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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO SUELI FERREIRA SUPORTE SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE São Bernardo do Campo 2012

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

SUELI FERREIRA

SUPORTE SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS

PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO

PERMANENTE

São Bernardo do Campo

2012

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SUELI FERREIRA

SUPORTE SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS

PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO

PERMANENTE

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa

de Pós Graduação em Psicologia da Saúde da

Universidade Metodista de São Paulo como parte

dos requisitos para obtenção do título de Mestre

em Psicologia da Saúde.

Orientador: Prof. Dr. Manuel Morgado Rezende

São Bernardo do Campo

2012

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FICHA CATALOGRÁFICA

F413s

Ferreira, Sueli

Suporte social e qualidade de vida em idosos participantes

de um programa de educação permanente / Sueli Ferreira. 2012.

88 f.

Dissertação (Mestrado em Psicologia da Saúde) – Faculdade

de Saúde da Universidade Metodista de São Paulo, São

Bernardo do Campo, 2012.

Orientação de: Manuel Morgado Rezende.

1. Suporte social 2. Idosos - Qualidade de vida

3. Envelhecimento - Psicologia I. Título

CDD

157.9

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A dissertação de mestrado sob o título “SUPORTE SOCIAL E QUALIDADE DE VIDA

EM IDOSOS DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE”, elaborada por

Sueli Ferreira, foi apresentada e aprovada em 28 de Março de 2012, perante banca

examinadora composta por Profº. Dr. Manuel Morgado Rezende (Presidente/UMESP),

Profª. Dra. Eda Marconi Custódio (Titular/UMESP) e Profª Dra. Lideli Crepaldi

(Titular/USCS).

__________________________________________

Profº Dr. Manuel Morgado Rezende

Orientador e Presidente da Banca Examinadora

___________________________________________

Profª. Dra. Maria Geralda Viana Heleno

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação

Programa: Pós-Graduação em Psicologia da Saúde

Área de Concentração: Psicologia da Saúde

Linha de Pesquisa: Processos Psicossociais

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DEDICATÓRIA

Dedico este estudo à Amélia e Leny, in

memorian, mulheres em minha vida que

foram e continuam sendo, fonte de

inspiração e estímulo à busca do saber.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus que nos dá o dom da vida e nos sustenta para alcançarmos nossos melhores

objetivos .

Aos amigos inestimáveis, Rosemeire Kuchinisky Gomes e Marcello Portela Bonino, pela

presença constante, apoio e contribuições a esta jornada.

Aos estimados, Mirian, JJorge, Áurea, Érica, Astélio, Joana e Vânia, familiares e amigos, pela

paciência e compreensão com minha ausência e distanciamento. Obrigada pelo amor e

cuidado incondicional que me dedicam, sempre.

Aos Profºs. Joaquim Celso Freire Silva e Leila Aparecida Peres Sanchez, pela confiança e

oportunidade que me permitiram a realização deste estudo.

Às Profªs. Marluce Auxiliadora Borges Glaus Leão e Carla Patrícia Hernandez Alves Ribeiro

César, pelas importantes contribuições a este estudo, quando da qualificação.

Aos Profºs. Cecília Aparecida Vaiano Farhat e Leandro Prearo, pelas orientações e

ensinamentos preciosos, que permitiram as análises estatísticas deste estudo.

Ao Profº Manuel Morgado Rezende pelas orientações que me trouxeram até aqui.

Em especial, agradeço aos caríssimos idosos da UniMais, que gentilmente ao participarem da

pesquisa me permitiram alçar mais um vôo rumo ao saber.

Eternamente grata.

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“Diálogos de Riobaldo Tartarana”

“O correr da vida embrulha tudo.

A vida é assim: esquenta e esfria,

aperta e daí afrouxa,

sossega e depois desinquieta.

...O mais importante e bonito do mundo é isto:

que as pessoas não estão sempre iguais,

ainda não foram terminadas...

... afinam ou desafinam, verdade maior.

O que ela quer da gente é coragem...

Porque eu só preciso:

de pés livres,

de mãos dadas,

e de olhos bem abertos.”

(Guimarães Rosa)

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RESUMO

Este estudo objetivou identificar e descrever uma possível relação entre suporte social e

qualidade de vida, em pessoas idosas participantes de um programa de educação permanente,

o qual é promovido por órgão público em parceria com uma universidade, instalada em um

dos municípios que integram a região do ABC Paulista, em São Paulo. A amostra consistiu de

106 idosos, com idade a partir de 60 anos, de ambos os sexos, e que efetivamente participam

do referido programa. Para a coleta de dados, a amostra foi dividida em dois subgrupos, onde

o primeiro grupo constou de 54 idosos que freqüentam o programa há menos de 1 ano, e o

outro grupo foi formado por 52 idosos que freqüentam o programa há mais de 1 ano, com isso

objetivamos identificar uma possível existência de diferentes percepções entre os grupos, das

variáveis estudadas, em função do tempo de participação no programa, o que não foi

confirmado, com os resultados apontando para uma homogeneidade entre os grupos, tanto nos

aspectos socioeconômicos quanto nas percepções de suporte social e qualidade de vida,

independente do tempo de participação no programa. Este estudo utilizou método descritivo

exploratório, de caráter quantitativo e comparativo. Para a coleta de dados foram utilizadas a

Escala de Percepção de Suporte Social (EPSS), que avalia percepção de suporte social em

suas dimensões emocional e prático; o instrumento de avaliação da qualidade de vida:

WHOQOL Bref e Old, e um questionário com dados socioeconômicos que auxiliaram na

caracterização do perfil da amostra e na análise estatística dos resultados. Os resultados

apontaram que a amostra pesquisada caracteriza-se por possuir um perfil socioeconômico

diferenciado, no que se refere a uma maior escolaridade e rendimento mensal, quando

comparado a media nacional que mostra o perfil do idoso brasileiro mais vulnerável, com

baixa escolaridade e rendimento. Os resultados das avaliações das percepções de suporte

social e da qualidade de vida demonstraram tratar-se de idosos que se sentem satisfeitos com

seu momento de vida; que percebem apoio emocional, sentindo-se objeto de afeto em sua

rede social. Com relação a percepção de suporte prático, os resultados demonstraram que os

idosos possuem uma percepção relativa, apontando dúvidas e incertezas quanto ao

recebimento deste tipo de apoio de sua rede social. Diante deste resultado, percepção de

dúvidas e incertezas em receber suporte prático, e a característica socioeconômica

diferenciada da amostra, podemos supor que esses idosos possuem estas percepções, por se

sentirem ou por serem de fato provedores e não dependentes da sua rede social. Não foi

evidenciada correlação entre as variáveis suporte social e qualidade de vida, sugerindo que o

construto suporte social talvez seja percebido pelos idosos da amostra como fator de

diminuição da funcionalidade biopsicossocial ou da competência comportamental; ou ainda,

pode-se supor que diante dos sentimentos de satisfação com a vida atual, a amostra de idosos

volta-se menos aos aspectos protetores do suporte social.

Palavras-chave: Suporte Social, Qualidade de Vida, Idosos e Envelhecimento Saudável.

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ABSTRACT

This study was intended to identify and describe a possible relationship between social

support and quality of life in elderly participants in a continuing education program, which is

promoted by a public agency in partnership with a University, located in one of the cities of

the ABC region in São Paulo. The sample consisted of 106 individuals of both genders

ranging in age from 60 years on, who effectively participate in the program. For data

collection, the sample was divided into two subgroups, where the first group consisted of 54

seniors who have been attending the program for less than one year, and the other group

consisted of 52 seniors who have been attending the program for more than one year, with the

objective of identifying a possible existence of different perceptions between the groups, of

the variables analyzed, depending on the time of participation in the program, which was not

confirmed, as the results pointed to a homogeneity between the groups, both in the

socioeconomic aspects and the perceptions of social support and quality of life, regardless of

the time of participation in the program. This study used the exploratory descriptive method

of comparative and quantitative character. The Scale of Perceived Social Support (SPSS) was

used for data collection, which assesses the perception of social support in their emotional and

practical dimensions; the instrument for evaluating the quality of life: WHOQOL Old & Bref;

and a questionnaire with socioeconomic data that helped to characterize the profile of the

sample and the statistical analysis of results. The results indicated that the sample studied is

characterized by having a distinctive socioeconomic profile, with regard to higher education

and monthly income, compared to the national average that presents a more vulnerable profile

of the elderly Brazilian, with low education and income. The results of the evaluations of

social support and quality of life perceptions have demonstrated that these seniors feel

satisfied with their moment in life; and perceive the emotional support, feeling themselves as

the object of affection in their social network. Regarding the perception of practical support,

the results showed that the elderlies have a relative perception, pointing to uncertainties and

doubts about receiving such support from their social network. Given this result, the

perception of doubt and uncertainty in receiving practical support, and the distinctive

socioeconomic characteristic of the sample, we can assume that these elderly people have

these perceptions, by feeling themselves or by being in fact providers and not dependent on

their social network. An inverse and negative correlation between the levels of social support

and the quality of life facets was evident, suggesting that the social support construct may be

perceived by the elderlies in the sample as a diminishing factor of biopsychosocial

functionality or of behavioral competence.

Key words: Social Support, Quality of Life, Seniors and Healthy Ageing.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características socioeconômicas entre grupos de idosos ....................................... 42

Tabela 2 – Síntese perfil socioeconômico da amostra entre grupos de idosos ........................ 43

Tabela 3 – Distribuição do gênero por grupo de idosos .......................................................... 44

Tabela 4 – Distribuição da faixa etária por grupo de idosos ................................................... 45

Tabela 5 – Distribuição do grau de escolaridade por grupo de idosos .................................... 46

Tabela 6 – Distribuição do rendimento mensal familiar por grupo de idosos ......................... 48

Tabela 7 – Distribuição da composição familiar por grupo de idosos .................................... 49

Tabela 8 – Distribuição dos níveis de percepção suporte social entre grupos de idosos ........ 50

Tabela 9 – Comparativo entre suporte social e gênero nos grupos de idosos ........................ 52

Tabela 10 – Comparativo entre Suporte Social e Rendimento nos Grupos e Idosos .............. 53

Tabela 11 - Comparativo entre Suporte Social e Composição Familiar nos Grupos Idosos .. 54

Tabela 12 – Distribuição dos níveis do WHOQOL-Bref entre os grupos de idosos .............. 58

Tabela 13 – Distribuição dos níveis do WHOQOL-Old entre grupos de idosos ................... 60

Tabela 14 - Correlação (r) de Pearson entre Suporte Social e Qualidade de Vida ................... 62

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Representação gráfica entre gêneros da amostra ...................................................45

Gráfico 2 - Representação gráfica idade média da amostra .....................................................46

Gráfico 3 - Representação gráfica grau escolaridade da amostra ...........................................47

Gráfico 4 - Representação gráfica rendimento mensal da amostra ..........................................49

Gráfico 5 - Representação gráfica composição familiar da amostra ........................................50

Gráfico 6 - Representação gráfica escores médios percepção suporte social .........................52

Gráfico 7 - Representação gráfica escores médios WHOQOL-Bref........................................59

Gráfico 8 - Representação gráfica escores médios WHOQOL-Old.........................................62

Gráfico 9 – Representação gráfica correlação ( r ) de Pearson................................................63

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Perfil Socioeconômico do Idoso no Brasil.............................................................15

Quadro 2 - Escalas de respostas do WHOQOL-100 ...............................................................58

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 14

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 20

2.1. Envelhecimento Humano – Lifespan ................................................................................ 20

2.2. Suporte Social e Envelhecimento ...................................................................................... 26

2.3. Qualidade de Vida e Envelhecimento ............................................................................... 31

3. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 36

3.1. Objetivo Geral ................................................................................................................... 36

3.2. Objetivos Específicos ........................................................................................................ 36

4. MÉTODO ........................................................................................................................... 37

4.1 Ambiente da Pesquisa ........................................................................................................ 37

4.2 Participantes da Pesquisa ................................................................................................... 37

4.3 Instrumentos ...................................................................................................................... 38

4.4 Procedimento ..................................................................................................................... 39

4.5 Tratamento dos Dados ....................................................................................................... 39

4.6 Aspectos Éticos ................................................................................................................. 40

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 41

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 65

7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 67

ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) ........... 74

ANEXO B – ESCALA PERCEPÇÃO SUPORTE SOCIAL – EPSS......................................76

ANEXO C - WHOQOL-OLD .................................................................................................. 77

ANEXO D - WHOQOL-BREF ................................................................................................ 81

ANEXO E - DADOS SOCIOECONÔMICOS ........................................................................ 86

ANEXO F – SOLICITAÇÃO AUTORIZAÇÃO PESQUISA – USCS..................................87

ANEXO G – PARECER COMITE DE ÉTICA – UMESP......................................................88

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1 INTRODUÇÃO

A longevidade é um fenômeno que se evidencia mundialmente, segundo dados de

institutos de pesquisas sociodemográficos, e que num crescente tem suscitado estudos e

pesquisas em prol de melhor compreender tal fato, assim como, encontrar formas e ações que

favoreçam um viver por mais tempo com mais qualidade e satisfação, conforme nos mostra

Néri (Orgs.) (1993, 2004).

Na atualidade, estudos de levantamento demográfico e epidemiológico apontam que as

pessoas estão vivendo mais tempo em decorrência de avanços ocorridos especialmente na

área da saúde, notadamente nos grandes centros urbanos, no que se refere: ao aumento dos

acessos aos serviços de saúde; menores índices de mortalidade infantil; menor taxa de

natalidade; avanço do conhecimento científico e tecnológico; e mudanças no estilo de vida

individual. (KALACHE et al., 1987; KALACHE, 1996).

Como ocorre em todo o mundo, também no Brasil se verifica que a população está se

tornando cada vez mais velha, em decorrência do menor número de nascimentos e do

aumento no tempo de vida das pessoas, evidenciado no período entre 1990 e 2009, conforme

dados obtidos junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE .

Este órgão de pesquisa divulgou, em Abril de 2011, relatório com os dados levantados

no Censo de 2010, o qual demonstra que a população brasileira de idosos com idade a partir

de 60 anos é cerca de 21 milhões, se tornando o sexto país no mundo em idosos. Para o ano de

2020 estima-se que 13,7% da população brasileira será de idosos e outros cálculos de

tendência apontam que até 2050, 30% das pessoas no país terão 60 anos ou mais. Proporção

quase três vezes maior que a dos dias de hoje, onde os idosos representam 11,3 % da

população. Isso acontece porque nos últimos anos houve um aumento na esperança de vida do

brasileiro, por vários motivos, como os avanços da medicina e uma menor taxa de

fecundidade.

O IBGE, em seus levantamentos estatísticos, divide os idosos em quatro faixas

etárias: de 65 anos a 69, de 70 a 74, de 75 a 79 e acima de 80. Desses grupos, o que possui a

maior população é a da primeira faixa, com 4.840.810 pessoas com idade entre 65 e 69, os

quais demandam cada vez mais atenção e cuidados, dos vários segmentos da sociedade, em

prol da promoção de sua saúde física, mental e social, que possibilitem um viver com maior

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qualidade, com obtenção de aportes que os apóiem e garantam condições adequadas para o

enfrentamento aos declínios conseqüentes do processo de envelhecimento humano.

Conforme citamos acima, apresentamos o quadro síntese de acordo com o IBGE, que

mostra os indicadores de saúde da população idosa brasileira.

Quadro 1 - Perfil Socioeconômico do Idoso no Brasil

Previdência Aposentados

57,9%

Aposentados e

Pensionistas

19,5

Outros

22,6%

Renda Até 1 salário mínimo

43,2%

De 1 a 2 sal. mínimo

29,0%

Mais de 2 sal. mínimo

22,9%

Escolaridade Menos de 4 anos

50,2%

De 4 a 8 anos

32,3%

9 ou mais

17,4%

Referência no

domicílio

Idoso é referência

64,1%

Cônjuge é referência

23,8%

Outra pessoa

12,1%

Raça/Cor Branca

55,4%

Parda

36,1%

Negra

7,2%

Gênero Mulher

55,8%

Homem

44,2%

Fonte: Síntese Indicadores Sociais – IBGE (2010).

Através deste quadro podemos observar que a maioria dos idosos (43,2%) no Brasil,

vive com baixo rendimento mensal de até 1 salário mínimo; (50,2%) possui baixa

escolaridade, tendo recebido educação formal por menos de 4 anos; (64,1%) é referencia no

seu domicílio, ou seja é o principal provedor da família; (55,4%) se declarou de raça branca,

e 55,8% da população idosa no Brasil é formada pelo gênero feminino, denotando com isso a

feminização do envelhecimento e conseqüente maior vulnerabilidade, se considerarmos que

em termos cultural e socioeconômico, a mulher ainda ocupa menor posição no mercado de

trabalho, menor salário e menor grau de escolaridade, muito embora essas características

venham se modificando nas últimas décadas, entendemos que estas mudanças não atingiram

as pessoas que foram objeto da pesquisa do último censo demográfico brasileiro, em função

da idade pesquisada (60 anos ou mais).

A partir deste perfil, podemos supor que os idosos brasileiros encontram-se numa

faixa de risco maior à saúde e ao bem-estar por possuírem menos recursos educacionais e

econômicos, para suprirem suas necessidades básicas.

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16

Segundo Cotta et al. (2002), o fenômeno do envelhecimento populacional acarreta

impactos em todos os setores da sociedade, sendo que na área da saúde há repercussão nos

níveis assistenciais, assim como gera demandas por novos recursos e estruturas.

Stuart-Hamilton (2002), aponta as conseqüências econômicas e sociais do

envelhecimento na sociedade, quando a proporção de pessoas mais velha aumenta em relação

à proporção de pessoas mais jovens, acarretando menor arrecadação de impostos diretos,

desequilibrando os fundos públicos direcionados ao atendimento à saúde, educação, moradia e

previdência social.

