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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Ketrin Renata Serednicki Bochio ESTRUTURA E MAPEAMENTO DE PROCESSOS EM UM AMBULATÓRIO DE ESPECIALIDADES DO SUS CURITIBA 2012

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/.../2013/02/ESTRUTURA-E-MAPEAMENTO-DE-PROCESSOS.pdf · 2.5.1 CRITÉRIOS PARA MAPEAMENTO DE PROCESSOS ... - ISO 9001:1987

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Ketrin Renata Serednicki Bochio

ESTRUTURA E MAPEAMENTO DE PROCESSOS EM UM

AMBULATÓRIO DE ESPECIALIDADES DO SUS

CURITIBA

2012

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Ketrin Renata Serednicki Bochio

ESTRUTURA E MAPEAMENTO DE PROCESSOS EM UM

AMBULATÓRIO DE ESPECIALIDADES DO SUS

Monografia do Curso de Auditoria e Gestão em Saúde da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial para obtenção do título em Especialista.

Orientadora: Profª.Izabel Gondro de Camargo

CURITIBA

2012

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TERMO DE APROVAÇÃO

Ketrin Renata Serednicki Bochio

ESTRUTURA E MAPEAMENTO DE PROCESSOS EM UM

AMBULATÓRIO DE ESPECIALIDADES DO SUS

Curitiba, 27 de abril de 2012

Curso de Auditoria e Gestão em Saúde

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do

Paraná.

_____________________________________ Orientadora: Profª.Izabel Gondro de Camargo

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5

1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................................................ 7

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................................................ 7

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................................................ 8

2.1 CONCEITO DE QUALIDADE ............................................................................................................................. 9

2.2 QUALIDADE EM SAÚDE................................................................................................................................ 10

2.3 CONCEITOS DE PROCESSOS ......................................................................................................................... 12

2.4 PROCESSOS NA GESTÃO DE SAÚDE ............................................................................................................. 13

2.5 MAPEAMENTO DE PROCESSOS ................................................................................................................... 15

2.5.1 CRITÉRIOS PARA MAPEAMENTO DE PROCESSOS .................................................................................................. 16

2.5.2 DEZ PASSOS PARA MAPEAR OS PROCESSOS ......................................................................................................... 16

2.5.3 FERRAMENTAS PARA MAPEAMENTO DE PROCESSOS .............................................................................................. 18

2.6 INDICADORES DE DESEMPENHO........................................................................................................................... 20

2.6.1 CARACTERÍSTICAS DE IDENTIFICADORES DE DESEMPENHO ...................................................................................... 21

2.6.2 INDICADORES DE DESEMPENHO DO AMBULATÓRIO ............................................................................................... 22

3. METODOLOGIA ...........................................................................................................................................23

3.1 FINALIDADE DO AMBULATÓRIO ................................................................................................................. 23

3.2 ESPAÇO FÍSICO ............................................................................................................................................ 24

3.3 RECURSOS DE MATERIAIS ........................................................................................................................... 24

3.4 RECURSOS HUMANOS ................................................................................................................................ 25

4. ESTRUTURA DE PROCESSOS .......................................................................................................................25

4.1 ESTRUTURA DO DOCUMENTO .................................................................................................................... 25

4.2 ESTRUTURA DO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO ......................................................................................... 27

4.3 CONTEÚDOS DO MANUAL DE NORMAS E ROTINAS DA ENFERMAGEM ......................................................................... 27

5. CONCLUSÂO ................................................................................................................................................29

6. REFERÊNCIAS ..............................................................................................................................................30

7. ANEXOS ......................................................................................................................................................32

ANEXO 1 – MODELO DA ESTRUTURA DO POP ........................................................................................................... 32

ANEXO 2- FLUXOGRAMA DE ENTRADA E SAÍDAS DE PACIENTES ...................................................................................... 33

ANEXO 3 – FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DOS ALUNOS DE MEDICINA ......................................................................... 34

ANEXO 4 - FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO DOS MÉDICOS E GENERALISTAS .................................................................... 35

ANEXO 5 – FLUXOGRAMA DO ATENIDMENTO DOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM ................................................................. 36

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1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial de Saúde, ambulatório é um centro

encarregado de fomentar saúde e prevenir as enfermidades, servido de vínculo

entre hospital, serviços sanitários locais e comunidade.

Essa conceituação insere o ambulatório como elemento de alto valor no

conjunto de equipamentos médico-assistenciais à disposição de uma comunidade.

É fácil perceber que um ambulatório bem planejado inserido em um plano global de

assistência, poderá aliviar de modo substancial a sobrecarga que pesa

habitualmente sobre os hospitais (CAMPOS, 1994).

Para atender nossos clientes e construir um serviço com qualidade, além de

planejar toda a estrutura física, materiais, medicamentos, equipamentos, recursos

humanos, foram necessárias a construção de processos e fluxos, pois toda

organização é um sistema. Ou seja, funciona como um conjunto de processos. A

identificação e o mapeamento destes processos permitem um planejamento

adequado das atividades, a definição de responsabilidades e o uso adequado dos

recursos disponíveis.

Mapear, os processos de uma organização são muito mais do que um

simples retrato da lógica de entradas e saídas entre pessoas, cargos,

departamentos, gerências ou áreas, é um exercício de reflexão e debates cujo

objetivo é retratar fielmente, através de fluxogramas ou qualquer outra ferramenta

visual existente, como ocorrem os trâmites internos, quais são os seus pontos

fracos, onde está à incongruência pontuais como ocorrem os fluxos de informações

(em meio eletrônico e físico), quais são as responsabilidades por cada etapa, e,

principalmente, quais são as entregas efetivas que constituem os produtos dos

clientes internos das organizações (GASTAL, 1997).

O que motivou a presente pesquisa foi à necessidade de estruturar um

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ambulatório de especialidades, com objetivos acadêmicos, inserido em um Hospital

Universitário em Curitiba. Ao ser contratada para montar este serviço, procurei vários

artigos e percebi que havia uma carência muito grande na literatura sobre a

construção e estruturação de ambulatórios de especialidades, pois há vários artigos

e matérias sobre ambulatórios cirúrgicos.

