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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: TOPOGRAFIA E ESTRADAS JOSE ISAAC SAMPAIO CRUZ GEOPROCESSAMENTO E SUA RELEVÂNCIA PARA A EFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA NA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI JUAZEIRO DO NORTE, CE 2019

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT

DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: TOPOGRAFIA E ESTRADAS

JOSE ISAAC SAMPAIO CRUZ

GEOPROCESSAMENTO E SUA RELEVÂNCIA PARA A EFICIÊNCIA NA

PRODUÇÃO DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA NA REGIÃO

METROPOLITANA DO CARIRI

JUAZEIRO DO NORTE, CE

2019

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JOSE ISAAC SAMPAIO CRUZ

GEOPROCESSAMENTO E SUA RELEVÂNCIA PARA A EFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO

DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA NA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a

Banca Examinadora do Curso de Tecnologia da

Construção Civil com habilitação em Topografia e

Estradas, da Universidade Regional do Cariri –

URCA, como requisito para obtenção do título de

Tecnólogo em Construção Civil.

Orientadora: Prof.ª M.ª Janeide Ferreira Alencar

de Oliveira

JUAZEIRO DO NORTE, CE

2019

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À toda Região Metropolitana do Cariri

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AGRADECIMENTOS

A minha família, principalmente aos meus pais, José Sampaio Cruz e Ângela Gleison

Dantas Sampaio Cruz, pela confiança, incentivo, compreensão, apoio e seus amores

incomensuráveis.

A minha professora e orientadora de pesquisa, Janeide Ferreira, que mesmo antes da

pesquisa contribuiu de inúmeras formas no meu desenvolvimento educacional e profissional,

com seus incentivos e conselhos.

Ao meu professor e orientador da bolsa de estudos, Jefferson Marinho, no qual

participou de forma crucial para meu desenvolvimento enquanto acadêmico. E a todos os

demais professores que contribuíram compartilhando dos seus conhecimentos de forma

espontânea e objetiva.

Aos meus primos e amigos, Markus Wanderson, Cyanne Parente, Alana Almeida,

Roana Gouveia, Sara Nogueira, João Diniz, Camila Alencar, Adailza Mourão e Leide Daiane,

por todo apoio, incentivo, confiança, carinho, paciência, compreensão e por sempre acreditarem

em mim.

A todos que compõe o Laboratório de Inovação e Sustentabilidade (LABIS),

principalmente aos amigos Adelson Lacerda e Lucas Menezes, que me ajudaram de várias

formas e inúmeras vezes nessa jornada acadêmica.

Aos meus colegas e amigos de graduação, no qual foram uma das maiores conquistas

adquiridas durante o período da universidade. E a todos que compõe a Universidade Regional

do Cariri (URCA), que contribuíram diretamente e indiretamente para minha formação

acadêmica.

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“A verdadeira felicidade não está em fazer o que

se deseja, mas em amar o que se realizou.”

Winston Churchill

“Dattebayo”

Uzumaki Naruto

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RESUMO

O geoprocessamento é um conjunto de técnicas que realizam o processamento de dados

georreferenciados secundários, possibilitando o tratamento, analise e comparação desses dados

e os transformando em informações primarias com um rigor técnico-cientifico. Considerando

o alto nível de radiação solar emitido em direção ao Nordeste brasileiro, realizou-se o

geoprocessamento das taxas de irradiação solar na Região Metropolitana do Cariri (RMC),

localizada ao sul do estado do Ceará com o intuito de determinar a relevância do

geoprocessamento para a eficiência na produção da energia solar fotovoltaica, em virtude da

utilização de uma produção energética sustentável. Desse modo, utilizou-se do programa QGis

3.6.2 para o geoprocessamento dos dados espaciais da irradiação solar ofertados pelo

Laboratório de Modelagem e Estudos de Recursos Renováveis de Energia (LABREN), dos

limites territoriais disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

e dos Modelos Digitais de Elevação (MDE) da United States Geological Survey (USGS). Além

disso, com as coordenadas geográficas dos municípios da RMC adquiriu-se suas respectivas

irradiações solares mensais por meio do programa SunData v 3.0 para avaliar o comportamento

das taxas de irradiação. Sendo assim, através de mapas temáticos, quadros e gráficos, constatou-

se que na proporção em que se distancia dos limites da Chapada do Araripe, os índices de

irradiações solares aumentam, desse modo, as urbes: Juazeiro do Norte, Caririaçu e Farias Brito

oferecem um melhor potencial energético dentre as nove da RMC, porém, ainda sim os demais

municípios dispõe de índices de irradiação solar maiores que a média brasileira. Desse modo,

o geoprocessamento se mostrou uma tecnologia bastante útil na avaliação quanti-qualitativa das

irradiações solares, podendo avaliar os locais com as maiores taxas energéticas.

Palavras-chave: Geoprocessamento, Região Metropolitana do Cariri, Radiação Solar.

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Tipos de Irradiação Solar no sistema Terra-atmosfera ............................................ 15

Figura 2: Diagrama esquemático do balanço energético solar global da Terra (%) ............... 16

Figura 3: Angulações notáveis da Terra em relação ao Sol .................................................... 17

Figura 4: Declinação Solar (δ) conforme as estações do ano.................................................. 18

Figura 5: Mapa temático da Irradiação Solar Direta no Brasil (kWh/m²) ............................... 19

Figura 6: Mapa temático da Irradiação Solar Global Horizontal no Brasil (kWh/m²) ............ 21

Figura 7: Síntese das taxas de irradiações solares por região brasileira.................................. 22

Figura 8: Mapa temático do Potencial de Energia Solar Fotovoltaica do Brasil (kWh/kWp) 24

Figura 9: Índice de energia solar fotovoltaica no Brasil e no Mundo ..................................... 25

Figura 10: Ferramentas para as Geotecnologias ..................................................................... 27

Figura 11: Mapa de localização da Região Metropolitana do Cariri ...................................... 32

Figura 12: Climatologia da chuva média mensal dos municípios da Região Metropolitana do

Cariri no período de 1981 – 2011 ............................................................................................. 34

Figura 13: Representação das Etapas da Pesquisa .................................................................. 35

Figura 14: Mapa Hipsométrico da Região Metropolitana do Cariri ....................................... 39

Figura 15: Mapa da Irradiação Solar Anual Direta na Região Metropolitana do Cariri

(Wh/m².dia) .............................................................................................................................. 41

Figura 16: Mapa da Irradiação Solar Anual Difusa na Região Metropolitana do Cariri

(Wh/m².dia) .............................................................................................................................. 42

Figura 17: Mapa da Irradiação Solar Anual Global Horizontal na Região Metropolitana do

Cariri (Wh/m².dia) .................................................................................................................... 45

Figura 18: Mapa da Irradiação Solar Anual no Plano Inclinado na Região Metropolitana do

Cariri (Wh/m².dia) .................................................................................................................... 47

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

’ Minuto

” Segundo

° Grau

ABSOLAR Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica

ANA Agência Nacional de Águas

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

APA Área de Proteção Ambiental

APP Área de Proteção Permanente

C Celsius

CCST Centro de Ciência do Sistema Terrestre

CD Cartografia Digital

CE Ceará

cm Centímetro

CRESESB Centro de Referência para as Energias Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito

GNSS Global Navigation Satellite System

GPS Global Positioning System

GW Gigawatt

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IEA International Energy Agency

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

km Quilômetro

km² Quilômetro quadrado

kWh Quilowatt-hora

kWp Quilowatt-pico

LABREN Laboratório de Modelagem e Estudos de Recursos Renováveis de Energia

m² Metro quadrado

MDE Modelo Digital de Elevação

mm Milímetro

MME Ministério de Minas e Energia

MW Megawatt

N Norte

NASA National Aeronautics and Space Administration

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NMM Nível Médio dos Mares

O Oeste

PIB Produto Interno Bruto

PV Fotovoltaica

REM Radiação Eletromagnética

RMC Região Metropolitana do Cariri

RMF Região Metropolitana de Fortaleza

S Sul

SIG Sistema de Informação Geográfica

SR Sensoriamento Remoto

SRC Sistemas de Referências de Coordenadas

SRTM Shuttler Radar Topographic Mission

USGS United States Geological Survey

VANT Veículos Aéreos Não Tripulados

Wh Watt-hora

ZEA Zona Especial Ambiental

δ Declinação Solar

θa Ângulo Azimutal Solar

ω Ângulo Horário Solar

𝜃z Ângulo Zenital Solar

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12 1.1. Objetivos ......................................................................................................................... 13

1.1.1. Objetivo Geral ................................................................................................................. 13

1.1.2. Objetivos Específicos ...................................................................................................... 13

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 14 2.1. Energia Solar ................................................................................................................... 14

2.2. Radiação Solar ................................................................................................................ 14

2.2.1. Albedo da Superfície ....................................................................................................... 16

2.2.2. Irradiação Direta ............................................................................................................ 17

2.2.3. Irradiação Difusa ............................................................................................................ 19

2.2.4. Irradiação Global Horizontal ......................................................................................... 20

2.2.5. Irradiação no Plano Inclinado........................................................................................ 21

2.3. Energia Solar Fotovoltaica .............................................................................................. 23

2.4. Topografia ....................................................................................................................... 25

2.5. Geotecnologias ................................................................................................................ 27

2.6. Geoprocessamento .......................................................................................................... 28

2.6.1. Sistema de Informações Geográficas .............................................................................. 28

2.6.2. Sensoriamento Remoto .................................................................................................... 29

2.6.3. Georreferenciamento ...................................................................................................... 31

3. ÁREA DE ESTUDO ....................................................................................................... 32 3.1. Climatologia da Região Metropolitana do Cariri ............................................................ 33

4. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 35 4.1. Primeira Etapa: Fundamentação Teórica ........................................................................ 36

4.2. Segunda Etapa: Coleta e Tratamento de dados ............................................................... 36

4.2.1. Dados Georreferenciados ............................................................................................... 36

4.2.2. Irradiações Solares da RMC ........................................................................................... 37

4.3. Terceira Etapa: Análise e Comparação ........................................................................... 38

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 39 5.1. Topografia da Região Metropolitana do Cariri ............................................................... 39

5.2. Irradiação Solar ............................................................................................................... 40

5.2.1. Irradiação Direta ............................................................................................................ 41

5.2.2. Irradiação Difusa ............................................................................................................ 42

5.2.3. Irradiação Global Horizontal ......................................................................................... 43

5.2.4. Irradiação no Plano Inclinado........................................................................................ 45

6. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 49 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 51

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1. INTRODUÇÃO

O homem desde os tempos remotos a procura de meios para registrar características

singulares dos locais por onde haviam percorrido, produziam mapas compostos por símbolos

para se situar e nortear os demais integrantes do grupo. E assim, com o declínio da Era nômade,

desenvolveu-se uma necessidade de integrar aos mapas demarcações de domínios territoriais,

acrescentando maior importância aos mapeamentos (ANA, 2012).

