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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ TAWNNY KIM KARASAWA BEM-ESTAR ANIMAL EM AVICULTURA DE CORTE CURITIBA 2013

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

TAWNNY KIM KARASAWA

BEM-ESTAR ANIMAL EM AVICULTURA DE CORTE

CURITIBA

2013

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

TAWNNY KIM KARASAWA

BEM-ESTAR ANIMAL EM AVICULTURA DE CORTE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

requisito parcial para obtenção do título de Médico

Veterinário no Curso de Medicina Veterinária,

Universidade Tuiuti do Paraná.

Orientador acadêmico: Prof. Dr. Welington Hartmann

Orientador profissional: Med. Vet. Warlen Macedo

CURITIBA

2013

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TERMO DE APROVAÇÃO

TAWNNY KIM KARASAWA

BEM-ESTAR ANIMAL AVICULTURA DE CORTE

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a obtenção do título de Médico Veterinário outorgado pela Universidade Tuiuti do Paraná

Curitiba, 02 de novembro 2013.

_______________________________________

Medicina Veterinária

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador: Prof. Dr. Welington Hartmann

Universidade Tuiuti do Paraná

Prof. Msc. Carlos Henrique do Amaral

Universidade Tuiuti do Paraná

Prof. Dr. Celso Grigoletti

Universidade Tuiuti do Paraná

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AGRADECIMENTOS

Agradeço de forma incondicional aos meus pais, por todo sacrifício durante

esses anos de graduação, por jamais deixarem desistir ou desanimar. Obrigada

pelos puxões de orelha, incentivo e por sempre acreditarem que tudo isso fosse

possível.

Aos meus irmãos Aylin e Yuri pelo apoio e amor meio torto, porém essencial.

Eu amo vocês.

Aos meus tios Edison e Evelyn por me acolherem como filha, pelas

oportunidades, incentivo e disposição e aos meus primos Fernando e Amanda pela

paciência e todo companheirismo.

Aos meus avos Araci e Yukio por todo o investimento, apoio e por todas as

vezes que se dispuseram estar aqui por mim, obrigada por tudo.

Aos meus amigos e colegas de Faculdade, em especial ao Marcelo Coradin

que sempre esteve disposto a me ajudar e a me ensinar durante os momentos mais

difíceis, a Haline Ribeiro pela amizade, paciência e companheirismo desde as

primeiras semanas de aula até o dia de hoje, a Karoline Soek e a Mariani Miranda

por sempre dividir seus conhecimentos e os resumos da matéria na hora do

desespero. A Thamires Zanolini que fez com que eu acreditasse no quanto as

pessoas são surpreendentes, e no quanto uma amizade pode crescer e se tornar

especial em tão pouco tempo. A Sol D’Arbore por toda a preocupação e carinho que

sempre teve por mim, pela amizade e pelos momentos de desabafo. A Mônica

Maciel pelas caronas. A Pêre Arruda que apesar de estranha me rendeu boas

conversas. A Morgana por me fazer ver que a primeira impressão nem sempre é a

verdadeira. A Liédge Simioni, Aline Fonseca, Zuma Marques pelas risadas, festas e

por tornar o estágio na fazenda muito mais divertido.

Aos amigos da vida, Murilo e Monique pelos abraços apertados quando tudo

ficava difícil e quando vontade de desistir era grande, pelo amor e pela amizade de

tantos anos. A Mariana Banhos por todos os anos de amizade e por toda a paciência

ao me ouvir reclamar sobre o curso, sobre a vida sem nunca deixar de ter a palavra

certa, sem deixar de ser meu porto seguro. A Poly Rosenberg pela distração, risadas

e conforto quando tudo parecia errado. A Mariana Panzera pelo poço de paciência,

incentivo e apoio incondicional de sempre. A Carolina Pasin por ser meu exemplo de

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superação, dedicação e orgulho. A Ana Paula Marinho pelas conversas de

superação, otimismo e por ser o caminho certo enquanto eu me perdia.

Ao meu orientador profissional Warlen Macedo e a Rafaela Hanae Osera pela

amizade, paciência, dedicação e por compartilhar seus conhecimentos profissionais.

A empresa Averama Agro Industria Parati e integrados pela experiência

profissional e de vida, agradeço principalmente aos funcionários do Incubatório

Panorama, pela simpatia e amizade e pela forma acolhedora que me receberam.

A todos os professores do curso, em especial ao professor Sebastião Borges

pela oportunidade de estágio e a professora Anderlise Borsoi pela atenção,

paciência, oportunidade de crescer e por ter alimentado minha paixão na área

avícola desde o primeiro semestre do curso.

Muito obrigada ao meu orientador Welignton Hartmann, pelo carinho, ajuda

paciência e principalmente pelo infinito conhecimento passado durante toda a vida

acadêmica.

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Dedico este trabalho a razão da minha vida, meus pais Edson e

Sandra, meus irmãos e sobrinha, Aylin, Yuri e Isabella.

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“Se existe magia em lutar além dos limites da resistência,

esta é a mágica de arriscar tudo por um sonho que ninguém enxerga,

só você.”

Million Dollar Baby

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RESUMO

O estágio foi realizado na empresa Averama – Agro Industrial Parati, na área de

avicultura de corte, no Noroeste do Paraná. As atividades de acompanhamento da

avicultura de corte incluíram o manejo no incubatório, fomento agropecuário e

processo de abate de aves, das linhagens Cobb, Ross e Hubbard. Na área de

fomento foram visitados 479 produtores. Foi desenvolvido durante o estágio o

trabalho de conclusão do curso contendo revisão bibliográfica atualizada sobre bem-

estar animal em avicultura de corte, tendo como base protocolos de bem-estar já

existentes, sendo dessa forma possível aprofundar e discutir cada item de produção.

O bem-estar animal estende-se em todo o elo da cadeia avícola, abrangendo temas

como nutrição, saúde, comportamento, liberdades e ambiência, além de abordar a

presença ou não sofrimento animal durante toda fase de produção. Com base na

atual escala de produção, é importante ressaltar que dos itens que as indústrias

investem para o bem-estar das aves, destaca-se a sanidade avícola, biosseguridade

e biossegurança, manejo e boas práticas de produção.

Palavras-chave: avicultura de corte, bem-estar, fomento, incubatório, manejo

.

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ABSTRACT

The training course was conducted in the company Averama - Agro Industrial Parati,

in cutting poultry area, in the Northwest of Paraná. Follow-up activities included the

cutting of poultry farming in the hatchery management, promoting agricultural and

poultry slaughtering process, Cobb lineages, Ross and Hubbard. In the area of

promotion have been visited 479 producers. It was developed during the stage of

completion of the course work containing updated bibliographical review about

animal welfare in poultry farming, based on existing wellness protocols, being thus

possible to deepen and discuss each item. Animal welfare extends throughout the

poultry chain, covering topics such as nutrition, health, behavior, freedoms and

ambience, as well as addressing the presence or no animal suffering throughout the

production stage. Based on the current scale of production, it is important to note that

the items that industries investing for the welfare of the birds.

Keywords: poultry farming, cutting welfare, promotion, hatchery, handling.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – FRIGORIFICO SITUADO EM RONDON-PR............................ 16

FIGURA 2 – FRIGORIFICO SITUADO EM SANTO INÁCIO-PR.................. 16

FIGURA 3 – INCUBATÓRIO SITUADO EM NOVA OLÍMPIA-PR................. 17

FIGURA 4 – FRIGORIFICO E FÁBRICA DE RAÇÃO SITUADO EM

UMUARAMA-PR.......................................................................

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FIGURA 5 – OVOS TRINCADOS.................................................................. 19

FIGURA 6 – OVOS DESCARTES................................................................. 20

FIGURA 7 – DENSIDADE............................................................................. 20

FIGURA 8 – OVOSCOPIA NA SALA DE OVOS........................................... 21

FIGURA 9 – INCUBADORA E CARRINHOS EM DESCANSO..................... 22

FIGURA 10 – OVOSCOPIA INCUBADORA PARA RETIRADA DOS OVOS “CLAROS”.................................................................................

22

FIGURA 11 – MÁQUINA VACINADORA: RETIRADA DOS OVOS "CLAROS", VACINAÇÃO IN-OVO E TRANSFERÊNCIA DOS OVOS........................................................................................

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FIGURA 12 – OVOS PARA TESTE DE MORTALIDADE EMBRIONÁRIA (QUEBRA DE RESÍDUOS).......................................................

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FIGURA 13 – TESTE DE MORTALIDADE EMBRIONÁRIA (QUEBRA DE

RESÍDUOS) DETECÇÃO DE MORTALIDADE 18-15 DIAS....

25

FIGURA 14 –

FIGURA 15 –

FIGURA 16 –

FIGURA 17 –

FIGURA 18 –

MÁQUINA DE VACINAÇÃO VIA SPRAY.................................

RECEBIMENTO DOS PINTOS DISTRIBUIÇÃO UNIFORME

ENTRE OS ESPAÇOS, COMEDOUROS INFANTIS PAPEL

KRAFT NO CHÃO.......................................

