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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU André Luiz Lacerda Souza CORPO DA MULHER OBESA: UM OLHAR SOBRE A PERCEPÇÃO DA DIMENSÃO CORPORAL São Paulo-SP Novembro/2013

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

André Luiz Lacerda Souza

CORPO DA MULHER OBESA: UM OLHAR SOBRE A PERCEPÇÃO DA

DIMENSÃO CORPORAL

São Paulo-SP

Novembro/2013

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

André Luiz Lacerda Souza

CORPO DA MULHER OBESA: UM OLHAR SOBRE A PERCEPÇÃO DA DIMENSÃO CORPORAL

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu para análise da Banca examinadora como requisito à obtenção do título de Mestre em Educação Física.

Área de Concentração: Promoção e Prevenção em Saúde Orientadora: Profª. Dra. Eliane F. Gama

São Paulo-SP

Novembro/2013

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Souza, André Luiz Lacerda

S729c Corpo da mulher obesa : um olhar sobre a percepção da dimensão

corporal / André Luiz Lacerda Souza. - São Paulo, 2013.

87 f. : il. ; 30 cm.

Orientadora:Eliane Florencio Gama.

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São

Paulo, 2013.

1. Imagem corporal. 2. Obesidade. 3. Percepção. I. Gama, Eliane

Florencio. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação

Stricto Sensu em Educação Física. III. Título

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da

Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecário: Ricardo de Lima - CRB 8/7464

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Dedico este trabalho à minha esposa e meus filhos, mas faço uma dedicação especial àquela que foi a principal responsável pela minha existência, aquela que pegou em minhas mãos me ensinando a dar os primeiros passos, aquela que foi a minha primeira professora, aquela que nas horas mais difíceis tinha a palavra certa, aquela que me deu o maior exemplo de cristianismo, amando ao próximo e abrindo mão de sua vida em prol dos outros!

Para você mãe!

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AGRADECIMENTOS

Como sempre digo no meu cotidiano, a gratidão talvez seja um dos principais valores do ser humano, por isso quero neste momento AGRADECER às muitas pessoas que me auxiliaram nessa caminhada.

O ser humano é extremamente mutável e a cada momento que vive algo é acrescentado em sua vida, portanto não posso esquecer-me de externar o meu agradecimento aos vários professores que tive ao longo da vida, começando pelos professores da Escola Branca de Neve em Vitória da Conquista, passando pelos profissionais da Escola Estadual Antônio Figueira, Colégio São Norberto, Escola Estadual Francisco Sá, Colégio CB-MOC, na cidade de Montes Claros, Escola Agrotécnica Federal em Salinas e finalizando a Universidade Federal de Viçosa.

Em toda história, sempre existem as pessoas marcantes que de uma forma ou de outra auxiliam na sua caminhada, por isso não posso deixar de manifestar o meu agradecimento a Tia Inês, a Osvaldo e àquele que com suas atitudes fez ao longo de minha formação o papel de um Pai, obrigado ―Tiniano‖. Diante desse sentimento familiar não posso deixar de citar Maíra, Talita e Vinícius, meus irmãos de coração.

Deus nunca é injusto, às vezes nos faz passar por provações para vermos o tamanho de sua grandeza. Quando estive abandonado pelo meu pai biológico, ele encaminhou na minha vida alguém para me orientar, alguém que diz para todo mundo que sou seu irmão. Na nossa trajetória quantas alegrias! Não quero lembrar as tristezas. A você Bil, meus eternos agradecimentos, pois quando ninguém acreditava que eu poderia chegar a algum lugar, você sempre acreditou, incentivou e me fez chegar. Essa vitória também é sua meu irmão.

Na bíblia, em Gênesis 2:24 é dito ―Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne‖. Nessa caminhada, Deus encaminhou você Marlene, que me acompanha nesses últimos 20 anos, me auxiliando, dividindo os momentos bons e ruins, tendo paciência e doando seus esforços para que eu possa trilhar o meu caminho no âmbito do saber. Muito, Muito Obrigado.

Na ordem natural da vida cabe aos pais orientar e ensinar aos seus filhos, mas nem sempre isso é respeitado: meus filhos são constante objeto de muito ensinamento na minha vida e também de muito orgulho. Obrigado Marlon, pelo companheirismo, por acreditar em mim. Obrigado Myrella pelos constantes exemplos de dedicação e responsabilidade que você me transmite a cada dia de sua existência. Quero que saibam que somando os valores de um mais os do outro, o resultado é FILHOS MARAVILHOSOS.

Quero registrar o meu agradecimento a duas pessoas muito especiais: tia Délia e tio Dezinho. Mesmo o destino nos separando por muitos anos, quando precisei de vocês não titubearam e me acolheram. Acolhida que serviu para me mostrar como é bom conviver com vocês. A cada dia que chegava da faculdade, recebia de vocês um carinho tão grande que me fez lembrar o tempo todo da minha mãe. Obrigados tios.

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Toda caminhada tem um início e neste momento, quero agradecer a uma pessoa que acreditou que eu poderia um dia alçar voos mais altos na Educação Física, a você João Carlos Bouzas Marins, obrigado pela oportunidade de ter sido o seu primeiro monitor na disciplina Fisiologia do Exercício. Saiba que isso foi fundamental para eu galgar no campo do conhecimento dessa profissão. No percurso dessa caminhada, tive outras pessoas importantes que não poderiam faltar nesses agradecimentos, meu cunhado, Carlinhos e família, a todos da Clinica Operar que abriram suas portas no desenvolvimento da minha pesquisa e ainda minha prima Marilza e seu esposo Olinto, e minhas primas Cida e Dany, esta família que sempre me oferecem seus préstimos, me apoiando incondicionalmente e acreditando em meus esforços, obrigado! Baixinha.

Bom, está chegando a hora de finalizar os agradecimentos. Se na caminhada do saber existe o início, o meio e o fim, não poderia deixar de externar os meus mais gratos e sinceros agradecimentos aos funcionários da USJT. E a você que já na entrevista de seleção acreditou no meu potencial, obrigado professora Doutora Eliane Florencio Gama, pelos ensinamentos, pelos conselhos, pela compreensão e principalmente por ter me levantado quando eu achava que já não mais era capaz de andar. Hoje acredito que não sou capaz apenas de andar, mas de CORRER uma maratona estando de seu lado para me guiar. Você é um exemplo de dedicação, compreensão, ensinamento, profissionalismo e amizade.

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UM DIA VOCÊ APRENDE

Um dia você aprende que... Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nemSempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você é na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que você mesmo pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.

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Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.

Willian Shakespeare

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CORPO DA MULHER OBESA UM OLHAR SOBRE A PERCEPÇÃO DA

DIMENSÃO CORPORAL

RESUMO

De acordo com os números alarmantes de pessoas obesas no mundo, a obesidade vem sendo tratado pelos órgãos de saúde como uma epidemia mundial. Diante disto varias proposta de auxilio no tratamento da obesidade vem sendo desenvolvido, como por exemplo as intervenções cirúrgicas, contudo nota-se a necessidade de outros estudos para dar suporte na eficácia do tratamento, podendo aqui ser sugerido a necessidade de conhecer as características perceptuais que o obeso tem sobre o aspecto dimensional do seu corpo. Diante disto o presente trabalho objetivou determinar o perfil da percepção da dimensão corporal e a satisfação com o seu corpo em mulheres que estão com indicação para o procedimento cirúrgico, a cirurgia bariátrica. Para tal foram escolhidos de forma não probabilística, intencional, 42 pacientes do sexo feminino, com idade entre 18 e 48 anos, candidatas à cirurgia bariátrica. As mesmas passaram por uma avaliação da Imagem corporal, utilizando como protocolo o teste de silhuetas de Kakeshita, também foi avaliado o índice de percepção corporal (IPC)através do procedimento de marcação do esquema corporal e utilizando de um questionário buscou-se caracterizar a amostra. Após a coleta de dados buscou-se fazer uma associação estatística entre a classificação do Índice de Massa Corporal (IMC) e o esquema corporal, também verificou-se a associação estatística entre o esquema corporal e a prática de atividade física anterior, assim como buscou-se a associação estatística do esquema corporal com a prática de atividade física atual, associação estatística do esquema corporal e a questão da sensação de dor e a associação estatística entre o esquema corporal e o início da obesidade. Para todas associações utilizou-se como ferramenta estatística o teste do qui-quadrado (χ2). Para a comparação das médias do IC atual e IC ideal utilizou-se do teste t de Student pareado. Para a análise de variância de medidas repetidas do IPC da estatura, IPC do ombro, IPCda cintura e do IPC do trocântere utilizou-se (ANOVA), seguido do teste de Bonferroni para os pares. Em todas as analises realizadas para verificar a existência de associação entre as variáveis, não foi observado qualquer tipo de associação, seja positiva ou negativa, contudo os resultados apontaram para a existência de evidências de diferenças significativas quanto à satisfação da imagem corporal atual e a imagem corporal Ideal dos avaliados. Em media as avaliadas tiveram um IPC de 107,90 ± 12,19,sendo assim, 54,8% das avaliadas podem ser classificadas como portadoras de um esquema corporal adequado, também foi observado que 31%, apresentam uma classificação do seu esquema corporal como hipoesquemático e 14,2%, foram classificadas como pessoas hiperesquemáticas. Conclusão: Mesmo apresentando o seu tamanho corporal aumentado, por causa da obesidade, a mesma não interferiu na capacidade de percepção da dimensão corporal. Quanto à satisfação com a imagem corporal 100% das avaliadas estão insatisfeitas com o seu corpo. Unitermos: Percepção Corporal – Imagem Corporal – Obesidade – Cirurgia Bariátrica

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WOMAN BODY OBESE A LOOK ON THE PERCEPTION OF BODY SIZE

ABSTRACT

Accordingly to the alarming number of fat people in the world, the obesity has been treated by the health institutions as a worldwide epidemic disease. Therefore several proposes of help in the treatment of obesity have been developed, e.g. chirurgical interventions, but it is perceived the need of other studies in order to give support in the efficacy of the treatments, and, in this perspective is possible to be suggested the necessity to know the perceptions characteristics that fat people have about the dimensional aspect of their own body. As a consequence of it, this present work aimed to determine the perception profile of body dimension and the satisfaction with the body in women that have got chirurgical procedure indication, the bariatric chirurgy. For those were chosen in non probabilistic way, intentional, 42 female patients, from 18 until 48 years old, candidates to bariatical chirurgy. They all passed trough an corporal image test, using as a protocol the Kakeshita`s exam of outline, also was tested the corporal perception index trough the procedure of corporal outline pointer and using a quiz were tried the characterization of the sample. After collecting data was done an statistic association between the Corporal Mass Index and the corporal outline, and was also verified the statistical link between the corporal outline and previous practice of physical activity, statistic association of the corporal outline and the question of pain feeling and the statistic association between the corporal outline and the beginning of obesity. For all the associations was used as statistical tool the ―qui-quadrado (x²)‖ test. For the comparison of the medium of the actual IC e the ideal IC was used the t test of student pareado. For the analysis of the variability of repeated measures of length`s IPC, shoulder`s IPC, waistline`s IPC were used ANOVA, followed by the Bonferroni test for the pairs. In all the analysis done to verify the existence of the association between the variables, were not observed any kind of association, positive or negative, although the results had pointed out for the existence of evidences of meaningful differences in the regard of actual corporal image satisfaction and the ideal corporal image of the patients. The patients had about 107,90 ± 12,19 IPC, in this way, 54,8% of the patients can be classified as bearer of adequate corporal outline, also was observed that 31% presented a classification of their corporal outline as hiposchematic and 14,2% were classified as hiperschematic. Conclusion: even presenting their body size increased, because of obesity, it did not interfered in the capacity of corporal dimension perception. Regarding the satisfaction with the body image 100% of the tested patients were not satisfied with their body. Keywords: Perception Body - Body Image - Obesity - Bariatric Surgery

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Representação cortical esquemática dos homúnculos sensitivo e motor Em A:observar a

representação cortical esquemática do homúnculo sensitivo e em B: observar a representação

cortical esquemática do homúnculo motor. Fonte: (www.brainconnection.com). ......................... 24

Figura 2: Avaliação do EC por meio do método de marcação do EC (Image Marking Procedure - IMP),

em que o sujeito projeta em uma plataforma, à sua frente, os pontos correspondentes ao estímulo

táctil do avaliador. Procedimento de marcação dos pontos percebidos no teste (Image Marking

Procedure - IMP). ................................................................................................................................. 39

Figura 3: Procedimento de marcação dos pontos reais no teste (Image Marking Procedure - IMP).

Observar a utilização doesquadro para determinar a posição exata do ponto projetado. .................. 40

Figura 4: Demonstrativo dos pontos anatômicos projetados no teste (Image Marking Procedure -

IMP). As etiquetas de corverde, preta e amarela correspondem a projeção dos pontos percebidos

pela participante e aetiqueta vermelha a projeção dos pontos reais, feitas pelo avaliador. ............... 40

Figura 5: Resultado final do teste ......................................................................................................... 41

Figura 6:Demonstrativo gráfico do teste de marcação do esquema corporal (Image Marking

Procedure - IMP)a linha vermelha (continua) representa o contorno reale a linha azul (tracejada) o

contorno percebida. ............................................................................................................................. 42

Figura 7: Escala de Figuras de silhuetas para adultos, feminino. Fonte Kakeshita (2008) .................... 44

Figura 8: Exemplos do teste do Exemplos do teste do(Image Marking Procedure - IMP)(Linha continua vermelha = contorno real; e Linha pontilhadaazul= contorno percebida). Em A exemplo de participante hipoesquemático, em B exemplo de participante adequado e em C exemplo de participante hiperesquemático. ............................................................................................................................................................. 61

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação do esquema corporal baseado em dados normativos de Segheto (2010) ...... 42

Tabela 2: Resultado do teste de normalidade das variáveis estudadas nas participantes.

“Kolmogorov-Smirnov” ........................................................................................................................ 45

Tabela 3: Valores da média, desvio padrão, mínimo e máximo da idade, estatura, peso e IMC das

participantes do estudo. ...................................................................................................................... 46

Tabela 4: Distribuição da frequência de inicio da obesidade de acordo com a faixa etária. ................ 52

Tabela 5 : Frequência das Atividades físicas praticadas pelas entrevistadas ........................................ 54

Tabela 6: Objetivos buscados pelas entrevistadas ao praticar atividade física .................................... 55

Tabela 7: Distribuição quanto a incidência de dor e a intensidade da mesma das participantes deste

estudo (auto relatada). ........................................................................................................................ 56

Tabela 8: Comparações do esquema corporal entre os segmentos corporais através dos dados do

teste de (Image Marking Procedure - IMP). ......................................................................................... 61

Tabela 9: Comparação estatística do teste de silhuetas de Kakeshita entre a IC atual e a IC ideal das

mulheres obesas. ................................................................................................................................. 62

Tabela 10: Resultado da associação entre o esquema corporal e o IMC das entrevistadas ................ 64

Tabela 11: Resultado da associação do esquema corporal e a prática de atividade física anterior das

entrevistadas ........................................................................................................................................ 66

Tabela 12: Associação entre esquema corporal e a prática de atividade física atual de mulheres

obesas. ................................................................................................................................................. 67

Tabela 13: Resultado da associação do esquema corporal e a sensação de dor das entrevistadas. .... 68

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Freqüência e Porcentagem dos participantes de acordo com a classificação do IMC pela

O.M.S. .................................................................................................................................................. 47

Gráfico 2: Freqüência e Porcentagem dos participantes de acordo com o nível de Escolaridade. ....... 49

Gráfico 3: Distribuição em percentual dos participantes profissionais consultados na orientação do

tratamento da obesidade ..................................................................................................................... 51

Gráfico 4: Frequência e porcentagem de atividades físicas procuradas pelos participantes no passado.

