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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Jéssica Andrade da Silva
INVESTIGANDO CONCEPÇÕES: METÁFORAS SOBRE O
CONHECIMENTO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA
ESCOLA DE SÃO PAULO
São Paulo
2009
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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Jéssica Andrade da Silva
INVESTIGANDO CONCEPÇÕES: METÁFORAS SOBRE O
CONHECIMENTO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA
ESCOLA DE SÃO PAULO
Orientador: Prof ª Ms. Magda Medhat Pechliye
São Paulo
2009
Monografia apresentada ao Centro de
Ciências Biológicas e da Saúde, da
Universidade Presbiteriana Mackenzie,
como parte dos requisitos exigidos para a
conclusão do Curso de Ciências Biológicas,
modalidade Licenciatura.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho, principalmente a meus pais, que batalharam a vida toda
para que eu chegasse até aqui, me mostrando sempre o valor dos estudos, ensinando que não
importa o que eu fizesse, desde que sempre fosse o melhor possível.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Universidade Presbiteriana Mackenzie, e ao Centro de Ciências
Biológicas e da Sáude.
Agradeço à Profª Ms. Magda Medhat Pechliye, que não me orientou apenas na
realização deste trabalho, mas que já vem me acompanhando a certo tempo, e com a qual tive
oportunidade de repensar sobre várias concepções que tinha sobre a educação, inclusive sobre
a profissão docente.
Agradeço também aos outros professores da licenciatura, que ao longo desses
cinco semestres passaram em minha vida, como o Profº Dr. Adriano Monteiro de Castro e a
Profª Drª. Rosana dos Campos Jordão, auxiliando na minha formação.
Agradeço aos convidadosa Profº Dr. Rinaldo Molina, e a Profª Mariana Peão
Lorenzin, que aceitaram gentilmente meu convite para participar da banca examinadora do
TCC. Muito obrigada por participarem dessa etapa importante da conclusão do curso.
Também agradeço aos meus pais, com um carinho especial, pois não só me
deram a vida, mas como tudo que tenho e boa parte do que sou hoje em dia. Muito obrigada
por tudo! Não sei o que seria sem vocês! Amo demais!
Agradeço aos meus amigos, todos aqueles que ao longo da minha caminhada
estiveram presente, e principalmente aqueles que participaram significativamente na minha
vida, rindo, chorando, dando broncas, elogiando, enfim, caminhando ao meu lado.
E, agradeço à Deus, por possibilitar tudo isso!
6
RESUMO
Após muitos anos de predominância da abordagem tradicional no ensino, a partir
principalmente da década de 80, um novo referencial começa a ganhar espaço no Brasil, o
construtivismo, cujo objetivo básico é a construção do conhecimento. Mas o que é
conhecimento? Muitas concepções existem acerca dessa questão, e as diferentes concepções
originam posturas diversas perante a educação e o processo de ensino aprendizado. A fim de
se compreender melhor as questões do conhecimento, Machado (2004) insere quatro
concepções de conhecimento em forma de metáforas, havendo portanto a imagem de balde,
rede, cadeia e iceberg. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar as
concepções de conhecimento, a partir de metáforas, de alguns alunos de ensino médio de uma
escola da cidade de São Paulo. Para se atingir esse objetivo, um questionário com questões
fechadas e aberta foi elaborado e aplicado para 137 alunos de uma escola particular na zona
central da cidade. Os resultados obtidos apontaram que os alunos acreditam que o
conhecimento não se dá apenas na escola, havendo predominância das concepções de balde e
rede, um misto entre o referencial tradicional e construtivista.
Palavras chave: concepção, construtivismo, conhecimento, metáforas, balde, rede, cadeia,
iceberg, saber
7
ABSTRACT
After many years of predominance of the traditional teaching approach, a new benchmark is
taking place in Brazil especially since the 1980, the construtivism, whose basic objective is
the construction of knowledge. But what is knowledge? There are many views about this
issue, and those different conceptions originate several positions related to education and
teaching-learning process. Having the purpose of better understanding knowledge questions,
Machado (2004) introduced four metaphors of knowledge: bucket, net, chain and iceberg.
Therefore, the objective of this paper is to analyze those metaphorical knowledge concepts of
some high school students at a school in São Paulo. To achieve this goal, a questionnaire with
closed and open questions was developed and applied to 137 students of a private school in
the center of of the city. The results show the believe of students that knowledge occurs not
only in school but also in their daily life. This demonstrates the predominance of bucket and
net concepts, a mix between the traditional and constructivist theories.
Keywords: conception, constructivism, knowledge, metaphors, bucket, net, chain, iceberg,
know
8
SUMÁRIO
Introdução ...................................................................................................................... 07
Capítulo 1 – Referencial Teórico ................................................................................... 09
1.1 – Conceito x Concepção .............................................................................. 10
1.2 – Breve Histórico do Construtivismo e suas Características ....................... 11
1.3 – Conhecimento: o Científico e o Cotidiano ............................................... 14
1.4 – Metáforas do Conhecimento .................................................................... 20
Capítulo 2 – Procedimentos Metodológicos ................................................................. 24
Capítulo 3 – Resultados ................................................................................................ 30
Capítulo 4 – Análise ..................................................................................................... 53
Capítulo 5 – Considerações Finais ............................................................................... 59
Capítulo 6 – Referências Bibliográficas ....................................................................... 60
APÊNDICES
APÊNDICE 1 – Piloto ..........................................................................65
APÊNDICE 2 – Questionário .............................................................. 66
7
INTRODUÇÃO
Antes de entrar na faculdade, para mim, falar sobre educação era apenas ir às
aulas, fazer provas e trabalhos, tirar nota e consequentemente aprender.
Ao entrar na faculdade tive a possibilidade de iniciar o curso de licenciatura,
onde a minha visão sobre educação começou a ser mudada, e onde comecei a ter maior
contato com diferentes abordagens de ensino, entre elas o construtivismo que cada vez mais
ganha espaço no cenário educacional.
Aprendi então que esse referencial era acerca da construção do conhecimento,
e que a partir disso o “verdadeiro” conhecimento poderia ser construído, através da interação
entre professor e aluno. Mas o que sempre me intrigou, era entender o que era o
conhecimento. E pensando sobre isso, pude perceber que havia diferentes posições quanto a
isso, e que essa posição levaria a uma determinada visão sobre o ensino e principalmente
sobre a aprendizagem.
E tendo isso como base, a idéia deste TCC surgiu, ao ver que muitos não
sabem explicar o que entendem por conhecimento, ou então confundem o que é conhecimento
científico e o que é o conhecimento de uma forma geral, enfim, diversas são as definições
dadas, e muitas vezes repete-se o que os outros falam, sem muitas vezes fazer sentido para
própria pessoa.
O primeiro capítulo deste trabalho compreende um referencial teórico que se
divide em quatro partes. A primeira delas, chamada “Conceito x Concepção” discorre
brevemente sobre a diferença entre esses dois termos.
“Breve Histórico do Construtivismo e suas características” é o título da
segunda parte que aborda brevemente o cenário da educação nacional, enfatizando o
construtivismo e suas principais características.
A terceira parte intitulada “Conhecimento: o Científico e o Cotidiano”, é acerca
das diferenças e conseqüências dessas duas visões sobre o conhecimento. A quarta e última
parte desse primeiro capítulo, chamada de “Metáforas do Conhecimento”, capítulo que
8
embasa boa parte da discussão, baseado nas quatro imagens de conhecimento dita por
Machado (2004).
Em seguida, adentramos o segundo capítulo, denominado “Procedimentos
Metodológicos”, onde será abordada a elaboração do questionário utilizado. Questionário esse
que deu origem ao capítulo 3 “Resultados”, em que aparecem gráficos e tabelas construídos a
partir das respostas do quesitonário.
Por fim, no capítulo 4 “Análise”, haverá uma discussão dos resultados com base no
referencial teórico. Indo então ao capítulo das Considerações Finais, que retoma a discussão,
concluindo o presente estudo.
Finalmente concluímos o trabalho cujo objetivo é o de analisar as concepções
de conhecimento, a partir de metáforas, de alguns alunos de ensino médio de uma escola em
São Paulo – SP.
9
CAPÍTULO 1 - REFERENCIAL TEÓRICO
Ao longo da história mundial, acompanhando-se o ritmo de aperfeiçoamento e
melhor aproveitamento do sistema educacional e do processo de aprendizagem dos alunos,
novas filosofias e teorias de ensino foram, são e serão desenvolvidas. Nota-se atualmente uma
forte tendência à filosofia de construção do conhecimento.
Dentro da nova tendência do cenário educacional brasileiro, no referencial
construtivista, que vem ganhando espaço desde a década de 80 (ROSA, 2007), é fundamental
que o professor (um importante participante do processo de ensino) saiba qual o seu estilo,
qual a sua concepção de educação, aprendizagem, conhecimento, quais são os seus objetivos
ao exercer a sua atividade. Se essa clareza não ocorrer pode acontecer de o resultado final
deste processo não ser o esperado pelo profissional ao longo da sua trajetória, pode não
acarretar em um aprendizado significativo por parte dos alunos, já que a interação eficaz entre
esses dois agentes do processo de ensino aprendizado exige clareza de objetivo
(SCHNETZLER, 1992). Sendo assim, sabendo-se dessa interação ente alunos e professores,
nota-se que não são importante apenas as concepções de professores acerca do assunto, mas
também dos alunos, que são agentes significativos nesse processo de ensino-aprendizado, e a
sua concepção acerca do conhecimento, também promoverá uma diferença de postura perante
a atividade escolar. Para tanto se faz necessário refletir mais sobre o próprio conhecimento,
para que então se trace o estilo de ensino a se seguir, o posicionamento perante a questão do
conhecimento, direcionando o tipo de reflexão de determinado ser, e consequentemente sua
perspectiva acerca das questões do mundo (PENIN, 1994).
Muitas instituições e educadores têm adotado esta nova tendência, o
construtivismo. Mas o que intriga é: realmente entendem o que é o conhecimento? O autor
Morin (1990) indaga sobre essa questão, sabemos o que é o conhecimento? Não se pode haver
10
construção de algo que não se entende, é preciso que se entendam quais são as concepções
daquilo que se pretende construir. Tem que estar claro quais são os objetivos de professores e
alunos ao participarem do processo de ensino aprendizado, e sabendo-se o que se pensa sobre
o conhecimento é um meio de se chegar a essa clareza de objetivos.
CAPÍTULO 1.1 - CONCEITO X CONCEPÇÃO
De uma forma geral, nota-se muito frequentemente a confusão entre esses dois
termos. Torna-se importante distingui-los, pois boa parte dos problemas educacionais
encontrados não é conceitual e sim de concepção. Afinal de contas, dependendo da concepção
adotada por determinado profissional, acerca do ensino, e/ou sobre o que é o ensino, acerca do
processo de aprendizagem, sua prática de ensino é modificada (COLL, 1994), modificando
também os resultados finais desse processo de ensino-aprendizado. Para Fouréz (1995)
quando elaboramos um conceito usamos alguma teoria elaborada anteriormente, com o
objetivo final de haver uma padronização universal do objeto em questão. Complementando
essa idéia Carrilho (1988) afirma que mesmo que determinados conceitos tenham a mesma
identidade e a mesma origem, estes podem derivar concepções diferentes que vão depender
das crenças e representações que cada ser carrega. Sendo assim nota-se que as concepções são
oriundas da visão que os indivíduos têm acerca dos conceitos, processos e elementos que nos
permeiam no dia-a-dia.
11
CAPÍTULO 1.2 – BREVE HISTÓRICO DO CONSTRUTIVISMO E SUAS
CARACTERÍSTICAS
Sabendo-se dessa diferença entre conceito e concepção comentado no tópico
anterior, é importante dizer que dentro da área da educação existem diversos referenciais, e
dentro de cada um deles, diferentes concepções.
Um desses é o referencial construtivista, que tem suas raízes no século XVIII,
oriunda das idéias do iluminismo em que se exaltava o poder da razão humana, e da
capacidade do homem em criar e recriar o mundo. Um importante marco para o
construtivismo aqui no Brasil foi a publicação na revista de educação, em 1936, do artigo “O
trabalho por equipe em escolas: bases psicológicas”. Outro marco importante foi a
conferência no Rio de Janeiro, em 1949, porém ainda assim a repercussão era pequena
(CARVALHO, 2001). Apenas na década de 80 que começa a tomar vulto, e com o passar dos
anos tem adquirido maiores espaços no cenário educacional (ROSA, 2007). Não há uma
noção única de construtivismo, há diferentes vertentes, diferentes concepções, porém todas
elas com o mesmo propósito de se preocupar com a construção do conhecimento (BASTOS,
1998).
