância dos parques no

Estado pode se justificar a partir de uma concepção histórica, tendo em vista que esta

categoria foi pioneira no Brasil e, desde esse momento, consolidou-se o pensamento de

que é uma categoria de manejo prioritária para garantir a conservação da diversidade

biológica e a promover espaços para o lazer e o ecoturismo (Conti, 2015). Com relação às

APAs, a abundância dessa categoria pode se justificar por ser uma UC que pode ser

estabelecida em áreas de domínio público ou privado, pelos entes federativos, sem a

necessidade de desapropriação das terras privadas (SNUC, 2000).

É importante salientar que, de acordo com o CNUC, no Estado do Rio de Janeiro

ainda não foi criada reserva de fauna, isso pode se dar devido ao nível de restrição e

especificidades dessa categoria de manejo. Para sua criação, deverão ser desapropriadas as

áreas particulares de seus limites, o que se torna um conflito socioambiental.

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4.1.1. Distribuição por município da região administrativa metropolitana

O Estado do Rio de Janeiro é dividido em oito regiões administrativas, e essa divisão

está embasada pela Lei n° 1.227/87, que aprovou o Plano de Desenvolvimento Econômico

e Social 1988/1991. A partir daí, ocorreram algumas alterações nas composições dessas

regiões, sendo elas: Metropolitana, Noroeste Fluminense, Norte Fluminense, Baixadas

Litorâneas, Serrana, Centro-Sul Fluminense, Médio Paraíba e Costa Verde (CEEP, 2018).

A região metropolitana (Figura 3) é composta por 21 municípios (Rio de Janeiro,

Belford Roxo, Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí,

Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados,

Rio Bonito, Seropédica, São Gonçalo, São João de Meriti e Tanguá) (CEPERJ, 2014) e

dispõe de 6.738,13 km². Segundo dados do IBGE, 2017, estima-se que essa região possui

11.815.546 habitantes, correspondendo a 74% do total do Estado, a capital carioca (Rio de

Janeiro) detém cerca de 53% da população da região metropolitana. Sua economia é

composta, em sua maior parte, pelo setor de serviços, seguido do industrial, e representa

71% do PIB do Estado (IPEA, 2012).

Figura 3: Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Abreu, 2017

No quadro 3 observa-se a distribuição de UCs por categoria de manejo para a

regiao metropolitana. Nesse contexto, somente o município de Itaborai não possui UC. As

categorias APAs e PARNAs são as mais representativas, com 71 e 39 unidades,

respectivamente. Acredita-se que a grande quantidade de APAs pode-se dar devido a

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permissividade da ocupação e possuir a maior área de remanescentes florestais da região.

Destaca-se, ainda, que as categorias ESEC, FLONA, REFAU, RESEX e RPPN não se

encontram representadas em nenhuma UC municipal (Quadro 3).

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Quadro 3: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região metropolitana, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva

Biológica; PARNA - Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA - Área de

Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA - Floresta Nacional; RESEX - Reserva Extrativista; RDS -

Reserva de Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de Fauna

Metropolitana APA ARIE ESEC FLONA MONA PARNA RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total

Belford Roxo 14 14

Cachoeiras de Macacu 2 1 3

Duque de Caxias 1 2 1 4

Guapimirim 1 1 2 4

Itaboraí 0

Itaguaí 3 3

Japeri 4 2 1 2 9

Magé 2 1 1 4

Maricá 2 1 2 1 6

Mesquita 1 2 3

Nilópolis 1 1

Niterói 5 2 7

Nova Iguaçu 8 2 10

Paracambi 1 1

Queimados 5 2 7

Rio Bonito 1 10 11

Rio de Janeiro 24 1 1 16 42

São Gonçalo 1 1 2

São João de Meriti 6 2 8

Seropédica 2 1 3

Tanguá 1 1

Total 71 5 0 0 3 39 1 3 1 0 0 0 143

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Por fim, constata-se um aumento significativo do número de UCs ao longo do

tempo. Os resultados obtidos por Clare e seus colaboradores (2009) apontavam a presença

de 69 UCs para a região metropolitana, atualmente tem-se 143 UCs. No período de nove

anos houve um incremento de 107,25%.