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1.1 OBJETIVO GERAL

Demonstrar a importância da construção de processos e fluxos para obter

qualidade no atendimento de um ambulatório em Curitiba

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conhecer a elaboração dos processos;

Entender a importância de se estabelecer fluxos;

Relacionar qualidade com processos.

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2. REVISÃO DE LITERATURA A Organização Mundial de Saúde define ambulatório como um centro

encarregado de fornecer a saúde e prevenir as enfermidades, servindo de vínculo

entre Hospital, serviços sanitários locais e a comunidade (CAMPOS, 1994).

Em 1946 a 1964 é o período desenvolvimentista. A influência dos americanos

durante a guerra levou o Brasil a adotar o mesmo modelo de atenção à saúde deles.

O grande hospital concentra o atendimento de uma região e coloca em segundo

plano a rede de postos de saúde, consultórios e ambulatórios, que tem custo mais

baixo. A estrutura e o funcionamento dos grandes hospitais atende às necessidades

crescentes de uma florescente indústria farmacêutica e de equipamentos médicos.

(CAMPOS, 1994).

Após a criação da Petrobrás, foi anunciada a criação do Ministério da Saúde.

Na década de 50, as ações de saúde pública predominam sobre a assistência

médica individual. (MARTINS, 2004).

A partir do processo de Reforma Sanitária. Dados da pesquisa sobre

assistência médico-sanitária demonstraram que o número de serviços sem

internação no Brasil, de 5.805 estabelecimentos, em 1976, passou para 41.200 em

2005. O crescimento da rede pública no Brasil desde a implantação do processo de

Reforma Sanitária "no período 1992/1999, o número de estabelecimentos públicos

cresceu 24,9%, enquanto que os estabelecimentos privados tiveram uma redução

de 2,8%. Dentre os serviços públicos em geral - com e sem internação -, destaca-se

a participação dos estabelecimentos municipais que passaram de 69% em 1992

para 92% em 1999". Esse incremento expressou o direito fundamental do ser

humano estabelecido na Constituição Federal, no artigo 196, e na Lei nº. 8.080 (Lei

Orgânica da Saúde, de 19 de setembro de 1990). Em seu parágrafo primeiro,

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quando foram enunciadas as políticas que visavam ao acesso universal e igualitário

aos serviços de saúde (MENDES e PESTANA, 2004).

O conceito de acesso aos serviços de saúde é abrangente, a terminologia

utilizada por alguns autores como uso dos serviços, desempenho do sistema,

resultado dos cuidados tem sido tão complexa e ampla quanto o conceito de saúde,

não se explicando unicamente pelo uso de serviços de saúde. Esses autores têm

recomendado a verificação do efeito de múltiplos fatores, seu contexto e as

variações no uso de serviços, bem como as etapas no processo de utilização dos

serviços como forma de orientação na formulação de políticas (TRAVASSO e

MARTINS 2004).

2.1 CONCEITO DE QUALIDADE

Começou a se pensar em Qualidade durante a Segunda Guerra Mundial

(Século XX), pois as empresas Britânicas de alta tecnologia apresentavam diversos

problemas com a qualidade dos seus produtos, na época muitas bombas acabavam

explodindo dentro das empresas no momento da fabricação ou no transporte. A

solução adotada foi começar a solicitar aos fabricantes procedimentos de fabricos e

ainda que fossem por escrito, por forma a garantir que estavam a ser seguidos. O

nome desta norma era BS 5750, conhecida como uma norma de gestão, porque

além de especificar como se produzia também especificava como as empresas

geriam o processo de fabrico (CAMPOS, 1992).

Em 1987, o governo britânico persuadiu a Organização Internacional de

Normalização (ISO) para adaptar a BS 5750 como norma padrão internacional. A BS

5750 tornou-se a ISO 9000 (D’INNOCENZO, 2006).

ISO 9000:1987 tem a mesma estrutura da norma britânica BS 5750, com 3

modelos do sistema de gestão da qualidade, a seleção do modelo era baseada nas

atividades da organização;

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- ISO 9001:1987 – Modelo da garantia da qualidade para projeto,

desenvolvimento, produção, montagem e prestação de serviços.

- ISO 9002:1987 - Modelo de garantia da qualidade para produção, montagem

e prestação de serviços.

- ISO 9003:1987 – Modelo de garantia da qualidade para inspeção final e

teste.

Atualmente a série ISO 9000 é concentração de normas que formam um

modelo de gestão da qualidade para organizações que podem certificar os seus

sistemas de gestão da qualidade através de organismos de certificação

(D’INNOCENZO, 2006).

2.2 QUALIDADE EM SAÚDE

A preocupação com a qualidade na área da saúde esteve presente desde a

antigüidade. Ao se falar de qualidade em saúde, é consensual atribuir os primeiros

esforços como devidos a Florence Nightingale, enfermeira inglesa que, na metade

do século passado durante a guerra da Criméia, implantou o primeiro modelo de

melhoria contínua de qualidade em saúde.

O início da sistematização e dos primeiros modelos voltados à gestão da

qualidade da assistência médica e hospitalar é atribuído a Ernest Amory Codman,

cirurgião norte-americano que entre 1913 e 1918, publicou os primeiros trabalhos

sobre a necessidade e a importância de garantir a qualidade dos resultados das

intervenções médicas e os “resultados finais” das ações de saúde (GASTAL;

QUINTO NETO, 1997).

Em 1924, Walter Shewhart, físico e pesquisador, criou a primeira carta de

controle, método que se tornou clássico para o estudo dos processos relacionados

ao estado de controle e à sua previsibilidade. Em 1927, o doutor W. Edwards

Deming junta-se a Shewhart e ambos se dedicam ao estudo da influência da

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qualidade nos resultados dos processos. Em 1954, J. M. Juran, responsável pelo

agrupamento dos processos gerenciais da qualidade na “trilogia de Juran”:

planejamento da qualidade, manutenção da qualidade e melhoria da qualidade,

chama a atenção para os custos de não trabalhar com qualidade. (GASTAL;

QUINTO NETO, 1997).

