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URBANISMO E MOBILIDADE STC- UM1, UM2, UM3, UM4 ANA CLC- UM1,UM2, UM3, UM4 CP- IA4, CFE1, AM4, AA3, CFE4, IA3 Existem vários tipos de habitação, as moradias térreas, moradias geminadas, os apartamentos, bairros sociais e bairros da lata. Existe muita habitação degradada e quando falamos em habitação degradada é habitual associarmos esta realidade à existência de barracas e à de casas velhas, em perigo de ruína eminente. Os bairros degradados ou de habitação degradada caracterizam-se, por serem constituídos por habitações primárias, construídas, em grande parte dos casos, com materiais frágeis (madeiras, chapas, plásticos, etc.), não possuindo as infra-estruturas sanitárias mínimas, nem os equipamentos sociais necessários. Nestes bairros existe, normalmente, uma sob ocupação das habitações e uma grande concentração de problemas sociais como, o desemprego, analfabetismo, insucesso escolar ou abandono da escola por parte dos mais jovens, delinquência, toxicodependência, famílias com poucos recursos económicos. Estes locais resultam da iniciativa de populações carenciadas, que procuram, através da autoconstrução, resolver os seus problemas de alojamento. São bairros socialmente marginalizados e deficientemente integrados no contexto urbano envolvente. Em Portugal, sobretudo nos principais centros do país, como é o caso de Lisboa e do Porto, existem muitas pessoas a viver em precárias condições de alojamento, vivem em zonas degradadas, bairros de lata e outros clandestinos e degradados sem o mínimo de condições, completamente excluídos do mercado habitacional normal. Isto deve-se ao facto de uma parte significativa da população portuguesa não dispor de rendimentos suficientes para suportar os encargos das prestações mensais exigidas pela compra ou pelo arrendamento das habitações. Grandes partes das habitações que se encontram à venda no mercado não são acessíveis a toda população portuguesa que, por possuir uma baixa capacidade aquisitiva, acaba por recorrer a construções de barracas clandestinas ou à ocupação de barracas e a casas degradadas já existentes.

URBANISMO E MOBILIDADE

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URBANISMO E MOBILIDADE STC- UM1, UM2, UM3, UM4 ANA

CLC- UM1,UM2, UM3, UM4

CP- IA4, CFE1, AM4, AA3, CFE4, IA3

Existem vários tipos de habitação, as moradias térreas, moradias geminadas, os apartamentos, bairros sociais e bairros da lata.

Existe muita habitação degradada e quando falamos em habitação degradada é habitual associarmos esta realidade à existência de barracas e à de casas velhas, em perigo de ruína eminente.

Os bairros degradados ou de habitação degradada caracterizam-se, por serem constituídos por habitações primárias, construídas, em grande parte dos casos, com materiais frágeis (madeiras, chapas, plásticos, etc.), não possuindo as infra-estruturas sanitárias mínimas, nem os equipamentos sociais necessários.

Nestes bairros existe, normalmente, uma sob ocupação das habitações e uma grande concentração de problemas sociais como, o desemprego, analfabetismo, insucesso escolar ou abandono da escola por parte dos mais jovens, delinquência, toxicodependência, famílias com poucos recursos económicos.

Estes locais resultam da iniciativa de populações carenciadas, que procuram, através da autoconstrução, resolver os seus problemas de alojamento.

São bairros socialmente marginalizados e deficientemente integrados no contexto urbano envolvente.

Em Portugal, sobretudo nos principais centros do país, como é o caso de Lisboa e do Porto, existem muitas pessoas a viver em precárias condições de alojamento, vivem em zonas degradadas, bairros de lata e outros clandestinos e degradados sem o mínimo de condições, completamente excluídos do mercado habitacional normal.

Isto deve-se ao facto de uma parte significativa da população portuguesa não dispor de rendimentos suficientes para suportar os encargos das prestações mensais exigidas pela compra ou pelo arrendamento das habitações.

Grandes partes das habitações que se encontram à venda no mercado não são acessíveis a toda população portuguesa que, por possuir uma baixa capacidade aquisitiva, acaba por recorrer a construções de barracas clandestinas ou à ocupação de barracas e a casas degradadas já existentes.

Muitas das pessoas que vivem nestas condições, migraram para os grandes centros urbanos à procura de melhores condições de vida, no intuito de aí encontrarem um emprego que lhes permitisse estabelecerem-se a eles e ao respectivo agregado familiar.

São pessoas que vêm, normalmente, de zonas do interior do país e quando chegam às grandes cidades deparam-se com sérias dificuldades, tanto para comprar casa como para conseguir um emprego, vendo-se assim obrigadas a regressar à sua terra de origem, o que muito poucas vezes acontece, ou então a acrescentar mais uma barraca aos intitulados bairros de lata, já de si bastante lotados.

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A este grupo de pessoas, juntam-se também os imigrantes que procuram em Portugal um lugar que lhes ofereça melhores condições de vida, deparando-se com as mesmas dificuldades que as populações oriundas do interior do país.

O facto de se residir em barracas ou em bairros degradados pode ser mais do que um indicador de pobreza, pode constituir um dos factores que aumentam a probabilidade de se permanecer na pobreza.

Ao viver num bairro degradado, as famílias correm determinados riscos que contribuem para a sua permanência nesse bairro. Entre esses riscos podem apontar-se as catástrofes naturais, como as inundações, as quais ameaçam a segurança e a integridade física das famílias, ocasionando graves acidentes e a própria destruição das casas.

Implica também estar sujeito a uma saúde frágil, ao risco de contrair certas doenças, devido à falta de condições de higiene e conforto. Este tipo de espaços comporta também, por outro lado, um inegável estigma social, que certamente dificulta o estabelecimento de relações sociais com outras pessoas para além dos familiares e vizinhos.

Por estas e outras razões, o realojamento constitui uma medida urgente para as populações que vivem nestas condições, podendo resolver alguns dos problemas referidos, proporcionando aos indivíduos realojados melhores condições de vida, transportando consigo, porém, algumas outras questões delicadas (reestruturação dos modos de vida, novas relações de sociabilidade e vizinhança, etc.).

Em princípio, realojar significa alojar de novo e aparece quase sempre associado à necessidade de atribuir alojamento a famílias vitimadas por catástrofes, a famílias residentes em áreas necessárias a obras de interesse público ou a programas de eliminação de barracas e distribuição de fogos pelos seus habitantes.

O realojamento de famílias mal alojadas funciona quase sempre como o modo de proporcionar a estas populações melhores condições de vida e de bem-estar, nomeadamente no que respeita às suas condições de habitação.

Os processos de realojamento têm sido sobretudo caracterizados pela atribuição e distribuição de casas a famílias que delas carecem com urgência.

É este o sentido que lhe tem sido frequentemente atribuído, ou seja, realojar é dar casas.

O direito à habitação é um dos direitos sociais reconhecidos aos cidadãos a residir em Portugal e, para assegurar direito, incumbe ao Estado.

Se todos têm direito a uma habitação condigna, é importante que o Estado estipule quais os padrões mínimos que integram esse conceito de habitação condigna e, por outro lado, é necessário levar a efeito uma política social capaz de facilitar o acesso ao bem habitação de todos aqueles cidadãos que não têm meios económicos para adquirir ou arrendar a sua habitação aos preços de mercado.

Assim sendo, a política de habitação deve ser encarada, sobretudo, pela sua dimensão social, já que ela tem a ver com a satisfação de uma das necessidades básicas da população, necessidade essa cuja não satisfação poderá pôr em causa a capacidade de desenvolvimento e o progresso social e cultural de uma população.

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Neste sentido, uma das saídas possíveis para os indivíduos mais desfavorecidos terem acesso à habitação concretiza-se através da política de habitação social, ou seja, através do apoio financeiro do Estado.

É neste contexto que surge, em 1993, através do Decreto-Lei nº163/93 de 7 de Maio, o Programa Especial de Realojamento (P.E.R.), com o objectivo de erradicar definitivamente as barracas existentes nos municípios de Lisboa e Porto, mediante o realojamento através de habitações a Custos Controlados.

A este Programa poderiam aderir todos os municípios abrangidos pelas áreas metropolitanas referidas, que identificassem a existência de barracas na respectiva área territorial. A adesão dos municípios far-se-ia mediante a assinatura de um acordo geral de adesão, celebrado entre o Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional do Estado (IGAPHE) e o Instituto Nacional de Habitação (INH).

