56
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaz PRÁTICAS TECNOLÓGICAS NO ENSINO DA ARTE CURITIBA 2012

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

  • Upload
    trananh

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Lucimara Aparecida Vaz

PRÁTICAS TECNOLÓGICAS NO ENSINO DA ARTE

CURITIBA

2012

Page 2: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Lucimara Aparecida Vaz

PRÁTICAS TECNOLÓGICAS NO ENSINO DA ARTE

Trabalho de Conclusão de Curso (ou Dissertação) apresentada ao Curso De Artes visuais da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau (ou título) de Pós Graduado. Orientador(a) Profª Ana Lesnovski

CURITIBA

2012

Page 3: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

TERMO DE APROVAÇÃO Lucimara Aparecida vaz

PRÁTICAS TECNOLÓGICAS NO ENSINO DA ARTE

Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Especialista em Artes Visuais do Curso de Pós-Graduação latu sensu em Ensino das Artes Visuais: Práticas Pedagógicas e Linguagens Contemporâneas da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 14 de setembro de 2012.

Prof. Ms. Renato Torres

Coordenador do Curso de Pós-Graduação Ensino das Artes Visuais: Práticas Pedagógicas e Linguagens Contemporâneas Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador: Profª. Ana Lesnovski Universidade Tuiuti do Paraná

Curso de Pós-Graduação Ensino das Artes Visuais: Práticas Pedagógicas e Linguagens Contemporâneas

Page 4: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

AGRADECIMENTOS

A Deus, que me deu forças, coragem e direcionamento em meus objetivos.

Ao João Paulo Scheifer, por estar sempre presente, incentivando, colaborando,

em especial, por todo carinho e paciência ao longo deste percurso.

Ao casal Marcia Santos Rezende e Edson Rezende, por terem compartilhado

seus conhecimentos, que foram de suma importância nessa pesquisa. Agradeço

pela dedicação e competência.

A professora Ana Lesnovski por suas orientações e contribuições.

Ao professor Ms. Renato Torres e a professora Ms. Josélia Salomé, sempre

dispostos a ouvir e contribuir durante toda a Pós- Graduação.

Aos educandos, educadores do Ensino Fundamental e Médio, que participaram

da pesquisa.

Agradeço a todos que, direta e indiretamente, ajudaram para que este trabalho se

concretizasse.

Page 5: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

RESUMO

Este estudo aborda as tecnologias digitais nas aulas de arte para o Ensino

Fundamental e Médio, enfocando até que ponto elas contribuem no ensina da

arte. Busca integrar o ensino da arte com a produção de conhecimento e

comunicação cotidiana do educando.

Desenvolvendo a criticidade da produção artística com o uso de recursos

tecnológicos, incorporando elementos utilizados na rede mundial de

computadores por adolescentes e jovens. Ao incorporar o cotidiano na educação,

a partir do ensino da arte, os educandos perceberam a complexidade do

conhecimento e para produzir vídeos interagiram com as outras áreas do saber,

iniciando um processo interdisciplinaridade importante para a sua emancipação.

Palavras-chave: Arte, tecnologia, Ensino da Arte.

Page 6: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

ABSTRACT

This study approaches digital technologies in Elementary and High School art

classes, focusing on how they contribute to arts teaching. It tries to integrate arts

teaching with knowledge acquisition and the student‟s daily communication.

It develops criticism in artistic production with the use of technological devices,

incorporating elements used on the World Wide Web by teenagers and young

adults. When incorporating their daily routines into education through arts

teaching, the students noticed the complexity of knowledge and to create videos,

they interacted with other fields of knowledge, beginning an important

interdisciplinary process of emancipation.

Key words: art, technology, arts teaching.

Page 7: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – FOTOGRAFIA SOB NOVOS ANGULOS........................................... 29

FIGURA 2 – FOTOGRAFIA SOB NOVOS ANGULOS........................................... 29

FIGURA 3 – FOTOGRAFIA SOB NOVOS ANGULOS ......................................... 30

FIGURA 4 – FOTOGRAFIA SOB NOVOS ANGULOS ........................................... 30

FIGURA 5 – CARAVAGGIO. A Ceia de Emaús, 1602. ........................................... 31

FIGURA 6 – RELEITURA, A ceia de Emaús. .......................................................... 31

FIGURA 7 – CARAVAGGIO. Salomé com a cabeça de João Batista, 1609. .......... 31

FIGURA 8 – RELEITURA, Salomé com a cabeça de João Batista. ........................ 31

FIGURA 9 – CARAVAGGIO. Enterro de Jesus, 1602. ............................................ 32

FIGURA 10 – RELEITURA, Enterro de Jesus. ........................................................ 32

FIGURA 11 - LUMIÈRE, Louis. A Chegada do Trem à Estação, 1895. .................. FIGURA 12 – LUMIÈRE, Louis. A Saída Dos Operários da Fábrica,1895. ........... FIGURA 13 – MÈLIÉS, Georges. Viagem A Lua, 1902. ......................................... FIGURA 14 – MÈLIÉS, Georges. O Homem Com A Cabeça De Borracha, 190. .. FIGURA 15 – SHANKAR. Endhiran. Robot, 2010. ................................................. FIGURA 16 – SCOTT, Ridley. O Gladiador, 2000. ................................................. FIGURA 17 – PALMA, Brian. Os Intocáveis, 1987. 38. ..........................................

35 35 36 36 36 38 38

FIGURA 18 - MASHABLE E UNRULY. Comercial Volkswagen “The Force”, 2011 FIGURA 19 - BBH London, Comercial Da Havaianas, “Rodrigo Santoro”, 2011. .

FIGURA 20 – Projeto Aula (Pesadelo Sem Fim). ....................................................

40 40 41

Page 8: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 08

1. USO DAS TECNOLOGIAS .............................................................................. 10

2. DEFINIÇÃO DE TECNOLOGIA DA COMUNICAÇÃO NO COTIDIANO –

TECNOLOGIA NO ENSINO DA ARTE ............................................................... 14

3. AS CONCEPÇÔES DAS NOVAS TECNOLOGIAS COMO PERSPECTIVA DE

ENSINAR ARTE .................................................................................................. 21

4. PROPOSTA DE AÇÃO .................................................................................... 28

4.1. DESCREVENDO A EXECUÇÃO DO PROJETO .......................................... 34

4.2. A REALIZAÇÃO DOS TRABALHOS ............................................................. 43

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 47

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 49

ANEXOS .............................................................................................................. 52

Page 9: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

8

INTRODUÇÃO

Sendo, atualmente, a tecnologia digital uma ferramenta indispensável que

media as comunicações e as redes sociais e, por serem também bastante

utilizadas entre os jovens e adolescentes, é importante fundamentar seu uso no

ensino, saber como, para que e quando utilizá-las. Bem como estimular seu uso

da melhor forma possível também por parte dos educandos, de modo que

possam contribuir com o processo de aprendizagem e com uma melhor

educação. As tecnologias digitais e as redes sociais influênciam no cotidiano,

desta forma é importante estar preparado para codificar e recodificar seu uso e

suas informações.

A principal motivação para essa pesquisa é ter verificado que mesmo a

maioria dos jovens possuindo computadores e internet, poucos usam para

trabalhos escolares e pesquisas, mas sim apenas como diversão e

comunicação.

Como educadora das séries finais do Ensino Fundamental e Médio de

escola pública do Estado do Paraná, surge a seguinte pergunta de pesquisa: É

possível ao educador utilizar a tecnologia digital no ensino da arte, como

elemento do aprendizado? Emerge daí o seguinte objetivo geral, aplicar o uso

das tecnologias digitais como ferramenta para aulas de arte como estratégia

para a prática, utilizando a vivência dos educandos nas redes sociais. E deste os

seguintes objetivos específicos:

- Analisar as definições de novas tecnologias.

- Apresentar o uso das tecnologias digitais nos ambientes virtuais;

- Pesquisar o uso das tecnologias digitais nas redes sociais como ferramenta

educativa;

Page 10: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

9

- Aplicar o uso das tecnologias nas aulas de arte como produção do saber pelos

educandos.

Para isso utilizamos os referenciais teóricos que dialogam sobre o uso das

novas tecnologias nas aulas de arte. Compreendendo a possibilidade dessas

ferramentas para o processo de ensino e aprendizagem.

Através da metodologia da pesquisa-ação, e de uma analise qualitativa

onde se analisa o comportamento dos educandos durante as práticas realizadas

em sala, sob uso dos meios digitais, utilizados no cotidiano.

Essa pesquisa tem a finalidade de criar proposições sobre o uso das novas

tecnologias (partindo de câmeras digitais e aparelhos celulares com câmera),

orientando o uso dos materiais produzidos por estes aparelhos nas redes

sociais, como ação pedagógica para o ensino da arte.

Page 11: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

10

1. USO DAS TECNOLOGIAS

Desde os mais remotos tempos, em cada momento na história da espécie

humana possuía sua maneira se comunicar, trabalhar, ou seja, de se

desenvolver, com as ferramentas ou tecnologias do momento. Estas por sua vez

sempre que aprendidas são melhoradas, transformadas, desta forma o homem

vai construindo sua história, desenvolvendo-se, adequando-se ao momento

histórico de sua época.

Isso não quer dizer que o homem tenha que aceitar tudo ou todas as

tecnologias que chegam até ele, até porque as tecnologias não chegam até o

homem, elas são criadas por ele mesmo. Contudo, cabe ao processo de

humanizar conhecer a produção histórica do que existe em relação à cultura,

educação, organização social, comunicação e meios tecnológicos. Pois ao

reconhecer os elementos constituídos que disponho posso transformar, adaptar

como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em seus estudos do

comportamento humano, conclui:

As origens das formas superiores de comportamento consciente deveriam ser achadas nas relações sociais que o indivíduo mantém com o mundo exterior. Mas o homem não é apenas um produto de seu ambiente é também um agente ativo no processo de criação deste meio. (VYGOTSKY,1988, p.25).

Podemos lembrar ainda que o homem não é um ser passivo afetado por

uma tecnologia que surge do nada: nós é que contribuímos para a criação do

ambiente, desenvolvemos tecnologias que auxiliam em vários processos da

existência humana e somos afetados por está, então não somos seres prontos e

acabados, mas seres em construção no que tange a humanização, portanto

acabamos sendo recriados por essa simbiose.

Quando pensamos no processo histórico de criação dos conteúdos e

técnicas educacionais, constatamos que estes são aprimorados devido aos

estudos, pesquisas que encontramos disponível na web, (nos meios de

comunicação), ou em bibliotecas. Estes conhecimentos incalculáveis, porém

utilizado ainda por uma parcela da sociedade. São estes estudos que ajudam

tanto no processo histórico e no desenvolvimento das novas tecnologias para a

Page 12: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

11

espécie humana. Como nos mostra Vygotsky quando fala da importância da

escrita:

A linguagem carrega consigo os conceitos generalizados, que são fonte do conhecimento humano. Instrumentos culturais especiais, como a escrita, expandem enormemente os poderes do homem, tornando a sabedoria do passado analisável no presente e passível de aperfeiçoamento no futuro. (VYGOTSKY,1988, p.26).

