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Disciplina: Fiscal de Urbanismo e Meio Ambiente Professor: Chico Matias Urbanismo Aulas 01-04

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Disciplina: Fiscal de Urbanismo

e Meio Ambiente

Professor: Chico Matias

Urbanismo

Aulas 01-04

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Sumário

AULA - 01. CONCEITOS BÁSICOS DE FISCALIZAÇÃO ...................................................................... 4

1.1 DEFINIÇÕES ......................................................................................................................... 4

1.2 COMPETÊNCIA PARA FISCALIZAR ........................................................................................ 4

1.3 AÇÕES FISCAIS ..................................................................................................................... 6

1.4 DILIGÊNCIAS DO FISCAL DE OBRAS ..................................................................................... 6

1.5 LICENCIAMENTO ................................................................................................................. 9

AULA - 02. CONCEITOS BÁSICOS DE FISCALIZAÇÃO ...................................................................... 9

2.1 AUTORIZAÇÃO ..................................................................................................................... 9

2.2 AUTOS DE INFRAÇÃO ........................................................................................................ 10

2.3 SANÇÕES ........................................................................................................................... 13

2.4 MULTA ............................................................................................................................... 13

2.5 EMBARGO .......................................................................................................................... 14

2.6 INTERDIÇÃO ....................................................................................................................... 15

2.7 CASSAÇÃO DA LICENÇA ..................................................................................................... 16

2.8 APREENSÃO E PERDA DE BENS E MERCADORIAS ............................................................. 16

2.9 DESFAZIMENTO, DEMOLIÇÃO OU REMOÇÃO ................................................................... 17

2.10 ADVERTÊNCIA E SUSPENSÃO .......................................................................................... 18

2.11 RECURSOS ....................................................................................................................... 19

AULA – 03. FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DE OBRAS DE HABITAÇÃO ........................................ 19

3.1 SERVIÇOS PRELIMINARES .................................................................................................. 20

3.1.1 Topografia .................................................................................................................. 21

3.1.2 Sondagem ................................................................................................................... 22

3.1.3 Demolição e Retirada ................................................................................................. 22

3.1.4 Preparação do Terreno .............................................................................................. 25

3.1.5 Movimento de Terra .................................................................................................. 26

3.1.6 Obras de Drenagem ................................................................................................... 26

3.2 CANTEIRO DE OBRAS ......................................................................................................... 29

3.2 LOCAÇÃO DE OBRAS .......................................................................................................... 30

AULA – 04. FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DE OBRAS DE HABITAÇÃO ........................................ 32

4.1 FUNDAÇÕES DIRETAS OU SUPERFICIAIS ........................................................................... 33

4.2 FUNDAÇÕES INDIRETAS OU PROFUNDAS ......................................................................... 34

4.2.1 Fundações com Utilização de Estacas de Madeira, Concreto ou Metálica. ............... 35

4.2.2 Tubulões ..................................................................................................................... 38

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AULA - 01. CONCEITOS BÁSICOS DE FISCALIZAÇÃO

1.1 DEFINIÇÕES

Como uma introdução aos conceitos básicos sobre fiscalização convém

apresentar e delimitar as definições de fiscalização no âmbito municipal, urbanístico e

ambiental.

De acordo com o Código de Obras e Posturas do Município de Sobral (COPMS),

publicado sob a Lei Complementar nº 007 de 01 de fevereiro de 2000, fiscalização é

atividade desempenhada pelo poder público, em obra, serviço ou qualquer outra

atividade, com o objetivo de cumprir ou fazer cumprir as determinações estabelecidas

em lei.

Em suas recomendações básicas para a contratação e fiscalização de obras de

edificações públicas o Tribunal de Contas da União (TCU) define fiscalização como

sendo a atividade que deve ser realizada de modo sistemático pelo contratante e seus

prepostos, com a finalidade de verificar o cumprimento das disposições contratuais,

técnicas e administrativas em todos os seus aspectos.

Já para o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), fiscalização ambiental

é o exercício do poder de polícia em relação à legislação ambiental, que consiste no

dever que o poder público tem de fiscalizar as condutas daqueles que se apresentem

como potenciais ou efetivos poluidores e utilizadores dos recursos naturais, de forma a

garantir a preservação do meio ambiente para a coletividade.

Em todas as definições citadas podemos observar que o objetivo da fiscalização

é fazer cumprir as leis, normas e contratos que regulam a condução das posturas

municipais, no âmbito do planejamento urbano e gestão ambiental.

1.2 COMPETÊNCIA PARA FISCALIZAR

Ao Estado, entendido como gestor público e não unidade federativa, é

atribuída a promoção do bem estar comum. Assim, a ele compete a produção do

conjunto de regras as quais determinada sociedade deve se submeter, ou seja, as leis.

A Constituição Federal de 1988 (CF-88) é o conjunto de leis que assegura os

direitos fundamentais da sociedade brasileira através da regulamentação das ações de

poder e funcionamento do próprio Estado, com a prerrogativa de que o bem estar

coletivo está acima do bem estar individual. Baseado no Princípio da Legalidade1, em

1 Citado no artigo 5 da CF, inciso II, significa que uma pessoa não será obrigada a fazer ou deixar de fazer algo, exceto se esta situação estiver prevista na lei. Não por força, mas sim pela lei.: II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

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seu Artigo 37, a CF-88 versa sobre a incapacidade de que o Estado haja sem norma ou

lei que regulamente tal ação. Assim ao Estado é atribuída, não somente, a

competência para fiscalizar o interesse do bem comum através do próprio poder

legislativo, como o incube do dever de fazê-lo.

A fim de especificar esta competência e incumbência no âmbito municipal, o

Artigo 30 da CF-88 outorga à gestão municipal o poder de legislar sobre assuntos de

interesse local e ainda suplementar a legislação federal e estadual no que couber.

Desta forma o poder municipal atribui a si mesmo a competência para fiscalizar

através da legislação local que lhe regulamenta.

O ato de fiscalizar decorre do poder de polícia outorgado pelo estado e

subordinado às definições políticas e sociais, ou seja, a legislação para o bem comum,

de acordo com as necessidades locais de determinada unidade social, como no caso da

instituição de cargo municipal.

Por conseguinte, na lei Nº 1.679, de 25 de outubro de 2017, o Município de

Sobral reestrutura o cargo de Fiscal Superior de Urbanismo e cria a carreira de

Especialista em Urbanismo e Meio Ambiente, atribuindo-lhe o poder de polícia para a

execução das atividades de fiscalização, no âmbito municipal, em observância ao

cumprimento da legislação específica em vigor, outorgando-lhe assim a sua

competência para fiscalizar.

É importante ressaltar, porém, que a atribuição ao cargo por si só não

caracteriza competência para fiscalizar. Faz-se necessário que o indivíduo seja

submetido à avaliação de competência, enquanto habilidade técnica, relativa ao cargo

ou funções específicas que fizeram parte do certame contratual, pois, senão estaria a

usurpar-se a competência (CF-88 Artigo 37, Inciso II). Para tanto a seleção do agente

de fiscalização deve ser realizada através de certame contratual, por exemplo, o

concurso público, que considere tanto as habilidades necessárias ao cargo quanto as

disposições previstas em legislação de outras esferas de poder (Federal ou Estadual),

bem como em resoluções de órgãos regulatórios, tais como o Conselho Federal de

Engenharias e Agronomia (CONFEA), o Conselho Arquitetura e Urbanismo (CAU) ou os

órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA).

Assim, além do poder de polícia outorgado pelo município faz-se necessário

que o agente de fiscalização tenha a sua habilitação profissional reconhecida no

âmbito a que se pretende fiscalizar.

Por força do edital Nº 02/2018 – SECOG/PMS, de 13 de abril de 2018 que publica a seleção por meio de Concurso Público de Provas e Títulos a Secretaria da Ouvidoria, Controladoria e Gestão do Município de Sobral convoca profissionais com

Porém é aplicado com mais intensidade dentro da Administração Pública, no Art. 37 da CF, pois nesta, só é autorizado fazer aquilo que está previsto em lei, caso contrário não tem validade. Todos os atos da administração pública devem estar de acordo com a legislação. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)

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curso superior completo, reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), nas modalidades de bacharelado, licenciatura plena ou graduação tecnológica nas áreas de atuação em Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Biologia, Ciências Ambientais, Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia de Pesca, Engenharia Florestal, Engenharia Química, Engenharia Sanitária, Geografia, Geologia, Gestão Ambiental, Medicina Veterinária, Química, Tecnologia em Gestão Ambiental, Tecnologia em Saneamento Ambiental, Tecnólogo da Construção Civil e Zootecnia, áreas afins ou correlatas, e registro no conselho profissional competente, se a profissão for regulamentada por lei, para concorrerem ao cargo de Fiscal de Urbanismo e Meio Ambiente, abrangendo assim a competência para fiscalizar suas posturas municipais a esses profissionais através da outorga do poder de polícia que lhe compete.

A título de resumo e conclusão podemos utilizar a citação do Manual de Manual de Obras Públicas e Serviços de Engenharia Contratos e Convênios no âmbito do Estado do Ceará publicado pelo Governo do Estado:

“A fiscalização deve ser realizada por servidor do órgão ou da entidade da administração pública que detenha habilitação para tal, podendo ser subsidiado por profissional habilitado com experiência no acompanhamento e controle de serviços relacionados com o tipo de obra que está sendo executada.”

1.3 AÇÕES FISCAIS

Através do COPMS (Lei Complementar nº 007/2000), o poder público atribui

“através de seus agentes credenciados“ a fiscalização do cumprimento das posturas

disposta nesta lei e atribui as seguintes ações aos mesmos. (Artigos 253 e 254)

I - efetuar vistorias em geral, levantamentos e avaliações;

II - lavrar notificações e intimações aos infratores à presente lei para prestarem

esclarecimentos em local e data previamente determinados ou apresentar

documentos, bem como determinar a correção de irregularidades constatadas, fixando

os respectivos prazos;

III - constatar a ocorrência de infrações, lavrando o respectivo auto;

IV - verificar a procedência de denúncias e exigir as medidas necessárias para a

correção das irregularidades; e

V - exercer outras atividades inerentes ao poder de polícia administrativa.

1.4 DILIGÊNCIAS DO FISCAL DE OBRAS

São as ações destinadas a coletar informações ou outros elementos de interesse da administração municipal, inclusive para atender exigência de instrução processual, com o objetivo de verificar o perfeito acompanhamento e cumprimento do contrato firmado entre as partes que rege a execução da obra objeto da fiscalização.

A Lei nº 8.666 de 21 de Junho de 1993, chamada Lei de Licitações, regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal de 1988 instituindo, entre outras, normas para licitações e contratos da administração pública e apresenta em seu artigo 67 a obrigatoriedade de acompanhamento e fiscalização da execução do contrato por um

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representante da administração especialmente designado, atribuindo-lhe ações que devem reger suas diligencias:

§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.

Em complementação ao exposto acima o Manual de Obras Públicas e Serviços de Engenharia, elaborado por auditores da Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado – CGE, por técnicos da Secretaria de Infraestrutura - SEINFRA e do Departamento de Arquitetura e Edificações – DAE, apresenta uma série de recomendações básicas para contratos, convênios e realização de obras no Estado do Ceará.

Nele os autores apresentam uma lista detalhada de atividades que devem ser realizadas no decorrer da execução do empreendimento, e do contrato funcionando como um guia passo a passo para o cumprimento das ações e diligências dos agentes de fiscalização municipais.

Quanto ao controle de documentos:

Realizar o cadastro da proposta de preço vencedora no sistema de

acompanhamento de obras.

