118
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA GERSON DOS SANTOS LEITE RELAÇÃO ENTRE A PERIODIZAÇÃO EM BLOCO E VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS COM O RENDIMENTO DE NADADORES OLÍMPICOS BRASILEIROS Orientadora: Profa. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão São Paulo Março de 2014

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

GERSON DOS SANTOS LEITE

RELAÇÃO ENTRE A PERIODIZAÇÃO EM BLOCO E VARIÁVEIS

PSICOLÓGICAS COM O RENDIMENTO DE NADADORES

OLÍMPICOS BRASILEIROS

Orientadora: Profa. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão

São Paulo

Março de 2014

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

GERSON DOS SANTOS LEITE

RELAÇÃO ENTRE A PERIODIZAÇÃO EM BLOCO E VARIÁVEIS

PSICOLÓGICAS COM O RENDIMENTO DE NADADORES

OLÍMPICOS BRASILEIROS

Tese de Doutorado apresentada à

Universidade São Judas Tadeu, como

requisito parcial à obtenção do grau de

Doutor em Educação Física, sob a

orientação da Profa. Dra Maria Regina

Ferreira Brandão.

São Paulo

Março de 2014

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iii

Leite, Gerson dos Santos

L533r Relação entre a periodização em bloco e variáveis psicológicas com o

rendimento de nadadores olímpicos brasileiros / Gerson dos Santos Leite.

- São Paulo, 2014.

118 f. : il. ; 30 cm.

Orientadora: Maria Regina Ferreira Brandão.

Tese (doutorado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2014.

1. Atividade física. 2. Humor (Psicologia). 3. Natação - Olimpíadas. I.

Brandão, Maria Regina Ferreira. II. Universidade São Judas Tadeu,

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título

CDD 22 – 797.21

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade São Judas Tadeu Bibliotecário: Ricardo de Lima - CRB 8/7464

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iv

GERSON DOS SANTOS LEITE

RELAÇÃO ENTRE A PERIODIZAÇÃO EM BLOCO E VARIÁVEIS

PSICOLÓGICAS COM O RENDIMENTO DE NADADORES

OLÍMPICOS BRASILEIROS

Tese de Doutorado apresentada à Universidade São Judas

Tadeu, como requisito parcial à obtenção do grau de

Doutor em Educação Física, sob a orientação da Profa. Dra

Maria Regina Ferreira Brandão.

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão

Orientadora - Universidade São Judas Tadeu

Prof. Dr. Orival Andries Junior Universidade Estadual de Campinas

Prof. Dr. Paulo Henrique Silva Marques de Azevedo Universidade Federal de São Paulo

Prof. Dr. Aylton Figueira Junior Universidade São Judas Tadeu

Prof. Dr. Danilo Salles Bocalini Universidade São Judas Tadeu

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais Gerson e Eunice, que sempre me oportunizaram o que não tiveram e sempre se preocuparam com minha formação como ser humano e profissional.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por todas as oportunidades que tenho tido, há muitos anos. A minha esposa e companheira Mariana pelo incentivo afetivo e emocional, presente nos momentos difíceis durante todo o Doutorado. Aos meus irmãos Cristiano e Cristina pelo incentivo afetivo e intelectual durante toda minha vida. A minha orientadora, Profa. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão, mundialmente conhecida como Regina Brandão, por ter aceitado o desafio de me orientar no meio do meu doutorado, por todas as oportunidades e incentivos na busca do conhecimento científico. Ao Prof Dr Rogério Brandão Wichi, que iniciou como meu orientador e passou a ser um grande amigo, mas por conta dos caminhos da vida foi iniciar nova jornada com sua família em Aracajú. A CAPES pela bolsa concedida durante o último ano do Doutorado em Educação Física na Universidade São Judas Tadeu. Aos professores da banca de minha qualificação e defesa de Doutorado, Prof. Dr. Paulo Henrique Silva Marques de Azevedo, Prof. Dr. Ayton Figueira Junior, Prof. Dr. Orival Andries Junior e Prof. Dr. Danilo Bocalini, pelas contribuições, apontamentos e críticas construtivas ao meu trabalho. A Universidade Nove de Julho na pessoa do Prof Dr José Carlos de Freitas Batista, que acreditou no meu potencial e me oportunizou crescer profissionalmente e conquistar muitas vitórias nos últimos anos. Aos amigos e companheiros da república caipira em São Paulo, Cezar, Emerson, Alessandro, Fanta e aos que sempre a frequentavam, Mateus, Erinaldo, Rui, Barboza, Gulo, Dimitri, Andrey, João Marcelo, Hergos, Camila, Larissa Galatti e Gisela e todos os outros que conheci durante esses anos em São Paulo, que ajudaram direta e indiretamente em minha formação. Aos amigos de Pós Graduação na São Judas, Simone, Verena, Rodrigo e o grande Prof Dr Raul Santo de Oliveira, amigos e consultores de plantão. A todos os atletas e comissões técnicas que participei durante o doutorado, em equipes de futebol, triathlon, natação, para-atletismo e para-natação, que me proporcionaram inúmeras vivências, discussões, aprendizados e muitas vitórias. A Comissão Técnica e aos nadadores que participaram desta pesquisa, em especial ao técnico e ao auxiliar técnico pelo apoio permanente na coleta dos dados e pela abertura nas discussões dos resultados. Aos professores e amigos da Graduação na UNESP, Mestrado na UNIMEP , das cidades de Bauru, Piracicaba e São Paulo pelo incentivo e companheirismo.

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RESUMO

O monitoramento de atletas tem tido destaque na literatura e na prática esportiva nas últimas décadas. O desempenho de nadadores e suas respostas ao treinamento podem auxiliar no entendimento do sucesso ou insucesso nas principais competições, como os Jogos Olímpicos. Desta forma, o objetivo geral deste estudo foi verificar a relação entre a periodização em bloco, variáveis psicológicas e o rendimento de nadadores olímpicos brasileiros. Para isso, foram avaliados sete nadadores, do sexo masculino durante 14 semanas. O rendimento dos atletas foi determinado pela participação em três competições oficiais (classificatória, controle e olimpíadas) e apresentado como tempo em segundos e índice técnico. Os Estados de Humor foram avaliados pelo questionário BRAMS durante todas as semanas, junto a Percepção Subjetiva do Esforço (PSE), pela escala Cavasini e a Percepção Subjetiva de Recuperação (PSR). A carga de treinamento foi determinada a cada semana, multiplicando-se o volume treinado semanalmente em quilômetros pela PSE. O desempenho dos atletas foi considerado paramétrico e a análise de variância com post hoc de Bonferroni detectou diferenças entre a competição controle e a olimpíada quando o resultado foi expressado pelo índice técnico (p<0,05). A magnitude do efeito também foi determinada, apresentando pequena a moderada alteração (0,16 a 1,12) no desempenho, apenas quando calculada pelo índice técnico. Carga, volume, PSE, PSR e estados de humor foram considerados não paramétricos. O teste Kruskal-Wallis com o post hoc de Dunn identificou alterações na carga, no volume, na PSE e na Fadiga (p<0,05 a 0,01), independente da forma temporal apresentada (semana, micro etapa ou bloco de treinamento). A correlação de Sperman identificou forte correlação da carga de treinamento com o volume e PSE (r = 0,91 e 0,88; p<0,01, respectivamente) e moderada correlação da carga com a fadiga (r = 0,43; p<0,01). Quando relacionados ao desempenho, a fadiga foi a única variável capaz de predizer a variação do desempenho através de uma equação de regressão (r = 0,79 a 0,88; p<0,01). A partir destes dados, pode-se concluir que a periodização em bloco provocou alterações no desempenho e o estado de humor fadiga é uma variável importante a ser monitorada quando a periodização em bloco for utilizada. Palavras-chaves: treinamento desportivo, monitoramento, carga de treinamento, estados de humor, natação.

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viii

ABSTRACT

The monitoring of athletes has been featured in literature and sports practice in recent decades. The performance of swimmers and their responses to training may help in understanding the success or failure in major competitions such as the Olympics. Thus, the aim of this study was to investigate the relationship between the block periodization, psychological variables and the performance of Brazilian Olympic swimmers. For this, seven swimmers, males were evaluated for 14 weeks. The yield was determined by the athletes participate in three official competitions (classification, control and olympics) and presented as time in seconds and technical index. The moods were evaluated by BRAMS questionnaire during every week, with the subjective perception of effort (PSE) - the Cavasini scale - and the subjective perception of recovery (PSR). The training load was determined each week by multiplying the volume trained weekly in kilometers by PSE. The performance of the athletes was considered to parametric analysis. The ANOVA with post hoc Bonferroni detected differences between competition control and Olympics when the result was expressed by technical index (p <0.05). The effect size was also determined, showing small to moderate change (0.16 to 1.12) in performance, only when calculated by the technical index. Load, volume, PSE, PSR and mood states were considered non-parametric. The Kruskal-Wallis test with the post hoc Dunn identified changes in load, in volume, in PSE and in fatigue (p< 0.05 to 0.01), independent of the temporal form presented (week, micro step or training block). The Spearman correlation identified a strong relationship between training load with the volume and PSE (r = 0.91 and 0.88, p <0.01, respectively) and moderate correlation between the load and fatigue (r = 0.43; p <0.01). When related to performance, fatigue was the only variable able to predict the variation in performance through regression equation (r = 0.79 to 0.88, p <0.01). From these data, it can be concluded that the block periodization provoked changes in performance and the state of humor fatigue is an important variable to be monitored when the block periodization is used. Keywords: sports training, monitoring, training load, moods, swimming.

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LISTA DE FIGURAS Página

Figura 1. Modelo de Periodização de Matveev, adaptado de Gambetta

et al. (1993)............................................................................. 26

Figura 2. Representação das cargas seletivas ao longo de uma etapa

semestral de treinamento, adaptado de Gomes (2002).......... 28

Figura 3. Distribuição das etapas de treinamento em bloco, com um

(A), dois (B) ou três (C) picos de performance no ano,

adaptado de Oliveira (2008).................................................... 30

Figura 4. Efeito imediato e posterior da carga de treinamento............... 41

Figura 5. Efeito somatório e acumulativo da carga de treinamento....... 41

Figura 6. Alteração do conteúdo e quantidade de treinamento ao

longo de uma temporada de basquetebol............................... 42

Figura 7. Relação entre intensidade e duração dos sintomas para o

overreaching funcional, não funcional e overtraining.............. 44

Figura 8. Relação entre percepção subjetiva de esforço e frequência

cardíaca, adaptado de Borg (1985)......................................... 47

Figura 9. Escala Cavasini....................................................................... 61

Figura 10. Escala de Percepção Subjetiva de Recuperação................... 63

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x

LISTA DE QUADROS

Página

Quadro 1. Tipo, característica e momento temporal dos diferentes efeitos

do treinamento, adaptado de Zakharov e Gomes(2003)............... 40

Quadro 2. Ciclo de Treinamento Olímpico...................................................... 57

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xi

LISTA DE GRÁFICOS Página

Gráfico 1. Carga de treinamento em unidades arbitrárias (u.a.) durante

uma semana de treino. Adaptado de Wallace et al. (2008).... 51

Gráfico 2. Variação do volume de treinamento durante as etapas de

preparação.............................................................................. 58

Gráfico 2. Variação do desempenho individual entre o Troféu Maria

Lenk e os Jogos Olímpicos..................................................... 69

Gráfico 3. Variação da carga, volume, PSE e PSR durante o período

analisado................................................................................. 77

Gráfico 4. Variação da carga, vigor e fadiga durante o período

analisado................................................................................. 78

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xii

LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1. Tempo de recuperação com base na orientação da magnitude

da carga da sessão e respectivas capacidades físicas

trabalhadas............................................................................. 45

Tabela 2. Tempo e índice técnico dos atletas nos diferentes

campeonatos............................................................................. 67

Tabela 3. Alteração percentual do rendimento dos atletas entre as

competições, por tempo e índice técnico..................................... 68

Tabela 4. Magnitude do efeito entre as competições, pelo tempo e índice

técnico.......................................................................................... 70

Tabela 5. Variação semanal da carga, volume, PSE e PSR........................ 71

Tabela 6. Variação semanal dos estados de humor.................................... 72

Tabela 7. Carga, Volume, PSE e PSR nas micro etapas de treinamento.... 73

Tabela 8. Estados de Humor a cada micro etapa de treinamento............... 74

Tabela 9. Variação da carga, volume, PSE e PSR nos blocos de

treinamento................................................................................... 75

Tabela 10. Variação dos estados de humor durante os blocos de

treinamento................................................................................... 76

Tabela 11. Correlação entre as variáveis do treinamento e as variáveis

psicológicas.................................................................................. 79

Tabela 12. Correlação entre a variação do desempenho e as variáveis do 80

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treinamento...................................................................................

Tabela 13. Modelos de regressão múltipla para predição da VD................... 80

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xiv

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 15

1.1 Apresentação.......................................................................................... 15

1.2 Formulação do Problema........................................................................ 18

2 Objetivos................................................................................................. 21

2,1 Geral....................................................................................................... 21

2.2 Específicos.............................................................................................. 22

3 REVISÃO DE LITERATURA................................................................... 23

3.1 A periodização tradicional e a contemporânea do treinamento.............. 23

3.2 Variação do desempenho de nadadores durante uma temporada......... 34

3.3 A carga e suas relações com o treinamento........................................... 37

3.4 Estados de humor e performance atlética.............................................. 52

4 MÉTODO................................................................................................ 55

4.1 Amostra................................................................................................ 55

4.2 Procedimentos....................................................................................... 56

4.3 Programa de treinamento...................................................................... 57

4.4 Cálculo do Índice técnico........................................................................ 59

4.5 Instrumentos.......................................................................................... 60

4.5.1 Percepção Subjetiva de Esforço (PSE)................................................. 60

4.5.2 Escala de Percepção Subjetiva de Recuperação................................... 62

4.5.3 Estados de Humor – Escala BRAMS...................................................... 63

4.5.4 Quantificação da carga de treinamento.................................................. 64

4.5.5 Análise dos dados................................................................................... 65

5 RESULTADOS........................................................................................ 67

6 DISCUSSÃO........................................................................................... 82

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 99

8 REFERÊNCIAS...................................................................................... 100

APÊNDICES........................................................................................... 111

ANEXOS................................................................................................. 116

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1. INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

Tudo começou quando o irmão mais velho quis competir numa prova

de velocidade no atletismo e não tínhamos orientações especiais para sua

prática. Desde então, aos 8 anos resolvi trabalhar com o relógio de casa,

cronometrando o tempo de meu irmão e ajudando-o neste "treinamento de

velocidade" que fazíamos. Ele ganhou a competição que disputou e a partir

daí, o rendimento esportivo nunca mais saiu de minha cabeça.

Alguns anos depois, fui à UNESP em Bauru graduar-me em

Educação Física e tornar-me treinador de atletismo e triathlon. Nas duas

modalidades, com cuidado escolhi os testes a realizar e os métodos de

treinamento a aplicar e isso se consolidou com algumas medalhas desde

em competições universitárias a campeonatos brasileiros de triathlon.

Mesmo após este rápido sucesso no triathlon, muitas perguntas ainda

pairavam à mente, foi quando ingressei no mestrado para responder

algumas delas. Trabalhando com uma equipe de basquetebol,

aproveitamos para aplicar muitos dos testes de desempenho conhecidos,

mas o que gerou grande resultado foi a nova metodologia (naquele

momento éramos pioneiros no Brasil) para quantificar e monitorar a carga

de treinamento, realizada através apenas da resposta a uma escala de

percepção subjetiva de esforço.

Eu já conhecia bons métodos de treinamento, já realizava alguns

testes para determinar a aptidão física dos atletas, mas ainda faltava algo,

que foi respondido pela pesquisa de mestrado e transferido para os atletas

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P á g i n a | 16

de triathlon e gerou um Vice-campeonato Sulamericano de Triathlon

feminino e um sexto lugar no Mundial de Triathlon de Longa Distância no

masculino. Assim, notava, a cada dia que passava, que a percepção

subjetiva do atleta ficava cada vez mais importante para nossos

treinamentos. Em seguida, iniciei um trabalho como fisiologista de um time

de futebol profissional e posteriormente nas Seleções Brasileiras de Para-

atletismo e Para-natação com resultados muito importantes, medalhas e

recordes em Mundiais, Panamericano e posteriormente nos Jogos

Paralímpicos. Por mais que tivesse acesso aos melhores métodos/técnicas

possíveis da fisiologia do exercício e continuava a adotar sempre que

possível das escalas de percepção de esforço e recuperação, novas

perguntas surgiam e teriam que ser respondidas. Foi quando, por sugestão

da minha orientadora de doutorado, passei a utilizar a Escala de Humor

(BRAMS) que quantifica os estados emocionais de atletas e já nas

primeiras coletas, resultados muito interessantes apareceram. Assim,

passamos a usá-la rotineiramente na Seleção de Para-atletismo o que

gerou o artigo "Relação entre estados de humor, variabilidade da

frequência cardíaca e creatina quinase de para-atletas Brasileiros" e

posteriormente outro artigo que está no prelo "Alteraciones emocionales en

función de las cargas de entrenamiento en nadadores de alto rendimiento",

que nos ajudou a iniciar o projeto da presente tese e entender a

importância destas variáveis durante a periodização de treinamento. Mas,

algo que não foi abordado em meu mestrado e em nenhum dos artigos

escritos ainda gerava dúvidas, sobre a possível relação destas variáveis

com o rendimento de atletas de alto rendimento, seguindo um sistema de

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P á g i n a | 17

organização de carga que pouco se conhece, o sistema de periodização

em bloco. Desta forma, apresento a presente tese que foi realizada com

um grupo muito qualificado de nadadores, que tiveram seu rendimento, sua

carga de treinamento e variáveis psicológicas quantificadas ao longo da

preparação para os Jogos Olímpicos de Londres.