Sendo assim, com tantas informações disponíveis, o profissional

comprometido com seu trabalho mantem-se atualizado, interagindo com a

cultura, os instrumentos e a tecnologia do momento, possibilitando uma maior

eficiência do seu trabalho. Para o profissional da educação sua carreira não é

diferente, não apenas para manter-se no mercado de trabalho, mas por que sua

responsabilidade é formar os educandos preparando para o futuro. Os

educadores devem acompanhar a história, fazer uso das tecnologias do

momento, para conseguir orientar o sujeito da aprendizagem, visando contribuir

para um futuro melhor. Como colabora JEROME, “Tenho como evidente por si

mesmo que cada geração deve redefinir a natureza, direção e objetivos da

educação, para assegurar á geração seguinte o máximo possível de liberdade e

racionalidade”. (1969, p.37).

Ao aproveitarmos as tecnologias é importante não apenas mostrar a sua

existência, ou ensinar a usá-las com fins instrucionais, visto que na maioria das

vezes quando chega à escola não são mais novidades, mas sim orientar como

usá-las para a emancipação intelectual, social e educacional. Sabendo para que,

e quando, utilizá-las, por exemplo: o uso da informação, já que hoje não é algo

difícil de consegui-la, mas poucas são utilizadas pelos educandos com a

finalidade de auxiliar o processo de aprendizagem formal, sobre tudo do Ensino

Fundamental e Médio, talvez por falta de orientação ou estímulo para a

pesquisa. Desta forma a atualização do profissional da educação é importante

para saber orientar o uso das tecnologias do momento, mesmo reconhecendo

suas potencialidades e limitações na área educacional. Pois, segundo JEROME:

Pode ser não só que estejamos entrando em uma fase de maturidade tecnológica na qual a educação exigirá constante redefinição, como também que o ritmo intenso de transformação nas tecnologias provoque absolutismo dos conhecimentos técnicos pouco tempo depois de

Page 13: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

12

adquiridos. Realmente, talvez uma das propriedades características de uma tecnologia amadurecida seja a elevada probabilidade de modificações tecnológicas radicais, no âmbito de uma única geração – modificações que nossa geração tantas vezes experimentou. (1969, p 47).

Neste cenário de constante redefinição e transformação é que aulas de arte

podem ajudar na educação, fazendo uso das tecnologias nas suas práticas e

como conhecimento, uma vez que muitos artistas usam das inovações do

momento para compor suas obras. As tecnologias que podem hoje auxiliar no

ensino aprendizagem são, por exemplo; a fotografia, o vídeo, os programas

gráficos de edição de imagens e vídeos, por se tratarem de tecnologias a

disposição dos educandos, e eles gostam de exibir socialmente as produções

realizadas por estas ferramentas. Ou seja, não que se devem esquecer as

práticas tradicionais, mas utilizar do processo dialético para atingir de maneira

satisfatória a aquisição e produção do conhecimento. Porém é importante que

além do uso das novas tecnologias na hora de expor os conteúdos, através de

imagens ou vídeos para os educandos, sejam também orientados para a

produção destes com conteúdos que visam contribuir com a formação do

educando e das aulas de arte. Como os estudos de PIMENTEL nos apontam;

O uso de tecnologia e arte não acontece somente em nossos dias. A arte, em todos os tempos sempre se valeu das inovações tecnológicas para seus propósitos. Até Mesmo por que seu ideal de transcendência ao comum necessita do que esta disponível, para que algo seja criado. Nesse sentido, a gravura o cinema e a fotografia, por exemplo, levaram algum tempo para serem reconhecidos como arte; mas, assim que isso aconteceu outras foram às tecnologias que surgiram e outros foram os questionamentos. Pode-se dizer, mesmo, que algumas vezes, foi à arte que impulsionou o aparecimento de tecnologias: não houvesse a preocupação estética com a imagem, com o design, não haveria a diversidade de programas para seu tratamento e aprimoramento. (2003, p. 114).

Esta diversidade de programas para tratamento e aprimoramento seja de

imagens ou de vídeos torna a aula, com o conteúdo mais significativo, devido à

facilidade de ilustrar obras de diversos artistas das mais variadas técnicas

existente. Porém, o incentivo a produção de imagens através dos programas

gráficos de edição de imagens e vídeos possibilita ao educando um

conhecimento em arte mais abrangente, assim como uma leitura de imagens e

Page 14: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

13

informações encontradas na web, melhorando a seleção e críticas mais

pertinentes, ajudando o educando em qual informação, imagem escolher e

entende-las com maior facilidade. E principalmente, como já citado, muitos dos

programas quando chegam à escola não são mais novidades, muitos educandos

sabem manipulá-lo de maneira instrucional, mais cabe ao professor úsa-lo de

maneira crítica na prática sob o olhar artístico como PIMENTEL nos afirma:

É necessária toda a atenção para que não se caia no vazio de deixar o aluno á mercê do programa, sem que haja qualquer tipo de aprendizagem de conhecimento em arte. Isso pode acontecer quando o (a) professor deixa simplesmente o aluno em frente à máquina, usando os recursos do programa, sem que daí advenha qualquer tipo de conhecimento artístico. (2003, p.115).

Este conhecimento artístico por sua vez ajudara não só nas aulas de arte,

mas na seleção de conteúdos para outras disciplinas ou ainda na busca de

informações pertinentes para própria vida do educando, porque pode aguçar sua

percepção, sua criatividade para as necessárias relações de informações na

construção do seu conhecimento.

Page 15: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

14

2 - DEFINIÇÃO DE TECNOLOGIA DA COMUNICAÇÃO NO COTIDIANO –

TECNOLOGIA NO ENSINO DA ARTE

Iniciaremos esta pesquisa definido de quais tecnologias aqui nos

apropriaremos. Sendo o uso das tecnologias digitais da comunicação, que são

mais usadas hoje, sobre tudo pelos jovens e adolescentes, que são o foco deste

estudo.

As tecnologias digitais da comunicação podem ser as mediadas pela

televisão, telefones, fotografia, cinema, computadores através da internet em

sites de buscas ou de redes sociais, as comunidades criadas nas redes digitais.

A grande rede, onde as informações definem-se, cruzam-se e redefinem-se;

chamadas de Novas tecnologias de informação e Comunicação podem ser

compreendidas segundo o site Wikipédia da seguinte maneira:

Chamam-se de Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) as tecnologias e métodos para comunicar surgidas no contexto da Revolução Informacional, "Revolução Telemática" ou Terceira Revolução Industrial, desenvolvidas gradativamente desde a segunda metade da década de 1970 e, principalmente, nos anos 1990. A imensa maioria delas se caracteriza por agilizar, horizontalizar e tornar menos palpável (fisicamente manipulável) o conteúdo da comunicação, por meio da digitalização e da comunicação em redes (mediada ou não por computadores) para a captação, transmissão e distribuição das informações (texto, imagem estática, vídeo e som). Considera-se que o advento destas novas tecnologias (e a forma como foram utilizadas por governos, empresas, indivíduos e setores sociais) possibilitou o surgimento da "sociedade da informação". Alguns estudiosos já falam de sociedade do conhecimento para destacar o valor do capital humano na sociedade estruturada em redes telemáticas. (2012a, p.01)

Analisando todos esses itens percebemos que usamos os quase todos em

apenas alguns minutos sem perceber, por exemplo quando fazemos uma

pesquisa na internet, ou observamos na rede mundial de computadores fotos,

textos, vídeos, músicas e nem nos damos conta de tantas coisas que

processamos, pois ao mesmo tempo pode-se estar conversando com uma ou

mais pessoas, ou seja interagindo;

De modo geral as novas tecnologias estão associadas à interatividade e a quebra com o modelo comunicacional um-todos, em que a informação é transmitida de modo unidirecional, adotando o modelo todos-todos, em que aqueles que integram redes de conexão operacionalizadas por meio das NTIC fazem parte do envio e do recebimento das informações. Neste

Page 16: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

15

sentido, muitas tecnologias são questionadas quanto a sua inclusão no conceito de novas tecnologias da informação e comunicação, ou meramente novos modelos de antigas tecnologias. (2012a, p.01).

No meio desse processo, o que poderia ser uma tecnologia já ultrapassada

temporalmente, como a fotografia e o cinema, ou mesmo o vídeo, ganham um

sentido diverso ao serem lançados no âmbito da colaboração e da interação

social. Os usos dessas tecnologias estão transformando o modo de pensar agir

da sociedade, definindo uma nova cultura, a cultura digital, onde é possível

acessar informações, imagens e vídeos de qualquer lugar do mundo

instantaneamente, bem como conversar, fazer escolhas, intervir nos materiais

que nesta grande rede são criados. Conforme SANTAELLA em seu livro Arte do

Pós Humanos nos mostra esta passagem atraves de lunenfield e o que são as

midias digitais que formam a cultura digital:

Como diz lunenfield (1999) em um período de tempo impressionantemente curto, o computador colonizou a produção cultural. Uma máquina que estava destinada a mastigar números começou a mastigar tudo: da linguagem impressa a música, da fotografia ao cinema. Isso fez da cibernética a alquimia do nosso tempo e do computador seu solvente universal. Neste, todas as diferentes mídias se dissolveram em um fluxo pulsante de bits e bites. (2003, p. 20).

Podemos constatar que esse processo como afirmamos no uso dos

computadores não ocorre em um momento, mas o processo de colonização

cultural, proporcionado pelo uso do computador só foi possível quando este se

ligou as redes de telecomunicação, como descreve SANTAELLA (2003 p. 20) na

sua explicação sobre as mudanças causadas por essa junção. É importante

entendermos que essa ligação alterou a maneira de lidar com as informações,

seja proporcionando acesso, produzindo conhecimento através destes, ou ainda

na relação que estabelecemos com capital cultural. Pois,

O momento explosivo para isso se deu quando o computador se uniu as redes telecomunicacionais o que resultou em algo único na história das midias técnologicas. Os cérebros dos computadores antes fechados em bancos de dados com acesso limitado, deslocaram-se para as periferias, para extremidades inferiores da hierarquia, para o terminal do usuario, para o recinto do cliente, assim como se deslocarão a qualquer momento para as telas dos televisores . A aliança entre computadores e redes fez surgir o primeiro sistema amplamente disseminado que da ao usuário a oportunidade de criar, distribuir, receber e consumir conteúdo audio visual em um só equipamento. Uma máquina de calcular que foi forçada a virar

Page 17: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

16

máquina de escrever ha poucas décadas, agora combina as funções de criação, de distribuição e de recepção de uma vasta variedade de outras mídias dentro de uma mesma caixa. (2003 p. 20 ).

Todo esse comportamento não acontece apenas em casa através de

computadores, nootebook ou tablets, mas também com celulares, Ipods,

Iphones seja onde estivemos. SANTAELLA (2003, p.21) aponta ainda como é

possível toda essa interação e comunicação. Como constatamos na seguinte

citação.

No cerne dessa revolução está à possibilidade aberta pelo computador de converter toda a informação, texto, som, imagem, vídeo – em uma mesma linguagem universal. Através da digitalização e da compreensão de dados que ela permite todas as mídias podem ser traduzidas, manipuladas, armazenadas, reproduzidas e distribuidas digitalmente o fenômeno que vem sendo chamada convergência das mídias. Fenômeno ainda mais impressionante surge da explosão do processo de distribuição e de difusão da informação impulsionada pela ligação da informática com as telecomunicações que redundou nas redes de transmissão, acesso e troca de informações que hoje conectam todo o globo na constituição de novas formas de socialização e de cultura que vem sendo chamada de cultura digital ou cibercultura.

