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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO CURSO DE FISIOTERAPIA APLICAÇÃO DA CORRENTE MICROGALVÂNICA EM ESTRIAS ATRÓFICAS Bragança Paulista 2007

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

CURSO DE FISIOTERAPIA

APLICAÇÃO DA CORRENTE MICROGALVÂNICA EM

ESTRIAS ATRÓFICAS

Bragança Paulista

2007

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Mary Aparecida Soares Pinheiro

RA: 001200400204

APLICAÇÃO DA CORRENTE MICROGALVÂNICA EM ESTRIAS

ATRÓFICAS

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, sob a orientação da Profª Ms. Katiuscia Rosette Scasni Menon como exigência para conclusão do curso de graduação.

Bragança Paulista

2007

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PINHEIRO, Mary Ap. Soares. Aplicação da corrente microgalvânica em estrias atróficas. Monografia defendida e aprovada na Universidade São Francisco em 07 de dezembro de 2007 pela banca examinadora constituída pelos professores Prof.ª Ms Katiuscia Rosette Scasni Menon USF – Orientadora Temática Prof.ª Ms. Rosimeire Simprini Padula USF – Orientadora Metodológica Prof.ª Patrícia Teixeira Costa USF – Banca Examinadora

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Ainda não vi ninguém que ame a virtude tanto quanto ama a beleza do corpo.

Confúcio

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AGRADECIMENTOS

Aos anjos amigos Solú e Alê, que ajudaram muito nesta caminhada acadêmica e

com os problemas da vida, aos muitos amigos que estiveram presentes nesta

conquista,também a Reny,Vanderley, e Neide minha cunhada. À minha mãe de coração, tia

Ia, que está sempre ao meu lado, à minha família mineira, Daniel, Nicíula e Renan pelo

amor recebido, às voluntárias o meu grande carinho, à Profª Katiuscia Rosette Scasni

Menon pela atenção.

Agradeço à professora Juliana Heloísa Terra Ferreira, inspiradora deste projeto,

que, por motivos de força maior, não pode finalizá-lo. Às pessoas que passam em nossas

vidas com um propósito ou missão, deixando um pouco de si e levando um pouco de nós.

Nossa convivência foi maravilhosa, amiga, sempre alegre, carinhosa, dedicada,

compreensiva, rígida, quando necessário, e com uma humanidade invejável. Acredito que

muito de você ficou comigo e tenho certeza que algo de mim foi com você também, tenha

muito brilho e sucesso em sua vida. À você minha grande admiração!

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DEDICATÓRIA

À Deus, grande Pai, que me amparou e me deu forças para que, no início da

graduação, não desistisse e abandonasse tudo. Aos meus filhos e grandes amores Marcell,

Yuri e Ygor, por entender a minha falta de atenção, mau humor e crises de choro. Hoje

tenho certeza que todos estão orgulhosos, também o meu Pinheiro, esteja onde estiver,

sempre acreditou na minha vitória! Esta vitória é toda para vocês!

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PINHEIRO, Mary Ap. Soares. Aplicação da corrente microgalvânica em estrias atróficas . 2007. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, Bragança Paulista.

RESUMO

Introdução: As estrias apresentam-se com caráter de bilateralidade, simetricamente, em

ambos os lados, com os sinais clínicos iniciais de prurido e dor. A sua coloração inicial

pode ser rubra (striae rubrae) ou esbranquiçada (striae albae). A melhora das estrias

depende do tempo, dimensão e coloração da pele .Existem diversos procedimentos para

tratar as estrias, sendo a aplicação da corrente microgalvânica com o aparelho Striat® um

recurso útil para o tratamento. Objetivo: Verificar as alterações da pele acometida por

estrias após o tratamento com a corrente microgalvânica. Método: Participaram do estudo

15 voluntárias que apresentavam estrias esbranquiçadas, sendo submetidas ao tratamento

sub-epidérmico com aplicação de agulha com voltagem de 100 microampéres . O

tratamento consistiu de 1 aplicação semanal, com avaliação da voluntária antes de uma

nova aplicação, reavaliação após 2 e 3 meses de tratamento, sendo realizada documentação

fotográfica para visualização do resultado.Resultados: Os resultados obtidos por meio do

tratamento com a corrente microgalvânica foram positivos pois observou-se a melhora no

aspecto das estrias na maioria das voluntárias da amostra após o tratamento. Conclusão: O

recurso da corrente microgalvânica pode auxiliar o tratamento de mulheres com estrias

atróficas, podendo ser considerado como opção de tratamento, principalmente no que se

refere ao grau de satisfação apresentado pelas voluntárias.

Palavras Chaves:

Corrente microgalvânica, estrias atróficas, fisioterapia dermato-funcional

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ABSTRACT

Introduction: Striae present themselves with a bilaterality character, symmetrically, in

both sides, with initial clinical signs of itching and pain. The initial color can be reddish

(striae rubrae) or whitish (striae albae). Improvement on the condition of the striae depends

on time, dimension, and skin coloration. There are several procedures to treat striae, and

application of microgalvanic current with the Striat® device is a useful resource for

treatment. Objective: To verify changes in the skin which have occurred due to treatment

with microgalvanic current. Method: Fifteen volunteers who had striae albae participated

in the study and were submitted to the sub-epidermic treatment, with application of needle

with 100 micro-amps (uA). The treatment consisted of one weekly application, with

evaluation of the volunteer before a new application, and reevaluation after two and three

months of treatment. Photographic documentation was done to allow for visualization of

the results. Results: The results obtained through the treatment with microgalvanic current

were positive. The majority of the volunteers from the sample presented improvements on

the appearance of the striae after the treatment. Conclusion: The microgalvanic current can

assist in the treatment of women with atrophic striae and can be considered as an option of

treatment, especially when it relates to the degree of satisfaction presented by the

volunteers.

Key Words:

Microgalvanic current, atrophic striae, dermato-functional physiotherapy.

