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PRIMEIRA AULA DE FRUTICULTURA - I CULTURA DA BANANEIRA UNITRI

UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOSbananas de fritar. É o caso, por exemplo, da Venezuela, que tem uma área de mais de dez mil hectares contínuos do cultivar Harton, semelhante

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PRIMEIRA AULA DE FRUTICULTURA - I

CULTURA DA BANANEIRA

UNITRI

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Importância da bananicultura

Importância Mundial

As primeiras informações da história contemporânea, do início da comercialização efetiva de bananas, datam de 1870, feita em escuna, que transportou da Jamaica para os Estados Unidos (cidade de Jersey) 160 cachos. Exportações esporádicas ocorreram anteriormente das ilhas do Caribe, onde os cultivares Nanica (1829), e Gros Michel (1835) já tinham sido introduzidos.

Os primeiros plantios extensivos, na América Central, foram feitos principalmente na Costa Rica, Honduras e Colômbia, entre 1870 e 1879, prevalecendo o cultivar Gros Michel que passou a ser a Rainha das Bananas, até que o mal-do-panamá explodiu nesta região em 1900.

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Novas áreas foram plantadas procurando sempre uma fuga dessa enfermidade. Em 1912, o mal-do-panamá já era bastante grave na Jamaica. Visando diversificar os plantios de “Gros Michel” e “Nanica”, foi plantado o cultivar Mysore, que se admite tenha sido introduzido em 1912, na República Dominicana.

O cultivar Gros Michel, pela alta suscetibilidade ao mal-do-panamá, foi substituído, em todo o mundo, por diversos cultivares do subgrupo Cavendish, que apresentam alta tolerância a essa enfermidade. Assim é que encontramos o “Poyo” (ou “Robusta”) em Guadalupe e na África Ocidental; o “Nanica” e o “Gran Naine” na Martinica (local de origem dessa última) e o “Lacatan”, na Jamaica. No Brasil são encontrados o “Nanica” e o “Nanicão”, sendo que o “Gros Michel” nunca chegou a ser plantado comercialmente, pois ele é muito exigente em calor.

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Atualmente, para os produtores mundiais que objetivam a

exportação, são as bananas do subgrupo Cavendish que mais

interessam. É preciso que se diga que o mercado mundial tem

demonstrado, nesta última década, um interesse crescente por

bananas de fritar. É o caso, por exemplo, da Venezuela, que tem

uma área de mais de dez mil hectares contínuos do cultivar

Harton, semelhante ao nosso “Pacova” e cuja produção é

praticamente toda exportada para os EUA. Outros países do

Caribe, como Cúba, também são grandes produtores de banana

de fritar. No Continente Africano e na Índia, esses tipos de

banana têm muita importância, pois são usados como fonte de

amido.

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No Brasil, os cultivares do subgrupo Prata, em especial o “Prata”,

são muito importantes por serem os mais consumidos. Os do tipo

de fritar, que não apresentavam grande interesse, têm tido,

também aqui, maior procura pelos consumidores, nesta última

década.

A banana constitui hoje grande fonte de divisas para os seguintes

países, internacionalmente cognominados Repúblicas

Bananeiras: Colômbia, Costa Rica, Equador, Guadalupe,

Honduras, Jamaica, Martinica, México, Panamá e Venezuela.

Os EUA têm se mantido como o maior comprador de bananas

nos últimos vinte anos e apresentado um aumento constante nas

importações. O Japão é o segundo maior importador efetivo,

pois a Alemanha e a Bélgica reexportam.

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Importância da bananicultura para o Brasil

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de banana, com

grande porcentagem do total, e também o segundo maior

consumidor, pois para o povo em geral, ela não é apenas uma

fruta, mas um complemento de sua alimentação diária. O maior

produtor e consumidor é a Índia.

O cultivo da bananeira no Brasil talvez seja uma das poucas

explorações agrícolas feitas, em maior ou menor proporção, em

quase todos os municípios. É essa frequência que torna o Brasil

um grande produtor. A banana e a laranja são as frutas de

consumo mais constantes da população, e sua presença é sempre

assinalada nos mais diversos mercados e feiras livres.

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Com o crescimento da população e melhoria da sua capacidade

aquisitiva, houve aumento de consumo desse alimento barato,

em todos os mercados consumidores.

Paralelamente a esse aumento de consumo, surgiu em nossos

bananais, durante a década de 60, a moléstia conhecida por mal-

de-sigatoka-amarela ou simplesmente sigatoka-amarela

(cercosporiose da bananeira) que, causando grandes prejuízos,

fez com que a produção diminuísse em quantidade e qualidade.

Em conseqüência, o preço elevou-se e o mercado consumidor

passou a exigir que os produtores cuidassem das bananeiras

como uma cultura e não mais como uma simples planta de

produção quase extrativa, como vinha sendo feito.