Manter um arquivo completo e atualizado de toda a documentação pertinente

aos trabalhos, incluindo o contrato, Caderno de Encargos, orçamentos,

cronogramas, caderneta de ocorrências, correspondência, relatórios diários,

certificados de ensaios e testes de materiais e serviços, protótipos e catálogos

de materiais e equipamentos aplicados nos serviços e obras;

Fazer a abertura do livro “Diário de Obras”;

Verificar a disponibilização de documentos relativos à obra no escritório do

canteiro da obra (projetos, edital, contrato, proposta, cronograma, memorial

descritivo etc).

Quanto aos projetos técnicos:

Analisar e aprovar o projeto das instalações provisórias e do canteiro de serviço

apresentados pelo responsável no início dos trabalhos;

Analisar e aprovar o plano de execução e o cronograma detalhado dos serviços

e obras apresentados pelo responsável no início dos trabalhos, sem prejuízo da

aprovação por parte da entidade contratante;

Esclarecer ou solucionar incoerências, falhas e omissões eventualmente

constatadas nos desenhos, memoriais, especificações e demais elementos de

projeto, bem como fornecer informações e instruções necessárias ao

desenvolvimento dos trabalhos;

Promover a presença dos autores dos projetos no canteiro de serviço, sempre

que for necessária a verificação da exata correspondência entre as condições

reais de execução e os parâmetros, definições e conceitos de projeto;

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Verificar e aprovar os desenhos do “como construído” (as built) e do projeto

executivo, conforme o caso, registrando todas as modificações introduzidas no

projeto original, de modo a documentar fielmente os serviços e obras

efetivamente executados.

Quanto à execução e andamento dos serviços:

Verificar e aprovar os relatórios periódicos de execução dos serviços e obras,

elaborados de conformidade com os requisitos estabelecidos nas

Especificações Técnicas do contrato;

Promover reuniões periódicas no canteiro de serviço para análise e discussão

sobre o andamento dos serviços e obras, esclarecimentos e providências

necessárias ao cumprimento do contrato;

Solucionar as dúvidas e questões pertinentes à prioridade ou sequência dos

serviços e obras em execução, bem como às interferências e interfaces dos

trabalhos da contratada e/ou subcontratada, conforme o caso;

Paralisar e/ou solicitar o refazimento de qualquer serviço que não seja

executado em conformidade com projeto, norma técnica ou qualquer

disposição oficial aplicável ao objeto do contrato; Solicitar a realização de

testes, exames, ensaios e quaisquer provas necessárias ao controle de

qualidade dos serviços e obras objeto do contrato.

Quanto à substituição de materiais e insumos:

Solicitar e aprovar a substituição de materiais e equipamentos que sejam

considerados defeituosos, inadequados ou inaplicáveis aos serviços e obras;

Analisar e aprovar os acréscimos e/ou supressões de serviços pleiteadas pela

contratada, autorizando a execução dos referidos serviços, somente após a

formalização do termo aditivo de valor.

Quanto à substituição de colaborador da contratada:

Solicitar a substituição de qualquer colaborador da contratada que embarace

ou dificulte a ação da fiscalização ou cuja presença no local dos serviços seja

considerada prejudicial ao andamento dos trabalhos.

Quanto à medição:

Aprovar partes, etapas ou a totalidade dos serviços executados, verificar e

atestar as respectivas medições, bem como conferir, visitar e encaminhar para

pagamento as faturas emitidas pela contratada;

Exercer rigoroso controle sobre o cronograma de execução dos serviços e

obras, aprovando os eventuais ajustes que ocorrerem durante o

desenvolvimento dos trabalhos;

Manter o acompanhamento físico das medições encaminhadas pelo órgão ou

entidade contratante, devendo a cada medição, antes da data de protocolo da

medição seguinte, verificar a existência de pendências que exijam a realização

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de glosa ou ajustes, comunicando ao órgão ou entidade contratante (art. 4°, do

Decreto Estadual n° 29.918/2009);

Verificar e atestar se os serviços constantes da medição correspondem aos

efetivamente realizados, inclusive quanto à qualidade e quantidade, inclusive

quanto ao critério de medição adotado.

1.5 LICENCIAMENTO

Em um primeiro momento importa apresentar algumas definições acerca do licenciamento no âmbito municipal, ao decorrer das próximas aulas tais conceitos serão apresentados de forma mais contextualizada e direcionada para as ações cotidianas do agente fiscal.

Licenciamento é o procedimento administrativo pelo qual o órgão municipal competente permite e regulamenta a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades em seu território, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

Licença é o ato administrativo pelo qual o órgão municipal competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades em seu território.

O processo de licenciamento municipal inclui três principais instâncias: Licença Prévia (LP) – concedida na fase preliminar do planejamento de

atividade, contém requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo.

Licença de Instalação (LI) – autoriza o início da implantação, de acordo com as especificações constantes do Projeto Executivo aprovado;

Licença de Operação (LO) – autoriza, após as verificações necessárias, o início da atividade licenciada e o seu funcionamento.

AULA - 02. CONCEITOS BÁSICOS DE FISCALIZAÇÃO

2.1 AUTORIZAÇÃO

Autorização é um ato administrativo discricionário, ou seja, que tem prazo de vigência e pode ser revogado a qualquer tempo, uma vez que pode ser submetido a juízo de valor, cujo grau de liberdade é delimitado pela lei permitindo ao agente ponderar e avaliar os critérios de conveniência e oportunidade.

No cotidiano do agente fiscal é recorrente a emissão de documentos de autorização representativos dos atos administrativos que o compete, por exemplo, ordens de serviço, permissões de uso, aditamentos contratuais e etc. Abordaremos mais detalhadamente esses documentos no decorrer do curso.

Vale destacar neste momento de definições, que o ato de autorização difere do ato de licenciamento por razão da sua natureza discricionária, uma vez que a licença é

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uma permissão vinculada aos requisitos legais para sua liberação, não permitindo ao agente juízo de valor ou oportunidade.

2.2 AUTOS DE INFRAÇÃO

Auto de infração é o instrumento jurídico-fiscal utilizado pela administração com o objetivo de levar ao conhecimento do sujeito infrator os atos, situações ou fatos ilícitos constatados em desconformidade da lei pelo agente de fiscalização em suas diligências, servindo ainda, para solicitar informações, documentos e/ou providências, visando regularizar a situação dentro de um prazo estabelecido.

Nele devem estar listados e detalhados os fatos ou situações de relevância jurídica que ocasionaram a abertura do processo administrativo para averiguação da infração. Por tratar-se de um ato plenamente vinculado, se faz necessário que a sua redação seja pautada tão somente nas disposições legais, não admitindo juízo de valor por parte do agente fiscal.

Este documento deve ser lavrado contra o construtor, responsável técnico pela execução da obra, autor do projeto e ao proprietário, conforme o caso, grafado de forma legível, sem emendas ou rasuras e devendo apresentar, no mínimo, as seguintes informações:

Data da lavratura, nome completo, matrícula e assinatura do agente fiscal;

Nome e endereço completos da pessoa física ou jurídica autuada, incluindo, obrigatoriamente, CPF ou CNPJ;

Identificação da obra, serviço ou empreendimento, com informação sobre a sua localização, nome e endereço do contratante, indicação da natureza da atividade e sua descrição detalhada;

Identificação da infração, mediante descrição detalhada da irregularidade,

Capitulação da infração e da penalidade, e valor da multa a que estará sujeito o autuado;

Data da verificação da ocorrência;

Indicação de reincidência ou nova reincidência, se for o caso; e

Indicação do prazo para efetuar o pagamento da multa e regularizar a situação ou apresentar defesa. O auto de infração deve ser entregue pessoalmente ou enviadas por via postal

com Aviso de Recebimento - AR ou por outro meio legal admitido que assegure a certeza da ciência do autuado. O comprovante de recebimento do auto de infração deverá ser anexado ao processo administrativo que trata do assunto. Caso o autuado recuse ou obstrua o recebimento do auto de infração, o fato deverá ser registrado no processo.

Conforme vimos anteriormente, entre as atribuições do Agente Fiscal figura a averiguação e a condução dos processos administrativos pertinentes ao descumprimento do código de obras e posturas, assim é de extrema importância que os mecanismos destes processos estejam bem claros e definidos para os agentes fiscais, portanto, para fins didáticos, vamos relacionar cada definição com o disposto na legislação municipal.

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Examinando o COPMS (Lei Complementar nº 007/2000, TÍTULO XI, CAPÍTULO I) podemos compreender os mecanismos de coerção para o cumprimento da legislação abordando a constituição das infrações, as penalidades decorrentes do descumprimento da lei e os procedimentos relativos ao processo específicos do Município de Sobral.

Os artigos 246, 247, 250, 251 e 252 definem a natureza da infração:

Art. 246 - Constitui infração, para os efeitos desta Lei e da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, toda ação ou omissão que importe na inobservância de preceitos nela estabelecidos ou na inobservância às determinações de caráter normativo dos órgãos e das autoridades administrativas competentes.

Art. 247 - Será considerado infrator, todo aquele que praticar ato ou induzir, auxiliar ou constranger alguém a fazê-lo, em desacordo com a legislação municipal vigente.

Art. 250 - Responderá pela infração quem por qualquer modo a cometer, concorrer para sua prática ou dela se beneficiar.

Art. 251 - A responsabilidade da infração é atribuída: I - à pessoa física ou jurídica; ou II - aos pais, tutores, curadores, quando incidir sobre as pessoas de seus filhos menores, tutelados ou curatelados.

Art. 252 - As penalidades aplicadas não isentam o infrator da obrigação de reparar ou ressarcir o dano resultante da infração, na forma prevista em lei.

Já os artigos 255, 256 e 257 apresentam algumas das disposições relativas ao processo que dependem da postura do município e da legislação no âmbito local.

Art. 255 - A autoridade pública que tiver conhecimento de infração ao disposto nesta Lei, é obrigada a promover a sua apuração imediata, sob pena de corresponsabilidade. Parágrafo Único - As infrações são apuradas em processo administrativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observados os demais princípios de direito público atinentes.

Art. 256 - Constatada a irregularidade, será lavrado Auto de Infração, em 3 (três) vias, destinando-se a primeira ao autuado e as demais à formalização do processo administrativo, devendo conter, essencialmente: I - o nome da pessoa física ou jurídica autuada, com respectivo endereço e CPF ou CGC/CGF; II - o ato, fato ou omissão que resultou na infração; III - o local, data e hora do cometimento da infração; IV - a disposição legal ou regulamentar em que se fundamenta a infração; V - a penalidade aplicada e, quando for o caso, o prazo para correção da irregularidade; e VI - a assinatura da autoridade competente.

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§ 1º - A todo Auto de Infração precederá, sempre que possível, uma notificação concedendo um prazo para o cumprimento das exigências legais.

§ 2º - Lavrado o Auto de Infração, poderá o infrator apresentar defesa escrita no prazo de 10 (dez) dias a contar de seu recebimento.

§ 3º - Decorrido o prazo, sem interposição de recurso, a multa não paga tornar-se-á efetiva e será cobrada por via judicial, após inscrição no respectivo livro da dívida ativa do Município.

§ 4º - As penalidades aplicadas não isentam o infrator da obrigação de reparar ou ressarcir o dano resultante da infração, na forma prevista em lei.

§ 5º - Os recursos administrativos interpostos contra as penalidades previstas nesta Lei não terão efeito suspensivo.

§ 6º - Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, prorrogando-se, automaticamente, para o primeiro dia útil, se recair em dia em que não haja expediente no órgão competente.

Art. 257 - O autuado tomará ciência do auto de infração, bem como das notificações ou intimações acaso emitidas, alternativamente, pelas seguintes formas: I - pessoalmente ou por seu representante legal ou preposto; II - por carta registrada ou com aviso de recebimento (A.R.); ou III - por publicação em diário oficial ou em jornais de grande circulação no estado.

Em decorrência das infrações ocorre a sujeição das sanções cabíveis regulamentadas pelos artigos 248 e 249.