Para o efeito, os municípios que aderissem ao Programa teriam de apresentar ao IGAPHE os seguintes elementos:

-Levantamento exaustivo e rigoroso dos núcleos de barracas existentes na área do respectivo município, com a respectiva caracterização, que deve incluir a localização, o número de construções existentes, os agregados familiares a realojar e a sua identificação, composição e respectivos rendimentos anuais brutos.

- Identificação dos proprietários dos terrenos onde estão implantados os núcleos de barracas.

- Programação cronológica dos empreendimentos a construir e ou plano de aquisição de fogos e sua afectação aos agregados familiares a realojar.

Os municípios teriam ainda de assumir, no acto de adesão ao P.E.R., o compromisso de proceder a uma fiscalização rigorosa de ocupação do solo na respectiva área, de forma a neutralizar de imediato a eventual tentativa de construção de qualquer nova barraca, garantido a sua pronta demolição.

Demolir integralmente as barracas em simultâneo com o realojamento, bem como assegurar que os terrenos ocupados por núcleos de barracas a demolir que estejam na sua propriedade ou posse e se destinem à construção de habitação fiquem prioritariamente afectos à execução do programa ou à promoção de habitação de custos controlados.

Na eventualidade de surgirem novas barracas na área territorial de um determinado município, após o levantamento efectuado para adesão ao P.E.R., sendo o facto constatado pelo IGAPHE, este poderia suspender ou reduzir os apoios financeiros com o município, em função da gravidade da situação e enquanto o município não promovesse a demolição das barracas detectadas.

Na minha casa, actualmente um duplex, tenho alguns espaços típicos da nossa sociedade. Tenho 2 terraços, num tenho o meu jardim, a churrasqueira, mesa e cadeiras de jardim e um tanque de lavar a roupa.

No outro tenho o meu estendal da roupa e a minha rede cama.

Na parte de baixo tenho varandas e a despensa. Estes são alguns espaços típicos da nossa sociedade.

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Antes desta minha casa, tinha um T3, mas como tinha a minha mãe a viver comigo e depois nasceu a minha filha, eu tive necessidade de comprar um apartamento com mais quartos.

Neste meu apartamento, fiz uma pequena alteração a nível dos roupeiros. Esta alteração baseou-se na remoção do interior do roupeiro, que era aglomerado revestido a PVC e que causava cheiros desagradáveis.

Para o isolamento das paredes interiores usei placas de 50x50 de cortiça colada com silicone próprio para esse fim. No chão usei parquet flutuante, em que usei manta entre o chão e o parquet como isolante.

Esta alteração foi efectuada em quatro roupeiros. Para saber a quantidade de material que teria que comprar, tive que tirar as medidas ao chão e às paredes, uma vez que eram iguais em termos de medidas, depois de achar a quantidade de material necessário para um roupeiro, seria só multiplicar pelo número de roupeiros a alterar.

De parquet flutuante, uma vez que o chão tinha 4,20mx1,10m = 4,62m2, esta seria a quantidade para um roupeiro, para achar a quantidade necessária para os quatro roupeiros seria 4,62 x4=18,48m2.

Seria também preciso a mesma quantidade de manta para aplicar entre o chão e o parquet flutuante como isolante.

O tecto tem a mesma área do chão, 18,48m2, a parede do fundo tem 4,20mx1,70m =6,14m2, as duas paredes laterais têm 1,10m x1,70m x2=3,74m2, assim sendo eu iria precisar de, 18,48 x 4 + 6,14 x 4 + 3,74 x 4 = 73,92 +24,56 +14,96 = 113,54m2, de cortiça para isolar as paredes.

Sendo que as placas tinham 50x50, e cada embalagem trazia quatro placas, ou seja 1m2, eu precisei de comprar 114 embalagens para forrar todos os roupeiros.

Alem deste material foi necessário também comprar cerca de 40 embalagens de cola à base de poliuretano, que tinha a particularidade de tapar fissuras e imperfeições que existiam na parede.

O nome do poliuretano era SOUDAL, à base demetienodfenol disocianato produto certificado por AENOR, indicado para todo o tipo de construção civil. Era um produto tóxico sendo necessário bastante arejamento.

Alem desta alteração, adaptei também janelas duplas para melhorar o isolamento, porque mesmo tendo vidros duplos havia entrada de ar através das caixas dos estores. Com esta alteração notei muita diferença a nível térmico, ao usar aquecimento dava para notar que depressa atingia a temperatura e mantinha o ambiente quente sem haver desperdício de calor, esta adaptação também reflectiu na factura da luz, porque o tempo que os convectores estavam ligados foi reduzido, permitindo assim menos gastos de energia. A nível acústico, toda a diferença, porque ao fechar as janelas isolava por completo todo o ruído que viesse da rua.

As principais tendências identificadas no sector de Construção Civil são a utilização de novos materiais e sistemas de construção, o emprego de tecnologias aliadas a elementos de design inovadores e novas práticas de gerenciamento de resíduos da construção. Com estas novas tendências, cujos objectivos principais consistem na

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redução de custos de construção e de manutenção das obras e a minimização dos impactos de construção sobre o meio ambiente.

A maioria dos novos apartamentos ou moradias é construída com sistemas de climatização integrados. Nalgumas casas existe o sistema de pré-instalação, que permite aos novos proprietários a escolha do sistema de aquecimento mais adequado às suas necessidades.

Existem vários sistemas dito tradicionais, como aquecimento central, ar condicionado, salamandras e recuperador de calor. Existem também outros que se destacam pela novidade e versatilidade que são, pisos radiantes, painéis solares e outros em que a maioria tem ainda a vantagem de fornecer água quente.

Podemos adquirir uma casa com aspiração central, não sendo preciso utilizar aspirador. Podemos instalar painéis solares e foto voltaicos, tanto para aquecimento de água como produção de energia eléctrica. A área da casa pode ser climatizada e as paredes em pladur com enchimento a poliuretano, permitindo um excelente isolamento acústico e térmico. Outra das vantagens de usar paredes em pladur é que não existe a necessidade de andar a partir paredes se houver a necessidade de remover, como acontece com o cimento e o tijolo.

O meu apartamento é um t3 duplex. No r/chão tenho o hall de entrada que dá acesso à sala comum que tem cerca de 30m2, tem 2 janelas de sacada que dão acesso a uma varanda de 5 metros de comprimento, tem também um recuperador de calor; à cozinha que tem cerca 22m2 que à direita tem os móveis inferiores com a banca da louça a máquina de lavar louça a placa e o forno tem também os móveis superiores, à esquerda tem também os móveis inferiores e os superiores onde tem o frigorífico e o forno micro-ondas embutidos, tem uma janela na parede de topo e uma porta que dá acesso à mesma varanda da sala.

Voltando ao hall que liga a um corredor que dá acesso à despensa que fica por debaixo das escadas; a uma casa de banho completa com cerca de 6,50m2 e tem uma janela para o exterior; um quarto que tem uma porta de sacada que dá acesso a uma varanda da largura do quarto, que tem 15m2.

No hall tem as escadas que dão acesso ao 1º andar, em que neste tenho 4 quartos com cerca de 20 m2 cada um, todos eles têm roupeiros embutidos ocupando uma parede completa, têm também uma porta de sacada em que dois deles dão para o terraço da frente e os outros dois dão para o terraço de trás, onde eu tenho a churrasqueira, o tanque, a mesa de jardim e as minhas plantas, este terraço tem 6mts por2,80mts, o da frente tem 4mts por 2,80mts; tem também uma casa de banho completa com janela para o exterior, em que tem a mesma área da casa de banho de baixo; tenho também uma sala grande com cerca de 32m2 em que é dividida mais ou menos ao meio pelas escadas, esta tem duas janelas de sacada que dão para ambos os terraços. Sendo esta sala dividida, eu optei por criar dois ambientes, tendo de um lado a sala de estar e do outro um pequeno ginásio onde eu tenha um aparelho de musculação, a passadeira e a bicicleta.

Esta sala é um espaço que de preferência é eleito por todos os elementos da família, até da minha Punkas que é uma cadelinha de raça caniche. Este espaço é mais aconchegante, visto todo o 1º andar ter muita luz natural e ser bastante soalheiro pois bate-lhe o sol desde que nasce até se pôr.

