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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Francisco José Silvestre CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS CURITIBA 2012

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Francisco José Silvestre

CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS

CURITIBA

2012

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CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS

CURITIBA

2012

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Francisco José Silvestre

CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso

de Medicina Veterinária da Faculdade de

Ciências Biológicas e de Saúde da

Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito

parcial para obtenção do Grau de Médico

Veterinário.

Orientador: Prof. Dr. Welington Hartmann

Orientador professional: Silvia Terabe

CURITIBA

2012

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Reitor

Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró-Reitor Administrativo

Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos

Pró-Reitora Acadêmica

Profa Carmen Luiza da Silva

Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação

Sr. Afonso Celso Rangel Santos

Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão

Prof a Roberval Eloy Pereira

Diretor de Graduação

Prof. João Henrique Faryniuk

Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária

Prof a Ana Laura Angeli

Coordenadora de Estágio Curricular do Curso de Medicina Veterinária

Prof a Ana Laura Angeli

Metodologia Cientifica

Prof. Jair Mendes Marques

CAMPUS: PROF. SYDNEI LIMA SANTOS

Rua: Sydnei A. Rangel Santos, 238 – Santo Inácio

CEP: 82010-330 – Curitiba - Paraná

Fone: (41) 3331-7700

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TERMO DE APROVAÇÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Médico

Veterinário por uma banca examinadora do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do

Paraná.

Curitiba, 4 de dezembro de 2012.

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador Prof. Dr. Welington Hartmann Universidade Tuiuti do Paraná, Curso de Medicina Veterinária Prof. Dr. Silvana Krychak Furtado Universidade Tuiuti do Paraná, Curso de Medicina Veterinária Med. Vet. Residente Liedge Camila Simioni Universidade Tuiuti do Paraná, Curso de Medicina Veterinária

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Dedico este trabalho aos meus pais, minha filha, minha esposa e a todos que de

alguma forma contribuíram para a realização deste objetivo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, aos meus pais Adauto da Silva e Maria

Terezinha da Silva, a minha esposa Patricia, minha filha Beatriz Silvestre e a toda

minha família que me ajudou nesta jornada. Agradeço a toda a equipe da Clínica

Veterinária Derosso, por todo o apoio, ajuda e por compartilhar seus conhecimentos.

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APRESENTAÇÃO

O presente relatório de estágio curricular elaborado pelo aluno Francisco José

Silvestre, acadêmico do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do

Paraná, tem a finalidade de descrever casos clínicos, métodos de diagnóstico e

tratamento, de acordo com os meios empregados pelos médicos veterinários que

atuaram no local de estagio e comparando com a literatura consultada.

O estágio curricular foi realizado no período de 8 de agosto a 31 de outubro

do ano de 2012, totalizando carga horária de 360 horas, sob a orientação da Médica

Veterinária Silvia Terabe, clínica e cirurgiã da Clínica Veterinária Derosso e sob a

orientação acadêmica do Professor Welington Hartmann do Curso de Medicina

Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

Neste relatório, estão descritos o local de realização do estágio, atividades

desenvolvidas, casuística da clínica, e discussão de três casos clínicos sendo eles:

demodiciose, babesiose e parvovirose.

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi desenvolver três relatos de caso ocorridos na Clínica

Veterinária Derosso, durante o período de estágio curricular supervisionado do

acadêmico Francisco José Silvestre, acadêmico do curso de Medicina Veterinária da

Universidade Tuiuti do Paraná, no período de 8 de agosto a 31 de outubro do ano de

2012. Durante o período de estágio, foram desenvolvidas atividades relacionadas a

clínica médica e cirúrgica de pequenos animais, procedimentos ambulatoriais e

exames laboratoriais, sob a orientação da Médica Veterinária Silvia Terabe. O

presente trabalho tem ainda como objetivo relatar três casos clínicos acompanhados

durante o período de estagio, com os temas Demodiciose, Babesiose e Parvovirose

canina.

Palavras-chave: clínica veterinária, doenças infecciosas, exame clínico.

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LISTA DE ABREVIATURAS

BID: Bis in die (duas vezes ao dia)

CVD: Clínica Veterinária Derosso

mg/kg: miligramas por quilograma

SID: semel in die (uma vez ao dia)

SRD: sem raça definida

TID: ter in die (três vezes ao dia)

VO: via oral

ºC: graus Celsius

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ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 FACHADA CVD, 2012............................................................................... 17

FIGURA 2 RECEPÇÃO CVD, 2012............................................................................ 17

FIGURA 3 CONSULTÓRIO 1 CVD, 2012................................................................... 17

FIGURA 4 CONSULTÓRIO 2 CVD, 2012................................................................... 18

FIGURA 5 AMBULATÓRIO 1 CVD, 2012................................................................... 18

FIGURA 6 AMBULATÓRIO 2, DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS CVD, 2012... 18

FIGURA 7 INTERNAMENTO PÓS-OPERATÓRIO CVD, 2012.................................. 19

FIGURA 8 ISOLAMENTO DE DOENÇAS INFECTO- CONTAGIOSAS 1 CVD,

2012...........................................................................................................

19

FIGURA 9 INTERNAMENTO PARA DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS 2

CVD,2012..................................................................................................

19

FIGURA 10 INTERNAMENTO PARA GATOS CVD, ,2012............................................. 20

FIGURA 11 CENTRO CIRÚRGICO CVD, 2012............................................................. 20

FIGURA 12 SETOR DE ESTERILIZAÇÃO CVD, 2012.................................................. 20

FIGURA 13 SALA DE ECOGRAFIA E COLETA DE MATERIAIS CVD, 2012............... 21

FIGURA 14 PACIENTE LILY, FELINA, PERSA, 9 MESES............................................ 30

FIGURA 15 LESAO SUBMANDIBULAR CROSTOSA – PACIENTE LILY..................... 30

FIGURA 16 PIÁ, CÃO, SRD, 2 ANOS DE IDADE.......................................................... 38

FIGURA 17 PACIENTE PIÁ APRESENTANDO ICTERÍCIA.......................................... 41

FIGURA 18 URINA COM COLORAÇÃO ÂMBAR DEVIDO À HEMOGLOBINÚRIA...... 42

FIGURA 19 PACIENTE TICA, CANINA, LHASA APSO, 3 MESES............................... 50

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ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1 RELAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS ACOMPANHADOS, POR

ESPECIALIDADE, DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO NA CVD -

AGOSTO A OUTUBRO DE 2012..................................................................

23

TABELA 2 RELAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS E EXAMES ACOMPANHADOS

DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO NA CVD – AGOSTO A OUTUBRO

DE 2012.........................................................................................................

24

TABELA 3 PRIMEIRO EXAME DO PACIENTE PIÁ, RAÇA SRD, 2 ANOS DE

IDADE............................................................................................................

39

TABELA 4 SEGUNDO EXAME DO PACIENTE PIÁ, RAÇA SRD, 2 ANOS DE

IDADE............................................................................................................

