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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CAMPO MOURÃO COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS GISELY DE MATTOS ESTÁGIO SUPERVISIONADO AMAFIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA CAMPO MOURÃO 2013

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ … · Cianorte – PR, no período de novembro de 2012 a fevereiro de 2013, orientado pela Profa. Msc. ... são processadas 60 mil toneladas

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS CAMPO MOURÃO

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

GISELY DE MATTOS

ESTÁGIO SUPERVISIONADO

AMAFIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA

CAMPO MOURÃO 2013

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Símbolo da marca AMAFIL .......................................................................... 7

Figura 2- Vista da Matriz da Amafil em São Lourenço- Cianorte- PR ......................... 8

Figura 3- Fluxograma do processo industrial de fécula de mandioca ....................... 11

Figura 4- Fluxograma do processo industrial de polvilho .......................................... 17

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5

2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA E DO PRODUTO ...................................................... 7

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .......................................................................... 10

3.1 FÉCULA DE MANDIOCA .................................................................................... 10

3.1.1 Procedimento de Análises Físico- Química ..................................................... 12

3.1.1.1 Umidade por infravermelho ........................................................................... 12

3.1.1.2 Vazamento .................................................................................................... 12

3.1.1.3 pH e Fator Ácido ........................................................................................... 13

3.1.1.4 Pontos Pretos ................................................................................................ 14

3.1.1.5 Polpa ............................................................................................................. 14

3.2 POLVILHO AZEDO E POLVILHO DOCE............................................................ 16

3.2.1 Procedimentos de Análises Físico-Química ..................................................... 18

3.2.1.1 pH .................................................................................................................. 18

3.2.1.2 Determinação de Acidez ............................................................................... 19

3.2.1.3 Umidade por Infravermelho ........................................................................... 20

3.2.1.4 Pontos Pretos ................................................................................................ 21

3.2.1.5 Determinação da Expansão .......................................................................... 22

3.2.1.6 Determinação de Cor .................................................................................... 23

3.3 DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ............................................... 23

4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 25

5 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 26

RESUMO

O presente trabalho teve por finalidade descrever o estágio obrigatório

desenvolvido na Amafil Indústria e Comércio de Alimentos Ltda., localizada no

Distrito de São Lourenço, em Cianorte - Paraná, no período de novembro de 2012 a

fevereiro de 2013. As atividades desenvolvidas no estágio compreenderam o

acompanhamento e auxilio no desenvolvimento de três novas farinhas de mandioca

temperada da marca AMAFIL, e acompanhamento das análises físico-químicas de

fécula de mandioca, polvilho doce e polvilho azedo. O estágio proporcionou

aquisição de novos conhecimentos, a integração com pessoas e com o ambiente de

trabalho e aplicação dos conhecimentos teóricos e práticos obtidos no curso de

graduação de Engenharia de Alimentos. Esta experiência tornou-se de extrema

importância profissional e uma ferramenta obtida para entrada no mercado de

trabalho.

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1 INTRODUÇÃO

O estágio curricular supervisionado foi realizado na Amafil Indústria e

Comércio de Alimentos Ltda., situada no Distrito de São Lourenço, no município de

Cianorte – PR, no período de novembro de 2012 a fevereiro de 2013, orientado pela

Profa. Msc. Leila Larisa Medeiros Marques e supervisionado pela Engenheira de

Alimentos Etienne Francielli Guerra que é responsável pelo controle de qualidade da

Amafil. Tendo como atividades desenvolvidas o acompanhamento de análises físico-

químicas de polvilho doce, polvilho azedo e fécula de mandioca para o controle de

qualidade dos produtos, e acompanhamento e auxilio no desenvolvimento de novos

produtos para o crescimento da marca AMAFIL.

