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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL ATERRO SANITARIO DE BREJO SANTO CE: UM OLHAR TECNICO SOBRE SEU FUNCIONAMENTO JUAZEIRO DO NORTE-CE 2015

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT

DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

ATERRO SANITARIO DE BREJO SANTO – CE: UM OLHAR TECNICO SOBRE SEU FUNCIONAMENTO

JUAZEIRO DO NORTE-CE 2015

JOSE NELSON ARAUJO JANUARIO

ATERRO SANITARIO DE BREJO SANTO – CE: UM OLHAR TECNICO SOBRE SEU FUNCIONAMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Tecnologia da Construção Civil da Universidade Regional do Cariri (URCA), como requisito para obtenção do título de tecnólogo em construção civil, habilitação em Edifícios.

Orientador: Prof. João Paulo S. Coelho.

JUAZEIRO DO NORTE-CE

2015

JOSE NELSON ARAUJO JANUARIO

ATERRO SANITARIO DE BREJO SANTO – CE: UM OLHAR TECNICO SOBRE SEU FUNCIONAMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Tecnologia da Construção Civil da Universidade Regional do Cariri, como parte dos requisitos para obtenção do título de Tecnólogo da Construção Civil – Edificações.

Data da aprovação: ___/___/_____, com nota _____.

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________________________

Prof. Esp. João Paulo S. Coelho Orientador

_________________________________________________

Prof. Esp. José de Andrade Mota Neto 1° Examinador

_________________________________________________

Prof.Me. Jefferson Luiz Alves Marinho 2° Examinador

Dedico esse trabalho a minha família, pela dedicação e confiança depositada e por tudo que ela fez para eu chegar até aqui.

AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha

vida, autor do meu destino, meu guia, socorro presente na hora da angústia,

ajudando-me a superar os obstáculos e vencer as dificuldades. Aos meus pais,

Francisco (Dezim), e Verônica (Dôra), que sempre buscaram sempre o melhor

caminho para essa conquista. Sem duvida alguma, é razão pra eu estar aqui hoje.

Aos meus irmãos Delson, Derlândia, Devânia e Edilânia, pelo companheirismo,

apoio e conselhos.

A Nathercia, minha noiva, pessoa com quem amo partilhar а vida. Com

você tenho me sentido mais forte em todos os obstáculos. Obrigado por todo amor,

carinho, а paciência е por sua capacidade de me proporcionar paz na correria de

cada semestre e, principalmente, na conclusão desse trabalho.

A D. Delfina e aos seus filhos, que sempre procuraram me apoiar para me

fortalecer nos estudos.

Ao orientador João Paulo, pela sua colaboração e esforço em transmitir

seu conhecimento para a elaboração deste trabalho.

Ao professor Jefferson Marinho, pela sua compreensão, ajuda e

dedicação durante todo o curso.

A Nathália Crisóstomo, pelo imenso apoio com as informações e

conhecimento, que foram essenciais para o desenvolvimento do mesmo.

A todos os colegas da turma, pelas alegrias, tristezas e dores

compartilhadas. Pelos momentos bons e difíceis que juntos conseguimos vencer e

pela amizade que levarei a vida toda. Em especial, a Thiago George, Jessica e

Arthur.

A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a concretização

deste sonho.

RESUMO

A temática abordada nesta pesquisa foram alguns dos procedimentos adotados no

sistema para implantação e funcionamento do aterro sanitário do Município de Brejo

Santo – CE, dessa forma apresenta como problema as possíveis falhas ocorridas

nos métodos adotados, sendo que, alguns se encontram bem precários. Apesar de

ter sido um dos primeiros em toda Região do Cariri implantados em tempo hábil, (em

relação à Lei Nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos-

PNRS), o aterro no atual momento, passa por fase delicada, pois não apresenta

todas as etapas necessárias, diante das recomendações adotadas pelas Normas

Regulamentadoras. O objetivo da investigação foi compreender o funcionamento do

aterro estudado, verificar a operação, realizando o diagnóstico da real situação e

indicando sua qualidade. Foi realizada por meio de uma pesquisa exploratório-

descritiva com abordagem qualitativa. Os estudos foram desenvolvidos no Aterro

Municipal de Brejo Santo - CE, que é administrado pela Empresa PROEX– Projetoe

Execução de Limpeza Urbana, Conservação e Urbanização LTDA, que também é

responsável pela limpeza e coleta urbana do Município. O período de

desenvolvimento da pesquisa em que compreenderam os meses de Janeiro a Maio

de 2015, foram aplicados questionários abordando características dos itens em

estudo.Ao fim da pesquisa concluímos que o aterro sanitário atualmente não atende

todas as normas exigidas pelas normas vigentes.

Palavras-chave: Resíduos Sólidos, Aterro Sanitário, Brejo Santo.

ABSTRACT

The issue addressed in this research was some of the procedures adopted in the

system for implementation and operation of the landfill in the municipality of Brejo

Santo - EC thus presented as problem possible failures occurred in methods

adopted, and some are well precarious. Despite being one of the first in all Cariri

Region deployed in a timely manner (in relation to Law No. 12,305 / 10, establishing

the National Policy on Solid Waste - PNRS), the landfill at the moment, goes through

delicate phase, it does not present all the necessary steps before the

recommendations adopted by the Regulatory Standards. The objective of the

research was to understand the functioning of the studied landfill, check the

operation, making the diagnosis of the real situation and indicating their status. It was

carried out through a survey . exploratory and descriptive qualitative approach The

studies were developed in the Municipal Landfill Brejo Santo - EC, which is

administered by the Company PROEX- Design and Implementation of Urban

Cleaning, Conservation and Urbanization LTDA, which is also responsible for

cleaning and urban collection of the City . The development of survey period in which

comprised the months of January to May 2015, questionnaires were administered

addressing characteristics of the items under consideration. At the end of the study

we conclude that the landfill does not currently meet all the standards required by

current standards.

Keywords: Solid Waste Landfill, Brejo Santo

LISTA DE IMAGENS E FIGURAS

IMAGEM 01 – Abertura de drenos para a instalação da geomembrana na célula de

resíduos domiciliares..................................................................................................27

IMAGEM 02 – Drenos de gases e chorume na célula de resíduos domiciliares. ...... 27

IMAGEM 03 – Plantas cultivadas no Aterro Sanitário. .............................................. 27

IMAGEM 04– Equipe de coleta seletiva dos resíduos sólidos, Brejo Santo - CE. ..... 36

IMAGEM 05 – Destino final dos pneus usados a céu aberto, aterro sanitário do

município de Brejo Santo - CE .................................................................................. 37

IMAGEM 06 – Material separado a ser prensado no galpão de reciclagem.............. 38

IMAGEM 07 – Material pronto pra ser comercializado .............................................. 38

IMAGEM 08 – Capacitação do chorume. .................................................................. 39

IMAGEM 09 – Área sem utilização. ........................................................................... 40

IMAGEM 10– Célula de rejeitos a céu aberto ........................................................... 41

FIGURA 01 – Processo de captação do aterro sanitário controlado ......................... 14

FIGURA 02 – Esquemática de um aterro sanitário ................................................... 15

FIGURA 03 – Mapa de localização da cidade de Brejo Santo – CE ......................... 32

LISTA DE TABELAS, QUADROS E GRÁFICOS

TABELA 1 – Hierarquização dos critérios..................................................................19

TABELA 2 – Pesos dos critérios e do tipo de atendimento. ...................................... 27

TABELA 3 – Características das áreas para implantação do aterro ......................... 27

TABELA 4 – Quantitativo representando os resíduos do III Quadrimestre de 2013.

....................................................................................................................................29

TABELA 5 – Quantitativo representando os resíduos do I Quadrimestre de 2014..

............................................................................................................................. .....29

TABELA 6 – Quantitativo representando os resíduos do II Quadrimestre de 2014.

.............................................................................................................................. ....29

TABELA 7 – Quantitativo representando os resíduos do III Quadrimestre de 2014.

................................................................................................................................ ..30

QUADRO 1 – Tipos de tratamento dos resíduos sólidos. ......................................... 36

QUADRO 2 – Metais pesados utilizados na indústria, suas fontes e riscos à saúde.