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P á g i n a | 18

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

O rendimento de nadadores tem sido o alvo de inúmeras pesquisas

nos últimos anos, com sua maioria buscando entender os fatores que

podem ser determinantes para a performance de atletas e como melhorá-

los (ASPENES, KARLSEN, 2012; BARROSO et al., 2014). É evidente a

melhora no resultado esportivo a cada ano, com rendimento inimaginável

(HOPKINS, 2005; PYNE, TREWIN, HOPKINS, 2004), mas, ainda busca-se

o entendimento do rendimento atlético em diferentes competições ao longo

de um ano com o desenvolvimento de técnicas estatísticas específicas

para o acompanhamento do resultado dos atletas. Desta forma, a

estatística tradicional parece não ser sensível o bastante para monitorar

tais alterações atuais (PYNE, TREWIN, HOPKINS, 2004; SKORSKI et al.,

2014). Com isso, a normalização matemática de resultados esportivos para

possíveis comparações já faz parte da ciência do esporte aplicada ao alto

rendimento (HOPKINS, 2005; HOPKINS, 2009; TREWIN, HOPKINS,

PYNE, 2004).

Existem também, preocupações em propor diferentes formas de

organização e monitoramento do treinamento na tentativa de otimizar o

processo e atingir resultados melhores a cada temporada (CHUNG et al.,

2012; COUTTS et al., 2010; PYNE et al., 2005; PYNE, LEE, SWANWICK,

2001). A proposta tradicional de organização das cargas de treinamento,

que se baseava em uma grande quantidade de trabalho realizada (grande

volume), tem sido questionada; outras alternativas têm sido utilizadas com

maior especificidade das cargas e treinamentos generalistas, as quais cada

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P á g i n a | 19

vez apresenta menos espaço no dia a dia de atletas de alto rendimento

(GOMES, 2002; ISSURIN, 2010; OLIVEIRA, 2008; VERKHOSHANSKY,

1994). A proposta de Verkoshanski (1990) de concentrar a carga em um

bloco de treinamento tem recebido adeptos internacionalmente,

principalmente quando evidenciado a melhora no rendimento comparado

ao modelo tradicional de treinamento (GARCÍA-PALLARÉS et al., 2010;

RØNNESTAD et al., 2012).

Outras variáveis que influenciam o rendimento, como as

psicológicas, têm auxiliado no entendimento da performance esportiva em

diferentes modalidades. Morgan et al. (1987; 1988) sugere um modelo de

saúde mental, que envolve os aspectos emocionais de atletas na prática

esportiva e que isso os levaria a uma probabilidade aumentada de sucesso

maior ou menor. Diante disso, a avaliação de estados emocionais de

atletas passou a ganhar grande importância no esporte e instrumentos

específicos foram criados para a determinação dos estados de humor no

esporte, como o Perfil de Estado de Humor (POMS) e sua versão reduzida,

a Escala de Humor de Brunel (BRUMS, no Brasil BRAMS) (BRANDÃO,

1999; ROHLFS et al., 2004; ROHLFS, 2006; TERRY, LANE, FORGATY,

2003). Muitos autores têm demonstrado a variação dos estados de humor

ao longo de sistema de treinamento tradicional (MORGAN et al., 1988;

PIERCE JR, 2002; RAGLIN, MORGAN, O’CONNOR, 1991; RIETJENS et

al., 2005), porém, não foi encontrado nenhum que descreve e discuta as

alterações emocionais durante o sistema de treinamento em bloco.

A percepção subjetiva do atleta em relação ao treinamento e

recuperação também é destacada como ponto chave no rendimento, pois é

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P á g i n a | 20

possível monitorar alterações positivas e/ou negativas e reajustar a carga

de treinamento quando necessário (FOSTER, 1998; FOSTER et al., 2001;

KENTA, HASMEN, 1998; MOREIRA et al. 2004; SUZUKI et al., 2006).

Assim, diferentes pesquisas têm adotado a percepção subjetiva de esforço

(PSE) e/ou a percepção subjetiva de recuperação (PSR) durante

treinamentos e competições. A PSE tem sido utilizada também para

quantificar a carga de treinamento, relacionando o volume de treinamento

com a PSE após o treinamento. Diferentes autores aplicam e discutem tal

metodologia em diferentes modalidades esportivas (DELATTRE et al.,

2006; FOSTER et al., 2001; GABETT, 2004; IMPELLIZZERI et al., 2004;

LEITE et al., 2008; LEITE et al., 2012; PUTLUR et al., 2004; SEILER,

KJERLAND, 2004; SUZUKI et al., 2006), incluindo-se a natação (BATISTA,

2007; BRANDÃO et al., 2014; WALLACE et al., 2008), mas não foi

encontrado nenhum trabalho que faça a quantificação da carga através da

PSE durante um sistema de treinamento em bloco na natação.

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P á g i n a | 21

2. OBJETIVOS

2.1 Geral:

� Verificar a relação entre a periodização em bloco, variáveis

psicológicas e o rendimento de nadadores olímpicos

brasileiros.

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2.2 Específicos:

� Descrever e comparar o desempenho de nadadores durante

competições em um período que envolveu a classificação,

preparação e competição aos Jogos Olímpicos de Londres

em 2012;

� Avaliar e comparar a carga, o volume e a intensidade de

treinamento, a percepção subjetiva do esforço, a percepção

subjetiva de recuperação e os estados de humor durante

diferentes blocos de treinamento, que envolveram a

classificação, preparação e competição aos Jogos Olímpicos

de Londres em 2012.

� Verificar a capacidade preditora da carga, do volume, da

intensidade, da recuperação e dos estados de humor na

performance dos nadadores durante os Jogos Olímpicos de

Londres.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

O treinamento de atletas é um processo longo e detalhado para alcançar os

objetivos traçados, como a vitória em certos jogos/campeonatos ou mesmo a melhor

marca em uma competição específica. Este processo deve ser pautado em um

planejamento que é composto por diversas semanas de treinamento com objetivos

predeterminados até que se alcance o objetivo principal daquele ciclo de

treinamento. Para planejar isto, estudiosos e treinadores esportivos têm organizado

o treinamento baseado em períodos ou etapas, que são determinados pelo contexto

competitivo da modalidade. Gomes (2002) destaca duas importantes formas de se

realizar isso: a organização tradicional e a contemporânea, baseadas principalmente

nos estudos de Matveev e Verkhoshanski.

3.1 A PERIODIZAÇÃO TRADICIONAL E A CONTEMPORÂNEA DO

TREINAMENTO

A ciência, o método científico e a atitude científica têm apresentado

importância fundamental em todo o mundo, descobrindo, organizando e

humanizando a verdade, além de solucionar diversos problemas da humanidade. A

área do desporto não é exceção nesse contexto, embora seja bastante recente a

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existência de estudos científicos para contemplar e resolver seus problemas

(BARBANTI, TRICOLI e UGRINOWITSCH, 2004).

O treinamento é o processo de trabalho ou de exercícios progressivos e

repetitivos que melhoram o potencial do indivíduo, para que ele atinja o desempenho

ótimo. Em atletas, representa programas de treinamento a longo prazo, que o

condicionam para as especificidades da competição e onde se almeja alcançar

excelência de desempenho (BOMPA, 2002; SMITH, 2003). A organização do

treinamento esportivo é fundamental em qualquer modalidade, bem como nos

diferentes momentos da vida do desportista, desde a formação até o alto

desempenho, pois representa contribuição fundamental no sucesso do programa

(FRY, MORTON e KEAST, 1992b).

A organização do treinamento em fases, com vários tipos de exercícios

executados em volumes e intensidades variáveis é um processo recente, que obteve

seu maior impulso no começo do século XX, com as investigações e resultados das

ciências básicas (fisiologia, biomecânica, anatomia, psicologia, entre outras)

associadas às necessidades dos desportos (BARBANTI, TRICOLI e

UGRINOWITSCH, 2004).

A maior parte dos trabalhos executados atualmente nas diferentes

modalidades segue as bases da organização e periodização do treinamento que,

durante vários anos, foram utilizadas no leste europeu, por meio de unidades

estruturais básicas como: sessão de treinamento, dias de treinamento, microciclo,

mesociclo, macrociclo, ciclo olímpico ou quadrienal e, por fim, o multianual. Entende-

se por dia de treinamento uma ou mais sessões inter-relacionadas; microciclo é o

número de sessões de treinamentos que formam uma unidade decorrente em um

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período de vários dias; mesociclo consiste em um número de microciclos que

servem de unidade recorrente ao longo de um período de várias semanas ou meses.

Já o macrociclo, que consiste em uma única temporada competitiva (pode ser até

três em um ano), compreende um número de mesociclos que cobrem um período de

muitos meses e, por último, o programa multianual abrange um período superior ao

ciclo olímpico (SMITH, 2003; ZAKHAROV, 2003, ZARYSKI e SMITH, 2005).

Valdivielso, Caballero (1996) apontam que, metodologicamente, é possível

distinguir três momentos que caracterizam a história dos modelos de planejamento

desportivo. O primeiro, desde sua origem, na antiga Grécia, até 1950, em que se

acreditava na possibilidade de converter um indivíduo comum em perfeito

desportista, no qual se fazia uso de treinamento sistematizado, dividia o processo de

treinamento em planos de quatro dias; no segundo, de 1950 até 1970, se iniciava a

indagação sobre os modelos clássicos de planejamento, idealizados e divulgados no

mundo todo pelo cientista russo Leev Pavlovtchi Matveev, considerado o pai da

periodização tradicional do treinamento desportivo, no qual fundamentava suas

explicações na teoria da Síndrome geral de adaptação, na busca da forma

desportiva por meio do treinamento. O terceiro, de 1970 até a atualidade, é marcado

por grande evolução dos conhecimentos, com propostas específicas para cada

modalidade desportiva, demonstrando que o raciocínio científico da periodização do

treinamento desportivo deve respeitar os desportos em suas dimensões específicas,

no que se refere ao sistema de competição (SIEMENZ, DUGAN, EBBEN, 2005,

MOREIRA, 2002; 2006).

O Modelo de Matveev é dividido em três etapas caracterizadas pela variação

das cargas de treinamento, como: i) período de preparação, ii) período de

competição e,iii) período de transição. O período de preparação é o que elevará o

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nível competitivo do atleta e envolve duas etapas: a básica, durante a qual se

enfatiza a preparação física e o componente geral do treinamento, além de haver

predominância do volume sobre a intensidade; e a etapa específica, que se

caracteriza pela ênfase no treinamento técnico-tático e pela predominância da

intensidade sobre o volume. É no período de competição que o atleta atinge seus

níveis máximos de performance e onde exercícios específicos terão uma presença

quase que absoluta no treinamento. O período de transição proporciona ao atleta

uma recuperação física e psicológica após o grande esforço realizado durante as

competições e terá duração de aproximadamente um mês num macrociclo anual,

caracterizando-se por utilizar níveis de intensidade bastante baixos (MATVEEV,

1997; GOMES, 2002; OLIVEIRA, SEQUEIROS, DANTAS, 2005). A figura 1 mostra a

dinâmica de alteração da carga de treinamento pela sistematização de conteúdo do

Matveev.

Figura 1. Modelo de Periodização de Matveev, adaptado de Gambetta et al. (1993).

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O modelo de periodização clássico de Matveev se caracteriza por um

planejamento plurianual de treinamento, chamado de plano de expectativa, que

abrange várias temporadas, e no qual cada temporada pode ser dividida entre 1, 2

ou 3 macrociclos. Um macrociclo maior é utilizado nos anos de Olimpíada e outras

competições de grande importância, como campeonatos mundiais e tentativas de

recordes, porque prioriza uma competição em detrimento de outras. Também é

utilizado por categorias de base, quando se dá maior prioridade ao treinamento que

à competição (DANTAS, 2003; MATVEEV, 1997). O modelo de Matveev tem

demonstrado bons resultados (BENELI et al., 2006; OLIVEIRA, SEQUEIROS,

DANTAS, 2005) pela sua base pedagógico-metodológica que proporciona grande

segurança na administração do treinamento (OLIVEIRA, DA SILVA, 2001), sendo

considerada muito importante para desportistas iniciantes ou de nível intermediário.

Com o passar dos anos o calendário esportivo mundial foi modificado, com

considerável aumento no número de competições nos diferentes esportes, assim a

sistematização tradicional de treinamento de Matveev (1997), fundamentado na

grande concentração de cargas de preparação geral, deixou de ser única e

verdadeira na estruturação de conteúdo proposto no desporto moderno, pois ao que

parece que esta nova necessidade (competir em alto nível mais vezes ao longo de

um temporada) já não conseguiria ser atendida pelo modelo criado entre 1950 e

1970 de Matveev (DANTAS, 2003; GOMES, 2002; ZAKHAROV, GOMES, 2003).

Desta forma, outras formas de sistematização de conteúdo foram criadas,

algumas modificando a base apresentada por Matveev, como a proposta de Gomes

(2002). Tal teoria que preconizou o modelo de Cargas Seletivas, com o objetivo de

atender ao calendário dos desportos coletivos (em especial o futebol), onde a carga

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de algumas capacidades

tendo um “peso” maior ou

cabem modificações em todas as

treinamento tem sido mais utilizado no futebol e basquetebol, com grandes

possibilidades de uso no voleibol, handebol e

modalidades esportivas com período competitivo longo

2006).

A Figura 2 traz a proposta de Gomes (2002), mostrando a variação

das capacidades físicas

relacionada às competições

Figura 2. Representação das cargas seletivas ao longo de uma etapa semestral de

treinamento, adaptado de Gomes (2002).

de algumas capacidades físicas deve se adequar a cada instante da preparação,

ou menor a cada etapa, sendo que, ao longo da preparação

cabem modificações em todas as cargas específicas. Tal modelo de estruturação do

treinamento tem sido mais utilizado no futebol e basquetebol, com grandes

o voleibol, handebol e rúgbi, pois teoricamente atenderia bem

modalidades esportivas com período competitivo longo (GOMES, 2002;

traz a proposta de Gomes (2002), mostrando a variação

das capacidades físicas ao longo da primeira etapa anual de treinamento

competições.

. Representação das cargas seletivas ao longo de uma etapa semestral de

treinamento, adaptado de Gomes (2002).

P á g i n a | 28

se adequar a cada instante da preparação,

a cada etapa, sendo que, ao longo da preparação

. Tal modelo de estruturação do

treinamento tem sido mais utilizado no futebol e basquetebol, com grandes

, pois teoricamente atenderia bem

GOMES, 2002; MOREIRA,

traz a proposta de Gomes (2002), mostrando a variação na ênfase

treinamento, sempre

. Representação das cargas seletivas ao longo de uma etapa semestral de

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Outra proposta a destacar é a apresentada por Verkhoshanski (2002),

conhecido como o de carga concentrada em bloco. Ele defende a ideia de que o

processo de treinamento deve estruturar-se em um sistema de três pilares, que

defina os conceitos de: i) programação: compreendida por uma primeira

determinação da estratégia, do conteúdo e da forma de estruturar o processo de

treinamento; ii) organização: tratando da realização prática do programa, em que se

consideram as condições reais e as possibilidades concretas do desportista e, por

fim, iii) o controle: cujos critérios são estabelecidos previamente, com o objetivo de

informar periodicamente o nível de adaptação apresentado pelo desportista.

A programação do sistema de carga concentrada em bloco já leva em

consideração a etapa competitiva de atletas de alto rendimento, caracterizada por

muitas competições/jogos em um período prolongado de tempo, sendo inclusive

esperado um efeito de treino mais duradouro das cargas concentradas quando

comparado ao sistema tradicional de Matveev (OLIVEIRA, 2008; SOUZA et. al.,

2006).

A organização do treinamento tem particularidades inerentes ao sistema de

carga concentrada. Verkhoshanski (2002) o divide em três etapas (A; B e C),

caracterizado pela aplicação de cargas concentradas de força na etapa A, servindo

como requisito prévio, acompanhado de estimulações metabólicas específicas

(velocidade e técnica) na etapa B, criando base para o aprimoramento das

capacidades específicas de desempenho na etapa C, que se caracteriza por utilizar

exercícios dirigidos predominantemente para o aperfeiçoamento técnico/tático e

ajustamento psíquico às situações de competição, visando a estabilização das

principais capacidades biomotoras (SOUZA et. al., 2006). De acordo com Oliveira

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(1998), na etapa B, posterior às cargas concentradas de força, ocorre o fenômeno

denominado de efeito posterior duradouro de treinamento (EPDT), que permite ao

atleta atingir níveis de desempenho não possíveis pelo modelo de periodização

tradicional. Assim, essa etapa favorece o treinamento técnico

da velocidade em níveis ótimos de desempenho

2004; MOREIRA et al., 2005;

2006). A figura 3 mostra as três etapas de treinamento na periodização em bloco,

com 1, 2 ou 3 ciclos de treinamento no ano.

Figura 3. Distribuição das etapas de treinamento

três (C) picos de performance no ano, adaptado de

), na etapa B, posterior às cargas concentradas de força, ocorre o fenômeno

denominado de efeito posterior duradouro de treinamento (EPDT), que permite ao

atleta atingir níveis de desempenho não possíveis pelo modelo de periodização

tradicional. Assim, essa etapa favorece o treinamento técnico-tático específico, além

em níveis ótimos de desempenho (MOREIRA, 2002;

2004; MOREIRA et al., 2005; MOREIRA, 2006; OLIVEIRA, 1998;

mostra as três etapas de treinamento na periodização em bloco,

com 1, 2 ou 3 ciclos de treinamento no ano.

. Distribuição das etapas de treinamento em bloco, com um (A), dois (B) ou

três (C) picos de performance no ano, adaptado de Oliveira (2008)

P á g i n a | 30

), na etapa B, posterior às cargas concentradas de força, ocorre o fenômeno

denominado de efeito posterior duradouro de treinamento (EPDT), que permite ao

atleta atingir níveis de desempenho não possíveis pelo modelo de periodização

tático específico, além

(MOREIRA, 2002; MOREIRA et al.,

OLIVEIRA, 1998; SOUZA et. al.,

mostra as três etapas de treinamento na periodização em bloco,

, com um (A), dois (B) ou

(2008).

