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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO PROFISSIONAL EM REABILITAÇÃO ORAL RAFAEL ANTONIO DE OLIVEIRA EFEITO DO AQUECIMENTO DO LAMINADO CERÂMICO NO GRAU DE CONVERSÃO DE AGENTES CIMENTANTES RESINOSOS RIO DE JANEIRO 2019

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA PROGRAMA DE PÓS … · aquecidas e cimentos resinosos fotopolimerizáveis para cimentação de facetas laminadas em dissilicato de lítio. Um segundo

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

MESTRADO PROFISSIONAL EM REABILITAÇÃO ORAL

RAFAEL ANTONIO DE OLIVEIRA

EFEITO DO AQUECIMENTO DO LAMINADO CERÂMICO NO GRAU DE CONVERSÃO DE AGENTES CIMENTANTES RESINOSOS

RIO DE JANEIRO

2019

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UVA

2019

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RAFAEL ANTONIO DE OLIVEIRA

EFEITO DO AQUECIMENTO DO LAMINADO CERÂMICO NO GRAU DE CONVERSÃO DE AGENTES CIMENTANTES RESINOSOS

ORIENTADORA: PROFª. Drª. MAYRA CARDOSO

CO-ORIENTADOR: PROF. Dr. LUIS FELIPE JOCHIMS SCHNEIDER

RIO DE JANEIRO

2019

Dissertação apresentada ao programa de pós-graduação – Stricto Sensu - Mestrado Profissional em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de concentração - Reabilitação Oral.

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO

Rua Ibituruna, 108 – Maracanã

20272-020 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil

Tel.: +55 21 2574-8888 e 0800 024 6172

Ficha Catalográfica elaborada pelo Sistema de Bibliotecas da UVA

Bibliotecária Adriana R. C. de Sá – CRB-7/4049

O48 Oliveira, Rafael Antonio de.

Efeito do aquecimento do laminado cerâmico no grau de conversão de agentes cimentantes resinosos / por Rafael Antonio de Oliveira. - 2019. 34 f. ; 30 cm.

Impresso por computador (original).

Orientador: Profª. Drª. Mayra Cardoso.

Co-Orientador: Prof. Dr. Luis Felipe Jochims Schneider

Dissertação (mestrado) – Universidade Veiga de

Almeida, Programas de Pós-graduação Stricto Sensu,

Mestrado profissional em Odontologia, Rio de Janeiro, 2019.

1. Cerâmicas dentárias. 2. Cimentos dentários. 3. Facetas dentárias. I. Cardoso, Mayra (orientador). II. Universidade Veiga de Almeida. Programas de Pós-graduação Stricto Sensu, Mestrado em profissional em Odontologia. III. Título.

CDD – 617.695

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FOLHA DE APROVAÇÃO

RAFAEL ANTONIO DE OLIVEIRA

EFEITO DO AQUECIMENTO DO LAMINADO CERÂMICO NO GRAU DE CONVERSÃO DE AGENTES CIMENTANTES RESINOSOS

Aprovado em de 2019

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________

Profª. Drª. Mayra Cardoso Universidade Veiga de Almeida

_____________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Sant’Anna Aguiar dos Reis

_____________________________________ Prof. Dr. Luis Felipe Jochims Scheneider

Universidade Veiga de Almeida

Dissertação apresentada ao programa de pós-graduação – Stricto Sensu - Mestrado Profissional em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de concentração - Reabilitação Oral.

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Dedicatória

Agradeço a Deus pela oportunidade da vida e por todas as bênçãos alcançadas até

aqui.

Aos meus pais, José Antônio de Oliveira, Marcia de Oliveira, a minha irmã

Camila de Oliveira e a minha namorada Isabela Silva Escramozino. A eles todo o

meu amor e admiração.

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Agradecimentos

Ao Coordenador do Programa de Mestrado Profissional em Odontologia, Prof. Dr.

Antônio Carlos Canabarro Andrade Júnior.

A minha orientadora, Profª. Drª. Mayra Cardoso e co-orientador Prof. Dr. Luis Felipe

Jochims Schneider. Todo o meu reconhecimento e admiração, por compartilharem

seus conhecimentos.

Ao meu padrinho e mestre Prof. Carlos Alberto Zarro Portela, por ser um segundo

pai, por todo o conhecimento transmitido todos esses anos e principalmente por todo

incentivo para que esse sonho se tornasse realidade.

Ao meu grande amigo e mestre Prof. Rodrigo Guimarães, por sempre acreditar em

mim, me motivar e ser uma inspiração.

Aos meus professores do Mestrado Profissional da Universidade Veiga de Almeida

que não mediram esforços para transmitir todo o conhecimento com dedicação e

empenho. Aos novos Amigos que fiz: Deyse, Erika, Italo, Katya, Mayra, Paulo,

Renata, Roberta, Sandra, Sandro e Thaís, por tornarem tão agradáveis os

momentos de curso.

Aos alunos de iniciação científica do curso de graduação da Universidade Veiga de

Almeida, Kyvia, Leonardo e Mário, por toda ajuda no laboratório.