.................................................................................................................................. 20

QUADRO 3 – Estrutura física do aterro sanitário de Brejo Santo-CE em 2014 ....... .28

GRÁFICO 01 – Cidades do Ceará que elaboraram o PGRS até 2014 (%) .............. .13

GRÁFICO 02 – Quantitativo de resíduos coletado/reciclado até o fim de 2014 ....... .30

GRÁFICO 03 – Manejo dos resíduos sólidos no Brasil em 2008 ............................. .35

GRÁFICO 04 – Destinação final dos RSU coletados no Brasil em 2013 ................. .35

GRÁFICO 05 – Porcentagem de material reciclado/coletado até o fim de 2014 ...... .36

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 12

2. JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 14

3. OBJETIVOS ................................................................................................. 15

3.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 15

3.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 15

4. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 16

4.1. Resíduos Sólidos....................................................................................... 16

4.1.1 Classificação dos resíduos sólidos .......................................................... 17

4.1.2 Formas de destinação dos resíduos sólidos ........................................... 18

4.2 Tratamento dos resíduos sólidos ............................................................... 19

4.3 Caracterização dos aterros ........................................................................ 19

4.3.1. Aterro industrial ...................................................................................... 19

4.3.2. Aterro controlado .................................................................................... 21

4.3.3. Aterro sanitário ....................................................................................... 21

4.3.3.1 Elementos de projeto ............................................................................ 25

4.3.3.2. Aterro sanitário do município de brejo santo ceará ............................ 26

4.3.3.3 Operacionalização do aterro sanitário e manutenção .......................... 28

5. METODOLOGIA ........................................................................................... 31

5.1 Tipo de estudo ............................................................................................ 31

5.2 Cenário da pesquisa / objeto do estudo ..................................................... 31

5.3 Coleta de dados ......................................................................................... 32

5.4 Análise e interpretação dos dados ............................................................. 32

5.5 Aspectos éticos da pesquisa ...................................................................... 33

6. RESULTADO E DISCUSSÃO ...................................................................... 34

6.1 Caracterização do perfil do objeto da pesquisa .......................................... 34

6.2 Categorizações dos dados coletados ......................................................... 36

Categoria 01: Procedimentos adotados para realização dos processos de coleta do

lixo até seu destino final ................................................................................... 36

Categoria 02: Funcionamento do aterro na cidade .......................................... 38

Categoria 3 – Identificação da qualidade do sistema existente do aterro sanitário

......................................................................................................................... 41

Categoria 4 – Melhorias trazidas pelo aterro à cidade de brejo santo .............. 42

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 44

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 45

ANEXOS .......................................................................................................... 47

APÊNDICES ..................................................................................................... 50

12

1. INTRODUÇÃO

O resíduo sólido ou simplesmente lixo sempre esteve presente nas

comunidades desde o surgimento dos primeiros centros urbanos, como resultado da

atividade cotidiana do homem. Hoje se apresenta como um dos graves problemas a

serem enfrentados pela sociedade industrial contemporânea em escala planetária,

especialmente nas regiões metropolitanas. A origem e a produção do lixo estão

relacionadas diretamente ao crescimento populacional e ao intenso processo de

industrialização, sendo que os tipos, a qualidade e o volume dos resíduos

produzidos atualmente, determinados pelos hábitos culturais e econômicos de cada

sociedade.

O aterro sanitário se mostra como a melhor e mais adequada forma para a

disposição final de resíduos sólidos urbanos. É uma obra de engenharia projetada

sob critérios técnicos, cuja finalidade é garantir a disposição dos resíduos sólidos

urbanos sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente, é também

considerado uma das técnicas mais eficientes e seguras de destinação de resíduos

sólidos, pois permite um controle do processo eficiente e seguro, apresentando

quase sempre a melhor relação custo-benefício. Pode receber e acomodar vários

tipos de resíduos, em diferentes quantidades, sendo adaptável a qualquer tipo de

comunidade, independentemente do tamanho.

O aterro sanitário comporta-se como um reator dinâmico porque produz

através de reações químicas e biológicas, emissões como o biogás de aterro,

efluentes líquidos, como os lixiviadores, e resíduos mineralizados (húmus) a partir da

decomposição da matéria orgânica (ELK; GHISLANE; PEREIRA, 2007).

Todo projeto de aterro sanitário deve ser elaborado segundo as normas

preconizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). No caso dos

aterros sanitários Classe II, a norma a ser seguida é a de número NBR 8419/1984 e

NBR 843/1983, que descreve as diretrizes técnicas dos elementos essenciais aos

projetos de aterros, tais como, impermeabilização da base e impermeabilização

superior.

De acordo à Norma NBR 8419/1984, o projeto de um aterro sanitário deve ser

obrigatoriamente constituído das seguintes partes: memorial descritivo, memorial

técnico, apresentação da estimativa de custos, do cronograma, plantas e desenhos

técnicos.

13

Quando se volta o olhar para a situação atual da maioria dos municípios

brasileiros, observamos que, embora a implantação de um aterro sanitário seja de

extrema necessidade devida obrigatoriedade regida pela Lei Nº 12.305/10, que

institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), ainda é algo raro de se

encontrar.

A PNRS é um documento que apresenta princípios, objetivos e diretrizes para

a gestão dos resíduos sólidos. Com a sanção da lei estabeleceu-se a diferença entre

resíduo e rejeito. O primeiro contempla todo o lixo que pode ser reaproveitado ou

reciclado – doméstico, industrial, eletroeletrônico, construção civil, etc. Já o segundo

abrange todo o resto, ou seja, materiais que não podem ser reciclados e nem

reutilizados.

Segundo a matéria do site do Diário do Nordeste (2015),

“dos 184 municípios que formam o Estado, apenas a capital, Fortaleza, cumpriu o prazo estabelecido para criação do PGRS. Até o fim do ano passado, somente os 27 municípios inseridos na Bacia do Poti, nas regiões de Crateús e Inhamuns, também tinham conseguido elaborar seus planos de gerenciamento. Assim como na maioria dos estados, o Ceará tem avançado pouco nessa questão, pois passou cerca de 16 anos contando apenas com quatro aterros sanitário em todo estado, localizados nos municípios de Caucaia, Aquiraz, Maracanaú e Sobral. Recentemente, dois novos aterros foram construídos, nos municípios de Brejo Santo e Mauriti, ambos na região do Cariri.O número de aterros existentes no Ceará, no entanto, é insignificante em relação ao que determina a legislação em vigor.”

O gráfico a seguir, mostra melhor o que foi anunciado na matéria anterior em

relação à elaboração do PGRS nas cidades do estado do Ceará.

GRÁFICO 01 - Cidades do Ceará que elaboraram o PGRS até 2014 (%)

Fonte: DIÁRIO DO NORDESTE, 2015.

14,67%

85,33%

Cidades do Ceará que elaboraram o PGRS até 2014 (%)

Elaboraram Não elaboraram

14

O referido trabalho possui uma relevância social, econômica, cultural e

política. Em se tratando da situação de degradação do meio ambiente faz-se

necessário analisar e descrever os métodos de instalações e o funcionamento do

aterro sanitário da cidade de Brejo Santo – CE. Ao se tratar desse tema, é de suma

importância ter conhecimento sobre sua área de alcance em meio à sociedade. Já

que este possui o objetivo de gerar qualidade de vida, melhorar os índices de saúde

da população, minimizar ou se possível erradicar doenças provocadas por acúmulos

de lixo sem tratamento, melhorar o comercio, aumentar atividades turísticas, evitar a

contaminação do lençol freático, dentre outros.

2. JUSTIFICATIVA

Muitos ainda não sabem que investir em Saneamento Básico é uma forma de

reduzir os gastos em outras áreas, por exemplo, na saúde, renda familiar, etc.. Ter

um local adequado para receber o lixo, é um bom inicio de planejamento para os

municípios. O aterro sanitário quando bem executado os processos de execução e

acompanhamento, torna-se uma solução viável para os municípios. Foi essa solução

que o município de Brejo Santo fez, adequou seu lixão em um aterro sanitário.

Será que o aterro sanitário trouxe resultados positivos para a cidade de Brejo Santo?

15

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Analisar e descrever alguns dos métodos adotados para implantação e o

funcionamento do aterro sanitário da cidade de Brejo Santo – CE

3.2 Objetivos Específicos

Compreender alguns métodos adotados para implantação do aterro;

Analisar os procedimentos adotados para realização dos processos de coleta

do lixo até seu destino final;

Descrever o funcionamento do aterro;

Identificar a qualidade do sistema existente;

Diagnosticar as melhorias trazidas pelo aterro à cidade de Brejo Santo - CE.