PREPARO DA VACINA EM ÁGUA DE BEBIDA......................

NECROPSIA PARA CONTROLE SANITÁRIO E

MONITORAÇÃO DO LOTE......................................................

MOMENTO DA APANHA..........................................................

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LISTA DE SIGLAS

PNSA Programa Nacional de Sanidade Avícola

IF Inspeção Federal

OIE Organização Mundial da Saúde Animal

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 14

2 DADOS DO ESTÁGIO........................................................................... 15

2.1 Orientador acadêmico............................................................................ 15

2.2 Orientador profissional........................................................................... 15

2.3 Duração do estágio................................................................................. 15

3 LOCAL DO ESTÁGIO............................................................................ 15

3.1 INCUBATÓRIO....................................................................................... 17

3.1.1 Sala de ovos........................................................................................... 19

3.1.2 Sala de incubação ................................................................................. 21

3.1.3 Sala de transferência ............................................................................. 22

3.1.4

3.1.5

3.1.6

3.2

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4.1

4.2

4.2.1

4.2.2

4.2.3

4.2.4

4.2.5

4.4

4.5

4.6

4.6.1

4.6.2

4.6.3

Sala de nascedouros .............................................................................

Sala de coleta, sala de pintos e expedição............................................

Limpeza e desinfecção...........................................................................

FOMENTO AGROPECUÁRIO EM AVICULTURA DE CORTE E

ABATEDOURO DE AVES.......................................................................

REVISÃO BIOBLIOGRÁFICA................................................................

CONCEITO DE BEM-ESTAR.................................................................

BEM-ESTAR ANIMAL APLICADO À PRODUÇÃO EM GRANJAS DE

ABATE.....................................................................................................

Instalações e equipamentos...................................................................

Ambiente................................................................................................

Temperatura...........................................................................................

Densidade..............................................................................................

Programa de luz......................................................................................

ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO...............................................................

BIOSSEGURIDADE E BIOSSEGURANÇA............................................

BEM-ESTAR APLICADO A MEDIDAS PÓS INSENSIBILIZAÇÃO DE

PRÉ-ABATE E ABATE............................................................................

Pré-Abate...............................................................................................

Manejo de carregamento e transporte...................................................

Área de espera das aves........................................................................

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4.6.4

4.6.5

4.6.6

4.6.7

4.6.8

4.6.9

4.6.9.1

4.6.10

4.6.11

4.7

4.7.1

4.7.2

4.7.3

4.7.4

4.8

4.8.1

4.8.2

4.8.3

4.8.4

4.8.5

4.8.6

4.10

5.0

Padrões para avaliações de ambientes e conforto térmico das aves....

Descarga dos caminhões.......................................................................

Pendura das aves...................................................................................

Abate emergencial..................................................................................

Parada de linha......................................................................................

Método de insensibilização....................................................................

Manutenção preventiva do equipamento da insensibilização.................

Ajuste dos equipamentos.......................................................................

Procedimento de sangria........................................................................

FREQUÊNCIA DE MONITORAMENTO DE BEM-ESTAR.....................

Área de espera das aves........................................................................

Controle de insensibilização...................................................................

Controle dos tempos..............................................................................

Comportamento pós-insensibilização.....................................................

AÇÕES CORRETIVAS...........................................................................

Descanso das aves................................................................................

Contenção para o transporte..................................................................

Descarga e pendura...............................................................................

Controle de equipamentos e comportamento das aves após

insensibilização.......................................................................................

Sangria....................................................................................................

Controle dos tempos...............................................................................

VERIFICAÇÃO........................................................................................

CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................

REFERÊNCIAS.......................................................................................

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1. INTRODUÇÃO

A avicultura é o setor do agronegócio brasileiro que mais investiu em

tecnologia nos últimos 20 anos, proporcionando uma significativa evolução na

produção. O dinamismo desta atividade está atrelado aos constantes ganhos em

produtividade, devido à melhora dos índices de conversão alimentar, melhoramento

genético, maior automação dos aviários e melhor manejo (APA, 2005).

Dentre as áreas da produção pecuária, a avicultura de corte foi aquela em

que ocorreram os maiores avanços tecnológicos (BECKER, 2006).

Para o crescimento da avicultura, assim como outros setores da pecuária, as

inovações tecnológicas implantadas, por um lado, atingiram o objetivo principal, de

aumento da produtividade na pecuária, mas, por outro lado, trouxeram, em sua

maior parte, um grande prejuízo ao bem-estar dos animais (MOLENTO; BOND,

2008).

O Brasil é um dos maiores exportadores de carne de frango do mundo e

segundo a UBABEF (2013), as exportações do setor avícola brasileiro totalizaram

três milhões de toneladas entre janeiro e setembro deste ano. Assim, o Brasil ocupa

posição de destaque situando-se como o maior exportador e o terceiro maior

produtor de carne de frango no mundo (ALBINO, 2010). A exportação é um mercado

crescente que impulsiona cada vez mais a produção de frango de corte no país. O

mercado externo é muito exigente e tem estado muito mais preocupado e atento ao

tipo de criação e tratamento dado aos animais de produção de carne e outros

produtos comestíveis. Os importadores querem garantia de que os animais não

estejam submetidos á maus tratos ou sofrimento. Países exportadores como o

Brasil, precisam focar e cumprir as diversas regras de bem-estar animal na produção

e abate dos animais, adequando-se assim ao que o mundo (mercados compradores

e consumidores) tem dado cada vez mais importância a este tema.

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2. DADOS SOBRE O ESTÁGIO

As atividades de estágio curricular, na empresa Averama Agro Industrial

Parati abrangeram os setores de fomento de frango de corte, incubatório e

abatedouro.

2.1. ORIENTADOR ACADÊMICO

A orientação acadêmica foi realizada pelo Professor Doutor Welington

Hartmann responsável pelas disciplinas de Extensão Rural, Elaboração de Projetos

Agropecuários, Produção de Grandes Ruminantes, Fisiopatologia da Reprodução,

Clínica Médica de Ruminantes, Biotecnologia da Reprodução no curso de Medicina

Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

2.2. ORIENTADOR PROFISSIONAL

O estágio profissional foi orientado pelo Médico Veterinário Warlen Macedo,

responsável técnico e gerente do fomento na região de Rondon-Paraná na empresa

Averama Agro Industrial Parati.

2.3. DURAÇÃO DE ESTÁGIO

A carga horária total cumprida foi de 414 horas

2.4. LOCAL DE ESTÁGIO

A Averama iniciou suas atividades em 1994, em Rondon-Paraná. Quatro anos

depois, em 1998, assumiu uma estrutura inacabada em Umuarama e criou uma das

maiores unidades de abate do Paraná. Representada por um sólido grupo

empresarial, a empresa atende o mercado de alimentos, comercializando frango de

corte com alta qualidade, com forte participação na região Sul do Brasil, além de

alguns países do mercado externo como o Japão, África, América Latina e,

certificada com o Selo Halal (alimentos que tem seu consumo permitido pelos

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islâmicos, desde que o animal tenha sido abatido seguindo os preceitos da religião).

Os países do Oriente Médio também recebem suas mercadorias. O grupo conta com

dois frigoríficos e abate diário de aproximadamente 150.000 frangos na cidade de

Umuarama e Rondon (Figura 1). O abatedouro da cidade de Rondon opera com a

marca Pramin. Um terceiro frigorifico com abate de 210.000 frangos por dia na

unidade de Santo Inácio (Figura 2) e pertencente a BR Frangos que entrou em fusão

com a Averama em outubro de 2012, faz parte da empresa. Para atender os mais de

sete mil clientes entre os pequenos varejistas até os grandes atacadistas, são

criadas cerca de quatro milhões de aves em granjas próprias.

FIGURA 1 FRIGORÍFICO SITUADO EM RONDON-PR

Fonte: Google maps

FIGURA 2 – FRIGORIFICO SITUADO EM SANTO INÁCIO-PR

Fonte: Skyscrapercity (2011)

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Em âmbito nacional, a Averama é reconhecida como um dos principais

produtores individuais de frango de corte e também é considerada a maior

compradora de ovos férteis, possuindo um incubatório próprio na cidade de Nova

Olímpia – PR (Figura 3), com capacidade de armazenamento de cerca de dez

milhões de ovos. A empresa também trabalha com núcleos de matrizeiros na cidade

de Roncador, produzindo cerca de 2.800 milhões de ovos férteis por mês.

FIGURA 3 – INCUBATÓRIO SITUADO EM NOVA OLÍMPIA-PR

Fonte: Google maps

Sua sede principal é localizada na região noroeste do Paraná, no município

de Umuarama, onde também se encontra o controle administrativo e a fábrica de

ração (Figura 4). A empresa conta com uma estrutura de equipamentos de alta

tecnologia e um departamento responsável por todo o Controle de Qualidade,

garantindo a segurança dos alimentos durante toda a linha de produção. Visando

agilizar o processo de saída dos produtos, bem como o abastecimento das próprias

indústrias, a companhia possui uma frota própria de 200 veículos para auxiliar na

logística, no transporte e no fomento.