40

TABELA 5 TERCEIRO EXAME DO PACIENTE PIÁ, RAÇA SRD, 2 ANOS DE

IDADE............................................................................................................

43

TABELA 6 HEMOGRAMA DA PACIENTE TICA, LHASA APSO, 3

MESES...........................................................................................................

50

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………. 15

2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO................................................................ 16

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS……………………………………………………... 22

3.1 CASUÍSTICA…………………………………………………………….....………….... 22

4 DEMODICIOSE…………………………………………………………….…………… 25

4.1 DEMODEX CATI…………………………………………………………….…….…… 25

4.1.1 Sinais Clínicos……………………………………………………………….………….. 26

4.2 DEMODEX GATOI…………………………………………………………….……….. 26

4.2.1 Sinais Clínicos………………………………………………………….……………….. 27

4.3 DIAGNÓSTICO…………………………………………………………..……………… 27

4.4 TRATAMENTO…………………………………………………………...……………… 28

4.5 CASO CLINÍCO…………………………………………………………………..……... 28

4.6 DISCUSSÃO……………………………………………………………...……………… 31

5 BABESIOSE CANINA………………………………………………………………..… 32

5.1 TAXONOMIA………………………………………………………………..…………… 32

5.2 CICLO BIOLÓGICO……………………………………………………………..……… 33

5.3 TRANSMISSÃO……………………………………………………….………………... 33

5.4 SINAIS CLINICOS……………………………………………………………….……... 34

5.5 ACHADOS LABORATORIAS…………………………………………………….…… 34

5.6 DIAGNÓSTICO……………………………………………………….………………… 35

5.7 TRATAMENTO……………………………………………………….…………….…… 36

5.8 CASO CLINÍCO……………………………………………………………….…….…... 37

5.9 DISCUSSÃO……………………………………………………………………….…..... 43

6 PARVOVIROSE CANINA…………………………..………………………………….. 45

6.1 TRANSMISSÃO……………………………………………………………..…………... 46

6.2 SINAIS CLINÍCOS………………….…………………………………………………… 46

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6.3 DIAGNÓSTICO………………………………………………………………………….. 48

6.4 TRATAMENTO…………………………………………………………………………... 48

6.5 CASO CLINÍCO………………………………………………………………………..... 49

6.6 DISCUSSÃO…………………………………………………………………………...... 51

7 CONCLUSÃO……………………………………………………………………………. 52

REFERENCIAS………………………………………………………………………..... 54

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15

1. INTRODUÇÃO

A medicina veterinária apresenta aos seus profissionais grandes oportunidades

para o seu exercício, em diversos segmentos de atividades relacionadas às

espécies animais. Particularmente, a clínica médica de pequenos animais nos impõe

desafios diários. É necessário dedicação, atenção, discernimento, aprofundamento e

atualização para diagnosticar os casos clínicos que nos são apresentados, tendo em

vista a falta de informações sobre o histórico e a anamnese, que são muito comuns

aos proprietários dos animais.

A terapêutica veterinária passa a ser um diferencial para o profissional, após as

etapas anteriores necessárias ao estabelecimento do diagnóstico. As doenças

infecciosas e parasitárias, como demodiciose, babesiose e parvovirose, entre outras,

constituem elevada prevalência nos meios urbanos na espécie canina e dependem

de um tratamento correto para a sobrevida e manutenção do paciente, dependendo

do seu grau de comprometimento.

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2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

A Clínica Veterinária Derosso (CVD) (FIGURA 1) iniciou suas atividades em

1992, à Rua Libero Sant´ana Nunes, 40, no bairro Xaxim, em Curitiba-PR.

Inicialmente as instalações eram de uma clínica de pequeno porte, composta

apenas por um consultório, centro cirúrgico e um setor de higiene e estética.

Atualmente, a clínica possui serviço 24 horas e foram implementados novos setores

como dois internamentos isolados para doenças infecto-contagiosas, um

ambulatório e um consultório, gatil, entre outros. A equipe atualmente é composta

por sete veterinários e sete funcionários.

O cliente, responsável pelo animal, adentra a recepção (FIGURA 2) e é

identificado, sendo encaminhado para o setor de clínica médica, diagnóstico por

imagem, ambulatório (emergência) ou setor de higiene e estética animal.

O atendimento clínico é realizado em dois consultórios – dotados de

computador, telefone, mesa para o médico veterinário, mesa de aço inox para

consulta, pia e armário - (FIGURA 3 e 4) e em dois ambulatórios (FIGURA 5 e 6). Há

quatro setores de internamento: pós-operatório, doenças infecto-contagiosas e gatil

(FIGURA 7, 8, 9 e 10). A clínica também possui um centro cirúrgico (FIGURA 11)

com aparelho para anestesia monitorada, sala de lavagem e esterilização de

materiais (FIGURA 12), sala de diagnóstico por imagem (ecografia) e coleta de

materiais (FIGURA 13), lavanderia e dois pátios. Nestes pátios, os pacientes que

não são afetados por doenças infecto-contagiosas, mas que necessitam de

internação prolongada são soltos um período do dia, diminuindo assim, o estresse

do internamento e da clausura.

No andar superior, há um escritório, cozinha equipada, banheiro com chuveiro

e um quarto, destinado ao plantonista noturno.

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FIGURA 1 – FACHADA CVD, 2012

FIGURA 2 – RECEPÇÃO CVD, 2012

FIGURA 3 – CONSULTÓRIO 1 CVD, 2012

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FIGURA 4 – CONSULTÓRIO 2 CVD, 2012

FIGURA 5 – AMBULATÓRIO 1 CVD, 2012

FIGURA 6 – AMBULATÓRIO 2, DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS CVD, 2012

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FIGURA 7 – INTERNAMENTO PÓS-OPERATÓRIO CVD, 2012

FIGURA 8 – ISOLAMENTO DE DOENÇAS INFECTO- CONTAGIOSAS 1 CVD, 2012

FIGURA 9 – INTERNAMENTO PARA DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS 2 CVD, 2012

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FIGURA 10 – INTERNAMENTO PARA GATOS CVD, 2012

FIGURA 11 – CENTRO CIRÚRGICO CVD, 2012

FIGURA 12 – SETOR DE ESTERILIZAÇÃO CVD, 2012

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FIGURA 13 – SALA DE ECOGRAFIA E COLETA DE MATERIAIS CVD, 2012

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22

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Entre as atividades desenvolvidas na CVD estavam a aprendizagem

constante a cada consulta e internamento, seja de técnicas de anamnese,

contenção, exame físico, interpretação de exames e relacionamento profissional-

responsável.

Ao dar entrada na clínica, o paciente e seu responsável eram identificados,

encaminhados ao setor especializado, sendo então atendidos pelo veterinário

responsável pelo setor, como dermatologia, oftalmologia, ortopedia e emergência.