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Um estudo nacional (DANTAS et al., 2011) compara a metodologia

Tradicional de Matveev com outras ditas "contemporâneas", como a de

Verkhoshanski, e destaca que a sistematização de conteúdo de treino a partir das

idéias de Matveev ainda é predominante na literatura e que alcança melhores

resultados quando comparada com a forma de organização do treinamento de

Verkhoshanski. Esta constatação não corrobora com trabalhos já citados

(MOREIRA, 2002; MOREIRA et al., 2004; MOREIRA et al., 2005;MOREIRA, 2006;

OLIVEIRA, 1998; SOUZA et. al., 2006) e parece ir na contramão de revisão

internacional recente sobre a periodização do treinamento de alto rendimento

(ISSURIN, 2010). Um ponto importante a se atentar no artigo de Dantas et al. (2011)

é que ele não apresenta as pesquisas que foram analisadas em seu estudo, apenas

cita as bases consultadas (EMBASE, SPORT DISCUS, MEDLINE e Portal da

CAPES) e apresenta os resultados, sem citar os artigos analisados para cada

sistema de treinamento, o que prejudica a interpretação de seus achados.

Uma tese de doutorado nacional (MOREIRA, 2006) discutiu o uso do sistema

de Verkhoshanski frente ao modelo de cargas seletivas (também considerado

contemporâneo) e um modelo criado no próprio estudo chamado de cargas

complexas (mistura do sistema de cargas concentradas com o de cargas seletivas),

no qual verificou resultados positivos e similares entre os três modelos de

periodização utilizados. Mesmo não utilizando o modelo tradicional de Matveev,

Moreira (2006) não o cita como adequado para o treinamento de atletas de alto

rendimento.

Uma busca na base de dados PubMed sobre artigos que utilizaram a

periodização de blocos encontram-se apenas 10 artigos. Destes, três são artigos de

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revisão e os outros sete originais. Dos originais, todos encontraram resultados

diferentes do apresentado por Dantas et al. (2011) e corroboram com outros

achados já citados (MOREIRA, 2002; MOREIRA et al., 2004; MOREIRA et al., 2005;

MOREIRA, 2006; OLIVEIRA, 1998; OLIVEIRA, 2008; SOUZA et. al., 2006). Tais

estudos foram realizados exclusivamente com atletas de alto rendimento e

apresentaram efetiva melhora nos parâmetros avaliados, inclusive quando

comparados a grupos treinados baseados na periodização tradicional (BREIL et al.,

2010; GARCÍA-PALLARÉS et al., 2010; RØNNESTAD, HANSEN, ELLEFSEN, 2012;

RØNNESTAD et al., 2012).

Na natação a nível mundial, com atletas de alto rendimento, há relatos do

treinamento em bloco apenas de nadadores paralímpicos australianos (FULTON et

al., 2010) e de nadadores olímpicos brasileiros (MARINHO, 2008). Na natação

olímpica do Brasil, tem-se que o modelo de cargas concentradas (periodização em

bloco) foi adaptado e testado para a realidade de nadadores de curta a média

distância e mostrou-se eficaz para melhorar parâmetros internos e externos

relacionados com o desempenho competitivo (MARINHO, 2008).

Mesmo Marinho (2008) estudando e aplicando a periodização em bloco em

nadadores brasileiros algumas lacunas ainda necessitam ser esclarecidas. Os

estudos internacionais (BREIL et al., 2010; GARCÍA-PALLARÉS et al., 2010;

RØNNESTAD, HANSEN, ELLEFSEN, 2012; RØNNESTAD et al., 2012) também

apresentam lacunas que devem ser vistas por novos estudos, por exemplo, como

este sistema de treinamento influencia o desempenho de nadadores, qual a variação

da carga de treinamento e da percepção do atleta perante as cargas aplicadas. A

partir disto, torna-se importante conhecer melhor a variação do desempenho durante

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a proposta em bloco do Verkhoshanski e como isso influencia a percepção do atleta

para a carga e seu desempenho.

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VARIAÇÃO DO DESEMPENHO DE NADADORES DURANTE UMA TEMPORADA

A análise da competição esportiva tem tido atenção de alguns pesquisadores,

principalmente na tentativa de estabelecer uma avaliação longitudinal dos atletas e

otimizar o treinamento (COSTA et al., 2010b). Alguns autores têm se reportado a

funções matemáticas para prever novos recordes (MORTON et al., 1990) ou mesmo

predizer o desempenho em uma temporada de competições e treinamentos

(SUZUKI et al., 2006). Assim, a análise do resultado esportivo deve auxiliar

treinadores a direcionar o treinamento ao longo de uma temporada de competições

(LEITE et al., 2006; LEITE et al. 2007).

O desempenho esportivo é algo complexo que pode ser afetado por muitas

variáveis. Questões técnicas, táticas, fisiológicas, psicológicas e ambientais podem

interferir no desempenho de um atleta de forma positiva ou negativa, culminando em

ficar aquém das metas pré-estabelecidas ou atingindo-as completamente (COUTTS,

WALLACE, SLATTERY, 2007). O resultado esportivo, medido em algumas

modalidades pelo tempo ou distância alcançada parece ser o “padrão ouro” para

acompanhar a dinâmica de alteração da capacidade de rendimento do atleta

(URHAUSEN, KINDERMANN, 2002), ou mesmo para determinar modelos

matemáticos teóricos do rendimento humano em determinadas competições

(DENNY, 2008).

Muitas das investigações envolvendo nadadores buscam avaliar variáveis

fisiológicas (DEMINICE et al., 2010) ou mesmo biomecânica de nadadores (De

JESUS, et al., 2011) e poucos se detêm à discussão do desempenho na competição

(COSTA et al., 2010a, COSTA et al., 2010b).

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Stanula et al., (2012) analisaram diversos resultados olímpicos na natação e

mostraram uma ordem cronológica de melhora nos resultados de nadadores

homens e mulheres. A partir disto, conseguiram prever os prováveis tempos dos

campeões nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, baseados nos resultados das

olimpíadas anteriores com a técnica de Regressão Linear e Não linear.

Para entender a dinâmica de alteração de rendimento de atletas, alguns

autores têm sugerido o cálculo do tamanho do efeito (effect size), pois assim se

obtém uma relação entre o rendimento pré e pós uma intervenção (THOMAS,

NELSON, 2002; RHEA, 2004). Outra sugestão é normalizar os dados para realizar

este tipo de análise, principalmente quando se analisam pesquisas com atletas de

diferentes provas no mesmo grupo de intervenção (De ARAUJO, 1981; HOPKINS et

al., 2009). Hopkins et al. (2009) sugere uma normalização através da transformação

logarítima dos dados e De Araujo (1981) sugere transformar os dados para um

estratagema, calculando índices técnicos, que normalizaria os dados de todos os

atletas e sexos.

A ideia de De Araujo (1981) tem tido boa aceitação, pois o índice técnico de

um nadador (baseado na ideia do estratagema) é um parâmetro utilizado tanto pela

Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) quanto pela Federação

Internacional de Natação (FINA) para comparar o desempenho de um nadador com

os melhores tempos da temporada (CBDA) ou mesmo com os melhores tempos da

história para determinada prova (FINA). Desta forma, é possível saber o quão

próximo está o atleta de um grande êxito em competições, quando se calcula seu

índice técnico a partir de seu desempenho (De ARAÚJO, 1981).

Assim, em um grupo de atletas com diferentes especialidades, parece

interessante acompanhar o índice técnico individual de forma longitudinal, pois será

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P á g i n a | 36

possível dentro de um grupo verificar quais atletas responderão positivamente aos

treinamentos ou não. Além disso, com o índice técnico poderá ser possível

investigar futuras relações com diferentes variáveis determinantes no rendimento do

atleta.

Além do acompanhamento da performance/índice técnico durante as

competições, o monitoramento e controle do programa de treinamento de nadadores

são fundamentais para o entendimento dos resultados obtidos. O treinamento de

atletas é um processo longo e detalhado para alcançar os objetivos traçados, como,

por exemplo, o melhor rendimento em uma competição específica. Este processo

deve ser pautado em um planejamento que é composto por diversas semanas de

treinamento com objetivos predeterminados até que se alcance a meta principal.

Medir e avaliar o que ocorre com o atleta ao longo desse processo tornou-se objeto

de estudo da área de monitoramento e controle do treinamento (BORIN, GOMES,

LEITE, 2007; VIRU, VIRU, 2003).

O desempenho do atleta de alto rendimento nos Jogos Olímpicos é o ápice

para muitas modalidades esportivas, incluindo-se a natação (STANULA et al., 2012).

Muitos estudos têm sido realizados com o objetivo de buscar indicadores para o

treinamento e posterior performance nos Jogos Olímpicos (SMITH, NORRIS, HOGG,

2002; ROBSON-ANSLEY, GLEESON, ANSLEY, 2009; COSTA et al., 2010;

STANULA et al., 2012), mas poucos têm relacionado o rendimento na natação com

a carga treinada anteriormente ou às respostas ao treinamento.

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A CARGA E SUAS RELAÇÕES COM O TREINAMENTO

A relação entre o rendimento do atleta e a carga de treino constitui o

problema central do planejamento do treinamento, pois alterações na carga podem

melhorar; estabilizar ou piorar o rendimento dos atletas (FOSTER, 1998; GOMES,

2002; LEITE et al., 2012a). Gomes (2002) sugere que esta relação de dose-resposta

requer a atenção dos especialistas e uma investigação científica contínua e

permanente.

A carga de treinamento é definida como a relação entre a intensidade e a

quantidade (volume) de treinamento aplicado ao atleta (FOSTER, 1998; SMITH,

2003). Geralmente distinguem-se os conceitos de carga externa, de carga interna e

de carga psicológica; a primeira envolve a quantidade de trabalho desenvolvido; a

segunda, o efeito que propicia sobre o organismo; e a terceira, como isso é

percebido pelo atleta (GOMES, 2002). A carga externa é a que o treinador prescreve

ao indivíduo, por exemplo, realizar "três séries de 150m nadando crawl, composta

por três repetições de 50m a 90% do máximo em cada repetição com 30s de pausa

passiva". Esta carga externa deve estar aliada ao efeito sobre o organismo e a

percepção do atleta sobre o treino para exercer um efeito positivo.

No exemplo acima, o volume de treinamento é a quantidade de treino

realizado pelo atleta em determinado período, podendo ser em uma sessão, dia,

semana, mês ou ano e incorpora a duração em horas de treinamento, a distância

percorrida, a quantidade de sessões, o número de séries, repetições ou de

exercícios realizados (BOMPA, 2001; SMITH, 2003). Especificamente em relação ao

número de sessões que o atleta realiza por dia ou semana, denomina-se como

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P á g i n a | 38

frequência de treinamento, sendo comum uma variação semanal entre 5 a 14

sessões, dependendo do esporte praticado e do nível de treinamento do atleta

(SMITH, 2003).

O aumento do volume de treinamento é importante ao longo dos anos,

principalmente quando o atleta está em desenvolvimento, saindo da adolescência

para a fase adulta (o treinamento a longo prazo é dividido em fase inicial, com

grande variedade de estímulos – infância e início da adolescência, fase de

especialização – adolescência e, posteriormente, a de grandes resultados esportivos

– adultos), pois permite o aumento da carga de treinamento, respeitando o princípio

do treino conhecido como sobrecarga progressiva (BOMPA, 2001). O volume de

treinamento varia de acordo com o objetivo e a modalidade esportiva, podendo ser

maior quando se buscam incrementos na resistência, por exemplo, ou menor

quando o objetivo é melhorar a força ou velocidade (MATVEEV, 2001; GOMES,

2002; LERMA, 2003).

A intensidade é o componente qualitativo da carga de treinamento e divide-se

em absoluta e relativa. Quando distância e tempo são fatores importantes, a

intensidade é absoluta e medida pela velocidade. Em esportes coletivos ou de

raquetes, a intensidade absoluta é quantificada pela frequência de movimentos

relacionados ao tempo ou jogo. Quando a força é determinante, ela é determinada

pelo peso levantado ou lançado. A intensidade relativa aparece quando se compara

a capacidade máxima do atleta para realizar algo, por exemplo, à força máxima, e se

utiliza percentuais disto para a prescrição ou monitoramento do treinamento

(BOMPA, 2001, SMITH, 2003). A intensidade relativa poderá ser utilizada para a

prescrição do treinamento baseada no Consumo máximo de oxigênio (VO2max),

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Frequência cardíaca máxima (FCmax), na força máxima concêntrica (1RM), na

velocidade média para determinado percurso, na frequência cardíaca de reserva,

parâmetros ventilatórios ou sanguíneos determinados em testes incrementais.

(BOMPA, 2001; GRANELL e CERVERA, 2003; MATVEEV, 1996; SMITH, 2003).

A carga de treino também pode ser classificada como preparatória e

competitiva e será determinada também por toda uma série de fatores

concomitantes à execução dos exercícios – psicológicos, ambientais, dentre outros

(ZAKHAROV e GOMES, 2003). A carga preparatória quando aplicada no atleta

levará a uma quebra da homeostasia no organismo que necessitará de um período

de recuperação para que ocorra uma elevação do estado funcional (adaptação) e

com isso exista uma melhora da condição do atleta (SMITH, 2003; WEINECK,

1999). Este processo de recuperação após a aplicação da carga é uma tentativa de

assegurar o restabelecimento da capacidade de trabalho e/ou do estado funcional e

morfofuncional do atleta e auxiliar no efeito positivo do treinamento (GRANELL e

CERVERA, 2003). Zakharov e Gomes(2003) subdividem o efeito do treinamento,

pois assim será possível compreender melhor a resposta do atleta à carga, já que

ele não permanece constante, mas se altera em função da continuidade do

descanso ou do acúmulo de novas cargas (GOMES, 2002). Os diferentes efeitos do

treinamento estão apresentados no quadro 1:

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Quadro 1. Tipo, característica e momento temporal dos diferentes efeitos do

treinamento, adaptado de Zakharov e Gomes(2003).

Efeito Característica Momento

temporal

Imediato

Caracteriza-se pelas alterações ocorridas no

organismo do atleta no período da execução

do exercício ou na sua conclusão.

Curto – durante

ou alguns

minutos após o

treino

Posterior

Caracterizado pelas alterações no estado do

organismo do atleta, no período de tempo

até a próxima influência.

Curto – após o

treino e antes do

próximo

Somatório É a soma dos efeitos de treinamento de

várias cargas.

Médio – Semana

a um mês

Acumulativo

É o resultado da junção dos efeitos de

alguns ciclos de treinamento, e se

caracteriza pelas consideráveis

reestruturações de adaptação a longo prazo

dos sistemas funcionais

Longo – meses a

anos

As figuras 1 e 2 mostram o efeito imediato e posterior (figura 1) e efeito

somatório e acumulativo (figura 2) ao treinamento (ZAKHAROV e GOMES, 2003). A

linha horizontal das figuras representa a homeostasia do organismo que será

alterada com a aplicação da carga de treino de forma aguda (figura 4) ou crônica

(figura 5).

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Figura 4. Efeito imediato e posterior da carga de treinamento.

Figura 5. Efeito somatório e acumulativo da carga de treinamento.

Os diferentes efeitos do treinamento poderão ser monitorados a partir de um

período de treinamento, podendo ser semanal ou mensal, por exemplo, ou seja, a

cada alteração da carga de treino existirá um novo efeito imediato, posterior,

somatório e acumulado que serão direcionados pela carga aplicada no período.

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Leite et al. (2012a) apresentam a alternância da carga ao longo dos períodos

preparatório e competitivo no basquetebol, em um modelo tradicional, que está

apresentado na figura 6.

Figura 6. Alteração do conteúdo e quantidade de treinamento ao longo de uma

temporada de basquetebol.

A figura 6 mostra que os estímulos aplicados a cada período de treinamento

foram alterados, contendo maior ou menor quantidade de exercícios gerais (sem

relação direta com o esporte), específicos (com relação direta com o esporte) e

especiais (atividade competitiva) ao longo da temporada de treinos e jogos. Isto

causou diferentes estímulos (estresse) ao organismo dos atletas, os quais poderiam

gerar adaptação positiva, neutra ou negativa (BOMPA, 2001), sendo dependente de

uma recuperação adequada no período (GOMES, 2002).

Esta relação entre carga e recuperação é um ponto chave no treinamento,

pois muitos atletas às vezes não conseguem atingir na principal competição o seu

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melhor resultado, mesmo tendo obtido um grande resultado em meses anteriores.

Na maioria das vezes, isto ocorre devido à falta de equilíbrio entre a carga e

recuperação, o que pode levar a uma adaptação negativa e ao processo de

overtraining. Lehmann et al. (1992) descrevem o overtraining como um desequilíbrio

crônico entre o treinamento e sua recuperação, com acúmulo de fadiga e diferentes

sintomas fisiológicos e psicológicos, além da piora da performance por semanas ou

meses. Ou seja, um treinamento mal planejado e aplicado pode levar a grandes

prejuízos para o atleta ou para a equipe.

Kenttä e Hassmén (1998) sugerem que a síndrome do overtraining tem uma

fase inicial que apresenta sintomas amenos e que pode ser revertido em pouco

tempo, chamando-a de overreaching. Ao contrário do overtraining, o overreaching é

uma tentativa sistemática e intencional de levar o corpo a um “super esforço”,

fazendo com que ele se adapte a um estímulo de treinamento maior que o

alcançado em um período de sobrecarga aguda. Ocorre uma breve queda no

desempenho que se prolonga durante alguns dias ou semanas e é seguido de

aumento da função fisiológica e melhora do desempenho quando acompanhado de

recuperação adequada. O overreaching é esperado em treinamento de atletas de

alto rendimento (WILMORE, COSTILL, KENNEY, 2010; LEITE et al., 2012c), pois o

mesmo permite ganhos de aproximadamente 3% (0,5 – 6%) após recuperação deste

estado através da redução do treinamento no período de taper (MUJIKA, PADILLA,

2003).