Mais tarde, no ano de 1854 com o avanço das civilizações, a epidemia da cólera em

Londres estava em estado alarmante, então o Dr. John Snow por meio de diagramas, associou

as fatalidades acometidas pela doença ao mapa da cidade, onde foi possível identificar os locais

com maiores incidências de pessoas contaminadas e descobrir que estavam localizados

próximos a um poço de abastecimento de água, no qual foi possível avaliar a qualidade da água

e descobrir a causa da propagação da doença (SOBRINHO, 2014). Diante disso, a ideia de

georreferenciar os dados associando-os aos mapas começou a ter uma nova visão.

Com o desenvolvimento dos métodos e técnicas para mapeamento, foi possível alinhar

às tecnologias, consistindo numa Cartografia Digital, gerada a partir do processamento de

informações georreferenciadas, resumindo-se ao geoprocessamento.

O geoprocessamento se tornou uma técnica altamente prática podendo ser aplicada nas

mais variadas áreas, nesse caso, será aplicado ao mapeamento das irradiações solares incidentes

na Região Metropolitana do Cariri. Irradiações essas que são consumidas através de placas

fotovoltaicas para a produção da energia elétrica. Vale ressaltar que considerando o Sol uma

eminente fonte de irradiação ilimitada, a energia solar fotovoltaica (PV) é considerada

inesgotável, sendo esse um dos meios para conservar e reduzir a degradação do planeta.

Segundo a International Energy Agency (IEA, 2018), as adições de capacidade

renovável de 178 gigawatts (GW) em 2017 quebraram outro recorde, representando mais de

dois terços do crescimento da capacidade líquida global de eletricidade, além disso,

complementou afirmando que nos próximos seis anos a Energia PV irá dominar o crescimento

da capacidade renovável com 575 GW previstos para entrar em operação.

Em contra partida, o Brasil mesmo localizando-se próximo a linha do equador, que

consequentemente se torna mais qualificado a usufruir da Energia PV por ser uma das diretrizes

que mais influencia na incidência das irradiações, ainda não a contempla como principal fonte

de energia elétrica. Porém, de acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME, 2018), a

capacidade total da matriz de geração de energia elétrica do Brasil somou 161,6 GW, dos quais

82,2% são provenientes de fontes renováveis, em sua maioria com o uso de hidrelétricas.

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Desse modo, o Brasil tem tendências aos investimentos em energias renováveis, sendo

assim, levando em consideração que o Norte e Nordeste são as regiões do Brasil com maior

proximidade à Linha do Equador, surgiu o interesse em avaliar a situação das irradiações solares

da RMC, a qual está localizada no Nordeste, mais precisamente ao sul do estado do Ceará, onde

é constituída por nove municípios: Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Jardim, Missão Velha,

Caririaçu, Farias Brito, Nova Olinda e Santana do Cariri.

Entretanto, o potencial das irradiações não é determinado apenas por sua proximidade a

Linha do Equador, devendo-se levar em consideração o bioma, clima e a topografia da área em

questão, sendo essas algumas diretrizes que influenciam no potencial energético. Portanto,

visando um melhor aproveitamento desse meio de geração de energia, o trabalho apresenta

através de técnicas de mapeamentos geoprocessados associados as irradiações solares (sejam

elas diretas, difusas, horizontais e no plano inclinado) a relevância do geoprocessamento.

Considerando que o geoprocessamento permite integrar informações espaciais como:

limites territoriais, pontos de elevações, irradiações, características ambientais e dentre outras,

tornou-se possível analisar as taxas de irradiações solares dos municípios da RMC com as do

país, logo, permitindo determinar os locais que contemplam dessas maiores taxas e por

consequência, obter um maior aproveitamento para a produção da energia solar fotovoltaica,

acarretando em um desenvolvimento regional sustentável.

1.1. Objetivos

1.1.1. Objetivo Geral

Analisar a relevância do geoprocessamento para eficiência na produção energética solar,

conforme a topografia e a radiação solar incidente na Região Metropolitana do Cariri, Ceará.

1.1.2. Objetivos Específicos

• Analisar o relevo topográfico da Região Metropolitana do Cariri;

• Verificar a estimativa da irradiação solar na região;

• Realizar o geoprocessamento da região;

• Comparar dados do geoprocessamento em relação as diretrizes apresentadas.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este tópico compreende os dados e as referências teóricas necessárias para a

fundamentação do trabalho, onde apresentará as características importantes do

geoprocessamento e da energia solar. Em primeira instância será abordado as características

das irradiações solares para produção da energia fotovoltaica e adiante os princípios teóricos do

geoprocessamento.

2.1. Energia Solar

Caracterizada como uma fonte sustentável, a energia solar resultante do calor e da luz

do Sol tem o seu potencial energético explorado através de diversas tecnologias, onde são

divididas nas formas de aquecimento solar, energia heliotérmica, arquitetura solar e energia

solar fotovoltaica. Segundo o Centro de Referência para as Energias Solar e Eólica Sérgio de

Salvo Brito (CRESESB, 2006), o Sol fornece para a atmosfera terrestre cerca de 1,5 x 1018 kWh

de energia por ano, tratando-se de 10.000 vezes o valor do consumo mundial da energia elétrica.

Portanto, uma energia inesgotável que pode suprir da crescente demanda energética mundial.

Conforme a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL, 2005), quase todas as

fontes de energias são formas indiretas da energia solar, sendo elas: Hídrica, Biomassa, Eólica,

Combustíveis Fósseis e Maremotriz. Desse modo em sua totalidade a energia solar corresponde

a uma grande parcela das energias geradas.

Esta energia é classificada pelos métodos de captura, entre elas temos a Direta e Indireta.

A direta é quando necessita apenas de uma etapa para captar a energia solar e transformar em

energia elétrica, ocorre na medida que os efeitos da radiação entram em contato com os

semicondutores (Placas Fotovoltaicas), destacando-se os efeitos fotovoltaicos e termoelétricos,

a indireta necessita de duas ou mais etapas para a captação e conversão para a energia elétrica,

destacando-se a energia heliotérmica (ANEEL, 2005); (PINTO e outros, 2015).

2.2. Radiação Solar

A radiação solar é a principal fonte para produção da energia com relação aos processos

químicos, físicos e biológicos que ocorrem no sistema Terra-atmosfera, tratando-se de um fluxo

de energia proveniente do Sol, transmitida de forma eletromagnética, sendo assim, o

conhecimento acerca dessa variável tem diversas aplicabilidades, como na engenharia,

arquitetura, meteorologia, hidrologia e como indicador da variabilidade climática (LOHMANN

e outros, 2006); (SILVA e outros, 2010).

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Essa radiação é apresentada de cinco formas distintas, seja ela Direta, Difusa, Global

Horizontal, Global no Plano Inclinado e a Fotossinteticamente Ativa, embora de acordo com

Pereira e outros (2006), a fotossinteticamente ativa não apresenta aplicações diretas para a

energia elétrica, mas tem grande relevância na fotossíntese e para a área do setor de

biocombustíveis. A transição do termo Radiação para Irradiação dar-se após a exposição da

mesma ao sistema Terra-atmosfera.

Sendo assim, a Irradiação Direta é a energia emitida pelo Sol que penetra diretamente

ao solo, sem sofrer qualquer influência, por isso contém a maior potência energética dentre as

cinco. A Irradiação Difusa atinge o solo somente após sofrer espalhamento pela atmosfera

terrestre (perpassando por gases e/ou nuvens), sendo a menor com potencial energético. A

Irradiação Global Horizontal é uma composição por parte da Irradiação Direta e Difusa,

enquanto a Irradiação no Plano Inclinado em suma é a Irradiação Global com uma inclinação à

Linha do Equador mais o Albedo da Superfície. (PINHO e GALDINHO, 2014); (PEREIRA e

outros, 2017); (MENDES e FERNANDES NETO, 2018); (PEREIRA, 2019). É possível

assemelhar de forma mais didática os tipos de irradiações solares na Figura 1.

Figura 1: Tipos de Irradiação Solar no sistema Terra-atmosfera

Fonte: (PINHO e GALDINHO, 2014); (PEREIRA e outros, 2017); (MENDES e FERNANDES NETO, 2018);

(PEREIRA, 2019), adaptado.

Dessa forma, a proporção irradiada está associada a diversos fatores, onde o principal

elemento dissipador da energia solar são as nuvens, as quais são geradas num clico hidrológico

ocasionado pela evaporação d’água e, posteriormente, condensando-se na atmosfera

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(PEREIRA e outros, 2017); (MONTEIRO e FARIAS, 2019). Os locais com maiores

incidências de nuvens são aqueles com bastante presença de umidade (próximos aos Polos do

planeta ou outorgados pelos Rios Voadores ocasionados pela Floresta Amazônia e/ou pelos os

oceanos), ou até mesmo em lugares com altitudes montanhosas. A Figura 2 esquematiza a

relação das radiações provenientes do Sol, onde cerca de 51% não são absorvidos pela

topografia local.

Figura 2: Diagrama esquemático do balanço energético solar global da Terra (%)

Fonte: CAIN; BOWMAN; HACKER (2018)

2.2.1. Albedo da Superfície

De acordo com Silva (2019), o Albedo é o condicionamento da superfície terrestre

conforme a intensidade dos fluxos de energia entre a atmosfera e a área afetada, com relação a

radiação solar refletida pela superfície e a sua radiação incidente. Seguindo essa linha de

raciocínio Dubayah e Rich (1995), afirmam que a topografia é um dos fatores importantes que

determinam a quantidade de irradiação solar incidente em um local da superfície terrestre.

Com a relatividade das irradiações solares, o albedo varia de acordo com as

características Bio-físico-químicas das superfícies, ângulo zenital, atividades humanas como

desflorestamento, queimadas, agricultura e urbanização (SILVA, 2019). Sendo assim, o efeito

albedo é responsável por refletir parte da irradiação a partir de todos elementos da superfície

terrestre. Sendo importante para os cálculos da determinação da Irradiação no Plano Inclinado.