Art. 248 - Os infratores das disposições desta Lei, no que concerne a obras e projetos, estão sujeitos às seguintes sanções: I - advertência, com fixação de prazo para regularização da situação, prorrogável a juízo da administração municipal, através do órgão competente, e mediante solicitação justificada do interessado, sob pena de embargo das obras do empreendimento; II - multa, graduada proporcionalmente à natureza da infração e área construída do empreendimento, em valor não inferior a 15 (quinze) e não superior a 150 (cento e cinquenta) Unidades Fiscais de Referência- UFIRs; e

III - embargo das obras ou demolições, nos casos de empreendimentos iniciados ou executados sem a aprovação do órgão competente da administração municipal, e sem o necessário licenciamento para edificar ou ainda, em desacordo com o projeto aprovado, ou com inobservância das restrições existentes.

Art. 249 - Os infratores das disposições desta Lei, no que concerne aos exercícios das atividades, ficam sujeitos às seguintes sanções: I - advertência; II - apreensão e perda de bens e mercadorias; III - cassação de licença; IV - desfazimento, demolição ou remoção;

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V - embargo; VI - exclusão do registro de profissionais legalmente habilitados junto à Prefeitura; VII - interdição; VIII - multa; e IX - suspensão.

Vale ressaltar que os artigos acima descritos tratam apenas do disposto no COPMS, o processo administrativo, ao qual se refere o auto de infração, ainda deve considerar as legislações pertinentes do âmbito Estadual e Federal.

2.3 SANÇÕES

A fim de compreendermos melhor as funcionalidades das penalidades aplicáveis pelos agentes fiscais, importa definirmos que “Sanção” é o termo jurídico utilizado para se referir a uma norma ética criada para servir como decorrência, premial ou penal, de uma norma ética anterior, ou seja, é uma consequência atribuída à observância ou não de um comportamento previsto em lei, que pode estimulá-lo ou reprimi-lo. São exemplos de Sanção Premial os descontos para pagamentos de impostos antes do seu vencimento ou os incentivos fiscais para a implantação de uma indústria em determinado logradouro.

Já as Sanções Penais são normas mais presentes no decorrer das ações e diligências dos agentes fiscais, visto que estão presentes na maioria dos Códigos de Obras e Posturas Municipais como instrumentos coercitivos para o cumprimento das leis.

Nesse momento cabe lembrar e destacar que o agente fiscal instituído com poder de polícia no Município de Sobral, não exercerá suas funções relacionadas apenas às obras de urbanismo e licenciamento ambiental, mas também das posturas municipais de um modo geral. Isso engloba ações como fiscalização da higiene e saneamento, organização de atividades e outras disposições da Lei de Ocupação e Uso do Solo, portanto algumas das disposições a seguir se refere a outros assuntos no âmbito municipal, além de obras e licenciamento ambiental, que serão abordados em outro momento durante o curso.

No caso do Município de Sobral as sanções são tratadas no TÍTULO XI, CAPÍTULO I da Lei Complementar nº 007/2000, que institui a regulamentação de suas penalidades, sendo: Multas (Seção I), Embargo (Seção II), Interdição (Seção III), Cassação da Licença (Seção IV), Apreensão e Perda de Bens e Mercadorias (Seção V), Desfazimento, Demolição ou Remoção (Seção VI), Advertência (Seção VII) e Suspensão (Seção VIII). A seguir veremos as definições e os dispostos da lei de cada uma delas.

2.4 MULTA

Multa é uma sanção penal instituída em consequência do descumprimento de uma norma regulamentada, cuja forma de punição se dá com o pagamento de valores pecuniários, à administração conforme a legislação que a regulamenta.

O COPMS apresenta na Seção I, Capítulo II, Título XI, suas disposições referentes às multas.

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Art. 258 - As multas originárias de infrações cometidas contra as disposições desta Lei são calculadas com base no valor de referência vigente ou unidade fiscal determinada por ato do Poder Executivo Municipal. Parágrafo Único - Os valores das multas deverão variar de 30 (trinta) a 1.000 (mil) Valores de Referência ou Unidades Fiscais.

Art. 259 - Para efeito de cálculo das multas, observar-se-á o seguinte: I - verificada a primeira ocorrência que originou a multa, seu valor será o mínimo estabelecido nesta Lei, salvo quando a gravidade do caso recomendar maior valor; II - no caso de reincidência do infrator em relação à mesma obra ou atividade, serão aplicados os valores máximos estabelecidos; e III - poderão ser aplicados em dobro os valores máximos estabelecidos, em caso de circunstâncias agravantes da infração.

Art. 260 - As multas, no cálculo de seu montante, serão aumentadas ou diminuídas, de acordo com as seguintes circunstâncias: I - São atenuantes:

a) menor grau de compreensão e escolaridade do infrator; b) arrependimento eficaz do infrator, manifestado pela

comunicação prévia às autoridades competentes; e c) colaboração com os agentes encarregados da fiscalização.

II - São agravantes: a) a reincidência específica; b) a maior extensão dos efeitos da infração; c) o dolo, mesmo eventual; d) a ocorrência de efeitos sobre a propriedade alheia; e) danos permanentes à saúde humana e ao meio ambiente; e f) o atingimento a bens públicos sob proteção legal.

Art. 261 - Quando a mesma infração for objeto de punição em mais de um dispositivo desta Lei, prevalecerá o enquadramento no item mais específico em relação ao mais genérico.

2.5 EMBARGO

De acordo com o art. 262, da Lei Complementar 007/2000 o embargo é uma sanção penal que consiste na suspensão ou paralisação definitiva ou provisória, determinada pela autoridade competente, de qualquer atividade, obra ou serviço.

Qualquer obra em andamento, sejam elas construções, ampliações ou reformas, poderá ter embargo imediato, não cabendo notificação, quando:

Iniciar ou executar obra sem o devido licenciamento, quando não estiverem sendo respeitados os alinhamentos e índices urbanísticos estabelecidos;

Executar obra sem responsável técnico legalmente habilitado, quando indispensável;

Construir, ampliar ou reformar em desacordo com os termos da lei e do projeto aprovado;

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Executar obra em loteamentos não aprovados pelo Município.

O encarregado pela fiscalização embargará a obra, mediante lavratura de auto de embargo, em 02 vias, devendo a obra ficar paralisada até que a irregularidade apontada seja sanada.

O município comunicará o embargo ao(s) infrator(es) através de Notificação de Embargo, no qual se especificará as causas da medida e as exigências e prazos que devem ser observados para sanar a irregularidade.

Verificado o desrespeito ao embargo, o Município requisitará o auxilio policial para a manutenção do embargo e aplicará as multas previstas e demais medidas cabíveis de responsabilidade do infrator.

O levantamento do embargo só será concedido pelo Município depois de verificado o cumprimento de todas as exigências que se relacionarem com a obra ou instalação embargada e, bem assim, satisfeito o pagamento de todos os emolumentos e multas impostas.

As disposições complementares acerca do embargo contidas no COPMS são apresentadas a seguir.

Art. 263 - Verificada a necessidade do embargo, será o infrator ou seu representante legal notificado por escrito a não prosseguir as atividades, obras ou serviços, até sua regularização, de acordo com a legislação vigente.

Art. 264 - Se no ato do embargo forem determinadas outras obrigações, a exemplo de remoção de materiais, retirada ou paralisação de máquinas, motores e outros equipamentos, ou ainda qualquer outra providência, ao infrator será concedido prazo, a critério da Prefeitura, para o cumprimento das exigências, sob pena de a Prefeitura executar os serviços, inscrevendo as despesas, acrescidas de 20% (vinte por cento) a título de administração, em nome do infrator, como dívida ativa à Fazenda Municipal.

2.6 INTERDIÇÃO

Enquanto o embargo é uma medida sancionadora aplicada como consequência da infração da legislação, a Interdição é um ato administrativo aplicado como forma de prevenção de atentados iminentes à segurança da população caracterizando-se, portanto, como uma medida acautelatória.

Assim, a interdição pode ser definida como ato administrativo, com fim acautelatório, decorrente, não da infração das normas administrativas, mas sim das normas técnicas de segurança.

O COPMS apresenta suas disposições quanto à interdição na Seção III, Capítulo II, Título XI nos seguintes artigos:

Art. 265 - A Prefeitura poderá interditar qualquer área, edificação ou atividade que, pelas suas más condições de limpeza, salubridade, asseio e segurança, possa trazer perigo à saúde, ao bem-estar ou à vida dos respectivos usuários ou dos usuários das edificações vizinhas.

Art. 266 - A interdição somente será ordenada mediante parecer da autoridade competente e consistirá na lavratura de um auto, em 4 (quatro) vias, no qual se especificarão as causas da medida e as exigências que devem ser observadas.

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Parágrafo Único - Uma das vias será entregue ao responsável ou ao proprietário do imóvel, obra ou construção interditada, ou ao seu representante legal e outra, afixada no local.

Art. 267 - Se a edificação interditada, em virtude da natureza do material com que foi construída ou de qualquer outra causa, não ermitir melhoramentos que a tornem salubre, a Prefeitura declarar-la-á inabitável e indicará o proprietário o prazo dentro do qual deverá proceder a sua demolição ou reconstrução.

Art. 268 - Nenhum prédio interditado, seja por perigo de iminente desabamento ou por ter sido declarado insalubre, poderá ser habitado ou utilizado pelo proprietário, inquilino ou qualquer pessoa, antes que sejam atendidas as condições de habitabilidade.

2.7 CASSAÇÃO DA LICENÇA

Cassação é o ato ou efeito de anular e privar o infrator de exercer atividade licenciada ou autorizada em decorrência do não cumprimento dos disposto na legislação inerente ao seu tipo de atividade, ou seja, a ação de cassar é uma forma de sanção penal.

O COPMS apresenta suas disposições quanto à interdição na Seção IV, Capítulo

II, Título XI nos seguintes artigos:

Art. 269 - Os estabelecimentos comerciais, industriais, prestadores de serviços, feirantes e vendedores ambulantes, poderão ter cassada a licença de localização e funcionamento, quando suas atividades não atenderem às disposições deste Código, da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo e outros atos normativos em vigor.

Art. 270 - Também se incluem para efeito de cassação da licença de localização ou funcionamento, os estabelecimentos cujos responsáveis se neguem a exibir a licença, quando solicitada pela autoridade competente.

Art. 271 - Feita a cassação da licença de localização e funcionamento, o estabelecimento comercial, industrial ou prestador de serviços será imediatamente fechado ou interditado.

Art. 272 - Poderão reiniciar suas atividades o estabelecimento comercial, industrial ou prestador de serviços, feirantes e os vendedores ambulantes, quando satisfeitas as exigências da legislação em vigor e mediante a emissão da nova licença.

2.8 APREENSÃO E PERDA DE BENS E MERCADORIAS

Sendo o comércio de bens e serviços uma atividade regulamentada, e passível

de exercício garantido por licenciamento ou autorização, esta também está sujeita às

disposições da legislação e, portanto passível de sanção em caso do descumprimento

das normas. Assim, a apreensão e perda de bens e mercadorias é uma sanção penal

decorrente da infração dos dispostos no COPMS, Seção V, Capítulo II, Título XI nos

seguintes termos:

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Art. 273 - Quando se verificar o exercício ilícito do comércio, a Prefeitura poderá determinar a apreensão ou perda de bens e mercadorias, como medida assecuratória do cumprimento das exigências previstas nesta Lei.

Art. 274 - Os bens ou mercadorias apreendidos serão recolhidos ao depósito da Prefeitura.

Art. 275 - Toda apreensão deverá ser acompanhada de termo de apreensão, lavrado pela autoridade competente e deverá conter: I - nome e endereço do infrator; II - especificação dos bens ou mercadorias apreendidos, data, hora e local da apreensão; III - motivo de apreensão; e IV - prazo para a retirada dos bens ou mercadorias.