............................................................................................................................................................. 56

Gráfico 5: Frequência de incidência de dor sentida pelos participantes de acordo com a região

anatômica. ........................................................................................................................................... 57

Gráfico 6: Frequência de mulheres obesas com esquema corporal classificado como

hipoesquemáticos, adequados e hiperesquemáticos. ....................................................................... 58

Gráfico 7: Estatística descritiva do IPC da medida da estatura, largura dos ombros, cintura e .......... 60

Trocânteres, de mulheres obesas. ....................................................................................................... 60

Gráfico 8: Resultado da distribuição da satisfação com a IC a partir do teste de silhuetas, de mulheres

obesas. ................................................................................................................................................. 64

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LISTA DE ABREVIATURAS

ACMS – Colégio Americano de Ciência do Esporte

AF – Atividade Física

BN – Bulimia Nervosa

BSQ- Body Shape Questionaire

EC – Esquema corporal

EFS - Escala de Figuras de Silhuetas

AN – Anorexia Nervosa

IC – Imagem corporal

IMC – índice de massa corporal

IMP – Procedimento de marcação do esquema corporal

IPC – Índice de percepção corporal

OMS – Organização Mundial de Saúde

SA – Silhueta atual

SI –Silhueta ideal

TA - Transtorno alimentar

TCLE – Termo de Consentimento Livre Esclarecido

WHO -World Health Organization

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SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................................... 10

ABSTRACT ........................................................................................................................................... 111

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................................ 12

LISTA DE TABELAS ................................................................................................................................ 13

LISTA DE GRÁFICOS .............................................................................................................................. 14

LISTA DE ABREVIATURAS ...................................................................................................................... 15

1- INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 16

1.2 HIPÓTESES .................................................................................................................................. 20

1-3 OBJETIVO.................................................................................................................................... 20

1.3.1 - OBJETIVO GERAL ............................................................................................................... 20

1.3.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................... 20

2- REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................................................. 21

2.1 - ESQUEMA CORPORAL .............................................................................................................. 21

2.1.1 - CONCEITO .......................................................................................................................... 21

2.1.2 - ORGANIZAÇÃO NEUROLÓGICA DO ESQUEMA CORPORAL ................................................ 22

2.1.3 - AVALIAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL .............................................................................. 24

2.2 - IMAGEM CORPORAL................................................................................................................. 26

2.2.1 CONCEITOS .......................................................................................................................... 26

2.2.2 - ORGANIZAÇÃO NEUROLÓGICA DA IMAGEM CORPORAL .................................................. 28

2.2.3 - AVALIAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL ................................................................................ 29

2.3 - OBESIDADE ............................................................................................................................... 30

2.4 IMAGEM CORPORAL E OBESIDADE ............................................................................................ 31

2.5 - ESQUEMA CORPORAL E OBESIDADE ....................................................................................... 32

2.6 - TRATAMENTO DA OBESIDADE.................................................................................................. 33

3- METODOLOGIA............................................................................................................................. 37

3.1 - PARTICIPANTES ........................................................................................................................ 37

3.2 PROCEDIMENTOS ....................................................................................................................... 37

3.3 QUESTIONÁRIO: ......................................................................................................................... 38

3.4 ACURÁCIA DA PERCEPÇÃO DA DIMENSÃO CORPORAL (ESQUEMA CORPORAL) ........................ 38

3.5 - AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA ............................................................................................... 42

3.6SATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL (IC) ............................................................................ 43

3.7 - TRATAMENTO ESTATÍSTICO ..................................................................................................... 44

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4- RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................................... 45

4.1 - CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA.............................................................................................. 45

4.2- ÍNDICE DE PERCEPÇÃO CORPORAL (IPC) ................................................................................... 57

4.3. DESENHO DO IMP – ANÁLISE QUALITATIVA .............................................................................. 61

4-4 SATISFAÇÃO COM A SILHUETA CORPORAL ................................................................................ 62

4-5 ASSOCIAÇÃO ENTRE IPC E AS OUTRAS VARIÁVEIS ..................................................................... 64

5- CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 69

6- REFERÊNCIABIBLIOGRÁFICA ......................................................................................................... 71

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1- INTRODUÇÃO

As mudanças nos hábitos diários do ser humano, ocorrida após a Revolução

Industrial, e o desenvolvimento tecnológico facilitaram a rotina diária, tendo um

menor dispêndio energético, juntamente com a alteração dos hábitos alimentares,

causando assim uma população mais obesa. Para a Organização Mundial de Saúde

- OMS (2006), existem mais de 1 bilhão de pessoas obesas no mundo. Dessas,

aproximadamente 300 milhões apresentam uma obesidade clínica, IMC maior que

30 Kg/m². Essas taxas crescem mais nos países em desenvolvimento que nos

desenvolvidos, portanto é um fato que atinge diretamente a população brasileira.

Segundo Santos (2011) nas últimas três décadas – de 1980 a 2008 –

a obesidade quase dobrou no mundo, afetando hoje cerca de 205 milhões de

homens (9,8%) e 297 milhões de mulheres (13,8%), ou seja, mais de meio bilhão de

adultos acima de 20 anos. Esses percentuais são considerados alarmantes, uma

vez que, em 1980, estavam em 4,8% (homens) e 7,9% (mulheres).

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010) apontam que:

―o excesso de peso em adultos vem aumentando continuamente desde meados da década de 1970 e, no momento, é encontrado em cerca de metade dos brasileiros. Nos últimos seis anos (comparando resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 com os da POF 2002-2003), a frequência de pessoas com excesso de peso aumentou em mais de um ponto percentual ao ano, o que indica que, em cerca de dez anos, o excesso de peso poderia alcançar dois terços da população adulta do Brasil, magnitude idêntica à encontrada na população dos Estados Unidos”.

Para Stenzel (2003) o corpo obeso já foi tido como padrão de beleza, para tanto,ser

belo significava ter formas arredondadas e proeminentes, contudo no início do

século XIX esse padrão sofreu mudança, tendo uma inversão nos valores onde o

belo passou a ser sinônimo de magro. O mesmo autor ressalta a dificuldade de

separar os conceitos de feio/a, belo/a; gordo/a, magro/a e vice versa, pois os

mesmos andam juntos no percurso da história.

Matos; Zoboli e Mezzaroba (2012 p. 7) coloca o corpo em grande evidência quando

diz:

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―o corpo nos permite sentir, pensar e agir. O sentir, o pensar e o agir, caracterizam a existência e a vida humana, essa tríade, no entanto, não se dá de modo fragmentado e linear, mas sim, através de uma rede complexa de interações que se dão na dimensão corporal humana. Pelo corpo eu percebo, pelo corpo eu analiso e por meio dele eu coexisto no mundo”.

Considerando a importância do corpo para a interação social, provocada pela

percepção e manifestação das ações interpessoais de um ser humano,Nogueira,

Loureiro e Santos (2002) concluem que as mulheres obesas apresentam

dificuldades de expressar, simbolicamente, sua vivência corporal, sugerindo a

presença de indicadores de sentimentos de inferioridade, descontentamento e

preocupação com o corpo e a beleza.

Nesta mesma linha de pesquisa sobre a interação sociocultural da mulher obesa,

Silva e Lange (2010) apontam em seu estudo que é comum encontrar nas

mesmas,aspectos psicológicos negativos, tais como: baixa autoestima, ansiedade,

angústia, agressividade, tristeza, compulsão, negação e insatisfação com a imagem

corporal.

Sudo e Luz (2010) ainda aponta para as várias conotações que pode ser dada ao

corpo quando o autor defende que o mesmo é polissêmico e constitui-se em objeto

da história, das ciências biológicas e humanas, privilegiado pela possibilidade de se

estudar as conexões entre as ordens biológicas, sociais e culturais.

As relações de interação interpessoal e intrapessoal com a sociedade e com o

universo formam uma representação figurada na córtex cerebral do corpo humano,

sendo a mesma uma sensação única de interação com o meio, onde Tavares

(2003), define esta figuração como imagem corporal.

De acordo Tavares et al. (2010) as pesquisas sobre imagem corporal se iniciaram no

começo do século XX, quando se relata os inícios dos estudos sobre percepção

corporal, apontando ainda que os mesmos aborda o tema em duas dimensões: a

dimensão atitudinal e a perceptiva, que é mais voltada para o aspecto dimensional.

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No Brasil, tem aumentado a produção científica sobre imagem corporal. Uma

pesquisa no portal de periódicos da Capes com os indexadores ―imagem corporal‖

revelau ma produção de 219 trabalhos entre os anos de 2008 aos dias atuais, dos

quais a grande maioria avaliou as questões atitudinais da imagem corporal e

nenhum trabalho avaliou a questão dimensional da imagem corporal estes dados

vem corroborar com os dados encontrados por Tavares et al. (2010).

Gorman (1965) aborda que a percepção do corpo vem sendo estudada desde

século XVI, quando o militar francês Ambroise Paré(1510-1590) iniciou seu estudos

sobre membros fantasmas, ou seja a pessoa continuava a sentir um membro já

amputado. Corroborando com esse estudo, o médico escocês Willian Porterfield

relatou sua própria experiência ao descrever sensações de dor e coceiras de um

membro que já havia sido amputado há anos. Em 1871,o médico americano Silas

Weir batizou estas dores, coceiras e outras sensações em membros já amputados

de ―dores fantasmas‖ que segundo o autor constatou que à medida que o tempo

passava essas sensações de dor iam se atenuando. O referido autor acrescentou

importantes contribuições neste campo de pesquisa (CAMPANA e TAVARES,

2009).

Hilbert, Tuschen-Caffier (2003) apud Costa (2008), cita que os indivíduos com

transtornos alimentares, anorexia e bulimia, têm uma distorção da percepção do

tamanho do corpo na sua forma e peso, e que indivíduos com transtorno de

compulsão alimentar, obesos, também apresentam uma preocupação quanto à

forma e o peso corporal, apresentando normalmente um maior índice de insatisfação

com o seu próprio corpo.

Segundo Glucksman e Hirsch (1969), participantes obesos tendem a superestimar o

tamanho do seu corpo durante a fase de perda de peso e após a mesma,

manifestando assim um ―tamanho de corpo fantasma‖, ou seja, mesmo perdendo

peso, os mesmos se percebem como se não tivessem perdido. Acredita-se que esse

fato ocorra pela falta de adaptação neurológica na mesma velocidade da perda de

peso.

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As informações sobre a percepção do corpo superestimado após a perda de peso,

―tamanho de corpo fantasma‖, também é relatado em estudo de Sarwer et al.(2005),

na ocasião o referido autor chamou o fenômeno de ―gordura fantasma‖ ou ―Imagem

Corporal Vestigial‖, demonstrando assim uma tendência neurocognitiva do obeso

após a perda de peso para esse quadro.

Para Guardia et al. (2013) a cirurgia bariátrica muitas vezes produz rápida e maciça

perda de peso corporal, o que pode afetar a capacidade do paciente para avaliar sua

forma no novo corpo. Embora os sujeitos tenham ciência da perda de peso, eles

continuam a sentir-se obesos, como se houvesse um conflito entre o esquema

corporal anterior e a nova forma corporal adquirida, sugerindo que a rapidez da

perda de peso do sujeito não era acompanhada pelo sistema nervoso central de

modo a atualizar corretamente o esquema corporal. Diante dessa exposição,

questiona-se:essa distorção do tamanho dimensional surgiu somente após a cirurgia

ou os sujeitos obesos já apresentavam distorção na percepção corporal?

Segundo Thurm (2012) em estudo objetivando traçar o perfil de pacientes com

transtorno alimentar, TA, a maioria dos participantes se percebem maiores do que

realmente são (hiperesquematia), contudo a autora aponta para uma tendência de

pessoas com bulimia nervosa ainda se perceberem com maior distorção da

percepção da dimensão corporal do que o grupo de anorexia nervosa AN.

Diante disso e de acordo com Catallan-Matamoros et al.(2011), que sugerem a

importância de desenvolver em pacientes com um transtorno alimentar, trabalhos

que desenvolvam a percepção corporal dos mesmos (uma vez que isso apresenta

um efeito positivo no tratamento, servindo como auxílio na fidelização ao mesmo)

aparece o questionamento quanto ao perfil da percepção corporal em obesos. Existe

um perfil de percepção da dimensão corporal que seja característico de pessoas

obesas?

Portanto, este trabalho objetivou determinar o perfil da percepção do tamanho

corporal e a satisfação com o seu corpo dos participantes que passarão por um

procedimento cirúrgico, a cirurgia bariátrica.

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1.2 OBJETIVO

1.2.1 - OBJETIVO GERAL

O objetivo desse trabalho foi determinar as características da percepção da

dimensão corporal e a satisfação com o seu corpo em participantes que passarão

por um procedimento cirúrgico, a cirurgia bariátrica.

1.2.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar o nível de satisfação com a silhueta corporal (imagem corporal);

Identificar e classificar a percepção da dimensão corporal (esquema corporal);

Identificar e classificar o IMC dos participantes avaliados;

Correlacionar a percepção da dimensão corporal e a satisfação com a própria

silhueta;

Observar a associação entre a percepção da dimensão corporal e o índice de

massa corporal.

Observar a associação entre a percepção da dimensão corporal e a prática de

atividade física anterior.

Observar a associação entre a percepção da dimensão corporal e a prática de

atividade física atual.

Observar a associação entre a percepção da dimensão corporal e o período

de início da obesidade.

Observar a associação entre as variáveis, insatisfação com a IC e o início da

obesidade.

Caracterizar o perfil das mulheres com indicação de cirurgia bariátrica.

1-3 HIPÓTESES

As participantes avaliadas não estão satisfeitas com sua imagem corporal;

As candidatas à cirurgia bariátrica possuem uma distorção na acurácia da percepção

da dimensão corporal;

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Quanto maior o IMC maior será a distorção da percepção corporal;

As participantes que tiveram início de sua obesidade na infância tem uma melhor

percepção da acuráciada dimensão do corpo;

As participantes que tiveram início de sua obesidade na infância tem uma melhor

satisfação com a sua imagem corporal;

As participantes que praticaram e praticam atividades físicas terão uma melhor

acurácia na percepção da dimensão do corpo.

2- REVISÃO DE LITERATURA

Uma boa forma de começar a descrever sobre um assunto é conceituando o

mesmo, evitando assim uma má interpretação do que está sendo descrito. Tratando-

se de Imagem Corporal e Esquema Corporal, acredita-se ainda mais nesta

necessidade, afinal não é incomum perceber na literatura a utilização trocada destes

conceitos seja na neurologia, psiquiatria, medicina psicossomática, psicoterapia ou

na Educação Física. Diante disso apresentar-se-á uma série de conceitos sobre

esses temas.

2.1 - ESQUEMA CORPORAL

2.1.1 - CONCEITO

Buscando auxílio na etimologia da palavra Schema, percebe-se que a mesma

significa uma representação gráfica. Associando a palavra esquema ao termo

corporal pode se chegar à conclusão de que esquema corporal é a consciência ou a

representação no córtex cerebral que o indivíduo tem do seu próprio corpo e de suas

partes.

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Segundo Olivier (2004), o termo ―esquema corporal‖ foi utilizado pela primeira vez

pelo médico Francês Pierre Bonnier, em 1905, concebendo-a como sendo a soma

de todas as sensações vindas de fora e de dentro do corpo.

Para Vallar e Rode (2009), esse termo ―esquema corporal‖ surgiu quando Bonnier,

em 1905, desenvolvia seus trabalhos sobre os distúrbios do sistema vestibular e

constou em seus relatórios a introdução do termo ―esquema corporal‖ para denotar

uma representação do corpo, com característica espacial, preocupado com a

orientação e localização, compartilhada pelas diferentes modalidades sensoriais.

Furlan, Moreira e Rodrigues (2008) definiu esquema corporal como uma

organização neurológica das diversas áreas do corpo dentro do sistema nervoso

central, apontando ainda que, após o nascimento vai sendo construído no córtex

cerebral o esquema corporal, cabendo ao mesmo orientar os movimentos das partes

do corpo.