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2.2.2. Irradiação Direta

A radiação solar emitida em direção a superfície terrestre pode apresentar dissipações

com relação aos processos radiativos de absorção ou espalhamento que ocorrem na atmosfera,

portanto, a Irradiação Direta é a parcela que não sofre essas dissipações, incidindo diretamente

na superfície (PEREIRA e outros, 2017). Além disso, existe a Irradiação Direta Horizontal, que

representa o valor da irradiância direta numa superfície horizontal com o cosseno do ângulo

zenital.

De acordo com Monteiro (2018), a incidência direta do sol na superfície terrestre é dada

pelo Ângulo Zenital Solar (𝜃𝑍), o qual representa o ângulo formado entre o zênite (seguimento

de linha perpendicular ao sol) e o segmento, partindo da mesma origem, que liga à superfície

terrestre. A Figura 3 apresenta as angulações solares diante da superfície da Terra e dos seus

pontos cardeais, considerando que o observador está localizado no hemisfério sul do planeta.

Figura 3: Angulações notáveis da Terra em relação ao Sol

Fonte: PEREIRA e outros (2017)

Em contrapartida, a Topografia Convencional utiliza-se dos ângulos zenitais para

determinar as medidas verticais do terreno. Pereira (2019) constata que os ângulos zenitais estão

na mesma direção do vetor gravidade, porém em sentidos opostos, onde esse ângulo permite

uma variação de 0° a 360º.

Além disso, como mostra na Figura 3, existe o Ângulo Azimutal Solar (θa) sendo a

angulação do Norte até a linha de projeção do Sol, no plano horizontal. Bem como o Ângulo

Horário Solar (ω), correspondente ao deslocamento angular do Sol devido a rotação da Terra,

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onde exerce uma variação de -180° à +180º, ao decorrer de cada hora a partir do período da

manhã, acrescenta-se +15º aos -180º (PEREIRA e outros, 2017).

Outro ângulo consideravelmente notável para os estudos da irradiação, é conhecido por

Declinação Solar (δ), o qual é formado pela inclinação do plano equatorial da Terra e a linha

de direção Sol-Terra, apresentando variações angulares de -23° 27’ à +23° 27’ ao longo do

período de um ano, deste modo, a angulação torna-se negativa quando a linha de direção Sol-

Terra cruza a superfície no Hemisfério Sul (PEREIRA e outros, 2017).

A Figura 4 demonstra as angulações variando de acordo com a posição do Sol em

relação aos períodos do ano, onde no período conhecido como Equinócio temos o Sol irradiando

com maior potência as regiões localizadas mais próximas à linha do Equador, e os Solstícios

que favorecem um dos hemisférios.

Figura 4: Declinação Solar (δ) conforme as estações do ano

Fonte: PEREIRA e outros (2017)

Tratando-se do hemisfério sul, onde está localizado o Brasil, a partir de 20 de março até

21 de julho (sendo o ápice do solstício de inverno) as noites são mais longas que os dias, logo,

temos menos quantidade de irradiação solar, e mais irradiação de setembro a dezembro, com

dias mais longos. A Figura 5 apresenta um mapa temático do Brasil quantificando a Irradiação

Solar Direta Normal que incide de forma perpendicular à superfície, tomando como série

histórica um período de 20 anos, do ano de 1999 a 2018. Percebe-se que persevera durante o

período de estudo uma maior irradiação localizada no Nordeste e com maiores intensidades nos

locais mais distantes aos oceanos.

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Figura 5: Mapa temático da Irradiação Solar Direta no Brasil (kWh/m²)

Fonte: SOLARGIS (2019)

Ademais, nota-se que mesmo o Norte estando localizado mais próximo a linha do

equador não apresenta maiores irradiações, isso se dar em partes ao seu bioma, onde a vegetação

e clima predominante intensificam a geração de nuvens que difundem a irradiação.

2.2.3. Irradiação Difusa

As radiações solares podem ser discriminadas primordialmente entre Diretas e Difusas,

no qual todas as irradiações que recebem absorção ou reflexão, resultando em dissipações no

seu potencial energético, são caracterizadas por Irradiações Difusas, sendo assim, as nuvens;

umidades na atmosfera e sombreamentos causados por objetos; árvores; construções e/ou

relevos montanhosos são particularidades que difundem a radiação solar (PEREIRA e outros,

2017); (SILVA e outros, 2019).

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Considerando que algumas dessas particularidades são características geradas conforme

os mais distintos biomas, dar-se a entender que aquele com predominância em relevos planos,

baixa precipitação de chuva e com vegetações rasteiras, são menos propícios a ter sua radiação

dissipada, além dos locais com Ciclos Hidrológicos mais estagnados que acabam por sua vez

com baixa incidências de nuvens na troposfera.

Assim como a Irradiação Direta, a Difusa também apresenta variação, sendo ela a

Irradiação Difusa Horizontal, que representa a taxa de energia incidente sobre uma superfície

horizontal por unidade de área, decorrente do espalhamento do feixe solar direto pelos

constituintes atmosféricos como as moléculas, nuvens, material particulado etc. (PEREIRA e

outros, 2017).

2.2.4. Irradiação Global Horizontal

Segundo Borges e outros (2010), a radiação solar incidente sobre uma superfície plana

e horizontal é uma fração da radiação solar no topo da atmosfera, onde depende das condições

atmosféricas locais, logo, em uma situação local com o céu claro (ausência de nuvens) a

irradiação não sofre alteração no potencial. Nesse contexto Marques, Roseno e Nizzoli Filho

(2019), complementam afirmando que a irradiação global horizontal é a representação da soma

das irradiações horizontais diretas e difusas.

De acordo com estudos realizados, Pereira e outros (2017, p. 47) constataram que:

Regionalizando estas análises, verifica‐se que os menores valores do percentil P25 da

irradiação global ocorrem em abril na região Norte (entre 2,70 e 2,80 kWh/m²), em

maio no Centro‐Oeste (entre 3,30 e 3,40 kWh/m²) e em junho nas regiões Nordeste

(entre 2,70 e 2,80 kWh/m²), Sudeste (entre 2,50 e 2,60 kWh/m²) e Sul (entre 1,20 e

1,30 kWh/m²). Os maiores valores do percentil P25 são observados em setembro na

região Norte (entre 5,30 e 5,40 kWh/m²), Nordeste (entre 6,80 e 6,90 kWh/m²) e

Centro‐Oeste (entre 5,50 e 5,60 kWh/m²) e, em dezembro, nas regiões Sudeste (entre

5,30 e 5,40 kWh/m²) e Sul (entre 6,70 e 6,80 kWh/m²).

É possível observar a grande influência da sazonalidade para com as irradiações solares,

onde no Nordeste temos o mês de junho retratando uma média de 2,70 a 2,80 kWh/m² e em

setembro uma variação de 6,80 a 6,90 kWh/m², logo, numa diferença de três meses temos um

acréscimo de aproximadamente 252%.

Por consequência dessa alternância ao decorrer dos meses, é utilizado apenas a média

anual da irradiação solar para o dimensionamento das placas fotovoltaicas. Pereira e outros

(2017), afirmam que a região do Nordeste é que oferece a maior estabilidade na produção de

energia empregando a tecnologia solar ao longo de todo o ano. Desse modo, a Figura 6 retrata

a média anual das taxas de irradiações solares no plano global horizontal.

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Figura 6: Mapa temático da Irradiação Solar Global Horizontal no Brasil (kWh/m²)

Fonte: SOLARGIS (2019)

A irradiação global horizontal por reproduzir a somatória dos valores diretos e difusos,

apresenta uma variação menor entre a taxa mínima e máxima irradiada, denotando maior

uniformidade com relação aos valores de irradiação solar do país, porém, a maior concentração

da irradiação ainda se encontra no Nordeste brasileiro, com valores de até 6,2 kWh/m².dia. E

em contra partida as menores taxas que se difundiam no Norte do país, passam a se situar ao

sul, com ênfase no estado de Santa Catarina.

2.2.5. Irradiação no Plano Inclinado

Segundo Marques, Roseno e Nizzoli Filho (2019), a irradiação no plano inclinado

engloba a radiação horizontal com o acréscimo de uma parcela da radiação refletida da

superfície (albedo) e dos elementos ao redor. Sob o mesmo ponto de vista, Pereira e outros

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(2017), a retratam sendo a taxa de energia total incidente naquela área, sobre um plano inclinado

na latitude do local em relação à superfície terrestre.

A Figura 7 apresenta uma síntese da média anual das taxas de irradiações solares de

acordo com os estudos realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no ano

de 2017, através de uma série histórica com mais de 17 anos de dados de satélites.

Figura 7: Síntese das taxas de irradiações solares por região brasileira

Fonte: PEREIRA e outros (2017)

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Observa-se que as irradiações médias por Grande Região seguem um mesmo padrão,

onde a Direta Normal é menor que a Global Horizontal, que por sua vez é menor que no Plano

Inclinado, logo, é possível notar a importância de orientar à inclinação correta para um melhor

aproveitamento das taxas energéticas. Segundo Vargas e outros (2019), no hemisfério sul,

recomenda-se orientar para o norte verdadeiro e incliná-las (placas fotovoltaicas) nessa direção

em um ângulo correspondente à latitude do local, visando um melhor aproveitamento da

captação da energia solar.

2.3. Energia Solar Fotovoltaica

De acordo com o CRESESB (2006), o Efeito Fotovoltaico é o que caracteriza a Energia

Solar Fotovoltaica, correspondendo a uma diferença de potencial nos extremos de algum

material semicondutor, que após a absorção da radiação solar direta produz a energia elétrica,

esse efeito foi relatado por Edmond Becquerel em 1839. Porém a inexistência de tecnologias

avançadas na época, limitou o uso desse meio energético sendo empregado apenas no âmbito

espacial considerando seu menor custo e peso para manter a permanência no espaço.

Apenas com a crise energética de 1973-1974, a preocupação em estudar novas fontes de

energias começou a ser desenvolvida, entretanto seria necessário a redução em até 100 vezes o

valor dos semicondutores para que a energia fosse economicamente viável. Dessa maneira, no

ano de 1993 começou uma produção em larga escala das células fotovoltaicas com o Silício,

sendo esse o segundo elemento mais abundante no globo terrestre, logo, reduziu

significativamente o valor das placas, além disso, melhorou a eficiência energética (CRESESB,

2006); (BRAGA, 2008).