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Nas últimas décadas, a bananicultura brasileira passou por

sucessivas remodelações na tecnologia de cultivo. Os resultados

de estudos feitos entre nós, com as bananeiras, principalmente

aqueles a partir de 1960, permitiram que se firmassem novos

conceitos de produção para nossos agricultores, no que diz

respeito a solo, clima, época de plantio, cultivares, aplicação de

corretivos de solo, adubação, espaçamento de plantio, rotação de

cultura, controle fitossanitário manejo do bananal e da fruta pós-

colheita, a fim de atender aos novos mercados brasileiros que se

formaram.

O elevado preço dos fretes de produtos perecíveis como a

banana, tem feito com que muitos plantios, principalmente de

frutas e verduras, se desloquem para perto de grandes centros

urbanos.

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Em termos de comercialização exterior, ela é feita praticamente só para os mercados platinos e apenas com bananas de São Paulo junto com as de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, sendo que esses dois últimos a fazem de modo esporádico. Raras exportações tem ocorrido para a Europa.

Quando o produtor brasileiro pensa no plantio de bananas visando o mercado exterior, geralmente está pensando em outros além do Mercosul, tais como o americano e o europeu. Entretanto, ele precisa lembrar também que as exigências do mercado platino são muito menores do que as dos demais. Além disso, comparando-se a média histórica dos preços pagos ao produtor brasileiro, com a dos países que a produzem visando principalmente a exportação, verifica-se que, nos últimos dez anos, a do nosso mercado interno foi mais interessante.

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Situações regionais da bananicultura brasileira

- Bacia Amazônica: O bananal é feito de forma quase indígena, com aspectos de extrativismo. Predominam, em ordem de importância, os cultivares Pacova, Maçã, Maranhão, Terra e Branca e em menor quantidade, o “Nanicão” e o “Nanica”. Nos últimos dez anos, a área cultivada aumentou cerca de cinco vezes, porém quase sempre com o nomadismo típico da região. Esses plantios novos têm sido feitos onde há melhores estradas, em terra firme, isto é, áreas não inundáveis na época das cheias dos rios, e mais com os cultivares Branca e Nanicão. Nas áreas inundáveis, os plantios não têm sofrido mudanças.

O moko está tendo um desenvolvimento pequeno, atingindo quase que somente as terras baixas, com raros casos nas terras altas. A evolução e a expansão da sigatoka-negra ainda é uma incógnita e o futuro dos plantios amazônicos de banana, outra.

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- Brasil Central: Os plantios têm-se expandido e passaram a ser

feitos com os cultivares Nanicão, Enxerto e Terra. Os plantios dos

dois primeiros são feitos, na maioria, com mudas de laboratório.

Há também muitos plantios de “Pacovan”, principalmente para

ser comercializado em Brasília, onde o nordestino é seu grande

consumidor. A irrigação passou a ser uma constante nesses

bananais.

Os plantios tradicionais de “Maçã” têm diminuído devido ao mal-

do-panamá. Os novos plantios, em caráter empresarial, estão

sendo feitos em áreas virgens, com o emprego de mudas de

laboratório, sendo ainda imprevisível sua longevidade. Os

plantios de desbravamento, que eram realizados em baixo das

matas, quase não ocorrem mais.

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Nessa região, os plantios tendem a aumentar e há grande

interesse por novas informações tecnológicas. As produções da

banana “Maça” são comercializadas, principalmente, no mercado

de São Paulo, que paga um bom preço por elas. O consumo de

banana na Capital Federal, e nas outras capitais dos estados da

região, têm aumentado bastante.

- Região Sul: Já chegou ao limite máximo de sua expansão

geográfica possível para cultivar bananeiras, tem tido grande

aumento de produtividade.

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O estado de Santa Catarina é o maior produtor, seguido pelo Rio

Grande do Sul e Paraná. Estes dois últimos têm aumentado suas

áreas de produção, na região Norte-litorânea, utilizando as

tecnologias atualmente geradas em Santa Catarina. Neste estado,

os bananais foram plantados nas partes altas das fraldas da Serra

do Mar, próximos do litoral e, mais recentemente nas baixadas

marítimas, com os cultivares Enxerto (Prata anã), Branca e Prata

como uma defesa contra a friagem. Há ainda plantios de

“Nanicão”, “Caturrão” e “Imperial”, que são menos tolerantes ao

frio, o que em parte, é compensado pela altura dos dois últimos

cultivares, que chegam a 6 e 7 m. Ambos, porém, apresentam o

defeito do ciclo de produção ser mais longo.

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A produção é consumida nos grandes centros sulinos, mas boa

parte é também remetida para São Paulo e até Belo Horizonte.

Em determinados anos, as bananas alí colhidas, no verão, são

exportadas para o Uruguai. Os bons preços que os produtores

têm obtido e o aumento de consumo, estimularam os

bananicultores a ampliar seus plantios, empregando os mais

recentes conhecimento tecnológicos bananícolas. Infelizmente, a

região é sujeita a problemas de excesso de chuvas e baixas

temperaturas, com ocasionais chuvas de pedra.