16

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 Resíduos Sólidos

Um dos grandes problemas da atualidade é o que fazer com o lixo. Nas

empresas, de todos os setores (indústria, comércio, serviços e setor rural), já existe

a obrigação de se dar uma destinação adequada aos resíduos produzidos. Quanto

aos mais complexos, incluindo alguns que nem deveriam mais ser utilizados, além

de outros de grande toxidade, já se fala em logística reversa, ou seja, quem produz

e vende tem a obrigação de recolher, reutilizar ou reciclar e descartar com nenhum

ou com mínimo impacto. É o caso do lixo eletrônico: pilhas, das baterias, das

lâmpadas etc. (CARVALHO, 2012).

A Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, instituiu a Política Nacional de

Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus 9 princípios, objetivos e instrumentos, bem

como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada bem como, ao gerenciamento

de resíduos sólidos, às responsabilidades dos geradores, do poder público e aos

instrumentos econômicos aplicáveis. Ela foi regulamentada pelo decreto 7.404, de

23 de dezembro de 2010, que, entre outras medidas, institui o Comitê Interministerial

da Política Nacional de Resíduos Sólidos doravante denominados de Comitê. Este,

tem a finalidade de apoiar a estruturação e implementação da Política Nacional de

Resíduos Sólidos, por meio da articulação dos órgãos e entidades governamentais,

de modo a possibilitar o cumprimento das determinações e metas previstas na Lei nº

12.305 e no próprio Decreto. Compete ao Comitê, cuja coordenação é exercida pelo

Ministério do Meio Ambiente (MMA), elaborar e avaliar a implementação do Plano

Nacional de Resíduos Sólidos, sendo que a elaboração da versão do Plano deve

estar embasada em estudos que o fundamentem (MMA, 2012).

Nas últimas décadas, os aterros ficaram saturados e apresentaram uma

gama imensa de problemas sociais e ambientais. Dentre os problemas sociais,

concordando com Carvalho (2012), destaca-se o fato de ainda existirem pessoas,

inclusive crianças, vivendo do lixo, numa cadeia informal e perversa que

compreende as empresas recolhedoras, os atravessadores e compradores dos

recicláveis, os catadores ou recicladores (a nomenclatura tem variado dependendo

das atividades e da região), e aos mais miseráveis, que dependem do lixo até para

sua alimentação.

17

Embora resistam em muitos municípios brasileiros, os “lixões” foram proibidos

e estão sendo substituídos por aterros sanitários. Estes são cercados, recebem uma

manta impermeável para impedir que o chorume infiltre e contamine o lençol

freático, apresentando estudos de impacto ambiental, estudos de viabilidade e

segurança.

4.1.1 Classificação dos resíduos sólidos

Os resíduos sólidos são classificados quanto a seus riscos ao meio ambiente e à

saúde pública. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) (apud

CASTRO, 1995, p. 184) em sua NBR 10004 de 1987, classifica os resíduos em três

classes. Porém a Lei 12.305, em seu capítulo I, artigo 13° apresenta uma nova

classificação para os resíduos sólidos, dividindo-os em duas classes. (SENADO...,

2010).

Na primeira classe temos a divisão quanto à origem, definida como:

a) Resíduos Domiciliares: os originários de atividades domésticas em

residências urbanas;

b) Resíduos de Limpeza Urbana: os originários da varrição, limpeza de

logradouros, vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;

c) Resíduos Sólidos Urbanos: os englobados nos resíduos domiciliares e de

limpeza urbana.

d) Resíduos de Estabelecimentos Comerciais e Prestadores de Serviços: os

gerados nessas atividades, excetuados os seguintes resíduos de: limpeza

urbana, serviços de saneamento básico, serviços de saúde, construção civil e

serviços de transporte.

e) Resíduos dos Serviços de Saneamento Básico: os gerados nessas

atividades, exceto os resíduos sólidos urbanos.

f) Resíduos Industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações

industriais;

g) Resíduos de Serviços de Saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme

definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do

Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA e do Sistema Nacional de

Vigilância Sanitária – (SNVS);

18

h) Resíduos da Construção Civil: os gerados nas construções, reformas, reparos

e demolições de obras de construção civil, incluindo os resultantes da

preparação e escavação de terrenos para obras civis;

i) Resíduos Agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e

silviculturais, incluso os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;

j) Resíduos de Serviços de Transportes: os originários de portos, aeroportos,

terminais alfandegários, rodoviários, ferroviários e passagens de fronteira;

k) Resíduos de Mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou

beneficiamento de minérios;

Na segunda classe a divisão é apresentada quanto à periculosidade:

a) Resíduos Perigosos: aqueles que, em razão de suas características de

inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,

carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam

significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com a

lei, regulamento ou norma técnica;

b) Resíduos não Perigosos: aqueles não enquadrados nos resíduos perigosos.

A nova Lei número 12.305da Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2 de

agosto de 2010, em seu artigo terceiro inciso XVI dispõe:

Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. (SENADO, 2010).

4.1.2 Formas de destinação dos resíduos sólidos

Existem diversas formas de descarte dos resíduos sólidos, como a

compostagem, a incineração, esterilização, aterro sanitário, aterro industrial, aterro

controlado, lixão, porém nem todas são adequadas podendo acarretar problemas à

saúde pública, como a proliferação de doenças, gerando também a poluição dos

solos e das águas através do chorume (SILVA, 2005).

A nova lei da política nacional de resíduos sólidos em seu artigo 3º, inciso VIII,

aponta como disposição final ambientalmente adequada a:

19

Distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. (SENADO, 2010).

4.2 Tratamento dos resíduos sólidos

Define-se tratamento de resíduos como qualquer processo que altere suas

características, composição ou propriedades, de maneira a tornar mais aceitável sua

disposição final ou simplesmente sua destruição. Estes métodos se processam por

uma ou mais das seguintes formas:

Convertendo os constituintes agressivos em formas menos perigosas ou

insolúveis;

Destruindo quimicamente produtos indesejáveis;

Separando da massa de resíduos os constituintes perigosos, com

consequente redução do volume a ser disposto; e

Alterando a estrutura química de determinados produtos, tornado mais fácil

sua assimilação pelo meio ambiente.

No Brasil, têm sido utilizados os seguintes métodos de tratamento e/ou disposição

final:

QUADRO 01 – Tipos de tratamento dos resíduos sólidos

Resíduos urbanos Resíduos Industriais

Aterros controlados (não é mais aceito)

Incineração

Vazadouros (nunca foi aceito) Co-processamento

Compostagem natural Blend energético

Usinas de compostagem Solidificação/inertizaçao

Reciclagem Outros (land-farming, incorporação em cerâmica,

estocagem, lixões)

Aterro sanitário (disposição final)

Aterros industriais (disposição final)

Fonte: CARVALHO, (2014).

4.3 Caracterização dos aterros

Existem três possíveis formas de disposição de resíduos em aterros:

4.3.1 Aterro industrial

20

O aterro industrial destina-se a receber resíduos sólidos que não sejam

reativos, não inflamáveis e com baixa quantidade de solvente, óleo ou água. A

construção do aterro obedece a rigorosas técnicas nacionais e internacionais de

segurança, visando garantir proteção total ao meio ambiente. Adotam técnicas de

confinamento dos resíduos através de geomembranas, drenagens, tratamentos de

efluentes, e poços de monitoramento do lençol freático. O aterro Industrial é

classificado como l ou ll, de acordo com o tipo de resíduo para o qual ele foi

licenciado a receber. (ATERRO, 2010).

QUADRO 02 – Metais pesados utilizados na indústria, suas fontes e riscos à saúde.

Metais De onde vêm Efeitos

Alumínio. Produção de artefatos de alumínio; serralheria; soldagem de medicamentos (antiácidos) e tratamento convencional de água.

Anemia por deficiência de ferro; intoxicação crônica.

Arsênio Metalurgia; manufatura de vidros e fundição.

Câncer (seios paranasais)

Cádmio. Soldas; tabaco; baterias e pilhas. Câncer de pulmões e próstata; lesão nos rins.

Chumbo Fabricação e reciclagem de baterias de autos; indústria de tintas; pintura em cerâmica; soldagem.

Saturnismo (cólicas abdominais, tremores, fraqueza muscular, lesão renal e cerebral)

Cobalto Preparo de ferramentas de corte e furadoras.