É importante frisar que este referencial teórico não tem como objetivo
“ensinar” aos professores a darem aulas para que se chegue ao objetivo final de construção do
conhecimento, não funciona como um conjunto de regras a serem seguidas (SOLÉ & COLL,
1999; ROSA, 2007). Trata-se muito mais de um referencial teórico para que os profissionais
da área da educação recorram a fim de determinar quais são seus objetivos, e como
acompanhar o processo de aprendizagem de seus alunos (SOLÉ & COLL, 1999). Assim como
afirma Bastos (1998), é um referencial que se preocupa muito mais com o modelo de
aprendizagem, do que com o modelo de ensino.
12
Essa característica de se preocupar muito mais com a aprendizagem do que
com o método de ensino, é oriunda das teorias da psicologia em que se enfatizam o
desenvolvimento psicológico e cognitivo de cada indivíduo, respeitando e valorizando-se
essas características individuais (CARVALHO, 2001). Sendo assim, a aproximação entre o
conhecimento, como o científico, e o aluno, deve ser feito pela escola, levando-se em conta as
características do conhecimento, as características dos alunos, como a sua capacidade de
raciocínio, seu conhecimentos prévios, entre outros (BIZZO, 2007).
Portanto, pode-se dizer que o objetivo “final” do construtivismo é o de
desenvolver de forma eficaz a parte cognitiva dos alunos, a fim de formar pessoas críticas,
que reflitam sobre o mundo ao seu redor de forma autônoma, tendo, portanto, um caráter
social e socializador (COLL, 1994; SOLÉ & COLL, 1999; ROSA, 2007)
Dessa forma, a atividade mental dos alunos, o seu desenvolvimento cognitivo
se torna a base do construtivismo, que pressupõe que os alunos construam seus alicerces de
seu próprio conhecimento (COLL, 1994; CORTELLA, 1995; RONCA & TERZI, 1995;
SOLÉ & COLL, 1999; ROSA, 2007).
Dentro dessa perspectiva construtivista, o conhecimento é principalmente
interacionista, em que se preconiza as interações do sujeito com o meio em que vive, a
sociedade que os cerca (ROSA,2007). Para que se construam os alicerces para a construção
do conhecimento, gerando em cada um dos alunos uma rede de significação e representações,
se faz necessário que estes entrem em contato com problemas, conflitos que os desafiem,
mobilizando-os, promovendo questionamentos, desestabilização e críticas (COLL, 1994;
SOLÉ & COLL, 1999; ROSA, 2007). O surgimento dessas questões problemas durante as
aulas se torna importante, pois podem agir como um estímulo ao processo de produção do
conhecimento, incentivando o aluno à busca de soluções. Situação na qual, o individuo terá
que associar os seus conhecimentos já existentes, e os novos que estão sendo ensinados.
13
Sendo assim, neste processo notam-se etapas como a construção, em que o indivíduo irá
relacionar elementos novos e velhos a fim de tentar resolver o problema, a desconstrução à
medida que se nota que o que se imaginava antes não se enquadra na resolução, e por fim a
reconstrução que é quando novos elementos são interligados, e novos conhecimentos próprios
são reconstruídos (BASTOS, 1998).
A partir de todo esse processo pode se chegar ao aprendizado significativo, no
qual ocorre a modificação dos significados que o sujeito já possui a interpretação da novidade
que está sendo aprendida, deixando-se espaço para o aperfeiçoamento e mudanças (SOLÉ &
COLL, 1999).
Para que todo esse desenvolvimento ocorra é importante que haja, assim como
diz Piaget em sua teoria psicológica e cognitiva, uma pedagogia ativa por parte do professor
que assume um papel de colaborador perante a classe. A pedagogia ativa não é, como muitos
pensam, voltada para ações físicas dos alunos, mas também engloba as ações física, material e
mental. Os questionamentos que o aluno faz a si, as redescobertas que realiza também são
consideradas ações. Ao se pensar que a pedagogia ativa se restringe apenas às ações físicas e
materiais, e passa-se a delimitar o que seria uma aula construtivista, o que o professor deve
fazer para que os alunos reflitam. Esse tipo de visão acaba mudando o foco construtivista da
aprendizagem, e transformando-a em metodologia. Independente do modo adotado pelo
professor deve-se ter em mente que o objetivo é promover a reflexão dos alunos,
desenvolvendo assim a sua parte cognitiva (CARVALHO, 2001).
Sendo assim nota-se que, realmente, essa construção realizada pelos alunos
não pode acontecer de forma solitária, tem que ser construído coletivamente, e a partir disso
verifica-se a importância do professor como um mediador e facilitador do processo de
aprendizagem, sendo, portanto, estabelecido uma interação entre professor e aluno (COLL,
1994; SOLÈ & COLL, 1999; CORTELLA, 2006).
14
Para que essa interação se dê da melhor forma possível, o professor tem nas
mãos a responsabilidade de direcionar as suas aulas de acordo com seus alunos e seus
objetivos a serem atingidos. Tendo como objetivo a aprendizagem significativa através da
construção do conhecimento, é importante que as atividades em sala de aula estejam voltadas
para o desenvolvimento e transformação de ideias, para que ocorra a reformulação e a
substituição ao longo do processo de construção do conhecimento. Devido a esse processo, a
construção do conhecimento não se dá de forma linear (BASTOS, 1998).
Apesar de ter esse papel fundamental como facilitador da aprendizagem, e o
aluno terem importante papel de refletir sobre o que está sendo ensinado (e o mundo ao seu
redor), esse processo de ensino-aprendizagem não se encontra apenas sobre suas ações, sofre
influências diretas da política vigente, da organização, crenças e filosofias presente nas
escolas, entre outros fatores (SOLÉ & COLL, 1999). As próprias pré-concepções dos alunos
influenciam diretamente sobre o processo de ensino aprendizagem, podendo servir como
obstáculos ou como facilitadores. Porém, mesmo os tidos como obstáculos, se bem
trabalhados pelo professor, podem servir como algo positivo durante as aulas (BASTOS,
1998).
CAPITULO 1.3 – CONHECIMENTO: O CIENTÍFICO E O COTIDIANO
Sendo o construtivismo, como acima descrito, fundamentada na construção do
conhecimento, se faz importante saber o que é o conhecimento. No dicionário Michaelis,
encontra-se a seguinte definição:
Co.nhe.ci.men.to sm 1 Ideia, noção. 2 Informação, notícia; ciência. 3
Consciência da própria existência.
15
Mas a definição do conhecimento não é algo tão simples, além de que, apenas
definir o que é conhecimento não basta, já que está envolto por concepções, sendo assim, é
visto de diversas formas por muitos autores. Em Fígaro (2001), Machado diz que acredita no
conhecimento como uma teoria que leva à compreensão e a uma visão articulada. Para
Miranda (2005) o conhecimento é algo ocasionado e manifestado pela experiência.
Complementando esta idéia, o conhecer é visto como ação efetiva, que permite a existência de
alguém ao fazer surgir um mundo próprio (MATURANA & VARELA, 2001). Para Fromm
(1976), o conhecimento é se aproximar da verdade (apenas se aproximar, pois não existe
verdade absoluta) através de luta crítica, profunda e ativa. Para Carvalho e Kaniski (2000) o
conhecimento é algo muito subjetivo. Ainda dentro dessa subjetividade do conhecimento,
para Popper (1975), existe uma parte de conhecimento inato, e para que esta cresça é
necessário que se transite de velhos para novos problemas. E essa transição se dá ao longo da
vida, período em que podemos desenvolver nossos atos de inteligência, construindo nosso
conhecimento (CORTELLA, 1995). O caminho para o desenvolvimento da inteligência se dá
através de contestações, suposições e reformulações (POPPER, 1975). Segundo este autor,
realizamos uma “seleção natural” das hipóteses.
Algo importante a ser esclarecido é que ao longo deste período de
desenvolvimento os indivíduos sofrem influências de diversas origens, e apesar disso, tem que
construir um alicerce onde o conhecimento próprio será erguido, e posteriormente
compartilhado com outros indivíduos (CORTELLA, 1995). Usando a classificação usada por
Penin (1994), existem dois tipos de conhecimentos válidos o primeiro é aquele baseado em
um método científico, que acaba por organizar conceitos, preposições e teorias. O segundo
tipo de conhecimento válido é aquele que não está preso a esse rigor científico, mas que ainda
assim contém “figuras da epistemologia”, com normas de coerência, em seus enunciados,
tornando-se, portanto, válidas, envolve normalmente disciplinas das áreas humanas e artes por
16
exemplo. Nota-se, portanto, a diferença entre conhecimento denominado como uma forma
geral (como o conhecimento cotidiano), e conhecimento científico que será abordado mais
adiante.
Vivemos atualmente em uma sociedade comandada pela economia e pelo
mercado, inclusive o conhecimento, principalmente o científico, possui certo valor comercial.
O trabalho e o conhecimento estão intimamente ligados, possuem valor de troca. Muitas vezes
as escolas voltam o seu ensino para um conhecimento que será útil no desenvolvimento de
algum trabalho em específico no futuro, ensina-se visando à economia. Atualmente o
conhecimento é o fator de produção mais importante (FÍGARO, 2001; MACHADO, 2004).
Sendo assim conhecimento é mais do que simplesmente dados ou informações,
pressupõe atualização do nosso próprio ponto de vista. Isso é garantido pela vivência, pelos
diversos conhecimentos elaborados e reelaborados ao longo da vida. O conhecimento é mais
do que uma mera mercadoria (MACHADO, 2004).
O conhecimento não está em nossa vida apenas pelo seu suposto valor
comercial. É também fundamental na realização de projetos, necessita-se da mobilização do
conhecimento para que as metas estabelecidas sejam realmente atingidas. Não existe projeto
sem conhecimento, e o contrário também é verdadeiro já que ninguém realmente consegue
conhecer algo sem objetivo, apenas por conhecer. Esses projetos são determinados a partir de
valores existentes na sociedade, mostrando a estreita relação e influência dos valores da
sociedade sobre o conhecimento. Se o conhecimento for visto como balde, o estabelecimento
de projeto não acontece, já que não há como mobilizar conhecimento de forma eficaz para a
realização deste (MACHADO, 2004). Realizar projetos, é antecipar uma ação futura, é algo
inédito na vida do indivíduo, e possui um caráter indelegável, os projetos devem ser
elaborados e realizados pela mesma pessoa. Não se pode viver o projeto alheio, já que isso
pode ocasionar infelicidade, frustrações, etc. (MACHADO, 2000).
17
Sabendo-se dessa importância do conhecimento na vida de todos, a escola tem
que desenvolver o aluno, melhorar sua capacidade de realizar conexões entre diferentes
assuntos, de explicitar o que conhece (MACHADO, 2004). Para tanto é importante que o
processo de ensino não seja apenas com o intuito de acumular informações, é interessante que
ao longo do processo haja orientação, reestruturação, aplicação e revisão (auto-reflexão, em
que os alunos são levados a pensar sobre as mudanças conceituais que ocorreram ao longo
desse período). Dessa forma o aluno pode desenvolver melhor seus conhecimentos
(SCHNETZLER, 1992).
Sendo assim, não é muito adequado aquele ensino, em que o professor passa os
conteúdos que virão a ser apenas útil futuramente no campo do trabalho, ou então apenas um
sinal de ascensão ou prestígio social (FROMM, 1976). Esse não é o real objetivo do
conhecimento, já que quando o indivíduo não questiona as próprias representações, não
havendo, portanto, pensamento crítico e nem reflexão, não gerando o verdadeiro
conhecimento (PENIN, 1994).
As definições de saber e o conhecer, não são triviais. A autora Pimenta (1999)
faz essa distinção. Segundo essa autora, durante o processo de construção de conhecimento,
existem etapas. Sendo a primeira etapa a aquisição de informações; a segunda trabalhar essas
informações, fazendo com que essas fiquem contextualizadas, havendo assim, classificações,
análises e críticas sobre as mesmas. Já o terceiro estágio, seria o tal saber, em que o
conhecimento é então, articulado de forma a gerar progresso e desenvolvimento, dessa forma
há uma reflexão maior envolvida. O conhecer seria nesse cenário, estar consciente que o
conhecimento tem poder para diferentes tipos de produção da vida material, existencial,
social, etc. Diante desse panorama vemos que a educação tem papel fundamental na vida do
aluno, já que a esta é um processo de humanização (PIMENTA, 1999).
18
Encarar o conhecimento com o intuito de encontrar a verdade absoluta é uma
ilusão. Segundo Popper (1975), o conhecimento não vai ao encontro da verdade, e o indivíduo
que conhece não está de posse da verdade absoluta, este não é o objetivo do conhecimento. O
verdadeiro objetivo é o processo de auto-afirmação da razão humana.