Segundo o Portal Solar (2017), os modelos atuais de placas fotovoltaicas têm uma

eficiência de no máximo 25% em converter a radiação solar em energia elétrica, e no Brasil, a

célula com maior eficiência apresenta 17,3% de rendimento. Porém, Omair e outros (2019),

desenvolveram recentemente uma célula solar com uma eficiência de conversão de 29,1 ± 0,4%

na prática, e afirmam teoricamente que através do seu estudo é possível alcançar uma eficiência

acima de 50%.

Portanto, materiais e métodos a respeito dessa tecnologia estão sendo constantemente

criados e atualizados (como por exemplo, o sistema de rastreamento solar), a fim de garantir

um melhor aproveitamento das irradiações solares, considerando que atualmente a taxa de

eficiência das placas ainda são baixas. A Figura 8 apresenta um mapa temático a respeito do

potencial energético fotovoltaico do Brasil, representando a soma média diária/anual de

produção de eletricidade.

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Figura 8: Mapa temático do Potencial de Energia Solar Fotovoltaica do Brasil (kWh/kWp)

Fonte: SOLARGIS (2019)

A Solargis (2019), destaca que para a determinação do potencial fotovoltaico se faz

necessário uma avaliação da radiação solar, temperatura do ar e do terreno, estar na inclinação

ideal (de 1º a 31º à linha do equador) e a computação das perdas energéticas nos módulos

fotovoltaicos como: sujeira; sombreamento entre linhas; cabos; inversores; transformadores etc.

Desse modo, ao associar a Figura 6 à Figura 8, percebe-se que as áreas delimitadas com as

maiores taxas de irradiações consequentemente apresentam um maior potencial energético solar

fotovoltaico.

Segundo Pereira e outros (2017), a geração fotovoltaica de energia elétrica no Brasil

tem um grande potencial, visto que nos locais menos ensolarados é possível gerar mais

eletricidade do que no local mais ensolarado da Alemanha, por exemplo. Na Figura 9, apresenta

os valores investidos e acumulados na energia solar fotovoltaica, no Brasil e no Mundo.

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Figura 9: Índice de energia solar fotovoltaica no Brasil e no Mundo

Fonte: Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR, 2019), adaptado.

A Alemanha que em potencial fotovoltaico tem suas taxas máximas ainda menores que

as mínimas do Brasil, está em quarto lugar de potência acumulada do mundo com 45,4 GW,

enquanto o Brasil contempla apenas de 2,4 GW de potência. De acordo com a ABSOLAR

(2019), mais de 2 GW em usina fotovoltaica estão em operação, onde esse número representa

mais de R$ 10 bilhões em investimentos privados atraídos ao país desde 2014, que viabilizaram

a geração de mais de 50 mil novos empregos, além de que as usinas geram energia elétrica

limpa e renovável, suficiente para suprir um consumo equivalente à necessidade de mais de três

milhões de brasileiros, ademais, há mais de 1,7 GW em novos projetos em fase de

desenvolvimento e construção, com início de operação prevista para até 2022.

2.4. Topografia

Os escritores clássicos que realizavam estudos a respeito da topografia na década de 80

como, Domingues e Espartel, à definem sendo a ciência que utiliza da geometria e trigonometria

para determinar minuciosamente e com exatidão uma parcela da superfície terrestre sem levar

em conta a curvatura da Terra, que através de pontos, linhas e poligonais caracteriza-se a área

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de estudo, representando os detalhes do terreno como: divisas, vegetações, rios, estradas,

povoações etc.

No entanto com a sociedade alcançando um alto nível de desenvolvimento tecnológico

a ciência da topografia também foi beneficiada com desenvolvimento e modernização dos seus

equipamentos, os tornando mais sofisticados para a realização dos levantamentos topográficos,

onde melhorou consideravelmente na velocidade e precisão das medições de uma superfície

terrestre.

Desse modo Felipe (2015), denota que como consequência da modernização dos

equipamentos é possível realizar os levantamentos topográficos com mais precisão e facilidade,

como por exemplo, com a união dos teodolitos eletrônicos informáticos integrados a um

distanciômetro eletrônico, criando as Estações Totais que excluem a necessidade da caderneta

de campo (objeto utilizado para anotação dos dados adquiridos), além disso, obteve-se o

desenvolvimento do Global Navigation Satellite System (GNSS), que se tornou a alternativa

mais eficaz quando considerado as variáveis: custo e produtividade.

Com o uso do GNSS a topografia consegue adquirir os pontos, linhas e poligonais

associados a um Sistema de Coordenadas Geográficas, expressos em latitude, longitude e

altitude. Dessa forma, as informações adquiridas nos levantamentos topográficos podem ser

facilmente georreferenciadas.

Diante dessa possibilidade, utiliza-se da topografia moderna para realização de locações

topografias (demarcar um terreno através de pontos característicos), para determinar com

precisão milimétrica a posição das placas fotovoltaicas, podendo georreferenciar aquele dado,

fornecendo a melhor inclinação solar (𝜃𝑍) por meio do Norte Verdadeiro, muito utilizado

quando a implantação das placas fotovoltaicas são para fins de abastecer grandes áreas, como

as micro ou macro usinas solares, sendo necessário o melhor aproveitamento da radiação solar.

Desse modo Botelho, Francischi Jr. e Paula (2018), definem atualmente a topografia

como sendo uma técnica de levantar, medir e descrever a forma do terreno, servindo para os

mais variados tipos de uso, como delimitação de áreas, apoio a obras, usos agronômicos,

locações de equipamentos industriais etc., porém, ressaltam a importância dos conhecimentos

básicos e essenciais acerca da topografia e geometria, pois a negligencia quanto a esses

conhecimentos podem transformar esse aumento da precisão dos novos equipamentos em um

risco enorme, resultando em erros grotescos nas mediações.

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2.5. Geotecnologias

De acordo com Silva (2018), as geotecnologias são um grupo de ferramentas capazes

de produzir, reproduzir e integrar dados ou informações que possuem coordenadas geográficas.

Essas coordenadas determinam a localização exata de algum ponto no globo terrestre, de acordo

com a latitude, longitude e a altitude. Sendo assim, a topografia modernizada pode oferecer um

aparato de dados e informações para compor as Geotecnologias. A Figura 10 caracteriza as

ferramentas utilizadas para aplicação e realização das geotecnologias.

Figura 10: Ferramentas para as Geotecnologias

Fonte: SILVA (2018)

Essas geotecnologias constituem a ciência que abrange o processamento de dados

topográficos, geodésicos e geográficos por meio dos conhecimentos a respeito da cartografia,

e possibilita a obtenção desses dados através dos seus respectivos instrumentos. Segundo

Freitas Filho (2011), a relevância das geotecnologias não está apenas no mapeamento e

monitoramento do espaço geográfico, mas sim na unificação da organização e estruturação das

informações geográficas, facilitando na manipulação e consulta desses dados espaciais.

Considerando que as geotecnologias além de envolver os equipamentos necessários para

a coleta dos dados brutos, a mesma também integra todo um sistema que processa e trata esses

dados, portanto, o geoprocessamento compõe parte das geotecnologias. Além disso, Sousa

(2019) complementa afirmando que dentre as geotecnologias existem o Sistema de Informação

Geográfica (SIG), Cartografia Digital (CD), Sensoriamento Remoto (SR), Global Positioning

System (GPS) e a topografia, para coletar os dados e posteriormente serem processados nos

softwares específicos.

Inclusive Fitz (2008) afirma que, as geotecnologias podem ser entendidas como as novas

tecnologias ligadas às geociências e correlatas, as quais provém avanços e desenvolvimentos

significativos relacionados a estrutura do espaço geográfico. Logo, as geotecnologias geram

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uma gama de oportunidades para o estudo de diversas áreas relacionadas a posicionamentos

terrestres, marítimos ou aéreos.

2.6. Geoprocessamento

Entende-se por geoprocessamento como um conjunto de técnicas que realizam o

processamento de dados georreferenciados secundários e os transforma em informações

primarias com um rigor técnico-cientifico. Nesse contexto, Pereira (2019) afirma que ao

permitir essas intersecções de dados georreferenciados, é possibilitado a apresentação dessas

informações em gráficos, tabelas e mapas, o tornando de grande utilidade para planejamentos

ambientais, e por consequência disso vários pesquisadores utilizam dessas técnicas de

geoprocessamento para estudos de cunho geográfico e ambiental.

A esse respeito, Sousa (2019, p. 21) complementa:

O Geoprocessamento pode ser entendido como uma tecnologia que abrange um vasto

campo de ferramentas e técnicas de maneira interdisciplinar, com aplicabilidade em

quaisquer áreas de conhecimento. Tornando-o extremamente relevante dentro do

contexto atual em que vivemos, pois, sua utilização é cada vez mais requisitada em

função da necessidade da análise e tratamento de informações espaciais,

imprescindíveis para acompanhar o sistema de globalização, com o sensoriamento

remoto (SR), os sistemas de referências de coordenadas (SRC) e os sistemas de

posicionamento de satélites (GPS).

Dessa maneira, com o desenvolver das tecnologias o geoprocessamento foi utilizado

nas mais diversas áreas, sempre com o intuito de integrar os dados brutos para a geração de

informações direcionadas e mais pertinentes. Portanto, essa técnica vem se mostrando

importante para diversos estudos avaliativos, principalmente com relação a sustentabilidade

ambiental, seja no contexto da desertificação, desmatamento e poluição, além disso, a vasta

aplicabilidade dessa área possibilitou até mesmo para a utilização em questões sociais, como

de segurança pública, podendo ajudar na gestão e analise da criminalidade urbana (PEREIRA

e outros, 2014); (PEREIRA; LOBÃO e OLIVEIRA JUNIOR, 2019); (NASCIMENTO e

OLIVIERA, 2019).

Com a possibilidade de realizar analises espaciais, a tecnologia e os conceitos a respeito

do geoprocessamento vêm adquirindo mais credibilidade a partir das diferentes formas do seu

emprego e com a precisão que pode ser oferecida nos dados avaliados. Essa precisão e acurácia

depende não só da atividade realizada para adquirir os dados georreferenciados, mas também

na forma de como é feito o processamento.