O estágio é um período de essencial importância no processo de formação

profissional do aluno. No estágio supervisionado e obrigatório o aluno tem a

possibilidade de vivenciar a aprendizagem adquirida ao longo do curso, tendo como

função associar as inúmeras disciplinas do currículo acadêmico, dando-lhe unidade

estrutural e testando o nível de integração e o grau de entrosamento. Por meio dele

o estudante pode apreender as diferenças do mundo organizacional e exercitar sua

adaptação ao meio industrial.

O polvilho, assim como a farinha é um produto derivado das raízes de

mandioca, e se diferem no processamento. O polvilho é um produto amiláceo, sua

secagem é feita ao sol e pode ser classificado em polvilho doce e azedo. A diferença

entre o polvilho doce e o azedo é o teor de acidez, sendo que este último apresenta

um teor de acidez e propriedade de expansão maior que o polvilho doce (EMATER,

2000).

A fécula de mandioca é caracterizada como um pó fino, seco, branco,

inodoro, insípido e produz ligeira crepitação quando comprimido entre os dedos.

Assim como o polvilho, a fécula é um produto amiláceo, mas se difere do polvilho na

forma de processamento, a qual normalmente é seca por spray dryer. A fécula não

apresenta propriedade de expansão (CAVALLET, 2002).

Nas indústrias, os fabricantes de alimentos realizam um rígido controle de

qualidade, tanto na matéria-prima que recebem como no produto final processado

que sai das fábricas. O produto final processado deve possuir qualidade e

uniformidade antes de ser colocado no mercado. Para tanto, é necessário um

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controle analítico nas várias fases do processamento e, por último, no produto final

(CECCHI, 2003). O controle de qualidade de uma análise laboratorial é essencial

para garantir a confiabilidade da informação (CARUSO, 1999).

A indústria de alimentos brasileira, responsável por quase 15% do

faturamento do setor industrial e por empregar mais de 1 milhão de pessoas, tem

conseguido seguir as tendências internacionais na área de produção, porém ainda

precisa desenvolver trajetórias mais consistentes na área de inovação, como

investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) com o objetivo de criar novos

produtos de maior valor adicionado para acompanhar a onda de consumo de

alimentos saudáveis e de preparo rápido (GOUVEIA, 2006).

O presente relatório teve como objetivo descrever as atividades

desenvolvidas no estágio curricular, tais como auxilio no desenvolvimento de novos

produtos e o acompanhamento e realização de análises físico-químicas de polvilho

azedo, doce e fécula.

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2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA E PRODUTO

A história da AMAFIL teve início em 1956, no Distrito de São Lourenço, em

Cianorte - Pr, onde o Sr. Antonio Martinho da Silva que migrou de Santa Catarina

para o Noroeste do Paraná abriu uma pequena farinheira. O sonho cresceu e em

1974 surge a marca AMAFIL (FIGURA 1), um nome que traduz a essência da

empresa: a letra “A” vinda do nome Antonio; as letras “MA”, de Martinho; e “FIL”

significando “Filhos” (AMAFIL, 2013).

Figura 1- Símbolo da marca AMAFIL.

Fonte: AMAFIL, 2013.

A partir da década de 90 com a informatização, a indústria tomou novos

rumos, passou a produzir fécula, polvilho e farofas, ampliou-se com as filiais dos

municípios de Altônia e Terra Boa, com o objetivo de atender todas as expectativas

do mercado e a satisfação total de seus clientes.

A unidade matriz, onde foi efetuado o estágio obrigatório, tem

aproximadamente 90.000 m² de área total, com cerca de 34.000 m² de área

construída, (FIGURA 2), localizada no Distrito de São Lourenço, Município de

Cianorte – PR. Esta unidade possui uma capacidade instalada de processar 300

toneladas de raiz de mandioca por dia.

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Figura 2. Vista da Matriz da Amafil em São Lourenço- Cianorte- PR.

Fonte: AMAFIL, 2013.