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- Nordeste: Onde persiste o sistema de irrigação por inundação, o

cultivo de banana é feito nos antigos perímetros do

Departamento Nacional de Combate à Seca (DNOCS), com

predominância dos cultivares Nanica, Nanicão e Grande Naine.

Nestas áreas, o nível tecnológico é bastante baixo, a despeito de

todo apoio que a entidade cooperativista lhes proporciona.

No Ceará, há novos plantios feitos com mudas de laboratório e

alta tecnologia, muitos dos quais com o cultivar Maçã.

Entretanto, na serra de Baturité os plantios continuam sendo

com as tecnologias tradicionais.

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Como reflexo desse novo padrão de produção, a comercialização

dos mercados de Fortaleza e Belém estão se tornando mais

exigentes. Os marginais e tradicionais produtores têm visto sua

fruta ser desprezada comercialmente pelos consumidores, em

favor das bananas produzidas por proprietários que evoluíram e

passaram a apresentar produtos de primeira qualidade.

No sul do Maranhão e do Ceará estão se formando áreas com

plantios bem tecnificados, com o cultivar Pacovan e, em menor

quantidade, com o “Grande Naine”.

As ricas terras aluviais, que podem ser irrigadas com as águas da

barragem de cabeceira do rio Açu (RN), onde o clima é bem seco

e que distam cerca de 40 km do porto marítimo, representam as

melhores áreas agrícolas para a produção de bananas no

Nordeste e no Brasil.

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Nelas, há um empreendimento bananícola, em produção, da

mais alta importância agrícola e comercial, devidamente

projetado para ser uma empresa capaz de apresentar bananas de

padrão internacional, tanto em qualidade de produto como em

embalagem, a qual é feita em caixas de papelão. Sua

comercialização é realizada nos principais centros do país e está

servindo para demonstrar o potencial de consumo de bananas de

primeiro mundo que temos e, ainda, dê exemplo do que se deve

fazer para apresentar um bom produto aos consumidores. Há

outros dois empreendimentos instalandos nessa área, com iguais

características e metas.

Em áreas irrigadas, foi possível obter com “Grande Naine”,

produtividade de mais de 80 t/ha/ano.

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Em áreas irrigadas, foi possível obter com “Grande Naine”,

produtividade de mais de 80 t/ha/ano.

No baixo São Francisco, na região de Petrolina e Juazeiro, há um

grande pólo de produção em expansão, estimado em dez milhões

de bananeiras, no qual se faz o plantio, principalmente, do

“Pacovan”.

Esses dois pólos bananícolas do semi-árido tem como

características básicas comuns, a pequena propriedade e as

águas do São Francisco distribuídas dentro dos bananais, por

aspersão, tanto abaixo como acima das folhas.

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No sul da Bahia, há áreas não irrigadas, onde o plantio foi feito

principalmente para sombreamento do cacau, sendo a banana

tida como cultura secundária. Nelas predominam os cultivares

Branca, Prata e Pacovan. Nessas áreas, os altos índices de

produtividade que vêm sendo obtidos com “Pacovan” e “Terra”,

e sua boa aceitação pelos consumidores, abrem boas

perspectivas de expansão desses plantios.

Suas produções são comercializadas, principalmente, nas capitais

dos estados e, as produzidas mais ao sul, remetidas para Vitória e

Rio de Janeiro.

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- Centro-Sul: Foi nessa região, que o cultivo da bananeira mais se

desenvolveu e atingiu maior índice de tecnologia e

produtividade.

Os cultivares Branca e Prata, em função dos bons tratamentos

recebidos, tem possibilitado bons rendimentos e produzido

ótimas bananas em Minas Gerais (região sul do estado) e Espírito

Santo, cujos mercados consumidores pagam razoavelmente bem

por esses padrões de qualidade.

O cultivar Nanicão foi progressivamente introduzido nas terras

mecanizáveis do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, enquanto

nas áreas acidentadas desses estados, continuam sendo

plantados os cultivares Prata, Branca e incrementado o “Ouro da

Mata”.

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Há plantios do cultivar Ouro nas encostas da Serra do Mar, onde eles encontram condições de clima favorável para uma boa produção. Outros cultivares que também se aclimataram bem na base dessas encostas foram os cultivares Terra e Maranhão, cujos cachos, freqüentemente, atingem 80 kg de peso.

Nesses três estados, a bananicultura se expande de forma constante, acompanhando o consumo.

No norte de Minas Gerais, nas várzeas do alto do rio São Francisco, na região de Janaúba, formou-se uma grande área de produção, atualmente com mais de dez mil hectares de bananeiras. A maior parte dessas plantações foi feita com mudas produzidas por biotecnologia sendo todas irrigadas. Há galpões que recebem a banana por meio de cabos aéreos. Infelizmente, há falta de apoio tecnológico. A despeito disso, dado o interesse do produtor, essas regiões têm apresentado boas produções e boas bananas. A produção é comercializada tanto em Brasília como em Belo Horizonte e São Paulo.