Para Le Boulch (1982),Holmes e Spencer (2004) e Freitas (2004) o EC é uma

estrutura neuromotora que apresenta um caráter plástico, pois à medida que o

indivíduo é exposto à novas situações ele é capaz de, por meio de uma

reestruturação, desenvolver respostas adequadas aos novos estímulos.

2.1.2 - ORGANIZAÇÃO NEUROLÓGICA DO ESQUEMA CORPORAL

O processo da percepção corporal de modo geral inicia-se com os estímulos

captados e transformadosem impulsos nervosos. Os mesmos são transmitidos até

o córtex. No córtex as informações serão integradas, interpretadas, comparadas e

assim será elaborada uma resposta adequada (GUYTON E HALL, 2002).

Segundo Machado (1999) o córtex se organiza em duas áreas, uma área de

projeção e outra de associação. A área de projeção está diretamente ligada com as

áreas da sensibilidade e motricidade, já a segunda, área de associação, por ter

ligação com vários locais dentro do sistema nervoso torna-se responsável pelas

funções psíquicas complexas.

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Diante disso, o sistema nervoso central é o responsável pelo processamento,

interpretação, comparação e elaboração de uma resposta apropriada ao estímulo .

Para desenvolver essa função existe uma organização funcional que é subdividida

em áreas primárias, secundárias e terciárias.

As áreas de projeção primária estão relacionadas diretamente com a sensibilidade e

a motricidade. Aparte motora localiza-se no giro pré-central com extensão da

área da representação cortical do segmento dependendo da delicadeza e

refinamento dos grupos musculares que essa região coordena, não do

tamanho do segmento. Já aparte dedicada à sensibilidade se distribui em diversos

lobos corticais aferentes recebidos do meio.

O esquema corporal é uma organização neurológica das diversas partes do corpo

que inicialmente pode ser determinado biologicamente e já após o nascimento

começa sofrer alterações em decorrência da interação do sujeito com o meio.

Percebe-se aqui a importância da captação de estímulos, sejam eles visuais,

vestibulares, proprioceptivos ou somatosensorial, uma vez que são essas interações

que vão promover a estruturação do esquema corporal que se localiza em um

território entre as principais áreas de sensibilidade que corresponde ao giro supra-

marginal e regiões adjacentes (MACHADO, 1988 p 222).

A interação entre o ser humano e o meio ocorre dentro de uma organização

sistemática, sendo que primeiramente ocorre um estímulo e em seguida este

estímulo é percebido e conduzido pelas vias aferentes, chegando até o córtex

cerebral. No córtex cerebral vai ser formada uma representação gráfica chamada de

somatotopia. O arranjo somatotópico de projeções somatosensoriais no córtex é

chamado de homúnculo sensitivo e a organização somatotópica do córtex motor, de

homúnculo motor. As informações somatosensoriais são utilizadas para o controle

motor,na coordenação manual e visual e na memória relacionada à experiência tátil.

Dessa forma, existe uma inter-relação entre as funções somatosensoriais e motora

do córtex (MACHADO,1999; KANDEL, SCHWARTZ E JESSEL,2003) .

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Figura 1: Representação cortical esquemática dos homúnculos sensitivo e motor Em A:observar a representação cortical esquemática do homúnculo sensitivo e em B: observar a representação cortical esquemática do homúnculo motor. Fonte: (www.brainconnection.com).

Para Machado (1999),é na região temporoparietal do córtex cerebral que ocorre a

percepção do corpo quanto aos seus segmentos e a interação deles com os

objetos. As interações podem ocorrer entre três níveis de espaço, sendo eles:

Espaço pessoal, espaço peripessoal e espaço extrapessoal.

Berti, Cappa e Folegatti (2007)define o espaço pessoal como o espaço que contorna

seu próprio corpo, ou seja, sua superfície corporal; já espaço peripessoal, o autor

define como todo o espaço que esteja ao alcance das mãos e o espaço

extrapessoal, aquele que está além do alcance dos seus membros.

2.1.3 - AVALIAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL

Em estudo desenvolvido por Thurm et al. (2011), realizaram uma revisão sobre os

métodos de avaliação da percepção corporal envolvendo sua abordagem

dimensional, nas bases de dados Medline, Bireme, EBSCO e SCOPUS

considerando o período de 1975 a 2010, foi encontrado apenas quatro métodos que

avaliam e quantificam o índice de percepção da dimensão corporal.

Os procedimentos que avaliam o esquema corporal, de forma quantitativa

encontrado por Thurm et al. (2011) são: 1º . Movable caliper procedure, 2º Visual

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size estimation procedure , 3º Kinesthetic size estimation apparatus – KSEA e o 4º

Image marking procedure. Em síntese os três primeiros instrumentos têm uma forma

similar de avaliação, já que utilizam uma barra na horizontal e o avaliado vai

determinando a distância entre alguns pontos tocados, já o Image marking

procedure não utiliza a barra na horizontal e tem toda uma particularidade que será

explicitada na metodologia deste trabalho. Dentro dos 4 métodos encontrados o que

apresentou maior utilização nos artigos publicados foi o Image marking procedure

com 15 artigos utilizando esse método em sua metodologia.

A dimensão perceptiva da imagem corporal pode ser avaliada por métodos que

possibilitam a distorção do tamanho das dimensões do corpo, como aparatos

distorcivos, de manipulação de luzes e compassos ou por registro em molduras

ou folhas de papel. Esses métodos permitem estudar como o sujeito estima o

tamanho e a forma de seu corpo (BANFIELD E MCCABE, 2002).

Objetivando avaliar a questão dimensional do EC, o protocolo proposto por Askevold

1975, o Image Marking Procedure (IMP) tem mostrado uma grande aplicabilidade,

uma vez que o mesmo é de fácil aplicação, fácil interpretação e de custo muito

baixo.

No estudo feito por Slade e Russell (1973),foi desenvolvida uma possibilidade de

quantificar objetivamente a percepção corporal quando o referido autor desenvolveu

o Índice de Percepção Corporal – IPC. O índice de percepção do corpo é a razão

entre o tamanho da parte do corpo estimada ou percebida e o tamanho verdadeiro,

multiplicada por 100.

Segundo Campana e Tavares (2010 p 517):

― A pesquisa perceptiva, que foi a grande novidade, no Brasil e caiu em descrédito, mas se reergueu baseada na compreensão de que não se vê uma imagem pura e simples, mas um fenômeno que emerge da identidade corporal e da relação do sujeito com o mundo”.

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De acordo Pereira, (2012) a atividade física pode provocar adaptação na percepção

corporal, principalmente no aspecto dimensional, para tal sugestão a autora levou

em consideração que em um experimento realizado com um grupo de idosos,sendo

que os mesmos passaram por uma estimulação através de um programa de

exercícios ritmados durante 3 meses, e avaliando os resultados encontrados no pré

teste e pós teste houve uma melhora significativa na capacidade dos mesmo em

perceberem suas dimensões corporais.

Keizer et al (2013) apontam para a possibilidade de transtornos alimentares causar

alterações ―distorção‖ quanto ao esquema corporal, para tal inferência os mesmos

avaliaram dois grupo de pessoas, sendo um deles portadores de AN e o outro não

portador deste distúrbio alimentar, como teste foi solicitado que as pessoas

passassem por uma abertura e era observado o momento que o mesmo

começavam a girar o ombro. O resultado constatou que os participantes com AN e

os pacientes não portadores de AN tiveram comportamentos diferentes, pois, os

portadores de AN começaram a girar o ombro quando a abertura ainda era 40%

mais larga do que os seus próprios ombros, enquanto os não portadores de AN

começou a girar para aberturas de apenas 25% mais amplo do que os seus ombros.

Isto é indicativo de alteração no esquema corporal.

Corroborando que a atividade fisica pode influenciar no esquema corporal pode ser

citado o estudo de Gama et al (2009), quando os autores investigaram a influência

da natação no esquema corporal dos atletas e concluíram que a natação propicia

um aporte constante e intenso sobre a posição corporal (propriocepção), bem como

o estímulo táctil da água sobre toda a superfície corporal, que somados induzem

alterações na organização funcional do córtex somatosensorial do esquema

corporal, traduzidos como uma melhor percepção do corpo no espaço.

2.2 - IMAGEM CORPORAL

2.2.1 CONCEITOS

O termo Imagem Corporal comumente é utilizado como sinônimo de Esquema

Corporal ou até mesmo, invertendo os seus significados, sendo mais utilizadosnos

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estudos neurológicos e psicológicos, onde ocorrem também resistências a

determinadas definições e muitas confusões metodológicas e conceituais

(PAILLARD, 2001).

Tentando estabelecer uma conexão com o conceito de imagem corporal, propomos

a seguinte pergunta: como você se enxerga? Alto, baixo, magro, gordo, feio ou

bonito? Acredita-se que a resposta dada esteja diretamente ligada aos padrões

sociais colocados como o corpo ideal na atualidade, sofrendo assim uma forte

influência da questão cultural na avaliação. Na avaliação, emitiu-se um juízo de

valor para o corpo, podendo ainda dizer se está satisfeito ou não com o mesmo.

Bem ao final dessa revisão sobre IC chegará à conclusão que acabamos de ver o

conceito da mesma.

Segundo Keiser (2013) o termo imagem corporal sempre foi usado englobando tanto

o aspecto atitudinal, quanto o dimensional do esquema corporal. Havendo dessa

forma uma confusão com o conceito de percepção corporal, o somatório desses

conceitos chegará à definição de percepção corporal.

Para Schilder (1999), a primeira definição para IC que rompe as perspectivas

neurológicas foi dada por Paul Schilder, em 1935, na oportunidade ocorreu uma

interação de elementos conscientes e inconscientes. O referido autor destaca que a

IC não é apenas uma construção cognitiva, mas também uma representação de

desejos pessoais, emoções e interação com meio social.

Segundo Thurm et al. (2011 p312), ― A imagem corporal corresponde ao

componente atitudinal e se refere a aspectos cognitivos, atribuições, crenças e

expectativas do sujeito em relação ao seu corpo e ao estado emocional proveniente

dele” .

Para Thompsom (2004) a IC nada mais é do que o estabelecimento de uma

avaliação subjetiva do seu corpo gerando um julgamento de valores e questões

psicossociais. Mais uma vez vemos a interligação do conceito de IC com os valores

estabelecidos socialmente, percebendo que a cultura pode definir na avaliação

pessoal na satisfação ou não com o seu corpo.

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A posição de Lewis e Scannell (1995) quanto ao conceito de IC não difere muito

dos conceitos anteriormente apresentados, porém o mesmo destaca que a

representação subjetiva é formada a partir de estímulos visuais, cinestésicos e táteis

e que estão em constante mudança de acordo com o ambiente e porque não da

sociedade.

A imagem corporal é um complexo fenômeno que envolve aspectos cognitivos, afetivos, sociais/culturais e motores. Está intrinsecamente associada com o conceito de si próprio e é influenciável pelas dinâmicas interações entre o ser e o meio em que vive. O seu processo de construção/desenvolvimento está associado, nas diversas fases da existência humana, às concepções determinantes da cultura e sociedade. Na história ocorreram modificações das formas de apresentação e representação dessa imagem, com consequências notáveis na relação intra e extra-muros corporais (ADAMI et al. 2005, p 2)

Segundo Fernandes (2007), os conceitos dos seres humanos sobre estética e

beleza vêm influenciar na IC e nas relações interpessoais, havendo uma

discriminação aos indivíduos não atraentes e automaticamente um maior apoio e

aberturas para as pessoas atraentes causando, dessa forma, nas pessoas fora do

padrão social ansiedade e medo de rejeição social.

Kakeshita e Almeida (2006)infere que o ambiente sociocultural é uma das condições

determinantes para o desenvolvimento da distorção da IC. Damasceno e. al. (2005)

corrobora com essa visão e acrescenta que as distorções da imagem do corpo estão

diretamente relacionadas com a exposição de corpos bonitos pela mídia,

determinando nas ultimas décadas uma busca compulsiva pelo corpo ideal.

Diante do exposto não fica difícil de dizer que os dados que a IC é alterada ao longo

da vida, sofrendo constantes modificações resultantes do processo de interação

social e em cada momento específico vivido pelo ser humano, novos critérios vão

sendo criados para estabelecer uma IC ideal.

2.2.2 - ORGANIZAÇÃO NEUROLÓGICA DA IMAGEM CORPORAL

Segundo Berlucchi e Aglioti (2010) apud Thurm (2011) as regiões corticais

relacionadas com a construção da imagem corporal são distintas das áreas

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relacionadas para o esquema do corpo. No entanto, o esquema corporal e a

imagem corporal em conjunto, formam a consciência corporal, sendo que as áreas

corticais estão interligadas. Pode-se mencionar como as principais

áreas relacionadas à imagem corporal: a área pré-frontal e o sistema límbico, que

estão associados com componentes emocionais e cognitivo.

2.2.3 - AVALIAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL

É muito comum encontrar na literatura publicações abordando sobre a IC.

Normalmente os mesmos vêm associados a outros fatores como, por exemplo, a

faixa etária,transtornos alimentares ou gênero.

A avaliação na dimensão atitudinal ocorre normalmente através dos questionários e

entrevistas clínicas, avaliando os comportamentos, as emoções e as cognições do

sujeito a respeito de seu corpo e de sua aparência.

Na tentativa de elucidar quais os métodos são mais utilizados para avaliar a IC no

Brasil encontrou-se um estudo de Morgado et al. (2009)em queo mesmo descreve

uma busca realizada nas bases USP, Bireme, Medline, Lilacs e SciELO, e concluiu

que os mais utilizados são os métodos dos questionários, dando destaque ao

método Body Shape Questionaire (BSQ) e entrevistas semi estruturadas,

aparecendo também o método de silhuetas em destaque entre eles. Dentro do

método de silhuetas o método de Stunkardet al. (1983) é um dos mais utilizados.

No aprofundamento das buscas sobre os métodos utilizados para a avaliação da IC

chegou-se à descoberta do teste de silhuetas de Kakeshita (2008), quando a mesma

em sua dissertação de doutorado adaptou as Escalas de Silhuetas para crianças e

adultos de ambos os sexos, para aplicação na população brasileira. A autora

apontou que o método é fidedigno, preciso e confiável para essa finalidade.

Acrescentaria a esses atributos o fato do mesmo ter sido desenvolvido e validado

com a população brasileira o que pode o tornar mais específico para nossa

população.

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Avaliando os estudos publicados sobre percepção corporal percebe-se que a

mesma é estudada no âmbito da ciência do comportamento, psicologia ou nos

transtornos neurológicos. Para Carvalho et. al. (2009) o estudo da imagem corporal

não se restringe às patologias alimentares, apesar de ser no campo desses

transtornos que o estudo da imagem corporal foi ganhando espaço e maior interesse

de investigação.

2.3 - OBESIDADE

A obesidade vem sendo classificada como uma doença crônica de origem

multifatorial e tem sido objeto de estudo em várias produções científicas. A mesma é

definida como um acúmulo de gordura corporal além do padrão de normalidade e

normalmente vem associada ao desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas

(LABIB 2003; OLIVIERA et al., 2004).

Porto et al.(2002) estima que os EUA tenham gasto em 1990, 45,8 bilhões de

dólares no tratamento da obesidade e suas complicações, o que corresponde a 6%

do total gasto em saúde. No Reino Unido, cerca de 195 milhões de libras são gastas

no tratamento da obesidade. Na França, o custo estimado no tratamento da

obesidade em 1990 foi de 12 bilhões de francos franceses. No Brasil, segundo

dados do Ministério da Saúde (2013)revelam que o SUS gasta anualmente R$ 488

milhões com o tratamento de doenças associadas à obesidade. Assim, a obesidade

é um importante problema de saúde pública, principalmente se considerarmos as

possíveis complicações médicas e os custos relacionados ao tratamento.