A Associação Brasileira de Odontologia Regional Nova Iguaçu.

A todos aqueles, que direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste

trabalho.

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RESUMO

O objetivo do presente trabalho é avaliar o grau de conversão de resinas compostas

aquecidas e cimentos resinosos fotopolimerizáveis para cimentação de facetas

laminadas em dissilicato de lítio. Um segundo objetivo é verificar a influência do

aquecimento do laminado cerâmico no grau de conversão do agente cimentante. Foi

confeccionado um disco cerâmico de dissilicato de lítio de alta opacidade, com 10

mm de diâmetro e 1,5 mm de espessura. Duas resinas compostas e dois cimentos

resinosos fotopolimerizáveis foram avaliados quanto ao grau de conversão por

espectroscopia de infravermelho transformada de Fourier após 1 minuto da sua

polimerização. Cada resina composta foi avaliada em duas temperaturas: em

temperatura ambiente ou após aquecimento a 68°C em estufa por 15 minutos. Os

cimentos resinosos foram avaliados apenas em temperatura ambiente. A

fotoativação foi feita por 40 segundos em cada material e de duas formas:

diretamente sobre o agente cimentante ou sobre o disco de cerâmica interposto

entre ele e a ponta do aparelho fotopolimerizador. Para as amostras que foram

polimerizadas com o disco de cerâmica interposto, ele foi utilizado em duas

temperaturas: em temperatura ambiente ou após aquecimento a 68°C em estufa por

15 minutos. Foram avaliadas 54 amostras divididas em 18 grupos (n=3), sendo 12

grupos de resina composta e 6 grupos de cimento resinoso. As resinas compostas

convencionais, Z100 e Estelite Omega apresentaram perdas percentuais em seu

grau de conversão em diversas condições de temperaturas, dos agentes

cimentantes e do disco cerâmico em relação ao grupo controle, porém, houve um

ganho no grau de conversão da resina Estelite Omega quando a mesma foi

aquecida previamente sem a interposição do laminado. Os cimentos resinosos,

Alceem Veneer e Relyx Veneer, por sua vez, apresentaram perdas em seu grau de

conversão quando interposto pelo laminado cerâmico em temperatura ambiente,

porém, quando houve o aquecimento do mesmo, o cimento Alceem Veneer obteve

um ganho em seu grau de conversão e o Relyx Veneer apresentou uma perda em

relação ao grupo controle. Conclui-se-se que o laminado cerâmico apresenta maior

interferência nas resinas compostas convencionais, diminuindo o grau de conversão,

do que nos cimentos resinosos fotopolimerázeis e que seu aquecimento prévio não

promove melhora significativa no grau de conversão dos agentes cimentantes.

Palavras-chave: Porcelana dentária. Cimentos dentários. Facetas dentárias.

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ABSTRACT

The objective of the present work is to evaluate the degree of conversion of thermally

modified composite resins and photopolymerizable resin cements for lithium disilicate

laminate veneers. A second objective is to verify the influence of the heating of the

ceramic laminate on the degree of conversion of the cementing agent. A high-opacity

lithium disilicate ceramic disc with a diameter of 10 mm and a thickness of 1.5 mm

was made. Two composite resins and two photopolymerizable resin cements were

evaluated for the degree of conversion by Fourier transform infrared spectroscopy

after 1 minute of their polymerization. Each composite resin was evaluated at two

temperatures: at room temperature or after heating at 68 ° C in a greenhouse for 15

minutes. The resin cements were evaluated only at room temperature. The

photoactivation was done for 40 seconds in each material and in two ways: directly

on the cementing agent or on the ceramic disk interposed between it and the tip of

the photopolymerizer. For the samples that were polymerized with the ceramic disk

interposed, it was used in two temperatures: at room temperature or after heating at

68 ° C in a greenhouse for 15 minutes. A total of 54 samples were evaluated, divided

into 18 groups (n = 3), with 12 groups of resin and 6 groups of resin cement. The

conventional composite resins, Z100 and Estelite Omega presented percentage

losses in their degree of conversion in different temperature conditions, cementing

agents and ceramic disc in relation to the control group, however, there was a gain in

the degree of conversion of the Estelite Omega resin when it was previously heated

without interposition of the laminate. The resin cements, Alceem Veneer and Relyx

Veneer, presented losses in their degree of conversion when presented by the

ceramic laminate at room temperature. However, when the cement was heated, the

cement Alceem Veneer obtained a gain in its degree of conversion and Relyx Veneer

presented a loss in relation to the control group. It is concluded that the ceramic

laminate presents greater interference in the conventional composite resins, reducing

the degree of conversion, than in the photopolymerizable resin cements and that its

previous heating does not promote significant improvement in the degree of

conversion of the cementing agents.