A unidade de Fécula, situada no município de Terra Boa no estado do

Paraná, tem potencial produtivo para 400 toneladas de raiz de mandioca por dia,

distribuídas em seus 150.000 m² de área total e 36.000 m² de área construída. Em

Altônia-Pr, especializada em polvilho e fécula, são processadas 60 mil toneladas por

ano do alimento.

Atualmente, a Amafil é considerada uma das maiores produtoras de derivados

de mandioca do Brasil.

Os funcionários da unidade matriz são em sua maioria moradores do distrito

de São Lourenço, e o restante de cidades vizinhas. A Amafil possui um número total

de aproximadamente 450 colaboradores, contando com todas as suas unidades,

sendo 230 colaboradores da matriz.

Cada linha de produção tem seu horário particular de funcionamento. A parte

de polvilhos e fécula trabalham 17 horas por dia. A linha de produção de polvilho

doce, polvilho azedo e fécula de mandioca trabalham de janeiro a novembro, e no

mês de dezembro é realizada a manutenção. As outras linhas de produção da

indústria trabalham todos os meses do ano.

A água que abastece a Amafil, unidade matriz, é fornecida por 3 poços

artesianos e pela Sanepar.

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O polvilho doce, polvilho azedo e fécula de mandioca são embalados em

embalagens de 500 gramas, 1 Kg e 25 kg.

O fornecimento da matéria prima é em sua maior proporção realizado por

produtores rurais da região de Cianorte e em menor por áreas produtoras de

mandioca da própria Amafil.

A Amafil possui cliente em âmbito nacional e internacional, tendo como

principal cliente externo a Coréia do Sul.

A mandioca para a produção de polvilho doce, polvilho azedo e fécula de

mandioca é processada por máquinas e equipamentos de ultima geração, sendo

eles pré-lavador, lavador, triturador, desintegrador, cevadeira, Gls, centrífuga,

secador, padronizador, empacotadeiras e caldeira.

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3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Durante a realização do estágio curricular no laboratório de controle de

qualidade da AMAFIL no período de 26/11/2012 a 27/02/2013, teve-se como

atividades desenvolvidas o auxílio no desenvolvimento de novos produtos e o

acompanhamento e realização de análise físico-química de polvilho doce, polvilho

azedo e fécula de mandioca, tais como acidez, pH, fator ácido, umidade, vazamento,

expansão, pontos pretos e polpa, e consequentemente elaboração de laudos

técnicos referentes à qualidade desses produtos.

3.1 FÉCULA DE MANDIOCA

A fécula de mandioca apresenta características físico-químicas de grande

interesse Industrial (APLEVICZ, 2006). Entre os produtos e subprodutos da

mandioca, sem dúvida o mais versátil e valorizado é a fécula, denominação que a

Legislação Brasileira dá à fração amilácea originária de raízes e tubérculos. Essa

valorização deve-se a suas múltiplas aplicações, que vão da culinária ao uso

industrial. Na culinária, a fécula de mandioca destaca-se, assim como as de outras

tuberosas, pela neutralidade de aroma, sabor e cor, que permite seu uso

indiscriminadamente em pratos doces e salgados. No uso industrial, é empregada

principalmente na indústria de alimentos, seguida das indústrias de papéis e têxteis

(SOUZA et al., 2005).

O processo industrial de fécula pode ser observado na figura 3.

11

Figura 3 - Fluxograma do processo industrial de fécula de mandioca.

12

3.1.1 Procedimento de Análises Físico-Química

3.1.1.1 Umidade por Infravermelho

Refere-se ao teor de água livre encontrada no produto amiláceo. O seu teor é

expresso em gramas por 100 gramas do produto, cuja determinação e tolerância

devem obedecer à metodologia analítica segundo a Instrução Normativa nº 23 de 14

de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005).

A aparelhagem utilizada foi o analisador de umidade por infravermelho.

