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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Finanças Empresariais EDUCAÇÃO FISCAL: percepção dos estudantes do ensino médio sobre a importância social dos tributos Kadidja Karolina Damasceno Soares São Paulo 2018

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS

Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Finanças Empresariais

EDUCAÇÃO FISCAL: percepção dos estudantes do ensino médio sobre a

importância social dos tributos

Kadidja Karolina Damasceno Soares

São Paulo

2018

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Kadidja Karolina Damasceno Soares

EDUCAÇÃO FISCAL: percepção dos estudantes do ensino médio sobre a

importância social dos tributos

Trabalho de Conclusão apresentado ao Programa

de Pós-Graduação em Controladoria e Finanças

Empresariais da Universidade Presbiteriana

Mackenzie como requisito parcial para obtenção

do título de Mestre em Controladoria e Finanças

Empresariais.

Orientador: Prof. Dr. Henrique Formigoni

Coorientadora: Profa Dra. Ana Lucia Fontes de Souza Vasconcelos

São Paulo

2018

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S676e Soares, Kadidja Karolina Damasceno.

Educação fiscal: percepção dos estudantes do ensino médio sobre a

importância social dos tributos. / Kadidja Karolina Damasceno Soares.

63 f. ; 30 cm

Dissertação (Mestrado Profissional em Controladoria e Finanças

Empresariais) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2019.

Orientador: Prof. Dr. Henrique Formigoni.

Bibliografia: f. 45-48

1. Eduação fiscal. 2. Ensino médio. 3. Tributos. I. Formigoni, Henrique,

orientador. II. Título.

CDD 339.52

Bibliotecário Responsável: Aline Amarante Pereira – CRB 8/9549

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DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação a minha mãe Maristela e ao meu

pai Jeová, a quem tanto amo e de quem sempre recebi apoio

e incentivo para não deixar de lutar pelos meus e nossos

sonhos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus, por sua presença constante e misericórdia para comigo.

Agradeço à minha família, especialmente a minha mãe Maristela Damasceno Soares e a meu

pai José Jeová Soares, que não mediram esforços para que meu sonho se tornasse realidade, pela

compreensão demonstrada nos momentos em que fiquei ausente e especialmente por acreditar que

tudo isso se concluiria de forma vitoriosa – minha eterna Gratidão!

Aos meus irmãos, Ângelo Roncalli Damasceno Soares e Kadma Karenina Damasceno

Soares Monteiro, estendo minha gratidão a minha cunhada Karollinne Alessandra Maciel e Silva ao

meu cunhado Mauricio de Vincenzo Monteiro; não posso deixar de fazer referência a minha querida

madrinha, tia do meu coração Raimunda Correia de Albuquerque, minha segunda mãe, agradecer

todos citados nesse parágrafo pela parceria de sempre.

Ao Prof. Dr. Henrique Formigoni, meu orientador, que soube me conduzir de forma

competente e responsável na elaboração e conclusão deste trabalho. A minha coorientadora,

Professora Dra. Ana Lucia Fontes de Souza Vasconcelos, um ser iluminado, pela sua dedicação, para

comigo. Agradeço de coração, por estar sempre disponível a transferir seus conhecimentos, muito

obrigada agora e sempre, dizendo, onde estiver, agradecerei eternamente a Deus por colocar no meu

caminho, professores com sabedoria e disposição para contribuir com o conhecimento.

Ao corpo docente do Mestrado em Controladoria e Finanças Empresariais do Mackenzie

pelo aprendizado recebido.

Ao grande amigo Marcio Precrimo, que muitas vezes me aconselhou, chegando com seu

apoio independentemente da situação e sempre com uma palavra de conforto e incentivo. Muito

obrigada.

Estendo também meus agradecimentos aos amigos, onde destaco com muito respeito e

carinho, Neide Cristina da Silva, Priscila Silva Silvestrin, Macione Alves, Marcela Ferreira e Camila

Daiane Balieiro.

Enfim, agradeço a todos que, direta e indiretamente, contribuíram para a conclusão deste

trabalho. E que está dissertação contribua de alguma maneira com o desenvolvimento de nossa

educação, com o exercício da cidadania em nosso país, com a geração de agora e futura.

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RESUMO

Objetivo do trabalho: Este estudo aplicado tem como objetivo identificar a percepção dos estudantes

do ensino médio sobre a importância social dos tributos, para conscientização sobre as questões

fiscais, tendo em vista que eles serão os futuros contribuintes e fiscalizadores da aplicação dos

recursos públicos.

Design/metodologia/abordagem: O método de pesquisa desenvolvido é o estudo de caso único, de

observação direta, desenvolvido no mundo real do caso, com intuito de verificar fenômenos sociais

relevantes. Para o desenvolvimento da pesquisa foi revalidado um questionário de Trindade (2017),

utilizado anteriormente como instrumento de coleta de dados, composto de 26 (vinte seis) questões,

com perguntas estruturadas sobre educação fiscal e função social do tributo. A coleta de dados foi

realizada no ano de 2018, em um Centro de Assistência Social - Obras Sociais São Bonifácio,

localizado no Bairro Vila Caraguatá, São Paulo, SP. A amostra foi composta de vinte estudantes, na

faixa etária entre 12 e 15 anos, que estavam regularmente matriculados no ano de 2018. A análise dos

dados foi dividida em duas etapas: na primeira foi verificado o perfil dos estudantes e na segunda foi

averiguada a percepção deles sobre educação fiscal e função social do tributo, com utilização do

software R (versão 3.5.0), calculando-se medidas de tendência central, dispersão e posição. Para

compará-las entre os grupos foi utilizado o teste Exato de Fisher.

Resultados: Os resultados indicaram que a maioria da amostra é do gênero feminino (55%); 60%

dos estudantes não conhecem a finalidade da nota fiscal, embora a maioria (90%) considere

importante exigir a nota fiscal no ato da compra. A maioria (55%) não sabe que o valor contido na

nota fiscal expressa o valor do produto mais os respectivos impostos e que sem arrecadação de

impostos não há receita pública; 55% da amostra entende que o ato de pagar impostos é uma atitude

cidadã e 60% que os recursos para que a escola exista e funcione vem da arrecadação de impostos;

90% dos estudantes não sabe o que é sonegação fiscal e 70% não sabe para que serve e onde os

impostos recolhidossão aplicados.

Implicações práticas: Considerando que este estudo é uma aplicação piloto, sugere-se que futuros

estudos sejam realizados em outras localidades e em escolas públicas, para que se possa ter uma

generalização de dados mais abrangente.

Palavras-chave: Educação Fiscal. Ensino Médio. Tributos.

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ABSTRACT

Objective of the study: This study aims to identify the perception of high school students about the

social importance of taxes, to raise awareness about tax issues, considering that they will be future

taxpayers and inspectors of the application of public resources.

Design / methodology / approach: The research method developed is the single case study of direct

observation, developed in the real world of the case, in order to verify relevant social phenomena.

For the development of the research, a questionnaire of Trindade (2017), previously used as a data

collection instrument, was revalidated, composed of 26 (twenty six) questions, with structured

questions about tax education and social function of the taxes. Data collection was carried out in

2018, in a Social Assistance Center - São Bonifácio Social Works, located in Vila Caraguatá

neighborhood, São Paulo, SP. The sample consisted of twenty students, aged between 12 and 15

years, who were regularly enrolled in 2018. The data analysis was divided into two stages: in the first

one the profile of the students was verified and in the second one was verified their perception on tax

education and social function of tax, using software R (version 3.5.0), calculating measures of central

tendency, dispersion and position. Fisher's exact test was used to compare them between the groups.

Results: The results indicated that the majority of the sample is female (55%); 60% of students do

not know the purpose of the invoice, although most (90%) consider it important to require the invoice

at the time of purchase. Most (55%) do not know that the value contained in the invoice expresses

the value of the product plus the respective taxes and that without tax collection there is no public

revenue; 55% of the sample understands that the act of paying taxes is a citizen attitude and 60% that

the resources for the school to exist and to work comes from the collection of taxes; 90% of students

do not know what tax evasion is and 70% do not know what it is for and where taxes collected are

applied.

Practical implications: Considering that this study is a pilot application, it is suggested that future

studies be carried out in other locations and in public schools, in order to have a more generalized

data generalization.

Keywords: Fiscal Education. High school. Taxes.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Fundamentos da Educação Fiscal 18

Quadro 2 - Tipos de sonegação fiscal 20

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Estudos sobre educação fiscal 11

Tabela 2 – Descrição categóricas de frequência das variáveis 25

Tabela 3 - Associação entre sexo e variáveis da segunda etapa 27

Tabela 4 - Associação entre Q3 e as variáveis da segunda etapa 29

Tabela 5 - Associações significativas entre Q5 e variáveis da

segunda etapa 31

Tabela 6 - Associações significativas entre Q6 e variáveis da

segunda etapa 32

Tabela 7 - Associação significativa entre Q9 e a variável da

segunda etapa 33

Tabela 8 - Associações significativas entre Q10 e variáveis da

segunda etapa 34

Tabela 9 - Associação significativa entre Q12 e a variável da

segunda etapa 35

Tabela 10 - Associação significativa entre Q15 e a variável da

segunda etapa. 35

Tabela 11 - Associação significativa entre Q16 e a variável da

segunda etapa 36

Tabela 12 - Associação significativa entre Q17 e a variável da

segunda etapa 37

Tabela 13 - Associações significativas entre Q18 e variáveis da

segunda etapa 38

Tabela 14 - Associações significativas entre Q19 e variáveis da

segunda etapa 39

Tabela 15 - Associações significativas entre Q20 e variáveis da

segunda etapa 40

Tabela 16 - Associações significativas entre Q21 e variáveis da

segunda etapa. 41

Tabela 17 - Associação significativa entre Q22 e variáveis da

segunda etapa 42

Tabela 18 - Associação significativa entre Q23 e a variável da

segunda etapa 42

Tabela 19 - Associação significativa entre Q25 e a variável da

segunda etapa 43

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 5

1.1 DIGNÓSTICO DA SITUAÇÃO PROBLEMA 7

1.2 OBJETIVOS DO TRABALHO 7

1.3 IMPLICAÇÕES PRÁTICAS 8

1.4 CONTRIBUIÇÃO TECNOLÓGICA-SOCIAL 8

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 9

2.1 EDUCAÇÃO FISCAL NO CONTEXTO BRASILEIRO 9

2.2 EDUCAÇÃO FISCAL NO CONTEXTO DA ESCOLA 14

2.3 PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO FISCAL 16

2.4 SONEGAÇÃO FISCAL 19

3 DESIGN/METODOLOGIA/ABORDAGEM 22

3.1 OBJETO DO ESTUDO 23

3.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO 23

3.3 COLETA DE DADOS E PARTICIPANTES 23

3.4 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADO 24

4 RESULTADOS 25

4.1 DESCRIÇÃO DAS VARIÁVEIS DE NATUREZA CENSITÁRIA 25

4.2 ASSOCIAÇÃO ENTRE SEXO (Q2) E AS VARIÁVEIS DA 2ª ETAPA 28

4.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE “TEM ALGUM CONHECIMENTO, JÁ ASSISTIU

AULAS/ PALESTRAS OU PARTICIPOU DE ALGUM CURSO SOBRE

EDUCAÇÃO FISCAL?” (Q3) E AS VARIÁVEIS DA 2ª ETAPA

30

4.4 ASSOCIAÇÕES SOGNIFICATIVAS ENTRE Q5 E AS DEMAIS

VARIÁVEIS DA 2ª

32

4.5 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q6 E DEMAIS VARIÁVEIS 2ª 33

4.6 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q9 E DEMAIS VARIÁVEIS DA

34

4.7 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q10 E DEMAIS VARIÁVEIS

DA 2ª

35

4.8 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q12 E DEMAIS VARIÁVEIS

DA 2ª

35

4.9 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q15 E DEMAIS VARIÁVEIS

DA 2ª

36

4.10 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q16 E DEMAIS VARIÁVEIS

DA 2ª

37

4.11 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q17 E DEMAIS VARIÁVEIS

DA 2ª

37

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4.12 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q18 E DEMAIS VARIÁVEIS

DA 2ª

38

4.13 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q19 E DEMAIS VARIÁVEIS

DA 2ª

40

4.14 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q20 E DEMAIS VARIÁVEIS

DA 2ª

41

4.15 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q21 E DEMAIS VARIÁVEIS

DA 2ª

42

4.16 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q22 E DEMAIS VARIÁVEIS

DA 2ª

42

4.17 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q23 E DEMAIS VARIÁVEIS

DA 2ª

43

4.18 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q25 E DEMAIS VARIÁVEIS

DA 2ª

44

CONCLUSÃO 45

REFERENCIAS 46

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO 50

ANEXO A 53

ANEXO B 59

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5

1 INTRODUÇÃO

Este estudo aplicado tem como objetivo identificar a percepção dos estudantes do ensino

médio sobre a importância social dos tributos, para conscientização sobre as questões fiscais, tendo

em vista que estes serão os futuros contribuintes e fiscalizadores da aplicação dos recursos públicos.

Segundo o relatório da situação econômico/financeira do Governo do Estado de São Paulo

“as receitas totais do Governo do Estado de São Paulo no ano de 2016 alcançaram R$ 191,6 bilhões,

variação nominal negativa de 0,7% e uma variação real negativa em 8,6%1 em relação ao ano anterior.

Contudo as receitas tributárias se mantiveram estáveis em termos nominais, mas registraram queda

real”.2

Como as receitas tributárias têm por finalidade o custeio das despesas estatais e necessidades

de investimento, é necessário que todo cidadão tenha a consciência da necessidade de financiamento

do Estado, para que este possa reverter o produto da arrecadação dos tributos em melhorias das

condições de vida da população.