4.1.2. Distribuição por município da região administrativa noroeste fluminense

A região noroeste fluminense (Figura 4) é composta por 13 municípios: Aperibé, Bom

Jesus do Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema,

Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá e Varre Sai (CEPERJ,

2014). Essa região tem 5.370,2 km² e possui 324mil habitantes (IBGE, 2015), que reúnem 2%

da população do Estado; e, em 2013, gerou 0,9% do PIB estadual. Sua economia tem como

destaque os setores de indústria de transformação, segmentos de vestuário e acessórios,

alimentos, minerais não metálicos e metal-mecânico (FIRJAN, 2016).

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Figura 4: Região Noroeste Fluminense do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Solo, 2017

Os dados do trabalho anterior apontam para essa região apenas uma UC da categoria

APA, no município de Aperibé. No presente trabalho essa região apresenta 31 UCs

(Quadro 4), com destaque nas categorias APA, PARNA e REVIS. O município que mais

possui áreas protegidas é Natividade, com seis unidades, seguido de Itaperuna e São José

de Ubá, com quatro unidades cada.

Clare et al. (2009) destaca que a única UC municipal presente nesta região está

inserida no município que apresenta a menor área territorial (8.760ha) e menor cobertura

vegetal, se comparados aos outros de sua região. Em 2009, isso pode ter sido um fator para

não haverem tantas UCs como nas outras regiões nesse mesmo período. Isso foi contatado

pela pesquisa de Clare et al. (2009) onde foi observado que essa área apresenta a menor

incidência de UCs sob gestão municipal estando relacionado as menores áreas de

remanescente florestal dentre as demais regiões do estado.

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Quadro 4: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região noroeste fluminense, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva

Biológica; PARNA - Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA - Área de

Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA - Floresta Municipal; RESEX - Reserva Extrativista; RDS -

Reserva de Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de Fauna

Noroeste

Fluminense APA ARIE ESEC FLONA MONA PARNA RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total

Aperibé 1

1

1

3

Bom Jesus do

Itabapoana 1

1

2

Cambuci

1

1

Italva

0

Itaocara

0

Itaperuna 1

1 1

1

4

Laje do Muriaé 1 1 2

Miracema 1 1 1

3

Natividade 2 2 1 1 6

Porciúncula 1

1

2

Santo Antônio de

Pádua

1 1

2

São José de Ubá 1 2 1 4

Varre Sai

2 2

Total 7 0 0 0 7 8 0 7 0 0 0 2 31

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4.1.3. Distribuição por município da região administrativa norte fluminense

A região norte fluminense (Figura 5) possui 905 mil habitantes distribuídos em nove

municípios: Campos dos Goytacazes, Carapebus, Cardoso Moreira, Conceição de Macabu,

Macaé, Quissamã, São Fidelis, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra

(CEPERJ, 2014). Em 2013 gerou riqueza equivalente a R$ 92,9 bilhões em 2013 que

correspondem a 14,8% do PIB estadual (Firjan, 2016).

Em 2014, os nove municípios da região geraram um Produto Interno Bruto (PIB) de

R$ 95,6 bilhões em 2014, o que representou nessa época, 14,3% da economia estadual. A

Indústria (R$ 55,5 bilhões) foi responsável por mais da metade (58,1%) do PIB da

regional, seguida por Serviços (R$ 27,7 bilhões). Vale destacar que a região concentrava o

maior polo industrial do Estado (Firjan, 2017).

Figura 5: Região Norte Fluminense do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Abreu, 2006

A região norte apresentou um crescimento de 112,50% no período de nove anos. Os

municípios que se destacam são Conceição de Macabu, que detinha 50% das UCs na

época, Macaé e Quissamã, com duas UCs cada (Quadro 5). O município de Campos dos

Goytacazes, que nos dados obtidos por Clare et al. (2009), não apresentava nenhuma UC,

no entanto, possui a maior cobertura vegetal da região, hoje possui quatro áreas

protegidas, sendo três APAs e um PARNA. Cinco municípios dessa região não

apresentaram qualquer tipo de UC (Carapebus, Cardoso Moreira e São Francisco de

Itabapoana).