Temos que considerar que ao poder comunicar e interagir a partir de

nossas tecnologias digitais em espaços diversos, somos inseridos na cultura que

os jovens estão crescendo, se socializando, estabelecendo valores e objetivos

de vida. Sendo assim, é importante ressaltar também o termo cibercultura e

ciberespaço, lugares que tanto se faz presente na vida cotidiana. A Wikipédia

descreve o conceito e compreende a cibercultura de forma diversa, podendo

entendé-la através das suas relações sociais e como mediamos à produção

cultural ou nos apropriamos destas através das novas tecnologias, a partir dos

anos 70. Pois,

Estas comunidades estão ampliando e popularizando a utilização da Internet e outras tecnologias de comunicação, possibilitando assim maior aproximação entre as pessoas de todo o mundo. Este termo se relaciona diretamente com a dinâmica política, antropo-social, econômica e filosófica dos indivíduos conectados em rede, bem como a tentativa de englobar os desdobramentos que este comportamento requisita. A Cibercultura não deve ser entendida como uma cultura pilotada pela tecnologia. Na verdade, o que há na era da cibercultura é o estabelecimento de uma relação íntima entre as novas formas sociais surgidas na década de 60 (a sociedade pós-moderna) e as novas tecnologias digitais. Ou seja, a Cibercultura é a cultura contemporânea fortemente marcada pelas

Page 18: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

17

tecnologias digitais. Ela é o que se vive hoje. Como por exemplo: Home banking, cartões inteligentes, voto eletrônico, pages, palms, imposto de renda via rede, inscrições via internet, etc. Provam que a Cibercultura está presente na vida cotidiana de cada indivíduo. (2012b, p.01)

Portanto, quando percebemos que os educandos utilizam jogos de vídeo

game, celulares, perfis em redes sociais, deveríamos utilizar essa familiaridade

com os recursos para possibilitar o uso em estudos, trabalhos, pesquisas fosse

efetivo, consciente, ético1durante todo o processo da educação básica, sendo

prioritariamente nos anos finais do Ensino Fundamental e Médio quando o uso e

entendimento das tecnologias são popularizados, e não somente quando forem

para faculdade, onde esses recursos ainda estarão mais presentes. Na

atualidade com a oferta dos cursos à distância, que exigem disciplina nos

estudos, e capacidade de manipulação dos meios digitais.

O ciberespaço é a nova fonte de construção das mais recentes formas de

socialização, possibilitando a comunicação, e a disseminação de informações de

maneira instantânea. Segundo GIDDENS (1991, p. 28),

esse processo faz com que haja um desencaixe dos sistemas sociais, ou seja, deslocamento das relações sociais de contextos locais de interação e sua reestruturação por meio de extensões indefinidas de tempo-espaço. O tempo e o espaço já não constituem mais barreiras para que se estabeleçam a comunicação e a troca de informações entre bibliotecários e usuários. Nesse processo, a relação entre as partes é marcada por um jogo – ou entrecruzamentos – que inclui tanto as formas "tradicionais" de sociabilidade quanto às formas "modernas", o que costuma conduzir a

relacionamentos tensos, conflituosos e, por vezes, contraditórios.

Fato que torna discutível até onde é possível acreditar em postagem e

conversas com outras pessoas pela rede.

Santaella exemplifica também como se forma todo esse espaço, moldado

através das tecnologias digitais e posteriormente nas redes sociais onde todas

as informações, ou signos podem ser percebidos, estocados, tratados e

difundidos. Essa grande rede de transmissão foi possível quando a informática

1 Por ético estamos entendendo não plagiar trabalhos da internet, tão comum no Ensino

Fundamental e Médio. Traduzindo na linguagem da internet CTRL+C e CTRL+V, copiar e colar. O uso consciente das tecnologias deve problematizar com os jovens a questão de apropriar-se de uma ideia sem citar a fonte.

Page 19: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

18

foi aliada á telecomunicação, este espaço passou a ser chamado de

ciberespaço. (SANTAELLA, 2003, p.71).

Ao interagirmos no ciberespaço, ficamos cientes de seu funcionamento. Por

meio deles é possível não só estarmos ampliando nossa visão de mundo, seja

em sites de busca ou de comunidades, como estarmos abrindo espaço para

interação com os jovens e adolescentes, ficando cientes de seus

comportamentos e relacionamentos diários; não que pretendamos cuidar ou

vigiar a vida dos educandos, porém será mais fácil entender sobre algumas de

suas preferências, sua vida social, e até o que fazem em seu dia a dia. O

ciberespaço não é um espaço neutro, isento de consequências e também não é

isento de intenções. Ele resulta das formas culturais e econômicas de nosso

tempo como educadores; cabe a nós entendê-lo e orientar os percursos de

entrada das novas gerações nele, para que, munidos das armas necessárias

para enfrentar as questões que formam o ciberespaço na conjuntura sócio-

política em que é gerado, elas possam então se tornar capazes de transformá-lo.

Ao trabalharmos com as tecnologias digitais, podemos abrir caminho para a

orientação do educando quanto ao seu desenvolvimento criativo, seu repertório

de informações, ampliando também seu mundo, sua percepção. Evitando a

simples manipulação das mídias sem preocupação com o conteúdo, ou ainda

fazer do sujeito da aprendizagem um mero receptor das propagandas que nelas

circulam, sem que se tenha dos meios eletrônicos um melhor aproveitamento

seja no uso das tecnologias digitais seja nas redes sociais, ou nos sites de

busca, noticiários, etc. Pois,

O ciberespaço e suas experiências virtuais vêm sendo produzidos pelo capitalismo contemporâneo e estão necessariamente impregnados das formas culturais e paradigmas que são próprias do capitalismo global. (SANTAELLA. 2003, p. 75).

Como educadores temos o dever de compartilhar os saberes acumulados,

e atentar quanto aos acontecimentos diários, que resultam no comportamento da

sociedade. Interagir nos espaços virtuais com os educandos é um dos caminhos

para o aprendizado e a troca de experiências que muito pode colaborar na

democratização seja do ensino da arte, como de outras disciplinas.

Page 20: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

19

Não se pode negar que, como intelectuais e educadores, temos diante de nós um espaço a ser ocupado. De nada adianta o conforto da critica meramente discursiva. Se a ocupação do espaço era impossível nos meios de massa, o ciberespaço, diferentemente esta prenhe em vãos, brechas para as comunidades virtuais, estratégicas que devem urgentemente ser explorados com um faro que seja político e culturalmente criativo, antes que o capital termine por realizar a proeza de colonizar o infinito. (SANTAELLA, 2003, p.76).

Ao explorarmos estes espaços podemos conscientizar o educando da

ferramenta tão rica que ele tem nas mãos, podemos ajudá-lo a usar as

tecnologias digitais a seu favor, em seu crescimento, amadurecimento e não

apenas como se essas mídias fossem um mero passa tempo cheio de

armadilhas, interações vazias, sem maiores finalidades, espaço vago para

encher de fotos que nada de informação redundantes mostram a não ser um

corpo que nela se apresenta, sujeito a exposição, e intenção não tão boas dos

espectadores, postagem de piadas, pensamentos e frases vagas. Conforme com

a X Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal de Recife

Pernambuco constata-se:

De acordo com a Insights Consulting, uma em cada sete pessoas, no planeta participa das mídias sociais da Internet, como Orkut, Facebook e Twitter – que já abrigam cerca de um bilhão de habitantes. Nesses movimentados pedaços virtuais do ciberespaço – que dividem as opiniões quando se expõem aspectos positivos e negativos, como a excessiva exposição dos perfis reais –, mais do que se comunicarem, os indivíduos são dotados do poder de associar, trocar e produzir informações. Nos sites de relacionamento como Orkut e Facebook, por exemplo, os usuários, além de manterem contato com amigos, parentes, conhecidos e desconhecidos, podem participar de comunidades virtuais, que reúnem pessoas afins a partir de motes variados, como ídolos, times de futebol, comportamentos ou seriados de televisão. Esses grupos discutem, compartilham informações e produzem conteúdo. Conforme pondera a pesquisadora Raquel Recuero [3], a participação é semelhante entre o que considera classes sociais – jovens C e D usam lan-houses para entrar no Orkut da turma ou do bairro, muitas vezes sendo as mídias sociais seu primeiro contato com a Internet. No cenário rural, apesar das peculiaridades – referentes principalmente às atividades produtivas, ao cotidiano doméstico e às contingências características dos contextos populares –, os jovens demonstram, em muitas situações, os mesmos interesses e práticas culturais que a juventude do meio urbano, uma vez que se apropriam de valores, processos e produtos provenientes principalmente dos meios de comunicação de massa. (LEÃO;REIS; SANTANA; SANTOS, 2010, p.01)

Em pesquisa realizada em duas escolas que eu trabalho, foi constatada a

mesma coisa, a maioria dos jovens e adolescentes utilizam as mídias como um

mero passatempo com postagens sem maiores finalidades, a não ser exposição

Page 21: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

20

de seu corpo em redes sociais, com conversas e postagem de diversão. Ao

mesmo tempo acabam realizando várias tarefas simultâneas como, por exemplo,

assistir TV e estudar, fazer lição com fone no ouvido ou falando com amigos e

etc. Esses adolescentes são chamados por alguns especialistas de geração z,

são consideradas pessoas multitarefas, já nasceram no meio das tecnologias da

comunicação instantânea, bem como as mudanças muito rápidas, dessa forma

acostumaram com a agilidade, com o resultado a curto prazo, e assim o querem

para sua vida, em suas vontades, em seus objetivos. Partindo dessa realidade,

as aulas de arte podem possibilitar aos educandos fazer várias coisas ao mesmo

tempo, o que certamente os ajudarão a interagir mais e a aproveitar melhor a

aula, pois durante a construção do saber, eles podem ver figuras, ler e escutar

música ao mesmo tempo, ou podem pesquisar enquanto produzem seus

próprios trabalhos, seja individualmente ou em grupo, produzindo materiais

significativos para enriquecer suas postagens e críticas no ciberespaço, bem

como durante a realização das atividades, uma possibilidade de aprender a ter

paciência e a trabalhar em grupo. Visto que hoje o jovem, por viver no

imediatismo, acaba ficando sem paciência, com pouca habilidade para trabalhar

em equipe. Desta forma porque não orientá-los a também serem produtores do

saber, com postagens de conhecimentos e informações que ajudam em suas

vidas e na de seus amigos também, aprendendo por consequência a trabalhar

em grupo.

Page 22: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

21

3. AS CONCEPÇÕES DAS NOVAS TECNOLOGIAS COMO PERSPECTIVA DE

ENSINAR ARTE.

Todas as facilidades e interações podem ser bem aproveitadas ajudando

no crescimento e sociabilidade do jovem e adolescente ou podem ser

desperdiçadas, usadas inocentemente, trazendo consequências para o resto da

vida, pois em todos os espaços e principalmente os na rede mundial de

computadores existem boas e más pessoas, com intenções variadas sejam elas

prejudiciais, ou não.

As aulas de arte é a disciplina para se trabalhar com a tecnologia digital,

pois ela se utiliza desses meios também para sua, experimentação, veiculação,

e contato interativo com o espectador. “A popularização da internet fizera com

que as experimentações com os recursos computacionais se ampliassem

trazendo ao campo da arte diferentes formas de expressão ciberinstalação,

cibercenarios, ambientes imersos, sistemas [...], são algumas das formas que os

artistas vêm trabalhando com as mídias digitais.” (ARANTES, 2005 p. 68).