Num dos quartos do 1º andar fiz o escritório onde tenho os computadores sendo esta a divisão preferida dos meus filhos.

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Decidi comprar esta casa devido às áreas e ao local, porque fica a 1,9 km do meu trabalho, fica perto da escola da minha filha, da loja do Cidadão, onde tenho quase todo o tipo de serviços, estou perto do recinto das feiras, em que se realizam diversos eventos culturais, desde exposições, feiras, concertos ou seja estou a um passo do centro da cidade e em termos de ambiente acabo estar num local sossegado, não existindo muito trânsito, existe muitos campos de cultivo ao meu redor o que permite a facilidade de iluminação natural na minha casa, visto não existirem prédios em altura.

Uma casa representa de algum modo um pouco daquilo que somos. É o lugar que nos recolhe e aos nossos objectos. É o lugar onde acumulamos memórias, que encerra as nossas ambições, ensejos, e anseios também, onde depositamos o nosso quotidiano, como se este pudesse ganhar contornos palpáveis. Há sempre uma casa onde crescemos. Uma casa onde estudámos, onde amámos, ou onde simplesmente, estivemos. Há sempre uma casa que recordamos, e uma casa onde morremos. Como há sempre uma casa para onde voltamos.

Numa aparente contradição, as paredes de uma casa encerram o espaço onde podemos ser livres, longe de quaisquer constrangimentos sociais, morais ou políticos, e sobre a sua protecção, revela-se um espaço dedicado à intimidade. Nesse sentido, uma casa torna-se um objecto íntimo.

A ideia de casa pressupõe a ideia de habitar e, por isso, também a ideia de um ocupante que a torna em LAR. Onde se passa uma parte significativa da nossa vida, onde procuramos protecção física e psíquica, e onde cada cidadão se reconhece. Por isso, a cada casa estão associados conceitos como privacidade, intimidade e, geralmente, família.

No entanto, uma casa é simultaneamente um lugar de encenação: ela revela não apenas aquilo que somos, mas aquilo que ambicionamos ser. Assim a casa torna-se num modelo de representação de cada ser.

Todas estas noções que caracterizam a organização funcional da habitação moderna são na verdade conceitos recentes, de uma classe média capaz de exigir um espaço próprio, onde herdamos todo um esquema de organização da vida doméstica, associadas ao habitar; que é, na verdade, um reflexo, e ao mesmo tempo uma imposição, de uma conduta social, afectiva, e comportamental da sociedade moderna.

A habitação é, sem dúvida, uma necessidade básica, uma vez que todos desejamos um alojamento condigno, tratando-se, aliás, de um dos direitos consagrados na Constituição da República ou, se quisermos alargar o espaço de referência, um direito reconhecido internacionalmente.

O interesse que se dedica ao estudo da habitação provém do facto de se tratar de um problema fundamental à sobrevivência quotidiana: o abrigo contra os elementos naturais, o conforto e a possibilidade de vida familiar. Esta perspectiva, que se centra na família e nas suas condições habitacionais justifica que o seu estudo se realize, com frequência, num sentido prático e em busca de soluções urgentes.

Contudo, apesar da habitação ser uma necessidade de todas as famílias, ela é muito mais do que isso. É o resultado de um processo produtivo que envolve um conjunto de actores: promotores, empresas de construção, compradores, inquilinos, senhorios, financiadores, mediadores, etc. A habitação, como é um bem essencial e insubstituível, obriga a que cada família procure encontrar no mercado um produto

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compatível aos seus rendimentos. Deste modo, o mercado habitacional aparece decomposto em vários sub mercados que oferecem produtos diferenciados conforme os utentes a que se destinam.

Pelo facto das pessoas quererem casas de certo tipo, localizadas em determinados sítios de acordo com as suas necessidades, o mercado responde oferecendo o que as famílias desejam. No entanto, apesar do estatuto socioeconómico ou a possibilidade de pagar, serem factores fundamentais, só aqueles que possuem maiores rendimentos podem escolher livremente.

Para o nível mais baixo da escala social praticamente não há escolha e, muitas vezes, mesmo que a casa não satisfaça os desejos das famílias, muitas delas não mudam de casa devido aos custos.

A preocupação com o ambiente urbano tem sido uma constante ao longo da história e um reflexo dos vários problemas que se desencadearam nas cidades, em consequência da concentração da população, da implantação das actividades económicas e da expansão do espaço construído.

O ambiente urbano é o ambiente mais próximo da maioria da população do globo, cada vez mais concentrada nas grandes cidades e suas áreas metropolitanas, tendência cada vez mais crescente no futuro. Ele é constituído pelo espaço construído, com os seus edifícios, os seus símbolos, as suas actividades económicas, os seus desperdícios, os seus ruídos, os seus stress, os seus poluentes, os seus espaços verdes e os seus espaços de circulação. Mas o ambiente urbano é também feito de espaços interiores, onde a população passa mais de 80% do seu tempo, muitas vezes sem as adequadas condições de higiene e conforto. Neste encontro entre o espaço visível e o invisível, estão os edifícios, elementos privilegiados do fazer e desfazer do ambiente. Os edifícios são fazedores do ambiente na sua vertente urbanística e de relação com o espaço envolvente, mas são também criadores do ambiente, porque são os maiores consumidores de energia, sendo esta, reconhecidamente, uma das grandes causas de degradação ambiental, os edifícios e as actividades que neles se desenvolvem são uma das principais causas da poluição.

Devem ser vistos, não apenas enquanto elementos da paisagem, mas como utilizadores de materiais e recursos ambientais naturais (paisagem, energia, água, solos) e causa de disfunções ambientais (lixos, poluição da água e do ar, etc.).

A energia e outros recursos como a água que se consomem nos edifícios destinam-se às cozinhas, à higiene, à iluminação, às comunicações e ao conforto térmico (aquecimento, arrefecimento, ventilação). A difusão cada vez mais crescente de aparelhos de ar condicionado, tem feito aumentar, drasticamente, o consumo energético dos edifícios, particularmente, dos novos modelos arquitectónicos (os edifícios fechados), destinados a escritórios e espaços comerciais, ainda que actualmente, já existam formas de consumo energético mais económicas (como os painéis solares ou a utilização da energia eólica), mas que continuam a ser muito pouco utilizadas.

A evolução do conceito de ambiente urbano, surge inicialmente associado aos aspectos sanitários, sendo a saúde humana a preocupação fundamental, tendo vindo progressivamente a evoluir, incorporando preocupações ligadas à ecologia, à poluição, à estrutura urbana verde, aspectos estéticos e da paisagem urbana.

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Assim, em termos de ecologia urbana saliento o papel do espaço urbano enquanto ecossistema, reconhecendo-se a importância da sua vegetação, da fauna, do solo natural, do clima e de planos de água.

No que toca à poluição, identifica-se quatro áreas fundamentais: o ar, a água, o ruído e os resíduos, associados ao tráfego e às emissões de poluentes provenientes dos edifícios habitacionais e restantes actividades económicas, destacando-se, particularmente, a indústria. Do ponto de vista estético inclui-se tudo aquilo que produza efeitos visuais negativos, áreas degradadas/abandonadas, depósitos de lixo e entulho, cursos de água poluídos, má implantação de edifícios, desarticulação destes com o restante espaço construído.

Assim sendo, a definição de qualidade do ambiente urbano deverá incluir um conjunto de componentes, como os equipamentos existentes, os espaços verdes (flora e fauna urbana), as condições habitacionais, as infra-estruturas, o microclima urbano, a ocupação do espaço urbano, a paisagem urbana (a sua estrutura edificada e patrimonial), a qualidade do ar, os resíduos, os riscos naturais e sociais, o ruído e os transportes urbanos.

O conceito de qualidade do ambiente urbano é, ainda, perspectivado segundo duas vertentes fundamentais: uma ligada aos aspectos de bem-estar ambiental (saúde e segurança públicas e de conforto humano) e outra aos princípios de utilização dos recursos ambientais (do espaço físico, ecológico, social, económico, político e institucional), procurando o balanço destas várias componentes consideradas como fundamentais.

A construção clandestina realizada por iniciativa das famílias é também um dos problemas a considerar, tendo surgido nos anos 60,70 como resposta à incapacidade do mercado em assegurar as necessidades de habitação de um largo segmento da população recém -urbanizada e pouco solvente.