Fibrose pulmonar (endurecimento do pulmão) que pode levar à morte

Cromo Indústria de corantes, esmaltes, tintas, liga com aço e níquel; cromagem de metais.

Asma (bronquite); câncer.

Fósforo amarelo

Veneno para baratas; rodenticidas (tipo de inseticida usado na lavoura) e fogos de artifício.

Náuseas; gastrite; odor de alho; fezes e vômitos fosforescentes; dor muscular; torpor; choque; coma e até morte.

Mercúrio Moldes industriais; certas indústrias de cloro-soda; garimpo de ouro; lâmpadas fluorescentes.

Intoxicação do sistema nervoso central

Níquel Baterias; aramados; fundição e niquelagem de metais; refinarias.

Câncer de pulmão e seios paranasais

Fumos metálicos

Vapores (de cobre, cádmio, ferro, manganês, níquel e zinco) da soldagem industrial ou da galvanização de metais.

Febre dos fumos metálicos (febre, tosse, cansaço e dores musculares) - parecido com pneumonia.

Fonte: KRAEMER (2005).

21

4.3.2 Aterro controlado

No tocante ao aterro controlado, de acordo com Bernardes (1999), é um local

onde os resíduos são descartados diretamente no solo (sem nenhuma

impermeabilização), porém recebe certo controle para minimizar seus impactos. Na

maioria dos casos, eles são apenas lixões que recebem algumas adequações com o

fim de atender a legislação vigente. A diferença entre estes e os lixões é que eles

são cercados para impedir a entrada de pessoas e podem apresentar algum tipo de

controle para evitar a poluição, como o monitoramento do lençol freático. Embora

não seja uma forma de destinação ideal, costumam ser aceitos pelos órgãos

ambientais (isso varia de Estado para Estado) de forma temporária. Podemos dizer,

então, que os aterros controlados são uma espécie de transição entre os lixões e os

aterros sanitários, mas é importante frisar que os aterros controlados são apenas

uma forma de minimizar o impacto do descarte de resíduos e atender a legislação

não constituindo de forma alguma um meio adequado do ponto de vista ambiental.

FIGURA 01 – Processo de captação do aterro sanitário controlado

Fonte: BIOLOGIA, 2015.

4.3.3 Aterro sanitário

A NBR 8119/198 define o aterro sanitário como:

É uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo sem causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se for necessário. (CASTRO, 1995, p. 199).

22

Todo projeto de aterro sanitário deve ser elaborado segundo as normas

preconizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Assim como,

antes de ser implementado, deve obter as licenças exigidas pelos órgãos ambientais

municipais, estaduais ou federal. O Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA) regula, em nível nacional, o licenciamento desse tipo de atividade

através de suas resoluções (Elk; Ghislane; Pereira, 2007).

O projeto de concepção de um aterro sanitário passa por várias etapas. A

primeira refere-se aos estudos preliminares, que consistem na caracterização do

município e na elaboração de um diagnóstico do gerenciamento de resíduos sólidos

no local. Segundo Elk; Ghislane; Pereira, (2007). Esses estudos visam a levantar

informações sobre a geração per capita de resíduos sólidos gerados no município, a

composição gravimétrica e os serviços de limpeza executados. A segunda etapa

consiste na escolha da área adequada para instalação.

Nesse sentido, é importante traçar critérios para a escolha da área, sendo

amplos, abrangendo tanto questões técnicas como econômicas, sociais e políticas.

Os critérios técnicos são impostos pela norma da ABNT NBR 10.157/1987 e

pela legislação federal, estadual e municipal. Esses condicionantes abordam desde

questões ambientais, como o limite de distância de corpos hídricos e a profundidade

do lençol freático, até aspectos relativos ao uso e à ocupação do solo, por exemplo,

o limite da distância de centros urbanos, a distância de aeroportos etc.

FIGURA 02: ESQUEMÁTICA DE UM ATERRO SANITÁRIO

Fonte: Proin/Capes & Unesp/IGCE, (1999).

Para Ghislane (2007 p. 16) os critérios econômicos dizem respeito aos custos

relacionados à aquisição do terreno, à distância do centro atendido, à manutenção

23

do sistema de drenagem e ao investimento em construção. Finalmente, os critérios

políticos e sociais abordam a aceitação da população a construção do aterro, o

acesso à área através de vias com baixa densidade e a distância dos núcleos

urbanos de baixa renda.

O local selecionado para se implantar um aterro sanitário deve ser aquele que

atenda ao maior número de critérios, dando-se ênfase aos critérios de maior

prioridade.

Alguns critérios são mais importantes do que outros, e, para isso, devem ser

estabelecidos notas e pesos para cada um. Uma idéia de pontuação recomendada

pelo “Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos”, juntamente com os

valores de peso para cada item, encontra-se listada nas Tabelas 1 e 2, o que facilita

a escolha da área mais adequada para receber o aterro sanitário. A melhor, será

aquela que obtiver o maior número de pontos.

TABELA 01 – Hierarquização de critérios

Critérios Prioridade

Atendimento à legislação ambiental em vigor 1

Atendimento aos condicionantes político-sociais 2

Atendimento aos principais condicionantes econômicos 3

Atendimento aos principais condicionantes técnicos 4

Atendimento aos demais condicionantes econômicos 5

Atendimento aos demais condicionantes técnicos 6

Fonte: Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – SEDU/IBAM, 2001.

TABELA 02 – Pesos dos critérios e do tipo de atendimento

Prioridade dos critérios Peso

1 10

2 6

3 4

4 3

5 2

6 1 Tipo de Atendimento Peso T – Atende totalmente 100%

P – Parcial ou com obras 50% NA – Não atende 0%

Fonte: Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – SEDU/IBAM, 2001.

A seleção da melhor área para implantação do aterro sanitário deve ser

precedida de uma análise individual de cada área selecionada com relação a cada

24

um dos diversos critérios apresentados, fornecendo-se a justificativa que permita

considerar o critério "totalmente atendido", o "atendido parcialmente através de

obras" ou o "não atendido".

Alguns pontos fundamentais devem ser observados na escolha da área:

a) O aterro não deve ser instalado em áreas sujeitas a inundação;

b) Entre a superfície inferior do aterro e o mais alto nível do lençol freático deve

haver uma camada natural de solo, de espessura mínima de 1,50 m;

c) O aterro deve ser instalado em uma área onde haja predominância de

material de baixa permeabilidade, com coeficiente de permeabilidade (k)

inferior a 5x10-5 cm/s;

d) O aterro só pode ser construído em área permitida, conforme legislação local

de uso do solo;

e) Deve-se atentar para a proximidade de aeroportos e aeródromos (Resolução

CONAMA nº 4, de 09/10/1995 e Portaria n° 1.141/GM5, de 08/12/1987,

COMAR. Os dois documentos se referem a vazadouros e não a aterros

sanitários).

Para melhor entendimento, é apresentado o exemplo de um município que

deve escolher entre três áreas selecionadas, com as características fornecidas a

seguir na Tabela 3.

25

TABELA 03 – Características das áreas

CRITÉRIOS PRIORIDADE ÁREA 1

ÁREA 2

ÁREA 3

Proximidade a cursos d'água 1 T T T

Proximidade a núcleos residenciais 1 T T P

Proximidade a aeroportos 1 T T T

Distância do lençol freático 1 P P T

Distância de núcleos de baixa renda

2 T T P

Vias de acesso com baixa ocupação

2 P P P

Problemas com a comunidade local 2 N P T

Aquisição do terreno 3 P P T

Investimento em infra-estrutura 3 T T P

Vida útil mínima 4 P P T

Uso do solo 4 T T T

Permeabilidade do solo natural 4 P P P

Extensão da bacia de drenagem 4 P P T

Acesso a veículos pesados 4 T P P

Material de cobertura 4 N P T

Manutenção do sistema de drenagem

5 P P T

Distância ao centro de coleta 6 T P P

Nota: T – Atende totalmente; P – Atende parcialmente; N – Não atende.

Fonte: Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – SEDU/IBAM, 2001.

Aplicando-se os pesos definidos na Tabela 3, as áreas selecionadas

chegarão à pontuação final calculada na Tabela 5, disposta no anexo B.

Diante disso, podemos concluir que a área 3, apesar de se situar

relativamente próxima a um núcleo residencial, apresenta maiores vantagens no

cálculo geral.