De acordo com a queixa do responsável, traçava-se o perfil do paciente e,

conforme a anamnese o exame clínico era feito, sendo então solicitados exames

para auxílio no diagnóstico, como exames laboratoriais (hemograma completo,

bioquímicos, coproparasitológicos ou urinálise), e ou exames de imagem

(radiografia, ultrassonografia ou tomografia). A colheita para exames laboratoriais

era feita no período diurno, de acordo com o horário de funcionamento do laboratório

de suporte. As radiografias também eram terceirizadas, necessitando marcar

horário nas clínicas conveniadas para tal procedimento. Os exames

ultrassonográficos eram realizados na própria clínica, por um veterinário conveniado

que trazia seu próprio equipamento. Muitos responsáveis não concordavam com a

despesa correspondente aos exames, por isso, o diagnóstico muitas vezes era

apenas presuntivo.

3.1 CASUÍSTICA

Durante o período de estágio na CVD, foram acompanhados 284

atendimentos, divididos por especialidades e em sua grande maioria sendo queixas

relacionadas ao aparelho digestório, conforme está relacionado na TABELA 1.

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23

TABELA 1 – RELAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS ACOMPANHADOS, POR ESPECIALIDADE, DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO NA CVD - AGOSTO A OUTUBRO DE 2012

ESPECIALIDADE NÚMERO DE CASOS PORCENTAGEM

Infectologia 32 11,7%

Imunização 30 10,9%

Sistema Digestório 27 9,9%

Ortopedia 23 8,4%

Traumas Diversos 23 8,4%

Dermatologia 20 7,3%

Oncologia 19 6,9%

Sistema Reprodutor 18 6,6%

Urologia 13 4,8%

Parasitologia 11 4,0%

Consultas para Castração Eletiva

10 3,6%

Pneumologia 10 3,6%

Neurologia 8 2,9%

Endocrinologia 7 2,6%

Odontologia 7 2,6%

Toxicologia 6 2,2%

Cardiologia 5 1,8%

Transfusão Sanguínea 3 1,1%

Distúrbios metabólicos 2 0,7%

Total 274 100%

Após a consulta no setor de clínica médica, os animais que necessitavam

exames complementares eram encaminhados para a realização dos mesmos

(TABELA 2).

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TABELA 2 – RELAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS E EXAMES ACOMPANHADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO NA CVD – AGOSTO A OUTUBRO DE 2012.

EXAMES NÚMERO DE EXAMES PORCENTAGEM

Hemograma Completo 67 35,3%

Bioquímico 63 33,2%

Ultrassonografia 20 10,5%

Radiografia 15 7,9%

Histopatológico 7 3,7%

Citologias 6 3,2%

Sorologia 5 2,6%

Urinálise 4 2,1%

Ecocardiografia 2 1,0%

Colonoscopia 1 0,5%

Total 190 100%

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25

4 DEMODICIOSE

A demodiciose é uma doença comum em cães jovens, raramente observada

em cães adultos e excepcionalmente em gatos (FONTAINE, 2009).

Demodex spp. são os ácaros hospedeiros específicos, habitantes normais

dos folículos pilosos e das glândulas sebáceas na maioria das espécies de animais

domésticos e do homem (FONTAINE, 2009). Pertencem a sub-ordem

trombidiformes; família Demodecidiae; gênero Demodex (BOWMAN, 2010).

São seres pequenos, vermiformes, porém com patas pequenas e robustas e

exibem uma estrutura qual completamente diferente do Sarcoptes e do Otodex

(BOWMAN, 2010). Ácaros demodécicos são de fato parte da fauna natural da pele

de caninos e felinos, e estão presentes em pequeno número na maioria dos

indivíduos sadios (FONTAINE, 2009). Quando ocorre uma proliferação anormal

desses ácaros, ocorre a doença (MUELLER, 2007). Recentemente, a demodiciose

superficial de cauda curta (Demodex gatoi) foi identificada em cães e gatos

(CARLOTTI, 2010).

4.1 DEMODEX CATI

Este ácaro foi descoberto em 1859 por Leydig que nomeou de Demodex

folliculorum var cati e foi renomeado Demodex cati por Hirst em 1919. Este ácaro é

similar ao Demodex canis (cerca de 200 μm maior) (CARLOTTI, 2010), sendo mais

profundos e vivem nos folículos pilosos (FONTAINE, 2009).

Esse ácaro é comumente associado com doenças sistêmicas ou estados

imunodeficitários como FeLV/FIV, hiperadrenocorticismo, diabetes mellitus,

toxoplasmose ou neoplasias (carcinoma múltiplo escamoso in situ). A associação

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26

com demodiciose e dermatofitose tem sido relatada (FONTAINE, 2009; AUGUST,

2011; ROSYCHUK, 2011).

4.1.1 Sinais Clínicos

As lesões localizadas são alopécicas, com eritema, comedões, seborreia,

pápulas foliculares e/ou pústulas, erosões/úlceras, crostas e são localizadas na

cabeça (particularmente pálpebras), pinas e pescoço (MUELLER, 2007; FONTAINE,

2009; BOWMAN, 2010; CARLOTTI, 2010; AUGUST, 2011; ROSYCHUK, 2011).

As lesões generalizadas têm a mesma aparência com um envolvimento

comum de tronco e membros (CARLOTTI, 2010).

Liquenificação e hiperpigmentação podem ser vistas. Prurido é variável,

usualmente ausente ou moderado. Raramente celulite bacteriana pode ocorrer.

Otodemodiciose devido D. cati é comumente associada com a doença de pele mas

pode também ocorrer sozinha (CARLOTTI, 2010). Em casos extremos linfadenopatia

e febre podem ocorrer (MUELLER, 2007).

4.2 DEMODEX GATOI

O Demodex gatoi foi descoberto em gatos em 1981 e foi nomeado em 1999.

É um ácaro curto, que vive no estrato córneo não nos folículos pilosos, e é

morfologicamente similar ao Demodex criceti, que são encontrados em hamsters

(Mesocricetus auratus) (FONTAINE, 2009; CARLOTTI, 2010; ROSYCHUK 2011).

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4.2.1 Sinais Clínicos

O histórico e exame clínico revelam uma pele doente com prurido,

comumente em gatos jovens de pelo curto, com alopecia ou pelos quebrados,

eritema, escaras, escoriações e crostas, particularmente na cabeça, pescoço e

cotovelos e/ou flancos, ventre e posteriores das pernas (FONTAINE, 2009;

CARLOTTI, 2010; AUGUST, 2011; ROSYCHUK, 2011).

Hiperpigmentação pode ocorrer e a doença pode ser simétrica. A doença

pode ocorrer em muitos gatos ao mesmo tempo, incluindo portadores assintomáticos

onde o ácaro é presente em altos índices. Em contraste, em gatos com prurido o

ácaro pode ser difícil de achar devido às inúmeras crostas, causando certa

dificuldade em diagnosticar a doença (CARLOTTI, 2010).

Um diagnóstico presuntivo pode ser realizado a partir da terapia responsiva

(ROSYCHUK, 2011).