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO.................................................................................................................12

1.1 Considerações sobre a pele.......................................................................................12

1.2 Considerações sobre estrias......................................................................................14

1.3 A corrente microgalvânica no tratamento de estrias................................................16

2.JUSTIFICATIVA..............................................................................................................20

3.OBJETIVOS......................................................................................................................21

3.1 Objetivo Geral............................................................................................................21

3.2 Objetivos Específicos.................................................................................................21

4. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................22

4.1 Desenho do estudo.....................................................................................................22

4.2 Critérios de inclusão...................................................................................................22

4.3 Critérios de exclusão..................................................................................................22

4.4 Local de estudo..........................................................................................................22

4.5 Materiais....................................................................................................................22

4.6 Métodos.....................................................................................................................23

4.7 Análise de dados........................................................................................................25

5.RESULTADOS.................................................................................................................26

6. DISCUSSÃO.....................................................................................................................38

7. CONCLUSÂO..................................................................................................................41

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................42

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................43

ANEXOS...............................................................................................................................46

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1. Relação da época inicial do acometimento das estrias...................................26

GRÁFICO 2. Relação de outros tipos de tratamentos realizados pelas

voluntárias.............................................................................................................................27

GRÁFICO 3. Relação das regiões tratadas acometidas pelas estrias...................................28

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Média de algumas variáveis: idade, peso, altura, IMC e menarca das mulheres

tratadas. ................................................................................................................................29

TABELA 2. Classificação das voluntárias segundo fototipo cutâneo .................................30

TABELA 3. Dados sobre os fatores de risco para estrias comparados com o grau melhora

após 2 e 3 meses....................................................................................................................31

TABELA 4. Avaliação da coloração das estrias...................................................................32

TABELA 5. Comparação da melhora do aspecto das estrias nas regiões tratadas ..............33

TABELA 6. Avaliação da sensibilidade das voluntárias tratadas........................................34

TABELA 7. Avaliação dos tipos de dor das voluntárias tratadas.........................................35

TABELA 8. Análise comparativa das fotos das voluntárias realizada por professores........36

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Considerações sobre a pele A pele é o manto de revestimento do organismo, foi definida pelos anatomistas

clássicos como involucrum corporis humani (GUILLOT,1987), é indispensável à vida,

isolando os componentes orgânicos do meio exterior. Constitui-se em uma complexa

estrutura de tecidos de várias naturezas, dispostos e inter-relacionados de modo a adequar-

se, de maneira harmônica, ao desempenho de suas funções (SAMPAIO & RIVITTI, 2001).

Ela é o maior sistema de órgãos expostos ao meio ambiente e representa 12% do peso seco

total do corpo, com um peso de aproximadamente 4,5 quilos. (GUIRRO & GUIRRO,

2004).

Embriologicamente, a pele deriva dos folhetos ectodérmicos e mesodérmicos.

As estruturas epiteliais, a epiderme, os folículos pilossebáceos, as glândulas apócrinas, as

glândulas sudoríparas écrinas e as unhas, derivam do ectoderma. Os nervos e os

melanócitos originam-se no neuroectoderma e as fibras colágenas e elásticas, os vasos

sangüíneos, os músculos e o tecido adiposo, originam-se no mesoderma (SAMPAIO &

RIVITTI, 2001).

A pele compõe-se essencialmente de duas camadas, a epiderme e a derme

(VIVIER & MCKEE, 1997). A epiderme é constituída de quatro a cinco camadas ou

estratos; devido ao fato da camada lúcida estar ou não incluída (GUIRRO & GUIRRO,

2004). É a camada externa que está diretamente ligada ao meio ambiente, sendo formada

por um arranjo ordenado de células, denominadas de queratinócitos, cuja função básica é

sintetizar a queratina, uma proteína filamentosa com função protetora. A derme é a camada

interna e seu principal componente é uma proteína estrutural fibrilar denominado colágeno

e elastina. Localiza-se sobre o panículo adiposo, composto por células adiposas,

denominada hipoderme (ARNOLD et al., 1994).

A derme pode ser dividida em três partes distintas, sendo classificada como

papilar, perianexial e reticular. A derme papilar é constituída de uma camada pouco

espessa de fibras colágenas finas, fibras elásticas, numerosos fibroblastos e abundante

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substância fundamental, formando as papilas dérmicas, que se amoldam aos cones epiteliais

da epiderme. A derme perianexial é estruturalmente idêntica à papilar, dispondo-se em

torno dos anexos, compondo juntamente com estar, a unidade anatômica denominada

derme adventicial. A derme reticular, apresenta-se como uma porção mais espessa que se

estende até o subcutâneo, composta por feixes colágenos mais espessos, dispostos, em sua

maior parte, paralelamente à epiderme. Há proporcionalmente menor quantidade de

fibroblastos e de substância fundamental em relação à derme adventicial (SAMPAIO &

RIVITTI, 2001).

A vascularidade dérmica consiste principalmente de três importantes plexos

intercomunicantes como o plexo subpapilar, que percorre dentro da parte papilar da derme,

paralela à epiderme e fornece um rico suprimento de capilares, arteríolas terminais e

vênulas das papilas dérmicas. Os plexos profundos, ao redor dos folículos pilosos e das

glândulas écrinas, são compostos por vasos sangüíneos maiores que os do plexo superficial.

A vascularidade da derme é particularmente bem desenvolvida nas áreas das estruturas

anexiais. Os linfáticos dérmicos estão associados ao plexo vascular (ARNOLD et al.,

1994).

Os nervos cutâneos provêm do sistema nervoso vegetativo e do sistema

cérebroespinhal. Acompanhando os vasos sangüíneos, alcançam a hipoderme, derme e

principalmente as papilas da camada papilar (BECHELLI, 1988). Em algumas regiões do

corpo, os nervos formam órgãos terminais específicos como os Corpúsculos de Vater-

Pacini, Corpúsculos de Meissner, Corpúsculos de Krause e meniscos de Merkel-Ranvier

(GAMONAL, 2002).

As funções da derme são promover flexibilidade à pele; determinar proteção

contra traumas mecânicos; manter a homeostase, armazenar sangue para eventuais

necessidades primárias do organismo; determinar a cor da pele, pela ação da melanina,

hemoglobina e dos carotenos; ruborização, quando de respostas emocionais e é a primeira

linha de proteção contra invasões por microorganismos, pela ação dos leucócitos e

macrófagos. (CUCE & NETO, 1990).

A hipoderme é de espessura variável, composta exclusivamente por tecido

adiposo, isto é, células repletas de gordura formando lóbulos subdivididos por traves

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conjuntivo-vasculares. Relaciona-se, em sua porção superior, com a derme profunda,

constituindo-se a junção dermo-hipodérmica, em geral, sede das porções secretoras das

glândulas apócrinas ou écrinas e de pêlos, vasos e nervos. Funcionalmente, a hipoderme,

além de depósito nutritivo de reserva, participa no isolamento térmico e na proteção

mecânica do organismo às pressões e traumatismos externos e promove a motilidade da

pele em relação às estruturas subjacentes (SAMPAIO & RIVITTI, 2001).

1.2. Considerações sobre estrias

Quando há alteração na anatomia e fisiologia deste tecido epitelial, surgem

diversos tipos de doenças ou alterações que podem resultar em problemas que

compreendem desde simples disfunções estéticas até funcionais que podem comprometer o

sistema de barreira, essencial para nosso controle contra infecções. Devido à arquitetura e

às propriedades físicas, químicas e biológicas de suas várias estruturas, a pele, como uma

membrana envolvente e isolante, é um órgão capacitado à execução de múltiplas funções

como proteção contra o meio externo e imunológica, termo-regulação, percepção e

secreção (SAMPAIO & RIVITTI, 2001).