4.3.3.1 Elementos de projeto

O projeto de um aterro sanitário deve prever a instalação de elementos para

captação, armazenamento e tratamento dos lixiviados e biogás (quando necessário),

além de sistemas de impermeabilização superior e inferior. Esses elementos são de

fundamental importância, pois, quando bem executados e monitorados, tornam a

obra segura e ambientalmente correta, com reflexos diretos na melhoria da

qualidade de vida da população do entorno do aterro (SEDU/IBAM, 2001).

26

Abaixo se elenca tais elementos:

a) Sistema de drenagem das águas superficiais;

b) Sistema de impermeabilização de fundo e de laterais;

c) Sistema de drenagem dos lixiviados;

d) Sistema de tratamento de lixiviados;

e) Sistema de drenagem dos gases;

f) Cobertura intermediária e final.

4.3.3.2 Aterro sanitário do Município de Brejo Santo Ceará

Segundo site da PROEX, (2014), a cidade é uma das primeiras do Estado a

avançar na adequação do recebimento dos resíduos sólidos, sendo assim, um dos

poucos em todo o interior do Ceará a ter implantado um aterro sanitário para

recebimento adequado do lixo doméstico produzido diariamente por milhares de

pessoas.

Funcionando desde 2013, o equipamento está localizado em uma área de 30

mil m² e possui vida útil estimada em até 25 anos. Todos os dias, cerca de 40

toneladas de resíduos são depositados no local, que detém capacidade para receber

até duas vezes a atual demanda.De todo o lixo encaminhado para o aterro sanitário

de Brejo Santo, calcula-se que 15% dos resíduos sejam recicláveis. O aterro possui,

ainda, uma área específica para onde são encaminhados os materiais não

recicláveis. Ali também é realizada a drenagem de todo o chorume produzido pelo

lixo através de um sistema de escavações de cerca de 10 metros de profundidade,

revestidas com geomembranas de 1,5 milímetros, conhecido como células (PROEX,

2013).

Na área onde o equipamento foi construído funcionava um lixão e para

conseguir transformar o local nos parâmetros estabelecidos pela Lei nº 12.305/10,

que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), foi investido cerca de

R$ 300 mil em recursos do próprio município acrescido na verba do Governo

Federal R$ 400 mil liberado em 2001. A obra iniciou em março de 2013 e todo o

trabalho de readequação durou cerca de seis meses.

A seguir, algumas imagens do processo do processo de adequação e implantação

do aterro.

27

IMAGEM 01 – Abertura de drenos para a instalação da geomembrana na célula de resíduos domiciliares

Fonte: Relatório de monitoramento técnico das atividades desenvolvidas no aterro sanitário municipal de Brejo Santo, 2014.

IMAGEM 02 – Drenos de gases e chorume na célula de resíduos domiciliares

Fonte: Relatório de monitoramento técnico das atividades desenvolvidas no aterro sanitário municipal de Brejo Santo, 2014.

IMAGEM 03 – Plantas cultivadas no Aterro Sanitário

Fonte: Relatório de monitoramento técnico das atividades desenvolvidas no aterro sanitário municipal

de Brejo Santo, 2014.

28

QUADRO 03 – Estrutura física do aterro sanitário de Brejo Santo-CE em 2014

Métodos adotados para implantação do aterro

O local funciona perante os parâmetros estabelecidos pela Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Procedimentos adotados para realização dos processos de coleta do lixo até seu destino final

As quantidades são estimadas de acordo com as carradas por não apresentar um sistema de pesagem dos veículos, onde apenas os recicláveis, que são coletados, são pesados em uma balança de pequeno porte no galpão de triagem; A medição dos resíduos recebidos mensalmente no aterro sanitário é calculada de acordo com a quantidade de carradas que adentram ao aterro, o quantitativo é obtido em metros cúbicos (m³) o qual é transformado em toneladas (TON), tendo como base o parâmetro de densidade do projeto.

Funcionamento do aterro na cidade

A manutenção do Aterro Sanitário é realizada diariamente com uma equipe responsável pela limpeza da área ao fim de cada frente de trabalho; Os líquidos percolados que chegam ao Poço Coletor são recirculado para a parte superior da Trincheira de Resíduos Domiciliares;

Melhorias trazidas pelo aterro à cidade de brejo santo.

Treinamento com os colaboradores que prestam serviço na manutenção do Aterro Sanitário, com os membros da Limpeza Urbana do Município de Brejo Santo e os Agentes Recicladores membros da ARBRESA – Associação dos Agentes Recicladores do Município de Brejo Santo.

Fonte: Relatório de monitoramento técnico das atividades desenvolvidas no aterro sanitário municipal

de Brejo Santo, 2014.

4.3.3.3 Operacionalização do aterro sanitário e manutenção

O Aterro Sanitário encontra-se em funcionamento diário contando com uma

equipe técnica composta por um engenheiro civil e uma tecnóloga em saneamento

ambiental que coordenam o funcionamento do aterro sanitário.

29

A equipe operacional é composta por um encarregado geral que coordena a

execução e manutenção das obras e serviços de campo, operador de máquinas,

serventes e vigias (PROEX, 2014).

TABELA 04 – Quantitativo representando os resíduos do III quadrimestre de 2013

MÊS

QUANT. COLETADA TON.

QUANT. RECICLADA

PERCENTUAL DE

RECICLAGEM

SETEMBRO 1.124,38 30,33 2,69 %

OUTUBRO 1.206,50 33,44 2,77 %

NOVEMBRO 1.063,25 29,11 2,73 %

DEZEMBRO 1.138,18 30,14 2,64 %

TOTAL 4.532,31 123,02 2,71 %

Fonte: PROEX, 2014.

TABELA 05 – Quantitativo representando os resíduos do I quadrimestre de 2014

MÊS

QUANT. COLETADA TON

QUANT. RECICLADA

PERCENTUAL DE

RECICLAGEM

JANEIRO 1.142,31 30,11 2,63%

FEVEREIRO 993,75 19,88 2,00 %

MARÇO 991,63 20,32

2,05 %

ABRIL 954,50 19,58 2,05 %

TOTAL 4.082,19 89,89 2,20%

Fonte: PROEX, 2014.

TABELA 06 – Quantitativo representando os resíduos do II quadrimestre de 2014

MÊS

QUANT. COLETADA TON

QUANT. RECICLADA

PERCENTUAL DE

RECICLAGEM

MAIO 840,38 16,81 2,04%

JUNHO 685,5 13,71 2,04%

JULHO 758,25 15,17 2,04%

AGOSTO 702,75 14,06 2,00%

TOTAL 2986,88 59,75 2,0%

Fonte: PROEX, 2014.

30

TABELA 07 – Quantitativo representando os resíduos do III quadrimestre de 2014

MÊS QUANT. COLETADA TON.

QUANT. RECICLADA

PERCENTUAL DE

RECICLAGEM

SETEMBRO 829,50 41,48 5,00%

OUTUBRO 786,00 36,77 4,68%

NOVEMBRO 739,50 36,98 5,01%

DEZEMBRO 835,00 38,08 4,65%

TOTAL 3190,00 153,31 4,81 % Fonte: PROEX, 2015.

O gráfico a seguir identifica a quantidade total de resíduos sólidos urbanos que

deram entrada no aterro e o que foi retirado para reciclagem.

GRAFICO 02 – Quantitativo de resíduos coletado/reciclado até o fim de 2014

Fonte: PROEX, 2014.

Segundo os relatórios de monitoramento técnico das atividades desenvolvidas

no aterro sanitário municipal de Brejo Santo, referente até dezembro de

2014enviados à Secretária do Meio Ambiente do Ceará – SEMACE, as atividades

desempenhadas no aterro sanitário seguem os critérios estabelecidos pelo Órgão

Ambiental do Estado do Ceará, SEMACE. Sob o monitoramento e acompanhamento

do encarregado geral, além da equipe técnica responsável. Contradizendo com o

que foi visto durante a visita realizada em maio de 2015, onde foi possível identificar

inúmeras falhas no sistema.

4532,31 4082,19

2986,38 3190

123,02 89,89 59,75 153,31

0

1000

2000

3000

4000

5000quantidade coletada(toneladas)

quantidade reciclada(toneladas)

31

5. METODOLOGIA

5.1 Tipo de estudo

O estudo é caracterizado como exploratório-descritivo e de abordagem

qualitativa. Exploratório por estar se tratando de um tema ainda pouco explicado

teoricamente, e descritivo por estar fundamentado na pesquisa qualitativa, que é por

princípio descritiva. Assim, é exploratório-descritivo por trazer à tona um estudo

ainda em fase de exploração no meio acadêmico, com base na descrição de uma

realidade estudada.