Esforços advindos das áreas pública, privada e do terceiro setor, propondo ações

voltadas à promoção de saúde e qualidade de vida da pessoa idosa, têm se intensificado. Na

legislação brasileira temos o Estatuto do Idoso, em vigor desde 2003, que regula e assegura os

direitos da pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, como gratuidade no transporte

público, prioridade no atendimento em estabelecimentos de saúde, bancários, comerciais, e

outros. Na área educacional evidenciam-se iniciativas, como por exemplo, a criação das

Universidades Abertas à Terceira Idade, que objetivam oferecer espaços para que a população

idosa possa desenvolver novas capacidades e conhecimentos, estabelecer novos

relacionamentos e vínculos, estimulando sentimentos de bem estar e melhorias na qualidade

de vida.

[...] desde a última década, a vertente extensionista das universidades, como

instância tradicionalmente articuladora de programas e projetos destinados a

adultos mais velhos, demonstra uma evolução em termos da concepção de

extensão universitária que reflete a importância da construção de um saber

bilateral. Seu trabalho com essa população indica avanços na compreensão

de que a educação e a aprendizagem são contínuas e acumulativas, e não um

conjunto pontual de eventos institucionais [...] LEÃO, (2008, p.47).

Apesar do incremento e aumento das ações de cuidados à saúde e da formulação de

políticas públicas voltadas aos vários segmentos populacionais, destacando-se neste estudo os

que se referem especificamente à população idosa, entendemos que se por um lado isso se faz

em virtude do interesse e atenção que o aumento na sociedade deste segmento populacional

desperta, por outro lado, isto também indica a fragilidade que os idosos brasileiros vivenciam

em nosso país, impactando na mobilização e aprofundamento de estudos e recursos que gerem

melhorias nas suas condições de vida.

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É dentro deste cenário, portanto, que nos moveu o interesse em realizar um estudo que

pretendeu identificar, entre os idosos de um programa de educação permanente, uma possível

relação entre suporte social e qualidade de vida, que permita re-significar envelhecimento

enquanto momento de vida que comporta também potencial, harmonia, prazer e saúde, indo

além da visão restritiva e linear, enquanto processo de perda multidirecional e dimensional.

Sabe-se que envelhecer sem doença crônica é uma exceção, Stuart-Hamilton

(2002), no entanto, os estudos sobre este segmento populacional vêm demonstrando que,

apesar do declínio biológico inerente ao envelhecimento físico, necessariamente, não deve

significar declínio nas demais dimensões da vida, ou exclusão social, ou baixa qualidade de

vida. Acredita-se que se o idoso obtiver as condições e suportes necessários para continuar

ativo, tendo acesso às instituições e pessoas que o auxiliem na solução de problemas e

adversidades, mantendo auto-estima e visão positiva de si mesmo, seguramente viverá com

maior qualidade esta fase da vida.

[...] no final da década de 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS,

2005) substituiu a expressão envelhecimento saudável por envelhecimento

ativo, definindo o processo como otimização das oportunidades de saúde,

participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à

medida que as pessoas ficam mais velhas [...]. (NERI, TEIXEIRA, 2008, p.

84).

.

Compreender quem é o idoso que hoje e no futuro vive cada vez mais, gerando

demandas, mas que também é detentor de forças internas que o mobilizam para a superação

de necessidades, adequando-se e adaptando-se às configurações do meio em que vive,

acreditamos ser de fundamental importância para a sociedade atual e futura.

Nossa pesquisa ocorreu junto a uma amostra de idosos que freqüenta um programa de

educação permanente, patrocinado pela prefeitura de São Caetano do Sul, cidade que

compõem a região do ABC Paulista em São Paulo, cujo programa é realizado em parceria

com a universidade local.

Este município vem se destacando no cenário brasileiro por apresentar alto índice de

desenvolvimento humano (IDH/2000), em conformidade com o que propõe o Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, o qual avalia anualmente os avanços

econômicos, sociais, culturais e de políticas públicas, que influenciam a qualidade de vida

humana de uma população. Este município oferece aos idosos, residentes na localidade,

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políticas públicas e programas gratuitos, objetivando promoção de saúde, educação,

reinserção no mercado de trabalho, lazer e qualidade de vida aos munícipes com idade igual

ou acima de 50 anos. Conforme dados publicados pelo Instituto de Pesquisa da Universidade

Municipal de São Caetano do Sul e publicado em jornal da região em 12/07/2011, o

município detém as seguintes características: possui 149.263 habitantes, sendo que, a

população com idade a partir de 60 anos é de 28.521, correspondendo a 19,1% do total.

Possui uma coordenadoria especifica de atendimento ao publico idoso (Coordenadoria

Municipal de Atenção ao Idoso-COMTID), voltada ao planejamento e monitoramento das

ações de assistência e promoção de saúde do idoso, que são prestadas em 4 Centros

Integrados de Saúde e Educação da Terceira Idade (CISE), e na área educacional possui

parceria com a universidade local, onde o programa de educação permanente é realizado.

Em minha vivencia de docência junto a idosos do programa acima mencionado, tenho

observado e ouvido relatos de alguns idosos que, ao ingressarem no programa, trazem

expectativas diversas, como a de preencherem espaços vazios que o momento atual de suas

vidas lhes trouxeram, ampliação dos relacionamentos com a conquista de novos vínculos

sociais, além da expectativa em adquirir conhecimentos que atendam sonhos acalentados por

não terem tido oportunidade de freqüentar uma universidade na juventude, e outras

necessidades como adquirir habilidades para entender, acompanhar e fazer frente à rapidez e

mutabilidade que ocorre no mundo atual. Também é possível observar em alguns desses

idosos, sinais de insegurança para o contato social e aquisição de novas aprendizagens,

isolamento, sinais de depressão, não aceitação ou resistência em aceitar recursos advindos do

meio social e institucional, exclusão voluntária ou involuntária de convívio familiar e social e

outras atitudes que não propiciam sentimentos de satisfação e qualidade de vida, com eles

mesmos e com o meio onde se inserem.

Reforço que, em minha experiência profissional neste programa, observo que alguns

alunos procuram freqüentar a universidade como forma de se sentirem melhor consigo

mesmo, outros o fazem por orientação médica ou familiar, alguns não conseguem, ou tem

maior dificuldade em superar suas fragilidades, apresentando comportamentos indicativos de

insegurança, insatisfação e inadequação nos relacionamentos interpessoais. Porém há os que

se mostram cada vez mais engajados nas atividades propostas, na ampliação da rede de

contato social, aproveitando e propondo outras ações e atividades, demonstrando a energia de

seu potencial, disposição e satisfação.

É diante deste contexto que nos motivamos e nos propusemos a investigar aspectos

relativos ao envelhecimento saudável, especialmente no que se refere a possível influência do

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suporte social na percepção da qualidade de vida em adultos idosos, e contribuir para uma

melhor compreensão desse momento de vida, a velhice.

Desta forma, esta dissertação versa sobre um estudo quantitativo, acadêmico e

científico, sobre suporte social e qualidade de vida, em uma amostra de 106 idosos com idade

a partir de 60 anos, que participam de um programa gratuito de educação permanente.

Para este estudo, nos fundamentamos na visão da psicologia positiva onde, na segunda

parte desta dissertação apresentamos os pressupostos teóricos que nortearam a pesquisa e que

está voltado para o desenvolvimento ao longo da vida (Lifespan), onde o envelhecimento é

visto como um dos momentos da vida que comporta também potencialidades, adaptação e

ajustamento, a despeito das perdas e declínios que o envelhecimento físico produz. Em

seguida, descrevemos estudos nacionais, efetuados por pesquisadores do envelhecimento

humano, relativo à percepção de suporte social e da qualidade de vida e sua importância na

promoção de saúde em indivíduos idosos. Ao final da fundamentação teórica, na terceira

parte, apontamos os objetivos em realizar tal estudo.

Na quarta parte, detalhamos o método que orientou a pesquisa, assim como os

instrumentos utilizados para a avaliação da percepção do suporte social, Escala de Percepção

de Suporte Social – EPSS, construída e validada por Siqueira, (2008), aplicável a situações

gerais, que avalia as dimensões emocionais e práticas. Foram utilizados também, os

instrumentos de avaliação da qualidade de vida- WHOQOL: Old e Bref, desenvolvido e

adaptado à realidade brasileira pelo grupo brasileiro que estuda qualidade de vida

(WHOQOL-Group), coordenado por Fleck e colaboradores (1998b, 1999). Para traçar o perfil

socioeconômico da amostra elaboramos um questionário com dados pessoais, econômico e

social, que objetivou além de traçar o perfil socioeconômico da amostra, relacioná-lo aos

resultados apurados na pesquisa.

Na quinta parte, apresentamos os resultados e discussão dos achados da pesquisa,

amparados pelos estudos empreendidos sobre envelhecimento humano no curso da vida

(Lifespan), suporte social, qualidade de vida e perfil socioeconômico do idoso brasileiro.

Finalizamos esta dissertação com nossas conclusões sobre o estudo e apontamos uma

agenda de aprofundamento e de melhorias à pesquisa.

A seguir apresentamos os pressupostos teóricos que fundamentam a presente pesquisa

e estudo.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Envelhecimento Humano – Lifespan

Estudar e melhor compreender a velhice e o processo de envelhecimento humano tem

sido objeto de interesse e investigação científica e social, em função do aumento da

longevidade, observado mundialmente, e em razão dos impactos que este fenômeno resulta

nas sociedades, nos profissionais que atuam com este segmento da população e nos próprios

indivíduos idosos (KALACHE et al., 1987; NÉRI, 1993; KALACHE, 1996; COTTA et al.,

2002; STUART-HAMILTON, 2002; NÉRI, 2004).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, no último censo

demográfico realizado em 2010, e em seu relatório Síntese dos Indicadores Sociais, publicado

em 17/11/2010, o qual retrata a situação dos idosos no Brasil, o número de pessoas com 60

anos ou mais é de 21 milhões, representando 11,3% da população nacional.

Para o ano de 2020 estima-se que 13,7% da população brasileira será constituída de

pessoas com 60 anos de idade ou mais, os quais demandarão cada vez mais atenção e

cuidados dos vários segmentos da sociedade, em prol da promoção de saúde física, mental e

social, que possibilite um viver com maior qualidade, com oferta de aportes que os apóiem e

garantam condições adequadas para o enfrentamento aos declínios, que o processo de

envelhecimento humano envolve.

O interesse da Psicologia por este assunto se aprofunda segundo Néri (2004), a partir

da constatação do aumento da longevidade verificados na Europa e Estados Unidos durante o

século XX, localidades onde surgiram os primeiros estudos sobre comportamento humano.

[...] o crescimento do contingente de idosos com maior poder político criou

condições para que pesquisadores e praticantes de várias profissões, entre

elas a psicologia, passassem a investir mais na pesquisa e na intervenção

com esse segmento [...] (NERI, 2004, p. 17).

Ainda segundo essa autora, em razão do fenômeno da longevidade a psicologia passa a

sentir necessidade de revisar seus pressupostos, considerando que a partir do século XX, o

que se conhecia desta fase da vida não mais respondia satisfatoriamente às questões e

situações observadas na população de idosos e nos próprios pesquisadores que também

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envelheciam, abrindo caminho para outras perspectivas teóricas, alinhando seus

conhecimentos e achados com os de outras ciências humanas. Assim, da visão tradicional de

entender o envelhecimento humano como fase da vida que se constitui de fragilidades,

limitações, declínios e perdas biológicas e pessoais, passa-se a considerar a influência e a

interação existente entre as dimensões biológicas, históricas, sociais, psicológicas e culturais,

presentes em todo processo do desenvolvimento humano, que determinam que esta fase da

vida, a velhice, deve ser vista e entendida como um processo complexo, multidimensional e

multidirecional.

A perspectiva teórica do desenvolvimento ao longo da vida, lifespan, entende o

desenvolvimento humano como um processo que se estende por todo curso da vida, não se

prende a etapas normativas ou estágios, sendo determinado por aspectos biológicos,

psicológicos, socioculturais, históricos e pessoais. Conhecer e compreender os processos e

condições que envolve envelhecer de forma satisfatória, implica em olhar essa fase da vida

como detentora de potencialidades que impulsionam a pessoa idosa a manter suas capacidades

de resistência, plasticidade, enfrentamento e flexibilidade para um bem viver. (BALTES,

1987; NÉRI, 2004).

Dentro desta perspectiva a tendência é estudar o envelhecimento ao longo de toda a

vida, o que pressupõe uma correlação entre envelhecimento e desenvolvimento, onde mesmo

na presença de limitações de ordem biológica, as questões psicológicas e sociais podem se

manter em desenvolvimento contínuo, na medida em que o ambiente e a cultura sejam

propícios a isso. (BALTES, 1987; BALTES, BALTES,1990).

[...] O desenvolvimento foi definido por Baltes (1987), como um processo

contínuo, multidimensional e multidirecional, de mudanças orquestradas por

influências genético-biológicas e sócio-culturais de natureza normativa e não

normativa, marcado por ganhos e perdas concorrentes e por interatividade

indivíduo-cultura e entre os níveis e tempo das influências [...] (NERI, 2004,

p.18).

Segundo Néri (1993), os estudos sobre o envelhecimento humano efetuado por Baltes

e colaboradores (1980, 1987, 1990, 2004), cujo enfoque se pauta no desenvolvimento ao

longo de toda a vida (lifespan), influenciou novas formas de se visualizar e compreender a

velhice tornando-se uma corrente dominante nos estudos da gerontologia, cujas características

deste modelo são:

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Multidirecionalidade: o processo de desenvolvimento comporta crescimento e

declínio, de forma variada entre as pessoas. Assim em algumas habilidades pode

ocorrer um contínuo crescimento, como por exemplo, na melhoria do vocabulário, em

outras pode ocorrer declínio, como por exemplo, resolução de novos problemas na

idade madura tardia.

Plasticidade: a prática, o cotidiano e o treinamento favorecem a modificação de

habilidades e a aplicação de um conhecimento em situações diversas, com obtenção

de resoluções criativas em todas as idades.

Histórico de vida e contexto: local e tempo influenciam as circunstâncias, visões e

crenças internas e externas, que cada pessoa possui, sempre interagindo com o

ambiente onde estão inseridos.

Casualidade múltipla: estudar e compreender o comportamento das pessoas implica

em considerar uma diversidade de conhecimento sob vários enfoques, como por

exemplo: da psicologia, biologia, sociologia, antropologia e outras. Somente através

da multidisciplinaridade é que podemos obter uma visão mais realista e ampla do que

se passa com cada indivíduo.

Em síntese os principais princípios deste enfoque teórico é o fato de considerar:

múltiplos níveis, temporalidade, diversas dimensões do desenvolvimento humano, ser

transacional, dinâmico e contextualista. (BALTES, SMITH, 2004).

Estes aspectos formaram as bases do estudo da psicologia do envelhecimento voltada à

pesquisa e entendimento das mudanças que continuam ocorrendo nos comportamentos dos

indivíduos idosos, no que se refere às áreas cognitiva, afetiva e social.

Segundo Néri, (2004), a psicologia do envelhecimento estuda ainda outros aspectos

que afetam a vida das pessoas que envelhecem, tais como: diferenças intra-individuais e

interindividuais, desempenhos nos diferentes grupos de idade, sexo, níveis educacionais,

econômicos e sócio-culturais, que afetam e influenciam o funcionamento psicológico dos

idosos, como também procura descrever e explicar as condições e potenciais que preservam o

comportamento e o seu contínuo desenvolvimento.

[...] Já se sabe que pode continuar ocorrendo desenvolvimento em alguns

domínios do funcionamento intelectual, manifestos em alta competência para

realizar atividades da vida prática e para lidar com problemas existenciais

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complexos, ambos dependentes do acúmulo de experiência de vida [...]

(NERI, 2001, p. 4; 2002, p. 13).

As influências a que se referem os estudiosos do envelhecimento humano possuem

duas características, conforme nos descreve Baltes e Baltes (1990), as normativas que são

compostas pelo sistema de gradação por idade, responsável pela maturação biológica e

processo de socialização, e os fatores ambientais relacionados aos eventos históricos, o que

equivale dizer que todos os indivíduos estão sujeitos a esses eventos e influências. As

influências de ordem não normativas, são integradas por eventos não esperados e diferenciado

entre as pessoas, não havendo portanto uma relação temporal, seqüencial ou de ritmo, por

serem imprevisíveis e não ocorrerem a todos os indivíduos igualmente. Em ambas as

influências há perdas e ganhos concorrentes, onde as pessoas buscam formas de

compensações, adaptações e superações, demonstrando uma plasticidade comportamental que

permite a possibilidade de ajustamento e adaptação, objetivando dar continuidade a um bem-

viver.

Néri (2006) ilustra as influências normativas e não normativas com os seguintes

exemplos:

Normativas: seqüência de mudanças previsíveis de natureza genético-biológica que

ocorre ao longo das idades, tais como, maturação neurológica, puberdade e

climatério; e mudanças psicossociais imprimidas nas pessoas pelo processo de

socialização, tais como, comportamentos adotados em função dos valores, crenças e

expectativas existentes no meio ao qual estão inseridos, como ingresso na escola,

casamento e aposentadoria.

Não-normativas: impostas por eventos biológicos e sociais não determinados tais

como, perda de emprego, viuvez, acidentes, doenças e morte de pessoas próximas.

Ambas influências, normativas e não normativas, auxiliam e devem ser consideradas,

segundo os estudiosos da perspectiva do desenvolvimento ao longo da vida, para o

entendimento das diferenças individuais que se visualiza nas trajetórias e comportamentos

emitidos pelos indivíduos ao longo da vida, o que muito nos interessa neste estudo, o

entendimento e ajuste das ações e reações de indivíduos idosos, diante das situações de vida.

Néri (2006) nos alerta que as questões relativas à longevidade são de suma

importância para o momento atual, para que as sociedades, profissionais e pesquisadores

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possam gerar e propiciar condições adequadas para que este segmento populacional possa

viver a velhice com qualidade e bem-estar.

[...] A expansão da duração da vida, que hoje está quase no limite máximo

estabelecido pelo genoma humano, só foi possível graças a investimentos em

instrumentos, habitação, técnicas e equipamentos de trabalho, higiene,

imunização, antibióticos e outros recursos de proteção às agressões do

ambiente e educação. [...] (NÉRI, 2006, p.2).