4.3 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é baseado no histórico, sinais clínicos e exame microscópio de

raspados de pele, tricogramas e cerumem (MUELLER, 2007; CARLOTTI, 2010;

ROSYCHUK, 2011). Ácaros podem ser facilmente encontrados em lesões de

carcinoma de células escamosas múltiplas in situ (CARLOTTI, 2010). Em raros

pacientes, o diagnóstico pode ser realizado por meio de uma biópsia (MUELLER,

2007) ou por flutuação fecal dos ácaros ingeridos (ROSYCHUK, 2011).

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4.4 TRATAMENTO

Os gatos afetados são pobremente ou não responsivos à terapia com

glicocorticoides (ROSYCHUK, 2011).

A demodiciose localizada é auto-limitada e pode ser curada espontaneamente

(CARLOTTI, 2010).

Entretanto, terapia pode ser indicada para as formas generalizadas. Banhos

com enxofre a 2% semanais, durante 6 semanas, deixando agir por cerca de 5

minutos. Ivermectina na dose de 0.3 mg/kg VO SID, porém tem um potencial tóxico

(CARLOTTI, 2010; ROSYCHUK, 2011). Enxágues em amitraz 0,0125-0,025%

semanais e doramectina 600 μg kg-1 semanais subcutâneos são eficazes.

Milbemectina (1-2 mg/kg) ou moxidectina orais são efetivos. A piodermite secundária

deve ser tratada apropriadamente (CARLOTTI, 2010; AUGUST, 2011; ROSYCHUK,

2011).

4.5 CASO CLÍNICO

Foi atendida na clínica a paciente Lily, felina, persa, 9 meses de idade

(FIGURA 14). Na anamnese a responsável relatou prurido facial e blefarite. Há 2

meses foi diagnosticada com Microsporum sp. por meio de cultura fúngica. O

tratamento iniciou-se em seguida com Program plus® (milbemicina oxima +

lufenuron), sendo duas aplicações, durante o periodo de 60 dias e banhos semanais

com Micodine® (shampoo de cetonazol + gliconato de clorexidina), durante o período

de 60 dias. Após esses procedimentos a paciente não apresentou mais lesões

compatíveis com a doença.

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No exame físico foi encontrada uma lesão crostosa em região sub-mandibular

(FIGURA 15), com 0,5 cm de diâmetro e, segundo a responsável pela paciente,

pruriginosa. Um raspado de pele foi realizado na própria clínica e o resultado foi

negativo. Os outros parâmetros como frequência respiratória, frequência cardíaca, e

temperatura estavam normais.

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FIGURA 14 – PACIENTE LILY, FELINA, PERSA, 9 MESES

FIGURA 15 – LESAO SUBMANDIBULAR CROSTOSA – PACIENTE LILY

Na mesma semana foi realizada uma biópsia da lesão e o material enviado

para histopatológico. O laudo do histopatológico constou de “dermatite superficial

perivascular, com organismo morfologicamente compatível com Demodex sp. por

entre as lâminas de queratina da camada córnea da epiderme” e o laudo final foi de

“demodiciose superficial felina”.

Um novo tratamento agora para a demodiciose foi iniciado com ivermectina

na dose de 0,04 mg/kg com aplicações subcutâneas semanais, durante 3 semanas.

O tratamento por via oral foi rejeitado pela responsável devido a dificuldade de

administrar medicamentos para a paciente por via oral.

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Após esse período a lesão desapareceu completamente e a paciente não

teve mais recidivas.

4.6 DISCUSSÃO

Segundo Fontaine (2009), August (2011) e Rosychuk (2011), a demodiciose

felina está associada a estados imunodeficitários e a presença do Microsporum com

poucos meses de diferença talvez seja um sinal de que a paciente talvez apresente

alguma doença imunodeficitária, porém a responsável não autorizou exames

complementares para a possível detecção de panleucopenia felina ou qualquer outra

anormalidade.

Apesar de a biópsia não identificar qual a espécie do ácaro envolvida, pode-

se sugerir que a paciente estava com a proliferação do Demodex gatoi, pois

segundo os autores Fontaine (2009), Carlotti, (2010) e Rosychuk (2011) este ácaro

vive no estrato córneo e não nos folículos pilosos, sendo ácaros mais superficiais.

Segundo o laudo histopatológico, o ácaro foi encontrado na camada córnea da

epiderme, porém é apenas uma suposição.

O tratamento utilizado com ivermectina citado por Carlotti (2010) e Rosychuk

(2011) foi realizado, porém a via de administração foi subcutânea e a dose 0,04

mg/kg ao contrário do que a literatura prescreve 0,3 mg/kg via oral. Enxagues com

amitraz não foram realizados devido ao potencial tóxico, como descrevem os

autores citados acima.

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5 BABESIOSE CANINA

5.1 TAXONOMIA

A Babesia pertence ao filo Protozoa, sub-filo Apicomplexa, classe Sporoasida,

sub-classe Coccidiasina, ordem Piroplasmida, gênero Babesia (ALMOSNY et al.,

2002). Babesia spp. são também referidas como piroplasmas, um termo coletivo

morfologicamente similar aos protozoários que utilizam eritrócitos dos mamíferos

para completar seu ciclo (IRWIN, 2007).

Os Piroplasmas possuem dois gêneros, Babesia e Theileria. Desde que a

babesiose se tornou uma doença em emergência em muitas partes do mundo, é

muito importante determinar com precisão as espécies do parasita que causam a

doença clínica e isolar este para tentar determinar sua localização geográfica

(IRWIN, 2007).

As espécies de Babesia são parasitas intracelulares de eritrócitos que

causam aumento da destruição das hemácias e anemia (ALLERMAN, 2005,

HARVEY, 2006). Até recentemente apenas dois parasitas foram encontrados em

cães (IRWIN, 2007): A Babesia canis é um parasita grande (4,7 µm de diâmetro) que

possui formato de pêra (ALMOSNY et al., 2002; ALLERMAN, 2005, HARVEY, 2006;

LOBETTI, 2006). Em 1980, a B. canis foi reclassificada em três diferentes espécies

(B. canis, B. rossi e B. vogeli) (LOBETTI, 2006; IRWIN, 2007).

A Babesia gibsoni é um parasita pequeno (1,0 a 2,5 µm de diâmetro)

(ALMOSNY et al., 2002; HARVEY, 2006; LOBETTI, 2006) existindo ainda um

segundo parasita similar, porém morfologicamente diferente, sendo este associado

ao gênero Theileiria (HARVEY, 2006). A Babesia gibsoni é predominante na Ásia

(IRWIN, 2007). Um terceiro piroplasma foi identificado causando doença em cães e

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chamado provisoriamente Theileria annae. Finalmente B. equi (Theileria equi) foi

identificado no sangue de alguns animais europeus por PCR (HARVEY, 2006).

5.2 CICLO BIOLÓGICO

O ciclo biológico no hospedeiro vertebrado ocorre no interior das hemácias,

com o parasito se dividindo assexuadamente. No carrapato ocorre um ciclo

complexo, com fusão de gametas no interior das células intestinais e formação de

um zigoto móvel, alongado, conhecido como esporocineto. Este invade a hemolinfa

do artrópode, alcançando todos os órgãos, onde se multiplica. No caso das fêmeas,

os esporocinetos presentes nos ovários atingirão seus ovos e a larva já nasce

infectada. Quando a larva começa a se alimentar, os parasitos migram para a

glândula salivar e vão sofrer novas divisões e transformações, com a formação de

esporozoítos infectantes (ALMOSNY et al., 2002).