Keywords: Dental porcelain. Dental cements. Dental facets.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 7

2. MATERIAIS E MÉTODOS 10

3. RESULTADOS 15

4. DISCUSSÃO 25

5. CONCLUSÃO 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29

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1. INTRODUÇÃO

Na odontologia atual observamos a evolução e trabalhamos com uma série de

materiais restauradores na clínica diária, no entanto é extremamente desafiador

proporcionar um comportamento óptico satisfatório de forma que se mimetize as

características de um dente natural (RAPTIS, et al., 2006). Logo, os materiais

cerâmicos, como, por exemplo, o dissilicato de lítio, ganham cada vez mais espaço

nas reabilitações protéticas em regiões que envolvam a estética, principalmente no

uso de laminados cerâmicos. Devido a sua resistência mecânica, propriedades

ópticas e resistência a abrasão, as restaurações de dissilicato de lítio mostraram ser

uma excelente alternativa como tratamento (KELLY et al., 2011; TURGUT et al.,

2011).

Aliado a isso e não menos importante, a necessidade de uma cimentação

adesiva e a escolha de um agente cimentante possui grande influência no trabalho

final (SILAMI et al., 2016; BAGIS et al., 2013). Segundo Turgut et al. (2011), para

que se alcance um melhor desempenho nas propriedades dos materiais resinosos é

necessária uma elevada conversão de monômeros em polímeros, já que qualquer

falha durante a polimerização pode interferir negativamente no resultado estético a

longo prazo nas restaurações indiretas com facetas laminadas de cerâmica, levando

a uma menor resistência do agente cimentante e podendo provocar uma alteração

de cor a curto prazo. Deve-se sempre levar em consideração que a peça protética é

uma interposição entre a luz e o agente cimentante e que a passagem inadequada

de luz reduz o grau de conversão desses materiais resinosos. A longevidade e

sucesso da restauração está relacionada ao grau de conversão (Turgut, Bagis,

2011) e depende em parte da técnica de cimentação utilizada. (Hitz et al., 2012).

Entretanto, sabe-se que independente da técnica, nenhum material resinoso

consegue atingir uma conversão de 100% (PEGORARO; DA SILVA; CARVALHO,

2007; PASSOS et al., 2013), logo a necessidade de conseguir o máximo de

conversão possível se torna ainda mais desafiador, pois a importância de se

conhecer o grau de conversão do agente cimentante se deve ao fato de que um

baixo grau de conversão pode resultar em monômeros livres, que acabam não

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reagindo, interferindo nas propriedades físicas e químicas desses materiais (Jandt,

et al., 2000), podendo assim reduzir sua durabilidade em locais úmidos, o que levará

a uma degradação e consequente perda de sua resistência. (Rastelli et al., 2008).

Diversas opções de cimentos podem favorecer o tratamento reabilitador,

sendo os cimentos resinosos fotopolimerizáveis normalmente os mais utilizados

nesses casos. Porém, o uso de resinas compostas convencionais aquecidas se

apresenta como uma importante opção, pois, além de um aumento significativo em

sua conversão (RICKMAN, PADIPATVUTHIKUL, CHEE, 2011; DARONCH et al.,

2007), possuem menor custo, e permitem uma maior variedade de cores, quando

comparado aos cimentos resinosos fotopolimerizáveis. Entretanto, uma maior

agilidade e experiência é necessária pois a temperatura do compósito diminui

rapidamente uma vez que a seringa ou cápsula são removidas do dispositivo de

aquecimento e são injetadas no preparo do dente (DARONCH et al., 2007).

O grau de conversão destas resinas compostas convencionais em comparação

aos cimentos fotopolimerizáveis ainda é questionável, pois existe diferença na

viscosidade de ambos os materiais, levando a uma desvantagem das resinas

compostas convencionais quando estão em temperatura ambiente, já que os

cimentos resinosos fotopolimerizáveis são mais fluidos, o que favorece a obtenção

de um maior grau de conversão. Porém, o aquecimento prévio das resinas

compostas promove a diminuição dessa viscosidade e da tensão de polimerização

ao longo do processo, permitindo uma maior mobilidade de radicais livres,

alcançando um maior grau de conversão (Froes et al., 2010; Daronch et al., 2005).

A cerâmica, por sua vez, pode ter influência sobre o grau de conversão de

ambos os agentes cimentantes, já que a mesma é uma interposição direta entre a

luz fotopolimerizadora e o cimento, principalmente por normalmente estar em

temperatura ambiente. Logo, é importante avaliar se o laminado cerâmico aquecido

pode influenciar no grau de conversão dos cimentos. Acredita-se que com o

aquecimento da cerâmica não há preocupações em relação as suas propriedades, já

que a mesma quando presente na cavidade bucal estará em contato com alimentos

e bebidas em temperaturas distintas.

Portanto, o objetivo do presente trabalho é avaliar o grau de conversão de

resinas compostas aquecidas e cimentos resinosos fotopolimerizáveis para

cimentação de facetas laminadas em dissilicato de lítio. Um segundo objetivo é

verificar se o aquecimento do laminado cerâmico influencia o grau de conversão dos

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agentes cimentantes. As hipóteses deste estudo foram: (1) o aquecimento da resina

composta aumentaria o grau de conversão da mesma; (2) a interposição do

laminado cerâmico reduziria o grau de conversão dos agentes cimentantes e (3) o

aquecimento do laminado cerâmico aumentaria o grau de conversão dos agentes

cimentantes.