No contexto da socialização dos tributos, cabe aos entes públicos conscientizarem os

cidadãos através da compreensão de uma cidadania participativa, ativa e solidária, com a existência

dos direitos fiscais, na gestão do gasto público. Contudo, os tributos devem ser compreendidos como

como um dever de cooperação que irá possibilitar efetivação do recurso estatal na vida social e

econômica do país, dentre elas: a qualidade com os gastos públicos, o orçamento público, o combate

à sonegação, ao contrabando, à pirataria, dentre outros.3

Desta forma, com o cidadão consciente da função social do tributo, entende-se a sua

importância para redistribuição da renda nacional e como elemento da justiça social, percebendo o

quanto é importante a sua participação na arrecadação, aplicação e fiscalização do dinheiro público.4

O principal objetivo da educação fiscal é um amplo projeto educativo para despertar a

consciência do cidadão no tocante aos seus direitos e deveres enquanto membro de uma sociedade,

com participação mais ativa na construção de um Estado mais justo.

O estudo desenvolvido por Silva (2005), procurou verificar a importância da educação fiscal

no ensino fundamental e médio, e concluiu que não existe a inclusão da administração fiscal nas

1 Variação real calculada com base no IPCA médio do período; mesma metodologia é aplicada em todos os cálculos de

variação real desta seção. 2 PORTAL DA TRANSPARÊNCIA ESTADO DE SÃO PAULO, 2018. Disponível em:

https://portal.fazenda.sp.gov.br/Pesquisa/Paginas/Pesquisa.aspx?k=relat%C3%B3rio%20anual#k=relat%C3%B3rio%20

anual 3 RECEITA FEDERAL, 2018. Disponível em: http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/direitos-e-

deveres/educacao-fiscal. 4 RECEITA FEDERAL, 2018. Disponível em: http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/direitos-e-

deveres/educacao-fiscal

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instituições escolares. Devido a essa limitação, os estudantes não exercitam seus direitos, deveres e

compromissos, devido a uma ausência de informação detalhada.

Santiago (2010) desenvolveu um estudo que procurou avaliar em que medida o Programa de

Educação Fiscal no Estado do Ceará conscientiza o estudante do ensino médio sobre a relevância do

tributo. Ao término do trabalho, ficou evidenciado que nas duas escolas analisadas os resultados

foram distintos, pois as duas escolas pesquisadas, uma implantou o Programa Nacional de Educação

Fiscal - PNEF e a outra escola não implantou o programa, isso quer dizer que os estudantes que

tiveram acesso o Programa Nacional de Educação Fiscal estão mais conscientes em relação à

definição do tributo e o seu papel social na sociedade como um todo.

A educação fiscal é uma ação educativa que tem como intuito a construção de uma consciência

voltada para o exercício da cidadania, porém na prática há uma desconexão, principalmente no que

tange ao formato que é praticado junto ao ensino médio das escolas públicas, em que a grade

curricular não contempla disciplina que busque trazer o conhecimento e a devida conscientização

sobre a função social dos tributos. (ESAF – PNEF, 2018)

Este estudo é relevante para verificar os níveis de conhecimento dos estudantes do ensino

médio sobre educação fiscal e possibilitar-lhes a oportunidade de participar de um processo educativo

a respeito dos tributos. Também é importante para o Estado, no sentido de buscar a conscientização

dos estudantes do ensino médio acerca dos malefícios da sonegação fiscal. Já, para a sociedade, é

importante estimular os indivíduos para consciência de seus direitos e deveres fiscais a fim de

possibilitar um melhor exercício da cidadania.

É importante ressaltar que diversos órgãos municipais, estaduais e federais já implantaram o

Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF, que é desenvolvido pela ESAF, com intuito de

conscientizar a população sobre educação fiscal.

O conhecimento fiscal é algo primordial para que a população participe de forma ativa contra

os malefícios da sonegação fiscal. Para tanto, torna-se necessário a disseminação deste entre os

estudantes, a fim de conscientizá-los a respeito dos seus direitos e deveres como cidadãos.

Baseado neste contexto de necessidade de consciência cidadã, surge a seguinte questão de

pesquisa: Qual a percepção dos estudantes do ensino médio sobre a importância social dos

tributos?

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1.1 DIGNÓSTICO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

Diante da importância da conscientização e partindo do pressuposto que há um baixo grau

de conhecimento sobre a importância social do tributo, destacamos a importância em estabelecer um

programa de educação fiscal menos normativo, que vise emancipação do controle social

Grzybovski e Hahn (2006, p. 862) afirmam que existe uma “falta de sintonia entre o que o

cidadão espera e está disposto a contribuir e o que o governo oferece e exige em tributos e que pode

ser suprido por programas de educação fiscal.” Corroborando com a ideia anterior, Silva (2012, p.

109) afirma que “promover uma mudança por intermédio da educação fiscal demanda muito tempo,

apesar de seu papel imprescindível em sensibilizar o cidadão para a função socioeconômica do

tributo”.

Entretanto, o controle social é entendido como uma “expressão de uso recente e corresponde

a uma moderna compreensão de relação Estado-sociedade, onde a esta cabe estabelecer práticas de

vigilância e controle sobre aquele” (CARVALHO, 1995, p. 8). O controle social tem por objetivo

“contribuir com a garantia de que os recursos arrecadados pelo governo por meio dos tributos sejam

utilizados na consecução de políticas públicas que atendam às demandas da sociedade, a legítima

proprietária dos recursos públicos” (ROCHA, 2014, p. 157).

Conforme o estudo desenvolvido por Silva e Vilanova (2011), educação fiscal é uma forma

de aprimorar a consciência cidadã. A mesma situação foi observada Buti e Batista (2009), que

ressaltaram uma relação positiva entre o entendimento dos tributos sociais e a participação ativa do

cidadão na gestão de recursos públicos.

Desta forma a “educação fiscal garante aos que participam do processo educativo, a saber,

os professores, os alunos e a comunidade, os fundamentos para a compreensão de como ocorre a

gestão do patrimônio e dos recursos públicos, raiz que dá sustentação a toda a estrutura de ação do

Estado.” (SILVA, 2007, p. 41-42). Que deve também ser entendida como uma ação educativa que

tem como intuito a construção de uma consciência voltada para o exercício da cidadania. Porém, na

prática, há uma discrepância expressiva, principalmente no que tange ao formato que é praticado

junto ao ensino médio das instituições em geral, onde a grade curricular não contempla disciplina que

busca trazer o conhecimento e a devida conscientização sobre a função social dos tributos.

1.2 OBJETIVOS DO TRABALHO

Identificar a percepção dos estudantes do ensino médio sobre a importância social dos

tributos, para conscientização sobre as questões fiscais, tendo em vista que estes serão os futuros

contribuintes e fiscalizadores da aplicação dos recursos públicos.

Para atingir o propósito da pesquisa, foram delineados os seguintes objetivos específicos:

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8

✓ Pesquisar estudos mais recentes sobre educação fiscal;

✓ Avaliar os níveis de conhecimento sobre educação fiscal por parte dos estudantes, e

✓ Registrar o conceito de tributo, por parte dos estudantes, através do mapa conceitual.

1.3 IMPLICAÇÕES PRÁTICAS

Por se tratar de um tema relativamente incipiente e que não é tratado no contexto

socioeconômico e educacional brasileiro, este trabalho procura avaliar os níveis de conhecimento

sobre educação fiscal e registrar o mapa conceitual na educação escolar e em suas práticas sociais,

quanto à importância social dos tributos.

Desta forma, a educação fiscal deve ser entendida como uma lição de cidadania que pode

ser aplicada no formato de projetos integrados e multidisciplinares em conexão com as escolas e as

comunidades dos alunos, como também em todas as áreas da ciência de forma lúdica.

A partir desse conhecimento o Estado ganha com o crescimento da arrecadação e também

conscientizando e preparando os futuros contribuintes.

1.4 CONTRIBUIÇÃO TECNOLÓGICA-SOCIAL

Como contribuição tecnológica, foi revalidado um questionário de Trindade (2017), que

serviu de instrumento de coleta de dados. Este questionário apoia os programas que estão sendo

implementados nas escolas públicas e que também pode ser monitorado com um estudo de linha de

base para avaliação de impacto social com os estudantes e com suas famílias.

Desta forma pode-se mensurar o quanto os assuntos teóricos estão sendo praticados no

âmbito familiar e como os alunos podem ser sujeitos de controle social em suas comunidades.

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9

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 EDUCAÇÃO FISCAL NO CONTEXTO BRASILEIRO

Antes de entender educação fiscal, faz-se necessário entender primeiramente o que é

cidadania e compreender qual o papel do cidadão na sociedade, para assim colaborar e reivindicar

direitos individuais e coletivos para transformações sociais.

A palavra cidadania surgiu a partir do termo “civitas”, que significa “cidade” em latim. Foi

a partir deste fato que etimologicamente surgiu o termo “cidadania”, que fazia referência à

característica dos que residiam na cidade. Contudo esses achados iniciais da palavra cidadania

tiveram seus primeiros vestígios na Grécia e Roma Antiga (CORTINA, 2005, p. 34).

O estudo desenvolvido por Marshall (1967, p. 67) descreve as conquistas dos direitos na

Inglaterra durante o século XVIII e defende a ideia de que cidadania é constituída por três elementos,

sendo eles civis; sociais e políticos:

O elemento civil é composto dos direitos necessários à liberdade individual que contempla a

liberdade de ir e vir, liberdade de imprensa, pensamento e fé, direito à propriedade e de

concluir contratos válidos e o direito à justiça. Identifica os tribunais de justiça como as

instituições mais intimamente associadas com os direitos civis, já no elemento político é o

direito de participar no exercício do poder político, como membro de um organismo investido

da autoridade política ou como um eleitor dos membros de tal organismo. As instituições

correspondentes são o parlamento e os conselhos do governo local. No elemento social se

refere a tudo o que vai desde o direito a um mínimo de bem-estar econômico até a segurança

ao direito de participar, por completo, na herança social e levar a vida de um ser civilizado

de acordo com os padrões que prevalecem na sociedade. O sistema educacional e os serviços

sociais são as instituições que mais representam esses direitos (MARSHALL, 1967, p.

67).

De acordo com Carvalho (2002, p. 9), no Brasil, os três elementos para a cidadania foram

desenvolvidos de forma inversa ao da Inglaterra, contemplando, nessa ordem, os elementos sociais,

políticos e civis.

No Brasil, primeiro vieram os direitos sociais, implantados em período de supressão dos

direitos políticos e de redução dos direitos civis por um ditador que se tornou popular. Depois

vieram os direitos políticos, de maneira também bizarra. A maior expansão do direito do voto

deu-se em outro período ditatorial, em que os órgãos de representação política foram

transformados em peça decorativa do regime (CARVALHO, 2002, p. 9).

Portanto, ao analisar a ordem dos elementos de cidadania que foram desenvolvidos na

Inglaterra com os que foram desenvolvidos no Brasil, fica evidenciado que aconteceu uma inversão

dos elementos conscientemente, tornando-se um ponto diferenciador para o desenvolvimento da

justiça social e da cidadania brasileira.

A educação fiscal é um processo educativo voltado para construção de uma consciência para

o exercício da cidadania com o desenvolvimento de valores e atitudes, competências e habilidades

necessárias ao exercício de direitos e deveres na relação recíproca entre o cidadão e o Estado.

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Partindo da definição inicial, Bujanda (1967, p. 12) define que “educação fiscal é o resultado

de uma formação sistêmica voltada para a conscientização do cidadão sobre a importância social do

tributo e do seu papel como contribuinte, a fim de que ele cumpra com suas obrigações e deveres e

fiscalize a ação estatal no âmbito tributário.”

Para Silva (2011, p. 39):

(...) a educação fiscal deve ser entendida como a preparação do indivíduo para compreender

a atividade financeira do Estado realizada por meio da arrecadação dos tributos e de sua

aplicação através das políticas públicas elaboradas e executadas pelo governo, e envolve o

conhecimento sobre as funções e sobre o funcionamento do Estado e das responsabilidades

daqueles que exercem funções na gestão pública.

Desta forma, a Escola de Administração Fazendária (ESAF, p. 39, 2013)

(...) define o Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF – é construído pelas mãos de

todos, a partir da nossa visão de mundo e da participação consciente no contexto das relações

humanas, sociais, econômicas, em que cada um é sujeito da sua história e da história coletiva.

Sabemos que a construção de uma nação livre, justa e solidária depende de nossa participação

consciente.

Segundo Silva (2007, p. 41 e 42) a “educação fiscal garante aos que participam do processo

educativo, a saber, os professores, os alunos e a comunidade, os fundamentos para a compreensão de

como ocorre a gestão do patrimônio e dos recursos públicos, raiz que dá sustentação a toda a estrutura

de ação do Estado. ”

Borges (2012, p. 45 e 46)

(...) afirma que a educação fiscal compreende todo processo educativo que leve o cidadão a

compreender o papel do Estado, seus mecanismos de financiamento e o desempenho das

funções públicas; a função socioeconômica do tributo e o combate à desigualdade social; a

promoção da justiça e da ética distributiva; a relação harmoniosa entre cidadão e Estado; o

exercício do controle social com vistas à eficiência e qualidade do gasto público; o combate

a certas práticas nocivas como a corrupção, a sonegação e a malversação de recursos

públicos; a disseminação de boas práticas de gestão pública, transparência, ética e justiça

fiscal.

Desta forma, corroborando com a definição dos autores, a educação fiscal compreende um

processo educativo de formação voltado para que o cidadão possa entender como funciona a atividade

financeira do Estado. A seguir, serão apresentados os estudos utilizados que serviram de base para o

referencial teórico.