Para a OMS (2004) diante do quadro que a mesma apresenta ela estaria

enquadrada como uma epidemia mundial, normalmente ligada a outras patologias

como diabetes e maior risco coronariano. Diante desta epidemia, vários têm sido os

tratamentos propostos para diminuir o número de obesos no mundo. Entre as

alternativas sugeridas, pode-se dizer que a cirurgia bariátrica, embora invasiva, tem

sido o meio mais eficaz (DELGADO E LUNARDI, 2011), pois segundo Silva et al.

(2011), os pacientes chegam a perder em média 43% do excesso de peso em 2

anos, sendo mais acentuada nos primeiros meses pós cirurgia.

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Buscando na literatura estudos que associam a obesidade e o distúrbio com a IC e

EC, percebe-se um grande número de trabalhos voltados para a IC, porém são

escassas as publicações que abordam sobre o EC(SARWER ET AL., 2005 p.71)

2.4 IMAGEM CORPORAL E OBESIDADE

Segundo Sarwer et al. (2005)a preocupação do obeso com sua imagem foi descrita

inicialmente na década de 60 por Stumkard e Mendelson, acreditando que o

distúrbio da imagem corporal fosse apenas presente nas pessoas que tiveram sua

obesidade antes da fase pré-púbere, aqueles que receberam avaliações negativas

da sua aparência pelos pais e irmãos e aqueles com uma presença de perturbação

emocional.

Sarwer et al. (2005) ainda coloca que socialmente o obeso tende a sofrer maior

discriminação, considerando que a obesidade é algumas vezes considerada como

falta de determinação e preguiça, podendo ser modificada caso haja uma ação

direta do sujeito sobre a mesma, em contrapartida outras formas de discriminação

não podem sofrer alterações pelo sujeito, como exemplo questões raciais.

Para Garner (1997) torna-se comum a insatisfação do ser humano com sua IC, o

que inicialmente foi mostrado ser uma exceção acreditando ser mais comum nos

casos citados acima, aqui já aparece como uma regra, uma vez que a maioria das

mulheres (56%) e quase metade dos homens (43%) estão insatisfeitos com sua

aparência geral. Dois terços das mulheres e mais da metade dos homens relatam

insatisfação com o seu peso corporal.

Queiroz (2008) descreve que a insatisfação com corpo tem sido freqüentemente

associada à discrepância entre a percepção e o desejo relativo a um tamanho ou

forma corporal e que esse desejo sofre interferência da mídia onde é exibido um

padrão de corpo perfeito. Assim o corpo surge como um referencial para a

identidade individual e social da pessoa.

Segundo Almeida, Loureiro e Santos (2002) existe uma busca das mulheres obesas

em melhorar sua aparência, o que seria alcançada através da perda de peso. Sendo

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assim o autor acima referido concluiu que a distorção da imagem corporal atual e

ideal pode estar associada a uma dificuldade da pessoa obesa em aceitar o seu

corpo como ele realmente é.

Bevilacqua, Daronco e Balsan (2012)aborda que a causa de aproximadamente 80%

das pessoas que estão insatisfeitas com a sua imagem corporal seja pela incidência

de sobrepeso ou obesidade. Associando a imagem corporal com a autoestima, o

autor aponta para uma tendência das mulheres com percepção de silhuetas atuais

reais menores apresentarem melhor autoestima.

Sarwer (2005) acredita na associação entre a insatisfação com a imagem corporal

nas mulheres obesas com níveis baixos de autoestima e aumento de incidência nos

quadros de depressão, além disso, é sugerido que a insatisfação com a imagem

corporal produz sofrimento significativo e comprometimento psicossocial.

Simonet al. (2008) mostrou um crescimento gradativo da depressão moderada ou

severa de acordo com o aumento do índice de massa corporal, que é um bom

indicador para definir estado nutricional.

Em estudo desenvolvido por Simon et al. (2008) foi observado que a depressão

moderada ou severa aumentou 6,5% entre participantes com índice de massa

corporal (IMC) de 25Kg/m² e 25,9% entre aqueles com IMC acima de 35. A

prevalência da obesidade é maior em pessoas que têm depressão moderada à

grave.

2.5 - ESQUEMA CORPORALE OBESIDADE

Marcuzzo, Pich e Dittrich (2012) defende que o desenvolvimento do esquema

corporal dos indivíduos obesos poderá intervir na capacidade de percepção de seu

corpo bem como na noção espacial, uma vez que o mesmo não reconhece o seu

tamanho corporal, fato esse que segundo o autor ficou comprovado quando

questionou aos participantes do seu estudo em que momento da vida deles se

perceberam obesos, e as respostas destoaram da realidade.

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Brum (2009) em um estudo que procurou avaliar o desenvolvimento motor de

crianças obesas descobriram que as crianças obesas apresentam um perfil motor

classificado como ―normal baixo‖ sendo que as áreas que apresentam maior

deficiência foram o equilíbrio, a organização temporal e o esquema corporal.

Viunisk (1999) avalia que a obesidade provoca um deslocamento do centro da

gravidade da pessoa, este deslocamento será posteriormente o responsável por

alterações ortopédicas. As alterações ortopédicas, por conseguinte causam uma

deficiência no equilíbrio. Com a alteração do equilíbrio e com a capacidade de

constante adaptação do esquema corporal o mesmo vem a ser alterado.

Segundo Witt, Proffitid e Epstein (2005) as alterações no corpo influenciam a

percepção das distâncias no espaço peripessoal. Em estudo realizado por

Stefanucci e Geuss (2009) o mesmo avaliou se a percepção do espaço extrapessoal

é influenciado pelo tamanho corporal, sendo assim o mesmo alega que as

dimensões do corpo desempenham um importante papel na escala de parâmetros

ambientais no espaço extrapessoal.

2.6 - TRATAMENTO DA OBESIDADE

Os hábitos de vida adotados pelo homem são amplamente influenciados pelo

ambiente obesogênico que seduz e induz por vários meios, a adoção de

comportamentos não saudáveis.

Swinburg, Egger e Raza (1999, p. 564) definem ambiente obesogênico como ―an

environment which is defined here as the sum of influences that the surroundings,

opportunities, or conditions of life have on promoting obesity in individuals or

populations. ”Assim, ambiente obesogênico diz respeito à influência que

oportunidades e condições ambientais têm nas escolhas, por parte dos indivíduos,

de hábitos de vida que promovam o desenvolvimento da obesidade.

Quando se fala de tratamento para a obesidade, existe um consenso geral sobre as

formas mais utilizadas com essa finalidade. Dentro dos métodos mais comuns temos

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a prática de atividade física, a utilização de dietas hipocalóricas, a utilização de

farmacoterapia, a associação de dois ou três dos métodos já citados e por último o

método invasivo de cirurgias de redução do estômago, a gastroplastia ou cirurgia

bariátrica.

A utilização de medicamentos para tratamento da obesidade foi durante muitos anos

duramente criticados pela grande maioria dos profissionais, inclusive a classe

médica. Na atualidade já é aceito tal procedimento em casos específicos de pessoas

que tem um IMC superior a 30 Kg/m² ou em pacientes cuja obesidade é tão

patológica, que o benefício supera as contra indicações dos mesmos (BARROS et.

al. 2008). O ACSM (2001) é favorável à utilização de farmacoterapia quando houver

indicação médica, porém o órgão defende que a combinação do mesmo com

atividades físicas e nutrição tem uma melhor resposta para o tratamento da

obesidade.

Segundo Fuchs, Wannmacher e Ferreira (2004) o Brasil é um dos maiores

consumidores de substâncias anorexígenas do mundo, e normalmente são

utilizadas sem orientação médica, sendo que os usuários acreditam que é a única

solução para sua obesidade, principalmente as que apresentam como novidade no

mercado.

Para Grahame-Smith e Aronson (2004), existem uma gama de inibidores de apetite

e eles são divididos de acordo com a sua forma de ação, sendo que todos agem no

sistema nervoso central. A divisão é feita com medicamentos que agem como

inibidores de apetite, medicamentos que alteram o metabolismo e medicamentos

que agem no sistema gastrointestinal,diminuindo a absorção de gorduras e atuando

como estimulante da saciedade.

Contudo, o tratamento da obesidade com farmacoterapia provoca uma série de

reações adversas, como erupções cutâneas ou urticárias, febre, excitação

neurológica, surto psicótico e comportamento violento; ideias suicidas ou homicidas.

Sendo as mais comuns a confusão mental ou depressão; Além disso, fadiga,

complicações cardiovasculares, inapetência/anorexia, náuseas, diarréia, boca seca,

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sangramento vaginal, cefaléia, insônia, rubor, taquicardia, hipertensão (FUCHS,

WANNMACHER E FERREIRA, 2004, KATZUNG, 2003, RANG ET AL. 2006).

Diante dessas reações adversas da farmacoterapia percebe-se a necessidade de

uma outra alternativa para perda de peso, recorrendo assim aos tratamentos

nutricionais com dietas hipocalóricas que segundo Paschoal (2004) foi há quarenta

anos que começou a ser dada maior ênfase à sua ação na saúde e enfermidades

crônico-degenerativas, como as doenças cardiovasculares, dislipidemias, diabetes

mellitus, diferentes tipos de câncer e obesidade.

Nunes et al. (2006) acreditam que o tratamento nutricional é a principal forma

terapêutica para combater a obesidade. O mesmo aborda que há diferentes tipos de

dietas, porém todas devem sustentar a perda de peso saudável e que promova

benefícios à saúde. Para tal, Bernadi,Cichelero e Vitolo (2005) estabelecem que as

mesmas devam observar as motivações psicológicas do indivíduo para o ato de

alimentar, como as implicações fisiológicas decorrentes da proposta dietética.

Pereira e Giarola (2010) corroboram com muitos estudos que defendem a utilização

da dieta hipocalórica para perda de peso, contudo o mesmo concluiu que a dieta é

eficaz no tratamento da obesidade, mas chama a atenção quanto à utilização sem o

acompanhamento profissional, uma vez que pode causar deficiência em algum

macronutriente essencial para a saúde.

O ACSM (2001) faz uma série de recomendações para as pessoas que querem

perder peso através de dietas e atividade física. Entre as principais pode citar um

balanço energético negativo, que é a combinação de redução no consumo de

energia e aumento de gasto de energia, através de exercícios estruturados e outras

formas de atividade física sendo que esse déficit de energia deve estar entre 500 -

1000 kcal por dia. Outra situação é a redução da ingestão de gorduras para menos

de 30% do consumo total de energia diária e a realização de no mínimo duas horas

e meia de atividades físicas de intensidade moderada por semana aumentando

gradativamente até chegar em cinco horas semanais.

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Segundo ACMS (2011), mudança no estilo de vida passando a utilizar de atividade

física, associada com uma dieta alimentar, é sem dúvida o método mais difícil de

seguir, já que altera diretamente as relações sociais do indivíduo com uma mudança

de comportamento.

Diante da dificuldade de mudança de hábitos e o crescimento da procura por

processo invasivo, vem ocorrendo um maior número de publicações sobre o assunto

discorrendo sobre os efeitos desses procedimentos, sejam eles efeitos na

composição ponderal, metabólico, bioquímico e até mesmo na vida sexual dos

pacientes, mas a principal abordagem está nos efeitos psicológicos como citados

nos estudos de Oliveira, Linardi, e Azevedo 2004, Pinho et al. 2011, Machado et al.

2008.

Viegas e Osorio (2005) aborda sobre a existência de vários procedimentoscirúrgicos

como meio de tratamento da obesidade, colocando ainda que os cinco mais

frequentemente empregados são: a Derivação Gástrica em Y de Roux (inclui a

cirurgia de Capella), a Banda Gástrica Ajustável, as derivações bilio pancreáticas

tipo Duodenal Switch e Scopinaro e a Gastroplastia Vertical com Banda. Segundo os

autores essas cirurgias provocam o emagrecimento através da criação de um ou

dois mecanismos: 1) A Restrição Alimentar e; 2) A Disabsorção Intestinal.

Segundo Caetano et al. (2013) a procura por cirurgia bariátrica vem aumentando em

todo o mundo, acreditando que este aumento esteja ligado à sua eficácia na perda

de peso e a segurança do procedimento cirúrgico, contudo deve-se ressaltar que

este procedimento só deve ser procurado quando já tiver tentado os tratamentos

convencionais e não ter obtido resultado. O sucesso no tratamento da obesidade

com perda aproximada de 50 % do excesso de peso,vem revertendo uma série de

co-morbidades e fazendo com que o sujeito que foi submetido à cirurgia passe a ter

uma melhor qualidade de vida.

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3- METODOLOGIA

Esta pesquisa conforme critérios de Laville e Dione (1999) caracteriza-se como de

corte transversal, do tipo descritiva.

3.1 - PARTICIPANTES

As participantes foram escolhidas de forma não probabilística, intencional, composta

de 42 pessoas do sexo feminino, com idade entre 18 e 48 anos, candidatas à

cirurgia bariátrica.

Critérios de inclusão: voluntárias que serão submetidas à cirurgia bariátrica e

estejam fazendo os exames preliminares (exames laboratoriais, avaliação

psicológica, avaliação nutricional, avaliação endócrina e avaliação cardiológica). Ser

do sexo feminino, considerando que existe diferença na percepção corporal de

acordo com o sexo.

Critérios de exclusão: ser praticante de qualquer atividade corporal cuja ênfase seja

desenvolvimento do esquema corporal, tais como: Yoga, Pilates, Feldenkrais, e

eutônia.

3.2 PROCEDIMENTOS

As participantes foram abordadas pelo pesquisador na Clínica Operar na cidade de

Montes Claros - Minas Gerais chama a atenção que está clinica era uma clinica

particular e que também atendia por convênios médicos, no momento anterior à

consulta médica (já com indicação para a gastroplastia). Nessa oportunidade foram

convidadas a participar do estudo e apresentadas aos objetivos da pesquisa e aos

métodos utilizados na avaliação, dando total liberdade de participação ou não.

Nessa oportunidade foram informadas que o trabalho foi aprovado no comitê de

ética sob o número do parecer 140.713.

Após aceitação de participar da pesquisa solicitou-se às participantes que lessem e

assinassem o TCLE (Anexo 1). Em sequência as mesmas responderam a um

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questionário e posteriormente realizou-se a avaliação da percepção da dimensão

corporal, satisfação com a imagem corporal, aferição de peso e estatura.

3.3 QUESTIONÁRIO:

Antes das avaliações abaixo descritas solicitou-se o preenchimento de um

questionário (Anexo 2), buscando uma caracterização da amostra, e ainda detectar

situações que possam interferir nos resultados, como por exemplo, participação ou

não em programas de atividade física que desenvolvem a percepção corporal,

tempo de obesidade auto referido e outros dados.

3.4 PERCEPÇÃO DA DIMENSÃO CORPORAL (ESQUEMA CORPORAL)

As participantes foram submetidas à avaliação do esquema corporal, por meio do

procedimento de marcação do esquema corporal (Image Marking Procedure - IMP)

proposto por Askevold (1975) e adaptado por Thurm (2007).

Teste de Marcação do Esquema Corporal (IMP):

O Image Marking Procedure (IMP) é um teste projetivo onde o avaliado com os

olhos vendados busca projetar as dimensões do seu corpo em um quadro branco. A

escolha deste método levou em consideração o estudo de Thurm et al. (2011), onde

a mesma fez uma revisão dos instrumentos que avaliam a dimensão corporal e

concluíram que o instrumento é indicado para avaliar a percepção da dimensão

corporal.

Vestimenta: Apesar de ser padronizada previamente a utilização de roupas justas,

optou-se por avaliar com a própria roupa que as participantes da pesquisa

estivessem vestidas, considerando o constrangimento alegado por elas, desde que

essas roupas não interferissem na marcação dos pontos anatômicos, e nem na

aplicação do teste.

