42
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PR TECNOLOGIA AVANÇADA DO CONCRETO Prof. Wellington Mazer Cimentos

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Cimentos

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Cimentos

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

O cimento Portland é um pó fino com propriedades aglutinantes que endurece sob a ação da água, ou seja, é um aglomerante ativo hidráulico.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

CaO – é o componente essencial do cimento, as propriedades mecânicas aumentam com o teor de cal, desde que combinadas.

SiO2 – é da sua combinação com a cal que resultam os principais compostos do cimento.

Al2O3 – o composto formado por este óxido com a cal acelera o tempo de pega e reduz a resistência a sulfatos.

Fe2O3 – em pequenas quantidades funciona como fundente.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

MgO – este elemento não se apresenta combinado, em grandes quantidades é expansivo.

SO3 – em grandes quantidades é perigoso devido à formação de sulfoaluminatos.

K2O e Na2O – atuam como fundentes e aceleradores de pega.

TiO2, Mn3O4 e P2O5 – encontrados em pequenas quantidades e raramente são determinados separadamente.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

A sílica, alumina, ferro e cal reagem no interior do forno, dando origem ao clínquer, cujos compostos principais são os seguintes:

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

O C3S, também chamado de Alita, é responsável pela resistência mecânica dos cimentos nas primeiras idades, possuindo uma velocidade de reação média e médio desenvolvimento de calor de hidratação.

O C2S, também chamado de Belita, é responsável pela resistência mecânica dos cimentos nas idades avançadas, possuindo uma velocidade de reação lenta e pequeno desenvolvimento de calor de hidratação.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

O C3A possui moderada resitência mecânica, porém possui reação rápida e libera grande quantidade de calor de hidratação, sendo responsável pela retração do cimento.

O C4AF possui baixa resistência mecânica, rápida reação e libera pequena quantidade de calor de hidratação.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Ao entrarem em contato com a água, os componentes do cimento iniciam um processo de hidratação, que pode ser dividido em 3 estágios:

Estagio I: Em contato com a água ocorre uma rápida dissolução dos grãos do cimento. Sobem as concentrações de álcalis solúveis, Ca2+, SO4

2- e íons OH- em solução, resultando em um pH de 12 a 13.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Estagio II: Os íons Ca2+, SO42- e íons OH- reagem com os silicatos

e aluminatos para formar gel de C-S-H e etringita, formando uma barreira em torno dos grãos de cimento não hidratados, retardando novas hidratações, permitindo um período de trabalhabilidade durante o qual o concreto deve ser lançado e assentado.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Estagio III: Durante o Estágio II a concentração de íons Ca2+ continua a aumentar, reiniciando lentamente a hidratação dos grãos de cimento atrás da barreira. Com a supersaturação de Ca2+, seguida da precipitação de Ca(OH)2 ocorre uma rápida hidratação dos grãos de cimento gerando gel de C-S-H e etringita.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

As reações mais importantes para a resistência são (MEHTA & MONTEIRO,1994):

2C3S + 6H2O → C3S2H3 (C-S-H) + Ca(OH)2 (CH) + 120 cal/g.

Propicia alta resistência inicial e forte desprendimento de calor de hidratação (cerca de 80 % em 10 dias);

2C2S + 4H2O → C3S2H3 (C-S-H) + Ca(OH)2 (CH) + 60 cal/g.

Propicia lento e constante desenvolvimento de resistência e baixo calor de hidratação (cerca de 80 % em 100 dias).

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

C3A + H2O + gesso → etringita (C6A S 3H32), monossulfato (C4A S H18) mais vários hidratos cristalinos tais como: C3AH6 , C4AH9 e C2AH8 + 320 cal/g.

A reação do C3A com a água é instantânea e há forte desprendimento de calor de hidratação. A formação de monossulfato implica em baixa resistência ao ataque de sulfatos. Essa baixa resistência à sulfatos se deve à combinação de monossulfatos com sulfatos numa reação expansiva que forma etringita.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

C4(AF) + H2O + gesso → C6A(F) S 3H32, C4A(F) S H18 mais vários hidratos cristalinos tais como: C3A(F)H6 , C4A(F)H9 e C2A(F)H8+ 100 cal/g.

As reações produzem produtos de estruturas cristalinas semelhantes às produzidas na hidratação do C3A, onde o ferro pode substituir posições que seriam ocupadas pelo alumínio.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Estruturas Fibrilares: C-S-H

Cristais de C3S e C2S hidratados:

50 % a 60% do volume da pasta;

São as estruturas C-S-H - C=CaO, S=SiO2, H=H2O;

Estruturas unidas através de ligações de van der Waals;

Excelente resistência mecânica e química.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Estruturas Prismáticas: C-H - Portlandita

Cristais de grande tamanho com formas hexagonais;

20 a 25% do volume de sólidos;

Responsáveis pH elevado da pasta (pH ≈ 13);

Ca(OH)2 é muito solúvel em água e muito reativo;

Cristais porosos com baixa resistência mecânica.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Etringita: Produto da hidratação dos Aluminatos

Cristais grandes e volumosos;

Formados por C3A + gesso hidratados;