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Tabela 1 – Estudos sobre educação fiscal

Ano Autor Objetivo Resultado

2005 Pertuzatt e Merlo Fazer uma reflexão sobre o

público atingido pelo programa

e a importância do profissional

contábil nesse contexto.

Não se deve apenas avaliar a

educação básica, mas também

considerar a importância do

profissional contábil e reconhecer

a sua função social na sociedade.

Para que assim o contador assuma

uma nova postura, que permaneça

engajada com a responsabilidade

social e fiscal.

2006 Grzybovski e

Hahn

Explorar os conceitos teóricos

da educação fiscal e da

administração pública para que

por meio de dados empíricos

seja possível discutir

alternativas para aproximar os

interesses do Estado aos do

cidadão

Revelou que existe uma falta

entendimento “entre o que o

cidadão espera e está disposto a

contribuir e o que o governo

oferece e exige em tributos e que

pode ser suprido por programas de

educação fiscal.

2012 Oliveira Aplicar a teoria da educação

fiscal mesmo sabendo que a

teoria da educação fiscal não

nasceu pura.

Conseguiu descrever que “Teoria

da Educação Fiscal encontra-se em

construção”, Oliveira (2012, p.

135), porém as práticas políticas

de Educação Fiscal devem ser

desenvolvidas com todas as

pessoas, desde a infância até a

maior idade, o que “muito pode

contribuir na solidificação moral

de outra ordem social. ” (2012, p.

137)

2012 Lins Identificar as principais

dificuldades que devem levar

em conta os gestores, nos

processos de execução da

educação fiscal nas escolas

públicas do ensino fundamental

pernambucano. ” LINS (2012,

p. 08)

Faz-se necessária a inclusão de

uma disciplina de caráter

obrigatório sobre “ética enquanto

ciência da moral na educação

básica nacional”, e também “a

vinculação de verbas a

contraprestações com uma

Coordenação centralizada do

PNEF”. LINS (2012, p. 8).

2012 Reis, Pfitscher e

Casagrande

Verificar os meios de

disseminação da Educação

Fiscal no Brasil,

especificamente nos 27 estados

da federação, distribuídos nas

regiões Norte, Nordeste,

Sudeste, Sul e Centro-Oeste.”

(2012, p. 38)

A “educação fiscal é um convite à

modernização, à gestão

transparente e eficiente dos

recursos públicos” (2012, p. 54).

Todavia dos 27 estados da

federação 96% desenvolvem

programas relacionados à

educação fiscal, o que garante a

divulgação dos seus objetivos no

meio educacional.

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2012 Borges “Verificar se o nível da

educação fiscal do cidadão

influencia a eficiência da gestão

pública, medida através da

gestão de recursos pela gestão

municipal.” (2012, p. 25)

A população reconhece a

importância da educação fiscal,

porém esse “conhecimento não se

traduz na capacidade de pressionar

o poder público pela eficiência na

gestão de recursos. ” (2012, p. 9).

2012 Silva “Saber se a Campanha TCN,

instituída pelo Governo do

Estado de Pernambuco,

conscientiza ou não, e em que

proporção, o cidadão acerca da

importância social de sempre

pedir/exigir a emissão de

documentos fiscais nas

operações comerciais sujeitas

ao ICMS.” (2012, p. 17).

Existe evidência de que a

Campanha Todos Com a Nota

conscientiza o cidadão quanto à

importância social dos tributos e à

necessidade de se exigir

documentos fiscais nas aquisições

de bens e serviços, numa

proporção que varia entre 5,34% e

10,66% da população de cidadãos

usuários que, ao menos,

frequentam os postos de

atendimento. ” (2012, p. 110).

2012 Batista Demonstrar a importância da

Educação Fiscal na

transformação do indivíduo em

cidadão, a partir da constituição

do processo de educação fiscal

no Brasil

O incentivo a contribuição do

ICMS, denominado “Sua Nota

Vale Dinheiro” assegura o

fortalecimento da arrecadação dos

setores de comércio atacadista e

varejista, tendo como percentual

de arrecadação de ICMS para o

Estado do Ceará de 34,16%.

2013 Borges Demonstrar quais são as

relações resultantes entre o

PEF/RN e o desempenho

púbico, quanto a possível

influência nos indicadores

locais das funções de governo, a

partir do recebimento de

repasses pelas entidades do

Terceiro Setor de cada

município pesquisado.”

Houve uma variação positiva nos

indicadores, com reflexo direto

sobre as funções de assistência

social, saúde, desporto e lazer que

confirmou a hipótese alternativa,

as médias desses indicadores são

diferentes daquelas posteriores aos

repasses. Evidencia que o impacto

consequente é concentrado nos

municípios com populações

superiores a 50.000 habitantes

2014 Batista Compreender os processos de

mediação e apropriação social

da informação pública sobre

educação fiscal com base em

levantamentos de pesquisas

bibliográficas e históricas.

Os cursos de educação fiscal são

mais normativos do que reflexivos,

sendo necessária uma mediação

entre a sociedade e o Estado, com

o objetivo de estabelecer um

caminho de diálogo que viabilize a

negociação de significados entre

as partes envolvidas.

2014 Santos Analisar o discurso da educação

fiscal e as estruturas sociais do

Constatou-se que a “operação da

ideologia, a escolha do material

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Estado do Rio de Janeiro a

partir da “consoante do

pressuposto teóricos da análise

do discurso (ACD)”, com

intuito de aprofundar seu estudo

também utilizou os “postulados

da nova retórica” que foi tratado

como instrumento de análise

complementar.

didático, o papel da instituição de

ensino, o discurso da educação

fiscal e a hegemonia, a relação do

Estado e sociedade por meio da do

discurso da educação fiscal e seu

encadeamento argumentativo” são

inacabados devido ao rumo da

relação entre o Estado e a

sociedade não são satisfatórios e

precisos

2014 Aguiar Investigar o fenômeno dos

observatórios sociais no Brasil

(criação, organização,

funcionamento, dificuldades

enfrentadas e resultados

obtidos), como consequência da

difusão da educação fiscal e

forma de contribuir para a

concretização da cidadania

solidária no País.

Os “observatórios sociais, ainda

que com falhas e dificuldades,

podem colaborar para a conquista

da cidadania solidária, uma vez

que constituem uma iniciativa

capaz de enfrentar obstáculos na

sociedade brasileira.”

2014 Rocha Avaliar o significado das

propostas conceituais de

cidadania e educação para

cidadania e dos resultados e

impactos do Programa Nacional

de Educação Fiscal (PNEF) na

formação de professores, no

Estado da Bahia, no período de

2006 a 2013

Embora o PNEF possa ser

considerado como uma política

pública educacional de incentivo

ao exercício da cidadania, o seu

modelo de cidadania e educação

para a cidadania precisa ser

urgentemente revisto

2015 Borges, Pereira e

Borges

Identificar os fundamentos que

caracterizam a educação fiscal

dos indivíduos e em seguida, a

partir desses fundamentos,

construir e validar um indicador

de mensuração da educação

fiscal, buscando estabelecer

uma escala de medição do nível

de formação educacional fiscal

dos cidadãos

Os elementos que fundamentam a

educação fiscal permitem

mensurá-la em forma de indicador

multidimensional, que possibilitou

constituir uma escala de medição

do nível de formação educacional

fiscal dos cidadãos.

2015 Baialardi, Petri e

Rosa

Verificar se há contribuição dos

contadores integrantes de

empresas que prestam serviços

contábeis, localizadas no bairro

de Campinas em São José–SC,

com relação à conscientização

tributária e de que maneira eles

influenciam seus clientes neste

processo.

Evidenciou-se que os profissionais

contábeis têm conhecimento do

processo de conscientização,

assumem o seu papel na condução

deste processo e exercem a

responsabilidade social e fiscal

agindo em prol da conscientização

tributária dos seus clientes.

2017 Cadorin Discutir a importância de um

tema relativamente novo no

Desde a implantação do programa

de educação fiscal no município de

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contexto social, que é a

Educação Fiscal, revelando

aspectos sobre sua trajetória,

quais suas perspectivas e a

prática no município de

Estação/RS

Estação/RS, “os impactos e o

envolvimento da comunidade são

extraordinários”, isso se deve ao

fato da “dimensão/proporção que o

projeto está tomando e as

iniciativas estão formando a base

de um programa permanente de

educação fiscal. Fonte: Adaptado pelo autor.

Desta forma, observa-se que ainda existem muitas lacunas a serem preenchidas para que os

cidadãos entendam que a educação fiscal transcende o recolhimento do tributo, e sim, que a prática

constante de educação fiscal serve para emancipação do controle social e para consecução de políticas

públicas visando atender às necessidades da sociedade.

2.2 EDUCAÇÃO FISCAL NO CONTEXTO DA ESCOLA

Neste capítulo, é apresentado um levantamento bibliográfico sobre educação fiscal no

contexto da escola, cujos artigos foram desenvolvidos por outros autores, seguindo o nível de

entendimento da educação e educação fiscal no contexto da escola.

No estudo desenvolvido por Silva (2005), procurou-se averiguar na educação a importância

da educação fiscal no Ensino Fundamental e Médio, e discorre-se sobre a ausência da educação fiscal

nas grades curriculares obrigatórias das escolas. Ao se concluir o trabalho, ficou evidenciada a falta

de interação entre a administração fiscal e as instituições escolares; devido a esta limitação, as escolas

são pouco participativas e a maioria dos estudantes do Ensino Fundamental e Médio não exercitam

seus direitos, deveres e compromissos, pois as informações não chegam detalhadas. A autora propõe

que uma alternativa para o desenvolvimento e familiaridade de uma nova cidadania com as contas

públicas e também para compreender as decisões dos governantes, no que se refere a erros e acertos

na gestão dos recursos públicos, é estimular uma nova postura diante das questões fiscais, e a

consciência da função socioeconômica do tributo, interação do jovem em discussões como fóruns,

teatro e conselhos municipais.

Borges et al. (2008) evidenciou o nível de percepção dos estudantes de graduação dos cursos

de ciências contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sobre o tema educação fiscal,

conforme delineados no Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF. Os resultados obtidos é que

a formação dos graduandos não atende aos pressupostos desenvolvidos pelo PNEF. Esse resultado se

deve à ausência nas grades curriculares de uma análise das políticas públicas fiscais e educacionais e

também pela falta de instrumentos e indicadores interdisciplinares para alicerçar a informação

contábil e o efeito social prático dessa informação.

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Buti e Batista (2009) trataram de alguns conceitos básicos da educação fiscal, fruto de

inquietação crescente dos educadores, com intuito de melhorar a compreensão e inclusão no contexto

da sala de aula para, em seguida, ser abordado em diferentes conteúdos das disciplinas. Com o término

do trabalho, observaram que todos os educadores e demais membros das equipes entenderam não só

a importância da educação fiscal para a formação cidadã, mas também com relevante abordagem de

conteúdos sistematizados nos vários campos do conhecimento.

Santiago (2010), em sua dissertação, procurou avaliar em que medida o Programa de

Educação Fiscal no Estado do Ceará conscientiza os estudantes do Ensino Médio sobre a relevância

do tributo. Os resultados mostram que nas duas escolas analisadas, tendo uma implantado o Programa

Nacional de Educação fiscal - PNEF e outra não, os estudantes que tiveram acesso o Programa

Nacional de Educação Fiscal demonstraram mudança de comportamento com relação a definição do

tributo e o seu papel social com a sociedade como um todo. Nessa pesquisa também foi elaborado

um trabalho de conscientização dos educadores, cujo resultado demonstrou um expressivo

conhecimento em relação aos tributos e entendeu-se a relevância em fomentar nos estudantes a cultura

da fiscalização da utilização dos recursos oriundos dos tributos.

No artigo de Sila e Vilanova (2001) objetiva-se analisar a contribuição do Programa de

Educação Fiscal (PEF) do Ceará para discutir com os professores sobre cidadania. Isso se deve ao

fato da formação dos professores pesquisados ter sido feita na modalidade de ensino à distância

(EAD).

Como conclusão do trabalho, percebe-se uma reação positiva aos aspectos que foram

abordados com relação aos direitos e deveres. Outro ponto observado é que, apesar de ser um tema

transversal, suas contribuições são efetivas quando se trata de prática docente para o exercício da

cidadania. Desta forma, o alcance da educação fiscal engloba seu reflexo na formação cidadã do aluno

e do próprio professor, o que colabora com a ideia central do PEF de contribuir para abordagem de

assuntos relacionados com a cidadania. Silva e Vilanova (2011) ponderam de forma crítica com

relação ao processo da educação fiscal no Brasil, pois é visível que a gestão do Programa Nacional

de Educação Fiscal precisa se aperfeiçoar mais objetivamente em competência, de forma a existir

uma ação mais coesa com relação à educação fiscal.

Ramos e Forte (2014) analisaram quais as são as contribuições de um programa de educação

fiscal para o Ensino Fundamental. Para o desenvolvimento da pesquisa, foi feito um estudo de caso

na Escola Estadual Dr. José Rodrigues Fontes, no município de Cáceres, Mato Grosso. A conclusão

do estudo é que houve o desenvolvimento crítico dos alunos, o que foi comprovado através de textos

desenvolvidos pelos pesquisados.

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Diante de todos os estudos que tiveram foco em estudantes de um modo geral, observou-se

que quanto mais divulgado for o programa de educação fiscal, mais estudantes vão adquirir senso

crítico para cobrar que as ações do Estado em prol de uma sociedade justa e consciente com relação

às questões tributárias.

2.3 PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO FISCAL – PNEF

A Constituição Federal de 1988 teve como ponto chave ampliar, de modo relevante, a

participação do cidadão na administração pública por meio dos conselhos de políticas públicas,

compostos por representantes da sociedade civil e do poder público, nas três esferas de governo.