O procedimento consistia de:

Pesar com precisão, cerca de 5 gramas da amostra em placa de alumínio,

previamente seca e tarada;

Levar ao aparelho e realizar os comandos para a análise de umidade. O

resultado aparecerá no display.

3.1.1.2 Vazamento

Refere-se ao teor de produto amiláceo pulverizado, que passa por uma

peneira específica, cuja determinação e tolerância devem obedecer à metodologia

analítica segundo a Instrução Normativa nº 23 de 14 de dezembro de 2005 (BRASIL,

2005).

O material utilizado para esta análise é relacionado abaixo:

Balança semi analítica;

Béquer de plástico de 600 mL;

Peneira de abertura 0,106 mm – 150 Tyler/Mesh com fundo e tampa;

Agitador elétrico ou manual.

O procedimento consistia de:

Pesar 100 gramas da amostra devidamente homogeneizada;

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Transferir para a peneira, e agitar em movimento vai e vem, até não vazar

mais. Pesar o retido;

Anotar na ficha de análise do produto.

A forma de realizar o cálculo é utilizando a fórmula1:

Vazamento: 100% – retido na peneira (formula 1)

3.1.1.3 pH e Fator Ácido

Segundo BRASIL 2005, o pH refere-se ao potencial de hidrogênio ionizável

característico do produto amiláceo (BRASIL 2005).

O material utilizado para esta análise é relacionado abaixo:

Balança semi-analítica;

Béquer de 100 mL;

Bastão de vidro;

Peixinho para agitação magnético;

Proveta de 50 mL;

Bureta de 25 mL;

Potenciômetro aferido com solução tampão pH 4,00 e 7,00;

Agitador magnético;

O procedimento consistia de:

Calibrar o potenciômetro com pH 7,00 e 4,00;

Pesar com precisão 25 gramas da amostra homogeneizada;

Medir com proveta 50 mL de água destilada ou deionizada;

Transferir para amostra, agitar com bastão de vidro;

Com agitação constante introduzir o eletrodo e medir o pH;

Para o fator ácido, adicionar gota a gota solução de HCl 0,1N até atingir pH

3,00, anotar os mL gastos e multiplicar pelo fator da solução de HCl 0,1N;

Anotar o resultado na ficha de análise do produto.

14

Valores mais baixos de pH e mais elevados de acidez titulável são justificados

pela intensidade da atividade microbiana aumentar com o aumento da fermentação

da fécula ( APLEVICZ, 2006).

3.1.1.4 Pontos Pretos

A legislação brasileira, não implementa classificação de pontos pretos para o

produto fécula de mandioca, está foi apenas uma medida adotada pelo laboratório

da Amafil para garantir a qualidade de seus produtos.

O material utilizado para esta análise é relacionado abaixo:

Balança semi-analítica;

Becker de 500 mL;

Bastão de vidro.

O procedimento consistia de:

Pesar 50 gramas da amostra em um becker previamente seco e tarado

(preferencialmente de vidro);

Adicionar 250 mL de água. Homogeneizar e aguardar decantar o produto (30

minutos);

Observar os pontos pretos no fundo do Becker;

Anotar o resultado na ficha de análise do produto.

3.1.1.5 Polpa

Refere-se ao material proveniente do cilindro central da raiz de mandioca e o

seu teor é expresso em mililitros por 100 gramas do produto (BRASIL, 2005).

O material utilizado para esta análise é relacionado abaixo:

Bequer de 400 mL;

Balança semi analítica;

15

Bastão de vidro;

Peneira 0,105mm – 150 tyler;

Água destilada ou deionizada;

Proveta de 250 mL;

Recipiente graduado com precisão de 0,10 mL.

O procedimento consistia de:

Pesar com precisão 50 gramas da amostra;

Medir 250 mL de água destilada ou deionizada em proveta;

Transferir a amostra e agitar até completa decantação;

Agitar novamente e passar pela peneira 0,105mm, lavar em água corrente até

não mais vazar pela peneira;

Transferir para o tubo de decantação e deixar em repouso durante 2 horas ou

até a completa decantação.