Nederhof et al. (2006) apresentam uma proposta para classificar a síndrome,

dividindo-a em i) Overreaching funcional (OF); ii) Overreaching não funcional (ONF)

e, iii) Overtraining (OT), tendo o primeiro sintomas suaves e recuperação curta (dias

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a semanas), o segundo, sintomas moderados e com recuperação de semanas a

meses e o terceiro, mais severo em seus sintomas e demorando de meses a anos

para o atleta se recuperar. A figura 7 sugerida por Leite et al. (2012c) demonstra a

classificação proposta por Nederhof et al. (2006).

Figura 7 - Relação entre intensidade e duração dos sintomas para o overreaching

funcional, não funcional e overtraining.

Desta forma, na tentativa de evitar efeitos negativos do treino e a entrada do

atleta no overreaching e overtraining, torna-se importante monitorar a carga de

treinamento e seus efeitos, pois assim é possível antecipar situações indesejáveis

ao atleta, ao treinador e à sua equipe.

Borin, Gomes e Leite (2007) destacam a importância do monitoramento da

carga e recuperação do atleta e sugerem que isto seja feito baseado na

característica do treinamento. Puche e Castanys (2003) apontam que, em função do

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trabalho realizado, as cargas das sessões de treinamento podem ser classificadas

em cinco níveis, e que a partir dai o desportista necessita de determinado tempo, em

horas, para se recuperar em relação aos níveis inicias. Esta seria uma forma de

melhorar a distribuição da carga de treinamento. A tabela 1 reporta à divisão

sugerida pelos autores (BORIN, GOMES, LEITE, 2007), que adaptaram do trabalho

de Puche e Castanys (2003).

Tabela 1. Tempo de recuperação com base na orientação da magnitude da carga da

sessão e respectivas capacidades físicas trabalhadas.

Tempo de Recuperação

> 72hs 48 a 72hs 24 a 48hs 12 a 24hs < 12hs

Magnitude

da carga Máxima Elevada Alta Média Baixa

Capacidade

Física

Aeróbio no

VO2max

Anaeróbio

glicolítico;

Força

máxima;

Resistência

de força

Aeróbio-

Anaeróbio;

Força

Explosiva;

Velocidade

Anaeróbio

alático;

Aeróbio no

Limiar de

Lactato

Coordenação;

Flexibilidade

Assim, o processo de recuperação do atleta deve ser adequado à carga de

trabalho aplicada, e o novo estímulo deve estar relacionado a informações objetivas

da recuperação (FRY et al., 1992; KELLMANN, KALLUS, 2001; KENTTÄ,

HASSMÉN, 1998; KENTTA, HASSMEN, RAGLIN, 2006; BORIN, GOMES e LEITE,

2007) pautadas em aspectos psicofisiológicos. Quando isso não ocorre, é grande a

probabilidade de perda de rendimento ou mesmo do início do overtraining ou

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overreaching (FOSTER, 1998; FRY et al., 1992; KELLMANN, KALLUS, 2001;

KENTTÄ, HASSMÉN, 1998).

Tradicionalmente, a recuperação é determinada por diferentes protocolos

fisiológicos e precisos, como pela comparação do consumo de oxigênio em repouso,

antes e após o exercício (BERTUZZI et al., 2010); pela atividade cardiovascular, na

determinação dos batimentos cardíacos em repouso ou na recuperação pós-

exercício (ACHTEN e JEUKENDRUP, 2003; BORRESEN, LAMBERT, 2008, LEITE

et al., 2012b) e por atividades de algumas enzimas ou proteínas específicas

(COUTTS, WALLACE e SLATTERY, 2007; LEITE et al., 2013). Em contrapartida,

tais métodos podem ser considerados de difícil acesso, pois demandam

equipamentos de elevado custo, pessoal técnico especializado e método invasivo

em alguns casos para a coleta de informações.

Diferentes formas subjetivas de quantificar a recuperação têm sido propostas

e utilizadas na literatura, como o Questionário de Estresse e Recuperação para

Atletas (RESTQ-Sport) desenvolvido por Kellmann, Kallus (2001). Alguns estudos

verificaram alteração nos valores de recuperação e estresse quando utilizaram o

RESTQ-Sport em atletas durante períodos longitudinais (COUTTS et al., 2007;

GONZALEZ-BOTO et al., 2008; JUUDAS, 2013; JÜRIMÄE et al., 2002; MÄESTU et

al., 2006; NOCE et al., 2011), porém, quando validado para o português no Brasil

(COSTA, SAMULSKI, 2005) e em Portugal (LEITE, ROSADO, ALVES, 2013), foram

encontradas algumas limitações no instrumento, devido à dificuldade na validação

discriminante de algumas escalas e fatores.

Uma alternativa foi proposta por Kenttä e Hassmén (1998) de utilizar a escala

de qualidade da recuperação, que envolve diretamente a percepção subjetiva do

atleta em relação à sua recuperação. A escala é uma adaptação da escala de Borg

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de 15 níveis (BORG, 1982) que vai do núme

por Kenttä e Hassmén se relaciona com os estudos de Gunnar Borg (BORG, 1985),

quando ele apresenta uma relação direta e matemática entre a percepção subjetiva

de esforço e a resposta cardiovascular durante diferentes te

incremental. Esta relação está apresentada na figura

Figura 8. Relação entre percepção subjetiva de esforço e frequência cardíaca,

adaptado de Borg (1985)

Os dados de Borg (1985) sugerem que quanto maior a frequência cardíaca do

avaliado, maior será sua percepção subjetiva de esforço.

inverteram esta relação, determinando que quanto maior a recuperação do atleta,

onde o esperado é uma menor frequência cardíaca (ACHTEN

2003; BORRESEN, LAMBERT,

apontado na escala, ou seja, o

de 15 níveis (BORG, 1982) que vai do número 6 ao 20. Esta relação apresentada

Kenttä e Hassmén se relaciona com os estudos de Gunnar Borg (BORG, 1985),

quando ele apresenta uma relação direta e matemática entre a percepção subjetiva

de esforço e a resposta cardiovascular durante diferentes te

incremental. Esta relação está apresentada na figura 8.

. Relação entre percepção subjetiva de esforço e frequência cardíaca,

adaptado de Borg (1985)

Os dados de Borg (1985) sugerem que quanto maior a frequência cardíaca do

avaliado, maior será sua percepção subjetiva de esforço. Kenttä e Hassmén (1998)

inverteram esta relação, determinando que quanto maior a recuperação do atleta,

onde o esperado é uma menor frequência cardíaca (ACHTEN

2003; BORRESEN, LAMBERT, 2008, LEITE et al., 2012b), maior será o número

apontado na escala, ou seja, o número 6 (menor da escala) está associado a

P á g i n a | 47

ro 6 ao 20. Esta relação apresentada

Kenttä e Hassmén se relaciona com os estudos de Gunnar Borg (BORG, 1985),

quando ele apresenta uma relação direta e matemática entre a percepção subjetiva

de esforço e a resposta cardiovascular durante diferentes testes de esforço

. Relação entre percepção subjetiva de esforço e frequência cardíaca,

Os dados de Borg (1985) sugerem que quanto maior a frequência cardíaca do

Kenttä e Hassmén (1998)

inverteram esta relação, determinando que quanto maior a recuperação do atleta,

onde o esperado é uma menor frequência cardíaca (ACHTEN e JEUKENDRUP,

2008, LEITE et al., 2012b), maior será o número

número 6 (menor da escala) está associado a

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P á g i n a | 48

nenhuma recuperação e o número 20 à recuperação máxima (KENTTÄ, HASSMÉN,

1998).

Suzuki et al. (2006) utilizaram este instrumento durante um macrociclo de

treinamento com corredores velocistas japoneses, encontrando sensibilidade do

instrumento a mudanças semanais na carga de treinamento de atletas e viabilidade

para a utilização no dia a dia de treinamentos, dada a simplicidade e rapidez em seu

uso (GLAISTER et al., 2012; SUZUKI et al., 2006). Porém, ainda existe a

necessidade de mais estudos sobre sua utilização, principalmente na natação onde

não foram encontrados relatos de seu uso.

Para melhor entendimento da recuperação, faz-se necessária a quantificação

da carga de treino, que tornou-se alvo de diversas pesquisas nas últimas décadas,

tendo em vista sua importância para o planejamento, melhora do desempenho e

monitoramento dos efeitos do treino.

Nesta direção, diversas pesquisas foram realizadas para monitorar a carga de

treinamento, utilizando diferentes métodos como a quantificação pela percepção

subjetiva de esforço, pelo lactato sanguíneo e pela frequência cardíaca (FOSTER,

1998; FOSTER et al., 2001; IMPELLIZZERI et al., 2004; NUNES et al., 2011; LEITE

et al., 2012; MILANES, PEDRO, 2012). Na natação, os métodos de monitoramento

da carga pelo lactato e frequência cardíaca são largamente difundidos

(MAGLISCHO, 2010), mas podem apresentar limitações pela dependência de

equipamentos que na maioria das vezes têm alto custo. Existe certa dificuldade para

se padronizar uma técnica de quantificação da carga de treinamento, que também

leve em consideração, além do volume e intensidade de treino, a percepção do

atleta, já que ela também está ligada à carga de treinamento (IMPELLIZZERI et al.,

2004).

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Assim, a avaliação psicológica se destaca pela facilidade na utilização de

escalas de percepção subjetiva durante os treinamentos (BRANDÃO et al., 1989;

FOSTER, 1998; MARQUES, 2007; MARQUES, PIRES, BRANDÃO, 2008; LEITE et

al., 2012a). O principio que a rege é que a percepção subjetiva do atleta pode

representar a resposta de diferentes sistemas corporais ao estresse dos

treinamentos e competições (BORG, 1982). A utilização do conceito de percepção

subjetiva do esforço (PSE) se iniciou na década de 1960 com o pesquisador Gunnar

Borg (BORG, 1973; BORG, 1982; BORG, 1985; BORG, 2000). Sua proposta

buscava uma interação dos aspectos fisiológicos do esforço com a percepção do

indivíduo, e a elaboração de modelos matemáticos que melhor explicassem esta

relação (BORG, 2000; BORIN et al. 2010; NUNES et al., 2011).

No Brasil, o conceito e o método de quantificação dos aspectos subjetivos da

percepção do esforço foram introduzidos em meados da década de 1970, através do

Centro de Aptidão Física de São Caetano do Sul - CELAFISCS, que, sugeriu o uso

da escala de Borg em 1975 em conjunto a testes de esforço, e no início da década

de 1980 propôs uma escala que melhor se adaptasse às condições sócio-

psicológicas dos brasileiros, conhecida como Escala Cavasini (ALMEIDA e

MATSUDO, 1975; CAVASINI, MATSUDO, 1986). Tal escala parece interessante,

pois se identifica com números (mínimo e máximo, zero e 10) e não sofre o

problema de interpretação semântica que as outras escalas sofrem, já que não traz

tantas âncoras verbais, apenas duas (sem esforço e esforço máximo), e sugere-se

ser fidedigna à condição psicossociocultural brasileira (BRANDÃO et al., 1989).

Alguns anos depois, Foster et al. (1996; 1998) utilizaram a percepção de

esforço para determinar a intensidade de esforço durante o treinamento e calcular a

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carga de treinamento de atletas. Foster (1998) apresentou uma metodologia

interessante e simples para o controle da carga aplicada ao atleta, sugerindo que a

carga seria uma relação direta da multiplicação do volume (quantidade) e

intensidade (qualidade) de treinamento, aliando assim a duração da atividade em

minutos à intensidade da sessão de treinamento, obtida através do escore da escala

de percepção subjetiva de esforço.

Diversas foram as pesquisas que validaram o método de quantificação da

carga com variáveis fisiológicas, como a que utilizou frequência cardíaca

(IMPELLIZZERI et al., 2004), lactato sanguíneo (FOSTER et al., 2001); consumo de

oxigênio (DELATTRE et al., 2006); concentração salivar de imunoglobulina

(PUTLUR et al., 2004) e limiar anaeróbio (SEILER, KJERLAND, 2004). Além disso,

esta forma de quantificação de carga vem sendo utilizada em diversas modalidades

esportivas, como no futebol (IMPELLIZZERI et al., 2004; PUTLUR et al., 2004),

ciclismo (DELATTRE et al., 2006), esquiadores de cross-country (SEILER,

KJERLAND, 2004), rúgbi (GABETT, 2004), triathlon (LEITE et al., 2008), corrida

(SUZUKI et al., 2006), no basquetebol (FOSTER et al., 2001; LEITE et al., 2012a) e

na natação (WALLACE et al., 2008).

Wallace et al. (2008) sugerem a quantificação de carga de treinamento pelo

método da percepção subjetiva de esforço, destacando a importância do

monitoramento das cargas de treino ao longo do planejamento do atleta, o que até o

momento era difícil de ser realizado por outros métodos. Destaca-se também o fácil

acesso para coleta, cálculo e interpretação dos dados. O gráfico 1 apresenta uma

quantificação da carga de treino realizada por Wallace et al. (2008).

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Gráfico 1. Carga de treinamento em unidades arbitrárias (u.a.) durante uma semana

de treino. Adaptado de Wallace et al. (2008).

Diferentes estudos têm mostrado que esse método permite melhor

entendimento de como os atletas toleram e reagem às diferentes sessões de

treinamento, sendo, portanto, uma forma precisa para monitorar a carga de treino

em um determinado programa de treinamento esportivo (BARROSO et al., 2014;

BORGES et al., 2014; BORIN et al., 2010; COUTTS, REABURN et al., 2003;

DELATTRE et al., 2006; GABETT, 2004; LEITE et al., 2007; LEITE et al., 2012a;

SEILER, KJERLAND, 2006; SUZUKI et al., 2006; WALLACE et al., 2008, WALLACE,

SLATTERY, COUTTS, 2009; UCHIDA et al., 2014; MILOSKI, De FREITAS, BARA

FILHO, 2012; COUTTS et al., 2010; GOMES et al., 2013; BARA FILHO et al., 2013).

Embora esse método tenha permitido grandes avanços na quantificação das

cargas de treinamento é preciso levar em consideração outras variáveis do

programa e de todo o processo de treinamento a que o atleta está submetido, pois a

associação de fatores pessoais com fatores inerentes ao treinamento e à

competição (psicofisiológicos) influenciam diretamente no resultado esportivo.

0

200

400

600

800

1000

Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom

Ca

rga

de

Tre

ino

(u

.a.)

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ESTADOS DE HUMOR E PERFORMANCE ATLÉTICA

Aliado ao processo de recuperação, a avaliação do estado emocional de

atletas durante treinamentos e competições tem recebido considerável atenção

(VIEIRA et al., 2010; DE LA VEJA et al., 2008; KENTTA, HASSMEN, RAGLIN,

2006). Um estado emocional adequado é apontado como um dos fatores decisivos

ao rendimento esportivo e, para alguns autores, pode explicar desempenhos

exitosos ou não (CALMEIRO e TENENBAUM, 2007; ROHLFS et al., 2004).

Os instrumentos mais conhecidos para avaliar os estados emocionais de

atletas são o Perfil dos Estados de Humor (POMS) e sua versão curta, a Escala de

Humor Brunel (BRUMS, BRAMS no Brasil) que avaliam seis estados emocionais:

tensão, depressão, raiva, vigor, fadiga e confusão (BRANDT et al., 2010; ROHLFS

et al., 2004; TERRY, LANE, FOGARTY, 2003; MORGAN et al., 1988; MORGAN et

al., 1987).

O POMS é um instrumento muito utilizado mundialmente, com mais de 1000

artigos com o termo "poms mood" na base de dados PUBMED e 126 artigos quando

direcionado apenas ao esporte. Este instrumento de avaliação dos estados de

humor contém 65 itens e mede os seis fatores de humor já citados anteriormente.

Ele foi desenvolvido no final da década de 1950 para a observação em diferentes

momentos do humor em pacientes psiquiátricos por Mcnair, Lorr, Droppleman

(1971). Passou a ser utilizado em atletas em meados da década de 1980 para

monitorar o humor durante longos períodos de treinamento na tentativa de auxiliar a

prevenção ao overtraining (MORGAN et al., 1987; MORGAN et al.,1988).

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Com o objetivo de tornar a avaliação dos estados de humor mais rápida, Terry

et al. (1999) validaram uma versão reduzida para adolescentes e posteriormente

para adultos atletas e não atletas (TERRY et al., 2003) conhecida como BRUMS

(Brunel Mood Scale). A escala foi validada para a população brasileira de atletas por

Rohlfs e passou a ser denominada de BRAMS (ROHLFS et al., 2004; ROHLFS,

2006). O monitoramento do estado de humor de atletas durante o processo de

treinamento também tem sido utilizado como marcador preventivo do overreaching e

overtraining (HEDELIN et al., 2000b; KREHER, SCHWARTZ, 2012; LEITE et al.,

2013; MARQUES, PIRES, BRANDÃO, 2008).

Ambos os testes POMS e BRAMS têm mostrado ser instrumentos válidos

para se observar um relacionamento dose-resposta entre o volume dos treinamentos

e alterações nos estados emocionais em atletas de diferentes esportes de tal forma,

que o maior volume dos treinamentos promove alterações nos estados emocionais,

principalmente aumento dos estados emocionais negativos e diminuição do estado

emocional positivo (Vigor) e, ao contrário, há melhora nos estados emocionais

quando o volume diminui (BRANDT et al., 2010; CAULFIELD, KARAGEORGHIS,

2008; PIERCE JR., 2002; SUAY, RICARTE, SALVADOR, 1998; MORGAN et al.,

1987; MORGAN et al.,1988).