Avedis Donabedian, pediatra armênio radicado nos Estados Unidos, foi

pioneiro no setor saúde, sendo o primeiro autor que se dedicou de maneira

sistemática a estudar e publicar sobre qualidade em saúde ampliou o conceito de

qualidade, utilizando o que estabeleceu de sete atributos como os pilares de

sustentação que definem a qualidade em saúde, quais sejam: a eficácia, efetividade,

eficiência, otimização dos recursos, aceitabilidade, legitimidade e eqüidade.

Também fazem parte de atributos da qualidade: equidade, acessibilidade,

adequação e, qualidade técnico-científica. São citadas ainda, a continuidade dos

cuidados e a comunicação entre o profissional e o usuário. (D'INNOCENZO, et al.

2006).

Este mesmo autor relata que é necessário monitorar e avaliar a qualidade

dos produtos e serviços prestados a saúde, para que se possa propiciar satisfação

tanto para o gestor como para o cliente, e descreve que´´ o objetivo da avaliação da

qualidade é determinar o grau de sucesso das profissões relacionadas com a saúde,

em se autogovernarem, de modo a impedir a exploração ou a incompetência, e o

objetivo da monitorização da qualidade é exercer vigilância continua, de tal forma

que desvios dos padrões possam ser precocemente detectados e corrigidos``.

(REIS, et al.1990).

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Desta forma hoje, a organização de serviço na área de saúde que não visar a gestão

da qualidade, acabam empregando seus recursos de maneira ineficaz. (CAMPOS,

1992).

Então para que ocorra a qualidade, é necessário que os debates dos

modelos de gestão e de atenção, tenham um resultado eficaz, para viabilizar a união

do desenvolvimento profissional de saúde e controle social, a fim de garantir os

direitos a saúde da população. (BRASIL, 2004).

2.3 CONCEITOS DE PROCESSOS

Segundo a ISO 9000 processo é um conjunto de atividades inter-relacionadas

ou interativas, que transformam entradas em saídas.

Já o BPMN (Business Process Modeling Notation) define processo como

qualquer atividade desempenhada no interior da organização. No modelo de

processos, é retratada como uma rede constituída por outras atividades em fluxo e

por seus respectivos controles de sequenciamento (eventos e junções). Um

processo de negócios contém um ou mais processos (DAVENPORTE, 1994).

Não há uma classificação de única de processos. A lista e a definição dos

processos existentes em uma organização são frutos de uma convenção interna.

Davenport dá os seguintes exemplos: processos operacionais, relacionado com o

desenvolvimento do produto, conquista do cliente, a fabricação, o gerenciamento do

pedido e o serviço de venda. Processos de gerenciamento, monitoração do

desempenho, o gerenciamento das informações, das avaliações, dos recursos

humanos e planejamento e alocação de recursos. Processo inferfuncional, é o

desenvolvimento de um novo produto, envolve pesquisa e desenvolvimento,

marketing e fabricação. Começando com a análise do concorrente e com pesquisas

de mercado (CRUZ, 2008).

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Nas palavras de um dos criadores da reengenharia, um processo é

simplesmente um conjunto de atividades estruturadas e medidas, destinadas a

resultar num produto especificado para um determinado cliente ou mercado. É,

portanto uma ordenação especifica das atividades de trabalho no tempo e no

espaço, com um começo, um fim e inputs e outputs claramente identificados: uma

estrutura para a ação. Enquanto uma estrutura hierárquica é, tipicamente, uma

visão fragmentada e estanque das responsabilidades e das relações de

subordinação, a estrutura de processo é uma visão dinâmica da forma como a

organização produz valor. A adoção de uma abordagem de processo significa a

adoção de ponto e vista do cliente. Os processos são a estruturas pela qual uma

organização faz o necessário para produzir valor para o seu cliente. Os processos

precisam de donos claramente definidos, que sejam responsáveis pelo projeto e

execução e que façam com que as necessidades dos clientes sejam satisfeitas. A

dificuldade de definir a propriedade é que os processos raramente seguem os limites

existentes de poder e autoridade organizacional. (DAVENPORTE, 1994).

2.4 PROCESSOS NA GESTÃO DE SAÚDE

Um dos primeiros passos para o entendimento da gestão de processos é o

estudo do modelo de Fleming. Pode-se observar que os resultados dependem de

processos que inevitavelmente estão na dependência da estrutura e do meio

ambiente. A estrutura é definida pelos insumos, como área física, recursos materiais

(equipamentos, ferramentas, financeiros, instrumentais, utensílios, tecidos, gases,

órteses, próteses), recursos humanos e instrumentos de gestão, incluindo-se a

estrutura organizacional (organograma) e os modelos teóricos aplicados na

administração da instituição. Quanto ao processo, Fleming o define como toda

tecnologia envolvida nos cuidados ao paciente. (TRAVASSO, 2002).

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Estrutura e processo caracterizam o meio interno da instituição. O meio

ambiente ou meio externo pode ser melhor visualizado no modelo de Bittar que

demonstra os inúmeros fatores com suas variáveis interferindo no processo de

produção de programas e serviços.

Esses processos necessitam de planejamento, organização,

coordenação/direção, onde necessidades e desejos são levantados e

posteriormente atendidos através de programas e serviços. Além de interferências

internas e externas nos processos de produção, outras ainda ocorrerão na

comunicação e na distribuição dos programas e serviços, interferindo desde a

efetivação da realização até em sua qualidade. Em um setor como o da saúde, em

que os recursos não são abundantes, a variável custo torna-se extremamente

importante, pois somente a sua contenção permitirá atender o maior número de

pessoas, além das implicações na qualidade (SWYER, 2002).

Finalmente, os processos, através dos programas e serviços, necessitam ser

avaliados e controlados quanto à sua efetividade, eficácia, eficiência, produção,

produtividade, qualidade e quanto a prevenção e redução da morbimortalidade, além

da imagem que apresenta a usuários ou clientes (SWYER, 2002).