É importante frisar que há diferenças entre conhecimento científico e o
cotidiano. Por vezes prefere-se acreditar que o primeiro é o detentor da verdade, enquanto que
o segundo é composto apenas por histórias, lendas criadas pela sociedade (BIZZO, 2007). E
dentro desse cenário, se faz importante ressaltar que a ciência não é neutra (FOUREZ, 1995;
CORTELLA 1994).
Produzir ciência exige observação, e esta a princípio, nos passa uma idéia de
que o observador é passivo sobre o objeto que está sendo observado, havendo uma suposta
descrição fiel, existindo uma falsa neutralidade. Mesmo que inconscientemente o observador
coloca suas impressões em suas observações. Isso advém do fato de sempre acreditarmos que
aquilo que nós mesmos observamos é a realidade (FOUREZ, 1995), e raramente se questiona
a realidade em um pensamento tradicional. Além disso, como a ciência, se baseia em
experimentação e em uma base lógica, passa a falsa impressão de que mostra a verdade.
Porém isso não garante a produção de conhecimentos inquestionáveis e válidos para todo o
sempre (BIZZO, 2007).
E assim, poucas vezes a sociedade dá conta de que a verdade é relativa,
dependendo do momento político e sócio-economico em que a sociedade se encontra,
depende das crenças de cada um, e das concepções do grupo detentor de poder. E essa
concepção de verdade única e absoluta, faz com que muitos encarem o conhecimento
científico, e a produção da ciência como uma religião, em que não se pode haver
questionamentos (FOUREZ, 1995). Porém como já abordado mais acima, os questionamentos
19
são elementos fundamentais para toda e qualquer construção de conhecimento, inclusive o
conhecimento científico.
A sociedade de uma forma geral possui uma imagem errônea sobre a ciência e
o cientista, criando um mito, o qual acaba por afastar a própria população do processo de
produção, passando a falsa impressão de que os detentores do conhecimento são os cientistas.
A comunidade científica é altamente reconhecida e prestigiada, internamente e extremamente,
tida como detentora de poder, porém este grupo não é neutro e desinteressado, sofre total
influencia do local social em que se estabelecem. E esse tipo de pensamento, hipervalorizando
a comunidade científica, colocando os cientistas como gurus e experts incontestáveis, coloca
nas mãos destes personagens o destino da sociedade (CORTELLA, 2006). Além desse tipo de
prestígio, e falsa impressão de que são os detentores da verdade, o que diferencia os cientistas
do resto da população e que também contribui para afastar esse último do processo de
conhecimento científico é a linguagem específica utilizada para se discutir ciência. Criada a
fim de diminuir distâncias e padronizar para que todos no mundo pudessem entender o que se
é dito, acaba também por afastar a grande massa da população que não entende o termo
técnico empregado, aumentando consequentemente, o prestígio e o caráter elitizador do
conhecimento científico (BIZZO, 2007).
Além do conhecimento científico, há também o cotidiano, o qual está presente
na vida do indivíduo desde que este nasce, é uma característica muito importante de
determinada sociedade, intimamente relacionada com a cultura desse povo. Há diferentes
características entre esses dois tipos de conhecimento (BIZZO, 2007).
Primeiramente podemos citar que o conhecimento científico possui um caráter
muito mais generalizador do que o cotidiano. O que é elaborado nesse tipo de conhecimento
pode ser utilizado para diversas situações e condições, enquanto que o cotidiano possui uma
especificidade maior. O científico preconiza o abstrato e o simbólico, possui uma
20
interdependência entre suas diversas partes, passa a pertencer à vida dos alunos durante a vida
escolar. Diferentemente o cotidiano, preconiza o concreto e o real, a vida prática, é muito
dependente do contexto em que se encontra, e faz parte da vida dos alunos desde muito cedo
(BIZZO, 2007).
Portanto nota-se através de tudo o que foi exposto, que as concepções sobre o
conhecimento vão influenciar diretamente nas concepções que professores e alunos tem sobre
o ensino, como que vão agir perante a isso, e como encaram o mundo em que vivem.
CAPÍTULO 1.4 – METÁFORAS DO CONHECIMENTO
Segundo Ferraz e Terrazan (2001), o uso de linguagem metafórica (analogias e
metáforas), se faz muito importante, quando se trata de construção de noções e concepções,
isso porque é própria e central ao conhecimento humano. E em boa parte das vezes, esses dois
termos (analogia e metáfora) são empregados como sinônimos, porém há diferenças entre
eles. A analogia é algo mais estruturante para o conhecimento, sendo esta a respeito de
relações enquanto que a metáfora faz a transferência de significados de um domínio para outro,
acerca do que é próprio de cada um dos domínios, suas propriedades (FERRAZ & TERRAZAN,
2001).
Muitos estudos já foram feitos acerca da questão das diferentes concepções do
conhecimento, como já foi abordado anteriormente. E em uma abordagem mais profunda,
segundo Machado (2004) vêem-se quatro imagens tácitas, tidas como metáforas, do
conhecimento: balde, cadeia, iceberg e rede.
A imagem de balde é aquela em que o aluno é visto como um recipiente que
deve ser preenchido de informações, a mente do indivíduo sofre um acúmulo de informações
através de nossos sentidos. Muito comum a expressão “nível do aluno” remetendo à idéia de
21
graduação comum em baldes, e o método para se verificar este nível é a nota (MACHADO,
2004; POPPER, 1975). Segundo Machado, essa nota é mensurada normalmente quando se
trata desta visão de conhecimento, através de um processo de avaliação que tem como medida
apenas o conhecimento disciplinar (FÍGARO, 2001).
Essa imagem não é algo novo, Popper (1975) já havia comentado sobre essa
teoria, e se colocava contra a ela. Segundo ele, essa visão não é válida, pois o conhecimento
não é feito de coisas, as informações não devem ser simplesmente absorvidas, já que isso não
respeita a necessidade do homem, que precisa muito mais do que a simples absorção de
idéias. Não concorda também, pois há a afirmação de que há conhecimentos certos e errados,
os primeiros seriam aquele em que a informação apenas penetra no ser, enquanto a segunda é
quando esse articula o dado com outros conhecimentos e outros dados, sendo considerado
então passível de erro. Popper também não acredita no fortalecimento do conhecimento
através da simples repetição (essencial para que o balde se encha).
Seguindo a idéia de Popper, Schnetzler (1992) também não é a favor da idéia
de balde para a educação. Para ela a idéia de informação depositada na cabeça do aluno não é
boa já que este não aprende quando apenas internaliza o que ouve o professor diz, é
necessário que o docente atribua significado ao o que traz do ambiente externo, a partir de
interações entre esses novos dados e suas idéias preexistentes.
As idéias descritas acima podem ser relacionadas à Mizukami (1986), e dentro
do exposto, a idéia do conhecimento como balde é algo predominantemente presente na
abordagem tradicional de ensino. Nessa abordagem, o conhecimento é algo cumulativo, é o
armazenamento de informações do mundo em que vivemos, e o sujeito que está aprendendo
não é capaz de construir conhecimento, os resultados que estão sendo mostrados devem ser
armazenados, sem haver necessariamente o entendimento do processo que originou tal
resultado. Este tipo de concepção de conhecimento, leva às práticas em que se hipervaloriza a
22
escola como uma Instituição, acredita-se no professor como um ser detentor de todo o
conhecimento e no aluno como um ser que deve memorizar os resultados de outros, e copiar
os modelos de forma impecável. Há apenas um pólo no relacionamento entre o professor e
aluno, o próprio professor. É muito intensa a presença da idéia de transmissão do
conhecimento. É uma abordagem que está preocupada em quantidade – reduzindo a
importância da reflexão.
Devido a todas essas idéias que são contra a metáfora de balde, este não é
comumente encontrado nos discursos pedagógicos das pessoas participantes da comunidade
escolar, porém é claramente evidenciada nas ações e, por vezes, aparecem camufladas nas
falas desses agentes do processo de ensino-aprendizagem (MACHADO, 2004).
Já a imagem de cadeia é aquela associada ao encadeamento de idéias, em que o
conhecimento se dá de forma linear, a partir de idéias claras e distintas, pressupõe certa ordem
entre matérias que são menos fáceis até os mais difíceis, há a fragmentação daquilo a ser
aprendido para facilitar o processo. Para que essa ordem seja possível, exige dos alunos pré-
requisitos, e é fortemente marcado pela seriação (MACHADO, 2004). E essa imagem
isoladamente, o ensino em forma linear também é uma característica do ensino tradicional
(MIZUKAMI, 1986).
A metáfora de iceberg remete àquela em que o conhecimento que é explicitado
não é aquele que realmente existe no ser. Há uma parte aparente, e outra mais interna que
sustenta aquilo que se explicita, sendo que a parte escondida compõe a maior parte do
conhecimento do indivíduo. Importante frisar que sempre haverá uma parte do conhecimento
que é submerso, e que cabe à escola desenvolver a capacidade dos alunos de explicitar essa
parte tácita do conhecimento, articulando sempre essas duas partes do conhecimento
(MACHADO, 2004).
23
A última imagem tácita e à de rede, em que o conhecimento é uma teia de
significações com nós (remetendo às nossas idéias, conceitos e concepções) e linhas
(remetendo as ligações que fazemos entre as nossas idéias, e entre os nós e o resto do mundo)
(MACHADO, 2004). Essa ligação existente entre os nós de cada um e o resto do mundo
demonstra um forte apelo ao cotidiano, presente nesta metáfora. Não há um centro demarcado
neste tipo de conhecimento. Ao ir para a escola o aluno já carregaria consigo uma prototeia,
que é um tipo de conhecimento em que determinado assunto pode ter diversos tipo de
abordagem devido à sua flexibilidade (MACHADO, 2004). Dessa forma nota-se que este tipo
de metáfora segue a não linearidade do ensino, em que há reformulações da prototeia que o
aluno carrega consigo.
Essa imagem tácita proposta por Machado (2004), pode ser relacionada com a
abordagem humanista do ensino proposta por Mizukami (1986). De acordo com essa
abordagem a experiência pessoal e subjetiva de cada indivíduo, que formaria a prototeia dita
por Machado, é o que fundamenta a construção do conhecimento.
Ainda segundo Machado (2004), o conhecimento não deve ser analisado por
apenas uma dessas imagens. Para se compor todo o quadro deve-se utilizar elementos de cada
uma das imagens tácitas, e assim dessa forma promover a aprendizagem significativa por
parte dos alunos.
Diante do exposto, o presente trabalho irá analisar as concepções de
conhecimento de alguns alunos de ensino médio de uma escola em São Paulo – SP.
24
CAPÍTULO 2 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a realização da coleta de dados foi aplicado um questionário para alunos
do Ensino Médio de uma escola da cidade de São Paulo.
Para se chegar ao questionário utilizado (ANEXO 1), foi realizado um
questionário piloto aplicado em alunos do Ensino Fundamental (ANEXO 2). Após essa
primeira aplicação notou-se a necessidade de utilizar mais de uma afirmativa sobre cada
metáfora, não expondo tão claramente cada uma das metáforas, na tentativa de minimizar a
influência provocada. Esse pré-teste foi importante para que se descobrissem as dificuldades
existentes e as melhorias que pudessem ser feitas (PÁDUA, 2000; GIL, 2006).
A mudança da aplicação do questionário de alunos de Ensino Fundamental
para alunos de Ensino Médio foi devido ao fato de que esses se encontram no período final da
formação escolar, demonstrando melhor com qual concepção de conhecimento esses alunos
estão se formando, e provavelmente iniciando usa vida acadêmica e profissional. Outro
motivo que levou à mudança é que os alunos do Ensino Fundamental não estavam
conseguindo entender com clareza a proposta de cada afirmativa, achando difícil interpretar e
concordar ou discordar de cada uma das afirmativas.
O questionário foi aplicado para 137 alunos, distribuídos nas três séries do
Ensino Médio, sendo, portanto a faixa etária de 15 a 18 anos em média. Alunos de uma escola
particular situada na capital paulista, região central.
Nessa escola há duas turmas de 1º e 2º ano e uma turma de 3ºano, de modo que
o questionário foi respondido por 48 alunos do 1º ano, 51 do 2º ano e 38 do 3ºano.
A modalidade questionário foi escolhida, pois permite um número maior de
questões (devido às fechadas) e tem por objetivo o conhecimento de opiniões, concepções,
etc.