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2. MATERIAIS E MÉTODOS

Para realização do estudo foi confeccionado um disco de cerâmica, no qual o

sistema cerâmico de escolha foi o dissilicato de lítio (E.max Press, Ivoclar Vivadent,

Schaan, Liechtenstein) de alta opacidade, de matiz A2 da escala VITA CLASSICAL

(VITA Zahnfabrik, Bad Sackinger, Alemanha). O disco foi padronizado com 10 mm

de diâmetro e 1,5 mm de espessura com a finalidade de se copiar a espessura

média de uma faceta laminada cerâmica. Para possibilitar um maior controle, o disco

foi sinterizado seguindo as recomendações do fabricante.

Duas resinas compostas (Z100™ 3M-ESPE, St. Paul, MN, EUA e ESTELITE

OMEGA, Tokuyama, Japão) e dois cimentos resinosos fotopolimerizáveis (RelyX™

Venner 3M-ESPE, St. Paul, MN, EUA e Allcem Venner FGM Joinvile, SC, Brasil),

todos translúcidos, foram avaliados quanto ao grau de conversão. Para isto foi

utilizado o espectrofotômetro Burker Alpha-P FT-IR (Burker Optics, Ettlingen,

Germany). Este espectrofotômetro monitora o processo vibratório das cadeias de

carbono, realizando leituras em picos de feixes de onda e é composto por um cristal

de ZnSe com 45º de angulação de refletância total atenuada (ATR) com resolução

de 4cm-1 e 32 ciclos. A leitura foi realizada nos picos de 1637 cm-1 para ligações

C=C alifáticas e picos de 1608 cm-1 para ligações C=C aromáticas, após 1 minuto

da fotoativação.

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Quadro 1: Especificações dos agentes cimentantes resinosos

Material Tipo Principal composição

Z100 Resina Microhíbrida Bis-GMA, TEGDMA

71% Volume: Zircônia e Sílica

ESTELITE

ÔMEGA

Resina

Suprananométricas

Monodispersas

Bis-GMA, TEGDMA

Sílica e Zircônia

ALLCEM

VENEER

Cimento

Fotopolimerizável

Bis-GMA, Bis- EMA, TGDMA, Monômeros

metacrílicos, canforquinona, coiniciadores,

estabilizantes, pigmentos, partículas de vidro

de Bário-Alumino-Silicato silanizados e dióxido

de silício.

RELYX

VENEER

Cimento

Fotopolimerizável

TEGDMA/BisGMA partículas de zircônia/sílica

com tamanho médio de 0,6μm em 66% em

peso, polímeros de dimetacrilato, pigmentos, e

sistema de iniciação.

Fonte: Informações obtidas dos sites dos fabricantes

Figura 1: Espectrofotômetro Burker Alpha-P FT-IR

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Cada resina composta foi avaliada em duas temperaturas: em temperatura

ambiente ou após aquecimento a 68°C em estufa (Quimis, Rio de Janeiro, Brasil)

por 15 minutos. O aquecimento da resina visa aumentar sua fluidez para possibilitar

uma espessura semelhante a de um cimento. Os cimentos resinosos foram

avaliados apenas em temperatura ambiente. Após a inserção do agente cimentante

sobre o cristal do espectrofotômetro, foi posicionada sobre ele uma tira de poliéster

(Airon, Maquira, Maringá, Brasil) e ele foi fotoativado por 40 segundos por um

aparelho fotopolimerizador de LED de amplo espectro (Vallo, Ultradent, South

Jordan, UT) com densidade de potência de aproximadamente 1400 mW/cm2. Após

realizada a fotopolimerização, foi aguardado 1 minuto para que fosse feita a leitura

por espectroscopia infravermelho. A fotoativação foi realizada de duas formas:

diretamente sobre a tira de poliéster ou sobre o disco de cerâmica interposto entre a

tira de poliéster e a ponta do aparelho fotopolimerizador. Para as amostras que

foram polimerizadas com o disco interposto, ele foi utilizado em duas temperaturas:

em temperatura ambiente ou após aquecimento a 68°C em estufa por 15 minutos. O

aquecimento do disco visa minimizar o resfriamento da resina aquecida após o

contato com a cerâmica.

Figura 2: Agente cimentante sem interposição do disco cerâmico

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Figura 3: Disco cerâmico sobre o agente cimentante

As resinas compostas convencionais totalizaram 12 grupos, em temperatura

ambiente e aquecidas. Por sua vez, os cimentos resinosos fotopolimerizáveis

totalizaram 6 grupos, número inferior ao das resinas compostas convencionais, já

que não foi realizado o aquecimento prévio desse agente cimentante. Dezoito

grupos foram totalizados e para cada grupo realizaram-se 3 aferições, chegando a

um total de 54 amostras. Foi considerado o grupo controle, os agentes cimentantes

que se encontravam em temperatura ambiente sem a interposição do laminado

cerâmico. O delineamento do estudo está demonstrado na Figura 4.

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Figura 4: Delineamento do estudo.