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Quadro 5: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região norte fluminense, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva

Biológica; PARNA - Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA - Área de

Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA - Floresta Municipal; RESEX - Reserva Extrativista; RDS -

Reserva de Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de Fauna.

Norte Fluminense APA ARIE ESEC FLONA MONA PARNA RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total

Campos dos

Goytacazes 3

1

4

Carapebus

0

Cardoso Moreira

0

Conceição de

Macabu 1 1 1

2

5

Macaé 1 4 5

Quissamã 1 1 2

São Fidelis 1 1

São Francisco de

Itabapoana

0

São João da Barra 0

Total 7 1 1 0 0 8 0 0 0 0 0 0 17

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4.1.4. Distribuição por município da região administrativa baixadas litorâneas

A região das baixadas litorâneas (Figura 6), comumente conhecida como região dos

lagos, é composta por 13 municípios: Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo,

Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia,

Saquarema e Silva Jardim (CEPERJ, 2014), tem 3.416 km2 e equivale a 8% do território

do estado (IBGE, 2010). Essa região possui 595.166 habitantes, o que corresponde a 4%

da população estadual.

Figura 6: Região Baixadas Litorâneas do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Abreu, 2017

O município que dispõe do maior número de UCs nessa região é Arraial do Cabo (17)

(Quadro 6), dispondo, em sua maioria, de sete parques, seguida de cinco ARIES.

Saquarema é o município que vem em segundo lugar, apresentando onze UCs. Todos os

municípios apresentam algum tipo de UC implementada. As categorias que não

contabilizam qualquer UC são as RDS, REVIS, RESEX, RPPN e REFAU.

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Quadro 6: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região baixadas litorâneas, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva

Biológica; PARNA - Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA - Área de

Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA - Floresta Municipal; RESEX - Reserva Extrativista; RDS -

Reserva de Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de Fauna.

Baixadas Litorâneas APA ARIE ESEC FLOMU MONA PNM RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total

Araruama 2 1

3

Armação dos Búzios 1

3

4

Arraial do Cabo

5

7

4 1

17

Cabo Frio

2

2

Casimiro de Abreu

2

2

Iguaba Grande 6

6

Rio das Ostras

1

1

São Pedro da Aldeia 2

1

1 1

1

6

Saquarema 10

1

11

Silva Jardim 2

1

3

Total 23 6 1 1 1 17 0 0 5 1 0 0 55

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4.1.5. Distribuição por município da região administrativa serrana

A região serrana (Figura 7) é composta por 14 municípios: Bom Jardim, Cantagalo,

Carmo, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Nova Friburgo, Petrópolis, Santa Maria

Madalena, São José do Vale do Rio Preto, São Sebastião do Alto, Sumidouro, Teresópolis

e Trajano de Morais (CEPERJ, 2014), tem 6.939,9 km² e possui 607,731 mil habitantes

(IBGE, 2017). Sua população representa 1,8% total do estadual. Petrópolis gerou um PIB

de R$ 11,4 bilhões em 2014, representando 1,7% da economia estadual (IBGE 2017). O

setor de Serviços (R$ 5,0 bilhões) foi responsável por quase metade do PIB regional

(43,9%) em 2014.

O município de Nova Friburgo detém maior destaque da região Serrana. Além de ser o

mais populoso, com 48% da população da região, possui a renda domiciliar per capita mais

alta da região e a oitava mais alta do Estado (SEBRAE, 2013).

Figura 7: Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Solo, 2017

O município que dispõe do maior número de UCs é Teresópolis (9) (Quadro 5),

dispondo de quatro áreas de relevante interesse ecológico, seguida de 3 APAS. Essa cidade

é dotada de beleza cênica, riqueza de fauna e flora, o que acaba propiciando a criação de

áreas protegidas. Os municípios de Nova Friburgo (7) e Petrópolis (7), apresentam

números semelhantes, com relação as APAS, cinco para Friburgo e 4 para Petrópolis. O

município de Bom Jardim se destaca por não possuir em seu território UCs. Cabe ressaltar

que cinco categorias não são registradas em nenhum dos municípios dessa região, sendo

ARIE, ESEC, REFAU, RESEX e RPPN.

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Quadro 7: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região serrana, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva Biológica;

PARNA - Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA - Área de Preservação

Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA - Floresta Municipal; RESEX - Reserva Extrativista; RDS - Reserva de

Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de Fauna.