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FIGURA 4 – FRIGORÍFICO E FÁBRICA DE RAÇÃO SITUADO EM UMUARAMA-PR

Fonte: Fabiano Boiadeiro (2010)

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3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO

As atividades durante o estágio foram realizadas desde a fase de incubação

de ovos férteis até o momento do abate dos frangos de corte.

3.1. INCUBATÓRIO

No incubatório foi possível acompanhar desde a recepção dos ovos até a

expedição dos pintos.

3.1.1. SALA DE OVOS

O processo iniciava pela recepção das caixas dos ovos na sala de ovos que

imediatamente eram organizados por lote e idade. Dez funcionários eram

responsáveis pela classificação dos ovos na empresa, descartando assim ovos

trincados (Figura 5) ou com algum tipo de deformidade (Figura 6), tais como ovos

grandes ou pequenos demais, finos, redondos, ovos com cascas finas, rugosas,

sujas de cama ou com sangue. Era realizada também a correção da posição do ovo

na bandeja (a ponta mais fina do ovo sempre para baixo, evitando posteriormente

morte do embrião durante a incubação ou na vacinação in ovo).

FIGURA 5 – OVOS TRINCADOS

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FIGURA 6 – OVOS DESCARTE

Após a classificação, os carrinhos eram estocados na sala de estocagem a

uma temperatura de 21°C. Após 24 horas, eram levados para descanso e pré-

aquecimento em frente às máquinas por oito horas a uma temperatura entre 23 a

25°C. Além da classificação, na sala de ovos realizava-se a pesagem, densidade

(Figura 7) e ovoscopia por amostragem (Figura 8). A pesagem em especial era

realizada para controle posterior do peso pintainho/ovo durante toda a fase até o

nascimento.

FIGURA 7 – DENSIDADE

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FIGURA 8 – OVOSCOPIA NA SALA DE OVOS

3.1.2. SALA DE INCUBAÇÃO

Após oito horas de descanso e pré-aquecimento os carrinhos organizados por

lote eram transferidos para as incubadoras de estágio múltiplo, onde permaneciam

por 19 dias (Figura 9). Nestas salas a umidade (50-62%) e temperatura (37°- 38°C)

eram controladas de hora em hora por operadores treinados, além da verificação da

ventilação e monitoramento da viragem automática dos ovos a qual previne

aderência do embrião na membrana da casca do ovo.

No décimo dia de incubação realizava-se a retirada dos ovos “claros” de cada

lote diretamente das incubadoras, processo feito através da ovoscopia (Figura 10),

para posteriormente em um local apropriado, realizar a quebra dos mesmos. Esse

processo de quebra permitia a avaliação da eclodibilidade do lote e fertilidade das

matrizes, classificando ovos como inférteis e os ovos cujo embrião sofreu morte no

período de zero a quatro dias.

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FIGURA 9 – INCUBADORA E CARRINHOS EM DESCANSO

FIGURA 10 – OVOSCOPIA INCUBADORA PARA RETIRADA DOS OVOS “CLAROS”

3.1.3. SALA DE TRANSFERÊNCIA

No 19° dia os ovos eram encaminhados para a sala de transferência. Nesta

sala os ovos eram transferidos através de sucção da bandeja de incubação para a

bandeja de nascimento, sendo depositados delicadamente dentro da bandeja de

nascimento.

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Primeiramente um sistema de detecção e rejeição dos ovos através de um

sistema de feixes de luz, mantinha na bandeja os ovos com pintos vivos e

descartava o restante classificados com pintos mortos ou ovos inférteis. Os ovos que

permaneciam na bandeja eram encaminhados através de uma esteira para o

processo de vacinação in ovo contra doença de Gumboro, doença de Marek e

Bouba Aviária, conforme a exigência do comprador ou dos desafios sanitários da

região que os pintos eram enviados (Figura 11). Após todo processo da máquina, os

ovos eram pesados novamente e enviados para os nascedouros.

FIGURA 11 – MÁQUINA VACINADORA: RETIRADA DOS OVOS "CLAROS", VACINAÇÃO IN-OVO E TRANSFERÊNCIA DOS OVOS

3.1.4. SALA DE NASCEDOUROS

Nas salas de nascedouros os pintos eram mantidos durante

aproximadamente dois dias. A cada meia hora, os operadores do nascedouro

verificavam a temperatura e a umidade da sala e da máquina, assim como a

marcação da eclosão dos ovos para verificar o pico de eclosão de cada lote. Os

pintos eram retirados desta sala e enviados para sala de coleta quando a maior

parte deles apresentassem penugens e estivessem com pescoço úmido.

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3.1.5. SALA DE COLETA, SALA DE PINTOS E EXPEDIÇÃO

Na sala de coleta os pintos eram separados dos fragmentos de casca,

classificados e descartados os refugos (pintos com anomalias, onfalite, umbigo

aberto ou com qualquer outra anomalia que prejudicasse o crescimento dos mesmos

no campo), contados em centenas e colocados em caixas de plástico. Os ovos não

nascidos que sobravam nas caixas eram separados para mais tarde ser realizado o

teste de mortalidade embrionária (quebra de resíduos). O teste compreendia em

identificar o erro, lugar e o fator que impediu o nascimento (Figuras 12 e 13). De

acordo com exigência do comprador ou da granja a ser enviadas as aves, também

era realizada a sexagem manual, pela observação da plumagem das asas, e assim

colocados em caixas de cores diferentes. Após classificados os pintos eram

transferidos para o repasse, onde eram vacinados via spray contra bronquite

infecciosa aviária (Figura 14), pesados e selecionados novamente. Sequencialmente

ao repasse, os pintos eram encaminhados para a sala de expedição, carregados nos

caminhões pinteiros e transportados às granjas.

FIGURA 12 – OVOS PARA TESTE DE MORTALIDADE EMBRIONÁRIA (QUEBRA DE RESÍDUOS)

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FIGURA 13 – TESTE DE MORTALIDADE EMBRIONÁRIA (QUEBRA DE

RESÍDUOS): DETECÇÃO DE MORTALIDADE 15-18 DIAS

FIGURA 14 – MÁQUINA DE VACINAÇÃO VIA SPRAY

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3.1.6 LIMPEZA E DESINFECÇÃO

Para desinfecção em todo incubatório e principalmente nas incubadoras era

aplicado AVT-F (cloreto de alquil dimetil benzil amônio e cloreto de didecil dimetil

amônio) durante dois dias agindo contra de fungos, bactérias e leveduras. AVT- 450

(associação entre amônia quaternária, glutaraldeído, aldeído etanólico e

potencializadores químicos) para os cinco dias restantes da semana potencializando

a desinfecção. Eram dispostas velas anti fungi nas incubadoras, nascedouros, sala

de ovos e túneis de ventilação. Nos pedilúvios de entrada dos corredores as

esponjas eram encharcadas de AVT-40 (associação de desinfetante e detergente a

base de amônia quaternária e potencializadores químicos) e para limpeza e

desinfecção do sistema de ventilação (adiabáticos) utilizava poly-phen (desinfetante

viricida, bactericida, fungicida, oocisticida e esporicida constituído pela associação

de grupos fenólicos sintéticos).

Para limpeza, eram utilizados sabão em pó (Mustang Pluron) para lavação

dos banheiros, nascedouros e detergente alcalino clorado para bandejas de

transporte de ovos, bandejas de incubação, caixas de transporte de ovos, caixas de

eclosão e expedição e hipoclorito de sódio para limpeza de pisos.

3.2. FOMENTO AGROPECUÁRIO EM AVICULTURA DE CORTE E

ABATEDOURO DE AVES

No fomento foram realizadas visitas técnicas às propriedades integradas,

cada técnico era responsável por supervisionar um determinado número de

propriedades e região, sendo que a meta estipulada pela empresa era de no mínimo

quatro visitas por lote, além das eventuais chamadas de emergência. As visitas

englobavam assistência sobre o manejo, ambiência, acompanhamento do

alojamento e saída carregamento para o abate.

Na recepção dos pintos observava-se se os pinteiros estavam corretamente

montados verificando o espaço, temperatura, ventilação, equipamentos, presença de

comedouros infantis abastecidos com ração, cama, presença de papel Kraft no chão

a fim de incentivar os pintos comerem e a programação correta do painel de controle

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nos galpões de pressão negativa regulando exaustores, temperatura, umidade de

acordo com a idade das aves.

Durante a recepção era importante observar o número total de caixas

descarregadas e a quantidade certa de pintos distribuídos ao longo dos espaços do

pinteiro, respeitando o bem-estar dos mesmos (Figura 15). Após o descarregamento

realizava-se a pesagem por meio de amostragem a fim de obter peso médio do lote

recebido.

FIGURA 15 – RECEBIMENTO DE PINTOS: DISTRIBUIÇÃO UNIFORME ENTRE OS ESPAÇOS COMEDOUROS INFANTIS, PAPEL KRAFT NO CHÃO

Durante a criação dos frangos de corte eram realizados acompanhamentos

de vacinações via água de bebida usada como reforço às vacinas aplicadas in ovo

contra Doença de Gumboro em regiões onde o desafio era maior (Figura 16).