Art. 276 - Os bens ou mercadorias apreendidos somente serão restituídos, após a regularização e atendidas as exigências pelo infrator, depois de pagas as devidas multas e as despesas da Prefeitura, com a apreensão, transporte e depósito.

Art. 277 - Não sendo reclamados os bens ou mercadorias apreendidos, no prazo estabelecido, serão vendidos em leilão público, anunciado em edital, através da imprensa ou entregues a instituições de caridade e assistência social.

Art. 278 - Quando a apreensão recair sobre produtos tóxicos e nocivos à saúde, ou cuja venda for ilegal, a perda da mercadoria será definitiva, devendo ser remetida aos órgãos estaduais ou federais competentes, com as indicações necessárias.

2.9 DESFAZIMENTO, DEMOLIÇÃO OU REMOÇÃO

Em se tratando de elementos construídos ou instalados em descumprimento da

lei, em última instância e depois de expedidos todos os outros atos administrativos de

sanção penal, em casos de persistência e recorrência de infração, podem ser

solicitados o desfazimento, demolição ou remoção do elemento construído nos termos

do COPMS, Seção VI, Capítulo II, Título XI, que regulamenta:

Art. 279 - Além dos casos previstos nesta Lei, poderão ocorrer o desfazimento, a demolição ou a remoção total ou parcial das instalações, que, de algum modo, possam comprometer ou causar prejuízos à segurança, saúde e bem estar da população, ou ainda ao aspecto paisagístico da cidade.

Art. 280 - A demolição total ou parcial de edificação ou dependência será imposta nos seguintes casos: I - quando a obra for executada sem a prévia aprovação do projeto e o respectivo licenciamento; II - quando executada em desrespeito ao projeto aprovado nos seus elementos essenciais; e III - quando julgada com risco iminente de caráter público, e o proprietário não tomar as providências determinadas pela Prefeitura para a sua segurança.

Art. 281 - O ato de desfazimento, demolição ou remoção total ou parcial será precedido de notificação, que determinará o prazo para desfazimento,

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demolição ou remoção, acompanhada de laudo técnico contendo as exigências a serem cumpridas.

Art. 282 - O ato de desfazimento, demolição ou remoção não isenta o infrator de outras penalidades previstas na legislação vigente.

2.10 ADVERTÊNCIA E SUSPENSÃO

À cargo da administração, antes da instauração de outras penalidades podem

ser aplicadas advertência ou suspenção, caracterizando-as como sanções penais

decorrentes da infração dos dispostos no COPMS, Seções VII e VIII, Capítulo II, Título XI

nos seguintes termos:

Art. 283 - A penalidade de advertência será aplicada ao profissional responsável por projeto de edificações ou pela execução das mesmas, quando. I - modificar projeto aprovado sem a prévia solicitação da modificação junto ao órgão competente da Prefeitura; ou II - iniciar ou executar projeto sem a necessária licença da Prefeitura. Parágrafo Único - A penalidade de advertência é aplicável, também, a empresas ou a proprietários que infringirem quaisquer dos itens do presente artigo.

Art. 284 - Os proprietários de estabelecimentos comerciais, industriais ou prestadores de serviços que infringirem dispositivo desta Lei, poderão sofrer a penalidade de advertência.

Art. 285 - A penalidade da suspensão será aplicada ao profissional responsável nos seguintes casos: I - quando sofrer, em um mesmo ano, 4 (quatro) advertências; II - quando modificar projeto de edificação aprovado, introduzindo alterações contrárias a dispositivos desta Lei; III - quando iniciar ou executar projeto de edificação sem a necessária licença da Prefeitura ou em desconformidade com as demais prescrições desta Lei. IV - quando, em face de sindicância, for constatado ter se responsabilizado pela execução de projeto de edificação, entregando-o a terceiro sem a devida habilitação; V - quando, através de sindicância, for apurado ter assinado projeto de edificação como de sua autoria, sem o ser, ou que, como autor de referido projeto, falseou medidas, a fim de burlar dispositivos desta Lei. VI - quando, mediante sindicância, for constatado ter executado projeto de edificação em desconformidade com o projeto aprovado ou ter cometido, na execução do mesmo, erros técnicos; ou VII - quando for autuado em flagrante na tentativa de suborno ou for apurado, através de sindicância, ter subornado servidor público municipal ou quando for condenado pela Justiça por atos praticados contra interesses da Prefeitura e decorrentes de sua atividade profissional. § 1º - A penalidade de suspensão é aplicável, também, a firmas que infringirem quaisquer dos itens do presente artigo. § 2º - A suspensão poderá variar de dois a vinte e quatro meses. § 3º - No caso de reincidência pela mesma pessoa física ou jurídica, dentro do período de dois anos, contados a partir da data do início da vigência da penalidade anterior, o prazo de suspensão será aplicado em dobro.

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Art. 286 - Os demais procedimentos para instauração do competente processo administrativo, serão objeto de regulamentação pelo Poder Executivo, no prazo de trinta dias a partir da edição desta Lei.

2.11 RECURSOS

Partindo dos princípios dispostos na CF-88, mais precisamente no artigo 5º,

inciso XXXIV e LV onde “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer

natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade, nos termos

seguintes: (…) XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de

taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra

ilegalidades ou abuso de poder; (…) LV – aos litigantes, em processo judicial ou

administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla

defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.” É garantido aos acusados nos autos

de infração que todas as decisões administrativas estão sujeitas a questionamento por

parte dos interessados, o chamado recurso administrativo, que pode tratar de

questões de legalidade e de mérito da decisão administrativa.

O infrator terá o prazo para o pagamento das multas ou para apresentar sua

defesa. Findo este prazo, se o infrator, seu representante legal, ou o responsável

técnico pela obra não apresentarem defesa, a municipalidade emitirá o Documento de

Arrecadação Municipal – DAM, correspondente ao valor da multa, para que este seja

pago pelo infrator, sendo que o pagamento da multa não isenta o infrator da

responsabilidade de regularizar a situação da obra, perante a legislação vigente.

AULA – 03. FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DE OBRAS DE HABITAÇÃO

A fiscalização deve ser uma ação planejada, coordenada e avaliada de forma

contínua, tendo em foco o alcance dos seus objetivos, assim listaremos algumas das

ações a ser desempenhadas pelo agente ao concerne à fiscalização de obras:

Apresentar-se no local como agente fiscal do Município, ao proprietário ou ao

responsável pela obra;

Comunicar que o objetivo da visita é verificar se as obras ou serviços estão sendo

executados de acordo com as diretrizes municipais e por um profissional legalmente

habilitado;

Solicitar documentação (projeto aprovado, alvará de construção) referente à obra

e/ou serviço;

Preencher relatório de visita com todos os dados obtidos na vistoria;

Caso a obra e/ou empresa esteja atendendo a todas as exigências agradecer pela

atenção e tempo despendido e encerrar a vistoria.

Se, de acordo com a legislação vigente, alguma irregularidade for detectada, lavrar a

notificação com prazo para regularização. A notificação deverá ser lavrada em duas

vias, sendo que uma via fica na obra, e a outra com o agente fiscal para controle do

prazo (solicitar o nome legível do recebedor, função/cargo, assinatura e se possível o

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CPF). Caso seja impossível verificar algumas informações no local, retornar a Prefeitura

e acessar a documentação necessária ou o cadastro do Município, conferindo as

informações necessárias para lavratura ou não da notificação. Neste caso a notificação

pode ser encaminhada pelo correio, com aviso de recebimento (AR);

Afixar na obra o selo de obra fiscalizada;

Caso o notificado não se manifeste no prazo estabelecido, proceder à autuação.

Carimbar e assinar, pegar assinatura em todas as vias e entregar uma via para o

mesmo, em mãos ou por AR.

Se, durante a fiscalização, o proprietário ou responsável pela obra ou serviço

não quiser apresentar documentos, perder a calma ou tornar-se violento, o agente

fiscal deverá manter postura comedida e equilibrada. A regra geral é usar o bom

senso. Se necessário e oportuno, suspender os trabalhos e voltar em outro momento,

inclusive com auxílio policial.

Deverão ser fiscalizados todos os serviços e obras públicas e particulares,

concluídas ou em andamento, abrangendo também demolições, terraplenagens,

parcelamento do solo, a colocação de tapumes, andaimes, telas, plataformas de

proteção e as condições de segurança das edificações. De forma geral, durante a ação

fiscalizadora de obras de construção civil deve-se verificar:

Presença dos Projetos Aprovados pelo Município;

Presença do Alvará de Construção;

Placa da obra;

Conferir se a obra está sendo executada de acordo com os projetos aprovados e

respeitando os índices e parâmetros urbanísticos municipais;

Conferir se as Faixas "NON AEDIFICANDI" estão sendo respeitadas;

Outros gravames e restrições sobre o imóvel, adotados especificamente pela

administração municipal.

As ações de fiscalização deverão ser empreendidas em todos os locais onde,

potencialmente, são realizadas atividades técnicas, tais como:

Obras, onde se deve verificar se as atividades técnicas ali realizadas encontram-se

devidamente regularização na Prefeitura e dentro dos parâmetros e índices

urbanísticos estabelecidos pelo Município;

Parcelamentos, em todo o território do município, para verificação da existência de

loteamentos e outras formas de ocupação não regularizadas perante o Município;

Execução de movimentações de terra (terraplanagem).

3.1 SERVIÇOS PRELIMINARES

São todos os serviços anteriores ao início da obra propriamente dita, de acordo

com as necessidades e as características do empreendimento, obedecendo sempre aos

projetos existentes, facilitando e dando suporte as demais atividades constantes.

O COPMS (Lei Complementar nº 007/2000, TÍTULO IV, Capítulo I, Art. 27)

apresenta as disposições gerais que devem ser observadas pelo agente fiscal no que

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concerne aos preparativos para o início das obras e da sua execução propriamente

dita.

Art. 27 A execução de obras, incluindo os serviços preparatórios e

complementares, suas instalações e equipamentos, será procedida de forma a

obedecer ao projeto aprovado, às normas técnicas oficiais e ao direito de

vizinhança, a fim de garantir a segurança dos trabalhadores, da comunidade e

dos logradouros públicos, observada em especial a legislação trabalhista

pertinente.

Assim, além de considerar a correta execução técnica dos serviços, o agente

fiscal deve atentar para os vários possíveis impactos decorrentes da implantação do

projeto.

A seguir faremos uma listagem dos serviços preliminares mais comuns e uma

indicação dos aspectos a serem observados pelo agente fiscal, quanto à fiscalização de

obra, compilados a partir dos manuais oficiais indicados pelos órgãos da administração

pública e usualmente adotados, além do COPMS, sendo eles:

Manual de Obras Públicas e Serviços de Engenharia: Recomendações básicas para

contratos e convênios no âmbito do Estado do Ceará. Governo do Ceará - 2016

Obras Públicas: recomendações básicas para a contratação e fiscalização de obras de

edificações públicas. TCU – 2001, e

Manual de Obras Públicas – Edificações. SEAP

3.1.1 Topografia

Topografia refere-se ao levantamento de dados das condições do terreno antes

do início dos serviços e a sua compilação em plantas, gráficos ou tabelas que auxiliam

na tomada de decisões quanto a melhor forma de execução dos serviços necessários.

O agente fiscal deve atentar para a fidedignidade das informações contidas nos

documentos em relação ao observado em campo. A planta do levantamento

planialtimétrico do imóvel deverá conter informações referentes aos acidentes físicos,

à vizinhança e aos logradouros. A elaboração da planta precisa ser em escala

conveniente, variando entre 1:100 e 1:250. Além disso, o levantamento deve conter a

sua data de execução e a assinatura do profissional que a executou.