Poderíamos para simplificar dividir os processos em técnico e administrativos,

onde os primeiros seriam todos aqueles que atingissem diretamente o paciente e os

administrativos, aqueles que servissem de apoio às diversas subáreas para

manutenção de suas rotinas, do seu trabalho cotidiano. Assim, nos administrativos

encontram-se todos aqueles ligados à área de infra- estrutura, bem como os das

outras áreas que não tivessem relacionadas com prestação de cuidados diretos aos

pacientes. Os processos técnicos variam dos mais simples aos mais complexos, no

qual exige-se mão de obra altamente treinada e muitas vezes equipamentos

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sofisticados. Outros processos se assemelham a produção em linha, como em

algumas industrias. (SWYER, 2002).

2.5 MAPEAMENTO DE PROCESSOS

O mapeamento das atividades de uma organização é complexo. É instável (pois

os processos são "vivos”, constantemente adaptados ao ambiente que estão

inseridos). É, em um primeiro momento pelo menos, desorganizado em muitas de

suas etapas. Possui incongruências, legítimas e que configuram oportunidades de

melhoria. E destas oportunidades é que surgem os principais benefícios da gestão

por processos. É detalhista ao extremo: devem conter todo e qualquer inter-

relacionamento entre atividades, retratando todo o ambiente organizacional. O

resultado é, sempre, um desenho grande, complexo, de difícil compreensão, cujo

entendimento pontual só se dá por meio de um estudo detalhado, perfeccionista e

paciente. (VALLE, 2010).

Mapear, portanto, os processos de uma organização são muito mais do que um

simples retrato da lógica de entradas e saídas entre pessoas, cargos,

departamentos, gerências ou áreas. É um exercício de reflexão e debates cujo

objetivo é retratar fielmente, através de fluxogramas ou qualquer outra ferramenta

visual existente, como ocorrem os trâmites internos, quais são os seus pontos

fracos, onde estão as incongruências pontuais, como ocorrem os fluxos de

informações (em meio eletrônico e físico), quais são as responsabilidades por cada

etapa. É a construção da principal ferramenta de gerenciamento e melhoria interna.

Uma vez bem feito, as deficiências operacionais e os inputs para melhoria ficam tão

evidentes que parecem lógicos, banais e simplistas ao extremo.

Como princípio fundamental para um mapeamento eficaz, é necessário

entender as diferenças entre tarefas, atividades, objetos, sub-processos, processos

e macro-processos (todos eles diferentes de áreas, já que um processo, sempre,

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envolve as atividades de colaboradores envolvidos em diversas áreas da empresa -

dizemos que um processo "passeia” entre os departamentos). Não nos cabe, neste

artigo, nos aprofundar nestes conceitos e teorias. Alguns deles são polêmicos,

divergentes entre autores. O importante é que, sob nenhuma hipótese, eles devem

ser desconsiderados em um processo de mapeamento. É de extrema importância

entender que uma tarefa é diferente de uma atividade, pois a tarefa é uma atividade

atômica incluída num processo. No modelo de processos, a tarefa é o

desdobramento máximo do trabalho executado no processo. A atividade é o termo

genérico para o trabalho desempenhado pela empresa. Processos, subprocessos e

tarefas são tipos de atividades. (BPMN, 2006).

2.5.1 Critérios para mapeamento de processos

Foco no cliente; terminologia padronizada; uso pleno da tecnologia da

informação (informatização); integração entre os processos; generalidade nos

processos; controle de documentos; identificação de áreas/processos atuais e

futuros; focos: o que/como fazer; os processos precisam ser medidos para serem

gerenciados e processos são "construídos pelas equipes”. (FNQ – Fundação Nacional

da Qualidade)

2.5.2 Dez passos para mapear os processos

Passo 1 - Identificar os objetivos do processo:

Os objetivos do processo estão relacionados com a razão de existir do processo,

com o papel que ele exerce no sistema global da organização. Entender os objetivos

do processo é fundamental para avaliar o quanto o processo adiciona valor, bem

como para classificar e selecionar o correto tratamento a ele.

Passo 2 - Identificar as saídas do processo:

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As saídas são produtos ou serviços produzidos por um processo. Saídas

podem ser físicas (um relatório ou um produto físico: um televisor, por exemplo) ou

informações, como uma decisão

Todos os processos, independentemente de seu tamanho ou complexidade,

transformam entradas em saídas.

Passo 3 - Identificar os clientes do processo: É alguém que recebe ou usa

uma saída de um processo. Existem duas classificações de clientes na maioria dos

processos: Clientes internos são empregados ou unidades da organização, clientes

externos são indivíduos ou empresas fora da organização.

Passo 4 - Identificar as entradas e componentes do processo Entradas são

itens físicos ou informações que são mudados pelo processo Componentes do

processo são os recursos que fazem ou auxiliam a transformação das entradas em

saídas. Os componentes geralmente caem em uma das categorias abaixo:Recursos

humanos, Materiais Tecnologia Métodos Gerenciamento Máquinas Meio ambiente

Etc.

Passo 5 - Identificar os fornecedores do processo: Fornecedores são os

provedores de serviços ou matérias primas que são entradas para o processo.As

entradas que eles entregam permitem o início das atividades do trabalho Existem

duas categorias de fornecedores:Fornecedores externos: que vendem matérias

primas e serviços para uma organização,fornecedores internos: pessoas na

organização que fornecem informação, serviços ou componentes para um processo

interno

Passo 6 - Determinar os limites do processo: Os pontos onde os processos

iniciam e terminam definem os limites. O ponto de início do processo é quando

entradas são recebidas de um fornecedor, e onde as pessoas que fazem o trabalho

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passam a ter controle do processo.O ponto final do processo é quando a saída e o

controle do processo passam a um cliente interno ou externo.

Passo 7 - Documentar o processo atual:

As informações obtidas sobre o processo devem ser colocadas no papel.

O processo documentado deve ser revisado por todos os envolvidos para garantir

que as informações estão corretas e que não faltam informações.

Passo 8 - Identificar melhorias necessárias ao processo: Devemos identificar

qual a missão do processo para avaliar se não estamos fazendo demais ou de

menos. O importante é obter resultados com eficiência e eficácia.Durante a

identificação das diversas atividades do processo devemos já identificar problemas e

não conformidades a serem corrigidos.Os problemas identificados devem ser

priorizados e soluções para eles devem ser pesquisadas.