Necropsias com objetivo de monitoria sanitária e observação do lote, coleta de swab

de arrasto através do uso de propé (botas de plástico) na cama dos galpões. Foi

realizado o acompanhamento do programa sanitário Health Tracking System (HTS)

possibilitando o cálculo do escore de integridade intestinal que, além da avaliação da

coccidiose, considera também parâmetros relacionados às enterites. Permite

também a avaliação geral da saúde da ave, incluindo aerossaculite, condições das

pernas, bem estar-animal, parâmetros de abate e processamento. A Figura 17

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apresenta acúmulo de material purulento no saco aéreo, caracterizando

aerossaculite observado na necropsia.

Coleta de órgãos (traqueia, pulmões, rins, Bolsa de Fabricius, tonsilas cecais,

baço cérebro, fêmur) e de sangue em granjas sentinela também foi realizada para

obtenção de parâmetros para monitoração da eficiência de vacinação em cada

cidade onde há integrados da empresa.

Em relação à coccidiose houve um treinamento teórico e prático para técnicos

agrícolas e médicos veterinários da empresa com duração de 40 horas que também

foi acompanhado pelos estagiários.

Na saída do lote, era realizado o acompanhamento da apanha (Figura 18) e

realização do fechamento dos lotes, onde era avaliado o desempenho dos frangos

composto por, peso médio das aves de acordo com a idade, ração consumida e

mortalidade, onde estas informações estavam contidas nas fichas técnicas as quais

eram preenchidas pelos produtores e enviados para parte administrativa que faria o

calculo final.

No abatedouro, foi possível a realização de visita técnica para visualização do

fluxograma de abate e inspeção ante e post-mortem e coleta de dados zootécnicos.

FIGURA 16: PREPARO DA VACINA EM ÁGUA DE BEBIDA

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FIGURA 17: NECROPSIA PARA CONTROLE SANITÁRIO E MONITORAÇÃO DO

LOTE

FIGURA 18: MOMENTO DA APANHA

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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1. CONCEITO DE BEM-ESTAR ANIMAL

Segundo Hughes (1976) “bem-estar é um estado de completo

desenvolvimento mental e físico, onde o animal está em harmonia com o seu

ambiente”. Esta definição é muito semelhante à dada pela OMS (1946): “um estado

de completo desenvolvimento físico, mental e bem-estar social, e não meramente a

ausência de doença ou enfermidade”. As duas definições estão muito voltadas ao

estado mental, considerando suas emoções e sentimentos, um pouco diferente à

disponibilizada no site do Ministério Da Agricultura Pecuária e Abastecimento

(MAPA) “bem-estar de um indivíduo é seu estado em relação às suas tentativas de

se adaptar ao seu ambiente” (BROOM, 1986) conceito que aborda crescimento e

reprodução bem como saúde e comportamento.

Dockès e Kling-Eveillard (2006) salientam quatro questões importantes e um

pouco mais atuais no bem-estar animal. Em primeiro lugar, relacionam o aspecto

biológico e técnico com o estresse das necessidades fundamentais de animais e as

liberdades que devem ser dadas, bem como as possibilidades de lidar com os

desafios ambientais. Na segunda questão, tratam as abordagens e

regulamentações, que reconhecem o animal como um ser sensível e como tal, tem

de ser colocado em condições condizentes as necessidades biológicas das

espécies, traduzindo assim conceitos em leis. No terceiro questionamento dão

ênfase às abordagens filosóficas, que consideram "o status do animal" e o seu papel

na sociedade humana, e por último envolvem a comunicação entre homem e animal,

quais dão importância à interação agricultor-animal e seus efeitos sobre sistemas de

criação industrial.

O conceito oficial de bem-estar animal foi citado pela primeira vez em 1965

pelo comitê Brambell e de acordo com esse comitê as cinco liberdades

compreendem em estados emocionais de “virar-se”, “levantar-se”, “deitar-se”, “estirar

seus membros”, “cuidar do seu próprio corpo”. Em 1979 o Comitê de Bem-estar de

Animais Agrícolas (FAWC) do Reino Unido, publicou uma lista criada pelo professor

John Webster, que é conhecida atualmente como “Cinco Liberdades”, bem

provavelmente criada para corrigir um desequilíbrio no relato do comitê de Brambell.

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Essas liberdades, revistas, são as seguintes: o animal deve ser livre de fome e de

sede; livre de desconforto; livre de dor, lesões ou doença; livre para expressar os

seus comportamentos normais; livre de medo e aflição.

O Colégio Americano de Bem-estar Animal (ACAW, 2010) refere-se ao estado

do animal. A avaliação do bem-estar inclui a consideração da saúde do animal,

comportamento e função biológica e também considera que a profissão do Médico

Veterinário deve se esforçar continuamente para melhorar a saúde e bem-estar

animal através da investigação científica, educação, colaboração, leis e ao

desenvolvimento de legislação e regulamentação.

As normas de bem-estar animal devem ter base no conhecimento adquirido

mediante pesquisa científica, singulares a cada espécie, e não nos conceitos

antropomórficos, ou seja, não naquilo que é considerado como forma ou

característica humana, pois somente assim podem ser realmente aproveitadas na

definição da legislação e auxiliando nas discussões com os produtores e

consumidores (SCAHAW, 200; UBABEF, 2008)

A preocupação da ciência do bem-estar animal está em prevenir o sofrimento

desnecessário, assegurar boa qualidade de vida e, inclusive, assegurar ao animal

uma morte humanitária, isto é, promover o bem-estar até durante o abate

(HOLANDA, 2006).

4.2. BEM-ESTAR ANIMAL APLICADO À PRODUÇÃO DE FRANGO EM GRANJAS

DE AVES DE ABATE

4.2.1 Instalações e equipamentos

Segundo Tinôco (1996) os fatores ambientais, as condições térmicas

representadas pela temperatura, umidade e movimentação do ar são aqueles que

afetam diretamente as aves, pois comprometem a manutenção da homeotermia.

Sendo assim é importante que o galpão das aves seja construído em local e

ventilado, no sentido Leste-Oeste evitando a incidência do sol dentro do galpão,

garantindo boas condições de alojamento e temperatura.

Além da localização é importante analisar o melhor tipo de material para a

cobertura. Para obter um bom conforto térmico, diferentes tipos de coberturas

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oferecem diferentes condições ambientais internas assim como o material da

cobertura, pé direito e utilização de ventilação (ALBRIGHT,1990). Essas condições

além de resultar em um bom lote final, também dão o conforto adequado e proteção

às aves de condições adversas.

De acordo com Tinôco (2001) as telhas mais utilizadas nos aviários são as de

alumínio, cerâmica e amianto. As telhas de cimento amianto esquentam muito ao

sol, mas sua pintura de cor branca ajuda a diminuir esta temperatura, e adequada

ventilação auxilia a remoção de vapor d'água contida no ar e o excesso do calor

ambiental proveniente do metabolismo animal e das outras fontes radiantes. As

paredes laterais precisam estar protegidas por tela de arame com lonas nas laterais

e no forro reguláveis para fornecer proteção contra o vento e o frio. O piso é de chão

batido revestido por camadas de material absorvente.

Como a granja é uma unidade de criação, e como tal deve-se controlar o

acesso de animais e pessoas que não são responsáveis pela criação, atentar para

que as instalações sejam construídas para evitar entrada de animais indesejáveis

como roedores e outras aves, evitando assim o estresse entre as aves. Segundo a

ABABEF (2008), é importante a vistoria e a retirada de materiais que possam ferir as

aves e os equipamentos devem estar sempre limpos e organizados, os elétricos

devem estar protegidos evitando o contato dos mesmos com as aves e todos devem

ser reparados quando as falhas comprometerem o bem-estar das aves.

Conforme a HFAC (2008), o piso dos alojamentos dos frangos deve permitir a

limpeza e desinfecção eficaz, evitando o acúmulo significativo de parasitas e outros

agentes patogênicos. A cama deve ser de boa qualidade, ter espessura suficiente

para diluição de excrementos, ser redistribuída regularmente e recoberta, quando

necessário, por uma cama nova.

O uso da cama de frango tem a finalidade de proporcionar conforto às aves,

pois o frango expressa nela seu comportamento natural de espojar-se e ciscar,

permitindo a expressão de seu potencial genético e diminuindo o índice de lesões do

peito, joelho e cochim plantar, além de atenuar os impactos negativos impostos aos

frangos na avicultura industrial, principalmente pela criação em alta densidade

(ANGELO et al.,1997).

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4.3 AMBIENTE

O bem-estar animal compreende adequar instalações, equipamentos e

procedimentos de manejo de forma de garantir as liberdades e direitos essenciais á

qualidade de vida das aves e a melhor produtividade. As aves devem estar livres do

desconforto, com o manejo adequado das condições ambientais de temperatura,

qualidade do ar, cama e iluminação e essas condições conforme a UBABEF (2008)

devem ter um sistema de monitoramento.