Os dados foram analisados por meio dos programas SPSS 20.0 (Norc,

Chicago, EUA) e Graphpad Prism (GraphPad Software Inc, California, EUA). O nível

de significância adotado foi de 5%. Foram realizados os testes de normalidade

Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk e a distribuição das amostras foi normal. Uma

análise descritiva foi realizada para descrever o percentual médio de variação do

grau de conversão após as diferentes condições de temperatura e de interposição

do laminado cerâmico. Uma análise inferencial foi feita para cada agente cimentante,

utilizando o teste ANOVA 1 fator para os cimentos e ANOVA 2 fatores para as

resinas compostas, seguido do teste de comparações múltiplas de Sidak.

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3. RESULTADOS

Através da análise dos dados obtidos dos agentes cimentantes utilizados no

estudo, foi possível observar que para cada material existe uma particularidade em

seus resultados.

O gráfico 1 mostra as variações médias, em porcentagens, no grau de

conversão das resinas compostas convencionais em relação ao grupo controle, que

são as resinas em temperatura ambiente sem a interposição do laminado cerâmico.

Analisando o gráfico verificamos que para a resina Z100 quando em

temperatura ambiente, sendo interposta pelo laminado cerâmico também em

temperatura ambiente, há uma perda de 8,80% do grau de conversão da mesma. Já

quando essa mesma situação ocorre com a resina Estelite Ômega, há uma perda de

10,66% na conversão desse material.

A resina Z100 em temperatura ambiente, sendo interposta pelo laminado

cerâmico aquecido, podemos perceber que há uma perda de 8,77% da

polimerização. Em relação a resina Estelite Ômega, também há uma perda na

polimerização, porém de 6,70%.

É possível notar que quando a resina Z100 é aquecida sem que haja a

interposição do laminado cerâmico, a mesma apresenta uma diminuição da

polimerização em 2,41%. Em contrapartida a resina Estelite Ômega apresenta um

aumento da polimerização em 10,56%.

Para a resina Z100 aquecida com a interposição do laminado cerâmico em

temperatura ambiente, é possível observar que há uma diminuição da polimerização

em 6,33%. Já a resina Estelite Ômega apresenta uma perda maior, de 8,26%.

A resina Z100 aquecida, sendo interposta pelo laminado cerâmico também

aquecido, é possível perceber uma perda na polimerização de 2,14%. A resina

Estelite Ômega demonstra uma perda ainda maior na polimerização de 10,15%.

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Gráfico 1: Porcentagem de variação do grau de conversão das resinas compostas

em relação ao grupo controle

A tabela 1 apresenta os valores demonstrativos da resina composta

convencional Z100 (3M-ESPE, St. Paul, MN, EUA), com o teste Anova, seguido do

gráfico 2 e do teste Sidak de comparações múltiplas (Tabela 2). Para a resina em

temperatura ambiente, houve uma redução significante no grau de conversão

quando o laminado cerâmico foi interposto, independente da temperatura do mesmo

(P=0,0066 para o laminado em temperatura ambiente e P=0,0068 para o laminado

aquecido). Para a resina aquecida, a interposição do laminado não alterou o grau de

conversão (P=0,2937 para o laminado em temperatura ambiente e P=0,9993 para o

laminado aquecido). O aquecimento da resina só aumentou o grau de conversão em

relação à resina em temperatura ambiente quando esta foi utilizada em conjunto com

o laminado aquecido (P=0,0383).

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Tabela 1: Tabela do teste Anova 2 fatores para a resina Z100.

Z -1 0 0

Gra

u d

e c

on

ve

rs

ão

Resin

a a

mb

ien

te

Resin

a a

qu

ecid

a

0

2 0

4 0

6 0

8 0

S e m c e râ m ic a

C e râ m ic a a m b ie n te

C e râ m ic a a q u e c id a

Gráfico 2: Médias do grau de conversão da resina Z100 sem cerâmica e com

cerâmica ambiente e aquecida

Tabela 2: teste de comparações múltiplas de Sidak (média±DP) para a resina Z100

*Médias seguidas pela mesma letra maiúscula nas colunas e minúscula nas linhas

não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Sidak.

ANOVA Soma dos Quadrados

Graus de Liberdade

Quadrado Médio

F Valor de P

Interação 23,96 2 11,98 F (2, 12) = 3,960

P = 0,0478

Temperatura da Resina

8,743 1 8,743 F (1, 12) = 2,891

P = 0,1148

Cobertura 49,29 2 24,64 F (2, 12) = 8,148

P = 0,0058

Residual 36,29 12 3,024

Número de Valores Ausentes

0

Sem cerâmica Cerâmica ambiente Cerâmica aquecida

Resina ambiente 62,51 ± ,30Aa 57,0135±,99Ab 57,03± 2,82Ab

Resina aquecida 61,01 ± ,66Aa 58,5578± 2,53Aa 61,17 ±1,50Ba

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A tabela 3 apresenta os valores demonstrativos da resina composta

convencional Estelite Ômega (Tokuyama, Japão), com o teste Anova, seguido do

gráfico 3 e do teste Sidak de comparações múltiplas (Tabela 4), demonstrando

assim que em temperatura ambiente, a mesma apresentou um maior grau de

conversão sem a interposição do laminado cerâmico em temperatura ambiente. A

resina aquecida obteve aumento significativo em seu grau de conversão sem a

interposição do laminado cerâmico, comparado à resina ambiente na mesma

situação (P=0,0166). Nota-se também com a resina, tanto em temperatura ambiente

quanto aquecida, que a interposição do laminado cerâmico, independente da

temperatura, acarretou numa perda significativa em seu grau de conversão (P<0,05).