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Materiais utilizados: Painel de avaliação, etiquetas redondas nas cores verde,

amarela, vermelha e preta, máquina fotográfica digital e tripé.

Posição inicial do avaliado: Posição ortostática diante de uma parede, em um

ambiente próprio para a realização da avaliação, a uma distância que após flexão do

cotovelo a um ângulo de 90º, a mão do avaliado alcance a parede.

Desenvolvimento: Primeiramente foram marcados os pontos anatômicos no corpo

do avaliado, utilizando as etiquetas redondas. Em seguida com os participantes de

olhos vendados, sendo orientados a pensar que estivessem se vendo diante de um

espelho, o avaliador tocou nos pontos marcados solicitando que o avaliado

apontasse no painel de teste a projeção desse ponto. Os locais apontados pelo

avaliado foram sinalizados com etiquetas obedecendo à seguinte ordem: primeiro o

vértex da cabeça, segundo o acrômio direito, terceiro o acrômio esquerdo, quarto a

última costela do lado direito, quinto a última costela do lado esquerdo, sexto o

trocânter maior do fêmur na coxa direita e por último o trocânter maior do fêmur na

coxa esquerda conforme figura 2.

Figura 2: Avaliação do EC por meio do método de marcação do EC (Image Marking Procedure - IMP), em que o sujeito projeta em uma plataforma, à sua frente, os pontos correspondentes ao estímulo táctil do avaliador. Procedimento de marcação dos pontos percebidos no teste (Image Marking Procedure - IMP).

As projeções reais foram identificadas pelo avaliador através de um ―esquadro‖

definindo assim a medida exata dos pontos conforme figura 3.

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Figura 3: Procedimento de marcação dos pontos reais no teste (Image Marking Procedure - IMP). Observar a utilização do esquadro para determinar a posição exata do ponto projetado.

Foram realizadas três medidas e cada uma recebeu uma etiqueta de cor diferente,

conforme a figura 3. O ponto referente à medida real, também recebeu uma etiqueta

de cor diferente das demais.

Figura 4: Demonstrativo dos pontos anatômicos projetados no teste (Image Marking Procedure - IMP). As etiquetas de cor verde, preta e amarela correspondem a projeção dos pontos percebidos pela participante e a etiqueta vermelha a projeção dos pontos reais, feitas pelo avaliador.

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Com a utilização do programa Axion-Vision versão 4.8 foi medida a distância

transversal entre os pontos reais do lado direito e esquerdo de cada segmento.

Dando continuidade foi calculada a média da medida transversal e longitudinal dos

três pontos percebidos (Figura 4) para posteriormente serem utilizados no cálculo do

Índice de Percepção Corporal (IPC):

O índice de Percepção Corporal foi calculado através da fórmula proposta por

Sneetes et al. (1998):𝐼𝑃𝐶 =𝑇𝑎𝑚𝑎𝑛 ℎ𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜

𝑇𝑎𝑚𝑎𝑛 ℎ𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙𝑥 100

Cada segmento que foi tocado no processo de avaliação do IMP teve o seu IPC

calculado pela fórmula acima descrita, observando que nas substituições dos dados

na fórmula utilizou-se a média das três medidas percebidas da distância transversal

dos pontos anatômicos. Posteriormente para calcular o IPC geral foi feito a soma

dos IPCs de cada ponto anatômico e dividido por quatro.

Figura 5: Resultado final do teste( Image Marking Procedure - IMP), representação gráfica da melhor das 3 avaliações (Linha vermelha) e representação gráfica da contorno real (linha preta) as setas verdes representam a distância entre os pontos tocados pelo avaliador, para o cálculo da dimensão real.

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De acordo com o protocolo proposto por Askevold (1975) após o avaliado ter

projetado os pontos: vértex da cabeça, acromial, última costela e trocânter do fêmur,

foi feita uma representação gráfica, desenho, entre o que ele percebeu do seu

tamanho corporal, e o tamanho real. Observando que foram feitas três marcações

percebidas, avaliou-se a que mais aproximava da medida real para realizar a

representação gráfica conforme a figura 4. Em seguida, após a aplicação da fórmula

do IPC descrita acima, realizou-se a classificação de acordo a tabela 1,

interpretando que as pessoas hipoesquemáticas se veem menor do que realmente

são, enquanto que as pessoas hiperesquemáticas se veem maior do que realmente

são.

Figura 6:Demonstrativo gráfico do teste de marcação do esquema corporal (Image Marking Procedure - IMP)a linha vermelha (continua) representa o contorno reale a linha azul (tracejada) o contorno percebida.

Tabela 1:Classificação do esquema corporal baseado em dados normativos de Segheto (2010)

Classificação Parãmetro

Hipoesquematia < 99,4%

EC adequado ≥ 99,4%e< 112,3 %

Hiperesquematia >112,3%

EC= Esquema corporal

3.5 - AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

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Avaliação do Peso: Foi avaliada a massa corporal (kg) utilizando balança

antropométrica tipo plataforma (Filizola®, Brasil), com precisão de 0,1kg e

capacidade de até 300 kg, que estava em um local nivelado e após aferição da

calibração através da sua tara, solicitou-se ao avaliado que subisse na

balança,mantendo-se no centro da mesma e imóvel, observando que o avaliado

estava vestido com roupas leves, Ex. camisetas e calças leg de coton.

Estatura (m), por meio de antropômetro portátil (SEKA®) afixado na parede com

precisão de 0,1cm, foi medida a distância do vértex da cabeça à região plantar, com

o avaliado em pé, descalço encostado na parede, pés unidos e braços relaxados. O

avaliado manteve-se o mais ereto possível, com o olhar para o plano de Frankfurte

ainda antes da medida final foi solicitado que o mesmo fizesse uma inspiração

forçada para compensar o achatamento interdiscal provocado ao longo do dia.

Ambos os procedimentos, peso corporal e estatura estão de acordo com os

procedimentos descritos por Gordon et al (1988).

A partir das medidas de peso e de estatura foi realizado o cálculo do índice de

massa corporal (IMC), segundo fórmula de QUETELET: 𝐼𝑀𝐶 =𝑝𝑒𝑠𝑜 (𝐾𝑔)

𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑚)2

3.6SATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL (IC)

Para mensuração da satisfação com a IC foi utilizado o teste de Silhueta de

Kakeshita (2008). Conforme o protocolo do teste foram apresentados 15 cartões

com 6,5 cm de largura por 12,5 cm de altura plastificados com desenhos de silhueta,

figura 5, dispostos em ordem ascendente e foi solicitado à participante para

identificar qual silhueta que melhor representava seu corpo atualmente. Na

sequência foi solicitado à mesma que identificasse qual modelo de corpo gostaria de

ter.

As participantes foram classificadas como satisfeita ou insatisfeita com a sua

silhueta, considerando que a discrepância entre a silhueta atual e a silhueta ideal foi

classificada como insatisfação com a imagem corporal.

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Figura 7: Escala de Figuras de silhuetas para adultos, feminino. Fonte Kakeshita (2008)

Para determinar a insatisfação com a IC adotou-se a seguinte classificação: foi

realizado um calculo diminuindo a silhueta atual da silhueta ideal em seguida foi

calculada a distribuição por percentil da mesma sendo que as participantes que

tivesse uma diferença que estivesse no primeiro quartil, 25% foram classificadas

como baixa insatisfação, as participantes que estivesse entre 2 e 3 quartil, 25 a 75%

foi classificado como média insatisfação e os que estivesse no 4 quartil, acima de

75% alta insatisfação.

3.7 - TRATAMENTO ESTATÍSTICO

Para as análises estatísticas, foram armazenados e analisados os dados utilizando o

software estatístico SPSS (Statistical Package for Social Science) versão 20. Todas

as variáveis, foram testadas quanto à sua normalidade pelo teste de Kolmogorov-

Sminorv. Os resultados foram apresentados como mínimo, máximo, média ± desvio

padrão. Para verificar a associação entre a classificação do IMC e a classificação do

Esquema Corporal, o Esquema Corporal e a prática de atividade física anterior, o

IPC e a prática de atividade física atual, o IPC e questão de sentir dor e o Esquema

Corporal e o início da obesidade, utilizou-se o teste do qui-quadrado (χ2). Foi

utilizado o teste de Levene para verificar a igualdade de variância. O teste t de

Student pareado foi utilizado para comparação das médias do IC atual e IC ideal.

Para a análise de variância de medidas repetidas do IPC da estatura, IPC ombro,

IPC cintura e do IPC do trocânter utilizou-se (ANOVA), seguido do teste de

Bonferroni para os pares. Adotou-se como nível de significância estatística o valor

de p≤0,05.

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4- RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 - CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

De acordo com o teste de normalidade da amostra apresentada na tabela 2 se

observou que toda a amostra apresentou uma distribuição normal. Sendo assim será

aceita a hipótese nula, ou seja, todos os dados têm uma distribuição normal.

Tabela 2: Resultado do teste de normalidade das variáveis estudadas nas participantes.“Kolmogorov-Smirnov”

N Estatística p

IDADE 42 0,788 0,563

IPC DA ESTATURA 42 0,714 0,688

IPC DO ACROMIO 42 0,550 0,923

IPC DA CINTURA 42 0,356 1,000

IPC DO TROCANTER 42 0,861 0,448

IMC 42 0,574 0,897

IPC 42 0,475 0,978

Diferença entre IC atual e IC ideal 42 1,192 0,116

p<0,05

Das participantes dessa pesquisa, n=42, 33,3% são solteiras, 2,4% vivem como

casadas, 42,9% casadas, 4,8% separadas, 9,5% divorciadas e 7,1% viúvas. As

características da faixa etária e do IMC são apresentadas na tabela 3: Observa-se

semelhança nos dados encontrados em estudo de Correia, Del-Prette e Del-Prette

(2004) que estudaram as habilidades sociais de mulheres obesas, tendo um

resultado na sua amostra quanto à situação conjugal de 48,3 % de mulheres

casadas, sendo as demais solteiras (27,6%) ou divorciadas e viúvas (6,9%) ou

amasiadas (10,3%). Essa distribuição apontando para uma maior quantidade de

pessoas casadas é também encontrada nos estudos de De castro (2009),

destacando que entre as 20 pesquisadas em seu estudo sobre a Imagem Corporal

de mulheres submetidas à Cirurgia Bariátrica,13 são casadas, 3 são solteiras e 4

são divorciadas. Outro estudo que vem a corroborar com os dados encontrados é o

de Teichmannet al. (2006), onde foram analisados os fatores de risco associados ao

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sobrepeso e à obesidade em mulheres de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. O

mesmo mostra que 64% das mulheres entrevistadas eram casadas ou viviam em

união estável.

Stürmer (2001) ressalta que o estado civil pode contribuir para a obesidade, o

casamento pode proporcionar situações de estresse, falta de tempo e baixa

autoestima. Corroborando o que encontrou Stürmer (2001), Oliveira (2003) refere

que, em sua pesquisa, 8,5% dos entrevistados atribuíram a obesidade ao

casamento, pelos mesmos motivos citados anteriormente. Embora esse aspecto não

tenha sido objetivo desse estudo vale salientar que as questões relacionadas ao

corpo são multifatoriais.

Tabela 3: Valores da média, desvio padrão, mínimo e máximo da idade, estatura, peso e IMC das participantes do estudo.

N Mínimo Máximo Média Desvio padrão

Idade 42 18 48 35,90 ± 7,17 Estatura 42 152,00 174,50 162,37 ± 5,78

Peso 42 96,00 144,70 114,49 ± 12,03 IMC 42 34,72 62,44 43,88 ± 5,89

Seguindo a proposta de classificação da Organização Mundial da Saúde (WHO

2000) para o IMC onde a mesma classifica como Eutrófico IMC entre 18,5 - 24,9

Kg/m², Sobrepeso IMC entre 25,0 - 29,9 Kg/m² , Obesidade I IMC entre 30,0 - 34,9

Kg/m², Obesidade II IMC entre 35,0-39,9 Kg/m² e Obesidade III IMC ≥ 40 Kg/m²

pode se afirmar que todas apresentam um IMC superior a 30 Kg/m² definindo as

mesmas como obesas. A distribuição das mesmas conforme o IMC é apresentada

no gráfico 1.

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Gráfico 1: Freqüência e Porcentagem dos participantes de acordo coma classificação do IMC pela O.M.S.

Observando os dados da distribuição da amostra conforme o nível de obesidade e

de acordo com Buchwald (2005) quando o mesmo descreveu os pré-requisitos para

realização da cirurgia bariátrica se referem aos obesos de grandes proporções

(IMC≥40 kg/m²) resistentes aos tratamentos conservadores para perda de peso ou

indivíduos com IMC de 35 kg/m² com doenças crônicas associadas, cuja situação

clínica seja agravada pelo quadro de obesidade. Percebe-se que 74% das

participantes, 31 mulheres, já se encontravam com indicativo para a cirurgia

independente da associação com outras co-morbidades.

O estudo de Da Cunha, Da Cunha Junior e Neto (2006) mostra que 35% da amostra

do seu estudo sobre os indicadores de obesidade e estilo de vida de dois grupos de

mulheres submetidas à cirurgia bariátrica, não apresentava obesidade mórbida e

mesmo assim foram submetidas a tal procedimento. Acredita-se que nesse quadro,

sendo muito similar aos achados nesse estudo, a indicação cirúrgica só foi possível

pela existência de outras co-morbidades associadas à obesidade.

A média do IMC 51,9 ± 7,5 Kg/m² e da idade 43,1 ± 7,7 dos estudos de Cunha et al.

(2010) realizado com mulheres no período pré-operatório de cirurgia bariátrica são

valores maiores que os encontrados nesse estudo, IMC 43,88 Kg/m² ± 5,89 e idade

35,9 ± 7,17, porém ambos os grupos são classificados como obesidade III. As

participantes desse estudo mesmo tendo um valor médio de IMC e idade menor,

1126%

3174%

OBESIDADE 2

OBESIDADE 3

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podem ter sido influenciadas por se tratar de uma amostra de uma clínica particular.

Contudo, percebe-se que uma das exigências para a submissão do procedimento

cirúrgico que é o de grau da obesidade foi atendido.

Quando questionadas sobre a profissão observou-se que a maior incidência na

amostra foi de professoras com 8 casos, seguidos de secretária do lar 6 casos,

operadora de telemarketing 4 casos, comerciante e atendente com 3 casos cada. As

demais participantes foram muito variadas tendo apenas um caso para cada

profissão.

Observa-se que os dados encontrados são similares aos do estudo de Kasparyet

al.(2006). Na oportunidade os autores mostraram em seu estudo, o qual traçava o

estilo de vida de mulheres adultas obesas, que a maior incidência de profissões das

entrevistadas, era de secretárias do lar e professoras. Dados similares são vistos em

uma pesquisa americana divulgada recentemente no Brasil pela Harris Interactiv,

realizada com 5.777 trabalhadores. O mais interessante do levantamento foi o

destaque que algumas profissões tiveram por favorecer ao aumento do peso.

Entre as profissões mais apontadas aparece novamente a profissão de professor.

Acredita-se que esse fato ocorra por ser uma profissão que estimula a ação de

trabalhar sentado, nos momentos de planejamento, correção de provas e

trabalhos. Além disso, a necessidade de trabalhar em vários locais para melhorar

seu provimento faz com que a pessoa não tenha hora para se alimentar e praticar

exercícios, sendo esta uma combinação ideal para a obesidade.

O nível de escolaridade alcançado pelas participantes apresentou uma distribuição

conforme o gráfico 2.

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49

Gráfico 2: Freqüência e Porcentagem dos participantes de acordo com o nível de Escolaridade.