A escala BRAMS e o POMS geram valores absolutos dos fatores (tensão,

depressão, raiva, vigor, fadiga e confusão) e são colocados em um gráfico individual.

Nesta curva espera-se que o vigor fique acima do percentil 50, enquanto que os

demais fatores fiquem abaixo dele, formando um gráfico "ideal" que foi denominado

do tipo iceberg (MORGAN et al., 1987; ROHLFS et al., 2004). O fator fadiga elevado,

observado no gráfico individual, em geral é consequência do excesso de

treinamento. O teste permite a detecção de alterações psicológicas que antecedem

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a síndrome, evidenciadas pela inversão no gráfico do perfil iceberg (MARQUES,

PIRES, BRANDÃO, 2008; MORGAN et al., 1987; ROHLFS et al., 2004).

Embora um número considerável de pesquisas tenha sido realizado

relacionando-se volume de treinamento a alterações emocionais e a percepção de

atletas, há alguns desafios a se considerar no treinamento de nadadores. Cada

treinador modifica à sua maneira o volume e intensidade de treino e isto pode gerar

respostas diferentes em cada atleta. Isto estará diretamente relacionado ao sistema

de treinamento utilizado pelo treinador dos atletas. A maioria dos técnicos utiliza o

Modelo Tradicional de Treinamento desenvolvido por Matveev entre 1950 e 1960

(DANTAS, 2005; DANTAS et al., 2011). O sistema tradicional de Matveev

(MATVEEV, 1997) pressupõe uma ênfase no volume de treinamento no início da

preparação com posterior diminuição, em conjunto ao aumento da intensidade na

fase final de preparação para a competição (MATVEEV, 1997; GOMES, 2002;

OLIVEIRA, SEQUEIROS, DANTAS, 2005; DANTAS et al., 2011).

Muito já se conhece sobre o desempenho e a resposta perceptiva dos atletas

em modelos tradicionais de treinamento (BORIN et al., 2010; LEITE et al., 2012;

MAGLISCHO, 2010; SUZUKI et al., 2006; WALLACE, SLATTERY, COUTTS,

2008),mas ainda não foram encontradas na literatura internacional pesquisas que

monitorem o estado de humor de nadadores de alto rendimento durante a

periodização em blocos (OLIVEIRA, 2008; ISSURIN, 2010), fato este a destacar,

pois a distribuição de cargas de treinamento é diferente da tradicional.

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4. MÉTODO

Esta pesquisa caracteriza-se como Descritiva, Quantitativa,

Correlacional e Aplicada, pois objetivou descrever respostas ao treinamento,

quantificado e analisado através de instrumentos específicos, relacionando-os

entre si e com a performance de nadadores buscando aplicações na prática

esportiva (SILVA, MENEZES, 2001; GIL, 1991; THOMAS e NELSON, 2002).

Para testar a aplicabilidade dos procedimentos previstos nesta tese, foi

realizado um projeto piloto com 10 nadadores de nível internacional (masculino

e feminino), todos com chances de compor a Seleção Brasileira de Natação

durante os Jogos Olímpicos de Londres em 2012. Esta equipe foi avaliada em

diferentes momentos de Janeiro a Maio para padronizar os instrumentos

utilizados, sua ordem de aplicação, a forma de análise e sua relação com a

performance dos atletas. Para determinar a confiabilidade das escalas foi

realizado um teste-reteste no grupo. Os coeficientes de correlação intra-classe

e erro padrão da medida foram de 0,97; 0,95; 0,98 e 3%; 4% e 2%,

respectivamente, para a escala de percepção subjetiva de esforço, escala de

percepção subjetiva de recuperação e escala brasileira de humor (BRAMS).

4.1 Amostra

A partir dos critérios de inclusão e exclusão a amostra selecionada foi do

tipo não probabilístico, composta por sete nadadores olímpicos (50, 100, 200 e

400 metros), do sexo masculino, pertencentes à Seleção Brasileira de Natação,

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com média de idade de 24,8 ± 4,3 anos e média de tempo como nadador de

nível competitivo de 7,2 ±2,5 anos. Esta amostra foi escolhida por representar

os melhores nadadores do país em suas respectivas provas,por comporem a

mesma equipe de treinamento e por representarem o Brasil nos Jogos

Olímpicos de Londres em 2012. Tal grupo respondeu por 37% da Seleção

Brasileira de Natação em Londres.

4.2 Procedimentos

A Comissão Técnica da equipe foi contatada pessoalmente pelos

pesquisadores, momento em que os objetivos do estudo foram explicados e

aceitos pela equipe (Apêndice A). Após isso, os pesquisadores foram

apresentados aos atletas (sujeitos do estudo) e explicaram sobre a participação

dos mesmos no estudo (estritamente voluntária), as características dos

instrumentos e as formas de coleta de dados, como determina o Conselho

Nacional de Saúde (resoluções 196/96 e 251/97). Todos os atletas aceitaram

participar do presente estudo de forma voluntária, preenchendo e assinando o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B), contendo os

procedimentos desta investigação, que foram aprovados pelo Comitê de Ética

em Pesquisa da Universidade Nove de Julho sob o protocolo nº 138.986/2012

(Anexo A).

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4.3 Programa de treinamento

O programa de treinamento analisado e seguido pela equipe foi

planificado e organizado pela Comissão Técnica. A periodização completa

contou com dois ciclos de treinamento seguidos cada um por uma competição

alvo: o primeiro com 17 semanas tendo como competição alvo o Troféu Maria

Lenk (competição classificatória para os Jogos Olímpicos);e o segundo com 15

semanas e os Jogos Olímpicos de Londres 2012 como competição principal. O

treinamento foi baseado nos princípios do sistema de treinamento em blocos,

propostos por Verkhoshanski, Siff (2000), adaptados a natação por Marinho

(2008). O Quadro 2 apresenta o ciclo de treinamento utilizado e estudado na

presente tese, constando as semanas, as micro etapas e os Blocos de

Treinamento (A; B e C), o volume de treinamento médio dos atletas, as

semanas das competições e as de avaliação.

Quadro 2. Ciclo de Treinamento Olímpico de 2012 - Protocolo Experimental.

Mês Maio Junho Julho Agosto

Semana 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Bloco - A B C

Etapa - A1 A2 A2 A3 A3 B1 B1 B1 B2 B2 C1 C1 C1 C1

Volume Médio - 23,0 45,0 45,0 40,0 40,0 32,0 36,0 36,0 32,0 32,0 28,0 24,0 - -

Competição 1 2 3 3

Avaliação X X X X X X X X X X X X X X X

As competições apresentadas no quadro 1 são respectivamente: 1)

Troféu Maria Lenk, realizado no Brasil; 2) Troféu Sette Colli, realizado na Itália

e; 3) Jogos Olímpicos de 2012, realizado na Inglaterra.

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O Gráfico 2 representa os Blocos de Treinamento, o volume de

treinamento e as competições no período representadas pelas setas.

Gráfico 2. Variação do volume de treinamento durante as etapas de preparação

O Projeto Piloto foi importante para verificar a viabilidade dos

procedimentos do estudo em protocolo longitudinal, permitindo ajustes para

que a coleta de dados durante o período experimental ocorresse com a menor

quantidade de falhas. A inclusão da coleta de dados através de formulário

online do Google Docs®, por exemplo, se deu a partir de correções da coleta

verificada no período piloto. Durante o protocolo experimental, este

procedimento foi utilizado em dois momentos:no decorrer a competição Sette

Colli realizada na Itália e no transcorrer da aclimatação dos atletas realizada na

cidade de Londres antes dos Jogos Olímpicos. Além disso, a familiarização dos

instrumentos pelos atletas foi efetivada durante todo o período piloto.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

S0 S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 S11 S12 S13 S14

A1 A2 A3 B1 B2 C1

Bloco A Bloco B Bloco C

km

se

ma

na

l

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4.4 Cálculo do Índice técnico

O índice técnico é uma forma de analisar resultados de diferentes

nadadores, mesmo em provas diversas, através de um número relativo. Ele é

uma relação entre o tempo do atleta com o melhor ou os melhores tempos da

temporada ou mesmo da história da prova que ele competiu. Ele tem sido

utilizado para comparar até o rendimento entre homens e mulheres, pois a

forma relativa de seu cálculo permite isso. A entidade mundial e a nacional da

Natação, a FINA e a CBDA calculam o índice técnico em suas competições. A

FINA utiliza os 8 melhores resultados de todos os tempos como indicador. O

procedimento para calcular o índice técnico FINA é apresentado pelo Grupo

SWIM NEWS e tem sido o mais utilizado no mundo (PYNE et al., 2005).

O índice técnico foi determinado nas três últimas competições

disputadas pelos atletas: 1) Troféu Maria Lenk (Maio de 2012); 2) Troféu Sette

Colli (Junho de 2012) e 3) Jogos Olímpicos de Londres (Julho-Agosto de 2012).

Para cálculo do índice técnico (IT) somente foi considerado o

desempenho do atleta nas provas às quais disputou na Olimpíada de Londres

e utilizou-se o tempo de cada atleta em sua respectiva prova na calculadora do

site SWIM NEWS (http://www.swimnews.com/ipspoints) como sugerido por

Pyne et al., (2005) e Marinho (2008). Abaixo a fórmula para o calculo do IT,

tendo o tempo dos atletas sempre em segundos.

IT = (Média dos oito melhores resultados/ Tempo do atleta na competição) x 1000

O IT prevê uma pontuação até 1000, com os melhores nadadores

sempre próximos a pontuação máxima. As provas analisadas para os cálculos

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foram: 50m livre; 100m livre; 200m borboleta; 200m costas; 200m peito; 200m

medley; 400m medley e 4x100m livre.

4.5 Instrumentos

Para a avaliação dos atletas foram utilizados três instrumentos, a saber:

Escala Cavasini; Escala de Percepção Subjetiva de Recuperação e Escala

BRAMS. Um tempo médio de dois minutos foi o necessário para que cada

atleta respondesse as escalas e o questionário de estados de humor. Quando

os atletas estiveram em viagens para competições, os instrumentos foram

respondidos a partir de um formulário criado na plataforma virtual Google

Docs® que continham todos os instrumentos do presente estudo e após as

respostas dos atletas a plataforma enviava os dados para uma planilha do

software Excel que foi posteriormente analisada.

4.5.1 Percepção Subjetiva de Esforço (PSE)

A percepção subjetiva do esforço foi avaliada através da Escala de

Cavasini, adaptada de Borg (1982) e validada para atletas de língua

portuguesa (CAVASINI, MATSUDO, 1986). A Escala Cavasini consiste em uma

escala graduada de zero a dez pontos com duas âncoras verbais. O valor 0

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(zero) representa nenhum esforço e valor 10 (dez) representa o máximo

esforço percebido (Figura 9) (CAVASINI, MATSUDO, 1986). Através da escala

os atletas deveriam estimar subjetivamente o esforço realizado ao longo da

semana de treinamento.

Escala Cavasini

0 Nenhum esforço

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10 Máximo esforço

Figura 9. Escala Cavasini (adaptado de CAVASINI, MATSUDO, 1986).

Ao final de cada semana de treinamento os atletas respondiam uma

planilha contendo a escala Cavasini. Sua resposta deveria ser baseada no

esforço desenvolvido durante a semana para completar os treinamentos.

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P á g i n a | 62

4.5.2 Escala de Percepção Subjetiva de Recuperação

A escala de percepção subjetiva de recuperação do atleta é baseada na

escala de percepção subjetiva de esforço de Borg (1982), adaptada para

recuperação e foi apresentada por Kenttä, Hassmén (1998).A escala de

percepção subjetiva de recuperação foi coletada no início da sessão de

treinamento, antes de qualquer esforço do atleta, no primeiro e último dia de

treinamento da semana, determinando assim a sua recuperação ao início e

final da semana.

A escala é graduada de seis a vinte e possui âncoras verbais

relacionadas à percepção subjetiva de recuperação. Quanto mais próximo ao

valor 20 (vinte) maior a percepção de recuperação (KENTTÄ, HASSMÉN,

1998; SUZUKI et al., 2006), como apresentado na Figura 10.

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Escala de Percepção Subjetiva de Recuperação

6 Sem recuperação

7 Recuperação muito, muito pobre1

8

9 Recuperação muito pobre

10

11 Recuperação Pobre

12

13 Recuperação Razoável

14

15 Boa Recuperação

16

17 Muito boa recuperação

18

19 Muito, muito boa recuperação

20

Figura 10. Escala de Percepção Subjetiva de Recuperação.

4.5.3 Escala de Estados de Humor – Escala BRAMS

A avaliação dos estados de humor foi concretizada pela Escala de

Humor BRAMS (TERRY, LANE, 2010) validada para atletas brasileiros por

Rohlfs et al. (2004). O BRAMS tem sido utilizado para avaliar seis estados de

humor – tensão (TE), depressão (DE), raiva (RA), vigor (VI), fadiga (FA) e

confusão (CO) – e a variação emocional associada com a prática de esportes,

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exercício e bem estar psicológico. A avaliação dos estados de humor foi

realizada na primeira e última sessão de treinamento da semana.

Os participantes reportaram como se sentiram no dia da avaliação

através de uma escala likert de cinco pontos (0 = nada, 1 = um pouco, 2 =

moderadamente, 3 = bastante, 4 = extremamente). Após isso, as respostas

foram computadas em planilha específica e determinados os seis estados de

humor e um valor de BRAMS total (BMT), calculado pela somatória dos

estados de humor negativos, tensão, depressão, raiva, fadiga e confusão e

diminuição do valor do estado de humor positivo, vigor. A escala BRAMS é

apresentada no Anexo B.

4.5.4 Quantificação da carga de treinamento

A carga de treinamento foi determinada pelo método de Foster (1998),

onde: CARGA = VOLUME DE TREINAMENTO X INTENSIDADE.

O volume foi gerado pela distância percorrida durante a semana de

treinamento (quilômetros nadados) e a intensidade foi definida pela percepção

subjetiva do esforço avaliada através da Escala Cavasini (CAVASINI,

MATSUDO, 1986). A carga de treinamento foi calculada individualmente para

cada atleta, a cada semana. Além disso, através da organização do

treinamento proposto pelo técnico da equipe, foi quantificada a carga a cada

micro etapa e bloco de treinamento (Bloco A; B e C).

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4.5.5 Análise dos dados

A normalidade foi verificada no Software SPSS, versão 15, pelo

teste de Shapiro-Wilk, adequado para amostras menores que 30. O

desempenho competitivo e o índice técnico analisado no presente estudo

foram considerados paramétricos (p > 0,05). Já os dados de carga de

treinamento, percepção subjetiva de esforço e recuperação e os estados

de humor foram considerados não paramétricos (p < 0,05). A

homogeneidade de variância foi determinada pelo teste de Levene.

A descrição do desempenho e índice técnico nas competições foi

demonstrada pela média do desempenho do grupo de atletas a cada

competição. Para a variabilidade dos dados foi utilizado o erro padrão (EP)

e o intervalo de confiança de 95% (IC) mínimo e máximo em todas as

variáveis, como sugere Paes (2008). Para analisar o desempenho dos

atletas tanto em segundos como em forma de índice técnico nas diferentes

competições,os dados foram comparados entre si de três formas: i) coma

técnica de análise de variância (ANOVA one way) paramétrica, conforme

aderência dos dados à distribuição gaussiana de probabilidades, seguida

do post hoc de Bonferroni quando necessário (VIEIRA, 2004; COSTA et al.,

2010);ii) pelo cálculo do delta percentual entre as competições, tanto no

tempo quanto no índice técnico (COSTA et al., 2010; BUHL et al., 2013) e,

iii) determinando a Magnitude do efeito (effect size) entre as competições,

tanto pelos dados de tempo como dos dados de índice técnico. A fórmula

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utilizada foi ME = (Média pós – Média pré / DP),como sugere Conboy

(2003).

Para analisar a carga de treinamento, percepção subjetiva de

esforço e recuperação e os estados de humor, foi utilizada a mediana e

também para demonstrar a variabilidade dos dados o erro padrão (EP)

(PAES, 2008). A comparação da carga, o volume, a PSE, a PSR e os

estados de humor nas diferentes semanas, micro etapas e blocos de

treinamento foi realizada com o teste não paramétrico Kruskal-Wallis. Na

comparação dos blocos de treinamento foi utilizado o post hoc de Dunn

(VIEIRA, 2004). As relações existentes entre as variáveis foram

determinadas pelo coeficiente (r) de correlação de Spearman conforme

sugere Padovani (1991). Todas as discussões na presente teseforam

realizadas considerando-se o nível de 5% de significância.

Na tentativa de montar um modelo de regressão que explicasse a

variação do desempenho tanto pelo tempo quanto pelo índice técnico entre

o Troféu Maria Lenk e as Olimpíadas, utilizou-se a regressão múltipla

stepwise, relacionando a variação da primeira para a última semana de

treinamento da carga, volume, PSE, PSR, tensão, depressão, raiva, vigor,

fadiga e confusão. A variação percentual das variáveis foi calculada

conforme sugere Buhl et al. (2013).

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5. RESULTADOS

Os resultados das competições mostram uma variação do

desempenho dos atletas, destacando-se os melhores rendimentos em

Londres e no Maria Lenk. Existiu diferença estatística no tempo médio

entre a competição realizada na Itália (Sette Colli) com as distintas

competições ao longo do período analisado. O desempenho médio em

segundos dos atletas está apresentado na tabela 2.

Tabela 2. Tempo e índice técnico dos atletas nos diferentes campeonatos.