O controle do ambiente de criação animal é uma das principais necessidades

para garantir o bem-estar das aves, visando maior produtividade e qualidade do

produto final (TINÔCO, 2004).

4.3.1. Temperatura e Ventilação

Normalmente são tomadas precauções para garantir que poluentes aéreos

não atinjam um nível que possa ser desagradavelmente percebidos por um

observador humano. A proporção de amônia no ar deve ser registrada pelo menos

uma vez a cada duas semanas. A concentração de amônia à altura da ave deve ser

inferior a 10 ppm e não deve exceder 25 ppm, exceto por períodos breves (HFAC,

2008).

Caveny e Quarles (1978) em estudos indicam que níveis de amônia de 25 e

50 ppm podem afetar o desempenho de frangos, por isso deve-se selecionar o limite

de 20 ppm como ideal.

Deve haver um controle e registro diário da temperatura mínima e máxima de

modo a evitar picos de temperatura dentro dos galpões. O mesmo deve acontecer

relativamente à umidade. As aves devem estar protegidas de correntes de ar frio e

deve-se tentar garantir que os sistemas de ventilação não causem grandes

diferenças na velocidade do ar no interior do galpão. Os pintos devem ser colocados

debaixo de uma fonte de calor ao chegar no galpão, e o seu comportamento deve

ser cuidadosamente controlado.

Para a UBABEF (2008) a zona de conforto para pintinhos situa-se entre 31ºC

e 33ºC para pintinhos de um a sete dias de idade e entre 21ºC a 23ºC para animais

adultos, com umidade relativa entre 65% e 70% e dá ênfase que é importante

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assegurar que haja renovação de ar no interior do galpão garantindo sua qualidade

e do material de cama.

Em estudos Medeiros et al. (2005) concluíram que para frangos adultos

destinados ao corte, à temperatura ideal seria de 26°C, com umidade relativa de

55%.

4.3.2.Densidade

De acordo com Tinôco (2004) a alta densidade é entendida como colocação

de mais aves por metro quadrado, podendo ao final da produção chegar até 40

quilos de carne/m², considerando como alta taxa de alojamento 15 a 18 aves/m² em

galpões com climatização menos avançada com comedouros e bebedouros

manuais, e de 18 a 22 aves/m² em galpões com climatização, comedouros e

bebedouros automáticos. Já a HFAC (2008) menciona que a densidade de

alojamento máxima deve ser calculada de acordo com o peso das aves por espaço

de piso disponível e que a densidade não deve exceder 30 kg/m².

A densidade de alojamento deve permitir que as aves tenham condições de

expressar seu comportamento normal. (UBABEF, 2008), a mesma instituição

recomenda que a densidade máxima não deve ultrapassar 39 kg/m². As diferentes

densidades de alojamento de frangos de corte podem variar de acordo com a região

do país, em função da temperatura, tipo de galpão utilizado, época do ano, entre

outras características não menos importantes (SOUZA et al., 2011). Para Owada

et.al. (2007) condições que associam o ambiente térmico ideal, são galpões com

densidade entre 13-15 aves/m².

Segundo a União Europeia (EU, 2000) ficou claro diante de estudos de

comportamento, que para evitar o aumento de transtornos de pernas, a densidade

deve ser de 25 kg/m² ou abaixo, e para os principais problemas de bem-estar deve

ser evitada densidade acima de 30 kg/m². Acima disso verificou que há um aumento

acentuado na frequência de problemas mesmo para produtores que tenham um

ótimo sistema e um bom controle ambiental.

Os efeitos negativos da densidade no bem-estar de frangos de corte são

manifestados em relação à má qualidade da cama, baixa capacidade de andar,

pododermatites e restrições comportamentais (SCAHAW, 2000).

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Segundo Bernardi (2011) a forma como o frango de corte caminha é um

indicativo de seu bem-estar, por isso o sistema desenvolvido por Kestin et al. (1992),

o chamado “gait score”, o qual avalia o caminhar de frangos de corte, que é uma

medida subjetiva da habilidade da ave caminhar sobre uma superfície, e pode ser

realizada no aviário.

Para Mendes et al. (2013), os métodos utilizados nesse método de avaliação

definem seis categorias de anormalidade locomotoras em uma escala ordinal de

severidade, além disso enfatiza que é necessário uma metodologia acessível para

mensurar lesões locomotoras em aviários comerciais para que se obter uma

linguagem única sobre o nível de bem-estar das aves.

Essa seis categorias obedecem os escores de 0 (a ave caminha

normalmente), 1 (a ave move-se rapidamente, mas observa-se uma leve deficiência

de perna), 2 (a ave move-se rapidamente, mas apresenta deficiência visível na

perna), 3 (a ave se move rápido, mas apresenta uma deficiência severa), 4 (a ave se

move com muita dificuldade) e 5 (a ave mal se move e muitas vezes usa as asas

para locomoção) (CORDEIRO et al., 2009).

4.3.3 Programa de Luz

O programa de iluminação usado no alojamento dos frangos deve ser

projetado para diminuir problemas de pernas e proporcionar um descanso adequado

para os animais. O sistema de iluminação do alojamento dos frangos deve fornecer

a cada 24 horas de no mínimo oito horas de luz, através de fornecimento de luz

artificial ou acesso à luz natural e no mínimo 6 horas contínuas de escuridão a cada

ciclo de 24 horas, exceto quando o período natural de escuridão for menor. Esta

exigência não precisa ser aplicada durante os primeiros dias de vida e nos últimos

três dias antes do abate (HFAC, 2008).

Conforme o protocolo de bem-estar na UBABEF (2008) o programa de luz

com exceção da primeira e da última semana de idade das aves, é importante que

seja oferecido um período de escuridão de no mínimo 30 minutos em cada ciclo de

24 horas.

Durante muitos anos, programas com fotoperíodos de 23 a 24 horas de luz

diária foram utilizados pela indústria avícola a fim de proporcionar o máximo

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consumo alimentar. A utilização deste sistema possibilitava um melhor resultado

econômico. Entretanto, o melhoramento genético proporcionou ao mercado uma ave

diferente e estudos surgiram relacionando programas de luz com aumento da

mortalidade e problemas de pernas (MARTRENCHAR et al., 1999).

O rendimento do frango de corte não é ótimo quando se submete a 23 horas

de luz ao dia e por isso não se recomenda esse programa de iluminação. O efeito de

submeter o frango a 23 horas de luz tem feito negativo sobre taxa de crescimento,

consumo do alimento, rendimento no abatedouro e bem-estar animal. O bem-estar

animal e o rendimento do frango de corte se otimizam quando se proporciona 17 ou

mais horas de luz por dia (AVIAGEN, 2010).

Em geral, é recomendado fornecer uma intensidade de luz não inferior a 20

lux, até sete dias de idade, para assegurar que os pintinhos encontrem a ração e os

bebedouros e de cinco lux desta data até ao abate. Em aviários com condições

controladas, os produtores utilizam sistemas elétricos que permitem aumentar a

intensidade de luz de forma regular por curtos períodos de tempo, durante a criação

dos frangos. O objetivo dessa prática é estimular o exercício, reduzindo assim os

problemas ósseos e estimulando o sistema cardiovascular e garantindo o bem-estar.

(VALERL; BICHARA, 2011)

4.4 ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

Através da nutrição e do manejo da alimentação e da água devem ser

atendidas as necessidades básicas dos animais em termos de saciedade da fome e

da sede, sem causar deficiências nutricionais e sem provocar intoxicações,

aumentando a resistência às doenças. Os animais não devem ser expostos, via

alimentação e água, à produtos químicos ou agentes biológicos que sejam

prejudiciais para a produção

Os animais devem ter acesso a alimento e água suficiente, com as

adequações referentes à idade, necessidade e densidade, com a finalidade de

manter a saúde e a produção e evitar fome e sede prolongadas, desnutrição ou

desidratação (OIE, 2013).

Conforme a HFAC (2008), devem ser fornecidas as aves, alimentos

saudáveis e nutritivos que seja adequada à idade e à espécie, como deve haver

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ração o suficiente para que alimente em quantidade suficiente para mantê-los com

boa saúde e que satisfaça as necessidades nutricionais.

De acordo com a UBABEF (2008) o espaço para alimentação adotado na

granja não pode induzir a competitividade e a água de bebida deve ser provida em

qualidade e quantidades suficientes e deve ser protegida contra insolação direta,

para evitar o aquecimento da mesma. Cada galpão deverá ter um medidor para o

registro do consumo de água pelas aves.

A qualidade físico-química e microbiológica da água é de grande importância

na saúde avícola. Ela deve ser mantida desde a captação à distribuição,

assegurando qualidade até o consumo (Macari; Amaral, 1997).