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Estado de São Paulo: O cultivo da bananeira é feito com fins

comerciais desde o século passado, quando houve

predominância de plantio dos cultivares Nanica e Maçã. A

exportação vem se processando desde essa ocasião.

Os plantios de banana “Maçã” que aí existiam, a partir de 1930,

começaram a desaparecer devido ao mal-do-panamá. Já em

1965, não se encontrava, em todo o estado, mais nenhuma

lavoura desse excelente cultivar.

A partir de 1960, iniciou-se a substituição do cultivar Nanica pelo

“Nanicão”, devido ao melhor aspecto dos frutos. Hoje, há cerca

de 50% de cada um deles nas lavouras do Litoral Paulista e do

Vale do Ribeira.

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O cultivar Grande Naine, introduzido no Vale do Ribeira em 1970,

está se desenvolvendo bem, uma vez que sua aclimatação foi

boa. Entretanto, o mesmo não aconteceu em regiões de pouca

precipitação ou baixa umidade relativa do ar, como no Planalto.

Os outros cultivares Enxerto, Terra, Ouro, etc. não despertavam

interesse entre os bananicultores paulistas. Entretanto, dado o

constante aumento de seu consumo no mercado da Grande São

Paulo, passaram a plantá-los, principalmente o cultivar Enxerto.

Mesmo assim, dada a falta de banana “Prata”, o abastecimento

tem sido complementado com produções vindas de outros

estados.

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As grandes companhias bananícolas que haviam no Litoral

Paulista, praticamente desapareceram, em vista de dificuldades

de mão-de-obra e ao alto valor das propriedades, ante o enorme

desenvolvimento imobiliário e turístico que se registra na região.

Poucas propriedades ainda produzem bananas em larga escala.

No Vale do Ribeira, há uma tendência de diminuição das áreas de

plantio e maior aceitação de tecnologias de produção.

Atualmente, a região está com sua área de produção reduzida a

quase 50%, devido às sucessivas inundações e fortes ventos que

a têm assolado.

O controle da sigatoka-amarela á vem sendo feito

rotineiramente, nos últimos vinte anos, por meio de aviões,

helicópteros, tratores e atomizadores costais.

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Muitos galpões de embalagem foram construídos nesta última

década, mas há ainda parte desta operação sendo feita no meio

dos bananais. A construção dos galpões é um reflexo das

exigências dos consumidores, que pagam mais pela melhor

qualidade das bananas. Elas são embaladas em buquês e em

muitas propriedades se faz o seu resfriamento antes de serem

remetidas aos mercados onde irão ser amadurecidas.

Os cabos aéreos para o transporte de banana aos galpões de

embalagem, que há dez anos não haviam no Brasil, já estão

instalados em várias propriedades e estados.

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A comercialização ainda é feita em grande parte na CEAGESP,

havendo, contudo, muita venda direta do produtor aos

supermercados. Nessa central de vendas, a comercialização em

cachos através de leilões, praticamente acabou. As vendas são

feitas quase só em pencas e buquês, embaladas em caixas de

madeira, papelão e plástico.

O Planalto Paulista, que antigamente chegou a ser grande

produtor de “Maçã”, já possui vários pólos de 50 a 100 mil

plantas de “Nanicão” e “Enxerto”, com tendência de expansão,

empregando-se a mais alta tecnologia de produção. Estes pólos

têm se formado, principalmente, junto à cidades de 100 a 200 mil

habitantes e estão se multiplicando.

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A produção desses bananais é, em geral, colhida, embalada,

climatizada e vendida aos supermercados próximos da sua área

de plantio, pelo próprio agricultor. Entretanto, ainda é pequeno o

número de produtores que se associam para efetuar suas vendas

e as compras de insumos.

Tal sistema de comercialização tem assegurado maiores lucros

para os produtores e reduzido muito suas perdas com refugos,

pois ele passou a classificar as bananas em 1a, 2a e 3a categoria e

vendê-las com preços diferenciados, porém vende tudo que

produz.

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Dessa forma, os produtores paulistas estão descobrindo que é mais lucrativo terem menores áreas de produção, mas cuidarem com mais atenção da comercialização até ao nível do retalhista final, quando então ele cria um pólo de vendas restrito de 50 a 60 Km de sua propriedade. Esta situação tende a se consolidar e se repetir cada vez mais em todo o país.

O amadurecimento da banana é feito em câmaras de climatização. As antigas estufas já são coisa do passado. Estas câmaras estão localizadas tanto nas áreas de produção como nas metropolitanas e nas CEASAs das cidades do interior.