Desta forma, se as influências normativas e não-normativas afetam o desenvolvimento

das pessoas e as formas como se comportam e interpretam os eventos de suas vidas, nos

perguntamos como e quais recursos internos e externos existem e favorecem as pessoas idosas

darem manutenção a sua existência, percebendo a velhice como um curso natural e com

sobras de potenciais que lhes garantam bem-estar, satisfação e qualidade de vida, para fazer

os enfrentamentos necessários aos decréscimos que também estão presentes e concorrendo de

forma mais evidente nesta fase da vida, considerando os declínios biológicos e os eventos

normativos como aposentadoria e não normativos como perda de entes queridos ou doenças,

por exemplo.

A regulação entre declínios e forças na velhice nos é descrito pela teoria de seleção,

otimização e compensação (Teoria SOC), onde ganhos e perdas são regulados pela interação

entre recursos pessoais e recursos existentes no ambiente, em um regime de interdependência.

A ação sistêmica destes três mecanismos, seleção, otimização e compensação, gera

comportamentos bem sucedidos ou adaptativos. (BALTES, BALTES, 1990).

A Teoria SOC descreve o desenvolvimento humano em geral e estabelece como os

indivíduos podem manejar as mudanças que ocorrem nas suas dimensões biopsicossociais,

transformando-as em condições que permitem enfrentar as restrições que surgem na velhice,

favorecendo ganhos e minimizando perdas. A seguir apresentamos sucintamente, o

significado de cada uma dessas estratégias, conforme descrito por Néri, (2006).

Seleção: significa escolha de alternativas possíveis e viáveis, disponíveis interna e

externamente aos indivíduos, que são percebidas pela sua plasticidade individual. É

orientada á organização de recursos disponíveis que possam atender desejos,

aspirações e necessidades, que o indivíduo possua e que favoreça o alcance de suas

metas e objetivos.

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Otimização: significa adquirir, aplicar, coordenar e manter recursos internos e

externos que possam garantir níveis cada vez melhores de funcionamento pessoal. É

obtido através da educação, da prática e do suporte social, presente nos processos

cognitivos, à saúde, às capacidades e habilidades pessoais e sociais.

Compensação: implica na adoção efetiva de alternativas que mantenham a

funcionalidade da pessoa. Exemplos de compensação podem ser identificados pelo uso

de aparelhos auditivos, cadeiras de rodas, utilização de pistas visuais e de memória

que fornecem orientação espacial e uso de memória verbal.

Esta teoria traz uma contribuição significativa ao estudo sobre a velhice e envelhecimento

humano na medida em que passa a olhar esta fase da vida não apenas como declínio, mas com

possibilidades de ser bem sucedida, conforme nos aponta Néri (2006), quando o idoso lança

mão dos seus recursos de seleção, otimização e compensação, para resolução de dificuldades

que o envelhecimento produz.

[...] O modelo psicológico de envelhecimento bem-sucedido, baseado em

processos de otimização seletiva com compensação, significa simplesmente

fazer e ser o melhor possível com os recursos de que se dispõe [...] (NÉRI,

2006, p.4).

Orientada e estimulada pelos conhecimentos que a perspectiva lifespan nos trás é que

nos propomos investigar e estudar uma amostra de idosos, que freqüenta um programa de

educação permanente, objetivando identificar e descrever suas percepções de qualidade de

vida e de suporte social, que possam mover potencialidades subjacentes e favorecer promoção

de saúde e, conseqüentemente estimulem seu bem-estar e satisfação biopsicossocial.

Numa perspectiva do envelhecimento positivo, Debert (1999), nos mostra uma visão

possível de ocorrer com a percepção e projeção de uma melhor imagem de si próprio, de

pessoas ativas, interessadas, criativas e que demonstram manter controle sobre suas vidas,

desejos e interesses, substituindo estereótipos de abandono, solidão, inatividade e fragilidades.

Temos também como exemplo, os estudos efetuados por Barros (1981) e Peixoto

(1995), onde idosos de classe média visualizavam suas vidas de uma forma diferente a do

discurso reducionista referente ao declínio biológico, demonstrando potencialidades e

possibilidades de realizações na sociedade entre esse segmento populacional, á despeito de

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problemas de várias ordens, que ocorriam paralelamente às suas visões de potencial e

realizações .

Assim, procuramos alinhar nosso estudo sobre envelhecimento saudável com os de

suporte social e qualidade de vida, para que possamos gerar contribuições à pesquisa, ao

ensino e a assistência aos idosos.

A seguir relatamos nossos estudos e entendimento sobre suporte social, enquanto fator

positivo na promoção da saúde, na medida em que as pessoas percebem o grau de importância

que ocupam junto de suas redes sociais e como essas relações podem otimizar recursos que

eliminam ou minimizam dificuldades que surjam em função do envelhecimento.

2.2 Suporte Social e Envelhecimento

A origem das atenções sobre suporte social se inicia a partir de um estudo

epidemiológico longitudinal, empreendido por Berkman e Syme, em 1979, junto a adultos

residentes no Estado da Califórnia, E.U.A, cujo foco principal esteve voltado a identificar a

relação entre relacionamentos sociais e indicadores de saúde. Os resultados deste estudo, que

teve duração de nove anos, demonstraram que índices elevados de integração social estavam

inversamente associados à mortalidade.

Segundo Siqueira e Padovam (2007), tal resultado estimulou o aprofundamento de

pesquisas sobre a interface social e seus impactos na saúde. Os principais objetivos foram

identificar os tipos de relacionamentos sociais mais benéficos à saúde; quais experiências

vivenciadas nas relações sociais produzem impactos na saúde física, assim como, estruturar

propostas de intervenção para promover e proteger a saúde das pessoas.

Encontramos no meio acadêmico várias conceituações e denominações definindo o

que é vida socialmente saudável a partir do construto suporte social. Assim temos: Cobb

(1976) e Cohen (1988, 2004), com Suporte Social; Antonucci e Akiyama (1994), com

Comboio Social; Keys (1998), com Bem-estar Social; Brissette, Cohen e Seeman (2000), e

Berkman, Michael, Colditz e Kanachi (2001), com Integração Social. Da mesma forma

Kaplan, Cassel e Gore (1977), contribuíram com a conceituação deste construto, apontando

caminhos que orientaram a pesquisa sobre os efeitos no bem-estar e na saúde de pessoas e

populações, quando confrontadas em suas interações sociais.

Apoiada pelos estudos empreendidos por Cobb (1976) e Ramos (2002), entende-se

que o conceito de Suporte Social está intimamente relacionado à promoção de saúde, na

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medida em que se observa o bem-estar advindo das relações que as pessoas empreendem em

suas vidas e das suas interações com instituições que propiciam espaços de convivência e

obtenção de recursos de variada ordem, que lhe favorecem atender necessidades e

expectativas, sejam materiais, físicas, emocionais ou sociais.

[...] O argumento em favor da idéia de que as relações sociais podem de

várias formas, promover melhores condições de saúde tem sido

predominante. A ajuda recebida e a ajuda dada contribuem para um senso de

controle pessoal, e isso tem uma influência positiva no bem-estar psicológico

[...] (RAMOS, 2002, p. 156).

No âmbito da psicologia e segundo Cobb (1976), suporte social é entendido como as

informações que possibilitam as pessoas processar sua percepção sobre três classes de

crenças: de que é amada e que existem pessoas que se preocupam com ele; de que é apreciada

e valorizada; e de pertencer a uma rede social. Define então suporte social apontando três

aspectos: como a informação que leva a pessoa a se sentir amada na medida em que os outros

se preocupam com ela; como a informação que faz com que a pessoa acredite que é

valorizado, e como a informação que induz a pessoa a acreditar que pertence a uma rede, com

obrigações mútuas. Sugere que o suporte social não está relacionado apenas com

acessibilidade a recursos afetivos, mas também ao auxílio instrumental tangível que as redes

sociais disponibilizam as pessoas.

Ramos (2002), mostra um possível efeito negativo produzido pelo suporte social,

quando a pessoa percebe o auxílio disponibilizado pela rede, como algo que lhe gera

dependência e perda de autonomia, ou quando não se vê em condições de retribuir a ajuda

recebida.

O termo redes sociais tem origem na Sociologia e sua importância se evidencia ao

preencher necessidades das pessoas como receber apoio sócio-emocional, ajuda material,

serviços, informações e novos contatos, favorecendo inclusive a manutenção da identidade

social daquele que a acessa. As redes sociais são as fontes de onde provem suportes sociais

aos seus integrantes (WALKER; MACBRIDE; VACHON, 1977).

Kaplan, Cassel, Gore (1977), definiram suporte social “como o grau em que as

necessidades sociais de uma pessoa são satisfeitas através de sua interação com outros”.

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Thoits (1982), acrescentou em seus estudos que o suporte social não se refere apenas a

aspectos afetivos, mas se articula também às crenças de que a rede social disponibiliza

recursos tangíveis e práticos ao qual denominou suporte instrumental.

A visão de Sarason et al. (1983), aponta suporte social como a existência ou

disponibilidade de pessoas e recursos em quem se possa confiar e que mostram preocupação,

valorização e afeto.

Outros estudos demonstraram a relação entre situação socioeconômica e suporte

social, onde baixos níveis educacionais e de renda estão associados a uma restrição ao auxílio

e assistência em função da desinformação ou da incapacidade cognitiva, favorecendo desta

forma, doenças, isolamento, depressão e estresse, (KRAUSE e BORAWISK-CLARCK,

1995).

Pessoas em posição inferior na escala socioeconômica aparentam estar especialmente

em desvantagem em termos de saúde, segundo Cockerham (1991), onde populações e grupos

que vivem sob pobreza estão mais expostos que indivíduos mais influentes, a riscos físicos,

químicos, bioquímicos, biológicos e psicológicos que afetam a saúde. Estilos de vida que

promovem uma existência sadia são mais típicos em classes altas.

Para Bowling (1997), o suporte social caracteriza-se por um processo interativo que

disponibiliza auxílio emocional, instrumental ou financeiro, pelas redes sociais às pessoas.

Rodriguez e Cohen (1998), apontam que os auxílios que as pessoas buscam nas redes

sociais são de variadas ordens, caracterizadas por suporte emocional, suporte instrumental e

suporte informacional.

Desta forma, o conceito de suporte social mostra uma dimensão que provoca

satisfação nas pessoas, quando possuem a idéia de que são amadas , valorizadas e possuem o

sentimento de pertença a uma rede social, conforme nos indica Cobb (1976), mas também

quando obtém auxílio em instrumentos e informações, Rodriguez e Cohen (1998), que

elimina ou minimiza situações adversas, reforçando os sentimentos de bem querer.

Apreendemos então, que o suporte social representa a visualização dos aportes que

instituições, rede social e pessoas, disponibilizam ao outro, tais como: suportes de cunho

emocional, instrumental ou estrutural e de informação.

Segundo Cobb (1976), o suporte emocional advém das pessoas com as quais se

mantém laços afetivos e significativos, que permitem ser e sentir, sem restrições de

julgamentos, embora seja do âmbito da rede social apontar caminhos mais favoráveis e

desejáveis, para que o outro não se desiluda ou tenha comportamentos que o distancie da

satisfação de suas necessidades. O suporte instrumental relaciona-se aos auxílios tangíveis

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que se pode receber de outras pessoas, disponibilizados pela rede social ou por instituições. É

constituído dos recursos materiais ou estruturais que, rede social e instituição, coloca ao

alcance daquele que necessita, invocando a certeza de amparo e apoio. O suporte

informacional relaciona-se às informações que rede e instituições colocam à disposição das

pessoas, para que possam trilhar caminhos mais assertivos e seguros.

Isto descrito nos leva a supor que idosos envolvidos em programas institucionais que

favorecem percepção das dimensões, amor, valor e pertença, terão maiores condições de

superação dos problemas, sejam de ordem material, física, mental ou social, que o processo de

envelhecimento e seu momento de vida possam acarretar.

As universidades abertas à terceira idade são ou podem se transfigurar no suporte

social que idosos podem utilizar para a transformação de realidades que se configuram

vulneráveis à doença e ao isolamento, por exemplo, propiciando dessa forma os aportes que

favorecem e promovem a saúde física e mental, dentro do meio em que estão inseridos.

[...] pessoas bem integradas em suas comunidades tendem a viver mais e

também desenvolvem uma incrível capacidade de recuperar-se quando

adoece; de modo inverso, isolamento social torna-se um fator de risco para a

saúde [...] (MCDOWELL, NEWELL, 1996, p.24).

Com os estudos e conceitos relatados acima foi possível identificar um crescente

interesse sobre o tema percepção de suporte social e os impactos que ele produz na população

idosa, promovendo saúde, bem-estar, satisfação e qualidade de vida, mesmo diante de

situações adversas que o processo de envelhecimento produz.

A seguir citamos alguns artigos, pesquisados na base de dados do CNPq, publicadas

pela Scielo entre o período de 2000 a 2010, dentro do formato (ISO 690), e que englobam as

ciências da saúde e social.

Um importante estudo envolvendo o tema suporte social é relatado pelo Projeto

Bambuí, que se constituiu de um estudo epidemiológico das características

sociodemográficas, suporte social e condição de saúde do idoso comparado a adultos jovens,

realizado por pesquisadoras do NESPE - Núcleo de Estudos em Saúde Pública e

Envelhecimento da Fiocruz (2001), com 1606 habitantes idosos da cidade de Bambui-MG,

que correspondeu a 92,2% de moradores da localidade, com 60 anos ou mais, e com uma

amostra aleatória da população na faixa etária entre 18 e 59 anos (909 pessoas) que

correspondeu a 89,1% da população local na faixa etária.

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Seus objetivos foram descrever as características sociodemográficas, indicadores de

suporte social e condições de saúde daquela população idosa, e compará-la a população

jovem. Os resultados apontaram que as características sociodemográficas dos idosos desta

localidade comparada a dos mais jovens correspondem ao evidenciado na população

brasileira, quanto à distribuição etária, feminização do envelhecimento, baixa escolaridade e

menor renda domiciliar, apontando maior vulnerabilidade dos idosos comparados aos mais

jovens, em especial às mulheres.

Os indicadores de suporte social mostraram a existência de uma importante rede de

solidariedade entre as gerações, identificada na ajuda financeira, de moradia e de companhia,

que os idosos e suas famílias recebem. Mas todos os indicadores indicaram piora no estado de

saúde na medida em que há aumento da idade, com grande proporção de pessoas idosas

hospitalizadas.

Apoio social e saúde entre idosos, trata-se de um estudo que investiga a relação entre

saúde e relacionamentos sociais com interpretação desta problemática sob a ótica dos

enfoques teóricos da Teoria da Integração Social de Emile Durkheim (1951), e da Teoria das

Trocas, de Peter Blau (1964). Ramos (2002), relata em suas conclusões sobre este estudo, que

as relações sociais possuem efeitos positivos à saúde quando está presente a reciprocidade, ou

seja, a pessoa que recebe auxílio tem a expectativa de poder retribuir, o que geralmente no

envelhecimento esta percepção pode estar comprometida com os agravos na saúde e estado

em que se encontra, gerando então impactos negativos.

Desta forma, a integração social pode gerar resultados negativos à saúde dos idosos,

quando não percebem em si a possibilidade de retribuição ao que lhe foi ofertado, ou quando

passa a se sentir um peso para os que lhe auxiliam, sendo importante considerar a qualidade

dos contatos que as pessoas mantém, remetendo-nos à Teoria da Eqüidade, de Adams (1975).

A relevância do apoio social na velhice, apontado no crescente debate que se forma

nas sociedades ocidentais, em torno do envelhecimento e das respostas sociais aos cidadãos

idosos na atualidade, é demonstrado nos estudos de Martins (2005), quando relata o aumento

do discurso político e social, dentro da psicologia comunitária.

Outro estudo realizado por Cupertino et al. (2005), refere-se ao estresse e suporte

social vivenciado na infância e adolescência e relacionados a sintomas depressivos no

envelhecimento. Este estudo fundamenta-se nas influências sócio-históricas como fator de

maior vulnerabilidade, predispondo a pessoa a apresentar depressão durante a fase do

envelhecimento. Constituiu-se de uma amostra de 956 idosos com idade entre 60 e 103 anos,

encontrando relações significativas entre as variáveis pesquisadas.

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31

A relação entre redes de relações sociais e satisfação com a vida em adultos e idosos,

empreendido por Resende et al. (2006), cujos objetivos foram investigar as configurações da

rede, verificar a satisfação e descrever a relação entre ambas variáveis. Este estudo foi

realizado junto a uma amostra de 90 pessoas com idades entre 25 e 85 anos, resultando em

constatação positiva com rede, satisfação com vida atual e futura, em especial entre as pessoas

que mais recebem suporte afetivo e instrumental.

Bem-estar subjetivo, apoio social e estratégias de enfrentamento também foi objeto de

pesquisa entre a população idosa. Neste estudo, realizado por Guedes (2006), participaram

123 idosos residentes em João Pessoa na Paraíba, identificando um maior grau de satisfação

entre mulheres idosas e que enfrentam de forma direta as situações problemas na medida em

que encontram suportes afetivo e instrumental.

Resiliência e Apoio Social enquanto mecanismo de proteção e adaptativo na velhice,

de autoria de Góis (2009), objetivou avaliar a capacidade de resiliência e o apoio social em 65

idosos usuários da rede de atenção básica à saúde do distrito sanitário leste de Natal no estado

do Rio Grande do Norte.

Diante destes estudos nossa pesquisa direcionou-se a aprofundar conhecimentos de

modo a interagir e identificar a possível relação entre suporte social e qualidade de vida, que

possa influenciar e promover saúde e bem-estar na velhice.

A seguir apresentamos nossos estudos e entendimento sobre qualidade de vida e

envelhecimento e seus impactos na saúde e bem-estar de idosos.