25
A vantagem do método escolhido é que atinge um grande número de pessoas,
promovendo um grande número amostral, garante o anonimato (diferentemente de
entrevistas), e com relação às perguntas fechadas diminui a influência do pesquisador, se
tornando um pouco mais objetiva do que uma entrevista por exemplo. Porém, as desvantagens
desse método, e que serão consideradas durante a análise, é que não garante que os sujeitos de
pesquisa realmente respondam de maneira adequada, e sincera. Além de restringir o tipo de
resposta fornecida, reduzindo o pool de variedade de respostas. Devido a essa restrição, foi
também elaborada uma questão aberta, que acaba abrangendo, ou se contrapondo às questões
fechadas, possibilitando um maior número de ferramentas para a análise. A questão aberta
permite que o sujeito de pesquisa mostre melhor suas concepções, porém como é uma questão
que envolve um pouco mais de trabalho, alguns indivíduos acabam por não respondê-la ou
respondê-la de qualquer jeito (GIL, 2006).
Para a estruturação do questionário utilizou-se como base as metáforas de
conhecimento utilizadas por Machado (2004), sendo elas: balde, cadeira, rede e iceberg.
No piloto realizado (ANEXO 1) foi montada uma frase para cada tipo de
metáfora, após a aplicação, viu-se a necessidade de serem elaboradas mais de uma frase para
que relacionar melhor as metáforas, já que cada uma destas não são compostas por apenas
uma característica.
Foram elaboradas perguntas fechadas e padronizadas sobre as metáforas,
havendo ao final uma quantificação que demonstrassem quais das metáforas do conhecimento
era a mais freqüente. Outro motivo que levou à elaboração de perguntas fechadas é a questão
tempo, já que o recomendado é a não aplicação de questionários longos, pois pode se tornar
cansativo (PÁDUA, 2000).
Além das perguntas fechadas foi elaborada uma questão aberta, havendo
portanto, além de uma análise quantitativa, uma com análise qualitativa, afim de dar liberdade
26
aos objetos de pesquisa para que escrevam o que realmente acham sobre o conhecimento
(PÁDUA, 2000).
Sendo assim, com relação às questões fechadas, foram elaboradas 9
afirmativas, com as seguintes opções CONCORDO e DISCORDO.
A metáfora do balde é aquela em que o aluno deve ser preenchido de
informações, ou seja, visa o acúmulo de informações. Devido a essa concepção é muito
utilizado a expressão “nível do aluno”, e a medição é feita através da nota (MACHADO,
2004). Portanto, partindo-se dessas características foram realizadas as seguintes afirmações:
- Quanto mais informação acumulamos ao longo do tempo, mais conhecimento
temos.
- Os alunos em determinada sala de aula se encontram em diferentes níveis de
conhecimento.
- A nota que lhe é atribuída numa avaliação reflete o quanto você conhece
sobre o assunto.
Essas afirmações refletem diferentes aspectos da metáfora do balde, que se
acha presente no dia-a-dia dos alunos.
A metáfora da cadeia é a que reflete o encadeamento das idéias, em que o
conhecimento se dá de forma linear, em que há ordem fixa entre as matérias (menos
complexo para o mais complexo) a fim de facilitar o processo (MACHADO, 2004). Portanto,
as seguintes afirmações foram elaboradas:
- Para conhecer temos que partir de conhecimentos mais simples em direção
aos mais complexos.
- O professor não deve mudar a ordem dos capítulos do livro didático já que
isso dificultaria a aprendizagem do aluno.
27
A metáfora da rede é aquela em que o conhecimento é uma teia de
significações com nós e linhas, onde há reelaboração e interligação dos conhecimentos
(MACHADO, 2004). Portanto, foram elaboradas as seguintes afirmativas:
- Quando interligamos conceitos já elaborados por nós, desenvolvemos o
conhecimento.
- Conhecer é reelaborar as informações que você já tem e aplicá-las em seu
cotidiano.
Finalmente, a metáfora do iceberg é aquela em que o conhecimento explicitado
não é aquele que realmente existe no indivíduo, há uma parte aparente e outra parte interna
que sustenta a parte que se explicita (MACHADO, 2004). Portanto, foram elaboradas as
seguintes afirmativas:
- O conhecimento que mostramos ter é apenas parte do que realmente sabemos.
- A nota que lhe é atribuída numa avaliação reflete o quanto você conhece
sobre o assunto.
Essa última afirmação possui uma interseção com a metáfora do balde.
A última das afirmativas, foi elaborada a partir da concepção do Machado
(2004) em que o conhecimento não pode ser analisado por apenas uma das imagens tácitas do
conhecimento, e que esse é a composição de características de todas as metáforas. Dessa
forma foi elaborada a seguinte afirmativa, na tentativa de se unir todas as metáforas em
apenas uma frase:
- Quando se interliga o que se aprendeu ao longo do tempo, se constrói o
conhecimento, que pode ser modificado ao adicionar novas reflexões, aumentando o próprio
nível de complexidade, que pode ou não ser externalizado.
28
Após esse panorama geral, e o início de reflexão acerca do conhecimento
promovido pelas questões fechadas, a questão aberta é colocada como a última questão do
questionário:
- Depois de ter concordado e/ou discordado das frases acima, elabora um
parágrafo que defina o que é conhecimento para você.
Antes das questões em si, foi inserido um pequeno cabeçalho em que se
explanava o porquê da aplicação desse questionário, as recomendações para o mesmo, e
garantindo o anonimato (GIL, 2006). Após esse cabeçalho opções para os alunos definirem
em que ano estão (1º, 2º ou 3º).
O questionário foi aplicado em uma escola da cidade de São Paulo, e sua
escolha foi por haver nessa escola apenas o ensino médio e além também ministrar o ensino
técnico, o que poderia ou não ter uma influência nas respostas do questionário.
Para que se houvesse um bom número amostral, o questionário foi aplicado
para 137 alunos, distribuídos em 1º, 2º e 3º ano do ensino médio.
Ao chegar à sala de aula foi pedido ao professor responsável para que o
questionário fosse aplicado, esse então anunciava para a sala o que seria feito, e então, pôde
ser explicado aos alunos com detalhes o porquê e como deveria ser feito. Explicitado a não
obrigatoriedade, e o anonimato garantido. Foi também avisado aos alunos que qualquer
dúvida poderia ser sanada.
Após a aplicação, os dados das perguntas fechadas foram organizados em
tabelas, para a montagem de gráficos.
Com relação à questão aberta, as respostas foram separadas primeiramente em
dois grandes grupos: metáforas e não classificado. Sendo o primeiro grupo aquele em que as
características das metáforas de Machado (2004) estivessem presentes, e sendo o segundo
grupo aquele em que essas propriedades não aparecessem.
29
Esses dois grandes grupos foram subdivididos. O grupo metáforas, foi
subdividido em: Balde, Cadeia, Iceberg, Rede e alguma possível combinação entre essas
metáforas que estivesse fortemente marcada.
O grupo não classificado foi subdividido em: em branco (questões não
respondidas pelos alunos), não enquadrou (respostas que não se adequaram a nenhuma das
metáforas de forma marcante) e brincadeiras (respostas que nitidamente não foram levadas a
sério pelos alunos).
Para que as respostas fosses distribuídas dentro dessas categorias foi através do
método de palavras/frases chave, de forma que seria considerada de acordo com a tabela 1:
Tabela 1 – Critérios para a categorização das respostas à questão aberta.
METÁFORA PALAVRAS/FRASES CHAVE
Balde acúmulo, nível, nota, prova, armazenamento;
Cadeia ao longo do ano (por lembrar seriação),
ordem, pré-resquisitos, do mais fácil para o
mais difícil, do mais simples para o mais
complexo;
Rede ligação, interação, cotidiano, aprende em toda
a vida, aprender na escola ou fora, desde que
nasce, desde muito cedo, construção do
conhecimento ao longo da vida e/ou tempo;
utilização do acadêmico e não acadêmico.
Iceberg Demonstrar o que se sabe, comentar (expor o
que se sabe ponta do iceberg), expôr, tudo
o que se sabe (incluindo assim o tácito e o
explícito)
Dessa forma, a partir dessas palavras/frases ou outras que tenham o mesmo
sentido que essas, a categorização das respostas foi realizada. A escolha dessas palavras se fez
através do que Machado (2004) afirma ser cada uma dessas metáforas.
Além dessas categorizações algumas outras respostas que chamaram atenção
também puderam ser analisadas.
30
CAPÍTULO 3 - RESULTADOS
Após a aplicação do questionário, os dados colhidos foram separados e
computados.
Ao se comparar os três anos do Ensino Médio, notou-se que possuem a mesma
tendência de resposta. Sendo assim, os dados das três séries do Ensino Médio, foram unidos e
plotados em apenas um gráfico (Figura 1):
TOTAL
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Afirmativa
%
Concordo
Discordo
A partir da Figura 1, podemos notar que 80,88% dos alunos concordam que
quanto mais informação acumulamos ao longo do tempo, mais conhecimento temos
(correspondente à afirmativa 1); 83,09% também concorda com a afirmativa 2, em que
interligar conceitos já elaborados por nós, promove o desenvolvimento do conhecimento.
Quanto à afirmativa 3, 80,88% apóiam que o conhecimento que mostramos ter é apenas parte
do que realmente sabemos. Em ralação à 4ª alternativa, 89,70% concordam que para conhecer
temos que partir de conhecimentos mais simples em direção aos mais complexos. Na 5ª
Figura 1 – Gráfico elaborado através dos dados obtidos após questionário aplicado para os 3 anos do Ensino Médio.
Em preto a porcentagem que concorda em cada afirmativa, e em cinza os que discordam. Aplicado em um total de
136 alunos.
31
alternativa, 91,18% dos alunos concordam que os alunos em determinada sala de aula se
encontram em diferentes níveis de conhecimento. Contrariamente, na 6ª questão 73,53%
discordam que a nota que é atribuída em uma avaliação reflete o quanto se conhece sobre o
assunto. Na 7ª afirmativa, 81,62% do total pesquisado discorda que o professor não deve
mudar a ordem do livro didático, já que isso dificultaria a aprendizagem do aluno. Na 8ª
afirmativa, em que conhecer é reelaborar as informações que você já tem e aplicá-las em seu
cotidiano, 69,12% concordaram. E na última afirmativa, 83,09% dos alunos concordam que
quando se interliga o que se aprendeu ao longo do tempo, se constrói o conhecimento, que
pode ser modificado ao adicionar novas reflexões, aumentando o próprio nível de
complexidade, que pode ou não ser externalizado.
Levando-se em consideração as afirmativas que caracterizam a metáfora do
balde, o seguinte gráfico foi elaborado:
METÁFORA DO BALDE
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Mais informação,
mais
conhecimento
Alunos com
diferentes níveis
em uma sala
A nota da prova
reflete
conhecimento
%
Concordo
Discordo
Figura 2 – Gráfico elaborado a partir dos dados obtidos em relação às afirmativas características da metáfora do
balde. Em preto os que concordam com as afirmativas, e em cinza os que discordam. Aplicado para 136 alunos.
32
Na Figura 2, as afirmativas que estão relacionadas com a metáfora do balde
foram contabilizadas, de forma que 80,88% dos alunos concordam que quanto mais
informações acumulamos ao longo do tempo, mais conhecimento temos, e 91,18%
concordam que em uma sala de aula os alunos se encontram em diferentes níveis de
conhecimento. Em contraponto, 73,53% discordam com outra característica da metáfora do
balde, a qual infere que a nota que é atribuída em uma avaliação reflete o quanto se sabe sobre
o assunto.
Levando-se em consideração as afirmativas que caracterizam a metáfora da
rede, o seguinte gráfico (Figura 3) foi elaborado:
METÁFORA DA REDE
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Ao interligar conceitos,
desenvolvemos
conhecimento
Conhecer é reelaborar
informações e aplicar no
cotidiano
%
Concordo
Discordo
Na figura 3, as afirmativas que estão relacionadas com a metáfora da rede
foram contabilizadas, de forma que 83,09% concordam que ao interligar conceitos já
elaborados por nós, desenvolvemos o conhecimento. E que 69,12% concordam que conhecer
Figura 3 - Gráfico elaborado a partir dos dados obtidos em relação às afirmativas características da
metáfora da rede. Em preto os que concordam com as afirmativas, e em cinza os que discordam. Aplicado
para 136 alunos.
33
é reelaborar as informações que já se tem, e aplicá-las ao cotidiano. Concordam com as duas
informações acerca da metáfora da rede.
Levando-se em consideração as afirmativas que caracterizam a metáfora do
iceberg, o seguinte gráfico (Figura 4) foi elaborado:
METÁFORA DO ICEBERG
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
O conhecimento que
mostramos ter é parte
do que realmente
sabemos
A nota da prova reflete o
que você sabe sobre o
assunto
%
Concordo
Discordo
Na figura 4, as afirmativas que estão relacionadas com a metáfora do iceberg
foram contabilizadas, de forma que 80,88% concordam que o conhecimento que mostramos
ter é apenas parte do que sabemos, e em contrapartida, 26,47% concordam que a nota que é
atribuída em uma avaliação reflete o que se conhece sobre o assunto.