Maria Lenk Sette Colli Londres

Tempo

Média 103,85 105,15 103,23

Erro Padrão 21,17 21,42 20,77

IC 95% Inf 55,95 56,69 56,23

IC 95% Sup 151,75 153,62 150,22

Índice

Técnico

Média 956,00 932,70* 960,00

Erro Padrão 6,84 6,09 7,74

IC 95% Inf 940,50 919,61 942,50

IC 95% Sup 971,50 946,79 977,50

*p < 0,05quando comparado com Londres. IC 95% Inferior - Limite inferior do intervalo de confiança; IC 95% Superior - Limite superior do intervalo de confiança.

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P á g i n a | 68

A variação percentual do rendimento dos atletas de uma

competição a outra, baseada no tempo, está apresentado na Tabela 3.

Nota-se uma queda de rendimento, já evidenciado na Tabela anterior, da

primeira para a segunda competição e uma melhora da segunda para a

terceira.

Tabela 3. Alteração percentual do rendimento dos atletas entre as

competições, por tempo e índice técnico.

Maria Lenk-

Sette Colli

Sette Colli-

Londres

Maria Lenk-

Londres

Tempo

(seg)

Média 1,38% -1,67% -0,26%

EP 0,4% 0,3% 0,4%

IC 95% Inf 0,5% -2,0% -1,0%

IC 95% Sup 2,0% -0,9% 0,7%

Índice

Técnico

Média -2,50% 2,82% 0,39%

EP 0,5% 0,5% 0,6%

IC 95% Inf -3,0% 1,7% -0,9%

IC 95% Sup -1,0% 4,0% 1,8%

CV - coeficiente de variação

O gráfico 2 mostra a variação no desempenho individual dos atletas

analisados, tanto pelo tempo quanto pelo índice técnico. Nota-se que pelo

tempo, os valores negativos expressam a diminuição do tempo e quando

apresentados pelo IT, os valores positivos mostram melhora no IT. Dos

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dados analisados, os atletas obtiveram melhora em 6 provas comparando o

Troféu Maria Lenk com os Jogos Olímpicos.

Gráfico 2. Variação do desempenho individual entre o Troféu Maria Lenk e

os Jogos Olímpicos.

Para determinar se essa melhora percentual no desempenho dos

atletas tem um "grande significado esportivo", a magnitude do efeito (effect

size) foi determinada para o tempo médio e o índice técnico entre as

diferentes competições e está apresentado na tabela 4. Nota-se que

quando calculado pelo tempo médio, a magnitude é muito pequena, quase

nula, independentemente da relação entre as provas analisadas. Já o

índice técnico, mostra alterações no desempenho não evidenciadas pela

análise apenas do tempo.

-3,5%

-2,5%

-1,5%

-0,5%

0,5%

1,5%

2,5%

3,5%

vari

ação

do

de

sem

pe

nh

o

Tempo

Índice Técnico

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P á g i n a | 70

Tabela 4. Magnitude do efeito entre as competições, pelo tempo e índice

técnico.

Londres (95% IC) Maria Lenk (95% IC)

Tempo Maria Lenk -0,01 (-0,03; 0,01)

Sette Colli -0,03 (-0,05; 0,00) 0,02 (0,01; 0,03)

Índice Técnico Maria Lenk 0,16 (-0,37; 0,70)

Sette Colli 1,12 (0,68; 1,56) 0,96 (-1,34; -0,57)

Para descrever a dinâmica de alteração das variáveis atreladas

diretamente a prescrição do treinamento semanal foi construída a tabela 5.

Notam-se alterações importantes nas variáveis analisadas, como na Carga

(mediana total de 245,0 ± 7,5 u.a; p<0,001), no Volume (mediana total de

34,0 ± 0,6 km; p<0,001), na Intensidade (mediana total de 7,0 ± 0,2 u.a.;

p<0,001) e na Recuperação (mediana total de 16,3 ± 0,3 u.a.; p = 0,0002)

de Treinamento.

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Tabela 5. Variação semanal da carga, volume, PSE e PSR.

Variáveis

Semanas

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Carga Mediana 161,0 360,0 360,0 280,0 320,0 224,0 324,0 288,0 224,0 196,0 192,0 72,0

EP 4,6 22,0 19,8 17,1 11,8 5,5 14,8 15,8 15,4 17,9 20,3 12,1

Volume Mediana 23,0 45,0 45,0 40,0 40,0 32,0 36,0 36,0 32,0 32,0 28,0 24,0

EP 0,0 1,3 1,3 1,1 1,1 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7

PSE Mediana 7,0 8,0 8,0 7,0 8,0 7,0 9,0 8,0 7,0 7,0 7,0 3,0

EP 0,2 0,4 0,3 0,4 0,3 0,2 0,3 0,3 0,4 0,5 0,7 0,5

PSR Mediana 15,5 15,5 16,0 17,5 16,0 15,0 15,5 16,5 17,0 16,5 16,5 18,0

EP 0,3 0,3 0,5 0,4 0,5 0,4 0,1 0,5 0,5 0,5 0,5 0,4

Sobre os estados de humor, quando analisados semanalmente nota-

se variação não significativa nos estados emocionais Depressão (mediana

total de 0,0 ± 0,0; p = 0,586), Confusão (mediana total de 0,0 ± 0,0; p =

0,591), Tensão (mediana total de 0,9 ± 0,6, p = 0,333), Raiva (mediana

total de 0,0 ± 0,4, p= 0,268 respectivamente) e Vigor(mediana total de 8,3 ±

2,6, p = 0,338). Já a Fadiga (mediana total 2,5 ± 1,9, p < 0,0001)

apresentou variação significativa ao longo das semanas analisadas. A

variação semanal dos estados de humor, determinados pelo questionário

BRAMS, estão na tabela 6.

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Tabela 6. Variação semanal dos estados de humor.

Variáveis Semanas

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Tensão Mediana 1,0 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 1,0 1,0 0,5 0,5 1,5

EP 0,4 0,2 0,2 0,3 0,3 0,6 0,4 0,3 0,4 0,3 0,3 0,3

Depressão Mediana 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

EP 0,2 0,1 0,3 0,1 0,1 0,8 0,7 0,0 0,0 0,0 0,1 0,0

Raiva Mediana 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

EP 0,1 0,1 0,6 0,4 0,1 1,1 1,0 0,1 0,3 0,3 0,3 0,2

Vigor Mediana 8,0 6,0 7,5 7,5 8,5 8,0 7,0 8,5 9,5 7,5 8,0 11,0

EP 1,1 0,7 0,8 1,2 1,3 1,0 1,0 1,2 1,3 1,4 1,2 1,1

Fadiga Mediana 3,0 4,0 4,5 2,5 3,0 4,0 4,0 2,0 0,5 1,5 1,5 1,0

EP 0,6 0,8 0,8 0,8 0,8 1,0 0,8 0,3 0,5 0,6 0,3 0,2

Confusão Mediana 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

EP 0,1 0,0 0,0 0,1 0,1 0,1 0,0 0,1 0,0 0,0 0,1 0,1

Quando agrupados por etapas, variação significativa foi encontrada

na carga de treinamento (mediana de 252,0 ± 89,8, p<0,05); volume

(mediana de 32 ± 6,9, p<0,05) e PSE (mediana de 7,0 ± 1,6, p<0,05). Não

houve variação significativa de PSR (mediana de 16,0 ± 1,4, p>0,05). Os

dados são apresentados na tabela 7.

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Tabela 7. Carga, Volume, PSE e PSR nas micro etapas de treinamento.

Etapas

Variável

A1 A2 A3 B1 B2 C

Carga Mediana 161,0 360,0 306,0 256,0 210,0 116,0

EP 4,6 14,4 9,9 10,8 11,6 17,0

Volume Mediana 23,0 45,0 40,0 32,0 32,0 24,0

EP 0,0 0,9 0,7 0,6 0,5 0,7

PSE Mediana 7,0 8,0 8,0 8,0 7,0 5,0

EP 0,2 0,2 0,2 0,2 0,3 0,6

PSR Mediana 15,5 15,5 16,8 15,5 17,0 17,3

EP 0,3 0,3 0,3 0,2 0,4 0,3

Os estados emocionais, quando agrupados por etapa, não tiveram

variação significativa na Tensão, Depressão, Raiva, Vigor e Confusão

(p>0,05). Somente a Fadiga apresentou variação significativa (mediana de

2,25 ± 2,03; p<0,05). Os dados estão apresentados na tabela 8.

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Tabela 8. Estados de Humor a cada micro etapa de treinamento.

A1 A2 A3 B1 B2 C

Tensão Mediana 1,0 0,3 0,0 1,0 0,8 1,0

EP 0,4 0,1 0,2 0,2 0,2 0,2

Depressão Mediana 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

EP 0,2 0,1 0,0 0,4 0,0 0,0

Raiva Mediana 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

EP 0,1 0,3 0,2 0,5 0,2 0,2

Vigor Mediana 8,0 6,5 8,0 8,0 7,5 9,5

EP 1,1 0,5 0,8 0,6 0,9 0,8

Fadiga Mediana 3,0 4,5 2,5 3,0 1,3 1,3

EP 0,7 0,6 0,6 0,5 0,4 0,2

Confusão Mediana 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

EP 0,1 0,0 0,1 0,0 0,0 0,1

Para conhecer a variação dos componentes do treinamento dos

atletas dentro de cada bloco de treinamento, foram determinados a

mediana e o erro padrão, de acorde com a tabela 9. Destaque para

variação na carga e volume, com maior valor no Bloco A e menor no Bloco

C. Também foi diferente significativamente a PSE do Bloco A para o Bloco

C. Existiu melhora da PSR, mas não de forma significativa ao longo dos

diferentes blocos de treinamento.

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P á g i n a | 75

Tabela 9. Variação da carga, volume, PSE e PSR nos blocos de

treinamento.

Bloco A Bloco B Bloco C

Carga Mediana 317,5*# 240,0 126,0*

EP 10,4 0,7 13,1

Volume Mediana 40,0*# 33,6 26,0*

EP 0,9 0,6 0,5

PSE Mediana 8,0# 7,4 4,8

EP 0,3 0,2 0,5

PSR Mediana 15,5 16,0 17,3

EP 0,3 0,2 0,3

*p<0,05 comparado ao Bloco B. #p<0,001 comparado ao Bloco C.

Os estados de humor também pouco variaram entre os blocos de

treinamento, destaque para a Tensão, que aumentou ao logo dos blocos, a

Raiva que foi maior no bloco B e a Fadiga, que diminuiu ao longo do

tempo. Os dados estão apresentados na tabela 10.

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P á g i n a | 76

Tabela 10. Variação dos estados de humor durante os blocos de

treinamento.

Bloco A Bloco B Bloco C

Tensão Mediana 0,5 1,2 1,25*

EP 0,7 0,8 0,6

Depressão Mediana 0,0 0,0 0,0

EP 0,0 0,3 0,1

Raiva Mediana 0,0 0,7* 0,5

EP 0,1 0,4 0,2

Vigor Mediana 8,0 7,6 9,0

EP 0,7 0,8 0,5

Fadiga Mediana 3,0# 2,9 1,5

EP 0,8 0,5 0,6

Confusão Mediana 0,0 0,0 0,0

EP 0,0 0,1 0,1

*p<0,05 comparado ao Bloco A. #p<0,01 comparado ao Bloco C.

A partir dos dados apontados, o gráfico 3 exibe a variação da carga,

volume, PSE e PSR ao longo das diferentes apresentações: semanal, por

micro etapa e por Blocos. Percebe-se uma variação próxima da carga e

volume e um da carga e PSE. A PSR é responsiva a alterações da carga

principalmente no final do período analisado. Isto reflete as correlações

exibidas na tabela 11.

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P á g i n a | 77

Gráfico 3. Variação da carga, volume, PSE e PSR durante o período

analisado

A relação entre a carga, vigor e fadiga estão apresentadas no gráfico

4. Nota-se que a fadiga acompanha mais a dinâmica de alteração da carga

do que o Vigor.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

0

50

100

150

200

250

300

350

400

S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 S11 S12

A1 A2 A3 B1 B2 C1

Bloco A Bloco B Bloco C

volu

me

, pse

, psr

carg

aCarga Volume PSE PSR

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P á g i n a | 78

.

Gráfico 4. Variação da carga, vigor e fadiga durante o período analisado.

A partir de todos os dados já expostos, nota-se a importância de

conhecer a relação entre as variáveis do estudo em sua totalidade.

Portanto, os dados de treinamento e as respostas ao treinamento foram

correlacionados entre si e estão apresentados na tabela 11. Destaca-se a

forte correlação da carga com volume e PSE e moderada da PSR com

Vigor e Fadiga.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

0

50

100

150

200

250

300

350

400

S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 S11 S12

A1 A2 A3 B1 B2 C1

Bloco A Bloco B Bloco C

vigo

r e

fad

iga

carg

aCarga Vigor Fadiga

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P á g i n a | 79

Tabela 11. Correlação entre as variáveis do treinamento e as variáveis

psicológicas.

Carga Volume PSE PSR Tensão Depressão Raiva Vigor Fadiga

Volume 0,91**

PSE 0,88** 0,63**

PSR -0,29** -0,24* -0,28**

Tensão -0,25* -0,23* -0,23* 0,15

Depressão 0,08 0,08 0,05 -0,05 0,01

Raiva -0,12 -0,11 -0,09 -0,07 0,34** 0,29**

Vigor -0,22* -0,21 -0,22* 0,52** -0,16 -0,25* -0,45**

Fadiga 0,43** 0,36** 0,39** -0,52** -0,15 0,14 0,15 -0,25*

Confusão -0,24* -0,15 -0,29** 0,03 0,29** 0,06 -0,05 0,10 -0,14

* p<0,05; ** p<0,01.

Outro ponto importante a destacar é o quanto estas variáveis

poderiam se relacionar com a alteração de desempenho dos atletas. A

partir disso, a variação percentual do desempenho no início para o final do

período experimental (competições Maria Lenk e Londres) foi relacionado

com a variação da primeira para a 12º semana de treinamento das

variáveis estudadas. Destaca-se forte correlação entre a variação da

fadiga com o desempenho dos atletas. Correlação moderada foi

encontrada de PSR com Carga e PSE. Os dados encontram-se na tabela

12.

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P á g i n a | 80

Tabela 12. Correlação entre a variação do desempenho e as

variáveis do treinamento.

Tempo IT Carga Volume PSE PSR Tensão Depressão Raiva Vigor Fadiga

IT -0,97**

Carga -0,06 0,17

Volume -0,12 0,23 0,27

PSE -0,06 0,17 1,00 0,27

PSR -0,42 0,55 0,67* 0,35 0,67*

Tensão 0,24 -0,35 -0,07 -0,47 -0,07 -0,34

Depressão 0,43 -0,38 0,04 0,43 0,04 0,19 0,04

Raiva -0,19 0,23 0,56 -0,45 0,56 0,32 -0,15 -0,62

Vigor 0,36 -0,41 -0,21 -0,42 -0,21 -0,17 0,55 0,50 -0,24

Fadiga 0,79** -0,88** -0,12 -0,35 -0,12 -0,43 0,44 0,50 -0,19 0,56

Confusão 0,06 -0,12 0,30 -0,51 0,30 0,18 0,47 -0,22 0,44 -0,06 0,29

* p<0,05; ** p<0,01.

Por fim, após conhecer a variação no desempenho (VD) dos atletas,

utilizou-se da Regressão Múltipla para fornecer um modelo de predição

para a VD, envolvendo todas as variáveis estudadas. Os modelos criados

para o VD pelo Tempo (1) e VD pelo Índice Técnico (2) estão na tabela 13.

Tabela 13. Modelos de regressão múltipla para predição da VD.

Modelo R R2 Erro padrão da

estimativa 1 0,745 0,555 0,931 2 0,819 0,671 1,156

Preditor: Constante e Fadiga.

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P á g i n a | 81

As equações de regressão determinadas tanto para a variação de

desempenho pelo tempo (1) como pelo índice técnico (2)são:

(1) y1 = 0,4 + 0,4x; p = 0,013

(2) y2 = 0,5 - 0,6x; p = 0,004

y1 = variação percentual do desempenho estimado pelo tempo em

segundos; y2 = variação percentual do desempenho estimado pelo índice

técnico; x = variação percentual da fadiga

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P á g i n a | 82

6. DISCUSSÃO

O primeiro objetivo desta tese foi descrever e comparar o desempenho de

nadadores durante competições em um período que envolveu a classificação,

preparação e competição aos Jogos Olímpicos de Londres em 2012.

A análise realizada inicialmente propôs a comparação da média dos tempos

dos atletas nas três competições e, apesar da variação entre as competições, não

foi encontrada uma queda significativa no desempenho dos atletas no período

experimental. Skorski et al. (2014) buscaram comparar diferentes nadadores na

mesma distância em duas competições diferentes, mas não encontraram diferenças

significantes, corroborando os achados desta tese. Três das cinco provas analisadas

eram as mesmas do presente estudo (200m borboleta; costas e peito). Porém,

quando analisaram a variação percentual encontraram valores próximos aos desta

pesquisa. Coutts, Wallace e Slattery (2007) avaliaram por seis semanas seguidas a

performance na corrida de triatletas treinados e encontraram variação significativa

no tempo dos 3km, durante este período. Já Pyne, Trewin e Hopkins (2004)

compararam as seleções Australiana e Americana na preparação para as

Olimpíadas de Sydney, ano 2000, e verificaram diferenças no desempenho dos

atletas em duas grandes competições prévias aos Jogos Olímpicos em um período

de um ano. O período analisado pelos autores é maior que o do presente estudo,

porém, o tempo entre a etapa classificatória e a Olimpíada são próximos e a

variação percentual do desempenho encontrado corrobora o do presente estudo.

Esta variação do rendimento de uma competição à outra no presente estudo

(-0,26% a -1,67%) também confirma o encontrado por Stanula et al., (2012)que

avaliou a variação do tempo de diversas provas olímpicas de natação, de 1896 a

2008.Na mesma direção, Costa et al. (2010a) analisando o desempenho dos

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P á g i n a | 83

primeiros 150 atletas do ranking mundial de natação em diferentes temporadas

competitivas, encontrou uma melhora no rendimento entre 0,6 a 1% no período de

um ano, o que também corrobora os achados do presente estudo. Skorski et al.