Uma das afecções dermatológicas que podem ocorrer na pele são as estrias,

que na sua grande maioria apresentam-se desagradáveis do ponto de vista estético. Estas

afecções, são lesões atróficas lineares paralelas, em geral obedecendo às linhas de clivagem

da pele. Suas formas são variadas, podendo ser retilíneas, curvilíneas, em S ou Z e a

extensão pode variar de um a dois centímetros, podendo atingir até cinco centímetros.

Raras ou numerosas dispõe-se paralelamente umas às outras e perpendicularmente às linhas

de fenda da pele, indicando desequilíbrio elástico localizado, caracterizando uma alteração

da pele (GUIRRO & GUIRRO, 2004).

As estrias atróficas apresentam-se, de início, como vergões lineares vermelhos

purpúricos, que, eventualmente, nivelam-se, deixando listras rugosas, atróficas e

hipopigmentadas, sem as marcas normais da pele. No estágio inicial, muitas vezes, há um

componente inflamatório, mas logo surge a fase atrófica. As estrias atróficas são

irreversíveis, podendo-se iniciar ou exacerbar sob a condição de exercícios vigorosos de

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levantamento de peso e as rápidas modificações do peso corporal. Geralmente as estrias

atróficas são assintomáticas, embora alguns pacientes apresentem leve prurido no estágio

inflamatório (BONDI et al.,1993).

As estrias apresentam caráter de bilateralidade, isto é, existe tendência de

distribuírem-se simetricamente. Em sua fase inicial, são eritemato-violáceas, planas ou

sinuosas, geralmente de boa resposta aos tratamentos, na fase tardia tornam-se brancas

(nacarados) ou atróficas, com aspecto mais claro, com pele mais fina de difícil reversão

com tratamentos. (GUIRRO & GUIRRO, 2004).

As estrias atróficas são encontradas em ambos os sexos, com predominância no

sexo feminino, principalmente a partir da adolescência. A maior incidência de estrias em

meninas ocorre entre os doze e os quatorze anos e nos meninos, aos doze e quinze anos, em

decorrência do crescimento acelerado, podendo ainda estar relacionada a algum

comprometimento hormonal. Entretanto, as estrias podem ocorrer em todos os grupos

etários (GUIRRO & GUIRRO, 2004).

Na mulher adulta saudável, a incidência de estrias é 2,5 vezes mais freqüente

que no homem nas mesmas condições, decorrente do aumento de peso e da gravidez. As

estrias abdominais disseminam-se para coxas, região glútea e braços, apesar de iniciar no

abdômen. A região periumbilical é poupada (ALVES, 2004).

Quanto à sua localização, podem ocorrer com incidência maior nas regiões que

apresentam alterações teciduais como glúteos, mamas, abdômen, coxas, a região lombo

sacra é mais comum em homens, podendo acometer ainda em regiões pouco comuns, como

a fossa poplítea, tórax, região ilíaca, antebraço e a porção anterior do cotovelo. (GUIRRO

& GUIRRO, 2004).

Algumas populações são mais acometidas pelas estrias, como as pessoas com

obesidade grave (striae distensae), período gestacional (striae infectiosae), as propriedades

destas estrias, variam com o tempo, o que pode refletir as mudanças nos hormônios e nos

stress mecânico que ajustam normalmente a pele sob a tensão (HENRY et al., 2001). O

ganho de peso em um curto prazo de tempo representa uma justificativa para a excessiva

deposição de gordura no tecido adiposo, com subseqüentes danos às fibras elásticas e

colágenas da pele, sendo o principal mecanismo do aparecimento das estrias. Acredita-se

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que o excessivo estiramento da pele, promova a conseqüente ruptura ou perda de fibras

elásticas dérmicas, fator principal na origem das estrias que compreende, a teoria

mecânica (BORGES, 2006). Podem estar relacionadas a algum comprometimento

hormonal caracterizado pelo aumento de glicocorticóides, como na síndrome de Cushing, e

nas corticoterapias intensivas gerais ou locais. Outro fator etiológico é o uso tópico ou

sistêmico de esteróides, havendo aumento excessivo de massa muscular com crescimento

intenso e rápido (BORGES, 2006).

1.3. A corrente microgalvânica no tratamento de estrias

Atualmente, os tratamentos disponíveis e descritos pela literatura para as estrias

são as esfoliações mecânicas (micro estimulação, peelings químicos, cristal, diamante.),

esfoliação química com ácidos, estimulação dérmica com ácidos (intradermoterapia,

mesoterapia), galvanopuntura, ionoforese, corrente microgalvânica, (BORGES, 2006), laser

(JIMÉNEZ et al., 2002).

A corrente galvânica é um recurso terapêutico utilizado para promover

analgesia com ação estimulante sobre os nervos sensitivos, provoca vasodilatação e

aumento do fluxo sanguíneo, estimula os nervos motores propiciando a contração dos

músculos inervados por eles e aumenta a sua potência além de incrementar o metabolismo e

o retorno venoso e linfático (ALMAGRO et al., 1998).

Por se tratar de uma corrente irritante, essa mesma terapia, tem sido utilizada

recentemente em tratamentos estéticos. Segundo Pierro, 1999, observou-se que a aplicação

dessa corrente tem grande efeito polar imposto aos tecidos, e conseqüentemente, induz a

uma inflamação aguda evidenciada pela hiperemia e edema local, resultados observados

após a primeira aplicação do tratamento nas voluntárias com a corrente microgalvânica.

A corrente microgalvânica consiste em introduzir uma solução eletrolítica

através de uma agulha com corrente galvânica também denominada corrente contínua, em

nível sub-epidérmico o que possibilita, utilizando-se das propriedades polares da corrente

galvânica, a transferência de íons para o interior dos tecidos, desencadeando um processo

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inflamatório local (hiperemia), que leva à cicatrização, promovendo melhora na aparência

da pele (PIERRO et al., 1999).

A corrente galvânica, devido à ação dos íons, agindo sobre os nervos

vasomotores, torna ativa a hiperemia, pronunciando-se de forma mais significativa no pólo

negativo. Os nervos vasomotores permanecem por considerável tempo hipersensibilizados.

A hiperemia atinge ainda estruturas mais profundas por ação reflexa, decorrente desta tem-

se maior oxigenação, aumento do metabolismo e das substâncias metabolizadas. Com isso

há um aumento da irrigação sanguínea, acarretando maior nutrição tecidual profunda, mais

leucócitos e anticorpos, facilitando a reparação da área. (GUIRRO & GUIRRO, 2004).

A regeneração é um mecanismo homeostático complexo, onde ocorre uma série

de eventos, envolvendo a migração de células originárias do tecido vascular e conjuntivo,

ao local da lesão para restaurar o equilíbrio fisiológico. Pode ser iniciada como resultado

da perda de comunicação entre células adjacentes, entre células e seu suporte ou por morte

celular. A regeneração pode ser descrita em termos de quimiocinesia (processo governado

por substâncias quimiotáticas) liberadas no local em multiplicação e diferenciação celular

(KITCHEN, 2003). Este processo visa restaurar a integridade do tecido o mais rápido

possível, porém, alguns fatores exercem influência na reparação dos tecidos como idade,

nutrição, corticosteróides, diabetes e hormônio do crescimento (GUIRRO & GUIRRO,

2004).