Levando-se em consideração as afirmativas que caracterizam a metáfora da
cadeia, o seguinte gráfico foi elaborado:
Figura 4 - Gráfico elaborado a partir dos dados obtidos em relação às afirmativas características da
metáfora da iceberg. Em preto os que concordam com as afirmativas, e em cinza os que discordam.
Aplicado para 136 alunos.
34
METÁFORA DA CADEIA
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Para conhecer partimos de
conhecimentos simples
para os mais complexos
O professor não deve
mudar a ordem do livro, já
que isso dificultaria a
aprendizagem
%
Concordo
Discordo
Na figura 5, as afirmativas que estão relacionadas com a metáfora da cadeia
foram contabilizadas, de forma que 89,70% concordam que para conhecer partimos de
conhecimentos simples para os mais complexos, por outro lado, 18,38% concordam que a
ordem do livro didático não deve ser alterada, já que isso aumentaria a dificuldade do
processo de ensino aprendizagem.
Como já mencionado tanto no referencial teórico, quanto em procedimentos, a
afirmativa 9 representou a união de todas as metáforas. A Figura 6, nos demonstra qual foi o
resultado obtido:
Figura 5 - Gráfico elaborado a partir dos dados obtidos em relação às afirmativas características da
metáfora da cadeia. Em preto os que concordam com as afirmativas, e em cinza os que discordam.
Aplicado para 136 alunos.
35
UNIÃO DAS METÁFORAS
Concordo;
83,09%
Discordo;
16,91%
Concordo
Discordo
Nesta figura, vemos que 16,9% dos alunos discordam da idéia de que o
conhecimentos se constrói ao interligar o que se aprendeu ao longo do tempo, e que pode ser
modificado ao se adicionar novas reflexões, aumentando o próprio nível de complexidade,
podendo ser ou não externalizado.
Com relação às questões abertas, as seguintes respostas foram encontradas (em
cada uma delas, destaca-se as palavras chave pertencentes a cada uma das metáforas):
1º ANO
1 - “Informações que conseguimos aprender.”
Metáfora: não classificado
Palavras/Frases chave:
2 - “É tudo que aprendemos na vida, na escola.”
Metáfora: rede
Figura 6 – Gráfico elaborado a partir dos dados obtidos em relação à afirmativa que representava a união das 4
metáforas utilizadas por Machado (2004). Em preto os que concordam com a afirmativa e em cinza os que
discordam. Questionário aplicado para 136 alunos.
36
Palavras/Frases chave: conhecimento em tudo, não só na escola.
3 - “Conhecimento é tudo que você sabe.”
Metáfora: iceberg
Palavras/Frases chave: tudo o que se conhece (inclui escondido ou não).
4 - “Conhecimento é a aplicação das informações que você possui e, diferente das outras
coisas, conhecimento é a única coisa que o homem não pode retirar de seus semelhantes.”
Metáfora: rede
Palavras/Frases chave: interligação entre as informações e o dia-a-dia.
5 - “É uma coisa complementar que ajuda o ser humano.”
Metáfora: não classificado
Palavras/Frases chave:
6 - “É tudo que aprendemos com tudo, a vida, escola e etc.”
Metáfora: rede
Palavras/Frases chave: conhecimento em tudo, não só na escola.
7 - “Conhecimento é ter cultura, é saber as coisas não importando se são novas ou antigas.”
Metáfora: não classificado.
Palavras/Frases chave:
8 – “Quanto mais você acumula informação, mais conhecimento você terá, sem decisões e
opiniões antecipadas.”
Metáfora: balde
Palavras/Frases chave: acúmulo de informações.
9 – EM BRANCO
10 – EM BRANCO
11 – EM BRANCO
12 – “Eu sou, mas que posso ser se me dedicar para todos os estudos.”
Metáfora: não classificado.
Palavras/Frases chave:
37
13 – “Conhecimento para mim é algo que levaremos e vamos passar para os nossos
descendentes.”
Metáfora: não classificado.
Palavras/Frases chave:
14 – “Conhecimento para mim é quando estudamos um assunto e criamos experiência sobre
ele.”
Metáfora: rede
Palavras/Frases chave: para se criar experiência sobre o conhecimento é preciso repensar,
reelaborar.
15 – “É tudo que nós vamos aprendendo no dia-a-dia com novas informações, etc.”
Metáfora: rede
Palavras/Frases chave: interliga conceitos com o resto do mundo.
16 – “Conhecimento é o que aprendemos sobre tudo e vamos levando para a vida.”
Metáfora: rede
Palavras/Frases chave: aprender sobre tudo está implícito o aprendizado no dia-a-dia.
17 – “Conhecimento, para mim, não é apenas o que se aprende em sala de aula, e sim no seu
dia-a-dia.”
Metáfora: rede
Palavras/Frases chave: interligação entre o que se aprende em escola e no dia-a-dia.
18 – “Conhecer é entender o nosso cotidiano.”
Metáfora: rede
Palavras/Frases chave: interligação entre conceitos e o resto do mundo
19 – “Conhecimento é tudo aquilo que aprendemos ou temos desejo de conhecer.”
Metáfora: iceberg
Palavras/Frases chave: tudo o que aprendemos, inclui parte tácita e explícita
20 – “Conhecimento é o que nós sabemos.”
Metáfora: não classificado
Palavras/Frases chave:
21 – “Para mim conhecimento é tudo aquilo que consigo compreender.”
Metáfora: não classificado
Palavras/Frases chave:
38
22 – “Conhecimento é quando a pessoa obtém novas informações ao longo do tempo e
debate com outras pessoas suas idéias assim descobrindo coisas novas e procurando saber
cada vez mais.”
Metáfora: rede
Palavras/Frases chave: debater com outras pessoas exige repensar o próprio conhecimento
23 – “Conhecimento é quando a pessoa obtém novas informações ao longo do tempo e
debate com outras pessoas suas idéias assim descobrindo coisas novas e procurando saber
cada vez mais.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: debater com outras pessoas exige repensar o próprio conhecimento
24 – “É quando estudamos sobre o assunto e criamos conhecimentos.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
25 – “Conhecimento é o que temos, e aprendemos durante a vida que buscamos, mas que
também vem naturalmente.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: aprendizado é durante a vida, não só na escola, interliga os dois
âmbitos
26 – “É tudo que aprendemos na vida sendo na escola, no dia-a-dia ou com outras pessoas.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: interligando conhecimentos escolares e do dia-a-dia
27 – “Conhecimento é tudo o que obtemos de informações ao longo da vida, nunca temos a
quantidade suficiente de conhecimento sempre temos uma coisa nova para aprender.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: obtenção de informações, quantidade de conhecimento
28 – “Conhecimento para mim é o que aprendemos durante toda a nossa vida”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: interligando conhecimentos escolar e do dia-a-dia
29 – “Conhecimento é o conjunto de idéias e opiniões que é adquirido com o estudo e com o
tempo, com a vida. Ler, comunicar-se e escrever ajuda na formação do conhecimento.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: interliga idéias e opiniões, parte escolar e a vida cotidiana
39
30 – “Conhecimento são conceitos opiniões método de aprendizado essencial para o nosso
futuro.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
31 – “Conhecimento para mim é aprendizado acumulado juntamente com experiências ricas
de vida.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: conhecimento como acúmulo
32 – “Conhecimento é um aprendizado que nós obtemos durante a nossa vida de estudante
ou como uma pessoa normal, começa dentro de casa, a educação básica que os pais
ensinam.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: começa desde muito cedo, lembra prototeia
33 – “É algo muito importante que adquirimos no decorrer da vida.”
Metáfora: rede
Palavras/Frases chave: interliga o resto do mundo com o que se aprende na escola
34 – “Conhecimento, para mim é uma coisa que se adquire com o tempo e com a vida.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: interliga o resto do mundo com o que se aprende na escola
35 – “Conhecimento é adquirido com o tempo, educação, e noção da vida. É o que você
aprende com os erros no seu cotidiano.”
Metáfora: rede
Palavras/Frases chave: relação entre cotidiano e parte escolar, reelaboração de concepções
36 – “Conhecimento são experiências que se adquire ao longo do tempo, como a dedicação
aos estudos.”
Metáfora: não classificado
Palavras/Idéias chave:
37 – “É tudo que aprendemos ao longo da vida, estudando ou não.”
Metáfora: não classificado
Palavras/Idéias chave:
40
38 – “Conhecimento são as coisas que nós sabemos e botamos em prática para simplificar
nosso modo de viver e nosso modo de conhecer.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: associa a escola com o resto do mundo.
39 – “Conhecimento para mim é uma coisa que você aprende e usa isso na sua vida.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: interliga a escola com o resto do mundo
40 – “Conhecimento é aprender ou descobrir coisas, independente de colégio, professor ou
nota. Conhecer é saber aplicar as coisas corretamente em seu cotidiano.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: o conhecimento não depende só do colégio, havendo, portanto,
interligação entre a escola e o resto do mundo.
41 – “Conhecer é entender e aplicar em seu cotidiano.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: inter-relaciona com o dia-a-dia
42 – “Para mim, conhecimento é tudo aquilo que você sabe, você o usa no dia-a-dia e é
muito importante para aquele ou aquela que almeja algo na vida.
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: usa no dia-a-dia
43 – “Conhecimento é para ser usado no nosso dia-a-dia, conhecimento é quando você
absorve coisa que são utilizados em nossos cotidianos.”
Metáfora: balde e rede
Palavras/Frases chave: balde: absorção; rede: usar no dia-a-dia
44 – “Conhecimento é um grupo de informações absorvidas pelo cérebro e utilizadas no dia-
a-dia.
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: forte idéia de acúmulo
45 – “Conhecimento é saber usar informações adquiridas através do tempo, e aplicá-las ao
nosso cotidiano em todas as horas da nossa vida, sempre sujeito a mudar de idéia ou adquirir
mais.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: interligar escolar e cotidiano, reelaboração
41
46 – “Conhecimento é algo que adquirimos de acordo com o tempo e com seus estudos e que
podemos usar no nosso cotidiano.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: aprende não só na escola, relacionando esta com o resto do mundo
47 – “Conhecimento é algo que se adquire ao longo do tempo com uma base aprofundada
nos estudos e nas informações necessárias para o seu dia-a-dia.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: conhecimento formado a partir da escola e do dia-a-dia, exigindo
uma interligação entre os dois âmbitos
48 – “Conhecimento é tudo o que sabemos e ele pode aumentar ao longo do ano e ele não
pode ser avaliado apenas em uma avaliação e sim no dia-a-dia.”
Metáfora: cadeia
Palavras/ Frases chave: ao longo do ano remete à série, seriação
2º ANO
49 – “É utilizar o seu ponto de vista e o que você sabe para expressar sua opinião.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: para utilizar o ponto de vista e o que se sabe, deve-se haver
interligação
50 – “Conhecimento não é nada além do que conter informações e experiências, e não acho
que isso depende do tempo, pois muitas pessoas novas têm mais conhecimento que pessoas
mais velhas.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: conter informações
51 – “Conhecimento é a reunião de informações sobre determinado assunto, que pode estar
sujeita a alterações ao longo do tempo. Já a sabedoria é a correta aplicação do
conhecimento para o que é certo.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: realizar alterações ao longo do tempo exige interligações
52 – “É a arte de saber modular o que se sabe e se flexionar quanto aos novos temas, assunto
e etc.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: modular e flexionar;
42
53 – “Conhecimento são as informações trabalhados para obter suas próprias conclusões.
Saber sobre as coisas não é necessariamente ter conhecimento, é necessário se aprofundar
nos conceitos para obtê-lo.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: informações trabalhadas reflete à interligação
54 – “Conhecimento é algo que você pode ou não ter, porém todos conhecemos algo.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
55 – “O conhecimento é uma coisa essencial que você irá levar para o resto da vida. É a
única certeza que temos.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
56 – “Conhecimento é diferente de ter informação, é ter presenciado de certa forma o que se
conhece, se sabe. Não podemos ter certeza de alguma coisa que nos dizem sem conhecê-la.
Existem certezas universais, como a morte, não se sabe quando nem como, mas se sabe que
todos vamos morrer um dia. De resto, tudo pode ser questionado.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: ao se questionar o próprio conhecimento
57 – “Ter conhecimento é saber das coisas que você poderá usar no longo da vida. Ter
conhecimento é saber das coisas.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: usar os conhecimentos pressupõe ligação do que se sabe com o
resto do mundo
58 – “Conhecimento nada mais é do que o reflexo dos seus estudos.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
59 – “Conhecimento é experiência de vida.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
60 – “Conhecimento é a arte de conhecer.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
43
61 – “É saber coisas!”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
62 – “Conhecimento são as experiências que acumulamos para passar ao próximo.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: acúmulo
63 – “O conhecimento é saber viver.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
64 – “Conhecimento é a capacidade de usar as informações que sabemos para um fim útil.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: usar conceitos e relacioná-los
65 – “Toda e qualquer informação que somada a sua opinião te dá o direito de comentar
sobre aquele determinado assunto.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: informação e opinião agiriam como nó, e a linha seria o somar que
o aluno diz na resposta
66 – “É o que se sabe sobre certo assunto.”