Em face desse panorama de evoluções, os consumidores de todo o Brasil, passaram a procurar por uma banana com melhor aparência, ao efetuarem suas compras e o produtor está se vendo obrigado a adotar as usuais tecnologias de colheita e embalagem, dominantes no mercado internacional.

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Exigências climáticas

Antes de se fazer o plantio de um bananal, em escala comercial,

é preciso estudar bem os fatores climáticos da localidade, para

se saber se eles suprem aqueles que a planta exige. Se eles não

forem favoráveis à cultura, dificilmente o produtor obterá bons

lucros, pois os fatores climáticos são os grandes responsáveis

pelo desenvolvimento da planta.

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Temperatura

Os limites mais favoráveis de temperatura para o bom desenvolvimento da bananeira estão entre 20° a 24°C, registrados ao redor do pseudocaule a 100 cm do solo. A bananeira também pode se desenvolver satisfatoriamente em locais com temperatura abaixo e acima dos limites citados, porém com prejuízos para o ritmo de seu desenvolvimento e da qualidade da banana.

As temperaturas de 15° e 35°C têm sido apontadas como os limites extremos entre os quais a bananeira encontraria boas condições para crescer e produzir. Se os valores absolutos da temperatura permanecerem dentro desses índices (15° e 35°C), o cultivo da bananeira estará assegurado na área. Temperaturas pouco acima de 24ºC, por breve período de tempo, também são favoráveis à produção da bananeira.

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Quando a temperatura mínima cai abaixo de 12ºC, os tecidos da

planta são prejudicados, principalmente os da casca do fruto. Se

descer até 4ºC, inicialmente começam a aparecer nos bordos das

folhas as primeiras manchas amarelas, as quais se acentuam com

o tempo, culminando com danos letais nessa área.

Quando a temperatura sobe acima de 35ºC, há inibições no

desenvolvimento da planta devido, principalmente, à

desidratação dos tecidos, em especial, o das folhas. Isto faz com

que elas se tornem rígidas e sujeitas ao fendilhamento mais

facilmente.

A temperatura é muito importante para a bananicultura em

relação a várias moléstias e pragas que atacam a planta e cuja

velocidade de desenvolvimento delas varia em função desse

fator.

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Precipitação

A bananeira necessita permanentemente de umidade, oriunda de chuvas ou de irrigação. Para ela o importante não é a média anual que interessa e sim a diária. O ideal seria que a média anual de chuvas caísse dividida semanalmente.

Regiões onde haja uma estação das chuvas e outra da seca bem definidas não são boas, pois a bananeira não precisa de hibernação para crescer ou produzir.

A quantidade de água que ela precisa para ter um bom desenvolvimento e produção varia com os múltiplos fatores climáticos no que concerne aos seus limites máximos e mínimos e, quanto ao solo, no que se refere aos fatores profundidade, textura, declividade, drenagem, etc.

Se não houver suficiente regularidade e quantidade de chuvas, a irrigação precisará ser feita. Isto é importante, principalmente para as raízes poderem ter um bom e constante desenvolvimento.

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Umidade Relativa

As regiões onde a umidade relativa média anual situa-se acima

de 80% são as mais favoráveis à bananicultura.

Esta alta umidade acelera a emissão de folhas, prolonga a sua

longevidade, favorece o lançamento da inflorescência e

uniformiza a coloração da fruta. Contudo, quando associada a

chuvas e variações de temperatura, provoca a ocorrência de

doenças fúngicas.

Sob condições de baixo teor de umidade as folhas tornam-se

mais coriáceas e têm vida mais curta.

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Luminosidade

A bananeira tem seu melhor crescimento quando recebe mais de

2.000 lux (horas de luz/ano queimada no heliógrafo) suportando,

contudo, até um limite de 1.000 lux. Valores abaixo são

insuficientes para que ela tenha desenvolvimento normal.

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Se cultivada em local que receba apenas 30% do limite mínimo

de luminosidade, em caráter permanente, a bananeira tende a

não interromper seu contínuo e lento desenvolvimento,

mantendo-se apenas em fase vegetativa, podendo até mesmo

chegar a não entrar no processo da diferenciação floral. Disto

resulta que a bananeira não suporta sombra artificial ou natural

(cerração, bruma, poluição, sombra de morros, etc.) sobre suas

folhas, pois ela retarda seu desenvolvimento, principalmente por

não fazer a fotossíntese.

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Quando muito acima do limite máximo citado, pode haver

queima das folhas, o que acontece, principalmente, durante a

fase de cartucho ou folha recém-aberta. Nessa idade da folha seu

tecido é muito tenro, ficando vulnerável aos raios solares. Da

mesma forma, a inflorescência pode também ser prejudicada

pelos mesmos fatores. Apenas nas áreas com luminosidade

muito alta (4.000 lux), poder-se-ia pensar em sombrear

parcialmente, as bananeiras.