2.6.1. Sistema de Informações Geográficas

O Sistema de Informações Geográficas é frequentemente confundindo com o

geoprocessamento pelo simples fato que os dois realizam analise e tratamento de dados, porém,

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o SIG executa os processamentos de dados gráficos (cartográficos) e não gráficos (descritivos)

com ênfase na análise espacial e modelagens de superfície. Já o Geoprocessamento é um termo

mais abrangente, representando quaisquer tipos de processamento de dados devidamente

georreferenciados (FREITAS FILHO, 2011); (OLIVEIRA, 2017). Não obstante, o SIG se

tratando de um sistema, compreende não só o processamento, mas também exerce a capacidade

de manipular, analisar e armazenar os dados.

De acordo com Fitz (2008), o SIG é constituído por uma plataforma computacional

(hardware), programas de computadores (softwares), dados, profissionais e/ou usuários

(peopleware) e por fim as metodológicas ou técnicas que serão aplicadas para operar e produzir

a análise dos respectivos dados. Portanto, esse sistema integra não só a parte computacional,

mas todos os elementos envolvidos para a realização do processamento e analise.

A aplicabilidade desse sistema em estudos de analises espaciais tem contribuído de

forma excessivamente na compreensão de inúmeros fenômenos que ocorrem e afetam a

sociedade contemporânea, em questões ambientais e sociais (PEREIRA, 2019). Nesse contexto

Oliveira (2017) afirma que, a estrutura do SIG pode ser usada como ferramenta que auxilia na

análise e manipulação de dados geográficos, além de ser útil na construção de um banco de

dados geográficos e na produção de mapas.

Com a geração de mapas através do SIG, se torna possível associar diversas camadas

distintas de dados, a fim de obter as informações de forma mais proficientes, dessa maneira, é

capaz de incorporar em um só mapa: limites municipais, rodovias, áreas de preservação,

aerofotogrametrias, bacias hidrográficas etc., possibilitando uma melhor associação dos dados

incorporados no sistema.

2.6.2. Sensoriamento Remoto

Segundo Fitz (2008), o sensoriamento remoto consiste numa técnica que utiliza de

sensores para a captação e registro à distância, por meio das energias refletidas ou absorvidas

de uma superfície, sem de fato exercer um contato direto com a mesma, podendo ainda

expressar os dados obtidos por meios digitais em formatos de imagens, gráficos, dados

numéricos etc. Através da captura e registro dos dados, como as imagens de satélite, o SR

integra-se como uma ferramenta de grande relevância às geotecnologias, onde torna possível o

monitoramento do meio ambiente e seus respectivos fenômenos.

As energias captadas pelos sensores são caracterizadas por radiações eletromagnéticas

(REM), definida por Meneses (2012) pelo princípio da sua natureza de onda e energia, que se

propagam pelo espaço assim como a luz solar, logo, a REM no contexto de dualidade é uma

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forma de onda e ao mesmo tempo uma forma de energia. Desse modo, o sensoriamento remoto

torna-se uma das principais tecnologias para a obtenção das taxas de radiações solares presentes

na superfície terrestre, e por ser um dos componentes das geotecnologias, é possível associar

os dados obtidos através do SR com um SIG para realização do geoprocessamento e produção

de mapas temáticos.

Diante disso temos o Sol como sendo a mais importante fonte natural de REM utilizada

pelos sensores passivos, assim classificados por necessitarem de energias externas para o seu

devido funcionamento, e por outro lado temos os sensores ativos, que possuem uma fonte de

energia própria seja por meio de ondas de rádios, spot de luz das filmadoras, flash de celulares

etc. (FITZ, 2008). Os sensores passivos detêm de uma grande energia para seu funcionamento

durante o dia, porém, o principal problema enfrentado por eles é permanecer este

funcionamento a noite ou em dias nublados, visto que não possuem de uma REM própria para

contornar a ausência das luzes solares e captar as imagens.

Vale ressaltar a existência doutra forma de classificação dos sensores, que são entre

sensores imageadores e não-imageadores. No qual Fitz (2008), relaciona com o tipo de produto

gerado, logo, os sensores imageadores são aqueles que traduzem as informações por meio de

imagens, semelhante as fotografias (surgindo o conceito das imagens de satélites), e os sensores

não-imageadores são aqueles que proporcionam os dados coletados na forma de gráficos e em

dados digitais diversos.

Os avanços tecnológicos que possibilitaram orbitar os satélites e a realização de missões

espaciais também foram responsáveis para que a ciência do sensoriamento remoto entrasse em

uma expansão exponencial, acoplando um sistema de radar especialmente modificado ao

Endeavour (ônibus espacial), dessa maneira, a National Aeronautics and Space Administration

(NASA) no ano de 2000, liderou a missão Shuttler Radar Topographic Mission (SRTM) com

o escopo de gerar um Modelo Digital de Elevação quase-global, onde foi possível adquirir

dados sobre mais de 80% da superfície terrestre com resoluções de 1 arco segundo,

aproximadamente 30 metros (PINTO, 2012).

Porém, existem também a possibilidade da utilização dos Veículos Aéreos Não

Tripulados (VANT) para áreas menores e que necessitem de uma maior precisão (menor

resolução espacial), como o nome já sugere, são pequenas aeronaves que não necessitam de

uma pessoa para tripular podendo ser controladas remotamente, além disso, os VANT’s

necessariamente contemplam de uma câmera de filmagem para a realização do sensoriamento

remoto. Coelho e outros (2019), realizou um estudo utilizando do VANT Phantom 4 Advanced

onde foi possível adquirir imagens com resoluções espaciais de até 2 cm.

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2.6.3. Georreferenciamento

De acordo com Rodrigues (2017), com a necessidade de conquistar novas fronteiras de

forma segura, estudou-se métodos para navegar por locais desconhecidos garantindo a

determinação da localização durante todo o trajeto. Sendo assim, desenvolveu-se o GNSS que

fornece pontos de latitude e longitudes, conhecidos como coordenadas geográficas.

Utilizando dessas coordenadas geográficas fornecidas pelo GNSS, foi possível a

idealização e criação do SIG se tratando de um sistema computacional trabalhado em um

número infinito de informações de cunho geográfico, que possibilita o manuseio de dados e

informações georreferenciadas (FITZ, 2008); (SILVA e PEREIRA, 2018).

Ademais, de acordo com Roque e outros (2006), georreferenciar um mapeamento ou

imagem de satélite é tornar suas coordenadas conhecidas em um sistema de referência,

associados a Pontos de Controle que são feições físicas perfeitamente identificáveis tais como:

Interseções de estradas e rios, represas, aeroportos, edifícios proeminentes, topo de montanhas,

dentre outros.

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3. ÁREA DE ESTUDO

A Região Metropolitana do Cariri está situada no Sul do estado do Ceará, sendo a

segunda maior aglomeração urbana do estado, ficando atrás apenas da Região Metropolitana

de Fortaleza (RMF), composta por nove municípios a RMC é uma das mais importantes do

Nordeste destacando-se por sua riqueza em solo, recursos hídricos, minerais e variedades na

sua agricultura, desenvolvendo atividades comerciais, industriais e serviços dos mais variados

(MASCARENHAS e BARROSO, 2015). A Figura 11 apresenta um mapa de localização da

Região Metropolitana do Cariri e seus eventuais municípios.

Figura 11: Mapa de localização da Região Metropolitana do Cariri

Fonte: Autor (2019)

Fundada decorrente da Lei Complementar Estadual Nº 78 no ano de 2009, realizou-se a

idealização e criação da Região Metropolitana do Cariri que a partir de uma conurbação

existente entre suas três principais cidades: Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha denominada

CRAJUBAR, a lei associava ao CRAJUBAR mais seis municípios: Jardim, Missão Velha,

Caririaçu, Farias Brito, Nova Olinda e Santana do Cariri, contemplando cerca de 609.358

habitantes e uma área total de 5.460,085 km² (IBGE, 2018 e 2019); (NASCIMENTO e

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CHACON, 2016). O Quadro 1, apresenta as localizações em coordenadas geográficas e

algumas das características dos municípios da RMC.

Quadro 1: Características dos municípios da Região Metropolitana do Cariri

Nº Municípios Coordenadas Geográficas Ano de

Criação

Área

Territorial

(IBGE, 2018)

População

Estimada

(IBGE, 2019) Latitude Longitude

1 Barbalha 7°17'56.10"S 39°18'09.44"O 1846 569,508 km² 59.732

2 Caririaçu 7°02'30.56"S 39°17'07.80"O 1876 623,564 km² 26.965

3 Crato 7°13'50.84"S 39°24'44.35"O 1764 1.176,467 km² 132.123

4 Farias Brito 6°55'34.10"S 39°34'24.10"O 1890 503,622 km² 19.450

5 Jardim 7°35'07.39"S 39°16'45.42"O 1814 552,424 km² 27.174

6 Juazeiro do Norte 7°13'45.02"S 39°18'45.08"O 1911 248,832 km² 274.207

7 Missão Velha 7°14'59.34"S 39°08'25.18"O 1864 645,704 km² 36.442

8 Nova Olinda 7°05'30.49"S 39°40'46.76"O 1957 284,401 km² 15.565

9 Santana do Cariri 7°11'10.67"S 39°44'15.55"O 1885 855,563 km² 17.700

Fonte: IBGE (2009; 2018 e 2019) e Google Earth (2019), adaptado.

As Regiões Metropolitanas são criadas para o desenvolvimento mútuo dos municípios

vizinhos à sua metrópole, desse modo, mesmo Juazeiro do Norte sendo a penúltima urbe a ser

criada e a segunda com a menor área territorial, tornou-se metrópole por ser a cidade com maior

concentração de pessoas e a que mais alavancou economicamente nos últimos anos, com o

maior Produto Interno Bruto (PIB) dentre as demais, gerando desenvolvimento e oportunidades

de emprego para os municípios que constituem a RMC.

3.1. Climatologia da Região Metropolitana do Cariri

No geral o estado do Ceará contempla de características climáticas semiáridas com uma

vegetação predominantemente constituída pela Caatinga, porém a região do Cariri em especial

tem o clima influenciado pela Floresta Nacional do Araripe, localizada na Chapada do Araripe,

onde parte da sua área está dentro dos limites municipais de Barbalha, Crato, Jardim, Missão

Velha, Nova Olinda e Santa do Cariri.