Através das artes digitais e interativas podemos começar a ampliar o

mundo dos educandos, problematizando e analisado seus sites de navegação,

bem como sua criatividade e reflexão de mundo, possibilitando recriá-lo segundo

suas idéias ou expectativas e trazer novas probabilidades de leitura e

compreensão da arte produzida no ambiente virtual. Segundo BARBOSA,

Com a atenção que a educação vem dando às novas tecnologias na sala de aula, torna-se necessário não só aprender a ensiná-las inserindo-as na produção cultural dos alunos, mas também educar para a recepção, o entendimento e a construção de valores das artes tecnologizadas, formando um público consciente. (2003, p. 111)

Para isso, como já foi mencionado vale a pena ressaltar, o educador

precisa estar atualizado, como todo profissional que queira desenvolver um

trabalho comprometido em sua área. Esta atualização se refere à internet, é

preciso estar atento com os sites, onde navegar para orientar os educandos,

aprender a manipular os meios de produções digitais tal como os softwares que

já vêm instalados nos computadores como, por exemplo: o Photoscape e o

Gimp, que possui recursos para ser utilizado na criação ou manipulação de

Page 23: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

22

imagens e fotografias. Para quem tem Windows, um exemplo de editor de

vídeos, seria o Windows Movie Maker, que permite criar vídeos, com músicas,

podendo incluir fotos, adicionar efeitos de transição, inserção de textos nos

vídeos. Por fim programas com melhores recursos como o After Effects e ou

Premiere entre outros que são usados por profissionais da comunicação, etc.

É possível também, mostrar alguns sites sobre artistas e suas obras

contemporâneas que trabalham com a arte digital, encontrados no site do Itaú

cultura, emoção artificial, nos festivais do animamundi entre outros como

BERTOLETTI (2010) nos apresenta ;

Numa navegação despretensiosa pela internet, buscando conteúdos relacionados à arte, identifica-se facilmente a existência de inúmeros “locais” de relevância para o estudo de manifestações artísticas contemporâneas. Destaca-se, por exemplo, o site do Itaú cultural (www.itaucultural.org.br), onde se encontra um rico acervo de biografias de artistas, de obras de arte, de exposições, artigos, etc. Inclusive dispondo em sua enciclopédia um ambiente exclusivo sobre aspectos específicos da arte e tecnologia no Brasil. Outro exemplo é o site do FILE (www.file.org.br) Festival Internacional de Linguagens Eletrônicas, que é um festival anual que acontece no Brasil, agregando artistas do mundo inteiro, cujo acervo está disponibilizado em rede. O site do Emoção art.ficial (www.emocaoartificial.org.br), Bienal Internacional de Arte e Tecnologia do Itaú Cultural, também disponibiliza informações sobre artistas, obras, textos e vídeos sobre o mesmo. Estes sites propiciam o conhecimento do universo artístico tecnológico, numa transição da pesquisa diacrônica para sincrônica. As produções e proposições artísticas consonantes com as tecnologias digitais, presentes nos sites instigam a busca pela interação e vivência por parte dos professores e alunos destas novas proposições. Proporciona-se, desta forma, desdobramentos nas relações interator/usuário, propositor/artista, surgindo

diferentes formas de relação via rede. (2010. p.08)

Ainda nos sites, vale destacar alguns dos principais percussores da arte e

tecnologia no Brasil e algumas de suas obras, para que o educando possa

melhor entender a veiculação desses trabalhos na rede, consiga perceber que

estes conhecimentos entre outros também podem ser postados em redes

sociais, divulgados, tornando-se acessíveis a outras pessoas.

Como por exemplo, o projeto artístico Desertejo desenvolvido em 2000 por Gilberto Prado, dentro do Programa Rumos do Itaú Cultural Mídias Interativas, em São Paulo. É um ambiente virtual interativo e multiusuário para a web que possibilita a navegação por três ambientes imaginários, conectados entre si. E o projeto INS(H)NAK(R)ES. Este site foi desenvolvido em 2000, pelo grupo Artecno/UCS, liderado pela pesquisadora e artista Diana Domingues. O trabalho consistiu em uma

Page 24: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

23

webinstalação onde o visitante manipulava uma “cobra-robô” através da rede em um ambiente com cobras verdadeiras. Outros importantes nomes de artistas brasileiros que possuem proposições artísticas consonantes com as tecnologias digitais podem ser encontrados nos sites de pesquisas acima citados, como Giselle Beiguelman, Suzete Venturelli, Eduardo Kac, Lucas Bambozzi, dentre outros. (BERTOLETTI, 2010 p 11).

Espaços estes que a maioria dos educandos mesmo passando o dia em

frente ao computador desconhece, ou se quer ouviram falar, lugares que

manipulados pode aguçar seu senso curioso e exploratório para posteriormente

poder melhor aproveitar os diversos ambientes da grande rede.

Os criadores que trabalham hoje com esses meios crêem estar diante de novas possibilidades e de transformações consideráveis, ou seja, diante de novos desafios. Entretanto, o interesse principal é de trazer uma visão sensível e crítica, com a ajuda dessas novas possibilidades, ao mesmo tempo em que se favorece e se estimula a circulação do imaginário social e coletivo. Os artistas podem ajudar a explorar o espaço tecnológico e suas contradições. (PRADO, 2003 p. 24).

Sendo assim “ arte eletrônica nos ajuda a compreender melhor a natureza

da cultura eletrônica e os fundamentos do nosso mundo eletrônico”. (ARANTES,

2003 p. 61). Diante de toda essa interação e conhecimento estamos mostrando

ao educando o que acontece hoje e o preparando para seu futuro, que

certamente estará sempre em meio a tecnologia. Através do ciberespaço “o

cenário da arte e tecnologia parece estar desenvolvendo visões antecipatórias

daquilo que será o livro do futuro, o teatro do futuro, cinema e televisão do

futuro”. (SANTAELLA, 2003 p. 175).

Essa visão de futuro vem acontecendo misturando as técnicas das artes já

conhecidas com as possibilidades que a tecnologia pode oferecer, como por

exemplo: o teatro interativo, onde o espectador faz parte, interage não apenas

assiste, e aparece sendo filmado, ou fotografado no meio da peça, na web arte

onde o espectador entra e dá vida à arte que o espera, também interagindo,

modificando o ambiente do ciberespaço. Os festivais como o FILE cheio arte

interativa e mesmo o ANIMA MUNDI que mesmo sendo um festival de

animação, forma de produção cinematográfica tradicional, também empenha-se

em oferecer exposições e atividades para proporcionar ao visitante a experiência

da animação, para além de assistí-la. Ao ter contato com a arte eletrônica o

educando aprende a interagir, a buscar pelo que a obra pode lhe oferecer, a

Page 25: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

24

curiosidade de saber o que ela faz. Esta por sua vez o ajuda a ser um interator,

um investigador:

Por meio de nossas varias obras de arte interativa, criamos trabalhos que não são mais estáticos ou predefinidos. Tornam-se em vez disso um sistema vivo semelhante a um processo. Essas obras são caracterizadas por interações complexas e dinâmicas entre atividades reais e virtuais e os usuários que participam dessas obras se tornam parte desses processos de imagem, fornecendo dados e informações que esses sistemas usam, interpretam, transformam desenvolvem e fazem evoluir. (CHRISTA SOMMERER, E LAURENT MIGNONNEAU, 1993, p 164 apud ARANTES, 2005 p.82).

Ao participar desse mundo real e virtual o educando aprende a procurar

pelo que é novo, pelo que é diferente, deixando de repetir comportamentos e

nos ambientes de comunicação apenas receber informação em vez de produzi-

la também ou como Almeida em seu livro Informática e Formação de

Professores nos coloca “A tecnologia será importante, mas principalmente

porque só irá nos forçar a fazer coisas novas, e não por que irá permitir que

façamos melhor as coisas velhas.” (ALMEIDA, 2001 p. 153).

Ao orientar o educando a trabalhar com a captura de imagens e vídeos,

além de estarmos deixando-o ciente do espaço que ele usa todo dia, estamos

também o “atualizando” quanto às formas de arte que existem nestes meios bem

como o homem utiliza os conceitos, possibilidades, procedimentos inéditos por

ela inventado no seu dia a dia.

Temos então nas redes artísticas em função de suas constituições, procedimentos e possibilidades, não somente a inclusão de novas máquinas, mas também de procedimentos inéditos de trabalho e de novas relações com esses instrumentos/interfaces. Essa nova sinergia entre os homens, as máquinas e as redes possibilita a proposição de horizontes lógicos e poéticos diferentes, chamando para uma renovação de temas e conteúdos. Trata-se de novas vias, de novos representantes em vista de novas criações. Nossos hábitos de percepção, de concepção e de criação se encontram alterados da mesma maneira que nossos modos de aprendizagem e de ação. Essas utilizações geram diferentes códigos operatórios, cognitivos, ou ainda sociais. Podemos dizer igualmente que alguns desses novos códigos e desenvolvimentos técnicos influenciam e agem de forma retroativa sobre as manifestações e transformações artísticas. O projeto artístico telemático se torna um tipo de energia latente, onde as redes se tornam instrumentos de reorientação e de filtração, que é o denominador comum a todos participantes: uma cartografia de caminhos e de possibilidades. Trata-se de um movimento de sensibilidades e de intenções recíprocas entre as partes: um fluxo de curso modificável mas irreversível. (PRADO, 2003. p 32).

Page 26: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

25

Esses projetos artísticos telemáticos podem contribuir na exploração do

senso crítico e criativo do espectador. O artista e escritor Prado (2003) em seu

livro Artes Telemáticas nos trás esses conceitos bem como seus trabalhos e de

outros artistas para entendermos melhor a arte na grande rede:

Para a arte o termo realidade virtual tem designado os mundos alternativos computacionais com os quais interagimos por meio de diferentes tecnologias. A realidade virtual implica sempre numa imersão sensorial, seja ela qual for. (PRADO, 2003, p 80).

Prado mostra um pouco das modificações da socialização e as

transformações que a arte pouco a pouco recebe deixando de ser estática

apenas apreciativa como também interativa nos meios digitais, comportamento

este que queremos de nossos alunos que interaja, tragam informações para sala

de aula, não apenas absorva, ou ainda nos ambientes das comunidades, de

comunicação com seus colegas seja um construtor do saber e não apenas

repetidor de informações vazias. Em suma: o ensino da arte através das

comunicações e da tecnologia põem o educando no papel de protagonista, em

substituição à imagem do aluno como mero espectador de uma história

inatingível e inacessível.“Os mundos virtuais e comunidades on-line estão se

tornando cada vez mais comuns a todos e poderão criar também um novo

contexto para criação artística de natureza telemática”. (PRADO, 2003 p 102).

Esse espaço vai criar novas formas de socialização, de comunicação, de

interação, de coexistência e de percepção desses mesmos espaços. A Troca de

informação no universo digital não tem horizonte nem fronteiras. Os ambientes

digitais trazem-nos a possibilidade de experimentarmos sensações, lógicas,

composições e liberdades que estão além da tradicional, ultrapassando os

limites do espaço concreto. “No ciberespaço é possível incursões em

espacialidades jamais exploradas, ou em espaços jamais visualizados

ultrapassando dessa maneira o caráter meramente representacional”. (PRADO,

2003 p 103).