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Vento

O vento é uma das maiores preocupações comuns a todos os

produtores de banana. Os prejuízos e a perda da produção que o

vento causa, por derrubar as bananeiras ou romper suas raízes e

folhas, são, em geral, maiores do que os provocados pela

sigatoka-amarela não controlada.

Esse é um aspecto para o qual os bananicultores e

principalmente os brasileiros, não têm voltado sua atenção e, por

isso, não protegem suas plantações como o fazem outros povos,

em especial os europeus, que consideram o quebra-vento como

um seguro agrícola, que fica de geração para geração.

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Os ventos são capazes de provocar danos suficientes para arrasar

em poucos minutos uma boa plantação. Eles causam prejuízos

proporcionais à sua intensidade, a saber:

a) “chilling” ou “friagem” que consiste em danos fisiológicos na

bananeira e ou no fruto, causados por baixas temperaturas;

b) desidratação da planta devido à grande evaporação;

c) fendilhamento entre as nervuras secundárias;

d) diminuição da área foliar pela dilaceração das folhas que já

foram fendilhadas;

e) rompimento das raízes;

f) quebra do seu pseudocaule;

g) tombamento inteiro da bananeira e sua “família”.

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Altitude

A altitude afeta diretamente a temperatura, chuvas, umidade

relativa, luminosidade, etc., fatores estes que, por sua vez,

influem no desenvolvimento e na produção da bananeira.

Trabalhos realizados em regiões tropicais equatorianas, com

baixas altitudes, demonstraram que o ciclo de produção da

bananeira, principalmente do subgrupo Cavendish, foi de 8 a 10

meses. Nessas regiões, onde a altitude passou para 900 m, ele

aumentou para 18 meses.

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Comparações feitas entre plantações conduzidas em situações

iguais de cultivo, solos, chuvas, umidade, etc., evidenciaram um

aumento de 30 a 45 dias no ciclo de produção, a cada 100 m de

acréscimo na altitude, em uma mesma latitude.

Estudos feitos com vários cultivares do subgrupo Cavendish, para

avaliar seu comportamento em diferentes altitudes, indicaram

que os cultivares Mons Marie e Williams foram os menos

prejudicados com os maiores índices.

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Cultivares

Classificar e descrever literalmente, as características

identificativas dos diferentes cultivares é algo muito difícil.

Simmonds propôs e descreveu muitos cultivares utilizando

inúmeros indicativos de cada um dos caracteres morfológicos e

genéticos deles. Esta metodologia é quase que perfeita, porém

seu nível não está ao alcance de todos aqueles que têm

interesse ou estão apenas ligados a algum setor da

bananicultura. Posteriormente, Champion fez um outro brilhante

trabalho, já mais descritivo e com tabelas indicativas dos

prováveis locais de aparecimento dos diversos cultivares.

Seguramente mais de 10 autores brasileiros já descreveram os

diferentes cultivares utilizados pelos nossos produtores.

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Principais cultivares

Embora exista um número expressivo de variedades de banana no Brasil, quando se consideram aspectos como preferência dos consumidores, produtividade, tolerância a pragas e doenças, resistência à seca, porte e resistência ao frio, restam poucas cultivares com potencial agronômico para serem usadas comercialmente. As cultivares mais difundidas no Brasil são: Prata, Pacovan, Prata Anã, Maçã, Mysore, Terra e D”Angola, do grupo AAB, e Nanica, Nanicão e Grande Naine, do grupo AAA, utilizadas principalmente na exportação. Em menor escala são plantadas a “Figo Cinza”, “Figo Vermelha”, “Ouro”, “Caru Verde” e “Caru Roxa”. As cultivares Prata e Pacovan são responsáveis por aproximadamente 60% da área cultivada com banana no Brasil.

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Características dos cultivares

Características da planta AA; As plantas do grupo genômico AA

são normalmente delgadas, apresentando pseudocaule com

muitas manchas escuras e folhas eretas e estreitas, com a base

do pecíolo aberta.

Características da planta BB; As plantas do grupo genômico BB

apresentam cerosidade, pseudocaule sem manchas, folhas com a

base do pecíolo fechada e frutos com quinas evidentes.

Características da planta AAA; São semelhantes às do grupo AA,

normalmente mais vigorosas, apresentando manchas escuras no

pseudocaule, pecíolos com base aberta e pigmentação opaca na

face interna das brácteas masculinas.

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Características da planta AAB; As plantas do grupo genômico

AAB apresentam, geralmente, poucas manchas escuras no

pseudocaule, pecíolos com margens eretas e pigmentação

brilhante na face interna das brácteas masculinas.

Características da planta ABB; As plantas do grupo genômico

ABB apresentam cerosidade, pseudocaule praticamente sem

manchas, pecíolos com base fechada, pigmentação brilhante na

face interna das brácteas masculinas e frutos com três quinas

bem evidentes.

Características da planta AAAA; As plantas do grupo genômico

AAAA apresentam características semelhantes às do grupo

genômico AAA, com algumas variações que dependem da origem

do tetraplóide.