Serrana APA ARIE ESEC FLOMU MONA PNM RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total

Bom Jardim 0

Cantagalo 1 1

Carmo 4 1 5

Cordeiro 3 3

Duas Barras 2 2

Macuco 1 4 5

Nova Friburgo 5 2 7

Petrópolis 4 1 1 1 7

Santa Maria Madalena 1 1

São José do Vale do Rio Preto 1 2 1 4

São Sebastião do Alto 1 1

Sumidouro 1 1

Teresópolis 3 4 1 1 9

Trajano de Morais 1

Total 23 4 0 0 2 13 1 1 3 0 0 0 47

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4.1.6. Distribuição por município da região administrativa centro-sul fluminense

A região Centro-Sul Fluminense (Figura 8) é composta por 10 municípios Areal,

Comendador Levy Gasparian, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira,

Paraíba do Sul, Paty do Alferes, Sapucaia, Três Rios e Vassouras (CEPERJ, 2014), tem

3.028,1 km² e, segundo as últimas estimativas do IBGE (2015), sua população é de 180 mil

habitantes representando 1,1% do Estado do Rio de Janeiro e está inserido no Bioma Mata

Atlântica (IBGE 2017).

Sua economia é baseada no setor de serviços e comércio, que responde por 39,5% do

PIB da região, seguido pela indústria, que apresentou um aumento no crescimento no

mesmo período (237,6%) e contribui com 27,7% do valor da produção regional. A

agropecuária tem participação com 2,6% do PIB da região, e contribui em 6,4% do valor

total produzido pelo setor no estado (FIRJAN, 2015).

Três Rios é a região de maior destaque visto que possui um importante entroncamento

rodoferroviário, estando localizada próximo às principais capitais do sudeste brasileiro e

de cidades de significativa importância econômica, como Petrópolis e Juiz de Fora no

estado de Minas Gerais.

Figura 8: Região Centro-Sul Fluminense do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: CEPERJ, 2013

De acordo com os dados obtidos dos 10 municípios da região Centro-Sul

Fluminense, observa-se que apenas o município de Vassouras não possui UCs associadas à

gestão municipal (Quadro 8), e o município com maior número de UCs é Vassouras. Em

relação às categorias, a de Uso Sustentável apresenta 64%, entretanto, esse grupo possui

áreas protegidas somente na categoria APA, em comparação ao grupo Proteção Integral,

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que representa 36%, e abrange unidades nas categorias REBIO, Parque Municipal e

MONA.

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Quadro 8: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região centro-sul fluminense, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva

Biológica; PARNA - Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA - Área de

Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA - Floresta Municipal; RESEX - Reserva Extrativista; RDS -

Reserva de Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de Fauna.

Centro-Sul APA ARIE ESEC FLONA MN PARNA RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total

Areal 3 3

Comendador Levy

Gasparian 4

1

4

Engenheiro Paulo de

Frontin 1

1

Mendes 1 1 2

Miguel Pereira 1 1 2 1 5

Paraíba do Sul 1 2 3

Paty do Alferes 4 1 1 1 7

Sapucaia 10 1 11

Três Rios 4 1 1 6

Vassouras 0

Total 27 0 0 0 5 8 0 0 2 0 0 0 42

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4.1.7. Distribuição por município da região administrativa médio paraíba

A região do Médio Paraíba (Figura 9) é composta por 15 municípios: Barra do

Piraí, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Rio

das Flores, Valença e Volta Redonda (CEPERJ, 2014). Essa região tem 6.190,1 km² e

abrange 7% da população do estado do Rio de Janeiro (Sebrae, 2013). Sua taxa média de

crescimento populacional é de 1,4%, é a terceira maior entre as regiões do Estado, inferior

à da Baixada Litorânea (3,4%) e região Norte (2,7%) (Sebrae, 2013).

De acordo com dados do IGBE, é a quarta região do estado com a maior renda

domiciliar per capita (R$ 771,18) atrás da capital do Estado. Seu PIB corresponde a 10%

do PIB estadual, ficando atrás do percentual do PIB do Rio de Janeiro (46,7%), da Baixada

Fluminense (14,4%) e da região Norte (12,7%) (SEBRAE, 2013).