Esta forma de crescimento urbano gerou graves problemas, principalmente nas periferias das nossas áreas metropolitanas, como o sub equipamento e a falta de infra-estruturas, criando áreas de fraca qualidade urbanística, nas quais é necessário intervir para proporcionar à população que nelas vive a qualidade de vida a que têm direito.

Podemos ver que são muitos e variados os problemas que se colocam à qualidade do ambiente urbano e, particularmente, da habitação, salientando-se que a qualidade habitacional não depende, unicamente, da qualidade do alojamento em si, já que não podemos esquecer, também, os aspectos que se prendem com os espaços envolventes.

Neste país sem grande tradição de cultura de exigência começa a despertar uma preocupação colectiva sobre o desordenamento confuso com que estamos a marcar o território e sobre a falta de qualidade daquilo que se constrói. Assim como também existe uma certa ideia de património, feito no passado, que aparentemente nos compete preservar.

Efectivamente está enraizada uma ideia de que nós hoje não construímos património mas sim de que este já está todo construído. De facto a nossa cultura de fraco sentido cívico aborda a construção como um meio para atingir um fim pessoal e não como um fim colectivo. Interessa agora mais, fazer rápido e o mais barato possível, para vender.

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O património é a nossa herança do passado, com que vivemos hoje, e que passamos às gerações seguintes.

Do património cultural fazem parte bens imóveis tais como castelos, igrejas, casas, praças conjuntos urbanos e ainda locais de expressivo valor para a história. Nos bens móveis incluem-se, por exemplo, pinturas, esculturas e artesanato. Nos bens imateriais considera-se a literatura, a música, a linguagem e os costumes.

É de extrema importância nós termos de preocupar em preservar o nosso património que é comum a todos, ele conta-nos a história do nosso povo, por exemplo o museu de Sta Joana, acaba por ser o nosso postal de Aveiro assim com as salinas. Ele conta-nos a história da nossa padroeira, a Princesa Sta Joana, em que se comemora a 12 de Maio.

Como aveirense que sou, sempre que visito este museu ou outros, por norma deixo sempre o meu contributo assim como nas Igrejas, contribuo também nos peditórios para as festas sendo que na minha localidade é a festa de S. Geraldo sendo parte dessa receita direccionada para a manutenção necessária da Capela.

Na cidade de Aveiro outra das heranças que nos foi deixada, são os barcos Moliceiros e os ovos-moles. Estes eram originalmente confeccionados nos mosteiros e conventos das freiras carmelitas, franciscanas e dominicanas na área de Aveiro, até à extinção das ordens religiosas no século XIX. A partir desse momento a receita tradicional foi sendo divulgada de geração em geração, pelas senhoras que tinham sido instruídas nesses conventos e mosteiros.

Sejamos confiantes no futuro e saibamos nós, adultos, transmitir aos descendentes o que é o amor por Aveiro.

Com a chegada da revolução industrial e a necessidade das empresas se organizarem no meio empresarial originou uma fuga das populações da província para os grandes centros, na procura de melhores condições de vida. Para isso foi necessário reorganizar o sistema actual da época, e iniciar os planos urbanísticos, formando zonas residenciais, zonas industrias, zonas de lazer e zonas de cultivo em separado, contrário ao que se verificava com a interligação habitacional, industrial e agrícola num só pólo.

Com a desertificação dos meios rurais, a agricultura ficou mais pobre devido à falta de mão-de-obra, visto ser uma profissão dura e trabalhar de sol a sol, sem recursos, dependente do clima ser ou não bom para as colheitas do ano. Caso não o fosse o ano seguinte seria de fome e amargura, os agricultores tiveram de se adaptar às novas exigências para conseguirem melhor rentabilidade nas colheitas.

Deixaram de estar tão dependentes dos animais na ajuda das sementeiras recorreram a meios mais mecanizados e foram-se adaptando a toda uma nova inovação.

O ensino tem a sua cota parte de responsabilidade, na formação de pessoas qualificadas e ligadas à agricultura, como engenheiros, agrónomos, químicos, veterinários, e enólogos.

A forma desenfreada de se conseguir obter as colheitas o mais breve possível e com bom aspecto, deve-se à aplicação de químicos para evitar as pragas e fomentar o crescimento. Esta aplicação tem consequências tais como a erosão e a saturação dos solos.

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Os terrenos ao serem cultivados com o mesmo tipo de cultura várias vezes seguidas, sem descanso, provoca este tipo de problemas. É necessário fazer plantações de outros tipos de plantas (leguminosas), como a tremoceiro, a ervilhaca, a ervilha forrageira, para repor e fixar o azoto nos solos.

É fundamental que em todo o tipo de culturas, as mesmas devem ser rotativas, se num ano se semeiam batatas, no seguinte podem alternar e semear milho (ou outro) sendo possível neste intervalo introduzir uma planta leguminosa para repor as necessidades da terra, e assim se evita a concentração exagerada de nitratos e a pobreza dos solos.

Com a reorganização dos planos urbanísticos, foi necessário criar meios para que a distância existente entre as cidades e as explorações agrícolas ficassem mais próximos. Por isso, já na fase da plantação, é necessário planear as datas de colheita, prever os transportes, se necessário arranjar ou contratar mão-de-obra, qual o intermediário ou cooperativa, como receptor do produto para chegar ao consumidor final.

Nos dias de hoje a micro-agricultura que ainda é feita pela classe mais idosa nas pequenas aldeias, ainda se pode considerar um tipo de cultura biológica. É feita de uma forma rudimentar, os fertilizantes são na sua maioria restos de excrementos dos animais domésticos, também com a compostagem de detritos orgânicos e nas rotações das várias culturas.

A plantação e a apanha, ainda são seguidas pelo método herdado dos nossos antepassados, controlados através da época do ano, ou pela fase da lua.

A sua comercialização é feita de uma forma de venda directa ao público, devido ao cultivo e local de venda estar inserido dentro da comunidade. Nesta situação, o intermediário não têm intervenção.

Já se verifica algumas produções de certos tipos de alimentos, que estavam direccionadas para as produções em grandes quantidades, estão-se a desviar para a comercialização de produtos biológicos com identificação própria seguindo uma directiva do ministério da agricultura.

Verifico actualmente que já existem nas grandes superfícies, locais próprios com produtos biológicos, com a etiqueta que identifica este tipo de produto. Podem não ter o melhor aspecto mas o importante é a qualidade, sendo também, produtos que são vendidos a preços mais caros, tornando-se inacessíveis a muitas famílias.

Não é só nas hortaliças, nos legumes, nas frutas, no azeite, nas carnes nos queijos, leite e derivados, também na vinicultura já começam a aparecer os vinhos biológicos.

Apesar de ainda existir um enorme caminho a percorrer, as produções em larga escala de sementes geneticamente modificadas para serem resistentes a pragas, às intempéries, às secas e geadas prolongadas, ao ataque de certo tipo de insectos, nos produtos como o milho, o trigo, a soja, o girassol, os leguminosos, tem o seu lado positivo desde que não sejam inseridos directamente na nossa cadeia alimentar.

Este tipo de produção faz com que a produtividade fique menos onerosa, sendo também uma forma de suprimir as necessidades mundiais no âmbito alimentar e industrial, ao serem também utilizados para outros fins como a obtenção do bio-diesel e outros produtos, adaptados às novas necessidades mundiais.

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Existe também a possibilidade de se inserir um gene numa determinada semente, para que o alimento possua outras características direccionadas para reduzir ou evitar alguns riscos de doenças nos seres humanos. É uma das vantagens mas sempre associado ao lado positivo, existe o lado negativo, que muitas das vezes traz problemas irreversíveis.

A erosão dos solos é muito evidente, quanto maior for a variedade dos produtos genéticos introduzidos no sistema da agricultura, mais se verifica o problema de doenças nos solos, e até mudanças climatéricas.

Na saúde pública, os alimentos transgénicos, podem aumentar as alergias nas pessoas em determinados tipo de alimentos, devido às proteínas que elas produzem. As plantas geneticamente modificadas na fase da polinização ao serem cruzadas com outras espécies, podem contaminar directamente as outras plantas utilizadas para a nossa alimentação. Por isso, é necessário deixar um espaço entre as várias produções, evitando assim o cruzamento da polinização.