Lima e outros (2012), caracteriza a floresta pelo clima tropical úmido, com regimes de

chuvas irregulares, uma vez que garantem uma concentração das chuvas em poucos meses,

apresentando uma média de chuva anual de 700 a 1000 mm e com variações térmicas anuais

muito baixas, onde as temperaturas médias situam-se entre 23º C e 27º C, e de maio a agosto é

caracterizado como o período mais ameno, com temperaturas médias de 21º C e 25º C.

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Entretanto, na mesma proporção que se distancia dos limites da floresta, as temperaturas

começam a elevar, podendo chegar a 37º C nos dias mais quentes.

Em contra partida Ramires, BerayArmond e Salgado (2017), declara que a região do

Cariri cearense é composta por duas estações nas faixas equatorial e tropical: estação seca e

estação chuvosa, além disso, afirmam que essas estações são bem definidas, onde a chuvosa

ocorre entre janeiro e abril, com as médias mensais das precipitações de chuvas acima de

100mm e na estação seca são encontrado valores de 2,9 mm a 40 mm, de junho a novembro.

Desse modo, o gráfico da Figura 12 permite um melhor entendimento do comportamento das

médias de chuvas.

Figura 12: Climatologia da chuva média mensal dos municípios da Região Metropolitana do

Cariri no período de 1981 – 2011

Fonte: FERNANDES; SILVA e NÓBREGA (2012)

Sendo assim, nota-se veementemente que os meses de janeiro a abril concentra-se as

maiores precipitações de chuvas chegando à média mensal dos nove municípios de 240 mm e

de junho a outubro com valores mais amenos, onde agosto representa o mês com os menores

incides de chuvas, com a média regional menor que 10 mm.

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35

4. MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia aplicada foi dividida em três etapas, onde a pesquisa teve caráter

explicativo quanti-qualitativo com a aplicação de um estudo de caso. A princípio o fluxograma

na Figura 13 apresenta as etapas e fases que foram realizadas para concluir o objetivo geral do

trabalho, em seguida essas etapas foram discriminadas e detalhadas em subtítulos.

Figura 13: Representação das Etapas da Pesquisa

Fonte: Autor (2019)

O fluxograma apresenta pontos característicos de cada etapa realizada, onde foi dividido

entre a parte teórica compondo a primeira etapa e a prática compondo a segunda. A realização

das duas etapas é interdependente, porém para a inicialização da terceira foi necessário a

conclusão das duas primeiras.

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36

4.1. Primeira Etapa: Fundamentação Teórica

O trabalho teve como escopo a relação entre a área de estudo e a relevância do

geoprocessamento para o potencial energético fotovoltaico na região, portanto, a

fundamentação teórica teve foco nas características da Região Metropolitana do Cariri, além

das principais diretrizes que podem influenciar nesta produção de energia, sendo eles: radiações

solares e a topografia.

Utilizou-se como principal fonte para abordar a energia solar a segunda edição do Atlas

Brasileiro de Energia Solar (2017), produzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE), no Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) através do Laboratório de

Modelagem e Estudos de Recursos Renováveis de Energia, no qual é fomentado dados e

informações espaciais sobre as radiação solar e o seu respectivo potencial para a matriz

energética brasileira.

Além disso, efetuou-se uma revisão bibliográfica de diversos autores distintos

abordando as questões do geoprocessamento, sua funcionalidade e aplicação ao Sistema de

Informação Geográfica e a respeito do Sensoriamento Remoto no qual teve grande importância

para quantificar a radiação incidente na topografia terrestre.

4.2. Segunda Etapa: Coleta e Tratamento de dados

4.2.1. Dados Georreferenciados

Para o geoprocessamento se faz necessário dados geoespaciais, nos quais compreendem

dentro de um sistema de informações geográficas com suas respectivas coordenadas

georreferenciadas. Os arquivos Rasters e Shapefiles adquiridos foram geoprocessados no

software gratuito QGis Desktop 3.6.2 para a geração dos respectivos mapas temáticos.

Primeiramente, desenvolveu-se um banco de dados geoespaciais para os referidos

geoprocessamentos, nos quais os limites municipais brasileiros foram adquiridos através do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística do ano de 2017, com o intuito de demarcar as

fronteiras da Região Metropolitana do Cariri.

Os dados da SRTM adquiridos para gozar dos rasters de resolução espacial de 30 metros

foram ofertados pelo United States Geological Survey, no ano de 2015, onde foi necessário

adquirir duas cenas de rasters para englobar toda a RMC. Posteriormente utilizou-se de técnicas

de geoprocessamento para mesclar as duas cenas de rasters e extrair apenas a área do referido

estudo. Desse modo, foi utilizado de falsas cores para distinguir as variações de níveis e mostrar

suas respectivas elevações.

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Concomitantemente, foi possível adquirir dados alfanuméricos gerais a respeito da

Irradiação Direta, Difusa, Horizontal, No Plano Inclinado e Fotossinteticamente Ativa em

Wh/m².dia incidente por todo o Brasil em uma média anual, ofertados pelo INPE, através de

estudos realizados no LABREN. Esses dados alfanuméricos representam as radiações solares

do Brasil de uma série histórica de 17 anos, do ano de 1999 a 2015, os quais foram coletados

através de imagens de satélite com uma resolução espacial de 0,1° x 0,1° (aproximadamente 10

km x 10 km).

Utilizou-se esses dados com o objetivo de quanti-qualificar por meio de mapas

temáticos georreferenciados as irradiações solares na RMC, porém, como a Irradiação

Fotossinteticamente Ativa não apresenta aplicações diretas à energia elétrica, foi descartado

apenas esses dados alfanuméricos.

Após a coleta dos dados foi realizado o tratamento e análise dos mesmos, garantindo

que todos os arquivos estivessem no sistema de referência SIRGAS 2000, em seguida,

categorizou-se os valores por meio de variações de cores com o intuito de melhor identificar as

taxas de irradiações, tomando como base as tonalidades da paleta de cores dos mapas da

SolarGIS, para melhor associação das taxas energéticas. O objetivo dos geoprocessamentos

foram para analisar a topografia da região, delimitando as partes mais altas ou com maiores

vegetações, onde possam influenciar na irradiação solar direta, diminuindo sua eficiência

energética.

4.2.2. Irradiações Solares da RMC

Além disso, através do Programa SunData v 3.0, ofertado pelo site do CRESESB, foi

possível adquirir as Irradiações Horizontais e no Plano Inclinado mensalmente, dos 09

municípios que compõe a Região Metropolitana do Cariri. As irradiações são emitidas em

kWh/m².dia de acordo com as respectivas coordenadas dos municípios, onde fornecem as

médias de acordo com: os pontos mais próximos as distancias das coordenadas e a inclinação

angular com maior média anual ou mínima mensal.

Para esse estudo e comparação com os dados, foi utilizado os pontos mais próximos das

coordenadas apresentadas no Quadro 1; para as irradiações globais horizontais, usou-se com

inclinação de 0º e para as irradiações no plano inclinado, utilizou-se das inclinações com as

maiores médias anuais, as quais variaram de 5º a 7º N. Com o propósito de associar aos valores

apresentados nos mapas geoprocessados, assim como para avaliar os meses com menores e

maiores taxas energéticas.

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4.3. Terceira Etapa: Análise e Comparação

A etapa final do trabalho consistiu em analisar e comparar os dados adquiridos mediante

as etapas anteriores. Onde foi dividido em duas fases, considerando as variáveis: Radiação Solar

e a Topografia. A fim de determinar a relevância do geoprocessamento com relação a

associação dos dados, direcionados para a área de estudo.

Por meio da geração do mapa hipsométrico da Região Metropolitana do Cariri, é

possível identificar o contorno e os píncaros da Chapada do Araripe, idealizando um dos

possíveis influenciadores na irradiação solar, além de impossibilitar o uso das placas

fotovoltaicas por ser uma Área de Proteção Ambiental (APA). Ademais, visto que por meio do

georreferenciamento pôde-se determinar o Ângulo Zenital Solar necessário para uma irradiação

direta às placas fotovoltaicas como também a elevação em comparação ao Nível Médio dos

Mares (NMM).

Dessa forma, os mapas de irradiação solar apresentam de forma precisa áreas

aproximadamente de 10 km x 10 km com as maiores incidências médias anuais de irradiação

solar, seja elas, direta, difusa, horizontal ou no plano inclinado. Considerando a relação feita

pela a empresa internacional SolarGIS da irradiação solar com o potencial fotovoltaico, foi

associado o potencial fotovoltaico de uma área com a proporção de radiação irradiada no local.

Portando, utilizou-se desse parâmetro para determinar qualitativamente o seu devido potencial

energético.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Esse tópico apresenta a análise e comparação das informações do tópico Fundamentação

Teórica com os dados das irradiações solares e as altitudes em relação ao Nível Médio dos

Mares da Região Metropolitana do Cariri, no qual serão expressados através de Quadros,

Gráficos e mais importante, por meio de mapas geoprocessados para determinar a relevância

dos dados georreferenciados com o estudo da topografia para o melhor aproveitamento das

irradiações solares.

5.1. Topografia da Região Metropolitana do Cariri

A Topografia é capaz de caracterizar os lugares em pontos geométricos (áreas e

elevações) e artísticos (rios, vegetações, etc.), sendo assim, através dos estudos realizados da

região é possível classificar a incidência de nuvens de acordo com as características bio-físico-

químicas terrestres, em razão do processo do Ciclo Hidrológico, além de que em pontos com

altitude bastante elevada a temperatura consequentemente começa a diminuir, assim como a

irradiação solar em consequência da umidade presente no ar. A Figura 14, apresenta o mapa

hipsométrico da RMC, representando as altitudes dos municípios em falsas cores com relação

ao Nível Médio dos Mares.

Figura 14: Mapa Hipsométrico da Região Metropolitana do Cariri

Fonte: Autor (2019)

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Observa-se que quase metade da Região Metropolitana do Cariri é contemplada pela

Chapada do Araripe, aumentando consideravelmente a altitude do relevo. Em partes,

dependendo da distância de um ponto elevado para outro mais baixo, o sombreamento

ocasionado pela obstrução dos raios solares também pode ocasionar diminuição na irradiação.