A forma de realizar o cálculo é:

Fazer a leitura. O resultado obtido será os ml decantados. Anotar na ficha de

análise do produto.

O produto que não atender a Instrução normativa nº 23 de 14 de dezembro de

2005 (QUADRO 1) é considerado inconforme. Deve-se então comunicar o

encarregado da produção, para retornar o produto ao processamento de polvilho,

mais especificamente aos tanques de fermentação.

Quadro 1 - Padrão de fécula de mandioca, segunda a Instrução Normativa nº 23 de 14 de dezembro

de 2005.

Fonte: Instrução Normativa nº 23 de 14 de dezembro de 2005.

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3.2 POLVILHO AZEDO E POLVILHO DOCE

O polvilho é um produto artesanal utilizado como ingrediente principal na

fabricação de biscoitos e pão de queijo. E pode ser classificado em doce ou azedo,

tendo por base apenas o teor de acidez.

O processo de produção do polvilho doce e azedo pode ser observado na

figura 4.

17

Figura 4 - Fluxograma do processo industrial de polvilho.

18

O processo industrial de fabricação do polvilho doce e azedo difere somente

pelo tempo de fermentação nos tanques, ou seja, o polvilho doce permanece

durante aproximadamente uma semana e o polvilho azedo por um período de 30 a

40 dias (APLEVICZ, 2006).

3.2.1 Procedimentos de Análises Físico- Químicas

3.2.1.1 pH e Fator Ácido

A determinação do pH é uma determinação eletrométrica que avalia a

concentração de íons hidrogênio em uma amostra ( PARK; ANTONIO 2006).

O material utilizado para esta análise é relacionado abaixo:

25g da amostra (polvilho azedo ou polvilho doce);

1 béquer de 100 mL;

1 proveta de 100 mL;

2 béqueres de 250 mL;

Ácido clorídrico 0,1N;

Rotor magnético e peixinho;

1 bastão de vidro;

Aparelho pHmetro digital modelo PG 2000 da marca GEHAKA;

1 recipiente fechado para acondicionamento de água destilada – pisseta;

1 Bureta de 50 mL.

O procedimento consistia de:

Calibrar o pHmetro diariamente e registrar na planilha REG 10.3 Controle

calibração phmetro;

Lavar o eletrodo com água destilada e secar com papel higiênico macio,

antes do início e ao término da análise;

Tarar o béquer de 100 mL e pesar 25 gramas da amostra;

Medir a água destilada (50 mL) na proveta;.

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Adicionar a água no béquer contendo as 25 gramas da amostra.

Homogeneizar com ajuda do bastão de vidro;

Levar a amostra ao equipamento magnético, com o eletrodo posicionado no

interior do béquer, regular a velocidade do equipamento magnético mantendo

a amostra homogeneizada;

O resultado do pH aparece no visor do pHmetro. Anotar na ficha de análise

do produto;

Após a determinação de pH realizar a análise do fator ácido. Colocar na

bureta a solução de ácido clorídrico 0,1 N até completá-la no nível máximo

indicado. Com amostra em homogeneização, inicia-se a titulação, até atingir o

pH 3,0;

Anotar na ficha de análise do produto o fator ácido pela quantidade de ácido

clorídrico em mL gastos;

Ao término da análise, lavar o equipamento novamente com água destilada,

secar com papel absorvente macio e deixar o eletrodo em solução de

descanso.

O baixo pH em polvilho é considerado um dos principais fatores

característicos do produto por que este é o responsável pelo controle e manutenção

do crescimento microbiano ( MACHADO; ARAÚJO; PEREIRA, 2010).

3.2.1.2 Determinação de Acidez

O polvilho de acordo com o teor de acidez será classificado em polvilho doce

ou polvilho azedo (CEREDA, 2003).