Figura 9: Região Médio Paraíba do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: SEBRAE, 2013

Nessa região são expressivos os números de APAS e Parques (Quadro 9), no

entanto não apresentam 7 categorias de UCs, sendo a maioria do grupo de uso sustentável.

Apenas um município não apresenta qualquer tipo de UC, sendo esse Pinheiral.

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Quadro 9: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região médio paraíba, onde: ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva

Biológica; PARNA - Parque Natural Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA - Área de

Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA - Floresta Municipal; RESEX - Reserva Extrativista; RDS -

Reserva de Desenvolvimento Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de Fauna.

Médio Paraíba APA ARIE ESEC FLONA MONA PARNA RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total

Barra do Piraí 1

1

Barra Mansa 3 1

2

6

Itatiaia 1

1

2

Pinheiral

0

Piraí

2

2

Porto Real 1

1

2

Quatis

1

1

Resende 1

1

2

Rio Claro 1

10

11

Rio das Flores 1

2 3

Valença 4

1 1

6

Volta Redonda 1

1

2

Total 14 1 0 0 1 20 0 0 0 0 0 2 38

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4.1.8. Distribuição por município da região administrativa costa verde

A região Costa Verde (Figura 10) é composta por 3 municípios: Angra dos Reis,

Mangaratiba e Paraty (CEPERJ, 2014) e tem 2.107,8 km². Possui uma população estimada

de 278.488 habitantes (IBGE, 2017). Sua economia tem como destaque o setor de turismo,

sendo um importante destino receptor no cenário do turismo nacional, e seu PIB em 2015

foi de R$95.572,210.

Figura 10: Região Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: SETUR, 2012

Os dados verificados para essa região são bastante expressivos se comparados aos

dados de Clare et al. (2009). Atualmente os três municípios da região apresentam UCs

(Quadro 10), e são em sua maioria APAs (4), diferente do que nove anos atrás, onde Parati

era o único município de posse de uma UC.

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Quadro 10: Distribuição de UCs por categoria de manejo na região costa verde, onde:

ESEC - Estação Ecológica; REBIO - Reserva Biológica; PARNA - Parque Natural

Municipal; MONA - Monumento Natural; REVIS - Refúgio da Vida Silvestre; APA -

Área de Preservação Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico; FLONA -

Floresta Municipal; RESEX - Reserva Extrativista; RDS - Reserva de Desenvolvimento

Sustentável; RPPN - Reserva Particular de Patrimônio Natural; REFAU - Reserva de

Fauna.

Costa Verde APA ARIE ESEC FLONA MONA PARQUE RDS REVIS REBIO RESEX REFAU RPPN Total

Angra dos

Reis 1 1

1

3

Mangaratiba 2

1 1

4

Parati 1

2

3

Total 4 1 0 0 2 2 1 0 0 0 0 0 10

O padrão de distribuição das UCs sob tutela municipal observado em 2009 indicou que

apesar de encontradas em número expressivo, essas áreas estavam presentes em menos da

metade dos municípios fluminenses e com forte concentração na região metropolitana do

Estado, sendo que em 2018 essa tendência se mantém, concentrada na mesma região. Com

relação aos municípios que não dispõem de UCs, houve uma queda significante entre esse

período de nove anos, também foi verificado que a tendência é de que mais UCs sejam criadas

no Estado. Houve também a redução da falta de informações acerca das UCs municipais, que

antes não dispunham de informações sobre a extensão de suas unidades, o que poderia indicar

que estas áreas podem não estar implementadas territorialmente na prática, representando

áreas protegidas de papel, com processo de gestão inexistente ou precário. Para Bourdette

(2014), o termo “parques de papel” resulta da falta de condições para as UCs que, apesar de

estarem legalmente constituídas, exercem a função de conservação da biodiversidade.

4.2. EXAME DO PROCESSO DE EVOLUÇÃO QUANTO À OCORRÊNCIA E

DISTRIBUIÇÃO DE UCS, SOB A GESTÃO MUNICIPAL, POR MUNICÍPIO E

REGIÕES ADMINISTRATIVAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, NO

PERÍODO DE 2009 A 2018

Para o estado do Rio de Janeiro é possível verificar que o grupo com maior número

de UCs é o de Uso Sustentável (Tabela 3), onde há a compatibilização do desenvolvimento

sustentável com a ocupação humana.