A fiscalização deve verificar ainda se a topografia do imóvel contém as

seguintes informações:

Indicação dos ângulos entre os segmentos que definem o perímetro do imóvel ou seus

rumos;

Demarcação do perímetro de edificações eventualmente existentes no imóvel;

Apresentação de curvas de nível, de metro em metro, devidamente cotadas, ou de

planos cotados (para caso de terreno que apresente desnível não superior a 2m);

Localização de árvores existentes;

Demarcação de córregos ou quaisquer outros cursos de água existentes no imóvel ou

em sua divisa;

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Localização de postes, bocas de lobo, fiação e mobiliários urbanos existentes em

frente ao imóvel;

3.1.2 Sondagem

A sondagem apresenta subsídios sobre a natureza do terreno que irá receber a

edificação, sobre o tipo dos equipamentos que devem ser utilizados para a escavação e

para retirada do solo, e ajuda a definir o tipo de fundação que melhor se adequa ao

terreno, de acordo com suas características. O número de sondagens e sua localização

em planta dependem do tipo de estrutura, de suas características especiais e das

condições geotécnicas do subsolo. O número de sondagens deve ser suficiente para

fornecer um quadro da provável variação das camadas do subsolo do local em estudo,

conforme determina a ABNT NBR 8036:1983.

O fiscal da obra deve ser comunicado do dia da realização dos procedimentos

de sondagem e receber, posteriormente, uma cópia do resultado. A seguir é

apresentado um quadro que estabelece o número mínimo de furos sondagens que

deve ser realizado em função da área de projeção em planta do edifício de acordo com

o Departamento de Arquitetura e Engenharia do Ceará - DAE

3.1.3 Demolição e Retirada

Antes do início dos serviços, o responsável procederá no detalhado exame e

levantamento da edificação ou estrutura a ser demolida, caso haja. Deverão ser

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considerados aspectos importantes, tais como a natureza da estrutura, os métodos

utilizados na construção, as condições da edificação e das construções vizinhas, a

existência de porões, subsolos, depósitos de combustíveis, entre outros.

As linhas de abastecimento de energia elétrica, água, gás, bem como as

canalizações de esgoto e águas pluviais deverão ser removidas ou protegidas,

respeitando as normas e determinações das empresas concessionárias de serviços

públicos.

O responsável deverá fornecer, para aprovação da fiscalização, programa

detalhado que descreva as diversas fases da demolição previstas no projeto e

estabeleça os procedimentos a serem adotados na remoção dos materiais

reaproveitáveis.

Deve-se exigir o cumprimento integral e preciso das normas e dos

procedimentos considerados eficazes para garantir a segurança de terceiros, das

construções vizinhas e dos trabalhadores empenhados na execução dos serviços.

A fiscalização deverá verificar, entre outros, as seguintes questões:

A licença de demolição;

O atendimento às posturas municipais e de segurança;

O acompanhamento das providências para remanejamento das redes de serviços

públicos;

A remoção integral da construção existente que possa interferir com a do projeto.

A demolição manual será executada progressivamente, utilizando ferramentas

portáteis motorizadas ou manuais. A remoção de entulhos poderá ser feita por meio

de calhas e tubos ou de aberturas nos pisos, desde que respeitadas as seguintes

exigências:

As calhas de descargas não podem ter inclinação superior a 45 graus; e o ponto de

descarga das calhas ou tubos deve ser fechado por uma comporta de madeira ou

ferro, manobrado por operário habilitado.

Deve ser evitado o acúmulo de entulho em quantidade que provoque sobrecarga

excessiva sobre os pisos ou pressão lateral excessiva sobre as paredes.

Peças de grande porte de concreto, aço ou madeira devem ser arreadas até o solo, por

meio de guindaste ou removidas através de calhas, desde que reduzidas a pequenos

fragmentos.

A demolição mecânica com empurrador, por colapso planejado, com bola de

demolição ou com utilização de cabos puxadores, será executada com os

equipamentos indicados para cada caso, segundo as recomendações dos fabricantes

dos equipamentos.

Quando necessário e previsto em projeto, iniciar a demolição por processo

manual de modo a facilitar o prosseguimento dos serviços. No caso de várias

tentativas para demolir uma estrutura, através de um método executivo, não obtiver

êxito, pode-se utilizar métodos alternativos de demolição, desde que aprovados pela

fiscalização.

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A fiscalização deve observar se:

Os materiais e equipamentos a serem utilizados na execução dos serviços de

demolições e remoções atendem às especificações do projeto, bem como às

prescrições da NBR 5682:1977 – Contratação, Execução e Supervisão de Demolições;

Os materiais estão cuidadosamente armazenados, em local seco e protegidos.

O manuseio e armazenamento de materiais explosivos obedecerão à

regulamentação do Exército Brasileiro, podendo ser utilizados apenas por profissionais

experientes e habilitados, sob a supervisão dos órgãos de segurança pública.

A demolição com explosivos será realizada em quatro etapas, a saber:

Remoção de materiais e equipamentos

Após uma rigorosa inspeção, o responsável deverá verificar os cuidados a

serem tomados para não haver danos durante a remoção de todo o material ou

instalações economicamente reaproveitáveis, tais como elevadores, caixilhos, portas,

fiações elétricas e outros, conforme previsto no projeto. Os materiais e equipamentos

removidos serão transportados até os locais de armazenamento indicados pela

Fiscalização.

Preparação da edificação

Nesta fase, verificar a necessidade de escoras e tirantes para orientação da

queda durante a demolição. A fim de permitir a instalação de cargas explosivas nos

principais elementos estruturais, poderá ser necessária a execução de pequenas

demolições pelo processo convencional.

Carregamento

Antes da demolição propriamente dita, a estrutura será carregada com explosivos.

Serão instalados elementos protetores que impeçam o lançamento de fragmentos em

alta velocidade.

A obra nesta fase deverá ser vigiada com a finalidade de impedir a entrada de

elementos estranhos.

Precauções especiais serão tomadas, se existirem instalações elétricas, antenas de

radiodifusão e pára-raios nas proximidades.

Detonação

Antes da detonação, a área será isolada e evacuada a uma distância segura,

determinada unicamente pelo técnico responsável pela demolição.

Será feita uma vistoria final, verificando as instalações dos explosivos e o seu

tamponamento, os circuitos de interligação das espoletas elétricas e o posicionamento

correto dos sistemas de proteção.

Será efetuada a contagem regressiva, anunciada através de sinais previamente

convencionados até o instante da detonação. Após a detonação, a área deverá

permanecer isolada. A sua liberação somente será efetuada após vistoria pelo técnico

responsável e o seu parecer.

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O recebimento do serviço será aceito após a efetiva demolição definida no

projeto e a posterior remoção da totalidade dos entulhos resultantes.

Toda demolição deve ser previamente aprovada pela fiscalização e

acompanhada pela mesma.

3.1.4 Preparação do Terreno

Para iniciar a construção, o terreno deve estar adequado para a instalação do

canteiro de obras. Assim, o terreno deve ser limpo, capinado, e sem qualquer entulho

que possa prejudicar o início dos serviços de construção. As operações de

desmatamento, destocamento e limpeza serão executadas mediante a utilização de

equipamentos adequados, complementadas com o emprego de serviços manuais e,

eventualmente, de explosivos sendo o equipamento utilizado escolhido em função da

densidade e do tipo de vegetação existente, bem como dos prazos previstos para a

execução dos serviços e obras.

Apresentam-se, a seguir, os principais serviços realizados nessa etapa:

Corte de Capoeira fina – Rebaixamento da vegetação rasteira;

Raspagem e limpeza do terreno – Consistem na retirada total da vegetação rasteira

sem necessidade de nenhum equipamento pesado;

Desmatamento – Compreende o corte e remoção de toda vegetação, qualquer que

seja sua dimensão e densidade;

Destocamento e Limpeza – Compreendem as operações de escavação ou outro

processo equivalente, para remoção total dos tocos e, sempre que necessário, a

remoção da camada de solo orgânico;

Retirada de árvores – Antes do início da retirada de qualquer árvore, é necessário

observar os fatores condicionantes de manejo ambiental de modo que essa operação

não atinja os elementos de proteção ambiental;

A fiscalização deverá observar visualmente se:

Os materiais provenientes do desmatamento, destocamento e limpeza foram

queimados, removidos ou estocados.

Os serviços foram executados apenas nos locais onde estiverem previstas a execução

da terraplenagem, com acréscimo de dois metros para cada lado.

No caso de áreas de empréstimo, os serviços foram executados apenas na área

mínima indispensável à exploração.

Em qualquer caso, os elementos de composição paisagística assinalados no projeto

deverão ser preservados.

Se o terreno foi limpo e não contém restos de vegetação rasteira, tocos e árvores (que

não compõem os elementos paisagísticos), existência de entulhos e/ou sobras de

capina.

Nenhum movimento de terra poderá ser iniciado enquanto os serviços de

desmatamento, destocamento e limpeza não estiverem totalmente concluídos. O

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controle das operações de desmatamento, destocamento e limpeza será feito por

apreciação visual da qualidade dos serviços.

3.1.5 Movimento de Terra

O movimento de terra envolve o conjunto de operações de escavação,

carregamento, transporte, descarga, espalhamento e compactação, a fim de

regularizar o estado natural do terreno para uma configuração necessária para alterar

a topografia do terreno, com a finalidade regularizá-lo e uniformizá-lo, para a execução

da obra. No movimento de terra é importante considerar o empolamento, pois,

quando se move o solo de seu local de origem, ocorrem variações de volume que

influenciam, principalmente, as operações de transporte e compactação.

Cumpre à fiscalização realizar as seguintes atividades específicas, com relação

aos serviços iniciais:

Conferir visualmente a fidelidade da planta do levantamento planialtimétrico com o

terreno;

Verificar visualmente, durante a execução do movimento de terra, se as principais

características do solo local confirmam as indicações contidas nas sondagens

anteriormente realizadas;

Proceder ao controle geométrico dos trabalhos, com o auxílio da equipe de topografia,

conferindo as inclinações dos taludes, limites e níveis de terraplenos e outros, com

vistas à obediência ao projeto e à determinação dos quantitativos de serviços

realizados, para a liberação das medições;

Conferir a veracidade da planta de cadastramento das redes de águas pluviais, esgotos

e linhas elétricas existentes na área, verificando o correto manuseio indicado pelas

concessionárias.

Controlar a execução dos aterros, verificando a espessura das camadas e programar a

realização dos ensaios necessários ao controle da qualidade dos aterros (determinação

do grau de compactação, ensaios de CBR – Índice de Suporte Califórnia, entre outros)

em laboratório de controle tecnológico;

Determinar, quando necessário, a vistoria das construções vizinhas, na presença do

preposto da contratada e dos demais interessados, e tomar as devidas precauções

quanto à proteção desses imóveis;

3.1.6 Obras de Drenagem

Drenagem é o conjunto de medidas e sistemas utilizados para escoar as águas

das chuvas, corpos dágua, afloramentos do lençol freático ou proveniente de qualquer

fonte que possa resultar em encharcamento dos terrenos. Seus sistemas podem ser

constituídos por meio de tubos, túneis, canais, valas e fossos, motores e bombas. Os

canais podem ser naturais (rios ou córregos) ou artificiais de concreto simples ou

armado ou de gabião. Os sistemas de drenagem, que compreendem além dos

condutos forçados e dos condutos livres podem ser urbanos e/ou rurais e visam

escoar as águas de chuvas e evitar enchentes, encharcamentos ou com o objetivo de

garantir as condições para a realização das atividades na obra e, principalmente, para a

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segurança dos trabalhadores. Existem várias técnicas de drenagem e a seguir

falaremos das ações a serem realizadas e verificadas nas mais recorrentes.

Drenagem a Céu Aberto e Tubos Drenantes

O responsável deverá realizar a escavação mecânica ou manual conforme previsto em

projeto, realizando a abertura das canaletas, trincheiras laterais ou valetas com

equipamentos manuais.

Quando da instalação dos tubos drenantes (manilhas furadas ou tubos de concreto),

deverá ser realizada a instalação do berço, tubos, material de filtro e outros

acessórios, imediatamente após o término da escavação.