2.3 Qualidade de Vida e Envelhecimento

As atenções às questões ligada à qualidade de vida começaram a despertar maior

interesse de estudiosos e sua sistematização, a partir do século XX (NÉRI, 1993), tornando-se

cada vez mais foco de preocupação para as áreas da saúde, social e das políticas públicas, com

a definição concebida pela Organização Mundial de Saúde – O.M.S. (1994), que apontou três

aspectos fundamentais do construto qualidade de vida:

Subjetividade – que implica na percepção individual da pessoa sobre sua

qualidade de vida;

Multidimensionalidade – que abrange as dimensões física, psíquica e social;

Bipolaridade – abarcando aspectos positivos e negativos.

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O Grupo da Qualidade de Vida da Divisão de Saúde Mental da O.M.S. definiu

qualidade de vida como:

[...] a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da

cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus

objetivos, expectativas, padrões e preocupações [...] (WHOQOL-Group,

1998).

Assim, o conceito de qualidade de vida, com base na visão da O.M.S., pode ser

entendido como a percepção que as pessoas possuem sobre sua vida, dentro do contexto

cultural e dos valores da sociedade na qual está inserida, levando em conta seus objetivos,

expectativas, padrões, preocupações e estilo de vida. É um conceito subjetivo que implica na

análise pessoal sobre o grau de satisfação que se tem de alguns aspectos da vida e que foram

atingidos.

Com o advento da longevidade constatada no mundo todo e em especial nas

sociedades em desenvolvimento como a brasileira, entendemos que estudar com qual

qualidade de vida as pessoas estão envelhecendo torna-se fundamental para que as áreas

sociais e da saúde possam revisar e reestruturar posturas e conceitos, tanto no atendimento

das necessidades que este segmento gera, quanto na busca de ações preventivas e de

promoção da saúde, favorecendo com que os idosos vivam com maior qualidade e satisfação.

Segundo Lawton (1991), competência comportamental representa a avaliação sócio-

normativa do funcionamento da pessoa, quanto a sua saúde, como usa seu tempo, sua

habilidade nos contatos sociais e cognitivos. Estas competências lhe favorecem na vida

cotidiana autonomia e independência, abrangendo aspectos físicos, emocionais, sociais e

cognitivos, para agir nos ambientes que freqüenta. Deficiências em competência

comportamental, segundo este mesmo autor, geram impactos negativos na percepção de bem-

estar, assim como implica na busca de auxílio e suporte, os quais também podem estar

comprometidos, quando a pessoa não se sente apta a fazê-lo.

Para Baltes e cols. (1990), a dependência comportamental é algo nefasto ao idoso por

isolá-lo de outros grupos ao serem percebidos como incompetentes.

Para o estudo sobre qualidade de vida em idosos ora empreendido, nos apoiamos entre

outros estudos, ao de Néri (2000), que define qualidade de vida como o resultado da ação de

eventos múltiplos e concomitantes, que influencia a adaptação das pessoas e grupos, nas

diversas fases de suas vidas, inclusive no envelhecimento.

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Estamos considerando a vertente da produção de conhecimento científico, voltada à

análise do processo de envelhecimento que comporta além dos aspectos de perda e declínio,

também as reservas de potencialidades e capacidades nas pessoas, que permitem uma

plasticidade comportamental, promovendo saúde, bem-estar e satisfação na velhice, como nos

mostra os estudos de Baltes e cols. (1990).

Freire (2003) considera que as dimensões física, psicológica, social e espiritual, devem

ser atendidas quando se estuda qualidade de vida em idosos, por que elas favorecem o

surgimento nos indivíduos sentimentos de autonomia, independência, saúde biopsicossocial,

significado pessoal, continuidade de desempenho de papéis e atividades.

Dentro desta perspectiva, o processo de envelhecimento humano vem sendo tratado

nas mais diversas áreas do conhecimento científico, com publicações focadas especialmente,

na saúde e na doença em idosos. Geralmente os estudos procuram explicar aspectos tais

como: o que é uma boa vida; como se deve viver para ter uma boa vida; e quais estilos de

vida são preditores de um bom envelhecimento.

[...] a investigação sobre as condições que permitem uma boa qualidade de

vida na velhice, bem como sobre as variações que esse estado comporta

reveste-se de grande importância científica e social. Ao tentar resolver a

aparente contradição que existe entre velhice e bem-estar, a pesquisa pode

não só contribuir para a compreensão do envelhecimento e do

desenvolvimento humano, como também para a geração de alternativas

válidas de intervenção visando o bem-estar de pessoas maduras [...] (NÉRI,

1993, p. 11).

Estas questões vêm sendo intensamente discutidas, assim como a busca de indicadores

que apontem qualidade de vida na velhice, e que variam desde status socioeconômico,

satisfação de necessidades, capacidade funcional, sentido e significado da vida, controle e

domínio sobre eventos, e outros aspectos (FLECK; CHACHAMOVICH; TRENTINI, 2003).

Para mensurar qualidade de vida, nas últimas décadas surgiram vários instrumentos,

sendo que a maioria foi desenvolvida nos Estados Unidos. Entretanto, apesar do grande

número de instrumentos existentes, poucos foram feitos com o objetivo de avaliar

especificamente a população idosa.

No Brasil pode-se citar o projeto WHOQOL-Old, desenvolvido e validado pelo grupo

de estudos em qualidade de vida, coordenado por Fleck e colaboradores (1999) da

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob os auspícios do Grupo de Qualidade de Vida

da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-Group), cujo objetivo foi desenvolver e testar

uma medida genérica da qualidade de vida em adultos idosos, para utilização internacional e

transcultural.

Identificar os determinantes da qualidade de vida na velhice considerando seu aspecto

subjetivo é relevante para quem busca conhecer e entender a longevidade com qualidade,

plena satisfação e significado, assim como para propor ações interventivas que estimulem e

propiciem tal estado (FLECK et. al, 2003).

Assim, a proposta deste estudo, voltada à pesquisa e identificação de sentimentos de

satisfação e bem-estar no envelhecimento e sua possível relação com suporte social, são

reforçadas por algumas iniciativas e estudos pesquisados para a realização deste trabalho e

que citamos dois deste estudo a seguir, por ter nos parecido significativo para compreender a

subjetividade deste construto.

Cotta et. al (2006) investigaram a contribuição das dimensões física, social,

psicológica e ambiental, as quais foram avaliadas pelo instrumento abreviado de avaliação da

qualidade de vida, WHOQOL-Bref (1998b), proposto pela O.M.S, e a extensão em que estes

domínios explicam a qualidade de vida global, junto a idosos residentes em um município da

região sudeste do Brasil.

Com o estudo demonstraram que as características sociodemográficas da amostra não

interferiram no domínio global da qualidade de vida, sendo que o domínio que mais explicou

os sentimentos de satisfação entre esses idosos foi o físico, seguido do ambiental e do

psicológico. Identificaram também que o domínio social não mostrou contribuição

significativa na qualidade de vida global. Finalizaram o estudo apontando que nesta amostra,

os quatro domínios analisados não explicaram totalmente o domínio global da qualidade de

vida, concluindo que bem-estar entre idosos é resultado do equilíbrio entre as diversas

dimensões que geram capacidade funcional e que independe da existência de problemas em

qualquer dimensão, e assim pode ser atingido por qualquer idoso, mesmo na presença de

enfermidades.

Outro estudo pesquisado e intitulado Envelhecimento e Qualidade de Vida na Mulher,

foi apresentado por Néri (2001), no 2º Congresso de Geriatria e Gerontologia. Neste estudo a

autora relata aspectos da qualidade de vida e da feminização da velhice, trazendo significativa

contribuição à pesquisa no que se refere aos aspectos determinantes que geram

envelhecimento saudável, especialmente entre mulheres considerando que este segmento

populacional apresenta maior fator de risco à saúde, quando comparadas a idosos do sexo

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masculino, principalmente pelo fato das mulheres no Brasil estarem mais sujeitas a condições

socioeconômicas mais precárias que homens.

Este trabalho vai de encontro ao estudo citado acima (COTTA et al., 2006) na medida

em que demonstra a relevância do equilíbrio entre os domínios físico, social e psicológico,

assim como a complexidade e subjetividade do construto qualidade de vida, e que está sujeito

a múltiplas influências.

Finaliza apontando que a feminização do envelhecimento e os determinantes da

qualidade de vida na velhice não dizem respeito apenas à longevidade, mas envolve também

exercício de papéis e funcionalidade do self.

[...] Embora o envelhecimento, se por um lado, possa acarretar maior

risco à mulher do que ao homem, em função da diferença nas condições

socioeconômica existente entre os gêneros em nosso país, por outro, a

mulher geralmente é mais envolvida social e afetivamente, o que atua a

seu favor como fator protetor [...] (NÉRI, 2001, p. 26).

Assim, estimulada e sustentada por estes temas nos propomos a investigar se uma

possível relação entre suporte social e qualidade de vida é significativa para a promoção da

saúde de idosos, na medida em que tenham acessos favorecidos aos recursos que os sustentem

física, emocional e socialmente.

Desta forma, consideramos a importância em estudar e identificar como idosos

percebem seu momento atual de vida e o suporte social de que disponham, gerando-lhes

sentimentos positivos que lhes favoreçam promoção de saúde, que os remetam a usufruir

desta fase de vida, com maior empenho e motivação, indo ao encontro dos recursos ofertados

pela sociedade para a melhoria da sua qualidade de vida.

Com estas considerações, que fundamentam nossa pesquisa e estudo, apresentamos a

seguir os objetivos que buscamos alcançar desejando de alguma forma, contribuir e

aprofundar os conhecimentos sobre o processo de envelhecimento saudável.

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3 OBJETIVOS

3. 1 Objetivo Geral

O objetivo deste estudo foi identificar e descrever uma possível relação entre suporte

social e qualidade de vida, em pessoas idosas participantes de um programa de educação

permanente.

3. 2 Objetivos Específicos

Este estudo visou identificar os seguintes aspectos junto aos idosos do referido

programa:

Descrever e discutir os níveis de qualidade de vida;

Descrever e discutir os níveis de percepção de suporte social;

Descrever e discutir uma possível correlação entre percepção de suporte social

e qualidade de vida.

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4 MÉTODO

Esta pesquisa trata-se de um estudo exploratório-descritivo, de natureza quantitativa e

comparativa, fundamentada nos conhecimentos sobre desenvolvimento ao longo da vida

(Lifespan), buscando identificar uma possível relação entre percepção de suporte social e

qualidade de vida aplicada ao estudo sobre envelhecimento do ser humano.

4.1 Ambiente da Pesquisa

A pesquisa foi realizada nas dependências de uma universidade instalada no município

de São Caetano do Sul, cidade localizada na região do ABC Paulista, na grande São Paulo,

onde um programa de educação permanente aberta à terceira idade é realizado em parceria

com a prefeitura local.

4.2 Participantes da Pesquisa

Os participantes da pesquisa são pessoas idosas, com idade a partir de 60 anos, e que

freqüentam regularmente o referido programa de educação permanente, aberto à terceira

idade.

A amostra constituída por acessibilidade, foi formada por alunos do programa e

composta de 106 (cento e seis) idosos, de ambos os gêneros.

Esta amostra foi dividida em dois subgrupos, sendo que o grupo denominado de Grupo

1, foi constituído de idosos que ingressaram no programa durante o primeiro semestre de

2011, este primeiro subgrupo foi composto de 54 (cinqüenta e quatro) idosos. O outro

subgrupo, denominado Grupo 2, se constituiu de 52 (cinqüenta e dois) idosos que participam

do programa há mais de 1 ano.

Com esta divisão pretendeu-se verificar a ocorrência de diferentes percepções quanto

às variáveis estudadas: suporte social e qualidade de vida, entre idosos ingressantes e os que

estão a mais tempo no programa de educação permanente.

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Os critérios de inclusão na amostra foram participação no programa, serem

alfabetizados, e idade mínima de 60 anos.

Os critérios de exclusão foram: queixas de deficiências que pudessem comprometer a

compreensão da proposta investigativa, analfabetos, registro de faltas excessivas ao programa,

e idade abaixo de 59 anos, inclusive.

4.3 Instrumentos

Os participantes responderam a questionários, após receberem orientações da forma

de registro das respostas, e composto pelas seguintes medidas:

a) Escala de Avaliação da Qualidade de Vida (WHOQOL– OLD) – Consiste em uma

medida de avaliação da qualidade de vida para adultos idosos, construída e validada

sob os auspícios do Grupo da Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde

(WHOQOL Group), cuja coordenação no Brasil esteve a cargo do Dr. Marcelo Pio de

Almeida Fleck e cols. (1999). É composta de 24 itens da escala Likert de cinco

pontos, atribuídos a seis facetas: Funcionamento Sensório (FS), Autonomia (AUT),

Atividades Passadas, Presentes e Futuras (PPF), Participação Social (PSO), Morte e

Morrer (MEM) e Intimidade (INT).

b) Escala de Avaliação da Qualidade de Vida (WHOQOL – BREF) – Seguindo

orientação dos autores, esta escala de avaliação da qualidade de vida complementa a

avaliação proposta pelo WHOQOL - Old, devendo ser aplicado em conjunto. Este

instrumento igualmente foi construído e validado pelo WHOQOL-Group (1998b),

sendo composto de 26 itens da escala Likert atribuídos a seis facetas: Percepção Geral

de Saúde, Percepção Geral da Qualidade de Vida, Dimensão Física, Dimensão Social,

Dimensão Psíquica e Meio Ambiente.

c) Escala de Percepção de Suporte Social (EPSS) – esta medida foi construída e

validade por Siqueira, 2008, sendo composta de 29 itens, cujas respostas são

fornecidas pelos respondentes, a partir de uma escala de quatro pontos (1 = nunca; 2 =

poucas vezes; 3 = muitas vezes e 4 = sempre), que avaliam os seguintes fatores:

Suporte Social Emocional e Suporte Social Prático.

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Um questionário com dados socioeconômicos dos participantes, tais como, idade,

gênero, escolaridade, rendimento familiar, composição familiar, condição de moradia e

religião, foi elaborado tomando por referencia dados que geralmente são levantados pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE em suas pesquisas; e foram coletados

após a amostra terem respondido os instrumentos da pesquisa, servindo para caracterizar o

perfil socioeconômico da amostra e como dados complementares e comparativos.

4.4 Procedimentos

Os idosos do programa de educação permanente que compuseram a amostra foram

convidados oral e pessoalmente a participarem da pesquisa, sendo que após a aceitação e

contagem dos interessados, a amostra se compôs de 106 participantes, divididos em dois

subgrupos, sendo que o Grupo 1 foi constituído de 54 idosos que participam do programa há

menos de 1 ano e o Grupo 2 constou de 52 idosos que estão no programa há mais de 1 ano.

Foram fornecidos esclarecimentos quanto à voluntariedade, gratuidade e sigilo quanto

aos dados coletados.

Para obter melhor rendimento e garantir boa compreensão da proposta investigativa,

os questionários foram aplicados a pequenos grupos de até 10 alunos, tendo sido completado

em 11 encontros semanais. A aplicação foi feita de forma coletiva, com duração média de 45

minutos.

Após a entrega das escalas e das orientações prévias sobre o preenchimento dos

instrumentos, não foi respondida qualquer outra questão aos participantes, objetivando a não

indução de respostas.

A aplicação dos instrumentos foi efetuada nos dias e horários programados para as

aulas, ou seja, as terças e quintas-feiras das 14h00min às 17h00min aproximadamente, e

previamente marcados alinhando-se todas as conveniências (participantes, pesquisador e

instituição).

4.5 Tratamento dos Dados

Os dados obtidos foram analisados quantitativamente, com base em testes estatísticos

e discutidos com embasamento nos pressupostos teóricos que norteiam a pesquisa.

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Para apuração e análise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the

Social Sciences – SPSS, versão 19, por meio do qual foram calculados a estatística descritiva

e índices de correlação entre as variáveis.

4.6 Aspectos Éticos

O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi assinado por todos os

participantes da pesquisa, em conformidade com a Resolução 196 de 10 de Outubro de 1996

do Conselho Nacional de Saúde.

O projeto de pesquisa foi submetido a analise do Comitê de Ética da UMESP-

Universidade Metodista do Estado de São Paulo, tendo sido aprovado em 25/11/2010 e

registrado sob nº 385051-10.

Foi solicitada e obtida autorização formal e por escrito à instituição responsável pelo

programa de educação permanente, para a realização da pesquisa em suas dependências.

O projeto de pesquisa foi submetido a uma banca de qualificação, tendo sido aprovado

em Agosto de 2011.

Desta forma garantimos o cumprimento de todas as exigências e critérios que regem

os estudos acadêmicos e científicos.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com objetivo de sistematizar a apresentação dos resultados encontrados na presente

pesquisa optamos por fazê-lo seguindo o seguinte critério: caracterização do perfil

socioeconômico da amostra; apresentação dos dados descritivos dos níveis de percepção

social em suas dimensões emocional e prático; descrição dos níveis de percepção da qualidade

de vida, em todos os domínios avaliados pelo WHOQOL: Old e Bref; e finalizamos

apresentando a descrição das possíveis correlações evidenciadas entre as dimensões das

variáveis pesquisadas, percepção de suporte social e percepção da qualidade de vida.

Os resultados das características socioeconômicas foram submetidos ao teste de

significância Qui-quadrado (Chi-Squar Test) com (p>0.05), que indicaram haver uma

homogeneidade entre os grupos 1 e 2 da amostra.

Os resultados dos dados que avaliaram a percepção de suporte social, em suas

dimensões emocional e prático, foram submetidos ao teste de significância T-Student com

(p>0.05) que também demonstrou haver semelhança entre os resultados apresentados pelos

grupos 1 e 2, indicando novamente tratar-se de grupos homogêneos..

Os resultados das correlações entre suporte social e qualidade de vida foram

analisados pelo coeficiente de correlação (r) de Pearson, o qual quantifica a relação linear

entre as variáveis analisadas.

Na discussão dos resultados procuramos estabelecer um comparativo entre o perfil

socioeconômico da amostra e o perfil dos idosos brasileiros, tomando por base os

levantamentos estatísticos do IBGE, (2010), e os estudos efetuados pela Fundação Perseu

Abramo, (2007), que caracterizam esse segmento populacional. Quanto à discussão dos

demais resultados, procuramos fazê-lo fundamentado nos pressupostos teóricos e demais

estudos pesquisados, os quais abordam o tema escolhido e que contribuíram com os objetivos

propostos para esta pesquisa. Nossa intenção não foi apontar as casualidades do resultado

evidenciado mas sobretudo, obter uma maior compreensão e caracterização da amostra de

idosos pesquisada e suas respostas.