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Tabela 3: Distribuição das unidades de conservação por grupo.

Unidades de Conservação de Proteção Integral 154

Unidades de Conservação de Uso Sustentável 202

Total 356

Com base nos dados obtidos dos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro, observou-

se que as categorias que apresentaram maior número de áreas protegidas no estudo de

2009 foram os PARNAs (Proteção Integral) e as APAs (Uso Sustentável) (Quadro 11), e

no período em 9 anos, esse comportamento se repete, obtendo um aumento expressivo de

185% na categoria APA e aproximadamente 145% na categoria PARNA. Pode-se

justificar esse resultado devido ao Parque ser uma categoria antiga de UC e, além disso,

permite conciliar o acesso do público e a realização de atividades turísticas e de recreação

(Medeiros & Garay 2006 apud Matos, 2016). Com relação às APAs, a predominância

dessa categoria de UC pode estar associada ao fato de ser dedicada a proteção de atributos

ambientais em áreas urbanas, sendo relevante no contexto municipal, podendo ser

compostas de terras públicas e privadas, o que torna um facilitador de sua implementação

(Clare et al., 2009).

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Quadro 11: Distribuição das unidades de conservação municipais por tipologia de uso no ano

de 2009 a 2018.

2009 2018

PROTEÇÃO INTEGRAL Número

de UCs

Número

de UCs

Estação Ecológica 1 2

Reserva Biológica 2 10

Parque Natural Municipal 44 108

Monumento Natural 2 20

Refúgio da Vida Silvestre 0 14

Total 49 154

USO SUSTENTÁVEL

Número

de UCs

Número

de UCs

Área de Proteção Ambiental 60 171

Área de Relevante Interesse Ecológico 5 22

Floresta Municipal 1 1

Reserva Extrativista 0 1

Reserva de Fauna 0 0

Reserva de Desenvolvimento Sustentável 1 2

Reserva Particular do Patrimônio Natural

5

Total 67 202

Fonte: Adaptado de Clare et al. 2018.

Em comparação aos dados obtidos por Clare et al. (2009), verificou-se que 47

municípios não possuíam unidade de conservação municipal (Tabela 4), enquanto que em

2017 esse número reduz para 11 municípios (Tabela 5). Essa redução de 76% pode ter

origem na instituição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - Ecológico

(ICMS-E), que foi instituído no Rio de Janeiro pela Lei n° 5.100, de 04 de outubro de 2007,

cujo objetivo é estabelecer os critérios de repasse do ICMS aos municípios, conforme

previsto na Constituição Federal de 1988. Esse instrumento econômico foi regulamentado

pelo Decreto n° 41.844 de 04 de maio de 2009, no qual estabelece definições técnicas para

a alocação do percentual que seria distribuído aos municípios, em função dos critérios

ambientais. Nesse contexto, supõe-se que a criação desse repasse financeiro tenha

contribuído para o expressivo aumento da criação de UCs municipais em 2018, visto que o

percentual de distribuição do repasse para as UCs no estado é de 36%.

Em relação a abrangência espacial, as UCs representavam 147.531 hectares em 2009

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(Quadro 12) e percebe-se um crescimento significativo da abrangência dessas unidades em

2017, representando uma área total de 4.366.291 ha. Em relação à criação de UCs, foi

possível verificar que houve um aumento de quase 200%, e a categoria que mais se destaca

entre a tipologia de áreas implementadas são as APAs, que apresentam maior abrangência

da extensão da área territorial do estado do Rio de Janeiro.

Quadro 12: Comparativo da criação de UCs entre 2009 e 2018.