5.3 TRANSMISSÃO

O protozóario pode ser transmitido com sangue infectado, em transfusões de

sangue ou deliberadamente durante estudos experimentais (IRWIN, 2007).

Entretanto, geralmente a babesiose é considerada transmitida pela picada do

carrapato contaminado. Os vetores da B. canis vogeli são os carrapatos marrons da

espécie Rhipicephalus sanguíneus, da B. canis canis são os carrapatos Dermacentor

reticulatus e por último, a B. canis rossi, é associada ao Haemphysalis leachi

(ALMOSNY et al., 2002) e a disseminação da doença ocorre com a viagem de cães

a partir de regiões endêmicas (IRWIN, 2007).

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5.4 SINAIS CLÍNICOS

A gravidade da doença varia com a idade do animal e a cepa de Babesia

envolvida. O curso da doença pode ser agudo e fulminante, subclínico ou crônico.

Os sinais clínicos que podem ocorrer em cães incluem letargia, anorexia, mucosas

pálidas ou ictéricas, febre, emese, urina âmbar ou marrom, esplenomegalia, icterícia,

perda de peso, taquipnéia e taquicardia. Animais com babesiose são comumente

anêmicos (ALLERMAN, 2005; HARVEY, 2006).

Devido à anemia hemolítica, alguns animais apresentam síndrome de choque

hipotensivo antes mesmo que a anemia possa se desenvolver (HARVEY, 2006).

As complicações mais comumente encontradas em cães são falência renal

aguda, babesiose cerebral, coagulopatias, icterícia e hepatopatias, anemia

hemolítica imuno-mediada, hemoconcentração, hipotensão, patologia miocárdica,

hipoglicemia, pancreatite e choque. Raras complicações incluem distúrbios

gastrointestinais, mialgia, envolvimento ocular, sinais respiratórios, necrose de

extremidades, edema de membro e doença crônica (LOBETTI, 2006).

5.5 ACHADOS LABORATORIAIS

A anemia resulta primariamente da hemólise intravascular embora destruição

extravascular de eritrócitos também pode ocorrer. Uma resposta regenerativa

(reticulocitose) está presente na maioria dos casos. Trombocitopenia suave a severa

frequentemente está presente, mas hemorragia é raramente presente (ALMOSNY et

al., 2002; ALLERMAN, 2005; HARVEY, 2006).

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Perfis bioquímicos podem apresentar bilirrubinemia e anormalidades

relatadas à hipoxia anêmica, porem os perfis também podem ser normais.

Bilirrubinemia é comum, mas hemoglobinúria é raramente encontrada (ALMOSNY et

al., 2002; ALLERMAN, 2005; HARVEY, 2006). Ocorre também queda nos níveis de

albumina, proteína sérica, relação albumina/globulina e alfa globulina e em cães

idosos, aumento de uréia e creatinina podem ocorrer (ALMOSNY et al., 2002).

O aumento da destruição de hemácias leva a uma sobrecarga hepática,

surgindo a icterícia. Ocorre congestão hepática e esplênica, e hiperplasia do sistema

fagocítico mononuclear, com consequente aumento de baço e fígado (ALMOSNY et

al., 2002).

5.6 DIAGNÓSTICO

Um diagnóstico de pesquisa de hematozoário de infecção por Babesia pode

ser feito pela identificação dos organismos presentes no sangue (ALLERMAN, 2005;

IRWIN, 2008), porém nem sempre eles são encontrados e as babesias menores

podem ser difíceis de serem reconhecidas. Um diagnóstico presuntivo das espécies

pode ser realizado baseado no tamanho. Micro-organismos maiores podem ser

associados com B. canis e micro-organismos menores com B. gibsoni (HARVEY,

2006). Durante infecções crônicas a parasitemia é muito baixa e é facilmente

negligenciada (IRWIN, 2007).

Diagnóstico sorológico pode ser realizado com teste de imunofluorescência

indireta, mas algumas reações cruzadas entre as espécies de Babesia podem

ocorrer. Titulações altas sugerem infecção ativa, mas o teste pode dar negativo em

infecções agudas, especialmente filhotes (ALLERMAN, 2005; HARVEY, 2006) e

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muitas vezes não é possível determinar se a infecção é aguda ou crônica (IRWIN,

2007).

As espécies do organismo podem ser identificadas no sangue usando PCR e

sequenciamento do gene 18S rRNA (HARVEY, 2006). A introdução do PCR tem

aumentado significativamente a detecção do parasita, porém esse exame é restrito a

poucos laboratórios. Em infecções muito recentes, quando um número pequeno de

parasitas restam no sítio de inoculação, a detecção no sangue periférico pelo PCR

pode ser insatisfatório. Outra situação de falha do PCR é na detecção da infecção

em casos crônicos (IRWIN, 2007).

5.7 TRATAMENTO

As transfusões de sangue são baseadas na magnitude da anemia. Em casos

de babesiose, fatores como doença aguda ou no início, sinais clínicos, regeneração

de eritrócitos e a presença de doença cardíaca ou respiratória concomitante devem

ser considerados. Cães com babesiose são considerados candidatos para

transfusão quando o hematócrito é menor que 15%. Transfusões de sangue também

são necessárias quando o paciente apresenta dispneia ou taquipnéia (LOBETTI,

2006).

Dipropionato de imidocarb (Imizol®) na dose de 6,6 ml/kg SC ou IM, em dose

única, ou com repetição da dose em 2 semanas e cuidados de suporte como

fluidoterapia e transfusão de sangue podem ser eficazes durante o tratamento

(BICHARD, 2008 E SHERDING, 1998; ALMOSNY et al., 2002; ALLERMAN, 2005;

HARVEY, 2006; IRWIN, 2007).

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Outras drogas como doxiciclina, clindamicina, sulfato de quinurônio,

pentamidina, fenamidina e parvaquone estão sendo relatados com variáveis graus

de sucesso clínico (IRWIN, 2007).

Em cobaias tem ocorrido grande sucesso terapêutico resultado do uso de um

antibiótico macrolídeo combinado com um antiprotozoário (como por exemplo a

associação de azitromicina – 10mg/kg SID, VO, 10 dias – e atavaquone – 13,3mg/kg

TID, VO 10 dias (HARVEY, 2006; IRWIN, 2007).

Drogas babesicidas são potencialmente perigosas e podem causar sinais

neurousculares e injúria renal ou hepática. Recidivas após o tratamento podem

ocorrer, mas são mais comuns em cães com B. gibsoni. Cães tratados ou não

podem permanecer portadores da doença (ALLERMAN, 2005; HARVEY, 2006).