Page 27: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

26

A arte nos ambientes digitais não só nos trazem a possibilidade de novas

experimentações, como ajuda a nós educadores e aos educandos a entender as

possibilidades do virtual e o que é real, o sensor de presença e a nossa

participação, diferenças estas que os alunos podem se perder em meio ao virtual

esquecendo da socialização real. A rede proporciona experiências amplamente

diferentes para o usuário, um mundo de simulações e sensações novas. Mas

especialmente no que se refere ao caráter social da rede, é importante manter

em mente que as redes não substituem o mundo real, mas o complementam. As

experiências virtuais devem se somar às experiências físicas e sociais. Nesse

sentido, é essencial a presença de pais e educadores no sentido não

simplesmente da censura ou controle do acesso à virtualidade, mas na

mediação entre o que acontece nesse mundo e o que o educando entende como

a vida real.

De fato, a realidade virtual, aliada às simulações computacionais, a tele-robótica e telepresença, parece estar prometendo novas inserções e possibilidades para o homem contemporâneo e que tem entre uma das suas tarefas mais desafiadoras, relevar as nossas participações nesses mundos e se questionar do prenúncio das novas dimensões do corpo e presença simulada nesses espaços partilháveis em tempo real. Essa dinâmica faz emergir um novo tipo de trabalho, cooperativo e assistido por computador. Os ambientes virtuais multiusuário oferecem referências para uma melhor compreensão do que tem sido o uso dos recursos da realidade virtual em rede aberta, aplicados à criação no ciberespaço. (PRADO, 2003 p103).

Diante dessa civilização virtual é preciso sempre lembrar a civilização real,

que não deixa de existir por que novas tecnologias são inventadas, como já

mencionadas não esquecemos as formas tradicionais, mas sim a aprimoramos,

ainda mais que para novas tecnologias existirem muito trabalho em grupo é

necessário, e são criados para serem explorados por muitos, sempre pensados

na coletividade. “ O computador é uma máquina com produtos inteligentes. Está

focado na informação, no conhecimento.” (SANTAELLA, 2003 p.103). A grande

rede com os novos processos reforçam a presença e a influência da tecnologia

da comunicação informatizada no cotidiano do cidadão contemporâneo. “ Nas

experiências de arte em rede o artista renuncia à produção de um objeto finito

para se ater aos processos de criação, geralmente coletivos”.( PRADO, 2003 p

66). A coletividade gera mudanças na forma de pensar, na organização humana,

Page 28: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

27

o que exige criatividade, independência na seleção de informações e na

construção do conhecimento

O artista explora as relações entre os seres e as coisas, propondo novas vias de comunicação que outros poderão empregar. O artista como um gerador de instantes de mobilização coletiva, envolvendo o “outro” numa dinâmica de transformações, através de ações colaborativas e eventualmente partilháveis ao redor do mundo. (PRADO, 2003 p. 66).

As ações colaborativas criadas no mundo virtual serão muito mais

importantes e transformadoras quando a encararmos como um meio

transformador da realidade real, para a educação a tão sonhada democratização

do ensino, pois na realidade virtual todos podem ser cidadãos ativos,

construtores e críticos, através da arte podem aprender a se expressar, indagar

e partilhar. Nessa abordagem o educando é incitado a estabelecer conexões

entre o novo e o conhecimento em construção e outros conceitos do seu

domínio, empregando para tal a sua intuição. (ALMEIDA, 2000 p.16). O ensino

da arte através das tecnologias digitais e das redes sociais passa a ter mais

sentido para o educando, um conhecimento continuo e colaborativo, de

investigação, descoberta e reinvenção.

O encontro desses novos meios com as forças geradas pelas distintas ações pontuais espalhadas pelo mundo escapa dos marcos de referência convencionais, gerando uma situação imprevisível que alberga um espaço para a criatividade social. Essas ações dinamizam a sinergia entre indivíduos e coletivos que potencializam um novo espaço de convivência, uma mudança de atitude que produz novas formas de dissidência ativa e participativa em vez da aceitação do papel de mero consumidor, espectador passivo. Cabe lembrar que o objetivo desse tipo de propostas partilhadas não é só o de gerar novos processos estéticos e formais. Pretendem também uma análise crítica da construção da realidade. E como aponta Peter Weibel, “o objetivo da construção social da arte é a participação na construção social da realidade”. De fato, nesses trabalhos artísticos em rede, é quase impossível se “ver” a ação do exterior; exige-se do público uma necessária participação, uma implicação ativa, no sentido de voltar periodicamente, de ver e interagir com eles, de acompanhá-los no decorrer do tempo. São projetos artísticos em que são estabelecidas estratégias para criação de trajetórias próprias, mas que necessitam adquirir uma massa crítica com base na qual se disseminam e se reestruturam em novas configurações. (PRADO 2003 p.25).

Page 29: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

28

4. PROPOSTA DE AÇÃO

A proposta principal desse trabalho foi pensar em formas de abordagem do

ensino da arte através das tecnologias. Para chegar nesse objetivo, foi proposta

uma ação prática, como um método de ensino que prevê a integração das

tecnologias no ensino da arte em sala de aula. A abordagem passa dos

conteúdos gerais e teóricos descritos nesta pesquisa no capitulo 3, à ação

propriamente dita, que vamos detalhar abaixo. Essa ação já foi desenvolvida em

duas escolas públicas de Colombo, durante o ano de 2011 e 2012, será relatado

aqui um pouco sobre essa experiência.

Segundo Barbosa (2005, p.110) “para compreender e fruir a arte produzida

pelos meios eletrônicos, o público necessita de uma nova escuta e de um novo

olhar”.

Após o educando ter contato com o que é, e como funciona a arte

tecnologia, ter visto os ambientes virtuais, (os quais citamos a cima), estar ciente

das possibilidades e oportunidades que a grande rede pode oferecer, é hora de

colocar em prática os conhecimentos dos mesmos, a começar com a utilização

das câmeras digitais e celulares com câmeras, instrumentos tanto utilizados na

veiculação de imagens deles nas redes digitais. Neste trabalho discutiremos o

uso da fotografia digital na escola. O Objetivo aqui proposto é trabalhar com a

percepção, olhar criativo e o desenvolvimento do espírito crítico do educando,

contribuindo positivamente para o desenvolvimento deles.

No cotidiano os jovens e adolescentes fotografam o tempo todo

indiscriminadamente, seja para registrar momentos, coisas que estão fazendo ou

gostam, pessoas com quem convivem, lugares que visitam, entre tantos outros

registros. As imagens são feitas espontaneamente sem nenhum critério estético

ou artístico. Muitas vezes as fotos são sempre iguais do mesmo ângulo, sem

busca de alternativas e inovações.

[...] a percepção do olho humano isola um elemento dentro do conjunto e estabelece uma continuidade de visão de objeto em objeto, de plano a plano. A visão humana abrange todo o conjunto de elementos de uma cena ou de uma paisagem, mas não fixa vários objetos ou planos ao mesmo tempo. Nesse processo, o indivíduo seleciona, elege ou recusa, em função de suas impressões, objetos, planos, luzes e cores. A seleção realizada pelo olhar humano é psicológica. (MELLO, 1998 p. 34).

Page 30: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

29

Atividade 1

Novas possibilidades, perspectiva e registros.

Nesta atividade, o educando terá a oportunidade de olhar sob novos

ângulos, fotografar com imaginação:

A extensão do campo das imagens (fotografia, cinema, televisão) faz com que o sentido do imaginário seja deslocado na direção dos aparelhos de visão. Instituem-se novas mediações tanto na composição de imagens como na sua recepção/incorporação pelos sujeitos e espaços sociais. Porém, como afirma o filósofo francês, o imaginário ainda designa a relação da consciência (reflexiva, subjetiva) com o real, com outro lugar e com outro corpo por mediação das imagens. (LEFEBVRE, 1983 apud Barbosa 2000 p 75).

Pois, tendo como objetivo capacitar o sujeito da aprendizagem para

desenvolver o olhar, a percepção e a imaginação. Para isso estudamos a

perspectiva dos artistas e suas técnicas, por exemplo os artistas do

renascimento. Diante disso estivemos auxiliando os educandos na construção

de imagens sob campos e perspectivas diferentes.

Com uma máquina digital ou celular com câmera, orientou os educandos a

compor imagens fazendo uso da perspectiva, com a qual objetos pequenos

transformam-se em grandes, e os grandes ficam pequenos, possibilitando um

efeito visual diferente. Como podemos constatar nas figuras abaixo:

1 2

Page 31: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

30

3 4

(Trabalhos realizados por alunos da 8ª série 9ª ano de uma escola em Colombo).

Descrição da experiência: Durante a realização dos trabalhos os

educandos tiveram também a oportunidade de trabalhar em grupo, criar em

conjunto, alguns fizeram os trabalhos envolvendo os pais durante o passeio em

família no final de semana, como mostra a figura 4. Alguns dos educadores da

escola se interessaram e fizeram parte dos trabalhos deles, e relataram que

fizeram com os filhos em casa, “Acharam interessante o modo de fotografar”

assim relatou a professora de português. Durante um pesseio da escola vários

registros dos educandos e educadores que mantiveram a técnica da fotografia

estudada.

Nós representamos “algo”, se esse algo foi suficientemente subjetivado para nós. A fotografia, e as demais imagens técnicas, condensam o quanto de subjetividade, “modelos de percepção e formas de pensamento” (MELLO, 1998 p. 2).

Atividade 2

Depois de trabalhar com a olhar, a percepção, a imaginação e estudos de

perspectivas diferentes, nesta atividade eles trabalharam com luz e sombra,

continuando a observar o campo a ser fotografado.

Escrever com a luz, gravar com a luz, momento de flash, momento fotográfico, insight, abdução. Novas idéias nascem, signos crescem, e no processo denominado semeiose, o que era virtual torna-se real; a semiose como re-velação (revela-se o signo, vela-se o objeto, fustiga-nos o interpretante). Cada coisa neste momento ganha a sua Assinatura.(SANTAELLA, 1992 p. 7).

Page 32: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

31

Tendo com a atividade 02, o objetivo de desenvolver com os educando, o

uso da Luz e Sombra na fotografia.

Após trabalhar com a arte barroca, suas características, e artistas, o uso do

claro/escuro bem como o registro de paisagens, propor aos educandos releituras

de obras de artistas barrocos utilizando sempre o efeito de luz e sombra em

suas composições.

Ex:

5 6

A Ceia de Emaús, 1602,Caravaggio, (Releitura dos Educandos, Ceia de Emaús)

National Gallery, Londres.

7 8

Salomé com a cabeça de João Batista 1609, Caravaggio. ( Releitura dos Educandos, Salomé)

Palazzo Real – Madrid

Page 33: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

32

9 10

Enterro de Jesus 1602-1603, Caravaggio. (Releitura dos Educandos, Enterro de Jesus) Pinacoteca Vaticana, Vaticano

(Trabalho realizado por alunos do 2ª Ano do Ensino Médio de uma escola em Colombo).

Essa Experiência: proporcionou atividade de criação em grupo,

caracterização bem como a “observação mais detalhada do que e como esta

sendo fotografado”, como relatou um dos grupos que realizou o trabalho.

Foto é um acontecimento, um lugar de passagem pelo qual passamos, retemos, mas que nos escapa em imediaticidade. É uma percepção do espaço- tempo. Um espaço tempo de singularidades, margem singular de busca entre o perceber e o percebido. (FILHO, 2002 p.6).