O material utilizado para esta análise é relacionado abaixo:

10 gramas da amostra;

100 mL de água destilada;

1 béquer de 250 mL;

1 bureta de 100 mL;

3 gotas do indicador Fenolftaleína;

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1 proveta de 100 mL para água destilada;

Rotor magnético e peixinho;

1 bastão de vidro;

Hidróxido de Sódio 0,1N;

Balança semi-analítica.

O procedimento consistia de:

Completar a bureta com hidróxido de sódio 0,1 N até a posição inicial;

Tarar a balança semi-analítica com o béquer. Pesar 10 gramas da amostra no

béquer de 250 mL;

Adicionar 100 mL de água nas 10 gramas da amostra contida no béquer de

250 mL; Homogenizar com bastão de vidro;

Levar a suspensão ao rotor magnético, posicionado abaixo da bureta,

carregada de hidróxido de sódio 0,1 N;

Colocar o peixinho no becker de 250 mL contendo a amostra;

Ligar o rotor em velocidade ideal, não permitindo sedimentação da amostra

no fundo do béquer;

Adicionar 3 gotas de fenolftaleína na amostra contida no béquer de 250 mL;

Iniciar a titulação gotejando o hidróxido de sódio na amostra até obter uma

coloração rósea permanente, com tom suave;

Verificar a quantidade de hidróxido de sódio utilizada na titulação da amostra

em mL e anotar na ficha de análise do produto.

O teor de Acidez titulável caracteriza a fermentação natural pela qual o

polvilho azedo é fabricado (CARVALHO et al., 1996).

3.2.1.3 Umidade por Infravermelho

A determinação de umidade é uma das medidas mais importantes e utilizadas

na análise de alimentos. No processo de secagem essa determinação é

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fundamental. A umidade de um alimento está relacionada com sua estabilidade,

qualidade e composição (PARK; ANTONIO, 2006).

A aparelhagem utilizada foi o analisador de umidade por infravermelho.

O procedimento consistia de:

Pesar com precisão cerca de 5 gramas da amostra em placa de alumínio,

previamente seca e tarada;

Levar ao aparelho e realizar os comandos para a análise de umidade. O

resultado aparecerá no display;

Anotar na ficha de análise do produto.

A água contida que o grânulo pode absorver e reter é um fator de qualidade

importante, pois está relacionado com o poder de expansão da massa do polvilho

azedo ao forno (MACHADO; ARAÚJO; PEREIRA, 2010).

3.2.1.4 Pontos Pretos

A legislação brasileira não implementa classificação de pontos pretos para o

produto polvilho azedo ou doce, está foi apenas uma medida adotada pelo Amafil

para garantir a qualidade de seus produtos.

O material utilizado para esta análise é relacionado abaixo:

Balança semi-analítica;

Becker de 500 mL;

Bastão de vidro.

O procedimento consistia de:

Pesar 50 gramas da amostra em um becker previamente seco e tarado

(preferencialmente de vidro);

Adicionar 250 mL de água. Homogeneizar e aguardar decantar o produto (30

minutos);

Observa no fundo do becker a presença de pontos preto;

Anotar o resultado na ficha de análise do produto.

22

3.2.1.5 Determinação de Expansão

A qualificação do poder de expansão constitui um parâmetro importante para

avaliar a qualidade do polvilho. Por outro lado, pode-se dizer que a capacidade de

expansão do polvilho é influenciada pelo processo fermentativo (MACHADO;

ARAÚJO; PEREIRA, 2010).

O material utilizado para esta análise é relacionado abaixo:

Balança semi-analítica;

Forno;

Recipiente de plástico;

Colher de pau;

Proveta de 50 mL;

Proveta de 500 mL;

Alpiste.