A ida da população para outros sectores industriais, e para os grandes centros urbanos, alteraram o modo de vida a que estavam habituados inicialmente. No meio rural, todas as pessoas se conhecessem e a entreajuda é muito frequente.

As pessoas têm mais tempo para conversar uns com os outros, os que trabalham na terra não estão limitados a horários, sendo uma profissão mais flexível, mas sem remuneração fixa. Os que trabalham em fábricas moram perto das mesmas, sem terem de recorrer a transportes públicos, sujeitos ao stress diário.

O modo de vida no meio rural não é tão stressante, as pessoas não estão tão expostas às poluições diárias das indústrias, à fraca qualidade do ar, vive-se mais ecologicamente e com a possibilidade de ter uma alimentação biológica.

Têm também o seu lado negativo em relação aos que vivem na cidade, na dificuldade de acesso à cultura e informação, à oferta de trabalho, ao acesso à saúde, ao ensino, são algumas situações das quais estão limitados.

A cidade é centro da informação e diversidade de soluções que as pessoas têm oportunidade de usufruírem.No âmbito pessoal, em que as pessoas tenham objectivos futuros na sua vida pessoal e profissional, é na cidade que se encontra tudo à mão. É a ponte de ligação no desenvolvimento de uma economia de mercado de um País, mas, não é só vantagens, as pessoas perdem o contacto pessoal com a família, são mais frias, vivem mais para si próprias, estão sujeitos a um stress diário de ida e vinda do emprego, mais sujeitos à poluição automóvel com as emissões de CO2 muitas das vezes insuportáveis.

Criam também hábitos de rotinas diárias, que se tornam difíceis de suportar ao fim de alguns anos. Por isso cada vez mais se verifica ao fim de semana a saída das pessoas da cidade para o campo, para os refúgios do turismo rural que estão a ser cada vez mais um meio de interligação entre o campo e a cidade.

É fundamental existir apoios para se poder cada vez mais investir na revitalização de edifícios antigos, direccionados para este tipo de turismo.

Esta modalidade tem muitas vantagens, cada aldeia pode oferecer e disponibilizar toda uma cultura regional, ligada ao património, à cultura local, à gastronomia, às feiras regionais ao meio ambiente que os rodeia, e com estas atitudes, torna-se uma forma de apoio aos residentes do meio rural, ajudando-os a ter uma melhor qualidade de vida.

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A valorização do turismo rural como local de lazer, associado à revitalização e abertura dos museus ao público, as feiras tradicionais na divulgação dos produtos regionais, são iniciativas muito positivas das autarquias do interior. Contribuindo assim para que a desertificação não seja tão acentuada.

Nos dias de hoje o património histórico, religioso, cultural, e gastronómico, tem uma relação muito estreita com o turismo regional.

A abertura das fronteiras na Comunidade, fez com que as pessoas tivessem mais facilidade de deslocação na procura de trabalho e na procura de melhores condições de vida. A necessidade de adaptação ao novo local e ao posto de trabalho associado às dificuldades de comunicação, da diferença de culturas, da língua, e da forma de estar inserida na sociedade, Portugal não foi excepção com a chegada de pessoas vindas dos Países do PALOP, e mais tarde do Leste da Europa.

A integração destas pessoas foi fundamental tanto para nós como para eles. Mas o grande entrave para poderem comunicar era a língua. Por isso, tiveram de recorrer a métodos, para ultrapassarem esta situação.

No âmbito profissional, o recorrer a pequenos apontamentos foi uma mais-valia, o tentar dialogar ao dizer a palavra foi uma de muitas formas de se introduzirem dentro da comunidade.

O governo Português poderia ter feito talvez mais, mas sei que todos os residentes estrangeiros foram obrigados a ter aulas da língua Portuguesa, e fazer uma prova com aproveitamento para terem direito ao visto de residência no nosso País.

A diversidade nas formas da pronúncia da Língua Portuguesa, estão ligadas às várias regiões do País. O litoral.

Julgo que na zona centro é onde se fala melhor, talvez esteja relacionado com o valor histórico que tem a Universidade de Coimbra.

A norte, nos lugares fronteiriços, o português e o castelhano misturam-se. As pronúncias são parecidas, devido à sua origem ser do latim.

O mirandês, típico do Nordeste Transmontano, é um dialecto falado só nessa zona, mantendo as características dos seus antepassados. Para uma pessoa da grande cidade será difícil conseguir dialogar com um certo à vontade com um residente local.

A Língua Portuguesa é quinta língua mais falada no mundo, por isso a sua riqueza é tão variada em dialectos e pronúncias.

A influência que a religião tem em alguns meios rurais ainda é muito vincada. A presença do pároco da aldeia tem uma cota parte de responsabilidade na educação que os pais dão aos filhos desde a nascença até à fase adulta, e consequentemente até ao matrimónio.

Eu própria senti um pouco essa situação. Sou descendente de uma família religiosa, tanto do lado materno e paterno.

As regras da igreja é que um casamento é para toda a vida, os problemas são para ser vividos no seio da família, para se evitar o falatório das pessoas na aldeia.

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Nos dias de hoje a formação académica das pessoas começam a ultrapassar estes conceitos ridículos da religião. Um bom católico não tem necessidade de ter de seguir à risca todas as imposições da igreja, só porque tem formas de pensar diferente. O que está em causa, é existir uma vida em comum, com um bom relacionamento.

Actualmente, é normal verificarmos casais que vivem em união de facto, sem a imposição do matrimónio. Acho uma opção de vida positiva, fugindo um pouco às imposições da sociedade e comunidade religiosa. Esta vertente também tem as suas desvantagens em caso de separação ao existir bens, ou filhos, os problemas podem ser mais difíceis de resolver podendo uma parte ficar mais prejudicada.

Quando somos confrontados no seio das nossas famílias com uma situação de gravidez não desejável, em que está em causa uma possível mãe solteira a situação torna-se constrangedora. Não é pela causa de ser mãe solteira, é de todas as dificuldades de meios de subsistência e apoio, que vão ser necessários, que muitas das vezes algumas mulheres não têm condições de poderem sobreviver e terem uma vida facilitada. Sinto em certas situações alguma revolta ao verificar a existência de uma certa descriminação que lhes é feita quando algo corre mal, indo de encontra aos meus princípios éticos, pelos quais fui ensinada, os problemas surgem a todas as pessoas quando menos se espera.

Costumo dizer, tudo é difícil para uma mulher, é na sua aparente fragilidade que o mundo desaba em cima. Para um homem, mais chuto menos chuto, é sempre aceite e sobrevive facilmente.

Muitos são os estereótipos sobre os quais a nossa sociedade está inserida. Todos os dias somos confrontados com ideias pré concebidas e pelas quais muitos de nós ainda se regem. Estas ideias, muitas das vezes entram em nossa casa através da comunicação social. Por exemplo: A quantidade de anúncios relacionados com o modelo ideal da mulher nos dias de hoje, transmitindo um ideal feminino que muitas vezes trazem malefícios que são muito evidentes.

Este ideal, de beleza tem sofrido constantes mutações ao longo dos séculos, mas cada vez mais a nossa sociedade vive obcecada com este ideal. No século XVIII e XIX, a beleza feminina regia-se pelas mulheres brancas e gordas da nobreza e da burguesia, em contraste com a magreza e com a pele queimada do sol de milhares de mulheres que trabalhavam no campo. Nos séculos XX e XXI, pelo contrário, este conceito está ligado com um tipo de mulher morena e elegante.

Na base desta transformação sócia cultural está os mass media, se por um lado a vontade de aperfeiçoar é uma mais-valia, por outro lado, e neste caso é um grande malefício.

Numa sociedade em que vivemos também para a imagem, num universo constituído de ficção e imagens, é evidente que os meios de comunicação de massas são criadores de um tipo de estereótipo que todos querem seguir.

A beleza é algo muito controverso e pessoal nos dias de hoje, acho que o conceito de beleza não é de forma alguma objectivo, no entanto, existe um padrão de beleza em cada época, em que a sociedade tem um peso muito importante ao impor os seus modelos padrões. Isto é no fundo desta transformação e imposição sócio cultural, lá está os mass média.