Atividade 3

Utilizando novos recursos para compor a fotografia

Depois das observações de perspectiva e da luz e sombra, o educando vai

trabalhar com a decomposição de imagens, criando novos efeitos da visualidade

através da simbologia, “O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente”,

escreveu Freud em sua obra-prima A Interpretação dos Sonhos (Die

Traumdeutung 1999). Seguindo as idéias de Freud que a essência do sonho é a

realização de um desejo infantil reprimido; a vontade ou um desejo para o futuro

estarão sendo pensados e trabalhados na constituição de uma imagem

diferente.

Iniciar a atividade mostrando o movimento surrealista, seu manifesto,

influências, obras e artistas. E também os novos meios e fontes de inspiração

Page 34: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

33

artística como a Frottage, a Colagem, Assemblage, Foto-montagem e Pintura

Automática.

Depois orientar os educandos para listarem 3 sonhos (Algo que querem,

materialmente, sentimentalmente, ou seja para a vida). Esses sonhos serão

representados através de simbologia. Mas não desenhadas e sim recortes feitos

de imagens da internet com o uso de programas como o Photoshop, depois das

imagens selecionadas cria-se uma composição. Usar os efeitos do Photoshop.

Seguindo as idéias de Freud que a essência do sonho é a realização de um

desejo infantil reprimido; a vontade ou um desejo para o futuro estarão sendo

pensados e trabalhados na constituição de uma imagem diferente. Desta

entenderão o que são os símbolos e as representações existentes por detrás

deles, revelando um pouco de sua a personalidade.

Relato da experiência: Além de ter contato com obras e artistas, o

educando consegue pensar na realidade e no seu projeto de vida. Quando foi

realizada essa experiência, foi possível observar que muitos deles não têm um

projeto a longo prazo, não esperam algo melhor do futuro, mas quando eles

começam a descobrir do que gostam, esse querer do futuro aos poucos vai

aparecendo. E essa atividade, bem desenvolvida, questiona a busca por uma

vida de qualidade, em se tratando de educandos de escola pública, cujas rendas

familiares são baixas.

Atividade 4

As atividades anteriores possibilitaram um melhor uso dos equipamentos,

pelo educando seja na manipulação ou na percepção para os enquadramentos,

nesta próxima atividade estas percepções farão toda a diferença. “ A percepção

é uma porta que nos liga ao acontecer em torno de nós corresponde ao que

somos capazes de sentir e compreender”. (OSTROWER, 1987. p13).

O uso de imagens e vídeo durante a aula torna real, significativo o

conteúdo, porém, o incentivo a produção de imagens através dos programas

gráficos e de vídeos possibilita ao educando um conhecimento em arte mais

abrangente, bem como uma leitura de imagens e informações encontradas na

web melhores selecionadas e com possibilidade de criticas mais pertinentes,

Page 35: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

34

ajudando-o a escolher qual informação e imagem melhor se enquadra na sua

intencionalidade e entendo com mais facilidade.

4.1. DESCREVENDO A EXECUÇÃO DO PROJETO

Propor o cinema na escola possibilita a intimidade com o cinema, um

encontro com sua história, com diversos filmes de diferentes épocas; a leitura de

imagens em movimento, contextualização do filme com a vida, bem como o

acesso a montagens e efeitos, experiências que certamente ampliaram o

repertório dos educadores e dos educandos. “Desta forma, o professor e o

artista na escola podem ajudar os alunos a se tornarem espectadores criativos

do cinema e também realizadores”. (FRESQUET. 2008. p. 6).

Segundo FRESQUET. (2008, p.6), o objetivo consiste em aproximar os

educandos da arte cinematográfica e dos valores que lhes são próprios, isto é,

trabalho em equipe, capacidade de espera, criatividade, percepção e

sensibilidade. Durante as aulas os educandos devem elaborar um roteiro,

planejar a filmagem, assumir tarefas, transmitir e comunicar idéias, escutar e

dialogar com os outros. O projeto visa um resultado que não se limita apenas ao

filme, mas especialmente a todas as aprendizagens do processo, dos temas a

serem sugeridos a interdisciplinaridade. Na visualização de filmes, aprendem a

olhar a realidade com atenção, a pensar ou intuir como dar forma às idéias, a

partilhar decisões e explicar as próprias escolhas, o que, de alguma maneira,

constitui outra forma de se relacionar com o mundo e com os outros.

PROJETO DE AULA

Chamo de projeto de aula e não plano de aula, pois este trabalho requer

um número maior de aulas para ser realizado bem como um cuidado maior em

sua preparação e elaboração.

Durante as oficinas, se estabelece uma estreita vinculação entre a visualização e a prática. “Assistir filmes de grandes cineastas ajuda a compreender alguns aspectos essenciais desta arte e faz crescer a imaginação, o desejo de filmar e a atenção à realidade que nos rodeia”. (FRESQUET, 2008, p. 13).

Page 36: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

35

Este projeto levou 6 aulas para ser concluído, desde o início com a

visualização de partes de filmes e da história do cinema, até prática em grupo.

AULA 1

Na primeira aula iniciamos contando um pouco da história do cinema,

através dos Irmãos Louis, Auguste Lumiére e sua invenção : o cinematógrafo.

Esse recurso de associar a exposição oral dos conceitos e elementos relevantes

do que se apresentara em seguida, auxilia ao educando perceber a ligação entre

teoria e prática, tão presente na atividade artística. E para ilustrar, mostrar as

primeiras experimentações feitas pelos irmãos Lumiere, por exemplo: Chegada

de um trem á estação e A saída da fábrica.

11 12

LUMIÈRE, Louis. A Chegada do Trem à Estação, LUMIÈRE, Louis. A Saída Dos Operários da 1895. Fábrica,1895.

Depois, ainda como elementos de articulação da práxis no trabalho com a

arte, considerações sobre as importantes contribuições de Méliés ao cinema.

Meliés que era um mágico com os cortes e adulterando a película, conseguiu

fazer objetos sumir diante dos olhos. Utilizou da criação de imagens fantasiosas,

contando histórias e inventando a trucagem, o que ampliou o efeito da ilusão.

Diante dos olhos pessoas somem, com o truque de sobreposição e stop motion.

Page 37: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

36

Exemplo: A Viagem A Lua, O Homem Com A Cabeça De Borracha.

13 14

MÈLIÉS, Georges. Viagem A Lua, 1902. MÈLIÉS, Georges. O Homem Com A

Cabeça De Borracha, 190.

Com os efeitos da computação de hoje, para ilustrar essa proposição

usamos uma parte do filme ENDHIRAN.Robot. Difreção : S. Shankar. Sun

Pictures 2010, uma produção hollywoodiana mas produzida na Índia, o que lhe

dá a característica de um certo senso de humor. Postada no youtube como a

cena mais forçada do cinema, pois se vê claramente os efeitos de filmagem e

edição, os quais serão comentados com mais detalhes na próxima aula. Para

finalizar a primeira aula, traçar analogias dos efeitos utilizados por Méliés

15

ENDHIRAN.Robot. Difreção : S. Shankar. Sun Pictures 2010.

Nesta aula também se solicitou aos educandos para pesquisar no Youtube

o que seriam as nossas imagens de registro de hoje. Pois, na época dos irmãos

Page 38: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

37

Lumiére, o interesse na máquina do cinema era em grande parte pelo encanto

em ver imagens variadas de fatos interessantes, que até então simplesmente

não eram vistos. Algumas das imagens interessantes da época mostram coisas

cotidianas, como o almoço de um bebê ou pessoas jogando bocha nas ruas de

Paris, e também imagens espetaculares, como uma avestruz comendo o chapéu

de uma mulher. Foi refletido com os educandos também sobre como o Youtube

tem a mesma função hoje, a de dar visibilidade para imagens e ações às quais

não teríamos acesso. Mostrar posteriormente vídeos como a criança que saiu do

dentista falando coisas engraçadas sob o efeito da anestesia (o vídeo foi feito

pelo pai para mostrar aos parentes e acabou ficando famoso no mundo todo),

vídeos de situações engraçadas ou de gatos fazendo trapalhadas, etc.

AULA 2

Iniciamos a aula apresentando D.W. Griffith, cineasta norte- americano

que criou a montagem: Utilização de diversos planos de uma mesma cena, o

início da decupagem2. Bem como seus novos enquadramentos, iluminação e

maquiagem.

Para os educandos entenderem o que é, e principalmente visualizar a

decupagem, foram feitas uma série de perguntas problemas, que foram

ilustrados em partes de ação do Filme GLADIADOR, dirigido por Ridley Scott.

Scott Free Productions, 2000. Depois utilizou-se do filme Os Intocáveis, Brian De

Palma, 1987, para que os educandos pudesse exercitar seu olhar, pensar sobre

as técnicas de decupagem, planos, cortes e olhar direcionado.

Exemplo: Uma cena de luta entre os gladiadores e um anfiteatro, como no

caso do filme Gladiador. Esta cena é filmada em pontos diferentes e montada

em um laboratório.

2 A decupagem de um filme, ou de cada cena de um filme, é um processo que começa na planificação, se

concretiza na filmagem e assume sua forma definitiva na montagem. (DICIONÁRIO INFORMAL,

2012.p.01)

Page 39: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

38

16

GLADIADOR, dirigido por Ridley Scott. Scott Free Productions, 2000.

OBS: Ao passar a cena pediu que os educandos analisem atentamente os

diversos planos de uma cena de batalha no coliseu.

Também ao passar a famosa cena da escadaria do filme Os Intocáveis,

cujo é uma releitura do Encouraçado Potemkin onde, mostra vários planos,

cortes, bem como o olhar direcionado.

17

Os Intocáveis, Brian De Palma, 1987

OBS: Ao passar a cena pedir novamente que os educandos analisem os planos

e os cortes.

AULA 3

“A ideia fundamental é que, como em toda arte, no cinema não há

"respostas corretas”, nem objetivos predeterminados. As oficinas são propostas

didáticas baseadas em uma aprendizagem coletiva e criativa. Fazer cinema quer

dizer reinventá-lo em cada circunstância, para cada plano”. (FELDMAN;

APARICIO, 2007 apud FRESQUET. 2008. p. 10).

Foi solicitado a partir dessas informações e de uso nas produções

cinematográficas que os educandos começassem a pensar nas pequenas

Page 40: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

39

produções que terão entre 3 a 5 minutos. (Dividir a turma em quatro grupos,

onde cada um trabalhara segundo sua aptidão ou gosto, passar a seguinte

atividade).

Foi proposta para a produção que os educandos teriam que fazer uma

reflexão, portanto a atividade 01 era considerar quais pontos são fundamentais

para a elaboração de um curta metragem, a fim de despertar a curiosidade do

espectador. Para isso foi solicitado a eles que utilizassem a rede mundial de

computadores para pesquisar sobre os elementos constitutivos de um filme,

sendo os:

Argumento – (Que corresponde à história, como ela acontece e quem são

os personagens).

Direção- (Cabe ao diretor à escolha do elenco, cenários, figurino,

iluminação, cuidar dos enquadramentos).

Direção de fotografia – (O diretor de fotografias é responsável pela

iluminação da cena, a luz mais adequada)

Cenas; Como elas podem ser - (evolução, quando se constrói o enredo –

Interesse, cenas que suscitam atenção na próxima cena – Transição, cenas que

servem para ligar uma situação ou de um lugar a outro – Revira, Recomeço,

Pré-climax, Apogeu, Clímax, Encerramento, etc.).