A resposta do tecido à lesão é descrita em termos de agressão mecânica da pele

e infecção. A série de mudanças que ocorre, é semelhante, independentemente do tecido

envolvido e do modo como a lesão é causada. Assim, o processo de regeneração pode ser

caracterizado e dividido em quatro estágios: lesão inicial, inflamação, proliferação e

remodelamento. (LOW & REED, 2001).

A lesão inicial ocorre pelo dano às células e aos pequenos vasos sangüíneos. As

células morrem em conseqüência de agressão direta, de deficiência de oxigênio devido à

lesão dos vasos sangüíneos ou pelos agentes químicos liberados de outras células lesadas.

A estrutura extracelular dos tecidos pode ser lesada com a ruptura de fibras e o

comprometimento da substância fundamental amorfa. Após esta lesão inicial, ocorre um

processo inflamatório, como resposta da microcirculação dos tecidos a esta. Inicialmente

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ocorre uma vasoconstrição fugaz dos vasos não lesados em resposta à irritação, seguidos

por dilatação prolongada. Essa dilatação inclui arteríolas, vênulas e vasos linfáticos em

canais tanto ativos quanto dormentes. O fluxo sangüíneo total para a região é aumentado,

embora a velocidade do fluxo possa estar diminuída, assim, obtém-se rubor e aumento da

temperatura da pele resultante de líquido nos tecidos, conhecido como edema. O líquido

propriamente dito é chamado exsudato, e a pressão aplicada nas terminações nervosas

sensoriais por este é responsável por parte da dor associada com a inflamação. Outros

agentes químicos liberados pela lesão ainda podem causar dor. (LOW & REED, 2001).

A terceira fase é o processo de regeneração, a proliferação que inclui a

reconstrução dos tecidos, revestimento e quando necessário, envolve as atividades de três

tipos de células: macrófagos, fibroblastos e células endoteliais, que agindo de forma

combinada, formam um novo tecido de granulação, altamente vascular. (KITCHEN, 2003).

Os macrófagos são considerados essenciais para que ocorra a cicatrização. Eles

não apenas digerem e removem os restos da ferida, como também migram para a área

lesada, liberando agentes quimiotáticos que estimulam a atividade fibroblástica e a

angiogênese (para formação de novos vasos sanguíneos). Esses novos vasos sangüíneos

aparecem primeiro como brotos de células endoteliais que crescem para dentro da área

lesada, ramificando-se eventualmente e se unindo aos brotos adjacentes para formar

circuitos capilares quando são canalizados. À medida que o sangue começa a fluir através

deles, a oxigenação da região aumenta, ao mesmo tempo, os fibroblastos depositam novas

fibras de colágeno para proporcionar uma estrutura de suporte. Assim, o novo tecido de

granulação continua crescendo para dentro a partir das margens do tecido normal,

substituindo os tecidos lesados mortos ou que estão morrendo. Desta maneira o

remodelamento, um processo que pode continuar por meses, com a estrutura do novo tecido

alterando-se lentamente. O número de vasos sangüíneos é reduzido ao número apropriado

para manter a viabilidade dos tecidos. As arteríolas, as vênulas e os canais linfáticos se

desenvolvem novamente e ocorre regeneração de pequenas fibras nervosas. Os fibroblastos

não apenas depositam colágeno, que tende a ser de um tipo diferente nesse estágio final,

além do remodelamento do tecido com o tempo. (LOW & REED, 2001).

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A corrente microgalvânica utilizada para o tratamento das estrias pode alcançar

até 40% de melhora no aspecto da estria. É um equipamento fabricado para uso na área de

estética, não causa dependência e não tem efeitos colaterais indesejáveis, podendo ser

utilizado em ionização e em todos os tratamentos estéticos no combate às rugas e estrias

(KITCHEN, 2003).

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2. JUSTIFICATIVA

A relutância na aceitação e confiabilidade nos tratamentos de estrias, baseada

no fato de vários autores considerar as estrias atróficas como irreverssíveis, inspirou o

estudo em questão com a utilização da corrente microgalvânica, para auxiliar a

confirmação e solidificação desta perspectiva no tratamento de estrias. O tratamento

unilateral das estrias foi o indicado, tendo em vista que, tanto o paciente quanto o terapeuta,

têm como acompanhar a sua evolução.

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3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Verificar as alterações da pele acometida por estrias após o tratamento com a

corrente microgalvânica.

3.2. Objetivos Específicos

• Observar a alteração do aspecto e coloração da estria 2 e 3 meses após o término

do tratamento comparando com a avaliação fotográfica do pré-tratamento;

• Avaliar o grau de satisfação das pacientes tratadas;

• Comparar as avaliações fotográficas após 3 meses do término da intervenção

com a avaliação fotográfica após 2 meses.

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4. MATERIAIS E MÉTODO

4.1. Desenho do estudo

O estudo consistiu-se de um ensaio clínico controlado.

4.2. Critérios de inclusão

Voluntárias do sexo feminino, com média de idade entre 20 e 30 anos, que não

estiveram sob o uso contínuo ou prolongado, anteriormente à data de avaliação, de

medicamentos à base de corticóides, anti-histamínicos, esteróides ou antiinflamatórios.

4.3. Critérios de exclusão

Voluntárias que não se submeteram às 10 sessões de tratamento, usuárias

contínuas ou prolongadas de medicamentos, portadoras de problemas patológicos ou de

pele com propensão à quelóides.

4.4. Local do estudo

Clínica de Fisioterapia da Universidade São Francisco.

4.5. Materiais

Foram utilizados para o estudo : máquina fotográfica digital de 5.1 megapixels

da marca Sony, equipamento de corrente microgalvânica, com o nome comercial de

STRIAT®, gaze, algodão, álcool a 70%, luvas de procedimento, lupa, agulha individual,

solução à base de quaternário de amônio e formol não oxidante, maca e lençóis.

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4.6. Método

Inicialmente, o projeto de pesquisa foi submetido à aprovação do Comitê de

Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco.(Anexo I)

Após, as voluntárias foram selecionadas na Universidade São Francisco (USF),

tornando-se sujeitos da pesquisa após lerem e assinarem o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (Anexo II). Após a concordância com a pesquisa e não apresentando dúvidas,

foi entregue a Ficha de Avaliação (Anexo III) , respondida anteriormente, de forma escrita

e reservada. Questionou-se nesta ficha sobre o início do surgimento das estrias, sendo

realizada posteriormente uma avaliação do local acometido pelas estrias das voluntárias,

pela pesquisadora.

Após esta avaliação, as voluntárias foram liberadas, não ocorrendo outra

reavaliação. Uma data posterior foi marcada para a realização de uma sessão de fotos do

local acometido pelas estrias.