Passo 9 - Consensar melhorias a serem aplicadas ao processo: Em função dos

objetivos do processo devemos escolher as soluções que mais foquem em atingir

resultados. As soluções identificadas devem ser debatidas com os envolvidos no

processo até que se obtenha consenso. Um plano de ação deve ser elaborado no

modelo 5W2H para implantação das soluções. As ações planejadas devem ser

acompanhadas para se garantir que realmente sejam implantadas e sejam eficazes.

Passo 10 - Documentar o processo revisado:O processo revisado deve ser

documentado e aprovado pelos envolvidos.Todos os processos documentados

devem ser consistentes e ao final usarem a mesma linguagem.Os processos devem

ter as conexões entre eles claramente identificadas. (MARANHÃO, 2008).

2.5.3 Ferramentas para mapeamento de processos

O 5W2H é uma ferramenta para planejar o que deve ser feito, também

distribuir as tarefas entre só integrantes da equipe, acompanhar o que cada um esta

fazendo. Nos projetos de melhoria de processo serve para planejar a investigação

19

de um problema ou processo, para aumentar o nível de informações e buscar

rapidamente onde está a falha. Auxilia para montar um plano do que deve ser feito,

para eliminar um problema e padronizar procedimentos que devem ser seguidos

como modelo, para prevenir o reaparecimento do problema. O nome desta

ferramenta foi assim estabelecido por juntar as primeiras letras dos nomes das

diretrizes utilizadas neste processo: What ( o que será feito); why ( por que será

feito); where (onde será feito); when (quando será feito); who ( por quem será feito);

how (como será feito) e how much (quanto custará fazer).

Antes de utilizar o 5W2H é preciso estabelecer uma estratégia de ação para

identificação e proposição de soluções de determinados problemas que queira

sanar.

Para conhecer os processos, precisamos poder enxerga-lo, termos dele uma

visão concreta e lógica. Uma das formas mais simples e poderosas de conhecer o

funcionamento dinâmico dos processos é desenha-los sob forma de fluxogramas.

Um fluxograma é uma figura feita com símbolos padronizados e textos

devidamente arrumados para mostrar a seqüência lógica de passos d realização

dos processos ou de atividades. A visualização gráfica é sempre um poderoso canal

de informações, por ser de mais fácil compreensão do que os textos escritos, que

são mais subjetivos e exigem maior elaboração mental.

A inclusão de fluxogramas nas normas de trabalho é sempre muito

enriquecedora, facilitando a interpretação conjunta do processo e, quando bem

explorada, contribuindo eficazmente para a visualização do fluxo de trabalho do

processo documentado. (MACIEIRA, 2011).

O uso de fluxogramas, dentre outras, permite, as seguintes vantagens: visão

de conjunto e integrada do processo; visualização de detalhes críticos do processo;

20

identificação do fluxo do processo e das interações entre os subprocessos;

identificação do ponto de controle potenciais e identificação das inconsistências e

pontos frágeis. (MACIEIRA, 2011).

O fluxograma aplica-se tanto para descrever um processo existente quanto

para estruturar logicamente alguma atividade ainda não existente. O fluxograma

permite obter uma visão de conjunto sobre um problema, o que facilita muito a

compreensão do processo para todo o grupo, proporcionando a proposição e a

comunicação de eventuais melhorias. (MACIEIRA, 2011).

Como criar um fluxo detalhado:

Determinar o nível de detalhe necessário, se o processo é extenso, exclua

detalhes que não acrescentarão valor ao entendimento do processo, determine o

conjunto de símbolos a ser usado, identifique cada atividade relacionada ao

processo na ordem em que ocorre. Pergunte: “O que ocorre depois?” ,selecione o

símbolo correto para cada ação e use-o para gravar os passos do processo, use

setas para indicar a direção do fluxo do processo e mantenha feedback, revise e

edite antes da reprodução e distribuição. (MACIEIRA, 2011).

2.6 Indicadores de Desempenho

Por definição, indicadores ou indicadores de desempenho são dados

objetivos e numéricos coletados sobre os resultados dos processos, considerados

individualmente ou combinados, capazes de descrever quantitativamente uma

situação de interesse, assim permitindo a constatação de um resultado

(MARANHÃO, 2011).

Idealmente os indicadores devem satisfazer a duas condições de formulação,

constituir alguma relação entre variáveis mensuráveis e associar seu resultado a um

objetivo de desempenho pré estabelecido (meta a ser alcançada, em geral

impactante sobre a percepção do cliente do processo) (FITZSIMMONS,2000).

21

Como decorrência da segunda característica, a forma mais adequada para

estabelecer um indicador de desempenho é inicialmente definir previamente quais

os objetivos vinculados à percepção do cliente são desejados para um evento sobre

o qual estamos interessados e em seguida definir o indicador de desempenho. O

objetivo nos informa com clareza o que vamos medir e onde queremos chegar, com

o fim de atender às necessidades e expectativas do cliente. O indicador permitirá

avaliar ou medir o grau que o objetivo estabelecido está sendo alcançado

(MARANHÃO, 2011).

Por mais que as medidas dos processos seja uma necessidade evidente e

vital para a competitividade, a maioria das pessoas e das organizações resiste em

adotá-lo, por considera-lo não prioritário. Para muitas pessoas, a simples intuição ou

percepção subjetiva são suficientes para bem gerenciar e manter sob controle os

processos, mesmo quando eles são complexos (MARANHÃO 2011).

Quando os processos são medidos, é possível revelar informações sobre a

sua realidade de resultados, habilitando o gestor a tomar as decisões mais

apropriadas. As medidas são a fonte mais segura e suspeita para tomar decisões

consistentes. Por outro lado o feeling e a sensibilidade são atributos de natureza

essencialmente subjetiva e, portanto, de cunho meramente emocional. Sem dúvida,

esses atributos são também indispensáveis para se chegar às decisões acertadas.

Todavia, são as medidas que agregarão o caráter mais racional e objetivo às

decisões (MARANHÃO 2011).