Tal fato ocorreu com maior ênfase nas políticas sociais, com a previsão constitucional de

criação desses espaços de participação nas áreas da Saúde, Previdência e Assistência Social

(Constituição Federal, artigos 194, inciso VII, 198, inciso III e 204, inciso II;), da Educação (art. 206,

inciso VI) e do Meio Ambiente (art. 225, caput), entre outras.

Com isso, ao introduzir uma nova concepção de cidadania, a Constituição Federal atribuiu à

educação formal a responsabilidade de instruir a pessoa para o exercício da cidadania, conforme

preceitua seu artigo 205: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida

e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu

preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (CONSTITUIÇÃO

FEDERAL, 1988)

Após a criação da Constituição Federal e no primeiro semestre de 1996, o Conselho Nacional

de Política Fazendária – CONFAZ – registrou a importância de se criar um programa de consciência

tributária, com objetivo à prática da cidadania. No segundo semestre deste mesmo ano aconteceu a

implantação do programa nacional permanente de conscientização tributária, que faz parte do

Convênio de Cooperação Técnica entre União, Estados e Distrito Federal. No início do segundo

semestre no ano de 1999, o CONFAZ resolveu ampliar o programa, com intuito de não limitar apenas

aos tributos e sim aportar também as questões de alocação dos recursos públicos arrecadados e da sua

gestão. No entanto, neste momento sua denominação passa a ser Programa Nacional de Educação

Fiscal – PNEF.

A proposta do Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF é ser um instrumento

permanente de afirmação do Estado democrático; contribuir para fortalecer os mecanismos

de transformação social por meio da educação; difundir informações que possibilitem a

construção da consciência cidadã a respeito da função socioeconômica dos tributos e dos

orçamentos públicos; ampliar a participação popular na gestão democrática do Estado;

contribuir para aperfeiçoar a ética na administração pública e na sociedade; harmonizar a

relação estado-cidadão; desenvolver a consciência crítica da sociedade para o exercício do

controle social; aumentar a eficiência, a eficácia e a transparência do Estado; compartilhar o

conhecimento sobre a gestão pública; reforçar o conceito de bem público como patrimônio

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da sociedade; contribuir com o aprimoramento da qualidade do gasto público; aumentar a

responsabilidade fiscal; obter o equilíbrio fiscal; fortalecer a ética na administração pública;

combater a corrupção; promover a reflexão sobre nossas práticas sociais; propugnar pela

construção democrática e participativa de políticas públicas capazes de minimizar as

desigualdades sociais. 5

No final do semestre de 2002 o Programa Nacional de Educação Fiscal (PNEF) teve uma

nova reformulação a partir da Portaria n° 413/2002, do Ministério de Estado da Fazenda. O Ministro

de Estado e da Educação, no artigo 1°, define que o objetivo é “promover e institucionalizar a

Educação Fiscal para o pleno exercício da cidadania, sensibilizar o cidadão para a função

socioeconômica do tributo, levar conhecimento ao cidadão sobre administração pública e criar

condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão.”

Após criado o PNEF, foi constituído um grupo de trabalho chamado Grupo de trabalho

Educação Fiscal (GEF) com intuito de definir a política do PNEF, que conforme o artigo 3° da

Portaria 413/2002, deve ser composto por membros efetivos, dos seguintes órgãos:

I – Ministério da Educação;

II Escola de Administração Fazendária – ESAF;

III Secretária da Receita Federal;

IV – Secretária de Fazenda de cada Estado e do Distrito Federal;

VI Secretária de Educação de cada Estado e do Distrito Federal.

Com a criação do GEF, foram constituídos outros três órgãos que são subordinados aos GEF:

1) Grupo de Educação Fiscal nos Estados (GEFE); 2) Grupo de Educação Fiscal da Receita Federal

(GEFF); e 3) Grupo de Educação Fiscal nos Municípios (GEFM), “com o objetivo de planejar,

executar, acompanhar e avaliar as ações necessárias para implementação do Programa Nacional de

Educação Fiscal.”

Recentemente foi incluído no programa PNEF, uma dimensão mais ampla com a

participação das seguintes Instituições Gestoras (ESAF2013, p. 40):

• Controladoria-Geral da União;

• Secretaria do Orçamento Federal;

• Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

O processo visa conscientizar a população que exerça seus direitos e deveres como cidadãos

que participam, contribuem e acompanham os gastos e a gestão pública.

5 Programa Nacional de Educação Fiscal, 2017. Disponível em: http://educacaofiscal.gov.br/sobre-o-programa.

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Todavia, o objetivo geral do programa Nacional de educação fiscal, definido no caderno 1

(2013) é “promover e institucionalizar a Educação Fiscal para o efetivo exercício da cidadania”

(ESAF, 2014, p. 43).

Entretanto, com a finalidade de detalhar melhor o programa PNEF, alguns objetivos

específicos foram delineados da seguinte forma.

O primeiro objetivo específico “disseminar informações e conceitos sobre a gestão fiscal,

favorecendo a compreensão e a intensificação da participação social nos processos de

geração, aplicação e fiscalização dos recursos públicos; já o segundo inclui institucionalizar

o PNEF nas três esferas dos governos, desenvolvendo ações permanentes de sensibilização,

pautadas pelo aproveitamento da sinergia entre os seus atores; e por fim o terceiro estimular

a prática interdisciplinar nas ações de educação fiscal, capacitando de forma continuada

agentes multiplicadores” (ESAF, 2014, p. 43).

Com a delimitação dos objetivos geral e específicos o Estado procura, com esse programa,

conscientizar o cidadão para o exercício da cidadania, visando combater os malefícios da sonegação,

corrupção e pirataria.

Os fundamentos da Educação Fiscal surgiram para harmonizar a ligação entre o Estado e o

contribuinte, tendo como objetivo principal a consciência tributária para exercício da cidadania. Esses

fundamentos estão detalhados no Quadro 1.

Quadro 1: Fundamentos da educação fiscal

EDUCAÇÃO FISCAL

Educação O exercício de uma prática educativa na perspectiva de formar um cidadão

consciente, reflexivo e mobilizador, de forma a contribuir para a

transformação social;

Cidadania Objetiva possibilitar e estimular o crescente poder do cidadão quanto ao

controle democrático do Estado, incentivando-o à participação individual

e coletiva na definição de políticas públicas e na elaboração de leis para

sua execução.

Ética Fortalecer uma conduta responsável e solidária, que valorize o bem

comum.

Política Compartilhar conhecimentos sobre gestão pública eficiente, eficaz e

transparente quanto à captação, à alocação e à aplicação dos recursos

públicos, com responsabilidade fiscal, e ênfase no conceito de bem

público como patrimônio da sociedade.

Controle Social Disseminar conhecimentos e instrumentos para que o cidadão possa atuar

no combate ao desperdício e a corrupção.

Relação Administração

Tributária Contribuinte

Estimular o cumprimento voluntário das obrigações tributárias e o

combate à sonegação fiscal, ao contrabando, ao descaminho e à pirataria.

Relação Estado Sociedade Desenvolver uma relação de confiança entre a administração pública e o

cidadão, oferecendo-lhe um atendimento respeitoso e conclusivo, com

ênfase na transparência das atividades.

Condução do PNEF Realizar práticas democráticas em permanente integração com todos os

segmentos sociais, de modo a contribuir para que o Estado cumpra seu

papel constitucional de reduzir as desigualdades sociais e ser instrumento

de fortalecimento permanente do Estado Democrático de Direito.

Fonte: Adaptado pelo autor, da ESAF (2014, p. 42).

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Para Borges (2012), “educar o cidadão constitui-se num programa de governo voltado à

melhoria da condição de vida, através da conscientização do cidadão comum sobre seus direitos e

deveres constitucionais, sua colaboração com Estado e de como são refletidas na administração

desses. ”

Com a descrição dos 8 (oito) fundamentos da educação fiscal definidos pela ESAF, é claro

que os mesmos se cruzam com a Constituição Federal de 1988, no que concerne ao exercício de todos

os direitos, abordados na Constituição.

2.4 SONEGAÇÃO FISCAL

A Sonegação fiscal se trata de um mecanismo de infligir as leis e regulamentos fiscais que é

praticado pelo indivíduo, e motivada por diversos fatores.

Desta forma os recentes números divulgados na página do Congresso em foco, mostra que até

meados de agosto 2018, o Brasil já havia deixado de arrecadar até agora R$ 345 bilhões por causa da

sonegação de imposto, aponta o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz)6.

Para Silva (1998) a sonegação fiscal se trata da infringência dos interesses do fisco,

mecanismo arrecadador de tributos do Estado, também chamada de Fazenda ou Fazenda Pública.

Menezes (2014, p. 10) “a sonegação fiscal, por sua própria essência, é um delito à ocultação

dolosa, parcial ou total, de tributos devidos ao Estado, pois quem pratica tem a intenção de fazê-la.

Essa atividade criminosa atinge todo o corpo social, pois reduz a capacidade de investimento do

Estado, causando danos relevantes à população. ”

Entretanto Corrêa (1996) define que existem várias maneiras sonegar tributos através dos

atos ilícitos, caracterizados por condição que se ligam à pena pelo descumprimento da norma,

violação ao ordenamento jurídico. As reações impostas ao infrator vão desde o ressarcimento do dano

à aplicação de multa de natureza civil.

Já a Lei 4.729 de 14 de julho de 1965, define o crime de sonegação fiscal como:

i) prestar declaração falsa ou omitir, total ou parcialmente, informação que deva ser

produzida a agentes das pessoas jurídicas de direito público interno, com a intenção de

eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento de tributos, taxas e quaisquer adicionais

devidos por lei;

ii) inserir elementos inexatos ou omitir, rendimentos ou operações de qualquer natureza em

documentos ou livros exigidos pelas leis fiscais, com a intenção de exonerar-se do pagamento

de tributos devidos à Fazenda Pública;

iii) alterar faturas e quaisquer documentos relativos a operações mercantis com o propósito

de fraudar a Fazenda Pública;

6 Congresso em foco – UOL. Disponível em: https://congressoemfoco.uol.com.br/economia/brasil-deixou-de-arrecadar-

mais-de-r-345-bilhoes-por-sonegacao-em-2018/

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iv) fornecer ou emitir documentos graciosos ou alterar despesas, majorando-as, com o

objetivo de obter dedução de tributos devidos à Fazenda Pública, sem prejuízo das sanções

administrativas cabíveis;

v) exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário da paga, qualquer

percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida do imposto sobre a renda como incentivo

fiscal.

A sonegação fiscal é decorrente do comportamento humano que procura de forma ilícita

fraudar o Estado com objetivo de sonegar ou pagar menos impostos, porém as consequências dessa

sonegação são refletidas nos benefícios que é gerado para coletividade como um todo.

Vários são os tipos de sonegação fiscal, o que será descrito no quadro 2, que corresponde a

atos ilícitos que são cometidos pela sociedade.

Quadro 2: Tipos de sonegação fiscal

TIPOS DE SONEGAÇÃO FISCAL

Simulação de estabelecimento e de

operação Ocorre quando há a utilização de empresa fantasma, em que a empresa

apresenta todos os requisitos formais de constituição.

Constituição de firmas “laranjas” A empresa é legalmente constituída, sendo que para ser usada por um certo

período, depois deixa de operar.

Utilização de notas fiscais “frias”

e notas fiscais “calçadas” As notas fiscais “frias” efetivam-se quando da utilização de notas fiscais falsas

(notas fiscais paralelas) ou mesmo notas fiscais que não tiveram autorização do

Fisco para serem confeccionadas. Já as notas fiscais calçadas ocorrem no caso

de adulteração do documento fiscal, na primeira via (que acompanha a

mercadoria ou bem e vai para o adquirente) onde é destacado o valor real da

operação, no entanto, na via fixa de arquivo (sobre a qual recaem os tributos de

obrigação do vendedor) é registrado um valor bem inferior.

Subfaturamento em vendas ou

serviços Consiste na prestação de informação falsa quanto ao real valor da receita de

vendas ou de serviços. Nesta prática há o recebimento, “por fora”, da diferença

entre o valor informado ao Fisco e o realmente negociado entre as partes, tendo

como destino o caixa dois, que não é controlado pela Fazenda Pública.

Falsificação de documentos de

arrecadação Compreende um caso típico de fraude, pois o agente falsifica o documento que

comprovaria o efetivo pagamento do tributo devido e, assim, não há qualquer

ingresso da receita tributária aos cofres públicos.

Notas fiscais viajadas / entrega de

mercadorias em local diverso do

indicado nas notas fiscais

Neste caso de fraude, há emissão de nota fiscal indicando um determinado local

de entrega, sendo que, na realidade, a efetiva entrega dá-se em um local diverso

do indicado no documento fiscal.

Blindagem patrimonial A blindagem patrimonial se utiliza de meios ilícitos com o objetivo de sonegar

tributos.

Fonte: Adaptado pelo autor, da Menezes (2014, p. 19-24).

Diante do exposto, observa-se que a sonegação fiscal está relacionada ao comportamento do

ser humano, todavia existem vários tipos de sonegação fiscal, o que interfere diretamente na

arrecadação do Estado e também nos recursos que são repassados em benefícios da sociedade como

um que são gerados pela coletividade.

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21

3 DESIGN/METODOLOGIA/ABORDAGEM

O método de pesquisa utilizado foi o estudo de caso único, de observação direta,

desenvolvido no mundo real, com intuito de verificar fenômenos sociais relevantes.

Schramm (1971) explica que o estudo de caso tenta iluminar uma decisão ou um conjunto

de decisões: por que elas são tomadas, como elas são implementadas e com que resultado. Segundo

Yin e Davis (2007, p. 75-93), “o estudo de caso é entender um fenômeno do mundo real e assumir

que esse entendimento provavelmente englobe importantes condições textuais pertinentes ao seu

caso”.