Em estudo realizado por Lima-Costa(2004) mostrou não haver associação entre o

grau de escolaridade e obesidade, contudo os autores alegam que houve uma

tendência para essa relação. Já Velasquez-Meléndez, Pimenta e Kac (2004) ao

estudar sobrepeso e obesidade em uma amostra de 1105 indivíduos com 18 anos

ou mais, residentes na região metropolitana de Belo Horizonte, verificou-se que as

mulheres de baixa escolaridade apresentaram alto risco ―(OR = 5,95; IC = 95%: 2,51

a 14,12)” de desenvolver obesidade. Acredita-se que seja uma tendência atual.

Como forma de confirmação de que quanto maior o nível de escolaridade menor o

índice de obesidade, pode ser citado Mancini (2004), que em seu estudo destaca

que a renda tende a ser um fator de risco para obesidade, enquanto a educação

tende a ser um fator protetor. Ilustrando a afirmativa do autor o mesmo mostra que

as mulheres tendem a modificar seus padrões alimentares e de atividades físicas

pelas preocupações com o controle de peso e pelos padrões físicos de beleza

propagados em nossos dias, quanto mais cultura e poder aquisitivo elas

apresentem.

Observando as características das mulheres avaliadas chama atenção quanto ao

aspecto que a maioria das participantes apresentava uma formação igual ou

superior ao segundo grau. Acredita-se que essa distribuição é uma característica

incomum da associação entre obesidade e nível de escolaridade, pois, segundo

Gigante et al. (1997) foi observada uma associação inversa entre obesidade e o

1126%

1024%

819%

614%

37%

37%

13%

TERCEIRO GRAU COMPLETO

SEGUNDO GRAU COMPLETO

ESPECIALIZAÇÃO

SEGUNDO GRAU INCOMPLETO

PRIEMIRO GRAU IMCOMPLETO

TERCEIRO GRAU INCOMPLETO

PRIMEIRO GRAU COMPLETO

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nível de escolaridade, ou seja, as pessoas com maior escolaridade foram

significativamente menos obesas.

Na tentativa de perda de peso as participantes entrevistadas declararam que 7,1%

fizeram apenas dietas, 90,5% fizeram dietas e atividade física e 2,4 % utilizaram

outros métodos. Observou-se que 1 caso declarou que utilizou apenas

medicamentos para a perda de peso e 5 casos utilizaram medicamentos associados

com a atividade física ou dieta. Em uma situação específica a participante utilizou

dieta e acupuntura.

Tentativas fracassadas no emagrecimento são muito comuns nessas pessoas,

isso porque, de acordo com Cabral (2002), pretende-se atingir um peso considerado

ideal e não um peso saudável. De acordo com o referencial teórico, o método mais

utilizado é a dieta, o que não ficou evidenciado nos relatos das entrevistadas.

Isso ocorre, provavelmente, porque quanto maior o grau de obesidade, mais

agressiva tem de ser a forma de tratamento para que se obtenham resultados

(POLLOCK, WILMORE; ROCHA, 1993).

Em estudo De Castro (2009) também não foi visto a dominância das dietas ou das

dietas associadas com a Educação Física como encontrado nesse estudo. No

estudo citado a autora encontrou os seguintes dados: 60% tentaram emagrecer

utilizando remédios, 45% dietas, 5% atividades físicas e 4% não tentaram nenhuma

estratégia ou não manifestaram na entrevista.

Percebe-se nesses dados que é comum a busca pelo emagrecimento pelo método

mais fácil, ―o remédio milagroso‖, fato que o tempo mostra a ineficácia do mesmo,

pois sempre houve relatos do ―efeito sanfona‖, e raramente as pessoas que fazem

opção pelo mesmo não chegam à conclusão da necessidade de mudança de estilo

de vida, aderindo ao método mais indicado e orientado por profissionais da

Educação Física e nutricionistas: dieta correta e atividade física. Esses sim são os

meios mais eficazes para a perda de peso.

Quando questionadas se procuraram orientação profissional para a perda de peso,

83,3% indicaram terem recebido e 16,7 % disseram que não. Dos 83,3% que

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procuraram e considerando que alguns procuraram mais de um profissional,

observou-se a seguinte distribuição:

Gráfico 3: Distribuição em percentual dos participantes profissionais consultados na orientação do tratamento da obesidade

Esses dados levam a inferir para uma tendência muito grande pela busca de

emagrecer através da utilização de medicamentos, dados contrários são

apresentados na dissertação de mestrado de Amaral (2012). A autora apresenta os

seguintes resultados quando questionado aos participantes do seu estudo a quem

consultou na orientação para perda de peso. A grande maioria das pessoas, 65,4%,

aconselhou-se com o nutricionista durante a sua dieta, o médico(a) foi o segundo

profissional a ser mais procurado, com 22,2%. Logo seguido pelo

farmacêutico(a) com 7,4% e apenas 2,46% procurou um profissional de educação

física.

Os dados diferem do encontrado nesse estudo havendo uma inversão entre o

primeiro e o segundo mais procurado, porém a baixa procura por profissionais de

educação física no controle e tratamento da obesidade, encontrada no estudo de

Amaral (2012) e corroborada com os dados desse estudo é preocupante, cabendo

uma análise para tal situação. Seria o simples fato de querer emagrecer sem a

realização da atividade física? Ou pode está acontecendo uma falta de confiança

nesse profissional para alcançar tal objetivo? Como responder essas questões não

fazem parte dos objetivos deste estudo fica o questionamento apenas para mostrar

outros caminhos que podem ser investigados em estudos futuros!

50%

25%

12%

9%

2% 2%

Endocrinologista

Nutricionista

Não especificou

Professor de Educação Física

Clínico Geral

Não Lembra

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Na tabela 4 são apresentados os dados de idade de início do excesso de peso das

participantes no estudo.

Tabela 4: Distribuição da frequência de inicio da obesidade de acordo com a faixa etária.

Freqüência Percentual

MENOS DE 12 ANOS 9 21,4

DOS 13 AOS 18 ANOS 4 9,5

MAIS DE 18 ANOS 29 69,0

Total 42 100,0

Os dados apontam que a maioria das entrevistadas tiveram sua obesidade iniciada

na fase adulta, dados semelhantes são apresentados por De Castro (2009) quando

20 mulheres entrevistadas em sua pesquisa de mestrado 55% tiveram o início de

sua obesidade na referida fase da vida, contudo um fator fundamental do seu estudo

foi a associação da gestação à obesidade, onde 50 % dos casos tiveram associados

gravidez e início da obesidade.

Dados contraditórios quanto à fase de início da obesidade são apresentados nos

estudos de Porto et. al.(2002), quando os autores descreveram o Perfil do obeso

classe III do ambulatório de obesidade de um hospital universitário de Salvador,

Bahia. Nesse referido estudo, foram entrevistados316 pacientes com

obesidade classe III, desses 36% alegaram que se tornaram obesos na infância,

14% durante a puberdade, 33% nas sucessivas gestações e 17% durante outros

períodos da vida.

Sarwer (2005) chama a atenção que certas características e experiências de

indivíduos obesos parecem ser associadas ao aumento da insatisfação com a

imagem corporal, por exemplo quando a obesidade iniciou na infância tem-se um

aumento da insatisfação com a imagem corporal na idade adulta, contudo a maioria

das participantes desse estudo relatou que a obesidade se iniciou na fase adulta.

Utilizando de uma analise estatística (ANOVA UM FATOR) teve-se um f= 0,158 e

um p = 0,855 demonstrando não haver indícios de significância matemática quanto a

precisão de percepção do Esquema Corporal e o início da obesidade.

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Nossos dados com relação à insatisfação com o próprio corpo, descritos mais

adiante, vão demonstrar que a insatisfação está presente mesmo com o início tardio

da obesidade.

Quando questionadas sobre a prática de atividade física 59,5% respondeu não fazer

atividade física no momento. Dos 40,5% praticantes de atividades físicas, 2,4%

fazem atividade física uma vez por semana, 7,1% duas vezes por semana, 14,3 %

três vezes por semana e 16,7% mais de três vezes por semana. Quanto ao tempo

de duração da atividade física 11,76% tem atividade com duração de até 30 minutos,

5,88% entre 30 e 45 minutos, 64,71% entre 45 e 60 minutos e 17,65% mais de 60

minutos.

Os dados apresentados são no mínimo contraditórios, afinal não é comum o obeso

ter hábito de prática regular de atividade física, porém esta atitude só seria explicada

pela busca da perda de peso. Dados semelhantes e até mesmos maiores que os

encontrados nesse estudo são apresentados no estudo de Porto et. al. (2002),

quando os mesmos relatam que 87,7% dos obesos executam atividades físicas de

leve a moderada que segundo o ACM’S são indicadas para a perda de peso.

Os resultados do estudo de Kaspary et. al. (2006) são muito próximos dos

encontrados, os mesmos investigaram sobre os hábitos de 40 mulheres obesas, e

42,5% das mesmas relataram realizar atividade física regularmente.

Bouchard (2003) afirma que um estilo de vida fisicamente inativo é um fator de risco

para o ganho de peso, principalmente com o aumento de idade. Os indivíduos

obesos são em geral muito sedentários, pelo excesso de peso.

Segundo relatam Stürmer (2001) e Nahas (2003), os motivos que levam as pessoas

a optar por não se exercitar são a falta de tempo, a falta de informação sobre os

benefícios e como se exercitar, falta de instalações adequadas e convenientes e

fadiga geral, essa geralmente justificada por longas horas de trabalho ou dupla

jornada, como acontece com as mulheres que, além de trabalhar fora, ainda

precisam cuidar da casa, e com os professores, que devido aos baixos salários

acabam tendo necessidade de trabalhar em mais de um local.

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Considerando o tempo de duração das atividades físicas pode-se dizer que o estudo

de Kasparyet. al.(2006) apresenta dados similares, ou seja a maioria faz atividade

física por volta de 60 minutos. As autoras relatam que das 17 mulheres obesas que

praticam atividade física, 10 o fazem durante 60minutos e apenas 2 praticam

atividade mais de 60 minutos por dia. Steinhilber (2003) afirma que existe um

consenso de que a atividade física de natureza aeróbica deve ser realizada na

maioria dos dias, pelo menos durante 30 minutos. A porção da amostra que pratica

atividade física o faz por pelo menos 30 minutos, dessa forma está dentro das

perspectivas do autor.

A tabela 5 apresenta os tipos de atividades físicas que são praticadas pelas

entrevistadas observando que houve casos de relatar neste questionamento mais de

uma atividade.

Tabela 5 : Frequência das Atividades físicas praticadas pelas entrevistadas

Atividade Frequência %

CAMINHADA 9 52,94

MUSCULAÇÃO 4 23,53

ATIVIDADES RITIMADAS 2 11,76

GINÁSTICA AERÓBICA 2 11,76

HIDROGINÁSTICA 2 11,76

DANÇA 1 5,88

PILATES 1 5,88

STEP 1 5,88

CICLISMO 1 5,88

Quanto à preferência pela prática da caminhada pode-se inferir que seja pelo baixo

custo e facilidade para a mesma. Esses dados são corroborados com os

encontrados no estudo de Amaral (2010), sendo que a atividade física mais

procurada pelos participantes de seu estudo foi a caminhada seguida de

musculação.

Dumith, Domingues e Gigante (2009) com o objetivo de descrever os tipos de

atividades físicas que são mais praticadas e analisar o perfil de seus praticantes,

entrevistou3.136 pessoas, dessas 1.239 (39,5%) relataram ter praticado alguma

atividade física de lazer, sendo que 13% eram obesas (IMC > 30 kg/m2) e

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novamente a atividade física mais praticada, assim como no nosso estudo, foi a

caminhada, com 57% dos entrevistados.

As participantes também foram questionadas sobre os objetivos que levavam à

prática de atividade física. As respostas são apresentadas na tabela 6 observando

que em vários casos foram apontados mais de um objetivo.

Tabela 6: Objetivos buscados pelas entrevistadas ao praticar atividade física

OBJETIVO FREQUÊNCIA %

PERDA DE PESO 14 82,35

NÃO DEFINIU 2 11,76

MELHORA DE CONDICIONAMENTO 2 11,76

OUTRAS SITUAÇÕES 2 11,76

GANHAR MASSA MAGRA 1 5,88

GANHAR RESISTÊNCIA 1 5,88

ENRIJECIMENTO MUSCULAR 1 5,88

DEFINIÇÃO DO CORPO 1 5,88

LAZER 1 5,88

QUALIDADE DE VIDA 1 5,88

MELHORAR A DISPOSIÇÃO 1 5,88

MELHORAR O HUMOR 1 5,88

DIMINUIR O COLESTEROL 1 5,88

Questionadas sobre o hábito anterior de realização de atividade física foi constatado

que 16,67%, 7 pessoas, nunca praticaram atividade física; 83,33% praticavam. A

frequência por atividade é apresentada no gráfico 4.

O índice de pessoas que praticaram atividades físicas anteriormente é muito alto,

levando a inferir que provavelmente não executava de forma correta, podendo ter

erros na intensidade, frequência ou que ganharam peso após ter parado com o

hábito de praticar atividade física. Contudo não se pode deixar de observar a

existência de balanço energético positivo, independente da prática ou não de

atividade física, caso a pessoa tenha um balanço energético positivo ocorrerá um

ganho de peso. Para ilustrar a fala, imagine uma pessoa que tenha uma demanda

energética de 2500 Kcal diária e tenha uma ingestão de2700 Kcal diariamente, ao

final de um ano a mesma ganhará aproximadamente 9 Kg.

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O estudo de De Castro (2009) apresentou dados diferentes aos aqui encontrados, a

referida autora descreveu que 100% das mulheres candidatas à cirurgia bariátrica

relataram não terem realizado atividade física antes do procedimento cirúrgico,

acreditando que seja um quadro mais fidedigno para o desenvolvimento da

obesidade.

Rasia et. al. (2007) cita que das 48 participantes, mulheres obesas, que fizeram

parte de seu estudo apenas 23% realizavam atividade física, e a principal

modalidade de atividade referida pelas praticantes foi a caminhada, cuja duração

variou entre 20 minutos e 1 hora, com uma variação da frequência entre três a seis

vezes por semana.

Gráfico 4: Frequência e porcentagem de atividades físicas procuradas pelos participantes no passado.

Quanto à incidência de dor, 59,5% das participantes entrevistadas alegaram sentir

algum tipo de dor no corpo, enquanto que 40,5% não sentem nenhum tipo de dor. A

classificação da dor sentida é apresentada na tabela 7.

Tabela 7: Distribuição quanto a incidência de dor e a intensidade da mesma das participantes deste estudo (auto relatada).

Frequência Percentual

NAO SENTE DOR 17 40,5

LEVE 6 14,3

RELATIVAMENTE FORTE 10 23,8

FORTE 7 16,7

MUITO FORTE 2 4,8

Total 42 100,0

1932%

1423%

814%

610%

610%

35%

23%

23%

GINÁSTICA AEROBICA

MUSCULAÇÃO

DANÇA

PILATES

STEP

HANDEBOL

ATIVIDADES RITIMADAS

VOLEI

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Dados similares quanto à incidência de dor são encontrados no estudo de Rasiaet

al.(2007), onde a mesma questionou às participantes do seu estudo sobre o

desconforto músculo esquelético, dor, sendo que das 40 participantes do estudo

67% relataram sentir alguma dor. Ao identificar os locais da mesma, a maior queixa

foi na coluna lombar, com 43,7%, seguido de dores no joelho, com 40,6%. Quanto à

intensidade da dor, a dor leve foi referida por 50% das mulheres, seguida de dor

intensa em 25%, dor moderada em 18,7% e dor insuportável em 6,2%.

O gráfico 5 apresenta a distribuição quanto ao local de incidência de dor,

observando que algumas entrevistadas citaram mais de um local.

Gráfico 5: Frequência de incidência de dor sentida pelos participantes de acordo com a região anatômica.

De acordo com os dados encontrados pode-se afirmar que o local de maior

incidência de dor é nos membros inferiores incluindo, perna, pé e joelhos, seguidos

da coluna.