Sustentado pela posição de Minayo (2007) que descreve o método qualitativo

como aquele que permite desvelar processos sociais ainda pouco conhecidos

referentes a grupos particulares, propicia a construção de novas abordagens,

revisão e criação de novos conceitos e categorias durante a investigação. Por isso, é

também utilizado para elaboração de novas hipóteses, construção de indicadores

qualitativos, variáveis e tipologias.

A pesquisa qualitativa visa, prioritariamente, trabalhar com variáveis

subjetivas, que revelam de alguma forma como o sujeito vivência suas experiências

de vida, seus sentimentos, opiniões sobre variadas situações.

5.2 Cenário da pesquisa/ objeto do estudo

O estudo foi realizado no Aterro Sanitário do Município de Brejo Santo-CE,

localizada na mesorregião Sul Cearense, com uma distância de 510 km da capital

Fortaleza (CEARÁ, 2008).A População Total do Município é de 45.193 habitantes,

de acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2010). Com estimativas da

população residente em 2014 de 47.645 habitantes, com data de referência 1o de

julho de 2014 publicada no Diário Oficial da União em 28/08/2014.

32

FIGURA 03 – Mapa de localização da cidade de Brejo Santo – CE

Fonte: Site do município

5.3 Coleta de dados

A metodologia desenvolvida foi uma pesquisa aplicada que utilizou duas

modalidades de pesquisas, a bibliográfica, caracterizada pelo estudo teórico

embasado no acervo da Biblioteca da Universidade Regional do Cariri (URCA); em

artigos científicos publicados e consulta a acervos disponibilizados na internet; a

pesquisa de campo para coleta de dados, foi caracterizada pela observação dos

fatos, entrevistas, análise e interpretação dos mesmos no Aterro sanitário da cidade

alvo da pesquisa.

5.4 Análise e interpretação dos dados

Foi por técnica de tratamento dos dados a análise de conteúdo, definida por

Bardin (2009) como um conjunto de técnicas de análise de comunicação que visam

obter através de procedimentos sistemáticos de descrição do conteúdo manifesto

nas mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que possibilitem a inferência de

conhecimentos atinentes às condições de produção/recepção destas mensagens.

Após coletadas, as informações contidas nos registros de entrevistas foram

transcritas. Concomitantemente realizada a redução dos dados, processo que

envolve a seleção, simplificação, abstração e transformação dos dados, permitindo

33

assim, que o investigador opta-se por aqueles que apresentam relevância para o

estudo (GIL, 2002).

Com o intuito de classificar, registrar e codificar as informações foram

identificados um sistema de categorias analíticas, na “tentativa de descrever de

modo sistemático, quantitativo, os comportamentos e eventos que emergem de um

ambiente [...]. Compreende a listagem de todos os comportamentos ou

características que o observador deve observar e registrar” (POLIT; BECK;

HUNGLER, 2004).

A categorização objetivou-se na organização dos dados, de modo que o

investigador pode interpretá-los, assumindo decisões e elaborando conclusões a

partir deles.

5.5 Aspectos éticos da pesquisa

No Brasil, os aspectos éticos envolvidos em atividades de pesquisa que

envolvam seres humanos estão regulamentadas pelas Diretrizes e Normas de

Pesquisa em Seres Humanos, através da Resolução 196/96 do Conselho Nacional

de Saúde.

A incorporação dos princípios da bioética (autonomia, beneficência, justiça e

não-maleficência); A abrangência da pesquisa para todas as áreas

do conhecimento; conceituação de risco; necessidade de consentimento livre e

esclarecido; análise de riscos e benefícios da pesquisa são destaques da resolução

196\96 (GOLDIM 1997).

O presente projeto de pesquisa foi encaminhado ao Comitê de Ética em

Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Universidade Regional do Cariri (URCA) e

o consentimento livre esclarecido dos sujeitos da pesquisa para obtenção de

aprovação para a realização do estudo.

34

6. RESULTADO E DISCUSSÃO

Delimita-se como objeto de pesquisa o Aterro Sanitário do Município de Brejo

Santo-CE: Um olhar técnico sobre seu funcionamento, no período entre os meses de

Janeiro e Abril de 2015. Portanto, norteamos no processo de resultados e discussão,

o referencial teórico de literatura pertinente ao assunto estudado.

6.1 Caracterização do perfil do objeto da pesquisa

O já citado objeto de pesquisa, esta localizado na zona rural do município de

Brejo Santo, cerca de 5 km do centro urbano da cidade. O local é de baixa

densidade populacional, chegando a quase não se ver casas próximas ao aterro. A

estrada que dar acesso ao mesmo chega a ser excelente, mais é razoavelmente

boa, asfaltada e de duplo sentido. O aterro esta funcionando onde antes era o lixão,

que passou por um processo de adequação para implantação do aterro sanitário.

Obtendo licença de operação em setembro de 2013, válida por 02 (dois) anos. Sua

infraestrutura é licenciada para receber resíduos de Classe IIA e IIB (Materiais não

perigosos), entre estes estão os resíduos domiciliares.

O Brasil instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) com a lei nº

12.305/10, depois de 20 anos de discussões. A PNRS norteia planos municipais de

manejo dos resíduos sólidos e deve atuar, pelo menos por mais duas décadas, na

difícil tarefa de retirar sustentabilidade e reciclagem do lixo.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, feita pelo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE) em 2008:

50,8% dos municípios brasileiros despejam os resíduos sólidos em lixões.

22,5% descartam esses resíduos em aterro controlado.

7,7% utilizam aterro sanitário para o descarte.

35

GRAFICO 03 – Manejo dos resíduos sólidos no Brasil em 2008

Fonte: IBGE, 2008.

Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2013, 11ª edição do

relatório anual da ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza

Pública e Resíduos Especiais, lançado em 04 de agosto de 2014, o País registra a

presença de lixões em todos os Estados e cerca de 60% dos municípios brasileiros

ainda encaminham seus resíduos para locais inadequados. Conforme os dados

apresentados no Panorama é justamente a destinação final o ponto mais deficiente

no sistema de gestão de resíduos brasileiro. Apenas 58,3% dos resíduos sólidos

urbanos coletados têm destinação final adequada. A outra parcela, que corresponde

a 41,7% do que é coletado e totaliza 28,8milhões de toneladas por ano, é

depositada em lixões e aterros controlados, que pouco se diferenciam dos lixões, em

termos de impacto ambiental.

GRAFICO 04 – Destinação final dos RSU coletados no Brasil em 2013

Fonte: ABRELPE, 2014.

50,8%

22,5%

7,7%

19,3%

MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL EM 2008

LIXÕES

ATERROCONTROLADO

ATERROSANITÁRIO

OUTROS

58,26%

41,76%

DESTINAÇÃO FINAL DOS RSU COLETADOS NO BRASIL EM 2013

Adequado inadequado

36

Em suma, os aterros devem possuir o acompanhamento e monitoramento

adequados da disposição de resíduos sólidos urbanos (RSU), para que se

configurem como unidades de tratamento de resíduos que não causem danos ao

meio ambiente, assevera (Tapahuasco, 2009).

6.2 Categorizações dos dados coletados

As categorias a seguir, são resultados do agrupamento dos dados

observados e analisados à luz da literatura pertinente, que permitiram realizar a

construção de quatro categorias temáticas. As mesmas foram agrupadas desta

forma: procedimentos adotados para realização dos processos de coleta do lixo até

seu destino final; funcionamento do aterro na cidade; identificação da qualidade do

sistema existente do aterro sanitário e melhorias trazidas pelo aterro à cidade de

Brejo Santo.

Categoria 01 – Procedimentos adotados para realização dos processos de

coleta do lixo até seu destino final

Conforme a analise do processo da coleta, o lixo é recolhido por caminhões

todos os dias, sendo que, os dias de coleta nos bairros são intercalados. De todo o

lixo encaminhado para o aterro sanitário da citada cidade,calcula-se que

aproximadamente 15% dos resíduos sejam recicláveis. Porém, o percentual do

material reciclado ainda é bem abaixo. Vejamos

GRAFICO 05 – Porcentagem de material reciclado/coletado até o fim de 2014

Fonte: Adaptado relatório de monitoramento técnico das atividades desenvolvidas no aterro sanitário municipal de Brejo Santo, 2014.