Segundo Yin (2015, p.17), “a definição do estudo de caso reflete uma visão em duas partes.

A primeira parte começa com o escopo do caso, que é uma investigação empírica e a segunda é a

investigação do estudo.”

Entretanto, o tipo de pesquisa a ser desenvolvida é a descritiva, que visa descrever os

fenômenos sociais.

A pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever características de determinada

população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis. Tendo como

características expressivas a utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados. (GIL, 2009).

Para Andrade (2002), a pesquisa descritiva preocupa-se em observar os fatos, registrá-los,

analisá-los, classificá-los e interpretá-los, e o pesquisador não interfere nos fatos. Assim, os

fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são analisados.

A abordagem do trabalho será qualitativa, com objetivo de alcançar um melhor entendimento

dos fatores que sustentam o problema da pesquisa.

A abordagem qualitativa “pode descrever a de determinado problema, analisar a interação de

certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”.

Ressalta também que podem “contribuir no processo de mudança de determinado grupo e

possibilitar, em maior profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento

dos indivíduos”. (RICHARDSON 1999, p. 80).

Na visão de Raupp e Beuren (2010, p. 92):

(...) na pesquisa qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno

que está sendo estudado. A abordagem qualitativa visa destacar características não

observadas por um estudo quantitativo, haja vista a superficialidade deste último.

A abordagem qualitativa é usualmente aplicada nos estudos descritivos, em que busca

analisar, identificar e esclarecer questões superficialmente abordadas e conhecer a natureza do

fenômeno social com relação à educação fiscal.

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3.1 OBJETO DO ESTUDO

Para verificar os níveis de conhecimentos dos estudantes sobre educação fiscal e a partir do

resultado registrar o conceito de tributo por parte dos estudantes através do mapa conceitual. A

pesquisa foi feita por critério de adesão, e o público alvo é composto por estudantes 20 estudantes,

com faixa etária entre 12 a 15 anos, assistidos pelas Obras Sociais São Bonifácio, que estavam

regularmente matriculados no ano de 2018. A pesquisa é descritiva porque investiga a percepção dos

estudantes sobre educação fiscal e descreve informações sobre a população investigada.

Foi utilizado um questionário composto por 26 questões objetivas, que na primeira etapa foi

composta por dados de natureza censitária. Já na segunda etapa foram abordadas questões de natureza

tributária e fiscal, com variáveis qualitativas que abrange a coleta de dados

através de instrumento e a análise por meio de técnicas estatísticas.

3.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Para a delimitação do estudo foi aplicado um questionário de Trindade (2017) para 20

estudantes do Ensino Médio do Centro de Assistência Social - Obras Sociais São Bonifácio para

verificação e análise da percepção dos estudantes com relação à educação fiscal. O questionário foi

composto de 26 (vinte seis) questões (APÊNDICE), com perguntas estruturadas sobre educação

fiscal, função social do tributo, entendimento sobre aplicação e utilização das receitas tributárias,

consciência cidadã no combate à sonegação de impostos.

O questionário foi dividido em duas etapas: na primeira etapa, verificou-se o perfil dos

estudantes, e na segunda, averiguou-se a percepção dos estudantes sobre educação fiscal, função

social do tributo, entendimento sobre aplicação e utilização das receitas tributárias, consciência

cidadã no combate à sonegação de impostos.

3.3 COLETA DE DADOS E PARTICIPANTES

O questionário foi aplicado no dia 05 de dezembro de 2018, no período da manhã em um

Centro de Assistência Social - Obras Sociais São Bonifácio, localizado na Rua Antônio José Vaz,

293 e 301 no Bairro Vila Caraguatá – São Paulo – SP, com 20 estudantes na faixa etária entre 12 e

15 anos, que estavam regulamente matriculados no ano de 2018.

3.4 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADO

As análises dos dados foram feitas com software R (versão 3.5.0). Para a análise descritiva

das variáveis das primeira e segunda etapas foram utilizadas medidas de tendência central, dispersão

e posição. Para compará-las entre os grupos foi utilizado o teste Exato de Fisher (AGRESTI, 2002).

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Com o intuito de atender os objetivos da pesquisa, também foi utilizada a versão gráfica das

análises dos dados coletados, possibilitando a interpretação dos questionários que foram aplicados

com os estudantes assistidos pela Obras Sociais São Bonifácio- São Paulo-SP, para analisar os

resultados alcançando de acordo com os objetivos propostos no trabalho.

De acordo com Martins (2002, p. 47), “nessa etapa do trabalho o investigador irá classificar

os dados, dando-lhe ordem ou colocando-os nas diversas categorias, segundo critérios que facilitem

a análise e interpretação em face dos objetivos da pesquisa”.

A técnica de análise de dados adotada no trabalho permite chegar a um resultado através de

pesquisas que foram feitas com sujeitos, que neste caso são os estudantes das Obras Sociais José

Bonifácio, sendo a aplicação do questionário de forma estruturada.

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24

4 RESULTADOS

A partir desse tópico será feita a caracterização dos entrevistados, com base nos resultados

obtidos após a aplicação do questionário. O perfil dos estudantes que participaram da pesquisa com

relação a educação fiscal, que estão regulamente matriculados no ano de 2018 no Centro de

Assistência Social – Obras Sociais São Bonifácio, localizado na zona sul da cidade de São Paulo-SP

é bem heterogêneo.

4.1 DESCRIÇÃO DAS VARIÁVEIS DE NATUREZA CENSITÁRIA

A tabela 5, apresenta a descrição das variáveis quanto ao perfil dos respondentes e quanto

ao conhecimento sobre a temática de educação fiscal. O questionário foi dividido em duas etapas que

correspondem a: 1ª etapa corresponde a dados de natureza censitária a 2ª etapa corresponde a verificar

o conhecimento quanto a temática dessa pesquisa. A seguir apresenta-se o resultado dessas etapas.

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25

Tabela 2 - Descrição categóricas de frequência das variáveis

Variáveis Categorias Frequência

N %

1ª etapa

Q1. Idade Menor de 16 anos 20 100,00%

Q2. Sexo Feminino 11 55,00%

Masculino 9 45,00%

Q3. Tem algum conhecimento, já assistiu aulas /

palestras ou participou de algum curso sobre

educação fiscal?

Sim 3 15,00%

Não 17 85,00%

Q4. Caso a resposta anterior tenha sido “sim”,

responda: Você pratica em seu dia a dia o que sabe

sobre educação fiscal?

Sim 17 85,00%

Não 3 15,00%

2ª etapa

Q5. Você sabe para que serve a nota fiscal? Sim 12 60,00%

Não 8 40,00%

Q6. A emissão de nota fiscal de produtos ou

serviços garante o recolhimento de impostos?

Sim 6 30,00%

Não sei 14 70,00%

Q7. É importante exigir nota fiscal no ato da

compra?

Sim 18 90,00%

Não sei 2 10,00%

Q8. Você e as pessoas da sua família costumam

exigir nota fiscal no ato da compra?

Sim 11 55,00%

Não 3 15,00%

Às vezes 6 30,00%

Q9. Suponha que você esteja em uma loja

comprando um produto qualquer, logo após a

finalização da compra o vendedor ...

Sim 16 80,00%

Não 4 20,00%

Q10. O valor contido na nota fiscal expressa o

valor do produto mais os impostos incididos sobre

este?

Sim 7 35,00%

Não 1 5,00%

Às vezes 1 5,00%

Não sei 11 55,00%

Q11. Você acredita que é importante aconselhar

outras pessoas a exigirem nota fiscal ao adquirir

algum produto ou serviço?

Sim 12 60,00%

Não 4 20,00%

Não sei 4 20,00%

Q12. Um consumidor estava em dúvida entre

comprar um DVD similar de um artista X por

R$2,00 “sem nota fiscal” no camelódromo, ou

comprar um DVD original do mesmo artista...

Sim 3 15,00%

Não 10 50,00%

Não sei 7 35,00%

Q13. Com base na questão anterior, responda:

Você tomaria a mesma decisão de comprar o DVD

similar, mais barato e sem nota fiscal?

Sim 3 15,00%

Não 10 50,00%

Talvez 7 35,00%

Q14. Você já comprou ou compraria algum

produto sem nota fiscal?

Sim 7 35,00%

Não 4 20,00%

Talvez 9 45,00%

Q15. Você sabe o que é sonegação de impostos? Sim 2 10,00%

Não 18 90,00%

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Q16. Você sabe para que serve e onde são

aplicados os impostos recolhidos?

Sim 6 30,00%

Não 14 70,00%

Q17. Ao deixar de exigir nota fiscal no ato da

compra de algum produto ou serviço, deixa-se a

ocasião favorável para que a empresa sonegue o

imposto que estaria expresso na nota...

Sim 9 45,00%

Não 2 10,00%

Não sei 9 45,00%

Q18. O ato de pagar impostos é uma atitude

cidadã?

Sim 11 55,00%

Não 4 20,00%

Não sei 5 25,00%

Q19. Sem arrecadação de impostos não há receita

pública

Sim 7 35,00%

Não 2 10,00%

Não sei 11 55,00%

Q20. O imposto é decorrente das atividades de

comércio, indústria e serviços. É preciso que a

sociedade cumpra seu papel somente adquirindo

produtos e serviços ...

Sim 5 25,00%

Não 3 15,00%

Não sei 12 60,00%

Q21. Você acredita que, você, sua família e a

população, em geral, são beneficiadas de alguma

forma com a arrecadação de impostos?

Sim 7 35,00%

Não 2 10,00%

Não sei 11 55,00%

Q22. Os tributos recolhidos geram receita para os

cofres públicos. Posteriormente esses valores são

revertidos em benefícios para a sociedade

Sim 8 40,00%

Não 4 20,00%

Não sei 8 40,00%

Q23. É preferível que se compre produtos

legalmente comercializados com nota fiscal, pois

assim será gerado ...

Sim 10 50,00%

Não sei 10 50,00%

Q24. O dinheiro utilizado para que sua escola

exista e funcione vem da arrecadação de impostos

Sim 12 60,00%

Não 2 10,00%

Não sei 6 30,00%

Q25. Quando o patrimônio público (bancos de

praça, cadeiras da escola etc.) é destruído, o

dinheiro utilizado para pagar o conserto deste

patrimônio vem de impostos pagos ...

Sim 13 65,00%

Não 2 10,00%

Não sei 5 25,00%

Q26. Sem receita pública continuam funcionando

normalmente os serviços públicos de educação,

saúde e segurança?

Sim 1 5,00%

Não 7 35,00%

Não sei 12 60,00%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

A tabela 2, mostra a estatística descritiva obtida em todas as variáveis da primeira e segunda

etapas. Os resultados alcançados, está descrito a partir do item 4.2 e demonstram que em alguns

momentos as associações são significativas, todavia em outros momentos essas associações não

possuem significância.

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4.2 ASSOCIAÇÃO ENTRE SEXO (Q2) E AS VARIÁVEIS DA 2ª ETAPA

A Tabela 3 mostra a comparação do sexo com as variáveis pertencentes a segunda etapa.

Conforme tabela 3, podemos destacar que:

Tabela 3 - Associação entre sexo e variáveis da segunda etapa.

Variáveis Feminino Masculino Valor-p

Questões Categorias N % N %

5 Sim 7 63,64% 5 55,56%

1,000 Não 4 36,36% 4 44,44%

6 Sim 4 36,36% 2 22,22%

0,642 Não sei 7 63,64% 7 77,78%

7 Sim 11 100,00% 7 77,78%

0,189 Não sei 0 0,00% 2 22,22%

8 Sim 7 63,64% 4 44,44%

0,470 Não 2 18,18% 1 11,11% As vezes 2 18,18% 4 44,44%

9 Sim 9 81,82% 7 77,78%

1,000 Não 2 18,18% 2 22,22%

10

Sim 4 36,36% 3 33,33%

1,000 Não 1 9,09% 0 0,00% As vezes 0 0,00% 1 11,11% Não sei 6 54,55% 5 55,56%

11 Sim 6 54,55% 6 66,67%

0,142 Não 4 36,36% 0 0,00% Não sei 1 9,09% 3 33,33%

12 Sim 1 9,09% 2 22,22%

0,190 Não 4 36,36% 6 66,67% Não sei 6 54,55% 1 11,11%

13 Sim 2 18,18% 1 11,11%

1,000 Não 5 45,45% 5 55,56% Talvez 4 36,36% 3 33,33%

14 Sim 2 18,18% 5 55,56%

0,073 Não 4 36,36% 0 0,00% Talvez 5 45,45% 4 44,44%

15 Sim 1 9,09% 1 11,11%

1,000 Não 10 90,91% 8 88,89%

16 Sim 3 27,27% 3 33,33%

1,000 Não 8 72,73% 6 66,67%

17 Sim 7 63,64% 2 22,22%

0,160 Não 1 9,09% 1 11,11% Não sei 3 27,27% 6 66,67%

18 Sim 8 72,73% 3 33,33%

0,163 Não 2 18,18% 2 22,22% Não sei 1 9,09% 4 44,44%

19 Sim 3 27,27% 4 44,44%

0,807 Não 1 9,09% 1 11,11% Não sei 7 63,64% 4 44,44%

20 Sim 3 27,27% 2 22,22%

0,835 Não 1 9,09% 2 22,22% Não sei 7 63,64% 5 55,56%

21 Sim 5 45,45% 2 22,22%

0,293 Não 0 0,00% 2 22,22%

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Não sei 6 54,55% 5 55,56%

22 Sim 4 36,36% 4 44,44%

0,267 Não 1 9,09% 3 33,33% Não sei 6 54,55% 2 22,22%

23 Sim 8 72,73% 2 22,22%

0,070 Não sei 3 27,27% 7 77,78%

24 Sim 7 63,64% 5 55,56%

0,448 Não 0 0,00% 2 22,22% Não sei 4 36,36% 2 22,22%

25 Sim 9 81,82% 4 44,44%

0,208 Não 1 9,09% 1 11,11% Não sei 1 9,09% 4 44,44%

26 Sim 0 0,00% 1 11,11%

0,362 Não 3 27,27% 4 44,44% Não sei 8 72,73% 4 44,44%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

• Houve diferença marginalmente significativa (valor-p = 0,073) entre as pessoas que

responderam não e talvez, e que responderam positivamente se compraram ou comprariam algum

produto sem nota fiscal (Q14) em relação ao sexo, sendo que 55,56% dos homens já compraram ou

comprariam, enquanto apenas 18,18% das mulheres o fariam.