Tabela 3: Valores demonstrativos da resina Estelite Ômega com Teste anova 2

fatores.

ANOVA Soma dos Quadrados

Graus de Liberdade

Quadrado Médio

F Valor de P

Interação 54,11 2 27,06 F (2, 12) = 5,051

P = 0,0256

Temperatura da Resina

16,45 1 16,45 F (1, 12) = 3,072

P = 0,1051

Cobertura 296,0 2 148,0 F (2, 12) = 27,63

P < 0,0001

Residual 64,27 12 5,356

Número de Valores Ausentes

0

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19

E s te lite O m e g a

Gra

u d

e c

on

ve

rsã

o

Re

sin

a a

mb

ien

te

Re

sin

a a

qu

ec

ida

0

2 0

4 0

6 0

8 0

S e m c e râ m ic a

C e râ m ic a a m b ie n te

C e râ m ic a a q u e c id a

Gráfico 3: Médias do grau de conversão da resina Estelite Ômega sem cerâmica e

com cerâmica ambiente e aquecida

Tabela 4: teste de comparações múltiplas de Sidak (média±DP)

Sem cerâmica Cerâmica ambiente Cerâmica aquecida

Resina ambiente 60,36 ± 1,38Aa 53,93 ± 2,40Ab 56,32 ±1,32Aab

Resina aquecida 66,73 ± 2,38Ba 55,37 ± 3,26Ab 54,23 ± 2,52Ab

*Médias seguidas pela mesma letra maiúscula nas colunas e minúscula nas linhas

não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Sidak.

O gráfico 4 representa os valores médios em porcentagem das variações

existentes no grau de conversão dos cimentos resinosos fotopolimerizáveis em

relação ao grupo controle, que no caso dos cimentos foi o cimento em temperatura

ambiente sem a interposição do laminado cerâmico.

Podemos observar que quando há uma interposição da cerâmica em

temperatura ambiente sobre o cimento resinoso fotopolimerizável Allcem Veneer,

existe uma perda de 0,45% na polimerização desse material. Sendo que, no caso do

cimento resinoso fotopolimerizável Relyx Veneer nessa mesma condição, o mesmo

apresenta uma perda numérica de sua polimerização ainda maior de 3,44%.

Através da variação na porcentagem dos cimentos resinosos fotopolimerizáveis

em temperatura ambiente com o aquecimento prévio do laminado cerâmico,

podemos observar que o cimento Allcem Veneer apresentou um aumento em sua

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polimerização de 1,18%. Em contrapartida o cimento Relyx Veneer demonstrou uma

perda em sua polimerização de 3,68%.

Gráfico 4: Porcentagem de variação do grau de conversão dos cimentos resinosos

em relação ao grupo controle.

A tabela 5, juntamente com o gráfico 5 representa os valores médios

encontrados no grau de conversão do cimento resinoso fotopolimerizável Allcem

Veneer FGM Joinvile, SC, Brasil, demonstrando assim que independente da

ausência ou presença do laminado cerâmico em temperatura ambiente ou aquecido,

não houve diferença significativa para um maior grau de conversão desse agente

cimentante.

Tabela 5: Médias do grau de conversão do cimento resinoso Allcem Veneer.

ALLCEM VENEER N Média Desvio Padrão

Sem laminado 3 70,7201 0,43949

Laminado em temperatura

ambiente 3 70,4024 1,36722

Laminado aquecido 3 71,5554 0,93173

Total 9 70,8926 0,99933

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Tabela 6: Teste Anova do cimento resinoso Allcem Veneer

Grau de

Conversão

Soma dos

Quadrados

df Quadrado

Médio

F Significância

Entre Grupos 2,128 2 1,064 1,089 0,395

Dentro de

Grupos 5,861 6 0,977

Total 7,989 8

A llc e m

Gra

u d

e c

on

ve

rsã

o

Se m

ce râ

mic

a

Ce râ

mic

a am

bie

nte

Ce râ

mic

a aq

ue c id

a

0

2 0

4 0

6 0

8 0

Gráfico 5: Valores médios demonstrativos do grau de conversão do cimento

resinoso Allcem sem cerâmica e com cerâmica ambiente e aquecida.

A tabela 7, com o respectivo gráfico 6, apresenta os valores médios obtidos no

grau de conversão do cimento resinoso fotopolimerizável RelyX™ Veneer (3M-

ESPE, EUA), demonstrando através da análise de variância que independente da

ausência ou presença do laminado cerâmico em temperatura ambiente ou aquecido,

não houve diferença significativa para o grau de conversão desse agente

cimentante.