A todas as horas, e em vários pontos do globo muitas jovens anseiam e desejam ser iguais às raparigas que aparecem nas capas das revistas e na televisão.

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Se as jovens ao tentarem imitar a realidade que nos é transmitida pela televisão, pelas revistas, nem sempre esta imitação é boa, muitas das vezes a imitação do ideal de beleza trás problemas sérios de saúde mesmo chegando a situações de colocarem a vida em risco.

Cada vez mais as nossas adolescentes procuram ser iguais aos modelos e actrizes. Imitam o andar, a maneira de vestir, a forma de estar e acima de tudo ambicionam ter o mesmo corpo, para ver se conseguem alcançar a fama.

Tenho a trabalhar comigo a Cláudia que é a Sra. da limpeza, hoje com 28 anos, em que de certa forma acabou por ser vítima de todo este ideal de beleza quando era adolescente, sofreu de anorexia tendo sido hospitalizada para tratamento, felizmente conseguiu superar o que não acontece com uma boa parte das jovens.

Infelizmente, esta é uma realidade cada vez mais constante. São várias as mulheres que se tornam obsessivas com a sua aparência. Esta obsessão não se traduz somente nos distúrbios alimentares mas também na procura constante de métodos para melhorar o corpo através da cirurgia. As lojas de roupa também têm a sua quota-parte de responsabilidade. Quando entramos numa loja, e olhamos para as etiquetas, facilmente percebemos que só vamos encontrar números pequenos.

Isto, em conjunto com os mass media transformou a nossa sociedade numa sociedade de Cultura do Corpo.

Alimentamos o estereótipo que nos permite distinguir que nós somos trabalhadores e eles mandriões, ao prevalecer só as nossas atitudes e comportamentos, reforçando a nossa auto imagem e auto estima. Os próprios mass média ajuda na construção desta ideia pré concebida. Todos os dias somos confrontados por notícias de assaltos em que os suspeitos, se designa “pareciam ciganos”, ou! ….

Mas esta ignorância que de tão ignorante passou a ser uma verdade, não acontece somente com os ciganos. Todas as minorias étnicas, devido a muitas das vezes ao nosso desconhecimento e à nossa desconfiança, transformam-se aos poucos em ideias pelas quais todos nos regemos no dia-a-dia.

Com a chegada de imigrantes dos países de Leste, foi uma fase marcante na sociedade Portuguesa. A sua facilidade de adaptação a qualquer tipo de trabalho mesmo que fosse diferente da sua da área de formação, não era entrave para poderem trabalhar. O importante era ganhar dinheiro. Na maioria dos casos a sua formação profissional era elevada, desde alto cargo de “General” no exército, a motorista de autocarros.

À primeira vista eram vistos pela nossa sociedade com alguma relutância devido a serem pessoas oriundas de um País com uma cultura política na base de uma ditadura de esquerda, onde a máfia é um factor presente nestas sociedades de Leste.

Para nós Portugueses era e é difícil de digerir, ao sermos confrontados com situações da existência de grupos organizados que utilizam meios como a intimidação para obterem os seus fins. Casos destes, pude eu constatar em conversa com clientes meus em que tiveram de pagar um valor monetário durante um determinado tempo, pela sua vinda para outro País, caso não o fizerem as suas famílias na origem sofreriam represálias.

O seu início laboral foi difícil, devido à dificuldade da língua, métodos de trabalhos, horários, e cultura diferente.

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Por isso embora sejam oriundos de um país diferente, são respeitados como pessoas que se integraram na nossa sociedade, com os mesmos direitos laborais e sociais.

As redes rodoviárias são um dos factores importantes e estruturais no ordenamento de um território. Por isso, é necessário e fundamental existir um plano rodoviário nacional.

A crescente rede rodoviária está ligada aos aglomerados populacionais e à necessidade da movimentação das pessoas para os grandes pólos industriais, ligados à crescente economia de mercado livre instalada em certos pontos fulcrais de um País.

Nos dias de hoje, em que o mercado da exportação e importação é tão importante na economia de um país, as redes de acesso é dos factores mais importantes de uma economia no século XXI. Mas se não existir investimento e riqueza interna nada é possível.

A melhoria das condições económicas na Europa fomentou um rápido desenvolvimento nesta área, assegurado pelos itinerários principais, com ligações às capitais de distrito, portos comerciais, e fronteiras.

No global tudo é beneficiado com as melhores condições de acessibilidades aos vários pontos do território nacional. Não é só a económica que sai beneficiada, todo o cidadão comum tem ao seu dispor um meio de comunicação essencial em seu benefício no âmbito profissional e de lazer.

Mesmo no meio cultural e recreativo, a facilidade de deslocação nem só de quem tem necessidade de usufruir, mas também de quem quer dar a conhecer a sua arte, o seu saber, a sua capacidade de comunicação para o cidadão comum ficar mais rico culturalmente.

Nem sempre foi assim, nos meus tempos de adolescente, a dificuldade que tinha quando queria ir ver um filme, uma peça de teatro, um concerto, ou um invento típico de uma certa região, estava muito limitado. As estradas eram muito fracas, demorava-se muito tempo até ao local de destino, os meios de transporte quase não existiam e para dificultar ainda mais só nos grandes centros das capitais de distrito (e nem em todas) é que tínhamos possibilidade de desfrutar destas mais-valias, que eram muito poucas e com os mínimos de condições de conforto.

Só nas grandes cidades, Porto ou Lisboa, é que tinha tudo à mão. Tudo mudou e ainda bem nos dias de hoje, a repartição pelos vários pontos do País de salas próprias para espectáculos foi fundamental para a divulgação cultural e para a interligação de culturas e hábitos diferentes.

Quando os meus filhos me solicitam algo que queiram ver quer seja no Porto, Lisboa, ou Algarve por exemplo, um concerto de uma banda que gostariam de ver, a minha facilidade de deslocação não tem entraves de realização num curto espaço de tempo, mas tem custos, nem todas as pessoas nos dias de hoje têm facilidade de poderem usufruir destas regalias, pois ainda estão limitados muitas das vezes a dificuldades financeiras.

As formas de divulgação divergem consoante o ponto e local do País. Nos grandes centros a cultura está direccionada mais para um tipo de classe social, com mais sensibilidade para a cultura e arte, sendo a oferta de escolha mais diversificada. No

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meio rural os inventos são limitados e nem sempre agrada a todo o público em geral.

A necessidade de existir mais aproximação do Litoral, ao interior é uma forma de evitar a desertificação, por isso as entidades governamentais têm um papel importante e a obrigação de reencaminhar subsídios para estas zonas mais necessitadas.

Um simples invento num determinado local traz sempre mais-valias em todos os aspectos. Origina mais riqueza de meios de subsistência das populações locais, no âmbito cultural, na obtenção de salas próprias, melhorias dos meios rodoviários, e divulgação aos visitantes do local em si.

As entidades reguladoras do trânsito nas grandes rodovias são cruciais para o bom funcionamento das mesmas. Por isso o controle de tráfego já se faz através de GPS, câmaras de videovigilância, sinalética, entidades de fiscalização placares informativos, fornecendo a indicação sobre a meteorologia, locais de acidentes, alternativas, aconselhamento e alertas para a necessidade de se descansar após um determinado tempo de condução. O apoio e aconselhamento ao automobilista dos cuidados a ter fazem parte um de muitos meios informáticos disponíveis nos dias de hoje com actualização ao segundo.

Os automobilistas utilizadores destas vias têm de cumprir com o código de estrada adaptado a cada país onde circula.

Caso não o façam estão sujeitos a coimas muito elevadas e com a proibição de condução durante um determinado tempo.

Nos dias de hoje é com alguma frequência que verificamos a informação de trânsito através das rádios, sendo a RFM que mais ouço quando estou em viagem, verifico com alguma regularidade a informação dos locais críticos e inclusive tem a facilidade de a nós condutores nos informar através de um número verde.

Todas estas situações são sempre uma mais-valia para todos os utentes e entidades ligadas ao plano rodoviário.

A necessidade de implementar métodos na regulação de trânsito é fundamental, para a crescente circulação rodoviária. Por isso, a alteração de várias vias e a necessidade de introduzir meios como os semáforos, limites de velocidade, rotundas, sinalética, coimas avultadas para as transgressões são o lema do ministério da administração interna, que tem por objectivo na redução progressiva da sinistralidade.