Agora vamos começar a montagem do nosso trabalho, iniciando por

construir uma breve história, depois apresentando as indicações de diálogo, do

som e da música.

Vale lembrar que as imagens não seriam a mesma sem o som, a trilha

sonora mexe com a emoção do espectador, é a identidade do filme.

1. Breve história.

2. Indicação dos diálogos

3. Som e Música

Page 41: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

40

AULA 4

Novos horizontes

Trazer para as aulas os diversos curtas ilustrando os gêneros do cinema,

mostrando a importância de não ter vergonha na hora de atuar, de colocar em

prática as ideias pensadas. Uma vez que o ator incorpora o personagem3 ou

seja, utiliza-se do seu corpo e expressão para compor uma nova pessoa.

Trazer também cenas de comerciais, porexemplo “The Force", da

Volkswagen, estreando uma miniatura do famoso Darth Vader e inspirado na

franquia de cinema Star Wars, de George Lucas. 201,faz uma associação com o

clássico filme "Guerra nas Estrelas", de George Lucas mostra um menino

vestindo o traje de Darth Vader, o vilão do filme original, e treinando seus

"poderes" em diversas situações.

O comercial de Havaianas, estrelado por Rodrigo Santoro. O roteiro

aproveita o embalo da carreira do ator estar crescendo no exterior, onde as

Havaianas já são um sucesso, e o resultado é um filme que aborda com bom

humor o jeito de ser e a simpatia dos brasileiros.

18 19

MASHABLE E UNRULY. Comercial Volkswagen BBH London, Comercial Da Havaianas, “The Force”, 2011. “Rodrigo Santoro”, 2011

Os comerciais mostram em pouco tempo, uma informação completa, no

caso a divulgação do produto, através de imagens que criam uma pequena

3 Personagem na sua etimologia segundo o dicionário informal vem do latim: “ „per sona‟ significa

dizer "pelo som". Na Roma antiga, no teatro não havia atrizes, os homens faziam o papel feminino. Usavam mascaras, e a plateia os identificava "pelo som" que saia das mascaras, sem no entanto ver realmente a cara do ator. Daí a origem da palavra personagem ...” (DICIONÁRIO INFORMAL, 2012.p.01)

Page 42: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

41

história ou situação para divulgar o produto, seja de modo engraçado ou sério.

Para finalizar, mostrar erros de continuidade, transição de uma cena para outra,

e alguns efeitos que existem nos programas de edição: After Efftects, Premiere.

Como exemplo estes efeitos que educando usou em seu trabalho escolar:

21

(Projeto aula, “Pesadelo sem

Fim”.)

AULA 5

(Esta atividade ajudou os grupos a começar visualizar seu filme, cenas,

enquadramentos bem como onde será filmado).

ATIVIDADE 2

Nesta etapa os educandos já conheceram um pouco da história do cinema,

questões de filmagem, enquadramento, cortes. Na atividade primeira eles

criaram sua história. Nesta fase começa-se a criar um roteiro de como será

gravada esta criação. Ou seja, vamos fazer a decupagem das histórias, os

educandos dividiram cena do roteiro, depois no Story-Board4, desenharam os

enquadramentos. Neste momento do trabalho foi enfatizado que para construir

um filme é fundamental pensar as sequências do mesmo, visto que cada

sequência é constituída de cenas. Com base nessas informações é possível

definir a decupagem como o processo de decomposição do filme em planos.

O plano corresponde a cada tomada de cena, ou seja, á extensão do filme

compreendida entre dois cortes, o que significa dizer que o plano é um

4 Story-Board- Descrição visual de cada plano em pequenos desenhos. (RODRIGUES, Chris. O

CINEMA E A PRODUÇÃO. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007, p. 45).

Page 43: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

42

segmento continuo de imagem. A decupagem também indica os diálogos o som

e a música.

Plano geral- mais amplo, mostra todo um local e ou um espaço onde se passar a

cena

Plano conjunto – grupo de personagens.

Plano médio – personagem de corpo inteiro.

Plano americano – personagem mostrado dos joelhos para cima.

Primeiro plano – (close-up) – personagem mostrado da cintura para cima.

Primeiríssimo plano – rosto do personagem.

Plano detalhe - detalhe do rosto , do corpo ou de um objeto.

Sendo assim, foi indicado os planos para realizar realizar o Story-Board, o que

facilitara a filmagem da cena. Também decidir as funções que cada aluno

assumira.

Na experiência de fazer cinema, integram-se vários elementos (roteiro, iluminação, atores, montagem, etc.) e, em conseqüência, várias pessoas (cada uma com suas responsabilidades e habilidades). Com isso, cada aluno pode encontrar seu lugar, mostrar suas capacidades e descobrir virtudes e talentos que provavelmente não teria descoberto fazendo as atividades habituais da escola. Muitos deles encontram no cinema, pela primeira vez, uma linguagem e um modo e expressões dos quais não se sentem excluídos. (FRESQUET.2008 p. 12).

Nesta etapa com as histórias criadas, as falas separadas, o Story- Board

indicando os planos e enquadramentos, os alunos começaram a pensar o que

cada um irá fazer, segundo sua preferência, quem gosta de música optou por

cuidar dos efeitos sonoros e trilha sonora, quem gosta de atuar, de filmar e

assim por diante. E assim terminar todos os detalhes antes de começar a gravar

é que será decidido na próxima aula.

AULA 6

Com a atividade 1 e a 2 prontas agora é hora do educador orientar, o que

falta , o que pode ser colocado a mais, seja na história ou na edição, quanto as

idéias e fazer as considerações finais, para que em fim o curta possa começar a

ser gravado (ATIVIDADE 3). Também orientar para que cada grupo assista um

ou dois filmes que sejam parecidos quanto ao gênero da história criada pelos

grupos para que ampliem suas idéias e as cenas de seu curta.

Page 44: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

43

Depois de todo o trabalho filmado e editado, fazer a mostra dos curtas para

toda a escola, uma conversa sobre as experiências durante a realização do

trabalho e o resultado final.

4.2. A REALIZAÇÃO DOS TRABALHOS

Partindo da tese de que é possível ensinar e aprender arte na escola

com o uso das novas tecnologias e os meios eletrônicos do cotidiano,

reforçamos a relação entre conhecimento e produção. “O conhecimento das

artes tem lugar na interseção: experimentação, decodificação e informação. Nas

artes visuais, estar apto a produzir uma imagem e ser capaz de ler uma imagem

é duas habilidades inter-relacionadas” (BARBOSA, 2005, p. 17). Ações estas

que se constituem na Proposta Triangular, idealizadas pala autora Mae (1998),

segundo a qual o conhecimento em arte só acontece quando é possível quando,

“relacionar produção artística com apreciação estética e informação histórica”

(p.17). Sendo assim pouco a pouco o conhecimento foi sendo construído, hora

por parte do educador hora por busca e participação do educando, para

posteriormente fazer os trabalhos práticos, até chegar na construção de um

curta, onde envolve todos os sentidos, o ver, o pensar, ouvir, falar e criticar.

Durante a realização dos curtas, os educandos tiveram muitas idéias do

que fazer no filme e qual história contar, porém o que mais me chamou a

atenção foi o fato de que na maioria das histórias, os personagens morriam no

final, os enredos eram tristes e sempre envolviam violência. Talvez devido ao

seu cotidiano, que é local de conflito onde moram, pois são lugares violentos, ou

ao noticiário diário que passa na televisão.

Porém conforme o conhecimento foi se desenvolvendo, sobre a história

do cinema, como foram feitos certos filmes, e quando os educandos entenderam

que mesmo sendo um filme, uma ficção pode-se influenciar na vida de quem

esta assistindo, é uma forma de transmitir idéias, informações e

comportamentos, devagar as histórias foram mudando, de mortes e violência

passaram a trabalhar com a prevenções;

Page 45: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

44

Através da arte, é possível desenvolver a percepção e a imaginação para apreender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade crítica, permitindo analisar a realidade percebida e desenvolver a capacidade criadora de maneira a mudar a realidade que foi analisada. (BARBOSA, 2005, p.100).

Esta realidade pouco a pouco foi sendo analisada, criticada e

conscientizada, como por exemplo o uso de drogas, onde um dos grupos em

seu curta, conta uma história sobre as consequências da dependência química e

o circulo social que gira em torno do vício, onde para algumas pessoas não tem

volta, já para outras se sair o quanto antes é possível voltar a ter uma vida

normal, “plantando uma sementinha de esperança em quem assiste” relatou o

grupo quando apresentou seu curta. A intenção do grupo ao invés de todos

morrerem no final mostrando apenas que as drogas é um caminho sem volta, foi

alertar aqueles que pretendem fazer uso indevido de drogas e também mostrar

para quem é dependente que é possível buscar uma saída.

Desconstruir para reconstruir, selecionar, reelaborar, partir do conhecido e modifica-lo de acordo com o contexto e a necessidade são processos criadores desenvolvidos pelo fazer e ver arte, e decodificadores fundamentais para a sobrevivência no mundo cotidiano. (BARBOSA, 2005, p. 100)

Este fazer e ver arte não significa que os educandos estejam fazendo

arte, estão aos poucos aprendendo através da arte a manipular a tecnologia que

hoje lhes são oferecidas de modo crítico e criador, em vez de apenas usa-las

como mero passatempo, ou comunicações vazias, estão trabalhando com

sensibilidade no ver, ouvir, sentir e transformar.

Estas percepções e relações nos comportamentos do cotidiano ajudaram

no desenvolvimento da capacidade crítica e criadora dos educandos. Pois

durante todo o processo, criação da história, roteiro e gravações houve

envolvimento, trabalho em grupo, pesquisa, ensaios, contextualização,

julgamento de valores, de comportamentos e principalmente a conscientização

de trabalhar com a informação produzida sob forma de informar outras pessoas.

Já outro grupo foi atrás de informações sobre doenças sexualmente

transmissíveis, o preconceito em relação ao portador do vírus, como transmite,

para desmistificar alguns conhecimentos errados a respeito das doenças. Este

Page 46: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

45

grupo foi atrás de outros educadores, entre eles a professora de ciências5, para

obter informações, tirarem dúvidas. O tema escolhido gerou várias aulas para a

professora com toda a turma, até o grupo construir seu roteiro. Por fim, outro

grupo se destacou em seu curta devido às câmeras bem posicionadas, uma

trama de suspense muito bem elaborada e com direito a efeitos especiais.

Mesmo a escola não possuindo computadores com programas para edição de

imagens para que o educador pudesse ajudar na edição, os educandos deste

grupo baixaram por conta própria em sua casa e aprenderam sozinhos, sem a

ajuda do educador, a manipular os programas After Effects e Premire. O

educando que foi o diretor deste grupo ao final relatou, “Quero estudar cinema,

quero ser diretor...”. Durante a construção dos roteiros os educandos procuraram

também a educadora de português para esclarecerem algumas dúvidas quanto

à escrita. A comunidade escolar também participou das gravações, funcionários

da educação, mestres, pais, amigos, namorados (a). Foi um trabalho que

envolveu toda a escola.

Ao término dos trabalhos foi feito a primeira mostra de curtas da escola,

realizada em um auditório grande onde possibilitou a participação dos

educadores das diversas disciplinas, pais e familiares.