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Tabela 7: Médias do grau de conversão do cimento resinoso Relyx Veneer

RELYX VENEER N Média Desvio Padrão

Sem laminado 3 73,2533 0,89720

Laminado em temperatura ambiente 3 70,7312 1,29610

Laminado aquecido 3 70,5546 2,88630

Total 9 71,5130 2,10078

Tabela 8: Teste Anova do cimento resinoso Relyx Veneer

ANOVAa

Grau de

Conversão

Soma dos

Quadrados

df Quadrado

Médio

F Significância

Entre Grupos 13,675 2 6,837 1,897 0,230

Dentro de Grupos 21,631 6 3,605

Total 35,306 8

R e ly X

Gra

u d

e c

on

ve

rsã

o

Se m

ce râ m

ica

Ce râ m

ica a

mb ie

n te

Ce râ m

ica a

q u e c ida

0

2 0

4 0

6 0

8 0

Gráfico 6: Valores médios demonstrativos do grau de convesão do cimento

resinoso Alceem sem cerâmica e com cerâmica ambiente e aquecida.

A Tabela 9 apresenta os valores médios obtidos de uma comparação entre

todas as resinas convencionais e suas diferentes temperaturas (ambiente e

aquecidas) e todos os cimentos resinosos fotopolimerizáveis, em todos os tipos de

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cobertura possível, avaliando assim o grau de conversão de cada material. A análise

de variância mostra que há uma direfença significativa resultando em um maior grau

de conversão dos cimentos resinosos fotopolimerizáveis comparando-o as resinas

convencionais aquecidas e em temperatura ambiente.

Tabela 9: Valores Médios do grau de conversão das resinas compostas

convencionais em temperatura ambiente e aquecidas e os cimentos resinosos

fotopolimerizáveis

AGENTES

CIMENTANTES

N Média Desvio Padrão

Resina ambiente 18 57,8646 3,23987

Resina aquecida 18 59,5177 4,68263

Cimento 18 71,2028 1,62748

Total 54 62,8617 6,86710

Tabela 10: Teste Anova para todos os agentes cimentantes em suas

diferentes temperaturas.

ANOVA

Grau de

Conversão

Soma dos

Quadrados

df Quadrado

Médio

F Significância

Entre Grupos 1903,093 2 951,546 81,393 0,000

Dentro de

Grupos 596,232 51 11,691

Total 2499,325 53

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Tabela 11: Teste de múltiplas comparações

(I) Material (J) Material Diferença Média

(I-J)

Erro

Padrão

Significância

Resina ambiente

Resina

aquecida -1,65300 1,13973 ,323

Cimento -13,33817* 1,13973 ,000

Resina aquecida

Resina

ambiente 1,65300 1,13973 ,323

Cimento -11,68516* 1,13973 ,000

Cimento

Resina

ambiente 13,33817* 1,13973 ,000

Resina

aquecida 11,68516* 1,13973 ,000

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4. DISCUSSÃO

O quanto um material resinoso pode atingir de grau de conversão depende de

diversos fatores, principalmente por isso estar muito associado às propriedades de

cada material. A constituição química dos cimentos resinosos assemelha-se muito à

das resinas compostas convencionais, porém, em diferentes proporções (BELLOTI,

et al., 2000). O BISGMA, UDMA e TEGDMA são os dimetacrilatos normalmente

mais usados nesses materiais resinosos (ANUSAVICE, et al.,1998) sendo que de

forma absoluta as resinas compostas convencionais apresentam mais carga que os

cimentos resinosos, fazendo assim com que sua viscosidade seja maior, tornando-

se necessário seu aquecimento prévio à cimentação para um maior grau de

conversão. Já os cimentos resinosos fotopolimerizáveis possuem uma fluidez maior

devido uma maior quantidade de TEGDMA, o que permite uma menor viscosidade

desse material. Logo, a comparação dos valores atingidos no grau de conversão de

cada material resinoso deve ser analisado com muita cautela, pois um elevado grau

de conversão de um determinado material não necessariamente o torna melhor do

que outro que em valores absolutos apresentou uma conversão menor, justamente

por isso poder apenas estar relacionado a formulação dos mesmos (FONSECA, et

al., 2017).

Os resultados do presente estudo foram obtidos através da leitura por

espectroscopia infravermelho, uma técnica que determina o grau de conversão

baseado na absorção de radiação no intervalo de frequência do infravermelho,

devido as vibrações moleculares dos grupos funcionais contidos nas cadeias

poliméricas (AMIROUCHE-KORICHIA A, MOUZALIB M, WATTS DC,2009). O uso

desse método tem se mostrado cada vez mais eficaz para mensuração das

propriedades e análise do grau de conversão de cada agente cimentante (LOVELL

LG, et al.,2001). Sendo assim, podemos observar no presente estudo que em todas

as situações os cimentos resinosos fotopolimerizáveis apresentaram um maior grau

de conversão do que as resinas compostas convencionais, independente se as

mesmas estavam em temperatura ambiente ou aquecidas.