Geloneze e Pareja (2006), Radominski (1998) acreditam que esse fato esteja

associado ao estresse mecânico e da sobrecarga sofrida pelas estruturas ósseas e

articulares locais.

4.2- ÍNDICE DE PERCEPÇÃO CORPORAL (IPC)

O IPC foi calculado para análise da percepção corporal geral onde as avaliadas

tiveram em média um IPC de 107,90 com desvio padrão de ± 12,19, sendo o menor

valor encontrado de 81,72 e o maior valor de 143,60. Observa-se que a média do

10

66

5

21 1

1

JOELHO

COLUNA

MEMBROS INFERIORES

PÉS

BRAÇOS

CABEÇA

QUADRIL

FIBROMIALGIA

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grupo estaria enquadrado como IPC adequado, levando em consideração para tal

classificação os valores propostos por Segheto (2010) que estabelece como valores

normativos para essa classificação ≥ 99,4%e < 112,3 %.

Utilizando a classificação proposta por Segheto (2010) para o esquema corporal

obteve-se uma distribuição da amostra conforme é apresentada no gráfico 6.

Gráfico 6: Frequência de mulheres obesas com esquema corporal classificado como hipoesquemáticos, adequados e hiperesquemáticos.

De acordo com os resultados apresentados no gráfico 6 pode-se afirmar que 54,8%,

N=23, das participantes avaliadas são classificadas com portadoras de um esquema

corporal adequado, enquanto 31%, N=13, das avaliadas apresentam um quadro

hipoesquemático e 14,2%, N=6, foram classificadas como pessoas

hiperesquemáticas.

Comparando os resultados obtidos por Segheto (2010), o referido autor investigou o

EC em adultos jovens, observando os valores encontrados apenas para o gênero

feminino, quando 21,8% da amostra tiveram um quadro do Esquema Corporal como

hipoesquemático, 50% como adequado e 28,2 % um quadro hiperesquemático.

Considerando os valores encontrados no quantitativo de pessoas classificadas com

o Esquema Corporal adequado nos dois estudos pode-se inferir que apesar das

participantes desse estudo estarem classificadas como portadoras de obesidade III

as mesmas apresentam uma percepção do EC, melhor que os participantes do

estudo citado que não eram portadores de obesidade.

0

5

10

15

20

25

13

23

6

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Os dados aqui apresentados diferem dos encontrados por Bergström, Stenlund

e Svedjehäll (2000) em estudo sobre a avaliação da percepção corporal em

adolescentes e adultos jovens de nacionalidade sueca. Nesse trabalho os mesmos

aferiram que 96% das mulheres tendem a superestimar o seu tamanho corporal,

apresentando hiperesquematia, contudo é bom enfatizar que no estudo citado os

autores utilizaram como método de avaliação uma técnica de estimava do tamanho

corporal diferente do IMP. Outro fator que pode justificar a diferença encontrada está

quanto à característica da amostra, já que os avaliados apresentavam uma quadro

de AN e dados semelhantes para uma tendência de superestimação do tamanho

corporal em pacientes de AN e BN que foram encontrados no estudo de Thurm

(2012), Molinari, (1995); Bowden et al., (1989); Lautenbacher et al. (1992); Nico et

al., (2009).

Considerando os dados encontrados na literatura, quando pacientes de transtornos

alimentares AN.e BN, tendem a superestimar o seu tamanho corporal como citado

por Thurm (2012), Thurm et. al. (2013), Bowden, et al. (1989), esperava-se que os

pacientes obesos tivessem um comportamento contrário, afinal é comum perceber o

obeso esbarrando em objetos no seu espaço extrapessoal, levando a acreditar que

o mesmo tivesse uma subestimação do seu tamanho corporal (observação feita pelo

autor). Dados esses que não foram comprovados neste estudo.

A análise de variância com medidas repetidas evidenciou que na análise da

percepção dimensional dos segmentos corporais a percepção da estatura difere

significativamente da percepção da distância entre os acrômios, cintura e

trocânteres maiores. Na estatura os participantes se perceberam muito próximo da

medida real, enquanto que nos demais segmentos há uma diferença significativa (F=

13,38 e p= 0,0001) havendo superestimação da dimensão percebida, como pode ser

visto no gráfico 7. A tabela 9 apresenta o resultado da análise estatística.

Askevold (1975) em seu artigo de divulgação do método de avaliação da percepção

corporal, observou uma tendência dos indivíduos se perceberem menores quanto

à estatura, dados que não foram comprovados nesse estudo. Contudo os dados

encontrados nos estudos de Pereira et al. (2010); Gama et al. (2009); Neto (2009);

Fonseca (2008) e Thurm, (2007) indicam que a medida da cabeça é a que mais se

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aproxima de uma percepção corporal ideal, ou seja, 100%. Essa característica

comum na percepção corporal, nos estudos citados, provavelmente se deve ao

fato da cabeça apresentar um senso mais apurado de posição e direção por conter o

encéfalo, importante estrutura do sistema nervoso central (PEREIRA et al, 2010;

GAMA et al, 2009).

Gráfico 7: Estatística descritiva do IPC da medida da estatura, largura dos ombros, cintura e Trocânteres, de mulheres obesas.

De acordo com a literatura as regiões que apresentam maior distorção é da cintura e

do trocânter como afirma Segheto (2010) e é corroborado com os dados de Fitcher

et al. (1986), contudo esta tendência não foi observada nesse estudo. Aqui foram

encontrados os seguintes valores por segmento: 98,54% ± 3,15% para a estatura,

113,85% ± 18,51% para o acrômio, 107,68% ± 17,82% para a cintura e 111,57% ±

18,79% para o trocânter. Percebe-se que o valor de maior distorção foi no acrômio,

sendo que por valores médios os valores da estatura estão abaixo de 99,4%.

IPC DOS SEGMENTOS

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Tabela 8: Comparações doesquemacorporal entre os segmentos corporais através dos dados do teste de (Image Marking Procedure - IMP).

fator_IPC fator_IPC Sig.

ESTATURA

ACRÔMIO 0,000

CINTURA 0,009

TROCANTER 0,000

ACRÔMIO CINTURA 0,030

TROCANTER 1,000

CINTURA TROCANTER ,407

4.3. DESENHO DO IMP – ANÁLISE QUALITATIVA

Na avaliação qualitativa das imagens digitalizadas (desenhos formados a partir da

união dos pontos projetados, tanto reais como percebidos) observou-se que os

participantes da pesquisa apresentam uma boa centralização da sua imagem

corporal, porém os mesmos apresentam uma tendência para perceber seu quadril

mais alto e assimétrico conforme figura 8.

HIPOESQUEMATIA ADEQUADO HIPERESQUEMATIA

Avaliado nº 16: IPC: 81,72% IMC: 42,19

N= 13

Avaliado nº5: IPC: 111,88%

IMC: 34,72 N= 23

Avaliado nº27: IPC: 131,86%

IMC: 62,44 N=16

Figura 8: Exemplos do teste do(Image Marking Procedure - IMP)(Linha continua vermelha = contorno real; e Linha pontilhadaazul= contorno percebida). Em A exemplo de participante hipoesquemático, em B exemplo de participante adequado e em C exemplo de participante hiperesquemático. IMC= Indice de Massa Corporal. IPC=Índice de percepção corporal. N = número de pessoas com mesma classificação quantitativa do IPC.

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4-4 SATISFAÇÃO COM A SILHUETA CORPORAL

Na tabela 9 é apresentada a estatística descritiva do teste de silhuetas de Kakeshita

(2008).Comparando as médias da Imagem Corporal atual com a Imagem Corporal

Ideal através do teste t de student pareado, foi observada evidência de diferença

estatisticamente significativa.

Tabela 9: Comparação estatística do teste de silhuetas de Kakeshita entre a IC atual e a IC ideal das mulheres obesas.

N Média Desvio

padrão

t p

IC. ATUAL 42 13,33 1,59 22,14 0,001*

IC.IDEAL 42 6,71 1,69

P<0,05

Buscando classificar o teste de IC, considerando que segundo Kakeshita (2008p. 25)

― a discrepância entre o tamanho que gostaria de ter e a percepção atual tem sido

aceita como medida de insatisfação corporal‖, observou-se que 100% dos

entrevistados estão insatisfeitos com o seu corpo.

Diante do resultado da IC o presente autor na tentativa de classificar a insatisfação

estabeleceu que quando a diferença entre a IC real e IC ideal for de 1 a 5 silhuetas é

de baixa insatisfação, 6 a 8 silhuetas de média insatisfação e 9 a 15 alta

insatisfação. Considerando os valores encontrados para cada percentil, como citado

na metodologia deste trabalho. Considerando isso o gráfico 8 apresenta o nível de

insatisfação dos entrevistados.

De acordo com Araujo et al. (2010) a obesidade geral ou localizada na região

abdominal, além de gerar risco cardiovascular e metabólico, também pode

influenciar na satisfação com a imagem do corpo, tendo em vista os padrões magros

difundidos na sociedade, com isso, os resultados do estudo do autor supra citado

indicaram para uma tendência à insatisfação com a imagem de corpo em função do

excesso de peso e da obesidade central, dados semelhantes aos encontrados neste

estudo.

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Mozaki e Rossi (2010) desenvolveu um estudo que objetivou avaliar o grau de

satisfação com a imagem corporal de indivíduos que se submeteram a cirurgia

bariátrica, e de acordo as autoras as silhuetas apontadas como desejáveis estavam

em faixas menores de silhueta em relação às apontadas como atuais, sugerindo a

existência de uma insatisfação com a imagem corporal .

Em uma avaliação qualitativa realizada no estudo de De Castro (2009) ficando claro

a insatisfação da mulher obesa com o seu corpo, a autora enfatiza que a mulher

obesa sofre discriminação social em função do excesso de peso, tornando-se

comum esta ação em ambientes de trabalho, ambientes de alimentação, escola do

filho e em lojas de roupas. Tal rejeição, declarada por meio de atos

discriminatórios, trouxe a essas pessoas sentimentos de tristeza, de inferioridade

e de inadequação ao padrão e ao meio em que vivem. Segundo a autora a

internalização desses sentimentos teve, como consequência, um impacto

negativo em sua IC, de forma que pensamentos a respeito de si mesmas foram

regulados pelo olhar alheio.

Contudo cabe ressaltar que a insatisfação com a IC não é um produto apenas dos

obesos. Outros estudos desenvolvidos com participantes não obesos, como o de

Damasceno et. al. (2005), Coqueiro et al. (2008), Zenith et al. (2012) mostram para

uma tendência de insatisfação com o próprio corpo, ressaltando a fala de

Damasceno et. al. (2005) que as mulheres perseguem o ideal de magreza e os

homens, por outro lado, buscam ser mais fortes e volumosos, pode ser daqui que sai

a insatisfação com a IC. Diante disso e de acordo com a colocação de Sarwer

(2005) que a insatisfação com a aparência física, imagem corporal, parece ser mais

uma regra que uma exceção, pode se dizer que os resultados encontrados estão de

acordo com a literatura.

Outro aspecto que deve ser levado em conta é a afirmação de Sarwer (2005),

quando o mesmo coloca que não foi encontrada nenhuma relação entre insatisfação

com a imagem corporal e índice de massa corporal (IMC).

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Gráfico 8: Resultado da distribuição da satisfação com a IC a partir do teste de silhuetas, de mulheres obesas.

4-5ASSOCIAÇÃO ENTRE ESQUEMA CORPORALE AS OUTRAS VARIÁVEIS

De acordo com os dados do teste de 𝑋2 apresentados na tabela 11, quando buscou

descobrir se existe uma relação significativa entre a classificação do esquema

corporal e a classificação do IMC entre os participantes que serão submetidos à

cirurgia bariátrica teve-se um valor do X² foi de 0,46 com uma probabilidade

associada (valor-p) de menos de 0,47. O V de Cramer obtido foi de 0,105 assim,

aproximadamente 10,5 % das variações das frequências do IPC adequado podem

ser explicados pelas variações da classificação do IMC. Assim é possível dizer que

os dados sugerem não haver existência de associação estatisticamente significativa

entre as variáveis classificação do IPC e classificação do IMC.

Tabela 10: Resultado da associação entre o esquema corporal e o IMC das entrevistadas

CLASSIFICAÇÃO.IMC Total

OBESIDADE 2 OBESIDADE 3

CLASSIFICAÇÃO DO IPC

Adequado 6 17 23

26,1% 73,9% 100,0%

Não adequado 5 14 19

26,3% 73,7% 100,0%

x² =0 ,00 p= 0,987

512%

2764%

1024%

BAIXA INSATISFAÇÃO

MÉDIA INSATISFAÇÃO

ALTA INSATISFAÇÃO

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Em estudo similar quando Pereira, Ramos e Rossi (2013) buscou uma associação

entre o IMC e a imagem corporal, contudo pela descrição do estudo o mesmo

avaliou o componente atitudinal da IC, a autora encontrou apenas um grupo com

relação classificada como ―muito forte‖ entre o IMC e a IC atual dentro dos 6 grupos

que avaliou, enquanto que 4 grupos tiveram uma associação forte entre as variáveis

e somente um grupo apresentou uma relação considerada ―regular‖ . Essa

classificação foi feita utilizando os valores normativos de Callegari-Jaques (2004).

Segundo Pereira (2007) em seu estudo que objetivou analisar a relação entre IMC,

estimado por medida antropométrica e imagem corporal percebida a mesma conclui

que o índice de massa corporal (IMC) associado à imagem corporal pode constituir-

se em um instrumento bastante eficiente para avaliar o grau de insatisfação com o

peso e dimensões corporais e aspectos do estado nutricional. No grupo analisado,

os indivíduos apresentaram distorção na própria percepção da imagem corporal,

subestimando ou superestimando-a em relação ao IMC predito.

Nesse estudo especificadamente não ficou evidenciado a existência de associação

estatisticamente significativa entre as variáveis classificação do IPC e classificação

do IMC. Na busca para discutir a associação dessas variáveis notou-se uma grande

carência de estudo similares, afinal o IPC avalia a IC ligada à questão perceptiva

dimensional e nos estudos encontrados fala-se do componente atitudinal da IC.

De acordo com os dados do teste de 𝑋2 apresentado na tabela 12, quando buscou

descobrir se existe uma relação significativa entre a classificação do IPC e ter feito

atividade física no passado entre os participantes que serão submetidos à cirurgia

bariátrica teve-se o valor do X² de 1,60 com uma probabilidade associada (valor-p)

de menos de 0,21. O V de Cramer obtido foi de 0,195, aproximadamente 3,8 % das

variações das frequências do IPC adequado podem ser explicados pelas

variações das frequências dos participantes que fizeram atividade física

anteriormente. Assim é possível afirmar que os dados sugerem que não existe

associação estatisticamente significativa entre as varáveis classificação do IPC e ter

feito atividade física anteriormente.

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Tabela 11: Resultado da associação do esquema corporal e a prática de atividade física anterior das entrevistadas

FEZ ATIVIDADE FÍSICA

ANTERIORMENTE

Total

SIM NÃO

CLASSIFICAÇÃO DO IPC

Adequado 8 7 15

53,3% 46,7% 100,0%

Não adequado 9 18 27

33,3% 66,7% 100,0%

x² =1,601p=0,206

Kuchler, e Miranda (2008)em seu estudo que teve como objetivo principal verificar

se a prática de atividade física proporciona uma melhor consciência corporal, sendo

a consciência corporal avaliada pelo teste de Askevold (1975), as autoras

constataram que houve uma melhora na construção de suas figuras finais, em 33%,

as mesmas atribuíram a melhora da percepção corporal pelo fato da prática da

atividade física, acreditando que a ação de ter tido um hábito de praticar atividade

física no seu passado auxiliou a desenvolver a coordenação e a conscientização

postural e um maior conhecimento do próprio corpo.