O procedimento consistia de:

Tarar a balança semi-analítica com o recipiente e pesar 31,25 gramas do

produto;

Pesar 0,5 gramas de sal e 2,5 gramas de margarina. Juntar com a amostra do

produto;

Ferver 25 mL de água e escaldar a mistura;

Misturar bem a massa. Amassar e fazer 4 bolinhas de 4 gramas cada;

Levar ao forno para assar.

O resultado é obtido depois de tirar as bolinhas do forno, esfriar e pesar em

balança semi-analítica. Colocar as bolinhas com o alpiste na proveta de 500 mL.

Anotar o valor deslocado das sementes;

A forma de realizar o cálculo é dividindo o volume da proveta pelo peso das

bolinhas. Este é o valor da expansão em mL / g. Anotar na ficha de análise do

produto;

23

3.2.1.6 Determinação de Cor

Determinação de Cor Molhada

O procedimento consistia de:

Pesar 50 gramas do produto e adicionar 250 mL de água. Homogeneizar.

Anotar o resultado na ficha de análise do produto;

Determinação de Cor Escaldada

O procedimento consistia de:

Verificar a cor das bolinhas do teste de expansão antes de serem assadas.

Anotar o resultado na ficha de análise do produto.

Se o produto apresentar-se fora dos parâmetros internos estabelecidos pelo

controle de qualidade, o mesmo deverá retornar as etapas de processamento

conforme determinado pelo laboratório juntamente com a produção.

O padrão utilizado para o controle de qualidade do polvilho são padrões

internos estabelecidos pelo laboratório de controle de qualidade da Amafil, e não

foram disponibilizados pela mesma.

3.3 DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS

Durante o período de realização do estágio foram desenvolvidas três novas

farinhas de mandioca temperada da marca AMAFIL, as quais foram farinha de

mandioca temperada baiana, farinha de mandioca com soja temperada e farinha de

mandioca temperada especial para recheio de frango. Nesse tempo foram testadas

diversas formulações em laboratório até chegar às três formulações aprovadas pela

equipe responsável do desenvolvimento de novos produtos e pela Diretoria Geral da

Indústria.

Os testes foram realizados com diversos ingredientes e aditivos de vários

fornecedores diferentes até ser encontrado o melhor resultado, ou seja, as

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formulações aprovadas foram as que proporcionaram aos produtos maior sabor,

beleza e saúde.

Antes do lançamento das farinhas de mandioca temperadas, foi realizado

teste em escala industrial das três formulações aprovadas, e enviadas amostras

para clientes em diversas regiões do país. O lançamento das três farinhas de

mandioca temperada está marcado para o fim do primeiro semestre de 2013.

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4 CONCLUSÃO

As atividades realizadas no estágio proporcionaram desenvolvimento de

habilidades com o trabalho em equipe, integração ao ambiente de trabalho,

aplicação dos conhecimentos teóricos e práticos obtidos na graduação de

Engenharia de Alimentos, aptidão de responsabilidade profissional, além de

proporcionar experiência prática, sendo assim, de extrema importância profissional

antecedente a entrada no mercado de trabalho.

Durante esse aprendizado, foi possível perceber a importância do controle de

qualidade em uma indústria de alimentos, laboratórios compostos por profissionais

qualificados e um controle de processo eficiente que garanta a qualidade dos

produtos finais, além da necessidade de manter um bom relacionamento com o

grupo de trabalho.

Desta forma, o Engenheiro de Alimentos se torna peça fundamental na

avaliação da qualidade dos produtos fabricados, tendo como função orientar e

determinar as atividades a serem executas em cada caso, como também ressaltar

que há a necessidade de se fazer análises desde a matéria-prima até seu produto

final, formando um conjunto de parâmetros a serem avaliados.

Logo, conclui-se que o estágio supervisionado é de grande importância para

formação acadêmica, pois é nele que se vivencia a função de um Engenheiro de

Alimentos em uma indústria, tendo assim preparo para atuação no mercado de

trabalho após a conclusão do curso.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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