5.8 CASO CLÍNICO

Foi levado para a clínica o paciente Piá, cão, SRD, dois anos de idade, 15 kg

(FIGURA 16). A responsável se queixou de apatia e anorexia. Durante a anamnese,

foi constatado que recentemente o paciente teve uma infestação por carrapatos

juntamente com os outros contactantes e não se alimentava há cerca de três dias.

No exame físico a temperatura estava alta (40,2º Celsius), o paciente estava com

desidratação 5%, mucosas pálidas, tempo de preenchimento capilar de três

segundos, linfonodos normais, batimentos cardíacos e frequência respiratória

também dentro dos parâmetros considerados normais.

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FIGURA 16 - PIÁ, CÃO, SRD, 2 ANOS DE IDADE

Foi colhido sangue para exames hematológicos e bioquímicos (TABELA 3), e o

paciente foi colocado na fluidoterapia. Determinado a necessidade basal de líquidos,

para carnívoros adultos 40-50 ml/kg/dia e filhotes 70 ml/kg/dia. Determinado também

a necessidade de reposição em função da desidratação: Peso (kg) x % desidratação

x 10. Parâmetros clínicos para o calculo da porcentagem de desidratação é 4%

apenas histórico de adipsia, 5-6% urina concentrada, apatia, redução da elasticidade

cutânea e mucosas parcialmente ressecadas, 8% redução da elasticidade cutânea,

mucosas secas e viscosas, retração do bulbo ocular, oligúria e TPC> três segundos,

10-12% todos os sinais anteriores acrescidos de pulso rápido e fraco e contrações

involuntárias, 12-15% choque e óbito (VIANA 2006).

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TABELA 3: EXAME DO PACIENTE PIÁ, RAÇA SRD, 2 ANOS DE IDADE ANTES DO TRATAMENTO

CÉLULAS VALORES REFERÊNCIA

Eritrócitos 2.35 milhões/µl 5,5-8,5 milhões/µl

Hematócrito 18% 37-55%

Hemoglobina 6 g/dl 12-18 g/dl

VCM 76,6 fl 60-77 fl

CHCM 33,3% 32-36%

Leucócitos 15.700/µl 6.000-17.000/µl

Neutrófilos bastonetes 2.041/µl 0-300/µl

Neutrófilos segmentados 10.362/µl 3.000-11.400/µl

Linfócitos 2.826/µl 1.000-4.800/µl

Monócitos 157/µl 150-1.350/µl

Eosinófilos 314/µl 100-750/µl

Basófilos 0 Raros

Metamielócitos 0 Raros

Blastos 0 Raros

Plaquetas 10.000/µl 200.000-500.000/µl

Obs. Desvio nuclear dos neutrófilos à esquerda, anisocitose ++, policromatofilia ++, 7% de

metarrubrócitos, corpúsculos de howell-jolly e presença de Babesia canis.

OS resultados deste primeiro exame indicou uma anemia moderada e

trombocitopenia severa, também foi constatada a infecção por Babesia canis sem a

necessidade de exames específicos pois foram identificadas durante o hemograma

convencional. Foi realizada uma transfusão de sangue e o início do tratamento com

doxiciclina na dose de 5 mg/kg, intravenosa, BID e ranitidina na dose de 2 mg/kg

subcutânea BID. O paciente ficou internado, recebendo fluidoterapia de suporte

durante a primeira fase do tratamento. Em um primeiro momento não foi

administrado o dipropionato de imidocarb devido ao estado do paciente. Após a

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transfusão de sangue, o imidocarb foi administrada por via subcutânea na dose de

6,6 mg/kg, dose única.

Um segundo hemograma foi realizado 5 dias após a internação ( TABELA 4).

TABELA 4: EXAME DO PACIENTE PIÁ, RAÇA SRD, 2 ANOS DE IDADE APÓS 5 DIAS DO INICIO DO TRATAMENTO

CÉLULAS VALORES REFERÊNCIA

Eritrócitos 1,29 milhões/µl 5,5-8,5 milhões/µl

Hematócrito 10% 37-55%

Hemoglobina 3,4 g/dl 12-18 g/dl

VCM 77,5 fl 60-77 fl

CHCM 34% 32-36%

Leucócitos 22.600/µl 6.000-17.000/µl

Neutrófilos bastonetes 678/µl 0-300/µl

Neutrófilos segmentados 18.080/µl 3.000-11.400/µl

Linfócitos 2.938/µl 1.000-4.800/µl

Monócitos 226/µl 150-1.350/µl

Eosinófilos 678/µl 100-750/µl

Basófilos 0 Raros

Metamielócitos 0 Raros

Blastos 0 Raros

Plaquetas 18.000/µl 200.000-500.000/µl

Albumina 1.34 g/dl 2.3-3.8 g/dl

Amostra ictérica ++, leucocitose, neutrofilia, policromatofilia ++, 20% de metarrubrócitos e

macrocitose +.

No mesmo dia da realização do segundo exame, o paciente iniciou um quadro

de icterícia (FIGURA 17) e hemoglobinúria (FIGURA 18) e o quadro clínico declinou

severamente. Foi administrada solução parenteral intravenosa como tratamento

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suporte, além dos fármacos que já estavam sendo administrados e no dia seguinte

iniciou alimentação por via oral.

FIGURA 17 – PACIENTE PIÁ APRESENTANDO ICTERÍCIA

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FIGURA 18 – URINA COM COLORAÇÃO ÂMBAR DEVIDO À HEMOGLOBINÚRIA

Após 2 dias, o paciente apresentou edema de membros e iniciou-se a adição

de albumina em pó na alimentação para suplementar o paciente devido a ocorrência

de edema , sendo que quando ocorre perda de albumina na presença de

permeabilidade capilar normal, a suplementação de albumina pode ser benéfica, e o

paciente foi liberado para terminar o tratamento em casa.

Após 10 dias da liberação, novos exames laboratoriais foram realizados

(TABELA 5).

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TABELA 5: EXAME DO PACIENTE PIÁ, RAÇA SRD, 2 ANOS DE IDADE APÓS 10 DIAS QUE O PACIENTE FOI LIBERADO

CÉLULAS VALORES REFERÊNCIA

Eritrócitos 3,01 milhões/µl 5,5-8,5 milhões/µl

Hematócrito 26% 37-55%

Hemoglobina 8,5 g/dl 12-18 g/dl

VCM 86,4 fl 60-77 fl

CHCM 32,7% 32-36%

Leucócitos 19.600/µl 6.000-17.000/µl

Neutrófilos bastonetes 1.176/µl 0-300/µl

Neutrófilos segmentados 15.288/µl 3.000-11.400/µl

Linfócitos 3.136/µl 1.000-4.800/µl

Monócitos 0 150-1.350/µl

Eosinófilos 0 100-750/µl

Basófilos 0 Raros

Metamielócitos 0 Raros

Blastos 0 Raros

Plaquetas 589.000/µl 200.000-500.000/µl

Após vinte dias da alta do paciente a proprietária esteve na clinica e relatou

que o paciente tinha se recuperado, e estava se alimentando super bem.