2.6.1 Características de identificadores de desempenho

No exercício da gestão organizacional, quando se define eficazmente um

conjunto de indicadores de desempenho, essas se revestem de características

correspondentes. Para uma medida de desempenho ideal aponta os seguintes

atributos: refletir as necessidades dos clientes, fornecer uma base adequada para a

22

tomada de decisões; ser compreensível; ter uma ampla a aplicação; ser interpretada

uniformemente; ser compatível com os sensores existente (ser mensurável); ser

economicamente aplicável.

Segundo MACIEIRA em 2011os indicadores devem ser eficientes e eficazes,

porém devem possuir algumas propriedades:

Eficácia ou seletividade, devendo representar ou ser fortemente

correlacionado com a característica chave de satisfação do cliente do processo

subseqüente ou cliente final;

Eficiência, custo de implantação e de operação compatível com o beneficio

esperado;

Oportunidade, obtenção dos resultados de apuração no tempo compatível

com as decisões;

Rastreabilidade, permitir registro e a recuperação das informações;

Simplicidade, permitir interpretação clara e simples;

Generalidade, permitir aplicação abrangente e genérica;

Comparabilidade, permitir comparações com referências adequadas, internas

ou externas à organização;

2.6.2 Indicadores de desempenho do ambulatório

Durante o trabalho o único indicador elaborado foi quanto ao período

de espera do paciente para ser atendido pelo médico especialista. As auxiliares

administrativas realizavam a pesquisa por amostragem, escolhiam um número de

pacientes por dia e registravam em tabelas de horários, era anotado o horário que o

paciente saia do consultório após atendimento com os acadêmicos e o horário que o

mesmo entrava para a consulta com o especialista. Este método foi realizado por

três semanas, com o objetivo de verificar se havia necessidade de contratação de

mais médicos para o atendimento. A média foi de 60 minutos de espera.

23

3. METODOLOGIA O presente trabalho é um relato de experiência que descreve a elaboração

do mapeamento e modelagem de processos realizado em um ambulatório de

especialidades do SUS, de um Hospital Universitário, localizado em Curitiba. Um

serviço novo, com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba e

mantido por uma Associação.

Para a elaboração deste trabalho foi realizado uma pesquisa descritiva, foram

observadas as características do atendimento do ambulatório em estudo.

Segundo Thomas Silverman, 2007, a pesquisa descritiva tem por premissa

buscar a resolução de problemas melhorando as práticas por meio da observação,

análise e descrições objetivas, através de entrevistas com peritos para a

padronização de técnicas e validação de conteúdo.

Além da pesquisa descritiva foi utilizada a pesquisa bibliográfica em artigos

científicos e livros, para aumentar o conhecimento cientifico no assunto. Pesquisa

bibliográfica é baseada em material já elaborado, constituído de livros e artigos

científicos. (GIL, 2004).

3.1 FINALIDADE DO AMBULATÓRIO

A finalidade deste serviço é atender os usuários do SUS que estão nas filas

de espera nas Unidades Básicas de Saúde para as seguintes especialidades:

endocrinologia, pneumologia, cardiologia, dermatologia e reumatologia. Também

objetiva o desenvolvimento acadêmico dos alunos do Curso de Medicina da PUCPR.

O ambulatório funciona três dias por semana e em três períodos, nas terças a

tarde com os alunos do 5º período, nas quintas de manhã com os alunos do 6º

período e nas sextas de manhã com os alunos do 7º período. Estes são distribuídos

em grupos de 4 alunos em cada consultório. Cada especialidade tem no máximo 12

24

pacientes, estes estão agendados pela Secretaria Municipal de Saúde, são

pacientes de retorno e primeiro atendimento, os retornos são agendados no próprio

ambulatório.

Para todos os pacientes das consultas de cardiologia são realizados exames

de eletrocardiograma antes do atendimento para auxiliar no desenvolvimento do

acadêmico e no diagnostico médico.

A escolha dos pacientes é por especialidades e ordem de chegada,

priorizando os pacientes com portadores de necessidades especiais, mulheres

gestantes e com criança de colo, idosos e pacientes que apresentarem alguma

sintomatologia emergencial durante a espera do atendimento. Após a escolha, os

grupos chamam os pacientes até os consultórios realizam as primeiras avaliações

e após o término, solicitam a finalização com professores da especialidade

escolhida.

3.2 ESPAÇO FÍSICO

O ambulatório dispõe de recepção, sala de supervisão de enfermagem e

administrativa, DML, copa para funcionários, 2 banheiros femininos, 2 banheiros

masculinos e 1 banheiro para portadores de deficiência física para os pacientes, e 1

banheiro feminino e 1 masculino para funcionários e alunos, salas de

eletrocardiograma, estoque de materiais, expurgo, recepção de saída para

marcação de exames e retornos, 19 consultórios médicos, 1 sala de convívio dos

alunos e 1 sala de aula.

3.3 RECURSOS DE MATERIAIS

Os recursos materiais são compatível com a demanda, cada consultório

dispõe de material e equipamentos próprios, todos padronizados e inventariados. Os

investimentos para a estrutura do ambulatório são de recursos próprios da

Academia de Medicina da Universidade.

25

3.4 RECURSOS HUMANOS

A equipe é composta por 5 médicos generalistas, 2 dermatologistas, 2

pneumologistas, 1 endocrinologista, 2 cardiologistas, 1 reumatologista, 1 enfermeiro,

2 técnicos de enfermagem, 1 gerente administrativo, 6 auxiliares de escritório, 1

segurança e 2 auxiliar de serviços gerais.

4. ESTRUTURA DE PROCESSOS Para prestar um serviço de qualidade e organizado, foi necessário reunir a

coordenação da equipe médica, acadêmica, administrativa e enfermagem antes da

abertura do ambulatório para elaboração de alguns processos como, os

fluxogramas de:

Entrada e saída de pacientes,

Atendimento dos alunos de medicina,

Atendimentos dos médicos especialistas.

Atendimento dos técnicos de enfermagem.

Em um segundo momento reuniram-se somente a coordenação de

enfermagem e administrativa para elaboração do manual de normas e rotinas

das equipes de enfermagem e administrativos.