Ainda e conforme nos referimos no método que adotamos para esta pesquisa, item 4.2,

os resultados apurados junto ao Grupo 1 (n=54), que corresponde aos idosos que freqüentam

o programa de educação permanente há menos de 1 ano; e os resultados apurados junto ao

grupo 2 (n=52), composto por idosos participantes do programa há mais de 1 ano, e os testes

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de significância estatística realizados e que apontaram semelhança nas características

socioeconômicas e nas percepções das variáveis investigadas entre os grupos, consideramos

que os idosos da amostra se constituem em um grupo homogêneo.

Este resultado nos sugere portanto, que o tempo de freqüência no programa de

educação permanente (menos de 1 ano para o grupo 1, e mais de 1 ano para o grupo 2) pode

não ser um fator de influencia sobre as percepções de suporte social e qualidade de vida,

demonstrada pelos idosos que compõem a amostra total (n=106), ou ainda, que o ambiente da

pesquisa pode ter tido alguma influência sobre o resultado. Lembramos que a pesquisa foi

realizada nas dependências da universidade onde o programa de educação permanente é

oferecido, e que foi aplicada por esta pesquisadora que também é docente no programa e da

maioria dos idosos da amostra pesquisada.

Após os esclarecimentos acima, os quais consideramos oportunos e dignos de um

aprofundamento futuro, passamos a descrever e discutir os resultados evidenciados.

Tabela 1 - Características socioeconômicas entre grupos de idosos

Características Grupo 1

(n=54)

Grupo 2

(n=52

Amostra

(n=106)

Idade Média 67,7 68,7 68,2

Desvio Padrão 5,9 6,2 6,0

Gênero (n) (%) (n) (%) (n) (%)

Feminino 45 83,3 42 80,8 87 82,1

Masculino 9 16,7 10 19,2 19 17,9

Escolaridade

Alfabetizado 3 5,6 7 13,5 10 9,4

Primário 20 37,0 16 30,8 36 34,0

Ginásio 9 16,7 15 28,8 24 22,6

Técnico 15 27,8 8 15,4 23 21,7

Superior 7 12,9 6 11,5 13 12,3

Rendimento

Até 1 sm 1 1,9 1 1,92 2 1,9

De 1 a 2 sm 11 20,3 13 25,0 24 22,6

Acima de 2 sm 42 77,8 38 73,1 80 75,5

Composição Familiar

Mora só 13 24,1 11 21,2 24 22,6

Mora com a família 41 75,9 41 78,8 82 77,4

Moradia

Própria 48 88,9 46 88,5 94 88,7

Alugada 5 9,3 6 11,5 11 10,4

Cedida 1 1,8 - - 1 0,9

Religião

Católica 40 74,1 23 44,2 63 59,4

Espírita 5 9,3 13 25,0 18 17,0

Evangélica 5 9,3 11 21,2 16 15,1

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Protestante 1 1,8 - - 1 0,9

Não tem 2 3,7 2 3,8 4 3,8

Outras 1 1,8 3 5,8 4 3,8 sm = salário mínimo.

A tabela 1 apresenta as características socioeconômicas dos grupos 1 e 2 e da amostra

total (n=106), conforme questionário elaborado para a coleta destes dados. Abaixo

apresentamos uma síntese do perfil da amostra.

Tabela 2 – Síntese perfil socioeconômico da amostra entre grupos de idosos

Gr

(n)

Idade

Média

DP

Sexo Escolaridade Rendimento

Acima 2 sm

(%)

Mora com

Família(%) F(%) M(%) Pr(%) Md(%) Tec(%)

1 54 67,7 5,9 83,3 16,7 37,0 16,7 27,8 77,8 75,9

2 52 68,7 6,2 80,8 19,2 30,8 28,8 15,4 73,1 78,8

Total 106 68,2 6,0 82,1 17,9 34,0 22,6 21,7 75,5 77,4

sm = salário mínimo.

A tabela 2 apresenta uma síntese do perfil socioeconômico da amostra estudada, onde

se evidenciam as seguintes características: A amostra total (n=106) se compõe de idosos com

idade média de 68,2 anos (DP 6,0); sendo a maioria do sexo feminino 82,1%; onde 34,0%

possui escolaridade de nível primário (Pr), 22,6% escolaridade de nível médio (Md) e 21,7%

nível técnico-profissionalizante (Tec), ou seja 44,3% possuem escolaridade de nível

secundário (Md+Tec). A maioria dos idosos da amostra reside com familiares 77,4%, sendo

que também a maioria, 75,5% possui rendimento mensal na faixa acima de 2 salários mínimo.

Estas características sugerem tratar-se de um grupo de idosos, cuja maioria (75,5%)

apresenta condições socioeconômicas diferenciadas, quando comparada aos dados

apresentados pelos institutos de pesquisa nacional. Tais resultados nos levam acreditar que as

características socioeconômicas evidenciadas na amostra podem favorecer a esses idosos,

acessos a recursos melhores ou mais adequados ao provimento de suas necessidades, sejam de

ordem material, educacional, social, saúde ou outras, o que conseqüentemente, pode favorecer

que tenham uma boa percepção de seu momento atual, de uma melhor qualidade, domínio e

satisfação com a vida.

No relatório do IBGE, através da Síntese de Saúde dos Idosos no Brasil, (2010), que

traçou o perfil atual da saúde dos idosos brasileiros, apontou que: 77,4%, declararam sofrer

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doenças crônicas; que destes 45,5%, declararam estado de saúde bom e muito bom; 12,6%,

declararam estado de saúde ruim ou muito ruim, sendo que, os que declaram saúde ruim se

encontram na faixa etária de 75 anos ou mais, com renda familiar de até ½ salário mínimo, ou

seja, que dentro da maior faixa etária encontram-se os idosos que possuem maior

vulnerabilidade e que apresentam menor condições econômicas.

Se considerarmos que maiores níveis de renda, educação e interação social permitem

aquisição de melhores serviços, acompanhamentos, acessos a equipamentos de saúde e outros

recursos necessários para promover qualidade de vida, saúde e sentimentos de bem-estar,

podemos supor que a amostra estudada, por apresentar melhores condições e características

socioeconômicas, se constitui em uma parcela de idosos que apresenta menor risco e

vulnerabilidade à saúde e bem-estar, diferentemente o que nos mostra dados estatísticos sobre

a população idosa brasileira.

A seguir, apresentamos aspectos mais específicos das características socioeconômica

da amostra de idosos.

Tabela 3 – Distribuição do gênero por grupo de idosos

Grupos Idosos

Feminino Masculino p

n % n %

Grupo 1 (n=54) 45 83,3 9 16,7 0,731

Grupo 2 (n=52) 42 80,8 10 19,2

Total Amostra (n=106) 87 82,1 19 17,9 Não Sig: p>0.05

A tabela 3 mostra que os dados encontrados junto ao Grupo 1 (n=54) e Grupo 2

(n=52), demonstram haver uma similaridade de gêneros, ou seja não existe uma relação

significante, (p=0,731), entre os grupos perante os gêneros. Nota-se que a maioria dos

freqüentadores do programa, seja do grupo 1 ou 2, são do sexo feminino (n=87),

correspondendo a 82,1%, contra os do sexo masculino (n=19) com 17,9% dos idosos, mas

isso se deu ao acaso, não havendo nenhuma relação com os grupos de idosos com menos ou

mais tempo de freqüência no programa.

Na literatura e em estudos epidemiológicos (LONGINO, 1984; KALACHE et al.,

1987), são ricos os exemplos que demonstram a feminização do envelhecimento humano, pois

além da mulher viver mais, sua longevidade se deve a vários fatores, entre eles destacamos o

fato de buscarem mais assistência médica e outros apoios sociais, o que resulta em mais anos

de vida ativa, embora esta condição (maior longevidade) também possa implicar em maior

vulnerabilidade (NÉRI, 2001). É provável, portanto, que as mulheres idosas que compõem

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45

esta amostra, possuam uma maior predisposição em se engajarem em programas sociais e de

saúde ofertados a esse publico, o que pode corroborar com os dados aqui evidenciados no que

se refere à maioria de mulheres idosas participando em um programa de educação

permanente ofertada por órgão público da localidade onde estão inseridas.

Gráfico 1: Representação gráfica entre gêneros da amostra

0

20

40

60

80

100

1 2 3

Distribuição Gênero Amostra Idosos

F(%)

M(%)

Tabela 4 – Distribuição da faixa etária por grupo de idosos

Grupos 60 a 64 65 a 69 70 a 74 75 acima p

Gr.1 (n=54)

n % n % n % n %

0,567 19 35,2 18 33,3 9 16,7 8 14,8

Gr.2 (n=52) 16 30,8 13 25,0 11 21,2 12 2,01

Amostra(n=106) 35 33,0 31 29,2 20 18,9 20 18,9 Não Sig: p>0,05

Quanto às faixas etárias apresentadas na tabela 4, a amostra do grupo 1 (n=54) revela

que a maioria dos idosos encontra-se na faixa etária entre 60 e 64 anos, correspondendo a

35,2%, seguida da segunda faixa etária de 65 e 69 anos, correspondente a 33,3%. Resultado

semelhante foi evidenciado no grupo 2 (n=52), onde na primeira faixa encontramos a maioria

da amostra 30,8%, seguida da segunda faixa, 25,0% dos idosos pesquisados.

Nota-se que a maioria dos idosos dos grupos está na faixa de idade entre 60 e 64 anos,

e que o número de idosos vai diminuindo conforme aumenta a faixa etária. O Teste Qui-

quadrado revelou não haver significância entre as faixas de idades com os grupos, sendo que

o nível descritivo foi de (p=0,567). Alem disso, a amostra total (n=106), mostra que a maioria

dos idosos pesquisados encontra-se entre as duas primeiras faixas etárias, que vai de 60 a 69

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anos de idade, 33,0% para a primeira faixa de 60 a 64 anos e 29,2% para a segunda faixa de

65 a 69 anos, perfazendo um total de 62,2%.

Novamente verifica-se que na característica idade, não há diferenças entre os qrupos

pesquisados, apontando também homogeneidade quanto à faixa etária.

Gráfico 2: Representação gráfica da idade média da amostra

Idade Média Amostra Idosos

67,267,467,667,8

6868,268,468,668,8

(n) 54 52 106

Gr 1 2 Total

Idade Média

Tabela 5 – Distribuição do grau de escolaridade por grupo de idosos

Grupos Alfabetiz. Primário Ginasial Técnico Superior p

Grupo 1 (n=54)

n % n % n % n % n %

0.221 3 5,6 20 37,0 9 16,7 15 27,8 7 13,0

Grupo 2 (n=52) 7 13,5 16 30,8 15 28,8 8 15,4 6 11,5

Amostra (n=106) 10 9,4 36 34,0 24 22,6 23 21,7 13 12,3

Não Sig: p>0,05

Os dados referentes à escolaridade apresentados na tabela 5, demonstraram através do

teste Qui-quadrado com (p>0,221), que entre os grupos 1 e 2 não há uma relação significante

quanto à escolaridade, portanto os grupos se assemelham

Quanto aos resultados os dados demonstram que a maioria dos idosos (n=106) possui

escolaridade de nível primário, correspondendo a 34% da amostra pesquisada. No grupo 1

com (n=54), temos com escolaridade de nível primário (n=20), que correspondem a 37%;

seguido da escolaridade em nível técnico com (n=15) que corresponde a 27,8%; em seguida

16,7%, com nível médio, (n=9), que equivale ao antigo curso ginasial; seguida da graduação

de nível superior (n=7) que corresponde a 13%; e por último apenas (n=3) que equivale a

5,6% que não concluíram o ensino básico sendo apenas alfabetizados.

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No grupo 2 (n=52), observamos que se alteram em posição os que possuem ensino

médio e técnico. Assim temos a maioria no grupo 2 com escolaridade de grau primário (n=16)

que equivale a 30,8%; seguida de (n=15) com 28,8% que possui ensino ginasial; a seguir vêm

os que possuem ensino técnico (n=8) com 15,4%; depois os idosos com escolaridade de nível

superior (n=6) que equivale a 11,5%; e por último também observamos (n=7) que não

concluíram o ensino básico, correspondendo a 1,7% da amostra.

Destacamos nestes resultados que dentre a amostra total (n=106), apenas 10 idosos

que correspondem a 9,4%, possuem baixa escolaridade, e 13 idosos, que correspondem a

12,3%, possuem ensino superior.

Estes dados merecem destaque, quando sabemos que níveis maiores de escolaridade

não são comuns de serem encontrados nas pesquisas que traçam o perfil dos idosos

brasileiros, sendo mais corriqueiro constatar idosos com menor grau de escolaridade. A

diferença encontrada nesta amostra, comparativamente em relação aos dados nacional, além

de indicar tratar-se de uma amostra diferenciada em escolaridade, sugere também que diante

desta característica, melhor nível de educação, a amostra pode apresentar, ou se perceber, com

melhor qualidade de vida, já que maior conhecimento pode favorecer melhores condições de

trabalho, e maior possibilidade de identificar e acessar recursos e direitos constitucionais.

[...] Entre os idosos brasileiros 89% não passaram da 8ª série do Ensino

Fundamental (18% não tiveram nenhuma educação formal) e apenas 4%

chegaram ao 3º grau de escolaridade (completo ou incompleto).

Entre a população idosa o analfabetismo funcional totaliza 49%: 23%

declaram não saber ler e escrever, 4% afirmam só saber ler e escrever o

próprio nome e 22% consideram a leitura e a escrita atividades penosas,

sejam por deficiência de aprendizado (14%), por problemas de saúde (7%)

ou por ambos motivos (2%) [...] (FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 2007).

Gráfico 3: Representação gráfica do grau de escolaridade da amostra

0

10

20

30

40

1 2 Total

Escolaridade Amostra Idosos

Pr(%)

Md(%)

Tec(%)

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Tabela 6 – Distribuição do rendimento mensal familiar por grupo de idosos

Grupos Ate 1 sm De 1 a 2 sm Acima de 2 sm p

Grupo 1 (n=54)

n % n % n %

0,848 1 1,9 11 20,4 43 77,8

Grupo 2 (n=52) 1 1,9 13 25,0 38 73,1

Total Amostra (n=106) 2 1,9 24 22,6 80 75,5

sm = salário mínimo. Não Sig: p>0,05.

Quanto ao aspecto rendimento familiar representado na tabela 6, a maioria dos

pesquisados, em ambos os grupos, encontra-se na faixa acima de 2 salários mínimos, sendo

que os demais idosos da amostra, com percentuais mais baixos, se distribuem nas demais

faixas salariais. Aqui também se verifica semelhança de características entre os grupos quanto

às faixas salariais, conforme teste Qui-quadrado com (p=0,848). Assim observamos que

75,5%, ou seja a maioria da amostra (n=80), situa-se na faixa acima de 2 salários mínimos,

22,6% na faixa entre 1 e 2 salários mínimos com (n=24), e apenas 1,9% vive com renda

mensal de até 1 salário mínimo com (n=2). Este dado pode ser indicativo da possibilidade de

haver uma diferenciação para melhor, nas condições econômicas entre os idosos da amostra,

se compararmos esses resultados aos dados nacionais.

[...] Entre a população urbana não idosa um terço (34%) tem renda familiar

mensal de até 2 salários mínimos e apenas 6% percebem mais de 10 s.m. A

situação se agrava nos domicílios com idosos: 43% têm renda familiar de até

2 salários mínimos e só 3% acima de 10 salários [...] (FUNDAÇÃO

PERSEU ABRAMO, 2007).

Ainda, o Quadro 1, referente à síntese da situação social do idoso brasileiro, publicado

pelo IBGE em 2010 e que apresentamos na introdução deste trabalho (p.15), reforça nossas

suposições quanto a possível evidencia de que a amostra pesquisada possui melhores

condições econômicas, pois nesta síntese o item rendimento mensal mostra que a maioria dos

idosos no Brasil (43%), tem rendimento familiar de até 1 salário mínimo, sendo que na

medida em que aumenta as faixas salariais, há decréscimo na quantidade de idosos. Mais uma

vez destaca-se a importância do resultado evidenciado em nossa pesquisa, pois é sabido que

melhores condições econômicas favorecem maior possibilidade da obtenção de recursos

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necessários á manutenção da saúde, ao conforto, a educação, ao lazer, e conseqüentemente, á

promoção de uma melhor qualidade de vida, no que tange a esse aspecto.

Gráfico 4: Representação gráfica rendimento mensal da amostra

0

20

40

60

80

Grupo 1

(n=54)

Grupo 2

(n=52)

Total

Amostra

(n=106)

Rendimento Mensal Amostra Idosos

Ate 1 sm %

De 1 a 2 sm %

Acima de 2 sm %

Tabela 7 – Distribuição da composição familiar por grupo de idosos

Grupos Mora só Mora com Família p

Grupo 1 (n=54)

n % n %

0,719 13 24,1 41 75,9

Grupo 2 (n=52) 11 21,2 41 78,8

Amostra (n=106) 24 22,6 82 77,4

Não Sig: p>0,05.

A tabela 7 mostra através do teste Qui-quadrado com (p=0,719), não haver relação

significativa entre os grupos e a composição familiar, ou seja, que em ambos os grupos, a

maioria da amostra mora com familiares, correspondendo a (n=82) que equivale a 77,4%,

contra (n=24) que moram sós, correspondendo a 22,6% . Este dado mostra-se compatível com

a média nacional, conforme demonstrado a seguir.

[...] Os idosos residem em domicílios com 3,25 pessoas em média, sendo que

apenas 15% vivem sós. Em termos de composição familiar, cerca de metade

da população idosa vive com ao menos um filho ou filha (54%), com

cônjuge (51%), e quase 1/3 com neto ou neta (30%) [...] (FUNDAÇÃO

PERSEU ABRAMO, 2007).