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Características da planta AAAB; As plantas do grupo genômico AAAB são muito vigorosas e apresentam características intermediárias entre as características dos grupos genômicos AAA e AAB.

Características da planta AABB; As plantas do grupo genômico AABB são semelhantes às do grupo ABB, sendo rústicas e produtivas.

Na classificação de acessos desconhecidos de bananeira, devem-se determinar, inicialmente, o número de cromossomos e a presença dos genomas A e B, para fazer a distinção entre diplóides, triplóides e tetraplóides.

Caso não se disponha de infra-estrutura adequada para a contagem dos cromossomos ou para a detecção dos genomas A e B, é possível obter algum indício sobre a ploidia da planta ou a presença das genomas A e B mediamente o emprego de caracteres morfológicos.

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Propagação As bananeiras são normalmente propagadas vegetativamente,

por meio de mudas desenvolvidas a partir de gemas do seu caule subterrâneo ou rizoma. A escolha de mudas de boa qualidade é fundamental para o sucesso da implantação do bananal.

O ideal é que mudas, sejam oriundas de viveiros, que são áreas estabelecidas com a finalidade exclusiva de produção de material propagativo de boa qualidade. Os viveiros devem estar próximos à fonte de água e ao local de preparo do material de plantio. No caso da inexistência de viveiros, as mudas devem ser obtidas de bananal com plantas bem vigorosas e em ótimas condições fitossanitárias, cuja idade não seja superior a quatro anos e que não apresentem mistura de variedades e presença de plantas daninhas de difícil controle.

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Tipos de mudas

A – Chifrinho: são mudas com 20 a 30 cm de altura e que

apresentam unicamente folhas lanceoladas.

B – Chifre: são mudas com 50 a 60 cm de altura e que também

apresentam folhas lanceoladas.

C – Chifrão: é o tipo ideal de muda, com 60 a 150 cm de altura, já

apresentando uma mistura de folhas lanceoladas com folhas

características de planta adulta.

D – Adulta: são mudas com o rizoma bem desenvolvidos, em fase

de diferenciação floral, e que apresentam folhas largas, porém

ainda jovens.

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E – Pedaço de rizoma: tipo de muda oriunda de frações de

rizoma e que apresenta no mínimo uma gema bem intumescida e

peso em torno de 800 gramas.

E – Rizoma com filho aderido: muda de grande peso que, devido

ao filho aderido, exigem cuidados em seu manuseio, de forma a

evitar danos nas mesmas.

F – Guarda-chuva: muda pequena com rizoma diminuto, mas

com folhas típicas de plantas adultas. Devem ser evitadas, pois

além de possuírem pouca reserva aumenta a duração do ciclo

vegetativo.

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Métodos de propagação

O plantio de uma bananeira é, normalmente, feito por meio de

uma muda extraída de alguma outra. A esse tipo de muda dá-se o

nome de muda convencional, e o método é conhecido como via

vegetativa ou in vivo.

A multiplicação das mudas convencionais podem ser feitas em

viveiros, ou por um processo mais rápido, a partir do

desenvolvimento do meristema das gemas apicais e laterais de

brotação. Este método denominado “tupiniquim”, pode ser feito

em condições de estufa. Nele, não há um perfeito controle da

assepsia.

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A multiplicação dos meristemas das gemas ou de outras partes

(tecidos) da bananeira também pode ser feita em laboratório de

biotecnologia (método in vitro), onde a assepsia tem que ser

absoluta.

A partir de um rizoma com 3 a 5 kg, após 80 a 100 dias, obtém-se

cerca de 40 a 60 mudas em condições de plantio definitivo. Na

multiplicação in vitro, o tempo que se gasta para obter o

primeiro lote de mudas é, em média, de 8 a 12 meses, porém a

sua quantidade pode chegar a 2.000 a 3.000 mudas a partir de

uma gema.

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Práticas culturais

As práticas culturais que se executam em um cultivo de banana

ou de “plátano” são dirigidas tanto para a planta quanto para o

meio no qual ela se desenvolve, sendo as mais importantes:

capina, controle cultural, desbaste, desfolha, escoramento,

ensacamento do cacho e corte do pseudocaule após a colheita.

Dessas práticas culturais é que esta o êxito da exploração

agrícola, contudo, observa-se uma freqüente negligência dos

produtores quanto á realização adequada das práticas culturais,

mesmos as mais simples, como capina, desbaste e desfolha.

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Capina A eliminação das ervas daninhas precisa ser feita de forma

muito enérgica, pois as bananeiras devem crescer e produzir, sem a concorrência de mato algum. Sua presença é indesejável, não só por serem sócias nos fertilizantes e da água superficial do solo, como por serem eventuais hospedeiras de pragas e moléstias (principalmente os vírus), que podem causar prejuízos às bananeiras. A presença de mato atrasa o desenvolvimento do bananal, diminui o vigor das plantas, reduz o tamanho do cacho, dificulta os tratamentos fitossanitários e as adubações e ainda o deslocamento dos operários durante a colheita. A virose mosaico do pepino, CMV por exemplo, tem como plantas suas hospedeiras, já catalogadas, mais de 850, que incluem muitas de interesse econômico e plantas daninhas que podem perfeitamente transmiti-la para as bananeiras.