Sendo assim, os geoprocessamentos dos levantamentos topográficos podem: categorizar

o solo, permitindo associar áreas que possam ocasionar esses sombreamentos; identificar locais

de difícil ou proibido acesso, como as APP’s (Áreas de Proteção Permanente), ZEA’s (Zona

Especial Ambiental) e no caso da Chapada do Araripe, caracterizada por ser uma APA, onde é

priorizado a conservação e a sustentabilidade do local, para mitigar os impactos ambientais.

Além disso, o geoprocessamento fornece as coordenadas geográficas e com isso, é possível

determinar a melhor inclinação para o Sol, através do Norte Verdadeiro, e a latitude do local

para obter um melhor aproveitamento das irradiações solares.

5.2. Irradiação Solar

A partir do momento que as radiações proporcionadas pelo Sol perpassam pela

atmosfera terrestre, tornam-se suscetíveis a sofrer perdas no seu potencial. Grande parte desse

potencial energético é influenciado positivamente pela proximidade a linha do equador e

negativamente pela troposfera, onde incide nuvens e gases que podem dissipar essa irradiação.

Para determinar a potencialidade da geração de energia por meio das placas

fotovoltaicas se faz necessário avaliar diversos fatores, porém, é evidente que a irradiação solar

está diretamente proporcional a essa produção energética. Da mesma forma que ao relacionar

as Figuras 5 e 6 com a Figura 8 do Tópico 2.0, nota-se claramente que onde há maiores

incidências de irradiações solares também apresenta índices elevados de potencialidade para

energia solar fotovoltaica.

Essas irradiações oscilam conforme as estações do ano, gerando variações no potencial,

portanto, em locais com estações bem definidas (ou com invernos mais longos), maior será a

oscilação. Sob esse mesmo ponto de vista, destaca-se as formas de incidência das irradiações,

onde será apresentado nos próximos subtópicos a eficiência anual dessas irradiações de acordo

com o modo que a mesma penetra na superfície terrestre.

Os valores das irradiações são apresentados na unidade de medida de Watt-hora por

metro quadrado por dia (Wh/m².dia), sendo esse, o total de energia acumulado em um dia numa

área de um metro quadrado. Esses valores alternam para kWh/m².dia, representando o

Wh/m².dia dividido por 1.000.

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5.2.1. Irradiação Direta

A Irradiação Direta é a principal fonte para a geração energética, decorrente de toda a

radiação que não sofre dissipação no seu potencial. Considerando que a localização global da

Região Metropolitana do Cariri situa-se próxima a Linha do Equador e no nordeste brasileiro,

a média anual de irradiação direta tende a ser maior em comparação as outras Grandes Regiões

do Brasil, já que os seus fatores climáticos em suma favorecem a penetração direta dessa

irradiância na superfície terrestre. A Figura 15, apresenta um mapa com a proporção média

anual da irradiação direta no Brasil e no Ceará com foco na RMC.

Figura 15: Mapa da Irradiação Solar Anual Direta na Região Metropolitana do Cariri

(Wh/m².dia)

Fonte: Autor (2019)

O Brasil por ter dimensões continentais e variados tipos de biomas, apresenta grande

discrepância nas irradiâncias, onde em locais mais úmidos atinge cerca de 1.778 Wh/m².dia e

locais com características ambientais que não dissipam tanto a radiação, alcança até a 6.465

Wh/m².dia, logo, apresenta aproximadamente uma média anualmente de 4,12 kWh/m².dia.

Evidentemente as menores irradiações se propagam no Norte do Brasil, ocasionadas

pelas mudanças climáticas, principalmente em função da Floresta Amazônica, assim como os

índices de irradiação na RMC diminuem gradativamente conforme se aproxima da Chapada do

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Araripe. Contudo, mesmo a Chapada contemplando a Floresta Nacional do Araripe (em

tracejado branco), ainda sim, a irradiação apresentada é consideravelmente alta, enquadrando-

se entre 5.059 e 5.684 Wh/m².dia, estando acima da média brasileira. Já ao Norte, os índices

das médias anuais chegam a aproximadamente 3.653 Wh/m².dia, no máximo.

Sendo assim, os municípios que fornecem maiores capacidades de acordo com a

irradiância direta são: Juazeiro do Norte, Missão Velha e Caririaçu que dispõe de até 5.840

Wh/m².dia e em locais específicos o Crato, Farias Brito e Nova Olinda.

5.2.2. Irradiação Difusa

A Irradiação Difusa compreende as irradiâncias que sofreram dissipações, absorvidas

ou refletidas. Por isso, usualmente a proporção da irradiação difusa é inversamente proporcional

a irradiação direta, visto que, se existe muita irradiação difusa é consequência de fatores que

influenciaram negativamente no seu potencial, logo, existe pouca irradiação direta naquele

local. Portanto, lugares com muita irradiação difusa normalmente tem pouca irradiação direta e

vice-versa. A Figura 16, categoriza a proporção da irradiação difusa média anual do

Brasil/Ceará com foco na RMC.

Figura 16: Mapa da Irradiação Solar Anual Difusa na Região Metropolitana do Cariri

(Wh/m².dia)

Fonte: Autor (2019)

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Tratando-se das médias anuais, as irradiâncias difusas apresentam um comportamento

invertido, visto que se tratando dessa irradiação quanto maiores forem os índices menores serão

os potenciais energéticos. Ao contrário da Direta, o máximo que a Difusa pôde chegar nas

regiões do Brasil foi de 2.549 Wh/m².dia, em médias anuais, portanto, em meses específicos

com invernos bastante rigorosos, esses números consequentemente aumentam.

Dessa maneira, percebe-se que quanto maior a distância da Chapada do Araripe,

menores são as irradiações difusas, alterando as tonalidades do mapa. Em quantificações gerais,

de acordo com o mapa, o Brasil apresenta pouca variação quanto a irradiação difusa, logo, as

classificações locais são ainda menos perceptíveis, mas existentes.

5.2.3. Irradiação Global Horizontal

A Irradiação Global Horizontal é basicamente uma somatória das irradiâncias diretas e

difusas horizontais, onde representa a taxa de energia sobre uma área horizontal, independente

se sofreu dissipações no seu potencial energético. Portanto, essa irradiância é a que melhor

representa os valores para os cálculos na eficiência energética, considerando que as placas

fotovoltaicas não realizam a discriminação da origem das irradiações.

Então, mesmo que para o dimensionamento das Placas Fotovoltaicas seja utilizado

apenas as Médias Anuais das irradiações, realizou-se um confrontamento dos dados mensais

dos municípios da Região Metropolitana do Cariri, para identificar os meses com as menores e

maiores irradiações solares, respectivamente, são os valores marcados com as cores vermelhas

e azuis no Quadro 2, essas irradiações apresentam taxas num plano horizontal com 0º de

inclinação.

Quadro 2: Irradiação Solar Mensal Global Horizontal da RMC (kWh/m².dia)

Municípios Meses Média

Anual Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

Barbalha 5,91 5,83 5,80 5,45 5,09 4,92 5,19 5,97 6,53 6,51 6,57 6,22 5,83

Caririaçu 5,81 5,82 5,79 5,48 5,16 5,02 5,31 6,05 6,53 6,52 6,59 6,11 5,85

Crato 5,83 5,76 5,68 5,46 5,15 4,97 5,33 6,12 6,59 6,56 6,55 6,19 5,85

Farias Brito 5,73 5,75 5,80 5,47 5,19 5,07 5,37 6,11 6,53 6,48 6,46 6,03 5,83

Jardim 5,97 5,79 5,79 5,36 4,73 4,44 4,73 5,63 6,50 6,52 6,69 6,36 5,71

Juazeiro do

Norte 5,93 5,88 5,85 5,55 5,16 4,94 5,28 5,99 6,52 6,57 6,60 6,23 5,87

Missão Velha 6,02 5,89 5,94 5,63 5,13 4,84 5,17 5,93 6,53 6,53 6,61 6,20 5,87

Nova Olinda 5,84 5,78 5,78 5,48 5,18 5,03 5,34 6,06 6,55 6,55 6,53 6,19 5,86

Santana do

Cariri 5,60 5,48 5,54 5,26 5,02 4,92 5,32 6,09 6,48 6,37 6,40 6,03 5,71

Fonte: CRESESB (2017), adaptado.

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As irradiações com as menores taxas energéticas unanimemente estão presentes no mês

de junho, em razão do Solstício que ocorre exatamente neste mês, em virtude do movimento de

translação da Terra, no qual o Sol está no seu ponto mais distante da Linha do Equador e seus

raios solares estão direcionados a um dos hemisfério (neste caso, ao hemisfério Norte), gerando

uma desvalorização das taxas energéticas para a localidade onde encontra-se os municípios da

RMC. Desse modo, as maiores taxas energéticas são dadas em função do Solstício ao Sul,

porém vale ressaltar que as variações nos meses também estão relacionadas as questões

meteorológicas.

Para observar melhor o comportamento mensal das irradiações horizontais, utilizou-se

dos valores do Quadro 2 e desenvolveu-se o Gráfico 2, que retrata claramente as variações

mensais. O declínio das irradiações está associado principalmente em relação ao movimento de

translação da Terra. Já a ascensão das irradiações, está em virtude do aumento da temperatura,

escassez das chuvas e do Solstício em função do hemisfério Sul, dessa forma, as irradiações

harmonizam entre setembro e novembro, tendo como ápice 6,69 kWh/m².dia no município de

Jardim, porém, o mesmo apresenta a menor irradiação de 4,44 kWh/m².dia, resultando na menor

média anual dos nove municípios juntamente com Santana do Cariri.

Gráfico 1: Irradiação Solar Mensal Global Horizontal da RMC (kWh/m².dia)

Fonte: CRESESB (2017), adaptado.

A Figura 17, apresenta um mapa com a proporção média anual dessas irradiações

globais horizontais, no qual a RMC está categorizada com quatro cores distintas, enquadrando-

se entre os intervalos de 5.615 a 5.952 Wh/m².dia em uma média anual, logo, de acordo com

essas variações a média anual da RMC seria de aproximadamente 5,78 kWh/m².dia. Entretanto,

ao associar essas irradiações com os dados fornecidos pelo site do CRESESB, no Quadro 02, e

4,24,44,64,85,05,25,45,65,86,06,26,46,66,8

Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

kW

h/m

².d

ia

Barbalha Caririaçu CratoFarias Brito Jardim Juazeiro do NorteMissão Velha Nova Olinda Santana do Cariri

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calcular a média anual dos 09 municípios, obteve-se um valor de 5,82 kWh/m².dia. Essa

diferença na média é em consequência das áreas escolhidas como parâmetro, visto que, no

município do Crato, por exemplo, em dependência da localidade o mesmo é categorizado com

várias cores. Com o geoprocessamento pode-se avaliar as áreas onde a irradiação é maior e por

consequência, obter maior aproveitamento energético ao evitar esses locais.