• Houve diferença marginalmente significativa (valor-p = 0,070) entre os estudantes que

responderam não e não sabe, e que preferem que se comprem produtos legalmente comercializados

com nota fiscal, pois assim será gerado imposto, que será recolhido aos cofres públicos e depois

revertido em benefícios para a sociedade (Q23) entre os sexos feminino e masculino, sendo que

72,73% e 22,22% têm preferência, para as mulheres e homens, respectivamente.

Observando os resultados da tabela 3, são poucos estudantes que possuem conhecimento sobre

educação fiscal, no entanto entre aqueles que demonstram este conhecimento, pouco praticam a

essência da questão tributária e da importância do papel social para a comunidade. Gryzybovski e

Hann (2006) já afirmava que existe uma falta de entendimento dos cidadãos com relação a educação

fiscal. Oliveira (2012) defendeu a ideia de que as práticas de educação fiscal devem ser desenvolvidas

por todas as pessoas desde a infância até a maior idade, que desta forma vai poder contribuir na

solidificação moral de uma nova ordem social.

Em relação ao contexto da escola, Santiago (2010), desenvolveu uma pesquisa nos municípios

de Icaraú e Itacarema – CE, onde se percebeu uma indiferença entre os estudantes que tiveram acesso

ao Programa de Educação fiscal quando se trata da definição de tributos, seu papel social e também

com relação ao programa. Desta forma podemos dizer que se for implantada educação fiscal nos

currículos da educação básica, os estudantes podem adquirir uma cultura e comportamento de

consciência cidadã com relação à questão tributária.

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A Q14 perguntou se os estudantes já compraram ou comprariam algum produto sem nota

fiscal, e o resultado obtido foi o valor-p 0,073. Observe-se que o estudo de Santiago (2010)

evidenciava que os brasileiros tendem a não gostar e nem querem pagar impostos.

A questão Q23 perguntava que se é preferível que se compre produtos legalmente

comercializados com nota fiscal, pois assim será gerado imposto, que será recolhido aos cofres

públicos e depois revertido em benefícios para a sociedade, o resultado obtido foi o valor-p de 0,070.

O estudo de Silva (2007, p. 62), afirmava que não apenas a “sonegação fiscal, mais também

servidores, legisladores, magistrados e governantes são os maiores entraves para o desenvolvimento

do Estado brasileiro é que o maior desafio a ser alcançado em não pactuar com as práticas de

sonegação fiscal e corrupção”.

No anexo A apresentam-se os gráficos com os resultados da composição da variável sexo

com as variáveis da segunda etapa.

4.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE “TEM ALGUM CONHECIMENTO, JÁ ASSISTIU

AULAS/PALESTRAS OU PARTICIPOU DE ALGUM CURSO SOBRE EDUCAÇÃO

FISCAL?” (Q3) E AS VARIÁVEIS DA 2ª ETAPA

A Tabela 4 mostra a comparação das pessoas que tem algum conhecimento, já assistiram

aulas/palestras ou participaram de algum curso sobre educação fiscal com as variáveis pertencentes a

segunda etapa.

Tabela 4 - Associação entre Q3 e as variáveis da segunda etapa.

Variáveis

Tem algum conhecimento, já assistiu

aulas/palestras ou participou de algum

curso sobre educação fiscal?

Valor-p

Sim Não Questões Categorias N % N %

5 Sim 2 66,67% 10 58,82% 1,000 Não 1 33,33% 7 41,18%

6 Sim 2 66,67% 4 23,53% 0,202 Não sei 1 33,33% 13 76,47%

7 Sim 2 66,67% 16 94,12% 0,284 Não sei 1 33,33% 1 5,88%

8 Sim 2 66,67% 9 52,94%

1,000 Não 0 0,00% 3 17,65% As vezes 1 33,33% 5 29,41%

9 Sim 3 100,00% 13 76,47% 1,000 Não 0 0,00% 4 23,53%

10

Sim 2 66,67% 5 29,41%

0,662 Não 0 0,00% 1 5,88% As vezes 0 0,00% 1 5,88% Não sei 1 33,33% 10 58,82%

Sim 3 100,00% 9 52,94%

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11 Não 0 0,00% 4 23,53% 0,537 Não sei 0 0,00% 4 23,53%

12 Sim 0 0,00% 3 17,65%

0,724 Não 1 33,33% 9 52,94% Não sei 2 66,67% 5 29,41%

13 Sim 0 0,00% 3 17,65%

0,724 Não 1 33,33% 9 52,94% Talvez 2 66,67% 5 29,41%

14 Sim 0 0,00% 7 41,18%

0,392 Não 1 33,33% 3 17,65% Talvez 2 66,67% 7 41,18%

15 Sim 1 33,33% 1 5,88% 0,284 Não 2 66,67% 16 94,12%

16 Sim 1 33,33% 5 29,41% 1,000 Não 2 66,67% 12 70,59%

17 Sim 2 66,67% 7 41,18%

1,000 Não 0 0,00% 2 11,76% Não sei 1 33,33% 8 47,06%

18 Sim 2 66,67% 9 52,94%

1,000 Não 0 0,00% 4 23,53% Não sei 1 33,33% 4 23,53%

19 Sim 2 66,67% 5 29,41%

0,662 Não 0 0,00% 2 11,76% Não sei 1 33,33% 10 58,82%

20 Sim 1 33,33% 4 23,53%

1,000 Não 0 0,00% 3 17,65% Não sei 2 66,67% 10 58,82%

21 Sim 2 66,67% 5 29,41%

0,662 Não 0 0,00% 2 11,76% Não sei 1 33,33% 10 58,82%

22 Sim 2 66,67% 6 35,29%

0,775 Não 0 0,00% 4 23,53% Não sei 1 33,33% 7 41,18%

23 Sim 2 66,67% 8 47,06% 1,000 Não sei 1 33,33% 9 52,94%

24 Sim 2 66,67% 10 58,82%

1,000 Não 0 0,00% 2 11,76% Não sei 1 33,33% 5 29,41%

25 Sim 2 66,67% 11 64,71%

1,000 Não 0 0,00% 2 11,76% Não sei 1 33,33% 4 23,53%

26 Sim 0 0,00% 1 5,88%

1,000 Não 1 33,33% 6 35,29% Não sei 2 66,67% 10 58,82%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

Sendo assim, podemos destacar que não houve diferenças significativas (valor-p>0,050) entre

as variáveis da segunda etapa e as pessoas que têm ou não conhecimento, já assistiram aulas/palestras

ou participaram de algum curso sobre educação fiscal.

No anexo B apresentam-se os gráficos com os resultados da composição se tem algum

conhecimento, já assistiu aulas/palestras ou participou de algum curso sobre educação fiscal com as

variáveis da segunda etapa.

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31

4.4 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q5 E AS DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 5 mostra as associações significativas (ou marginalmente) entre as variáveis da

segunda etapa e a variável Q5.

Tabela 5 - Associações significativas entre Q5 e variáveis da segunda etapa.

Variáveis Q5. Você sabe para que serve a nota fiscal? Sim Não Valor-p

Questões Categorias N % N %

8 Sim 10 83,33% 1 12,50%

0,005 Não 1 8,33% 2 25,00% Às vezes 1 8,33% 5 62,50%

20 Sim 5 41,67% 0 0,00%

0,064 Não 2 16,67% 1 12,50% Não sei 5 41,67% 7 87,50%

25

Sim 10 83,33% 3 37,50%

0,076 Não 1 8,33% 1 12,50% Não sei 1 8,33% 4 50,00%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário

Sendo assim, nota-se que:

• Houve diferença significativa (valor-p = 0,005) entre as pessoas que costumam exigir

notas fiscais no ato da compra (Q8) em relação as pessoas que sabem a finalidade da nota fiscal,

sendo que 83,33% dos que sabem a finalidade da nota fiscal a exigem no ato da compra, enquanto os

que não conhecem são 12,50%.

Observe-se que o estudo desenvolvido por Silva (2012) perguntou aos usuários cidadãos do

programa todos com a nota, do Governo do Estado de Pernambuco se antes do programa sempre

pediam nota fiscal e o resultado revelou um percentual muito menor do que os cidadãos que são

naturalmente conscientes.

• Houve diferença marginalmente significativa (valor-p = 0,064) entre as pessoas que

não concordam, talvez e concordam que o imposto é decorrente das atividades de comércio, indústria

e serviços e é preciso que a sociedade cumpra seu papel somente adquirindo produtos e serviços

comercializados legalmente, pois assim é possível gerar receita para a administração financeira do

estado (Q20) em relação as pessoas que sabem a finalidade da nota fiscal, sendo que 16,67% dos que

não concordam sabem a finalidade da nota, enquanto os que não sabem a finalidade são 12,50%.

• Houve diferença marginalmente significativa (valor-p = 0,076) entre as pessoas que

não concordam, talvez e concordam que quando o patrimônio público (bancos de praça, cadeiras da

escola etc.) é destruído, o dinheiro utilizado para pagar o conserto deste patrimônio vem de impostos

pagos pelo cidadão e arrecadados pelo governo (Q25) em relação as pessoas que sabem a finalidade

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da nota fiscal, sendo que 83,33% dos que concordam sabem a finalidade da nota, enquanto os que

não sabem a finalidade são 37,50%.

Apesar de reconhecerem a finalidade da nota fiscal, os estudantes não têm conhecimento

especifico de que o dinheiro que é utilizado para conserto do patrimônio público vem da arrecadação

de impostos.

4.5 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q6 E DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 6 mostra as associações significativas (ou marginalmente) entre as variáveis da

segunda etapa e a variável Q6.

Tabela 6- Associações significativas entre Q6 e variáveis da segunda etapa.

Variáveis Q6. A emissão de nota fiscal de produtos ou serviços garante o

recolhimento de impostos?

Sim Não sei Valor-p Questões Categorias N % N %

10

Sim 6 100,00% 1 7,14%

<0,001 Não 0 0,00% 1 7,14% As vezes 0 0,00% 1 7,14% Não sei 0 0,00% 11 78,57%

15 Sim 2 33,33% 0 0,00% 0,079 Não 4 66,67% 14 100,00%

17 Sim 6 100,00% 3 21,43%

0,004 Não 0 0,00% 2 14,29% Não sei 0 0,00% 9 64,29%

19 Sim 4 66,67% 3 21,43%

0,058 Não 1 16,67% 1 7,14% Não sei 1 16,67% 10 71,43%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

Sendo assim, nota-se que:

• Houve diferença significativa (valor-p < 0,001) entre as pessoas que sabem que o valor

contido na nota fiscal expressa o valor do produto mais impostos incididos sobre este (Q10) em

relação as pessoas que sabem que a emissão de nota fiscal de produtos e serviços garante o

recolhimento de impostos, sendo que todos os estudantes que sabem sobre a emissão das notas

conhecem o que a mesma expressa, enquanto os que não sabem são 7,14%.

• Houve diferença significativa (valor-p = 0,004) entre as pessoas que consideram a

exigência da emissão da nota um ato cidadão (Q17) em relação às pessoas que sabem que a emissão

de nota fiscal de produtos e serviços garante o recolhimento de impostos, sendo que todos os

estudantes que consideram um ato cidadão reconhecem o que a mesma expressa, enquanto os que

não sabem são 21,43%.

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33

O estudo desenvolvido por Trindade (2017) afirmou que 75% dos respondentes acreditam

que sim, a exigência da nota fiscal e o pagamento de impostos são atos cidadãos sejam atos de

cidadania, apenas 7% não acreditam que estes sejam atos de cidadania, enquanto que os outros 18%

não souberam responder. Todavia os resultados obtidos nessa pesquisa são totalmente contrários, pois

64,29% desconhecem ser um ato cidadão a emissão da nota fiscal.

4.6 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q9 E DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 7 mostra a associação significativa entre a variável da segunda etapa Q11 e a variável

Q9.

Tabela 7 - Associação significativa entre Q9 e a variável da segunda etapa.

Variáveis

Q9. Suponha que você esteja em uma loja comprando um produto

qualquer, logo após a finalização da compra o vendedor lhe pergunta

se você quer que emita a nota fiscal do produto, o que você

responderia?

Sim Não Valor-p Questão Categorias N % N %

11 Sim 12 75,00% 0 0,00%

0,014 Não 2 12,50% 2 50,00% Não sei 2 12,50% 2 50,00%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

Sendo assim, nota-se que houve diferença significativa (valor-p = 0,014) entre quem acha que

é importante aconselhar outras pessoas a exigiram (Q11) em relação a quem pede nota fiscal ao

vendedor, sendo que entre os que pedem nota fiscal 75,00% acham importante aconselhar outras

pessoas a pediram, enquanto entre os que não pedem, ninguém acha importante aconselhar.

Analisando conjuntamente as questões Q9 e Q11, mesmo que os estudantes desconheçam a

essência da função social do tributo, são conscientes quanto à emissão da nota fiscal, e ainda

demonstra-se que além dos estudantes acharem importante pedir a nota fiscal, também é relevante

conscientizar as demais pessoas.