Na data marcada, as pacientes com identidade preservada, foram submetidas à

avaliação das características dos locais acometidos pelas estrias e coleta de imagens

realizada com uma câmera digital.

Antes da aplicação da intervenção, a região a ser tratada foi higienizada com

gaze ou algodão, embebidos em álcool a 70%, sendo utilizado ainda luvas de procedimento

para a segurança da paciente e da pesquisadora, agulhas descartáveis, maca e lençóis. As

regiões acometdias pelas estrias foram fotografadas por uma câmera digital.

Na ficha de avaliação corporal constaram questionamentos referentes ao

surgimento das estrias, à sua coloração inicial (branca, rósea ou violácea), ao período em

que apareceram (adolescência, gravidez, obesidade ou com o uso de medicamentos). Com

relação ao aspecto, foi questionado e verificado na data do pré-tratamento, se o seu aspecto

era depressivo ou não depressivo. Foi indagado ainda sobre a região do surgimento e

alocalização das estrias (abdome, mamas, coxas, flanco, glúteo), apresentando a

classificação do fototipo cutâneo.(Anexo IV)

Com finalidade comparativa, devido ao caráter de bilateralidade das estrias, foi

aplicado o tratamento unilateralmente, sendo a aplicação realizada do lado mais acometido.

Para este trabalho foram realizadas dez aplicações da corrente microgalvânica,

ocorrendo uma aplicação por semana, sendo que a duração inicial das cinco primeiras

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aplicações foi de aproximadamente 15 minutos no local determinado na pré-avaliação; a

partir da sexta sessão, ocorreu um acréscimo de 10 a 15 minutos, perfazendo-se um total

de 25 a 30 minutos de aplicação por sessão. Devido à grande dificuldade em visualizar as

estrias a olho nu, após as 5 primeiras aplicações, foi necessário utilizar uma lupa como

dispositivo de auxílio no tratamento.

Para a estimulação elétrica, foi utilizado um eletrodo ativo especial, o qual,

consiste de uma fina agulha sustentada por um eletrodo do tipo caneta. A faixa de

voltagem usada para o tratamento das estrias foi determinada em 100 microampéres. O

procedimento técnico consistiu do acoplamento do eletrodo positivo passivo tipo placa,

previamente umedecido com água e acoplado à paciente, próximo à área a ser tratada, por

um velcro. O eletrodo negativo, ativo, a agulha, foi esterilizada, em líquido esterilizante, a

cada início de tratamento, sendo que cada voluntária possuía sua agulha, para evitar

contaminação. A agulha foi introduzida nas estrias das pacientes, superficialmente (região

subepidérmica) em toda largura e extensão, paralela à pele.Por ser um tratamento invasivo,

a área estimulada foi higienizada a cada sessão. Imediatamente, obteve-se um quadro de

hiperemia e edema sobre toda a extensão da estria, sendo que, caso estas respostas não

cessassem, não seria realizada uma nova aplicação até a melhora do quadro por completo.

Ao término do tratamento, observaram-se estrias mais visíveis e edemaciadas (Anexo V).

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4.7. Análise de Dados

Foi realizada análise descritiva através de médias e frequências expressas em tabelas

e gráficos, através de dados coletados por fotos, ficha de avaliação corporal, ficha de

avaliação do grau de satisfação das voluntárias, enquete avaliativa dos professores e tabela

de fototipo cutâneo . Os dados analisados foram submetidos a métodos estatísticos, sendo

dispostos em gráficos e tabelas.

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5. RESULTADOS

Das 20 voluntárias entrevistadas, apenas 15 receberam as 10 aplicações. As 5

voluntárias restantes foram descontinuadas por motivo de faltas às sessões.

O Gráfico 1 demonstra a relação da época inicial com o acometimento das

estrias .

Como mostra o Gráfico 1, 60% das voluntárias responderam que o início das

estrias ocorreu na adolescência, 20% relataram que o início ocorreu na gestação e 20% das

voluntárias restantes relataram que o aumento do peso ocasionou o aparecimento das

estrias.

GRÀFICO 1: Época inicial do acometimento das estrias

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O Gráfico 2 representa a resposta do questionário sobre outros tipos de tratamentos

realizados pelas voluntárias.

GRÁFICO 2: Outros tipos de tratamentos realizados pelas voluntárias

Como mostra o Gráfico 2, das 15 voluntárias avaliadas, 87% responderam não

ter realizado outro tipo de tratamento e 13% relataram já ter se submetido à outro

procedimento sem quaisquer resultados satisfatórios, não sendo no momento da entrevista,

questionado qual o tratamento utilizado.

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O Gráfico 3 representa a área acometida pelas estrias e as regiões que foram

tratadas.

GRÁFICO 3: Regiões tratadas acometidas pelas estrias

Como mostra o Gráfico 3, 74% das pacientes realizaram a aplicação em região

glútea, 20% das voluntárias realizaram a aplicação em região de coxas e o restante das

voluntárias (6%) , na região dos flancos.

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A Tabela 1 representa a média referente ao peso, altura, IMC e idade da menarca

das voluntárias tratadas.

TABELA 1: Média de algumas variáveis, idade, peso, altura, IMC e menarca das mulheres tratadas MÉDIA DESVIO PADRÃO UNIDADE DE REFERÊNCIA IDADE 23,53 3,31 anos PESO 55,13 6,94 Kg ALTURA 1,59 0,06 m IMC 21,71 2,89 Kg/m² MENARCA 11,40 3,29 anos Com relação às variáveis representadas na Tabela 1, a média de idade das

voluntárias tratadas foi de 23,53 ± 3,31 anos; a média de peso das voluntárias foi de 55,13 ±

6,94 Kg e a média de altura foi de 1,59 ± 0,06 metros. No índice de massa corpórea não

ocorreu grande diferença, apresentando a média de 21,71 ± 2,89 e na idade referente ao

início da menarca ocorreu uma média de 11,40 ± 3,29 anos.

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A Tabela 2 representa a classificação das voluntárias segundo o fototipo cutâneo.

TABELA 2: Classificação das voluntárias, segundo fototipo cutâneo FOTOTIPO % I 0 II 34 III 40 IV 13 V 13 VI 0

Como mostra a Tabela 2 , nenhuma das voluntárias apresentava fototipo I e VI

de um total de 100%. 34% apresentavam fototipo cutâneo II (pele clara, sempre queima e

bronzeia pouco), 40% do fototipo cutâneo III (pele clara,queima e bronzeia pouco), 13%

do fototipo cutâneo IV (pele moreno-claro, raramente queima e bronzeia com facilidade) e

13% do fototipo cutâneo V (pele morena, queima muito raramente, bronzeia facilmente) .

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A Tabela 3 representa os fatores de risco (contraceptivos / sedentarismo) para a

ocorrência de estrias comparados com o grau de melhora das voluntárias tratadas.