Figura 17: Mapa da Irradiação Solar Anual Global Horizontal na Região Metropolitana do

Cariri (Wh/m².dia)

Fonte: Autor (2019)

Os municípios de Juazeiro do Norte e Missão Velha apresentam os melhores valores de

irradiação, com a maior parte da sua área territorial compreendendo radiações entre 5.867 e

5.952 Wh/m².dia. Assim como as irradiações diretas, a global horizontal apresenta maiores

taxas energéticas a medida em que se distanciam da Chapada do Araripe, portanto, na situação

de estudo, comparando com a Figura 14, a baixa altitude não se tornou um empecilho.

5.2.4. Irradiação no Plano Inclinado

Com o intuito de melhor aproveitar as irradiações solares globais e as energias presentes

na superfície terrestre por meio das refletâncias (albedo), desenvolveu-se métodos para calcular

a melhor inclinação angular para poder aproveitar o máximo das taxas energéticas fornecidas

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pelo Sol, devido a variação angular ocasionada pelo movimento de translação, desse modo,

originou-se o conceito da Irradiação no Plano Inclinado.

Em virtude disso, o programa SunData v 3.0 fornece as irradiações solares mensais no

Plano Inclinado com inclinações angulares que garantam a maior média anual, conforme o

Quadro 3. Em comparação com o Quadro 2 que apresentava as irradiações globais horizontais,

percebe-se um sutil aumento nas taxas energéticas e que as maiores irradiações estão todas

presentes no mês de setembro.

Quadro 3: Irradiação Solar Mensal no Plano Horizontal na RMC (kWh/m².dia)

Municípios Meses Média

Anual Inclinação

Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Barbalha 5,70 5,72 5,80 5,58 5,32 5,20 5,46 6,18 6,60 6,42 6,35 5,97 5,86 6° N

Caririaçu 5,56 5,68 5,78 5,62 5,43 5,35 5,64 6,30 6,60 6,41 6,33 5,81 5,88 7° N

Crato 5,59 5,62 5,67 5,61 5,42 5,30 5,66 6,38 6,66 6,44 6,28 5,89 5,88 7° N

Farias

Brito 5,49 5,61 5,80 5,61 5,46 5,41 5,70 6,36 6,60 6,36 6,20 5,74 5,86 7° N

Jardim 5,80 5,70 5,80 5,47 4,91 4,65 4,93 5,79 6,56 6,45 6,50 6,15 5,73 5° N

Juazeiro

do Norte 5,72 5,77 5,85 5,69 5,40 5,22 5,56 6,21 6,59 6,47 6,38 5,97 5,90 6° N

Missão

Velha 5,80 5,77 5,94 5,77 5,37 5,12 5,45 6,14 6,60 6,44 6,39 5,94 5,89 6° N

Nova

Olinda 5,60 5,64 5,78 5,63 5,45 5,37 5,67 6,31 6,63 6,43 6,27 5,89 5,89 7° N

Santana do

Cariri 5,37 5,36 5,54 5,39 5,28 5,24 5,65 6,34 6,55 6,26 6,15 5,74 5,74 7° N

Fonte: CRESESB (2017), adaptado.

Nesse caso, constata-se que o município de Jardim continua com a menor irradiação,

no mês de junho, porém a maior irradiação nesse caso passa a ser do Crato no mês de setembro,

com 6,66 kWh/m².dia, o índice de maior irradiação foi menor que o da Global Horizontal,

porém todos os valores médios anuais aumentaram, com Juazeiro do Norte mantendo a maior

média anual da Região Metropolitana do Cariri e Jardim com a mais baixa.

Porém, vale lembrar que mesmo Jardim apresentando o menor valor entre os noves

municípios, o mesmo ainda está muito acima da média anual brasileira. Nesse caso, a média

anual de irradiação na Região Metropolitana do Cariri é de 5,85 kWh/m².dia, com um aumento

de 0,03 kWh/m².dia em relação a Global Horizontal. É possível visualizar melhor o

comportamento dessas taxas energéticas solares mensais da RMC, no Gráfico 2.

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Gráfico 2: Irradiação Solar Mensal no Plano Inclinado na RMC (kWh/m².dia)

Fonte: CRESESB (2017), adaptado.

O município de Jardim é o único que apresenta uma discrepância relevante nos valores

mínimos de irradiação com relação aos demais municípios, isso é melhor explicitado através da

Figura 18, mesmo que o mapa apresente apenas taxas de médias anuais.

Figura 18: Mapa da Irradiação Solar Anual no Plano Inclinado na Região Metropolitana do

Cariri (Wh/m².dia)

Fonte: Autor (2019)

4,404,604,805,005,205,405,605,806,006,206,406,606,80

Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

kW

h/m

².d

ia

Barbalha Caririaçu CratoFarias Brito Jardim Juazeiro do NorteMissão Velha Nova Olinda Santana do Cariri

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Como constatado anteriormente, ao se distanciar da Chapada do Araripe se adquire

melhores taxas anuais, porém, a cidade de Jardim está quase que em sua totalidade dentro dos

limites da chapada, além de que nesse mês, o município apresenta as maiores precipitações de

chuvas com relação aos outros municípios.

Assim como a Chapada do Araripe influencia positivamente amenizando o clima da

região se tratando da sua localização em meio ao sertão nordestino, acaba que por sua vez

diminuindo as irradiações solares. Porém, ao relacionar o sul do estado do Ceará com os limites

nacionais brasileiros, ainda se nota valores altíssimos de irradiação solar. Dessa forma,

associando a Figura 8 que retrata o potencial energético fotovoltaico com a Figura 18

apresentando os valores de irradiação solar no plano inclinado, torna-se perceptível que as cores

de categorização dos incides mais elevados estão praticamente abrangendo as mesmas áreas,

aos quais inclui o sul do estado do Ceará, denotando o elevado potencial de energia fotovoltaica.

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6. CONCLUSÃO

Existem diversos fatores influenciadores na eficiência da produção da energia solar

fotovoltaica. Tratando-se da origem dessa produção energética, sendo as radiações solares, foi

possível identificar que as questões meteorológicas, topográficas e até mesmo o movimento de

translação da Terra com relação a inclinação solar, são poderosos influenciadores no seu

potencial, seja de forma positiva ou negativa.

Com a realização do geoprocessamento é possível integrar os mais variados tipos de

dados georreferenciados. Nesta pesquisa, realizou-se a incorporação dos limites territoriais,

altimetrias e até mesmo as radiações solares, onde foi possível determinar as localidades da

Região Metropolitana do Cariri com maiores intensidades nas taxas energéticas além de ter sido

possível demonstrar que a Chapada do Araripe influencia negativamente para esta produção.

Porém, considerando que as áreas categorizadas no mapa são relativamente grandes, de

aproximadamente 100 km², essas avaliações são de grande valia apenas para entender e

determinar as áreas onde o investimento monetário em energias solares fotovoltaicas devem ser

aplicadas, como por exemplo, para a criação de usinas fotovoltaicas e geração de uma energia

mais sustentável para a região. Visto que os valores são ponderados numa média para aquela

respectiva área, onde não representa precisamente as inclinações para implementação de placas

fotovoltaicas mais locais, sendo necessário o georreferenciamento mais preciso daquele local.

Portanto, tomando como princípio avaliativo do potencial energético a irradiação solar

global horizontal, visto que em comparação com a irradiação no plano inclinado as placas

fotovoltaicas estarão com inclinações distintas a depender da sua localidade de aplicação,

constatou-se que dos nove municípios, os que apresentaram as melhores médias de taxas

energéticas em sua totalidade são justamente aqueles que sofrem as menores influências da

Chapada do Araripe, sendo assim temos: Juazeiro do Norte, Caririaçu e Farias Brito, porém, os

municípios de Missão Velha, Crato e Nova Olinda a depender da localidade de aplicação das

placas, ainda é possível obter um alto valor energético em relação a própria Região

Metropolitana do Cariri.

Vale ressaltar que, até nos piores dias de irradiações solares produzindo as menores

taxas energéticas, a RMC apresenta um potencial energéticos solar ainda maior que os melhores

dias de irradiação de por exemplo, a Alemanha, no qual a mesma está em quarto lugar do mundo

com a maior capacidade de energia solar fotovoltaica acumulada. Demonstrando que o não

aproveitamento desse meio energético na região é uma negligencia à sustentabilidade, ao

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utilizar das outras formas de produções energéticas que agridem o meio ambiente, considerando

o desperdício desse grande potencial natural.

Para trabalhos futuros com relação a energia solar fotovoltaica, sugere-se um foco maior

na questão das irradiações globais horizontais e no plano inclinado, visto que as placas não irão

realizar uma segregação na origem das radiações, como também, realizar um estudo mais

aprofundado da climatologia do local para melhor dimensionar a Energia PV.

Além disso, avaliar a viabilidade para uma implementação de uma micro usina solar

fotovoltaica para a região, utilizando de técnicas de geoprocessamentos mais locais, para uma

melhor determinação de inclinação das placas fotovoltaicas e obter maiores taxas energéticas.

Vale salientar que com o georreferenciamento local é possível fornecer coordenadas de

precisões centimétricas e até mesmo milimétricas a depender do equipamento utilizado,

podendo determinar com exatidão o Norte Verdadeiro para posicionar as placas fotovoltaicas

rotacionadas para o Sol, além de obter a latitude daquela área para fazer o ajuste necessário na

inclinação das placas, considerando que com o pequeno ajuste de inclinação de 5º a 7º N, para

abranger toda a área de estudo, foi possível aumentar os valores das taxas de irradiações

incididas no plano inclinado.

Desse modo, com a implementação da usina fotovoltaica a geração de novos empregos

é eminente, além da redução dos custos com energia e a preservação do meio ambiente,

aplicando o conceito de sustentabilidade para desenvolvimento regional e diminuindo a

degradação do planeta. Diante disso, é relevante ressaltar a importância das políticas públicas

para com os incentivos a esse meio de produção energética, considerando a necessidade da

geração de emprego e do desenvolvimento regional.

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