4.7 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q10 E DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 8 mostra as associações significativas entre as variáveis da segunda etapa e a

variável Q10.

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Tabela 8 - Associações significativas entre Q10 e variáveis da segunda etapa.

Variáveis

Q10. O valor contido na nota fiscal expressa o valor do produto mais

os impostos incididos sobre este?

Sim Não Às vezes Não sei Valor-p

Questão Categorias N % N % N % N %

11

Sim 7 100,00% 0 0,00% 1 100,00% 4 36,36%

0,044 Não 0 0,00% 1 100,00% 0 0,00% 3 27,27%

Não sei 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00% 4 36,36%

17

Sim 6 85,71% 0 0,00% 0 0,00% 3 27,27%

0,020 Não 1 14,29% 0 0,00% 0 0,00% 1 9,09%

Não sei 0 0,00% 1 100,00% 1 100,00% 7 63,64%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário

Sendo assim, nota-se que:

• Houve diferença significativa (valor-p = 0,044) entre quem acha que é importante

aconselhar outras pessoas a exigirem (Q11) em relação às pessoas que sabem o que está expresso na

nota fiscal, sendo que todos os que sabem o que está expresso acham importante aconselhar outras

pessoas a pedir nota fiscal.

• Houve diferença significativa (valor-p = 0,020) entre as pessoas que acham que exigir

nota fiscal é um ato cidadão (Q17) em relação às pessoas que sabem o que está expresso na nota

fiscal, sendo que 85,71% dos que sabem o que está expresso acham que é um ato cidadão pedir nota

fiscal ao realizar uma compra.

O estudo desenvolvido por Silva (2005) afirma que devemos estimular uma nova postura

diante das questões fiscais e também a consciência da função socioeconômica do tributo. Essa

interação deve ser feita com o jovem em discussões como fóruns, teatros e conselhos municipais.

4.8 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q12 E DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 9 mostra a associação significativa entre a variável da segunda etapa Q14 e a variável

Q12.

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Tabela 9 - Associação significativa entre Q12 e a variável da segunda etapa

Variáveis

Q12. Um consumidor estava em dúvida entre comprar um DVD

similar de um artista X por R$2,00 “sem nota fiscal” no camelódromo,

ou comprar um DVD original do mesmo artista X em uma Loja do

shopping por R$10,00 “com nota fiscal”. O mesmo decidiu comprar o

DVD 55 similar por R$2,00 “sem nota fiscal”, por ser mais barato.

Você julga essa atitude correta?

Sim Não Não sei Valor-p

Questão Categorias N % N % N %

14

Sim 2 66,67% 4 40,00% 1 14,29%

0,061 Não 1 33,33% 0 0,00% 3 42,86%

Talvez 0 0,00% 6 60,00% 3 42,86%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário

Sendo assim, nota-se que houve diferença significativa entre as pessoas que compram ou já

compraram sem nota fiscal (Q14) em relação aos que julgam a atitude, sendo que entre os que julgam

a atitude correta, 66,67% compram ou já compraram sem nota fiscal, enquanto entre os que julgam a

atitude errônea são 40,00%.

Analisando a relação das duas variáveis da segunda etapa, evidencia-se a ausência de

conhecimento em relação a função social do tributo. No trabalho desenvolvido por Silva e Vilanova

(2011) foi feita uma crítica em relação ao processo de educação fiscal no Brasil, em que é visível que

a gestão do programa nacional de educação fiscal precisa se aperfeiçoar de forma objetiva em

competência para que possa existir uma ação mais coesa em relação à educação fiscal.

4.9 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q15 E DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 10 mostra a associação significativa entre a variável da segunda etapa Q15 e a

variável Q16.

Tabela 10 - Associação significativa entre Q15 e a variável da segunda etapa.

Variáveis Q15. Você sabe o que é sonegação de impostos?

Sim Não Valor-p

Questão Categorias N % N %

16 Sim 2 100,00% 4 22,22%

0,079 Não 0 0,00% 14 77,78%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

Sendo assim, nota-se que houve diferença marginalmente significativa (valor-p = 0,079) entre

as pessoas que sabem para que serve e onde são aplicados os impostos recolhidos (Q16) em relação

àqueles que sabem o que é sonegação de impostos, sendo que entre os que sabem o que é sonegação,

100,00% sabem para que servem e onde são aplicados os impostos recolhidos, enquanto entre os que

não sabem o que é sonegação, apenas 22,22%.

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Observe que o estudo desenvolvido por Silva (2005) já afirmava que existe uma falta de

inclusão entre a administração fiscal e a instituições escolares, por esse fato os estudantes não

exercitam seus direito, deveres e compromissos.

4.10 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q16 E DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 11 mostra a associação significativa entre a variável da segunda etapa Q16 e a

variável Q10.

Tabela 11 - Associação significativa entre Q16 e a variável da segunda etapa.

Variáveis

Q16. Você sabe para que serve e onde são aplicados os

impostos recolhidos?

Sim Não Valor-p

Questão Categorias N % N %

10

Sim 3 50,00% 4 28,57%

0,027 Não 2 33,33% 0 0,00%

Não sei 1 16,67% 10 71,43%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

Sendo assim, nota-se que houve diferença significativa (valor-p = 0,027) entre as pessoas que

concordam, discordam e não sabem que o valor contido na nota fiscal expressa o valor do produto

mais os impostos incididos sobre este (Q10) em relação àqueles que sabem para que servem e onde

são aplicados os impostos recolhidos, sendo que entre os que sabem para que servem e onde são

aplicados os impostos recolhidos, 50,00% concordam que o valor contido na nota fiscal expressa o

valor do produto mais os impostos incididos sobre este, enquanto entre os que não sabem o que é

sonegação, este número é de apenas 28,57%.

4.11 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q17 E DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 12 mostra a associação significativa entre a variável da segunda etapa Q17 e a

variável Q18.

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Tabela 12 - Associação significativa entre Q17 e a variável da segunda etapa

Variáveis

Q17. Ao deixar de exigir nota fiscal no ato da compra de algum

produto ou serviço, deixa-se a ocasião favorável para que a

empresa sonegue o imposto que estaria expresso na nota. Com

base nesse contexto, você considera a exigência da emissão da nota

fiscal um ato cidadão?

Sim Não Não sei Valor-p

Questão Categorias N % N % N %

18

Sim 7 77,78% 1 50,00% 3 33,33% 0,039

Não 2 22,22% 1 50,00% 1 11,11% 0,039

Não sei 0 0,00% 0 0,00% 5 55,56% 0,039

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

Sendo assim, nota-se que houve diferença significativa (valor-p = 0,039) entre as pessoas que

concordam, discordam e não sabem que o ato de pagar impostos é uma atitude cidadã (Q18) em

relação àqueles que consideram a exigência de emissão da nota fiscal um ato cidadão, sendo que entre

os que consideram a exigência de emissão da nota fiscal um ato cidadão, 77,78% acham que o ato de

pagar impostos é um ato cidadão, enquanto os que não consideram representam 50,00% e 33,33%

para os que não sabem.

Analisando a associação significativa da questão Q17 e Q18 os estudantes desconhecem que

o fato gerador do tributo é a emissão da nota fiscal, conforme define o artigo 113 do Código Tributário

Nacional.

4.12 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q18 E DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 13 mostra as associações significativas entre Q18 e as variáveis da segunda etapa.

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38

Tabela 13 - Associações significativas entre Q18 e variáveis da segunda etapa.

Variáveis Q18. O ato de pagar impostos é uma atitude cidadã?

Sim Não Não sei Valor-p

Questão Categorias N % N % N %

20

Sim 5 45,45% 0 0,00% 0 0,00%

0,049 Não 1 9,09% 2 50,00% 0 0,00%

Não sei 5 45,45% 2 50,00% 5 100,00%

23 Sim 9 81,82% 1 25,00% 0 0,00%

0,003 Não sei 2 18,18% 3 75,00% 5 100,00%

25

Sim 10 90,91% 1 25,00% 2 40,00%

0,011 Não 0 0,00% 2 50,00% 0 0,00%

As vezes 1 9,09% 1 25,00% 3 60,00%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

Sendo assim, nota-se que:

• Houve diferença significativa (valor-p = 0,049) entre as pessoas que concordam,

discordam e não sabem que o “imposto é decorrente das atividades de comércio, indústria e serviços,

é preciso que a sociedade cumpra seu papel somente adquirindo produtos e serviços comercializados

legalmente, pois assim é possível gerar receita para a administração financeira do estado” (Q20) em

relação àqueles que consideram o ato de pagar impostos uma atitude cidadã, sendo que entre os que

consideram, 45,45% concordam com a afirmativa Q20.

• Houve diferença significativa (valor-p = 0,003) entre as pessoas que concordam ou

não sabem se “É preferível que se compre produtos legalmente comercializados com nota fiscal, pois

assim será gerado imposto, que será recolhido aos cofres públicos e depois revertido em benefícios

para a sociedade” (Q23) em relação àqueles que consideram o ato de pagar impostos uma atitude

cidadã, sendo que entre os que consideram, 81,82% concordam com a afirmativa Q23, enquanto os

que não consideram 25,00%.

• Houve diferença significativa (valor-p = 0,011) entre as pessoas que concordam ou

não sabem se “Quando o patrimônio público (bancos de praça, cadeiras da escola etc.) é destruído, o

dinheiro utilizado para pagar o conserto deste patrimônio vem de impostos pagos pelo cidadão e

arrecadados pelo governo” (Q25) em relação àqueles que consideram o ato de pagar impostos uma

atitude cidadã, sendo que entre os que consideram, 90,91% concordam com a afirmativa Q25,

enquanto os que não consideram 25,00% e 40,00% entre os que não sabem.

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39

Ao analisar as associações significativas da questão Q18 com as questões Q20, Q23 e Q25

observa-se que o ato de pagar impostos é percebido como uma atitude cidadã, que comprar produtos

e serviços legalmente garante que o Estado faça a arrecadação de impostos e que os benefícios sejam

revertidos para sociedade, conforme no que concerne ao exercício de todos os direitos, abordados na

Constituição Federal 1988.

4.13 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q19 E DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 14 mostra as associações significativas entre Q19 e as variáveis da segunda etapa.

Tabela 14 - Associações significativas entre Q19 e variáveis da segunda etapa

Variáveis Q19. Sem arrecadação de impostos não há receita pública?

Sim Não Não sei Valor-p

Questão Categorias N % N % N %

20

Sim 4 57,14% 0 0,00% 1 9,09%

0,063 Não 1 14,29% 1 50,00% 1 9,09%

Não sei 2 28,57% 1 50,00% 9 81,82%

21

Sim 4 57,14% 0 0,00% 3 27,27%

0,034 Não 2 28,57% 0 0,00% 0 0,00%

Não sei 1 14,29% 2 100,00% 8 72,73%

22

Sim 6 85,71% 1 50,00% 1 9,09%

0,001 Não 1 14,29% 1 50,00% 2 18,18%

Não sei 0 0,00% 0 0,00% 8 72,73%

24

Sim 7 100,00% 1 50,00% 4 36,36%

0,011 Não 0 0,00% 1 50,00% 1 9,09%

Não sei 0 0,00% 0 0,00% 6 54,55%

26

Sim 1 14,29% 0 0,00% 0 0,00%

0,063 Não 3 42,86% 2 100,00% 2 18,18%

Não sei 3 42,86% 0 0,00% 9 81,82%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

Sendo assim, nota-se que:

• Houve diferença significativa (valor-p = 0,034) entre as pessoas que acreditam, não

acreditam ou não sabem que no geral “são beneficiadas de alguma forma com a arrecadação de

impostos” (Q21) em relação àqueles que concordam, discordam ou não sabem que sem arrecadação

de impostos não há receita pública, sendo que entre os que concordam 57,14% acreditam que são

beneficiadas pela arrecadação, e entre os que não sabem 27,27%.

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• Houve diferença significativa (valor-p = 0,011) entre as pessoas deram resposta

positiva, negativa ou não sabem se “o dinheiro utilizado para que sua escola exista e funcione vem

da arrecadação de impostos” (Q24) em relação àqueles que concordam, discordam ou não sabem que

sem arrecadação de impostos não há receita pública, sendo que entre os que concordam 100,00%

deram resposta positiva, 50,00% deram resposta negativa e 36,36% não sabem.

Desta forma, como demonstrado na tabela 4, as despesas com saúde, educação e segurança

foram de aproximadamente 60% em 2015, 58% em 2016, o que comprova que a receita tributária do

Estado é revertida em benefícios da coletividade.

4.14 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q20 E DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 15 mostra as associações significativas entre Q20 e as variáveis da segunda etapa.

Tabela 15 - Associações significativas entre Q20 e variáveis da segunda etapa.

Variáveis

Q20. O imposto é decorrente das atividades de comércio, indústria

e serviços. É preciso que a sociedade cumpra seu papel somente

adquirindo produtos e serviços comercializados legalmente, pois

assim é possível gerar receita para a administração financeira do

estado?

Sim Não Não sei Valor-p

Questão Categorias N % N % N %

23 Sim 5 100,00% 1 33,33% 4 33,33%

0,044 Não sei 0 0,00% 2 66,67% 8 66,67%

25

Sim 5 100,00% 1 33,33% 7 58,33%

0,014 Não 0 0,00% 2 66,67% 0 0,00%

Não sei 0 0,00% 0 0,00% 5 41,67%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

Sendo assim, nota-se que:

• Houve diferença significativa (valor-p = 0,044) entre as pessoas que concordam,

discordam e não sabem que “É preferível que se compre produtos legalmente comercializados com

nota fiscal, pois assim será gerado imposto, que será recolhido aos cofres públicos e depois revertido

em benefícios para a sociedade“ (Q23) em relação àqueles que concordam, discordam ou não sabem

que é preciso que a sociedade cumpra seu papel somente adquirindo produtos e serviços

comercializados legalmente, sendo que 100,00% dos que responderam sim em Q20, concordando

com a questão 23, enquanto 33,33% dos que responderam não sei concordam.