Para construir o manual foram utilizados dois modelos para expressar a

ações, através de fluxogramas e procedimento operacional padrão. Todos com

modelos já pré estabelecidos pela empresa.

4.1 ESTRUTURA DO DOCUMENTO

Para construir o manual foi realizado pesquisa relacionada a padronização da

instituição. A seguir estão descritos os itens mínimos que obrigatoriamente devem

compor um documento normativo de processos e orientações para a sua respectiva

elaboração.

Todo documento normativo terá:

26

Uma capa com o cabeçalho,

O índice e o rodapé com as aprovações.

O cabeçalho e o rodapé devem aparecer em todas as páginas do documento.

Logo: documentos elaborados pelas Áreas Corporativas da Associação ou

pelos Negócios Suplementares devem conter a logo da Associação.

Documentos elaborados pela Universidade ou pelo Grupo de Comunicação

devem conter a logo respectiva. No caso dos hospitais, documentos

específicos que são elaborados e válidos somente para a unidade hospitalar

em questão, devem conter a logo específica do hospital.

As informações inseridas no rodapé deverão estar na fonte Arial, tamanho 10.

Todos os documentos devem conter um índice que oriente a procura dos

itens por parte dos usuários (APC, 2010).

O manual de normas e rotinas contém o processo principal (ou os

macroprocessos principais) já no início do conteúdo, demonstrado pelo mapeamento

feito com o uso do fluxograma. Na seqüência, constam os detalhamentos a respeito

dos procedimentos que compõem o processo em questão. Os detalhamentos podem

ser compostos por fluxogramas detalhados e/ou itens descritivos. O manual pode

contemplar um ou mais procedimentos de acordo com a necessidade e o

entendimento de cada setor. É utilizado para descrever procedimentos internos de

um setor. Descreve a execução da atividade, a qual pode ser parte de um processo

ou subprocesso definido. Quando necessária complementar as informações do

fluxograma de maneira descritiva, fazê-lo logo após o fluxograma na mesma página

ou em página seguinte, de acordo com o espaço disponível. Procurar incluir o

detalhamento de maneira organizada, evitando páginas poluídas por excesso de

informações (APC, 2010).

27

4.2 Estrutura do Procedimento Operacional Padrão

A estrutura do POP contém os seguintes campos:

Ferramentas

Materiais,

Agente,

Ações,

Informações Complementares/ Fatores de Riscos.

Também poderá complementar as informações inserindo o fluxograma da

atividade, figuras, fotografias, modelos e tabelas.

O modelo de estrutura do POP utilizado para a construção do manual de normas e

rotinas está demonstrado no anexo 01.

4.3 Conteúdos do Manual de normas e rotinas da enfermagem

O manual é composto pelos seguintes conteúdos:

Atribuições gerais da enfermeira coordenadora,

Atribuições gerais dos técnicos de enfermagem,

Organização e limpeza de bancadas, equipamentos, mesas dos consultórios

e sala de emergência.

Limpeza de equipamentos,

Solicitação de materiais e insumos via sistema,

Técnica de realização de curativos,

Técnica de realização de teste de glicemia capilar,

Verificação de pressão arterial,

Freqüência cardíaca,

Temperatura e freqüência respiratória,

Pesagem dos pacientes,

28

Realização de eletrocardiograma,

Administração de medicamentos via oral, subcutânea, intramuscular e

endovenosa, punção venosa periférica,

Administração de soroterapia,

Anotação de enfermagem,

Lavagem das mãos,

Verificação de temperatura da geladeira, limpeza da geladeira.

e atendimento de emergência.

29

5. CONCLUSÂO A meta a que se propõe o ambulatório de especialidades com o mapeamento

dos processos deste serviço é um projeto relevante para a avaliação da melhoria da

qualidade da assistência prestada ao paciente, este trabalho deve ser conduzido

com rigor metodológico e participação ativa de todos os profissionais responsáveis

pela área assistencial.

Este projeto foi muito válido para minhas futuras experiências profissionais,

pois devido à revisão literária foi possível aperfeiçoar meus conhecimentos e

aprimorar meu trabalho, principalmente na construção dos manuais de normas e

rotinas e nos fluxogramas. Acredito que se tivesse a oportunidade de continuar e

aplicar os indicadores de desempenho, realizar a avaliação dos processos e a

reestruturação dos mesmos, este trabalho com certeza seria muito mais completo e

mais elaborado. Contudo atingi parcialmente meus objetivos.

O domínio da questão da qualidade assistencial é indispensável para gestão

de qualquer serviço de saúde. Sem esta não podemos julgar a produtividade ou a

eficiência do nosso trabalho ou mesmo chegar a uma razoável alocação de

recursos. O importante é entender que o conceito de qualidade é, em ampla medida

um construto social. Representa nossas concepções e valores sobre a saúde,

nossas expectativas sobre a relação cliente-provedor e nossos pontos de vista sobre

os legítimos papeis das instituições de saúde. A garantia da qualidade reflete

claramente nossa participação na responsabilidade individual e pública e nosso grau

de comprometimento à igualdade de acesso e usufruto da saúde.

30

6. REFERÊNCIAS

CAMPOS, V. F. Controle da Qualidade Total. Rio de Janeiro: Bloch, 1992.

MEDICINA Associação Paulista. SUS: O que você precisa saber sobre o sistema único de saúde. v 1. São Paulo: Atheneu, 2008. TRAVASSOS, C. Uma revisão sobre os conceitos de acesso e utilização de serviços de saúde. Cad Saúde Pública 2004. TRAVASSOS, C. Utilização dos serviços de saúde no Brasil: gênero, características familiares e condição social. Rev Panam Salud Pública 2002. SAWYER, Alexandrino. Perfis de utilização de serviços de saúde no Brasil. Ciência Saúde coletiva 2002.

CAMPOS, G.. Reforma da reforma: repensando a saúde. São Paulo: Hucitec; 1994.

CAMPOS, L, W. Participação em saúde: concepções e práticas de trabalhadores de uma equipe da estratégia de saúde da família. Texto contexto-enfermagem. 2007.