5.9 DISCUSSÃO

O paciente chegou com o histórico clínico de anorexia, apatia e mucosas

pálidas, sendo estes corroborados pelos autores Allerman (2005) e Harvey (2006).

Segundo Bichard & Sherding (1998), Almosny et al. (2002) , Allerman (2005),

Harvey (2006) e Irwin (2007) o tratamento realizado com dipropionato de imidocarb,

utilizado na dose de 6,6 ml/kg em única administração ou com uma repetição em 2

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semanas, a terapia de suporte com fluidoterapia intravenosa e transfusão de

sangue, sendo realizados estes procedimentos durante a terapia do paciente Piá.

Lobetti (2006) cita que a transfusão sanguínea no caso de babesiose deve ser

realizada com o hematócrito de 15%, porem devido à gravidade do estado geral do

paciente, foi realizada a transfusão com o hematócrito de 18%. A terapia com

doxiciclina é realizada com algum grau de sucesso, sendo esta realizada no

tratamento do referido paciente.

Após cinco dias da realização do exame, o quadro de icterícia e

hemoglobinúria se instalou, provavelmente provocado pela anemia hemolítica

descrita por Almosny et al. (2002), Harvey (2006) e Allerman (2005). Ainda segundo

Lobetti (2006) devido a hipoalbuminemia, pode ocorrer edema nos membros,

constatado pelo exame do paciente onde a albumina apresentou níveis inferiores

aos valores de referencia que foram repostos com albumina em pó durante a

alimentação.

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6 PARVOVIROSE CANINA

A parvovirose canina é uma doença viral altamente contagiosa que

comumente causa séria debilitação em cães de abrigo, criadouros, canis e em

qualquer local onde haja grande concentração de cães (TRUYEN, 2000; LOBETTI,

2006; LEVY, 2010).

A parvovirose canina (CPV-2) emergiu em 1978, presumidamente originária

do parvovírus felino (FPV) por meio de um pequeno número de mutações que

permitiu que o vírus felino se replicasse em cães. Embora as mutações permitam a

habilidade de infectar cães, o CPV-2 perdeu a habilidade de infectar gatos. Segundo

Oliveira (2009), esta teoria teria sido descartada por meio de estudo genético

envolvendo o parvovírus canino e o felino. Atualmente existem teorias que citam a

existência de um parvovírus de carnívoros ancestral muito semelhando ao da

panleucopenia felina. Em meados de 1980, a cepa original CPV-2 foi substituída por

novas variantes genéticas, CPV-2a e CPV 2b, ambas ainda estão presentes nos

dias de hoje (TRUYEN, 2000; OLIVEIRA, 2009; LEVY, 2010;). Em 2000, outra

variante genética foi identificada em cães na Itália e outros países, designada como

CPV-2c (OLIVEIRA, 2009; LEVY, 2010).

Filhotes são mais susceptíveis à infecção por parvovírus devido à baixa de

imunidade dos anticorpos maternos ou as respostas ineficazes à vacinação

(OLIVEIRA, 2007; OLIVEIRA, 2009; LEVY, 2010). Eles tipicamente são transferidos

para um novo lar em uma idade onde a imunidade materna cai a um nível que não

protege mais contra infecções, mas ainda interfere na resposta à vacinação. Cães

não vacinados também têm risco de infecção, mas a doença clínica pode ser leve ou

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não existir. Cães idosos não vacinados podem desenvolver imunidade por exposição

natural ao vírus no ambiente (LEVY, 2010).

6.1 TRANSMISSÃO

O principal modo de contaminação ao parvovírus é a exposição nasal ou oral

com fezes contaminadas (OLIVEIRA, 2009; LEVY, 2010), com fomites contaminados

como roupas, alimentos, potes, brinquedos e gaiolas, ou até mesmo roedores e

insetos vetores. O animal contaminado é coberto com o vírus da cabeça aos pés,

incluindo a pele (LEVY, 2010).

O período de incubação desde o momento da exposição até o início dos

sinais clínicos varia de dois a quatorze dias, mas tipicamente cinco a sete dias.

Devido a doença ter um período de incubação do qual é difícil o responsável

perceber algo errado, animais aparentemente saudáveis podem ser adotados ou

vendidos e apresentar a doença dias após estar morando no novo lar (LEVY, 2010).

O vírus começa a ser eliminado após quatro dias de exposição, isso quer

dizer que animais infectados ainda no período de incubação já podem transmitir a

doença. A eliminação do vírus continua durante 14 dias mesmo após a recuperação

do paciente. Animais com infecção subclínica ou sinais transitórios também eliminam

o vírus nas fezes (TRUYEN, 2000; LEVY, 2010).

6.2 SINAIS CLÍNICOS

A manifestação clínica depende da idade, status imunológico do animal,

virulência do vírus, preexistência de infecção viral, bacteriana ou viral e estresse de

ambiente (LOBETTI, 2006; CASTRO et al, 2007, LOBETTI, 2007; LEVY, 2010).

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O vírus infecta o animal rapidamente e divide suas células no trato intestinal,

linfonodos e medula óssea. Com a presença do parvovírus nestes locais, rarefação

linfóide, da medula óssea e atrofia de vilosidades intestinais são identificadas como

consequência da necrose (OLIVEIRA, 2007; OLIVEIRA, 2009; LEVY, 2010). O

resultado clínico inclui início abrupto de febre, vômito, diarréia, desidratação, choque

hipovolêmico, panleucopenia e morte devido ao choque ou sepse. Quando em

choque, o animal apresenta hipotermia em vez de hipetermia, devido à severidade

da desidratação (TRUYEN, 2000; LOBETTI, 2006; LOBETTI, 2007; OLIVEIRA,

2007; OLIVEIRA, 2009; LEVY, 2010).

A miocardite causada pelo parvovírus canino afeta cães de três a oito

semanas de idade. Normalmente esses animais apresentam morte súbita, podendo

em alguns casos apresentar um breve episódio de agitação, choro ou dispnéia

durante poucas horas antes da morte (OLIVEIRA, 2007).

O índice de mortalidade pode chegar a 90% em filhotes que não são tratados

intensivamente com terapias de suporte. Cães adultos podem ter infecções

subclínicas ou uma diarreia leve ou transitória (LEVY, 2010).

As anormalidades hematológicas incluem leucopenia e linfopenia devido à

necrose dos tecidos linfóides. Em muitos casos, onde a perda sanguínea intestinal é

grande, o animal também pode apresentar anemia. Dentre as alterações

bioquímicas são encontrados hipoalbuminemia, hipocalcemia, hiperfosfatemia,

hipoglicemia, hiponatremia e azotemia pré-renal devido a hipovolemia (OLIVEIRA,

2007).

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6.3 DIAGNÓSTICO

Inúmeros testes diagnósticos são usados para detectar anticorpos específicos

em cães com gastroenterites, como a hemoaglutinação seguida por teste de inibição

de hemoaglutinação e o imunoensaio enzimático (CASTRO et al., 2007; OLIVEIRA,

2007).