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• Houve diferença significativa (valor-p = 0,014) entre as pessoas que responderam sim,

não e não sei na questão 25 em relação àqueles que concordam, discordam ou não sabem que é

preciso que a sociedade cumpra seu papel somente adquirindo produtos e serviços comercializados

legalmente, sendo que 100,00% dos que responderam sim em Q20, concordam com a questão 25,

enquanto 33,33% e 58,33% dos que responderam não e não sei concordam, respectivamente.

4.15 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q21 E DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 16 mostra as associações significativas entre Q21 e as variáveis da segunda etapa.

Tabela 16 - Associações significativas entre Q21 e variáveis da segunda etapa.

Variáveis Q21. Você acredita que, você, sua família e a população, em geral,

são beneficiadas de alguma forma com a arrecadação de impostos?

Sim Não Não sei Valor-p

Questão Categorias N % N % N %

22

Sim 5 71,43% 1 50,00% 2 18,18%

0,057 Não 1 14,29% 1 50,00% 2 18,18%

Não sei 1 14,29% 0 0,00% 7 63,64%

24

Sim 7 100,00% 2 100,00% 3 27,27%

0,011 Não 0 0,00% 0 0,00% 2 18,18%

Não sei 0 0,00% 0 0,00% 6 54,55%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

Sendo assim, nota-se que:

• Houve diferença significativa (valor-p = 0,011) entre as pessoas que responderam sim,

não e não sei na questão 24 em relação àqueles que responderam à questão 21, sendo que 100,00%

dos que responderam sim em Q21 responderam sim na questão 24, 100,00% dos que responderam

não em Q21 responderam sim em Q24 e 27,27% dos que responderam não sei em Q21 responderam

sim em Q24.

4.16 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q22 E DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 17 mostra a associação significativa entre Q22 e as variável da segunda etapa.

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Tabela 17 Associação significativa entre Q22 e variáveis da segunda etapa.

Variáveis

Q22. Os tributos recolhidos geram receita para os cofres públicos.

Posteriormente esses valores são revertidos em benefícios para a

sociedade?

Sim Não Não sei Valor-p

Questão Categorias N % N % N %

24

Sim 8 100,00% 2 50,00% 2 25,00%

0,008 Não 0 0,00% 1 25,00% 1 12,50%

Não sei 0 0,00% 1 25,00% 5 62,50%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

Sendo assim, nota-se que houve diferença significativa (valor-p = 0,008) entre os que

responderam se o dinheiro utilizado para que sua escola exista e funcione vem da arrecadação de

impostos em relação aos que concordam, discordam e não sabem na questão 24, sendo que para os

quem responderam sim em Q24, 100,00% respondeu sim em Q22, 50,00% respondeu não e 25,00%

não soube responder.

Observe que os estudantes entendem que o dinheiro que é utilizado na sua escola vem da

arrecadação de impostos, entretanto os estudantes desconhecem que os tributos recolhidos são

revertidos em benefícios da sociedade, ou seja, no estudo desenvolvido por Reis, Pfischer e

Casagrande (2012) já afirmava-se em sua conclusão que a educação fiscal compreende um convite

para à modernização e a gestão transparente e eficiente dos recursos públicos.

4.17 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q23 E DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 18 mostra a associação significativa entre Q23 e as variável da segunda etapa.

Tabela 18 - Associação significativa entre Q23 e a variável da segunda etapa.

Variáveis

Q23. É preferível que se compre produtos legalmente comercializados

com nota fiscal, pois assim será gerado imposto, que será recolhido

aos cofres públicos e depois revertido em benefícios para a sociedade?

Sim Não sei Valor-p

Questão Categorias N % N %

25

Sim 9 90,00% 4 40,00%

0,033 Não 1 10,00% 1 10,00%

Não sei 0 0,00% 5 50,00%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

Sendo assim, nota-se que houve diferença significativa (valor-p = 0,033) entre os que

responderam “quando o patrimônio público (bancos de praça, cadeiras da escola etc.) é destruído, o

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dinheiro utilizado para pagar o conserto deste patrimônio vem de impostos pagos pelo cidadão e

arrecadados pelo governo” em relação aos que responderam sim e não sei na questão 23, sendo que

para os quem responderam sim em Q25, 90,00% respondeu sim em Q23 e 40,00% não soube

responder em Q23.

4.18 ASSOCIAÇÕES SIGNIFICATIVAS ENTRE Q25 E DEMAIS VARIÁVEIS DA 2ª

A tabela 19 mostra a associação significativa entre Q25 e as variável da segunda etapa.

Tabela 19 - Associação significativa entre Q25 e a variável da segunda etapa.

Variáveis

Q25. Quando o patrimônio público (bancos de praça, cadeiras da

escola etc.) é destruído, o dinheiro utilizado para pagar o conserto

deste patrimônio vem de impostos pagos pelo cidadão e

arrecadados pelo governo?

Sim Não Não sei Valor-p

Questão Categorias N % N % N %

26

Sim 0 0,00% 0 0,00% 1 20,00%

0,062 Não 7 53,85% 0 0,00% 0 0,00%

Não sei 6 46,15% 2 100,00% 4 80,00%

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da aplicação do questionário.

Sendo assim, nota-se que houve diferença marginalmente significativa (valor-p = 0,062) entre

os que responderam que “sem receita pública continuam funcionando normalmente os serviços

públicos de educação, saúde e transporte” em relação aos que responderam sim, não e não sei na

questão 25, sendo que para os quem responderam sim em Q26, 20,00% respondeu não sei em Q25.

Devido à ausência de conhecimento de que o fato gerador da receita pública e a arrecadação

de impostos os estudantes se contradizem quando não associam que a receita pública serve para

manter os serviços de saúde, educação e segurança, bem como, os recursos que são destinados a

conserto do patrimônio público que é destruído.

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CONCLUSÃO

Este estudo aplicado teve como objetivo identificar a percepção dos estudantes do ensino

médio sobre a importância social dos tributos, para conscientização sobre as questões fiscais, tendo

em vista que estes sujeitos serão os futuros contribuintes e fiscalizadores da aplicação dos recursos

públicos.

Os resultados apontam na 1ª etapa (variáveis descritivas de natureza censitária):

• A maior parte da amostra é do sexo feminino (55,00%).

• A maioria dos estudantes não tem conhecimento, nem assistiu aulas/palestras ou

participou de algum curso sobre educação fiscal. Dentre os que responderam sim, 85,00% pratica em

seu dia a dia o que sabe sobre educação fiscal.

Para os resultados da 2ª etapa (variáveis descritivas quanto ao conhecimento em educação

fiscal):

• 60,00% dos estudantes não conhece a finalidade da nota fiscal e a maioria das pessoas

(90,00%) acha importante exigir a nota fiscal no ato da compra.

• A maior parte das pessoas não sabe se o valor contido na nota fiscal expressa o valor

do produto mais os impostos incididos sobre este (55,00%) e se sem arrecadação de impostos

não há receita pública (55,00%).

• O ato de pagar impostos é uma atitude cidadã para a maior parte da amostra (55,00%)

e o dinheiro utilizado para que sua escola exista e funcione vem da arrecadação de impostos para

60,00% das pessoas.

• A maioria dos estudantes não sabe o que é sonegação fiscal (90,00%), nem sabe para

que servem e onde são aplicados os impostos recolhidos (70,00%).

Este estudo contribuiu para averiguar a percepção dos estudantes do Centro de Assistência

Social – Obras Sociais São Bonifácio. Para o Estado, é importante no sentido de verificar um recorte

que permita observar a percepção dos estudantes acerca dos malefícios da sonegação fiscal. Já para a

sociedade, a contribuição é estimular indivíduos para consciência de seus direitos e deveres a fim de

possibilitar um melhor exercício da cidadania.

Considerando que este estudo, aplicação piloto, tem como delimitação de caso único,

propõe-se para futuros estudos que o questionário possa servir como modelo de aplicação em outras

instituições para que se possa ter uma generalização pelo método indutivo.

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APÊNDICE A – Instrumento de coleta de dados - questionário

Questionário da Pesquisa

Prezado(a) Participante,

Esta pesquisa é parte integrante de um trabalho em nível de Mestrado Profissional que está

sendo elaborado junto ao Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Finanças Empresariais da

Universidade Presbiteriana Mackenzie - UPM, com o objetivo de identificar o nível de conhecimento

dos estudantes sobre a importância social do tributo, para conscientização sobre as questões fiscais,

sendo estes os futuros contribuintes e fiscalizadores da aplicação dos recursos públicos.

Inicialmente, são solicitados a você alguns dados de natureza censitária, que não tem caráter

de investigação pessoal, mas apenas de conhecimento sobre a população estudada. Tais informações,

sob hipótese alguma, serão divulgadas.

No segundo momento, são solicitados dados acerca do tema em estudo. Não há respostas

certas ou erradas, apenas afirmativas sobre as quais se pretende ter conhecimento.

O tempo máximo aproximado para respostas é de 10 minutos.

Desde já agradecemos a sua participação, e informamos que os resultados do trabalho serão

disponibilizados publicamente, através da dissertação final.

Kadidja Karolina Damasceno Soares. Prof. Dr. Henrique Formigoni

Mestranda Orientador

Marcar com um X somente a alternativa que melhor represente a sua resposta.

1ª ETAPA

1- Faixa de idade: ( ) menor de 16 anos ( ) entre 16 e 18 anos ( ) maior de 18 anos

2 - Sexo: ( ) masculino ( ) feminino

3 - Tem algum conhecimento, já assistiu aulas / palestras ou participou de algum curso sobre

educação fiscal? ( ) sim ( ) não

4 - Caso a resposta anterior tenha sido “sim”, responda: Você pratica em seu dia a dia o que

sabe sobre educação fiscal? ( ) sim ( ) não ( ) as vezes

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2ª ETAPA

5 - Você sabe para que serve a nota fiscal? ( ) sim ( ) não

6 – A emissão de nota fiscal de produtos ou serviços garante o recolhimento de impostos? (

) sim ( ) não ( ) não sei

7 - É importante exigir nota fiscal no ato da compra? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

8 - Você e as pessoas da sua família costumam exigir nota fiscal no ato da compra? ( ) sim (

) não ( ) as vezes

9 - Suponha que você esteja em uma loja comprando um produto qualquer, logo após a

finalização da compra o vendedor lhe pergunta se você quer que emita a nota fiscal do produto, o que

você responderia? ( ) sim ( ) não

10 - O valor contido na nota fiscal expressa o valor do produto mais os impostos incididos

sobre este? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

11 - Você acredita que é importante aconselhar outras pessoas a exigirem nota fiscal ao

adquirir algum produto ou serviço? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

12 - Um consumidor estava em dúvida entre comprar um DVD similar de um artista X por

R$2,00 “sem nota fiscal” no camelódromo, ou comprar um DVD original do mesmo artista X em

uma Loja do shopping por R$10,00 “com nota fiscal”. O mesmo decidiu comprar o DVD 55 similar

por R$2,00 “sem nota fiscal”, por ser mais barato. Você julga essa atitude correta? ( ) sim ( ) não ( )

não sei

13 - Com base na questão anterior, responda: Você tomaria a mesma decisão de comprar o

DVD similar, mais barato e sem nota fiscal? ( ) sim ( ) não ( ) talvez

14 - Você já comprou ou compraria algum produto sem nota fiscal? ( ) sim ( ) não ( ) talvez

15 - Você sabe o que é sonegação de impostos? ( ) sim ( ) não

16 - Você sabe para que serve e onde são aplicados os impostos recolhidos? ( ) sim ( ) não

17 - Ao deixar de exigir nota fiscal no ato da compra de algum produto ou serviço, deixa-se

a ocasião favorável para que a empresa sonegue o imposto que estaria expresso na nota. Com base

nesse contexto, você considera a exigência da emissão da nota fiscal um ato cidadão? ( ) sim ( ) não

( ) não sei

18 - O ato de pagar impostos é uma atitude cidadã? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

19 - Sem arrecadação de impostos não há receita pública. ( ) sim ( ) não ( ) não sei

20 - O imposto é decorrente das atividades de comércio, indústria e serviços. É preciso que

a sociedade cumpra seu papel somente adquirindo produtos e serviços comercializados legalmente,

pois assim é possível gerar receita para a administração financeira do estado? ( ) sim ( ) não ( ) não

sei

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21 – Você acredita que, você, sua família e a população, em geral, são beneficiadas de

alguma forma com a arrecadação de impostos? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

22 - Os tributos recolhidos geram receita para os cofres públicos. Posteriormente esses

valores são revertidos em benefícios para a sociedade? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

23 - É preferível que se compre produtos legalmente comercializados com nota fiscal, pois

assim será gerado imposto, que será recolhido aos cofres públicos e depois revertido em benefícios

para a sociedade? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

24 - O dinheiro utilizado para que sua escola exista e funcione vem da arrecadação de

impostos? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

25 - Quando o patrimônio público (bancos de praça, cadeiras da escola etc.) é destruído, o

dinheiro utilizado para pagar o conserto deste patrimônio vem de impostos pagos pelo cidadão e

arrecadados pelo governo? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

26 - Sem receita pública continuam funcionando normalmente os serviços públicos de

educação, saúde e segurança? ( ) sim ( ) não ( ) não sei

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ANEXO A - Associação entre sexo e as variáveis da segunda etapa

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ANEXO B – Associação entre Q3 e as variáveis da segunda etapa

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