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O fato das resinas compostas convencionais apresentarem um menor grau de

conversão do que os cimentos resinosos fotopolimerizáveis no presente estudo não

significa que as resinas compostas convencionais não são uma boa opção para

cimentação de laminados cerâmicos e sim que suas propriedades permitem um

alcance de polimerização diferente dos cimentos resinosos (AL-AHDAL, et al., 2014).

Inclusive um estudo recente demonstra que ao utilizarmos a técnica de aquecimento

prévio na resina composta convencional, a mesma demonstra uma capacidade de

produzir uma interface mecanicamente mais resistente do que aquilo que se

consegue com os cimentos do tipo veneer (GREISNIGT, et al., 2017).

Apesar de já descrito anteriormente, é necessário destacar que apesar da

leitura realizada dos agentes cimentantes sem a interposição do laminado cerâmico

não representar aquilo que de fato acontece clinicamente, torna-se importante para

entender o potencial de conversão desse material e se de fato existe uma influência

significativa do laminado cerâmico quando o mesmo se interpõe entre a luz

fotopolimerizadora e o cimento. O presente estudo confirmou a hipótese de que há

uma perda no grau de conversão quando ocorre a interposição do laminado

cerâmico, porém, somente nas resinas compostas convencionais quando

comparado ao grupo controle, pois apesar do aquecimento prévio de uma resina

composta antes da cimentação propriamente dita, ela entrará em contato com o

laminado cerâmico que se encontra em temperatura ambiente, o que pode de forma

direta causar um resfriamento desta resina, impedindo que ela evolua em um

possível grau de conversão mais elevado, diferente dos cimentos resinosos

fotopolimerizáveis, que devido suas propriedades já apresentam menor viscosidade,

não necessitando de aquecimento prévio para melhor fluidez e por consequência

não ocorrendo alteração de sua temperatura durante o ato da cimentação.

Exatamente por isso, segundo (RIBEIRO, R et al. 2017), há uma grande importância

em novos estudos que visem avaliar o laminado cerâmico previamente aquecido

para cimentação de facetas laminadas.

A dureza de um agente cimentante está diretamente relacionada a sua

longevidade clínica (Souza ROA, et al.,2009). E se tratando da cimentação de um

laminado cerâmico de dissilicato de lítio, sistema cerâmico que cada vez é mais

utilizado na prática diária e possui uma grande comprovação clínica de sucesso

acima de 95% na literatura (DUMFAHRT, SCHAFFER H. 2000) devido sua grande

resistência a fratura e estabilidade de cor, torna ainda mais importante um ideal

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desempenho do agente cimentante para obtenção de um resultado satisfatório a

longo prazo. No entanto, como forma de tentar obter um maior grau de conversão

desses agentes cimentantes, optou-se em aquecer o laminado cerâmico

previamente a cimentação, para que assim, pudéssemos ter a interação da resina

composta convencional e laminado cerâmico aquecidos, evitando assim um

resfriamento ainda mais rápido do agente cimentante, garantindo uma maior fluidez,

possibilitando uma potencialização dessa polimerização. Porém, essa hipótese foi

rejeitada no caso da resina Estelite Omega já que os resultados não demonstraram

benefícios quanto ao aumento no grau de conversão dessa resina composta

convencional aquecida com o ato de aquecer a cerâmica. A Resina Z100, quando

aquecida, juntamente com o laminado cerâmico aquecido nos demonstra que houve

melhora significativa em sua conversão, o que supõe que suas propriedades foram

favorecidas pelo aquecimento do laminado cerâmico de forma superior as da resina

Estelite Omega para esse benefício, já que apenas nesse caso de aquecimento do

laminado cerâmico houve um aumento significativo no grau de conversão. Logo, se

tornam necessários estudos mais aprofundados sobre as propriedades e reologias

desses agentes cimentantes.

Os cimentos resinosos fotopolimerizáveis não foram aquecidos, justamente por

já apresentarem maior fuidez e isso não ser alterado independente do contato com o

laminado cerâmico, porém, o laminado cerâmico também foi aquecido como forma

de verificar se haveria algum ganho na polimerização deste material. Mais uma vez

não houve qualquer aumento na polimerização devido esse aquecimento, mas por

sua vez, a interposição do laminado cerâmico sobre os cimentos resinosos

fotopolimerizáveis não interferiu de forma negativa em sua polimerização

demonstrando talvez que as propriedades desses agentes cimentantes sejam as

únicas responsáveis pela conversão de cada material, independente do

aquecimento e interposição do laminado cerâmico.

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5. CONCLUSÃO

O grau de conversão foi dependente do agente cimentante empregado,

demonstrando que os cimentos resinosos fotopolimerizáveis apresentaram um maior

grau de conversão que as resinas compostas convencionais.

A interposição do laminado cerâmico, mesmo em fina espessura, tem maior

interferência na polimerização das resinas compostas convencionais do que nos

cimentos resinosos fotopolimerizáveis, reduzindo o grau de conversão das resinas.

O aquecimento prévio do laminado cerâmico não promove um aumento no

grau de conversão dos agentes cimentantes.

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