Na fábrica de ração, suplementos minerais, vitamínicos e demais aditivos

devem contar com um programa de Boas Práticas de Fabricação. Uma ração mal

estocada pode conter micotoxinas que por sua vez causam mau desenvolvimento

corporal, danos hepáticos, baixa imunidade dentre outras alterações. As deficiências

de minerais e vitaminas, geralmente resultam na diminuição do desempenho e

causam lesões especificas que podem ser considerados prejudiciais para o bem-

estar das aves. A nutrição pode influenciar na ocorrência ou gravidade de várias

doenças metabólicas. Mesmo quando o distúrbio não tem uma causa nutricional

direta, a manipulação da composição alimentar ou um bom manejo alimentar pode

ajudar a combater o problema. Isto mostra a realidade para condições como

problemas de pernas ligada ao crescimento rápido e consequentemente ao

nutricional. (EFSA, 2010)

A Avila et al. (2007) recomenda bebedouros sendo eles de pressão para

pintos e do tipo pendular para frangos, ambos com capacidade para 80 aves ou

nipple automático com capacidade para 12 aves por bico. Os comedouros podem

ser bandejas com capacidade para 80 pintos, tubulares e ou automáticos com

capacidade para 40 frangos, indicação um pouco da recomendada por HFAC (2008)

que otimiza que os frangos não devam caminhar mais do que quatro metros no

alojamento para chegarem ao alimento ou à água e tratando-se de fornecimento de

água de bebida indica um bebedouro do tipo pendular para cada 100 frangos, o tipo

nipple para cada 20 frangos e um tipo taça para cada 28 frangos.

O protocolo da Welfare Quality (2009) recomenda 10 aves por nipple. No

entanto, esta medida não leva em conta que as aves atrasadas no desenvolvimento

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podem não ser capazes de alcançar os bebedouros nipples adequadamente e

morrerem de sede.

4.5 BIOSSEGURIDADE E BIOSSEGURANÇA

Biossegurança refere-se quase que exclusivamente a assuntos de saúde

humana e pode ser definido como “prevenção” à exposição a agentes de

enfermidades e/ou a produtos biológicos capazes de produzir doenças em seres

humanos. Também esta relacionado à estrutura física laboratorial, prédios e

equipamentos. A biosseguridade significa o desenvolvimento e implementação de

um conjunto de políticas e normas operacionais rígidas que terão a função de

proteger os rebanhos contra a introdução de qualquer tipo de agentes infecciosos,

sejam eles vírus, bactérias, fungos e/ou parasitas (VALE, V., et al., 2004).

A necessidade de se ter um programa de boas práticas de produção, que

descreva o protocolo de vacinações, a condição de saúde das aves, o

monitoramento da mortalidade e do comportamento, assim como, a prevenção do

sofrimento, são ressaltados pela (UBABEF, 2008). É importante a observação diária

das aves, para que caso haja alterações comportamentais, estas não sejam

atribuídas somente às doenças infecciosas, mas também a falhas no manejo que

comprometem o bem-estar.

É importante manter os arredores do galpão limpos e arborizado, com grama

devidamente aparada. Os acessos para os caminhões devem estar em bom estado

e de preferência cascalhado. Deve-se impedir a presença de cães, gatos, bovinos,

ovinos e outros animais nos arredores e para evitar a entrada, usa-se cercas com

arame farpado transpassado.

É conveniente a eliminação de outras aves domésticas existentes na

propriedades como a galinha caipira, patos, marrecos, papagaio as quais podem

servir como reservatório de agentes infecciosos e consequentemente transmitir

doenças às aves do aviário. É importante também impedir a entrada de pássaros,

com o uso de tela de malha fina nas laterais do aviário, como manter as portas

existentes fechadas. Somente os veículos de transporte de ração, aves, cama e de

pessoas envolvidas com o trabalho no aviário, usando botas descartáveis ou

calçados exclusivos do aviário devem ter acesso ao galpão. Sempre ao entrar ou

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sair do aviário, é obrigatório à lavagem das mãos e passagem pelo pedilúvio

contendo uma solução desinfetante.

Os insetos precisam ser controlados utilizando produtos e manejo conforme a

orientação técnica. No manuseio de inseticidas utilizar equipamentos de proteção

individual (EPI’s) É recomendado o uso de anel sanitário para combater roedores,

onde é composto de canos de PVC com 100 milímetros por 50 centímetros

colocados com isca raticida a cada 15 a 20 metros ao redor do aviário. As demais

áreas e outras instalações da propriedade também devem ser controladas.

Segundo a UBABEF (2008) todos os medicamentos e produtos químicos

devem ser identificados e armazenados de acordo com instruções e em lugar

apropriado e prescritos por Médicos Veterinários e/ou administrados por pessoal

treinado e só podem ser utilizados produtos registrados e aprovados para o uso.

Deverá haver vigilância nos dias que se seguem à vacinação. Em relação à troca de

cama, priorizam a limpeza e desinfecção das instalações, equipamentos ou

utensílios em contato com as aves, além de recomendar um vazio sanitário com

intervalo de no mínimo de 10 dias.

Todas as aves mortas devem ser removidas diariamente evitando dessa

forma a disseminação de agentes patogênicos dentro do aviário e o melhor destino

para as aves mortas é fazer a compostagem. Outros processos seriam removê-las

para fossas sépticas ou incinerá-las. Além disso, é importante um bom

funcionamento dos sistemas de alimentação, de fornecimento de água de beber, de

ventilação e de climatização. As aves devem ser vacinadas de acordo com um plano

contra os desafios de enfermidades aviárias, respeitando-se as normas relacionadas

no PNSA.

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4.6. BEM-ESTAR APLICADO A MEDIDAS DE PRÉ-ABATE E ABATE

4.6.1. Pré-abate

O manejo pré-abate tem início no jejum das aves e a dieta líquida. O jejum é

praticado com o objetivo de limpar o trato digestório de tal forma evitar a ruptura do

mesmo e consequentemente contaminar a carcaça com fezes e resíduos expelidos

de seu interior.

O tempo de jejum é iniciado quando os comedouros são suspensos e termina

no abate. A duração ideal deste tempo está entre oito a 12 horas. Períodos

superiores a 12 horas podem levar a ocorrências fisiológicas indesejáveis que

comprometem a qualidade da carne. Essas ocorrências normalmente causam

problemas durante a evisceração. Os problemas mais comuns vistos são o de

rompimento do intestino devido o acúmulo de gases e a redução da espessura;

contaminação com bílis no período de jejum ocorrendo acúmulo de bílis na vesícula

biliar e está ao romper durante a evisceração causa contaminação da carcaça;

endurecimento do tecido de revestimento das moelas e a aderência do papo a

carcaça, em razão da desidratação da ave, entre outros.

A maioria dos estudos defende o jejum de 12 horas, porém, Northcutt (1997)

menciona que o jejum é influenciado pela logística da empresa, distância até o

abatedouro e o tempo de espera na plataforma, podendo assim ter sua duração

prolongada.

Nas situações em que o período de 12 horas for excedido, deve haver

procedimentos que garantam o bem-estar das aves (UBABEF, 2008).

4.6.2. Manejo no carregamento e transporte

Alguns estímulos podem estressar os frangos, comprometendo o bem-estar e

a qualidade da carne. Os tipos de estresse como o térmico devido à elevada

temperatura e umidade, pelo frio devido à alta velocidade do veículo de transporte e

umidade e o estresse social, decorrente da alta lotação nas caixas, vibração,

aceleração e barulho (JORGE, 2008), são comprometedores do bem estar das aves.

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Segundo a UBABEF (2008) no momento da apanha é intolerável maus tratos

e brutalidade no manejo com as aves e deve ser feito por uma equipe treinada sobre

responsabilidades do bem-estar.

Ribeiro (2008) diz ser preferível que realizem a apanha no período noturno ou

com luz baixa, para que as aves tenham a capacidade visual diminuída e não se

agitem com a movimentação do manipulador. Além disso, recomenda que os

comedouros e bebedouros sejam retirados e erguidos para que não ocorra acidente

com a equipe de apanha.

As aves devem ser pegas pelo dorso (método japonês), usando as duas

mãos e pressionando as asas contra o corpo. Os animais devem ser contidos de

maneira confortável, evitando que os mesmos se debatam. A pega pelo dorso

oferece maior proteção, causa menos estresse e reduz os riscos de fraturas nas

aves, resultando em uma menor condenação de carcaça (QUEIROS, 2012)

No transporte deve haver cuidado com o movimento do caminhão no caminho

entre o aviário e o frigorífico, deve-se transitar com velocidade baixa, sem freadas

bruscas e evitar buzinar. Nos dias quentes acima de 20ºC, molhar a carga antes do

caminhão sair e nos dias frios abaixar a lona protetora das caixas de apanha das

aves e não molhar o caminhão. Nunca ter paradas durante o trajeto do aviário até o

abatedouro, exceto em quebra do veículo ou por motivo de força maior. As gaiolas

devem estar íntegras, com tampas e tampadas. Colocar o número correto de aves

por caixas e anotar a mortalidade, conforme o número de aves a serem

encaminhadas para o abate.

A densidade das aves por caixa deve ser ajustada de acordo com o peso das

aves, condições climáticas e tamanho da caixa. Deve-se considerar que todas as

aves tenham espaço para deitar sem ocorrer amontoamento de uma ave sobre a

outra. As caixas devem ser higienizadas e estar em bom estado de conservação,

cabendo a empresa responsável do carregamento, substituir as que estiverem

danificadas, pois podem provocar lesões nas aves (UBABEF, 2008).