97%

3%

PORCENTAGEM DE MATERIAL RECICLADO/COLETADO ATÉ O FIM DE 2014

Material destinadoa célula deResíduosDomiciliaresReciclado/coletado

37

Os resíduos sólidos passam primeiro pelo centro seleção para a coleta

seletiva dos mesmos, que é feita pelos catadores associados da ARBRESA. Do

inicio de funcionamento até dezembro de 2014, foram coletados quase 15 toneladas

de material, sendo retirado o reciclável, aumentando assim a vida útil do aterro.

Após a seleção, os rejeitos são destinados à célula de resíduos domiciliares.

IMAGEM 04 – Equipe de coleta seletiva dos resíduos sólidos, Brejo Santo – CE

Fonte: Associação de Agentes Recicladores de Brejo Santo-CE, 2014.

Pode-se concluir, a partir dos dados apresentados acima, que para a maior

fração dos resíduos domiciliares de Brejo Santo são selecionados e processados

adequadamente. Este resultado exprime a importância de medidas de tratamento

como a compostagem, para uma redução significativa da quantidade de lixo a ser

disposta nos lixões ou aterros. Ademais, tal resultado esta de acordo com os valores

médios apresentados para municípios brasileiros, equivalentes a 65%, conforme

Pereira Neto, (1996).

Em se tratando do destino final dos pneus usados, que pela Norma vigente

Resolução no 258, de 26 de Agosto de 1999, do Conselho Nacional do Meio

Ambiente – CONAMA, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei

no 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto no 99.274, de 6 de

junho de 1990:

“Art.1o As empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam

obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis existentes no território nacional, na proporção definida nesta Resolução relativamente às quantidades fabricadas e/ou importadas”.

38

Porém, verificou-se que eles encontram-se a céu aberto, como mostra

(IMAGEM 02) abaixo. Mesmo o aterro situando-se distante da população, representa

um risco à saúde humana, pois se torna uma fonte de proliferação de transmissores

de doenças, exemplo a dengue, que atualmente esta provocando uma grande

epidemia em nível Nacional.

IMAGEM 05 – Destino final dos pneus usados a céu aberto no aterro de Brejo Santo – CE

Fonte Direta: imagens do local, Brejo Santo, 2015.

O gerenciamento ambientalmente adequado de pneus inservíveis, buscando-

se priorizar o uso de novas tecnologias de reutilização e de reciclagem, segundo

Blumenthal (1993) e Wagner & Caraballo (1997), se faz necessário, devido aos

impactos ambientais por eles causados.

Categoria 02 – Funcionamento do aterro na cidade

Segundo relatório publicado do site do município de Brejo santo (2013), O

aterro possui uma área de 10 hectares, sendo estas divididas por setores (centro de

triagem dos resíduos, células de rejeitos urbanos, matadouros, podas).

Catapreta (2008) diz que aterros sanitários requerem uma série de critérios

operacionais e geotécnicos, bastante complexos, devido aos mecanismos físicos,

químicos e biológicos que influenciam diretamente o comportamento geral dos

aterros.

Diariamente os veículos da coleta de resíduos sólidos despejam o material no

pátio de segregação do centro de triagem. Os agentes recicladores realizam a

39

separação dos materiais e posteriormente o rejeito é encaminhado para a célula de

resíduos domiciliares. O reciclável coletado é encaminhado para o processo de

prensagem e enfardamento realizado pelos associados da ARBRESA.

IMAGEM 06 – Material separado a ser prensado no galpão de reciclagem

Fonte Direta: imagens do local, Brejo Santo, 2015.

IMAGEM 07 – Material pronto pra ser comercializado

Fonte Direta: imagens do local, Brejo Santo, 2015.

A reciclagem pode ser considerada como um processo adequado de

destinação dos resíduos sólidos. A lei 12.305 de 2010, no artigo 7º, inciso II, inseriu

40

a reciclagem como um dos objetivos da política nacional de resíduos sólidos, que

visa a:

“não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos” (SENADO..., 2010).

O Ministério Público diz que:

Para aterros que recebem resíduos de populações acima de 30 mil habitantes é desejável também muro ou cerca limítrofe, sistema de controle de entrada de resíduos (exemplo: balança rodoviária), guarita de entrada, prédio administrativo, oficina e borracharia. (RESÍDUOS, 2010).

É realizada a drenagem de todo o chorume produzido pelo lixo através de um

sistema de escavações de cerca de 10 metros de profundidade, revestidas com

geomembranas de 1,5 milímetros, conhecido como células.

IMAGEM 08 – Capacitação do chorume

Fonte Direta. Brejo Santo, 2015.

Para evitar a contaminação o chorume tem que:

Ser tratado e/ou recirculado (reinserido ao aterro) causando assim uma menor poluição ao meio ambiente. Seu interior deve possuir um sistema de drenagem de gases que possibilite a coleta do biogás, que é constituído por metano, gás carbônico (CO2) e água (vapor), entre outros, e é formado pela decomposição dos resíduos. Este efluente deve ser queimado ou beneficiado. Estes gases podem ser queimados na

41

atmosfera ou aproveitados para geração de energia. (RESÍDUOS, 2010).

A disposição inadequada dos resíduos sólidos urbanos, que segundo os

dados relativos ao saneamento básico no ano de 2000 do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE) 22% do total de 230 mil toneladas de resíduos

gerados por ano no Brasil são despejados em vazadouros a céu aberto ou lixões,

fato que eleva os resíduos a um dos maiores problemas a serem solucionados por

parte das administrações municipais, principalmente porque são áreas produtoras e

geradoras de doenças, mau cheiro e vetores de vários tipos como insetos e

roedores, entre outros. (NUNES, 2002).

Categoria 03 – Identificação da qualidade do sistema existente do aterro

sanitário;

É notória a beneficência do estudado aterro em comparação com o antigo

lixão, porém, desde sua abertura a cerca de dois anos, até a data da visita para a

coleta dos dados, observou-se a falta de manutenção das células.

Observaram-se também inúmeras irregularidades. O local possui áreas

específicas para cada tipo de material que ali adentram e que não são recicláveis;

rejeitos urbanos, podas de árvores e limpeza de matadouro. Porém, consta uma

grande área inutilizada, em desacordo com PNRS. Seguem abaixo imagens do

local:

IMAGEM 09 – Área sem utilização

Fonte Direta. Brejo Santo, 2015.

42

IMAGEM 10 – Célula de rejeitos a céu aberto

Fonte Direta. Brejo Santo, 2015.

Uma forma eficiente para amenizar o problema esta na construção de um

aterro sanitário cujos impactos causados ao meio ambiente com a sua implantação

são pequenos e de fácil controle, se comparado com os benefícios que o mesmo é

capaz de proporcionar aos municípios que investem neste tipo de sistema.

(CASTRO, 1995).

Categoria 04 – Melhorias trazidas pelo aterro à cidade de Brejo Santo

A visível melhoria trazida pelo aterro mesmo notando irregularidades, sem

duvida foi à redução do impacto ambiental.

A grande mudança para melhor, relatada pelo senhor José, um dos catadores

do aterro, com 15 anos trabalhando com reciclagem, no que diz respeito às

melhorias alcançadas e o que poderia melhorar para os catadores:

“Houve muitas melhorias depois da associação, antes não tínhamos apoio de ninguém, catávamos “lixo queimado” e nossa renda só chegava a 250, 300 reais. Hoje conseguimos tirar cerca de 700 a 800 por mês. Isso por causa do apoio que temos. Hoje vendemos direto pra fabrica, materiais como papelão, pet e sacos plásticos. Mas materiais para ferro velho ainda esta sendo um problema, pois vendemos a atravessadores, o que barateia o custo, a Nathália que trabalha na PROEX, esta tentando um comprador direto também para esse tipo de material”. (José, 2015).

43

Atualmente, cerca de 25 pessoas trabalham no local, fazendo parte da

Associação de Agentes Recicladores, criada com apoio do município com a

finalidade de desenvolver a coleta seletiva dos resíduos sólidos e garantir condições

de lucratividade aos trabalhadores, através da comercialização do material por eles

coletados.

Quando bem projetado e manejado, o aterro sanitário apresenta vantagens,

como a destinação final sanitária adequada e completa; além de proteção ao meio

ambiente e à saúde pública. Esse sistema é uma solução econômica com baixos

investimentos iniciais e implantação rápida, possibilitando a recuperação de terrenos

degradados e eliminando problemas sociais e estéticos. Pode também ser

aproveitado o biogás. (ATERRO, 2010).