Com a redução na concentração de sulfato, a etringita se decompõe, formando monossulfato:

Cristais muito porosos com baixa resistência mecânica;

Representam 15 a 20 % do volume de sólidos.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Fonte: Monteiro, notas de aula.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Módulos de produção do cimento Portland:

- Módulo hidráulico (Vicat):

- Módulo silícico:

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Módulos de produção do cimento Portlando

- Módulo alumino-férrico:

- Grau de saturação em cálcio:

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Previsão do teor de C-S-H e CH formados:

2C3S + 6H2O → C3S2H3 (C-S-H) + Ca(OH)2 (CH)

2C2S + 4H2O → C3S2H3 (C-S-H) + Ca(OH)2 (CH)

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Massa atômica dos compostos:

Elementos químicos Compostos

Ca = 40,08 u.m.a. CaO = 56,08 g/mol

O = 16 u.m.a. SiO2 = 60,09 g/mol

Si = 28,09 u.m.a. H2O = 18,00 g/mol

H = 1 u.m.a.

S = 32,06 u.m.a.

C = 12,01 u.m.a.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Previsão do teor de C-S-H e CH formados:

C3S 6Cao.2SiO2 + 6H2O 3CaO.2SiO2.3H2O + 3CaO.3H2O

(C-S-H) (CH)

6(56,08)+2(60,09)+6(18) 3(56,08)+2(60,09)+3(18)+3(56,08)+3(18)

336,48 + 120,18 + 108 168,24 + 120,18 + 54 + 168,24 + 54

456,66 + 108 342,42 + 222,24

80,9% + 19,1% 60,6% + 39,4%

(C-S-H) (CH)

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Previsão do teor de C-S-H e CH formados:

C2S 4Cao.2SiO2 + 4H2O 3CaO.2SiO2.3H2O + CaO.H2O

(C-S-H) (CH)

4(56,08)+2(60,09)+4(18) 3(56,08)+2(60,09)+3(18)+(56,08)+(18)

224,32 + 120,18 + 72 168,24 + 120,18 + 54 + 56,08 + 18

344,50 + 72 342,42 + 74,08

82,7% + 17,3% 82,2% + 17,8%

(C-S-H) (CH)

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Previsão do teor de C-S-H e CH formados:

Utilizando a fórmula de Bogue:

%𝐶3𝑆 = 4,071𝐶 − 7,600𝑆 − 6,718𝐴 − 1,430𝐹 − 2,850𝑆

%𝐶2𝑆 = 2,867𝑆 − 0,754𝐶3𝑆

%𝐶3𝐴 = 2,650𝐴 − 1,692𝐹

%𝐶4𝐴𝐹 = 3,043𝐹

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Previsão do teor de C-S-H e CH formados:

Exemplo: C 59,73 S 18,33 A 4,42 F 2,79 Sb 2,91 M 5,65 CaO 0,87 OUTROS 5,3 TOTAL 100

C3S 58,3 C2S 8,6 C3A 7,0 C4AF 8,5

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Previsão do teor de C-S-H e CH formados:

C3S Teor no cimento = 58,3%

Porcentagem de C-S-H formado = 60,6%

Porcentagem de CH formado = 39,4%

Porcentagem de C3S no processo de hidratação = 80,9%

C-S-H = 0,583*(0,606/0,809) = 0,437 = 43,7%

CH = 0,583*(0,394/0,809) = 0,284 = 28,4%

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Previsão do teor de C-S-H e CH formados:

C2S Teor no cimento = 8,6%

Porcentagem de C-S-H formado = 82,2%

Porcentagem de CH formado = 17,8%

Porcentagem de C2S no processo de hidratação = 82,7%

C-S-H = 0,086*(0,822/0,827) = 0,085 = 8,5%

CH = 0,086*(0,178/0,827) = 0,019 = 1,9%

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Previsão do teor de C-S-H e CH formados:

Totais:

C-S-H = 43,7 + 8,5 = 52,2%

CH = 28,4 + 1,9 = 30,3%

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Previsão do teor de Etringita: C3A + 3CSH + 26H C6AS3H32

(gipsita)

3(56,08)+101,96+3(56,08)+3(80,06)+6(18)+26(18) 1254,62

270,20 + 516,42 + 468,00 1254,62

21,5% + 41,2% + 37,3% 100%

𝑪𝟑𝑨

𝑪𝑺 𝑯= 𝟎, 𝟓𝟐

Teor no cimento: C3A = 7,0% (Bogue)

Gipsita = 5.0% (ensaio químico ou fabricante)

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima

Previsão do teor de Etringita:

𝑪𝟑𝑨

𝑪𝑺 𝑯= 𝟎, 𝟓𝟐

Teor no cimento: C3A = 7,0% (Bogue)

Gipsita = 5.0% (ensaio químico ou fabricante)

C3A que reage para a formação da etringita:

5*0,52 = 2,6%

Teor de C3A residual: 7,0 – 2,6 = 4,4%

Teor de estringita: 2,6% (100/21,5) = 12,1%

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PRTECNOLOGIA AVANÇADA

DO CONCRETO

Prof. Wellington Mazer

Matéria Prima