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Estes dados podem ser indicativos de que se a presença de outros familiares junto aos

idosos, se por um lado pode significar maiores cuidados e atenção às necessidades de várias

ordens, por outro, pode indicar outras situações e significados, menos ou mais afortunado,

como por exemplo, o fato do idoso continuar contribuindo ou ser o provedor principal da

família, ou uma dependência sobre seus familiares, trazendo implicações à sua percepção de

qualidade de vida e de suporte social, dependendo das causas que geram essa composição

familiar e os significados que atribuam a essa situação, em conformidade com os estudos de

Ramos (2002) no que se refere às expectativas de retribuição ao que recebe de sua rede social.

Gráfico 5: Representação gráfica composição familiar da amostra

0

20

40

60

80

Grupo 1

(n=54)

Grupo 2

(n=52)

Amostra

(n=106)

Composição Familiar Amostra Idosos

Mora só %

Mora com Família %

A seguir descrevemos os resultados encontrados na avaliação da percepção de suporte

social, procurando estabelecer uma discussão sustentada pelos pressupostos teóricos que

norteiam o estudo e relacionando ás características socioeconômica aqui evidenciadas.

Tabela 8 – Distribuição dos níveis de percepção suporte social entre grupos de idosos

Dimensões Grupos ( n ) Média DP P

Emocional

1 54 3,18 0,64

0,76 2 52 3,14 0,66

Prático

1 54 2,88 0,59

0,83 2 52 2,86 0,64

Não Sig.p>0,05%

Os resultados descritos na tabela 8 para a percepção de suporte social demonstram

similaridade entre os grupos 1 e 2, onde temos (p=0,76), para percepção de suporte

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emocional e (p=0,83), para percepção de suporte prático de acordo com o teste de

significância T-Student, indicando não haver diferenças entre os grupos (1 e 2) para suporte

emocional.

. Os níveis médios de percepção do suporte social emocional para o grupo 1 e 2

mostraram escores maiores, 3,18 com (DP=0,64) para o grupo 1, e 3,14 com (DP=0,66) para

o grupo 2. Estes resultados mostram que a amostra (n=106) possui uma boa percepção de

suporte emocional, conforme Siqueira e Padovam (2007); Siqueira (2008), onde níveis altos

(escores acima de 3,0), de percepção de suporte emocional demonstram que as pessoas

percebem em sua rede social condições de compartilharem alegrias, realizações, tristezas,

obter atenção, consolo e compreensão de suas dificuldades, gerando o apoio emocional

necessário à superação dos problemas e adversidades, e conseqüentemente favorecendo

sentimentos de bem-estar, elevando auto-estima e promovendo saúde.

Com relação aos níveis de percepção de suporte prático os resultados entre os grupos

também se assemelham conforme teste T-Student, sendo que os dados para percepção de

suporte social prático possuem escores menores que os apurados em suporte social emocional.

O grupo 1 apresenta uma média de percepção de suporte prático de 2,88, com (DP=0,59) e o

grupo 2 apresenta média de 2,85 com (DP=0,64), não havendo diferença entre os grupos, com

(p=0,83). Estes resultados indicam que quanto a este aspecto, percepção de suporte social

prático, a amostra tem dúvidas (escores entre 2,0 e 2,9 indicam incerteza, segundo Siqueira e

Padovam (2007); Siqueira (2008)), quanto a receber este tipo de apoio da rede social na qual

está inserida.

Estes resultados nos levam a supor que os idosos da amostra possuem uma boa

percepção de suporte social emocional, o que significa que se sentem amados e valorizados

por sua rede social, mas que em situações práticas de suas vidas tais como, na obtenção de

apoio prático (material ou não), sentem dúvidas ou inseguros de serem atendidos.

Uma das possibilidades de interpretação deste resultado é o de indicar uma possível

sensação de certa fragilidade para a obtenção de recursos práticos (informacional e

instrumental) de sua rede social o que pode gerar sentimentos de insegurança ou incertezas

para suprir necessidades materiais, mesmo sentindo-se amados e apoiados afetivamente

diante de situações adversas.

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Gráfico 6: Representação gráfica escores médios percepção suporte social

Escores Médios Percepção Suporte Social

1

2

1

2

3,18

3,14

2,88

2,86

Emocional

Prático

Média

Grupos

Objetivando maior compreensão sobre este resultado, estabelecemos um comparativo

entre os resultados obtidos na avaliação da percepção de suporte social da amostra com alguns

traços do perfil socioeconômico.

Tabela 9 – Comparativo entre suporte social e gênero nos grupos de idosos

Grupos Sexo Média

Semo

DP p Média

Sprát

DP p

Grupo 1

(n=54)

F (n= 45) 3,23 0,61

0,22

2,89 0,58

0,87 M (n=9) 2,94 0,79 2,85 0,66

Grupo 2

(n=52)

F (n=42) 3,13 0,68

0,75

2,83 0,68

0,55 M(n=10) 3,20 0,60 2,97 0,41

Não Sig p>0,05

A tabela 9 descreve os resultados comparativos entre as dimensões do suporte social e

gênero onde o teste T-Student demonstrou não haver diferença entre os gêneros dos grupos 1

e 2 e as dimensões do suporte social, sendo (p=0,22) entre gêneros e suporte emocional para o

grupo 1, e (p=0,75) entre gêneros e suporte emocional para o grupo 2. Resultado semelhante

se evidencia para a dimensão suporte prático, sendo (p=0,87) entre gêneros e suporte prático

para o grupo 1, e (p=0,55) entre gêneros e suporte prático para o grupo 2.

No entanto, destacamos que nos escores médios evidenciados nas dimensões avaliadas

do suporte social observa-se uma diferença no grupo 1 quanto ao sexo masculino (n=9), para

a percepção de suporte emocional indicativo de dúvidas, média de 2,94 com (DP=0,79),

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quanto à obtenção deste apoio junto à rede social na qual se insere, diferente ao evidenciado

na tabela 8, que descreve os escores médios gerais.

Tabela 10 – Comparativo entre Suporte Social e Rendimento nos Grupos e Idosos

Grupos Rendimento Média

Semo

DP p Média

Sprát

DP p

1

Até 1sm (n=1) 2,91 *

0,66

1,79 *

0,13 1 a 2 sm (n=11) 3,04 0,62 2,79 0,55

Acima 2 sm (n=42 3,22 0,65 2,93 0,58

2

Até 1sm (n=1) 2,73 *

0,61

3,00 *

0,42 1 a 2 sm (n=13) 3,27 0,69 3,06 0,60

Acima 2 sm n=38) 3,11 0,66 2,79 0,65

sm=salário mínimo. Não Sig p>0,05. (*) nº insuficiente (n=1).

A tabela 10 apresenta os resultados comparativos entre as dimensões da percepção do

suporte social e rendimento, apontando não haver diferença entre as faixas de rendimento nos

grupos e as dimensões da percepção de suporte social. Para o grupo 1 (n=54) com relação às

faixas de rendimento e percepção de suporte emocional o teste de significância T-Student foi

de (p=0,66); para o grupo 2 (n=52) com relação às faixas de rendimento e percepção de

suporte emocional o mesmo teste de significância foi de (p=0,61).

Resultados semelhantes também se evidenciam com relação ao comparativo entre as

faixas de rendimento e percepção de suporte prático. Para o grupo 1 (n=54) entre faixa de

rendimento e percepção de suporte prático o T-Student foi de (p=0,13); e para o grupo 2

(n=52) entre faixas de rendimento e percepção de suporte prático o teste de significância foi

de (p=0,42).

Quanto as médias dos escores de suporte social quando comparadas as faixas de

rendimento observamos que no grupo 1, os idosos que possuem rendimento entre 1 e 2 s.m.

apresentam escores médios de suporte emocional de 3,04 (DP=0,62) e para suporte prático

escores médios de 2,79 (DP=0,55). Os que estão acima de 2 s.m. de rendimento, apresentam

escores médios de 3,22 (DP=0,65) para suporte emocional; e escores médios de 2,93

(DP=0,58), ou seja, nas duas últimas faixas de rendimento, as percepções de suporte

emocional e prático se assemelham às identificadas e descritas na tabela 8, com boa percepção

de suporte emocional (bom = escores médios entre 3 e 4, segundo Siqueira, 2008), e dúvidas

quanto a percepção de suporte prático (incerteza = escores médio entre 2 e 2,9, segundo

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Siqueira, 2008). Para o grupo 2 observamos que o resultado comparativo entre faixa de

rendimento e suporte social apresenta diferença nos escores médios. Os idosos do grupo 2 que

estão na faixa de rendimento entre 1 e 2 s.m. demonstraram escores médios de 3,27

(DP=0,69) para suporte emocional e 3,06 (DP=0,60) para suporte prático, resultados

indicativos de boa percepção de suporte emocional e prático. Na última faixa de rendimento

(acima de 2 s.m.) o grupo 2 apresenta resultados semelhantes á percepção geral de suporte

social, tabela 8, com boa percepção de suporte emocional e dúvidas quanto ao suporte prático.

Faz-se necessário apontar que as diferenças mais significativas, enquanto escores

médios do suporte social, encontram-se entre os idosos que se encontram nas primeiras faixas

de rendimento, para os grupos 1 e 2. O grupo 1 a média de suporte emocional foi de 2,91,

indicativo de dúvidas quanto ao recebimento deste apoio junto sua rede social, e média de

1,79, indicativo de baixa ou não percepção de suporte prático, conforme Siqueira (2008),

(pouca percepção = escores entre 1 e 1,9). No grupo 2 os resultados se alteram quando

comparados aos demais dados. Incerteza na percepção de suporte emocional com média de

2,73, e boa percepção de suporte prático com média de 3,0.

No entanto, entendemos que estas diferenças necessitam de um melhor

aprofundamento e avaliação, não devendo portanto, ser generalizada para a faixa de

rendimento, considerando que estas médias foram computadas entre número insuficiente

estatisticamente de pessoas. Este resultado médio refere-se a uma pessoa tanto para o grupo 1

(n=1), quanto para o grupo 2 (n=1), demonstrando percepções individualizadas e portanto

uma situação especifica.

Tabela 11 - Comparativo entre Suporte Social e Composição Familiar nos Grupos Idosos

Grupos Composição Família Média

Semo

DP p Média

Sprát

DP p

1

Mora só (n=13) 3,04 0,82

0,39

2,88 0,66

0,97 Com Família (n=41) 3,22 0,58 2,89 0,57

2

Mora só (n=11) 3,29 0,39

0,41

2,89 0,45

0,83 Com Família (n=41) 3,10 0,72 2,85 0,68

Não Sig p>0,05.

A tabela 11 descreve os resultados comparativos entre composição familiar (com

quem os idosos residem) e percepções de suporte social entre os grupos de idosos. O teste de

significância apontou novamente não haver relação significativa entre os níveis da

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composição familiar e as dimensões de suportes emocionais e práticos nos grupos 1 e 2.

Assim temos (p=0,38) e (p=0,40) para suporte emocional nos grupos 1 e 2; respectivamente,

(p=0,97) e (p=0,83) para suporte prático nos grupos 1 e 2.

Os escores médios das dimensões do suporte social (emocional e prático) em ambos

os grupos, também se assemelham ao evidenciado na tabela 8, com boa percepção de suporte

emocional nos grupos 1 e 2 tanto para os idosos que moram sós quanto para os idosos que

moram com familiares; e incertezas quanto a percepção de suporte prático, nos dois grupos e

entre os níveis da composição familiar.

Ao estabelecermos uma relação entre os resultados encontrados na percepção de

suporte prático com o perfil socioeconômico evidenciado e discutido e os estudos sobre a

temática em questão, nossa análise crítica aponta para as seguintes possibilidades de

interpretação, tomando-se os devidos cuidados em não fazer afirmações contundentes.

Podemos supor que a amostra de idosos ora estudada apresentem escores mais baixos e

indicativos de duvidas ou incertezas quanto a obtenção de apoio prático da rede social onde

estão inseridos, por vivenciarem boas condições educacionais e econômicas, que não os

mobiliza á busca deste tipo de suporte, ou ainda, por serem ou se sentirem as referencias de

suporte prático junto á sua rede social, influenciando sua visão de ser provedor e não de sua

dependência sobre pessoas ou recursos materiais.

Esta nossa suposição se referencia nos estudos sobre o perfil socioeconômico de

idosos brasileiros, conforme dados a seguir.

[...] Consideram-se chefe da família onde residem 71% dos entrevistados

(88% dos idosos homens e 58% das idosas). Entre os homens a taxa cai com

a idade (de 90% dos 60 aos 69 anos, a 77% com 80 anos ou mais); entre as

mulheres cresce com a idade (de 52% dos 60 aos 69 anos a 72% entre as que

passaram dos 80 anos). A grande maioria da população idosa tem alguma

fonte de renda própria (92%), tanto os idosos homens (97%), como as idosas

(87%), e contribui para a renda familiar (88%, respectivamente 95% e 83%)

[...]. (FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO, 2007).

Néri (1993) apontou questões relativas à auto-eficácia em idosos, as quais citamos a

seguir, mais uma vez,justificando nossa análise crítica.

[...] Os problemas de auto-eficácia em idosos estão centrados tanto em

estimativas reais quanto em perspectivas distorcidas sobre suas

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possibilidades, as quais ocorrem num mundo em que, de um modo geral, as

pessoas só enxergam as perdas e os declínios da velhice, sendo verdade

também, que há idosos que dispõem de reservas suficientes para manter seu

funcionamento psicossocial em um nível adequado [...] (NÉRI, 1993, p. 19).

Neste caso pode-se compreender que a realidade subjetiva de uma boa percepção de

suporte emocional não pressupõe necessariamente, que a pessoa obtém, obterá ou quer obter

recursos de toda e qualquer ordem de sua rede social, e que no caso de pessoas idosas que

continuam sendo os responsáveis por prover a família dos recursos necessários à manutenção

da vida, esta condição pode ter uma conotação positiva dando-lhes maior satisfação e bem-

estar ao manter seu potencial e domínio sobre seus recursos internos e externos.

[...] Competência comportamental representa a avaliação sócio-normativa do

funcionamento do individuo no tocante à saúde, à funcionalidade física, à

cognição, ao comportamento social e à utilização do tempo. É comumente

avaliada em termos do grau de preservação da capacidade para o desempenho

de atividades básicas e de atividades instrumentais de vida diária [...] (NÉRI,

2001, p.3).

Embora o resultado indique diferença entre as percepções, boa percepção de suporte

emocional e dúvidas quanto a percepção de suporte prático, isto pode não se revestir de um

aspecto negativo, podendo ser indicativo de satisfação consigo mesmo, dependendo do

significado que esses domínios tenham para os idosos da amostra. De qualquer forma estes

resultados nos mostram a necessidade de aprofundamento dos estudos, que possam clarear os

significados que o suporte social assume para as diversas pessoas em diferentes momentos,

apontando quando e como pode se revestir em preditor de bem-estar favorecendo um

envelhecimento saudável.

Após descrição e discussão dos resultados evidenciados nas avaliações da percepção

de suporte social da amostra pesquisada, apresentamos a seguir os resultados obtidos na

avaliação da qualidade de vida, procurando novamente, relacionar estes resultados com os

demais dados apurados.

Para a avaliação da percepção da qualidade de vida da amostra de idosos, utilizamos

dois instrumentos de medida genérico, desenvolvido pelo grupo que investiga este construto e

suas dimensões, WHOQOL-Group da O.M.S, conforme citado no método, item 4 deste

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estudo, que ora retomamos para alguns esclarecimentos que entendemos necessários fazer

antes da descrição dos resultados.

De acordo com Cotta et al. (2006), o WHOQOL-Bref é uma versão reduzida do

instrumento WHOQOL-100 (Word Health Organization Quality of Life Instrument),sendo

indicado seu uso pelos autores, como complemento ao WHOQOL-Old, instrumento

desenvolvido especialmente, para avaliar qualidade de vida em idosos. O WHOQOL-Bref é

composto de 26 questões, onde duas delas avaliam aspectos gerais da qualidade de vida e

saúde, e as demais 24 questões avaliam quatro domínios, a saber: Domínio 1 – capacidade

física; Domínio 2 – bem-estar psicológico; Domínio 3 – as relações sociais; e Domínio 4 – o

meio ambiente onde a pessoa se insere.

De acordo com Fleck (1999), o WHOQOL-Old consiste de 24 itens que avaliam 6

facetas ou dimensões, a saber: FS – funcionamento sensorial e impacto da perda ou

diminuição destas habilidades; AUT – autonomia e independência para viver e tomar as

próprias decisões; PPF – atividades passadas, presentes e futuras que geram satisfação sobre

conquistas na vida e coisas que se anseia; PSO – participação social delineada pelas

atividades quotidiana na comunidade em que se insere, MEM – se refere a preocupações ou

inquietações sobre morte e morrer; e INT – que avalia a capacidade de ter relações pessoais e

intimas.

Em ambos instrumentos as pontuações das respostas variam de 1 a 5, onde as médias

finais de cada domínio são calculadas resultando em escores que se encontram numa escala de

4 a 20 pontos, que podem ser transformados em uma escala de 0 a 100 pontos. Conforme

definido pelos autores (FLECK e al., 1999), usamos como valores de referencia das facetas ou

domínios, os escores transformados numa amplitude de 0 a 100 pontos, onde a interpretação

dos resultados indica que quanto mais próximo de 100 mais qualidade de vida o respondente

percebe em si, e quanto mais próximo de 0 menos qualidade de vida é percebida pelo

respondente.

Ainda, para melhor descrever os significados e interpretações das respostas

evidenciadas neste estudo nos amparamos no Quadro 2 abaixo apresentado, em conformidade

com Fleck et al. (1999), para o WHOQOL-100, instrumento original de onde derivam os

demais, WHOQOL-Bref e WHOQOL-Old.