(2014) compararam algumas provas da natação (200 e 400m livres e 200 e 400m

medley) em um período de 17 anos (1994 a 2011) de nadadores de elite da Suíça e

verificaram melhora média de 5,4% ao longo do período, o que daria uma melhora

de 0,3% ao ano, dado que também confirma a alteração média do presente estudo,

porém em menos tempo: 14 semanas. Importante destacar que, como se trata de

atletas olímpicos, espera-se pequena variação no rendimento dos mesmos ao longo

do ano de treinamento (SKORSKI et al., 2014; STANULA et al., 2012; COSTA et al.,

2010a; HOPKINS, 2005; PYNE, TREWIN, HOPKINS, 2004; TREWIN, HOPKINS,

PYNE, 2004), fato que pode demonstrar a efetividade do treinamento em blocos

para a maioria dos atletas avaliados nesta tese, como representada no gráfico 02.

Outra forma de analisar a alteração do desempenho dos atletas foi organizar

o desempenho através do índice técnico (ARAUJO, 1981). O IT dos atletas teve uma

melhora de 4,0 ± 5,8pontos no período analisado, melhora estapróxima a

apresentada por Pyne et al. (2005), que avaliou atletas australianos e mostrou

evolução de um campeonato nacional para um internacional de5,6 ± 13,2 pontos no

International Point Score, denominado nesta tese de Índice Técnico. O crescimento

de 4,0 ± 5,8 pontos no período analisado demonstra a evolução de 0,39 ± 6,0% no

desempenho dos atletas. Além disso, o índice parece interessante para diagnosticar

o alto nível dos atletas analisados, já que os mesmos sempre tiveram IT maiores

que 900 pontos (919-977,5 pontos), condição de atletas de alto rendimento (PYNE,

LEE, SWANWICK, 2001).

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P á g i n a | 84

Pyne, Lee, Swanwick, (2001) destacam ainda que atletas com valores

superiores a 950 pontos têm grandes chances de serem medalhistas em provas

internacionais, o que aconteceu com dois atletas do grupo analisado (986 pontos =

medalha de prata e 971 pontos = medalha de bronze), mas não ocorreu em outras

quarto provas, cujos IT foram altos (média de 978 ± 8,7), o que demonstra o alto

nível técnico dos Jogos Olímpicos de Londres nas provas analisadas. Os atletas

australianos, analisados por Pyne et al. (2004), apresentavam IT de 973 ±26,

superior a média encontrada neste estudo durante os Jogos Olímpicos (960±7,74

pontos). O comportamento do IT entre as principais competições (p>0,05) corrobora

com os achados de Pyne, Lee, Swanwick (2001) que não encontraram diferenças no

IT em atletas de elite australiano comparando duas competições importantes.

Porém, os dados encontrados permitem destacar a variação do desempenho dos

atletas na competição intermediária (de preparação) quando comparada aos Jogos

Olímpicos (p<0,05).

A magnitude do efeito (ME) foi prevista tanto para o tempo e IT nas

competições analisadas. Quando calculada pelo tempo, ela pode ser classificada

como efeito pequeno (COHEN, 1988) ou trivial (RHEA, 2004), independentemente

da relação entre competições analisadas (Maria Lenk-Sette Colli-Londres). Isto

provavelmente se deve pelo fato da amostra analisada ser heterogênea em relação

à distância e ao tempo das provas analisadas (50-400m medley). Por isso, a

proposta de De Araujo (1981) é interessante para grupos de atletas como o da

presente tese, pois calcular o índice técnico foi uma forma de normalizar os dados,

fato importante para a análise do desempenho de atletas de elite (De ARAUJO,

1981; HOPIKINS, 2005).

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P á g i n a | 85

A ME calculada pelo IT apresentou moderada a grande alteração entre o

Troféu Maria Lenk e Sette Coli e entre Sette Colli e Londres (Tabela 04) (RHEA,

2004; COHEN, 1988), mostrando alterações importantes na performance dos atletas

no período. Porém, a variação entre o Troféu Maria Lenk e os Jogos Olímpicos de

Londres foi classificada como pequena ou trivial (RHEA, 2004; COHEN, 1988), o

que pode ter influenciado negativamente a busca de medalhas pelos atletas

brasileiros. Inicialmente, esta análise apenas descreve e qualifica a alteração no

desempenho dos atletas, não podendo diagnosticar o motivo da mudança.A

comparação dos achados deste estudo com outros é difícil, pois poucos são as

análises que quantificam a magnitude do efeito na performance de nadadores.

O estudo de Skorski et al. (2014) apresenta os dados de duas competições

internacionais (pré e pós) e quando a magnitude do efeito destes dados é calculada,

a variação da performance (0,02) também foi classificada como pequena ou trivial

(RHEA, 2004; COHEN, 1988). Bosquet et al. (2007) estudaram o efeito do Taper na

performance de três grupos distintos de atletas, os ciclistas, os corredores e os

nadadores. No que tange aos nadadores, os autores verificaram alterações na

performance com magnitudes de efeito variando de -0,04 a 0,81 durante o taper. Na

presente tese não foi determinado a performance antes e depois do taper, mas a

magnitude do efeito entre as diferentes competições estiveram na faixa apresentada

por Bosquet et al. (2007) apenas quando o cálculo da magnitude do efeito foi

realizado pelo índice técnico. Aspenes, Karlsen (2012) calcularam a magnitude do

efeito em sete estudos diferentes com nadadores não olímpicos e encontraram

mudança pequena a média na performance dos atletas (determinada pela

magnitude do efeito: 0,19 a 0,56).

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Tais pontos apresentados confirmam a importância de, em grupos

heterogêneos como o avaliado, realizar a análise da performance a partir do índice

técnico e não pelo tempo médio, pois pelo tempo não foi possível determinar

nenhuma alteração no desempenho, o que mostra a sensibilidade da análise pelo IT.

Além disso,a transformação do tempo individual de cada atleta em índice técnico

normaliza os dados em uma mesma unidade e pôde ser comparado com outras

amostras (CHUNG et al., 2012;De ARAÚJO, 1981; HOPIKINS et al., 2009; PYNE et

al, 2005).

Outro ponto interessante a destacar sobre a alteração do desempenho dos

atletas, é que no ano de 2012 a Comissão Técnica organizou os treinamentos até os

Jogos Olímpicos em dois ciclos diferentes. O período experimental desta tese se

deu no segundo ciclo. Neste modelo é esperado que ao final da etapa A e no início

da etapa B do segundo ciclo a performance dos atletas diminua para ter uma

melhora ainda maior ao final da etapa C (OLIVEIRA, 2008; VERKHOSHANSKY,

2000), que no caso desta tese aconteceu na maioria dos atletas e culminou nos

Jogos Olímpicos de Londres.

O segundo objetivo da presente tese foi avaliar e comparar a carga de

treinamento, o volume de treinamento, a percepção subjetiva do esforço, a

percepção subjetiva de recuperação e os estados de humor durante o período que

envolveu a classificação, preparação e competição aos Jogos Olímpicos de Londres

em 2012.

A carga de treinamento variou significativamente quando comparada entre

semanas (p<0,001), entre as micro etapas de treinamento (p<0,05) e entre os blocos

de treinamento (p<0,05). Esta alteração da carga determinada pela PSE corrobora

com inúmeras pesquisas recentes que trataram do assunto na natação (WALLACE,

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SLATTERY, COUTTS, 2009; BARROSO et al., 2014), no basquetebol (LEITE et al.,

2012), boxe (UCHIDA et al., 2014), canoagem de velocidade (BORGES et al., 2014),

futsal (MILOSKI, De FREITAS, BARA FILHO, 2012), tênis (COUTTS et al., 2010;

GOMES et al., 2013), triathlon (LEITE et al., 2007) e voleibol (BARA FILHO et al.,

2013).

A carga de treinamento foi maior, tanto nas primeiras semanas, quanto nas

etapas e no bloco inicial de treinamento (bloco A), como também demonstrou

Marinho (2008). Esta maior carga atingida inicialmente, tem como propósito a

elevação do potencial motor do atleta, condição indispensável à realização do

treinamento direcionado ao desenvolvimento da velocidade em condições de

competição nas etapas subsequentes, o que é característico do sistema de

treinamento em blocos (VERKHOSHANSKY, 1990; VERKHOSHANSKY, OLIVEIRA,

1995; PIMENTEL, 2004; DECHECHI et al., 2010).

A mediana da carga durante o período analisado nesta tese (252±15,6) é

muito próxima dos valores encontrados por Brandão et al. (2014) avaliando a carga

de nadadores de alto rendimento por 15 semanas e ao de treinos considerados de

carga moderada (entre fácil - moderado - difícil) apresentado por Wallace, Slattery,

Coutts (2009) também na natação. Cabe ressaltar, que apenas Brandão et al. (2014)

utilizaram mesma metodologia para quantificação da carga de treinamento,

determinando a mesma por relação PSE x Volume em quilômetros nadados.

A estratégia desta tese de analisar a carga de tal forma se dá pela maioria

dos estudos (RIETJENS et al., 2005, PIERCE Jr., 2002, HOOPER, MAKINNON,

HANRAHAN, 1997, O’CONNOR et al., 1991, MORGAN et al., 1988) ou livros de

treinamento de natação (MAGLISCHO, 2010) se atentarem diretamente ao volume

pela distância percorrida pelos atletas (vide aqui quilometragem semanal) e não pelo

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tempo de treinamento como preconiza Foster (1998) ao apresentar a metodologia de

quantificação de carga pela PSE. Da estratégia adotada, surgiram resultados

interessantes. Um deles foi a significativa variação da carga nos diferentes

momentos analisados, bem como a forte correlação encontrada entre a carga de

treinamento e o volume (r = 0,91; p<0,01),que mais influenciou a variação da carga

(r2 = 0,83) ao longo do período analisado.

Outro ponto interessante a se destacar, a variação da mediana da carga ao

longo do período analisado corrobora a ideia de diferentes autores (FRY, MORTON,

KEAST,1992; McCLUNG et al., 2009;FOSTER, 1998; FOSTER et al., 1996;

FOSTER et al., 2001; LEITE et al., 2012a; LEITE et al., 2012b) da necessidade e

importância da variação da carga para a melhora do rendimento do atleta e prevenir

o overtraining, essencial no treinamento de atletas de alto rendimento, como os

avaliados nesta tese.

O volume de treinamento também variou quando comparado entre as

semanas (p<0,001), as micro etapas (p<0,05) e blocos de treinamento (p<0,05),

acompanhando a dinâmica da carga, já que é uma das variáveis que a constitui e

teve forte correlação (r = 0,91; p<0,01). A variação do volume é previsto na

periodização do treinamento, já que é conhecido a importância de sua alteração

para a melhora da performance dos atletas (MAGLISHO, 2010). Percebe-se a

gradativa diminuição do volume ao longo das semanas e etapas, ficando mais

evidente quando comparada pelos blocos de treinamento. Esta alteração no volume,

que acompanhou a diminuição da carga, ocorreu principalmente próxima à principal

competição do período analisado, os Jogos Olímpicos de Londres, evidenciando o

período conhecido como taper, já descrito e bem explicitado na literatura (HELLARD

et al. 2013; MAGLISCHO, 2010; MORGAN et al. 1987; MUJIKA, PADILLA, 2003;

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MUJIKA et al., 2004). O volume de treinamento exercitado pelos atletas nos

diferentes blocos (4,3 a 6,6km/dia) é menor quando comparado ao valores

apresentados por Morgan et al. (1987), que utilizou o método tradicional de

treinamento com seus nadadores. Tal fato já era esperado, visto que é destacado na

literatura o menor volume de treinamento pelo sistema em blocos quando

comparado ao sistema tradicional (BREIL et al., 2010; GARCÍA-PALLARÉS et al.,

2010; MOREIRA, 2006; RØNNESTAD et al., 2012).

A percepção subjetiva de esforço teve alterações significativas nas semanas

(p<0,001), nas micro etapas (p<0,05) e no último bloco de treinamento (p<0,05).

Este fato corrobora com os achados de Wallace et al. (2008) que utilizou a PSE para

monitorar o treinamento de nadadores e verificou modificações na percepção de

esforço após a alteração do treinamento. Batista (2007) também encontrou diferença

na PSE em diferentes momentos da periodização avaliando jovens nadadores.

Wallace, Slattery, Coutts (2008) também encontraram variação na PSE de

nadadores bem treinados e sugere o uso em larga escala da PSE para

monitoramento do treinamento de nadadores, pois o procedimento se correlacionou

bem com outros métodos apresentados.

A PSE também esteve maior nas micro etapas A e B quando comparada a C

acompanhando o maior valor de carga e volume nas etapas/blocos iniciais de

treinamento. Isto nos remete novamente à periodização realizada pela Comissão

Técnica e a entrada no Taper ao final do planejamento, que por sua vez pode ser o

grande responsável por essa diminuição da PSE. Batista (2007) também encontrou

diminuição da PSE durante o taper de nadadores, justificado pela menor carga e

volume de treinamento no período. Além disso, é bem relatado na literatura a

alteração da PSE ao longo de uma periodização, como o descrito por Brandão et al.

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(2014) na natação, Leite et al. (2012a) no basquetebol e Gomes et al. (2013) no

tênis de campo. Marinho (2008) relata o bloco C com menor volume e intensidade

no sistema de treinamento em bloco utilizado, o que corrobora a presente tese. O

taper é um momento importante da periodização cuja finalidade é reduzir a carga de

treinamento e o estresse fisiológico e psicológico dos atletas, buscando otimizar a

performance atlética na competição (MUJIKA, PADILLA, 2003), ou seja, é esperado

uma diminuição da PSE atrelado a queda da carga de treinamento e do volume.

A PSR se modificou nas diferentes semanas (p = 0,0002), porém, não foi

diferente quando agrupada por etapa ou bloco de treinamento (p > 0,05), mas

mostrou tendência de melhora das semanas iniciais para as últimas antes dos Jogos

Olímpicos. Importante destacar que os valores de PSR durante os diferentes blocos

de treinamento variaram entre 15,5 a 17,3, o que significa uma recuperação entre

"Boa" e "Muito Boa" pela escala utilizada (KENTTÄ, HASSMÉN, 1998). Suzuki et al.

(2006) encontrou valores maiores, entre 17 e 20 (máximo da escala de

recuperação), para a recuperação de corredores velocistas japoneses de elite antes

do campeonato nacional e mundial da modalidade.

A recuperação é fator essencial para a performance atlética, principalmente

após longo período de treinamento com cargas elevadas, como a aplicada aos

atletas estudados. Desta forma, esperavam-se valores maiores na escala de

recuperação, bem próximos a 20, a mais alta recuperação possível. Hooper,

Mackinnon, Ginn (1998) relatam a importância de uma recuperação adequada antes

da competição e que apenas uma semana de taper não seria adequado para

recuperar totalmente os atletas. Na presente tese o taper teve duração de duas

semanas e meia, tempo este relatado como adequado na literatura (MUJIKA,

PADILLA, 2003; BOSQUET et al., 2007). Porém, as variáveis do treinamento como o

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volume, a intensidade e a frequência semanal do treinamento tem influência direta

no resultado do taper (BOSQUET et al., 2007) e a forma como são distribuídas

durante o taper pode influenciar muito o resultado final (MUJIKA, PADILLA, 2003;

BOSQUET et al., 2007; MEUR, HAUSSWIRTH, MUJIKA, 2012), porém, a presente

tese não determinou como foram distribuídas as variáveis de treinamento dia a dia

durante o taper para determinar o tipo de decaimento da carga, do volume e da

intensidade de treinamento, o que gera uma limitação na discussão dos resultados

da PSR imediatamente antes dos Jogos Olímpicos de Londres.

Sobre os estados de humor dos atletas, destaque para a Tensão que

aumentou ao longo dos blocos, com o maior valor durante o bloco C (taper),

provavelmente atrelado à proximidade dos Jogos Olímpicos de Londres. Mesmo

assim, este aumento provavelmente não provocou efeitos negativos aos atletas,

visto que está abaixo do valor médio conhecido para atletas adultos que é entre 4 e

5 pontos (ROHLFS, 2006; TERRY, LANE, 2010). A Raiva alterou-se

significativamente no bloco B comparada ao bloco A, mas provavelmente também

não teve efeito negativo no desempenho durante as Olimpíadas, não só pela

distância temporal de sua manifestação, mas também por estar na média esperada

para atletas adultos (ROHLFS, 2006; TERRY, LANE, 2010).

É bem relatado na literatura que dos estados emocionais analisados pelas

questionários POMS ou BRUMS, que se modificam com maior frequência em longos

períodos de treinamento são o Vigor e a Fadiga (BRANDÃO et al., 2014; BRANDT et

al., 2010; CAULFIELD; KARAGEORGHIS, 2008; FRY et al., 1994; MORGAN et al.,

1987, 1988; PIERCE JR., 2002; SUAAY, RICARTE, SALVADOR, 1998), fato

corroborado nesta tese apenas pela Fadiga. A Fadiga variou durante todo o período

analisado, independentemente da forma apresentada (a cada semana, micro etapa

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ou bloco) e mostrou-se em queda até a chegada dos Jogos Olímpicos de Londres.

Seus valores estão próximos à média para atletas adultos durante o Bloco A e

abaixo da média no Bloco B e principalmente no C, o que é benéfico para o

rendimento de atletas (ROHLFS, 2006; TERRY, LANE, 2010).