CIANCIARULLO, T. I. Instrumentos básicos para o cuidar. São Paulo: Novo Atheneu, 2007.

D'INNOCENZO, Maria. O movimento pela qualidade nos serviços de saúde e enfermagem. Rev. bras. Enferm. [on-line]. 2006, vol.59.

FALCONE, Vanda Mafra et al. Atuação multiprofissional e a saúde mental de gestantes. Revista Saúde Pública. 2005,.

GASTAL, F. Acreditação Hospitalar: proteção aos usuários, dos profissionais e das instituições de saúde. Porto Alegre: Dacasa, 1997.

JURAN, J. Juran planejando para a qualidade. São Paulo: Pioneira, 1990.

LEITE, M. Dificuldades vivenciadas pela equipe multiprofissional na unidade de terapia intensiva. Revista Latino-Am. Enfermagem. 2005.

MATTAR, R. Assistência multiprofissional à vítima de violência sexual: a experiência

31

da Universidade Federal de São Paulo. Caderno Saúde Pública. 2007.

REIS, Eduardo J.F.B.dos et al. Avaliação da qualidade dos serviços de saúde: notas bibliográficas. Cad. Saúde Publica [online]. 1990..

SCHERER, M. D. A.; PIRES, D.; SCHWARTZ, Y. Trabalho coletivo: um desafio para a gestão em saúde. Revista Saúde Pública. 2009,

VIANNA, A. L. A.; DAL POZ, M. R. Estudo sobre o processo de reforma em saúde no Brasil. Rio de Janeiro-RJ: Abril; 1998.

DAVENPORT, T. Reengenharia de Processos. Rio de Janeiro 1994. p. 6 -8.

VALLE, Rogério. OLIVEIRA, Saulo Bárbara, Analise e Modelagem de Possessos e Negócios, São Paulo – SP, Atlas; 2010.

MARANHÃO, Mauriti; MACIEIRA, Maria Elisa, O Processo Nosso de cada dia modelagem de processos de trabalho, 2008.

MARANHÃO, Mauriti; MACIEIRA, Maria Elisa, O Processo Nosso de cada dia modelagem de processos de trabalho, 2011.

32

7. Anexos ANEXO 1 – Modelo da estrutura do POP

Logo da

Instituição

Código do POP Versão Página:

OBJETIVOS:

SIGLAS:

MATERIAIS/FERRAMENTAS:

AGENTE AÇÕES

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES/ FATORES DE RISCOS

CUIDADOS PESSOAIS

Elaborado por: Aprovado por: Data elaboração: Revisado em: Próxima Revisão:

33

ANEXO 2- Fluxograma de entrada e saídas de pacientes

Logo da

Instituição

ENTRADA E SAÍDA DE PACIENTES

HSCC.FLUX. 01 Versão 00 Página: 1

Não Sim

Sim Não Realizar

eletrocardiograma

Entregar o canhoto da alta no guichê de saída

Exames?

Chegar na recepção e

confirmar consulta

Aguarda na sala de espera

ser chamado

Cardiologista? Realizar avaliação

com os acadêmicos de medicina

Realizar avaliação com os acadêmicos de

medicina

Aguardar nas cadeiras ao lado dos consultórios a consulta com o médico

especialista

Realizar consulta com o médico especialista

Entregar a solicitação de exames e o canhoto da marcação de reconsulta no

guichê de saída

34

ANEXO 3 – Fluxograma de atendimento dos alunos de medicina

Logo da

Instituição

ATENDIMENTO DOS ALUNOS DE MEDICINA

HSCC.FLUX. 02 Versão 00 Página: 1

Chamar o paciente Finalizar o atendimento e orienta-lo a

procurar o guichê de saída

Não Sim

Dirigir-se à sala de aula

Chegar no ambulatório no

horário determinado pelos

professores

Realizar avaliação inicial e ao

término solicitar que ele

aguarde o atendimento do

médico especialista

Guardar suas bolsas e mochilas nos armários na sala de

convívio

Dirigir-se ao consultório, conforme escala do professor

Ir até a recepção Escolher o paciente conforme

horário de chegada

Dirigir-se a sala de convívio e

registrar na planilha do

especialista a solicitação da

consulta

Registrar na planilha o horário

da solicitação, o número do

consultório, o nome do paciente

e o nome de um representante

do grupo

Realizar novo atendimento

Chegada

imediata do

especialista?

35

ANEXO 4 - Fluxograma de atendimento dos médicos e generalistas

Logo da

Instituição

ATENDIMENTO DOS MÉDICOS ESPECIALISTAS E GENERALISTAS

HSCC.FLUX. 03 Versão 00 Página: 1

Sim

Não

Aguardar o chamado dos alunos

Chegar no ambulatório e ir

para a sala de convívio

Organizar suas planilhas

Atender as solicitações seguindo a ordem da planilha

Checar com a palavra Ok no campo “status do atendimento” após o

término do mesmo.

Dispensar os alunos

Realizar consulta somente da sua especialidade

Finalizar o atendimento com os alunos

Retornar à sala de convívio para verificar novos atendimentos.

Atendimento Seguir planilha até o término de

todos os atendimentos

36

ANEXO 5 – Fluxograma do atenidmento dos técnicos de enfermagem

Logo da

Instituição

FLUXO DO ATENDIMENTO DOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM

HSCC.FLUX. 03 Versão 00 Página: 1

Organizar a sala de emergência,

eletrocardiograma e os consultórios

Realizar solicitação de matérias e insumos via sistema todas as

terças-feiras

Repor o material Organizar os consultórios

Repor impressos e matérias nos consultórios se necessário

Separar as consultas de cardiologia

Realizar eletrocardiograma nos pacientes que irão consultar com o

cardiologista

Anexar os eletrocardiogramas realizados nas fichas de consultas

Organizar as fichas em ordem de chegada

Auxiliar os acadêmicos e médicos nos consultórios, sempre que for solicitado

Realizar teste de glicemia capilar e

curativos, sempre que solicitado

Auxiliar o paciente sempre que houver necessidade

Verificar a sala de emergência

e eletrocardiograma