Sempre que ocorrer o aparecimento de água nas escavações, o responsável deverá

dispor, nos canteiros das obras, de bombas manuais adequadas ao esgotamento de

valas, o agente fiscal deve verificar a existência delas e seu correto manuseio;

Nos locais de instalação das bombas de sucção, será realizada uma proteção dos

taludes, com pintura ou revestimento com alvenaria, de modo a garantir a

estabilidade e inalterabilidade do local de implantação das bombas.

No caso de grande fluência de lama durante as obras, deverão ser empregadas

bombas especiais para assegurar a drenagem da área.

A água bombeada das valas não deve ser enviada para as redes existentes de águas

pluviais, para não causar entupimentos;

Verificar a utilização de escoramento para escavação superior a 1,30m, em terrenos

sem coesão, terras argilosas moles, e nível de serviço abaixo do lençol freático.

Rebaixamento de Lençol Freático

Rebaixamento em áreas com Ponteiras Filtrantes: esse método é utilizado em solos

arenosos. A função deste sistema é promover o rebaixamento do lençol freático, sem

carrear as partículas finas do solo, impedindo assim eventuais recalques de estruturas

próximas à obra, sua execução deve respeitar as seguintes especificações:

A ponteira deverá ser constituída de tubos de ferro galvanizado, perfurada e

ranhurada na parte inferior, protegida ou não por telas que impeçam a entrada de

partículas finas do solo. Acima do trecho perfurado deverão ser conectados tubos de

comprimentos variáveis, conforme as necessidades do projeto.

As ponteiras serão instaladas de acordo com o projeto, através de injeção direta,

cravação ou implantadas em pré-furos. Neste último caso, deverão ser executados os

pré-furos até as profundidades previstas pelo projeto, e instaladas as ponteiras com o

preenchimento do furo ao redor da ponteira com areia de granulação média e grossa.

Após a implantação das ponteiras, estas serão acopladas ao tubo coletor já instalado.

Este acoplamento será realizado através de mangueiras flexíveis, a fim de reduzir as

perdas de carga, e dotadas de um registro para controle de vácuo e da vazão.

O tubo coletor será ligado ao conjunto de bombas de vácuo e de recalque. Nestes

conjuntos serão instalados hidrômetros para controle da eficiência do processo de

rebaixamento de lençol freático.

Antes do início do rebaixamento deverá ser verificado e testado o sistema, eliminando

as possíveis entradas falsas de ar e consequente perda de eficiência.

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Os vacuômetros serão permanentemente controlados, de modo a permitir a

regulagem do sistema.

O agente deve observar se o nível de rebaixamento é, no mínimo, 0,30m abaixo da

fundação da obra e se está devidamente controlado por piezômetros instalados. O

sistema será considerado adequado e recebido desde que todas as ponteiras estejam

funcionando com o fluxo de água previsto, no intervalo de tempo adotado.

Rebaixamento em áreas com Poços de Visita: esse processo de rebaixamento consiste

na escavação de poço revestido com tubos de concreto simples, com diâmetro de

0,60m ou 0,80m. A profundidade da escavação deve propiciar um rebaixamento

mínimo de 0,30m abaixo da fundação da obra, controlado por meio de piêzometros. O

rebaixamento da água do lençol freático é obtido através do recalque por meio de um

conjunto moto-bomba que pode ser horizontal ou submerso.

Rebaixamento em valas: esse sistema de rebaixamento é bastante simples,

consistindo em coletar água em valas executadas no fundo da escavação, ligadas a um

ou mais poços onde posteriormente a água será retirada através de bombas. Esse

método pode ser inadequado quando as paredes da escavação forem suportadas por

cortinas impermeáveis e os gradientes hidráulicos altos, sob pena de ruptura do fundo

da escavação.

Drenagem Sub-Superficial e Superficial

A drenagem sub-superficial é realizada por meio de dispositivos instalados nas

camadas subjacentes dos terrenos com cortes ou aterros que, liberando parte da água

retida, aliviam as tensões e propiciam a sua preservação.

Já a drenagem superficial tem como objetivo o dimensionamento dos

dispositivos capazes de captar e conduzir adequadamente as águas superficiais de

modo a preservar a estrutura do pavimento, bem como possibilitar sua operação

durante a incidência de precipitações intensas. Desta forma, os trabalhos a serem

desenvolvidos devem abordar, basicamente, o dimensionamento dos seguintes

dispositivos:

Valetas de proteção para cortes e aterros - com a finalidade de impedir que as águas

procedentes das encostas de montante atinjam a construção, evitando erosões e

desestabilização do talude de corte e aterro, garantindo sua estabilidade;

Sarjetas de corte e aterro - com o objetivo de captar as águas que precipitam sobre a

plataforma e taludes de corte e aterro, conduzindo-as ao local de desague seguro;

Sarjeta das banquetas de corte e aterro - dispositivos que tem como objetivo captar e

conduzir a água precipitada no talude e na plataforma das banquetas conduzindo

longitudinalmente a um local seguro.

Devendo ainda ser verificados os processos de execução dos drenos.

Os drenos serão executados nas posições e com as inclinações previstas em projeto.

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Para a sua instalação, será executado um furo com equipamento de perfuração

adequado, em função das condições do maciço que se pretende drenar, estas

perfurações poderão ou não ser revestidas.

Todo o conjunto do dreno deverá ser montado no canteiro com todos os

componentes, isto é, tubo coletor, tubo ranhurado ou perfurado, malhas de proteção

e outros, para a aprovação da Fiscalização.

Antes da instalação do dreno na perfuração, esta deverá ser lavada de modo a

assegurar a integridade do dreno e facilitar a sua instalação.

Após a colocação dos drenos, serão executadas as obras de captação das águas

drenadas, de acordo com o previsto no projeto.

Cabe à fiscalização observar todas as fases da execução dos serviços e verificar

se todos os dispositivos foram instalados, garantido o escoamento da água,

assegurando se o dimensionamento dos dispositivos são capazes de captar e conduzir

adequadamente as águas superficiais de modo a preservar a condução dos serviços,

bem como verificar os dados obtidos através de leituras periódicas dos piezômetros,

de conformidade com o procedimento descrito no projeto.

O sistema de drenagem será considerado recebido desde que executado de

acordo com as condições das práticas e especificações de projeto, após testado o

funcionamento de cada elemento em condições de fluxo de água.

3.2 CANTEIRO DE OBRAS

A construção do canteiro de obras deve obter a melhor utilização do espaço

físico disponível, de forma a possibilitar que homens e máquinas trabalhem com

segurança e eficiência, principalmente através da minimização das movimentações de

materiais, componentes e mão-de-obra.

A fiscalização deve observar se o canteiro de obras está de acordo com a NBR

12284 – Áreas de Vivência em Canteiros de Obras e a NR-18 – Condições e Meio

Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. Além de disso o COPMS apresenta

várias disposições acerca da correta implantação do canteiro de obras, em relação ao

logradouro e a vizinhança do terreno (Título IV, Capítulo I, Seção I), listados a seguir.

Art. 28 - O canteiro de obras compreenderá a área destinada à execução e

desenvolvimento das obras e serviços complementares, inclusive a

implantação de instalações temporárias necessárias à sua execução, tais como

alojamento, escritório de campo, depósitos e outros.

Art. 29 - Durante a execução das obras será obrigatória a manutenção da

calçada desobstruída e em perfeitas condições, sendo vedada sua utilização,

ainda que temporária, como canteiro de obras, ou para carga e descarga de

materiais de construção, salvo no lado interior dos tapumes que avançarem

sobre logradouro ou em outras hipóteses devidamente autorizadas pelo Poder

Público Municipal.

Art. 30 - Nenhum elemento do canteiro de obras poderá prejudicar a

arborização da rua, a iluminação pública, a visibilidade de placas, avisos ou

sinais de trânsito e outras instalações de interesse público.

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Art. 31 - Fica definida a altura de 2,00m (dois), para o fechamento do

alinhamento do canteiro de obras, em alvenaria ou tapume, em todas as

construções, excetuando-se as de uso unifamiliares.

Art. 32 - Durante o desenvolvimento de serviços de fachada, nas obras

situadas no alinhamento ou dele afastadas até 1,20m (um metro e vinte

centímetros), será obrigatório, mediante emissão de Alvará de Autorização, o

avanço do tapume sobre a calçada até, no máximo, metade de sua largura, de

forma a proteger o pedestre.

§ 1º - Em casos de comprovada necessidade técnica, a critério do Poder

Público Municipal, será permitido o avanço do tapume até metade da calçada.

§ 2º - Quando a largura livre da calçada resultar inferior a 0,90m (noventa

centímetros) e se tratar de obra em logradouro sujeito a intenso tráfego de

veículos, deverá ser solicitada autorização para, em caráter excepcional e a

critério do Poder Público Municipal, desviar-se o trânsito de pedestres para

parte protegida do leito carroçável.

§ 3º - Enquanto os serviços da obra se desenvolverem à altura superior a

4,00m (quatro metros) da calçada, o tapume será obrigatoriamente mantido

no alinhamento, permitida a ocupação da calçada apenas para apoio de

cobertura para proteção de pedestres, com pé-direito mínimo de 2,50m (dois

metros e cinquenta centímetros).

§ 4º - Concluídos os serviços de fachada ou paralisada a obra por período

superior a 30 (trinta) dias, o tapume será obrigatoriamente recuado para o

alinhamento.

Art. 33 - Durante a execução das obras, o licenciado e o responsável técnico

deverão preservar a segurança e a tranquilidade dos operários, das

propriedades vizinhas, do público, através, especialmente, das seguintes

providências:

I - manter os trechos de logradouros adjacentes à obra, permanentemente

desobstruídos e limpos;

II - instalar tapumes e andaimes segundo as normas técnicas de segurança

exigidas; e

III - evitar o ruído excessivo ou desnecessário, principalmente na vizinhança de

hospitais, escolas, asilos e estabelecimentos semelhantes, bem como nos

setores residenciais circunvizinhos.

Parágrafo Único - Nos casos especificados no inciso III deste artigo, ficam

vedados quaisquer trabalhos de execução de obras durante o período das

19:00hs (dezenove horas) às 06:00hs (seis horas) do dia imediato.

3.2 LOCAÇÃO DE OBRAS

Locar a obra é marcar com exatidão a posição da edificação no terreno, ou seja,

onde cada estaca de marcação será inserida, de forma que as sapatas, pilares e

paredes de alvenaria se situem de acordo com o projeto. Trata-se, então, de uma das

etapas mais importantes de uma obra e que merece atenção especial quando se está

realizando.

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Para que esse procedimento ocorra é importante que a planta de situação do

terreno e a planta de fundação sejam apresentadas com as medidas de eixo a eixo em

centímetros. De uma forma geral, a locação será feita sempre pelos eixos ou faces de

paredes ou de elementos construtivos (pilares, sapatas, estacas, tubulões, etc.), com

marcação nas tábuas ou sarrafos dos quadros que envolvem todo o perímetro da obra,

por meio de cortes na madeira e pregos.

Por motivos de movimentação de máquinas e operários no canteiro de obra,

deve-se adotar um sistema de coordenadas ortogonais em local de pouco acesso e, a

partir daí, dar referência a todos os piquetes com distâncias horizontais e verticais a

partir de um determinado ponto zero. Dentre as recomendações a serem observadas

durante a execução estão:

A locação da obra no terreno será realizada a partir das referências de nível e dos

vértices de coordenadas implantados ou utilizados para a execução do levantamento

topográfico.

Sempre que possível, a locação da obra será feita com equipamentos compatíveis com

os utilizados para o levantamento topográfico.

Cumprirá ao responsável o fornecimento de cotas, coordenadas e outros dados para a

locação da obra.

Os eixos de referência e as referências de nível serão materializados através de estacas

de madeira cravadas na posição vertical ou marcos nos topográficos previamente

implantados em placas metálicas fixadas em concreto.