TABELA 3: Dados sobre os fatores de risco para estrias comparados com grau de melhora após 2 e 3 meses

SEM RESULTADO RESULTADO RESULTADO TOTAL SATISFATÓRIO EXCELENTE CONTRACEPTIVOS 3 ( 30%) 6 ( 60%) 1 (10%) 10 ( 67%) SEDENTARISMO 3 ( 25%) 8 ( 67%) 1 (10%) 12 ( 80%)

Como mostra a Tabela 3, com relação à ingesta de contraceptivos orais, das 15

voluntárias que estavam sendo analisadas, 67% responderam que faziam uso destes

medicamentos. Sobre a atividade física, declararam-se sedentárias 80% das mulheres

analisadas. Não houve necessidade de especificar a atividade realizada ou a freqüência

desta prática.

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A Tabela 4 representa a avaliação da coloração das estrias no surgimento, no pré-

tratamento e no pós-tratamento.

TABELA 4: Avaliação da coloração das estrias Surgimento Pré-Tratamento Pós-Tratamento Branca (33%) (100%) (33%) Vermelha (27%) (00%) (00%) Violácea (40%) (00%) (00%) Próximo ao tom de pele (00%) (00%) (67%)

Como mostra a Tabela 4, com relação ao aparecimento da estria, referente à sua

coloração inicial, 40% descreveram como coloração violácea, 33% como coloração branca

e 27% como coloração vermelha.

Quando questionadas sobre a coloração atual (pré-tratamento), todas as

voluntárias (100%) responderam apresentar a coloração branca, observada também pela

pesquisadora.

A avaliação da coloração das estrias no pós-tratamento não pôde ser classificada

como vermelha ou violácea pois a pele da paciente ficou mais semelhante à coloração

normal .

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A Tabela 5 representa a comparação da melhora do aspecto das estrias nas

regiões tratadas.

TABELA 5: Comparação da melhora do aspecto das estrias nas regiões tratadas

ASPECTO Pré-Tratamento Pós-Tratamento Depressiva 33% 30% Não Depressiva 67% 70%

Com mostra a Tabela 5, com relação ao aspecto das estrias na avaliação sobre

serem depressivas ou não, 33% das voluntárias responderam que o aspecto que

visualizavam era depressivo e 67% responderam que a aparência observada não era

depressiva.

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As Tabelas 6 e 7 representam o resultado dos formulários preenchidos pelas

voluntárias referente à sensibilidade e ao tipo de dor nas sessões da aplicação da corrente

microgalvânica.

No inicio do tratamento, foi desenvolvido um formulário a ser respondido pelas

voluntárias no decorrer das sessões de aplicação da corrente microgalvânica, nas áreas

afetadas, apresentando escala de sensibilidade a dor variando de 0 a 5. (Anexo III)

TABELA 6 : Avaliação da sensibilidade das voluntárias tratadas

SENSIBILIDADE APLICAÇÕES 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª SEM DOR 5 2 0 0 0 0 0 0 0 0 DOR FRACA 10 8 4 0 0 0 0 0 0 0 DESCONFORTÁVEL 0 5 8 6 0 0 0 0 0 0 ANGUSTIANTE 0 0 3 9 12 8 7 5 3 0 HORRÍVEL 0 0 0 0 3 7 8 10 12 15 TOTAL 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15

Como mostra a Tabela 6, durante a 1ª aplicação, a sensibilidade se mostrou sem

dor até dor fraca, perdurando-se até a 3ª aplicação, iniciou com a sensibilidade

desconfortável na 2ª sessão, indo até a 4ª, mas a sensibilidade angustiante apresentou o seu

início na 3ª aplicação com aumento gradativo até a 5ª, começando com declínio nas

próximas aplicações porque a sensibilidade horrível iniciou apenas na 5ª aplicação,

ocorrendo aumento gradativo, tornando-se unânime pelas 15 voluntárias na décima

aplicação

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TABELA 7 : Avaliação dos tipos de dor das voluntárias tratadas

TIPOS DE DOR APLICAÇÕES 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª SEM DOR 5 2 0 0 0 0 0 0 0 0 PONTADA 10 8 4 0 0 0 0 0 0 0 QUEIMA / ARDE 0 5 8 6 0 0 0 0 0 0 IRRITANTE 0 0 3 9 12 8 7 5 3 0 CRUEL / CASTIGANTE 0 0 0 0 3 7 8 10 12 15 TOTAL 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15

De acordo com a Tabela 7, durante a 1ª aplicação, o tipo de dor se mostrou sem

dor até dor em pontada, perdurando-se até a 3ª aplicação, iniciou com o tipo de dor

queima/ arde na 2ª sessão indo até a 4ª, mas o tipo de dor irritante apresentou o seu

início na 3ª aplicação com aumento gradativo até a 5ª, começando e declinando nas

próximas aplicações porque o tipo de dor cruel / castigante iniciou apenas na 5ª

aplicação, ocorrendo aumento gradativo, tornando-se unânime pelas 15 voluntárias na

décima aplicação.

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A Tabela 8 demonstra a análise comparativa das fotos das voluntárias realizada

por três avaliadores (professores do Curso de Fisioterapia), sendo que a comparação foi

feita entre as fotos do pré-tratamento e do pós-tratamento .

A comparação seguiu o critério com alternativas que compreendem os níveis:

sem resultado (SR) , resultado satisfatório (RS) e resultado excelente (RE) .

TABELA 8: Análise comparativa das fotos das voluntárias realizada por professores (Pré + Pós 2meses) S R R S R E (2 + 3 meses) SR R S R E

Avaliador A ( 9 ) ( 5 ) ( 1 ) (13 ) ( 2 ) ( 0 ) Avaliador B ( 5 ) ( 9 ) ( 1 ) ( 8 ) ( 7 ) ( 0 ) Avaliador C ( 2 ) ( 9 ) ( 4 ) ( 5 ) (10 ) ( 0 )

Como mostra a Tabela 8, a avaliação das fotos por 3 avaliadores A, B e C

ocorreu em dois momentos distintos (Anexo VI):

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1º momento – comparação das fotos do pré e do pós- tratamento com 2 meses

2º momento – comparação das fotos do pós 2 meses e do pós 3 meses de

tratamento.

Apesar do resultado da análise do avaliador A ter sido a menos satisfatória com

relação à melhora dos resultados do tratamento, o resultado apresentado no 1º momento foi

de melhora, pois das 15 voluntárias avaliadas, 9 obtiveram como resposta SR (Sem

Resultado) e 6 obtiveram entre RS (Resultado Satisfatório) e RE (Resultado Excelente),

mantendo a mesma análise na foto de 2 e 3 meses.

O avaliador B no primeiro momento apresentou o resultado de 5 voluntárias

como SR (Sem Resultado) e 10 entre RS (Resultado Satisfatório) e RE (Resultado

Excelente) e no 2º momento manteve a mesma análise.