Metáfora: iceberg
Palavras/ Frases chave: o que se sabe implica em parte tácita e explícita
67 – “Conhecimento para mim não poderia ser definido em palavras, tudo o que eu poderia
dizer com certeza é que seria quase impossível organizar e escrever em um papel, em um
livro, que seja, todo o nosso conhecimento. O corpo humano, a mente humana na verdade é
uma máquina da qual os limites psíquicos ainda não foram totalmente descobertos, medidos e
estudados.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
68 – “Conhecimento para mim são todas as informações que ficam armazenadas no nosso
cérebro, não importa qual o assunto relacionado, não importa se é realmente útil, mas tudo é
conhecimento.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: informações armazenadas
44
69 – “Conhecimento é saber bastante sobre um determinado assunto, e poder comentar com
outras pessoas sobre o mesmo.”
Metáfora: iceberg
Palavras/ Frases chave: ao se comentar com outras pessoas se expõe o que se conhece
70 – “Conhecimento para mim são as coisas que ouvimos e aprendemos de forma geral. Não
necessariamente temos que saber tudo para conhecermos algo, apenas sabendo o que é temos
a capacidade de escrever, refletir e ensinar.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: para que se reflita sobre determinado assunto é necessário
estabelecer interligações
71 – “O conhecimento é essencial para nos tornarmos pessoas mais sabeis e o nosso
conhecimento reflete o quanto somos inteligentes e esse conhecimento servirá para o nosso
futuro tanto profissional como escolar.”
Metáfora: iceberg
Palavras/ Frases chave: o que refletimos às pessoas é apenas a parte explícita do
conhecimento
72 – “Conhecimento é uma forma de expandir suas capacidades, é ser culto, ser inteligente.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
73 – “Conhecimento, para mim, é o que aprendemos e levamos para toda a vida.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
74 – “Conhecimento é tudo aquilo que nós pensamos não importando se é verdade ou
mentira, abstrato ou concreto e útil ou inútil, são apenas conhecimentos.”
Metáfora: iceberg
Palavras/ Frases chave: tudo inclui parte tácita e explícita
75 – “EHHHRR... Qual é a pergunta?”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
76 – “Eu discordo, tudo é uma ilusão. Pokémons existem.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
45
77 – “Discordo.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
78 – “Discordo.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
79 – “Concordo.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
80 – EM BRANCO
81 – “Oi, qual é seu nome?”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
82 – “Conhecimento é a aprendizagem do dia-a-dia acrescentada à experiência e as técnicas
de chocar ovos do cotidiano matinal das pombas da Bolívia com bigode grosso. =D”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
83 – “O conhecimento é o acúmulo de informações, que se adquire ao longo da vida.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: acúmulo de informações
84 – “Conhecimento é algo que desenvolvemos ao longo das nossas vidas. Alguns
desenvolvem mais e outros menos. No geral, isso se dá de acordo com o interesse de cada um
e, talvez, também de acordo com as oportunidades que cada pessoa possui.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: sendo algo que se desenvolve ao longo da vida, não ocorre apenas
na escola, e sim na vida também, exigindo a interligação entre a escola e o resto do mundo
85 – “Conhecimento é algo que se constrói ao longo do tempo.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: sendo algo que se constrói ao longo do tempo, não ocorre apenas na
escola, e sim na vida também, exigindo a interligação entre a escola e o resto do mundo
46
86 – “Conhecimento é o que você aprende no dia-a-dia e entende sobre determinado
assunto.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: aprende-se não só na escola, mas no dia-a-dia também, havendo
uma interligação entre esses dois âmbitos.
87 – “Conhecer é acumulação de experiência e informações já vividas.”
Metáfora: balde
Palavras/Frases chave: acúmulo
88 – “Conhecimento é algo que você adquire ao longo do tempo.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: sendo algo que se constrói ao longo do tempo, não ocorre apenas na
escola, e sim na vida também, exigindo a interligação entre a escola e o resto do mundo
89 – “Conhecimento é formado por informações e estudos que se constrói ao longo do
tempo.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: sendo algo que se constrói ao longo do tempo, não ocorre apenas na
escola, e sim na vida também, exigindo a interligação entre a escola e o resto do mundo
90 – “Conhecimento é absorver tudo aquilo que se possa na minha volta e saber interpretas
cada coisa obtida ao decorrer do tempo.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: absorver
91 – “Conhecimento para mim vai além de coisas exatas. Sim, é importante saber português,
matemática, biologia, etc, mas acho que é muito mais do que isso... é tudo o que a vida te
ensina com o tempo.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: relaciona conhecimento escolar e do cotidiano
92 – “Conhecimento é o conjunto de informações que se obtém ao longo da vida.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: conhecimento como conjunto de informações, se remete à acúmulo
93 – “Conhecimento é a experiência que um indivíduo adquire com o decorrer do tempo.
Todos começam do zero, sem conhecimento algum... todos partem de um ponto inicia,
independente da pessoa ser ou não inteligente. Quando a pessoa aprende o básico, mais
portas do conhecimento vão se abrindo.”
Metáfora: cadeia
Palavras/ Frases chave: conhecimento vai do 0 e evolui, há uma progressão de simples ao
complexo
47
94 – “Conhecimento são informações, aprendizagem que vamos formando a cada dia de
nossa vida. Tanto conhecimento bons como ruins!.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: sendo algo que forma ao longo da vida, não ocorre apenas na
escola, exigindo a interligação entre a escola e o resto do mundo
95 – “Conhecimento é algo que é construído ao longo do tempo, através da junção de vários
saberes.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: sendo algo que se constrói ao longo do tempo, não ocorre apenas na
escola, e sim na vida também, exigindo a interligação entre a escola e o resto do mundo
96 – “Conhecimento é um acúmulo de informações que você adquire através dos anos com
ajuda de pais/professores/mestres e situação que presenciamos no dia-a-dia.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: acúmulo de informações
97 – “Conhecimento é saber cada vez mais de certas coisas que o mundo nos mostra.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: cada vez mais se remete a idéia do balde se enchendo
98 – “O conhecimento são as experiências que você tem na vida.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
99 – “Conhecimento e as informações que você vai adquirindo ao longo da sua vida.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: apenas adquirir informações sem trabalhá-las
3º ANO
100 – “É tudo que adquirimos, mas durante o tempo, não só na escola, mais ao longo da
vida.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: apenas adquirir informações sem trabalhá-las
101 – “Conhecimento é toda a informação que acumulamos durante os anos que acrescenta
algo em nossa vida!”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: acúmulo de informações
48
102 – “Conhecimento é algo que você adquire mais e mais ao longo da vida.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: adquirir informações sem trabalhá-las; e mais e mais como se fosse
um balde a ser preenchido
103 – “Conhecimento é adquirido ao longo da vida onde reúne informações, experiências,
etc...”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: apenas adquirir informações, informações reunidas
104 – “Conhecimento é a união de informações que adquirimos durante a nossa vida.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: união de informações, remete à acúmulo
105 – “Conhecimento é uma formulação única que muda a cada instante em que adquirimos
mais informações.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: adquirir afirmações, sem trabalhá-las
106 – “Tudo!”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
107 – “Tudo que a pessoa sabe.”
Metáfora: iceberg
Palavras/ Frases chave: tudo inclui o tácito e o explícito
108 – “Tudo que você não esquece nunca para mim é conhecimento.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
109 – “Conhecimento demonstra a personalidade que a pessoa é.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
110 – “Conhecimento é o que você conhece e sabe.”
Metáfora: iceberg
Palavras/ Frases chave: inclui o explícito e o tácito
49
111 – “Conhecimento é o que você sabe sobre determinado assunto.”
Metáfora: iceberg
Palavras/ Frases chave: inclui explícito e tácito
112 – “Conhecimento é saber das coisas.”
Metáfora: não classificado
Palavras/Frases chave:
113 – “Conhecimento é aprender.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
114 – “Conhecimento é entender a informação recebida e transformá-la em algo que possa
ser aplicado em nossas vidas. Nem sempre a afirmação passada é absorvida.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: para transformas e aplicar pressupõe a interligação
115 – “Conhecimento é aquilo que mostramos, conhecemos e guardamos para nós mesmos.”
Metáfora: iceberg
Palavras/ Frases chave: a parte que se mostra é a ponta do iceberg, e o que se guarda é a
parte submersa
116 – “Conhecimento só adquire com passar do tempo.”
Metáfora: não classificado
Palavras/ Frases chave:
117 – “Conhecimento é um conjunto de informações que uma pessoa adquire; é muito
importante para a vida, que vai aumentando no decorrer do tempo.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: conjunto de informações adquiridas, sem serem trabalhadas
118 – “Conhecimento é uma coisa que aprendemos ao longo da vida. Conhecimento é uma
coisa que nunca acaba, conhecimento podemos aprender na escola, na internet, em casa
assistindo TV, e com as surpresas que a vida nos dá.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: conhecimento em todos os lugares
119 – “Conhecimento é o que uma pessoa conquista do longo da vida.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: sendo algo que se conquista ao longo da vida, não ocorre apenas na
escola, e sim na vida também, exigindo a interligação entre a escola e o resto do mundo
50
120 – “Conhecimento é o que aprendemos na nossa vida toda.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: sendo algo que se constrói ao longo do tempo, não ocorre apenas na
escola, e sim na vida também, exigindo a interligação entre a escola e o resto do mundo
121 – “Conhecimento é tudo o que se atribui para sua vida, ao longo da vida. Tanto vida
pessoal, quanto vida escolar.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: relacionando vida escolar com o resto do mundo
122 – “Conhecimento é tudo o que você aprende no dia-a-dia, lições, perdas, ganhos, por
que com tudo isso que você passa você aprende e usa futuramente para o bem próprio e para
o próximo.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: usa o que foi aprendido na vida, tendo que, portanto, haver
interligação
123 – “Conhecimento é algo que se adquire aos poucos, ao longo de determinado tempo; os
métodos escolares de avaliação não me são corretos, porque conhecimento de determinado
indivíduo nunca é errado, apenas muda opinião, e as vezes não consegue expressar tudo o
que realmente sabe em poucas perguntas, da maneira que agrade aos professores. Este
método devia ser modificado, já que em uma classe, nota-se variações no nível de
conhecimento de cada um.”
Metáfora: iceberg
Palavras/ Frases chave: não consegue se expressar tudo que se conhece, há uma parte
submersa
124 – “O conhecimento é o conjunto de informações que juntamos e compreendemos ao
longo da vida. Para mim, não importa a quantidade de conhecimento e sim a qualidade e
compreensão do mesmo.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: conjunto de informação que se junta idéia de encher o balde
125 – “Conhecimento é a experiência de vida (acadêmica ou não) que ganhamos ao longo do
tempo.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: sendo algo que não ocorre apenas na escola, e sim na vida também,
exige a interligação entre a escola o resto do mundo
126 – “Conhecimento é o que você adquire ao longo dos anos, ex a partir de muita leitura
pode exemplo.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: adquirir e acumular com muita leitura ao longo dos anos
51
127 – “Conhecimento é algo que é adquirido com o tempo, pode ser acumulado, mas não
esquecido. Não é adquirido apenas nos livros e quanto mais é posto em prática maior fica. O
uso de uma avaliação não demonstra o nível completo de conhecimento que um estudante
tem, já que é muito superficial e não abrange todas as informações.”
Metáfora: rede, balde e iceberg
Palavras/ Frases chave: acumulo de conhecimento balde; pôr em prática associar
conceitos com o resto do mundo; “...não demonstra o nível completo de conhecimento
iceberg
128 – “Conhecimento para mim é um conjunto de lições que aprendemos ao longo da vida e
que usamos de diversas maneiras.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: usa-se o que se aprendeu no dia-a-dia, interligação
129 – “Conhecimento é a união das informações que adquirimos ao longo da vida.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: união se remete à acúmulo, se adquire informação sem trabalhá-las
130 – “Conhecimento é tudo aquilo que se aprende ao longo da vida, com experiências
vividas e também com estudos. É algo que necessita de paciência e interesse nos assuntos.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: associa escola com o resto do mundo
131 – “O conhecimento é o agrupamento de informações que são adquiridas ao decorrer da
vida, e são válidos quaisquer assuntos.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: agrupamento de informações se remete à acúmulo
132 – “É o que você conhece e consegue aplicar no dia-a-dia.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: relaciona conhecimento escolar com o resto do mundo
133 – “Conhecimento é algo além de entender sobre determinado assunto, é saber aplicá-lo
no cotidiano da maneira mais fácil possível.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: associar o próprio conhecimento com o resto do mundo
134 – “Conhecimento são as informações que absorvemos e acumulamos durante a vida, mas
que nem sempre utilizamos em nosso cotidiano.”