A locação deverá ser global, sobre quadros de madeira que envolvam todo o

perímetro da obra. Os quadros, em tábuas ou sarrafos, serão perfeitamente nivelados

e fixados de modo a resistirem aos esforços dos fios de marcação, sem oscilação e

possibilidades de fuga da posição correta.

A locação será feita sempre pelos eixos dos elementos construtivos, com marcação nas

tábuas ou sarrafos dos quadros, por meio de cortes na madeira e pregos.

A locação de sistemas viários internos e de trechos de vias de acesso será realizada

pelos processos convencionais utilizados em estradas e vias urbanas, com base nos

pontos de coordenadas definidos no levantamento topográfico.

Cabe à fiscalização verificar, entre outros, os seguintes aspectos:

Existência de empecilho à locação da obra;

Capacitação técnica da equipe de topografia contratada;

Aprovar previamente o conjunto de aparelhos, como teodolito, nível, mira, balizas e

trena de aço, a ser utilizado nas operações de locação da obra, visando à precisão das

medidas;

Proteção dos marcos de locação para conservá-los inalterados durante a execução dos

serviços;

Necessidade de amarração de marcos de locação, a serem removidos por necessidade

do serviço, para futura relocação.

As tábuas dos referidos quadros devem estar niveladas e fixadas de tal forma que

resistam à tensão dos fios, de modo a evitar oscilação, para manter a posição correta

permanentemente.

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A locação da obra deve ser feita com bastante critério e cuidado, observando o projeto

estrutural quanto à planimetria e à altimetria. Verificando se são obedecidas a RN e os

alinhamentos estabelecidos pelo levantamento topográfico original;

Conferir o esquadro do gabarito de madeira. A depender da complexidade do projeto

arquitetônico e/ou estrutural, recomenda-se a utilização de teodolitos acoplados a

distanciômetros eletrônicos ou estações totais.

Observar se são obedecidas as recomendações quanto à materialização das

referências de nível e dos principais eixos da obra;

Efetuar as verificações e aferições que julgar necessárias durante e após a conclusão

dos serviços pela equipe de topografia contratada.

O recebimento dos serviços de locação da obra será efetuado após a

fiscalização realizar as verificações e aferições em conformidade com os projetos

existentes. O responsável providenciará toda e qualquer correção de erros de sua

responsabilidade, decorrentes da execução dos serviços.

AULA – 04. FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DE OBRAS DE HABITAÇÃO

As fundações são elementos estruturais destinados a transmitir ao terreno as

cargas de uma estrutura. São classificadas em fundações, superficiais ou diretas e

fundações profundas.

O COPMS classifica as fundações como um componente básico da edificação

devendo, portanto, apresentar resistência ao fogo, isolamento térmico, isolamento e

condicionamento acústicos, estabilidade e impermeabilidade adequados à função e

porte do edifício, de acordo com a Norma Técnica Oficial registrada na ABNT,

especificados e dimensionados por profissional habilitado e ainda devendo ficar

situadas inteiramente dentro dos limites do lote e considerar as interferências para

com as edificações vizinhas, logradouros e instalações de serviços públicos. (Título IV,

Capítulo III, Seção II, Art. 46)

Cabe à fiscalização realizar as seguintes atividades específicas, com relação às

fundações:

Exigir a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do responsável pela execução,

caso essa etapa da obra esteja sendo executada por empresa especializada

subcontratada;

Acompanhar a liberação para concretagem dos elementos estruturais da fundação

pelo engenheiro responsável pela sua execução;

Acompanhar o atendimento, durante a execução desta etapa, das características

exigidas para o concreto, do tipo de aço e das condições da mistura, transporte,

lançamento, adensamento e cura do concreto, constantes nas especificações técnicas,

no caderno de encargos e no projeto estrutural;

Acompanhar a realização do controle tecnológico do concreto empregado;

Verificar se o prazo de validade dos produtos que estão sendo empregados, como por

exemplo o cimento.

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Observar se as escavações estão sendo executadas com as dimensões necessárias, e se

foram tomadas as devidas precauções quanto ao escoramento e proteção das paredes

e muros de divisa porventura existentes;

Acompanhar a execução do reaterro das cavas, verificando se é executado conforme o

procedimento estabelecido em projeto;

Observar se são obedecidas durante a execução dos escoramentos, as determinações

contidas no projeto;

Exigir escoramentos adequados, quando necessários e não previstos no projeto.

O controle de qualidade do concreto e armaduras será realizado de acordo com as

especificações do projeto e normas técnicas pertinentes.

4.1 FUNDAÇÕES DIRETAS OU SUPERFICIAIS

As fundações superficiais ou diretas são elementos de fundação em que a carga

é transmitida ao terreno, predominantemente pelas pressões distribuídas sob a base

da fundação, e em que a profundidade de assentamento em relação ao terreno

adjacente é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. Incluem-se nesse

tipo de fundação as sapatas, os blocos, os radiers, as sapatas associadas, as vigas de

fundação e as sapatas corridas, a seguir estão listada as etapas de execução desse tipo

de fundação, com foco no que deve ser observado pela fiscalização:

Após a perfeita locação das fundações acordo com o projeto, inicia-se a escavação que

deve ser realizada com a inclinação prevista ou compatível com o solo escavado.

Uma vez atingida a profundidade prevista, o terreno de fundação será examinado para

a confirmação da tensão admissível admitida no projeto.

No caso de não se atingir terreno com resistência compatível com a adotada no

projeto, a critério da Fiscalização e consultado o autor do projeto, a escavação será

aprofundada até a ocorrência de material adequado.

Será permitida a troca do solo por outro material, como pedras e areia, desde que

consultado o autor do projeto.

Uma vez liberada a cota de assentamento das fundações, será preparada a superfície

através da remoção de material solto ou amolecido, para a colocação do lastro de

concreto magro previsto no projeto.

As operações de colocação de armaduras e concretagem dos elementos de fundação

serão realizadas dentro dos requisitos do projeto, tanto quanto às dimensões e

locações, quanto às características de resistência dos materiais utilizados.

Cuidados especiais deverão ser tomados para permitir a drenagem da superfície de

assentamento das fundações diretas e para impedir o amolecimento do solo

superficial.

Se as condições do terreno permitirem, poderá ser dispensada a utilização de fôrmas,

executando-se a concretagem contra “barranco”, desde que aprovada pela

Fiscalização.

O reaterro será executado após a desforma dos blocos e vigas baldrames, ou 48 horas

após a cura do concreto, se este for executado “contra barranco”.

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É dever do agente fiscal proceder da seguinte forma quanto à execução de

fundações diretas:

Exigir, analisar e liberar o plano de execução das fundações;

Conferir a locação dos elementos estruturais;

Conferir o emprego dos traços, materiais e preparo do concreto em conformidade com

o projeto e especificações;

Conferir as dimensões, alinhamentos, vedação e limpeza das formas e o

posicionamento e bitola das armaduras, de acordo com o projeto;

Comprovar no local e durante as fases da execução das fundações os perfis

geotécnicos e geológicos indicados nas sondagens do terreno, para confirmação das

profundidades de assentamento das sapatas e as tensões admissíveis previstas no

projeto;

Observar se o lastro aplicado satisfaz às exigências do projeto quanto ao tipo e

dimensões (espessura principalmente), e se o fundo da caixa foi convenientemente

apiloado antes do seu lançamento;

Liberar a execução da concretagem da peça, após conferir as dimensões, os

alinhamentos, as condições de travamento, vedação e limpeza das formas,

posicionamento e bitolas da armadura, de acordo com o projeto;

Acompanhar a execução da concretagem, observando se são obedecidas as

recomendações sobre o preparo, o transporte, o lançamento, a vibração, a cura e a

desforma do concreto, descritas em projeto;

Exigir o preparo das juntas de concretagem de acordo com o prescrito

correspondentes;

Controlar, com o auxílio de laboratório, a resistência do concreto utilizado e a

qualidade do aço empregado, programando a realização dos ensaios necessários à

comprovação das exigências do projeto, catalogando e arquivando os relatórios de

resultado dos ensaios.

As fundações serão consideradas adequadas e recebidas se executadas de

acordo com as indicações dos projetos de locação e de estruturas.

4.2 FUNDAÇÕES INDIRETAS OU PROFUNDAS

As fundações profundas transmitem as cargas ao terreno pela base, por sua

superfície lateral ou por uma combinação das duas, devendo a sua ponta ou base estar

assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no

mínimo a 3,0 m de profundidade. São utilizadas essencialmente para a transmissão das

cargas a camadas mais profundas do terreno. São exemplos desse tipo de fundação as

estacas pré-fabricadas de madeira, aço ou concreto armado, os tubulões, as estacas

moldadas in loco, entre outras.

No caso de fundações profundas em geral a fiscalização deve observar:

Conferir a locação das estacas ou tubulões pelos seus eixos;

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Conferir o diâmetro do tubo de cravação, o posicionamento exato do tubo de locação

em relação aos eixos de locação e sua verticalidade, no caso de estacas cravadas;

Conferir a cota de parada de projeto;

Conferir a profundidade atingida relacionada ao tipo de solo indicado na sondagem;

Conferir o emprego dos traços, dos materiais e do preparo do concreto, em

conformidade com o projeto e especificações;

Verificar a existência de trincas ou fissuras prejudiciais ao desempenho quanto às

estacas pré-moldadas fabricadas fora do canteiro de obras;

Verificar a existência de trincas e as dimensões previstas no projeto e se, durante a

cravação, a base superior da estaca está protegida por cabeçote de aço com placa de

madeira;

Verificar a limpeza e ausência de lama, materiais estranhos ou água, bem como as

dimensões, alinhamentos, prumos, locação, alargamento de base e cotas, antes da

concretagem de tubulões.

A fiscalização deve solicitar ao responsável a elaboração de relatórios de

acompanhamento de execução de tubulões, onde constem locação, dimensões, cotas

de fundo e arrasamento e outros dados pertinentes;

Verificar as dimensões do escoramento e a proteção das paredes e muros de divisão

das escavações e reaterros de valas.

4.2.1 Fundações com Utilização de Estacas de Madeira, Concreto ou Metálica.

A fundação com estacas é indicada para solos com pouca resistência, como

aterros por exemplo. Nestes tipos de solo é necessário cavar muito para conseguir

achar um solo firme para fazer as fundações. A estaca é um cilindro que liga as

fundações rasas (sapatas, viga baldrame e radier) com o solo mais firme. Desta forma

as cargas das colunas, vigas, lajes e telhados são transmitidas para as fundações rasas.

E das fundações rasas para o solo através das estacas, deve-se atentar para os serviços

comumente utilizados para execução desse tipo de fundação:

O sistema adotado para transporte, armazenamento e colocação na posição de

cravação, nas guias dos bate-estacas, deverá ser realizado de modo a impedir qualquer

fratura ou trinca da estaca;

A cravação será executada nos pontos indicados no projeto;

Toda estaca danificada nas operações de cravação, por danos durante a cravação,

deslocamento de posição, topo da estaca abaixo da cota de arrasamento prevista no

projeto e outras falhas, será corrigida mediante consulta prévia ao autor do projeto;

Em blocos com mais de duas estacas, deverá ser realizada a verificação do

posicionamento das estacas já cravadas, quando da cravação de uma nova estaca do

bloco;

Se forem registrados deslocamentos sensíveis, a critério da Fiscalização, serão

tomadas medidas que assegurem o comportamento previsto no projeto das estacas

deslocadas, como, por exemplo, a recravação;

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Durante a cravação, a estaca deverá ter a sua cabeça protegida por um capacete,

provido de um coxim de corda ou de outro material adequado, que se adapte ao

capacete e se apoie a um bloco de madeira;

As estacas deverão ser arrasadas na cota de projeto, com todo o cuidado, de modo a

assegurar a sua integridade e comportamento homogêneo;

No caso de estacas pré-moldadas, a emenda será aceita desde que assegure o seu

comportamento uniforme e contínuo das estacas. Só serão aceitas emendas por

simples justaposição em estacas não sujeitas a esforços horizontais ou de tração. Em

casos especiais as emendas serão do tipo rígido, isto é, soldadas com anel ou

concretadas “in loco”, ou outro tipo sujeito à aprovação da fiscalização.