A análise do avaliador C , no primeiro momento, apresentou o resultado de 2

voluntárias com SR (Sem Resultado) e 13 entre RS (Resultado Satisfatório) e RE

(Resultado Excelente), no 2º momento manteve a mesma análise comparativa do 1º

momento. Apesar de não ter realizado o acompanhamento do trabalho e não estar ciente a

que momento as fotos pertenciam, foi o avaliador que apresentou maior consistência nos

dados da avaliação.

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6. DISCUSSÃO

De acordo com a avaliação realizada no pré-tratamento deste estudo, as

pacientes relataram o acometimento inicial das estrias ocorrendo em 60% na adolescência,

em 20% na gestação e em 20% devido ao aumento de peso. Segundo SANTOS &

SIMÕES (2004) é comum o surgimento das estrias, no sexo feminino, principalmente na

puberdade, em decorrência do crescimento acelerado e no início da fase adulta, podendo ser

devido à obesidade ou por gestação.

Em relação à localização das estrias apresentadas pelas voluntárias, 74%

responderam que a região glútea era a região predominante, 20% na região de coxas e 6%

em flancos. ALVES et al (2005) confirmam esses dados descrevendo as mesmas regiões

acometidas por estrias em mulheres.

A coloração apresentada no surgimento inicial das estrias se mostrou violácea,

vermelha ou branca e, no pré-tratamento, 100% das estrias apresentavam coloração branca.

Isso também foi citado por GUIRRO & GUIRRO (2004), que observam que as estrias são

eritemato-violáceas na sua fase inicial e, na fase mais tardia, tornam-se brancas ou

atróficas. Neste estudo, no pós-tratamento, as estrias apresentaram-se próximas ao tom da

pele em 67% das voluntárias, fato confirmado pelos mesmos autores acima.

MARC (2007) afirma que são consideradas de risco para o aparecimento de

estrias mulheres com história familiar, fato também observado no tratamento das

voluntárias deste estudo.

A cor da pele é de extrema importância para SILVA et al (1999) apud GUIRRO

& GUIRRO (2004), que comprovou em seu trabalho experimental, que as pacientes com a

pele morena, a regeneração foi mais rápida e evidente do que naquelas com pele clara. O

mesmo foi notado nas voluntárias que apresentavam a cor da pele mais morena, onde,

ocorreu um quadro regenerativo mais rápido que nas que apresentavam cor da pele clara.

As voluntárias apresentaram pouca sensibilidade no decorrer das primeiras

aplicações, onde o estímulo da agulha associado ao estímulo da corrente desencadeia uma

resposta inflamatória aguda localizada, com um processo de reparação tecidual. Após a

quinta sessão, ocorreu um aumento exacerbado da sensibilidade, fato que também é

descrito por GUIRRO & GUIRRO (2004) como um parâmetro para se observar a melhora

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do tecido em resposta à estimulação elétrica. Ao serem avaliadas, as pacientes referiram-se

à dor com um nível de intensidade cruel-castigante, que significa uma reação inflamatória

aguda, estimulando a atividade fibroblástica para a produção da síntese de colágeno,

reestruturando o tecido lesado e ocorrendo aumento da sensibilidade e da resistência das

pacientes com relação às demais aplicações.

Segundo DANIEL (2002) os primeiros sinais de regeneração, avaliados como

indicadores da melhora das estrias através do processo de reparação são a alteração de

coloração e nivelamento da estria, uma vez que a presença desses indicadores comprova a

resposta do tecido ao estímulo elétrico da corrente microgalvânica, promovendo um

aumento de fibroblastos jovens associado à uma neovascularização e remodelamento do

colágeno.

Pôde-se observar que as estrias tratadas neste estudo por meio da aplicação da

corrente microgalvânica, realizada com 100 microamperes, apresentaram sensível melhora

no diâmetro, aspecto e coloração. No trabalho realizado por SANTOS & SIMÕES (2004)

utilizou-se a corrente microgalvânica no tratamento das estrias em três pacientes do sexo

feminino, onde a freqüência variou de 100 a 150 uA microamperes, obtendo uma resposta

satisfatória nos três casos.

Através da comparação visual, neste estudo, os avaliadores observaram através

das fotos do pré-tratamento e pós-tratamento (2 meses), uma melhora no aspecto das estrias

em relação às fotos do pré-tratamento.

A reação inflamatória foi observada nas voluntárias logo após a primeira

aplicação, com inflamação aguda, levando a um quadro de hiperemia e calor,

desaparecendo até a próxima aplicação. Segundo Guyton (2002), após a lesão, aparece um

quadro de hiperemia e edema que são motivados por substâncias locais liberadas pela lesão

responsáveis pela vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos. De acordo, com

SANTOS (2006), esta reação inflamatória instala-se minutos após o término da aplicação e

sua duração depende da reação inflamatória de cada sujeito. Este processo inflamatório

concentra-se entre o primeiro e o quarto dia pós-estimulação com a recuperação das estrias,

restabelecendo de forma satisfatória a integridade da pele e restituindo assim sua

arquitetura original. Neste estudo, nas fotos do pós-tratamento (3 meses) não foram

observadas alterações visuais acentuadas como nas primeiras fotos.

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Na foto do pós-tratamento (2 meses), comparadas com a foto do pós-tratamento

(3 meses), manteve-se a melhora do quadro, tendo em vista que a comparação final dos

avaliadores não foi modificada com relação à primeira análise realizada.

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7. CONCLUSÃO

Conclui-se que o tratamento com a corrente microgalvânica não elimina

totalmente as estrias mas pode se obter uma melhora considerável em seu aspecto,

coloração e diâmetro. Para realizar o tratamento, é necessário persistência, pois na maioria

dos casos, pode durar meses, aumentando o quadro de dor à medida que as estrias tornam-

se vascularizadas.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O fisioterapeuta, através de recursos físicos, vem adquirindo cada vez mais

espaço, atuando em diversas áreas, ampliando ainda mais o seu leque de condutas,

abrangendo assim, o campo da Fisioterapia Dermato-funcional, que tem por base a

prevenção e recuperação física funcional dos distúrbios endócrino-metabólicos,

dermatológicos e músculo-esqueléticos, podendo agir de maneira preventiva ou curativa.

A pesquisa nesta área é multidisciplinar, sendo necessário um trabalho em

equipe para que se possa interferir, minimizando ou curando o distúrbio do paciente, sem,

no entanto, comprometer sua saúde.

Para atingir esses objetivos, acima de tudo, deve-se agir com senso ético,

responsabilidade e respeito ao próximo.

Acreditamos que novas pesquisas deveriam ser realizadas, utilizando-se de

métodos com mais aplicações e com a associação da corrente microgalvânica em conjunto

com produtos estéticos, laserterapia, terapia à vácuo e aplicação médica de ácidos,

tornando-se futuramente uma alternativa no combate e melhora das estrias.

O referencial bibliográfico disponível para pesquisa ainda é escasso, os estudos

clínicos de tratamento das estrias são pouco freqüentes e os dados clínicos são obtidos de

maneira casual.