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Quadro 2 - Escala de respostas do WHOQOL-100

Escala

0% 25% 50% 75% 100%

0 -19 20 - 30 45 - 55 70 - 80 85 - 100

Intensidade nada muito pouco mais ou

menos

bastante extremamente

Avaliação

muito

insatisfeito

insatisfeito nem satisfeito

nem

insatisfeito

satisfeito muito satisfeito

muito ruim ruim nem ruim

nem bom

bom muito bom

muito infeliz infeliz nem feliz

nem infeliz

feliz muito feliz

Capacidade nada muito pouco médio muito completamente

Freqüência nunca raramente às vezes repetidamente sempre

Fonte: Fleck et al. (1999).

Isto exposto passamos a descrever e discutir os resultados evidenciados na avaliação

da qualidade de vida da amostra de idosos.

Tabela 12 – Distribuição dos níveis do WHOQOL-Bref entre os grupos de idosos

Grupos Físico Psico Social M.Amb QV

Global

Saúde

Global

1

Média

(n=54) 70,24 71,06 68,98 66,61 78,70 68,98

D.P. 14,52 12,71 14,70 10,56 15,67 20,57

2

Média

(n=52) 69,78 71,07 67,15 65,50 77,88 69,23

D.P. 15,68 14,25 14,52 12,51 15,38 18,27

Total

Média

(n=106). 70,01 71,07 68,08 66,07 78,30 69,10

D.P. 15,03 13,42 14,57 11,52 15,46 19,38

p 0,876 0,997 0,520 0,624 0,787 0,948

Não Sig >5%.

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A tabela 12 apresenta os escores médios encontrado para os domínios do WHOQOL-

Bref entre os grupos 1 e 2 dos idosos pesquisados. O teste de significância T-Student apontou

não haver relação significativa entre os grupos para cada domínio avaliado, demonstrando

homogeneidade entre eles. Para o domínio físico temos (p=0,876); para o domínio psicológico

(p= 0,997); para o domínio relações sociais (p=0,520), para o domínio meio ambiente

p=0,624, para qualidade de vida global (p=0,787), e para qualidade global de saúde

(p=0,948). Como observamos que na maioria dos resultados dos domínios avaliados, em

ambos os grupos, indicam que a amostra pesquisada possui boa percepção conforme Quadro2

(escores finais entre 70% e 80%); e os escores que se mostram menores não se encontram na

faixa que indica indiferença (nem sim ou não), mas são percentuais mais próximos de 70%; e

o fato dos grupos se mostrarem homogêneos, optamos por descrever e discutir os resultados

apurados para a amostra total (n=106).

Assim, na amostra (n=106) temos 70,01% com (DP=15,03), dos idosos que percebem

seu domínio físico como bom, indicando que se sentem satisfeitos com sua capacidade física;

71,07% com (DP=13,42) de idosos que se percebem com domínio psicológico, indicativo de

satisfação com esta capacidade; 68.08% com (DP=14,57) da amostra que sente satisfação com

seus relacionamentos sociais; 66.07% com (DP=11,52) de idosos que também se sentem bem

e satisfeito com o meio ambiente onde está inserido. Os resultados globais da percepção da

qualidade de vida e da saúde se assemelham sendo maior para qualidade de vida, 78,30%

(DP=15,46), e 69.10% (DP=19,38) na avaliação global do estado de saúde; indicando que o

reconhecimento de limitações nas condições de saúde não impediu uma boa percepção da

qualidade de vida pela amostra.

Gráfico 7: Representação gráfica escores médios WHOQOL-Bref

Escores Médios WHOQOL-Bref

0 20 40 60 80 100

Físico

Psicológico

Social

M.Ambiente

QV Global

Saúde Global

Amostra (n=106)

gr 2 (n=52)

gr 1 (n=54)

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Tabela 13 – Distribuição dos níveis do WHOQOL-Old entre grupos de idosos

Grupos FS AUT PPF PSO MEM INT

1

(n) 54 54 54 54 54 54

Média 76,67 71,94 77,04 76,02 69,63 75,0

D,Padrão 17,29 10,52 9,64 10,48 19,74 14,24

2

(n) 52 52 52 52 52 52

Média 77,40 71,92 77,88 76,06 67,60 66,15

D,Padrão 15,86 14,52 12,62 10,40 19,59 20,57

Total

(n) 106 106 106 106 106 106

Média 77,03 71,93 77,45 76,04 68,63 70,66

D,Padrão 16,53 12,58 11,15 10,39 19,60 18,10

p 0,820 0,993 0,698 0,985 0,596 0,011 Não Sig p >0,05% Sig.p>p0,01.

A Tabela 13 apresenta a distribuição dos resultados apurados na avaliação das facetas

do WHOQOL-Old, entre os grupos 1 e 2, onde na maioria das facetas: (FS) funcionamento

sensorial, (AUT) autonomia, (PPF) vida presente, passada e futura, (PSO) participação social

e (MEM) morte e morrer, o teste de significância indica homogeneidade entre os resultados

dessas facetas e os idosos dos grupos 1 e 2. Assim temos (p=0,820) para FS; (p=0,993) para

AUT; (p= 0,698) para PPF; (p=0,985) para PSO; e (p=0,596) para MEM. No entanto na

faceta que corresponde às relações pessoais e de intimidade, identifica-se que há diferentes

percepções neste domínio entre os grupos 1 e 2. Para a faceta INT o teste de significância é

de (p=0,011).

No grupo 1 (n=54) o resultado referente a faceta INT é de 75,0% com (DP=14,24),

indicativo de boa satisfação com as relações pessoais e intimas; já no grupo 2, o resultado da

faceta INT é de 66,16% e (DP=20,57), indicativo de menor satisfação com este domínio,

porém ressaltamos que o desvio-padrão é maior, indicativo de diferentes percepções entre os

componentes do subgrupo, que variam entre indiferença e muita satisfação. Observa-se que as

possibilidades da resposta para a faceta INT, no grupo 2 a partir do valor do desvio-padrão

maior que todas as demais, indicando resposta máxima de até 79,76% que pode ser

interpretada como satisfação, e resposta mínima de até 52,55%, significando indiferença, ou

seja nem satisfeito e nem insatisfeito, segundo Quadro 2.

Os demais escores das facetas do WHOQOL-Old apontam resultados semelhantes aos

domínios do WHOQOl-Bref, indicativo de que tanto no grupo 1 quanto no grupo 2 há uma

boa percepção quanto aos domínios avaliados.

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Assim, para os resultados da amostra total (n=106) interpretados como satisfação

temos: FS 77,03% (DP=16,53); AUT 71,93% (DP=12,58); PPF 77,45% (DP=11,15); PSO

76,04% (DP=10,39). E para os resultados da amostra total (n=106) interpretados com menor

satisfação porém mais próximo de satisfação, a faceta MEM com 70,66% (DP=19,60),

porque novamente aqui, o resultado da faceta MEM, que se refere às preocupações e

inquietações sobre questões relativas a morte e morrer, merece ser destacada pois as respostas

apresentaram alto desvio-padrão (DP=19,60) quando comparado aos demais. Isto significa

que a resposta máxima esteve em torno de 84,50% que indica sempre haver preocupação com

este aspecto e a resposta mínima pode ter sido em torno de 56,81%, indicativo de certa

preocupação com estas questões da vida.

De uma forma geral, os resultados encontrados nas análises estatísticas do WHOQOL-

Bref e Old, demonstram que a amostra de idosos pesquisada possui uma percepção de

qualidade de vida que se encontra dentro ou muito próximo de satisfação, o que nos leva a

supor que se percebem em boas condições de domínio sobre as dimensões avaliadas por este

instrumento.

Desta forma, com os resultados obtidos podemos fazer algumas suposições quando

comparadas às condições socioeconômicas dos idosos da amostra, que por serem

diferenciadas, podem influenciar favorável e positivamente a percepção do momento atual

vivido, fazendo com que se percebam com possibilidades e condições de manutenção de

uma boa vida, que lhes garantam controle e domínio sobre o seu fazer, ter e ser na velhice.

Sentem-se amados e valorizados pela sua rede social, como ficou demonstrado na

avaliação sobre suporte social, o que também pode gerar e favorecer o surgimento dos

sentimentos acima descritos. Quanto à obtenção dos meios e recursos práticos, mesmo que os

dados indiquem a existência de dúvidas ou incertezas, é provável que se sintam ou se

percebam em condições de os obter a partir dos seus próprios recursos e potenciais internos.

Segundo estudo empreendido por Cupertino, Rosa, Ribeiro (2007), sobre a visão de

idosos no que tange ao que é importante para se ter um envelhecimento saudável, ficou

evidenciado que as condições mais apontadas pelos idosos para isso, e por ordem de

importância foram: saúde física (53%), saúde social (46%), saúde emocional (37%), ter

alimentação saudável e atividades físicas (36%) e evitar fatores de risco (19%),

Estes resultados demonstram que na opinião de idosos, envelhecer de forma saudável

significa manter boas condições biopsicossociais, além de ter conhecimento e acesso a

recursos considerados saudáveis e desejáveis, o que nos parece estar coerente com o

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evidenciado em nosso estudo, através dos resultados apurados nas avaliações da percepção de

suporte social e qualidade vida.

Dentro da perspectiva teórica do curso da vida (Lifespan), as perdas no

envelhecimento são compensadas através de reservas existentes nos indivíduos e pela

resiliencia, onde ganhos e perdas que concorrem entre si são explicados pela Teoria SOC,

com a seleção e otimização das competências que continuam sendo geradas (STAUDINGER,

MARSISKE, BALTES, 1995).

Outro fator importante sobre o envelhecimento saudável é a sabedoria (Baltes, Smith,

1995) que se vai adquirindo ao longo da vida, como resultado do processo de revisão contínua

sobre os eventos da vida, que permite a pessoa ir além das perdas, adaptando-se e se

ajustando as mudanças que o envelhecimento traz, favorecendo a compensação de perdas e

declínios do envelhecimento.

Gráfico 8: Representação gráfica escores médios WHOQOL-Old

Escores Médios WHOQOL-Old

60 65 70 75 80

FS

AUT

PPF

PSO

MEM

INT

Amostra (n=106)

gr 2 (n=52)

gr 1 (n=54)

Finalizamos esta parte do estudo apresentando as possíveis correlações evidenciadas

entre as variáveis pesquisadas, suporte social e qualidade de vida.

Os resultados apontaram confiabilidade através do teste T-Student e do coeficiente de

correlação (r) de Pearson.

Tabela 14 - Correlação (r) de Pearson entre Suporte Social e Qualidade de Vida (n=106)

Domínios Suporte Emocional Suporte Prático

(r) de Pearson P (r) de Pearson P

Dom1 -,130 ,185 -,051 ,607

Dom2 -,100 ,310 -,083 ,398

Dom3 -,086 ,382 -,017 ,863

Dom4 -,066 ,499 ,057 ,562

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Q1 -,150 ,125 -,033 ,737

Q2 ,017 ,863 ,125 ,202

FS -,080 ,415 -,033 ,735

AUT -,164 ,094 -,070 ,473

PPF -,020 ,835 ,042 ,669

PSO -,101 ,302 -,035 ,723

MEM -,055 ,574 ,-,039 ,693

INT ,017 ,865 -,018 ,852 Sig ** Correlação significativa e fraca p< 0,1. Sig * Correlação significativa e forte p< 0,5.

A Tabela 14 mostra que não há correlação entre os níveis de suporte social (emocional

e prático) e os domínios e facetas da qualidade de vida, cujos resultados quando submetidos

ao teste de significância, apontou para não existência de dependência linear entre as variáveis

pesquisadas, (p<0,1%).

Não foi portanto, encontrado correlações entre as dimensões do suporte social

(emocional e prático), e os domínios e facetas do WHOQOL-Bref e Old.

Os dados foram colocados em gráfico de dispersão, para confirmação dos resultados,

mostrando não haver relação entre as variáveis pesquisadas, indicando independência,

conforme exemplo abaixo.

Gráfico 9: Correlação (r) de Pearson suporte emocional e domínio físico

Este resultado nos sugere que os idosos da amostra, na medida em que se percebem

com boas condições biopsicossociais e satisfeitos com o ambiente em que se encontram,

podem sentir-se confortados e felizes, buscando menos suporte social, talvez porque esta

necessidade não se apresente mais fortemente em seu íntimo.

O resultado da correlação entre suporte social e qualidade de vida parece reforçar o já

evidenciado e discutido nos itens anteriores, onde há indicação de que possivelmente, os

idosos da amostra se sentem mais provedores do que dependentes, na medida em que se

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vêem, saudáveis fisicamente, equilibrados psicologicamente e com autonomia e liberdade

para tomada de decisão, o que provavelmente não gere necessidade de buscar apoios, seja

emocional ou prático.

Outra possibilidade de interpretação é de quanto maior a percepção dos idosos da

amostra, sobre suas condições física, emocional, social, de seu ambiente e das demais

dimensões que compõem o construto qualidade de vida, menor sua percepção de vir a precisar

dos apoios que a rede disponibiliza, indicativo de um provável individualismo em suas ações

quotidianas.

Ramos (2002) nos aponta a possibilidade do suporte social produzir efeitos negativos

na saúde de pessoas idosas, na medida em que influencia sua auto-estima, gera dependência e

demonstra a inabilidade do idoso em resolver situações por si só.

[...] Os efeitos negativos do suporte social na saúde estão associados com

alguns efeitos produzidos pelas tarefas dos cuidadores e também pelo

descompasso na relação entre o cuidador e o receptor de cuidados.

(RAMOS, 2002, p. 158).

Ainda, a importância em perceber suporte social no meio onde se encontrem está mais

relacionado aos momentos de adversidades do que de satisfação com a vida.

De qualquer forma, o estudo nos sugere a necessidade em aprofundar pesquisas sobre

suporte social e envelhecimento, considerando seus impactos negativos, quando percebido

negativamente, seja da fonte donde emana (pessoas ou instituições) seja enquanto significado

atribuído pelo idoso á ajuda recebida, o que de certa forma o resultado da não correlação nos

aponta.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados deste estudo demonstraram que os idosos da amostra pesquisada

sentem-se satisfeitos com sua qualidade de vida, se percebem amados e valorizados em suas

relações sociais, porém inseguros ou com incertezas quanto a receber apoio prático da rede

social onde estão inseridos.

O presente estudo possibilitou descrever os níveis de suporte social e da qualidade de

vida em uma amostra de idosos participantes de um programa de educação permanente, bem

como investigar uma possível correlação entre eles.

Em relação aos níveis de percepção de suporte social emocional os resultados

demonstraram médias maiores do que para suporte social prático, indicativo de que a amostra

de idosos deve encontrar este tipo de suporte em suas relações sociais, onde possivelmente

conseguem compartilhar sentimentos de alegria, tristeza e que se sentem compreendidos,

confortados e valorizados pela rede social.

Quanto ao suporte social prático, apesar da média mais baixa sugerir dúvidas quanto

ao recebimento deste apoio, que se relaciona entre outros aspectos com resolução de

problemas concretos, ajuda financeira, auxílio para realizar atividades cotidianas,

necessariamente este resultado, não significa que ocasionalmente não recebam ou possam

receber este tipo de suporte se solicitarem ou demonstrarem tal necessidade à sua rede social.

Quanto aos domínios e facetas que compõem as avaliações da qualidade de vida, os

resultados demonstraram que os idosos encontram-se satisfeitos, demonstrando também que

se percebem com domínio e boa funcionalidade biopsicossocial, sugerindo satisfação e uma

provável velhice bem sucedida, embora o resultado ideal se encontre numa pontuação mais

elevada (entre 80 e 100 pontos), da atingida por eles (entre 66 e 78 pontos).

Os dados sobre as correlações entre as variáveis pesquisadas, mostraram

independência, indicativo da não existência de dependência linear entre elas, sugerindo que o

suporte social, entendido como recursos fornecidos por outras pessoas e instituições

potencialmente úteis e protetores, e com conseqüente efeito positivo sobre a saúde, poderá

trazer outras implicações ou comprometimentos, na medida em que passa a ser percebido

como diminuição da funcionalidade biopsicossocial ou da competência comportamental,

embora não se negue sua relevância como mediador entre eventos estressores e saúde.

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É provável que os idosos da amostra, por apresentarem boas condições

socioeconômica que lhes propiciam ter e manter seus próprios recursos; por possuírem maior

escolaridade, a qual deve também lhes favorecer melhor domínio cognitivo; e por viverem em

uma localidade que oferece políticas e programas públicos de promoção de saúde, tendo

acesso facilitado a esses recursos; por todos esses aspectos, vivenciem seu processo de

envelhecimento de forma mais saudável e feliz.

Os resultados deste trabalho ressaltam a importância do aprofundamento dos estudos e

pesquisas sobre envelhecimento humano saudável, para que se encontrem aportes para o

enfrentamento adequado da demanda de uma nação que envelhece, cuja pirâmide

populacional vem se re-configurando gradativamente, desde a última metade do século

passado.

Conhecer e compreender os processos e condições que envolvem envelhecer de forma

satisfatória, implica em olhar essa fase da vida como detentora de potencialidades que

impulsionam a pessoa idosa a manter suas capacidades de resistência, plasticidade,

enfrentamento e flexibilidade, para um bem viver. Desta forma acreditamos que o envelhecer

ativo propicia concretização de ações que promovem saúde e pleno exercício de cidadania

aos idosos

O estudo também levanta a necessidade de reflexão e discussão sobre a formação dos

profissionais da área de humanas, em cuja formação e currículo acadêmico deve ser incluso

disciplinas que privilegiem estudos sobre o desenvolvimento ao longo da vida, ampliando

visão e saber sobre a velhice, assim como, as sociedades e órgãos públicos precisam se

organizar e se estruturar para olhar não apenas os idosos de hoje, mas igualmente a toda

população que vivenciará este momento.

Finalizamos apontando a relevância da formação de uma agenda de estudo e pesquisa,

que possibilite aprofundar conhecimentos que envolvam suporte social, qualidade de vida e

envelhecimento saudável.

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7. REFERÊNCIAS

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McGraw-Hill Book Company, 1975. p. 138-153.

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Children, Adolescents and Adults. In: Social Networks and Social Support in Childhood

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BALTES, P. B. Theorical Propositions of Lifespan Developmental Psychology: on the

dynamics between growth and decline. Developmental Psychology, 1987.