A interdisciplinaridade é a condição epistemológica da pós modernidade, e a interculturalidade, a condição política da democracia. A aliança entre essas duas condições basilares da vida, contemporâneas as tecnologias flexíveis e multiplicadoras, garantira um humanismo em constante reconstrução para responder ás imponderáveis e permanentes mudanças sociais. (BARBOSA, 2005 p. 111)

.

Mudanças estas que ajudou a toda comunidade escolar a entender que

um filme é uma forma de lazer, entretanto também é um produtor do saber, um

meio de explorar informações, um trabalho que atuou na recepção, no

entendimento, na construção de valores seja para a vida como para as artes

tecnolizadas como Ana Mae nos coloca;

5 Com isso vemos que a utilização pedagógica das novas tecnologias permite a

interdisciplinaridade, assim como a percepção por partes dos educandos de que o saber ocorre de maneira sistêmica e não isolado, fragmentada. Com isso ao procurar entender e usar o recurso para transmitir suas ideias, eles sentiram a necessidade de relacionar saberes demonstrando mais um valor para o uso desta atividade.

Page 47: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

46

Com a atenção que a educação vem dando ás novas tecnologias na sala de aula, torna-se necessário não só aprender a ensina-las inserindo-as na produção cultural dos alunos, mas também educar para a recepção, o entendimento a construção de valores das artes tecnolizadas, Formando um publico consciente. (BARBOSA, 2005 p. 111)

Os educandos que participaram destes projetos passaram a postar seus

trabalhos escolares, seus vídeos, fotos realizados sob novas perspectivas nas

redes sociais, ou seja, o conhecimento aos poucos sendo democratizado.

Sentiram-se mais confiantes em suas produções, sem preocupação do que os

outros vão falar, mas orgulhosos em exibir seus trabalhos, mais que isso

queriam produzir mais.

O que nos leva a acreditar que o ambiente tradicional de salas de aula,

onde o estudo direcionado segue sempre a mesma rotina, muitas vezes não

passa de apenas mais uma aula. Isso torna frequentes as reclamações dos

educandos, fazer as tarefas ou até mesmo criar nas aulas de arte. Na aula de

arte, as tecnologias digitais são meios importantes na construção do

conhecimento, na mediação das atividades, pela facilidade, rapidez no acesso a

informações, boas imagens e por concentrar a possibilidade do trabalho com

várias mídias (textos, fotos, desenhos, sons, vídeo etc.), que os educandos já

estão acostumados a usar. Portanto, quando chegar às novas tecnologias

adequadas, com boa funcionalidade e que todos possam ter acesso, as escolas

públicas junto com os seus agentes terão a oportunidade de renovar a sua

prática pedagógica, e apresentar seus projetos em compartilhamento públicos,

garantindo a democratização do ensino.

Page 48: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

47

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho partiu da necessidade de se discutir práticas tecnológicas no

ensino da arte, buscando verificar como são usadas as tecnologias digitais no

ensino e a repercussão dessas nas redes sociais. Neste trabalho mostramos as

diferentes tecnologias, as mais simples as mais avançadas, as grandes redes

sociais, os artistas trabalhando com tecnologias diversas formas, com mais

recentes e variadas tecnologias, de um sensor de presença, ao estimulo dos

sentidos (tato, visão, audição), entretanto as atividades práticas foram feitas com

simples tecnologias, partindo do principio das invenções e técnicas, não das

últimas e modernas tecnologias devido ao seu alto custo, a defasagem dos

recursos eletrônicos na escola. Pode ser que nas escolas não se tenha acesso

as ambientes de realidade virtual, mas o uso de fotografia e vídeo foi o objetivo

deste estudo desde o começo, justamente porque são à base das comunicações

sociais e porque é importante que o educando se torne protagonista nas redes

através do domínio dessas ferramentas. Por exemplo, eles podem ser

incentivados a produzir material informativo para educandos de outras séries, ou

a criar festivais próprios de foto e vídeo, envolvendo outros alunos e a

comunidade.

Porém, mesmo diante das dificuldades, da falta de recurso é importante

mostrar aos educandos as novidades, o que existe, o atualizando, mesmo que

só vai utilizar tais recursos no futuro, a final é para o futuro que estamos o

preparando. Mesmo diante de todas as dificuldades o resultado desse trabalho

foi excelente para toda a escola, para a comunidade escolar.

Além da ajuda da comunidade, é importante ressaltar a

interdisciplinaridade que projeto de aula possibilitou entre as disciplinas,

favorecendo no aprendizado, respondendo as dúvidas e inquietações dos

educandos. Melhorou não só o desempenho deles nas demais matérias, como

também no relacionamento com os educadores. Ao precisar dos educadores, os

educandos passaram a respeitar mais, a ouvir, por conseqüência melhores

notas foram observadas no final do bimestre. O relacionamento entre os próprios

educandos também melhorou, pois o tempo que se dedicaram ao realizar os

Page 49: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

48

trabalhos possibilitou um conhecimento melhor entre eles, e o respeito em

relação ao outro.

Os trabalhos foram postados nas redes sociais, as pesquisas, fotos, vídeos

produzidos durante a gravação também fizeram parte dos comentários dos

educandos, nas redes sociais, muitos amigos deles viram o que estavam

fazendo, uns queriam fazer também, outros queriam saber como estavam

fazendo. Fato este que mostra o educando passando adiante o que aprendeu,

influenciando, em fim o ensino sendo democratizado.

O uso de fotografia e vídeo (aliado ao compartilhamento e discussão nas

redes sociais) transforma a visão do educando a respeito de seu próprio espaço.

Não se trata somente de mobilizá-lo a produzir imagens, mas de incentivá-lo a

pensar nas imagens que produz, e a perceber que ele pode representar a

própria realidade, escolhendo como o faz, e que essa representação, em si,

transforma a realidade.

Assim, a arte não se apresenta como uma matéria distante do educando,

descolada de suas preocupações cotidianas e de suas ferramentas de

comunicação – pelo contrário, demonstra-se a fundamental imbricação da arte

com as questões de seu tempo particular e com a transformação do pensamento

que constrói o presente.

Page 50: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

49

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Maria Elizabeth de. Informática e Formação de Professores. Brasília:

MEC. SEED. 2001.

ARANTES, Priscila. @rte e mídia: perspectivas da estética digital. São Paulo:

Editora Senac, 2005.

BARBOSA, A. M. Dilemas da Arte/Educação como mediação cultural em

namoro com as tecnologias contemporâneas. apud BARBOSA, Ana Mae

(org.). Arte/Educação contemporânea: consonâncias Internacionais. Org.. São

Paulo: Cortez, 2005.

BARBOSA, A. M. INQUIETAÇÕES E MUDANÇAS NO ENSINO DA ARTE. São

Paulo: Cortez, 2003.

BERGAN, Ronald. CINEMA. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 2009.

BERTOLETTI, Andréa. Tecnologia Digital no Ensino da Arte: Perspectivas e

Desafios. 2011. Disponível em:

http://www.fap.pr.gov.br/arquivos/File/Comunicacao_2012/Pesquisa_e_PosGrad

uacao/Anais_ConexaoI/AndreaBertoletti_Tecnologia_Digital_no_Ensino_da_Arte

_Perspectivas_e_Desafios.pdf Acessado em: 20/04/2012.

BRUNER, JEROME S. UMA NOVO TEORIA DE APRENDIZAGEM. Rio de

Janeiro: Bloch Editores S.A., 1969.

CHAMARELLI FILHO, Milton. Fotografia, Percepção e Subjetividade. 2002.

Disponível em:

http://ufac.academia.edu/MiltonChamarelliFilho/Papers/1078867/Fotografia_Percepcao_

e_Subjetividade. Acessado em: 08/05/2012.

CHRIS, Rodrigues. O CINEMA E A PRODUÇÃO. Rio de Janeiro:Lamparina,

2007.

DICIONÁRIO INFORMAL, PERSONAGEM. 2012. Disponível em:

http://www.dicionarioinformal.com.br/personagem/. Acessado em: 11/07/2012.

FRESQUET, Adriana Mabel. Fazer cinema na escola: pesquisa sobre as

experiências de Alain Bergala e Núria Aidelman Feldman. Anais do 31º

Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-graduação em Educação

(ANPED- GT de Educação e Comunicação). Caxambu, 2008. Disponível em:

http://www.anped.org.br/reunioes/31ra/1trabalho/GT16-4996--Int.pdf Acessado

em: 09/05/2012.

Page 51: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

50

GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo : Editora

UNESP, 1991.

LEÃO, R. C.; REIS, M.; SANTANA, R.; SANTOS, M.S.T. Juventude rural e

ciberespaço: as apropriações e usos das mídias sociais pelos jovens Do

Município De São João-Pe. 2010. Disponível em:

http://www.sigeventos.com.br/jepex/inscricao/resumos/0001/R0958-1.PDF

Acessado em: 04/04/2012.

LEVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da

informática. 1. ed. Lisboa: Instituto Piaget, 1992.

MELLO, Maria Teresa Bandeira de. Arte e fotografia: o movimento pictorialista

no Brasil. Rio de Janeiro: Funarte, 1998.

MELLO, Maria Teresa. ARTE E FOTOGRAFIA: O movimento pictorialista no

Brasil. Rio de Janeiro: Funarte, 1998.

MORIGI, Valdir José.Tecnologias de informação e comunicação: novas

sociabilidades nas bibliotecas universitárias. Disponível em:

http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/viewArticle/72/68. Acessado em:

17/07/2012.

OSTROWER, Fayga. Criatividade e processo de criação. 13 Ed. Petrópolis:

Vozes, 1987.

PRADO, GILBERTO. Arte telemática: dos intercâmbios pontuais aos ambientes

virtuais multiusuário. São Paulo: Itaú Cultural, 2003. Disponível em:

http://www.cap.eca.usp.br/gilbertto/textos%20publica/2003-

Arte_telematica_dos_intercambios_pontuais_aos.pdf Acessado em: 10/02/2012.

_____. Experiências Artísticas em Redes,Telemáticas.2000. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/ars/v1n1/05.pdf. Acessado em: 07/03/2012.

REIS, Pedro; SILVA, FÁTIMA. Ensino à Distância: Desafios Pedagógicos.

2011. Disponível em:

http://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/2324/3/cibertxt_4_cardina_francisco_reis_pt

.pdf Acessado em: 08/06/2012.

SANTAELLA, L. CULTURAS E ARTES DO PÓS HUMANO, DA CULTURA

DAS MÍDIAS Á CIBERCULTURA. São Paulo: Paulus, 2003.

VYGOTSKY, L. S. LINGUAGEM, DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM.

São Paulo: Icone, Univesidade de São Paulo, 1988.

Page 52: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

51

WIKIPÉDIA. Cibercultura. 2012b. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cibercultura. Acessado em: 15/06/2012.

WIKIPÉDIA. Novas tecnologias de informação e comunicação. 2012a.

Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Novas_tecnologias_de_informação_e_comunicação.

Acessado em: 11/05/2012.

Page 53: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

52

ANEXOS

Fotos Do Projeto Aula

(Suspense)

(Suspense)

(Suspense)

Page 54: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

53

(Suspense)

(Duas Amigas uma Traição)

(Duas Amigas uma Traição)

Page 55: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

54

(Duas Amigas uma Traição)

(Duas Amigas uma Traição)

(HIV, Aids)

Page 56: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lucimara Aparecida Vaztcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/02/PRATICAS-TECNOLOGICAS... · como constatamos no seguinte trecho de Vygotsky, que em

55

(HIV, Aids)

(HIV, Aids)