Se analisarmos locais que antes tinham uma metodologia de fluxo de trânsito, actualmente estão modificadas e adaptadas às novas necessidades. Se verificarmos a crescente alteração das vias rodoviárias nos centros urbanos com novas rotundas para facilitar as mudanças de direcção, a aplicação de lombas junto às passadeiras e escolas, os semáforos temporizados para passagem durante um certo período de tempo, com limitação de velocidade, vai ajudar na prevenção de acidentes.

São várias as entidades que regulam a rede rodoviária nacional, por exemplo o IMTT (Instituto, da Mobilidade e dos Transportes Terrestres), é um instituto que tem por missão regular e supervisionar as actividades neste sector, ao fiscalizar, coordenar, planear o sector de transportes terrestres, visando satisfazer na qualidade e direitos dos seus utilizadores, pessoas e bens.

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Tem a responsabilidade de elaborar estudos de projectos, implementar tarifas de transportes públicos, apoiar o Governo no exercício dos seus poderes, homologação de viaturas, e assegurar a representação do Estado Português em organismos internacionais do sector dos transportes terrestres.

Promover a definição do quadro normativo e regulamentar de acesso à actividade, na profissão, no mercado dos transportes terrestres, e rodoviários são situações da responsabilidade desta entidade.

A Brisa é a maior empresa de conservação, preservação e exploração de estradas em Portugal, é uma referência neste sector já a nível Europeu, no controlo das grandes auto-estradas.

Tem um número considerável de empresas especializadas em serviços rodoviários ao seu dispor, para poder ser o mais eficiente nos serviços prestados aos seus clientes.

O seu serviço e empenho estão fortemente empenhados na preservação do ambiente e património nas fases de construção e exploração das auto-estradas. Investem em projectos científicos nas áreas como a fauna e flora adoptando novos sistemas de conservação e monitorização dos indicadores ambientais ao implementar as novas tecnologias ao serviço da eficiência energética e na redução de emissões poluentes.

É cotada na bolsa portuguesa como a maior neste sector, e também detentora de capital de concessionárias em Espanha e no Brasil.

A necessidade de ter o mínimo de conhecimentos básicos como devo agir e intervir como cidadão nas vias rodoviárias, ao cumprir as regras, é uma forma de eu poder ajudar e contribuir para que as estatísticas não sejam tão pessimistas conforme se verificam.

Existem várias legislações relacionadas com a prevenção rodoviária que quando é aplicada ao utente são muito onerosas. Ex. Quando vemos, se conduzir não beba, associamos de imediato às consequências que nos podem trazer caso sejamos apanhados.

Esta e tantas outras como as despistagem do consumo de drogas e estupefacientes, o excesso de álcool, estão enquadradas no novo código da estrada (artigo 81). Neste artigo referencia a proibição de condução sobre a influência destas substâncias, quem prevaricar e for apanhado está sujeito a contra-ordenações muito graves, desde a inibição de condução por tempos estipulados pela lei.

Esta é uma de muitas leis, das quais nos regemos em Sociedade.

Devemos ser mais activos e actuarmos civicamente no cumprimento da lei para minimizar este problema grave que são os números elevados de perdas de vida nas nossas estradas.

Não somos só nós que temos obrigações, as pessoas dos gabinetes com responsabilidade neste sector têm também de deixar o conforto da cadeira e verificar nos próprios locais se o que foi implementado funciona, e se não, porquê?

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Muitas das vezes os acidentes não são provocados por falta de civismo, em alguns casos a deficiente falta de sinalização, a fraca visibilidade e fraca qualidade das estradas são causadoras dos mesmos.

Com a constante evolução das novas tecnologias, estas podem ser aproveitadas e aplicadas nos semáforos electrónicos, e sincronizados nos locais com alto índice de acidentes. Assim a segurança dos peões e dos condutores, aumentaria.

Estes sistemas controlados por computador podem ser ajustados de acordo com as informações dadas, para facilitar a circulação dos organismos ligado à saúde pública.

A sinalização luminosa por LED´S, comparados com os semáforos tradicionais equipados com lâmpadas incandescentes apresentam uma maior visibilidade, tendo menos interferência com os restantes tipos diferentes de iluminação.

É fundamental nos grandes centros urbanos criarem mais corredores próprios, e mais informação para certos e determinados sectores de socorro, devido à grande concentração de pessoas, bens e serviços, associados aos enormes volumes de tráfego. 

A Assembleia da República é o órgão máximo da apresentação e aprovação de leis votadas através dos deputados eleitos pelos cidadãos.

Está estipulado na constituição que têm de salvaguardar os direitos por quem foram eleitos. Têm o dever de intervir e votar em todas as matérias e áreas que sejam de interesse público, e interesses de cada partido politico a que pertencem, e têm de se reger pelas leis do Estado Direito.

Por isso, a sua intervenção e votação na aprovação de leis dos vários ministérios é crucial.

A Assembleia de Escola é o órgão responsável na definição dos requisitos da sua actividade.

É o órgão de representação e participação da comunidade educativa salvaguardando a participação dos docentes, dos encarregados de educação, do pessoal auxiliar, dos alunos e das autarquias locais.

A intervenção das associações de pais na escola pode ser considerada benéfica se for com os fins de acções construtivas, na ajuda de melhores condições para os alunos e professores, na gestão e organização de recursos, na recolha de fundos para equipamentos e visitas de estudo, contribuir e participar na aprovação dos fundos destinados ao orçamento anual, opinar sobre os processos disciplinar dos alunos etc.

Nos dias de hoje, os projectos educativos têm uma interligação muito positiva com as empresas na área da formação profissional dando a possibilidade de se compatibilizar a teoria com a prática. A formação profissional é vista como uma mais-valia para a inovação e competitividade das empresas.

Nos anos sessenta, a emigração e migração para zonas mais ricas foi uma realidade das populações carenciadas que fugiram na procura de melhores condições de vida. O seu grau académico resumia-se à escola primária e muitos nem isso.

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A fuga para as zonas do Litoral como ponto de aparente riqueza é o grande objecto das fugas das populações do interior. Esta fuga em massa, cria problemas à sociedade urbana residente, com a falta de infra-estruturas para poder absorver as pessoas num curto espaço de tempo.

As dificuldades de adaptação dos novos residentes no âmbito profissional e sociocultural agravam ainda mais os problemas já existentes.

A pobreza e o desemprego aumentam. Tudo o que poderia ser melhor acaba por piorar. Então verifica-se o aumento da criminalidade, os problemas de saúde etc. Tudo isto e muito mais são situações reais em que os organismos governamentais são os principais responsáveis pela desertificação do interior, ao não investirem e não incentivar as pessoas a ficarem nos locais de origem.

Este fenómeno acaba por ser muito complexo e de difícil gestão.

As espécies migratórias estão fortemente ligadas aos ecossistemas cada vez mais destruídos pelo ser humano, por exemplo cada vez se vê menos espécies como as andorinhas, os estorninhos, os tordos, a cegonha negra, o pato-trombeteiro e tantos outros! Verifico que cada vez mais as andorinhas reduziram drasticamente em quantidade.

Desde criança que associo esta linda ave à Primavera, e à aproximação da Páscoa, simboliza a Paz, a harmonia entre as pessoas.

A sua chegada tinha um estilo próprio de voos rasantes, o início da construção e reabilitação dos ninhos nos beirais das casas.

Verificamos que há várias espécies que se fixaram no mesmo local. Este fenómeno deve-se às alterações climatéricas e à destruição dos ecossistemas. As estações do ano já não são tão demarcadas com antigamente. A migração dos animais tem vários objectivos, podem estar relacionados com a alimentação, o clima, a reprodução etc.

Estas longas viagens obrigam a que estejam bem nutridos para que possam aguentar os milhares de km que percorrem

Em Portugal existem vários locais onde se pode registar a migração animal tais como, o estuário do Tejo, a Ria Formosa, o estuário do Sado, a ria de Aveiro, etc.

Nos dias de hoje a facilidade de deslocação para qualquer ponto do globo tem uma tarefa facilitada, seja no âmbito profissional ou de lazer. Os custos já não são tão elevados se compararmos em relação a alguns anos em que as pessoas quando emigravam os custos associados para virem ao País de origem ficavam muito dispendiosas. Tudo isso tem a ver com a evolução da economia, na quantidade de oferta, em voos low cost, no poder de compra dos utentes, na facilidade de compra de bilhetes online e emissão de bilhetes electrónicos.