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4.6.3. Área de espera das aves

Na chegada ao abatedouro, o veículo de transporte deve ser levado ao

galpão de espera coberto e é fundamental que seja equipado com nebulizadores,

ventiladores e que evite que a carga receba a radiação solar. No entanto, as aves

podem ser abatidas logo que chegam ao abatedouro, anulando o tempo de espera

no galpão, porque a carga é logo descarregada na plataforma de abate

(GONÇALVES, 2008). Essa espera não deve exceder duas horas.

Fernandes (2011), recomenda uma fase de descanso dos animais ao chegar

no abatedouro para reposição do glicogênio muscular que foi consumido durante o

transporte, devido ao desencadeamento de respostas fisiológicas ao estresse e

aumento do metabolismo, dessa forma aumentando também a qualidade da carne.

As aves são abatidas por ordem de chegada. As gaiolas possuem tampas e

as mesmas devem estar fechadas de modo a evitar que as aves não fiquem soltas

sobre caminhões transportadores ou pátio para evitar quedas ou fugas. As grades

dos caminhões devem ser erguidas somente no momento do descarregamento.

4.6.4 Padrões para avaliações de ambientes e conforto térmico das aves

A área de espera precisa ser coberta, provida de ventiladores e nebulizadores

para refrescar o ambiente e proporcionando o bem-estar das aves. Uma ave com

estresse térmico apresenta sinais como respiração ofegante, estresse calórico, e

mudanças de postura, na tentativa de manter a temperatura ideal para o

funcionamento normal de suas funções orgânicas, gastando assim energia para se

manter viva. A cada hora é feito o monitoramento da temperatura e umidade relativa

do ambiente e da carga para estabelecer os parâmetros dos equipamentos de

climatização (ventiladores e nebulizadores) e também o monitoramento

comportamento das aves (ofegação).

Em temperaturas até 18°C os ventiladores e nebulizadores devem ser

desligados e liga-se apenas os ventiladores acima de 18°C até 23°C. Acima da

temperatura mencionada, ligar os nebulizadores juntos. Em relação a umidade

relativa até 75%, os ventiladores e nebulizadores são ligados e acima do valor

prescrito, desliga-se os nebulizadores e mantém a ventilação ligada. Por outro lado,

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a ave continuar com comportamento de respiração ofegante acelerada, o abate

deverá ser realizado de imediato.

Recomenda-se que o período de descanso para aves seja o mais curto

possível e que não ultrapasse 3 horas. Recomenda-se que a umidade relativa (UR)

do ambiente não ultrapasse 65% durante o verão (UBABEF, 2008).

Conforme a ABEAS (2007) a climatização é mais eficiente para evitar

mortalidade e consequentemente dar bem-estar as aves quando a temperatura se

encontra entre 21 e 24ºC, principalmente em condições de umidade relativa interna

abaixo de 70%.

4.6.5. Descarga dos caminhões

As gaiolas devem ser manipuladas de forma que não hajam choques

violentos desnecessários evitando que as tampas se abram e as aves se soltem

sobre esteiras e na área de desembarque. As gaiolas que estiverem abertas no

descarregamento devem ser fechadas quando transferidas para esteira pelo

operador após descarga.

Os funcionários que manipulam as aves vivas devem ser treinados para

atendimento das normas de bem-estar, recolhendo-as de forma adequada (pelo

dorso) aves que por ventura escapam das gaiolas, não utilizando força demasiada

para manipulação na recuperação das aves soltas.

4.6.6. Pendura das aves

Na área de pendura das aves, é essencial a baixa luminosidade para evitar o

estresse. A pouca iluminação também limita a visão das aves que não foram

insensibilizadas, impedindo que estas vejam as aves insensíveis e mortas (HFCA,

2008). A nória deve possuir anteparo para evitar que as aves se debatam e na curva

para a entrada na cuba de água, um para-dorso para melhor acomodação das aves

e de acordo com o protocolo da UBABEF (2008), os pré-choques devem ser

evitados e o tempo de pendura e atordoamento não deve ultrapassar a três minutos.

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O enganchamento é feito pelos dois pés, para que ocorra a insensibilização

de forma adequada e eficiente, evitando o desvio da cabeça e pescoço das aves ao

passar na cuba de água e consequentemente, prejudicando a insensibilização

Os colaboradores devem ser orientados a pendurar as aves pelas duas

pernas, com força adequada, objetivando evitar movimentos bruscos das aves e

fraturas das pernas.

4.6.7. Abate emergencial

É permitido e indicado abate emergencial em situações que o animal

apresente estado de sofrimento, como as aves caquéticas e aves com problemas de

pernas, o que minimiza o sofrimento destas aves e o ideal é não pendurá-las na

nória e realizar o abate emergencial através do deslocamento cervical.

Conforme a Ludtke at al. (2012) aves que se encontram com peso muito

inferior a média do lote também não devem sofrer o transporte e muito menos a

pendura. Para estas aves é aceitável o deslocamento manual do pescoço desde que

não apresentem mais de 3 Kg e que seja realizado por um funcionário treinado para

o abate emergencial. O destino da ave será realizado pela Inspeção Federal (IF)

local.

As aves que caírem na cuba de água, não devem ser penduradas e

insensibilizadas novamente. Deverão ser mortas por deslocamento cervical.

4.6.8. Parada de linha

Se houver acidentalmente uma parada de linha e esta for superior a 5

minutos, segundo as normas do bem-estar animal que normatiza a não

ultrapassagem no tempo de10 minutos conforme UBABEF (2008), proceder abate e

destino, obedecendo as etapas do processo que se encontra as aves, e aquelas que

estiverem antes da cuba de insensibilização, retirá-las da linha e colocá-las em

caixas até o retorno da normalidade.

Para as aves que estiverem dentro da cuba de insensibilização, deve se

abaixar a cuba, retirar as aves e realizar o deslocamento cervical ou ainda quando

não for possível retirá-las, proceder a morte por eletrocussão ou deslocamento

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cervical e descarte. As aves que estiverem após o processo de insensibilização, a

sangria deverá ser realizada de imediato. As aves que já foram sangradas, podem

ficar penduradas por no máximo 30 minutos e após esse tempo o descarte deverá

ser imediato.

4.6.9. Método de insensibilização

A Instrução Normativa nº 3 do Ministério da Agricultura (MA), de 17 de janeiro

de 2000, que regulamenta as técnicas de insensibilização para o abate humanitário

de animais de açougue, conceitua a insensibilização como sendo “o processo

aplicado ao animal para insensibilizá-lo rapidamente e manter suas funções vitais

até a sangria” (BRASIL, 2000).

Ludtke at al., (2011) descreve que a insensibilização deve ser feita para

minimizar a chance das aves sentirem dor durante ou após o corte no pescoço

(sangria) e minimizar o estresse que poderia ocorrer durante o sangramento,

imobilizando a ave e permitir que a sangria seja feita facilmente e de maneira

precisa, evitando as convulsões que ocorrem durante o sangramento em aves não

insensibilizadas.

A insensibilização ocorre com atordoamento por eletronarcose, com

otimização da corrente elétrica em amperagem e frequência em Hertz. Esta

voltagem pode variar de 40 a 80 watts conforme o tamanho, idade e tipo de aves.

Conforme Nunes (2002), é necessário entender que as aves, apesar da

aparente uniformidade, são fisicamente diferentes, não apenas por sexo, mas

também são fisiologicamente diferentes umas das outras dentro do mesmo sexo.

Essas variações conferem diferentes resistências à passagem da corrente elétrica

pelos seus corpos, interferindo na uniformidade e qualidade do processo e apenas

conhecer voltagem e amperagem do equipamento, não assegura a qualidade e

uniformidade desejadas no atordoamento.

Os equipamentos utilizados para promover a insensibilização são a cuba de

imersão e o atordoador eletrônico. A cuba de imersão deve ter capacidade de 5 a 25

aves, com nível da água até altura das costas, com duração de no mínimo de 4

segundos. Dessa forma, as aves suspensas nos ganchos da nórea, passam pela

cuba de imersão com a cabeça e pescoço submersos na água. Os eletrodos estarão

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colocados em todo comprimento e largura da cuba, com a guia terra encostando no

gancho e fechando o circuito elétrico que produzirá a eletronarcose.

Em abates religiosos como o abate Halal, os procedimentos serão seguidos

como exigido e poderá haver sangria sem atordoamento.

O comportamento das aves após a sensibilização se dá por asas suspensas

junto ao corpo, pescoço arqueado ou levemente arqueado, sem reflexo ocular e

deverá ter o corte da jugular ou carótida, sem respiração rítmica e sem batimentos

das asas coordenadas.

4.6.9.1. Manutenção preventiva do equipamento da insensibilização

Para manutenção do perfeito funcionamento do equipamento de

insensibilização, faz-se necessária uma constante higienização e manutenção

preventiva do mesmo, de acordo com os Procedimentos Padrões de Higiene

Operaiconal (PPHO).