44

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Segundo mostrado neste trabalho, pode-se concluir que em meio ao aumento

sem controle da geração de resíduos sólidos urbanos produzidos nas cidades,

principalmente nas grandes Metrópoles, o aterro sanitário tem fundamental

importância para população e, principalmente ao meio ambiente. Isto é, quando é

bem planejado, bem executado e mantido na melhor qualidade possível.

O Município de Brejo Santo – CE está em destaque em relação à maioria das

cidades do Cariri pela iniciativa de instalação do seu próprio aterro, porém o que se

percebeu foi o descuido com a manutenção e operacionalização após tão pouco

tempo de vida ativa do mesmo; mesmo sabendo que os recursos financeiros para

esse tipo de obras ainda não são vistas com o tamanho real que elas representam.

Itens como os rejeitos a céu aberto na célula de resíduos domiciliares, a destinação

de pneus usados, jogados sem nenhuma proteção ao solo nem a águas de chuvas,

nos deixam bastante preocupados.

Também não se pode negar que nele existem ações que possibilitem

melhorias ao aterro, como por exemplo, o trabalho que tem sido feito pela

ARBRESA – Associação de Recicladores de Brejo Santo, que diariamente coletam

os materiais recicláveis, preservando a vida útil do mesmo. E ao mesmo tempo, é

evidente o aumento da renda financeira dos catadores, como os próprios relatam

que suas rendas aumentaram 100% em relação ao que recebiam antes sem o

funcionamento do aterro, e é claro, da associação. Provando assim que é possível,

gerar ganhos econômicos, sociais e principalmente ambientais.

45

REFERÊNCIAS

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Goldim, J.R. (1997) Pesquisa em saúde: leis, normas e diretrizes. 3.ed. Porto Alegre: HCPA.

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46

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TREINAMENTO INTERNO. Para Controle de Fluxo em Obras Ambientais. Disponível em: http://www.senge.org.br/site/forca_download.php?arquivo=conteudo. Acessoem: 22/04/2015. WAGNER, J. P. & CARABALLO, S. A. Toxic Species Emissions form Controlled Combustion of Select Rubber and Plastic Consumer Products. Journal Polymer Plastic Technology and Engineering. Philadelphia, Vol. 36, n. 2, p. 189-224, 199

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ANEXOS

ANEXO A – IMAGENS DO ATERRO SANITÁRIO DE BREJO SANTO – CE

Fonte Direta. Brejo Santo, 2015.

Fonte Direta. Brejo Santo, 2015.

48

Fonte Direta. Brejo Santo, 2015.

Fonte Direta. Brejo Santo, 2015

49

ANEXO B – Tabela 05 - Pontuação Final.

PONTUAÇÃO FINAL

CRITÉRIOS PONTOS DA PRIORIDADE

PONTOS DO ATENDIMENTO PONTUAÇÃO DAS ÁREAS

ÁREA 1 %

ÁREA 2 %

ÁREA 3 %

ÁREA 1 ÁREA 2 ÁREA 3

Proximidade a cursos d'água 10 100 100 100 10,0 10,0 10,0

Proximidade a núcleos residenciais 10 100 100 50 10,0 10,0 5,0

Proximidade a aeroportos 10 100 100 100 10,0 10,0 10,0

Distância do lençol freático 10 50 50 100 5,0 5,0 10,0

Distância de núcleos de baixa renda 6 100 100 50 6,0 6,0 3,0

Vias de acesso com baixa ocupação 6 50 50 50 3,0 3,0 3,0

Problemas com a comunidade local 6 0 50 100 0,0 3,0 6,0

Aquisição do terreno 4 50 50 100 2,0 2,0 4,0

Investimento em infra-estrutura 4 100 100 50 4,0 4,0 2,0

Vida útil mínima 3 50 100 100 1,5 3,0 3,0

Uso do solo 3 100 100 100 3,0 3,0 3,0

Permeabilidade do solo natural 3 50 50 50 1,5 1,5 1,5

Extensão da bacia de drenagem 3 50 50 100 1,5 1,5 3,0

Acesso a veículos pesados 3 100 50 50 3,0 1,5 1,5

Material de cobertura 3 0 50 100 0,0 1,5 3,0

Manutenção do sistema de drenagem

2 50 50 100 1,0 1,0 2,0

Distância ao centro de coleta 1 100 50 50 1,0 0,5 0,5

PONTUAÇÃO FINAL - - - - 62,5 66,5 70,5

Fonte: Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – SEDU/IBAM, 2001.

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APÊNDICES

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado Sr (a): ________________________________________________________

Sou concluinte do Curso de Graduação em Tecnologia na Construção Civil – Edifícios, e estou

desenvolvendo um estudo que busca analisar o conhecimento das Instalações e funcionamento do Aterro

Sanitário Municipal de Brejo Santo. Assim, solicito sua autorização para participar dessa pesquisa, que tem

como título ”ATERRO SANITÁRIO DE BREJO SANTO”.

Sua autorização será muito importante para a contribuição desse estudo, pois se espera com ele, contribuir para a disseminação de conhecimentos a toda comunidade acadêmica, aos profissionais de meio ambiente e da saúde, bem como aos gestores que atuam diretamente com o Meio ambiente e na saúde pública por ser uma temática atual e de grande relevância a toda sociedade. Mas para isso, preciso de sua autorização para realizar uma visita técnica ao aterro que contempla os

objetivos propostos desse trabalho. Caso aceite, peço-lhe autorização para tirar fotos e gravar a conversa.

Desde já, dou-lhe a garantia de que as informações que estou obtendo, serão apenas para a realização de meu

trabalho, e também, lhe asseguro que a qualquer momento, terá acesso às informações sobre o estudo, inclusive

para resolver dúvidas que possam ocorrer. Você tem o direito de aceitar ou não de participar do estudo ou deixar

de participar do mesmo a qualquer momento, não vindo a sua desistência acarretar qualquer prejuízo no seu

direito a receber assistência nessa instituição, bem como não haverá despesas ou riscos com sua participação.

Ainda informo-lhe que os dados serão apresentados ao Curso deTecnologia da Construção Civil –

Edifícios, da Universidade Regional do Cariri – URCA, podendo ser utilizado também em eventos científicos, mas

não usarei seu nome verdadeiro, pois este será substituído por outro nome, sendo mantida em sigilo a identidade

do participante.

Você receberá uma cópia deste termo de consentimento, onde constam o telefone e o local onde o

pesquisador principal pode ser encontrado, podendo tirar suas dúvidas sobre a pesquisa e sobre sua

participação, agora ou a qualquer momento.

Pesquisador Responsável:

Discente:

Faculdade :

CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO Eu, _____________________________________________________________, declaro que li as informações contidas neste documento e tive oportunidade de esclarecer dúvidas. Foi-me garantida à possibilidade de retirar a autorização a qualquer momento, sem que isso venha a me prejudicar. Declaro ainda que recebi uma cópia deste Termo de Consentimento, que assino de forma livre e esclarecida. Local: __________________________________ Data: ____/____/______ Assinatura do Participante: _____________________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável: ___________________________________________

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APÊNDICE B – TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE VISITA

Eu, José Nelson Araújo Januário, aluno regularmente matriculado no VII

semestre do Curso de Graduação em Tecnologia da Construção Civil – Edificações

pela Universidade Regional do Cariri – URCA, venho por meio desta, solicitar a

autorização da Secretária Municipal de Meio Ambiente de Brejo Santo – CE, para

realizar a pesquisa intitulada “Aterro Sanitário de Brejo Santo – CE”, orientada pelo

prof. João Paulo Coelho. Esta pesquisa tem como objetivo analisar o sistema de

funcionamento do aterro sanitário existente na cidade de Brejo Santo– CE. Trata-se

de um trabalho monográfico que visa à conclusão do curso de Graduação em

Tecnologia da Construção Civil – Edifícios. Mas para isso, preciso de sua

autorização para realizar uma visita técnica ao aterro que contempla os objetivos

propostos desse trabalho. Asseguro que a pesquisa obedecerá a todas as

recomendações formais advindas da Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde que trata dos estudos envolvendo seres humanos.

_____________________________________

Secretaria Municipal do Meio Ambiente

Brejo Santo – CE, _____ de_____________ de 2015.