A facilidade e tempos gastos são muito vantajosos, se compararmos às deslocações feitas de carro, comboio ou barco, só os transtornos causados não justificavam a viagem.

São várias as razões que originam as mobilidades das populações humanas. Pode estar relacionado com as ideologias políticas, fuga aos regimes totalitários, à guerra e à fome.

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As comunidades Portuguesas no Estrangeiro tiveram a sua origem na década dos nãos 60, à fuga do actual regime totalitário, na procura de melhores condições de vida.

As deslocações em massa como se verificou com a chegada dos Portugueses das Ex-colónias, na década de 70, foi importante para o País sair do anonimato e no atraso de décadas, em relação a outros Países. Teve o seu lado negativo devido à falta de condições para acolher tantas pessoas. Na sua maioria tiveram de optar pelo local onde estavam as suas raízes de origem, foi um choque verificar as diferenças existentes entre ambos os lados separados e governados pelo mesmo regime.

O seu modo empreendedor direccionado para o desenvolvimento em que já estavam habituados, deu-lhes forças para reiniciarem novos projectos. A vinda dos Portugueses das ex-colónias foi no período da minha adolescência, pude constatar como foram importantes no desenvolvimento do País, ao criarem meios de riqueza para uma economia sustentável, como base num tipo de cultura e modo de vida e lazer diferente.

Com eles vieram também parte de uma população e raça diferente, que viviam já dentro de uma cultura adquirida há séculos, e que vieram interligar-se com a nossa.

A diversidade de culturas diferentes cria uma mistura entre as populações, em que muitas das vezes já não conhecemos a sua origem, é uma mais-valia mas também tem o seu lado negativo porque se perde as identidades próprias de um determinado local.

As comunidades embora distantes das suas origens, procuram sempre implementar os seus costumes onde estão inseridos. Por isso, a venda dos seus produtos típicos, como a venda de objectos em madeira, pinturas, adornos típicos, bebidas, tipo de comida, condimentos, a dança, a música, criam um certo enlace na comunidade do País.

Tudo isto tem uma razão de ser que está relacionado com a facilidade de comunicação entre as pessoas, que é a Língua Portuguesa, falada nos quatro cantos do mundo.

Ao longo dos anos o Português sofreu alterações influenciadas pelos dialectos e idiomas das várias comunidades de língua portuguesa.

O Português Europeu modificou-se um pouco devido ao Português falado no Brasil, e na sua influência que tem na economia nos países do Mercosul. As diferenças existentes estão relacionadas com o vocabulário e a pronúncia.

O Português é conhecido no mundo como a “Língua de Camões”.

Existem ainda algumas comunidades cristãs que preservam ainda a língua, mesmo depois de terem ficado isolados de Portugal, como é o caso de comunidades existentes na Índia, e na Malásia.

A necessidade de se aprender uma segunda língua faz parte de um período de integração num novo País. A chegada dessas pessoas (por ex. de Leste), e a sua facilidade de aprendizagem está interligada com as suas culturas do País de origem, à sua formação profissional e académica, e às necessidades de adaptação e integração numa nova sociedade.

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A necessidade de protegermos os habitats naturais existentes dentro das comunidades confere um carácter único que tem de ser preservado, cada vez mais escassos no contexto nacional.

Com a evolução, veio o progresso da economia numa luta desenfreada na obtenção de lucros fáceis, renegando para segundo plano a preservação de se manter o ciclo da vida intacto.

A ocupação e destruição de zonas verdes, o corte de linhas de água vitais para a preservação do ambiente, são algumas das destruições que o ser humano está a causar ao Planeta.

A construção de barragens e açudes ao longo dos caudais são um dos muitos obstáculos que impossibilita a subida das espécies na época da desova. Esta situação é um dos factores principais para o desaparecimento destas espécies e na sua reprodução, associados às constantes descargas poluentes despejadas nos rios e seus afluentes.

A falta de cheias para a renovação dos leitos dos rios e na melhoria da qualidade da água é um dos factores que descontrola o ciclo normal dos peixes migratórios e também das outras espécies.

Eu de certa forma ao longo de algumas décadas, vejo com amargura o que se fez e o que se continua a fazer nesta sociedade aberta, mais egoísta, masoquista, sempre com o objectivo em primeiro plano do lucro a obter, em qualquer sector económico.

As capturas sem qualquer controle destas espécies, em certas e determinadas épocas do ano, nos locais onde o rio se encontra com o mar, limitam ainda mais a possibilidade da sua sobrevivência.

O ser humano não olha a meios para atingir os seus objectivos mesmo que os custos monetários de um determinado prato gastronómico seja elevado, o importante é ter uma boa refeição, e usufruir de uma boa iguaria.

As entidades responsáveis deviam tomar medidas urgentes na preservação, ao intercalar os anos de capturas e limitar certos locais, em benéfico das gerações futuras.

A actual crise económica e a diferença entre os ricos e pobres é tão evidente que me obriga a pensar no meu futuro e nas dificuldades que poderei ter numa velhice próxima onde pode faltar tudo.

A forma de estar em sociedade foi me transmitida pelos meus pais, nos princípios de respeito e amor pelo próximo, na tolerância, na aceitação dos outros conforme eles são, dar para se receber, hoje eles, amanhã poderei ser eu.

Existem muitas formas de nós fazermos a boa acção do dia, depende da forma como somos confrontados.

Nunca fiquei com o peso na consciência pelo motivo de não ter dado um donativo. Regra geral avalio a situação quando sou confrontado, e contribuo consoante o caso, pode ser em dinheiro, roupa ou géneros alimentícios.

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Nós, Portugueses, temos uma boa característica, somos bastante solidários, nas campanhas que vão recolhendo dádivas ao longo do ano, por exemplo, o banco alimentar contra a fome, a recolha de fundos na luta contra o cancro, e muitas mais.

Tenho noção que muitas das vezes o que é enviado não chega ao destinatário na totalidade, mas o importante é a intenção e o valor moral.

Os números de pessoas que morrem diariamente devido há extrema pobreza, continua a aumentar de ano para ano. O dia Mundial para a erradicação da pobreza é celebrado a 17 de Outubro. Mobiliza milhares de pessoas em todo o Mundo, exigindo aos líderes mundiais para cumprir as promessas feitas para acabar com a desigualdade.

O apoio das entidades não governamentais como a ONU, AMI, a Cruz Vermelha, Greenpeace, são muito importantes para poderem ajudar as populações, e exigir mais apoios aos Estados mais ricos para minimizarem os problemas da fome e ambientais no mundo.

As políticas utilizadas na construção da habitação Social com custos controlados, foi um investimento feito há vários anos, para resolverem o défice da habitação e na erradicação das barracas existentes na periferia das grandes cidades.

Este tipo de habitação está direccionado para as classes mais desfavorecidas, incluindo algumas comunidades estrangeiras residentes em Portugal.

O constante apoio de subsídios dados pelo governo a estas famílias mais carenciadas, necessitam actualmente de uma reestruturação e análise profunda, do modo como estão a ser geridos pelos beneficiários. Em alguns casos esta ajuda devia ser um complemento ao salário baixo, mas o que se verifica é que se limitam só a este subsídio sem terem a necessidade de se preocuparem em arranjar emprego.

As comunidades Portuguesas residentes no estrangeiro votam para o Parlamento Europeu, Presidente da República e Assembleia. A votação pode ser feita nos consulados e embaixadas das áreas onde residem, sendo a abstenção muito significativa por falta de informação e apoio do governo central.

Portugal devia tomar mais medidas para apoio das nossas Comunidades no estrangeiro e introduzirem um sistema de votação por cartão electrónico, alargar a participação dos emigrantes nas eleições autarcas, apoiar mais a educação, o sector empresarial e facilitar a dupla nacionalidade dos descendentes.

O acesso das pessoas ao ensino da língua Português está-se a degradar de dia para dia. As Embaixadas e os Consulados deviam ter mais uma acção interventiva no sistema e terem mais autonomia ao recrutarem professores de Português.

Nos dias de hoje ao verificarmos a perda de valores de alguns jovens, seria muito útil para a sociedade se o serviço militar voltasse ser obrigatório…