E caso de estacas pré-moldadas somente serão liberadas para cravação após a

comprovação da resistência do concreto e aço utilizados pelo fornecedor, realizada

mediante apresentação de certificados de controle tecnológico, que deverão ser

compatíveis com as características adotadas no projeto.

As estacas de aço deverão ter formas e dimensões rigorosamente de conformidade

com o projeto, inclusive no que se refere aos detalhes de emendas. Deverão ser

praticamente retilíneas e resistir à corrosão pela própria natureza da liga metálica ou

por tratamento adequado. Quando inteiramente enterradas, poderão ser dispensado

tratamento especial, porém, havendo trechos desenterrados, será obrigatória a

proteção com o encamisamento. Se for o caso, conforme indicação de projeto, deverá

ser verificado o nível correto do lençol freático, para a definição do eventual

comprimento adicional do encamisamento de proteção.

Durante a cravação, o boletim de cravação deverá ser preenchido adequadamente, a

fim de permitir o controle de execução. Para todas as estacas, o boletim de cravação

deverá indicar o número aplicado de golpes para o avanço sucessivo de metro em

metro.

A nega deverá ser determinada no mínimo três vezes consecutivas, para a nega média

determinada numa série de dez golpes.

É dever do agente fiscal proceder da seguinte forma quanto à execução de

fundações indiretas com estacas de madeira:

Exigir, analisar e liberar o plano de execução das fundações;

Verificar permanentemente a locação das estacas;

Verificar a qualidade, o tratamento com produto fungicida, as dimensões, cotas e

arrasamento e negas;

Após a execução das estacas, verificar junto ao autor do projeto e/ou consultor de

fundações a necessidade de realização de provas de carga.

Com estacas moldadas “in loco”:

Exigir, analisar e liberar o planto de execução das fundações;

Verificar a verticalidade dos tubos durante a cravação, principalmente do primeiro

tubo-guia;

Confrontar o tipo de material extraído com o indicado na sondagem quando for

atingida a profundidade prevista no projeto;

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Inspecionar o fundo do poço, para verificação de ausência de água, com o auxílio de

foco de luz, descida de sonda ou outro processo conveniente;

Cuidar para que seja preparado o concreto para lançamento imediato, em caso de

terrenos permeáveis;

Recusar as estacas que não atenderem às características exigidas pelo projeto;

Exigir que cada estaca seja totalmente preenchida com o concreto, antes do início da

retirada dos tubos, recusando a formação de bulbo de concreto seco na ponta da

estaca;

Comprovar que a retirada dos tubos seja suficientemente lenta, e que o concreto seja

simultaneamente bem apiloado;

Se as camadas superficiais do terreno forem fracas, principalmente areias muito fofas,

cuidar para que não seja cravada uma estaca imediatamente ao lado da outra recém

executada, alternando, neste caso, a sua cravação;

Escolher por amostragem algumas estacas e escavar em torno do fuste, até atingir o

nível d’água (se este for muito profundo, escavar até no mínimo 3 m de profundidade),

para verificação das condições obtidas para o concreto e a sua continuidade;

Após a execução das estacas, verificar junto ao autor do projeto e/ou consultor de

fundações a necessidade de realização de provas de carga.

Com estacas pré-moldadas:

Exigir, analisar e liberar o plano de execução das fundações;

Verificar o traço do concreto e a armadura utilizada, quando as estacas forem

moldadas no próprio canteiro de obra;

Vistoriar e liberar para cravação as estacas fabricadas fora do canteiro de obra,

verificando a inexistência de trincas ou fissuras prejudiciais ao desempenho da estaca;

Observar se, durante a cravação, estão sendo utilizados cabeçotes de aço com placa de

madeira, para evitar a quebra da cabeça da estaca;

Comprovar a obtenção das negas, de acordo com o descrito no projeto;

Cuidar para que o comprimento excedente após a quebra da cabeça das estacas, e que

deverá permanecer dentro do bloco a ser concretado, corresponde ao indicado em

projeto;

Cuidar para que, na execução do desbaste posterior da cabeça da estaca, sejam

empregadas ferramentas que não comprometam a integridade do restante da peça;

Após a execução das estacas, verificar junto ao autor do projeto e/ou consultor de

fundações a necessidade de realização de provas de carga.

Com estacas metálicas:

Exigir, analisar e liberar o plano de execução das fundações;

Se forem trilhos soldados, verificar as suas características (peso por metro,

comprimento, estado de conservação), e o estado das soldas;

Se forem perfis metálicos, tipo I ou H, verificar se as dimensões são as especificadas,

bem como a inexistência de trincas e o estado das soldas;

Verificar se, durante a cravação, a base superior da estaca está protegida por cabeçote

de aço com placa de madeira;

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Após a execução das estacas, verificar junto ao autor do projeto e/ou consultor de

fundações a necessidade de realização de provas de carga.

A estaca será considerada aprovada pela Fiscalização quando tiver sido obtida a nega prevista no projeto e se executada de conformidade na locação indicada no projeto e a sua integridade e comportamento homogêneo.

Uma estaca será rejeitada quando apresentar fissura ou várias fissuras visíveis,

que se estendam por todo o perímetro da seção transversal, ou quando acusar

imperfeições que, a critério da Fiscalização, afetem a sua resistência ou vida útil.

Existem ainda diversos tipos de e variações de fundações indiretas que podem

ser utilizadas em tipos de terrenos mais específicos, como estacas tipo Strauss, tipo

Franki, Estacões, Estacas Raiz, Colunas de solo cimento, dentre outras. Para esses casos

específicos são indicadas consultorias especializadas.

4.2.2 Tubulões

Os tubulões são elementos de fundação profunda moldados in

loco empregados quando as camadas superficiais do solo não apresentam

características de resistência e de deformabilidade compatíveis com as exigidas pelo

projeto. Consistem na escavação e concretagem de um poço, e pelo encamisamento

da estrutura do fuste com anéis de concreto ou tubos de aço. Podem ser executados a

céu aberto, com e sem escoramento, e a ar comprimido, com revestimento metálico

ou de concreto. Esse tipo de fundação é utilizado em obras que precisam

suportar cargas elevadas, como na construção de pontes, viadutos e edifícios de

grande porte, em áreas com dificuldade de adoção de técnicas de fundação mais

mecanizadas. A execução dos tubulões deverão estar de acordo com os procedimentos

a seguir:

Os tubulões deverão ser executados com as dimensões e características indicadas no

projeto.

Os fustes de tubulões poderão ser escavados, manual ou mecanicamente, em função

das condições da obra a ser realizada.

A abertura da base deverá ser realizada manualmente.

Os tubulões deverão ser escavados com os comprimentos indicados no projeto, que

são considerados mínimos.

Se for constatado, por inspeção realizada por especialista ou por ensaios efetuados na

base dos tubulões, que a profundidade não está compatível com a taxa especificada

no projeto, a escavação deverá avançar até a ocorrência de terreno adequado.

A liberação da base será feita pela Fiscalização.

Quando necessário, deverão ser instaladas camisas de concreto ou metálicas de

proteção contra o desmoronamento das paredes do fuste.

A execução das camisas de concreto poderá ser realizada através do emprego de anéis

pré-moldados ou moldados “in loco”.

A descida das camisas será efetuada através da escavação interna com o auxílio do

peso próprio.

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No caso de camisas metálicas, a introdução no terreno poderá ser realizada pelo

mesmo processo ou cravadas por percussão ou vibração.

Após a liberação do tubulão para concretagem, o fundo da escavação será limpo, com

remoção de lama ou materiais estranhos ou água.

No caso de fundações de pilares vizinhos, assentes em cotas diferentes, a reta

passando pelos bordos dos tubulões deverá fazer com a vertical um ângulo sempre

superior a 60°.

A fundação situada em cotas mais baixas será executada em primeiro lugar.

Não será permitido o trabalho simultâneo em bases de tubulões adjacentes, tanto na

fase de escavação quanto na fase de concretagem das bases.

O tempo entre a conclusão do alargamento da base e a concretagem deverá ser

superior a 24 horas.

Sempre que a concretagem não for feita imediatamente após a conclusão do

alargamento, limpeza e inspeção, uma nova inspeção deverá ser realizada.

O concreto a ser empregado deverá estar de conformidade com as especificações de

projeto e o controle será realizado segundo as prescrições do projeto.

O concreto para a execução das bases deverá ser lançado de uma altura máxima que

não provoque segregação do material ou danos à superfície inferior da base.

Após a concretagem da base, em função das prescrições de projeto, será posicionada a

armadura em gaiola pré-fabricada.

O fuste será concretado de modo a evitar a segregação do material.

Quando houver infiltração pelas paredes, o concreto deverá ser lançado por meio de

tremonha ou caçamba.

Qualquer concretagem deverá ter um fluxo contínuo, aceitando-se interrupções de, no

máximo, 1 hora.

Quando a interrupção da concretagem superar 1 hora, a superfície de concreto, entre

os dois lançamentos, deverá ser aproximadamente horizontal.

A superfície deverá ser limpa, removendo-se os vestígios de nata, tornando-a rugosa.

Se for utilizado “ar comprimido”, a pressão da câmara de trabalho deverá ser mantida

15% acima de pressão hidrostática da base do tubulão.

Serão tomados todos os cuidados para a segurança dos trabalhadores durante a

escavação a ar comprimido, realizando-se testes preliminares em campânula sob as

condições de pressão de trabalho.

Para efeito do controle da execução, será preenchido o boletim de cravação, com

todos os seus dados.

Cabe à fiscalização exercer as seguintes atividades:

Exigir, analisar e liberar o plano de execução das fundações;

Aprovar os equipamentos e métodos a serem utilizados na execução dos tubulões;

Observar a tolerância máxima permitida na locação dos tubulões em planta, não

devendo ultrapassar, em qualquer direção, a distância de 5 cm das linhas de centro

indicadas nos desenhos; e

Observar o desaprumo máximo permitido, não devendo ultrapassar 1% do

comprimento total do tubulão;

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Exigir a execução dos tubulões nos comprimentos indicados nos desenhos,

considerados como mínimos;

Indicar à Contratada o local em que deverá ser depositado o material escavado;

Determinar a instalação de camisas de concreto ou metálicas de proteção, quando

necessárias, para evitar riscos de acidentes com pessoal, desmoronamentos,

deslocamentos de maciço de terra ou proporcionar estanqueidade à escavação;

Inspecionar, antes da concretagem, o fundo da escavação, para verificação de limpeza

e ausência de lama, materiais estranhos ou água;

Verificar se os materiais a serem empregados (aço para armadura e concreto) estão de

acordo com as especificações;

Liberar para concretagem os tubulões, após conferir se as dimensões, alinhamentos,

prumos, locação, alargamento de base, cotas e limpeza, estão de acordo com o

prescrito no projeto;

Comprovar se o nível de concretagem dos tubulões termina nas cotas de arrasamento

indicadas nos desenhos do projeto;

Solicitar ao responsável a elaboração de relatórios de acompanhamento de execução

de tubulões, onde constem locação, dimensões, cotas do fundo e arrasamento e

outros dados pertinentes;

Exigir, quando necessárias, provas de cargas nos tubulões;

Exigir a observância de todos os procedimentos de segurança para trabalhos sob ar

comprimido, inclusive a manutenção de câmara de descompressão.

Os serviços serão considerados recebidos se executados de acordo com as

especificações e na locação indicada no projeto, ou decorrente de consultorias

especializadas.