Os testes rápidos (INDEXX SNAP) para detecção dos antígenos do

parvovírus são ferramentas diagnósticas mais eficazes e rápidas para pacientes com

suspeita da doença. Resultados falso-negativos podem ocorrer, pois a eliminação do

vírus é intermitente no início ou no final do curso da doença. Os resultados são mais

acurados se o teste for realizado após cinco dias do início dos sinais clínicos

(CASTRO et al., 2007; LEVY, 2010).

Tem sido motivo de preocupação o fato de que a nova cepa CPV-2c pode não

ser detectada pelos testes para detecção de antígenos disponíveis, dependendo

muito do momento do teste (LEVY, 2010).

Um teste de PCR das fezes pode auxiliar em casos sugestivos de parvovirose

caso os outros testes resaltem negativos. A contagem de leucócitos também pode

ser muito sugestiva se associada aos sinais clínicos (OLIVEIRA, 2007; LEVY, 2010).

Vacinação recente com vírus vivo modificado muitas vezes pode resultar em

eliminação fecal do vírus transitoriamente, causando assim uma reação falso-

positivo fraca nos testes (CASTRO et al., 2007; LEVY, 2010).

6.4 TRATAMENTO

A reposição de eletrólitos e fluidos é a meta mais importante da terapia.

Tratamento com antibióticos para reduzir ou prevenir infecções bacterianas

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secundárias é recomendado. Durante a fase inicial da doença a aplicação de soro

hiper-imune pode auxiliar a reduzir a carga viral e deixar a infecção menos severa

(TRUYEN, 2000).

6.5 CASO CLÍNICO

Paciente Tica, canina, Lhasa Apso, três meses de idade. Foi levada à Clínica

Veterinária Derosso com histórico de emese e hematoquezia há três dias. A

responsável relatou que não realizou as vacinas e estava administrando sem

prescrição de médico veterinário metoclorpramida.

A paciente tinha sido comprada de um criador na semana anterior e desde

então apresentava hiporexia.

Ao exame clínico a paciente apresentava desidratação 8%, mucosas pálidas,

sialorréia, temperatura 36,5º Celsius e dor abdominal intensa.

Foi indicado então o internamento do paciente, com suspeita clinica de

gastroenterite alimentar ou parvovirose.

Ao momento do internamento foi requisitado um hemograma (TABELA 6).

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TABELA 6 – HEMOGRAMA DA PACIENTE TICA, LHASA APSO, 3 MESES

REALIZADO NO MOMENTO DO INTERNAMENTO

CÉLULAS VALORES REFERÊNCIA

Eritrócitos 4,92 milhões/µl 5,5-8,5 milhões/µl

Hematócrito 34% 37-55%

Hemoglobina 11,8 g/dl 12-18 g/dl

VCM 69,1 fl 60-77 fl

CHCM 34,7% 32-36%

Leucócitos 1.500/µl 6.000-17.000/µl

Neutrófilos bastonetes 0 0-300/µl

Neutrófilos segmentados 0 3.000-11.400/µl

Linfócitos 0 1.000-4.800/µl

Monócitos 0 150-1.350/µl

Eosinófilos 0 100-750/µl

Basófilos 0 Raros

Metamielócitos 0 Raros

Blastos 0 Raros

Plaquetas 423.000/µl 200.000-500.000/µl

Observações: Leucopenia, Pecilocitose +.

Não foi possível realizar contagem diferencial dos leucócitos devido a leucopenia.

FIGURA 19 – PACIENTE TICA, CANINA, LHASA APSO, 3 MESES

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Após o hemograma, com a suspeita de parvovirose devido à intensa

panleucopenia, foi realizado um teste de imunoensaio cromatográfico para o

diagnóstico da parvovirose e o resultado foi positivo para a doença.

O tratamento foi iniciado com fluidoterapia agressiva com ringer com lactato,

glicose, metronidazol na dose de 12,5 mg/kg BID, IV e antieméticos como a

metoclorpramida na dose de 0,5 mg/kg TID, IV e ondansetrona na dose de 0,1

mg/kg TID, IV.

Após dois dias de internamento, uma sonda naso-esofágica foi inserida para

alimentação por gotejamento com ração de alta digestibilidade e energia. No quinto

dia de internamento o paciente voltou a comer voluntariamente e foi liberado para

continuar o tratamento em casa, com o metronidazol, ração medicamentosa para o

sistema digestório e antieméticos.

Sete dias após da alta médica a clinica entrou em contato com a proprietária

que relatou que a paciente se encontrava super bem.

6.6 DISCUSSÃO

A paciente foi levada à clínica com a queixa da gastroenterite hemorrágica

pela responsável. Segundo, Oliveira (2007), Oliveira (2009) e Levy (2010), a

parvovirose causa um quadro de hematoquezia e emese provocados pela replicação

do vírus no trato intestinal e consequente necrose.

Durante a avaliação clínica, a paciente apresentava hipotermia devido à

desidratação consequente de todo quadro gastroentérico. Os autores Truyen (2000),

Lobetti (2006), Lobetti (2007), Oliveira (2007), Oliveira (2009) e Levy (2010) citam

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febre, porém também afirmam que a hipotermia pode ocorrer em casos de

severidade de desidratação.

Corroborando com Truyen (2000), Lobetti (2006) e Levy (2010) a parvovirose

é endêmica em abrigos e criadores e causa sintomatologia clínica em filhotes devido

à carência de imunidade dos anticorpos maternos ou de respostas ineficazes à

vacinação, como a paciente descrita.

Segundo Oliveira (2007), as anormalidades hematológicas incluem

leucopenia e linfopenia devido à necrose dos tecidos linfóides, produzindo assim o

quadro típico de panleucopenia. A paciente do presente trabalho, apresentou o

hemograma compatível com a literatura e por isso, foi realizado o teste sorológico

para confirmação do diagnóstico.

O tratamento foi compatível com o sugerido por Truyen (2000), com reposição

de eletrólitos e fluidos e antibióticos para reduzir infecções bacterianas.

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7 CONCLUSÃO

O exercício da clinica médica veterinária apresenta diariamente grandes

desafios para o profissional, uma vez que os casos clínicos não apresentam sempre

sinais evidentes, as anamneses por vezes são incompletas e nos deparamos com

limitações referentes aos exames laboratoriais. Portanto o médico veterinário

necessita desenvolver suas habilidades de observação e detalhamento, para que

através do exame clinico consiga esclarecer o curso das doenças e prescrever o

tratamento adequado, aliado aos exames laboratoriais.

Durante o período de estágio, tive a oportunidade de aprender com os

profissionais médicos veterinários da Clínica Veterinária Derosso, a aplicação da

Medicina Veterinária como o uso de medicamentos, cálculos de doses, administrar e

calcular fluidoterapia, assim como experiência para lidar com os pacientes,

proprietários e até mesmo com outros profissionais.

O profissional deve estar sempre atento as novas tecnologias e se

aperfeiçoando cada vez mais, para estar apto a atender as expectativas dos seus

clientes.

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