BALTES, P. B.; BALTES, M. M. Psychological Perspectives on Successful Aging: the model

of selective optimizacion with compensation. In: BALTES, P. B.; BALTES, M. M. (Orgs.).

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University Press, 1990.

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ANEXO A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Através do presente documento esclarecemos que a presente pesquisa tem por

finalidade a realização de um estudo acadêmico e científico, que objetiva identificar e

aprofundar os conhecimentos em psicologia da saúde, sobre a importância do suporte

social e da qualidade de vida, em idosos que participam de um programa de educação

permanente, contribuindo com a promoção de saúde no envelhecimento das pessoas.

Para tanto, usamos instrumentos de pesquisas, devidamente avaliados e validados

cientificamente, que não oferecem qualquer tipo de riscos ou danos, sejam físicos,

materiais ou mentais, aos participantes da presente pesquisa.

A participação na pesquisa resume-se em responder aos questionários que compõem as

medidas de percepção de suporte social e avaliação da qualidade de vida. O questionário

sobre dados socioeconômicos objetiva unicamente a complementar os resultados que

serão obtidos com as respostas, procurando identificar a probabilidade de haver uma

correlação entre suporte social, qualidade de vida e condições socioeconômica.

A participação é voluntária, gratuita, assim como, garantimos e nos responsabilizamos

pelo total sigilo dos dados apresentados pelos participantes.

Título da Pesquisa: Suporte Social e Qualidade de Vida em Idosos de um Programa de

Educação Permanente.

Pesquisadora Responsável: Sueli Ferreira – Psicóloga – CRP 06-10586/0.

Orientador: Profº Dr. Manuel Morgado Rezende.

Instituição Acadêmica: UMESP-Universidade Metodista de São Paulo

Local da Pesquisa: USCS-Universidade Municipal de São Caetano do Sul.

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Objetivo da Pesquisa: Identificar e analisar a relação entre suporte social e

qualidade de vida em idosos participantes de um programa de educação permanente.

Nome do Participante: ___________________________________________________

Endereço: _____________________________________________________________

RG: __________________________________________________________________

Tendo sido devidamente esclarecido sobre todos os aspectos que envolvem o

trabalho de pesquisa acima descrito, venho pelo presente termo declarar, conforme o

que dispõe a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que concordo em

participar, voluntariamente, como sujeito de pesquisa.

Declaro ainda, estar ciente de que minha participação será gratuita e de que os

resultados serão utilizados e publicados, a critério exclusivo da pesquisadora, desde

que preservada integralmente a identidade dos participantes.

Desde já me reservo o direito de a qualquer momento, durante a realização da

pesquisa, tornar sem efeito o presente consentimento.

Telefone de contato da pesquisadora: (11) 9222.5563.

O presente termo está sendo assinado em duas vias de igual teor.

São Paulo, _____de_________________de__________.

________________________________________

Assinatura do participante

Pesquisadora responsável: Sueli Ferreira ______________________________

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ANEXO B

ESCALA DE PERCEPÇÃO SUPORTE SOCIAL - EPSS

Gostaríamos de saber com que FREQÜÊNCIA você recebe apoio de outra pessoa quando precisa. Dê

suas respostas anotando, nos parênteses que antecedem cada frase, o número (de 1 a 4), que melhor

representa sua resposta, de acordo com a escala abaixo:

1= NUNCA

2= POUCAS VEZES

3= MUITAS VEZES

4= SEMPRE

QUANDO PRECISO, POSSO CONTAR COM ALGUÉM QUE...

1. ( ) Ajuda-me com minha medicação se estou doente

2. ( ) Dá sugestões de lugares para eu me divertir

3. ( ) Ajuda-me a resolver um problema prático

4. ( ) Comemora comigo minhas alegrias e realizações

5. ( ) Dá sugestões sobre cuidados com minha saúde

6. ( ) Compreende minhas dificuldades

7. ( ) Consola-me se estou triste

8. ( ) Sugere fontes para eu me atualizar

9. ( ) Conversa comigo sobre meus relacionamentos afetivos

10. ( ) Dá atenção às minhas crises emocionais

11. ( ) Dá sugestões sobre algo que quero comprar

12. ( ) Empresta-me algo de que preciso

13. ( ) Dá sugestões sobre viagens que quero fazer

14. ( ) Demonstra carinho por mim

15. ( ) Empresta-me dinheiro

16. ( ) Esclarece minhas dúvidas

17. ( ) Está ao meu lado em qualquer situação

18. ( ) Dá sugestões sobre meu futuro

19. ( ) Ajuda-me na execução de tarefas

20. ( ) Faz-me sentir valorizado como pessoa

21. ( ) Fornece-me alimentação quando preciso

22. ( ) Leva-me a algum lugar que eu preciso ir

23. ( ) Orienta minhas decisões

24. ( ) Ouve com atenção meus problemas pessoais

25. ( ) Dá sugestões sobre oportunidades de emprego para mim

26. ( ) Preocupa-se comigo

27. ( ) Substitui-me em tarefas que não posso realizar no momento

28. ( ) Dá sugestões sobre profissionais para ajudar-me

29. ( ) Toma conta de minha casa em minha ausência

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ANEXO C

WHOQOL-OLD

Instruções:

Este questionário pergunta a respeito dos seus pensamentos, sentimentos e sobre certos

aspectos de sua qualidade de vida, e aborda questões que podem ser importantes para você

como membro mais velho da sociedade.

Por favor, responda todas as perguntas. Se você não está seguro a respeito de que

resposta dar a uma pergunta, por favor escolha a que lhe parece mais apropriada. Esta pode

ser muitas vezes a sua primeira resposta.

Por favor tenha em mente os seus valores, esperanças, prazeres e preocupações.

Pedimos que pense na sua vida nas duas últimas semanas. Por exemplo, pensando nas duas

últimas semanas, uma pergunta poderia ser :

O quanto você se preocupa com o que o futuro poderá trazer?

Nada

1

Muito Pouco

2

Mais ou menos

3

Bastante

4

Extremamente

5

Você deve circular o número que melhor reflete o quanto você se preocupou com o

seu futuro durante as duas últimas semanas. Então você circularia o número 4 se você se

preocupou com o futuro “Bastante”, ou circularia o número 1 se não tivesse se preocupado

“Nada” com o futuro.

Por favor leia cada questão, pense no que sente e circule o número na escala que seja a

melhor resposta para você para cada questão.

Muito obrigada pela sua colaboração!

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As seguintes questões perguntam sobre o quanto você tem tido certos sentimentos nas

últimas duas semanas.

Old.01- Até que ponto as perdas nos seus sentidos (por exemplo, audição, visão, paladar,

olfato, tato), afetam a sua vida diária?

Nada

1

Muito Pouco

2

Mais ou Menos

3

Bastante

4

Extremamente

5

Old.02 - Até que ponto a perda de, por exemplo, audição, visão, paladar, olfato, tato, afeta a

sua capacidade de participar em atividades?

Nada

1

Muito Pouco

2

Mais ou Menos

3

Bastante

4

Extremamente

5

Old.03 - Quanta liberdade você tem de tomar as suas próprias decisões?

Nada

1

Muito Pouco

2

Mais ou Menos

3

Bastante

4

Extremamente

5

Old.04 - Até que ponto você sente que controla o seu futuro?

Nada

1

Muito Pouco

2

Mais ou Menos

3

Bastante

4

Extremamente

5

Old.05 - O quanto você sente que as pessoas ao seu redor respeitam a sua liberdade?

Nada

1

Muito Pouco

2

Mais ou Menos

3

Bastante

4

Extremamente

5

Old.06 - Quão preocupado você está com a maneira pela qual irá morrer?

Nada

1

Muito Pouco

2

Mais ou Menos

3

Bastante

4

Extremamente

5

Old.07 - O quanto você tem medo de não poder controlar a sua morte?

Nada

1

Muito Pouco

2

Mais ou Menos

3

Bastante

4

Extremamente

5

Old.08 - O quanto você tem medo de morrer?

Nada

1

Muito Pouco

2

Mais ou Menos

3

Bastante

4

Extremamente

5

Old.09 - O quanto você teme sofrer dor antes de morrer?

Nada

1

Muito Pouco

2

Mais ou Menos

3

Bastante

4

Extremamente

5

As seguintes questões perguntam sobre quão completamente você fez ou se sentiu

apto a fazer algumas coisas nas duas últimas semanas.

Old.10 - Até que ponto o funcionamento dos seus sentidos (por exemplo, audição, visão,

paladar, olfato, tato) afeta a sua capacidade de interagir com outras pessoas?

Nada

1

Muito Pouco

2

Médio

3

Muito

4

Completamente

5

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Old.11 - Até que ponto você consegue fazer as coisas que gostaria de fazer?

Nada

1

Muito Pouco

2

Médio

3

Muito

4

Completamente

5

Old.12 - Até que ponto você está satisfeito com as suas oportunidades para continuar

alcançando outras realizações na sua vida?

Nada

1

Muito Pouco

2

Médio

3

Muito

4

Completamente

5

Old.13 - O quanto você sente que recebeu o reconhecimento que merece na sua vida?

Nada

1

Muito Pouco

2

Médio

3

Muito

4

Completamente

5

Old.14 - Até que ponto você sente que tem o suficiente para fazer em cada dia?

Nada

1

Muito Pouco

2

Médio

3

Muito

4

Completamente

5

As seguintes questões pedem a você que diga o quanto você se sentiu satisfeito, feliz

ou bem sobre vários aspectos de sua vida nas duas últimas semanas.

Old.15 - Quão satisfeito você está com aquilo que alcançou na sua vida?

Muito

Insatisfeito

1

Insatisfeito

2

Nem satisfeito,

nem insatisfeito

3

Satisfeito

4

Muito Satisfeito

5

Old.16 - Quão satisfeito você está com a maneira com a qual você usa o seu tempo?

Muito

Insatisfeito

1

Insatisfeito

2

Nem satisfeito,

nem insatisfeito

3

Satisfeito

4

Muito Satisfeito

5

Old.17 - Quão satisfeito você está com o seu nível de atividade?

Muito

Insatisfeito

1

Insatisfeito

2

Nem satisfeito,

nem insatisfeito

3

Satisfeito

4

Muito Satisfeito

5

Old.18 - Quão satisfeito você está com as oportunidades que você tem para participar de

atividades da comunidade?

Muito

Insatisfeito

1

Insatisfeito

2

Nem satisfeito,

nem insatisfeito

3

Satisfeito

4

Muito Satisfeito

5

Old.19 - Quão feliz você está com as coisas que você pode esperar daqui para frente?

Muito Infeliz

1

Infeliz

2

Nem feliz, nem

infeliz

3

Feliz

4

Muito Feliz

5

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Old.20 - Como você avaliaria o funcionamento dos seus sentidos (por exemplo, audição,

visão, paladar, olfato, tato)?

Muito Ruim

1

Ruim

2

Nem ruim, nem

boa

3

Boa

4

Muito Boa

5

As seguintes questões se referem a qualquer relacionamento íntimo que você possa

ter. Por favor, considere estas questões em relação a um companheiro ou uma pessoa próxima

com a qual você pode compartilhar (dividir) sua intimidade mais do que com qualquer outra

pessoa em sua vida.

Old.21 - Até que ponto você tem um sentimento de companheirismo em sua vida?

Nada

1

Muito Pouco

2

Mais ou Menos

3

Bastante

4

Extremamente

5

Old.22 - Até que ponto você sente amor em sua vida?

Nada

1

Muito Pouco

2

Mais ou Menos

3

Bastante

4

Extremamente

5

Old.23 - Até que ponto você tem oportunidades para amar?

Nada

1

Muito Pouco

2

Médio

3

Muito

4

Completamente

5

Old.24 - Até que ponto você tem oportunidades para ser amado?

Nada

1

Muito Pouco

2

Médio

3

Muito

4

Completamente

5

VOCE TEM ALGUM COMENTÁRIO SOBRE ESTE QUESTIONÁRIO?

___________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

OBRIGADA PELA SUA COLABORAÇÃO!

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81

ANEXO D

WHOQOL – BREF

Instruções:

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida,

saúde e outras áreas de sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem

certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que

lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha.

Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós

estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as duas últimas

semanas. Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma questão poderia ser:

Nada Muito

Pouco

Médio Muito Completamente

Você recebe dos outros o apoio de

que necessita?

1

2

3

4

5

Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos

outros o apoio de que necessita nestas últimas duas semanas. Por exemplo, você deve circular

o número 4 se você recebeu “muito” apoio, ou circular o número 1 se não tiver recebido nada

de apoio.

Obrigada pela Colaboração.

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Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número que lhe parece a

melhor resposta.

Muito

Ruim

Ruim Nem ruim,

nem boa

Boa Muito

Boa

1(G1) Como você avaliaria sua

qualidade de vida?

1

2

3

4

5

Muito

Insatisfeito

Insatisfeito Nem

insatisfeito,

nem

satisfeito

Satisfeito Muito

Satisfeito

2(G1) Quão satisfeito você

está com a sua saúde?

1

2

3

4

5

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas

últimas duas semanas.

Nada Muito

Pouco

Mais ou

menos

Bastante Extremamente

3(F1.4) Em que medida você acha

que sua dor (física) impede

você de fazer o que você

precisa?

1

2

3

4

5

4(F11.3) O quanto você precisa de

algum tratamento médico

para levar sua vida diária?

1

2

3

4

5

5(F4.1)

O quanto você aproveita a

vida?

1

2

3

4

5

6(F24.2)

Em que medida você acha

que a sua vida tem sentido?

1

2

3

4

5

7(F5.3)

O quanto você consegue se

concentrar?

1

2

3

4

5

8(F16.1)

Quão seguro(a) você se sente

em sua vida diária?

1

2

3

4

5

9(F22.1)

Quão saudável é o seu

ambiente físico (clima,

barulho, poluição, atrativos)?

1

2

3

4

5

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As questões seguintes perguntam sobre Quão completamente você tem sentido capaz

de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.

Nada Muito

Pouco

Médio Muito Completamente

10(F2.1)

Você tem energia

suficiente para seu dia-a-

dia?

1

2

3

4

5

11(F7.1)

Você é capaz de aceitar sua

aparência física?

1

2

3

4

5

12(F18.1)

Você tem dinheiro

suficiente para satisfazer

suas necessidades?

1

2

3

4

5

13(F20.1)

Quão disponíveis para você

estão as informações que

precisa no seu dia-a-dia?

1

2

3

4

5

14(F21.1)

Em que medida você tem

oportunidades de

atividade de lazer?

1

2

3

4

5

As questões seguintes perguntam sobre Quão bem ou satisfeito você se sentiu a

respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.

Muito

Ruim

Ruim Nem ruim,

nem bom

Bom Muito

Bom

15(F9.1)

Quão bem você é capaz de se

locomover?

1

2

3

4

5

Muito

Insatisfeito

Insatisfeito Nem

satisfeito,

nem

insatisfeito

Satisfeito Muito

Satisfeito

16(F3.3)

Quão satisfeito

você está com o

seu sono?

1

2

3

4

5

17(F10.3)

Quão

satisfeito(a)

você está com

sua capacidade

de desempenhar

as atividades do

seu dia-a-dia?

1

2

3

4

5

18(F12.4)

Quão

satisfeito(a)

você está com

sua capacidade

para o trabalho?

1

2

3

4

5

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19(F6.3)

Quão

satisfeito(a)

você está

consigo

mesmo?

1

2

3

4

5

20(F13.3)

Quão

satisfeito(a)

você está com

suas relações

pessoais(amigos

,parentes,

conhecidos,

colegas)?

1

2

3

4

5

21(F15.3)

Quão

satisfeito(a)

você está com

sua vida sexual?

1

2

3

4

5

22(F14.4)

Quão

satisfeito(a)

você está com o

apoio que você

recebe de seus

amigos?

1

2

3

4

5

23(F17.3)

Quão

satisfeito(a)

você está com

as condições do

local onde

mora?

1

2

3

4

5

24(F19.3)

Quão

satisfeito(a)

você está com o

seu acesso aos

serviços de

saúde?

1

2

3

4

5

25(F23.3)

Quão

satisfeito(a)

você está com o

seu meio de

transporte?

1

2

3

4

5

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As questões seguintes referem-se a com que freqüência você sentiu ou experimentou

certas coisas nas últimas duas semanas.

Nunca Algumas

vezes

Frequentemente Muito

frequentemente

Sempre

26(F8.1)

Com que freqüência

você tem

sentimentos negativos

tais como mau-

humor, desespero,

ansiedade, depressão?

1

2

3

4

5

Alguém lhe ajudou a preencher este questionário?..................................................................

Quanto tempo você levou para preencher este questionário?..................................................

OBRIGADA PELA COLABORAÇÃO!

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ANEXO E

DADOS SOCIOECONÔMICOS

Para a análise da pesquisa sobre Suporte Social e Qualidade de Vida, necessitamos

conhecer os dados abaixo relacionados, para os quais solicitamos que as respostas sejam

dadas com sinceridade. Reafirmamos nosso compromisso de manter sigilo absoluto sobre as

informações fornecidas, utilizando-a apenas para complementar análise da pesquisa.

1. Idade do(a) pesquisado(a) _____________

2. Sexo: Fem ( ) Masc ( )

3. Escolaridade

( ) Analfabeto/primário incompleto

( ) Primário completo/ginasial incompleto

( ) Ginásio completo/colegial incompleto

( ) Colegial completo/superior incompleto

( ) Superior completo

4. Rendimento familiar mensal

( ) Menos de 1 salário mínimo

( ) De 1 a 2 salário mínimo

( ) Acima de 2 salário mínimo

5. Grupo Familiar

( ) Mora só

( ) Mora com mais pessoas. Informe quantas pessoas moram com você, sem se

incluir____

6. Condições de Moradia

( ) Casa Própria

( ) Casa Alugada

( ) Emprestada ou cedida

7. Religião

( ) Católica

( ) Espírita

( ) Evangélica

( ) Protestante

( ) Umbandista

( ) Não tem.

( ) Outras : _____________________________________________

OBRIGADA PELA PARTICIPAÇÃO!

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ANEXO F

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ANEXO G