Brandão et al. (2014), avaliando nadadores de alto rendimento, destacam

variação significativa da Fadiga ao longo das 15 semanas analisadas. A Fadiga foi

muito influenciada pela carga de treinamento do período, sendo a carga preditora da

fadiga, que teve variação ao longo do período, muito próxima a da carga (r = 0,94;

p<0,05). Torres-Luque et al. (2010), avaliando judocas em período competitivo,

também encontraram alterações na fadiga destes atletas, com diminuição

significativa próximos às competições, confirmando os achados deste estudo.

Mannrich (2007) monitorou atletas profissionais de futebol durante um macrociclo

anual, relacionando marcadores bioquímicos e estados emocionais. A Fadiga

também foi o estado emocional que mais se alterou durante o processo, se

relacionando com os marcadores bioquímicos Creatina cinase (CK) e Lactato

desidrogenase (LDH). Ainda, o autor destaca a importância da determinação da

Fadiga para detecção primária de lesões nos atletas analisados, já que das 15

lesões apresentados durante o macrociclo, todas foram acompanhadas de

alterações na fadiga e nas variáveis bioquímicas. Fry et al. (1994) também

encontraram variação na fadiga de corredores bem treinados durante um período de

treinamento e recuperação. Além disso, destacam que a alteração da fadiga teve

relação com alterações no sistema imune e que ambos poderiam ser utilizados

como marcadores de overtraining agudo (atualmente conhecido como overreaching).

O Vigor dos atletas não variou significativamente durante o período

analisado, porém, sua mediana teve valores distantes ao longo do macrociclo

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analisado (entre 6,0 e 11,0) e apresenta uma mediana total igual a 8,0±3,0. Este

valor é considerado na média para atletas adultos já avaliados (ROHLFS, 2006;

TERRY, LANE, 2010), porém menores que o encontrado em nadadores (9,1±1,1)

por Brandão et al. (2014); em velejadores de alto rendimento (11,0±3,6) avaliados

por Brandt et al., (2010) e do que o encontrado em jogadores de futebol profissional

(13,4±2,2) por Rohlfs et al., (2008).

Main, Grove (2009), estudando um grande número (492) de atletas de

diferentes modalidades esportivas, destacam que atletas com altos valores de Vigor

(>10,6) têm pequenas chances de desenvolverem o burnout, síndrome de

esgotamento psicofisiológico do atleta (PIRES, BRANDÃO, MACHADO, 2005) e que

valores menores de vigor, associados a outros sintomas como grande fadiga,

depressão, distúrbios do sono, sintomas físicos e estresse teriam maior risco de

desenvolver o burnout (MAIN, GROVE, 2009). O Vigor dos atletas analisados esteve

sempre próximo ao percentil 50 de atletas adultos (entre 8 e 9), porém, na última

semana aumentou a 11,0±1,1, resultado este próximo ao percentil 57 (ROHLFS,

2006; TERRY, LANE, 2010). É bem conhecido na literatura que quanto maior for a

alteração positiva do vigor no taper, maior será o beneficio na performance dos

atletas (BRANDÃO et al., 2014; LEITE et al., 2013; TORRES-LUQUE et al., 2010),

fato este que ocorreu na presente tese, porém ainda em menor magnitude.

Na condição de atletas olímpicos, esperava-se maiores valores de Vigor no

bloco C, condição essencial para uma grande performance, o que nem sempre

ocorreu, possivelmente explicada por dificuldades na percepção de recuperação dos

atletas, que pouco se alterou ao longo do período analisado e ainda teve moderada

correlação com o Vigor (r = 0,52, p<0,01).

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O último objetivo da presente tese foi relacionar as variáveis coletadas e

verificar se alguma delas poderia ser preditora da performance dos nadadores

durante os Jogos Olímpicos de Londres. Inicialmente, a carga de treinamento

apresentou correlação forte e positiva com volume (r = 0,91; p<0,01) e PSE (r =

0,88; p<0,01), o que mostra a importância destas variáveis na constituição da carga.

Outro ponto a destacar, é que o volume de treinamento contribuiu mais para a carga

determinada do que a intensidade medida pela PSE, o que se confirma quando

analisado o gráfico 03, pois o volume acompanha a dinâmica de alteração da carga.

Tais dados corroboram Brandão et al. (2014) que também encontrou maior correção

da carga com o volume do que com a intensidade. Isto reporta a necessidade da

Comissão técnica se preocupar muito com volume de treino, já que ele irá, muitas

vezes, determinar a carga treinamento no dia/semana.

Também interessante destacar a correlação moderada da carga com a

fadiga, o que é visível no gráfico 04 o acompanhamento da variação da carga pela

fadiga durante as semanas analisadas. Tal achado corrobora com os estudos em

nadadores (HOOPER, MAKINNON, HANRAHAN, 1997; MORGAN et al., 1988;

O’CONNOR et al., 1991; PIERCE Jr.,2002)e em ciclistas (RIETJENS et al., 2005).

Porém, tais estudos apresentados utilizam como carga de treinamento apenas o

volume de treinamento dos atletas, fato este superado na presente tese. A Fadiga

também se relacionou com a intensidade, aqui determinada pela PSE, porém com

uma menor correlação (r = 0,39; p<0,01). Tal fato pôde ser explicado pelo volume ter

apresentado maior influência sobre a carga avaliada comparado à intensidade. O

Vigor passa a ter melhor relação com a carga ao final do período de treinamento

analisado, quando a carga é diminuída e o vigor aumenta para a competição (gráfico

04), mas a correlação entre as duas variáveis durante todo o período (r = -0,22;

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p<0,05) não permite inferências. Os estados de humor apresentaram correlação

entre si, o que era esperado, já que reafirma outros estudos (BRISSWALTER;

COLLARDEAU; ARCELIN, 2002; COCKERILL, NEVILL, BYRNE, 1992; MORGAN et

al., 1987, 1988; PIERCE JR., 2002; SUAAY, RICARTE, SALVADOR, 1998; VIEIRA

et al., 2010) e demonstra mais uma vez a consistência do instrumento aplicado

(TERRY, LANE, FORGATY, 2003; ROHLFS, 2006).

O último objetivo da presente tese foi determinar se alguma(s) das variáveis

estudadas poderia predizer a performance dos atletas nos Jogos Olímpicos. Para

isto foi determinado a variação percentual do desempenho pelo tempo e/ou pelo

índice técnico.

A variação do tempo das provas nadadas pelos atletas teve correlação

negativa e forte com a variação do índice técnico, ou seja, quanto menor o tempo,

maior o índice técnico. Mas, o que cabe destaque é a relação encontrada entre a

Fadiga e a performance dos atletas analisados. Ela obteve forte e positiva

correlação (r = 0,79; p<0,01) com a variação do desempenho medido pelo tempo e

correlação forte e negativa (r = -0,88; p<0,01) com a variação do índice técnico do

Troféu Maria Lenk para os Jogos Olímpicos de Londres. A partir disto, foi possível

criar dois modelos de predição de variação da performance, tanto pelo tempo quanto

pelo índice técnico preditos pela fadiga. Kentta, Hassmén, Raglin (2006)

monitoraram canoístas de elite e também encontraram relação da Fadiga com a

alteração de performance dos atletas.

A performance na natação é dependente de muitos fatores, como a técnica

de nado (biomecânica), a capacidade metabólica/orgânica do atleta

(fisiológica/neuromuscular), a forma de organização das cargas de treinamento

(sistema de treinamento adotado) e a sua capacidade psicológica de se ajustar as

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rotinas de treinamento e competição. A presente tese buscou monitorar um grupo de

nadadores que participaram dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, pelas

variáveis de desempenho, das cargas de treinamento e de algumas variáveis

psicológicas. A partir disto, encontrou alterações na performance atlética dos

esportistas nas três competições analisadas, que corrobora o encontrado em outros

estudos (SKORSKI et al., 2014; STANULA et al., 2012; COSTA et al., 2010a;

HOPKINS, 2005; PYNE, TREWIN, HOPKINS, 2004; TREWIN, HOPKINS, PYNE,

2004), porém, não se sabe ao certo o sistema de treinamento adotado nos estudos

encontrados, não possibilitando assim comparações conclusivas entre o modelo

tradicional e o contemporâneo que foi utilizado pela equipe analisada. Também foi

encontrada variações da carga de treinamento em função do volume e da

intensidade de treinamento, o que já era esperado e relatado em algumas pesquisas

mais recentes que buscam determinar a variação da carga de treinamento pela

percepção subjetiva de esforço. Porém, esta é a primeira pesquisa que quantificou a

carga de treinamento de um sistema em bloco e apresentou sua variação ao longo

de um período de treinamento. A maioria das pesquisas encontradas apresentam o

conteúdo e a distribuição do treinamento, porém não monitoram a carga de

treinamento, apenas o desempenho dos atletas, e realizam suas discussões sem

discutir a carga de treinamento (COSTA et al., 2009; MARINHO, 2008; MOREIRA,

2002; SOUZA et. al., 2006). É bem destacado na literatura a importância de se

monitorar a carga de treinamento para melhor entender as respostas ao treinamento

aplicado.

Os estados de humor também variaram ao longo das 12 semanas

analisadas, fato este também esperado e bem relatado na literatura (MORGAN et

al., 1987, 1988; PIERCE JR., 2002; SUAAY, RICARTE, SALVADOR, 1998; VIEIRA

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et al., 2010). Porém, até o momento não se conhecia na literatura internacional as

respostas dos estados emocionais a um sistema de treinamento em bloco. Fato

importante a destacar no presente trabalho é a ausência significativa da variação do

Vigor ao longo do período analisado, pois é bem relatado na literatura sua variação

de acordo com a carga de treinamento (BRANDÃO et al., 2014). O vigor envolve o

estado de energia. Já o vigor físico dos atletas e a ausência de variação em seu

valor podem ter ocorrido por uma possível falta de períodos regenerativos durante

as 12 semanas analisadas. Este fato pode ser confirmado pela correlação moderada

(r = 0,52; p<0,01) do vigor com a percepção subjetiva de recuperação, que pouco

variou também durante o período analisado e nunca esteve em seus valores

máximos, podendo sugerir períodos regenerativos maiores durante o período de

treinamento adotado. Na programação apresentada pela comissão técnica, existia a

possibilidade de duas competições controle no bloco B de treinamento, uma na

sexta semana e outra na sétima semana. Como apresentado no Quadro 2, a

competição escolhida foi a da sétima semana, o que pode ter limitado o período de

treinamento posterior a esta competição. Uma competição controle na sexta semana

poderia abrir espaço no planejamento para uma semana regenerativa ou mesmo

alguns dias regenerativos, o que diminuiria o estresse provocado pelo acúmulo de

treino (FOSTER, 1998; FOSTER et al., 2001) e poderia alterar positivamente o vigor

e a percepção subjetiva de recuperação dos atletas.

Muitos estudos tem tentado identificar variáveis capazes de predizer a

performance de atletas em diferentes modalidades. As variáveis fisiológicas são as

mais estudadas, pois dependendo da característica da modalidade estudada a

variável fisiológica expressa boa parte do rendimento do atleta (COSTA et al., 2009;

DEMINICE et al., 2007; DEMINICE et al., 2009). Na presente tese, encontrou-se

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grande influência da Fadiga dos atletas na variação da performance, dado

representado por dois modelos matemáticos de regressão criados a partir da

variação da performance e da fadiga, mas, ainda pouco aplicável a situações do dia

a dia no treinamento, pois o modelo criado não considera a variação entre todas as

semanas, mas sim entre duas, a inicial e a final e entre o desempenho em dois

momentos, desconsiderando a variação natural do rendimento do atleta durante

diferentes semanas de treinamento.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos dados coletados e do resultado da análise estatística, conclui-se

que:

Ao longo do período analisado existiu alteração significativa do rendimento dos

atletas quando analisado pelo índice técnico, corroborando o percentual de

mudança relatado na literatura para atletas de nível internacional, sugerindo a

análise de grupos heterogêneos de atletas pelo IT;

A carga de treinamento, o volume, a PSE e a Fadiga variaram durante o sistema

de treinamento em bloco, com o volume e PSE influenciando diretamente a

carga analisada. Além disso, os atletas mantiveram perfil psicológico adequado

durante o período analisado, porém com valores de vigor abaixo do esperado

para atletas olímpicos

A variação da performance dos atletas pôde ser predita por equação de

regressão, porém, somente a fadiga conseguiu explicar esta variação.

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APÊNDICE A

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APÊNDICE B. Termo de Consentimento para Participação em Pesquisa Clínica:

Nome do Voluntário:____________________________________________

Endereço:____________________________________________________

Telefone para contato:___________Cidade:____________CEP:_________

E-mail: ______________________________________________________

As Informações contidas neste prontuário foram fornecidas pelo Prof. Ms.

Gerson dos Santos Leite e pela Profa. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão,

objetivando firmar acordo escrito mediante o qual, o voluntário da pesquisa autoriza

sua participação com pleno conhecimento da natureza dos procedimentos e riscos a

que se submeterá, com a capacidade de livre arbítrio e sem qualquer coação.

1.Título do Trabalho Experimental: “Estados de humor, percepção de esforço e

recuperação em nadadores de alto rendimento durante uma periodização em bloco”

2.Objetivo: Verificar a relação entre os estados de humor, a percepção de

recuperação, a percepção de esforço e a carga de treinamento de nadadores de alto

rendimento durante uma periodização de treinamento em bloco.

3.Justificativa: Muito se conhece sobre a resposta perceptiva dos atletas em

treinamentos tradicionais, mas ainda não foram encontradas na literatura

internacional pesquisas que monitorem a percepção de nadadores de alto

rendimento relacionada ao esforço, aos estados de humor e a recuperação durante

um Modelo de Periodização em Blocos. Estas respostas subjetivas podem auxiliar a

melhorar o programa de treinamento aplicado em atletas de alto rendimento.

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4. Procedimentos da Fase Experimental: Serão avaliados 10 nadadores de alto

rendimento durante 31 semanas de treinamento, no início e final de cada semana. A

percepção de esforço, a percepção de recuperação e os estados de humor (Escala

de BRAMS) serão determinados por tabelas e questionário específicos que levarão

no máximo 5min para serem respondidos. Com isso será determinado o esforço

semanal do atleta, a recuperação entre o início e o final da semana e serão

calculados os seis estados de humor de cada atleta, sendo o Vigor o estado positivo

e a tensão, depressão, raiva, confusão e fadiga os negativos. A carga de

treinamento será determinada pela relação entre a quilometragem semanal nadada

(volume) e a intensidade semanal medida (percepção de esforço). O programa de

treinamento será prescrito pelo técnico da equipe e não será modificado pelos

pesquisadores.

5.Desconforto ou Riscos Esperados: Os procedimentos deste estudo não

submeterão os voluntários a desconfortos ou riscos durante o período experimental,

pois os voluntários irão apenas responder aos questionários e tabelas.

6. Informações: O voluntário tem garantia que receberá respostas a qualquer

pergunta ou esclarecimento de qualquer dúvida quanto aos procedimentos, riscos

benefícios e outros assuntos relacionados com pesquisa. Também os pesquisadores

supracitados assumem o compromisso de proporcionar informação atualizada obtida

durante o estudo, ainda que esta possa afetar a vontade do indivíduo em continuar

participando.

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7. Métodos Alternativos Existentes: Como o método alternativo para determinar a

carga de treinamento, poderia ser coletado lactato sanguíneo dos atletas

diariamente para determinação da intensidade do treinamento, o que não atenderia

o objetivo do presente estudo. Para a recuperação poderia ser coletado diariamente

a enzima creatina quinase, presente no sangue, mas também seria um método

invasivo, o que não atende os objetivos do estudo. Para os estados de humor,

poderia ser coletado através do questionário POMS, que é muito maior e mais

complexo, o que dificultaria o trabalho em 31 semanas.

8. Retirada do Consentimento: O voluntário tem a liberdade de retirar seu

consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo.

9. Aspecto Legal: Elaborados de acordo com as diretrizes e normas

regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atendendo à Resolução n.º

196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério de

Saúde – Brasília – DF.

10. Garantia do Sigilo: Os pesquisadores asseguram a privacidade dos voluntários

quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa.

11. Formas de Ressarcimento das Despesas decorrentes da Participação na

Pesquisa: Não serão ressarcidas despesas com sua participação na pesquisa.

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12. Local da Pesquisa: A pesquisa será desenvolvida no Centro Olímpico de

Pesquisa e Treinamento – COTP, Avenida Ibirapuera, 1315 - Vila Clementino - São

Paulo, 04029-000, local onde a equipe treina regularmente.

13. Endereço do Comitê de Ética da Uninove: Rua. Vergueiro nº 235/249 –

Liberdade – São Paulo – SP CEP. 01504-001 Fone: 3385-9059

14. Nome Completo e telefones dos Pesquisadores para Contato: Prof. Ms.

Gerson S. Leite - (XX) XXXX-XXXX, Profa. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão -

(XX) XXXX-XXXX.

15. Consentimento Pós-Informação:

Eu, ________________________________________________, após leitura e

compreensão deste termo de informação e consentimento, entendo que minha

participação é voluntária, e que posso sair a qualquer momento do estudo, sem

prejuízo algum. Confirmo que recebi cópia deste termo de consentimento, e autorizo

a execução do trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo

no meio científico.

* Não assine este termo se ainda tiver alguma dúvida a respeito.

São Paulo,___________de______________________________de 2012.

Nome (por extenso):____________________________________________

Assinatura:___________________________________________________

1ª via: Instituição 2ª via: Voluntário

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ANEXO A - Aprovação do Comitê de Ética

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ANEXO B – Escala de Humor de Brunel (BRAMS)

Abaixo está uma lista de palavras que descrevem sentimentos. Por favor, leia

tudo atenciosamente. Em seguida assinale, em cada linha, o círculo que melhor

descreve Como você tem se sentindo nos últimos dias de treinamento,

inclusive hoje. Tenha certeza de sua resposta para cada questão, antes de

assinalar.

Escala: 0 = nada, 1 = um pouco, 2 = moderadamente, 3 = bastante, 4 =

extremamente