Metáfora: balde
Palavras/ Frases chave: absorção e acúmulo
52
135 – “O conhecimento é algo que você vai adquirindo ao longo do tempo e que você aplica
conforme suas necessidades e que não pode ser medido por uma única nota.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: interligar conhecimento com as necessidades, aplicando-o
136 – “Conhecimento é algo que adquirimos ao longo do tempo, em nosso dia-a-dia, e que
aplicamos e levamos por toda nossa vida. E que no futuro iremos passara para as outras
gerações.”
Metáfora: rede
Palavras/ Frases chave: para se aplicar associa-se o conhecimento que se tem com o resto
do mundo
137 – “Conhecimento é quando possuímos certas informações, aplicando no cotidiano e
vivendo o que certas matérias possui e para que serve no nosso dia-a-dia.”
Metáfora: rede
Palavras/Frases chave: associa as matérias escolares com o seu cotidiano
A partir dessas respostas, pôde-se formar a seguinte tabela (Tabela 2), em que
aparecem as duas grandes categorias e as suas sub-divisões e sua distribuição em porcentagem
sobre o total de respostas:
Tabela 2 – Tabela com a porcentagem (%) de aparecimento de cada uma das categorias nas respostas
da questão aberta. METÁFORAS (71,53% do total) NÃO CLASSIFICADO (28,47 do total)
Categoria Quantidade % (sobre o
total de
respostas)
Categoria Quantidade % (sobre o
total de
respostas)
Balde 26 18,98 Não enquadrou 28 20,44
Cadeia 2 1,46 Brincadeiras 7 5,11
Iceberg 11 8,03 Em Branco 4 2,92
Rede 57 41,6 -
Rede e Balde 1 0,73 -
Rede, Balde
e Iceberg
1 0,73 -
53
CAPÍTULO 4 – ANÁLISE
Após os dados obtidos algumas considerações puderam ser feitas.
De uma forma geral, a maioria dos alunos concordou com as afirmações acerca
das metáforas do conhecimento, havendo apenas algumas exceções, como pode ser visto na
Figura 1. Esse fato acaba corroborando com o que diz Machado (2004), que o conhecimento
deve ser encarado como a junção das quatro metáforas. Todas possuem características boas e
ruins, e só cabe ao indivíduo selecionar o que interessa ou não de acordo com as suas
concepções.
Nas questões fechadas, das três afirmativas que se relacionam com a metáfora
do balde, duas os alunos de uma forma geral concordaram, enquanto que a terceira não teve a
aprovação destes (Figura 2). Concordaram com as principais características dessa imagem,
que é o acúmulo de informação e aferir nível aos alunos. Portanto, pôde se considerar que a
metáfora de balde está muito presente na vida e concepções desses alunos.
Essa grande participação desta imagem do conhecimento, pode demonstrar a
presença marcante do ensino tradicional no cotidiano destes alunos, já que segundo Mizukami
(1986), na visão tradicional, o acúmulo de informações é muito frequente, o conhecimento
nessa abordagem se baseia nisso. Como é uma visão que se preocupa com a quantidade, é
muito comum o uso de expressões como “nível de conhecimento”.
Essa abordagem de ensino é algo presente na vida desses alunos, pois por uma
questão histórica, dominou o cenário educacional por muitos anos, e guia até hoje muitas das
ações de escolas, professores, pais e alunos. Essa predominância vem sendo paulatinamente
reduzida desde a década de 80, devido à maior divulgação do referencial construtivista no país
(CARVALHO, 2001).
54
Essa transição não se dá de forma rápida, sendo lenta e gradual, afinal trata-se
acima de tudo de mudança de concepção.
As duas afirmativas fechadas relacionadas com a rede tiveram a aprovação dos
alunos, mostrando a concordância com essa metáfora. Com relação à questão aberta, foi
inclusive mais frequente do que a imagem do balde, aparecendo em 33,58% das respostas,
sendo a mais ocorrente dentre as metáforas. Sendo assim, mesmo que se note a presença da
educação tradicional (que esses alunos provavelmente tiveram ao longo de sua vida escolar),
há uma presença de elementos referentes ao construtivismo, como a não linearidade no
ensino, a proposta de reflexão por parte dos alunos, interações do sujeito com o meio em que
vive, entre outros (MACHADO, 2004; BASTOS, 1998; CARVALHO, 2001; ROSA, 2007).
As respostas das afirmativas fechadas dos alunos, pensando-se nas relacionadas
com as metáforas de balde e da rede, foram de certa forma contraditórias. Isso porque para
esses alunos o conhecimento é acumular informação, e ao mesmo tempo reelaborá-las. Ideias
opostas, já que a teoria do balde considera apenas o acúmulo de informações, o que pressupõe
conteúdos serem estudados de forma mecânica visando apenas a memorização e repetição,
enquanto que a da rede exige interligação, reflexão (MACHADO, 2004).
Algo que chama a atenção nas respostas dos alunos, com relação à metáfora do
balde, é a forte presença de expressões como “ao longo da vida”, “durante a vida toda”,
mostrando que pelo menos no discurso os alunos acreditam no conhecimento como algo que
está sendo sempre construído, sendo processual, durando toda a vida. Isso pode ser reflexo de
discursos construtivistas que vem ganhando força (ROSA, 2007), ou então, de frases “sempre
temos o que aprender”, muito dita em conversas do cotidiano. Esse tipo de pensamento,
implica que não há a construção do conhecimento entre quatro paredes, e sim em toda a vida,
o que por sua vez, acaba remetendo ao construtivismo. Isso porque, durante a vida, encontra-
se no meio do caminho problemas, conflitos, enfim, eventos do dia-a-dia que acabam por
55
estimular a reflexão, já que promovem desestabilização nos alunos, culminando na construção
do conhecimento (SOLÉ & COLL, 1999; ROSA, 2007).
Esse fato de se ter conhecimento durante toda a vida, pode ser classificado
como conhecimento cotidiano, uma vez este está presente na vida do sujeito desde que esse
nasce (BIZZO, 2007). Sendo assim, respostas que utilizaram a ideia de ao longo da vida, são
fortemente marcados pelo conhecimento cotidiano.
O que se esperaria na atual sociedade tecnológica em que vivemos é uma
predominância do conhecimento científico, porém, essa visão não foi encontrada nas
respostas dos alunos. Pelo contrário, em respostas como as 45, 56, 74, 105 e 123, foi muito
evidente a idéia de o conhecimento não ser o portador da verdade, de poder ser questionado e
modificado, o que acaba por contrariar a imagem do conhecimento científico, considerado
como verdade absoluta (POPPER, 1975; BIZZO, 2007).
Ainda com relação à predominância do referencial tradicional, também pôde
ser notada a presença da concordância com a metáfora de cadeia. Essa metáfora muito tem a
ver com o tradicionalismo, principalmente por se remeter à seriação, que pressupõe a
sequência dos conteúdos escolares do mais simples para o mais complexo, e
consequentemente o avanço de séries das mais fáceis para as mais difíceis, a principal
característica dessa imagem (MACHADO, 2004). Com relação a poder alterar a ordem do
livro, esse fato mostra um início de mudança, já que é contrária a ideia básica de seriação.
Essa flexibilidade é boa, pois de acordo com o referencial construtivista deve-se atender a
necessidade dos alunos, sendo a ordem dos assuntos uma responsabilidade dos participantes
da comunidade escolar, de acordo com as necessidades de determinada turma (CARVALHO,
2001).
Com relação às afirmativas do iceberg pôde-se perceber que os alunos
concordam plenamente com essa metáfora, já que concordaram que o conhecimento que se
56
tem não é aquele que se mostra (MACHADO, 2004). E complementando-se essa ideia
discordam que a prova seja um bom método para se avaliar o conhecimento de determinado
aluno, já que não reflete o conhecimento por inteiro, parte tácita e explícita. Esse tipo de
reflexão, na qual se percebe a necessidade de se mudar a concepção e encontrar novos
elementos que colabore de forma mais relevante para que o objetivo da escola seja cumprido
se faz importante.
Todas essas informações corroboram com a última afirmativa de que o
conhecimento é a união das metáforas (MACHADO, 2004).
Uma parcela das questões abertas (28,47%) não pôde ser classificada dentro das
quatro metáforas, por não apresentar elementos que a caracterizasse, por não estarem
respondidas, ou ainda por ser claramente elaborada de forma não séria pelos alunos.
Como foi informado no início do questionário a não obrigatoriedade da
realização do mesmo, alguns alunos podem não ter tido vontade de responder a última, ou por
não saberem ou por acharem que daria trabalho demais (uma vez que responderam às
fechadas mas não a aberta), sendo que 2,92% de todas as respostas estavam em branco (um
dos sub-grupos do grande grupo não classificado).
Outro sub-grupo, o das respostas que não se enquadravam, apareceu devido ao
fato de que segundo Pádua (2000), a utilização de questão aberta dá maior liberdade para que
os alunos escrevessem o que realmente acreditam ser o conhecimento, e dessa forma todo o
tipo de resposta poderia ser escrita, inclusive algumas que não se enquadram na categorização
da forma que se esperava.
Juntando essa questão da liberdade, e o fato de não haver obrigatoriedade, pode
ter gerado uma má interpretação de alguns alunos de que o questionário não devesse ser
levado a sério, o que pode ter gerado alguns tipo de resposta como: “Eu discordo, tudo é uma
ilusão. Pokémons existem.”, em que nota a ausência de seriedade.
57
Por vezes, algumas respostas apresentavam subsídio para se encaixar em mais
de uma imagem.
Como foram o caso das respostas de número 43 e 127: “Conhecimento é para
ser usado no nosso dia-a-dia, conhecimento é quando você absorve coisa que são utilizados
em nossos cotidianos.” e “Conhecimento é algo que é adquirido com o tempo, pode ser
acumulado, mas não esquecido. Não é adquirido apenas nos livros e quanto mais é posto em
prática maior fica. O uso de uma avaliação não demonstra o nível completo de conhecimento
que um estudante tem, já que é muito superficial e não abrange todas as informações.”.
A primeira mostra junção da rede com o balde, já a segunda nota-se claramente
a junção das metáforas da rede, balde e iceberg, mostrando que o conhecimento, pode ser a
união de todas as metáforas (MACHADO, 2004), uma vez que para se ter conhecimento é
necessário haver informações (remete à balde), reflexão e interligações (reflete à rede), uma
certa ordem lógica, respeitando os limites individuais para o ensino (remete à cadeia) e
trabalhar com a parte tácita e explícita dos alunos (remete à iceberg).
De uma forma geral, ideias interessantes apareceram em várias respostas.
Foi muito comum a confusão entre o que é saber e conhecimento, geralmente,
na resposta dos alunos aparecem como sinônimos, assim acontece nas frases: 3, 7, 20, 38, 48,
57, 61, 66, 69, 107, 110, 111 e 112. Uma freqüência relativamente alta, considerando-se a
grande gama de respostas que poderiam ser dadas. Essa confusão é muito comum, sendo
inclusive encontrada em muitos textos acadêmicos acerca do assunto, mas como diz Pimenta
(1999), há diferenças entre o saber e o conhecimento.
Essa diferença foi encontrada apenas em duas respostas (a 52 e a 53), porém
em ambas a concepção dos alunos não vão de encontro com a idéia de Pimenta (1999). Para
essa autora, é necessário trabalhar-se os conhecimentos para se chegar ao saber, sendo
portanto o saber conseqüência do conhecimento. Porém, na visão desses dois alunos o
58
conhecimento é conseqüência do saber, sendo o contrário do proposto pela autora. Portanto,
fica claro, que essa questão conhecimento x saber, não é algo claro para os alunos de uma
forma geral, e isso é uma questão de concepção, que como já mencionado anteriormente, pode
influenciar na postura desses alunos frente à educação, o processo de ensino-aprendizado e até
com relação às questões do mundo (SCHNETZLER, 1992; PENIN, 1994).
Com relação ao valor do conhecimento, e a visão da interligação que existe
entre este e o mundo do trabalho, a idéia do conhecimento como fator produção, assim como
dizem Fígaro (2001) e Machado (2004), não foi muito explorada. Apareceu claramente em
apenas duas das respostas (42 e 93), mesmo a escola também fornecendo cursos técnicos, essa
idéia da importância do conhecimento para o mundo profissional não foi abordada pelos
alunos de uma forma geral.