A manutenção das condições de funcionamento do equipamento de

insensibilização é garantida através do certificado de calibração do equipamento e

regulagem diária pelo setor de manutenção, verificando se há desvio de corrente,

altura da cuba, nível de água e padrões elétricos.

O equipamento deverá dispor de sensores para verificação da resistência, a

corrente elétrica que o corpo do animal oferece, a fim de garantir que a voltagem e a

amperagem empregadas na insensibilização sejam proporcionais ao porte do

animal, evitando lesões e sofrimento inútil (BRASIL, 2000).

4.6.9.2. Ajuste do equipamento

O operador deve encher o recipiente com água, para então realizar o

acionamento do choque no quadro de comando. A quantidade de água é regulada

conforme o tipo e/ou tamanho das aves, e deverá atingir até a base das asas das

aves.

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4.6.10 Procedimento de sangria

A sangria das aves ocorre na sala denominada de sangria, logo após a

insensibilização. A sangria é realizada por discos de corte automático, com repasse

manual. Consiste em uma incisão no pescoço das aves, seccionando as veias

jugulares e/ou artérias carótidas. Este corte pode ser unilateral (convencional) ou

bilateral conforme as exigências dos clientes.

Do ponto de vista do bem-estar todas as aves deveriam ter ambas as artérias

carótidas cortadas após a insensibilização, isso aumenta o extravasamento de

sangue, que causa a falta de oxigenação cerebral e impede a recuperação da

consciência antes da morte. Principalmente no Brasil onde se utiliza a

insensibilização elétrica com alta frequência (800 a 1.500 HZ) à recuperação da

consciência é muito rápida, o que pode ocasionar o retorno da consciência antes da

morte pela hipovolemia (Ludtke, at al., 2012).

Após a sangria, as aves seguem suspensas pela nórea para o túnel de

sangria onde ocorre o escoamento do sangue. O período de sangria é de no mínimo

3 minutos. Para que a operação tenha uma sangria perfeita é imprescindível que a

ave esteja devidamente atordoada e que não ocorra morte na mesma na cuba de

insensibilização.

4.7. FREQUÊNCIA DE MONITORAMENTO BEM-ESTAR

4.7.1 Área de espera das aves

O monitoramento sobre a espera na plataforma de descarga das aves é

realizado pelo inspetor do controle de qualidade a cada hora e registrado em

relatório. O tempo de espera deve ser o mínimo possível, sempre monitorando os

parâmetros de temperaturas, umidade relativa e comportamento das aves,

respeitando seu conforto térmico.

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4.7.2 Controle de insensibilização

O monitoramento do procedimento de insensibilização consiste em verificar a

amperagem e frequência do equipamento e o monitoramento é realizado por lote,

pelo auxiliar da qualidade e deve ser registrado. Quando há abate Halal é precedido

por rituais religiosos e poderá não haver monitoramento deste item, se não houver

atordoamento.

4.7.3. Controle de tempos

É realizada o monitoramento dos seguintes tempos: tempo de insensibilização

até sangria e tempo de sangria O monitoramento é realizado a cada duas horas,

pelo inspetor da qualidade.

4.7.4 Comportamento pós insensibilização

A ave sendo insensibilizada corretamente ocorre a contração de sua

musculatura. Há o arqueamento da cabeça, asas e pernas, para depois haver o

relaxamento. Enquanto ocorrer este espasmo, desaparece algum reflexos que

caracterizam uma boa insensibilização.

Como forma de monitoramento da eficiência de insensibilização, observa-se

ausência de respiração rítmica, presença de pescoço arqueado ou levemente

arqueado e ausência do piscar de olhos voluntário (reflexo ocular). O monitoramento

é realizado a cada lote.

4.8. AÇÕES CORRETIVAS

Se durante o monitoramento dos procedimentos que garantem o bem-estar

animal das aves forem encontradas não conformidades, estas devem ser registradas

no monitoramento referente e tomadas ações corretivas imediatas.

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4.8.1 Descanso das aves

Em caso de não conformidade sobre o repouso das aves e ordem de chegada

e abate dos caminhões, as aves aguardarão em ambiente devidamente ventilado e

nebulizado, sob temperatura, umidade relativa e avaliação de comportamento das

aves controladas. Em caso de não funcionamento dos ventiladores e nebulizadores,

a manutenção deve ser realizada imediatamente. O caminhão deverá aguardar em

um boxe de espera que esteja em perfeito funcionamento e ser abatido o mais

rápido possível.

4.8.2. Contenção para o transporte

Quando verificado presença de aves soltas e gaiolas destampadas, os

colaboradores da plataforma devem recolher as aves soltas imediatamente. No caso

das gaiolas sem tampas ou quebradas, as mesmas devem ser substituídas após a

lavagem ou retiradas do processo. Quando verificado excesso de aves dentro das

gaiolas de acordo com a informar imediatamente o fomento e equipe de apanha

para ajustar a quantidade de acordo com o peso.

4.8.3 Descarga e pendura

Quando identificado procedimento inadequado na descarga de gaiolas de

aves ou pendura das aves na nórea, orientar os colaboradores quanto ao correto

desempenho das atividades.

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4.9. CONTROLE DO EQUIPAMENTO E COMPORTAMENTO DAS AVES APÓS

INSENSIBILIZAÇÃO

Se durante o monitoramento de insensibilização, tanto em relação aos

parâmetros de amperagem e frequência do equipamento quanto na eficiência da

insensibilização forem constatados não conformidades, comunica-se o encarregado

do setor e manutenção elétrica para que seja feita a regulagem do equipamento com

o objetivo de retornar ao padrão estabelecido.

Quando da incidência de problemas de funcionamento do equipamento

durante as atividades, vindo este fato a comprometer o bem estar das aves, é

acionado o setor de manutenção para a correção do problema e/ ou substituição do

equipamento pelo reserva. É importante que o abate será interrompido até o

equipamento voltar ao seu perfeito funcionamento.

Quanto ao atendimento de rituais religiosos, é permitido o abate sem

insensibilização.

4.9.1. Sangria

Quando identificado má sangria, orientar/treinar o funcionário quando a

mesma for manual, e regular o equipamento, quando automática.

4.10. CONTROLE DE TEMPOS

Se durante o monitoramento dos tempos de insensibilização até a sangria e

tempo de sangria forem constatadas não conformidades, comunica-se o

encarregado do setor, para que verifique a causa desta não conformidade e

restabeleça o padrão: regulagem da velocidade da nórea.

4.11. VERIFICAÇÃO

A verificação das efetivações dos procedimentos relativos ao bem-estar

animal precisa ser realizado semanalmente pela encarregada da garantia da

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qualidade ou quem esta designado através do acompanhamento dos registros de

monitoramento realizado pelo auxiliar da garantia da qualidade.

No que diz respeito à Instrução Normativa nº 3 do MA, de 17 de janeiro de

2000 também se faz necessário designar um responsável que possua certificado de

aptidão válido de qualificação em bem-estar animal, na espécie abatida na unidade

industrial para cada estabelecimento de abate, emitido por uma entidade

reconhecida de acordo com a norma especifica vigente.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As atividades realizadas durante o estágio na empresa Averama Agro

Industrial foram de grande importância para expor os conhecimentos adquiridos ao

longo do período acadêmico. Dessa forma foi possível aprender não somente aplicar

o conhecimento teórico na prática como também aprender a lidar com dificuldades

encontradas no meio profissional, como estabelecer uma forma de conviver num

sistema organizacional de uma empresa e buscar o melhor método de comunicação

com o integrado, transmitindo seu conhecimento, de modo que possam entender,

aceitar e se adequar as normas que a empresa estabelece visando sempre o

melhoramento a produção. É preciso muita dedicação, respeito e disciplina além do

conhecimento técnico.

O trabalho do Médico Veterinário é de fundamental importância na área

avícola e é preciso lembrar que não somente os fatores de sanidade e

biosseguridade garantem uma produção de qualidade. Cuidar do bem-estar das

aves é essencial nos dias atuais.

É preciso cada vez mais conscientização de problemas voltados ao bem-estar

animal como também é indispensável seguir os códigos e normas e criar as nossas

próprias exigências, assim como nos países europeus e não somente para se

adequar aos países importadores, mas para garantir qualidade de vida dos animais

e consequentemente aumentar qualidade de produto.

Como nosso modelo de produção requer rapidez e uma alta densidade do

produto final, devemos adequar nosso manejo garantindo conforto térmico, acesso a

água e alimentação de qualidade e sem restrição de espaço ou de qualquer fator

que possam interferir na qualidade de vida do animal até o abate, além de capacitar

constantemente de acordo com o protocolo de bem-estar animal todos os

profissionais envolvidos em cada etapa de produção. Não se esquecer de assegurar

o supervisionamento do controle de qualidade nessas etapas. Desta forma com

todas as observações realizadas condizentemente, pode-se evitar o menor

sofrimento aos animais e assegurar um resultado de um produto de alta qualidade.

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REFERÊNCIAS

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Circos, Divertimentos e Espectáculos. Bem-estar frangos de corte. 2001. Disponível

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