O combate às ervas daninhas pode ser feito por via mecânica (máquinas e ferramentas), químicas (herbicidas) ou “mulching” (cobertura morta).

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Desfolha A desfolha também conhecida como eliminação de folhas ou

limpeza de folhas é uma operação que deve ser feita

periodicamente nas bananeiras.

A desfolha é importante por:

a) permitir, nos bananais em formação, uma melhor

movimentação do trator com enxada rotativa junto a planta;

b) acelerar o desenvolvimento dos filhos;

c) facilitar as adubações, o desbaste, o combate aos nematóides

e a broca-das-bananeiras;

d) possibilitar um melhor arejamento interno do bananal;

e) eliminar os amontoados de folhas secas caídas junto aos pés

das bananeiras, onde as cobras e as formigas costumam se

aninhar;

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f) evitar que as folhas fiquem produzindo injúrias nas

inflorescências ou nos cachos e facilitar o ensacamento das

inflorescências;

g) possibilitar maior rapidez na colheita;

h) acelerar a decomposição das folhas e dos fungos que

estiveram parasitando-as. Esta operação é feita com o penado, o

facão, a foice bifurcada ou o camar.

A desfolha deve ser feita com muito critério, retirando-se

somente as folhas cujas bainhas estejam começando a

desencapar o pseudocaule, aquelas que estejam caídas, as com

seu pecíolo quebrado junto ao pseudocaule, aquelas secas

completamente ou apenas com mais de 50% dela.

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As folhas que estejam em posição normal, porém estando

parcialmente secas por falta d”água, de nutrientes ou devido à

sigatoka-amarela ou negra, mas se estiverem ainda com 30 a 40%

de área verde, pode-se recomendar que se elimine apenas a

parte necrosada. Isto será feito mais por uma questão de

estética. Apenas no caso da sigatoka-negra a eliminação dessa

parte é válida.

Nos bananais já formados, a desfolha deve ser feita de

preferência precedendo o desbaste e as adubações, durante os

meses de agosto (após o inverno), dezembro (durante as chuvas)

e abril (antes do inverno). Nas regiões onde não há verão e

inverno bem definidos, deve-se fazer a desfolha três vezes ao

ano, em épocas a ser determinada pelo aspecto do bananal.

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Desbaste O desbaste consiste em se matar ou extirpar a gema apical de

crescimento de um rebento (“filho” ou “neto”) para se impedir que ele cresça e venha a formar uma nova bananeira. Caso isto não seja feito, ter-se-á realizado apenas uma poda no rebento, que fatalmente irá rebrotar. Todos os rebentos desbastados são considerados supérfluos.

O desbaste favorece o maior e mais rápido desenvolvimento do rebento deixado, o qual será o responsável pela produção da próxima safra (se for um “filho”) ou então o que produzirá a safra seguinte (se for um “neto”).

Trabalhos feitos para se estudar a condução de um bananal, demonstraram que em cada cova deve-se deixar desenvolver apenas uma “família” (“mãe”, “filho”, “neto”, “bisneto”, etc.), para se obter a maior precocidade na produção. Este sistema de condução evita a formação de um amontoado de rizomas que acabariam se tornando uma “touceira”.

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Havendo apenas uma única “família” por cova, evita-se o rápido

esgotamento da água e dos fertilizantes do solo nesse local,

como acontece no caso de uma “touceira”. Além disso, na

“touceira”, há condições mais favoráveis para o abrigo e o

desenvolvimento da broca-das-bananeiras.

Há duas formas mecânicas de se realizar a operação de

desbaste: a primeira é feita somente com o facão ou o penado e

a segunda, com a complementação da “lurdinha”.

O desbaste também pode ser feito por meio de herbicidas.

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No desbaste mecânico feito com o facão ou o penado,

inicialmente corta-se horizontalmente, bem próximo do solo o

pseudocaule dos “filhos” a serem eliminados. Desta forma ficará

apenas aquele “filho” (ou “neto”) que irá futuramente substituir

a “mãe”. Posto isto, recorta-se em profundidade, com a ponta da

ferramenta, a superfície cortada de cada um dos rebentos a ser

eliminado, a fim de se tentar atingir a sua gema apical de

crescimento para causar sua destruição. Entretanto, dada a

localização dessa gema, atingí-la é problemático e nem sempre

se consegue executar essa operação a contento, pois,

principalmente nos bananais novos, ela se encontra a 15, 20 ou

mais cm de profundidade. Se a ponta da ferramenta não a

atingir, o rebento voltará a crescer novamente.

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