Laus (2009)investigou a percepção da imagem corporal e suas relações com a

prática de atividades e exercícios físicos e encontrou como resultado que as

mulheres possuem mais distorção da percepção corporal, mas que essa não

depende do nível de atividade praticado. Quando a autora avaliou pela Escala de

Figuras de Silhuetas,observou que não existe diferença significativa nos índices de

distorção da imagem corporal entre os diferentes níveis de atividade física.

Dessa forma, conclui-se que para as participantes desse estudo, não houve

associação estatisticamente significativa entre as varáveis classificação do IPC e ter

feito atividade física anteriormente. A distorção ou não da imagem corporal não

dependente do nível de atividade física praticado no passado.

De acordo com os dados apresentados na tabela 13, quando buscou descobrir se

existe uma relação significativa entre a classificação do IPC e fazer atividades física

na atualidade entre os participantes que serão submetidos à cirurgia bariátrica,

teve-se um valor de Fischer exato p=é 0,390. O V de Cramer obtido foi de 0,20,

aproximadamente 4 % das variações das frequências do IPC adequado podem ser

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explicados pelas variações das frequências dos que fazem atividade física na

atualidade. Assim é possível afirmar que os dados sugerem que não existe uma

relação Esquema Corporal e fazer atividade física na atualidade.

Tabela 12: Associação entre esquema corporal e a prática de atividade física atual de mulheres obesas.

FAZ ATIVIDADE FÍSICA

ATUALMENTE

Total

SIM NÃO

CLASSIFICAÇÃO DO IPC

Adequado 14 1 15

93,3% 6,7% 100,0%

Não adequado 21 6 27

77,8% 22,2% 100,0%

Na avaliação de Vocks et al. (2009) a pratica de atividade física, tem um efeito

positivo na percepção corporal fazendo que o praticante tenha uma , melhora na sua

imagem corporal, principalmente porque a atividade física induz ao praticante sentir-

se mais magro. Acredita-se que este aspecto positivo seja causado muito mais pela

perda de liquido, porem sem ter uma desidratação, do que mesmo da perda de

gordura corporal.

Corroborando com a citação anterior acha-se o estudo de Caraça et al. (2012)

tendo seus resultados enfatizando a importância da pratica de atividade como um

fator que contribui para a melhoria da imagem corporal em mulheres com

sobrepeso/obesidade, principalmente pela redução da importância excessiva dada

a sua imagem corporal .

Williamson, et. al (2002); Williamson, et. al. , (2004) alegam que de acordo com os

modelos cognitivo-comportamental dos transtornos alimentares, a prática de

exercício físico faz com que a pessoa diminua a distorção da imagem corporal.

Esses dados corroboram com os dados encontrados nessa pesquisa, quando das

15 participantes que tiveram seus IPCs classificados como adequados, 14 são

praticantes de atividade física e apenas 1 não a pratica. Contudo nem todas as

praticantes de atividade física tiveram um IPC adequado, 21 delas foram

classificadas como portadoras de EC inadequado. Podendo ser que o tempo de

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prática de atividade física ainda não tenha sido o suficiente para promover

adaptações no Córtex dessas pessoas.

De acordo com os dados do teste de 𝑋2 apresentado na tabela 14, quando buscou

descobrir se existe uma relação significativa entre a classificação do IPC e o sentir

dor atualmente entre os participantes que serão submetidos à cirurgia bariátrica,

teve-se o valor do X² de 3,69 com uma probabilidade associada (valor-p) de menos

de 0,206. O V de Cramer obtido foi de 0,296 aproximadamente 8,76 % das

variações das frequências do IPC adequado podem ser explicados pelas

variações das frequências dos participantes que sentem dor atualmente. Assim os

dados sugerem que não existe associação estatisticamente significativa entre as

varáveis classificação do IPC e o sentir dor na atualidade.

Tabela 13: Resultado da associação do esquema corporal e a sensação de dor das entrevistadas.

SENTE DOR ATUALMENTE Total

SIM NÃO

CLASSIFICAÇÃO DO IPC

Adequado 9 6 15

60,0% 40,0% 100,0%

Não adequado 8 19 27

29,6% 70,4% 100,0%

x² =3,692 p=0,055

Em estudo realizado por Thurm et. al.(2013) quando a autora investigou a ligação

entre o EC e a dor crônica, em atletas, na oportunidade a mesma esperava que

fosse encontrar alterações evidentes no esquema corporal decorrentes da dor,

contudo não foi evidenciado diferença no resultados da avaliação do EC, sendo que

a autora descreve que tal situação possa ter surgido pela adaptação existente à dor

de atletas causados pelo treinamentos e diversas situações que o mesmo é

submetido, mesmo sentindo.

Fazendo uma ligação entre a idade de início da obesidade e a idade média do grupo

avaliado, 35,9 ± 7,17, e associando que as dores surgiram após o quadro de

obesidade, nos leva a induzir que os mesmos já convivem com a dor por muito

tempo, com isso as pessoas avaliadas desenvolveram uma maior tolerância à dor

impedindo assim uma interferência na avaliação. Aspecto relevante para a

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colocação acima são os resultados do estudo de Mainhofner, et. al. (2003) que

objetivou avaliar uma possível reorganização cortical, no córtex somatosensorial

primário, de pacientes com síndrome de dor regional complexa, e descreveu sobre a

possibilidade de pessoas com dor excluirem a região afetada ignorando o segmento

molestado.

Outra possibilidade que não pode deixar de ser abordada é sobre o local de

incidência de dor, quando a grande maioria alegou dores nos membros inferiores

(coxa, joelho, pernas e pé) e os pontos que são colocados como referência para a

avaliação da percepção da dimensão corporal pelo IMP não inclui os mesmos, com

exceção do trocânter maior que está localizado na parte proximal do fêmur.

5- CONCLUSÃO

Com base nos estudos realizados, foi possível sugerir que:

Identificou-se através desse estudo que as mulheres que serão submetidas à

cirurgia bariátrica estão em grande maioria com uma alta insatisfação com a sua

imagem corporal, considerando para tal a grande diferença a silhueta atual e a

silhueta que a avaliada desejava como ideal.

Quanto ao aspecto perceptual da imagem corporal, pode-se inferir que mesmo

aparecendo alguns casos de distorção, a maioria das participantes apresentam uma

percepção adequada, e em média o grupo foi considerado dentro da mesma

classificação, IPC adequado.

De acordo com o IMC, a maioria das mulheres avaliadas encontrava-se com

obesidade III, sendo esta uma das condições exigidas para a realização do

procedimento cirúrgico. As demais que não estavam classificadas dentro desta

classe de IMC, contudo acredita que as mesmas deveriam apresentar co-

morbidades associadas com a obesidade grau II, atendendo assim as exigências

necessárias para a realização do procedimento, entretanto, essa informação não foi

objetivo do estudo..

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Quando avaliada a associação da percepção corporal com as variáveis: prática de

atividade física anterior, pratica de atividade física atual e período de início da

obesidade, observou-se que não existe associação das mesmas para o grupo

analisado.

Não foi observado evidencias matemáticas significativas quanto a acuracia da

percepção corporal de acordo com a faixa etária de inicio da obesidade.

Analisando os IPC de cada ponto anatômico medido, ficou evidenciado que a mulher

obesa tende a ter uma tendência de maior distorção do Esquema Corporal nos

ombros.

Não existiu associação entre o IMC e a percepção corporal, o que leva a definir que

independente do valor do IMC pode existir uma distorção ou não da percepção

corporal. Acredita-seque a mesma esteja mais relacionada com outras atividades

específicas que estimule o seu desenvolvimento, como por exemplo a prática de

movimentos específicos para desenvolver o reconhecimento do corpo em seus

diversos espaços: pessoal, peripessoal e extrapessoal.

Diante dos dados obtidos nesse estudo pode-se afirmar que o perfil da percepção da

dimensão corporal foi tido em média como adequado e apesar de um tamanho

corporal aumentado pela obesidade a mesma não interferiu na capacidade de

avaliação da percepção dimensional do corpo. Quanto à avaliação da IC fica nítido

que 100% das avaliadas estão insatisfeitas com o seu corpo, podendo aqui estar

sendo levado em conta os aspectos sociais impostos, a dificuldade de realização de

tarefa ou até mesmo suas próprias aspirações com a forma de seu corpo.

Sugere-se para estudos futuros avaliar o comportamento da percepção corporal

associada com imagem corporal em diferentes fases do processo da cirurgia

bariátrica. Como por exemplo antes da cirurgia e ao longo da perda de peso

causado pela mesma, de modo a avaliar o processo de adaptação neural ao novo

tamanho corporal.

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ANEXOS

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Anexo 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

PERFIL DA PERCEPÇÃO DA DIMENSÃO CORPORAL E NÍVEL DE SATISFAÇÃO CORPORAL DE MULHERES SUBMETIDAS À GASTROPLASTIA,

DERIVAÇÃO DE ROUX. 1 – IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DA PESQUISA:

Mestrando: André Luiz Lacerda Souza Orientador e responsável: Profª. Dra. Eliane Gama Telefones de contato: Orientador: (11) 2799- 1999 ramal 1494 Aluno: (38) 9143-0086 INSTITUIÇÃO: Universidade São Judas Tadeu Rua Taquari, 546 – Mooca – São Paulo – SP 2 - INFORMAÇÕES AO PARTICIPANTE: 2.1 O objetivo da pesquisa é determinar a acurácia da percepção do tamanho corporal em participantes que passarão por um procedimento cirúrgicos, cirurgia bariátrica by-pass gástrico.

Obs. A participação na pesquisa é facultativa, caso você não queira participar não haverá nenhuma restrição para a realização da cirurgia.

2.2) Para avaliação da percepção do tamanho corporal (esquema corporal), do peso e da altura os participantes devem estar trajados com roupas justas ou de banho (maiô). A percepção do tamanho corporal será avaliada com os indivíduos de olhos vendados e de frente a uma superfície branca. O examinador tocará em determinados pontos (cabeça, ombros, cintura e quadril) do corpo do indivíduo e esse deverá apontar na superfície a projeção desses pontos. Em seguida, o individuo será aproximado à superfície para a marcação da projeção real destes pontos pelo examinador. A análise da satisfação da silhueta corporal será avaliada por meio da apresentação de uma seqüência de figuras de imagens corporais com quinze variações em ordem crescente de tamanho corporal onde o avaliado deverá apontar aquela figura que o representa no momento atual e qual das silhuetas gostaria de ter. O IMC corporal será avaliado por meio da mensuração da massa corporal (peso) e da estatura (altura). 2.3) As avaliações serão realizadas em 5 momentos distintos sendo: Pré cirurgia, ( após realização dos exames pré operatórios), 30, 60, 90 e 120 dias após a cirurgia, nas consultas de retorno e acompanhamento nutricional. Caso não tenha interesse em continuar participando da pesquisa, poderá desligar-se da mesma a qualquer momento. 2.4) A presente pesquisa apresenta riscos mínimos para os participantes estando relacionado ao resultado das avaliações, no qual o indivíduo pode se sentir inadequado em relação ao padrão das variáveis analisadas; ou sentir-se constrangido, durante a coleta de dados, por estar expondo seu corpo ou sendo avaliado; 2.5- Antes de aceitar participar da pesquisa, leia atentamente as explicações abaixo: 2.5.1 Sua participação compreende a leitura e assinatura deste termo de consentimento e livre esclarecido, preenchimento de uma ficha de identificação, seguida da coleta de dados. Em nenhum momento será obrigado a continuar o procedimento de coleta de dados,

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podendo deixar de participar assim que achar necessário, sem nenhuma penalidade ou prejuízo. Estima-se que o tempo total da coleta seja em torno de 20 minutos. 2.5.2 - Sua participação como voluntário, não auferirá nenhum privilégio, seja ele de caráter financeiro ou de qualquer outra natureza. 2.5.3 – Serão garantidos o sigilo e privacidade de todas as informações fornecidas. 2.5.4 - Na apresentação dos resultados não serão citados os nomes dos participantes, nem outros dados que possam identificá-los. 2.5.5 – Na apresentação dos relatórios do estudo autorizo a utilização da minha imagem, colhida durante a avaliação, porém não permitindo a minha identificação. Após leitura dos itens citados anteriormente, estou ciente que: 3) Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa; 4) Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos por meio da pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada; 5) Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa Universidade São Judas Tadeu para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa por meio do telefone (11) 2799-1944. 6) Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Profª Dra. Eliane Gama, sempre que julgar necessário pelo telefone (11) 2799- 1999 ramal 1494; 7) Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável. Confirmo ter conhecimento do conteúdo deste termo. A minha assinatura abaixo indica que concordo em participar desta pesquisa e por isso dou meu consentimento. Nome por extenso (letra de forma): _____________________________________________________________________

Assinatura

Montes Claros, __________de _______________ de 2012 __________________________________________________ ORIENTADOR – Eliane Florencio Gama __________________________________________________ MESTRANDO - André Luiz Lacerda Souza

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Anexo 2 Questionário

Ficha de Dados Pessoais Identificação: _______

Nome:______________________________________________________________________

Idade:___________________________

Endereço:__________________________________________________________________________________

_______________________________ Fone ( ) _____________________

Data de Nascimento:_______________________________

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

Lateralidade: ( ) Destro ( ) Canhoto

Profissão:____________________________________________________________________

Nível de Instrução:

( ) Não alfabetizado ( ) 3° Grau Incompleto

( ) 1° Grau Incompleto ( ) 3° Grau Completo

( ) 1° Grau Completo ( ) Especialização

( ) 2° Grau Incompleto ( ) Mestrado

( ) 2° Grau Completo ( ) Doutorado

Composição Familiar:

( ) Solteiro ( ) Separado

( ) Vive como casado ( ) Divorciado

( ) Casado ( ) Viúvo

Questões:

1 –Você já utilizou algum dos métodos abaixo para perda de peso

( ) Dieta

( ) Atividade Física

( ) Dieta juntamente com atividade física

( ) Outro(s) método(s) Qual(is):________________________________________________

2- Se na pergunta anterior você marcou algum método. Foi orientado por algum profissional?

( ) Sim Qual Especialidade ? _____________________________

( ) Não

3-O seu excesso de peso iniciou quando?

( ) menos de 12 anos ( ) dos 13 aos 18 anos ( ) mais de 18 anos

4 - Assinale as atividades físicas abaixo que você pratica no momento.

( ) Voleibol ( ) Ginástica Aeróbica

( ) Basquete ( ) Dança

( ) Handebol ( ) Yoga

( ) Musculação ( ) Pilates

( ) Step ( ) Atividades Ritmadas

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( ) Outra(s) Qual (is)?__________________________________________________________

5- Qual a freqüência semanal que faz atividade física?

( ) uma vez por semana

( ) Duas vezes por semana

( ) Três vezes por semana

( ) mais de três vezes por semana

7 - Qual o tempo de duração em cada sessão?

____________________________________________________________________________

8 - Quais objetivos que deseja alcançar com a prática da atividade física acima referida?

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

9 - Assinaleas atividades físicas abaixoque você já fez anteriormente.

( ) Voleibol ( ) Ginástica Aeróbica

( ) Basquete ( ) Dança

( ) Handebol ( ) Yoga

( ) Musculação ( ) Pilates

( ) Step ( ) Atividades Ritimadas

( ) Outra(s) Qual (is)?_________________________________________________________

10 - Caso tenha praticado e parado qual o motivo o levou a parar?

__________________________________________________________________________

11 – Na atualidade você sente algum tipo de dor?

( ) Não

( ) Sim Onde? ______________________________________________________________

12– Como você classifica a intensidade da dor.

( ) Muito Leve ( ) Leve ( ) Relativamente forte ( ) Forte ( ) Muito Forte

13 – Classificação da Imagem Corporal.

Pré Cirurgia

Ideal _________

Real _________

30 dias após

Ideal _________

Real _________

60 dias após

Ideal _________

Real _________

90 dias após

Ideal _________

Real _________

120 dias após

Ideal _________

Real ______

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