Número de UCs Extensão

(ha)

Unidades de

Conservação Municipais

- 2009

127

147.531

Unidades de

Conservação Municipais

- 2018 356 4.375.281,8

A análise da ocorrência e distribuição das unidades de conservação municipais entre

as regiões administrativas do estado (Tabela 4) revelou que mais da metade delas estão

localizadas na região Metropolitana (69 UCs), seguido da região das Baixadas Litorâneas

(19 UCs), e das regiões Serrana e do Médio Paraíba (12 UCs cada). É importante observar

que para os dados referentes ao trabalho anterior, foi observado que cinco municípios não

dispunham de informação sobre existência ou não de UCs, somando informações para 87

municípios. Verifica-se também que, para 2018, as regiões Metropolitana, Serrana,

Baixadas Litorâneas e Médio Paraíba mantém essa tendência e as demais regiões apontam

seguir rumo a esse crescimento (Tabela 5).

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Tabela 4. Número de unidades de conservação municipais no estado do Rio de Janeiro por

região administrativa em 2009.

Região Administrativa

Total

de municípios

Total de

municípios com

UCs

Total de

municípios sem

UCs

Total de

UCs

Metropolitana 17 12 5 69

Noroeste Fluminense 13 1 12 1

Costa Verde 4 1 2 1

Norte Fluminense 9 3 5 8

Serrana 14 6 6 12

Baixadas Litorâneas 13 6 6 19

Médio Paraíba 12 8 4 12

Centro-Sul Fluminense 10 3 7 5

Total 92 40 47 127

Tabela 5. Número de unidades de conservação municipais no estado do Rio de Janeiro por

região administrativa em 2017.

Região Administrativa

Total

de municípios

Total de

municípios com

UCs

Total de

municípios sem

UCs

Total de

UCs

Metropolitana 17 12 5 69

Noroeste Fluminense 13 1 12 1

Costa Verde 4 1 2 1

Norte Fluminense 9 3 5 8

Serrana 14 6 6 12

Baixadas Litorâneas 13 6 6 19

Médio Paraíba 12 8 4 12

Centro-Sul Fluminense 10 3 7 5

Total 92 40 47 127

A elevada ocorrência de UCs observada para a região metropolitana está associada

ao fato dela ser a maior em número de municípios no estado (21 no total), mas, sobretudo

pela contribuição dada pela capital. Somente o município do Rio de Janeiro é responsável

pela gestão de 143 unidades protegidas. De acordo com Clare et al. (2009), o expressivo

número dessas áreas na metrópole carioca, pode ter relação com a participação da

sociedade, durante as décadas de 1980 e 1990, reivindicando a proteção dos

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remanescentes florestais e “ com a promulgação de importantes instrumentos legais de

proteção como a Lei Orgânica e a Lei do Plano Diretor da cidade”, a qual estabelecem

restrições no uso do solo em áreas com cobertura florestal (IBAM/DUMA/PCRJ/ SMAC,

1998 apud Clare et al., 2009).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível observar que as UCs abrangem todas as regiões administrativas do estado

do Rio de Janeiro; no entanto, não estão distribuídas por todos os municípios dessas

regiões. A região que mais possui UCs é a metropolitana, seguida das baixadas litorâneas e

centro-sul fluminense. Essas regiões apresentam as APAs como a categoria do grupo de

uso sustentável que mais se destaca em ocorrência e distribuição, no período estudado.

Tendo em vista que as APAs podem se configurar importantes para o alcance e promoção

do desenvolvimento sustentável, é pertinente que os órgãos gestores adequem seu manejo,

principalmente com o auxílio do IMCS ecológico, para executar o propósito de uma UC

em toda sua plenitude. Entre as UCs do grupo de proteção integral, destacam-se os

PARNAs, pois existem em maior número dentro dessa categoria, números semelhantes aos

obtidos por nos estudos realizados em 2009 e em 2014, mostrando que a ocorrência dessas

UCs tende a aumentar.

É importante salientar que, além do escopo desta pesquisa, existem ainda caminhos

a serem explorados. Isso tendo em vista à relação da efetividade do ICMS-E como

instrumento econômico no contexto de políticas públicas na área ambiental com ênfase às

áreas protegidas, bem como, a oportunidade de uma análise que leve também em

consideração os graus de implementação e conservação. Ainda que a pesquisa realizada

neste estudo possa ser aprimorada no futuro, a partir de novos referenciais teóricos,

quantitativos e qualitativos, este exercício acadêmico trouxe à reflexão importantes

indicações sobre os avanços já alcançados e os desafios a serem enfrentados na criação de

UCs.

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