59
CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto até aqui, podemos perceber então que definir em categorias
fechadas as concepções de conhecimento não é algo trivial, já que há muitas margens para a
interpretação. Porém, pôde-se notar uma tendência geral sobre o que é o conhecimento.
Sendo assim, o conhecimento para esses alunos de ensino médio, é algo que se
aprende durante toda a vida, em outros lugares além da escola. Também como um consenso
geral, a idéia de que informações estão intimamente ligadas com a concepção de
conhecimento, porem podendo ser trabalhada de duas formas: memorização ou reflexão.
E a partir dessa visão geral sobre informações, pudemos notar que as metáforas
mais freqüentes nas concepções de conhecimento desses alunos são as da balde e da rede.
Havendo um misto entre a abordagem tradicional e a construtivista, que pode ser fruto do
momento de transição em que nos encontramos, educacionalmente falando.
Tendo esse tipo de concepção acerca do conhecimento, alunos com esse perfil,
provavelmente tendem, pelo menos na teoria, a buscar informações e relacioná-las com o
próprio dia-a-dia, aplicando no cotidiano. E se, futuramente, se tornarem professores, essa
concepção influenciará em sua prática, em como vai encarar e lidar com o processo de ensino
aprendizado.
Enfim, os dados obtidos com esse trabalho, podem ser futuramente mais bem
explorados, aprofundando-se, por exemplo, a questão da diferenciação entre saber e conhecer,
que não foi amplamente explorado neste trabalho, por não ser o foco principal. Além dessa
questão, há nas respostas dos alunos, muitas outras possibilidades de análises acerca das
concepções de conhecimento, não apenas focando em metáforas, mas em um âmbito geral,
abrindo portas para trabalhos futuros.
60
CAPÍTULO 6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTOS, Fernando Construtivismo e ensino de Ciências In: NARDI, Roberto Questões
atuais no ensino de Ciências São Paulo: Escrituras Editora, 1998, p. 9 a 26.
BIZZO, Nélio Conhecimento: científico e cotidiano In: Ciências: fácil ou difícil 2ª Ed. São
Paulo: Ática, 2007, p. 17 a 28.
CARRILHO, Manuel M. Kuhn e as revoluções científicas. 1988, p. 43-52.
CARVALHO, Isabel C. L.; KANISKI, Ana L. A sociedade do conhecimento e o acesso à
informação: para que e para quem? Ci. Inf., Brasília, v. 29, n. 3, set./dez. 2000, p. 33-39.
CARVALHO, Jose S. F Introdução In: Construtivismo: uma pedagogia esquecida da escola
Porto Alegre: Artmed Editora, 2001, p. 9 a 12.
CARVALHO, Jose S. F Do psicológico ao educacional: o discurso construtivista e sua
aplicação escolar In: Construtivismo: uma pedagogia esquecida da escola Porto Alegre:
Artmed Editora, 2001, p. 41-68.
COLL, Cesar A Construção do Conhecimento no âmbito das relações interpessoais e suas
implicações para o currículo escolar In: SALVADOR, Cesar Coll Aprendizagem escolar e
construção do conhecimento Porto Alegre: Artes Médicas, 1994, p. 135-144.
61
CORTELLA, Mario Sergio Prefacio: Construindo, o que já está construído? In: RONCA,
Paulo Afonso Caruso; TERZI, Cleide do Amaral A Aula Operatória e a Construção do
Conhecimento 15 ed. São Paulo: EDESPLAN, 1995, p.21 a 24.
CORTELLA, Mario Sergio A Escola e o Conhecimento: fundamentos epistemológicos e
políticos 10ª Ed. São Paulo, Cortez: Instituto Paulo Freire, 2006.
FERRAZ, D. F.; TERRAZZAN, E. A. O uso de analogias como recurso didático por
professores de Biologia no Ensino Médio. Revista da ABRAPEC. Belo Horizonte: UFMG,
v.1, n. 3, p. 124-135, 2001.
Disponível na Internet: http://www.fae.ufmg.br/abrapec/revistas/V1-3/v1n3a11.pdf
Acesso em 16/11/09 às 9h23
FÍGARO, Roseli. Educação: os valores e as pessoas Revista Comunicação & Educação, São
Paulo v.1, p. 75 a 90, 2001.
Disponível na Internet: http://revcom2.portcom.intercom.org.br/index.php/Comedu/article/
viewFile/4488/4210
Acesso em 20/03/2009 às 19h37
FOUREZ, Gerard Reflexões epistemológicas. O método científico: A Observação In:
FOUREZ, Gerard A Construção das Ciências – Introdução à Filosofia e à Ética das Ciências
São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1995, p. 37 a 61.
62
FOUREZ, Gerard O método científico: adoção e rejeição de modelos In: FOUREZ, Gerard A
Construção das Ciências – Introdução à Filosofia e à Ética das Ciências São Paulo: Editora
da Universidade Estadual Paulista, 1995, p. 63 a 89.
FOUREZ, Gerard O método científico: A comunidade científica In: FOUREZ, Gerard A
Construção das Ciências – Introdução à Filosofia e à Ética das Ciências São Paulo: Editora
da Universidade Estadual Paulista, 1995, p. 91 – 102.
FROMM, Erich. Ter e ser na experiência cotidiana In:FROMM, Erich. Ter ou Ser?. 3ª Ed.
Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976, p. 46 a 62.
GIL, Antônio Carlos Questionário In: Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo:
Editora Atlas 2006, p. 128 a 138.
Disponível na Internet: http://200.17.236.254:8080/artes/documentos/ Licenciatura %2 0
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Acesso em 14/10/2009 às 8h32
MACHADO, Nilson J. Educação: Projetos e Valores 3ª Ed. São Paulo: Editora Escrituras,
2000, p. 01 a 09.
MACHADO, Nilson J. Conhecimento: Imagens Tácitas In: MACHADO, Nilson J.
Conhecimento e Valor. São Paulo: Moderna, 2004. p. 15 a 20.
MACHADO, Nilson J. O Valor do Conhecimento In: MACHADO, Nilson J. Conhecimento
e Valor. São Paulo: Moderna, 2004. p. 21 a 33.
63
MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco J. Conhecer o Conhecer In: MATURANA,
Humberto; VARELA, Francisco J. A Árvore do Conhecimento – as bases biológicas da
compreensão humana. 1ª Ed. São Paulo: Palas Athena. 2001. p. 21 a 36.
MELHORAMENTOS minidicionário da língua portuguesa. São Paulo: Companhia
Melhoramentos, 1997.
MIRANDA, Pontes de. O Problema Fundamental do Conhecimento. 2ªEd. Campinas:
Bookseller Editora, 2005. p. 250.
MIZUKAMI, Maria da Graça N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: E.P.U.,
1986.
PÁDUA, Elisabete M. M. A coleta de dados In: PÁDUA, Elisabete M. M. Metodologia da
Pesquisa: Abordagem teórico prática. 6ª Ed. Campinas, SP: Papirus, 2000, p. 52 a 77.
PENIN, Sonia T. de Sousa Algumas considerações teórico metodológicas In: PENIN, Sonia
T. de Sousa A aula: espaço de conhecimento, lugar de cultura. Campinas, SP: Papirus, 1994,
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PENIN, Sonia T. de Sousa Conclusão Inconclusa In: PENIN, Sonia T. de Sousa A aula:
espaço de conhecimento, lugar de cultura. Campinas, SP: Papirus, 1994, p. 167 – 174.
64
PIMENTA, Selma Garrido Formação de professores: identidade e saberes da docência. In:
Saberes pedagógicos e atividade docente São Paulo: Cortez, 1999, p. 15 a 34.
POPPER, Sir Karl R. Duas faces do senso: argumento a favor do realismo de senso comum e
contra a teoria do senso comum do conhecimento In: POPPER, Sir Karl R. Conhecimento
Objetivo Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1975. p. 41 a 107.
POPPER, Sir Karl R. A evolução e a árvore do conhecimento In: POPPER, Sir Karl R.
Conhecimento Objetivo Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1975. p. 234 a 260.
RONCA, Paulo Afonso Caruso; TERZI, Cleide do Amaral Os caminhos do Conhecimento In:
RONCA, Paulo Afonso Caruso; TERZI, Cleide do Amaral A Aula Operatória e a Construção
do Conhecimento 15 ed. São Paulo: EDESPLAN, 1995, p. 105-132.
ROSA, Sanny S. Construtivismo ou o “novo” na educação brasileira In: ROSA, Sanny S.
Construtivismo e Mudança 10ª Ed. São Paulo: Cortez, 2007, p. 40 – 61.
SCHNETZLER, Roseli P. Construção do conhecimento e ensino de ciências. Em Aberto,
Brasilia, ano 11, nº 55, jul./set. 1992. p.17 a 22.
SOLÉ, Isabel; COLL, César Os professores e a concepção construtivista In: COLL, Cesar;
MARTÍN, Elena; MAURI, Teresa; MIRAS, Mariana; ONRUBIA, Javier; SOLÉ, Isabel;
ZABALA, Antoni O construtivismo na sala de aula 6ª Ed. São Paulo: Ática, 1999, p. 09 a 28.
65
APÊNDICE 1
As informações obtidas através deste questionário serão utilizadas em um relatório destinado à disciplina
Projetos Educacionais para o Ensino de Ciências, cujo tema é conhecimento. O anonimato será totalmente
mantido.
( ) 6ºano ( )7º ano ( )8º ano
- Conhecimento e acúmulo de informações são a mesma coisa, ou seja, o conhecimento funciona como balde.
CONCORDA ( ) DISCORDA ( )
- O conhecimento é como uma rede, em que conceitos são interligados.CONCORDA( )
DISCORDA( ) - O conhecimento funciona como iceberg, em que o que mostramos conhecer é só uma parte do que realmente
sabemos. CONCORDA ( ) DISCORDA ( )
- O conhecimento funciona como cadeia, em que o conhecimento é serial, primeiro tem que se aprender algo,
para partir para novos conhecimentos, supostamente mais difíceis. CONCORDA ( ) DISCORDA ( )
- Conhecimento relaciona-se ao meio social em que vivemos. CONCORDA ( ) DISCORDA ( )
- Conhecer é reelaborar as informações que você já tem e aplicá-las em seu cotidiano.CONCORDA ( )
DISCORDA ( )
- Conhecimento sempre teve o mesmo valor na sociedade. CONCORDA ( ) DISCORDA ( )
Escreva no verso o que entende por conhecimento.
66
APÊNDICE 2
Questionário
As informações obtidas através deste questionário serão utilizadas para a elaboração de um Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC) do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie. O
anonimato é totalmente garantido. Fazer à caneta. Não rasurar as questões de alternativa. Perguntem os termos
que não souberem.
( ) 1º ano ( ) 2º ano ( ) 3º ano
1. Quanto mais informações acumulamos ao longo do tempo, mais conhecimento temos.
CONCORDO DISCORDO
2. Quando interligamos conceitos já elaboradas por nós, desenvolvemos o conhecimento.
CONCORDO DISCORDO
3. O conhecimento que mostramos ter é apenas parte do que realmente sabemos.
CONCORDO DISCORDO
4. Para conhecer temos que partir de conhecimentos mais simples em direção aos mais complexos.
CONCORDO DISCORDO
5. Os alunos em determinada sala de aula se encontram em diferentes níveis de conhecimento.
CONCORDO DISCORDO
6. A nota que lhe é atribuída numa avaliação reflete o quanto você conhece sobre o assunto.
CONCORDO DISCORDO
7. O professor não deve mudar a ordem dos capítulos do livro didático já que isso dificultaria a
aprendizagem do aluno.
CONCORDO DISCORDO
8. Conhecer é reelaborar as informações que você já tem e aplicá-las em seu cotidiano.
CONCORDO DISCORDO
9. Quando se interliga o que se aprendeu ao longo do tempo, se constrói o conhecimento, que pode ser
modificado ao adicionar novas reflexões, aumentando o próprio nível de complexidade, que pode ou
não ser externalizado.
CONCORDO DISCORDO
10. Depois de ter concordado e/ou discordado das frases acima, elabore um parágrafo que defina o que é
conhecimento para você.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
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Estou ciente do conteúdo da Monografia: “INVESTIGANDO CONCEPÇÕES:
METÁFORAS SOBRE O CONHECIMENTO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE
UMA ESCOLA DE SÃO PAULO”
________________________________________
Profª Ms. Magda Medhat Pechliye
(Orientadora – Universidade Presbiteriana Mackenzie)
________________________________________
Jéssica Andrade da Silva
(Aluno – Código de Matrícula: 307.8219-8)
Trabalho a ser apresentado em: dezembro/2009