Para um próximo estudo, um número maior de aplicações em pacientes seria

necessário para obtenção de melhores resultados .

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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Temporomandibular. Rev Cubana Estomatol. sep.-dic. 1998, vol.35, no.3, p.73-79.

ALVES, Gilvan F., Nogueira Lucas S. C., Varella Tatiana C. N. Artigo de Revisão

Dermatologia e gestação. An. Bras. Dermatol. vol.80 no.2 Rio de Janeiro Mar./Apr. 2005

ARNOLD JUNIOR, Harry L; ODOM, Richard B; JAMES, Willian D.. Doenças da pele

Dermatologia Clínica . 8.ed. São Paulo: Manole, 1994. 1124p.

BECHELLI, Luis Marino. Compêndio de Dermatologia.6. ed. São Paulo: Atheneu, 1988.

664p.

BONDI, Edward E.; JEGASOTHY, BRIAN V.; LAZARUS, Gerald S. Dermatologia:

diagnóstico e tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

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ANEXO II

TERMO DE CONSENTIMENTO

CÔMITE DE ÉTICA EM PESQUISA – CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

APLICAÇÃO DA CORRENTE MICROGALVÂNICA EM ESTRIAS ATRÓFICAS

Responsáveis: Mary Aparecida Soares Pinheiro Profª Ms. Katiuscia Rosette Scasni Menon O abaixo-assinado declara que é de livre e espontânea vontade que está participando como

voluntário do projeto de pesquisa supracitado, de responsabilidade de Mary Ap. Soares

Pinheiro, acadêmica e da docente orientadora Profª Ms.Katiuscia Rosette Scasni Menon.

O abaixo-assinado está ciente que:

I - O objetivo da pesquisa é verificar os efeitos das aplicações da corrente microgalvânica

em estrias.

II. - Durante o estudo, deverão ser feitas 10 aplicações.

III - Fica aqui declarado, que a paciente está de acordo e esclarecida sobre como proceder

no período da aplicação do tratamento:

- Não tomar sol,

- Não realizar outro tratamento para estrias.

- Não faltar às aplicações

- Somente um lado será tratado, sendo o outro para análise comparativa, levando em

consideração que as estrias têm características de bilateralidade.

IV – A participação neste estudo poderá (ou não) acarretar benefício terapêutico, pois

somente um dos lados acometidos será tratado, permanecendo o outro lado da lesão

utilizado como controle, para posterior análise comparativa, não se comprometendo a tratar

o outro lado após o término das aplicações.

V - Será submetido antes e após dois e três meses, as fases do estudo a uma sessão de

fotografias para a análise comparativa.

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VI - Obteve todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a

participação do referido ensaio clínico.

VII - Está livre para interromper a participação no ensaio clínico a qualquer momento,

desde que explique o motivo para tal.

VIII - Caso surja alguma intercorrência, deverá procurar o serviço de Pronto Socorro do

HUSF.

IX - Poderá contactar o Comitê de Ética em Pesquisa para apresentar recursos ou

reclamações em relação ao ensaio clínico

X - É condição indispensável para participação no ensaio clínico que esteja em boa saúde,

e, portanto, não esteja no momento sob tratamento médico, estético ou fazendo uso de

quaisquer drogas ou medicações.

XI - Poderá contactar o responsável pelo estudo, sempre que necessário pelo telefone.

Bragança Paulista,........ de.................................de 2007.

Voluntário:

Nome: ______________________________________________________________

Idade: __________________

RG: ___________________

Endereço: ___________________________________________________________

_________________________________

Voluntário

Responsáveis:

______________________________________ Mary Aparecida Soares Pinheiro ___________________________________ Katiuscia Rosette Scasni Menon

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ANEXO III

FICHA DE AVALIAÇÃO CORPORAL Dados Pessoais - Nome: ______________________________________________ Data: ______ - Data de nascimento: ______________ - Sexo: ____________ - Estado civil: ____________________ - Endereço: ________________________________________________________ - Telefone: ________________________________________________________ - Profissão: _______________________ Raça: _____________________ - Indicação: ___________________________ Queixa Principal: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Cor da pele: ( ) branca ( ) parda ( ) negra ( ) amarela Ano da menarca:___________ Números de gestações: ___________ Mudanças Observadas: ______________________________________________ Atividade física: ________ Qual: ________________________ Dias da semana: _______________ Medicamentos à base de corticóide:_____________ ( ) anti-histamínico ( ) esteróides ( ) antiinflamatórios Disfunção Hormonal: ___________________________________________________ Diabetes ( ) sim ( ) não Hemofilia ( ) sim ( ) não Transtornos circulatórios e/ou cicatrização: _________________________________ Propensão a quelóides: ( ) sim ( ) não

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Doença de pele: ________________________________________________________ Alergias: ( ) corrente elétrica ( ) outros produtos Tratamentos anteriores: _________________________________________________ Resultado do tratamento: ________________________________________________ Caracterização do quadro: Aparecimento das estrias: ( ) adolescência ( ) gravidez ( ) obesidade ( ) medicamento Coloração inicial: ( ) vermelha ( ) violácea ( ) branca Coloração atual: ( ) vermelha ( ) violácea ( ) branca Aspecto macroscópico: ( ) depressão Localização: ( ) abdome ( ) seios ( ) coxas ( ) flanco ( ) glúteos Sensibilidade Dolorosa ao estímulo: Tipo de dor Data Sensibilidade (0-5) Pontada Queima/arde Irritante Cruel/Castigante Latejante Cortante Aflitiva Assustadora (0) sem dor (1) fraca

(2) desconfortável (3) angustiante (4) horrível

(5) torturante

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ANEXO IV

Avaliação do grau de satisfação das pacientes

Com relação ao tratamento das estrias os resultados obtidos foram:

( ) sem resultado

( ) resultado satisfatório

( ) resultado excelente

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ANEXO V

Enquete avaliativa do aspecto das estrias por três avaliadores convidados do Curso

de Fisioterapia da Universidade São Francisco

* Em relação às fotos apresentadas observar e comparar os resultados obtidos no tratamento

de estrias:

Nº__________________________

1.2 ( ) sem resultado ( ) resultado satisfatório ( ) resultado excelente

1.2 Melhor: P( ) S( )

2.3 ( ) sem resultado ( ) resultado satisfatório ( ) resultado excelente

2.3 Melhor: P( ) S( )

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ANEXO VI

TABELA 1: Classificação do Fototipo Cutâneo: (FITZPATRICK, 1988)

TIPO DA PELE COR DA PELE REAÇÃO À EXPOSIÇÃO SOLAR I Claro Sempre queima e nunca bronzeia II Claro Sempre queima e bronzeia pouco III Claro Queima e bronzeia pouco IV Moreno-claro Raramente queima , bronzeia com facilidade V Moreno Queima muito raramente, bronzeia facilmente VI Negro Não queima, bronzeia facilmente